Principais Pontos Da Teologia de Karl Barth

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PRINCIPAIS PONTOS DA TEOLOGIA DE KARL BARTH

Teologia Contemporânea – Prof. Fanuel Santos

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EQUIPE:

Antônio Sérgio Ferreira Bergnilson Oliveira Mafaldo Oliveira Marcos José Freitas Raimundo Nonato Tavares Rubinai Gama Sandro Cacciari

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INTRODUÇÃO

Karl Barth foi um dos maiores teólogos protestantes do século XX. Nascido na Basiléia, Suíça, no dia 10 de maio de 1886. Filho de pais religiosos foi educado em meio a pastores conservadores. Suas influências acadêmicas foram Kant, Hegel, Kierkegaard e teólogos como Calvino, Gunkel, Schlatter, Harnack e Herrmann.

Estudou em Berna, Berlim, Tuebingen, Marburgo. A partir de 1921 passou a ensinar teologia na universidade alemã de Goettingen; em 1925, na de Munique; em 1930, na de Bonn. Em 1935, por sua atitude antinazista, foi obrigado por Hitler a refugiar-se em Basiléia, de cuja universidade foi professor, onde lecionou até 1961. Na Alemanha, deu ainda, na qualidade de professor estrangeiro, lições em Bonn, em 1946 e 1947.

Durante seus anos como professor, Barth assumiu o pastorado na Suiça.

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INTRODUÇÃO

A teologia de Barth, pedagogicamente, é dividida em três pontos: inicialmente era liberal teológica, que durou até aproximadamente meados da Primeira Grande Guerra. Logo após escreveu uma grande obra chamada Der Romerbrief (Carta aos Romanos) aonde deu-se inicio sua teologia particular voltada à dialética.

E com outra obra muito bem conceituada, Die Kirchliche Dogmatik (A Dogmática Eclesiástica) marcaria uma última fase teológica de Barth, como alguns chamam de “Barth tardio”, “Teologia Dogmática” ou “fase madura”.

A equipe, porém, gostariamos de pontuar os principais tópicos de sua teologia, tais como: a triunidade de Deus, a Palavra de Deus, a cristologia, a reconciliação e predestinação. Além de um breve resumo sobre as fases de Barth.

O teólogo andou as voltas com diversas enfermidades entre os anos de 1962 e 65, que posteriormente o levaria à morte, em 10 de dezembro de 1968. Data mais repetida pelas fontes pesquisadas.

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LIBERALISMO DE KARL BARTH

Teologia liberal (ou liberalismo teológico) foi um movimento teológico cuja produção se deu entre o final do século XVIII e o início do século XX. Relativizando a autoridade da Bíblia, o liberalismo teológico estabeleceu uma mescla da doutrina bíblica com a filosofia e as ciências da religião. Ainda hoje, um autor que não reconhece a autoridade final da Bíblia em termos de fé e doutrina é denominado, pelo protestantismo ortodoxo, de "teólogo liberal".

Em 1911, Barth iniciou um pastorado na pequena cidade de Safenwill, na Suiça, ond ficou até o ano de 1921. Deparou-se com uma realidade rural e com os constantes conflitos entre patrões e operários que ocorriam na única fábrica da região de onde dependiam diversas famílias. Barth, então, viu-se envolvido em conflitos e questões sociais. Tornou-se um socialista cristão, recebendo as influências de Hermann Kutter e de Leonhard Ragaz. Participou de ações políticas e ajudou a organizar um sindicato. Filiou-se ao Partido Social-Democrática, em 1915. Mas Barth viu a sua fé ser abalada com o início da Primeira Grande Guerra.

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LIBERALISMO DE KARL BARTH

A gota d’água que o fez abandonar o liberalismo teológico foi o fato de muitos professores, a quem Barth admirava muito, abraçaram o discurso do Nazismo, ele mesmo expressou isso nos seguintes termos:

“O verdadeiro fim do século dezenove, o fim daquilo que depois veio a ser chamado de la belle époque, coincide de fato, também para a teologia protestante, com o ano fatídico de 1914. Puro acaso? Seja como for, justamente naquele ano que Ernst Troeltsch, reconhecido como o sistematizador e o corifeu de toda a escola moderna, abandonou definitivamente sua cátedra de teólogo para passar à faculdade de filosofia... Pessoalmente, não posso esquecer aquele triste dia do inicio de agosto de 1914 no qual 93 intelectuais alemães afirmaram publicamente sua concordância com a política belicista do imperador Guilherme II e de seus conselheiros; profundamente assombrado, tive de constatar que, entre estes, constavam os nomes de todos os professores de teologia que até então eu respeitara e ouvira com confiança. E, como eles se haviam enganado em seu ethos de forma tão marcante, uma conclusão se me impunha; não podia mais segui-los em sua ética e em sua dogmática, em sua exegese da Bíblia e em seu modo de ensinar a história; resumindo, a partir daquele momento, a teologia do século vinte, ao menos para mim, não podia mais ter nenhum futuro”.

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TEOLOGIA DIALÉTICA

Teologia dialética (ou teologia da crise ou, ainda, teologia da Palavra) foi um movimento teológico que floresceu na Europa (particularmente na Alemanha) da década de 1920. Reagindo ao liberalismo teológico, a teologia dialética que tem em Karl Barth o principal nome. De uma forma geral, apresenta duas características básicas. Em primeiro lugar, afirma-se que a própria revelação tem estrutura dialética, "na medida em que mantém unidos elementos que se excluem reciprocamente: Deus e homem, eternidade e tempo, revelação e história". Segundo, os próprios enunciados teológicos devem seguir esta metodologia dialética, exprimindo tanto a posição quanto a negação. O grande exemplo desta metodologia continua sendo o primeiro livro de Karl Barth, intitulado A Carta aos Romanos.

Após a decepção com seus mestres acadêmicos, Barth voltou a estudar os reformadores Lutero e Calvino, que influenciaram com grande importância uma nova mentalidade teológica. Por volta de 1918, visitou em uma casa de retiro espiritual de Bad-Boll, em Wurtemberg, o teólogo pietista Christoph Blumhardt, e foi convencido de forma irresistível da realidade da vitoriosa ressurreição de Cristo.

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TEOLOGIA DIALÉTICA

Barth escreveu a Der Romerbrief, em 1919, e a corrigiu com uma segunda edição, em 1922. Esta edição foi um marco para o início da teologia dialética de Karl Barth. A teologia dialética tem com um dos seus fundamentos o constante confrontamento entre uma idéia e sua negação, sendo assim, o teólogo deveria utilizar-se da ferramenta de interpretação do diálogo entre as partes para se chegar a um denominador comum diferentemente do método histórico-crítico utilizado anteriormente como única ferramenta aceitável pelos liberais.

Barth, baseado nas idéias de Kierkegaard, demonstra a diferença qualitativa de Deus em relação ao homem. Inclusive ilustra de forma gráfica: dizendo que o homem/horizontal/mundo não pode chegar a Deus/vertical/transcendente. Sendo que a verticalização acontece de cima para baixo. O homem não pode chegar-se a Deus, mas sim, Deus que se chega ao homem. Esta aproximação dá-se através de Jesus Cristo.

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TEOLOGIA DIALÉTICA

Segundo Barth, a Bíblia testifica a respeito de Jesus Cristo, mas não é a Palavra de Deus, e nem mesmo a contêm, mas ela pode tornar-se a Palavra de Deus através da Revelação mediante o Espírito Santo. Ou seja, o homem, racionalmente, poderia abrir a Bíblia e ler, falar a respeito de Deus, durante anos, mas se Deus não se revelar, este homem nunca poderia ter um profundo relacionamento com Deus. A teologia dialética de Karl Barth faz uma rejeição do humano, do lógico e do filosófico para dar lugar à revelação divina, para o Deus “totalmente outro”, ou seja, o Deus transcendente, ao Deus que não pode ser alcançado através da razão ou da ética humana.

A teologia dialética veio revolucionar o método teológico, com uma teologia “do alto” em substituição a teologia “de baixo”, essa centralizada no ser humano.

Além dele, outros teólogos tornaram-se conhecidos, como Emil Brunner, Friedrich Gogarten, Eduard Thurneysen e Rudolf Bultmann, por exemplo.

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FASE MADURA OU DOGMÁTICA A partir de 1922, Barth juntamente com os amigos Eduard

Thurneysen, Rudolf Bultmann, Friedrich Gogarten e Emil Brunner com intuito de palestrar sobre a teologia dialética nas diversas universidades revisitaram o estudo de Calvino e avaliaram a pertinência de tais proposições nos tempos pertubadores daquela época.

Em 1931, uma interpretação pessoal de uma obra de Anselmo de Canterbury, o Proslogium, Barth afirmava que Anselmo não queria provar a existência de Deus independentemente da fé, mas sim tentava entender com a mente aquilo que já era conhecido através da fé. Barth entendia que para Anselmo toda a teologia deveria ser feita em um contexto de oração e obediência. Que a teologia não era uma ciência objetiva e desapaixonada, mas sim necessitava de um conhecimento da revelação divina através de Jesus Cristo, por meio da graça e da fé. Um pré-requisito para uma teologia correta é uma vida de fé e o desejo de jamais contradizer explicitamente a Bíblia.

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FASE MADURA OU DOGMÁTICA Após algum tempo Barth tem uma nova virada teológica, abrindo mão

da teologia dialética e passando a uma teologia análoga. Assumia assim que a analogia era única ferramenta capaz de compreender a Palavra de Deus. Barth argumentava que para isso o teólogo não o faria através da analogia entis (analogia do ser) que categoricamente é baseada na filosofia e no ser humano; mas a única forma de compreender a revelação da Palavra de Deus é através da analogia fidei (analogia da fé), que parte da fé ao invés da razão.

No ano de 1927, Barth publica sua obra Dogmática Cristã, porém é bastante criticado por ter se baseado na filosofia existencialista, mesmo não utilizando da mesma medida de Bultmann, ele pretendia produzir uma teologia bíblica e livre de qualquer influência filosófica. Mas acabou em 1932, reconhecendo esse equívoco e escrevendo a sua reconhecida Dogmática Eclesiástica (Die Kirchliche Dogmatik), que foi terminada após seu falecimento, em 1969.

Entre os diversos assuntos publicados na série de livros da Dogmática Eclesiástica, que tem esse nome por Barth não querer utilizar-se da palavra “cristão”, por já ser bastante utilizada, e para demonstrar que a dogmática não é uma ciência independente, mas sim ligada ao âmbito da igreja e somente assim torna-se ciência e adquire todo o seu sentido. Barth conceitua, entre outras coisas, sobre: a Palavra de Deus, revelação divina, criação, eleição, predestinação, salvação, Jesus Cristo.

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FASE MADURA OU DOGMÁTICA Esta obra tem sido a mais importante de Barth porque tem levado a

Igreja pensar sobre a sua identidade como tal; e, assim, deste modo levar os membros a pensarem teologicamente e praticamente sobre o propósito da existência humana frente aos grandes desafios que sobrevém na vida da Igreja.

Os pontos principais da teologia de Karl Barth nesse período destacam-se:

 Deus Triuno: Para Barth, apenas esse princípio poderia responder a respeito da revelação de Deus. As três perguntas seriam: quem é revelado? O que ele fez para ser revelado? O que a revelação realiza? A única resposta é Deus, pois se Deus não se revelasse através de Jesus, ou a realização da revelação entre nós, o Espírito Santo, não fossem simplesmente o próprio Deus, seríamos lançados a uma procura religiosa inútil.

A Palavra de Deus: A Palavra escrita e pregada nada mais faz além do que apontar para a verdadeira revelação divina, a saber, a Palavra de Deus em seu sentido absoluto e transcedental (Palavra revelada). Como Deus apenas se revela através de seu Filho Jesus Cristo, a Palavra so é “revelada”, “escrita” ou “pregada” através da ação do Espírito Santo, caso contrário, não é revelação de Deus. É o Espírito Santo quem legitima a palavra humana sobre Deus, sempre de modo atual.

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FASE MADURA OU DOGMÁTICA Concentração Cristológica: A Palavra de Deus é a pessoa de

Jesus Cristo, que inclui a encarnação e a redenção. A Bíblia “dá testemunho” da revelação que ocorreu com a vinda de Cristo. O abismo entre Deus e o homem foi ultrapassado em um ponto, isto é, com a encarnação, que significa que a eterna Palavra de Deus assumiu a natureza humana, e o fez em Jesus Cristo. Barth encontra isso ilustrado noa nascimento da virgem: o milagre da encarnação teve lugar sem qualquer cooperação humana.

Reconciliação: Em Jesus Cristo, humanidade e divindade se unem sem comprometer a transcendência de Deus. Não é possível que o homem tenha acesso a Deus. É sempre Deus, em liberdade, quem se dirige ao homem. O homem não pode ser salvo através de seus feitos e esforços, a salvação é obtida pela graça de Deus.

Predestinação: Barth aceitou o conceito de dupla predestinação, não significando que algumas pessoas foram escolhidas para a salvação e outras para a condenação, mas Cristo ao mesmo tempo representa a escolha e a rejeição do homem. A predestinação é uma decisão eterna feita por Deus, significando que os homens – todos os homens – são eleitos, enquanto o próprio Deus, na forma de Filho, toma sobre si mesmo a condenação.

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CONCLUSÃO

Através dessa pesquisa acadêmica sobre a Teologia de Karl Barth, viemos enriquecer nossos conhecimentos teológicos através da sua forma de pensar e interpretar a Bíblia e aplicá-la socialmente já que o mesmo foi teólogo e pastor.

Podemos constatar que graças ao trabalho intelectual e pastoral de Karl Barth a igreja não se tornou arcaica, sem nada a comunicar ao mundo que já não acreditava na Bíblia e na mensagem dos pastores da época. Podemos notar que de fato Karl Barth amava a Igreja apesar de alguns equívocos na sua teologia, afinal ele era humano.

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AGRADECIMENTO

Agradecemos a Deus por nos ter proporcionado esta oportunidade de conhecermos um pouco mais sobre o teólogo Karl Barth;

Ao nosso professor Fanuel Santos, por nos ter orientado

E aos nossos colegas acadêmicos pela atenção dispensada