produtividade na alvenaria estrutural aparente em blocos cerâmicos

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PRODUTIVIDADE NA ALVENARIA ESTRUTURAL APARENTE EM BLOCOS CERÂMICOS BRUNO MELO ELLERES (UFPA ) [email protected] Wylliam Bessa Santana (UFPA ) [email protected] LUIZ MAURICIO FURTADO MAUES (UFPA ) [email protected] Na indústria da construção civil, o aumento da produtividade e a redução de custos são algumas das vertentes utilizadas para a melhoria no processo produtivo. A produtividade, retratada neste trabalho, foi baseada na repetição de serviços, na logística e no aperfeiçoamento da mão de obra para a execução da alvenaria estrutural aparente. A pesquisa foi realizada com cinco equipes compostas por doze colaboradores cada uma. O acompanhamento foi realizado diariamente, com cerca de 70 repetições, onde a meta de cada equipe era a execução de um pavimento com 600m² de área, em um período de 10 dias. Este acompanhamento conclui que, quando a equipe mantém os mesmos colaboradores por mais tempo, esta consegue melhorar sua produtividade gradativamente até se estabilizar, já as equipes que tiveram a troca de colaboradores durante o processo construtivo, apresentam oscilações em sua produtividade. Todas as equipes foram avaliadas no mesmo período e nas mesmas circunstâncias de logística e intempéries, de modo que na evolução do estudo e acompanhamento dos grupos de alvenaria, foi verificado o aumento da produtividade média no decorrer dos meses. Palavras-chave: Alvenaria Estrutural, Efeito Aprendizagem, Produtividade XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil João Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016.

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PRODUTIVIDADE NA ALVENARIA

ESTRUTURAL APARENTE EM BLOCOS

CERÂMICOS

BRUNO MELO ELLERES (UFPA )

[email protected]

Wylliam Bessa Santana (UFPA )

[email protected]

LUIZ MAURICIO FURTADO MAUES (UFPA )

[email protected]

Na indústria da construção civil, o aumento da produtividade e a

redução de custos são algumas das vertentes utilizadas para a

melhoria no processo produtivo. A produtividade, retratada neste

trabalho, foi baseada na repetição de serviços, na logística e no

aperfeiçoamento da mão de obra para a execução da alvenaria

estrutural aparente. A pesquisa foi realizada com cinco equipes

compostas por doze colaboradores cada uma. O acompanhamento foi

realizado diariamente, com cerca de 70 repetições, onde a meta de

cada equipe era a execução de um pavimento com 600m² de área, em

um período de 10 dias. Este acompanhamento conclui que, quando a

equipe mantém os mesmos colaboradores por mais tempo, esta

consegue melhorar sua produtividade gradativamente até se

estabilizar, já as equipes que tiveram a troca de colaboradores durante

o processo construtivo, apresentam oscilações em sua produtividade.

Todas as equipes foram avaliadas no mesmo período e nas mesmas

circunstâncias de logística e intempéries, de modo que na evolução do

estudo e acompanhamento dos grupos de alvenaria, foi verificado o

aumento da produtividade média no decorrer dos meses.

Palavras-chave: Alvenaria Estrutural, Efeito Aprendizagem,

Produtividade

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1.Introdução

A mão de obra é o recurso mais precioso participante da execução de obras de construção

civil (SANDER e THOMAS, 1991), não somente porque representa alta porcentagem do

custo total mas, principalmente, em função de se estar lidando com seres humanos, que têm

uma série de necessidades a seremsupridas. A medição da produtividade pode ser um

instrumento importante para a gestão da mão de obra (THOMAS e YAKOUNIS, 1987),

podendo subsidiar políticas para a redução de custos e aumento da motivação no trabalho.

No entanto, quando se discute a produtividade, tanto em debates entre profissionais de campo

ou especialistas em artigos técnicos sobre o assunto, paira sempre como foram calculados os

indicadores que estão sendo utilizados (SOUZA, 2002). Observa-se na construção civil, um

intenso movimento no desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade, a

construção civil precisa ter cautela e controlar melhor os gastos diante do cenário econômico

instável (GONÇALVES, 2015). As obras de caráter repetitivo são obras de extrema

necessidade de planejamento, para ter a produtividade desejada.

Nestes tipos de obras surge um fenômeno característico, denominado efeito aprendizagem, o

qual observa aumentos expressivos de produtividade, obtidos com o acréscimo da repetição

dos serviços. A base de todos os benefícios da repetição na construção é a operação contínua,

isto é, o trabalho é realizado sem interrupções, com poucas alterações na equipe de trabalho e

com o mesmo processo construtivo (OLIVEIRA et al., 1998).

Na ultima década o crescente investimento em projetos de habitações de interesse social têm

gerado uma intensa competição no mercado da construção civil, fazendo com que os modelos

construtivos, a matéria prima da região e sua produtividade, sejam muito importantes para a

viabilidade construtiva e econômica.

A indústria da construção enfrenta desafios no que diz respeito a problemas relacionados com

a produtividade e os problemas são geralmente associadas com o desempenho do trabalho. O

desempenho do trabalho é afetado por muitos fatores, e é geralmente ligada ao desempenho

de tempo, custo e qualidade. Enquanto isso, nesta última décadadiversos trabalhos

acadêmicos estão sendo realizados com o intuíto de identificae e avaliar os fatores que afetam

a produtividade do trabalho em construções; no entanto, uma compreensão mais profunda

ainda é necessária para melhorar a produtividade do trabalho (SOEKIMAN et al., 2011).

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1.1. Produtividade

A produtividade da mão-de-obra pode ser definida como a eficiência na transformação de

esforço humano em produtos de construção. Assim, foi adotado na pesquisa um indicador

denominado Razão Unitária de Produção (RUP) (MATTOS, 2010), que é igual ao número de

homens-hora, por quantidade de serviço (PINI, 2011).

Na construção civil, muitos fatores interferem na execução de um determinado serviço. A

disponibilidade de materiais e equipamentos, a complexidade das tarefas e até o pagamento

em dia afetam o trabalho dos profissionais, aumentando ou diminuindo sua

produtividade(PINI 2011).

A produtividade tem como principal função integrar um sistema de informações que permita

amparar decisões futuras. Essa informação é importante nas fases de projeto e planejamento

do empreendimento, mas é fundamental mesmo na fase de produção, permitindo um

adequado gerenciamento das equipes, atividades e cronograma de obra. O indicador de

produtividade permite ao empreendedor analisar tendências, desenvolver os métodos

construtivos e prever o consumo de mão de obra e a duração dos serviços (CCSC, 2011).

A Melhoria da produtividade na construção civil tem sido um grande desafio da indústria,

dado o seu elevado impacto sobre os resultados do projeto. Tem recebido maior atenção dos

pesquisadores de construção que promovem diversas ações de melhoria, uma vez que a

análise dos fatores que afetam o trabalho produtividade é uma parte fundamental neste

processo (RIVAS et al., 2011).

2. Metodologia

Esta pesquisa se caracteriza com um caráter descritivo, pois procura descrever as

características de determinada população, estabelecendo relações naturais ou variáveis (GIL,

2008). Umas das características mais marcantes está na utilização de técnicas padronizadas de

coleta de dados.

Todos os dias, durante a coleta de dados, foram verificados o efetivo das equipes, onde cada

equipe foi monitorada e controlada quanto a ausência dos colaboradores ou por alguma troca

desses colaboradores quando necessário. Os dados foram obtidos em prédios de dois

pavimentos tipo, mais o térreo, onde cada um tem em média 600 m² de alvenaria estrutural

aparente.

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O estudo foi feito desde em que os blocos estruturais chegavam na obra, até serem colocados

no seu local, assim, desde o primeiro bloco do pavimento, até o ultimo, foi feito o

monitoramento. Desta forma, buscou-se avaliar as equipes quanto ao comportamento e o

aumento da produtividade representados pelos gráficos obtidos para cada equipe.

3. Resultados e discussões

Como estudo de caso foi adotada uma obra de padrão popular e de interesse social, localizada

na região metropolitana de Belém. A obra visa a construção de 1724 unidades habitacionais

com os serviços complementares de urbanização, paisagismo e infraestrutura urbana. A obra

será construída em blocos de três pavimentos, onde cada pavimento tem o total de 600m² de

alvenaria estrutural aparente construída.

Nessa pesquisa, foi utilizado sempre a mesma quantidade de mão de obra em todas as

equipes, cinco pedreiros, cinco serventes, um eletricista, um encanador e um ferreiro que

auxiliava quando se necessitava.

Na obra existiam cinco equipes, acompanhadas e supervisionadas diariamente pela equipe da

administração da empresa. O modo de pesquisa utilizado na obra se enquadra no modelo de

pesquisa de campo, que se trata de uma investigação empírica realizada no local de

construção.

O método utilizado para calcular a produtividade, foi das horas trabalhadas por todos os

componentes da equipe, com o valor das horas de cada um, como pode ser analisado natabela

1, a seguir:

Tabela 1 – Cálculo das horas trabalhadas

Função

Horas trabalhadas

por dia

Número de

funcionários na

equipe

Horas

trabalhadas

por dia pela

equipe

Valor da hora

trabalhada para cada

funcionário com

encargos.

Custo por dia

das equipes e

suas funções

PEDREIRO 8,8 5 44 R$ 5,21 R$ 229,24

ELETRECISTA 8,8 1 8,8 R$ 5,21 R$ 45,85

ENCANADOR 8,8 1 8,8 R$ 5,21 R$ 45,85

SERVENTE 8,8 5 44 R$ 3,77 R$ 165,88

TOTAL - 12 105,6 - R$ 486,82

Fonte: Os autores

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Apesar de o estudo ser de produtividade, é interessante avaliar as variações de custo, já que

interessa para o planejamento de qualquer obra. Na tabela 1, é possível observar, que uma

equipe de 12 funcionários, trabalha por dia 105,6 horas, e o custo dessa mão de obra é de

R$496,82 por dia trabalhado. Logo, quando se trabalha por mais tempo a produtividade

diminui e o custo aumenta.

Por isso, quanto menor o tempo utilizado para a construção de cada ciclo de produção

(pavimento), melhor é a produtividade. O efeito aprendizagem é um fenômeno conhecido

pelo qual a repetição de uma tarefa, o treinamento e aprendizagem na sua execução, enfim, a

experiência, conduzem a um melhor desempenho, isto é, um aumento de produtividade

(HEINECK, 1991).

O efeito aprendizagem, é de grandes benefícios para esta obra em questão. Com este estudo

pôde-se inferir que o valor total gasto com a mão de obra foi reduzido, e consequentemente o

tempo das construções dos pavimentos também foi reduzido, o que é reflexo do efeito

aprendizagem, e pode ser observado detalhamente natabela 2.

Tabela 2 – Custo da mão de obra por equipe

DIAS

TRABALHADOS

POR PAVIMENTO

TOTAL DE

HORAS

TRABALHADAS

PELA

EQUIPE

CUSTO DA

MÃO

DE OBRA POR

DIA

VALOR TOTAL

GASTO

COM MÃO DE

OBRA

15 1584 R$ 486,82 R$ 7.302,30

14 1478,4 R$486,82 R$ 6.815,48

13 1372,8 R$ 486,82 R$ 6.328,66

12 1267,2 R$ 486,82 R$ 5.841,84

11 1161,6 R$ 486,82 R$ 5.355,02

10 1056 R$486,82 R$ 4.868,20

9 950,4 R$ 486,82 R$ 4.381,38

8 844,8 R$ 486,82 R$ 3.894,56

Fonte: Os autores

Analisando-se a produtividade das cinco equipes de execução da alvenaria, foi possível

identificar o desempenho das mesmas. Os gráficos que retratam o estudo de tempo pelo

consumo de homens-hora, mostra em quantas horas trabalhadas as equipes foram realizando a

construção completa de seus pavimentos, as figuras demonstram ao longo do trabalho, a

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ordem em que as equipes executaram a construção dos pavimentos no decorrer de

aproximadamente dez meses de pesquisa e acompanhamento.

Para analisar melhor o efeito aprendizado e o aumento de produtividade das equipes, este

trabalho buscou discriminar a performance de cinco equipes que sofreram pequenas alterações

na composição de seus operários, conforme o tabela 3.

Tabela 3 – Situação das equipes durante os dez meses de estudo

EQUIPES SITUAÇÕES OCORRIDAS DURANTE A CONSTRUÇÃO DOS

PAVIMENTOS

Equipe 1 Não ocorreu substituição de trabalhadores durante os dez meses.

Equipe 2 Ocorreu substituição de dois trabalhadores durante os dez meses.

Equipe 3 Ocorreu substituição de um trabalhador durante os dez meses.

Equipe 4 Ocorreu substituição de um trabalhador durante os dez meses.

Equipe 5 Não ocorreu substituição de trabalhadores durante os dez meses,

porém, esta equipe teve problemas com a logistica dos materiais.

Fonte: Os autores

3.1. EQUIPE 1

A Equipe 1, na medida com o que foram concluindo os pavimento aumentou a produtividade

e depois se manteve constante. Como pode ser analisado no gráfico 01, o bloco 1 e o 2 , eles

realizaram toda a confecção da alvenaria em 1584 horas trabalhadas (15 dias), depois desses,

o bloco 3 e o bloco 4 já foram feitos com 1478,4 horas trabalhadas (14 dias), após o quarto

bloco entregue, com um total de quatro pavimentos de 600m² executados, equivalente á

quatro blocos, essa equipe conseguiu aumentar sua produtividade bloco a bloco, diminuindo

as horas trabalhadas em 105,6 após cada bloco pronto. A equipe em análise conseguiu reduzir

até 844,8 horas trabalhadas (8 dias) quando entregou o bloco 10, essa foi a maior

produtividade analisada para essa equipe com os seus colaboradores. Os blocos 11,12 e 13,

foram executados com 844,8 horas trabalhadas. Como pode ser visto na Figura 01:

Figura 01 -Consumo de mão de obra da Equipe 1

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7

Fonte: Os autores

3.2. EQUIPE 2

Na Equipe 2, analisando a figura 02, os blocos 1 e 2 foram executados em 1584 horas

trabalhadas, o bloco 3 em 1478,4 horas trabalhadas e o bloco 4 em 1372,8 horas trabalhadas.

Quando a equipe 2, iria começar a execução do bloco 5, foi necessario trocar 2 colaboradores

da equipe, o que ocasionou um retrocesso imediato na produtividade da mesma, com isso o

bloco 5 foi executado em 1478,4 horas trabalhadas. A equipe 2 nos blocos 6 e 7, voltou a

trabalhar com 1372,8 horas trabalhadas para entregar os 600m². Os blocos 8 e 9 foram

entregues em 1267,2 horas trabalhadas, porém, foi necessário a troca de um colaborador nessa

equipe no início da execução do bloco 10, o que trouxe como resultado novamente um

retrocesso na produtividade, e os blocos 10 e 11, foram executados em 1372,8 horas

trabalhadas. Os blocos 12 e 13 voltaram á alcançar o índice de 1267,2 horas trabalhadas, e o

melhor índice foi realizado no bloco 14, onde foi alcançado 1161,6 horas trabalhadas.

Figura 02 -Consumo de mão de obra da Equipe 2

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8

Fonte: Os autores

3.3. EQUIPE 3

Na Equipe 3, desde o começo dos serviços, sempre após a construção de dois blocos, a equipe

veio aumentando a sua produtividade, porém isso mudou , quando os colaboradores desta

equipe tinham entregue o bloco 7 e o 8 em 1267,2 horas trabalhadas. Por isso, o bloco 9 e o

10, foram executados em 1372,8 horas trabalhadas. O bloco 11, a Equipe 3, voltou a realizar o

bloco em 1267,2 horas trabalhadas, o bloco 12, já foi em 1161,6 horas trabalhadas), o 13 em

1056 horas trabalhadas e o bloco 14 foi entregue com 950,4 horas trabalhadas .

Figura 03: consumo de mão de obra da Equipe 3

Fonte: Os autores

3.4. EQUIPE 4

Na Equipe 4, o começo dos serviços teve um bom início, como pode ser visto no gráfico 04,

essa equipe construiu os blocos 1,2 e 3, com a marca de 1478,4 horas trabalhadas com toda a

logistica e situações climaticas que as outras equipes encontraram. O bloco 4 e o 5 com

1372,8 horas trabalhadas. Desde então, nos próximos blocos, conseguiram novamente

aumentar sua produção, e alcançaram a marca de 1267,2 horas trabalhadas com o bloco 6,7 e

o 8, a equipe teve uma perda de ritmo, o fato que atrapalhou a equipe por aproximadamente

um mês, foi a substituição de um trabalhador. Com isso, a equipe teve uma queda na

produção, e voltaram a produzir os blocos em 1372,8 horas trabalhadas, foram blocos 9,10 e

11 com essa produtividade. Quando esse periodo passou, o bloco 12 e 13 foram realizados

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com 1267,2 horas trabalhadas , a equipe alcançou a melhor marca com o bloco 14 de 1161,6

horas trabalhadas.

Figura 04 - Consumo de mão de obra da Equipe 4

Fonte: Os autores

A Equipe 4, no começo dos serviços obteve um bom resultado, como pode ser visto no

gráfico 04, pois três de seus colaboradores já haviam trabalhado em outras equipes e vieram

remanejados por circustâncias diversas da obra, e com isso eles sairam na frente na questão do

aprendizado da mão de obra. Essa equipe construiu os blocos 1,2 e 3, com a marca de 1478,4

horas trabalhadas com toda a logistica e situações climaticas que as outras equipes

encontraram. O bloco 4 e o 5 com 1372,8 horas trabalhadas. Desde então, nos próximos

blocos, conseguiram novamente aumentar sua produção, e alcançaram a marca de 1267,2

horas trabalhadas com o bloco 6,7 e o 8, porém, foi necessaria a substituição de dois

colaboradores dessa equipe, o que atrapalhou a equipe por aproximadamente um mês.. Com

isso, a equipe teve uma queda na produção, e voltaram a produzir os blocos em 1372,8 horas

trabalhadas, foram blocos 9,10 e 11 com essa produtividade. Quando esse periodo passou, o

bloco 12 e 13 foram realizados com 1267,2 horas trabalhadas , a equipe alcançou a melhor

marca com o bloco 14 de 1161,6 horas trabalhadas.

3.5. EQUIPE 5

O comportamento da equipe 5 foi parecido com o da equipe 4, pois o começo dos serviços

teve também uma boa produtividade e com a mesma quantidade de horas trabalhadas. Porém

no bloco 10, entregue com 1276,2 horas trabalhadas, a logistica da entrega dos blocos

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cerâmicos foi comprometida, pois a obra fica em lugar de dificil acesso, e é usado um

manipulador telescopico para tal entrega desses blocos. O mesmo teve de ficar dois dias

parado para manutenção, isso fez com que parte das horas trabalhadas , fossem usadas para

abastecer os locais com blocos, as outras equipes já estavam abastecidas e não tiveram esse

atraso por conta da distribuição dos blocos estruturais. Isso fez com que a Equipe 5, fizesse o

bloco 11 e o 12, em 1372,8 horas trabalhadas, o que representa uma diminuiçao nessa

produtividade. Passado esse periodo, a produtividade se normalizou e a equipe chegou e se

manteve com 1161,2 horas trabalhadas no bloco 14.

Figura 05 - Consumo de mão de obra da Equipe 5

Fonte: Os autores

3.6. COMPARAÇÃO DAS EQUIPES 1 E 5

De acordo com a figura 06, pode-se perceber que ao comparar-se as equipes 1 e 5, ambas sem

terem trocado nem um de seus trabalhadores, é notório que a equipe 5 apresentou um

desempenho inferior a equipe 1. Isto ocorreu devido a falhas na logística de materiais em

função da dificuldade de transportar os materiais do local de processamento ou

armazenamento até o lugar de aplicação, como os blocos estruturais, ferro e cimento. A

equipe 5, só conseguiu alcançar o máximo de 1267,2 horas trabalhadas para a execução de um

pavimento.

Figura 06 - Comparação da produtividade

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11

Fonte: Os autores

A equipe 1, também não teve necessidade de trocar nem um de seus trabalhadores, porém, a

mesma não apresentou os mesmos problemas da equipe 5, obtendo um resultado bem melhor,

alcançando a marca de 844,8 horas trabalhadas para a execução de um pavimento. Isso mostra

a importância da logística e abastecimento de materiais na obra, pra que seja mantido um

aumento de produtividade, além de valer o efeito aprendizagem.

3.7. COMPARAÇÃO DAS EQUIPES 3 E 4

De acordo com a figura 07, pode-se perceber que ao comparar-se as equipes 3 e 4, que ambas

trocaram um de seus trabalhadores, uma equipe apresentou desempenho inferior em relação a

outra a partir do oitavo pavimento, visto que nos pavimentos anteriores tiveram uma

similaridade na produtividade. Isto ocorreu devido ao trabalhador que entrou na equipe 4, pois

este não obteve um bom rendimento em relação ao trabalhador que entrou na equipe 3. Isso

foi registrado na entrega do oitavo pavimento de cada equipe, onde foi necessário trocar um

trabalhador de cada uma dessas equipes, o que causou um retrocesso na construção de dois

pavimentos nos blocos que as equipes executaram logo após a troca. A equipe 3, precisou de

dois pavimentos para voltar á uma produtividade de 1276,2 horas trabalhadas por um

pavimento, quanto que a equipe 4, já precisou de três pavimentos para voltar á uma

produtividade de 1276,2 horas trabalhadas por pavimento.

844,8

1584

1267,2

0

600

1200

1800

0

600

1200

1800

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

CO

NSU

MO

HO

MEN

S-H

OR

AEXECUÇÃO DE OBRA - EQUIPE 1 E 5

EQUIPE 1

EQUIPE 5

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Figura 07 - Comparação da produtividade

Fonte: Os autores

Após o oitavo pavimento entregue, as duas equipes começaram a evoluir, sendo a equipe 3,

com uma produtividade cada vez melhor depois de cada pavimento pronto e a equipe 4,

precisando de mais de um pavimento para evoluir na produtividade. A equipe 3 alcançou um

resultado de 950,4 horas trabalhadas para um pavimento. A equipe 4, que teve os mesmos

parâmetros de trabalho que a equipe 3, conseguiu um resultado de 1161,6 horas trabalhadas

por pavimento.

As cinco equipes analisadas, mostram diversos parâmetros que podem ser analisados e assim

se tomar melhores decisões para alcançar uma produtividade considerável na construção civil.

4. CONCLUSÃO

Os índices de produtividade são utilizados para o controle da eficiência da obra e com isso ter

informações concretas para se tomar as melhores decisões para a obra. No caso da repetição

como aprendizagem na execução da alvenaria estrutural aparente foram notados vários

aspectos, que ajudaram a melhorar a produtividade, tais como: a forma com que os

trabalhadores vão se aperfeiçoando com o trabalho, a melhoria nas ordens e nas decisões

tomadas pela equipe, um aperfeiçoamento no uso dos equipamentos, uma melhoria na

0

600

1200

1800

0

600

1200

1800

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

CO

NSU

MO

HO

MEN

S-H

OR

A

EXECUÇÃO DE OBRA - EQUIPES 3 E 4

EQUIPE3

EQUIPE 4

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organização do trabalho, com isso um melhor gerenciamento e supervisão no dia-a-dia da

obra.

Neste trabalho, na comparação das equipes 1 e 5, foi percebido que quando se tem uma boa

logística é possível economizar até 422,40 horas trabalhadas por pavimento, o que é

equivalente á R$ 1.987,28 reais de economia para uma equipe em aproximadamente 12 dias.

Percebeu-se também neste trabalho que quando se tem necessidade da troca de algum

trabalhador, pode ser benéfico ou maléfico para a produtividade, já que estamos analisando

serviços feitos por pessoas de diferentes comportamentos, ocasionando resultados relativos.

No caso da equipe 3 e 4, ambas trocaram apenas um de seus trabalhadores no mesmo período,

e as equipes tiveram resultados diferentes. A equipe 4, com essa troca desperdiçou no

decorrer da construção de cada pavimento R$ 993,64 reais a cada 12 dias. Outra analise que

pode ser levada em conta na hora do planejamento e do gerenciamento de obra.

Com a repetição por aprendizagem, também se têm como benefícios: aumento linear da

produtividade e regularidade no fornecimento de materiais e equipamentos à linha de

produção, pois o operário passa a saber exatamente o que é necessário e como funciona o

sistema de solicitação destes itens pela empresa. Este estudo, verificou a boa correlação do

efeito aprendizagem na execução da alvenaria estrutural aparente. Isso permite concluir que

neste tipo de serviço o efeito aprendizagem se faz presente e deve ser levado em conta no

planejamento e programação de obras.

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, pelo dom da vida, da saúde, do amor e da sabedoria. Ao

querido professor Luiz Maurício Maués pela amizade, paciência, compreensão e

imprescindível orientação acadêmica.

Aos queridos amigos engenheiros Rudimar do Carmo, Saulo Custódio e Mário Antonio. A

todos os membros do Núcleo Habitação da Amazônia (NUHAM).

A todas as pessoas que, direta ou indiretamente contribuíram com carinho e atenção durante a

construção desse trabalho.

REFERÊNCIAS

CCSC, Comunidade da Construção – Sistemas Construtivos / Viabilidade. Disponivél em:

<http//www.comunidadedaconstrução.com.br> . Acesso em: 22 de julho de 2015.

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