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Programa de Formação Internato de Medicina Geral e Familiar Coordenação de Internato de Medicina Geral e Familiar da Região Centro Janeiro 2014

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Programa de Formação

Internato de Medicina Geral e Familiar

Coordenação de Internato

de Medicina Geral e Familiar da Região Centro

Janeiro 2014

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO 2014 - 2017

COORDENAÇÃO DE INTERNATO DE MEDICINA GERAL E FAMILIAR DA ZONA CENTRO 2

Índice

Pag Nota Introdutória 3

1.Perspectiva Histórica 4

2. Finalidades e competências 5

3. Objectivos Gerais do Programa 6

3.1. Conhecimentos 6

3.2. Aptidões 6

3.3. Atitudes 7

4. Objectivos Específicos do Programa 8

5. Áreas Específicas de Intervenção 12

5.1. Saúde Infantil 12

5.2. Saúde da Mulher 14

5.3. Saúde do Adulto e Idoso 15

6. Objectivos dos Estágios Obrigatórios 17

6.1. Medicina Geral e Familiar 1 (MGF 1) 17

6.2. Medicina Geral e Familiar 2 (MGF 2) 18

6.3. Medicina Geral e Familiar 3 (MGF 3) 20

6.4. Medicina Geral e Familiar 4 (MGF 4) 22

6.5. Pediatria 25

6.6. Ginecologia e Obstetrícia 27

6.7. Psiquiatria 29

6.8. Urgência 31

7. Objectivos dos estágios opcionais 32

7.1. Cardiologia 32

7.2. Medicina Interna 33

7.3. Neurologia 33

7.4. Oncologia 34

7.5. Reumatologia 36

7.6. Cirurgia Geral 36

7.7. Dermatologia 37

7.8. Endocrinologia 38

7.9. Gastreterologia 38

7.10. Otorinolaringologia 39

7.11. Penumologia 39

7.12. Ortotraumatologia 40

8. Referências Bibliográficas 42

9. Endereços electrónicos de organismos oficiais 46

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Nota Introdutória

O Internato Médico é uma formação pós – graduada regulamentada que tem como objectivo habilitar o médico ao exercício diferenciado de uma área de especialização.

A formação na especialidade de Medicina Geral e Familiar rege-se pela legislação em vigor para o Internato Médico e obedece a um programa específico.

Os objectivos gerais do programa do Internato de Medicina Geral e Familiar e de áreas específicas são desenvolvidos de acordo com as determinações do Conselho Nacional do Internato Médico.

O Coordenador

Rui Nogueira

Directores de Internato:

Joana Dias Teresa Rosmaninho Margarida Matos

Marli Loureiro Maria de Jesus Clara

Maria João Trindade Maria da Luz Martins

Carla Correia Manuela Martins

Costa e Silva Fernando Pinto

Manuela Neto Marina Cardoso

Almerinda Rodrigues

Soledade Lopes Lurdes Rocha Ana Barros

Helena Sousa José Neri Ana Paula Pinheiro

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1. PERSPECTIVA HISTÓRICA

A Medicina Geral e Familiar é uma disciplina académica e científica, com os seus próprios conteúdos educacionais, investigação, base de evidência e actividade clínica. É uma especialidade clínica orientada para os Cuidados de Saúde Primários (CSP).

O Internato Complementar de Clínica Geral surgiu em 1981, antecedendo num curto espaço de tempo a promulgação do Decreto-Lei nº 310/82 que criou a carreira médica de Clínica Geral.

No período de 1981 a 1987, o Internato tinha características hospitalocêntricas: as actividades educacionais estavam centradas no hospital e os orientadores de formação eram de outras especialidades. A sua estrutura tem sofrido algumas modificações à medida que a especialidade se tem afirmado e desenvolvido.

Desde 1987 o Internato Complementar passou a ser a única forma de acesso à especialidade. Em 1995 a especialidade passou a designar-se Medicina Geral e Familiar (MGF), termo adoptado pelo Colégio de Especialidade da Ordem dos Médicos. Nesse ano foi aprovado pela Ordem dos Médicos um novo programa de internato da especialidade mas não foi aprovado pelo Ministério da Saúde.

Em 1996 foi criada a Sociedade Europeia de Medicina Geral e Familiar – WONCA Europa - integrada na Organização Mundial (WONCA).

Em 2002 a WONCA Europa publicou a Definição Europeia de Medicina Geral e Familiar documento estruturante da nossa especialidade.

Em 2004 a Ordem dos Médicos aprovou um programa de internato de MGF de 4 anos (44 meses). O novo programa de internato MGF viria apenas a ser publicado na Portaria 300/2009 de 24 de Março.

Em Agosto de 2004 foi publicado o novo Decreto-Lei do Internato Médico que integra o Internato Geral e o Internato Complementar num período bietápico: um ano comum e a formação médica específica. Em Fevereiro de 2007 foi publicado o Decreto-Lei 60/07 que introduziu algumas alterações nomeadamente no Ano Comum.

Em 2006 foi publicado o Regulamento do Internato Médico na Portaria 183/06 de 22 de Fevereiro.

Em Fevereiro de 2009 foram introduzidas algumas alterações no Internato Médico com a publicação do DL 45/09 de 13 de Fevereiro.

Em 24 de Junho foi publicado na Portaria 251/2011 o actual Regulamento do Internato Médico.

Legislação actualmente em vigor e com mais interesse para o internato médico:

DL 45/09 de 13 de Fevereiro

Define o regime jurídico da formação médica, após a licenciatura em Medicina

Portaria 251/2011 de 24 de Junho

Regulamento do Internato Médico

Portaria 300/09 de 24 de Março

Programa de internato MGF

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2. FINALIDADE E COMPETÊNCIAS

A formação pós-graduada em Medicina Geral e Familiar (MGF) tem por finalidade capacitar o médico para o exercício clínico autónomo da especialidade, tendo em conta o perfil profissional definido e aceite internacionalmente.

O especialista de Medicina Geral e Familiar - médico de família - necessita adquirir competências que lhe permitam:

1. Ser o primeiro contacto com o sistema de saúde, lidando com todos os problemas de saúde, independentemente da idade, género ou qualquer outra característica individual;

2. Ser coordenador de cuidados, promovendo o uso adequado dos recursos de saúde, interagindo com outras especialidades e assumindo o papel de provedor do doente;

3. Desenvolver uma abordagem centrada na pessoa, tendo em conta a família e a comunidade;

4. Estabelecer a comunicação adequada - base de uma relação médico/doente muitas vezes terapêutica - e continuada no tempo;

5. Ser responsável pela continuidade de cuidados, ao longo do tempo, de acordo com as necessidades do doente;

6. Concretizar um processo de raciocínio-decisão determinado pela prevalência e incidência das doenças na comunidade;

7. Manejar simultaneamente as doenças agudas e crónicas, em cada doente;

8. Manejar a doença nas fases iniciais da sua história natural ou os quadros clínicos pouco organizados e indiferenciados;

9. Promover a saúde e o bem-estar mediante intervenções apropriadas e efectivas;

10. Deter uma responsabilidade específica pela saúde da comunidade;

11. Lidar com os problemas de saúde nas suas dimensões físicas, psicológicas, sociais, culturais e existenciais.

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3. OBJECTIVOS GERAIS DO PROGRAMA

Os objectivos gerais do programa encontram-se estruturados segundo as áreas de conhecimento e de desempenho e esta subdividida em aptidões e atitudes.

3.1 CONHECIMENTOS

No final do programa de formação o interno deve:

1. Conhecer os processos de doenças agudas e crónicas mais comuns e as afecções que põem a vida em risco ou provocam complicações ou consequências graves;

2. Conhecer e compreender as possibilidades de promoção da saúde, da prevenção da doença, sua metodologia e limitações, assim como do diagnóstico precoce e do controlo de problemas de saúde no contexto da prática em Medicina Geral e Familiar;

3. Conhecer e compreender os modos através dos quais as interacções pessoais no seio de uma família podem ser causa ou efeito de problemas de saúde ou modificar as suas formas de manifestação, evolução e possibilidades de controlo;

4. Conhecer e compreender os aspectos do enquadramento social e ambiental dos seus utentes e o modo como eles podem afectar a dinâmica saúde/doença;

5. Conhecer a vasta gama de possibilidades que a tecnologia médica lhe faculta e saber quando e como a ela pode recorrer;

6. Conhecer e respeitar os princípios éticos da actividade médica;

7. Conhecer a metodologia básica dos estudos de investigação e de avaliação de qualidade aplicados ao contexto da prática em Medicina Geral e Familiar;

8. Conhecer a legislação médica, sanitária e social mais relevante para a sua prática profissional.

3.2 DESEMPENHO

3.2.1 APTIDÕES

No final do programa o interno deve estar apto a:

1. Colher e tratar a informação necessária à formulação diagnóstica e decisão terapêutica que tenha em conta os factores somáticos, psicológicos e sociais;

2. Utilizar o conhecimento e a metodologia epidemiológica necessários ao seu trabalho diário;

3. Utilizar o factor “tempo” como instrumento de diagnóstico, de terapêutica e de estruturação organizativa do seu trabalho;

4. Identificar as pessoas em risco e vulneráveis e planear as acções apropriadas para a promoção da sua saúde;

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5. Decidir sobre qualquer problema que se lhe apresente como médico;

6. Executar o acompanhamento médico dos doentes com problemas de saúde crónicos ou de evolução prolongada;

7. Estabelecer formas eficazes de cooperação com outros profissionais, médicos e não médicos;

8. Utilizar os princípios de gestão mais adequados à sua prática;

9. Ler criticamente um artigo científico;

10. Elaborar um projecto de investigação.

3.3 ATITUDES

No final do programa o interno deve estar apto a:

1. Estabelecer e desenvolver uma relação personalizada com os seus utentes;

2. Reconhecer cada indivíduo/doente como um ser humano único, adaptando a comunicação às características do paciente e negociando o plano para a resolução dos seus problemas;

3. Promover a autonomia do paciente na gestão dos seus próprios problemas e compreender que é uma atitude terapêutica fundamental;

4. Reconhecer que o conjunto de actividades que desenvolve constitui um importante contributo para a saúde da comunidade;

5. Avaliar o seu próprio trabalho de forma continuada e fazê-lo criticamente;

6. Reconhecer as suas necessidades de educação contínua e de leitura crítica da informação médica.

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4. OBJECTIVOS ESPECÍFICOS DA FORMAÇÃO

O internato é o período formativo de excelência onde são aperfeiçoados os conhecimentos, as aptidões e as atitudes que prevêem e antecedem a competência autónoma do interno como médico de família.

Assim o médico de família deve adquirir aptidões transversais necessárias ao exercício com responsabilidade da prestação de cuidados de saúde a uma população de indivíduos e de famílias, no contexto do centro de saúde e da comunidade.

4.1 – ENQUADRAMENTO CONCEPTUAL E NORMATIVO

1. Conhecer o conceito de cuidados de saúde primários e a sua evolução histórica;

2. Conhecer o conceito de Agrupamento de Centros de Saúde, centro de saúde e de unidade de saúde e o perfil de médico de família definidos nos respectivos suportes legais;

3. Conhecer os documentos oficiais que enquadram o desenvolvimento da prestação de cuidados de saúde – Planos de Acção e Orientações Técnicas.

4.2 – CARACTERIZAÇÃO DA COMUNIDADE

1. Caracterizar os aspectos demográficos, socio-económicos e culturais da área geográfica abrangida pela unidade de saúde e centro de saúde;

2. Caracterizar a saúde da comunidade, analisando e quantificando os indicadores de mortalidade e de morbilidade disponíveis e aplicáveis.

4.3 – CARACTERIZAÇÃO DO CENTRO DE SAÚDE E DA UNIDADE DE SAÚDE

1. Identificar o ambiente físico e funcional do centro de saúde, os grupos profissionais envolvidos, os respectivos perfis funcionais e a sua articulação;

2. Conhecer os recursos materiais do centro de saúde e da unidade de saúde;

3. Conhecer os diferentes tipos de serviços que o centro de saúde oferece à comunidade (cuidados domiciliários, serviços de saúde pública, acordos com instituições relevantes da comunidade, e outros);

4. Avaliar a acessibilidade da unidade de saúde e o circuito de utentes;

5. Compreender a articulação funcional do centro de saúde com a respectiva Administração Regional de Saúde, com o Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) respectivo, com os cuidados de saúde secundários e com outras instituições comunitárias.

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4.4 – GESTÃO DA PRÁTICA CLÍNICA

1. Efectuar a caracterização socio-demográfica da sua lista de utentes;

2. Determinar a incidência de algumas doenças agudas;

3. Identificar grupos vulneráveis para efeitos de vigilância de saúde, rastreios e educação para a saúde, programando cuidados antecipatórios;

4. Identificar grupos de risco para efeitos de diagnóstico precoce, vigilância e controlo de doenças crónicas, programando cuidados antecipatórios;

5. Identificar famílias com problemas que justifiquem a aplicação de métodos de avaliação familiar;

6. Caracterizar a dinâmica da procura de cuidados, tendo em conta os condicionamentos pessoais e institucionais de acessibilidade, no sentido de racionalizar o seu desempenho profissional;

7. Utilizar um método de gestão do ficheiro clínico que permita uma rápida recolha e tratamento da informação;

8. Seleccionar e aplicar indicadores de avaliação da prática clínica.

4.5 - CONSULTA

1. Reconhecer a importância das relações médico - doente/família no processo da consulta;

2. Desenvolver aptidões relacionais e de comunicação que lhe permitam respeitar e escutar o doente, esclarecer e informar em linguagem acessível e partilhar as decisões;

3. Identificar as várias fases do processo da consulta;

4. Escolher, adaptando caso a caso, modelos de condução da consulta, de acordo com as características dos doentes, dos problemas de saúde apresentados, dos constrangimentos da própria consulta e das suas características pessoais;

5. Utilizar correctamente o método de Weed-RMOP (Registo Médico Orientado por Problemas) – modificado e adaptado às condicionantes da Medicina Geral e Familiar e à aplicação informática em uso na unidade de saúde;

6. Efectuar consultas no domicilio do doente quando necessárias à prestação de cuidados de saúde a utentes da sua lista de utentes;

7. Efectuar consultas abertas ou em serviços de urgência ou de atendimento permanente, com vista à prestação de cuidados de saúde em situações agudas;

8. Aplicar as classificações utilizáveis em cuidados de saúde primários.

4.6 - TREINO EM PROBLEMAS COMUNS E EM PROBLEMAS DE MAIOR COMPLEXIDADE

1. Determinar os problemas mais frequentes na sua lista de utentes e em Medicina Geral e Familiar;

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2. Utilizar estratégias de diagnóstico adequadas, tendo em conta os dados epidemiológicos e a relação custo-benefício;

3. Utilizar os recursos terapêuticos (farmacológicos e/ou outros) mais adequados;

4. Identificar critérios de referenciação e aplicá-los atempadamente;

5. Gerir situações problemáticas (por ex. casos de multipatologia, casos de disfunção familiar ou social grave), identificando as prioridades e as estratégias de intervenção;

6. Avaliar o resultado da sua intervenção médica, nomeadamente no que diz respeito aos resultados obtidos e à adesão do doente às medidas preconizadas.

4.7 - TREINO DE PROCEDIMENTOS TÉCNICOS

1. Efectuar o exame objectivo e os procedimentos técnicos complementares adequados a cada situação clínica;

2. Efectuar os procedimentos técnicos indispensáveis na prática diária da Medicina Geral e Familiar, de acordo com a prevalência das situações que o exigem, nomeadamente: execução de electrocardiogramas, aplicação de injectáveis, punção venosa, drenagem de abcessos, suturas, aplicação de medidas salvadoras da vida em situações agudas.

4.8 - COOPERAÇÃO INTERPESSOAL E MULTIDISCIPLINAR

1. Conhecer os princípios e as regras do trabalho em equipa;

2. Envolver a equipa multiprofissional na resolução dos problemas de saúde dos doentes;

3. Estabelecer, de uma forma expedita e afável, a comunicação com outros elementos da equipa multiprofissional;

4. Apresentar protocolos e trabalhos de investigação e de avaliação de qualidade, casos clínicos, revisões temáticas e resumos de apresentações em reuniões clínicas;

5. Apresentar situações-problema perante um grupo multiprofissional e orientar a discussão no sentido de obter os contributos específicos de cada grupo;

6. Desenvolver comportamentos e práticas facilitadoras da referenciação quer em relação aos cuidados de saúde secundários quer em relação a instituições da comunidade.

4.9 - RESPONSABILIZAÇÃO PROFISSIONAL

1. Utilizar métodos e técnicas de educação para a saúde adequados tendo em conta os programas de prevenção existentes;

2. Intervir na aplicação de procedimentos de prevenção e controlo de doenças na comunidade;

3. Reconhecer os problemas inerentes à participação nos sistemas de informação do centro de saúde ou da unidade de saúde, de âmbito regional e nacional (Registo Oncológico Regional, Doenças de Declaração Obrigatória, notificação de reacções adversas a medicamentos, entre outros) e contribuir para a sua actualização.

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4.10 -VALORIZAÇÃO PROFISSIONAL

1. Identificar necessidades formativas a partir da análise permanente da sua prática clínica e orientar a sua auto-formação no sentido de lhes dar resposta;

2. Participar no desenvolvimento científico da Medicina Geral e Familiar através da apresentação de comunicações científicas.

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5. ÁREAS ESPECÍFICAS DE INTERVENÇÃO

5.1 SAÚDE INFANTIL

O médico de família deve ser capaz de acompanhar o desenvolvimento normal de uma criança, desde o nascimento até à adolescência, resolvendo as intercorrências comuns e sendo capaz de identificar os problemas que justificam a intervenção de outros profissionais de saúde.

Assim, deve adquirir as aptidões necessárias ao estabelecimento de uma boa comunicação com a criança, à identificação das manifestações de doença nas várias idades, à familiarização com os problemas de saúde comuns e ao reconhecimento das situações que exigem referenciação. Deve ainda ser capaz de estabelecer uma relação com os pais, ou quem os represente, que permita a estes o desenvolvimento de conhecimentos e atitudes adaptados a cada fase da evolução do seu filho.

Os objectivos definidos serão concretizados nos serviços de pediatria e nos centros de saúde, tendo em conta as particularidades do contexto destes dois locais.

No final da sua formação o interno deve estar apto a:

a) Respeitar a individualidade e privacidade da criança/adolescente;

b) Conhecer as características das etapas mais importantes do desenvolvimento físico, intelectual, emocional e social, do nascimento à adolescência;

c) Conhecer os desvios comuns do normal e identificar os sinais de alarme para referenciar atempadamente;

d) Conhecer e saber lidar com as crises normais na vida da criança e do adolescente – treino de hábitos de higiene, separação da mãe, iniciação à escola, puberdade, enamoramento e primeiras experiências sexuais;

e) Conhecer a forma como o comportamento da família pode influenciar a saúde, bem-estar e comportamento social da criança/adolescente e a influência que a criança/adolescente, aguda ou cronicamente doente, tem sobre o comportamento da família;

f) Adequar o seu comportamento como médico à criança/adolescente e à sua família, de forma a influenciar positivamente o sucesso da consulta ou a solução do problema;

g) Compreender a influência das diversas culturas na incidência, apresentação e abordagem das diferentes doenças;

h) Conhecer o valor da educação para a saúde e a oportunidade de prevenção da doença, em todas as abordagens dos problemas da criança e do adolescente;

i) Aplicar os diferentes métodos de avaliação do desenvolvimento, estato-ponderal e psicomotor, desde o nascimento à adolescência;

j) Aplicar estratégias preventivas adequadas a cada grupo etário (vacinação e outras);

k) Efectuar o raciocínio clínico nos diferentes tipos de doença, tendo em conta a sua incidência e prevalência;

l) Reconhecer e tomar as medidas adequadas nas situações agudas que podem pôr a vida em risco:

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No recém-nascido: infecções, situações cirúrgicas, algumas anomalias congénitas, hipoglicemia e hipotermia;

Nas crianças: meningite, asma, “abdómen agudo”, acidentes;

Nos adolescentes: comportamento suicida, abuso de drogas, acidentes;

m) Reconhecer situações que, se não forem diagnosticadas cedo, podem levar a grande incapacidade ou morte prematura, e manejá-las adequadamente:

Nos recém-nascidos: infecções, icterícia, malformações congénitas não imediatamente aparentes, doenças renais, erros metabólicos, prematuridade e dismotricidade;

Nas crianças: doença maligna, infecções respiratórias complicadas, relações anormais com a família (negligência e maus tratos);

n) Manejar situações comuns:

Nos recém-nascidos: alterações minor, marcas de nascimento, problemas de alimentação;

Nas crianças: alimentação e problemas de sono, alterações do desenvolvimento músculo-esquelético, alterações do comportamento, enurese e incontinência fecal, recusa escolar;

Nos adolescentes: problemas do comportamento, sentido de invulnerabilidade e tendência para comportamento de alto risco, hipocondria, depressão, preocupação com o corpo e sexualidade, conflitos familiares;

o) Abordar situações crónicas/incapacidades tais como: asma, deficiências congénitas, doença cardíaca, diabetes, hemofilia, epilepsia, paralisia cerebral, deficiência mental, desadaptação social. Para estas situações é importante saber efectuar:

diagnóstico precoce

abordagem dos aspectos sociais e psicológicos

prevenção quando possível

abordagem na vida diária em casa, tendo em conta a individualidade da criança doente

referenciação ao especialista

educação dos doentes e familiares sobre intercorrências comuns e utilização dos serviços de saúde;

p) Manejar problemas comuns que se podem encontrar nas várias idades pediátricas, nomeadamente: febre, convulsões, vómitos, diarreia, infecções respiratórias, infecções otorrinolaringológicas, doenças exantemáticas, parasitoses, dores abdominais, cefaleias, anemia, má-nutrição, eczemas e infecções urinárias;

q) Dialogar com os pais, abrindo espaço para expressão de dúvidas e ansiedades e transmitindo os conhecimentos adequados às necessidades dos pais e à fase de desenvolvimento da criança;

r) Usar os recursos familiares e comunitários no plano de seguimento de doenças;

s) Organizar a consulta de saúde infantil gerindo o tempo, de forma a respeitar algumas constantes especiais na abordagem da criança doente:

necessidade de contacto fácil e frequente;

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necessidade de tempo para lidar com a ansiedade familiar;

necessidade de recrutar recursos comunitários;

t) Articular-se com o pediatra e outros especialistas de apoio à consulta de Saúde Infantil.

5.2 SAÚDE DA MULHER

O médico de família deve saber lidar com os problemas de saúde específicos da mulher, actuando preventivamente, resolvendo as intercorrências comuns e identificando as situações que justificam a intervenção de outros profissionais de saúde.

Deve adquirir as aptidões necessárias à prestação de cuidados de planeamento familiar, à vigilância da gravidez e puerpério normais, ao acompanhamento no período pós-menopausa.

Os objectivos definidos serão concretizados nos serviços de ginecologia/obstetrícia e nos centros de saúde, tendo em conta as características específicas de cada um destes locais.

No final da sua formação o interno deve estar apto a:

1 Conhecer as etapas do desenvolvimento fisiológico normal da rapariga e da mulher adulta (desde as primeiras manifestações do desenvolvimento sexual até às modificações próprias da velhice), incluindo os aspectos psicológicos que as acompanham;

2 Conhecer a fisiologia da reprodução e da sexualidade;

3 Efectuar uma abordagem humanizada dos problemas ginecológicos, ao longo das várias idades;

4 Desenvolver estratégias de educação para a saúde no âmbito da sexualidade adaptadas à idade e contexto sociocultural;

5 Executar exame ginecológico completo (incluindo teste de Schiller e colheita para colpocitologia);

6 Promover o rastreio do cancro da mama;

7 Informar e aconselhar em relação à contracepção e prescrever cada um dos métodos contraceptivos (incluindo treino das aptidões técnicas inerentes à aplicação de alguns destes métodos: colocação e remoção de DIU, colocação de implantes hormonais, entre outros);

8 Identificar e referenciar as situações de infertilidade;

9 Conhecer os problemas ligados à menopausa, a respectiva abordagem terapêutica e os protocolos de seguimento nesta fase da vida;

10 Diagnosticar e tratar problemas ginecológicos comuns, tais como: dismenorreia, leucorreias, hemorragias funcionais, sindrome pré-menstrual;

11 Diagnosticar e referenciar, quando necessário: doenças sexualmente transmitidas, doença inflamatória pélvica, endometriose, doença fibroquística da mama, carcinoma do ovário, carcinoma do endométrio, cancro do colo do útero, dor pélvica crónica;

12 Conhecer os aspectos fisiológicos e psicológicos do normal desenvolvimento da gravidez;

13 Efectuar exame obstétrico da grávida nas várias etapas do desenvolvimento da gravidez;

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14 Executar e interpretar os procedimentos de monitorização de uma gravidez fisiológica (clínicos, laboratoriais e ecográficos);

15 Efectuar uma abordagem humanizada da mulher grávida e do casal, avaliando o risco pré-natal nas suas várias dimensões;

16 Actuar, do ponto de vista diagnóstico e terapêutico, nas patologias intercorrentes mais comuns na grávida: infecções respiratórias, urinárias, ginecológicas, cárie, insuficiência venosa dos membros inferiores e dispepsia;

17 Diagnosticar, fazer a abordagem precoce e a referenciação das situações: ameaça de aborto, ameaça de parto pré-termo, infecções do grupo TORCH, diabetes gestacional, asma, epilepsia, hipertensão, pré-eclampsia, gravidez múltipla, incompatibilidade Rh, atraso de crescimento intra-uterino, hemorragia dos 1º, 2º e 3º trimestres, rotura prematura de membranas;

18 Realizar partos eutócicos, acompanhando os aspectos físicos e psicológicos do processo de nascimento;

19 Fazer episiotomias e episiorrafias;

20 Efectuar a avaliação global de saúde da mulher puérpera;

21 Conhecer a importância do aleitamento materno, saber como incentivá-lo e como resolver os problemas e dificuldades que lhe estão associados;

22 Recrutar os recursos familiares e comunitários no apoio à gravidez, parto e puerpério;

23 Reconhecer e saber lidar com os problemas físicos e psicológicos da mãe no período pós-parto (por exemplo: problemas ligados ao aleitamento e depressão);

24 Respeitar os aspectos éticos e legais relacionados com os problemas ginecológicos, a gravidez, o parto e o puerpério;

25 Articular-se com o ginecologista/obstetra.

5.3 SAÚDE DO ADULTO E DO IDOSO

Ao médico de família são exigidos conhecimentos, aptidões e atitudes que lhe permitam abordar, de forma eficaz para este nível de cuidados, a diversidade de problemas que surgem na consulta de saúde do adulto e do idoso, resolvendo alguns, vigiando atentamente a maioria e referenciando quando a situação ou a evolução o justificam. Deve saber lidar com esta diversidade, integrando os dados e centrando-se na pessoa.

A área preventiva e de educação para a saúde exige também conhecimentos, aptidões e atitudes específicas que devem ser desenvolvidas.

Os objectivos definidos serão concretizados nos centros de saúde e em serviços hospitalares, tendo em conta as particularidades do contexto destes dois locais.

No final da sua formação o interno deve estar apto a:

1 Conhecer a fisiopatologia, história natural, factores de risco, estratégias preventivas, métodos diagnósticos, terapêutica, prognóstico e critérios de referenciação das doenças mais frequentes ou presentes em algum dos doentes que constituem a lista de utentes;

2 Colher uma história clínica completa para a patologia em causa;

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COORDENAÇÃO DE INTERNATO DE MEDICINA GERAL E FAMILIAR DA ZONA CENTRO 16

3 Efectuar um exame objectivo adequado;

4 Definir diagnósticos diferenciais;

5 Conhecer as alterações próprias do envelhecimento e as particularidades que as diferentes patologias assumem no idoso;

6 Lidar com situações ou problemas mal definidos e saber usar o factor tempo para aperfeiçoar as estratégias da sua abordagem;

7 Pedir e interpretar os exames complementares de diagnóstico tendo em conta a sua sensibilidade, especificidade, valores preditivos e relação custo/benefício;

8 Prescrever os fármacos mais frequentemente utilizados (conhecendo as indicações, contra-indicações, interacções medicamentosas, efeitos secundários, farmacocinética, posologia e custo) e avaliar a sua eficácia;

9 Negociar com o doente um acordo terapêutico e responsabilizá-lo pela sua saúde, estimulando a sua autonomia;

10 Inventariar e recrutar recursos individuais, familiares e comunitários na abordagem do doente, particularmente, do doente incapacitado e/ou idoso;

11 Articular-se com os outros profissionais de saúde que podem ser necessários no seguimento destes doentes;

12 Identificar os aspectos psicossociais, éticos e legais que estão envolvidos nos problemas de saúde dos doentes;

13 Aplicar os procedimentos de rastreio e diagnóstico precoce, tal como está definido, nacional e internacionalmente;

14 Promover as medidas de prevenção primária, secundária e terciária, adequadas às diferentes pessoas e situações;

15 Promover estilos de vida e comportamentos saudáveis, respeitando as escolhas individuais.

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO 2014 - 2017

COORDENAÇÃO DE INTERNATO DE MEDICINA GERAL E FAMILIAR DA ZONA CENTRO 17

6.OBJECTIVOS DOS ESTÁGIOS OBRIGATÓRIOS

6.1 MEDICINA GERAL E FAMILIAR 1 (MGF 1)

Finalidades

1. Conhecer o contexto de exercício médico e integrar-se na prática profissional;

2. Conhecer os conceitos e enquadramentos do exercício de Medicina Geral e Familiar;

3. Conhecer a comunidade e o centro de saúde onde se insere a unidade de saúde;

4. Adquirir conhecimentos e atitudes e treinar aptidões necessárias à gestão dos problemas de saúde mais frequentes

5. Treinar a comunicação médico-doente e o registo clínico.

Objectivos gerais de desempenho

1. Caracterizar os aspectos demográficos, socio-económicos, culturais e os recursos de saúde da área geográfica do centro de saúde, com repercussão na organização dos cuidados de saúde e na saúde das populações;

2. Adquirir atitudes e aptidões necessárias à gestão dos problemas de saúde mais frequentes, designadamente ao nível da anamnese, semiologia e formulação diagnóstica;

3. Realizar a entrevista clínica, dominando as técnicas de comunicação e de registo clínico.

Objectivos gerais de conhecimentos

1. Conhecer os conceitos que enquadram o exercício de MGF;

2. Dominar os conceitos epidemiológicos necessários à compreensão e diagnóstico dos problemas de saúde mais frequentes;

3. Conhecer as particularidades da anamnese e da caracterização semiológica dos problemas de saúde mais frequentes e dos quadros clínicos pouco organizados e indiferenciados;

4. Conhecer os diferentes modelos de consulta e os princípios de uma comunicação facilitadora da relação médico-doente;

5. Conhecer os princípios e componentes do registo clínico e de um sistema de informação em saúde.

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO 2014 - 2017

COORDENAÇÃO DE INTERNATO DE MEDICINA GERAL E FAMILIAR DA ZONA CENTRO 18

Actividades e tarefas específicas

1. Conhecer o conceito de Cuidados de Saúde Primários e a sua evolução histórica;

2. Identificar a articulação funcional do centro de saúde com a respectiva Administração Regional de Saúde, com o ACES, com os hospitais de referência e com instituições da comunidade;

3. Conhecer o âmbito de actuação do centro de saúde e do médico de família e o seu enquadramento legal;

4. Identificar o ambiente físico e funcional do centro de saúde e da unidade de saúde;

5. Identificar os grupos profissionais da unidade de saúde, respectivos perfis funcionais e articulação entre as várias unidades do centro de saúde e do ACES;

6. Conhecer os recursos materiais da unidade de saúde;

7. Conhecer os diferentes tipos de serviços que a unidade de saúde e o ACES oferece à comunidade (cuidados domiciliários, serviços de saúde pública, acordos com instituições relevantes da comunidade, e outros);

8. Identificar o circuito de utentes e as acessibilidades da unidade de saúde;

9. Identificar os indicadores de funcionamento da unidade de saúde;

10. Descrever sumariamente os aspectos demográficos, socio-económicos, culturais e os recursos de saúde da área geográfica da unidade de saúde, com repercussão nos cuidados de saúde;

11. Identificar os principais problemas e indicadores de saúde da comunidade;

12. Conhecer os diferentes modelos de consulta e as suas implicações;

13. Conhecer os princípios de uma comunicação facilitadora da relação médico-doente;

14. Conduzir de forma adequada a entrevista com o paciente, tendo em conta sentimentos ou emoções, de forma a envolver o paciente nas decisões diagnósticas;

15. Registar, sintética e organizadamente, os dados da anamnese e do exame físico, os problemas de saúde identificados e o plano, utilizando os vários componentes do registo médico orientado por problemas (Weed-RMOP);

16. Registar os testes diagnósticos mais comuns.

6.2 MEDICINA GERAL E FAMILIAR 2 (MGF 2)

Finalidades

1. Conhecer as famílias da lista de utentes;

2. Formular e testar hipóteses diagnósticas;

3. Analisar criticamente o processo de decisão diagnóstica e terapêutica;

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO 2014 - 2017

COORDENAÇÃO DE INTERNATO DE MEDICINA GERAL E FAMILIAR DA ZONA CENTRO 19

4. Estruturar um sistema de informação.

Objectivos gerais de desempenho

1 Promover a abordagem familiar, utilizar instrumentos para compreensão da família e através deles detectar indivíduos, famílias e grupos de risco;

2 Aplicar adequadamente procedimentos preventivos a qualquer pessoa e aos diversos grupos com necessidades específicas de saúde e intervir na educação para a saúde;

3 Formular e testar hipóteses diagnósticas, seleccionando adequadamente os exames complementares e analisando criticamente o processo de decisão diagnóstica referente aos problemas mais frequentes ou às afecções que põem a vida em risco;

4 Estabelecer uma boa relação médico-doente e utilizá-la como parte integrante do processo diagnóstico e terapêutico.

Objectivos gerais de conhecimentos

1 Interiorizar os conhecimentos necessários à compreensão das famílias e saber utilizar os instrumentos de caracterização e avaliação familiar;

2 Dominar os conhecimentos necessários à promoção de saúde e à indução da modificação de estilos de vida;

3 Conhecer e saber interpretar os exames complementares de diagnóstico de utilização mais frequente;

4 Conhecer os programas de vigilância periódica de saúde, bem como os procedimentos preventivos recomendados, à luz do conhecimento e evidência técnico-científicos actuais.

Actividades e tarefas específicas

1. Conhecer o conceito da família como sistema;

2. Utilizar instrumentos úteis de compreensão da família e de determinação da função familiar e através deles detectar risco individual, da família e grupos de risco;

3. Conhecer o papel da família como factor de stress ou como recurso a utilizar em caso de doença, bem como a interacção da doença com a dinâmica familiar;

4. Conhecer a importância da relação doente/família e da comunicação Médico/Doente/Família no processo da consulta:

5. Praticar um relacionamento personalizado e promover a abordagem familiar em Medicina Geral e Familiar;

6. Utilizar instrumentos úteis para compreensão da família e de determinação da função familiar e através deles detectar indivíduos, famílias e grupos de risco;

7. Seleccionar indicadores que permitam a caracterização da sua lista de utentes;

8. Seleccionar indicadores de qualidade de desempenho da sua prática;

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO 2014 - 2017

COORDENAÇÃO DE INTERNATO DE MEDICINA GERAL E FAMILIAR DA ZONA CENTRO 20

9. Estruturar um sistema de informação, definindo: as fontes de informação (pacientes, familiares, profissionais, livros e revistas, outros documentos...); o conjunto de suportes de informação (fichas, registos, resumos estatísticos); as regras de utilização desses suportes; métodos e técnicas de colheita, sistematização, anotação, armazenamento e recuperação da informação; métodos para interrelacionar os conteúdos dos diversos suportes; operações sobre dados recolhidos;

10. Prever dispositivos e métodos de interligação e inter-relação entre o seu próprio sistema de informação e outros.

6.3 MEDICINA GERAL E FAMILIAR 3 (MGF 3)

Finalidades

1. Manusear indicadores de saúde;

2. Utilizar adequadamente procedimentos preventivos;

3. Formular e testar hipóteses diagnósticas;

4. Analisar criticamente o processo de decisão diagnóstica e terapêutica;

5. Avaliar e interpretar resultados;

6. Estruturar o sistema de informação

Objectivos gerais de desempenho

1 Seleccionar problemas da prática profissional para objecto de estudo, investigação e apresentação;

2 Seleccionar e interpretar indicadores de qualidade e de gestão da consulta;

3 Aplicar as regras da comunicação, escrita e oral, adequada às diversas actividades no âmbito do exercício médico;

4 Estabelecer, relativamente aos diferentes problemas de saúde contactados, planos de actuação abrangentes, exaustivos e integrados e avaliar os seus resultados;

5 Negociar com os doentes o acordo terapêutico, estimulando a sua autonomia, responsabilizando-os pela sua saúde e auxiliando-os a lidar com a doença ou incapacidade.

Objectivos gerais de conhecimentos

1 Conhecer os diferentes níveis de intervenção junto da pessoa doente ou com problemas de saúde, incluindo os relativos à prescrição de fármacos de mais frequente utilização;

2 Conhecer a importância da relação doente/família e comunicação médico/doente/família no processo de consulta;

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3 Conhecer os aspectos psico-sociais, éticos e legais que estão envolvidos nos problemas de saúde dos doentes.

Actividades e tarefas específicas

1. Conhecer as várias fases do processo de consulta;

2. Identificar e prever as necessidades de saúde da lista de utentes, de forma a planear e organizar a oferta de cuidados

3. Sugerir formas de organização da consulta que tenham em conta as características da lista de utentes, as necessidades do serviço e os recursos existentes;

4. Estruturar o tempo, como um recurso médico indispensável;

5. Seleccionar, para avaliação da prática clínica, indicadores inerentes à gestão de uma lista de utentes;

6. Executar as actividades planeadas, estando atento às correcções que, em cada momento, seja necessário introduzir;

7. Avaliar e valorizar regularmente as actividades desenvolvidas de acordo com os indicadores seleccionados para avaliação da prática e detectar aspectos ou actividades a incluir ou a desenvolver no perfil profissional;

8. Estabelecer uma boa comunicação com o paciente, dando-lhe oportunidade de exprimir ideias e preocupações, prestando esclarecimentos em linguagem adequada e efectuando o controlo da percepção por parte do paciente;

9. Conduzir de forma adequada a entrevista com o paciente, tendo em conta sentimentos e emoções, de forma a envolver o paciente nas decisões diagnósticas;

10. Conhecer os motivos de procura mais frequentes em Medicina Geral e Familiar;

11. Determinar a prevalência dos principais problemas de saúde crónicos ou de evolução prolongada e a incidência de algumas doenças;

12. Abordar os problemas de saúde, agudos e crónicos, mais comuns e as afecções que põem a vida em risco ou provocam complicações ou consequências graves;

13. Tratar a informação necessária à formulação diagnóstica que tenha em conta factores somáticos, psicológicos e sociais;

14. Utilizar os conhecimentos e técnicas epidemiológicas no processo de raciocínio e decisão clínicos;

15. Utilizar o factor “tempo” como instrumento de diagnóstico;

16. Seleccionar os exames complementares de diagnóstico adequados à história clínica, tendo em conta a relação custo-benefício;

17. Saber interpretar os testes diagnósticos mais comuns;

18. Efectuar consultas de vigilância, aplicando os protocolos de vigilância e seguimento utilizados em Medicina Geral e Familiar a grupos de utentes com necessidades específicas de saúde;

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COORDENAÇÃO DE INTERNATO DE MEDICINA GERAL E FAMILIAR DA ZONA CENTRO 22

19. Educar para a saúde os pacientes, promovendo a eliminação de factores de risco, a adopção de estilos de vida saudáveis e explicitando o papel do médico e dos serviços de saúde.

6.4 MEDICINA GERAL E FAMILIAR 4 (MGF 4)

Finalidades

1 Prestar cuidados de saúde globais, integrados e continuados a uma população estável de indivíduos e famílias;

2 Desenvolver a comunicação escrita e oral;

3 Elaborar planos de actuação dirigidos ao utente e a conjuntos de utentes;

4 Avaliar e interpretar resultados de planos de actuação;

5 Desenvolver actividade científica;

6 Manusear um sistema de informação;

7 Desenvolver o planeamento e a gestão em saúde, no contexto da equipa multiprofissional;

8 Acompanhar e apoiar internos do 1º de MGF;

9 Identificar e desenvolver áreas de intervenção em benefício da unidade de saúde.

Objectivos gerais de desempenho

1 Identificar problemas de saúde de forma integrada a partir de queixas, sintomas e sinais analisando-os no contexto pessoal, familiar, profissional e social, tendo em conta a opinião do doente na sua hierarquização;

2 Construir planos terapêuticos que tenham em conta a globalidade dos problemas e / ou das necessidades de saúde, hierarquizando prioridades e demonstrando uso adequado dos recursos disponíveis;

3 Coordenar os cuidados prestados por outros profissionais de saúde, assumindo uma posição de provedoria do doente;

4 Gerir a prática clínica e garantir a acessibilidade dos doentes aos cuidados de saúde;

5 Adoptar uma abordagem clínica crítica, baseada na investigação e na evidência científica;

6 Prestar cuidados de saúde no domicílio integrando as necessárias técnicas e competências específicas.

Objectivos gerais de conhecimentos

1. Conhecer e saber interpretar objectivos, critérios e indicadores de desempenho clínico;

2. Conhecer métodos de abordagem de situações complexas diversas, incluindo as de multimorbilidade e as associadas à polimedicação;

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COORDENAÇÃO DE INTERNATO DE MEDICINA GERAL E FAMILIAR DA ZONA CENTRO 23

3. Adquirir conhecimentos nas áreas de prevenção quaternária e de cuidados continuados e paliativos;

4. Adquirir conhecimentos na área do planeamento e gestão em saúde.

Actividades e tarefas específicas

1. Gerir a prática clínica;

2. Efectuar com autonomia consultas, no consultório e no domicílio, a inscritos na lista de utentes seleccionada para formação;

3. Gerir, promover e orientar programas de rastreio;

4. Gerir, promover e orientar programas de educação para a saúde;

5. Caracterizar os motivos de consulta, avaliando as ideias, preocupações e expectativas do paciente;

6. Efectuar exame objectivo adequado ao tipo, causa e história do problema (quantidade e pertinência dos gestos);

7. Efectuar os procedimentos técnicos (diagnósticos e terapêuticos) indispensáveis à prática diária da Medicina Geral e Familiar;

8. Identificar de forma integrada e exaustiva os problemas de saúde e/ou factores de risco, analisando-os no seu contexto pessoal, familiar, profissional e social;

9. Envolver o paciente na hierarquização dos problemas de saúde;

10. Estabelecer um plano de actuação para cada paciente englobando a totalidade dos problemas e necessidades de saúde e utilizando de modo adequado os recursos disponíveis;

11. Conhecer as possibilidades que a tecnologia médica lhe faculta e saber quando e como a ela recorrer;

12. Identificar critérios de referenciação para Cuidados Secundários e referenciar atempadamente;

13. Elaborar informação de referência - correcta e sucinta - e estimular o envio da informação de retorno;

14. Conhecer os princípios pelos quais se deve nortear a leitura crítica de um artigo científico;

15. Seleccionar problemas da prática profissional para objecto de estudo e apresentação científica;

16. Aplicar a metodologia básica de investigação em estudos pertinentes em Medicina Geral e Familiar;

17. Conhecer as regras da comunicação, escrita e oral, usando correctamente a terminologia técnico-científica;

18. Seleccionar indicadores de qualidade, de desempenho da sua prática.

Coordenação da unidade de saúde

Acompanhar a coordenação da unidade de saúde durante 3 meses de modo a desenvolver competênicas de gestão clínica.

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COORDENAÇÃO DE INTERNATO DE MEDICINA GERAL E FAMILIAR DA ZONA CENTRO 24

Actividades e tarefas específicas na área da coordenação de unidade de saúde

a. Coordenar a reunião clínica da unidade: preparar, dirigir, elaborar acta

b. Coordenar e desenvolver programas de saúde

c. Desenvolver programas de avaliação e garantia contínua de qualidade

d. Planear escalas, ausências temporárias de médicos, férias

e. Outras actividades de coordenação: investigação, segurança e gestão do risco, formação médica, entre outras

Na ausência de condições para desenvolver esta actividade de coordenação da unidade de saúde pode substituir-se por colaboração com o Presidente do Conselho Clínico da ACES ou com o Director de Internato respectivo. Pode ainda desenvolver-se a acção de coordenação em unidade de saúde vizinha e disponível.

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COORDENAÇÃO DE INTERNATO DE MEDICINA GERAL E FAMILIAR DA ZONA CENTRO 25

6.5 PEDIATRIA

Objectivos gerais de desempenho

1 Realizar a vigilância de saúde infantil adequada a cada faixa etária;

2 Manejar os problemas de saúde, agudos ou crónicos, mais comuns nas várias idades pediátricas;

3 Aplicar técnicas de comunicação com crianças, adolescentes e suas famílias.

Objectivos gerais de conhecimentos

1 Conhecer as características das etapas mais importantes do desenvolvimento físico, intelectual, emocional e social, do nascimento à adolescência;

2 Conhecer os problemas de saúde mais frequentes desde o nascimento até à adolescência;

3 Conhecer os desvios do normal identificando os sinais de alarme para referenciar atempadamente;

4 Conhecer o valor da educação para a saúde e a oportunidade de prevenção da doença, em todas as abordagens dos problemas da criança e do adolescente;

5 Conhecer e saber lidar com as crises normais na vida da criança e do adolescente;

6 Conhecer a forma como o comportamento da família pode influenciar a saúde, bem-estar e comportamento social da criança/adolescente e a influência que a criança/adolescente, aguda ou cronicamente doente, tem sobre o comportamento da família.

Actividades e tarefas específicas

1 Aplicar o protocolo de cuidados imediatos ao Recém Nascido (RN) na sala de partos.

2 Realizar o exame do RN.

3 Diagnosticar as icterícias do RN.

4 Actuar perante as icterícias não fisiológicas do RN.

5 Identificar as causas de vómitos mais frequentes no RN e usar as medidas imediatas e os critérios de referência.

6 Fazer a abordagem da criança com febre.

7 Identificar, tratar e prevenir convulsões e cumprir o protocolo para o diagnóstico etiológico.

8 Diagnosticar e aplicar as medidas terapêuticas das doenças exantemáticas; identificar, prevenir e tratar as complicações e aplicar os critérios de referência.

9 Diagnosticar e tratar as infecções ORL mais frequentes na criança (otites, adenoidites e amigdalites) e aplicar as técnicas possíveis de extracção de corpos estranhos em CSP.

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10 Diagnosticar e tratar o croup.

11 Diagnosticar a asma, orientar a investigação possível em CSP e aplicar os critérios de referência.

12 Diagnosticar e tratar as infecções respiratórias.

13 Fazer, clinicamente, o diagnóstico de suspeição de meningites e aplicar os critérios de referência.

14 Diagnosticar e tratar as infecções urinárias.

15 Investigar as causas de infecções urinárias de repetição na criança e aplicar os critérios de referência.

16 Identificar as causas mais frequentes de gastroenterites, aplicar as medidas terapêuticas imediatas e de suporte e cumprir os critérios de referência.

17 Diagnosticar e tratar as parasitoses comuns.

18 Diagnosticar e classificar as anemias mais frequentes nas várias idades pediátricas (tendo em conta a variação fisiológica dos parâmetros laboratoriais com a idade).

19 Aplicar as medidas terapêuticas das anemias possíveis de tratar em CSP.

20 Determinar as causa mais frequentes de dores abdominais crónicas na 2ª infância.

21 Identificar os problemas cirúrgicos mais frequentes na criança.

22 Fazer os diagnósticos de pé boto, de pé plano, luxação congénita da anca, dos desvios axiais da coluna e de outras patologias ortopédicas comuns nas crianças e aplicar os critérios de referência.

23 Aplicar o plano de vacinação.

24 Aplicar o esquema de vigilância da DGS para as várias idades pediátricas.

25 Vigiar os parâmetros de crescimento e desenvolvimento sabendo reconhecer as necessidades de referência.

26 Aplicar as normas da DGS para a Saúde Oral e Saúde Escolar.

27 Ensinar às mães o regime alimentar da criança, nas várias idades pediátricas.

28 Diagnosticar e corrigir a má nutrição.

29 Abordar as queixas “falta de apetite” e “dores de cabeça” integrando-as no contexto clínico e familiar.

30 Abordar a problemática da enurese nocturna.

31 Identificar os aspectos epidemiológicos da morbilidade e da mortalidade infantis e actuar de acordo com as tendências institucionais para a melhoria destes indicadores.

32 Fazer a prevenção das intoxicações medicamentosas.

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COORDENAÇÃO DE INTERNATO DE MEDICINA GERAL E FAMILIAR DA ZONA CENTRO 27

No Estágio em PEDIATRIA deve ser salientado o treino das seguintes técnicas/gestos:

1 Exame do RN

2 Avaliação do crescimento e do desenvolvimento psicomotor

3 Exame da criança com febre

4 Cateterismo venoso

5 Otoscopia

6 Avaliação da acuidade auditiva e visual

7 Intubação naso-gástrica

8 Aplicação de perfusões endovenosas

9 Reanimação cardio-respiratória

10 Colheita de produtos para análise (urina, pus, fezes e tecidos)

11 Transporte do recém-nascido

6.6 GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA

Objectivos gerais de desempenho

1 Efectuar os procedimentos ginecológicos básicos (entrevista clínica, exame ginecológico, esfregaço cervico-vaginal);

2 Reconhecer os diferentes problemas ginecológicos;

3 Executar os procedimentos técnicos necessários à aplicação de métodos contraceptivos específicos;

4 Efectuar uma abordagem compreensiva da mulher grávida e do casal, avaliando o risco pré-natal nas suas várias dimensões;

5 Executar e interpretar os procedimentos de monitorização clínica da gravidez, requisitar e interpretar os resultados de monitorização laboratorial e ecográfica;

6 Actuar, do ponto de vista diagnóstico e terapêutico, nas patologias intercorrentes mais comuns na grávida e puérpera;

7 Monitorizar e interpretar a progressão do trabalho de parto e realizar partos eutócicos, episiotomias e episiorrafias;

8 Identificar as situações, ginecológicas e obstétricas, que justificam a intervenção de outros profissionais de saúde.

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COORDENAÇÃO DE INTERNATO DE MEDICINA GERAL E FAMILIAR DA ZONA CENTRO 28

Objectivos gerais de conhecimentos

1 Conhecer os problemas de saúde específicos da mulher, desde a adolescência até à velhice, sabendo como actuar preventivamente nas diferentes fases;

2 Conhecer os aspectos fisiológicos, fisiopatológicos e psicológicos do normal desenvolvimento da gravidez, parto e puerpério;

3 Conhecer e saber como resolver as intercorrências comuns, nas diferentes idades e estados;

4 Conhecer os problemas de saúde, ginecológicos e obstétricos, que justificam a intervenção de outros profissionais de saúde.

Actividades e tarefas específicas

1 Fazer o exame ginecológico.

2 Frequentar a consulta de infertilidade no sentido de conhecer os procedimentos para melhor abordar e referenciar os casais inférteis.

3 Abordar os problemas subsequentes à menopausa e usar os critérios para terapêutica hormonal e eventual referência.

4 Solicitar e interpretar exames auxiliares de diagnóstico

5 Diagnosticar prolapsos uterinos, cistocelos e rectocelos.

6 Diagnosticar e saber fazer exerese de pólipos do orifício externo do canal cervical

7 Diagnosticar e tratar os vários tipos de infecções ginecológicas;

8 Fazer o exame a fresco do exsudado vaginal identificando trichomonas e cândida.

9 Prescrever métodos de contracepção.

10 Introduzir correctamente DIU´s e implantes sub-cutâneos.

11 Colher e registar a história clínica obstétrica.

12 Fazer o diagnóstico de gravidez e determinar a idade gestacional.

13 Identificar os aspectos psicológicos da gravidez, do parto, do puerpério e da preparação para a maternidade

14 Cumprir o protocolo de seguimento de uma gravidez nomeadamente o proposto pelas normas da DGS.

15 Detectar os factores de risco prévios à concepção e no decurso da gestação manejando a tabela de Goodwin modificada.

16 Fazer educação para a saúde da grávida, focando s medidas dietéticas, os hábitos tabágicos e alcoólicos, o suporte vitamínico, actividade física e sexual, os cuidados cosméticos e preparação para o aleitamento materno.

17 Identificar os medicamentos de uso permitido e interdito durante a gravidez.

18 Actuar perante ameaça de aborto, de parto prematuro e de rotura prematura de membranas.

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COORDENAÇÃO DE INTERNATO DE MEDICINA GERAL E FAMILIAR DA ZONA CENTRO 29

19 Identificar os critérios diagnósticos da diabetes e da hipertensão na grávida.

20 Interpretar as variações de títulos de anticorpos para a rubéola, toxoplasmose e sífilis.

21 Actuar do ponto de vista diagnóstico e terapêutico, nas patologias intercorrentes mais comuns na grávida (infecções respiratórias, urinárias, ginecológicas, cárie, insuficiência venosa dos membros inferiores e dispepsias).

22 Compreender as incompatibilidades Rh e ABO e realizar os procedimentos e a vigilância possíveis em CSP.

23 Interpretar a progressão da dilatação do colo uterino e do trabalho de parto e diagnosticar a distócia.

24 Identificar e tratar os problemas comuns do pós parto após alta da maternidade.

25 Cumprir o protocolo de vigilância do puerpério.

26 Aplicar a legislação em vigor de apoio à gravidez.

No Estágio em OBSTETRÍCIA deve ser salientado o treino das seguintes técnicas/gestos:

1 Exame objectivo da grávida

2 Tocografia

3 Colheita de material para colpocitologia e exsudados vaginais

4 Avaliação do trabalho de parto

5 Execução de partos eutócicos

6 Episiotomias e episiorrafias

6.7 PSIQUIATRIA

No estágio de Psiquiatria pretende-se a aquisição de conhecimentos que possibilitem, por um lado, lidar de uma forma correcta com patologias do foro psiquiátrico e por outro lado, facilitar a comunicação médico – doente.

Sabemos que muitos motivos de consulta em Medicina Geral e Familiar, com sintomas orgânicos, não são mais do que uma tradução de problemas do foro psíquico, originados, muitas vezes, por disfunção sócio-familiares.

Tendo em conta que mais de 80% destes doentes são observados pelo médico de família é pertinente estar atento à sua formação nesta área.

Além dos grandes síndromes psiquiátricos, cabe-lhe ainda, a ajuda na doença psicossomática e/ou disfunções familiares.

Objectivos gerais de desempenho

1 Diagnosticar, saber tratar e/ou saber referenciar os problemas mentais e de dependência mais frequentes;

2 Efectuar uma abordagem familiar e psicossocial dos doentes com transtornos mentais;

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COORDENAÇÃO DE INTERNATO DE MEDICINA GERAL E FAMILIAR DA ZONA CENTRO 30

3 Utilizar as estratégias terapêuticas fundamentais em psiquiatria;

4 Diagnosticar e tomar medidas terapêuticas imediatas em situações agudas e urgentes em psiquiatria;

5 Efectuar uma entrevista clínica adequada em psiquiatria.

Objectivos gerais de conhecimentos

1 Identificar factores de risco para a saúde mental;

2 Conhecer e aplicar as medidas de detecção e prevenção de transtornos da saúde mental e dependências;

3 Saber entender as emoções e conflitos psicológicos dos doentes com problemas de saúde mental;

4 Saber adequar os recursos disponíveis da comunidade na promoção da saúde mental e no apoio aos doentes psiquiátricos.

Actividades e tarefas específicas

Saber identificar e correlacionar sinais, sintomas, antecedentes pessoais e familiares e resultados de exames complementares de diagnóstico, que permitam um diagnóstico precoce e uma intervenção terapêutica adequada e/ou referenciação das seguintes situações clínicas:

1 Ansiedade

2 Depressão

3 Doenças psicossomáticas

4 Demências

5 Psicose maníaco-depressiva

6 Esquizofrenia

7 Oligofrenia

8 Toxicodependência e abuso de substâncias

9 Alcoolismo

10 Problemas da sexualidade

11 Alterações de comportamentais (violência)

Saber diagnosticar e tomar as medidas terapêuticas imediatas nas seguintes situações clínicas:

1 Agitação psicomotora

2 Síndrome de abstinência alcoólica

3 Delírio

4 Tentativa de suicídio

5 Adquirir as noções básicas sobre terapia familiar e suas principais indicações.

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COORDENAÇÃO DE INTERNATO DE MEDICINA GERAL E FAMILIAR DA ZONA CENTRO 31

6 Conhecer os psicofármacos de uso mais corrente, suas características, doses terapêuticas, efeitos secundários e contra-indicações.

7 Utilizar algumas técnicas e estratégias de abordagem do doente psiquiátrico, de modo a facilitar a comunicação e a relação médico-doente.

8 Prescrever adequadamente os psicofármacos, segundo as diferentes situações clínicas e de acordo com as características dos doentes em particular.

9 Saber aplicar as escalas de avaliação psiquiátrica mais comuns dirigidas à ansiedade, depressão e demência.

Saber aplicar os instrumentos de avaliação individual e familiar, na abordagem diagnóstica do doente num contexto bio-psico-social.

Saber referenciar para instituições próprias as situações que necessitem de intervenção na área da terapia familiar.

6.8 URGÊNCIA

Objectivos gerais de desempenho

1 Efectuar abordagem inicial, integrada, adaptada e pertinente, ao doente em situação de

doença aguda, urgente ou emergente;

2 Efectuar abordagem inicial integrada, adaptada e pertinente, ao doente politraumatizado,

executando as medidas salvadoras de vida adequadas;

3 Executar procedimentos simples de pequena cirurgia (suturas, drenagens, limpeza de

feridas).

Objectivos gerais de conhecimentos

1 Conhecer os princípios da abordagem de doentes em situação urgente e/ou emergente e

saber identificar os sinais de priorização na prestação de cuidados;

2 Conhecer a abordagem do doente politraumatizado, saber identificar os mecanismos de

“agressão” e saber como avaliar as repercussões das lesões nos diferentes órgãos e

sistemas;

3 Conhecer os critérios diagnósticos e princípios de tratamento das situações médicas agudas

mais comuns;

4 Conhecer os critérios de diagnóstico e terapêutica das lesões ortotraumatológicas mais

frequentes do esqueleto axial e apendicular;

5 Conhecer os critérios diagnósticos e terapêuticos das emergências toxicológicas.

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO 2014 - 2017

COORDENAÇÃO DE INTERNATO DE MEDICINA GERAL E FAMILIAR DA ZONA CENTRO 32

7 - OBJECTIVOS DE ESTÁGIOS OPCIONAIS

Os estágios complementares opcionais correspondem a necessidades formativas identificadas quer pelo orientador de formação quer pelo médico interno.

Objectivos gerais de desempenho

1 Reconhecer os problemas de saúde mais frequentes na área de diferenciação escolhida;

2 Adquirir aptidões específicas / técnicas diagnósticas / técnicas terapêuticas passíveis de aplicação em MGF, de acordo com o estado de desenvolvimento do conhecimento médico e da prática clínica na área de diferenciação escolhida;

3 Interpretar os protocolos de complementaridade eventualmente existentes entre MGF e a área de diferenciação escolhida.

Objectivos gerais de conhecimentos

1 Conhecer os aspectos semiológicos e fisiopatológicos, e os critérios de diagnóstico dos problemas de saúde mais frequentes na área de especialização respectiva;

2 Interpretar os exames auxiliares de diagnóstico mais comuns na área de especialização respectiva;

3 Conhecer os princípios terapêuticos e os fármacos mais utilizados na área de especialização respectiva.

7.1 - CARDIOLOGIA

Actividades e tarefas específicas

1 Saber relacionar os sintomas apresentados com patologias de foro cardiaco.

2 Saber identificar a patologia cardíaca mais frequente em CSP e adequar o pedido de EADs.

3 Efectuar o diagnóstico de HTA e classificá-la segundo os critérios da OMS.

4 Fazer a terapêutica correcta da HTA conforme a faixa etária e o grupo de risco a que o utente pertence.

5 Identificar os casos de HTA grave com necessidade de referenciação aos Cuidados Saúde Secundários.

6 Identificar os vários tipos e graus de insuficiência cardíaca.

7 Saber interpretar o ECG no sentido de identificar sinais de isquémia, sobrecarga cardíaca e disritmias.

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO 2014 - 2017

COORDENAÇÃO DE INTERNATO DE MEDICINA GERAL E FAMILIAR DA ZONA CENTRO 33

8 Saber diagnosticar o enfarte agudo do miocárdio através de clínica, exames laboratoriais e ECG e consequentemente a sua referência aos Cuidados de Saúde Secundários.

9 Aplicar terapêutica imediata na fase aguda do enfarte do miocárdio.

10 Cumprir o protocolo de seguimento pós-enfarte, de modo a evitar atempadamente complicações e referenciar sempre que necessário.

11 Identificar os doentes portadores de dislipidémias ou outros factores de risco cardio-vasculares.

12 Identificar os sinais e sintomas de endocardite bacteriana.

13 Referenciar os doentes com indicação para colocação de pacemaker

7.2 - MEDICINA INTERNA

Actividades e tarefas específicas

Conhecer a fisiopatologia, história natural, factores de risco, estratégias preventivas, métodos diagnósticos, terapêutica, prognóstico e critérios de referenciação das situações mais frequentes dos aparelhos respiratório, cardiovascular, digestivo, renal e doenças hematológicas e endocrino-metabólicas.

No Estágio de MEDICINA INTERNA deve ser salientado o treino das seguintes técnicas/gestos:

1 Exame físico, exame neurológico sumário, exame vascular periférico

2 Toque rectal

3 Punção venosa, arterial, pleural e abdominal

4 Intubação nasogástrica

5 Administração de injecções intramusculares, endovenosas, intradérmicas e subcutâneas

6 Administração de perfusões

7 Algaliações

8 Cateterismos venosos

7.3 - NEUROLOGIA

Actividades e tarefas específicas

1 Identificar a semiologia clínica das diversas situações do foro neurológico

2 Identificar os diversos tipos de cefaleia e elaborar o plano de intervenção terapêutica

3 Reconhecer os sinais de alarme nas cefaleias

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO 2014 - 2017

COORDENAÇÃO DE INTERNATO DE MEDICINA GERAL E FAMILIAR DA ZONA CENTRO 34

4 Reconhecer situações iatrogénicas de cefaleias

5 Referenciar adequadamente as situações de cefaleia.

6 Identificar e saber como actuar perante factores de risco para doença cerebro – vascular.

7 Identificar os sinais clínicos sugestivos de acidente isquémico transitório e elaborar o plano de intervenção respectivo

8 Identificar os sinais clínicos sugestivos de A V C E orientar correctamente a situação.

9 Reconhecer a problemática do doente com A V C no seu contexto socio-familiar e mobilizar recursos para o apoio desta situação.

10 Conhecer sinais e sintomas sugestivas de demência

11 Diagnosticar a doença de Alzheimer e perceber a sua problemática psicossocial.

12 Caracterizar o tremor em Neurologia, e respectivas afecções clínicas

13 Diagnosticar a Doença de Parkinson e conhecer o seu tratamento.

14 Identificar a epilepsia e as suas várias apresentações clínicas

15 Reconhecer sinais e sintomas sugestivos de hemorragia cerebral.

16 Saber identificar sinais e sintomas sugestivos de hipertensão intra-craneana

17 Identificar o traumatismo craneoencefálico como situação de urgência, conhecer a avaliação clínica e orientação.

Técnicas e gestos

1 Fundoscopia

2 Exame neurológico

7.4 - ONCOLOGIA

Cabe ao médico de família, de acordo com o Plano Oncológico, promover acções de educação para a saúde e participar em programas de rastreio. O diagnóstico precoce das situações oncológicas e a reabilitação e seguimento dos doentes com patologia neoplásica após a alta hospitalar fazem também parte das tarefas do médico de família.

Actividades e tarefas específicas

1 Conhecer o Plano Oncológico Nacional e seus objectivos.

2 Conhecer a rede de serviços de saúde responsáveis pela prevenção rastreio, diagnóstico precoce, tratamento, reabilitação e cuidados paliativos na área das doenças oncológicas.

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO 2014 - 2017

COORDENAÇÃO DE INTERNATO DE MEDICINA GERAL E FAMILIAR DA ZONA CENTRO 35

3 Ter capacidade para desenvolver acções de informação e sensibilização ao cidadão sobre promoção de hábitos e estilos de vida saudáveis capazes de reduzir o risco de cancro.

4 Identificar sinais e sintomas que orientem para o diagnóstico de doenças oncológica.

5 Actuar correctamente no Programa de Rastreio diagnóstico precoce do cancro da mama, solicitando exames auxiliares de diagnóstico com a periodicidade recomendada.

6 Actuar correctamente no Programa de Rastreio e diagnóstico precoce do cancro do colo do útero, executando o exame ginecológico e colheita de material para exame citológico, com a periodicidade recomendada.

7 Actuar correctamente no Programa de Rastreio e diagnóstico do cancro colo-rectal, nomeadamente definindo indivíduo em risco, executando toque rectal e requisição de exames auxiliares de diagnóstico com a periodicidade recomendada.

8 Actuar correctamente no diagnóstico precoce do cancro da próstata.

9 Identificar precocemente sinais e sintomas indicadores de neoplasia do pulmão.

10 Diagnosticar precocemente as neoplasias digestivas, quer através de correcta semiologia clínica quer pela requisição e interpretação de exames auxiliares de diagnóstico.

11 Diagnosticar precocemente as neoplasias do aparelho urinário, quer através de correcta semiologia clínica quer pela requisição e interpretação de exames auxiliares de diagnóstico.

12 Identificar precocemente sinais e sintomas indicadores de neoplasia da próstata e requisitar os exames auxiliares de diagnóstico adequados ao diagnóstico.

13 Identificar sinais e sintomas nomeadamente aumento de volume de gânglios indicadores de leucemia ou linfoma.

14 Diagnosticar as neoplasias da tiróide quer através da semiologia clínica, quer pela requisição e interpretação de exames auxiliares de diagnóstico.

15 Identificar sinais e sintomas de neoplasias de outros departamentos do organismo nomeadamente ossos e aparelho respiratório alto.

16 Referenciar correctamente as situações de cancro para tratamento e reabilitação.

17 Efectuar correctamente o seguimento do doente terminal oncológico e integrando a sua família.

18 Reconhecer as características e os factores desencadeantes da dor oncológica e actuar de acordo com o Plano Nacional de Luta contra a Dor.

19 Manusear correctamente as terapêuticas utilizadas, nomeadamente as farmacologias, para manter com qualidade de vida o doente oncológico terminal.

No estágio de Oncologia deve ser salientado o treino das seguintes técnicas e gestos:

1 Palpação do pescoço para identificar “formações” suspeitas de neoplasia das parótidas, tiróide e gânglios.

2 Palpação da mama, para identificar “formações” suspeitas de neoplasia.

3 Exame ginecológico com colheita de material para citologia do colo do útero (colpocitologia)

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO 2014 - 2017

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4 Toque rectal para identificar “formações” suspeitas de neoplasia da próstata e colorectal.

5 Inspecção adequada das lesões dermatológicas.

6 Manuseamento dos fármacos usados para controlo/tratamento da dor oncológica.

7.5 - REUMATOLOGIA

Actividades e tarefas específicas

1 Saber elaborar uma história clínica em Reumatologia

2 Reconhecer a semiologia clínica das doenças do foro reumatológico (dor, rigidez e envolvimento articular, manifestações sistémicas)

3 Conhecer as características da dor nas doenças do foro reumatológico

4 Identificar as doenças reumatológicas mais comuns.

5 Utilizar racionalmente os exames auxiliares de diagnóstico.

6 Reconhecer a clínica e saber instituir terapêutica das doenças difusas do tecido conjuntivo e respectivo diagnóstico diferencial.

7 Identificar sinais e sintomas, fazer avaliação clínica, requisitar exames auxiliares de diagnóstico e instituir terapêutica, para as seguintes patologias:

Gota

Osteoporose

Fibromialgia

Artrite reumatóide

Lúpus eritematoso sistémico

8 Reconhecer a artrite infecciosa mais frequente

9 Diagnosticar artrite reumatóide, conhecer as diversas opções terapêuticas e mobilizar recursos de apoio a doentes com esta patologia.

10 Conhecer o papel do médico de família perante o doente com doenças do foro reumatológico.

7.6 – CIRURGIA GERAL

Actividades e tarefas específicas

1 Identificar os sinais e sintomas indicativos de patologia cirúrgica urgente e não urgente

2 Diagnosticar os problemas/doenças circulatórias arteriais e venosos periféricos

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3 Conhecer o material cirúrgico necessário para pequena cirurgia.

4 Conhecer técnicas de anestesia local.

5 Conhecer as técnicas de sutura e saber avaliar a evolução da cicatriz.

6 Avaliar situações de queimadura e saber quando referenciar aos Cuidados Saúde Secundários.

7 Diagnosticar e orientar as principais causas do ventre agudo.

8 Identificar as complicações pós-operatórias mais frequentes.

No estágio de cirurgia deve ser salientado o treino das seguintes técnicas e gestos

1 Regras de assepsia em intervenções de pequena cirurgia.

2 Execução de anestesia local.

3 Sutura de feridas.

4 Drenagem de abcessos, panarícios e hematomas

5 Excisão de quistos cutâneos e verrugas.

6 Efectuar punções arteriais e venosas.

7.7 - DERMATOLOGIA

Actividades e tarefas específicas

1 Executar correctamente a anamnese e a inspecção em Dermatologia.

2 Seleccionar os exames auxiliares de diagnóstico adequados à situação clínica tendo em conta a relação custo/benefício

3 Elaborar o diagnóstico precoce das neoplasias da pele e referenciá-las aos Cuidados Saúde Secundários.

4 Elaborar o diagnóstico precoce da patologia profissional e ambiental.

5 Promover medidas preventivas de acordo com os factores de risco das neoplasias cutâneas.

6 Saber diagnosticar e tratar as patologias mais frequentes em Dermatologia

7 Saber diagnosticar e tratar as Doenças Sexualmente Transmissíveis.

8 Saber diagnosticar e tratar Úlceras de perna e saber o tempo de referencia aos Cuidados Saúde Hospitalares nas situações de complicação.

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7.8 - ENDOCRINOLOGIA

Actividades e tarefas específicas

1 Promover a educação do diabético.

2 Saber diagnosticar e aplicar protocolos de seguimento do diabético Tipo 1 e 2.

3 Efectuar o tratamento do doente diabético Tipo 2.

4 Saber manejar os vários tipos de insulina.

5 Avaliar as repercussões da diabetes sobre os órgãos alvo.

6 Diagnosticar e efectuar o tratamento imediato e de suporte dos comas diabéticos.

7 Fazer educação para a saúde nos familiares de diabéticos e, em utentes de risco.

8 Identificar os sintomas e sinais clínicos de disfunção tiroideia.

9 Seleccionar os exames auxiliares de diagnóstico indispensáveis ao diagnóstico de hipo e hipertiroidismo.

10 Prescrever terapêutica correcta no hiper e hipotiroidismo.

11 Utilizar os critérios de referência aos Cuidados de Saúde Secundários, dos casos suspeitos de neoplasia da tiroide.

7.9 - GASTRENTEROLOGIA

Actividades e tarefas específicas

1 Fazer o diagnóstico de DRGE.

2 Saber estabelecer as causas de disfagia.

3 Tratar as úlceras pépticas de acordo com os protocolos existentes.

4 Saber adequar os exames auxiliares de diagnóstico às queixas do doente e às patologias digestivas.

5 Efectuar o diagnóstico de hemorragias digestivas, referenciando-as aos Cuidados de Saúde Hospitalares, após terem sido tomadas as medidas de urgência

6 Diagnosticar a síndrome do cólon irritável.

7 Ensinar as medidas dietéticas adequadas às várias patologias digestivas.

8 Efectuar o diagnóstico diferencial das icterícias

9 Aplicar o protocolo de vigilância das neoplasias do tubo – digestivo

10 Efectuar o diagnóstico precoce das neoplasias colo-rectais.

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7.10 - OTORRINOLARINGOLOGIA

Actividades e tarefas específicas

1 Identificar e tratar adequadamente a patologia infecciosa mais comum em ORL nomeadamente sinusite, otite, faringoamigdalite, laringite e traqueite.

2 Diagnosticar as principais causas de epistaxis e orientá-las adequadamente.

3 Identificar as perturbações da audição-hipoacústica, (com especial atenção nas crianças), causas prováveis e situações de referençiação para tratamento.

4 Conhecer os sinais e sintomas que indiciem uma rinite alérgica e instituir terapêutica adequada.

5 Diagnosticar quadros de acufenos e vertigens.

6 Diagnosticar precocemente a patologia tumoral mais comum em ORL, e referenciá-la aos Cuidados Saúde Hospitalares.

Nos estágios de ORL deve ser salientado o treino das seguintes técnicas e gestos

1 Execução de rinoscopia, otoscopia e exame da orofaringe.

2 Interpretação de exames imagiológicos dos seios perinasais.

3 Testes para identificação de surdez de transmissão e de percepção

7.11 - PNEUMOLOGIA

Actividades e tarefas específicas

1 Epidemiologia, prevenção, diagnóstico e tratamento da tuberculose

2 Pneumonias: prevenção, diagnóstico e tratamento.

3 Patologia pleural (pneumotorax, derrame pleural, empiema, tumores da pleura)) diagnóstico e tratamento

4 DPOC: factores de risco, diagnóstico e tratamento.

5 Asma: diagnóstico e tratamento.

6 Doenças vasculares pulmonares: tromboembolismo pulmonar, hipertensão pulmonar, vasculite.

7 Epidemiologia, clínica e terapêutica das doenças neoplásicas do aparelho respiratório primárias ou metastáticas, benignas ou malignas.

8 Mecânica respiratória (espirometria; curvas débito/volume; volumes pulmonares; distensibilidade pulmonar; resistência das vias aéreas).

9 Síndrome da Apneia do Sono: diagnóstico, referenciação e seguimento.

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7.12 - ORTOTRAUMATOLOGIA

Actividades e tarefas específicas

1 Identificar sinais e sintomas de doença/ sofrimento osteoarticular

2 Reconhecer sinais e sintomas de fracturas e suas complicações;

3 Fazer abordagem clínica adequada dos processos inflamatórios articulares e periarticulares (nomeadamente gota e artrite séptica);

4 Adequar a requisição de exames auxiliares de diagnóstico (E.A.D.) à situação em causa;

5 Identificar os problemas osteoarticulares mais comuns na criança;

6 Diagnosticar clinicamente entorses, disfunções e tendinites do ombro e aplicar as medidas terapêuticas adequadas;

7 Fazer a abordagem diagnóstica, clínica e radiológica de fracturas do úmero e da clavícula;

8 Diagnosticar clinicamente epicondilites e epitrocleites do cotovelo;

9 Fazer a abordagem diagnóstica, clínica e radiológica de fracturas e luxações do cotovelo ( especial atenção na criança);

10 Diagnosticar clinicamente tendinites, quistos sinoviais e compressões nervosas (sindrome do tunel carpico e doença de De Quervin) do punho;

11 Fazer a abordagem diagnóstica clínica e radiológica de fracturas do punho (especial atenção a fracturas em talo verde nas crianças);

12 Identificar na criança alterações no exame clínico da anca, orientando para referenciação nos casos suspeitos de patologia;

13 Investigar e orientar as causas mais comuns de dor na anca;

14 Diagnosticar clinicamente sinovites, tendinites e bursites do joelho;

15 Fazer a abordagem diagnóstica, clinica e radiológica de fracturas e artroses do joelho

16 Diagnosticar clinicamente entorses e distensões do tornozelo;

17 Efectuar a abordagem diagnóstica, clínica e radiológica de fracturas de maléolo, tarso, metatarso e dedos do pé.

No estágio de Ortopedia deve ser salientado o treino das seguintes técnicas e gestos

1 Exame geral do aparelho músculo esquelético, com especial atenção para:

Articulação temporomaxilar

Coluna cervical e lombar

Ombro, cotovelo e punho

Anca, joelho e tornozelo

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COORDENAÇÃO DE INTERNATO DE MEDICINA GERAL E FAMILIAR DA ZONA CENTRO 41

2 Interpretação de exames imagiológicos sobretudo de fracturas, artroses, mal- formações e tumores;

3 Aplicação de talas nos dedos da mão e do pé

4 Imobilização provisória para referenciação de doentes com: fracturas dos membros superiores, fracturas dos membros inferiores, luxações do ombro, politraumatismos

5 Exercícios para reabilitação ou manutenção da função musculotendinosa e articular (para ensino ao doente).

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8 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Publicações Periódicas

Atención Primária – Publicacion de la Sociedad Española de Medicina de Família y Comunitária (semFYC)

Cadernos de Atencion Primária – Editado pela Asociacion Galega de Medicina Familiar e Comunitária.

Canadian Family Physician

Evidence-Based Medicine – American College of Physicians and BMJ Publishing Group. Edição Portuguesa

Family Practice

Geriatria – Órgão Oficial da Sociedade Portuguesa de Geriatria e Gerontologia

JAMA – Journal of the Medical Association (US)

La Revue du Praticien

Médico de Família (Jornal) – Órgão Oficial da APMGF.

Patient Care – Edição Portuguesa

Postgraduate Medicine – Publicação da Euromédice com permissão da McGraw-Hill.

Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (ex RPCG) – Publicação da APMGF.

Revista Portuguesa de Saúde Pública – Escola Nacional de Saúde Pública

The British Journal of General Practice – Publication of the Royal College of General Practitioners (UK)

The European Journal of General Practice – The Journal of the European Society of General Practice/Family Medicine

The Practitioner

Update – Edição Portuguesa

Livros e publicações de Referência

Abrantes, A., Tavares, A., Godinho, J. (1989). Manual de Métodos de Investigação em Saúde. Lisboa: Edições Especiais, APMCG.

Balint, E., Norell, J.S. (1989). Six Minutes for the patient Interactions in General Practice consultation. U.K.: Tavistck/Routledge.

Balint, M. (1998). O Médico o seu Doente e a Doença (1ª ed.). Lisboa: CLIMEPSI.

Barbara, S. (2001). Atèncion Primaria: Equilibrio entre necesidades de salud servicios y tecnologia. Masson.

Cardoso, M. C. (2004). Notas e Técnicas Epidemiológicas (5ª ed.). Faculdade de Medicina de Coimbra.

Direcção Geral da Saúde (2010). Elementos Estatísticos – informação geral. Saúde / 2008. Lisboa, DGS

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO 2014 - 2017

COORDENAÇÃO DE INTERNATO DE MEDICINA GERAL E FAMILIAR DA ZONA CENTRO 43

Direcção Nacional da Associação Portuguesa de Médicos de Clínica Geral (1991). Um Futuro Para a Medicina de Família em Portugal. Lisboa: Edições Especiais, APMCG.

Esperança-Pina, J. A. (1994). A Responsabilidade dos Médicos. LIDEL – Edições Técnicas, Lda.

Ferreira, Pedro Lopes, Antunes, Patrícia, Portugal, Sílvia (Abril 2010). O Valor dos Cuidados Primários: perspectivas dos utilizadorews das USF – 2009 (1ª ed Lisboa). Ministério da Saúde.

Fortin, M. F (2003). O Processo de Investigação. Da concepção à realização (3ª ed.). Lusociência.

Goldman, L.& Ansiello, D. (2012). Cecil textbook of medicine (24ª ed.). Sanders.

Goroll, A. H. et al. (2009). Primary Care Medicine (6ª ed.). Philadelphia: J. B. Lippincott Campany.

Gusso, G. et al. (2012). Tratado de Medicina de Familia e Comunidade. (2 vol)

Imperatori, E., Giraldes, M. R. (1982). Metodologia do Planeamento da Saúde. Lisboa: Obras Avulsas, Edição de ENSP.

Jones, R., et al. (2004). Oxford textbook of primary care. Oxford: Oxford University Press.

Jordão, JG. (1995). A Medicina Geral e Familiar - Caracterização da Prática e sua Influência no Ensino Pré-Graduado. Tese de Doutoramento. Lisboa: Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.

Khot, A., Polmear, A. (2003). Pratical General Practice: Guidelines for effective clinical management (4ª ed.). Butterworth-Heinemann.

Lakhani, M. (2003). A celebration of general practice. Radcliffe Medical Press.

Lawrence, M. et al. (2005). Current medical diagnosis & treatment (44ª ed.). McGraw-Hill.

McWhinney, I.R. (1997). Textbook of Family Medicine (2ª ed.). Oxford: Oxford University Press.

Organização Mundial de Saúde (1990). L’Education pour la Santé. Manuel d’Education pour la Santé dans l’Optique des Soins de Santé Primaires. Genéve: O.M.S.

Organização Mundial de Saúde, Ministério da Saúde, Departamento de Estudos e Planeamento (Lisboa) (1985). As Metas da Saúde para Todos. Metas de Estratégia Regional Europeia de Saúde para Todos. Lisboa: M.S.

Rakel, R.E. (2011). Textbook of Family Medicine (8ª ed.). Philadelphia: W.B. Saunders Company.

Rakel, R.E., Bope, E. T. (2005). Coon’s Current Therapy, 2005. Elsevier Saunders.

Roemer, M.I., Montoya, A. C. (1991). Garantia e Avaliação da Qualidade em C. S. P.. Lisboa: Ministério da Saúde, DEPS.

Roscoe, T. (2003). Computers in general practice. Mosby.

Royal College of General Practitioners (London) (1990). O Clínico Geral do Futuro. Aprendizagem e Ensino. Porto: Faculdade de Medicina do Porto, Departamento de Clínica Geral.

Santana, P (2005). Geografias da Saúde e do Desenvolvimento. Almedina.

Sakellarides, C. (2005). De Alma a Harry. Almedina.

Schwartz, M. W., et al. (1997). Pediatric Primary Care, A Problem-Oriented Approach (3ª ed.). Missouri: Mosby.

Simões, J. (2004). Retrato Político da Saúde. Almedina

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO 2014 - 2017

COORDENAÇÃO DE INTERNATO DE MEDICINA GERAL E FAMILIAR DA ZONA CENTRO 44

South-Paul, J. E., Matheny, S. C., Lewis, E. L. (2004). Current Diagnosis & Treatment in Family Medicine. USA: McGraw-Hill.

Stewart, V., et al. (2003). Patient-centred medicine: transforming the clinical method (2ª ed.). Radcliffe Medical Press.

Swanwick, T., Chana, N. (2003). The Study guide for general practice training. Radcliffe Medical Press Ltd.

Tate, P., (2003). The Doctor´s Communication handbook (4ª ed.). Radcliffe Medical Press.

Tavares, A. (1990). Métodos e Técnicas de Planeamento em Saúde. Lisboa: Ministério da Saúde.

Taylor, R.B., et al. (2002). Family Medicine: Principles and Practice (6ª ed.). New York: Springer-Verlag.

WONCA (1997). Glossário para Medicina Geral e Familiar. Lisboa: APMCG.

WONCA (1999). Classificação Internacional de Cuidados Primários ICPC-2. Lisboa: APMCG.

Villaverde Cabral, M. et al. (2002). Saúde e Doença em Portugal. Imprensa de Ciências Sociais.

Zurro, A. M., Perez, J. F.C. (2008). Atencion Primaria – Conceptos y Pratica Clínica (6ª ed.). Hartcourt Brace de España.

Zwanenberg, T., Harrison, J. (2004). Clinical Governance in primary care (2ª ed.). Radcliff Medical Press

Programas Nacionais, Normas e Orientações Técnicas da D.G.S.

Todos os Programas, Normas e Orientações Técnicas estão publicados, para consulta e download, no site da Direcção Geral de Saúde (www.dgsaude.pt).

Plano Nacional de Saúde 2011 a 2016 – disponível no site da Direcção Geral de Saúde (www.dgsaude.pt).

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO 2014 - 2017

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9 - ENDEREÇOS ELECTRÓNICOS DE ORGANISMOS OFICIAIS

A.R.S. Centro http://www.arscentro.min-saude.pt

Associação para o Planeamento da Família http://www.apf.pt

Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar

http://www.apmgf.pt

Associação Saúde em Português http://www.saudeportugues.pt

Canadian Task Force on Preventive Health Care http://www.ctfphc.org

Direcção Geral de Saúde http://www.dgsaude.pt

European Journal of General Practice http://www.ejgp.com

Evidence Based Medicine BMJ http://ebm.bmjjounals.com/

Infarmed http://www.infarmed.pt

Instituto Nacional de Estatística http://www.ine.pt

Livros Médicos Americanos http://www.medicalstudent.com

Ministério da Saúde http://www.min-saude.pt

Ordem dos Médicos http://www.ordemdosmedicos.pt

Organização Mundial de Saúde Europa http://www.who.dk

Organização Mundial de Saúde http://www.who.int

The World Health Organization http://www.who.int/en/

WONCA – World Organization of Family Doctors http://www.wonca.org

WONCA – European Working Party on Quality in Family

http://www.equip.ch