Procedimentos na construcao civil

19
IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO (SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO, QUALIDADE E MEIO AMBIENTE) EM UMA CONSTRUTORA DE OBRAS PESADAS Rodrigo Zicarelli da Silva UTFPR Livia Yu Iwamura UTFPR Rodrigo Eduardo Catai UTFPR Cezar Augusto Romano UTFPR Arildo Dirceu Cordeiro UTFPR Resumo Atualmente é comum encontrar empresas certificadas na área da qualidade, inclusive no ramo da construção civil, um setor deficiente em vários fatores como o desperdício de material, mão de obra desqualificada, geração de enormes quantidades de resíduos sólidos e sobretudo altos índices de acidente do trabalho. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a construção civil é o setor que apresenta os maiores números de acidentes de trabalho. Paralelamente, a busca da certificação nas normas ISO 14001 e na OHSAS 18001, (referentes a sistemas de gestão em meio ambiente e saúde e segurança ocupacional respectivamente) cresce a cada dia, seja por exigências do mercado de maneira geral, por consciência social e moral ou pelo conhecimento dos benefícios gerados com a implantação destes sistemas. Para estas empresas torna-se muito mais vantajoso a implantação desses três sistemas de gestão de maneira integrada. Em diversas empresas, já é comum a exigência do Engenheiro de Segurança do Trabalho, que além de atuar na área de saúde e segurança, também responde por questões relativas ao meio ambiente, qualidade e produtividade das empresas. Neste trabalho procurou-se identificar os benefícios gerados para a saúde e segurança dos trabalhadores de uma empresa no ramo da construção pesada com a implantação de um sistema integrado de gestão. Para isto houve a aplicação de uma lista de verificação 2, 3 e 4 de Julho de 2009 ISSN 1984-9354

Transcript of Procedimentos na construcao civil

Page 1: Procedimentos na construcao civil

IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA

INTEGRADO DE GESTÃO (SAÚDE E

SEGURANÇA DO TRABALHO,

QUALIDADE E MEIO AMBIENTE)

EM UMA CONSTRUTORA DE

OBRAS PESADAS

Rodrigo Zicarelli da Silva

UTFPR

Livia Yu Iwamura

UTFPR

Rodrigo Eduardo Catai

UTFPR

Cezar Augusto Romano

UTFPR

Arildo Dirceu Cordeiro

UTFPR

Resumo Atualmente é comum encontrar empresas certificadas na área da

qualidade, inclusive no ramo da construção civil, um setor

deficiente em vários fatores como o desperdício de material, mão

de obra desqualificada, geração de enormes quantidades de

resíduos sólidos e sobretudo altos índices de acidente do trabalho.

Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a

construção civil é o setor que apresenta os maiores números de

acidentes de trabalho. Paralelamente, a busca da certificação nas

normas ISO 14001 e na OHSAS 18001, (referentes a sistemas de

gestão em meio ambiente e saúde e segurança ocupacional

respectivamente) cresce a cada dia, seja por exigências do

mercado de maneira geral, por consciência social e moral ou pelo

conhecimento dos benefícios gerados com a implantação destes

sistemas. Para estas empresas torna-se muito mais vantajoso a

implantação desses três sistemas de gestão de maneira integrada.

Em diversas empresas, já é comum a exigência do Engenheiro de

Segurança do Trabalho, que além de atuar na área de saúde e

segurança, também responde por questões relativas ao meio

ambiente, qualidade e produtividade das empresas. Neste trabalho

procurou-se identificar os benefícios gerados para a saúde e

segurança dos trabalhadores de uma empresa no ramo da

construção pesada com a implantação de um sistema integrado de

gestão. Para isto houve a aplicação de uma lista de verificação

2, 3 e 4 de Julho de 2009

ISSN 1984-9354

Page 2: Procedimentos na construcao civil

V CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO Gestão do Conhecimento para a Sustentabilidade

Niterói, RJ, Brasil, 2, 3 e 4 de julho de 2009

2

com vários requisitos de saúde e segurança em duas obras desta

empresa, uma antes da implantação do sistema e outra depois. Ao

final deste trabalho foi possível concluir que o nível de risco a que

os trabalhadores desta empresa estavam expostos reduziu-se

consideravelmente após a implantação do sistema integrado de

gestão, diminuindo a probabilidade de acidentes do trabalho e

proporcionando um ambiente de trabalho mais seguro.

Palavras-chaves: Construção Civil; Saúde; Segurança; Sistemas

Integrados de Gestão.

Page 3: Procedimentos na construcao civil

V CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO Gestão do Conhecimento para a Sustentabilidade

Niterói, RJ, Brasil, 2, 3 e 4 de julho de 2009

3

1. INTRODUÇÃO

A busca por certificações na área de Sistemas de Gestão em Meio Ambiente, Saúde e

Segurança Ocupacional (SSO) vem crescendo no ramo da construção civil, devido à

competitividade do mercado, à exigência do consumidor e à conscientização quanto aos

benefícios advindos da implantação destes sistemas.

Segundo o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial –

INMETRO, o setor brasileiro da construção é o terceiro em número de empresas com

certificados ISO 9001 credenciados (2007). A normatização da ISO 14001 e da OHSAS

18001, aliada a uma equipe de Serviços Especializados em Engenharia da Segurança e

Medicina do Trabalho (SESMT) assegura a saúde, a segurança e o bem-estar no meio

ambiente, garantindo padrões de qualidade e produtividade nas empresas.

Uma vez que estes parâmetros trabalham em conjunto, justifica-se a implantação

desses sistemas de gestão de maneira integrada. Além disso, o planejamento dos processos

produtivos, a padronização das tarefas, a atribuição de responsabilidades e o controle de

inconformidades evita re-trabalhos. O resultado disto é a redução de custos de operação, o

aumento da produtividade e qualidade dos produtos e assim, a satisfação dos clientes.

No caso da construção civil, os elevados índices de acidentes registrados pela

Organização Internacional do Trabalho (OIT) comprovam a necessidade de melhorias na

gestão como um todo. Pesquisas do Health and Safety Executive constatam que o ônus

decorrente de acidentes de trabalho equivale a 5% a 10% do lucro bruto de todas as empresas

do Reino Unido (BRITISH STANDARD 8800, 1996). Além disso, a construção civil no

Brasil apresenta outros fatores desfavoráveis: mão de obra muitas vezes desqualificada; altos

índices de desperdício de material e horas trabalhadas; grande geração de resíduos sólidos.

Os benefícios financeiros de uma gestão em segurança e saúde ocupacional não se

resumem à redução dos custos diretos dos acidentes, englobando a diminuição do índice de

absenteísmo, o aumento da produtividade propiciado por um ambiente de trabalho mais

seguro e a crescente credibilidade da empresa perante o mercado, favorecida pela

preocupação ambiental.

O objetivo deste trabalho é identificar os benefícios gerados à saúde e segurança

ocupacional dos funcionários de uma empresa de construção pesada com a implantação de um

Page 4: Procedimentos na construcao civil

V CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO Gestão do Conhecimento para a Sustentabilidade

Niterói, RJ, Brasil, 2, 3 e 4 de julho de 2009

4

Sistema Integrado de Gestão (SIG), que concilie os setores de saúde e segurança, qualidade e

meio ambiente.

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A indústria da construção é um setor muito relevante no crescimento da economia de

um país. De acordo com a Pesquisa Anual da Indústria da Construção de 2004, 109.003

empresas de construção eram responsáveis pela ocupação formal de 1.579.021 funcionários,

produzindo um valor bruto acima dos R$ 95 bilhões. Deste valor, 35,2% corresponde à

participação do segmento da construção pesada (PAIC, 2004).

A Tabela 1 compara a quantidade de acidentes liquidados ocorridos no geral e no setor

específico da construção no Brasil em 2005. Dos 528.134 acidentes, 28.532 eram relativos à

indústria da construção (MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL, 2005).

Tabela 1 – Acidentes de trabalho liquidados no Brasil

SETOR Assistência

Médica

Afastamento

com menos

de 15 dias

Afastamento

com mais de

15 dias

Incapacidade

Permanente Óbito TOTAL

GERAL 82.191 274.410 155.211 13.614 2.708 528.134

CONSTRUÇÃO 4.788 11.624 10.544 1.273 303 28.532

PERCENTUAL 5,83% 4,24% 6,79% 9,35% 11,19% 5,40%

Fonte: Adaptado do Ministério da Previdência Social (2005)

Para Zocchio (2002), no Brasil as Normas Regulamentadoras (NR) reúnem requisitos

mínimos necessários à prevenção de acidentes e doenças do trabalho. O Ministério do

Trabalho e Emprego (MTE) determina o cumprimento obrigatório das NR por toda empresa

pública ou privada que seja regida pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

O berço das normas de sistemas de gestão foi a Grã-Bretanha, através da fundação da

British Standard (BS) em 1901. Em 1996, o órgão publicou a norma BS-8800, que trata de

sistemas de gestão em SSO. Em 1999 surgiu a Occupational Health and Safety Management

Systems - OHSAS 18001, esclarecida na sequencia pela OHSAS 18002 (BENITE, 2004). Este

conjunto de normas é o mais atual e completo no âmbito dos sistemas de gestão da segurança

e saúde no trabalho (ANUÁRIO PROTEÇÃO, 2006).

Page 5: Procedimentos na construcao civil

V CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO Gestão do Conhecimento para a Sustentabilidade

Niterói, RJ, Brasil, 2, 3 e 4 de julho de 2009

5

Um dos instrumentos que pode reduzir o número de acidentes de trabalho é um

sistema de gestão. Segundo a norma britânica BS 8000, sistema de gestão é um conjunto de

pessoas, recursos e procedimentos que interagem de forma organizada, visando realizar uma

tarefa ou atingir um resultado. Um sistema integrado de gestão em SSO, qualidade e meio

ambiente é um conjunto de ferramentas interrelacionadas, que busca:

melhorias no ambiente de trabalho e na SSO do trabalhador;

melhorias na qualidade dos serviços e produtos oferecidos ao cliente;

diminuição da poluição e a preservação do meio ambiente em geral.

Na Tabela 2, Benite (2004) resume os principais objetivos dos sistemas de gestão:

Tabela 2 – Objetivos dos sistemas de gestão

NORMA SISTEMA PROPÓSITO

ISO 9001 Sistema de Gestão da Qualidade Satisfação do cliente

ISO 14001 Sistema de Gestão Ambiental Prevenção da poluição

OHSAS 18001 Sistema de Gestão em SSO Ambiente de trabalho seguro e saudável

Fonte: BENITE, 2004

Na norma OHSAS 18001 consta o princípio da melhoria contínua do PDCA (Planejar,

Desenvolver, Controlar e Agir). Desenvolvido na década de 50 por Edward Deming, o PDCA

precedeu o sistema de gestão, pois defende que a associação entre correção, prevenção e

prognóstico são meios de aprendizado e melhorias para as organizações (CERQUEIRA,

2006). Para Benite (2004), o ciclo de melhoria contínua pode ser descrito conforme a Figura

1.

Segundo Cerqueira (2006), normas como a International Organization for

Standartization (ISO) e a Occupational Health and Safety Management Systems (OHSAS)

auxiliam na gestão de empresas, ao conciliar os interesses econômico-financeiros ao impacto

decorrente das atividades, no âmbito da SSO e do ambiente.

Meseguer (1991) destaca aspectos que dificultam a aplicação de ferramentas de

qualidade na construção: caráter nômade; ineditismo de cada obra; impossibilidade da

produção em cadeia; mão de obra geralmente pouca qualificada e de caráter eventual;

intempéries; tradicionalismo; ineficaz definição de responsabilidades, orçamentos, prazos, etc.

Page 6: Procedimentos na construcao civil

V CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO Gestão do Conhecimento para a Sustentabilidade

Niterói, RJ, Brasil, 2, 3 e 4 de julho de 2009

6

Figura 1 – Ciclos de melhoria contínua: OHSAS 18001 e PDCA

Fonte: Adaptado de BENITE (2004)

Apesar das condições desfavoráveis, a aplicação de sistemas de gestão e normas

internacionais nos processos industriais aumentou, devido à busca de um diferencial que

assegure qualidade de produtos e serviços (BSI, 2007). Com a interação entre economias

mundiais foi criada a International Organization for Standardization (ISO, 1947), um

organismo responsável pela criação de normas internacionais que facilitassem o comércio de

bens e serviços entre os países (BARBOSA, 2002).

A efetividade do sistema de gestão de saúde e segurança ocupacional já foi

comprovada: em Pernambuco, uma empresa da construção civil de grande porte reduziu em

97% os riscos de acidentes do trabalho, e os gastos com o passivo de segurança do trabalho

passaram de R$ 305 mil (2003) para R$ 18 mil (2005) (BARKOKÉBAS et al., 2007). Para o

autor, a promoção da segurança do trabalho é uma obrigação moral, pois evita riscos à própria

empresa, aos trabalhadores e familiares, resultando em um menor custo econômico e social.

Segundo Viterbo Junior (1998), o respeito ao ser humano e ao meio ambiente

promovido por empresas é bem-visto perante a sociedade. Para tal, algumas medidas são

fundamentais: o combate à geração de resíduos, assim como o controle de qualidade dos

produtos deve ocorrer no momento da geração e não ao final do processo.

A articulação dos sistemas de gestão da qualidade, meio ambiente e SSO aumenta a

produtividade, melhora o gerenciamento e potencializa resultados, ao atingir objetivos de

forma global e evitar gastos em duplicidade (CRUZ, 1998). Segundo pesquisa do Centro da

Page 7: Procedimentos na construcao civil

V CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO Gestão do Conhecimento para a Sustentabilidade

Niterói, RJ, Brasil, 2, 3 e 4 de julho de 2009

7

Qualidade, Segurança e Produtividade para o Brasil e América Latina - QSP (2000), 65% das

empresas com certificado ISO 14001 aplicam o SIG, e os principais benefícios citados são:

redução com custos de implantação, manutenção, recursos e infraestrutura, diminuição da

burocracia, melhoria do desempenho e da imagem da empresa e aumento da satisfação dos

clientes (DE CICCO, 2000).

A implantação de um SIG em SSO requer mudanças nos conceitos gerais da empresa;

deve haver disposição e participação de todos especialmente da alta administração, além de

uma grande organização das tarefas (PACHECO JÚNIOR, 1995). Como o sistema de gestão

da qualidade pela ISO 9001 é o mais difundido na construção civil, este poderia servir de base

para a integração com os outros sistemas, como a ISO 14001 e a OHSAS 18001. Tal proposta

incentiva a criação de sistemas mais simples, sem redundância de procedimentos, programas e

outras atividades (BENITE, 2004).

Cerqueira (2006) define as etapas de implantação e do SIG conforme a Figura 2:

Figura 2 – Etapas da implantação do SIG

Fonte: Adaptado de CERQUEIRA (2006)

Page 8: Procedimentos na construcao civil

V CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO Gestão do Conhecimento para a Sustentabilidade

Niterói, RJ, Brasil, 2, 3 e 4 de julho de 2009

8

Segundo o autor, a OHSAS 18001 define requisitos para a implantação de um sistema

de gestão de SSO, permitindo que as empresas controlem os riscos de acidentes e doenças do

trabalho. Conforme a OHSAS 18001 (1999), são deveres da política da empresa:

apropriação segundo a natureza e a escala dos próprios riscos;

comprometimento com a melhoria contínua;

atendimento de, no mínimo, a legislação vigente de SSO;

documentação, implementação e manutenção;

divulgação a todos os funcionários;

disposição para as partes interessadas;

análise crítica periódica.

A organização deve estabelecer e manter objetivos de SSO, para que se avaliar

analisar criticamente os resultados obtidos (BENITE, 2004). Paralelamente, deverá haver uma

sistemática para a identificação contínua dos perigos e avaliação dos riscos (CERQUEIRA,

2006). O planejamento em SSO deve ser pró-ativo e não reativo, conforme Cruz (1998)

demonstra na Figura 3.

Figura 3 – Planejamento em Segurança e Saúde Ocupacional

Fonte: Adaptado de CRUZ (1998)

Page 9: Procedimentos na construcao civil

V CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO Gestão do Conhecimento para a Sustentabilidade

Niterói, RJ, Brasil, 2, 3 e 4 de julho de 2009

9

Deve-se assegurar que as pessoas possuam a competência e a conscientização

necessária para a realização de suas tarefas sem que haja impactos SSO. A competência dos

trabalhadores deve estar estabelecida segundo três itens fundamentais: o grau de instrução,

treinamentos e experiência (BENITE, 2004).

A sistematização proposta pela OHSAS 18001 (1999) prevê a identificação de perigos

e riscos bem como a definição de processos de redução ou eliminação. Além disso, o registro

de cada ação possibilitará futuras consultas a tais documentos.

Para monitorar o desempenho em SSO de uma empresa, Benite (2004) propõe:

contabilização, taxa de gravidade e custos dos acidentes;

inspeção e avaliação ergonômica nos locais de trabalho, máquinas e equipamentos;

auditorias internas e externas;

avaliação de eficácia dos treinamentos realizados;

monitoramento de saúde ocupacional através de exames médicos periódicos.

Finalmente, a OHSAS 18001 (1999) define a análise crítica como última etapa a ser

implantada no sistema de gestão. A alta administração das organizações deve analisar

criticamente o sistema de gestão em SSO, visando garantir sua conveniência, adequação e

melhoria contínua. A possibilidade de revisão da política, objetivos ou outros elementos

compromete a empresa com o processo de melhoria contínua.

3. METODOLOGIA

Na primeira etapa da metodologia definiram-se diretrizes, requisitos obrigatórios e

elementos necessários para a implantação de um SIG baseado nas normas ISO 9001, ISO

14001 e OHSAS 18001, bem como quais procedimentos exigidos pelas normas poderiam ser

integrados no sistema de gestão.

Em seguida, conduziu-se a implantação do sistema integrado de gestão em uma

construtora de obras pesadas. Este acompanhamento aconteceu desde a criação da

documentação até a implantação propriamente dita do sistema.

Para a identificação dos resultados empregou-se uma análise qualitativa, além da

utilização de uma lista de verificação que contemplava diversos itens referentes à SSO,

subordinados à conformidade com a legislação vigente. A empresa estudada possuía esta lista

Page 10: Procedimentos na construcao civil

V CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO Gestão do Conhecimento para a Sustentabilidade

Niterói, RJ, Brasil, 2, 3 e 4 de julho de 2009

10

preenchida em contratos prévios, devido a ser uma exigência do contratante. Para viabilizar

uma análise comparativa, aplicou-se a mesma lista em uma obra de características

semelhantes às obras anteriores. A desclassificação de itens foi considerada um aspecto de

risco à saúde e à segurança dos trabalhadores.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Antes de se implantar um sistema integrado de gestão, é necessário realizar uma

análise crítica inicial. Observou-se que na empresa não havia gerenciamento ou planos de

treinamento relativos à saúde e segurança ocupacional, além de ocorrerem negligências como

a inexistência Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA). A gestão em SSO

contava apenas com programas obrigatórios, como o de Controle Auditivo (PCA), Condições

e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção (PCMAT), Controle de Medicina e

Saúde Ocupacional (PCMSO) e Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA). Tais programas

não eram colocados em prática; apenas cumpriam exigências contratuais e legais.

Para a implantação do SIG, a empresa designou um comitê composto por um técnico

de segurança, um engenheiro de segurança e o engenheiro responsável pela empresa, além do

suporte do diretor administrativo. Cabia-lhe também a definição e divulgação da política de

saúde e segurança, qualidade e meio ambiente. O prazo estipulado para a implantação dos

elementos fundamentais do SIG foi de um ano.

As falhas identificadas geraram planos de ações com prazos e responsáveis para sua

realização. Determinaram-se responsabilidades e autoridades, a nível gerencial, relativas às

rotinas do sistema de gestão de saúde e segurança, qualidade e meio ambiente através de um

organograma e uma matriz. A gestão em SSO adotada pela empresa foi organizada em cinco

pontos principais, descritos na sequência.

A primeira etapa foi a identificação e cumprimento da legislação aplicável às

atividades da empresa e à interação com o meio ambiente. Para tal, levantou-se toda a

legislação pertinente, que foi organizada em uma planilha para fins de registro e consulta.

Como este procedimento requer um conhecimento específico, muitas vezes há a contratação

de assessorias especializadas.

Na etapa seguinte, foram identificados os perigos e riscos à SSO decorrentes das

atividades da empresa. Criou-se um procedimento para levantar, avaliar e controlar perigos e

Page 11: Procedimentos na construcao civil

V CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO Gestão do Conhecimento para a Sustentabilidade

Niterói, RJ, Brasil, 2, 3 e 4 de julho de 2009

11

riscos, determinando os mais significativos. A avaliação dos perigos e riscos levou em conta a

probabilidade, severidade e o grau de risco. A Tabela 3 foi utilizada no levantamento e

identificação dos perigos e riscos para determinadas atividades da empresa.

Tabela 3 – Levantamento dos perigos e riscos para atividades específicas

A probabilidade foi classificada em três níveis: improvável (inexistência de registros

anteriores), provável (raras ocorrências passadas) e altamente provável (possível recorrência,

Page 12: Procedimentos na construcao civil

V CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO Gestão do Conhecimento para a Sustentabilidade

Niterói, RJ, Brasil, 2, 3 e 4 de julho de 2009

12

mesmo com medidas preventivas). Quanto à severidade, a classificação aplicada foi:

levemente prejudicial (lesões superficiais, danos materiais leves), prejudicial (doenças

decorrentes de trabalho repetitivo ou exposição contínua à agente externo, problemas

auditivos, dermatites, danos materiais) e extremamente prejudicial (amputações, fraturas

maiores, envenenamentos, câncer ocupacional, doenças agudas fatais, morte e danos materiais

consideráveis). A combinação entre probabilidade e severidade determina a classificação do

risco em trivial, tolerável, moderado, substancial e intolerável.

Este levantamento serviu como base para definir os objetivos e metas do Sistema

Integrado de Gestão. Embora pudesse ser integrado à identificação dos aspectos e impactos

ambientais, a empresa optou por utilizar planilhas distintas.

O terceiro estágio foi o registro, análise e investigação dos incidentes ambientais e de

SSO, seguido de elaboração de plano de ação para eliminar as causas do acidente e evitar

eventos semelhantes (prazos, local de implantação, definição de responsáveis pela execução

de medidas). Este plano foi divulgado em reuniões de segurança e da CIPA, quadros de avisos

ou Diálogo Diário de Segurança (DDS), visando o envolvimento dos trabalhadores e a

fiscalização do cumprimento das medidas dentro dos prazos. Além deste procedimento, a

empresa preencheu mensalmente os quadros da NR4, registrando as taxas de freqüência e

gravidade de acidentes, mesmo quando não houve ocorrências.

Um fato interessante observado na empresa estudada foi um aumento no número de

acidentes registrados após a implantação do sistema de gestão. Na realidade, antes do SIG

muitos acidentes não eram registrados; não era aberta a Comunicação de Acidente de

Trabalho (CAT) e não havia nenhuma investigação das causas.

A quarta fase do SIG corresponde às auditorias, que possibilitam verificar se os

procedimentos estão em conformidade com o planejamento, normas aplicáveis e documentos

internos. As auditorias foram realizadas por equipe treinada, proveniente de setor distinto ao

avaliado. A empresa optou por realizar auditorias independentes para saúde e segurança, meio

ambiente e qualidade. As avaliações ocorrem segundo plano anual, podendo haver auditorias

extraordinárias no caso de não conformidades ou reclamações.

O quinto estágio corresponde aos registros das auditorias. Para cada falha detectada

abre-se um relatório individual contendo descrição, avaliação e procedimentos de ações

corretivas. Os resultados das auditorias são submetidos semestralmente à analise crítica da

Page 13: Procedimentos na construcao civil

V CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO Gestão do Conhecimento para a Sustentabilidade

Niterói, RJ, Brasil, 2, 3 e 4 de julho de 2009

13

alta direção, que define ações e medidas para manutenção e ajustes do SIG, realimentando o

ciclo e comprometendo-se com a melhoria contínua.

Constatou-se que vários fatores estão envolvidos na melhoria do Sistema Integrado de

Gestão: resultados de auditorias, avaliações do atendimento aos requisitos legais, indicadores

de desempenho e cumprimento dos objetivos, situação das ações corretivas, adoção de ações

preventivas para eliminar as causas de não conformidades, dentre outros.

Como a implantação do SIG na empresa em questão é recente, ainda não foi realizada

nenhuma reunião de análise crítica; o comitê de implantação optou por aguardar mais algum

tempo para que se possa obter uma quantidade maior de indicadores. No entanto, a lista de

verificação foi aplicada em duas obras semelhantes realizadas pela empresa, antes e depois da

implantação do SIG. A figura 4 contabiliza os requisitos de saúde na Obra 1 em 2005, isto é,

antes da implantação do Sistema Integrado de Gestão.

Figura 4 – Resultado da verificação de requisitos de Saúde na Obra 1 em 2005

Pode-se notar que o maior percentual de negligência refere-se às áreas de vivência e

edificações, correspondente à NR 18 (Condições e Ambiente de Trabalho na Indústria da

Construção). Como as frentes de serviço mudavam constantemente de local, era constante a

construção de novos canteiros de obra. Além disso, os alojamentos eram bastante utilizados.

Apesar da existência de PPRA e PCMSO, estes programas não eram cumpridos, assim

como muitos itens da NR 7 e NR 9. Por isso o PPRA chegou a apresentar 67% de não

conformidades.

Na Figura 5 constam os resultados dos requisitos de segurança da Obra 1.

Page 14: Procedimentos na construcao civil

V CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO Gestão do Conhecimento para a Sustentabilidade

Niterói, RJ, Brasil, 2, 3 e 4 de julho de 2009

14

Figura 5 – Resultado da verificação de requisitos de Segurança na Obra 1 em 2005

Um dos parâmetros negligenciados é o não cumprimento do requisito “CIPA”,

justamente porque em 2005 a empresa não possuía Comissão Interna de Prevenção de

Acidentes. O requisito “Ordem e Limpeza” também deixou a desejar. O mau desempenho no

item “Treinamento e Avaliação” deve-se à inexistência de um plano ou gestão; no caso do

item “Documentos de Referência”, não há a NBR-7678 (Segurança na execução de obras e

serviços de construção) e as Normas Regulamentadoras no canteiro de obras.

Os parâmetros “EPI”, “Máquinas e Equipamentos”, “Ferramentas Diversas” e

“Demolições” foram bem avaliados graças à presença do técnico de segurança nas frentes de

serviço, uma vez que estes serviços exigiam uma fiscalização mais rigorosa.

A segunda obra em que foi aplicada a lista possui as mesmas características da Obra 1

e será chamada de Obra 2. Esta obra teve início em 2007 e está em andamento. A Figura 6

apresenta os requisitos de saúde na Obra 2, após a implantação do SIG.

Page 15: Procedimentos na construcao civil

V CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO Gestão do Conhecimento para a Sustentabilidade

Niterói, RJ, Brasil, 2, 3 e 4 de julho de 2009

15

Figura 6 – Resultado da verificação de requisitos de Saúde na Obra 2 com a implantação do SIG

A Figura 7 registra melhoria em comparação à Obra 1, principalmente para os

requisitos “PPRA” (aumento de 33% para 67%) e “Áreas de Vivência e Edificações”

(aumento de 18% para 91%). Uma das razões pode ser a implantação das inspeções de

segurança e o registro das não conformidades e suas respectivas ações corretivas, embora este

processo ter sofrido com a resistência da alta direção no início de sua implantação. A Figura 7

mostra os requisitos de segurança da Obra 2 verificados com a implantação do SIG.

Figura 7 – Resultado da verificação de requisitos de Saúde na Obra 2 com a implantação do SIG

Page 16: Procedimentos na construcao civil

V CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO Gestão do Conhecimento para a Sustentabilidade

Niterói, RJ, Brasil, 2, 3 e 4 de julho de 2009

16

Da mesma forma que os requisitos de saúde, os requisitos de segurança da Obra 2

também melhoraram em comparação a Obra 1. Os itens “Máquinas e Equipamentos”,

“Escavações” “Ferramentas Diversas” e Demolições” apresentaram 100% de conformidade,

sendo que quase todos os outros itens apresentaram melhorias.

Os requisitos “Documentos de Referência”, “Ordem e Limpeza” e “Treinamento e

Avaliação” ainda apresentam um grande número de não conformidades. A conformidade no

item “Documentos de Referência” é obtida com a disponibilização da NBR-7678 e das

Normas Regulamentadoras no canteiro de obras. Quanto à “Ordem e Limpeza”, novamente a

justificativa é a itinerância das frentes de serviço; ainda assim o índice de conformidade

evoluiu de 25% para 50%. A questão “Treinamento e Avaliação” exige a implantação de uma

gestão de treinamentos de colaboradores; entretanto este é item presume maior investimento

financeiro, pois requer a contratação de pessoal especializado com salários mais elevados.

A análise da implantação do SIG nesta empresa considerou que as maiores

dificuldades surgiram com a geração de custos diretos para as medidas. A cultura da

segurança ainda não foi totalmente assimilada pelos sócios-diretores da empresa, os quais

ainda não reconhecem o retorno financeiro que a segurança do trabalho pode proporcionar.

A maior dificuldade encontrada pelo comitê de implantação do SIG foi a falta de

participação direta dos sócios-diretores no processo de implantação, uma vez que a iniciativa

não partiu da alta direção da empresa. Se a empresa possuísse um sistema de gestão da

qualidade já implantado a integração entre os procedimentos seria mais simples, mas este

condicionante comprovou a efetividade da proposta de um sistema integrado partindo do zero.

Pode-se observar que antes da implantação do sistema integrado de gestão muitos

itens não estavam em conformidade. Assim sendo, o grau de risco e a probabilidade de

ocorrência de acidentes eram elevados. Com a implantação do SIG, a quantidade de itens não

conformes baixou de 44% para 22%, reduzindo também o nível de risco ao qual os

trabalhadores estavam expostos e consequentemente a probabilidade de acidentes do trabalho.

5. CONCLUSÕES

Com base nos resultados obtidos, pode-se concluir que o Sistema Integrado de Gestão

efetivamente reduziu o nível de risco ao qual os trabalhadores da empresa estudada estavam

expostos, mesmo que a implantação do sistema ainda esteja em andamento. Vários setores

Page 17: Procedimentos na construcao civil

V CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO Gestão do Conhecimento para a Sustentabilidade

Niterói, RJ, Brasil, 2, 3 e 4 de julho de 2009

17

relativos à SSO apresentaram melhorias significativas, destacando-se a constituição da

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, do Programa de Prevenção de Riscos

Ambientais e das Áreas de Vivência e Edificações.

A implantação de um sistema integrado de gestão é mais rápida e menos burocrática

quando as empresas já possuem, pelo menos, um sistema de gestão da qualidade implantado.

Sem um sistema de gestão, o setor de Saúde e Segurança Ocupacional provavelmente não

cumprirá a legislação, como no prévio diagnóstico da empresa.

É de fundamental importância que a alta direção das empresas participe do processo

de implantação do SIG, compreendendo-o como um benefício mútuo para os colaboradores e

a própria organização e não apenas como a geração de custos extras. Para a efetiva

implantação do SIG, deve se levar em conta os benefícios gerados, e não os custos de

implantação. O objetivo não é simplesmente atender à legislação, mas sim buscar melhorias

aos trabalhadores, ao gerenciamento da produção e ao meio ambiente, reduzindo assim a

possibilidade de qualquer tipo de perdas e trazendo melhores resultados para as empresas.

Conclui-se ainda que a articulação de sistemas de gestão garante melhorias no que diz

respeito a investimentos, manutenção, produtividade, gerenciamento e resultados, pois visa

objetivos globais e evita gastos em duplicidade.

Comprovou-se a maior eficiência do SIG em implantação e manutenção do sistema,

treinamentos, auditorias e certificações e burocracia do que em sistemas separados. Da mesma

forma, identificaram-se benefícios para saúde e segurança dos trabalhadores, através da

significativa diminuição do nível de risco ao qual estavam expostos e de melhorias no

ambiente de trabalho.

REFERÊNCIAS

ANUÁRIO BRASILEIRO DE PROTEÇÃO 2006. Revista Proteção. Disponível em:

<http://www.protecao.com.br>. Acesso em 16 de junho de 2007.

BARKOKÉBAS, Béda et al. Menos riscos nos canteiros. Revista Proteção, n° 183, março

2007.

BENITE, Anderson Glauco. Sistema de gestão da segurança e saúde no trabalho para

empresas construtoras. São Paulo: 2004. Dissertação (Mestrado em Engenharia) – Escola

Politécnica da Universidade de São Paulo.

Page 18: Procedimentos na construcao civil

V CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO Gestão do Conhecimento para a Sustentabilidade

Niterói, RJ, Brasil, 2, 3 e 4 de julho de 2009

18

BRITISH STANDARD. BS 8800 – Guide to occupational health and safety management

systems. British Standard. 1996.

BRITISH STANDARDS INSTITUITION. Occupational health and safety management

systems – specification BSI-OHSAS 18001. London: 1999.

BSI. Disponível em: <http://www.bsibrasil.com.br>. Acesso em 22 de setembro de 2007.

CERQUEIRA, Jorge Pedreira de. Sistemas de gestão integrados: ISO 9001, NBR 16001,

OHSAS 18001, SA 8000: Conceitos e aplicações. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2006.

CRUZ, Sybele M.S. da. Gestão de segurança e saúde ocupacional nas empresas de

construção civil. Florianópolis: 1998. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) -

Universidade Federal de Santa Catarina.

DE CICCO, Francesco. Sistemas integrados de gestão – Agregando valor aos sistemas

ISO 9000. Nov. 2000. Disponível em: <http://www.qsp.com.br/artigo.html>. Acesso em 22

de setembro de 2007.

BRASIL. Manual de Legislação Atlas: Segurança e medicina do trabalho. 59ª ed. São

Paulo: Atlas S.A., 2006.

MESEGUER, Álvaro Garcia. Controle e Garantia da Qualidade na Construção. São

Paulo: SindusCon/SP, 1991.

MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL. Acidentes do Trabalho. Disponível em:

<http://www.mpas.gov.br>. Acesso em 04 de maio de 2007.

MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL. Comunicação de acidente de trabalho -

Manual. Disponível em: <http://www.mpas.gov.br>. Acesso em 01 de fevereiro de 2008.

ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO - OIT. Disponível em:

<http://www.oitbrasil.org.br>. Acesso em 04 de maio de 2007.

PACHECO JÚNIOR, Waldemar. Qualidade na segurança e higiene do trabalho: série

SHT 9000, normas para gestão e garantia da segurança e higiene do trabalho. São Paulo:

Atlas, 1995.

ZOCCHIO, Álvaro. Prática da prevenção de acidentes: ABC da segurança do trabalho.

7ª ed. São Paulo: Atlas, 2002.

Page 19: Procedimentos na construcao civil

V CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO Gestão do Conhecimento para a Sustentabilidade

Niterói, RJ, Brasil, 2, 3 e 4 de julho de 2009

19

VITERBO JUNIOR, Enio. Sistema integrado de gestão ambiental. 2ª ed. São Paulo:

Aquariana, 1998.