Processo de elaboração dos indicadores do Sistema de Gestão daQualidade voltados para Sustentabilidade na Construção Civil

 

 

QUEILA RODRIGUESUniversidade Federal do Pampaandressalhamby@hotmail.com MAURÍCIO NUNES MACEDO DE CARVALHOUNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPAandressalhamby@hotmail.com ANDRESSA ROCHA LHAMBYUniversidade Federal do Pampaandressalhamby@hotmail.com VICTOR PAULO KLOECKNER PIRESUniversidade de São Paulovictor@sgnet-rs.com.br THIAGO FAVARINI BELTRAMEUniversidade Federal do Pampaandressalhamby@hotmail.com 

 

Processo de elaboração dos indicadores do Sistema de Gestão da Qualidade

voltados para Sustentabilidade na Construção Civil

1 Introdução

Em dezembro de 2012 foi divulgado no site do Ministério das Cidades mudanças no

regimento do SiAC - Sistema de Avaliação da Conformidade de Empresas de Serviços e

obras da Construção Civil. O SiAC (2012) traz em seu conteúdo os requisitos para as

construtoras ou incorporadoras estabelecer um Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) nos

mesmos parâmetros da normativa ISO 9001:2008.

A principal mudança voltada para o processo de sustentabilidade é a implantação e

implementação de indicadores para monitorar os objetivos da qualidade voltados à

sustentabilidade dos canteiros de obras, devendo obrigatoriamente ser monitorados o

consumo de energia elétrica, consumo de água e geração de resíduos por cada trabalhador

atuante nos canteiros de obra da empresa. Este controle deve ser realizado mensalmente e

acumulado ao longo da obra e também por m² de área construída ao final da obra, totalizando

nove tipos de indicadores (SiAC, 2012).

O presente artigo é um estudo de caso de uma empresa familiar do ramo da Construção Civil

da região de Bagé/ RS que, desde 1989, está na atividade da construção civil e, no ano de

2008 deu inicio a um novo ciclo iniciado na busca da ampliação de seus serviços.

Com a obtenção certificação ISO 9001 e PBQP-H nível A em janeiro/2012, atendendo a

referência normativa SiAC (2012), a empresa incorporou ao seu processo de gestão modernos

métodos construtivos e altos investimentos em máquinas e em inovação tecnológica,

buscando sempre a melhoria contínua de seus processos, visando à satisfação de seus clientes

e colaboradores.

O objetivo deste artigo é apresentar o processo de implantação dos indicadores do Sistema de

Gestão da Qualidade voltados para sustentabilidade na construção civil com suas formas de

monitoramento e propostas para cumprimento das metas estabelecidas.

A escolha do tema proposto surgiu devido à necessidade de documentar e apresentar a uma

seqüência de implantação da atualização do SiAC (2012) no ramo da construção civil, no que

tange ao item voltado a sustentabilidade, dando subsídios para que empresas do mesmo setor

possam utilizar este estudo como ferramenta norteadora na aplicação da nova atualização

deste regimento.

2 Fundamentação teórica

3.1 SiAC/PBQP-H

O Referencial Normativo do Sistema de Avaliação de Conformidade de Empresas de Serviços

e Obras da Construção Civil (SiAC), do Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do

Habitat (PBQP-H) estabelece os requisitos do nível “A” aplicáveis às empresas da

especialidade técnica Execução de Obras, o mais abrangente dos níveis previstos. Ele deve ser

utilizado conjuntamente com o Regimento Geral do SiAC (2012), Regimento Específico da

Especialidade Técnica Execução de Obras e Requisitos Complementares - Execução de

Obras, para os diferentes subsetores e escopos - de certificação. O SiAC (2012) tem como

meta avaliar o sistema de gestão da qualidade referente à especialidade técnica na área de

serviços e obras da construção civil.

Um dos pontos marcantes da abordagem de processo, segundo o SiAC (2012), é o da

implementação do ciclo de Deming ou da metodologia conhecida como PDCA (do inglês

Plan, Do, Check e Act), Planejar, Executar, Controlar e Agir.

A figura 1 demonstra um ciclo de PDCA: Planejar, Executar, Verificar e Agir.

Fonte: Núcleo de Estudos Científicos em Sustentabilidade (NECS) | Preserva Ambiental Consultoria

Figura 1: Ciclo PDCA

Os certificados de conformidade emitidos com base nos diversos referenciais normativos do

SiAC (2012), só têm validade se emitidos por Organismo de Avaliação da Conformidade

(OAC) autorizado pela Comissão Nacional.

O SiAC (2012) além de atender as normas da ISO 9000 possui algumas definições específicas

da construção civil que, de acordo com o Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade

do Habitat (2012), têm-se as seguintes normas e documentos:

a) O presente Regimento Geral, que estabelece a estrutura e o funcionamento básico do

Sistema;

b) Normas definidas em Regimento Específico, que estabelecem regulação própria a cada

uma das especialidades técnicas, incluindo seus subsetores e escopos - de Declaração

de Adesão as PBQP-H e de certificação de conformidade;

c) Referenciais Normativos específicos de cada especialidade técnica;

d) Requisitos Complementares para os diferentes subsetores de uma dada especialidade

técnica;

e) Certificação de conformidade;

f) Declaração de Adesão ao PBQP-H.

Na Comissão de Certificação, os integrantes devem ser de preferência representantes do setor

ou entidades de obras e serviços.

Para o dimensionamento de auditorias de certificação, re-certificação e supervisão, com o

objetivo de padronização dos critérios entre o Organismo de Avaliação de Conformidade

(OAC), é obrigatória a observância dos critérios definidos nos Regimentos Específicos das

especialidades técnicas (PBQP-H, 2012).

A duração de um ciclo de certificação, que envolve auditorias de certificação e auditorias de

supervisão, em quaisquer dos níveis do SiAC (2012), é de trinta e seis meses; o prazo de

validade de um certificado de conformidade é de 12 (doze) meses (PBQP-H, 2012).

De acordo com o regimento, têm-se dois níveis A e B, e um número definido de dias para

auditoria em cada um dos níveis citados.

Segundo o PBQP-H(2012) a empresa deve:

a) Planejar: prever as atividades (processos) necessárias para o atendimento das

necessidades dos clientes, e que “transformam” elementos “de entrada” em “elementos

de saída”.

b) Executar: executar as atividades (processos) planejadas.

c) Controlar: medir e controlar os processos e seus resultados quanto ao atendimento às

exigências feitas pelos clientes e analisar os resultados.

d) Agir: levar a diante as ações que permitam uma melhoria permanente do desempenho

dos processos.

As seções do Sistema de Gestão da Qualidade são divididas em: sistema de gestão da

qualidade, responsabilidade da direção da empresa, gestão de recursos, execução da obra e

medição, análise e melhoria. Cada seção tem seus requisitos específicos e, o presente artigo

abordará a seção 5.4 da norma que dita às diretrizes do planejamento Sistema de Gestão da

Qualidade.

3.2 Requisitos aplicáveis do sistema de gestão

O SiAC (2012) - Execução de Obras possui caráter evolutivo, estabelecendo níveis de

avaliação da conformidade progressivos, nos quais existem critérios aplicáveis tanto ao nível

“A” quanto ao nível “B” de certificação. Para o nível A todos os requisitos apresentados na

tabela 1 são aplicados. Este nível atende integralmente às exigências da NBR ISO 9001,

podendo a empresa construtora solicitar certificação simultânea segundo este referencial

normativo.

Requisitos SiAC (2012)

4. Sistema de Gestão da Qualidade 4.1 Requisitos gerais

4.2 Requisitos de documentação

5. Responsabilidade da direção da

empresa

5.1 Comprometimento da direção da empresa

5.2 Foco no cliente

5.3 Política da qualidade

5.4 Planejamento

5.5 Responsabilidade, autoridade e comunicação

5.6 Análise critica pela direção

6 Gestão de recursos

6.1 Provisão de recursos

6.2 Recursos Humanos

6.3 Infraestrutura

6.4 Ambiente de trabalho

7 Execução da Obra

7.1 Planejamento da obra

7.2 Processos relacionados a clientes

7.3 Projeto

7.4 Aquisição

7.5 Operação de produção e fornecimento de serviço

7.6 Controle de dispositivos de medição e monitoramento

8 Medição, análise e melhoria

8.1 Generalidades

8.2 Medição e monitoramento

8.3 Controle de materiais e de serviços de execução controlados e

da obra não conforme

8.4 Análise de dados

8.5 Melhoria

Fonte: Normativa SiAC (2012)

Tabela 1: Requisitos aplicáveis ao SGQ

3.2.1 Responsabilidade da direção da empresa

Conforme Tabela 1 o item 5 da norma fala sobre os requisitos de responsabilidade da direção

da empresa onde subdividem-se nos itens descritos na Tabela 2:

5.1 Comprometimento da direção da empresa

5.2 Foco no cliente

5.3 Política da qualidade

5.4 Planejamento 5.4.1 Objetivos da qualidade

5.4.1.1 5.4.1.1 Objetivos da qualidade voltados à

sustentabilidade dos canteiros de obras.

5.4.2 Planejamento do SGQ

5.5Responsabilidade, autoridade e comunicação 5.5.1 Autoridade e responsabilidade

5.5.2 Representante da direção da empresa

5.5.3 Comunicação interna

5.6 Análise critica pela direção 5.6.1 Generalidades;

5.6.2 Entradas para análise critica;

5.6.3 Saídas para análise critica.

Fonte - Normativa SiAC (2012)

Tabela 2: Requisitos aplicáveis ao SGQ

Em suma este item da norma especifica que a direção da empresa deve evidenciar o seu

comprometimento com a implantação e implementação do Sistema de Gestão da Qualidade e

a melhoria contínua mediante:

a) a comunicação aos profissionais da empresa e subcontratados sobre a importância de

atender aos requisitos do cliente, assim como todas as normativas vigentes;

b) o estabelecimento da política da qualidade;

c) a garantia da disponibilidade de recursos necessários;

d) o estabelecimento dos objetivos da qualidade e o acompanhamento de seus indicadores;

e) a analise critica do sistema de gestão da qualidade.

3.2.1.1 Objetivos da qualidade - Objetivos da qualidade voltados à sustentabilidade dos

canteiros de obras.

A segundo a normativa SiAC (2012), o item 5 além de subdividir-se em seis itens há uma

nova subdivisão incluindo mais nove campos de análise, conforme citado anteriormente.

Especificamente, o item 5.4 da norma, subdivide-se em Objetivos da Qualidade e, Objetivos

da Qualidade voltados à Sustentabilidade dos canteiros de obras. Para estas determinações a

direção da empresa deve assegurar que:

a) sejam definidos objetivos da qualidade mensuráveis para as funções e níveis pertinentes

da empresa construtora e de modo consistente com a política da qualidade;

b) sejam definidos indicadores para permitir o acompanhamento dos objetivos da

qualidade;

c) os objetivos da qualidade incluam aqueles necessários para atender aos requisitos

aplicados à execução das obras da empresa;

d) seja implementado um sistema de medição dos indicadores definidos;

e) haja acompanhamento da evolução dos indicadores definidos, para verificar o

atendimento dos objetivos da qualidade.

Com a atualização da normativa SiAC (2012) os objetivos da qualidade voltados à

sustentabilidade dos canteiros de obras foram instituídos tornando obrigatória a sua utilização

devendo minimamente ser os seguintes:

a) Indicador de geração de resíduos ao longo da obra: volume total de resíduos

descartados (excluído solo) por trabalhador por mês; medido mensalmente e de modo

acumulado ao longo da obra em m³ de resíduos descartados/trabalhador.

b) Indicador de geração de resíduos ao final da obra: volume total de resíduos

descartados (excluído solo) por m² de área construída; medido de modo acumulado ao

final da obra em m² de resíduos descartados/m² de área construída.

c) Indicador de consumo de água ao longo da obra: consumo de água potável no canteiro

de obras por trabalhador por mês; medido mensalmente e de modo acumulado ao

longo da obra em m³ de água/trabalhador;

d) Indicador de consumo de água ao final da obra: consumo de água potável no canteiro

de obras por m² de área construída; medido de modo acumulado ao final da obra em

m³ de água/m² de área construída;

Para esta atualização é importante ressaltar que metas não estão definidas no referencial SiAC

(2012), ficando a critério da construtora estabelecer seus parâmetros.

6 Metodologia

Este estudo tem natureza descritiva, delimitando-se como estudo de caso. Segundo Gil (2008)

as pesquisas descritivas possuem como objetivo a descrição das características de uma

população, fenômeno ou de uma experiência e; o estudo de caso, trata de uma modalidade de

pesquisa muito específica, pois consiste no estudo profundo e exaustivo de um único objeto

ou de poucos objetos (um caso particular).

4 Análise de dados e resultados

4.1 Caracterização dos processos operacionais da empresa

A empresa em estudo atua no ramo da construção civil e, esta localizada na cidade de

Bagé/RS que, contando com um mercado em expansão, após passar pelo processo de

implantação e implementação de um Sistema de Gestão da Qualidade a empresa adquiriu a

certificação da norma ISO 9001:2008 e PBQPH nível A.

Para o sistema de implantação fora necessário a elaboração de documentos que

padronizassem o sistema de gestão. Criou-se então o Manual da Qualidade, procedimento este

que traduz em linguagem clara e objetiva a norma SIAC/ISO9001. Este manual fora

subdividido em mais dez manuais e dois sub-manuais, sendo estes:

a) Procedimento de Controle de Documentos e Registros;

b) Procedimento de Recursos Humanos;

c) Procedimento de Aquisição de Materiais e Serviços;

d) Procedimento de Auditoria Interna;

e) Procedimento de Ação Corretiva e Preventiva;

f) Procedimento de Controle de Dispositivos de Medição;

g) Procedimento de Atendimento ao Cliente;

h) Procedimento de para Controle de projetos;

i) Procedimento de Para Execução de Obras - incluso dois sub-manuais:

a. Instrução de Recebimento e Armazenamento de Materiais;

b. Instruções de Trabalho;

j) Plano de Qualidade da Obra.

O Manual da Qualidade da empresa traz claramente a descrição das atividades que

evidenciam o cumprimento do item 5 da norma, como a Política da Qualidade, seis objetivos

mensurados em dezoito indicadores por empreendimento, matriz de autoridade e

responsabilidade, organograma, entre outros. Além deste manual, cada procedimento

apresenta uma série de mais de cem tipos de controles executados pela ferramenta MS Excel,

MS Word e MS Power Point que apresentam as sistemáticas adotadas pela empresa para o

registro e controle dos fatos e evidencias na busca da melhoria contínua do seu SGQ.

4.2 Implantação dos indicadores de sustentabilidade

Com a atualização da normativa SiAC (2012) a empresa buscou a adequação do

procedimento, por meio de uma reunião de análise critica com a RD (Representante da

Direção) do Sistema de Gestão da Qualidade, como fruto do brainstorm, os membros da

direção elaboram o diagrama de implantação conforme figura 2.

Fonte: elaborado pela autora

Figura 2: Diagrama de implantação na norma

4.2.1 Estudo e interpretação dos critérios da norma

Conforme site do Ministério das Cidades, em dezembro/2012 foi divulgado a mudança no

regimento do SiAC (2012) aplicável a empresas de serviços e obras da construção.

Assim as principais mudanças do regimento foram:

- Os níveis agora ficam sendo apenas A e B.

- Novos indicadores deverão ser implantados nos canteiros de obras, conforme especificado

no novo requisito 5.4.1.1 - Objetivos da qualidade voltados à sustentabilidade dos canteiros de

obras, sendo obrigatórios apenas para as empresas construtoras que atuam no subsetor de

obras de edificações.

- Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Conforme texto do requisito 7.1.1 - Plano

da Qualidade da Obra deverá ser dada definição dos destinos adequados aos resíduos sólidos e

líquidos produzidos pela obra (entulhos, esgotos, águas servidas), que respeitem o meio

ambiente e estejam em consonância com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei

12.305/2010) e com as legislações estaduais e municipais aplicáveis.

- 7.4.1.1 - Processo de Qualificação de Fornecedores. No caso de fornecedores de materiais,

deve ainda considerar a sua formalidade e legalidade, em atendimento à legislação vigente.

Poderá ser dispensada do processo de qualificação de fornecedores a empresa considerada

qualificada pelo Programa Setorial da Qualidade (PSQ) do Sistema de Qualificação de

Materiais, Componentes e Sistemas Construtivos (SiMaC) do PBQP-H; empresa detentora de

um Documento de Avaliação Técnica (DATec) do Sistema Nacional de Avaliações Técnicas

de produtos inovadores (SINAT) do PBQP-H, do produto a ser adquirido. No caso de o

produto não ser produto-alvo de PSQ, a empresa que apresente certificação no âmbito do

Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade (SBAC), emitida por Organismo de

Certificação de Produto (OCP) acreditado pela Coordenação Geral de Acreditação (CGCRE),

do produto a ser adquirido. É vedada à empresa construtora a aquisição de produtos de

fornecedores de materiais e componentes considerados não conformes nos PSQ.

- Quantidade mínima de serviços de execução controlados em andamento no momento de

uma auditoria de certificação, onde possam ser observados pelo auditor a execução adequada

dos mesmos. Antes era de 1/5 do total exigido, agora é de 1/4.

Em reunião de análise crítica a direção verificou que para quem já tem o nível A, as mudanças

são bastante significativas, sendo estes:

- Para o monitoramento dos indicadores a empresa precisa estudar e programar um modelo de

controle sendo necessária a aplicação a partir de janeiro/13.

- Para PNRS nossos Planos de Qualidade de Obra não sofrerão alteração devido a já constar o

item que trata do impacto da obra no meio ambiente determinando a destinação certa dos

materiais.

- Na questão da qualificação dos fornecedores, o incremento foi que, em alguns casos,

fornecedores estarão dispensados de qualificação, em outros, incapacitados para fornecer. Em

resumo a empresa não sofrerá alteração no procedimento, apenas quando adquirir materiais de

empresas detentoras dos certificados acima citados, ficando isentos de preencher este pré-

cadastro, desta forma, necessitando apenas possuir a cópia do certificado deste fornecedor.

- Em relação à quantidade mínima de serviços de execução controlados, a empresa em estudo

já possui mais de trinta serviços controlados. O número de obras em execução é significativo

sendo muito provável que, em auditoria externa, pelo menos sete serviços estejam em

andamento.

4.2.2 Estudo da nova política da qualidade

Devido à incorporação de novos objetivos da qualidade, foi necessário realizar a revisão da

politica da qualidade da empresa.

Em reunião de análise critica a direção, em decisão unânime, verificou não haver necessidade

de troca da política da qualidade da organização, devido à frase atual já abranger o objetivo de

manter a sustentabilidade do negócio entendendo-se como a palavra sustentabilidade abranger

a todos os aspectos.

4.2.3 Elaboração do novo objetivo da qualidade

Devido à incorporação de novos indicadores da qualidade foi necessária à elaboração e

incorporação de um novo objetivo da qualidade e, em reunião de analise critica, através de um

brainstorming não estruturado, a empresa decidiu por adotar a frase “Investir na

conscientização de práticas sustentáveis”.

4.2.4 Introdução dos novos indicadores da qualidade voltados para sustentabilidade

São considerados indicadores da qualidade obrigatórios os voltados à sustentabilidade dos

canteiros de obras da empresa, devendo minimamente ser os seguintes:

- Indicador de geração de resíduos ao longo da obra (mensal e acumulado);

- Indicador de geração de resíduos ao final da obra;

- Indicador de consumo de água ao longo da obra (mensal e acumulado);

- Indicador de consumo de água ao final da obra;

- Indicador de consumo de energia ao longo da obra (mensal e acumulado);

- Indicador de consumo de energia ao final da obra.

Foi determinado em reunião de análise critica que deverá ser elaborada uma planilha de MS

Excel para monitorar e controlar os nove indicadores obrigatórios.

Para estabelecimento da meta, deverá ser levado em consideração o histórico de consumo da

empresa por seis meses, para tanto esta deve:

- Ser comprovável – Identificando os resultados propostos nos objetivos;

- Ser atingível – Ser realisticamente formulada e praticável sob circunstâncias razoáveis;

- Ser valiosa – Compensar esforços, com benefícios relevantes;

- Pertencer a todos – Gerar capacidade de comprometimento pelos envolvidos;

- Ser aplicável – Pressupor o conhecimento pelos executantes do que precisam fazer para

cumprir a meta;

4.2.5 Elaboração, desenvolvimento, aprovação e implantação de documentos

Para a elaboração e desenvolvimento do controle, a direção decidiu em reunião de análise

critica que, deverão ser utilizadas ferramentas básicas do pacote Office, através do uso de

planilhas do MS Excel e MS Word. A aprovação deste documento se dará após análise critica

do engenheiro consultor do Sistema de Gestão da Qualidade.

Todos os documentos inerentes a este processo precisam passar pelas seguinte etapas:

a) Emissão do novo documento (alteração da versão);

b) Aprovação do documento;

c) Distribuição (substituição das cópias controladas, eliminando as versões não válidas);

d) Implementação;

e) A aprovação das revisões deve ser feita pelos mesmos cargos/funções que aprovaram a

emissão original do documento.

A implementação se dará através do treinamento, conscientização, monitoramento e controle.

4.2.6 Treinamento e conscientização

Atendendo a normativa, a equipe deve estar treinada e apta a seguir as orientações descritas

pelo Sistema de Gestão da Qualidade. Deve ser promovida constantemente a conscientização

na equipe.

Para tanto cada colaborador ao receber o treinamento admissional e integração deve receber

informações sobre sustentabilidade voltada para o canteiro de obras.

O investimento na conscientização de práticas sustentáveis na empresa deverá ser feito

através de palestras, eventos da qualidade (reuniões e treinamentos), sendo também feita a

comunicação visual, através de cartazes, no escritório e nas obras da empresa.

4.2.7 Implementação dos indicadores de sustentabilidade

O processo de implementação dos indicadores deverá ocorrer através de um controle mensal e

acompanhamento da evolução dos dados dos indicadores.

Os indicadores deverão ser controlados através de planilhas eletrônicas de MS Excel. Os

dados deverão ser coletados mensalmente através das informações contidas nos documentos

oficiais de consumo como: conta de luz, conta de água e nota fiscal de empresa responsável

pela retirada de entulho da obra. As informações referentes ao número de funcionários

atuantes nas obras deverão ser coletadas no setor jurídico e recursos humanos.

O controle estatístico deverá ser implantado no ano de 2015.

4.2.8 Controle e monitoramento

O monitoramento e controle dos processos da empresa devem ser realizados através da coleta

periódica de Indicadores da Qualidade.

Os dados devem ser registrados mensalmente e o acompanhamento deve ser feito através de

gráficos de controle. Periodicamente será realizada a análises dos dados e informações

coletadas.

A meta será estabelecida após a primeira análise de consumo semestral, pois levará em

consideração o histórico de cada obra.

Caso as metas estabelecidas sejam extrapoladas, ações corretivas devem ser executadas para

eliminar as causas de não conformidades e, faz-se necessário definir ações preventivas para

eliminar as causas de não conformidades potenciais para evitar uma nova ocorrência.

5 Conclusão

O acompanhamento do consumo de energia elétrica, água e geração de resíduos através de

planilhas e representações gráficas é uma medida importante para se conseguir respostas

rápidas de como os recursos ambientais estão sendo geridos pelas empresas do ramo da

construção civil, para tanto, é necessário o monitoramento continuou destas variáveis e,

fomentar à conscientização das equipes através de palestras e treinamentos contínuos.

Este estudo procurou apresentar a forma com que aspectos voltados à questão ambiental

foram determinados pela direção de uma empresa do setor da construção civil na cidade de

Bagé/RS, visando facilitar o entendimento dos usuários do Sistema de Gestão da Qualidade,

regido pela normativa do Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat, se

atendo ao requisito 5.4.1.1, do SiAC (2012).

Para tanto, elucidou-se de forma sugestiva um modo de elaborar e apresentar os objetivos da

qualidade as empresas inseridas no PBQPH, visando assegurar a sustentabilidade ambiental

em seus processos construtivos.

Referências

ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS: Sistema de Gestão

da Qualidade – Requisitos, Normas Brasileiras em Documentação, Rio de Janeiro: 2008.

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

MELLO, Carlos Henrique et al. ISO 9001:2008: Sistema de Gestão da Qualidade para

Operações de Produção e Serviços. São Paulo: Atlas, 2009.

NÚCLEO DE ESTUDOS CIENTÍFICOS EM SUSTENTABILIDADE (NECS) |

Preserva Ambiental Consultoria Disponível: <http://necs.preservaambiental.com/ciclo-pdca-

abordagem-de-processo-e-escopo-do-sistema-de-gestao-ambiental>Acessado em: 15 de jan.

2014

PROGRAMA BRASILEIRO DE QUALIDADE E PRODUTIVIDADE DO HABITAT:

SiAC - Sistema de Avaliação da Conformidade de Empresas de Serviços e Obras da

Construção Civil, Portaria nº 582, Brasília: 2012.

RIGONI, José Ricardo. Mudanças no PBQPh - Alterações do Novo SiAC de Dezembro de

2012. Disponível em: http://www.totalqualidade.com.br/2013/01/mudancas-no-pbqph-

alteracoes-do-novo.html Acessado em: 28 fev.2014.