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i UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ENGENHARIA FLORESTAL DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL PROCESSO PARA CERTIFICAÇÃO DE IMÓVEIS RURAIS VINÍCIUS RODRIGUES DE OLIVEIRA CUIABÁ - MT 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE ENGENHARIA FLORESTAL

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL

PROCESSO PARA CERTIFICAÇÃO DE IMÓVEIS

RURAIS

VINÍCIUS RODRIGUES DE OLIVEIRA

CUIABÁ - MT

2016

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VINÍCIUS RODRIGUES DE OLIVEIRA

PROCESSO PARA CERTIFICAÇÃO DE IMÓVEIS RURAIS

Orientador: Prof. Dr. MÁRCIO WILLIAM ROQUE

Monografia apresentada à disciplina Trabalho de Curso do Departamento de Engenharia Florestal, da Faculdade de Engenharia Florestal – Universidade Federal de Mato Grosso, como parte das exigências para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Florestal.

CUIABÁ – MT

2016

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por me guiar e proteger durante

essa caminhada até aqui.

Aos meus pais Adenilson José de Oliveira e Marilúcia Rodrigues de

Oliveira que nunca mediram esforços para possibilitar que eu estudasse,

além de sempre me incentivarem a dar o meu melhor dentro e fora da

universidade.

À minha irmã Karolline que além de ter sido uma companheira e

amiga enquanto morávamos sozinhos, sempre que possível me auxiliou

com alguns trabalhos.

Aos meus amigos José, Juan, Conrado e Rodrigo que

possibilitaram momentos de descontração quando as disciplinas da

faculdade me deixavam angustiado.

À minha família, em especial à tia Vânia e à tia Maria Helena que

sempre me acolheram em suas casas, e pela hospitalidade durante o

período que precisei morar com elas.

Aos amigos que fiz durante essa caminhada, em especial ao

Domingos e sua família que sempre me trataram muito bem e me

auxiliando sempre que precisei.

Às amigas que fiz durante a graduação, Adrieli, Ana Carolina e

Camila, que além de proporcionarem momentos de descontração e

amizade sempre me auxiliaram em trabalhos e estudos para avaliações.

À Bruna e sua família que embora não estejamos mais juntos, me

acolheram como se eu fosse da família, além de proporcionar momentos

de companheirismo e ajuda com trabalhos e avaliações.

Ao Ricardo, Emanuel e Bruna que juntos compomos nosso grupo

de trabalhos intitulado “Bayern da FENF”, onde sempre com união e força

de vontade auxiliamos uns aos outros nesta caminhada.

Ao Igor e à Professora Gláucia por aceitarem o convite de compor

a banca examinadora deste trabalho, além do Igor me auxiliar também

disponibilizando os dados que coletamos juntos e pela amizade.

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Ao Professor Márcio e família, que além de meu orientador se

tornou um grande amigo, me ensinando e disponibilizando tempo sempre

que solicitei e pela parceria com a amizade.

Aos Professores Aylson e Bárbara pela ajuda e amizade nestes

últimos anos de faculdade.

Aos meus amigos Alessandro e Lucas que apesar das nossas

diferenças sempre que possível estavam dispostos a ajudar e auxiliar com

provas e trabalhos.

Por fim agradeço a todos os professores e à Universidade Federal

de Mato Grosso pelos conhecimentos e experiências que adquiri durante

essa jornada.

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Sumário

LISTA DE FIGURAS ................................................................................ vii

RESUMO ................................................................................................... ix

1. INTRODUÇÃO .................................................................................. 10

2. OBJETIVOS ...................................................................................... 12

3. REVISÃO DE LITERATURA ............................................................ 13

3.1. Histórico do Registro de Imóveis ................................................ 13

3.2. Georreferenciamento de Imóveis Rurais .................................... 14

4. MATERIAL E MÉTODOS ................................................................. 19

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................ 21

5.1. Processamento dos Pontos Georreferenciados ......................... 21

5.2. Montagem das Peças Técnicas .................................................. 29

6. CONCLUSÂO ................................................................................... 35

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................. 36

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - CRIANDO NOVA OBRA NO PROGRAMA TopCon Tools. ............... 21

FIGURA 2 - CONFIGURANDO A NOVA OBRA. ...................................................... 22

FIGURA 3 - IMPORTANDO OS DADOS DO GPS PARA O PROGRAMA. ......... 22

FIGURA 4 - DADOS IMPORTADOS PARA O PROGRAMA. ................................. 23

FIGURA 5 - EDITANDO, CONFIGURANDO E RENOMEANDO OS PONTOS. . 23

FIGURA 6 - SELECIONANDO O PONTO DA BASE DE MAIOR TEMPO DE

RASTREIO PARA EXPORTAÇÃO. ............................................................................ 24

FIGURA 7 - EXPORTANDO O PONTO DA BASE DE MAIOR TEMPO DE

RASTREIO. ..................................................................................................................... 24

FIGURA 8 - COMPRIMINDO O ARQUIVO RINEX PARA UPLOAD NA PÁGINA

DO PPP. .......................................................................................................................... 25

FIGURA 9 - FAZENDO UPLOAD NO SITE DO IBGE PARA CORREÇÃO DOS

PONTOS ATRAVÉS DO PPP. ..................................................................................... 25

FIGURA 10 - ARQUIVOS BAIXADOS DO PPP PARA CORREÇÃO. .................. 26

FIGURA 11 - DADOS DAS COORDENADAS CORRIGIDAS E SEUS

RESPECTIVOS SIGMAS. ............................................................................................ 26

FIGURA 12 - COORDENADAS CORRIGIDAS E DADOS DE CONTROLE

CORRIGIDOS. ................................................................................................................ 27

FIGURA 13 - SIGMAS CORRIGIDOS. ....................................................................... 27

FIGURA 14 - PROCESSANDO OS PONTOS. ......................................................... 28

FIGURA 15 - VERIFICANDO SE AS ESPECIFICAÇÕES DE ERROS FORAM

ATENDIDAS.................................................................................................................... 28

FIGURA 16 - EXPORTANDO OS PONTOS PARA O FORMATO XML. .............. 29

FIGURA 17 - CRIANDO NOVO PROJETO NO PROGRAMA DataGeosis Office

Educacional. .................................................................................................................... 29

FIGURA 18 - CONFIGURANDO GEODÉSIA PARA O DESENHO EM

CONFIGURAÇÕES GERAIS. ...................................................................................... 30

FIGURA 19 - CONFIGURANDO O DESENHO. ....................................................... 30

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FIGURA 20 - CRIANDO/ALTERANDO PROJETO. ................................................. 31

FIGURA 21 - IMPORTANDO OS PONTOS GEORREFERENCIADOS. .............. 32

FIGURA 22 - SELECIONANDO A ESCALA DO PROJETO. .................................. 32

FIGURA 23 - MUDANDO A MALHA DE COORDENADAS. ................................... 33

FIGURA 24 - INSERINDO ÁREAS E PERÍMETROS, NORTE DA QUADRÍCULA

E PLANTA DE SITUAÇÃO. .......................................................................................... 33

FIGURA 25 - GERANDO OS ARQUIVOS LITERAIS. ............................................. 34

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RESUMO

OLIVEIRA, Vinicius Rodrigues de. Processo para Certificação de Imóveis Rurais. 2016. Monografia (Graduação em Engenharia Florestal) – Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá – MT. Orientador: Prof. Dr. Márcio William Roque. O georreferenciamento é um assunto que está sendo bastante discutido no âmbito da topografia, isso se deve à obrigatoriedade dos imóveis rurais possuírem a área de suas fazendas levantadas com o auxílio do GPS geodésico. Com a publicação da 3ª Norma para Georreferenciamento de Imóveis Rurais pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA foi regulamentada as técnicas para execução deste tipo de serviço. Portanto, o presente trabalho teve como objetivo a elaboração e confecção das peças técnicas para fins de certificação e solicitação da Carta de Anuência junto ao Instituto de Terras de Mato Grosso – INTERMAT. Os dados foram coletados em uma propriedade situada no município de Alto Boa Vista – MT, foram coletados pontos de acordo com o método de Posicionamento Por Ponto Preciso – PPP, onde os mesmos foram processados e corrigidos por uma Base de Monitoramento Contínuo – RBMC e as peças técnicas confeccionadas de acordo com a 2ª Norma para Georreferenciamento de Imóveis Rurais do INCRA. Diante disso, este trabalho servirá como uma cartilha para os profissionais e futuros profissionais que pretendem atuar nesta área. Palavras chave: geodésia, geomensura, regularização fundiária.

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1. INTRODUÇÃO

O georreferenciamento de imóveis rurais é um tema importante e

recorrente para quem milita na área notarial e registral. O

georreferenciamento consiste na determinação dos limites do imóvel

(neste estudo o imóvel rural) através de coordenadas georreferenciadas

ao Sistema Geodésico Brasileiro. Estas coordenadas devem ter precisão

posicional fixada pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma

Agrária (INCRA). Após 2001, com a entrada em vigor da Lei Nº 10267, se

tornou obrigatório que todos os imóveis rurais do Brasil possuam o

georreferenciamento dos mesmos para fins de registro no Cartório de

Registro de Imóveis, visto que, para desmembramento, parcelamento,

remembramento, transferência ou ações judiciais que versem sobre

imóveis rurais, é exigido o georreferenciamento da propriedade.

Com a alteração da Lei 10267/2001 pelos Decretos 4449/2002,

5570/2005 e 7620/2011, ficou definido os prazos para que as

propriedades se adequem à nova lei, com isso, a procura por tal serviço

tem aumentado significativamente, já que para realização do mesmo é

necessário um profissional habilitado pelo INCRA.

Após a publicação da 3ª Norma para o Georreferenciamento de

Imóveis Rurais pelo INCRA, o mesmo tornou-se mais prático devido a

criação do Sistema de Gestão Fundiária – SIGEF. Além disso, o INCRA

deixou de exigir a elaboração do processo em papel, o que tornava o

processo burocrático e lento como era exigido na 2ª Norma, além de sua

cópia no formato digital em CD.

Paralelamente a isso, o Instituto de Terras do Estado de Mato

Grosso – INTERMAT, por meio da Resolução Nº 1 de 20 de agosto de

2015 veio regulamentar a averbação do certificado de

georreferenciamento de imóveis rurais pelos Cartórios de Registro de

Imóveis. Dessa forma, mesmo que não exigida na certificação do

georreferenciamento pelo INCRA, se faz necessária a elaboração do CD

com as peças técnicas conforme a 2ª Norma do INCRA, para a averbação

do georreferenciamento em cartório.

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Embora seja exigida toda essa documentação na averbação do

georreferenciamento perante os Cartórios de Registro do Estado de Mato

Grosso, nenhum documento ou manual é disponibilizado aos usuários

para a realização desses serviços, necessário, em muitos casos, a

contratação do serviço de terceiros.

A etapa de certificação do Georreferenciamento do imóvel

destinada ao INCRA, consiste no cadastramento da planilha de pontos no

site do SIGEF, o que fará com que sejam verificadas se a área do imóvel

medido se sobrepõe à outra e se a área realmente existe. Já a etapa de

averbação do georreferenciamento na matrícula, consiste em outro

processo destinado aos Cartórios de Registro de Imóveis, que permitirá

afirmar a existência da área certificada e quem é o proprietário da mesma.

O presente trabalho teve como finalidade, elaborar um roteiro que

auxilie os futuros profissionais a realizarem o serviço conhecido como

“serviço de escritório” de georreferenciamento de imóveis rurais, com a

confecção das peças técnicas exigidas pelo INTERMAT para emissão da

Carta de Anuência exigida na averbação do certificado de

georreferenciamento perante os Cartórios de Registro de Imóveis.

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2. OBJETIVOS

Elaborar e confeccionar as peças técnicas para certificação de

acordo com a exigência do Instituto de Terras do Estado de Mato Grosso

– INTERMAT, para fins de emissão da Carta de Anuência para efeitos de

averbação do certificado de georreferenciamento perante os Cartórios de

Registro de Imóveis.

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3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1. Histórico do Registro de Imóveis

A propriedade imobiliária no Brasil começou em 1500, com a

descoberta do nosso território pelos portugueses. Assim, o Rei de

Portugal, por ser o descobridor, adquiriu o título originário da posse todas

as terras brasileiras, usando as cartas de sesmarias como forma de

estabelecer a propriedade privada no novo território, estas eram doadas à

pessoas que aqui desembarcavam como forma de estimular a ocupação

do país, porém não transferindo o domínio pleno das Capitanias. Dessa

forma, o regime de sesmarias funcionou no Brasil desde a sua descoberta

até a sua Independência, em 1822 (Folle, 2008).

Com a Lei Orçamentária Nº 317, de outubro de 1843, foi criado o

primeiro registro geral de hipotecas do Brasil, porém esta lei não

resguardava o domínio privado, mas sim o direito de crédito referente às

propriedades privadas.

Já em setembro de 1850 foi criada a Lei Nº 601, que regulamentou

as terras do Império, separando os bens públicos dos privados, tornando

legítima a aquisição da posse, sendo o registro obrigatório a todos que

possuíam terras devolutas, porém esse registro possuía apenas caráter

estatístico, não realizando transferência ou sendo forma aquisitiva de tal

propriedade.

Em setembro de 1864 foi criada a Lei Nº 1237 que criou o Registro

Geral, onde através dessa lei foram indicados os oito livros principais para

escrituração dos registros e, que são usados até hoje com algumas

alterações. Através desta lei a transferência da propriedade passou a ser

por transcrição, sendo obrigatória a escritura pública como título de

transcrição de imóveis. Esta lei foi então substituída pelo Decreto Nº 169-

A em 1890, porém nada foi alterado em relação à redação da Lei Nº

1237/1864.

Após o Código Civil de 1916 entrar em vigor, os diplomas

anteriores foram revogados e o Registro Geral passou a ser chamado de

Registro de Imóveis, tornando uma instituição pública, onde sua função

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era operar a transmissão do domínio, que passou a ser uma das formas

de sua obtenção. Com a função de completar o Código Civil de 1916, foi

criado o Decreto Nº 4827 em 1924, que conferiu autonomia para a

atividade registral em geral e separou da legislação civil a matéria dos

cartórios, além de reorganizar os registros públicos.

Em 1969, houve então uma tentativa de substituição do Decreto Nº

4857, por um Decreto – Lei que terminou revogado a pedido dos

registradores. Em substituição a este Decreto – Lei foi criada a Lei Nº

6015, de 31 de dezembro de 1973, que com algumas alterações, é a lei

que vigora até os dias atuais. Nesta lei foram unificados os termos

“inscrição” e “transcrição”, que passaram a ser chamados apenas por

“registro”. Outra novidade foi a criação da matrícula que passou a ser

exigida como pré-requisito para o registro. Também foram discorridos

outros assuntos na lei, como desmembramento, união de imóveis

contíguos, entre outros.

Portanto, o registro de imóveis se tornou meio de garantia de

direitos relacionados a imóveis e seus afins, além de ser realizada a

matrícula, atos de registro e averbação das propriedades (Folle, 2008).

3.2. Georreferenciamento de Imóveis Rurais

O georreferenciamento de imóveis rurais é o ato de descrever as

características, limites e confrontações através do levantamento das

coordenadas dos vértices limítrofes da propriedade rural e

georreferenciadas ao Sistema Geodésico Brasileiro com precisão

posicional fixada pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma

Agrária – INCRA (Lei 10.267/01).

Anteriormente ao ano de 2001, os imóveis rurais eram identificados

no registro apenas através de descrições literais, ou seja, não havia

exigências relacionadas às medições do mesmo. O que acarretou em

indefinições dos limites e sobreposição de áreas, além de não saber

precisamente o tamanho da área do imóvel registrado.

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Então em 29 de agosto de 2001, entra em vigor a Lei Nº 10267,

onde foi estabelecido que os imóveis rurais devem ser identificados com

base na medição dos mesmos com suporte geodésico, o que trouxe uma

padronização de procedimentos técnicos, além da eficiência e maior

precisão do tamanho territorial de cada imóvel. Porém, após a lei referida

entrar em vigor, foi necessária uma regulamentação mais detalhada para

sua aplicação, que se fez possível com o Decreto Nº 4449/2002, que

regulamentou a Lei Nº 10267/2001. Desta forma, pretende-se evitar a

apropriação irregular e a transferência fraudulenta de terras, exigindo que

no registro de todos os imóveis rurais existam os limites definidos através

de coordenadas precisas e referenciados ao Sistema Geodésico

Brasileiro.

O sistema Geodésico Brasileiro – SGB foi implantado no Brasil em

1944 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, e desde

então tem sido utilizado para obter informações posicionais com diversos

objetivos, como regulamentação fundiária, obras de engenharia, etc.

Desde sua criação, houve diversos métodos de posicionamento

utilizados pelo SGB, iniciando com os métodos clássicos como

triangulação, métodos astronômicos e poligonal geodésica, com isso, foi

materializado o Sistema Geodésico de Referência. Em 1978, através do

sistema TRANSIT, que foi o primeiro sistema de navegação por satélite a

ser utilizado operacionalmente, a região Amazônica foi integrada ao SGB,

já que anteriormente ao sistema, era uma região inacessível. Em 1991,

com o emprego do NavigationSatellitewith Time and Rancing / Global

Positioning System - NAVSTAR/GPS foi possível gerar a Rede Nacional

GPS e posteriormente, em 1996, possibilitou a implantação da Rede

Brasileira de Monitoramento Contínuo – RBMC (Pereira & Augusto, 2004).

Durante esses mais de 60 anos desde a implantação do SGB

foram testadas várias metodologias de posicionamento e, com isso

também foram testados vários Sistemas Geodésicos de Referências,

também conhecidos como Datum, dentre eles, o que mais se encaixou na

superfície terrestre brasileira e que é utilizado na atualidade é o SIRGAS

2000 (Pereira & Augusto, 2004).

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Sendo assim, todos os imóveis rurais do país - assim definidos

como os que não foram declarados urbanos pela autoridade municipal -

sejam eles públicos ou privados devem ser georreferenciados. O Decreto

4.449/02, alterado pelo decreto 5.570/05, definiu um cronograma de

enquadramento descrito da seguinte forma: a) após noventa dias da

publicação do Decreto, para os imóveis com área acima de cinco mil

hectares, ou seja, desde 29 de janeiro de 2003; b) após um ano, para

imóveis com área entre cinco mil e mil hectares, ou seja, desde 1º de

novembro de 2003; c) cinco anos, para os imóveis com área de

quinhentos a menos de mil hectares, a partir de 21/11/2008, conforme

previsto na nova redação dada pelo Decreto 5.570, de 31 de outubro de

2005 e; d) oito anos, para imóveis com área inferior a quinhentos

hectares, a partir de 21/11/2011, conforme previsto na nova redação dada

pelo decreto 5.570, de 31 de outubro de 2005 (Teixeira, 2006).

Para se realizar o georreferenciamento de imóveis, é necessária a

utilização de equipamentos sofisticados, o mais comum são os chamados

GPS geodésicos que operam por meio da comunicação com os satélites

emitindo e recebendo sinais. Tais sinais são modulados por portadoras

para que possam ser enviados aos satélites.

Segundo Gemal e Andrade (2004), são utilizadas duas portadoras

para modular estes sinais, estas trabalham em duas frequências, a L1

com frequência de 1575 MHz e a L2 com frequência de 1227,60 MHz.

Os códigos transmitidos pelos satélites podem ser do tipo “P”, que

vem de preciso, e só pode ser usado por usuários autorizados, e é

modulado por L2. Também podem ser do tipo “Y”, que é utilizado para

substituir os códigos do tipo “P” quando o AS (anti-spoofing) é ativado.

Este é gerado pela multiplicação do código “P” por um código secreto,

denominado w (Gemal & Andrade, 2004). Outro tipo de transmissão de

códigos é o C/A, que é modulado pela portadora L1 e disponível a todos

os usuários. E por último os códigos não Padrão, conhecidos como NCS

e NSY, que segundo Gemal e Andrade (2004) são utilizados para

proteger o usuário do mau funcionamento do sistema de frequência do

satélite.

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Segundo Roque et al. (2006), os receptores GPS podem ser

classificados de acordo com o tipo de dados recebidos, sendo eles:

Receptores de Código C/A – mais comumente chamados de

receptores de navegação, possuem precisão de posicionamento da

ordem de 18 m;

Receptores L1 – utilizados em georreferenciamento para

determinação das coordenadas dos vértices das propriedades e,

através de técnicas específicas, transporte de coordenadas; Possui

precisão absoluta da ordem de 18 m, e, quando utilizado em

método relativo, sua precisão pode chegar na ordem do

centímetro;

Receptores L1 e Código C/A – mesma aplicação que os

equipamentos anteriores;

Receptores L1 e L2 – São mais precisos, por utilizarem o sinal das

duas portadoras, e, conforme o tempo de rastreio podem chegar a

precisões da ordem do milímetro. Utilizados em

georreferenciamento principalmente para transporte de

coordenadas;

Receptores L1 e L2 mais o código C/A;

Receptores L1 e L2 mais os códigos C/A e P – utilizados por

usuários autorizados, possibilitam a determinação absoluta de

coordenadas precisas.

No georreferenciamento, devido aos componentes custo e precisão,

os receptores mais utilizados são o L1 e o L1 e L2. Com o receptor L2 se

determinam as coordenadas do ponto de base da propriedade, e, com o

L1 se faz o rastreio dos vértices da área, pelo método relativo, com

relação às coordenadas da base (ROQUE et al, 2006).

A criação da Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo – RBMC

foi um marco na história do georreferenciamento no Brasil, pois antes da

RBMC o usuário que necessitasse obter, com um GPS, coordenadas

geodésicas de um ponto qualquer era obrigado a trabalhar com dois

receptores, ocupando um ponto de seu interesse e um marco do Sistema

Geodésico Brasileiro mais próximo (IBGE, 2006).

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Segundo Costa e Fortes (2000), a RBMC trouxe aos usuários alto

nível de precisão nas coordenadas, maior produtividade nos

levantamentos, levando a menores custos, e um período mais curto de

observação (dependendo da distância à estação RBMC mais próxima do

usuário).

Podem ser usuários da RBMC portadores de receptores GPS

monofreqüência (L1) para linha de base curta limitada em 20 km,

conforme normas para o georreferenciamento de imóveis rurais do INCRA

(2ª Norma Do INCRA, 2010).

Visto isso, o Instituto de Colonização e Reforma Agrária – INCRA

criou a Norma Técnica para Georreferenciamento de Imóveis Rurais, que

hoje está em sua 3ª edição, esta norma visa tratar das condições

exigíveis para execução dos serviços de georreferenciamento de imóveis

rurais, como métodos de posicionamento, tempo de rastreio, entre outros.

A Resolução Nº 1 de 20 de agosto de 2015 do Instituto de Terras do

Estado de Mato Grosso – INTERMAT institui e regulamenta a expedição

da Carta de Anuência, para efeito de averbação do certificado de

georreferenciamento perante os Cartórios de Registros de Imóveis. Para

emissão da Carta de Anuência pelo INTERMAT, é exigido pelo órgão que

seja feito o CD conforme a 2ª Norma para Georreferenciamento de

Imóveis Rurais do INCRA, constando os Arquivos Literais (Memorial

Descritivo, Planilha de Cálculo de Áreas, etc.), Arquivos Gráficos

(Desenho do Imóvel em formato DWG) e Arquivos GNSS (Dados Brutos e

em formato RINEX dos pontos rastreados pelo GPS).

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4. MATERIAL E MÉTODOS

Foi realizado o levantamento topográfico dos limites do imóvel

denominado Fazenda Raio de Sol, no município de Alto Boa Vista – MT, a

1048 Km de Cuiabá por meio do método de Posicionamento por Ponto

Preciso – PPP, conforme exigido na 3ª Norma do INCRA, e suas

coordenadas foram corrigidas pela base RBMC no site do Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.

Para o levantamento topográfico foi utilizado GPS geodésico da

marca “TopCon”, antena do tipo “GD/GGD”, e para o processamento dos

pontos rastreados foi utilizado o software “TopCon tools” e por último para

confecção das peças técnicas foi utilizado o software “DataGeosis Office”

versão educacional.

Os pontos rastreados foram processados conforme é exigido na 3ª

Norma do INCRA para georreferenciamento de imóveis rurais e, a

confecção das peças técnicas, conforme exigido na 2ª Norma do INCRA.

Sendo assim, foi necessário descarregar os pontos do GPS para o

computador e organizá-los de forma que já fique pronto o CD que será

enviado ao INTERMAT, portanto seguiu-se as seguinte etapas:

i) Criou-se uma pasta com o nome do imóvel;

ii) Dentro da pasta com o nome do imóvel criou-se mais quatro

pastas diferentes com os nomes: Arquivos Literais (onde

foram salvos o memorial descritivo, planilha de cálculo e

planilha do SIGEF), Arquivos Gráficos (com o desenho da

planta em formato dwg e pdf), Arquivos GNSS (onde foram

salvos os dados do GPS) e Arquivos Diversos (onde salvos

os arquivos com o formato xml, entre outros);

iii) Dentro da pasta de Arquivos GNSS, criou-se mais três

pastas com os nomes: C1 (onde foram salvos a base de

maior tempo de rastreio), C4 (onde foram salvos pontos

rastreado do tipo “M”) e C5 (onde foram salvos pontos do

tipo “P”);

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iv) Na próxima etapa criou-se em cada pasta de C1, C4 e C5,

mais três pastas, com a seguinte nomenclatura: Nativos

(dados baixados direto do GPS), Rinex (dados brutos

exportados do programa de processamento de pontos, neste

caso o TopCon Tools) e Arquivos Processados (para salvar

arquivos com os dados de processamento ou os pontos

corrigidos no PPP);

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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1. Processamento dos Pontos Georreferenciados

A montagem das peças técnicas seguiu os padrões da 2ª Norma

do INCRA, sendo assim, procedeu-se o processamento dos dados e

elaboração do CD do INCRA desenvolvendo as seguintes etapas:

No GPS da TopCon, abriu-se o programa TopCon Tools e

selecionou-se a opção Nova Obra, configurando a Obra de acordo com o

fuso utilizado na região, no caso de Alto Boa Vista, fuso 22, conforme nas

Figuras 1 e 2:

FIGURA 1 - CRIANDO NOVA OBRA NO PROGRAMA TopCon

Tools.

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FIGURA 2 - CONFIGURANDO A NOVA OBRA.

Feito isso, foi necessário importar os dados baixados do GPS para

dentro da plataforma do programa, conforme as Figuras 3 e 4:

FIGURA 3 - IMPORTANDO OS DADOS DO GPS PARA O

PROGRAMA.

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FIGURA 4 - DADOS IMPORTADOS PARA O PROGRAMA.

Após esta etapa, foi necessária a configuração, renomeação e

edição de todos os pontos, como por exemplo, no nome do ponto, altura

da antena, tipo de antena entre outros, ilustrado na Figura 5:

FIGURA 5 - EDITANDO, CONFIGURANDO E RENOMEANDO OS

PONTOS.

Depois de realizada a etapa anterior, foi selecionado o ponto da

base que ficou com maior tempo de rastreio e exportado para o formato

RINEX, para que o mesmo pudesse ser corrigido pelo método do PPP no

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site do IBGE, e a partir daí, corrigiu-se todos os outros pontos rastreados,

conforme ilustrado nas Figuras 6, 7, 8, 9 e 10:

FIGURA 6 - SELECIONANDO O PONTO DA BASE DE MAIOR

TEMPO DE RASTREIO PARA EXPORTAÇÃO.

FIGURA 7 - EXPORTANDO O PONTO DA BASE DE MAIOR

TEMPO DE RASTREIO.

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FIGURA 8 - COMPRIMINDO O ARQUIVO RINEX PARA UPLOAD

NA PÁGINA DO PPP.

FIGURA 9 - FAZENDO UPLOAD NO SITE DO IBGE PARA

CORREÇÃO DOS PONTOS ATRAVÉS DO PPP.

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FIGURA 10 - ARQUIVOS BAIXADOS DO PPP PARA

CORREÇÃO.

Após baixar os arquivos corrigidos do site do IBGE, foi corrigido os

pontos no programa TopCon Tools, feito conforme as Figuras 11,12 e 13:

FIGURA 11 - DADOS DAS COORDENADAS CORRIGIDAS E

SEUS RESPECTIVOS ERROS.

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FIGURA 12 - COORDENADAS CORRIGIDAS E DADOS DE

CONTROLE CORRIGIDOS.

FIGURA 13 - ERROS CORRIGIDOS.

Após realizada a correção de todos os dados de coordenadas e

controle de erros, foi feito o processamento dos pontos para saber se as

exigências de erros foram atendidas, conforme ilustrado nas Figuras 14 e

15:

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FIGURA 14 - PROCESSANDO OS PONTOS.

FIGURA 15 - VERIFICANDO SE AS ESPECIFICAÇÕES DE

ERROS FORAM ATENDIDAS.

Como os erros ficaram abaixo do exigido pela norma, foi

necessária a exportação dos pontos para um arquivo de formato que o

programa DataGeosis Office Educacional fosse capaz de ler, ou seja,

exportou-se os pontos para o formato TopCon XML, como ilustrado na

Figura 16:

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FIGURA 16 - EXPORTANDO OS PONTOS PARA O FORMATO

XML.

5.2. Montagem das Peças Técnicas

Diante disso, foi necessário abrir o programa DataGeosis Office

Educacional, e configurar um novo projeto, além de configurar o desenho

para que o mesmo ficasse georreferenciado, conforme ilustrado nas

Figuras 17 e 18:

FIGURA 17 - CRIANDO NOVO PROJETO NO PROGRAMA

DataGeosis Office Educacional.

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FIGURA 18 - CONFIGURANDO GEODÉSIA PARA O DESENHO

EM CONFIGURAÇÕES GERAIS.

Feito isso, foi necessário criar um novo desenho no programa, e

clicar na opção criar/alterar projeto na opção Georreferenciamento para

que as ferramentas de Georreferenciamento sejam liberadas, conforme

ilustrado nas Figuras 19 e 20:

FIGURA 19 - CONFIGURANDO O DESENHO.

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FIGURA 20 - CRIANDO/ALTERANDO PROJETO.

Foi necessário importar os pontos XML para dentro do desenho

através da opção “Importar Pontos > Topcon Xml...”. Então, selecionando

a ferramenta “Definir Escala do Projeto” e, posteriormente, selecionando o

desenho, a escala do mesmo foi definida, após isso, com um duplo clique

nas linhas da malha de coordenadas do desenho, selecionou-se bordas

na opção “tipo de malha”, para que o desenho não ficasse com muitos

detalhes . Feito isso, selecionou-se a ferramenta poli-linha e desenhou-se

o perímetro da propriedade conforme os pontos rastreados, então inserido

os confrontantes e criada a gleba, selecionando o perímetro da

propriedade, apertando a tecla Enter e, posteriormente clicando dentro da

propriedade, conforme ilustrado nas Figuras 21, 22 e 23:

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FIGURA 21 - IMPORTANDO OS PONTOS

GEORREFERENCIADOS.

FIGURA 22 - SELECIONANDO A ESCALA DO PROJETO.

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FIGURA 23 - MUDANDO A MALHA DE COORDENADAS.

Feito isso, foi necessário inserir as áreas e perímetros no carimbo

da planta, além do norte da quadrícula e a planta de situação que está

descrito nas opções do Georreferenciamento, conforme segue ilustrado

na Figura 24:

FIGURA 24 - INSERINDO ÁREAS E PERÍMETROS, NORTE DA

QUADRÍCULA E PLANTA DE SITUAÇÃO.

Dentro da pasta “Arquivos Literais” deve ficar a planilha que será

enviada ao SIGEF, desta forma, para que a mesma seja salva

corretamente, deve-se ter o programa LibreOffice e sua extensão do

SIGEF que encontra-se no site (https://sigef.incra.gov.br/). Feito isso,

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bastou gerar a planilha, preencher os dados que faltaram e enviá-la ao

SIGEF, o envio é feito conforme explicado no próprio site na aba

“Documentos>MANUAL DO SIGEF” e, por fim, foi necessário gerar os

relatórios finais que compuseram a pasta de ARQUIVOS LITERAIS,

sendo assim, gerou-se a planilha de pontos do SIGEF, a planilha de

cálculo de áreas e o memorial descritivo, conforme a Figura 25:

FIGURA 25 - GERANDO OS ARQUIVOS LITERAIS.

Salvou-se os Arquivos Literais e os Arquivos Gráficos dentro das

suas respectivas pastas. Além disso, foi impresso o Memorial Descritivo

gerado pelo SIGEF para anexá-lo ao processo, juntamente com a planta

do imóvel gerada pelo SIGEF e protocolado estes documentos junto ao

INTERMAT, feito isso, em um prazo de 60 dias, o órgão deve emitir a

Carta de Anuência, caso contrário, passado o prazo de 60 dias, o

responsável pelo processo pode solicitar via requerimento ao Cartório de

Registro de Imóveis uma notificação para que a Carta seja emitida dentro

de 15 dias, caso a mesma não seja emitida, o Cartório pode averbar o

Georreferenciamento do Imóvel sem a Carta de Anuência.

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6. CONCLUSÂO

Conclui-se que o presente trabalho serve como uma ferramenta de

auxílio aos profissionais e futuros profissionais para a realização de

Georreferenciamento de qualquer imóvel rural.

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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AZEVEDO, José Mário Junqueira de. Do Registro de Imóveis. São Paulo: Saraiva, 1976. CARVALHO, Afrânio de. Registro de Imóveis. Rio de Janeiro: Forense, 1976. COSTA, S.M.A.; FORTES, L.P.S. Nova Hierarquia da Rede Planimétrica do Sistema Geodésico Brasileiro. IBGE. Rio de Janeiro, 2000. Disponível em: <ftp://geoftp.ibge.gov.br/documentos/geodesia/artigos/2000-Nova_hierarquia_da_Rede_Planimetrica_do_SGB.pdf>. Acesso em: 26 de fevereiro. 2016. 14:00. DINIZ, Maria Helena. Sistemas de Registro de Imóveis. 7ª ed. São Paulo: Saraiva, 2007. FOLLE, Francis Perondi. O GEORREFERENCIAMENTO DE IMÓVEL RURAL E O REGISTRO DE IMÓVEIS. Monografia em Ciências Jurídicas e Sociais, Faculdade de Direito. Pontifícia Universidade Católica – RS, 2008. GEMAL, C.; ANDRADE, J.B. de. Geodésia Celeste. Curitiba, Editora da UFPR, 2004. 389p. IBGE. Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Sistemas de Referência. Disponível em: <ftp://geoftp.ibge.gov.br/documentos/geodesia/sisref_2.pdf>. Acesso em: 25 de fevereiro. 2016. 17:00. INTERMAT. Instituto de Terras do Estado de Mato Grosso. Disponível em: <https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=303556>. Acesso em 27 de fevereiro, 2016. 14:00. PEREIRA, K.D.; AUGUSTO, M.J.C.; O SISTEMA GEODÉSICO BRASILEIRO E A LEI DE GEORREFERENCIAMENTO DE IMÓVEIS RURAIS. Congresso Brasileiro de Cadastro Técnico Multifinalitário – UFSC Florianópolis. Outubro de 2004 ROQUE, C.G.; OLIVEIRA, I.C.; FIQUEIREDO, P.P.; BRUM, E.V.P.; CAMARGO, M.F; Georreferenciamento. Revista de Ciências Agro-Ambientais, Alta Floresta, v.4, n.1, p.87-102, 2006. SCHNEIDER, W. Uso da RBMC – Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo No Georreferenciamento de Imóveis Rurais. A Mira, Criciúma, ano XIV, n.121, maio e junho de 2004.

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TEIXEIRA, R.T. Certificação de Peças Técnicas de Georreferenciamentos de Imóveis Rurais Junto ao INCRA. A Mira, Criciúma, ano XV, nº 131, janeiro e fevereiro de 2006.