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DIFICULDADES PARA ENCONTRAR UMA IGREJA

PRIMITIVA IDEAL

William Paixão


Textos publicados na Coluna Curtinhas e reunidos em um só lugar,

para que você tenha acesso de uma só vez.


Prezado (a) leitor (a), Tenho o enorme privilégio de escrever sobre a Igreja Primitiva e principalmente sobre os seus problemas internos. Quando fui desafiado pelo, meu amigo, Pr. Charles Henriques, nem imaginava o quão glorioso seria falar sobre este assunto. Descobrir que ele é tão atual, pra mim foi fascinante. São horas de estudo, de dedicação e trabalho árduo. É preciso realmente emergir espiritualmente nos livros para que você seja primeiramente enriquecido, para depois comprovar suas convicções e fortalecer cada ponto proposto. Um estudo apropriado para os nossos dias, já que tudo o que a Igreja Primitiva passou estamos, hoje, passando. Por isso acredito que seja oportuno que você também se debruce sobre esta pequena obra, deveras ela jaz no centro da fé histórica, bíblica e o fato de que as verdade e os problemas aqui revelados não é sempre reconhecida. Todavia, que fique claro: Em nenhum momento foi intenção nossa denegrir a imagem daquela que é exemplo para todos nós. O testemunho da Igreja Primitiva é suficiente para preservar um testemunho distintamente evangélico. Os cristãos evangélicos crêem no testemunho desta Igreja e reconhece tudo o que ela fez, a fim de que pudéssemos ser restaurados através de Cristo hoje.

Seu Servo

William Paixão


Introdução

DIFICULDADES PARA ENCONTRAR UMA

IGREJA PRIMITIVA IDEAL


A declaração ou exclamação é desafiadora, cheia de provocações, e a

sensação que ela nos passa é a de que estamos caminhando por um terreno

bastante árido. Contudo, ao contrário do que muitos pensam e imaginam a

Igreja Primitiva não está fundamentada somente nas ações da Igreja de Atos

dos Apóstolos. Mas também nas Igrejas fundadas pelo Apóstolo Paulo, nas

sete Igrejas de Apocalipse e outras.

A Igreja de Atos é perfeita em suas ações, em seu modo de vida, e em tudo o

que fazem, são exemplos de conforto e consolo, principalmente, para os

pobres. Uma Igreja amiga, fiel, e disposta a dar a sua vida pela causa do

evangelho.

“Eles se dedicavam ao ensino dos apóstolos e à comunhão, ao partir do

pão e às orações” - Atos 2:42

Enquanto trabalho neste texto e penso naqueles que virão, fica claro cada vez

mais algumas características negativas das Igrejas Primitivas e serão sobre

elas que iremos falar durante um bom tempo:

ROMA – Uma Igreja intolerante, ali havia judeus e gentios, e é a estes

que o Apóstolo se dirigi – Rm 1 e 2; Rm 11.13. Paulo como ministro de

Cristo exige que eles exerçam o amor e a tolerância cristã – Rm

15.15,16

CORINTIOS – Divisões (3.4); Problemas Doutrinários (15); Problemas

Morais (6). Paulo inicia dizendo que ―Geralmente se ouve que há entre

vós imoralidade...‖ (v. 1) e depois especifica que imoralidade é esta.

ÉFESO - A igreja havia abandonado o seu primeiro amor - “Tenho,

porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor” (Ap 2.4).

FILIPENSES – Os gestos amorosos desta Igreja comoveu o coração do

Apóstolo, mas as notícias não eram tão boas, pois estava havendo

discórdia entre os cristãos acerca de problemas de ordem social e

também de ordem doutrinária. Por esse motivo, o apóstolo Paulo

escreve aos filipenses, não só para agradecer a oferta enviada, mas

também para orientar a igreja acerca das verdades do evangelho,

refutando as distorções doutrinárias.

COLOSSENSSES - Uma mistura de elementos religiosos e filosóficos

diversificados, provenientes de culturas orientais, gregas, romanas e

judaicas. A Frígia, área em que se localizava a cidade de Colossos, era

a terra de Cibele, a grande mãe e deusa da fertilidade.

Acima estão algumas das igrejas que hoje muitos a colocam como exemplo,

mas que foram intolerantes, cheias de Divisões, que tiveram a coragem de

abandonar o seu primeiro amor, que passaram por problemas de ordem social,

e que tiveram em seu núcleo uma mistura de elementos religiosos e filosóficos.

https://www.bibliaonline.com.br/nvi/atos/2/42


O que é isto? Quando a Igreja permitiu que estas coisas entrassem dentro

dela? O que houve com aquela Igreja de Atos dos Apóstolos?

Apesar de todos estes fatos me recordo do quanto já fomos abençoados

espiritualmente com o testemunho daqueles, que de alguma forma nos

enriqueceram, e que lutamos para que eles não sejam esquecidos. Logo é

inegável que Deus dá testemunho de sua Igreja e que Ele deixou a mostra

todos os seus erros e suas falhas, para que todos vissem que com todos os

problemas, de todas as ordens a obra não deixou de ser realizada, e que nada

foi capaz de impedir que ela chegasse a nós para que fôssemos edificados.


Parte I

IGREJA DE ROMA


Influenciada por um pensamento intolerante, já que ali havia judeus e gentios.

A Igreja de Roma causa uma reação provocadora em Paulo, que decidi

escrever a estes de forma aberta e bem franca – Rm 1 e 2; Rm 11.13. A

compreensão rigorosa destes irmãos, que deveriam aceitar o que não poderia

ser mudado, leva o Apóstolo como ministro de Cristo a exigir que eles exerçam

o amor e a tolerância cristã – Rm 15.15,16

O entendimento rígido dos irmãos gentios com os cristãos judeus, estava

causando um mal-estar tão grande que chama a atenção do Apóstolo.

Levando-o a escrever para àquela igreja dizendo que eles estavam sendo

inflexíveis e severos com aqueles que obedeciam as regras alimentares e

datas cerimoniais da tradição judaica. As ações destes irmãos faz com que

Paulo:

1 - Apresente a doutrina cristã a uma comunidade que não foi fundada por um

dos apóstolos, talvez por esse motivo, todos os pormenores doutrinários.

2 - Prepare os irmãos para uma visita sua a cidade de Roma (15.23-33);

3 - Explique o relacionamento entre judeus e gentios dentro do plano global de

redenção traçado por Deus.

Nesse sentido Paulo acaba por tratar de outros assuntos que acabaram vindo

até ele, como:

1. O PECADO DA IDOLATRIA (1.23-25) - Deus criou o homem um ser adorador, mas

essa adoração deveria ser dirigida apenas ao Senhor.

2. O PECADO DO HOMOSSEXUALISMO (26-32) - O homem foi feito para a mulher e a

mulher para o homem, para Deus não há meio termo.

3. OS JUDEUS E SEUS PRIVILÉGIOS (17-29) – Enquanto os judeus se

vangloriavam dos seus privilégios, a verdade era que suas vidas não estavam em

conformidade com o mandamento de Deus.

4. AS TENDÊNCIAS PECAMINOSAS (7-24) - O apóstolo fala claramente da

sua luta com as tendências pecaminosas e os desejos da carne.

Mas, é esta epístola que:

- Martinho Lutero vai proclamar como a principal composição do Novo

Testamento. Romanos é a maior, mais rica e mais abrangente declaração do

apóstolo Paulo sobre o Evangelho.

- Calvino vai escrever dizendo “que entre as muitas e notáveis virtudes, a

Epístola possui uma em particular, a qual nunca é suficientemente apreciada, a


saber: se porventura conseguirmos atingir a genuína compreensão deste

Epístola, teremos aberto uma amplíssima porta de acesso aos mais profundos

tesouros da Escritura”.

- João Crisóstomo, o maior pregador do século V, pedia que Romanos fosse

lido em alta voz uma vez por semana.

- Agostinho, Lutero e Wesley, três figuras extremamente importantes para a

nossa herança cristã, viveram a firmeza da fé através do impacto da carta aos

Romanos em suas vidas.

Nossa dificuldade em encontrar uma Igreja Primitiva Ideal não está no fato de

que somos santos demais para estar em um lugar, mas nos acontecimentos

que presenciamos e que muitas vezes achamos e acreditamos que ali jamais

poderia acontecer. Mesmo com todos os problemas relacionados acima, os

reformadores ainda assim viam a Igreja de Roma como sendo a chave divina

para o entendimento de toda a escritura. São estes irmãos que fazem Paulo

unir os grandes temas da Bíblia: Pecado, Lei, julgamento, destino humano, fé,

obras, graça de Deus, justificação, eleição, o plano de salvação, a obra de

Cristo e do Espírito Santo, a esperança cristã, a natureza e vida da igreja, o

lugar do judeu e do gentio nos propósitos de Deus, a filosofia da igreja e a

história do mundo, a mensagem do Antigo Testamento, os deveres da

cidadania cristã e os princípios de retidão e moralidade pessoal.


Parte II

O Pecado da Idolatria


Rm 1.23-25

“Deus criou o homem um ser adorador, mas essa adoração deveria ser

dirigida apenas ao Senhor”

O tempo nos mostra as razões que levam o homem a se afastar de Deus. E a

história nos revela que a idolatria sempre foi um dos principais pilares que leva

o homem a preencher suas necessidades, por isso Paulo vai dizer que uma

vez que eles “não o glorificaram”, e “rejeitaram as evidências”, eles

substituíram o uso correto da razão por ideias irracionais.

A atitude dos gentios para com os judeus se dá porque o mundo dos gentios

não considerava, também, as obras de Deus – Sl 106.7-13 –, é um universo

muitas vezes criado pelo homem, que tem um efeito de infâmia e desonra

aonde o nível das coisas criadas por Deus é da depravação e de corrupção.

Como os Judeus os Gentios também cometeram e incorreram nos mesmos

erros para a idolatria, gostando de uma infinidade de bonecos, onde cultuavam

e os veneravam.

Assim como Deus ―entregou‖ Israel ―nas mãos das nações‖ (SI 106.41, na LXX:

paredõken), assim Deus entregou (gr. paredõken) os gentios ao seu destino.

Quantas vezes vemos as pessoas reclamando de suas vidas, não aceitando a

repreensão de Deus, e muito menos as consequências de seus pecados. Deus

é justo, por isso fez o povo cortar, aniquilar e colher aquilo que eles mesmos

haviam plantados.

A ignorância do povo fica clara nestes versículos, pois nos mostra o quanto os

seres humanos mesmo tendo o conhecimento de Deus se recusam a conhecer

Deus e a honrá-lo. Em vez de serem gratos por tudo o que Deus já realizou, e

por tudo o que Ele tem realizado, ela prefere recusar a graça de Deus, graça

essa que é imerecida. O resultado desta teimosia, e desta pirraça é um

raciocínio inoperante e infrutífero, e um coração cada vez mais nublado e

ofuscado.

O que mais vemos hoje são os filósofos de beira de esquina, que como estes

tem transformado a filosofia de grandes pensadores em uma sabedoria

pequena e desocupada, que só revela a ignorância e os absurdos de um

pensamento totalmente corrompido pelo pecado.

Paulo resumiu toda a história da Grécia em uma só declaração dramática: "os

tempos da ignorância" (At 17:30). Leia ainda 1 Coríntios 1:18-31 pode também

ser uma leitura bastante proveitosa a esta altura de nosso estudo.

Deus vos abençoe!


Parte III

O Pecado do Homossexualismo

Rm 1.26-32


“O homem foi feito para a mulher e a mulher para o homem, para Deus não há meio

termo”

Dessa vez começamos falando de um assunto que no Séc. XXI virou destaque,

mas que já está dentro da sociedade e que tentou entrar dentro da Igreja que

se encontrava em Roma. Os hábitos pecaminosos relacionados ao

homossexualismo parecem ter feito o apóstolo recordar ―com facilidade os

pecados que observara em seu contato com as diversas raças e condições dos

homens‖. O assunto é tão vasto e tão rico que assim como Paulo fez, nós

também somos obrigados a fazer, ou seja, ninguém trata deste assunto sem

antes verificar minuciosamente as várias fontes de informações de que dispõe

sobre a moral das nações, em nossa geração e nas anteriores.

Pensando nisso vemos que o homossexualismo não é uma novidade na

história, no entanto é no final do Séc. XX e início do Séc. XXI que ele começa a

querer se impor sobre os valores da sociedade, e principalmente sobre os

valores bíblicos, isso quando não os desprezam e o tratam com desprezo,

menosprezo e desapreço total. Os homossexuais nunca foram maioria, mas

sempre estiveram presentes principalmente nos palácios onde alguns dizem

que Nero até era casado com um outro homem.

Tal discussão não nos é importante neste momento, mas, sim, a ―extensão da

depravação‖, que chegara na Igreja fazendo com que alguns percebessem que

eles agiam com malícia, avareza e maldade o que mostra a ―totalidade da

depravação que envolvia aquele povo‖, uma depravação que parece já estar

vindo sendo cultivada a um bom tempo, ou seja, o quadro que esses irmãos

estavam se propondo a apresentar era de total depravação dos valores e

adulteração dos princípios, juízos e convicções apresentadas pelo Apóstolo a

eles.

Quando analisamos a história percebemos que lá atrás as ações de

homossexualismo já foram contidas pelo apóstolo não permitindo que tal ação

viesse a se proliferar fazendo com que os irmãos acreditassem que tal ato era

normal, já que entre os Romanos, e principalmente entre os comandantes e os

do palácio eram.

O que se percebe nestes versículos é que o estado mental destes irmãos

estava totalmente voltado a heresia e para atos incrédulos, por isso suas ações

foram e ainda são consideradas impiedosas, bárbaras e brutal, pois por não

nutrirem o conhecimento de Deus ―O‖ consideram digno de suas alegações,

opiniões, pensamentos e idéias.


―A justa retribuição é que ―o próprio Deus os entregou a uma disposição mental

reprovável‖, uma mente rejeitada é considerada indigna por Deus – I Co 9.27; 2

Co 13.5,6; II Tm 3.8; Tt 1.16; Hb 6.8‖ – Alguns membros desta igreja estava

sendo reprovados por Deus, por causa destas ações. Uma vez que tinham uma

mente reprovada, eles se encontravam abandonados e rejeitados por Deus,

era o que o apóstolo estava dizendo – ―Vocês se tornaram incapazes de

qualquer atividade digna de aprovação ou estima‖. Ou seja, claramente

percebemos que o julgamento de Deus viria sobre a aridez de suas

meditações, pensamentos e reflexões, onde se encontram as justificativas e

desculpas para se praticarem tais atos inconvenientes, inoportunos e

impróprios.

Tais ações mostram e explicam claramente que o que estava escondido em

suas consciências eram as práticas e condutas totalmente reprovadas pelo

Senhor. O que mostra que no entendimento do apóstolo Paulo ―MENTE‖,

―envolvia tanto pensamentos quanto as ações‖.

O V.32 nos trás ―o pronome ―ELES‖ que chama a atenção ao caráter das

pessoas focalizadas – ―Eles têm um caráter tal que‖ – é a força da construção

no original grego, e isso deve ser ligado à última cláusula do versículo. A

extrema gravidade de sua ofensa consiste no fato de que ―aprovam os que

assim procedem‖; os que praticam tais pecados oferecem seus aplausos à

perpetuação dessas iniquidades. Este é o caráter específico que agora passa a

ser contemplado. A sentença de Deus, neste caso encontra-se no V.32.

Em fim, O tema é polêmico e talvez alguns amigos fiquem até tristes comigo,

contudo minha visão é Cristã Evangélica, baseada em fontes e registros

cristãos. Quem me conhece sabe que jamais escreveria um texto como esse

negando quem de fato sou. Os que me conhecem sabem que sempre tratei

todos com muito respeito, e de igual forma sempre fui muito bem tratado. E,

como disse John Piper: ―Essa questão passou a receber muito mais atenção

que os outros assuntos, não por que ―destrói mais as pessoas‖, mas por que é

notícia. Não são os cristãos que colocam seguidamente a homossexualidade

na imprensa, mas somos forçados a explicar nossa posição sobre o assunto

publicamente, seja pela pregação ou por escrito, já que a mídia fez disso algo

importante de forma que precisamos explicar a todos como nós Cristão

vemos‖, aqui não justifico nada, apenas trago um estudo. Todos nós

precisamos de Cristo, todos nós precisamos do outro, mas como seremos

maiores do que o outro, quando não somos maiores que os nossos

preconceitos, e a nossa intolerância. Nunca direi que tais ações não são

pecados, quando a Bíblia diz que é. Porém, só UM pode nos lavar de todo


pecado, e remover todo julgamento.

Jesus!


Parte IV

Os judeus e seus privilégios

Rm 1.17-29


“Enquanto os judeus se vangloriavam dos seus privilégios, a verdade era que suas

vidas não estavam em conformidade com o mandamento de Deus.”

Quando Deus perguntou a adão quem o teria feito saber que estava nu,

o mesmo respondeu: ―Foi a mulher que me destes‖ – Gn 3.12. Aqui parece ser

o início de um caminho onde o homem parece querer se firmar para estar

sempre à procura de um culpado para os seus erros. Ele é o único culpado por

tamanha presunção e soberba, é a sua vaidade que o afasta de Deus, não o

deixando glorificá-lo, tudo o que acontece é por culpa dele mesmo, que

despreza o ―poder e a divindade de Deus, claramente vista desde a criação do

mundo‖ – V.20.

Por não adorar e nem glorificar é que o homem tem deixado de ter

justificativas, para a sua impiedade. Tais incredulidades têm sido tão grandes a

ponto de serem, até mesmo, indesculpáveis.

Ao lermos o Cap. 1 de romanos vemos uma igreja que até conhecia a

Deus, na verdade eles tinham um conhecimento do criador, e aí está o

problema, pois por conhecerem acreditavam não mais ter que render a Deus

Glória e gratidão. Quem nunca ouviu falar de Deus nas grandes metrópoles, é

quase impossível já que temos cristãos em todos os cantos, ou seja, todos

possuem um determinado conhecimento de Cristo, mas daí a se submeter aos

valores e a moral ensinadas na Bíblia é outra coisa.

Alguns irmãos que estavam na Igreja de Roma mostram que o homem

está disposto, até mesmo, a se prostrar diante das imagens de sua ganância e

soberba, mas ele não está disposto a se render diante da grandeza de Deus, e

de sua glória. A igreja de Roma estava se tornando ingrato, o conhecimento

que possuíam de Deus deveria trazer vergonha, entristecimento, contrição e

não aflição, perturbação, e confusão.

“Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem

lhe deram graças; antes, em seus discursos se desvaneceram, e o seu

coração insensato se obscureceu” – V.21

Muitos pensando que Deus depende de sua glorificação, pois se fizerem

isto aumentará a glória dele e senão fizerem a diminuirão. Um pensamento

totalmente deturpado, pois se a injustiça, a desigualdade e o desequilíbrio tem

tomado conta, assim como parece ter se apossado da Igreja de Roma por

algum momento, é porque a igreja deixou de atribuir e de conferir a Deus a

Glória que pertence única e exclusivamente a Ele.


Quantos pensamentos profanos, heréticos e descrentes, isto gerou e

tem gerado o afastamento de vários homens de Deus, e ―parecem ser estas as

razões porque estão sem desculpas‖, o que poderia em Deus ser tão

conveniente para que àquela igreja viesse absolver? ―Afetos e Devoção?‖ –

Não.

Paulo em todo tempo mostra para a Igreja que se encontrava em Roma,

onde estava a ―origem de sua degeneração e degradação, Meyer diz: ―Não é a

religião primitiva, da qual o homem gradualmente, elevou-se para o

conhecimento do verdadeiro Deus, mas, pelo contrário, é o resultado de ter

caído da conhecida revelação original do verdadeiro Deus, em suas obras‖.

Tudo o que temos presenciado é a ausência da verdade, por isso o falso

tem sido tão presente. A sede de nossos pensamentos, e sentimentos tem nos

conduzido a várias reflexões inúteis, pois é a sede dos nossos sentimentos,

que controla o intelecto e a vontade não nos permitindo pecar. Se ficamos

destituídos de entendimento é porque todo ele sobrepujou, ofuscando o que

era bom.

Ainda hoje vemos que a decadência, e o extravio religioso se dão,

porque todos os dias o homem se entrega a imoralidade. Com isto a libertação

que parecia ter acontecido não houve, por isso eles foram, e são entregues

aquilo que antes os classificavam. O que faltava era uma conversão de

coração.

Por fim, quando pecamos contra Deus, somos corrigidos na

esfera de nossos princípios. Por isso, sentimos vergonha, algo que a Igreja de

Roma não estava mais sentindo e nem a Igreja de hoje parece estar vivendo,

experienciando e sofrendo. Lamentável!


Parte V

As Tendências Pecaminosas

Rm 1.7-24


“O apóstolo fala claramente da sua luta com as tendências pecaminosas e

os desejos da carne.”

Paulo inicia o V.7 cumprimentando e mostrando que em sua carta tanto

Judeus quanto gentios não veriam ele fazendo acepção de pessoas, trata-os

no plural: Todos, amados, chamados, serem e vocês. John Stott diz que a

julgar pelas palavras do apóstolo ―quase se poderia afirmar que essas palavras

refletem dois dos principais objetivos do apóstolo ao escrever esta carta:

―Graça‖ (ou ―Misericórdia), ele queria enfatizar a liberdade dada por Deus, a

justificação aos pecadores‖. Como vimos nos textos anteriores o pecado da

idolatria parecia andar junto com alguns membros daquela igreja, assim como

o pecado da homossexualidade e os da vaidade dos judeus que exigiam

privilégios. Ou seja, “...os seus pensamentos tornaram-se inúteis e os seus

corações insensatos encheram-se de escuridão...” – V.21.

O fato do apóstolo não ter sido o responsável por pregar o evangelho a

esta igreja, não o isenta de observar a disposição, o gosto e a inclinação a qual

àquela igreja estava tendo, nada nos impede hoje de ver uma igreja próspera e

dar graças a Deus por ela. Ou seja, as notícias que Paulo tinha desta eram

boas – “...em todo o mundo se fala da fé que vocês têm...” – V.8 – o que

não o impedia de glorificar a Deus por aquele povo, e nem diminuía o desejo

de estar com eles.

Mas, o gosto pelo pecado parecia ser algo agradável, por isso o apóstolo

entende ter que provar para eles o quanto (judeus e gentios) necessitavam da

salvação. Parecem ter se esquecido de que todos estão debaixo do poder do

pecado, e que não tem como brincar com ele. Por isso, quando fala aos que

estão em Roma não enrola, não faz rodeios, Paulo é direto com aquela igreja

chamando-os a atenção, mostrando que havia evidências para todas as

acusações que ele estava fazendo. Com o desejo estrondoso de mostrar que

não há mais justo e ninguém perdoável, Paulo agora revela o estado abusivo,

condenável e reprovável do homem.

Todos somos réus, transgressores e culpados, todos nós nos

encontramos debaixo do furor e da indignação de Deus. Uma realidade escura

e muito sombria para o mundo atual, uma realidade que parece indesculpável.

Durante algumas semanas já viemos trabalhando a predisposição do

homem em demonstrar a sua aptidão pela infração, e pelos delitos daqueles

que claramente tinham propensão para o pecado. Assim como a Igreja de

Roma muitos estão por conhecerem a Deus e a sua bondade, mas, parecem

querer abusar, ou seja, a Graça que antes era bendita, agora é maldita, pois

agora haverá um enfrentamento, uma luta, um combate com os valores de

Deus. Um momento onde estes ―guerreiros‖ se sentirão agoniados, tristes e

angustiados, pois o combate travado é doloroso, penoso, desolador e não vale

à pena. Eles deixaram de viver de acordo com a consciência de Deus e de


acordo com o conhecimento que vem da parte de Deus, que agora foi

desconsiderado e desprezado por aqueles que pareciam antes amá-lo.

O movimento em direção ao pecado deveria ser rejeitado e

menosprezado, mas a impiedade e a culpa fazem de nós, agora, pessoas

esquecidas e abandonadas. Nosso triste estado é tão penoso, inquietante e

opressivo que a nossa transgressão se tornou irremissível, ou seja

indesculpável.

Paulo trata com a Igreja que estava em Roma os seguintes assuntos

segundo John Stott:

Primeiro (1.18-32) ele retrata a sociedade gentílica depravada em

sua idolatria, imoralidade e comportamento antissocial.

Depois (2.1-16) dirige-se aos críticos moralistas (tanto gentios

quanto judeus) que proclamam altos padrões éticos, aplicando-os

a todo mundo, menos a si mesmos.

Em terceiro lugar (2.17—3.8), volta-se para os judeus

presunçosos que se gabam do seu conhecimento da lei de Deus,

mas não a obedecem.

Em quarto lugar (3.9-20), ele aborda toda a raça humana e

conclui que todos nós somos culpados e indesculpáveis diante de

Deus.

Verdadeiramente o apóstolo sabia com quem estava lidando, por isso

testemunhando a esta classe de irmãos disse: “Não me envergonho do

evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que

crê” – V.16. Embora o caminho não fosse aquele escolhido por alguns da

Igreja de Roma, nem a direção estivesse sido aquela dada por aquele(s) que

um dia fundaram aquela igreja, a orientação do Apóstolo Paulo agora é

revelada a eles de forma indignada, contudo justa. Ela não era fruto de uma

emoção irracional e incontrolável, mas com uma boa dose de valores – “Deus

os abandonou e deixou que vocês seguissem os desejos de seus

corações, cometendo imoralidades e desonrando seus corpos uns com

os outros. Porque vocês trocaram a verdade de Deus pela mentira e

começaram a adorar a criação em vez do Criador, que é abençoado

eternamente. Por isso, Deus os abandonou e deixou que fizessem as

ações vergonhosas que vocês queriam. Pois até as suas mulheres

trocaram as relações naturais por aquelas que são contra a natureza. Da

mesma maneira, os homens deixaram de ter relações sexuais naturais

com mulheres e começaram a desejar uns aos outros. Assim, homens


começaram a cometer atos imundos com outros homens, recebendo em

seus próprios corpos o castigo pela sua perversão”.

O homem é e sempre será absolutamente livre enquanto viver debaixo

da graça e da misericórdia de Deus – “Nós nos zangamos quando o nosso

orgulho é ferido. A Deus nada provoca, exceto o pecado” – John Stott


MISSÃO A coluna Curtinhas tem como propósito levar sempre uma palavra para os líderes

cristãos no Brasil inteiro, para que estes evangelizem com mais eficácia seu próprio

povo e treinem outros para fazer o mesmo.

SOBRE

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