Priscilla Barranqueiros Ramos Nannini

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301 Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, São Paulo, Brasil. 9 , 10, 11 de outubro de 2012 ISBN: 978-85-62309-06-9 O ENTRELAÇAR DA PALAVRA E DA IMAGEM NA ARTE, POESIA E DESIGN Priscilla Barranqueiros Ramos Nannini 1 Resumo: Este artigo é sobre o caminhar da minha pesquisa em artes, por onde comecei, quais foram as minhas motivações, meus questionamentos e quais caminhos vou percorrer para encontrar respostas. Meu objeto de pesquisa é a relação palavra e imagem dentro da poesia visual, artes e design gráfico. Vou fazer entrelaçamentos entre a palavra e imagem nessas linguagens, partindo da análise de obras de artistas, designers e poetas visuais que trabalham a relação verbal e visual. Algumas escolhas são: Aloísio Magalhães, Julio Plaza, Augusto de Campos, Ronaldo Azeredo, Lygia Pape, Mira Schendel e Edith Derdyk. Palavras-Chave: Imagem. Palavra. Poesia visual. Design gráfico. Artes visuais. Abstract: This article is about the construction of my research in arts, its beginnings, my motivations and doubts, and the ways I will go over to find answers. My research subject is the relationship between word and image within the visual poetry, art and graphic design. I will make connections between word and image in these languages, based on an analysis of works by artists, designers and visual poets working verbal and visual relationship. Some choices: Aloisio Magalhães, Julio Plaza, Augusto de Campos, Ronaldo Azeredo, Lygia Pape, Mira Schendel and Edith Derdyk. Keywords: Image. Word. Visual poetry. Graphic design. Arts. 1. Introdução Arte e pesquisa: quais relações, imbricamentos, costuras existem entre elas? O pesquisador em arte possui uma vontade enorme de conhecer, questionar e buscar respostas. Mas como conduzir uma pesquisa em uma área subjetiva como o campo das artes? Nesse artigo vou discorrer sobre o caminhar da minha pesquisa, como começou, quais foram as minhas motivações, meus questionamentos e, quais caminhos vou percorrer para encontrar respostas. Meu objeto de estudo é a relação palavra e imagem dentro da poesia visual, artes e design gráfico. Vou fazer entrelaçamentos entre a palavra e imagem nessas linguagens, partindo da análise de obras de artistas, designers e poetas visuais que trabalham a relação verbal e visual, e que tenham obras que são consideradas bons exemplos de valor artístico, como Aloísio Magalhães, Julio Plaza, Mira Schendel, entre outros. Esse tema despertou meu interesse há muito tempo. No mestrado pesquisei a relação texto e imagem no livro de literatura infantil, onde trabalhei a leitura de ilustração e seu diálogo com 1 Doutoranda em Artes pelo Instituto de Artes de São Paulo UNESP. Orientador: Prof. Dr. Omar Khouri. Participante do grupo de pesquisa pela CNPQ: Arte construtiva e poéticas da visualidade .

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O ENTRELAÇAR DA PALAVRA E DA IMAGEM NA ARTE, POESIA E DESIGN

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O ENTRELAÇAR DA PALAVRA E DA IMAGEM NA ARTE,

POESIA E DESIGN

Priscilla Barranqueiros Ramos Nannini1

Resumo: Este artigo é sobre o caminhar da minha pesquisa em artes, por onde comecei, quais

foram as minhas motivações, meus questionamentos e quais caminhos vou percorrer para

encontrar respostas. Meu objeto de pesquisa é a relação palavra e imagem dentro da poesia

visual, artes e design gráfico. Vou fazer entrelaçamentos entre a palavra e imagem nessas

linguagens, partindo da análise de obras de artistas, designers e poetas visuais que trabalham a

relação verbal e visual. Algumas escolhas são: Aloísio Magalhães, Julio Plaza, Augusto de

Campos, Ronaldo Azeredo, Lygia Pape, Mira Schendel e Edith Derdyk.

Palavras-Chave: Imagem. Palavra. Poesia visual. Design gráfico. Artes visuais.

Abstract: This article is about the construction of my research in arts, its beginnings, my

motivations and doubts, and the ways I will go over to find answers. My research subject is the

relationship between word and image within the visual poetry, art and graphic design. I will make

connections between word and image in these languages, based on an analysis of works by artists,

designers and visual poets working verbal and visual relationship. Some choices: Aloisio

Magalhães, Julio Plaza, Augusto de Campos, Ronaldo Azeredo, Lygia Pape, Mira Schendel and Edith Derdyk.

Keywords: Image. Word. Visual poetry. Graphic design. Arts.

1. Introdução

Arte e pesquisa: quais relações, imbricamentos, costuras existem entre elas? O pesquisador

em arte possui uma vontade enorme de conhecer, questionar e buscar respostas. Mas como

conduzir uma pesquisa em uma área subjetiva como o campo das artes? Nesse artigo vou

discorrer sobre o caminhar da minha pesquisa, como começou, quais foram as minhas

motivações, meus questionamentos e, quais caminhos vou percorrer para encontrar respostas.

Meu objeto de estudo é a relação palavra e imagem dentro da poesia visual, artes e design

gráfico. Vou fazer entrelaçamentos entre a palavra e imagem nessas linguagens, partindo da

análise de obras de artistas, designers e poetas visuais que trabalham a relação verbal e visual,

e que tenham obras que são consideradas bons exemplos de valor artístico, como Aloísio

Magalhães, Julio Plaza, Mira Schendel, entre outros.

Esse tema despertou meu interesse há muito tempo. No mestrado pesquisei a relação texto e

imagem no livro de literatura infantil, onde trabalhei a leitura de ilustração e seu diálogo com

1 Doutoranda em Artes pelo Instituto de Artes de São Paulo – UNESP. Orientador: Prof. Dr. Omar Khouri.

Participante do grupo de pesquisa pela CNPQ: Arte construtiva e poéticas da visualidade .

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o verbal. Palavra e imagem sempre me encantaram, esse rico universo seduziu tanto meu

olhar que direcionou minhas escolhas profissionais e artísticas.

Nossa contemporaneidade é marcada por grande proliferação de imagens nas mídias e no

cotidiano. E como é feita essa leitura? As pessoas apenas olham sem realmente ver, ou tem

um olhar apurado em relação a tantas informações? Acredito na importância do olhar crítico

em relação à visualidade, por isso a importância desse estudo.

2. Meus caminhos

Começo minha pesquisa com o levantamento bibliográfico, onde farei um embasamento

teórico situando a relação arte, design gráfico e poesia visual historicamente e culturalmente,

destacando suas transformações ao passar do tempo.

O recorte que farei do tempo histórico será a partir do início do século XX, época da eclosão

dos movimentos artísticos modernistas, fase de plena revolução industrial e de grande

desenvolvimento de recursos materiais, o que possibilitou que designers, artistas e poetas

usassem esses mesmos recursos em seus trabalhos. Já meu recorte no Brasil se dá por volta

dos anos 50, momento em que a poesia concreta está em seu auge. Poetas e artistas se unem

para experimentações visuais, explorando diferentes possibilidades de suporte, materiais e

sonoridade. Dentre eles destaco os irmãos Haroldo e Augusto de Campos, Júlio Plaza, Décio

Pignatari, José Lino Grünewald e Ronaldo Azeredo, que juntos formaram o grupo

Noigandres, em 1952. Essas experimentações se refletem na arte e no design. Os ismos estão

em pleno desenvolvimento, influenciando artistas e poetas em suas pesquisas visuais.

Como essas linguagens caminharam desde seus primórdios até os dias de hoje?

Gostaria de relatar seus entrelaçamentos e retomar as origens dessas relações, pesquisando

onde palavra e imagem iniciam seus encontros, quais suportes usados e sua exploração, quais

as influências dos movimentos artísticos e como isso refletiu nas representações artísticas.

Começo minha pesquisa buscando precursores e suas características marcantes dentro de cada

movimento artístico. Pretendo relacionar palavra e imagem, mostrando seus possíveis

diálogos e apontando que as fronteiras que separam essas linguagens dentro de artes, poesia

visual e design, com o tempo, estão desaparecendo. O design gráfico se faz com letras e

imagens, usando recursos das mídias e das artes; a poesia visual, além da palavra, usa

recursos das artes em suas representações; e por fim, as artes se apoderaram de recursos da

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escrita. São entrelaçamentos contínuos entre essas linguagens, permitindo assim que suas

fronteiras se tornem líquidas, não mais tão definidas. E como fio condutor das minhas

reflexões acerca do diálogo entre palavra e imagem, vou usar o suporte livro.

Finalizo com a análise de obras de artistas, designers e poetas visuais que trabalharam a

relação verbal e visual, entre eles Julio Plaza e Augusto de Campos, Lygia Pape, Aloísio

Magalhães, Mira Schendel e Edith Derdyk, artistas que possuem trabalhos considerados bons

exemplos de valor artístico e cultural. A escolha desses nomes veio de um primeiro recorte,

artistas, poetas e designers brasileiros, com trabalhos representativos dentro de suas áreas, e

que possa haver possíveis relações entre eles e também com meu tema de pesquisa.

Após o levantamento e análise das obras escolhidas, pretendo trabalhar a obra da artista Edith

Derdyk com mais profundidade, fazendo um estudo de caso. Edith é uma artista brasileira,

contemporânea, com uma obra vasta e muito ligada ao meu tema de pesquisa, além de

produzir livros de artista e livros-objetos. Vou fazer entrevistas, acompanhar seu processo

criativo e analisar seu trabalho, fazendo possíveis relações e entrelaçando resultados.

A ideia é situar as descobertas feitas na pesquisa bibliográfica e na análise das obras num

contexto mais amplo. Analisar mais a fundo, buscando mensagens e resultados implícitos,

deixando assim a pesquisa instigante para novos olhares, respondendo perguntas e não se

encerrando nela, mas abrindo novas janelas para ampliar mentes e pensamentos.

3. Entrelaçamentos...

Seria muito complexo buscar pontos de encontro entre palavra e imagem dentro da arte,

design e poesia visual? Acredito que na verdade as fronteiras entre essas linguagens estão

sendo diluídas com o tempo. Os códigos de uma linguagem são usados na outra o tempo todo.

A poesia usa códigos visuais urbanos, assim como a arte. O design usa e formata a escrita e a

imagem, dispondo do verbal e visual no espaço gráfico. A revolução industrial permitiu que

essas linguagens se aproximassem, havendo uma transgressão dos meios.

Palavra e imagem interagem há muito tempo atrás, uma vez que a imagem é uma das

expressões mais antigas do homem. As pinturas rupestres poderiam ser consideradas

ancestrais dos livros, são narrativas visuais onde os homens transmitiam mensagens. Ao

desenhar eles se comunicavam, construíam uma narrativa do seu cotidiano, expressando seus

medos e desejos. Estudiosos discutem se, na época das pinturas nas cavernas, a imagem teria,

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além da função mágica, algum fim comunicativo, e se ela teria evoluído dando origem a

outras formas de escrita (WALTY; FONSECA e CURY, 2001, p. 15).

O homem traça sinais variados usando tábuas de argila, papiros e pergaminhos. Desde os

primórdios da escrita que conhecemos hoje, palavra e imagem dialogam e coexistem. “Na

evolução da escrita, verbal e visual se complementam, criando padrões estéticos, facilitando a

sua reprodução e conseqüentemente a sua compreensão e a comunicação entre os povos”

(LINS, 2002, p. 19).

Como exemplo dessa interação, temos os Livros dos Mortos (FIG.1), no Egito, que eram

ilustrados com cenas muito vivas e acompanhavam o texto com eficácia. Esses livros eram

formados de tramas de fibras do tronco de papiro, considerado um dos mais antigos

antepassados do papel.

FIGURA 1: Papiro do Livro dos Mortos, XXI Dinastia, por volta de 1070 a.C.

FONTE: www.thebritishmuseum.ac.uk/

Na Idade Média (início do século XIV), a iconografia bíblica foi reunida em forma de livro,

os manuscritos, e o diálogo entre palavra e imagem começa a se fazer presente com as

iluminuras2. Artistas e gravadores começam a representar as imagens em pergaminho e papel.

A linguagem escrita era privilégio de uma casta monárquica e religiosa. “Para a grande massa

só existia a linguagem oral” (LINS, 2002, p. 19). Esses livros de imagens se tornaram muito

populares devido às figuras, com o tempo ficaram conhecidos como “Bibliae pauperum

(FIG.2), ou Bíblia dos pobres” (MANGUEL, 1997, p. 123).

2 Arte que nos antigos manuscritos une a ilustração e a ornamentação, por meio de pinturas e cores vivas, ouro e

prata, de letras iniciais, flores e folhagens, figuras e cenas, ocupando parte do espaço reservado ao texto, e

estendendo-se pelas margens em barras, molduras e ramagens (WALTY; FONSECA e CURY, 2001, p. 19).

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FIGURA 2: Bibliae pauperum, Blockbuch , 1455

FONTE: http://www.unile.it/xil/ols6b.htm#top

Devido à invenção da tipografia por Gutemberg, temos o primeiro livro impresso em 1436.

Esses livros caracterizam-se pela letra irregular, ausência de paginação ou assinatura, e

imitava o manuscrito, que continuou sendo valorizado por muito tempo ainda. Com o

aperfeiçoamento da imprensa depois de 1500, o livro vai se modificando, desde o tipo de

papel, disposição das letras, à forma das ilustrações, o que permitiu tiragens e divulgação

maiores e mais rápidas. O desenvolvimento da indústria do livro permitiu a expansão da

escrita e da cultura. Segundo WALTY; FONSECA e CURY, “a ideia do livro está tão

associada à modernidade que chega a conformar a construção do nosso imaginário cultural”

(2001, p. 21).

Durante o século XX, pode-se constatar um forte diálogo entre as artes visuais e a literatura,

colaborando para a diluição dos limites entre as artes visuais, provocando uma aproximação

entre essas linguagens. “Poetas se conscientizaram da visualidade da escrita e da página,

enquanto os artistas plásticos resgatavam a origem visual das palavras, utilizando elementos

textuais nas obras: grafismos, letras de diversos alfabetos, fragmentos de textos, impressos,

utilizando a escrita como um elemento gráfico/conceitual” (MIRANDA, 2006, p. 10).

Antigas formas de expressão foram retomadas com novos contornos, como novas formas de

expressão, é o caso do livro-objeto. Todo livro é um objeto, mas alguns rompem as fronteiras

atribuídas aos livros de leitura e se assumem como objetos de arte. Estes livros representam

uma terceira linguagem, entre o linear e o visual, entre a literatura e as artes plásticas. Julio

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Plaza escreveu um artigo intitulado O livro como forma de arte (1982), onde discute acerca

desse tema, inclusive reunindo categorias de livros de artistas do século XIX e XX.

De uma maneira geral, a razão primordial de ser do livro é a de transmitir conhecimentos, mas

há tempos estes conhecimentos extrapolaram sua leitura textual e foram potencializados com

imagens e vice-versa. Unindo-se às experiências apresentadas, o design gráfico se mostrou

como campo de ação importante no sentido de abrir caminho para outras interações e não

apenas da leitura do texto.

Ao estudar os precursores do livro-objeto, a relação arte, design e poesia visual é bem nítida.

Segundo Drucker3 (2004), o livro de artista não surge de maneira linear, há pontos

simultâneos de origem. Podemos localizar sua origem nas vanguardas artísticas do início do

séc. XX, como o futurismo, o dadaísmo, o surrealismo e o construtivismo russo. Artistas

desses movimentos fizeram muitas experimentações entrelaçando texto e imagem.

Mas antes disso, já existiam referências de artistas e escritores que realizaram trabalhos em

que verbal e o visual dialogavam, como Lewis Carroll (poema The mouses tale, 1865),

Gustave Flaubert, William Blake (Songs of Experience), William Morris (movimento Arts

and crafts) e os poetas Stéphane Mallarmé (poema Un coup de dês) e Edmund Jabès. Vale

destacar a série de gravuras Os Caprichos, de Goya e os manuscritos Noa Noa, de Gauguin,

onde ilustração e texto são tratados com cuidado artístico.

No Brasil, as experiências dos poetas e artistas visuais no período Concreto (entre anos 1950 e

60), são apontadas como o início de uma preocupação com o verbal e sua relação com a

estrutura visual, uso de signos gráficos na poesia. Porém, na década de 20, havia a produção

de obras onde artistas plásticos e escritores trabalhavam juntos para a elaboração de livros

com preocupação visual e estética elaboradas, como a obra Feuilles de Route (1924), com

texto de Blaise Cendrars e ilustrações de Tarsila do Amaral, e a obra Pau Brasil (1925), de

Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral. Houve também as experiências do grupo O Gráfico

Amador (1954-61), formado em Pernambuco por intelectuais interessados na arte do livro.

Seus projetos editoriais possuíam um caráter experimental, com propostas visuais inusitadas

para a época, como a obra Aniki Bobo (FIG.3), de 1958, de Aloísio Magalhães e João Cabral

de Melo Neto.

3 DRUCKER, Johanna. The Century of Artists’ Book. New York: Granary Books, 2004.

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FIGURA 3: Aniki Bobo.

FONTE: LEITE, 2003, p. 104.

Em 1952 ocorre a formação do Grupo Noigandres, com Décio Pignatari e Augusto e Haroldo

de Campos (São Paulo). Em 1958 produzem a revista Noigandres (FIG. 4), com o manifesto

da poesia concreta e propõem os elementos para sua constituição, como o espaço gráfico

considerado como agente de estrutura espaço-temporal para o poema; a idéia de ideograma,

com sua sintaxe espacial ou visual e a idéia de justaposição de elementos; a palavra como

matéria do poema. Poetas se ligam a outras linguagens como as artes plásticas e a música.

FIGURA 4: Revista Noigandres 4.

FONTE: BANDEIRA e BARROS, 2008, p. 30.

Em 1956, acontece a I Exposição Nacional de Arte Concreta, no MAM/SP. Nesta exposição

mostram um amplo panorama das artes (obras abstratas ou concretas) e da poesia concreta, a

mostra foi composta de cartazes-poemas, obras pictóricas, desenhos e esculturas. Por volta de

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1959, ocorrem muitas divergências entre o Grupo Ruptura (SP) e o Grupo Frente (RJ), e da

cisão entre eles surge o Grupo Neoconcreto (RJ), que defendia a introdução da expressão na

obra de arte e rejeitava o primado da razão sobre a sensibilidade.

Das atividades do grupo Noigandres emergiu o movimento da poesia concreta. Este grupo

sofre influências de Mallarmé, James Joyce, Ezra Pound e E. E. Cummings. Na poesia

concreta são trabalhados os aspectos formais e sonoros das palavras. Há uma nova sintaxe-

visual do texto. Os poetas concretos desenvolveram experiências que desencadearam em

muitas pesquisas relacionadas ao campo das artes gráficas. Começam a desenvolver seus

próprios livros-objetos, como Poemóbiles (FIG. 5), Objetos Poemas e Caixa Preta de

Augusto de Campos e Julio Plaza. Os poetas concretos estavam mais para “designers de

linguagem” do que para escritores (CAMPOS, 1974, p. 137). Baseando-se nos princípios de

relação, justaposição, correlação, escrita ideogrâmica, a poesia concreta trabalha os elementos

gráficos explorando os fatores gestálticos de proximidade e semelhança visual.

FIGURA 5 – Poemóbiles, 1968.

FONTE – Fotografia da autora.

Durante o Neoconcretismo (década de 70), ocorre uma explosão de livros-objeto, havendo a

radicalização com as experiências com esse tipo de manifestação. A forma é explorada

enquanto narrativa, havendo a dissolução das fronteiras entre poesia e artes visuais. A própria

condição da arte nesse período produziu um transbordamento de limites, fazendo com que os

artistas se lançassem em múltiplas direções, explorando as mais diferentes possibilidades de

expressão. A produção nesse período é muito rica, texto e imagem interagem de maneiras

diversas. Augusto de Campos, Julio Plaza, Arthur Barrio, Lygia Clark, Antonio Dias,

Waltércio Caldas, Alex Hamburguer, Delson Uchoa, Liuba, Renina Katz, Lygia Pape, Anesia

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Pacheco, Paulo Bruscky, Luise Weiss, Mira Schendel (FIG. 6) e Jac Leirner são alguns

artistas que trabalham a relação entre essas linguagens em suas expressões artísticas.

FIGURA 6 – Obra sem título, da série Objetos Gráficos, 1973.

FONTE – Pérez-Oramas, 2010, p.131.

Poesia visual, arte, tipografia, texto, imagem, design se intercambiam de uma maneira

que seus limites vão se esvaindo. As fronteiras de nomeações somem: arte ou poesia, livro-

objeto ou arte, design gráfico ou tipografia? Verbal e visual se entrelaçam, dialogando.

4. Autores e pensamentos

Para situar a relação palavra e imagem historicamente e culturalmente, entrelaçando arte e

poesia visual, e destacando suas transformações ao passar do tempo, conto com obras de

autores que de alguma forma conversem com meu tema de pesquisa

Começo citando Zygmunt Bauman, com a obra Modernidade líquida (2001), acredito que

será uma leitura importante para minha hipótese da pesquisa, sobre as fronteiras da arte,

poesia visual e design gráfico que estão se diluindo, uma linguagem entra na outra, usa

recursos de todas, interagem.

Lucrécia D’Aléssio Ferrara, Leitura sem palavras (2007), Donis A. Dondis, Sintaxe da

linguagem visual (2000), Martine Joly, Introdução à análise da imagem (1996), Lúcia

Santaella e Winfried Nöth, trabalharam a questão da imagem propriamente dita, sua análise,

estrutura, classificação e leituras.

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Sobre a poesia visual e concreta, autores como Décio Pignatari, Julio Plaza, Augusto e

Haroldo de Campos, fornecerão base para meus estudos. O livro Teoria da Poesia Concreta

(2002) traz textos e manifestos publicados entre 1950 e 1960, que prepararam e fomentaram o

movimento da poesia concreta. Entre os artigos estão as influências que sofreram da arte

concreta, precursores (Mallarmé, Pound, Joyce, Cummings, Apollinaire), referências

nacionais (João Cabral, Volpi) e internacionais, além dos procedimentos empregados na

construção poética pelos concretistas, sua nova linguagem e visualidade. Também os

documentos em Arte concreta paulista (2002) são uma rica fonte de referência desse

movimento aqui no Brasil.

Para conceituações em design gráfico, pesquisarei os estudos de Vilém Flusser, O mundo

codificado (2007), Rafael Cardoso, Uma introdução à história do Design (2008) e Richard

Hollis, Design Gráfico: uma história concisa (2000), além de Design: olhares sobre o livro

(2010), com organização de Luiz Antonio Coelho e Alexandre Farbiaz e a obra Alexandre

Wollner e a formação do design moderno no Brasil (2005), de André Stolarsky.

Vou usar a obra de Giulio Carlo Argan, Arte Moderna: do Iluminismo aos movimentos

contemporâneos (1993) e o livro Conceitos da arte moderna (2000), organizado por Nikos

Stangos para a contextualização histórica dos movimentos artísticos do séc. XX.

Paulo Silveira escreveu o livro A página violada: da ternura à injúria na construção do livro

de artista (2001) a partir de sua pesquisa para o doutorado, onde traz definições interessantes

e relaciona o livro de artista com a arte e o design, sendo uma obra de extrema importância

para minha pesquisa, e Annateresa Fabris e Cacilda Teixeira da Costa, com Tendências do

Livro de Artista no Brasil (1985), mais um texto esclarecedor para aprofundar os conceitos

sobre livro-objeto.

Roger Chartier, um estudioso do livro e de suas transformações frente às mídias

contemporâneas (A aventura do livro, do leitor ao navegador, 1999), Umberto Eco, que

também levanta questionamentos a respeito do livro frente aos novos suportes para a palavra e

imagem; e Alberto Manguel, que escreveu duas obras importantes para minha pesquisa, Uma

história da leitura (1997) e Lendo imagens (2001).

Pretendo relacionar estes autores, seus conceitos, percorrendo os movimentos artísticos e seus

reflexos no design gráfico e na poesia visual.

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As imagens têm sido meios de expressão da cultura humana desde as pinturas pré-históricas

das cavernas, milênios antes do aparecimento do registro da palavra pela escrita. E embora a

palavra escrita tenha se desenvolvido muito já no séc. XV, com a descoberta de Gutenberg, o

mundo imagético teve que esperar até o séc. XX para ter sua explosão. Segundo Santaella e

Nöth (2008), até hoje, era do vídeo e das novas mídias, com uma vida cercada por mensagens

visuais, não temos uma tradição na pesquisa da imagem como ocorreu com a palavra, onde

estudiosos foram a fundo investigar a natureza e estrutura da palavra, criando regras e teorias.

Para investigar a imagem, não existe um “suporte institucional de pesquisa que lhe seja

próprio” (Santaella e Nöth, 2008, p. 13). Diversas disciplinas servem como base nesse tipo de

pesquisa, como a semiótica visual, crítica da arte, história da arte, teorias psicológicas da arte,

estudos das mídias, entre outras, ou seja, o estudo da imagem é um estudo interdisciplinar.

Outra discussão também seria que a imagem não serve como meio de reflexão da própria

imagem, o que ocorre com o verbal, a língua pode ter um discurso reflexivo sobre si mesmo, e

já a imagem precisa do discurso verbal para o desenvolvimento de uma teoria da imagem.

Ferrara também abordou o mesmo assunto em sua obra Leitura sem palavras. Segundo a

autora, todo código é constituído de signos, com sintaxe própria e maneira de representar, e

para descodificar qualquer sistema, é preciso identificar o signo e a sintaxe que o constituem.

A dificuldade de tal caracterização aponta a primeira e maior dificuldade do texto não-verbal,

“ao mesmo tempo que é o elemento básico de sua definição” (2007, p. 14). E continua, “o

texto não-verbal é uma linguagem sem código” (p. 15). A fragmentação sígnica é sua marca

estrutural, nela não há um signo, mas signos aglomerados sem convenções: sons, palavras,

cores, traços, tamanhos, texturas, cheiros. As emanações dos cinco sentidos surgem no não-

verbal juntas e simultâneas, porém desintegradas; não há convenção, não há sintaxe que as

relacione: sua associação está implícita, precisa ser produzida.

Porém, é importante notar que também o código verbal não pode se desenvolver sem

imagens. Nosso discurso verbal está permeado por elas. Assim sendo, Santaella e Nöth (2008,

p. 14) concluem que uma abordagem teórica seria a mais adequada ao estudo da imagem.

Santaella e Nöth (2008) situam a imagem em relação ao texto e seu contexto. Material muito

rico e interessante para meu objeto de pesquisa. Os autores escrevem que a relação entre a

imagem e seu contexto verbal pode ser íntima e variada, destacando que a imagem pode

ilustrar um texto verbal ou o texto pode esclarecer a imagem na forma de um comentário. O

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contexto mais importante da imagem é a linguagem verbal, mas outras mídias e imagens

também podem modificar a mensagem da imagem. Santaella e Nöth (2008) discorrem sobre a

relação verbal e visual, ponto importante da minha pesquisa, relatando autores que abordaram

o tema de alguma forma, como C. S. Pierce e a semiótica da imagem, que apresentou variadas

classificações, fornecendo uma gama de ferramentas muito úteis para poder analisar e

penetrar a fundo nos signos. Também exploram a relação palavra e imagem, indagando sobre

os atributos imagéticos na própria palavra, assim como o contrário, o que a imagem tem

comum com a palavra.

Estas são apenas algumas das referências que vão embasar e aprofundar o meu objeto de

pesquisa. Este estudo será mais trabalhado, farei novas leituras, novos olhares vão surgir,

começando assim a construir o entrelaçamento da palavra e imagem, abordando minhas

questões, criando novas relações e explorando minhas hipóteses.

Referências Bibliográficas

ARGAN, Giulio C. Arte Moderna: do Iluminismo aos movimentos contemporâneos. Trad. Denise Bottman e

Frederico Carotti. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.

BANDEIRA, João (org.) Arte Concreta Paulista: documentos. São Paulo, Cosac Naify, CUMA da USP, 2002.

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