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Planejamento e Controle da Produção

Teoria e Prática

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2 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

Compras

Pedidos de Compras

Planejamento Estratégico da Produção

Plano de Produção

Planejamento-mestre da Produção

Plano-mestre de Produção

Programação da ProduçãoAdministração dos EstoquesSeqüenciamentoEmissão e Liberação

Ordens de Compras

Ordens de Fabricação

Ordens de Montagem

Fabricação e MontagemEstoques

Clientes

Marketing

Engenharia

Fornecedores

Aco

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ha

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trole

da

Pro

du

ção

Previsão de Vendas

Pedidos em Carteira

Estrutura do Produto

Roteiro de Fabricação

Avaliação de Desempenho

Fluxo de Informações e PCP

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3 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

Programação Empurrada x Puxada

Previsão da Demanda

Planejamento-mestre da Produção - PMP

Planejamento das Necessidades de Materiais - MRP

Emitir OC - OF - OM

Programação Empurrada

Programação Puxada

Seqüenciar - APS

Dimensionar SM

Operar Sistema Kanban

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4 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

Programação Empurrada

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5 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

Programação Puxada1

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6 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

Flexibilidade na Programação da Produção

Empurrado

Total

Volume/Mix

Congelada

Atividades

Plano de Produção

Plano-mestre

Programação

Puxado

Total

Volume/Mix

Mix

Prazos

Longo Prazo

Médio Prazo

Curto Prazo

FlexibilidadePCP

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7 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

Flexibilidade na Programação da Produção

Como os sistemas empurrados fixam um conjunto de ordens em sua programação, não há espaço para qualquer flexibilização, de mix ou de volume, do programa para atender variações da demanda real em relação à prevista no curto prazo, nem atender alterações nos tempos reais de conclusão das operações Mesmo que se pense em automatizações (caras) do sistema de

programação, integrando o APS com o chão de fábrica, as variações aleatórias da demanda e a complexidade dos roteiros nos sistemas produtivos em lotes, farão com que o executado seja diferente do planejado

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8 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

Flexibilidade na Programação da Produção

Nos sistemas de programação puxados, como a determinação do que realmente produzir não é definido a não ser quando do consumo dos itens pelo cliente, existe ainda no curto prazo a flexibilidade de mix tendo se planejado em cima de previsões a capacidade da

máquina, a disponibilidade de matéria-prima e de mão-de-obra, tanto faz produzir o item A ou B de uma família de itens

Também haveria um pequeno espaço para a flexibilidade de volume quando se pensa que o sistema puxado permite que se identifique a qualquer momento uma mudança no patamar da demanda, possibilitando correções diárias durante a semana, de forma a evitar o acúmulo de atrasos na sexta feira, característico do sistema empurrado

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9 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

Flexibilidade na Programação da Produção

Em teoria, se o sistema produtivo consegue reproduzir os tempos das rotinas de operações-padrão, conforme cadastrado no banco de dados do ERP, e a demanda se comportar conforme o previsto no PMP, condições essas difíceis de serem encontradas na prática, tanto faz empurrar ou puxar uma programação da produção Nesse caso se tem uma manufatura realmente

enxuta, ou seja, o planejado para a demanda e para o sistema produtivo acontece no dia a dia

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10 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

Minha Fábrica de Canetas

TampaVermelhaL = 4 pç

TampaAzul

L = 4 pç

CorpoL = 4 pç

ProduçãoPeças2 pç/t

TampaVermelhaL = 4 pç

TampaAzul

L = 4 pç

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MontagemCanetas

1 pç/t

Caneta Vermelha

Caneta Azul

Estoque MP Estoque PÇVendas

1 caneta/t

50%

50%

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11 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

Minha Fábrica de Canetas

TampaVermelhaL = 4 pç

TampaAzul

L = 4 pç

CorpoL = 4 pç

ProduçãoPeças2 pç/t

TampaVermelhaL = 4 pç

TampaAzul

L = 4 pç

CorpoL = 4 pç

MontagemCanetas

1 pç/t

Caneta Vermelha

Caneta Azul

Estoque MP Estoque PÇVendas

1 caneta/t

50%

50%

Fornecedor Cliente

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12 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

Minha Fábrica de Canetas

TampaVermelhaL = 4 pç

TampaAzul

L = 4 pç

CorpoL = 4 pç

ProduçãoPeças2 pç/t

TampaVermelhaL = 4 pç

TampaAzul

L = 4 pç

CorpoL = 4 pç

MontagemCanetas

1 pç/t

Caneta Vermelha

Caneta Azul

Estoque MP Estoque PÇVendas

1 caneta/t

50%

50%

Programade Montagem JIT

Programade Fabricação

Fornecedor Cliente

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13 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

Minha Fábrica de Canetas

O que um sistema produtivo operando com uma programação empurrada faria para resolver o problema da falta de flexibilidade no curto prazo? Postergar a entrega ao cliente até que o estoque se normalize Correr até a injetora e pegar as peças (quebrar o tamanho do

lote) necessárias para atender a falta Aumentar o nível inicial de estoques de peças para evitar a

falta ou montar um estoque de produtos acabados como segurança para atender ao cliente final

Essas três alternativas aumentam os custos do sistema produtivo, tornando-o menos eficiente

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14 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

Minha Fábrica de Canetas

TampaVermelhaL = 4 pç

TampaAzul

L = 4 pç

CorpoL = 4 pç

ProduçãoPeças2 pç/t

TampaVermelha2L = 2 pç

TampaAzul

2L = 2 pç

Corpo2L = 2 pç

MontagemCanetas

1 pç/t

Caneta Vermelha

Caneta Azul

Estoque MP Estoque PÇVendas

1 caneta/t

50%

50%

Programade Montagem JIT

Fornecedor Cliente

Kanban

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15 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

Minha Fábrica de Canetas

Logo na primeira rodada ocorre uma situação importante de ser discutida nessa lógica de programação, que diferencia a programação empurrada da puxada Como no supermercado foram dimensionados inicialmente dois lotes

de duas peças para cada uma das peças, e na primeira montagem de canetas, independente da cor, se retira uma tampa e um corpo desse estoque, nenhum contenedor se esvazia, o que significa que a injetora não precisa injetar nada nessa primeira rodada

Em resumo, a programação puxada opera de forma que se o cliente está abastecido, o fornecedor não deve produzir mais nada

Essa regra básica garante que o nível máximo de estoques no supermercado não irá passar da quantidade projetada pelo PCP para dar cobertura à demanda prevista

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16 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

Minha Fábrica de Canetas

Em situações práticas de implantação da programação puxada em sistemas produtivos onde estão sendo usados grandes equipamentos (custos fixos altos), ou em equipamentos tidos como gargalos em picos sazonais (falta de capacidade), há dificuldade em se aplicar (e explicar) essa regra, pois a gerência tem medo de que os custos produtivos aumentem (produção menor, custos fixos maiores) ou que venha a faltar capacidade no futuro (gargalo) Ações no sentido de se obter reduções nos tamanhos dos lotes, via

TRF, e um dimensionamento correto dos supermercados, com um nível razoável de segurança inicial, são requisitos para aplicação dessa regra com sucesso nesses casos

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17 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

Minha Fábrica de Canetas

A partir da primeira rodada sempre se terá um contenedor, às vezes dois, se esvaziando e indo para a fila de programação da injetora, o que significa que a injetora não irá mais ficar ociosa Além disso, como a produção do fornecedor está nivelada com o

consumo do cliente (duas peças por unidade de tempo), e foram dimensionados dois contenedores por tipo de peça para cobertura da demanda, sempre haverá tempo para um contenedor da peça que foi para a injetora retornar cheio ao supermercado antes que o cliente fique desabastecido dessa peça

Em resumo, independe da demanda que ocorrer (vermelha ou azul) nunca faltará peças para a montagem, bem como nunca os estoques serão superiores a quatro peças

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18 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

Dispositivos do Sistema Kanban

A lógica de programação puxada é normalmente operacionalizada com o sistema kanban Esse sistema de programação foi inicialmente pensado

por Taiichi Ohno, na década de 60, então gerente de um setor da montadora Toyota no Japão, com base no sistema de atendimento ao cliente e na reposição de estoques das prateleiras dos supermercados que, na época, estavam sendo implantados em substituição aos antigos armazéns

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19 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

Dispositivos do Sistema Kanban

Posto Fornecedor

K

Posto Cliente

Quadro Porta Kanban

K K K

P1 P2 P3 Pn

K

K

K

Supermercado

Existem várias formas de se trabalhar a programação puxada via sistema kanban, sendo que na forma padrão os dispositivos normalmente empregados são

Cartão kanban Painel ou quadro kanban Contenedor Supermercado

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20 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

Cartão Kanban de Produção

No. prateleira estocagem

Processo Centro de trabalho

Cod. do item

Nome do item

Tamanho do lote

No. de emissão

Tipo de contenedor

Materiais necessários

codigo locação

O cartão kanban de produção ou de montagem, também chamado de kanban em processo, é empregado para autorizar a fabricação ou montagem de determinado lote de itens

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21 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

Cartão Kanban de Produção

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22 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

Cartão Kanban de Movimentação

Também chamado de cartão kanban de transporte, retirada ou requisição. Permite que as movimentações de itens dentro da fábrica sejam incluídas na lógica do sistema puxado. Desta forma, o fluxo de informações para a movimentação, assim como para a produção, se dá sem a interferência do pessoal do PCP

Centro de trabalho Cod. do item

Nome do item

Tamanho do lote

No. de emissão

Tipo de contenedor

fornecedor

cliente Centro de trabalho

Localização no estoque

Localização no estoque

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23 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

Cartão Kanban de Movimentação

SupermercadoFornecedor

Posto Fornecedor Posto Cliente

Kp

Quadro Porta Kanban

P1 P2 P3 Pn

Kp Kp Kp

Kp

Kp

Kp Km

SupermercadoCliente

Km

Km

Km

Km

Km

Km

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24 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

Cartão Kanban de Fornecedor

O uso do sistema puxado com os fornecedores simplifica e racionaliza todas as atividades logísticas de reposição dos itens comprados, visto que os fornecedores parceiros ficam previamente autorizados a reporem os lotes padrões, na maioria das vezes diretamente na linha de produção do cliente, a partir do recebimento dos cartões kanban

Código do item

Nome do item

Tamanho do lote No. deemissão

Tipo decontenedor

Nome e códigodo fornecedor

Centro de trabalho

para entrega

Local estocagem

Horários deentregas

Ciclo deentregas

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25 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

Painel ou Quadro Porta Kanban

Função de sinalizar o fluxo de movimentação e consumo dos itens a partir da fixação dos cartões

P1 P2 P3 P4 Pn

Condições Normaisde

Operação

Requer Atenção

Requer Urgência

Número Totalde Kanbans

Ponto dePedido

Estoque deSegurança

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26 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

Painel ou Quadro Porta Kanban

Essas três faixas são utilizadas para seqüenciar de forma visual a reposição dos supermercados, na medida em que quanto mais perto da faixa vermelha os cartões de um item estiverem, mais urgente é a sua reposição Para administrar esse seqüenciamento, sempre que os clientes desse

supermercado forem retirando os contenedores com os lotes dos itens, os cartões kanban correspondentes devem ser afixados da faixa verde para a vermelha

Evitar que os cartões chequem na faixa vermelha, e, caso o cheguem, agir rapidamente para que o estoque desse item seja reposto no supermercado antes do cliente retornar para se abastecer

Nem sempre o lote de produção do fornecedor para repor o supermercado é unitário

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27 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

Painel ou Quadro Porta Kanban

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28 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

Painel ou Quadro Porta Kanban

Qua

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res

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Sempre que um tear é carregado com um cartão kanban, outro cartão é selecionado e retirado do quadro porta kanban e colocado na faixa vermelha do quadro de programação dos teares para que as atividades de preparação desse tear para receber o novo lote sejam disparadas

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29 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

Supermercado

Local predeterminado de armazenagem onde os contenedores com os lotes padrões e os cartões kanban dos itens são colocados à disposição dos clientes Como a implantação do sistema kanban tende a diminuir a quantidade de

itens estocados, pela redução do tamanho e pelo aumento do giro dos lotes, os supermercados podem ser posicionados dentro do chão de fábrica, o mais perto possível dos fornecedores e clientes, evitando-se os almoxarifados centrais, com a vantagem de se acelerar os tempos de movimentação na entrega e no consumo dos lotes, que por si só levam a nova redução dos estoques, num ciclo de melhoramentos contínuos pregado pela ME

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30 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

Supermercado e Contenedores

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31 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

Supermercado e Contenedores

Onde se está implantando o sistema kanban em substituição a um sistema logístico já existente, é importante procurar mudar o mínimo possível à situação atual, adaptando os atuais contenedores e locais de armazenagem, evitando assim resistências iniciais e demoras desnecessárias na implantação Na maioria das vezes o sistema antigo continuará a valer

para determinado grupo de itens onde não se aplica a programação puxada

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32 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

Supermercado e Contenedores

Como o sistema kanban planeja com antecedência uma quantidade de contenedores, ou lotes, padrão para cada item no período de programação, bem como padroniza o próprio lote de produção e armazenagem, apesar de não ser exclusividade do sistema kanban, fica mais fácil se aplicar os conceitos de organização, limpeza, padronização e disciplina aos estoques da empresa, conhecidos como os cinco S (seiri, seiton, seiso, seikettsu e shitsuke) da manufatura enxuta

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33 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

Outras Formas de Funcionamento

Qua

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Kanban contenedor Em situações onde existem contenedores específicos para

cada tipo de item, pode-se substituir o cartão kanban por um cartão afixado diretamente no contenedor com todas as informações necessárias a sua movimentação ou produção

Ao ser consumido os itens constantes desse contenedor pelo cliente, o contenedor ficará vazio e, de imediato, informará e autorizará ao fornecedor a sua reposição

Uma variante do kanban contenedor consiste em empregar um carrinho como sinal de kanban, visando facilitar a movimentação das peças, particularmente, para peças de grande porte

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34 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

Outras Formas de Funcionamento

Qua

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Kanban contenedor (Carrinho Kanban)

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35 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

Outras Formas de Funcionamento

Qua

drad

o K

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Quadrado kanban Esse sistema consiste em identificar no chão da fábrica um

espaço predefinido, ao lado do centro de trabalho, geralmente linhas de montagem, com capacidade para um número predeterminado de itens

A reposição se dará no momento em que esse quadrado kanban ficar vazio, sendo, então, preenchido todo o espaço do quadrado kanban com novos itens

Geralmente útil para peças grandes com formatos irregulares, como, por exemplo, quadros de motocicleta, de difícil colocação em um contenedor

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36 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

Outras Formas de Funcionamento

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Quadrado kanban

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37 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

Outras Formas de Funcionamento

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CONSUMO

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REPOSIÇÃO

Rotina operacional do quadrado kanban

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38 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

Outras Formas de Funcionamento

Qua

drad

o K

anba

n

Painel eletrônico O uso de painéis eletrônicos com lâmpadas coloridas

(verde, amarela e verde) para cada tipo de item, junto ao centro de trabalho produtor, pode ser empregado para acelerar o fluxo de informações em relação ao método de cartões kanban convencional, principalmente quando o local de consumo for distante do local de reposição

Neste método, um sistema computacional identifica o consumo e a produção dos itens, via coleta de código de barras, e compara o nível de estoques no momento da coleta com os níveis cadastrados referentes a cada faixa de sinalização. Na medida em que os níveis são atingidos, as luzes correspondentes são acionadas eletronicamente

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39 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

Outras Formas de Funcionamento

Qua

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n

Kanban informatizado Em sistemas onde existe uma quantidade muito grande

de itens, o kanban com sinalização visual no chão de fábrica fica inviável em função dos grandes espaços necessários

A solução consiste em passar toda a lógica de programação puxada, via níveis de prioridades, para dentro do computador

Nesse caso, o quadro porta kanban pode ser virtual, na tela do computador, ou pode-se trabalhar com relatórios filtrados por famílias de produtos ou por centros de trabalho, que representem o quadro, onde a sinalização de prioridades, inclusive com cores, deve ser respeitada

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40 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

Princípios Básicos

Planeje e monte um supermercado em função da demanda prevista

Defina junto com o cliente a demanda a ser atendida Monte um sistema de cálculo para acompanhamento periódico

O cliente só pode retirar do supermercado as quantidades necessárias, no momento em que forem necessárias

De preferência a retiradas de múltiplos de lotes padrões Limite o consumo imediato as quantidades previstas no

supermercado

O fornecedor só está autorizado a repor em múltiplos de lotes padrões as quantidades retiradas do supermercado

Evite a superprodução

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41 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

Dimensionamento do Sistema

Para o planejamento e a montagem dos supermercados que ficarão a disposição dos clientes no sistema kanban precisam-se definir duas variáveis: o tamanho do lote para cada cartão o número de lotes, ou cartões, que comporão o

supermercado desse item.

Em situações onde não é possível produzir lote a lote, deve-se definir também uma terceira variável que é o número de lotes de disparo da produção

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42 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

Dimensionamento do Sistema

Inicialmente, há necessidade de se estabelecer o tamanho do lote para cada item, pois com base nele é que se dimensionará o número total de lotes ou cartões circulando no sistema Em teoria, usar lote econômico e procurar trabalhar com lotes

menores possíveis (TRF e SCM) Na prática, existem alguns fatores do chão de fábrica

relacionados à logística de armazenagem e fornecimento que irão balizar a definição do tamanho do lote no sistema kanban

tamanho do contenedor tamanho do lote de produção do equipamento fornecedor limitações de peso para movimentações manuais dinâmica de consumo pelo cliente, etc.

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43 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

Dimensionamento do Sistema

Definidos os tamanhos dos lotes por cartão kanban, pode-se então projetar quantos desses lotes serão necessários no supermercado para manter sempre o cliente abastecido

Onde

Nk = Número total de cartões kanban no supermercado

D = Demanda média diária do item

Q = Tamanho do lote do cartão kanban

Nd = Número de dias de cobertura da demanda no supermercado

S = Segurança no sistema em percentual de cartões

)1( SNdQ

DNk

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44 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

Dimensionamento LSSP_PCP3

No jogo LSSP_PCP3 o lote do cartão kanban para as malhas acabadas e para as fixadas foi definido como tendo 120 quilos, ou seja, quatro rolos de 30 quilos cada, em função da capacidade dos três Jets disponíveis na tinturaria Cada saída de um lote kanban do supermercado

correspondente gera uma ordem de produção (fixação ou acabamento)

Já o lote do cartão kanban para as malhas cruas produzidas nos teares foi definido como tendo 30 quilos, ou seja, cada rolo tem seu cartão, sendo que os teares são programados de quatro em quarto kanbans (4 x 30 = 120 quilos), no sentido de cobrir a retirada de 120 quilos do supermercado de malhas cruas a cada vez que um ordem de fixação é programada

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45 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

Dimensionamento LSSP_PCP3

A demanda média diária dos itens para a fórmula de cálculo deve ser prevista Em geral se tem uma previsão para o mês, ou para a

semana, e se divide a mesma pelos dias úteis Caso o sistema seja montado apenas para itens de

demandas independentes, como produtos acabados, essa informação da previsão da demanda vem do mercado, ou do plano-mestre de produção

Para itens de demanda dependente, como os componentes e matérias-primas dentro da fábrica, é conveniente empregar um sistema MRP adaptado para o cálculo das necessidades futuras desses itens, que em geral já está instalado dentro do ERP da empresa para a programação empurrada

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46 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

Dimensionamento LSSP_PCP3

Adaptação do sistema MRP ao sistema kanban

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47 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

Dimensionamento LSSP_PCP3

Cálculo do supermercado de malhas fixadas

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48 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

Dimensionamento LSSP_PCP3

Na maioria das situações práticas, deve-se limitar em dois o número inferior de cartões no sistema, de forma que enquanto um cartão esteja no quadro para ser reposto, o outro estará com os itens no supermercado a disposição do cliente, no sentido de garantir um atendimento 100% das demandas No caso de se trabalhar com apenas um cartão, para itens

com demandas muito baixas, por exemplo, deve-se estabelecer uma regra de disparo do cartão para o quadro porta kanban antes do consumo total do lote padrão no supermercado

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49 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

Dimensionamento LSSP_PCP3

Como a ação de dimensionamento do sistema kanban é uma ação de planejamento de médio prazo uma vez atualizados os parâmetros do sistema, em geral semanalmente, o PCP deve verificar se o supermercado atual (SMatual) está compatível com o supermercado proposto (SMprop) para os períodos futuros Caso haja diferenças, ações preventivas devem ser tomadas

retirando ou colocando cartões para adequar o supermercado atual ao proposto

Em situações reais, como a dinâmica operacional do sistema kanban permite certa flexibilidade de volume, um percentual de variação, algo entre 10% e 20%, pode ser estabelecido como limite para disparar as retiradas ou colocações de cartões no sistema

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50 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

Dimensionamento na Prática

Quando se tem uma grande variedade de itens para ser administrado pelo sistema kanban, deve-se procurar aplicar dois conceitos gerenciais básicos no dimensionamento do sistema

1. Separar os itens segundo sua importância relativa (classificação ABC - VF)

2. Focalizar os recursos produtivos

Segundo a classificação ABC - VF em um conjunto grande de itens alguns poucos itens terão demandas grandes, seja em função da freqüência de consumo ou do volume consumido, enquanto outros muitos itens terão demandas pequenas, em função de sua baixa freqüência e baixo volume

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51 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

Dimensionamento na Prática

Com exceção dos itens de pedidos especiais, os itens nos quadrantes A e B são itens onde a implantação do sistema kanban é altamente recomendada, podendo-se focalizar os recursos produtivos aos mesmos

Sem setup x lotes menores x giro maior

Por outro lado, os itens do quadrante C podem ou não entrar no sistema puxado. Como eles apresentam demandas baixas, irão ocupar apenas uma pequena parte dos recursos produtivos envolvidos em sua fabricação, exigindo normalmente muitos setups

A aplicação do sistema kanban pode trazer resultados significativos na organização desses setups, aumentando a produtividade do setor

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52 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

Dimensionamento na Prática

Classe A 17 malhas76% dem

Classe B 23 malhas14% dem

Classe C

533 malhas

10% dem

Núm

ero

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53 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

Dimensionamento na Prática

Além do dimensionamento do número de cartões, a malharia necessitava também organizar os recursos produtivos para permitir que a produção, uma vez puxada pelo cliente, fosse respondida dentro dos períodos de cobertura projetados

Nesse sentido, a planilha de planejamento também dimensionava o número de teares que seriam focados a determinadas malhas

As malhas da classe A teriam vários teares a sua disposição As malhas da classe B teriam pelo menos um Enquanto as malhas da classe C seriam reunidas em grupos

com familiaridade de setups (matriz de setup) para ocuparem um tear

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54 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

Dimensionamento na Prática

Uma vez implantado o sistema como descrito acima, após algumas coleções, o nível de atendimento do cliente (Beneficiamento) que estava abaixo de 70% com a programação empurrada passou a ser de 100%

Toda a programação de montagem de malhas para o beneficiamento passou a ser atendida na semana da programação pelo fato de se ter um supermercado de malhas cruas já montado

Os estoques médios de malhas cruas, que chegaram a patamares de 150 ton para atender uma demanda média diária de 20 ton quando da programação empurrada, caíram para a faixa de 70 ton, ou seja, três dias e meio, e ficaram sob controle nesse nível

Essa queda foi decorrente do aumento de giro nas malhas das classes A e B

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55 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

Dimensionamento na Prática

Um outro indicador que mostra a eficácia da programação puxada quando bem planejada, diz respeito à sobra de malhas ao final de uma coleção

Por ano a empresa trabalhava com pelo menos quatro coleções principais. Na programação empurrada semanal que era praticada sobravam em média de 20 a 25 toneladas de malhas ao final de uma coleção, que perdiam seu valor de mercado

Com a implantação do sistema kanban e com o acompanhamento da demanda futura via planilha de cálculo foi possível reduzir essas sobras para cinco toneladas em média Retirando cartões do sistema na medida em que a demanda prevista

ia se reduzindo Esse momento era aproveitado pelo PCP para ir formando o

supermercado de malhas para a próxima coleção

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56 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

Dimensionamento na Prática

Muito mais do que uma fórmula de cálculo, a implantação do sistema kanban deve levar em consideração toda à racionalização da dinâmica de consumo, produção, movimentação e armazenagem dos itens no sistema produtivo

De uma forma ampla, o sistema puxado de programação está inserido no conceito de manufatura enxuta

Deve ser implantado por um grupo onde os diferentes participantes da cadeia produtiva estejam representados, incluindo obrigatoriamente o cliente, e entendam que paradigmas devem ser quebrados para que o sistema de programação puxada funcione de forma eficiente

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57 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

ME e Sistema Kanban O sistema kanban atua dentro do PCP no nível

operacional de curto prazo, exercendo as atividades de programação, acompanhamento e controle da produção, de forma simples, visual e direta, com a participação de todos os envolvidos nessa relação cliente fornecedor, contribuindo para a expansão da Manufatura Enxuta nos seguintes pontos

As funções de administração dos estoques (o que produzir, quanto produzir, quando produzir e com que segurança trabalhar) estão contidas dentro do próprio sistema de funcionamento do kanban e são negociadas e definidas pelo grupo de implantação, gerando compromissos fortes, principalmente quanto ao nível de demanda que o sistema montado tem potencial de atender

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58 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

ME e Sistema Kanban

O seqüenciamento do programa de produção segue as regras de prioridades estabelecidas pelas faixas de cores nos quadros porta kanban, sem a interferência do PCP, refletindo mais rapidamente as variações na demanda do posto cliente. Pode-se afirmar que é o sistema APS mais on line que existe no mercado. Desta forma, ao se utilizar os recursos produtivos apenas para demandas reais, se reduz os estoques especulativos e se acelera o ciclo de produção

A emissão das ordens pelo PCP se dá em um único momento, quando da confecção dos cartões kanban, sendo os mesmos reaproveitados dentro do ciclo de reposição dos itens. Quando conjugado à produção focalizada, os cartões kanban contêm apenas um conjunto mínimo de informações, suficientes para a produção e movimentação dos itens no sistema, contribuindo para a simplicidade operacional

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59 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

ME e Sistema Kanban

Assim como para o seqüenciamento, a liberação das ordens aos postos de trabalho se dá em nível de chão de fábrica, sem interferência do pessoal do PCP, o que simplifica e agiliza essa função. Os cartões kanban de reposição e movimentação são ordens de produção, compra e movimentação de itens administradas pelos próprios colaboradores e já liberadas sempre que forem afixadas nos quadros porta kanban

O sistema kanban permite, de forma simples, o acompanhamento e controle visual do programa de produção, sendo nesse sentido uma das ferramentas do controle visual da fábrica (Andon). O cumprimento das regras de funcionamento do sistema kanban garante que não serão formados estoques superiores, ou inferiores, aos projetados para atender a um programa de produção. A gerência, recorrendo visualmente aos quadros porta kanban, sabe de imediato quanto de trabalho é ainda necessário para atender ao programa predeterminado e pode fazer pequenos ajustes diários antes que um atraso maior exija abertura de horas extras nos finais de semana

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60 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

ME e Sistema Kanban

Sistema catalisador do incremento contínuo da produtividade e da qualidade na manufatura enxuta

Por ser operacionalizado pelos próprios colaboradores, o sistema kanban estimula a iniciativa e o sentido de propriedade nos mesmos. Os colaboradores agem como, e sentem-se como, donos do processo em que trabalham, seguindo suas próprias decisões

Ao estabelecer uma relação com regras claras entre o cliente e o fornecedor dos itens, o sistema kanban facilita os trabalhos dos grupos de melhorias na identificação e eliminação de problemas que interferem nessa parceria

Permite a identificação imediata de problemas que inibam o incremento da produtividade, pois sempre se pode através da redução planejada do número de cartões kanban em circulação no sistema verificar quais são os limites operacionais do sistema produtivo para a produção em fluxo unitário, meta da manufatura enxuta. Estes problemas serão os temas a serem tratados pelos grupos de melhoria

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61 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

ME e Sistema Kanban

Sistema catalisador do incremento contínuo da produtividade e da qualidade na manufatura enxuta

Ao estimular o uso de pequenos lotes dá apoio à implantação da torça rápida de ferramentas (TRF), reduz a necessidade de equipamentos de movimentação e acusa imediatamente problemas de qualidade nos itens, fechando um círculo de melhorias contínuas

Implementa efetivamente os conceitos de organização, limpeza, padronização e disciplina nos estoques da empresa, conhecidos como os cinco S (seiri, seiton, seiso, seikettsu e shitsuke), ao formatá-los como supermercados, com lotes e contenedores padrões e número de lotes planejados

Dispensa a necessidade de inventários periódicos nos estoques, visto que a quantidade de cada item é definida pelo seu número de cartões kanban em circulação no sistema, ou seja, no máximo se tem a quantidade de um supermercado cheio

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62 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

ME e Sistema Kanban

Sistema catalisador do incremento contínuo da produtividade e da qualidade na manufatura enxuta

Estimula o emprego do conceito de operador polivalente, pois fomenta nos operadores atividades de programação e controle da produção, antes de responsabilidade exclusiva do pessoal do PCP

Através dos cartões kanban, fornece informações precisas e simples aos operadores para execução de suas atividades, facilitando o cumprimento dos padrões de trabalho e exigindo menos supervisão, importante, por exemplo, quando se tem que trabalhar nos finais de semanas com pessoal de apoio reduzido

Como divide uma necessidade global de demanda em múltiplos de lotes padrões (cartão kanban), permite que os postos de trabalho possam ser melhor organizados em termos de tempos de ciclo e rotinas de operações-padrão para o balanceamento de linhas de montagem ou células de produção

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63 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

ME e Sistema KanbanSITUAÇÃO ENCONTRADA RESULTADOS ALCANÇADOS

- Sistema de produção empurrado - Sistema de produção puxado

- Sobrecarga do setor de PCP da empresa - Auto gerenciamento pelo sistema kanban

- Utilização de lotes grandes - chegando até 3.000 unidades para a Romi e a 20.000 para as outras injetoras

- Redução dos lotes de injeção - Padronizando em aproximadamente 500 unidades para a Romi e de 500 a 1.000 para as outras injetoras

- Supermercados elevados - 60% da produção para estoque e apenas 40% para demanda média mensal

- Supermercados reduzidos - 16% da produção para estoque e 84% para demanda média mensal

- Capacidade de máquinas insuficiente para a injeção dos itens - Déficit de 220 horas

- Capacidade de máquinas suficiente para injeção dos itens - Saldo de 651 horas

- Tempo de setup muito alto - 2 horas e 40 minutos em média chegando a 3 horas e 50 minutos para a Romi e 50 minutos para as outras injetoras

- Redução dos tempos de setup pela TRF - média de 1 hora e meia para a Romi e 30 minutos para as outras injetoras

- Alto número de itens refugados no início de injeção- Redução do número de itens refugados no início de injeção, em

conseqüência do seqüenciamento ideal de injeção dos itens

- Espaço físico insuficiente e com dificuldades de organização na planta

- Ganho de espaço físico e melhor organização da planta tornando viável a implementação de uma linha de montagem no mesmo galpão das linhas dos outros produtos

- Transporte demasiado de materiais, mão-de-obra e gasto de energia desnecessário

- Redução de custos com transporte de materiais, mão-de-obra e energia

- Muito tempo de mão-de-obra despendido na contagem e recontagem dos itens - lotes variáveis

- Redução do tempo de mão-de-obra despendido para contagem e recontagem dos itens - lotes padrões

- Dificuldade e engessamento na programação de injeção dos itens e da linha de montagem

- Dinamismo, facilidade e simplicidade na programação de injeção dos itens e na mudança de mix na linha de montagem

- Dificuldades na troca de informações entre os setores da empresa- Maior entrosamento e facilidade na troca de informações entre os

setores da empresa proporcionados pela programação visual

- Gerenciamento subjetivo da programação de injeção- Utilização da PLANILHA DE CÁLCULO DOS CARTÕES KANBAN -

SETOR DE INJEÇÃO para auxiliar no gerenciamento da programação de injeção

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64 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

ME e Sistema Kanban

Recomenda-se que essa implantação seja o início da mudança em direção a manufatura enxuta, por uma série de razões

É simples e fácil de ser entendida Os compromissos e limites ficam claros a todos O investimento é baixo, principalmente quando comparado à

compra e manutenção de softwares de programação Estimula e facilita a visualização e quantificação dos resultados

que serão conseguidos com a implantação das demais técnicas da manufatura enxuta

Pode ser planejada inicialmente com base nos níveis de estoques atuais e nos itens classe A, e na medida em que as novas rotinas forem sendo validadas, se buscar a redução dos estoques e expansão do sistema