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24 LÍNGUA PORTUGUESA Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias Professor Hermeson Veras LÍNGUA, LINGUAGEM E FALA A comunicação é uma característica inerente a todos os seres, permitindo-os viver em sociedade, compartilhar experiências, interagir com as diferentes culturas e manifestar sentimentos diversos. Em se tratando da linguagem, ela está diretamente ligada à capacidade humana formada por leis combinatórias e signos linguísticos materializados pela mensagem. Contudo, há também outras formas de manifestarmos a linguagem, ou seja, por meio de gestos, por um olhar, pela música, dança, pelas obras de arte, como a cultura, escultura e pelos símbolos. Quando nos referimos a eles, remetemo-nos à ideia da linguagem não verbal, constituída pelos sinais gráficos, cuja interpretação requer do interlocutor conhecimentos linguísticos e conhecimentos adquiridos ao longo de sua existência. Eis a seguir alguns exemplos: De modo a tornar efetiva a linguagem verbalizada, esta condiciona-se a dois fatores: à língua e à fala. A língua é fator resultante da organização de palavras, segundo regras específicas, e utilizadas por uma coletividade. Como código social, a língua não pode ser modificada arbitrariamente, em função dessas regras preestabelecidas. Tal organização tende a corroborar para que o enunciado seja manifestado de forma clara, objetiva e precisa. Essa organização básica do pensamento, opiniões e ideias subsistem em uma capacidade proferida por um modo mais individual. Tal afirmativa parte do pressuposto de que cada ser humano é único e que, para ser compreendido, não precisa se expressar igual aos outros. Cada um expõe seus sentimentos e revela sua maneira de ver o mundo de forma subjetiva, caracterizando, dessa forma, a fala. Enfim, todo esse processo resulta no ato comunicativo como sendo uma experiência cotidiana, pois estamos a todo o momento remetendo e recebendo mensagens, as quais limitam-se a infinitas finalidades: informar, aconselhar, persuadir, entreter, expor opiniões, dentre outras. OS ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO A comunicação manifesta-se de inúmeras formas, como, por exemplo, um gesto, um olhar, palavras, símbolos, pelas artes de uma forma geral, sinais sonoros, pela escrita, por contatos físicos, como um aperto de mão ou um abraço, entre outros. Ela nos condiciona a desempenhar determinadas funções enquanto seres sociais, seja expressando desejos e opiniões, trocando informações, seja aprimorando nossos conhecimentos, retratando sentimentos, enfim, participando efetivamente de uma coletividade. Seja qual for o tipo de comunicação utilizada, sempre há uma mensagem a ser transmitida e, sobretudo, uma finalidade específica que se deseja obter diante do ato comunicativo. Tendo em vista que, como dito anteriormente, a linguagem é estritamente social, a não ser que se trate de um diário pessoal, sempre estamos dialogando com o “outro”. Para que esse diálogo se efetive de maneira plausível, alguns elementos são preponderantes diante desse propósito. Assim sendo, é importante familiarizarmo-nos com esses elementos e que conheçamos cada uma de suas funções. Emissor (ou locutor) – É a pessoa que emite a mensagem. Receptor (ou interlocutor) É a pessoa a quem a mensagem é remetida. Mensagem – Constitui a essência do que se propõe a dizer, ou seja, o conteúdo contido na informação. Código – Representa o conjunto de signos linguísticos combinados entre si, de acordo com o conhecimento do falante em relação à língua materna. Canal – Trata-se do meio pelo qual a mensagem é transmitida, seja por livros, seja por meios de comunicação de massa, ou outros. Contexto ou referente – É o objeto, assunto ou lugar a que a mensagem faz referência. FUNÇÕES DA LINGUAGEM Estamos imersos em meio a um cotidiano estritamente social, no qual interagimos com nossos semelhantes por meio da linguagem. Esta nos permite revelar nossos sentimentos, expressar nossas opiniões, trocar informações no intuito de ampliar nossa visão de mundo, dentre outros benefícios. A cada mensagem que enviamos ou recebemos, seja esta de natureza verbal ou não verbal, estamos compartilhando um discurso que se pauta por finalidades distintas, ou seja, entreter, informar, persuadir, emocionar, instruir, aconselhar, dentre outros propósitos. O objetivo de qualquer ato comunicativo está vinculado à intenção de quem o envia, no caso, o emissor. Dessa forma, de acordo com a natureza do discurso presente na relação emissor × interlocutor, a linguagem assume diferentes funções, todas elas portando características específicas, conforme analisaremos adiante.

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nº24Língua Portuguesa

Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias

Professor Hermeson Veras

Língua, Linguagem e faLa

A comunicação é uma característica inerente a todos os seres, permitindo-os viver em sociedade, compartilhar experiências, interagir com as diferentes culturas e manifestar sentimentos diversos.

Em se tratando da linguagem, ela está diretamente ligada à capacidade humana formada por leis combinatórias e signos linguísticos materializados pela mensagem.

Contudo, há também outras formas de manifestarmos a linguagem, ou seja, por meio de gestos, por um olhar, pela música, dança, pelas obras de arte, como a cultura, escultura e pelos símbolos. Quando nos referimos a eles, remetemo-nos à ideia da linguagem não verbal, constituída pelos sinais gráficos, cuja interpretação requer do interlocutor conhecimentos linguísticos e conhecimentos adquiridos ao longo de sua existência.

Eis a seguir alguns exemplos:

De modo a tornar efetiva a linguagem verbalizada, esta condiciona-se a dois fatores: à língua e à fala. A língua é fator resultante da organização de palavras, segundo regras específicas, e utilizadas por uma coletividade.

Como código social, a língua não pode ser modificada arbitrariamente, em função dessas regras preestabelecidas. Tal organização tende a corroborar para que o enunciado seja manifestado de forma clara, objetiva e precisa.

Essa organização básica do pensamento, opiniões e ideias subsistem em uma capacidade proferida por um modo mais individual. Tal afirmativa parte do pressuposto de que cada ser humano é único e que, para ser compreendido, não precisa se expressar igual aos outros. Cada um expõe seus sentimentos e revela sua maneira de ver o mundo de forma subjetiva, caracterizando, dessa forma, a fala.

Enfim, todo esse processo resulta no ato comunicativo como sendo uma experiência cotidiana, pois estamos a todo o momento remetendo e recebendo mensagens, as quais limitam-se a infinitas finalidades: informar, aconselhar, persuadir, entreter, expor opiniões, dentre outras.

OS ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO

A comunicação manifesta-se de inúmeras formas, como, por exemplo, um gesto, um olhar, palavras, símbolos, pelas artes de uma forma geral, sinais sonoros, pela escrita, por contatos físicos, como um aperto de mão ou um abraço, entre outros. Ela nos condiciona a desempenhar determinadas funções enquanto seres sociais, seja expressando desejos e opiniões, trocando informações, seja aprimorando nossos conhecimentos, retratando sentimentos, enfim, participando efetivamente de uma coletividade.

Seja qual for o tipo de comunicação utilizada, sempre há uma mensagem a ser transmitida e, sobretudo, uma finalidade específica que se deseja obter diante do ato comunicativo. Tendo em vista que, como dito anteriormente, a linguagem é estritamente social, a não ser que se trate de um diário pessoal, sempre estamos dialogando com o “outro”. Para que esse diálogo se efetive de maneira plausível, alguns elementos são preponderantes diante desse propósito. Assim sendo, é importante familiarizarmo-nos com esses elementos e que conheçamos cada uma de suas funções.

Emissor (ou locutor) – É a pessoa que emite a mensagem.Receptor (ou interlocutor) – É a pessoa a quem a mensagem é

remetida.Mensagem – Constitui a essência do que se propõe a dizer, ou seja,

o conteúdo contido na informação.Código – Representa o conjunto de signos linguísticos combinados

entre si, de acordo com o conhecimento do falante em relação à língua materna.

Canal – Trata-se do meio pelo qual a mensagem é transmitida, seja por livros, seja por meios de comunicação de massa, ou outros.

Contexto ou referente – É o objeto, assunto ou lugar a que a mensagem faz referência.

fUNÇõES DA LINgUAgEM

Estamos imersos em meio a um cotidiano estritamente social, no qual interagimos com nossos semelhantes por meio da linguagem. Esta nos permite revelar nossos sentimentos, expressar nossas opiniões, trocar informações no intuito de ampliar nossa visão de mundo, dentre outros benefícios.

A cada mensagem que enviamos ou recebemos, seja esta de natureza verbal ou não verbal, estamos compartilhando um discurso que se pauta por finalidades distintas, ou seja, entreter, informar, persuadir, emocionar, instruir, aconselhar, dentre outros propósitos.

O objetivo de qualquer ato comunicativo está vinculado à intenção de quem o envia, no caso, o emissor. Dessa forma, de acordo com a natureza do discurso presente na relação emissor × interlocutor, a linguagem assume diferentes funções, todas elas portando características específicas, conforme analisaremos adiante.

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Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias

função emotiva ou expressivaNesta, há um envolvimento pessoal do emissor, que comunica seus

sentimentos, emoções, inquietações e opiniões centradas na expressão do próprio “eu”, levando em consideração o seu mundo interior. Para tal, são utilizados verbos e pronomes em 1ª pessoa, muitas vezes acompanhados de sinais de pontuação, como reticências, pontos de exclamação, bem como o uso de onomatopeias e interjeições.

Exemplo:O guardador de rebanhos

‘’V

Há metafísica bastante em não pensar em nada.

O que penso eu do mundo?Sei lá o que penso do mundo!Se eu adoecesse pensaria nisso.

Que ideia tenho eu das cousas?Que opinião tenho sobre as causas e os efeitos?Que tenho eu meditado sobre Deus e a almaE sobre a criação do Mundo?

[...]’’

PESSOA, Fernando. Obra completa.Rio de Janeiro: Aguilar, 1982.

função apelativa ou conativa

A ênfase está diretamente vinculada ao receptor, pela qual o discurso visa persuadi-lo, conduzindo-o a assumir um determinado comportamento. A presente modalidade encontra-se presente na linguagem publicitária, de uma forma geral, e traz como característica principal o emprego dos verbos no modo imperativo.

Exemplo:

função referencial ou denotativa

Ocorre quando o objetivo do emissor é traduzir a realidade visando à informação. Sua predominância se atém a textos científicos, técnicos ou didáticos, alguns gêneros do cotidiano jornalístico, documentos oficiais e correspondências comerciais. A linguagem neste caso é essencialmente objetiva, razão pela qual os verbos são retratados na 3ª pessoa do singular, conferindo-lhe total impessoalidade por parte do emissor.

Exemplo:

função fática

O objetivo do emissor é estabelecer o contato, verificar se o receptor está recebendo a mensagem de forma autêntica, ou, ainda, visa prolongar o contato. Há o predomínio de expressões usadas nos cumprimentos, como: bom dia, oi! Ao telefone (Pronto! Alô!) e em outras situações em que se testa o canal de comunicação (Está me ouvindo?).

Exemplo:

TA lou?

R MM

’’R

RI I I

Tudu Bem ?

Tuu TuuuTuuu... Haha

??

?

Tudoo E você? Bem...hum..E ae?

Apostu que desligoo Telefone antesde você?

hah

função metalinguísticaA linguagem tem função metalinguística quando o uso do código tem

por finalidade explicar o próprio código.

Exemplo:

função poética

Nesta modalidade, a ênfase encontra-se centrada na elaboração da mensagem. Há um certo cuidado por parte do emissor ao elaborar a mensagem, no intuito de selecionar as palavras e recombiná-las de acordo com seu propósito. Encontra-se permeada nos poemas e, em alguns casos, na prosa e em anúncios publicitários.

Exemplo:UMA PALAVRA

umapalavraescrita é umapalavra não dita é umapalavra maldita é uma palavragravada como gravata que é uma palavragaiata como goiaba que é uma palavra gostosa

Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias

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Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias

Para não esquecer

Ênfase no Fator

ReferenteEmissor

ReceptorCanal

MensagemCódigo

Função ReferencialFunção EmotivaFunção ConativaFunção FáticaFunção PoéticaFunção Metalinguística

Função da LinguagemDetermina

VARIAÇõES LINgUÍSTICAS

Estamos inseridos em uma sociedade dinâmica, a qual se transforma com o passar do tempo e acaba transformando o modo pelo qual as pessoas estabelecem seus relacionamentos interpessoais. Um bom exemplo de tais mudanças é a linguagem dos internautas, que em meio a tantas abreviações e neologismos termina por criar um universo específico, no qual somente os interlocutores são capazes de decifrar o vocabulário por eles utilizado.

Partindo dessa prerrogativa, ocupemo-nos em discorrer acerca dos tipos de variações que as línguas apresentam, os quais dependem de fatores específicos, tais como condição social, faixa etária, diferenças existentes entre uma região e outra etc.

Assim sendo, constatamos algumas elucidações e casos representativos de tais variações. Entre elas, destacamos:Variações diafásicas

Representam as variações que se estabelecem em função do contexto comunicativo, ou seja, a ocasião é que determina a maneira como nos dirigimos ao nosso interlocutor, se deve ser formal ou informal.Variações diatópicas

São as variações ocorridas em razão das diferenças regionais, como, por exemplo, a palavra “abóbora”, que pode adquirir acepções semânticas (relacionadas ao significado) em algumas regiões que se divergem umas das outras, como é o caso de “jerimum”, por exemplo. Variações diastráticas

São aquelas variações que ocorrem em virtude da convivência entre os grupos sociais. Como exemplo, podemos citar a linguagem dos advogados, dos surfistas, da classe médica, entre outras.

Exercícios

1. Leia os dois textos. Texto I O livro de língua portuguesa Por uma Vida Melhor, adotado pelo

Ministério da Educação (MEC), contém alguns erros gramaticais. “Nós pega o peixe” ou “os menino pega o peixe” são dois exemplos

de erros. Na avaliação dos autores do livro, o uso da língua popular, ainda que contendo erros, é válido. Os escritores também ressaltam que, caso deixem a norma culta, os alunos podem sofrer “preconceito linguístico”. A autora Heloisa Ramos justifica o conteúdo da obra: “O importante é chamar a atenção para o fato de que a ideia de correto e incorreto no uso da língua deve ser substituída pela ideia de uso da língua adequado e inadequado, dependendo da situação comunicativa.”

www.opiniaoenoticia.com.br. Adaptado. Texto II Ninguém de bom-senso discorda de que a expressão

popular tem validade como forma de comunicação. Só que é preciso que se reconheça que a língua culta reúne infinitamente mais qualidades e valores. Ela é a única que consegue produzir e traduzir os pensamentos que circulam no mundo da filosofia, da literatura, das artes e das ciências. A linguagem popular a que alguns colegas meus se referem, por sua vez, não apresenta vocabulário nem tampouco estatura gramatical que permitam desenvolver ideias de maior complexidade – tão caras a uma sociedade que almeja evoluir. Por isso, é óbvio que não cabe às escolas ensiná-la.

Evanildo Bechara. Veja, 1º/06/2011. Adaptado.

Assinale a alternativa correta acerca da relação entre linguagem popular e norma culta. A) Os dois textos apresentam preocupação com a prática do

preconceito linguístico sobre pessoas que se expressam fora dos padrões cultos da língua portuguesa.

B) Os dois textos defendem ser possível expressar ideias filosóficas tanto em linguagem popular quanto seguindo os padrões da norma culta.

C) Para Evanildo Bechara, não existem critérios que possam definir graus de superioridade ou inferioridade entre linguagem popular e norma culta.

D) O texto II sugere que a norma culta é instrumento de dominação das elites burguesas sobre as classes populares.

E) Para Evanildo Bechara, a norma culta é superior no que se refere à capacidade de expressão de ideias complexas no campo cultural.

• Textos para a próxima questão.Texto I

LÍNgUA PORTUgUESA

Última flor do Lácio, inculta e bela, És, a um tempo, explendor e sepultura: Ouro nativo, que na ganga impura A bruta mina entre os cascalhos vela (...)

Olavo Bilac

Observação: Última flor do Lácio = Lácio é uma região na Itália central onde se falava latim. Muitas línguas derivam do latim, como o francês, o espanhol e o italiano; a última delas foi a língua portuguesa, conforme diz o poema, que também a caracteriza como inculta, ou seja, não lapidada, em comparação às outras também formadas a partir do latim.

Vocabulário ganga: matéria inútil que se separa dos minerais vela: permanece de vigia

Olavo Bilac. Tarde. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Adaptado.

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Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias

Texto II [...] Fiquei pensando: “Mas o poeta disse sepultura?! O tal de Lácio

eu não sabia onde ficava, mas de sepultura eu entendia bem, disso eu entendia!”, repensei baixando o olhar para a terra. Se eu escrevia (e já escrevia) pequenos contos nessa língua, quer dizer que era a sepultura que esperava por esses meus escritos? Fui falar com meu pai. [...] Olha aí, pai, o poeta escreveu com todas as letras, nossa língua é sepultura mesmo, tudo o que a gente fizer vai pra debaixo da terra, desaparece!

Calmamente ele pousou o cigarro no cinzeiro ao lado. Pegou os óculos. O soneto é muito bonito, disse-me encarando com severidade. Feio é isso, filha, isso de querer renegar a própria língua. Se você chegar a escrever bem, não precisa ser em italiano ou espanhol ou alemão, você ficará na nossa língua mesmo, está me compreendendo?

Lygia Fagundes Telles. Durante aquele estranho chá: perdidos e achados. Rio de Janeiro: Rocco, 2002. p. 109-111. Adaptado.

2. No trecho – “O tal de Lácio eu não sabia onde ficava, mas de sepultura eu entendia bem”, (...) – a expressão “O tal de Lácio” revela um uso de linguagem apropriado: A) às situações de emprego da norma padrão.B) às situações de fala, em conversas.C) à manifestação de respeito pelo local indicado.D) aos autores de literatura clássica.E) a um discurso em situação de extrema formalidade.

• Texto para a próxima questão.

TEM ÁgUA NA fERVURA

O cinema produzido em Santa Catarina vive atualmente uma fase de efervescência. (...) A Antropóloga, de Zeca Pires, concorreu à vaga para representar o Brasil entre os filmes que desejavam disputar o Oscar. Sandra Alves filmou Rendas no Ar. O diretor Penna Filho foi contemplado no edital referente a 2010, com o projeto Das Profundezas.

Os vencedores do prêmio estadual foram anunciados pelo Secretário Estadual de Turismo, que desenhou um quadro animador para o cinema. Em seu discurso de anúncio dos vencedores, o Secretário foi enfático. Ofereceu garantias de que o edital não será mais interrompido e seguirá com realização anual, “acompanhando o ritmo de crescimento do Estado”. (...) E não só de longas vive o cinema catarinense. O curta-metragem Qual Queijo Você Quer?, de Cíntia Domit Bittar, produzido com o prêmio de R$ 30 mil, do edital do Fundo Municipal de Cinema da Prefeitura Municipal de Florianópolis, foi selecionado para cinco importantes festivais brasileiros.

LIMA, Fifo. (Colaboração de Felipe Alves). “Tem água na fervura”. Diário Catarinense. Caderno Variedades. 14/08/2011. p. 4 (adaptado).

3. Em relação à linguagem usada no texto, é correto afirmar que:A) tratando-se de um texto publicado no jornal, a linguagem

utilizada é a popular, ou coloquial, com o objetivo de atingir o maior número possível de leitores.

B) a linguagem predominante no texto é denotativa, mas o título do texto, assim como a expressão “desenhou um quadro animador”, apresentam linguagem conotativa (ou figurada).

C) o texto contém uma variedade de substantivos apropriadamente coletivos, como os títulos dos filmes, por exemplo.

D) o vocabulário apresenta termos específicos da área cinematográfica, caracterizando-o como um texto técnico.

E) por apresentar expressões diferenciadas e poéticas, como os títulos dos filmes, a linguagem do texto se caracteriza como linguagem literária.

• Texto para a próxima questão.

...Capitão, osenhor está

vivo!

...e pulsandocomo uma

sanguessuga!

Mas capitão!...todas nós vimos

o senhormorrendo!

...não deveacreditar em tudo

que vê nosquadrinhos,

madame!

http://www2.uol.br/laerte/tiras/index-overman.html

4. A função da linguagem predominante no quadrinho aparece em:A) “Sentia um medo horrível e ao mesmo tempo desejava que um grito

me anunciasse qualquer acontecimento extraordinário. Aquele silêncio, aqueles rumores comuns, espantavam-me.” (Graciliano Ramos)

B) “A luta branca sobre o papel que o poeta evita, luta branca onde corre o sangue de suas veias de água salgada.” (João Cabral de Melo Neto)

C) “Olá, como vai? / Eu vou indo e você, tudo bem? / Tudo bem, eu vou indo pegar um lugar no futuro e você?” (Paulinho da Viola)

D) “Se um dia você for embora / Ria se teu coração pedir / Chore se teu coração mandar.” (Danilo Caymmi & Ana Terra)

E) “Alô, alô continuas a não responder / E o telefone cada vez chamando mais.” (André Filho, com o Grupo do Canhoto)

• Texto para a próxima questão.

As pessoas que falam uma língua estrangeira sem sotaque são geralmente as que aprenderam o idioma estrangeiro na infância, juntamente com a língua materna. Nesses verdadeiros bilíngues, de alto desempenho, a mesma região do cérebro que produz a fala é compartilhada pela representação dos dois idiomas, enquanto nas pessoas que aprendem a segunda língua, na vida adulta, duas regiões vizinhas, separadas, cuidam cada uma de um idioma. A representação conjunta talvez explique a maior facilidade dos bilíngues verdadeiros em transitar entre os dois idiomas, já que as mesmas redes neurais de associação devem ser acionadas por um idioma e outro.

Adaptado de Suzana Herculano-Houzel

5. É correto afirmar que no texto há:A) diferentes níveis de linguagem, evidenciando a presença de

variações no uso da língua.B) o predomínio da função apelativa, com o uso de elementos

linguísticos que reforçam o apelo ao leitor, revelado pela linguagem acadêmica.

C) linguagem formal na transmissão de informações, intenção preponderante que indica a função referencial do texto.

D) uma estrutura típica da argumentação que apresenta duas teses conflitantes, sendo que ao final uma delas é privilegiada.

E) predomínio da subjetividade, depreendida principalmente pelo uso de expressões como “geralmente” e “talvez”.

fB no Enem – Nº 23 – Professor: franzé filgueiras1 2 3 4 5A C D A D

Edna Pereira – 29/06/12 – Rev.: TonyOSG.: 61231/12