Profissão e Arte

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Imagens e Roteiros - Resultados dos cursos de Fotografia e Dramaturgia

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Imagens e Roteiros - Resultados dos cursos de Fotografia e Dramaturgia

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Imagens e Roteiros - Resultados dos cursos de Fotografia e Dramaturgia

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Profissão e Arte surgiu para propiciar ao jovem entre 15 e 21 anos,

que sai da escola para o mercado de trabalho, vivências em relação às

possibilidades e perspectivas de escolha profissional.

Apresenta a área cultural como uma alternativa ao mercado tradicional,

oferecendo uma programação de cursos livres de experimentação

de profissões do ramo artístico.

A dinâmica desenvolvida no primeiro semestre de 2011 apresentou a estes

jovens as linguagens de Fotografia e Dramaturgia e como fruto dessa

experiência nasceu a exposição que traz o apanhado das imagens e roteiros

produzidos em cada um dos cursos.

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FOTOGRAFIA DE CENASAs fotografias produzidas no curso Profissão e Arte são resultado de diversos exercícios criativos propostos pela fotógrafa Cris Bierrenbach. Seja com a proposta de realizar um retrato, uma sequência de fotos que conte uma história ou registrar um show ou espetáculo, os alunos do curso puderam exercitar a fotografia não apenas no palco, mas também na composição de cenas que eles mesmos criaram.

As fotografias 1, 2, 3 e 4 foram feitas durante o espetáculo “Menecma” e as de números 5, 6 e 7 são do espetáculo “Improvável”.

Já as fotos 8, 9, 10 e 11 são, respectivamente, retratos dos shows “ Seis Com Casca: O erudito Encontra o Popular”, “Adriana Moreira canta Clara Nunes” e “O Canto de Minas – A Quatro Vozes”, todos apresentados no SESC Consolação.

Finalmente, a fotografia 12 é resultado de um exercício de composição de cena, realizado durante a aula.

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Foto: Luah Marques

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Foto: Ana Carolina Xavier Cruz

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Foto: Valentina Amaranta

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Foto: Talita Rennó

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Foto: Gabriel Ivan

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Foto: Maria Bixuxa

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Foto: Heron Luiz Barros

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Foto:Giovana Agresti

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Foto: Marina Marcondes

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Foto: Nayara Saez

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Foto: Mônica Gallo Petrelli

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Foto: Júlia Mente

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DRAMATURGIA –CRIAÇÃO DE ROTEIROS PARA TEATROO processo criativo dos textos teatrais produzidos no curso Profissão e Arte foi resultado de utilização de diversos “suportes de inspiração” propostos por Soledad Yunge. Reproduções de obras de arte, cenas cotidianas observadas no SESC e arredores, objetos pessoais, dramaturgias de autores renomados: todas essas referências foram exercitadas pelos alunos como disparadores da escrita teatral.

A seguir, quatro textos teatrais produzidos por quatro alunos, que tiveram como base a observação aleatória de usuários e funcionários do SESC Consolação. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência!

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DUAS SENHORASDe Júlia Andrade B. Zocchi

MARIA: Sabe, eu acho que não tem nada de mais.TERESA: Então por que se incomoda tanto?MARIA: Não é que eu me incomode, apenas acho anormal.TERESA: Sei...MARIA: Quando eu era pequena, diziam que era pecado.TERESA: A senhora já pensou em cuidar da sua vida? MARIA: Me desculpe.TERESA: Quem sabe.MARIA: Você também cuida da vida dos outros! TERESA: A senhora não pode afirmar nada. MARIA: Este café está quente demais... TERESA: A senhora ainda tem paladar? MARIA: A senhora acha que eu sou tão velha assim? TERESA: Quem sabe você bota algo na sua cabeça com tantos anos de vida...MARIA: Você continua me culpando pelo enfarte dele não é?TERESA: Não, espere, pare, pense um pouco e verá que não. Achei que estivesse bem claro na sua cabeça.MARIA: Não me enrole.TERESA: Eu o amava ! MARIA: Eu também!TERESA: Você o deixou nervoso!MARIA: Ta certo.TERESA: Não está.MARIA: Porque?TERESA: Eu era irmã dele.MARIA: E eu esposa.TERESA: Eu, irmã há 75 anos.MARIA: Eu esposa há 50.

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TERESA: Tenho mais moral não acha? MARIA: Tenho a aliança, isso não é importante? TERESA: Não.MARIA: Tá certo.TERESA: TáMARIA: Tudo bem.TERESA: Não!MARIA: Fique quieta, elas chegaram.TERESA: Pronto foram embora.MARIA: Então, eu não tenho nada contra.TERESA: Eu vou pagar a conta.MARIA: Não! Ainda não, fique mais um pouco... São tão bonitinhas...TERESA: Isso aqui ta ficando movimentado.MARIA: Eu estou gostando. TERESA: Eu estou odiando, isso me perturba.MARIA: Eu gosto, lembro de meus netos.TERESA: Não tenho netos.MARIA: Eu sei.TERESA: Então.MARIA: Nunca irá me perdoar não é?TERESA: Nunca irá trazê-lo de volta não é? MARIA: Isso não depende de mim...TERESA: Então de quem depende?MARIA: Deus.TERESA: AAAI, lá vem você com esse papo religioso...MARIA: Não é papo é fé.TERESA: Tchau, querida, vou indo por que esta muito barulho, foi ótimo conversar com você. MARIA: Beijos, até a próxima.

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A BANDADe Felippe Augusto

GUITARRISTA: ChegamosBATERISTA: É aquiGUITARRISTA: Sim! Que foi? Não gostou?BATERISTA: ManeiroGUITARRISTA: Onde vamos ficar?BATERISTA: Meu, você fica desse lado, o Claudinho daquele e o Marquinho na frente.GUITARRISTA: Fechou! Mas onde estão os meninos?BATERISTA: Eles vêm mais tarde (celular toca). Falando neles... (atende) Fala Grande! Onde vocês estão? Putz! Beleza, á Alice já esta chegando, não demora, abraço.GUITARRISTA: Quem era?BATERISTA: Era o Claudinho, ele esta no metrô vindo para cá!(Alice chega)ALICE: Oi meninos, tudo certo?BATERISTA: Tudo tranqüilo! Estamos começando a nos organizar agora.ALICE: Ok! Vou conversar com a administração. Já volto (sai)BATERISTA: Beleza!(uma criança se aproxima)CRIANÇA 1: Vocês vão tocar?GUITARRISTA: Vamos mais tarde.CRIANÇA 1: Vocês tocam o que?GUITARRISTA: RockCRIANÇA 1: Que músicas vocês cantam?BATERISTA: As nossas músicas, mas também tocamos algumas músicas famosas de outras bandas.CRIANÇA 1: Ah... Vocês tocam ‘’Vou de Taxi’’?GUITARRISTA: (rindo) Não! Tocamos ‘’Taxi do Inferno’’!CRIANÇA 1: Ai... Que chato! Não gostei de vocês! (sai).GUITARRISTA: Você viu essa?

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BATERISTA: Melhor nem comentar (riem).(Alice volta)ALICE: E ai meninos, aconteceu algo?GUITARRISTA: Não, tudo tranqüilo!(Claudio chega)CLAUDIO: Fala brothers, demorei?ALICE: Chegamos há pouco!CLAUDIO: Alguém já viu a iluminação?BATERISTA: Ainda não! Alice leva o Claudio pra dar uma olhada na luz.ALICE: Pode deixar, vou aproveitar e procurar alguém que possa ajudar vocês na montagem de tudo!GUITARRISTA: Fechou!(Alice e Claudio saem) (Criança volta com um amiguinho)GUITARRISTA: Beto olha só quem voltou.BATERISTA: Fala maninho...CRIANÇA 1: Só viemos olhar!BATERISTA: Beleza! Mas fiquem ali no cantinho pode ser?(Crianças se afastam) (Baterista e guitarrista começam a se organizar)CRIANÇA 2: Tio, por que você tem cabelo comprido?BATERISTA: Porque acho maneiro!CRIANÇA 2: Mas minha mãe fala que cabelo grande é coisa de menina!BATERISTA: Sua mãe fala isso porque ela é uma...GUITARRISTA: Uma mulher muito simpática!CRIANÇA 1: Toca uma música pra nós.GUITARRISTA: Agora não dá!CRIANÇA 2: Mas por que não?GUITARRISTA: Porque precisamos ainda ligar os equipamentos...CRIANÇA 1: Nossa, como vocês são devagar! (saem)BATERISTA: Se esse pirralho vier com mais uma, eu...GUITARRISTA: Fica tranqüilo brother, ele é só uma criança!(Alice volta acompanhada de um homem)ALICE: Meninos, esse é o Jonas, ele trabalha aqui no SESC e vai dar uma ajuda pra vocês!

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JONAS: E ai? Beleza? Tão precisando de algo?GUITARRISTA: Então... Precisamos de um estabilizador e alguns fios que me esqueci de trazer.JONAS: Ah, então me acompanha pra vermos quais os fios que vocês precisam.GUITARRISTA: Ok! (saem)BATERISTA: E ae ALICE? Como que vai você e o Claudinho?ALICE: Não vai né? O Claudio é mais devagar que uma tartaruga (Baterista ri) Bem, já que esta tudo tranqüilo por aqui, vou aproveitar pra ir comprar algo pra comermos mais tarde! Já volto!BATERISTA: Beleza! (Alice sai, baterista sozinho, começa a se organizar) (criança 1 volta)BATERISTA: Ah não! O que você quer moleque?CRIANÇA 1: Nada! Na verdade eu quero meu ioiô, você viu por aqui?BATERISTA: Não vi, e também não sei se está aqui! Mas procura rápido que você já esta me atrapalhando!CRIANÇA 1: Nossa, como você é chato. (cada um segue para um lado do palco) Tio... (baterista não responde) Tio... Tio...? (criança volta andando e grita próximo ao ouvido do baterista) ô TIIIOOO!BATERISTA: (bravo) O que você quer moleque?CRIANÇA 1: Nada! Eu só lembrei que não trouxe meu ioiô! Ele tá na casa da minha tia Florinda. Você tem chiclete?BATERISTA: (bravo) Moleque, sai daqui agora...CRIANÇA 1: Por quê?BATERISTA: Por que se não... (guitarrista entra)GUITARRISTA: Fala baixinho, tá fazendo o que aqui de novo?CRIANÇA 1: Vim buscar meu ioiô, mas lembrei que não deixei aqui!BATERISTA: Mano, tira esse pirralho daqui!GUITARRISTA: Maninho, vem com o tio vem... (leva a criança, mas volta em seguida) O que ele fez dessa vez?BATERISTA: Prefiro nem falar! Mas e aí? Achou os fios?GUITARRISTA: Achei, eu vim só porque ouvi a voz do menino, vou lá buscar os fios, já volto! (sai)BATERISTA: (grita) Alguém viu o Jet Box?

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PRECONCEITODe Igor Trindade

1Duas senhoras em um café esperando sua aula de yoga.

MARIA: Está demorando né? JUDITE: Sim! (coloca açúcar em sua xícara)MARIA: Mas me diga Judite, seu filho conseguiu entrar na faculdade que ele desejava?JUDITE: Graças a Deus! (Pega a xícara e toma seu café) MARIA: Que ótimo! Fico feliz por ele. (Sorri)JUDITE: Mas já era hora né? 23 anos na cara sem nenhuma faculdade é muita falta de vergonha na cara. MARIA: Mas seu menino é muito dedicado, não deve ter sido por falta de vontade. (sarcasmo)JUDITE: Será?MARIA: Sim, sem dúvidas. JUDITE (envergonhada): Vamos mudar de assunto minha amiga? MARIA: Claro!

(Entram em cena diversas crianças, que bagunçam ao redor da mesa das senhoras).

JUDITE: Olha que gracinha essas crianças. MARIA: Sim, mas também muito barulhentas né? (abre um sorriso desdém) JUDITE: Não fale assim. Todas as crianças bagunçam, essas não são as únicas.MARIA (com cara de desgosto): Sim, mas essas ultrapassam os limites. Bom, eu cansei! Vou à minha aula que ganho mais.JUDITE: Mas já? MARIA (se levantando): Sim! Beijos e até logo.

(JUDITE começa a admirar e brincar com as crianças. As crianças vão saindo de cena. A luz do palco vai abaixando até que só há um foco, que é na JUDITE. Ela faz uma cara de pensativa).

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JUDITE (refletindo): Não têm idade melhor que essa, as crianças são maravilhosas. Qual é o problema que elas nos trazem? Nenhum. Elas só querem colo, carinho, comida, nada que nós não possamos dar. Mas e quando elas crescem? Elas começam a exigir cada vez mais de nós, elas começam a nos afrontar, querem mostrar que são donas do próprio nariz e que sabem de tudo, coitadas! Mal saíram das fraldas e já acham que são donas do mundo. Ai, essas crianças...

2(Na casa de Judite com o filho, 8 anos antes)(No palco há uma mesa de cozinha. JUDITE aparece mais jovem junto a um garoto de 15 anos. Ela está sentada lendo um livro. O menino dá passos muito pequenos, ele parece estar aflito, como se fosse contar algo, logo ele senta ao lado da senhora e a cutuca).

MENINO: Mãe? JUDITE: Oi meu filho. Você parece estar aflito, aconteceu algo? MENINO: Não não, eu só...JUDITE (interrompendo): Ora meu filho, não há segredo entre nós não é? Pois então, me conte o que se passa contigo.MENINO (cabisbaixo): Bom mamãe, eu queria lhe dizer que...JUDITE (interrompendo novamente): Olhe para mim e conte! MENINO (levantando a cabeça aos poucos): Eu direi minha mãe. Espero que a senhora não fique brava nem chateada, mas eu tenho que lhe contar algo muito sério.JUDITE (olhando fixamente para os olhos de seu filho): Estou ficando cansada já! Vai me contar ou não? MENINO (num tom de choro): Tudo bem... Mãe, eu sou gay. JUDITE (assustada): Meu filho, pare de brincar com isso! Isso não pode estar certo, somos uma família que seguimos a lei de Deus, homem com mulher e vice-versa. Não deixe essa sua mãe louca com isso, me conte a verdade! MENINO: Eu estou dizendo a verdade. E se a senhora realmente segue a lei de Deus sabe que antes de tudo não deve colocar o nome Dele em vão. Não há motivos pra eu brincar com algo tão sério mamãe. JUDITE (inconformada) - Isso só pode ser coisa daqueles seus amigos estranhos, aposto que eles o levaram pra esse caminho, não há outra explicação. MENINO: Não é culpa de ninguém! JUDITE - Como não? Isso só acontece em famílias com falta de estrutura, famílias de baixa renda, não com famílias como a nossa, há algo errado nisso. MENINO: Se há algo errado é esse seu preconceito, isso sim.

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JUDITE (brava): O senhor está muito enganado! Não é questão de preconceito, e sim de distinguir o que é certo e errado. MENINO: A senhora me dá nojo com essa sua cabeça. JUDITE: Quem é você pra falar assim comigo? (dá um tapa no rosto de seu filho e começa a chorar) - Saia já daqui!

(O menino se retira).

(Há um foco nessa senhora, ela parece estar inconformada, à sua frente há uma imagem de santo).

JUDITE (falando com a imagem): Meu Deus, isso não pode ser verdade... Não mesmo. O que eu fiz meu santo (diz o nome do santo)? Me diga, onde errei com esse menino? (se ajoelha) - Eu faço tudo para não ver meu filho desse jeito, qualquer coisa. (parece que espera uma resposta). Por isso amo crianças, elas são amorosas, carinhosas, às vezes impacientes, mas nunca nos confrontam, sem contar que crianças admiram o sexo oposto. Já os jovens adoram nos confrontar, parece que fazem de tudo para nos ver mal, fazem escolhas que pra eles são convenientes, mas que para nós não. Não é certo um homem jovem, bonito e rico gostar de outro homem, isso é fora dos padrões, fora das leis de Deus, fora de qualquer normalidade desse mundo, não entendo porque esse tipo de escolha. Por que meu filho não pode ser como seus primos? Eu realmente não entendo, e vou lutar até o último dia da minha vida para que meu filho vá pelo caminho certo.

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RECEPÇÃODe Júlia Mente

Horário do almoço, e uma recepcionista atendendo e resolvendo os mais diversos problemas. Ela para um pouco para sua marmita. O telefone toca.

SHIRLENE: Rogério! Telefone para você. ROGÉRIO: Mas você disse que eu estava aqui? Eu já te disse! É para falar que eu não estou. Vai que é do banco.SHIRLENE: É sua mulher. RelaxaROGÉRIO: Ah bom. (para o telefone) Oi amooor!RODRIGO: Rogério?ROGÉRIO: Ahm. Eu mesmo. (envergonhado) Quem fala?RODRIGO: Aqui é o Rodrigo, o novo coordenador do SESC. To precisando de um favor seu. É pra dobrar a segurança ai na entrada, tem umas crianças saindo sem autorização e eu tenho umas mães aqui brigando.ROGÉRIO: Pode deixar. Sim senhor, farei isso.RODRIGO: Ok, obrigada.

(Rogério desliga o telefone)

SHIRLENE: Ih, alguém levou uma dura da mulher?ROGÉRIO: Engraçadinha.SHIRLENE: Eu sempre te disse para não ficar bobeando na segurança. Tem gente que nota, viu?ROGÉRIO: Tem gente que nota até demais, né Shirlene? SHIRLENE: Haha (risada irônica).

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ROGÉRIO: Agora me diz que eu to sem tempo. Tem mais recado para mim?SHIRLENE: Não tem não. Ta abusado hein? Achando que é assim tão requisitado. ROGÉRIO: Não enche, Shirlene. Hoje o dia não está para mim.

(Walk Talk toca)

ASSISTENTE: Rogério. Está ai?ROGÉRIO: Pode falar. ASSISTENTE: Ah... tem uma senhora reclamando de roubo lá na porta do banheiro da piscina. Já to vendo, vai dar treta. ROGÉRIO: Eu tenho que ficar olhando aqui a porta, as crianças. Manda outroASSISTENTE: Rogério, não tem outro. Essa é sua. Câmbio, desliga.ROGÉRIO: Câmbio. (desliga o walk-talk). Tô falando... O mundo está contra mim hoje. SHIRLENE: Ih stress. Vai lá apartar briguinha vai, quem sabe você não se distrai. ROGÉRIO: Continua aí você também. Quem sabe você não coloca sua cabeça para funcionar de uma vez por todas.

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Como resultado de um exercício realizado em duplas,seguem dois textos teatrais criados a partir de objetos pessoais dos alunos,

levados à sala de aula.

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LETÍCIADe Júlia Andrade B. Zocchi e Felippe Augusto

Cena 1

NARRADOR: Esta é a história de Letícia, uma menina quieta, fria, tímida e misteriosa. Ela tem quinze anos, sempre gostou de filmes de morte, ação e suspense. Nunca foi muito vaidosa, e nem um pouco cuidadosa com o que falava. Apesar de seu nome representar felicidade em latim, seu olhar é escuro profundo e muito misterioso. O que será que aconteceu no passado de Letícia? Nunca se soube, onde foi parar sua mãe muito menos o seu pai. Hoje ela vive sozinha com a madrasta, pois eles a abandonaram, dizem que ele e a sua mãe fugiram juntos, nunca souberam. Mas mesmo ela sendo assim, tem algo em Letícia que cativa a todos. Seus gestos, sempre tão firmes, determinados, mas ao mesmo tempo tão delicados.Todos querem saber de Letícia.

Cena 2

(Duas amigas conversando no pátio de um colégio do interior)

AMIGA 1: Ela é estranha.AMIGA 2: Estranha? Estranha não é nada, ela é muito esquisita! Você viu o que ela falou para a Cláudia?AMIGA 1: O que? AMIGA 2: Ela falou que se a Cláudia pegar mais alguma coisa dela, ela ia perder a mão.AMIGA 1: Não me espanta, lembra que semana passada ela foi pra diretoria, por que ela falou que a professora era uma gorda safada? AMIGA 2: E aquele olhar? Eu tremo só de pensar!AMIGA 1: Ela é problemática! Nem os pais a quiseram!AMIGA 2: Amiga, cuidado!AMIGA 1: Eu só não entendo porque os meninos gostam tanto dela, ela parece que os encantou de alguma maneira. E temos que descobrir como.

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ENCONTRODe Júlia Mente e Igor Trindade

SinopseUma garota pequena que perdeu os pais quando tinha seis anos, e foi morar com o seu avô. Todas as noites ele lhe contava uma história que seu pai lhe contou, sobre um mundo mágico onde um garoto podia realizar dois grandes desejos, um mundo que ficava escondido onde ela menos imaginava. Um dia revirando o antigo quarto de sua mãe, ela achou uma pequena boneca russa e um diário. No diário, a mãe contava a mesma história que o seu avô tinha lhe dito, descrevendo um mundo mágico. Dentro da boneca, a menina achou uma chave, que abria um dos armários do quarto. Logo que entrou, ela se deparou com outra porta, essa um pouco menor. Depois disso outra porta. E mais na frente outra porta, pela qual ela quase nem passava. Quando ela conseguiu chegar ao outro lado, ela viu uma enorme boneca, que a deixou fazer dois pedidos. Antes de pensar duas vezes, ela pediu para ter os pais de volta. E seguiu seu caminho.No meio de tantas outras criaturas que sua mãe tinha descrito, ela encontrou um menino que estava na mesma situação que ela. Viraram amigos e ela descobriu que ele tinha ficado preso naquele mundo. Com medo de ficar presa também, ela começou a procurar pela saída. Mas para isso ela teria que lutar contra o seu próprio desejo.Depois de ajudá-lo a enfrentar o dele, matar um terrível bruxo, os dois acham a saída. A menina que já estava indo embora encontra seus pais, que pedem para que ela fique e não os abandone. Mas graças à ajuda do menino, ela encontrou forças para deixá-los de uma vez por todas, e enfrentar o mundo real. Continuar a sua vida. Ao passar para o mundo real, ela escreveu tudo no diário, e guardou a chave na boneca, e foi correndo ao encontro do seu avô, contar a nova versão da história.

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MENINO: Se eu fosse você, eu não pisaria aí...MENINA (Se assusta e aponta com um graveto): Quem é você?MENINO (Andando para trás): Calma! Não precisa me atacarMENINA: Como você veio parar aqui?MENINO: Como você veio para aqui? MENINA (Coloca para baixo o graveto, e recua): Você não acreditaria se eu dissesse. MENINO: Depois de tudo que eu já vi aqui, eu acredito em qualquer coisa. MENINA: Mas onde estamos?MENINO: Eu também procuro por esta resposta.MENINA: Eu não deveria estar falando com você. Vovô sempre me disse para não falar com estranhos...MENINO: Meus pais disseram a mesma coisa, e aqui estou eu. MENINA: Bom, eu não deveria estar aqui. Já estou atrasada.MENINO: Mas você mal chegou... Para que tanta pressa?MENINA: Meu avô deve estar me esperando, já deve estar preocupado.MENINO: Se eu fosse você eu não me preocuparia em sair daqui tão rápido.MENINA: Como assim?MENINO: Estou preso aqui há um bom tempo... Não tem saída.

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SESC Consolação | R. Dr. Vila Nova, 245 | Vila Buarque | São Paulo | SP | fone 3234 3000 [email protected] | www.sescsp.org.br | 0800 11 8220

Para conhecer a produção completa dos alunos do curso Profissão e Arte, acesse:

http://profissaoarteconsolacao.blogspot.com