PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE...
Transcript of PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE...
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA
ANIMAL
EFEITO DA ÁGUA MAGNETIZADA SOBRE OS PARÂMETROS REPRODUTIVOS, ZOOTÉCNICOS E TEMPERATURA CORPORAL EM MACHOS
(Bos taurus indicus)
ISAMARA BATATA ANDRADE Presidente Prudente - SP
2017
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA
ANIMAL
EFEITO DA ÁGUA MAGNETIZADA SOBRE OS PARÂMETROS REPRODUTIVOS,
ZOOTÉCNICOS E TEMPERATURA CORPORAL EM MACHOS (Bos taurus indicus)
ISAMARA BATATA ANDRADE
Dissertação apresentada Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, Universidade do Oeste Paulista, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre – Área de concentração: Ciência Animal.
Orientador: Prof. Dr. Marcelo George Mungai Chacur
Presidente Prudente - SP
2017
636.089 26 A553e
Andrade, Isamara.
Efeito da água magnetizada sobre os parâmetros reprodutivos, zootécnicos e temperatura corporal em (Bos taurus indicus)/ Isamara Batata Andrade. – Presidente Prudente, 2017.
65 f. : il.
Dissertação (Mestrado em Ciência Animal) -Universidade do Oeste Paulista – Unoeste, Presidente Prudente, SP, 2017.
Bibliografia. Orientador: Marcelo George Mungai Chacur.
1. Touros. 2. Água magnetizada. 3. Crescimento corporal. 4. Qualidade seminal. 5. Termograma I. Título.
ISAMARA BATATA ANDRADE
EFEITO DA ÁGUA MAGNETIZADA SOBRE OS PARÂMETROS REPRODUTIVOS,
ZOOTÉCNICOS E TEMPERATURA CORPORAL EM MACHOS (Bos taurus indicus)
Dissertação apresentada Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, Universidade do Oeste Paulista, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre - Área de Concentração: Ciência Animal. Presidente Prudente, 17 de março de 2017
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________________ Prof. Dr. Marcelo George Mungai Chacur (orientador) Universidade do Oeste Paulista – Unoeste Presidente Prudente-SP _______________________________________________ Prof. Dr. Alicio Martins Junior FMVA- Faculdade de Medicina Veterinária de Araçatuba UNESP, Araçatuba _______________________________________________ Prof. Dr. Hermann Bremer Neto Universidade do Oeste Paulista – Unoeste Presidente Prudente-SP
DEDICATÓRIA
Dedico primeiramente à Deus e à minha família, em especial ao meu marido e minha
filha pela compreensão nos momentos de dedicação ao trabalho, me ausentando em algumas ocasiões.
Aos meus pais e irmãs por todo apoio nas horas em que mais necessitei e que me fortaleceram sempre.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por ter me dado sabedoria para realizar este estudo, à minha família, em especial ao meu marido e minha filha pela compreensão nos momentos de dedicação ao trabalho, me ausentando em algumas ocasiões. Aos meus pais e irmãs por todo apoio nas horas em que mais necessitei e que me fortaleceram sempre. Ao meu orientador Prof. Dr. Marcelo George Mungai Chacur por acreditar no meu potencial e direcionar meu trabalho, e aos amigos colaboradores, somando conhecimentos e experiências ao longo da execução deste projeto. Em especial à grande colaboradora e amiga, Camila, pelas horas de dedicação e paciência.
“Não devemos chamar o povo à escola
para receber instruções, postulados,receitas,
ameaças, repreensões e punições, mas para
participar coletivamente da construção de um saber,
que vai além do saber de pura experiência feita,
que leve em conta as suas necessidades e o torne
instrumento de luta, possibilitando-lhe ser sujeito
de sua própria história”
(Paulo Freire)
RESUMO
EFEITO DA ÁGUA MAGNETIZADA SOBRE OS PARÂMETROS REPRODUTIVOS,
ZOOTÉCNICOS E TEMPERATURA CORPORAL EM MACHOS (Bos taurus indicus)
Objetivou-se estudar a influência da ingestão da água magnetizada no ganho de peso corpóreo, morfometria corpórea e do aparelho reprodutor, características do sêmen e temperaturas de áreas do corpo e escroto com termografia digital de infravermelho em touros jovens da raça Nelore em manejo extensivo e em confinamento. Foram utilizados 20 touros com idade inicial de 14 meses, divididos em dois grupos: Tratado - ingestão de água tratada por campo magnético; e Controle - ingestão de água potável. Foram realizadas 4 coletas sendo 2 em manejo extensivo (14 e 18 meses de idade) e 2 em confinamento (20 e 21 meses de idade), nas quais foram aferidos: fatores climáticos, temperatura retal, peso corpóreo, altura de cernelha, mensuração do comprimento, largura e altura dos testículos, colheita de sêmen e termografia digital por infravermelho do globo ocular, mufla, flanco, ísquio e escroto. Conclui-se que a ingestão da água tratada por campo magnético não se apresentou eficiente em relação ao ganho de peso a pasto e em confinamento, assim como para morfometria corpórea e do aparelho reprodutor. Em confinamento, também não houve influência da água tratada por campo magnético sobre as características quantitativas e qualitativas do sêmen. A termografia digital por infravermelho se mostrou eficaz para mensuração das áreas do corpo e da bolsa escrotal, onde a pasto o grupo com ingestão de água tratada por campo magnético apresentou temperaturas superiores para globo ocular, mufla, flanco e ísquios. Para bolsa escrotal, a pasto, a temperatura do cordão espermático e testículo foram superiores no grupo tratado; e em confinamento, a temperatura do testículo e cauda dos epidídimos foram superiores no grupo com ingestão de água potável. Palavras-chave: touros, água magnetizada, crescimento corporal, qualidade seminal, termograma.
ABSTRACT
EFFECT OF MAGNETIZED WATER ON REPRODUCTIVE, ZOOTECHNIC AND BODY TEMPERATURE MATERIALS (Bos taurus indicus)
The objective of this study was to study the influence of magnetized water intake on body weight gain, body morphometry and reproductive system, semen characteristics and body and scrotal area temperatures with digital infrared thermography in young Nellore bulls in extensive management and In confinement. Twenty bulls with initial age of 14 months were used, divided into two groups: Treated - water ingestion treated by magnetic field; And Control - drinking water intake. Four collections were made, 2 in extensive management (14 and 18 months of age) and 2 in confinement (20 and 21 months of age), in which they were measured: climatic factors, rectal temperature, body weight, wither height, Length, width and height of the testicles, semen collection and infrared digital thermography of the eyeball, mufla, flank, ischium and scrotum. It was concluded that the intake of water treated by magnetic field was not efficient in relation to weight gain in pasture and in confinement, as well as for body morphometry and reproductive system. In confinement, there was also no influence of water treated by magnetic field on the quantitative and qualitative characteristics of the semen. Digital infrared thermography proved to be effective for measuring body and scrotal areas, where the grazing group treated with magnetic field water showed higher temperatures for the ocular globe, mufla, flank and ischium. For the scrotal pouch, the pasture, the temperature of the spermatic cord and testis were higher in the treated group; And in confinement, the temperature of the testes and tail of the epididymis were higher in the group with drinking water intake. Keywords: bulls, magnetically treated water, body growth, semen quality, thermography
RESUMO
ÁGUA MAGNETIZADA NÃO ALTERA O ESPERMOGRAMA E INCIDÊNCIA DE BANDAS PROTEICAS DO PLASMA SEMINAL NA RAÇA NELORE
(Bos taurus indicus)
Objetivou-se avaliar a influência da água tratada por campo magnético no espermiograma e perfil proteico do plasma seminal em bovinos da raça Nelore, mantidos à pasto e em confinamento. Durante 7 meses foi fornecida ad libitum água tratada por campo magnético para o Grupo 1 (n=10) machos da raça Nelore, com idade inicial de 14 meses. O Grupo 2 (n=10) machos, da mesma raça e idade, foram utilizados como grupo controle, sendo fornecida ad libitum água mineral de fonte natural. Ambos os grupos foram submetidos a idênticas condições de manejo, sendo nos primeiros 4 meses em regime de pasto e, subsequentes 3 meses em regime de confinamento. Foram obtidas amostras de sêmen dos 20 animais em 4 colheitas, avaliadas quantitativamente e qualitativamente com posterior identificação de bandas proteicas do plasma seminal por SDS-PAGE. As características quantitativas e qualitativas do sêmen não apresentaram diferença significativa (P >0,05) em nenhum parâmetro quando comparados o grupo tratado e o grupo controle. A análise dos géis possibilitou a identificação de 10 bandas, sendo 18, 20, 26, 27, 30, 36, 44, 50, 55 e 66KDa. As bandas de 66, 36 e 18KDa foram as proteínas com menor incidência, e as bandas 20 e 50KDa foram as com maior incidência. Conclui-se que a qualidade do sêmen é influenciada pelo ambiente, pelas variações de temperatura e umidade. Em relação às bandas proteicas do plasma seminal, às de 18, 30, 44 e 55KDa predizem que o sêmen é de boa qualidade e que os animais são potencialmente férteis. A água tratada por campo magnético não influenciou de forma significativa na qualidade do sêmen e na incidência de bandas de proteínas no plasma seminal. Palavras-chave: machos, SDS-PAGE, manejo extensivo, manejo de confinamento.
ABSTRACT
MAGNETIC WATER DOES NOT ALTER THE SPERMOGRAM AND INCIDENCE OF PROTEIN BANDS OF SEMINAL PLASMA IN THE NELORE
(Bos taurus indicus) The objective of this study was to evaluate the influence of water treated by magnetic field on the spermiogram and protein profile of seminal plasma in Nellore cattle, in the extensive management and in confinement. For 7 months ad libitum water was treated by magnetic field for Group 1 (n = 10) male Nellore, with initial age of 14 months. Group 2 (n = 10) males, of the same race and age, were used as control group, and ad libitum mineral water was supplied from natural source. Both groups were submitted to the same management conditions, being in the first 4 months in extensive management and, subsequently, 3 months in the confinement regime. Semen samples were obtained from the 20 animals in 4 collects, evaluated quantitatively and qualitatively with subsequent identification of seminal plasma protein bands by SDS-PAGE. The quantitative and qualitative characteristics of the semen presented no significant difference (P> 0.05) in any parameter when compared to the treated group and the control group. The analysis of the gels allowed the identification of 10 bands, being 18, 20, 26, 27, 30, 36, 44, 50, 55 and 66KDa. The bands of 66, 36 and 18KDa were the proteins with lower incidence, and bands 20 and 50KDa were the ones with the highest incidence. It is concluded that the quality of the semen is influenced by the environment, by the variations of temperature and humidity. In relation to the protein bands of the seminal plasma, those at 18, 30, 44 and 55KDa predict that the semen is of good quality and that the animals are potentially fertile. The water treated by magnetic field did not significantly influence the semen quality and the incidence of protein bands in seminal plasma.
Keywords: male bovine, SDS-Page, extensive management, confinement.
SUMÁRIO
1 ARTIGO 1: EFEITO DA ÁGUA MAGNETIZADA SOBRE OS PARÂMETROS REPRODUTIVOS, ZOOTÉCNICOS E TEMPERATURA CORPORAL EM MACHOS (BOS TAURUS INDICUS).................................
11 ANEXO 1 - NORMAS PARA PUBLICAÇÃO: ANIMAL REPRODUCTION
SCIENCE........................................................................................................
33 2 ARTIGO 2: ÁGUA MAGNETIZADA NÃO ALTERA O ESPERMOGRAMA
E INCIDÊNCIA DE BANDAS PROTEICAS DO PLASMA SEMINAL NA RAÇA NELORE (BOS TAURUS INDICUS)..................................................
44 ANEXO 2 – NORMAS PARA PUBLICAÇÃO: REPRODUCTION IN
DOMESTIC ANIMALS……………………………………………………………
59
11
1 ARTIGO 1
Efeito da água magnetizada sobre os parâmetros reprodutivos, 1
zootécnicos e temperatura corporal em machos (Bos taurus indicus) 2
3
I.B.ANDRADEa,1, C.D.SOUZAa, F.L.G.B.DEAKa, C.O.SIQUEIRAa, 4
P.A.A.ALCÂNTARAa, G.C.FIGUEREDOa, L.S.L.S.REISa, F.F.PUTTIb, C.P.CREMASCOb, 5
L.R.A.GABRIEL FILHOb, E.OBAc, M.G.M.CHACURa 6
aUniversidade do Oeste Paulista-UNOESTE, Presidente Prudente,SP,Brasil. 7
bUniversidade Estadual Paulista - UNESP, Tupã, SP, Brasil. 8
cUniversidade Estadual Paulista - UNESP, Botucatu, SP, Brasil. 9
1Correspondência: Rod. Raposo Tavares, km 572, Bairro Limoeiro, Campus II – 10
UNOESTE, CEP: 19067-175, Presidente Prudente, SP, Brasil, +55 18 3229-2077; email: 11
[email protected] (I.B.ANDRADE); [email protected] (M.G.M.CHACUR) 12
13
Resumo 14
Objetivou-se estudar a influência da ingestão da água magnetizada no ganho de peso 15 corpóreo, morfometria corpórea e do aparelho reprodutor, características do sêmen e 16 temperaturas de áreas do corpo e escroto com termografia digital de infravermelho em touros 17 jovens da raça Nelore em manejo extensivo e em confinamento. Foram utilizados 20 touros 18 com idade inicial de 14 meses, divididos em dois grupos: Tratado - ingestão de água tratada 19 por campo magnético; e Controle - ingestão de água potável. Foram realizadas 4 coletas sendo 20 2 em manejo extensivo (14 e 18 meses de idade) e 2 em confinamento (20 e 21 meses de 21 idade), nas quais foram aferidos: fatores climáticos, temperatura retal, peso corpóreo, altura 22 de cernelha, mensuração do comprimento, largura e altura dos testículos, colheita de sêmen e 23 termografia digital por infravermelho do globo ocular, mufla, flanco, ísquio e escroto. 24 Conclui-se que a ingestão da água tratada por campo magnético não se apresentou eficiente 25 em relação ao ganho de peso a pasto e em confinamento, assim como para morfometria 26 corpórea e do aparelho reprodutor. Em confinamento, também não houve influência da água 27 tratada por campo magnético sobre as características quantitativas e qualitativas do sêmen. A 28 termografia digital por infravermelho se mostrou eficaz para mensuração das áreas do corpo e 29 da bolsa escrotal, onde a pasto o grupo com ingestão de água tratada por campo magnético 30 apresentou temperaturas superiores para globo ocular, mufla, flanco e ísquios. Para bolsa 31 escrotal, a pasto, a temperatura do cordão espermático e testículo foram superiores no grupo 32
12
tratado; e em confinamento, a temperatura do testículo e cauda dos epidídimos foram 33 superiores no grupo com ingestão de água potável. 34 35
36
Palavras-chave: touros, água magnetizada, crescimento corporal, qualidade 37
seminal, termograma. 38
39
Introdução 40
As modificações que ocorrem na tensão superficial da água magnetizada, a fazem 41
assumir características que melhoram seu comportamento como solvente, de modo a facilitar 42
o transporte através das membranas do corpo, assim como as trocas eletrolíticas (Àlvarez, 43
Blanco e García, 1998). 44
Segundo TAO e HUANG (2011), os efeitos do tratamento magnético ocorrem 45
pela redução da viscosidade do sangue e melhora na circulação, devido à formação de 46
agregados de glóbulos vermelhos que favorecem o fluxo sanguíneo. 47
Segundo Porto (1998), resultados favoráveis foram observados em algumas 48
fazendas em Israel, com diversos animais e plantas tratados com água magnética, e que 49
apresentaram um aumento na sua produtividade. 50
Embora o magnetismo seja amplamente utilizado nos campos da física, da 51
indústria e do comércio, seus efeitos sobre os organismos vivos não foram completamente 52
estudados, elucidados e difundidos (CNEA, 1997). 53
No organismo animal, são relatados benefícios relacionados ao aumento da sua 54
capacidade de absorção pelo epitélio intestinal, como glicose, cálcio e outros minerais 55
(Alfonso et al., 2000). 56
Insua et al. (2009) apontam os benefícios do uso da água magnetizada nos animais 57
de produção, como no gado bovino (novilhos, vacas de leite e touros) com vistas ao melhor 58
aproveitamento zootécnico dos animais de produção. Os animais apresentam aumento de 59
13
cálcio sérico, aumento da bioatividade ruminal e melhor conversão alimentar, com aumento 60
do peso vivo e produção leiteira (Alfonso et al., 1997; Alfonso et al., 1999; Alfonso et al., 61
2000). 62
Os touros, no Brasil durante a estação de monta que ocorre nos meses mais 63
quentes do ano, estão sujeitos às variações ambientais que interferem na fertilidade e 64
eficiência reprodutiva do rebanho (Menegassi et al., 2011). Além disso, a temperatura 65
elevada, associada à baixa umidade do ar, resulta em animais mais susceptíveis às doenças. O 66
calor excessivo causa diminuição da ingestão de alimentos e distúrbios no metabolismo de 67
proteínas, energia, balanço mineral, reações enzimáticas, secreções de hormônios, além de 68
alterar a concentração de metabólitos do sangue (Marai et al., 2007; Delfino et al., 2012). 69
Segundo Cilulko et al. (2013), organismo saudável se caracteriza pela distribuição 70
equilibrada de temperatura nas diferentes partes do corpo, e a termografia com infravermelho 71
tem sido usada para avaliar a termorregulação escrotal, bem como para verificar respostas 72
fisiológicas de animais expostos às altas temperaturas (Knizkova et al., 2007) 73
Objetivou-se estudar a influência da ingestão da água tratada por campo 74
magnético no peso corpóreo, morfometria corpórea, características do sêmen e temperaturas 75
de áreas do corpo e escroto com termografia digital de infravermelho em touros jovens da 76
raça Nelore em manejo extensivo e em confinamento. 77
78
Material e métodos 79
Todos os procedimentos foram aprovados pelo Comitê de Ética e Uso dos 80
Animais em Experimentação (CEUA) da Universidade do Oeste Paulista (protocolo no. 2952). 81
Local do experimento e dados climáticos 82
O experimento foi realizado na Fazenda Santo Antônio, Bairro Nova Vida, 83
localizada no município de Mirandópolis-SP, latitude 21º08'01"S, longitude 51º06'06"W e 84
14
altitude de 429 metros. O clima é caracterizado como Tropical com pluviosidade média anual 85
de 1968 mm. Durante o período experimental de dezembro a julho, os seguintes parâmetros 86
climáticos foram mensurados: Wet Bulb Globe Temperature (WBGT), que representa a 87
temperatura em graus Celsius correspondendo à sensação térmica, temperatura ambiente 88
(TA), temperatura do globo negro (TG), que representa a temperatura em graus Celsius 89
correspondendo à radiação térmica incidente e umidade relativa do ar (UR). Tais mensurações 90
foram realizadas através de termômetro de globo negro digital portátil (modelo HT-30, 91
Instrutemp®, São Paulo, SP, Brasil). 92
Animais 93
Vinte touros jovens da raça Nelore, com idade de 14±1 meses e peso médio de 94
264,6±7,33 kg, foram divididos em dois grupos experimentais (n=10), a saber: grupo A 95
receberam, à vontade, água tratada por campo magnético, através de submersão do 96
magnetizador; e grupo B, receberam água, à vontade, de bebedouro similar ao do grupo A. 97
Os dois grupos de touros foram utilizados em duas etapas distintas durante o experimento. As 98
colheitas de dados foram realizadas das 7h às 11h. 99
Descrição do equipamento para o tratamento magnético da água 100
Para o presente estudo foi utilizado o magnetizador Sylocimol Rural, da empresa 101
Timol Indústria e Comércio de Produtos Magnéticos. Segundo a empresa (Timol, 2012), o 102
magnetizador é composto de ímãs alternados recoberto por uma proteção em inox. O 103
Sylocimol Rural é capaz de magnetizar 1000 litros de água em vinte minutos. 104
Foi instalado no centro do bebedouro circular 1000 litros para bovinos, 105
produzindo um campo magnético estático de 32.400 Gauss no centro geométrico do 106
dispositivo. 107
Etapa 1 do experimento (touros mantidos em nível de pasto): os grupos A e B foram 108
mantidos por 120 dias em dois pastos adjacentes, de mesma área, formados de capim do tipo 109
15
Urochloa decumbens e com fornecimento de mistura potável e água, à vontade. Duas coletas 110
de dados foram realizadas quando os animais apresentavam 14 e 18 meses de idade. 111
Etapa 2 do experimento (touros mantidos em nível de confinamento): durante 90 dias, os 112
touros dos grupos A e B foram mantidos separados em piquetes adjacentes, de mesma área, 113
sob regime de confinamento, onde receberam ração de adaptação (do 1º. ao 7º. dia), composta 114
por silagem de sorgo, milho, polpa cítrica, farelo de algodão, gordura protegida, núcleo e 115
ureia, com 71,8% de NDT (nutrientes digestíveis totais) e 15,5% de PB (proteína bruta). A 116
partir do 8º. ao 14º. dia receberam dieta com 75,2% de NDT e 15% de PB e, após esse 117
período, 79,5% de NDT e 14% de PB até o final do experimento. Nesta etapa a coleta de 118
dados foi realizada aos 20 e 21 meses de idade. Os procedimentos de coleta de dados foram 119
realizados de forma idêntica à etapa 1. 120
Termografia digital por infravermelho 121
Nas etapas 1 e 2 do experimento, após a contenção do touro, as imagens 122
termográficas (termogramas) foram captadas e salvas com câmera digital de infravermelho 123
(FLIR® E-40, Suécia), sendo o foco emissor do aparelho direcionado para o globo ocular, 124
narinas, flanco e porção caudal do escroto, e orientado perpendicularmente a um metro de 125
distância, de acordo com Brito et al. (2012) e Ruediger et al. (2016). 126
Posteriormente, as imagens (termogramas) foram analisadas através do “software” 127
(FLIR Tools®, versão 3.1.13080.1002) para obtenção da temperatura em cinco áreas da 128
superfície escrotal, dos lados direito (D) e esquerdo (E) sobre o cordão espermático (TD1 e 129
TE1), terços dorsal (TD2 e TE2), médio (TD3 e TE3) e ventral (TD4 e TE4) dos testículos e 130
caudas dos epidídimos. 131
A classificação dos termogramas do escroto dos touros foi realizada segundo 132
Lunstra e Coulter (1997), sendo: 1 - imagem satisfatória, com numerosas bandas horizontais 133
de temperatura com simetria da esquerda para a direita e diminuição da temperatura a partir 134
16
do ápice do testículo para a parte inferior; 2 - imagem questionável, termograma escrotal com 135
alguma não uniformidade nas bandas de cores ou bandas assimétricas; 3 - imagem 136
insatisfatória, termograma escrotal com poucas bandas de cores, não uniformes ou 137
assimétricas com presença de “hot spots”. Após a termografia a temperatura retal (TR) foi 138
aferida com termômetro clínico digital. 139
Morfometria corpórea, testículos e epidídimos 140
A altura da cernelha (AC) em metros (m) foi mensurada com régua graduada; o 141
peso corpóreo (kg) foi obtido com balança digital e o índice de massa corpórea (IMC) 142
calculado pela equação: IMC = peso/AC2. A mensuração do comprimento, largura e altura 143
dos testículos, bem como da largura dos epidídimos (como fez isso?), foi realizada com 144
paquímetro (Mitutoyo®, Japão); o perímetro escrotal (PE) foi mensurado com fita métrica 145
graduada (cm), aferido na região de maior diâmetro do escroto. Para o cálculo do volume 146
testicular (VT) foi utilizada a seguinte equação: VT = 0,0396 x (média do comprimento dos 147
testículos) x (perímetro escrotal)2, conforme descrito por Lunstra et al. (1988). 148
Colheita de sêmen 149
Foram efetuadas coletas de sêmen com uso da técnica de eletroejaculação. As 150
amostras de sêmen foram mantidas em banho-maria entre 32 e 35°C, para as análises 151
imediatas da motilidade espermática progressiva, vigor espermático e turbilhão. A morfologia 152
espermática foi realizada após diluição do sêmen em solução de formol salina tamponada 153
(1:100), contando-se 200 células sob microscopia óptica de contraste de fase (Eclipse 200®, 154
Nikon, Japão). Os touros foram classificados segundo as avaliações clínicas e espermáticas, 155
para efeito de seleção para monta natural, conforme normas sugeridas pelo Colégio Brasileiro 156
de Reprodução Animal (CBRA, 2013). 157
Análise Estatística 158
17
Os dados foram submetidos à análise de variância com posterior comparação das 159
médias pelo teste de Tukey a 5%. As correlações entre as características do sêmen, fatores 160
climáticos, termografia de áreas do corpo e temperatura retal foram analisadas através do 161
coeficiente de correlação de Pearson a 5%. 162
Resultados e Discussão 163
Na etapa 1 do experimento, os animais não apresentaram espermatozoides viáveis 164
no ejaculado, apenas plasma seminal foi coletado. Devido ao fato de se tratar de animais 165
jovens, criados em nível de pasto, a ausência de espermatozoides pode ser considerada como 166
achado normal nessa faixa de idade para animais zebuínos. Na etapa 2 do experimento, as 167
médias das características qualitativas e quantitativas do sêmen dos touros, entre grupos não 168
diferiram (Tabela 1). 169
170
Tabela 1. Volume do ejaculado (V), turbilhonamento (T), motilidade espermática (M), 171
defeitos maiores (DM), defeitos menores (Dm) e defeitos totais (DT) de touros jovens 172
mantidos em confinamento. 173
174
Grupos V
(mL)
T
(0 a 5)
M
(%)
DM
(%)
Dm
(%)
DT
(%)
Tratado 2.81±2.17 0.11±0.05 43.33±21.60 15.56±9.76 19.11±14.32 33.56±21.63
Controle 2.16±1.00 0.33±0.15 46.67±10.33 13.29±10.75 7.88±6.03 19.50±13.42
Legenda: Grupo Tratado – grupo submetido à agua tratada por campo magnético; Grupo 175 Controle – grupo submetido à água potável. 176
177
As características quantitativas e qualitativas do sêmen dos grupos Tratado e 178
Controle para a faixa etária dos animais estão dentro dos parâmetros estabelecidos por 179
18
Fonseca et. al (1997) para motilidade sendo entre 30 e 60 %. Os defeitos espermáticos 180
maiores apresentaram variação entre 13 e 16%, excedendo os 10% preconizados pelo CBRA 181
(2013) para touros adultos aptos à monta natural no campo. O sêmen, na maioria dos 182
reprodutores, segundo Hafez (2005) apresenta alguns espermatozoides anormalmente 183
formados, usualmente não está associado com índices diminuídos de fertilidade até que a 184
proporção de anormalidades exceda 20%. 185
A ingestão de água tratada por campo magnético (Grupo Tratado) não influenciou 186
na qualidade do sêmen produzido, visto que não houve diferença estatística quando 187
comparado com o Grupo Controle, as médias para as características morfométricas e de 188
temperaturas mensuradas pela termografia por infravermelho não diferiram entre grupos 189
Tratado e Controle (Tabela 2 e 3). 190
191
192
193
194
195
196
197
198
199
200
201
202
203
19
Tabela 2. Médias de peso, altura de cernelha (AC), índice de massa corporal (IMC), 204
comprimento do testículo esquerdo (CTE), comprimento do testículo direito (CTD), largura 205
do testículo esquerdo (LTE), largura do testículo direito (LTD), perímetro do escroto (PE), 206
volume testicular (VT) de touros jovens. 207
208
Grupos Peso A.C. I.M.C. C.T.E. C.T.D.
Tratado 388.9 ± 78.4 1.38 ± 0.07 197.71 ± 30.72 9.34 ± 1.15 9.48 ± 1.08
Controle 380.8 ± 84.7 1.37 ± 0.06 192.96 ± 38.65 9.10 ± 1.32 9.27 ± 1.15
Grupos L.T.E. L.T.D. P.E. V.T.
Tratado 5.17±0.57 5.21±0.70 27.81±4.25 291.4±117.9
Controle 5.11±0.50 5.41±0.49 27.56±4.13 277.6 ± 111.7
Médias, na coluna, seguidas de letras diferentes, diferem significativamente (P<0.05) 209
210
O perímetro escrotal médio (Tabela 2), foi superior à média descrita como 211
excelente segundo Fonseca et al. (1997) e CBRA (2013) que consideram medida igual ou 212
superior a 26 cm em bovinos entre 12 e 18 meses de idade. Apesar dos animais do 213
experimento não apresentarem precocidade sexual, a qual pode ser estimada pela ausência de 214
espermatozoides na etapa 1 do experimento, o desenvolvimento anatômico dos testículos, 215
estimado pelo perímetro escrotal se fez presente nas etapas 1 e 2 do experimento. 216
Touros zebus tratados com água magnetizada apresentaram diferenças em 217
indicadores reprodutivos de qualidade do sêmen, como volume, motilidade espermática e 218
densidade (Alfonso Insua et al., 2006). 219
Para as variáveis comprimento do testículo esquerdo e direito, largura do testículo 220
esquerdo e direito, perímetro escrotal e volume testicular não houve diferenças (P >0,05) 221
20
entre grupos aos 14, 18 e 21 meses de idade, sendo que ao longo das avaliações, aos 14, 18 e 222
21 meses, as variáveis apresentaram aumento significativo (P <0,05) (Tabela 3). 223
224
Tabela 3. Morfometria de testículos de touros jovens: Comprimento do Testículo Esquerdo 225
(CTE), Comprimento do Testículo Direito (CTD), Largura do Testículo Esquerdo (LTE), 226
Largura do Testículo Direito (LTD), Perímetro Escrotal (PE) e Volume Testicular (VT). 227
Idade (meses)
C.T.E. C.T.D. L.T.E. L.T.D.
14 8.88 ± 0.96B 8.88 ± 0.96B - -
18 8.55 ± 1.0B 9.03 ± 0.87B 4.86 ± 0.48B 5.02 ± 0.60B
20 - - - -
21 10.23 ± 1.0A 10.2 ± 0.98A 5.41 ± 0.44A 5.56 ± 0.51A
Idade (meses)
P.E. V.T.
14 21.9 ± 1.61C 171.2 ± 40.2C
18 28.2 ± 2.41B 281.6 ± 63.1B
20 29.3 ± 1.90B -
21 31.6 ± 1.95A 407.7 ± 69.3A
Médias seguidas de mesma letra minúscula entre grupos (P>0,05). Médias seguidas de mesma 228 letra maiúscula entre idades (P >0,05). 229
230
Os machos tiveram um crescimento testicular revelado pelas mensurações dos 231
eixos dos testículos e do volume testicular superiores às médias encontradas por Unanian et 232
al.(2000) aos 12 e 18 meses em bovinos machos da raça Nelore, respectivamente de 233
comprimento testicular 6,59 cm e 5,96 cm, largura testicular 3,28 cm e 2.58 e 4,29 cm; e 234
volume testicular de 113,80 cm3 e 239,26 cm3. 235
236
21
A Figura 1 ilustra os pesos corpóreos dos grupos nas idades de 14, 18, 20 e 21 237
meses. 238
239
Figura 1. Peso corpóreo de touros jovens Nelore aos 14 e 18 meses (a pasto), 20 e 21 meses 240
(em confinamento). Grupo Tratado – ingestão de água tratada por campo magnético, e Grupo 241
Controle – ingestão de água potável. Médias seguidas de mesma letra minúscula entre grupos 242
(P>0,05). Médias seguidas de mesma letra maiúscula entre idades (P>0,05). 243
244
Na figura 1, aos 14 e 18 meses de idade, a pasto, o peso corpóreo foi maior (P 245
<0.05) no grupo tratado– ingestão de água tratada por campo magnético. O grupo Tratado 246
apresentou média de peso de 10 kg a mais no primeiro dia do experimento (14 meses de 247
idade), mantendo maior média de peso, em torno de 14 kg a mais aos 18 meses de idade. Em 248
confinamento, no entanto, aos 20 e 21 meses, não houve diferença (p>0.05) entre o grupo 249
Tratado e o grupo Controle. 250
Os pesos corpóreos aos 14 e 18 meses de idade foram superiores aos descritos por 251
Freneau (2006) para machos da raça Nelore criados a pasto, com peso aos 14 e 18 meses de 252
221,2±20,9 Kg e 290,7±23,9 Kg, respectivamente. O maior peso dos machos do presente 253
estudo pode ser devido ao manejo em pasto de boa qualidade, em sistema rotacionado. 254
22
O maior peso dos animais do grupo A foi obtido no primeiro dia do experimento, 255
logo sem a influência da água tratada por campo magnético. Dessa maneira, não houve 256
influência da água tratada magneticamente no ganho de peso corpóreo dos tourinhos jovens. 257
As medidas morfométricas corpóreas altura de cernelha e IMC dos animais a 258
pasto (aos 14 e 18 meses) e em confinamento (aos 21 meses) estão apresentadas na Tabela 4. 259
260
Tabela 4. Altura de cernelha e índice de massa corpórea (IMC) de touros jovens em função 261
dos grupos Tratado e grupo Controle aos 14, 18 e 21 meses de idade. 262
Idade
(meses) Manejo
Altura de Cernelha
(m) IMC (kg/m2)
Grupo A Grupo B Grupo A Grupo B
14 pasto 1.28 ± 0.02 Ba 1.30 ± 0.03 Ba 163.23 ± 4.57 Ca 152.00 ± 8.82 Cb
18 pasto 1.41 ± 0.04 Aa 1.39 ± 0.06 Aa 193.71 ± 14.35 Ba 195.45 ± 18.46 Ba
21 confinamento 1.43 ± 0.02 Aa 1.42 ± 0.02 Aa 232.83 ± 11.28 Aa 236.20 ± 12.26 Aa
Letras minúsculas iguais na linha (P >0,05) compara entre grupos; e letras maiúsculas iguais 263 nas colunas (P >0,05) compara entre idades pelo teste de Tukey. Em manejo, P (a pasto) e C 264 (em confinamento). 265
266
Na tabela 4, aos 18 (a pasto) e 21 meses (em confinamento), a altura de cernelha 267
foi superior (P <0.05) em relação aos 14 meses (a pasto) nos dois grupos. Para o IMC, houve 268
diferenças (P <0,05) entre idades para os grupos tratado e controle com aumentos no avançar 269
da idade. O IMC aos 14 meses (primeiro dia do experimento, a pasto) foi superior (P <0,05) 270
no grupo A. O IMC foi calculado antes do início da ingestão de água tratada por campo 271
magnético. Observa-se que não houve diferença (P >0,05) entre grupos para o IMC nas idades 272
de 18 e 21 meses. Dessa forma, a ingestão de água tratada por campo magnético não 273
23
influenciou no IMC dos tourinhos jovens. O IMC se elevou ao longo do ganho de idade 274
devido o crescimento dos animais, independente do tipo de água ingerida. 275
Para o IMC (Tabela 4), as médias do presente estudo foram superiores às relatadas 276
por Menezes et al. (2008) que avaliaram animais entre 20 e 23 meses de idade foram 277
observados os valores de 125±1,4 kg/m2 e 129,7±1,4 kg / m2, respectivamente para touros 278
Nelore em manejo de confinamento. 279
As médias das temperaturas da mufla, flanco, ísquios, globo ocular, retal e 280
temperatura do escroto dos animais aos 14 e 18 meses em manejo em pasto e aos 21 meses 281
em confinamento estão descritas na Tabela 5. 282
283
Tabela 5. Médias das temperaturas: mufla (TM), flanco (TF), ísquio (TI), globo ocular 284
(TGO), temperatura retal (TR), cordão espermático (T1), terços dos testículos: dorsal (T2), 285
médio (T3), ventral (T4) e cauda do epidídimo (T5) de touros jovens. 286
287
Grupos T.M. T.F. T.I. T.G.O. T.R.
Tratado 32.75 ± 1.95 A 34.09 ± 1.34 33.27 ± 1.41 36.28 ± 0.93 39.43 ± 0.66
Controle 30.08 ± 4.24 B 33.22 ± 2.54 31.57 ± 3.23 35.21 ± 1.81 39.63 ± 0.37
Grupos T1 T2 T3 T4 T5
Tratado 34.41 ± 1.93 33.67 ± 1.61 32.98 ± 1.72 32.48 ± 2.07 31.30 ± 2.50
Controle 34.02 ± 2.29 33.08 ± 1.82 32.48 ± 1.75 31.95± 1.84 30.72 ± 2.09
Médias, na coluna, seguidas de letras diferentes, diferem significativamente 288
(P<0.05) 289
Para a variável temperatura de mufla, houve diferença significativa (P<0.05) entre 290
o grupo tratado e o grupo controle, podendo estar associado ao aumento da temperatura 291
24
superficial da região da cabeça e do corpo quando a temperatura retal se eleva, corroborando 292
com o estudo de Hoffmann et al. (2012). 293
Figura 2. Termografia digital por infravermelho do olho, mufla, flanco, ísquios e escroto 294
utilizando a câmera FLIR tools. 295
296
As médias da temperatura retal dos animais aos 14 e 18 meses em manejo em 297
pasto e aos 21 meses em confinamento estão descritas na Tabela 6. 298
299
25
Tabela 6. Temperatura retal de touros jovens no grupo Tratado (ingestão de água tratada por 300
campo magnético) e grupo Controle (ingestão de água potável) aos 14, 18 e 21 meses de 301
idade. 302
Idade
(meses) Manejo
Temperatura retal (ºC)
Grupo Tratado Grupo Controle
14 pasto 39.45 ± 0.63 39.77 ± 0.28
18 pasto 39.39 ± 0.68 39.52 ± 0.45
21 confinamento 39.46 ± 0.74 39.56 ± 0.37
Médias seguidas de mesma letra minúscula entre grupos (p>0,05). Médias seguidas de mesma 303 letra maiúscula entre idades (p>0,05). Em manejo, P (a pasto) e C (em confinamento). 304
305
Os dados da tabela 6 mostram que não houve diferença (p>0.05) quando 306
comparados os grupos A e B ao longo das avaliações, aos 14, 18, 21 meses de idade para a 307
temperatura retal. A média da temperatura corporal dos machos Nelore do presente estudo 308
está contemplada dentro da variação fisiológica segundo Dupreez (2000). 309
As médias das temperaturas do globo ocular, mufla, ísquios e flanco estão 310
apresentadas na Tabela 7, segundo o manejo em pasto (aos 18 meses) e em confinamento (aos 311
21 meses). 312
313
314
315
316
317
26
Tabela 7. Termografia do globo ocular, termografia das mufla, termografia do flanco, 318
termografia dos ísquios para os animais aos 18 e 21 meses e entre os grupos A e B. 319
Idade
(meses) Manejo
T.G.O. T.M.
Grupo Tratado Grupo Controle Grupo Tratado Grupo Controle
18 pasto 36.81 ± 0.64Aa 33.66 ± 1.29Bb 33.57 ± 1.18Aa 26.24 ± 3.32Bb
21 confinamento 35.86 ± 0.94Ba 36.58 ± 0.75Aa 32.02 ± 2.24Aa 33.22 ± 1.63Aa
Idade
(meses) Manejo
T.F. T.I.
Grupo Tratado Grupo Controle Grupo Tratado Grupo Controle
18 pasto 34.82 ± 0.85Aa 30.65 ± 1.36Bb 34.20 ± 0.84Aa 25.42 ± 9.71Ab
21 confinamento 32.88 ± 1.36Bb 35.23 ± 0.39Aa 32.45 ± 1.32Ba 30.81±10.85Ab
Minúscula comparando os grupos, e maiúscula comparando ao longo do tempo, letras iguais 320 não diferem entre si estatisticamente (p >0,05) de acordo com o teste Tukey. Abreviações: 321 T.G.O.: Termografia do globo ocular, T.M.: Termografia da Mufla, T.F. Termografia do 322 flanco, T.I.: Temperatura do ísquio. 323
324
Para a temperatura do globo ocular, a média do grupo A foi superior (p <0.05) aos 325
18 meses (a pasto) quando comparado aos 21 meses (em confinamento). No grupo B, a média 326
foi superior (p <0.05) aos 21 meses quando comparada aos 18 meses. Entre os grupos A e B 327
aos 18 meses, houve superioridade (p <0.05) do grupo A. Para a temperatura da mufla, não 328
houve diferença (p >0.05) entre 18 e 21 meses no grupo A, e houve superioridade (p <0.05) 329
aos 21 meses em relação aos 18 meses para o grupo B ,quando comparados os grupos A e B, 330
houve superioridade (p <0.05) do grupo A aos 18 meses. 331
Para a temperatura do flanco, em relação ao grupo A houve superioridade (P<0.05) 332
aos 18 meses, o inverso ocorreu no grupo B, no qual houve superioridade aos 21 meses. 333
27
Quando comparados os grupos A e B aos 18 meses a temperatura do flanco foi maior no 334
grupo A e aos 21 meses foi maior no grupo B. Para temperatura dos ísquios, em relação ao 335
grupo A houve superioridade (P<0.05) aos 18 meses, no entanto, para o grupo B não houve 336
diferença (p>0.05) entre 18 e 21 meses. Quando comparados os grupos A e B, houve 337
superioridade no grupo A aos 18 e 21 meses. 338
A temperatura ocular é relacionada com a regulação da atividade do sistema 339
nervoso autônomo (atividade simpática). Assim, variáveis como dor e estresse, inclusive 340
térmico interferem diretamente nesse tipo de observação (Martin, 2013). 341
As médias das temperaturas da bolsa escrotal aferidas com a câmera de 342
termografia digital por infravermelho em relação aos grupos e idades estão apresentadas na 343
tabela 8. 344
345
346
347
348
349
350
351
352
353
354
355
356
357
28
Tabela 8. Temperatura dos cordões espermáticos (T1), temperatura dos terços dorsais dos 358
testículos (T2), temperatura dos terços médios dos testículos (T3), temperatura dos terços 359
ventrais dos testículos (T4) e temperatura das caudas dos epidídimos (T5) dos animais aos 18 360
(a pasto), 20 e 21 meses (em confinamento) nos grupos A – com acesso à água tratada por 361
campo magnético e B - com acesso à água potável. 362
Idade
(meses) Manejo
T1 T2
Grupo Tratado Grupo Controle Grupo Tratado Grupo Controle
18 pasto 36.10 ± 0.98 Aa 32.20 ± 1.50 Bb 35.06 ± 0.76 Aa 31.60 ± 1.28 Bb
20 confinamento 32.32 ± 1.80 Ca 33.33 ± 2.23 Ba 31.79 ± 1.11 Ca 32.40 ± 1.47 Ba
21 confinamento 34.02 ± 1.36 Ba 36.20 ± 0.83 Aa 33.32 ± 1.11 Ba 34.95 ± 0.69 Aa
Idade
(meses) Manejo
T3 T4
Grupo Tratado Grupo Controle Grupo Tratado Grupo Controle
18 pasto 34.36 ± 0.84 Aa 31.06 ± 1.30 Bb 33.79 ± 1.05 Aa 30.61 ± 1.42 Bb
20 confinamento 30.85 ± 1.02 Ca 31.85 ± 1.26 Ba 29.94 ± 1.24 Ca 31.01 ± 1.10 Ba
21 confinamento 32.62 ± 0.92 Bb 34.30 ± 0.76 Aa 31.98 ± 0.99 Bb 33.87 ± 0.87 Aa
Idade
(meses) Manejo
T5
Grupo Tratado Grupo Controle
18 pasto 32.76 ± 0.99 Aa 32.36 ± 1.50 Aa
20 confinamento 28.18 ± 1.35 Ca 29.37 ± 1.03 Ba
29
21 confinamento 30.68 ± 1.32 Bb 33.01 ± 0.85 Aa
Minúscula comparando a aplicação do tipo de água que os animais beberam, e maiúscula 363 comparando ao longo do tempo, letras iguais não diferem entre si estatisticamente (P < 0,05) 364 de acordo com o teste Tukey. Em manejo, P – a pasto; C – em confinamento. 365 366
A temperatura dos cordões espermáticos (T1) e do terço dorsal dos testículos 367
(T2), no grupo A, com ingestão de água tratada por campo magnético, foi superior (P <0.05) 368
aos 18 meses (a pasto) em relação aos 20 e 21 meses (em confinamento). Para o grupo B, no 369
entanto, a temperatura de T1 e T2 apresentou-se superior (P <0.05) aos 21 meses quando 370
comparados aos 18 e 20 meses. Ao comparar os grupos A e B, aos 18 meses, houve diferença 371
(P <0.05) sendo superior no grupo A para T1 e T2, o mesmo não ocorrendo (P >0.05) aos 20 e 372
21 meses. 373
Para as temperaturas T3 e T4, para o grupo A, aos 18 meses, foi superior (P 374
<0.05) quando comparado aos 20 e 21 meses. No entanto, para o grupo B, houve 375
superioridade (P<0.05) aos 21 meses, com relação aos 18 e 21 meses. Ao comparar os grupos 376
A e B, aos 18 meses, para T3 e T4, houve superioridade (P<0.05) para o grupo A. No entanto, 377
aos 21 meses, apresentou-se superior (P <0.05) o grupo B. 378
Para T5, no grupo A, aos 18 meses, foi superior (P <0.05) comparado aos 20 e 21 379
meses. No entanto, para o grupo B, aos 18 e 21 meses, as temperaturas foram superiores 380
(P<0.05) comparadas aos 20 meses. Quando comparados os grupos A e B, aos 21 meses, a 381
temperatura foi superior (P <0.05) para o grupo B (Tabela 6). 382
A diferença das temperaturas dos cordões espermáticos e caudas dos epidídimos 383
foi mínima de 3.19ºC aos 21 meses do grupo B e máxima de 4.14ºC aos 20 meses do grupo A, 384
estando dentro da faixa de temperatura (2-6ºC) preconizado por Kastelic e Coulter (1993), 385
para uma adequada manutenção da temperatura testicular e consequentemente uma produção 386
ideal de espermatozoides . 387
388
30
Conclusão 389
Conclui-se que a ingestão da água tratada por campo magnético não se apresentou eficiente 390
em relação ao peso a pasto e em confinamento, assim como para morfometria corpórea e do 391
aparelho reprodutor de touros Nelore. Da mesma forma, em confinamento, não houve 392
influência da água tratada por campo magnético sobre as características quantitativas e 393
qualitativas do sêmen. A termografia digital por infravermelho se mostrou eficaz para 394
mensuração das temperaturas da mufla, flanco, ísquio globo ocular e da bolsa escrotal, sendo 395
que a pasto o grupo com ingestão de água tratada por campo magnético apresentou 396
temperaturas superiores para globo ocular, mufla, flanco e ísquios. Para bolsa escrotal, a 397
pasto, a temperatura do cordão espermático e testículo foram superiores no grupo tratado e em 398
confinamento, a temperatura do testículo e cauda dos epidídimos foram superiores no grupo 399
com ingestão de água potável. 400
Agradecimentos 401
Ao CNPq pelo auxílio financeiro e a CAPES pela bolsa de estudo. 402
403
Referências 404
Alfonso, D.; Cuesta, A.; Pérez, I.; Jiménez, R.; Gutiérrez, M. Evidencia em la absorción 405 intestinal em ratas Sprague-Dawley que consumen agua com tratamento magnético. Informe 406 final de Investigación.Facultad de Ciencias Agropecuarias. Universidad Central “Marta 407 Abreu” de las Villas. Villa Clara, 2000. 408 409 Alfonso, D.;Ferrer, A.; Pérez, I.; Jiménez, R.; Gutiérrez, M. Caracterización de los índices 410 hemáticos y evidencias serológicas em ratas Sprague-Dawley que consumen agua com 411 tratamento magnético. Informe final de Investigación.Facultad de Ciencias Agropecuarias. 412 Universidad Central “Marta Abreu” de las Villas. Villa Clara, Cuba.1999. 413 414 Alfonso, D.;Makugu,M.;Cuesta,M. Evaluation de la producción y salud de sementales 415 bovinos que ingeren agua com tratamento magnético. Informe final de Investigación.Facultad 416 de Ciencias Agropecuarias. Universidad Central “Marta Abreu” de las Villas. Villa Clara, 417 Cuba.1997. 418 419
31
Alfonso Insua, D.; Pérez Garcia, C.; Pérez Montiel, I.; Silveira Prado, E. A. Efecto del agua 420 tratada magnéticamente sobre los processos biológicos. Revista Electrónica de Veterinária, 421 v.10, n. 4, 2009. 422 423 Álvarez, R.F.E.;Blanco, J.F.N.; García, J.L.M. Un nuevo modelo de tratamento em las 424 ciências médicas: el agua magnetizada. Rev. Cubana Med. Integr. v.14, n.2 p.171-3, 1998. 425 426 Cilulko, J.et al. Infrared thermal imaging in studies of wild animals. European Journal 427 Wildlife Research, Poland, v.59, n.1, p.17-23, 2013. 428 429 CNEA. Centro nacional de eletromagnetismo aplicado (CNEA). El tratamento magnético del 430 agua em sistemas industriales. Universidad de Oriente. Sede Julio Antonio Mella. Cuba. 431 1997. 432 433 Delfino, L.J.B.; Souza B.B.; Silva, R.M.N.; Silva, W.W. Efeito do estresse calórico sobre o 434 eritrograma de ruminantes. Agropecuária Científica no Semiárido, v.8, n.2, 2012. 435 436 Dupreez, J.H. Parameters for the determination and evaluation of heat stress in dairy cattle in 437 South Africa. Onderstepoort. Journal of Veterinary Research, v.67, p.263-271, 2000. 438 439 Freneau, G.E. et al . Puberdade em touros Nelore criados em pasto no Brasil: características 440 corporais, testiculares e seminais e de índice de capacidade andrológica por pontos. Arq. Bras. 441 Med. Vet. Zootec., Belo Horizonte , v. 58, n. 6, p. 1107-1115, 2006 . 442 443 Fonseca, V. O.; Santos, N. R.; Malinski, P. R. Classificação andrológica de touros zebus (Bos 444 taurus indicus) com base no perímetro escrotal e características morfo-físicas do sêmen. 445 Revista Brasileira de Reprodução Animal, Belo Horizonte, v. 21, n. 2, p. 36-39, 1997. 446 447 Hafez, E.S.E., Hafez, B, Reprodução Animal, 7ª edição, Malone, p. 31-54, 2005. 448 449 Hoffmann, G., Schmidt, M., Ammon, C., Rose-Meierhöfer, S., Burfeind, O., Heuwieser, W., 450 Berg, W. Monitoring the body temperature of cows and calves using video recordings from an 451 infrared thermography camera. Veterinary Research Communications, v. 37, n. 2, p. 91-99, 452 2013. 453 454 Insua, D. A.; Cuesta Mazorra, M.; Quiñones Ramos, R.; Silveira Prado, E. A. Calidad del 455 semen en toros que consumen agua con tratamiento magnético. Revista Electrónica de 456 Veterinaria. v.7, n,11, p. 1-5, 2006. 457 458 Kastelic, J.P.; Coulter, G.H. Scrotal and testicular thermoregulation in the bull and ram. Soc. 459 for Theriogenology – Proc. Annual Meeting, Florida, p.67-72, 1993. 460 461 Knízková, I.; Kunc, P.; Gurdíl, G.A.K.; Pinar, Y.; Selví, K.Ç. Applications of infrared 462 thermography in animal production. Journal of the Faculty of Agriculture, Kyushu, v.22, n.3, 463 p.329-336, 2007. 464 465 Manual para Exame Andrológico e Avaliação de Semen Animal. 3. ed. Belo Horizonte: 466 CBRA, 75p., 2013. 467 468
32
Marai, I.F.M.; El-Darawany, A.A.; Fadiel, A.; Abdel-Hafez, M.A.M. Physological traits as 469 affected by heat stress in sheep – A review. Small Ruminant Research, v. 71, p. 1-12. 2007. 470 471 Martin, J.; Blancoi, M.; Olmo, R.; Gomez,C., Teijon, J. Acute administration of beryllium in 472 rats :renal, hepatic, and hematological effects and implication of the plasmatic lysozymes 473 levels. Ecotoxicological and environmental restoration. v.3, 2013. 474 475 Menegassi,S.R.O. et al. Behavioral assessment during breeding soundness evaluation of beef 476 bulls in Rio Grande do Sul. Animal Reproduction, Belo Horizonte, v.8, n.3-4, p.77-80, 2011. 477 478 Porto, M.E.G. Alterações de propriedades biológicas e físico-químicas da água induzidas por 479 campos magnéticos.1998. 92f. Dissertação (Mestrado)- Instituto de Química, Universidade 480 Estadual de Campinas, Campinas. 481 482 Ruediger,F.R. et al. Digital infrared thermography of the scrotum, sêmen quality, serum 483 testosterone levels in Nellore bulls (Bos taurus indicus) and their correlation with climatic 484 factors. Semina Agrárias, Londrina, v.37, n.1, p.221-232, 2016. 485 486 Tao, R. & Huang, K. Reducing Blood Viscosity with Magnetic Fields. Physical Review E, 487 v.84, 5p., 2011. 488
33
ANEXO 1 NORMAS PARA PUBLICAÇÃO: ANIMAL REPRODUCTION SCIENCE
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
2 ARTIGO 2 Água magnetizada não altera o espermograma e incidência de bandas 1
proteicas do plasma seminal na raça Nelore (Bos taurus indicus) 2
3
I.B.ANDRADEa,1, C.D.SOUZAa, F.L.G.B.DEAKa, L.GUABERTOa, C.O.SIQUEIRAa, 4
P.A.A.ALCÂNTARAa, G.C.FIGUEREDOa, C.P.CREMASCOb, L.R.A.GABRIEL FILHOb, 5
M.G.M.CHACURa 6
aUniversidade do Oeste Paulista-UNOESTE, Presidente Prudente,SP,Brasil. 7
bUniversidade Estadual Paulista - UNESP, Tupã, SP, Brasil. 8
1Correspondência: Rod. Raposo Tavares, km 572, Bairro Limoeiro, Campus II – UNOESTE, 9
CEP: 19067-175, Presidente Prudente, SP, Brasil, +55 18 3229-2068; email: 10
[email protected] (I.B.ANDRADE); [email protected] (M.G.M.CHACUR) 11
12
Resumo 13
Objetivou-se avaliar a influência da água tratada por campo magnético no espermograma e 14
perfil proteico do plasma seminal em bovinos da raça Nelore, mantidos à pasto e em 15
confinamento. Durante 7 meses foi fornecida ad libitum água tratada por campo magnético 16
para o Grupo 1 (n=10) machos da raça Nelore, com idade inicial de 14 meses. O Grupo 2 17
(n=10) machos, da mesma raça e idade, foram utilizados como grupo controle, sendo 18
fornecida ad libitum água mineral de fonte natural. Ambos os grupos foram submetidos a 19
idênticas condições de manejo, sendo nos primeiros 4 meses em regime de pasto e, 20
subsequentes 3 meses em regime de confinamento. Foram obtidas amostras de sêmen dos 20 21
animais em 4 colheitas, avaliadas quantitativamente e qualitativamente com posterior 22
identificação de bandas proteicas do plasma seminal por SDS-PAGE. As características 23
quantitativas e qualitativas do sêmen não apresentaram diferença significativa (P >0,05) em 24
45
nenhum parâmetro quando comparados o grupo tratado e o grupo controle. A análise dos géis 25
possibilitou a identificação de 10 bandas, sendo 18, 20, 26, 27, 30, 36, 44, 50, 55 e 66KDa. As 26
bandas de 66, 36 e 18KDa foram as proteínas com menor incidência, e as bandas 20 e 50KDa 27
foram as com maior incidência. Conclui-se que a qualidade do sêmen é influenciada pelo 28
ambiente, pelas variações de temperatura e umidade. Em relação às bandas proteicas do 29
plasma seminal, às de 18, 30, 44 e 55KDa predizem que o sêmen é de boa qualidade e que os 30
animais são potencialmente férteis. A água tratada por campo magnético não influenciou de 31
forma significativa na qualidade do sêmen e na incidência de bandas de proteínas no plasma 32
seminal. 33
Palavras-chave: machos, SDS-PAGE, manejo extensivo, manejo de confinamento. 34
35
Introdução 36
O magnetismo na água permite que ela se torne um líquido fisicamente 37
modificado com menor tensão superficial e maior condutividade elétrica, solubilidade, 38
coagulação, cristalização que se conhece por memória magnética, tornando-a mais fluida em 39
comparação com a água em seu estado normal. Estas modificações repercutem positivamente 40
sobre os seres vivos, favorecendo no organismo animal maior irrigação e ativação da corrente 41
sanguínea (Petrianov, 1980; Mezentsev, 1991; Peire, 1993; CNEA, 1997). 42
O uso da magnetização da água foi estudada em diferentes campos como 43
medicina, engenharia e agricultura, em particular em animais (OVCHINNIKOVA et al., 44
2009). Vacas que beberam água tratada por campo magnético produziram mais leite e eram 45
mais saudáveis, carneiros produziram mais lã e carne, galinhas botaram mais ovos e todos os 46
animais da fazenda sobreviveram mais tempo quando beberam água magnetizada (HELAL, 47
2002). 48
46
Autieiro et al, 1991; Bacctti et al, 1979; Marchini et al, 1990; Morgentaler et al, 49
1990; Wolve et al, 1993, sugeriram que o conteúdo do plasma seminal influencia na 50
fertilidade masculina, geralmente baseando-se na composição do plasma de animais e/ou 51
homens férteis e inférteis. Indicaram perfis eletroforéticos como marcadores no auxilio da 52
avaliação clínica em casos de infertilidade; com infertilidade presente nos casos de fibrose 53
cística; a um tipo de esterilidade provinda de defeito de peça intermediária dos 54
espermatozóides; diferenças entre os polipeptídeos no plasma seminal e 55
espermatozoides de animais sadios e animais que sofreram degeneração testicular 56
induzida pelo calor. 57
A eletroforese é uma técnica que vem sendo utilizada desde a década de 50 para 58
mapear e identificar componentes protéicos solúveis de ejaculados, na busca de marcadores 59
bioquímicos para diagnóstico de algumas patologias ou diferenciação de animais quanto ao 60
grau de sua fertilidade. Frente a alterações de clima e manejo, associadas a patologias do 61
trato reprodutivo masculino ou do espermatozoide. Determinadas proteínas no plasma 62
seminal, de seres humanos, foram caracterizadas e relacionadas com infertilidade. 63
Os machos zebuínos são utilizados em larga escala para a reprodução em distintos 64
tipos de manejo, mantidos à pasto ou confinamento de acordo com a época do ano ou 65
necessidade de manter bom escore corporal, justificando dessa forma a realização do presente 66
estudo com água tratada por campo magnético, pautado na hipótese de que esse tratamento da 67
água resultasse na melhoria do sêmen ou do perfil proteico do plasma seminal. Objetivou-se 68
estudar a influência da água tratada por campo magnético no espermiograma e perfil proteico 69
do plasma seminal em bovinos da raça Nelore, mantidos à pasto e em confinamento. 70
Material e métodos 71
Todos os procedimentos foram aprovados pelo Comitê de Ética e Uso dos 72
Animais em Experimentação (CEUA) da Universidade do Oeste Paulista (protocolo no. 2952). 73
47
Local do experimento e dados climáticos 74
O experimento foi realizado na Fazenda Santo Antônio, Bairro Nova Vida, 75
localizada no município de Mirandópolis-SP, latitude 21º08'01"S, longitude 51º06'06"W e 76
altitude de 429 metros. O clima é caracterizado como Tropical com pluviosidade média anual 77
de 1968 mm. Durante o período experimental de dezembro de 2014 a julho de 2015, os 78
seguintes parâmetros climáticos foram mensurados: Wet Bulb Globe Temperature (WBGT), 79
que representa a temperatura em graus Celsius correspondendo à sensação térmica, 80
temperatura ambiente (TA), temperatura do globo negro (TG), que representa a temperatura 81
em graus Celsius correspondendo à radiação térmica incidente e umidade relativa do ar (UR). 82
Tais mensurações foram realizadas através de termômetro de globo negro digital portátil 83
(modelo HT-30, Instrutemp®, São Paulo, SP, Brasil). 84
Animais 85
Vinte touros jovens da raça Nelore, com idade de 14±1 meses e peso médio de 86
264,6±7,33 kg, foram divididos em dois grupos experimentais (n=10), a saber: grupo A 87
receberam, à vontade, água tratada por campo magnético, através de submersão do 88
magnetizador grupo B, receberam água potável, à vontade, de bebedouro similar ao do grupo 89
A. Os dois grupos de touros foram utilizados em duas etapas distintas durante o experimento. 90
As colheitas de dados foram realizadas das 7h às 11h. 91
Descrição do equipamento para o tratamento magnético da água 92
Para o presente estudo foi utilizado o magnetizador Sylocimol Rural, da empresa 93
Timol Indústria e Comércio de Produtos Magnéticos. Segundo a empresa (Timol,2012), o 94
magnetizador é composto de ímãs alternados recoberto por uma proteção em inox. O 95
Sylocimol Rural é capaz de magnetizar 1000 litros de água em vinte minutos. 96
48
Foi instalado no centro do bebedouro circular 1000 litros para bovinos, 97
produzindo um campo magnético estático de 32.400 Gauss no centro geométrico do 98
dispositivo. 99
Etapa 1 do experimento (touros mantidos em nível de pasto): os grupos A e B foram 100
mantidos por 120 dias em dois pastos adjacentes, de mesma área, formados de capim do tipo 101
Urochloa decumbens e com fornecimento de mistura potável e água, à vontade. Duas coletas 102
de dados foram realizadas quando os animais apresentavam 14 e 18 meses de idade. 103
Etapa 2 do experimento (touros mantidos em nível de confinamento): durante 90 dias, os 104
touros dos grupos A e B foram mantidos separados em piquetes adjacentes, de mesma área, 105
sob regime de confinamento, onde receberam ração de adaptação (do 1º. ao 7º. dia), composta 106
por silagem de sorgo, milho, polpa cítrica, farelo de algodão, gordura protegida, núcleo e 107
ureia, com 71,8% de NDT (nutrientes digestíveis totais) e 15,5% de PB (proteína bruta). A 108
partir do 8º. ao 14º. dia receberam dieta com 75,2% de NDT e 15% de PB e, após esse 109
período, 79,5% de NDT e 14% de PB até o final do experimento. Nesta etapa a coleta de 110
dados foi realizada aos 20 e 21 meses de idade. Os procedimentos de coleta de dados foram 111
realizados de forma idêntica à etapa 1. 112
Morfometria corpórea e dos órgãos do conteúdo escrotal 113
A altura da cernelha (AC) em metros (m) foi mensurada com régua graduada; o 114
peso corpóreo (kg) foi obtido com balança digital e o índice de massa corpórea (IMC) 115
calculado pela equação: IMC = peso/AC2. A mensuração do comprimento, largura e altura 116
dos testículos, bem como da largura dos epidídimos, foi realizada com o auxílio do 117
paquímetro (Mitutoyo®, Japão); o perímetro escrotal (PE) foi mensurado com fita métrica 118
graduada (cm), aferido na região de maior diâmetro do escroto. Para o cálculo do volume 119
testicular (VT) foi utilizada a seguinte equação: VT = 0,0396 x (média do comprimento dos 120
testículos) x (perímetro escrotal)2, conforme descrito por Lunstra et al. (1988). 121
49
Coleta de sêmen 122
Foram efetuadas coletas de sêmen com uso da técnica de eletroejaculação. As 123
amostras de sêmen foram mantidas em banho-maria entre 32 e 35 °C, para as análises 124
imediatas da motilidade espermática progressiva, vigor espermático e turbilhão. A morfologia 125
espermática foi realizada após diluição do sêmen em solução de formol salina tamponada 126
(1:100), contando-se 200 células sob microscopia óptica de contraste de fase (Eclipse 200®, 127
Nikon, Japão). Os touros foram classificados segundo as avaliações clínicas e espermáticas, 128
para efeito de seleção para monta natural, conforme normas sugeridas pelo Colégio Brasileiro 129
de Reprodução Animal (CBRA, 2013). 130
Eletroforese em SDS-PAGE do plasma seminal 131
Os ejaculados, após as avaliações qualitativas e quantitativas foram centrifugados 132
a 1.500g/15 min, separando e estocando 1 mL do plasma seminal em criotubos de 1,5 mL, 133
devidamente identificados e armazenados a -20°C para posterior realização das eletroforeses 134
em SDS-PAGE, com extrações das proteínas (LAEMILLI, 1970) e quantificações 135
(BRADFORD, 1976) das mesmas em espectrofotômetro (PF-901 Chemistry Analyser 136
Labsystems). 137
A extração das proteínas foi realizada com a utilização de tampão composto por: 138
buffer A – TRIS HCl (6,0 mL) pH 6,8 (4,0 mL), glicerol (6,4 mL), SDS 10% (6,4 mL), 139
mercaptoetanol (1,6 mL) e água destilada (13,6 mL). Empregar-se-á uma relação de 2:1, 140
colocando em tubo de ensaio 200µL de amostra e 1000µL do tampão de extração para cada 141
amostra, mantendo por 3 minutos em ebulição. Após, as proteínas foram quantificadas em 142
espectrofotômetro com solução contendo: Bradford (4,5 mL); NaCl 0,15 M (0,45 mL) e 143
amostra de proteína (0,05 mL). As amostras foram aplicadas em cuba eletroforética vertical 144
20x20cm (Omniphor®) ligada a (50V x 50mA/30min; e 300V x 16mA /4 a 6h) uma fonte 145
elétrica de 0 a 1000W (PWSYSEI®). A revelação das bandas protéicas será feita em solução 146
50
a 2% de Comassie Brilliant Blue G-250, com captura, visualização e processamento das 147
imagens em transminador (Doc-IT-LS® 6.0 software). 148
Análise Estatística 149
Os dados foram submetidos à análise de variância com posterior comparação das 150
médias pelo teste de Tukey a 5%. As correlações entre as características do sêmen e fatores 151
climáticos foram analisadas através do coeficiente de correlação de Pearson a 5%. 152
153
Resultados e Discussão 154
155
As características quantitativas e qualitativas do sêmen não apresentaram 156
diferença significativa (P >0,05) em nenhum parâmetro quando comparados o grupo tratado e 157
o grupo controle. Os resultados do presente estudo são similares para bovinos de mesma faixa 158
etária, entre 30% e 60%, corroborando Fonseca et al. (1997). Os defeitos espermáticos totais 159
encontrados foram superiores ao estabelecido por Hafez (2005) que preconiza estar dentro da 160
normalidade o total de defeitos dos espermatozoides até 20%. 161
162
Tabela 1. Volume ejaculado, turbilhonamento, defeitos maiores, defeitos menores e defeitos 163
totais dos espermatozoides de bovinos que ingeriram água tratada magneticamente e 164
convencional. 165
Tipo de Água
VE T M DMa DMe DT
Tratado 2.81 ± 2.17 0.11 ± 0.20 43.33 ± 21.60 15.56 ± 20.76 19.11 ± 14.32 33.56 ± 21.63
Controle 2.16 ± 1.00 0.33 ± 0.15 46.67 ± 10.33 13.29 ± 10.75 7.88 ± 6.03 19.50 ± 13.42
Letras iguais nas colunas (P >0,05). VE: Volume Ejaculado, T Turbilhonamento, DMa: Defeitos 166 maiores, DMe: Defeitos Menores e DT: Defeitos Totais. 167 168
51
A análise dos géis possibilitou a identificação de 10 bandas, sendo 18, 20, 26, 27, 169
30, 36, 44, 50, 55 e 66KDa. As bandas de 66, 36 e 18KDa foram as de menor incidência, e as 170
bandas 20 e 50KDa foram as com maior incidência. 171
A proteína de 18KDa não foi observada nos animais do grupo tratado (Grupo 1) 172
em regime à pasto. Em regime de confinamento, essa banda foi identificada em apenas 10% 173
(1/10) dos animais do grupo tratado (Grupo 1), no entanto, foi ausente (0/9) nos animais do 174
grupo controle (Grupo 2). 175
A banda proteica de 20KDa foi identificada em 90% (9/10) dos animais do grupo 176
tratado (Grupo 1) em regime de pasto. Em confinamento, esta banda foi identificada em 50% 177
(5/10) dos animais do grupo 1 e 33% (3/9) do grupo 2. 178
A banda de 26KDa esteve presente em 10% dos animais do grupo 1 tanto em 179
regime a pasto quanto em confinamento e esteve ausente (0/9) nos animais do grupo controle 180
(Grupo 2) em confinamento. 181
A banda de 27KDa esteve presente em 30% (3/10) dos animais do grupo 1 em 182
regime a pasto. Em confinamento, no grupo tratado apresentou-se 10% (1/10) dos animais e 183
no grupo controle em 22% (2/9) dos animais. 184
A banda proteica de 30KDa esteve ausente (0/10) nos animais do grupo 1 em 185
regime a pasto. Em confinamento, os animais do grupo tratado apresentaram 20% (2/10) e do 186
grupo controle 33% (3/9) desta banda. Para Chacur et al.(2014) touros das raças Nelore e 187
Simental apresentaram 100% da proteína de 30Kda nas amostras, que colabora positivamente 188
com a fertilidade desses animais, contrapondo-se com o presente estudo, que para o grupo 189
tratado em manejo à pasto foi ausente em 100% dos animais e para grupo tratado em manejo 190
de confinamento foi encontrado em apenas 20% dos animais e para o grupo controle em 191
manejo de confinamento apenas 33% dos animais. 192
52
A banda proteica de 36KDa esteve presente em 10% (1/10) nos animais do grupo 193
tratado em regime a pasto. Em confinamento, esta banda esteve ausente em ambos os grupos. 194
A banda de 44KDa esteve presente 40% (4/10) apenas no grupo tratado em 195
regime a pasto. 196
A banda de 50KDa foi identificada em 60% (6/10) nos animais do grupo tratado 197
em regime a pasto. Em confinamento, esta banda esteve presente em 40% (4/10) nos animais 198
do grupo tratado e em 55% (5/9) nos animais do grupo controle. 199
A banda de 55KDa foi identificada em 40% (4/10) nos animais do grupo tratado 200
em regime a pasto. Em confinamento, esta banda esteve ausente nos animais do grupo tratado 201
e em 22% (2/9) nos animais do grupo controle. 202
A banda de 66KDa esteve ausente no grupo tratado tanto em regime a pasto 203
quanto em regime de confinamento. No grupo controle em regime de confinamento em 22% 204
(2/9) dos animais. 205
Estudos feitos por Chacur et al. (2006; 2007) relatam achados de bandas proteicas 206
com pesos entre 5 a 105KDa, estando presentes em 100% dos touros da raça Nelore aptos no 207
exame andrológico, bandas com peso de 13, 18 e 20KDa. 208
As bandas de 30 e 55KDa, quando presentes no plasma seminal contribuem 209
positivamente com o quadro espermático (CHACUR et al., 2006). 210
Chacur et al. (2003) estudaram a correlação da fertilização e proteínas do plasma 211
seminal em touros Limousin e constataram que proteínas de 55 e 66KDa estavam 212
relacionadas a excelente quadro espermático. No entanto, as proteínas com 16 e 36KDa 213
apareceram, exclusivamente, no touro com pior quadro espermático. 214
Vierula e Rajaniemi (1983) relataram que as proteínas de 40 e 44KDa participam 215
da reação acrossômica (RA), pois estão aderidas na membrana interna do acrossomo, 216
colaborando com o influxo de cálcio no processo de RA. 217
53
A banda de 50KDa teve incidência nos animais em regime de pasto sendo 4 dos 7 218
(57%) animais com qualidade espermática inferior. E em confinamento, os 6 dos 7 (85%) 219
animais que apresentaram esta banda, o sêmen apresentou qualidade inferior. 220
A correlação encontrada entre as bandas proteicas 50 e 55KDa foi negativa (-0.53; 221
P<0,05), e sabendo-se que a banda de 55KDa está relacionada com a boa qualidade do sêmen, 222
e a de 50KDa no presente experimento teve a maior incidência em animais com baixa 223
qualidade espermática, esta correlação é interessante pois quando ocorre um aumento na 224
incidência de uma das bandas, ocorre a diminuição da outra. Assim como a correlação entre a 225
banda 50 e 44KDa que igualmente foi negativa (-0.41; P<0,05), ressaltando a importância da 226
banda 44KDa que esta ligada à boa qualidade do sêmen (Tabela 2). 227
Foi encontrada correlação entre a banda proteica de 36KDa e motilidade 228
espermática (-0.45; P<0,05), indicando que quando aumenta a incidência desta proteína, diminui a 229
motilidade espermática. Houve correlação entre a banda proteica de 36 KDa e vigor espermático (-230
0.42; P<0,05), indicando que quando aumenta a incidência desta proteína, diminui o vigor espermático 231
(Tabela 2). 232
Houve correlação entre a banda proteica de 30KDa e 18KDa (0.41; P<0,05), 233
sendo uma correlação positiva, indicando que quando ocorre aumento da incidência de uma 234
dessas bandas consequentemente a outra também aumentará, destacando que ambas as bandas 235
estão vinculadas com a boa qualidade do sêmen (Tabela 2). 236
237
238
239
240
241
242
243
54
Tabela 2. Correlação das bandas proteicas presentes nos géis de eletroforese e características 244
quantitativas e qualitativas do sêmen de touros Nelore. 245
B66 B55 B50 B44 B36 B30 B27 B26 B20 B18 M. V. D.Ma. D.Me. B55 -0.14 B50 -0.28 -0.53* B44 -0.11 -0.20 -0.41* B36 -0.05 -0.10 0.18 -0.08 B30 -0.12 -0.01 0.08 0.08 -0.09 B27 -0.14 0.16 0.15 -0.20 -0.10 -0.23 B26 -0.07 -0.14 -0.01 -0.11 -0.05 -0.12 -0.14 B20 -0.32 0.26 -0.11 0.13 0.16 0.20 0.08 0.23 B18 -0.05 -0.10 0.18 -0.08 -0.04 0.41* -0.10 -0.05 -0.23 MO 0.06 -0.07 -0.14 0.27 -0.45* 0.04 0.12 -0.06 0.11 -0.19 V 0.00 0.00 -0.18 0.26 -0.42* 0.26 0.00 0.00 0.00 0.00 0.86*
DMa 0.11 0.01 -0.12 -0.11 0 -0.03 -0.12 0.09 0.37 -0.23 -0.10 0.01 DMe -0.01 0.14 0.37 -0.31 0 -0.12 0.34 0.11 -0.11 0.31 -0.56* -0.48 -0.25
T 0.09 0.09 0.10 -0.26 0 -0.14 0.11 0.16 0.28 -0.04 -0.48 -0.34 0.74* 0.46 * significativo a 5%. Abreviações: MO: Motibilidade, V: Vigor, DMa: Defeitos maiores, DMe. Defeitos 246 menores, DT: Defeitos totais, B55: banda 55KDa, B50: banda 50 KDa, B44: Banda 44 KDa, B36:banda 36 KDa, 247 B30: banda 30 KDa, B27: banda 27 KDa, B26: banda 26KDa, B20: banda 20 KDa, B18: banda 18 KDa. 248
249 Quando avaliados os parâmetros quantitativos e qualitativos do sêmen, deve-se 250
levar em consideração o ambiente ao qual o animal está exposto, numa revisão de literatura 251
sobre a reprodução de bovinos nos trópicos, Galina e Arthur (1991) abordaram a 252
importância da variação sazonal nas características físicas e morfológicas espermáticas, 253
relatando que a baixa qualidade do sêmen em alguns animais ocorre devido ao desconforto 254
destes perante temperaturas elevadas. Radiação solar, umidade, temperatura e velocidade do 255
vento, são os principais fatores climáticos que interferem na produção animal 256
(HULME, 2005). Houve correlação positiva entre defeitos menores e a temperatura ambiente 257
(0.49; P<0,05), assim como entre defeitos totais e WBGT, que representa a sensação térmica 258
do ambiente, que apresentou correlação positiva (0.55; P<0,05). Correlação positiva entre 259
defeitos totais e temperatura ambiente (0.53; P<0,05) e entre defeitos totais e temperatura do 260
globo, que indica a radiação solar incidente, houve uma correlação positiva (0.56; P<0,05) 261
(Tabela 3). Fonseca et al. (1992), ao estudarem a raça Nelore, concluíram que a qualidade do 262
sêmen pode ser afetada significativamente pelo ambiente, devido à flutuações de temperatura, 263
umidade e fotoperíodo. 264
265 266
55
Tabela 3. Correlação dos parâmetros quantitativos e qualitativos do sêmen com os fatores 267 climáticos. 268
MO V DMa DMe DT WBGT TA T.G.
V. 0.861* DMa -0.096 0.005 DMe -0.557* -0.482 -0.252 DT -0.484 -0.343 0.741* 0.457*
WBGT 0.052 0.257 0.357 0.376 0.553* TA 0.043 0.242 0.236 0.499* 0.539* 0.874* TG 0.023 0.229 0.309 0.448 0.566* 0.916* 0.993* UR 0.005 -0.204 -0.277 -0.382 -0.511 -0.444* -0.820* -0.76* * significativo a 5%. Abreviações: MO: Motibilidade, V: Vigor, DMa: Defeitos maiores, DMe Defeitos 269 menores, DT: Defeitos totais, TA: Temperatura do ambiente, TG: Temperatura do globo, UR: Umidade relativa. 270
271
Não houve correlação entre morfometria do aparelho reprodutor e as bandas 272
proteicas do plasma seminal nos bovinos machos da raça Nelore tanto em confinamento 273
quanto a pasto para os dois grupos experimentais (Tabela 4). 274
275
Tabela 4. Correlação entre as bandas proteicas do plasma seminal e morfometria do aparelho 276 reprodutor dos bovinos machos da raça Nelore. 277
C.T.E. C.T.D. L.T.E. L.T.D. P.E. V.T. B66 B55 B50 B44 B36 B30 B27 B26 B20 C.T.D. 0.88* L.T.E. 0.60* 0.52* L.T.D. 0.44* 0.53* 0.68*
P.E. 0.47* 0.54* 0.84* 0.71* V.T. 0.69* 0.72* 0.83* 0.71* 0.95* B66 - - - - 0.04 - B55 0.06 -0.13 0.10 0.09 0.11 0.20 -0.14 B50 -0.06 0.13 -0.10 -0.09 -0.01 -0.20 -0.28 -0.53 B44 - - - - -0.12 - -0.11 -0.20 -0.41 B36 -0.52 -0.58 0.11 0.07 -0.02 -0.44 -0.05 -0.10 0.18 -0.08 B30 0.00 0.00 0.00 0.00 -0.31 0.00 -0.12 -0.01 0.08 0.08 -0.09 B27 0.18 0.33 0.03 0.01 0.19 0.00 -0.14 0.16 0.15 -0.20 -0.10 -0.23 B26 -0.26 0.01 -0.47 0.26 -0.03 -0.08 -0.07 -0.14 -0.01 -0.11 -0.05 -0.12 -0.14 B20 -0.35 -0.01 -0.44 0.12 -0.15 -0.52 -0.32 0.26 -0.11 0.13 0.16 0.20 0.08 0.23 B18 - - - - 0.07 - -0.05 -0.10 0.18 -0.08 -0.04 0.41 -0.10 -0.05 -0.23
C.T.E.: Comprimento do Testículo Esquerdo, C.T.D.: Comprimento do Testículo Direito, L.T.E.: Largura do 278 Testículo Esquerdo, L.T.D.: Largura do Testículo Direito, P.E.: Perímetro do Escroto, V.T.: Volume do 279 Testículo, B55: banda 55KDa, B50: banda 50 Kda, B44: Banda 44 Kda, B36: banda 36 KDa, B30: banda 30 280 Kda, B27: banda 27 Kda, B26: banda 26KDa, B20: banda 20 Kda, B18: banda 18 Kda. 281
282
56
Conclui-se que a qualidade do sêmen é influenciada pelo ambiente, pelas 283
variações de temperatura e umidade. Em relação às bandas proteicas do plasma seminal, às de 284
18, 30, 44 e 55KDa predizem que o sêmen é de boa qualidade e que os animais são 285
potencialmente férteis. A água tratada por campo magnético não influenciou a qualidade do 286
sêmen e a incidência de bandas de proteínas no plasma seminal. 287
288
Agradecimentos 289
Ao CNPq pelo auxílio financeiro e a CAPES pela bolsa de estudo. 290
291
Referências 292
AUTIERO, M.;SANSONE,G.; ABRESCIA,P. Relativeratiosoflactoferrin,albumin,and 293 acidphosphatase seminal levels assperm quality markersin fertile and 294 infertilemen.JournalofAndrology, v.12, n.3, p.191-200,1991 295 296 BACCETTI,B,;BURRINI,A.G.;MAVER,A.;PALLlNI,V.;RENIERI, T,"9+0"lmmotile 297 spermatozoainan InfertileMan.Andrologia, v.ll,n.6, p.437-43,1979. 298 299 BRADFORD, M.M. A rapid and sensitive method for the quantitation of microgram 300 quantities of protein utilizing the principle of protein-dye binding. Analytical Biochemistry, 301 New York, v.72, p.248- 54, 1976. 302 303 CHACUR, M. G. M.; MACHADO NETO, N. B.; CRISTANCHO, D. R. Winter-spring and 304 summer influence upon seminal plasma proteins in bulls. Animal Reproduction, Belo 305 Horizonte, v. 3, n. 1, p. 251, 2006. 306 307 CHACUR, M. G. M.; MACHADO NETO, N. B. Influência da estação do ano sobre as 308 proteínas do plasma seminal de touros Limousin. Veterinária Notícias, Uberlândia, v. 13, n. 1, 309 p. 47-53, 2007. 310 311 CHACUR, M. G. M.; RABESQUINE, M. M.; MACHADO NETO, N. B. Seleção da 312 fertilidade em touros e proteínas do plasma seminal: correlação com o quadro espermático. 313 Revista Brasileira de Reprodução Animal, Belo Horizonte, v. 27, n. 3, p. 185-186, 2003. 314 315 CHACUR,M.G.M.;REIS,J.D.A.;TAVARES,L.S.;SANCHES,K.;GUABERTO,L.;ALVES,V.316 C.;OBA,E.;RAMOS,A.A. Influência das épocas do ano na morfometria testicular e 317 epididimária, características do sêmen e proteínas do sêmen em SDS-PAGE em zebus e 318 taurinos. Acta Scientiae Veterinariae, 2014. 42: 1174. 319 320
57
CNEA. Centro Nacional de Electromagnetismo Aplicado (CNEA). El tratamento magnético 321 del agua em sistemas industriales. Universidad de Oriente. Sede Julio Antonio Mella. Cuba. 322 1997. 323 324 Colégio Brasileiro de Reprodução Animal - CBRA. Manual para exame andrológico e 325 avaliação de sêmen animal. 2. ed. Belo Horizonte: CBRA, 2013, 49 p. 326 327 FONSECA, V.O.; CRUDELI, G.A.; COSTA E SILVA, E.V. et al. Aptidão reprodutiva de 328 touros da raça Nelore: efeito de diferentes estações do ano sobre as características seminais, 329 circunferência escrotal e fertilidade. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v.44, p.7-15, 1992. 330 331 FONSECA, V.O. Classificação andrológica de touros zebus (Bos taurus indicus) com base no 332 perímetro escrotal e características morfo-físicas do sêmen. Revista Brasileira de Reprodução 333 Animal, Belo Horizonte, v.21, n.2, p.36-39, 1997. 334 335 GALINA, C. S.; ARTHUR, G. H. Review of cattle reproduction in tropics. Part 6. The male. 336 Animal Breeding Abstracts, Sidney, v. 59, n. 1, p. 403-412, 1991. 337 338 Hafez, E.S.E., Hafez, B, Reprodução Animal, 7ª edição, Malone, p. 31-54, 2005. 339 340 HELAL, M.H.Magnetism, Developments, Technique and benefits in Agriculture, irrigation 341 and environment.National center for research-Advison on magnetic researches project in 342 Egypt,2002. 343 344 LAEMMILl,U.K. Cleavage01'structuralproteins during assemblyof theheadof 345 thebacteriophageT.Nature, v.277,p.680-5,1970 346 347 LUNSTRA, D. D.; Ford, J. J.; Echternkamp, S. E. Puberty in beef bulls: hormone 348 concentration, growth, testicular development, sperm production and sexual aggressiveness in 349 bulls of different breeds. J Anim Sci, v.46, p.1054-1062, 1988. 350 351 MARCHINI, M.etal.Eletrophoretical patterns of seminalplasmaproteinsin patients 352 withcystic fibrosis.Fertility andSterility,v.53,n.3,p.541-5,1990. 353 354 MEZENTSEV, V. Enciclopedia de las Maravillas. Moscú: MIR, 1991. 277p. 355 356 MORGENTALER,A.;SCHOPPERLE,W.M.;CROCKER,R.H.;WOLF,W.C.Proteindifference357 sbetween normalandoligospermichumansperrn demonstrated by two-358 dimensionalgelelectrophoresis.Fertility andSterility, v.54,n.5, p.902-5,1990 359 360 PEIRE FJ. El tratamiento magnético en agua. Técnica de Laboratorio. Tomo XV. 361 179:114-116. 1993 362 363 PETRIANOV, I.V. Las sustâncias más extraordinárias del mundo. Moscú: MR, 1980. 107p. 364 365 VIERULA, M.; RAJANIEMI, H. Effect of seminal plasma and calcium on the stability of the 366 surface protein composition of ejaculated bull spermatozoa. Journal of Andrology, 367 Washington, v. 15, n. 3, p. 435-445, 1983. 368 369
58
WOLFE, D.F.; BRADLEY,l.T.;RIDDELL, M.G. Characterization01'seminalplasma 370 proteins and sperm proteins in ejaculates frornnormospermic bulls and bulls with 371 thermally-induced testiculardegeneration.Theriogenology, v.40,p.1 083-91, 1993. 372
59
ANEXO 2
NORMAS PARA PUBLICAÇÃO: REPRODUCTION IN DOMESTIC ANIMALS
60
Author Guidelines 1. General Reproduction in Domestic Animals is an international journal publishing original, significant articles on reproduction in domestic animals, laboratory animals, and wildlife, with particular attention to basic, applied and clinical research. Reproduction is considered in a broad context, with its strong disciplinary, comparative core. The journal therefore covers obstetrics, neonatology and udder health, and welcomes contributions in these areas. The scope of the journal applies to veterinarians, breeders, and biologists while also being of interest to practitioners of human medicine. Reproduction in Domestic Animals is the official organ of the European Society for Domestic Animal Reproduction (ESDAR), the European Veterinary Society for Small Animal Reproduction (EVSSAR), and the Spanish Society of Animal Reproduction (AERA). We encourage the submission of topical results for publication as original papers, reviews (mini-reviews or critical feature articles), or short communications (including case reports and technical notes). Note that Reproduction in Domestic Animals only publishes well-written papers of high scientific quality and significance for the advancement of the field of reproduction, despite they being scientifically sound or properly executed or written. Feature articles or reviews should overview known information or tackle controversial issues in a particular area of the above-mentioned fields that comprise the scope of the journal, with the aim of founding future innovative research. Letters to the Editor, viewpoint articles and comments on published papers are also welcomed. Comments should be confined to the substance of the paper and the authors of the paper referred to will be offered the opportunity to respond. The journal publishes ONLINE-only preliminary communications of results that are of current and extreme interest. Authors interested in preparing a review, a feature article, or a viewpoint article, are invited to discuss the matter with the Editor-in-Chief. Such preliminary contact with the Editor-in-Chief is also advisable when Patent-related matters are included in any manuscript. All papers are subjected to a thorough peer-review by at least two ad-hoc peer referees. Short communications will be subject to accelerated, but very strict refereeing. The publication language is English. Short communications will be subject to accelerated, but very strict refereeing. Short Communications are available online only under its respective volume and issue at www.wileyonlinelibrary.com/journal/rda. The quality of articles and the standards for publication remain the same whether papers are published both print and online, or online-only. The publication language is English. English Language Editing Service: Ensure your paper is clearly written in standard, scientific English language appropriate to your discipline. Visit our site to learn about the options. Please note that using the Wiley English Language Editing Service does not guarantee that your paper will be accepted by this journal. 2. Manuscript submission The submission and review process of Reproduction in Domestic Animals is solely handled online at http://mc.manuscriptcentral.com/rda. To submit an article to Reproduction in Domestic Animals, please go to http://mc.manuscriptcentral.com/rda, create an account and submit your article. Complete instructions on how to submit a paper are available online at
61
the Journal websitewileyonlinelibrary.com/journal/rda. Please note that it is compulsory to include all authors with their affiliation and valid email addresses. If you are experiencing technical issues while submitting your manuscript, please contact the Editorial Office at [email protected]. Please see that the corresponding author's complete address and a valid email are also present in the manuscript. 2.1. Licence to publish If your paper is accepted, the author identified as the formal corresponding author for the paper will receive an email prompting them to login into Author Services; where via the Wiley Author Licensing Service (WALS) they will be able to complete the license agreement on behalf of all authors on the paper. For authors signing the copyright transfer agreement If the OnlineOpen option is not selected the corresponding author will be presented with the copyright transfer agreement (CTA) to sign. The terms and conditions of the CTA can be previewed in the samples associated with the Copyright FAQs below CTA Terms and Conditions http://exchanges.wiley.com/authors/faqs---copyright-_301.html For authors choosing OnlineOpen If the OnlineOpen option is selected the corresponding author will have a choice of the following Creative Commons License Open Access Agreement (OAA): Creative Commons Attribution License OAA Creative Commons Attribution Non-Commercial License OAA Commons Attribution Non-Commercial -NoDerivs License OAA To preview the terms and conditions of these open access agreements please visit the Copyright FAQs hosted on Wiley Author Services http://exchanges.wiley.com/authors/faqs---copyright-_301.html and visit http://www.wileyopenaccess.com/details/content/12f25db4c87/Copyright--License.html. If you select the OnlineOpen option and your research is funded by certain funders [e.g. The Wellcome Trust and members of the Research Councils UK (RCUK) or the Australian Science Fund (FWF) ] you will be given the opportunity to publish your article under a CC-BY license supporting you in complying with Wellcome Trust and Research Councils UK requirements. For more information on this policy and the Journal’s compliant self-archiving policy please visit: http://www.wiley.com/go/funderstatement. 2.2. Authorship and Acknowledgements Authorship: Authors submitting a paper do so on the understanding that the manuscript has been read and approved by all authors and that all authors agree to the submission of the manuscript to the Journal. Reproduction in Domestic Animals adheres to the definition of authorship set up by The International Committee of Medical Journal Editors (ICMJE). According to the ICMJE, authorship criteria should be based on 1) substantial contributions to conception and design of, or acquisition of data or analysis and interpretation of data, 2) drafting the article or revising it critically for important intellectual content and 3) final approval of the version to be published. Authors should meet conditions 1, 2 and 3. Upon submission of the manuscript, it is required that all authors be accredited as appropriate. During the online submission process, the corresponding author will be asked to submit a short description of each individual's contribution to the research and its publication. Upon submission of a manuscript all co-authors must also be registered with correct e-mail addresses. If any of the e-mail addresses supplied are missing or incorrect, the manuscript shall not be processed pending contact with the corresponding author.
62
Acknowledgements: Authors must acknowledge individuals who do not qualify as authors but who contributed to the research presented. Authors must acknowledge any assistance that they have received (e.g. provision of writing assistance, literature searching, data analysis, administrative support, supply of materials), describing if and how this assistance was funded and included with other funding information. The acknowledgements should be brief and not include thanks to anonymous referees and editors. Where scientists are acknowledged, a covering letter demonstrating their consent must be provided. Conflict of interest: A subheading "Conflict of interest statement" must be placed at the end of the manuscript text (following acknowledgements), where all authors must disclose any financial and personal relationships with other people or organisations that could inappropriately bias or influence their work. Examples of potential conflicts of interest include employment, consultancies, stock ownership, honoraria, paid expert testimony, or direct or indirect funding. Funding sources: All sources of funding should be declared as an acknowledgement at the end of the text. Authors should declare the role of study sponsors, if any, in the study design, in the collection, analysis and interpretation of data; in the writing of the manuscript; and in the decision to submit the manuscript for publication. If the study sponsors had no such involvement, the authors should state this clearly. Use of non-commercially available instrumentation, substances , antibodies or assays: When these had been kindly provided by any research group or company, an appropriate letter from them MUST be provided alongside the manuscript at submission (upload it as a well identified supplementary file). 3. Manuscript Requirements 3.1. Format The manuscript must be typed (Times, font 12) with double spacing throughout and with a margin of at least 3 cm on the left-hand side. Lines must be numbered in a consecutive manner starting on the first page, in the left-hand margin. All pages of the manuscript must also be numbered consecutively, including those containing references, tables, and captions to illustrations, all of which are to be placed after the text. Illustrations, both line drawings and photographs, are to be numbered as figures in a common sequence. The text should be prepared using standard software (Microsoft Word),.doc; do not use automated or manual hyphenation. On page one of the manuscript the oficial name of the institution, the place where the work was carried out, the title of the article, and the names of authors must be stated as follows: Town, Country (no mailing address); Title of Article; Name A, Name B, and Name C. The title should be concise and appropriately informative and should contain all keywords necessary to facilitate retrieval by modern search techniques. Additional keywords not already contained in the title or contents (abstract, summary) may be listed beneath the contents. An abridged title suitable for use as a running head at the top of the printed page and not exceeding 50 letters and spaces should also be supplied. Each original paper, review or short communication shall contain a short contents (abstract, summary), preferably less than 250 words. The contents should not just recapitulate the results but should state concisely the scope of the work and give the principal findings, avoiding acronyms and references. The contents shall be complete enough for direct use by abstracting services. Original articles should be structured in the following order: Title, Contents, Introduction, Materials and Methods, Results, Discussion, Acknowledgment and References. Placement of figures and tables should be indicated in the text. The experimental design should be described in sufficient detail (methods, analyses. statistics, breeds, origin, and management of animals etc.) to allow for repetition of the experiments.
63
If the paper is one of a numbered series, a reference to the previous part should be given as a footnote on the first page. If a part not yet published needs to be consulted for a proper understanding of the paper, an electronic copy of that manuscript should be supplied to assist the referees. The corresponding author postal and a functional e-mail address must appear at the end of the paper. Sets of identical data should not be given in tables and figures. Figures and tables should be accompanied by a legend. The manuscript comprises a printout of the text, figures, tables, and a list of all figures and tables with their captions and titles on a separate piece of paper. We ask that you convey the essential information within the first 60 characters of the captions to accommodate the online edition. Each figure, table, and bibliographic entry must have a reference in the text. For all figures please include reproduceable artwork (marked with the author's name, short title, and figure number). Please do not import the figures into the text file. 3.2. Length Original papers and review articles, including figures, tables and references, should not exceed 5,000 words. Short Communications (case reports and technical notes), should not exceed 1,800 words, including figures, tables and references. The number of figures and tables should be kept to a minimum. Extended data sets can be published online as supplementary material and should be identified as such. 3.3. Units, abbreviations and nomenclature All specifications must be stated according to the S.I. System. Concentrations of chemical solutions are to be given in mol/l. All other concentrations should be given in % (volume or weight). All products implemented are to be mentioned with the manufacturer's name and delivery address which should appear in a footnote on the same page. Any abbreviations of chemical, biological, medical, or other terms should only be employed when it is certain that they are internationally known. The full name must be stated in brackets when the abbreviation is first used. All biological, medical, chemical, or other terms should be used according to the most recent recommendations of respective international nomenclature. Enzymes should be given according to the Enzyme Nomenclature (Elsevier Publishing Co., 1965). In the case of commercially obtained substances or reagents, the name and address of the manufacturer or supplier should be given as a footnote, when they are first mentioned in the text. Products (preparations etc.) with a registered trademark should be marked with ®. When non-commercially available substances or reagents are used, the following text must be provided: “[kindly provided by (name of the person plus the research group address or company name and location) and the corresponding date]” Bacterial names should be in accordance with the latest edition of Bergey's Manual of Determinative Bacteriology (The Williams and Wilkins Co., Baltimore). Viruses are to be given the classification and names recommended by the International Committee on the Nomenclature of Viruses. 3.4. Illustrations and tables Original Photographs or drawings must be sharp and of high contrast. Figures should be saved in a neutral data format such as TIFF or EPS, and a printout should always be included. Powerpoint and Word graphics are unsuitable for good quality reproduction. Please do not use any pixel-oriented programmes. Scanned figures (only in TIFF format) should have a resolution of 300 dpi (halftone) or 600 to 1200 dpi (line drawings) in relation to the reproduction size. Please note that figures will generally be reduced to fit within the column-width or the print area. This means that numbering and lettering must still be readable when reduced (e.g. maps) and that the scale might not correspond with the original (microscopic pictures), thereby invalidating references to scale in the text. If artwork is to be scanned, line drawings should only be contour drawings without halftones (shades of grey). Please do not
64
use patterns; rough hatching is possible. Graphs with an x and y axis should not be enclosed in frames; only 2-dimensional representations. Do not forget the labels and units. Captions for the figures should give a precise description of the content and should not be repeated within the figure. Please submit the data for figures in black and white. However, colour photos can be reproduced in black and white (with a possible loss of contrast). Colour graphics should be created using the RGB mode. Please direct queries to the Production Editor at [email protected]. Tables should be created using the table function. 3.5. References List all sources in the reference list alphabetically by name. . In text citations should follow the author-date method. This means that the author's last name and the year of publication for the source should appear in the text, for example, (Jones, 1998), and a complete reference should appear in the reference list at the end of the paper. References are styled according to the sixth edition of the Publication Manual of the American Psychological Association. A sample of the most common entries in reference lists appears below. Please note that for journal articles, issue numbers are not included unless each issue in the volume begins with page one. Journal article: Phelps, L. (1996). Discriminative validity of the WRAML with ADHD and LD children. Psychology in the Schools, 33, 5-12.. Book edition: Bradley-Johnson, S. (1994). Psychoeducational assessment of students who are visually impaired or blind: Infancy through high school (2nd ed.).Austin, TX: Pro-ed. References should refer only to material listed within the text. All entries in the reference list must correspond to citations in the text. No editorial responsibility can be taken for the accuracy of the references, and authors are requested to check these with special care. Papers that have not been accepted for publication are not to be included in the list of references and must be cited either as 'unpublished data' or as 'personal communication'. The use of such citations is discouraged. It is the author's responsibility to ensure that they have permission to cite material as a personal communication. 3.6. Laboratory animals Papers reporting work with animals should include a reference to the code of practice adopted for the experimentation. Editors will take account of ethical and animal welfare issues and reserve the right not to publish. 4. Proof correction and offprints When you receive proofs of your article, please check, correct, and return them electronically to the Editor-in-Chief without delay (within 3 days of receipt), as e-annotated proofs. As changes to proofs are costly, we ask that you only correct typesetting errors. Proofs will be sent via e-mail as an Acrobat PDF (portable document format) file. The e-mail server must be able to accept attachments up to 4 MB in size. To view, print and annotate the proofs of your article you will need Adobe Reader version 7 (or higher). This software can be downloaded (free of charge) for a whole series of platforms that include PC, Mac, and UNIX and can be downloaded from http://www.adobe.com/products/acrobat/readstep2.html. The exact system requirements are given at the Adobe site: http://www.adobe.com/products/acrobat/acrrsystemreqs.html#70win. Further instructions will be sent with the proof. In your absence, please arrange for a colleague to access your e-mail to retrieve the proofs.
65
Free access to the final PDF offprint or your article will be available via author services only. Please therefore sign up for author services if you would like to access your article PDF offprint and enjoy the many other benefits the service offers. 5. Book reviews Book reviews appear irregularly at the end of the journals. Books submitted for review are sent by the editors to a scientist involved in the special research area. No fee is paid for reviews, but the review copy of the book (either as hard copy or electronic copy) remains the property of the reviewer. Each review should begin with exact bibliographical data on the publication, according to the following pattern: Author(s) and/or editor(s), publication title, subtitle, edition, title of the publication series (and possibly its editors) in which the book has appeared, publisher, place of publication, year of publication, number of pages, number of illustrations, tables, and diagrams, cover material (e.g. paperback, quarter cloth binding etc.), retail price. Example: Immelmann, F.: Introduction to Animal Behaviour. Revised and extended 3rd edition. Pareys Studientexte No. 13. Paul Parey Scientific Publishers, Berlin and Hamburg. 1983. 223 pp., 106 figs., Balacron paperback, Euro 28.0. 6. Supplements As the official organ of the ESDAR, the EVSSAR and AERA, the journal publishes the proceedings (fully refereed main papers and abstracts) of the societies' Annual Meetings. Other Proceedings, as hard copy and/or online, can be published as Supplements following agreement with the Editor-in-Chief (for contents and scope) and the publisher (for terms and cost). Wiley Blackwell´s Author Services enables authors to track their article - once it has been accepted - through the production process to publication online and in print. Authors can check the status of their articles online and choose to receive automated e-mails at key stages of production. The author will receive an e-mail with a unique link that enables them to register and have their article automatically added to the system. Please ensure that a complete e-mail address is provided when submitting the manuscript. Visit http://authorservices.wiley.com/bauthor/ for more details on online production tracking and for a wealth of resources including FAQs and tips on article preparation, submission and more. Reproduction in Domestic Animals is covered by Wiley Online Library's Early View online service. Early View articles are complete full-text articles published online in advance of their publication in a printed issue. Articles are therefore available as soon as they are ready, rather than having to wait for the next scheduled print issue. Early View articles are complete and final. They have been fully reviewed, revised and edited for publication, and the authors' final corrections have been incorporated. Because they are in final form, no changes can be made after online publication. The nature of Early View articles means that they do not yet have volume, issue or page numbers, so Early View articles cannot be cited in the traditional way. They are therefore given a Digital Object Identifier (DOI), which allows the article to be cited and tracked before it is allocated to an issue. After print publication, the DOI remains valid and can continue to be used to cite and access the article. Last update: May 2013