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Profecia

Desde seu início, o movimento adventista tem defendido a forte con-vicção de que Deus o chamou para advertir o mundo do que vem pela frente. Mas e se essa compreensão profética estiver errada? Por outro lado, se ela estiver correta, não têm os adventistas a enorme responsabilidade de contar ao mundo a respeito do que creem?

Marvin Moore escreveu um livro que deve ser lido por todo adventista. Nesta obra cuidadosamente documentada, você verá o quadro mais amplo de como chegamos onde estamos e ficará convencido da probabilidade do breve cumprimento das profecias do fim dos tempos registradas em Apocalipse 13.

• • • • • “Na cultura atual de gratificação instantânea, é raro um escritor forne-

cer o tipo de perspectiva histórica que Marvin Moore traz para o assunto das profecias. Moore utiliza seu profundo conhecimento sobre profecias, história e eventos atuais para dar um vislumbre novo da erosão dos princí-pios constitucionais e religiosos que irão resultar na culminação dos even-tos finais que antecedem a vinda de Cristo.”

Alan J. Reinach, diretor de Relações Públicas e Liberdade Religiosa da União do Pacífico dos Adventistas do Sétimo Dia

• • • • • “Os adventistas olham para as profecias a fim de explicar o presente.

Parece-me que, enquanto grande parte do mundo está em confusão após o terrorismo de 11 de setembro de 2001, os adventistas têm razões profé-ticas para ver todas as coisas se encaixando. Este livro estimulante pinta um quadro que você precisa conhecer.”

Lincoln Steed, editor da revista Liberty

Marvin Moore é editor da revista Signs of the Times e um prolífico escri-tor, com mais de trinta livros de sua autoria. Seu conhecimento sobre as pro-fecias bíblicas e os eventos finais o mantém constantemente ocupado como orador em igrejas e reuniões campais nos Estados Unidos e em outros países.

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Apocalipse13leis dominicais, boicotes econômicos,

decretos de morte, perseguição religiosa...

ISSO PODERIA REALMENTE ACONTECER?

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Apocalipse13leis dominicais, boicotes econômicos,

decretos de morte, perseguição religiosa...

ISSO PODERIA REALMENTE ACONTECER?

MARVIN MOORE

TraduçãoRosangela Lira

Casa Publicadora BrasileiraTatuí, SP

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Título original em inglês:Could it Really Happen?

Copyright © da edição em inglês: Pacific Press, Nampa, EUA.Direitos internacionais reservados.

Direitos de tradução e publicação em língua portuguesa reservados àCasa Publicadora BrasileiraRodovia SP 127 – km 106Caixa Postal 34 – 18270-970 – Tatuí, SPTel.: (15) 3205-8800 – Fax: (15) 3205-8900Atendimento ao cliente: (15) 3205-8888 www.cpb.com.br

1a edição 4a impressão: 2 mil exemplaresTiragem acumulada: 10 milheiros 2017

Coordenação Editorial: Marcos De BenedictoEditoração: Matheus Cardoso, Paulo Roberto Pinheiro e Marcos De BenedictoProjeto Gráfico: Éfeso GranieriCapa: Éfeso GranieriImagem da Capa: Fotolia

IMPRESSO NO BRASIL / Printed in Brazil

Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução total ou parcial,por qualquer meio, sem prévia autorização escrita do autor e da Editora.

Tipologia: Warnock Pro Light Display 10,7/13 – 11763/35914

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Moore, MarvinApocalipse 13 : leis dominicais, boicotes

econômicos, decretos de morte, perseguiçãoreligiosa – isso poderia realmente acontecer? /

Marvin Moore ; tradução Rosangela Lira. – Tatuí, SP : Casa Publicadora Brasileira, 2013.

Título original: Could it really happen?ISBN 978-85-345-1687-7

1. Adventistas do Sétimo Dia – Doutrinas2. Bíblia. N.T. Revelação XIII – Profecias – Domingo3. Bíblia. N.T. Revelação XIII – Profecias –

Sábado 4. Domingo – Ensinamento bíblico 5. Sábado –Ensinamento bíblico I. Título.

12-14596 cdd-236.9

Índices para catálogo sistemático: 1. Profecias bíblicas : Cristianismo 236.9

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Direitos de tradução e publicação em língua portuguesa reservados àCasa Publicadora BrasileiraRodovia SP 127 – km 106Caixa Postal 34 – 18270-970 – Tatuí, SPTel.: (15) 3205-8800 – Fax: (15) 3205-8900Atendimento ao cliente: (15) 3205-8888 www.cpb.com.br

1a edição: 3 mil exemplares 2013

Coordenação Editorial: Marcos De BenedictoEditoração: Matheus Cardoso, Paulo Roberto Pinheiro e Marcos De BenedictoProjeto Gráfico: Éfeso GranieriCapa: Éfeso GranieriImagem da Capa: Fotolia

IMPRESSO NO BRASIL / Printed in Brazil

Tipologia: Warnock Pro Light Display 10,7/13 – 11763/21861

Prólogo ................................................................................................................................................................. 8Capítulo 1 O Cenário Profético Adventista ..................................................................................... 9Capítulo 2 O Quadro Mais Amplo do Apocalipse ........................................................... 18

Parte 1: A Besta do MarCapítulo 3 Apocalipse 13 e a Besta do Mar .................................................................................. 29 Capítulo 4 O Antigo Papado: Começo e Fim de seu Poder Político ....... 38 Capítulo 5 O Moderno Papado: Cura da Ferida Mortal ........................................... 53Capítulo 6 Toda a Terra se Maravilhou .............................................................................................. 73Capítulo 7 Teoria Política Católica Antes do Concílio Vaticano II .......... 79Capítulo 8 Teoria Política Católica Após o Concílio Vaticano II ................. 90

Parte 2: A Besta da TerraCapítulo 9 Apocalipse 13, a Besta da Terra e a Imagem da Besta ........... 100 Capítulo 10 Separação Entre Igreja e Estado na História Norte-Americana ........................................................................................................................ 107Capítulo 11 Surgimento do Movimento Conservador nos Estados Unidos ............................................................................................................................... 123 Capítulo 12 Surgimento da Direita Cristã nos Estados Unidos ..................... 128Capítulo 13 Consequências da Direita Cristã nos Estados Unidos ......... 140Capítulo 14 Ataque à Separação Entre Igreja e Estado ............................................... 147Capítulo 15 Católicos na História Norte-Americana: 1776 a 1960 ......... 159Capítulo 16 Católicos na História Norte-Americana: 1960 a 2004 ......... 167

Parte 3: A Marca da BestaCapítulo 17 A Marca da Besta: Considerações Preliminares ............................ 184Capítulo 18 Apocalipse 13 e a Marca da Besta ....................................................................... 191Capítulo 19 Os Estados Unidos e a Marca da Besta ....................................................... 202Capítulo 20 Reconstrucionismo e Dominionismo Cristãos .............................. 216Capítulo 21 Dominionismo e Triunfalismo ................................................................................ 234Capítulo 22 Como Acontece a Perseguição ................................................................................ 239Capítulo 23 A Crise Final ......................................................................................................................................... 247Capítulo 24 Encaixando as Peças ................................................................................................................ 261

Sumário

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Capítulo 25 Como Devemos Reagir? .................................................................................................... 272 Epílogo .......................................................................................................................................................... 283Apêndice A Reflexões Sobre a Separação Entre Igreja e Estado .................... 284Apêndice B Reflexões Sobre “Intenção Original” e “Ativismo Judicial” 289Apêndice C Por que o Sábado é Importante ............................................................................... 299Apêndice D O Novo Testamento Autoriza uma Mudança do Dia de Descanso? .............................................................................................................. 302

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Agradecimentos

Desejo agradecer a várias pessoas que contribuíram para o aperfeiçoa-mento deste livro. O advogado Alan Reinach, diretor de Liberdade Religiosa da União do Pacífico da Igreja Adventista do Sétimo Dia, leu vários capítu-los que tratam de questões relacionadas à igreja e ao Estado; em seguida, fez valiosas sugestões. O Dr. John Markovic, professor de História Europeia na Universidade Andrews, leu meus capítulos que falam sobre a história da Eu-ropa. Seus comentários sobre a história da Alemanha, examinada no capítu-lo 5, foram especialmente úteis e tornaram esse capítulo muito mais preciso. O Dr. Brian Bull, amigo pessoal e médico da Universidade de Loma Linda, amavelmente se dispôs a ler todo o texto. Suas sugestões tornaram o livro, como um todo, muito mais fácil de ler. Eu gostaria também de agradecer a David Jarnes, meu editor, pelo ótimo trabalho de preparação do texto para publicação. Mesmo as coisas mais bem escritas podem ser melhoradas por um editor competente, e David certamente realizou isso de maneira admirá-vel neste livro. Finalmente, desejo expressar meu agradecimento aos editores da Casa Publicadora Brasileira que trabalharam na edição em português.

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Prólogo

Gosto de predições extravagantes e tolas. Quanto mais excêntricas e tolas elas são, mais gosto delas. Por quê? Porque, quanto mais extravagante e tola uma predição parecer inicialmente, maior impacto causará quando se cumprir.

É claro que sempre há a possibilidade de que minha predição não se cum-pra. Nesse caso, minha predição não é a única coisa extravagante e tola – eu também sou! Esse é o risco que corre qualquer pessoa que faça uma predi-ção. Portanto, é melhor estarmos seguros de que nossas predições têm um fundamento sólido e racional, de acordo com os melhores fatos disponíveis no momento.

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O CenárioProfético Adventista1

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Frederick Wheeler, um ministro metodista episcopal, estava realizando, no início de 1844, uma cerimônia de santa ceia numa pequena igreja em Washington, New Hampshire, num domingo de manhã. Antes de

servir os emblemas, ele disse à congregação que “todos os que confessam comunhão com Cristo numa cerimônia como esta devem estar prontos a obedecer a Deus e guardar Seus mandamentos em todas as situações”.

Rachel Oakes Preston, uma batista do sétimo dia, assistiu ao culto. Mais tarde, quando Wheeler a visitou em casa, ela o desafiou:

– O senhor se lembra, pastor Wheeler, de ter afirmado que todos os que confessam a Cristo devem obedecer a todos os mandamentos de Deus?

– Sim.– Eu estive a ponto de me levantar naquela hora e dizer uma coisa.– Percebi – Wheeler respondeu. – O que a senhora pensou em dizer?– Eu gostaria de dizer que o senhor deveria deixar de usar aquela

mesa e cobri-la com uma toalha até que começasse a guardar os manda-mentos de Deus.

Wheeler foi pego de surpresa e perguntou o que ela queria dizer. A Sra. Preston falou que tinha em mente o quarto mandamento, o qual Wheeler estava violando por não guardar o sétimo dia da semana. Wheeler aceitou o desafio e foi para casa estudar o que a Bíblia ensina sobre esse dia. Algu-mas semanas depois estava guardando seu primeiro sábado, e, em março de 1844, pregou seu primeiro sermão sobre o assunto.

Foi assim que Rachel Oakes Preston apresentou o sábado para os adven-tistas1 e que Frederick Wheeler se tornou o primeiro ministro adventista do sétimo dia. Na época, nem a Sra. Preston nem o pastor Wheeler imaginavam

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o impacto que seria causado pelo simples diálogo ocorrido naquela manhã de domingo em Washington, New Hampshire.2

Não existem detalhes sobre o que aconteceu a seguir. Contudo, sabe-mos que Thomas M. Preble, outro pregador que morava em Washington, New Hampshire, ou próximo dali, ficou convencido da verdade a respeito do sábado e, no verão de 1844, começou a observá-lo. É muito provável que tenha ficado sabendo do sábado por intermédio de Frederick Wheeler ou algum dos membros da igreja de Wheeler.

Guilherme Miller, na época, pregava fervorosamente, e, em fevereiro do ano seguinte, Preble divulgou um artigo sobre o sábado em The Hope of Isra-el [A Esperança de Israel], uma publicação milerita. José Bates leu o texto de Preble e, dentro de poucos dias, decidiu guardar o sábado. Daquele momen-to em diante, passou a ser um infatigável defensor do quarto mandamento. No início de 1846, discutiu o assunto com Tiago White e Ellen Harmon (que depois se tornaria Ellen White). No entanto, estes, na ocasião, não de-ram importância ao sábado. Em agosto de 1846, Bates publicou um panfleto de 48 páginas intitulado The Seventh-day Sabbath, a Perpetual Sign [O Sába-do do Sétimo Dia, um Sinal Perpétuo]. Tiago e Ellen White, que se casaram naquele mesmo mês, estudaram o panfleto de Bates, convenceram-se de que aquela era a verdade e começaram a guardar o sábado. Assim se iniciou a longa história da observância do sétimo dia por parte dos adventistas.

Agora, observe o seguinte: nos últimos 150 anos, o número de membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia, no mundo, cresceu de cerca de três mil (em 1863) para mais de 16 milhões (2009). Por outro lado, os batistas do sétimo dia, que eram muitas vezes mais numerosos que os adventistas em meados do século 19, têm hoje um total de cerca de 50 mil membros. Essa minúscula fração corresponde a 1% dos membros da Igreja Adventista hoje. O que fez a diferença? Por que os adventistas do sétimo dia cresceram de maneira tão extraordinária durante os últimos 150 anos, enquanto os batis-tas do sétimo dia permaneceram em um número quase estático? Creio que uma das razões seja o fato de que, desde o início de nossa história, colocamos o sábado num contexto escatológico, ao passo que os batistas do sétimo dia veem o sábado simplesmente como o dia certo a ser observado.

O sábado e a escatologiaEscatologia é o estudo dos eventos finais da história deste mundo, antes da

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segunda vinda de Cristo. Temas escatológicos se encontram ao longo de toda a Bíblia, mas especialmente em alguns livros do Antigo Testamento (prin-cipalmente Daniel) e em um livro do Novo Testamento: Apocalipse. Além disso, os evangelhos e as epístolas revelam que Jesus e os apóstolos estavam profundamente interessados em escatologia. Os apóstolos criam que a segun-da vinda de Cristo ocorreria durante a vida deles ou pouco tempo depois.3

Daniel e Apocalipse têm fascinado de maneira especial os estudantes das profecias ao longo dos séculos, e os adventistas não são exceção. Contudo, nossa compreensão dessas profecias difere significativamente daquela manti-da por intérpretes católicos e protestantes atuais, e o sábado é um aspecto es-sencial de nossa perspectiva. Da forma como a compreendemos, a marca da besta (veja Ap 13:16, 17) é um símbolo que indica uma lei que exigirá a obser-vância do domingo, a qual será imposta primeiramente nos Estados Unidos, pouco antes da segunda vinda de Cristo, e, depois, em todo o mundo. Cremos que uma questão importante no conflito final será esta: O povo de Deus deve observar o sábado (o sétimo dia da semana) ou o domingo (o primeiro dia)?

Esse conceito já existia no início de nosso movimento, cerca de quinze anos antes de nos organizarmos como igreja. José Bates foi o primeiro a relacionar a “marca da besta” à observância do domingo. Em um panfleto publicado em janeiro de 1847, ele escreveu:

Há dezenas de milhares de pessoas que esperam Jesus e que não creem nas doutrinas mencionadas acima; o que vai acontecer com eles? Pergunte a João, pois ele sabe das coisas melhor do que nós; e ele só descreveu dois grupos. Veja Apocalipse 14:9-12. Um desses grupos guarda “os mandamentos de Deus e a fé de Jesus”. O outro tem a mar-ca da besta. [...] Não é evidente que o primeiro dia da semana, como dia de guarda ou dia santo, é a marca da besta?4

Alguns anos mais tarde, Ellen White, cofundadora da Igreja Adventista em meados do século 19, expressou a mesma ideia sobre a marca da besta. Em seu livro Primeiros Escritos, ela disse:

Então compreendi, como nunca antes, a importância de pesqui-sar cuidadosamente a Palavra de Deus, para saber como escapar às pragas que, a Palavra de Deus declara, virão sobre todos os ímpios

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que adorarem a besta e sua imagem e receberem o seu sinal em sua testa ou em sua mão. Surpreendi-me grandemente com o fato de alguém transgredir a lei de Deus e pisar o Seu santo sábado, quando tão terríveis ameaças e advertências estavam contra eles.5

Nesse texto, embora Ellen White não declare especificamente a relação entre a marca da besta e a observância do domingo, é óbvio que ela tinha essa ideia em mente, pois contrastou a marca da besta com a observância do sábado. Ela conservou esse conceito ao longo de 70 anos de ministério. Por exemplo, em 1899, ela escreveu:

Quando for expedido o decreto que impõe o falso sábado [ou seja, o domingo], e o alto clamor do terceiro anjo advertir as pessoas contra a adoração da besta e de sua imagem, será traçada com clare-za a linha divisória entre o falso e o verdadeiro. Então, os que ainda persistirem na transgressão receberão o sinal da besta.6

De acordo com a declaração anterior, os adventistas creem que, pouco antes da segunda vinda de Cristo, o mundo será dividido em apenas dois lados: os que guardam o sábado receberão o selo de Deus, enquanto os que honram o domingo receberão a marca da besta. Ellen White afirmou:

O Senhor me mostrou claramente que a imagem da besta será formada antes do fim do tempo da graça; pois será o grande teste para o povo de Deus, pelo qual seu destino eterno será decidido. [...]

Todos os que provarem sua lealdade a Deus, observando Sua lei e se recusando a aceitar o sábado espúrio [o domingo], serão enfileira-dos sob a bandeira do Senhor Deus Jeová e receberão o selo do Deus vivo. Os que renunciarem à verdade de origem celeste e aceitarem o domingo como dia de guarda, receberão a marca da besta.7

Esse é o contexto escatológico no qual os adventistas do sétimo dia co-locam o sábado. Cremos que Deus nos chamou não apenas para proclamar o que a Bíblia diz sobre o sábado, mas também a advertir o mundo sobre o conflito final que girará em torno dos mandamentos de Deus, particular-mente o quarto. Segundo nossa compreensão, no fim dos tempos, a linha

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divisória entre os que servem a Deus e os que não O servem envolverá essa controvérsia relacionada ao sábado e ao domingo. Nessa ocasião, os guarda-dores do sábado serão perseguidos e até mesmo martirizados por causa de sua lealdade a Deus ao observar o sétimo dia.

Sentimo-nos compelidos a advertir o mundo sobre algo de que a maio-ria das pessoas não tem a menor ideia; algo que muitos julgam inacreditá-vel. Estamos certos de que tais eventos se acham à nossa frente. Esse é um dos principais fatores que tornaram nossa proclamação do sábado tão mais bem-sucedida que a dos batistas do sétimo dia. Essa é uma das principais ra-zões pelas quais temos hoje mais de 16 milhões de adeptos, em comparação aos 50 mil dos batistas do sétimo dia.

Mas isso poderia realmente acontecer?O mínimo que se pode dizer é que essa interpretação escatológica do

sábado abrange uma pretensão estupenda, até audaciosa. Mesmo um exame superficial da história política norte-americana torna dif ícil a crença em que os Estados Unidos um dia possam promulgar uma lei dominical nacional, pois, ao longo do tempo, esse país tem mantido a igreja e o Estado separados.

Por volta de 1970, quando eu era pastor de uma pequena igreja na cida-de de Uvalde, no oeste do Texas, fiz amizade com um comerciante local que era batista. Certo dia, enquanto estávamos conversando em seu escritório sobre religião e profecias, eu lhe perguntei se ele tinha interesse em saber o que os adventistas pregam sobre o tempo do fim. Ele disse que sim. Então, falei algo acerca do que você leu neste capítulo. Quando terminei, pergun-tei-lhe o que achava. Ele sorriu e disse: “Acho absurdo.”

Ele não é a única pessoa que pensa isso, nem a primeira. No início do século 20, um crítico chamou de “absurda” nossa concepção de que a marca da besta será a imposição da guarda do domingo. Ele disse que, para os Esta-dos Unidos rejeitarem seu apoio histórico à liberdade religiosa, seria neces-sário “um milagre maior do que aquele realizado por Deus: o crescimento instantâneo de um carvalho gigantesco”.8

Outro antigo crítico do cenário profético adventista foi D. M. Canright. Po-pular evangelista e líder adventista durante os primeiros anos de nosso movi-mento, Canright cortou ligação conosco em 1887 e se uniu a uma congregação batista em Otsego, Nova York. Em seu livro Seventh-day Adventism Renounced [Por que Renunciei ao Adventismo do Sétimo Dia], Canright escreveu:

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Os adventistas do sétimo dia dão grande ênfase à sua interpretação deste símbolo [a besta semelhante ao cordeiro] de Apocalipse 13:11-18. A teoria deles sobre a marca da besta, sua imagem, o selo de Deus, a mensagem do terceiro anjo, e toda a sua obra especial sobre o sábado, está construída sobre sua pressuposição a respeito dessa besta. Se eles estiverem enganados aqui, todo o sistema teológico deles desmorona. Eles afirmam que essa besta representa os Estados Unidos; que em breve ocorrerá nesse país uma união da igreja com o Estado, e isso será a imagem da besta, isto é, do papado. A marca da besta é a guarda do domingo. Uma lei vai impor isso aos adventistas. Mas eles não a obe-decerão. Serão proscritos pela lei, perseguidos e condenados à morte. No tocante a todas as extravagantes especulações adventistas sobre as profecias, essa merece estar entre as mais extravagantes.9

Essa linguagem é muito forte! Eu não iria tão longe ao dizer que, se es-tivermos errados em nossa interpretação profética de Apocalipse 13, todo o nosso sistema teológico desmoronaria. Mas é verdade que grande parte do que consideramos como nossa missão no mundo está baseada em nossa compreensão desse capítulo. A pergunta fundamental, portanto, é esta: Isso poderia realmente acontecer? É razoável supor que os Estados Unidos irão, algum dia, legislar sobre o domingo como dia de descanso? Pode-se crer que, em algum momento, num futuro relativamente próximo, um edito glo-bal exigirá que as pessoas observem o domingo como dia de repouso e que os violadores sejam ameaçados de morte e, talvez, até executados? A marca da besta realmente tem a ver com isso?

Meu propósito, ao escrever este livro, não é provar para você que a res-posta a essas perguntas é “Sim”. Desejo apresentar as evidências, da forma como eu e os adventistas as vemos, e deixar que você decida por si mesmo. É por isso que o subtítulo deste livro é: “Isso poderia realmente acontecer?”, e não: “Isso Vai Realmente Acontecer?”.

A profecia e os eventos atuaisGosto de comparar a interpretação das profecias a um par de óculos

de sol. Se você usar óculos com lentes azuis, o mundo parecerá azul. Se as lentes forem amarelas, as imagens parecerão ter essa cor. Lentes verdes, por outro lado, darão ao mundo um tom esverdeado. Da mesma forma, a

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interpretação dada por alguém à profecia bíblica afetará a maneira como ele vê o que está acontecendo no mundo atual e aquilo que provavelmente ocorrerá no futuro. Os dispensacionalistas, por exemplo, têm uma determi-nada compreensão da profecia e interpretam os acontecimentos mundiais à luz desse entendimento. Eles concentram a atenção no Oriente Médio, especialmente em Israel. Interpretam eventos como o Onze de Setembro, o conflito no Iraque e a luta entre israelenses e palestinos com base em sua compreensão dispensacionalista da profecia. Suas lentes proféticas também os levam a fazer certas predições sobre o futuro.

A compreensão profética adventista é bastante peculiar. É como se co-locássemos óculos de sol com lentes muito diferentes daquelas usadas pe-los dispensacionalistas. O mundo parece distinto através de nossas lentes, o que nos leva a uma explicação singular do que está acontecendo agora e do que esperamos para o futuro. Embora precisemos ser cautelosos quanto às implicações proféticas de cada notícia que aparece no jornal ou na TV, as tendências, num certo período de tempo, podem nos indicar o rumo a que o mundo está seguindo. E nosso entendimento da profecia bíblica influencia nossa interpretação dessas tendências.

Neste livro, você terá uma explicação detalhada da compreensão ad-ventista de Apocalipse 13 e de como isso afeta nossa interpretação das ten-dências no mundo atual. Este primeiro capítulo é uma breve introdução. O restante do livro examina os detalhes. Minha discussão envolverá duas perguntas-chave ao longo da exposição:

• A interpretação adventista de Apocalipse 13 é razoável, isto é, baseia-se no que a Bíblia realmente diz, ou é mera especulação? Para responder a essa pergunta, examinaremos esse texto, bem como algumas outras profecias bíblicas.

• Será que a história e os eventos atuais indicam que o cenário adventista é possível? Para responder a essa questão, estudaremos a história do catolicis-mo, a história de protestantes e católicos nos Estados Unidos, e a presença e influência de ambos os grupos em nossos dias.

Apresentação do livroAntes de ir para o próximo capítulo, preciso fazer alguns comentários

que facilitarão sua leitura. Em primeiro lugar, gostaria de dizer uma palavra

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16 • APOCALIPSE 13

sobre o que você encontrará. Como foi dito, este livro consiste, em grande parte, num estudo de Apocalipse 13 à luz da história e dos eventos atuais. Ele está dividido em três seções, cada uma das quais lida com um aspecto diferente de Apocalipse 13:

• A primeira parte trata da terrível besta que surge do mar (Ap 13:1-10).• A segunda parte fala sobre a besta que surge da terra (v. 11-18).• A terceira parte analisa a marca da besta (v. 16, 17).

As primeiras duas seções começam, cada uma, com um capítulo que trata da base bíblica para a compreensão adventista daquele trecho de Apo-calipse 13. A seção que aborda a marca da besta começa com dois capítulos que expõem a base bíblica para essa questão. Os capítulos posteriores apre-sentam evidências históricas – algumas antigas, outras bastante recentes – com o objetivo de mostrar que a interpretação adventista tem sólida base em eventos mundiais que já aconteceram e estão acontecendo.

Em segundo lugar, é válido ressaltar que sempre fui adventista do sétimo dia; portanto, escrevi este livro a partir de uma ótica adventista. Contudo, também o redigi tendo em vista os que não são de nossa fé e não estão fa-miliarizados com nossas crenças. Uma vez que esse texto é direcionado não apenas a adventistas, mas também a não adventistas, expliquei a base bíblica para nossa interpretação de Apocalipse 13 com mais detalhes do que seria preciso para muitos adventistas.

Uma observação a respeito de Ellen G. White. Ela é, sem dúvida, a mais influente escritora adventista. Ela viveu 87 anos – de 1827 a 1915. Em de-zembro de 1844, quando tinha apenas 17 anos, recebeu a primeira visão. Ao todo, foram cerca de dois mil sonhos proféticos e visões que afirmou ter re-cebido de Deus durante a vida. Foi a mais prolífica escritora do século 19, e talvez de todos os tempos. Durante seus mais de setenta anos de ministério, produziu mais de cem mil páginas manuscritas, ou seja, mais de duas dúzias de livros. Desde sua morte, trechos de suas cartas e seus diários, além de ou-tros escritos, também têm sido compilados e publicados no formato de livro.

Os adventistas aceitam Ellen White como uma profetisa genuína, em-bora ela preferisse ser conhecida como “mensageira do Senhor”. Ela falou muito sobre o tempo do fim. Partilhei com você, ao longo deste capítulo, al-gumas declarações dela, e a citarei ocasionalmente em futuros capítulos. Os

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O CENÁRIO PROFÉTICO ADVENTISTA • 17

leitores adventistas, sem dúvida, aceitarão essas citações como inspiradas por Deus. Os não adventistas que estiverem lendo este livro podem pensar nessas citações como algo simplesmente representativo daquilo em que os adventistas creem. A maioria dos adventistas provavelmente irá concordar com a maior parte do que é dito neste livro. Convido os leitores não ad-ventistas a também aceitarem o que eu digo, se fizer sentido para eles. De qualquer forma, espero que a leitura desta obra ajude tanto os adventistas quanto os que não pertencem à nossa fé a compreenderem melhor nossa interpretação das profecias.

1 Passariam outros dezessete anos antes que os adventistas guardadores do sábado optassem pelo nome adventistas do sétimo dia, e outros dezenove anos antes que se organizassem como denominação.

2 Veja Seventh-day Adventist Encyclopedia (Washington, DC: Review and Herald, 1966), p. 1019, 1020; e Arthur W. Spaulding, Origin and History of Seventh-day Adventists (Washington, DC: Review and Herald, 1961), p. 117-119.

3 Veja, por exemplo, Romanos 13:11, 12; Tiago 5:8, 9; 1 Pedro 4:7; 1 João 2:18; Apocalipse 22:7, 12, 20.

4 Joseph Bates, The Seventh-day Sabbath, a Perpetual Sign From the Beginning, to the Entering Into the Gates of the Holy City According to the Commandment (New Bedford: Benjamin Lindsey, 1847), p. 59, ênfase acrescentada; em C. Mervyn Maxwell, Development of Seventh-day Adventist Theology Source Book: Maxwell Source Collection, material preparado para a disciplina de História da Teologia Adventista, p. 271.

5 Ellen G. White, Primeiros Escritos (Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2001 [CD-Rom]), p. 65.6 Ellen G. White, Manuscrito 51, 1899; citado em Ellen G. White, Evangelismo (Tatuí: Casa Publi-

cadora Brasileira, 2001 [CD-Rom]), p. 234, 235.7 Ellen G. White, The Seventh-day Adventist Bible Commentary (Washington, DC: Review and

Herald, 1957), v. 7, p. 976.8 Theodore Nelson, na introdução ao livro de Dudley M. Canright, Seventh-day Adventism

Renounced (Nashville: Gospel Advocate Company, 1914), p. 23.9 Canright, ibid., p. 89.

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da maneira politicamente correta serão mortos. Apocalipse 17 descreve uma mulher perversa “embriagada com o sangue dos santos” (v. 6), ou seja, daque-les que foram martirizados.

Essas declarações do Apocalipse dão a impressão de que os poderes do mal irão vencer no conflito final. E, de fato, a princípio parecerá que eles ven-ceram, assim como pareceram vencer quando o Filho de Deus morreu na cruz. Os cristãos entendem que, com Sua morte, Jesus obteve uma grande vitória. Contudo, aqueles que testemunharam Sua crucifixão pensaram que Ele havia perdido. Até Seus discípulos, lamentando Sua morte, disseram: “Ora, nós esperávamos que fosse Ele quem havia de redimir a Israel” (Lc 24:21). Da mesma forma, durante o último conflito haverá a impressão de que os poderes malignos da Terra venceram e que o povo de Deus perdeu.

O mundo recompensará a lealdade dos justos a Deus e aos Seus man-damentos com perseguição e morte, e as pessoas se alegrarão com a apa-rente vitória dos poderes do mal. Eis como o Apocalipse descreve a alegria do mundo ao ver a perseguição contra os que permanecerem fiéis a Deus: “Quando tiverem, então, concluído o testemunho que devem dar, a besta que surge do abismo pelejará contra elas, e as vencerá, e matará [...]. Os que habitam sobre a Terra se alegram por causa deles, realizarão festas e envia-rão presentes uns aos outros, porquanto esses dois profetas atormentaram os que moram sobre a Terra” (Ap 11:7, 10).

O mundo nunca apreciou as leis de Deus. Acha que Seus princípios mo-rais lhes restringem a liberdade. Quando o povo de Deus chama a atenção para Suas leis, o mundo responde com zombaria. É por isso que, durante o conflito final, “os que habitam sobre a Terra se alegrarão por causa” dos fiéis que exaltarão Suas leis.

Obviamente, esse será um tempo de grande sofrimento para o povo de Deus. Um mundo rebelde tentará fazer com que os justos desistam de sua lealdade a Deus. Por que o povo de Deus permanecerá fiel a Ele durante esse tempo? Os versos que anteriormente lemos nos dão a resposta:

• “O dragão [Satanás] irou-se contra a mulher [o povo de Deus] e saiu para guerrear contra o restante da sua descendência, os que [...] se mantêm fiéis ao testemunho de Jesus” (Ap 12:17, NVI, ênfase acrescentada).

• “Aqui está a perseverança dos santos que [...] permanecem fiéis a Jesus” (Ap 14:12, NVI, ênfase acrescentada).

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O QUADRO MAIS AMPLO DO APOCALIPSE • 23

Os fiéis conservarão sua lealdade a Deus porque “se manterão fiéis ao testemunho de Jesus” e “permanecerão fiéis a Jesus”. A chave é o relaciona-mento íntimo com Jesus, que nos dá a vitória sobre a tentação. Na crise final haverá o que o Apocalipse chama de a “hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro” (Ap 3:10). Ellen White afirma que a intensidade da pres-são exercida sobre o povo de Deus durante a crise final “mostrará se há fé real nas promessas de Deus. Mostrará se ela está sustida pela graça”.2 Não é necessário ser um adventista para compreender que o relacionamento que agora você e eu desenvolvemos com Jesus determinará se permaneceremos leais a Deus, ou se renunciaremos às nossas convicções.

O fim do conflitoAparentemente o mundo terá vencido o povo de Deus, mas essa vitória

se dará por pouco tempo. No último minuto, quando os fiéis selariam sua entrega com o próprio sangue, Jesus intervirá em seu favor. O Apocalipse descreve o evento desta forma:

• “Pelejarão eles [os poderes malignos da besta] contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, pois é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão também os chamados, eleitos e fiéis que se acham com Ele” (Ap 17:14).

• “E vi a besta e os reis da terra, com os seus exércitos, congregados para pelejarem contra Aquele [Cristo] que estava montado no cavalo e contra o Seu exército. Mas a besta foi aprisionada, e com ela o falso profeta [...]. Os dois foram lançados vivos dentro do lago de fogo que arde com enxofre” (Ap 19:19, 20).

Esses dois versos são, na verdade, vislumbres da batalha do Armagedom (veja Ap 16:12-16). Contrariamente à opinião popular, o Armagedom não será uma guerra entre nações da Terra. Ao contrário, será uma batalha entre os poderes espirituais do bem e do mal no mundo. Durante a fase inicial, pa-recerá que as forças do mal estão ganhando. Mas, no último minuto, quan-do tudo parecer perdido, Jesus retornará à Terra, abaterá as forças do mal e livrará Seu povo do poder delas.

Apocalipse 13No restante do livro, examinaremos Apocalipse 13 de forma detalhada.

Porém, creio que será útil ter primeiro uma visão geral desse capítulo da

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24 • APOCALIPSE 13

Bíblia. Para começar, recomendo que você leia todo o capítulo. A seguir, transcrevemos o texto completo, extraído da Nova Versão Internacional. Como Apocalipse 12:17 está intimamente ligado ao capítulo 13, iniciare-mos com esse verso.

(Ap 12:17) O dragão irou-se contra a mulher e saiu para guerrear con-tra o restante da sua descendência, os que obedecem aos mandamentos de Deus e se mantêm fiéis ao testemunho de Jesus.

(18) Então o dragão se pôs em pé na areia do mar.(13:1) Vi uma besta que saía do mar. Tinha dez chifres e sete cabeças,

com dez coroas, uma sobre cada chifre, e em cada cabeça um nome de blasfêmia. (2) A besta que vi era semelhante a um leopardo, mas tinha pés como os de urso e boca como a de leão. O dragão deu à besta o seu poder, o seu trono e grande autoridade. (3) Uma das cabeças da besta parecia ter sofrido um ferimento mortal, mas o ferimento mortal foi curado. Todo o mundo ficou maravilhado e seguiu a besta. (4) Adora-ram o dragão, que tinha dado autoridade à besta, e também adoraram a besta, dizendo: “Quem é como a besta? Quem pode guerrear con-tra ela?”

(5) À besta foi dada uma boca para falar palavras arrogantes e blas-femas, e lhe foi dada autoridade para agir durante quarenta e dois me-ses. (6) Ela abriu a boca para blasfemar contra Deus e amaldiçoar o Seu nome e o Seu tabernáculo, os que habitam nos Céus. (7) Foi-lhe dado poder para guerrear contra os santos e vencê-los. Foi-lhe dada autori-dade sobre toda tribo, povo, língua e nação. (8) Todos os habitantes da Terra adorarão a besta, a saber, todos aqueles que não tiveram seus no-mes escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a criação do mundo.

(9) Aquele que tem ouvidos ouça:(10) Se alguém há de ir para o cativeiro,para o cativeiro irá.Se alguém há de ser morto à espada,morto à espada haverá de ser.Aqui estão a perseverança e a fidelidade dos santos.(11) Então vi outra besta que saía da terra, com dois chifres como