Processos Interativos Homem-Meio Ambiente David Drew

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UNESPAR Universidade Estadual do Paraná Acadêmico: Cristiano Vilaça do Nascimento Curso: Geografia Disciplina: Ecologia Serie: 3º Fichamento Livro: Processos Interativos Homem-Meio Ambiente 7ª Edição Autor: David Drew 1 O Ambiente 1.1 Cultura e Ambiente O homem não é uma criatura racional, embora haja quem pense ao contrário. Suas atitudes para com a terra e suas reações variaram muito ao longo dos anos e ainda variam entre regiões e culturas. A tradição cultural tem desempenhando o seu papel na determinação do comportamento das pessoas em relação ao ambiente. Por exemplo a região sudeste da china se assemelha muito com a região sudeste dos Estados Unidos, no entanto, são muito diferentes nas reações humanas aos referidos meio ambientes. A ciência analítica que interpreta as coisas em função de suas partes, não surgiu no mundo oriental, a até a pouco tempo, a harmonia com o meio era mais importante do que a conquista e a luta. O Homem como elemento da natureza constitui uma noção relativamente recente no pensamento ocidental, resultado em parte do Darwinismo que colocava o homem se não como qualquer forma de vida sobre a terra. Hoje em dia a relação do homem com o meio está chegando a situação crítica, na medida em que as mudanças por ele causadas, estão se tornando irreversíveis. 1.1 O Controle Humano Sobre a Natureza 1.1.1 Determinismo, Possibilíssimo e Controle Total

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UNESPAR – Universidade Estadual do Paraná

Acadêmico: Cristiano Vilaça do Nascimento

Curso: Geografia

Disciplina: Ecologia

Serie: 3º

Fichamento

Livro: Processos Interativos Homem-Meio Ambiente

7ª Edição

Autor: David Drew

1 – O Ambiente

1.1 – Cultura e Ambiente

O homem não é uma criatura racional, embora haja quem pense ao

contrário. Suas atitudes para com a terra e suas reações variaram muito

ao longo dos anos e ainda variam entre regiões e culturas.

A tradição cultural tem desempenhando o seu papel na determinação do

comportamento das pessoas em relação ao ambiente. Por exemplo a

região sudeste da china se assemelha muito com a região sudeste dos

Estados Unidos, no entanto, são muito diferentes nas reações humanas

aos referidos meio ambientes.

A ciência analítica que interpreta as coisas em função de suas partes,

não surgiu no mundo oriental, a até a pouco tempo, a harmonia com o

meio era mais importante do que a conquista e a luta. O Homem como

elemento da natureza constitui uma noção relativamente recente no

pensamento ocidental, resultado em parte do Darwinismo que colocava

o homem se não como qualquer forma de vida sobre a terra.

Hoje em dia a relação do homem com o meio está chegando a situação

crítica, na medida em que as mudanças por ele causadas, estão se

tornando irreversíveis.

1.1 – O Controle Humano Sobre a Natureza

1.1.1 – Determinismo, Possibilíssimo e Controle Total

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A teoria sobre as quais as condições naturais governam o

comportamento do homem e até mesmo aspectos do seu caráter,

chama-se determinismo ou causalidade. Trata-se de uma noção

derivada da ideia pós-darwiniana do homem enquanto produto da

seleção natural por inflexíveis processos da natureza.

É impossível explicar as decisões e atividades humanas com base

apenas nas limitações ambientais. Para que o determinismo que o

determinismo fosse plenamente válido, a localização de uma fábrica

deveria ser determinada pela localização de matérias-primas e energia,

admitindo ainda a existência de um mercado.

Torna-se evidente que a espécie humana ainda está sujeita a natureza,

como se demonstra através das péssimas colheitas na URSS, a

diminuição da pesca no Peru, por não ter ocorrido a ascensão de aguas

frias da corrente litorânea de Humboldt, as secas do Sudão e da Etiópia.

1.1.2 – A natureza dominando o controle?

Divisas de terra em Yorkshire, até recentemente, tinham cercas feitas

com os materiais disponíveis, na área onde aflorava o calcário os blocos

que formavam os muros eram todos feitos com esse material.

As regiões quentes e desérticas do mundo continuam virtualmente

inabitadas. A presença do homem está determinada em termos

absolutos, pela disponibilidade de suprimento permanente de água,

assim como o volume da população é diretamente proporcional a

quantidade de água disponível.

O pastoreio nômade ainda constitui uma pratica generalizada nas

margens dos desertos africanos. A procura de pastagens para animais

significa que os nômades não têm povoação fixa. Acompanham o

crescimento da vegetação, induzidos pelas chuvas anuais, ao longo de

rotas, com centenas de quilômetros.

1.1.3 – O Homem Dominando o controle

Phoenix no Arizona tem ma precipitação anual que varia muito, mas

nunca ultrapassa 200mm anuais, Phoenix se constitui um oásis com

cerca de 400 km², local onde em outro momento foi um deserto, hoje se

cultiva algodão da melhor qualidade, frutas e também se cria animais.

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Conseguiu-se essa transformação ambiental por causa da manipulação

em grande escala dos recursos hídricos, irrigando amplas áreas de solos

mal desenvolvidos.

Atualmente essa região consome 6.500 milhões de metros cúbicos de

agua por ano, quase o dobro da precipitação anual, a diferença é

compensada com a extração de agua de poços artesianos, mas esse

processo so pode continuar no ritmo atual por mais alguns anos, devido

a queda do nível do lençol freático.

Residências individuais, grandes áreas urbanas, instalações

permanentes na Antártica, são todos exemplos, em variadas escalas, do

excelente domínio do homem sobre o meio físico, ainda que sempre

sustentado por recursos de fora, inclusive energia. A importação de

recursos para suprir as deficiências locais constitui a essência do mundo

desenvolvido.

1.1.4 – Vivendo com a Natureza

Para apresentar um exemplo de equilíbrio entre o homem e o ambiente.

A paisagem Inglesa é típica do mundo desenvolvido, ne medida em que

apenas pouca coisa ainda não foi alterada pelo homem, embora o que

mudou, varie muito dentro de curtas distâncias. Seja como for, a

consequência de fatores históricos sócias, econômicos e tecnológicos,

transmutaram enormemente toda e qualquer relação determinística

direta entre o homem e o meio. Temos alguns exemplos:

LAKE DISTRICT: Somente nos vales dessa região há solos profundos e

férteis, as fazendas são pequenas e normalmente são formadas por

vales e morros, essa área representa bem a Inglaterra montanhosa,

mesmo assim o homem se diverge muito da natureza, a melhoria da

terra é a regra, fizeram cruzamento seletivo de carneiros, os laticínios

progridem, apesar do custo, motivado pelo alto preço para importar

rações, devido ao longo inverno e a falta de capim na primavera.

FENS: Os FENS são as áreas de terra mais férteis da Inglaterra e

abrangem mais de 280 mil quilômetros quadrados de planícies, do que

ocorre nessa região, da maior importância é a lavoura, que emprega

cerca de 85% da área, tendo poucas áreas com pastagem permanente

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e nos brejos é possível plantar quase de tudo, porem eles se localizam

muito próximos das áreas extremamente populosas do Sul da Inglaterra,

sendo inviável economicamente qualquer tipo de produção em larga

escala.

ÁREA DE LONDRES: a diversidade é a regra, que se deve mais a

proximidade do vasto mercado londrino, do que a variedade de

condições naturais, os solos e a drenagem, ainda representam algum

significado local, por exemplo com o predomínio de gado nos solos

pesados da região. No conjunto geral da área, é muito fraca a relação

entre o solo e a agricultura, já que as impropriedades do solo podem ser

corrigidas de maneira econômica, por fertilizantes, drenagem ou outros

meios. No entanto, quanto maior a intensidade das alterações feitas pelo

homem, menor é a área a que elas se aplicam, devido a limitação de

recursos e mão-de-obra, tudo envolvendo o uso de energia.

Ontario, Canadá: O Canadá é um país extremamente desenvolvido, mas

de forma muita desigual em termos econômicos. O contraste entre o

Norte e o Sul é chocante, desde a área urbana uniforme de Toronto, até

as áreas pioneiras do centro e do norte de Ontario.

1.2 – Gradiente de Manipulação

A influência do Homem sobre o meio está desigualmente distribuída

sobre a face da terra, existem níveis de domínio do homem sobre o meio,

divididos em três níveis: Incontrolado, parcialmente controlado e com

alto grau de dominância humana. A ausência física do homem em

determinada área, não significa que não possa se sentir sua influência

na mesma. Outro aspecto de relação do homem com o meio é o tempo,

o volume da população, as inovações tecnológicas e o impacto

ambiental, mantem uma relação entre si. Avanços como a irrigação

permitem a sobrevivência de mais pessoas, o que por sua vez leva a

colonização de mais terras e ao uso mais intensivo de áreas já

ocupadas, aumentando a influência do hoem sobre o meio.

2 – O Sistema do Planeta

2.1 – Introdução

O mundo em que o homem vive deve ser dividido de maneira que faça

para ele algum sentido, o homem moderno classifica os seres vivos, os

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minerais, os solos e a geografia recebe tratamento como qualquer outra

ciência.

Umas das características da terra é a interdependência das partes que

formam o todo, sendo impossível compreender qualquer processo de

maneira independente, sem considerar sua parte com o todo.

Quando o homem provoca uma alteração no seu ambiente, ele

geralmente visa um fim imediato e óbvio, por exemplo construir uma

casa. Fazendo isso ele altera a área pelo fato de substituir uma área de

grama ou floresta por um bloco de concreto, alterando o microclima local,

modificando o solo e a vegetação vizinha, consequentemente alterando

o clima local.

Uma das formas de compreender o planeta, é o vendo como uma

imensa maquina integrada, movida a energia, trabalhando subdividida

em máquinas menores, operando dentro da máquina maior que é a terra.

A intervenção do homem na evolução da terra, faz defletir, em nível,

muito indefinido, direcionando as correntes de energia, impedindo que

as plantas murchem e devolvam naturalmente a energia acumulada ao

solo, desvia o curso dos rios, as ações do homem não podem ser

confinadas, elas acarretam muitas consequências em muitas partes do

meio físico, além do local da intervenção.

2.1.1 – Sistemas Naturais

Um sistema é um conjunto de componentes ligados por fluxos de energia

e funcionam como uma unidade. Se um sistema recebe energia de fora

e devolve energia, então dizemos que é um sistema aberto. Se a energia

e consequentemente a massa ficam retidos dentro do sistema, diz-se

que é um sistema fechado.

A terra opera como uma hierarquia de sistemas, parcialmente

autônomos, mas, constantemente vinculados entre si. As atividades do

homem não podem de maneira significativa a atividade dos sistemas de

maneira global.

Um exemplo é a intervenção do homem no ciclo do nitrogênio, que é

considerável atualmente. O volume de nitrogênio de origem industrial

hoje supera em um quarto a quantidade natural existente no planeta, e

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muito em breve essas quantidades estarão igualadas. Intervenções

como o desmatamento e a drenagem de solos ampliam a saída do

sistema.

2.1.2 – A estabilidade dos Ambientes Naturais (2.1.3)

Os sistemas mudam com o tempo, mas em longa duração (Alterações

climáticas, abertura de vales) A escala humana do tempo parece

estática. Todos os sistemas naturais possuem um elo fraco, um ponto

em que um mínimo acréscimo de tensão traz junto alterações no

conjunto do sistema, um exemplo é a atmosfera, uma pequena mudança

na composição traz mudanças climáticas a níveis globais.

O início de uma alteração ambiental, tem o nome de desencadeamento:

tendo vários fatores, fogo, introdução de plantas e animais estranhos, ou

seja, introdução de espécies estranhas.

Embora todos os sistemas sejam cadeias com elo de força variável,

também acontece de alguns sistemas naturais se desintegrarem, com

maior facilidade do que outros, com uma rápida e irreversível

modificação no seu todo.

Cada aspecto de um sistema natural apresenta um limiar para além do

qual a mudança imposta se torna irreversível e é necessário estabelecer

um novo equilíbrio. Uma trilha de pedestre sobre um gramado

representa muito bem o que é o limiar. A compactação diminui o teor de

infiltração levando a predominância de plantas horizontais.

2.2 – Sistemas Naturais e Intervenção Humana

2.2.1 – O Ciclo nutrientes Minerais

Nesse ciclo se incluem o Nitrogênio, o Fósforo, o Cálcio, o Potássio e

ciclos hidrológicos, junto com numerosos elementos microquímicos. Isso

tem sido um foco de intervenção humana, voluntaria e involuntária, a

milhares de anos.

Conforme Merschel (1976), os nutrientes minerais formam um sistema

fechado entre biomassa, solo e restolho.

2.2.2 – Coelhos da Grã-Bretanha

Trouxeram coelhos para a Grã-Bretanha para uso em alimentação e uso

de peles, de início os animais foram mantidos em cativeiros, embora os

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coelhos não tivessem predadores naturais sérios na busca por

alimentos, durante o período de inverno faltava comida e isso impedia a

multiplicação. De repente uma série de alterações desconexas provocou

uma explosão populacional.

2.2.3 – Desertificação

As terras semiáridas do mundo, constituem exemplos básicos de

ambientes em delicado equilíbrio, propensos a rápida degeneração em

caso de leve pressão.

Desertificação é um vocábulo amplo que inclui várias alterações

climáticas, ecológicas e geomorfológicas, que diminuem a produtividade

biológica de uma área, tornando-a inaproveitável para agricultura. O

fator desencadeante da desertificação é o excesso da população pelo

fato do povo abandonar o nomadismo para se instalar em determinado

local. O financiamento de sistemas de abastecimento de água por

organismos internacionais tem sido causa involuntária do fator

desencadeante, na medida em que isso reúne gado e comunidades

humanas estáveis. Essas zonas concentradas são as mais propensas a

desertificação.

3 – Solos

3.1 – Introdução

Os solos de uma dada área representam, a vários títulos, um sumário

ou extrato de todos os fatores do ambiente humano, ou seja lá o que for

do local.

A lavoura modifica consideravelmente o solo, principalmente a sua

química e a sua biologia. As mudanças mais drásticas dizem respeito as

tentativas bem-sucedidas ou não de melhorar a produtividade da terra,

recorrendo a fertilizantes. Um exemplo extremo de interferência do

homem é a formação de solos novos, nas ilhas nuas e rochosas de Aran.

3.2 – Alteração dos Solos

Os solos vivem em equilíbrio dinâmico com suas características: o clima,

as matérias de origem, a topografia, a biota e o tempo, qualquer

mudança em uma dessas variantes, poderá afetar o solo.

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A ação do homem tem de ser acrescentada a lista de fatores que

determinam o caráter do solo, visto que ela assume, pelo menos ao nível

local maior significado do que todos os outros elementos naturais do

conjunto. Ainda que a atividade humana tenha modificado as terras de

vastas áreas, convertendo matas em pastos por exemplo, o seu principal

efeito ocorre na criação de solos intrazonais.

A parte mais alterada do solo é o horizonte cultivado superior, chamado

de horizonte agrícola, no qual o remexer constante da terra impediu o

estabelecimento de horizontes químicos e físicos normais.

3.3 – Alteração Física

3.3.1 – Deterioração Estrutural Causada pela Lavoura

Os agricultores vivem sobre uma pressão econômica, precisam semear

cada vez mais cedo, tendo como resultado a deterioração da estrutura

do solo de algumas regiões da Inglaterra. Mudou a estrutura de um tipo

de solo aberto e drenagem livre, para outro de horizonte compacto e

estrutura maciça que impede a drenagem e o desenvolvimento de

raízes.

3.3.2 – Erosão do Solo

O mais negativo dos efeitos do homem sobre o solo, evidentemente

consiste em criar condições para que se dê a erosão parcial ou total do

solo.

Uma erosão catastrófica do solo é mais comum em ambientes de

equilíbrio delicado, sobretudo semiárido e montanhosos, onde o solo é

facilmente erodível. A erosão iniciada pelo homem não é

necessariamente prejudicial, o desbaste das florestas mil a cinco mil

anos atrás provocou a erosão pluvial do frágil horizonte A (solo arável)

deixando a superfície o horizonte B, mais compacto e argiloso. Desde aí

surgiu um solo novo “rejuvenescido” a partir do solo anterior.

3.4 – Alteração Química

3.4.1 – Fertilizantes Artificiais

Com a invenção dos fertilizantes químicos, no século XIX, e com o

conhecimento da natureza dos nutrientes das plantas, tornou-se

possível alterar à vontade certos aspectos da composição química dos

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solos. Basicamente os fertilizantes artificiais misturam os nutrientes

primordiais: Nitrogênio, Potássio e Fosforo.

Se se aplicam fertilizantes no solo durante muitos anos, a química do

solo fica muito simplificada, com o estoque de nutrientes fortemente

concentrados em cálcio, fosforo e potássio. O uso continuo de

fertilizantes a base de sulfato de amônio, acidifica o solo e, portanto,

pode fixar outros nutrientes, não os tornando acessíveis as plantas.

O reconhecimento de que as plantas requerem certos elementos, em

quantidades especificas, permitiu tornar muito mais férteis os solos,

deficientes de um ou de vários elementos, mediante a sua adição.

3.4.2 – Salinização e Dessalinização

Os solos com alto conteúdo de sal, são característica de regiões áridas

e semiáridas. Os solos de tais regiões podem ser potencialmente férteis,

desde que irrigados, porem a irrigação pode ser de maneira correta para

a dessalinização, porem de maneira equivocada pode causar a

salinização de solos até então fértil.

Cerca de 20% a 40% das terras irrigadas do mundo são afetadas até

certo ponto pela salinização, a cada ano se recupera tanto quanto se

perde terras para o cultivo para a salinização. Muito embora uma gestão

cuidadosa permita irrigações por séculos, a salinização tem constituído

uma consequência quase inevitável a longo prazo.

3.5 – Criando Novos Solos

3.5.1 – A Regeneração de Solos de Exmoor

Os solos de Exmoor são Gleys turfosos e ácidos, a correção desses

solos vem sendo feita sem parar a mais de 200 anos, com técnicas de

arar e adicionar fertilizantes, tendo alterações consideráveis no caráter

do solo, tendo a quantidade de minhocas centuplicadas nesses solos

corrigidos.

3.5.2 – Os solos Plaggen da Irlanda

O homem formou pequenas áreas de solo artificial, regra geral

acumulando uma grossa camada de material orgânico sobre o solo

original a esses se dá o nome de Plaggen.

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Para obter uma camada de Plaggen de 65cm é preciso aplicar 10 mil

toneladas de material.

4 – Plantas e Animais

4.1 – Introdução

Como o alimento é uma necessidade básica do homem, as suas fontes

diretas, as plantas e os animais, tem sido submetidas a maior grau de

controle por mais tempo do que qualquer outro aspecto do ambiente

natural.

A influência do homem sobre a biosfera não foi uniforme, por exemplo

os que sofreram as maiores alterações, foram os animais dentro de sua

cadeia alimentar e as plantas perto de seu limite de tolerância ambienta.

Tudo tem conexão com tudo.

4.2 – Vegetação

4.2.1 – Modificando Padrões de Vegetação

Nas regiões semiáridas, regra geral o homem transtornou o equilíbrio

ecológico natural, aumentando o número de animais herbívoros (gado),

resultando no final na redução de vegetação, substituindo por plantas

menos exigentes, por exemplo xerófitas e também plantas resistentes

ao fogo ou intragáveis.

A manipulação da vegetação natural passa por alguns níveis, uma zona

florestada pode, rapidamente, ser modificada, quando são cortadas

arvores seletivamente, para posteriormente ser convertida em pasto,

terra arável ou de agricultura.

Mudanças irreversíveis no tipo da vegetação só acontecem quando há

mudanças significativas no estado do solo.

4.2.2 – Vegetação: Mudanças em pequena Escala

Primavera: Plantas dos prados abertos ocupavam habitats bem

diferentes, com a perda das matas e a modificação das terras, as

espécies foram forçadas a ocupar um nicho diferente, a proximidade

levou a miscigenação e criou uma nova espécie.

Flora das Ferrovias: os meios de transporte exercem influência sobre a

flora inglesa, as espécies se aproveitam desse mecanismo artificial de

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dispersão, representado pelo meio de transporte (Carroça, automóvel,

trem ou canal).

4.2.3 – Mudanças em Média escala

Durante a guerra do Vietnã (1954-1973), o homem exerceu fortíssimo

controle sobre a vegetação, um quinto de toda a área florestal foi

desfolhada pelas forças norte-americanas, usando poderosos herbicidas

com concentrações três vezes maior do que a necessária. Calcula-se

que o efeito dure por 100 anos.

4.2.4 – A flora mediterrânea: Mudanças em grandes escalas

A instabilidade e a vulnerabilidade são características da vegetação

mediterrânea, principalmente das florestas. Um ambiente em tão

delicado equilíbrio se torna muito sensível a influência humana, a qual

rompeu em larga escala os ecossistemas regionais.

Calcula-se que a vegetação criada pelo homem ocupe ¾ das terras altas

da região mediterrânea da Europa. As florestas de carvalhos ou de

pinheiros que formam a vegetação natural de cerca de 80% da região

montanhosa, vem sendo explorada a mais de 10 mil anos, o corte das

florestas ocorreu em surtos de atividades em períodos diferentes, mas

as perdas maiores se deram nos três últimos séculos.

4.3 – Animais

4.3.1 – Relação entre o homem e os animais

Mais do que com a vegetação, a interferência do homem com as

populações animais resultou em feitos mais abrangentes e

imprevisíveis. Quanto mais alto estiver o animal na cadeia alimentar,

maior é o controle exercido pelo homem sobre os mesmos. Apesar dos

inseticidas, a população de insetos, na maioria são imunes ao controle

humano, chegando a se proliferar mesmo em ambientes controlados.

A erradicação de algumas espécies e a criação seletiva de outras,

fizeram aumentar a quantidade de animais herbívoros em detrimento

dos carnívoros, também houve redução e eliminação por remoção do

habitat, frequentemente por mau uso da terra.

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Quando levaram cabras para as ilhas galápagos, as populações de

tartarugas gigantes e iguanas declinaram, por causa da competitividade,

onde a cabra tinha mais êxito.

No mínimo duzentas espécies de mamíferos e aves se extinguiram nos

últimos três séculos, em consequência da atividade humana. Outras

duzentas e cinquenta estão em vias de desaparecimento.

4.3.2 – Modificando Ecossistemas Animais

Grande Borboleta Azul: A fauna com pequena população natural e

habitat muito restrito é particularmente propensa a extinção, resultante

da atividade humana. Se supõe que a grande borboleta azul se extinguiu

por volta de 1980. O ciclo de vida da borboleta é altamente

especializado, alimentando-se de flores e sementes de tomilho. O

crescente aproveitamento das terras baixas em atividades agrícolas,

fragmentou a imensa população de borboletas azuis em ilhas.

Parasitas do coqueiro, Malásia: Na área de Sabah, Malásia, derrubou-

se a mata na década de 1950 para estabelecer plantações de coqueiros.

Estas ficaram cercadas por um anel de mata secundária, a floresta

secundária oferece uma base para inúmeros parasitas do coqueiro,

entre os quais a broca e o bicho do cesto. Para tentar exterminá-los,

recorreu-se ao uso de DDT, porem o efeito foi totalmente contrário ao

esperado, os insetos predadores dos parasitas são voadores e foram os

mais afetados pelo inseticida, fazendo diminuir drasticamente a

população dos mesmos, aumentando a do parasita.

5 – Atmosfera

5.1 – Introdução

O homem alterou pela primeira vez e consequentemente o clima a cerca

de 7 ou 9 mil anos, com a derribada primitiva de florestas.

O controle positivo do clima é extremamente limitado, por exemplo, já se

pensou em represar o rio congo, criando um lago de 3 milhões de

quilômetros quadrados, buscando injetar umidade no fluxo de monção,

o que consequentemente aumentaria a precipitação no Norte da África,

área sujeita a secas.

Page 13: Processos Interativos Homem-Meio Ambiente David Drew

É provável que no decorrer deste século o homem tenha começado

inadvertidamente a acelerar o ritmo de mudança do globo, sobretudo no

hemisfério Norte.

Ao contrário dos demais aspectos do ambiente físico até agora

examinados, a atmosfera é um sistema continuo e único, de modo que

as mudanças são transmissíveis em toda a sua extensão.

5.2 – Pontos de atuação no Sistema Atmosférico

O determinante fundamental do clima é a radiação solar que impulsiona

os mecanismos da atmosfera, em segundo lugar potencialmente muito

mais importante é a composição da atmosfera, além da quantidade de

gás carbônico, devido primeiramente a queima de combustíveis fosseis

e como efeito secundário o desmatamento, considerado a tendência

mundial para o aquecimento do clima.

5.3 – Escalas de Mudança

5.3.1 – Mudança Microclimática

O motivo primordial da construção de edifícios é para obter abrigos,

criando um clima todo artificial e controlado dentro da pequenina área,

todo edifício cria seu próprio microclima. Muitos edifícios atuam como

ilhas miniaturas de calor, devido tanto ao aumento da absorção, quanto

da irradiação de energia solar.

5.3.2 – Mudança Mesoclimática

Nas áreas rurais, por mudanças no uso da terra os efeitos são maiores

junto do chão, no entanto, as condições atmosféricas são alteradas a

uma altura de 30 a 100 metros. Nos territórios do Nordeste de Canadá,

fizeram uma queimada numa área de taiga com podsol subjacente,

mediram o microclima 24 anos depois e encontraram características

bem diferente da do clima existente nas matas vizinhas.

5.3.3 – Mudança Macroclimática

São mais difíceis de comprovar, o caso do deserto de Rajputana, na

fronteira entre o Paquistão e a Índia, sugere que talvez o homem tenha

desencadeado a alteração climática numa área de cerca de 30 mil

quilômetros quadrados. O deserto de Rajputana fazia parte da

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civilização do Vale do Indus até cerca de 700 d.c, atualmente, muitas

das cidades dessa época estão sepultadas pela areia.

A poeira em suspensão na atmosfera, talvez seja a explicação para a

aridez, pois ali está o deserto mais poeirento do mundo. Não há

evidencias de que o acréscimo da aridez nos passados 1300 anos, seja

consequência de pastoreio excessivo ou desnudamento do solo, mas

algumas experiências na África e em outras regiões do mundo,

comprovam que o homem é capaz de desestabilizar os climas

semiáridos.

5.4 – Mudanças Climáticas por Inadvertência

5.4.1 – Alteração Induzida a partir do Solo

É nas áreas urbanas que assistimos as mais profundas alterações no

uso da terra por obra do homem, ainda que elas ocupem porção muito

pequena da face da terra, comparado com os 20% que são alterados

por motivo da agricultura. Retira-se a cobertura vegetal, arvores ou

cobertura de grama, fazendo aumentar o albedo.

5.4.2 – Composição Atmosférica

Tanta atividade agrícola como a industrial, estão alterando

significativamente a atmosfera, por aumentar a quantidade de

substancias que ocorrem naturalmente e por induzirem novos

componentes. Cerca de 90% do que é adicionado à atmosfera, compõe-

se de gases e os outros 10% de partículas

As concentrações de poeira na atmosfera são dez vezes maiores no

hemisfério Norte do que no Sul, em consequência da superfície territorial

muito maior, mas também por causa da atividade humana muito mais

intensa. As emissões gasosas para a atmosfera são capazes, com maior

probabilidade do que a poeira, de desencadear mudanças climáticas, já

que podem ficar por muito mais tempo em suspenção.

A queima de combustíveis fosseis e o desmatamento, aumentaram a

concentração de bióxido de carbono, prevê-se que o nível de bióxido

aumentara sucintamente se continuar com a velocidade atual de queima

até o ano de 2050. O homem é responsável por 20% de toda a produção

de bióxido de carbono e já conseguiu deslocar significativamente as

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reservas globais de carbono e hoje a quantidade de carbono já se

equivale a de biomassa, embora isso seja causado pela redução da

biomassa pelo desmate.

É enorme a variedade de substancias lançadas no ar pelo homem.

Muitas são indefinidas, mas em quantidades muito pequenas para que

se possa admitir capacidade de modificação da atmosfera.

5.5 – Mudanças Climáticas Deliberadas

5.5.1 – Proteção Contra Geadas

Os grandes clubes de futebol possuem sistemas de aquecimento do

solo, para que possam jogar em épocas de geadas, mas também as

temperaturas ao nível do solo podem ser elevadas, usando cobertura de

palha sobre sementeiras, reduzindo o albedo e retardando a re-radiação

de energia.

As técnicas empregadas só são eficazes em condições marginais, onde

só é necessário elevar uns poucos graus a temperatura, da mesma

maneira só podem ser usados em locais pouco afetados pelo

resfriamento do ar in loco.

5.5.2 – Faixas de Abrigo

Um dos mais antigos, registrados pela primeira vez em Norfolk, no

Seculo XVIII, consistia no plantio de uma fileira de árvores para

proporcionar melhor clima a sua volta. A faixa de abrigo serve para

proteger uma residência exposta, diminuir a erosão eólica do solo e reter

a umidade, reduzindo a velocidade do vento e consequentemente a

evaporação.

5.5.3 – Alteração da umidade atmosférica

Sérios esforços têm sido feitos para dispersar gotículas em nuvens,

tentando dispersar a neblina ou fazer chover, no entanto é possível fazer

isso apenas em áreas limitadas, exemplo áreas de aeroportos.

No caso da chuva, é muito difícil saber se a chuva que cai de uma nuvem

germinada foi resultado da dispersão ou se aquilo talvez já fosse

acontecer de maneira natural.

6 – Água

6.1 – Introdução

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Pode-se dizer que a água doce é o recurso mais importante da

humanidade, em uma escala mundial, isso inibe a expansão da

agricultura e o povoamento de grandes regiões do globo. Em escala

local, isso pode determinar a localização de industrias, gerando energia!

Além dos benefícios econômicos e sociais, outra razão para o alto grau

de interferência humana no ciclo hidrológico é a facilidade com que se

consegue realizar modificações de grande porte. O homem prefere

intervir no sistema hidrológico nos pontos onde a relação custo benefício

seja a melhor, empregando a tecnologia disponível.

6.2 – O Ciclo Hidrológico – Pontos de Intervenção

6.2.1 – Introdução

Ciclo hidrológico pode ser definido como uma serie de armazenagens

de água ligadas por transferências. O homem pode alterar a capacidade

e a eficiência de muitas das armazenagens e transferências. Se a

interferência se der na superfície, isso pode causar uma reação em

cadeia que causa mudanças em todo o resto.

O homem pode alterar a capacidade e a eficiência de muitas das

armazenagem e transferências. A interferências se der em transferência

da superfície do solo, ou em armazenagens, é provável que uma reação

em cadeia provoque mudanças em todos os depósitos e transferências.

A diminuição da capacidade do solo para absorver as chuvas, devido a

prováveis mudanças no uso da Terra, poderia afetar a distribuição de

água por todos os trajetos anteriores, ao passo que a subtração da água

subterrânea poderia afetar apenas o fluxo dos rios, os depósitos

lacustres e a vazão para os oceanos.

6.2.2 – Armazenagens e Transferências de Superfície

A água da chuva pode tomar variados rumos logo que chega à superfície

terrestre. A vegetação, nesse estágio, desempenha importante papel na

distribuição da água. A interceptação da chuva pelas folhas das plantas

(com a provável re-evaporação de alguma água) varia de acordo com a

densidade da vegetação e as espécies vegetais.

Normalmente, o desmatamento ou o reflorestamento exerce

considerável efeito nas perdas de água. A perda da cobertura arbórea,

Page 17: Processos Interativos Homem-Meio Ambiente David Drew

a curto prazo, reduz a perda de água do solo por transpiração, pois as

raízes Profundas das Árvores são arrancadas, bem como provoca maior

escoamento das águas na superfície da terra, visto que a antiga manta

amortecedora de folhas caídas foi substituída pela terra nua.

O reflorestamento reduz o volume de precipitação pluviométrica que

passa pelos sucessivos estágios do ciclo hidrológico. Particularmente

nos trópicos tem-se feito tentativas para reduzir as perdas de água por

transpiração, sem mexer no tipo de vegetação.

Nas áreas revestidas de vegetação, em encostas moderadas e suaves,

o mais provável é que o fluxo de água escoada diretamente para o rio

seja pequeno, salvo no caso de pesadíssimos aguaceiros. O trabalho

do homem (por exemplo, a lavoura) às vezes deixa a terra nua, o que

pode diminuir qualquer curso de água sobre a terra, devido a criação de

uma superfície acidentada, acidentadas com inúmeros sulcos, que

retém a água, até que ela se evapora ou infiltra no terreno.

Nas áreas semiáridas ou de seca sazonal, efeitos de qualquer mudança

no uso da Terra sobre a hidrologia são mais evidentes. O máximo de

alteração no caráter das armazenagens e transferências de superfícies

ocorre nas áreas urbanas, onde a maior parte da superfície está

inteiramente impermeabilizada por concreto, asfalto ou telhado.

6.2.3 – Armazenagens e Transferências no Solo

A milhares de anos que se vem tentando alterar as condições da água

no solo. O sistema do solo é o pivô da parte terrestre do ciclo hidrológico,

atuando como uma zona tampão entre os sistemas atmosférico e

aquático. Se houve mudanças da hidrologia do solo, elas podem

estender-se para cima, no sentido da atmosfera e para baixo, para a

porção inferior do ciclo. A drenagem da terra traz consideráveis efeitos

hidrológicos. Nas áreas de agricultura intensiva, de clima úmido, como

Grã-Bretanha, quase todas elas já foram mais ou menos drenadas.

O objetivo da drenagem da terra é duplo: serve para reduzir os níveis

sazonais ou permanentes do nível freático e para remover o excesso de

água por meio de canais artificiais, mais depressa do que em condições

naturais. Dos 160 mil quilômetros de cursos d’agua da Grã-Bretanha,

Page 18: Processos Interativos Homem-Meio Ambiente David Drew

cerca de 90 mil quilômetros são valas artificiais e mil são canais. O

impacto hidrológico da drenagem da terra aumenta muito a densidade

de drenagem de uma dada área. Significa isso que a distância que um

pingo de chuva tem de percorrer entre a saída no solo e o ponto de

chegada a um canal é muito reduzida.

6.2.4 – Água Subterrânea

Nas áreas que têm por base rochas permeáveis, parte da precipitação

pluvial infiltra-se no solo e na rocha, água subterrânea. A água

subterrânea serve para muitos fins. Pode ser bombeada para um rio a

fim de aumentar o fluxo, o que é apenas acelera o processo natural de

transferência, ou empregada na irrigação. É muito diferente a

consequência se a água for extraída do lençol em taxas maiores de

recarga.

Podemos colocar como exemplo uma bacia: ao mesmo tempo que está

sendo esgotada é enchida por uma torneira, se houver correspondência

na saída e na entrada o nível se manterá constante se o esvaziamento

for mais rápido o nível caíra.

O rebaixamento do nível freático pode ser mínimo com um simples poço,

mas se alastrará por larga extensão se, digamos, uma área urbana se

abastece com água subterrânea. C A topografia do lençol aquífero

subterrâneo sofrer alteração, assim mudará a direção do fluxo da água

subterrânea.

A extração de enormes quantidades de água dos depósitos

subterrâneos acelerou-se em todo o mundo no século atual. O resultado

foi a transferência dessa água para outros pontos do ciclo hidrológico.

Já se discutiu que a elevação recente dos níveis da água do mar, assim

como o aumento do volume do gelo polar, talvez represente a água

subterrânea que foi deslocada para novos sistemas de armazenagem

por evaporação e precipitação.

6.2.5 – Controle de Rios

Ainda que a extração de água subterrânea esteja em rápida expansão,

sobretudo nas regiões semiáridas, a manipulação direta de Rios ou

mesmo de sistemas hidrográficos inteiros ainda representa o mais

Page 19: Processos Interativos Homem-Meio Ambiente David Drew

profundo Impacto que o homem provoca no ciclo hidrológico. Os rios

são usados para várias finalidades, das quais o suprimento de água é

apenas uma, e as maneiras como se tem procedido a sua alteração

refletem essa diversidade de funções.

A função natural dos cursos de água é a transmissão da água provinda

de várias fontes para um nível de base regional ou seja o mar. Embora

os fios sejam mecanismos de transferência também apresentam uma

capacidade limitada de armazenamento que pode aumentar se no curso

houverem Lagos naturais.

A intervenção humana em Sistemas hidrográficos normalmente tem a

ver com um ou mais dos seguintes motivos: regularização da descarga,

armazenagem de água, aumento do fluxo total, extração de água ou

alteração do canal dos rios.

6.3 – Modificações em Grande Escala da Água Superficial

6.3.1 – Introdução

6.3.2 – O Projeto de Kielder

O maior projeto britânico de controle e transferência de água trata da

interligação dos grandes rios do Nordeste da Inglaterra: o Tyne, o

Derwent, o Wear e o Tess, estão formando um grande reservatório, com

uma capacidade de retenção de 200 milhões de metros cúbicos, que

será empregada para manter um fluxo mínimo constante a jusante do

Rio Tyne, Assim como para reduzir a severidade das cheias, pois o

reservatório tem capacidade para receber a água de escoamento de

precipitações na área superior da bacia hidrográfica.

6.3.3 – A Tennessee Valley Authority

A agricultura de subsistência, o Pastoreio intensivo, o desmatamento e

outros desacertos tinham exposto vastas extensões de terra a várias

formas de erosão, desnudando a camada superficial do solo,

aumentando a sedimentação nos rios e intensificando as cheias. O

projeto da TVA abrange a múltiplos finalidade, desde a melhora da

navegação a geração de energia hidrelétrica e a drenagem de pântanos.

O trabalho de resgate envolveu o reflorestamento das encostas

íngremes com Pinheiros, o plantio de Acácia Negra nas voçorocas para

estabilizá-las e o desenvolvimento de técnicas agrícolas

Page 20: Processos Interativos Homem-Meio Ambiente David Drew

conservacionistas. Passados 10 anos, a produção agrícola da bacia

havia duplicado, as cheias das tempestades de verão tinham se reduzido

à metade e a quantidade de sedimentos nos rios diminuíra 65%.

6.3.4 – O Rio Nilo

De todos os grandes rios do mundo, nenhum sofreu tão drásticas

medidas de controle por tanto tempo como o Nilo. Ao longo de 6.700

km, o Nilo Drena 10% da superfície do continente africano. O Nilo

Branco drenar uma área muito maior, mas contribui com menos de 30%

do fluxo, dada a irregularidade do regime do rio no descurso do ano,

objetivo primordial de todos os projetos de aproveitamento tem

consistido em distribuir a descarga com maior uniformidade pelo

calendário, ampliando o abastecimento em cada mês.

No século XIX, os franceses e os Belgas construíram uma barragem ao

Norte do Cairo, desviando água para 3 canais que irrigam Terras do

Delta. Até hoje, o projeto mais ambicioso foi a construção da Grande

Barragem de Assuã, na fronteira com o Sudão. O Lago Nasser,

resultante da construção da barragem tem uma área de 5700

quilômetros quadrados. O efeito cumulativo dos reservatórios

reguladores e dos projetos de irrigação no regime do Nilo foi profundo.

Além da prováveis mudanças na vegetação, na vida selvagem na

humana, é de supor que a contemplação dos solos argilosos que

atualmente estão inundados na estação chuvosa produza uma

paisagem de cômoros e buracos na sua maior parte. Ao contrário de

muitos projetos anteriores, houveram sérias pesquisas sobre os

prováveis efeitos ambientais do empreendimento. Sempre que possível,

procura-se reduzir ao mínimo os efeitos adversos.

6.3.5 – Mudanças Hidrológicas Continentais na URSS

Na Rússia vem se considerando a vários anos o desvio do curso dos

rios que escoam para o Oceano Ártico, para que deságuem em direção

ao sul, Através das terras semiáridas do Cazaquistão, no mar Cáspio.

As terras de semeadura do Sul, potencialmente férteis, receberiam farta

água de irrigação. Depois, os rios que correm para o Norte, cuja água

quase não tem serventia, estariam sujeitos a cheias no final do inverno.

Page 21: Processos Interativos Homem-Meio Ambiente David Drew

Os benefícios em potencial do desvio dos rios, portanto, parecem

grandes. No entanto, a escala do projeto é tão grande que as

consequências poderiam ser sentidas no mundo inteiro.

6.4 – Novas Fontes de Água

Uma forma extrema de intervenção humana no ciclo hidrológico é a

introdução de Água Nova no sistema. Até agora, essa água nova é em

quantidade insignificante, mas no futuro e principalmente nas regiões

semiáridas, a água doce artificial talvez afete o funcionamento do ciclo

hidrológico. A dessalinização de água salobra ou de água do mar,

usando destilação por descarga ou métodos de membrana, está ficando

muito comum, sobretudo nas regiões costeiras e nos países ricos.

7 – As formas de Relevo

7.1 – Introdução

O relevo constitui produto da estrutura geológica, do tempo e dos

processos geomórficos, e só este último fator é que pode ser objeto de

mudança significativa. Os pontos de influência são pouco e alto os

limiares a alterar, as mudanças feitas pelo homem são locais e

dificilmente regionais e mais intensivas do que extensivas.

Na sua maior parte as ações se intensificam nas estruturas feitas pelo

homem. Os movimentos de massa são acelerados quando se

desestabilizam taludes em obras de construção, assim como a erosão

aumenta quando o solo é endurecido pelo pisoteio das pessoas em

áreas de lazer no campo. Exemplos podem ser observados quando se

escavam depressões para a exploração de minérios, assim como podem

resultar de subsidência do solo, em função da abertura de Minas ou da

drenagem da terra.

7.2 – Permafrost

20% da superfície da terra estão permanentemente gelados em

profundidades que, segundo o lugar, ultrapassam os 1000 metros.

Metade da área do Canadá e da Rússia, bem como 80% do Alasca estão

em zonas permageladas.

A vegetação atua no permafrost como uma camada isoladora,

minimizando a transferência de calor entre o ar e a terra. Se for retirada,

Page 22: Processos Interativos Homem-Meio Ambiente David Drew

o calor atmosférico é conduzido a maior profundidade abaixo da

superfície. O corte de árvores fez em dada época reduzir em 28m a

espessura do permafrost em 10 anos e a limpeza total da vegetação

levou a camada ativa a aprofundar-se 38 metros no mesmo período.

7.3 – Morfologia Fluvial

Com a intenção de aumentar ou diminuir o caudal, para a formação de

reservatórios, a modificação de canais, a construção de Pontes de

molhes, sempre transtorna o equilíbrio dinâmico natural do Rio. O

equilíbrio entre erosão e deposição muda de localização e de

intensidade, além do que as mudanças raramente são confinadas a zona

imediata em que se realizam: aprofundamento do leito de um rio talvez

afete o seu comportamento por quilômetros e quilômetros, a montante

quanto a jusante. Em todos os casos, o que o homem faz é abreviar o

tempo e intensificar o efeito de tais mudanças.

7.4 – Ambientes Litorâneos

Na Holanda, 75% do relevo Costeiro foi radicalmente modificado pela

ação do homem, tal como 40% do mesmo relevo nos Estados Unidos.

Na Grã-Bretanha, somente a região norte da Escócia apresenta largos

trechos de relevo Costeiro intocado. No Japão, a costa que se estende

por cem Quilômetros entre Yokohama e Kisarazn é quase toda artificial,

consistindo de ilhas, penínsulas, baias e planícies oriundas da atividade

antrópica.

As modificações costeiras intencionais destinam-se a prevenir a erosão

ou a recuperar terreno, para facilitar a atividade econômica do litoral ou

para fins de Recreio. Os processos naturais afetados são iguais aos que

ocorrem nos rios, a erosão e a deposição de materiais nas praias de

Recreio já criaram muitos problemas, como a desestabilização de Dunas

esparsamente cobertas de vegetação, por serem pisoteadas, o que

provoca erosão e dispersão em seguida.

7.5 – Movimento de Massa

Quaisquer mudanças feitas nas encostas, por construção ou escavação,

drenagem ou agricultura, servem de molde a alterar a natureza do

movimento de massa. Deslizamento nos barrancos para a abertura de

estradas oferecem um exemplo comum onde os taludes se torna mais

Page 23: Processos Interativos Homem-Meio Ambiente David Drew

Ingrid pela ação humana. Há ocasiões onde a intervenção humana em

uma vertente se torna catastrófica. Durante a construção de um

reservatório na Itália duzentos e quarenta milhões de metros cúbicos de

rocha atingiram uma área criando um deslocamento de água com 100

metros de altura pelo vale abaixo morreram no acidente 2600 pessoas.

7.6 – Tectônica Artificial – Subsidência da Terra

A subsidência devido a fatores situados em profundidade é comum em

muitas regiões de indústria extrativa. Os povoados das áreas

carboníferas costumam apresentar formas dramáticas de subsidência.

Nas minas de ouro perto de Johanesburgo, formaram-se depressões

com 50 metros de diâmetro e 30 metros de profundidade, depois de

fortes chuvas que enfraqueceram os estratos superiores. Os fenômenos

mais intensivos de subsidência são os provocados pela extração de

água subterrânea, principalmente de um aquífero pressurizado

(artesiano).

Impressionante é a influência do homem sobre o relevo, Talvez as

alterações menos evidentes, menos intensas mas mais generalizadas,

como a erosão do solo, é que sejam importantes em escala global,

muitas dessas alterações em processos geomórficos são consequência

indireta de ações humanas nos outros aspectos da biosfera, na água, no

solo, na vegetação e no clima por exemplo.

8 – Oceanos

8.1 – Introdução

Sete décimos da superfície da terra estão cobertos por oceanos. É certo

a importância dos oceanos no controle dos fluxos globais de energia, e

consequentemente no ambiente Geral do planeta. Os oceanos

funcionam como agentes muito eficientes de dispersão e diluição. Os

oceanos podem ser considerados como o volante da terra, dando

estabilidade ao sistema Mundial. Uma consequência da função do

volante é que todo desvio que ocorra em sua ação, ocasionado ou não

pelo homem, irá transformar gravemente todo o ambiente planetário.

Infelizmente, não está claro até que ponto vai o delicado equilíbrio desse

volante oceânico E qual é o grau de esforço capaz de alterar o seu

funcionamento.

Page 24: Processos Interativos Homem-Meio Ambiente David Drew

8.2 – O Homem e os Oceanos

8.2.1 – A Natureza da Relação

O ambiente marinho é completamente alheio ao homem e suas formas

de vida evoluíram de maneira inteiramente separada das formas de vida

terrestre, pouco se conhece, em termos comparativos, sobre a ecologia

básica ou o sistema de cadeias alimentares que operam nos oceanos.

Tal ignorância significa que o homem é insensível aos efeitos das

mudanças que ele provoca.

8.2.2 – Poluição Oceânica

A grande dificuldade da avaliação da influência humana sobre os

oceanos reside na escala gigantesca e na lenta a reação dos grandes

sistemas hídricos. Os oceanos são a lata de lixo do mundo, onde atitude

reinante ainda é longe da vista, longe do coração. Mas eles não

representam um buraco sem fundo, nem tão pouco uma fonte

inesgotável de alimentos. Ainda que sejam um vasto depósito de

energia, essa se acha esparsamente distribuída, o que talvez queira

dizer que eles formam um frágil ecossistema.

A história do homem e dos Mares é inconclusiva: nem sequer sabemos

que os atuais níveis de poluição ou de pesca bastão para causar

alterações significativas nos oceanos. Da mesma forma, os limiares e

os pontos de alavancagem São incertos. No entanto, os mares

fechados e menores, do mundo desenvolvido mostram sem margem de

erro os efeitos da ação dos homens.

8.2.3 – O Mar Báltico

O mar Báltico Recebe 500 entradas de água doce de rios e constitui uma

bacia fechada com uma única saída para o mar do Norte, através de

Apertado e rasos canais estreitos entre a Dinamarca e a Suécia. Esta

combinação de fatores resulta em que as águas se acham

permanentemente estratificadas. Uma camada de água doce com

profundidade de 50 a 70 metros com um teor de salinidade de apenas

0,6 a 0,7%, se sobrepõe à uma mais salgada e, portanto, mais pesada,

isso faz com que as águas troquem de posição e, dessa forma, a massa

de água profunda permanece isolada como um porão criando uma zona

de concentração para os poluentes que as alcançaram.

Page 25: Processos Interativos Homem-Meio Ambiente David Drew

9 – O Ambiente Rural-Agrícola

9.1 – Introdução a Agricultura

Ao contrário dos complexos urbano-industriais, as mudanças devidas a

agricultura são, ou eram até pouco tempo, antes extensivas do que

intensivas, antes parciais do que totais. Tem-se definido agricultura

Como a arte de perturbar o equilíbrio da natureza de modo mais seguro

para nosso benefício.

9.2 – Escalas de Agricultura

Há dois aspectos a considerar na escala de agricultura: primeiro a

intensidade E o grau de alteração provocada ao solo e a vegetação

preexistentes, segundo, a área em que se deu alteração.

As primitivas formas agrícolas com origem a 8 ou 9 mil anos constavam

da limpeza de pequena parte da Mata ou floresta para plantio durante

alguns anos. Quando a terra dava sinais de exaustão, a cultura era

abandonada e a vegetação se regenerava de maneira natural. Nessa

atividade, empregavam-se plantas e animais semi-domesticados. As

áreas eram pequenas, as entradas de energia artificial também eram

reduzidas. Eis aí um exemplo de agricultura de baixa intensidade.

No extremo oposto estão os trigais das pradarias norte-americanas, em

que um só tipo de planta ganha dominância total em Milhões de

hectares, com as propriedades do solo determinados pelo uso de

fertilizantes; os insetos e as formas de vida microbiológicas restringidas

pela aplicação de praguicidas, em resumo, com maciças em entradas

de energia externa introduzidas no sistema.

9.3 – Efeitos da Agricultura

9.3.1 – Efeitos Diretos

Os ciclos naturais de energia e massa funcionam em larga medida como

sistemas, pois os nutrientes das plantas ficam retidos dentro do sistema

solo-vegetação. A agricultura transforma deliberadamente esse

equilíbrio, com a intenção de manipular certos aspectos para obter o

máximo rendimento de gêneros alimentícios selecionados para o

homem. Daí os complexos e entrelaçados ciclos de sustentação da vida

são simplificados, entrando em Curto-circuito. O exemplo mais extremo

Page 26: Processos Interativos Homem-Meio Ambiente David Drew

de tal efeito é a conversão do complexíssimo ecossistema das matas

Tropicais em plantações ou fazendas de monocultura.

Em segundo lugar, a produtividade da terra em termos de produção

primária de biomassa por unidade de superfície, também se reduz,

normalmente, por causa da simplificação do ecossistema. A terceira

consequência da agricultura, fora do nível mais primitivo a agricultura

exige a aplicação de energia externa no seu ecossistema, em parte para

substituir as perdas por lixiviação dos nutrientes pelas colheitas e em

parte para aumentar a produtividade, como no caso das áreas irrigadas.

Portanto, as terras de Lavoura São zonas de admissão maior de energia

que as outras.

Um dos traços da Agricultura moderna e intensiva é elevadíssima

deformação das correntes naturais de energia e da aplicação da energia

externa a terra. Os fertilizantes, A irrigação e as máquinas são modelos

de subsídios de energia, que complementam a energia solar natural que

incide na área.

9.3.2 – Efeitos Indiretos

A agricultura e a epiderme da terra e é aí que podem ocorrer as maiores

mudanças na maior parte das características do meio físico.

No caso dos fertilizantes percebe-se que a taxa de aplicação aumentou

grandemente nos últimos anos principalmente nos países

desenvolvidos. Nessas regiões, o nitrogênio e o fósforo deixaram de ser

fatores de limitação do crescimento das plantas, havendo provas

indicativa de que se vem usando excesso de fertilizantes, principalmente

o nitrogênio. Estima-se que a taxa de aproveitamento é inferior a 50%

da aplicação. Não se conhece Com certeza o destino final do Nitrato

remanescente, embora se saiba que a concentração de nitrato triplicou

em certos rios da Inglaterra nos últimos 30 anos.

Como sucede com os fertilizantes, a água de escoamento é o principal

meio de transporte dos herbicidas e praguicidas, que são empregados

como tóxicos, ao contrário dos fertilizantes. As substâncias cuja

desintegração é mais lenta, em condições naturais, são as que

apresentam maior risco.

Page 27: Processos Interativos Homem-Meio Ambiente David Drew

O exemplo mais bem documentado dos efeitos dos resíduos de

praguicidas é referente ao DDT. As aves sementes tratadas com DDT

podem morrer. Normalmente, os praguicidas, inclusive o DDT, são mais

nocivos aos predadores da praga do que a ela mesma, pois os

predadores se envenenam ao comer um inseto daninho ou o que for que

provoca a praga.

Outro efeito inadvertido do uso de certos praguicidas é o

desenvolvimento, por mutação, de imunidade geneticamente adquirida

a substância em muitos insetos. Os praguicidas penetram na cadeia

alimentar em teor elevado e, por isso, podem afetar diretamente o

homem. a aplicação de praguicidas e herbicidas resulta do rápido

avanço da tecnologia agrícola nos últimos anos. e é ao mesmo tempo

um exemplo de alteração imposta pelo homem ao ambiente, que leva a

uma cadeia imprevisível de mudanças entrelaçadas, Muitas delas

indesejáveis do ponto de vista humano.

9.4 – A Paisagem Inglesa

9.4.1 – Introdução

Três quartos da população britânica vivem e trabalham no ambiente

extremamente antinatural das vilas e cidades. No entanto a marca do

homem é mais firme no interior da Grã-Bretanha em qualquer parte do

mundo, com exceção da Holanda, do Vale do Nilo e de partes da China.

Visto de longe essa paisagem se assemelha a mesma de 14 mil anos

atrás, quando a tundra que predominava após o recuo da camada de

gelo. Os séculos seguintes assistiram à colonização da Grã-Bretanha,

primeiro por arbustos e depois por uma sucessão de matas que atingiu

a extensão no ótimo climático, há cerca de 6.000 anos. Desde então, o

homem se tornou o principal agente na determinação dos padrões de

solo, vegetação, drenagem e geomorfologia do país.

9.4.2 – A Influência do Homem no Meio Rural

A mais antiga habitação humana na Grã-Bretanha data provavelmente

da penúltima era interglacial, há 200 mil anos atrás. Foi a partir do

neolítico de 5 a 4 mil anos atrás que a atividade humana começou a

afetar o ambiente em termos materiais. No início do neolítico, a maior

Page 28: Processos Interativos Homem-Meio Ambiente David Drew

parte da Grã-Bretanha estava coberta por florestas, nos solos ácidos, de

granulação grosseira ou demasiadamente secos, especialmente nas

regiões montanhosas, a cobertura Florestal era mais fraca, era aqui que

reside o elo mais frágil no sistema solo vegetação clima e

consequentemente o ponto da primeira intervenção eficaz do homem.

No neolítico basicamente, a agricultura consistia em limpar um trecho da

Mata e Plantar Criar gado nele por alguns anos. Depois, o trecho era

abandonado e se recuperar. A área Costeira em torno de Gwithian, em

Cornualha, estava revestida de matas no pré neolítico, mas depois que

foi convertida em pastos, nunca mais conseguiu se regenerar pois foi

coberta por areia.

Pode ser que tais alterações tivessem ocorrido sem a presença como,

como resultado direto da mudança do clima. No entanto, o sistema

Terra-marrom-Floresta decídua é bastante estável, salvo nas áreas mais

indicadas, sendo altamente provável que o desmatamento fosse

responsável pela desestabilização.

Após a conquista normanda, acelerou se a formação da paisagem feita

pelo homem, devido em parte a maior centralização dos sistemas

econômico e social. No decurso do longo período que vai da era pré-

cristã até a revolução agrícola, as regiões montanhosas permaneceram

quase inalteradas, com o solo e a vegetação degradados pelo pastoreio.

Contudo, até a revolução agrícola, a escala de tempo das alterações da

paisagem era secular. Os lavradores do passado só tinham condições

de arrotear escassas leiras a volta das aldeias; mesmo na Idade Média,

não passavam de alguns hectares.

9.4.3 – O Interior nos Dias de Hoje

Uma segunda revolução agrícola, menos evidente, verificou-se nas

últimas décadas. Terras aráveis, a estrutura e a química do solo vem

sendo muito modificada pelas técnicas de gradeamento e pelo uso

intensivo de fertilizantes artificiais. O hábito de estabular os animais e

de alimentá-los com forragem implica a queda em desuso do costume

de estrumar a terra, que também deixa de servir de pasto e de ser

pisoteada pelos animais. Entradas de energia externa como por

exemplo rações fertilizantes e combustíveis significam que em muitos

Page 29: Processos Interativos Homem-Meio Ambiente David Drew

pontos do interior da Inglaterra o sistema solo-vegetação-animais vem

operando em níveis de produtividade superiores aos que outros fatores

naturais do ambiente permitiriam.

9.4.4 – Burren no Condado de Clare

O planalto de Burren, no litoral do Condado de Clare, Oeste da Irlanda,

representa uma das paisagens mais estranhas das Ilhas Britânicas.

Constitui um deserto rochoso, em área de alto índice pluviométrico e

temperatura amena, algo indica que a aridez se deve à ação do homem,

mesmo com a limitadíssima tecnologia dos Agricultores primitivos foi

suficiente para iniciar a Irreversível degradação do solo e

consequentemente da vegetação. O estudo de pólen fóssil da região

mostra que nos tempos pós-glaciais havia uma pequena Floresta

recobrindo o Burren e ainda se vê os tocos de alguns pinheiros em

rochas fosseis, o que se deduz dos vestígios do solo é que a erosão

coincidir com a expansão da Agricultura no Planalto.

9.4.5 – As Pradarias Inglesas

As terras centrais do Sul e do leste da Inglaterra, são as mais eficientes

do mundo em termos econômicos. a espantosa ordenação da paisagem

testemunha o alto grau de controle exercido pelo homem. Alice ver

Grandes propriedades o que trouxe maior remoção de cercas vivas,

cada quilômetro de cerca que se retira representa um hectare ganho

para Cultura. Quando se arranca a cerca, o ecossistema que se

desenvolveu em sua zona de influência também é destruído e o clima

local muda, com o alargamento das propriedades o vento aumentou a

velocidade, a combinação da alta velocidade dos Ventos com as finas

partículas da terra intensificaram a erosão eólica, o solo seco

rapidamente gerando tempestade de poeira de 15 metros de altura e

dunas de areia de 1 metro se depositaram contra obstáculo.

9.4.6 – As Charnecas

Tais zonas de vegetação, com as correspondentes diferenças do solo,

ocorrem em altitudes notavelmente baixas, por vezes inferiores a 500

metros. O clima, entretanto, pouco varia dentro da mesma zona.

Costuma-se usar as pastagens de baixo para o gado bovino e a da

encosta mais alta para o ovino. As ovelhas, escolhe ou que come,

Page 30: Processos Interativos Homem-Meio Ambiente David Drew

deixando crescer as plantas mais grossas. As vacas e bois escolhe

muito menos, motivo pelo qual a vegetação dos Passos das duas

espécies de animais torna-se diferente, só por causa disso, conforme a

altitude.

A situação das regiões montanhosas não se alterou, praticamente, nos

últimos 700 anos, mas o homem tecnológico, agora já está fazendo

sentir a sua influência. Por exemplo, 50% das passagens de carneiros

foram aproveitadas para lavoura ou reflorestadas.

9.4.7 – As Terras Altas da Escócia

A única área Silvestre da Grã-Bretanha está nas “highlands”, Terras

Altas da Escócia. A vida selvagem mudou, com a abertura de grandes

clareiras: o último Lobo foi morto em 1860. Época recente, com as

exigências de duas guerras mundiais, foi quase extinta a floresta original.

O corte das Árvores redundou em piores resultados nas terras altas do

que em qualquer outra parte da Grã-Bretanha, devido ao clima mais

úmido e frio.

Recentemente começou o plantio de árvores em três lugares de lá, o

solo empobreceu muito durante os séculos sem árvores para suportar o

tipo original de floresta o reflorestamento estimulou a imigração de

espécies silvestres, inclusive muitos insetos e pássaros e entre a

vegetação rasteira mamíferos de pequeno porte em seguida vieram os

predadores como a raposa o gato bravo e a coruja. Lentamente, o solo

responderá a tais mudanças na vegetação e no microclima, dando início

a sua laboriosa escalada para a fertilidade. Assim, um ciclo de ação

humana está começando a se fechar nas Terras Altas.

9.5 – Amazônia

Há uma região no mundo cuja paisagem natural vem sendo desfigurada

a ponto de ficar irreconhecível, aliás em assustadora velocidade. O

padrão de uso da Amazônia Começou a Mudar com a primeira chegada

dos colonizadores no século passado. O maior impacto, no entanto, veio

recentemente, com a sistemática exploração econômica da região: corte

de madeira e projetos agropecuários. Do ponto de vista ambiental uma

das zonas mais frágeis e importantes do mundo vem sofrendo uma

Page 31: Processos Interativos Homem-Meio Ambiente David Drew

pressão tecnológica aparentemente irresistível; devendo apresentar

uma transmutação de paisagem que o homem jamais realizou.

A bacia amazônica contém de longe, a maior Floresta úmida Tropical

virgem. A floresta autêntica ocorre nas áreas mais bem drenadas (Terra

Firme); nas planícies de inundação (várzeas) predomina uma vegetação

de menor porte, como os mangues. Em termos de agricultura as várzeas

têm melhor potencial produtivo, pois são periodicamente inundadas com

depósito de aluvião.

A Amazônia representa a primeira e talvez a última oportunidade real

que o homem tem de desenvolver uma vasta área territorial em

pregando um modelo de base tanto ecológica quanto econômico. o

governo brasileiro demonstrou a aparente preocupação de que a bacia

amazônica não fosse Posta a saque. Em teoria a exploração obedece

a regras estritas: por exemplo no mínimo 50% da cobertura Florestal

deve ser mantida nas zonas colonizadas.

As mais profundas consequências do desmatamento ainda que também

as mais teóricas, dizem respeito a alterações atmosféricas. A

substituição completa da Mata por moitas Faria provavelmente aumentar

o teor de CO2 10%, diminuir a produção de oxigênio para a atmosfera.

10 – O Ambiente Urbano Industrial

10.1 – Introdução

Áreas urbano-industriais representam a mais profunda modificação

humana da superfície da terra, da atmosfera e do ecossistema terrestre.

Ao contrário dos efeitos da atividade agrícola, efeitos urbanos são

altamente intensivos e localizados.

As mudanças climáticas são mais evidentes na curva abóbada de ar que

recobre uma cidade, mas o vento dominante leva consigo nuvens de ar

poluído para muito longe. As alterações ecológicas provocadas por

ambientes poluídos, ou de qualquer forma conturbados, espraiam-se

para muito além dos limites urbanos. Virtualmente, todos os aspectos do

ambiente são alterados pela urbanização e a industrialização, inclusive

o relevo, o uso da Terra, a vegetação, a fauna, a hidrologia e o clima,

variando de intensidade de acordo com a extensão da área edificada.

Page 32: Processos Interativos Homem-Meio Ambiente David Drew

10.2 – Hidrologia Urbana

10.2.1 – Introdução

Muito embora as áreas urbanas raramente ocorrem mais que reduzida

porcentagem de uma grande bacia de drenagem, as alterações no

regime do rio poderão ser suficientemente intensas para abranger

amplos espaços. É o caso, especialmente, das cidades localizadas no

centro ou na parte superior da bacia, por permitir enchente e poluição da

água em áreas a jusante. A densidade da drenagem urbana é 3 a 10

vezes maior que a do meio Rural, dessa forma cada gota de água tem

de percorrer menor distância para atingir um canal do que no campo o

que, junto com a intensificação da água de escoamento, provoca

maiores enchentes, em uma bacia de drenagem urbanizada.

A indústria extrativa e de acidente com os efeitos sobre a qualidade da

água, se estiver localizada perto da corrente. A mineração a céu aberto

poderá provocar contaminação sedimentológica e química. A extração

subterrânea de carvão muitas vezes faz com que a drenagem ácida das

minas chega aos rios.

10.2.2 – Nova Cidade de Harlow

A construção de uma cidade inteiramente Nova em uma área

antigamente rural, impôs consideráveis mudanças na pequena bacia. A

bacia de captação e os estágios de urbanização são vistos ainda que se

tenham rasgado algumas estradas e implantados redes de esgoto a

urbanização propriamente dita desta cidade se iniciou em 1953, tal qual

as alterações hidrológicas que ali foram registradas. Em 1960 10% da

área estavam recobertos de concreto porcentagem que subiu para

16,6% em 1968, embora se considerassem urbanizados 80% da bacia

de drenagem. O fato da cidade estar assentada sobre uma rocha

impermeável minimizou os efeitos hidrológicos da construção, mas

ainda assim as alterações, sobretudo nas características do caudal, São

evidentes.

Tudo isso reflete o aumento e a mais rápida transmissão da água de

escoamento. Os efeitos no fluxo são muito maiores no verão do que no

inverno. No verão a maior parte da chuva que cai em uma bacia Rural é

armazenada pelo solo e depois utilizada pela vegetação, ao passo que

Page 33: Processos Interativos Homem-Meio Ambiente David Drew

no inverno o subsolo pode já estar saturado, fazendo escoar mais água

para o rio. No ambiente Urbano, as condições variam muito menos entre

as estações dada a alta proporção da área impermeável.

10.3 – O Clima Urbano

10.3.1 – Introdução

Em grandes cidades, com 1 milhão de habitantes ou mais, o clima

alterado Maíra de 50 a 300 metros acima do solo e se estende dezenas

de quilômetros barlavento. O homem produz no conjunto geral reduzido

calor artificial, mas ao nível local essa produção é significativa. Nesses

casos a produção de calor é suficientemente grande para gerar

processos atmosféricos tais como projeções de coroa solar por

convecção, bem como reações climáticas, temperatura mais altas e

menor precipitação de Neve.

10.3.2 – A Ilha de Calor de Londres

Tal como em outras Metrópoles, a mortalha de produtos de combustão

em Londres provoca neblina e encobre a luz do sol. em comparação com

o meio Rural, os subúrbios mais afastados da cidade recebem 16

minutos a menos de luz solar por dia, os mais próximos 25 minutos a

menos e a área Central 44 minutos a menos. A perda, no entanto, é mais

que compensada pelo calor artificialmente produzido. A temperatura

média anual é de 11 graus Celsius no centro, de 10 graus Celsius no

subúrbio e de 9,6 graus Celsius na zona rural.

A ilha de calor de Londres caracteriza o seu clima Urbano, muito embora

ele se modifica no tempo e na intensidade de acordo com a estação do

ano e as condições meteorológicas, o centro é bem mais quente que os

bairros durante todo o ano, mas a ilha de calor Suburbana é maior no

inverno quando aumenta o consumo de combustível nas moradias.

10.3.3 – Precipitação Pluvial na Área de Houston

Localizada nas planícies uniformes do Golfo do México, a cidade e viu a

sua população e a sua indústria se expandir enormemente nas últimas

décadas, assim como o seu índice de pluviosidade também. O índice de

precipitação na área urbana aumentou mais de 1.000 milímetros em

certos casos. Muito embora haja uma zona de indústria pesada a Leste

(contra o vento), emitindo aerossóis poluentes, parece provável que a

Page 34: Processos Interativos Homem-Meio Ambiente David Drew

deflexão do ar pelos numerosos arranha-céus, no centro da cidade, foi

também são importantes no desencadeamento desta alteração no

regime das chuvas.

10.3.4 – Smog – Fotoquímico na Califórnia

A alteração da composição atmosférica por sobre uma cidade variam de

natureza. Nas cidades inglesas predominam as emissões da combustão

de carvão dando por vezes origem ao impenetrável nevoeiro

enfumaçado de inverno. Com uma grande Frota de veículos e sol

sempre brilhante a Califórnia Experimenta a poluição fotoquímica do ar

derivada da emissão de óxidos de nitrogênio, emissão essa que

aumentou 4 vezes da década de 40 para a década de 70. Os danos à

vegetação provocados pelos elementos químicos em suspensão,

atingiram mais de 30 mil km quadrados. Los Angeles é particularmente

propensa a forte poluição fotoquímica, pois está localizada em humano

a bacia natural, sujeita a inversões térmicas e com ventos de baixa

velocidade, assim o smog se intensifica e concentra.

10.3.5 – Chuva Ácida

O alastramento da poluição fotoquímica muito além de sua origem, tem

um paralelo ainda mais sério na abrangência da contaminação com

anidrido sulfuroso, provindo de emissões industriais. Emissões

industriais de anidrido sulfuroso, atualmente excedem 100 vezes os

naturais, de origem vulcânica. A produção de anidrido sulfuroso duplicou

entre 1960 e 1980 colaborando com o tal foi o uso de chaminés

descomunais com mais de 180 m de altura que diminuíram a poluição

atmosférica nas vizinhanças imediatas fazendo com que o gás atingisse

as camadas médias da troposfera, sendo assim transportado a enormes

distâncias.

Tanto nas áreas urbanas como na suburbana a chuva ácida acelera o

intemperismo químico principalmente dia difícil e sobretudo se forem

feitos de calcário. Na Grã-Bretanha essas zonas de precipitação

estendem-se por dezenas ou centenas de quilômetros para além da

fonte de emissão de Londres e outras cidades.

10.4 – Paisagens Urbano Industriais

10.4.1 – Introdução

Page 35: Processos Interativos Homem-Meio Ambiente David Drew

Tanto a organização como a indústria extrativa acarretam alteração do

relevo, mas a indústria, em particular, é responsável pela criação de terra

largada ao Deus dará, como resultado da exploração de Pedreiras, da

mineração a céu aberto, dos desaterros, do abandono de edifícios ou

indiretamente por subsidência da terra. A derrelição corresponde a uma

extrema mudança no uso e no relevo da terra, a paisagem pode ser de

escombros escória ou lixo, de modo similar a Ecologia se transforma

para um ecossistema urbano do gênero. As áreas onde ocorrem

derrelição extrema podem ir além do limite da recuperação, ao menos

no futuro imediato, quase sempre nesses casos vem uma segunda

rodada e da intervenção humana, em geral por motivos estéticos. Nas

zonas de concentração de indústria pesada a derrelição ecológica se

estende muito além da fonte.

10.4.2 – Derrelição e Recuperação nos Potteries

A área de Stoke-on-Trent sofre mais que a maioria dos centros urbano

com a derrelição, pois em 1970 tinha 7% da área da cidade nessa

condição. A recuperação começou desde o final da década de 60, na

tentativa de transformar os termos em partes com solos vegetação

relevo e hidrografia planejado. Por exemplo o Central Forest Park, era

uma das áreas mais abandonadas, em 52 hectares contavam-se

monturos de 100 metros de altura, rejeito das minas de carvão e

enormes Covas cheias de água. As Escarpas foram limpas, espalhou-

se uma fina camada de solo superficial e semiose grama tolerantes ao

ambiente ácido e rico de

10.5 – A Ecologia Urbano Industrial

10.5.1 – Introdução

A primeira característica das áreas urbanas e a alta intensidade de

mudança, também é evidente a respeito dos ecossistemas. a cidade

constitui evidentemente, um complexo ecossistema humano, mas,

longe de ser um deserto para outras formas de vida, ela cria,

deliberadamente ou não uma variedade de ambientes que são

colonizados por criaturas vivas. Alguns deles são variantes de condições

naturais por exemplo parques ou Jardins, mas o outro são antinaturais

por completo. As espécies adaptáveis conseguem viver nas cidades e

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em certos casos até prolifera, a exemplo temos os ratos e as moscas.

Certas plantas invadem com rapidez os solos degradados, coisa muito

comum nos canteiros de obras. Na Europa Talvez seja mais comum a

presença de raposas nos centros urbanos do que no campo, pois o

animal encontra restos de comida suficientes para sobreviver. Nos

Estados Unidos acontece o mesmo com outros animais.

10.5.2 – A Mariposa Cinzenta

A mariposa cinzenta adaptou-se rapidamente aos depósitos de fuligem

das cidades industriais inglesas. A principal proteção da Mariposa contra

os predadores é a camuflagem, a cor da Mariposa se misturava muito

bem com o líquen do tronco das árvores, com o escurecimento do tronco

devido as emanações industriais a camuflagem da Mariposa perdeu a

eficácia pois ela estava mais clara do que os troncos e os pássaros as

comiam.

Referência

Drew, David. Processos Interativos Homem-Meio Ambiente. 7ª Edição.

Rio de Janeiro. Bertrand Brasil. 2010.