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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciências do Envelhecimento PRODUTOS DE GLICAÇÃO AVANÇADA, CAPACIDADE FUNCIONAL E COGNITIVA EM PORTADORES DA DOENÇA DE PARKINSON JENIFER KRISTINA ALVES DE ALMEIDA SÃO PAULO 2018

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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciências do Envelhecimento

PRODUTOS DE GLICAÇÃO AVANÇADA, CAPACIDADE

FUNCIONAL E COGNITIVA EM PORTADORES DA DOENÇA DE PARKINSON

JENIFER KRISTINA ALVES DE ALMEIDA

SÃO PAULO 2018

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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU

Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciências do Envelhecimento

PRODUTOS DE GLICAÇÃO AVANÇADA, CAPACIDADE FUNCIONAL E COGNITIVA EM PORTADORES DA DOENÇA

DE PARKINSON

JENIFER KRISTINA ALVES DE ALMEIDA

Dissertação apresentada ao Programa de

Mestrado da Universidade São Judas Tadeu

como requisito à obtenção do grau de

Mestre em Ciências do Envelhecimento, sob

a orientação da Profa. Dra. Adriana

Machado Saldiba de Lima

SÃO PAULO 2018

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Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Universidade São Judas Tadeu

Bibliotecária: Cláudia Silva Salviano Moreira - CRB 8/9237

Almeida, Jenifer Kristina Alves de A447p Produtos de glicação avançada, capacidade funcional e

cognitiva em portadores da Doença de Parkinson / Jenifer Kristina Alves de Almeida. - São Paulo, 2018.

81 f.: il.; 30 cm.

Orientadora: Adriana Machado Saldiba de Lima. Dissertação (mestrado) – Universidade São Judas Tadeu,

São Paulo, 2018.

1. Doença de Parkinson. 2. Envelhecimento. 3. Cognição. I. Lima,

Adriana Machado de. II. Universidade São Judas Tadeu, Programa

de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciências do Envelhecimento.

III. Título

CDD 22 – 305.260981

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“Não fui eu que ordenei a você?

Seja forte e corajoso!

Não se apavore nem desanime,

pois o Senhor, o seu Deus,

estará com você por onde você andar".

Josué 1:9

“Ao infinito e além”.

Buzz Lightyear

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Dedico esta pesquisa a minha avó Maria Nair (In memoriam), a estrela mais linda do céu, por ter dado sentido aos meus dias, sendo a

minha referência de força e fé, além de ser o real motivo pela qual sigo

este caminho. Não consegui me capacitar a tempo de cuidá-la, mas sei

que de alguma forma, o seu brilho reluz ao ver que os teus ensinamentos

de amor, dedicação, humildade e comprometimento estão sendo

propagados em tudo que se é feito.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço,

Primeiramente à Deus, pela dádiva da vida, por ter sido fiel me guiando

até aqui, e por toda força concedida na concretização desse sonho. Além disso,

agradeço a Ele por todas as pessoas que cruzaram meu caminho e que estão

aqui citadas, todas muitíssimo especiais.

Aos meus pais, Jairo Almeida e Lucilene Alves, a quem devo meu caráter

e disciplina ao trabalho, por todo amor, por tudo o que sou, por cada oração,

por terem me proporcionado educação, e, apesar das inúmeras dificuldades,

por sempre me estimularem a continuar e não desistir dos meus ideais.

Aos meus irmãos, Jorge Luiz e Almeida Neto, pelo companherismo, pelo

apoio direto e indireto e por ter tornado o meu sonho, um sonho conjunto e

pessoal.

À minha orientadora, Profa. Dra. Adriana Machado Saldiba de Lima,

minha referência profissional e pessoal, por confiar na minha capacidade, pelo

carinho, palavras de incentivo, paciência, dedicação, empenho e sentido

prático com que sempre me orientou, por meio de ensinamentos (pessoais e

acadêmicos).

À minha coorientadora, Profa. Dra. Angélica Castilho Alonso, pela

amizade, incentivo, confiança em meu trabalho e fundamentais ensinamentos

que contribuíram no desenvolvimento da pesquisa.

À Regina Marques Pereira, pela parceria na construção do trabalho, pela

alegria e energia positiva, pela confiança, pelos conselhos, pela amizade,

enfim, por sua existência e ainda por me deixar fazer parte dela.

À familia Aziz, por ter me acolhido com tanto amor e afeto, por ter me

proporcionado um sentimento puro e fraternal, pelo apoio e compartilhamento

nas dificuldades e alegrias.

À Profa. Dra. Natalia Luna e Prof. Dr. Rodrigo Iborra, pela amizade e

pela enorme contribuição para esta dissertação.

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À Jerciane Mendonça, por estar sempre ao meu lado, por poder

compartilhar os momentos de angústia e alegria, sempre me ajudando nos

momentos mais difíceis, com uma palavra de estímulo e amizade sincera.

À Kaliane Cunha, a quem devo boa parte da minha bagagem acadêmica,

por ter sido a primeira profissional da área a acreditar na minha capacidade e

ter me incentivado a acreditar nos meus sonhos.

Ao meus amigos, por me fazer acreditar que amizade pode ser mantida

mesmo quando há distancia, por me encorajar a não desistir.

À Babí, por todo amor, carinho e lealdade, dividindo comigo a carga dos

dias difíceis, mesmo que distante.

À Kira, que esteve comigo nas longas madrugadas de produção,

transmitindo apoio e carinho.

Ao Programa de Mestrado da Universidade São Judas Tadeu, pela

oportunidade.

Ao Laboratório do Estudo do Movimento da FMUSP-HC, e Dra Julia

D’Andrea Greve por permitir a realização deste trabalho.

À Associação Brasil Parkinson, por permitir a realização do trabalho no

local.

Agradeço a Mossoró-RN e São Paulo-SP, por me fazerem acreditar que

não há limites geográficos para sonhar.

À CAPES pelo apoio financeiro.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AF – Autofluorescência

ABP – Associação Brasil Parkinson

AGE - Produtos finais de glicação avançada (do inglês advanced glycated

endproduct)

CA – Circunferência Abdominal

DP – Doença de Parkinson

Eq - Equivalente

EWGSOP - Grupo de Trabalho Europeu sobre Sarcopenia em Pessoas Idosas

(do inglês The European Working Group on Sarcopenia in Older People)

HCFMUSP – Hospital das Clínicas da Universidade de Medicina de São Paulo

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IMC – Índice de Massa Corpórea

IMME – Índice de Massa Muscular Esquelética

IOT – Instituto de Ortopedia e Traumatologia

kU – Quilounidades (do inglês kilounits)

LD – Lado Dominante

LEM - Laboratório do Estudo do Movimento

LND – Lado não Dominante

MEEM - Mini Exame do Estado Mental

MGO - Metioglioxal

MMEA - Massa Muscular Esquelética Apendicular

MMT - Massa Muscular Total

MoCA - Avaliação Cognitiva Montreal (do inglês Montreal Cognitive Assessment)

OMS - Organização Mundial de Saúde

RAGE – Receptor dos produtos finais de glicação avançada (do inglês Receptor

for Advanced Glycation Endproducts)

SNC – Sistema Nervoso Central

SPPB – Bateria Curta de Performance Física (do inglês Short Physical

Performance Batery)

TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UA - Unidades Arbitrárias

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UPDRS - Avaliação da função motora dos portadores da Doença de Parkinson

(do inglês Unified Parkinsons Disease Rating Scale)

USJT – Universidade São Judas Tadeu

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RESUMO

ALMEIDA, JKA. PRODUTOS DE GLICAÇÃO AVANÇADA, CAPACIDADE FUNCIONAL E COGNITIVA EM PORTADORES DA DOENÇA DE PARKINSON [dissertação]. São Paulo: Universidade São Judas; 2018.

A glicação parece aumentar a formação de proteínas agregadas durante a

Doença de Parkinson (DP), contribuindo para o declínio da capacidade funcional

e cognitiva dos pacientes com DP. Esse estudo objetivou estimar o consumo e

a formação dos AGE em indivíduos portadores de Parkinson e relacionar com

sua capacidade funcional e função cognitiva. Foi realizada uma pesquisa com

20 portadores da DP e 20 pacientes não portadores da DP para compor o grupo

de indivíduos controle. Para análise da formação e consumo de AGE foi utilizado

leitor de autofluorescência da pele AGE Reader UM e aplicado recordatório

alimentar de três dias distintos, respectivamente. O Montreal Cognitive

Assessment (MoCA) foi aplicado para análise da função cognitiva, além do Short

Physical Performance Battery (SPPB) e Força de Preensão Manual para

avaliação da capacidade funcional. Os pacientes com DP apresentaram uma

tendência a consumir menor quantidade de AGE (18311 ± 6458 kU/d) quando

comparado ao grupo controle (24544 ± 13384 kU/d), p=0,07. Indivíduos com DP

que consomem mais AGE apresentaram menor força (p=<0,05; r=-0,26). A

despeito do consumo de AGE, Indivíduos com Parkinson apresentaram menor

força e consequentemente piora da capacidade funcional, sugerindo que os

efeitos dos AGEs podem ser exacerbados no organismo na vigência de uma

doença crônica, como o Parkinson. Indivíduos controles apresentaram maior

formação e tendência a consumir mais AGE quando comparado aos pacientes

com Parkinson; entretanto, nenhuma correlação entre AGE e outras variáveis

foram encontradas no grupo controle.

Descritores: Produtos de glicação avançada, Doença de Parkinson,

Envelhecimento, Cognição e Capacidade Funcional.

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ABSTRACT

ALMEIDA, JKA. ADVANCED GLYCER PRODUCTS, FUNCTIONAL AND COGNITIVE CAPACITY IN CARRIERS OF PARKINSON'S DISEASE [dissertation]. São Paulo: São Judas University; 2018.

The Glycation reaction could increase the formation of aggregated proteins

during Parkinson's disease (PD) contributing to the functional and the cognitive

capacity decline of these patients. This study aimed to estimate the consumption

and formation of AGEs in individuals with Parkinson's disease and to relate them

with their functional capacity and cognitive function. A study was carried out with

20 patients with PD and 20 patients without PD to compose the control group.

The AGE formation was quantified using the AGE Reader that measure skin

autofluorescence. The AGE consumption was assessed by 3 days food records.

The Montreal Cognitive Assessment (MoCA) was applied for cognitive function

analysis and the Short Physical Performance Battery (SPPB) and Hand Grip were

used for functional capacity assessment. Patients with PD had a less AGE

consumption (18311 ± 6458 kU/d) as compared with control group (24544 ± 13384

kU/d), p=0.07. Individuals with PD who consume more AGE had lower strength. (p

= 0.05, r = -0.26). Despite AGE consumption, individuals with Parkinson's disease

presented lower strength and consequently worsened functional capacity,

suggesting that the effects of AGEs may be exacerbated under a chronic disease,

such as Parkinson's Disease. Control subjects tended to consume more AGE

when compared to Parkinson's patients; however, no correlation between AGE

and other variables was found at the control group.

Key words: Advanced glycation Endproducts, Parkinson's Disease, Aging,

Cognitive and Functional Capacity.

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LISTA DE FIGURAS E TABELAS

FIGURAS Figura 1 Divisão por idade da população brasileira em 1960, 2000 e 2010

Figura 2 Reação de Glicação

Figura 3 Desenho das etapas de coleta de dados de indivíduos controles e

com Doença de Parkinson

Figura 4 Algorítmo sugerido pelo The European Working Group on

Sarcopenia in Older People para definição de sarcopenia

Figura 5 Correlação de Pearson entre as variáveis Consumo de AGE e

Idade do grupo com Doença de Parkinson

Figura 6 Correlação de Pearson entre as variáveis Força de Preensão

Manual (Kg/F) e Consumo de AGE (kU) baseado na média do

consumo de três dias distintos (24 horas, 48 horas e habitual) do

grupo de indivíduos com Doença de Parkinson

TABELAS Tabela 1 Caracterização dos grupos controle e com Doença de Parkinson

Tabela 2 Tempo de estudo baseado no ponto de corte do MoCA e hábito de

marinar os alimentos do indivíduos do grupo controle e com

Doença de Parkinson

Tabela 3 Formação e Consumo de AGE dos grupos controle e com Doença

de Parkinson

Tabela 4 Modelo da capacidade cognitiva em indivíduos do grupo Controle

e com Doença de Parkinson

Tabela 5 Modelo do desempenho Motor em indivíduos do grupo Controle

e com Doença de Parkinson

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................. 14 1.1 Envelhecimento .................................................................................................. 14 1.2 Produtos de Glicação Avançada ........................................................................ 15 1.3 Doença de Parkinson e Produtos de Glicação Avançada .................................. 19 1.4 Função cognitiva e Produtos de Glicação Avançada ......................................... 21 1.5 Capacidade funcional no envelhecimento .......................................................... 22

2. JUSTIFICATIVA E HIPÓTESE DO TRABALHO ......................................... 23 3. OBJETIVO GERAL ....................................................................................... 24

3.1 Objetivos Específicos ......................................................................................... 24 4. METODOLOGIA ........................................................................................... 25

4.1 Delineamento do estudo ..................................................................................... 25 4.2 Local do Estudo .................................................................................................. 25 4.3 Participantes ....................................................................................................... 25 4.4 Procedimentos Éticos ......................................................................................... 25 4.5 Desenho do Estudo ............................................................................................ 25 4.6 Avaliação Antropométrica ................................................................................... 26 4.7 Avaliação do consumo de AGEs ........................................................................ 26 4.8 Medida de autofluorescência da pele ................................................................. 27 4.9 Avaliação Cognitiva ............................................................................................ 27 4.10 Avaliação da função motora dos portadores da Doença de Parkinson ............ 27 4.11 Short physical performance battery (SPPB) ...................................................... 28 4.12 Força de Preensão Manual .............................................................................. 29 4.13 Avaliação da massa muscular esquelética apendicular ................................... 29 4.14 Algorítmo sugerido pelo The European Working Group on Sarcopenia in Older People (EWGSOP) ................................................................................................... 30 4.15 Análise estatística ............................................................................................. 30

5. RESULTADOS .............................................................................................. 32 6. DISCUSSÃO ................................................................................................. 41

6.1 Comparações entre as características do grupo DP versus controle ................ 41 6.2 Consumo e formação dos Produtos de Gicação Avançada (AGE) .................... 43 6.3 Analise de regressão do grupo Parkinson e Controle em relação a capacidade cognitiva ................................................................................................................... 45 6.4 Analise de regressão do grupo Parkinson e Controle em relação ao desempenho físico ................................................................................................... 47

7. CONCLUSÃO ............................................................................................... 49 8. REFERÊNCIAS ............................................................................................. 50

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1. INTRODUÇÃO

1.1 Envelhecimento

A população de idosos cresce substancialmente no Brasil, ocasionando

um importante impacto em toda a sociedade (Cazarim & Araújo, 2011). Em um

intervalo de 76 anos (Figura 1), a população brasileira de idosos deu um salto

em seu crescimento, de 1940 até 2016, o aumento foi de 30,3 anos (IBGE, 2016).

Em 1940, com os programas de saneamento, avanços da medicina e

estruturação de políticas de saúde pública, o país experimentou uma primeira

fase de sua transição demográfica, caracterizada pelo início da queda das taxas

de mortalidade e, posteriormente, para o aumento da expectativa de vida do

brasileiro ao longo dos anos. No Brasil, em 1940, de cada mil crianças nascidas

vivas, 156 não atingiam o primeiro ano de vida. Em 2016, tem-se uma

mortalidade infantil de 13 por mil (IBGE, 2016).

Figura 1. Expectativa de vida de 1940 a 2016 (IBGE, 2016).

Estima-se que a quantidade de idosos no país crescerá mais rápido do

que a média internacional, enquanto que o número de idosos no mundo duplicará

até o ano de 2050, ela quase será triplicada no Brasil, devendo alcançar 30%

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até a metade do século (OMS, 2015). Este aumento é reflexo do elevado

crescimento populacional aliado a menores taxas de natalidade, fecundidade e

mortalidade (Kirkwood & Shanley, 2010).

O envelhecimento é caracterizado pelo declínio da integridade e função

fisiológica em vários sistemas e órgãos (Rodriguez, Rodriguez-Sabate, Morales,

Sanchez, & Sabate, 2015). Esse declínio dos múltiplos sistemas está associado

com o aumento da susceptibilidade a processos patológicos, predispondo por

sua vez à diminuição da qualidade de vida e risco de morte elevada (Magalhaes,

Wuttke, Wood, Plank, & Vora, 2012).

Durante o processo de envelhecimento, assim como em gerações cada

vez mais novas, verifica-se um aumento prevalente nos valores da glicemia

(Rogers, Zhang, Azhar, Luo, & Wei, 2013), devido à adoção do estilo de vida

ocidental não ser mais uma característica incomum, isto inclui hábitos

inadequados como tabagismo, sedentarismo, elevado consumo de alimentos

ultra processados, ricos em gorduras e açúcares (Graham et al., 2016).

Evidências crescentes mostram que a hiperglicemia está associada à

neurodegeneração e à doença vascular cerebral (Arnold et al., 2018). A presença

de diabetes é um fator de risco significativo para a incidência da doença de

Alzheimer (DA) e demência vascular (DV) em idosos (Ohara et al., 2011 ).

Embora o mecanismo subjacente à sua relação com esses fenômenos não seja

totalmente compreendido, características clínicas, como déficits cognitivos,

doenças de pequenos e grandes vasos, atrofia cerebral, hipometabolismo e

ativação deficiente de insulina no cérebro, se sobrepõem entre diabetes tipo 2 e

DA (Arnold et al., 2018).

1.2 Produtos de Glicação Avançada

O papel da nutrição na prevenção de Doenças Crônicas tem sido

extensivamente investigado (Yamagishi, 2009; Yetley et al., 2016). Na prática

clínica, as estratégias alimentares têm sido, muitas vezes, centradas nos

nutrientes e/ou no valor energético da dieta, e nem tanto no modo de preparo ou

nos métodos de processamento térmico dos alimentos. Entretanto, alguns

estudos relataram que alimentos ricos em gorduras e proteínas, de acordo com

o seu modo de preparo e processamento térmico ao qual são submetidos,

podem ser ricos em glicotoxinas, chamadas de produtos de glicação avançada

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(AGEs – do inglês advanced glycated endproducts) (Pino et al., 2017; Goldberg

et al., 2004).

No processo de envelhecimento, concentrações elevadas de AGEs

circulantes resultam do aumento da formação endógena, aumento da oferta

exógena (AGEs consumidos com a dieta padrão ou inalada via tabagismo),

diminuição da degradação tecidual, diminuição da excreção renal ou uma

combinação desses fatores (Peppa, Uribarri, & Vlassara, 2008). Segundo Ulrich

e Cerami (2001), a formação dos AGEs faz parte do metabolismo normal, no

entanto, quando há um consumo excessivo de AGE, e estes por sua vez,

atingirem os tecidos e a circulação, os AGEs podem se tornar patogênicos

(Ulrich, 2001).

Os AGEs são um grupo heterogêneo de moléculas bioativas que são

formados pela reação de glicação ou reação de Maillard (Younessi & Yoonessi,

2011). Nessa reação, ocorre a glicação não enzimática entre açúcares redutores

e os grupos amino terminais de proteínas, lipídios e/ou ácidos nucleicos (Uribarri

et al., 2010). Ao contrário da formação rápida e irreversível de AGEs em

alimentos submetidos à altas temperaturas, o passo de condensação inicial in

vivo depende da concentração de açúcar, resultando na formação de

intermediários instáveis referidos como bases de Schiff ou glicosilaminas, e

subsequentemente os produtos Amadori, ambos são estruturas reversíveis (Ott

et al., 2014). Diante destas condições, os compostos podem sofrem rearranjos

moleculares como desidratação, ciclização, oxidação, reticulação e/ou

polimerização, formando os oxoaldeídos que propagam rapidamente a reação

de glicação, de maneira irreversível, formando a classe heterogênea e estável

de compostos referidos como produtos de glicação avançada (do inglês

advanced glycated endproduct – AGEs) (Nowotny, Jung, Höhn, Weber, & Grune,

2015; Singh, Bali, Singh, & Jaggi, 2014) (Figura 2).

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Figura 2. Reação de Glicação (adaptado de Lima, 2010).

Os seres humanos são expostos a duas principais fontes de produtos de

glicação: os AGEs endógenos – formados no organismo - e os AGEs exógenos

– provenientes dos alimentos e do tabaco (LIMA, 2010; Luevano-Contreras &

Chapman-Novakofski, 2010; R. Semba et al., 2009). Cerca de 10% dos AGEs

nos alimentos são absorvidos e apenas cerca de 1/3 são excretados pelos rins.

Assim, de acordo com a literatura, podemos admitir que cerca de 6% do AGE

consumido é mantido no corpo (Ottum & Mistry, 2015).

A dieta moderna é uma grande fonte de AGEs (Graham et al., 2016). Os

AGEs dietéticos foram classificados como inofensivos por serem pouco

absorvidos, logo, seu potencial patológico foi amplamente ignorado, no entanto,

estudos recentes com a administração oral enriquecida com AGEs mostram que

os AGEs por fonte exógena são absorvidos e contribuem significativamente no

binômio saúde/doença (Cai et al., 2014; Koschinsky et al., 1997; Uribarri et al.,

2010).

A ingestão de AGE modifica as concentrações de AGE circulantes em

seres humanos e modelos animais, fornecendo evidências experimentais de que

os AGEs provenientes por fontes exógenas contribuem significativamente para

o pool total de AGEs no organismo. Os alimentos que compõe a dieta da

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atualidade são expostos ao cozimento ou ao processamento térmico por razões

de segurança e conveniência, além de melhorar o sabor, a cor e a aparência

(Goldberg et al., 2004). Segundo Vlassara e Uribarri (2004) a dieta moderna é

uma grande fonte de AGEs: proteínas e lipídios, misturados com açúcares

reativos, são processados sob temperaturas elevadas favorecendo a formação

dos AGEs.

Nos alimentos, os AGEs encontram-se em concentração mais elevada

nos alimentos de origem animal (Semba, Nicklett, & Ferrucci, 2010) e podem ser

produzidos quando expostos a temperaturas mais altas e em curto período de

tempo, como grelhar, assar e fritar (Vlassara & Uribarri, 2004).

Por exemplo, o elevado teor de AGE no frango assado (5828 kU/100 g) e

na carne moída (5963 kU/100 g) podem ser reduzidos para 1124 kU/100 g e

2230 kU/100 g, respectivamente, quando o mesmo pedaço de carne é cozido.

Marinar o alimento com substâncias ácidas, como o suco de limão e o vinagre,

antes do cozimento, diminui a geração de AGE no alimento (Uribarri et al., 2010).

Ainda não há uma recomendação que preconize a quantidade adequada

de ingestão de AGE para a população em geral. Entretanto sabe-se que dietas

objetivando o consumo de preparações mais saudáveis são aquelas com

conteúdo reduzido de gorduras, alimentos industrializados e consequentemente

com menor quantidade de AGE (Uribarri et al., 2010).

Produtos de glicação avançada (AGEs) são indicadores de estresse

metabólico e glicêmico que podem ser encontrados pele humana. Alguns AGEs

exibem fluorescência característica, e dessa forma, podem ser medidos de

maneira não invasiva através de um leitor de autofluorescência da pele (AF)

(Meerwaldt et al., 2004). Correlações significativas foram encontradas entre AF

e níveis de AGEs na pele, obtida a partir de biópsias de pele (Meerwaldt et al.,

2004). Além disso, acredita-se que a glicação intracelular é a principal fonte de

AGEs, pois não são todos os AGEs que vão para a circulação. Portanto, a AF

tem sido sugerida como uma alternativa simples e com alta precisão para a

medição de AGEs (Hanssen et al., 2013).

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1.3 Doença de Parkinson e Produtos de Glicação Avançada

O sistema nervoso é um dos sistemas fisiológico mais comprometido

durante o processo de envelhecimento (Collier, Kanaan, & Kordower, 2011).

Com base em estudos epidemiológicos, a senescência é reconhecida como o

maior fator de risco para desenvolver doenças crônicas neurodegenerativas,

incluindo a doença de Alzheimer e doença de Parkinson (Csoti, Jost, &

Reichmann, 2016; Tan, Hutchison, Eitan, & Mattson, 2015). Além disso, estudos

apontam que o aumento da formação dos AGEs está associado à alterações

neurodegenerativas comumente presentes no processo de envelhecimento

(Miranda, El-Agnaf, & Outeiro, 2016).

O AGE vem sendo descrito por desempenhar um papel importante no

desenvolvimento de doenças neurodegenerativas (Csoti et al., 2016). A glicação

pode desencadear a deposição anormal de proteínas modificadas, que por sua

vez, induz o estresse oxidativo local, resultando em resposta inflamatória.

Consequentemente, as células tornam-se disfuncionais ou morrem, dando

origem aos aspectos patológicos e clínicos das doenças neurodegenerativas, em

consequência do efeito negativo do acúmulo de AGE no sistema nervoso central

e periférico (Li, Liu, Sun, Lu, & Zhang, 2012).

Como muitas condições crônicas, a doença de Parkinson (DP) é a

segunda doença neurodegenerativa mais prevalente, tem incidência que

aumenta gradativamente com o fator idade (Richarme et al., 2015), afetando até

2% de indivíduos com idade superior a 80 anos (Pringsheim, T., Fiest K., Jette,

2014). Sendo esta, uma desordem neurodegenerativa crônica e progressiva, nos

quais os distúrbios motores, cognitivos e emocionais são os mais proeminentes

(Van Den Eeden, 2003), caracterizada clinicamente pelos seguintes sinais:

rigidez, acinesia, bradicinesia, tremor e instabilidade postural (Mhyre, Nw, Boyd,

Hall, & Room, 2012).

A etiologia da DP é complexa, incluindo fatores genéticos e ambientais

(Weintraub & Burn, 2011). Patologicamente, DP é caracterizado pela perda

progressiva de neurônios dopaminérgicos da substância negra (porção do

mesencéfalo responsável pela produção de dopamina) e pelo acúmulo de

agregados proteicos chamados de α-sinucleína em neurônios de regiões

particulares do cérebro, denominados Corpos de Lewy. Predominantemente, a

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α-sinucleína é a principal proteína que se acumula na substância negra em

pacientes com DP (Compta et al., 2014; Lees, Hardy, & Revesz, 2009).

A glicação parece aumentar a formação de proteínas agregadas durante

a DP, por exemplo, a α-sinucleína por possuir 15 resíduos de lisina, fica mais

suscetível à glicação, contribuindo para a disfunção de células neuronais

(Salahuddin, Rabbani, & Khan, 2014). Em outros estudos, a presença de AGEs

nos Corpos de Lewy já foram evidenciados (Beeri et al., 2012; Castellani, Smith,

Richey, & Perry, 1996) e no córtex cerebral de pacientes com DP (Dalfó et al.,

2005).

O receptor de AGE (do inglês receptor for advanced glycation end-

products - RAGE), um membro da família de imunoglobulinas de superfície de

células múltiplas, foi o primeiro receptor de transdução para AGEs identificado

(Schmidt et al., 1992). Uma partícula glicada pode interagir com o RAGE e

desencadear a liberação de proteínas de sinalização (fator nuclear kappa B - NF-

kB), ativando as cascatas de sinalização no cérebro, podendo levar a danificação

das células neuronais. O NF-kB liberado também induz a expressão de mais

RAGE, significando mais ligação com proteínas glicadas e, logo, mais liberação

de NF-kB. Este mecanismo de sinalização resulta em uma ativação contínua dos

receptores RAGE, que ativam a via inflamatória e podem levar à morte das

células neuronais (Guerrero, Vasudevaraju, Hegde, Britton, & Rao, 2013;

Salahuddin et al., 2014).

Diversos estudos vêm sugerindo que o diabetes é um importante fator de

risco para o desenvolvimento da DP (Lipman, Boykin, & Flora, 1974; Morris et

al., 2010; Xu et al., 2011). Na vigência da hiperglicemia, há aumento da formação

do metioglioxal (MGO), que é um oxoaldeído que propaga rapidamente a reação

de glicação. Além disso, a hiperglicemia crônica é conhecida por acelerar todos

os processos degenerativos associados ao envelhecimento. Quanto à formação

de AGE, há um aumento 2 a 5 vezes na concentração de MGO (Han et al., 2007;

H. Wang, Meng, Gordon, Khandwala, & Wu, 2007).

A dieta vem sendo associada como um fator de risco para o

desenvolvimento da DP e também como um fator protetor do agravamento da

doença. Por exemplo, uma dieta que inclui alta ingestão de frutas, verduras,

legumes e peixes está inversamente associada ao risco para o desenvolvimento

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da DP (Gao et al., 2007). Por outro lado, uma dieta rica em AGE, vem sendo

associada ao aumento da incidência de doenças neurodegenerativas, como a

DP e a doença de Alzheimer (Perrone & Grant, 2015).

1.4 Função cognitiva e Produtos de Glicação Avançada

A DP foi inicialmente descrita pelo Dr. James Parkinson, em 1817, com a

característica de preservação do intelecto. No entanto, pesquisas posteriores

refutaram tal afirmação, uma vez que pode ser observada a existência de

alterações cognitivas associadas à doença (Melo, Barbosa, & Caramelli, 2007).

Além dos sintomas motores, a DP é cada vez mais reconhecida como uma

desordem multissistêmica heterogênea envolvendo outros sistemas

neurotransmissores, como os circuitos serotoninérgicos, noradrenérgico e

colinérgico. Assim, uma ampla variedade de sintomas não motores associados

a esses neurotransmissores é comumente observada em pacientes com DP

(Aarsland et. Al, 2017). O comprometimento cognitivo é uma característica não

motora importante da DP, e pesquisas mostraram que a demência ocorrerá em

mais de 80% dos pacientes com DP após 20 anos de doença (Frimat et al.,

2017).

O acúmulo de AGEs no cérebro tem sido associada à progressão das

doenças neurodegenerativas, pois estão relacionados ao aumento da

inflamação, do estresse oxidativo e da disfunção neuronal subsequente. Esses

mecanismos podem estar envolvidos no desenvolvimento do comprometimento

cognitivo (Spauwen et al., 2015). West et al. (2014) demonstraram que o alto

consumo de AGE está associado ao declínio cognitivo, determinado pelo Mini

Mental State Exam em uma amostra de idosos saudáveis (n= 49), com média de

71 anos e desvio padrão de 8,1 anos. O aumento do consumo de AGE está

relacionado com o aumento do AGE circulante (Uribarri et al., 2010). Dessa

forma, a redução de AGE na dieta pode reduzir a concentração de AGEs séricos

(Cai et al., 2014; Uribarri et al., 2010; Vlassara et al., 2009), podendo diminuir

também o risco de comprometimento cognitivo (West et al., 2005; Yaffe et al.,

2011).

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1.5 Capacidade funcional no envelhecimento

No processo de envelhecimento ocorre declínio da capacidade funcional,

caracterizado pela redução da velocidade da marcha, do equilíbrio instável e da

perda de força muscular (Esquenazi, Da Silva, & Guimarães, 2014). A glicação

pode prejudicar a função motora, pois a formação de AGE pode induzir a danos

musculares, que contribuem para o declínio de atividades diárias, característica

proeminente da fragilidade física, além de estar associada com quedas,

incapacidade, morte, hospitalização e institucionalização (Buchman & Bennett,

2011).

Desde o início da década de 80 (Haus, Carrithers, Trappe, & Trappe,

2007; Lauretani et al., 2003), alguns autores, já vinham sugerindo um papel da

formação dos AGEs no declínio do funcionamento das células e dos tecidos no

processo de envelhecimento. Desta forma, o AGE poderia, portanto, ser um

biomarcador potencial e um fator de risco para o declínio da função motora em

idosos (Haus et al., 2007).

O aumento da formação de AGE em regiões cerebrais relevantes

relacionadas à função motora pode ter efeitos importantes sobre as propriedades

biomecânicas dos tecidos músculo-esqueléticos periféricos e do sistema

nervoso central (SNC), podendo levar a um impacto significativo na função

motora (Drenth et al., 2016). Isso também é consistente com estudos sobre

sarcopenia em que a diminuição da massa muscular e força é explicada por um

aumento geral da carga inflamatória, consequente da perda de nervos motores

periféricos (Bautmans I uyvelde K, 2009).

A sarcopenia, ou perda de força muscular e massa muscular, é um fator

importante subjacente às dificuldades de mobilidade, como diminuição na

velocidade de marcha e no equilíbrio instável (Lauretani et al., 2003). Acredita-

se que os AGEs tenham um papel relevante na patogênese da sarcopenia por

meio do aumento da inflamação e da disfunção endotelial mediada pela reação

de glicação, na microcirculação do músculo esquelético (Payne, 2006) e através

da ligação cruzada do colágeno no músculo esquelético (Haus et al., 2007).

Em relação ao idoso com DP, além dos sintomas clínicos da doença, há

as limitações do processo de envelhecimento. Estudos mostram associações

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importantes entre a doença e a incapacidade funcional de idosos (Silverman et

al., 2008).

2. JUSTIFICATIVA E HIPÓTESE DO TRABALHO

Na vigência do envelhecimento, a formação endógena dos AGEs pode ter

um impacto patológico, uma vez que, seu excesso pode desencadear múltiplos

distúrbios metabólicos e/ou doenças degenerativas (Bilova et al., 2016). Já em

relação ao consumo alimentar dos AGEs, esses efeitos não estão totalmente

elucidados. Não há uma recomendação que preconize a quantidade adequada

de ingestão de AGE para a população em geral. Entretanto sabe-se que dietas

objetivando o consumo de preparações mais saudáveis são aquelas com

conteúdo reduzido de gorduras, alimentos industrializados e consequentemente

com menor quantidade de AGE (Uribarri et al., 2010).

Alguns estudos vêm apontado para a formação dos AGEs como um

marcador do declínio cognitivo (West et al., 2005) e da função motora em idosos

(Haus et al., 2007). Além disso, o aumento da formação dos AGEs está

associado às alterações neurodegenerativas comumente presentes no processo

de envelhecimento (Miranda et al., 2016).

Ainda não está totalmente esclarecido quais são os efeitos da formação e

consumo dos AGEs e sua relação com a incidência e progressão da Doença de

Parkinson no processo de envelhecimento. Desta forma, sugere-se que o

consumo e formação endógena de produtos de glicação avançada (AGEs)

possam estar associados ao declínio da capacidade funcional e da função

cognitiva em portadores da Doença de Parkinson no processo do

envelhecimento.

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3. OBJETIVO GERAL

Estimar o consumo e a formação de produtos de glicação avançada

(advanced glycation endproducts – AGEs) em portadores da Doença de

Parkinson e relacionar com sua capacidade funcional e cognitiva no processo de

envelhecimento.

3.1 Objetivos Específicos

1. Avaliar se o consumo e a formação de AGE, os dados antropométricos e

o desempenho físico são capazes de predizer a capacidade cognitiva e

funcional em portadores da Doença de Parkinson no processo de

envelhecimento.

2. Comparar as características sócio-demográficas, a capacidade cognitiva

e funcional entre indivíduos que estão no processo de envelhecimento

com e sem Doença de Parkinson.

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4. METODOLOGIA

4.1 Delineamento do estudo

Pesquisa de campo quantitativa de delineamento transversal.

4.2 Local do Estudo

A pesquisa foi realizada na Universidade São Judas Tadeu (USJT) em

parceria com o Laboratório de Estudo do Movimento (LEM) do Instituto de

Ortopedia e Traumatologia (IOT) do Hospital das Clínicas da Faculdade de

Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) e Associação Brasil

Parkinson (ABP).

4.3 Participantes

Foram avaliados 20 portadores da doença de Parkinson (DP), sendo 10

do sexo feminino e 10 do sexo masculino, e 20 indivíduos, com a mesma

distribuição de sexo, não portadores de DP para compor o grupo de indivíduos

controle. Foram incluídos indivíduos de ambos os gêneros com idade a partir de

55 anos. Os participantes precisaram lembrar-se das refeições precedentes e ter

o comprometimento em participar das atividades analisadas, não havendo

restrição do nível de escolaridade. Foram excluídos do estudo os indivíduos que

apresentaram incapacidade na realização das análises propostas.

4.4 Procedimentos Éticos

Todos os participantes assinaram o termo de consentimento livre e

esclarecido segundo critérios do Comitê de Ética da Universidade São Judas

Tadeu (Anexo A). O projeto foi cadastrado na Plataforma Brasil e aprovado sob

o número do parecer 2.593.580 e o número do CAAE: 79991417.9.0000.0089

(Anexo B) A pesquisa está de acordo com as normas éticas para pesquisas com

seres humanos, estabelecidas pela Resolução do Conselho Nacional de Saúde

no 466/2012.

4.5 Desenho do Estudo

A figura 3 ilustra as etapas de coleta de dados com todos os participantes

da pesquisa.

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Figura 3. Desenho das etapas de coleta de dados de indivíduos controles e com

Doença de Parkinson.

4.6 Avaliação Antropométrica

Para mensuração e avaliação antropométrica foram aferidos massa

corporal, estatura e Circunferência Abdominal (CA). A massa foi verificada

utilizando uma balança digital (Tech Line TEC®, capacidade para 136 Kg), com

o indivíduo descalço e com roupas leves. A estatura foi verificada usando fita

métrica inelástica com o indivíduo ereto e com os calcanhares alinhados. Foi

utilizado o Índice de Massa Corpórea (IMC) considerando a razão peso atual

(Kg/m²). A CA foi avaliada utilizando uma fita métrica inelástica, sendo avaliada

na região com maior deposição de gordura. A obesidade abdominal foi definida

conforme critérios do protocolo Associção Brasileira Para O Estudo Da

Obesidade E Da Síndrome Metabólica (ABESO, 2016).

4.7 Avaliação do consumo de AGEs

No intuito de estimar a ingestão de AGEs, foi aplicado o recordatório

alimentar de três dias distintos (Anexo C), o qual possibilitou a estimativa do

consumo alimentar dos participantes. Foram analisados os registros de cada

indivíduo, detalhando o tamanho das porções e modo de preparo dos alimentos,

visto que esse interfere na formação dos produtos de glicação avançada. O

consumo de AGEs foi estimado a partir de um banco de dados contendo 549

alimentos com respectivos valores de AGEs (com base no conteúdo do AGE

Caracterização Pessoal

Avaliação Antropométrica

Avaliação do Consumo de

AGEs(Recordatório

de 3 dias)

Medida de autofluorescência

da pele

Avaliação Cognitiva Montreal (MoCA)

Avaliação da função motora dos portadores da Doença de

Parkinson (UPDRS)

Short physical

performance battery(SPPB)

Força de Preensão Manual (FPM)

Avaliação da massa

muscular esquelética apendicular

Algorítmo The European

Working Groupon Sarcopeniain Older People

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carboximetillisina – CML) e expressos como AGEs equivalentes (Eq) por dia

(AGE Eq = 1000 kilounits) (Uribarri et al., 2010).

4.8 Medida de autofluorescência da pele

O leitor de autofluorescência (AF) da pele AGE Reader UM (AGE Reader,

Diagnoptics, Groningen, Holanda) foi utilizado para a quantificação de AGE dos

participantes. Este é um método não invasivo no qual um dispositivo portátil

infere a medida de fluorescência de alguns AGE e estima o conteúdo de AGE

acumulado na pele do indivíduo. O método é validado clinicamente e os valores

de AGE medidos pelo aparelho se correlacionam com o conteúdo de AGE de

biópsia da pele (Den Dekker et al., 2013).

4.9 Avaliação Cognitiva

Para avaliação cognitiva dos grupos, foi utilizado a Avaliação Cognitiva

Montreal (MoCA) (Anexo D). Desenvolvida como um instrumento breve de

rastreio para deficiência cognitiva leve. O mesmo acessa diferentes domínios

cognitivos: Atenção e concentração, funções executivas, memória, linguagem,

habilidades viso-construtivas, conceituação, cálculo e orientação. O tempo de

aplicação do MoCA foi de aproximadamente 15 minutos e o escore total é de 30

pontos; sendo o escore de 26 ou mais considerado normal (Nasreddine et al.,

2005).

4.10 Avaliação da função motora dos portadores da Doença de Parkinson

Todos os voluntários do grupo Doença de Parkinson foram avaliados

quanto à função motora pela escala Unificada de Avaliação para Doença de

Parkinson (UPDRS). A escala é composta por 42 itens, divididos em quatro

partes: atividade mental, comportamento e humor; atividades de vida diária

(AVD); exploração motora e complicações da terapia. Nessa pesquisa foi

aplicado apenas a avaliação referente a exploração motora (Anexo E).

A pontuação em cada item varia de 0 a 4, sendo que o valor máximo

indica maior comprometimento pela doença e o mínimo, normalidade. A sessão

que será analisada neste estudo corresponde a 3, a qual é constituída por 14

itens (cuja numeração vai de 18 a 31), relacionados às características motoras

da doença. É uma escala de excelente confiabilidade (r=0,96) e válida (validade

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convergente e critério-relacionada), o que a qualifica como método adequado

para avaliação da DP (Jenkins, Johnson, Holmes, Stephenson, & Spaulding,

2010).

4.11 Short physical performance battery (SPPB)

Na avaliação do equilíbrio foi utilizado o instrumento Short Physical

Perfomance Battery (SPPB). Este instrumento é composto por três testes que

avaliam sequencialmente (Anexo F).

1) Teste de equilíbrio

O indivíduo foi mantido em cada uma das três posições por dez segundos:

Posição 1: em pé, com os pés juntos em paralelos;

Posição 2: em pé, com os pés semi-alinhados;

Posição 3: em pé, com os pés alinhados um à frente do outro.

O escore de “0” foi atribuído para o indivíduo incapaz de se manter em

equilíbrio na posição 1 por dez segundos. Caso este fosse capaz de se manter

por dez segundos na posição 1 e incapaz de se manter na posição 2, recebeu

“1” ponto. Já o participante que conseguiu manter-se na posição 2 por dez

segundos e não conseguiu permanecer na posição 3 por mais de três segundos,

foi atribuído “2” pontos. Recebeu o escore de “3” pontos aquele que permaneceu

na posição 3 por “3 a 9” segundos e o escore máximo de “4” pontos para aquele

que ficou na posição 3, por dez segundos (Guralnik et al., 2000; McDermott,

2002).

2) Teste de velocidade de marcha em passo habitual Medida em dois tempos e com percurso de ida e volta, realizado utilizando

a distância de 4 metros. Para o participante incapaz de completar o teste, foi

atribuído o escore “0” (zero). O escore “1” (um) para a velocidade menor ou igual

à 0,46 metros por segundos (m/s) ou para um tempo maior que 8,70s; para a

velocidade entre 0,47 a 0,64 m/s ou tempo entre 6,21 a 8,70 s foi dado o escore

“2” (dois), para a velocidade entre 0,65 a 0,82 m/s ou tempo entre 4,82 a 6,20 s.

O escore de “3” (três) e o máximo de pontuação “4” (quatro) pontos, para a

velocidade maior que 0,83 m/s ou tempo menor que 4,82 s.

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3) Teste de levantar-se e sentar na cadeira

Medida indireta da força muscular dos membros inferiores - por meio do

teste de levantar-se e sentar-se da cadeira cinco vezes consecutivas e sem o

auxílio dos braços. Foi atribuído a pontuação “0” (zero) quando o participante

não conseguiu completar o teste. O escore “1” (um) foi atribuído ao tempo de

levantar da cadeira, nas cinco vezes consecutivas, se este fosse maior que 16,7

segundos; o escore “2” (dois) para tempo de realização do teste entre 13,7 a

16,6 segundos; escore “3” (três) para o tempo entre 11,2 a 13,6 segundos e o

escore máximo de “4” (quatro) pontos, para o tempo de realização do teste,

menor que 11,1 segundos (Guralnik et al., 2000).

4.12 Força de Preensão Manual

Para mensurar a força de preensão manual (FPM), foi utilizado o

dinamômetro hidráulico manual JAMAR®, respeitando o protocolo da American

Association of Hand Therapists (ASHT). O paciente foi instruído a ficar sentado

em uma cadeira, com os ombros em posição neutra, cotovelo em flexão de 90º

e antebraço em posição neutra. A haste do dinamômetro foi ajustada de acordo

com o tamanho da mão. Foi utilizado a média de 3 tentativas para cada mão.

4.13 Avaliação da massa muscular esquelética apendicular

Para avaliar a massa muscular foi utilizada a equação validada para

população brasileira de Lee (Lee, Wang, Heo, & Al, 2000) que estima massa

muscular esquelética apendicular onde MMEA = 0,2344 x peso + 7,80 x altura +

6,6 x sexo – 0,098 x idade + raça/etnia -3,3. Utilizou-se 0 (zero) para homens e

1 para mulheres; -1,2 para asiáticos; 1,4 para negros e 0 (zero) para brancos

(Lee et al., 2000). Desta maneira os valores foram ajustados pela altura ao

quadrado e se estabeleceu o Índice de Massa Muscular Total (MMT/E2).

Seguindo recomendações dos estudos de Newman et al. (2003) e Delmonico et

al. (2007), foi utilizado como ponto de corte os valores de 6,37kg/m2 para

mulheres a 8,90 kg/m2 para homens (Delmonico et al., 2007; Newman et al.,

2003).

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4.14 Algorítmo sugerido pelo The European Working Group on Sarcopenia in Older People (EWGSOP)

Por meio de um algoritmo, a sarcopenia foi definida seguindo critérios

estabelecidos pelo The European Working Group on Sarcopenia in Older People

(EWGSOP) (Cruz-Jentoft et al., 2010). A velocidade da marcha, força de

preensão manual e massa muscular foram analisados nos dois grupos (controle

e indivíduos com Parkinson). Medida a velocidade da marcha superior a 0,8 m/s,

com força muscular baixa, arremeteu-se averiguação para o teste de massa

muscular. Obtendo-se duas variáveis abaixo do normal, o participante foi

considerado sarcopênico. Do contrário foi considerado dentro dos padrões de

normalidade.

Figura 4. Algoritmo de EWGSOP (The European Working Group on Sarcopenia

in Older People) para definição de sarcopenia (adaptado de CRUZ-JENTOFT et

al., 2010).

4.15 Análise estatística

Os dados dos recordatórios foram tabulados em planilhas do Excel para

o cálculo da estimativa do consumo de AGEs e submetidos ao tratamento

estatístico onde foi utilizado medidas de tendência central, de dispersão (desvio

padrão) e de frequência (relativa e absoluta). Ao final, foi gerado uma média de

valor de estimativa de consumo de AGE de 3 dias - expressa como AGE

equivalente (Eq) por dia (AGE Eq = 1000 kilounits).

Velocidade da marcha

> 0.8 m/s ≤ 0.8 m/s

Força de preensão manual Massa muscular

Normal NormalBaixo Baixo

Não Sarcopênico

Não Sarcopênico Sarcopênico

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As análises estatísticas foram feitas com auxílio do Graph Pad Prism 6,0

e Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) 24. Foi feito a aplicação do

teste de normalidade Shapiro-Wilk, e seguiu-se com o teste t de Student. Foi

considerado significativo p < 0,05. Os dados foram expressos como média +

desvio padrão.

A regressão linear simples (modo forward) para investigar se as variáveis

independentes predizem a capacidade cognitiva e funcional dos indivíduos com

e sem DP. As variáveis foram incluídas na seguinte ordem: Modelo 1: dados

gerais (idade, tempo da doença no caso de indivíduos com DP, comorbidades e

medicamentos utilizados) Modelo 2: dados gerais (idade, tempo da doença no

caso de indivíduos com DP, comorbidades e medicamentos utilizados) e

nutricionais (AGE), e Modelo 3): dados gerais (idade, tempo da doença no caso

de indivíduos com DP, comorbidades e medicamentos utilizados), nutricionais e

características antropométricas e modelo 4) dados gerais (idade, tempo da

doença no caso de indivíduos com DP, comorbidades e medicamentos

utilizados), nutricionais e características antropométricas e desempenho físico.

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5. RESULTADOS

Foram incluídos neste estudo, 20 indivíduos controles e 20 pacientes

portadores da doença de Parkinson (DP), ambos os grupos com 10 mulheres e

10 homens com média de idade similar. No grupo Parkinson, os pacientes

apresentaram uma média e desvio padrão de 6 ± 3,4 referentes ao tempo de

doença. A Tabela 1 apresenta a análise descritiva dos dados gerais,

antropometria, capacidade cognitiva e funcional, entre o grupo controle e o grupo

formado por pacientes com DP (grupo Parkinson).

Em relação aos dados gerais, os grupos não diferiram em relação à idade,

e às comorbidades associadas, todavia, foi verificado que o grupo com DP

apresentou maior número de medicamentos de uso contínuo (Anexo G, H E I). É válido ressaltar que a presença das comorbidades não influenciaram

estatisticamente nos resultados. Os dados antropométricos diferiram apenas em

relação ao valor de circunferência abdominal (CA): pacientes com DP

apresentaram maiores valores de CA quando comparado ao grupo controle.

Não foi observado diferença da capacidade cognitiva entre os grupos com

e sem DP, avaliado pelo MoCA, isto pode estar relacionado ao fato dos dois

grupos apresentarem tempo de escolaridade semelhantes (Tabela 2), uma vez

que esta variável interfere nos resultados finais do MoCa. Além disso, quando

os resultados foram classificados segundo os escores do instrumento, ambos os

grupos apresentaram declínio cognitivo.

Os participantes com DP têm maiores comprometimentos em relação a

sua capacidade funcional quando comparado co grupo controle. Foi observado

que a força de preensão palmar do lado dominante foi menor nos indivíduos com

DP. Além disso, observamos lentificação do parâmetro de força muscular (sentar

e levantar) dos pacientes com DP e declínio do desempenho motor, avaliado

pelo teste SPPB nos pacientes com DP. Não foi observada diferença no teste de

preensão palmar do lado não dominante entre o grupo controle e o grupo com

Parkinson.

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Tabela 1. Caracterização dos grupos controle e com Doença de Parkinson.

DP (n=20)

Controle (n=20) t p IC 95%

Dados gerais Idade (anos) 70 ± 10,3 69 ± 6,1 0,66 0,52 -7,16; 3659 Comorbidades associadas 0,9 ± 1,0 0,8 ± 0,7 0,73 0,35 -0,67; 0,47 Renda Familiar 6450 ± 3296 6223 ± 3596 0,21 0,84 -2436; 1981 Medicamentos de uso contínuo 3,7 ± 2,4 1,9 ± 1,7 2,58 0,01* -3036; -0,36 Antropometria IMC (Kg/m2) 26,4 ± 2,9 27,1 ± 3,7 1,23 0,23 -3,41; 0,83 CA (cm) 98,8 ± 10,2 91,1 ± 10,8 2,31 0,03* -14,40; -0,95 Capacidade cognitiva MoCA 22,5 ± 4,2 24,8 ± 3,1 1,63 0,11 -0,47; 4,27 Capacidade funcional Teste de preensão palmar Lado dominante (Kg/f) 18,8 ± 6,9 27, 1 ± 12,9 2,52 0,02* 1,64; 14,90

Teste de preensão palmar Lado não dominante (Kg/f) 19,4 ± 9,4 24,3 ± 10,5 1,54 0,13 -1,53; 11,21

Velocidade da marcha (m/s) 7,2 ± 4,8 6,1 ± 2,1 0,96 0,34 -3,51; 1,25 Sentar e levantar (s) 15,1 ± 3,0 11,7 ± 3,7 3,19 0,01* -5,55; -1,24 Desempenho Motor (SPPB) 8,5 ± 2,2 10 ± 1,5 2582 0,01* 0,34; 2,76 DP= Doença de Parkinson; IMC= Índice de Massa Corporal; CA= Circunferência Abdominal; MoCA= Montreal Cognitive Assessment; SPPB= Short Physical Perfomance Battery; IC95% = Intervalo de Confiança de 95; s= segundos; m/s= metro por segundo; Kg/f= quilo por força; Teste t de Student. Os dados foram expressos em média + desvio padrão. * Nível de significância adotado (p<0,05).

Além dos dados descritos acima, foi feito o diagnóstico de sarcopenia em

todos os participantes. Foi utilizada, primeiramente a equação validada para

população brasileira de Lee (Lee et al., 2000) para avaliar a massa muscular, em

seguida, por meio de algoritmo, a sarcopenia foi definida seguindo critérios

estabelecidos por The European Working Group on Sarcopenia in Older People

(EWGSOP) (Cruz-Jentoft et al., 2010), conforme descrito na metodologia. Diante

disto, foi constatado que 18 participantes (90%) com Parkinson apresentam

sarcopenia; e no grupo controle, 15 indivíduos (75%) são sarcopênicos.

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Tabela 2. Tempo de estudo baseado no ponto de corte do MoCA e hábito de marinar os alimentos dos indivíduos do grupo controle e com Doença de Parkinson.

DP Controle p OR IC 95% Tempo de

Estudo (Anos) (n=20) % (n=20) %

< 12 anos 10 50% 12 60% 0,52 0,67 0,19; 2,33 ≥ 12 anos 10 50% 8 40% Marinar os alimentos (n=20) % (n=20) %

Sim 10 50% 7 45% 0,34 1,86 0,52; 6,61 Não 10 50% 13 55% n= número; %= percentual; DP= Doença de Parkinson; OR= Odds Ratio; IC 95% = Intervalo de Confiança de 95%. Diferenças entre os grupos foram analisadas pelo teste x2 .

Na tabela 2, observamos que não existe associação entre o tempo de

estudo e a presença ou não de DP, assim como não existe associação entre o

hábito de marinar (adicionar limão ou vinagre no pré-preparo dos alimentos) e

ter ou não DP.

Todos os participantes foram questionados sobre o uso de tabaco, uma

outra importante fonte exógena de AGE, e nenhum participante do estudo

fumava.

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Tabela 3. Formação e Consumo de AGE dos grupos controle e com Doença de Parkinson.

DP (n=20)

Controle (n=20) t p IC 95%

Formação de AGE

AF (UA) 2,64 ± 0,61 3,06 ± 0,52 2,18 0,04* 0,03; 0,80

Consumo de AGE

Rec 24hrs (kU/d) 17028 ± 11392 24561 ± 15187 1,78 0,08 -1060; 16127

Rec 48hrs (kU/d) 18182 ± 11439 24981 ± 13077 1,75 0,09 -1066; 14664

Rec habitual (kU/d) 19722 ± 8072 24091 ± 15046 1,14 0,26 -3361; 3818

Média de Consumo (kU/d) 18311 ± 6458 24544 ± 13384 1,88 0,07 -494; 12961

Consumo segundo o modo de preparo

Grelhado (dias da semana) 1,450 ± 1,91 2,50 ± 19,33 2,07 0,05* 0,02; 2,08

Fritura (dias da semana) 2,0 ± 1,92 0,65 ± 0,88 2,86 0,01* -2,31; -0,40

Assado (dias da semana) 1,60 ± 1,10 1,05 ± 0,99 1,66 0,11 -1,22; 0,12

Cozido (dias da semana) 4,25 ± 2,29 5,00 ± 1,97 1,11 0,27 -0,62; 2,12 DP= Doença de Parkinson; AGE= Advanced Glycated Endproduct; autofluorescência da pele (AF); Rec = Recordatório; kU/d = kU/dia; UA = unidades arbitrárias; IC 95% = Intervalo de Confiança de 95%. Teste t de Student. Os dados foram expressos em média + desvio padrão. * Nível de significância adotado (p<0,05)

Os indivíduos do grupo Controle apresentaram maior formação de AGE

na pele, medido pela autofluorescência da pele (AF), quando comparados com

os participantes do grupo com DP (Tabela 3).

O consumo de AGE foi estimado baseado nos recordatórios (24 horas,

48 horas e habitual) e na tabela do prof. Uribarri et al. (2010), baseado na média

de consumo de 3 recordatórios alimentares (Tabela 3). O grupo controle

apresentou uma tendência (P=0,07) a consumir mais AGE quando comparado

com o grupo Parkinson, sem diferença estatística significativa. Vale a pena

salientar que o aumento do consumo de AGE está relacionado com uma dieta

mais rica em alimentos gordurosos, o que pode levar ao aumento do ganho de

peso, entretanto não foi observada diferença no valor de IMC entre os grupos

(Tabela 1).

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O modo de preparo descrito na tabela 3 está relacionado à quantidade de

vezes na semana que os participantes consumiram alimentos grelhados, fritos,

assados e cozidos. O grupo controle consome mais grelhados do que o grupo

com DP, quando avaliamos o consumo de frituras, verificamos maior consumo

no grupo com DP.

Observamos uma correlação negativa entre o consumo de AGE e a idade

no grupo de indivíduos com DP (Figura 5), ou seja, quanto mais velho era o

paciente com Parkinson, menor era o seu consumo de AGE. O consumo de AGE

se correlacionou negativamente com a Força de Preensão Manual (Kg/F) em

indivíduos com DP (Figura 6), portanto, quanto maior o consumo de AGE, menor

a força de preensão palmar.

Figura 5. Correlação de Pearson entre as variáveis Consumo de AGE e Idade do grupo com DP.

No grupo de indivíduos controles não observamos nenhuma correlação

com as variáveis idade, capacidade cognitiva, IMC, consumo de AGE,

autofluorescência de pele (AF), desempenho físico e força.

50 60 70 80 90 1000

10000

20000

30000

40000

Idade (anos)

Con

sum

o de

AG

E

habi

tual

(kU

) n = 20r = - 0,59p < 0,05

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Figura 6. Correlação de Pearson entre as variáveis Força de Preensão Manual (Kg/F) e Consumo de AGE (kU) baseado na média do consumo de três dias distintos (24 horas, 48 horas e habitual) do grupo de indivíduos com DP.

Na Tabela 4 está o modelo de regressão linear múltipla para análise do

teste cognitivo Montreal (MoCA) nos grupos Controle (n=20) e com DP (n=20).

No modelo 1, as variáveis independentes idade, comorbidades e medicamentos

explicaram 8% no grupo controle e 7% no grupo com DP, do valor do MoCA. No

modelo 2, as variáveis citadas anteriormente acrescidas das variáveis consumo

de formação de AGE explicaram 12% no grupo controle e 11% no grupo com

DP, do teste cognitivo. O modelo 3, composto pelas variáveis do modelo 1 e 2,

acrescido do IMC e da CA, explica 12% do MoCA no grupo controle e 28% no

grupo com DP. Já o modelo 4, unindo as variáveis do modelo 1, 2 e 3 com

variáveis motoras como teste de preensão manual lado não dominante e

dominante, velocidade da marcha e sentar e levantar, juntos explicaram 17% no

grupo controle e 40% no grupo com DP, do teste cognitivo.

0 10000 20000 30000 400000

10

20

30

Consumo de AGE (kU)

Forç

a de

Pre

ensã

o M

anua

l (K

g/F)

n = 20r = - 0,51p < 0,05

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Tabela 4. Modelo da capacidade cognitiva em indivíduos do grupo Controle e com Doença de Parkinson. GRUPO CONTROLE Modelos 1 Modelo 2 Modelos 3 Modelo 4 Variáveis β EP β EP β EP β EP Dados gerais Idade (anos) -0,10 0,08 -0,11 0,08 -0,12 0,09 -0,12 0,11 Comorbidades -0,23 0,31 -0,12 0,33 -0,10 0,34 -0,17 0,36 Medicamentos -0,10 0,08 -0,11 0,08 -0,12 0,09 -0,12 0,11 AGE Consumo de AGE (kU/d) 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 AF (UA) 0,93 0,88 0,97 0,92 0,73 0,10 Antropometria IMC (kg/m2) -0,10 0,42 -0,25 0,47 CA (cm) 0,01 0,12 0,06 0,13 Domínio Motor Teste de preensão manual LND (kg/f) -0,11 0,15 Teste de preensão manual LD (kg/f) 0,02 0,14 Velocidade da marcha (m/s) 0,04 0,21 Sentar e Levantar (s) -0,15 0,23 R quadrado 0,08 0,12 0,12 0,17 GRUPO COM DOENÇA DE PARKINSON Dados gerais Idade (anos) -0,12 0,11 -0,12 0,12 -0,09 0,13 0,22 0,22 Tempo de doença (anos) -0,07 0,34 -0,11 0,37 -0,14 0,36 0,45 0,45 Comorbidades 0,22 1,17 0,18 1,31 0,25 1,4 2,76 2,76 Medicamentos 0,23 0,51 0,09 0,65 -0,07 0,65 0,79 0,79 AGE Consumo de AGE (kU/d) 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 AF (UA) 1,12 1,68 1,13 1,68 2,57 2,57 Antropometria IMC (kg/m2) 0,25 0,69 1,30 1,30 CA (cm) 0,12 0,18 0,30 0,30 Domínio Motor Teste de preensão manual LND (kg/f) 0,35 0,35 Teste de preensão manual LD (kg/f) 0,55 0,55 Velocidade da marcha (m/s) 0,35 0,52 Sentar e Levantar (s) 0,45 0,89 R quadrado 0,07 0,11 0,28 0,40

DP= Doença de Parkinson; β = Beta; EP= Erro Padrão; MoCA= Montreal cognitive assessment; AGE= Advanced Glycated Endproduct; AF= autofluorescência da pele; kU/d = kU/dia; UA = unidades arbitrárias IMC = Índice de Massa Corporal; CA= Circunferência Abdominal; LND= Lado não dominante; LD= Lado dominante; s= segundos; m/s= metro por segundo; Kg/f= quilo por força; kg/m2= quilo por metro quadrado; cm= centímetro.

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Na Tabela 5 está o modelo de regressão linear múltipla para análise do

desempenho físico, feita através do SPPB em indivíduos do grupo Controle

(n=20) e indivíduos do grupo com DP (n=20).

No modelo 1, as variáveis independentes idade, comorbidades e

medicamentos explicaram 12% no grupo controle e 33% no grupo com DP, do

valor do SPPB. No modelo 2, as variáveis citadas anteriormente acrescidas das

variáveis consumo de formação de AGE explicaram 23% do desempenho físico

no grupo controle e 47% no grupo com DP. O modelo 3, diferente dos modelos

citados na tabela 4 e 5, foi composto pelas variáveis do modelo 1 e 2, acrescido

do IMC, da CA e da massa muscula total calculado pela equação validada para

população brasileira de Lee que explica 47% do SPPB no grupo controle e 67%

no grupo com DP. Já o modelo 4, unindo as variáveis do modelo 1, 2 e 3 com

variáveis motoras como teste de preensão manual lado não dominante e

dominante, juntos explicaram 53% do desempenho físico no grupo controle e

68% no grupo com DP.

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Tabela 5. Modelo de desempenho físico (SPPB) em indivíduos do grupo Controle e com Doença de Parkinson. GRUPO CONTROLE Modelos 1 Modelo 2 Modelos 3 Modelo 4 Variáveis β EP β EP β EP β EP Dados gerais Idade (anos) -0,02 0,07 -0,04 0,07 -0,07 0,07 -0,07 0,09 Comorbidades -0,28 0,23 -0,16 0,25 0,00 0,29 -0,02 0,31 Medicamentos -0,02 0,07 -0,04 0,07 -0,07 0,07 -0,07 0,09 AGE Consumo de AGE (kU/d) 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 AF (UA) -0,29 0,55 0,09 0,57 0,10 0,60 Antropometria IMC (kg/m2) 0,19 0,35 0,11 0,39 CA (cm) -0,12 0,10 -0,11 0,11 Massa Muscular Total -0,36 0,51 -0,06 0,65 Domínio Motor Teste de preensão manual LND (kg/f) 0,10 0,10 Teste de preensão manual LD (kg/f) -0,06 0,08 r quadrado 0,12 0,23 0,47 0,53 GRUPO COM DOENÇA DE PARKINSON Dados gerais Idade (anos) -0,13 0,05 -0,13 0,05 -0,184 0,051 -0,17 0,06 Tempo de doença (anos) -0,14 0,15 -0,09 0,15 -0,062 0,140 -0,06 0,15 Comorbidades -0,20 0,53 -0,12 0,54 -0,616 0,538 -0,59 0,59 Medicamentos 0,16 0,23 0,28 0,27 0,321 0,253 0,33 0,28 AGE Consumo de AGE (kU/d) 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 AF (UA) -1,22 0,70 -1,66 0,66 -1,60 0,78 Antropometria IMC (kg/m2) -0,41 0,28 -0,41 0,32 CA (cm) 0,15 0,07 0,14 0,08 Massa Muscular Total -0,52 0,41 -0,36 0,53 Domínio Motor Teste de preensão manual LND (kg/f) 0,08 0,14 Teste de preensão manual LD (kg/f) -0,09 0,20 r quadrado 0,33 0,47 0,67 0,68

DP= Doença de Parkinson; β = Beta; EP= Erro Padrão; MoCA= Montreal cognitive assessment; AGE= Advanced Glycated Endproduct; AF= autofluorescência da pele; kU/d = kU/dia; UA = unidades arbitrárias IMC = Índice de Massa Corporal; CA= Circunferência Abdominal. LND= Lado não dominante; LD= Lado dominante; s= segundos; m/s= metro por segundo; Kg/f= quilo por força; kg/m2= quilo por metro quadrado; cm= centímetro.

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6. DISCUSSÃO

Neste estudo, avaliamos o consumo e a formação de produtos de glicação

avançada (AGE) em indivíduos controles e portadores da Doença de Parkinson

(DP) e suas possíveis relações com a capacidade funcional e cognitiva no

processo de envelhecimento. Encontramos uma correlação positiva entre o

consumo de AGE e a idade com pacientes com DP e uma correlação negativa

entre a força de preensão manual e o consumo de AGE, ou seja, indivíduos com

DP que consumiam mais AGE apresentaram menor força.

Além disso, observamos que a capacidade cognitiva e física do paciente

com DP é influenciada por multifatores como: idade, tempo da doença,

comorbidades associadas, uso de medicamentos, consumo e formação de AGE,

características antropométricas e domínio motor.

Desta forma, sugere-se que a recomendação de dieta saudável e

equilibrada, com baixo consumo de AGE, bem como manter-se ativo para

diminuição da massa gorda e melhora da capacidade funcional, possa ser uma

importante conduta para auxiliar no tratamento da DP.

6.1 Comparações entre as características do grupo DP versus controle

Não foi encontrada diferença estatística na capacidade cognitiva, avaliado

pelo MoCA, entre os participantes dos grupos com e sem Parkinson. O MoCA

tem se mostrado mais sensível que o MMSE para detectar o comprometimento

cognitivo na DP (Gao et al., 2007). Os déficits cognitivos incluem alterações da

memória, atenção, linguagem funções executivas, lentidão, nomeação e

evocação tardia (Pinheiro, 2004). Quanto aos estudos que envolvem pacientes

com DP, um estudo utilizando o MoCA verificou declínio no teste de habilidades

visuo-construtivas e executivas (Riedel et al., 2008). Resultado de outro estudo

demonstrou que pacientes com DP apresentaram desempenho cognitivo inferior

ao dos controles sem DP, em vários domínios do MoCA (Poletti et al., 2012).

Ao avaliar a capacidade funcional dos participantes da pesquisa,

observamos comprometimento físico mais acentuado nos pacientes com DP. Os

resultados apontam para o aumento da presença e gravidade das alterações

funcionais apresentadas pelos portadores da Doença de Parkinson,

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principalmente considerando os aspectos referentes à atividade motora, com

destaque para as alterações relacionadas à força muscular avaliado pelos testes

de sentar e levantar e o teste de preensão manual do lado dominante, além

disso, observou-se, diminuição acentuada do desempenho motor avaliado pelo

teste SPPB. Sabe-se que a perda gradual de força muscular é considerada

sequela motora da DP e causam sérias limitações funcionais. Nesse sentido, a

avaliação da força muscular é essencial para a avaliação funcional desses

indivíduos e é utilizada na prática clínica como diagnóstico funcional para

avaliação de desfechos clínicos ao longo do tempo e como indicador preditivo

ou prognóstico (Silva et al., 2015).

Os dados antropométricos diferiram apenas em relação ao valor de

circunferência Abdominal (CA): pacientes com DP apresentaram maiores

valores de CA em relação a grupo controle. O fato da população com DP ter

apresentado valores alterados de CA pode indicar que as condições subclínicas

da doença pode contribuir para um desequilíbrio da composição corporal,

ocasionando excesso de adiposidade na região abdominal e redução massa

corporal magra. Já que não foi observada diferença significativa referente ao

IMC. Assim como no estudo de Lorefält et al. (2006) que encontraram valores de

IMC de indivíduos com DP semelhantes aos valores de IMC do grupo sem DP

(Lorefält, Ganowiak, Wissing, Granèrus, & Unosson, 2006).

Alguns estudos admitiram relação entre as Doenças Crônicas não

Transmissíveis (DCNT) e as principais características associadas ao

envelhecimento, como declínio cognitivo e diminuição da capacidade funcional

(Mendoza-Núñez, Ruiz-Ramos, Sánchez-Rodríguez, Retana-Ugalde, & Muñoz-

Sánchez, 2007; Yamagishi, 2009). Diante disto, o estudo buscou relação com

essas variáveis associadas ao processo de envelhecimento com as principais

comorbidades evidenciadas pela literatura, como dislipidemia, cardiopatia,

hipertensão e diabetes, como descrito nos resultados. Sendo a mais comum em

ambos os grupos, a hipertensão.

Perda de olfato, apetite e distúrbios gastrointestinais, como constipação,

dificuldade para deglutir ou disfagia, são comuns em pacientes com DP e podem

também modificar o equilíbrio da composição nutricional, como restrição proteica

(Ådén et al., 2011; Cushing, Traviss, & Calne, 2002).Um estudo relatou que o

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número de distúrbios disautonômicos (funcionamento inadequado do sistema

nervoso autônomo, que é responsável pelo controle das funções inconscientes

do corpo como disfagia, sialorréia e constipação), foi associado à deterioração

nutricional juntamente com o status da doença avaliado pelo estágio e a dose de

levodopa (Barichella et al., 2013).

Por se tratar de doenças crônicas, sabe-se da necessidade da

administração de medicamentos de uso contínuo. Observou-se no grupo com

DP uma média de consumo de 4 medicamentos por pessoa, e 2 medicamentos

por pessoa no grupo controle. Além da levodopa, muitos utilizam a prolopa para

o tratamento do Parkinson, assim como estatinas para dislipidemia, inibidores da

enzima conversora da angiotensina para hipertensão e metformina para o

tratamento do Diabetes.

6.2 Consumo e formação dos Produtos de Gicação Avançada (AGE)

Em nosso estudo, a capacidade cognitiva não se correlacionou com a

formação e o consumo de AGE. Frimat et al. (2017) afirmam que o impacto de

uma dieta com alto teor de AGE na função cognitiva também permanece

ambíguo. Em contrapartida, um estudo realizado por Beeri et al. (2011)

demonstraram declínio no desempenho no Mini Exame do Estado Mental

(MEEM) com níveis mais elevados de metilglioxal sérico (Beeri et al., 2012). Este

mesmo precursor de AGE, também foi relatado em outro estudo por

desempenhar um papel importante no declínio cognitivo e neurodegenerativo em

idosos (Srikanth et al., 2013). Corroborando com os autores, Yaffe et al. (2011)

relataram que um alto nível de AGE periférico está associado a um maior declínio

cognitivo em idosos com e sem diabetes.

Um estudo realizado com camundongos envelhecidos (idade de 18

meses) e expostos à AGEs derivados de metilglioxal, demonstrou declínio

temporal significativo na cognição, concomitante com aumento de AGEs séricos.

Neste mesmo trabalho, os autores demonstraram que altas concentrações de

metilglioxal circulantes em humanos com mais idade se correlacionaram

positivamente com consumo de AGE alimentar e alterações na cognição (Cai et

al., 2014). Associações mais fortes podem surgir em dados longitudinais em que

os participantes desenvolvem declínio ou comprometimento cognitivo após

consumir dieta com altas concentrações de AGE (Yaffe et al., 2011). Esses

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estudos sugerem que limitar os AGEs da dieta possa ser uma estratégia eficaz

na prevenção do declínio cognitivo relacionado à idade.

Em nosso estudo encontramos uma correlação negativa entre a força de

preensão manual e o consumo de AGE, avaliado pela média de 3 recordatórios

alimentares no grupo de indivíduos com DP; ou seja, indivíduos que consumiam

mais AGE apresentaram menor força. Um estudo realizado recentemente,

demonstrou que altas concentrações de AGE sérico podem ser um fator

contribuinte, bem como um biomarcador para o declínio da capacidade funcional

na população idosa (Drenth et al., 2016). Quando os efeitos dos AGEs são

diferenciados por sexo, os achados de outro estudo demonstraram que os AGEs

séricos se associaram de forma independente à força muscular em mulheres

idosas (Dalal et al., 2009). Esses resultados corroboram com a hipótese de que

a via AGE/RAGE pode deteriorar estruturalmente o tecido muscular esquelético,

contribuindo para o dano muscular e a atrofia, sendo mais acentuado na vigência

do Parkinson.

Vale a pena ressaltar, que os indivíduos com Parkinson selecionados

para esse estudo consumiram, em média, uma quantidade de AGE (18311

kU/dia) menor que os indivíduos controles, e mesmo assim, ainda maior que o

preconizado por alguns autores na literatura, um consumo de até 15000 kU/dia,

valor utilizado como referência de consumo ideal de acordo com os estudos de

Uribarri et al. (2010).

Sabe-se que o uso de limão ou vinagre para marinar os alimentos é uma

medida importante na diminuição da quantidade de AGE (Uribarri et al., 2010).

Ambos os grupos avaliados já faziam esses procedimentos no pré-preparo dos

alimentos. O uso de tabaco também representa uma outra importante fonte

exógena de AGE, neste estudo, verificamos que nenhum participante fumava.

Quando os pacientes com Parkinson foram questionados sobre o

consumo de alimentos de origem animal, alguns relataram da restrição e outros

da ausência do consumo. Isso pode explicar o menor consumo de AGE no grupo

Parkinson quando comparado ao grupo Controle.

Essas medidas foram tomadas porque o medicamento mais utilizado no

tratamento dos pacientes do estudo é a levodopa, e os mesmos foram orientados

que a ingestão desses alimentos, sem respeitar o tempo adequado de

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administração, pode interferir no tratamento da DP, uma vez que o consumo de

aminoácidos provenientes desses alimentos juntamente com a levodopa resulta

numa competição pelo mesmo mecanismo de transporte ativo no trato

gastrointestinal e na barreira hematoencefálica (Fracasso, B.M., Morais, M.B.,

Gomez, R., Hilbig, A., Rabito, 2013) e a sua administração inadequada pode

diminuir o efeito farmacológico da substância devido à interação droga-nutriente

(Carmo & Ferreira, 2016).

O uso concomitante de medicamentos e alimentos pode interferir com a

farmacocinética e a farmacodinâmica das drogas, bem como na digestão,

absorção e utilização de nutrientes, uma vez que o fármaco pode não ter o efeito

necessário e os alimentos não exercerem a função nutricional esperada. No

entanto, diminuir por conta própria a quantidade de alimentos fontes de proteína

ou então, retirar totalmente do consumo alimentar sem orientação nutricional, é

uma medida precipitada que pode resultar no comprometimento funcional do

organismo. Segundo Wang et al. (2017) as dietas com restrição proteica podem

também contribuir para vários efeitos secundários, incluindo discinesia (distúrbio

da atividade motora) desnutrição e sarcopenia. Contin e Martinelli (2010)

sugerem que haja um intervalo de no mínimo 30 minutos antes e 60 minutos

depois das refeições, mas mantendo a ingestão proteica adequada (Contin &

Martinelli, 2010; L. Wang et al., 2017).

Haus et al. (2007) relataram que a glicação do tecido conjuntivo

intramuscular diminui a transmissão de força muscular e a função muscular em

idosos, característico da sarcopenia. Um estudo com animais demonstrou que o

acúmulo de AGE acelerou a perda de massa muscular esquelética (Csoti et al.,

2016). Esses estudos sugerem que a AGE pode estar associada à sarcopenia

devido à baixa massa muscular esquelética. A despeito do menor consumo de

AGE em relação ao grupo controle, o grupo com DP apresentou maior número

de sarcopênicos que o grupo controle.

6.3 Analise de regressão do grupo Parkinson e Controle em relação a capacidade cognitiva

Quando realizamos testes de regressão linear, observamos que idade,

tempo da doença, comorbidades associadas e uso de medicamentos explicam

7% da capacidade cognitiva no grupo controle e 8 % em pacientes com DP.

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Estas porcentagens fracas e próximas de ambos os grupos podem ser

explicadas por suas características muito semelhantes, pois não houve diferença

entre MOCA, idade, comorbidades associadas exceto no uso de medicamento,

onde o grupo DP utiliza maior número. Idade é o fator de risco mais importante

para o desenvolvimento de declínio cognitivo, o qual é mais prevalente entre os

indivíduos de mais idade, a partir dos 35 anos (Harvey, 2003) e mais

acentuadamente após os 65 anos (Melo et al., 2007).

Estas variáveis somadas ao consumo e à formação de AGE explicam

12% da capacidade cognitiva no grupo controle e 11% no DP. As possíveis

explicações para as alterações da capacidade cognitiva ficam mais evidentes a

partir do modelo 3 onde as variáveis antropométricas são acrescentadas ao

modelo, no grupo controle 12% e no grupo DP 28%. Embora o IMC apresentou-

se sobrepeso em ambos os grupos, o grupo DP tem uma gordura visceral

significantemente maior, avaliada pela CA. O comprometimento da cognição

pode haver relação com o estado nutricional dos indivíduos com Parkinson. O

córtex temporal mesial, que está envolvido na memória e controla a ingestão de

alimentos, é afetado pela demência. Estas alterações afetam a região que

envolve a neurotransmissão de serotonina, dopamina e adrenalina, que por sua

vez estão envolvidos na regulação do comportamento alimentar e a longo prazo

pode comprometer o estado nutricional e composição corporal dos indivíduos

(Cardoso, Cominetti, & Cozzolino, 2013; Orsitto et al., 2009).

E por fim no modelo 4 onde são colocadas todas as variáveis anteriores

acrescidas das motoras, no grupo controle o modelo explicou 17% da

capacidade cognitiva e no grupo DP 40%. Ressaltando a relação entre a

capacidade cognitiva e a motora. Evidências crescentes sugerem que o declínio

cognitivo acompanha os sintomas motores da DP. Declínio da capacidade

verbal, habilidades visoespaciais, memória de trabalho e flexibilidade cognitiva

são características da doença. Kehagia, Barker e Robbins (2010) acrescentam

que as habilidades cognitivas acabam diminuindo a medida em que a

capacidade funcional é comprometida em pacientes com DP, os autores

demonstraram que 75% a 90% dos adultos com DP são diagnosticados com

demência durante o curso de sua doença (Kehagia, Barker, & Robbins, 2010).

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6.4 Analise de regressão do grupo Parkinson e Controle em relação ao desempenho físico

No modelo 1 da regressão linear para o desempenho físico, somente a

idade, tempo da doença, comorbidades associadas e uso de medicamentos

explicam 33% da capacidade física em pacientes com DP e 12 % em indivíduos

do grupo controle. O avançar da idade, esta relacionada à diminuição das

atividades/exercícios físicos (Alonso et al, 2018), associado a isso, as doenças

crônicas com a DP pioram este quadro. Alguns estudos relataram a prevalência

de comorbidade em pessoas idosas com DP (Kang & Bronstein, 2004; Ravina,

2007).O tratamento para os sintomas motores e não motores da DP significa que

os pacientes quase inevitavelmente acabam em regimes complexos de

medicação. Um estudo de caso-controle analisou o histórico de drogas, os

resultados sugeriram que a polifarmácia foi maior em pessoas que

desenvolveram DP (LAI et al., 2011). Esquinazi e colaboradores (2014)

evidenciaram que o fator idade influencia no declínio da capacidade funcional,

caracterizado pela redução da velocidade da marcha, do equilíbrio instável e da

perda de força muscular. Um outro estudo realizado por Gutiérrez et al. (2010)

avaliaram 323 idosos e subdivididos em grupos de acordo com o tempo de

doença, foi observado que àqueles que apresentaram tempo de doença elevado

apresentaram maiores dificuldades referente a mobilidade e capacidade

funcional.

Quando associado ao consumo e à formação de AGE, essas

porcentagens aumentaram para 47% em indivíduos com DP e 23% em

indivíduos do grupo controle, respectivamente. Apesar dos participante com DP

consumirem uma menor quantidade de AGE quando comparados ao grupo

Controle; esse consumo é maior que o preconizado por alguns autores (Goldberg

et al., 2004; Uribarri et al., 2010) e portanto, pode exercer prejuízos na

progressão da doença de Parkinson.

Embora a perda de peso seja reconhecida em pacientes com diagnóstico

de DP (Van der Marck et al., 2012), os mecanismos subjacentes à redução do

peso corporal são multifatoriais, incluindo fatores intrínsecos da doença, bem

como a interrupção dos mecanismos de regulação periférica e central do peso

corporal, comportamento alimentar e metabolismo energético (De Pablo-

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Fernández et al., 2017). Nossa pesquisou demonstrou que a inserção das

variáveis antropométricas (IMC e CA) ao modelo 3, explicou o desempenho físico

no grupo controle em 47%, já no grupo com DP em 67%; ou seja, o aumento da

adiposidade na região abdominal pode levar a uma piora da capacidade física

do paciente com DP.

Inserido a força de preensão manual (FPM), para o grupo controle no

modelo final explicou 53% da capacidade funcional e para o grupo DP 68%. Para

o grupo DP subiu apenas 1% do modelo três, isto pode ser explicado pela

diminuição da FPM dos próprios pacientes em relação ao controle. Diversos

estudos (Gariballa & Alessa, 2017; Günther, Bürger, Rickert, Crispin, & Schulz,

2008), Alonso et al., (2018) utilizam o teste de preensão manual como preditor

do estado geral de força. (Alonso et al., 2018). Portanto, é possível dizer que o

aumento da ingestão de AGE está relacionado com a diminuição da força em

pacientes com DP, como já descrito anteriormente.

Limitações do estudo estão relacionadas a própria doença que é

multifatorial com muitas variáveis preditores inter-relacionadas. Porém este

trabalho abre perspectivas para novos estudos inter-relacionando a nutrição e

as capacidades cognitivas e motoras, com avaliações mais direcionadas ao

Parkinson por exemplo.

As principais implicações clínicas do estudo estão relacionadas a

importância da realização da avaliações e tratamentos multidisciplinares do

paciente com DP, caso contrário, não será possível visualizar todos os seus

problemas e as inter-relações entre eles. A visão fragmentada da DP é,

indiscutivelmente, uma das principais causas de polifarmácia e iatrogenia que

tanto os prejudicam. Além disto, os achados nos mostram que uma maior

apreciação das limitações cognitivas e funcionais associadas às diferentes

variáveis inerentes ao paciente com DP, pode orientar as intervenções que

devem ser multidisciplinares, como com o objetivo de retardar o declínio

funcional e retardo da progressão da doença. Quando se trata do AGE, sugere-

se que a recomendação de dieta saudável e equilibrada, como baixo consumo

de AGE, possa ser uma importante conduta para diminuir a progressão da DP,

entretanto, mais estudos devem ser conduzidos para confirmar esses achados.

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Schenkman et al. (2009) evidenciam da importância quanto ao rastreamento

longitudinal de variáveis que influenciam a função motora e cognitiva de

pacientes com DP.

7. CONCLUSÃO

A despeito do consumo de AGE, Indivíduos com Parkinson apresentaram

menor força e consequentemente piora da capacidade funcional, sugerindo que

os efeitos dos AGEs podem ser exacerbados no organismo na vigência de uma

doença crônica, como o Parkinson. Indivíduos controles apresentaram maior

formação e tendência a consumir mais AGE quando comparado aos pacientes

com Parkinson; entretanto, nenhuma correlação entre AGE e outras variáveis

foram encontradas no grupo controle.

Desta forma, sugere-se que a recomendação de dieta saudável e

equilibrada, como baixo consumo de AGE, possa ser uma importante conduta

para diminuir a progressão da doença de Parkinson, entretanto, mais estudos

devem ser conduzidos para confirmar esses achados.

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ANEXO A

TÍTULO DA PESQUISA: PRODUTOS DE GLICAÇÃO AVANÇADA, CAPACIDADE FUNCIONAL E COGNITIVA EM PORTADORES DA DOENÇA

DE PARKINSON TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Eu_________________________________,_____anos,RG___________________,residente___________________________________________________________, telefone _____________________, abaixo assinado, dou meu consentimento livre e esclarecido para participar como voluntário(a) da atividade de campo citada acima, sob responsabilidade da aluna da Pós-Graduação Stricto Senso em Ciências do Envelhecimento da Universidade São Judas Tadeu (USJT): Jenifer Kristina Alves de Almeida. O trabalho é de cunho acadêmico e está sendo orientado pela Profa. Dra. Adriana Machado Saldiba de Lima. Assinando este termo de Consentimento estou ciente de que: 1. Concordo em ser participante da pesquisa, sendo que posso desistir a qualquer momento, sem nenhum prejuízo. 2.O objetivo geral da pesquisa é estimar o consumo de produtos de glicação avançada em portadores ou não da doença de Parkinson e correlacionar com sua função cognitiva. 3. Serão utilizados materiais para a coleta de informações, um questionário de caracterização pessoal e um roteiro de entrevista contendo perguntas referentes ao consumo alimentar, cognição, função motora, além da verificação do peso, altura e circunferência abdominal, cujo tempo de preenchimento é de aproximadamente 30 minutos. 4. A pesquisa é considerada de risco mínimo, porém se este procedimento gerar desconforto, constrangimento ou outra situação desagradável qualquer, a minha participação poderá ser interrompida, a qualquer momento, sem qualquer prejuízo para qualquer das partes. 5. Os benefícios diretos obtidos por minha participação são: O conhecimento do grau de comprometimento referente à função motora e cognitiva caracterizada pelo envelhecimento e conhecer o meu estado nutricional, bem como a possível relação entre ambos e, com isso receberei orientações nutricionais a fim de melhorar a minha qualidade de vida como paciente portador de Parkinson ou não. 6. Minha participação na pesquisa é voluntária, não receberei qualquer forma de remuneração. 7.Meus dados pessoais serão mantidos em sigilo e os resultados gerais obtidos por meio da pesquisa serão utilizados apenas para alcançar os objetivos do trabalho, expostos acima, incluída sua divulgação em eventos científicos e publicação na forma de artigos em revistas.

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8. Poderei entrar em contato com a responsável pela pesquisa, Profa. Dra. Adriana Machado Saldiba de Lima, sempre que julgar necessário pelo telefone (11) 2799-1767 para esclarecer eventuais dúvidas sobre a atividade ou com o Comitê de Ética da Universidade São Judas Tadeu pelo telefone (11) 2799.1944 ou e-mail: [email protected]. 9. O arquivamento dos materiais coletados durante a pesquisa obedecerá às leis vigentes ficando sua guarda e proteção sob responsabilidade do pesquisador, por cinco anos, e disponível para consulta do comitê de ética quando este julgar necessário. 10.O presente documento deverá ser assinado em duas vias de igual teor, sendo que uma ficará em poder do pesquisador e outra em poder do participante. Os participantes deverão rubricar todas as páginas do presente documento.Obtive todas as informações necessárias das pesquisadoras para poder decidir conscientemente sobre a minha participação na referida pesquisa.

São Paulo _____, de _______________ de 201__.

__________________________________________________ Nome e/ou assinatura do voluntário

______________________________________ Adriana Machado Saldiba de Lima

End.: Rua Taquari, 546. Mooca – São Paulo – SP e-mail: [email protected] Telefone: 11-2799-1767

_____________________________________ Jenifer Kristina Alves de Almeida

Aluna - RA: 8162258717 e-mail: [email protected]

Cel: (11) 98818-4885

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ANEXO B

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ANEXO C

RECORDATÓRIO ALIMENTAR

DATA: RECORDATÓRIO DE 24H

Refeição/horário Alimentos - Quantidades Forma de cocção

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DATA: RECORDATÓRIO DE 48H

Refeição/horário Alimentos - Quantidades Forma de cocção

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DATA: RECORDATÓRIO HABITUAL

Refeição/horário Alimentos - Quantidades Forma de cocção

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ANEXO D Avaliação de Cognição Montreal

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ANEXO E Escala Unificada de Avaliação para Doença de Parkinson

III) EXAME MOTOR 1) Fala 0 = Normal

1 = Perda discreta da expressão, do volume ou da dicção.

2 = Comprometimento moderado. Arrastado, monótono, mas compreensível.

3 = Comprometimento grave, difícil de ser entendido.

4 = Incompreensível.

2) Expressão facial 0 = Normal

1 = Hipomimia mínima.

2 = Diminuição pequena, mas anormal, da expressão facial.

3 = Hipomimia moderada, lábio caídos/afastados por algum tempo.

4 = Fácies em máscara ou fixa, com perda grave ou total da expressão facial.

Lábios afastados ¼ de polegada ou mais.

3) Tremor de repouso 0 = Ausente

1 = Presente, mas infreqüente ou leve.

2 = Persistente, mas de pequena amplitude. Ou moderado em amplitude, mas

presente de maneira intermitente.

3 = Moderado em amplitude mas presente a maior parte do tempo

4 = Com grande amplitude e presente a maior parte do tempo.

4) Tremor postural ou de ação das mãos 0 = Ausente

1 = Leve, presente com a ação.

2 = Moderado em amplitude, presente com a ação.

3 = Moderado em amplitude tanto na ação como mantendo uma postura.

4 = Grande amplitude, interferindo com a alimentação.

5) Rigidez (movimento passivo das grandes articulações, paciente sentado e relaxado).

0 = Ausente

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1 = Pequena ou detectável somente quando ativado por movimento em espelhos

outros.

2 = Leve e moderado.

3 = Marcante, mas pode realizar movimento completo da articulação.

4 = Grave, e o movimento completo da articulação se consegue com grande

dificuldade.

6) Bater dedos continuamente – finger taps (paciente bate o polegar no dedo indicador em seqüências rápidas com a maior amplitude possível, uma mão de cada vez).

0 = Normal

1 = Leve lentidão e/ou redução da amplitude.

2 = Comprometimento moderado. Fadiga precoce e bem clara. Pode ter paradas

ocasionais durante o movimento.

3 = Comprometimento grave. Hesitação freqüente para iniciar o movimento, ou

paradas durante o movimento que está realizando.

4 = Realiza o teste com grande dificuldade quase não conseguindo.

7) Movimentos das mãos (paciente abre e fecha as mãos em rápidos movimentos sucessivos e com a maior amplitude possível, uma mão de cada vez).

0 = Normal

1 = Lentidão leve e/ou redução em amplitude.

2 = Comprometimento moderado. Fadiga precoce bem clara. Pode ter paradas

ocasionais durante o movimento.

3 = Comprometimento grave. Hesitação freqüente para iniciar o movimento, ou

paradas durante o movimento que está realizando.

4 = Realiza o teste com grande dificuldade quase não conseguindo.

8) Movimentos rápidos alternados das mãos (movimentos de pronação e supinação das mãos, verticalmente ou horizontalmente, com a maior amplitude possível, as duas mãos simultaneamente).

0 = Normal

1 = Lentidão leve e/ou redução em amplitude.

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2 = Comprometimento moderado. Fadiga precoce bem clara. Pode ter paradas

ocasionais durante o movimento.

3 = Comprometimento grave. Hesitação freqüente para iniciar o movimento, ou

paradas durante o movimento que está realizando.

4 = Realiza o teste com grande dificuldade quase não conseguindo.

9) Agilidade da perna (paciente bate com o calcanhar no chão em sucessões rápidas, levantando toda a perna; a amplitude do movimento deve ser de cerca de 3 polegadas).

0 = Normal

1 = Lentidão leve e/ou redução em amplitude.

2 = Comprometimento moderado. Fadiga precoce bem clara. Pode ter paradas

ocasionais durante o movimento.

3 = Comprometimento grave. Hesitação freqüente em iniciar o movimento, ou

paradas freq6uentes durante o movimento.

4 = Realiza o teste com grande dificuldade, quase não conseguindo.

10) Levantar de uma cadeira (paciente tenta levantar-se de uma cadeira de espaldo reto, de madeira ou ferro, com os braços cruzados em frente alo peito).

0 = Normal

1 = Lento; ou pode precisar de mais de uma tentativa.

2 = Levanta-se apoiando os braços na cadeira.

3 = Tende a cair para trás, e pode tentar se levantar mais de uma vez, mas

consegue se levantar.

4 = Incapaz de levantar-se sem ajuda.

11) Postura 0 = Normal em posição ereta.

1 = Não bem ereto, levemente curvado para frente (stooped); pode ser normal

para pessoas mais velhas.

2 = Moderadamente curvado para frente, definitivamente anormal, pode inclinar-

se um pouco para os lados.

3 = Acentuadamente curvado para frente com cifose, inclinação moderada para

um dos lados.

4 = Bem fletido com anormalidade acentuada na postura.

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12) Marcha 0 = Normal

1 = Anda lentamente; pode arrastar os pés com pequenas passadas, mas não

há festinação ou propulsão.

2 = Anda com dificuldade, mas precisa de pouca ajuda ou nenhuma; pode

apresentar alguma festinação, passos curtos, ou propulsão.

3 = Comprometimento grave da marcha, necessitando de ajuda.

4 = Não consegue andar sozinho, mesmo com ajuda.

13) Estabilidade postural (respostas a deslocamento súbito para trás, puxando os ombros, com paciente ereto, de olhos abertos, pés um pouco separados; o paciente deve ser informado a respeito do teste).

0 = Normal

1 = Retropulsão, mas se recupera sem ajuda.

2 = Ausência de resposta postural; cairia se não fosse ajudado pelo examinador.

3 = Muito instável; a perder o equilíbrio espontaneamente.

4 = Incapaz de ficar ereto sem ajuda.

14) Bradicinesia e hipocinesia corporal (combinando hesitação, diminuição do balançar dos braços, pequena amplitude e pobreza de movimentos em geral).

0 = Nenhum

1 = Lentidão mínima. Podia ser normal em algumas pessoas. Possível redução

na amplitude.

2 = Movimento definitivamente anormal. Pobreza de movimento e um certo grau

de lentidão.

3 = Lentidão moderada. Pobreza de movimento ou com pequena amplitude.

4 = Lentidão acentuada. Pobreza de movimento ou com pequena amplitude.

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ANEXO F

Short Physical Performance Battery (SPPB)

R 1. Teste de equilíbrio (O participante deve conseguir ficar em pé sem ajuda da

bengala ou do andador. Você pode ajudar o participante a se levantar. Agora

vamos começar a avaliação. Eu gostaria que você tentasse realizar diferentes

movimentos. Primeiro eu irei descrever e mostrar cada movimento a você. Então

eu gostaria que você tentasse fazê-los. Se você não puder fazer um determinado

movimento, ou sentir-se inseguro para realizá-lo, diga-me e nós iremos para o

próximo movimento. Gostaria de deixar bem claro que eu não quero que você

tente fazer qualquer exercício se não se sentir seguro. Você tem alguma

pergunta antes de começarmos?). * Marque a opção "99.NR" caso o participante

seja incapaz de realizar o teste de desempenho físico. *

R 1A. Em pé com os pés juntos em paralelos. Agora eu lhe mostrarei o primeiro

movimento. (Demonstre) Eu quero que você tente ficar em pé com seus pés

juntos, um ao lado do outro, por aproximadamente 10 segundos. Você pode usar

seus braços, dobrar seus joelhos ou mover seu corpo para manter o equilíbrio,

mas tente não mover seus pés. Tente manter-se nesta posição até que eu diga

para você parar. Fique perto do participante para ajudá-lo/la a ficar na posição

de pés em paralelos. Dê somente o suporte necessário ao braço do participante

para prevenir perda de equilíbrio. Quando o participante tiver seus pés juntos,

pergunte “Você está pronto?” Então solte-o e comece a marcar o tempo assim

que você disser “Pronto, comece.” Pare o cronômetro e diga “Pare” depois de 10

segundos, ou quando o participante sair da posição ou segurar o seu braço. Se

o participante não conseguir se manter na posição por 10 segundos, marque o

resultado e prossiga para o teste de velocidade de marcha.

( )1 ponto (manteve a posição por 10 segundos)

( )0 ponto (não manteve a posição por 10 segundos)

( )0 ponto (não tentou)

( )99. NR

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R 1B. Em pé com os pés semi-alinhados *

Agora eu irei lhe mostrar o segundo movimento. Agora eu quero que você tente

ficar em pé com o lado do calcanhar de um pé tocando o dedão do outro pé por

aproximadamente 10 segundos. Você pode colocar tanto um pé quanto o outro

na frente, o que for mais confortável para você. Fique perto do participante para

ajudá-lo/la a ficar na posição de Pés Semi-Alinhados.

( )1 ponto (manteve a posição por 10 segundos)

( )0 ponto (não manteve a posição por 10 segundos)

( )0 ponto (não tentou)

( )99. NR

R 1C. Em pé com os pés alinhados um à frente do outro *

Agora eu irei lhe mostrar o terceiro movimento. (Demonstre) Agora eu quero que

você tente ficar em pé com o calcanhar de um dos pés na frente do outro,

tocando os dedos deste pé por aproximadamente 10 segundos. Você pode

colocar qualquer um dos pés na frente, o que for mais confortável para você.

Fique perto do participante para ajudá-lo/la a ficar na posição de Pés Alinhados

( )0 ponto (Não realizou o teste, ou posição mantida por < 3 seg)

( )1 ponto (manteve a posição por 3 a 9,99 segundos)

( )2 pontos (manteve a posição 10 segundos)

( )99. NR

R 1D. Se o participante não realizou o teste ou falhou, marque o motivo:

Agora eu irei lhe mostrar o terceiro movimento. (Demonstre) Agora eu quero que

você tente ficar em pé com o calcanhar de um dos pés na frente do outro,

tocando os dedos deste pé por aproximadamente 10 segundos. Você pode

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colocar qualquer um dos pés na frente, o que for mais confortável para você.

Fique perto do participante para ajudá-lo/la a ficar na p

( )1-Tentou, mas não conseguiu

( )2-Participante não pode manter-se na posição sem ajuda

( )3-Não tentou, você não sentiu segurança

( )4-Não tentou, o participante sentiu-se inseguro

( )7-Participante se recusou

( )99. NR

R 1E. Pontuação Total nos Testes de Equilíbrio *

Sua resposta

R.2- Teste de Velocidade de Marcha (Agora eu irei observar como você

normalmente anda. Se você usa bengala ou outro meio auxiliar de marcha, pode

utilizá-lo caso sinta necessidade para caminhar esta pequena distância). *

R 2A. Primeiro Teste de Velocidade de Marcha Este é o nosso trajeto de

caminhada. Eu quero que você caminhe até a linha final na sua velocidade de

costume, como se você estivesse andando na rua para ir a uma loja. Demonstre

o trajeto para o participante. Caminhe todo o trajeto até ultrapassar a linha final

antes de parar. Eu caminharei com você. Você sente que assim será seguro?

Posicione o participante em pé com ambos os pés tocando a linha de saída.

Quando eu quiser que você comece eu direi: “Pronto, comece”. Quando o

participante confirmar estas instruções diga: “Pronto, comece”. Aperte o botão

start/stop do cronômetro assim que o participante começar a andar. Caminhe ao

lado e logo atrás do participante. Pare de marcar o tempo quando um dos pés

do participante ultrapassar completamente a linha final. Anote abaixo: Tempo

para 4 metros: __ __. __ __ seg

R 2B. Auxílio para a primeira caminhada *

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( )Nenhum

( )Bengala

( )99. NR

R 2C. Segundo Teste de Velocidade de Marcha *

Agora eu quero que você repita a caminhada. Lembre-se de andar em seu ritmo

de costume e percorra todo o trajeto até o final. Tempo para 4 metros: __ __. __

__ seg

Sua resposta

R 2E. Qual foi o tempo mais rápido entre as duas caminhadas? *

Marque o melhor dos dois tempos (Se somente uma caminhada foi realizada,

marque este tempo)

Sua resposta

R 2F. Para 4 metros de caminhada: *

Marque o melhor dos dois tempos (Se somente uma caminhada foi realizada,

marque este tempo)

( ) 0 ponto (Se o participante não conseguiu realizar a caminhada)

( )1 ponto (Se o tempo for maior que 8,70 segundos)

( )2 pontos (Se o tempo for de 6,21 a 8,70 segundos)

( )3 pontos (Se o tempo for de 4,82 a 6,20 segundos)

( )4 pontos (Se o tempo for menor que 4,82 segundos)

( )99. NR

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R 3. Teste de Levantar da Cadeira (Vamos fazer o último teste. Você se sentiria

seguro em tentar levantar da cadeira sem usar seus braços? O próximo teste

mede a força de suas pernas. Primeiro, cruze seus braços sobre o tórax e sente-

se com os pés apoiados no chão; então se levante mantendo os braços cruzados

sobre o tórax. Por favor, levante-se mantendo os braços cruzados sobre o tórax.

(Anote o resultado). Se o participante não puder levantar-se sem usar os braços,

diga “Tudo bem, tente levantar-se usando os braços”. Este é o fim do teste.

Registre o resultado e prossiga para o formulário de pontuação. *

R 3A. Levantar da Cadeira Repetidas Vezes (Você se sentiria seguro tentando

levantar-se de uma cadeira cinco vezes sem usar os braços?: Por favor, levante-

se o mais RÁPIDO possível, cinco vezes seguido, sem parar entre as repetições.

Cada vez que se levantar, sente-se e levante-se novamente. Mantenha os

braços cruzados sobre o tórax. Eu estarei marcando o tempo com um

cronômetro. Quando o participante estiver sentado adequadamente diga:

“Pronto, Levante-se” e comece a marcar o tempo. Conte em voz alta cada vez

que o participante se levantar, até a quinta vez. Pare se o participante ficar

cansado ou com a respiração ofegante ao sentar e levantar-se repetidas vezes.

Pare o cronômetro quando ele/ela levantar-se completamente pela quinta vez.

Também pare: - Se o participante usar os braços - Após um minuto, se o

participante não completar os movimentos. - Quando achar que é necessário

para a segurança do participante. Se o participante parar e parecer cansado

antes de completar os cinco movimentos, confirme isto perguntando “Você tem

condições de continuar?” Se o participante disser “Sim”, continue marcando o

tempo. Se o participante disser “Não”, pare e zere o cronômetro.)

( )Sim ( )Não 0 ponto (fim do teste) 99. NR

( )Levantou-se sem ajuda e com segurança

( )Participante levantou-se sem usar os braços (se SIM, vá para o teste levantar

da cadeira repetidas vezes)

( )Participante usou os braços para levantar-se (Finalize o teste, pontue 0 ponto)

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( )Teste não completado (Finalize o teste, pontue 0 ponto)

( )Levantou-se as cinco vezes com segurança

R 3B. Levantou-se as cinco vezes com êxito, marque o tempo em segundos. *

Tempo para levantar-se cinco vezes (em segundos)

R 3C. Pontuação do Teste de Levantar da Cadeira Repetidas Vezes *

Tempo para levantar-se cinco vezes (em segundos)

0 ponto (Participante não conseguiu levantar-se cinco vezes ou completou o

teste em >60 segundos)

1 ponto (Se o tempo do teste for 16,70 segundos ou mais)

2 pontos (Se o tempo do teste for de 13,70 a 16,69 segundos)

3 pontos (Se o tempo do teste for de 11,20 a 13,69 segundos)

4 pontos (Se o tempo do teste for de 11,19 segundos ou menos)

99. NR

R 3D. Pontuação Completa para os Testes Rápidos de Desempenho Físico *

Pontuação Total do Teste de Equilíbrio ______ pontos

R 3E. Pontuação do Teste de Velocidade de Marcha ______ pontos *

Sua resposta

R 3F. Pontuação do Teste de Levantar da Cadeira ______ pontos *

R 3G. Pontuação total (some os pontos acima) * Total (soma de todos os

pontos obtidos): 0 a 3 pontos = desempenho muito ruim 4 a 6 pontos = baixo

desempenho 7 a 9 pontos = moderado desempenho 10 a 12 pontos = bom

desempenho

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ANEXO G

Medicamentos Utilizados pelos pacientes com Doença de Parkinson (DP)

Indivíduos com DP

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Total

Prolopa

16

Mirapex

1

Atenolol

3

Rivotril

1

Mantidan

2

AAS

4

Januvia

1

Losartana

2

Insulina

1

Enalapril

1

Levodopa

2

Metformina

2

Carbidopa

1

Sinvastatina

3

Bipirodeno

2

Clonazepam

1

Propanolol

1

Glicamida

1

Galvus

2

Sinvascor

1

Anlodipina

2

Pressat

1

Não lembram do nome do

medicamento

1

5

4

2

1 2 1 1 4 2

23

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ANEXO H

Medicamentos Utilizados pelos indivíduos do grupo controle

Indivíduos Controle

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Total

Omeprazol 2

AAS 1

Losartana 3

Enalapril 2

Sinvastatina 3

Marevan 1

Atorvastatina 3

Puran T4 2

Não lembram do nome do medicamento

2 1 1 1 1 2 2 1 1 1 13

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ANEXO I

Principais Doenças Crônicas Associadas entre os grupos controle e com Doença de Parkinson (DP)

Indivíduos com DP

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Total

Colesterol Elevado

3

Triglicérides Elevado

2

Cardiopatia 0

Hipertensão 7

Diabetes 4

Indivíduos Controle

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Total

Colesterol Elevado

8

Triglicérides Elevado

1

Cardiopatia 0

Hipertensão 5

Diabetes 0