Programa Da Disciplina Antropologia Dos Objetos (1)

15
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS. ATP042 Tópicos em Antropologia Antropologia dos objetos 1º semestre de 2015 Sextas-feiras. De 14hs às 18hs. Levindo da Costa Pereira (e Eduardo Viana Vargas) Ementa Os radicais gregos da palavra antropologia denotam um saber (ou uma ciência) do humano. Mas o que vem a ser justamente esse 'anthropos' e esse saber se a própria antropologia se situa num paradoxo entre ser ciência e ciência do outro, entre sua origem e sua intenção, entre aquilo que a constitui como ciência e o que ela estuda, entre ela mesma e seu objeto de estudo? Pretende-se, nessa disciplina, passar por diferentes abordagens antropológicas que vêm levando em consideração não apenas outros povos, mas também o que são coisas e objetos para estes povos, e como esses outros pensam as coisas e objetos de seus outros “nós”, por exemplo. Almeja-se também explorar como a antropologia voltada para o estudo das sociedades das quais ela mesma emergiu vem desenvolvendo estudos que se questionam o que seriam coisas e objetos para “nós” inclusive. A linha que percorre estas diferentes antropologias com as

description

Programa da disciplina Antropologia dos Objetos ofertada na UFMG

Transcript of Programa Da Disciplina Antropologia Dos Objetos (1)

Page 1: Programa Da Disciplina Antropologia Dos Objetos (1)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS.

FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS.

ATP042 Tópicos em Antropologia

Antropologia dos objetos

1º semestre de 2015

Sextas-feiras. De 14hs às 18hs.

Levindo da Costa Pereira(e Eduardo Viana Vargas)

Ementa

Os radicais gregos da palavra antropologia denotam um saber (ou uma ciência) do humano.

Mas o que vem a ser justamente esse 'anthropos' e esse saber se a própria antropologia se

situa num paradoxo entre ser ciência e ciência do outro, entre sua origem e sua intenção,

entre aquilo que a constitui como ciência e o que ela estuda, entre ela mesma e seu objeto de

estudo?

Pretende-se, nessa disciplina, passar por diferentes abordagens antropológicas que vêm

levando em consideração não apenas outros povos, mas também o que são coisas e objetos

para estes povos, e como esses outros pensam as coisas e objetos de seus outros — “nós”,

por exemplo. Almeja-se também explorar como a antropologia voltada para o estudo das

sociedades das quais ela mesma emergiu vem desenvolvendo estudos que se questionam o

que seriam coisas e objetos para “nós” — inclusive.

A linha que percorre estas diferentes antropologias com as quais esta disciplina procura

dialogar se sintetiza na seguinte questão: o que um modo antropológico de pensar os objetos

pode nos dizer a respeito dos objetos, dos povos que os mobilizam e da própria

antropologia? Como a antropologia vem concebendo as relações entre pessoas e coisas,

entre humanos e objetos, em suas variações? Enfim, como a antropologia tem pensado a

respeito dos objetos (familiares ou estranhos) e dos povos (outros ou não) com quem vem

dialogando constitutivamente?

A Unidade 1 trata dos modos como a antropologia abordou os objetos ao longo de sua

trajetória. Retomando problemas de economia examinados pela antropologia, esta unidade

trata, a partir de outros ângulos, o tema da escassez e enfatiza as relações entre dádiva e

mercadoria. A Unidade 2, por sua vez, tem como fio condutor a questão do que pode ser um

objeto do ponto de vista de outros povos, e de como esses outros concebem os objetos de

Page 2: Programa Da Disciplina Antropologia Dos Objetos (1)

seus respectivos outros. A Unidade 3 abre a possibilidade de acompanhar as concepções de

objeto em sociedades das quais a própria antropologia emergiu, o que permite problematizar

as partilhas mesmas (humanos e objetos, dádivas e mercadorias, pessoas e coisas, nós e

outros) que estiveram – silenciosamente ou em diálogo – presentes desde o começo deste

percurso.

Avaliação: notas de leitura 20pts; seminário 40pts; trabalho final 40pts

PROGRAMA

1ª SESSÃO (06/03)

Apresentação do curso

UNIDADE I — Objetos, dádivas e mercadorias

2ª SESSÃO (13/06)

MAUSS, Marcel. 2003 [1924]. “O ensaio sobre a dádiva” Sociologia e

Antropologia; São Paulo: Cosac & Naify. [Partes a indicar]

Leitura complementar: Gregory, C. Cap. 2. Beyond Gifts and Commodities. Savage Money, 1997. [há tradução: Gregory, C. “Além das dádivas e das mercadorias”]

Strathern, Marilyn O Gênero da dádiva. Problemas com as mulheres e problemas com a sociedade na melanésia. Ed. Unicamp, 2006 [1988] Capítulo 6. Trabalho: a exploracão em questão. Especialmente 'Uma crítica da dádiva'. e 'Transformações'. [pp.222-228; 244-257]

Parry, J e Bloch, M. (eds) Money and the Morality of Exchange. Parry, J e Bloch, M. Cap.1: Introduction: money and morality of exchange.

3ª SESSÃO (20/03)

GODELIER, Maurice. “Moeda de Sal e Circulação das Mercadorias entre os

Baruya da Nova Guiné.” In: Carvalho, Edgard de Assis (org.) 1981 Maurice

Godelier: Antropologia. (Grandes Cientistas Sociais, 21) São Paulo: Ática

Sahlins, Marshall. “A primeira sociedade da afluência”. Cultura na prática.

Rio de Janeiro: UFRJ, 2004.

Clastres, Pierre. Capítulo 8 “A economia primitiva”. Arqueologia da

violência. Pesquisas de antropologia política. São Paulo: Cosac & Naify. 2004

[1980]

Page 3: Programa Da Disciplina Antropologia Dos Objetos (1)

Leitura complementar: Godelier, Maurice. O enigma do dom. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001. Cap. 2. Dos objetos-substitutos dos homens e dos deuses, especialmente 'Das coisas que os baruyas produzem para dar ou para trocar'.

Clastres, Pierre. Capítulo 10 Os marxistas e sua antropologia” Arqueologia da violência. Pesquisas de antropologia política. São Paulo: Cosac & Naify. 2004 [1980][para uma crítica a Godelier]

SAHLINS, Marshall. 1972. Chap. 5. On the Sociology of Primitive Exchange. Stone Age Economics. Chicago: Aldine· Atherton, Inc. [há tradução. Sahlins, Marshall. “Sobre a sociologia da troca primitiva”. Trad. José Candido Lopes Ferreira][pdf em inglês e em espanhol no moodle]

Sahlins, Marshall. Cosmologias do Capitalismo: O Setor Trans-Pacífico do 'Sistema Mundial'. Cultura na prática. Rio de Janeiro: UFRJ, 2004.

4ª SESSÃO (27/03)

Appadurai, Arjun. Introdução: mercadorias e politicas de valor. in Appadurai, Arjun (2008) “Introdução: mercadorias e a política de valor”, in Arjun Appadurai (org.), A vida social das coisas: mercadorias sob uma perspetiva cultural. Rio de Janeiro: Ed. UFF.

GOLDMAN, Marcio e Lima, Tânia Stolze. Como se faz um grande divisor? Marcio

Goldman. Alguma Antropologia. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1999. pp. 83-92

LATOUR, Bruno. Reagregando o social. Uma introdução à teoria do ator-rede. Ed.

UFBA/EDUSC. 2012 [2005]. “Terceira Fonte de Incerteza: os objetos também

agem”. Especialmente 'Fazer com que objetos participem do curso da ação'. 'Só de

maneira intermitente os objetos ajudam a rastrear conexões sociais'. 'Quem se

esqueceu das relações de poder?' [pp. 106-128] “Quarta Fonte de Incerteza: Questão

de Fato vs. Questão de Interesse”. Especialmente 'Ha mais coisas na experiência do

que aquilo que nos chega aos olhos' [pp. 160-169]

Leitura complementar: Douglas, Mary. O mundo dos bens, vinte anos depois. Horizontes Antropológicos, 28, jul/dez, 2007

DOUGLAS, Mary; Isherwood; Baron. O Mundo dos Bens para uma antropologia do consumo. Editora UFRJ 2004 [1987] Parte I. “Bens como sistema informacional”

Gell, Alfred (2008). “Recém-chegados ao mundo dos bens: o consumo entre os Gonde Muria”. In. Appadurai, A. A vida social das coisas. As mercadorias sob uma perspectiva cultural. Niterói: Ed. UFF.

Unidade II — Os objetos dos outros e os outros como 'objeto'

Feriado 03/04

Page 4: Programa Da Disciplina Antropologia Dos Objetos (1)

5ª SESSÃO (10/04)

STRATHERN, Marilyn. Cap. 3 Sujeito ou objeto? As mulheres e a circulação de

bens de valor nas terras altas da Nova Guiné. O efeito etnográfico e outros ensaios.

São Paulo, Cosac Naify, 2014.

WAGNER, Roy. Cap. 2. A cultura como criatividade. A invenção da cultura. São

Paulo, Cosac Naify, 2010 [1981]

Leitura complementar: Strathern, Marilyn O Gênero da dádiva. Problemas com as mulheres e problemas com a sociedade na melanésia. Ed. Unicamp, 2006 [1988] Capítulo. 1. Estratégias antropológicas. Especialmente 'Para além da negação' [pp. 44-51]

6ª SESSÃO (17/04)

GORDON, Cesar. Economia selvagem. Ritual e mercadoria entre os indios Xikrin-

Mebêngôkre. Unesp/ISA/NUTI, 2006. Cap. 1 “No mundo das mercadorias”.

Especialmente 'Recém-chegado ao mundo dos bens'. Cap. 2. “Etnologia

mebêngôkre” Especialmente 'Economia política de pessoas e coisas'. Cap. 10.

“Nomes, nêkrêjx e mercadorias”, especialmente 'De volta ao mundo das

mercadorias'.

FAUSTO, Carlos. “Prefácio. A indigenização da mercadoria e suas armadilhas”. In:

Cesar Gordon. Economia selvagem. Ritual e mercadoria entre os indios Xikrin-

Mebêngôkre. Unesp/ISA/NUTI, 2006.

MILLER, Joana. As Coisas Os enfeites corporais e a noção de pessoa entre os

Mamaindê (Nambiquara), Tese de doutorado – Universidade Federal do Rio de

Janeiro, PPGAS - Museu Nacional. 2007. Introdução Capítulos:.2 “As Coisas.” 2.1

Os enfeites 2.2.2 A troca/roubo de enfeites. 3 “As Coisas do xamã.” Considerações

Finais.

Leitura complementar:MILLER, Joana. Os enfeites corporais dos Mamaindê (Nambiquara) e a noção de cultura. 10pp. http://portal.anpocs.org/portal/index.php?option=com_docman&task=doc_view&gid=3747&Itemid=318

Seeger, Anthony, Matta, Roberto e Viveiros de Castro, Eduardo. 1979. "A construção da pessoa nas sociedades indígenas brasileiras". Boletim do Museu Nacional, 32: 2-19

Viveiros de Castro, Eduardo. O medo dos outros. Revista de Antropologia, São Paulo, USP, 2011, V. 54 Nº 2 [Especialmente o tópico 'O infortúnio do caçador selvagem']

7ª SESSÃO Seminário (discussão dos temas do curso até aqui) (24/04)

Feriado 01/05

Page 5: Programa Da Disciplina Antropologia Dos Objetos (1)

8ª SESSÃO (08/05)

LAGROU, Els. Arte indígena no Brasil. Agência, alteridade e relação C/Arte, Belo

Horizonte, 2009. Capítulo 1 “Arte ou artefato? Agência e significado nas artes

indígenas”, Capítulo 2 “Corpos e artefatos”, Capítulo 3 “As artes ligando mundos:

alteridade e autenticidade no mundo das artes”

COELHO DE SOUZA, Marcela. A cultura invisível: conhecimento indígena e

patrimônio imaterial. Anuário Antropológico/2009 - 1, 2010: 149-174

COELHO DE SOUZA, Marcela. A dádiva indígena e a dívida antropológica: o

patrimônio cultural entre direitos universais e relações particulares. Série

Antropologia Vol. 415, Brasília: DAN/UnB, 2007

Leitura complementar: Coelho de Souza, Marcela. A vida material das coisas intangiveis. In: Coelho de Souza; Coffaci de Lima (orgs). Conhecimento e cultura. Praticas de transformação do mundo indigena. Brasília: Athalaia gráfica e editora. 2010

Gell, Alfred. A rede de Vogel, armadilhas como obras de arte e obras de arte como armadilhas. Arte e Ensaios - Revista do Programa de Pós- Graduação em Artes Visuais. Escola de Belas Artes. UFRJ. ano VIII - número 8: 174-191. [1996]

Lagrou, Els (2013). “No caminho da miçanga. Arte e alteridade entre os ameríndios”, Enfoques. Revista dos alunos do PPGSA/UFRJ, v. 12 (1): 18-49

9ª SESSÃO (15/05)

DESCOLA, Philippe. Genealogia dos objetos e antropologia da objetivação.

Horizontes antropológicos. Porto Alegre, v. 8, n. 18.

TAUSSIG, Michael. O diabo e o fetichismo da mercadoria na América do Sul.

Editora Unesp. 2010.[1980]. Capítulo: 2. O Diabo e o Fetichismo da Mercadoria.

Leitura complementar: Taussig, Michael. O diabo e o fetichismo da mercadoria na América do Sul. Editora Unesp. 2010.[1980] Cap 7. O batismo do dinheiro e o segredo do capital.

10ª SESSÃO (22/05)

SAUTCHUK, Carlos. E. 2007. O arpão e o anzol: técnica e pessoa no estuário do

Amazonas Vila Sucuriju, Amapá. Tese de doutorado em Antropologia Social, UnB.

310 p. Capítulos: 5. Construção da pessoa e aprendizagem da pesca. Epílogo. Sobre

técnicas e humanos.

BECHELANY, Fabiano Campelo. Figuras de Captura: a atividade cinegética na

etnologia indígena. Dissertação de mestrado, UnB, 2012. Capítulo: 2 – Ecologia da

cinegética indígena. Especialmente tópicos 2.2 – Tecnologia: as relações técnicas e

os objetos de caça; 2.2.1 – Técnicas; e 2.2.2 – A parafernália da caça.

Leitura complementar:

Page 6: Programa Da Disciplina Antropologia Dos Objetos (1)

Sautchuk, Carlos Emanuel. O que a rede nos ensina sobre o pescador? Coletiva (Revista on line. Fundação Joaquim Nabuco [Fundaj]).

Unidade III — ciências e outras coisas estranhas — entre o silêncio e o diálogo

11ª SESSÃO (29/05)

LATOUR, Bruno. Reflexão sobre o culto moderno dos deuses fe(i)tiches.

Bauru:EDUSC, 2002. Primeira parte. Objetos-encantados, objetos-feitos.

LATOUR, Bruno. A esperança de Pandora: ensaios sobre a realidade dos estudos

científicos. Bauru: EDUSC, 2001. Cap. 5. “A historicidade das coisas. Por onde

andavam os micróbios antes de Pasteur?”

Leitura complementar: Latour, Bruno. A esperança de Pandora: ensaios sobre a realidade dos estudos científicos. Bauru: EDUSC, 2001. Cap. 4. “Da fabricação à realidade. Pasteur e seu fermento de acido latico” e Cap. 9. “A ligeira surpresa da ação. Fatos, fetiches, fatiche”.

Brittes, Rogério. O Conceito Antropológico de Fetiche: Objetos Africanos, Olhares Europeus. Rio de Janeiro, PPGAS-MN/UFRJ, 2009. Cap.3. “A Retomada Contemporânea: Cartografia de um Plano Conceitual”. Especialmente '3.2. Bruno Latour e o Antifetichismo como Paradigma de Crítica Moderna'; 3.3. 'Atribuições de Agência e Intencionalidade'; 3.5. 'Compondo Minkisi, Pessoas e Coisas'; 3.6. 'Matéria e Espírito, e Outras Dicotomias'; 3.7. 'A Espessura Ontológica do Fetiche'.

Feriado 04/06 (05/06)

12ª SESSÃO (12/06)

HOLBRAAD, M; HENARE, A.; WASTELL, S. (eds.) (2007). Thinking through

things. theorising artefacts ethnographically. London/New York: Routledge / Taylor

& Francis Group. [Capítulo a indicar. Tradução].

Leitura complementar: Holbraad, Martin; Carrithers, Michael; Candea, Matei; Sykes. Karen. Ontology Is Just Another Word for Culture: Motion Tabled at the 2008 Meeting of the Group for Debates in Anthropological Theory, University of Manchester. Critique of Anthropology, vol 30 (2), 2010.

Holbraad, Martin. n/d. “Can the Thing Speak?” Online Seminar Paper, Open Anthropology Cooperative.

13ª SESSÃO (19/06)

STALLYBRASS, Peter. O casaco de Marx. Roupas, memória e dor. Belo

Horizonte: Autêntica, Belo Horizonte: Autêntica, 2012 [1993]

Kopytoff, Igor “A biografia cultural das coisas: a mercantilização como

processo” in Arjun Appadurai (org.) A vida social das coisas: mercadorias sob

Page 7: Programa Da Disciplina Antropologia Dos Objetos (1)

uma perspectiva cultural. Rio de Janeiro: Ed. UFF, 2004

Leitura complementar: SAHLINS, Marshall. La pensée bourgeoise: a sociedade ocidental como cultura. Cultura na prática. Rio de Janeiro: UFRJ, 2004. [também publicado no livro Cultura e razão prática.]

Miller, Daniel. Cap. 1. Por que a indumentária não é algo superficial. Trecos, troços e coisas. Estudos antropológicos sobre a cultura material. Rio de Janeiro: Zahar. 2013 [2009]Ingold, Tim. Chap 21. ‘People like us’: the concept of the anatomically modern human. The Perception of the Environment. Essays on livelihood, dwelling and skill. Routledge, 2000.

14ª SESSÃO (26/06)

PUGLIESE, Gabriel. Sobre o 'Caso Marie Curie'. A radiotividade e a subversão do

gênero. São Paulo: Alameda, 2012. Capítulos:. 2. “Uma raridade e suas

problematizações: o encontro entre gênero e ciência.” Especialmente 'A

efervescência: os misteriosos raios-X'; 'A natureza hiperfosforescente do urânio';

'Entre relações de gênero e a atividade (anormal) dos raios'. Cap. 3. “Qual é a

origem da energia? O dispositivo experimental: fazer-falar, fazer-calar”.

Especialmente 'Radiotividade por todos os lados'; 'Transmutação atomica: uma nova

alquimia'. Cap. 4. “Ressonâncias de atividades radiopoliticas: o agenciamento e seus

estratos”. Especialmente 'Inundados pela radiotividade'; 'Entre o divisivel e

indivisivel'; 'O raio metalico e a polonesa destridora de lares'.

[possível presença do autor]

Leitura complementar: Latour, Bruno. A esperança de Pandora: ensaios sobre a realidade dos estudos científicos. Bauru: EDUSC, 2001. Capítulo: 3. “O fluxo sanguíneo da ciência. Um exemplo da inteligência cientifica de Joliot”.

15ª SESSÃO (03/07)

STRATHERN, Marilyn. A pessoa como um todo e seus artefatos O efeito

etnográfico e outros ensaios. São Paulo, Cosac Naif, 2014.

BEVILAQUA, Ciméa. Sobre a fabricação contextual de pessoas e coisas. As

técnicas jurídicas e o estatuto do ser humano após a morte. Mana 16(1): 7-29, 2010.

Leitura complementar: Strathern, Marilyn O Gênero da dádiva. Problemas com as mulheres e problemas com a sociedade na melanésia. Ed. Unicamp, 2006 [1988] Capítulo 7. Algumas definições. [pp. 228-263]

Rezende. Patrick Arley. Corpos sem nome, nomes sem corpos: Desconhecidos, desaparecidos e a constituição da pessoa. Dissertação de mestrado. UFMG. 2012. Capítulo: 2. Interlúdio: algumas notas sobre escatologia jurídica. 2.1 O morto entre as pessoas; 2.2. O morto entre as coisas

Miller, Daniel (2013). Cap. 2. Teorias das Coisas. (Do hedonismo ao funcionalismo; Objetificação; Materialidade). Trecos, troços e coisas. Estudos antropológicos sobre a cultura material.

Page 8: Programa Da Disciplina Antropologia Dos Objetos (1)

Bibliografia suplementar

Albert Bruce; Ramos, Alcida (orgs). Pacificando o branco. Cosmologias do contato no Norte-

Amazonico. Unesp. 2000

Andrello, Geraldo. Falas, objetos e corpos. Autores indígenas no alto rio Negro. Revista Brasileira

de Ciências Sociais- Vol. 25 N° 73

Bechelany, Fabiano. Da natureza do artefato na Amazônia: ensaio bibliográfico sobre 'The occult life of things', F. Santos-Granero. Campos 12(1): 117-134, 2011

Calavia Saez. O que os santos podem fazer pela antropologia? Religião e Sociedade, 29(2), 2009

Clastres. 2003. “O arco e o cesto”. A sociedade contra o Estado. São Paulo: Cosac & Naify.

Dictionnaire d’Ethnologie et d’Anthropologie. PUF, Paris 1991. Technique, Technologie.

Cosmologie

Fabian, Johannes. On recognizing things. The Ethnic Artefact and the Ethnographic Object.

L'Homme, 170, 2004(2), pp. 47-60.

Gell, Alfred. A tecnologia do encanto e o encanto da tecnologia Revista Concinnitas ano 6, volume

1, número 8, julho 2005 [1992]

Gell, Alfred. Art and Agency. An Anthropological Theory. Clarendon Press, Oxford, 1998. Chap 2.

The theory of art nexus. Chap. 9. The extended mind. 9.1. Distributed objects 9.2. Malangan.

Gell, Alfred. Technology and Magic. Anthropology Today, Vol. 4, No. 2, (Apr., 1988), pp. 6-9

Gregory. Exchange and reciprocity. In: Tim Ingold (ed.) Companion Encyclopedia Of Anthropology,

1994.

Haber, Alejandro. La casa, las cosas y los dioses. Arquictetura doméstica, paisaje campesino y

teoría social. Córdoba: Encuentro Grupo Editor, 2011. Cap. 3. Palas conversan com humanos.

Herzfeld, Michael. Prática teórica na cultura e na sociedade. Ed. Vozes. 2014 [2001] Capítulo 4.

“Economias”; Capítulo 8 “Ambientes”; Capitulo 13 “Estéticas”

Hugh-Jones, S. 2009. The fabricated body: objects and ancestors in Northwest Amazonia. In F.

Santos Granero (ed.), The Occult Life of Things: native Amazonian theories of materiality and

personhood (pp. 33-59). Tucson: University of Arizona Press.

Hugh-Jones, S. 1992. "Yesterday's luxuries, tomorrow's necessities: business and barter in northwest

Amazonia". In Barter, Exchange and Value (C. Humphrey e S. Hugh-Jones, eds.). Cambridge:

Cambridge University Press. pp. 42-74.

Ingold. 2007. “Materials against materiality”. Archaeological Dialogues 14 (1), p. 1–38.

Ishii, Miho. Acting with things. Self-poiesis, actuality, and contingency in the formation of divine

worlds. HAU: Journal of Ethnographic Theory 2 (2)

Jensen, Casper. An interview with Naoki Kasuga. HAU: Journal of Ethnographic Theory 2 (2)

Knappett, Carl. Thinking Through Material Culture: An Interdisciplinary Perspective. Philadelphia:

University of Pennsylvania Press, 2005.

Page 9: Programa Da Disciplina Antropologia Dos Objetos (1)

Lagrou, Els. 2007. A fluidez da forma: arte, alteridade e agência em uma sociedade amazônica

(Kaxinawa, Acre), Rio de Janeiro: TopBooks.

Lagrou, Els. Existiria uma arte das sociedades contra o Estado? Revista de Antropologia, São Paulo,

USP, 2011, V. 54 Nº 2, 2011

Lagrou, Els. Antropologia e Arte: uma relação de amor e ódio. Ilha. Revisra de Antropotogia. Vol. 5,

nº 2. Florianopolis: PPGAS/UFSC, pp. 93-113. 2003

Latour, Bruno. Technology is what made society durable. 1991. In J. Law (editor) A Sociology of

Monsters Essays on Power, Technology and Domination.

[há tradução em espanhol: Latour, Bruno. La tecnologia es la socideda hecha para que dure. in

Miquel Domènech y Francisco J. Tirado (Comps.) Sociología simétrica. Ensayos sobre ciencia,

tecnología y sociedad. Barcelona: Gedisa pp.109-142, 1998

Latour. Mixing humans and nonhumans together: the sociology of a door-closer Social problems,

vol. 35, No. 3, June 1988

Latour. Technical does not mean material. Comment on Lemonnier, Pierre. 2012. Mundane objects:

Materiality and non-verbal communication. 2014 | Hau: Journal of Ethnographic Theory 4 (1): 507–

510

Latour. Where Are the Missing Masses? The Sociology of a Few Mundane Artifacts. In: Shaping

Technology-Building Society. Studies in Sociotechnical Change, Wiebe Bijker and John Law (eds.),

MIT Press, Cambridge Mass. pp. 225-259, 1992

Latour, Bruno.Jamais fomos modernos. Ensaios de antropologia simétrica. Rio de Janeiro, Ed. 34,

1994 [1991] Capítulo 3. Revolução.

Lemonnier, Pierre. “Pigs as ordinary wealth. Technical logic, exchange and leadership in New

Guinea”. Lemonnier (ed). Technological choices. Transformation in material cultures since the

Neolithic. Routledge, 1993.

Lemonnier. Mundane Objects. Materiality and Non-verbal Communication. 2012.

Malinowski, Bronislaw. "As canoas e a navegação" e "A construção cerimonial de uma waga"

Argonautas do Pacífico Ocidental. São Paulo: Abril Cultural, pp. 87-116. (Col. Os Pensadores).

Mauss, Marcel. “As Técnicas do Corpo”. Sociologia e Antropologia São Paulo: Cosac & Naify, p. 399-

424

Miller, Daniel (2007). “Consumo como cultura material”, Horizontes Antropológicos, 28 jul/dez

Miller, Daniel. Artefacts and the meaning of things. In: Tim Ingold (ed.) Companion Encyclopedia

Of Anthropology , 1994.

Miller, Joana. 2009. “Things as Persons: Body Ornaments And Alterity Among The Mamaindê

(Nambikwara)”. In: Fernando Santos Granero. (Org.). The Occult Life Of Things. Tucson, Arizona:

Arizona University Press, p. 69-97.

Polanyi, Karl. (2000), A grande Transformação. As origens da nossa época. Rio de Janeiro: Campus

[1946]

Ribeiro, Berta (org.). 1986. Suma etnológica brasileira. Petrópolis: Vozes. 3 v. (v. 1: Etnobiologia;

v.2: Tecnologia indígena; v. 3: Arte índia.)

Page 10: Programa Da Disciplina Antropologia Dos Objetos (1)

Sahilns, Marshall. On the culture of material value and the cosmography of riches. 2013 | HAU:

Journal of Ethnographic Theory 3 (2): 161–95

Santos-Granero (org). The occult life of things, native amazonian theories of materiality and

personhood.

Seeger, A.. 1980. Os índios e nós. Rio de Janeiro: Campus. Cap. 2: “O significado dos ornamentos

corporais”. Pgs: 43-57

Serres, Michel. Variações sobre o corpo. Bertrand, 1999.

Serres; Latour. Luzes. (Quarta entrevista. Fim da critica). “O ponto de entrada das coisas no

coletivo”, 1993.

Stocking, George (1989). Objects and others: essays on Museum and material culture (History of

Anthropology). University of Wisconsin Press

Strathern, M. 1979. “The self in self-decoration”. Oceania XLIX, nº 4: 241-257.

Strathern, M. 2001. The patent and the Malanggan. In: Pinney, C & Thomas, N. Beyond Aesthetics.

Art and the technologies of enchantment. Oxford & New York: Berg. Pgs: 259-286

Thomas, Nicholas; Pinney, C (eds). Beyond Aesthetics. Art and the technologies of enchantment.

Oxford & New York: Berg.

Thomas, Nicholas. Entangled Objects: Exchange, Material Culture, and Colonialism in the Pacific.

Cambridge, MA: Harvard University Press, 1991.

Van Velthen, Lúcia H. (2003). O belo é a fera. A estética da produção e da predação entre os

Wayana. Lisboa: Assírio & Alvim (Col. Coisas de Índios).

Viveiros de Castro, Eduardo. (2003), “And”. Manchester Papers in Social Anthropology, 7