PRIMEIROS PARQUES NACIONAIS DA AMÉRICA: Aspectos … · naturais tidas como não transformadas...
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PRIMEIROS PARQUES NACIONAIS DA AMÉRICA: Aspectos Históricos
David Figueiredo de Almeida
Doutorando em Educação (Universidade de São Paulo)
Ermelinda Moutinho Pataca
Orientadora (Universidade de São Paulo)
“O universo é mais amplo que os nossos pontos de vista sobre ele”
(Henry David Thoreau)
Neste texto, apresento aspectos gerais sobre a história da criação de alguns dos primei-
ros parques nacionais da América, como os de Yellowstone (PNY) e Itatiaia (PNI). Trata-se
de uma revisão bibliográfica que inclui noções sobre a origem das Áreas Protegidas, no con-
texto internacional, até o desembarque desta ideia no Brasil, assinalando suas principais moti-
vações e personagens. A partir desta leitura, também aponto situações que, no meu ponto de
vista, poderiam ser mais investigadas no âmbito da História da Ciência.
Questões Metodológicas
Este trabalho é parte do processo avaliativo da disciplina História das Ciências no Bra-
sil, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FE/USP), ministrada pela Pro-
fa. Dra. Ermelinda Moutinho Pataca. O tema geral do trabalho (Unidades de Conservação) se
relaciona ao meu projeto de tese, que se desenvolverá em escolas do entorno do Parque Naci-
onal Montanhas do Tumucumaque (PNMT), localizado predominantemente no Amapá (Bra-
sil).
Após discussões durante as aulas da disciplina e sugestões dos colegas e da Profa. Er-
melinda, optei por escrever o presente texto tendo como objeto o Parque Nacional de Itatiaia
(PNI), localizado no Rio de Janeiro (RJ) e em Minas Gerais (MG). Neste momento, escrever
sobre aspectos históricos da criação dos primeiros parques nacionais americanos, ao invés do
PNMT, se justifica pelo fato de o haver mais material sobre o tema escolhido, em comparação
ao PNMT, criado em 2002. Além do mais, discutir sobre o PNY e o PNI é importante para
ampliar a visão histórica do contexto inicial da criação de áreas protegidas, já que estes são os
parques mais antigos em seus respectivos países.
Este texto lida com fontes primárias, mas também com fontes secundárias, ou seja, es-
tudos historiográficos desenvolvidos por outros autores, o que pode diminuir a fidedignidade
das informações utilizadas (MARTINS, 2005). Para minimizar esta limitação, utilizo o méto-
do de triangulação, o qual pode melhorar a validez e confiabilidade dos dados. Este método
consiste em combinar diferentes formas para analisar os dados. A triangulação pode ser de
métodos e técnicas, de dados, de investigadores, de teorias, de disciplinas e de paradigmas
(MIGUÉLEZ, 2006). No caso deste trabalho, usarei, sempre que possível, o que vou chamar
de triangulação de referências, que defino como a comparação entre distintas referências bi-
bliográficas a respeito de determinada informação. Por mais que tal abordagem se adote, a
preferência é por fontes primárias, quando estas estiverem disponíveis.
A Ideia de Áreas Protegidas Não é Recente
Áreas naturais que recebem algum tipo de proteção especial provavelmente existem há
milhares de anos, com ocorrências tanto em comunidades tradicionais quanto em formas anti-
gas (monarquias) de governo.
A existência de áreas protegidas por comunidades tradicionais milenares indica que
este é provavelmente um fenômeno universal. Oviedo (2008) citou alguns exemplos. Há pelo
menos 15 séculos, por exemplo, comunidades tribais de desertos árabes criaram os “himas”,
que em árabe significa “área protegida”, com o intuito de proteger seus oásis e terras do pas-
toreio. Florestas sagradas na Índia, conhecidas como “devarakadu”, conservaram seus recur-
sos por séculos, inclusive em momentos de guerra. Devara= deus, kadu= floresta (NEILSON,
2008). No norte da África, o povo Amazigh também mantem há séculos suas florestas consi-
deradas sagradas, chamadas de “almorabitos” (OVIEDO, 2008). Em algumas regiões habita-
das por esta comunidade, o álamo é considerado sagrado, o que levou à formação de pequenas
florestas. Nestas áreas áridas, também há canais e rios considerados sagrados. Urinar ou cau-
sar outros tipos de poluição nestas águas pode levar o infrator a ser amaldiçoado pelos deuses
(FASSKAOUI e KAGERMEIER, 2015). No México, áreas naturais têm sido protegidas pelos
índios Huichol graças à presença de plantas sagradas (OVIEDO, 2008). O mais provável é
que existam milhares de outros exemplos, a maioria dos quais desconhecidos da ciência. Isto
inclui, por exemplo, as centenas de comunidades tradicionais da América do Sul e da África,
aí instaladas há milhares de anos.
Um dos relatos mais antigos de medida governamental para proteção ambiental vem
da Índia. Há aproximadamente 2.300 anos, o fundador do Império Máuria, Chandragupta
Máuria, nomeou um “kupyadhyaksha”, tipo de chefe de departamento florestal, para imple-
mentar as regras de caça contidas no documento conhecido como “Arhtashastra”, cuja autoria
é atribuída a Kautilya, primeiro-ministro do império. A matança de animais era proibida nas
regiões conhecidas por “Ashramas”, destinadas aos “Brahmanas” (THE LAST WILDER-
NESS, 2009). O “Arhtashastra” era um documento que tratava de vários temas políticos. Cul-
let e Gupta (2009) apresentaram uma análise sobre o tratamento que este documento dava à
proteção da água, por exemplo.
Figura 1: Cautília, provável autor do “Arhtashastra” indiano. Autor: desconhecido
(Fonte: http://www.noisygeek.com/2016/04/everything-need-know-chanakya/).
Na Europa, locais de caça foram protegidos para ricos e outros poderosos por mais de
mil anos (PHILLIPS, 2004). Reker et al. (2012) relatam que quando William, O Conquista-
dor, saiu da França para se tornar Rei da Inglaterra, em 1066 (período feudal), levou consigo a
prática de criar áreas florestais para caça. Usando um mapa, William desenhava linhas delimi-
tando as áreas naturais nas quais a caça ilegal poderia resultar em punições aos infratores.
Legislações para proteger as florestas reais se disseminaram pela Europa no século XV, em-
bora na maioria das vezes o interesse fosse principalmente por apenas um recurso, como a
caça ou a madeira para a construção naval (REKER et al., 2012).
Figura 2: William, O Conquistar, em atividade de caça. Autor: Peter Jackson.
O Parque Nacional de Yellowstone
Ainda na Europa, desenvolveram-se as ideias que influenciaram a criação do PNY, em
1872 (Estados Unidos). A este respeito, o cientista social brasileiro Antônio Carlos Sant’Ana
Diegues resumiu os pontos de vista de alguns teóricos, em um capítulo do livro “O mito mo-
derno da natureza intocada” (Diegues, 2005), especificamente, Henry David Thoreau (séc.
XIX), George Perkins Marsh (séc. XIX) e Keith Thomas (séc. XX).
Citando Thomas, Diegues (2005) descreve que, até o século XVIII, valorizava-se na
Europa a ideia de natureza domesticada. Com o início da Revolução Industrial, a vida na ci-
dade era sinal de civilidade. Porém, isto logo começaria a ser questionado. Com o crescimen-
to populacional, a poluição causada pelas indústrias e o caráter cada vez mais popular de rela-
tos dos naturalistas viajantes, apareceram atitudes mais positivas em relação à vida nas áreas
naturais tidas como não transformadas pelo homem.
Esta noção de natureza não transformada, ou “wilderness”, foi a base para a criação de
parques nacionais nos Estados Unidos. Embora uma tradução literal nos remeta “wilderness”
a algo como “região selvagem”, Nash (1976) alertou que se trata de uma expressão quase im-
possível de traduzir com exatidão. No espanhol, “wilderness” significa “imensidade” ou “falta
de cultura”, no sentido de agricultura, ao passo que, em francês, “lugar deserto”. Mas, a ideia
dominante é a ausência do homem e suas obras, a sensação de estar longe da civilização
(Nash, 1976). No início, a ideia de “wilderness” foi fortemente criticada. A natureza, em seu
estado bruto, era considerada um lixo inútil ao não ser cultivada e trabalhada pelo homem,
ponto de vista influenciado principalmente pela filosofia de John Locke, do século anterior
(Saito, 2002).
Influenciado pela “wilderness”, Thoreau se isolou do mundo urbano por dois anos, em
uma zona florestal. Desta experiência, surgiu uma de suas principais obras, “Walden or, life in
the woods” (Thoreau, 1854). Já numa leitura inicial deste livro, percebi uma visão que rejeita
a importância dos recursos naturais apenas para a espécie humana, o que nos tempos atuais
chamaríamos de “antropocentrismo”. Os grãos que colhemos também crescem para as mar-
motas. As plantas daninhas também podem ser importantes para as aves comedoras de semen-
tes. O trecho a seguir resume este ponto de vista de Thoreau: “This broad field which I have
looked at so long looks not to me as the principal cultivator” (Thoreau, 1854, p. 124). Die-
gues (2005) destacou as críticas de Thoreau em relação à atuação de mineradoras e madeirei-
ras, que levavam ao desmatamento em certas regiões dos Estados Unidos.
Ao se reportar a Marsh, Diegues (2005) ressaltou as justificativas econômicas e poéti-
cas do famoso linguista norte-americano para a preservação de áreas virgens. O principal livro
de Marsh, “Man and nature” (1864), foi escrito quase inteiramente na Itália e se tornou inova-
dor por comparar os usos de terra entre o Velho e o Novo Mundo, graças à vivência de Marsh
como embaixador dos Estados Unidos na Itália (Hall, 1998). Por exemplo, ele acreditava que
enquanto o Velho Mundo deveria procurar meios para restaurar os recursos, o Novo Mundo
deveria procurar meios para preservar (Hall, 1998). Dentre as várias questões abordadas por
Marsh (1864), estavam as perturbações do solo causadas pelas práticas agrícolas, sobretudo o
uso do fogo. O fogo, Marsh argumentou, pulveriza e seca a terra, destrói répteis, insetos, ver-
mes, ovos, plantas menores e sementes. Embora seja algo controverso, existe a sugestão de
que os escritos de Marsh tenham influenciado a opinião pública em favor da criação de par-
ques públicos a partir de grandes áreas de terra, como o PNY (Foulds, Lacy e Meier, 1994).
Em 01 de março de 1872, o presidente Ulysses Grant assinou a lei para a criação do
PNY, sob o título de "An Act to set apart a certain Tract of Land lying near the Head-waters
of the Yellowstone River as a public Park” (Um ato para separar uma determinada área de
terra que se encontra nas proximidades das cabeceiras do Rio Yellowstone como um parque
público). Neste ato, encontra-se uma descrição minuciosa sobre a localização geográfica do
parque e questões relacionadas à sua gestão. Há menções sobre possíveis invasores (“trespas-
sers”) do parque, ou seja, qualquer pessoa que nele se encontrasse sem autorização. Caberia
exclusivamente ao Secretário do Interior fazer e publicar as regras e regulamentos do parque,
além de remover os possíveis invasores (Estados Unidos, 1872).
O primeiro superintendente (gestor) do parque foi Nathanial Pitt Langford, entre 1872
e 1877 (Yellowstone Park, 2016). Nesta época, o secretário do interior era Columbus Delano,
que antes havia organizado a primeira expedição científica financiada pelo governo ao PNY, a
pedido de Mark Hill Dunnel (Jackson, 1942), representante de Minnesota em uma das câma-
ras do Congresso Nacional. Assim, a publicação das primeiras regras e regulamentos do par-
que caberia a Langford e Delano. No entanto, não encontrei registros da publicação de tal
documento.
Em 1881, o então secretário do interior, Samuel Kirkwood, e o novo superintendente
do parque, Philetus Norris, aprovaram o documento “Rules and Regulations of the Yellows-
tone National Park” (Kirkwood e Philetus, 1881). Neste documento, ficaram proibidas as se-
guintes atividades, no interior do parque: a) corte de madeira, remoção de minerais e outros
materiais e, até mesmo, o deslocamento destes materiais de suas condições originais; b) in-
cêndios causados por humanos, exceto quando isto fosse realmente necessário; c) caça, uso de
armadilhas e pesca, exceto para fins de alimentação dos visitantes e moradores reais; d) a re-
sidência permanente no parque, sem autorização do Departamento do Interior; e) venda de
bebidas intoxicantes.
Figura 3: Regulamento do Parque Nacional de Yellowstone, de 1881. Fonte:
https://www.loc.gov/rr/program/bib/ourdocs/yellowstone.html.
Aparentemente, o regimento formulado por Kirkwood e Norris surtiu pouco efeito.
Após o abate de aproximadamente 20 búfalos no interior do parque, no início dos anos 1890,
o antropólogo George Bird Grinnell chamou a atenção para o fato de que ainda não existia
uma lei para proteger o parque. Se um caçador fosse surpreendido com a “mão na massa”, por
exemplo, dificilmente seria considerado culpado e punido, uma vez que as normas formaliza-
das pelo secretário do interior não tinham autoridade para punir crimes (Grinnell, 1891).
Mesmo que tal autoridade existisse, o paleontólogo Edward Drinker Cope alertou que as me-
didas de proteção só seriam eficazes se, por exemplo, estivessem distribuídas adequadamente
por todo o território do parque. Em algumas regiões, as pessoas podiam caçar sem que fossem
detectadas, ou ainda, afugentar animais para fora do parque e matá-los, sem dificuldades (Co-
pe, 1885).
Dentre as muitas regiões pouco conhecidas pelos gestores e visitantes estava “Ho-
odoo”, cuja principal característica era a presença de elevações rochosas corroídas. A expedi-
ção de Philetus Norris e sua equipe a esta região fora tema do editorial da revista Science
(1881). O editorial menciona que, antes desta expedição, mineiros foram mortos por índios
nesta mesma região, o que ajuda a desmistificar a ideia de natureza intocada (“wilderness”)
que predominava na época da criação do parque. Norris e sua equipe, ao chegarem a Hoodoo,
desenharam as estranhas elevações que, às vezes, exibiam formas de humanos gigantescos,
répteis e aves. Um dos pontos mais altos, a Montanha Hoodoo, tinha altura de 10.700 pés
(aproximadamente 3.200 metros), segundo o barômetro levado na expedição.
Figura 4: Uma das elevações desenhadas pela equipe de Norris.
Não há informação sobre o autor do desenho. Fonte: Science (1881).
O Primeiro Parque Nacional da América do Sul
Eugenia Scarzanella, uma cientista social com interesse em estudos sobre migração,
escreveu que a criação de parques como o de Yellowstone também tinha o objetivo de res-
guardar as belezas naturais contra a urbanização e industrialização (Scarzanella, 2002). Para
Scarnazella, não foi à toa que o primeiro parque nacional da América do Sul surgiu na Argen-
tina, em 1922, pois este é um país de fronteira e constante imigração, assim como os Estados
Unidos. Este primeiro parque argentino foi criado sob a explícita influência do naturalista
argentino Francisco Pascacio Moreno, que frequentemente se encontrava com o presidente
dos Estados Unidos do início dos anos 1900, Theodore Roosevelt, incentivador da criação de
parques nacionais. Scarzanella descreve que, por haver ajudado como perito na definição das
fronteiras entre Argentina e Chile, Moreno foi gratificado com terras pelo governo. Algum
tempo depois, ele devolveu a maior parte destas terras sob condição de que o governo as pro-
tegesse. Assim, surgiu o Parque Nacional del Sur, que em 1934 mudou de nome para Parque
Nacional Nahuel Huapí.
A Ideia Desembarca no Brasil
Antes da criação do PNI, o primeiro parque nacional do Brasil, já havia grupos de am-
bientalistas que alertavam sobre a importância de medidas para a proteção ambiental. Apesar
de a literatura sobre o tema ser quase unânime quanto à influência da criação do PNY na cria-
ção do PNI, existe uma lacuna de aproximadamente 65 anos entre a criação destes dois par-
ques. A criação do PNI foi antecedida pela atuação de diferentes intelectuais que, diretamente
ou indiretamente, contribuíram para o desenvolvimento de um cenário favorável às medidas
legais para a proteção ambiental.
Pereira (2013) descreve que as atividades econômicas com impactos fortemente nega-
tivos sobre o ambiente já ocorriam, no Brasil, durante os períodos colonial e imperial, como a
extração de pau-brasil e as plantações de café e cana-de-açúcar. O cultivo de cana, por exem-
plo, levava ao desmatamento, primeiro para dar lugar às plantações e, depois, para fornecer
lenha às fornalhas.
O professor José Augusto Pádua, que em 2002 ingressou no Departamento de História
da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), investigou sobre alguns autores que, no
período colonial, apresentaram reflexões sobre os problemas ambientais. Um deles foi José
Gregório de Moraes Navarro, magistrado de Minas Gerais no século XVIII e autor do livro
“Discurso sobre o melhoramento da economia rústica no Brasil” (Pádua, 2002). Segundo
Pádua, Gregório Navarro teorizou que a propensão para destruir o ambiente é mais intensa
nas sociedades novas e imaturas, reduzindo-se com o tempo em decorrência do aprendizado
das consequências esta destruição. Na interpretação de Pádua, Navarro foi um autor otimista.
Defendeu, naquele período, o uso do arado para recuperar terras abandonadas, o que reduziria
enormemente o trabalho escravo, segundo acreditava.
Ainda no século XVIII, Domenico Vandelli chamou a atenção ao caráter predatório da
agricultura e das queimadas em território brasileiro, apesar de este naturalista lusoitaliano
jamais ter vindo ao Brasil (Pádua, 2004). Pádua considerou Vandelli como um dos defensores
da Mata Atlântica no período colonial, bem como o médico mineiro José Vieira do Couto.
Apesar disto, maior parte destes discursos parece ter se concentrado mais nos valores instru-
mentais da natureza. Proteger para não prejudicar a própria sociedade humana ou para que os
recursos coletados não se esgotassem, algo um pouco diferente do que vimos no discurso de
George Marsh, do século seguinte.
A primeira proposta de criação de parques nacionais no Brasil foi feita pelo engenhei-
ro civil André Rebouças (1838-1898), em 1876 (ICMBIO, 2013), quatro anos após a criação
do PNY. Mas, ele foi criticado por estar envolvido em práticas de desmatamento (Urban apud
Pereira, 2013). Porém, quem primeiro propôs a criação de um parque nacional em Itatiaia foi
Alberto Loefgren (1854-1918), proposta reforçada posteriormente em uma conferência de
Joseph Rubmayer, em 1913 (ICMBIO, 2013).
Neste momento, o Brasil se encontrava em sua Primeira República (1889-1930). As
discussões ambientais desta época foram analisadas por Franco e Drummond (2004), que des-
tacam, além de Loefgren, as influências de Hermann von Ihering (1850-1930), Edmundo Na-
varro de Andrade (1881-1941) e Alberto de Seixas Martins Torres (1865-1917):
Loefgren: botânico sueco, chefe da seção botânica do Jardim Botânico do Rio de Ja-
neiro, defensor de um código florestal nacional no Brasil, idealizador do Dia da Árvore e um
dos fundadores da Estação Biológica de Itatiaia, numa região que posteriormente se tornaria o
PNI.
Ihering: naturalista alemão, fundador e diretor do Museu Paulista. Em 1911, escreveu
um artigo (“Devastação e conservação das matas”) onde comparou o funcionamento da natu-
reza ao de um relógio. Se uma peça deste último for removida, seu funcionamento será inter-
ferido ou até mesmo impedido. Denunciou também a exportação de plumas e pássaros desti-
nada a enfeitar as cabeças de senhoras europeias. Por fim, recomendou a manutenção, pelo
Estado de reservas florestais onde a caça e o corte de madeira seriam proibidos. Apesar disto,
foi hostilizado após justificar o extermínio de índios.
Navarro: Engenheiro agrônomo, suas ideias, talvez por serem mais liberais e menos
coercitivas, foram as mais aceitas pela elite paulista e pelo Partido Republicado Paulista. Mar-
tini (2004) investigou a preservação ambiental no trabalho de Navarro. Segundo o autor, Na-
varro se envolveu em questões de reflorestamento e produção de mudas de eucalipto, enquan-
to diretor do Serviço Florestal da Companhia Paulista. Em 1941, já havia mais de 100 milhões
de pés de eucalipto se desenvolvendo ao longo de ferrovias. Recebeu críticas de nacionalistas
que alertavam a nocividade do eucalipto ao solo.
Torres: Advogado carioca e crítico das interferências negativas causadas pelo progres-
so do industrialismo ao ambiente. Assim, acreditava que a vocação brasileira era essencial-
mente agrícola. Influenciou a próxima geração de intelectuais da área ambiental. Suas propos-
tas valorizavam as pessoas e os recursos do país. Foi o primeiro a usar o termo “conservação”,
no sentido que era usado nos Estados Unidos.
Figura 5: Edmundo Navarro participou da elaboração do Primeiro Código Florestal
do Brasil. Fonte: http://www.marcoaurelioasilva.com.br/navarro.html.
Posteriormente, outros intelectuais prosseguiram as discussões, como Cândido Firmi-
no de Melo-Leitão (1886-1948), Bertha Lutz (1894-1976), Frederico Carlos Hoehne (1882-
1959), etc. Durante o governo de Getúlio Vargas (1882-1854), a partir dos anos 1930, é que a
proteção ambiental se faz legalmente presente. A constituição de 1934 passou a considerar a
função do Estado na proteção ambiental e a preservação de ambientes pré-determinados (Pe-
reira, 2013). No mesmo ano, foram publicados o Código Florestal (que contou com a partici-
pação de Navarro), Código de Caça e Pesca, Decreto de Proteção aos Animais, Código das
Minas e Código das Águas. Segundo Pereira (2013), antes disto a proteção ambiental tinha
pouco ou nenhuma espaço em termos legais.
O PNI foi criado com base no Código Florestal de 1934 (Schenini, Costa e Casarin,
2004). Este código tratou de parques nacionais nos artigos 5º, 9º, 10º, 53º, 55º, 56º, 62º, 83º.
No artigo 5º, tem-se a especificação de “florestas remanescentes” como aquela cuja conserva-
ção se justifica por “motivo de interesse estético ou biológico”. Incluem ainda segundo este
artigo, as florestas que formarem os parques nacionais, estaduais e municipais (Brasil, 1934).
E por que o primeiro parque nacional foi criado em Itatiaia e não em qualquer outra
área do Brasil? O PNI foi criado em terras do antiga Estação Biológica de Itatiaia, pertencente
ao Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Segundo o decreto de criação do parque (Brasil, 1937),
aquela região e sua flora já haviam sido estudadas “em todos os seus aspectos, por geólogos,
botânicos e cientistas de toda espécie, nacionais e estrangeiros”. Então, havia algum respaldo
científico para a criação do parque nesta área. Também se encontra no decreto uma referência
à localização estratégica do parque para o turismo, nas vizinhanças de dois grandes centros
urbanos, São Paulo e Rio de Janeiro. Além disto, Paulo Campos Porto (1889-1968), que parti-
cipou do projeto de criação do PNI, era diretor do Instituto de Biologia Vegetal do Jardim
Botânico/RJ, superintendente da Estação Biológica de Itatiaia e tinha alguma proximidade a
Getúlio Vargas e, assim, recebeu apoio deste para a criação do PNI (Bediaga, 2005).
Porto também era editor da Rodriguésia, revista do Jardim Botânico criada em 1935
e ainda existente. Vários artigos sobre o levantamento da biodiversidade de Itatiaia foram
publicados nesta revista, antes e depois da criação do parque. Destaco as contribuições do
botânico alemão Alexander Curt Brade (1881-1971), que coletou plantas em vários lugares da
América, mas se especializou em pteridófitas e orquídeas do Brasil (JSTOR, 2013). Brade
(1945) apresentou, por exemplo, uma lista com espécies vegetais da família Labiatae do PNI.
Dentre as espécies, estava Salvia itatiaiensis (Figura 6), descoberta e nomeada por Per Karl
Hjalmar Dusén (1855-1926), um botânico sueco que coletou mais de 70 mil exemplares de
plantas, muitas das quais encontradas em herbários do Rio de Janeiro e Curitiba (ANDER-
BERG, 2014). Brade também publicou um estudo sobre orquídeas do gênero Habernaria, do
Itatiaia (Brade, 1951). Neste trabalho, ele mencionou a polêmica entre botânico alemão Frie-
drich Richard Rudolf Schlechter (1872-1925) e Hoehne, em que este último considerou duvi-
dosas as espécies identificadas pelo primeiro, para o gênero Habernaria. Porém, a própria
classificação de Hoehne também foi considerada duvidosa. Tentando explicar a confusão,
Brade (1951, p. 8) comentou: Modificaçôes do ambiente causam, naturalmente, alterações no desenvolvi-mento das plantas. Individuos de uma mesma espécie, prejudicados por bruscas modificações do ambiente, mostram, às vezes, certas alterações no hábito, dando a impressão de espécies distintas.
Figura 6: Salvia itatiaiensis, uma espécie endêmica de Itatiaia. Fonte: Brade (1945).
Trabalhos desenvolvidos nesta época também foram para o periódico Memórias do
Instituto Oswaldo Cruz, com certa ênfase em estudos sobre anfíbios por Rudolph Barth
(1913-1978) e Bertha Lutz. Barth concluiu doutorado em zoologia na Universidade de Bonn
(Alemanha), em 1937, mas também estudou física teórica e meteorologia e se tornou Membro
da Academia Brasileira de Letras. Durante a II Guerra Mundial, após passar pela França e ser
prisioneiro dos ingleses na Dinamarca, veio para o Brasil, Com a esposa e dois filhos, a con-
vite do irmão Hans Barth, que morava no Rio de Janeiro. Ingressou, em março de 1950, no
Instituto Oswaldo Cruz, como bolsista do Ministério da Saúde (Barth e Alvarez, 2012). Em
Itatiaia, coletou e descreveu a larva de Thoropa miliaris (rã-das-pedras), espécie encontrada
nas proximidades de Macieira e da gruta dos andorinhões (Barth, 1956).
Figura 7: Rudolf Barth. Fonte: Barth e Alvarez (2012).
Aclamada na literatura como pioneira do feminismo, Lutz também se especializou
em anfíbios. Identificou, no Itatiaia, a espécie Holoaden bradei, que nomeou em homenagem
a A. Brade. Lutz relata que foi Brade quem encontrou o primeiro exemplar desta espécie, den-
tro de uma bromélia (Lutz, 1958). Estudou também outras espécies no parque, como Hyla
albofrenata (Lutz, 1949). Para a realização destes trabalhos, Lutz aparentemente se hospedava
na casa do diretor do PNI da época, o agrônomo Wanderbilt Duarte de Barros (1916-1997). O
apoio dado por Barros a pesquisadores, como Lutz, foi reconhecido em uma carta atribuída ao
médico veterinário Léo Nascimento, por ocasião do centenário de Barros.
Figura 8: Bertha Lutz. Fonte: http://historiahoje.com/as-brasileiras-e-a-politica/.
Figura 9: Exemplar de Hyla albofrenata, espécie encon-
trada em Itatiaia. Fotografia: G. Lutz (LUTZ, 1948).
Dois anos após a criação do PNI, dois outros parques nacionais foram criados no Bra-
sil: Parque Nacional do Iguaçu (Paraná), e Parque Nacional da Serra dos Órgãos (Rio de Ja-
neiro). Medeiros (2006) comenta que, após isto, a criação de parques nacionais se interrom-
peu por 20 anos, voltando apenas por volta de 1959, contemplando outras áreas além do su-
deste e sul do Brasil, como o norte.
Considerações Finais
Acredito que algumas situações aqui comentadas representam excelentes possibilida-
des de pesquisa histórica. Por exemplo: a ocorrência de áreas que recebiam alguma proteção
por sociedades tradicionais, em tempos remotos, no Brasil; a prática de caça por autoridades
brasileiras nos períodos colonial e imperial; uma revisão sobre a presença indígena no interior
e entorno do PNY, na época de sua criação; uma análise histórica de imagens sobre o PNY,
em artigos publicados na época de sua criação (há muitos artigos científicos disponíveis em
PDF, por exemplo, embora restritos); a continuação deste estudo incluirá a análise da criação
de parques nacionais pioneiros em outros países, como Canadá, México, Colômbia, etc.; as
influências diretas de intelectuais e políticos estadunidenses no trabalho de intelectuais e polí-
ticos do/no Brasil; as pesquisas científicas desenvolvidas em Itatiaia, nos anos imediatamente
antes e após a criação do parque (quem eram estes pesquisadores? de onde vieram? quais suas
motivações? que tipos de estudos eram mais frequentes? Havia uma predominância de estu-
dos sobre algum tipo de organismo em si, como plantas e animais?); regaste histórico de ilus-
trações publicadas em artigos sobre levantamentos de flora e fauna em Itatiaia.
Nesse texto, descrevi aspectos históricos que antecederam a criação de alguns dos
primeiros parques nacionais da América. Apesar de, nos tempos atuais, principalmente a mí-
dia supervalorizar os aspectos estéticos destes parques para fins turísticos, observei que os
documentos analisados da época raramente se referiam a estes aspectos estéticos. Em todos os
casos (EUA, Argentina, Brasil), a criação de parques nacionais se antecedeu de intensas e
duradouras discussões ambientalistas que envolviam, além dos aspectos estéticos, questões
econômicas, científicas e simplesmente a valorização da natureza em si. Ao contrário de con-
siderações mais reducionistas, não se tratou apenas de uma moda lançada nos EUA. Os par-
ques nacionais eram vistos como estratégias que atendiam a várias necessidades no território
brasileiro.
Referências
ANDERBERG, A. Per Karl Hjalmar Dusén. Estocolmo: Naturhistoriska Riksmuseet, 2014.
Disponível em:
<http://www.nrm.se/english/researchandcollections/botany/botanicalhistory/perkarlhjalmardu
sen.13417_en.html> Acesso: 15 abr. 2016.
Barth, R. Observações anatômicas sobre a larva de Thoropa miliaris (Amphibia, Leptodac-
tylidae). Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, n. 54, p. 489-497, 1956.
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