Processos construtivos

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SISTEMAS E PROCESSOS CONSTRUTIVOS

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métodos e procedimentos

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SISTEMAS E PROCESSOS CONSTRUTIVOS

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SUMARIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 4 2 PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DE EDIFICAÇÕES .................................... 5 2.1 SERVIÇOS PRELIMINARES ........................................................................ 6 2.2 INSTALAÇÃO DA OBRA ............................................................................... 7

2.2.1 LIMPEZA DO TERRENO ..................................................................................... 7 2.2.2 MOVIMENTO DE TERRA .................................................................................... 8 2.2.3 IMPLANTAÇÃO DO CANTEIRO DE OBRAS ..................................................... 8

2.2.3.1 Ligações Provisórias ...................................................................................... 9 2.2.3.2 Instalações Mínimas (NR – 18) ................................................................... 12 2.2.2.3 Layout de canteiros de obras ...................................................................... 18

2.3. LOCAÇÃO DA OBRA ................................................................................ 19 2.4 INFRAESTRUTURA ..................................................................................... 20

2.4.1Fundações Diretas ............................................................................................ 21 2.4.2 Fundações Indiretas ou profundas ................................................................. 24

2.5 SUPERESTRUTURA ................................................................................... 27 2.5.1 Pilares ................................................................................................................ 28 2.5.2 Vigas .................................................................................................................. 29 2.5.3 Lajes .................................................................................................................. 29

2.6 VEDAÇÕES .................................................................................................. 31 2.7 INSTALAÇÕES ............................................................................................ 35

2.7.1Instalações elétricas ......................................................................................... 35 2.7.2 Instalações hidráulicas .................................................................................... 38

2.7.2.1 Instalação hidráulica de água fria ................................................................ 38 2.7.2.2 Instalações sanitárias - Esgotos .................................................................. 40

2.8 ESQUADRIAS E FERRAGENS ................................................................... 41 2.8.1 Quanto ao movimento de abertura: ................................................................ 42 2.8.2 Quanto ao material empregado na fabricação .............................................. 44 2.8.3 Quanto à função das esquadrias (destacaremos as mais importantes): ... 46 2.8.4 Ferragens .......................................................................................................... 46

2.9 REVESTIMENTOS ........................................................................................ 48 2.9.1 Revestimentos com argamassas .................................................................... 48 2.9.2 Revestimentos com cerâmicas ....................................................................... 50 2.9.3 Revestimento com pedras ............................................................................... 51

2.10 COBERTURAS ........................................................................................... 54 2.10.1 Quanto ao Material Empregado .................................................................... 54

2.11 IMPERMEABILIZAÇÃO .............................................................................. 59 2.11.1 Sistemas Rígidos ............................................................................................ 60 2.11.2 Sistemas Semiflexíveis .................................................................................. 61 2.11.3 Sistemas Flexíveis .......................................................................................... 62

2.12 PAVIMENTAÇÃO ...................................................................................... 66 2.12.1 Classificação Segundo o Material Constituinte .......................................... 66

2.13 CALAFETAGEM ........................................................................................ 72

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2.14 LIMPEZA PARA ENTREGA DA OBRA ..................................................... 75 3 SISTEMAS CONSTRUTIVOS ESPECIAIS ................................................... 77 4 PATOLOGIAS DOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS ..................................... 79 5 REFERÊNCIAS ............................................................................................. 86

 

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1 INTRODUÇÃO Olá, Professor!

Iniciamos com este trabalho o estudo da disciplina Sistema e Processos Construtivos

com o intuito de rever conceitos, propriedades e aplicações práticas desta unidade

curricular. Faremos uma abordagem dos principais assuntos desta unidade, ainda que

não o façamos de forma mais aprofundada, razão pela qual sugerimos aos colegas que

tomem este trabalho como uma referência, buscando, a partir dele, aprofundar mais os

conhecimentos aqui abordados.

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2 PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DE EDIFICAÇÕES

A construção de uma edificação traz no seu processo um conjunto de etapas que

formam o todo de considerações a serem implementadas, observando-se sempre os

aspectos relativos à qualidade, segurança, prazo e custos. Este conjunto é composto

por:

Planejamento;

Controle;

Execução;

Entrega da obra.

-Planejamento

Para que uma obra atinja os objetivos pretendidos em relação a custos, prazos e , é

necessário que seja feito planejamento deste empreendimento para organizar a sua

execução.

O planejamento determina diretrizes a serem seguidas como coleta de dados, análise

destes dados, estudo de viabilidade técnico-econômica, elaboração de anteprojetos e

projetos executivos, emprego da mão de obra direta ou terceirizada, nível de

mecanização, instalação do canteiro de obras, custos, prazo de execução.

-Controle

O controle permite a análise do que se projeta buscando possíveis não conformidades,

como a incompatibilidade de projetos para que sejam feitas as correções devidas antes

da execução, evitando-se desta forma prejuízos devido ao retrabalho, ao desperdício de

material, ao acréscimo de tempo de trabalho os trabalhadores, trazendo, como

consequência, a possibilidade de comprometimento dos prazos estipulados, impactando

na imagem e credibilidade da empresa construtora.

-Execução

A execução se dará através das diversas etapas construtivas que se sucedem em uma

edificação e que são referenciadas pelos projetos que orientam este processo: os

projetos executivos.

-Entrega da Obra

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A entrega da obra se dará após a conclusão de todas as etapas construtivas, incluindo

limpeza geral e a obtenção do Habite-se, que é um documento comprovando que o

imóvel foi construído de acordo com as exigências determinadas pela prefeitura local.

A qualidade é agregada ao produto como consequência natural toda vez que os

processos constituintes das etapas construtivas estão respaldados pelo planejamento e

controle, fazendo com que haja a melhoria contínua do processo. Atender as exigências

do cliente através da satisfação com o produto adquirido é uma meta a ser atingida por

todos os agentes envolvidos na construção civil.

2.1 SERVIÇOS PRELIMINARES

Os serviços preliminares são o estágio inicial de uma edificação em que são feitos os

estudos preliminares de viabilidade, levantamentos topográficos, contatos junto à

prefeitura local, sondagens do subsolo, elaboração de projetos arquitetônicos com

especificações e projetos executivos.

Os estudos de viabilidade técnico-econômica do empreendimento analisarão,

através de coletas de dados, a viabilidade integrada dos recursos técnicos que deverão

ser adotados para a execução desta obra e o quanto os custos demandarão para a sua

realização. Passa por esta análise o interesse comercial que a edificação despertará no

mercado e o impacto ambiental que a mesma poderá acarretar.

O levantamento topográfico terá a função de conferir as dimensões do terreno

descritas na escritura, além de possibilitar, através de um levantamento planialtimétrico,

mostrar todos os relevos do terreno, o quanto ele é plano ou acidentado.

Os contatos iniciais junto à prefeitura local permitirão que os projetos sigam as

normas e legislações previstas por esta instituição municipal.

As sondagens do subsolo, geralmente de simples reconhecimento, permitem que se

conheçam as camadas de solo, suas profundidades e resistências, a cota do nível de

água, permitindo a obtenção de uma coleção de dados necessária para a elaboração do

projeto de fundações.

A elaboração dos projetos arquitetônico e executivo servirá de guia para a

implantação e execução da obra através das suas etapas construtivas.

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2.2 INSTALAÇÃO DA OBRA

Nesta etapa, inicia-se a movimentação da área a ser construída, dotando-a de

condições básicas para receber gradativamente a equipe de profissionais, oferecendo

as condições iniciais para começar os trabalhos no canteiro de obras. Para isto, iniciam-

se os serviços de limpeza do terreno, movimento de terra, implantação do canteiro de

obras com as suas ligações provisórias (de água e de energia), instalações mínimas

segundo a NR18 e o layout de canteiro.

2.2.1 LIMPEZA DO TERRENO

Uma das providências a serem tomadas para a ocupação do terreno onde haverá a

edificação é fazer-se a limpeza do terreno através do desmatamento, destocamento,

deixando livre de interferências a área a ser edificada.

Esta fase pode envolver atividades de demolições de antigas construções, com o

desmonte de paredes, esquadrias, coberturas, fundações. A depender da complexidade

deste serviço, e de acordo com a quantidade e tipo de material envolvido, poderá ser

realizada com o auxílio de equipamentos mecanizados.

Nesta etapa, busca-se dar condições físicas para que a movimentação de terras possa

acontecer, deixando a área onde vai haver a edificação em condições viáveis de se

implantar a sua locação.

Figura 01: Demolição

Fonte: WIKIMEDIA COMMONS, 2013.

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2.2.2 MOVIMENTO DE TERRA

Esta etapa tem por objetivo a regularização do terreno, obedecendo-se às cotas

estipuladas por projeto. A partir da posição da cota de projeto em relação às cotas

encontradas no terreno, teremos operações de corte ou de aterro ou, ainda, ambas as

situações.

O movimento de terra se caracteriza em obras de edificações basicamente pela entrada

e retirada de terra do interior do canteiro. Os equipamentos mais utilizados são a

retroescavadeira, pá carregadeira e caminhões basculantes.

Figura 02: Movimento de terra

Fonte: WIKIMEDIA CIMMONS, 2013.

2.2.3 IMPLANTAÇÃO DO CANTEIRO DE OBRAS

Nesta etapa, abordaremos aspectos ligados aos procedimentos necessários para

implantação do canteiro de obras, ou seja, da “fábrica” onde se executará o produto. No

canteiro de obras, a execução dos produtos, através das suas etapas construtivas, vai

se sucedendo, fazendo com que as instalações permitam a operacionalidade

necessária para o desenvolvimento dos serviços durante todo o período em que o

canteiro será o suporte para a produção da edificação.

As instalações irão se adequando e se modificando com o avanço da obra até que,

após a desmobilização completa do canteiro, a “fábrica” sai e o produto fica. Diferente

de uma indústria tradicional onde é a fábrica que fica e o produto é que sai.

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2.2.3.1 Ligações Provisórias

Nesta fase, é necessário fazer a instalação provisória de coleta e distribuição de água

para atender a demanda de consumo a ser utilizada no canteiro. Faz-se o pedido da

ligação à concessionária local. Caso não haja rede pública de abastecimento, usa-se

como alternativa de suprimento a construção de cisternas, que será escavada até se

encontrar o lençol freático. Estando o nível de água muito profundo faz-se então a

opção do abastecimento por meio de poço artesiano.

-Poço artesiano

Uma alternativa de abastecimento de água a partir da sua captação em grandes

profundidades. Este tipo de captação permite a utilização de água límpida, sem

impurezas. Devido a grandes pressões a que está submetido, o líquido emerge a

superfície sem a necessidade de uso de bombas e sem gastos adicionais de energia

elétrica. O poço é revestido com tubos de aço, necessitando de filtro especial.

Os poços artesianos têm a sua profundidade variável entre 100 a 1500 m, enquanto os

poços comuns chegam a até 20 m. O poço artesiano tem uma vazão média de dois mil

litros com uma vida útil de quarenta anos.

A sua perfuração é feita por máquinas, através de empresas prestadoras de serviços

voltadas para este tipo de exploração. Já o poço semiartesiano, como diz o nome, é

uma variação que está entre o poço artesiano e o microartesiano (poços comuns), que

tem como característica a sua massa líquida a profundidades menores que a dos

artesianos e necessitando de bombas para a extração da água.

Figura 03: Poco artesiano

Fonte: SENAI, 2013.

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-Gerador

O fornecimento de energia elétrica é de fundamental importância para o funcionamento

de máquinas e equipamentos e para a iluminação interna. Verifica-se a demanda

necessária de energia a ser consumida incluindo-se também tomadas, interruptores,

lâmpadas, ar condicionado etc., fazendo-se, em seguida, a solicitação de ligação

provisória de energia elétrica à concessionária local.

Caso não haja fornecimento público de energia elétrica, opta-se pela alimentação desta

demanda através de um gerador.

São aparelhos destinados a suprir o abastecimento de energia elétrica quando não

existe a concessionária local ou como garantia da continuidade da distribuição de

energia nos casos de interrupção na rede pública, garantindo, desta forma, o contínuo

desenvolvimento das atividades no canteiro de obras.

O gerador transforma a energia mecânica, química ou outra forma de energia em

energia elétrica. Eles podem ser “alimentados” à base de gasolina, diesel ou propano e

são encontrados no mercado para compra ou locação nos mais variados tamanhos e

capacidade de geração.

É também de fundamental importância a implantação de uma linha de telefone para

facilitar ou ser mais um canal de comunicação com o escritório central, com os

fornecedores para coletas de preços, confirmação de entregas de insumos entre outros.

Outra providência a ser tomada é a da coleta de esgotos produzida pelo canteiro. Não

havendo a rede pública de captação de esgotos, deverão ser construídas fossas

sépticas e sumidouros.

Figura 04: Gerador de energia elétrica

Fonte: SENAI, 2013.

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-Fossas sépticas

Esse tipo de instalação é responsável por receber os efluentes dos esgotos,

possibilitando que a coleta e tratamento dos dejetos evitem danos à saúde dos

trabalhadores através da proliferação de doenças.

A sua ação depuradora se verifica através da separação e transformação do material

sólido presente nas águas de esgoto, com posterior descarga no solo, completando-se

o tratamento.

A NBR 7229/1993, Versão Corrigida:1997, Projeto, Construção e Operação de Sistemas

de Tanques Sépticos fixa as diretrizes para a elaboração das etapas construtivas e uso

deste equipamento, observando atentamente cuidados necessários para evitar-se

contaminação tanto das águas superficiais quanto subterrâneas.

Na utilização das fossas sépticas, é fundamental evitar-se a coleta de águas de chuva

(pluviais), bem como as de descargas de reservatórios ou mesmo de outros acúmulos

de água, a fim de não prejudicar o tratamento dos dejetos que acontecem no interior

deste equipamento.

A localização das instalações das fossas sépticas tem que atender a alguns

procedimentos indispensáveis:

• Devem estar a, pelo menos, 15 m de poços, cisternas ou de reservatórios de água de

qualquer espécie que estejam em contato com o solo;

• Estarem distanciados de pelo menos 3,0m de árvores e da rede pública de

abastecimento de água;

• Observar a separação horizontal mínima de 1,50 m dos limites do terreno, de

sumidouros, de construções.

As fossas sépticas podem ser construídas no próprio canteiro ou adquiridas prontas em

peças pré-fabricadas.

Figura 05: Fossa Séptica

Fonte: SENAI, 2013.

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-Fossa Sumidouro

Também chamada de fossa absorvente, são sistemas de coletas dos efluentes da fossa

séptica ou do vaso sanitário através de escavações feitas no terreno. Também, a

exemplo do que acontece com as fossas sépticas, a localização das instalações dos

sumidouros tem que atender a alguns procedimentos indispensáveis, a fim de se evitar

contaminações:

• Devem estar pelo menos distantes 15 m de poços, cisternas, em um nível mais baixo

que o poço;

• Não é aconselhável a execução de fossas do tipo sumidouro com muita saturação.

A execução deste sistema de coleta pode ser realizada após escavação, utilizando-se

blocos ou tijolos cerâmicos furados, ou ainda, anéis de concreto com furos, para facilitar

a infiltração no terreno. Na base do sumidouro, deve-se fazer um lastro de britas e

pedregulhos.

Figura 06: Fossa Sumidouro Fonte: SENAI, 2013.

2.2.3.2 Instalações Mínimas (NR – 18)

A NR – 18 é uma Norma Regulamentadora do Ministério do Trabalho, que fixa as

Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção.

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Segundo a NR-18, os canteiros de obras são “áreas de trabalho fixas e temporárias,

onde se desenvolvem operações de apoio e execução de uma obra”. Ao longo da área

a ser edificada, distribuem-se as áreas de vivência e as áreas operacionais.

As áreas de vivências são aquelas compartilhadas pelos trabalhadores e que dão

suporte às suas necessidades durante o período de labor. Fazem parte das áreas de

vivência em um canteiro de obras, segundo a NR-18:

• Instalações sanitárias;

• Vestiário;

• Alojamento;

• Local de Refeições;

• Cozinha, quando houver preparo de refeições;

• Lavanderia;

• Área de lazer;

• Ambulatório.

Instalações sanitárias

Segundo a NR – 18, entende-se como instalação sanitária o local destinado ao asseio

corporal e/ou ao atendimento das necessidades fisiológicas de excreção. Segundo esta

norma regulamentadora, as instalações sanitárias devem:

• Ser mantidas em perfeito estado de conservação e higiene;

• Ter portas de acesso que impeçam o devassamento, e que sejam construídas de modo

a manter o resguardo conveniente;

• Ter paredes de material resistente e lavável, podendo ser de madeira;

• Ter pisos impermeáveis, laváveis e de acabamento antiderrapante;

• Não se ligar diretamente com os locais destinados às refeições;

• Ser independente para homens e mulheres, quando necessário;

• Ter ventilação e iluminação adequadas;

• Ter instalações elétricas adequadamente protegidas;

• Ter pé direito mínimo de 2,50 m (dois metros e cinquenta centímetros) ou respeitando o

que determina o Código de Obras do Município da obra;

• Estar situadas em locais de fácil e seguro acesso, não sendo permitido um

deslocamento superior a 150 m (cento e cinquenta) metros do posto de trabalho dos

gabinetes sanitários, mictórios e lavatórios.

A instalação sanitária deve ser constituída no mínimo de lavatório, vaso sanitário e

mictório, na proporção de 1 (um) conjunto para cada grupo de vinte trabalhadores ou

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fração, assim como de chuveiro na proporção de uma unidade para cada grupo de dez

trabalhadores ou fração.

Figura 07: Instalações sanitárias

Fonte: SENAI, 2013.

Vestiário

Reproduzimos literalmente as recomendações da NR-18:

• Todo canteiro de obra deve possuir vestiário para troca de roupa dos trabalhadores que

não residem no local;

• A localização do vestiário deve ser próxima aos alojamentos e/ou entrada da obra, sem

ligação direta com o local destinado às refeições;

• Ter paredes de alvenaria, madeira ou material equivalente;

• Ter pisos de concreto, cimentado, madeira ou material equivalente;

• Ter cobertura que proteja contra as intempéries;

• Ter área de ventilação correspondente a 1/10 (um décimo) da área do piso;

• Ter iluminação natural e/ou artificial;

• Ter armários individuais dotados de fechadura ou dispositivo com cadeado;

• Ter pé direito mínimo de 2,50 m (dois metros e cinquenta centímetros) ou respeitando o

que determina o Código de Obras do Município da obra;

• Ser mantidos em perfeito estado de conservação, higiene e limpeza.

Alojamento

Ainda segundo a NR-18, os alojamentos dos canteiros de obra devem:

• Ter paredes de alvenaria, madeira, ou material equivalente;

• Ter piso de concreto, cimentado, madeira ou material equivalente;

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• Ter cobertura que proteja contra as intempéries;

• Ter área de ventilação correspondente a 1/10 (um décimo) da área do piso;

• Ter iluminação natural e/ou artificial;

• Ter área mínima de 3,00m² (três metros quadrados), por módulo cama/armário,

incluindo a área de circulação;

• Ter pé direito de 2,50m (dois metros e cinquenta centímetros) para camas simples e de

3,00m (três metros) para camas duplas;

• Não estar situados em subsolos ou porões das edificações;

• Ter instalações elétricas adequadamente protegidas.

Segundo a NR 18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da

Construção, para garantir a segurança e saúde do trabalhador, fica proibido cozinhar e

aquecer qualquer tipo de refeição dentro do alojamento; bem como estabelece que o

seu espaço deva ser mantido permanentemente em estado de conservação, higiene e

limpeza.

Fixa ainda a impossibilidade da permanência no alojamento de pessoas com doenças

infectocontagiosas.

Local para refeições

Segundo a NR-18, é obrigatória a existência de local adequado para refeições e deve:

• Ter paredes que permitam o isolamento durante as refeições;

• Ter piso de concreto, cimentado ou de outro material lavável;

• Ter cobertura que proteja contra as intempéries;

• Ter capacidade para garantir o atendimento de todos os trabalhadores no horário das

refeições;

• Ter ventilação e iluminação natural e/ou artificial;

• Ter lavatório instalado em suas proximidades ou no seu interior;

• Ter mesas com tampos lisos e laváveis;

• Ter assentos em número suficiente para atender aos usuários;

• Ter depósito, com tampa, para detritos;

• Não estar situado em subsolos ou porões das edificações;

• Não ter comunicação direta com as instalações sanitárias;

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• Ter pé direito mínimo de 2,80 m (dois metros e oitenta centímetros) ou respeitando o

que determina o Código de Obras do município.

Figura 08: Local para refeições

Fonte: SENAI, 2012.

Cozinha

Ainda seguindo integralmente a NR-18, quando houver cozinha no canteiro de obra, ela

deve:

• Ter ventilação e iluminação natural e/ou artificial que permita boa exaustão;

• Ter pé direito mínimo de 2,80 m (dois metros e oitenta centímetros) ou respeitando o

que determina o Código de Obras do município, da obra;

• Ter paredes de alvenaria, concreto, madeira, ou material equivalente;

• Ter piso de concreto, cimentado, ou de outro material de fácil limpeza;

• Ter cobertura de material resistente ao fogo;

• Ter iluminação natural e/ou artificial;

• Ter pia para lavar os alimentos e utensílios;

• Possuir instalações sanitárias que não se comuniquem com a cozinha, de uso exclusivo

dos encarregados de manipular gêneros alimentícios, refeições e utensílios, não

devendo ser ligadas à caixa de gordura;

• Dispor de recipiente com tampa para coleta de lixo;

• Possuir equipamento de refrigeração para preservação dos alimentos;

• Ficar adjacente ao local para refeições;

• Ter instalações elétricas adequadamente protegidas;

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• Quando utilizado GLP, os botijões devem ser instalados fora do ambiente de utilização,

em área permanentemente ventilada e coberta.

Lavanderia

Referenciando integralmente a NR-18:

• As áreas de vivência devem possuir local próprio, coberto, ventilado e iluminado para

que o trabalhador alojado possa lavar, secar e passar suas roupas de uso pessoal;

• Este local deve ser dotado de tanques individuais ou coletivos em número adequado;

• A empresa poderá contratar serviços de terceiros para atender aos serviços de lavagem

de roupas dos trabalhadores.

Área de lazer

Segundo a NR-18, nas áreas de vivência devem ser previstos locais para recreação dos

trabalhadores alojados, podendo ser utilizado o local de refeições para este fim.

As áreas operacionais são aquelas onde se desenvolvem as etapas construtivas ligadas

à produção, como as centrais de argamassa, armação (corte, dobra, pré-montagem),

fôrmas, instalações, esquadrias, pré-moldados.

Figura 09:Área de lazer

Fonte: SENAI, 2013.

Ambulatório

Segundo a NR-18, deverá ter ambulatório no canteiro quando o efetivo de

trabalhadores for maior ou igual a 50 (cinquenta).

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Áreas operacionais

São as áreas em que se processam as atividades de trabalho ligadas à produção.

Assim podemos separá-las em:

Áreas ligadas diretamente à produção

• Central de concreto;

• Central de argamassa;

• Central de preparo de armaduras.

Áreas de apoio à produção

• Estoque de materiais;

• Almoxarifado.

Áreas de apoio técnico/administrativo

• Escritório do engenheiro;

• Escritório do mestre de obras;

• Sala de reuniões;

• Escritório administrativo;

• Portaria/guarita;

• Chapeira de pontos.

Figura 10: Áreas Operacionais

Fonte: SENAI, 2012.

2.2.2.3 Layout de canteiros de obras

Refere-se ao arranjo físico da área disponível para ser implantado o canteiro de obras,

através de um projeto de canteiro de obras que trará informações sobre o

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dimensionamento e localização de áreas de vivências, operacionais, de recebimento e

armazenagem de materiais, das vias de circulação e transportes.

Um layout bem planejado possibilitará que as atividades se desenvolvam com mais

eficiência, com redução de distâncias e tempo de deslocamentos, minimizando

desperdícios e garantindo uma maior segurança aos trabalhadores.

Figura 11: Layout de canteiro de obras

Fonte: SENAI, 2013.

2.3. LOCAÇÃO DA OBRA

A locação da obra orienta e determina a posição da obra no terreno em relação a

pontos de referências. A locação será executada observando-se a planta de fundações,

levando-se em consideração os aspectos planimétricos – ângulos e distâncias no plano

horizontal – e altimétricos – ângulos e distâncias no plano vertical. A locação de uma

obra tem por finalidade transferir para o terreno no canteiro de obras os elementos de

um projeto com as suas respectivas medidas, onde acontecerá a edificação.

A execução da locação da obra é tão importante que esta atividade deverá ser

preferencialmente desenvolvida por um técnico, agrimensor ou por um engenheiro.

Mestres de obras experientes também poderão fazer esta locação, desde que este

trabalho seja posteriormente conferido. Estes cuidados evitarão incompatibilidades entre

o que estava previsto em projeto e a sua locação.

Para o desenvolvimento desta etapa, é necessário ter em mãos os projetos de

implantação e locação, estar com a área a ser trabalhada limpa e sem interferências

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físicas, utilizar instrumentos de medição adequados a esta atividade, como trena de

aço, mangueira de nível, estações totais etc.

É necessário utilizar os seguintes materiais: tábuas de 1” de espessura e 20 a 30cm de

largura, pontaletes de madeira de 7x7cm, linhas, pregos, arames, lápis, tinta, pincel,

martelo, marreta, piquetes.

Para materializar-se a locação da obra, utiliza-se o procedimento de execução de

tábuas niveladas fixadas em pontaletes bem fixados ao solo, ao longo da periferia da

obra. Esta estrutura de madeira para viabilizar a locação recebe o nome de “gabarito”,

“curral”, “tabela”.

É recomendável que se deixe sempre que possível uma faixa de pelo menos um metro

entre a locação e as escavações para a execução dos elementos das fundações. Para a

marcação dos alinhamentos de paredes e bases, de acordo com o projeto, é utilizado o

recurso de linhas esticadas e presas em pregos, correspondentes aos eixos

ligados em cada lado do gabarito.

Figura 12: Locação da Obra

Fonte: SENAI, 2012.

2.4 INFRAESTRUTURA

Nesta etapa são construídas as estruturas que irão dar a sustentação à edificação. São

consideradas como infraestrutura as fundações, elementos estruturais que têm a

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finalidade de suportar e transmitir aos solos as cargas oriundas do seu peso próprio e

as das cargas acidentais.

Existem, como veremos a seguir, vários tipos de fundações, e entre tantas opções a

escolha será definida através da determinação das cargas incidentes no solo e também

do conhecimento das características do terreno que irá receber estes esforços.

As sondagens permitem que se obtenham importantes informações a respeito do solo,

tipos, características, resistências, que irão respaldar a escolha da fundação mais

compatível de acordo com a pesquisa realizada.

Podemos distinguir dois grandes grupos de fundação:

• Fundações diretas, rasas, ou superficiais;

• Fundações indiretas ou profundas.

2.4.1Fundações Diretas

Nas fundações diretas, as cargas atuantes são transferidas ao solo diretamente pela

fundação, dividem-se em:

• Sapata corrida ou contínua, simples;

• Sapata corrida ou contínua, armada;

• Sapata isolada;

• Radier;

• Vigas de Fundação.

-Sapata Corrida ou Contínua, Simples

Utiliza-se este tipo de fundação quando o terreno apresenta uma resistência satisfatória

a uma profundidade inferior a 1,0 m de altura. Utilizam-se blocos de alvenaria

assentados em formato de degraus com uma inclinação de 45º. A sua execução prevê

adoção das seguintes etapas:

Escavação para preparação e assentamento dos blocos de alvenaria;

Nivelamento e compactação do fundo da cava;

Lastro de concreto com aproximadamente 5,0 cm de espessura a fim de fazer-se a

regularização do solo;

Assentamento dos tijolos constituintes deste tipo de sapata;

Execução de cinta com a finalidade de possibilitar uma melhor distribuição das cargas;

Impermeabilização com a função de criar uma estanqueidade evitando infiltração nas

paredes e pisos.

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-Sapata Corrida ou Contínua, Armada

É indicada quando a camada do terreno resistente está a pouca profundidade, porém

superior a 1,0m. Este tipo de fundação utiliza armadura e tem por característica a

resistência à flexão.

Figura 13: Sapata corrida armada Fonte: SENAI, 2012.

-Sapata Isolada

Utiliza-se este tipo de fundação quando o terreno tem uma boa resistência, sendo pouco

exigida, em razão de ser pequena, a carga transmitida ao solo. Elas podem ter

armaduras (armadas) ou não (simples). Tem o formato de tronco de pirâmide onde se

apoiam as vigas baldrames.

Figura 14: Sapata isolada

Fonte: SENAI, 2012.

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-Radier:

É recomendada a utilização deste tipo de fundação quando a camada de solo é

relativamente profunda e de baixa resistência. Esta estrutura se assemelha a uma laje

de concreto armado, com armadura dupla nas duas direções, buscando-se que a

distribuição das cargas se dê da forma mais uniforme possível.

-Vigas de Fundação:

São vigas de seção quadrada, retangular ou trapezoidal, que recebem em um mesmo

alinhamento os pilares da estrutura.

A ABNT NBR 6122:2010, que tem como título Projeto e Execução de Fundações, fixa

os requisitos a serem observados no projeto e execução de todas as estruturas da

engenharia civil.

Listamos, a seguir, alguns dos equipamentos, materiais e ferramentas mais utilizados

na execução das fundações diretas:

- colher de pedreiro;

- linha de náilon;

- lápis de carpinteiro;

- desempenadeira de madeira;

- trena metálica de 30m;

- esquadro metálico de carpinteiro;

- nível de mangueira ou aparelho de nível a laser;

- martelo;

- serrote;

- pá;

- carrinho de mão;

- soquete ou compactador mecânico tipo sapo.

Na execução das fundações, deve-se ter toda a atenção com os procedimentos que

envolvem esta etapa. Tomemos, como exemplo, a construção de fundações diretas de

uma sapata. Devem-se adotar os seguintes passos:

• Escavação para implantação da sapata, com uma altura mínima de 70 cm para apoio da

fundação;

• Regularização e compactação da cava da fundação;

• Molhar bastante o fundo da cava;

• Lançamento de lastro de concreto simples, com uma espessura média de 5cm;

• Execução e colocação das formas da base da sapata;

• Definição da altura do toco do pilar e do ângulo de inclinação das laterais da sapata;

24

• Execução e colocação da armação da fundação;

• Concretagem da peça estrutural (fundação).

2.4.2 Fundações Indiretas ou profundas

São fundações que buscam suporte de resistência a maiores profundidades, além

daquelas que se optaria pela utilização das fundações rasas ou superficiais. Estas

fundações apresentam como característica as dimensões do seu comprimento bem

maiores do que as da sua seção. São exemplos deste tipo de fundação as estacas e os

tubulões, dos quais destacamos:

• Estacas de concreto pré-moldadas;

• Estacas de madeira;

• Estacas metálicas;

• Estacas Strauss;

• Estacas Franki;

• Tubulões a céu aberto.

- Estacas de concreto pré – moldadas:

São estruturas de concreto armado construídas no próprio canteiro de obras ou

adquiridas de fabricantes. Possuem, na maioria das vezes, seções quadradas com

variação de 20 a 40 cm, podendo atingir 15 m de profundidade. São cravados no solo

através da percussão com auxílio de um bate-estaca, utilizando um peso que é liberado

sobre a estaca, fincando-a verticalmente ao solo até que seja atingida a nega, ou seja, a

resistência procurada no terreno.

Figura 15: Estacas de concreto pré-moldadas

Fonte: SENAI, 2013.

25

-Estacas de madeira:

São estruturas de madeira de lei, usadas em obras que requerem baixa solicitação.

Tem o seu cravamento no solo obedecendo a processo semelhante ao que ocorre com

as estacas de concreto. Podem chegar a 8,0 m de profundidade; a cabeça da estaca

durante o fincamento deve ter uma proteção para se evitar danos à peça.

-Estacas metálicas:

São cravadas no solo seguindo o mesmo processo das estacas de concreto. Atingem

profundidades maiores pela facilidade e segurança das emendas. Estas peças são

resistentes à corrosão, sendo geralmente usadas trilhos e perfis I.

-Estacas Strauss:

Estaca moldada no local, que tem execução simples: inicialmente, perfura-se o solo

com o auxílio de um trado, obtendo-se uma escavação que poderá ter um diâmetro

variando de 15 a 25 cm e profundidade atingindo cerca de 4,0 m. Coloca-se, então, a

armação longitudinal, iniciando-se a concretagem até o nível estipulado.

-Estacas Franki:

Esta fundação é desenvolvida com a utilização de um tubo para revestimento da

perfuração (encamisamento). Faz-se então uma bucha com concreto quase seco que é

colocado na extremidade em contato com o solo, sendo o mesmo socado por ação de

um pilão introduzido no tubo, provocando a penetração desta massa de concreto e do

tubo até atingir-se a nega, ou seja, a resistência procurada no terreno. A partir disso,

coloca-se a armadura para, em seguida, lançar-se o concreto, retirando-se o tubo de

revestimento.

Provoca-se a expansão do concreto, através da sua vibração, eliminando os vazios,

fazendo com que esta massa ocupe todo o volume perfurado. As estacas Franki podem

recepcionar cargas de até 100 t e ter diâmetros que variam em média de 30 a 60 cm.

-Tubulões a céu aberto:

São obtidos através da abertura de poços feitos manualmente ou através de

equipamentos mecânicos como as perfuratrizes. Esta perfuração no solo avança até

atingir-se a profundidade estipulada em projeto e/ou a resistência pretendida, podendo

ter na sua extremidade a base alargada ou não.

26

Esta fundação tem o seu diâmetro variando a partir de 60 cm, podendo chegar a

profundidades superiores a 10m. Na próxima etapa, são colocadas as armaduras e,

posteriormente, a concretagem.

Figura 16: Tubulões a céu aberto

Fonte: SENAI, 2012.

Quando há a presença de água e tem-se a necessidade de escavar para fazer a

fundação por tubulão, utiliza-se a estratégia de fazer a escavação de tubulão a ar

comprimido, que é uma técnica que utiliza uma campânula e injeção de ar para expulsar

a água que está no solo, durante as escavações.

Este procedimento é perigoso e requer muito cuidado na sua operação. Você poderá

obter mais informações sobre tubulões a ar comprimido através da norma

regulamentadora nº 15 do Ministério do Trabalho - NR 15.

Na execução de uma fundação a exemplo do que ocorre também com outras etapas

construtivas, existem fatores de riscos e perigos inerentes a estes serviços.

Analisaremos as ameaças que rondam os serviços de escavação manual e as medidas

preventivas que devem ser adotadas para fazer frente a estas ameaças aos

trabalhadores.

Riscos de Acidentes – desabamento de terra, soterramento, queda de pessoas, golpes

por ferramentas e equipamentos, queda de objetos, exposição à luz solar,

Riscos à Saúde – exposição à luz solar, poeiras.

27

Danos gerados pelos riscos de acidentes – politraumatismos, ferimentos, contusões,

asfixia, morte.

Danos gerados pelos riscos à saúde – fadiga, desidratação, queimadura, câncer de

pele, problemas respiratórios.

Medidas preventivas a serem adotadas no canteiro de obras – manter o local de

trabalho organizado, circulação livre e desimpedida, utilização de sinalização de

segurança, adequada utilização de ferramentas diversas, manutenção de ordem e

limpeza no canteiro de obras, manutenção dos trabalhadores hidratados, utilização de

protetores solares, pausa para descanso em locais cobertos.

Na implantação de medidas preventivas é imprescindível o uso de EPI – Equipamentos

de Proteção individual, e de EPC – Equipamento de Proteção Coletivo.

EPI: botina de vaqueta, capacete de segurança, luva de raspa, máscara descartável

para poeiras.

EPC: utilização de escoramentos diversos a fim de garantir proteção aos trabalhadores

contra desabamentos.

A verificação e aceitação dos serviços acontecem através do acompanhamento destes

trabalhos buscando-se identificar não conformidades nos materiais envolvidos e/ou na

execução dos serviços para a sua correção se necessário. Uma vez que tenha esta

etapa construtiva atendida às diretrizes do projeto específico em consonância com as

normas da ABNT, pode-se então dar-se como concluído e aceito estes serviços.

2.5 SUPERESTRUTURA

A estrutura de uma edificação se divide em superestrutura e infraestrutura. A

infraestrutura teve seus elementos discutidos no capítulo IV. Abordaremos a

superestrutura a partir dos seus elementos: pilares, vigas e lajes, que têm a finalidade

de absorver e distribuir todos os esforços atuantes na construção, ou seja, as cargas

permanentes e acidentais, transmitindo-as para as fundações.

Uma edifícação deve ser capaz de suportar as cargas verticais e horizontais atuantes.

As cargas verticais são aquelas originadas dos próprios pesos dos elementos

constituintes do imóvel (cargas permanentes) e também daquelas resultantes de ações

váriáveis ou cargas acidentais, que são aquelas resultantes de carregamentos móveis,

como veículos.

28

As cargas horizontais também podem ser originadas de cargas permanentes e

variáveis. Tomamos como exemplo de carga permanente horizontal aquelas originadas

dos empuxos de terra e, para exemplo de carga horizontal variável, aquelas resultantes

da ação dos ventos.

Vamos, então, falar agora de cada um dos elementos que compõe a superestrutura,

discorrendo inicialmente sobre pilares.

2.5.1 Pilares

Elemento estrutural vertical, suporte de vigas e lajes, das quais recebem geralmente as

cargas de compressão, transmitindo-as para as fundações. Os pilares têm, em geral, a

forma linear e seção transversal constante, que se estende até o encontro com a

fundação, onde estarão engastados. Os pilares são comumente executados em

concreto armado, que são compostos de concreto simples e de aço. O concreto simples

tem como propriedade ter significativa resistência à compressão, enquanto o aço

apresenta considerável resistência à compressão e à tração.

Os pilares de concreto armado são, do ponto de vista construtivo, constituídos de

concreto simples, armaduras longitudinais e pelos estribos. As armaduras longitudinais

têm a função de conferir resistência ao pilar, e os estribos de “conter” as armaduras

longitudinais mantendo-as lineares, evitando que se deformem.

O seu processo construtivo requer o emprego de formas, geralmente de madeiras, que

são niveladas na devida posição que deverá assumir o pilar, envolvendo as armaduras

longitudinais e transversais (estribos) em seu interior. Posteriormente vem a etapa de

lançamento do concreto, ou concretagem, para que, decorrido o tempo de

endurecimento e hidratação do concreto, sejam retiradas as formas e o seu

escoramento.

Figura 17: Pilares de concreto armado

Fonte: SENAI, 2013.

29

2.5.2 Vigas

As vigas, por sua vez, além do peso próprio e das cargas das lajes, recebem também

as cargas das paredes que estão nelas apoiadas e das cargas vindas de outras vigas

que interagem neste sistema, transferindo todos esses esforços para os pilares em que

estas vigas estão apoiadas. As vigas têm a importante função de suportar as lajes e a

maioria das cargas provenientes de elementos não estruturais, como paredes divisórias

e de fechamento, bem como cargas de outras vigas que nelas se apoiem.

A relação matemática entre as dimensões da largura e altura da sua seção deverá ser

igual ou menor a cinco.

Figura 18: Viga de concreto armado

Fonte: SENAI, 2013.

2.5.3 Lajes

As lajes são elementos estruturais planos e laminares, submetidos a forças ortogonais

ao seu plano. Elas formam os pisos e coberturas das construções e incidem

diretamente sobre elas as cargas permanentes e as acidentais. Segundo a NBR

6118/2003, um elemento estrutural será considerado uma laje se a altura da seção for

inferior a cinco vezes a sua largura. Com relação a sua execução, elas podem ser pré-

moldadas ou moldadas no local, sendo de concreto armado ou protendido. Quanto ao

tipo, podemos classificá-las em maciças, nervuradas, mistas ou cogumelos. Vejamos

cada caso:

30

• Lajes maciças ou moldadas no local – são produzidas na obra utilizando-se formas,

geralmente de madeiras, onde será lançado o concreto que, juntamente com a

armadura, constituirá a laje maciça de concreto armado.

Lajes nervuradas – são formadas de nervuras. Um conjunto de vigas é concretado

junto com uma laje superior e outra inferior.

• Lajes mistas – são compostas por uma combinação de chapa de aço perfilada, que

serve de base para receber o concreto onde já está colocada uma armadura. Após

endurecimento e cura do concreto, teremos estes elementos constitutivos formando

uma peça estrutural única.

• Lajes cogumelos – se apoiam diretamente nos pilares e, para evitar-se danos neste

ponto na laje devido à concentração pontual da carga, é recomendável aumentar e

reforçar a área de contato entre a laje e o pilar.

Considerando-se as condições de interação da laje com outros elementos¸ através dos

seus vínculos, elas podem ser apoiadas, engastadas e com bordos livres.

As lajes se apoiam em elementos lineares, que são tratados como “barras”, que têm

seção transversal com dimensões denominadas “largura” e “altura” e se caracterizam,

principalmente, pelo comportamento à flexão. Esses elementos de barra recebem a

denominação de vigas.

Com tudo o que foi indicado até aqui neste capítulo relativo a superestruturas, chega-se

à conclusão de que as cargas verticais são transmitidas às vigas pelas lajes e estas as

distribuem aos pilares que, por sua vez, as transferem às fundações ou em vigas.

Os elementos lajes, vigas e pilares formam uma estrutura tridimensional monolítica.

Figura 19: Sistema de laje, viga e pilar

Fonte: MORGUEFILE

31

2.6 VEDAÇÕES

Vamos neste capítulo fazer uma abordagem sobre a vedação vertical, que é um

subsistema da edificação formado por elementos que dividem e definem o imóvel e os

seus espaços interiores. Tem como elementos constituintes:

• Vedo – elemento que assegura a vedação vertical (paredes, divisórias);

• Esquadria – permite ou não o acesso aos ambientes;

• Revestimento – elemento decorativo e de proteção à vedação;

A vedação vertical tem inúmeras funções na edificação, conforme veremos a seguir:

• Define verticalmente os ambientes, criando compartimentos internos;

• Protege a edificação da ação dos agentes atuantes como calor, frio, chuva, umidade,

ruídos, intrusos;

• Possibilita condições favoráveis a habitação;

• Atua como elemento de suporte e proteção para as instalações embutidas (elétrica,

hidráulica, etc.)

Este subsistema tem, como já vimos, por elementos constituintes, além do vedo

(elemento de vedação), as esquadrias e os revestimentos, gerando estes dois últimos

consideráveis recursos financeiros, fazendo com que a vedação vertical represente de

10% a 20% do custo do edifício.

Podemos classificar as vedações verticais segundo diferentes aspectos conforme

veremos a seguir:

1. Quanto à posição no edifício:-

• Externas – refere-se à fachada do edifício, em que as faces desta estrutura estão em

contato com o meio ambiente.

• Internas – correspondem às divisórias, divididas em compartimentação (divisão interna)

e separação, ou seja, divisórias entre unidades, e entre estas e a área comum da

edificação.

32

Figura 20: Vedações internas

Fonte: SENAI, 2013.

2. Quanto à técnica de execução:

• Por conformação – vedações executadas a partir de moldagem a úmido no local.

Utilizam materiais que necessitam de água para obter plasticidade.

Citamos como exemplo a alvenaria de bloco de concreto comum, de blocos cerâmicos.

• Por acoplamento a seco, utiliza a técnica de execução de vedações através de

materiais sem a utilização de água, também conhecida internacionalmente como “Dry

Construction”, por exemplo Dry Wall.

3. Quanto à estruturação:

• Auto – suporte – não necessita de estruturas complementares para a sua sustentação.

São também conhecidas como autoportantes. Exemplos deste tipo de vedação são as

alvenarias convencionais.

• Estruturada – necessita de uma estrutura auxiliar para dar suporte à vedação. Exemplo:

gesso acartonado.

4. Quanto à densidade superficial:

• Leve – apresentam baixa densidade com limite variando entre 60 kg/m² e 100 kg/m².

Não tem função estrutural, como a fachada de esquadrias de vidro, por exemplo;

• Pesada – vedação que tem densidade superficial acima do limite convencionado.

Podem ter ou não função estrutural, como painéis de concreto.

Já definimos o que é vedação vertical, e abordamos sobre a sua classificação, vista sob

variados aspectos. Vamos agora indicar os principais tipos de vedos verticais que

são as paredes e as divisórias.

33

• Paredes – é o tipo mais comum de vedação vertical, são autoportantes, fixas,

monolíticas, moldadas no local, são pesadas. Exemplos: alvenaria, concreto maciço.

• Divisórias – São elementos utilizados no interior do imóvel, têm a função de dividir o

ambiente, são geralmente leves, montam-se e desmontam-se com facilidade.

Exemplos: gesso acartonado, chapas de compensado em HDF ou MDF, vidro.

• Painéis pesados – são modulares, auto suporte, são obtidos por acoplamento a seco

ou úmido de placas pré-moldadas.

• Leves de fachada: são vedações exteriores leves, moduladas, obtidas por acoplamento

a seco de placas, telhas, painéis sanduíche. São transportadas com equipamento

manual.

As vedações em fachada, que é um tipo de vedação leve de fachada, são sustentadas

por estrutura própria, são compostas de placas metálicas, placas cerâmicas, placas de

vidro dentre outras.

As paredes podem ser classificadas em alvenaria e maciças. As alvenarias podem ser,

quanto ao seu elemento constitutivo em paredes, de: bloco de concreto, bloco cerâmico,

bloco sílico-calcário, bloco de concreto celular, bloco de solo cimento, pedra entre

outros. As paredes de alvenaria apresentam inúmeros benefícios sobre os outros tipos,

o que termina fazendo com que seu uso se dê em larga escala. Citamos alguns deles:

facilidade de execução, facilidade e baixo custo de produção dos seus componentes,

durabilidade, melhor relação custo-benefício.

Figura 21: Paredes de alvenaria

Fonte: SENAI, 2012.

As paredes maciças podem ser de: solo cimento, concreto, concreto celular, entre

outros. As paredes, quanto a sua função, podem ainda ser divididas em:

34

• Parede Estrutural: tem funções estruturais;

• Parede de contraventamento: tem função estrutural de contraventamento de uma

estrutura reticulada;

• Parede de vedação: não tem função estrutural, é dimensionada apenas para suportar o

próprio peso.

As divisórias são elementos de vedação, são peças leves, sua obtenção se dá por

acoplamento a seco através de placas. Elas possuem estrutura reticular, podem ser

desmontáveis e monolíticas. De acordo com os tipos elas se classificam em:

• Moduladas: tem usualmente o seu emprego em compartimentação de ambientes em

prédios comerciais. Utiliza painéis de placas de madeira reconstituída como material.

• Drywall ou gesso acartonado: são divisórias fixas ou removíveis, que têm a função de

compartimentar e de separar.

Figura 22: Divisórias em Drywall

Fonte: SENAI, 2013

• Placas de cimento: são fixas ou removíveis. São empregadas diversos tipos de placas,

aglomeradas com cimento, com espessura menor que 2,5 cm.

A vedação vertical possui interface com vários outros subsistemas do edifício, como a

estrutura, as instalações, as vedações horizontais, impermeabilizações, entre outros.

35

2.7 INSTALAÇÕES

As instalações fazem parte das etapas de uma obra através dos seus condutores nas

tarefas de suprimento e coleta. Destacaremos, neste capítulo, as instalações elétricas e

hidráulicas (com ênfase para instalações de água fria e esgoto).

2.7.1Instalações elétricas

A execução de uma instalação elétrica deverá ser orientada por um projeto específico,

evitando-se, desta forma, prejuízos futuros por fuga de energia ou até pela possibilidade

de subdimensionamento dos seus componentes, gerando curto- circuitos geradores de

incêndio.

Trataremos aqui das instalações de baixa tensão, responsáveis pelo suprimento de

residências. O suprimento de energia elétrica se dá através da captação na rede pública

(do poste) por um ramal de ligação até o quadro de medição de consumo e, a partir

disso, o fluxo de energia, através de condutores segue até o quadro geral de

distribuição na residência que, através dos circuitos de distribuição, irá fazer a

“alimentação” de energia em toda a unidade residencial.

De acordo com a quantidade de consumo, a tensão fornecida pela concessionária

poderá ser: monofásica, bifásica ou trifásica.

• Monofásica: alimentada por dois condutores, uma fase e um neutro, que liberam uma

tensão de 127 V;

• Bifásico: a instalação é alimentada por três condutores, 2 fases e um neutro, que

liberam uma tensão de 220 V (ligação envolvendo duas fases) e uma tensão de 127 V

(ligação envolvendo uma fase e um neutro).

• Trifásico: alimentada por quatro condutores, constituída de três fases e um neutro, que

liberam uma tensão de 380 V (ligação envolvendo três fases) e uma tensão de 220 V

(ligação envolvendo duas fases) e 127 V (ligação envolvendo uma fase e um neutro).

Em uma instalação elétrica residencial, encontraremos diversos dispositivos e materiais

que constituem o sistema e garantem o seu perfeito funcionamento.

Dispositivos:

- Disjuntores;

- Interruptores;

- Tomada universal de dois polos (fase e neutro);

-Tomada de três polos (fase, neutro e terra);

36

- Conjuntos de interruptor e tomada;

- Quadro de disjuntores com barramento (quadro geral);

- Local para lâmpada;

-Lâmpadas.

Materiais:

-Caixa de passagem (2x4 e 4x4, em polegadas);

-Caixa de passagem octogonal (3x3 e 4x4, em polegadas);

- Eletrodutos rígidos e flexíveis (corrugados);

-Fios rígidos e flexíveis;

-Fita isolante.

Os condutores ou fios são apresentados em diversas cores com a intenção de facilitar a

identificação dos circuitos. Destacaremos os fios nas cores:

• Preto e vermelho – identifica os condutores fase

• Azul – identifica a ligação terra

• Verde – identifica os condutores

As caixas de passagem, quando embutidas em alvenaria, devem obedecer a alguns

procedimentos: as caixas devem estar no prumo e ter-se cuidado para que não haja

diminuição da sua seção. Importante observar a compatibilização da caixa com o

revestimento para que fiquem alinhadas.

A instalação de caixas de passagem e eletrodutos em estruturas que receberão

concretos requer todo cuidado para que não sejam danificadas as suas peças e

tampouco as suas ligações pela movimentação de equipamentos, de pessoas, do

lançamento de concreto, e do adensamento deste material. Os eletrodutos rígidos são

os mais indicados.

A instalação aparente é visível, diferentemente do que acontece nas instalações

embutidas na alvenaria e no concreto. As caixas de passagem e eletrodutos são fixados

por meio de parafusos, buchas e abraçadeiras.

Nas instalações enterradas, alguns procedimentos e cuidados devem ser seguidos:

• As caixas de passagem em alvenaria ou de outro material não devem permitir a

passagem de água;

• A profundidade dependerá da intensidade de tráfego no local;

• Antes de fazer-se o aterro das valas é conveniente cobrir-se a tubulação com uma

camada de areia;

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• Utilizar terra para preenchimento das valas sem a presença de pedras e restos de

materiais;

• A compactação deste material de aterro deve ser feito com critério, a fim de não criar

danos ao material assentado.

Listamos, a seguir, algumas das normas técnicas da ABNT que fixam diretrizes para

execução e controle de instalações elétricas:

Código Título Data Status

ABNT NBR 15465:2008

Sistemas de eletrodutos plásticos para instalações elétricas de baixa tensão -

Requisitos de desempenho

04/08/2008 Em Vigor

ABNT NBR 5431:2008

Caixas e invólucros para acessórios elétricos

para instalações elétricas fixas domésticas e análogas - Dimensões

21/04/2008 Em Vigor

ABNT NBR 5410:2004 Errata 1:2008

Instalações elétricas de baixa tensão 17/03/2008 Em Vigor

ABNT NBR IEC 60670-

1:2005

Caixas e invólucros para acessórios elétricos

para instalações elétricas fixas domésticas e

análogas Parte 1: Requisitos gerais

29/04/2005 Em Vigor

ABNT NBR 5410:2004

Versão Corrigida:2008

Instalações elétricas de baixa tensão 30/09/2004 Em Vigor

ABNT NBR 5444:1989

Símbolos gráficos para instalações elétricas

prediais

28/02/1989 Em Vigor

ABNT NBR IEC 60947-

7-1:2004

Dispositivos de manobra e controle de baixa

tensão Parte 7: Dispositivos auxiliares - Seção 1:

Conectores elétricos para condutores elétricos

de cobre

30/11/2004 Em Vigor

ABNT NBR NM 60669-

1:2004

Interruptores para instalação elétricas fixas domésticas e análogas

Parte 1: Requisitos gerais (IEC 60669-1:2000,

MOD)

29/10/2004 Em Vigor

ABNT NBR 13571:1996

Haste de aterramento aço-cobreada e acessórios - Especificação

28/02/1996 Em Vigor

ABNT NBR 12483:1992 Chuveiros elétricos - Padronização 30/04/1992 Em Vigor

38

2.7.2 Instalações hidráulicas Para elaborar um projeto de instalações hidráulicas é preciso que se tenha uma série de

informações necessárias ao seu dimensionamento e, para isto, é imprescindível

conhecer: tipos de pontos de consumo – torneiras, vasos sanitários, lavatórios,

chuveiros, tipo, comprimento e diâmetro das tubulações; quantidade e tipos de

conexões; registros de comando e cálculo estimativo de consumos diário de água em l/d

(litros por dia) por pessoa.

2.7.2.1 Instalação hidráulica de água fria É um sistema formado de tubulações e demais acessórios com a função de captar a

água da rede pública, conduzi-la até o interior da residência, fazendo a sua distribuição

até os pontos de utilização e de consumo. O sistema pode ser direto, indireto e misto.

• Direto: a água é captada, conduzida e distribuída diretamente da rede pública. • Indireto: a água vinda da rede pública abastece um reservatório superior, e então é

distribuída por toda a residência. Quando não há pressão suficiente para a água chegar

até aquele reservatório, abastece-se um reservatório inferior e, através de

bombeamento, faz-se esta água chegar até o reservatório superior.

• Misto: quando acontecem as duas situações descritas nos sistema anteriores, ou seja,

parte da alimentação é distribuída diretamente da rede pública e parte pelo reservatório

superior. A distribuição de água do reservatório até o ponto de consumo ou de utilização se dá

através dos seguintes componentes da instalação:

• Ramal predial: tubulação condutora da água da rede pública para o imóvel.

• Colar ou barrilete: tubulação horizontal interligada ao reservatório que alimenta as

colunas de distribuição.

• Colunas de distribuição: tubulação vertical interligada ao barrilete e que alimenta os

ramais.

• Ramais: tubulação interligada à coluna de distribuição e que alimenta os sub-ramais.

• Sub-ramais: tubulação que interliga o ramal à peça de utilização.

39

Figura 23: Captação e distribuição de água em uma residência

Fonte: SENAI, 2013.

Em uma instalação hidráulica residencial, manuseia-se uma quantidade muito grande

de tubos, conexões, registros de gaveta, registros de pressão, torneiras, válvulas de

fluxo e torneiras de boia. Nas instalações residenciais é comum o uso dos produtos em PVC com diâmetros

diversos, com pontas e bolsas soldáveis com adesivos apropriados ou rosqueados. A utilização de tubos PVC tem apresentado vantagens que validam a preferência do seu

uso em instalações residenciais:

• Simples instalação;

• Fácil manuseio e transporte;

• Resistente à pressão;

• Grande durabilidade;

• Menor perda de carga;

• Baixo custo. As tubulações PVC são facilmente encontradas no mercado e em variados tipos. Para

as instalações prediais, há duas linhas que se destacam:

• Linha hidráulica – condutora de água fria, está submetida à pressão, sendo usual o

emprego de adesivo específico; nos terminais de consumo, utiliza-se conexão soldável

e com rosca interligando os elementos de condução e de consumo.

40

Figura 24: Tubos e Conexões em PVC para Água Fria

Fonte: SENAI, 2013.

• Linha Sanitária – para condução de esgoto, ventilação e captação de água pluvial, está

submetida à pressão atmosférica, não sendo obrigatório o uso de adesivos. São

utilizadas nas ligações anéis de vedação.

Figura 25: Tubos, conexões e caixas para esgoto

Fonte: SENAI, 2013.

2.7.2.2 Instalações sanitárias - Esgotos

Sistema formado por tubulações, aparelhos e demais acessórios com a função de

captar e conduzir os despejos (águas residuárias) de um imóvel.

Estes despejos são chamados de água imunda, quando, além de água, contém ainda

material fecal e urina. São chamados de águas servidas quando são originários de

processos de lavagem e limpeza.

Este sistema tem como componentes:

• Tubulação primária: tem a presença dos gases vindos da rede pública ou dos

dispositivos de tratamento;

41

• Tubulação secundária: tem um desconector que protege dos gases;

• Ramal de descarga: tubulação que recebe diretamente os despejos dos aparelhos

sanitários;

• Ramal de esgoto: recebe os despejos dos ramais de descarga;

• Tubo de queda (TQ): usado em edifícios, tubulação vertical que recebe os despejos dos

ramais de esgoto;

• Caixa de gordura (CG): caixa receptora de gorduras;

• Ralo seco (Rs): caixa dotada de grelha na parte superior, tem a função de captar as

águas de lavagem de pisos ou de chuveiros;

• Ralo sifonado ou caixa sifonada (cs): tem a função de captar as águas de lavagens de

pisos e despejos de aparelhos sanitários, com exceção dos vasos sanitários;

• Caixa de passagem (CP) ou caixa de inspeção (CI): possibilita a inspeção e

desobstrução de canalizações.

• Coluna de ventilação (CV) – tubulação com a finalidade de conduzir os gases até a

atmosfera, acima da cobertura do imóvel.

Figura 26: Sistema de esgoto em uma residência

Fonte: SENAI, 2013.

2.8 ESQUADRIAS E FERRAGENS

Os elementos utilizados para vedação na abertura das alvenarias das edificações

chamam-se esquadrias. Nesta fase da obra, acontece a fixação dos batentes

(guarnições) de portas, portões, janelas, venezianas etc.

Esta etapa é uma das mais importantes por ter a função de comunicação entre o interior

e o exterior da residência, tendo um custo significativo nas obras, podendo variar de 9 a

18% do total gasto em uma edificação.

42

Existem no mercado diversos tipos de esquadrias atendendo aos mais variados gostos

estéticos e disponibilidades financeiras. Basicamente dividem-se em dois grandes tipos:

as esquadrias prontas e as feitas sob medida de acordo com o projeto.

Os tipos de esquadrias são também resultantes do tipo de aberturas adotadas, dos vãos

onde serão assentadas. Estão também relacionados aos materiais utilizados na sua

fabricação. Registramos, a seguir, alguns tipos de esquadrias.

2.8.1 Quanto ao movimento de abertura:

-De abrir:

Portas e janelas abrem-se para dentro ou para fora, com movimentos liberados através

de dobradiças ou de pivôs.

Figura 27: Porta de abrir Fonte: SENAI, 2013.

-De correr:

As portas e janelas deslizam as suas folhas sobre trilhos, onde movimentam-se

apoiadas ou penduradas (no chão ou no teto).

43

-De guilhotina:

Neste tipo de janela o movimento ocorre por deslocamento vertical das folhas móveis,

podendo escolher-se que uma das folhas permaneça fixa em cima ou em baixo.

-Basculante:

Apresenta uma ou mais folhas móveis através de rotação em torno de um eixo

horizontal, pode ser janela basculante ou portão basculante, muito usados em

garagens.

-Maxim-Ar:

Tem o movimento de abertura semelhante à basculante, no entanto neste caso toda a

sua folha se projeta para fora do ambiente e não parcialmente como no caso anterior. É

muito comum a sua fabricação utilizando-se o alumínio.

Figura 28: Maxim-Ar Fonte: SENAI, 2013.

-Camarão:

Também conhecidas como sanfonadas, apresentam movimento em que as suas folhas

vão simultaneamente correndo e dobrando, permitindo que o vão fique praticamente

todo aberto.

-De tombar:

Assemelha-se ao maxim-ar invertido.

44

2.8.2 Quanto ao material empregado na fabricação

- Alumínio:

As esquadrias de alumínio são recomendadas para regiões litorâneas devido a sua

resistência ao salitre marinho. São bastante utilizadas em diversos tipos de edificações.

Podem ser encontradas prontas em casas comerciais ou feitas sob encomenda.

Figura 29: Janela de alumínio Fonte: SENAI, 2013.

-Madeira:

As esquadrias de madeira são ainda bastante utilizadas. Alguns cuidados devem ser

tomados na escolha deste material, dando-se preferência às madeiras de lei. As

esquadrias de madeira devem ser tratadas com produtos contra fungos e pintadas para

aumentar a sua proteção contra as intempéries.

-PVC: Vem ganhando espaço no nosso mercado em razão de ser de simples

montagem, duráveis e de fácil limpeza. Dispensam a aplicação de pinturas.

45

Figura 30: Porta de PVC Fonte: SENAI, 2013.

-Ferro: as esquadrias que apresentam este material na sua fabricação, transmitem uma

maior tranquilidade em relação a segurança. No entanto cuidados com a sua

manutenção devem ser tomados principalmente em regiões litorâneas devido à ação

agressiva da salinidade levando à oxidação (ferrugem).

As esquadrias de ferro devem ser convenientemente tratadas antes da aplicação de

pintura protetora anticorrosiva.

-Vidro: este tipo de esquadria é bastante utilizado tanto nas edificações residenciais

quanto comerciais, pela sua beleza, transparência e por facilitar a passagem da

iluminação. Utiliza-se normalmente o vidro “temperado”, que é fabricado atendendo a

propriedades que fazem com que, durante uma quebra, este material se fragmente em

pequenos pedaços sem apresentar formas pontiagudas que poderiam transformar-se

em elementos de alta periculosidade à integridade física das pessoas.

46

2.8.3 Quanto à função das esquadrias (destacaremos as mais importantes):

-Acesso: controla o trânsito de pessoas e veículos. Sendo um elemento de segurança

da edificação evitando ou dificultando a entrada de intrusos.

-Isolamento: as esquadrias permitem o isolamento tanto térmico protegendo contra as

incidências solares, bem como permite o isolamento acústico, uma vez que possibilita o

controle com efeito de minimizar os ruídos e barulhos externos.

-Iluminação: permite a entrada da iluminação natural, tornando o ambiente interno mais

salubre, além de reduzir custos e recursos com a redução do uso da iluminação

artificial.

-Ventilação: permite a passagem e circulação do ar externo, contribuindo para a

renovação do ar no ambiente interno da edificação.

Normas Técnicas Aplicáveis – A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas)

fixa orientações e procedimentos para as coberturas em relação às suas terminologias,

requisitos e classificações, especificações, métodos de ensaios, através da:

-ABNT NBR 10821-1:2011, Esquadrias Externas para Edificações, Parte 1-

Terminologia

-ABNT NBR 10821-2:2011, Esquadrias Externas para edificações, Parte 2 – Requisitos

e Classificação.

-ABNT NBR 10821-3:2011. Esquadrias externas para edificações. Parte 3 – Método de

Ensaio.

-ABNT NBR 13756:1996, Esquadrias de alumínio – Guarnição elastomérica em EPDM

para vedação – Especificação.

2.8.4 Ferragens

As ferragens são os diversos acessórios que compõem as esquadrias para auxiliar na

sua funcionalidade. Exemplo:

-fechaduras;

-dobradiças;

-puxadores;

-trincos;

-maçanetas etc.

47

Equipamentos, Ferramentas e Acessórios Utilizados (no assentamento das

esquadrias):

-Colher de pedreiro de 8”;

-Linha de náilon;

-Lápis de carpinteiro;

-Trenas de aço de 5 e 30m;

-Régua de alumínio de 1” x 2” com 2m;

-Mangueira de nível;

-Nível de bolha com 35cm;

-Prumo de face;

-Talhadeira de 12”;

-Marreta de 1k;

-Martelo tipo unha;

-Serrote;

-Jogo de chave de fenda;

-Furadeira elétrica portátil com brocas.

Analisaremos, nesta etapa de execução de esquadrias, os fatores de riscos e perigos

inerentes a estes serviços. Por outro lado, apontaremos medidas preventivas que

devem ser adotadas para fazer frente a estas ameaças aos trabalhadores.

Riscos de Acidentes – projeção de partículas nos olhos, queda de pessoas, queda de

objetos, golpes no manuseio a ferramentas manuais, prensagem de mãos e dedos.

Riscos à Saúde – contato com cola, levantamento e transporte de cargas.

Danos gerados pelos riscos de acidentes – fraturas,ferimentos, contusões..

Danos gerados pelos riscos à saúde – dermatoses, queimaduras químicas,

intoxicações, lesões nos membros superiores, lesões de coluna.

Medidas preventivas a serem adotadas no canteiro de obras – manter o local de

trabalho organizado, circulação livre e desimpedida, utilização de sinalização de

segurança, adequada utilização de ferramentas diversas, guarda de ferramentas no

cinto porta-ferramentas, uso de equipamentos de proteção contra quedas, manutenção

de ordem e limpeza no canteiro de obras, utilização de profissionais conhecedores das

atividades a serem desenvolvidas.

48

Evitar-se a presença ou circulação de pessoas não vinculadas ao serviço em áreas com

muito ruído, realizar manutenção preventiva de máquinas e equipamentos, realizar

exames audiométricos, ter cuidado com o asseio corporal e com a limpeza da roupa

utilizada no trabalho. Após o término da jornada, fazer o asseio corporal com água em

abundância.

Na implantação de medidas preventivas, é imprescindível o uso de EPI’s –

Equipamentos de Proteção individual.

EPI: calçado de segurança, capacete, óculos de segurança contra impacto, luva de

PVC, máscara descartável para vapores.

A verificação e aceitação dos serviços acontecem através do acompanhamento destes

trabalhos, buscando-se identificar não conformidades nos materiais envolvidos e/ou na

execução dos serviços para a sua correção se necessário. Observa-se a qualidade do

assentamento das peças e o seu perfeito funcionamento. Uma vez que esta etapa

construtiva tenha atendido às diretrizes do projeto específico em consonância com as

normas da ABNT, pode-se então dar como concluído e aceito estes serviços.

2.9 REVESTIMENTOS

Existem diversos tipos de revestimentos, alguns bem específicos usados em

determinados ambientes que exigem tratamentos e aplicações especiais, como em

áreas industriais, comerciais, químicas, hospitalares, navais.

No entanto, os tipos de revestimentos mais comuns, os mais utilizados na construção

civil, são os que empregam a argamassa, a cerâmica e pedras. Vamos, então, comentar

um pouco sobre cada um deles.

2.9.1 Revestimentos com argamassas

São os revestimentos mais utilizados em obras tanto nas áreas internas quanto

externas. Podem ser empregados em três etapas:

-Chapisco: aplicado diretamente na alvenaria, com uma espessura variável de 5 a 7mm,

tem a função de criar aderência para receber e reter a próxima camada. Utiliza na sua

preparação o cimento e a areia média como componentes no traço de 1:3., ou seja uma

parte de cimento e três partes de areia;

49

-Emboço: aplicação seguinte a do chapisco, com uma espessura variável de 2 a 2,5 cm,

tem a função de regularizar a superfície, tornando-a plana. Utiliza na sua preparação o

cimento, a cal ou arenoso e a areia. Em geral, usam-se os seguintes traços em

volumes:

1:2:6 (cimento, cal hidratada ou arenoso e areia média) para revestimentos externos.

1:2:8 (cimento, cal hidratada ou arenoso e areia média) para revestimentos internos.

-Reboco: última camada deste tipo de revestimento, com uma espessura de até 5 mm.

Também chamado de revestimento fino, tem a função de dar o acabamento ao emboço

preliminarmente executado.

Os revestimentos com argamassa nem sempre se constituem das três etapas. Têm-se

utilizado frequentemente a primeira camada através de chapisco para garantir uma boa

aderência do revestimento na alvenaria. Quando o revestimento final se dá através de

pintura, executa-se a terceira camada que é o reboco; já quando o revestimento final se

dá através de, por exemplo, placas cerâmicas, a base é composta de chapisco e,

posteriormente, a camada de emboço para, em seguida, vir o revestimento final. É cada

vez mais frequente o uso da argamassa industrializada tanto para assentamento como

para ser aplicada como revestimento. Alguns fatores têm determinado a crescente

aceitação deste produto pré-fabricado, um deles é o controle de qualidade a que é

submetido esta argamassa com a inclusão de aditivos na sua composição, a fim de

conferir-lhe aderência, redução do aparecimento de fissuras, trabalhabilidade,

resistência mecânica e durabilidade.

A argamassa industrializada pode com apenas uma camada substituir o emboço.

Figura 31: Chapisco, emboço e reboco

Fonte: SENAI, 2012.

50

2.9.2 Revestimentos com cerâmicas

São usados em ambientes que recebem água, também chamadas comumente de áreas

molhadas, como áreas de serviços, cozinhas e banheiros, sendo também utilizados em

outros locais, como em fachadas, por exemplo.

Existe uma variedade muito grande de cerâmicas ofertadas no mercado em vários

padrões, cores e dimensões, desde as pastilhas de 2x2 cm até as grandes peças. O

lado que fica em contato com a argamassa de assentamento é chamado de tardoz. O

assentamento destas peças cerâmicas se dá com o auxílio de argamassas pré-

fabricadas chamadas argamassas colantes ou cimento colante. Este assentamento

requer muita atenção com as juntas entre as placas que funcionam como elementos de

absorção de movimentações térmicas e estruturais.

Figura 32: Revestimento cerâmico

Fonte: SENAI, 2012.

A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) fixa orientações e procedimentos

na execução de revestimentos. Citam-se, a seguir, alguns exemplos.

-Revestimento de paredes externas e fachadas com placas cerâmicas e com utilização

de argamassa colante - Procedimento NBR13755 - Data 12/1996.

-Revestimento de paredes internas com placas cerâmicas e com utilização de

argamassa colante - Procedimento NBR13754 - Data 12/1996.

-Execução de piso com revestimento cerâmico NBR9817 - NB1069 - Data 05/1987.

51

2.9.3 Revestimento com pedras

Revestimento largamente utilizado pelo seu aspecto estético. Apresentado em placas

de várias dimensões, em cores e texturas diversas, garante ao ambiente requinte

decorativo, aliando beleza, durabilidade e qualidade, além de economia pelo fato deste

revestimento não necessitar de pinturas, texturas ou grafiatos.

Figura 33:Revestimento com pedras naturais Fonte: SENAI, 2013.

Funções: Os revestimentos conferem aos elementos estruturais (pilares, vigas, lajes

etc.) ou de vedação proteção contra os efeitos nocivos do intemperismo, provocados

pelo sol, chuva, vento, variações de umidade, maresia, além de conferir estanqueidade

às superfícies onde foram aplicados.

Equipamentos e ferramentas e acessórios utilizados em assentamento de argamassa

industrializada.

-Broxa;

-Desempenadeira de madeira;

-Desempenadeira dentada;

-Lápis de carpinteiro;

-Régua de Alumínio de1”x 2” com 2m;

-Esquadro de alumínio;

-Mangueira de nível ou aparelho nível a laser;

-Prumo de face de cordel;

-Caixote para argamassa;

-Vassoura de piaçaba;

-Escova de aço;

52

-Cavaletes para andaimes;

-Carrinho de mão;

-Guincho;

-Cantoneiras de alumínio para cantos vivos;

-Desempenadeiras de canto V de quina;

-Padiola;

-Argamassadeira ou betoneira;

-Silo.

Assim como nas demais etapas construtivas, também na execução de revestimentos

existem fatores de riscos e perigos que podem levar o trabalhador a se acidentar.

Medidas preventivas podem e devem ser tomadas a fim de minimizar estas

possibilidades prejudiciais à integridade física do trabalhador.

Riscos de Acidentes – projeção de partículas nos olhos, queda de pessoas, exposição

à energia elétrica, queda de objetos, contato com materiais e ferramentas perfuro

cortante.

Riscos à Saúde – ruído proveniente da esmerilhadeira, poeira, contato com cimento.

Danos gerados pelos riscos de acidentes – lesão ocular, politraumatismos,

ferimentos, contusões, choque elétrico, queimaduras, parada cardiorrespiratória, morte,

cortes, amputações.

Danos gerados pelos riscos à saúde – perda auditiva, problemas respiratórios,

dermatoses, queimaduras químicas.

Medidas preventivas a serem adotadas no canteiro de obras – utilização de

sinalização de segurança, adequada utilização de ferramentas diversas, uso de

equipamentos de proteção contra quedas, manutenção de ordem e limpeza no canteiro

de obras, utilização de profissionais conhecedores das atividades a serem

desenvolvidas.

É importante evitar a presença ou circulação de pessoas não vinculadas ao serviço em

áreas com muito ruído, realizar manutenção preventiva de máquinas e equipamentos,

realizar exames audiométricos, ter cuidado com o asseio corporal e com a limpeza da

roupa utilizada no trabalho.

53

Na implantação de medidas preventivas, é sempre válido enfatizar a necessidade de

levar aos trabalhadores a conscientização dos cuidados que devem tomar durante as

suas atividades laborais, com o emprego de EPI’s – Equipamentos de Proteção coletiva.

É de se esperar que as empresas construtoras esgotem todos os recursos preventivos

através do uso sistemático dos EPC´S – Equipamentos de Proteção Coletivos.

EPC: guarda-corpo rígido, proteção de aberturas internas, dutos de descarga;

EPI: calçado de segurança, capacete, óculos de segurança contra impacto, luva de

raspa, protetor auricular.

EPC’s e EPI’s (capacete, óculos de proteção, luvas de borracha, botas de couro)

Riscos Inerentes ao Serviço e Medidas Preventivas.

Na execução das etapas construtivas, alguns procedimentos são recomendáveis para

que se consiga a qualidade desejada. Vamos tomar como exemplo algumas indicações

para assentamento de revestimentos cerâmicos:

1.Verificar a limpeza do local de assentamento e a necessidade ou não de

regularização;

2.Proceder ao umedecimento da superfície de assentamento antes da aplicação da

camada de argamassa colante;

3.Controlar para que a peça cerâmica tenha contato total com a argamassa e a

superfície de assentamento;

4.Para que a peça a ser assentada tenha um contato perfeito com a argamassa colante,

é necessário que, através de uma ferramenta semelhante a um martelo de borracha,

sejam dados pequenos golpes para garantir a perfeita aderência da peça;

5. Considerar a espessura da camada de assentamento não superior a 5,0 mm;

6. Utilizar uma desempenadeira de dentes a fim de criar sulcos na superfície de

assentamento.

A verificação e aceitação dos serviços acontecem através do acompanhamento destes

trabalhos buscando-se identificar não conformidades nos materiais envolvidos e/ou na

execução dos serviços para a sua correção se necessário. Verifica-se se as juntas

estão de acordo com o especificado, se as peças cerâmicas estão bem aderentes à

superfície de fixação, se as peças formam no seu conjunto uma superfície plana e

regular. Uma vez que esta etapa construtiva tenha atendido às diretrizes do projeto

54

específico em consonância com as normas da ABNT, pode-se então dar como

concluído e aceito estes serviço.

merciais, químicas, hospitalares, navais.

No entanto, os tipos de revestimentos mais comuns, os mais utilizados na construção

civil, são os que empregam a argamassa, a cerâmica e pedras. Vamos, então, comentar

um pouco sobre cada um deles.

2.10 COBERTURAS

Diferentes são os tipos de coberturas usadas nas edificações. Elas podem ser usadas

em prédios comerciais, residenciais, industriais, hospitalares etc., e o tipo escolhido fica

a critério do construtor. Abaixo, citam-se alguns deles.

2.10.1 Quanto ao Material Empregado

Madeira: muito utilizada em regiões ricas de florestas. Pode ser aplicada sob a forma de

lâminas e de achas.

Figura 34: Coberturas Fonte: SENAI, 2013.

Ardósia: apresenta-se, geralmente, em forma de lâminas. Tem a propriedade de ser

incombustível, má condutora de calor e bastante durável. Quanto à estética, o seu

conjunto é harmonioso e de rara beleza.

55

Figura 35:Cobertura em ardósia

Fonte: SENAI, 2013.

Material fibroso: telhas produzidas com cimento e amianto. Apresentam-se sob a

forma de chapas onduladas, tem como principais propriedades a durabilidade, a

resistência mecânica, a incombustibilidade, a impermeabilidade.

Na sua estrutura de sustentação não será necessário o ripamento (utilização de ripas),

pois as telhas são fixadas em terças (elemento de sustentação do telhado) nas suas

extremidades.

Figura 36: Cobertura com material fibroso

Fonte: MORGUEFILE, 2013.

Material metálico: telhas produzidas utilizando o zinco e principalmente alumínio.

Apresentam-se sob a forma de chapas onduladas, tendo como principais propriedades

a leveza, diminuindo o custo da sua estrutura de sustentação e a condução do calor.

56

Figura 37: Cobertura com material metálico

Fonte: SXC.HU, 2013

Material cerâmico: telhas produzidas a partir da argila e depois cozidas a altas

temperaturas. São encontradas no mercado sob variadas formas e cores, apresentam

como propriedades resistência aos efeitos da intempérie, impermeabilidade, pouca

condução de calor. A sua estrutura de sustentação requer a utilização de ripas, ripões e

terças.

Figura 38: Cobertura com material cerâmico

Fonte: SXC.HU, 2013.

As coberturas têm a função de proteger as edificações e os seus usuários das

intempéries, resguardando-os da ação do sol, da chuva, do frio, da neve, da umidade,

e, através das suas propriedades isolantes, possibilitar o conforto térmico e acústico.

A cobertura, para poder prestar conforto aos seus usuários, deverá apresentar

propriedades dos seus materiais constituintes que ofereçam:

-Resistência mecânica do seu conjunto;

-Impermeabilidade;

57

-Durabilidade;

-Praticidade de colocação;

-Plasticidade suficiente para suportar as dilatações e contrações.

A ABNT- Associação Brasileira de Normas Técnicas fixa regras e diretrizes para

controle dos materiais envolvidos na cobertura, bem como na execução dos telhados.

Citam-se, a seguir, algumas normas voltadas especificamente para o estudo e

desenvolvimento desta etapa construtiva:

-ABNT NBR 15.575 apresentam disposições aplicáveis às edificações residenciais de

até cinco pavimentos, abrangendo o sistema de coberturas.

-ABNT NBR 5642, Telha de Fibrocimento – Verificação de Permeabilidade.

-ABNT NBR 5643, Telha de Fibrocimento - Verificação de Resistência a Cargas

Uniformemente Distribuídas.

-ABNT NBR 13.858-1 – Telhas de Concreto – Parte 1: Projeto e Execução de Telhados.

-ABNT NBR 13.858 -2 - Telhas de Concreto – Parte 2: Requisitos e métodos de ensaio.

Equipamentos, ferramentas e acessórios utilizados (no assentamento de uma

cobertura):

-Trenas de aço de 5m e 30m;

-Lápis de carpinteiro;

-Martelo;

-Serrote;

-Linha de náilon;

-Nível de bolha de 30 cm;

-Mangueira de nível ou aparelho nível a laser;

-Guincho;

-Esquadro metálico de carpinteiro;

-Serra elétrica portátil.

Como é do nosso conhecimento, um canteiro de obras é um local onde acontecem

diversos tipos de acidentes pelo fato de existirem inúmeros fatores de riscos inerentes

aos serviços ali desenvolvidos. Para minimizar estas ocorrências, é necessário que

medidas preventivas sejam adotadas. Citamos, a seguir, perigos e fatores de riscos

inerentes a etapa cobertura.

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Riscos

Queda de pessoas, queda de objetos, golpes no manuseio e utilização de ferramentas.

Danos gerados por estes riscos

Politraumatismos, ferimentos, contusões e mortes.

Medidas preventivas

Utilização de sinalização de segurança, adequada utilização de ferramentas diversas,

uso de equipamentos de proteção contra quedas, manutenção de ordem e limpeza no

canteiro de obras, utilização de profissionais conhecedores das atividades a serem

desenvolvidas.

Na implantação de medidas preventivas, é sempre válido enfatizar a necessidade de

levar aos trabalhadores a conscientização dos cuidados que devem tomar durante as

suas atividades laborais. É imprescindível o emprego de EPC’s – Equipamentos de

Proteção coletiva e o uso de EPI’s – Equipamentos de Proteção Individual.

Epc: Guarda-corpo rígido, cabo guia trava-quedas, sistema de combate a incêndios,

barreiras de proteção, duto de descarga.

Figura 39: EPC – Equipamentos de proteção coletivo

Fonte FREEPIK, 2013.

Epi: calçado de segurança, capacete, cinto de segurança paraquedista, óculos de

segurança contra impacto, luva de raspa, protetor auricular.

59

Figura 40: EPI – Equipamentos de proteção Individual

Fonte: SENAI, 2013.

A cobertura realizada com telhas cerâmicas tem como procedimento de execução a

colocação destas peças no telhado, de baixo para cima, a partir do beiral. Na última

fiada, na interseção entre dois planos do telhado, é feito o “acabamento” deste encontro

com uma fiada de telhas (cumeeira), assentada com argamassa de cimento, cal, areia.

A verificação e aceitação dos serviços acontecem através do acompanhamento destes

trabalhos buscando-se identificar não conformidades nos materiais envolvidos e/ou na

execução dos serviços para a sua correção se necessário. Uma vez que esta etapa

construtiva tenha atendido às diretrizes do projeto específico em consonância com as

normas da ABNT, pode-se então dar como concluído e aceito estes serviços.

2.11 IMPERMEABILIZAÇÃO

A impermeabilização é o procedimento adotado para se evitar a ação danosa da água

na construção, através de infiltrações, utilizando-se para isto da proteção de um sistema

de revestimento que permita a estanqueidade dos elementos fluídicos.

Entende-se por estanqueidade a propriedade que confere a impermeabilização, que

impede a passagem de elementos fluídos.

Existem algumas situações recorrentes de infiltração de água nas construções e que

devem ser tratadas com a impermeabilização adequada ao caso, evitando-se

comprometimentos futuros, tanto em relação à estética quanto à deterioração dos

elementos constituintes das estruturas edificadas. As ocorrências mais comuns de

infiltração de água são:

• Concentração de umidade nas estruturas em contato com o terreno;

• Umidade nas paredes, nas áreas próximas ao piso;

• Penetração de água na laje;

• Fuga de água em piscinas;

• Fuga de água em caixas d’água;

60

• Presença de umidade em piso.

A executante de uma impermeabilização deve estar munida de todas as informações

possíveis para auxiliar esta atividade tão importante, garantindo assim que os serviços

sigam o que prevê as normas técnicas específicas. Desta forma, deverão fazer parte do

acervo informativo:

• Desenhos com detalhes relevantes;

• Memorial descritivo;

• Especificação de materiais empregados;

• Descrição dos serviços a realizarem-se.

Na execução da impermeabilização, cuidados preliminares devem ser tomados na

superfície de aplicação. Alguns cuidados estão descritos abaixo.

• Preenchimento com argamassa de cimento e areia no traço de 1:3, nas depressões

encontradas na superfície;

• Recuperação de trincas e fissuras;

• Manter a superfície convenientemente seca;

• Arredondar cantos e arestas vivos;

• Manter a superfície livre de poeira, óleos ou graxas;

• Manter a superfície livre de restos de materiais como pontas de ferro, madeiras, etc.;

• Assegurar caimento mínimo de 1% das águas a serem escoadas em direção ao ralo;

• Proibição de trânsito de pessoas, matérias que nada tenham a ver com os serviços de

impermeabilização.

Após a execução da impermeabilização é recomendável fazer-se um teste com lâmina

de água durante 72 horas, para verificar-se a estanqueidade das superfícies

impermeabilizadas.

Existem diversos sistemas de impermeabilização, a escolha adequada deverá levar em

conta fatores como dimensões da obra, interferências no local, forma da estrutura, vida

útil, custo envolvido.

Listamos, a seguir, alguns dos sistemas impermeabilizantes mais usados, com suas

características, propriedades, aplicações:

2.11.1 Sistemas Rígidos

São aditivos que são adicionados aos concretos e às argamassas utilizadas para

revestimento e assentamento dos elementos constituintes da alvenaria; têm a função de

61

agir no sistema capilar, anulando a percolação de água. O seu consumo varia segundo

seja emisturado ao concreto ou argamassa; nas argamassas, geralmente, utilizam-se 2

litros de aditivo por 50 kg de aglomerantes, misturados em argamassa 1:3 de cimento e

areia, em volume.

Quando a adição do impermeabilizante é feita no concreto, toma-se por referência 1%

de volume de aditivo em relação ao peso do cimento, com a condição do consumo não

ser menor que 300 kg/m³. Este tipo de impermeabilização através do acréscimo de

aditivos é geralmente mais usado em argamassas, concretos, revestimentos, vigas

baldrames, revestimentos de reservatórios de água e piscinas, além de ser usado

também na impermeabilização de túneis e subsolos.

Seu João é um comerciante, proprietário de dois supermercados de bairro. Depois de

muita luta e economias ele construiu a sua casa própria. Contratou os serviços de uma

equipe de obras liderados por um mestre de obras. A fundação adotada foi a sapata

corrida de concreto armado. Após a sua execução e antes de levantar a alvenaria de

blocos, o mestre de obras lhe alertou que o impermeabilizante solicitado para aplicar na

estrutura e nos primeiras fiadas da alvenaria, não havia chegado. Seu João alegando já

estar com muitos gastos, não admitiu comprar este material, apesar da insistência do

mestre de obras. O técnico em edificações consultado por seu João lhe alertou que ele

poderia vir a ter sérios problemas umidade na estrutura e nas paredes. As previsões do

mestre de obras e do técnico em edificacões se confirmaram e o seu João teve que

fazer uma impermeabilização para combater a infiltração nas paredes. Teve mais

gastos e aborrecimentos do que se tivesse feito no momento adequado. Aprendeu que

em uma obra a impermeabilização protege estruturas e alvenarias de infiltrações que

são bastante danosas à sua conservação.

2.11.2 Sistemas Semiflexíveis

São impermeabilizantes formados por produtos bicomponentes com propriedades que

lhes conferem flexibilidade e possuem a condição de dilatar-se permitindo, dessa forma,

que possam trabalhar com a estrutura, sendo capazes de absorver movimentações de

pequena monta e acomodações. Resistem bem às pressões hidrostáticas positivas –

pressões atuantes no sentido do interior para o exterior da estrutura- e negativas –

pressões atuantes no sentido do exterior para o interior da estrutura.

62

Na aplicação de um sistema de impermeabilização, o executante deverá seguir o

projeto específico desta etapa construtiva e as instruções passo a passo para a

realização com qualidade destes serviços. De maneira geral, com poucas variações,

listamos, a seguir, procedimentos básicos:

• Cantos e arestas devem ter acabamentos arredondados;

• A superfície de aplicação não deve conter graxa, pó, óleo, nata de cimento, ou

quaisquer restos de partículas, ou seja, o substrato deve estar limpo, para facilitar o

processo de aderência;

• Durante a aplicação do produto impermeabilizante em superfícies horizontais devem-se

usar vassouras de pelo, e nas verticais recomenda-se a utilização de brocha ou trincha

de náilon;

• A aplicação do produto na primeira demão deve acontecer em superfície úmida. Já em

relação à segunda demão e posteriores só devem acontecer quando a superfície estiver

seca.

Este sistema é mais usualmente aplicado na impermeabilização de fundações, vigas

baldrames, pisos e paredes de banheiros, argamassa, pequenas lajes e terraços,

reservatórios de água potável e piscinas.

Figura 41: Impermeabilização de piscina

Fonte: SENAI, 2013.

2.11.3 Sistemas Flexíveis

Tem na sua constituição a adição de polímeros e elastômeros entre outros materiais,

conferindo ao produto propriedades elásticas que lhe permitem trabalhar com a

estrutura uma vez que tem a capacidade de absorver significativas movimentações.

Fazem parte deste sistema as emulsões e as mantas.

63

As emulsões são constituídas de elastômeros sintéticos e betumes emulsionados ou de

base acrílica. Durante a sua aplicação, seja através de processo a quente ou a frio,

desenvolvem uma película impermeabilizante, com propriedades elásticas, com alto

grau de aderência ao substrato. No entanto, este produto tem uma restrição a ser

considerada: por apresentar betume na sua constituição, não pode ficar exposto ao

tempo pelo fato de ter baixa resistência aos raios ultravioleta.

Faz-se necessária uma proteção mecânica através de uma argamassa de cimento:

areia no traço 1:3, para revestir a emulsão aplicada. Listamos, a seguir, alguns cuidados

e procedimentos básicos na execução de impermeabilização com emulsões:

• Acabamentos arredondados para cantos e arestas;

• Retirada da superfície de aplicação de graxa, pó, óleo, nata de cimento ou quaisquer

restos de partículas. O substrato deve estar limpo para facilitar o processo de aderência;

• Utiliza-se na sua aplicação: brocha, trincha, rolo ou vassourão;

• Alguns produtos oferecidos pelo mercado já possibilitam o uso imediato, enquanto

outros precisam ser aquecidos antes da sua aplicação.

As mantas, devido ao seu eficiente desempenho, principalmente no tratamento

impermeabilizante de lajes e coberturas, tem sido cada vez mais utilizadas. As mantas

asfálticas têm a sua comercialização através de rolos com variáveis espessuras,

selecionadas de acordo com a finalidade específica. Na atividade impermeabilizante

com este produto, é importante considerar-se os seguintes cuidados e procedimentos:

• Manter regularizada a superfície de aplicação;

• Cantos e arestas devem ser arredondados;

• Eliminar todo resíduo de graxa, pó, óleo, nata de cimento ou quaisquer restos de

partículas;

• A superfície que receberá a imprimação ou pintura de aderência deverá estar seca;

• Cuidados especiais devem ser tomados com a impermeabilização dos locais onde ficam

os ralos e passagens de tubulações. Atenção também nas emendas das mantas, pois

estes três agentes costumam gerar problemas na impermeabilização;

• Assim como as emulsões, as mantas têm baixa resistência à ação dos raios ultravioleta,

sendo, por isto, necessária uma proteção mecânica através de uma argamassa de

cimento:areia no traço 1:3 para revestir a manta aplicada.

Este sistema é mais usualmente aplicado na impermeabilização de banheiros, nas lajes

e terraços, reservatórios de água potável, piscinas, caixas-d’água.

64

Figura 42: Impermeabilização de laje com manta asfáltica

Fonte: SENAI, 2013.

Os projetos, memoriais descritivos e especificações de materiais para a execução de

impermeabilização deverão estar de acordo com o que prescrevem as normas técnicas.

Citaremos a seguir algumas delas:

Código Título Data Status

ABNT NBR 9575:2010 Impermeabilização - Seleção e projeto 17/09/2010 Em Vigor

ABNT NBR 13121:2009 Asfalto elastomérico para impermeabilização 18/05/2009 Em Vigor

ABNT NBR 9574:2008 Execução de impermeabilização 01/12/2008 Em Vigor

ABNT NBR 9690:2007

Impermeabilização - mantas de cloreto de polivilina

(PVC)

10/12/2007 Em Vigor

ABNT NBR 9396:2007

Membrana elastomérica de policloropreno e

polietileno clorossulfonado em solução para

impermeabilização

21/05/2007 Em Vigor

ABNT NBR 9952:2007 Manta asfáltica para impermeabilização 09/04/2007 Em Vigor

ABNT NBR 9686:2006

Solução e emulsão asfálticas empregadas como

material de imprimação na impermeabilização

18/09/2006 Em Vigor

ABNT NBR 9910:2002

Asfaltos modificados para impermeabilização sem

adição de polímeros - Características de

desempenho

30/10/2002 Em Vigor

65

Existem, durante a execução dos serviços de impermeabilização, fatores de riscos e

perigos que podem provocar acidentes e ameaças à saúde do trabalhador. Medidas

preventivas podem e devem ser tomadas a fim de minimizar estas ocorrências.

Analisemos, por exemplo, os fatores de riscos, perigos e medidas preventivas a serem

tomadas utilizando-se mantas asfálticas em lajes expostas.

Riscos de Acidentes – queda de pessoas, queda de objetos, golpes no manuseio com

ferramentas manuais, incêndio.

Riscos à Saúde – contato com temperatura extrema, manuseio de impermeabilizantes,

posturas inadequadas.

Danos gerados pelos riscos de acidentes – politraumatismos, ferimentos, contusões,

fraturas, queimaduras, asfixia, morte.

Danos gerados pelos riscos à saúde – queimaduras, dermatoses, problemas

respiratórios, intoxicações, fadiga, lesões nos membros superiores, lesões da coluna.

Medidas preventivas a serem adotadas no canteiro de obras – utilização de

sinalização de segurança, adequada utilização de ferramentas diversas, manutenção de

ordem e limpeza no canteiro de obras, utilização de profissionais conhecedores das

atividades a serem desenvolvidas, treinamento para manuseio de material de acordo

com as normas de segurança.

Na implantação de medidas preventivas, é sempre válido enfatizar a necessidade de

levar aos trabalhadores a conscientização dos cuidados que devem tomar durante as

suas atividades laborais, como o emprego de EPI’s – Equipamentos de Proteção

coletiva. É de se esperar que as empresas construtoras esgotem todos os recursos

preventivos através do uso sistemático dos EPC´S – Equipamentos de Proteção

Coletivos.

EPC: Cabo guia e sistema de combate a incêndio.

ABNT NBR 11905:1992

Versão Corrigida:1995

Sistema de impermeabilização composto por

cimento impermeabilizante e polímeros -

Especificação

30/04/1992 Em Vigor

ABNT NBR 9229:1986

Versão Corrigida:1988

Mantas de butil para impermeabilização -

Especificação

30/01/1986 Em Vigor

66

EPI: calçado de segurança, capacete, cinto de segurança paraquedista, óculos de

ampla visão, trava-quedas, luvas de PVC, máscara semifacial com filtro para vapores

orgânicos.

A verificação e aceitação dos serviços acontecem através do acompanhamento destes

trabalhos buscando-se identificar não conformidades nos materiais envolvidos e/ou na

execução dos serviços para a sua correção se necessário. Uma vez que esta etapa

construtiva tenha atendido às diretrizes do projeto específico em consonância com as

normas da ABNT, pode-se então dar como concluído e aceito este serviço.

2.12 PAVIMENTAÇÃO

É toda superfície construída com a função de permitir o trânsito leve ou pesado de

pessoas e/ou de veículos. O revestimento de piso será aqui tratado como

pavimentação.

Durante a etapa de projetos, alguns aspectos têm que ser observados e servirão como

referência para a escolha do piso a ser adotado: o piso selecionado deve estar

compatível com o porte ou padrão da obra; o tipo de revestimento deve ser adequado

ao ambiente em que está aplicado, não sendo viável, por exemplo, colocar um piso de

madeira em áreas que estão constantemente em contato com água como uma cozinha;

há de se considerar também o aspecto econômico no que diz respeito à manutenção e

resistência; em um ambiente que tenha grande movimentação de pessoas deverá ser

adotado um piso de alta resistência para evitar o desgaste deste revestimento.

Em todas as etapas de uma construção deve-se buscar a qualidade para ir ao encontro

da satisfação pretendida pelo usuário. Para que isto aconteça, é necessário que a

pavimentação atenda às seguintes condições:

• Apresentar resistência ao desgaste provocado por trânsito intenso de pessoas;

• Utilizar material que favoreça segurança contra escorregões. Peças por demais lisas

diminuem o atrito provocando acidentes;

• Ser de fácil manutenção, facilitando a sua limpeza e conservação;

• Ser agradável esteticamente, compondo decorativamente o local.

A pavimentação pode ser classificada de acordo com o material constituinte, pelas suas

propriedades físicas ou em relação às juntas.

2.12.1 Classificação Segundo o Material Constituinte

67

Madeira – tacos, parquê, assoalho.

-Tacos – pedaços de madeira de lei, com formato retangular, espessura variável de

10 mm a 20 mm, mais encontrado nas medidas de 100 mm x 400 mm x 20 mm.

Figura 43: Piso revestido com tacos

Fonte: SXC.HU, 2013.

-Parquê – peças de pequena dimensão e espessura em torno de 5 mm. Encontram-se

no mercado em placas com encaixe macho – fêmea.

-Assoalho – tábuas de madeira de lei, com espessura variando de 20 a 30 mm,

largura de 100 a 300 mm e comprimento variável.

Cerâmico – placa extrudada ou prensada, fabricada com material argílico e inorgânico;

pode ter a face externa vidrada ou não. Tem variados formatos: retangular, quadrado,

sextavados etc.

68

Figura 44: Piso com revestimento cerâmico

Fonte: DREAMSTIME, 2012.

Pedras

Naturais: granitos, arenitos, mármores. Devem ser executadas por empresas

especializadas;

Artificiais: granilite – também conhecida por marmorite, é produzida com cimento,

agregado de mármore triturado e areia.

Ladrilhos hidráulicos: têm dimensões em geral de 20 cm x 20 cm ou 15 x 15 cm com

uma espessura mínima de 2 cm. São produzidos com cimento e areia sem presença de

cal.

Borracha sintética: placas de borracha sintética, quadrada, com os lados variando de

30 a 50cm e espessura variando de 2 a10 mm.

Apresentamos, a seguir, uma relação de normas técnicas aplicáveis à pavimentação –

pisos.

69

ABNT NBR

15575:2013

Edificações habitacionais — Desempenho

Parte 3: Requisitos para os sistemas de pisos

19/02/2013

Em

Vigor

ABNT NBR

12260:2012

Execução de piso com argamassa de alta resistência mecânica —

Procedimento

11/12/2012

Em

Vigor

ABNT NBR

11801:2012

Argamassa de alta resistência mecânica para pisos — Requisitos 10/12/2012

Em

Vigor

ABNT NBR

15805:2010 Ed 2

Placa de concreto para piso - Requisitos e métodos de ensaios 16/11/2010

Em

Vigor

ABNT NBR

15843:2010

Qualificação de pessoas para a construção civil – Perfil profissional

do instalador de pisos laminados melamínicos de alta resistência

08/06/2010

Em

Vigor

ABNT NBR 14833-

2:2009

Revestimento de pisos laminados melamínicos de alta resistência

Parte 2: Procedimentos para aplicação e manutenção

05/03/2009

Em

Vigor

ABNT NBR 14833-

1:2009

Revestimento de pisos laminados melamínicos de alta resistência

Parte 1: Requisitos, características, classes e métodos de ensaio

27/02/2009

Em

Vigor

ABNT NBR

13753:1996

Revestimento de piso interno ou externo com placas cerâmicas e

com utilização de argamassa colante - Procedimento

30/12/1996

Em

Vigor

ABNT NBR

10595:1988

Revestimentos têxteis de piso - Determinação do número de tufos

ou bucles por unidade de comprimento - Método de ensaio

30/12/1988

Em

Vigor

ABNT NBR

9817:1987

Execução de piso com revestimento cerâmico - Procedimento 30/05/1987

Em

Vigor

ABNT NBR

8810:1985

Revestimentos têxteis de piso - Determinação da resistência à

abrasão - Método de ensaio

30/03/1985

Em

Vigor

ABNT NBR

7206:1982

Placas de mármore natural para revestimento de pisos 28/02/1982

Em

Vigor

ABNT NBR

6137:1980

Pisos para revestimento de pavimentos 30/11/1980

Em

Vigor

ABNT NBR 14081-

3:2012

Argamassa colante industrializada para assentamento de placas

cerâmicas

Parte 3: Determinação do tempo em aberto

10/04/2012

Em

Vigor

ABNT NBR 14081-

4:2012

Argamassa colante industrializada para assentamento de placas

cerâmicas

Parte 4: Determinação da resistência de aderência à tração

10/04/2012

Em

Vigor

Na execução de uma pavimentação, temos que observar duas situações, que são o

solo e as lajes de concreto armado tomados como bases.

Quando o solo é a base, não se pode prescindir da impermeabilização, tampouco de

compactar-se convenientemente o aterro interno, executando-se, em seguida, o

contrapiso em concreto simples, que tem como função a regularização da superfície.

Se, no entanto, a base for uma estrutura de concreto armado, não é necessária a

execução de contrapiso, lançando-se aí a argamassa colante que terá a função de

70

regularização e de ser o elemento fixador do material de revestimento do piso a esta

base.

Na execução de uma pavimentação em piso cerâmico, faz-se uso dos seguintes

acessórios, ferramentas e equipamentos:

-Colher de pedreiro;

-Linha de Náilon;

-Lápis de Carpinteiro;

-Desempenadeira dentada de aço;

-Trena metálica;

-Régua de alumínio de 1” x 12” com 2m;

-Nível de Mangueira;

-Nível de bolha;

-Escova de piaçaba;

-Vassoura de piaçaba;

-Lixa;

-Carrinho de mão;

-Guincho;

-Espaçadores plásticos em “+”;

-Riscador manual com broca de vídea;

-Rodo de borracha;

-Martelo de borracha;

-Serra elétrica portátil com disco adiamantado.

Na execução de uma pavimentação em piso cerâmico, devem-se adotar os seguintes

procedimentos:

• Preparar a superfície fazendo a limpeza, eliminando-se poeira, graxas, detritos;

• Marcar os níveis do piso nas paredes com auxílio de mangueira de nível e trena de aço;

• Espalhar a argamassa colante com uma espessura de 3 a 4 mm de espessura, fazendo

pressão contra a superfície de aplicação, utilizando uma desempenadeira de aço;

• Formar sulcos na argamassa colante com o lado dentado da desempenadeira e

assentar as peças cerâmicas secas;

• Após 72h do assentamento das peças cerâmicas, iniciar o rejuntamento do conjunto;

• Depois de aproximadamente 15 minutos, faz-se a limpeza com pano úmido e,

decorridos mais 15 minutos, completa-se a limpeza, agora com a utilização de um pano

seco.

71

Existem, durante a execução dos serviços de pavimentação, fatores de riscos e

perigos específicos a esta atividade que podem provocar acidentes e ameaças à saúde

do trabalhador. Medidas preventivas podem e devem ser tomadas a fim de minimizar

estas ocorrências. Analisemos, por exemplo, os fatores de riscos, perigos e medidas

preventivas a serem tomadas na execução de pisos cerâmicos:

Riscos de Acidentes – queda de pessoas, projeção de partículas nos olhos, utilização

de máquinas e ferramentas, exposição à energia elétrica, queda de objetos.

Riscos à Saúde – poeira, contato com cimento, posturas inadequadas.

Danos gerados pelos riscos de acidentes – fraturas, ferimentos, contusões, lesão

ocular, cortes, lacerações, amputações, choque elétrico, queimaduras, alterações do

ritmo do coração, parada cardiorrespiratória, morte.

Danos gerados pelos riscos à saúde – queimaduras químicas, dermatoses,

problemas respiratórios por inalação de poeiras, fadiga, lesões nos membros

superiores, lesões da coluna.

Medidas preventivas a serem adotadas no canteiro de obras – utilização de

sinalização de segurança, adequada utilização de ferramentas elétricas e diversas,

manutenção de ordem e limpeza no canteiro de obras, utilização de profissionais

conhecedores das atividades a serem desenvolvidas, treinamento para manuseio de

material de acordo com as normas de segurança.

Na implantação de medidas preventivas é sempre válido enfatizar a necessidade de

levar aos trabalhadores a conscientização dos cuidados que devem tomar durante as

suas atividades laborais, com o emprego de EPI’s – Equipamentos de Proteção coletiva.

É de se esperar que as empresas construtoras esgotem todos os recursos preventivos

através do uso sistemático dos EPC´S – Equipamentos de Proteção Coletivos.

EPC: aterramento.

EPI: calçado de segurança, capacete, óculos de segurança contra impacto, luvas de

PVC, máscara contra pó.

A verificação e aceitação dos serviços acontecem através do acompanhamento destes

trabalhos buscando-se identificar não conformidades nos materiais envolvidos e/ou na

execução dos serviços para a sua correção se necessário. Verifica-se se as juntas

72

estão de acordo com o especificado, observa-se também se as peças estão bem

aderentes à superfície de fixação e se as peças formam no seu conjunto uma superfície

plana e regular. Uma vez que esta etapa construtiva tenha atendido às diretrizes do

projeto específico em consonância com as normas da ABNT, pode-se então dar como

concluído e aceito este serviço.

2.13 CALAFETAGEM

É um sistema de vedação usado para solucionar vazamentos próximos a portas e

janelas, utilizando-se panos, estopas e espumas. A calafetagem controla o fluxo de ar e,

através da vedação que atua nas frestas, impede a fuga do ar gerado pelo ar-

condicionado, reduzindo o consumo de energia elétrica. Existem diversos tipos de

calafetagem, e os materiais empregados para este fim podem ser encontrados no

mercado e nas lojas de materiais de construção. Veremos, a seguir, diversos tipos de

aplicação e onde é mais indicado seu uso.

-Espuma sensível à pressão

É de fácil aplicação e tem o preço acessível. As espumas adesivas vêm em rolos com

variados comprimentos e espessuras. É aplicada em locais livres de pressão, em

janelas de madeira, no caixilho inferior e na parte de cima do caixilho superior.

Nesta aplicação, serão necessários os seguintes materiais:

• Panos limpos;

• Vaselina;

• Tesoura;

• Detergente.

No processo de execução, adotam-se os seguintes procedimentos:

• Limpeza da superfície a ser vedada com água e detergente, eliminando-se todo resíduo

de óleo, graxas, etc.;

• Eliminar os resíduos através da vaselina; cortar a espuma no tamanho adequado;

• Assentar a espuma, colando a parte adesiva na superfície a ser vedada;

• Pressionar com cuidado a espuma para garantir que fique esticada e alinhada.

73

Figura 45: Calafetagem com espuma sensível a pressão

Fonte: SENAI, 2013.

-Calafetagem de metal flexível

Usa-se este tipo de calafetagem em trilhos que permitem a locomoção de portas e

janelas. Os frisos avançam para fora do caixilho da janela aproximadamente 5 cm.

Para instalar esta calafetagem, serão necessários os seguintes materiais:

• Martelos;

• Pregos;

• Alinhador de pregos;

• Alicate;

• Chave de fenda.

Os procedimentos para a sua instalação são os seguintes:

• Colocação dos frisos verticais e horizontais. O friso central é colocado no caixilho

superior;

• Corte dos frisos;

• Controle da fixação dos frisos sem impedir o fechamento das janelas.

74

-Metal flexível autocolante

Semelhantes aos frisos de metal flexível, sendo, porém, mais fáceis de serem

instalados. É o tipo de calafetagem mais indicado para estruturas de madeira.

-Feltro

Tem a sua apresentação nas cores marrom, verde e preto, em variadas larguras e

espessuras. O feltro apresenta baixo custo e é bastante usado nas esquadrias.

-Metal Dentado

Os frisos de metal têm a sua apresentação em rolos e integram a rigidez do metal com

a simplicidade de aplicação do feltro. São usados, geralmente, nas esquadrias.

-Calafetagem de Metal Encaixado

Composta de duas peças separadas uma da outra, mas que se encaixam fazendo a

vedação.

Figura 46: Calafetagem de metal encaixado Fonte: SENAI, 2013.

75

2.14 LIMPEZA PARA ENTREGA DA OBRA

Quando as diversas etapas construtivas são executadas, é chegado o momento de

fazer-se a limpeza da edificação para a entrega do imóvel aos seus proprietários.

Faz parte desta etapa a eliminação de manchas e outras sujeiras nos revestimentos das

paredes e dos pisos, das esquadrias, dos vidros, dos forros, das ferragens de cozinha e

banheiro, das louças sanitárias. Deve-se fazer uma varrição detalhada afastando

detritos, lixos, poeira, complementando-a com a lavagem destes ambientes. Nas áreas

externas devem ser retirados todos os resíduos (restos de madeiras, de cerâmicas, de

tubos, de vegetação etc.) que ainda estejam no canteiro de obras.

Listamos, a seguir, procedimentos de execução de limpeza em alguns materiais:

-Materiais cerâmicos: limpeza das superfícies revestidas em paredes ou pisos através

de lavagem com água e sabão. Podem-se utilizar outros produtos de limpeza desde que

não haja nenhuma restrição dos fabricantes dos materiais cerâmicos.

-Mármore, Granito, Marmorite (granilite): depois de polido, os revestimentos são

lavados, enxutos e encerados com cera apropriada. Não são utilizados agentes

químicos.

-Tacos de Madeira, Parquês: raspagem, calafetagem, enceramento.

-Cimentados: limpeza da superfície com lavagem, empregando-se uma parte de ácido

muriático para cinco partes de água.

-Metais e Ferragens: utilizam-se removedores para assegurar a limpeza, completando-

se com o uso de flanelas.

-Vidros: utiliza-se na limpeza deste material removedores e palha de aço fina.

-Aparelhos sanitários: utlizam-se apenas água e sabão.

-Aparelhos de iluminação: através da utilização de solução fraca de soda cáustica,

palha de aço fina e água e sabão.

-Caixilhos e Ferragens de Esquadrias: deverão ter todas as suas partes limpas, livres

de resíduos de tintas, gorduras através de removedores, água, sabão e flanelas.

76

Figura 47: Limpeza em alguns materiais

Fonte: SENAI, 2013.

77

3 SISTEMAS CONSTRUTIVOS ESPECIAIS

A evolução tecnológica é uma realidade, pois temos visto a sua aplicação em vários

campos de atuação: na área educacional, na medicina, na agricultura e na fabricação

de diferentes produtos com a função de trazer conforto, segurança e agilidade dos

processos. Na engenharia, a tecnologia também se faz presente, trazendo novas

técnicas que têm inovado as etapas construtivas, permitindo melhor planejamento,

controle e execução das obras, contribuindo para a redução de prazos e custos e

promovendo a melhoria da qualidade. Citaremos a seguir alguns destes sistemas

construtivos especiais:

• Construção a seco: é um processo industrializado que praticamente nada utiliza de

água recebendo, por isso, esta denominação de construção seca. Apresenta como uma

de suas vantagens o fato de não criar sujeira com acúmulos de detritos, restos de

materiais, como acontece com os processos tradicionais. A construção em drywall é um

exemplo de construção seca;

• Banheiro pronto: são elementos pré-fabricados que chegam à obra já com as etapas de

revestimento, instalações elétricas e hidráulicas prontas, com todos os acessórios já

colocados. Depois de posicionados no local projetado, estes banheiros são conectados

às redes de água, esgoto e energia. Os banheiros prontos atendem às necessidades

específicas de projetos, inclusive de projetos especiais para atender a deficientes

físicos;

• Forma pronta: é um dos subsistemas dos processos construtivos. A forma pronta inicia

o processo, dando a partida do padrão requerido para a obra. Influencia na diminuição

de prazos, custos e melhoria da qualidade. Apresenta também como vantagens

adicionais maior velocidade de montagem, maior durabilidade e produtividade do que as

formas tradicionais;

• Alvenaria estrutural: neste tipo de sistema construtivo, não existem armações; as

paredes são autoportantes, ou seja, elas próprias desempenham a função estrutural, de

absorver e transmitir as cargas recebidas, além daquelas originadas do seu peso

próprio. Por este motivo, elas não podem ser removidas, porque diferentemente do que

acontece nos sistemas tradicionais, estas paredes não têm a função apenas de ser

elementos de vedação;

78

Figura 48: Alvenaria estrutural

Fonte: SXC.HU, 2013.

• Armação pronta: são armaduras confeccionadas segundo o projeto e fornecidas já

prontas para a sua utilização. Apesar de inicialmente haver um maior desembolso neste

tipo de contratação, termina sendo justificada financeiramente pela redução no custo

final, já que este tipo de alternativa diminui significativamente o número de profissionais

envolvidos na atividade, além de agilizar o desenvolvimento desta etapa de serviços;

• Fachadas: destacaremos aqui os painéis pré-fabricados em concreto para atenderem à

função de fachadas em edifícios. Estes elementos podem vir já completos de fábrica,

com as peças necessárias para seu encaixe, no canteiro, na altura certa compatibilizada

com o projeto arquitetônico, atendendo a cores e texturas previamente especificadas,

inclusive com os caixilhos para a instalação das esquadrias.

79

4 PATOLOGIAS DOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS

Trataremos aqui das patologias dos sistemas construtivos, ou seja, dos sistemas de

degradação que acontecem nos diversos subsistemas de uma edificação.

-Patologias nas fundações e contenções

Os problemas mais recorrentes em fundações dizem respeito aos recalques

diferenciados, que acarretam diversos problemas, como, por exemplo, fissuração de

paredes, rompimento de tubulações, dentre outros.

Apontamos, a seguir, algumas possíveis causas para danos e acidentes ocorridos em

fundações:

• Levantamentos incompletos de estudos do subsolo ou de ensaios tecnológicos

deixando de se considerar, em razão disso, nos projetos e na execução, diversos

aspectos de vital importância como falta de homogeneidade dos solos, variações do

nível d’água, presença de aterros;

• Interpretações equivocadas em sondagens de simples reconhecimento ou à percussão

devido a problemas no amostrador ou pelo fato da execução de a sondagem não ter

sido bem realizada. Algumas vezes pequenos blocos de matacões podem passar a

falsa ideia de aquele solo ter uma determinada resistência alcançada pontualmente

naquela profundidade por causa da presença daquele material;

Figura 49: Ocorrência de patologias por equívocos de sondagem

Fonte: SENAI, 2013.

80

• Por falta da interpretação correta dos dados levantados pela sondagem, pode não ser

percebida a presença de aterros em determinada profundidade, não se fazendo,

portanto, a identificação deste material, diferenciando-o do terreno natural;

• Recalques provocados em fundações em estacas, pela presença de lama ou terra, sem

compactação sob a base da estaca;

• Acesso de água até as fundações, gerando instabilidade no solo.

-Patologias nas estruturas: em relação às estruturas de concreto armado, uma

patologia que tem se repetido é a corrosão das armaduras. Citamos a seguir algumas

causas para este tipo de dano:

• Uso de concreto por demais permeáveis;

• Cobrimentos inadequados da armadura, por falha de projeto ou de execução,

principalmente em regiões que tem o meio ambiente salitroso.

Figura 50: Falta de cobrimento da armadura

Fonte: WIKIMEDIA COMMONS, 2013.

As deformações estruturais terminam por provocar os danos mais diversos em paredes,

pisos e outros elementos. A flexibilidade de vigas e lajes provoca destacamentos e

fissuras em paredes de vedação.

As movimentações térmicas das lajes de cobertura geram danos de fissuração de

paredes do pavimento correspondente, bem como destacamento de platibandas.

81

-Patologias nas vedações

Alguns problemas se destacam como consequências do processo patológico em

vedações. As fissuras e destacamentos são ocorrências danosas que acontecem com

frequência neste subsistema da edificação. Abordaremos algumas causas produtoras

destes problemas:

• A construção de contravergas de pequeno comprimento, ou seja, de pouco transpasse

nas laterais dos vãos das aberturas ou mesmo com a utilização de contravergas que

não são contínuas (tramos pré-moldados), não produz uma eficiente distribuição de

cargas, trazendo, como consequência, destacamentos daqueles tramos e o

aparecimento de fissuras na região central do vão da janela;

• Outra ocorrência de fissura em paredes acontece quando, ao invés de utilizar as

contravergas, faz-se opção por contornar os vãos com quadros de concreto armado; o

que acontece é que as fissuras, ao invés de aparecerem a partir dos vértices da janela,

passam a desenvolver-se a partir dos vértices do quadro de concreto armado;

• Paredes com grandes vãos ou de pequena espessura ou, ainda, que apresentam

muitas aberturas exibem frequentemente fissuras e destacamentos quando não têm

juntas de movimentação;

• Destacamentos também se verificam em razão da retração dos blocos de concreto

quando ocorre secagem do mesmo;

Figura 51: Fissuras próximas a janelas

Fonte: SXC.HU (adaptado), 2013.

82

-Patologias nos revestimentos

• Revestimentos de argamassas que contenham material argiloso na sua composição

têm grande probabilidade de expandir-se e retrair-se produzindo fissuras, porta aberta

para infiltração de umidade, gerando a desagregação do revestimento;

• Nos revestimentos em peças de concreto, é comum haver deslocamentos das

argamassas, principalmente em lajes por apresentarem superfícies lisas e, muitas

vezes, desmoldantes;

• Os revestimentos com peças cerâmicas sofrem ocorrências de deslocamentos por

inúmeros motivos; dentre eles, destacamos a falta de juntas de movimentação ou o seu

assentamento justaposto (sem folga) ou, ainda, devido à flexibilidade das estruturas.

Figura 52: Descolamento de revestimento cerâmico

Fonte: SXC.HU, 2013.

-Patologia nas coberturas

Vamos abordar as patologias que ocorrem nas coberturas que utilizam telhas

cerâmicas. Entre as várias funções de uma cobertura, certamente a estanqueidade é a

principal delas. No entanto, alguns fatores prejudicam este desempenho, permitindo a

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infiltração de água. Citaremos, a seguir, algumas das anomalias que permitem que

ocorrências degradantes aconteçam:

• O acúmulo de detritos e organismos biológicos barra o fluxo natural das águas,

alterando o seu escoamento, possibilitando a sua estagnação,

• permitindo infiltração com o aparecimento de manchas de umidade nas telhas;

Figura 53:Patologia em cobertura com telhas cerâmicas

Fonte: SXC.HU, 2013.

• Fraturas provocadas por impactos nas telhas ou movimentações podem provocar

fissuras ou, até mesmo, a separação das telhas;

• Deslocamentos das telhas provocadas por fenômenos naturais, como fortes rajadas de

vento, podem comprometer todo o sistema de cobertura.

-Patologia em instalações

Com relação às instalações elétricas prediais, duas situações pelas suas drásticas

consequências são bastante preocupantes: o choque elétrico e o curto-circuito.

• O choque elétrico é passível de acontecer por várias situações, das quais

enumeraremos algumas: quadros de distribuição com exposição dos seus componentes

sem proteção, emendas de condutores mal isolados, fios deteriorados, dentre outros;

• O curto-circuito é provocado por emendas mal executadas, pelo demasiado

aquecimento da fiação em razão de sobrecargas, por instalações mal feitas.

Com relação às instalações de água fria, destacamos as ocorrências de vazamento nas

tubulações, vazamentos em torneiras e nos registros, o mau funcionamento das

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válvulas de descarga. Quanto aos esgotos, chamamos a atenção para vazamentos,

entupimentos por acúmulo de sujeira em caixas de gorduras, mau cheiro das

instalações de esgoto, dentre outros.

Figura 54:Vazamento de água em torneira

Fonte : SXC.HU, 2013.

RECAPITULANDO

Encerramos assim o nosso livro de Processos Construtivos. Fizemos abordagens sobre

as diversas etapas construtivas que compõem uma obra de edificação desde o

processo inicial de concepção da obra até a sua limpeza geral para entrega aos seus

usuários.

Tratamos dos serviços preliminares, das providências iniciais para instalação, para a

implantação do canteiro e locação da obra. Citamos no capítulo correspondente a

infraestrutura, os tipos e funções das fundações; no capítulo referente a superestrutura

fizemos referência às lajes, às vigas e aos pilares indicando o papel que desempenham

em uma edificação; falamos também de vedações, dos seus diversos tipos e das suas

funções como elemento de vedação ou estrutural, em seguida abordamos a etapa

construtiva relacionada às instalações. O assunto referente a esquadrias e ferragens foi

discutido nos seus aspectos principais, bem como os sistemas relacionados a

revestimentos coberturas e impermeabilização.

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Tratamos ainda dentro dos sistemas construtivos que compõem uma edificação, das

etapas de pavimentação, calafetagem e finalmente da limpeza a ser feita tanto nos

ambientes internos quanto externos para entrega da obra. Encerramos a apresentação

de conteúdo deste livro, trazendo informações sobre sistemas construtivos especiais,

através das inovações tecnológicas disponíveis no mercado da construção civil e

também sobre patologias dos sistemas construtivos.

A atualização tecnológica em edificações é de fundamental importância para a

qualificação de profissionais, sejam eles técnicos em edificações, docentes ou

profissionais que atuam na área de construção civil.

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5 Referências AZEREDO, Hélio Alves de. O Edifício até sua Cobertura. 2ª edição, São Paulo: Edgard Blücher, 2004. AZEREDO, Hélio Alves de. O Edifício e seu Acabamento. 2ª edição, São Paulo: Edgard Blücher, 2004. BORGES, Alberto Campos. Prática das Pequenas Construções. 8ª edição. São Paulo: Edgard Blücher, 2004, v1. BOTELHO, Manoel Henrique Campos. Manual de Primeiros Socorros do Engenheiro e do Arquiteto. São Paulo: Edgard Blücher, 1984. SALGADO, Júlio César Pereira. Técnicas e Práticas Construtivas Para Edificação. 1ª edição, São Paulo: Érica, 2008 THOMAZ, Ercio. Tecnologia, Gerenciamento e Qualidade na Construção. 1ª edição, São Paulo: PINI, 2001. YAZIGI, Walid. A Técnica de Edificar. 7ª edição, São Paulo: Ed. PINI. 2006. Execução de Revestimento de Argamassa. 3ª edição, São Paulo: O Nome da Rosa, 2004. Recuperação e Reforço de Estruturas de Concreto. São paulo: Ed. PINI, 2001. Referências Complementares ABNT NBR 7229/1993, Versão Corrigida, 1997 – Projeto, construção e operação de sistemas de tanques sépticos. NR 18 – Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção, Ministério do Trabalho ABNT NBR 6122: 2010 – Projeto e execução de fundações ABNT NBR 10821-1:2011 – Esquadrias externas para edificações, parte 1. Terminologia ABNT NBR 10821-2:2011 – Esquadrias externas para edificações, parte 2. Requisitos e classificação. ABNT NBR 10821-3:2011 – Esquadrias externas para edificações, parte 3. Método de ensaio. ABNT NBR 13576:1996 – Esquadrias de alumínio, guarnição elastomérica em EPDM para vedação. Especificação. ABNT NBR 13754/1996 – revestimento de paredes internas com placas cerâmicas e com utilização de argamassa colante. Procedimento. ABNT NBR 13755/1996 – revestimento de paredes externas e fachadas com placas cerâmicas e com utilização de argamassa colante. Procedimento.

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SENAI – DEPARTAMENTO NACIONAL Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP  Rolando  Vargas  Vallejos  Gerente Executivo Felipe  Esteves  Morgado  Gerente Executivo Adjunto Maria Eliane Franco Monteiro Azevedo Coordenação Geral SENAI – DEPARTAMENTO REGIONAL DA BAHIA  Tatiana G. de Almeida Ferraz Gerência da Área de Construção Civil Ricardo Santos Lima Gerência do Núcleo de Educação a Distância Carla Carvalho Simões Coordenação Técnica Marcelle Rose da Silva Minho Coordenação Educacional André Luiz Lima da Costa Coordenador de Produção Rui da Silva Ramos Conteudista Pollyanna de Carvalho Farias Designer Educacional Vinicius Vidal da Cruz Diagramador Alex Romano Karina Santos Leonardo Silveira Thiago Ribeiro Vinícius Vidal da Cruz Ilustradores Joseane Maytê Sousa Santos Sousa Revisão Ortográfica