Programa de Horta Urbana

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Com relação ao Horta Urbana, Mary, O interesse é justamente garantir continuidade com melhoria de qualidade ao trabalho de alguns chacareiros que estão sendo desapropriados do Residencial Morumbi, zona sul de Anápolis, para construção do Parque Nacional das Antas, junto à Ferrovia Norte Sul. Olha um pouco deles aí:

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Com relação ao Horta Urbana, Mary, O interesse é justamente garantir continuidade com melhoria de qualidade ao

trabalho de alguns chacareiros que estão sendo desapropriados do Residencial Morumbi, zona sul de Anápolis, para construção do Parque Nacional das Antas, junto à Ferrovia Norte Sul. Olha um pouco deles aí:

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Acima, o Sr. Oscar e seus compradores (da direita para a esquerda). Ele tem 04 estufas e planta também aos seus arredores. Conta como chegou e com muita luta, aos poucos foi se estabelecendo e ampliando seu negócio. Terá problemas para se restabelecer, devido o espaço que tem atualmente.

Abaixo, o Sr. Pio, que planta em 04 lotes e sabe de onde veio cada pé que tem neste quintal. Aí ele aparece procurando um moranguinho do que sobrou, mas garante que rendeu muito, nesta primeira safrinha, mas só para o uso da casa mesmo... Das coisas que ele planta e vende, ele tira cerca de R$ 600,00 mensais. Ele tem em seu quintal, alfaces, couve, agrião, cheiro verde, coentro, espinafre, taioba, mangas, goiaba, chuchu, tomate, mandioca, mamão, limão, mexerica, feijão, banana, abacate, laranja, cenoura...

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A comunidade do Morumbi está muito ansiosa com as negociações, pois como ainda devem as imobiliárias algumas parcelas dos lotes, estão com terríveis problemas para negociar o valor que já pagaram. Depois, posso explicar melhor. Têm por lá pequenas criações de peixes, porcos, galinhas, também. Tem um outro chacareiro que é amigo da escola; toda a comunidade se beneficia das hortas, por lá. Ali, “ninguém passa fome”. Por outro lado, estamos junto a uma outra comunidade com uma história muito incrível. Um dia precisávamos de um lugar para fazermos uma reunião e fomos até a escola Lar São Francisco de Assis; fomos muito bem recebidos, fizemos a reunião e nos solidarizamos com uma causa: CONSEGUIR RECURSOS MATERIAIS E HUMANOS PARA QUE ALUNADO E COMUNIDADE TENHAM, ALÍ, EDUCAÇÃO FÍSICA. A escola é fruto de parceria entre o município e a maçonaria. A Diretora Adriana é ótima. É escola de 1º grau. Lá, ela também quer ter uma “Horta Pedagógica”.

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Na comunidade, rola muita droga, tem muito jovem sem atividade; é uma comunidade que não se percebe como tal. E a história dela? Bem, há muitos anos atrás, lá era um lixão para onde ia um ou outro portador de hanseníase, passar o dia sem ser amolado... começou a virar point, levavam comida, passaram a dormir, fazer barraca... casinhas... virou amontoado – ali, ao lado do lixão. Em uma época em que não se podia sepultar hanseniano no cemitério da cidade e eles se enterravam por ali mesmo, também. Até que a prefeitura e loteadores perceberam, quiseram retirar; os hansenianos fizeram um movimento que hoje se chama MORHAN. Hoje o bairro se chama Novo Paraíso e o movimento dos hansenianos tem lá, um hospital com 30 moradores sequelados, sem parentes, e atendem, em trânsito, 115 pacientes. Muita história. Aí vieram outros bairros, outras pessoas... Temos planos de dar início, junto à Diretora Adriana da escola Lar São Francisco de Assis e a comunidade, a um processo de valorização do bairro, de seus moradores, através de um programa de incentivo ao esporte e ao lazer, à coleta seletiva, às artes, à educação ambiental... Penso que se a historinha deste bairro fosse em SP, o mesmo teria uma praça com monumento à causa e à luta dos hansenianos, não?... Bem, sei que ocupei muito espaço, mas ando mesmo repleta e agradeço o canal aberto, Longa vida! Alexandra Machado Costa Assistente Social