Procedimentos Relacionados ao Apoio e Diagnóstico I · Radiologia I - INTRODUÇÃO 14 II -...

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Procedimentos Relacionados ao Apoio e Diagnóstico I Habilitação Profissional de Técnico em Saúde Bucal Módulo II Tatuí 2018

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Procedimentos Relacionados ao

Apoio e Diagnóstico I

Habilitação Profissional de

Técnico em Saúde Bucal

Módulo II

Tatuí – 2018

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ÍNDICE

Semiologia

I - INTRODUÇÃO ............................................................................................. 02

II - DENOMINAÇÃO DOS DENTES................................................................... 03

III - IDENTIFICAÇÃO DOS DENTES.................................................................. 04

IV - LESÕES FUNDAMENTAIS.......................................................................... 08

Radiologia

I - INTRODUÇÃO 14

II - APARELHOS DE RAIOS X ODONTOLÓGICOS 15

III - RADIOPROTEÇÃO 15

IV - FILMES RADIOGRÁFICOS PERIAPICAIS (INTRAORAIS) 17

V - CÂMARA ESCURA 19

VI - SOLUÇÕES DE PROCESSAMENTO 20

Moldagem

I - INTRODUÇÃO 22

REFERÊNCIAS .................................................................................. 29

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SEMIOLOGIA I. INTRODUÇÃO O diagnóstico das várias situações clínicas que podem ocorrer com o paciente em tratamento é de responsabilidade do cirurgião-dentista, contudo a ASB deve ter conhecimento suficiente para auxiliar o cirurgião-dentista em tal função.

Odontograma é um esquema gráfico da boca onde são representados os dentes, suas superfícies e faces. No odontograma são anotadas as condições em que se encontram os dentes e quais as regiões que necessitam de tratamento. Por isso, há necessidade de se conhecer os dentes com suas faces assim como as notações dentárias para o correto preenchimento do odontograma.

1. Nomenclatura 1 - Incisivo central 2 - Incisivo lateral 3 - Canino 4 - Primeiro pré-molar 5 - Segundo pré-molar 6 - Primeiro molar 7 - Segundo molar 8 - Terceiro molar 2. Superfícies ou Faces São as partes externas das coroas dos dentes (Tabela 1).

Tabela 1 - Faces da coroa clínica

Superior Inferior

Mesial Mesial

Distal Distal

Vestibular Vestibular

Palatina Lingual

Oclusal/Incisal Oclusal/Incisal

Superfície mesial – face voltada para linha média. Abreviação – M. Linha média ou mediana – Divide a arcada dentária em direita e esquerda.

Superfície distal – Face “distante” da linha média. Abreviação – D.

Superfícies proximais – este termo abrange as superfícies mesial e distal indeterminadamente, distinguindo, porém, estas superfícies com as outras.

Superfície vestibular – corresponde ao vestíbulo da boca. Nos dentes anteriores está voltada para os lábios; nos dentes posteriores está voltada para as bochechas (mucosa jugal). Abreviação – V

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Superfície palatina – É a superfície que se opõe à superfície vestibular. Está voltada para o palato (dentes superiores). Abreviação – P.

Superfície lingual – Está voltada para a língua,(dentes inferiores).Abreviação – L.

Superfície incisal – Os incisivos e caninos têm a “superfície oclusal” representada apenas por uma borda denominada borda incisal. Abreviação – I.

Superfície oclusal – É a superfície onde se encontram o sulco principal e os secundários, cúspides e ponte de esmalte. Abreviação - O.

II. DENOMINAÇÃO DOS DENTES 1. Primeira dentição – Dentição decídua

Chamada de dentição decídua ou de leite. É formada por 20 dentes (10 superiores e 10 inferiores) (Tabela 2)

Quantidade Dentes decíduos

Dois Incisivo central inferior

Dois Incisivo central superior

Dois Incisivo lateral superior

Dois Incisivo lateral inferior

Dois Primeiro molar superior

Dois Primeiro molar inferior

Dois Canino superior

Dois Canino inferior

Dois Segundo molar superior

Dois Segundo molar inferior

Tabela 2 - Primeira dentição 2. Segunda dentição – Dentição permanente

É formada por 32 dentes. Em alguns indivíduos podem ocorrer ausências dos terceiros molares, portanto a dentição permanente neste caso pode variar de 28 a 32 dentes (Tabela 3).

Tabela 3 - Segunda dentição Nota: Podem ocorrer nos indivíduos ausências inatas de dentes, as quais denominamos anodontia (verdadeira) total ou parcial. Nos terceiros molares poderão ocorrer variações em relação ao número de raízes e canais.

Quantidade Dentes permanentes

Dois Primeiro molar superior

Dois Primeiro molar inferior

Dois Incisivo central inferior

Dois Incisivo lateral inferior

Dois Incisivo central superior

Dois Incisivo lateral superior

Dois Canino inferior

Dois Primeiro pré-molar superior

Dois Primeiro pré-molar inferior

Dois Segundo pré-molar superior

Dois Segundo pré-molar inferior

Dois Canino superior

Dois Segundo molar inferior

Dois Segundo molar superior

Dois Terceiro molar inferior

Dois Terceiro molar superior

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III. IDENTIFICAÇÃO DOS DENTES A identificação dos dentes através de números pode ser realizada através de dois métodos: 1. Cruz de Redier

Os dentes permanentes são numerados de 1 a 8, e os decíduos com algarismos romanos de I a V (Tabela 4 ).

Permanente superior

Lado 8 7 6 5 4 3 2 1 1 2 3 4 5 6 7 8 Lado direito 8 7 6 5 4 3 2 1 1 2 3 4 5 6 7 8 esquerdo

Decíduo superior

Lado V IV III II I I II III IV V Lado direito V IV III II I I II III IV V esquerdo

Tabela 4 - Numeração das dentições

Exemplos:

Primeiro pré-molar superior direito permanente Canino superior esquerdo permanente Primeiro molar inferior esquerdo permanente Terceiro molar inferior direito permanente Incisivo central superior direito decíduo Segundo molar superior esquerdo decíduo Canino inferior esquerdo decíduo Primeiro molar inferior direito decíduo

Dentes Decíduos Permanentes

Incisivo central I 1

Incisivo Lateral II 2

Canino III 3

Primeiro pré-molar 4

Segundo pré-molar 5

Primeiro molar IV 6

Segundo molar V 7

Terceiro molar 8

444444 4

444444 3

444444 6

444444 8

444444 I

444444 V

444444 III

444444 IV

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2. Nomenclatura de dois dígitos 2.1 Dentição permanente

Na dentição permanente os quadrantes são numerados de 1 a 4 (Tabela 5) e os dentes numerados de 1 a 8 (Tabela 6). Tabela 6 Tabela 5

Quadrantes

1- Superior direito

2- Superior esquerdo

3- Inferior esquerdo

4- Inferior direito

2.1.1 Quadrantes da dentição permanente

Superior Direito Esquerdo 1 2 4 3 Inferior 2.2. Dentição decídua

Na dentição decídua os quadrantes são numerados de 5 a 8 (Tabela 7 ) e os dentes, numerados de 1 a 5 (Tabela 8). 2.2.1 Quadrantes da dentição decídua

Superior Direito 5 6 Esquerdo 8 7 Inferior Tabela 7 Tabela 8

3. Odontograma

Odontograma é um formulário utilizado nos atendimentos odontológicos, geralmente na

primeira consulta, onde é descrita a situação em que se encontra cada elemento dentário. Neste odontograma há o desenho ou um esquema de cada dente onde serão marcadas as lesões nas faces correspondentes.

Numeração dos dentes permanentes

1- Incisivo central permanente

2- Incisivo lateral permanente

3- Canino permanente

4- Primeiro pré-molar permanente

5- Segundo pré-molar permanente

6- Primeiro molar permanente

7- Segundo molar permanente

8- Terceiro molar permanente

Quadrantes

5- Superior direito

6- Superior esquerdo

7- Inferior esquerdo

8- Inferior direito

Numeração dos dentes decíduos

1- Incisivo central decíduo

2- Incisivo lateral decíduo

3- Canino decíduo

4- Primeiro molar decíduo

5- Segundo molar decíduo

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IV. LESÒES FUNDAMENTAIS Além de prestar apoio ao diagnóstico da condição dentária do paciente, o ASB deve

ter conhecimento sobre alterações que podem ocorrer em outras regiões da cavidade bucal que não os dentes.

Alterações morfológicas com características próprias:

placa erosão fissura nódulo úlcera bolha

1. Úlceras Bucais e outras causas de Irritação e Dor

a) Condições ulcerativas

Úlceras bucais são comuns e geralmente ocorrem devido a traumatismo como nos

casos de próteses mal adaptadas, dentes fraturados ou restaurações irregulares.A úlcera com mais de 3 semanas de duração deve ser examinada para se excluir malignidade ou outras infecções sérias como as infecções crônicas.

1.1. Estomatite aftosa recorrente (afta, úlcera na mucosa bucal)

A afta é uma doença comum, que afeta cerca de 20% da população. A afta é caracterizada pelo aparecimento de úlceras dolorosas na mucosa bucal. As aftas incomodam e doem bastante porque são lesões ulceradas; há exposição do tecido conjuntivo, que é rico em vasos e nervos, o que provoca dor. Além disso, o quadro pode ser agravado por infecções causadas por microorganismos da boca.

Evolução

Essas lesões permanecem cerca de 10 dias e não deixam cicatriz; em geral, o período de maior desconforto perdura por dois ou três dias. Agentes causais

Não há um agente específico que cause a afta. A ciência acredita que a causa principal da afta seja uma alteração da resposta imunológica em alguns pacientes, mas isso pode ser uma causa menos importante para outros pacientes. Os ácidos presentes na alimentação, os pequenos traumas à mucosa, distúrbios gastrintestinais, o ciclo menstrual e o estresse emocional agem como fatores desencadeantes. Alguns alimentos, em contato com a mucosa bucal, também podem desencadear uma resposta imunológica em certos pacientes provocando o aparecimento da afta.

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Transmissão As aftas não são contagiosas, porque não é uma doença infecciosa. Porém filhos de

pais portadores de aftas apresentam chances bem maiores de ter aftas. Relação com outras doenças

Várias doenças podem se manifestar inicialmente como uma afta. É o caso do câncer

de boca. Por isso, uma úlcera bucal que não cicatriza dentro de 15 dias, exige uma visita ao cirurgião-dentista para o diagnóstico. Femague. Além disso, algumas doenças infecciosas, como o herpes, e algumas doenças dermatológicas como o lúpus, em certas fases de seu desenvolvimento podem se parecer com aftas, principalmente para o leigo.

Nunca se deve aplicar qualquer substância para "queimar" a afta, porque ela destrói o tecido da boca e as terminações nervosas, que é o que faz desaparecer a dor, substituindo a afta por uma queimadura química. Não existe tratamento que seja eficaz para todos os portadores de aftas. Alguns têm uma lesão aftosa uma vez por ano; outros apresentam lesões múltiplas frequentemente. Femague. Algumas medicações ajudam a reduzir os sintomas, mas possuem efeitos colaterais indesejáveis, às vezes graves.

O recomendado é a aplicação de antissépticos, antiinflamatórios, anestésicos ou protetores de mucosa, naturais ou sintéticos nos locais da afta. O cirurgião-dentista deve ser consultado para um adequado diagnóstico e orientação terapêutica.

1.2. Úlceras malignas O carcinoma bucal pode se apresentar como uma ulceração crônica solitária. 1.3. Úlceras bucais em doenças sistêmicas

As principais desordens na pele que podem causar úlceras bucais são: líquen plano, pênfigo, penfigóide, eritema multiforme, epidermólise bolhosa e angina bolhosa hemorrágica (bolhas preenchidas com sangue que deixam a superfície ulcerada após se romperem).

1.3.1. Úlceras bucais induzidas por drogas

As drogas que podem causar úlceras bucais são: agentes citotóxicos, drogas antitireóide e o nicorandil. b) Causas não ulcerativas de irritação bucal

1.1. Eritema migratório (glossite migratória benigna, língua geográfica)

Sua etiologia é desconhecida, afeta 10% da população. É caracterizada por áreas avermelhadas semelhantes a mapa, com atrofia de papilas, que mudam com o tempo. A língua é fissurada, podem causar irritação ou ser assintomáticas. Não existe tratamento efetivo confiável.

1.2. Síndrome da ardência bucal

Comum em pessoas depois da meia idade, caracterizada por sensação de queimação constante na língua.

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1.3. Gengivite descamativa Eritema generalizado, associado à irritação. Observado em algumas mulheres acima da

meia idade. c) Dor bucofacial

A maioria das dores bucofaciais são causadas por doenças locais como cárie, estados

psicogênicos, desordens neurológicas (nevralgia do trigêmeo), desordens vasculares (enxaqueca), dor referida (angina), síndrome de disfunção têmporomandibular.

2. Aumentos de Volume e Lesões Vermelhas, Brancas e Pigmentadas 2.1. Aumentos de volume

A maioria é causada por mucoceles em glândulas salivares menores do lábio inferior. As causas patológicas incluem uma gama de lesões diferentes, mas as neoplasias são as mais importantes. 2.2. Lesões bucais vermelhas

A maioria das lesões bucais vermelhas são de natureza inflamatória, mas algumas são potencialmente malignas, especialmente a eritroplasia

. 2.2.1. Eritroplasia

É uma lesão rara, isolada, com superfície aveludada que afeta principalmente pacientes entre 60 e 70 anos. A incidência de transformação maligna é 17 vezes superior na eritroplasia que na leucoplasia. As eritroplasias devem ser removidas e enviadas para exame histológico.

2.2.2. Candidíase eritematosa

Lesões vermelhas persistentes principalmente no palato e na língua. A estomatite induzida por prótese é uma forma comum de candidíase eritematosa

crônica suave, vista normalmente como um eritema limitado à área embaixo da prótese superior.

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2.3. Lesões bucais brancas São chamadas de leucoplasia e podem ser potencialmente malignas. O termo

leucoplasia é restrito a lesões de causa desconhecida. A maioria das lesões brancas é causada pelo ato de morder a bochecha, por fricção ou pelo uso de tabaco.

2.3.1. Queratose (leucoplasia) É uma mancha branca ardente e persistente. Usualmente aparecem na forma de placas

brancas uniformes, com baixo potencial de malignização. Femague. As formas não homogêneas são mais sérias, consistem em placas brancas nodulares.

2.3.2. Líquen plano Tipicamente se apresentam como lesões brancas bilaterais em forma de pápulas,

placas ou áreas reticulares nas mucosas, bucal e lingual. As lesões podem ser assintomáticas.

2.3.3. Candidíase (candidose, moliníase, sapinho) É comum em pessoas que fumam ou estão doentes. A placa branca cremosa da

candidíase pode ser raspada deixando área eritematosa.

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2.3.4. Leucoplasia pilosa É uma lesão branca assintomática, que não pode ser removida por raspagem e é

tipicamente encontrada nas margens laterais da língua, em pacientes imunodeprimidos.

2.4. Lesões bucais pigmentadas

2.4.1. Língua negra pilosa, marrom, saburrosa. A língua pode apresentar uma cobertura de células epiteliais, alimentos e debris

microbianos, particularmente se a pessoa for edêntula, tiver dieta não abrasiva, higiene bucal pobre, fumar, estiver jejuando ou doente, estiver usando antimicrobiano ou clorexidina.

A condição diminui através da melhora da higiene bucal, escovação da língua, uso de raspadores, aumento da ingestão de frutas e alimentos ásperos e bochechos com bicarbonato de sódio.

2.4.2. Lesões hiperpigmentadas localizadas As lesões vermelhas ou negras são usualmente tatuagens por amálgama ou névus,

mas os melanomas devem ser excluídos. 2.4.3. Hiperpigmentação generalizada É usualmente de origem racial ou causada pelo fumo. Ocasionalmente tem causa

sistêmica (drogas e doença de Addinson).

3. Herpes Labial Definição

O herpes é uma doença infectocontagiosa virótica crônica caracterizada por vesículas dolorosas cheias de líquido na região dos lábios, nariz e queixo.

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Agente causal

Causada pelo vírus chamado Herpes Hominis virus. Existem dois tipos de vírus do herpes simples. Geralmente, o tipo 1 é responsável pelos casos de herpes labial, e o tipo 2, pelo herpes genital. Transmissão A infecção pelo herpes acontece pelo contato direto com lesões infectadas pelo vírus, durante a infância. A situação mais comum de transmissão é aquela em que algum dos pais ou parentes próximos é portador do vírus, apresenta as lesões em lábio e entra em contato direto com a pele da criança. Evolução

Depois da contaminação, a criança passa por fase de incubação do vírus, que dura

cerca de 10 dias, quando algumas crianças apresentam a primeira infecção por herpes ou a estomatite provocada por herpes, acompanhada de febre, mal estar geral, irritação, dor de cabeça e perda de apetite. Femague. Em seguida, aparecem bolhas na boca, nos lábios e na pele em volta da boca. As bolhas se rompem e formam úlceras dolorosas e que sangram, por cerca de 15 dias. Apenas 1% dos pacientes infectados pelo vírus desenvolvem a doença clínica: 99%, apesar de infectados, não apresentam sinais ou sintomas clínicos.

Causa de reativação do vírus

Após o contágio inicial o vírus fica "dormente" dentro do organismo e só volta a

apresentar manifestações clínicas a partir da adolescência, desencadeadas por febre, exposição ao sol, distúrbios gastrintestinais, estresse e períodos menstruais.

Não existe cura para o herpes, mas existe tratamento para diminuir a frequência da sua manifestação.

4. Câncer Bucal

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Incidência

O câncer de boca e faringe é o quinto tipo de câncer mais comum no mundo e são computados como responsáveis por 5% de todos os casos de óbitos entre todos os tipos de câncer, em todo o mundo. É duas vezes mais comum em homens do que em mulheres. Dependendo do estágio diagnosticado, a sobrevida é estimada em 5 anos, para 30% a 80% dos casos.

Causas

As causas do câncer de boca e faringe são o uso do fumo, do álcool, microorganismos, nutrição inadequada e traumas constantes no mesmo ponto, porém não há evidência que dentaduras bem adaptadas possam causar câncer. No caso dos lábios a exposição solar também é um fator etiológico.

As condições precárias de higiene, a presença de dentes quebrados, raízes, tártaro e as próteses inadequadas ou em más condições também podem contribuir para o surgimento do câncer.

As lesões potencialmente malignas são algumas eritroplasias, leucoplasias displásicas, líquen plano, fibroses submucosas e imunossupressão crônica.

O câncer de boca é a única doença letal que o dentista pode diagnosticar ou prever. O maior problema para o diagnóstico do câncer bucal é o fato de que pequenas lesões que são mais facilmente tratadas, geralmente não apresentam sintomas e por este motivo o paciente estará desatento para a sua presença.

Prevenção

O autoexame para o câncer bucal é relativamente simples. Diante do espelho, com

uma boa iluminação, apalpe todas as estruturas bucais e do pescoço. Durante o autoexame, os principais indícios a serem observados são: feridas que permanecem na boca por mais de 15 dias, caroços (principalmente no pescoço e embaixo do queixo), súbita mobilidade dental, sangramento, halitose, endurecimento e ou perda de mobilidade da língua. Femague. É importante frisar que a dor pode ser um sinal de lesão avançada.

A prevenção e o diagnóstico precoce podem ser realizados pelo cirurgião-dentista através de exame clínico; afastamento dos fatores carcinógenos; diagnóstico e tratamento das lesões que podem evoluir para o câncer; exames complementares, como a biópsia e citologia esfoliativa e orientação e estimulação ao autoexame.

Com uma detecção precoce o tratamento é menos complicado, os resulta dos são melhores e a sobrevida aumenta.

Os carcinomas podem ocorrer em qualquer área da cavidade bucal, com frequência na parte posterior da língua e no assoalho bucal. Geralmente se apresenta como uma úlcera isolada crônica ou na forma de lesão vermelha ou branca. O carcinoma de lábio apresenta um espessamento, ondulação ou ulceração, normalmente no lábio inferior. Um aumento nos linfonodos cervicais anteriores pode ser detectável pela palpação.

RADIOLOGIA

I. INTRODUÇÃO A radiologia é um importante meio auxiliar de diagnóstico. Muitas vezes em nossos consultórios estamos diante de casos que somente com exame clínico não poderíamos solucioná-los, e temos então de lançar mão de exame radiográfico para o diagnóstico e tratamento. O exame radiográfico irá nos auxiliar, por exemplo, na localização de lesões cariosas não visíveis clinicamente, na relação lesão cariosa-câmara pulpar, na localização de fraturas em casos de traumatismo dentário, etc. Porém para usarmos esse exame complementar devemos tomar certas precauções em vista da radiação.

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A proteção na radiologia odontológica é de grande importância para a proteção dos pacientes, dos profissionais e auxiliares. Femague. Devemos então fazer uso de medidas preventivas e protetoras, tais como: uso de aventais de chumbo, barreiras de chumbo, filmes dosimétricos, filmes ultrarrápidos. A correta realização de uma tomada radiográfica evita repetições e a exposição desnecessária do paciente à radiação. Para que isto ocorra, devemos obedecer a técnicas que incluem um correto posicionamento da cabeça do paciente e do filme em sua cavidade bucal, posicionar corretamente o aparelho com relação aos ângulos horizontais e verticais apropriados, que é de responsabilidade do cirurgião-dentista, assim como realizar com exatidão o processamento do filme, que é realizado pelo ASB. II. APARELHOS DE RAIOS X ODONTOLÓGICOS 1. Fator energético

Os aparelhos de raios X odontológicos possuem fatores energéticos que são responsáveis pela formação da imagem no filme radiográfico. 2. Constituição dos aparelhos

Os aparelhos de raios-X são constituídos de base, corpo, braço articular e cabeçote.

2.1. Base – pode ser fixa, onde o aparelho fica preso à parede ou móvel. A base móvel é dotada de rodas para que o aparelho de movimente de um local para o outro. 2.2. Corpo – No corpo que está acoplado à base é onde se encontram as partes elétricas gerais do aparelho.

Braço articular – É a estrutura responsável pela movimentação do cabeçote em relação aos ângulos horizontais e verticais. Cabeçote – É a estrutura blindada para o tubo de raios e onde se encontram também:

Transformador de alta tensão

Transformador de baixa tensão

Filtro adicional de alumínio

Diafragma de chumbo

Localizadores: cilindros abertos. III. RADIOPROTEÇÃO Tanto o cirurgião-dentista como o ASB e o TSB devem estar atentos para a prevenção contra a exposição excessiva e nociva aos raios-X. Embora o ASB não realize tomadas

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radiográficas, ele está junto com o profissional no atendimento ao paciente e deve ter conhecimento de como proteger a si próprio e o paciente durante o exame radiográfico.

1. Medidas de Proteção O uso de um aparelho de raios-X requer medidas de proteção relacionadas com:

Exposição do paciente

Exposição do profissional

Exposição de pessoas que o rodeiam (ASB, TSB, acompanhantes, etc.). Devemos estar atentos às condições de uso e segurança dos aparelhos, que devem ser inspecionados periodicamente.

1.1. Proteção do aparelho Os aparelhos possuem dispositivos de proteção em relação ao paciente, que são os filtros de alumínio, colimador, dispositivos eletrônicos marcadores de tempo (timer) e localizadores cilíndricos.

a) Filtros de alumínio

Tem por finalidade reduzir a dose e a radiação secundária na face do paciente. b) Colimador

É o responsável pela delimitação do campo de irradiação na superfície da pele do paciente. Caso o aparelho não tivesse esse dispositivo, uma área maior da face seria exposta à radiação, o que é desnecessário, pois quando fazemos uma tomada radiográfica necessitamos de uma área de exposição suficiente somente para sensibilizar o filme radiográfico. Femague.O campo de irradiação é de 7 cm.

c) Marcadores de tempo

A precisão dos marcadores de tempo é muito importante na redução da dose recebida pelo paciente.

d) Localizadores

Nos aparelhos antigos os localizadores eram cônicos. Eles foram abolidos. Hoje em dia os aparelhos possuem localizadores cilíndricos que não causam dispersão de raios.

1.2. Proteção do paciente

Utilização de filmes ultrarrápidos: requerem menor tempo de exposição, reduzindo a dose de radiação do paciente.

Processamento correto dos filmes: Processamento é o ato de revelar, lavar, fixar e fazer a lavagem final do filme. Deve ser realizado sem entrada de luz na câmara escura ou caixas de processamento. Na câmara escura deve-se usar luz de segurança adequada. Controlar o tempo adequadamente de revelação e fixação. Trocar as soluções regularmente e mantê-las sempre cobertas quando não estiverem sendo utilizadas para impedir que oxidem rapidamente. Manter sempre limpa a câmara escura ou caixa de processamento.

a) Técnica radiográfica O profissional deve selecionar a técnica adequada a cada situação. b) Mantenedores ou posicionadores de filme

Diminuem a radiação desnecessária no dedo do paciente além de aumentar a estabilidade do filme na boca do paciente, diminuindo o número de repetições.

c) Protetor para tireóide

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Constituídos de borracha plumbífera, são colocados em volta do pescoço, reduzindo em até 50% a dose de radiação na glândula tireóide.

d) Avental de chumbo Também é de borracha plumbífera, com espessura de 0,5 mm de chumbo. 1.3. Proteção para os operadores de raios-X

O profissional deve se posicionar entre 90o e 135o em relação à direção do feixe primário de radiação e não a menos que 2 m de distância em relação ao aparelho. Alguns cuidados devem ser também observados:

Não ficar na direção do feixe útil de radiação.

Não segurar o filme na boca do paciente durante a exposição.

Não permanecer atrás do aparelho mesmo a 2 m de distância, pois é nessa direção que é maior a concentração de radiação secundária.

Não segurar ou tentar estabilizar a cabeça do paciente, do aparelho ou do localizador durante a exposição.

2. Controle da radiação O fato do operador ou pessoal auxiliar sofrer exposição acidental de raios-X, não deve ser objeto de preocupação, nosso organismo tem a capacidade de acumular doses sem que se chegue a provocar danos incapacitantes. O controle de exposição de radiação pode ser realizado através de dispositivos de medição de radiações, tais como dosímetro de bolso, filmes dosimétricos.

IV. FILMES RADIOGRÁFICOS PERIAPICAIS (INTRAORAIS)

O filme de raios-X é o meio usado para registrar a imagem radiográfica depois de ter sido exposto à radiação e processado nas soluções adequadas. As marcas mais encontradas são Agfa e Kodak.

1. Constituição

Consistem de uma base de poliéster, coberta em um ou ambos os lados com gelatina impregnada de sais halogenados de prata, formando a parte sensível do filme, e sobre esta a capa protetora. 1. Capas protetoras

Têm a finalidade de proteger a emulsão do contato com as forças mecânicas durante a manipulação do filme e são constituídas de uma fina camada de gelatina.

2.1. Emulsão

É colocada em ambos os lados do filme, proporcionando alta sensibilidade, processamento e secagem no menor tempo possível. A gelatina que forma a emulsão é impregnada com sais halogenados (brometo ou iodeto) de prata. Após o processamento e secagem a gelatina se contrai. As soluções de processamento devem manter temperatura entre 16 e 35o C, para evitar uma contração excessiva ou desgarramento da gelatina da base.

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2.2 Base Constituída de material rígido (plástico – poliéster), fina, transparente, plana, azulada

ou esverdeada. 2.3 Embalagem

Um papel preto, opaco à luz, envolve o filme radiográfico intrabucal e na sua parte de trás contém uma lâmina de chumbo. Este conjunto está contido em um envelope branco (plástico ou papel) à prova d’água. A lâmina de chumbo protege contra a radiação secundária produzida nos tecidos bucais que estão posteriores à película durante a exposição. O filme periapical possui uma saliência denominada de picote. O lado que apresenta a convexidade coincide com a parte branca da embalagem, que é o lado que o feixe de raios-X deve incidir. 2. Classificação dos filmes radiográficos

3.1. Quanto à utilização:

Intrabucais: utilizados para exames radiográficos dentro da cavidade bucal. Exemplos: periapicais, oclusal, e bite-wing. O filme interproximal possui uma aleta de mordida para fixação do filme.

Extrabucais: utilizados para exames radiográficos fora da cavidade bucal. Exemplos: panorâmicos, telerradiografia (radiografia cefalométrica).

Dosímetros: filmes para mensurar a radiação recebida pelo profissional.

3.2. Quanto à quantidade: O filme periapical pode possuir uma ou duas películas no interior da embalagem, sendo simples ou duplos, respectivamente. 3.3. Quanto à sensibilidade (velocidade) dos filmes intrabucais: (Tabela 1) TABELA 1

Grupo sensibilidade Marca

D Ultraspeed Kodak ou Agfa Dentus M-2

E (panorâmico)

Ektaspeed Kodak ou Agfa Dentus M-4

Os filmes do grupo E são os mais indicados, pois requerem menor tempo de exposição.

3. Propriedades dos filmes radiográficos

Sensibilidade – refere-se à capacidade de produzir imagens radiográficas com maior ou menor quantidade de radiação.

Definição – é a capacidade de um filme registrar detalhes muito finos.

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Contraste – são os diferentes matizes de branco, cinza e preto encontrados na radiografia. Uma radiografia com alto contraste é uma radiografia com grande diferença entre branco e preto e alguns tons de cinza intermediários. Femague.Uma radiografia com baixo contraste é uma radiografia com muitos tons de cinza, sem definições de branco e preto.

Densidade – é o grau de escurecimento obtido por um filme após o processamento. Tempos de exposição curtos resultam em radiografias de baixa densidade.

4. Armazenamento dos filmes

Para que possamos obter um resultado satisfatório nas imagens finais, também devemos lembrar que o armazenamento dos filmes é importante. Os filmes devem ser protegidos contra luz, umidade, calor, agente químico e radiação secundária. 6. Montagem do Exame Completo Radiográfico Periapical em Cartela

V. CÂMARA ESCURA

A câmara escura é o local onde se realiza o processamento de uma radiografia. Ela deve ser ausente de luz para não velar o filme. Existem três tipos de câmara escura:

Portátil

Quarto

Labirinto 1.Tipo portátil:

É muito utilizada em consultórios odontológicos

Constitui-se de uma caixa de madeira ou plástico vermelho transparente, com tampa.

No seu interior há três recipientes encostados na parede posterior, para revelador (R), água (A) e fixador (F), seguindo esta ordem da direita para a esquerda. Estas são as normas internacionais, em qualquer câmara escura as soluções de processamento estarão dispostas desta forma.

Nas partes laterais encontram-se dois orifícios, onde existem mangas pretas, sanfonadas ou com elásticos, para colocar as mãos.

2. Tipo quarto:

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É um local à prova de luz onde uma das dependências do consultório é aproveitada para o processamento dos filmes. Deve possuir uma porta para evitar a entrada de luz durante o processamento.

3. Tipo labirinto:

É um corredor circundante sem portas para acessar a câmara escura.

As paredes do labirinto são pretas, opacas para absorver luz externa.

Tem iluminação de dois tipos: branca comum e de segurança ( de baixa intensidade). A luz branca é utilizada para iluminação geral e a luz de segurança é utilizada na área de manipulação do filme. Femague. É recomendada também uma segunda luz de segurança sobre os tanques de processamento dos filmes.

Grampos e colgaduras são utilizados para segurar as películas durante seu processamento e secagem. As colgaduras possuem vários grampos, geralmente 14, formando juntos uma estrutura similar à espinha de peixe, elas são utilizadas para o processamento de várias películas periapicais ao mesmo tempo. Os grampos servem para processar películas individualmente. Quando da abertura do filme na câmara escura, o grampo deve ser fixado junto ao picote. Após o processamento e secagem dos filmes, os grampos e colgaduras devem ser lavados antes de serem utilizados novamente. Outra preocupação é com relação à pressão dos grampos; se a pressão for pequena eles devem ser substituídos, pois a película pode se desprender e danificar-se durante o processamento.

VI. SOLUÇÕES DE PROCESSAMENTO

As soluções de processamento são responsáveis pela transformação da imagem latente de uma película em imagem radiográfica. Imagem latente é a imagem que fica formada após a incidência dos feixes primários de raios-X sem que haja seu processamento. 1. Tipos de solução de processamento

Pronta

Líquido concentrado – após sua diluição esperar 24 horas para o uso.

Pó para preparar – é ideal, embora pouco prática e onerosa. 1.1. Solução reveladora

Converte a imagem invisível no filme em imagem visível. Atua nos sais de prata metálica que foram sensibilizados pelos raios-X.

1.2. Banho interruptor

Tem o objetivo de interromper a ação do revelador. O uso de uma solução levemente ácida, em vez de água corrente, é muito mais eficiente, pois neutraliza imediatamente o revelador alcalino. O tempo desse banho é de 20 segundos.

1.3. Solução fixadora

Dissolve os sais de prata que não foram expostos aos raios-X e endurece a gelatina para que o filme apresente resistência à abrasão e seque rapidamente. 1.4. Lavagem final

Têm por finalidade remover do filme os compostos químicos do fixador e deve ser realizado por 5 minutos em água corrente ou 10 minutos em água parada.

2. Métodos de processamento

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Processamento automático

Processamento manual (convencional) 2.1. Processamento automático

O tempo de processamento é de 2 a 7 minutos, dependendo do tipo de máquina processadora. As vantagens são: rapidez da operação, uniformidade dos resultados, pequeno espaço requerido. 2.2. Processamento manual

O método manual é o mais utilizado em nosso país para o processamento de radiografias dentais. Dentro deste método temos duas formas possíveis de revelação. Na primeira utilizamos uma relação entre tempo e temperatura. A temperatura (em graus Celsius) do revelador determinará o tempo (em minutos) de revelação do filme.

Outra forma é a visualização. O filme é colocado dentro do revelador e quando a imagem puder ser visualizada, é removido. Após a revelação, o filme é levado para uma lavagem intermediária em água por 20 segundos e, em seguida, para a solução fixadora, onde deve permanecer por 10 minutos. Caso seja necessário ver a imagem antes desse tempo, o filme pode ser removido do fixador após 2 minutos, mas deve, obrigatoriamente, completar todo o tempo de fixação logo em seguida. Completada a fixação, o filme deve ser submetido a uma lavagem final por 20 minutos e secagem completa. 3. Erros de processamento e armazenamento

Alguns desvios podem ocorrer com os filmes durante o processamento ou a exposição aos raios-X, causando problemas nas imagens obtidas. Aqui vamos identificar alguns desses problemas e suas principais causas:

Erros de processamento

Uns dos problemas mais comuns relacionados ao processamento é o “fog” ou embaçamento, que tem suas causas mais comuns na entrada de luz durante a revelação, armazenamento dos filmes em lugar quente, pouco tempo de exposição ou filme com data de validade imprópria.

Problema Causa

Tempo (minutos) Temperatura (ºC)

8 16

6 18

5 20

4 22

3 25

1 30

22

Filmes manchados

Pingar água no filme antes do processamento – a água dissolve ou dilui a emulsão do filme provocando o aparecimento de mancha escura ou ponto claro. Pingar revelador – manchas negras Pingar fixador – pontos brancos. Não lavar o filme adequadamente (lavagem final) – mancha amarela ou marrom.

Filmes escuros

Super – revelação; aumento da concentração do revelador; aumento da temperatura do revelador; exposição do filme à luz antes do processamento; deixar o papel no filme.

Filmes claros

Sub – revelação; revelador saturado ou com baixa temperatura; fixador contaminado por revelador; super-revelação; deixar o filme mais de 24 horas na água.

Rachaduras

Filme colocado em alta temperatura em processamento e soluções em baixa temperatura.

Ranhuras

Contato com outros filmes causando riscos; pressão excessiva da unha por força exagerada para retirar película de PVC;

Impressão digital

Mãos úmidas com revelador ou fixador durante processamento.

Escorridos radiopacos ou radiolúcidos

Grampo sujo com fixador (mancha radiopaca) ou revelador (radiolúcido)

Manchas amarronzadas após determinado tempo

Pouco tempo de lavagem; água parada; água contaminada de revelador.

Filme colado em outro

Filmes sobrepostos um ao outro antes da total secagem

Filme colado em papel

Radiografia próxima de papel durante secagem.

Erros no armazenamento

Cuidados especiais: temperatura entre 10 a 210 C; umidade relativa do ar entre 40 a 60%; longe de radiações ionizantes; isolamento elétrico de prateleiras metálicas; sem pressões sobre os filmes; os mais velhos por cima.

Problema

Causa

Imagem radiográfica de múltiplas “bolinhas” (“flocos de algodão”)

Desprendimento da gelatina

Manchas escuras no filme

Filme submetido a altas temperaturas.

MOLDAGEM I. INTRODUÇÂO

1. Moldagem é o conjunto de atos clínicos que visa obter a impressão da área a ser moldada, com a utilização de materiais próprios e moldeiras adequadas.

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2. Molde é a impressão ou cópia em negativo da área moldada.

3. Modelo é a reprodução positiva, geralmente em gesso, que é obtido a partir de um molde.

5. Moldeira é um dispositivo que serve para conduzir o material de moldagem manipulado à boca do paciente a fim de colocá-lo em contato com a área a ser moldada e para remover o molde, sem que haja distorção. Geralmente se utiliza o material alginato para realização da moldagem de estudo. O alginato é um hidrocoloide irreversível, isto é, é elástico, mediato, hidrófilo e não é termoplástico.

5. Materiais necessários para a moldagem:

Moldeira de estoque perfurada ou não, com o tamanho selecionado de acordo com a cavidade bucal do paciente.

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Gral para alginato

Espátula para alginato

Alginato com os devidos medidores.

Alginato

Medidores para Alginato

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6. Técnica da moldagem com alginato

Seguem-se sempre as recomendações e proporções do fabricante.

Proporciona-se a água e o pó, nos medidores fornecidos pelo fabricante, em quantidade compatível com o tamanho da moldeira. Reserva-se a água no gral específico para o alginato.

Todo e qualquer material dentário, quando se apresenta em pó, deve ser afofado antes da sua utilização. Portanto, deve-se agitar o frasco e esperar alguns segundos para o pó assentar. CUIDADO: sempre manipular o pó com máscara para não aspirá-lo.

Proporciona-se o pó com o medidor fornecido pelo fabricante. Preenche-se totalmente a medida com o pó e com a espátula remove-se os excessos. Femague.

Adiciona-se o pó à água e inicia-se a homogeneização do material e, logo após, promove-se a espatulação vigorosa da massa contra as paredes do gral de borracha. O tempo de manipulação varia de acordo com o tipo de alginato (tipo I = presa rápida; tipo II = presa normal).

Quando a massa se apresentar homogênea deve-se dispensá-la na moldeira individualizada.

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Normalmente, para obter os modelos de estudo, utiliza-se o gesso pedra (tipo III). 7. Materiais necessários para a obtenção do modelo

Molde previamente desinfetado. Gral para gesso.

Espátula para gesso.

Medidor de água em milímetros (gesso) e medidor de pó em gramas

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Balança digital

Espátula 7

Vibrador de gesso

Recortador de gesso

]

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Papel absorvente

Gesso

8. Técnica para obtenção do modelo de estudo

Proporciona-se a água, conforme as orientações do fabricante, para cada tipo de gesso (Quadro 1), sendo que o pó deve ser pesado em gramas na balança e a água medida em milímetros.

Coloca-se primeiro a água e depois o gesso no gral.

Inicia-se a manipulação até a obtenção de uma massa cremosa e leva-se ao vibrador para remover bolhas de ar.

Leva-se o molde para o vibrador e com a espátula 7 ou pincel deposita-se o gesso em pequenas proporções, inicialmente na porção posterior, deixando que esse gesso vá escoando para as demais áreas (dentadas ou não) e, posteriormente, com a espátula de gesso completa-se todo o molde.

Faz-se necessário a confecção de uma base de gesso, a qual é realizada da seguinte

maneira:

Proporciona-se o pó e água, diminuindo 10% da quantidade de água.

Espatula-se até a obtenção de uma massa um pouco mais espessa.

Deposita-se esta massa sobre a placa de vidro e verte-se o conjunto molde-modelo, comprimindo sobre o gesso da placa até cobrir a bordas do molde.

Após a tomada de presa do gesso, separa-se o modelo da placa de vidro e, posteriormente, separa-se o molde do modelo.

Recortam-se os modelos no recortador de gesso para deixar as bordas uniformes Relação pó/água para os diferentes tipos de gesso

Tipos de Gesso

Comum (II)

Pedra (III)

Pedra especial (IV e V)

Pó Água Pó Água Pó Água

100 g 50 mL 100 g 30-33 mL 100g 19-22 mL

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Referências Bibliográficas 1 – FATTINI, C. A.; DANGELO, J.G. Anatomia Humana Básica. São Paulo, Atheneu, 1997. 2 – KAWAMOTO, E.E. Anatomia e Fisiologia Humana. São Paulo, EPU, 1998 3 – CÉZAR E SEZAR. Biologia. 1 e 2 volumes. 1ª ed., São Paulo, Saraiva, 1995 4 – GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Fisiologia Humana. 10ª ed., Rio de Janeiro, GuanabaraKoogan, 2002. 5 – CRESPO, X. et al. Atlas de Anatomia e Saúde. Curitiba, Bolsa Nacional do Livro, s.d. 6 – CALICH, L.V.G.; VAZ, CECELIDÉIA A.C. Imunologia Básica. São Paulo, Arts Médica, 1989. 7 – Madeira, Miguel Carlos. Anatomia do Dente. 4ª ed. Ver e ampl., São Paulo; Sarvier, 2005. 8 – Gazzola, C. Débora – Administração e Organização de Consultórios. Piracicaba; Unicamp, 2000. 9 – Franca, Maria Ignês t. Resumão Sobre Anatomia Dentária – 2ª ed., São Paulo; Barros, Fischer e Associados, 2005. 10 – Lobas, Cristiane F. Sales et al – THD e ACD – Odontologia de Qualidade – 2ª ed. Revisada e atualizada – São Paulo, Santos, 2006. 11 – Scully, Crispan, Manual de Saúde Bucal – São Paulo, Santos, 2005. 12 – Deluiz, Luiz Fernando – Erros na Confecção de Radiografias Dentais. – Rio de Janeiro; Ed. Rio, 2005. 13 – Soares, Prof Dr. Haroldo Arid – Manual de Câncer Bucal, 1ª ed. São Paulo; CROSP – 2003/2005. 14 – Santos, W.N dos; COIMBRA, J. L. ACD Auxiliar de Consultório Dentário. Rio de Janeiro, Rúbio, 2004.