Primeira Guerra Mundial

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Place Artwork Here A Primeira Guerra Mundial A Primeira Guerra Mundial ...... 1 Como tudo começou ................. 2 A política das Alianças ............. 3 Entendendo as Tríplices .......... 4 Os países na Guerra ................ 5 O colosso blindado ................... 6 Inimigos comuns ........................ 8 Annuncios ................................... 10 A Primeira Guerra Mundial foi um conflito armado que começou em 1914 como uma disputa local entre o Império Austro- Húngaro e a Sérvia, estende-se às potências imperialistas da Europa e atingiu o mundo inteiro. O estopim foi o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando (1863-1914), herdeiro do trono austríaco, em Sarajevo (atual Bósnia-Herzegóvina). A guerra terminou em 1918, causando a morte de mais de 8 milhões de soldados e 6,5 milhões de civis. Confrontaram-se dois grupos de países organizados em pactos antagônicos: a Tríplice Aliança, liderada pela Alemanha, e a Tríplice Entente, que venceu a guerra, encabeçada pela França. A Europa perdeu sua posição na liderança planetária para os Estados Unidos (EUA), que assumiram o comando das negociações mundiais e passaram a ser o centro de poder do capitalismo. A reorganização do cenário político no continente europeu e as condições impostas pelo Tratado de Versalhes ao perdedor, a Alemanha, levaram à Segunda Guerra Mundial. O mundo do pós-guerra assistiu também à implantação do primeiro Estado socialista, a União Sovética (URSS). 1 Nesta Edição: Gazeta do Marconi Edição: 01 Ano: 2012 Gazeta do Marconi Edição nº 01 05 de dezembro de 1914

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Jornal sobre a Primeira Guerra Mundial, produzido pela turma do 9º ano do Colégio Marconi - fev/2012

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Page 1: Primeira Guerra Mundial

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A Primeira Guerra Mundial

A Primeira Guerra Mundial ......1

Como tudo começou.................2

A política das Alianças .............3

Entendendo as Tríplices ..........4

Os países na Guerra ................5

O colosso blindado ...................6

Inimigos comuns........................8

Annuncios ...................................10

A Primeira Guerra Mundial foi um conflito

armado que começou em 1914 como

uma disputa local entre o Império Austro-

Húngaro e a Sérvia, estende-se às

potências imperialistas da Europa e

atingiu o mundo inteiro. O estopim foi o

assassinato do arquiduque Francisco

Ferdinando (1863-1914), herdeiro do

trono austríaco, em Sarajevo (atual

Bósnia-Herzegóvina). A guerra

terminou em 1918, causando a morte de

mais de 8 milhões de soldados e 6,5

milhões de civis.

Confrontaram-se dois grupos de países

organizados em pactos antagônicos: a

Tríplice Aliança, liderada pela Alemanha,

e a Tríplice Entente, que venceu a

guerra, encabeçada pela França. A

Europa perdeu sua posição na liderança

planetária para os Estados Unidos

(EUA), que assumiram o comando das

negociações mundiais e passaram a ser

o centro de poder do capitalismo. A

reorganização do cenário político no

continente europeu e as condições

impostas pelo Tratado de Versalhes ao

perdedor, a Alemanha, levaram à

Segunda Guerra Mundial.

O mundo do pós-guerra assistiu também

à implantação do primeiro Estado

socialista, a União Sovética (URSS).

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Nesta Edição:

Gazeta do Marconi

Edição: 01

Ano: 2012

Gazeta do

Marconi

Edição nº 01

05 de dezembro de 1914

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As indústrias mais importantes extraiampetróleo, fabricavam aço, máquinas e navios.A competição capitalista estimulou ocrescimento de algumas empresas; porém,levou ao fracasso muitas outras. Empresasmais fracas foram compradas ou faliram,enquanto que as grandes ficaram maioresainda.Os chamados monopólios (grandesempresas) passaram a controlar os grandessetores da economia. Tais empresas queriamcrescer e enriquecer cada vez mais.Desejavam matérias-primas (minério,algodão, cacau), mão-de-obra barata (paratrabalhar nas minas com salários reduzidos elucros para os patrões) e mercadosconsumidores.Para conseguir tudo isso as empresas(monopólios) precisavam investir capitalem outros lugares do mundo e criar impérioseconômicos (principalmente em países deeconomia mais frágil) e tudo isso com a ajudade seus respectivos governos.

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Com o desenvolvimento Industrial e outrosfatores, os países capitalistas obtiveramgrande poder para matar, roubar e destruir.Uma das maiores causas da Primeira GrandeGuerra foi por posses de terras: a Alemanhapretendia construir uma ferrovia (Berlim -Bagdá) a fim de dominar as terras deConstantinopla e do Oriente Próximo, porémo Imperialismo russo também desejava aregião balcânica; em 1871, a Alemanhadominou as minas de carvão e ferro naAlsácia-Lorena, e a França ainda estavaressentida com essa perda; e a Itália nãogostou do avanço francês sobre a Tunísia,então se aliou a Alemanha.A Alemanha ganhou o mercado da Inglaterrae por isso se fortaleceu em engenharia eindústrias, e ainda ganhou acesso a umaregião inglesa rica em petróleo, fato que deumais força à Alemanha. Este país ainda queriao Marrocos, por ser uma terra rica emminérios, mas a França, a fim dessa terra,concedeu alguns territórios do Congo francêspara a Alemanha e a fez desistir de Marrocos.Com essas disputas, o nacionalismo passoua ser outro grande motivo da Guerra. Nestedestacaram-se os fenômenos ideológicos:revanchismo francês (devido a derrota daFrança, na Guerra Franco-Prussiana, ficandocom ódio dos alemães); pan-eslavismo(quando o governo russo protegeu os povoseslavos e se envolvia com conflitos russos);e expansionismo sérvio (a Sérvia queriaaumentar seu território).As disputas imperialistas deram origem a doisblocos antagônicos de nações: a TrípliceAliança (Alemanha, Austro - Hungria eItália) e a Tríplice Entente (Inglaterra, Rússiae França). Só faltava um “empurrãozinho”para começar a Guerra composta pelas seismaiores potências do mundo, este surgiuquando um estudante sérvio assassinou atiros o herdeiro do trono austríaco, o arque-duque Francisco Ferdinando, e a sua esposa,

na Bósnia.

O Pretexto: 14 de junho de 1914, o Arqueduque FranciscoFerdinando e sua esposa são assassinados em Saravejo,capital da Bósnia, pelo estudante Gravilo Princip.

Primeira Guerra Mundial: Como tudo começou

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Entre os anos de 1871 e 1914 não ocorreram guerrasque levassem as potencias européias a transpassaras suas fronteiras nacionais. Essa situação, contudo,estava prestes a mudar. Um eminente confronto entreas grandes nações imperialistas parecia para algunsapenas uma questão de tempo. Foi exatamente o queaconteceu em 28 de junho 1914. Ao fazer uma visita àSaravejo, capital da Bósnia (região que havia sidoanexado ao Império Austro-Húngaro em 1908), oarquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono,é assassinado por um estudante ligado à organizaçãosecreta Mão Negra, grupo contrário aos planos doherdeiro do trono austro-húngaro, que pretendia anexara Península Balcânica (e os povos eslavos) aoImpério Austro-Húngaro.O império Austro-Húngaro esperou três semanas paralevar a cabo sua retaliação (tempo necessário paraorganizar uma ação militar) e com o apoioincondicional da Alemanha (sua aliada) encaminhouum ultimato à Sérvia, com uma série de exigências,inclusive, outorgando-se o direito de interferir nasinvestigações que apuravam os responsáveis peloassassinato de arquiduque. A não aceitação dostermos do ultimato fez com que o Império Austro-Húngaro declarasse guerra a Sérvia, bombardeandoa cidade de Belgrado.

A partir desse momento as alianças foramautomaticamente acionadas: a Rússia, aliada daSérvia coloca seu exército em ação; a Alemanharesponde imediatamente aos russos e colocasuas tropas em marcha, atravessando o territóriobelga (que interessava a Alemanha, mas secolocava como um país neutro); é a vez, então,da França e do Império Britânico socorrerem aBélgica. Formam-se dois poderosos blocos: deum lado os países da Tríplice Aliança(Alemanha, Itália – que se declarou neutra noinício dos conflitos –, o Império Austro-Húngaroe Império Otomano), do outro lado, a TrípliceEntente (com a Inglaterra, a França e aRússia). O pavio havia sido acesso, e daquelemomento em diante a guerra envolveria todas asgrandes potências e quase todos os países. A “erada catástrofe” estava apenas começando.

Na imagem abaixo temos uma sátira que éfavorável à Alemanha, onde a Rússia a França ea Grã-Bretanha aparecem como os “pacíficosamigos”. É claro, o que a caricatura pretende érealçar exatamente o contrário, ou seja, a supostaresponsabilidade desses países no conflito.

A Política das Alianças

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A Tríplice Aliança (Alemão: Dreibund, Italiano: Triplice Alleanza) foi o acordo militar entre a

Alemanha, a Áustria-Hungria e a Itália, estabelecido formalmente em 20 de Maio de 1882, em que cada umagarantia apoio às demais no caso de algum ataque de duas ou mais potências sobre uma das partes. AAlemanha e a Itália ainda garantiam apoio entre si no caso de um ataque vindo da França. A Itália, noentanto, especificava que seu apoio não se estenderia contra o Reino Unido.A situação da Itália neste acordo, no entanto, era instável na medida em que sua população era desfavorávelao estabelecimento de um acordo com o Império Austro-Húngaro, antigo inimigo de sua unificação.Quando estourou a Primeira Guerra Mundial e a Áustria-Hungria e a Alemanha se viram em guerra com aTríplice Entente (Rússia, França e, mais tarde, o Reino Unido), a Itália tendo prometido apoio às duasprimeiras entrou para o lado da Tríplice Entente contra a Austria-Hungria em maio de 1915 e a Alemanha emagosto de 1916. A justificativa da Itália era de que a Tríplice Aliança era um acordo de defesa enquanto quena ocasião foram os impérios germânicos os ofensores.O Triplo Aliança foi de iniciativa de Otto von Bismarck, à que posteriormente unir-se-ia Itália, ainda quetambém se convidou ao Império Russo a fazer parte dela.Quando Rússia uniu forças com a Inglaterra e a França para formar o Triplo Entente, Alemanha e Áustria-Hungria procuraram a Itália como substituição em 1887, pelo que os integrantes desta coalizão passaram aser conhecidos como os "impérios centrais", em alusão a sua situação geopolítica na Europa. Depois deoptar inicialmente por Áustria-Hungria, e ante a impossibilidade de manter ao mesmo tempo uma aliançacom Viena e San Petersburgo, enfrentadas nos Bálcãs, Bismarck encontrou na Itália o esperado aliadocontra a França.Por um lado, Bismarck considerava seu principal objetivo diplomático manter o isolamento da França, poroutro lado, a Itália pensava que sua adesão à aliança e sua associação a Alemanha eram o melhor caminhopara tornar-se uma grande potência. Itália estava descontente pela atitude francesa ante suas aspiraçõescoloniais na Tunísia.Os três países lembraram apoiar-se mutuamente em caso de ser atacados por França ou por Rússia. Otratado foi reafirmado várias vezes até 1913, ainda que a posição italiana, como se viu ao começar a guerra,era cada vez mais incômoda. Finalmente, e depois de várias batalhas onde se cobraram milhares de vidas,a Itália decidiu combater do lado dos aliados em 1916, se rompendo assim esta coalizão e passando a fazerparte do Triplo Entente.À Itália prometeram vários territórios através do tratado de Londres que não foram outorgados na conferênciade Paris gerando um descontentamento nacionalista, enquanto o Império Otomano se uniu aos impérioscentrais.A guerra terminou com a derrota da Tríplece Aliança, que se dissolveu para sempre.Após a Primeira Guerra Mundial as potências centrais foram submetidas a grandes sanções, enquanto aItália não foi intervinda apesar de ter tido uma antiga aliança com as outras duas.

A Tríplece Entente foi uma aliança franco-russa de 1871, a Entente Cordiale franco-britânicade 1904 e o acordo anglo-russo de 1907. A Tríplice Entente foi uma aliança militar feita entre a Inglaterra,França e o Império Russo para lutarem na Primeira Guerra Mundial contra o pangermanismo e as expansõesalemãs e austro-húngaras pela Europa. Foi feito após a criação da Entente Anglo-Russa.A nova política mundial alemã iniciada por Guillermo II em 1890 conseguiu que três potências que tinhamimportantes diferenças entre si, França, Inglaterra e o Império Russo, se aproximassem e terminassempor coalisar como a Aliada Maior Nacionalista para fazer frente a Tríplece Aliança da Alemanha, ImpérioAustro-húngaro e Itália.Em 1907, não nos achamos ainda ante uma aliança em sentido estrito, os britânicos, em especial,trataram de se manter livres de obrigações. No entanto, as sucessivas crises foram abrindo o caminhopara a I Guerra mundial e fazendo cada vez mais sólida a Entente.

Entendendo as Tríplices

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A crise definitiva do verão de 1914 demonstrou o funcionamento da aliança ao terminar implicando noconflito às três potências signatárias.Na Primeira Guerra, duas alianças militares lutavam: a Tríplice Entente e a Tríplice Aliança (Alemanha,Áustria-Hungria e Itália). Posteriormente, recebeu apoio da Itália, que fez um trato com a Inglaterra. OsEstados Unidos também chegaram a participar da guerra porque viram que a Tríplice Entente estavaperdendo e como tinha vendido mercadorias (armas, capacetes, canhões, etc.) que só seriam pagasapós a guerra, entrou nesta para garantir a vitória de seus compradores, pois se perdessem a guerra,não poderiam pagar essas mercadorias, em 1917 também Portugal entrou nesta aliança, pois fora daguerra, via as suas colônias ameaçadas pelos estados que sairiam vencedores e consequentementereforçados na discussão internacional, além do que, as forças alemãs eram uma constante ameaça aodomínio português em suas colônias na África. O Brasil, em 1917, também se juntou à Tríplice Ententeno conflito.Com o fim da guerra, em 1918, os Estados Unidos tornam-se a maior potência mundial do século XX.As principais causas foram os ataques internos pela Tríplice Aliança.

Participação dos países na Grande Guerra

Estados Unidos: O Estados Unidos estiveram presentes desde o início da Guerra ao lado da Tríplice Entente. Até1917 eram apenas fornecedores de armamento, mas também de artigos industrializados, pois a produção de alimentos,

vestimentas e qualquer outro tipo de produto, na Europa, havia sido afetada, pelo deslocamento de homens para a

Guerra e pela destruição causada por ela. Após a saída dos russos, o EUA vê seus investimentos em risco, pois, se

seus aliados perdem a Guerra deixam de pagar suas dívidas. Então, o país entra militarmente no conflito, sendo

decisivo para o final da guerra a favor da Tríplice Entente.

França: Lutando desde o início do conflito, a França junto com a Alemanha deram início às batalhas de trincheiras,foram gênios em armadilhas e em estratégias nas florestas que eram grande parte do cenário das batalhas na França.

Ao contrário da segunda grande guerra, a frente mais importante de batalhas na primeira guerra era a frente ocidental,

sendo que grande parte das batalhas, e muitas delas as mais sangrentas e decisivas da guerra, ocorreram em território

francês. Os franceses resistiram ferozmente ao poderio alemão até o grande reforço aliado para repelir de vez as tropas

germânicas.

Itália: No início da Primeira Guerra Mundial, a Itália abandonou a Tríplice Aliança e se recusou a participar do conflito.Contudo, em função das promessas territoriais que recebeu, a Itália entrou no conflito ao lado da Tríplice Entente.

Desastrosa durante grande parte da guerra, a participação italiana acabou sendo importante, na medida em que o país

derrotou e forçou o Império Austro-Húngaro à capitulação na batalha de Vittorio Veneto, causando a desagregação do

mesmo. A capitulação da Áustria-Hungria foi um duro golpe na Alemanha, que passaria a lutar sozinha.

Japão: O Japão só entrou na guerra para se apossar das colônias da Alemanha no Pacífico e das concessõesalemãs na China. Inglaterra: Era a nação com a marinha mais numerosa (mais ou menos 290 mil embarcações), o que ajudoumuito na vitória.Brasil: No dia 5 de abril de 1917 o vapor brasileiro "Paraná", que navegava de acordo com as exigências feitas apaíses neutros, foi torpedeado por um submarino alemão. No dia 11 de abril o Brasil rompe relações diplomáticas com

o bloco germânico, e, em 20 de maio, o navio "Tijuca" foi torpedeado perto da costa francesa. Nos meses seguintes, o

governo Brasileiro confisca 42 navios alemães que estavam em portos brasileiros, como uma indenização de guerra.

No dia 23 de outubro de 1917 o cargueiro nacional "Macau", um dos navios arrestados, foi torpedeado por um submarino

alemão, perto da costa da Espanha, e seu comandante feito prisioneiro. Com a pressão popular contra a Alemanha, no

dia 26 de outubro de 1917 o país declara guerra à aliança germânica.

Começou então uma intensa agitação nacionalista, comícios louvam a atitude brasileira de apoiar a Tríplice Entente.

Monteiro Lobato criticou esse nacionalismo na época, pois, de acordo com ele, isso estava desviando a atenção do

país em relação a seus problemas internos.

A participação militar do Brasil no solo europeu foi pequena, resumindo-se a algumas ações de pilotos da força

aérea, treinados na Europa, e apoio médico, além do fornecimento de alimentos e matérias-primas. A Marinha

recebeu a incumbência de patrulhar o Atlântico, evitando a ação dos submarinos inimigos.5

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Está prestes a entrar no campo de batalha a grande esperança dos aliados para vencer as trincheiras e osemaranhados de arame farpado que engessam o combate contra o inimigo – leia-se Alemanha – no fronteuropeu. Trata-se de uma nave terrestre blindada de 28 toneladas, equipada com canhões e metralhadoras,capaz de carregar entre três e oito soldados, impulsionada por lagartas (como as que são usadas emtratores) e que, além de ultrapassar trincheiras e fazer picadinho de arame farpado, servirá como escudopara os avanços da infantaria pelos campos de combate. Desde que Londres deu o aval para a produçãodesses novos e revolucionários veículos de combate, no início do ano, os operários da fábrica Fosters, emLincoln, na Inglaterra, responsável pelo projeto do colosso de ferro, trabalham febrilmente. Com isso, aempresa conseguirá entregar aos militares dentro de poucas semanas a primeira leva de veículos. Aindasem nome oficial, estão sendo apelidados de “tanques”, por sua semelhança com os caminhões de transportede água.Nos testes realizados em fevereiro último, o “Big Willie”, protótipo idealizado e apresentado pela dupla WilliamTritton, diretor da Fosters, e Walter Wilson, da Reserva Real da Marinha, arrancou suspiros da cúpulalondrina, convencida de ter encontrado a síntese ideal para o trinômio proteção-mobilidade-poder de fogo. Afabulosa nave conta com um propulsor Daimler de 105 cavalos e, além das lagartas, apresenta duas rodastraseiras para equilíbrio e direção. A máquina obteve êxito em atravessar uma trincheira de 3 metros esobrepujar espantosamente um obstáculo vertical de 1,3 metro, movimentando-se com vigor a umavelocidade que fica entre os 3 e 6 quilômetros por hora. Maravilhados, os integrantes do comando britâniconão hesitaram em assinar o cheque para uma encomenda de cem unidades. Boa parte deles já tem destinocerto: a terra de ninguém do Somme, onde o colosso certamente será recebido como um verdadeiro manábelicoso.

Vem aí o ‘tanque’, novidade desta guerra – Novo veículo de combate da Grã-Bretanha ultrapassa trincheiras e arame farpado – Aguardada estreia deve acontecer no Somme, nas próximas semanas

O Colosso blindado

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‘Churchill-móvel’ – Se comprovada sua eficácia emcombate, os soldados britânicos devem juntar em suaspreces de agradecimento o nome de Winston Churchill aode Deus e do rei George. Em retrospectiva, Winnie é oresponsável pela materialização do projeto do “tanque”. Foio hoje defenestrado Churchill, quem, em fevereiro do anopassado, durante seu mandato como Primeiro Lorde doAlmirantado, a despeito da oposição do Ministério da Guerra,bancou a criação do Comitê de Naves Terrestres, conscienteda importância de um veículo blindado para todos osterrenos. (O Real Serviço Aéreo Naval, no início da guerra,possuía alguns carros blindados para trabalhar em conjuntocom o esquadrão baseado em Dunquerque, seja comoreconhecimento de terra ou resgate de pilotos; essesmodelos, porém, não poderiam ser levados às trincheiras– e então a Marinha seguiu adiante no suporte aos novosprojetos.) Em segredo, Tritton e Wilson desenvolveram naunidade de Lincoln o protótipo que agora entra em fabricaçãoindustrial a pedido de Londres. O oficial Wilson, porém,acredita que o “tanque” ainda pode ser melhorado, e já sededica ao desenho de um novo modelo. É o Mark I, que,ainda no papel, tem duas configurações, o “macho”(municiado com dois canhões de seis libras nas laterais equatro metralhadoras) e a “fêmea” (sete metralhadoras).Caso a engenhoca vingue, será a melhor amiga das tropasaliadas, não importando o gênero.

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Eu os matava, mas eles não morriamSim! O dia inteiro e a noite estreladaPor eles não posso descansar ou dormir,Nem me esconder ou bater em retirada.

Então em minha agonia eu os massacreiAté de vermelho minhas mãos banharEm vão – quanto mais rápido eu matavaMais cruéis ainda eles conseguiam voltar.

Eu matei e matei, com loucura assassina,Matei até esgotar toda a minha garra,E eles se levantavam para me torturarPorque diabos só morrem fazendo farra.

Antes eu achava que o demônio se escondiaNo sorriso das damas e no vinho gostosoEu o chamava de Satã, de BelzebuMas agora o chamo de piolho asqueroso.

(“Os Imortais”, poema do soldado britânico

Isaac Rosemberg)

Condições putrefatas de higiene atraem companhia indesejávelnas trincheiras: piolhos – Batalhões de insetos perseguem recrutas – Ratoscomedores de cadáveres enojam soldados de todos os lados

Inimigos Comuns

Alemães, britânicos, franceses, italianos, russos, otomanos... Sem distinção de ideologia ou credo, todos oscombatentes desta grande guerra enfrentam um terrível inimigo comum: a companhia malcheirosa e incômodados ratos e insetos. Embora pequenos, os animais têm demonstrado uma gigante capacidade de atormentarexércitos inteiros, sem se render ou retroceder em suas investidas. O exemplo mais surpreendente é o doimplacável batalhão dos piolhos, que transita com enorme desenvoltura pelas sujas e malcheirosas trincheiras,se espalhando mais rápido do que os alemães e contando com um contingente de soldados maior do que amãe Rússia jamais poderá produzir. Ao menos no curto prazo, parece não haver solução contra o flagelo nofront europeu.O problema é mais sério do que pode parecer, em todos os sentidos. Os piolhos transmitem a doençaconhecida como “febre de trincheira”, na qual uma dor lancinante nas canelas é seguida por uma febreborbulhante. Nos hospitais de campanha do exército britânico, a moléstia responde por 15% dos atendimentos.Isso sem contar as coceiras, que levam os soldados a rasgarem o próprio corpo com as unhas em buscade alívio. Militarmente falando, o prejuízo também é significativo. Relatos do front indicam que soldadosperdem, por dia, de uma a duas horas de ação apenas pelo fato de precisarem se limpar e remover osectoparasitos de suas roupas.No mundo das trincheiras, tão importante quanto o planejamento militar tático e estratégico têm sido astécnicas de extermínio de piolhos desenvolvidas pelos soldados. A mais difundida e eficiente delas é oholocausto dos insetos com velas quentes. Entretanto, esta operação requer perícia e habilidade para

Caçada sem fim: combate aos piolhos em uma trincheira alemã

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exterminar o alvo sem queimar as roupas. “Eles ficam nas costuras dos uniformes, nas barras das calças,seus esconderijos parecem impenetráveis. A solução é incinerá-los com uma vela acesa: eles estouramcomo um biscoito chinês”, explica o voluntário britânico George Coppard, de 18 anos. “O único problema éque, depois de cada uma dessas sessões, o rosto fica coberto de gotículas de sangue espirradas na explosãovigorosa dos piolhos maiores.”

Mamadeiras de sangue - Em boa parte dos acampamentos da guerra já existem até “estações dedespiolhamento” atrás das linhas, que oferecem banhos quentes e máquinas anti-piolhos para limpar asroupas. Mas tais artifícios têm efeito efêmero: logo, lá estão os insetos de volta, mordiscando a pele de seusanfitriões. Boa parte dos ovos permanece grudada nos uniformes mesmo após a lavagem; ao vestir aroupa, o soldado, com o calor de seu corpo, acaba agilizando o chocar das cápsulas dos insetos mastigadores,que sem demora já vão para as primeiras mamadeiras de sangue.

Nem tudo, porém, são piolhos. Há também a companhia de sapos, besouros e, principalmente, ratos. Nofront europeu, pontificam dois tipos principais de roedores, o preto e o marrom, que infestam aos milhões astrincheiras e enojam os soldados. Os ratos alimentam-se dos cadáveres abandonados – desfigurando-osde forma hedionda ao comer primeiramente olhos para chegar mais rápido às entranhas – e podem atingiro tamanho de um gato. Os ratos são lépidos e costumam roubar comida se esta ficar por um instantedesprotegida. Também são conhecidos por incomodar os soldados durante a noite, passeando por seusrostos enquanto estes tentam, em vão, dormir o sono dos justos.

Unindo o útil ao agradável, milhares de homens têm a caça aos ratos como passatempo nas horas vagasda grande guerra. Atirar nos animais é proibido – para economizar munição –, mas não raramente aordem é desobedecida. O ataque com baioneta aos roedores é mais comum. Também aqui, porém, atentativa de extermínio é – e sempre será – pouco frutífera. Um casal de ratos tem a capacidade deprocriar mais de 800 ratinhos por ano. Na guerra contra os animais indesejados, são os animais indesejadosque estão ganhando a guerra.

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Trabalho de História - Prof. Thiago

Gazeta do Marconi - 9º Ano C

Beatriz Estevão nº 04

Byanca Barbosa nº 03

Isabela Francisco Lopes Leal nº 10

Nathalia Ribeiro nº 14

Thayna Januario nº 15

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