Profissão - Valtra · 2020-01-24 · potencial para ser um futuro cientista brasileiro....

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VALTRA JOVEM Edição 7 | Ano 3 | Abril 2013 Você pode ser um médico de sucesso e atuar como clínico - a forma mais usual – ou ser um pesquisador. Escolher Farmácia e ser responsável por um estabelecimento do tipo ou, quem sabe, ser um pesquisador. E que tal ser um engenheiro agrônomo com graduação, pós, mestrado ou doutorado e também ser um pesquisador? A pesquisa científica é um dos campos de trabalho que mais recebem incentivos políticos e, consequentemente, tem tido um crescimento enorme de vagas no Brasil e no exterior. Explore com a Valtra & Você esse vasto campo de trabalho e descubra se também tem potencial para ser um futuro cientista brasileiro. Profissão: pesquisador Bianca Bassani

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VALTRA JOVEMedição 7 | ano 3 | abril 2013

Você pode ser um médico de sucesso e atuar como clínico - a forma mais usual – ou ser um pesquisador. Escolher Farmácia e ser responsável por um estabelecimento do tipo ou, quem sabe, ser um pesquisador. E que tal ser um engenheiro agrônomo com graduação, pós, mestrado ou doutorado e também ser um pesquisador? A pesquisa científica é um dos campos de trabalho que mais recebem incentivos políticos e, consequentemente, tem tido um crescimento enorme de vagas no Brasil e no exterior.

Explore com a Valtra & Você esse vasto campo de trabalho e descubra se também tem potencial para ser um futuro cientista brasileiro.

Profissão: pesquisador Bianca Bassani

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A área científi ca tem alcançado atenção total na última década devido às suas descobertas. Melhorar a qualidade de vida das pessoas, criar processos mais efi cazes e rápidos, e muitas outras atividades estão na rotina dos pesquisadores brasileiros. Todos os anos o governo federal aumenta o valor investido em pesquisa, desenvolvimento e capacitação tecnológica. Para se ter uma ideia, em 2000, foi investido cerca de um milhão. Este ano, a expectativa é atingir os sete milhões.

Em 1985, já atento para a comunidade científi ca brasileira, o então presidente Tancredo Neves criou o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCTI). De lá para cá, muita coisa evoluiu em termos de órgãos especializados e investimentos. Foi criado, por exemplo, um dos mais conhecidos programas da área atualmente, o Ciência sem Fronteiras, que tem disponibilizado a alunos de graduação e pós-graduação do Brasil inteiro a prática de estágio fora do país.

Falar em investimento em ciência no Brasil sem citar o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científi co e Tecnológico) seria quase impossível. Criado antes mesmo do MCTI, o CNPq tem a função de fomentar a pesquisa científi ca e tecnológica e incentivar a formação de pesquisadores brasileiros. Outro papel importante desta agência é contribuir para a popularização da ciência. A propósito, o CNPq ajudou a divulgar no ano passado uma pesquisa do MCTI, que entrevistou mais de duas mil pessoas para avaliar a percepção delas com relação à ciência no país. Dois resultados que chamam a atenção e reforçam a importância da pesquisa atualmente e, mais especifi camente, nas áreas da Agronomia. Questionadas sobre qual das descrições apresentadas corresponderiam melhor à ideia que a pessoa fazia dos cientistas, 60% respondeu que cientistas são pessoas inteligentes que fazem coisas úteis para a humanidade. Em outro questionamento, sobre que áreas de pesquisa as pessoas achavam que seriam mais importantes para o país desenvolver nos próximos anos, 52% respondeu novas tecnologias para a agricultura.

Ciência e Tecnologia no Brasil

VALTRA JOVEM

2000 2013R$1 MILHãO R$7 MILHõES

INVESTIMENTOS DO GOVERNO FEDERAL

EM PESQUISA

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Doutor aos 27, pesquisador desde 2004Claudinei Kappes, 27 anos, pesquisador da Fundação MT (Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso), em Rondonópolis, pode dizer que vem atendendo às expectativas da população ao “planejar coisas úteis para a humanidade”. Atuando desde 2011 em uma das entidades de pesquisa privada mais reconhecida do Brasil – hoje com cerca de 300 colaboradores –, o doutor em Agronomia trabalha com pesquisa em sistemas de produção, manejo e fertilidade do solo. Claudinei é responsável por coordenar as ações realizadas na Estação Experimental da fundação, com área de 68 hectares. A curiosidade em descobrir, gerar tecnologias, contribuir de alguma maneira para o avanço da agricultura foram os fatores que o levaram a seguir o ramo da pesquisa. “Percebi que tinha um perfi l de pesquisador ainda na faculdade, pois sempre gostava de conduzir experimentos e escrever artigos”, conta Claudinei, que se formou em Agronomia em 2007, pela universidade do Estado de Mato Grosso.

Apesar de não possuir a tão almejada estabilidade, um pesquisador que atua em um órgão de pesquisa do setor privado pode contar com uma disponibilidade de recursos maior, além de que os processos, por enfrentarem menos burocracia, se desenvolvem com mais rapidez.

A rotina de Claudinei na Fundação MT envolve pesquisa de sistemas de produção, manejo e fertilidade do solo para soja, milho, algodão e plantas de cobertura (crotalária, milheto, braquiária, etc.). Em seu dia a dia ele se envolve na elaboração de novos projetos de pesquisa, coordenação das equipes de campo, emissão de relatórios técnicos, participação em eventos da Fundação MT, como palestras, congressos, simpósios e seminários, e relacionamento com empresas e instituições de pesquisas.

A rotina de um pesquisador emum órgão de pesquisa privado

O doutor avalia o mercado de trabalho da pesquisa como em crescimento ascendente, mas atenta para o fato de nem todos os profi ssionais terem o perfi l de pesquisador. “A profi ssão de pesquisador exige, na maioria dos casos, que o profi ssional tenha feito pós-graduação, por exemplo, mestrado e doutorado. Porém, isso implica em estudar por mais tempo e, às vezes, fi car mais tempo longe da família.”

Claudinei é pesquisador na Fundação MT, uma das maiores instituições de pesquisa privada do país

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Ser útil ao produtor ruralDescobrir e aprimorar tecnologias que possam facilitar a vida do produtor rural é um objetivo fi xo na carreira de Germano Tessmer Büttow, pesquisador desde 2005 quando recém-formado em técnico em Agropecuária. Hoje, aos 24 anos, já carrega na mala a graduação em Engenharia Agronômica e o mestrado em Fitossanidade – ainda em andamento. Já teve inúmeras experiências com pesquisa e atualmente realiza trabalhos de campo na área experimental da Embrapa de Pelotas, pesquisando em entomologia. O órgão em que Germano atua foi criado em 1973 e possui quase dez mil colaboradores no Brasil todo, sendo que, destes, cerca de dois mil são pesquisadores. A Embrapa possui mais de 40 unidades de pesquisa temática, em vários estados do país, com atividades e projetos em temas específi cos de pesquisa, desenvolvimento e inovação agropecuária. “Escolhi me dedicar ao ramo da pesquisa primeiramente por ter me despertado interesse desde o primeiro momento que tive o contato no meu estágio fi nal de técnico em Agropecuária e também por gostar de desafi os e produzir informações que sejam úteisao produtor rural”, explica Germano.

O pesquisador avalia que o campo científi co brasileiro está hoje em pleno crescimento, pois o nível de conhecimento exigido está cada vez maior e existem muitas opções de cursos de pós-graduação e boa oferta de bolsas de especialização. “Quem se decidir pela pesquisa tem que gostar de descobrir novidades e produzir coisas novas que possuam alguma utilidade para a agricultura, bem como dedicar mais anos ao estudo. No fi nal de tudo, fazendo a sua parte bem feita, a pessoa será recompensada pelo esforço”, incentiva ele.

Participe!

Compartilhe com a gente sua experiência profi ssional na área da pesquisa. Deixe uma mensagem na Fan Page da ValtraGlobal ou envie e-mail. Sua participação poderá ser publicada na próxima edição da revista.

[email protected]

/ValtraGlobal

A rotina de um pesquisador em um órgão de pesquisa público

Germano acredita que em termos de reconhecimento do trabalho e desenvolvimento de tecnologia, tanto empresas públicas como privadas são uma excelente oportunidade de trabalho para os profi ssionais que elegerem esse segmento de mercado para atuar. Em seu dia a dia, Germano se envolve no manejo da cultura do arroz irrigado, acompanhando todo o processo de montagem dos experimentos, tratos culturais, avaliações até a colheita dos materiais e bem como a tabulação dos dados e publicações dos resultados obtidos.

ATRATIVOS DE SER UM PESQUISADOR

• Reconhecimento perante a classe agronômica;

• Respaldo diferenciado (positivo) perante a classe produtora, acadêmica e científi ca;

• A possibilidade de estar “antenado” com tudo o que está acontecendo com a agricultura;

• Torna-se um difusor e transferidor de tecnologia para o agricultor.

Germano, aos 24 anos, atua como pesquisador na Embrapa, em Pelotas