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Primeiros passos para exportar – por Zilda Mendes da loja Ziza Artesã 12/09/2011 Sabemos que não é recente o interesse que o artesanato brasileiro desperta no exterior. Não só pela arte que cada região brasileira oferece, mas também pela qualidade e criatividade dos artesãos que se dedicam a pesquisar e manter as tradições regionais, retratando em cada peça a alegria e a espontaneidade do povo brasileiro. A procura pelo artesanato brasileiro em outros países está dando a oportunidade de expandirmos as nossas vendas em outros mercados e, consequentemente, aumentar nosso faturamento, mas sabe-se que muitos artesãos ainda têm receio de fazer negócios no mercado externo e, quando se deparam com uma consulta ou pedido, não sabem como agir e acabam desistindo do negócio. É certo que hoje temos facilidades para exportar nossos produtos, mas é importante atentarmos ao fato de que devemos obrigatoriamente observar e cumprir os trâmites legais que constam dos normativos de exportação da SECEX – Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O normativo para exportação que está em vigor atualmente é a Portaria nº 23, de 14.07.2011, que consolidou todas as portarias anteriores e facilitou as nossas consultas aos procedimentos de exportação, de acordo com as características de cada produto, o tipo de exportação que pretendemos fazer e até mesmo informando quais os países onde há restrições para se negociar. As operações de exportação envolvem inúmeras questões, desde como negociar com o nosso cliente em potencial no exterior, qual é o preço que devemos praticar no mercado externo, quais são os tratamentos administrativos para exportar, como fazer para receber o valor em moeda estrangeira fruto da venda no exterior, entre outros. Destaco neste texto um dos pontos que acho importante que o artesão saiba: os tipos de exportação, pois, ao conhecê-los, saberemos quais as possibilidades para colocar nossos produtos no mercado externo e assim nos tornamos internacionais. Há diversos tipos de exportação: as exportações com cobertura cambial, que são aquelas em que vendemos uma mercadoria e recebemos um determinado valor de nosso cliente no exterior. Estas exportações se dividem em “Exportação Normal”, “Exportação Financiada”, “Exportação Simplificada” e “Exportação Via Postal”. Outro tipo são as exportações sem cobertura cambial, em que enviamos uma mercadoria para o exterior, mas não a estamos vendendo. Esta mercadoria pode ser enviada como uma doação, como amostra ou, ainda, para participar de uma feira ou exposição no exterior, mas que, dentro de um período permitido pelas normas brasileiras, entre outras razões, deverá retornará ao Brasil. Há ainda a possibilidade de fazermos uma exportação em consignação, ou seja, se o nosso produto for vendido, receberemos o valor da venda, se ele não for vendido, deverá retornar ao país dentro de um período determinado pelas normas em vigor. Para exportar artesanato, uma das opções, devido às características dos produtos, valor e até mesmo a aceitação do país importador, é a “Exportação Via Postal”, feita pelo ECT – Empresa de Correios e Telégrafos, chamada “Exporta Fácil”. A facilidade do “ExportaFácil” é que o artesão não precisa ser credenciado junto à Receita Federal do Brasil para ter acesso ao Siscomex – Sistema Integrado de Comércio Exterior, para registrar suas vendas no mercado externo. No “Exporta Fácil”, quem faz este registro é a própria empresa de

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Primeiros passos para exportar – por Zilda Mendes da loja Ziza Artesã

12/09/2011

Sabemos que não é recente o interesse que o artesanato brasileiro desperta no exterior. Não só pela arte que cada região brasileira oferece, mas também pela qualidade e criatividade dos artesãos que se dedicam a pesquisar e manter as tradições regionais, retratando em cada peça a alegria e a espontaneidade do povo brasileiro.

A procura pelo artesanato brasileiro em outros países está dando a oportunidade de expandirmos as nossas vendas em outros mercados e, consequentemente, aumentar nosso faturamento, mas sabe-se que muitos artesãos ainda têm receio de fazer negócios no mercado externo e, quando se deparam com uma consulta ou pedido, não sabem como agir e acabam desistindo do negócio. É certo que hoje temos facilidades para exportar nossos produtos, mas é importante atentarmos ao fato de que devemos obrigatoriamente observar e cumprir os trâmites legais que constam dos normativos de exportação da SECEX – Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O normativo para exportação que está em vigor atualmente é a Portaria nº 23, de 14.07.2011, que consolidou todas as portarias anteriores e facilitou as nossas consultas aos procedimentos de exportação, de acordo com as características de cada produto, o tipo de exportação que pretendemos fazer e até mesmo informando quais os países onde há restrições para se negociar.

As operações de exportação envolvem inúmeras questões, desde como negociar com o nosso cliente em potencial no exterior, qual é o preço que devemos praticar no mercado externo, quais são os tratamentos administrativos para exportar, como fazer para receber o valor em moeda estrangeira fruto da venda no exterior, entre outros. Destaco neste texto um dos pontos que acho importante que o artesão saiba: os tipos de exportação, pois, ao conhecê-los, saberemos quais as possibilidades para colocar nossos produtos no mercado externo e assim nos tornamos internacionais.

Há diversos tipos de exportação: as exportações com cobertura cambial, que são aquelas em que vendemos uma mercadoria e recebemos um determinado valor de nosso cliente no exterior. Estas exportações se dividem em “Exportação Normal”, “Exportação Financiada”, “Exportação Simplificada” e “Exportação Via Postal”. Outro tipo são as exportações sem cobertura cambial, em que enviamos uma mercadoria para o exterior, mas não a estamos vendendo. Esta mercadoria pode ser enviada como uma doação, como amostra ou, ainda, para participar de uma feira ou exposição no exterior, mas que, dentro de um período permitido pelas normas brasileiras, entre outras razões, deverá retornará ao Brasil. Há ainda a possibilidade de fazermos uma exportação em consignação, ou seja, se o nosso produto for vendido, receberemos o valor da venda, se ele não for vendido, deverá retornar ao país dentro de um período determinado pelas normas em vigor.

Para exportar artesanato, uma das opções, devido às características dos produtos, valor e até mesmo a aceitação do país importador, é a “Exportação Via Postal”, feita pelo ECT – Empresa de Correios e Telégrafos, chamada “Exporta Fácil”. A facilidade do “ExportaFácil” é que o artesão não precisa ser credenciado junto à Receita Federal do Brasil para ter acesso ao Siscomex – Sistema Integrado de Comércio Exterior, para registrar suas vendas no mercado externo. No “Exporta Fácil”, quem faz este registro é a própria empresa de postagem, ou seja, os Correios. O processo é relativamente fácil, mas devemos ficar espertos, porque este tipo de exportação tem algumas restrições, como o limite do valor a ser exportado; algumas mercadorias precisam ter a anuência de instituições controladoras e, ainda, o país importador pode não aceitar que a sua importação seja feita por este canal, somente para citar algumas características deste tipo de exportação.

Não são todos os negócios que fechamos no exterior que podem ser feitos por via postal. Se o que pretendemos exportar não se enquadra nas exigências deste tipo de exportação, devemos, então, operacionalizar o negócio pelo canal mais adequado e com orientação de profissionais qualificados e das instituições preparadas para atender e orientar os exportadores.

Zilda Mendes – Professora mestre universitária e pesquisadora na área de negócios internacionais, que tem o artesanato como uma de suas paixões.

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Convênio busca promover o artesanato brasileiro no exterior

BRASÍLIA - Artesãos brasileiros poderão contar com mais apoio para exportar. Nesta quinta-feira (9) a Associação Brasileira de Exportação de Artesanato (Abexa) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) firmaram convênio, com investimentos previstos em R$ 8 milhões.

O convênio vale por dois anos e a meta é atingir exportações de US$ 3,9 milhões e reunir 1,5 mil exportadores, em 2011.

Até setembro deste ano, as exportações das instituições de artesanatos parceiras da Apex-Brasil chegaram a US$ 2,7 milhões.

A Abexa, formada por quatro instituições de artesanato, foi criada no início de novembro deste ano, com apoio da Apex-Brasil. Para 2013, a expectativa é que a Abexa tenha pelo menos 27 instituições associadas, uma de cada estado.

O diretor de Negócios da Apex-Brasil, Maurício Borges, disse que estratégia é fortalecer a participação do artesanato brasileiro no mercado internacional, por meio da promoção comercial e da participação em feiras e missões.

“A ideia é ter mais foco em alguns mercados-alvo”, disse Borges. Um estudo indicou mercados onde os produtos brasileiros têm maior potencial de venda: Alemanha, Espanha, Portugal, França, Itália e Estados Unidos.

A diretora-geral da Abexa, Tânia Machado, afirmou que a criação da associação tem o objetivo de otimizar recursos e compartilhar conhecimento. “Com a instituição nacional, a experiência vai ser socializada e distribuída para todos.”

http://artesanatosebrae.blogspot.com.br/2010/12/convenio-busca-promover-o-artesanato.html

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-------------------------------------------Uso de material reciclado dá nova feição e valoriza ainda mais as peças

produzidas em Minas

Zulmira Furbino (SEBRAE)

A utilização de material reciclado está ampliando a aceitação do artesanato mineiro no exterior. Produtos feitos à base de fibras de bananeira, palha de milho, metal, cabaças, cones de linha, madeira, papel machê, cascas de café, de arroz e de cebola, sementes em geral e até papel jornal fazem sucesso lá fora, multiplicando as encomendas, abrindo mercados e aumentando os ganhos dos artesãos radicados em Minas que partiram para a atividade exportadora.

As portas do mercado externo estão abertas, por exemplo, para bolsas fabricadas com papel jornal, miniaturas de casarões e fruteiras de fibras de bananeira, flores de metal, bio jóias (bijuterias fabricadas com sementes), nas quais são utilizadas cascas de café, esculturas e garrafas de madeira reaproveitada, além de bonecas de cabaça e papel marchê, entre outras criações dos artesãos mineiros.

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Segundo dados do Instituto Centro Cape-Mãos de Minas, principal responsável pela inclusão dos artesãos mineiros na rota da exportação, as vendas internacionais de produtos artesanais passaram de US$ 10 mil em 2001 para US$ 650 mil em 2006, um salto de 550%. Se o faturamento com vendas a compradores internacionais obtido na Feira Nacional de Artesanato, realizada no Expominas no final do ano passado, for incluído nessa conta, a receita dos artesãos com exportações em 2006 salta para US$ 1,2 milhão. Não se pode dizer ao certo qual é a participação do artesanato feito com material reciclado nesse universo, mas o mercado externo privilegia trabalhos feitos com matérias-primas ambientalmente corretas. Do total de peças exportadas pelo Mãos de Minas, mais de 50% são feitas com material desse tipo.

Em janeiro deste ano, Tânia Machado levou para a Gift Fair de Nova York produtos de 32 artesãos mineiros, dos quais 27 conseguiram emplacar vendas no mercado americano. “A maior parte trabalha com material reciclado, que é também muito valorizado nos países da Europa”, explica. Exemplos de pequenas empresas comandadas por artesãos ou de associações que trabalham com material reciclado que descobriram no mercado internacional uma nova maneira de valorizar o seu trabalho não faltam no estado.

madeira. Leonardo Bueno, artista plástico e artesão radicado em Maria da Fé, no Sul de Minas, está finalizando o embarque de peças como móveis, garrafas, bolas e castiçais fabricados com madeira reaproveitada para a Inglaterra e os Estados Unidos. A madeira utilizada como matéria-prima para a confecção dos produtos é comprada, entre outras fontes, de uma empresa alemã que exporta para o Brasil peças para motores e fiação para automóveis. “A madeira chega ao Brasil na forma de pallets, grandes engradados de madeira utilizados para o transporte das peças”, explica a empresária do artista, Cida Soares. Para garantir o fornecimento de mão-de-obra, eles também tentam fechar um acordo com a Prefeitura de São Paulo no sentido de comprar a madeira de árvores caídas da cidade.

O artista está enviando nos contêineres cinco bancos e peças de decoração. São oito bolas de madeiras em dois tamanhos diferentes e outras consideradas “gigantes”. Isso sem contar 250 garrafas do mesmo material que foram exportadas para a Holanda no início de fevereiro. Nos meses de janeiro e fevereiro, 50% da produção do ateliê tem como destino a exportação.Até o fim do ano a idéia é ampliar a participação do mercado externo nesse bolo.

Outra que aposta nas vendas externas é a Missão Rama crisma, uma organização não-governamental que reúne 34 artesãos da periferia de Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. “Só ontem (quinta-feira) foram embarcadas 320 bolsas feitas de jornal rumo aos Estados Unidos. Para a Alemanha, vendemos 80 peças. Por enquanto, a exportação representa 20% da nossa produção, mas até o fim do ano essa participação deverá chegar a 40%”, explica a superintendente da Missão Ramacrisma, Solange Bottaro.

Exportação gera mais faturamento

O que anima os artesãos mineiros a apostarem no mercado internacional são fatores como a conquista de novos mercados, a valorização dos produtos dentro do próprio mercado interno e os ganhos com o aumento do volume de vendas e com a produção em maior escala. De acordo com a presidente do Instituto Centro Cape-Mãos de Minas, Tânia Machado, a exportação também leva aos artesãos facilidades no acesso a matérias-primas. “Quem exporta compra mais e fatura mais”, afirma.

Pesquisa encomendada pela instituição mostra que, nos últimos seis meses, os gastos médios com matéria-prima entre os artesãos que não exportam foram de R$ 3,5 mil contra R$ 4 mil entre os que já partiram para as vendas internacionais. Por outro lado, os que exportam faturaram, no período, R$ 12 mil contra R$ 8,5 mil entre os que só vendem para o mercado interno.

Receita. “Isso mostra que a receita gerada com a exportação é 41% superior à obtida com as vendas internas”, observa Tânia Machado. O número de empregos gerados entre os exportadores também é maior. São 5,3 em média entre os que restringem sua atividade ao mercado interno e 7 entre os que vendem ao exterior.

A Bonecas do Brasil, em Divinópolis, especializada na fabricação de bonecas de cabaça e de cones de linha reciclados teve sua primeira encomenda internacional de 2007, num total de

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600 bonecas, realizada pela Itália. Outro pedido, que está sendo finalizado nesta semana, enviará mais 120 peças para aquele país. “Em 2007, pelo menos por enquanto, 100% da nossa produção foi destinada ao mercado externo”, conta a artesã Stela Mares Rachid Morais. No ano passado, ela fabricou 1,8 mil bonecas ao mês, das quais 40% foram destinadas a mercados como França, Inglaterra, Portugal, Espanha, Itália, Alemanha e Estados Unidos.

“Acredito que o exportador ganha na quantidade vendida e com a divulgação do seu produto no mercado interno. Por isso, não deixamos de atender a nossos compradores no Brasil. Começamos a exportar há quatro anos, mas continuamos fornecendo para cerca de 70 lojas em todo o território nacional”, diz. Stela Mares conta que está fechando negócio com uma empresa alemã para a produção de outras 1,6 mil bonecas. “Se tudo der certo, vamos ter outros três meses ocupados com a exportação. Por isso, as encomendas nacionais serão pontuais”, explica.

Tânia Machado conta que custou trabalho emplacar o artesanato mineiro lá fora. “Quando começamos a procurar as embaixadas brasileiras na Europa e nos Estados Unidos, a desconfiança era muito grande. Levou tempo mostrar que nossa aposta era transformar os produtos em objetos de desejo”, explica. Mesmo assim, segundo ela, a recomendação aos artesãos mineiros é que eles devem centrar esforços na exportação, mas não podem se esquecer do mercado interno. “O risco é muito grande”, justifica.

Preço da peça lá fora chega a valorizar-se 550%

Os produtos artesanais mineiros são comercializados nas melhores lojas dos Estados Unidos e da Europa, onde chegam a custar até 550% mais caro do que em território nacional. De acordo com o Centro Cape-Mãos de Minas, miniaturas de fachadas de casarões feitos com fibra de bananeira, que são comercializados a R$ 15 no Brasil, são encontrados a US$ 25 em lojas dos Estados Unidos. Mas também há espaço para o artesanato confeccionado com matérias-primas tradicionais, como a pedra sabão. Uma panela que custa R$ 50 na região de Ouro Preto é vendida por nada menos do que US$ 420 no Soho, requintada região de Nova York onde se concentram galerias, lojas e butiques famosas.

Para a presidente do Centro Cape-Mãos de Minas, Tânia Machado, um dos desafios para a exportação do artesanato mineiro.

Pessoa Física pode exportar?

http://www.mundosebrae.com.br/2010/02/pessoa-fisica-pode-exportar/

No caso de pessoa física, existem duas situações em que se pode exportar:

1ª. Exportando mercadorias em quantidades que não caracterizem prática de comércio e não se configure habitualidade.

2ª Poderá exportar mercadorias em quantidades que se revelem práticas de comércio, habitual ou não, quando for:

Agricultor ou pecuarista, cujo imóvel rural esteja cadastrado no Incra; ou

Artesão, artista ou assemelhado, registrado como profissional autônomo.

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Correios ECT

O que é o Exporta Fácil?O Exporta Fácil é um conjunto de serviços dos Correios que oferece facilidades para empresas e pessoas físicas (artesãos, agricultores, etc.) que desejam exportar seus produtos de maneira mais simples.

Como o Exporta Fácil funciona?Você contrata a logística postal de sua mercadoria até o país de destino e os Correios cuidam por você do registro da operação no Sistema de Comércio Exterior - SISCOMEX da Receita Federal. Tudo sem

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custos adicionais ou burocracia. Quem exporta pelo Exporta Fácil não precisa obter antecipadamente o registro de Importador/Exportador, nem aguardar a emissão da Declaração Simplificada de Exportação.

Como usar o Exporta Fácil?É simples. Basta seguir alguns passos:

1. Procure uma das nossas Agências. Os Correios estão em todo o Brasil, assim você pode exportar de qualquer cidade brasileira.

2. Preencha o formulário único de postagem do serviço (AWB). Ele é auto-explicativo. Mas se preferir, você pode fazer o preenchimento, com toda a comodidade, pela Internet e já apresentar o formulário pronto

3. Faça a postagem na agência. Quem tem um contrato com os Correios, pode usar o serviço Disque Coleta (* 3003-0100 - Destinado a capitais, regiões metropolitanas e cidades - sedes de DDD; * 0800 725 7282 - Vale para todas as demais localidades brasileiras que não têm tecnologia para serem atendidas pelo 3003)

A partir daí, nós seremos responsáveis pelo seu produto.

Outras características do Exporta Fácil:

Além de mercadorias, você também pode enviar amostras ou documentos. Os Correios dispõem de ótimas soluções para o envio de documentos, especialmente aqueles inerentes ao processo exportador.

Cada remessa pode ter valor máximo de USD 50.000,00 (cinquenta mil dólares) em mercadorias.

Cada pacote pode pesar até 30 quilos, conforme a modalidade de serviço escolhida. Sua exportação já conta com um seguro automático gratuito, mas você pode contratar um

seguro opcional quando sua mercadoria tiver valor agregado acima do seguro automático gratuito.

Clientes com contrato ganham prazo no pagamento da postagem.

Qual é o prazo de entrega do Exporta Fácil?São cinco modalidades de serviço para você escolher conforme a urgência da sua exportação. Nossos prazos têm como referência as principais cidades do mundo e variam de acordo com a origem e o destino das remessas:

Sedex Mundi– prazo de entrega garantido: 1, 2, 3 ou 4 dias úteis; Expressa (EMS) – prazo de entrega estimado: de 3 a 7 dias úteis; Mercadoria Econômica – prazo de entrega estimado: de 14 a 30 dias úteis; Leve Prioritária – prazo de entrega estimado: de 4 a 13 dias úteis; Leve Econômica - prazo de entrega estimado: de 14 a 30 dias úteis;

Os prazos variam de acordo com a origem e o destino das remessas.

Para saber mais sobre os prazos, clique aqui.

Definições Importantes:

Documento: Consideram-se documentos as mensagens, os textos, informações ou dados de natureza pessoal ou jurídica, sem valor comercial, gravados em papéis ou meio físico magnético, eletromagnético ou ótico, bem como revistas, jornais, livros e assemelhados. Atenção!Programas de computador (softwares) não são considerados documentos.

Mercadoria: Consideram-se mercadorias as amostras de mercadorias e as mercadorias de exportação destinadas à revenda.

Amostras de mercadorias: são os fragmentos ou partes de qualquer mercadoria, em quantidade estritamente necessária para dar a conhecer a sua natureza, espécie e qualidade.1

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Mercadorias para Venda: são remessas compostas de bens destinados à operação de venda, para as quais é obrigatória a emissão da DSE – Declaração Simplificada de Exportação.

______________________________1 Conforme normatizado pela Secretaria da Receita Federal, mercadorias sem registro de exportação são classificados como "Presentes e Amostras até USD 1.000,00"; mercadorias com registro de exportação são classificados como "Mercadorias para Venda, Presentes e Amostras acima de USD 1.000,00".

http://www.correios.com.br/exportafacil/cfm/centro_comous.cfm

O artesanato brasileiro chega às lojas da Europa http://pegntv.globo.com/Pegn/0,6993,LIR170110-5027,00.html

Todo turista estrangeiro se encanta com o artesanato do Brasil. Apesar disso, é difícil para os artesãos venderem suas peças no mercado externo. Duas empresas que se especializaram em exportar produtos feitos a mão para a Europa ensinam o caminho das pedras. A casa fica em uma rua de terra batida, cercada por árvores. No quintal, a natureza se transforma em cerâmica. No ateliê, os artesãos modelam vasos e jarras em argila. Francisco Ribeiro e sua mulher Solange Munhoz fazem 200 peças por mês. Trabalham juntos desde 1994.

O casal começou a produzir peças em cerâmica para montar bijuterias. Alguns meses depois, descobriram que tinham habilidade também para moldar vasos. O jarro e a moringa foram feitos por eles há nove anos. Na época, os dois vendiam apenas para lojas de artesanato em São Paulo. Hoje, exportam para a França, Itália, Alemanha e Estados Unidos.

- Era um sonho, eu comprava revista estrangeira e ficava sonhando. Eu queria ver a minha foto lá. Pelo menos, a dos vasos, conta Solange Munhoz.

Quem transformou o sonho em realidade foi o empresário Axel de Torsiac, dono de uma exportadora de artesanato. Ele compra as peças de 20 artesãos de vários lugares do país e vende para lojas na Europa e Estados Unidos. A sua maior preocupação é selecionar as peças de acordo com o gosto do público. Ele visita regularmente os ateliês. Sempre que pode, acompanha a abertura do forno.

- É extremamente importante trocar informações com eles, para ver as necessidades dos nossos lojistas lá fora, para ver se ele quer um vaso, as tendências de cor, as tendências de formato, diz Axel de Torsiac.

As cerâmicas de Francisco e Solange ficam expostas em um show room, onde atende também lojistas brasileiros. Axel só trabalha com fornecedores que tenham empresa e emitam nota fiscal. Segundo ele, isso facilita o cumprimento dos prazos determinados pelos compradores estrangeiros.

- Quando se tem uma peça, um cliente no Japão, Estados Unidos, Europa que pede uma peça você tem que colocar um prazo de entrega. Muitas vezes, o artista pequeno não tem capacidade de entregar em 30 dias, explica Axel.

Outra preocupação é a qualidade. O empresário avalia todas as possibilidades de perda da mercadoria.

Os produtos são enviados por avião ou navio. Na França, o empresário alugou um galpão para receber e distribuir as peças. Lá, um funcionário cuida da logística.

- Dependendo do prazo, dependendo da urgência do nosso cliente, eu apresento um mostruário, por exemplo, via aéreo, para o cliente poder receber em dois dias. Depois, eu mando via contêiner porque entre a fabricação e a entrega nos países, demora mais ou menos 60 dias, diz o empresário Axel de Torsiac.

Outra forma de exportar artesanato foi criada pela dona de uma loja, Giada Ruspolli, há seis anos. Ela manda as peças para um distribuidor italiano e recebe 20% de comissão dos artesãos. Em troca, oferece consultoria com designers e se encarrega da papelada para a exportação.

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- Os produtos com que eu trabalho estão competindo com as mais sofisticadas empresas do mundo. Hoje precisamos sofisticar. Acho que o designer tem a capacidade e o brasileiro tem uma criatividade maravilhosa, fala Giada.

- Num produto como o tecido feito à mão, você põe novos materiais. Dá a possibilidade de estar fazendo uma coisa mais limpa, sem muita informação, diz Heloisa Diniz, designer.

Lúcia Coimbra coordena o trabalho de 70 artesãos na confecção de mantas e tapetes em Muzambinho, Minas Gerais. Os produtos, que eram vendidos em lojas do Brasil, agora também vão para o exterior. As primeiras remessas foram feitas com a ajuda de Giada.

- Depois da exportação tradicional feita através dela, a gente conseguiu exportar através do Exporta Fácil do Correio, que devido ao tipo de produto que eu tenho, coube certinho nas embalagens do Correio e facilitou a desburocratização, conta a artesã Lúcia Coimbra.

Segundo a empresária, participar de feiras na Europa e Estados Unidos é fundamental para divulgar os produtos e manter contato com futuros compradores. O investimento é alto: em média U$ 40 mil por evento.

- Não só para se estabelecer. Precisa ter um segmento, um ritmo constante para participar porque a entrada no mercado é lenta, diz a empresária Giada.CONTATOS DAS EMPRESAS MOSTRADAS NA REPORTAGEM

ATELIÊ DE CERÂMICA

Tel: (11) 4538-3099

[email protected]

Contato: Francisco Ribeiro

BOULEVARD BRASIL – COMPRA E EXPORTA ARTESANATO

Tel: (11) 3813-5451

[email protected]

Endereço: Rua Morato Coelho, 1457 – Vila Madalena - CEP: 05417-012 – São Paulo – SPContato: Axel de Torsiac

LOJA VELAS AO VENTO – AJUDA O ARTESÃO A DESENVOLVER DESIGN PARA EXPORTAR

[email protected]

http://www.transformarte.art.br

Endereço: Rua da Mata, 195 – Itaim Bibi - CEP: 05431-020 – São Paulo – SP Tel: (11) 3079-055Contato: Giada Ruspoli

LUCIA COSTA – TECELAGEM MANUAL

Tels: (35) 3571-1536 / (35) 3571-4006

[email protected]

http://www.viaroca.com.br

Contato: Lúcia Costa

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Dicas Exportação - http://www.desenvolvimento.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=5&menu=296

ALTERAÇÕES NAS DICAS DE EXPORTAÇÃO, TENDO EM VISTA IN RFB 1288/12

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1. Não tenho empresa registrada. Posso exportar?Para exportar, as empresas devem estar cadastradas no REI - Registro de Exportadores e Importadores da Secretaria de Comércio Exterior. A pessoa física somente poderá exportar mercadorias em quantidades que não revelem prática de comércio e desde que não se configure habitualidade. Excetuam-se a estas restrições os casos a seguir, desde que o interessado comprove junto a SECEX, tratar-se de:I - agricultor ou pecuarista cujo imóvel rural esteja cadastrado no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA);II - artesão, artista ou assemelhado registrado como profissional autônomo; ouIII - exportações via remessa postal, com ou sem expectativa de recebimento, exceto donativos, até o limite de US$ 50.000,00 (cinquenta mil dólares dos Estados Unidos) ou o equivalente em outra moeda, respeitando-se as exceções definidas nos incisos do artigo 10 da Portaria SECEX nº 23, de 14/07/11 (artigo 183).Com relação à habilitação para operação no Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex) e credenciamento de representantes, sugerimos consulta à Instrução Normativa SRF nº. 1.288, de 31 de agosto de 2012:

http://www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/Ins/2012/in12882012.htm

2. Como faço para exportar meu produto?As normas de EXPORTAÇÃO estão na Consolidação na Portaria SECEX nº 23, de 14/07/11 (Capítulo IV - Tratamento Administrativo das Exportações). No Anexo XVII encontram-se os produtos sujeitos a procedimentos especiais. Na relação dos produtos sujeitos à anuência prévia na exportação, pode-se pesquisar, pelo código do produto (NCM), se há anuência de algum órgão na exportação de seu interesse.

Sugerimos também acessar os seguintes sites:http://www.comexbrasil.gov.br/ e http://www.aprendendoaexportar.gov.br/inicial/index.htm

Para identificar oportunidades comerciais, acesse o RADAR COMERCIAL:http://radar.desenvolvimento.gov.br/radar/index.phpAcesse a página de comércio exterior do país de seu interesse no link:http://www.desenvolvimento.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=5&menu=409Acesse a coleção “Como Exportar”, em "Publicações", no link: http://www.braziltradenet.gov.br

3. Where can I find the brazilian´s export regulations?The export regulations of Brazil can be found at Portaria SECEX nº 23, de 14/07/11 – Chapter IV – Exports.The products that the export license is necessary are in the following listhttp://www.desenvolvimento.gov.br/arquivos/dwnl_1242910611.pdf

4. É permitida a exportação de material usado?Para realizar exportação de material usado, faz-se necessário observar o artigo 255 da Portaria SECEX nº 23, de 14/07/11: "O material usado e a mercadoria nacionalizada poderão ser objeto de exportação observadas as normas gerais constantes desta Portaria".Faz-se necessário, também, conhecer as normas do país importador, ou seja, se aquele país aceita comprar esse tipo de mercadoria usada. Verifique as páginas de comércio exterior do país de seu interesse:http://www.desenvolvimento.gov.br/portalmdic/sitio/interna/interna.php?area=5&menu=405

5. Quero divulgar meu produto no exterior. Como faço para enviar uma amostra?O Anexo XV da Portaria SECEX nº 23, de 14/07/11, relaciona as remessas ao exterior que estão dispensadas de preenchimento de Registro de Exportação (RE), bastando o preenchimento de DSE. Nesse caso, sugerimos consulta à Instrução Normativa SRF nº 611, de 18 de janeiro de 2006, que dispõe sobre a utilização de declaração simplificada na importação e exportação (DSE e DSI):http://www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/ins/2006/in6112006.htm.No caso de operação para as quais não possa ser utilizada DSE, pelo limite de valor estipulado na IN SRF

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nº. 611/06, o exportador deverá preencher o RE com o código de enquadramento 99101, conforme instruções constantes na Notícia Siscomex 0036, de 27/08/08, transcrita abaixo:A PARTIR DE 28.08.08, OS REGISTROS DE EXPORTAÇÃO (RE) EMITIDOS NO SISCOMEX COM CÓDIGO DE ENQUADRAMENTO 99101 (S/COBERTURA-MERCADORIA PARA FINS DE DIVULGAÇÃO COMERCIAL E TESTES NO EXTERIOR) DEVERÃO SER REGISTRADOS COM A NCM REAL DO PRODUTO NO CAMPO 10 DO RE.O DECEX INFORMA QUE, TENDO EM VISTA A ALTERAÇÃO DOS VALORES MÁXIMOS PERMITIDOS NAS DECLARAÇÕES SIMPLIFICADAS DE EXPORTAÇÃO (DSE), PELA IN RFB 846/08, AS OPERAÇÕES DE ATÉ 50 MIL DÓLARES OU MOEDA EQUIVALENTE, COM OU SEM COBERTURA CAMBIAL, QUE NÃO NECESSITEM DE ANUÊNCIA PRÉVIA EM FUNÇÃO DA MERCADORIA, DEVEM SER REGISTRADAS, PREFERENCIALMENTE, COMO DSE.SECRETARIA DE COMÉRCIO EXTERIORDEPARTAMENTO DE OPERAÇÕES DE COMÉRCIO EXTERIOR.Observar que para os produtos enviados ao exterior como divulgação da marca da empresa, tais como banners, camisetas, bonés, chaveiros, canetas, etc., não se caracterizam como amostra e estão DISPENSADOS DE RE. Caso haja necessidade de anuência de algum órgão governamental, deverá ser emitido RE com enquadramento 99199. "Amostras", sem valor comercial, são produtos que:- não podem ser comercializados;- apresentam-se em quantidade estritamente necessária para dar a conhecer sua natureza, espécie e qualidade;- destinam-se exclusivamente para promoção de produtos brasileiros no exterior, com vistas a exportações futuras, com expectativa de pagamento.

6. Meu Registro de Exportação (RE) ficou "pendente de efetivação". Qual o prazo?De acordo com o Art. 187 da Portaria SECEX nº 23, de 14/07/11, os Registros de Exportação (RE) serão efetivados no prazo máximo de 30 dias corridos, contados a partir da data de seu registro no Siscomex, desde que apresentado de forma adequada e completa. Solicitamos aos exportadores que acompanhem o andamento do processo de análise pelo próprio sistema.

Se o RE foi emitido no Novoex, a empresa deverá acompanhar na aba 9 de "acompanhamento da situação". Se foi emitido no Sisbacen, no campo 26 do RE.

7. Com base em qual diploma legal foi estabelecido o prazo de 30 dias para análise de RE?O estabelecimento do prazo máximo contido na Portaria SECEX nº 23, de 14/07/11, Art. 187, nada mais é do que a publicidade do prazo constante da Lei do Processo Administrativo (Lei nº. 9.784/99). No entanto, mais de 95% das efetivações de RE são realizadas instantaneamente.

8. Como faço para saber em qual órgão anuente o meu RE ficou pendente?Basta verificar a mensagem que consta na anuência. Quando a mensagem se referir à estatística ("Centralizado no DEPLA para verificação estatística"), entrar em contato nos telefones (61) 2027-7274, 2027-8277 ou 2027-7352.

Se o RE foi emitido no Novoex, a empresa deverá verificar o órgão anuente na aba 9 de "acompanhamento da situação".

9. Solicitei uma alteração no meu RE após averbação. Como faço para saber em qual órgão está pendente?O exportador deverá seguir os procedimentos da Notícia Siscomex nº. 14, de 15/03/02. O procedimento para consulta por órgão é o seguinte:- Opção 12 (tecla enter);- Evento 02, colocar o CNPJ do exportador, sem apor nº de RE (tecla enter);- Aparecerá na tela todos os REs pendentes de alteração deste CNPJ;- Colocar a letra O (órgão) do lado esquerdo do número RE pretendido;- Aparecerá o órgão onde o RE em alteração está pendente.

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Se o RE foi emitido no Novoex, a empresa deverá acompanhar na aba 8 de "acompanhamento da situação", qual o órgão anuente e a situação em que se encontra.

10. Como faço para obter informações sobre propostas de alteração de RE cuja análise consta no sistema como sendo do DECEX?As informações sobre alteração de RE averbado estão no link abaixo:http://www.desenvolvimento.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=5&menu=1828&refr=245No caso das propostas de alteração cuja alçada corresponde ao DECEX, são de alçada exclusiva deste órgão apenas as seguintes situações (independente de o RE ter sido emitido no Sisbacen ou no Novoex):a) vinculação de AC em RE: excepcionalidades permitidas pelos normativos, incisos I a III do artigo 147 da Portaria SECEX nº. 23, de 14/07/11;b) alteração de número de AC no RE: conforme § 4º do artigo 147 da Portaria SECEX nº. 23, de 14/07/11 (deve ser aberto processo administrativo nos moldes da Lei nº 9.784/99);c) prorrogação de validade de RE, comissão de agente acima do permitido; ed) todas as propostas de alteração de RE com enquadramento 80200, 80300, 80113 ou 81301 e aqueles sem expectativa de pagamento (códigos iniciados com “9”).Para as demais situações a atribuição foi delegada ao Banco do Brasil, tendo em vista o convênio estabelecido entre o Banco do Brasil e este MDIC. Além disso, são também de alçada do Banco do Brasil os pedidos de rejeição, por parte do exportador, independente do enquadramento, NCM e tipo de alteração. Veja também o que consta na Notícia Siscomex 0002, de 22/01/10.

Nos casos de propostas de alteração de RE que envolvam as situações de "a" a "d" podem ser enviadas mensagens eletrônicas para [email protected], se a proposta estiver pendente no sistema há mais de 30 dias.

Se o RE foi emitido no Novoex, a empresa deverá acompanhar na aba de "acompanhamento da situação", qual o órgão anuente e a situação em que se encontra, seguindo a mesma orientação acima, com relação às alterações delegadas ao Banco do Brasil.

Veja também a Notícia Siscomex 0041, de 20/07/12, sobre descontos de exportação, cuja alçada de análise passou a ser do Banco do Brasil.

11. Gostaria de conceder um desconto ao meu cliente no exterior. Como faço?O procedimento que é adotado, quando o exportador precisa regularizar processo de exportação, consta no artigo 246 da Portaria SECEX nº. 23, de 14/07/11. No caso de ser aposta exigência no RE, o exportador deverá cumpri-la. Todas as explicações sobre a operação devem constar no campo 25 do RE Sisbacen ou no campo "Observação" RE Novoex.Veja também o que diz a Secretaria da Receita Federal (RFB) sobre o tema (questão 13):http://www.receita.fazenda.gov.br/Publico/perguntao/Derex/Perguntasrespostas_Salex_Final.doc

Veja Notícia Siscomex 0041, de 20/07/12, sobre descontos de exportação, cuja alçada de análise passou a ser do Banco do Brasil.

12. Já recebi o pagamento da minha exportação, mas o produto exportado pela minha empresa apresentou problemas e preciso emitir uma Nota de Crédito ao meu cliente. Como faço?Conforme artigo 245 da Portaria SECEX nº 23, de 14/07/11, estão dispensadas as manifestações da Secretaria de Comércio Exterior sobre remessas financeiras ao exterior relacionadas a pagamentos de despesas vinculadas a exportações brasileiras, devidos a não residentes no Brasil, devendo ser observada a regulamentação cambial vigente.Assim, nos casos em que houver necessidade de devolução de divisas ao exterior, o exportador deverá verificar os procedimentos previstos pelo Banco Central do Brasil com relação às transferências financeiras. Sugerimos verificar os normativos cambiais no link para o RMCCI (Regulamento do Mercado de Câmbio e

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Capitais Internacionais):http://www.bcb.gov.br/rex/rmcci/port/rmcci.asp

Veja Notícia Siscomex 0041, de 20/07/12, sobre descontos de exportação, cuja alçada de análise passou a ser do Banco do Brasil.

13. Fiz uma exportação em consignação, como faço para regularizar a operação?A empresa deverá verificar os procedimentos constantes no artigo 203 da Portaria SECEX nº 23, de 14/07/11, e Notícia SISCOMEX 0021/08.a) se o produto foi totalmente vendido, o exportador deverá providenciar proposta de alteração de RE averbado a fim de alterar o código de enquadramento para 80000 e consignar o valor pelo qual a mercadoria foi efetivamente vendida, seja maior, menor ou igual ao valor embarcado.b) se o produto foi vendido parcialmente, o exportador deverá providenciar proposta de alteração de RE averbado a fim de alterar o código de enquadramento para 80000, consignar o valor e a quantidade que foi efetivamente vendida e informar o destino da parcela não vendida. No caso de retorno ao País, informar número da DI no campo 25 do RE Sisbacen ou no campo "Observação" do RE Novoex.c) se o produto retornou integralmente ao País, o exportador deverá providenciar proposta de alteração de RE averbado a fim de alterar o código de enquadramento para 80000 e “zerar” os valores e quantidade no RE. Tendo em vista que o sistema não aceita valor e quantidade zero, a empresa deverá inserir o menor valor possível (exemplo: 0,01) e informar número da DI no campo 25 do RE Sisbacen ou no campo "Observação" do RE Novoex.d) se o retorno do produto ao País tornou-se inviável, o exportador deverá providenciar proposta de alteração de RE averbado a fim de alterar o código de enquadramento para 99199, mantendo os valores e quantidades que permaneceram no exterior. O exportador deverá justificar a permanência dos bens no campo 25 do RE Sisbacen ou no campo "Observação" do RE Novoex e acompanhar a análise do processo pelo sistema.

Veja Notícia Siscomex 0041, de 20/07/12, que trata das análise que são de responsabilidade do DECEX e aqueles cuja alçada de análise cabe ao Banco do Brasil.

14. Preciso substituir uma mercadoria importada que chegou no País com defeito, como faço?Para substituir mercadorias importadas que se revelaram, após o desembaraço aduaneiro, defeituosas ou imprestáveis para o fim a que se destinavam, e que sejam insusceptíveis de conserto, reparo ou restauração a empresa deverá verificar os procedimentos constantes na Portaria MF 150/82, no artigo 15, inciso II, alínea “g” da Portaria SECEX nº 23, de 14/07/11, e Notícia SISCOMEX 46, de 17/09/03.a) nos casos em que a devolução ocorrer ANTES da substituição, deve-se providenciar o seguinte:- Licença de Importação (LI) com regime tributário 6 (Não Incidência) Fundamento 71 (Reposição de mercadoria importada com defeito - Devolução já efetuada), informando na tela de Informações Complementares: “LI vinculada ao RE (informar número RE), reposição de mercadoria ao amparo da Portaria MF 150/82 (informar número da DI), situação prevista no item 2.c.”;- Registro de Exportação (RE) com código de enquadramento 99122, informando no campo 25 do RE Sisbacen ou no campo "Observação" do RE Novoex o número da DI da importação original e da LI de substituição.b) nos casos de devolução POSTERIOR à substituição, deve-se providenciar o seguinte:- Licença de Importação (LI) com regime tributário 5 (Suspensão) e fundamento legal 55 (reposição da mercadoria c/ defeito - devolução a posteriori), informando na tela de Informações Complementares: “LI vinculada ao RE (informar número RE), reposição de mercadoria ao amparo do item 4 da Portaria MF 150/82 (informar número da DI).”;- Registro de Exportação (RE) com código de enquadramento 99122, informando no campo 25 do RE Sisbacen ou no campo "Observação" do RE Novoex o número da DI da importação original e da LI de substituição;- Apresentar autorização da unidade local da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), para que se processe o despacho aduaneiro da mercadoria de reposição antes da devolução ao exterior da mercadoria defeituosa ou informar número do processo na RFB no RE e na LI.c) nos casos da devolução ser INCONVENIENTE a mercadoria defeituosa ou imprestável poderá ser destruída, às expensas do interessado, previamente ao despacho aduaneiro do material de reposição, hipótese

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em que:- O interessado fará inserir na LI a seguinte cláusula: "Reposição de mercadoria que será objeto de destruição, na forma da Portaria MF 150, de 26/07/82.";- Não será emitido RE.Em todos os casos, a emissão da LI e do RE devem ser providenciados em no máximo 180 contados da data do desembaraço aduaneiro da mercadoria a ser restituída. Este prazo poderá ser ampliado somente se a operação for comprovadamente amparada em contrato de garantia.

15. Onde encontro informações sobre pagamento de exportações em reais?No âmbito desta Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) os procedimentos para exportações em reais estão descritos na Notícia Siscomex nº 18, de 14/06/2007, e parágrafo 4º do artigo 184 da Portaria SECEX nº 23, de 14/07/11.

Se a dúvida referir-se ao Sistema de Pagamentos em Moeda Local (SML), sugerimos acessar a página eletrônica do Banco Central do Brasil no link abaixo indicado: http://www.bcb.gov.br/?SML

16. Qual a unidade de medida devo utilizar no preenchimento do campo "quantidade" do campo 24 do Registro de Exportação (RE) vinculado a Drawback?A unidade de medida a ser utilizada é sempre a da NCM. Na dúvida, deve-se consultar a Tabela VIII da Portaria SECEX nº 23, de 14/07/11, no endereço abaixo:http://www.desenvolvimento.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=5&menu=255&refr=245

No caso de RE Novoex o sistema informará a unidade de medida estatística da NCM.

17. Quando fui fazer a vinculação RE/DDE, o sistema “caiu”. Quando consegui acessar novamente verifiquei que o sistema vinculou parte dos sufixos do RE à DDE, mas alguns não foram vinculados, impossibilitando sua utilização no embarque. O que devo fazer?Quando isto acontece não é possível a utilização do RE sem o desbloqueio da vinculação à DDE dos sufixos que ficaram bloqueados. Para não ocorrer a perda do embarque o exportador deverá informar ao DECEX o ocorrido pelo endereço eletrônico: [email protected]

Informar número dos RE e CNPJ do exportador.

Este procedimento somente poderá ser feito para RE emitidos no Sisbacen. No caso de RE emitidos no Novoex encaminhe mensagem ao e-mail [email protected] ou entre em contato com o Serpro pelo telefone 0800-978-2331 ou http://www.serpro.gov.br/servicos/css

18. Fiz uma exportação, mas o Governo do País de destino final não autorizou a remessa das divisas correspondentes. A minha empresa irá assumir o prejuízo, pois a mercadoria não irá regressar, devido aos custos de retorno. O que devo fazer nessa situação para regularizar a operação? Como posso me prevenir para que isso não ocorra novamente?

Para regularizar o RE, veja o que consta na Dica 11 acima. Para se prevenir quanto ao risco de não ser honrado o pagamento da exportação, sugerimos que a empresa se garanta com carta de crédito confirmada e irrevogável por banco de primeira linha, tendo em vista os riscos comerciais e políticos. No caso de exportação financiada, a empresa poderá contratar seguro de crédito.

Veja Notícia Siscomex 0041, de 20/07/12, sobre descontos de exportação, cuja alçada de análise passou a ser do Banco do Brasil.

19. Quais códigos de enquadramento podem ser combinados no mesmo despacho?

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Os Registros de Exportação (RE) podem conter até quatro códigos de enquadramento, que são códigos que definem o tipo de operação. Se com expectativa de recebimento ou não, se com retorno ou não, se há algum outro documento do Siscomex vinculado (RC ou drawback) ou se há alguma característica especial. Com base no enquadramento, o sistema exigirá ou não o preenchimento de determinados campos e fará diversas críticas on-line.

A tabela em anexo contém os códigos de enquadramento e as possibilidades de associação entre RE numa mesma DE, conforme regras definidas pela Secretaria da Receita Federal (RFB) na Notícia Siscomex 0023, de 18/11/10:- Grupo I: Não se misturam entre si e não se misturam a nenhum outro grupo.- Grupo II: Misturam-se entre si e aos grupos III, V, VI e VV. Não se misturam aos grupos I e IV.- Grupo III: Misturam-se aos grupos II, IV, V, VI e VII. Não se misturam ao grupo I.- Grupo IV: Mistura-se aos grupos III e VII. Não se mistura aos grupos I, II, V e VI. A associação do grupo IV com o VII deve ocorrer necessariamente no mesmo RE.- Grupo V: Misturam-se entre si e aos grupos II, III, VI e VII. Não se misturam aos grupos I e IV.- Grupo VI: Misturam-se entre si e aos grupos II, III, V e VII. Não se misturam aos grupos I e IV.- Grupo VII: Misturam-se entre si e aos grupos II, III, IV, V, VI e VIII. Não se misturam ao grupo I. A associação do grupo IV com o VII deve ocorrer necessariamente no mesmo RE.- Grupo VIII: Não se misturam entre si. Misturam-se ao grupo VII.

20. Pode ser utilizado código de país a designar?

Não. As estatísticas de comércio exterior necessitam que seja informado o país do importador e o país de destino final da mercadoria. No caso de Registro de Crédito (RC), também não deve ser utilizado o código 994 (país a designar), pois no momento da vinculação aos Registros de Exportação (RE) somente poderá ser informado um país de destino.

21. Tenho um RE com mais de uma adição. Preciso fazer alteração dos valores, mas não estou conseguindo. Como devo proceder?

No caso de aumento de valor, deve-se primeiro alterar o RE base, gravar, e depois alterar as demais adições. Quando houver necessidade de diminuição do valor, deve-se primeiro diminuir as adições e depois o RE base. Caso contrário, a empresa terá que esperar o RE base ser totalmente alterado (por todos os anuentes) para poder prosseguir com as demais alterações.

Lembramos, porém, que o valor do RE base é somente para fins de controle das empresas, não havendo nenhum controle sobre esses valores por parte da SECEX, bem como qualquer impedimento para a existência de saldo a consumir. Apenas não será possível registrar novas adições se o saldo for zero ou insuficiente. O valor que importa para fins estatísticos de comércio exterior é o valor atribuído aos itens de mercadoria.

22. Estou tentando registrar um RE com fabricante diferente do exportador, para comprovação de drawback, mas tenho mais de 20 Notas Fiscais e não consigo cadastrar no Novoex. Como faço?

No caso de cadastramento de Notas Fiscais, na aba de Drawback do RE, poderão ser cadastradas mais de uma NF na mesma linha, desde que as NF tenham a mesma data de emissão e sejam do mesmo CNPJ. As quantidades e valores deverão ser somados. Poderão ser informados até 44 caracteres, sendo que a empresa poderá separar cada NF com os seguintes caracteres: "/", "-", ";" ou ",". O limite é de 20 NF por item de RE.

No sistema Drawback, após a averbação e a migração dos RE, a empresa deverá cadastrar as NF novamente, com as mesmas características, e associá-las aos respectivos RE.

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http://www.sebrae.com.br/setor/artesanato/sobre-artesanato/mercado/acesso/GUIA%20DE%20CENTRAIS%20DE%20COMERCIALIZACAO%20DE%20ARTESANATO.pdf

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Artesanato urbano http://www.sebrae.com.br/setor/artesanato/sobre-artesanato/mercado/acesso/integra_bia/ident_unico/18644Fonte: Diário do Minho

Conceito se expande pelo mundo e conquista cidades de Portugal

O artesanato tem gerado renda extra para muitos profissionais de outros setores da economia em Portugal e tem conquistado o mercado local. O chamado artesanato urbano, considerado como arte marginal pelos artesãos tradicionais, tem se consolidado no país. Essa nova modalidade se caracteriza por apresentar peças de design, confeccionadas manualmente, com toques contemporâneos, típicas de grandes metrópoles.

Apesar de terem em comum o gosto pelos trabalhos manuais, os artesãos urbanos têm formações em áreas distintas, desde a contabilidade, à gestão de empresas, passando por muitas outras atividades profissionais. No entanto, a maioria dos profissionais portugueses realizou, em algum momento da sua vida, uma formação complementar em arte, fazendo dessa atividade um complemento fundamental para o orçamento familiar.

A maioria dos adeptos desta arte trabalha em casa. Alguns já montaram até um ateliê e comercializam seu trabalho em lojas. Mas o grande aliado do artesanato urbano são as redes sociais. Sem a necessidade de um espaço físico para a comercialização, os artesãos utilizam o Facebook, blogs e e-mails para vender seus produtos.

Na histórica cidade de Braga, em Portugal, muitos profissionais assumiram o artesanato como atividade em tempo integral, fugindo da crise econômica e do desemprego. Há casos em que a paixão pela arte impulsionou a troca da antiga profissão para assumir o artesanato em tempo integral.

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Por que exportar artesanato?Fonte: Portal Aprendendo a Exportar Artesanato

Portal Aprendendo a Exportar lista principais vantagensNão é à toa que o governo federal e entidades como o Sebrae realizam programas para estimular a exportação de artesanato. São várias as vantagens para os artesãos e para o país quando enviamos para o exterior produtos genuinamente brasileiros que divulgam a nossa cultura e geram renda para seus produtores.

Pensando em incentivar a exportação das artes artesanais brasileiras, o portal Aprendendo a Exportar Artesanato, no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior listou algumas das principais vantagens provenientes do processo exportador.Geração do aumento de renda e trabalho para o artesãoAo exportar estamos promovendo o setor artesanal, de atividade meramente de subsistência, para uma atividade profissional rentável para o artesão.

Promoção da entrada de dólares para o BrasilA exportação, geralmente realizada por meio da moeda americana, atrai para o país dinheiro do exterior.

Estimulação da agregação de valores do produtoO mercado internacional tende a valorizar produtos com inspiração étnica. Isso gera aumento do valor agregado do produto artesanal e caracteriza a marca cultural original.

Redução de dependência do artesão perante as variações dos ciclos econômicos internosCom clientela fora do Brasil, mesmo que haja uma redução das vendas dentro do país devido a variações dos ciclos econômicos internos, o setor pode continuar com seus negócios internacionais sem maiores prejuízos, crescendo e ganhando dinheiro.

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Ampliação e diversificação do mercadoA entrada no mercado internacional possibilita que mais pessoas possam consumir um produto, além de que, em alguns momentos aquela mercadoria pode estar com as vendas saturadas em determinado mercado, mas não em outro.

Promoção da cultura e de produtos brasileiros em outros paísesA exportação promove a divulgação da nossa cultura e dos artesanatos locais.

Estimulação da melhoria contínua da qualidadeMercados mais exigentes tendem a incentivar o aprimoramento técnico imprescindível na profissionalização do trabalhador.Para saber mais informações, acesse o site Aprendendo a Exportar.

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http://201.2.114.147/bds/bds.nsf/1E54FD5A8D8594EE8325735B006E1BBE/$File/NT0003610A.pdf

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ENTREVISTA - TÂNIA MACHADO"O mundo inveja a felicidade do Brasil"Tânia Machado é presidente do Instituo Centro de Capacitação e Apoio ao Empreendedor (Centro Cape) e da Associação Brasileira de Exportação de Artesanato (Abexa).Você começou trabalhando como artesã e hoje preside duas instituições de grande importância para o artesanato brasileiro. Como se desenvolveu essa trajetória?Antes de 1983, eu fazia artesanato de brincadeira e, de repente, por uma questão financeira e familiar, teve que virar coisa séria. Neste momento, encontrei as dificuldades de sempre: não tinha identidade, não tinha acesso a crédito, não tinha acesso a nota fiscal, não tinha acesso a compras no atacado, não tinha acesso a programas de capacitação. Até havia acesso à capacitação, mas não sabia nem aonde ir.Em São Paulo, vi que havia um projeto do governo chamado Feito em Casa. Aqui em Minas Gerais, eu tinha um amigo que era secretário de administração no governo Tancredo Neves e pedi a ele que buscasse uma cópia do projeto. Aí transformamos no projeto “Mãos de Minas”, que passou a ser um projeto do governo no Conselho Estadual da Mulher, porque entre 80% e 90% da produção artesanal está na mão de mulheres – desde aquela época, até hoje, a grande maioria dos artesãos são mulheres. Com isso, tínhamos identidade, nota fiscal e a minha questão financeira e familiar foi resolvida. Mas virou um projeto de vida e achei que deveria ir além.Em 1988, decidimos transformar o projeto de governo em ONG. Por quê? Porque desde aquela época, eu acreditava em autossustentabilidade. Projetos que são 100% subsidiados não têm futuro. Então, para participar, o artesão tinha que pagar uma mensalidade, um percentual dos serviços etc. Dentro de um projeto de governo, isso era impossível. Tratava-se ainda de numa época de inflação de 80% a 90% ao mês. Se o dinheiro caísse no caixa único do governo, seria praticamente impossível tirar aquilo dali para beneficiar alguma coisa. Então, criamos essa associação que, na época, chamava-se, Associação dos Artesãos e Produtores Caseiros do Projeto Mãos de Minas. Hoje se chama Central Mãos de Minas. Com isso, o governo deixou de ser empresário e passou a ser solidário com essa instituição. Ela foi se desenvolvendo, tinha a nota fiscal, central de vendas, central de compras e criou um programa de capacitação. Na verdade, nos apropriamos de uma metodologia da GTZ, do Ministério de Cooperação Técnica da Alemanha, que é a CEFE, Competência Econômica na Formação de Empreendedores. Isso se tornou a base de treinamento da Central Mãos de Minas.Só que esse setor cresceu muito. Então, em 1999, criou-se o Centro Cape, Centro de Capacitação e Apoio ao Empreendedor, onde, hoje, sou presidente. Esse centro de capacitação incorporou tudo aquilo que não era exclusivo do projeto Mãos de Minas: feira, microcrédito, capacitação, treinamento, políticas públicas. O Mãos de Minas ficou com aquilo que era somente do artesão: nota fiscal, central de compras, loja, consultorias específicas para o artesanato etc.O microcrédito acabou se desvencilhando do Centro Cape e se transformou na Associação de Crédito Popular, o Banco do Povo. O Centro Cape deu outro filhotinho também, que se chama Jogos de Empresa, que trabalha com kits de treinamento na área de empreendedorismo, a base da metodologia com a qual a gente trabalha.Um pouco da história é essa. Eu brinco que em 1983 eu precisava de uma nota fiscal e, de repente, virou esse mundo de coisas. É uma história de vida, uma história de defesa do artesanato, do artesão, e de que o artesão entenda que ser subsidiado, projetos paternalistas, não o levam a crescer, não leva a nada. Ele tem que arriscar. O mercado está aí, a China está no nosso quintal, então, se ele não tiver uma postura empreendedora, uma postura

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empresarial, ele não vai conseguir sobreviver.

O que é e por que surgiu a Associação Brasileira de Exportação de Artesanato – Abexa?A Abexa foi criada com a sugestão da Apex – Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). A Apex trabalha com projetos nacionais e conta com uma série de instituições promovem os produtos de cada área. No caso do artesanato, não existia nenhuma instituição nacional, então a Apex trabalhava com instituições pulverizadas no Brasil: a Artest, do Paraná, a Fazer Brasil, de São Paulo, o Centro Cape, em Minas Gerais, e o Instituto Cearense de Artesanato (ICA), no Ceará. Nesse meio tempo, entrou um projeto de Pernambuco que não deu certo e fechou. A Apex apoiou ainda um projeto na Bahia e outro no Rio Grande do Sul que não deram certo e também fecharam. Mas há uns três anos a Apex já vinha falando conosco: “Não podemos mais apoiar projetos pulverizados, temos que apoiar um projeto nacional; vocês têm que se juntar e criar uma instituição nacional”. Eu fui muito resistente a isso, porque se ainda não conseguimos criar uma instituição nacional para cuidar do dia a dia do artesão, da defesa dos seus interesses, como iríamos criar uma instituição só para cuidar da exportação? Mas a Apex falou: “ou é isso, ou é isso”. Não foi nem por imposição, essa é política deles, apoiar projetos nacionais. Então, colocaram uma consultoria a nossa disposição, e nos reunimos durante quase um ano para fazer o planejamento estratégico. Em dezembro de 2010, criamos a Associação Brasileira de Exportação de Artesanato (Abexa).Como era esperado, nesse início, existem muitos ajustes. A Fazer Brasil acabou tendo que sair por questões financeiras; a Artest não quis ficar. Então, a Abexa, hoje, está com três associados: a Mãos de Minas/Centro Cape, o ICA, e a Papi, do Piauí. Cada um desses associados atende vários estados. O Mãos de Minas/Centro Cape, por exemplo, atende Alagoas, Pernambuco, Bahia, Paraná, São Paulo e Amazonas. Mas a intenção não é essa. Minha vontade é ter pelo menos um associado por estado.

O Brasil tem aproveitado as oportunidades de exportação de artesanato?No ano passado a rede de lojas El Corte Inglés veio ao Brasil para com uma equipe de quatorze pessoas para comprar 4 milhões de euros de artesanato. Nós montamos um showroom em Fortaleza, um em Minas Gerais, um em Brasília e um em Manaus. Resultado: eles foram embora tendo comprado somente um milhão de euros, pois não conseguiram comprar mais dos artesãos brasileiros. Minas Gerais vendeu cerca de 700 mil euros e o resto do Brasil cerca de 300 mil. Eu fiquei muito frustrada, porque uma oportunidade de venda como essa não aparece todo dia. Analisando a situação, verificamos que o problema é que o artesão não está organizado. Na hora em que se chega a discussões de consolidação de carga, fechamento de câmbio, invoice, embalagem, etiquetagem etc., ele se assustava: “Eu não faço isso!”. E não existia nos estados nenhuma instituição que pudesse fazer isso. Então, a Abexa estará fortalecendo uma instituição por estado dentro do modelo que o Mãos de Minas é hoje. O Mãos de Minas tem um setor de embalagem, tem máquinas, fazemos as próprias caixas; temos máquinas de espuma expansiva para adequar o produto à embalagem, principalmente para exportação; temos um setor de emissão de nota fiscal com código de barras; temos todo um setor de capacitação, preparação e apoio ao artesão; temos parcerias com o Banco do Brasil para linhas de crédito, caso o artesão precise de algum adiantamento para exportação; etc. Estamos preparados para o mercado, mas o resto do Brasil não está.É uma pena, principalmente agora, que o Brasil está na moda. Todo mundo quer o Brasil, todo mundo quer fazer alguma coisa do Brasil, mostrar o Brasil. E mostra por meio do quê? Da arte, da cultura, da gastronomia e da música. Por exemplo, em maio vamos estar dois meses nas lojas Macy’s, dos Estados Unidos – de graça. Eles cederam entre 24 e 30 metros quadrados nas lojas em Chicago, São Francisco, Miami e Nova Iorque para que a gente possa vender nossos produtos. Quanto custa o metro quadrado na Macy’s? É um preço absurdo. Então, foi a forma que eles arrumaram. Eles queriam comprar o artesanato, mas desistiram de comprar. Ao invés de comprar, estão nos cedendo o espaço. Isso é muito bom, porque vamos poder testar os produtos que estamos querendo testar, e não os que eles querem comprar. Tem outra loja nos Estado Unidos que também quer homenagear o Brasil, a rede HomeGoods. E é sempre a partir do artesanato, mesclando com a gastronomia, mesclando com a música. Temos que aproveitar o momento, ganhar dinheiro agora, que o Brasil está na moda. Todo mundo adora o Brasil. Ainda mais agora que estamos com fama de rico e saímos gastando dinheiro lá fora. Você chega e o povo quase te carrega no colo.

Qual o potencial de grandes eventos como a Copa do Mundo de 2014 para a promoção do artesanato brasileiro?Tem muita gente falando que o artesão vai ganhar dinheiro, mas na Copa do Mundo, o artesão não vai ganhar dinheiro! Turista de Copa não carrega sacola, turista da Copa não vai sair visitando exposições de artesanato. Certamente, ele não vai fazer isso. Está todo mundo falando para o artesão: “Produz, pois você vai ganhar dinheiro”. Então, eu fui olhar o que acontece em Salvador e no Rio de Janeiro na época de Carnaval. Ora, no Carnaval eles recebem 1 milhão de turistas. Se durante a Copa os estados vão receber 100 ou 200 mil turistas, no Rio de Janeiro e Bahia, que recebem 1 milhão de

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turistas por ano, o artesão deveria estar milionário. Eu fui ver e não tem nada disso. Há um aumentozinho de venda de artesanato, na faixa de 7%. Fui conversar com amigos da África do Sul para saber o que aconteceu com artesanato durante a Copa do Mundo de 2010 e eles falaram justamente isso: todo mundo falou para o artesão sul-africano produzir porque o turista iria comprar muito. Eles não venderam e estão lá entupidos de produtos, vendendo para atravessadores a preços baixíssimos para poder desovar.O papel da Abexa é dar esse alerta. Agora, por exemplo, precisamos dizer: “Vamos aproveitar a Copa do Mundo para ganhar dinheiro antes”. A Apex participa de 470 eventos anualmente pelo mundo afora; eventos de móveis, de confecção, de vídeos, de softwares etc. Essa semana, discutimos com a Fundação Banco do Brasil a possibilidade de criar um display para Copa, em que estariam expostos produtos ícones dos doze estados brasileiros que serão sede dos jogos. Por exemplo, bonecos: Minas Gerais vai fazer um mineirinho, Amazonas um índio, Rio de Janeiro um carnavalesco, Bahia um Orixá, tudo do mesmo tamanho. Será a coleção de artesanato da Copa, mas nós queremos vender lá fora antes, no segundo semestre de 2012, em 2013, no primeiro semestre de 2014. Aí sim, é a única chance de o artesão ganhar dinheiro com a Copa do Mundo. É preciso ir às feiras no exterior, mostrar a cara do Brasil, pintar nossos estandes de verde e amarelo, que é nossa marca. Mas vender artesanato durante a Copa, não vai acontecer. Souvenir vai vir tudo da China: Cristo Redentor made in China, boné made in China, chaveirinho made in China, camiseta made in China. Então, não adianta falar que o artesão vai ganhar dinheiro na Copa. Ele pode ganhar dinheiro com a Copa, antes e depois, pela promoção do Brasil. Mas durante, não ganha não. E não me coloca para trabalhar durante a Copa, porque na Copa eu quero é ver futebol. Carnaval e Copa do Mundo são duas coisas das quais não abro mão.

A imagem do Brasil no exterior parece estar mais em evidência especialmente nos últimos anos. A que isso se deve?Eu acho que é um pouco graças a nossa política e um pouco por conta da quebradeira da Europa e dos Estados Unidos. Eles nunca quebraram da forma como estão quebrados agora, e nós pouco nos abalamos com a crise econômica mundial.Além disso, o Brasil é visto como um país otimista, um país alegre. A única coisa que a Macy’s pediu é para que fosse tudo muito colorido. Quando mostramos a eles a cestaria indígena, não quiseram, porque os produtos são em marrom e preto, cores mais sóbrias. Eles querem a plumagem, as pinturas marajoaras, tudo o que é colorido, que é alegre, que eleva o espírito. É essa a imagem que eles têm do Brasil lá fora e é essa imagem que estamos passando. Mesmo com todos os nossos problemas – e temos muitos – somos felizes. Acho que é isso: o mundo inveja a felicidade do Brasil.

Como superar estereótipos ainda muito ligados à imagem do Brasil como o de mulheres nuas durante o Carnaval?Eu adoro carnaval. A partir de outubro, sou piolho de barracão de escola. Todo mês vou para o Rio de Janeiro, para a Cidade do Samba e fico correndo de barracão em barracão. Por quê? Porque aquele desfile é todo feito à mão. Foi um artesão que pegou um bloco de isopor e esculpiu uma peça, dando origem àquelas esculturas enormes. Depois veio com a fibra de vidro, fez as cópias e pintou tudo a mão. Então, sou apaixonada pelo carnaval porque é a maior demonstração de artesanato do mundo! Mas nos eventos que faço lá fora, não levo bunda, não levo carnaval. Porque carnaval, para eles, é bunda de fora, peito de fora, mulata gostosa. Não quero levar essa imagem do Brasil. Duas vezes por ano, fazemos um evento em Nova Iorque, o projeto Vendedor. Temos um showroom lá na 34th, em frente ao Empire State. Oferecemos caipirinha com cachaça brasileira, bombom Sonho de Valsa, doce de leite na palha, guaraná, água de coco, vinho brasileiro. Levamos coisas nossas. A música é Bossa Nova, o tempo inteiro tocando. É essa a imagem que quero levar do Brasil.O problema é que a alegria do carnaval, ou a bunda do carnaval, é o negócio que todo mundo quer saber. Eu estava em Nova Iorque até a semana passada e todo mundo perguntava: “E o carnaval?”. Quando isso acontece, sempre tento levar essa mensagem: “Também sou apaixonada por carnaval; você sabia que aquilo tudo é feito a mão?”, “Não!”, “É tudo feito à mão, cada lantejoula, cada pérola, cada pluma, é tudo feito à mão, não tem máquina”. Então, eu tento inverter um pouquinho. O carnaval é bonito porque dá emprego, porque é todo feito a mão e leva a alegria do povo brasileiro.

Quantos artesãos há no Brasil? Qual o impacto econômico dessa atividade no país?A partir deste ano teremos uma medida mais oficial, porque o número com o qual se trabalha é de 1998, quando o IBGE projetou que existiam 8,5 milhões de artesãos e produtores artesanais no Brasil. O que é um produto artesanal? Uma costureira que com uma tesoura corta peça por peça e costura uma a uma; ou uma pessoa que faz empadinhas na cozinha de sua casa, amassa na mão e coloca na forma. E há o artesão que é o artista, que trabalha com a arte. Mas eu acho que são muito mais do que 8,5 milhões. Sempre falo o seguinte: se dentro da sua casa não tem alguém produzindo alguma cosia artesanalmente, tenho certeza absoluta que na casa do vizinho do lado tem. Uma pessoa faz uma boneca, outra faz um pano de prato, outra uma empadinha, outra borda, outra costura, outra

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tece. Então, eu acho que esse número é bem maior. Nos grandes centros, a renda média do artesão é de quatro a cinco salários mínimos por mês. No campo, ela chega a meio salário mínimo. Então, trabalhamos com a média de um salário no geral do Brasil. Assim, se é verdade que são 8,5 milhões artesão no Brasil, com uma renda média de um salário mínimo por mês, chegaremos a 54 bilhões de reais de vendas de artesanato e produção artesanal no Brasil – na primeira fase. Considerando que o forte do artesão é a venda a lojistas que vão revender, pode-se duplicar esse número. Então, artesãos geram 100 bilhões por ano para a economia brasileira.Eu não sei em que lugar nós estaríamos na comparação com outras indústrias, mas não deve estar ruim, não. Deve estar perto da indústria automobilística, talvez, até, na frente, se considerarmos esse valor de segunda instância. Só que a profissão do artesão não era cadastrada pelo IBGE. Na Classificação Brasileira de Ocupações, não existia artesão. Agora, em 2010, criaram a categoria de artesanato, mas foi depois do Censo 2010. Com essas medições que o IBGE vai fazendo todo ano, iremos começar a ter certeza se esse número é real ou não. Por enquanto, era apenas projeção. Mas trabalha-se com esse mesmo número desde 1998. Se em 1998 eram 8,5 milhões, hoje seriam cerca de 16 milhões. O artesanato é a principal ocupação de muitas pessoas e não são só pessoas de baixa renda que trabalham com artesanato. Desde 2005, a Vox Populi faz uma pesquisa para nós na Feira Nacional de Artesanato, que realizamos aqui em Minas Gerais há 23 anos. Essa é uma amostra do artesão estruturado, que está organizado, que participa de feiras, que compra um estande etc. Nestas pesquisas, aparece o seguinte: o artesão é de classe média para cima, artesãos que têm curso superior são um percentual muito grande. Então, o artesão, hoje, é um cara que estuda, vai à escola, não é um analfabeto. Antigamente tinha-se a impressão de que o artesão era aquela pessoa analfabeta que não consegue fazer nada na vida. Não é não. O pessoal que estuda, hoje, descobre que o artesanato é uma grande fonte de renda (ver pesquisa).

No início de 2011, você entregou uma carta à Presidente da República Dilma Rousseff mostrando a importância do setor artesanal para o Brasil. O poder público subestima a relevância desta atividade?O poder público não dá a devida importância. Continua ainda o ranço de tratar o artesanato como um projeto social, que tem que ser subsidiado, que tem que ser ajudado. E não tem. A profissão de artesão não é reconhecida, começa por aí. Ela foi, agora, cadastrada pelo IBGE, mas ela não é reconhecida. Não existe reconhecimento pela Câmara dos Deputados, pelo Senado Federal, de uma profissão de um cara chamado artesão. Você tem de catador de papel, de lixeiro, de pedreiro, de médico, tem de tudo. Mas artesão não tem.Outra questão é que, talvez pela própria cultura do artesão, a maior força de trabalho desse país não tem uma organização nacional. As pessoas não entendem que se elas não se unirem, não vão ter força, não vão conseguir chegar a lugar algum. Com isso, acabam não apresentando suas reivindicações.Além disso, o orçamento do Programa do Artesanato Brasileiro, no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior é menor do que o orçamento do Centro Cape. O Centro Cape tem um custo fixo de 200 mil reais por mês – não estou falando de investimento, fazemos uma feira no final do ano que custa 5 milhões de reais. O orçamento do Programa do Artesanato Brasileiro, que tem que cuidar de 8,5 milhões de pessoas, não chega a 1 milhão de reais por ano. Vai fazer o quê? Dividir por 27 estados? Não dá para nada. Não tem uma política.

Como avalia a formalização do artesão por meio de sua transformação em um Empreendedor Individual (EI)?Tenho discutido muito com o Sebrae Nacional essa questão do Empreendedor Individual. A concepção, no geral, é legal. Só que o EI tem um problema para quem trabalha na área da produção, que é o caso do artesanato. Se o artesão se transformar em EI, ele vai pagar R$ R$ 57 por mês, dos quais está incluído R$ 1 de ICMS. Pode-se pensar: “Legal, é apenas R$ 1”. Mas isso só se ele vender a varejo. Se vender a contribuintes, a lojistas, ele perde essa isenção, e passa a pagar 7%, 12% ou 18% de ICMS, isto quando não cai na Substituição Tributária e o imposto pode chegar a 42%. Ninguém pensou nisso. Aí o artesão se cadastra como EI e, na hora em que vai vender para contribuinte, a Fazenda do seu estado pergunta: “Você está vendendo para onde? Se está vendendo para o nordeste, é 7%, se está vendendo para o Sul, é 12%, se está vendendo aqui para o seu estado, 18%”. Não interessa se ele está vendendo para outro EI ou para microempresa etc. Se for contribuinte que vai revender, está taxado.Outro grande problema que a União, quando fez o EI, não pensou. Na hora em que alguém vai se cadastrar como EI é muito legal; você entra no computador, aperta um botãozinho e pronto, sai seu CNPJ, sai seu alvará de funcionamento, sai seu alvará do corpo de bombeiros, sai seu alvará ambiental e, se for na área de alimentos, sai seu alvará da vigilância sanitária. Beleza. Automaticamente, o IPTU da sua casa, que era residencial, se transforma em comercial. Então você passa a pagar um IPTU três vezes mais alto. Segundo ponto: nas cidades onde tem Código de Posturas, o alvará que ele recebeu com validade de um ano deve ser renovado no momento em que expira. Só que quando ele chega à prefeitura, lhe falam: “Sinto muito, mas o Código de Posturas não permite uma indústria no bairro do senhor”. E não renovam o alvará dele. E isso ocorre também com o alvará ambiental e com o do corpo de bombeiros. Se for vigilância sanitária, pior ainda, porque tem uma série de outros critérios. Eu não sou contra

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critérios, não sou contra Código de Posturas, não sou contra a defesa da legalidade da situação. Sou contra a desinformação. Os artesãos que se transformaram em EI estão todos aqui batendo no Mãos de Minas desesperados.Hoje chegou um cara de uma comunidade para conversar comigo que contou: “Já fizemos quatrocentos EI”. Eu perguntei: “Você informou para eles que o IPTU vai triplicar? Informou que ano que vem eles vão ter que renovar o alvará e a prefeitura não vai renovar porque lá não pode ter indústria?”. Não informam. Esse tipo de coisa acontece justamente por não haver uma instituição nacional para acompanhar os trâmites desses projetos ditos de beneficiamento do seguimento.

O artesanato brasileiro tem potencial de exportação? É viável exportar artesanato?Sim, é viável, tem potencial. Temos um custo muito maior para exportar para a Europa do que para os Estados Unidos, porque a taxação lá é muito alta. Nos Estados Unidos, não tem taxação, você entra e não paga nada de imposto – o lojista é que vai pagar quando vender. Os fretes para os Estados Unidos também são muito mais baratos. De qualquer forma, o produto brasileiro agrada muito, principalmente pela criatividade e pelas cores. As pessoas reconhecem logo o produto brasileiro. Elas veem aquilo como se tivessem comprando um pouquinho da nossa alegria: “Se eu comprar isso aqui, vou ser meio brasileiro, vou ter aquele jeitinho, aquela felicidade que eles têm”. Por causa da crise, as feiras que participamos na Europa estão fraquíssimas. Não há visitantes, os pedidos foram mínimos. Vamos desistir de ir? Não! O problema do artesanato é justamente esse, a questão da persistência. Nunca esqueço da primeira feira que participamos na Europa, em setembro de 2002. Montamos um estande lindíssimo, levamos um monte de produtos, se chamava Brazil Handcraft Made in Minas Gerais. E ninguém entrou no estande! Você sabe o que é nenhuma pessoa entrar no estande? Eu falei: “Gente, estamos com alguma doença contagiosa? O que está acontecendo?”. Então, fomos conversar com outras pessoas.O que ocorre com o artesanato mundial? Normalmente, os projetos de artesanato mundiais são apoiados pelos respectivos governos – são 100% subsidiados. Então, quando o governo, os artesãos vão à feira, quando não apoia, não vão mais. E o lojista, tanto o europeu quanto o americano, quando compra um produto, investe em catálogo, em embalagem, em produção para colocá-los em exposição nas suas lojas etc. Quando o artesão não tem persistência, todo este investimento é perdido. Então, o comprador quer ter certeza de que o artesão vai continuar. Essa certeza, o artesanato brasileiro está mostrando com a persistência dos nossos projetos, do ICA, do Centro Cape, do Brazil Handcraft, da Fazer Brasil, da Artest, participando de feiras. Neste ano, houve três grandes feiras na Europa: a Intergift, a Maison & Objet e a Ambiente. Nós estamos nas três, com toda a crise na Europa. Em agosto, se continuar em crise, nós vamos estar lá também. Nós participamos também da New York Gift Fair e, há dois anos, quando estourou a crise americana, todo mundo encolheu e nós aumentamos o estande. As pessoas começam a perceber que o artesanato brasileiro é persistente, responsável. Com isso, estamos ganhando a confiança do mercado, o mercado sabe que temos continuidade.Em relação a isso, houve um caso muito curioso aqui no Centro Cape. Veio uma pessoa e comprou móveis, mas não disse que era para exportar. Alguns meses depois, recebemos um telefonema de alguém do Canadá, reclamando que os móveis estavam bichados, tinham ido com traça, e dizendo que os móveis eram do Mãos de Minas. Nós respondemos: “Sinto muito, mas nós não exportamos móveis, justamente porque nosso artesão ainda não está preparado para exportar, não está preparado para essa diferenciação de temperatura na região norte”. Fomos investigar e descobrimos que a exportação foi feita através da empresa que havia feito aquela compra. Então, falamos para o senhor do Canadá: “Quanto de móvel o senhor recebeu?”, “Recebi tanto”, “Quanto o senhor gastou?”, “Gastei tanto”, “Quanto o senhor gasta para incinerar esses móveis?”, “Como assim?”, “Eu quero que o senhor ponha fogo nos móveis, junte à conta de quanto o senhor gastou, entre no nosso site, veja o que lhe interessa e eu vou mandar o valor equivalente às suas despesas”. Ele perguntou: “Eu estou falando com uma associação de artesãos?”, “Está”, “Isso não existe”, “Aqui existe”. Ele pegou um avião, veio para cá, comprou e ficou encantado.Lembro que quando estourou a guerra do Iraque, o frete internacional triplicou e nós tínhamos fechado com o preço FOB (Free On Board), fixado na Europa. Várias pessoas cancelaram os envios, mas nós enviamos. Aí falaram: “mas vocês vão ter prejuízo”. Financeiro, sim, mas moral, não. Nós não combinamos que iríamos vender? Da mesma forma que o frete triplicou, ele poderia ter caído pela metade. Isso é risco de mercado, e estamos aí para arriscar mesmo.Por tudo isso, temos mostrado que o artesanato brasileiro é confiável. A Feira Nacional de Artesanato que organizamos recebe entre oitenta e cem compradores internacionais que vem por conta própria. O cara vem, paga a passagem, fica seis dias dentro da feira e compra porque sabem que pode comprar, que, ao entregarem a carga, vamos consolidar, embalar e ele vai receber o produto lá íntegro. E se tiver que fazer alguma reordem, um novo pedido, ele sabe a quem recorrer. Estamos conseguindo estabelecer essa credibilidade.

O produto brasileiro vendido no exterior é caro?

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Quando era vendido através de distribuidores no exterior, era, porque um distribuidor vende ao lojista por US$ 7 um produto que custou US$ 1 e vende ao lojista a US$ 7, o mark-up dele é sete vezes. O lojista, que pagava US$ 7, vendia para o consumidor final por US$ 14. Isso é inviável. Hoje não é mais assim. Como nós somos uma ONG, realmente sem fins lucrativos, compro a preço de custo e nosso mark-up é 1,7. Um produto que custa US$ 1 no Brasil chega à mão do lojista em Nova Iorque ou em Chicago por US$ 1,7 e ele vende por US$ 3,4. Conseguimos reduzir muito o custo para colocar o produto lá. Como antes do apoio da Apex a maioria dos artesãos não tinha condições de ir a feiras internacionais, de estar lá negociando direto, ele tinha que usar distribuidores. E o preço do distribuidor é esse mesmo, ele tem que ganhar dinheiro, pois é ele que investe. No nosso caso, é a Apex que paga nossa participação nas feiras do exterior – assim como ela paga para a Abit, para a Abmóvel, pra Embraer, ela paga também para o artesanato. Então, nosso custo nosso é pequeno. Nossos custos são com embalagem, divulgação, manutenção da credibilidade.

Muitos artesãos reclamam da dificuldade de vender seus produtos. Por que é tão difícil vender?Sempre que eu pergunto ao artesão “Qual o seu problema?”, e ele responde “Meu problema é vender”, eu digo: “Então, você não tem problema, pois venda não é problema, venda é solução”. O artesão tem que pensar no que está fazendo de errado para o consumidor não aceitar o seu produto. Não adianta botar a culpa no consumidor por não vender. Ele precisa olhar para dentro dele mesmo. Será que ele está procurando o mercado certo? O produto está condizente com esse mercado? É um produto necessário? Hoje, as pessoas não vão mais comprar produtos artesanais com alto valor agregado alto para o seu dia a dia, elas vão comprar produtos chineses. Eu posso até ter na minha casa um conjunto de feijoada artesanal, fica lindo. Mas está lá no armário, se usei duas vezes na minha vida foi muito. Mas um abajur, uma mesa diferente, um adorno, uma colcha especial, isso eu quero artesanal, não o que veio da China. Como eu falei no início, o El Corte Inglés veio ao Brasil para comprar 4 milhões de euros e voltou de mãos vazias, levando de volta 3 milhões de euros. Como o problema é a venda? O problema está no artesão, que não está estruturado, que acha que não precisa de embalagem, que acha que o comprador tem que aceitar seu produto.Além disso, muita gente ainda tem a memória inflacionária. Se perguntarmos ao artesão “Como você calcula o preço da sua peça?”, ele responde: “Somo o que eu gasto e multiplico por três”. Como ele quer vender no atacado multiplicando por três? No varejo, dá até para multiplicar por cem, mas no atacado? Quando me perguntam se o preço está justo, eu aconselho: “Multiplica seu custo por 2,5, vai na internet e faz uma pesquisa de mercado”. Ou então responda se você compraria esse produto a esse preço. Você acha que vale? Essa é a questão.Venda não é problema, venda é solução. O problema está em outro lugar, está em enxergar realmente o que o mercado quer, como o mercado quer e tentar fazer o seu marketing. Sempre falo para o artesão que o produto dele é único. Por mais que um produto artesanal se pareça com outro, ele é diferente, sempre tem um detalhe. É preciso usar isso, fazer o marketing, e não ficar lamentando e esperando o consumidor. Já foi o tempo em que as pessoas compravam pensando “Tadinho do artesão, vamos comprar no bazar hoje, oh dó”. Época de Natal, aquele monte de bazar. Não tem isso mais não, acabou. Temos que buscar mercado, buscar competência, buscar competitividade com qualidade. E buscar tudo isso olhando o cliente, tentando enxergar da visão do cliente e não da visão de quem produz. A visão do artesão foi muito importante no momento de criar, mas na hora de vender, ele tem imaginar o cliente olhando para ele. Se ele fosse o cliente, o que faria?Na Feira Nacional de Artesanato, que fazemos em novembro, os artesãos vendem entre 60 e 70 milhões de reais em seis dias. Por que vendem tudo isso? Porque estão no lugar certo, no momento certo. Interessante ver o estande de pessoas que participam há 23 anos na feira, como era o e como está agora. O estande hoje tem que ter apresentação. Se você simplesmente entulhar, jogar os produtos dentro, ninguém vai entrar, porque no estande do lado o cara arrumou, está convidativo, o artesão está lá dentro está com um sorriso aberto de orelha a orelha, dá prazer. Não adianta o estande estar uma bagunça, o vendedor de braço cruzado e emburrado. Deus me livre! Cliente não quer isso não.

O que é e quais os objetos da criação do site Pouso de Prosa: Roteiros do Artesanato?O site já está no ar, mas não foi lançado oficialmente. Um turista não tem a mínima ideia do que tem de artesanato em determinado lugar. E quando descobre um artesão, este, egoisticamente, não conta. Se você for a um ateliê do artesão e perguntar “Você sabe se tem outra pessoa que faça um produto parecido com o seu por aqui?”, ele vai colocar a mão na cabeça e responder: “Sabe que eu acho que não tem”. Ele não vai contar. Mas se eu fizesse só um site de artesanato, ia ser mais um entre tantos outros. Então, resolvemos criar o que chamamos de Roteiros do Artesanato. Colocamos os endereços de tudo o que um viajante precisa na área de serviços: posto de gasolina, farmácia, médico, segurança, oficina mecânica, banco, locadora de automóvel. Outra área traz os atrativos turísticos, as festas. O turista que vai a Ouro Preto, por exemplo, poderá descobrir o que está acontecendo em Ouro Preto hoje. Há também hotéis, restaurantes, artesãos e curiosidades: contos, causos e a comida típica da cidade, as melhores receitas. Mas não estamos criando nada, apenas juntando o que já está disponível. Quando o turista vai a

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algum lugar, ao invés de entrar em trinta sites diferentes, vai entrar no Pouso e Prosa e lá terá todas as informações sobre uma cidade. Em maio, ele irá para iPhone e Blackberry, com opção em inglês e espanhol, além do português. Eu quero que o turista também se interesse pelo artesanato.

http://www.acasa.org.br/ensaio.php?id=384

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Internet ou atelier o que vale mais a pena?

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