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Macedo, V.P. e Macedo, L.G. Principais causas de mortalidade de cordeiros: um revisão. PUBVET, V.2, N.16, Abr3, 2008. PUBVET, Publicações em Medicina Veterinária E Zootecnia. Disponível em: <http://www.pubvet.com.br/texto.php?id=205>. Principais causas de mortalidade de cordeiros: uma revisão Vicente de Paulo Macedo 1 e Luiz Gonzaga Macedo 2 1 Prof. Dr. do Departamento de Zootecnia da Universidade do Oeste Paulista – UNOESTE – Presidente Prudente, São Paulo, Brasil. 2 Aluno do Programa de Pós Graduação em Zootecnia da Universidade Estadual de Maringá – UEM, Maringá, Paraná, Brasil. 1. INTRODUÇÃO Sejam quais forem as condições em que a ovinocultura é praticada, há uma pressão cada vez maior no sentido de serem aumentados os seus lucros e de maximizar o retorno dos recursos aplicados na exploração da criação, que tem no cordeiro desmamado sua principal fonte de renda, tanto para a produção de carne como para reposição do plantel, sendo assim a obtenção de maior eficiência na produção de cordeiros por ovelha requer maior dedicação por parte dos criadores. Entre os fatores responsáveis pelo sucesso da ovinocultura merece destaque especial a obtenção de um maior índice de sobrevivência dos cordeiros nascidos vivos e levados a termo até o desmame, período este considerado crítico, dentro do ciclo de produção. A viabilização dessas metas devem ser alcançadas sem, no entanto, utilizar-se do emprego de técnicas de alto custo e de difícil aplicação, o que oneraria os custos de produção, dificultando a competitividade do setor.

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Macedo, V.P. e Macedo, L.G. Principais causas de mortalidade de cordeiros: um revisão. PUBVET, V.2, N.16, Abr3, 2008.

PUBVET, Publicações em Medicina Veterinária E Zootecnia.

Disponível em: <http://www.pubvet.com.br/texto.php?id=205>.

Principais causas de mortalidade de cordeiros: uma revisão

Vicente de Paulo Macedo1 e Luiz Gonzaga Macedo2

1Prof. Dr. do Departamento de Zootecnia da Universidade do Oeste Paulista –

UNOESTE – Presidente Prudente, São Paulo, Brasil. 2Aluno do Programa de Pós Graduação em Zootecnia da Universidade Estadual

de Maringá – UEM, Maringá, Paraná, Brasil.

1. INTRODUÇÃO

Sejam quais forem as condições em que a ovinocultura é praticada,

há uma pressão cada vez maior no sentido de serem aumentados os seus

lucros e de maximizar o retorno dos recursos aplicados na exploração da

criação, que tem no cordeiro desmamado sua principal fonte de renda, tanto

para a produção de carne como para reposição do plantel, sendo assim a

obtenção de maior eficiência na produção de cordeiros por ovelha requer maior

dedicação por parte dos criadores. Entre os fatores responsáveis pelo sucesso

da ovinocultura merece destaque especial a obtenção de um maior índice de

sobrevivência dos cordeiros nascidos vivos e levados a termo até o desmame,

período este considerado crítico, dentro do ciclo de produção. A viabilização

dessas metas devem ser alcançadas sem, no entanto, utilizar-se do emprego

de técnicas de alto custo e de difícil aplicação, o que oneraria os custos de

produção, dificultando a competitividade do setor.

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Segundo AMEGHIHO et al. (1984), analisando fatores responsáveis

pela baixa competitividade da Ovinocultura, durante os anos de 1971 a 1980,

constataram que o alto índice de mortalidade de cordeiros é um dos principais

fatores que reduz a produtividade e a viabilidade da Ovinocultura em todo

mundo.

HARTLEY et al. (1964), trabalhando com ovinos na Nova Zelândia,

observaram índices de 15 a 20% de perdas devido a mortalidade de cordeiros.

Dados similares foram obtidos por STAMP (1967) na Inglaterra e também por

DENNIS (1974), quando trabalhou com ovinos na Austrália. Índices superiores,

isto é, de 15 a 32%, foram obtidos no Uruguai por AZZARINI (1975). Já no

Brasil, mais especificamente no Rio Grande do Sul, FIGUERÓ (1965), afirmou

que aproximadamente 25% dos cordeiros nascidos não sobrevivem.

Ainda no Rio Grande do sul, segundo dados não publicados da

EMBRAPA/BAGÉ, estima-se que 15 a 40% dos cordeiros nascidos, morreram

no período do nascimento ao desmame. Na mesma direção OLIVEIRA et al.

(1982), relataram que a mortalidade de cordeiros é um dos principais fatores

que influenciam a diminuição da rentabilidade na Ovinocultura gaúcha, sendo,

que até o ano de 1982, somente WILLIAMS (1965), realizou observações

sistemáticas sobre as causas da mortalidade em cordeiros. Dados obtidos nos

anos de 1995 e 1996 no Centro de Produção da Universidade Estadual de

Maringá, localizado em Cidade Gaúcha, Paraná, demonstraram índices de

mortalidade de 21,8% e 9,19% para cordeiros da raça Corriedale,

respectivamente MACEDO et al. (1997).

A mortalidade dos cordeiros do nascimento ao desmame é um

problema complexo, que não tem apenas uma causa específica, sendo o

resultado da interação de muitos fatores predisponentes que podem se

diversificar de rebanho para rebanho OLIVEIRA et al., (1982).

Esta revisão objetiva analisar as principais causas de mortalidade de

ovinos do nascimento ao desmame.

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2. NUTRIÇÃO DA OVELHA

AZZARINI (1972), afirmou que a utilização de pastagens cultivadas

melhora o nível nutricional no terço final da gestação, período em que ocorre

75% de aumento no peso corporal do cordeiro, acarretando maior peso ao

nascer, propiciando maior taxa de sobrevivência, principalmente nas primeiras

72 horas de vida, além de diminuir a ocorrência de partos distócicos, e

sincronizar a descida do leite com o parto.

MEAKER et al. (1977), estudando o efeito da nutrição da ovelha, nas

últimas 6 semanas de gestação, em relação ao tipo de parto e mortalidade

neonatal, encontraram porcentagens diferentes para dois níveis nutricionais,

sendo que: um grupo de ovelhas foi submetido a um nível nutricional baixo e

outro grupo recebeu nutrição balanceada (segundo normas do Institut la de

Nacional Recherche Agronomique, INRA).A mortalidade de cordeiros oriundos

de ovelhas submetidas ao baixo nível nutricional e que tiveram partos únicos e

múltiplos, foi de 18,2 e 26,7% respectivamente, enquanto que para a nutrição

balanceada os índices de mortalidade foram 6,7% para cordeiros únicos e 10%

para cordeiros oriundos de partos múltiplos.

BENTO et al. (1981), estudando a incidência de mortalidade nos

cordeiros oriundos de ovelhas submetidas a dois manejos alimentares

diferentes, onde um grupo permaneceu exclusivamente em pasto nativo (PN) e

o outro grupo, além do pasto nativo, teve acesso à pastagem de azevém

durante 3 horas por dia, mais suplementação no cocho de 500 gramas de

resíduo de soja misturado com 100 gramas de palha de soja triturada (PNS).

Concluíram que a condição corporal no final da gestação, foi superior para o

grupo de ovelhas manejadas em PN + suplementação e esta superioridade,

propiciou o nascimento de cordeiros com maior probabilidade de sobrevivência,

principalmente nas primeiras horas de vida.

Segundo MENDES et al. (1982) os efeitos da severa subnutrição nas

últimas semanas de gestação podem ser parcialmente corrigidos pela

alimentação abundante durante a lactação, considerando-se que a produção de

leite está relacionada com o nível de consumo neste período e o crescimento

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do cordeiro nas primeiras semanas de vida é determinado fundamentalmente

pela quantidade de leite recebido da mãe. À medida que o cordeiro se

desenvolve, a contribuição do leite diminui gradativamente e o crescimento

passa a ser regulado pelo consumo de pasto e leite, portanto boa alimentação,

na época de aleitamento, determina ritmo de crescimento elevado e redução

da mortalidade, evitando-se restrições na produção futura do animal ou no

desenvolvimento pós-desmame. Também os mesmos autores, observaram

durante 2 anos, após necropsia de 612 cordeiros, no Rio Grande do Sul, que a

causa mais freqüente de mortalidade foi o complexo inanição/exposição

(58,2% em 1978 e 56,7% em 1979), ficando em segundo lugar a distocia

(8,6% em 1978 e 22,9% em 1979), e as perdas por ação de predadores

(2,4%) não constituiu causa importante de mortalidade. Constataram ainda

que infecções congênitas, neonatal e anomalias congênitas também não foram

causas importantes no total das mortes. Na mesma direção NAZZITELLIF

(1983) afirmou que a taxa de produção de leite é alta no início da lactação,

tendo seu máximo na 3ª e 4ª semana, quando começa a decrescer

rapidamente para aproximadamente 30% da produção inicial em torno de 10-

12 semanas pós parto. Assim ocorre ganho de peso satisfatório até

aproximadamente 6-8 semanas de idade, reduzindo após este período em

função da menor produção de leite, sendo este período crítico, pois predispõe

os cordeiros à competição precoce pelo pasto e ao aumento da carga

parasitária, o que na maioria dos casos leva a perdas.

AMEGHINO et al. (1984), pesquisando a mortalidade perinatal de

cordeiros no Peru, durante dez anos (1971 - 1980), afirmaram que a

mortalidade é um dos principais fatores que reduz a produtividade na

ovinocultura em todo o mundo. Neste período analisaram dados de 603.694

cordeiros nascidos e constataram que a mortalidade durante os 3 primeiros

dias de vida foi de 36,94/1000 nascimentos e no período de 4 a 30 dias foi de

5,87/1000. As condições não infecciosas predominaram como causas de

mortalidade mais freqüente: como a síndrome do cordeiro fraco, acidentes,

danos ao cordeiro pela mãe e a desnutrição. Destas causas citadas, a

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desnutrição respondeu por 30% dos casos de mortalidade no período do

nascimento ao desmame.

WOOLLIAMS et al. (1983), estudando o grau de resistência dos

cordeiros de raça pura e mestiços às diferentes causas de mortalidade,

concluíram que o grau de sangue influenciou os índices de mortalidade,

principalmente em relação a subnutrição, e que as perdas foram menores para

os cordeiros mestiços, quando comparados aos cordeiros de raça pura.

DUMON et al. (1984), estudando fatores nutricionais em dietas de

ovelhas prenhes durante os invernos de 1980/81 e 1981/82 na França,

constataram (segundo as normas do Institut la de Nacional Recherche

Agronomique, INRA) que os níveis de energia e proteínas recomendados para a

primeira fase da gestação, tornam-se insuficientes para a fase final da

gestação. Além disso, verificaram que a mortalidade dos cordeiros estava

correlacionada com o nível energético dietético antes do nascimento e com o

conteúdo de vitamina A do colostro. Avaliando também, os índices de

mortalidade para cordeiros amamentados pela mãe e cordeiros submetidos ao

aleitamento artificial, encontraram porcentagens de 5,7% para os cordeiros

amamentados naturalmente e de 11% para os cordeiros alimentados

artificialmente.

HUFFMAN et al. (1985), observaram que a mortalidade neonatal foi

de 14,3%, sendo 58,3% dessas mortes ocasionadas por desnutrição.

WHITE et al. (1987), estudando o diagnóstico de gestação e

determinação do número de fetos em ovelhas, consideraram que os princípios

de diagnósticos são de grande importância para orientar os requerimentos

nutricionais no início da gestação; resultando desta forma no melhor peso do

cordeiro ao nascer e, consequentemente, levando a reduções significativas nos

índices de mortalidade.

BIANCHET (1988), investigando a relação entre a data do parto e a

sobrevivência de cordeiro da raça Bighorn canadense, dos quais 71% dos

nascimentos aconteceram entre 18 de maio e 1 de junho, constatou que os

cordeiros nascidos em maio tiveram uma taxa maior de sobrevivência

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(70%),quando comparado com cordeiros nascidos em junho e julho (52%).

Constataram também que a viabilidade dos cordeiros nascidos depois de 10 de

junho, foi extremamente baixa. A nutrição inadequada neste período foi

sugerida como a causa de maior mortalidade de cordeiros nascidos tardios,

pois as ovelhas que pariram mais tarde tiveram a fase inicial da lactação

coincidindo com a baixa disponibilidade e qualidade da forragem, fazendo com

que não houvesse produção de leite suficiente para assegurar a sobrevivência

dos cordeiros.

3. PESO AO NASCER

Vários autores pesquisando causas de mortalidade constataram que

o baixo peso ao nascer, assume maior importância entre as ocorrências de

mortalidade durante e após o parto; e que cordeiros com baixos pesos

contribuíram para maior mortalidade nas primeiras 72 h de vida.

FREDELLA et al (1974), pesquisando nascimentos e fatores que

levam à mortalidade de cordeiros em diferentes faixas etárias, nas raças:

Merino, Ile-de-France, Sopranissana, Wurttemberg x Merino, Bergamácia,

Berrichon e Barbary, constataram que 4.93% morreram dentro de 10 dias de

idade e 2,31% morreram entre 11 e 30 dias. Concluíram finalmente, que de

todos os fatores, o peso ao nascer teve o maior efeito sobre a mortalidade;

ressaltando que cordeiros com o peso ao nascer entre 0,69 a 0,88 kg,

morreram logo após ao nascimento.

MITTAL et al. (1975), observando alguns fatores que contribuem

para mortalidade dos cordeiros da raça Bikameri, encontraram porcentagens

que variaram de 77% para cordeiros com peso vivo de 0,5 a 1,0 kg e 0% para

cordeiros com peso vivo igual ou maior a 3,5 kg ao nascer.

NARAYANASWAMY et al. (1980) analisando dados de 320 cordeiros

mortos de um rebanho experimental, constataram que 57% das mortes

aconteceram entre o nascimento e o desmame aos 90 dias, e que a

mortalidade ao nascer foi de 44,82% para cordeiros com peso menor ou igual

a 1,3 kg e de 8,33% para cordeiros com peso maior ou igual a 2,9 kg.

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Afirmaram também, que 91,67% dos cordeiros nascidos tiveram peso menor

ou igual a 2,5 kg ao nascimento.

HANRAHAN et al. (1980), estudando dados de um rebanho de

ovinos com enfoque para a idade e peso ao nascer, constataram que a

mortalidade até 3 meses de idade foi de 52,3% para cordeiros com peso ao

nascimento menor que 1,230 kg, 77,2% para cordeiros pesando 1,230 a

1,800 kg, 15,9% para os nascidos com 2,25 a 2,42 kg e 1,9 % para cordeiros

nascidos com peso igual ou superior a 2,93 kg.

VIHAN et al. (1982), estudando a relação da mortalidade com o

peso ao nascer, no Centro Nacional de Pesquisa Veterinária, na Índia,

encontraram diferentes porcentagens de mortalidade para diferentes pesos ao

nascer, como segue: 1,0-2,0; 2,1-3,0; 3,1-4,0; 4,1-5,0 kg, sendo as

porcentagens de 40,0; 34,9; 18,7 e 13,3% respectivamente. Destacaram

ainda que quase 80% das perdas aconteceram nos primeiros 2 meses de vida.

MENDES et al. (1982), após efetuarem as pesagens dos cordeiros ao

nascer, verificaram que os cordeiros que morreram posteriormente à pesagem

foram significativamente mais leves que os sobreviventes (P< 0,01). Também

observaram que os cordeiros mortos devido ao complexo inanição e exposição

à intempéries climáticas foram significativamente mais leves (P<0,01) do que

os mortos por distocia.

HUFFMAN et al. (1982), pesquisando mortalidade de cordeiros do

nascimento aos 21 dias de idade, incluíram peso ao nascer como efeito

principal no modelo de regressão de sobrevivência de cordeiros.

Estabeleceram, também, estimativas de probabilidade de um cordeiro

sobreviver até 21 dias de idade, encontrando probabilidade máxima de

sobrevivência ao nascer (96%) para fêmeas oriundas de partos gemelares, e

que pesasse mais de 5,9 kg ao nascimento e menor probabilidade (31%) para

machos de parto único, que pesasse menos de 3,6 kg ao nascer.

MACLEOD et al. (1983), estudaram a incidência de várias doenças

infecciosas e não infecciosas como causas de morte em cordeiros em várias

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raças, e constataram que cordeiros com peso mais baixo, apresentaram maior

risco de infeção, particularmente a doenças não-infecciosas.

MCMILLAN et al. (1983), estudando um programa de melhoria para

ovinocultura na Nova Zelândia, durante 1970/80, consideraram que peso ao

nascer foi um fator importante para mortalidade de cordeiro. Encontraram

também que o peso ótimo de nascimento para cordeiros é de 3,3 a 4,1 kg,

para mínima mortalidade.

WOOLLIAMS et al. (1983), pesquisando as causas de mortalidade,

principalmente as relacionadas à ocorrência de cordeiros fracos, como

conseqüência da morte, constataram que fatores como baixo peso ao nascer

predispuseram para maior incidência de mortalidade, e esta foi maior para

cordeiros com peso ao nascer menor que 2,3 kg, quando comparados com os

nascidos com peso superior a 2,3 kg.

HINCH et al. (1984), trabalhando com fatores que afetam a

mortalidade de cordeiros, tais como: tipo de parto, ordem de parto, idade da

ovelha, e efeito do ano. Detectaram que o tipo de parto, influenciou

significativamente no peso ao nascer, tendo um maior efeito como causa de

morte de cordeiros do nascimento ao desmame.

HUFFMAN et al. (1985), fizeram uma análise de regressão dos dados

de nascimentos de 315 cordeiros, sendo 261 sobreviventes e 54 não

sobreviventes de um rebanho comercial. Identificaram 3 fatores de risco para

sobrevivência de cordeiros, tais como: peso ao nascer, tipo de parto, e sexo do

cordeiro. Entre estes, peso ao nascer do cordeiro proveu o predictor mais

fidedigno de sobrevivência durante o período de nascimento ao desmame.

ALEXANDER et al. (1986), estudando mortalidade de cordeiros na

Austrália, encontraram índices que variaram de 5 a 70%, enfocando quatro

causas principais não infecciosas, como: problemas ao nascimento, exposição a

intempéries climáticas, desnutrição e extremos pesos, e entre elas, o peso ao

nascer extremamente baixo, contribuiu de forma significativa para o aumento

da mortalidade dos recém-nascidos. A afirmação anterior é confirmada por

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MARCA et al. (1985), quando avaliaram índices de mortalidade, concluindo que

a mais alta mortalidade aconteceu entre cordeiros com baixo pesos ao nascer.

ELVERIG et al. (1986), analisando dados de mortalidade de

cordeiros em diferentes períodos pós-nascimento, citaram o peso ao nascer

como causa mais importante de mortalidade, destacando este fator, como

única causa significante na porcentagem de cordeiros que morreram de 2 a 5

dias após o parto.

THERIEZ et al. (1986), observando sobrevivência de cordeiros,

durante as primeiras horas de vida, detectaram que cordeiros de alto risco,

sempre foram de baixo peso e este fator retardou o momento da primeira

mamada, o que ocorreu tardiamente; contribuindo para baixos níveis de IgG

na corrente sangüínea e queda de temperatura corporal, tornando os cordeiros

mais sensíveis às variações climáticas. Também, KALLWEIT (1986),

pesquisando o mesmo assunto, concluiu que cordeiros mais pesados e

vigorosos, foram mais ativos, e procuraram o úbere mais cedo.

OSSELAER et al. (1986), estudando a viabilidade do cordeiro em

relação ao peso ao nascer para as raças Suffolk, raças leiteiras, Texel e cruzas

entre estas, encontraram que a mortalidade por distocia foram mais altas para

cruzamentos oriundos do Texel devido ao alto peso ao nascer.

LIMA et al. (1987), após analisarem dados de mortalidade de 658

cordeiros da raça Pelibuey, observaram que o peso ao nascer teve efeito

significativo na sobrevivência dos cordeiros. Destacaram também a

superioridade dos cordeiros machos, que geralmente foram mais pesados ao

nascimento.

TUAH et al. (1987), analisando o rebanho ovino africano, para

determinar os efeitos do peso ao nascer na mortalidade de cordeiros,

concluíram que este fator foi significante (P< 0,05), principalmente em

cordeiros que pesaram entre 1,6 a 2,0 kg ao nascer. Já SINGER et al. (1987),

destacaram que houve redução nos índices de mortalidade à medida que

aumentava o peso ao nascer. Em outro trabalho, os mesmos pesquisadores

analisaram os nascimentos de 54 cordeiros; destes, 9 morreram dentro de 72

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horas, 6 em 24 horas e 2 entre 24 e 48 horas de nascidos; constatando que a

mortalidade neonatal foi afetada (P< 0,05) pelo peso ao nascer do cordeiro,

sendo mais alta para cordeiros nascidos pesando de 1,6 a 2,0 kg. Uma

pesquisa com os mesmos objetivos foi desenvolvida por SINGH et al. (1987).

Eles estudaram durante 7 anos, a mortalidade de cordeiros oriundos de

diferentes raças e cruzamentos, e analisaram os nascimentos de 3.511

cordeiros, concluindo que os índices de mortalidade foram significativamente

afetados pelo ano do nascimento e peso ao nascer. A incidência de mortalidade

foi reduzida à medida que o peso ao nascer aumentava, ressaltando ainda que

entre as principais causas, 21,8% foi devido ao baixo peso ao nascer. Já

EVERTS et al. (1985), obtiveram dados mostrando que os cordeiros que

morreram durante o parto, pesaram em torno de 0,280 kg a menos que os

cordeiros sobreviventes.

WHITE et al. (1987), destacaram a importância da utilização de

técnicas de diagnóstico de prenhez para estabelecer o melhor manejo

nutricional, visando o terço final da gestação, para se obter maior peso ao

nascer, o que reduz significativamente os índices de mortalidade de cordeiros

do nascimento ao desmame. Também ROBINSON et al. (1985), estudaram os

fatores predisponentes à mortalidade e concluíram que as mortes foram

causadas em conseqüência da baixa reserva de energia e da pequena

capacidade do cordeiro em controlar sua produção e perda de calor.

YAPI et al. (1990), buscando identificar e caracterizar causas de

mortalidade em cordeiros, assim como determinar as relações destas causas

com o peso ao nascer, concluíram que, independente do tipo de parto e da

raça, o peso ao nascer foi altamente significativo como causa da morte do

nascimento ao desmame. Ressaltaram ainda que cordeiros com menos de 3,0

kg foram mais susceptíveis à mortalidade, elevando a porcentagem de perdas.

Já LECRIVAIN et al. (1988) , pesquisando sobre o mesmo assunto, detectaram

5,5% de mortalidade, para cordeiros considerados leves, isto é, com peso

menor que 3,0 kg, sugerindo ainda que só cordeiros robustos e ativos fossem

selecionados para reposição do plantel.

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4. TIPO DE PARTO

FREITAS et al. (1980), trabalhando com mensurações do

desenvolvimento ponderal de 330 cordeiros da raça Morada Nova linhagem

Branca III, encontraram que o peso médio dos cordeiros ao nascer foi de 3,1

kg, e que cordeiros oriundos de partos simples nasceram com peso médio de

3,4 kg, enquanto cordeiros de partos gemelares pesaram 2,7 kg em média.

Concluíram que cordeiros originários de partos simples tiveram maior

probabilidade de sobrevivência, quando comparados com cordeiros de

partos gemelares. Por outro lado, SIMPLÍCIO et al. (1980), pesquisando

mortalidade até os 30 dias de idade obtiveram valores de: 21,95; 13,33; 6,66

e 8,92%, para as raças Morada Nova, Somalis, Santa Inês e SRD (sem raça

definida) respectivamente.

NUNES et al., (1980), trabalhando com ovelhas SRD, no período de

junho/78 a julho/79, no estado do Ceará, constataram que, de 88 partos, 65

(73,83%) foram simples, 22 (25%) duplos e 01 (1,13%) triplos. Os partos

ocorreram durante todo ano e os pesos vivos ao nascer foram: 2,92±0,66;

2,32±0.59 para cordeiros originários de parto simples e múltiplos (P<0,01),

respectivamente, com índice de mortalidade de 8,92% na primeira quizena de

nascimento.

MACLEOD et al. (1983), estudando durante 6 anos no leste da

Escócia a incidência de várias doenças infecciosas, e não infecciosas como

causas de mortalidade em cordeiros das raças Cara Negra escocesa, Cheviot e

cruzamentos entre estas constataram que doenças infecciosas foram

diretamente responsáveis por aproximadamente 25% das mortes ocorridas, e

a presença de patógenos tornavam os cordeiros mais susceptíveis a outras

causas de mortalidade. Os organismos predominantes foram Escherichia coli,

Pasteurella spp. e Fusobacterium necropharum. As doenças infecciosas,

principalmente enterites, variaram significativamente entre raças, com menor

incidência para cordeiros cruzados, quando comparados a cordeiros puros.

WOOLIAMS et al. (1983), estudando a incidência de partos

distócicos em ovelha, constataram que a incidência de distocia foi maior em

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Macedo, V.P. e Macedo, L.G. Principais causas de mortalidade de cordeiros: um revisão. PUBVET, V.2, N.16, Abr3, 2008.

partos de cordeiros únicos, quando comparados com gêmeos e triplos e,

encontraram também, maior incidência de distocia no parto de cordeiros

oriundos de ovelhas primíparas em relação a ovelhas multíparas.

HINCH et al. (1984), trabalhando com sobrevivência de cordeiros

mestiços (Merino x Booroola), de 1975 a 1981, na Nova Zelândia, obtiveram

variações de 1 a 4 cordeiros, quanto ao tipo de parto, e mortalidade em torno

de 9,0; 20,8; 41,3 e 49,1%, para partos único, duplo, triplo e quádruplo

respectivamente, independente do peso ao nascer. Cordeiros nascidos de

partos múltiplos (> 3), tiveram menor probabilidade de sobrevivência quando

comparados aos contemporâneos nascidos de partos único ou duplos.

MARCA et al. (1985), trabalhando com fatores que influenciaram a

mortalidade de cordeiro na raça Merino, analisaram dados de 1.852 cordeiros,

durante 3 anos, constatando que a mortalidade entre cordeiros oriundos de

partos triplo, foi em dobro, quando comparada à mortalidade dos cordeiros

oriundos de partos duplos.

TUAH et al. (1985), estudando efeitos de alguns fatores no

desempenho da raça Djallonke, de abril de 1969 a novembro 1979, detectaram

que a estação de nascimento e a idade da ovelha tiveram efeitos significantes

na prolificidade, concluindo que o parto múltiplo, influenciou quanto a

incidência de baixo peso ao nascer (igual a 1,77 kg) e, por conseqüência,

ocorreu baixa taxa de crescimento (0,076 kg/dia) levando a um peso ao

desmame (8,36 kg) inferior ao desejado e predispondo os cordeiros à maior

mortalidade.

PETERSSON et al. (1985), analisando dados das raças tipo lã, tipo

pele, Landrace sueco (SL) e o cruzamento SL x Texel, no período de 1974 a

1980, obtiveram taxas de mortalidade iguais a 6,13; 12,71; 9,78 e 8,14%

respectivamente. Concluíram também que os fatores de importância em todos

as quatro raças foram, tamanho do rebanho, tipo de parto e sexo do cordeiro.

Para as várias combinações do tipo de parto e idade da ovelha, as taxas de

mortalidade variaram de 2 a 50%, e foram mais altas para partos múltiplos de

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Macedo, V.P. e Macedo, L.G. Principais causas de mortalidade de cordeiros: um revisão. PUBVET, V.2, N.16, Abr3, 2008.

ovelhas jovens. Em geral as mais baixas taxas de mortalidade foram obtidas

com cordeiros oriundos de partos únicos de ovelhas de 2 a 4 anos de idade.

TAWO et al. (1985), trabalhando com quatro raças de ovinos

(Yankasa, Uda, mestiços entre estas e Balami) obtiveram taxas de mortalidade

aos 90 dias de idade de 15; 22; 8 e 3%, respectivamente. Detectaram ainda

que a viabilidade dos cordeiros foi significativamente menor em gêmeos que

em cordeiros nascidos de partos únicos, havendo interações significativas entre

tipo de parto, se único ou duplo ao desmame, e na taxa de sobrevivência total.

Também WOOLIAMS et al. (1983), após analisarem causas de morte,

afirmaram que morreram mais cordeiros oriundos de partos triplos quando

comparados aos de partos duplos, e estes morreram mais que cordeiros de

partos únicos. As diferenças só foram significativas para morte por exposição à

intempéries, sendo mais alta em ovelhas primíparas.

ELNING et al. (1986), analisaram plantel de 1.501 cordeiros das

raças Texel, raças leiteiras e cruzamentos entre elas, nascidos durante 10

estações. Obseravaram a mortalidade de 100 cordeiros nas primeiras 24 horas

de vida, e de 45 cordeiros entre 2 e 5 dias, após o nascimento. A análise dos

dados realizadas por de regressão de logística de Stepwise, mostrou que,

embora incluído na análise junto com outros fatores, o tipo de parto não

apresentou influência significativa.

KOUIMTZIS (1986), estudando o efeito do tipo de parto na

sobrevivência de cordeiro submetidos a 2 manejos alimentares diferenciados,

obtiveram taxas de mortalidade de 14,6; 20,7; 31,0 e 87%, para partos único,

duplo, triplo e quádruplo, respectivamente, em boas condições alimentares, e

de 19,0; 39,4; 62,1 e 100% para partos único, duplo, triplo e quádruplo,

respectivamente, em baixas condições alimentares, segundo as normas do

INRA.

THERIEZ et al. (1986), trabalhando com cordeiros de alto risco (

nascidos de partos difíceis e ajudados e os de baixos pesos ao nascer,

resultado do tipo de parto múltiplo). Constataram que durante a primeira hora

de vida, os cordeiros tenderam a ser inativo, mamando só após uma ou duas

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horas de vida. Nestes casos, a temperatura do cordeiro declinou para menos

de 38º C e os níveis de IgG foram baixos (10 g/litro ou menos), aumentando a

incidência de mortalidade.

KALLWEIT et al. (1986), estudando a relação entre raça, tipo de

parto, peso ao nascimento e mortalidade de recém-nascidos, concluíram que o

tipo de parto teve maior efeito sobre a mortalidade, sendo esta

proporcionalmente maior ao número de cordeiros por ovelha.

LIMA et al. (1987) analisaram dados de 658 cordeiros da raça

Pelubuey, em relação ao tipo de parto do nascimento ao sétimo dia de vida.

Obtendo mortalidade significativamente maior para cordeiros oriundos de

partos triplos (9,95%) e quádruplos (8,7%) quando comparado com partos

único (0,07%) e duplos (1,47%). Quando analisaram as perdas ocorridas do

oitavo dia de nascidos ao desmame (90 dias), obtiveram como resultados as

seguintes taxas: 2,46; 6,13; 17,2 e 26,73 para partos único, duplo, triplo e

quádruplo, respectivamente.

TUAH et al. (1987), após trabalharem com dados de 54 cordeiros de

raça tipo lã, analisaram fatores os responsáveis pela mortalidade e concluíram

que o tipo de parto, quando único ou duplo, não teve efeito significativo como

causa de mortalidade.

MARU et al. (1987), analisando dados de 5.740 cordeiros oriundos

de 10 raças puras e 4 tipos de cruzamentos, obtiveram 6,39% de mortalidade

até 90 dias de idade com variações de 2,83% até 18,57%, em cordeiros da

raça Nali e Suffolk, sendo a diferença atribuída à alta incidência de

nascimentos múltiplos de cordeiros da raça Suffolk. Observaram também que

2,35% de todos os cordeiros morreram no período de 2 dias, e 2,04% entre 30

e 90 dias após o nascimento. Ficou caracterizado que fraqueza e exposição à

intempéries foram as causas mais freqüentes de mortalidade dos cordeiros.

SOUZA et al. (1980), trabalhando com ovinos Morada Nova

linhagem branca II, no vale do Curu-Ceará, analisaram a mortalidade de

cordeiros em 3 diferentes estações de nascimentos, obtendo taxa de

mortalidade dos cordeiros até o desmame igual a 10,6%. Constataram, ainda

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Macedo, V.P. e Macedo, L.G. Principais causas de mortalidade de cordeiros: um revisão. PUBVET, V.2, N.16, Abr3, 2008.

que no mesmo período os cordeiros originários de partos simples, (190 do total

de 330 nascidos), apresentaram taxa de mortalidade de apenas 5,8%,

enquanto que os originários de partos gemelares, ( 140 de 330), atingiram

17,1% de mortalidade até a desmama. Concluíram também que a maior taxa

de mortalidade se concentrou no período de aleitamento, sendo que cordeiros

nascidos de partos gemelares tiveram menor perspectiva de sobrevivência do

que os nascidos de partos simples.

5. DISTOCIA

BOSC et al. (1976), analisando a sobrevivência de 1.305 cordeiros

Ile-de-France (SE), 855 Prealpes Sud (PS) e 312 cordeiros da raça Romanov,

durante um período de procriação intensiva, entre 1970 e 1976, na França,

observaram altas taxas de distocia por apresentação do cordeiro na raça

Romanov, seguida pela Prealpes Sud e Ile-de-France e, também, que a distocia

por apresentação no parto (anterior ou posterior) foi afetada pelo tipo e ordem

de parto, sendo que a mortalidade foi maior em partos múltiplos.

SMITH et al. (1977), analisaram dados de 3.535 cordeiros de 7

raças puras e 3.178 cordeiros mestiços, para determinação de parâmetros em

um programa de seleção para maior sobrevivência de cordeiros e menor

ocorrência de distocia. A incidência de distocia foi de 12% para raça de lã

grossa e 22% na raça Corriedale e Hampshire. Observaram também que a

ocorrência de distocia, aumentou a mortalidade em 8,6% e 4,8% de cordeiros

puros e mestiços, respectivamente; Também, afirmaram que cordeiros

mestiços, oriundos de partos únicos, sofreram uma incidência mais alta de

distocia (13%), quando comparados com cordeiros originários de partos

múltiplos (8%), citando herdabilidade (h2) = 0,13 para distocia. Também

MCMILLAN (1983) citou porcentagens de 13% de distocia, como causa de

mortalidade de cordeiros nos 3 primeiros dias de vida.

WOOLIAMS et al. (1983), pesquisando as várias causas de

mortalidade em diferentes raças, classificaram a distocia de acordo com as

dimensões relativas do cordeiro e da ovelha, e com a forma de apresentação

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do cordeiro no parto. A variação de raça não foi significante, mas o parto de

cordeiros cruzados tiveram uma freqüência maior de distocia para o aspecto

dimensão, quando comparados com cordeiros de raça pura, porém os

cordeiros mestiços apresentaram mais baixa incidência de distocia por forma

de apresentação no parto.

6. SEXO DO CORDEIRO

SHRIVASTAVA et al. (1983), pesquisaram a mortalidade de

cordeiros Marwari, criados exclusivamente a pasto, nos anos de 1976 a 1979,

durante este período nasceram 783 cordeiros, e morreram 19,41% deles,

entre a primeira e quarta semana de vida. A mortalidade total de cordeiros

machos foi de 59,38%, significativamente mais alta que a de fêmeas, 46,96%.

As causas principais de morte foram debilidade por pneumonia (46,17%), e

calor intenso (14,76%). NARAYANASWAMY et al. (1980), trabalhando também

com mortalidade, analisaram dados de 320 cordeiros mortos de um rebanho

experimental, e dos quais 167 eram machos e 153 fêmeas e constataram, que

54,37% das mortes aconteceram entre o nascimento e o desmame (90 dias).

EVERTS et al. (1985), estudando incidência de mortalidade em diferentes

períodos pós-nascimento e os fatores que a influenciaram, relataram que 13%

das perdas ocorreram nos primeiros 7 dias, e 10% durante o parto. E que o

peso de nascimento de cordeiros foi influenciado pelo sexo, sendo as fêmeas

0,19 kg mais leve que os machos e que cordeiros que morreram durante o

parto, pesaram em torno de 0,280 kg abaixo do peso dos cordeiros

sobreviventes.

MARCA et al. (1985), analisando dados de mortalidade de cordeiros

da raça Merino, durante 3 anos, constataram que o sexo não afetou a

mortalidade significativamente, mas cordeiros machos tiveram uma maior

incidência de nascimentos difíceis, quando comparados aos nascimentos de

fêmeas. Esta constatação é confirmada por PETERSSON et al. (1985), quando

trabalharam com quatro raças diferentes, detectando que em todos os tipos de

raças, houve uma incidência maior de mortalidade entre cordeiros machos do

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que entre as fêmeas. Este resultado é também citado por WOOLLIAMS et al.

(1983).

TUAH et al. (1987), pesquisando a influência de diversas causas de

mortalidade em cordeiros, entre elas sexo e peso ao nascer nos diferentes

períodos após o nascimento, concluíram que o sexo não teve influência para as

perdas de cordeiros do nascimento ao desmame.

SERIGH et al. (1987), analisando dados de 3.511 cordeiros nascidos

num período de 7 anos, oriundos das raças puras Chokla, Nali e dos

cruzamentos Merino x Nali Soviético e Ramboullet x Chokla, obtiveram como

resultados, 20,19; 19,53; 14,75 e 17,06% de mortalidade, respectivamente

para machos e 21,66; 24,35; 11,16 e 13,88% para fêmeas, concluindo que

existe diferenças significativas entre raças, porém não houve diferenças entre

os sexos.

MACEDO et al. (1997), dados não publicados, trabalhando com

ovinos da raça Corriedale, obtiveram porcentagens de mortalidade de 13,53%

e 8,27% para machos e fêmeas, respectivamente. As perdas acima citadas

ocorreram devido ao abandono do cordeiro pela mãe.

7. FATORES CLIMÁTICOS

DONNELLY (1984), afirmou que a morte por exposição durante os 3

primeiros dias de vida foi a causa mais importante de perda de cordeiro,

estimando valores de 30% para mortalidade no período de junho a setembro.

SLEE et al. (1986), estudando fatores genéticos que afetam

resistência a baixas temperaturas, em relação a sobrevivência neonatal de

cordeiro, consideraram que a viabilidade de cordeiros teve uma baixa

herdabilidade. Portanto a seleção direta para melhorar sobrevivência seria de

sucesso improvável, mas a seleção indireta para uma característica

correlacionada, como resistência a baixa temperatura, poderia ser uma

alternativa viável. Evidenciaram ainda diferenças entre raças para resistência a

baixa temperatura logo após o nascimento, tanto a nível de campo como em

testes laboratoriais. Com algumas exceções, cordeiros da raça que

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apresentaram esta resistência a nível de laboratório, confirmaram a mesma

resistência a baixa temperatura a nível de campo, com menor índice de

mortalidade. Trabalhos recentes demonstraram variações genética dentro da

raça para resistência a baixa temperatura, apresentando respostas

significativas para seleção desta característica e com herdabilidade igual a

30%.

8. CAUSAS DIVERSAS

GALAL et al. (1974), trabalhando com 3 grupos de raça pura ( Barki,

Merino e Awassi) e seis grupos de mestiços (Barki x Merino). onde analisaram

as taxas de sobrevivência nos períodos de: 7, 60 e 120 dias de idade, em 5

diferentes estações de procriação. Encontraram que o peso ao nascer teve

efeito altamente significativo para sobrevivência em todas as 3 idades

estudadas. A raça Merino apresentou a maior taxa de mortalidade, enquanto

que os mestiços foram mais resistentes às causas de mortalidade; porém à

medida que aumentava o grau de sangue da raça Merino no cruzamento (

maior 3/8 ), houve redução nos índices de sobrevivência.

ALEXANDER et al. (1980), estudando redução de mortalidade em

cordeiros da raça Merino, durante cinco anos, analisaram comportamento de

1.153 cordeiros, divididos em manejos diferentes, ou seja, um grupo alojado e

o outro a campo. Constataram que a provisão de abrigo melhorou em 10% a

sobrevivência de cordeiros nascidos de parto único, comparados aos cordeiros

nascidos de partos múltiplos. Afirmaram também que a tosquia das ovelhas,

não teve nenhum efeito consistente na sobrevivência de cordeiros. Porém, os

ventos (> 15 km/h), combinados com chuvas e baixas temperaturas (< 5º C)

aumentaram a mortalidade.

VIHAN et al. (1982), estudando ocorrência de mortalidade em

cordeiros do nascimento a um ano de idade, nas raças Musaffarnagris, Dorset

e Suffolk, constataram que aproximadamente 80% das perdas aconteceram

nos 2 primeiros meses de vida, sendo que a pneumonia respondeu por 27,2%

e 53,3% nas raças Musaffarnagris e Dorset, respectivamente.

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Macedo, V.P. e Macedo, L.G. Principais causas de mortalidade de cordeiros: um revisão. PUBVET, V.2, N.16, Abr3, 2008.

MACLEOD et al. (1983), estudaram a resistência à várias doenças

infecciosas e não infecciosas, como causas de morte em cordeiros de raças

diferentes. Os dados foram obtidos de um rebanho criado a pasto durante seis

anos, envolvendo as raças Blackface Escocesa, Cheviot, Galês da Montanha e

cruzamentos entre estas. As doenças infecciosas e não infecciosas foram

diretamente responsáveis por 25% da mortalidade, variando significativamente

entre raças, sendo os microrganismos responsáveis, a Escherichia coli, a

Pasteurella spp e o Furobacterium de necropharum. As doenças infecciosas em

geral e as enterites variaram significativamente entre as raças, e a incidência

foi menor em cordeiros mestiços comparados com cordeiros puros.

HERNANDEZ (1984) estudando as causas mais freqüentes de

mortalidade em cordeiros, no México, analisou dados de 452 cordeiros, dos

quais: 12,93% morreram antes de 135 dias de idade. 17 dos 58 cordeiros

mortos, morreram até 3º dia de vida e 41 morreram no período de 3 a 15 dias

de vida. As causas das mortes e numero de animais atingidos foram: 11 devido

a pneumonia, 8 subnutridos, 5 por acidose, 3 por atelectasia, 3 por

enterotoxemia, 2 por urolitíase e 1 natimorto, sendo que não foi possível

estabelecer a causa da morte em 25 cordeiros. Também AMEGHINO et al.,

(1984) pesquisando sobre o mesmo tema, afirmaram que 86% das perdas

aconteceram nos primeiros 3 dias de vida; as causas das perdas foram em

ordem decrescente: infecções (22%), acidentes (22%) e nascimento de

cordeiros mortos (16%). Evidenciaram também que sobre os remanescentes

do primeiro mês de vida, predominaram mortalidade causada por infecções,

respondendo por 60% de todos os casos ocorridos no período de 4 a 30 dias.

Segundo SILVA et al. (1984), comparando o efeito de duas épocas

de cobertura: verão (janeiro e fevereiro) e outono (abril e maio), sobre a

fertilidade e a mortalidade de cordeiros, encontraram que a mortalidade foi de

85,71% dos casos se deu para nascidos no inverno e 59,62% para nascidos na

primavera (P<0,05). Ressaltaram ainda que houve maior percentual de partos

múltiplos (P<0,01) em 6,12% das coberturas no outono. Concluíram, após

análises dos resultados, que houve melhor desempenho reprodutivo e menor

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mortalidade de cordeiros no grupo de ovelhas cobertas no outono e com

parição na primavera.

SHARMA et al. (1991), trabalhando com fatores que influenciam a

sobrevivência de cordeiros após o nascimento, em diferentes raças (882 da

raça Magra, 178 Merino x Magra e 53 Corriedale x Magra), obtiveram os

seguintes resultados com relação a sobrevivência, no período de um mês de

vida: 88,9; 89,1 e 78,2% e, no período de um a dois meses de idade: 95,5;

92,9 e 94,5%, respectivamente para as raças acima citadas. Quando

observaram o período de 2 a 3 meses de idade, obtiveram 95,0; 94,8 e 90,2%

para os 3 grupos de raças, respectivamente.

9. CONCLUSÃO

Quanto a nutrição da ovelha, observou-se que este fator,

apresentou maior correlação com as demais causas de mortalidade, pois

influenciou de forma significativa o peso ao nascer, o tipo de parto, a incidência

de distocia, e a maior ou menor susceptibilidade a doenças e adversidades

climáticas. Observou-se ainda, que o período crítico para a nutrição,

concentrou-se no terço final da gestação, quando o peso do cordeiro aumenta

em aproximadamente 2/3.

Peso ao nascer, em relação as causas da mortalidade, observou-se

que cordeiros com alto peso morreram por distocia, enquanto os cordeiros de

baixo peso, morreram acometidos de inanição e exposição a intempéries

climáticos. Sugere-se que peso ao nascer desejável é aquele permita o bom

desempenho do cordeiro, sem no entanto ocasionar transtornos durante o

parto.

Os trabalhos revisados mostraram que cordeiros oriundos de partos

simples, apresentaram maior peso ao nascer e menor mortalidade, quando

comparado com cordeiros originários de partos múltiplos, que foram mais leves

e apresentaram menores perspectivas de sobrevivência.

Referindo-se as perdas por distocia, observou-se a ocorrência de

dois tipos, isto é, de acordo com as dimensões relativas do cordeiro e da

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ovelha e também quanto a forma de apresentação do cordeiro ao parto. Ambas

os tipos estão relacionadas com o sexo do cordeiro. Ressalta-se que muitas

mortes poderiam ser evitadas, mediante dedicação e maior atenção ao

rebanho, durante a parição.

Observando-se a raça e seus cruzamentos, pode-se afirmar que

existe diferenças, quanto a maior ou menor resistência do cordeiro à

mortalidade. Evidenciou-se também que cordeiros mestiços apresentaram

menor predisposição à mortalidade, quando comparados aos cordeiros de raça

pura.

Quanto ao sexo, observou-se que a mortalidade de cordeiros

machos foi superior quando comparada às fêmeas. Provavelmente esta

diferença pode ser explicada pelo maior peso do macho ao nascer, predispondo

à distocia.

Como medidas para se diminuir essas perdas deve-se adotar

estratégias de manejo na propriedade, visando minimizar os fatores que

contribuem para o aumento da mortalidade dos cordeiros, e

conseqüentemente, aumentar a eficiência reprodutiva dos sistemas de

produção ovina.

10. REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA

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