PROGRAMA DE ÁGUA SUBTERRÂNEA PARA A REGIÃO … · Humberto José T. R. de Albuquerque Chefe da...

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Capa RECIFE 1999 Série Hidrogeologia Pesquisa e Desenvolvimento Volume 1 POÇOS COLETORES COM DRENOS RADIAIS - PROJETO EXPERIMENTAL - PROGRAMA DE ÁGUA SUBTERRÂNEA PARA A REGIÃO NORDESTE

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Capa

RECIFE1999

Série HidrogeologiaPesquisa e Desenvolvimento

Volume 1

POÇOS COLETORES COM DRENOS RADIAIS

- PROJETO EXPERIMENTAL -

PROGRAMA DE ÁGUA SUBTERRÂNEAPARA A REGIÃO NORDESTE

Edição Especial para oI Congresso Mundial Integrado de Águas Subterrâneas

Fortaleza, 31.07 - 04.08.2000

Créditos

MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA

Rodolpho Tourinho NetoMinistro de Estado

Hélio Vitor Ramos FilhoSecretário Executivo

Luciano de Freitas BorgesSecretário de Minas e Metalurgia

COMPANHIA DE PESQUISA DE RECURSOS MINERAIS - CPRMServiço Geológico do Brasil

Geraldo Gonçalves Soares QuintasDiretor-Presidente

Umberto Raimundo CostaDiretor de Geologia e Recursos Minerais - DGM

Paulo Antônio Carneiro DiasDiretor de Relações Institucionais e Desenvolvimento - DRI

Thales de Queiroz SampaioDiretor de Geologia e Gestão Territorial - DHT

José de Sampaio Portela NunesDiretor de Administração e Finanças- DAF

Frederico Cláudio PeixinhoChefe do Departamento de Hidrologia

Humberto José T. R. de AlbuquerqueChefe da Divisão de Hidrogeologia

e Exploração

Marcelo Soares BezerraSuperintendente Regional do Recife

MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIACPRM - SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL

SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DO RECIFE

GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCOSECRETARIA DE INFRA-ESTRUTURA

COMPESA - COMPANHIA PERNAMBUCANA DE SANEAMENTO

POÇOS COLETORES COM DRENOS RADIAISPROJETO EXPERIMENTAL

Série Hidrogeologia - Pesquisa e Desenvolvimento, Volume 1

José Ubaldo de Sá

RECIFE1999

EQUIPE TÉCNICA

Enjôlras de A. Medeiros LimaGerente de Hidrologia e GestãoTerritorial

Ivo FigueirôaGerente de Relações Institucionaise Desenvolvimento

José Carlos da SilvaSupervisor de Hidrogeologiae Exploração

Antônio de Souza LealCoordenação Nacional

Equipe ExecutoraJosé Ubaldo de SáJosé Walter F. da Silva

ColaboradoresHélio Paiva M. de França - COMPESAJosé Inácio S. Leão Ávila - UFPETiago Rolim - UFPEJoão Maria - UFPEAri T. de Oliveira - NAMO/CPRM

Editoração EletrônicaClaudio ScheidFlávio Renato A. de A. EscorelAna Paula Rangel Jacques

Analista de InformaçõesDalvanise da Rocha S. Bezerril

Coordenação EditorialServiço de Edição Regional Luciano Tenório de MacêdoRua Escritor Souza Barros, 1001 - Afogados - Recife-PE

Série Hidrogeologia - Pesquisa e Desenvolvimento, no 01

Capa: Instalação de fundo, piso de poço coletor revestido com tela de nylon e recoberto com uma camada de brita.

Permitida a reprodução desde que mencionada a fonte

Sá, José Ubaldo dePoços coletores com drenos radiais - Projeto experimental. Recife: CPRM, 1999.32 p. il. + anexos (Série Hidrogeologia - Pesquisa e Desenvolvimento, 01).

“Programa de Água Subterrânea para a Região Nordeste. Projeto Poços Coletorescom Drenos Radiais”.

1. Poços Coletores. 2. Hidrogeologia. 3. Água Subterrânea. 4. Aluviões. 5. Brasil.6. Pernambuco. I. Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais. II. CompanhiaPernambucana de Saneamento. III. Série. IV. Título.

CDD 551.49

Apresentação

Apresentação

O Serviço Geológico do Brasil - CPRM vem desenvolven-do no Nordeste brasileiro, desde l996, o Programa de Águas Subter-râneas para a Região Nordeste, envidando ingentes esforços comoresposta ao forte apelo social representado pela água na vida do ci-dadão, seja para atenuar os efeitos devastadores da seca ou comoelemento fundamental na política de saúde pública.

Atenção especial tem sido dispensada ao subprograma"ALUVIÕES E COBERTURAS RECENTES", no qual são desenvol-vidos, prioritariamente, trabalhos que permitam a obtenção de re-sultados imediatos quanto a disponibilização de reservas hídricassubterrâneas, as quais, por falta de maiores conhecimentos, nãoestejam em uso pela população.

As ações aí implementadas despertaram o interesse de di-versos órgãos públicos, tendo possibilitado o envolvimento e a parti-cipação da Companhia Pernambucana de Saneamento -COMPESA, para o desenvolvimento de tecnologia de captação deágua em terrenos aluvionares, através de poços coletores com dre-nos radiais, principalmente no aprimoramento do tipo de revesti-mento das paredes do poço coletor, no processo de perfuração dospoços horizontais e na instalação dos drenos.

O trabalho em tela representa os resultados obtidos na pri-meira fase dos estudos, os quais foram desenvolvidos em regime decooperação e apoio técnico-científico com a Companhia Pernambu-cana de Saneamento - COMPESA, na área aluvionar da Vila Man-daçaia, município do Brejo da Madre de Deus/PE.

É desta forma, através de um persistente trabalho na buscade um maior conhecimento sobre os fatores que regem a ocorrênciae a circulação de água nesses reservatórios, aliado ao desenvolvi-mento tecnológico na área de captação de água, que a CPRM pre-tende disponibilizar para a sociedade brasileira, as informaçõestécnicas que possibilitem um maior e melhor aproveitamento dos re-cursos hídricos subterrâneos em áreas aluvionares do sertão nor-destino, contribuindo assim para o resgate de uma impagável dívidasocial.

Sumário

Sumário1 - INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 011.1 Considerações Gerais ........................................................................................................ 011.2 Objetivos ............................................................................................................................. 031.3 Metodologia ........................................................................................................................ 041.3.1 Considerações Técnicas ................................................................................................. 041.3.2 Referências Construtivas ................................................................................................ 05

2 - CONSTRUÇÃO DO POÇO .................................................................................................. 102.1 Locação .............................................................................................................................. 102.2 Aspectos Físicos ................................................................................................................. 112.3 Aspectos Operacionais ...................................................................................................... 132.3.1 Pré-Moldados Especiais .................................................................................................. 132.3.2 Instalação dos Drenos ..................................................................................................... 132.3.3 Estrutura de Custo .......................................................................................................... 14

3. MONITORAMENTO .............................................................................................................. 17

4 - EQUIPAMENTOS E ACESSÓRIOS UTLIZADOS ............................................................... 18

5 - CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES .............................................................................. 19

6 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 20

7 - DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA ................................................................................... 21

ANEXOS

Anexo I - Ensaios de Resistência de Peças Pré-Moldadas para Poços Profundos

Anexo II - Fôrma para Pré-Moldado em Concreto

CPRM/COMPESA 1

1 - Introdução1 - Introdução1.1 Considerações Gerais

O Projeto Poços Coletores com Dre-nos Radiais, desenvolvido pela CPRM – Ser-viço Geológico do Brasil em Convênio com aCompanhia Pernambucana de Saneamento –COMPESA e a consultoria técnica da Univer-sidade Federal de Pernambuco – UFPE, visasobremaneira o aproveitamento dos recursoshídricos subterrâneos de baixa profundidade,notadamente nas áreas aluvionares, que for-mam nos domínios dos terrenos cristalinos,as faixas de terras mais agricultáveis, e emconseqüência, ocupadas por núcleos habitaci-onais, principalmente na região Nordeste dopaís.

Um método para se calcular o volumehídrico potencial das reservas aluvionares,quando os dados hidrogeológicos não estãodisponíveis, considera a área aluvionar emtorno de 2% da área da bacia hidrográfica, aespessura saturada de 1,5 m, porosidade efe-tiva de 10% e possibilidade de aproveitamentoanual de 60% (Costa, 1998).

Dessa forma, considerando que asáreas do Nordeste do Brasil, sob o domíniodos terrenos cristalinos situam-se em torno de400.000 km² (Rebouças, 1998), pode-se avali-ar a reserva potencial anual das aluviões emaproximadamente 7,2 x 108 m³/ano.

A disponibilidade hídrica é definidacomo a parcela máxima que pode ser utilizadada reserva potencial anual, correspondendoassim, a vazão anual a ser extraída do aqüífe-ro ou do sistema aqüífero, sem que se produ-za efeito indesejável de qualquer ordem, sen-do calculada para o caso do sistema aqüíferointersticial aluvial, em 20% da reserva potenci-al anual (Costa, op. cit.).

De acordo com estas considerações, adisponibilidade hídrica anual nas aluviões doNordeste brasileiro, situa-se em torno de1,44 x 108 m³/ano.

A racionalização no uso dessas águascom gerenciamento planejado, equipararia o

Nordeste do Brasil, na oferta d’água, a paísescomo Israel e algumas regiões dos EstadosUnidos como a California, sem que seus ha-bitantes fossem penalizados a cada ciclo deestiagem. A explotação intensiva dessas re-servas hídricas renováveis, através de fontesque possibilitem o bombeamento de grandesvazões, é indutora da renovação das águas,provocando a médio prazo, uma melhoria nassuas composições químicas e um conse-qüente ganho na qualidade de vida dos usuá-rios (Rebouças, op. cit.).

A escassez de águas potáveis é umproblema não apenas das áreas desérticas oude baixos índices pluviométricos, como osapresentados no Nordeste do Brasil, mas umapreocupação universalizada a ser enfrentadapelas próximas gerações. A migração humanainterna, notadamente no Nordeste, é motivadapela baixa qualidade de vida, que em grandeparte está associada a escassez de recursoshídricos, fortalecida preponderantemente porum mau uso decorrente da falta de um geren-ciamento racionalizado.

A construção de estruturas com a fina-lidade de explotação de reservas d’águassubterrâneas de baixa profundidade, remontaaos tempos bíblicos conforme registros históri-cos. Entre as obras mais famosas para capta-ção destes recursos hídricos estão os “Q’anatsdo IRAN” (antiga Pérsia), que consistia naconstrução (Figura 1) de Shaft’s interligadospor galerias subterrâneas (Huisman, 1972).

Em 1934, o Engenheiro americanoRanney idealizou um sistema de captação deágua o qual foi, posteriormente, aperfeiçoadopelo inglês Fehlmann e que consistia naconstrução, em concreto, de um poço de diâ-metro de 3,00 m, com a instalação posteriorde drenos horizontais (Custódio & LlamasH.10, 1983). A utilização deste método decaptação poderia ser considerado como umaestrutura física construída em duas etapasdistintas, sendo a primeira a construção dopoço coletor, enquanto que a segunda envol-veria os trabalhos de instalação dos drenoshorizontais.

Poços Coletores Com Drenos Radiais - Projeto Experimental

CPRM/COMPESA 2

Poço Coletor

O poço coletor, consistia de um cilin-dro em concreto com espessura aproximadade 0,30 m, construído de forma contínua (Fi-gura 2).

A profundidade máxima alcançada foide 57,0 m, demonstrando sua viabilidade

construtiva, principalmente na captação dereservas de águas acumuladas em aluviõesou zonas de decomposição de rocha, de altafriabilidade ou baixo grau de compactação.

No Nordeste, estudos realizados nosEstados do Rio Grande do Norte, Paraíba ePernambuco, fazem referências a ocorrênciade recursos hídricos aluvionares a profundida-des inferiores a 30 metros (Souza, 1986).

Figura 1 - Desenho esquemático dos Q'anats (modificado de Custódio & Llamas, 1983)

Poços Coletores Com Drenos Radiais - Projeto Experimental

CPRM/COMPESA 3

Drenos Radiais

Os primeiros drenos radiais desenvol-vidos para o abastecimento de Londres, con-sistiam na instalação de tubos metálicos, aolongo do substrato arenoso.

Tais tubos (drenos) eram perfuradosou rasgados em frestas longitudinais com di-mensões mínimas, de modo que retivessemos grãos mais grosseiros das areias da unida-de aqüífera, induzindo assim a formação deum pré-filtro natural.

A extensão horizontal desses drenoschegava a 50,0 m e poderiam ser instaladosem número e diâmetros suficientes para pro-porcionar a captação de altas vazões, depen-dendo dos parâmetros geológicos pertinentesao fluxo de fluido em aqüíferos livres.

A instalação de drenos radiais, atravésdo prensamento de tubos rasgados como ide-alizados por Ranney em 1934 (Custódio &Llamas, op. cit.) ou de ponteiras filtrantes de2 ½”, com comprimento médio de 4,0 m deextensão (Ferreira et. al., 1994), requer gran-

des esforços físicos imprimidos por cilindoshidráulicos de alta potência. No projeto deRanney (1934), essas pressões eram transmi-tidas às paredes do poço coletor no pontodiametralmente oposto ao dreno instalado, asquais eram constituídas por uma estruturacontínua em concreto armado com espessurade 0,30 m, robustez por ele considerada sufi-ciente para resistir as pressões necessárias.No trabalho de Ferreira et. al. (op. cit.), não háreferência ao caso.

1.2 Objetivos

O objetivo principal do Projeto deConstrução de Poços Coletores com DrenosRadiais, é o de desenvolver tecnologia atravésde método específico de construção, visandouma melhor utilização dos recursos hídricossubterrâneos, principalmente dos terraçosaluvionares, propiciando a exploração deáguas em volumes relativamente elevados,que possam atender às comunidades instala-das nas proximidades de tais reservas.

Objetiva-se ainda, incrementar a ex-ploração de águas subterrâneas acumuladas

Figura 2 - Desenho esquemático do poço coletor de Ranney (modificado de Custódio & Llamas, 1983)

Poços Coletores Com Drenos Radiais - Projeto Experimental

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em zonas de intemperismo de rocha ou mes-mo em sedimentos argilo-arenosos superfici-ais, com baixos índices de permeabilidade,possibilitando o auto sustento de pequenosempreendimentos industriais ou agropecuári-os, no tocante a disponibilidade de água nosperíodos de estiagem mais prolongados.

Configuram-se ainda as seguintesproposições:

!!!! desenvolver método de construção depoços coletores em grande diâmetro, e es-pecialmente quanto ao processo de revesti-mento, de tal forma que as comunidades al-vos, sejam atendidas em suas necessidadesde suprimento de água, de forma rápida emsituações emergenciais;

!!!! aproveitamento de águas acumuladasresidentes em zonas de baixa permeabilida-de;

!!!! desenvolver tecnologia relativa a constru-ção, instalação e operacionalização de dre-nos radiais em poços coletores, de forma amaximizar a exploração dos depósitos su-perficiais, reduzindo o número de pontos decaptação com utilização individualizada;

!!!! centralizar pontos de exploração dosaqüíferos, nos atendimentos comunitários,possibilitando uma distribuição mais equâni-me dos recursos hídricos disponíveis e, con-sequentemente, possibilitar um melhor ge-renciamento dessas reservas;

!!!! possibilitar a exploração das águas, dereservas renováveis em volumes maiores,suficientes para irrigações de médio porte epor conseguinte maior aproveitamento dossolos na agropecuária regional.

1.3 Metodologia

1.3.1 Considerações Técnicas

As variáveis físicas que influenciam di-retamente no êxito ou insucesso na instalaçãodos drenos dependem de alguns fatores, taiscomo: composição do substrato, diâmetro dodreno, comprimento de instalação, grau decompactação do solo, presença de seixos etamanho dos mesmos ao longo do eixo dodreno, presença de nódulos argilosos, irregu-

laridades do nível do embasamento cristalino,etc.

Vista esta série de fatores limitantesda extensão a ser alcançada pelo dreno e daimportância direta de seu comprimento noincremento de vazão, idealizou-se o projetoPoços Coletores com Drenos Radiais em duasfases distintas que pudessem dar respostassatisfatórias às necessidades exigidas, no quese referem principalmente a:

!!!! praticidade construtiva;

!!!! eficiência do modelo estrutural;

!!!! alta resistência física à esforços mecâni-cos desenvolvidos na ocasião da instalaçãodos drenos;

!!!! possibilidade de mecanização da constru-ção da estrutura física;

!!!! otimizar procedimentos para vencer asdificuldades de se cumprir um programa pré-estabelecido de número e comprimento dedrenos a serem instalados, causadas pelaheterogeneidade das estruturas aluvionares.

O Projeto do revestimento do poço foidesenvolvido pelo Engenheiro José Ubaldo deSá, da CPRM, contando com a participação deconsultores técnicos dos departamentos deEngenharia Civil e Mecânica da UniversidadeFederal de Pernambuco (Anexos I e II). Aconstrução consiste na formação de anéisarticulados, com blocos de concreto de espes-sura de 0,12 m, altura de 0,50 m e em númerode 15 unidades para fechamento do circulo(Foto 1).

A modelagem destes blocos pré-moldados foi concebida em fôrma metálica(Foto 2), desenvolvida pelo Departamento deMecânica da UFPE, conforme projeto detalha-do no Anexo II, cuja estrutura física apresentaas seguintes particularidades:

√ Fôrma em aço 1020 com chapas de5/16”, reforçada com aspas de 3/8” para fa-zer face aos esforços físicos de adensa-mento da mistura de concreto;

√ Robustez projetada visando a reutili-zação do molde por tempo indeterminado, a

Poços Coletores Com Drenos Radiais - Projeto Experimental

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depender unicamente dos cuidados no ma-nuseio;

√ Sistema de travamento específico eem número de três, que possibilita uma du-pla regulagem de travamento;

√ Articulação que permite a retirada dobloco pré-moldado em tempo mínimo, semque o mesmo sofra esforços de ruptura. Nosdias ensolarados as unidades permitem serretiradas das fôrmas com tempo de cura deapenas 3,5 horas;

√ Tamanho e peso dos blocos pré-moldados, compatíveis para o manuseio pordois operadores (uma unidade pré-moldadatem comprimento de 0,62 m, altura de0,50 m e peso aproximado de 90 kg);

√ Sistema de encaixe com precisão mi-limétrica, de forma a se obter no fechamentodo círculo (pelos pré-moldados) espaço defolga mínima de 2 mm, que permite a facili-dade operacional de montagem e máximaestabilidade aos esforços radiais de colapsoe pressão interna.

A estrutura pré-moldada articuladaforma um anel circular com três metros dediâmetro interno, ou 7,0 m² de área útil, espa-ço físico considerado necessário e suficientepara acomodação de três ou até quatro ope-radores nos serviços de escavação e instala-ção dos drenos.

1.3.2 Referências Construtivas

Ensaios Físicos

A malha metálica necessária paraconstrução dos blocos pré-moldados foi dese-nhada pelo Departamento de Engenharia Civilda UFPE (Foto 3) e projetadas para suportaresforços físicos previstos em estruturas insta-ladas até 30,0 m de profundidade. A armaçãoé construída em ferro industrial de 1/4" comamarração em arames de 3/16”.

A construção dos corpos de prova foioperacionalizada pelo Engenheiro José Ubal-do de Sá, da CPRM, e encaminhadas ao De-partamento de Engenharia Civil da UFPEpara testes de resistência.

Duas etapas de ensaios foram reali-zadas, respectivamente em 20.05.1998 e15.06.1998, utilizando malhas e relação demistura diferentes, sendo aprovados os testesespecificados em 15.06.1998.

Três diferentes tipos de esforços fo-ram utilizados na avaliação dos corpos deprova, conforme esquematização descrita norelatório técnico 0298, Anexo I, Item 4.2.

O ensaio tipo 1, avaliou o esforço mé-dio de ruptura da “aba de encaixe” das peçaspré-moldadas num valor absoluto de11,95 KN.

Sem um aprofundamento maior naquestão, vale salientar que este esforço deruptura foi quantificado para avaliação de umapeça individualizada. Fazendo parte de umconjunto articulado, esforços compressivosverticais originários do peso da estruturaaposta acima, somado às forças radiais deindução ao colapso, certamente aumentarão oponto de ruptura do sistema de encaixe dasunidades pré-moldadas a valores superioresao definido no ensaio de resistência.

O ensaio tipo 2 avaliou o esforço deruptura com ponto de apoio nas duas extremi-dades da peça num valor equivalente a107,80 KN, o que pode ser considerado umvalor confortável para suportar os esforçosprevistos na escavação de um poço coletor.

O ensaio tipo 3 avaliou esforços de re-sistência a compressão dos pré-moldados,obtendo-se valores da ordem de 245 KN, oque define neste sentido, aptidão suficientepara suportar profundidades de poços maioresque os propostos no projeto em estudo.

Relação de Mistura

Todos os blocos pré-moldados utiliza-dos na construção do poço teste escavado emMandaçaia, distrito de Brejo da Madre deDeus-PE, foram construídos dentro da especi-ficação de malha, desenvolvida pela UFPE,enquanto que a relação de mistura, foi amesma utilizada nos corpos de prova, comensaio em 20.06.1998 e 28 dias de cura.

Poços Coletores Com Drenos Radiais - Projeto Experimental

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Relação de MisturaVolumétrica

(Slamp)

AreiaBrita (cascalhinho)Cimento Portland

1,51,01,0

Estabilidade Estrutural

O revestimento formado por placas ar-ticuladas foi concebido dentro de um planotécnico inovador e portanto precisou ser re-pensado e reorientado por diversas vezesdurante a materialização da idéia inicial. Den-tro deste contexto foi idealizada uma estruturacom tubos de aço de uma polegada de diâ-metro, conectada entre si sem luvas ou res-saltos tipo Tool Joints na conexão (Foto 4).

A estrutura metálica acima descrita,doravante designada centralizadora, tem porobjetivo propiciar estabilidade vertical ao con-junto de placas pré-moldadas por ocasião daconstrução, e por mais algum tempo até queos esforços radiais convergentes provocadospela coluna de sedimentos localizados exter-namente, transformem-se em esforços decompressão, conforme mostrado no ensaio deteste tipo 3 do Anexo I.

O uso dos centralizadores mostrou-sede suma importância no êxito do empreendi-mento e portanto deve ser aprimorado porocasião das próximas experiências.

A experiência sugere que os centrali-zadores têm funções diferentes quando emuso em terrenos friáveis desmoronantes, ouquando em uso em sedimentos não desmoro-nantes. No segundo caso conceitua-se que osmesmos possam ser removidos para reutiliza-ção, enquanto seu espaço pode ser preenchi-do por uma pasta formada por cimento e água,na proporção de um saco de cimento (50 kg)para 35 litros de água. Já no primeiro caso, osesforços radiais convergentes tendem a pren-sá-los às placas pré-moldadas, e por conse-guinte não poderão ser removidas para novautilização.

A Foto 4, mostra com clareza a flexi-bilidade da estrutura de concreto por ocasiãoda construção do poço teste, em decorrênciada precisão nos encaixes dos blocos pré-

moldados e das colunas centralizadoras, im-prescindíveis na estabilidade vertical.

Perfuração Horizontal dos drenos radiais

A perfuração horizontal para instala-ção dos drenos idealizados no projeto, foi exe-cutada com tubos de aço Schedule 120, 6 5/8”de diâmetro externo e 5 13/16” de diâmetrointerno, em unidades de 1,10 m de compri-mento.

A conexão entre os tubos de 6 5/8” éfeita através de rosca cônica tipo XL idealiza-da por apresentar facilidade de enroscamentoe desenroscamento por ocasião dos trabalhos(Foto 5).

Como as condições operacionais sãomanuais, e portanto não oferecem meios quepermitam imprimir torque (esforço de enros-camento), em valor tecnicamente recomendá-vel (1.000 kg/m), sugere-se que essa opera-ção seja realizada com a utilização de duaschaves de corrente (com cabo de aproxima-damente 1,0 m de comprimento) acionadasatravés de dois operadores.

A sugestão acima deverá imprimir umesforço da ordem de 20% do valor recomen-dado e tem por objetivo minimizar os efeitosdanosos impostos às roscas por insuficiênciade torque, quando em trabalhos operacionaisrepetitivos.

À frente dos tubos foi acoplada umasapata cortante, conectada apenas por encai-xe e fixada com cola de alta resistência (Foto6), construída em aço carbono 1040, comtratamento térmico para minimizar o desgasteoperacional.

O desenho construtivo da sapata visouabranger uma maior área possível da frente decorte diminuindo assim os efeitos resistivos àpenetração por prensamento dos tubos de6 5/8”, após cada operação de desmonte hi-dráulico. O diâmetro externo da sapata cor-tante excede em apenas 4 mm o diâmetro dostubos de 6 5/8”, o que teoricamente restringe ovolume de material da formação a ser “pren-sado” contra as paredes e, por conseguinte,menores esforços necessários para a introdu-ção mecânica dos tubos.

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O acoplamento da sapata cortante,com tubos de 6 5/8” é feita apenas por encaixe(Foto 6), fixada com uso de cola, objetivandodeixá-la dentro dos sedimentos (não recuperá-la), caso os esforços físicos por ocasião daoperação de retirada superem a capacidadenominal dos equipamentos ou possam com-prometer a estrutura física do poço coletor,onde estes esforços tem ponto de apoio.

O conjunto composto da sapata cor-tante e da coluna de tubos é prensado pormeio de um cilindro hidráulico de alta potênciapara dentro dos sedimentos até que a pene-tração se interrompa pelos altos esforços deresistência compressiva (Fotos 7, 8 e 13).

Utilizou-se por ocasião dos trabalhosum cilindro hidráulico marca “ENERPAC” comcapacidade de 75 toneladas, acionado pormeio de um bomba hidráulica (manual) deduas velocidades, com capacidade volumétri-ca de 2,3 litros e pressões máximas de25 kg/cm² no primeiro estágio e 700 kg/cm² nosegundo estágio.

Observou-se que por ocasião da per-furação do poço teste, os esforços impostosna penetração dos tubos não excederam5 toneladas, valor equivalente na leitura ma-nométrica a 50 kg/cm².

Após atingir pressão equivalente, op-tava-se pelo desmonte hidráulico, objetivandopreservar a estrutura, de maiores esforços,assim como imprimir um maior avanço.

A taxa média de avanço registrada(penetração dos tubos) foi de 1,5 mm por ciclode bombeio, no primeiro estágio da bomba ede 0,6 mm no segundo estágio.

Quando cessa a penetração do tubode 6 5/8” na aluvião por ocasião do prensa-mento, se faz necessário a remoção do mate-rial acumulado no interior dos tubos, que natu-ralmente se encontra prensado. Esta remoçãoé efetuada através da injeção de água à altapressão, em volume suficiente para o carrea-mento até a extremidade dos tubos.

Desmonte e Limpeza Hidráulicas(Observações)

As Fotos 9 e 16 demonstram diferen-tes meios utilizados na operação de desmontehidráulico, seguido da limpeza dos tubos de6 5/8” por carreamento (Foto 19).

Dois equipamentos de bombeio deágua, foram utilizados no desmonte hidráulico:

√ uma bomba Bean Royal Triplex, com co-luna adaptada a um jato de 5/16” imprimindouma pressão de trabalho nominal da ordemde 70 kg/cm²;

√ uma bomba tipo submersa Schneider de2”, com capacidade de vazão de 26 m³/h.

A primeira unidade de bombeio foi uti-lizada normalmente no desmonte hidráulico,principalmente quando eram atingidos nódulosargilosos, possibilitando melhorar a eficiênciada operação pela alta pressão de trabalho,enquanto que a segunda unidade entrava emoperação quando a frente de desmonte eraformada de areias inconsolidadas ou quandohavia a presença de seixos (Foto 16).

A operação de desmonte deve teravanço além da sapata cortante, objetivandoformar uma frente de desmonte com área su-perior ao diâmetro externo da sapata. Estametodologia alivia os esforços de resistência apenetração com melhor rendimento de avançoe em conseqüência, possibilidade de se al-cançar maiores profundidades finais.

Na base das aluviões, normalmenteresidem seixos de diâmetros maiores, quequando se aproximam (em tamanho) do diâ-metro do tubo penetrante (6 5/8”), dificultammuito a continuidade dos trabalhos, notada-mente porque há uma tendência a aglutinaçãodos mesmos na frente da sapata cortante.

Por outro lado, estes mesmos seixostendem a se alojarem abaixo da sapata, cau-sando esforços verticais do sentido da basepara o topo da aluvião e consequentementeimpondo à coluna de 6 5/8” uma inclinação namesma direção.

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Sistema de Apoio

Tanto a operação de penetração dostubos de 6 5/8”, na aluvião, como da retiradadesses mesmos tubos, exige-se esforços me-cânicos da ordem de dezenas de toneladasque precisam ter ponto de apoio na estruturade concreto que forma o poço coletor no pontodiametralmente oposto ao ponto de instalaçãodo dreno. Visto que os blocos pré-moldadosem concreto não suportariam tais esforçoscaso fossem aplicados de forma pontual,conforme demonstra análise de resistênciafísica (Anexo I), foi desenvolvido um sistemaque possibilita a distribuição das forças poruma área de aproximadamente 3,20 m², per-mitindo assim o uso de cilindro hidráulico dealta potência nas operações de prensamento esaca dos tubos de 6 5/8”.

As Fotos 8 e 17 ilustram o sistema dedistribuição de esforços. A Foto 17 mostra umarco, em madeira, de angulosidade radialequivalente ao formado pela estrutura de con-creto, com apoio para o cilindro hidráulico (nabase) e três encaixes que permitem a fixação(através de parafusos) de tubos metálicos de2 ½” de diâmetro e 2 m de comprimento (Fo-to 8).

Limpeza Final

Designa-se de limpeza final a remoçãototal dos sólidos presentes dentro da colunade 6 5/8” para possibilitar a operação de colo-cação da coluna filtrante.

Nas aluviões formadas por areias friá-veis, o fluxo d’água penetrante através dasapata cortante carreia material desagregadopara o interior da tubulação, impedindo a colo-cação dos filtros.

A remoção dos sólidos por meio deum fluxo com jato invertido, demonstrado naFoto 10, é eficiente em alguns casos, todaviaquando o fluxo d’água originário da aluviãotem potência para carreamento dos sólidos, oartifício torna-se de eficiência relativa.

A limpeza “mecânica” realizada pormeio de um fuso (parafuso sem fim), mostrou-se muito útil no processo de limpeza final,todavia precisaria ser aplicado meios que in-

terrompessem o fluxo d’água e, conseqüente-mente, o carreamento de sólidos.

Um dispositivo para esta aplicabilidadeestá sendo desenvolvido, de modo que a lim-peza final possa ser realizada de forma a per-mitir a introdução da coluna filtrante.

Telamento dos Drenos Radiais

Após a limpeza final da coluna de tu-bos de 6 5/8”, é procedida a colocação dacoluna filtrante. Esta pode ser formada defiltros tipo PVC rígido, enroscáveis, acopladosa um tampão de fundo. O comprimento e diâ-metro dos filtros devem ser compatíveis com aárea do poço coletor e abertura interna datubulação, respectivamente (Foto 11).

A prática demonstrou que o diâmetrode passagem não é o mesmo consideradopara uma perfuração vertical de poços, tendo-se que levar em consideração algumas parti-cularidades:

!!!! a horizontalidade das colunas revesti-mento / coluna filtrante impede uma limpezatotal do espaço anelar, exigindo um diâmetrode passagem teoricamente maior;

!!!! a dificuldade de se conter o carreamentode materiais sólidos para dentro da colunade tubos de 6 5/8”, por ocasião da colocaçãodos filtros;

!!!! a necessidade da retirada dos tubos de 65/8” logo após a colocação dos filtros, exigetambém um maior diâmetro perfurado.

Verificou-se que a centralização dacoluna filtrante por meio de centralizadores,normalmente utilizados na indústria de perfu-ração de poços, deve ser considerada comouma tentativa válida para as próximas experi-ências, no sentido de minimizar os efeitosrestritivos acima abordados.

Alguns procedimentos operacionaispodem ser utilizados caso a limpeza final dostubos seja deficiente, em função do carrea-mento constante de material sólido pela águada aluvião. Assim, tem-se as seguintes reco-mendações:

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" a coluna de filtros deve ser introduzidacom movimentos rotacionais e avanço míni-mo para evitar o acúmulo de material sólidoà frente da coluna;

" o bombeamento de fluido por dentro dacoluna de filtros ajuda na expulsão de certaquantidade de material pelo o espaço anelarde filtros/coluna de tubos;

" o tampão de fundo, de imprescindível usona operação, deve apresentar conicidadepara facilitar a operacionalidade dos traba-lhos de colocação dos filtros;

" evitar o uso de esforço físico de prensa-mento sobre os drenos por ocasião da ope-ração de instalação visto que, a resistência apenetração demonstra obstrução do espaçoanular (filtros/tubos de 6 5/8”), podendo cau-sar rompimento dos filtros, quando da opera-ção de retirada dos tubos metálicos.

Operação de retirada do tubo de perfuração

Consiste essa operação, em sacar atubulação de 6 5/8” após a colocação da colu-na filtrante. Nessa atividade utiliza-se damesma estrutura de escoramento e equipa-mento de pressão (cilindro hidráulico) de for-ma invertida.

A adaptação de um cabeçote comressalto, instalado à coluna de tubos de 6 5/8”,mostrado na Foto 12, permite apoio de esfor-ço suficiente para a remoção dos tubos.

Um aumento de pressão além do es-perado, deve ser analisado com cuidado, paraque não comprometa os trabalhos até entãodesenvolvidos.

Um adicional de pressão observadono manômetro acoplado ao cilindro hidráulico(acima da pressão registrada para introduziros tubos) logo no início da operação de retira-da do tubo, pode estar associado à necessi-dade de reorientação dos seixos alojados aolongo da coluna de tubos, o que não é motivode preocupação maior. Todavia, não sendoesta a origem, a operação deve ser suspensae a causa analisada.

Dentre os motivos deste aumento depressão está o prensamento de material sólido(areias) na área anelar (filtros/tubos), o quepode colapsar a coluna de filtros em caso deesforço em demasia.

Uma segunda causa pode estar asso-ciada ao prensamento de seixos no espaçocompreendido entre os tubos de 6 5/8” e asplacas de concreto. Um aumento excessivo depressão pode danificar a estrutura de placasarticuladas.

No segundo caso, um jato d’água di-recionado para dentro da coluna filtrante pode-rá desagregar os materiais sólidos deposita-dos já no terceiro caso, o uso de uma lâminade aço poderá detectar e desalojar um possí-vel seixo prensado.

Telamento de Fundo

Os aproveitamentos hídricos das alu-viões através de cacimbões, poços amazonasde outras denominações regionais, quandoefetuados em terrenos essencialmente areno-sos tendem a instabilizar a estrutura construti-va seja em alvenaria ou em concreto.

A origem dessa instabilidade é causa-da sobretudo por ocasião das estiagens pro-longadas quando há a necessidade de esca-vações de aprofundamento com o objetivo dese atingir níveis cada vez mais baixos doslençóis freáticos, expondo assim a base daestrutura a acomodações provocadas por taisinstabilidades, decorrentes do fluxo de areiascarreadas pelo fluxo d’água.

Conforme demonstram as Fotos 20 e21, o piso do poço coletor foi revestido comtela de nylon, de 1 mm de malha, e posterior-mente recoberto com uma camada de britacom 0,30 m de espessura.

A operação de telamento deu ênfase acobertura do espaço compreendido entre opiso do substrato cristalino e a estrutura deconcreto, ponto crítico de passagem das arei-as carreadas pelos os fluxos d’água radiais.

CPRM/COMPESA 10

2 - Construção do Poço

2.1 Locação

Souza (1986), em seu trabalho “Apro-veitamento dos Aqüíferos Aluvionares”, des-creve amplamente a importância de se conhe-cer a estrutura aluvionar que se deseja explo-rar para aproveitamento hídrico, assim comodetalha metodologias de pesquisa imprescin-díveis para um aproveitamento eficiente dessepotencial, embasado nas heterogeneidadesfísicas dessas estruturas sedimentares e navariabilidade de suas espessuras dentro deum mesmo corpo sedimentar.

Na pesquisa aluvionar para a definiçãoda locação de um poço coletor é necessária aperfuração a trado, em seções transversaisdistribuídas ao longo do eixo central da aluvi-ão, de uma série de furos com espaçamentode, aproximadamente, 10 metros.

A pujança da maior espessura satura-da de sedimentos arenosos, define tecnica-mente o ponto ideal da locação excetuandooutras variáveis, tais como: distância de bom-beio, disponibilidade de área, necessidadevolumétrica de explotação, etc.

Dentre as definições necessárias parauma tomada de decisão na escolha da loca-ção de um poço coletor, estão:

!!!! a profundidade máxima do poço, de modoa atender necessidades de explotação;

!!!! a quantidade de placas pré-moldadas aserem construídas (função da profundidadedo poço);

!!!! o nível estático da reserva hídrica associ-ada a seqüência sedimentar, o qual influen-ciará na escolha dos equipamentos necessá-rios para a construção física do poço coletor;

!!!! a obtenção de amostra d’água para umaanálise físico-química e bacteriológica, a fimde que possa ser julgada apta ao consumopretendido;

!!!! o orçamento dos custos e a avaliação darelação custo/benefício;

!!!! o nível do embasamento cristalino (nocaso da perfuração alcançá-lo), orientará oposicionamento das placas pré-moldadasespeciais (definidas no Item 2.3.1) atravésdas quais os drenos serão instalados.

Várias áreas foram visitadas objeti-vando a escolha de um ponto para a locaçãodo primeiro poço coletor teste, construído pelaCPRM em convênio com a COMPESA:

A primeira, situa-se no município deSertânia, estado de Pernambuco, nas aluviõesformadas pelo rio Moxotó e tinha por objetivo oabastecimento público da área urbana do mu-nicípio. Um amplo levantamento dos pontosd’água (cacimbões) existentes, permitiu con-cluir com a anuência da COMPESA, pela es-colha de um segundo ponto, pois dentre asrazões estavam o argumento de que a neces-sidade de esgotamento por ocasião da cons-trução poderia, de certa forma, comprometer oabastecimento público que já passava pordificuldades, em virtude da longa estiagem.

Uma segunda área situada no Bairrode Dois Irmãos, área norte da cidade do Re-cife/PE, foi avaliada por meio da perfuração deum furo a trado, em terreno próprio da COM-PESA. O resultado mostrou uma seqüênciasedimentar essencialmente argilosa até aprofundidade de 15,50 m que nos levou a op-tar por uma área mais favorável, no tocante aexpectativa de vazão.

Ainda dentro do objetivo de se deter-minar uma localização para perfuração dopoço teste, foi visitada a área situada às mar-gens da PE-15, entre os municípios de Pau-lista e Abreu e Lima; todavia como a área nãoera de propriedade da COMPESA, precisariaser desapropriada, o que poderia demandarcerto tempo para viabilização do empreendi-mento.

Uma outra localidade foi sugerida pelaCOMPESA, situada no distrito de Mandaçaia,município de Brejo da Madre de Deus: a Vilade Mandaçaia, situada na região agreste doestado de Pernambuco, sob domínio políticodo município de Brejo da Madre de Deus, comacesso a partir da cidade do Recife pelas es-

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tradas BR-232, BR-104 e PE-20, numa distân-cia total de 190 km (Foto 14).

O Distrito possui uma população apro-ximada de 1.000 habitantes e tem sua econo-mia baseada na produção agropecuária e naindústria textil de transformação.

O abastecimento d’água da populaçãourbana é realizado pela COMPESA e tinhacomo fonte, um cacimbão escavado nas aluvi-ões formadas pelo rio Tabocas (Foto 15).

Vários aspectos influenciaram na de-cisão conjunta, entre os técnicos da COMPE-SA e da CPRM, na definição deste ponto paraconstrução do poço coletor (teste), tais como:

!!!! a exigüidade de tempo para cumprimentodos prazos estabelecidos no convênio entrea CPRM e a COMPESA;

!!!! a área em questão faz parte do conjuntoaluvionar formado pelo rio Tabocas, que temintenso aproveitamento de suas reservas hí-dricas;

!!!! não necessitaria de desapropriação doterreno;

!!!! poços amazonas construídos nas proximi-dades (a montante e a jusante) do rio Tabo-cas, permitiam através de observação direta,uma análise conclusiva favorável na defini-ção da área;

Soma-se a estas justificativas a ne-cessidade urgente da revitalização do sistemade captação de água para o abastecimento dodistrito de Mandaçaia, que em breve entrariaem colapso, como mostra a Foto 15, cacim-bão de alvenaria com evidentes sinais decolapsamento dos sedimentos circunvizinhos.

2.2 Aspectos Físicos

Localização

O poço coletor situado no distrito deMandaçaia, município de Brejo da Madre deDeus, está localizado nas aluviões do rio Ta-bocas e tem as seguintes coordenadas: UTM9.104.097 N e 805.674 S.

Seqüência Aluvionar

A área aluvionar onde está localizadoo poço coletor com drenos, apresenta umaseqüência de areias friáveis, quartozosas,feldspáticas, granulometria de forma angulosae tamanho médio, grosseira a muito grosseira,no sentido da base.

A seqüência sedimentar apresentacom freqüência, a ocorrência de seixos dequartzo de tamanho decimétrico, assim comonódulos dispersos de argila plástica de corescura, fruto do processo erosivo das margensdo rio Tabocas por ocasião das cheias.

A espessura aluvionar localizada é de4,5 m, enquanto que a largura, na superfícietransversal ao rio é de 60 metros, incluindo-seaí o terraço aluvionar de característica essen-cialmente argilosa.

Aspectos Operacionais do Poço ColetorRadial

Os trabalhos de escavação do poçocoletor tiveram início em 11.09.1998, e foramconcluídos em 11.10.1998.

A seqüência operacional desenvolveu-se a partir da montagem do primeiro anel deplacas pré-moldadas com o posicionamentodas hastes centralizadoras.

É importante observar no início damontagem a convexidade correta da primeiraplaca, pois a aparente simetria pode levar aum posicionamento incorreto da mesma ecomo conseqüência, uma maior dificuldade nofechamento do círculo, proporcionando evi-dente instabilidade dos blocos pré-moldados.

Na montagem dos anéis que irão po-sicionar-se na faixa inferior do poço coletor(quando concluído), deve-se ter atenção naescolha das peças que devem estar isentas depequenos defeitos construtivos, avariados emtransporte ou manuseio inadequados, já quesão estes blocos que irão suportar os maioresesforços físicos causados pela pressão dacoluna de sedimentos, inclusive para a insta-lação dos drenos.

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A montagem inicial deve ser posicio-nada em terreno aplainado, preferencialmentecom o uso de um nível de bolha adaptado auma régua de madeira.

Para orientar o posicionamento dosblocos no terreno, é útil a marcação do solopelo uso de um círculo com diâmetro de3 metros. O posicionamento de um gabaritodefinirá a distância pré-definida entre as pla-cas.

Os centralizadores, mostrados na Fo-to 4, devem ser posicionados aproximada-mente a 0,15 m abaixo do nível inferior dasplacas, visando proporcionar à estrutura deconcreto que irá se formar, uma orientação nodeslocamento do conjunto, estabilizado poreles próprios.

Vale salientar que todos os anéis queirão posicionar-se acima, sofrerão influênciada primeira montagem anelar, portanto, estadeve ter o melhor posicionamento possível.

Após a montagem do primeiro anel,inicia-se os trabalhos de escavação e retiradado material desagregado, que pode ser manu-al até a profundidade em torno de 2,0 m.

Durante a fase de escavação reco-menda-se liberar, inicialmente, a extremidadede todos os estabilizadores por meio da perfu-ração localizada, com o devido escoramentodos blocos com toras de madeira.

Sempre que o último anel for montado,ao atingir a altura de aproximadamente 0,30 macima da superfície do solo, deve-se reiniciara montagem de um novo círculo anelar, poisesta altura é a que melhor favorece o posicio-namento correto de novos blocos.

O tempo despendido para a monta-gem de um círculo anelar situa-se, na prática,em torno de uma hora, sendo necessária autilização da mão-de-obra de dois operadoresbraçais e um terceiro (mestre de obra) respon-sável pela orientação operacional.

O peso da estrutura anelar de con-creto é de 2.700 kg/m, suficiente para vencer oesforço de resistência transmitidos pelas “pa-redes” do poço de escavação. Desta forma,em terrenos constituídos por areias friáveis, a

acomodação dos blocos se processa esponta-neamente sem que seja necessária a interfe-rência dos operadores, os quais apresentamnestas situações uma tendência a concentra-rem a escavação em um mesmo ponto, provo-cando assim um diferencial de pressão noslados opostos da estrutura e, conseqüente-mente, uma ovalização do poço coletor.

O conjunto de informações ora relata-das é fruto da experiência na escavação deum único poço coletor com placas pré-moldadas, salientando-se que outras situa-ções deverão revelar-se em experiências futu-ras, pois o comportamento dinâmico da estru-tura de concreto deve apresentar-se diferen-temente em terrenos consolidados com resis-tência ao desmoronamento natural.

O processo de escavação foi total-mente manual com o uso apenas de pás, jáque as areias da aluvião não apresentavamnenhum grau de compactação.

Somente a partir da profundidade de2,0 m, foi utilizado um guincho equipado comcaçamba de capacidade volumétrica de90 litros, para retirada do material de escava-ção (Foto 22).

Um conjunto telescópico fixo, equipa-do com roldanas (Foto 23) permitindo o giroda caçamba em ângulo de até 90º, proporcio-nou descarga do material escavado com rela-tiva praticidade. O volume matemático deareia in situ, por metro de profundidade, paraum poço coletor de diâmetro útil de 3 metros,é de 8,20 m³/m, todavia, constatamos que porocasião das escavações realizadas, o volumeextraído “desagregado” de areia situava-se emtorno de 15,0 m³/m, fruto do empolamento edos desmoronamentos produzidos durante osserviços operacionais.

Esta movimentação de volume exce-dente de areia, retardou a conclusão da perfu-ração do poço coletor, no entanto, a adoçãode uma segunda caçamba, em situações se-melhantes, sem dúvida agilizaria significativa-mente os trabalhos de escavação.

Os trabalhos operacionais podem serdesenvolvidos por três operadores (sem quali-ficação profissional) e um técnico (operador deguincho e encarregado de obra).

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2.3 Aspectos Operacionais

2.3.1 Pré-Moldados Especiais

As placas pré-moldadas idealizadaspara construção do poço coletor tem uma es-pessura de 0,12 m de concreto com armaçãometálica (malha) projetada especialmente paratal uso. Estas placas não devem sofrer modifi-cação estrutural, para permitirem a adaptaçãode escadas ou suporte para instalação dosdrenos.

Os blocos pré-moldados por onde se-rão introduzidos os drenos estão sendo rotula-dos de blocos especiais. Estas placas sãomoldadas da mesma forma que as restantes,com a diferença de portarem um tarugo demadeira torneado de 7” de diâmetro e com-primento de 0,09 m, somente removido após aconclusão do poço coletor e por ocasião dainstalação dos drenos.

Ao conjunto de placas, definidas comonecessárias para a construção do poço cole-tor, instala-se já por ocasião da modelagem enum universo de 7%, um vergalhão de 1/2" emforma de “U” que servirá de escada e terãoposicionamento previamente definido (Foto24).

2.3.2 Instalação dos Drenos

Aspectos Hidrogeológicos

A instalação de drenos em poço cole-tor tem por objetivo proporcionar um incre-mento significativo na capacidade de produçãode água com a utilização de um mesmo pontode captação.

Custódio & Llamas (1983), registram oconceito de raio equivalente para projetarmatematicamente as vazões obtidas de umpoço coletor antes e após a instalação dosdrenos, ou seja:

cRp =

n 4

Onde: Rp = Raio equivalentec = comprimento médio dos drenosn = número de drenos

O conceito de raio equivalente signifi-ca que um poço com drenos radiais em núme-ro e diâmetros suficientes para drenarem todoo volume de água armazenada, corresponde-ria a um poço escavado com diâmetro plenode perfuração.

O dimensionamento da vazão de ex-plotação, baseado neste conceito, precisa serdetalhadamente elaborado, pois na prática umgrande número de variáveis interferem naexecução física da obra, sendo necessáriodefinir:

- número de drenos;- comprimentos dos drenos;- diâmetro da parte filtrante;- número de níveis produtores, onde serão

instalados os drenos;- parâmetros hidrogeológicos da aluvião

(condutividade hidráulica) transmissividade,porosidade efetiva, etc.);

- parâmetros físicos da aluvião (grau decompactação, tipo de sedimento, presençade seixos de grande diâmetro);

- intercalação de níveis argilosos ou presen-ça aleatória de nódulos argilosos na faixaarenosa da aluvião;

- variação litológica dos sedimentos ao longodo eixo horizontal dos drenos;

- elevações do substrato cristalino.

Fica aqui evidenciada a experiênciaobtida na instalação de drenos em terrenosformados por areias friáveis do rio Tabocas,no município de Brejo da Madre de Deus, es-tado de Pernambuco.

Posicionamento Final dos Drenos

A Foto 18 mostra o aspecto físico dopoço concluído, assim como a marcação detrês pontos (definidos por tubos azuis) ondeprojeta-se na superfície a extensão dos trêsdrenos instalados.

Os drenos foram revestidos com filtrosde PVC de 4” ranhurado (diâmetro interno) e 2m de comprimento, enroscáveis e adaptadoscom tampão (cônico) de fundo.

As seções filtrantes foram instaladas a0,75 m acima do fundo do poço, altura mínimasuficiente para o manuseio operacional.

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Dreno no 1 – Foi denominado de dreno no 1, olocalizado à esquerda da Foto 18, com exten-são de 10 metros (medidos a partir da faceexterna do poço coletor), a qual foi limitadapara prevenir possíveis danos a um poço utili-zado pela COMPESA para suprimento d’águaà população da Vila Mandaçaia.

Os sedimentos atravessados por estedreno são essencialmente arenosos, de gra-nulometria grosseira a muito grosseira, ocasi-onalmente intercalados por nódulos de argilasplásticas e seixos rochosos (Foto 16).

Dreno no 2 – A segunda seção filtrante, repre-sentada na Foto 18, na posição central, temcomprimento de 8 metros. Sua extensão foidefinida em função da interrupção do avançopela coluna de 6 5/8” em virtude da elevaçãolocalizada do nível do embasamento cristalino.

A litologia é semelhante à encontradano primeiro dreno e composta por areiasquartzosas de granulometria grosseira a muitogrosseira, com presença de nódulos argilosose seixos rochosos, de aproximadamente0,10 m de diâmetro.

Dreno no 3 – A terceira seção filtrante tem13,40 metros de comprimento (Foto 18). Aseqüência sedimentar é semelhante às duasjá apresentadas, com a mesma aleatoriedadede nódulos argilosos e seixos rochosos.

Como o eixo da linha dessa seção defiltros posiciona-se paralelamente ao leito doriacho e no sentido inverso do movimento defluxo do rio, um comprimento maior deste dre-no pouco influenciaria na contribuição de va-zão.

As Fotos 12 e 20 mostram contribui-ções de fluxos de dois dos três drenos instala-dos no poço coletor, perfurados na Vila Man-daçaia. Essa evidente insignificância de va-zão, é justificada pelo rebaixamento excessivodos níveis d’água na aluvião, fruto da prolon-gada estiagem, ocorrida no ano de 1998 emtoda a região do Nordeste do país, com índicepluviométrico anual de apenas 381,70 mm,registrado na área do município de Brejo daMadre de Deus, somado ao alto grau de ex-ploração do aqüífero, para irrigação de hortali-ças.

Em decorrência de tais fatos, os níveisd’água rebaixaram além dos níveis dos eixosdos drenos, propiciando contribuições de va-zão de valor desprezível.

Esta anomalia prejudicou uma análisemais aprofundada da contribuição individualde cada seção filtrante do poço, assim comoinviabilizou a execução do teste de vazãoprogramado onde seriam observadas as vari-ações de níveis d’água através de um poço deobservação (piezômetro), visando uma análisetécnica-científica do custo/benefício da execu-ção de obras semelhantes no aproveitamentodos recursos hídricos de baixa profundidade.

2.3.3 Estrutura de Custo

A estrutura de custo para a construçãode um poço coletor, com drenos radiais, preci-sa ser elaborada de forma a demonstrar umalto índice de realismo de cálculo. Para definirtal propósito, foram considerados os seguintescustos:

- Despesas de investimento- Custos fixos- Custos variáveis: Construção do poço

Instalação dos drenos

Despesas de investimento

Os equipamentos necessários para aconstrução de poços coletores capazes deproporcionar o máximo de produtividade ope-racional, são os seguintes:

!!!! bombas para esgotamento;!!!! bomba de pressão para desmonte hi

dráulico;!!!! conjunto gerador trifásico para aciona-

mento das bombas para esgotamento(caso não haja disponibilidade de energiaelétrica);

!!!! guincho equipado com motor diesel;!!!! fôrmas para a modelagem dos blocos pré-

moldados;!!!! conjunto bomba x cilindo hidráulico de

alta potência.

O custo inicial para aquisição ouadaptação destes equipamentos está atual-mente estimado em R$ 15.000,00 (quinze milreais).

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Para estimativa dos custos envolvidosna contrução de um projeto padrão, foi consi-derada a taxa de depreciação do equipamen-to, por poço.

Custos Fixos

A estimativa dos custos fixos estáapresentada para a execução de um projetopadrão, utilizando os equipamentos dimensio-nados e mão-de-obra treinada na locação dopoço. Foi considerado um poço coletor com10 metros de profundidade, 3 metros de diâ-

metro interno, formado por blocos pré-moldados e suprido por quatro drenos hori-zontais de 15 metros cada, com revestimentoem filtros PVC rígido de 4”.

Nos custos fixos, assim definidos,considerou-se as despesas com material deconstrução e mão-de-obra na modelagem de300 blocos pré-moldados, utilizando-se cincofôrmas de concretagem.

Composição volumétrica para a mo-delagem de 300 unidades de pré-moldados:

Insumos Razão de MisturaVolumes

Proporcionais (%)Volume

(m³)AreiaBritaCimento

1,51,01,0

42,8828,5728,57

3,762,50

2,50 (*)

(*) 63 sacos de 50 kg.

!!!! Volume total de concreto = 8,76 m³

!!!! Material necessário para modelagem de 300 unidades de pré-moldados:

- ferro (1/4”) - 6,0 m/unidade pré-moldada = 150 vergalhões- ferro (3/16”) - 8,6 m/unidade pré-moldada = 285 kg- mão-de-obra:

na construção das malhas = 800 horasna modelagem dos pré-moldados = 480 horas

- filtro geomecânico de 4” = 60 m- centralizador = 150 m- laje para cobertura do poço = 7 m²

!!!! Composição do custo fixo

- areia (4,0 m³ x 35,00/m³ ) ................................................................ R$ 140,00- brita (2,5 m³ x 25,00/m³) .................................................................. R$ 62,50- cimento (63 sc x R$ 6,50/sc) ........................................................... R$ 409,50- ferro ¼” (150 verg x R$ 3,30/vergalhão) ......................................... R$ 495,00- ferro 3/16 (285 kg x R$ 1,30/kg) ...................................................... R$ 370,50- filtros (60 m x R$ 15,00/m) ............................................................... R$ 900,00- centralizadores (150,0 m x R$ 2,70/m) ............................................ R$ 405,00- laje de cobertura (7 m² x R$ 25,00/m²) ............................................ R$ 175,00- mão-de-obra (construção malhas) (800 h x R$ 1,26 h) .................... R$1.008,00- mão-de-obra (modelagem dos pré-moldados) (480 h x R$ 0,94/h) .. R$ 451,20- depreciação do equipamento ............................................................ R$ 250,00

Total custo fixo ........................................................................................ R$ 4.666,70

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Custos Variáveis

As despesas referenciadas como va-riáveis estão sendo assim destacadas emvirtude da sua estrutura de custo poder sofreralterações consideráveis em função do graude mecanização que venha a ser empregado,assim como estão diretamente relacionadasao tipo de aluvião e ao seu grau de compacta-ção, os quais determinarão as taxas de avan-ço/dia das escavações.

Algumas considerações necessitamser registradas objetivando ser um referencialpara outras bases de cálculo, já que a experi-ência vivenciada é única, ou seja:

√ considerou-se a composição da unidadesedimentar, formada por areias inconsoli-dadas passíveis de sofrer desmonte ma-nual;

√ grau de mecanização semelhante aoutilizado nas escavações do poço coletorde Mandaçaia, conforme relação de equi-pamentos referenciados no Item 11, coma substituição da bomba manual de duasvelocidades por uma bomba similar, masde acionamento automático;

√ leito dos sedimentos onde serão instala-dos os drenos, tendo composição seme-lhante a encontrada no perfil vertical dopoço coletor, registrado no item a;

√ equipe de mão-de-obra formada por 3operários sem exigência da qualificaçãoprofissional, 1 operador de guincho e en-carregado operacional.

Dentro dessas considerações, esti-mou-se um avanço de 0,7 m/dia para os tra-balhos de escavação do poço coletor e de2,0 m/dia para as atividades de instalação dosdrenos radiais, já contabilizado o tempo dis-pendido na operação de retirada dos tubos de6 5/8”.

!!!! Composição do custo variável

- tempo de escavação poço coletor 10 m = 15 dias 0,7 m/dia

- tempo dispendido na instalação dos drenos 60 m = 30 dias 2 m/dia

- tempo total = 45 dias úteis

- Custo operacional/dia por equipe = R$ 40,16

Custo variável = R$ 1.807,20

Custo Total (custo fixo + custo variável) = R$ 6.473,90

!!!! Considerações Finais

Foi considerado um poço coletor defi-nido como padrão, para efeito de base decálculo na avaliação de custo, com as se-guintes características:

- profundidade: 10 m- diâmetro: 3 m- profundidade dos drenos: 15 m- no de drenos: 4 m- diâmetro dos drenos: 4”

De acordo com o conceito teórico deraio equivalente abordado por Custódio (op.cit.) - (hidráulica de captação de águas subter-râneas) p 9267, um poço coletor com drenosradiais com as especificações acima corres-ponderia a uma unidade de captação de águade diâmetro pleno de acordo com a fórmula:

Rp = c

n 4

Rp = 15 = 15 = 10,60 m ______________ ______________

4 4 1,4142

Diâmetro equivalente = 21,20 m

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3 - Monitoramento3 - Monitoramento

A metodologia construtiva do poçocoletor com a instalação de drenos radiais,através do desmonte hidráulico, demonstroupor ocasião dos trabalhos desenvolvidos (emexperiência única), que o volume de sedi-mentos (areias) extraídos durante as escava-ções ultrapassaram consideravelmente o vo-lume esperado.

O fato registrado, que pode ser ca-racterístico apenas das formações arenosasinconsolidadas merece atenção, pois a estru-

tura de concreto formada por blocos articula-dos deverá sofrer consideráveis esforços físi-cos decorrentes da acomodação dos sedi-mentos, que precisam ser observados no tem-po.

Estima-se que a acomodação dos se-dimentos circundantes do poço coletor e aosdrenos só se completará após o ciclo chuvosoanual, por conseguinte, sugere-se um monito-ramento do poço para uma avaliação técnica.

CPRM/COMPESA 18

4 - Equipamentos e Acessórios Utilizados

Tubos Schedule 120, de 1,20 m decomprimento e roscas cônicas tipo XL,OD 6 5/8”, ID 5 13/16” (Foto 5).

Bomba manual de duas velocidadesreferência P-80, fabricação ENERPAC, pres-são máxima 7000 kg/cm² .

Cilindro hidráulico referência RC-756,capacidade 71.400 kg (Foto 13).

Bomba Bean Royal Triplex, com saí-das em jatos de ¼”, 3/8” e ½”.

Duas Bombas Schneider de 2” e 3”com vazões nominais de 26 e 76 m³/h.

Guincho adaptado a motor Yamar comredutor de velocidade e caçamba para esgo-tamento com capacidade para 90 litros(Foto 23).

Estrutura de escoramento para distri-buição de esforços aplicados na instalaçãodos drenos, com área de 2,40 m² (Foto 17).

Sapata cortante construída em aço1.020, conforme figura nos Anexos (desenhoesquemático).

Cabeçote (saca) construído em aço1.020 e rosca tipo cônica XL (Foto 12).

CPRM/COMPESA 19

5 - Conclusões e Recomendações5 - Conclusões e Recomendações

O projeto foi desenvolvido com o obje-tivo principal de oferecer alternativas aos pro-cessos utilizados atualmente no Nordeste doBrasil, para o revestimento das paredes dePoços Coletores e para os métodos de perfu-ração horizontal e instalação dos drenos radi-ais. Neste contexto pode-se considerar que osresultados obtidos, no que se refere a técnicadesenvolvida, alcançaram plenamente o obje-tivo, demonstrados tanto na viabilidade cons-trutiva do projeto quanto na funcionabilidadedo sistema, notadamente nos seguintes casos:

- blocos pré-moldados de concreto para orevestimento do Poço Coletor, e

- sistema hidráulico combinado com jatod’água para perfuração e instalação dosdrenos.

Os custos de construção do poço ecoletores são bastante atrativos, visto que aopção pelo uso da tecnologia apresentadapara o revestimento do poço, deve ser adota-da nos casos onde as atuais não sejam tecni-camente recomendadas ou ainda, quando sefaz necessária uma maior extensão dos poçoshorizontais para o aumento do volume deágua captada.

Além das sugestões contidas no textodo trabalho ressaltam-se as seguintes, adotá-veis na realização dos próximos projetos deconstrução:

- utilizar, no mínimo, três fôrmas metálicasvisando reduzir o tempo gasto na cons-trução dos blocos de concreto;

- aprimorar o uso dos centralizadores, en-tre os blocos de concreto, no sentido derecuperá-los e dar maior flexibilidade aodeslizamento e articulação das peças pré-moldadas;

- avaliar as conveniências técnicas e finan-ceiras da mecanização do processo deescavação do poço coletor e da remoçãodo material desagregado;

- aprimorar o sistema hidráulico do “maca-co”, mecanizando o acionamento;

- aperfeiçoar o sistema de pressão paradesmonte e limpeza da aluvião durante aperfuração do poço horizontal e da insta-lação dos drenos;

- efetuar melhorias nos procedimentos decentralização e instalação dos drenos;

- adotar um eficiente programa de testesde produção de água, por unidade dedreno e com todos os drenos produzindoem conjunto utilizando-se, inclusive, po-ços de observação instalados nas proxi-midades do Poço Coletor com monitori-zação da qualidade da água.

CPRM/COMPESA 20

6 - Referências Bibliográficas6 - Referências BibliográficasCOMPANHIA SIDERÚRGICA MANNESMANN. Tubos de aço sem costura. 5a ed. [s. l.], 1976. 32 p.

COSTA, Waldir Duarte. Avaliação de Reservas. Potencialidade e Disponibilidade de Aqüíferos. In:CONGRESSO BRASILEIRO DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS, 10, 1998, São Paulo. Anais. SãoPaulo: ABAS, 1998. Disponível em: 01 CD.

COTAÇÕES. Construção, v. 25, n. 303, p 25, ago. 1998.

CUSTÓDIO, E.; LLAMAS, M.R. Hidrologia Subterrânea. Barcelona: OMEGA, 1983, 2v.

ENERPAC CILINDROS HIDRÁULICOS. Cilindros para uso geral. [s. l; s. n.], 1997.

FERREIRA, José de Assis; REVOREDO, Inaldo Moraes; ROCHA, Wilton José da Silva; RIBEIRO,José Pires. Poços amazonas com drenos radiais. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ÁGUASSUBTERRÂNEAS, 8., 1994, Recife. Anais. Recife: ABAS, 1994. 544 p. il. p. 405-410.

HUISMAN, L. GROUNDWATER RECOVERY. London: The Macmillan Press, 1972. p. cap. 12, p.301-326.

INSTITUT FRANÇAIS DU PETROLE. Drilling data Handbook. Paris: Technip, 1978. 413 p.

REBOUÇAS, A. da C. Delírio da águas e as panelas vazias. In: ABAS informe, São Paulo, n. 79, p. 7,jun. 1998.

SOUZA, Marcos Fernandes de. Aproveitamento dos Aqüíferos Aluvionares. Campina Grande: CDRM,1986. 87 p.

7 - Documentação Fotográfica

CPRM/COMPESA

7 - Documentação Fotográfica

Foto 1 -

Conjunto de blocos pré-moldados aguardandotempo de cura para utilização, construídos parateste experimental

Foto 2 -

Fôrma em aço desenvolvida pelaUFPE para modelagem de blocos

21

Poços Coletores Com Drenos Radiais - Projeto Experimental

CPRM/COMPESA

Foto 3 -

Foto 4

Malha metálica em ferro 3/16” desenhada pelaUFPE

- Início da montagem dos blocos pré-moldados eescavação manual, observando-se, na vertical, os“centralizadores” responsáveis pela estabilizaçãodos blocos

22

Poços Coletores Com Drenos Radiais - Projeto Experimental

CPRM/COMPESA

Foto 5 -

Foto 6 -

Tubo de 6 5/8” com roscatipo caixa para perfuraçãodos drenos

Sapata cortante utilizada na perfuração dosdrenos e um tubo centralizador de 1”

23

Poços Coletores Com Drenos Radiais - Projeto Experimental

CPRM/COMPESA

Foto 8

Foto 7 -

- Sistema de apoio formado por um aço em madeirae hastes verticais

Prensamento com cilindro hidráulico dos tubos de6 5/8”

24

Poços Coletores Com Drenos Radiais - Projeto Experimental

CPRM/COMPESA 25

Foto 9 - Sistema de desmonte hidráulico com jato de 5/16”

Foto 10 - Sistema de limpeza com jato invertido

Poços Coletores Com Drenos Radiais - Projeto Experimental

CPRM/COMPESA

Foto 11 - Colocação de filtros em PVC rígido de 4”

Foto 12 -

Operação de retirada dos tubos de 6 5/8” comsistema de escoramento dos filtros por tubo de1”

26

Poços Coletores Com Drenos Radiais - Projeto Experimental

CPRM/COMPESA 27

Foto 13 - Cilindro hidráulico com cap. 75 t e bomba manualequipada com manômetro para 10.000 lbs

Foto 14 - Vista parcial da Vila de Mandaçaia

Poços Coletores Com Drenos Radiais - Projeto Experimental

CPRM/COMPESA

Foto 15

Foto 16

- Fonte deabastecimentod’água da Vila deMandaçaia

28

- Seixos extraídospor ocasião dodesmonte parainstalação dosdrenos

Poços Coletores Com Drenos Radiais - Projeto Experimental

CPRM/COMPESA 29

Foto 17 – Estrutura de apoio para distribuição deesforços físicos

Foto 18 – Marcação em superfície da projeção dos trêsdrenos instalados

Poços Coletores Com Drenos Radiais - Projeto Experimental

CPRM/COMPESA

Foto 19 -

Foto 20 -

Sistema de limpeza dos tubos por carreamentohidráulico

30

Instalação de fundo com brita no 19

Poços Coletores Com Drenos Radiais - Projeto Experimental

CPRM/COMPESA

Foto 21

Foto 22 -

- Telas de nylon para retenção de sólidos paradentro do poço coletor

Caçamba com capacidade de 90 litros paraextração de material de desmonte

31

Poços Coletores Com Drenos Radiais - Projeto Experimental

CPRM/COMPESA

Foto 23 - Guincho com estrutura telescópica utilizados naextração de material de desmonte

Foto 24

- Blocos especiais com estrutura metálica parasuporte de escada

32

Anexo I

CPRM/COMPESA

Anexo I

RELATÓRIO TÉCNICO 0298

ENSAIOS DE RESISTÊNCIA DE PEÇAS PRÉ-MOLDADAS PARA POÇOS PROFUNDOS

JOSÉ INÁCIO DE SOUZA LEÃO ÁVILADEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVILCENTRO DE TECNOLOGIA DA UFPERECIFE, JUNHO DE 1998

Anexo I

CPRM/COMPESA

1 - INTRODUÇÃO

Este relatório apresenta os resultados dos ensaios experimentais realizados paradeterminação da capacidade resistente de peças pré-moldadas em concreto armado,atendendo solicitação da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais-CPRM. As peças sãoutilizadas em paredes de revestimento de poços profundos para abastecimento de água quepossuem diâmetro de 3,0 m. As paredes são executadas por meio de anéis horizontais de 50cm de altura e espessura de 12 cm, onde cada anel é formado por 15 peças pré-moldadasunidas entre si por meio de encaixes macho e fêmea nas extremidades.

Ainda atendendo solicitação da CPRM, foram feitos estudos para determinação daarmação necessária para suportar os esforços correspondentes a um poço de 30,0 m deprofundidade utilizando um concreto com resistência características de 15 Mpa aos 28 dias deidade. Estruturalmente, a forma como os encaixes foram executados resulta em ligaçõesrotuladas que impedem os deslocamentos tangenciais da parede, mas permitem a rotação emtorno do eixo vertical e os deslocamentos na direção radial. Desta forma, são transmitidosapenas os esforços normais à seção da peça pertencente a um plano vertical passando pelocentro do anel, conseqüentemente, a armação foi determinada apenas para este tipo desolicitação. Os desenhos das armações estão em anexo.

2 - CORPOS DE PROVA

Os corpos de prova foram fornecidos pela CPRM, não sendo informada a resistênciado concreto aos 28 dias.

Inicialmente, foram fornecidas 04 peças inteiras, 02 armadas com ferro de bitola 6,3mm e 02 com bitola de 5,0 mm cujos ensaios foram realizados em 20/03/98.

Posteriormente, foram fornecidas 3 peças inteiras e 03 corpos de provas formados pormeia peça onde uma das extremidades correspondia a um tipo diferente de encaixe. Todos oscorpos de prova foram armados com ferros de bitola 6,3 mm. Os ensaios destes últimos corposde provas foram realizados em 15/06/98.

3 - TIPOS DE ENSAIOS

Foram realizados três tipos de ensaios, os quais são descritos, de forma simplificada, aseguir:

! No ensaio tipo 1, as peças foram colocadas sobre 02 apoios contínuos conforme indicadona Fig. 1. A carga P, distribuída ao longo da face superior, foi aplicada continuamente até aruptura da peça.

! No ensaio tipo 2 (ver Fig. 2), a carga P, também distribuída ao longo da face superior, foiaplicada no meio da peça que estava continuamente apoiada no prato da prensa.

! No ensaio tipo 3, foram utilizadas as duas partes da peça colocando-se as diferentesextremidades uma contra a outra e aplicando-se a carga na direção tangencial ao círculomédio, conforme indicado na Fig. 3. Entre as duas peças foi colocada uma barra de ferrocom bitola 32 mm, de modo que, a transmissão dos esforços ocorreu através desta barra.

Anexo I

CPRM/COMPESA

4 - RESULTADOS DOS ENSAIOS

Os resultados apresentados representam a média aritmética dos valores lidos nosequipamentos.

4.1 Ensaios realizados em 20/05/98

a) Tipo 1 com armação de 6.3

" Valor médio da força de ruptura atuante no ponto B = 7,8 KN

b) Tipo 1 com armação de 5.0

" Valor médio da força de ruptura atuante no ponto B = 7,7 KN

c) Tipo 2 com armação de 6.3

" Valor médio da força de ruptura = 51,8 KN" Valor médio da força de fissuração da peça = 31,0 KN

d) Tipo 2 com armação de 5.0

" Valor médio da força de ruptura = 27 KN" Valor médio da força de fissuração = 27 KN

4.2 Ensaios realizados em 15/06/98

a) Tipo 1

" Valor médio da força de ruptura atuante no ponto B = 11,95 KN

b) Tipo 2

" Valor médio da força de ruptura = 107,80 KN

c) Tipo 3

" Valor da carga de ruptura = 245,0 KN

5 - COMPORTAMENTO OBSERVADO

Nos ensaios do tipo 1 verificou-se que todas as peças apresentaram comportamentossemelhantes com a superfície de ruptura inclinada em relação a superfície média da peça eruptura do tipo dúctil.

Nos ensaios do tipo 2 verificou-se que ocorriam ruptura dúcteis apenas nas peçasarmadas com ferro de 6,3 mm e as fissuras eram de flexão ocorrendo no meio do vão. Naspeças com ferro de 5,0 mm houve ruptura brusca sem que surgissem fissuras antes da ruptura.

No ensaio do tipo 3, a ruptura ocorreu ao longo da superfície definida pelo círculomédio da peça e praticamente em toda a sua extensão. Há de se destacar que, a armação defretagem projetada para este tipo de ruptura não foi utilizada nos corpos de prova enviadospela CPRM.

Anexo I

CPRM/COMPESA

Anexo I

CPRM/COMPESA

Anexo II

CPRM/COMPESA

FÔRMA PARA PRÉ-MOLDADO EM CONCRETO

Anexo II

CPRM/COMPESA

Anexo II

FÔRMA PARA PRÉ-MOLDADO EM CONCRETO

19.05U+220519.05

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13

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Anexo II

CPRM/COMPESA

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Anexo II

CPRM/COMPESA

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Anexo II

CPRM/COMPESA

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Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais

Endereços

SedeSGAN Quadra 603 - Conjunto “J” - Parte A - 1o andarCEP: 70830-030 - Brasília - DFTelefones: (61)312-5252 - (61)223-5253 (PABX)Fax: (61)225-3985

Escritório Rio de JaneiroAv. Pasteur, 404 - Urca - CEP: 22292.040Rio de Janeiro - RJTelefones: (21)295-5337 - (21)295-0032 (PABX)Fax: (21)295-6347

Diretoria de Hidrologia e Gestão TerritorialTelefone: (21)295-5804Fax: (21)295-5804E-Mail: [email protected]

Departamento de HidrologiaTelefone: (21)295-4546Fax: (21)295-6347E-Mail: [email protected]

Diretoria de Relações Institucionaise DesenvolvimentoTelefone: (21)295-5837Fax: (21)295-5947E-mail: [email protected]

Divisão de Documentação TécnicaTelefones: (21)295-5997Fax: (21)295-5897E-Mail: [email protected]

Superintendência Regional de BelémAv. Dr. Freitas, 3645 – MarcoCEP: 66095-110 - Belém - PATelefones: (91)226-0016 - (91)246-8577 (PABX)Fax: (91)246-4020E-Mail: [email protected]

Superintendência Regional de Belo HorizonteAv. Brasil, 1731 – FuncionáriosCEP: 30140-002 - Belo Horizonte - MGTelefones: (331)261-3037 - (331)261-5977 (PABX)Fax: (331)261-5585E-Mail: [email protected]

Superintendência Regional de GoiâniaRua 148, 485 - Setor MaristaCEP: 74170-110 - Goiânia - GOTelefones: (62)281-1342 - (62)281-1522 (PABX)Fax: (62)281-1709E-mail: [email protected]

Superintendência Regional de ManausAv. André Araújo, 2160 - AleixoCEP: 69065-001 - Manaus - AMTelefones: (92)663-5533 - (92)663-5640 (PABX)Fax: (92)663-5531E-Mail: [email protected]

Superintendência Regional de Porto AlegreRua Banco da Província, 105 - Santa TeresaCEP: 90840-030 - Porto Alegre - RSTelefones: (51)233-4643 - (51)233-7311(PABX)Fax: (51)233-7772E-Mail: [email protected]

Superintendência Regional do RecifeRua das Pernambucanas, 297 – GraçasCEP: 52011- 010 - Recife - PETelefone: (81)3221-7456 (PABX)Fax: (81)3221-7645E-Mail: [email protected]

Superintendência Regional de SalvadorAv. Ulisses Guimarães, 2862Centro Administrativo da BahiaCEP: 41213.000 - Salvador - BATelefones: (71)230-0025 - (71)230-9977 (PABX)Fax: (71)371-4005E-Mail: [email protected]

Superintendência Regional de São PauloRua Barata Ribeiro, 357 - Bela VistaCEP:01308-000 - São Paulo - SPTelefone: (11)3333-4721 - (11)3333-4712E-Mail: [email protected]

Residência de FortalezaAv. Santos Dumont, 7700 - 4o andar - PapicuCEP: 60150-163 - Fortaleza - CETelefones: (85)265-1726 - (85)265-1288 (PABX)Fax: (85)265-2212E-Mail: [email protected]

Residência de Porto VelhoAv. Lauro Sodré, 2561 - Bairro Tanques-CEP: 78904-300 - Porto Velho - ROTelefones: (69)223-3165 - (69)223-3544 (PABX)Fax: (69)221-5435E-Mail: [email protected]

Residência de TeresinaRua Goiás, 312 - Sul - CEP: 64001-570 - Teresina - PITelefones: (86)222-6963 - (86)222-4153 (PABX)Fax: (86)222-6651E-Mail: [email protected]

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