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SSN 2179-7374 Ano 2012 - V.16 – N 0 . 02 ISSN 2179-7374 Ano 2015 - V.19 – N 0 . 02 PRINCÍPIOS DE DESIGN PARA INTERFACES VISUAIS DE APRESENTAÇÕES MULTIMÍDIA NO ENSINO DESIGN PRINCIPLES FOR VISUAL INTERFACES OF MULTIMEDIA PRESENTATION IN EDUCATION Marcos Roberto Ramos 1 Berenice Santos Gonçalves 2 Ricardo Triska 3 Resumo Na elaboração de material didático para apoio ao ensino, as apresentações multimídia são ferramentas utilizadas com frequência, para a organização, análise e discussão de conteúdo desenvolvido principalmente para o Ensino Superior, tanto no contexto do ensino presencial quanto à distância. Neste sentido, este artigo busca analisar aspectos relativos à organização de interfaces visuais de apresentações multimídia para o ensino, buscando organizar parâmetros baseados em princípios de Design e Multimídia. Assim, a partir de uma pesquisa exploratória e descritiva utilizando-se de método de revisão bibliográfica e integrativa, são analisados diferentes aspectos que envolvem a elaboração de apresentações que exploram o potencial multimídia, buscando identificar padrões e similaridades. Os resultados evidenciam padrões nos discursos de diferentes autores relacionados ao desenvolvimento de conteúdo multimídia, apresentando assim, recomendações específicas e suas potencialidades para auxílio na estruturação de apresentações evitando possíveis problemas em seu desenvolvimento e finalização que prejudiquem a compreensão, tornando este conteúdo mais eficaz em relação aos objetivos de ensino. Palavras-chave: design; multimídia; apresentação multimídia. Abstract In the development of coursewares to support the education, multimedia presentations are tools used frequently, for the organization, analysis and discussion of content developed especially for higher education, both within the classroom teaching as the distance. Therefore, this article seeks to analyze some aspects of the organization of Visual Interfaces Multimedia Presentations for education, strive to hold parameters based on principles of Design and Multimedia through the vision of several authors. From an exploratory and descriptive research using the literature and later integrative are analyzed different aspects of the preparation of these presentations exploring the multimedia potential, seeking to identify patterns and similarities. The results show patterns in the speeches of different authors related to the development of multimedia content, and has thus specific recommendations and their potential to aid in structuring presentations avoiding potential problems in its development and finishing that undermine the understanding, making this the most effective content relation to educational goals. Keywords: design; multimedia; multimedia presentation. 1 Mestrando em Design, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). [email protected] 2 Professora Doutora, Programa de Pós-Graduação em Design (UFSC), [email protected] 3 Professor Doutor, Programa de Pós-Graduação em Design (UFSC), [email protected]

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Ano 2012 - V.16 – N0. 02 ISSN 2179-7374

Ano 2015 - V.19 – N0. 02

PRINCÍPIOS DE DESIGN PARA INTERFACES VISUAIS DE APRESENTAÇÕES MULTIMÍDIA NO ENSINO

DESIGN PRINCIPLES FOR VISUAL INTERFACES OF MULTIMEDIA PRESENTATION IN EDUCATION

Marcos Roberto Ramos1 Berenice Santos Gonçalves2

Ricardo Triska3

Resumo

Na elaboração de material didático para apoio ao ensino, as apresentações multimídia são ferramentas utilizadas com frequência, para a organização, análise e discussão de conteúdo desenvolvido principalmente para o Ensino Superior, tanto no contexto do ensino presencial quanto à distância. Neste sentido, este artigo busca analisar aspectos relativos à organização de interfaces visuais de apresentações multimídia para o ensino, buscando organizar parâmetros baseados em princípios de Design e Multimídia. Assim, a partir de uma pesquisa exploratória e descritiva utilizando-se de método de revisão bibliográfica e integrativa, são analisados diferentes aspectos que envolvem a elaboração de apresentações que exploram o potencial multimídia, buscando identificar padrões e similaridades. Os resultados evidenciam padrões nos discursos de diferentes autores relacionados ao desenvolvimento de conteúdo multimídia, apresentando assim, recomendações específicas e suas potencialidades para auxílio na estruturação de apresentações evitando possíveis problemas em seu desenvolvimento e finalização que prejudiquem a compreensão, tornando este conteúdo mais eficaz em relação aos objetivos de ensino.

Palavras-chave: design; multimídia; apresentação multimídia.

Abstract

In the development of coursewares to support the education, multimedia presentations are tools used frequently, for the organization, analysis and discussion of content developed especially for higher education, both within the classroom teaching as the distance. Therefore, this article seeks to analyze some aspects of the organization of Visual Interfaces Multimedia Presentations for education, strive to hold parameters based on principles of Design and Multimedia through the vision of several authors. From an exploratory and descriptive research using the literature and later integrative are analyzed different aspects of the preparation of these presentations exploring the multimedia potential, seeking to identify patterns and similarities. The results show patterns in the speeches of different authors related to the development of multimedia content, and has thus specific recommendations and their potential to aid in structuring presentations avoiding potential problems in its development and finishing that undermine the understanding, making this the most effective content relation to educational goals.

Keywords: design; multimedia; multimedia presentation.

1 Mestrando em Design, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). [email protected] 2 Professora Doutora, Programa de Pós-Graduação em Design (UFSC), [email protected] 3 Professor Doutor, Programa de Pós-Graduação em Design (UFSC), [email protected]

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1. Introdução

O Design, cada vez mais se caracteriza como um campo de atuação interdisciplinar, abordando problemas ou métodos de trabalho. Em situações de Ensino-Aprendizagem tem como princípio básico potencializar o processo de construção do conhecimento onde cada solução de Design representa a busca de equilíbrio entre interesses e necessidades do professor e do aluno, como também das instituições educacionais (PORTUGAL, 2013, p.17).

A partir da evolução das mídias digitais, o uso de ferramentas para desenvolvimento de apresentações multimídia se tornou uma realidade inclusive no ambiente de ensino. Neste contexto, para o desenvolvimento de material didático, diversas ferramentas estão disponíveis, sendo importante a distribuição do conteúdo de forma que torne o material claro, organizado e significativo.

Assim, a identificação de parâmetros relativos à organização de interfaces visuais utilizadas no ensino fundamentada em princípios de Design e Multimídia é fundamental para melhor organização do conteúdo, ampliando a interação e absorção por parte dos envolvidos (professores e alunos).

2. Metodologia

O artigo caracteriza-se como uma pesquisa exploratória e descritiva. Para Gil (2010) a pesquisa exploratória tem como objetivo oferecer um panorama global sobre algum tema ainda pouco explorado e de acordo com Prodanov e Freitas (2013) é elaborada a partir do levantamento de informações sobre o tema e depois descreve os procedimentos realizados e resultados obtidos.

Aprofundando o conhecimento sobre o tema, adotou-se o procedimento técnico de pesquisa bibliográfica que segundo Lakatos e Marconi (2010), proporciona a análise de um assunto a partir de um novo olhar e não a simples reprodução de algo falado ou registrado sobre este tema. Esta pesquisa será fundamentada em princípios de Material Didático (Bandeira, 2009; Portugal, 2013), Design Instrucional (Bandeira, 2009; Filatro, 2008) e Apresentações Multimídia (Adas, Galvão, 2011) além da relação dos Princípios de Multimídia (Portugal, 2013; Mayer, 2009), Princípios Universais do Design (Lidwell, Holden e Butler, 2011) Design de Interfaces Visuais (Cooper, Reimann e Cronin, 2007) Layout (Ambrose & Harris, 2012) e Usabilidade Visual (Schlatter & Levinson, 2013) discutindo e estruturando parâmetros para auxílio no desenvolvimento de apresentações multimídia.

Oportunamente, levando em consideração a interdisciplinaridade e complexidade do tema, foi realizado o processo de revisão integrativa, que reúne o passado da literatura empírica ou teórica para ampliar a compreensão sobre o fenômeno estudado (BOTELHO, CUNHA & MACEDO, 2011). Este também permite a geração de novos conhecimentos pautados em resultados de pesquisas anteriores (MENDES; SILVEIRA & GALVÃO, 2008; BENEFIELD, 2003; POLIT; BECK, 2006). Nesta fase, principalmente algumas referências bibliográficas foram adicionadas ao portfólio da pesquisa, contribuindo para a estruturação do discurso e posteriores análises.

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3. Desenvolvimento

3.1. Design Instrucional e Material didático

Com o desenvolvimento de material voltado ao Ensino, atua-se no campo do Design Instrucional que consiste em uma “ação intencional e sistemática de ensino, envolvendo o planejamento, o desenvolvimento e a utilização de métodos, técnicas, atividades, materiais, eventos e produtos educacionais em situações didáticas específicas” (FILATRO, 2008, p.3). Ou seja, todas as etapas desenvolvidas ao longo da produção de uma apresentação multimídia para o ensino estão dentro desta área de conhecimento do Design, tendo em vista o planejamento e execução de materiais bem estruturados que atendam as expectativas no âmbito do ensino.

Esta visão é reforçada por Portugal (2013) no sentido de que as diferentes disciplinas de Design estão cada vez mais envolvidas em projetos que requerem um conjunto de competências com o intuito de formar designers, não apenas relacionados com a habilidade e capacidade de projetar objetos, mas também através da forma de abordar os problemas ou métodos de trabalho que geralmente leva a inovação.

Assim, “Design Instrucional atua no campo acadêmico aglutinando trabalhos onde haja participação do designer em projetos voltados para a Educação em qualquer nível – Infantil, Fundamental, Médio, Superior e Avançado”. (PORTUGAL, 2013, p.17)

Neste contexto, apresenta-se o resultado do desenvolvimento desta atividade, o Material Didático que de acordo com Bandeira (2009), pode ser “definido amplamente como produtos pedagógicos utilizados na educação e especificamente, como o material instrucional que se elabora com finalidade didática”. O desenvolvimento deste material tem finalidade primordial de atuar no campo da educação, favorecendo ao processo de ensino. A referida autora ainda reforça que Material Didático é uma produção abrangente, podendo ser organizado em diferentes suportes e mídias, que precisa ser corretamente estruturado para atender seu objetivo sendo dividido em três categorias: impresso, audiovisual e o que utiliza de novas tecnologias. (BANDEIRA, 2009, p. 21). Esta organização pode ser conferida na Figura 1 a seguir:

Figura 1: Categorias de Material Didático

Fonte: Bandeira (2009)

No caso deste artigo, será abordado o material didático quanto à sua categoria audiovisual conforme Bandeira (2009, p. 21), pois utiliza de multimídias computacionais

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além de novas tecnologias, novas mídias, que são entendidas como as possibilidades oferecidas pelas tecnologias de informação e comunicação (TIC) com a produção, armazenagem, distribuição de informação e entretenimento, por exemplo, no uso de computadores e redes (como a internet).

3.2. Apresentações Multimídia

A partir do entendimento a respeito de Material Didático, julga-se pertinente a conceituação das Apresentações Multimídia. Estas, são utilizadas em situações didáticas específicas, sendo o suporte mediador da interação professor-aluno ou aluno-aluno, a partir de sua interface visual, ou seja, trata-se de uma mídia digital usada como apoio à exposição de conteúdo, tanto do professor (no caso de conteúdo de aula) ou dos próprios alunos (apresentação de trabalhos e projetos).

Em síntese, “as mídias compreendem todas as saídas físicas de um design, sejam elas online, na forma de sites e revistas eletrônicas, ou impressas, no formato de livros, revistas e pôsteres”. (AMBROSE & HARRIS, 2012, p. 167) já a multimídia envolve “um conjunto de meios utilizados de forma linear para a comunicação, de um conteúdo, produto baseado em computador, que permite a integração de gráficos, animações, vídeo, áudio, etc”. (BANDEIRA, 2009, p. 22). Na visão desta autora, fica evidenciada a integração de diversos objetos (gráficos, animações, vídeo e áudio entre outros), para a complementação de uma multimídia, potencial este, que precisa ser explorado de forma estratégica, aproveitando o máximo das funções disponíveis em cada ferramenta.

Alguns autores também reforçam a importância da multimídia para o ensino, confirmando que a necessidade de utilizar esses recursos no contexto educacional torna-se cada dia mais crescente (PORTUGAL, 2013, p.84). Este aspecto, justifica-se em função do contexto apresentado no Censo EAD.BR 2013/2014, relatório analítico da Associação Brasileira de Educação à Distância - ABED, que reforça o uso de Apresentações Multimídia para o ensino, principalmente na educação à distância. Este estudo identificou que do total de 309 instituições entrevistadas, 80,3% utilizam de ferramentas virtuais nos cursos ofertados. Do total de 808 respostas, 24,1% mencionaram o uso de apresentações multimídia. (ABED, 2014).

Profissionais que atuam com o desenvolvimento de apresentações multimídia, ressaltam que “praticamente todas as apresentações têm como objetivo levar pessoas a aderir a algo: uma ideia, produto, conceito ou mesmo mudança de comportamento”. (ADAS & GALVÃO, 2011).

Cada projeto é único e sua estruturação necessita de parâmetros para tornar o resultado eficaz. “A forma que o layout de um trabalho assume é guiada pela função do projeto, as ideias e informações que precisa comunicar, o meio em que isso é feito e o segmento de público” (AMBROSE & HARRIS, 2012, p. 103). Esses fatores definem a qualidade e capacidade de compreensão de um conteúdo apresentado.

Assim, é fundamental que sua linguagem seja clara e objetiva para que a absorção do conteúdo se torne viável e principalmente com a estruturação de parâmetros que auxiliem nesta tarefa o processo pode se tornar mais interessante.

3.3. Apresentações Multimídia: Parâmetros de Design

A partir de princípios de Design, cabe analisar aspectos como estrutura visual,

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hierarquia, cor, tipografia, imagens, entre outros, na organização de Interfaces Visuais de Apresentações Multimídia, que podem contribuir para organização de layouts mais objetivos, que atuarão com efetividade cumprindo sua função de material didático e possibilitando maior absorção do conteúdo por parte dos acadêmicos.

Na estruturação do conteúdo destaca-se inicialmente o viés dos princípios universais do Design abordando características como cor, consistência, hierarquia (LIDWELL, HOLDEN & BUTLER, 2011).

Quanto às interfaces visuais embasa-se nas abordagens de acordo com Cooper, Reimann e Cronin (2007, p.293), que recomendam o uso de propriedades visuais para agrupar elementos, hierarquia clara, estrutura visual e fluência, coesão, consistência e contexto apropriado de imagens, interação de estilos e funções compreensivelmente e propositalmente além de evitar ruído visual e desordem.

Sobre o layout, considera-se a relação com a disposição de elementos de texto e imagem em um design. A maneira como esses elementos são posicionados, tanto uma relação ao outro quanto no projeto como um todo, afeta o modo como o conteúdo é recebido pelos leitores e também sua reação emocional ao design. O layout pode ajudar ou impedir a recepção das informações apresentadas em um projeto. “layouts criativos agregam valor e elegância a uma peça, enquanto layouts contidos e sutis permitem que o conteúdo brilhe sozinho”. (AMBROSE & HARRIS, 2012, p. 6). Assim, a organização e estruturação de um layout criativo, mesmo trabalhando com grande quantidade e diversidade de elementos, deve ser organizada de forma que não prejudique a informação e a absorção do conteúdo. O layout deve sempre ser coerente com o assunto abordado, facilitando a visualização das informações e não deve de forma alguma, “competir” com a atenção que é voltada ao conteúdo.

Também se considera o uso de princípios de usabilidade visual, que proporcionam a melhoria de interfaces além do padrão monótono com design fundamentado em princípios de estética e compreensão do público. Estes estão subdivididos em itens como consistência, hierarquia, personalidade, layout, tipografia, cor, imagens, controles e affordances (SCHLATTER & LEVINSON, 2013).

Com base nestes princípios apresentados pelos autores, organizou-se a Tabela 1, para facilitar a visualização das características e identificar possíveis padrões nos discursos.

Assim, a discussão deste artigo ocorrerá relacionando os princípios apresentados acima, com os princípios de Multimídia propostos por Mayer (2009), que abordam diversos aspectos envolvidos com a composição deste tipo de conteúdo, sendo eles: multimídia, coerência, contiguidade espacial, contiguidade temporal, sinalização, redundância, modalidade, segmentação, pré-formação, personalização, voz e imagem.

Esta abordagem sobre conceitos fundamentados na visão do Design, busca encontrar padrões e sintetizar indicações que guiem o desenvolvimento de materiais didáticos com organização, qualidade estética e principalmente que atendam aos objetivos de ensino desejados no momento do desenvolvimento.

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Tabela 1: Características de Design Abordados pelos Autores Pesquisados

Características Autores

Coesão, consistência e contexto apropriado de imagens

Reimann & Cronin (2007)

Consistência Lidwell, Holden & Butler (2011) Schlatter & Levinson (2013)

Controles e Affordances Lidwell, Holden & Butler (2011) Schlatter & Levinson (2013)

Cor Lidwell, Holden & Butler (2011) Schlatter & Levinson (2013)

Estrutura visual e fluência Reimann & Cronin (2007)

Evitar ruído visual e desordem Reimann & Cronin (2007)

Hierarquia Lidwell, Holden & Butler (2011) Reimann & Cronin (2007) Schlatter & Levinson (2013)

Imagens Schlatter & Levinson (2013)

Interação de estilos e funções compreensivelmente e propositalmente

Reimann & Cronin (2007)

Layout Ambrose & Harris (2012) Schlatter & Levinson (2013)

Personalidade Schlatter & Levinson (2013)

Tipografia Schlatter & Levinson (2013)

Fonte: Organizado pelos Autores (2015)

4. DISCUSSÃO

Após conhecimento dos princípios expostos anteriormente, A discussão inicia a partir do princípio da multimídia (Mayer, 2009). Este princípio julga-se como fundamental para aplicação em apresentações uma vez que sugere a utilização de palavras e imagens juntas para elevar o potencial de aprendizado a respeito de determinado tema, fator este, que trabalhado de forma estratégica, pode elevar o nível de atenção e compreensão do público. Ou seja, basicamente nestes princípios menciona-se sobre a possibilidade de exploração do potencial multimídia combinando imagens e texto, não ficando restrito apenas a um ou outro, sendo também essa aplicação ampliada ao uso de áudio e vídeo, contribuindo para a absorção de determinado conteúdo.

Neste contexto, trabalhando-se com diversos objetos é fundamental a organização do layout que é “o arranjo de elementos de um design em relação ao espaço que eles ocupam e em conformidade com um esquema estético geral”. (AMBROSE & HARRIS, 2012, p. 9). Esta preocupação favorece à estruturação do conteúdo pois “um layout organiza os principais componentes de uma página, texto e imagens, de forma que comuniquem a mensagem com eficácia ao leitor”. (AMBROSE & HARRIS, 2012, p.65). Este aspecto também é reforçado com os princípios de contiguidade espacial e temporal (Mayer, 2009) uma vez que recomenda o trabalho com palavras e imagens próximas umas das outras ou simultaneamente para facilitar a associação de conceitos.

Além desse fator, as autoras Schlatter e Levinson (2013) abordam o conceito da consistência como um fator fundamental para a organização das informações, uma vez que, não sendo identificada pelo usuário, se torna mais complexa a compreensão e interpretação de determinado tema. Na consistência, a usabilidade de um sistema

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melhora quando partes similares são expressas de modo semelhante (LIDWELL, HOLDEN & BUTLER, 2011, p.56). Neste sentido, menciona-se sobre criar uma identidade ao longo da apresentação multimídia, fazendo com que o público se identifique com os elementos e não aparente ser apenas uma aglutinação de slides de diferentes fontes compilados em um material. Sendo assim, no sentido do layout Schlatter & Levinson (2013) comentam sobre duas regras que poderiam auxiliar no desenvolvimento:

1. Telas mostrando o mesmo tipo de informações poderiam ter todos os elementos posicionados da mesma forma todo o tempo;

2. Diferentes elementos que se relacionam com outros poderiam manter um relacionamento espacial sem importar onde eles aparecem. (SCHLATTER & LEVINSON, 2013, p.8)

Assim, percebe-se que guiar o olhar do expectador, mantendo coerência nas distribuições visuais é uma forma de proporcionar uma melhor identificação dos conceitos e proporcionar maior compreensão do conteúdo.

Seguindo, no princípio da coerência, Mayer (2009) evidencia que “o aprendizado é melhor quando influências que não contribuem, são excluídas”, ou seja, imagens, sons desnecessários em uma apresentação multimídia podem atrapalhar no aprendizado. Em alguns casos, no desenvolvimento do material, o uso excessivo de zoom quando não utilizado para complementar um discurso, acaba atrapalhando na compreensão de determinado assunto.

Cooper, Reimann e Cronin (2007, p.299) também mencionam a respeito de criar uma trajetória visual, evitando que o conteúdo seja organizado de forma incoerente e que elementos desnecessários sejam aplicados. Para isso é importante considerar que em uma linguagem ocidental, o olho se moverá de cima para baixo e da esquerda para a direita, conforme representado na Figura 2, a seguir:

Figura 2: Organização de conteúdo considerando a linguagem ocidental

Fonte: Cooper, Reimann e Cronin (2007)

De acordo com Cooper, Reimann e Cronin (2007, p. 294) “baseado na estrutura, determine cada controle e parte de dados que os usuários necessitarão compreender instantaneamente, quais são secundários, e quais serão necessários somente por exceção”. Esta organização que permitirá ao expectador compor sua hierarquia visual e o nível de controle oferecido por um sistema deve estar relacionado aos níveis de

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proficiência e experiência dos usuários do sistema (LIDWELL, HOLDEN & BUTLER, 2011, p. 122).

Este contexto também é abordado por (Mayer, 2009) no princípio da sinalização onde recomenda a introdução de aspectos que possivelmente indicam para o usuário a organização do material, contribuindo para a estruturação do layout do conteúdo e maior clareza na interpretação das informações. A organização hierárquica é a estrutura mais simples para visualizar e compreender complexidade.

Posteriormente Cooper, Reimann e Cronin (2007, p. 294) complementam ainda que além da estrutura, trabalhando-se a matiz, saturação, valor, tamanho e posição pode-se contribuir ainda mais para a composição desta hierarquia visual.

A respeito de cores, além do contraste que é fundamental para a visibilidade do conteúdo, a consistência trabalhada formando-se grupos ou categorias, favorecem e agilizam o processo de busca por algum elemento presente na interface. As cores são utilizadas no design para chamar a atenção, agrupar elementos, indicar significados e realçar a estética (LIDWELL, HOLDEN & BUTLER, 2011, p. 48). “A cor auxilia a identificar o que está relacionado, conduzindo o cérebro para grupo de elementos da mesma cor”. (SCHLATTER & LEVINSON, 2013, p.12).

Neste mesmo nível, principalmente o correto uso de tipografia em um desenvolvimento de Apresentações Multimídia, de forma que não prejudique a leitura e seja coerente com o layout, é algo importante de se considerar, a simples variação entre caixas altas e baixas e formatos normais e negritos já ocasiona uma organização visual, mantendo uma hierarquia e facilitando a compreensão da informação apresentada. A opção e organização das tipografias também auxilia na orientação visual do conteúdo, de acordo com Schlatter & Levinson (2013) os padrões tipográficos ajudam as pessoas a entenderem o que precisam prestar atenção e quando, independente da aplicação que se estiver utilizando. Neste sentido, é fundamental considerar ainda, o cuidado que se deve ter na escolha e combinação de diferentes padrões tipográficos. Deve-se evitar ao máximo trabalhar um slide com muitas tipografias. Recomenda-se o uso de dois a três padrões tipográficos para auxiliar na organização visual, hierarquia e não prejudicar a leitura, desviando a atenção e conflitando com o conteúdo. Outro detalhe também, é deixar sempre bem evidente a alteração de um padrão tipográfico para outro, ou seja, recomenda-se que no trabalho com um título em uma tipografia estilo gótico, por exemplo, no corpo do texto utilize-se tipografia latina, ou cursiva, dependendo do material que está sendo desenvolvido. O fundamental neste caso é que seja facilmente percebida a alteração, evitando causar apenas uma interferência na visualização do material, não deixando explícita a proposta pensada no layout. Por fim, neste contexto, o uso de tipografia demasiadamente rebuscada ou fina e grossa também deve ser evitado e se ainda assim for utilizado, deve se considerar principalmente a distância em que o material será visualizado, sendo que quanto mais longe, menos texto e letras maiores são recomendadas.

Já na consistência sobre imagens, o cuidado envolve toda a parte de ação de gráficos, logotipos, vídeo, fotografia, ícones, padrão de fundo, entre outros. “Aderindo a um estilo de imagens, tão bom quanto entender onde e quando usar imagem no primeiro plano, é uma parte crucial para a consistência”. (SCHLATTER & LEVINSON, 2013, p.13). É importante neste momento, optar por algum estilo para fortalecer a identidade presente no material, ou seja, se em determinado momento for utilizada uma imagem real, é importante que as demais imagens sigam este estilo, se forem

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utilizados ícones em estilos vetoriais, é importante que todos sigam este padrão e assim por diante.

Segundo Santaella e Nöth (2013, p.15) O mundo das imagens se divide em dois domínios, sendo o domínio material associados às representações visuais: desenhos, pinturas, gravuras, fotografias e o domínio imaterial onde as imagens aparecem como visões, fantasias, imaginações, esquemas, modelos ou, em geral, como representações mentais. De modo geral, imagens são elementos gráficos que dão vida a um design. Seja como foco principal de uma página ou como um elemento secundário, desempenham um papel essencial na comunicação de uma mensagem e, portanto, são um fator vital para determinar a identidade visual de um projeto (AMBROSE & HARRIS, 2012, p. 70).

Esta questão Mayer (2009) também aborda no princípio da imagem, onde este autor compara que muitas vezes a animação acaba sobrecarregando o sentido da visão, enquanto uma imagem estática com apoio de narração provoca um resultado melhor.

Além disso, Cooper, Reimann e Cronin (2007, p. 302) afirmam que o uso de ícones e outros elementos ilustrativos podem ajudar a entender uma interface, se for insuficientemente aplicado, pode irritar, confundir ou insultar. Assim, a aplicação de imagens e sua distribuição em uma interface de apresentações multimídia, deve ser ponderada, analisada sua importância e relevância frente ao assunto que está sendo abordado naquela temática, reforçando o que o mesmo autor sugere que “elementos visuais devem ser parte de uma linguagem visual coesiva e globalmente aplicada”. (COOPER; REIMANN & CRONIN, 2007, p.302).

Algumas apresentações, além de expor conteúdos possibilitam a interação do apresentador através de controles (botões, ícones) presentes ao longo do conteúdo. Para isso, também é importante ter uma organização e consistência nos controles para evitar erros de interpretação, ou seja, quando ocorrer a inclusão de controles ao longo da apresentação é recomendável que eles estejam padronizados quanto às suas formas, para facilitar a identificação, sugerindo ações de interação disponíveis naquele controle e suas Affordances, ou seja, propriedade em que as “características físicas de um objeto ou ambiente influenciam sua função” (LIDWELL, HOLDEN & BUTLER, 2011, p. 22). Sendo assim, dependendo do software que se esteja utilizando para desenvolver o material multimídia, o nível de possibilidades com botões é limitado e o mais indicado seria a personalização do visual destes controles para amenizar o problema (SCHLATTER & LEVINSON, 2013, p.16).

O cuidado neste contexto, também deve ser com a sobrecarga de informações, ou seja, a inclusão de elementos que não contribuem diretamente para a exposição de determinado tema e acabam atuando como interferências para a interpretação do conteúdo. Cooper, Reimann e Cronin (2007, p. 307) reforçam este aspecto abordando sobre o ruído visual e desordem, que ocorrem em casos de super embelezamento, onde estão inclusos detalhes exagerados em elementos gráficos ou imagens, uso de elementos pesados para separar controles, espaço em branco insuficiente entre controles e inapropriado ou excessivo uso de propriedades visuais, incluindo cor, textura e contraste. Também é fundamental avaliar a redundância (princípio da redundância de Mayer, 2009), qual sugere que muitas vezes a sobrecarga de informações com a mesma finalidade, acaba não contribuindo para a compreensão, ou seja, em alguns casos trabalhar com botão e uma tecla que faça a mesma função pode não ser visto como uma contribuição e sim como uma interferência, ou inserir um texto e uma imagem que aborde o mesmo conceito, por exemplo. Neste sentido, apresenta-se ainda o princípio

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da modalidade (Mayer, 2009) qual reforça que trabalhar com informações que utilizam de um mesmo canal, como por exemplo animação e texto que utilizam da visão para serem interpretadas, pode gerar dificuldades na interpretação.

No princípio da segmentação, Mayer (2009) propõe que um conteúdo apresentado em passos, segmentado, é mais interessante do que o apresentado de uma forma geral, contínua, sem subdivisões. Na composição do layout, especialmente texto e imagens, podem ser tratados como componentes separados, organizados na página com distinções claras entre eles. Eles também podem ser articulados para formar uma apresentação fluida. (AMBROSE & HARRIS, 2012, p. 90).

Em outra abordagem sobre a pré-formação, Mayer (2009) sugere que o aprendizado é melhor quando já se tem previamente um conhecimento de nomes e características envolvendo determinado assunto. Neste sentido procurar trabalhar com uma linguagem mais didática evitando termos técnicos e linguagens complexas, para facilitar o desenvolvimento e compreensão do conteúdo das apresentações por professores ou alunos é algo positivo.

Finalizando, outros aspectos que podem elevar o nível de compreensão do conteúdo são associados ao princípio da personalização (MAYER, 2009) que é percebido quando se trabalha com uma linguagem de conversação, mais próxima ao aluno, do que uma linguagem formal e o princípio de voz, que pode ser explorado em caso que o desenvolvedor do conteúdo julgar interessante, trabalhando-se preferencialmente com uma voz mais natural no conteúdo, do que uma voz eletrônica, com aspecto de máquina.

Assim, com base na discussão exposta, a seguir apresenta-se a tabela 2 que sintetiza a relação dos princípios de Design com os princípios de Multimídia de Mayer (2009). Esta relação é fundamental para justificar os eventuais padrões nos discursos de diferentes autores sobre a organização de materiais multimídia, gerando-se algumas recomendações que visam colaborar com o desenvolvimento de apresentações multimídia:

Tabela 2: Síntese das recomendações para multimídia.

Princípios de multimídia

(Mayer, 2009)

Autor(es) relacionado(s)

Recomendações

Multimídia Mayer (2009) Ambrose & Harris (2012)

Aproveitar o potencial principalmente, da combinação entre imagens e textos e contribuições de áudio e vídeo para melhor exposição do conteúdo.

Coerência Mayer (2009) Cooper, Reimann e Cronin (2007)

Evitar excessos (sons, imagens, zoom...); Organizar o Layout a fim de criar trajetória visual, sendo possível identificar o início, meio e fim do conteúdo.

Contiguidade espacial Contiguidade temporal

Mayer (2009) Schlatter & Levinson (2013)

Utilizar palavras e imagens próximas; Ter consistência com a criação de uma identidade nos slides.

Sinalização Mayer (2009) Cooper, Reimann e Cronin (2007)

Proporcionar indicações para o usuário; Utilizar de matiz, saturação, valor, tamanho e continua

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Princípios de multimídia

(Mayer, 2009)

Autor(es) relacionado(s)

Recomendações

Lidwell, Holden & Butler (2011) Schlatter & Levinson (2013)

posição para melhorar a hierarquia visual e facilitar a orientação; Utilizar a cor estrategicamente para facilitar a sinalização; Trabalhar a diferença nos padrões tipográficos para criar hierarquia.

Redundância Mayer (2009) Cooper, Reimann e Cronin (2007)

Evitar sobrecarga de informação, como por exemplo, um botão e uma tecla com a mesma função, ou um texto e uma imagem que representem o mesmo conceito. Evitar elementos supérfluos, principalmente os que não registrem uma nova informação.

Modalidade Mayer (2009)

Evitar informações diversas que utilizam de um mesmo canal (visão, audição...).

Segmentação Mayer (2009) Ambrose & Harris (2012)

Apresentar o conteúdo por partes; Distinguir claramente textos e imagens.

Pré-formação Mayer (2009) Lidwell, Holden & Butler (2011)

Verificar o conhecimento prévio dos alunos sobre o assunto para organizar o conteúdo; Controles devem ser utilizados de acordo com o nível de experiência do usuário.

Personalização Mayer (2009)

Linguagem de conversação com vocabulário próximo ao contexto do aluno.

Voz e imagem Mayer (2009) Schlatter & Levinson (2013) Cooper, Reimann e Cronin (2007)

Utilizar voz em tom natural para narrativas de apoio ao conteúdo, evitando inserir voz com aspecto eletrônico; Padronizar o estilo das imagens; O uso de ícones e elementos ilustrativos contribuem para a compreensão.

Fonte: Organizado pelos Autores (2015)

Nesta tabela, é possível perceber que muitas das recomendações apresentadas por Mayer (2009) são evidenciadas nas abordagens de outros autores como Lidwell, Holden & Butler (2011), Ambrose & Harris (2012), Cooper, Reimann e Cronin (2007), Schlatter & Levinson (2013), criando determinados padrões que podem ser aplicados para Apresentações Multimídia, contribuindo para um desenvolvimento com maior coerência, organização e principalmente que atenda ao objetivo de ensino para o qual foi projetada.

5. Considerações Finais

Esta análise com base na visão de alguns autores em relação a interfaces sobre o ponto de vista do Design, é fundamental para auxiliar o desenvolvedor do conteúdo, seja ele professor, aluno ou membro de uma equipe de design e design instrucional, na elaboração de seu material, e independente da ferramenta que optar para trabalhar, compreender os aspectos que devem ser considerados e organizados, facilita a estruturação e evita possíveis dificuldades de interpretação visual do conteúdo elaborado.

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Os parâmetros apontados e padrões identificados não visam tornar o processo de desenvolvimento das apresentações, algo automatizado e repetitivo, mas sim, auxiliar desde o planejamento até o desenvolvimento do material, valorizando e contribuindo para um resultado satisfatório.

A prática de Design vem sendo cada vez mais reconhecida no cenário nacional e acredita-se que com pesquisas desenvolvidas em áreas com relacionamento interdisciplinar, como neste caso que associa Design e Educação, o ramo só tende a crescer e se tornar um setor ainda mais representativo, valorizado e importante na economia. Assim, esta abordagem sobre Apresentações Multimídia é válida, pois além das análises expostas, também estimula estudos futuros e ainda mais aprofundados nesta área, que possui grande importância para o ensino.

Referências

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