Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

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Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado Profissional em Administração GLEBERSON DE SANTANA DOS SANTOS MODELO PARA IMPLEMENTAÇÃO DE SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO SUSTENTÁVEL PARA A INDÚSTRIA DE SHOPPING CENTERS Orientadora: Dra. Simone Sehnem CHAPECÓ - SC 2015

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Programa de Pós-Graduação em Administração

Curso de Mestrado Profissional em Administração

GLEBERSON DE SANTANA DOS SANTOS

MODELO PARA IMPLEMENTAÇÃO DE SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO

SUSTENTÁVEL PARA A INDÚSTRIA DE SHOPPING CENTERS

Orientadora: Dra. Simone Sehnem

CHAPECÓ - SC

2015

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GLEBERSON DE SANTANA DOS SANTOS

MODELO PARA IMPLEMENTAÇÃO DE SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO

SUSTENTÁVEL PARA A INDÚSTRIA DE SHOPPING CENTERS

Trabalho de Conclusão Final de Curso estruturado na

óptica de desenvolvimento de soluções e inovações na

forma de modelos e/ou sistemas de gestão apresentado ao

Programa de Pós-Graduação em Administração – Curso

de Mestrado Profissional em Administração, como parte

dos requisitos à obtenção do título de Mestre em

Administração, Área de Concentração: Agronegócios e

Sustentabilidade.

Orientadora: Profa. Dr

a. Simone Sehnem.

CHAPECÓ - SC

2015

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SANTOS, Gleberson de Santana dos

Modelo para implementação de sistema integrado de gestão sustentável para a

indústria de shopping centers/ Gleberson de Santana dos SANTOS. Chapecó:

Universidade do Oeste de Santa Catarina – UNOESC 2015.

250 p.

Dissertação (mestrado) – Universidade do Oeste de Santa Catarina, Mestrado

Profissional em Administração, Chapecó, 2015.

Palavras-chave: 1. Sustentabilidade; 2. Shopping Center; 3. Global Reporting

Initiative; 4. Triple Bottom Line

Modelo para implementação de sistema integrado de gestão sustentável para a

indústria de shopping centers

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AGRADECIMENTOS

Vislumbrei estar neste momento de grande realização que é para mim este título.

Confesso que não foi fácil estar aqui. Trilhei longo caminho, encontrei inúmeras pedras de

diversos tamanhos e pesos. Contudo, nessa longa caminhada pude experimentar de tudo:

alegria, dissabores, gosto adocicado na boca, mas também salgado e amargo das coisas! Isso

me faz tornar-me mais experiente na vida. “Nem tudo são flores”, já diz o grande jargão

popular. Continuo “experienciando” sobre a vida, como já dizia o apóstolo Paulo, em dois

versículos que me identifico muito: “Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter fartura.

Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja

com fome, tendo muito, ou passando necessidade. Tudo posso naquele que me fortalece.”

(Filipenses 4:12,13).

Neste momento não poderia deixar de agradecer aquelas pessoas que para mim foram

e são importantes:

Ao meu Deus, meu Pai e supremo Criador que me deu a oportunidade de estar aqui;

permitiu que meu sonho se tornasse concreto, real...

À minha amada esposa e companheira de todas as horas, Marília! Quero te agradecer

pela paciência, compreensão, pelo amor e cuidado que tens por mim!

#juntos_eu&vc_Murilo&Gabi#quevenhamlogo!familiafeliz#

Aos meus pais... Benedito e Maria José, por me ajudar a sonhar alto... pelo amor, pelos

ensinamentos, disciplina e por me incentivarem a estudar.

Ao meu irmão, o Ninho, Manoela, minha cunhada e minha sobrinha Evelyn...

obrigado por torcerem por mim.

A professora e orientadora Simone Sehnem. Muito obrigado pela paciência,

principalmente nos momentos que mais estive “sufocado” nas atividades profissionais, pelo

cuidado, pelas orientações, pelos momentos de aconselhamento. Para mim, foi mais que uma

professora: uma amiga. Espero poder extrair bem mais do teu vasto conhecimento!

Aos professores do Programa de Mestrado Profissional em Administração. Aprendi

muito com os senhores.

Aos colegas do MPA, por podermos compartilhar das nossas primeiras experiências

em sala de aula. Era tudo muito NOVO no início...

A todos os meus amigos e colegas que torceram por mim e estiveram direta ou

indiretamente ao meu lado! Meu muito obrigado.

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Para tudo há uma ocasião, e um tempo para cada propósito debaixo do céu:

tempo de nascer e tempo de morrer, tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou,

tempo de matar e tempo de curar, tempo de derrubar e tempo de construir,

tempo de chorar e tempo de rir, tempo de prantear e tempo de dançar,

tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntá-las, tempo de abraçar e tempo de se conter,

tempo de procurar e tempo de desistir, tempo de guardar e tempo de lançar fora,

tempo de rasgar e tempo de costurar, tempo de calar e tempo de falar,

tempo de amar e tempo de odiar, tempo de lutar e tempo de viver em paz.

O que ganha o trabalhador com todo o seu esforço?

Tenho visto o fardo que Deus impôs aos homens.

Ele fez tudo apropriado a seu tempo. Também pôs no coração do homem o anseio pela

eternidade; mesmo assim este não consegue compreender inteiramente o que Deus fez.

Descobri que não há nada melhor para o homem do que ser feliz e praticar o bem enquanto

vive.

Descobri também que poder comer, beber e ser recompensado pelo seu trabalho, é um

presente de Deus.

Eclesiastes 3:1-13

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RESUMO

SANTOS, Gleberson de Santana dos. Modelo para implementação de sistema integrado de

gestão sustentável para indústria de shopping centers. 2015. 250 p. Dissertação (Mestrado

Profissional em Administração) – UNOESC – Universidade do Oeste de Santa Catarina.

Chapecó, 2015.

O objetivo desta dissertação é propor um modelo a partir das diretrizes do Global Reporting

Initiative (GRI) para implementação de sistema integrado de gestão sustentável para a

indústria de shopping centers brasileira. Para alcance do objetivo geral, os objetivos

específicos deste trabalho são: identificar como os shopping centers incorporam a

sustentabilidade nos seus processos de gestão; verificar como incorporar a sustentabilidade

pautada nas diretrizes da GRI, na estratégia corporativa, para obter resultados que configuram

benefício social e vantagem competitiva para os shopping centers; analisar os fatores

relevantes que afetam os compromissos com a sustentabilidade, segundo a visão dos decisores

nas áreas estratégicas dos shopping centers brasileiros; propor estratégias, ferramentas e ações

voltadas à implementação de um sistema integrado de gestão sustentável, de modo a facilitar à

sua implementação e assegurar seu controle por parte dos gestores de shopping centers. A

fundamentação teórica está relacionada aos temas sustentabilidade, responsabilidade social

corporativa e instrumentos de gestão. A metodologia caracterizou pela abordagem qualitativa

e quantitativa com caráter descritivo exploratório. O instrumento de coleta de dados constituiu

na aplicação de questionário a 44 shoppings localizados nas cinco regiões brasileiras e

entrevista com informantes chaves de 12 dos shoppings pesquisados. Os resultados apontam

que os gestores dos shoppings têm concepções distintas acerca da sustentabilidade. Quanto

das práticas de gestão socioambientais, os shopping centers realizam a separação do lixo e sua

correta destinação junto com empresas licenciadas, realizam serviços de reciclagem, alguns

utilizam água de reuso, possuem tanques para captação de água da chuva para utilização nos

sanitários, regar o jardim, lavagem do estacionamento, aproveitam a iluminação natural

através de claraboias, realizam campanhas voltadas a assistir comunidade carente, apoiam

ONGs, creches, asilos, e realizam eventos educativos. Porém, na percepção dos próprios

gestores, tais ações e práticas precisam ser aprimoradas, melhor geridas e mais centradas para

o advento da sustentabilidade, sob o prisma do triple bottom line. Constatou-se na pesquisa

que, na percepção de alguns gestores, os fatores econômicos acabam interferindo nos

compromissos em investir em sustentabilidade. Poucos dos entrevistados demonstraram visão

homogênea quanto do relacionamento dos três aspectos da sustentabilidade: ambientais,

sociais e econômicos. A partir dos resultados foi possível levantar os indicadores relevantes,

baseados nas diretrizes GRI quarta geração, e formular o modelo de gestão, cujo propósito é

favorecer a prática de gestão sustentável nos shopping centers, por meio das ferramentas dele

dispostas. Sugere-se, portanto, a validação do modelo por meio da implementação utilizando

os critérios sugeridos neste trabalho. Recomenda-se para futuras pesquisas a replicação do

estudo a partir da inserção de multistakeholders, como fornecedores, clientes e lojistas para ter

melhor entendimento da realidade e dinâmica da operação shopping center e seu

relacionamento com a temática sustentabilidade.

Palavras-chaves: Sustentabilidade; Shopping Center; Global Reporting Initiative; Triple

Bottom Line.

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ABSTRACT

SANTOS, Gleberson de Santana dos. Model for implementing integrated sustainable

management for mall industry. 2015. 250 p. Dissertation (Professional Master in Business

Administration) – UNOESC – Universidade do Oeste de Santa Catarina. Chapecó, 2015.

The aim of this work is to propose a model based on the guidelines of the Global Reporting

Initiative (GRI) for integrated implementation of sustainable management for the Brazilian

mall industry. To reach the overall aim, they were the specific objectives of this work: to

identify how the malls incorporate sustainability in their management processes; to check how

to incorporate sustainability based on the GRI guidelines in corporate strategy, to get results

that shape social benefit and competitive advantage for malls; to analyze the relevant factors

affecting the commitments to sustainability, through the vision of decision makers in strategic

areas of the Brazilian malls; to propose strategies, tools and actions aimed at implementing an

integrated system of sustainable management, in order to facilitate its implementation and

ensure its control by the mall managers. The theoretical foundation is related to sustainability

issues, corporate social responsibility and management tools. The methodology characterized

by qualitative and quantitative approach with exploratory descriptive. The data collection

instruments constituted a questionnaire applied to 44 malls located in five Brazilian regions

and interviews with key informants in 12 of those surveyed malls. The results show that the

malls managers have different conceptions of sustainability. As the social and environmental

management practices, malls perform the sorting of waste and its proper disposal together

with licensees companies, perform recycling services, some use recycled water, have tanks to

capture rainwater for use in toilets, water the garden, parking lot wash, take advantage of

natural lighting through skylights, conduct campaigns targeted to assist poor community,

support NGOs, kindergartens, nursing homes, and conduct educational events. However, in

the perception of managers themselves such actions and practices need to be improved, better

managed and more focused to the advent of sustainability from the perspective of the triple

bottom line. It was found in research that, in the perception of some managers, economic

factors end up interfering in commitments to invest in sustainability. Few of the respondents

showed homogeneous vision and the relationship of the three aspects of sustainability:

environmental, social and economic. From the results it was possible to select relevant

indicators, based on the GRI guidelines fourth generation, and make the management model,

whose purpose is to promote the practice of sustainable management in malls, through his

willing tools. It is suggested, therefore, the model validation by implementing using the

criteria suggested in this work. It is recommended for future research to study the replication

from multi-stakeholder insertion, such as suppliers, customers and tenants to have better

understanding of the reality and dynamics of mall operation and its relationship to the theme

of sustainability.

Keywords: Sustainability; Malls; Global Reporting Initiative; Triple Bottom Line

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABL – Área Bruta Locável

ABRASCE – Associação Brasileira de Shopping Centers

ALSHOP – Associação dos Lojistas de Shopping Centers

BS – Balanço Social

CAPES – Coordenadoria de Aperfeiçoamento do Ensino Superior

CDP – Carbon Disclosure Project

CGSDI – Consultative Group on Sustainable Development Indicators

CNUMAD – Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento

DS – Desenvolvimento Sustentável

DJSI – Dow Jones Sustainability Index

EF – Ecological Footprint

EPA – Environmental Protection Agency

GFN – Global Footprint Network

GRI – Global Reporting Initiative

IBASE - Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas

IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ICSC – International Council of Shopping Center

IDRC – The International Development Research Centre

IDSM – Índice de Desenvolvimento Sustentável para Municípios

ISE – Indicadores de Sustentabilidade Empresarial

ISO – International Organization for Standardization

WCU – The World Conservation Union

MSIGS Shopping Center – Modelo de Sistema Integrado de Gestão Sustentável para

Shopping Centers

OECD – Organization for Economic Cooperation and Development

ONG – Organização Não-Governamental

ONU – Organização das Nações Unidas

P+L – Produção Mais Limpa

PDCA – Plan, Do, Check and Act

PIB – Produto Interno Bruto

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PNUMA – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente

PRI – Princípios de Investimento Responsável

RBV – Visão Baseada em Recursos

RSA – Responsabilidade Socioambiental

RSC – Responsabilidade Social Corporativa

RSE – Responsabilidade Social Empresarial

SEMA – Secretaria Especial do Meio Ambiente

SGA – Sistema de Gestão Ambiental

UNEP – United National Environmental Program

WBCSD – World Business Council for Sustainable Development

WCED – World Commission on Economic Development

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LISTA DE ILUSTRÇÕES

Figura 1 Proposta inicial do MSIGS Shopping Center................................................. 20

Quadro 1 Estudos nacionais recentes sobre a temática sustentabilidade....................... 39

Quadro 2 Modelos explicativos sobre responsabilidade social corporativa................. 46

Figura 2 Pirâmide da responsabilidade social corporativa....................................... 49

Figura 3 Modelo das três dimensões da RSC......................................................... 50

Quadro 3 Estudos nacionais recentes sobre a temática Responsabilidade Social

Corporativa........................................................................................... 50

Figura 4 Modelo de sistema de gestão ambiental para a Norma ISO 14001, segundo

a abordagem do PDCA............................................................................ 55

Quadro 4 Metodologias analíticas de sustentabilidade............................................... 57

Quadro 5 Categorias e aspectos nas diretrizes GRI – G4.......................................... 62

Figura 5 Pegada Ecológica por país (hectares globais exigidos por pessoa)............... 68

Figura 6 O Dashboard of Sustainability, no ano 2000………………………………. 70

Figura 7 Versão recente da representação do Dashboard of Sustainability.............. 71

Quadro 6 Indicadores de fluxo e de estoque do Dashboard of Sustainability............. 71

Figura 8 Barometer of Sustainability................................................................... 73

Quadro 7 Sistema comum de dimensões para construção do Barometer of

Sustainability......................................................................................... 74

Quadro 8 Estudos recentes sobre a sustentabilidade e RSC com uso de indicadores

de sustentabilidade.................................................................................. 76

Figura 9 PIB e PIB per capita – Taxa (%) de crescimento anual............................... 78

Figura 10 Perspectivas de crescimento para as principais economias mundiais –

Projeções reais do PIB, variação % anual................................................. 79

Quadro 9 Classificação de shopping center por tipo de empreendimento.................... 81

Figura 11 Evolução do faturamento registrado pelos shopping centers no Brasil (em

bilhões de reais)..................................................................................... 83

Figura 12 Evolução do número de empregos gerados pelos shopping centers no

Brasil (em milhares)............................................................................... 83

Figura 13 Evolução da ABL em shopping centers no Brasil (em milhões m²)............. 84

Figura 14 Modelo esquemático do método survey......................................................... 91

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Figura 15 Roteiro metodológico do estudo.............................................................. 92

Quadro 10 Metodologia e características do trabalho................................................ 93

Quadro 11 Categorização dos respondentes do questionário....................................... 96

Quadro 12 Variáveis constitutivas de análise............................................................ 97

Quadro 13 Percepção dos gestores acerca de sustentabilidade..................................... 104

Quadro 14 Introdução do conceito de sustentabilidade no processo de gestão.............. 106

Quadro 15 Política e metas relacionadas à sustentabilidade....................................... 108

Quadro 16 Percepção dos gestores em relação aos stakeholders importantes para o

shopping center.................................................................................... 110

Quadro 17 Percepção dos gestores em relação às práticas de gestão ambiental

incorporadas ao shopping center............................................................. 111

Quadro 18 Percepção dos gestores em relação às práticas de gestão social

incorporadas ao shopping center............................................................. 113

Quadro 19 Percepção dos gestores em relação às pressões exercidas pelos

stakeholders visando o atendimento de demandas sociais e ambientais....... 117

Quadro 20 Percepção dos gestores em relação às práticas ambientais e sociais

inexistentes na organização, porém que julgam relevantes tê-las.................. 119

Quadro 21 Percepção dos gestores sobre os aspectos que julgam importantes e/ou que

afetamos compromissos com a sustentabilidade............................................ 122

Quadro 22 Percepção dos gestores quanto da existência de estratégias integradas, no

campo ambiental, social e econômico.......................................................... 124

Quadro23 Percepção dos gestores quanto da formulação e operacionalização das

estratégias de marketing......................................................................... 126

Quadro 24 Percepção dos gestores acerca de estratégias empresariais que julgam

essenciais para maximização de lucros e redução de gastos operacionais.... 129

Quadro 25 Percepção dos gestores acerca de estratégias empresariais que julgam

essenciais para implementação de ações voltadas ao meio ambiente e

racionalização de insumos...................................................................... 131

Quadro 26 Percepção dos gestores acerca de estratégias essenciais para

implementação de ações voltadas aos clientes internos e externos............... 133

Quadro 27 Percepção dos gestores acerca de ferramentas empresarias para mensurar

metas propostas e as estratégias listadas anteriormente............................... 138

Quadro 28 Resumo das práticas sustentáveis adotadas pelos shoppings pesquisados.... 171

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Figura 16 Avaliação de sustentabilidade por aspectos, segundo diretrizes GRI - G4.... 172

Figura 17 Avaliação de sustentabilidade social por sub aspectos, segundo diretrizes

GRI - G4................................................................................................ 174

Quadro 29 Estratégias para implementação para alcance da sustentabilidade, a partir

do modelo baseado nas diretrizes GRI....................................................... 176

Figura 18 Proposta do MSIGS Shopping Center....................................................... 179

Figura 19 Indicadores Relevantes do MSIGS Shopping Center................................... 180

Quadro 30 Indicadores ambientais relevantes............................................................. 181

Quadro 31 Indicadores sociais relevantes..................................................................... 182

Quadro 32 Indicadores econômicos relevantes............................................................. 183

Figura 20 Roteiro para implementação do MSIGS Shopping Centers.......................... 185

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Evolução da indústria de shopping centers no Brasil.................................... 82

Tabela 2 Dados da indústria nacional de shopping centers.......................................... 85

Tabela 3 Participação de shopping centers no Brasil por região.................................. 85

Tabela 4 Número de shopping centers no Brasil por Estado e Distrito Federal.......... 86

Tabela 5 Número de shopping centers nas capitais brasileiras e Distrito Federal....... 87

Tabela 6 População e amostra pesquisada ............................................................. 89

Tabela 7 Quantidade de entrevistados por área funcional............................................ 95

Tabela 8 Quantidade de respondentes do questionário por área funcional................... 97

Tabela 9 Faixa etária dos respondentes........................................................................ 98

Tabela 10 Gênero dos respondentes............................................................................... 99

Tabela 11 Grau de escolaridade dos respondentes......................................................... 99

Tabela 12 Tempo de empresa dos respondentes............................................................. 99

Tabela 13 Localização geográfica dos shopping centers pesquisados por região.......... 100

Tabela 14 Tempo de fundação dos shopping centers pesquisados................................. 100

Tabela 15 Classificação quanto ao porte dos shopping centers pesquisados................. 101

Tabela 16 Quantidade de unidades comerciais dos shopping centers pesquisados........ 101

Tabela 17 Quantidade de vagas de estacionamento disponíveis nos shopping centers

pesquisados.................................................................................................... 101

Tabela 18 Quantidade aproximada de empregos gerados (lojas) nos shopping centers

pesquisados.................................................................................................... 102

Tabela 19 Quantidade de funcionários orgânicos dos shopping centers pesquisados... 102

Tabela 20 Quantidade de colaboradores terceirizados dos shopping centers

pesquisados.................................................................................................... 102

Tabela 21 Categorização dos shopping centers entrevistados........................................ 103

Tabela 22 Indicadores ambientais ........................................................................... 140

Tabela 23 Indicadores sociais – sub aspecto práticas trabalhistas e trabalho decente.... 150

Tabela 24 Indicadores sociais – sub aspecto direitos humanos................................... 157

Tabela 25 Indicadores sociais – sub aspecto sociedade.............................................. 161

Tabela 26 Indicadores sociais – sub aspecto saúde e segurança do cliente.................... 165

Tabela 27 Indicadores econômicos ........................................................................ 168

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 16

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO ....................................... 16

1.2 MODELO E/OU SISTEMA DE GESTÃO AVALIADO..................................... 18

1.3 JUSTIFICATIVA PARA A FORMULAÇÃO DO MODELO............................ 22

1.4 OBJETIVOS DA PESQUISA............................................................................... 25

1.4.1 Objetivo Geral...................................................................................................... 25

1.4.2 Objetivos Específicos........................................................................................... 25

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO.......................................................................... 26

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.................................................................. 27

2.1 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: PERSPECTIVAS TEÓRICAS....... 27

2.2 RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA E INSTRUMENTOS DE

GESTÃO.............................................................................................................. 43

2.2.1 Responsabilidade Social Corporativa................................................................ 43

2.2.2 Instrumentos, modelos de gestão e indicadores de sustentabilidade............... 53

2.3 CARACTERIZAÇÃO DA INDÚSTRIA DE SHOPPING CENTER................. 77

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS................................................... 88

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS.................................................. 98

4.1 CARACTERIZAÇÃO DOS RESPONDENTES ................................................. 98

4.2 CARACTERIZAÇÃO DAS EMPRESAS PESQUISADAS .............................. 100

4.3 PERCEPÇÃO DOS GESTORES DOS SHOPPING CENTERS SOBRE A

SUSTENTABILIDADE E FORMAS DE INSERI-LA NOS SEUS

PROCESSOS DE GESTÃO................................................................................. 104

4.4 PRÁTICAS DE GESTÃO SUSTENTÁVEL EM SHOPPING CENTERS,

CONFORME PERCEPÇÃO DOS ENTREVISTADOS ..................................... 108

4.5 FATORES RELEVANTES QUE AFETAM OS COMPROMISSOS COM A

SUSTENTABILIDADE ....................................................................................... 121

4.6 ESTRATÉGIAS, FERRAMENTAS E AÇÕES VOLTADAS À

IMPLEMENTAÇÃO DE UM SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO

SUSTENTÁVEL .................................................................................................. 129

4.7 ANÁLISE DA SUSTENTABILIDADE DE SHOPPING CENTERS A PARTIR

DAS DIRETRIZES DO GLOBAL REPORTING INITIATIVE (GRI) .............. 140

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4.7.1 Análise da sustentabilidade, segundo aspectos ambientais baseados nas

diretrizes GRI ................................................................................................. 140

4.7.2 Análise da sustentabilidade, segundo aspectos sociais baseados nas

diretrizes GRI ...................................................................................................... 150

4.7.2.1 Práticas trabalhistas e trabalho decente ........................................................... 150

4.7.2.2 Direitos humanos ............................................................................................ 157

4.7.2.3 Sociedade .......................................................................................................... 161

4.7.2.4 Saúde e segurança do cliente ............................................................................. 165

4.7.3 Análise da sustentabilidade, segundo aspectos econômicos baseados no

GRI........................................................................................................................ 168

4.8 DISCUSSÕES DOS RESULTADOS ................................................................. 169

5 PROPOSIÇÃO DO MODELO DE GESTÃO SUSTENTÁVEL PARA

SHOPPING CENTER ....................................................................................... 179

6 APLICABILIDADE DO TRABALHO PRODUZIDO ................................... 190

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................ 193

REFERÊNCIAS................................................................................................... 196

APÊNDICES......................................................................................................... 215

APÊNDICE A – Roteiro de entrevista com os gestores dos shopping centers.... 216

APÊNDICE B – Questionário aplicado com o responsável pela área

administrativa/financeira dos shopping centers.................................................. 219

APÊNDICE C – Questionário aplicado com o responsável pela área de

operações dos shopping centers....................................................................... 220

APÊNDICE D – Questionário aplicado com o responsável pela área de

recursos humanos dos shopping centers................................................................ 225

APÊNDICE E – Questionário aplicado com o responsável pela área de

marketing dos shopping centers........................................................................... 231

APÊNDICE F – Tabulação analítica do questionário – aspectos ambientais...... 233

APÊNDICE G – Tabulação analítica do questionário – aspectos sociais............ 240

APÊNDICE H – Tabulação analítica do questionário – aspectos econômicos.... 249

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16

1 INTRODUÇÃO

Este capítulo introdutório está organizado de modo a contemplar a contextualização do

objeto de estudo, onde apresenta alguns dados das organizações em estudo e da indústria de

shopping centers. Na sequência é apresentado o modelo de gestão sustentável proposto e

discorrida à justificativa, a relevância, originalidade e contribuições do trabalho. No Brasil a

investigação científica nessa área, associada à indústria de shopping centers é recente e

apresenta-se uma lacuna nos estudos, onde há sugestões por parte dos pesquisadores para a

intensificação de pesquisas nessa área. Posteriormente, são apresentados os objetivos da

pesquisa, se encerrando este capítulo com a apresentação da estrutura do trabalho que está

pautado ao desenvolvimento de soluções e inovações na forma de modelos e/ou sistemas de

gestão. Esta modalidade de apresentação é uma possibilidade que o mestrado profissional

oferece, visando intervir e interagir com a sociedade e propor soluções às organizações por

meio de modelos de gestão, não ignorando as correntes teóricas que levaram à proposição e

construção do referido modelo.

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO

Os shopping centers objetos de estudo da pesquisa são administrados pela Alfa

Administração e participados pela Beta Investimentos. Também fizeram parte da pesquisa

mais sete shoppings de outros grupo de administradores e investidores.

A Alfa Administração é uma administradora de shopping centers sediado na cidade de

São Paulo e atua há mais de 23 anos. Fazem parte de seu portfólio 35 empreendimentos,

distribuídos em todos os estados brasileiros; números que configuram a Alfa uma das maiores

administradoras independentes do país. Seu negócio está voltado à administração,

implantação, manutenção, maturação, expansão, reforma e revitalização de shopping centers.

A Beta Investimentos é um fundo de pensão fundado há mais de 110 (cento e dez)

anos, o maior da América Latina. Entidade fechada de previdência, cujos participantes são

funcionários de um banco misto brasileiro e seus recursos são investidos de maneira

diversificada, de acordo com a Política de Investimentos da organização, que é revista

anualmente de forma criteriosa. Da carteira diversificada de investimentos encontram-se

indústrias de produtos automotivos, de materiais de fricção, cervejaria, rede varejista, prédios

comerciais e shopping centers. Destes são quinze empreendimentos, dos quais dois são

administrados pela Alfa Administração. Dos shoppings participados pelo Beta Investimentos,

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47% estão localizados no Estado de São Paulo e os demais no Rio de Janeiro, Espírito Santo,

Minas Gerais, Bahia, Paraná e Distrito Federal.

Desde 2005, a Beta Investimentos tem tentado se engajar em temas e projetos voltados

à sustentabilidade. Tem incluído em sua política de investimentos políticas de

responsabilidade socioambiental (RSA), é signatária dos Princípios de Investimento

Responsável (PIR), filiou-se ao Instituto Ethos, objetivando contribuir na elaboração de

propostas de interesse público e de caráter social, aderiu e tem patrocinado o Carbon

Disclosure Project (CDP), com intuito de monitorar a emissão de gases do efeito estufa, ou

seja, atuando como impulsionadora de políticas de sustentabilidade ambiental e social. Tudo

isso garantiu a Beta Investimentos alguns prêmios, dentre eles a Ecosofia na categoria Gestão,

pelo processo de construção e implementação de sua política de responsabilidade

socioambiental (RSA).

O presente trabalho vinculado aos shoppings da Alfa Administração e Beta

Investimentos, contribuirá à segunda organização à legitimação de parte dos investimentos a

Política de Investimento Responsável (PIR) e políticas socioambientais e à primeira

organização a adoção e disseminação de ferramenta de gestão responsável às unidades

administradas, voltada ao atendimento dos preceitos do desenvolvimento sustentável, através

de boas práticas. Quanto aos demais shoppings não vinculados às redes, a possibilidade de

aperfeiçoar práticas de gestão e adotar política formal voltada à gestão sustentável, caso não

possua desenvolvida.

Quanto à escolha da indústria de shopping centers brasileiros como objeto de estudo,

está voltada à sua importância, a qual está atrelada ao fato de representar 19% do varejo

nacional e por 2,7% do PIB. Além disso, a indústria de shoppings no país tem despontado

crescimento superior ao apresentado pela economia brasileira. Em 2014, a indústria cresceu

de 10,1%, em comparação a 2013 e uma evolução de 184%, em relação a 2006, enquanto que

a economia nacional apresentou crescimento de 0,1%, em 2014, em comparação com 2013

(ABRASCE, 2015; IBGE, 2015).

Hodiernamente, a indústria é composta por 522 (quinhentos e vinte e dois) shopping

centers em operação, distribuídos em mais de 13,889 (treze vírgula oitocentos e oitenta e

nove) milhões de metros quadrados de Área Bruta Locável (ABL) e mais de 33,23 (trinta e

três vírgula vinte e três) milhões de metros quadrados de área construída, oferecendo 823.224

(oitocentos e vinte e três mil, duzentos e vinte e quatro) vagas de estacionamento aos seus

430,501 (quatrocentos e trinta vírgula quinhentos e um) milhões de pessoas que visitam o

Page 19: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

18

empreendimento mensalmente, que emprega mais de 978 (novecentos e setenta e oito) mil

pessoas (ABRASCE, 2015).

1.2 MODELO E/OU SISTEMA DE GESTÃO AVALIADO

A proposta do modelo é estabelecer um sistema integrado de gestão sustentável

aplicado ao contexto da indústria de shopping centers brasileira. A notável expansão da

indústria, o destaque mercadológico que vem usufruindo a indústria em termos econômicos e

sua influência sociológica que tem contribuído à alteração de hábitos e comportamentos dos

consumidores, não apenas isso, mas também corroborado para a alteração de paisagens do

entorno e tem promovido o desenvolvimento regional na comunidade onde é instalada versus

as questões envolvendo impactos ambientais, sociais e econômicos decorrentes da atividade

empresarial, o advento da sustentabilidade, da Responsabilidade Social Corporativa (RSC) e

maiores demandas de stakeholders, por maiores informações, além da lucratividade. Tudo

isso representaram as premissas para elaboração deste modelo.

O modelo inclui aspectos de cunho econômico, ambiental e social, conforme os

preceitos do triple bottom line. Foi formulado a partir dos indicadores propostos pelo Global

Reporting Initiative (GRI), disponíveis na versão mais recente para os relatos sustentáveis, o

GRI G4, a quarta geração.

A GRI é uma organização baseada em redes, pioneira no desenvolvimento de

relatórios de sustentabilidade, onde formulou um framework, cuja base é denominada

Sustainability Reporting Guidelines que define os princípios e indicadores que as

organizações possam usar para medir e comunicar o seu desempenho no âmbito econômico,

ambiental e social. O relatório de sustentabilidade GRI foi desenvolvido como forma de

ajudar as organizações a informar sobre o seu desempenho ambiental, social e econômico e

aumentar a sua prestação de contas à sociedade e aos diversos stakeholders, sendo um dos

modelos que mais se aproximam ao conceito de desenvolvimento sustentável. (ALIGLERI,

2011; ROSA, 2011; DOMENICO, 2012).

Concebido em 1999, com o movimento de responsabilidade social corporativa,

descendente do movimento social da década de 1970, o GRI tornou-se destaque entre os

sistemas voluntários de todo o mundo como um relatório de sustentabilidade. (DOMENICO,

2012; BEUREN; DOMENICO; CORDEIRO, 2013; ROSA ei al, 2013; CORRÊA; RIBEIRA;

SOUZA, 2014). A organização não governamental introduziu três inovações institucionais:

(a) multistakeholder processo de desenvolvimento de diretrizes de relato;

Page 20: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

19

(b) institucionalizou o processo de produção de gerações sucessivas dE orientações;

(c) criou uma organização para servir como regulador das diretrizes e dos processos.

A escolha do GRI como instrumento norteador deveu-se (a) pelo seu reconhecimento

internacional, (b) sua complexidade, (c) por fornecer informações abrangentes, oferecendo

bases para uma maior comparabilidade das informações, (d) sua crescente aceitação pelas

empresas globais, (e) por ser de fácil aplicação a diversas organizações de diversos ramos de

atividades e (f) por estabelecer princípios amplamente adotados para que se possa promover

uma harmonização internacional deste tipo de relatório. (WOODS, 2003; LEITE FILHO;

PRATES; GUIMARÃES, 2009; DOMENICO, 2012; CORRÊA; RIBEIRA; SOUZA, 2014).

Desta forma, é possível a adaptação para indústria de shopping centers.

Cowe (2003), Adams e Evans (2004), Barbosa (2005) e Siqueira, Macedo e Esteves

(2011) apontam várias as contribuições do GRI e o consideram como o mais sofisticado dos

balanços sociais, o qual exige informações sobre impacto ambiental da atividade da empresa

até avaliações qualitativas do resultado dos investimentos sociais. Reiteram ainda que este

modelo está sendo considerado o menos suscetível a tendências, fornecendo às organizações

que o adotam indicadores não enviesados para que sejam incluídos no seu Relatório Social,

dando maior garantia e credibilidade referente à independência do relatório.

A proposta do Modelo de Sistema Integrado de Gestão Sustentável para a Indústria de

Shopping Centers, do qual abrevia-se para MSIGS Shopping Center é baseada inicialmente

NOS indicadores presentes na Figura 1. Os autores e fontes que embasaram a construção

deste modelo, bem como seus indicadores foram Aligleri (2011), Domenico (2012) e GRI-G4

(2013).

Esse modelo considera as dimensões de sustentabilidade, os indicadores e perspectiva

de análise. Desse modo, são analisadas as dimensões econômica, ambiental e social, sendo

esta sub categorizada em práticas trabalhistas e trabalho decente, direitos humanos, sociedade

e responsabilidade pelo produto. Tais dimensões foram investigadas através de diferentes

aspectos de sustentabilidade, sendo mensurados por meio de indicadores de desempenho,

classificados por meio de critérios econômicos, ambientais e sociais. Os indicadores utilizados

no estudo estão relacionados na seção Bloco G, no Apêndice A. A sustentabilidade foi

analisada, em vistas ao contexto empresarial, sobretudo aplicada à indústria de shopping

centers.

Page 21: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

20

Figura 1 – Proposta inicial de indicadores do MSIGS Shopping Center

Fonte: elaborado pelo autor (2015).

Da dimensão (1) econômica, são analisados os aspectos: desempenho econômico,

presença no mercado, impactos econômicos indiretos e práticas de compra, mensurados pelos

indicadores EC01, EC02, EC03... EC09. A dimensão (2) ambiental, onde consideraram os

indicadores EN01, EN02, EN03... EN68 discorre a respeito dos aspectos: recursos materiais,

energia, água, biodiversidade, emissões, efluentes e resíduos, avaliação ambiental dos

fornecedores e impactos ambientais. Na dimensão (3) social, consideraram os aspectos

emprego, relações trabalhistas, saúde e segurança no trabalho, treinamento, igualdade de

remuneração, avaliação de fornecedores e terceiros em práticas trabalhistas, mensurados pelos

indicadores LA01, LA02, LA03... LA35, para a subcategoria (3.1) práticas trabalhistas e

trabalho decente; os aspectos investimentos, não discriminação, trabalho forçado, práticas de

segurança, avaliação de fornecedores em direitos humanos, mensurados pelos indicadores

HR01, HR02, HR03... HR22, para a subcategoria (3.2) direitos humanos; os aspectos

impactos gerados nas comunidades locais, combate à corrupção, políticas públicas, avaliação

de fornecedores em impactos na sociedade, mensurados pelos indicadores SO01, SO02,

SO03... SO37, para a subcategoria (3.3) sociedade; e, por fim os aspectos saúde e segurança

do cliente, comunicações de marketing, privacidade do cliente e conformidade, mensurados

pelos indicadores PR01, PR02, PR03... PR17, para a subcategoria (3.4) saúde e segurança do

cliente.

Quanto à implementação e operacionalização do modelo, o mesmo deve ser

operacionalizado a partir do alinhamento e conscientização dos dirigentes, sócios, diretores, e

Page 22: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

21

superintendentes dos shopping centers, estes que compõem o nível estratégico da

organização. Após a conscientização e internalização dos conceitos de sustentabilidade e do

modelo, os gestores são treinados à sua implementação, vindo a traçar e articular conjunto de

normas e procedimentos para implementação do modelo pelos colaboradores das diversas

áreas da organização, adaptando políticas corporativas para facilitar à promoção de práticas

sustentáveis. Nesta etapa participam o corpo estratégico e tático do empreendimento. Na

sequência os coordenadores, encarregados e analistas, os mesmos que ocupam o nível

operacional da organização serão responsáveis pela mensuração dos aspectos voltados à

sustentabilidade, ou seja, são eles que são responsáveis pela coleta de dados, fazendo uso dos

indicadores e pelo acompanhamento dos programas sustentáveis. Com as informações geradas

pelos dados, os gestores e superintendente delineará um plano de ação para aperfeiçoamento

do nível de sustentabilidade. Essas informações pode constituir base para formulação de

projetos ambientais, sociais e econômicos, em vistas a atender os diversos stakeholders da

organização.

Frisa-se que na etapa da coleta de dados, a manipulação dos indicadores é realizada

pelas áreas indicativas abaixo:

- Indicadores Econômicos (EC) – área administrativa/financeira;

- Indicadores Ambientais (EN) – área de operações/manutenção;

- Indicadores Sociais:

- Práticas Trabalhistas e Trabalho Decente (LA) – área de recursos humanos;

- Direitos Humanos (HR) – área de recursos humanos;

- Sociedade (SO) – área operações/manutenção e recursos humanos;

- Saúde e Segurança do Cliente (PR) – área de marketing.

Nota-se, por fim, que o sucesso da implementação do modelo, sem dúvida, dependerá

do engajamento das diversas áreas da organização, obedecendo à estrutura no sentido top

down e envolvimento dos colaboradores. Para tanto, é fundamental a conscientização e

treinamentos dos membros da organização a nível tático e operacional. Essas medidas

corroborarão para a viabilização da inserção da sustentabilidade na estratégia da organização.

Ressalta-se que a seção 4.8 deste trabalho discutirá os resultados obtidos com a pesquisa e

apresentará adoção de práticas relevantes para o alcance de nível superior em sustentabilidade

em shopping centers, enquanto que na seção 5 será discorrido o modelo MSIGS Shopping

Center e sua aplicabilidade apresentar-se-á no capítulo 6.

Page 23: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

22

1.3 JUSTIFICATIVA PARA A FORMULAÇÃO DO MODELO

O planeta tem enfrentado algumas crises provenientes do aquecimento global,

destruição da camada de ozônio, esgotamento de recursos naturais, extinção de

elementos/seres da fauna e da flora, derretimento das calotas polares, chuvas ácidas e, desse

modo levado ao questionamento a respeito da (des)continuidade da vida na Terra, haja vista

que a ação antrópica de maneira negligente tem desafiado a capacidade de resiliência dos

ecossistemas (ARAÚJO, 2008; ALMEIDA, 2009; SILVA, 2011; REIS; GARCIA, 2012;

ALCALDE, 2014).

Inseridas neste contexto, sendo co-responsáveis por estes problemas, algumas

empresas, conscientes de seu papel enquanto agente social, têm abraçado tais causas e

repensado seu modelo de gestão, passando a adotar modelos mais sustentáveis e ecoeficientes

de produção como a gestão dos resíduos sólidos, políticas de logística reversa, adoção de

fontes alternativas de energia renováveis, promoção de ações sociais, entre outras medidas

(DARNALL; HENRIQUES; SADORSKY, 2005; MAGALHÃES et. al, 2006; SILVA;

MEDEIROS, 2006; LEITE, 2012).

Em consonância ao compromisso à sustentabilidade, organizações têm adotado a

construção de relatórios voltados sobre esta temática com a finalidade de comunicar a

sociedade seu compromisso por questões de natureza socioambiental, em resposta a demandas

externas à organização ou iniciativa própria (DARNALL; HENRIQUES; SADORSKY;

2005). No entanto, algumas empresas, principalmente de exploração mineral e outras

enquadradas como micro e pequenas empresas vêm divulgando relatórios, sem determinada

padronização e carentes de ferramentas eficientes de controle e acompanhamento de ações

sustentáveis (MATHIS; MATHIS, 2012). Nesta perspectiva, questiona-se qual o modelo de

sistema integrado de gestão sustentável adequado e eficiente como ferramenta de controle,

transparência, divulgação e gestão socioambiental aplicada à indústria de shopping centers?

Dessa forma, o trabalho busca a proposição de um modelo para implementação de

sistema integrado de gestão sustentável, a partir das diretrizes do Global Report Initiative

(GRI), configurado às características e particularidades dos shopping centers brasileiros.

Trata-se, portanto, de um trabalho inédito com objeto de estudo original, vez que percebe-se

uma lacuna em alguns estudos envolvendo a indústria de shopping centers e o advento da

sustentabilidade.

O estudo de Padilha (2003) procura analisar criticamente o shopping center do ponto

de vista do prisma sociológico e o que este empreendimento significa para as sociedades

Page 24: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

23

capitalistas, buscando através do desvendamento da visão de espaços agradáveis, seguros,

práticos e bonitos para a visão além de sua aparência, utilizando do conhecimento da essência

através das suas contradições inerentes. Para tanto, a autora procura responder às questões: (a)

por que os shopping centers incorporam atividade de lazer?; (b) o que o shopping center

significa enquanto espaço para ocupação do “tempo livre” das pessoas?; (c) quais são os

significados do shopping center para as sociedades capitalistas de hoje?; (d) quais são os

efeitos sociais e culturais dos “shopping centers híbridos”?; (e) como se constitui o shopping

center enquanto espaço social urbano?

Já o estudo de Pinto (2008) ative a analisar as condições de competitividade dos

grandes shopping centers da cidade de Salvador/BA, procurando compreender as motivações

que levaram o setor a experimentar o processo de acentuada expansão, por que vem passando.

Além disso, objetivou (a) analisar as condições de competitividade do setor; (b) identificar

estratégias competitivas adotadas pelos shopping centers; (c) analisar as modificações nas

estratégias dos shopping centers instalados, face à chegada dos novos entrantes; (d) discutir se

as estratégias de marketing adotadas oferecem suporte necessário às estratégias definidas e

(e) analisar o desempenho financeiro e de atratividade de público dos atuais shopping centers,

e a percepção dos seus dirigentes quanto ao comportamento futuro deste setor. Dessa forma,

evidencia-se que o autor relacionou o estudo sobre shopping centers com as teorias que

versam sobre estratégia e competitividade.

No trabalho desenvolvido por Silva (2011), a pesquisa propôs-se a verificar os

impactos produzidos pelo empreendimento Barra Shopping Sul, em Caxias do Sul/RS, sob

aspectos físicos, sociais, econômicos e ambientais na comunidade do entorno, procurando (a)

apresentar os fundamentos teóricos e legais sobre meio ambiente; consumo; grandes

empreendimentos; direito urbanístico; planejamento urbano; (b) descrever a caracterização do

empreendimento quanto a aspectos históricos e ambientais da área do entorno; avaliação

preliminar de impactos ambientais (fauna e a flora), urbanismo, sistema viário (trânsito),

crescimento urbano; medidas compensatórias efetuadas no entorno do shopping; (c) relatar a

percepção dos pesquisados quanto ao “antes e o depois” da construção do empreendimento na

área do entorno com relação aos eixos físicos, sociais, econômicos e ambientais; (d) analisar

os eixos – físicos, sociais, econômicos e ambientais – à luz do desenvolvimento sustentável;

(e) propor subsídios ao Poder Público, à comunidade e a empreendedores, que visem à

inserção da comunidade do entorno em razão do empreendimento.

No estudo promovido por Costa (2012), o autor relacionou a indústria de shopping

centers com o tema Responsabilidade Social Corporativa (RSC) ou Responsabilidade Social

Page 25: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

24

Empresarial (RSE), tendo por objetivos (a) construir uma ferramenta de mensuração das

práticas de Responsabilidade Socioambiental adotadas em shopping centers no Brasil, sobre a

ótica do Triple Bottom Line e (b) fazer o levantamento das práticas de RSE adotadas por

shopping centers presentes em 23 estados brasileiros e no Distrito Federal. No entanto, a

pesquisa enfatizou, em termos de sustentabilidade, o pilar social e ambiental.

Este estudo ateve-se à indústria de shopping centers, uma vez que se tem notado

expansão desse setor, além de especialização do varejo, favorecendo a criação destes

empreendimentos, onde a comodidade e conveniência são fatores chaves. Ressalta-se ainda

que a indústria, no Brasil, impulsionada pelo aumento da renda da classe média, vem

apresentando crescimentos sucessivos mesmo em períodos de crise econômica, conforme

apresentam os dados da Associação Brasileira de Shopping Centers (2014).

Em meio ao advento da sustentabilidade e da pujança econômica e mercadológica, a

qual vem usufruindo a indústria de shopping centers, este trabalho tem como contribuição

prática a proposição de um modelo de sistema integrado de gestão sustentável voltado às

configurações destes empreendimentos, bem como verificar práticas e ações que promovam

impacto socioambiental e econômico que expressem ou interfiram nos interesses dos seus

stakeholders e analisar as contribuições desta indústria sob o prisma da sustentabilidade, nas

perspectivas econômica, social e ambiental.

Quanto à contribuição teórica, este trabalho contribui para a literatura por fazer uso

das correntes do Desenvolvimento Sustentável (DS), da Responsabilidade Social Corporativa

(RSC) e instrumentos de gestão, nas quais se incluem a evidenciação de alguns dos

indicadores para mensuração da sustentabilidade. Nesta vertente, buscou-se ratificar a

importância de internalização da sustentabilidade na estratégia empresarial que, segundo o

Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC, 2009, p. 14), governança, estratégia e

sustentabilidade tornam-se inseparáveis, não podendo mais planejar estrategicamente sem

levar em consideração os temas de sustentabilidade. Isso porque, para Manzini e Vezzoli

(2002), a humanidade está passando por um período de descontinuidade sistêmica,

caracterizada pela tensão entre a globalização econômica, cultural, e a emergência dos limites

ambientais, exigindo a transição para uma sociedade sustentável; contexto este que para

Elkington (2001) exige que as organizações estejam preparadas para se dirigirem na direção

do desenvolvimento sustentável. Estas ações envolvem qualidade de gestão, governança,

respeito aos Direitos Humanos, respeito ao Meio Ambiente, boa relação com a sociedade,

bem como boa relação com os colaboradores internos e externos (BENITES; PÓLO, 2013).

Page 26: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

25

Embora sejam vários os desafios da sustentabilidade conforme procuram elencar

Sartroti, Latronico e Campos (2014), em seu estudo, como: (a) implementar normas de

proteção ambiental; (b) capturar os impactos externos das atividades além do nível local; (c)

reconhecimento da sustentabilidade social; (d) desenvolvimento humano; (e) produção e

consumo equilibrado; (f) incentivo à educação; (g) desenvolvimento e manutenção de

recursos ambientais; (h) cooperação entre stakeholders, governos e sociedade civil; (i)

metodologias e indicadores de sustentabilidade de acesso público; (j) pesquisas aplicadas e

que trazem resultados práticos; (k) indicadores voltados para os sistemas empresariais e

locais, entre tantos outros desafios, os ganhos decorrentes da transição para a sustentabilidade

contribuem para a aquisição de vantagem competitiva para as empresas à medida que se

realiza um alinhamento desta prática organizacional ao processo estratégico, nas diferentes

funções que compõem uma organização (SILVA, 2014b). Neste sentido, implementação de

estratégias e práticas sustentáveis corroboram para formulação de boa reputação da empresa

para com a sociedade e seus stakeholders, conferindo credibilidade e contribuindo para o

fortalecimento da imagem da marca (CARDOZO, 2003; MELO; FARIAS, 2014).

1.4 OBJETIVOS DA PESQUISA

Este trabalho tem os seguintes objetivos:

1.4.1 Objetivo Geral

Propor um modelo a partir das diretrizes da Global Reporting Initiative (GRI) para

implementação de sistema integrado de gestão sustentável para a indústria de shopping

centers brasileira.

1.4.2 Objetivos Específicos

- Identificar como os shopping centers incorporam a sustentabilidade nos seus processos de

gestão;

- Verificar como incorporar a sustentabilidade pautada nas diretrizes da GRI, na estratégia

corporativa, para obter resultados que configuram benefício social e vantagem competitiva

para os shopping centers;

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26

- Analisar os fatores relevantes que afetam os compromissos com a sustentabilidade, segundo

a visão dos decisores nas áreas estratégicas dos shopping centers brasileiros;

- Propor estratégias, ferramentas e ações voltadas à implementação de um sistema integrado

de gestão sustentável, de modo a facilitar à sua implementação e assegurar seu controle por

parte dos gestores de shopping centers.

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO

Além deste capítulo introdutório, este trabalho contém mais seis capítulos.

O capítulo 2 apresenta o referencial teórico, onde são discutidas as principais

abordagens e conceitos que versam sobre a sustentabilidade. Inicialmente apresenta-se a

evolução histórica do tema, os principais conceitos e tópicos correlatos a esta temática,

discutindo sobre Sistema de Gestão Ambiental (SGA), ecoeficiência e sustentabilidade

empresarial. Em seguida são apresentados os estudos nacionais mais recentes sobre

sustentabilidade. Posteriormente é alvo de discussão o tema RSC, onde são explanados os

principais conceitos e apresentados alguns modelos explicativos da RSC. Não se deixa

comentar dos instrumentos de gestão voltados para a prática da sustentabilidade nas empresas,

onde são discutidos os indicadores de sustentabilidade sob a perspectiva do “triple botton

line”, onde são apresentados os estudos nacionais recentes sobre as abordagens citadas. Por

fim, discute-se sobre a caracterização da indústria de shopping centers.

O capítulo 3 atém-se a descrever os procedimentos metodológicos que nortearam a

pesquisa. Inicialmente é definida a tipologia utilizada para caracterizar este estudo, bem como

a classificação da pesquisa quanto sua abordagem. Em sequência, são expostos alguns dados

da empresa pesquisa e da indústria onde será plicado o estudo. Posteriormente apresenta-se

um modelo esquemático do survey e o roteiro metodológico do estudo.

O capítulo 4 discorre sobre a análise e apresentação dos dados. O capítulo 5 apresenta

a proposição do modelo de gestão sustentável, sua funcionalidade e procedimentos a serem

adotados para implementação, bem como o conjunto de indicadores relevantes.

O sexto capítulo trata da aplicabilidade deste trabalho e suas diversas contribuições

para os shoppings, para a gestão, clientes, comunidade e município onde são instalados esses

empreendimento. O capítulo 7 encerra este estudo, onde são apresentadas as considerações

finais e posteriormente as referências e apêndices.

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27

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo é apresentado o arcabouço teórico que subsidia a pesquisa. No primeiro

item se descreve a evolução histórica e os modelos teóricos centrais para o entendimento do

Desenvolvimento Sustentável. Além disso, traz alguns conceitos acerca do consenso sobre o

que é sustentabilidade, sistema de gestão ambiental e perspectivas teóricas recentes sobre o

tema.

O segundo item trata do tema Responsabilidade Social Corporativa, tratando de seus

modelos explicativos, conceitos e estudos recentes sobre o assunto. Nesse tópico são

abordados alguns instrumentos de gestão, sobretudo das diretrizes GRI, a qual norteará a

pesquisa, além de especificidades dos indicadores de sustentabilidade.

2.1 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: PERSPECTIVAS TEÓRICAS

As teorias que versam sobre proteção do meio ambiente são recentes frente às demais

teorias pertencentes a outras ciências. No início do século XX houve a divisão das teorias

sobre proteção do ambiente natural em preservacionismo e conservacionismo. O primeiro

atinha-se a ideia de preservar as áreas virgens de qualquer uso que não fosse de natureza

recreativa e educacional, enquanto que a segunda assumiu a ser o planejamento eficiente e

racional do uso dos recursos naturais, como o solo, florestas, fauna e água (AFONSO, 2006).

Porém foi só após o término da Segunda Guerra Mundial e a criação da Organização

das Nações Unidas (ONU) que, em 1949, nos Estados Unidos, houve a primeira conferência

internacional sobre conservação dos recursos naturais, a “Conferência as Nações Unidas para

Conservação e Uso de Recursos”, cujas pautas foram pressão sobre os recursos, carência de

alimentos e combustíveis, desenvolvimento de novas tecnologias, técnicas educacionais para

países subdesenvolvidos e desenvolvimento integrado de bacias hidrográficas (AFONSO,

2006; CARDOSO, 2012).

A década de 1960 foi marcada pelos primeiros movimentos ambientais, como o

conhecido movimento ambientalista originado como resultado da reflexão sobre as atitudes

humanas em relação ao sistema natural, como a sobreutilização e degradação dos recursos

naturais em função da intensa urbanização e industrialização. Sobretudo, ao fim da Segunda

Guerra, o que levantava discussões sobre o crescimento da população, da poluição e do

crescimento econômico (ALIGLERI, 2011).

Page 29: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

28

Dentre a década de 1940 e 1960, muitos países, inclusive o Brasil tinha a ideia de que

era necessário primeiro se preocupar em desenvolver-se industrialmente para depois ater-se

no combate à poluição (AFONSO, 2006). Segundo Hart (2005), caso a primazia fosse à

prosperidade econômica, a nação teria de conviver com algumas inconveniências mínimas,

como fuligem, mau cheiro e montanhas de desperdício. Seria o custo do progresso. Em outras

palavras, a ato de poluir o meio ambiente era incentivado e justificado como o ônus do

progresso (CARDOSO, 2012).

Em decorrência da repercussão dos movimentos, bem como de amplos debates que

sucederam, o que corroborou para levantamento de questões a respeito do mau uso dos

recursos não renováveis, fez-se surgir, em 1968 e 1972 duas conferências ambientais

internacionais, bem como a criação do PNUMA, o Programa das Nações Unidas para o Meio

Ambiente. Um dos objetivos centrais das conferências foi a avaliação dos problemas

ambientais, assim como a identificação daqueles que poderiam ser resolvidos através de

acordos e cooperação internacionais (AFONSO, 2006; NASCIMENTO, 2012).

A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, em 1972, mais

conhecida como Conferência de Estocolmo, é considerada marco histórico nas discussões das

questões ambientais por envolver aspectos políticos, sociais e econômicos dos problemas

ambientais. Na conferência foram confrontados os interesses dos países desenvolvidos e não

desenvolvidos. Os primeiros preocupados com o aumento da degradação ambiental que

repercutia na ameaça a qualidade de vida, enquanto os outros apreensivos em sofrerem

restrições e barreiras à exportação de seus produtos primários e terem seu desenvolvimento

interrompido. Uma das conclusões da reunião para a solução dos problemas ambientais não

passava da extinção da pobreza (NASCIMENTO, 2012).

O relatório do Clube de Roma contribuiu com impacto para reunião de Estocolmo,

propondo a desaceleração do desenvolvimento industrial nos países desenvolvidos e do

crescimento populacional, nos países subdesenvolvidos, vez que o modelo e processo de

industrialização eram altamente poluidores e a pobreza de países emergentes era atribuída ao

aumento da população. Além de o relatório prever ajuda dos primeiros para que os segundos

pudessem se desenvolver, no evento foi demonstrado que o crescimento econômico está em

rota de colisão com a preservação ambiental (MORAIS NETO; PEREIRA; MACCARI,

2012). Criado em 1968, o Clube de Roma foi formado por 36 cientistas e economistas que se

ocupavam a estudar o impacto global das inter-relações entre a produção industrial e o uso

dos recursos naturais. (MEADOWS et al., 1972; SILVA; PEREIRA, 2008; NASCIMENTO,

2012).

Page 30: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

29

A partir destes eventos, alguns governos agiram na criação de agências para tratarem

das questões ambientais. Nos Estados Unidos, foi criada a Environmental Protection Agency

(EPA), em 1970 e no Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA), em

1973 (ELIA, 2006; AFONSO, 2006).

No entanto, em vista dos resultados alcançados terem sido pouco significativos face à

contínua degradação ambiental (VIZEU; MENEGHETTI; SEIFERT, 2012), em dezembro de

1983, o secretário geral das Nações Unidas apontou para coordenar uma comissão

independente com ênfase nos problemas relacionados à crise ambiental e ao desenvolvimento

a então primeira ministra da Noruega Gro Harlem Brundtland, nessa época. Iniciativa esta,

conhecida por Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento que teve seus

trabalhos encerrados em 1987 com a publicação do relatório “Nosso Futuro Comum”,

também conhecido como “Relatório Brundtland”.

Foi no relatório Brundtland que a expressão “desenvolvimento sustentável” foi

definida como “o desenvolvimento que atende às necessidades presentes sem comprometer a

habilidade das gerações futuras em atenderem às suas próprias necessidades” (WORLD

COMMISSION ON ECONOMIC DEVELOPMENT – WCED, 1987, p. 43).

Tal conceito é amplamente discutido e criticado por diversos autores, por julgarem as

forças e fraquezas dessa definição, deixando-se em aberto quais seriam as necessidades

humanas atuais e mais ainda, as das gerações futuras. Em diversos trechos do Relatório,

mediante aplicação de análise de conteúdo, apontam evidências de centrar-se mais ao

crescimento econômico do que as questões sociais e ambientais. A crítica pauta à adoção pelo

Relatório de recursos retóricos que obscurecem ou desviam o foco de atenção do leitor dos

problemas e responsabilizações reais que envolvem o modelo desenvolvimentista, apontando

ser, na sua essência, insustentável e excludente, visto o discurso que visa englobar a todos,

mas que “culpabiliza” excessivamente os países em desenvolvimento pela insustentabilidade

do modelo, apesar de sua linguagem ser inclusiva. Levando a julgar que este foi um

documento de disputa política com predomínio da lógica econômica na determinação do que

devam ser o conceito e as ações estratégicas de sustentabilidade. (FIORI, 1992;

FAIRCLOUGH, 2001; MISOCZKY, 2002; OLIVO; MISOCZKY, 2003; VAN BELLEN,

2006; NASCIMENTO, 2012; VIZEU; MENEGHETTI; SEIFERT, 2012).

Dois anos após o relatório de Brundtland, em 1989, a Assembléia das Nações Unidas

aprovou a convocação da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o

Desenvolvimento (CNUMAD) para 1992, a Rio-92, cujos resultados foram a criação da

Page 31: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

30

Convenção da Biodiversidade e das Mudanças Climáticas, a qual resultou no Protocolo de

Kyoto, a Declaração do Rio e a Agenda 21 (NASCIMENTO 2012).

Antes mesmo deste período, a partir da década de 1970, já se disseminava no mundo

os movimentos de qualidade total e qualidade ambiental, o que corroborou, tempos mais tarde

com a união destes para o advento da primeira geração de ferramentas e abordagens de gestão

de sustentabilidade que objetivava a prevenção da poluição e dos impactos ambientais

negativos com economias de custo, ensejados pelo modelo kaizen de gestão das empresas

japonesas, onde o melhoramento contínuo, ou seja, a promoção de melhoramentos sucessivos

e constantes era enfatizada. A mentalidade apregoada era de que a poluição era vista como um

defeito de qualidade e, desse modo deveria ser corrigida. (HART, 2005; CARDOSO, 2012).

A partir daí desenvolve o conceito de Produção Mais Limpa (P+L), lançado pela

United National Environmental Program (UNEP), nos Estados Unidos, difundindo-se para o

continente europeu a partir da década de 1980. Tal conceito passa a incluir a abordagem de

questões socioambientais, cujo lema sempre foi da aplicação contínua de uma estratégia de

prevenção ambiental aplicada aos processos, produtos e serviços, de modo a permitir o

crescimento econômico sem prejuízo ao meio ambiente (CARDOSO, 2012; REIS; GARCIA,

2012). Em outras palavras, constitui em estratégica tecnológica de caráter permanente que se

contrapõe às soluções que objetivam apenas controlar a poluição atuando no final do processo

produtivo. (SILVA; MEDEIROS, 2006).

Neste contexto, emana, a partir de 1990, o conjunto de sistemas de gestão

socioambiental. Um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) constitui um conjunto de atividades

interagentes que trata dos problemas ambientais em voga, minimiza ou evita seu surgimento.

O SGA requer a formulação de diretrizes, planos, traçar metas, definir objetivos, executar e

coordenar atividades, mensurar e avaliar resultados, por meio de procedimentos escritos e

formais Os propósitos centrais estão direcionados a assegurar a conformidade com as leis

locais, regionais, nacionais e internacionais, estabelecer políticas internas e procedimentos

que favoreça a organização atingir os objetivos ambientais anteriormente traçados e

administrar riscos ambientais vulneráveis a atividade empresarial (BARBIERI, 2007).

Fundamentado no princípio de melhoria contínua, o SGA demanda a revisão periódica

dos processos, execução de auditorias, emprego de boas práticas, a correta destinação dos

resíduos, efluentes e rejeitos resultantes do processo produtivo, o engajamento da política

ambiental, a promoção da educação ambiental, a difusão e sensibilização dos colaboradores à

política implantada pela organização e o engajamento da comunidade nos planos e atividades

promovidas pela empresa. Dentre os assuntos abordados pelo SGA, encontram-se o uso da

Page 32: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

31

água, matérias-primas, energia, espaço e outros recursos produtivos e do uso do meio

ambiente como fornecedor de recursos para a atividade produtiva industrial. Em outras

palavras, o sistema ambiental cumpre além das prerrogativas legais, sendo de abrangência

superior que os “selos verdes” (NAHUZ, 1995; BARBIERI, 2007).

Desse modo, ainda a partir da década de 90, começa a criação e proliferação da série

ISO 14000 que recentemente conta com diversas normas (CARDOSO, 2012). Pode ser

aplicada em qualquer tipo de organização, setor de atuação, tamanho, se adequando aos mais

diversos contextos organizacionais. Caracteriza-se por definir “o que” deve ser feito e não

simplesmente “como” deve ser feito. A realização de auditorias externas para avaliar os

processos e o sistema de gestão é de suma importância para aumentar a credibilidade e

eficácia do sistema, possibilitando a consecução da certificação (ABDALLA; FEICHAS,

2005).

A implantação de um SGA para muitos autores é um investimento de longo prazo,

constituindo até mesmo um diferencial competitivo, principalmente se a organização tem a

prática da exportação de produtos. No Brasil, ainda é ínfimo o número de empresas com

sistema de gestão implantado e certificadas por organismos da área ambiental. Um ponto

positivo desses dados é que esse número tem crescido de forma avassaladora. No caso da ISO

14.000, como efeito de ilustração, até o ano de 2000 tinha-se o registro de 165 empresas com

esta certificação. Quatro anos mais tarde, em 2004, o número alcançou o patamar de cerca de

1.500 empresas certificadas (NAHUZ, 1995; ABDALLA; FEICHAS, 2005).

Simultaneamente, emerge neste período o termo ecoeficiência que, segundo Almeida

(2003, p. 136) é uma filosofia de gestão empresarial que incorpora a gestão ambiental,

associando-a aos objetivos econômicos. O termo inicialmente introduzido pelo World

Business Council for Sustainable Development (WBCSD), em 1992, por meio do livro

Changing Course, sendo endossado pela Conferência Rio-92, como a eficiência com a qual os

recursos ecológicos são utilizados a serviço das necessidades humanas, é também uma forma

das organizações implementarem a Agenda 21 no setor privado (WBCSD, 2000; CARDOSO,

2012).

O principal objetivo da ecoeficiência é fazer a economia crescer qualitativamente, e

não quantitativamente. Na visão de Almeida (2003) para uma organização ser ecoeficiente,

precisa conhecer o sistema natural em que opera. Uma importante contribuição das ciências

que estudam os sistemas naturais à gestão empresarial é a noção de resiliência: os limites e

capacidades de um sistema de resistir a impactos. Ignorar a resiliência do sistema natural em

que opera e no qual interfere é um “risco mortal para a empresa” (ALMEIDA, 2003).

Page 33: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

32

Diante de todo o contexto histórico abordado, o que vem a ser sustentabilidade? O

termo introduzido pela World Commission on Economic Development, como sendo aquele

que satisfaz as necessidades sem comprometer a capacidade das futuras gerações a satisfazer

as suas próprias (WCED, 1987, p. 43) é encarado no sentido mais literal da palavra como

“capacidade de sustentar e isso incorpora duas condições dentro do conceito de

sustentabilidade – uma capacidade natural de dar suporte e sustentar, ambas relativas ao

conceito de durabilidade” (ARAÚJO, 2008, p. 23). Neste sentido, Almeida (2009) reforça que

a sustentabilidade reflete a possibilidade de desfrutar boa qualidade de vida sem danificar ou

alterar os ecossistemas, isto é, dentro do aspecto da resiliência.

Para Afonso (2006), a sustentabilidade é resultado de reflexões e debates iniciados na

década de 1960, implicando como a manutenção quantitativa e qualitativa do estoque de

recursos ambientais, utilizando tais recursos sem danificar suas fontes ou limitar a capacidade

de suprimento futuro, para que tanto as necessidades atuais quanto aquelas do futuro possam

ser igualmente satisfeitas.

Segundo o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC, 2009, p. 13), a

noção de sustentabilidade, em termos econômicos, significa viver da “renda” gerada pela

natureza e não do seu “capital”, o chamado capital natural, o qual é responsável pela provisão

dos serviços ambientais, ou seja, os benefícios que os seres humanos usufruem da natureza.

Willis (2012, p. 10) refere que “sustainability is all about facing the future – of

devising ways and means to meet the environmental, social and economic challenges the

future presents”.

Diante de várias concepções e correntes teóricas, Aligleri (2011) relaciona

sustentabilidade como um paradigma que possibilita continuidade da vida, assegurando a

manutenção da civilização humana ao longo das gerações e define como a harmonização da

eficiência econômica, equidade social e prudência ecológica implicando na compatibilização

dos modelos de produção e gestão das instituições sociais com o sistema de organização e

conservação da natureza.

O conceito de desenvolvimento sustentável traz arraigados novos paradigmas no

sentido de utilização de recursos de maneira mais eficiente, fundamentando na substituição de

recursos não renováveis por recursos renováveis, sejam materiais ou não, como é o caso do

uso da energia. No que tange à tecnologia, a opção por tecnologias limpas passa a ser uma das

diversas alternativas para a minimização ou erradicação dos impactos aos ecossistemas. Neste

sentido, o desenvolvimento sustentável é centrado em valores, preceitos e responsabilidades,

ou seja, é mais uma questão de consciência do que qualquer outra coisa (SILVA;

Page 34: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

33

MEDEIROS, 2006; ALMEIDA, 2003). O significado deste termo em voga parte de um

tratamento complexo de sistemas interagentes abarcando as perspectivas sociais, econômicas

e ambientais, consistindo num “triple bottom line”. O desafio em conjunto dos atores sociais

sociedade civil, governo e empresas está em equilibrar estes três aspectos.

No contexto organizacional, a sustentabilidade é representada por práticas

responsáveis de conservação da diversidade, cultura, costumes não apenas na perspectiva

interna da organização, do ponto de vista dos empregados, entretanto, indo mais além, na

perspectiva externa, da sociedade em geral, envolvendo todos os stakeholders e a

comunidade, haja vista que as organizações se ocupam também em suprir demandas e

necessidades dos cidadãos anteriormente só atendidas pelo Estado. (MAGALHÃES et. al,

2006; ARAÚJO, 2008).

Para se tornar sustentável, as organizações devem incorporar políticas e diretrizes de

sustentabilidade desde o nível estratégico ao operacional, partindo da falácia para a prática

efetiva de assistência à sociedade e indo de encontro com a gestão tradicional das

organizações, a qual é voltada geralmente para os interesses dos sócios e fundamentada por

interesses meramente econômicos. É necessário reconhecer que nenhuma organização

sobrevive sem recursos financeiros. No entanto, quando se refere à sustentabilidade, e aqui

está inserida a gestão social, esta perspectiva extrapola a ponto de vista econômico,

envolvendo a preocupação com a qualidade de vida dos cidadãos, com o desenvolvimento do

entorno, da comunidade em que está inserida a organização, abrangendo a cultura, a política,

a valorização humana e ecológica, respeitando, sobretudo, os princípios de equidade e de

democracia. (SACHS, 2004; MAGALHÃES et. al, 2006).

Corroborando com esta percepção, Silva (2011) afirma que para se alcançar o

desenvolvimento sustentável, é crucial ter a necessidade de planejamento e consciência de que

os recursos naturais são finitos. O crescimento econômico pode ser alinhado com o

desenvolvimento sustentável, bastando que se consiga evitar a exaustão natural e pensando-se

em uma moderna forma de desenvolvimento econômico baseada no respeito à natureza,

voltando-se para a qualidade em detrimento à quantidade.

Quando se trata de gestão sustentável e o sentido literal do conceito de

sustentabilidade, volta-se para a temática desenvolvimento versus crescimento. Isso porque

organizações sustentáveis preconizam desenvolvimento, no sentido mais amplo da palavra,

havendo autores que introduzem o termo desenvolvimento integral para abranger a concepção

de desenvolvimento múltiplo nos âmbitos social, cultural, ecológico, econômico e político. Já

quando se refere apenas ao crescimento, faz-se menção ao modelo de gestão tradicional, cujo

Page 35: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

34

foco é destinado a visão econômica. Na perspectiva deste modelo de gestão, admite-se

crescimento econômico, ao passo que também se tolera níveis de desigualdades sociais. Fato

que não é admitido no contexto de desenvolvimento. Ao contrário, este compreende um

processo intencional e autodirigido de transformação e gestão de estruturas socioeconômicas,

voltado a assistir todas as pessoas oportunizando-as a levarem uma vida plena e gratificante.

(SACHS, 2004).

Para Furtado (2004) e Veiga (2006), crescimento é fundamentado na preservação dos

“privilégios das elites que satisfazem seu afã de modernização”, respaldado pela corrente

econômica capitalista, enquanto que o conceito de desenvolvimento é mais abrangente e traz

arraigado o senso de igualdade, caracterizando-se pelo seu projeto social subjacente, isto é,

“quando o projeto social prioriza a efetiva melhoria das condições de vida dessa população, o

crescimento metamorfoseia em desenvolvimento” (FURTADO, 2004, p. 484).

Toda esta perspectiva é legitimada como uma via da sustentabilidade para afirmar a

possibilidade de conciliação entre o desenvolvimento econômico e preservação ambiental

(VEIGA 2007; VEIGA; CECHIN, 2009).

Mas vários são os embates quando se tenta conciliar a questão ambiental na economia,

levando a duas maneiras distintas de abordagem, uma denominada sustentabilidade fraca e

outra sustentabilidade forte. (ALMEIDA, 2003; BERTÉ, 2009; CECHIN; VEIGA, 2010;

VEIGA, 2010).

Baseado na teoria convencional, Solow (2000) defende a corrente da sustentabilidade

fraca. Para o autor, a natureza não pode ser tida como um empecilho ou obstáculo ao

crescimento e à expansão, vez que não existe o problema da escassez absoluta de recursos

naturais, podendo ser superada pela combinação do trabalho humano somado ao capital

produzido, como o desenvolvimento tecnológico (ALIGLERI, 2011; INÁCIO et al., 2013).

Esta concepção é baseada no tecnocentrismo, onde acredita-se que o desenvolvimento

tecnológico possibilitará substituir recursos naturais através de inovações, superando as

limitações que impedem o crescimento econômico. A formulação deste pensamento tem por

fundamento a chamada “economia da poluição” que considera os danos ambientais como

externalidades negativas, gerando custo social, devendo este ser internalizado nos cálculos do

agente gerador, atingindo um nível socialmente ótimo de poluição (AMAZONAS, 2002;

ALIGLERI, 2011; INÁCIO et al., 2013). Os autores desta teoria são convencidos de que “a

sustentabilidade pode ser entendida como a maximização do bem-estar humano (maximização

da utilidade pela alocação eficaz dos recursos) ao longo do tempo” (SIENA, MÜLLER,

FACHINELLO, 2012).

Page 36: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

35

Contrário a esta perspectiva, Veiga (2010) argumenta que este pensamento torna-se

frágil, ao passo que se fundamenta sobre a exaustão dos recursos naturais prevista de forma

progressiva e contrabalanceada proporcionalmente por “trabalho e capital produzido, que

muitas vezes são agregados na expressão capital reprodutível”.

Já a vertente da sustentabilidade forte é fundamentada na concepção de que as

avaliações de sustentabilidade devem estar embasadas não em indicadores monetários, mas

em limites e impactos biofísicos (ALIGLERI, 2011). Enquanto a sustentabilidade fraca

considera que o homem (tecnologia), como fonte de todo valor, está acima ou fora da

natureza, onde atribui a esta um valor meramente instrumental ou utilitário, a sustentabilidade

forte “não separa o homem do ambiente; na verdade, não separa nada do ambiente” (CAPRA,

2003, p. 20-21).

A base da sustentabilidade profunda está no reconhecimento da necessidade de

transferência de um estoque de capital natural constante entre as gerações; o pressuposto é a

manutenção das partes e do todo em boas condições, mantido o capital natural, ou a parte

essencial dele, constante (AMAZONAS, 2002; SIENA; MÜLLER; FACHINELLO; 2012).

Discorrendo sobre algumas concepções teóricas sobre o tema sustentabilidade, uma

das mais conhecidas e propagadas no meio acadêmico é concebida e defendida por Elkington

(2001), como sendo a teoria dos três pilares, onde introduz o “triple bottom line”. Em seu

livro “Cannibals with forks: the triple bottom line of 21st century business”, publicado em

1997, o autor utiliza uma metáfora de um garfo composto por três dentes, sendo que cada

dente refere-se às dimensões econômica, social e ambiental da sustentabilidade em termos de

resultados líquidos, procurando responder à pergunta: o capitalismo, assim como um canibal,

se tornaria civilizado se usasse garfo? Através da obra, Elkington critica o modelo de

negócios tradicional – que só considerava fatores econômicos na avaliação de uma empresa –

e sugere um novo modelo, que passa a considerar a performance ambiental e social da

companhia além da financeira. Dessa forma, expõe que algumas mudanças são necessárias no

processo de gestão organizacional, com base em três pilares (ELKINGTON, 2001; HART;

MILSTEIN, 2004; OLIVEIRA et al., 2012; ZAMCOPÉ; ENSSLIN; ENSSLIN, 2012;

KNEIPP et al., 2013; INÁCIO et al., 2013; BENITES; PÓLO, 2013).

Nesta perspectiva, para que essa mudança ocorra, as organizações deverão

desenvolver um melhor entendimento sobre as novas visões do significado de desigualdade

social, justiça ambiental e ética empresarial, o que implica não somente o aspecto financeiro

do capital, porém abrange o capital social, humano e natural (ELKINGTON, 2001, p. 76).

Page 37: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

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Alguns questionamentos a serem levantadas pelos executivos são motivadores à

mudança organizacional em direção à sustentabilidade. No âmbito econômico algumas

questões são listadas: “nossos custos são competitivos? A demanda pelos nossos produtos e

serviços é sustentável? A nossa taxa de inovação tende a ser competitiva a longo prazo?

Como podemos nos certificar se os capitais humano e intelectual não sairão da empresa?

Nossas margens de lucro são sustentáveis?” . Por conseguinte, no aspecto ambiental estão as

seguintes questões: “quais as formas de capital natural são afetadas pela nossa operação e elas

serão afetadas pelas nossas atividades planejadas? Essas formas de capital natural são

sustentáveis tendo em vista essas e outras pressões? O nível total de estresse está

adequadamente entendido e tende a ser sustentável? O ‘equilíbrio da natureza’ ou a ‘teia da

vida’ serão afetadas de forma significativa?”. No tocante ao aspecto social, as questões

envolvem: “quais as formas de capital social cruciais em termos das nossas capacidades para

nos tornarmos uma corporação sustentável? Quais são as tendências em termos de criação,

manutenção ou destruição dessas formas de capital? Qual é o papel dos executivos para

sustentar o capital humano e o capital social? Em que extensão os conceitos de justiça

ambiental e igualdade intra e intergerações influenciarão na mudança das formas pelas quais

definimos e medimos o capital social?” (ELKINGTON, 2001).

O princípio da sustentabilidade no âmbito corporativo aparece frequentemente

invocando o triple bottom line, cuja matriz basilar é busca da continuidade no mercado e no

crescimento da organização a partir de sua viabilidade econômica, além da coexistência

harmônica com o meio ambiente e sociedade (ELKINGTON, 2001; HART; MILSTEIN,

2004; BENITES; PÓLO, 2013).

Nesta perspectiva, a integração destes pilares dar-se-á de modo que, na esfera

ambiental, os recursos naturais sejam utilizados de forma a não prejudicar as gerações futuras,

reduzindo os impactos da ação das indústrias; no pilar econômico, faz-se fundamental a

preservação da lucratividade da empresa e o não comprometimento do seu desenvolvimento

econômico; no domínio social, que inclui a questão da justiça social, o objetivo maior é o

desenvolvimento de um mundo mais justo, através das relações com todos os stakeholders.

(ELKINGTON, 2001; KNEIPP et al., 2013).

Essa concepção do triple bottom line em que os três aspectos da sustentabilidade são

encarados com a mesma significância e grau de importância nem sempre é assim tratada.

Segundo Borges (2015), os interesses econômicos não são submissos aos interesses

socioambientais, razão pelo qual o conceito de sustentabilidade é cercado de contradições.

Prescott-Allen (1999) e Van Bellen (2006) discutem as questões dos “pesos” dos aspectos

Page 38: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

37

ambientais e sociais em um sistema com diferentes dimensões. Segundo os autores, num

sistema tridimensional o aspecto social é duas vezes superior ao ambiental, enquanto que o

econômico é superior a ambos. No sistema de quatro dimensões da Comissão de

Desenvolvimento Sustentável da ONU, o peso atribuído à dimensão social é três vezes

superior ao ambiental. Contrário a essa perspectiva, para os autores, no sistema da

Organization for Economic Cooperation and Development (OECD), com foco ambiental, a

preocupação é enfaticamente ecológica, desfavorecendo-se as questões de cunho social. Já na

perspectiva da contabilidade econômica tradicional, ratifica Prescott Allen (2001), pouca

importância é dada para a abordagem ecológica e ambiental.

Para Veiga (2006), a noção de desenvolvimento sustentável procura vincular

estritamente dois temas, o crescimento econômico e o meio ambiente, relacionando em três

perspectivas, as quais se interagem e se sobrepõem, afetando-se e condicionando-se

mutuamente: a) dos comportamentos humanos, econômicos e sociais, o qual é tratado pela

teoria econômica e das demais ciências sociais; b) o da evolução da natureza, que é objeto das

ciências biológicas, físicas e químicas; c) o da configuração do território, que é tratado pela

geografia humana, das ciências regionais e da organização do espaço. Nesta perspectiva de

interdependência, segundo o autor, a evolução e transformação da sociedade da economia no

processo de desenvolvimento fazem modificar de várias maneiras o mundo natural,

“relacionamento recíproco que se articula e se expressa por meio de formas concretas de

ordenamento territorial” (VEIGA, 2006, p. 171).

Defendendo que o desenvolvimento sustentável deve ocorrer a partir de soluções

locais específicas para problemas e necessidades pontuais, Sachs (2002, 2004) considera oito

as dimensões da sustentabilidade: a social, cultural ecológica, ambiental, territorial,

econômica, política nacional e política internacional, dispostas em quatro pilares: 1) a

sustentabilidade social e seu corolário – a sustentabilidade cultural; 2) sustentabilidade

ecológica, suplementada pelas sustentabilidades ambiental (voltada ao princípio de resiliência

dos ecossistemas naturais) e territorial (distribuição espacial das atividades humanas e

configurações rurais-urbanas); 3) sustentabilidade econômica, suplantado no asseguramento

de um progresso contínuo e socialmente equitativo, através dos seus sistemas econômicos,

quais sejam, instituições, políticas e regras de funcionamento; 4) sustentabilidade política, a

qual oferece um quadro de referência geral considerado satisfatório para governança no

âmbito tanto nacional quanto internacional.

Sachs (2004, p. 298-299), ainda sugere uma lista experimental de critérios de

sustentabilidade a partir das oito dimensões que propõe. Assim, ao abordar a primeira

Page 39: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

38

dimensão, (1) a social, esta trata de alcançar um justo grau de homogeneidade social,

distribuição equitativa de renda, pleno emprego e autoemprego, permitindo a produção de

meios de subsistência decentes, acesso equitativo aos recursos e serviços sociais; já a segunda,

(2) a cultural, aborda a mudança em meio a continuidade, capacidade de concepção

independente de um “projeto nacional”: autonomia, “endogeneidade”, e auto confiança,

combinadas com uma abertura para o mundo; a seguinte (3) o ecológico, objetiva preservar o

potencial do “capital natural” para produzir recursos renováveis e limitar o uso de recursos

não-renováveis; a próxima dimensão, (4) a ambiental, limita-se a respeitar e aumentar a

capacidade de autodepuração dos ecossistemas naturais; (5) a territorial trata sobre as

configurações rural-urbanas equilibradas, no sentido de eliminar vieses urbanos na alocação

de investimentos públicos, melhorar os ambientes urbanos, superar as disparidades inter-

regionais, criar estratégias ambientalmente sadias para áreas ecologicamente frágeis; no

âmbito da dimensão (6) econômica, encontra-se o desenvolvimento econômico intersetorial

equilibrado, segurança alimentar, capacidade de modernização contínua do aparato produtivo,

grau razoável de autonomia na pesquisa científica e tecnológica, inserção soberana na

economia mundial; a seguinte, (7) a político nacional abrange a democracia definida em

termos de apropriação universal do conjunto de direitos humanos, um Estado

desenvolvimentista capaz de implementar o projeto nacional em parceria com todos os atores

sociais interessados, um grau razoável de coesão social e, por fim a dimensão (8) político

internacional, a qual promulga um sistema efetivo das Nações Unidas para prevenir guerras,

proteger a paz e promover a cooperação internacional, um programa de co-desenvolvimento

Norte-Sul, baseado no princípio da equidade, controle institucional efetivo das finanças e do

comércio internacionais, controle institucional efetivo da aplicação do princípio de precaução

na gestão dos recursos naturais, da diversidade biológica e sistema internacional de

cooperação científica e tecnológica efetivo.

Contudo, várias correntes teóricas corroboram sobre a importância de adotar medidas

que visam promover o desenvolvimento sustentável em nível global, responsabilizando tanto

o governo quanto a sociedade civil e as empresas. Para Pinsky, Dias e Kruglianskas (2013), as

empresas, por meio de lideranças corporativas sensíveis às questões de sustentabilidade, são

fundamentais para conduzir novos processos que vão ao encontro dos dilemas do

desenvolvimento sustentável, influenciando a demanda de mercado e estabelecendo novos

padrões de consumo com foco em produtos e serviços ambientalmente corretos, socialmente

justos e que continuam trazendo retornos financeiros para as empresas e seus acionistas.

Page 40: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

39

Na visão de Kneipp et al. (2012) baseados em Almeida (2002) e Savitz (2007),

afirmam que organizações sustentáveis são aquelas que buscam ser economicamente viáveis e

competitivas no mercado, produzindo de maneira que não agrida o meio ambiente e

contribuindo para o desenvolvimento social da região e do país em que atuam. Em outras

palavras, é aquela que gera lucro para os acionistas, ao mesmo tempo em que protege o meio

ambiente e melhora a vida das pessoas com quem mantém interações, os stakeholders. Na

sequência, o Quadro 1 apresenta alguns estudos mais recentes acerca do tema

sustentabilidade.

É válido destacar que a pesquisa que culminou na elaboração do Quadro 1 foi

realizada na base de dados do Spell em periódicos nacionais classificados, segundo o CAPES

em A1, A2, B1 e B2, onde filtrou-se as palavras-chave “sustentabilidade” e “desenvolvimento

sustentável”, onde buscou selecionar publicações compreendidas de 2011, 2012, 2013, 2014 e

2015.

Quadro 1 – Estudos nacionais recentes sobre a temática sustentabilidade

Autores Ano Objetivo

Munck, Souza e Zagui 2011 Explorar a relação entre gestão por competências e ações de

sustentabilidade.

Ende et al. 2012 Identificar os níveis de sustentabilidade econômica, ambiental e social

dos produtores rurais agropecuários participantes do Projeto

Esperança/Cooesperança.

Freitas et al. 2012 Analisar o processo de transferência de tecnologia da universidade para

a sociedade, com base em fatores de sustentabilidade, atendo-se a

verificar de que forma a sociedade local incorpora esses conhecimentos

e se é possível identificar processos inovadores de desenvolvimento

local sustentável.

Munk, Souza e Zagui 2012 Explorar a relação entre gestão por competências e ações

organizacionais voltadas para a sustentabilidade, tendo a principal

questão em análise, se a gestão por competências pode atuar como

mecanismo direcionador das ações organizacionais voltadas à

sustentabilidade.

Dias e Pedrozo 2012 Avaliar como as indústrias brasileiras do setor alimentício estão sendo

orientadas para influenciar a sustentabilidade (dimensões econômica,

social e ambiental) e a agregação de valor empresarial.

Munk e Souza 2012 Ampliar a compreensão dos vínculos que permitem um melhor

alinhamento entre a sustentabilidade organizacional e as competências

organizacionais necessárias para seu acontecimento em um contexto de

gestão específico.

Morais Neto, Pereira e

Maccari

2012 Verificar se as empresas que se apresentam como possuidoras de

atitudes socioambientais o fazem por exigências legais, ou por serem

proativas.

Vizeu, Meneghetti e

Seifert

2012 Ensaiar uma crítica ao conceito de desenvolvimento sustentável, por

meio da articulação de argumentos para se confrontar a visão aparente

desse conceito, vislumbrando sua essência ideológica que, de forma

nada ingênua, cria uma falsa noção de conciliação entre o capitalismo e

a questão ecológica.

Carreira e Palma 2012 Realçar o papel da sustentabilidade para a sociedade no seu todo e

numa visão de longo prazo, referenciar vários contributos,

nomeadamente da UE e GRI, e identificar a prática de relato adotada

Page 41: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

40

por parte de uma amostra de empresas ao longo de um período de oito

anos.

Demajorovic e Silva 2012 Identificar desafios para a integração da sustentabilidade em cursos de

administração e como esse conhecimento influencia na trajetória

profissional de egressos de um curso de Administração com Linha de

Formação Específica em Gestão Ambiental.

Hamza e Dalmarco 2012 Discutir a integração das práticas de responsabilidade social corporativa

(RSC) e de sustentabilidade, às estratégias competitivas das

organizações no setor varejista.

Kneipp, Gomes,

Bichueti e Maccari

2012 Analisar a adoção de práticas de gestão para a sustentabilidade em

empresas do setor mineral sob a perspectiva da teoria institucional.

Kneipp, Gomes e

Carpes

2012 Analisar as principais práticas de gestão para a sustentabilidade e o

desempenho em empresas do setor mineral.

Marconatto et al. 2012 Propor uma nova perspectiva conceitual de análise e decisão

sustentáveis, que permita uma maior aproximação das duas visões, os

biocentrados e antropocentrados.

Melo et al. 2012 Examinar de que modo o argumento de sustentabilidade apresentado

em um cardápio se relaciona com a avaliação mais positiva de um

restaurante de hotel e a intenção de compra do consumidor.

Oliveira 2012 Encontrar alternativas para possibilidades de desenvolvimento em

relação a uma vida autossustentável no terceiro milênio.

Oliveira, Machado e

Beuren

2012 Identificar o nível de evidenciação de caráter ambiental divulgado,

voluntariamente, pelas empresas potencialmente poluidoras listadas no

Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE).

Nunes et al. 2012 Verificar se havia diferenças significativas nos indicadores contábeis

das empresas sustentáveis em relação a outras companhias não

reconhecidas como sustentáveis.

Parente et al. 2012 Analisar as mudanças na cultura das organizações do terceiro setor

(OTS) para atingir a sustentabilidade financeira.

Rese e Canhada 2012 Compreender a relação entre as pressões exercidas pelo ambiente e as

práticas desenvolvidas pelas três maiores organizações bancárias

privadas que atuam no Brasil, observando seus relatórios de

sustentabilidade; observar também se existe a configuração de um

padrão semelhante de valores e ações estratégicas entre as três

organizações, como resposta às pressões ambientais e a configuração de

isomorfismo institucional.

Rodrigues e Najberg 2012 Analisar os impactos da expansão do setor sucroalcooleiro para a

sustentabilidade regional, para que os agentes públicos possam utilizá-

los como indicadores de políticas públicas.

Sehnem et al. 2012a Identificar a evolução do interesse de publicação da administração nas

questões da gestão ambiental, estratégia ambiental, desempenho

ambiental e avaliação estratégica ambiental, através da verificação de

artigos com estas temáticas em periódicos da área.

Sehnem et al. 2012b Especificar, segundo classificação utilizada por Barney (1991) e Hall

(1992), os recursos tangíveis e intangíveis usados por uma organização

para estabelecer estratégias voltadas à sustentabilidade ambiental.

Siena, Müller e

Fachinello

2012 Analisar a concepção de extrativismo e as visões de sustentabilidade e a

relação entre estas e visões ambientalistas dos atores da cadeia

produtiva dos produtos do extrativismo florestal não-madeirável no

estado de Rondônia (Brasil).

Benites e Polo 2013 Descrever os benefícios de colocar a sustentabilidade no cerne da

Governança Corporativa, como estratégia empresarial que gera valor a

partir da busca de melhores resultados sociais e ambientais.

Freitas et al 2013 Verificar a existência de artigos sobre gestão de recursos humanos e

sustentabilidade nos principais periódicos da área de administração no

Brasil.

Grim et al. 2013 Analisar as políticas desenvolvidas no município de Pomerode (SC),

buscando com isso, observar possíveis inter-relações entre essas

políticas, verificando ao mesmo tempo o seu processo de aplicação em

consonância com a política nacional, além de descrever as políticas

Page 42: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

41

públicas de turismo no Brasil, enfocando o Estado de Santa Catarina.

Inácio et a.l 2013 Realizar uma abordagem teórica sobre as ações econômicas, sociais e

ambientais do Estado e das organizações, em vista a verificar quais as

relações influenciadoras da sociedade, Estado e organizações no

Desenvolvimento Regional Sustentável (DRS).

Nobre e Ribeiro 2013 Estudar a relação entre Grau de Complexidade Cognitiva (GCC) e

Sustentabilidade em Organizações (SEO) de empresas listadas no

Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da Bolsa de Valores de

São Paulo (BM&FBOVESPA).

Oliveira et al. 2013 Analisar o processo de coleta e destinação das baterias e celulares para

reciclagem, bem como identificar o volume de vendas de aparelhos

celulares novos e a quantidade de baterias e celulares coletados em

revendas da operadora Claro na cidade de Chapecó-SC.

Pinsky, Dias e

Kruglianskas

2013 Mapear os fatores críticos de sucesso na gestão empresarial e identificar

os desafios para a criação de produtos sustentáveis.

Sambiase, Franklin e

Teixeira

2013 Pesquisar a relação existente entre desenvolvimento sustentável e

competitividade das organizações, a fim de identificar se as inovações

empresariais orientadas pelas políticas de sustentabilidade

organizacional influenciam na competitividade da Duratex; empresa

fabricante de produtos de madeira, louças e metais sanitários,

destinados à indústria de móveis e à construção civil.

Scarpin et al. 2013 Analisar como o fluxo das ações estratégicas (práxis) leva à prática

estratégica de sustentabilidade, em uma empresa de pequeno porte.

Silva et al. 2013 Compreender como a Educação para a Sustentabilidade pode contribuir

para um processo de tomada de decisão consciente com alunos de

administração na cidade de Recife-PE.

Souza et al. 2013 Verificar as características da produção científica das teses e

dissertações que tratam do tema sustentabilidade ambiental em

programas stricto sensu de administração do Brasil, no período de 1998

a 2009.

Souza e Ribeiro 2013 Investigar o perfil das pesquisas e a evolução do tema sustentabilidade

ambiental nos artigos publicados em periódicos nacionais Qualis de

Administração de A1 a B2, no período de 1992 a 2011.

Venzke e Nascimento 2013 Refletir sobre o processo para a geração de arranjos de conhecimentos

voltados à inserção da sustentabilidade socioambiental nos cursos de

Administração brasileiros, procurando avançar em relação às pesquisas

já desenvolvidas sobre o tema, tendo-as como base.

Machado Júnior,

Souza e Parisotto

2014 Analisar o processo de institucionalização e legitimação do

conhecimento em programas stricto sensu em administração, no campo

de sustentabilidade ambiental, por meio da proposição e aplicação de

um modelo teórico segundo a abordagem de Berger e Luckmann.

Melo e Farias 2014 Verificar se a questão da sustentabilidade se apresenta como um fator

determinante na escolha de um destino para a finalidade de lazer. Ou

seja, se um destino turístico, ao se posicionar como sustentável seria

um atributo relevante na avaliação positiva da imagem do destino e na

escolha deste.

Ribeiro e Müylder 2014 Escrutinar a literatura brasileira no campo da Economia Solidária,

visando responder ao seguinte problema de partida: quais devem ser os

critérios de avaliação do alinhamento de uma organização produtiva

frente aos princípios do Desenvolvimento Sustentável (DS) e da

Economia Solidária?

Sartroti, Ensslin,

Campos e Ensslin

2014 Realizar um mapeamento das publicações sobre o tema Avaliação da

Sustentabilidade Ambiental para a Tecnologia de Informação e, a partir

desse, selecionar um portfólio bibliográfico das publicações mais

relevantes e alinhadas segundo a percepção dos autores dessa pesquisa.

Sartroti, Latrônico e

Campos

2014 Analisar o tema sustentabilidade, caracterizando o estágio em que se

encontra, lacunas e desafios para futuras contribuições.

Silva, Reis e Amâncio 2014 Discutir os diferentes conceitos atribuídos à sustentabilidade nas

organizações, descrevendo os significados a ela atribuídos.

Turano, Cherman e 2014 Analisar a discrepância entre o discurso e a prática da sustentabilidade

Page 43: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

42

Franca em uma grande corporação.

Araújo e Ramos 2015 O objetivo deste estudo é identificar a contribuição dos relatórios de

sustentabilidade para análise de custos e benefícios das ações das

empresas, levando em conta os três pilares da sustentabilidade:

econômico, ambiental e social.

Araújo e Santana 2015 Identificar o nível de planejamento financeiro nos empreendimentos

informais e empreendimentos associativos localizados em Salvador,

relacionando essa existência com a sua sustentabilidade.

Borges 2015 Apurar o grau de sustentabilidade da dimensão institucional nas

instituições de regulação e de supervisão do setor elétrico no Brasil.

Carvalho,Stefano e

Munck

2015 Identificar as competências encontradas nos gestores de nível tático,

que podem auxiliar no desenvolvimento de práticas sustentáveis em

uma indústria alimentícia multinacional.

Fonte: elaborado pelo autor (2015).

Segundo Freitas et al. (2013), a produção científica em administração tem crescido

substancialmente nos últimos anos, em consequência da expansão dos cursos de pós-

graduação em administração e pelo exercício de maior incentivo da Coordenadoria de

Aperfeiçoamento do Ensino Superior – CAPES, no sentido de estimular a produção

acadêmica e sua divulgação sistemática em periódicos de excelência e abrangência nacional.

Como reflexo, cresceram os levantamentos que tratam de análises críticas das publicações em

congressos e revistas, destacando-se nos últimos anos diversos autores que realizaram meta-

análises, balanços da produção científica e análises bibliométricas, versando sobre anais de

eventos, periódicos nacionais e internacionais, especialmente no campo da administração

(FREITAS et al., 2013; GODOY; BRUNSTEIN; FISCHER, 2013).

No entanto, conforme apresentado no Quadro 1, apesar da afirmativa de Freitas et al.

(2013) e Godoy, Brunstein e Fischer (2013), as pesquisas sobre a temática de sustentabilidade

é muito recente e se encontra em fase embrionária no Brasil, sendo um campo a ser

amplamente explorado e investigado (SEHNEM et al. a, 2012). Como visto tais pesquisas têm

se voltado ao relacionamento com o tema gestão por competências, inovação, sustentabilidade

organizacional, RSC ou Governança Corporativa, Economia Solidária, políticas públicas,

evidenciando a gestão social, logística reversa, Desenvolvimento Regional Sustentável, o

ensino na área de administração, comportamento do consumidor, no que tange a sua intenção

de compra diante de empresas sustentáveis.

Outrossim, nota-se que a maioria dos estudos tem se concentrado na busca pelo

relacionamento do desempenho das organizações, além da avaliação do nível de

sustentabilidade destas e à análise da implementação de estratégias e práticas de ações

sustentáveis, o que evidencia grande expectativa dos pesquisadores no engajamento e

interação das empresas com o advento da sustentabilidade.

Page 44: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

43

2.2 RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA E INSTRUMENTOS DE

GESTÃO

Este subcapítulo é subdividido em dois itens tratados separadamente. O primeiro

aborda o conceito da Responsabilidade Social Corporativa, suas vertentes e apresenta alguns

modelos mais aceitos no meio acadêmico. No segundo item, são tratados os conceitos de

indicadores, sobretudo os de sustentabilidade, são apresentados alguns dos diversos

instrumentos e modelos de gestão voltados para sustentabilidade. Em ambos os itens são

também apresentados os estudos mais recentes veiculados em periódicos nacionais das

temáticas em investigação.

2.2.1 Responsabilidade Social Corporativa

A Responsabilidade Social Corporativa tem sido objeto de discussão tanto do meio

empresarial quanto acadêmico (MILANI et al., 2012; IRIGARAY; VERGARA; SANTOS,

2013), sendo associada com o desempenho empresarial, estratégia corporativa para se

alcançar vantagem competitiva ou com ferramentas de marketing (ZAMCOPÉ; ENSSLIN;

ENSSLIN, 2012; SILVA; BALBINO, 2013), o que ratifica a afirmação de Calixto (2013)

quando cita que muitas pesquisas têm buscado a investigar a inclusão da responsabilidade

social no ambiente de negócios sob as mais diversas perspectivas.

O tema tem sido explorado na produção acadêmica, tornando-se alvo também de

muitas críticas e um dos aspectos mais enfatizados a respeito é a responsabilidade que as

organizações têm perante todos os seus públicos, ainda que com diferentes níveis de

prioridades (CALIXTO, 2013).

Uma das razões desse campo ter se tornado alvo de constantes investigações por

pesquisadores e empresários se dá pela alteração da mentalidade da sociedade onde a

responsabilidade da organização era vista meramente como relacionada com o retorno

financeiro para os acionistas e, o único objetivo das empresas era a maximização de seus

lucros. Esta visão, atualmente tem dado vez à responsabilização das empresas quanto à

prestação de contas de suas ações e práticas para o público em geral, ou melhor, àqueles que

têm interesse na empresa e que podem afetar ou serem afetados pela realização dos objetivos

corporativos, os stakeholders, quer sejam os empregados, fornecedores, clientes, sindicatos e

sociedade civil (FRIEDMAN, 1970; FREEMAN, 1994; FEDATO, 2005; HARRISON;

Page 45: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

44

BOSSE; PHILLIPS, 2007; SILVA; BALBINO, 2013; IRIGARAY; VERGARA; SANTOS,

2013).

Prova disso é que inseridas num arcabouço cada vez mais complexo que constitui o

ambiente organizacional, as empresas passaram a receber críticas, especialmente de uma

sociedade mais consciente de seus direitos, o que as levou a adotarem uma postura diferente

daquela voltada apenas para a obtenção do lucro máximo (FREIRE, 2009). A partir de então,

uma nova percepção foi constituída por parte dos gestores em modificar o comportamento e a

postura da organização, com o intuito de contribuir com a sociedade (SILVA; BALBINO,

2013).

Intensificou as expectativas a respeito do comportamento e a conduta organizacional

apropriada (ALIGLERI, 2011), onde ênfase foi dada às questões como proteção ecológica,

defesa do consumidor, qualidade dos produtos, práticas trabalhistas, direitos humanos e outras

questões sociais; preocupações estas que “não existiam em qualquer outra época” (CLARO et

al, 2008).

Segundo Kotler et al (2010, p. 4), os consumidores estão a buscar empresas que

abordem a justiça social, econômica e ambiental no seu negócio (missão, visão e valores) por

almejarem soluções para satisfazer seu anseio de transformar o mundo globalizado em um

mundo melhor, perpassando a satisfação funcional e emocional para também a espiritual dos

produtos e serviços oferecidos pelas organizações.

Nesse sentido, para Rese e Canhada (2012) entender seu papel na sociedade é

fundamental para conhecer a sociedade em si, assim como compreender da sociedade, seus

valores e crenças permitindo o melhor entendimento do papel das organizações, vez que elas

têm se apresentado como sendo um dos aspectos mais “proeminentes, senão, o dominante”,

na sociedade moderna (RESE; CANHADA, 2012).

Mas enfim, o que vem a ser Responsabilidade Social Corporativa (RSC) ou

Responsabilidade Social Empresarial (RSE)?

Fedato (2005, p. 25) informa que o termo Responsabilidade Social é um conceito

sociológico, um tipo de valor que determina o valor os padrões de comportamento

proeminentes e eleitos numa sociedade; comportamento este legitimado pela relação entre as

pessoas, no contexto interpessoal, grupal ou da sociedade como um todo. A RSC corresponde,

portanto, às formas de comportamento que, de acordo com a cultura organizacional, são

consideradas como responsáveis no âmbito dos relacionamentos que ocorrem no desempenho

dos papéis e das atividades da organização.

Page 46: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

45

Para Carroll (1979), a RSC é a expansão do papel empresarial além da função

econômica e de suas obrigações legais. Abbade e Moraes (2013) contribuem informando

serem as práticas e posturas corporativas adotadas em prol da sociedade e do ambiente natural

e que devem estar alinhadas com os preceitos do Desenvolvimento Sustentável (DS). Davis e

Blomstrom (1975) definem a responsabilidade social como a preocupação com o interesse

público – mesma vertente defendida por Mathis e Mathis (2012). Na visão de Whetten,

Rands, e Godfrey (2002, p. 394), são expectativas sociais do comportamento das

organizações, um comportamento que é esperado pelos stakeholders, por uma sociedade

moralmente requerida e desta forma, justificadamente demanda dada pelas empresas.

RSC é conceituada por Mazon (2007, p. 45-46) como sendo uma estratégia

corporativa complexa, ampla e de longo prazo, integrada com os objetivos centrais da

organização, visando criar mudança social positiva e valorar o negócio, estando inserida nas

operações negociais do dia a dia.

Para o Instituto Ethos (2010), a responsabilidade social anda mais é que uma forma de

gestão definida pela relação ética e transparente da organização para com todos os públicos

com os quais se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais compatíveis com o

DS, preservando recursos naturais para as futuras gerações, respeitando a diversidade e

promovendo a redução das desigualdades sociais.

Na visão do IBGC (2009, p. 13), governança corporativa ou responsabilidade social é

o “sistema pelo qual as organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os

relacionamentos entre proprietários (sócios), Conselho de Administração, diretoria e órgãos

de controle”. Ainda segundo o IBGC, as boas práticas empresariais estão vinculadas a quatro

princípios basilares, quais sejam: transparência, equidade, prestação de contas e

responsabilidade corporativa. Nesta perspectiva, o capital social está associada à qualidade

das relações entre pessoas e grupos na sociedade, sendo o nível de confiança um fator

primordial.

Como expõe Aligleri (2011, p. 49), RSC trata-se de um conceito complexo repleto de

significados diferentes em contextos diversos. Corroborando com a ideia, Calixto (2013)

afirma que devido à variedade de conceituações de RSC, além das múltiplas interpretações

que têm sido publicadas nas últimas décadas, vários autores têm se dedicado a sistematizar

tais definições, além de propor novas formas de apresentação de um construto para o

desenvolvimento de pesquisas sobre esse relevante tema.

Para Zamcopé, Ensslin e Ensslin (2012), a sustentabilidade corporativa ajuíza a meta

final do movimento das empresas quanto à responsabilidade de organizações em cumprimento

Page 47: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

46

com os padrões de desempenho sustentável em relação às expectativas dos stakeholders. Os

autores legitimam ainda conceituando desempenho sustentável como a performance de uma

organização em todas as dimensões, que exige um modelo de gestão que estabeleça a

interação entre gestão ambiental e social com negócio e estratégia competitiva, além de

integrar informação ambiental e social com informação econômica da empresa.

Bakker et al. (2007); Freire (2009) e Welzel (2009) realizaram estudos bibliográficos

exploratórios em periódicos internacionais com intuito de reunir modelos para explicar a

RSC, o qual é demonstrado no Quadro 2. As fontes de pesquisas utilizadas pelos autores

encontraram-se nas revistas internacionais Academy of Management Review, Busuness &

Society, California Management Review, Harvard Business Review, Journal Business Ethics,

Business Ethics Quarterly e Business Horizons.

Quadro 2 – Modelos explicativos sobre responsabilidade social corporativa

Autor Fonte de Publicação Proposições

Ackerman

(1973)

How companies respond to

social demands. Havard

Business Review, v. 51, n.

4, 1973.

Aponta três fases em que as empresas desenvolvem uma reação às

questões sociais. Na fase 1, os executivos do topo gerencial

tomam conhecimento da existência de um problema social. Na

fase 2, a empresa contrata especialistas para sugerir maneiras de

lidar com o problema e formular plano de ação; e na fase 3,

implementa-se a ação proposta de maneira integrada com a

política empresarial.

Davis e

Blomstrom

(1975)

Business and society:

environment and

responsibility. New York:

McGraw-Hill, 1975.

Propõe o Modelo dos Três Círculos Concêntricos – o primeiro

círculo, interno, representa a dimensão econômica, constituída por

produto, trabalho e crescimento. O círculo intermediário diz

respeito ao exercício da função econômica considerando valores

sociais. E o círculo exterior refere-se às responsabilidades amorfas

que a empresa deveria considerar, tais como questões relacionadas

à pobreza, exclusão, entre outras.

Sethi (1975)

Dimensions of corporate

social performance.

California Management

Review, v. 17, p. 58-64,

1975.

Desenvolve o Esquema de Três Estados para Classificar as

Dimensões do Comportamento Corporativo, classificando o

comportamento empresarial em três tipos: organizações

defensivas e reativas, organizações socialmente responsáveis e

organizações proativas e responsivas.

Preston e

Post (1975)

Private management and

public policy. California

Management Review.

Berkeley v. 23, n. 3, p. 56-

62, spring 1975.

Definem duas áreas de gestão da responsabilidade social: o

envolvimento primário que compreende o comportamento e as

transações que derivam da característica e operação da empresa e

o envolvimento secundário, que inclui impactos e feitos gerados

por suas atividades primárias.

Zenisek

(1979)

Corporate social

responsability: a

conceptualization based on

organizational literature.

Academy of Management

Review, v. 4, n. 3, p. 359-

368, jul, 1979.

Propõe que a definição de responsabilidade social corporativa

deve incluir a relação entre ideologia social, ideologia da

organização e seus aspectos operacionais em relação a negócios

éticos. Sugere ainda um conjunto de ações gerenciais que podem

ser divididos em quatro tipos.

Carrol

(1979)

Three Dimensional

conceptual modelo f

corporate performance.

Academy of Management

Review, v. 4, p. 497-505,

1979.

Desenvolve o Modelo Conceitual Tridimensional de Desempenho

Social Corporativo e estabelece os componentes da

responsabilidade social – econômica, legal, ética e discricionária –

que foram reelaborados em 1991 e organizados numa estrutura

piramidal.

Page 48: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

47

Tuzzolino e

Armandi

(1981)

A need-hierarchy

framework for assessing

corporate social

responsability.Academy of

Management Review, v. 6,

n. 1, p. 21-28, 1981.

Apresentam a Estrutura das Necessidades Hierárquicas para

Avaliar a Responsabilidade Social das Corporações, baseado nas

necessidades hierárquicas de Maslow. Desenvolvem ainda um

constructo taxonômico e um padrão de medida para avaliar e

monitorar o desempenho e a responsabilidade social.

Dalton e

Cosier

(1982)

The four faces of social

responsability. Business

Horizons, p. 19-27, 1982.

Propõem a ideia de “quatro faces” da responsabilidade social,

descritas em uma matriz 2x2. Nessa matriz podem ocorrer várias

combinações entre legalidade e responsabilidade, que se ampliam

em aspectos legal e ilegal de um lado e, de outro, aspectos

irresponsável e responsável.

Strand

(1983)

A systems paradigma of

organizational adaptations

to the social environment.

Academy of Management

Review, v. 8, n. 1, p. 90-

96, 1983.

Desenvolvem o Modelo de Sistemas de Responsabilidade Social

Organizacional focalizando a evolução do desempenho social

corporativo com base em três desafios, tais como:

responsabilidade econômica, responsabilidade pública e

responsabilidade social.

Carroll e

Hoy (1984)

Integrating corporate

social policy into strategic

management. Journal of

Business Strategic, v. 4, n.

3, p. 48-57, 1984.

Buscam integrar políticas sociais e gestão estratégica, abrangendo

elementos associados à competição dos negócios. As dimensões

retratadas incorporam uma política social de macro visão que

inclui os níveis da estratégia societal, corporativo e negócios; e

micro visão, relacionada a políticas sociais funcionais e

operacionais.

Wartick e

Cochran

(1985)

The evolution of the

corporate social

performance model.

Academy of Management

Review, v. 10, n. 4, p. 758-

769, 1985.

Propõem um modelo de performance social corporativa para

avaliar a evolução do desempenho social por meio de uma

estrutura constituída por princípios, processos e política, com base

em três desafios da RSC: responsabilidade econômica,

responsabilidade pública e responsabilidade social.

Carroll

(1991)

The Pyramid of corporate

social responsability.

Business Horizons, v. 34,

n. 4, p.39-48, 1991.

Reelaboração do Modelo Conceitual Tridimensional de

Desempenho Social Corporativo proposto em 1979, organizados

numa estrutura piramidal – responsabilidade econômica, legal,

ética e discricionária.

Wood

(1991)

Corporate social

performance revisited.

Academy of Management

Review, v. 16, n. 4, p. 691-

718, 1991.

Desenvolveu um Modelo de Performance Social Corporativa

como sendo a configuração de uma organização em termos de:

princípios de responsabilidade social corporativa, processos de

responsabilidade corporativa e resultados sociais corporativos. Os

princípios são expressos em três níveis: institucional –

legitimidade da empresa; organizacional – responsabilidade

pública; e individual – arbítrio gerencial.

Swanson

(1995)

Addressing a theoretical

problem by reorienting the

corporate social

performance model.

Academy of Management

Review, v. 20, n. 1, p. 43-

64, 1995.

Toma como base a estrutura de Wood (1991) e propõe um

aperfeiçoamento, integrando perspectivas econômicas e

normativas aos princípios de responsabilidade social corporativa.

Apresenta uma visão ampliada das relações de troca da

corporação com a sociedade, incluindo valores éticos.

Enderle e

Tavis

(1998)

A balanced concept of the

firm and the measurement

of its long term planning

and performance. Journal

of Business Ethics, v. 17,

n. 11, p. 1129-1144, Aug.

1998.

Propõem um modelo conceitual em que as responsabilidades

corporativas, analisadas em função das dimensões econômicas,

social e ambiental, devem ser consideradas em três níveis éticos: o

primeiro nível refere-se a maximizar lucro; o segundo, a promover

o bem-estar social, e o terceiro nível, a estreitar relações da

empresa com as demandas da sociedade. Essa perspectiva foi

adotada por Elkington (2001).

Quazi e

O’Brien

(2000)

An empirical test of a

Cross-National Modelo f

Corporate Social

Responsability. Journal of

Business Ethics.

Netherlands: Kluwer

Apresentam o Modelo Bidimensional de Responsabilidade Social

Corporativa, classificando-a em ampla e restrita. A contribuição

do modelo bidimensional está no fato de que a responsabilidade

empresarial é avaliada a partir da perspectiva de seus custos,

podendo ser enquadrada em quatro quadrantes distintos: visão

filantrópica, clássica, socioeconômica e moderna.

Page 49: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

48

Academic Publishers, v.

25, p. 33-51, 2000.

Schwartz e

Carroll

(2003)

Corporate Social

Responsability: a three-

domain apprach. Business

Ethics Quarterly, v. 13, I.

4, p. 503-530, 2003.

Desenvolveram o Modelo de Três Dimensões da

Responsabilidade Social Corporativa, baseado no modelo anterior

proposto por Carroll (1991). É composto por três dimensões

centrais da RSC – econômica, legal e ética – que são dispostas em

um diagrama, ampliando-se em sete categorias. A filantropia

deixa de ser uma perspectiva de destaque.

Porter e

Kramer

(2006)

Estratégia e sociedade: o

elo entre a vantagem

competitiva e a

responsabilidade social

empresarial. Harvard

Business Review. Elsevier,

v. 84, n. 12, p. 78-92,

2006.

Apresentam uma construção de valor compartilhado entre a

empresa e a sociedade. Essa estrutura é composta por duas

dimensões, a “de dentro para fora” e a “de fora para dentro”. A

primeira dimensão discute a integração das atividades de

responsabilidade social a cadeia de valor. Já a segunda dimensão

aborda a importância da questão social para a estratégia da

organização.

Schwart e

Carroll

(2007)

Integrating and Unifying

Competing and

Complementary

Frameworks: The Search

for a Common Core in the

Business and Society

Field. Business & Society,

v. 20, n. 10, p. 1-39, Sep.,

2007.

Propõem o Modelo VBA (value, balance, accountability) que

apresenta um diagrama com cinco temas reconhecidos pelos

autores como complementares e interdependentes

(responsabilidade social corporativa, ética empresarial,

administração dos stakeholders, sustentabilidade e cidadania

corporativa) unidos por meio de três conceitos centrais (valor,

equilíbrio e responsabilidade).

Fonte: ALIGLERI (2011, p. 69-71 apud BAKKER et al., 2005; FREIRE et al., 2009; WELZEL, 2009).

Percebe-se diante do quadro 6 que as correntes teóricas dos últimos anos têm buscado

conciliar o comportamento socioambientalmente responsáveis das empresas com o advento

do incremento competitivo do negócio.

Sem dúvida, um dos trabalhos mais destacados no final da década de 1970 foi o de

Carroll (1979), o qual defendeu a atuação da empresa embasada num modelo de pirâmide

envolvendo quatro dimensões, conforme demonstrado na Figura 2.

Page 50: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

49

Figura 2 – Pirâmide da responsabilidade social corporativa

Fonte: CARROLL (1991, p. 42).

Carroll (1979, 1991), conforme demonstra a Figura 2, classificou as ações de RSC

realizadas pelas organizações em quatro categorias: econômica, legal, ética e filantrópica.

Nesta perspectivas, as organizações: a) têm a obrigação de produzir bens e serviços que

atendam aos anseios sociais dos consumidores, ao mesmo tempo que produzam benefícios

financeiros para si; b) devem promover suas atividades fins, obedecendo e em consonância à

legislação em vigor; c) devem atender às expectativas dos consumidores por meio de condutas

não especificadas por leis, como costumes, normas e valores sociais; e, por fim, d) devem

desenvolver trabalhos voluntários, filantrópicos ou aqueles que não tragam nenhum retorno,

ou benefício esperado pela empresa.

Já em 2003, Schwartz e Carroll aprimoraram a proposição anterior apresentando novas

perspectivas para entender o comportamento responsável das organizações. A Figura 3

apresenta o modelo das três dimensões da responsabilidade social.

Repons. Filantrópicas

Ser um bom cidadão

Contribuir com recursos

para a comunidade,

melhorar a qualidade de

vida.

Responsabilidades Éticas

Ser ético

Obrigação de fazer o que é certo,

justo. Evitar danos

Responsabilidade Legal

Obedecer a Lei

A legislação é a codificação do certo e errado

numa sociedade. Jogar dentro das regras do jogo.

Responsabilidades Econômicas

Ser Lucrativo

A base da pirâmide da qual derivam as demais responsabilidades.

Page 51: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

50

Figura 3 – Modelo das três dimensões da RSC.

Fonte: SCHWARTZ; CARROLL (2003, p. 509).

Na proposta representada pela Figura 3, a responsabilidade social deixa de ser

hierarquizada, para dotar-se de três dimensões centrais: a econômica, a legal e a ética, que

para os autores nenhuma delas deve ser encarada como mais importante ou significante

comparativamente as outras duas. Por serem representadas em círculos, tais dimensões se

ampliam em sete categorias denominadas: exclusivamente econômica, exclusivamente ética,

exclusivamente legal, econômico-ética, legal-ética, econômico-legal e econômico-legal-ética,

resultante da sobreposição das três dimensões.

O Quadro 3 apresenta os estudos nacionais publicados entre os anos 2012 e 2015 sobre

a temática RSC sob a óptica de diversos pesquisadores. O quadro foi elaborado a partir de

pesquisas na base de dados Spell em periódicos nacionais classificados, segundo o CAPES em

A1, A2, B1 e B2, onde filtrou-se as palavras-chave “Responsabilidade Social Corporativa”,

“Responsabilidade Social Corporativa”, “sustentabilidade social” e “responsabilidade

socioambiental”.

Quadro 3 – Estudos nacionais recentes sobre a temática Responsabilidade Social Corporativa

Autores Ano Objetivo

Borges, Galli e

Tamashiro

2012 Identificar quais ações ligadas à promoção da responsabilidade

socioambiental têm sido adotadas por pequenas empresas fornecedoras

do setor sucroalcooleiro da região de Ribeirão Preto/SP.

Borini, Oliveira Jr e 2012 Levantar os fatores condicionantes do processo de transferência reversa

Page 52: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

51

Chueke de práticas de RSC.

Giesta 2012 Revisitar conceitos e abordagens teóricas sobre inovação,

Responsabilidade Social, Desenvolvimento Sustentável como estratégia

organizacional e Educação Ambiental.

Irigaray e Respino 2012 Realizar um comparativo entre os pilares de responsabilidade social

corporativa em que se baseia a Associação Nacional de

Transportadores Ferroviários (ANTF) em contraponto ao modelo

sugerido pelo GRI (Global Reporting Iniciative), uma organização não-

governamental internacional, cuja missão é desenvolver e disseminar

globalmente diretrizes para elaboração de relatórios de sustentabilidade

usados voluntariamente por empresas do mundo todo.

Melo, Manhães e

Macedo

2012 Analisar se o comportamento socioambientalmente responsável é capaz

de gerar impactos financeiros para as empresas, ou seja, se é possível

capturar financeiramente os benefícios propostos pela teoria dos

stakeholders.

Rasera et al. 2012 Analisar as percepções que os indivíduos, pertencentes a uma

comunidade beneficiada elaboram sobre as ações sociais oferecidas por

usinas de açúcar e álcool.

Vasconcelos, Alves e

Pesqueux

2012 Propor uma abordagem sobre a RSC sob uma dupla perspectiva

habermasiana: a da ação comunicativa e a da democracia deliberativa

Abbade e Mores 2013 Fazer uma relação entre a teoria e as práticas da empresa em termos de

Responsabilidade Social Corporativa e Desenvolvimento Sustentável.

Aranha e Garcia 2013 Analisar a RSC na perspectiva do empreendedorismo, buscando

explorar e identificar as interfaces e conexões, e propõe um modelo de

análise para ampliar e facilitar a interpretação.

Barcellos e Dellagnelo 2013 Analisar os fundamentos epistemológicos de um dos temas que vem

ganhando relevância no contexto da produção acadêmica em

administração: a Responsabilidade Social Corporativa.

Bom e Levy 2013 Apresentar os resultados do levantamento das metodologias de pesquisa

utilizadas nas teses de doutorado em Administração na área de

Responsabilidade Social Corporativa (RSC).

Carvalho e Medeiros 2013 Buscar entender a disseminação da responsabilidade social corporativa

(RSC), sob a perspectiva das racionalidades instrumental e substantiva.

Costa, Botelho e Costa 2013 Buscar, a partir da conceituação e do entendimento das teorias de RSC,

dos stakeholders e de marketing social, identificar evidências dessa

relação, à luz do Pacto Global (PG).

Cruz 2013 Identificar uma lacuna no contexto brasileiro sobre o comportamento

do consumidor e a relação com RSC; demarcar o conceito de boicote de

consumidores, diferenciando do conceito de Backlash; e, instigar

pesquisadores a trabalhar as proposições apresentadas neste estudo em

futuras pesquisas.

Feil, Strasburg e

Naime

2013 Relacionar as normas de qualidade (certificações) e os métodos de

sustentabilidade corporativa comparando a integração dos sistemas de

gestão ambiental e gestão gerencial.

Irigaray, Vergara e

Santos

2013 Deslocar o eixo da discussão sobre Responsabilidade Social

Corporativa (RSC), da empresa para a sociedade civil e responder à

seguinte questão investigativa: em que medida o discurso e as práticas

da Petrobras são congruentes, sob a ótica da comunidade que vive ao

redor da Refinaria Duque de Caxias (Reduc)?

Kos, Espejo e Raifur 2013 Verificar se existe alteração no enfoque das informações apresentadas

no Relatório da Administração (RA), considerando os níveis

diferenciados de Governança Corporativa em virtude do desempenho.

Lyra et al. 2013 Analisar algumas das relações interorganizacionais da Petrobras, com

lócus exclusivo na UN-ES, buscando identificar e compreender

aspectos que possam facilitar o compartilhamento de conhecimento

entre os atores e alavancar a aprendizagem organizacional.

Milani et al. 2013 Verificar se os investimentos em empresas com melhores práticas de

Responsabilidade Social Empresarial, Governança Corporativa e

Sustentabilidade apresentam diferenças quanto à performance em

relação a investimentos nas empresas que representam o mercado.

Page 53: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

52

Mota, Mazza e

Oliveira

2013 Analisar os indicadores de cunho ambiental nos relatórios das empresas

brasileiras que publicaram os relatórios GRI no ano de 2009.

Oliveira e Souza 2013 Analisar a percepção de uma categoria relevante de clientes acerca das

ações de responsabilidade social empreendidas por uma empresa do

setor elétrico (Cemig) e como essa percepção parece influenciar nas

decisões de compra desses clientes.

Ray 2013 Explorar a interface entre Responsabilidade Social Corporativa (RSC) e

o Desenvolvimento Sustentável (DS) em economias emergentes como a

Índia.

Silva e Balbino 2013 Analisar a responsabilidade socioambiental como propensa vantagem

competitiva sustentável de uma organização, à luz da Visão Baseada

em Recursos.

Todescat e Dias Jr. 2013 Analisar o papel social corporativo de empresas catarinenses, por meio

da identificação de percepções de como estas se utilizam da

Responsabilidade Social Corporativa (RSC) como um instrumento de

integração vertical com seus fornecedores.

Alvarez, Formigoni e

Antunes

2014 Analisar as práticas de responsabilidade social corporativa com as quais

as empresas brasileiras estão envolvidas.

Fonseca, Rocha e

Spers

2014 Investigar a percepção dos consumidores universitários pertencentes às

classes A/B sobre as ações de RSC de duas grandes empresas

brasileiras de cosméticos.

Silva 2014 b Compreender como a estratégia de responsabilidade social pode se

aproximar do movimento de transição para a sustentabilidade.

Abreu, Meireles e

Cunha

2015 Avaliou as estratégias de responsabilidade social corporativa e os

esforços para implementá-las em uma multinacional brasileira, que atua

no setor de petróleo e gás, bem como em uma multinacional indiana,

que atua no setor de siderurgia.

Freguete, Nossa e

Funchal

2015 Analisar um potencial benefício de curto prazo trazido pela

Responsabilidade Social Corporativa: o desempenho financeiro das

empresas brasileiras socialmente responsáveis durante um período de

crise econômica de 2008.

Romano et al. 2015 Verificar quais as relações existentes entre a cultura organizacional e a

sustentabilidade corporativa, determinando o grau de associação

existente entre empresas do setor de cosméticos com características

homogêneas.

Welzel, Haupt e

Martins

2015 Identificar e avaliar os impactos da adoção de atividades de

Responsabilidade Social Corporativa – RSC na estrutura organizacional

das empresas, bem como o processo de tomada de decisão no contexto

internacional, em especial as empresas brasileiras com capital alemão

Fonte: elaborado pelo autor (2015).

Neste sentido, nota-se que são diversas as perspectivas dos temas de pesquisas

voltadas a RSC, porém a maioria esteve direcionada às demandas dos stakeholders, prestação

de contas por parte das empresas para com a sociedade, num exercício de transparência, à

geração de vantagem competitiva, aos estudos sobre Visão Baseada a Recursos (RBV) e à

dinâmica da sustentabilidade e DS.

Desse modo, percebe-se que a responsabilidade social pode ser encarada como a base

para uma contribuição das organizações na construção de uma nova visão social voltada para

a sustentabilidade. Contudo, ela pode assumir níveis de influência, percepção de impacto e

capacidade de atuação tão marcantes, a ponto de tornar-se possível uma transformação maior,

em vistas a atender às exigências sociais, extrapolando as barreiras legais a migrar ao contexto

Page 54: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

53

da sustentabilidade, seguindo a ideia de transição, o que facilita o surgimento de novas

configurações organizacionais (SILVA, 2014 b).

Segundo Silva (2014 b), esse processo de transição é justificado pela necessidade da

busca por mitigar os impactos sobre os recursos naturais e capacidade de resiliência do

Planeta, realizar discussões sobre desenvolvimento sustentável, responsabilidade social, bem

como qualquer outra temática, que tem demonstrado um comportamento proativo a ser

assumido por todos os atores da sociedade. Com isso, a incorporação de ideias básicas no

contexto organizacional sobre aspectos de sustentabilidade confere às empresas uma visão de

longo prazo que venha contribuir para seu sucesso. As transições para a sustentabilidade se

apresentam como um tópico rico e desafiador, mas que são benéficas para a realização de

questionamentos, formulando um campo permeável para novas ideias e reflexões. Entende-se,

portanto, que a estratégia de responsabilidade social a partir de uma visão institucionalizada

pode vir a contribuir com o movimento de transição para a sustentabilidade se houver a

construção de novos regimes sócio técnicos, que facilite a construção de certa estabilidade.

Os estudos Callado (2010) contribuem ao abordar o desempenho social corporativo,

afirmando que uma empresa possui comportamento socialmente responsável quando

compromete-se em práticas éticas no emprego; é promotora de projetos, eventos e ações

sociais com comunidades locais e se comunica com as comunidades envolvidas quanto às

consequências de suas atividades e produtos; investe em infraestrutura social; contribui para o

ambiente mais limpo; e contribui para o desenvolvimento regional integral, no que se refere

ao aspecto econômico, cultural, social e ambiental.

Nota-se que o comportamento socialmente responsável deve estar presente em todas

as decisões e rotinas gerenciais do negócio, interagindo nas diversas operações e níveis

organizacionais, envolvendo o consumo de recursos não renováveis, a política de marketing e

comunicação com o consumidor, a segurança e condições de trabalho, a política de produção,

a relação com a concorrência, a contratação e demissão de pessoal, política de recrutamento e

seleção de pessoal, bem como treinamento e desenvolvimento, entre outros (ALIGLERI,

2011). Para tanto, diversos instrumentos normativos de gestão foram formulados nas últimas

décadas, conforme apresentado no próximo subitem.

2.2.2 Instrumentos, modelos de gestão e indicadores de sustentabilidade

Segundo Aligleri (2011, p. 48), cresce vertiginosamente a procura por um modelo de

gestão que possibilita o equilíbrio entre as exigências por baixo custo, alto padrão de

Page 55: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

54

qualidade e incremento da competitividade com a análise de questões éticas, sociais e

ambientais, contribuindo para dar consistência no elo entre o relacionamento da empresa com

as reivindicações e expectativas da sociedade. Os Sistemas de Gestão Ambiental (SGA), por

sua vez, possuem papel fundamental para as empresas no processo de consolidação da

sustentabilidade (ABDALLA; FEICHAS, 2005).

Um SGA constitui um conjunto de atividades interagentes que trata dos problemas

ambientais em voga, minimiza ou evita seu surgimento. Os objetivos estão direcionados a

assegurar a conformidade com as leis locais, regionais, nacionais e internacionais, estabelecer

políticas internas e procedimentos que favoreçam a organização atingir os objetivos

ambientais anteriormente traçados e administrar riscos ambientais vulneráveis à atividade

empresarial. Para tanto, um SGA requer a formulação de diretrizes, planos, traçar metas,

definir objetivos, executar e coordenar atividades, mensurar e avaliar resultados, por meio de

procedimentos escritos e formais (BARBIERI, 2007).

Fundamentado no princípio de melhoria contínua, como demonstrado na Figura 4, o

SGA é normatizado pela ISO 14.001, de forma a ser aplicada em qualquer tipo de

organização, setor de atuação, tamanho, se adequando aos mais diversos contextos

organizacionais. Caracteriza-se por definir “o que” deve ser feito e não simplesmente “como”

deve ser feito (ABDALLA; FEICHAS, 2005). Barbieri e Cajazeira (2009) classificam este

instrumento de gestão no grupo daqueles apresentam orientações para manter um sistema de

gestão, na forma de normas, com programas e atividades.

Esta abordagem, baseada na ferramenta PDCA, sigla para as palavras Plan-Do-Check-

Act (Planejar-Executar-Verificar-Agir) é representada pela Figura 4.

Page 56: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

55

Figura 4 – Modelo de sistema de gestão ambiental para a Norma ISO 14001, segundo a abordagem do PDCA

Fonte: NBR ISO 14000 (2004, p. vi).

Resumidamente o PDCA é assim descrito:

- Planejar: estabelecer objetivos e processos necessários para atingir os resultados, em

concordância com a política ambiental da organização;

- Executar: implementar os processos;

- Verificar: monitorar e medir os processos, em conformidade com a política

ambiental, objetivos, metas, requisitos legais e outros e relatar os resultados;

- Agir: agir para continuamente melhorar o desempenho do sistema de gestão

ambiental.

Neste sentido, o SGA demanda a revisão periódica dos processos, execução de

auditorias, emprego de boas práticas, a correta destinação dos resíduos, efluentes e rejeitos

resultantes do processo produtivo, o engajamento da política ambiental, a promoção da

educação ambiental, a difusão e sensibilização dos colaboradores à política implantada pela

organização e o engajamento da comunidade nos planos e atividades promovidas pela

Page 57: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

56

empresa. Dentre os assuntos abordados pelo SGA, encontram-se o uso da água, matérias-

primas, energia, espaço e outros recursos produtivos e do uso do meio ambiente como

fornecedor de recursos para a atividade produtiva industrial. Em outras palavras, o sistema

ambiental cumpre além das prerrogativas legais, sendo de abrangência superior que os “selos

verdes” (NAHUZ, 1995; BARBIERI, 2007).

Segundo os autores, para que se estabeleça um sistema ambiental eficaz torna

necessário o registro ou autodeclaração, planejamento, estabelecimento de objetivos, no que

tange a política ambiental, implementação, verificação e análise pela administração.

(ABDALLA; FEICHAS, 2005).

A implantação de um SGA para muitos autores é um investimento de longo prazo,

constituindo até mesmo um diferencial competitivo, principalmente se a organização tem a

prática da exportação de produtos. No Brasil, ainda é ínfimo o número de empresas com

sistema de gestão implantado e certificadas por organismos da área ambiental. Um ponto

positivo desses dados é que esse número tem crescido de forma avassaladora. No caso da ISO

14.000, como efeito de ilustração, até o ano de 2000 tinha-se o registro de 165 empresas com

esta certificação. Quatro anos mais tarde, em 2004, o número alcançou o patamar de cerca de

1.500 empresas certificadas (NAHUZ, 1995; ABDALLA; FEICHAS, 2005).

Tangenciando a cerca de instrumentos de gestão e indicadores, Tachizawa (2011)

informa que um modelo de gestão depende de medição, informação e análise. Dessa forma,

sugere que na abordagem metodológica sejam definidos indicadores que possam ser

estruturados como uma relação entre duas variáveis, na forma de numerador e denominador

em que seus atributos e valores sejam factíveis de medição. Segundo Callado (2010, p. 39),

indicadores “são ferramentas centrais por permitirem um acompanhamento das principais

variáveis de interesse da empresa e por possibilitar o planejamento de ações visando

melhorias de desempenho”.

Hanai e Espíndola (2011) conceituam indicadores como variáveis representativas de

um atributo, quer seja, qualidade, característica ou propriedade de um sistema, as quais visam

sintetizar as informações essenciais sobre a sua viabilidade e sua dinâmica de transformação,

bem como informam o estado de um sistema, além de intervir e corrigir o seu direcionamento

a determinados objetivos. Segundo Souza (2011, p. 16), indicadores são parâmetros

selecionados, abordados individualmente ou combinados entre si, considerados importantes

para refletir sobre determinadas condições dos sistemas em análise. Para os autores Raupp,

Selig, e Viegas (2011, p. 130) indicadores nada mais são que “descritores que informam sobre

o progresso em direção a uma meta traçada, ou elementos que apontam tendências nem

Page 58: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

57

sempre facilmente detectáveis”. Na visão de Van Bellen (2004, p. 77), os indicadores devem

propiciar facilidade no processo de comunicação sobre a temática sustentabilidade,

representando este conceito em dados numéricos, medidas descritivas e sinais orientativos.

Hanai e Espíndola (2011) ressaltam que em se tratando da sustentabilidade, sua

medição não pode ser encarada do ponto de vista de uma situação estática, porém como uma

medição integrada ao longo do tempo para documentar processos, capazes de evidenciar

tendências, em consonância a inerente dimensão temporal inserida no conceito de

desenvolvimento sustentável. Para Raupp, Selig, e Viegas (2011) indicadores voltados para

sustentabilidade possibilitam aferir a evolução de determinadas tendências e situações

voltadas aos aspectos ecossistemas, sociedades humanas e suas inter-relações.

Segundo Vasconcelos, Andrade e Cândido (2009), a construção de indicadores de

sustentabilidade é complexa, pois visa demonstrar a relação da sociedade com o meio

ambiente numa perspectiva ampla, contemplando inúmeros fatores envolvidos no processo.

“Adotar uma postura sistêmica diante desse problema é necessário para que se possa

compreender a realidade dos fatos, uma vez que elementos formadores têm mútua influência”

(VASCONCELOS; ANDRADE; CÂNDIDO, 2009, p. 108).

Sobre os métodos e modelos de mensuração de sustentabilidade, Callado (2010, p. 43-

44) apresenta os principais métodos amplamente reconhecidos, resultado de pesquisas em

âmbito internacional, conforme demonstrado no Quadro 4.

Quadro 4 – Metodologias analíticas de sustentabilidade

Método Objetivos Autores

Index of Sustainable

Economic Welfare (ISEW)

Medir o desempenho econômico de uma nação a

partir de 20 indicadores, agregando medidas

convencionais com elementos sociais e

ambientais.

Dally e Cobb (1989)

Ecological Footprint

Method

É uma ferramenta de gerenciamento do uso de

recursos naturais por indivíduos, cidades, nações

e pela humanidade em geral.

Wackernagel e Rees (1996)

Dashboard of Sustainability

Propor um índice agregado composto por

diferentes indicadores de desempenho econômico,

social e ambiental.

Hardi e Zdan (2000)

Barometer of Sustainability

Uma metodologia para avaliar e relatar o

progresso em direção a sociedades sustentáveis

que combina, de modo coerente, diversos

indicadores sociais e ambientais, fornecendo uma

avaliação por meio de uma escala de índices.

Prescott-Allen (2001)

Driving Force-Stat-

Response (DSR)

Desenvolver uma metodologia composta por

indicadores ambientais, sociais, econômicos e

institucionais que possa ser utilizada em níveis

regionais e nacionais.

UM (2001)

Driving Force-Stat-

Response (DSR)

Analisar a relação causal entre o stress gerado

pelas atividades humanas e as mudanças no

estado do ambiente natural e social.

OECD (2001)

Page 59: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

58

Indicadores de

Desenvolvimento

Sustentável (IDS)

Informar sobre a realidade brasileira a partir de

indicadores de desenvolvimento sustentável. IBGE (2002, 2008)

Environmental

Sustainability Index (ESI)

Propor um Índice de Sustentabilidade Ambiental

que classifica os países de acordo com suas

capacidades para proteger o ambiente durante as

próximas décadas.

Yale Center for

Environmental Law and

Policy (YCELP) e Center

for International Earth

Science Information

Network (CIESIN) (2005)

Environmental Performance

Index (EPI)

Objetiva identificar a necessidade pelo alcance de

política de desempenho voltada em reduzir o

stress ambiental na saúde do homem e promover

a vitalidade do ecossistema e no gerenciamento

dos recursos naturais.

Esty et al. (2006)

Fonte: Callado (2010, p. 43-44).

Para Tachizawa (2011), os indicadores necessitam ser de fácil mensuração e fácil

compreensão de quem irá usá-los diariamente. Além disso, deverá refletir as estratégias

corporativas da organização, sendo uma ferramenta de controle. As informações necessárias

para a avaliação e melhoria do desempenho incluem as relacionadas com o processo

produtivo, o desempenho dos produtos, o mercado, os fornecedores, os colaboradores e outros

aspectos.

Ainda segundo Tachizawa (2011), para a análise da melhoria do desempenho abrange-

se a formulação e a utilização de indicadores de qualidade e de desempenho para avaliar

resultados globais, produtos, serviços de apoio, processos, tarefas e atividades. Esses

indicadores representam uma base clara e objetiva para alinhar todas as atividades com as

metas de gestão ambiental.

Mazon (2007) contribui informando que quanto à natureza e finalidade dos

indicadores de sustentabilidade devem ser precisos, repetitivos, reprodutíveis e estáveis, no

sentido de que a propriedade da precisão e reprodutibilidade não será deteriorada ao longo do

tempo. A seleção dos indicadores deve passar pelo teste da “utilidade” e “praticabilidade”,

incluindo sua complexidade, resistências possíveis e os custos envolvidos em sua observação.

Para incorporar os indicadores na rotina de gestão tradicional das empresas é

fundamental que sejam demonstrados aos colaboradores os ganhos que a definição de bons

indicadores trará. Para tanto, os indicadores precisam ser elaborados e definidos envolvendo

os profissionais que irão medi-los. Os colaboradores necessitam se sentir parte integrante do

sistema de gestão para que haja eficácia no processo de mensuração e controle dos

indicadores. Realizar momentos de divulgação de resultados, com reuniões periódicas

demonstra a importância que a organização dá aos indicadores e às ações tomadas pelos

responsáveis (MATROTI; SOUZA, 2011). Todavia, o uso de tais indicadores deve levar em

Page 60: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

59

consideração o contexto organizacional e saber o que se quer alcançar em comunhão com o

planejamento. Não é tarefa fácil, pois requer a participação de todos, principalmente daqueles

que irão medir e gestioná-los; a comunicação destes indicadores deverá ocorrer com os

envolvidos direta ou indiretamente nos resultados, exigindo em alguns casos mudanças,

alteração para estruturas mais flexíveis, requerendo, inclusive a quebra de alguns paradigmas,

além da necessidade de se evitar comportamentos de resistência. Todos esses pré-requisitos

são necessários para garantia de controle organizacional mais eficiente e eficaz por meio do

uso de indicadores (MATROTI; SOUZA, 2011; TACHIZAWA, 2011).

Tratando-se de indicadores de sustentabilidade, Tayra e Ribeiro (2006) e Gomes

(2011) informam que esses indicadores evoluíram em três gerações. No primeiro estágio,

contextualizado na década de 1980, onde os indicadores de primeira geração surgiram,

apontam-se dados sobre a condição ou estado do ambiente, como emissões de dióxido de

carbono, pH da água, erosão do solo, sendo considerados como clássicos. Tais indicadores

não buscavam inter-relações entre os componentes de um sistema, nem tão pouco as relações

socioeconômicas que envolvem o desenvolvimento eram incorporadas.

No segundo momento, contextualizado logo após a Conferência das Nações Unidas,

em 1992, onde propagou-se o conceito de “desenvolvimento sustentável”, os indicadores da

segunda geração, tratam-se da dimensão das atividades humanas e aspectos ambientais sem

sua inter-relação, como percentual de população que tem acesso a rede de esgoto, água

potável, expectativa de vida. Ou seja, eram compostos por quatro aspectos fundamentais do

desenvolvimento, o econômico, o social, o institucional e o ambiental, porém não se

estabeleciam nexos entre si. (TAYRA; RIBEIRO, 2006; GOMES, 2011).

No terceiro estágio, os indicadores são tratados como integradores ou transversais que

se relacionam com as dimensões ambientais, econômicas e/ou sociais, como correlação entre

qualidade do ar e doenças respiratórias numa determinada população, situação

socioeconômica de uma população e seu acesso à Internet. Isto é, a terceira geração de

indicadores não se ateve à criação de indicadores multidimensionais, porém na formulação de

indicadores vinculantes, sinergéticos e sistêmicos, as quais apresentem correlações com os

demais. (TAYRA; RIBEIRO, 2006; RAUPP; SELIG; VIEGAS, 2011). Para Gomes (2011, p.

59), “com a ascensão da visão sistêmica nas discussões de sustentabilidade é evidenciada a

necessidade de indicadores da terceira geração. Contudo, o desenvolvimento deste tipo de

indicador se encontra ainda em uma fase incipiente”.

Page 61: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

60

- Global Reporting Initiative

Um instrumento de gestão que é amplamente referenciado é o Global Reporting

Initiative – GRI (MAZON, 2007; LEITE FILHO; PRATES; GUIMARÃES, 2009; SOUZA;

LOPES, 2010; ALIGLERI, 2011; ROSA, 2011; SEHNEM, 2011; SIQUEIRA; MACEDO;

ESTEVES, 2011; CARREIRA; PALMA, 2012; DOMENICO, 2012; MORISUE; RIBEIRO;

PENTEADO, 2012; NOGUEIRA; FARIA, 2012; RESE; CANHADA, 2012; ZAMCOPÉ;

ENSSLIN; ENSSLIN, 2012; BEUREN; DOMENICO; CORDEIRO, 2013; FREITAS et al.,

2013; BENITES; PÓLO, 2013; CALIXTO, 2013; ROSA et al, 2013; SEHNEM; LUKAS;

MARQUES, 2015). O instrumento que é classificado por Barbieri e Cajazeira (2009) como

aquele que pretende garantir a transparência e a comunicação com as partes interessadas,

começou a ser desenvolvida em 1997, nos Estados Unidos, com o objetivo de aperfeiçoar a

qualidade das informações socioambientais disponíveis e o risco do desempenho das

companhias.

A GRI é uma organização sem fins lucrativos, com sede na Holanda, que tem buscado

disponibilizar linhas orientadoras e matrizes de indicadores que permitem, a todas as

organizações, sejam elas corporações, empresas, organizações governamentais ou

organizações não governamentais (ONGs), independente de sua estrutura, dimensão, setor de

atividade econômica ou localização, a estruturar o seu relato sustentável, quer em termos de

conteúdo, quer em termos de abrangência. A GRI tem se posicionado como um padrão

internacional para desenvolvimento de enfoques consistentes para publicação do desempenho

socioambiental das empresas via relatórios com o objetivo medir e certificar as empresas com

parâmetros que vão além da questão da transparência e da boa governança corporativa

(CARREIRA; PALMA, 2012; BENITES; PÓLO, 2013; CALIXTO, 2013, GRI, 2013).

A GRI visa atender a necessidade de uma comunicação clara e transparente, em esfera

global de compartilhamento de estruturas de conceitos apresentados por uma linguagem

coerente, por meio de uma estrutura confiável para a elaboração de relatórios de

sustentabilidade, podendo ser adotada por organizações de diversos portes e segmentos

econômicos de quaisquer localidades (SOUZA; LOPES, 2010; CORRÊA; RIBEIRO;

SOUZA, 2014).

As informações e questões presentes nos relatórios GRI são selecionadas, compiladas

e comunicadas de uma forma consistente, e apresentadas de forma a permitir aos stakeholders

o recurso da comparabilidade oferecido pelo reporting para analisar mudanças no

desempenho da organização, ao longo do tempo, assim como análises relativas a outras

organizações (LEITE FILHO; PRATES; GUIMARÃES, 2009).

Page 62: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

61

Segundo Mazon (2007), o modelo desenvolvido pela GRI é, sem dúvida, o padrão

internacional para Balanços Sociais ou de Sustentabilidade. Suas diretrizes GRI foram

projetadas para incentivar o aprendizado e a responsabilização, a chamada accountability.

Tal empenho é dispendido para que a GRI possa concretizar a missão de desenvolver e

divulgar as diretrizes para relatórios de aplicabilidade global e estabelecer princípios

amplamente adotados para que se possa promover uma harmonização internacional desse tipo

de relatório, haja vista que o relatório de sustentabilidade é a principal ferramenta de

comunicação do desempenho social, ambiental e econômico das empresas. O GRI inclui os

indicadores de cunho econômico, ambiental, social e subcategorias práticas trabalhistas e

trabalho decente, direitos humanos, sociedade e responsabilidade pelo produto, como segue

adiante e como dispõe o Quadro 5 (ALIGLERI, 2011; MORAIS NETO; PEREIRA;

MACCARI, 2012; CALIXTO, 2013; BENITES; PÓLO, 2013; GRI, 2013).

A categoria de contexto econômico desdobra-se nos seguintes aspectos nas diretrizes:

(a) desempenho econômico, (b) presença no mercado, (c) impactos econômicos indiretos e (d)

práticas de compras. Tais indicadores buscam medir os resultados econômicos oriundos das

atividades de uma organização e o impacto desses resultados numa ampla gama de

stakeholders (GRI, 2013).

Por sua vez, a categoria ambiental abarca os aspectos: (a) materiais, (b) energia, (c)

água, (d) biodiversidade, (e) emissões, (f) efluentes e resíduos, (g) produtos e serviços, (h)

conformidade, (i) transportes, (j) geral, (k) avaliação ambiente de fornecedores e (l)

mecanismos de queixas e reclamações relativas a impactos ambientais (GRI, 2014).

A categoria de contexto social é subdividida em quatro subcategorias, a tratar: (1)

práticas trabalhistas e trabalho decente, a qual trata dos aspectos: (a) emprego, (b) relações

trabalhistas, (c) saúde e segurança no trabalho, (d) treinamento e educação, (e) diversidade e

igualdade de oportunidades, (f) igualdade de remuneração entre mulheres e homens, (g)

avaliação de fornecedores em práticas trabalhistas e (h) mecanismos de queixas e reclamações

relacionadas a práticas trabalhistas; (2) direitos humanos, tratando dos seguintes aspectos: (a)

investimentos, (b) não discriminação, (c) liberdade de associação e negociação coletiva, (d)

trabalho infantil, (e) trabalho forçado ou análogo ao escravo, (f) práticas de segurança, (g)

direitos indígenas, (h) avaliação, (i) avaliação de fornecedores em direitos humanos e (j)

mecanismos de queixas e reclamações relacionadas a direitos humanos; (3) sociedade, a qual

considera os seguintes aspectos: (a) comunidades locais, (b) combate à corrupção (c) políticas

públicas (d) concorrência desleal (e) conformidade (f) avaliação de fornecedores em impactos

na sociedade e (g) mecanismos de queixas e reclamações relacionadas a impactos na

Page 63: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

62

sociedade; (4) responsabilidade pelo produto, tratando dos aspectos: (a) saúde e segurança do

cliente, (b) rotulagem de produtos e serviços (c) comunicações de marketing (d) privacidade

do cliente e (e) conformidade (GRI, 2013).

Visando a garantia de alto grau de qualidade técnica, credibilidade e relevância, a

Estrutura de Relatórios de Sustentabilidade da GRI é desenvolvida e continuamente

melhorada por meio de um intenso engajamento multistakeholder que envolve organizações

relatoras e especialistas que, juntos, desenvolvem e revisam o conteúdo da Estrutura de

Relatórios (LEITE FILHO; PRATES; GUIMARÃES, 2009; GRI, 2013).

E para se chegar aos aspectos apresentados no Quadro 5, a GRI passou por

reformulações e implementação de indicadores e aspectos de sua versão primária, em 2000 à

atual, em 2013. Na sua primeira versão, a G1, em 2000, a GRI disponibilizou o primeiro

“framework” de orientação para o relato sustentável com 50 organizações a adotá-la nesse

mesmo ano. O empenho em aperfeiçoar a transparência do relato permitiu lançar em 2002,

um segundo quadro, mais completo, de linhas orientadoras, a G2, sendo que, 150

organizações elaboraram relatórios de sustentabilidade nesse ano, seguindo as linhas

orientadoras da GRI. No ano de 2006 a GRI disponibilizou a G3, terceira geração de linhas

orientadoras para o relato, que contém um vasto número de indicadores, assim como

orientações para a inclusão de conteúdos, no que tange à relevância e à extensão do relato. O

relato sustentável assume, cada vez mais, o caráter de transparência desejado pelas partes

interessadas. Seis anos depois, já em 2011, a GRI disponibiliza mais uma atualização em

matéria de relato sustentável, a G3.1. Esta versão acaba por ser uma conclusão da anterior G3,

que fornece orientações sobre como as organizações podem revelar o seu desempenho de

sustentabilidade, expandindo o relato e englobando aspectos relacionados com os Direitos

Humanos, os Impactos na Comunidade Local e Gênero. O comprometimento da GRI é

contínuo de modo que em 2013 anunciou sua quarta geração, a G4, cujos aspectos foram

citados anteriormente (ROSA, 2011; CARREIRA; PALMA, 2012; ROSA et al, 2013).

Quadro 5 – Categorias e aspectos nas diretrizes GRI – G4

Categoria Econômico Ambiental

Aspectos

Desempenho econômico;

Presença no mercado;

Impactos econômicos indiretos;

Práticas de compra.

Materiais;

Energia;

Água;

Biodiversidade;

Emissões;

Efluentes e resíduos;

Produtos e serviços;

Conformidade;

Transportes;

Geral;

Page 64: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

63

Avaliação ambiental de fornecedores;

Mecanismos de queixas e reclamações relativas a

impactos ambientais.

Categoria Social

Subcate-

gorias

Práticas Trabalhistas e

Trabalho Decente Direitos Humanos Sociedade

Responsabilidade

pelo Produto

Aspectos

Emprego;

Relações

trabalhistas;

Saúde e segurança

no trabalho;

Treinamento e

educação;

Diversidade e

igualdade de

oportunidades;

Igualdade de

remuneração para

mulheres e homens;

Avaliação de

fornecedores em

práticas trabalhistas;

Mecanismos de

queixas e

reclamações

relacionadas a

práticas trabalhistas.

Investimentos;

Não

discriminação;

Liberdade de

associação e

negociação

coletiva;

Trabalho infantil;

Trabalho forçado

ou análogo ao

escravo;

Práticas de

segurança;

Direitos

indígenas;

Avaliação;

Avaliação de

fornecedores em

Direitos

Humanos;

Mecanismos de

queixas e

reclamações

relacionadas a

Direitos

Humanos.

Comunidades

Locais;

Combate à

corrupção;

Políticas públicas;

Concorrência

desleal;

Conformidade;

Avaliação de

fornecedores em

impactos na

sociedade;

Mecanismos de

queixas e

reclamações

relacionadas a

impactos na

sociedade.

Saúde e

segurança do

cliente;

Rotulagem de

produtos e

serviços;

Comunicações de

marketing;

Privacidade do

cliente;

Conformidade.

Fonte: Global Reporting Initiative (2013, p. 71).

Algumas características qualitativas foram incorporadas pela GRI para fortalecem a

credibilidade dos dados que são reportados, são elas:

- Equilíbrio – o relatório deve refletir aspectos positivos e negativos do desempenho

da organização, de modo a permitir uma avaliação equilibrada do seu desempenho geral;

- Confiabilidade – livre de erros materiais, devendo a organização coletar, registrar,

compilar, analisar e divulgar as informações e processos usados na elaboração do relatório de

uma forma que permita sua revisão e estabeleça a qualidade e relevância das informações;

- Clareza – a organização deve disponibilizar as informações de forma compreensível

e acessível aos stakeholders que usam o relatório;

- Comparabilidade – para possibilitar monitoramento e “benchmarking”, ou seja, as

informações relatadas devem ser apresentadas de modo que permita aos stakeholders analisar

mudanças no desempenho da organização ao longo do tempo e subsidiar análises relacionadas

a outras organizações;

Page 65: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

64

- Exatidão – as informações relatadas devem ser suficientemente precisas e detalhadas

para que os stakeholders possam avaliar o desempenho da organização relatora;

- Temporalidade – para identificar tendências e resultados de forma expedita, entre

outras palavras, a organização deve publicar o relatório regularmente e disponibilizar as

informações a tempo para que os stakeholders tomem decisões fundamentadas;

- Verificável – fortalecer a credibilidade da informação reportada.

Os relatórios de sustentabilidade desenvolvidos pelas organizações baseados pelo GRI

devem conter os seguintes itens (SOUZA; LOPES, 2010; GRI, 2013):

- Perfil: informações que fornecem o contexto organizacional de modo geral para

promoção da compreensão do desempenho empresarial, onde se inclui estratégia, perfil e

governança;

- Informações sobre a forma de gestão: informações que visam demonstrar o

contexto no qual deve ser interpretado o desempenho da organização numa determinada área;

- Indicadores de desempenho: dados sobre o desempenho econômico, ambiental e

social da organização que cumprem o princípio da comparabilidade.

Segundo as autoras Sehnem, Lukas e Marques (2015), a elaboração de um relatório de

sustentabilidade, como é o caso dos modelos GRI, decorre de um processo de engajamento de

stakeholders adotados pela organização em suas atividades correntes, onde é imprescindível a

documentação dos processos e da abordagem adotada no processo de tomada de decisões.

Para tanto, é fundamental que haja recursos humanos capacitados e disponíveis para

desenvolver tais ações. O engajamento com os stakeholders para buscar a conformidade de

normas internacionalmente conhecidas e para informar processos organizacionais, e

comerciais é de suma importância. Tal ato pode ser adotado também para informar o processo

de elaboração do relatório de sustentabilidade.

Por fim, conforme Mazon (2007, p. 52), a sociedade está diante do emergir de uma

nova era em responsabilização e relatórios corporativos com a utilização desse arcabouço que

permite avaliar o seu desempenho econômico, social e ambiental – as três dimensões da

sustentabilidade (ELKINGTON, 1997, 2001). O sucesso e aceitação mundial do GRI estão no

seu processo de geração, validação e legitimação dos indicadores a partir de um consenso

mundial com os mais diversos stakeholders (MAZON, 2007, p. 52).

- Balanço Social

Outro instrumento de gestão baseado em relatórios é o Balanço Social (BS), um

demonstrativo numérico que busca relatar as atividades sociais da organização.

Nacionalmente, um modelo amplamente utilizado no âmbito corporativo foi criado em 1997

Page 66: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

65

pelo Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE), uma instituição de

utilidade pública federal sem fins lucrativos, cuja missão é a construção da democracia,

combatendo desigualdades e estimulando a participação cidadã. De preenchimento voluntário,

o IBASE confere às empresas que produzem seus Balanços Sociais segundo seus parâmetros,

o Selo Balanço Social Ibase. O demonstrativo é constituído na forma de tabela, composto por

informações sobre projetos, benefícios e ações sociais dirigidas aos diversos usuários, como

colaboradores, investidores, acionistas e comunidade (CAMPOS, 2005; MAZON, 2007;

ALIGLERI, 2011; IBASE, 2014).

- Indicadores Ethos de Responsabilidade Social

O Instituto Ethos de Responsabilidade Social é uma organização sem fins lucrativos,

cuja fundação é datada de 1998 e desenvolveu, colocando à disposição da sociedade

indicadores voltados para responsabilidade social, prestando meios e informações para

elaboração de um BS. Tais indicadores, que abrangem os temas valores, transparência e

governança, público interno, meio ambiente, fornecedores, consumidores e clientes,

comunidade e governo e sociedade, constituem ferramentas internas que possibilitam

diagnóstico e avaliação de sua gestão a respeito da incorporação da responsabilidade social. A

missão do Instituto Ethos está pautada em mobilizar, sensibilizar e auxiliar as empresas a

gerirem seus negócios de forma socialmente responsáveis, formando parcerias na construção

de uma sociedade mais sustentável e justa. (CAMPOS, 2005; MAZON, 2007; ALIGLERI,

2011; ETHOS, 2014).

O Instituto Ethos (2014) busca disseminar a prática da responsabilidade social

empresarial, ajudando as organizações a:

- Compreender e incorporar de forma progressiva o conceito do comportamento

empresarial socialmente responsável;

- Implementar políticas e práticas que atendam a elevados critérios éticos,

contribuindo para o alcance do sucesso econômico sustentável em longo prazo;

- Assumir suas responsabilidades com todos aqueles que são atingidos por suas

atividades;

- Demonstrar a seus acionistas a relevância de um comportamento socialmente

responsável para o retorno em longo prazo sobre seus investimentos;

- Identificar formas inovadoras e eficazes de atuar em parceria com as comunidades na

construção do bem-estar comum;

- Prosperar, contribuindo para um desenvolvimento social, econômica e

ambientalmente sustentável.

Page 67: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

66

- Indicadores de Sustentabilidade Empresarial

Criado em 2005, os Indicadores de Sustentabilidade Empresarial – ISE, afere o

desempenho de empresas com ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo –

BOVESPA, por meio de um questionário baseado nos conceitos do “triple bottom line”. O

documento é dividido em seis dimensões, contendo questões específicas dependendo do setor

de cada organização. O objetivo do ISE é comparar o desempenho das empresas listadas na

BM&F BOVESPA. (MAZON, 2007; ALIGLERI, 2011).

- Ecological Footprint

A Ecological Footprint – EF ou “Pegada Ecológica” surgiu em 1996, através do

lançamento do livro “Our ecological footprint” de Wackernagel e Ress (1996) e visa medir

mais especificamente o uso da natureza pelas comunidades humanas. Este indicador funciona

como uma representação do espaço ecológico correspondente para sustentar um determinado

sistema ou unidade. (VAN BELLEN, 2006; VEIGA, 2010, 2013; CARVALHO, 2012).

Segundo Veiga (2010, p. 181-182), “partindo da constatação de que a área produtiva

disponível a cada habitante do planeta não chega a 2 hectares (1,86 ha), essa ONG

Californiana mostrou que cada habitante dos EUA já usa mais do que o quíntuplo (9,71 ha)”.

Souza (2011, p. 28-35) informa que este indicador permite identificar as relações de

dependência entre a ação antrópica e os recursos naturais necessários para sua manutenção.

Esclarece ainda que trata de uma avaliação e análise do impacto das ações humanas no âmbito

nacional, regional e per capita em relação às capacidades de carga dos ecossistemas (Adriana,

2011). A este fenômeno de capacidade dos ecossistemas frente à ação do homem, Almeida

(2003) alude sobre a “resiliência” e Veiga (2013, p. 85-87) cita a “biocapacidade”. O primeiro

conceito está atrelado à capacidade de um sistema de resistir a impactos enquanto que o

segundo diz respeito à “capacidade dos ecossistemas de produzir materiais biológicos úteis e

absorver rejeitos gerados pelas populações humanas, de acordo com os atuais padrões

tecnológicos e de manejo”.

A Pegada Ecológica é representada a um equivalente em área, expresso em hectares

globais (hag) e visa indicar a área da biosfera necessária para suportar determinada demanda

provocada pelo consumo humano.

O Relatório Planeta Vivo (The Living Planet Report, 2014), lançado em 30 de

setembro de 2014, mostra que a demanda da humanidade no planeta é 50% (cinquenta por

cento) maior do que o que a natureza pode renovar, colocando em risco o bem-estar dos seres

humanos, bem como as populações de mamíferos, aves, répteis, anfíbios e peixe.

Page 68: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

67

A Pegada Ecológica da humanidade mais do que dobrou desde 1961, de acordo com o

Relatório Planeta Vivo (The Living Planet Report). Ao mesmo tempo, as populações de

animais selvagens vertebrados diminuíram, em média, por mais da metade em apenas quatro

décadas, medida pelo Índice Planeta Vivo.

Levaria 1,5 planetas Terra para produzir os recursos necessários para apoiar a pegada

ecológica da humanidade atual. Este excedente global significa, por exemplo, que o homem

está cortando madeira de forma mais rápida do que as árvores crescem e liberando CO2 mais

rápido do que a natureza pode sequestrá-lo.

Segundo a Global Footprint Network (GFN, 2014), o crescimento na Pegada

Ecológica é largamente atribuível à pegada de carbono, o que aumentou a compreender 53%

(cinquenta e três por cento) da Pegada em 2010, contra 36% (trinta e seis por cento), em 1961.

As emissões de carbono (em particular) e demanda de alimentos são os principais motores da

Pegada escalada. Além disso, dentre os anos 1961-2010, a população humana global

aumentou de 3.100 a 6.900 milhões, e da Pegada Ecológica per capita aumentou 2,5-2,6

hectares globais. A Figura 5 exibe a “biocapacidade” média mundial por países. Salienta-se

que foram considerados todos os países com populações maiores a 1 milhão de pessoas. Na

figura o Brasil aparece na 53ª posição no ranking dos países com maior Pegada Ecológica per

capita hectares globais exigidos por pessoa, em média 3 hag, enquanto que a biocapacidade

média mundial por pessoa foi de 1,7 hag em 2010 (Global Footprint Network, 2014).

Page 69: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

68

Figura 5 – Pegada Ecológica por país (hectares globais exigidos por pessoa)

Fonte: Global Footprint Network (2014).

Page 70: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

69

- Dashboard of Sustainability

As primeiras pesquisas sobre o Dashboard of Sustainability datam da segunda metade

da década de 1990, com intuito de formular uma ferramenta robusta de indicadores de

sustentabilidade que fosse aceita internacionalmente. Num esforço de várias instituições, a

pesquisa foi liderada pelo Consultative Group on Sustainable Development Indicators,

CGSDI, criado em 2006, com a missão de promover cooperação, coordenação e estratégias

entre indivíduos e instituições-chave que atuam no desenvolvimento e utilização de

indicadores de desenvolvimento sustentável. Após debates, reuniões e conferências, o CGSDI

criou um sistema conceitual agregado que fornecia informações a respeito do caminho do

desenvolvimento e do grau de sustentabilidade; sistema este denominado Compasso of

Sustainability, Compasso da Sustentabilidade, em 1998. Logo após, No ano seguinte, o grupo

criou um modelo denominado Dashboard of Sustainability, que significa Painel de

Sustentabilidade. Painel (dashboard) porque faz alusão ao conjunto de instrumentos de

controle situado abaixo do para-brisa de um automóvel, uma espécie de metáfora para avaliar

o grau e a direção do objeto de estudo (país, região ou qualquer outra unidade de interesse

como municípios, organizações) em relação à sustentabilidade. Uma das primeiras versões do

Dashboard of Sustainability, em 2000, foi construída através de um painel visual de três

displays que correspondem a três grupos ou blocos (clusters) que visam mensurar a

performance econômica, social e ambiental do objeto de estudo e é apresentada na Figura 6

(VAN BELLEN, 2004; SOUZA; CRUZ; RIBEIRO, 2006; CAMPOS; RIBEIRO, 2007;

SOUZA, 2011).

Segundo Van Bellen (2004), o Dashboard of Sustainability foi formulado a partir da

visão holística com uma abordagem relacionada à teoria dos sistemas, em que os indicadores

de sustentabilidade referem-se à combinação das tendências ambientais, econômicas e sociais.

Estes sistemas permitem exibir a interação destas três dimensões. Neste sentido, é uma

ferramenta de comunicação, que pode servir como importante guia para os tomadores de

decisão e para o público em geral, empregando meios visuais de apresentação para mostrar as

dimensões primárias da sustentabilidade, fornecendo informações quantitativas e qualitativas

sobre o progresso em direção à sustentabilidade. Uma representação mais recente do

Dashboard of Sustainability é exibida através da Figura 7.

Page 71: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

70

Figura 6 – O Dashboard of Sustainability, no ano 2000.

Fonte: Van Bellen (2004, p. 76).

Os indicadores dentro dos escopos ou dimensões da sustentabilidade propostos pelo

sistema, possuem o mesmo peso. Ou seja, não existe, dentro das dimensões analisadas, um

indicador que se sobressaia ao outro em relação ao peso, apesar do Software do Dashboard of

Sustainability permita que se atribua pesos diferentes para cada dimensão. Tais indicadores

podem ser avaliados segundo sua importância e performance. O primeiro se revela pelo

tamanho que este assume frente aos outros na representação visual do sistema correspondente.

O segundo, por sua vez, é mensurado através de uma escala de cores que varia do verde,

amarelo até o vermelho. Estas cores são definidas para cada indicador a partir da regressão

linear simples dos dados entre dois valores extremos, onde o valor maior recebe 1000 (mil)

pontos e o valor menor recebe pontuação 0 (zero). O verde representa um desempenho tido

como “excelente”, o amarelo “médio” e o vermelho representa uma performance “crítica”.

Segundo a classificação da performance das variáveis do Dashboard of Sustainability,

apresentam-se nove gradações dessas cores. O agrupamento dos indicadores dentro de cada

um dos escopos fornece a resultante ou o índice relativo desta dimensão (VAN BELLEN,

2004; CARVALHO, 2012; HOLZBACH, 2012; MANUAL DASHBOARD OF

SUSTAINABILITY, CGSDI, 2015).

Page 72: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

71

Figura 7 – Versão recente da representação do Dashboard of Sustainability.

Fonte: Manual Dashboard of Sustainability Consultative Group on Sustainable Development Indicators (CGSDI,

2015).

Van Ballen (2006, p. 135) apresenta os principais indicadores de fluxo e de estoque

para cada dimensão do Dashboard of Sustainability, conforme demonstrado no Quadro 6.

Quadro 6 – Indicadores de fluxo e de estoque do Dashboard of Sustainability

Dimensão Indicador

Ecológica

- Mudança climática;

- Depleção da camada de ozônio;

- Qualidade do ar;

- Agricultura;

- Florestas;

- Desertificação;

- Urbanização;

- Zona costeira;

- Pesca;

- Quantidade de água;

- Ecossistema;

- Espécies.

Social

- Índice de pobreza;

- Igualdade de gênero;

- Padrão nutricional;

- Saúde;

- Mortalidade;

- Condições sanitárias;

- Água potável;

Page 73: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

72

- Nível educacional;

- Alfabetização;

- Moradia;

- Violência;

- População.

Econômica

- Desempenho econômico;

- Comércio;

- Estado financeiro;

- Consumo de materiais;

- Consumo de energia;

- Geração e gestão do lixo;

- Transporte.

Institucional

- Implementação estratégica do desenvolvimento

sustentável;

- Cooperação internacional;

- Acesso à informação;

- Infraestrutura de comunicação;

- Ciência e tecnologia;

- Desastres naturais - preparo e resposta;

- Monitoramento do desenvolvimento sustentável.

Fonte: Van Bellen (2006, p. 135).

Segundo Van Bellen (2004, 2006), Souza, Cruz, Ribeiro (2006), Campos, Ribeiro

(2007), Souza (2011), Carvalho (2012) e Holzbach (2012) o sistema Dashboard of

Sustainability também apresenta algumas limitações, necessitando de melhorias. Uma delas é

de que os indicadores preliminares devem considerar grupo de indicadores reconhecidos

internacionalmente, para que a ferramenta se torne mais relevante e atrativa o suficiente para

os principais atores envolvidos com experiências de avaliação; indicadores esses relacionados

com o sugerido pela Comissão de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, que

abordam quatro dimensões: econômica, social, ecológica e institucional; o software deve ser

mais refinado e que permita a utilização de uma base ampliada de dados para tornar uma base

interativa possível

- Barometer of Sustainability

O Barometer of Sustainability (Barômetro de Sustentabilidade) foi desenvolvido como

um modelo sistêmico dirigido prioritariamente aos seus usuários, em especial às agências

governamentais e não governamentais, tomadores de decisão e pessoas envolvidas com

questões relativas ao desenvolvimento sustentável, com o objetivo de mensurar a

sustentabilidade. Esta ferramenta de avaliação foi formulada por especialistas e estudiosos

relacionados aos institutos The World Conservation Union, WCU e o The International

Development Research Centre, IDRC, tendo Prescott-Allen como um dos principais

pesquisadores envolvidos no desenvolvimento de tal sistema (VAN BELLEN, 2004, 2006;

SOUZA, 2011).

Page 74: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

73

O Barometer of Sustainability é uma metodologia que propõe avaliar e relatar o

progresso em direção a sociedades sustentáveis e que integra coerentemente, diversos

indicadores de cunho sociais e ambientais, fornecendo uma avaliação do estado das pessoas e

do meio ambiente por meio de uma escala de índices que varia de 0 (zero) a 100 (cem)

dividida em cinco setores a cada 20 pontos, sendo que cada setor corresponde a uma cor que

varia do vermelho até o verde, cuja classificação atribuída é avaliada como ruim, pobre,

média, razoável e boa para denominar, segundo orientação teórica, como: insustentável,

potencialmente insustentável, intermediário, potencialmente sustentável e sustentável. Os

índices relacionados são apresentados através de uma representação gráfica, como

demonstrado na Figura 8, para facilitar a compreensão e oferecer um panorama geral do

estado do meio ambiente e da sociedade (PRESCOTT-ALLEN, 2001; VAN BELLEN, 2004,

2006; SOUZA, 2011; CARVALHO, 2012; OLIVEIRA; OLIVEIRA; CARNIELLO, 2015).

Figura 8 – Barometer of Sustainability.

Fonte: Prescott-Allen (2001).

No Barometer of Sustainability a sustentabilidade é calculada com base nos valores

para os índices da ecosfera e o de bem-estar social, sendo possível acrescentar os subíndices

caso os mesmos existam. No primeiro aspecto, o de bem-estar social, se identifica tendências

da função ecológica no tempo, sendo relacionados os subaspectos água, terra, ar,

biodiversidade e utilização dos recursos. Já o aspecto bem estar social representa o nível de

Page 75: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

74

bem-estar da sociedade, sendo uma função do bem-estar individual, saúde, educação,

desemprego, pobreza, rendimentos, crime, bem como negócios e atividades humanas. A

condição gerada pelo Barometer of Sustainability é de que uma sociedade estará próxima da

sustentabilidade se sua condição de bem-estar for alta e o estresse sobre o sistema ecológico,

que é interpretado como oposto ao bem-estar ambiental, for baixa. (VAN BELLEN, 2004,

2006; SOUZA, 2011; OLIVEIRA; OLIVEIRA; CARNIELLO, 2015).

A ferramenta do barômetro utiliza dois subsistemas, o humano e o ambiental, dos

quais derivam cinco dimensões cada um, como demonstrado no Quadro 7, com objetivo de

formular um sistema para todas as avaliações.

Quadro 7 – Sistema comum de dimensões para construção do Barometer of Sustainability

Subsistemas Dimensões Questões

- Sociedade

- Sociedade e população

Saúde mental e física, doença,

mortalidade, fertilidade, mudança

populacional.

- Riqueza

Economia, sistema financeiro,

receita, pobreza, inflação,

emprego, comércio, bens materiais,

necessidades básicas de

alimentação, água e proteção.

- Conhecimento e cultura

Educação, pesquisa, conhecimento,

comunicação, sistema de crenças e

valores.

- Comunidade

Direitos e liberdades, governança,

instituições, lei, paz, crime,

ordenamento civil.

- Equidade

Distribuição de benefícios entre

raças, sexos, grupos étnicos e

outras divisões sociais.

- Ecossistema

- Terra

Diversidade e qualidade das áreas

de floresta, cultivo e outros

ecossistemas, incluindo

modificação, conversão e

degradação.

- Água

Diversidade e qualidade das águas

e ecossistemas marinhos, incluindo

modificação, poluição e

esgotamento.

- Ar Qualidade do ar interna e externa,

condição da atmosfera global.

- Espécies Espécies selvagens, população,

diversidade genética.

- Utilização de recursos

Energia, geração de dejetos,

reciclagem, pressão da agricultura,

pesca, mineração.

Fonte: Van Bellen (2006, p. 152).

Para Prescott-Allen (2001 apud VAN BELLEN, 2006, p. 143-146) muitos sistemas de

avaliação, em especial os de cunho econômico e social é comum à utilização de medidas por

Page 76: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

75

monetarização, sendo eficiente como denominador comum de medidas referentes ao comércio

e ao mercado, no entanto, compromete esta efetividade e eficiência quando utilizada para

aspectos não negociáveis dentro do mercado. Explica ainda que aspectos relativos à

sustentabilidade não têm preço, apesar da existência de métodos amplamente utilizados para

monetarização desses bens, os mesmos estão distantes de mensurar com efetividade estes

aspectos. Neste sentido, ratifica que o Barometer of Sustainability é a única escala de

performance projetada para medir o estado do meio ambiente e da sociedade juntos, sem

privilegiar nenhum dos eixos, onde alguns aspectos relevantes na utilização da ferramenta

merecem destaque, como: a) igualdade no tratamento entre pessoas e ecossistemas; b)

disponibilização de escala de cinco setores, onde os usuários podem controlar a escala pela

definição dos pontos extremos de cada setor e, c) facilidade de utilização, em vistas que a

conversão dos resultados dos indicadores em resultados dentro da escala envolverem cálculos

simples.

Segundo um dos mentores e estudiosos Barometer of Sustainability, deve-se

reconhecer a globalidade do homem e do meio ambiente como um todo, um sistema

interdependente. Utiliza da metáfora do ovo para explicar essa relação, comparando a

sociedade como a “gema” ou ao “embrião” que depende da “clara” (ecosfera) para

desenvolver, ou seja, assim como o embrião depende da clara para nutrí-lo, a sociedade

depende do ecossistema que a envolve e oferece mantimentos. Da mesma forma, um

ecossistema saudável não é compensatório se as pessoas que compõem a sociedade são

vítimas da fome, miséria, desemprego, violência, opressão. (PRESCOTT-ALLEN, 2001;

VAN BELLEN, 2006).

A vantagem da utilização da ferramenta está pautada na abordagem holística, em

conformidade com os preceitos do desenvolvimento sustentável, cuja abordagem é global de

um sistema complexo. O bem-estar social e do meio ambiente são encarados e combinados de

maneira adequada, procurando preservar as informações do processo, impedindo que o

declínio de um índice mascare o crescimento de outro. Em contraponto, as críticas ao

Barometer of Sustainability estão direcionadas à escala de performance considerada por

muitos autores como muito subjetivas. (VAN BELLEN, 2006).

Alguns estudos recentes sobre sustentabilidade e RSC, que versam sobre o uso de

indicadores são apresentados no Quadro 8. A pesquisa compreendeu publicações realizadas

entre os anos de 2012 e 2015 dispostas na base de dados Spell em periódicos nacionais

classificados, segundo o CAPES em A1, A2, B1 e B2, onde filtrou-se as palavras-chave

“indicadores de sustentabilidade” e “índice de desenvolvimento sustentável”. O objetivo de

Page 77: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

76

relacionar estes trabalhos esteve em identificar quais dos indicadores estão sendo mais

empregados nas pesquisas dentro do campo da Administração.

Quadro 8 – Estudos recentes sobre a sustentabilidade e RSC com uso de indicadores de sustentabilidade

Autores Ano Objetivo

Martins e Cândido 2012 Propor uma metodologia para construção e análise do Índice de

Desenvolvimento Sustentável para Municípios (IDSM), a partir da

coleta, tratamento e análise de indicadores de sustentabilidade.

Morisue, Ribeiro e

Penteado

2012 Verificar a evolução nos Relatórios de Sustentabilidade do grau de

aderência plena e do grau de evidenciação efetiva aos indicadores de

desempenhos econômico, ambiental e social estabelecidos no modelo

“G3” das Diretrizes para Elaboração de Relatórios de Sustentabilidade

da Global Reporting Initiative (GRI), de empresas brasileiras do setor

de energia elétrica, no período de 2006 a 2009.

Nogueira e Faria 2012 Identificar e analisar o nível de evidenciação dos indicadores essenciais

da Global Reporting Initiative (GRI) por parte dos maiores bancos

brasileiros, no intuito de observar se estes estão comprometidos,

efetivamente, com a sustentabilidade.

Andrade et al. 2013 Identificar variáveis que se apresentam como determinantes de adesão

de empresas brasileiras ao Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE)

da BM&FBOVESPA, e se tal adesão apresenta relação com o valor de

mercado das empresas.

Freitas et al. 2013 Comparar os indicadores ambientais utilizados pelas empresas

brasileiras com aqueles empregados pelas empresas espanholas, a partir

dos relatórios, segundo o modelo da Global Reporting Initiative (GRI),

divulgados nos respectivos websites institucionais a partir de 2010.

Lameira et al. 2013 Testar o possível relacionamento entre a participação no índice de

sustentabilidade da Bovespa, utilizada como proxy de melhores práticas

de sustentabilidade, e a concomitante prática de melhores regras de

sustentabilidade com os indicadores da qualidade da gestão dessas

companhias.

Mazzioni et al. 2013 Comparar o desempenho na geração e distribuição do valor adicionado

de empresas que integram o Índice de Sustentabilidade Empresarial e

das demais empresas listadas na BM&FBovespa.

Corrêa, Ribeiro e Soza 2014 Analisar o nível de transparência e confiabilidade das informações

sobre emissões de GEEs das empresas nacionais que declaram no nível

A+ da GRI.

Trigo, Lima e Oliveira 2014 Criar um Índice de Sustentabilidade Socioambiental no Ensino e testar

sua viabilidade ambiental, técnica e econômica em uma instituição de

ensino.

Camargo, Liboni e

Oliveira

2015 Propor indicadores que possibilitem fazer uma aproximação entre

envolvimento de colaboradores e gerenciamento de projetos ambientais

realizados nas organizações.

Oliveira, Oliveira e

Carniello

2015 Apresentar um estudo exploratório do nível de sustentabilidade para o

município de Taubaté a partir da aplicação do Barômetro da

Sustentabilidade com o uso de indicadores de conhecimento público.

Fonte: elaborado pelo autor (2015).

De acordo com o Quadro 8, percebe-se que os estudos nacionais recentes na área de

administração têm utilizado amplamente os indicadores, segundo as diretrizes GRI, versando

estudos de avaliação do grau de sustentabilidade em organizações, talvez por ser

internacionalmente reconhecida e pela considerável aceitação por organizações de grande

destaque, a exemplo da Petrobras, BM&FBOVESPA, Itaipu Binacional, European Nickel,

Page 78: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

77

Vale, Microsoft Corporation, Coca-Cola Hellenic, Royal Dutch Shell, entre outras. Outro

instrumento de gestão, o Barômetro de Sustentabilidade foi utilizado para avaliação regional.

Nota-se também que o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) e o Índice Dow Jones de

Sustentabilidade (DJSI) foram utilizados nos trabalhos, bem como nota-se o interesse na

construção de índices de sustentabilidade específicos para determinada demanda, como o

Índice de Desenvolvimento Sustentável para Municípios (IDSM), índice de sustentabilidade

socioambiental de ensino.

2.3 CARACTERIZAÇÃO DA INDÚSTRIA DE SHOPPING CENTER

A indústria de shopping centers no Brasil é responsável por 19% do varejo nacional e

por 2,7% do PIB. Esses números comprovam a importância do setor, que entre 2006 e 2008

cresceu 28%. Esses resultados são reflexos também de ações como os investimentos de

grupos internacionais no mercado nacional, abertura de capital na bolsa de valores e excelente

gestão de seus administradores (ABRASCE, 2013).

Em 2014, com mais 24 novos empreendimentos em operação e uma média de 431

milhões de visitantes mensais, a indústria de shopping centers no país registrou 10,1% de

crescimento nas vendas em comparação ao ano anterior, atingindo total de R$ 142,27 bilhões,

o que contribui para o bom desempenho do setor, que além da conveniência, oferece

comodidade e segurança aos frequentadores. Em 2013, o crescimento das vendas registradas

pela indústria nacional frente a 2012 foi de 8,6%, atingindo o patamar de R$ 129,2 bilhões

com média de público visitante mensal de 415 milhões. Para 2015, a expectativa do setor é de

8,5% de crescimento. (ABRASCE, 2015, 2014).

Tais dados comprovam que o crescimento denotado pela indústria de shopping centers

foi superior ao crescimento da economia brasileira. Segundo o Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística (IBGE, 2015), o Produto Interno Bruto (PIB), em 2014, manteve-se

praticamente estável, em relação a 2013, apresentando variação positiva de 0,1%. Já em 2013,

o crescimento frente 2012 foi de 2,7%. Por vez, o PIB per capita, em 2014, recuou 0,7%, em

termos reais, em comparação com 2013, após alcançar o patamar de R$ 27.229 (em valores

correntes). Em 2013 foi registrado crescimento de 1,8% do PIB per capita, em relação a 2012.

A Figura 9 demonstra a evolução do PIB e PIB per capita da economia brasileira nos últimos

14 anos.

Ainda, segundo a análise do IBGE (2015), o comércio, dentro das atividades que

compõem os Serviços, cujo grupo cresceu 0,7%, foi o item que sofreu queda, apresentando

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78

recuo de 1,8%, em 2014 frente a 2013. Os demais itens do grupo acumularam crescimento no

ano de 2014, destacando-se os serviços de informação (4,6%), atividades imobiliárias (3,3%),

transporte, armazenagem e correio (2,0%), administração, saúde e educação pública (0,5%),

intermediação financeira e seguros (0,4%) e outros serviços (0,1%).

Figura 9 – PIB e PIB per capita – Taxa (%) de crescimento anual

Fonte: IBGE (2015).

Segundo expectativas da Organization for Economic Cooperation and Development

(OECD, 2015), os preços baixos do petróleo e a flexibilização da política monetária têm

provocado aceleração modesta e recuperação global. O aumento da demanda doméstica tem

impulsionado o crescimento nos Estados Unidos que combinando com a apreciação do dólar

está agregando a demanda no resto do mundo. Segundo Catherine L. Mann, economista-chefe

da OECD, tal panorama global, tem levado a economia mundial a um ponto de “virada”, com

potencial para aceleração do crescimento, a qual tem sido necessária em muitos países. Para

tanto, segundo a economista, preciso é uma abordagem política mais equilibrada, fazendo uso

das reformas fiscais e estruturais para garantir o crescimento sustentável e as finanças

públicas a longo prazo.

Conforme demonstrada na Figura 10, segundo a projeção da OECD (2015), os Estados

Unidos deverão crescer 3,1%, em 2015 e 3,0% em 2016, enquanto que o Reino Unido deverá

crescer 2,6% em 2015 contra 2,5%, em 2016. O crescimento canadense está projetado em

Page 80: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

79

torno de 2,2%, em 2015 e 2,1% para 2016, enquanto que o Japão deverá crescer 1%, em 2015

e 1,4%, em 2016.

A zona do euro está projetada para crescer a uma taxa de 1,4%, em 2015, e um ritmo

de 2%, em 2016. As perspectivas de crescimento são muito diferentes entre as principais

economias da zona do euro. Alemanha deverá crescer 1,7%, em 2015 e 2,2%, em 2016, a

França de 1,1%, em 2015 e 1,7%, em 2016, enquanto a Itália vai ver uma taxa de crescimento

de 0,6%, em 2015 e 1,3%, em 2016 (OECD, 2015).

A China deve crescer cerca de 7% ao ano em 2015 e 2016, ambos. A Índia vai crescer

7,7% em 2015 e de 8% em 2016. É projetado para economia brasileira um decréscimo de

0,5% em 2015, antes de voltar a uma taxa de crescimento de 1,2%, em de 2016.

Figura 10 – Perspectivas de crescimento para as principais economias mundiais – Projeções reais do PIB,

variação % anual.

Fonte: OECD (2015).

Realizando comparação entre os dados divulgados pela ABRASCE (2015) sobre a

indústria de shopping centers versus os dados da economia brasileira e mundial, ratifica-se a

importância da indústria de shopping centers que apesar dos diversos noticiários econômicos

tem demonstrado cenário otimista e de crescimento.

E afinal, o que é um shopping center? – O conceito de shopping center, segundo a

Associação Brasileira de Shopping Centers (ABRASCE, 2014) é “empreendimentos com

Área Bruta Locável (ABL), normalmente, superior a 5 mil m², formados por diversas

Page 81: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

80

unidades comerciais, com administração única e centralizada, que pratica aluguel fixo e

percentual” e que geralmente venha dispor de estacionamento e lojas âncoras ou

características estruturais e mercadológicas especiais, que funcionem como “força de atração

e assegurem ao shopping center a permanente afluência e trânsito de consumidores essenciais

ao bom desempenho do empreendimento”.

Para Kotler e Armstrong (2003, p. 347), o shopping center é um grupo de negócios de

varejo planejado, desenvolvido, possuído e administrado como uma unidade. Segundo o ICSC

– International Council of Shopping Center (ICSC, 2012 apud COSTA, 2012), o shopping

center é um grupo de estabelecimentos empresariais unificados arquitetonicamente e

construídos em terreno planejado e desenvolvido, que deverá ser administrado como uma

unidade operacional, sendo o tamanho e tipo de lojas existentes relacionados diretamente com

a área de influência empresarial a que essa unidade serve. Deverá também oferecer

estacionamento compatível com todas as lojas existentes no projeto.

Segundo a classificação ABRASCE (2014), representada no Quadro 9, os shopping

centers são classificados em:

(a) vizinhança, reúne lojas de conveniência e é ancorado por um supermercado,

caracterizando-se por um conjunto de lojas adjacentes e de segmentos variados, instalados em

vias de grande movimento, costumam ser abrigados a uma área bruta locável de 3 mil a 9 mil

metros quadrados;

(b) comunitário, vende mercadorias de todos os tipos e é ancorado por lojas de

departamentos, lojas de descontos, supermercados ou hipermercados, sua ABL pode variar de

9 mil a 27 mil metros quadrados;

(c) regional, também vende mercadorias de todos os tipos, mas tem cerca de 50% de

suas unidades de vendas alugadas a lojas satélites que exploram o segmento de vestuário, é

viável apenas em grandes cidades, pois é projetado com ABL superior a 27 mil metros

quadrados, além de caracterizar-se pela presença de várias lojas-âncora e amplas áreas de

praças de alimentação e de lazer;

(d) especializado, composto por lojas especializadas ou temáticas, como vestuário,

móveis e decorações, material esportivo, entre outros, geralmente não tem loja âncora e é

direcionado para as classes A e B;

(e) outlet center, composto por lojas de fábrica e de descontos que oferecem preços

mais baixos, por conta de menor custo de construção, suas âncoras são grandes lojas de

fábricas, é um negócio viável em cidades com mais de trezentos mil habitantes e deve estar

direcionado para as classes B e C;

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81

(f) festival mall ou festival center, comporta apenas lojas dedicadas ao lazer (cinema,

teatros, boliches e outras diversões) e à cultura, além de restaurantes, viável apenas em

grandes cidades, instalados em áreas turísticas, dirigido às classes A e B.

Quadro 9 – Classificação de shopping center por tipo de empreendimento

Tipo Porte ABL

Tradicional

Mega Acima de 60.000 m²

Regional De 30.000 a 59.999 m²

Médios De 20.000 a 29.999 m²

Pequenos Até 19.999 m²

Especializado

Podem ser do tipo Outlet, Life Stile

ou Temáticos

Grandes Acima de 20.000 m²

Médios De 10.000 a 19.999 m²

Pequenos Até 9.999 m²

Fonte: ABRASCE (2014)

Os primeiros shopping centers foram registrados nos Estados Unidos, no século XIX,

no contexto do Pós-Guerra, em meio ao crescimento econômico e ao processo de

planejamento da “metropolização” de grandes cidades. Tais empreendimentos surgem como

“projeto de tornarem-se remédios para os males urbanos, preenchendo o vazio existencial na

vida que restou após a guerra” (PADILHA, 2003).

A modernização do comércio varejista do século XIX, notadamente nos Estados

Unidos, com a representação das lojas gerais (armazéns) – diversificadas e com complexo mix

de produtos de vestuários e alimentícios – e lojas de departamento que para a época constituía

em negócios inovadores (OSLO MANUAL, 2005), contribuiu para a formulação do que se

conhece como shopping center (PADILHA, 2003, 2006). Os primeiros empreendimentos

ofereciam apenas bens e entretenimento. O investidor Gerald Hines foi responsável pela

introdução dos serviços em shopping centers (PADILHA, 2003; PINTO, 2008). Hoje há uma

gama de serviços explorados, compondo o tenant mix desses empreendimentos: agências

bancárias, academias de ginástica, clínicas, imobiliárias, bibliotecas, templos religiosos,

escolas, instituições de educação superior etc.

Segundo Padilha (2006, p. 57) foi Victor Gruen, arquiteto austríaco o criador do

moderno shopping center com a tentativa de recriar uma cidade européia na América, tendo

as galerias de Milão e Nápoles como a sua fonte de inspiração.

O primeiro shopping center, no Brasil foi inaugurado em 1966. É o Shopping Center

Iguatemi de São Paulo, voltado para o público de maior poder aquisitivo do país, naquela

época. Em 1971, seguiram-se o Conjunto Nacional de Brasília, o Com Tour de Londrina, em

1973, o Matarazzo de São Paulo, em 1975, mesmo ano que surge o Iguatemi Bahia, em

Salvador (PINTO, 2008).

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82

Em 2014, o Brasil registrou 520 (quinhentos e vinte) shopping centers, número que

representa 48,15%, em comparação com o número de empreendimentos em operação, em

2006. Além disso, a indústria que passara de 7,492 (sete vírgula quatrocentos e noventa e

dois) milhões de metros quadrados de ABL, em 2006, para 13,846 (treze vírgula oitocentos e

quarenta e seis) milhões de metros quadrados de ABL é responsável por gerar 978.963

(novecentos e setenta e oito mil, novecentos e sessenta e três) empregos e registrar

faturamento de 142,3 (cento e quarenta e dois vírgula três) bilhões de reais, o correspondente

ao crescimento de 184,60%, denotando considerável evolução e significância sob o aspecto

econômico no país (ABRASCE, 2015). Estes dados são representados na Tabela 1.

Tabela 1 – Evolução da indústria de shopping centers no Brasil

Ano Nº de

shoppings

ABL

(milhões de

m²)

Lojas

Faturamento

(em bilhões de

reais/ano)

Empregos

Tráfego de

pessoas

(milhões

visitas / mês)

2006 351 7,492 56.487 50 524.090 203

2007 363 8,253 62.086 58 629.700 305

2008 376 8,645 65.500 64,6 700.650 325

2009 392 9,081 70.500 74 707.166 328

2010 408 9,512 73.775 91 720.641 329

2011 430 10,344 80.192 108,2 775.383 376

2012 457 11,403 83.631 119,4 877.000 398

2013 495 12,940 86.271 129,2 843.254 415

2014 520 13,846 95,242 142,3 978.963 431

(1) Novo critério: A série inclui apenas shoppings já inaugurados;

(2) Os dados referentes a Número de Lojas, Salas de Cinema e Empregos foram calculados com base em uma

amostra de shoppings e não terão atualização mensal;

(3) Alguns dados referentes a 2009 foram revistos com base nos resultados do Censo do Setor, da Price Waterhouse Coopers.

Fonte: ABRASCE (2015)

Em termos de faturamento, a indústria brasileira de shopping center cresceu 184% de

2006 para 2014, passando de 50 (cinquenta) bilhões de reais para mais de 142 (cento e

quarenta e dois) bilhões de reais anual, além de representar participação de 19% das vendas

em relação ao varejo nacional, em 2012, como aponta a Tabela 1. Tal crescimento esteve

atrelado à potencialidade do setor, mesmo em períodos de crise internacional e a grandes

investimentos internos e externos à indústria, inclusive com o lançamento em bolsa de valores

das ações de algumas das maiores empresas do ramo de shopping centers, atraindo empresas e

grupos internacionais com participações como sócios empreendedores, culminando em grande

número de inaugurações de empreendimentos durante o período apontado (SILVA, 2011;

COSTA, 2012; ABRASCE, 2015). A Figura 11 demonstra a evolução do faturamento da

indústria de shopping centers nacional entre os anos de 2006 e 2014.

Page 84: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

83

Figura 11 – Evolução do faturamento registrado pelos shopping centers no Brasil (em bilhões de reais)

Fonte: ABRASCE (2015)

A indústria de shopping centers vem empregando um número cada vez maior de

brasileiros. Em 2014 foram preenchidos 978.963 (novecentos e setenta e oito mil, novecentos

e sessenta e três) postos de trabalho, o que representou aumento de 86,79% quando

comparado com os dados apresentados em 2006 quando a indústria empregou 524.090

(quinhentos e vinte e quatro mil e noventa) pessoas, como mostra a Figura 12 (ABRASCE,

2015).

Figura 12 – Evolução do número de empregos gerados pelos shopping centers no Brasil (em milhares)

Fonte: ABRASCE (2015)

Page 85: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

84

Em termos de representação de Área Bruta Locável, a indústria nacional tem

apresentado crescimento acentuado. É 84,81 (oitenta e quatro vírgula oitenta e um) o

percentual de acréscimo de ABL entre os anos de 2006 quando apontava 7.492.000 (sete

milhões quatrocentos e noventa e dois mil) m² e 2014 que registrou 13.846.000 (treze milhões

oitocentos e quarenta e seis mil) m², como representa graficamente a Figura 13 (ABRASCE,

2015).

Figura 13 – Evolução da ABL em shopping centers no Brasil (em milhões m²)

Fonte: ABRASCE (2015)

Segundo a ABRASCE (2015), o total de ABL em março de 2015 já ultrapassa

13.889.000 (treze milhões e oitocentos e oitenta e nove mil) m² no Brasil nos 522 (quinhentos

e vinte e dois) shopping centers em operação, gerando mais de 978.963 (novecentos e setenta

e oito mil, novecentos e sessenta e três) empregos. Até o final de 2015, a ABRASCE estima

que o número de inaugurações seja 24, passando a ser 546 (quinhentos e quarenta e seis)

shopping centers, como demonstra a Tabela 2. Dos empreendimentos previstos para

inaugurar, 16 são em cidades que não são capitais. Para o ano de 2015, 12 cidades receberão

seu primeiro shopping, de forma que, até o fim do ano, 58% dos empreendimentos estarão

concentrados fora das capitais. Dos atuais 522 shoppings, 18% contam com projetos de

expansão. A estimativa de investimento total nesses projetos, incluindo novos shoppings e

expansões é de cerca R$ 16 bilhões, sendo que 48% estarão concentrados na região Sudeste.

Page 86: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

85

O Nordeste ocupa o segundo lugar, com 24% desses investimentos, seguido pelas regiões

Norte (16%), Sul (7%) e Centro-Oeste (5%).

Tabela 2 – Dados da indústria nacional de shopping centers

Brasil – Março/2015

Número Total de Shoppings............................................................................................................ 522

A inaugurar em 2015 (¹).................................................................................................................. 24

Número Previsto para Dez. 2015..................................................................................................... 546

Área Bruta Locável (Em milhões de m²)......................................................................................... 13,889

Área Construída (Em milhões de m²).............................................................................................. 33,23

Vagas para Carros............................................................................................................................ 823.224

Lojas Total............................................................................................................................. .......... 95.242

Lojas Âncoras.................................................................................................................................. 2.857

Megalojas......................................................................................................................................... 1.905

Lojas Satélites.................................................................................................................................. 70.479

Lazer................................................................................................................................................ 952

Alimentação.................................................................................................................. ................... 12.381

Lojas de Serviços............................................................................................................................. 6.667

Salas de Cinema............................................................................................................................... 2.488

Empregos Gerados ......................................................................................................................... 978.963

Brasil – Dezembro/2014

Faturamento Estimado 2014 (Em R$ bilhões) ............................................................................... 142,28

Vendas em Relação ao Varejo Nacional em 2014 (²)..................................................................... 19%

Tráfego de Pessoas (milhões por mês) .......................................................................................... 430.501

(1) Número Previsto de Inaugurações;

(2) Exclui vendas de combustíveis e GLP: Critério: Consideram-se aqui shoppings com lojas locadas, lojas

âncoras e vagas de estacionamento, com área igual ou superior a 5.000m². A informação sobre faturamento é

estimada e pode ser alterada.

Fonte: ABRASCE (2015).

Em termos de número de empreendimentos, como exibe a Tabela 3, a região sudeste

desponta as demais regiões, concentrando 55,5% de shopping centers. Em seguida aparece a

região sul, com 17,5% e a nordeste com 13,7% (ABRASCE, 2014).

Tabela 3 – Participação de shopping centers no Brasil por região

Região Nº de shopping centers Percentual de Participação ABL

Norte 25 4,8% 647.752

Nordeste 74 14,2% 2.243.358

Centro-Oeste 47 9,0% 1.124.584

Sudeste 287 55,0% 7.976.884

Sul 89 17,0% 1.896.396

Total 522 100% 13.888.975

Fonte: ABRASCE (2015)

Como ilustra o Tabela 4, São Paulo é o Estado brasileiro que ocupa a primeira posição

no ranking por concentrar o maior número de shopping centers; são 172 (cento e setenta e

dois) em operação, em março de 2015 e até o final do ano o Estado contará com 179 (sento e

setenta e nove). Atrás de São Paulo, encontram-se os Estados de Rio de Janeiro, com 64

(sessenta e quatro), Minas Gerais, com 43 (quarenta e três), Rio Grande do Sul, com 37 (trinta

Page 87: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

86

e sete) e Paraná, com 31 (trinta e um). Juntos, estes Estados representam 65,23% do total

destes empreendimentos (ABRASCE, 2015).

Tabela 4 – Número de shopping centers no Brasil por Estado e Distrito Federal

Estados N° de shoppings em

operação (mar/15)

N° de shoppings

estimado para o final de

2015

ABL total em operação

SP 172 179 5.057.394

RJ 64 64 1.638.303

MG 43 47 1.005.937

RS 37 38 708.864

PR 31 31 695.825

SC 21 21 491.707

DF 17 18 400.495

BA 19 21 521.181

CE 16 17 455.002

GO 20 21 456.682

PE 14 15 495.999

AM 10 10 258.151

RN 7 7 160.695

MT 5 6 119.254

PB 5 5 157.210

MS 5 5 148.153

PA 7 9 203.673

ES 8 8 275.250

AL 4 4 150.021

PI 2 3 39.023

SE 3 3 117.645

TO 2 2 39.842

MA 4 6 146.582

RO 1 1 44.000

AC 1 1 28.346

AP 2 2 38.941

RR 2 2 34.800

TOTAL 532 546 13. 888.975

Fonte: ABRASCE (2015).

Das capitais brasileiras, São Paulo possui a maior concentração; são 53 shopping

centers em operação, em março de 2015, distribuídos em 2.004.657 m² (dois milhões, quatro

mil e seiscentos e cinquenta e sete metros quadrados) de área bruta locável. A estimativa até o

final do ano é que esse número seja 56 empreendimentos. Depois de São Paulo, as capitais

que mais abrigam esses empreendimentos em operação, são respectivamente: Rio de Janeiro

(37), Belo Horizonte (22), Salvador (17) e Porto Alegre (16), como demonstra a Tabela 5.

Juntas, estas cidades, representam 56,4% do total desses empreendimentos nas capitais

brasileiras e somam 4.419.413 m² (quatro milhões, quatrocentos e dezenove mil, quatrocentos

e treze metros quadrados) de área bruta locável.

Page 88: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

87

Tabela 5 – Número de shopping centers nas capitais brasileiras e Distrito Federal

Cidades N° de shoppings em

operação (mar/15)

N° de shoppings

estimado para o final de

2015

ABL total em operação

São Paulo 53 56 2.004.657

Rio de Janeiro 37 38 1.163.343

Belo Horizonte 22 22 477.455

Porto Alegre 16 16 373.463

Brasília 14 14 302.967

Curitiba 3 3 78.153

Salvador 17 18 400.495

Fortaleza 13 14 424.194

Goiânia 12 13 373.001

Manaus 11 12 271.542

Natal 7 7 290.223

Recife 10 10 258.151

Cuiabá 6 6 139.331

São luís 4 4 101.254

Belém 4 4 135.450

Florianópolis 4 4 146.582

Campo Grande 4 5 153.869

João Pessoa 2 2 47.304

Palmas 3 3 119.203

Vitória 1 2 29.801

Aracajú 2 2 90.645

Maceió 2 2 39.842

Teresina 4 5 146.582

Porto velho 1 1 44.000

Rio Branco 1 1 28.346

Macapá 2 2 38.941

Boa Vista 2 2 34.800

Total 257 267 7.695.163

Fonte: ABRASCE (2015).

Diante do que foi apresentado não há dúvidas de que a indústria de shopping centers

no Brasil tem crescido acentuadamente. Em 2014, a indústria apresentou faturamento de R$

142 bilhões, representando um crescimento de 10,1%, em comparação com 2013 e uma

evolução de 184%, em relação a 2006, desempenho superior que o apresentado pela economia

nacional que foi de 0,1%, em 2014 frente a 2013, onde o setor de comércio, atividade do

grupo de serviços, apontou decréscimo na ordem de 1,8%, para mesmo período. A expectativa

para 2015 é que a indústria cresça 8,5%, enquanto que a projeção para o país seja de recessão

econômica na ordem de 0,5%. A indústria de shoppings empregou mais de 978 (novecentos e

setenta e oito) mil pessoas, em 2014, contra mais de 843 (oitocentos e quarenta e três) mil

pessoas, em 2013, ou seja, gerando 16% de novas vagas de emprego. A indústria ainda é

responsável por 19% do varejo nacional e por 2,7% do PIB, o que denota que tornou-se uma

grande propulsora de desenvolvimento econômico, promovendo o crescimento urbano,

valorização imobiliária, aprimoramento do comércio local e, consequentemente, geração de

empregos. (SILVA, 2011; COSTA, 2012; ABRASCE, 2015; IBGE, 2015; OECD, 2015).

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88

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Segundo Silva (2011), a metodologia constitui o caminho necessário e imprescindível

do qual o pesquisador se utiliza para chegar a um resultado satisfatório, representando a arte

de conduzir uma investigação científica pela busca de uma verdade, consubstanciando-se

numa estrutura para a realização do estudo, pois ela “detalha os procedimentos necessários

para a obtenção das informações indispensáveis para estruturar e resolver o problema de

pesquisa” (GIL, 1999, p. 47).

Esta pesquisa se classifica quanto à abordagem como qualitativa com estudo de multi

casos, fazendo uso de técnicas de coleta de dados qualiquantitativas. Quanto aos objetivos

constitui numa pesquisa descritiva, por procurar a descrição das características de

determinada população, fenômeno e o estabelecimento de relação entre variáveis, fazendo uso

dos procedimentos de coletas de dados tanto de questionários quanto de entrevistas

semiestruturadas e acesso a documentos (HAIR JR et al., 2005; GIL, 2009).

Trata de uma pesquisa transversal, cujo método será um survey, cuja coleta de dados

aconteceu no período de setembro 2014 e junho do ano de 2015. A população estudada foi a

rede de shopping centers administrados pela Alfa Administração de Shopping Centers e pelos

empreendimentos com participação societária do investidor Beta Investimentos, um fundo de

previdência privada pertencente a um banco misto. Também participaram da pesquisa mais

sete shoppings pertencentes a outras redes e grupo de investidores distintos.

A seleção ocorreu por conta do fácil acesso aos gestores, bem como o acesso ao

acervo documental (dados dos empreendimentos administrados) e pelo fato da rede

administrada pela Alfa Administração abranger 35 (trinta e cinco) shopping centers, presentes

em todos os Estados brasileiros. Este número a consolida como a maior administradora

independente do país dentro da indústria de shopping centers. Esses números representam um

patrimônio de mais de R$ 4,4 (quatro vírgula quatro) bilhões administrados pela Alfa

Administração, assim como 1.793.372 (um milhão, setecentos e noventa e três mil, trezentos e

setenta e dois) metros quadrados de área construída, 775.868 (setecentos e setenta e cinco mil,

oitocentos e sessenta e oito) metros quadrados de ABL, mais de 5.000 (cinco mil) lojas,

R$4,22 (quatro vírgula vinte e dois) bilhões de vendas e cerca de 207 (duzentos e sete)

milhões de pessoas passaram pelos shopping centers administrados pela empresa, em 2014.

Sua estrutura organizacional é formada pela Diretoria Geral, Diretoria Financeira e Diretoria

de Recursos Humanos e coordenações regionais de administração, implantação, operações,

controladoria e de recursos humanos.

Page 90: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

89

Criada em 1904, a Beta Investimentos é o maior fundo de pensão da América Latina.

É uma entidade fechada de previdência e seus participantes são funcionários de um banco

misto brasileiro e empregados do quadro próprio. A Instituição trabalha para garantir a esses

participantes benefícios previdenciários complementares aos da Previdência Oficial, de forma

a contribuir para a qualidade de vida dos associados e de seus dependentes.

Os recursos da Beta Investimentos são provenientes, essencialmente, das contribuições

pessoais e patronais, além de outras contribuições especiais previstas no Estatuto ou em

instrumento específico. Estes recursos são investidos de maneira diversificada, de acordo com

a Política de Investimentos. Sua missão está voltada a garantir o pagamento de benefícios aos

associados de forma eficiente, segura e sustentável.

Em sua carteira de investimentos, encontra-se a participação em indústria de produtos

automotivos, complexo hoteleiro, companhia de cervejaria, indústria de produção de materiais

de fricção, rede varejista, investimentos imobiliários, prédios comerciais e shopping centers.

Destes últimos, em 2013, três shoppings da carteira da Beta Investimentos passaram por obras

de expansão. O Teta Shopping, no Rio de Janeiro, é um dos exemplos de empreendimentos

que sofreu ampliação. A unidade foi entregue em 2014, com mais 45 lojas e um

estacionamento subterrâneo com 4.200 m². Ressalta-se ainda que um dos shoppings da

carteira de imóveis da Beta Investimentos, o Iota Shopping, localizado em Salvador (BA),

recebeu o Prêmio de Ouro na categoria Design e Desenvolvimento por seu Projeto de

Expansão, concedido pelo Conselho Internacional de Shopping Centers.

Outros sete shoppings participantes da pesquisa pertencem a grupos distintos de

investidores e administradores. A Tabela 6 apresenta os respondentes de cada shopping.

Tabela 6 – População e amostra pesquisada

Shopping

Total de

unidades dessa

rede

Total de unidades

da rede que foram

pesquisados

Número de

sujeitos

entrevistados

Número de

sujeitos que

responderam o

questionário

Alfa Administração 35 25 14 88

Beta Investimentos 15 13 1 13

Fi Administração 9 1 1 1

Ômega Administração 7 1 1 1

K Investidor e

Supermercadista 7 1 1 1

Tau Shopping 1 1 1 1

Qui Administração 13 2 1 1

Total 87 44 20 106

Fonte: elaborado pelo autor (2015).

Page 91: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

90

Dessa forma, quanto ao método, utilizou-se um levantamento, vez que relaciona ao

questionamento ou estudo de indivíduos e o registro das informações coletadas que serviram

para análise. Realizadas entrevistas com informantes chaves e compilados as respostas dos

questionários, os dados foram alvos de análises e interpretações.

Referenciando a escolha pelo mercado de shopping centers como objeto de estudo, ela

está voltada pelo alto desempenho registrado pela indústria e a forte tendência desses

empreendimentos em cidades com mais de 150 (cento e cinquenta) mil habitantes. A indústria

é responsável por 19% do varejo nacional e por 2,7% do PIB. Resultados garantidos pelos

investimentos de grupos internacionais no mercado nacional, abertura de capital na bolsa de

valores e excelente gestão de seus administradores (ABRASCE, 2014).

A indústria de shopping centers está em plena expansão no país e, em 2013, atingiu

um recorde dos últimos 14 anos. Ao longo de 2013, foram 38 (trinta e oito) empreendimentos

inaugurados. Na mesma data a indústria registrou crescimento de 8,6% nas vendas, em

relação a 2012, superando a meta prevista que era de 8,3%. Já em 2014, o crescimento nas

vendas foi de 10,1%, em comparação com 2013. Esses números contribuem para o bom

desempenho do setor e ratifica o notável crescimento que a indústria está passando na última

década (ABRASCE, 2014, 2015).

A região Sudeste recebeu a maior quantidade de novos empreendimentos, seguida

pelas regiões Sul, Nordeste, Centro Oeste e Norte. Este número fica ainda mais expressivo se

comparado ao total de novos empreendimentos fora das capitais. Dos 38 (trinta e oito)

shoppings inaugurados em 2013 apenas 15 (39%) aconteceram nas capitais. Para 2015, são

previstos para inauguração 26 shoppings, sendo que desses, 67% acontecerão em cidades que

não são capitais. Tudo isso indica forte tendência na temática “interiorização de shopping

centers” (ABRASCE, 2014, 2015).

De perfis variados, a maior parte desses malls foi construída em municípios que

possuem entre 101 até 500 mil habitantes, e o tamanho médio destes empreendimentos é de

26.142 (vinte e seis mil cento e quarenta e dois) m² de ABL.

A pesquisa survey é caracterizada pelo questionamento da realidade, dos fenômenos e

da população estudada, cujo comportamento se quer conhecer (HAIR JR et al., 2005;

BEUREN et al., 2012). A Figura 14 apresenta o modelo esquemático do método.

A abordagem mista é utilizada no estudo, vez que os dados serão coletados munindo-

se de recursos tanto qualitativos quanto quantitativos. Dessa forma, o primeiro recurso tratará

das questões que envolvem indicadores, selecionados segundo os critérios e diretrizes do

Global Report Initiative (GRI) em sua quarta geração, a G4, procurando abordar os aspectos

Page 92: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

91

das categorias de contexto tratados de maneira ilustrativa no Quadro 5, onde se busca atender

os conteúdos gerais necessários para a opção “essencial” da G4, também baseados na

concepção do triple bottom line (ELKINGTON, 2001).

Dos aspectos qualitativos buscou-se abordar os seguintes temas: (a) estratégia e

análise; (b) perfil organizacional; (c) aspectos materiais identificados e limites; (d)

engajamento de stakeholders; (e) perfil do relatório; (f) governança e (g) ética e integridade.

Figura 14 – Modelo esquemático do método survey

Fonte: adaptado de Mello, s/d, p. 4;

Os dados quantitativos categorizados em indicadores, segundo a G4 do GRI, foram

ilustrados e dispostos na Figura 1 da seção 1.2 denominada modelo e/ou sistema de gestão

avaliada, do capítulo introdutório e dispostos na seção Apêndices B, C, D e E .

A seleção de uma abordagem mista tem o propósito de descrever a complexidade do

problema do trabalho científico, analisar a interação de certas variáveis, compreender e

classificar processos dinâmicos vividos por grupos sociais, contribuindo no processo de

mudança do grupo de organizações, objeto deste estudo e possibilitar, em maior nível de

profundidade, o entendimento e análise das particularidades do comportamento dos

indivíduos/organizações ao mesmo tempo em que far-se-á o emprego da quantificação tanto

nas modalidades de coleta de informações, quanto no tratamento delas, por meio de técnicas

Amostragem

Intencional

Coleta sistemática Única unidade de

tempo

Survey

Organizações

estudadas

Dados Entrevistas

Questionário

Análise documental

Page 93: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

92

de estatísticas, vez que também procura-se descobrir e classificar a relação entre variáveis e a

relação de causalidade entre fenômenos (BEUREN et al., 2012; RICHARDSON, 1999).

No Figura 15 é apresentado um esquema do roteiro metodológico do trabalho

científico proposto.

Figura 15 – Roteiro metodológico do estudo

Fonte: Elaborado pelo autor a partir de RICHARD JR (2006, p. 45).

Revisão Bibliográfica

(Fundamentação Teórica)

Revisão sobre as

perspectivas teóricas do

Desenvolvimento

Sustentável.

Revisão sobre

Responsabilidade Social

Corporativa, instrumentos de

gestão e indicadores de

sustentabilidade.

Revisão sobre a indústria

de shopping centers no

Brasil.

Caracterização das similaridades entre os temas:

DS, RSC, GRI.

ET

AP

A 1

Diagnóstico inicial e planejamento sobre implementação integrada do sistema de

gestão sustentável, a partir do modelo de relatório de sustentabilidade, segundo as

diretrizes do Global Reporting Initiative (GRI).

ET

AP

A 2

Elaboração de proposta para implementação dos requisitos do sistema de

gestão sustentável do relatório.

Sistematização e descrição do processo de implementação das normas e

procedimentos nos shopping centers estudados

ET

AP

A 3

Concepção do modelo para implementação de um sistema integrado de

gestão sustentável para a indústria de shopping centers.

ET

AP

A 4

Diagnóstico final e análise dos dados do relato sobre as práticas sustentáveis

dos shopping centers estudados e apresentação do

MISGS Shopping Centers.

Page 94: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

93

Inicialmente foi elaborada a fundamentação teórica do estudo, pautada no tema

desenvolvimento sustentável, Responsabilidade Social Corporativa, na qual tratou-se das

principais concepções teóricas, adentrando sobre alguns instrumentos e sistema de gestão,

além de tratar dos indicadores de sustentabilidade e diretrizes do Global Report Initiative

(GRI). A etapa seguinte esteve voltada ao diagnóstico das organizações, objeto do trabalho, no

sentido de realizar o planejamento da implementação integrada do sistema de gestão

sustentável a partir do relatório de sustentabilidade, segundo as diretrizes GRI G4. O próximo

passo constituiu na verificação da política das organizações frente aos requisitos básicos para

sua implementação. A etapa seguinte resume-se na proposição da implementação do modelo

e, por fim, no último passo foi realizado diagnóstico final e análise dos dados do relato sobre

as práticas sustentáveis dos shopping centers estudados, afim de possibilitar a proposição do

modelo, o MSIGS Shopping Centers e descrever as diretrizes para sua implementação.

A partir dos objetivos que se deseja alcançar é proposto o Quadro 10, o qual pretende

demonstrar a metodologia e as características do trabalho.

Quadro 10 – Metodologia e características do trabalho

Objetivos

específicos da

pesquisa

Fonte de coleta de

dados

Aspectos

abordados

Sistematização da

informação

Bases constitutivas

para análise

Identificar como os

shopping centers

incorporam a

sustentabilidade nos

seus processos de

gestão

Entrevista com

diretores e gestores;

Questionário com

os gestores e

colaboradores;

Análise documental

se houver registros.

Práticas de gestão

sustentável

Para as entrevistas

os quadros;

Para os

questionários

tabelas.

Aspectos

econômicos;

Aspectos sociais;

Aspectos

ambientais.

Elkington (2001)

Veiga (2006, 2010)

GRI (2013)

Verificar como

incorporar a

sustentabilidade

pautada nas

diretrizes da GRI,

na estratégia

corporativa, para

obter resultados que

configuram

benefício social e

vantagem

competitiva para os

shopping centers;

Entrevista com

diretores e gestores;

Questionário com

os gestores e

colaboradores;

Análise documental

se houver registros.

Práticas voltadas à

gestão sustentável,

Responsabilidade

Social Corporativa e

vantagem

competitiva

Para os

questionários

tabelas.

Aspectos

econômicos;

Aspectos sociais.

Schwartz; Carroll

(2003)

Freire (2009)

Aligleri (2011)

GRI (2013)

Silva (2014 b)

Analisar os fatores

relevantes que

afetam os

compromissos com

a sustentabilidade,

Entrevista com

diretores e gestores;

Questionário com

os gestores e

colaboradores;

Práticas de gestão

sustentável

Para os

questionários

tabelas.

Aspectos

econômicos;

Aspectos sociais;

Aspectos

ambientais

Page 95: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

94

segundo a visão dos

decisores nas áreas

estratégicas dos

shopping centers

brasileiros;

Análise documental

se houver registros.

Elkington (2001)

Hart (2004)

Sachs (2004)

Propor estratégias,

ferramentas e ações

voltadas à

implementação de

um sistema

integrado de gestão

sustentável, de

modo a facilitar à

sua implementação

e assegurar seu

controle por parte

dos gestores de

shopping centers.

Dados

bibliográficos e

interpretação do

resultado da

pesquisa

Práticas de gestão

sustentável, sistemas

de gestão,

ferramenta PDCA.

Tabelas e quadros

Aspectos

econômicos;

Aspectos sociais;

Aspectos

ambientais

Elkington (2001)

GRI (2013)

Fonte: elaborado pelo autor (2015).

Para análise dos dados foi utilizada a análise de conteúdo para tratar das variáveis

qualitativas, vez que foram coletados parcialmente os dados por meio de entrevistas

semiestruturadas. Foram analisados os textos através de procedimentos para levantar

inferências válidas, por meio da classificação de palavras, frases e/ou parágrafos em

categorias de conteúdo. Neste estudo atentou-se para algumas palavras que se julgam

configurar com o tema da pesquisa: sustentabilidade, ecologia, meio ambiente,

responsabilidade social, aspectos econômicos, aspectos ambientais, aspectos sociais, entre

tantas outras. A análise dos dados qualitativos está categorizada em (a) aspectos ambientais,

(b) aspectos econômicos e (c) aspectos sociais. Já para a análise dos dados quantitativos será

empregada à análise descritiva simples (ROESCH, 2009).

Quando da realização das entrevistas, estas foram realizadas no período de novembro

do ano de 2014 a junho de 2015 e, as conversas com os informantes chaves tiveram duração

aproximada de seis horas e meia e foram gravados em equipamento de mídia. O roteiro de

entrevista aplicado (APÊNCICE A) está organizado em categorias que visa identificar:

- A percepção dos gestores sobre o tema sustentabilidade e as formas de inseri-la no

processo de gestão;

- As práticas de gestão sustentável adotadas pelo empreendimento, no que diz respeito

aos aspectos ambientais e sociais;

- Os fatores relevantes que afetam os compromissos com a sustentabilidade, segundo a

visão dos decisores nas áreas estratégicas dos shopping centers brasileiros;

Page 96: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

95

- As estratégias, as ferramentas para formulação de programa de ações voltadas à

implementação de um sistema integrado de gestão sustentável, de modo a facilitar à sua

implementação e assegurar seu controle por parte dos gestores de shopping centers.

A fim de assegurar a validade interna, se fez uso da triangulação de dados, onde estes

foram coletados através de fontes múltiplas, no caso, as entrevistas, questionários e análise de

documentos se houver registros formais de notícias envolvendo os empreendimentos

pesquisados, com a ajuda da assessoria de imprensa de cada unidade.

Afim de atender o critério de confidencialidade requerido pela pesquisa e pelos

participantes (entrevistados e respondentes), os nomes fantasias dos shopping centers foram

preservados, sendo, portanto, substituídos por cada letra do alfabeto grego.

Da amostra estudada (quarenta e quatro shopping centers), foram realizadas

entrevistas com vinte e dois informantes chaves de doze shopping centers, sendo que grande

parte das questões que envolviam práticas sustentáveis, sustentabilidade ambiental e gestão de

recursos foram direcionadas aos responsáveis pela área de operações/manutenção (5

profissionais participaram da entrevista) e outras questões aos responsáveis pela área de

marketing (8 profissionais), recursos humanos (5 profissionais), administrativo/financeiro (2

profissionais), sustentabilidade (1 profissional) e gerência geral/superintendência (1

profissional), conforme demonstra a Tabela 7.

Tabela 7 – Quantidade de entrevistado por área funcional

Shopping

Center

Área funcional dos entrevistados

Gerência

Geral Marketing

Operações/

Manut.

Recursos

Humanos

Administr./

Financeiro

Sustentabi-

lidade

Total

entrevistados

Capa 0 1 0 0 0 0 1

Lambda 0 0 1 0 0 0 1

Mu 0 1 1 1 0 0 3

Nu 0 1 0 0 0 0 1

Csi 1 1 0 1 0 0 3

Ômicron 0 0 0 0 1 0 1

Pi 0 1 1 1 0 0 3

Rô 0 1 1 1 0 0 3

Sigma 0 1 1 1 0 0 3

Iota 0 0 0 0 1 0 1

Tau 0 1 0 0 0 0 1

Úpsilon 0 0 0 0 0 1 1

Total 1 8 5 5 2 1 22

Fonte: elaborado pelo autor (2015).

À priori, pretendia-se entrevistar no mínimo quarenta e oito informantes chaves (no

mínimo quatro profissionais de doze shoppings) das áreas de marketing,

Page 97: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

96

operações/manutenção, recursos humanos e gerência geral ou administrativo/financeiro e aos

empreendimentos que possuíssem área funcional destinada à sustentabilidade, o profissional

desta área específica. No entanto, o pesquisador encontrou dificuldades em contatar os

profissionais de cada área e que tivessem disponibilidade e aceitassem participar da pesquisa.

Diante dessa limitação, pôde-se realizar entrevistas apenas com vinte e dois profissionais.

Ressalta-se, contudo, que a quantidade de entrevistados não comprometeu às constatações,

resultados da pesquisa nem tão pouco provocou distorções. Foi adotado nome fantasia para

todos os shoppings, no intuito de preservar a identidade dos mesmos e garantir o anonimato

dos sujeitos pesquisados.

Para interpretação e análise dos dados qualitativos a fala dos entrevistados foi citada

na íntegra, preservando seu contexto, para viabilizar melhor compreensão. Para tanto,

ordenou-se os dados por meio da transcrição das entrevistas gravadas, onde foi realizada

releitura do material e organização dos relatos, além de classificar e ordenar nas categorias

anteriormente propostas. Por fim, para responder e atingir os objetivos da pesquisa procurou

estabelecer conexões e articulações entre os dados coletados e os referenciais teóricos.

Para os dados quantitativos, coletados por meio do questionário, foi realizada análise

descritiva simples, onde apresentaram os dados numéricos categorizados em indicadores

ambientais, indicadores sociais e suas respectivas subcategorias, práticas trabalhistas e

trabalho decente, direitos humanos, sociedade e saúde e segurança do cliente e indicadores

econômicos.

Quanto à técnica questionário, foi aplicado aos informantes chaves de quatro áreas,

organizados como demonstra o Quadro 11, aos quarenta e quatro shopping centers estudados.

Quadro 11 – Categorização dos respondentes do questionário

Categoria Subcategoria Departamento vinculado do

respondente

Aspectos econômicos -------------------------------------------------- Administrativo/Financeiro

Aspectos ambientais ------------------------------------------------- Operações

Aspectos sociais

Práticas trabalhistas e trabalho decente Recursos humanos

Direitos humanos Recursos humanos

Sociedade Recursos Humanos

Saúde e segurança do cliente Marketing

Fonte: elaborado pelo autor (2015).

A Tabela 8 exibe a quantidade de respondentes por área funcional. Ressalta-se que

pretendia-se que, dada amostra de quarenta e quatro shoppings, cento e setenta e seis

profissionais pertencentes às quatro áreas estratégicas respondessem o questionário.

Entretanto, instrumento foi respondido por cento e seis informantes, o que correspondeu a

Page 98: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

97

sessenta por cento das expectativas do pesquisador. O gap se justifica pela pouca

disponibilidade de alguns profissionais de áreas específicas. No entanto, esse número não

comprometeu o andamento e resultados da pesquisa.

Tabela 8 – Quantidade de respondentes do questionário por área funcional

Área funcional dos respondentes do questionário

Gerência

Geral Marketing

Operações/

Manutenção

Recursos

Humanos

Administr./

Financeiro Sustentabilidade

Total

entrevistados

0 27 25 25 28 1 106

Fonte: elaborado pelo autor (2015).

No que tange as variáveis constitutivas de análise, o presente estudo identifica as de

aspecto econômico, social e ambiental, tal como são apresentadas no Quadro 12.

Quadro 12 – Variáveis constitutivas de análise

Variáveis Constitutivas de

Análise Definição

Autor (es)

Basilar (es)

Sustentabilidade Ambiental

Centra-se no normal funcionamento dos sistemas naturais,

atendo-se à saúde dos seres vivos através da conservação do

vigor, resiliência e organização, ou seja, abarcando a

preservação dos recursos naturais na produção de recursos

renováveis e da limitação na produção de recursos não

renováveis, redução do volume de resíduos e de poluição,

através de conservação de energia e da reciclagem.

Callado (2010)

GRI (2013)

Sustentabilidade Econômica

Esta dimensão da sustentabilidade é analisada por meio dos

aspectos micro e macroeconômicos, buscando estes

caracterizar o bem-estar econômico (seja de um indivíduo,

município, região ou da sociedade de maneira geral),

enquanto que aqueles estão associados aos resultados

econômico-financeiros alcançados pelas empresas. Nesta

perspectiva inclui o desempenho financeiro empresarial,

competitividade empresarial e impacto econômico gerado

pela empresa a seus stakeholders.

Callado (2010)

GRI (2013)

Sustentabilidade Social

A dimensão social da sustentabilidade refere-se à melhoria

do bem-estar e conforto individual e do bem-estar de toda a

sociedade, resultado do crescimento do capital social,

geralmente obtido através de acumulação da habilidade da

capacidade de indivíduos e comunidades em trabalhar

juntos, cujo objetivo é construir uma civilização do “ser” em

que exista maior equidade na distribuição do “ter” e da

renda, de modo a melhorar substancialmente os direitos e as

condições de amplas massas de população e a reduzir a

distância entre os padrões de vida de abastados e não-

abastados. Desse modo, no âmbito corporativo, essas

melhorias podem ser internas e externas às organizações. No

primeiro aspecto, as melhorias estão centradas nos

funcionários, enquanto que as externas estão associadas a

todo tipo de benefício para um variado grupo de

stakeholder, a exemplo da comunidade, consumidores e

fornecedores. Em suma, o aspecto social envolve questões

de práticas trabalhistas e trabalho decente, direitos humanos,

sociedade e responsabilidade pelo produto.

Callado (2010)

GRI (2013)

Fonte: elaborado pelo autor (2015).

Page 99: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

98

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS

Essa seção apresenta as práticas de gestão sustentável incorporados nos processos de

gestão de shopping centers brasileiros, sob o prisma do triple bottom line, bem como a

identificação dentre as três dimensões da sustentabilidade, dos fatores relevantes que afetam

os compromissos com a sustentabilidade sob a óptica dos informantes chaves dos shopping

centers pesquisados; apontamento de ações e práticas de caráter sustentável com grau de

significância aceito pelos gestores e que configurem fonte de vantagem competitiva e de

caráter satisfatório para melhor atender as pressões dos stakeholders e, por fim, a proposição

de estratégias, ferramentas e um programa de ações voltadas à implementação de um sistema

integrado de gestão sustentável, de modo a facilitar à sua implementação e assegurar seu

controle por parte dos gestores de shopping centers.

Este capítulo ainda apresenta as ações e práticas de gestão sustentável, segundo as

diretrizes basilares do modelo GRI, organizados segundo os aspectos e dimensões ambientais,

sociais e econômicas. Além disso, a seção analisa e discute os resultados à luz de teorias que

versam sobre a sustentabilidade.

Destaca-se que baseadas nas respostas obtidas através dos instrumentos de coleta de

dados entrevista questionário aplicado aos informantes chaves dos shoppings centers foram

elaborados quadros e tabelas e aferidas às análises a seguir.

4.1 CARACTERIZAÇÃO DOS RESPONDENTES

O primeiro bloco trata das características dos respondentes do questionário, quanto à

faixa etária (Tabela 9), gênero (Tabela 10), grau de escolaridade (Tabela 11) e tempo de

empresa (Tabela 12).

Tabela 9 – Faixa etária dos respondentes

Idade Frequência Absoluta Frequência Relativa

Até 30 anos 15 14,2%

De 31 a 40 anos 54 50,9%

De 41 a 50 anos 34 32,1%

De 51 a 60 anos 3 2,8%

Acima de 60 anos 0 0,0%

Total 106 100,0%

Fonte: elaborado pelo autor (2015).

Page 100: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

99

Das características dos informantes chaves, com relação à faixa etária, 83,0% dos

respondentes possuem idade entre 31 e 50 anos. A idade média é de 37,6 anos e o desvio

padrão igual a 6,40, demonstrando a dispersão entre as idades mínimas e máximas.

Tabela 10 – Gênero dos respondentes

Alternativas Frequência Absoluta Frequência Relativa

Masculino 42 39,6%

Feminino 64 60,4%

Total 106 100,0%

Fonte: elaborado pelo autor (2015).

No que diz respeito ao gênero, nota-se que 60,4% dos respondentes são do sexo

feminino contra 39,6% do sexo masculino.

Tabela 11 – Grau de escolaridade dos respondentes

Alternativas Frequência Absoluta Frequência Relativa

Ensino Médio 0 0,0%

Graduação incompleta 6 5,7%

Graduação Completa 57 53,8%

Especialização 41 38,7%

Mestrado 2 1,9%

Doutorado 0 0,0%

Total 106 100,0%

Fonte: elaborado pelo autor (2015).

Referindo-se ao grau de escolaridade dos respondentes, a maioria possui graduação

completa (53,8%), acompanhado daqueles que cursaram pós-graduação lato sensu (38,7%).

Em sua minoria participaram da pesquisa graduandos (5,7%) e mestres (1,9%).

Tabela 12 – Tempo de empresa dos respondentes

Alternativas Frequência Absoluta Frequência Relativa

Até 2 anos 39 36,8%

De 2 a 4 anos 26 24,5%

De 4 a 6 anos 23 21,7%

De 6 a 8 anos 11 10,4%

De 8 a 10 anos 5 4,7%

Mais de 10 anos 2 1,9%

Total 106 100,0%

Fonte: elaborado pelo autor (2015).

Com relação ao tempo de empresa dos informantes chaves, 83,0% possuem até 6 anos

de trabalho no shopping. Apenas 6,6% dos respondentes possuem mais de 8 anos de empresa.

Esta percentual nos remete a refletir sobre rotatividade da equipe de trabalho e/ou a renovação

do quadro de pessoal. Basta analisar também o período de fundação de empresa, a qual é

Page 101: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

100

demonstrada na Tabela 14, visto que alguns shoppings pesquisados foram inaugurados há

menos de 5 anos. O tempo de trabalho médio no shopping é de 4 anos e o desvio padrão de

3,14, demonstrando a dispersão entre o tempo mínimo e máximo de empresa.

4.2 CARACTERIZAÇÃO DAS EMPRESAS PESQUISADAS

Este segundo bloco destina-se a caracterizar as empresas participantes da pesquisa em

termos de localização geográfica regional, tempo de fundação, porte, baseadas na

classificação da entidade de classe a que estão associadas, a Abrasce (2014), quantidade de

unidades comerciais compõe o empreendimento, quantidade de vagas de estacionamento,

quantidade de empregos gerados (nas lojas), quantidade de colaboradores orgânicos e

terceirizados, sua composição quanto ao gênero, quantidade de portadores de necessidades

especiais, quantidade de aprendizes legais. Foram pesquisados 44 shoppings.

Tabela 13 – Localização geográfica dos shopping centers pesquisados por região

Região Brasileira Frequência Absoluta Frequência Relativa

Norte 3 6,8%

Nordeste 7 15,9%

Centro-oeste 2 4,6%

Sudeste 28 63,6%

Sul 4 9,1%

Total 44 100,0%

Fonte: elaborado pelo autor (2015).

Com relação à localização geográfica dos shoppings pesquisados, 63,6% estão

localizados na região sudeste, 15,9% no nordeste, 9,1% no sul, 6,8% no norte e 4,6% no

centro-oeste do país.

Tabela 14 – Tempo de fundação dos shopping centers pesquisados

Ano de Inauguração Frequência Absoluta Frequência Relativa

2011-2015 12 27,3%

2005-2010 5 11,4%

2000-2004 4 9,1%

1995-1999 7 15,9%

1990-1994 6 13,6%

Antes de 1990 10 22,7%

Total 44 100,0%

Fonte: elaborado pelo autor (2015).

A maioria dos shoppings pesquisados (27,3%) possuem menos de quatro anos de

fundação, acompanhado daqueles que possuem mais de 25 anos que foram inaugurados

(22,7%).

Page 102: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

101

Tabela 15 – Classificação quanto ao porte dos shopping centers pesquisados

Classificação quanto ao Porte Frequência Absoluta Frequência Relativa

Pequeno 13 29,5%

Médio 9 20,5%

Regional 18 40,9%

Mega 4 9,1%

Total 44 100,0%

Fonte: elaborado pelo autor (2015).

Segundo a classificação de porte, a maioria dos shoppings pesquisados são regionais

(40,9%), seguidos dos pequenos (29,5%) e médios (20,5%). Os megas shoppings

representaram 9,1%. A média de ABL foi de 37.202 m² e o desvio padrão de 36.714,1, o que

denota uma amostra diversificada no que diz respeito ao tamanho (ABL).

Tabela 16 – Quantidade de unidades comerciais dos shopping centers pesquisados

Quantidade de lojas Frequência Absoluta Frequência Relativa

Até 100 6 13,6%

De 101 a 200 20 45,5%

De 201 a 300 7 15,9%

Mais de 300 11 25,0%

Total 44 100,0%

Fonte: elaborado pelo autor (2015).

No que se refere à quantidade de lojas por shopping, 59,1% dos shoppings

pesquisados dispõem até 200 unidades comerciais. A média foi de 223 lojas e desvio padrão

apresentado de 132.

Tabela 17 – Quantidade de vagas de estacionamento disponíveis nos shopping centers pesquisados

Quantidade de vagas de

estacionamento

Frequência Absoluta Frequência Relativa

Até 1.000 14 31,8%

De 1.001 a 2.000 11 25,0%

De 2.001 a 3.000 10 22,7%

Mais de 3.000 9 20,5%

Total 44 100,0%

Fonte: elaborado pelo autor (2015).

Dos shoppings pesquisados, 56,8% dispõem até 2.000 vagas de estacionamento

rotativas. A média foi de 2.340 e desvio padrão de 2.447. Portanto, a amostra foi bastante

diversificada, haja vista que o shopping que apresentou menos vagas foi de 80 vagas contra

14.700 doutro.

Page 103: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

102

Tabela 18 – Quantidade aproximada de empregos gerados (lojas) nos shopping centers pesquisados

Quantidade de empregos gerados Frequência Absoluta Frequência Relativa

Até 1.000 9 20,5%

De 1.001 a 2.000 21 47,7%

De 2.001 a 3.000 11 25,0%

De 3.001 a 4.000 1 2,3%

Mais de 4.000 2 4,5%

Total 44 100,0%

Fonte: elaborado pelo autor (2015).

No que diz respeito à quantidade aproximada de empregos gerados nas lojas, 68,2%

dos shoppings geram em sua operação até 2.000 empregos. A média de empregos gerados foi

de 1.761 e 983 de desvio padrão.

Tabela 19 – Quantidade de funcionários orgânicos dos shopping centers pesquisados Quantidade de funcionários

orgânicos

Frequência Absoluta Frequência Relativa

Até 50 12 27,3%

De 51 a 100 21 47,7%

De 101 a 150 8 18,2%

Mais de 151 3 6,8%

Total 44 100,0%

Fonte: elaborado pelo autor (2015).

Da quantidade de funcionários orgânicos, 75,0% dos shoppings pesquisados possuem

em seu quadro de pessoal até 100 funcionários. A média foi de 79 e desvio padrão de 42.

Tabela 20 – Quantidade de colaboradores terceirizados dos shopping centers pesquisados

Quantidade de funcionários

terceirizados

Frequência Absoluta Frequência Relativa

Até 100 17 38,6%

De 101 a 200 21 47,7%

De 201 a 300 5 11,4%

Mais de 300 1 2,3%

Total 44 100,0%

Fonte: elaborado pelo autor (2015).

Já no que diz respeito a quantidade de funcionários terceirizados, 86,3% dos shoppings

apresentam até 200 funcionários terceirizados. A média foi de 129 e desvio padrão de 60.

Geralmente esses funcionários terceirizados compõem o quadro da equipe de limpeza,

segurança, estacionamento e às vezes da manutenção predial.

Ressalta-se que dos quarenta e quatro shopping centers estudados foi aplicado

questionários subdivididos nas seguintes categorias, baseados nos indicadores GRI – G4:

Page 104: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

103

- Econômica, composta por nove indicadores, identificados pela sigla EC – Economic,

cujos respondentes são informantes chaves do departamento administrativo financeiro dos

empreendimentos;

- Ambientais, composta por sessenta e oito indicadores, identificados pela sigla EM –

Envorimental, cujos respondentes são informantes chaves do departamento de

operações/manutenção dos empreendimentos;

- Social, compostas por cento e onze indicadores, sub categorizados em (1) Práticas

Trabalhistas e Trabalho Decente, com trinta e cinco indicadores identificados pela sigla LA,

(2) Direitos Humanos, com vinte e dois indicadores identificados pela sigla HR, (3)

Sociedade, com 37 indicadores identificados pela sigla SO, cujos respondentes são

informantes chaves do departamento de recursos humanos. Também é subcategoria do

aspecto social o item (4) Saúde e Segurança do Cliente, com dezessete indicadores

identificados pela sigla PR, cujos respondentes são informantes chaves do departamento de

marketing dos empreendimentos pesquisados.

Quanto às entrevistas, estas foram realizadas em doze dos quarenta e quatro

empreendimentos, objeto de estudo, assim categorizados:

Tabela 21 – Categorização dos shopping centers entrevistados

Shopping Center Fundação

(ano)

ABL

(m²) Porte

Localização

regional

Número de

lojas

Vagas

estacionamento

Capa 2012 31.000 Regional Norte 168 1.692

Lambda 2012 50.000 Regional Nordeste 200 3.000

Mu 2007 18.763 Pequeno Sudeste 154 822

Nu 2012 45.568 Regional Sul 230 3.000

Csi 1996 18.000 Pequeno Nordeste 170 240

Ômicron 1980 13.094 Pequeno Nordeste 198 721

Pi 2011 20.150 Médio Sul 120 1.000

Rô 2013 23.275 Médio Sul 130 1.173

Sigma 2009 30.655 Regional Sudeste 160 1.210

Iota 1987 46.218 Regional Nordeste 332 3.000

Tau 1985 20.366 Médio Nordeste 143 440

Úpsilon 2007 82.500 Mega Nordeste 464 6.000

Total - 399.589 - - 2.469 22.298

Fonte: elaborado pelo autor (2015).

Nota-se que quanto ao ano de fundação/inauguração, 41,7% dos shopping centers

entrevistados foram inaugurados entre o anos de 2011 e 2015; 33,3% foram fundados antes do

ano 2000 e 25,0% seu ano de fundação compreendeu entre os anos de 2005 e 2010.

No que se refere ao porte dos empreendimentos, segundo a classificação Abrasce

(2014), 41,7% dos shopping centers entrevistados são regionais, 25,0% classificados como

médios, 25,0% como pequenos e 8,3% como mega shoppings.

Page 105: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

104

Quanto à localização geográfica regional brasileira, 50,0% dos shopping centers

entrevistados estão localizados na região nordeste, 25,0% na região sul, 16,7% na região

sudeste e 8,3% na região norte do país.

No que diz respeito ao número de unidades comerciais (lojas), as quais dispõem os

empreendimentos pesquisados, 75,0% dispõem de 101 a 200 lojas, 16,7% dispõem de mais de

300 lojas e 8,3% dispõem dentre 201 e 300 lojas.

Quanto à quantidade de vagas de estacionamento, 41,7% dos shopping centers

entrevistados dispõe de até 1.000 vagas de estacionamento para seus clientes; 25,0% dentre

1.001 e 2.000 vagas de estacionamento; 25,0% dentre 2.001 e 3.000 vagas e, 8,3% oferecem

mais de 3.000 vagas de estacionamento aos seus clientes.

4.3 PERCEPÇÃO DOS GESTORES DOS SHOPPING CENTERS SOBRE A

SUSTENTABILIDADE E FORMAS DE INSERI-LA NOS SEUS PROCESSOS DE

GESTÃO

Este bloco trata da percepção sobre o tema sustentabilidade por parte dos informantes

chaves dos shopping centers pesquisados, assim como sua visão acerca de como inseri-la

através dos processos de gestão.

Quadro 13 – Percepção dos gestores acerca de sustentabilidade

Entrevistados Compreensão sobre sustentabilidade

Gestor do Capa Shopping Para mim está voltado a priorizar o conceito Garden, conquistado e defendido

pela administradora do shopping, a Fi Administração. É um posicionamento da

Fi Administração em seus empreendimentos baseado no tripé da

sustentabilidade, onde visa tornar os shopping centers economicamente viáveis,

ecologicamente corretos, investindo em energia limpa como a eólica ou a solar

para o funcionamento dos empreendimentos e socialmente justos, respeitando os

valores culturais e sociais de cada região. Aqui, em Macapá, por exemplo, o

projeto arquitetônico é de acordo com a região, o tamanho da população,

desenvolvimento regional, capacidade de geração de empregos etc.

Gestor do Lambda

Shopping

Sustentabilidade é o conjunto de processos que são feitos para a manutenção dos

sistemas e satisfação das pessoas, sem comprometer as necessidades futuras.

Gestor do Mu Shopping Sustentabilidade envolve reuso, cogeração de energia, tratamento de efluentes,

otimização de recursos tanto energético como hídricos... é mais ou menos isso...

sustentabilidade.

Gestor do Nu Shopping Alguma coisa que transmite benefício, em que possa realizar o aproveitamento

de algo, redução de custos.

Gestor do Csi Shopping Preparar o futuro diante do desenvolvimento de indústria e negócios de maneira

geral. É preparar de forma que a geração futura possa auferir desse

desenvolvimento de forma harmônica com sustentabilidade, como o próprio

nome já diz.

Gestor do Ônicron

Shopping

Toda forma utilizada dentro de uma empresa ou dentro de um sistema, uma

espécie de autoforma de sustentar; de utilizar os próprios mecanismos e recursos

a favor de todo processo.

Gestor do Pi Shopping Algo voltado para o que se sustenta, duradouro. Depende de vários fatores para

Page 106: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

105

promover uma performance voltada para a sustentabilidade. Ela envolve a

utilização consciente de água, energia, adequada administração do lixo e a

correta utilização de materiais e insumos utilizados na construção civil, por

exemplo.

Gestor do Rô Shopping Eu entendo como maneira de tentar reaproveitar ou diminuir o impacto gerado

aos recursos naturais. Então, seria tentar reaproveitar os recursos que nós temos,

como água de reuso, reciclar tudo o que for possível, separar os resíduos... com

isso, estaremos reduzindo o desperdício dos recursos naturais e também

ajudando o meio ambiente.

Gestor do Sigma Shopping Sustentabilidade é algo em que se consegue extrair sem agredir ao meio

ambiente; algo em que se possa auto sustentar. Por exemplo, neste shopping, nós

estamos tentando implantar uma estação de tratamento de esgoto e vamos

montar um poço artesiano. O objetivo é extrair água através do poço para o

empreendimento e reutilizá-la, de modo a não gerar grande dependência com a

concessionária.

Gestor do Iota Shopping Promover o desenvolvimento sem que haja consequências para o meio

ambiente.

Gestor do Tau Shopping É uma palavra bem ampla, como o próprio nome já diz não trata apenas da

sustentabilidade ambiental. Se tem relações sustentáveis em todos os aspectos

tanto de ações sociais quanto do próprio negócio, no sentido de ser algo

sustentável.

A gente percebe até mesmo na área do centro da cidade que é onde o shopping

está localizado é uma região que vem passando ao longo do ano por certa

degradação, esquecimento pelo poder público... A gente vem realizando

algumas ações e atitudes para tentar revitalizá-lo... A reforma da Estação

rodoviária e ferroviária da Lapa é um benefício para o Centro para torná-lo uma

região novamente sustentável. A chegada do metrô, quando concluído todo o

projeto vem tornar o comércio do centro mais sustentável.

Gestor do Úpsilon Shopping Compreende num ciclo harmonioso dos aspectos, atividades e ações entre os

setores social, econômico e meio ambiente.

Fonte: elaborado pelo autor (2015).

Diante da análise do Quadro 13, observa-se que não há uma uniformidade na

compreensão dos gestores do que seja sustentabilidade, porém observa-se que no discurso dos

gestores dos shopping centers Capa, Tau e Úpsilon que seu entendimento acerca do tema mais

se aproxima dos estudos de Elkington (2001) quando introduz o conceito do triple bottom

line, considerando três os aspectos da sustentabilidade, o econômico, social e ambiental e, da

mesma maneira, confluem com os estudos de Callado (2010). Tal concepção encaminha com

os achados de Aligleri (2011), a qual define como harmonização da eficiência econômica,

equidade social e prudência ecológica implicando na compatibilização dos modelos de

produção e gestão das instituições sociais com o sistema de organização e conservação da

natureza.

Já os achados dos gestores dos shoppings Lambda e Csi convergem com a definição

da WCED (1987) para sustentabilidade, o qual é aquele que satisfaz as necessidades sem

comprometer a capacidade das futuras gerações a satisfazer as suas próprias. Pode-se afirmar

ainda que essa concepção dos gestores é respaldado pelos autores Goldsmith et al. (1972) e

Van Bellen (2006) ao informar que uma sociedade pode ser considerada sustentável quando

Page 107: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

106

sus propósitos e intenções podem ser atendidos indefinidamente, fornecendo satisfação ótima

a seus membros. Convergem ainda com os estudos de Afonso (2006), qual seja, a implicação

como a manutenção quantitativa e qualitativa do estoque de recursos ambientais, utilizando

tais recursos sem danificar suas fontes ou limitar a capacidade de suprimento futuro, para que

tanto as necessidades atuais quanto aquelas do futuro possam ser igualmente satisfeitas

A percepção dos gestores dos shoppings Ônicron, Pi e Sigma tende a se aproximar

com os achados de Araújo (2008), a qual define como “capacidade de sustentar e isso

incorpora duas condições dentro do conceito de sustentabilidade – uma capacidade natural de

dar suporte e sustentar, ambas relativas ao conceito de durabilidade”. Esse entendimento

converge com os achados de Araújo e Santana (2015, p. 99), os quais esclarecem que

sustentabilidade tem característica de “suster-se e manter-se, sendo as atividades sustentáveis

capazes de serem mantidas por um prolongado período, mesmo com a possibilidade de

imprevistos que possam existir para impossibilitar a sustentabilidade nos empreendimentos”.

Os demais gestores, os dos shoppings Mu, Rô e Iota, relacionaram unilateralmente o

conceito de sustentabilidade com o aspecto ambiental, enquanto que a concepção do gestor do

shopping Nu correlaciona em seu discurso com a vertente econômica.

As diversas visões dos gestores acerca do tema sustentabilidade pode ser justificada

pela carência de consenso por diversos autores, suas diferentes correntes e abordagens.

Conforme afirma Van Bellen (2006, p. 39), “a diversidade desse conceito deve servir não

como obstáculo na procura de seu melhor entendimento, mas, sim, como fator de motivação e

também como criador de novas visões sobre ferramentas para descrever a sustentabilidade”.

Quadro 14 – Introdução do conceito de sustentabilidade no processo de gestão

Entrevistados Compreensão sobre introdução da sustentabilidade na gestão de negócios

Gestor do Capa Shopping Através de campanhas educativas e reuso de água, práticas que o Capa Shopping

já cultiva por meio de nossos valores com base no nosso conceito Garden.

Gestor do Lambda

Shopping

Executando processos que sempre estejam baseados no compromisso de que

devemos sempre conservar nossos recursos, para que estes não prejudiquem as

gerações futuras.

Gestor do Mu Shopping Na minha percepção cada empreendimento tem sua forma de inserir a

sustentabilidade. É algo diferente de empresa para empresa. O que pode ser

usado aqui não pode dar certo num outro lugar por conta da estrutura já

montada. Quando trata de um projeto de implantação de shopping é mais fácil

executá-lo baseado na sustentabilidade do que adaptar num shopping mais

antigo e já construído. Aqui por exemplo, apesar do shopping ter sido construído

de 2007, se formos adaptar algum projeto de sustentabilidade, como reuso

ficamos limitados e engessados por conta do espaço que dispomos, porque

envolveria área e estacionamento. E aqui em São Paulo a legislação é bem forte,

onde exige que para cada área “x” metros quadrados, devem-se destinar “y”

vagas de estacionamento. Não temos área para implementação de uma ETE, por

exemplo. Mas quero esclarecer que possibilidade de implementar algo tem,

porém é difícil adaptar, porque vai depender da estrutura de cada empresa. Um

projeto de sustentabilidade para este shopping deve ser muito bem pensado.

Page 108: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

107

Gestor do Nu Shopping Na verdade, o projeto de sustentabilidade numa administração, se consegue

viabilizar através, por exemplo, do reaproveitamento de impressões (gráficas),

do seu reaproveitamento, economia de energia, redução de concentração de

equipamentos. Acredito que há alguns meios que a gente consegue viabilizar

dentro de um processo administrativo.

Gestor do Csi Shopping Em primeiro lugar, no meu ponto de vista, é aproveitando ideias. Todo mundo

tem ideias; por mais mirabolantes que existam, observamos que se tornam

grandes ideias e projetos. É promover e incentivar essas ideias e trazer para

dentro de casa, disseminando para a cultura da empresa.

Gestor do Ônicron

Shopping

Quando se fala de sustentabilidade as pessoas ligam logo com o ecológico, mas

acho que nem sempre; depende muito. Seria utilizar dentro dos recursos que a

empresa possui, formas diferentes de fazer o negócio. No caso deste shopping,

podemos trazer a sustentabilidade, por exemplo, através de pequenas práticas

como economizando papéis, através arquivos digitais, reduzindo o volume de

papéis, nesse período da era digital, como sabemos.

Gestor do Pi Shopping De acordo com o contexto histórico do país, temos por exemplo, a questão da

água que no shopping pode haver o reaproveitamento de até 90% do seu

consumo. Ela pode ser aproveitada (a) na torre de resfriamento por meio do seu

reuso no processo para gelar a água para geração do ar-condicionado do

empreendimento; (b) através do esgoto, (c) no vestuário destinado a lojistas e (d)

banheiro de serviços, destinado aos clientes. Sendo assim, através de algumas

ações conscientes temos condições de adotarmos sustentabilidade no dia-a-dia

da empresa.

Gestor do Rô Shopping Reciclando e diminuindo o consumo de recursos naturais.

Gestor do Sigma Shopping Através da conscientização dos funcionários; fazer com o que os colaboradores

se envolvam com essa causa: criar formas com que eles trabalhem e atuem

melhor na área de sustentabilidade, através da conscientização e sensibilização,

por meio de treinamentos e palestras. No caso do shopping centers há um

empecilho, porque como trabalhamos para oferecer o melhor para o cliente e

objetivando redução de custos para o lojista, muitas vezes ficamos envolvidos

com tantas atividades que acabamos por esquecer da questão da

sustentabilidade.

Gestor do Iota Shopping Preservando os recursos naturais que existem no empreendimento, gerindo os

descartes de lixo de forma correta, promovendo treinamentos que ensinem a

maneira correta da utilização dos materiais para os colaboradores, controlando o

consumo de água e energia.

Gestor do Tau Shopping Não é uma pergunta fácil de se responder. Deve-se analisar todo o planejamento

central do shopping e costumamos inserir uma frase na construção do

planejamento que é: ‘o shopping deve manter relações sustentáveis com seus

empreendedores, lojistas e consumidores em todos os aspectos’. Então, temos os

três públicos tanto externo quanto interno, sendo que neste temos dois tipos

diferentes que são o empreendedor, que é dono do imóvel e o lojista que as

vezes é apenas o operador (interno) e no outro lado, o cliente (externo), onde

desenvolvemos todas as ações de marketing.

Gestor do Úpsilon Shopping Hoje a sustentabilidade não tem como ficar de fora do planejamento estratégico

de uma empresa.

Fonte: elaborado pelo autor (2015).

Como demonstra o Quadro 14, os gestores apresentaram, em conformidade com sua

compreensão sobre sustentabilidade, diversas formas e alternativas de como inseri-la nos

processos de gestão de shopping centers.

Alguns gestores (dos shoppings Tau e Úpsilon) informaram que uma das alternativas

mais eficazes é inseri-la no planejamento estratégico organizacional, corroborando com os

estudos de Abdalla e Feichas (2005), que informam que investimentos na área socioambiental

Page 109: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

108

dever-se-á em médio e longo prazo, visto que além do retorno do investimento, há outros

ganhos relacionados à imagem, valorização da marca e conquista do mercado, conferindo-lhe

fonte de vantagem competitiva.

O estudo de Sehnem, Lukas e Marques (2015, p. 22) esclarece que o “estratégico da

organização precisa estar diretamente envolvido, para que seja possível obter a legitimidade

da ideia no contexto organizacional”. As autoras ainda sugerem “criar um comitê de

sustentabilidade, coordenado pelo diretor da empresa, a fim de que este promova o

engajamento de todos os colaboradores para a criação de uma cultura sensibilizada com as

práticas de sustentabilidade”. Fato que é constatado no shopping Úpsilon que é administrado

pela Qui Administração, sediada na cidade de Recife/PE, onde possui em sua carteira

imobiliária a administração e participação majoritária de treze shopping centers. Cada um de

seus empreendimentos possuem um departamento responsável pela gestão da

sustentabilidade.

Outros gestores informaram que se insere a sustentabilidade no dia-a-dia das

organizações, à medida que investe em treinamentos, conscientização dos colaboradores e

demais stakeholders, como é o caso dos lojistas e vendedores, convergindo com o estudo de

Sehnem, Lukas e Marques (2015).

Porém a maioria dos gestores dos shopping centers elucidaram que é através das ações

voltadas à preservação dos recursos naturais, reciclando e diminuindo o consumo de recursos

naturais é que é possível inserir a sustentabilidade em shopping centers. Nota-se, desse modo,

que medidas voltadas para os aspectos sociais e econômicos são poucos mencionadas e

discutidas.

4.4 PRÁTICAS DE GESTÃO SUSTENTÁVEL EM SHOPPING CENTERS,

CONFORME PERCEPÇÃO DOS ENTREVISTADOS

Mediante as respostas obtidas nas entrevistas realizadas com os gestores dos shopping

centers foram elaborados os Quadros 15 a 20 para promover a comparação e análise dos

dados em relação aos objetivos da pesquisa.

Quadro 15 – Política e metas relacionadas à sustentabilidade

Entrevistados Compreensão da existência de política e metas voltadas à sustentabilidade

Gestor do Capa Shopping Sim, está em um de nossos valores: sustentabilidade. A Fi Administração criou e

lança em seus projetos o conceito Garden, que contempla atitudes sustentáveis

em todas as suas ações.

Gestor do Lambda Sim, todas as nossas metas sempre envolvem a redução de custos com consumo

Page 110: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

109

Shopping de água, energia e todos os itens que podemos economizar para reduzir

desperdícios de materiais e produtos que possam a vir a prejudicar o meio

ambiente.

Gestor do Mu Shopping Nós temos, neste shopping metas de economia de energia, seja na forma que for:

com iluminação desnecessária durante alguns períodos do dia... Metas

relacionadas a custo, mas nada mais voltado com a sustentabilidade. Isso não

temos.

Gestor do Nu Shopping Não temos essa estrutura de metas ou formalização de política relacionada a

sustentabilidade.

Gestor do Csi Shopping No momento não. É um shopping de quase vinte anos com estrutura ainda

antiga, mas eu diria que dentre uns cinco ou seis anos para cá, a gente vem

tentando nas revitalizações procurar adaptar este empreendimento de quase vinte

anos à realidade atual, implantando sistema de captação pluvial, melhor

utilização de energia, aproveitamento de materiais.

Gestor do Ônicron

Shopping

Não.

Gestor do Pi Shopping Sim. Está voltada ao racionamento de água e redução no consumo de energia

para manter o consumo para todo o ano de 2015. Realizamos alguns

comparativos de consumo mensal KWH de energia com o mesmo período do

ano anterior e evolução dos últimos meses.

Gestor do Rô Shopping Não temos nenhuma.

Gestor do Sigma Shopping Não possui nenhuma política formal. Temos apenas expectativa para criação de

projeto envolvendo essa questão, mas nada concreto.

Gestor do Iota Shopping Não existe nenhuma política formal de sustentabilidade. Estamos em processo

de implantação da coleta seletiva de lixo.

Gestor do Tau Shopping Dentro das ações de gestão ambiental e social é possível ter algumas metas e

parâmetros que conseguem ser mensurados, como por exemplo: no ano passado

conseguimos coletar “x” litros de óleo vegetal, para este ano o número será “y”.

O mesmo acontece com pilhas e baterias que tentamos aumentar certo

percentual de coleta para tentar melhorar essa ação. Este tipo de meta a gente

tem.

Gestor do Úpsilon Shopping Sim, possuímos o compromisso socioambiental, alinhado à missão e valores da

empresa.

Fonte: elaborado pelo autor (2015).

O Quadro 15 procura demonstrar se possui alguma política formal ou metas

relacionadas à sustentabilidade. Percebe-se que a maioria dos empreendimentos não possuem

política formal e metas voltadas para a sustentabilidade sob o prisma social, econômico e

ambiental simultaneamente. Em seus relatos, observaram a adoção de algumas metas

relacionadas à gestão ambiental, como redução de energia e consumo de água, bem como

diminuição do uso dos recursos naturais, porém observa-se a carência do acompanhamento e

o engajamento de colaboradores treinados e sensibilizados para o atingimento dessas metas.

O gestor do shopping Tau, em seu discurso, teve dificuldades em prestar maiores

informações sobre dados estratégicos a respeito do uso de indicadores e controles de metas

formais relacionadas à sustentabilidade, o que leva a crer que o empreendimento não possui

política formal consistente sobre os sub aspectos da sustentabilidade expressa em seu

planejamento estratégico ou dele decorrente, respaldada pela não resposta nos itens a seguir.

Page 111: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

110

Já os shopping centers Capa e Úpsilon, por já disporem de departamento/setor/sistema

específico voltado para sustentabilidade do empreendimento, declararam possuir política

formal de metas e acompanhamento mensal, semestral e anual de resultados voltadas às ações

de sustentabilidade. Tais metas e ações estão voltadas à redução de custos, a partir do

reaproveitamento e minimização de desperdícios de recursos e treinamentos de colaboradores,

além de apoiar a ONGs e promover ações voltadas ao social.

Salienta-se ainda que apesar de não possuir um departamento/comitê específico

responsável pela sustentabilidade, o shopping Lambda demonstra política e metas voltadas

para o tema, porém volta-se bilateralmente para os âmbitos econômico e ambiental.

Quadro 16 – Percepção dos gestores em relação aos stakeholders importantes para o shopping center

Entrevistados Stakeholders importantes

Gestor do Capa Shopping Parcerias com órgãos voltadas para o meio ambiente como secretarias,

instituições, escolas. O intuito maior é promover a conscientização e

preservação do meio ambiente.

Gestor do Lambda

Shopping

Todos os nossos funcionários e parceiros são nossos stakeholders, pois estando

todos envolvidos neste processo, com certeza teremos melhores resultados.

Gestor do Mu Shopping Os parceiros são as concessionárias de água, energia. Eles são importantes

porque, como não dispomos de poço artesiano, em caso de falta de água, não

temos como fornecer água para os lojistas. Teríamos nesse caso que contatar

empresa para fornecimento alternativo de água, através de ‘carros pipa’, mas a

qualidade da água não seria a mesma. No caso da energia também, na falta do

abastecimento de energia durante um pequeno intervalo de tempo seria até

tolerado, mas caso demorasse e se fosse no período da noite, por exemplo,

teríamos de encerrar as atividades do shopping durante aquele dia, porque o

gerador que dispomos não comporta todas as áreas do empreendimento, apenas

pequenas áreas de serviços como corredores do shopping, elevadores e para o

sistema de combate à incêndios, em caso de emergência.

Gestor do Nu Shopping Nós temos um grande parceiro que é a rede de supermercados K, do próprio

investidor. Na verdade, eles são os proprietários do empreendimento. Eles

construíam o shopping sempre ancorado por um dos supermercado deles. Isso

nos favorecia e muito nos momentos em que íamos formar parcerias através

deles. Em função de vinícolas... ações em que iríamos realizar dentro do plano

de marketing e que iríamos proporcionar brindes para ações promocionais.

Como rede, esse seria nosso maior parceiro, em função também do poder de

barganha.

Gestor do Csi Shopping Nós temos a empresa de coleta seletiva do lixo, coleta ambiental, onde a própria

legislação vem inserindo parágrafos para que estejamos inseridos na questão da

sustentabilidade, na questão do reaproveitamento. Fora isso, temos as empresas

concessionárias de água e energia... são os nossos grandes parceiros por estarem

direta e indiretamente envolvidos com a política ambiental.

Gestor do Ônicron

Shopping

A empresa M que nos fornece material de limpeza: papel toalha, papel

higiênico... Eu a julgo muito importante para gente pela tecnologia que é usada

nos materiais, pelo reaproveitamento, o que promove a redução de consumo,

economia...

Gestor do Pi Shopping A empresa terceirizada que o shopping contrata para tratamento da água, pois se

não tem confiança ou se não for uma boa empresa que emite laudos sobre a

qualidade da água no processo de tratamento pode ocorrer perda, ocasionando

desperdício e aumento no consumo de água. Esse desperdício se não monitorado

adequadamente pode comprometer até 30% de eficiência.

Gestor do Rô Shopping O setor de limpeza, pela questão da separação dos resíduos. A empresa “Q”,

responsável pelas coletas quase que diárias do lixo é muito importante para nós,

Page 112: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

111

porque ela é responsável por dar a destinação correta dos resíduos,

principalmente da praça de alimentação.

Gestor do Sigma Shopping O parceiro importante para o empreendimento é a “X”, empresa terceirizada

responsável pela conservação e limpeza do shopping, as concessionárias locais

de energia e água, a própria prefeitura, onde precisamos ter certo grau de

influência, vez que temos que desenvolver bom relacionamento com os órgãos

públicos. Esses parceiros são importantes porque, em se tratando da empresa de

limpeza, a mesma opera com 68 (sessenta e oito) funcionários, ou seja, é o

dobro de funcionários que trabalha diretamente comigo, além dela tratar

diretamente com o público; limpeza para um shopping center é tudo. No caso da

prefeitura, é um órgão público em que trabalhamos em conjunto, isso porque um

shopping center é uma cidade nova que surgiu em meio à cidade em que esse

órgão administra. Por isso, precisamos ter um bom relacionamento com a

prefeitura, secretaria de transporte, de obras.

Gestor do Iota Shopping Os clientes, porque sem eles não é viável a operação shopping center. Eles são a

razão da existência e continuidade do sucesso do empreendimento como um

todo, quer seja para o lojista, vendedores e demais empregados, até o próprio

empreendedor que investiu milhões na construção e deseja seu retorno

financeiro.

Gestor do Tau Shopping1 -----------------------------------------------------------------------------------------------

Gestor do Úpsilon Shopping Os colaboradores, os lojistas, os clientes e a comunidade. Isso porque este é o

ciclo natural de dentro para fora de um empreendimento que possui a

sustentabilidade nos seus processos.

Fonte: elaborado pelo autor (2015).

Diante do Quadro 16, os entrevistados julgaram como os mais importantes um grupo

diversificado de stakeholders, dentre eles institutos, fornecedores, sobretudo as companhias

de saneamento e concessionárias de água e energia elétrica, justificando o alto grau de

dependência dos recursos por eles fornecidos, empresa responsável pela coleta, seletividade e

destinação do lixo, a empresa de tratamento de água, empresa terceirizada prestadora de

serviços de conservação e limpeza, empresa fornecedora de materiais de limpeza. Foram

mencionados também os investidores, os funcionários, os lojistas, os clientes e a comunidade

do entorno.

Os autores Elkington (2001) e Kneipp et al. (2013) remetem ao triple bottom line a

condição para promoção da sustentabilidade no meio corporativo, a partir do equilíbrio entre

seus aspectos: o ambiental, o econômico e o social. Neste último, onde considera a questão da

justiça social, os stakeholders assumem papel importante para o alcance do objetivo sumário

desta dimensão da sustentabilidade, o de desenvolver um mundo mais justo, através das

relações corporativas com todos os seus stakeholders.

Quadro 17 – Percepção dos gestores em relação às práticas de gestão ambiental incorporadas ao shopping center

Entrevistados Práticas de gestão ambiental

Gestor do Capa Shopping Como dito anteriormente, os projetos desenvolvidos no shopping devem ser

ecologicamente corretos, por isso investimos em iluminação natural, tratamento

1 O gestor do Tau Shopping preferiu não responder algumas questões durante a entrevista.

Page 113: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

112

de esgotos para reutilização da água para ar-condicionado, limpeza e irrigação;

investimento em energia limpa como a solar para o funcionamento do shopping.

Mas pela grande demanda de energia pelo shopping, ele não utiliza só esse tipo

de energia. Utilizamos conjugada com a elétrica.

Gestor do Lambda

Shopping

As coletas de lixo orgânico e seletiva são feitas por empresas credenciadas e que

possuem a mesma filosofia até obrigatoriedade da sustentabilidade. Hoje usamos

apenas 25% de água da concessionária e restante usamos água de poço

(artesiano). Nosso fornecimento de energia é feito por uma fonte renovável.

Temos em nossas instalações um tanque de água bruta, que é o tanque onde

aproveitamos a água das chuvas etc.

Gestor do Mu Shopping No caso de gestão ambiental temos a coleta seletiva do lixo, tratamento das

caixas de gordura, reciclagem de papelão, plástico, lata de alumínio e papel

branco, além da coleta do óleo de cozinha na praça de alimentação.

Gestor do Nu Shopping Aqui no shopping, a única coisa que fizemos de diferente é o teto verde, onde

gramas foram plantadas na laje da sala de administração e foram instaladas

algumas placas de energia solar. Mas a energia gerada não é suficiente para

abastecer todo o shopping; apenas alguns pontos da administração, mas não

tenho como informar quantos watts são gerados, até porque trata de um teste;

um projeto piloto.

Gestor do Csi Shopping Hoje nenhuma prática de gestão formal, além da coleta seletiva do lixo.

Gestor do Ônicron

Shopping

A reciclagem, a separação e a destinação do lixo. Começa pela triagem do

material recolhido no mall depois vai para a destinação para os lugares corretos.

Sejam eles equipamentos eletrônicos ou plásticos, latas, papelão. Com isso,

temos até uma redução no valor pago à empresa que recolhe o lixo orgânico.

Gestor do Pi Shopping No nosso shopping, as tubulações estão voltadas para captação da água pluvial

que desemboca num reservatório, cuja água é aproveitada para o paisagismo. Ou

seja, essa água captada da chuva é armazenada e utilizada diariamente no nosso

jardim.

Um outro programa legal que temos é o de semi reciclagem. Está voltado para a

seleção do lixo, onde o material orgânico é separado do que vai para reciclagem

que são os plásticos, latinhas e papelão. Repassamos esse lixo reciclado para

uma cooperativa que reembolsa ao condomínio um valor por quilo de material.

Esse valor é revertido para a festa de confraternização de funcionários no final

do ano e consequentemente para uma pequena redução do valor dos encargos

que cobramos aos lojistas. Mas queremos fazer algo melhor. Pretendemos fazer

uma parceria com a Prefeitura Municipal da cidade nesse processo de destinação

do lixo e daí teremos mais benefícios. Hoje temos custo para descartarmos o

lixo, onde contratamos uma empresa terceirizada para recolher o lixo e ainda

temos a preocupação de saber onde é descartado esse lixo etc. E com essa

parceria deixaríamos de ter esse custo porque repassaríamos a responsabilidade

da destinação correta do lixo para a Prefeitura que seria beneficiada com o lixo

que o aproveitaria para reciclagem. O custo-benefício seria melhor e estaríamos

envolvendo órgãos públicos e responsáveis. A redução do condomínio para os

lojistas seria maior e ficaríamos mais seguros com a destinação do lixo. Essa

parceria firmei certa vez, em São Paulo (Estado), enquanto trabalhava num

shopping na cidade de Sorocaba.

Gestor do Rô Shopping O que o shopping tem incorporado hoje é a questão da separação dos resíduos,

classificando para reciclagem, como papelão, garrafa pet, latinhas (de alumínio).

Gestor do Sigma Shopping Na área de gestão ambiental temos apenas uma área de separação do lixo, já que

fazemos a reciclagem do plástico e papelão. Para o final de 2015,

implementaremos um projeto de separação de resíduos, já que surgiu nova lei

que entrará em vigor, sobre a obrigatoriedade de administração de resíduos.

Estamos empenhados em melhorar nosso sistema de reciclagem. Para tanto,

estamos procurando parceiros. Tudo em que envolve lixo há custo, dessa forma,

estamos tentando firmar parceria junto com a própria empresa que faz o

recolhimento do lixo e o recolhimento do óleo de cozinha da praça de

alimentação. Já temos implantado aqui também o sistema de captação da água

da chuva para utilização nas descargas dos banheiros. Porém, este sistema não

foi tão aproveitado porque neste ano em São Paulo choveu muito pouco, o que

comprometeu a eficácia do sistema.

Page 114: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

113

Gestor do Iota Shopping Controle do consumo de água e energia. Postagem de reportagens e mensagens

incentivando a preservação do meio ambiente e seus recursos. Estamos em

processo de implantação da coleta seletiva de lixo.

Gestor do Tau Shopping Temos algumas parcerias com ONGs na parte de reciclagem e nós já realizamos

há alguns anos a coleta de óleo vegetal, tanto com as lojas fast-food da praça de

alimentação quanto com os clientes. Para tanto dispomos de um posto de coleta

localizado no terceiro piso do shopping, na área externa para possibilitar que os

clientes venham depositar seu óleo de cozinha, onde daremos a destinação

correta. Nós fazemos também a coleta de lixo eletrônica através da parceria com

a Fábrica X, onde o pessoal pode depositar aqui teclado, mouse, monitores,

computadores que não estão sendo mais utilizados... Esses produtos são

reciclados e algumas peças são reaproveitadas, onde alguns computadores são

remontados em salas de estúdios de informática em bairros populares, com aulas

de informática gratuitas com esse mesmo parceiro.

Dispomos ainda parceria com a Coletora Y para coleta de jornais e revistas.

Parceria com a Coletora Z para coleta de papelão e pilhas e baterias com a

Coletora W, empresa sediada na cidade de São Paulo com devidas certificações,

onde destinamos anualmente este lixo, a qual faz a destinação correta. Além

disso, dispomos de lixeiras recicladas e distribuídas em todo mall do shopping.

Gestor do Úpsilon Shopping Desde a sua estrutura, com iluminação natural, reaproveitamento de água de

chuva, esgoto à vácuo, coleta seletiva com descartes adequados dos resíduos,

doação dos resíduos recicláveis para cooperativas locais...

Fonte: elaborado pelo autor (2015).

Quanto às práticas de gestão ambiental, a maior parte dos shopping centers

pesquisados, conforme demonstra o Quadro 17, afirmam adotar a seletividade do lixo e sua

correta destinação. Durante a entrevista os gestores revelaram que é contratada empresa

credenciada por órgãos competentes para executar o serviço, o que lhes confere credibilidade

e confiança. Outras práticas mencionadas estão voltadas ao reuso de água pluvial para sua

utilização nos sanitários, no jardim e para lavagem da calçada do empreendimento;

aproveitamento da iluminação natural externa por meio de clarabóias espalhadas no mall.

Houve alguns poucos casos (shopping Capa e Nu) que mencionaram a utilização de energia

solar, porém seu emprego em pequena escala, como é utilizada, acaba não sendo suficiente

para suprir a demanda do empreendimento.

Quadro 18 – Percepção dos gestores em relação às práticas de gestão social incorporadas ao shopping center

Entrevistados Práticas de gestão social

Gestor do Capa Shopping Nós visamos nos envolver cada vez mais com o social, procurando sermos

socialmente justos, atendendo as prerrogativas da acessibilidade, respeitando os

valores culturais e sociais, as diferenças, oferecemos o family room, espaço

família, fraldário e projeto de treinamento e formação profissional de jovens das

localidades para que possam trabalhar no empreendimento.

Gestor do Lambda

Shopping

Temos um compromisso com a comunidade vizinha, onde temos parceria de

apoio a todos os eventos que são feitos e que estes tenham interesse de nossa

participação.

Gestor do Mu Shopping Temos procurado fazer muito das nossas campanhas e ações de marketing

voltados para o social. Recentemente recebemos um prêmio internacional pelo

projeto ‘Mulheres de Peito’, em prol da conscientização do público feminino

sobre o câncer de mama. A homenagem é um reconhecimento concedido pela

organização mundial da indústria de shopping centers: o International Council

Page 115: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

114

of Shopping Centers (ICSC). A cerimônia de premiação aconteceu, durante o

congresso internacional RECon Latin America, em Cancún, no México. A

iniciativa trouxe depoimentos, palestras e material informativo durante os 19

dias do evento. O destaque foi o caminhão de mamografia, pertencente ao

Hospital de Câncer de Barretos e equipado pela GE Healthcare, estacionado do

lado de fora do shopping, que possibilitou a realização de mais de 400 exames

gratuitos, para mulheres acima de 40 anos.

Gestor do Nu Shopping A ação ligada ao social que realizamos é a Campanha do Agasalho, em parceria

com a emissora de televisão local. É uma campanha anual onde distribuímos por

todo shopping alguns pontos de coleta de roupas, agasalhos...

Gestor do Csi Shopping São muitas... Todo mês temos algum evento voltado para o social. Nós gostamos

de realizar ações e eventos voltados para o social porque educa as pessoas,

contribuem para que mais pessoas sejam voluntárias, solidárias com a dor do

outro. Por exemplo, com a desastre da chuva na cidade, onde tivemos grande

parte da população vitimada pela chuva, desabrigadas, montamos uma

campanha para arrecadar alimentos não perecíveis, roupas e cobertores e

tivemos um retorno favorável. As pessoas foram muito solidárias, onde

recebemos ligações de pessoas com caminhão de roupas para doação. Como não

tivemos condições de receber tal volume de doações direcionávamos para o

setor da prefeitura também envolvida com a causa. Outro evento foi a ‘Semana

do Glaucoma’, que consistiu numa semana de prestação de serviços de

oftalmologia à comunidade. Foi uma parceria que o shopping realizou com uma

clínica, onde os exames foram realizados de maneira gratuita numa loja que

estava vaga. Os exames eram para diagnosticar o glaucoma. Esta doença

gravíssima que quando não diagnosticada compromete a visão do paciente. No

shopping, foram atendidas mais de cinco mil pessoas. Dos atendidos alguns

foram diagnosticados com a doença. A clínica, imediatamente realizou o

cadastro dessas pessoas e realizará todo o tratamento pelo SUS (Sistema Único

de Saúde).

No mês de julho, realizamos pelo terceiro ano consecutivo o evento de cunho

social ‘Mês da Caridade’, em comemoração ao dia 19 que é o dia da caridade.

Na campanha do ano passado o tema era ‘Todo mundo envelhece um dia’. A

imagem das peças gráficas da campanha era um rosto: metade a face de um

jovem e outra de um idoso. A tônica da campanha era conscientizar a população

a cuidar do idoso, porque ela envelhecerá um dia. No mês foram arrecadadas

roupas, alimentos, cortinas, cobertores... Todo o material arrecadado é destinado

para um abrigo específico. Neste ano, será destinado para o Abrigo Bom Jesus,

localizado no bairro Tubarão. É um abrigo de idosos que foram deixados na rua

ou abandonados pela família.

Outra campanha é da ‘Declaração do Imposto de Renda’, onde nos meses de

abril de cada ano convidamos alguma faculdade de contabilidade para prestar

serviço de declaração do imposto de renda dos clientes e com isso, em troca,

eles doam uma lata de leite em pó. Neste ano arrecadamos quase um mil latas de

leite e doamos para doze instituições, entre elas, orfanatos e abrigo de idosos.

No Natal, fazemos arrecadação de brinquedos para doar para crianças. No ano

passado, os brinquedos doados pelos clientes e comprados com verba específica

do marketing foram distribuídos para um hospital que atende crianças com

câncer. Para ajudar na distribuição, levamos o Noel. Foi uma festa!

Fizemos no ano passado e realizaremos neste ano também, a campanha do

‘Aleitamento Materno’, em parceria com uma maternidade. O objetivo da

campanha foi conscientizar à população, principalmente as mães, a importância

de amamentar a criança e doar leite materno.

Além dessas campanhas sociais, como reconhecimento pela diversidade étnica

do empreendimento, ganhamos o prêmio ‘O selo da diversidade étnico racial’. O

que é o selo? – A prefeitura de Salvador oferece o selo a empresas que praticam

igualdade social e que dão iguais oportunidades de trabalho e crescimento

profissional para afrodescendentes. No ano passado, a prefeitura abriu

oportunidade para pequenas e médias empresas participarem para ganhar o selo.

Antes apenas as grandes redes ou empresas poderiam participar. No final do ano

passado este shopping foi o único da cidade a ter lojas que receberam o selo. Ao

Page 116: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

115

todo foram dezesseis lojas, além da administração do empreendimento e

associação dos lojistas. No mês de julho deste ano iremos realizar a exposição

do selo, dos funcionários da administração do shopping, das lojas... que

cresceram profissionalmente e que são afrodescendentes.

Gestor do Ônicron

Shopping

Ao social ainda não temos incorporado.

Gestor do Pi Shopping O shopping possui parceria com emissora local com a ‘Campanha do Agasalho’

para recolhimento de casacos, roupas e cobertores para serem distribuídos à

comunidade carente nos períodos mais frios do ano. Outra campanha firmada

com esse mesmo parceiro é o ‘Pedágio do Brinquedo’, onde os clientes e

público visitante doam brinquedos e o shopping se responsabiliza a distribuí-los

às creches carentes da comunidade local no Dia das Crianças. Uma iniciativa do

shopping também é a campanha que batizamos como ‘Árvore Solidária’, onde o

shopping adota uma creche para distribuir brinquedos, roupas e presentes no

Natal. As crianças fazem uma carta para o Papai Noel e tais solicitações, em

forma de bolas decorativas, vão compor uma árvore natalina. Os clientes têm

acesso a essa lista de desejos dessas crianças e depositam os presentes numa

caixa. Àquelas sugestões da lista de presentes que não forem doados pelos

clientes, o próprio shopping adquire e distribui para a ‘criançada’ da creche.

Gestor do Rô Shopping Ações sociais é uma coisa que o shopping não tem feito muito... A gente está

fazendo agora a ‘Campanha da Loja Vazia’, que é uma relacionada com a

responsabilidade social, como a Campanha do Agasalho em um formato

diferente. Funciona num espaço anteriormente utilizado pelo shopping, numa

loja vaga, porém remodelada e preparada para campanha, composta por

manequins sem roupas, araras com cabides vazios... A loja amanhece vazia e vai

enchendo no decorrer do dia com as doações: agasalhos, roupas, sapatos,

acessórios... As pessoas vão passando e doando. Essas doações serão destinadas

a entidade beneficente. Nós firmamos uma parceria com um grupo de jovens da

arquidiocese da Igreja Católica de Pelotas que selecionou a entidade para

doações. Esse grupo de jovens fica instalado na loja, no shopping e faz o

atendimento, a triagem das roupas, onde se verifica as condições e estado dos

agasalhos, roupas, sapatos que serão doados. Nessa parceria não temos nenhum

custo com esse grupo para que se possa viabilizar o projeto. É uma ação

voluntária. A duração da campanha é de quarenta e sete dias.

Gestor do Sigma Shopping O marketing trabalha com calendário de eventos e calendário de campanhas;

campanhas de varejo que estimula as vendas nos melhores períodos do ano

como Dia das Mães, Dia dos Namorados, Dia dos Pais... as liquidações e

principalmente o Natal. Os eventos também são direcionados a gerarem fluxo

para o shopping. Então, geralmente os eventos são de cunho infantil e de cunho

social. – O que significa isso? – Aproveitamos algumas datas do ano como Dia

da Água, Dia do Meio Ambiente e coisas relacionadas à sustentabilidade e

trabalhamos especificamente isso. Um exemplo foi o que aconteceu no Dia das

Crianças, que ao invés de trazermos um evento licenciado como a Turma da

Mônica, nós trouxemos uma peça de teatro chamado ‘Recicla Kids’, cujos

personagens são formados de materiais reciclados e eles mostram a criançada

como melhorar o mundo através da sustentabilidade, tratando de temas como

economia de água, reuso, a questão do lixo... Todos os personagens, o Sol, a

Gotinha da Chuva, a Plantinha... compuseram uma peça voltada para o público

infantil, tratando desse tema: a sustentabilidade. Tudo isso, acaba contribuindo

para a educação ambiental, atingindo não só a criança, mas toda a família. Além

disso, temos uma parceria junto com ONGs que trabalham com deficientes

físicos e outros públicos.

Gestor do Iota Shopping O marketing do shopping sempre se preocupa em promover algumas ações

vinculadas com o social. Há pouco tempo apoiamos algumas entidades não

governamentais e aderimos a uma ação promovia pela Prefeitura de Salvador

para ajudar as vítimas das chuvas. Nós realizamos também aos finais de semana,

principalmente no verão, atividades de recreação no Farol da Barra, com

brincadeiras com crianças e atividades físicas para adultos e idosos.

Realizamos anualmente também a ‘The Color Run’ que é uma corrida, com

percurso se dá do Dique do Tororó até a Barra, aproximadamente 5 km. Todos

Page 117: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

116

podem participar, sejam adultos, crianças, idosos, portadores de necessidades

especiais, rápidos, lentos, andadores... O que importa é se divertir enquanto

pratica atividade física. Sempre incentivamos o esporte, investindo em ações

ligadas à saúde e ao bem-estar. Além de promover uma melhor qualidade de

vida, a ‘The Color Run’ é um momento de diversão, voltada para toda a família.

A cada quilômetro percorrido, os participantes são tingidos de pó mágico que

nada mais é que uma mistura de amido de milho com corante comestível.

Produto natural, não tóxico, não alérgico e biodegradável, que não faz mal à

saúde e nem mancha roupas. O objetivo é chegar bem colorido à linha de

chegada, onde a diversão é garantida, ao som de um DJ.

Estamos também na sexta edição da campanha ‘Prêmio Iota Mulher’, como

parte das comemorações pelo Dia Internacional da Mulher. As mulheres

conseguem assumir diversas funções, são empreendedoras, guerreiras, talentosas

e sensíveis. Além da atuação profissional, conquistando seu merecido espaço,

acumulam com maestria as funções de mãe, esposa, dona de casa e profissional.

Esse prêmio é muito importante para enfatizar a diferença que a mulher faz na

vida e em todos os papéis sociais que realiza. Este ano o Prêmio homenageou

dez personalidades influentes em setores como moda, ação social, atividade

empresarial e negócios, educação, comunicação, medicina e saúde e

entretenimento. A escolha das vencedoras se dá por diversos critérios de cada

área e julgada por renomada equipe de jurados.

Gestor do Tau Shopping Sempre temos algumas ações voltadas para ação social. Fizemos diversas

parcerias com ONGs. Diversos eventos infantis do shopping, seu acesso é

através de doações de leite ou alimentos não perecíveis, onde são revertidos para

instituições e hospitais que cuidam de crianças com má formação fetal. A gente

procura desenvolver ao longo de todo o ano ações voltadas para a parte social.

Já promovemos desfiles, cujos modelos infantis eram crianças de uma creche.

Essas crianças levam o vídeo que participaram aqui e nunca mais se esquecem...

algumas ainda tentam enveredar por esse caminho artístico... O projeto bem

como o shopping está completando agora trinta anos e as ações socioambientais

e socioculturais fazem parte dessa história do shopping.

Gestor do Úpsilon Shopping Possuímos o instituto Qui de Compromisso Social, onde leva também o nome da

administradora e investidor. Buscamos a qualificação de jovens da comunidade,

para inserção no mercado de trabalho e apoiamos às instituições locais da

comunidade. No instituto realizamos atividades importantes como pré-vestibular

à comunidade carente, programa de jovem aprendiz, junto com o SENAC,

cursos de formação empreendedora, curso de férias para estudantes, e cursos de

capacitação para pessoas se inserirem no mercado de trabalho. Os cursos mais

ofertados são de pedreiro, carpinteiro, eletricista... em parceria com o SENAI.

Fonte: elaborado pelo autor (2015).

No que tangencia as práticas de gestão social, a maioria os entrevistados revelaram

promover diversas ações mais voltadas ao público externo, envolvendo a comunidade do

entorno. Algumas dessas ações, inclusive, lhes conferiram alguns prêmios pelas entidades de

classe inclusive a nível internacional (ICSC) e por órgãos públicos. Porém, notou-se durante a

entrevista que muito dessas ações é realizada anualmente, geralmente uma única vez no ano, e

quando bem sucedidas, são incorporadas no calendário de ações e eventos a ser promovido

pelo departamento de marketing nos anos seguintes.

Também fizeram parte de práticas de cunho social ações voltadas para os clientes

internos, como treinamento e capacitação profissional dos funcionários. Um dos shopping

centers enfatizou o trabalho de um instituto formulado pela administradora que visa atender a

Page 118: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

117

comunidade carente e desfavorecidas socialmente, através da promoção de cursos e

treinamentos profissionais, afim de promover sua inserção ao mercado de trabalho,

aumentando sua empregabilidade, para os jovens é oferecido curso pré-vestibular para

aumentar suas chances de ter acesso ao ensino superior, justificando a deficiência do ensino

público, sobretudo o pré-escolar.

Como demonstrado no Quadro 18, há evidências de que a maioria dos shopping

centers objetos de estudo estão envolvidos com práticas voltadas à gestão social e RSC,

especialmente às responsabilidades filantrópicas, como considera Carroll (1979, 1991)

quando afirma que uma empresa socialmente responsável deve desenvolver trabalhos

voluntários, filantrópicos ou aqueles que não tragam nenhum retorno, ou benefício esperado

pela empresa.

Abbade e Moraes (2013) explicam informando que RSC nada mais é que práticas e

posturas corporativas adotadas em prol da sociedade e do ambiente natural e que devem estar

alinhadas com os preceitos do Desenvolvimento Sustentável (DS). Para os autores Whetten,

Rands e Godfrey (2002, p. 394), são expectativas sociais do comportamento das organizações,

um comportamento que é esperado pelos stakeholders, por uma sociedade moralmente justa e

igualitária.

Quadro 19 – Percepção dos gestores em relação às pressões exercidas pelos stakeholders visando o atendimento

de demandas sociais e ambientais

Entrevistados Atendimento de demandas sociais e ambientais pelo shopping center

Gestor do Capa Shopping Como a cidade só conta com dois shoppings, sendo que este possui o dobro de

tamanho que o primeiro, nos sentimos muito pressionados pela comunidade

local. Fomos muito esperados pela população regional e não podemos

decepcioná-la. Por isso, como já disse, procuramos oferecer um espaço

ambientalmente correto, sem agredir o meio ambiente, ou pelo menos reduzir os

impactos e fazer algumas atividades envolvendo as pessoas. Isso para nós é

bastante prazeroso e recompensador.

Gestor do Lambda

Shopping

Como dito anteriormente, quando somos acionados, estamos ao dispor da nossa

comunidade.

Gestor do Mu Shopping Social, registramos um caso, que eu me recordo, em que fomos solicitados.

Tivemos com relação a vagas de estacionamento, onde tivemos de atender

legislação específica municipal, a qual tivemos de disponibilizar a cada 30

metros quadrados de área construída, uma vaga para PNE – Portadores de

Necessidades Especiais e uma para idosos. No aspecto ambiental não tivemos.

Mas no shopping Psi, que pertence ao mesmo complexo e onde também atuo

como gerente, no aspecto social tivemos a questão de atendimento à legislação

das vagas de estacionamento para clientes. E no ambiental, temos a questão do

tratamento do chorume; exigência da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância

Sanitária). Hoje, no Psi nós dispomos de sistema de tratamento apenas para lixo

orgânico... uma espécie de mini estação de tratamento de resíduos de caixa de

lixo orgânico, onde contratamos empresa especializada em tratamento químico

com licença em órgãos competentes.

Gestor do Nu Shopping Não, nenhum caso.

Gestor do Csi Shopping Sim, mas vemos isso com olhar positivo. Quando somos solicitados, avaliamos

e, na medida do possível, de acordo com a estrutura física do empreendimento

Page 119: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

118

procuramos acatar essas sugestões ou fazemos um planejamento de ações com o

orçamento para chegarmos ao atendimento dessas sugestões.

A empresa “U” que é sócia majoritária do empreendimento destina alguns

recursos e investe mais no campo social do que no ambiental, neste momento.

Porque os sócios conhecem o empreendimento e sabem da dificuldade de

adaptação à questão de meio ambiente e sustentabilidade.

O investimento é uma questão. Outra coisa são as prioridades com atividades

operacionais para que o shopping esteja em pleno funcionamento. É um

shopping com um fluxo de pedestre muito grande e, com isso, o gasto com

equipamento torna enorme: escada rolante, elevadores, elevando as despesas

com o condomínio. Nesse período de crise, por exemplo, temos que segurar o

condomínio o máximo possível para não dificultar na comercialização de lojas e

não onerar os lojistas.

Gestor do Ônicron

Shopping

Ainda não.

Gestor do Pi Shopping Aqui na nossa cidade nunca fomos chamados. Mas na minha experiência já

presenciei em um shopping no interior de São Paulo, onde o pessoal envolvido

na área de operações e manutenção foi chamado pela Vigilância Sanitária e

fomos inspecionados sobre a destinação do óleo de cozinha que é utilizado na

praça de alimentação do shopping, também sobre a destinação do lixo e outros

assuntos. No final, acabamos por firmar uma parceria com os fiscais que junto

com outros órgãos realizaram treinamentos diversos ao pessoal da praça (de

alimentação) e realizava inspeções sobre se o que era treinado, de fato era

implantado nas lojas.

Gestor do Rô Shopping Durante o período que estou aqui, não. Mas no período de construção do

shopping, soube que uma empresa terceirizada que prestava serviço para o

shopping foi notificada por órgão ambiental, por deixar vazar uma substância

num canal de água próxima ao shopping. Era para ser um canal, um curso de

água, que acho que desemboca na lagoa, mas é utilizada como esgoto pela “T”,

empresa de saneamento da cidade. A empresa ainda responde legalmente pelo

processo judicialmente. Fora isso, nunca fomos solicitados. O shopping também

é novo, tem apenas pouco mais de dois anos e meio de operação.

Gestor do Sigma Shopping Aqui neste shopping não tivemos nenhuma demanda, porém já presenciei em

outro shopping, do qual já fui funcionário, onde o empreendimento teve de

disponibilizar alguns dos seus funcionários da área de segurança para serem

alocados no estacionamento para conduzir e melhor atender deficientes visuais e

deficientes com mobilidade reduzida, disponibilizando inclusive, carros elétricos

para eles.

Gestor do Iota Shopping Não.

Gestor do Tau Shopping ------------------------------------------------------------------------------------------------

Gestor do Úpsilon Shopping Sim, muitas vezes... Procuramos sempre atender o que está em nosso

compromisso socioambiental, seja praticando ou contribuindo indiretamente

para disseminação do tema em prol da sociedade.

Fonte: elaborado pelo autor (2015).

O quadro 19 demonstra que houve poucas ocorrências, pela percepção dos gestores, de

solicitação dos stakholders ao empreendimento em vistas a atender determinada demanda de

cunho ambiental ou social. Alguns dos entrevistados, como o caso dos gestores dos shoppings

Pi e Sigma afirmaram que nos atuais empreendimentos em que atuam profissionalmente,

nunca foram solicitados, porém relataram circunstâncias e episódios que presenciaram em

suas experiências em outros shopping centers.

As ocorrências envolviam questões de adequações à legislação específica de

acessibilidade, tratamento de chorume oriundo do lixo orgânico, destinação correta do óleo de

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119

cozinha. Pelo que foi percebido durante a entrevista, os shoppings envolvidos responderam

positivamente às pressões de seus stakeholders implementando as ações por eles sugeridas.

Quadro 20 – Percepção dos gestores em relação às práticas ambientais e sociais inexistentes na organização,

porém que julgam relevantes tê-las.

Entrevistados Percepção das práticas ambientais e sociais que o shopping não possui

Gestor do Capa Shopping Lixos no mall identificados com separação para úmido e seco.

Gestor do Lambda

Shopping

Acho que além do apoio, poderíamos estar mais efetivamente acompanhando de

perto as comunidades no dia-a-dia e não só nos eventos. Isto seria uma

vantagem competitiva importante sim.

Gestor do Mu Shopping Deveríamos ter uma Estação de Tratamento de Efluentes com reuso, mas não

enxergo como vantagem competitiva... vejo como ponto positivo para o meio

ambiente. Mas pensando assim, não sei se teríamos área suficiente para

implementação de uma, porque como disse, somos limitados em termos de área

(m²). Além disso, pelo volume de água consumida mês (m³), não seria

economicamente viável, mas ecologicamente sim.

Já no shopping Psi não temos ainda implementada, porém temos um estudo, um

projeto de viabilidade para implementação de uma ETE. O custo-benefício é

bom por conta da área do shopping, quantidade de lojas que dispomos, sendo

viável economicamente, tendo impacto no lançamento de esgoto para o meio

ambiente, já que dispomos de poço artesiano e não temos custo na captação de

água.

Gestor do Nu Shopping Uma das questões que temos a consciência de que precisamos melhorar é a

questão de acessibilidade. Nisso, precisamos implementar algum projeto para

verificarmos até onde um cadeirante, por exemplo, se locomove bem dentro do

shopping: como se dirigir ao cinema, ter um espaço reservado para ele, ir até a

praça de alimentação no piso superior, onde hoje só é possível através dos

elevadores... Mas na prática isso não está bem claro... Precisamos melhorar.

Na questão ambiental, quando da criação do shopping, foram cortados em torno

de setenta Ipês Amarelos da região. Essa quantidade foi replantada em pequenas

mudas espalhadas por diversos pontos da cidade, mas não houve o

acompanhamento dessas mudas ou plantação de novas mudas... Uma outra coisa

que julgo importante também é a questão da iluminação solar para todo o

shopping para redução de custos, inclusive.

Gestor do Csi Shopping Na questão do lixo, temos o aproveitamento do lixo por uma cooperativa externa

sem custo, onde ela faz a seletividade do material. Temos ainda uma câmara

frigorífica para o lixo orgânico, de acordo com a legislação. Mas assim, acredito

que deveria ser além. Dispomos de lixeiras para produto reciclável e orgânico,

mas nossos clientes não se preocupam e acabam depositando o lixo orgânico em

lixeiras para material reciclável e vice-versa. Deveríamos ter uma política mais

formal na conscientização da população e clientes. Nesses dois anos, percebo

que é um shopping voltado para o institucional e social, por apoiar campanhas

sociais como: ‘Diga não ao homofobismo’, ‘Diversidade Étnico Racial’. Mas na

questão de sustentabilidade, meio ambiente, nos falta muita coisa. Mas assim,

como disse, tentamos adaptar ao que for possível, como substituímos, por

exemplo as lâmpadas fluorescentes por LED. São pequenas ações que não são

esquecidas, mas por questões prioritárias temos outras situações que devam ser

resolvidas antes disso.

Gestor do Ônicron

Shopping

Seria justamente envolver o entorno; os clientes para esta questão ambiental, não

somente para esta questão que realizamos de reciclagem. Mas eu vejo uma

possibilidade do shopping, como empreendimento, trazer para os seus clientes

informações do que ele tem e faz. Hoje, muitas empresas fazem sua parte e

esquecem que o consumidor final é quem pode fazer uma grande diferença em

todo processo. É o trabalho de ‘formiguinha’: as formigas fazem o trabalho de

operária e juntas vão fazer um grande trabalho... Então, hoje está só no macro e

é preciso ter a visão do micro também. Acho que os shoppings e outros

empreendimentos podem fazer isso, através de quê? – Apresentando esses

projetos nas praças, fazendo com que isso seja visível para seus clientes que

Page 121: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

120

estão no entorno. Eu diria que o shopping deveria interagir com o bairro, para

que os clientes venham tê-lo como referência.

Gestor do Pi Shopping Algumas parcerias com a Prefeitura e outros órgãos deveriam ser firmadas.

Temos a intenção e planejamento, mas ainda não é nada concreto. Algumas

práticas temos que realizar. Por exemplo, construímos uma cisterna para

realizarmos a análise e tratamento físico e químico da água e reusá-la e

aproveitarmos também para lavagem do jardim e calçada e para as descargas dos

sanitários. No caso dos banheiros, fica um pouco mais complicado porque

teríamos que adaptar toda a tubulação e isso envolveria um pouco mais de custo.

- E por quê vantagem competitiva? Para mim, seria porque reduz o valor da

conta de água e esgoto e das despesas que são cobradas ao lojista. É um

diferencial.

O shopping deve fazer também seu papel para a sociedade, através da

divulgação de marketing e treinamento para transmitir para os clientes e para os

funcionários orgânicos e terceirizados sobre a importância da reciclagem do lixo

e de materiais diversos que consumimos diariamente.

Gestor do Rô Shopping Seria importante implantar diretamente com a empresa de limpeza do shopping

a responsabilidade de separação do lixo pelas classificações, como papelão,

latinhas (de alumínio), plásticos, porque isso ainda não tem. Essa está sendo

uma responsabilidade da empresa coletora de lixo. Essa separação deveria

acontecer antes... com a própria empresa de limpeza que também é terceirizada.

Hoje o que é que acontece? – O lixo é acumulado numa mesma lixeira, tanto

internamente, na praça de alimentação quanto externamente, no estacionamento.

Quanto à água de reuso, também o shopping não tem, porém há a possibilidade

de implantar. Somos um empreendimento novo e, apesar disso, não se planejou

no projeto inicial essa questão de reuso de água (da chuva) que poderia ser

reaproveitada nos sanitários e para regar o jardim. Daria para fazer isso agora,

mas gera um custo inicial que acho que não estariam dispostos a arcar. Outra

coisa que deveria ser feito seria a utilização de menos quantidade de água

potável nas torres de refrigeração (para se gerar água gelada para o ar-

condicionado, nos equipamentos de chillers). Tentar fazer uma cisterna para

aproveitar água da chuva para o funcionamento das torres de resfriamento seria

uma ação adequada, principalmente nessa região que chove muito e é úmida.

Isso seria uma ação sustentável. Para se ter uma ideia, é consumido em média

trinta metros cúbicos por dia de água para fazer funcionar as torres. Não

reaproveitando a água da chuva, para ser sincero, estou deixando de ter meu

compromisso com a sustentabilidade, ou seja, estou consumindo uma água que

evapora – quase que 80% desses trinta metros cúbicos de água se evapora; estou

perdendo essa água.

Gestor do Sigma Shopping Aqui nós temos, porém deveria ser melhorado: é a questão da seletividade do

lixo, que poderia ser melhor explorado. Outro ponto é o tratamento do esgoto

que não temos, porém já vamos implantá-lo e, com isso, implantar também o

sistema de reuso de água. Com a ETE, o projeto prevê a redução de até 80% do

consumo de água e esgoto junto à concessionária, o que nos geraria uma

excelente economia. Isso porque, a água será extraída do poço artesiano e o

custo com o fornecedor para a implantação da ETE funcionará numa espécie de

comodato, onde a água de reuso terá um custo para o empreendimento de 50%

do valor de mercado.

Gestor do Iota Shopping Utilização de materiais reciclados, coleta seletiva de lixo, utilização de energia

solar...

Gestor do Tau Shopping ------------------------------------------------------------------------------------------------

Gestor do Úpsilon Shopping Hoje possuímos muitos projetos e não vejo no momento algo que esteja

faltando. Apenas melhorias ou novas inovações tecnológicas incorporadas ao

que já realizamos. Mas estamos sempre atentos a essas inovações e procuramos

acompanhá-las.

Fonte: elaborado pelo autor (2015).

Page 122: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

121

Apesar da maioria dos shopping centers desenvolverem ações relacionadas à

administração do lixo, através de ações de seletividade, correto descarte, conforme

demonstrado no Quadro 17, alguns dos empreendimentos informaram ainda quanto as

práticas de gestão ambiental que estas deveriam ser aperfeiçoadas e melhor geridas, através da

separação para lixo úmido e seco (shoppings Capa e Rô), conscientização dos clientes e

investimento em educação ambiental (shoppings Csi, Pi, Sigma e Iota), envolvendo inclusive

a comunidade do entorno (shoppings Ônicron e Lâmbda), conforme demonstrado no Quadro

20.

Outras práticas que informaram não terem incorporadas no escopo de suas atividades,

porém julgam ser importante, mesmo para adquirir vantagem competitiva, envolve a questão

de reuso da água (shoppings Pi e Rô), até mesmo para utilização nos equipamentos de chillers

no processo de condensação da água e utilização na geração de ar-condicionado a ser

distribuído em todo empreendimento (shopping Rô). A vantagem competitiva estaria

associada à redução de custos e despesas, pois impactaria na redução da conta de condomínio

para os lojistas, sendo um atrativo para novas comercializações, explica detalhadamente o

gestor do shopping Pi durante a entrevista.

Foram mencionadas a necessidade e importância de implementação de ETE

(shoppings Mu e Sigma), exploração da energia solar (shoppings Iota e Nu), melhorar as

parcerias com órgãos públicos, as ações envolvendo efetivamente a comunidade, no cotidiano

das organizações (shopping Lâmbda), disseminando as boas práticas para que se tornem

visíveis aos clientes e à comunidade (shopping Ônicron) e tratar de questões de acessibilidade

(shopping Nu).

Na percepção do gestor do shopping Úpsilon, cuja administração/investidor (Qui

Administração) é responsável por um instituto de compromisso social, uma fundação e uma

ONG socioambiental, afirma não enxergar algo que deveria ser melhorado, a não ser adoção

de inovações tecnológicas às já existentes e incorporadas ao empreendimento.

4.5 FATORES RELEVANTES QUE AFETAM OS COMPROMISSOS COM A

SUSTENTABILIDADE, SEGUNDO A VISÃO DOS GESTORES

Mediante as respostas obtidas nas entrevistas realizadas com os gestores dos shopping

centers foram elaborados os Quadros 21 a 23 para promover a comparação e análise dos

dados em relação aos objetivos da pesquisa.

Page 123: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

122

Quadro 21 – Percepção dos gestores sobre os aspectos que julgam importantes e/ou que afetam os compromissos

com a sustentabilidade

Entrevistados Julgamento dos gestores em relação aos aspectos da sustentabilidade

Gestor do Capa Shopping Os três afetam, porque são igualmente importantes.

Gestor do Lambda

Shopping

Acho que os sociais são os mais importantes, pois a nossa cultura e educação

ainda é muito deficitária para termos melhores condições de implantação

cultural.

Gestor do Mu Shopping O fator mais forte é o econômico que interfere nos outros aspectos, no meu

ponto de vista.

Gestor do Nu Shopping Acredito que o social seja o mais importante; é o que deveria ser atendido

primeiramente. Isso porque envolve as pessoas. É uma prestação de contas com

a comunidade. Ao meu ver é mais importante, por exemplo do que a gestão

ambiental, por humanizar as pessoas...

Gestor do Csi Shopping É o econômico. Sabe-se que para chegar a essas metas de melhoria na própria

evolução da sustentabilidade a gente tem algumas etapas a serem concluídas,

uma delas é o treinamento – isso nós temos em nosso planejamento, mas não é

uma coisa que digamos: ‘o foco neste ano é seguir esta linha de treinamento’;

esporadicamente aparece algo que é interessante para inserir, a gente faz... Mas

o econômico ainda é um fator impeditivo. Imagina-se o seguinte: a energia solar

é uma energia limpa, porém quando colocada na ‘balança’ é muito onerosa,

mesmo tendo lá na frente os ganhos com esse investimento, mas para chegar lá é

muito complicado.

Gestor do Ônicron

Shopping

O que julgo mais importante é o social e o que é menos valorizado, porque o

social é o que tem potencial para mudar os outros dois, a parte econômica e

ambiental. Quando a empresa envolve o social, acaba envolvendo pessoas, a

comunidade e com isso, consegue resultados maiores e melhores em diversos

setores. Mas não acho que os três aspectos têm o mesmo peso. As pessoas focam

o que está mais à vista, por exemplo: educação ambiental é um dos pontos que

está à vista. Mas a gente sabe: se mexer com o social, a empresa vai conseguir a

educação ambiental e também conseguir melhorar o aspecto ou situação

econômica. Eu vejo que o social é o menos valorizado, porém é o que deveria

ter o maior peso, porque ele tem a capacidade de promover uma mudança muito

macro e a longo prazo.

Gestor do Pi Shopping O retorno proporcionado por cada ação adotada, o custo-benefício. Julgo

importantes algumas ações envolvendo a gestão do lixo, o uso da água que é um

recurso que está sendo escasso no nosso país e a questão da energia elétrica.

Teremos um bom retorno quando houver a mudança da empresa terceirizada que

hoje recolhe o lixo, principalmente da praça (de alimentação), porém envolve

órgão público (Prefeitura), que nem sempre é fácil de firmar alguma parceria.

Mas quando houver essa substituição, o impacto é determinante, porque gerará

redução de custo para o lojista. Uma outra ação que responderá positivamente

para o shopping será quando pusermos a cisterna para funcionar. Gerará mais

redução de custo e consumo de água.

Gestor do Rô Shopping Na verdade os três andariam juntos, mas na prática isso não funciona. É mais a

parte econômica que domina sobre as outras.

Gestor do Sigma Shopping Na parte social, o shopping, por ser um empreendimento para a cidade, que

chama muita atenção, acho que ele deveria dar mais importância para a parte

social e participar de eventos para a cidade. Acho que isso tem um impacto

positivo para a gente. É gerado um marketing positivo, apesar de não podermos

pensar em retorno, já que é uma ação em que se ajuda o próximo. E, na parte do

meio ambiente, também, como a implementação de uma ETE, onde além de

gerar uma economia para a empresa, tem a questão da responsabilidade, onde o

esgoto gerado será adequadamente tratado e destinado sem agredir ao meio

ambiente.

Gestor do Iota Shopping Na minha visão e experiência, os problemas financeiros são os fatores que mais

afetam o compromisso de investir em sustentabilidade.

Gestor do Tau Shopping -----------------------------------------------------------------------------------------------

Gestor do Úpsilon Shopping Se um desses aspectos citados for afetado, a sustentabilidade não se completa,

Page 124: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

123

pois como citei na definição sustentabilidade é a harmonia, sintonia do

desenvolvimento desses três aspectos.

Fonte: elaborado pelo autor (2015).

Na percepção dos shoppings Lambda, Nu, Ônicron e Sigma o aspecto social é um dos

mais importantes, pois trata de uma espécie de prestação de contas com a comunidade

(shopping Nu), por envolver pessoas e processo de aculturação (shopping Lambda) e pela

representatividade e notoriedade do shopping center para comunidade (shopping Sigma),

sendo até mesmo comparado como uma “nova cidade em meio à cidade”, submersa (relato do

gestor do shopping Sigma, no Quadro 16) ou como “mini prefeitura” (shopping Csi, no

Quadro 24). Porém esse aspecto, geralmente é o menos valorizado (shopping Ônicron).

Para o gestor do shopping Pi, o aspecto mais relevante é o ambiental e, em seu

discurso, procura evidenciar sobre o custo-benefício gerado a partir de boas práticas na área

envolvendo parceiros, o que minimizaria o custo dos encargos comuns cobrado ao lojista,

onde uma ação voltada para o aspecto ambiental repercutiria diretamente à sustentabilidade

econômica do empreendimento, sendo inclusive uma vantagem competitiva. Isso porque na

análise econômica, na visão do gestor, um shopping competitivo para o lojista é aquele que

possui baixo custo de encargos comuns (condomínio) associado à geração de receita com sua

operação.

Esta visão valorativa dos aspectos socioambientais para tratar da sustentabilidade é

explicada por Carvalho, Stefano e Munck (2015). Tais aspectos têm evoluído em importância

e significado para as organizações, ao que eram considerados requisitos para atendimento de

exigências legais passaram a ser incorporadas nas relações complexas com as diferentes

funções administrativas das empresas.

Na visão dos gestores dos shopping centers Mu, Csi, Rô e Iota, o fator que afeta os

compromissos com a sustentabilidade está direcionado ao aspecto econômico. No relato do

gestor do Csi, este ressaltou que o econômico é fator impeditivo para incorporação e

implementação de ações voltadas para sustentabilidade, exemplificando que apesar de

algumas alternativas serem consideradas boas, ainda possuem custo elevado que nem sempre

o investidor está disposto a arcar no momento. O entrevistado deixou claro, durante a

entrevista, que há outras prioridades a serem assistidas antes de se investir em

sustentabilidade, sobretudo do prisma da gestão ambiental, pois geralmente são mais

dispendiosas, principalmente em se tratando de um shopping mais antigo, como assim

considera o empreendimento em que atua profissionalmente (Quadro 23).

Page 125: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

124

As visões mais integradoras com o estudo de sustentabilidade foram notadas nos

discursos dos gestores dos shoppings Capa, Úpsilon e Rô, muito embora este último informe

que os três pilares da sustentabilidade, o econômico, o social e o ambiental deveriam ser

tratados igualitariamente, porém na prática, no cotidiano corporativo o que predomina ainda é

o econômico.

O discurso do gestor do Capa e do Úpsilon, onde declaram que “os três aspectos são

igualmente importantes” (Capa) e a sustentabilidade “é a harmonia, sintonia do

desenvolvimento desses três aspectos” (Úpsilon); tal visão mais se aproxima com os estudos

de Elkington (2001), Hart e Milstein (2004), Veiga (2006) e Benites e Pólo (2013), vez que

estes defendem que a matriz basilar da sustentabilidade é a busca da continuidade no mercado

e no crescimento da organização a partir de sua viabilidade econômica, além da coexistência

harmônica com o meio ambiente e sociedade, interagindo e sobrepondo, afetando-se e

condicionando-se mutuamente.

Quadro 22 – Percepção dos gestores quanto à existência de estratégias integradas, no campo ambiental, social e

econômico

Entrevistados Percepção dos gestores quanto à existência de estratégias sustentáveis

Gestor do Capa Shopping Sim, através do TAC onde acordou o melhoramento do acesso das áreas do

entorno. O TAC ou Termo de Ajustamento de Conduta é um documento

firmado entre o shopping junto com a Prefeitura e Governo estadual. O plano

prevê investimento de ambas as partes sobre o sistema viário externo,

pavimentação dos ramais, revitalização da iluminação pública, câmeras de

seguranças, execução e implantação de serviços de drenagem externa e estação

de tratamento de esgoto... A obra busca melhorar as condições de segurança

viária para motoristas e pedestres, principalmente por meio do fechamento do

canteiro central, da construção da rotatória e da travessia para pedestres. A

população também será beneficiada com a construção de uma ciclovia no local,

proporcionando ainda mais segurança para os usuários da via.

Gestor do Lambda

Shopping

Isto é um bom aspecto, hoje não precisamos de exigências para trabalhar dentro

de nossas possibilidades pensando na sustentabilidade como um todo.

Gestor do Mu Shopping Só temos a questão social, em que estamos passando pelo processo de

certificação de acessibilidade e adequação em vagas de estacionamento e pela

estrutura do shopping. Na verdade já temos o processo protocolado na Secretaria

Municipal de Acessibilidade para emissão da certificação. Essa exigência tem o

rigor de inclusive interferir na licença de funcionamento do shopping, como

aconteceu com um concorrente.

Gestor do Nu Shopping Não. Talvez, caso haja, está mais envolvida na gestão direta junto aos

empreendedores, não chega para nós. Não sei te dizer se há algum projeto neste

sentido.

Gestor do Csi Shopping Não temos. Estamos abrigados em uma área de influência que, infelizmente, por

questões políticas é uma desordem: lixo espalhado nas ruas, presença de

camelôs muito próximos ao empreendimento, os quais comercializam além

produtos piratas, alimentos. Com a falta de organização acabam proliferando e

trazendo para o empreendimento algumas pragas, roedores e insetos, os quais

estamos constantemente combatendo. Esse é um dos nossos problemas que

envolve questões sociais, econômicas e também ambiental, por envolver o

problema lixo urbano. Mas não temos nada projetado em termos de estratégia

integrada para combatê-lo.

Gestor do Ônicron O empreendimento tem buscado sim. Por exemplo, na gestão ambiental tem

Page 126: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

125

Shopping conscientizado as lojas a separar seus materiais (lixos). É como falei, as

empresas estão muito preocupadas no macro; no empreendimento fazer a

reciclagem e tudo o mais... e não envolvem as pessoas que geram os resíduos.

Então, agora estamos com um projeto de conscientizar os lojistas a já fazerem a

triagem dos materiais (lixos) para que tenhamos uma adesão maior, para que o

material (lixo) já saia separado, o que economiza tempo, economiza dinheiro

com o pessoal que faria a triagem, onde os próprios lojistas e vendedores fazem

a seletividade do material e cada loja terá oficialmente uma pontuação mensal,

ou seja, por exemplo, quem melhor fizer essa triagem – não é quantidade é quem

melhor fazê-la – terá melhor pontuação que no final do semestre e do ano pode

ser premiado pelo trabalho que foi feito. Pode ser uma loja pequena ou loja

grande. O que importa, na verdade, é a qualidade e não a quantidade.

Gestor do Pi Shopping Este shopping não possui, mas acredito ser importante um shopping possuir

estratégias voltadas para a sustentabilidade, como a questão do esgoto, seu

tratamento para reutilização do consumo da água.

Gestor do Rô Shopping Não, não tem.

Gestor do Sigma Shopping Nós temos um sistema de descarte de lâmpadas fluorescentes, onde realizarmos

o correto armazenamento das lâmpadas danificadas e temos parceria com

empresa especializada com certificação ambiental para fazer o correto descarte;

a própria coleta de lixo, onde não podemos descartá-lo em qualquer aterro, por

isso exigimos da empresa prestadora de serviço, a certificação do aterro

sanitário... Nós temos desenvolvido essa política de controle legal, por meio de

certificações, laudos...

Gestor do Iota Shopping Não.

Gestor do Tau Shopping ------------------------------------------------------------------------------------------------

Gestor do Úpsilon Shopping Sim. Sempre estamos acompanhando o desenvolvimento de novas tecnologias e

programas que se adequem ao nosso compromisso. Com relação à comunidade,

sempre estamos abertos junto ao nosso instituto de responsabilidade social.

Fonte: elaborado pelo autor (2015).

Na análise do Quadro 22, o gestor do shopping Mu, em seu discurso, informou que

possui apenas estratégias definidas em vistas a atender o aspecto social, referindo-se para o

episódio que foi alvo de matéria jornalística de 23 de novembro de 20142, na qual a Secretaria

de Acessibilidade entrou com processo de cassação de licença de funcionamento de um

shopping localizado em São Paulo, capital, em função da não conclusão das obras de

acessibilidade do empreendimento.

Observa-se no shopping Sigma alguns programas e ações isoladas voltadas para a

sustentabilidade ambiental, porém no discurso com o gestor percebeu-se a carência de

integração com as demais áreas que envolvesse os aspectos social e econômico. Tal prática

está condicionada ao atendimento de prerrogativas legais.

A base das estratégias integradas do shopping Ônicron, segundo a percepção do seu

gestor, está direcionada à conscientização do público interno do empreendimento,

funcionários, lojistas, vendedores, a respeito da questão do descarte correto do lixo que tem

sido alvo de preocupações da gestão urbana.

2 JUSTIÇA EM FOCO. Justiça suspende pedido de cassação de licença e mantém funcionamento do

Shopping Center “X”. Disponível em: <http://www.justicaemfoco.com.br/desc-noticia.php?id=98075>. Acesso

em: 27 nov. 2014.

Page 127: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

126

Já as estratégias integradas no shopping Capa, elucidadas através do seu gestor,

ocorrem em parceria com órgãos públicos das esferas municipal e estadual, visando

atendimento das áreas ambientais, como serviços de saneamento, drenagem externa e

implantação de ETE e, no âmbito social, o melhoramento na segurança viária, melhoria na

sensação de segurança pública com instalações de câmeras de monitoramento, melhoria na

iluminação pública do entorno, dentre demais benfeitorias.

No caso do shopping Úpsilon, tais estratégias acontecem concomitantemente com as

atividades desenvolvidas junto com o instituto e ONG de responsabilidade socioambiental,

fundada por sua administradora e investidor, a Qui Administração.

Notou-se, porém, diante do exposto no Quadro 26 que poucos foram os shopping

centers, dentro da realidade estudada, que mantém o raciocínio de desenvolverem estratégias

integradas, visando à sustentabilidade.

Quanto a isso, Aligleri (2011, p. 76) defende a corrente que as “empresas capazes de

incorporar iniciativas socioambientais a sua estrutura organizacional, criam um sistema

orgânico no qual há sinergia entre os sistemas estratégicos, os sistemas operacionais e o

ambiente externo, tornando-o mais conectados e sustentáveis”.

Quadro 23 – Percepção dos gestores quanto da formulação e operacionalização das estratégias de marketing

Entrevistados Formulação e operacionalização de estratégias de marketing

Gestor do Capa Shopping Algumas ações de marketing são cooperadas com os outros shoppings da rede Fi

Administração. Isso favorece para viabilizar algumas campanhas porque ficam

com menor custo de montagem. Mas a maioria dos eventos considera a esfera

regional. Por isso, buscamos entender os clientes, seus desejos, aspirações e

procuramos montar as estratégias de marketing buscando atender os clientes.

Gestor do Lambda

Shopping

São formuladas por nossa gerência de marketing e alinhadas com o coorporativo

da empresa, com isso estabelecemos tanto estratégias regionais como nacionais

Gestor do Mu Shopping As ações de marketing, campanhas promocionais são formuladas considerando o

cliente paulistano da proximidade. Somos beneficiados pelo Metrô que nos

garante um grande fluxo de clientes. Como esses clientes possuem o mesmo

perfil com os frequentadores do shopping Psi e estamos sob a mesma

administração, da Alfa Administração, as campanhas promocionais são

cooperadas. O bom disso tudo é que podemos unir verbas e maiores recursos

para destinarmos à mídia e promoção, viabilizando campanhas de maior

representatividade.

Quando montamos grandes eventos cooperados, reunimo-nos com a agência de

publicidade e toda a equipe e realizamos uma espécie de brainstorming e daí

extraímos algumas ideias. A agência de publicidade é quem geralmente nos

ajuda a materializar as grandes ideias em ações...

Gestor do Nu Shopping A maioria das ações e eventos é regional. Aqui em Porto Alegre nós temos uma

boa estrutura de atendimento junto aos fornecedores e parceiros que acaba

viabilizando a montagem de campanhas locais e regionais. O custo para trazer

eventos de fora do estado era bem maior, com exceção da decoração de Natal

que por questão de qualidade, nós trazemos geralmente de São Paulo, em função

dos grandes fornecedores que atendem shopping centers estarem localizados lá.

Mas quanto às ações e eventos, acabamos fazendo muita coisa da região

metropolitana, interior, serra...

Page 128: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

127

Gestor do Csi Shopping O shopping faz o orçamento anual das ações e campanhas nos segundos

semestres do ano para o ano seguinte. Como são formuladas essas estratégias,

geralmente realizamos reunião com toda a equipe de marketing e com a agência

de publicidade, onde decidimos o que realizaremos no ano seguinte. Para isso,

as ações e eventos serão de acordo com o que acontecerá no próximo ano, como

Copa do Mundo, Ano das Olimpíadas, agora, por exemplo, como se tem falado

muito de crise econômica, as campanhas de marketing tem se voltado mais para

as vendas, mas friso que também não pode ser algo voltado apenas para vendas,

vendas... temos que passar uma imagem de conforto, comodidade, algo que o

cliente se sinta bem no nosso shopping e as vendas sejam uma consequência

desse bem-estar. Sendo assim, imaginamos que o cliente não compra aqui

apenas por comprar, mas como consequência de se sentir bem, porque o

ambiente é agradável, é bem atendido... As estratégias são formuladas

dependendo do que acontecerá no ano seguinte, pautada em bom atendimento,

na verba que teremos e nas experiências que o cliente terá dentro do

empreendimento. Quanto às dimensões das estratégias, serão locais. Porém

fazemos anúncios a nível nacional, nas revistas da ALSHOP, a Associação dos

Lojistas de Shopping Centers, Abrasce, a Associação Brasileira de Shopping

Centers, direcionadas para o setor comercial, para a ‘venda do

empreendimento’; para favorecer a captação de novos lojistas. Normalmente

fazemos anúncio cooperado com os shoppings administrado pela Alfa

Administração. Este sim é voltado para o cliente final que inclusive, é

transmitido no interior do Estado, pois temos alguns clientes do interior, mas

normalmente é focado na população de Salvador.

Gestor do Ônicron

Shopping

As estratégias de marketing variam muito do perfil dos clientes e do seu público

alvo também. No caso deste empreendimento, o público é mais local. Então,

busca-se abranger um público dessa região, mais local. É por isso, que as

campanhas e estratégias de marketing variam de empresa para empresa, mas

neste caso, envolve mais o local. Mas acredito e reconheço que precisamos ser

mais ousados, até porque a gente sabe que pequenas iniciativas quando são bem

elaboradas ganham uma projeção que não teve no início. A gente tem voz,

vídeo... então, uma pequena iniciativa, uma ideia ousada pode ser uma ideia de

sucesso que dá uma projeção maior. Quanto da formulação das campanhas e

eventos de marketing, ainda há a ideia de buscar os terceiros para fazer o

trabalho de criação, montagens e desmontagem de campanhas. Na verdade a

equipe do shopping dá mais um apoio. Não há essa visão do próprio shopping

fazer a própria campanha.

Na montagem das campanhas e estratégias de marketing, estas são formuladas

mais pelas percepções e experiências profissionais que tivemos neste e em

outros empreendimentos. Porém a ideia é envolver mais a comunidade na

campanha, interagir com ela. Por exemplo, no Dia dos Avós, é fazer com que os

avós compareçam ao empreendimento e façam gratuitamente exames médicos,

os testes de mamas, buscando a harmonia saúde do corpo... é fazer com que

interajam com o shopping.

Gestor do Pi Shopping As estratégias de marketing são formuladas anualmente através do planejamento

estratégico e orçamentário para todo o ano seguinte. A agência de publicidade

que está localizada na região Sul, é parceira no sentido de nortear sobre algumas

ações locais a que venhamos formular junto com a administradora que está

localizada em São Paulo. A princípio, logo na inauguração do shopping, as

campanhas eram mais voltadas para a dimensão nacional, com a utilização de

uma atriz global, por conta da administradora e do pessoal do marketing

corporativo estar localizado em São Paulo, mas com o passar do tempo,

formulamos de perto as estratégias de mercado, visando atender as necessidades

do consumidor da região oeste de Santa Catarina. Aliás, não só de Santa

Catarina, mas do noroeste do Rio Grande do Sul e sudoeste do Paraná, até

porque alguns dos nossos visitantes são de pequenas cidades dessas regiões.

Inclusive temos alguns ganhadores de prêmios sorteados nas campanhas de

marketing de edições anteriores dessa região.

Gestor do Rô Shopping A gente elabora o planejamento anual, onde buscamos consolidar todas as

informações dos eventos e campanhas que realizamos durante o ano todo,

Page 129: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

128

inclusive nos outros shoppings da rede (Alfa Administração) e buscamos

elaborar um planejamento financeiro para o próximo ano. As ideias são

aprovadas e também há o incremento de campanhas e eventos durante a

execução do ano, em função das características regionais. Obrigatoriamente

temos que seguir o calendário do varejo, como Mães, Namorados, Pais, Dia das

Crianças. Hoje a gente incrementa com Férias de Verão e Férias de Inverno,

Recreação e Páscoa... e, em Pelotas tivemos uma ação de característica regional,

onde incluímos no calendário das campanhas de marketing, a Semana

Farroupilha que é uma data muito comemorada na cidade, foi também uma

solicitação dos nossos lojistas que incluísse no planejamento. No próximo ano já

estamos pensando na inclusão de alguns eventos e ações que não é tão forte para

a região quanto a Semana Farropilha, mas que são importantes, como

Aniversário da Cidade, Dia do Amigo, Dia do Avô; são datas muito marcadas na

região. Quanto às dimensões, posso dizer que o incremento das ideias é regional,

onde se respeita muito as características do local.

Gestor do Sigma Shopping O departamento de marketing realiza uma sugestão de orçamento de

planejamento que é aprovado pela administradora do shopping (Alfa

Administração), junto com os investidores. Nele constam as campanhas que

serão realizados durante todo o ano seguinte: campanhas de calendário de varejo

e campanhas de geração de tráfego. O projeto para o próximo ano é de que

sejam realizadas quatro campanhas infantis, sendo uma delas voltadas para a

sustentabilidade. Mas essa quantidade de campanhas, bem como o seu público,

podem ser mudados durante o ano, de acordo com o resultado de vendas do

shopping, do fluxo de clientes... e outros fatores. Mas para todas as ações que

são realizadas, realizamos estudo e observação do está sendo feito e praticado

pelo mercado, pelos concorrentes em cima de uma necessidade.

Gestor do Iota Shopping É responsabilidade do departamento de marketing a elaboração das estratégias

de marketing. Mas posso informar que há um estudo do perfil do público e ser

atendido, geralmente regional, onde busca atender as características e festas

locais, como o Carnaval, São João, participação do Liquida Salvador, junto com

a CDL (Câmara dos Dirigentes Lojistas), mas é claro, não são desconsideradas

as campanhas do varejo, Dia das Mães, Pais, Namorados, Natal... Até mesmo

essas campanhas ganham uma roupagem regional, como as temáticas da

decoração de Natal ou Dia das Mães etc.

Gestor do Tau Shopping Normalmente é regional, mas algumas ações já ganharam dimensões nacionais.

O shopping inclusive foi premiado algumas vezes por ações de sustentabilidade.

Uma foi sobre a ‘Semana do Voluntariado’ que abriu espaço do shopping para

ONGs estarem divulgando seus trabalhos e angariando novos voluntários. O

evento foi premiado pela Abrasce e pela ADVB que é a Associação dos

Dirigentes de Vendas e Marketing e também com o Prêmio da ALSHOP. Outra

campanha que foi premiada tanto regional quanto nacionalmente foi de

incentivo a adoção, em parceria com o juizado da infância e juventude. Foi uma

campanha do Dia das Mães. O resultado foi favorável. Durante o período da

campanha conseguiu-se aumentar em torno de 200% o número de procura por

informações sobre como adotar uma criança. Isso foi mensurado junto ao

juizado. Essa campanha foi repetida algumas vezes, sendo premiada por essas

entidades com Prêmio Top Social.

Gestor do Úpsilon Shopping Como somos de um grupo (Qui Administração), as ações que podem ser de

estratégias coorporativas, as desenvolvemos assim (nacionalmente). Mas

sabemos que cada localidade, possui a sua cultura local e não podemos

desprezá-las.

São operacionalizadas através dos setores envolvidos dentro das premissas do

compromisso socioambiental e dos processos existentes.

Fonte: elaborado pelo autor (2015).

Diante da análise do Quadro 23, as estratégias de marketing tem abrangência tanto

nacionais e regionais, como acontecem nos shoppings Capa, Csi, Pi e Tau quanto apenas

Page 130: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

129

regionais, como Mu, Nu, Ônicron, Rô, Sigma e Iota. A maioria dessas estratégias partem das

premissas do planejamento estratégico e orçamentário, mediante a verba disponível para o

exercício social seguinte (shopping centers Csi, Pi, Rô e Sigma), mas possuem estrutura

flexível, visto que as ações, eventos e campanhas de marketing podem sofrer mudanças,

alterações e/ou adaptações durante o exercício, dependendo de variáveis como o resultado de

vendas do shopping e do fluxo de clientes (Sigma e Rô).

Para a formulação das estratégias são considerados alguns aspectos como o bom

atendimento, verba, experiências que o cliente terá dentro do empreendimento (shopping Csi).

Geralmente são realizadas reuniões com a equipe, onde são adotadas ferramentas de

brainstorming (shopping Mu) e discutidos temáticas acerca do calendário do varejo

(shoppings Csi, Sigma e Ônicron). Em alguns casos, alguns dos shopping centers pesquisados

ainda contam com a parceria de agência de publicidade para traçar e discutir as estratégias

(shopping centers Mu, Ônicron e Pi).

Para viabilizar algumas ações e campanhas de marketing, em questões de custos,

alguns shopping centers utilizam de estratégias cooperadas de redes (THORELLI, 1986),

como são os casos dos shoppings Capa, que pertence à Fi Administração e outros três, o Mu,

Rô e Pi, ambos pertencentes a Alfa Administração. Segundo os gestores, o anúncio cooperado

em mídia e a produção de VTs tornam mais baratos do que seriam se fizessem

individualmente.

4.6 ESTRATÉGIAS, FERRAMENTAS E AÇÕES VOLTADAS À IMPLEMENTAÇÃO

DE UM SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO SUSTENTÁVEL

De acordo com as respostas obtidas nas entrevistas realizadas com os gestores dos

shopping centers foram elaborados os Quadros 24 a 27 para promover a comparação e análise

dos dados em relação aos objetivos da pesquisa.

Quadro 24 – Percepção dos gestores acerca de estratégias empresariais que julgam essenciais para maximização

de lucros e redução de gastos operacionais

Entrevistados Estratégias para maximização de lucros e redução de gastos operacionais

Gestor do Capa Shopping Compras por meio de grupo entre os demais shoppings da Fi Administração;

Economia da luz e de papel.

Gestor do Lambda

Shopping

Gestão do conhecimento;

Participação nos resultados.

Gestor do Mu Shopping Negociando contratos cooperados com shoppings da rede, tanto contratos com

lojas quanto de compra e venda de materiais, como limpeza, operações, serviços

diversos.

Gestor do Nu Shopping Acho que redução de equipe é uma coisa complicada, mas talvez a

informatização das coisas; torná-las mais práticas, seria o caminho... Na era da

Page 131: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

130

tecnologia, investir em informatização de algumas áreas e talvez reduzir o

número de pessoas. Totens interativos, painéis interativos... obviamente com

algum suporte, mas com menos pessoas do que temos hoje, seria uma alternativa

a ser pensada.

Gestor do Csi Shopping Uma das estratégias que acredito ser mais importante é a conscientização. Numa

segunda etapa é treinamento. E, finalmente... essa conscientização junto com

treinamento e incentivos favorecerá para trazer ideias para reduzir os custos

operacionais.

Essa conscientização seria tanto com os funcionários, quanto lojistas e clientes.

Esta estratégica envolveria muitas pessoas. Isso porque o shopping funciona

como uma mini prefeitura. Aqui por exemplo circulam em torno de cinquenta

mil pessoas dia numa área de dezoito mil metros quadrados de ABL. Então a

gente tem vários tipos de questões a tratar, seja de cunho policial ou atendimento

ambulatorial; é um transeunte ou cliente que necessita de aferição de pressão

arterial ou índice de glicose ou que passou mal, prontamente prestamos os

primeiros socorros... Então, com todo esse cuidado consideramos o shopping

como uma mini prefeitura. Mas a conscientização dos funcionários leva com que

também eles passem isso para nosso público, nossos clientes. É um pouco

difícil, porque vimos constantemente muitos dos nossos clientes jogando lixo no

chão e em locais impróprios...

Gestor do Ônicron

Shopping

Apesar de que depende muito do que o empreendimento tem de aporte

financeiro, mas mesmo assim os empreendimentos que não têm finanças mais

robustas podem ter casos em que o que deve ser priorizado é a questão do custo-

benefício, focando a qualidade, o retorno que isso nos proporcionaria. Por

exemplo, nos shoppings é razoavelmente comum ter um poço artesiano, onde a

água é utilizada nos banheiros químicos, mas somente para isso. Mas se

houvesse um melhor tratamento dessa água, ela poderia até ser utilizada para o

consumo próprio e, impactando na conta gerada para nosso lojista, enfim. Então,

muitas vezes há uma limitação com isso.

Dessa forma, as estratégias para maximizar lucro e reduzir as despesas seriam

voltadas a melhor utilização dos próprios materiais (recursos) que o

empreendimento já possui, como é o caso da melhor utilização da água do poço

artesiano e tomar decisões priorizando o custo-benefício.

Gestor do Pi Shopping Aumentar a receita do shopping e dos empreendedores seria possível com

expansões e locações de mais espaços para lojas. E para reduzir os custos

operacionais seria através da redução consumo de água, energia e o aumento da

vida útil de alguns equipamentos, através das manutenções periódicas.

Gestor do Rô Shopping Reduzir os gastos operacionais, se a maior parte do pessoal é terceirizado? Na

parte do gerenciamento dos resíduos são terceirizados... Pensando rápido: gerar

resíduos, a gente gera, o que fazer então? – Para reduzir os gastos operacionais...

seria reeducar todo mundo que faz parte do processo, que seriam os orgânicos,

os terceiros... Porque só irá reduzir custos quando todo mundo estiver consciente

no consumo de água, energia, iriam separar o lixo corretamente e antes da

empresa que vem recolher o lixo porque reduziria a quantidade de caçambas...

além da destinação correta, aproveitaria o material para reciclagem ainda mais,

como papelão, pet. Diminui o custo de operações e daria até para ter lucro, como

acontece com alguns outros shoppings.

Gestor do Sigma Shopping Na questão voltada para otimização de mão-de-obra de maneira adequada

associada à redução de gastos operacionais, é importante a realização de

treinamentos eficazes para os funcionários, inclusive terceirizados, criar uma

rotina de trabalho para ele... tudo isso tem um impacto positivo para o

empreendimento, inclusive na geração de lucro e redução de despesa, além do

funcionário trabalhar mais contente e, quando abordado pelo cliente, ele terá

mais cuidado no que irá responder.

Gestor do Iota Shopping Planejar bem e acompanhar o orçamento financeiro é um tópico.

O outro seria promover um bom ambiente de trabalho para os funcionários, pois

eles são protagonistas da redução de custos e, para isto, o empresário precisa

conscientizá-los, qualificá-los e sensibilizá-los, além de definir metas e premiar

a equipe quando elas forem atingidas.

Gestor do Tau Shopping -----------------------------------------------------------------------------------------------

Page 132: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

131

Gestor do Úpsilon Shopping Estar atento às oportunidades de investimento versus redução de custo e

recursos naturais. Também através do envolvimento das equipes e públicos na

conscientização do processo.

Fonte: elaborado pelo autor (2015).

Como estratégia para promoção da maximização de lucros a partir da redução dos

gastos operacionais, o gestor do shopping Capa elucidou as aquisições de materiais diversos a

ser realizado pelo setor de “compras” por meio da cooperação entre os shopping center

administrado pela mesma empresa do grupo (Fi Administração), o que remete aos estudos de

relação entre redes inter-organizacionais (THORELLI, 1986; JARILLO, 1988; FREIRE,

2012). No discurso do entrevistado, o mesmo evidenciava que este tipo de cooperação

aumenta o poder de barganha do shopping enquanto negociador junto aos fornecedores

(PORTER, 1989) e acaba por gerar fonte de vantagem competitiva. Outro gestor que

mencionou a mesma estratégia para garantir aumento de resultados e redução de despesas foi

o do shopping Mu, administrado pela Alfa Administração.

Outras estratégias que os gestores julgaram importantes visando à maximização de

lucros e redução dos gastos operacionais, estiveram voltados à gestão do conhecimento e

participação dos resultados da organização (shopping Lambda), conscientização e treinamento

(shoppings Csi, Rô, Sigma, Iota e Úpsilon), melhor utilização dos recursos disponíveis

(shopping Ônicron), redução de consumo de água, energia elétrica, aumento da vida útil de

equipamentos através de manutenções periódicas (shopping Pi) e investimentos de novas

tecnologias e informatização de processos (shopping Nu).

Quadro 25 – Percepção dos gestores acerca de estratégias empresariais que julgam essenciais para

implementação de ações voltadas ao meio ambiente e racionalização de insumos

Entrevistados Estratégias voltadas para meio ambiente e racionalização de insumos

Gestor do Capa Shopping Campanhas educativas, reuso de água, utilização da luz solar através de

claraboias e fazer a triagem do lixo e destinação correta.

Gestor do Lambda

Shopping

Gestão de resíduos, gestão de manutenção e operação de materiais e

equipamentos e gestão do almoxarifado e insumos.

Gestor do Mu Shopping Algumas ações que são importantes seriam voltados ao reuso de água,

implementação de uma ETE, cogeração de energia – concessionária e gerador,

implementação de equipamento de ar-condicionado, os chillers a gás, ao invés

de eletricidade.

Gestor do Nu Shopping ------------------------------------------------------------------------------------------------

Gestor do Csi Shopping Segregação do lixo, nós temos com dificuldade, mas temos... dispomos das

lixeiras destinadas para lixo orgânico e reciclável; temos o aproveitamento da

água pluvial para utilização nos sanitários, no paisagismo, para regar as plantas e

para lavagem da garagem. Nestes casos temos a redução do custo com consumo

de água junto à concessionária local.

Temos também outras ações, mas são mais voltadas diante da crise energética.

Hoje deixamos de acender a iluminação de parte do shopping para

aproveitamento da iluminação natural. Como dispomos da claraboia, a

iluminação externa e a praça de alimentação só ligamos as lâmpadas a partir das

Page 133: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

132

dezoito horas. São medidas para economia de energia.

Gestor do Ônicron

Shopping

Através da reciclagem, seleção do lixo e sua destinação correta, a captação da

água da chuva e seu reuso. Acho que isso seria o começo.

Gestor do Pi Shopping Através do repensar sobre a questão arquitetônica envolvendo utilização da luz

do ambiente externo (solar), por meio de tetos de vidro, utilização de plantas

naturais nos corredores de mall. Um fato que é importante falar é treinar o

pessoal operacional para instruir os clientes, principalmente nos banheiros, sobre

a utilização da água evitando o desperdício. Também é importante instruir e

conscientizar os lojistas, principalmente os da praça (de alimentação) que têm

acesso direto à água na sua operação.

Algumas estratégias para serem implantadas que são importantes temos a

substituição do papel toalha nos banheiros por secadores elétricos de mãos. O

papel toalha é responsável por considerável custo do total de material de

limpeza. Como o equipamento elétrico tem dispositivo sensorial, o custo de

energia elétrica com eles ainda assim seriam menor que o custo para aquisição

do papel.

Gestor do Rô Shopping Começar investir na educação de todos os colaboradores. Isso seria o começo.

Não teria um impacto tão grande financeiramente, mas seria um início, porque o

resultado que isso traria seria diretamente na economia dos recursos e melhor

utilização deles, no meio ambiente... Partiria então do treinamento dos

colaboradores. Hoje não tem muito isso.

Gestor do Sigma Shopping Tudo começa como um dever de casa, conscientizando o seu funcionário para

que ele faça adequadamente junto com a equipe ações voltadas para melhor

controlar a água que sai da torneira, a água que limpa os corredores de mall,

ficar mais atentos em caso de ocorrência de vazamentos internos, para evitarmos

desperdícios. Não adiantam cobrarmos dos lojistas e dos nossos clientes

algumas ações se não as praticamos.

Essa conscientização seria realizada através de cursos, treinamentos, inclusive

preleção, junto com o pessoal da limpeza e segurança, antes deles irem para o

piso (corredores do shopping). Nós realizamos a SIPAT – Semana Interna de

Prevenção de Acidentes no Trabalho que aproveitamos e abordamos, inclusive o

tema meio ambiente.

Gestor do Iota Shopping Incluir no seu planejamento orçamentário verbas destinadas a ações com a

preservação do meio ambiente, além do controle dos gastos e consumos que

reduzam os recursos naturais. Outra estratégia é o treinamento da equipe na

utilização dos materiais.

Gestor do Tau Shopping -------------------------------------------------------------------------------------------------

Gestor do Úpsilon Shopping Ações voltadas ao meio ambiente estão diretamente ligadas à redução de

recursos naturais e custo, como o reaproveitamento de material reciclado, reuso

da água, explorar a utilização da luz solar através de claraboias.

Fonte: elaborado pelo autor (2015).

Conforme exposto no Quadro 25, as estratégias que os gestores julgaram como

importantes voltadas para o meio ambiente e a racionalização de insumos são: reuso de água

(shoppings Capa, Csi, Mu, Ônicron e Úpsilon), utilização de fontes alternativas de energia

renovável (shopping Capa), implementação de ETE (shopping Mu), gestão de manutenção e

operação de materiais e equipamentos (shopping Lambda), gestão do lixo e processos de

reciclagem (shoppings Csi, Ônicron e Úpsilon), aproveitamento de iluminação natural

(shoppings Csi, Pi e Úpsilon). Porém, uma das estratégias julgadas como essenciais pelos

gestores, sendo citada enfaticamente envolve medidas educativas, treinamento e

Page 134: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

133

conscientização dos funcionários, lojistas e clientes que utilizam o equipamento shopping

center (shoppings Capa, Pi, Rô, Sigma e Iota).

Quadro 26 – Percepção dos gestores acerca de estratégias essenciais para implementação de ações voltadas para

os clientes internos e externos

Entrevistados

Estratégias voltadas para comunidade do entorno, retenção dos

colaboradores, saúde e segurança no trabalho e desenvolvimento do pessoal

interno

Gestor do Capa Shopping Para a comunidade seria proporcionar momentos de valorização e auto estima

como ação junto ao SESC onde oferece gratuitamente serviços básicos além do

próprio entretenimento com visitas ao cinema.

Já para o público interno, os funcionários, seria proporcionar um ambiente

saudável, através da valorização profissional; proporcionar através de cursos e

monitoramento de informações a respeito da saúde e segurança; comunicados e

avaliações do médico do trabalho; promover integração social junto aos colegas

de trabalho e valorizando e estimulando constantemente os funcionários.

Gestor do Lambda

Shopping

Através de programas de educação e cultura continuada, com trabalhos em

parceria com escolas e comunidades locais.

Outras estratégias voltadas para os colaboradores seria a gestão de pessoas, com

alta valorização de cada profissional com implantação do gestão do

conhecimento, trabalhos de integração... e a implantação das ações de

segurança, com constante acompanhamento e fiscalização.

Gestor do Mu Shopping Através de treinamentos da equipe de trabalho, valorizando e estimulando o

conhecimento de cada área, como do financeiro, de marketing, operações... e

conscientização do uso dos EPIs.

Gestor do Nu Shopping O que fazemos sempre é trabalhar a vizinhança. Inclusive fizemos ações junto a

lojistas da praça de alimentação para oferecer condições e promoções para a

vizinhança do empreendimento se tornasse fiel nos horários de almoço... Na

própria época da inauguração do shopping todos receberam algum agrado, um

brinde, informando que estávamos sendo instalados no bairro. Então, trabalhar

levando em consideração esse entorno, sempre foi trabalhado. Toda campanha,

evento e ações desenvolvidas no shopping eram divulgados e envolviam aos

moradores e pessoas que trabalham na região.

Quanto a estratégias para retenção dos colaboradores, na rede de supermercados

K são oferecidos alguns programas, mas para os shopping centers não. Como já

trabalhei em outros shopping da rede K, não tivemos acesso a programa de

treinamento, desenvolvimento. Aliás, foram poucas vezes que foram realizados

treinamentos. Dos meus cinco anos, o curso de maior representatividade que

realizei pelo shopping foi numa instituição de ensino localizado em São Paulo.

Foi um treinamento de uma semana na área de marketing. Mas na rede de

supermercados que é do próprio investidor sim. Temos esse conhecimento

porque os supermercados são instalados no shopping e temos constantemente

contatos com o pessoal durante a montagem de campanhas e eventos do

departamento de marketing. Mas acredito que essa visão na área de shopping

centers tem melhorado. O empreendedor primeiro iniciou suas atividades

atuando na rede supermercadista, há mais de setenta e cinco anos. Só agora, de

uns dez a vinte anos para cá que vem investindo mais em shopping... Daí

entendo que eles mesmos estão aprendendo mais como funciona essa gestão que

é pouco mais diferente que de supermercados.

Para retenção de funcionários, temos algo que é importante. Todas as vagas

abertas são oferecidas primeiramente aos funcionários internos. Daí, caso a vaga

não seja preenchida é que direcionamos ao público externo.

Gestor do Csi Shopping O que estamos enxergando como uma das melhores opções para reter

funcionários é primeiramente manter uma relação transparente com os próprios

funcionários, fazendo cumprir o que foi estabelecido no contrato deles. Por

exemplo, não adianta tentar o funcionário se sentir bem, motivado, se o

empregador não cumpre ao menos o pagamento de salário numa data “x”. Aqui

no shopping, realizamos o pagamento quinzenalmente pontualmente nos dias 15

Page 135: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

134

e 30, mesmo que a legislação prevê o pagamento até o quinto dia útil. Então,

quero dizer que deve-se cumprir o básico que foi oferecido. Que o benefício

oferecido aos funcionários seja um que valha a pena e que o desconto em folha

esteja acessível a todos os funcionários, que é o que acontece conosco com a

assistência médica. Todos os funcionários aqui têm o benefício porque o

desconto em folha é de apenas cinco por cento. Além de cumprir o básico, o que

foi prometido primeiramente, para tentar reter o funcionário, deve-se manter as

políticas de segurança no trabalho, oferecendo-lhe um ambiente bom, saudável,

ter um relacionamento aberto, ter livre acesso para conversar a vontade com o

gerente geral, independente do nível hierárquico, mas é claro, respeitando

hierarquias e dependendo do assunto. Um outro ponto para reter os funcionários

é o plano de treinamento. Aqui dispomos do plano de acordo com a área de cada

um: a equipe de limpeza, nos preocupamos em mantê-la sempre atualizada; a

equipe de bombeiros; a de elétrica; fiscalizar também o uso dos EPIs

(equipamentos de proteção individual)... manter mesmo a parte de segurança no

trabalho para que os funcionários não venham se sentir como se a empresa só

estivesse preocupada apenas em executar o serviço sem se preocupar com a

saúde deles. Dispomos de um plano de educação continuada na área de saúde. É

um plano dentro do programa de saúde e segurança no trabalho que capacita os

funcionários a estarem aptos numa situação de emergência. Exemplo, no caso de

infarto, tanto os bombeiros quanto a brigada de incêndio e brigada auxiliar que é

formada pelo pessoal da administração, eletricistas... pessoas que estão aptos

para dar algum suporte aos bombeiros. Todos são treinados a identificar os

sintomas de um infarto, de um acidente vascular cerebral... Isso não faz parte

das solicitações normais das NRs, mas a gente mantém eles atualizados para

isso. Os treinamentos são vários: hipertensão, câncer de mama, câncer de

próstata, tabagismo, infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral,

além das sugestões dos próprios funcionários. Isso não fica restrito apenas à

equipe de bombeiros e brigada, mas a todos os funcionários. O pessoal da

administração participa muito também. Esta semana tivemos um treinamento de

AVC e eles solicitaram que retornassem com o de infarto e já temos o de

hipertensão. Uma outra coisa que vimos fazendo nos últimos meses é termos

uma visão diferenciada para a saúde do homem. A gente implantou o Dia do

Homem aqui no shopping, dia 15 de julho e, este é voltado para orientar sobre a

importância que o homem precisa ter sobre sua saúde. A mulher costuma ir ao

médico com certa frequência e o homem não e muitos deles acabam morrendo

por conta da falta de acompanhamento médico, podendo ter sido tratado ao

longo dos anos. ‘Homem é cheio de receios’ e hoje, nós temos tentado quebrar

um pouco disso! Eles aqui têm participado ativamente. No último treinamento

sobre câncer de próstata tinha funcionários de 20 anos assistindo, participando;

desde já tendo a oportunidade de se cuidar. A gente tem tido essa preocupação

com a saúde do homem.

Para desenvolvimento de pessoal interno nós sempre oferecemos oportunidades

de crescimento. Sempre quando há vagas abertas nós buscamos sempre abrir

processo de recrutamento e seleção interno. Eu realizei uma pesquisa o ano

passado para identificar quantas pessoas foram promovidas no shopping. O

resultado foi incrível porque pouco mais de 50% do quadro participaram dos

recrutamentos internos e alcançaram promoções: começaram como estagiário,

depois como auxiliar, depois como assistente e analista, como foi o caso de

Maria do setor de auditoria de lojas, o meu caso que iniciei como estagiária,

Joana do marketing, aliás, praticamente todo o quadro do departamento de

marketing sofreu promoções... Então, existe essa valorização dos funcionários;

ou melhor, isso faz parte dos valores do shopping.

Além disso, dispomos de um plano de endomarketing, onde buscamos

comemorar junto com os funcionários, as datas que julgamos importantes, como

Dias das Mães, Dia dos Pais; isso promove uma integração entre os

colaboradores, além da realização de reuniões mensais com a equipe, com

intuito de apresentar o que tem acontecido no shopping, apresentar os novos

colaboradores. Essa ação, acaba gerando interação entre eles, passam a se

conhecer, têm mais oportunidade de estarem juntos.

Page 136: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

135

Já para minimizar os riscos de doenças ocupacionais aqui nós temos o PCMSO

que é o Plano de Controle Médico de Saúde Ocupacional, nele todos os

funcionários fazem os exames periódicos, admissionais etc. Temos também o

PPRA que é o Plano de Prevenção de Riscos e Acidentes, com os controles e

mapeamento de riscos de periculosidade e insalubridade, o qual mede se os

funcionários estão expostos aos riscos ambientais e físicos. Então, a gente

mantém sempre esses programas atualizados. Assim a gente consegue minimizar

tais riscos, além do plano de educação continuada que é justamente para que eles

(os funcionários) se cuidem em casa. Já há um tempo que na CIPA (Comissão

Interna de Prevenção de Acidentes) a gente tem trabalhado com o tema

“Coloque frutas e verduras na sua mesa”, incentivando as pessoas a se

alimentarem melhor. Muito das nossas doenças acaba acontecendo em

decorrência de uma má alimentação. Esse programa tem funcionado muito bem.

Na última ação que fizemos sobre isso foi distribuída uma sacola com frutas e

verduras a todos os funcionários. Foi sensacional! Ouvimos muitos falando que

iriam fazer uma sopa, salada de legumes e de frutas... É muito gratificante para

nós!

Gestor do Ônicron

Shopping

A empresa tem sim estratégias voltadas para retenção dos colaboradores e que

eu julgo, particularmente importante. Somos mais flexíveis na questão dos

horários (jornada de trabalho). Nosso lema, por exemplo é ‘faça o melhor

quando estiver aqui’. Isso quer dizer que o funcionário, não importa quanto

tempo venha ficar na empresa, porém todo o tempo que ficar que ele foque no

trabalho. Por que a gente faz isso? – Porque não podemos compensar de forma

econômica o funcionário. A verdade é essa. O funcionário sabe que há a

flexibilização dos horários. É claro que não deve haver o abuso disso, mas o

funcionário fica mais tranquilo quando precisa ficar até um pouco mais tarde em

casa. Ele sabe que a empresa é flexível. Outra coisa é quando, por exemplo, o

funcionário tem um curso num determinado horário, a gente facilita de qualquer

forma para trocar o horário desse funcionário, para incentivá-lo a fazer cursos. A

gente incentiva até mesmo pagando cursos. Mas o que mais vale às vezes é o

incentivo. Por isso, sempre falo: “nem sempre é o dinheiro”. É importante que o

gestor venha conversar mais vezes com os funcionários, a incentivar a mais... a

procurar fazer um curso... Isso é o nosso incentivo para reter os colaboradores.

Não há nenhum incentivo no sentido de participação de lucro ou, por exemplo,

se vocês atingirem tal meta, vamos gratificar com viagens... Muitas ideias são

ouvidas. Nós temos essas reuniões bimestrais para ouvir ideias, os pontos fortes

e negativos... aquela análise de SWOT e dessas ideias surgem bons resultados

que sozinhos não pensávamos ou não julgávamos necessários.

Nossa estratégia para promover a saúde e segurança do trabalho é fazer com que

os funcionários entendam a necessidade do uso dos equipamentos

(equipamentos de proteção individual e coletiva, os EPIs e EPCs), através de

cursos e palestras, mostrando como isso pode afetá-los futuramente ou de forma

imediata, para que eles mesmos se cobrem ou cobrem os colegas quando virem

sem o uso desses equipamentos. Eu enxergo que há uma resistência muito

grande dos próprios profissionais em utilizarem os próprios equipamentos.

Quando detectamos esse funcionário, nós oferecemos cursos para que eles

venham entender da importância do uso e, assim surge o efeito cascata: um vai

contando ao outro...

Outro assunto é a questão das faltas. O que fazemos? Na verdade, as empresas

são muito rígidas e eu acho que não é pelo rigor que se tem um resultado. As

empresas cobram, dão advertência, “cortam salário”; acho que isso não

funciona... Ter um recursos humanos mais próximo, como fazemos a

comemoração do aniversariante do mês não é por nada ou por acaso, a gente

quer interagir com os funcionários, tornar próximo, amigo, parceiro. Sei que em

empresas grandes isso é muito complicado, por isso que há projetos. Mas enfim,

empreendimento como shopping center, o que a gente utiliza? – É aquela

conversa, o diálogo e nas confraternizações mensais a gente tem essa

possibilidade de conhecer o funcionário, saber o que ele está passando que torna

nossa preocupação também... O funcionário acaba se sentindo amado,

contaminado por aquilo e acaba por não acontecer muitas faltas, quando o gestor

Page 137: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

136

também cobra preventivamente os (exames) periódicos. As vezes, uma boa

conversa acaba valendo muito mais a pena do que uma advertência, por

exemplo. Eu acabo adotando isso. Também lido com a parte de recursos

humanos da empresa e o gestor tratando dessa maneira, através da conversa, ou

até mesmo flexibilização dos horários pode até ser vista como nada, mas o

retorno que ela traz é gigantesco, pois o funcionário passa a enxergar a empresa

como amiga e parceira, onde ela pode contar sem que precisar. E realmente, a

gente não tem muita falta.

Gestor do Pi Shopping Acho que tudo parte da conscientização dos funcionários e treinamentos, até

mesmo para motivar os funcionários. Incentivos financeiros é bom, é verdade,

mas o estímulo, o elogio, o feedback quando bem feito não tem preço!

Acabamos ganhando o funcionário e a empresa também ganha com um

funcionário motivado. Ele trabalha mais, apresenta melhores resultados...

Para a saúde e segurança do trabalho e redução das doenças do trabalho, também

parte da conscientização através de treinamentos, da SIPAT...

Gestor do Rô Shopping Para retenção dos colaboradores e para seu desenvolvimento, nós oferecemos

junto com o RH corporativo que fica em São Paulo, um programa de

treinamentos na área comportamental, com os temas, gestão do tempo, gestor

eficaz, onde trata de ferramentas que os gestores devem trabalhar e das

habilidades que deve desenvolver junto à equipe de trabalho...

Para reduzir as doenças ocupacionais e para a saúde dos funcionários nós temos

os planos ocupacionais, PPRA, PCMSO, LTCAT que são feitos por empresa

especializada contratada por nós. Monitoramos, por exemplo, quando os

funcionários devem realizar seus (exames) periódicos, principalmente o pessoal

(da equipe) de operações, já que eles trabalham com altura, eletricidade e alguns

fatores de risco, embora o grau de risco do shopping é considerado baixo. Já ia

esquecendo, para essa equipe nós oferecemos cursos específicos como de NR10,

para os eletricistas e NR35 para aqueles que trabalham em altura. Oferecemos

também todos os EPIs e cobramos seu uso, mas nos próprios cursos que temos

incentivamos e conscientizamos sobre a importância do uso do abafador

auricular, para aqueles que trabalham com o gerador de energia, por conta do

barulho, dos óculos de proteção, das luvas, botinas, roupa isolante térmico para

eletricista, para reduzir os riscos de desenvolver doenças ocupacionais ou até

mesmo evitar acidente de trabalho. Disso tentamos cuidar muito.

Com relação às faltas, procuro identificar e analisar junto com o coordenador da

área os motivos das faltas, principalmente as não justificadas. A partir disso,

chamamos o chefe e conversamos com o funcionário. Quando necessário, a

depender da situação, damos advertência verbal.

Já o envolvimento com a comunidade do entorno se fazemos algum projeto,

ação...? Que eu me recorde não temos, não.

Gestor do Sigma Shopping Através da conscientização dos funcionários, através de cursos, palestras,

treinamentos com a finalidade de motivar e melhor aproveitar as competências

das pessoas.

Para promover a segurança do trabalho é importante o uso dos EPIs que são

obrigatórios, mas que amenizam os riscos de acidentes no trabalho. Aqui para

aprovarmos a montagem de qualquer evento promocional, do departamento de

marketing, todos os projetos devem ter ART (Anotação de Responsabilidade

Técnica de Obras e Serviços) aprovado por engenheiro técnico.

Gestor do Iota Shopping Apoio material e de serviços a projetos comunitários voltados às crianças e

adolescentes carentes, educação, saúde e trabalho; disponibilização de

funcionários em projetos com trabalho voluntário. A divulgação do estímulo ao

voluntariado possibilita a valorização e disseminação no meio empresarial de

ações que ofereçam oportunidades para o exercício de cidadania e solidariedade

dos funcionários, fortalecendo a imagem da organização.

Para retenção dos funcionários é importante o tratamento dos funcionários com

dignidade, responsabilidade e liberdade de iniciativa deve fazer parte da cultura

da empresa, além de programas de incentivo a promoção e valorização do

trabalho para possibilitar seu desenvolvimento.

Tratando de saúde no trabalho, o treinamento da equipe é importante, como

também a disponibilização de EPI e orientação de como utilizar, promoção de

Page 138: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

137

palestras sobre a ergonomia e doenças ocupacionais.

Gestor do Tau Shopping ------------------------------------------------------------------------------------------------

Gestor do Úpsilon Shopping O instituto realiza este trabalho com a qualificação, acompanhamento e

empregabilidade deste jovem da comunidade;

Para saúde dos funcionários realizamos ações de prevenções, como vacinação,

ginásticas, atividades com esportes... Funcionário tem que estar bem com ele

mesmo.

Falando sobre o desenvolvimento dos funcionários e retenção, está voltado para

as políticas de RH, com cursos e treinamentos que são realizados e planejados

pelo RH.

Fonte: elaborado pelo autor (2015).

De acordo com o Quadro 26, são evidenciadas na pesquisa, por meio da percepção dos

gestores de shopping centers, diversas estratégias julgadas essenciais para implementação de

ações voltadas à comunidade do entorno do empreendimento, para garantir e contribuir para a

saúde e segurança no trabalho, para reduzir ou mitigar as doenças ocupacionais, absenteísmo,

retenção dos funcionários e para promover desenvolvimento de pessoal interno, abaixo

categorizadas.

No que se refere às ações voltadas à comunidade foram apontados pelos gestores

programas de educação continuada em parceria com escolas e comunidade em geral,

especialmente do entorno (shopping centers Lambda, Iota e Úpsilon) e envolvimento da

comunidade através de disponibilização de informações, atividades de interação, oferecimento

de brindes (shopping Nu).

Para promoção da saúde e segurança no trabalho, bem como para mitigação das

doenças ocupacionais, as estratégias direcionam-se à realização e acompanhamento da saúde

dos funcionários a partir da realização de exames periódicos (shopping Capa e Csi), utilização

de EPIs e programas ocupacionais, como PPRA, PCMSO, LTCAT e outros (shoppings Csi,

Ônicron, Rô, Sigma e Iota), além de treinamentos e conscientização dos funcionários

(shoppings Csi, Pi e Sigma).

Na percepção dos gestores, as estratégias essenciais para retenção e para promover

desenvolvimento de pessoal interno recaem sobre a valorização profissional por meio de

cursos e treinamentos (shoppings Capa, Um, Csi, Rô, Sigma e Úpsilon), promoção da equipe

de trabalho por meio de ações de endomarketing (shoppings Lambda e Csi), recrutamento

interno (shoppings Nu e Csi), comunicação e feedback (shoppings Csi e Pi) e flexibilização

no relacionamento com os funcionários (shoppings Csi e Ônicron).

Page 139: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

138

Quadro 27 – Percepção dos gestores acerca de ferramentas empresarias para mensurar metas propostas e as

estratégias listadas anteriormente

Entrevistados Ferramentas para mensuração de metas e estratégias listadas

anteriormente no bloco

Gestor do Capa Shopping Acompanhar através de relatórios obtidos pelo departamento de RH,

monitorando e acompanhando caso a caso.

Gestor do Lambda

Shopping

As ferramentas de qualidade com acompanhamentos diários, semanais, mensais

e anuais, conforme a necessidade do processo.

Gestor do Mu Shopping Através de estimativa de uso e consumo para se ter conhecimento do gasto de

água, por exemplo. Daria ainda para estimar a quantidade consumida de água

por metros cúbicos (m³) e tentar estimar qual o percentual conseguiria tratar e

destinar ao meio ambiente. Com uma estação de tratamento, por exemplo,

conseguiríamos reduzir até 70% mês da água fornecida pela concessionária

local.

Gestor do Nu Shopping A questão de treinamentos e formulação de programas de integração das áreas

que infelizmente não há aqui. Cada departamento acaba respondendo sobre suas

áreas e algumas vezes há ruídos na comunicação. O que é de RH é de RH; o que

é do Financeiro é do Financeiro... Mas o treinamento e reuniões em grupo são

ferramentas importantes para envolver as equipes.

Gestor do Csi Shopping Uma meta seria a substituição do uso da energia elétrica pela solar ou eólica

dentro do empreendimento que hoje está em evidência e já se provou que a

região nordeste tem capacidade para sua exploração, mas isso ainda é um

processo caro. A primeira foi energia, a segunda seria a questão da água. Então,

uma meta seria a melhor utilização da água. Mas são questões a investir a longo

prazo... Estamos passando por um período de crise econômica, onde a gente tem

que buscar a redução, mas não focando em cima de uma redução ambiental... é

muito mais focando em custos e não na parte socioambiental.

Gestor do Ônicron

Shopping

Tudo depende dos objetivos. Elas podem utilizar as mais diversas ferramentas e

a gente parte mais para a parte da estatística mesmo. As mais comuns são as

análises que a gente faz: as metas de qualidade, àquelas para saber o

desenvolvimento do profissional e o comprometimento com o trabalho.

A meta que proporia na questão de RH... para isso precisaria avaliar o ponto

fraco, o que precisaria melhorar, avaliaria a quantidade de faltas por setores em

média, qual a qualidade do ambiente que a pessoa trabalha. Isso tudo

confrontando, a qualidade do ambiente com o número de faltas, relacionando

com faixa etária e a partir dessa análise, deveria ser traçada a meta. Para o

controle de faltas, por exemplo, de que maneira faço para alcançar? –

Incentivando o funcionário a praticar atividade física, implantando até o

“Medida Certa” na empresa, como forma de estimular a ter melhor autoestima.

Isso repercutiria no trabalho. É um projeto que deveria ser encarado dessa

forma.

Na questão ambiental seria, através do questionamento de quanto se arrecada

hoje com o lixo reciclado. Daí proporia uma meta: precisamos atingir uma

arrecadação em “x”. Quais seriam as formas para atingir isso? – Envolver os

clientes, os lojistas, os vendedores. Ah, e de que forma? – Uma forma que julgo

importante é a de pontuação, como uma gincana, pois envolve todo mundo e,

todos querem ganhar, competir, a fim de se destacar... uma gincana envolvendo

todos do empreendimento, enfim...

Gestor do Pi Shopping Hoje dispomos de um software de manutenção e operações de uso gerencial que

está em fase de implantação e treinamento do pessoal que irá utilizá-lo

diretamente. É uma ferramenta muito válida e que irá fornecer a nós gestores

informações sobre gastos e consumos de material e até mesmo o custo

homem/hora para execução de um serviço de manutenção. Assim teremos mais

apurado o controle dos custos, pois o software permitirá realizarmos

comparações diversas, sobre por exemplo, gastos com água, energia e materiais.

Gestor do Rô Shopping Diminuir o consumo de energia, água potável e, pensar em melhor utilizar os

resíduos, principalmente os orgânicos. Nesse shopping que é horizontal, temos a

possibilidade de implantar nas coberturas esses resíduos para adubos; fazer uma

horta... Tem várias coisas que poderiam ser feitas que gerem a sustentabilidade.

Gestor do Sigma Shopping Quando tratamos em mensurar algo, logo pensamos no retorno financeiro, pois

Page 140: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

139

está ligado diretamente. Hoje estamos em fase de implementação de um sistema

de controle que consegue medir o que consumimos em termos de material de

manutenção, água, energia, mão-de-obra etc. Além disso, a formulação de metas

é importante e o controle efetivo. Por exemplo, tivemos o desafio de reduzirmos

em 4% o consumo de energia e para tal, tivemos de adotar algumas ações, como:

acender a iluminação em horário diferente, a contar o público visitante por hora

e com isso, a depender do fluxo, isolamos alguns elevadores de serviços;

realizamos a substituição da iluminação da praça de alimentação, onde trocamos

as lâmpadas HQI que consumia em média 150 watts por lâmpadas LED que

consome apenas 3 watts. A expectativa de retorno com o investimento se dará

em seis meses. Realizamos um estudo antes da substituição.

Gestor do Iota Shopping Através do controle histórico, com objetivo à redução de contas de consumo

como água e energia elétrica, através de comparação percentual e proposição de

metas para isso. Outro ponto importante, pensando em sustentabilidade é propor

metas para redução do lixo e para aumentar a eficiência da reciclagem do lixo,

quando implantarmos.

Gestor do Tau Shopping ------------------------------------------------------------------------------------------------

Gestor do Úpsilon Shopping Sintonia entre as áreas; verificar se o planejamento estratégico está de acordo

com os compromissos do grupo; fazer debates e reuniões para traçar essas metas

e objetivos, enfim, tentar perceber o que comitê gestor está focado no que quer e

propor metas.

Fonte: elaborado pelo autor (2015).

Diante do Quadro 27, são evidenciadas ferramentas empresariais julgadas como

importantes na percepção dos gestores de shopping centers, visando à mensuração de metas

propostas e estratégias listadas no presente bloco.

Foram considerados pelos gestores como importantes o acompanhamento de relatórios

obtidos pelo departamento de Recursos Humanos (shoppings Capa e Ônicron), ferramentas de

qualidade com acompanhamento periódico, quer seja diário e/ou semanal, mensal e anual

(shopping Lambda), acompanhamento do consumo de água de reuso e aferir a eficiência de

ETE por m³ de água tratada (shoppings Mu e Rô), identificação de percentual utilizado de

energia renovável versus energia não-renovável e a partir do dado, propor metas relacionadas

(shopping Csi), controle de insumos e serviços executados via software de fácil usabilidade

(shopping Pi), controle da evolução de gastos com consumo diversos, como material de

manutenção, água proveniente de ETE e de outras fontes, energia etc. (shoppings Sigma e

Iota). Foram mencionadas também estratégias e ferramentas relacionadas a treinamentos e

programas de integração, endomarketing, realização de debates e reuniões (shoppings Nu e

Úpsilon), controle de faltas e acompanhamento de percentual de absenteísmo (shopping

Ônicron).

Na consecução das entrevistas, foi percebido que a maioria dos gestores demonstraram

afinidade e preferência de utilização de software ou sistema como ferramenta para controle de

gastos e serviços executados, mas declararam que acompanhamentos em planilhas de Excel

Page 141: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

140

são mais utilizadas na prática e cotidiano, visto que desconhecem software ou sistema para

implementação que fornecessem informações integradas entre as diversas áreas.

Quanto à proposição de metas, os gestores julgaram importante a formulação daquelas

direcionadas a redução de lixo, consumo KWH de energia, eficiência na reciclagem,

racionalização no consumo de água, redução de absenteísmo, rotatividade de pessoal.

4.7 ANÁLISE DA SUSTENTABILIDADE DE SHOPPING CENTERS A PARTIR DAS

DIRETRIZES DO GLOBAL REPORTING INITIATIVE (GRI)

Esta seção visa analisar a sustentabilidade dos quarenta e quatro shopping centers

estudados sob o prisma das diretrizes de base GRI em sua quarta geração.

4.7.1 Análise da sustentabilidade, segundo aspectos ambientais baseados nas diretrizes

GRI

Este bloco apresenta as práticas de gestão sustentável dos shopping centers, sob

aspecto ambiental, segundo as diretrizes do Global Reporting Initiative – GRI, geração quarta.

Tabela 22 - Indicadores ambientais

EN Indicadores

Alternativas

Sim Não

Frequência

Absoluta

Frequência

Relativa

Frequência

Absoluta

Frequência

Relativa

EN02 Percentual ou quantidade de materiais usados

provenientes de reciclagem 36 81,8% 8 18,2%

EN03

Consumo total de combustíveis oriundos de

fontes não renováveis em joules ou seus

múltiplos, inclusive os tipos de combustíveis

usados

14 31,8% 30 68,2%

EN04 Consumo de energia oriunda de fora da

organização 23 52,3% 21 47,7%

EN05 Taxa de intensidade energética 30 68,2% 14 31,8%

EN06

Volume das reduções de consumo de energia

obtidas diretamente em decorrência de

melhorias na conservação e eficiência, em

joules ou seus múltiplos

39 88,6% 5 11,4%

EN07

Tipos de energia incluídos nas reduções:

combustível, energia elétrica, aquecimento,

refrigeração e vapor

30 68,2% 14 31,8%

EN08 Base usada para o cálculo das reduções do

consumo de energia 25 56,8% 19 43,2%

EN09 Normas, metodologias e premissas adotadas

para reduzir o consumo de energia 21 47,7% 23 52,3

EN10 Reduções obtidas nos requisitos de energia

de produtos e serviços vendidos durante o 11 25,0% 33 75,0%

Page 142: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

141

período coberto pelo relatório, em joules ou

seus múltiplos

EN11 Base usada para o cálculo das reduções do

consumo de energia 25 56,8% 19 43,2%

EN12 Normas, metodologias e premissas adotadas 21 47,7% 23 52,3%

EN14

Normas, metodologias e premissas adotadas

para relatar o volume total de água retirada

das diferentes fontes

42 95,5% 2 4,5%

EN15

Número total de fontes hídricas

significativamente afetadas pela retirada de

água

8 18,2% 36 81,8%

EN16

Normas, metodologias e premissas adotadas

para relatar o número total de fontes hídricas

significativamente afetadas pela retirada de

água por tipo

8 18,2% 36 81,8%

EN17

Volume total de água reciclada e reutilizada

pela organização e/ou adota política e ações

de reutilização de água

28 63,6% 16 36,4%

EN19

Normas, metodologias e premissas adotadas

para mensurar o volume total de água

reciclada e reutilizada pela organização

13 29,5% 31 70,5%

EN20

Relato de informações para cada unidade

operacional própria, arrendada ou

administrada dentro ou nas adjacências de

áreas protegidas e áreas de alto valor para a

biodiversidade situadas fora de áreas

protegidas

4 9,1% 40 90,9%

EN21

Relato da natureza de impactos diretos e

indiretos significativos sobre a

biodiversidade em relação a diversos

aspectos

4 9,1% 40 90,9%

EN23

Tamanho e a localização de todas as áreas de

habitat protegido ou restaurado e se o

sucesso das medidas de restauração foi

aprovado por especialistas externos

independentes

4 9,1% 40 90,9%

EN24

Quantidade de parcerias com terceiros para

proteger ou restaurar áreas de habitat

diferentes daquelas nas quais a organização

supervisionou e implementou medidas de

restauração ou proteção

4 9,1% 40 90,9%

EN43

Volume total de descartes de água planejados

e não planejadas por destinação, qualidade da

água, inclusive seu método de tratamento

e/ou se a água foi reutilizada por outra

organização

31 70,5% 13 29,5%

EN44

Normas, metodologias e premissas adotadas

para relatar o volume total de descartes de

água planejados e não planejadas

2 4,5% 42 95,5%

EN45 Peso total de resíduos perigosos e não

perigosos pelos métodos de disposição 21 47,7% 23 52,3%

EN46 Método de disposição de resíduos foi

determinado 19 43,2% 25 56,8%

EN49

Peso total de resíduos perigosos ou da

existência de políticas para redução e

controle

6 13,6% 38 86,4%

EN55 Aplicação de multas significativas e sanções

monetárias e/ou não monetárias 2 4,5% 42 95,5%

EN58 Critérios e metodologia para determinar

quais impactos ambientais são significativos 3 6,8% 41 93,2%

Page 143: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

142

EN59 Gastos totais da organização com medidas de

proteção ambiental 5 11,4% 39 88,6%

EN60 Política de seleção de novos fornecedores

com base em critérios ambientais 2 4,5% 42 95,5%

EN62

Identificação ou esforço para identificar os

fornecedores causadores de impactos

ambientais significativos negativos reais e

potenciais

15 34,1% 29 65,9%

EN66

Número total de queixas e reclamações

relacionadas a impactos ambientais

registradas por meio de mecanismos formais

de queixas e reclamações

3 6,8% 41 93,2%

EN67

Quantitativo das queixas e reclamações

identificadas foram processadas e

solucionadas

2 4,5% 42 95,5%

EN68

Número total de queixas e reclamações

relacionadas a impactos ambientais

registradas antes do período coberto pelo

relatório que foram resolvidas no decorrer

desse período

2 4,5% 42 95,5%

Fonte: elaborado pelo autor (2015).

Observa-se, na aplicação do questionário que nenhum dos shopping centers avaliado

possui a relação de materiais utilizados operacionalmente, discriminado por peso ou volume,

conforme é esperado pelas diretrizes GRI.

Conforme demonstra a Tabela 22, dos 44 respondentes, 81,8% afirmaram realizar

levantamento e relato do percentual ou quantidade de materiais usados provenientes de

reciclagem. Desse percentual, 50,0% estão localizados na região sudeste, 15,9% na região

nordeste e 6,8% na região sul. Ressalta-se que todos os shopping centers localizados nas

regiões nordeste e centro-oeste, responderam positivamente ao questionário.

Observa-se que 31,8% dos respondentes afirmam realizar levantamento e relatar o

consumo total de combustíveis oriundos de fontes não renováveis em joules ou seus

múltiplos, inclusive os tipos de combustíveis usados. Na análise por região, 57,1% dos

shopping centers nordestinos responderam positivamente a assertiva, acompanhados dos

localizados nas regiões sul (50,0%) e sudeste (25,0%).

Dos shopping centers estudados, 52,3% dos seus informantes chaves responderam

relatar o consumo de energia oriunda de fora da organização. No estudo por região, 71,4%

dos shopping centers nordestinos responderam positivamente a assertiva, acompanhados dos

localizados nas regiões norte (66,7%), centro-oeste (50,0%) e sul (50,0%).

Nota-se, diante da Tabela 22 que 68,2% dos shoppings pesquisados realizam

levantamento e relata a taxa de intensidade energética (combustível, eletricidade,

aquecimento, aquecimento, refrigeração, vapor). Na análise por região geográfica brasileira,

todos os empreendimentos localizados na região centro-oeste responderam favoravelmente ao

Page 144: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

143

questionamento, acompanhado daqueles localizados na região nordeste (85,7%), norte

(66,7%), sudeste (64,3%) e sul (50,0%).

Percebe-se que 88,6% realizam levantamento e relatam o volume das reduções de

consumo de energia obtidas diretamente em decorrência de melhorias na conservação e

eficiência, em joules ou seus múltiplos, o que significam que a maioria desses

empreendimentos possui controle sobre o real consumo de energia. Todos os shopping

centers localizados nas regiões norte, nordeste e centro-oeste afirmaram realizar tal

levantamento.

Quanto ao relato dos tipos de energia incluídos nas reduções: combustível, energia

elétrica, aquecimento, refrigeração e vapor, 68,2% dos shopping centers pesquisados

concordaram de já realizar esse levantamento. Regionalmente, 85,7% dos shoppings

localizados no sudeste e 75,0% no sul do país, responderam positivamente a essa questão,

enquanto que todos os localizados nas regiões norte, nordeste e centro-oeste informaram já

adotar tal prática em seu processo de gestão.

Em sequencia ao questionamento anterior, o percentual dos shoppings que relatam a

base usada para o cálculo das reduções do consumo de energia, como ano de referência ou

linha de base, e as razões para a sua escolha foi de 56,8%. Todos os shoppings da região norte

responderam favoravelmente essa questão, acompanhados os da região nordeste (85,7%),

centro-oeste (50,0%) e sul (50,0%).

Esse percentual cai quando a questão envolve relatar as normas, metodologias e

premissas adotadas para reduzir o consumo de energia: 47,7% dos shoppings pesquisados

afirmaram realizar esse tipo de relato. Por região geográfica, esse indicador é de 66,7% para o

norte, 57,1% nordeste, 50% centro-oeste e sul e 42,9% sudeste.

Dos shoppings pesquisados, 25,0% relatam as reduções obtidas nos requisitos de

energia de produtos e serviços vendidos durante o período coberto pelo relatório, em joules ou

seus múltiplos. Na oportunidade quando da realização da entrevista, alguns dos informantes

chaves, revelaram que esses relatos são realizados em relatórios destinados aos

empreendedores e disseminados em reuniões da equipe gerencial, sobretudo das reduções e

consumos mensurados em campanhas e eventos específicos organizados pelo departamento

de marketing.

Quando trata-se do relato da base usada para o cálculo das reduções do consumo de

energia, como ano de referência ou linha de base, e as razões para a sua escolha, 56,8% dos

shoppings afirmam realizar esse tipo de relato. Todos os shoppings localizados na região

norte responderam positivamente esta questão, acompanhados da região nordeste (85,7%).

Page 145: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

144

Quanto do relato das normas, metodologias e premissas adotadas, o percentual é de

47,7% dos shoppings pesquisados adotam essa prática, como demonstra a Tabela 20.

Todos os shoppings realizam levantamento e relata o volume total de água retirada das

fontes, conforme o caso: águas superficiais, incluindo áreas úmidas, rios, lagos e oceanos;

águas subterrâneas; águas pluviais diretamente coletadas e armazenadas pela organização;

efluentes de outra organização e abastecimento municipal de água ou outras empresas de

abastecimento de água.

Desses shoppings, 95,5% informaram possuir normas, metodologias e premissas

adotadas para relatar o volume total de água retirada das diferentes fontes, conforme análise

da Tabela 22.

No que diz respeito à realização de levantamento e relato do número total de fontes

hídricas significativamente afetadas pela retirada de água por tipo: tamanho da fonte hídrica;

se a fonte é ou não designada como área protegida; calor para a biodiversidade; valor ou

importância da fonte hídrica para comunidades locais e povos indígenas, 18,2% dos

shoppings realizam esse levantamento e relato. Esses shoppings estão localizados nas regiões

sudeste (9,1%), nordeste (6,8%) e norte (2,3%).

Quanto da existência de normas, metodologias e premissas adotadas para relatar o

número total de fontes hídricas significativamente afetadas pela retirada de água por tipo esse

percentual cai para 18,2%, como demonstra a Tabela 20.

Dos shoppings pesquisados, 63,6% realizam levantamento e relatam o volume total de

água reciclada e reutilizada pela organização e/ou adota política e ações de reutilização de

água. Porém não houve resposta positiva quanto ao levantamento e relato do volume total de

água reciclada e reutilizada como um percentual do total de água retirada da natureza.

Dos shoppings pesquisados, 29,5% possuem normas, metodologias e premissas

adotadas para mensurar o volume total de água reciclada e reutilizada pela organização.

Em relação ao questionamento sobre o relato das seguintes informações para cada

unidade operacional própria, arrendada ou administrada dentro ou nas adjacências de áreas

protegidas e áreas de alto valor para a biodiversidade situadas fora de áreas protegidas:

localização geográfica; áreas subsuperficiais e subterrâneas próprias, arrendadas ou

administradas pela organização; posição em relação à área protegida (dentro da área, nas suas

adjacências ou abrangendo partes da área protegida) ou à área de alto valor para a

biodiversidade situada fora de áreas protegidas; valor para a biodiversidade; de acordo com

uma listagem de status de proteção (como do Sistema IUCN de Categorias de Gestão de

Áreas Protegida, da Convenção de Ramsar, da legislação nacional), 9,1% dos shoppings

Page 146: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

145

responderam favoravelmente essa questão. Esses shoppings estão localizados nas regiões

nordeste (6,8%) e sul (2,3%).

Os mesmos shoppings ainda adotam a prática do relato da natureza de impactos

diretos e indiretos significativos sobre a biodiversidade em relação a um ou mais dos

seguintes aspectos:

- Construção ou uso de fábricas, minas e infraestrutura de transportes;

- Poluição (introdução de substâncias que não ocorrem naturalmente no habitat,

oriundas de fontes pontuais e não pontuais);

- Introdução de espécies invasoras, organismos nocivos e agentes patogênicos;

- Redução de espécies;

- Conversão de habitats;

- Mudanças em processos ecológicos fora da faixa natural de variação (p. ex.:

salinidade ou mudanças no nível do lençol freático).

Porém não houve resposta favorável quando da realização de levantamento dos

impactos diretos e indiretos significativos, tanto positivos como negativos, em relação ao

seguinte:

- Espécies afetadas;

- Extensão de áreas impactadas;

- Duração dos impactos;

- Reversibilidade ou irreversibilidade dos impactos

Dos shoppings pesquisados 9,1% afirmam relatar o tamanho e a localização de todas

as áreas de habitat protegido ou restaurado e se o sucesso das medidas de restauração foi

aprovado por especialistas externos independentes.

Os mesmos shoppings afirmam relatar se há parcerias com terceiros para proteger ou

restaurar áreas de habitat diferentes daquelas nas quais a organização supervisionou e

implementou medidas de restauração ou proteção. Mas nenhum shopping relata o status de

cada área com base na sua condição no final do período coberto pelo relatório. Não foram

identificados shopping centers, da amostra estudada que possuam e relatam as normas,

metodologias e premissas adotadas para proteger e restaurar habitats.

Dos shoppings estudados nenhum respondeu favoravelmente ao questionamento de

realização de levantamento e relato do número total de espécies incluídas na Lista Vermelha

da IUCN e em listas nacionais de conservação com habitats situados em áreas afetadas por

operações da organização, discriminadas por nível de risco de extinção:

- Criticamente ameaçadas de extinção;

Page 147: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

146

- Ameaçadas de extinção;

- Vulneráveis;

- Quase ameaçadas;

- Pouco preocupantes.

No que diz respeito às emissões não foram identificados shopping centers, da amostra

estudada que realizam levantamento do aspecto referente a emissões inclui indicadores de

emissões de gases de efeito estufa (GEE) e de substâncias que destroem a camada de ozônio,

NOX, SOX e de outras emissões atmosféricas importantes. Por conseguinte, nenhum dos

shoppings pesquisados realizam levantamento das emissões diretas de gases de efeito estufa.

Dos shoppings estudados nenhum afirmou realizar levantamento e relato as emissões

indiretas de gases de efeito estufa provenientes da aquisição de energia (Escopo 2) em

toneladas métricas de CO2 equivalente, independentemente de quaisquer negociações de

GEE, como compras, vendas ou transferências de compensações ou licenças.

Na pesquisa não identificaram shoppings que realizam levantamento e relato de outras

emissões indiretas brutas de GEE em toneladas métricas de CO2 equivalente, excluindo

emissões indiretas provenientes da geração de energia elétrica, aquecimento, refrigeração e

vapor comprados e consumidos pela organização.

Conseguintemente, nenhum shopping relata os gases incluídos no cálculo das

emissões de gases de efeito estufa. Quanto à realização de levantamento e relato do volume de

reduções de emissões de GEE obtidas como resultado direto de iniciativas de redução de

emissões, em toneladas métricas de CO2 equivalente, nenhum shopping pesquisado

respondeu favoravelmente esta questão. Não foram identificados shopping centers, dentro da

amostra pesquisada, que realizam levantamento e relato dos gases incluídos no cálculo (CO2,

CH4, N2O, HFCs, PFCs, SF6, NF3 ou todos).

Diante desse resultado, percebe-se que da amostra estudada, os shoppings demonstram

não se preocuparem com as questões de emissões ou conscientização no que tange às

consequências dos gazes que provocam o efeito estufa.

Dos shoppings estudados, 70,5% responderam favoravelmente à realização de

levantamento e relato do volume total de descartes de água planejados e não planejadas por:

- Destinação;

- Qualidade da água, inclusive seu método de tratamento;

- Se a água foi reutilizada por outra organização.

Page 148: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

147

Quanto da existência de normas, metodologias e premissas adotadas para relatar o

volume total de descartes de água planejados e não planejadas, apenas 4,5% dos shoppings

pesquisados responderam favoravelmente este questionamento.

Dos shoppings constituintes da amostra, 47,7% afirmam realizar levantamento e relato

do peso total de resíduos perigosos e não perigosos para cada um dos seguintes métodos de

disposição:

- Reutilização;

- Reciclagem;

- Compostagem;

- Recuperação, inclusive recuperação de energia;

- Incineração (queima de massa);

- Injeção subterrânea de resíduos;

- Aterro;

- Armazenamento no local;

- Outros (a serem especificados pela organização).

Como demonstra a Tabela 20, 43,2% dos shoppings estudados relatam como o método

de disposição de resíduos foi determinado:

- Descarte direto pela organização ou por terceiros, ou ainda confirmado diretamente

pela organização;

- Informações fornecidas pela empresa contratada responsável pela disposição de

resíduos;

- Métodos padronizados adotados pela empresa contratada responsável pela disposição

de resíduos.

Dentro da amostra, não foram identificados shoppings que realizam levantamento e

relatam o número total e volume total de vazamentos significativos registrados:

Localização do vazamento

* Volume do vazamento

* Material do vazamento, categorizado por:

– Vazamentos de petróleo (no solo ou em superfícies hídricas)

– Vazamentos de combustível (no solo ou em superfícies hídricas)

– Vazamentos de resíduos (no solo ou em superfícies hídricas)

– Vazamentos de produtos químicos (principalmente no solo ou em superfícies

hídricas)

– Outros vazamentos (a serem especificados pela organização)

Page 149: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

148

Em consequência da questão anterior, não foram identificados, dos shoppings

estudados, aqueles que realizam levantamento do impacto de vazamentos significativos.

Dos shoppings pesquisados, 13,6% responderam favoravelmente a questão de

realização de relato do peso total de cada um dos seguintes resíduos ou existência de políticas

para redução e controle:

- Resíduos perigosos transportados;

- Resíduos perigosos importados;

- Resíduos perigosos exportados;

- Resíduos perigosos tratados.

Na análise regional esses shoppings se encontram localizados no sudeste (6,8%),

nordeste (4,5%) e norte (2,3%).

Dentro do universo da amostra, não foram identificados shoppings que realizam

levantamento e relatam o percentual de resíduos perigosos transportados, nem mesmo

envolvendo terceiros ou na cadeia de fornecedores.

Nenhum dos shoppings pesquisados relata os corpos d’água e habitats relacionados

significativamente afetados por descartes de água de acordo com os critérios descritos na

seção compilação abaixo, incluindo informações sobre:

- Tamanho do corpo d'água e habitat relacionado;

- Se o corpo d'água e habitat relacionado é designado como área protegida (nacional

ou internacionalmente);

- Valor da biodiversidade (p. ex.: número total de espécies protegidas).

Dos shoppings estudados, 4,5% afirmaram que já sofreram multas significativas e

sanções monetárias e/ou não monetárias nos seguintes termos:

- Valor monetário total de multas significativas;

- Número total de sanções não monetárias;

- Processos movidos por meio de mecanismos de arbitragem.

Ressalta-se que na análise por região geográfica, esses shoppings estão localizados na

região nordeste (2,3%) e sul (2,3%).

Dentro da realidade amostral estudada, não houve shopping center que realizasse

levantamento dos impactos ambientais significativos decorrentes do transporte de produtos e

outros bens e materiais usados nas operações da organização, bem como do transporte de seus

trabalhadores.

Page 150: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

149

Dos shoppings pesquisados, não há a mensuração de como os impactos ambientais

decorrentes do transporte de produtos, da força de trabalho da organização e de outros bens e

materiais são mitigados.

No que tange à eleição de critérios e metodologia para determinar quais impactos

ambientais são significativos, 6,8% dos shoppings estudados responderam favoravelmente

esta questão. Em contato com informante chave do shopping Lambda, em entrevista, este

informou que estes critérios eram disseminados pela equipe técnica, principalmente no

período de construção e implantação do empreendimento, visto que foi construído em área de

mata nativa.

Dos shoppings pesquisados, 11,4% afirmam relacionar os gastos totais da organização

com medidas de proteção ambiental por:

- Disposição de resíduos, tratamento de emissões e custos de remediação;

- Custos de prevenção e gestão ambiental.

Quanto da existência de política de seleção de novos fornecedores com base em

critérios ambientais, 4,5% dos shoppings pesquisados responderam positivamente esta

questão. Porém desses shoppings nenhum relata os fornecedores submetidos a avaliações de

impacto ambiental.

Dos shoppings estudados 34,1% identificam ou procuram identificar os fornecedores

causadores de impactos ambientais significativos negativos reais e potenciais. Porém, nenhum

dos shoppings estudados realiza o levantamento dos impactos ambientais significativos

negativos reais e potenciais identificados na cadeia de fornecedores.

Do mesmo modo, vinculada à questão anterior, nenhum dos shoppings estudados

relata o percentual de fornecedores identificados como causadores de impactos ambientais

significativos negativos reais e potenciais com os quais foram acordadas melhorias em

decorrência da avaliação realizada.

Não foram identificados, dentro da realidade amostral, shoppings centers que relatam

o percentual de fornecedores identificados como causadores de impactos ambientais

significativos negativos reais e potenciais com os quais a organização encerrou

relacionamento com base em avaliações realizadas e por que razão.

Dos shoppings estudados, 6,8% afirmaram realizar levantamento do número total de

queixas e reclamações relacionadas a impactos ambientais registradas por meio de

mecanismos formais de queixas e reclamações.

Entre as queixas e reclamações identificadas, 4,5% dos shoppings pesquisados relatam

quantas delas foram:

Page 151: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

150

- Processadas durante o período coberto pelo relatório;

- Solucionadas durante o período coberto pelo relatório.

Os mesmos shoppings que responderam positivamente a questão anterior realizam

levantamento do número total de queixas e reclamações relacionadas a impactos ambientais

registradas antes do período coberto pelo relatório que foram resolvidas no decorrer desse

período.

É necessário relatar que durante a aplicação do questionário foram descartados dois

indicadores relacionados ao aspecto ambiental. Foi percebida pelo autor, diante da realidade

estudada, a divergência e incongruência à atividade fim da indústria shopping center. Esses

indicadores são: EN53 – levantamento e relato do percentual de produtos e suas embalagens

recuperados para cada categoria de produto – e EN54 – relato de como os dados usados para

compor esse indicador foram coletados. Dessa forma, o abandono desses indicadores não

prejudicou a análise dos resultados.

4.7.2 Análise da sustentabilidade, segundo aspectos sociais baseados nas diretrizes GRI

Este bloco apresenta as práticas de gestão sustentável dos shopping centers, sob

aspecto social, segundo as diretrizes do Global Reporting Initiative – GRI, geração quatro.

Para tanto, as tabelas estão categorizadas, levando em consideração os sub aspectos práticas

trabalhistas e trabalho decente, direitos humanos, sociedade e saúde e segurança do cliente.

4.7.2.1 Práticas trabalhistas e trabalho decente

As Tabelas 23 a 26 procuram evidenciar as práticas relacionadas ao sub aspecto

práticas trabalhistas e trabalho decente, segundo as diretrizes GRI – G4.

Tabela 23 - Indicadores sociais – sub aspecto práticas trabalhistas e trabalho decente

LA Indicadores

Alternativas

Sim Não

Frequência

Absoluta

Frequência

Relativa

Frequência

Absoluta

Frequência

Relativa

LA01 Práticas trabalhistas baseadas em normas

universais internacionalmente reconhecidas 40 90,9% 4 9,1%

LA02

Número total e a taxa de novas contratações

de empregados durante o período coberto

pelo relatório, discriminados por faixa etária,

gênero e/ou região

28 63,6% 16 36,4%

LA03 Número total e a taxa de rotatividade de

empregados durante o período coberto pelo 26 59,1% 18 40,9%

Page 152: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

151

relatório, discriminados por faixa etária,

gênero e/ou região

LA04

Concessão de benefícios regularmente a

empregados de tempo integral da

organização

31 70,5% 13 29,5%

LA05

Número total de empregados com direito a

tirar licença maternidade/paternidade,

discriminado por gênero

22 50,0% 22 50,0%

LA06

Número total de empregados que tiraram

licença maternidade/paternidade,

discriminado por gênero

21 47,7% 23 52,3%

LA07

Número total de empregados que retornaram

ao trabalho após tirar licença

maternidade/paternidade, discriminado por

gênero

20 45,5% 24 54,5%

LA08

Número total de empregados que retornaram

ao trabalho após licença

maternidade/paternidade e continuaram

empregados doze meses após seu retorno ao

trabalho, discriminado por gênero

3 6,8% 41 93,2%

LA09

Taxas de retorno ao trabalho e retenção de

empregados que tiraram licença

maternidade/paternidade, discriminadas por

gênero

3 6,8% 41 93,2%

LA10

Prazo mínimo de notificação prévia dado a

empregados e seus representantes eleitos

antes da implementação de mudanças

operacionais

24 54,5% 20 45,5%

LA11

Relato de acordos coletivos de trabalho e se

especificam um prazo mínimo de notificação

e incluem disposições relativas a consultas e

negociações

24 54,5% 20 45,5%

LA12

Relato em que nível cada comitê formal de

saúde e segurança é constituído por

empregados de diferentes categorias

funcionais opera normalmente dentro da

organização

23 52,3% 21 47,7%

LA13

Percentual do total da força de trabalho

representada em comitês formais de saúde e

segurança constituídos por empregados de

diferentes níveis hierárquicos da organização

14 31,8% 30 68,2%

LA14

Tipos de lesões, da taxa de absenteísmo e do

número de óbitos relacionados ao trabalho

para o total de trabalhadores e/ou

discriminado por região e/ou gênero

22 50,0% 22 50,50%

LA15

Tipos de lesões, da taxa de doenças

ocupacionais, da taxa de absenteísmo e dos

óbitos relacionados ao trabalho para terceiros

que trabalham no local

20 45,5% 24 54,5%

LA16 Existência de sistema de normas aplicado ao

registro e relato de estatísticas de acidentes 27 61,4% 17 38,6%

LA17

Existência de trabalhadores envolvidos em

atividades ocupacionais que apresentam alta

incidência ou alto risco de doenças

específicas

25 56,8% 19 43,2%

LA18 Existência de acordos formais com sindicatos

e abordam tópicos de saúde e segurança 15 34,1% 29 65,9%

LA19

Relato de até que ponto, os diversos tópicos

de saúde e segurança são abordados nesses

acordos

3 6,8% 41 93,2%

Page 153: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

152

LA20

Número médio de horas de treinamento

realizado pelos empregados da organização

durante o período de avaliação

28 63,6% 16 36,4%

LA21

Existência de escopo de programas

implementados e de assistência prestada para

aperfeiçoar as habilidades de empregados

39 88,6% 5 11,4%

LA22

Programas de transição oferecidos para

facilitar a continuidade da empregabilidade

em caso de aposentadoria ou de rescisão de

contrato de trabalho

5 11,4% 39 88,6%

LA23

Percentual do total de empregados que

receberam avaliação de desempenho e de

desenvolvimento de carreira

25 56,8% 19 43,2%

LA24

Percentual de indivíduos que integram os

órgãos de governança da organização em

categorias de diversidade

7 15,9% 37 84,1%

LA25 Percentual de empregados por categoria

funcional em categorias de diversidade 7 15,9% 37 84,1%

LA26

Razão matemática entre o salário e

remuneração entre mulheres e homens em

cada categoria funcional, discriminada por

unidades operacionais importantes

5 11,4% 39 88,6%

LA27

Política de seleção de novos fornecedores a

partir de critérios relativos a práticas

trabalhistas

16 36,4% 28 63,6%

LA28

Política de submeter fornecedores a

avaliações de impactos em relação às práticas

trabalhistas

1 2,3% 43 97,7%

LA29

Número de fornecedores que geram impactos

negativos significativos reais e potenciais em

relação às práticas trabalhistas

1 2,3% 43 97,7%

LA30

Impactos negativos significativos reais e

potenciais para as práticas trabalhistas

identificados na cadeia de fornecedores

1 2,3% 43 97,7%

LA31

Percentual de fornecedores que geram

impactos negativos significativos reais e

potenciais sobre práticas trabalhistas com os

quais melhorias foram acordadas com base

em avaliações

1 2,3% 43 97,7%

LA32 Número total de queixas e reclamações

relacionadas a práticas trabalhistas 30 68,2% 14 31,8%

LA33 Número de queixas que foram processadas e

solucionadas 11 25,0% 33 75,0%

LA35

Quantidade de relatos sobre não

discriminação, igualdade de gênero,

liberdade de associação, negociação coletiva,

trabalho infantil, trabalho forçado ou análogo

ao escravo e direitos dos povos indígenas e

tribais

1 2,3% 43 97,7%

Fonte: elaborado pelo autor (2015).

Conforme demonstrada na Tabela 23, dos shoppings estudados, 90,9% responderam

positivamente a questão da existência de práticas trabalhistas baseadas em normas universais

internacionalmente reconhecidas.

Page 154: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

153

Dentro da realizada amostral, 63,6% dos shoppings afirmam relatar o número total e a

taxa de novas contratações de empregados durante o período coberto pelo relatório,

discriminados por faixa etária, gênero e/ou região. Esses shoppings que responderam

positivamente a questão estão localizados nas regiões sudeste (38,6%), nordeste (11,4%),

norte (6,8%), sul (4,5%) e centro-oeste (2,3%).

Dos shoppings estudados, 59,1% afirmam relatar o número total e a taxa de

rotatividade de empregados durante o período coberto pelo relatório, discriminados por faixa

etária, gênero e/ou região. Nota-se, na análise regional, que todos os shopping centers

nortistas responderam positivamente a assertiva, acompanhados dos localizados nas regiões

sudeste (60,7%) e nordeste (57,1%).

Dentre os shoppings pesquisados 70,5% afirmam concederem benefícios regularmente

a empregados de tempo integral da organização, mas não a empregados temporários ou em

regime de meio período, discriminados por unidades operacionais importantes. Esses

benefícios incluem, pelo menos:

- Seguro de vida;

- Plano de saúde;

- Auxílio deficiência e invalidez;

- Licença maternidade/paternidade;

- Fundo de pensão;

- Plano de aquisição de ações;

- Outros.

Observa-se, diante da Tabela 23 que 50,0% dos shoppings estudados relatam o número

total de empregados com direito a tirar licença maternidade/paternidade, discriminado por

gênero. Em pesquisa o shopping Csi informa que relatos desse gênero acontecem através da

disseminação de jornal interno organizado pelo departamento de recursos humanos.

Do universo da realidade amostral da pesquisa, 47,7% dos shoppings afirmam relatar o

número total de empregados que tiraram licença maternidade/paternidade, discriminado por

gênero. Esse percentual cai para 45,5% quando trata do relato do número total de empregados

que retornaram ao trabalho após tirar licença maternidade/paternidade, discriminado por

gênero.

No que diz respeito ao relato do número total de empregados que retornaram ao

trabalho após licença maternidade/paternidade e continuaram empregados doze meses após

seu retorno ao trabalho, discriminado por gênero, 6,8% do shoppings pesquisados afirmam

realizar este tipo de acompanhamento e relato.

Page 155: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

154

Ainda de acordo com a Tabela 23, esse percentual (6,8%) se mantém quando a

assertiva trata do relato das taxas de retorno ao trabalho e retenção de empregados que tiraram

licença maternidade/paternidade, discriminadas por gênero.

Quando trata do prazo mínimo, em semanas, de notificação prévia geralmente dado a

empregados e seus representantes eleitos antes da implementação de mudanças operacionais

significativas que podem afetá-los substancialmente, 54,5% dos shoppings pesquisados,

afirmam relatá-lo.

Para os shopping centers pesquisados com acordos coletivos de trabalho, 54,5%

afirmam relatar se esses acordos especificam um prazo mínimo de notificação e incluem

disposições relativas a consultas e negociações.

Dos shoppings pesquisados, 52,3% relatam em que nível cada comitê formal de saúde

e segurança é constituído por empregados de diferentes categorias funcionais e opera

normalmente dentro da organização.

Nota-se que 31,8% dos shoppings pesquisados relatam o percentual do total da força

de trabalho representada em comitês formais de saúde e segurança constituídos por

empregados de diferentes níveis hierárquicos da organização.

Observa-se que 50,0% dos shoppings constituintes da amostra da pesquisa realizam

levantamento dos tipos de lesões, da taxa de lesões, da taxa de doenças ocupacionais, dos dias

perdidos, da taxa de absenteísmo e do número de óbitos relacionados ao trabalho para o total

de trabalhadores (ou seja, empregados próprios e terceirizados), discriminados por gênero,

departamento e/ou região.

Quanto da existência de levantamento dos tipos de lesões, da taxa de lesões, da taxa de

doenças ocupacionais, dias perdidos, da taxa de absenteísmo e dos óbitos relacionados ao

trabalho para terceiros que trabalham no local e cuja segurança geral no ambiente de trabalho

é de responsabilidade da organização, o percentual dos shoppings estudados que responderam

positivamente essa questão foi de 45,5%.

Dos shoppings estudados, 61,4% afirmam possuir sistema de normas aplicado ao

registro e relato de estatísticas de acidentes.

Percebe-se que 56,8% dos shoppings possuem trabalhadores envolvidos em atividades

ocupacionais que apresentam alta incidência ou alto risco de doenças específicas, onde há

inclusive, esse relato.

Dos shoppings pesquisados, 34,1% afirmam possuir e relatar acordos formais (locais

ou globais) com sindicatos e abordam tópicos de saúde e segurança.

Page 156: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

155

Nota-se que 6,8% dos shoppings, dentro do universo da amostra da pesquisa, relatam

até que ponto, em termos percentuais, os diversos tópicos de saúde e segurança são abordados

nesses acordos.

Dos shoppings pesquisados, 63,6% afirmam relatar o número médio de horas de

treinamento realizado pelos empregados da organização durante o período de avaliação,

discriminadas por:

- Gênero e/ou;

- Categoria funcional.

No que se refere à existência de escopo de programas implementados e a assistência

prestada para aperfeiçoar as habilidades de empregados, 88,6% dos shoppings estudados

responderam positivamente esta questão. Na análise por regiões, todos os shoppings do

centro-oeste e norte responderam positivamente a assertiva, acompanhados dos localizados

nas regiões sudeste (89,3%) e nordeste (85,7%)

No quesito referente à existência de programas de transição oferecidos para facilitar a

continuidade da empregabilidade em caso de aposentadoria ou de rescisão de contrato de

trabalho, 11,4% dos shopping centers pesquisados afirmaram desenvolver tais programas.

Esses shoppings estão localizados nas regiões nordeste (6,8%), sudeste (2,3%) e sul (2,3%).

Dos shoppings pesquisados, 56,8% respondem positivamente questão relacionada à

realização de levantamento de percentual do total de empregados, discriminados por gênero e

categoria funcional, que receberam avaliação de desempenho e de desenvolvimento de

carreira durante o período coberto pelo relatório. Em entrevista com alguns shoppings,

informantes chaves relataram a existência de relatórios de avaliação e feedback que é

realizado formalmente sempre nos dois momentos da renovação contrato temporário dos

funcionários. A avaliação é realizada pelo líder imediato e comunicada ao funcionário

avaliado na presença de funcionário do departamento de recursos humanos. Depois desse

período, este tipo de avaliação é realizado esporadicamente, relativamente semestral ou

anualmente contando com aplicação de testes comportamentais.

Dos shoppings pesquisados, 15,9% responderam positivamente questão relativa a

realização de levantamento de percentual de indivíduos que integram os órgãos de governança

da organização em cada uma das seguintes categorias de diversidade:

- Gênero;

- Faixa etária: abaixo de 30 anos, de 30 a 50 anos, mais de 50 anos;

- Grupos minoritários e/ou

- Outros indicadores de diversidade, quando relevantes.

Page 157: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

156

Esse mesmo percentual se mantém quando trata de realização de levantamento de

percentual de empregados por categoria funcional em cada uma das seguintes categorias de

diversidade:

- Gênero;

- Faixa etária: abaixo de 30 anos, de 30 a 50 anos, mais de 50 anos;

- Grupos minoritários e/ou

- Outros indicadores de diversidade, quando relevantes.

Dos shoppings pesquisados, 11,4% afirmam se preocupar em relatar e ter em seu

controle estratégico a razão matemática entre o salário e remuneração entre mulheres e

homens em cada categoria funcional, discriminada por unidades operacionais importantes, no

caso departamentalizadas.

Da existência de política de seleção de novos fornecedores a partir de critérios

relativos a práticas trabalhistas, 36,4% dos shoppings que compunham o universo amostral da

realidade pesquisada, responderam positivamente essa questão. A maioria desses shoppings

estão localizados nas regiões sudeste (22,7%) e nordeste (9,1%). Esse percentual reduz a 2,3%

quando trata de existência de política de submeter fornecedores a avaliações de impactos em

relação às práticas trabalhistas.

Igualmente esse percentual (2,3%) se mantém no quesito que trata de fazer o

levantamento do número de fornecedores que geram impactos negativos significativos reais e

potenciais em relação às práticas trabalhistas.

Ainda de acordo com análise da Tabela 21, 68,2% dos shoppings pesquisados dizem

realizar o levantamento do número total de queixas e reclamações relacionadas a práticas

trabalhistas protocoladas por meio de mecanismos formais de queixas e reclamações durante

o período coberto pelo relatório.

Dos shoppings pesquisados, 25,0% acompanham das queixas e reclamações

identificadas, quantas delas foram:

- Processadas durante o período coberto pelo relatório;

- Solucionadas durante o período coberto pelo relatório.

Não foram identificados dentre os shoppings pesquisados que realizam levantamento

do número total de queixas e reclamações relacionadas a práticas trabalhistas protocoladas

antes do período coberto pelo relatório que foram solucionadas nesse período.

Dos shoppings pesquisados, 2,3% afirmam realizar relatos sobre não discriminação,

igualdade de gênero, liberdade de associação, negociação coletiva, trabalho infantil, trabalho

Page 158: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

157

forçado ou análogo ao escravo e direitos dos povos indígenas e tribais. Esse shopping

localiza-se regionalmente no nordeste.

4.7.2.2 Direitos humanos

A Tabela 24 visa evidenciar as práticas relacionadas ao sub aspecto direitos humanos,

segundo as diretrizes GRI – G4.

Tabela 24 - Indicadores sociais – sub aspecto direitos humanos

HR Indicadores

Alternativas

Sim Não

Frequência

Absoluta

Frequência

Relativa

Frequência

Absoluta

Frequência

Relativa

HR03 Número total de horas dedicadas a

treinamento em políticas de direitos humanos 1 2,3% 43 97,7%

HR05 Situação atual dos casos e as providências

tomadas 1 2,3% 43 97,7%

HR06

Operações e fornecedores em que o direito

de exercer a liberdade de associação e a

negociação coletiva pode estar sendo violado

ou estar correndo risco de violação

4 9,1% 40 90,9%

HR07

Controle das operações e fornecedores que

possam apresentar riscos significativos de

ocorrência de casos de trabalho infantil e

jovens expostos a trabalho perigoso

14 31,8% 30 68,2%

HR08

Controle das operações e fornecedores que

possam apresentar riscos significativos de

ocorrência de casos de trabalho infantil por

tipo de fornecedor e/ou áreas geográficas

4 9,1% 40 90,9%

HR09 Medidas e estratégias para contribuir para a

efetiva erradicação do trabalho infantil 2 4,5% 42 95,5%

HR10

Controle das operações e fornecedores que

apresentam riscos significativos de

ocorrência de casos de trabalho forçado ou

análogo ao escravo

13 29,5% 31 70,5%

HR11

Medidas e estratégias para contribuir para a

eliminação de todas as formas de trabalho

forçado ou análogo ao escravo

2 4,5% 42 95,5%

HR12

Percentual do pessoal de segurança que

recebeu treinamento formal nas políticas ou

procedimentos específicos de direitos

humanos da organização

7 15,9% 37 84,1%

HR13

Políticas que tangenciam os requisitos de

treinamento também se aplicam a empresas

contratadas para fornecer pessoal de

segurança

7 15,9% 37 84,1%

HR15

Número de fornecedores identificados que

podem gerar impactos negativos

significativos reais e potenciais em direitos

humanos

2 4,5% 42 95,5%

HR16

Impactos negativos significativos reais e

potenciais em direitos humanos identificados

na cadeia de fornecedores

2 4,5% 42 95,5%

Page 159: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

158

HR17

Percentual de fornecedores identificados que

podem gerar impactos negativos

significativos reais e potenciais em direitos

humanos com os quais melhorias foram

acordadas

2 4,5% 42 95,5%

HR19 Número total de queixas e reclamações

relacionadas a impactos em direitos humanos 2 4,5% 42 95,5%

HR20 Queixas e reclamações em direitos humanos

quando processadas e solucionadas 2 4,5% 42 95,5%

HR21

Número total de queixas e reclamações

relacionadas a impactos em direitos humanos

registradas antes do período coberto pelo

relatório que foram solucionadas

2 4,5% 42 95,5%

HR22 Avaliação dos impactos gerados na

sociedade e em comunidades locais 37 84,1% 7 15,9%

Fonte: elaborado pelo autor (2015).

De acordo com a aplicação do questionário sobre o sub aspecto direito humanos, não

foram identificados shoppings, diante da realidade da amostra, que realizam o levantamento

do número total e percentual de acordos e contratos de investimentos significativos que

incluem cláusulas de direitos humanos ou que foram submetidos à avaliação referente a

direitos humanos. Nenhum dos shoppings pesquisados relata a definição de “acordos de

investimentos significativos” usada pela organização.

Do total de shopping centers pesquisados, 2,3% afirma realizar o levantamento do

número total de horas dedicadas, no período de avaliação, a treinamento em políticas de

direitos humanos ou procedimentos relacionados a aspectos dos direitos humanos relevantes

para as operações da organização.

Nenhum dos shoppings pesquisados realiza o levantamento do número total de casos

de discriminação ocorridos durante o período coberto pelo relatório.

Dos shoppings estudados, 2,3% afirma relatar a situação atual dos casos e as

providências tomadas com referência ao seguinte:

- A organização analisou o caso;

- Um plano de reparação está sendo implementado;

- O plano de reparação foi implementado e seus resultados analisados por meio de

processos rotineiros de análise da gestão interna;

- O caso não está mais sujeito a medidas corretivas.

Diante da realidade amostral da pesquisa, 9,1% dos shoppings relatam operações e

fornecedores em que o direito de exercer a liberdade de associação e a negociação coletiva

pode estar sendo violado ou estar correndo risco de violação, discriminados por:

- Tipo de operação (por exemplo, fábrica) e fornecedor e/ou

Page 160: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

159

- Países ou áreas geográficas com operações e fornecedores considerados em situação

de risco.

Observa-se, diante da Tabela 24 que 31,8% dos shoppings possuem controle das

operações e fornecedores que possam apresentar riscos significativos de ocorrência de casos

de:

- Trabalho infantil;

- Trabalhadores jovens expostos a trabalho perigoso.

Na análise regional, 50,0% dos shopping centers do centro-oeste responderam

positivamente a assertiva, acompanhados dos localizados nas regiões sudeste (35,7%) e

nordeste (28,6%).

Quando o questionamento trata da existência de controle das operações e fornecedores

que possam apresentar riscos significativos de ocorrência de casos de trabalho infantil,

discriminados por: tipo de operação (por exemplo, fábrica) e fornecedor e/ou países ou áreas

geográficas com operações e fornecedores considerados em situação de risco, o percentual

reduz a 9,1% dos shopping centers pesquisados. Por região geográfica, 42,9% dos shoppings

nordestinos responderam positivamente, acompanhados de 33,3% dos nortistas.

Nota-se ainda diante da Tabela 24 que 4,5% dos shoppings estudados possuem

medidas e estratégias para contribuir para a efetiva erradicação do trabalho infantil. Esses

shoppings regionalmente estão localizados no nordeste.

Já no que tange à existência de controle das operações e fornecedores que apresentam

riscos significativos de ocorrência de casos de trabalho forçado ou análogo ao escravo,

discriminados por: tipo de operação (por exemplo, fábrica) e fornecedor e/ou países ou áreas

geográficas com operações e fornecedores considerados em situação de risco, 29,5% dos

shoppings responderam positivamente a questão.

Observa-se que 4,5% dos shoppings, dentro da realidade estudada, possuem medidas e

estratégias para contribuir para a eliminação de todas as formas de trabalho forçado ou

análogo ao escravo.

Dos shoppings pesquisados, 15,9% responderam positivamente questionamento acerca

da existência de levantamento do percentual do pessoal de segurança que recebeu treinamento

formal nas políticas ou procedimentos específicos de direitos humanos da organização e sua

aplicação na segurança.

O percentual dos shoppings pesquisados (15,9%) se manteve quando trata-se da

existência de políticas que tangenciam os requisitos de treinamento também se aplicam a

empresas contratadas para fornecer pessoal de segurança.

Page 161: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

160

Nenhum dos shoppings pesquisados possuem levantamento do número total e o

percentual de operações que foram submetidas a análises ou avaliações de impactos

relacionados a direitos humanos.

Dos shoppings estudados, 4,5% responderam positivamente possuírem levantamento

do número de fornecedores identificados que podem gerar impactos negativos significativos

reais e potenciais em direitos humanos.

Esse percentual dentre os shoppings pesquisados (4,5%) se manteve quando refere-se

ao relato dos impactos negativos significativos reais e potenciais em direitos humanos

identificados na cadeia de fornecedores.

Dos shoppings pesquisados, 4,5% possuem levantamento do percentual de

fornecedores identificados que podem gerar impactos negativos significativos reais e

potenciais em direitos humanos com os quais melhorias foram acordadas com base em

avaliações.

Não foram identificados shoppings dentro do universo da amostra estudada que dizem

possuir levantamento do percentual de fornecedores identificados que podem gerar impactos

negativos significativos reais e potenciais em direitos humanos com os quais os contratos

foram rescindidos com base em avaliações e os motivos dessa medida.

Dos shoppings pesquisados, 4,5% afirmam possuir levantamento do número total de

queixas e reclamações relacionadas aos impactos em direitos humanos registradas por meio

de mecanismos formais durante o período coberto pelo relatório. Quanto às queixas e

reclamações identificadas, os meses shoppings relatam quantas delas foram:

- Processadas no período coberto pelo relatório;

- Solucionadas no período coberto pelo relatório.

Dentre os shoppings pesquisados, 84,1% afirmaram que avaliam os impactos gerados

na sociedade e em comunidades locais. Durante as sessões de entrevistas aos shoppings,

principalmente com aqueles de até cinco anos de inauguração, seus informantes chaves

informaram que durante o período de projeto para lançamento do empreendimento foram

realizados estudos e avaliações de desenvolvimento regional com a implantação do shopping,

principalmente em regiões que abrigara pela primeira vez esse tipo de empreendimento.

Quanto aos demais, seus informantes chaves revelaram informalmente que os estudos e

avaliações direcionaram mais à viabilidade do empreendimento e ao desenvolvimento e

impacto da comunidade do entorno. Em alguns casos, estes informantes chaves (shoppings

Capa, Lambda, Rô e Úpsilon) informaram que desenvolveram ações que envolvia melhoria de

Page 162: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

161

abrangência comunitária em áreas de segurança, iluminação, acessibilidade, planejamento

viário, em parceria com órgãos públicos, mas com recursos próprios ou com incentivos.

4.7.2.3 Sociedade

Esta seção visa demonstrar as práticas relacionadas ao sub aspecto sociedade, segundo as

diretrizes GRI – G4, representada através da Tabela 25.

Tabela 25 - Indicadores sociais – sub aspecto sociedade

SO Indicadores

Alternativas

Sim Não

Frequência

Absoluta

Frequência

Relativa

Frequência

Absoluta

Frequência

Relativa

SO01

Percentual de operações que implementaram

programas de engajamento da comunidade,

de avaliação de impactos e de

desenvolvimento local

3 6,8% 41 93,2%

SO02

Avaliação dos impactos sociais, inclusive

avaliações de impactos em gênero, com base

em processos participativos

4 9,1% 40 90,9%

SO03 Avaliação dos impactos ambientais e

monitoramento contínuo 32 72,7% 12 27,3%

SO04 Divulgação pública dos resultados de

avaliações de impactos ambientais e sociais 2 4,5% 42 95,5%

SO05

Programas de desenvolvimento local

baseados nas necessidades de comunidades

locais

3 6,8% 41 93,2%

SO06 Engajamento de stakeholders com o devido

mapeamento dessas partes 33 75,0% 11 25,0%

SO07 Comitês e processos de consulta ampla à

comunidade local 10 22,7% 34 77,3%

SO08 Conselhos de trabalho, comissões de saúde

no trabalho para discutir impactos 15 34,1% 29 65,9%

SO09 Processos formais de queixas e reclamações

por parte de comunidades locais 18 40,9% 26 59,1%

SO19

Número total de casos confirmados em que

empregados foram demitidos ou punidos por

corrupção

3 6,8% 41 93,2%

SO20

Número de casos em que contratos com

parceiros comerciais foram rescindidos ou

não renovados em decorrência de violações

relacionadas à corrupção

1 2,3% 43 97,7%

SO25

Principais resultados das ações judiciais

concluídas, incluindo quaisquer decisões ou

sentenças

16 36,4% 28 63,6%

SO26 Casos em que sofreu multa e sanções

monetárias 1 2,3% 43 97,7%

SO29

Políticas de seleção de novos fornecedores

com base em critérios relativos a impactos na

sociedade

4 9,1% 40 90,9%

SO30 Número de fornecedores submetidos a

avaliações de impactos na sociedade 3 6,8% 41 93,2%

SO35 Queixas e reclamações relacionadas a 16 36,4% 28 63,6%

Page 163: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

162

impactos na sociedade

SO36 Queixas e relata o status quando processadas

e solucionadas 2 4,5% 42 95,5%

SO37

Número total de queixas e reclamações

relacionadas a impactos na sociedade

protocoladas antes do período coberto pelo

relatório que foram solucionadas

2 4,5% 42 95,5%

Fonte: elaborado pelo autor (2015).

Dos shoppings pesquisados, 6,8% possuem levantamento do percentual de operações

que implementaram programas de engajamento da comunidade, de avaliação de impactos e de

desenvolvimento local, incluindo, entre outros.

É 9,1%, o percentual dos shoppings pesquisados que avaliam os impactos sociais,

inclusive avaliações de impactos em gênero, com base em processos participativos.

No que diz respeito à avaliação dos impactos ambientais e monitoramento contínuo,

72,7%, informaram positivamente essa questão. Na análise regional todos os shopping centers

do norte e centro-oeste responderam positivamente a questão supracitada, acompanhados dos

nordestinos (85,7%) e do sudeste (67,9%).

No entanto, 4,5% dos shoppings estudados afirmam realizar divulgação pública dos

resultados de avaliações de impactos ambientais e sociais. Esses shoppings regionalmente

localizam-se no nordeste.

Diante da realidade amostral da pesquisa, 6,8% dos shoppings afirmam realizar

programas de desenvolvimento local baseados nas necessidades de comunidades locais.

Dos shoppings pesquisados, 75,0% responderam positivamente à realização de

engajamento de stakeholders com o devido mapeamento dessas partes. Cruzando essa

informação com os dados coletados em entrevista, sobretudo constantes nos blocos referentes

às (1) práticas de gestão sustentável em shopping centers e (2) fatores relevantes que afetam

os compromissos com a sustentabilidade, são denotados nos tópicos stakeholders mais

importantes na percepção dos gestores dos shoppings e, no item formulação e

operacionalização das estratégias de marketing notadamente foi mencionada na entrevista a

participação ativa da agência de publicidade para participar na criação de cenários e em

alguns casos na identificação do perfil dos clientes e identificação de seus desejos e

aspirações, o que respalda o resultado percentual (75,0%) com essa questão.

No que tange à realização de comitês e processos de consulta ampla à comunidade

local incluindo grupos vulneráveis, 22,7% dos shoppings pesquisados responderam

positivamente esta questão. Na análise regional 71,4% dos shopping centers nordestinos

Page 164: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

163

responderam positivamente a assertiva, acompanhados de 33,3% dos nortistas e 14,3% dos

localizados no sudeste.

Dos shoppings pesquisados, 34,1% afirmaram possuírem conselhos de trabalho,

comissões de saúde e segurança no trabalho e outras entidades representativas de

trabalhadores para discutir impactos.

Sobre a existência de processos formais de queixas e reclamações por parte de

comunidades locais, 40,9% dos shoppings estudados responderam favoravelmente este item.

No entanto, não foram identificados shoppings, dentro da realidade amostral estudada,

que afirmam relatam as operações com impactos negativos significativos reais e potenciais

em comunidades locais, incluindo a localização das operações e os impactos negativos

significativos reais e potenciais das operações.

Da mesma forma, no que tange ao levantamento do número total e percentual de

operações submetidas a avaliações de riscos relacionados à corrupção não foram identificados

shoppings, dentro da realidade amostral estudada.

No que se refere a medidas anticorrupção, não foram identificados shoppings, dentro

da realidade amostral estudada, que realizam levantamento do número total e percentual de

membros do órgão de governança aos quais foram comunicadas as políticas e procedimentos

anticorrupção adotados pela organização e/ou levantamento do número total e percentual de

membros do órgão de governança que receberam treinamento no combate à corrupção. Nessa

mesma perspectiva, dentre os shoppings estudados, nenhum realiza levantamento do número

total e percentual de empregados aos quais foram comunicadas as políticas e procedimentos

anticorrupção adotados pela organização, discriminados por categoria funcional e região.

No entanto, 6,8% dos shoppings pesquisado, informaram realizar levantamento e

relato do número total de casos confirmados em que empregados foram demitidos ou punidos

por corrupção.

Na extensão dos parceiros e fornecedores, foram identificados shoppings que realizam

levantamento do número total e percentual de parceiros comerciais aos quais foram

comunicadas as políticas e procedimentos anticorrupção adotados pela organização,

discriminados por tipo de parceiro e região.

Dos shoppings estudados, 2,3% respondeu favoravelmente à questão acerca da

realização de levantamento e relato do número total de casos confirmados em que contratos

com parceiros comerciais foram rescindidos ou não renovados em decorrência de violações

relacionadas à corrupção.

Page 165: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

164

Não foram identificados shoppings, dentro da realidade amostral estudada, que

realizam levantamento e relato de quaisquer processos judiciais públicos relacionados à

corrupção movidos contra a organização ou seus empregados no período coberto pelo

relatório e o resultado desses processos.

Também não foram identificados shoppings, dentro da realidade amostral estudada,

que realizam levantamento e relato do valor monetário total de contribuições para partidos

políticos e políticos em dinheiro e em espécie feitas pela organização direta ou indiretamente,

discriminado por país e destinatário/beneficiário.

Da realidade da amostra estudada, 2,3% dos shoppings pesquisados sofreu multas e

sanções monetárias ou não monetárias significativas nos seguintes termos:

- Valor monetário total de multas significativas;

- Número total de sanções não monetárias;

- Processos movidos por meio de mecanismos de arbitragem.

Entretanto, não foram identificados shoppings, dentro da realidade amostral estudada,

que relatam o contexto em que multas significativas e sanções monetárias e não monetárias

foram aplicadas.

Dentre os shoppings pesquisados, 9,1% possuem políticas de seleção de novos

fornecedores com base em critérios relativos a impactos na sociedade e 6,8% afirmam

positivamente relatar o número de fornecedores submetidos a avaliações de impactos na

sociedade, apesar de nenhum dos shoppings possuir levantamento do número de fornecedores

identificados que podem gerar impactos negativos significativos reais e potenciais na

sociedade.

Dos shoppings pesquisados, 36,4% afirmam realizar levantamento de queixas e

reclamações relacionadas a impactos na sociedade registradas por meio de mecanismos

formais de queixas e reclamações durante o período coberto pelo relatório.

Dentre as queixas e reclamações identificadas, 4,5% dos shoppings relatam quantas

delas foram:

- Processadas durante o período coberto pelo relatório;

- Solucionadas durante o período coberto pelo relatório.

Dos shoppings pesquisados, 4,5% responderam positivamente quanto a possuírem

levantamento do número total de queixas e reclamações relacionadas aos impactos na

sociedade protocoladas antes do período coberto pelo relatório que foram solucionadas nesse

período.

Page 166: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

165

4.7.2.4 Saúde e segurança do cliente

A Tabela 26 objetiva demonstrar as práticas relacionadas ao sub aspecto sociedade, segundo

as diretrizes GRI – G4.

Tabela 26 - Indicadores sociais – sub aspecto saúde e segurança do cliente

PR Indicadores

Alternativas

Sim Não

Frequência

Absoluta

Frequência

Relativa

Frequência

Absoluta

Frequência

Relativa

PR01

Categorias de produtos e serviços

significativas para as quais são avaliados

impactos na saúde e segurança buscando

melhorias

24 54,5% 20 45,5%

PR08 Principais resultados ou conclusões de

pesquisas de satisfação do cliente 29 65,9% 15 34,1%

PR09

Relatos se a organização ou stakeholders

comercializa produtos que objeto de

questionamentos e debates públicos

8 18,2% 36 81,8%

PR11

Número total de casos de não conformidade

com regulamentos e códigos voluntários

relativos a comunicações de marketing,

incluindo publicidade, promoção e

patrocínios

20 45,5% 24 54,5%

PR12

Relato(s) caso a organização não tenha

identificado nenhum caso de não

conformidade com regulamentos e códigos

voluntários

16 36,4% 28 63,6%

PR13

Número de queixas e reclamações

comprovadas relativas à violação de

privacidade do cliente

28 63,6% 16 36,4%

PR14

Número total de vazamentos, furtos ou

perdas de dados de clientes que foram

identificados

25 56,8% 19 43,2%

PR15 Relato(s) caso a organização não tenha

identificado nenhuma queixa comprovada 12 27,3% 32 72,7%

PR17

Relato(s) caso a organização não tenha

identificado nenhum caso de não observância

de leis ou regulações

23 52,3% 21 47,7%

Fonte: elaborado pelo autor (2015).

Dos shoppings pesquisados, 54,5% realizam levantamento de categorias de produtos e

serviços significativas para as quais são avaliados impactos na saúde e segurança buscando

melhorias. Cruzando com as informações coletadas na entrevista, constata-se que os

shoppings vem desenvolvendo ações de endomarketing para o público interno e no relato de

alguns informantes chaves acerca de estratégias e ações promovidas pelo departamento de

marketing, para os clientes externos foram promovidas ações, campanhas e eventos que

objetivaram à promoção de saúde dos clientes.

Page 167: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

166

Dos shoppings pesquisados, 65,9% dizem realizar e relatar os principais resultados ou

conclusões de pesquisas de satisfação do cliente (com base em amostragens estatisticamente

relevantes), referentes a informações sobre:

- A organização como um todo;

- Uma categoria importante de produtos ou serviços;

- Locais significativos de operações.

Dos shoppings estudados, 18,2% afirmam relatar se a organização ou stakeholders

vendem produtos que:

- Estão proibidos em determinados mercados;

- São objetos de questionamento de stakeholders ou de debate público.

Destaca-se para o fato desses shoppings possuírem contratos de locação com lojas,

cuja atividade comercial está voltada para tabacaria ou produtos credenciados relacionados à

segurança privada.

Da realidade amostral da pesquisa, 45,5% dos shoppings afirmam realizar

levantamento e relatar o número total de casos de não conformidade com regulamentos e

códigos voluntários relativos a comunicações de marketing, incluindo publicidade, promoção

e patrocínios, discriminados por:

- Casos de não conformidade com regulamentos que resultaram na aplicação de multa

ou sanção;

- Casos de não conformidade com regulamentos que resultaram em advertência;

- Casos de não conformidade com códigos voluntários.

Dos shoppings pesquisados, 36,4% afirmam relatar se a organização não tiver

identificado nenhum caso de não conformidade com regulamentos e códigos voluntários.

Dentre os shoppings estudados, 63,6% responderam positivamente ao questionamento

relacionado ao levantamento do número total de queixas e reclamações comprovadas relativas

à violação de privacidade do cliente, categorizadas por:

- Queixas e reclamações recebidas de partes externas e comprovadas pela organização;

- Queixas e reclamações de agências reguladoras.

Dos shoppings estudados, 56,8% afirmam realizar levantamento e relatar o número

total de vazamentos, furtos ou perdas de dados de clientes que foram identificados.

Dentre os shoppings estudados, 27,3% afirmam relatar se a organização não tiver

identificado nenhuma queixa comprovada.

Page 168: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

167

Porém, não foram identificados shoppings, dentro da realidade amostral estudada, que

realizam levantamento e relato do valor monetário total de multas significativas por não

conformidade com leis e regulamentos relativos ao fornecimento e uso de produtos e serviços.

Dos shoppings estudados, 52,3% afirmam relatar se a organização não tiver

identificado nenhum caso de não observância de leis ou regulações.

Durante a aplicação do questionário foram descartados sete indicadores relacionados

ao aspecto social, mais especificamente ao sub aspecto práticas trabalhistas e trabalho

decente. Foi percebida pelo autor, diante da realidade estudada, a divergência e incongruência

à atividade fim da indústria shopping center. Esses indicadores são:

- PR02 – Levantamento do número total de casos de não conformidade com

regulamentos e códigos voluntários relacionados aos impactos gerados por produtos e

serviços na saúde e segurança durante o período coberto pelo relatório, discriminados por:

casos de não conformidade com regulamentos que resultaram na aplicação de multa ou

penalidade; casos de não conformidade com regulamentos que resultaram em advertência e

casos de não conformidade com códigos voluntários;

- PR03 – Relato caso a organização não tenha identificado nenhum caso de não

conformidade com regulamentos e códigos voluntários (indicador vinculado ao PR02);

- PR04 – Relato caso as seguintes informações sobre produtos e serviços são exigidas

pelos procedimentos da organização relativos a informações e rotulagem de produtos e

serviços: terceirização de componentes do produto ou serviço; conteúdo, particularmente de

substâncias que possam gerar impactos ambientais ou sociais; Disposição do produto e

impactos ambientais/sociais;

- PR05 – Levantamento do percentual de categorias de produtos ou serviços

significativas cobertas e avaliadas pela conformidade com os procedimentos da organização;

- PR06 – Levantamento do número total de casos de não conformidade com

regulamentos e códigos voluntários relativos a informações e rotulagem de produtos e

serviços, discriminados por: casos de não conformidade com regulamentos que resultaram na

aplicação de multa ou penalidade; casos de não conformidade com regulamentos que

resultaram em advertência; casos de não conformidade com códigos voluntários;

- PR07 – Relato caso a organização não tiver identificado nenhum caso de não

conformidade com regulamentos e códigos voluntários (indicador vinculado ao PR06);

- PR10 – Relato de como a organização respondeu a dúvidas ou preocupações em

torno desses produtos (proibidos em determinados mercados e/ou sejam objeto de

questionamento de stakeholders ou de debate público).

Page 169: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

168

Diante disso, o abandono desses indicadores não prejudicou a análise dos resultados.

4.7.3 Análise da sustentabilidade, segundo aspectos econômicos baseados nas diretrizes

GRI

Esta seção busca apresentar as práticas de gestão sustentável dos shopping centers, sob

aspecto econômico, segundo as diretrizes do Global Reporting Initiative – GRI, geração

quatro. A Tabela 27 representa o resultado da pesquisa.

Tabela 27 - Indicadores econômicos

EC Indicadores

Alternativas

Sim Não

Frequência

Absoluta

Frequência

Relativa

Frequência

Absoluta

Frequência

Relativa

EC01 Valor econômico direto gerado e distribuído 44 100,0% 0 0,0%

EC02

Implicações financeiras e outros riscos e

oportunidades para as atividades da

organização em decorrência de mudanças

climáticas

15 34,1% 29 65,9%

EC03

Cobertura das obrigações previstas no plano

de pensão de benefício definido da

organização

7 15,9% 37 84,1%

EC04 Valor monetário total da ajuda financeira

recebida pela organização de governos 3 6,8% 41 93,2%

EC05

Variação da proporção no salário mais baixo,

discriminado por gênero, comparado ao

salário mínimo local em unidade

operacionais

14 31,8% 30 68,2%

EC06

Proporção de membros da alta direção

contratados na comunidade local em

unidades operacionais importantes

4 9,1% 40 90,9%

EC07

Nível de desenvolvimento de investimentos

significativos em infraestrutura e serviços

apoiados

17 38,6% 27 61,4%

EC08

Exemplos identificados de impactos

econômicos indiretos significativos da

organização, tanto positivos como negativos

7 15,9% 37 84,1%

EC09 Quantidade de compras e contratos gastos

com fornecedores locais 18 40,9% 26 59,1%

Fonte: elaborado pelo autor (2015).

Observa-se diante da Tabela 27 que todos os shoppings estudados afirmam relatar o

valor econômico direto gerado e distribuído, através de relatórios mensais destinados aos

sócios empreendedores.

Dos shoppings estudados, 34,1% afirmam relatar as implicações financeiras e outros

riscos e oportunidades para as atividades da organização em decorrência de mudanças

climáticas.

Page 170: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

169

Dentro da realidade da amostra da pesquisa, 15,9% dos shoppings afirmam relatar a

cobertura das obrigações previstas no plano de pensão de benefício definido da organização.

Dos shoppings estudados, 6,8% afirmam relatar o valor monetário total da ajuda

financeira recebida pela organização de governos (benefícios e créditos fiscais, subsídios,

incentivos etc), o que leva a crer que poucos dessas organizações recebam benefícios direto

ou indiretos oriundos de entidades e instituições públicas, porém não foi tabulado a

associação dos que recebem se relatam à comunidade e demais stakeholders.

Dentre shoppings pesquisados, 31,8% afirmam realizar levantamento e relato da

variação da proporção no salário mais baixo, discriminado por gênero, comparado ao salário

mínimo local em unidade operacionais.

Além disso, 9,1% dos shoppings responderam positivamente que realizam

levantamento e relata a proporção de membros da alta direção contratados na comunidade

local em unidades operacionais importantes.

Dos shoppings pesquisados, 38,6% afirmam realizar levantamento e relato do nível de

desenvolvimento de investimentos significativos em infraestrutura e serviços apoiados.

Diante da amostra da pesquisa, constata-se que 15,9% dos shoppings realizam

levantamento de exemplos identificados de impactos econômicos indiretos significativos da

organização, tanto positivos como negativos.

Quanto trata do levantamento e relato do percentual do orçamento de compras e

contratos gasto de unidades operacionais importantes que é gasto com fornecedores locais, ou

seja, percentual de produtos comprados e serviços contratados localmente, 40,9% afirmaram

positivamente essa questão.

4.8 DISCUSSÕES DOS RESULTADOS

A seção segunda deste trabalho versou sobre as perspectivas teóricas do

desenvolvimento sustentável: a evolução histórica e os principais modelos centrais que

corroboram para o seu entendimento. Muito embora não haja um consenso acerca do conceito

de sustentabilidade, Aligleri (2011) traz um conceito amplo e moderno a respeito do tema,

tratando como sendo um paradigma que possibilita continuidade da vida, assegurando a

manutenção da civilização humana ao longo das gerações e define como a harmonização da

eficiência econômica, equidade social e prudência ecológica implicando na compatibilização

dos modelos de produção e gestão das instituições sociais com o sistema de organização e

conservação da natureza.

Page 171: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

170

Os resultados da pesquisa revelam que os shopping centers, de acordo com a

percepção de seus informantes chaves, encaram a sustentabilidade em diferentes perspectivas:

ora como aquele que satisfaz as necessidades sem comprometer as futuras gerações (WECD,

1987) ora com a capacidade de sustentar-se, envolvendo a questão de durabilidade (ARAÚJO,

2008) ou então, capacidade de usufruir os recursos de natureza ambiental respeitando seus

limites e a resiliência do sistema (AFONSO, 2006, ALMEIDA, 2009). Uma das razões por

diferentes visões e contradições a respeito do conceito de sustentabilidade, Borges (2015)

aponta como sendo o fato de que os interesses econômicos não são submissos aos interesses

socioambientais.

Na visão de Sachs (2002, 2004) é possível alcançar o desenvolvimento sustentável a

partir de soluções locais específicas para problemas e necessidades pontuais, envolvendo oito

questões e dimensões a serem observadas: a social, cultural, ecológica, ambiental, territorial,

econômica, política nacional e política internacional.

Na pesquisa, os shoppings revelam que a introdução da sustentabilidade nos processos

de gestão pode ser dada através de diversas práticas e ações, como àquelas voltadas para

reciclagem do lixo, reuso de água, redução do consumo de energia elétrica, aproveitamento da

iluminação natural, utilização de fontes alternativas de energias renováveis, uso de

tecnologias limpas e de medidas educativas com os funcionários e envolvendo a comunidade

no processo de conscientização, vez que, como afirmam Silva e Medeiros (2006) e Almeida

(2003), o desenvolvimento sustentável é centrado em valores, preceitos e responsabilidades,

sendo mais uma questão de consciência.

Por tal consciência, a qual envolve preocupação com temáticas envolvendo meio

ambiente, a pesquisa constata que a maioria dos gestores pesquisados mostrou-se dela dotada.

Porém, como propõem Sachs (2004) e Magalhães et al. (2006), para se tornarem sustentáveis,

as organizações precisam incorporar políticas e diretrizes de sustentabilidade partindo do

nível estratégico e se desdobrando até o operacional, partindo da falácia para a prática efetiva

de assistência à sociedade e indo de encontro com a gestão tradicional das organizações, a

qual é voltada geralmente para os interesses dos sócios e fundamentada por interesses

meramente econômicos. No discurso de alguns dos gestores de shoppings (Tau e Úpsilon), a

sustentabilidade está presente no planejamento estratégico da organização e não há como não

tratar de sustentabilidade e esta não ser considerada no planejamento organizacional. Tal

posicionamento converge com os achados de Sehnem, Lukas e Marques (2015).

No entanto, a pesquisa desponta quando das políticas e diretrizes da sustentabilidade

(SACHS, 2004; MAGALHÃES et. al, 2006) que muitos dos shoppings entrevistados não

Page 172: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

171

possuem política formal e metas voltadas à sustentabilidade. Esses dados são confirmados

com a aplicação do questionário formulado a partir das diretrizes GRI – G4.

Na prática, a pesquisa identificou que os shoppings até desenvolvem algumas ações

voltadas para o aspecto ambiental e social, além do econômico, constatado parcialmente pelo

questionário e entrevistas, conforme demonstrado resumidamente no Quadro 28. Porém,

alguns gestores dos shoppings pesquisados reconhecem que precisam melhorar e aperfeiçoar

suas práticas, melhor investir em sustentabilidade e envolver mais a comunidade nas ações

desenvolvidas no shopping para obtenção de resultados que se configuram como benefício

social e vantagem competitiva.

Quadro 28 – Resumo de práticas sustentáveis adotados pelos shopping centers pesquisados

Categorias de análise

Ambientais Sociais Econômicas

- utilização de água de reuso;

- captação de água da chuva;

- medidas para redução do

consumo de energia elétrica, como

substituição de lâmpadas

fluorescentes por meio de

tecnologia LED, comprovadamente

mais econômicas;

- reciclagem;

- educação ambiental;

- aproveitamento da iluminação

natural;

- implementação de ETE;

- tratamento do chorume;

- recolhimento e destinação correta

do lixo, óleo vegetal, pilhas e

baterias de celular e equipamentos

eletrônicos.

- desenvolvimento de eventos e

ações de consciência sobre causas

sociais, como:

- aleitamento materno;

- adoção de crianças;

- combate ao câncer de mama;

- campanha do agasalho;

- diversidade étnico-racial;

- saúde e esporte.

- capacitação de pessoas menos

favorecidas, através de

treinamentos, cursos, visando

aumento de empregabilidade;

- treinamento e desenvolvimento

de funcionários, por meio de

cursos e palestras.

- relato do valor econômico direto

gerado e distribuído;

- relato do valor monetário total da

ajuda financeira recebida pela

organização de governos;

- preocupação em conhecer e

acompanhar a variação da

proporção no salário mais baixo,

discriminado por gênero,

comparado ao salário mínimo local

em unidade operacionais;

- levantamento e relato do nível de

desenvolvimento de investimentos

significativos em infraestrutura e

serviços apoiados;

- levantamento e relato de compras

e contratos é gasto com

fornecedores locais

Fonte: elaborado pelo autor (2015).

Mas alguns desses gestores ainda admitem que o aspecto econômico seja fator

impeditivo para investir em sustentabilidade socioambiental. Ratificam, complementarmente

que existem outras prioridades a serem atendidas antes de ater-se com sustentabilidade.

Elkington (2001) critica justamente este modelo tradicional de negócios que enfatiza fatores

econômicos na avaliação de uma empresa, propondo novo modelo, que passa a considerar,

além da performance financeira, a ambiental e social da companhia.

Fica claro na pesquisa que poucos dos shoppings estudados possuem política e

desenvolve estratégias integradoras relacionadas à sustentabilidade sob a óptica do triple

bottom line, conforme propõe Elkington (2001). Os autores Zamcopé, Ensslin e Ensslin

(2012), tratam o desempenho sustentável como a performance de uma organização em todas

Page 173: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

172

as dimensões, demandando de um modelo de gestão que estabeleça a interação entre gestão

ambiental e social com negócio e estratégia competitiva, além de integrar informação

ambiental e social com informação econômica da empresa.

Tangenciando sobre os três aspectos da sustentabilidade, o estudo constatou que

poucos dos shoppings pesquisados (Capa e Úpsilon) os têm encarado e enxergado de maneira

homogênea, com mesma significância e grau de importância, conforme defendem Prescott-

Allen (1999), Elkington (2001), Van Bellen (2006), Veiga (2007), Veiga e Cechin (2009),

Callado (2010) e Benites e Pólo (2013). Alguns outros gestores, na pesquisa se posicionam

contrariamente, julgando unilateralmente mais importante o aspecto social ou ambiental.

No que diz respeito à avaliação das práticas voltadas para a sustentabilidade, baseada

nas diretrizes GRI-G4, em forma de indicadores, as quais consideraram as dimensões

ambientais, sociais e econômicas, percebe-se que 22,2% das assertivas foram positivamente

respondidas, informando haver práticas e relatos junto aos seus stakeholders, como

demonstrado na Figura 16. A média foi de 39,6 questões respondidas positivamente de um

total de 179. A pesquisa apresentou mediana de 38,0 e desvio padrão de 18,0. A análise por

aspecto é apresentada adiante.

Figura 16 – Avaliação de sustentabilidade por aspectos, segundo diretrizes GRI - G4

Fonte: elaborado pelo autor (2015).

Dos sessenta e seis indicadores ambientais, 20,5% foram respondidas positivamente

pelos informantes chaves dos shopping centers participantes da pesquisa. A média das

respostas foi de 13,3, apresentando desvio padrão de 6,5 e mediana de 10,5. Das práticas e

ações implementadas foram mais expressivas: a realização de levantamento e relata o

percentual ou quantidade de materiais usados provenientes de reciclagem (81,8%); o relato do

22,2%

32,6%

22,4%

20,5%

- 1.000 2.000 3.000 4.000 5.000 6.000 7.000 8.000 9.000

Total

Aspec. Econômicos

Aspec. Sociais

Aspec. Ambientais

Respostas Negativas Respostas Positivas

Page 174: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

173

consumo de energia oriunda de fora da organização (52,3%); a realização de levantamento e

relato da taxa de intensidade energética (combustível, eletricidade, aquecimento,

aquecimento, refrigeração, vapor etc.), na proporção de 68,2% dos pesquisados; a realização

de levantamento e relato do volume das reduções de consumo de energia obtidas diretamente

em decorrência de melhorias na conservação e eficiência, em joules ou seus múltiplos

(88,6%); o relato dos tipos de energia incluídos nas reduções: combustível, energia elétrica,

aquecimento, refrigeração e vapor (68,2%); o relato da base usada para o cálculo das reduções

do consumo de energia, como ano de referência ou linha de base, e as razões para a sua

escolha (56,8%); a realização de levantamento e relata o volume total de água retirada das

fontes: águas subterrâneas, águas pluviais diretamente coletadas e armazenadas pela

organização, abastecimento municipal de água ou outras empresas de abastecimento de água

e/ou outro tipo de fonte, conforme o caso (100,0%); a existência de normas, metodologias e

premissas adotadas para relatar o volume total de água retirada das diferentes fontes (95,5%);

o levantamento e o relato do volume total de água reciclada e reutilizada pela organização ou

adota política e ações de reutilização de água (63,6%) e, por fim, o levantamento e o relato do

volume total de descartes de água planejados e não planejadas por: destinação, qualidade da

água, inclusive seu método de tratamento e/ou se a água foi reutilizada por outra organização

(70,5%).

Dos 104 indicadores utilizados na dimensão social, 22,4% foram respondidos

positivamente. A média das respostas foi de 23,3, apresentando desvio padrão de 11,9 e

mediana de 25,5. A dimensão social foi tratada por sub aspectos, como disposta na Figura 17.

Percebe-se que 36,9% das questões envolvendo o subitem “Práticas Trabalhistas e Trabalho

Decente” foram positivamente respondidas; 10,7% representaram os “Direitos Humanos”;

10,3% “Sociedade” e 42,0% “Saúde e Segurança do Cliente”.

Page 175: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

174

Figura 17 – Avaliação de sustentabilidade social por sub aspectos, segundo diretrizes GRI - G4

Fonte: elaborado pelo autor (2015).

Tratando do sub aspecto Práticas Trabalhistas e Trabalho Decente, a pesquisa

constatou que 36,9% responderam positivamente aos indicadores propostos, sendo os mais

representativos: a existência de práticas trabalhistas baseadas em normas universais

internacionalmente reconhecidas (90,9%); o relato do número total e a taxa de novas

contratações de empregados durante o período coberto pelo relatório (63,6%); o relato do

número total e a taxa de rotatividade de empregados durante o período coberto pelo relatório,

discriminados por faixa etária, gênero e/ou região (59,1%); a concessão de benefícios

regularmente a empregados de tempo integral da organização, discriminados por unidades

operacionais importantes (70,5%); o relato do número total de empregados com direito a tirar

licença maternidade/paternidade, discriminado por gênero (50,0%); o relato do prazo mínimo,

em semanas, de notificação prévia geralmente dado a empregados e seus representantes

eleitos antes da implementação de mudanças operacionais significativas que podem afetá-los

substancialmente (54,5%), bem como o relato, quando dos acordos coletivos de trabalho, se

estes especificam um prazo mínimo de notificação e incluem disposições relativas a consultas

e negociações (54,5%); relato acerca do nível de cada comitê formal de saúde e segurança

constituído por empregados de diferentes categorias funcionais opera normalmente dentro da

organização (52,3%); a realização do levantamento dos tipos de lesões, da taxa de lesões, da

taxa de doenças ocupacionais, dos dias perdidos, da taxa de absenteísmo e do número de

óbitos relacionados ao trabalho para o total de trabalhadores (ou seja, empregados próprios e

terceirizados) (50,0%); a existência de sistema de normas aplicado ao registro e relato de

22,4%

42,0%

10,3%

10,7%

36,9%

- 500 1.000 1.500 2.000 2.500 3.000 3.500 4.000 4.500 5.000

Aspec. Sociais

Saúde e Segurança do Cliente

Sociedade

Direitos Humanos

Prát. Trabahistas e Trab. Decente

Respostas Negativas Respostas Positivas

Page 176: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

175

estatísticas de acidentes (61,4%) e a existência de programas implementados e a assistência

prestada para aperfeiçoar as habilidades de empregados (88,6%).

Tangenciando sobre o subitem Direitos Humanos, as respostas positivas

concentraram-se em 10,7% das questões que relaciona com sua prática. Desta, tiveram maior

significância: o controle das operações e fornecedores que possam apresentar riscos

significativos de ocorrência de casos de trabalho infantil e/ou trabalhadores jovens expostos a

trabalho perigoso (31,8%) e a existência de controle das operações e fornecedores que

apresentam riscos significativos de ocorrência de casos de trabalho forçado ou análogo ao

escravo, discriminados por tipo de operação (segmento comercial, por exemplo) e fornecedor

e/ou países ou áreas geográficas com operações e fornecedores considerados em situação de

risco (29,5%) e a existência de avaliação dos impactos gerados na sociedade e em

comunidades locais (84,1%).

Com 10,3% das respostas positivas, segundo a tabulação da pesquisa, o sub aspecto

Sociedade apresentou representatividade nas questões e indicadores que denotaram a prática

relacionada à: avaliação dos impactos ambientais e monitoramento contínuo (72,7%);

realização de engajamento de stakeholders com o devido mapeamento dessas partes (75,0%);

existência de processos formais de queixas e reclamações por parte de comunidades locais

(40,9%) e existência de conselhos de trabalho, comissões de saúde e segurança no trabalho e

outras entidades representativas de trabalhadores para discutir impactos (34,1%).

No que se refere à Saúde e Segurança do Cliente, o sub aspecto social apresentou na

pesquisa o maior percentual de respostas positivas, 42,0%. Das práticas mais representativas

destacadas com a pesquisa concentraram-se nos itens envolvendo: a realização de

levantamento de categorias de produtos e serviços significativas para as quais são avaliados

impactos na saúde e segurança buscando melhorias (54,5%); a realização e o relato dos

principais resultados ou conclusões de pesquisas de satisfação do cliente (com base em

amostragens estatisticamente relevantes), referentes às informações sobre a organização como

um todo, uma categoria importante de produtos ou serviços e/ou locais significativos de

operações (65,9%); a realização de levantamento e relato do número total de queixas e

reclamações comprovadas relativas à violação de privacidade do cliente (63,6%) e realização

de levantamento e relato do número total de vazamentos, furtos ou perdas de dados de clientes

que foram identificados (56,8%).

Dos nove indicadores que constituem a avaliação do aspecto econômico, 32,6%

representaram as práticas da organização, segundo aplicação e tabulação dos dados do

questionário. A média deste aspecto foi de 2,9, com desvio padrão de 1,8 e mediana 3,0.

Page 177: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

176

Foram representativos os indicadores que representaram: o relato do valor econômico direto

gerado e distribuído (100,0%) e a realização de levantamento e relata o percentual do

orçamento de compras e contratos gasto de unidades operacionais importantes que é gasto

com fornecedores locais, como o percentual de produtos comprados e serviços contratados

localmente (40,9%).

Nota-se, diante da análise dos resultados obtidos através do questionário que há uma

larga lacuna a ser cumprida pelos shoppings pesquisados, segundo as expectativas diretivas da

política do GRI-G4.

Visando à minimização desse espaço, sugere-se um conjunto de soluções possíveis de

ser implementadas para que o shopping center alcance um nível desejado de sustentabilidade.

O Quadro 29 apresenta essas sugestões de melhoria, constituindo conjunto de estratégias e

ferramentas voltadas à implementação de sistema integrado de gestão sustentável, de modo a

facilitar à sua implementação e assegurar seu controle por parte dos gestores da organização.

Quadro 29 – Estratégias para implementação para alcance da sustentabilidade, a partir do modelo baseado nas

diretrizes GRI

Aspectos Ações para implementação

- Ambiental

- Levantar relação de materiais utilizados operacionalmente, discriminados por peso

ou volume;

- Realizar levantamento e relatar o consumo total de combustíveis oriundos de fontes

não renováveis em joules ou seus múltiplos, inclusive os tipos de combustíveis

usados;

- Relatar as normas, metodologias e premissas adotadas para reduzir o consumo de

energia;

- Relata as normas, metodologias e premissas adotas para o cálculo das reduções do

consumo de energia, como ano de referência ou linha de base, e as razões para a sua

escolha;

- Realizar levantamento e relata o número total de fontes hídricas significativamente

afetadas pela retirada de água por tipo:

(a) tamanho da fonte hídrica;

(b) se a fonte é ou não designada como área protegida;

(c) valor ou importância da fonte hídrica para comunidades locais.

- Possuir normas, metodologias e premissas adotadas para relatar o número total de

fontes hídricas significativamente afetadas pela retirada de água por tipo;

- Realizar levantamento e relatar o volume total de água reciclada e reutilizada pela

organização ou adotar política e ações de reutilização de água, ao passo que relata o

volume total de água reciclada e reutilizada como um percentual do total de água

retirada da natureza, fazendo uso de normas, metodologias e premissas adotadas para

mensurar o volume total de água reciclada e reutilizada pela organização;

- Adotar práticas e relatar se há parcerias com terceiros para proteger ou restaurar

áreas de habitat diferentes daquelas nas quais a organização supervisionou e

implementou medidas de restauração ou proteção;

- Relatar a natureza de impactos diretos e indiretos significativos sobre a

biodiversidade em relação a um ou mais dos seguintes aspectos:

(a) construção ou uso de fábricas, minas e infraestrutura de transportes;

(b) poluição (introdução de substâncias que não ocorrem naturalmente no habitat,

oriundas de fontes pontuais e não pontuais);

(c) introdução de espécies invasoras, organismos nocivos e agentes patogênicos;

(d) redução de espécies;

Page 178: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

177

(e) conversão de habitats;

(f) mudanças em processos ecológicos fora da faixa natural de variação (p. ex.:

salinidade ou mudanças no nível do lençol freático).

- Realizar levantamento dos impactos diretos e indiretos significativos, tanto

positivos como negativos, em relação ao seguinte:

(a) espécies afetadas;

(b) extensão de áreas impactadas;

(c) duração dos impactos;

(d) reversibilidade ou irreversibilidade dos impactos.

- Realizar levantamento do aspecto referente a emissões inclui indicadores de

emissões de gases de efeito estufa (GEE) e de substâncias que destroem a camada de

ozônio, NOX, SOX e de outras emissões atmosféricas importantes;

- Levantar, se forem o caso, as emissões diretas de gases de efeito estufa;

- Relatar as normas, metodologias e premissas adotadas para relatar o volume total

de descartes de água planejados e não planejadas;

- Realizar levantamento e relatar o peso total de resíduos perigosos e não perigosos

para cada um dos seguintes métodos de disposição:

(a) reutilização;

(b) reciclagem;

(c) compostagem;

(d) recuperação, inclusive recuperação de energia;

(e) incineração (queima de massa);

(f) injeção subterrânea de resíduos;

(g) aterro;

(h) armazenamento no local;

(i) outros (a serem especificados pela organização).

- Realizar levantamento dos impactos ambientais significativos decorrentes do

transporte de produtos e outros bens e materiais usados nas operações da

organização, bem como do transporte de seus trabalhadores;

- Adotar política de seleção de novos fornecedores com base em critérios ambientais,

indicando o número de fornecedores submetidos a avaliações de impacto ambiental,

além de realizar levantamento dos impactos ambientais significativos negativos reais

e potenciais identificados na cadeia de fornecedores;

- Realizar levantamento do número total de queixas e reclamações relacionadas a

impactos ambientais registradas por meio de mecanismos formais de queixas e

reclamações, procurando monitorar e identificar quais dessas se foram (a)

processadas durante o período coberto pelo relatório e (b) solucionadas durante o

período coberto pelo relatório.

- Social

- Práticas

trabalhis-

tas e

trabalho

decente

- Relatar o número total de empregados que retornaram ao trabalho após licença

maternidade/paternidade e continuaram empregados doze meses após seu retorno ao

trabalho, discriminado por gênero, bem como relatar as taxas de retorno ao trabalho e

retenção de empregados que tiraram licença maternidade/paternidade, também

discriminadas por gênero;

- Relatar até que ponto, em termos percentuais, os diversos tópicos de saúde e

segurança são abordados em acordos com sindicatos;

- Adotar ou desenvolver programas de transição oferecidos para facilitar a

continuidade da empregabilidade em caso de aposentadoria ou de rescisão de

contrato de trabalho;

- Preocupar em relatar e ter em seu controle estratégico a razão matemática entre o

salário e remuneração entre mulheres e homens em cada categoria funcional,

discriminada por unidades operacionais importantes;

- Adotar política de seleção de novos fornecedores a partir de critérios relativos a

práticas trabalhistas, submetendo-os às avaliações de impactos gerados em relação a

tais práticas;

- Realizar relatos, palestras ou provocar debates sobre não discriminação, igualdade

de gênero, liberdade de associação, negociação coletiva, trabalho infantil, trabalho

forçado ou análogo ao escravo e direitos dos povos indígenas e tribais.

- Direitos

humanos

- Realizar levantamento do número total e percentual de acordos e contratos de

investimentos significativos que incluem cláusulas de direitos humanos ou que foram

submetidos à avaliação referente a direitos humanos;

Page 179: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

178

- Relatar operações e fornecedores em que o direito de exercer a liberdade de

associação e a negociação coletiva pode estar sendo violado ou estar correndo risco

de violação;

- Adotar melhores controles das operações e fornecedores que possam apresentar

riscos significativos de ocorrência de casos de:

(a) trabalho infantil;

(b) trabalhadores jovens expostos a trabalho perigoso;

- Adotar medidas e estratégias para contribuir para a efetiva erradicação do trabalho

infantil e exposição de trabalhadores em sua cadeia de fornecedores e processos ao

trabalho de alta periculosidade;

- Adotar levantamento do número de fornecedores identificados que podem gerar

impactos negativos significativos reais e potenciais em direitos humanos;

- Adotar levantamento do número total de queixas e reclamações relacionadas a

impactos em direitos humanos registradas por meio de mecanismos formais durante

determinado período.

- Socieda-

de

- Possuir levantamento do percentual de operações que implementaram programas de

engajamento da comunidade, de avaliação de impactos e de desenvolvimento local;

- Avaliar os impactos sociais, inclusive avaliações de impactos em gênero, com base

em processos participativos;

- Realizar divulgação pública dos resultados de avaliações de impactos ambientais e

sociais;

- Realizar programas de desenvolvimento local baseados nas necessidades de

comunidades locais;

- Possuir conselhos de trabalho, comissões de saúde e segurança no trabalho e outras

entidades representativas de trabalhadores para discutir impactos;

- Realizar levantamento do número total e percentual de operações submetidas a

avaliações de riscos relacionados à corrupção, ao passo que realiza levantamento do

número total e percentual de parceiros comerciais aos quais foram comunicadas as

políticas e procedimentos anticorrupção adotados pela organização, discriminados

por tipo de parceiro e região;

- Adotar políticas de seleção de novos fornecedores com base em critérios relativos a

impactos na sociedade;

- Saúde e

segurança

do cliente

- Realizar levantamento do percentual de categorias de produtos ou serviços

significativas cobertas e avaliadas pela conformidade com os procedimentos da

organização;

- Realizar levantamento e relatar o número total de casos de não conformidade com

regulamentos e códigos voluntários relativos a comunicações de marketing,

incluindo publicidade, promoção e patrocínios.

- Econômico

- Realizar estudo e relatar aos seus stakeholders as implicações financeiras e outros

riscos e oportunidades para as atividades da organização em decorrência de

mudanças ambientais, como mudanças climáticas, desastres ambientais etc;

- Realizar levantamento e relatar a proporção de membros da alta direção contratados

na comunidade local em unidades operacionais importantes;

- Realizar levantamento e comunicar aos stakeholders o percentual do orçamento de

compras e contratos gasto de unidades operacionais importantes que é gasto com

fornecedores locais (p. ex.: percentual de produtos comprados e serviços contratados

localmente), além de adotar política de compras visando o desenvolvimento regional;

- Realizar levantamento de exemplos identificados de impactos econômicos indiretos

significativos da organização, tanto positivos como negativos.

Fonte: elaborado pelo autor (2015).

Page 180: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

179

5 PROPOSIÇÃO DO MODELO DE GESTÃO SUSTENTÁVEL PARA

SHOPPING CENTER

A proposição do modelo de gestão para indústria brasileira de shopping centers visa

atender o objetivo geral do presente trabalho e é resultado da percepção do autor a respeito da

realidade estuda dos shoppings, a partir da aplicação de questionário e entrevista com

informantes chaves. É válido frisar que o modelo tem embasamento no referencial teórico a

cerca dos temas sustentabilidade, responsabilidade social corporativa e instrumentos de gestão

e, da caracterização da indústria, cuja fonte primária se deu através de informações disponível

pela entidade de classe, a ABRASCE – Associação Brasileira de Shopping Centers, conforme

discorrido na seção 2. A Figura 18 apresenta o modelo MSIGS Shopping Center.

Figura 18 – Proposta do MSIGS Shopping Center

Fonte: elaborado pelo autor (2015).

Page 181: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

180

Conforme pretende demonstrar, o MSIGS Shopping Center consiste na conversão de

ações sustentáveis aos diversos stakeholders, por meio do relato e acompanhamento dos

indicadores, compostos por três dimensões, quais sejam: ambientais, sociais e econômicas,

suscitados através do gerenciamento de informações internas e externas originárias do

relacionamento com lojistas, vendedores, empreendedores, clientes, comunidades e entidades

públicas, bem como o entendimento dos próprios processos internos; partindo da iniciativa,

desejo e direcionamento da administração estratégica a implementação do modelo voltado

para gestão sustentável do empreendimento.

Aligleri (2011, p. 76) ratifica que as “empresas capazes de incorporar iniciativas

socioambientais a sua estrutura organizacional, criam um sistema orgânico no qual há sinergia

entre os sistemas estratégicos, os sistemas operacionais e o ambiente externo, tornando-o mais

conectados e sustentáveis”.

A Figura 18 evidencia que a base do modelo de análise é composta por três dimensões,

onde foram elencados indicadores relevantes, a partir da pesquisa desenvolvida. O modelo

esquemático de indicadores relevantes é representado através da Figura 19.

Figura 19 – Indicadores Relevantes do MSIGS Shopping Center

Fonte: elaborado pelo autor (2015).

Page 182: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

181

No Quadro 30 são apresentados os indicadores ambientais compostos no MSIGS

Shopping Center.

Quadro 30 – Indicadores ambientais relevantes

Sigla Descrição

EN02 Percentual ou quantidade de materiais usados provenientes de reciclagem.

EN04 Consumo de energia oriunda de fora da organização.

EN05 Taxa de intensidade energética (combustível, eletricidade, aquecimento, aquecimento, refrigeração,

vapor).

EN06 Volume das reduções de consumo de energia obtidas diretamente em decorrência de melhorias na

conservação e eficiência, em joules ou seus múltiplos.

EN07 Tipos de energia incluídos nas reduções: combustível, energia elétrica, aquecimento, refrigeração e

vapor.

EN08 Base usada para o cálculo das reduções do consumo de energia, como ano de referência ou linha de

base, e as razões para a sua escolha.

EN09 Normas, metodologias e premissas adotadas para reduzir o consumo de energia.

EN11 Base usada para o cálculo das reduções do consumo de energia, como ano de referência ou linha de

base, e as razões para a sua escolha.

EN12 Normas, metodologias e premissas adotadas.

EN13 Volume total de água retirada das seguintes fontes:

- Águas superficiais, incluindo áreas úmidas, rios, lagos e oceanos;

- Águas subterrâneas;

- Águas pluviais diretamente coletadas e armazenadas pela organização;

- Efluentes de outra organização;

- Abastecimento municipal de água ou outras empresas de abastecimento de água.

EN14 Normas, metodologias e premissas adotadas para relatar o volume total de água retirada das

diferentes fontes.

EN17 Volume total de água reciclada e reutilizada pela organização ou adota política e ações de reutilização

de água.

EN19 Normas, metodologias e premissas adotadas para mensurar o volume total de água reciclada e

reutilizada pela organização.

EN43 Volume total de descartes de água planejados e não planejadas por:

- Destinação;

- Qualidade da água, inclusive seu método de tratamento;

- Se a água foi reutilizada por outra organização.

EN45 Peso total de resíduos perigosos e não perigosos para cada um dos seguintes métodos de disposição:

- Reutilização;

- Reciclagem;

- Compostagem;

- Recuperação, inclusive recuperação de energia;

- Incineração (queima de massa);

- Injeção subterrânea de resíduos;

- Aterro;

- Armazenamento no local;

- Outros (a serem especificados pela organização).

EN46 Método de disposição de resíduos foi determinado:

- Descarte direto pela organização ou por terceiros, ou ainda confirmado diretamente pela

organização;

- Informações fornecidas pela empresa contratada responsável pela disposição de resíduos;

- Métodos padronizados adotados pela empresa contratada responsável pela disposição de resíduos;

EN62 Identificação dos fornecedores causadores de impactos ambientais significativos negativos reais e

potenciais.

Fonte: o autor (2015).

Page 183: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

182

Os indicadores sociais que compõem o MSIGS Shopping Center é apresentado no

Quadro 31.

Quadro 31 – Indicadores sociais relevantes

Sigla Descrição

Sub aspecto práticas trabalhistas e trabalho decente

LA01 Práticas trabalhistas baseadas em normas universais internacionalmente reconhecidas.

LA02 Número total e a taxa de novas contratações de empregados durante o período coberto pelo relatório,

discriminados por faixa etária e gênero.

LA03 Número total e a taxa de rotatividade de empregados durante o período coberto pelo relatório,

discriminados por faixa etária e gênero.

LA04 Concessão de benefícios regularmente a empregados de tempo integral da organização. Esses

benefícios incluem, pelo menos:

- Seguro de vida;

- Plano de saúde;

- Auxílio deficiência e invalidez;

- Licença maternidade/paternidade;

- Fundo de pensão;

- Plano de aquisição de ações;

- Outros.

LA05 Número total de empregados com direito a tirar licença maternidade/paternidade, discriminado por

gênero.

LA06 Número total de empregados que tiraram licença maternidade/paternidade, discriminado por gênero.

LA07 Número total de empregados que retornaram ao trabalho após tirar licença maternidade/paternidade,

discriminado por gênero.

LA10 Prazo mínimo, em semanas, de notificação prévia geralmente dado a empregados e seus

representantes eleitos antes da implementação de mudanças operacionais significativas que podem

afetá-los substancialmente.

LA11 Em relação aos acordos coletivos de trabalho, o empreendimento relata se esses acordos especificam

um prazo mínimo de notificação e incluem disposições relativas a consultas e negociações.

LA12 Nível que cada comitê formal de saúde e segurança constituído por empregados de diferentes

categorias funcionais opera normalmente dentro da organização.

LA14 Tipos de lesões, da taxa de lesões, da taxa de doenças ocupacionais, dos dias perdidos, da taxa de

absenteísmo e do número de óbitos relacionados ao trabalho para o total de trabalhadores (ou seja,

empregados próprios), discriminados por departamento.

LA15 Tipos de lesões, da taxa de lesões, da taxa de doenças ocupacionais, dias perdidos, da taxa de

absenteísmo e dos óbitos relacionados ao trabalho para terceiros que trabalham no local e cuja

segurança geral no ambiente de trabalho é de responsabilidade da organização, discriminados por

departamento/área funcional.

LA16 Sistema de normas aplicado ao registro e relato de estatísticas de acidentes.

LA17 Trabalhadores envolvidos em atividades ocupacionais que apresentam alta incidência ou alto risco de

doenças específicas.

LA20 Número médio de horas de treinamento realizado pelos empregados da organização durante o período

de avaliação, discriminadas por:

- Gênero;

- Categoria funcional.

LA21 Programas implementados e a assistência prestada para aperfeiçoar as habilidades de empregados.

LA22 Programas de transição oferecidos para facilitar a continuidade da empregabilidade em caso de

aposentadoria ou de rescisão de contrato de trabalho.

LA23 Percentual do total de empregados, discriminados por gênero e categoria funcional, que receberam

avaliação de desempenho e de desenvolvimento de carreira durante o período coberto pelo relatório.

LA27 Política de seleção de novos fornecedores a partir de critérios relativos a práticas trabalhistas.

LA32 Número total de queixas e reclamações relacionadas a práticas trabalhistas protocoladas por meio de

mecanismos formais de queixas e reclamações durante o período coberto pelo relatório.

Sub aspecto direitos humanos

HR03 Número total de horas dedicadas, no período de avaliação, a treinamento em políticas de direitos

humanos ou procedimentos relacionados a aspectos dos direitos humanos relevantes para as

Page 184: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

183

operações da organização.

HR07 Controle das operações e fornecedores que possam apresentar riscos significativos de ocorrência de

casos de:

- Trabalho infantil;

- Trabalhadores jovens expostos a trabalho perigoso.

HR08 Controle das operações e fornecedores que possam apresentar riscos significativos de ocorrência de

casos de trabalho infantil, discriminados por:

- Tipo de operação (por exemplo, fábrica) e fornecedor;

- Países ou áreas geográficas com operações e fornecedores considerados em situação de risco.

HR10 Controle das operações e fornecedores que apresentam riscos significativos de ocorrência de casos de

trabalho forçado ou análogo ao escravo, discriminados por:

- Tipo de operação (por exemplo, fábrica) e fornecedor;

- Países ou áreas geográficas com operações e fornecedores considerados em situação de risco.

HR12 Percentual do pessoal de segurança que recebeu treinamento formal nas políticas ou procedimentos

específicos de direitos humanos da organização e sua aplicação na segurança.

HR13 Políticas do shopping que tangenciam os requisitos de treinamento também se aplicam a empresas

contratadas para fornecer pessoal de segurança.

HR22 Avaliação dos impactos gerados na sociedade e em comunidades locais.

Sub aspecto sociedade

SO03 Impactos ambientais e monitoramento contínuo.

SO04 Divulgação pública dos resultados de avaliações de impactos ambientais e sociais.

SO05 Programas de desenvolvimento local baseados nas necessidades de comunidades locais

SO06 Engajamento de stakeholders com o devido mapeamento dessas partes.

SO07 Comitês e processos de consulta ampla à comunidade local incluindo grupos vulneráveis.

SO08 Reuniões de conselhos de trabalho, comissões de saúde e segurança no trabalho e outras entidades

representativas de trabalhadores para discutir impactos.

SO09 Processos formais de queixas e reclamações por parte de comunidades locais.

SO25 Principais resultados das ações judiciais concluídas, incluindo quaisquer decisões ou sentenças.

SO29 Políticas de seleção de novos fornecedores com base em critérios relativos a impactos na sociedade.

SO35 Queixas e reclamações relacionadas a impactos na sociedade registradas por meio de mecanismos

formais de queixas e reclamações durante o período coberto pelo relatório.

Sub aspecto responsabilidade pelo produto / serviço

PR01 Ações e serviços significativas voltados na saúde e segurança buscando melhorias da comunidade.

PR08 Principais resultados ou conclusões de pesquisas de satisfação do cliente (com base em amostragens

estatisticamente relevantes), referentes a informações sobre:

- A organização como um todo;

- Locais significativos de operações.

PR11 Número total de casos de não conformidade com regulamentos e códigos relativos a comunicações de

marketing, incluindo publicidade, promoção e patrocínios.

PR12 Relato(s) caso a organização não tenha identificado nenhum caso de não conformidade com

regulamentos e códigos voluntários, uma breve declaração desse fato será suficiente.

PR13 Número total de queixas e reclamações comprovadas relativas à violação de privacidade do cliente.

PR14 Relato(s) caso a organização não tenha identificado nenhuma queixa comprovada, uma breve

declaração desse fato será suficiente.

Fonte: o autor (2015).

Os indicadores econômicos que compõem o MSIGS Shopping Center é apresentado

no Quadro 32.

Quadro 32 – Indicadores econômicos relevantes

Sigla Descrição

EC01 Valor econômico direto gerado e distribuído.

EC02 Implicações financeiras e outros riscos e oportunidades para as atividades da organização em

decorrência de mudanças climáticas (vendas geradas nas unidades comerciais, inadimplência etc).

EC05 Variação da proporção no salário mais baixo, discriminado por gênero, comparado ao salário mínimo

Page 185: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

184

local.

EC07 Nível de desenvolvimento de investimentos significativos em infraestrutura e serviços apoiados.

EC09 Percentual do orçamento de compras e contratos gasto de unidades operacionais importantes que é

gasto com fornecedores locais (p. ex.: percentual de produtos comprados e serviços contratados

localmente).

Fonte: o autor (2015).

Nota-se que o modelo propõe apenas 5 indicadores econômicos (7,7%), enquanto que

são 43 os de cunho social (66,2%) e 17 ambientais (26,1%). Essa incongruência numérica é

justificada porque os modelos tradicionais de gestão já possuem incorporados e bem definidos

os instrumentos e as ferramentas de gestão e de medição de desempenho econômico (índices

de liquidez, atividade, endividamento, lucratividade, entre outros). Essa mesma disparidade

está presente também no modelo GRI, instrumento de gestão utilizado de maneira basilar para

formulação do MSIGS Shopping Center. No GRI, dos 91 indicadores apresentados, 9,9%

tratam de aspectos econômicos, 52,7% sociais e 37,4% ambientais.

A implementação do MSIGS Shopping Center requer o encadeamento lógico

racional, a qual é representada através da Figura 20.

Page 186: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

185

Figura 20 – Roteiro para implementação do MSIGS Shopping Centers

Fonte: elaborado pelo autor (2015).

Sensibilização dos

gestores

Formulação de Comitê

de Sustentabilidade

Estruturação organ. e

contratação de coord.

de sustentabilidade

Treinamento

Determinação

dos objetivos e

definição de

metas

Elaboração do

plano de ação

Seleção de

indicadores de

sustentabilidade

Execução e

Controle

1.

8.

7. 6.

5.

4.

3.

2.

Page 187: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

186

O primeiro passo para implementação do MSIGS Shopping Center está direcionado à

sensibilização dos gestores de shopping centers, sobretudo o superintendente/gerente geral. O

passo seguinte direciona-se a estruturação organizacional para implantação do modelo. Para

tanto, necessário é a contratação de funcionário responsável pela gestão do modelo e,

portanto, da gestão sustentável do empreendimento. Sua função será primordial para conduzir

o processo de implementação do sistema de sustentabilidade e posterior acompanhamento,

sendo considerado o agente de mudança organizacional, vez que comunicará a todos os

sistemas e subsistemas organizacionais, sensibilizando e motivando todos os colaboradores ao

envolvimento e à prática de gestão sustentável.

Com a contratação do coordenador de sustentabilidade, será criado o Comitê de

Sustentabilidade do Empreendimento, o CSE, que vai por ele composto juntamente com a

equipe gerencial do shopping, além de membros da comunidade e de lojas que compõem o

Condomínio comercial. A participação de membros externos no comitê aliada à participação

de funcionários propiciam e/ou estimulam questionamentos e contribuições para melhor

entendimento coletivo do conceito de desenvolvimento sustentável, onde diferentes unidades

de negócios sentem-se mais próximas e aprendem umas com as outras; promovem

disseminação de ideias e práticas de desenvolvimento sustentável, visto que relatórios e

modelos de sustentabilidade exigem um esforço conjunto para chegar a estratégias, objetivos

e planos de ação amplamente aceitos (SILVA, 2014 a; GRI, 2014).

Ressalta-se ainda, que a seleção dos membros da comunidade, bem como sua

quantidade como membro do CSE fica a critério de cada shopping center, porém o modelo

sugere seleção de no mínimo dois potenciais clientes e/ou àqueles que apresentam maior

frequência no empreendimento, que mais se adequem ao perfil do público alvo do shopping

e/ou que sejam considerados como formadores de opinião. Quanto à seleção de lojistas,

sugere-se a escolha de alguns (no mínimo dois) que já fazem parte da Associação dos Lojistas

do empreendimento.

A quarta etapa está voltada à conscientização do pessoal do nível hierárquico tático e

operacional, através de cursos, palestras e reuniões, visando disseminar a cultura da

sustentabilidade, consciência ecológica, social e econômica nos mais diversos processos

organizacionais, mostrando-lhe que é possível incorporar a sustentabilidade no dia-a-dia de

suas atividades profissionais. Além disso, o treinamento é essencial para torná-los aptos a

implantar e monitorar os indicadores de sustentabilidade relacionados a cada setor da

organização.

Page 188: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

187

É importante a participação de todos os sistemas organizacionais,

operações/manutenção, recursos humanos, marketing e administrativo/financeiro, pois o

coordenador de sustentabilidade conferirá a um funcionário de cada departamento a atividade

de suprir de informações os indicadores propostos pelo MSIGS Shopping Center.

Determinados os objetivos e definidas as metas pelo CSE, o passo seguinte recai sobre

elaboração de plano de ação para confecção de relatório que venha suprir as necessidades

específicas de cada shopping, muito embora o MSIGS Shopping Center respeite a realidade

de cada empreendimento, quanto ao porte, localização geográfica, tamanho e quantidade de

lojas. Este trabalho não contempla o detalhamento do plano de ação, indicado nesta fase, por

não ser objeto de estudo, muito embora seja fundamental para alcance do objetivo final.

O sétimo passo envolve a seleção dos indicadores de sustentabilidade a serem

adotados. Ou seja, apesar de o MSIGS Shopping Center sugerir indicadores para gestão

sustentável, o modelo ora proposto é flexível ao ponto de permitir o CSE junto com seus

membros formularem novos indicadores tanto a partir dos objetivos e metas definidas na fase

anterior quanto das sugestões apontadas por este estudo, também através do Quadro 29,

assumindo adaptabilidade do modelo a diferentes contextos nos quais forem implementados.

Feito isso, o próximo passo é a coleta de informações por períodos (mensal e anual), adotando

sempre, uma base referencial para comparação. Torna necessário ressaltar que a base e

metodologia para cálculos e as razões para sua escolha precisam ser evidenciadas no relatório

de sustentabilidade, um dos produtos do MSIGS Shopping Center. Por fim, levantados os

dados, importante é a realização de análises e a verificação quanto do alcance das metas e dos

objetivos propostos para o período.

O MSIGS Shopping Center propõe que após aferida às análises dos dados e dos

relatos, o relatório seja divulgado nas seguintes ocasiões:

- Reunião mensal envolvendo os funcionários de cada sistema operacional e membros

do CSE;

- Reunião com sócios empreendedores, seja tanto nos Comitês de Aprovação de

Orçamento Anual quanto no de Prestação de Contas, ambas disciplinadas nas Normas Gerais

ou mensalmente, junto com a apresentação dos resultados;

- Reunião mensal junto à Associação dos Lojistas do shopping;

- Mensalmente, através da disponibilização na página web site do empreendimento e,

- Sempre que solicitado pelos demais stakeholders (entidades públicas, fornecedores,

ONGs etc.).

Page 189: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

188

Ressalta-se que as competências a serem desenvolvidas pelo coordenador de

sustentabilidade que viabilizará o sucesso da implementação do MSIGS Shopping Center

encontram-se:

- Conduzir as reuniões realizadas pelo Comitê, bem como registra-la formalmente;

reuniões essas de periodicidade mensal;

- Coordenar as informações disponibilizadas por cada área funcional e compila-las em

forma de relatório;

- Assessorar os sistemas funcionais/departamentos na compilação de dados e no seu

adequado tratamento e monitoramento;

- Assessorar e acompanhar especificamente o departamento de marketing nas

eventuais pesquisas mercadológicas realizadas com a finalidade de identificar o perfil dos

clientes frequentadores do shopping, suas aspirações, desejos, valores, tendências de mercado

ou outras características que envolvam a comunidade do entorno do empreendimento;

- Assessorar o departamento de marketing na formulação e execução de ações,

campanhas e eventos de cunho socioambiental que visem atender necessidades de interesse

dos stakeholders;

- Assessorar e acompanhar o departamento de recursos humanos na formulação de

programas de cursos e treinamento dos funcionários, sugerindo temas voltados à

sustentabilidade, quais sejam: educação ambiental, treinamento técnico profissional que

favoreça seu desenvolvimento, saúde e segurança no trabalho, motivação e outros temas de

acordo com o plano de necessidades situacionais;

- Assessorar o departamento de operações/manutenção na implementação de programa

para racionalização de materiais, gestão de estoques e materiais, uso consciente dos recursos,

mitigando riscos ambientais.

Quanto às atividades a serem executadas pelo CSE estão:

- Definir as metas, eleger e até mesmo formular indicadores que mais relacionam e

adequam aos objetivos e contexto organizacional;

- Analisar e, se for o caso aprovar a execução de projetos de cunho socioambientais;

- Aprovar o relatório de sustentabilidade elaborado pelos subsistemas organizacionais:

operações/manutenção, administrativo/financeiro, marketing e recursos humanos sob

coordenação do profissional coordenador de sustentabilidade;

- Discutir os resultados alcançados e apontados no relatório, afim de promover novas

aprendizagens e aperfeiçoamento do modelo de gestão às necessidades atuais da organização

frente às expectativas dos multistakeholders;

Page 190: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

189

- Divulgar o relatório de sustentabilidade aos funcionários, sócios empreendedores,

lojistas, clientes e demais stakeholders;

A implementação do MSIGS Shopping Center é simples, porém requer disciplina,

integração de todos os sistemas, estrutura e departamentos, organização dos processos,

sobretudo o interesse do gestor em iniciar ou aperfeiçoar a gestão sustentável, considerando

os três pilares: ambiental, social e econômico. Sua contribuição é relevante para o alcance das

expectativas e demandas geradas pelos diversos stakeholders para com a organização. Além

do mais, o engajamento em ações e atividades de caráter sustentável tem sido a tônica entre

diversos debates políticos, acadêmicos e públicos.

Kotler et al (2010) informam que os consumidores têm denotado perfil mais subjetivo

nas soluções para satisfazer suas carências e desejos e, estão a buscar empresas que abordem

justiça social, econômica e ambiental no seu negócio, e que ofereçam contribuição para

transformar o mundo globalizado em um mundo melhor, indo além das perspectivas funcional

e emocional para a espiritual. Nesse sentido, Claro et al. (2008) complementa essa visão,

informando que os stakeholders estão cada vez mais interessados no histórico de conduta

organizacional e seu comportamento a respeito de questões diversas como proteção ecológica,

defesa do consumidor, qualidade dos produtos, práticas trabalhistas, direitos humanos.

Dessa forma, o MSIGS Shopping Center tem o propósito de atender às múltiplas

visões elucidadas pelos teóricos da área, inclusive atender a corrente de sustentabilidade

defendida por Romano et al. (2015), os quais consideram que a sustentabilidade corporativa,

deve incluir além transparência e inclusão de stakeholders, comunicando ações sustentáveis,

à priorização da criação de valor, práticas efetivas de gestão ambiental, sistemas de produção

benéficos à natureza e uma eficiente gestão do capital humano.

Page 191: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

190

6 APLICABILIDADE DO TRABALHO PRODUZIDO

O presente trabalho pode ser aplicado em diversos shopping centers, haja vista que a

pesquisa levou em consideração uma amostra diversificada, contendo empreendimentos de

diversos portes, segundo classificação ABRASCE, que dispõem quantidades diferentes de

lojas, possuem quantidade diversa de colaboradores orgânicos e terceirizados, e estão

localizados nas cinco regiões brasileiras.

Uma das contribuições é que se trata de um trabalho inovador, por tratar do tema

sustentabilidade em shopping center sob o prisma do triple bottom line, tendo por fundamento

a base das diretrizes do Global Reporting Initiative em sua mais atual versão, a geração

quarta. Os trabalhos anteriores que trataram da dinâmica dos shopping centers versam,

conforme elucidado na seção 1.3 de temas relacionados à sociologia, onde buscou dar

significado deste empreendimento diante da sociedade capitalista, identificar os efeitos

socioculturais dos “shopping centers híbridos”, desvendar com se constitui um shopping

center enquanto espaço social e urbano; estratégia, onde procurou compreender as condições

de competitividade dessa indústria na cidade de Salvador/BA; do ponto de vista do direito

ambiental, onde o autor propôs-se a verificar os impactos produzidos pelo empreendimento

Barra Shopping Sul, em Caxias do Sul/RS, sob aspectos físicos, sociais, econômicos e

ambientais na comunidade do entorno e, por fim, um trabalho onde buscou-se levantar as

práticas que configuram Responsabilidade Social Corporativa entre alguns shopping centers

estudados.

A aplicabilidade deste trabalho conferirá aos primeiros empreendimentos que

incorporarem o MSIGS Shopping Center o título de pioneiros no uso de ferramentas e

modelo que promulgam o desenvolvimento de ações integradas no âmbito da

sustentabilidade, baseadas em diretrizes internacionalmente reconhecidas, cujos produtos

atenderão aos múltiplos stakeholders, sobretudo aos: empreendedores, lojistas, comunidade,

clientes e funcionários. Além disso, o presente trabalho contribuirá para tornar os shopping

centers organizações sustentáveis.

Outrossim, representa uma alternativa de diferenciação competitiva e que conferirá aos

shoppings um status de organizações que compactuam com a geração de indicadores que vão

além da simples mensuração econômica e financeira, mas possuem um olhar sistêmico, de

perenidade e de longevidade organizacional. Condizente com as expectativas que a sociedade

civil possui das organizações e que entidades mundiais, a exemplo da Organização das

Nações Unidas, promulgam para serem adotadas.

Page 192: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

191

Por esse tipo de organização, Kneipp et al. (2012), Almeida (2002) e Savitz (2007)

conceituam como aquelas que buscam ser economicamente viáveis e competitivas no

mercado, produzindo de maneira que não agrida o meio ambiente e contribua para o

desenvolvimento social da região e do país em que atuam.

A implementação do MSIGS Shopping Center resultará também no controle efetivo

das despesas e poderá resultar inclusive em práticas que reduzirão os custos condominiais,

conforme relato de alguns entrevistados (shoppings Pi e Csi) e proporcionará aos lojistas

benefício financeiro, além de conferir aos shoppings vantagens competitivas, comercialmente

tratando.

Por se tratar de excelente ferramenta de mensuração de indicadores relevantes para a

gestão e para a realização do planejamento estratégico, o MSIGS Shopping Center

proporcionará ganhos decorrentes de sua implementação sob o ponto de vista gerencial, como

melhores controles, cumprimento de requisitos legais (leis), responsabilidade socioambiental,

transparência da organização, comparabilidade de resultados entre diferentes redes de

shoppings, além de contribuir para a criação de indicadores para monitoramento e mensuração

e melhoria da gestão.

Aos funcionários, proporcionará a consciência sobre o tema sustentabilidade, além do

modelo prevê treinamentos, capacitação profissional, práticas voltadas aos direitos humanos,

plano de benefícios, saúde e segurança do trabalho.

À comunidade, a contribuição está voltada à atenção que o MSIGS Shopping Center

proporcionará aos shoppings, incentivando o desenvolvimento de ações a partir do

levantamento das necessidades locais do entorno e envolvê-la mais ativamente nas práticas de

gestão.

Localmente, o MSIGS Shopping Center contribuirá para o desenvolvimento regional

no município, onde os shoppings, adeptos dessa ferramenta, estejam instalados, vez que suas

práticas decorrentes do seu uso suscitarão na mitigação dos impactos ambientais, sociais e

culturais do entorno.

Em prática, este trabalho quando implementado corroborará para disseminação de

boas práticas, a fim de contribuir para formulação de uma sociedade mais consciente acerca

do desenvolvimento sustentável.

Com intuito da disseminação dessa ferramenta, pretende-se distender o presente

trabalho em artigos científicos pelos periódicos reconhecidos pela CAPES, apresentação em

eventos científicos de magnitude nacional e internacional, além de sua disponibilização no

Page 193: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

192

banco de trabalhos e biblioteca da entidade de classe ABRASCE e Associação Brasileira de

Lojistas de Shopping, a ALSHOP.

Para o autor, a validação do MSIGS Shopping Center oportunizará trabalhos técnicos

profissionais, como consultorias e assessorias na implementação do modelo de gestão ora

proposto a ser replicado inicialmente na rede de shoppings administrados pela Alfa

Administração.

Dessa forma, trata de uma ferramenta que, além de inovadora, fundamentada

teoricamente pelo rigor científico, é baseada por diretrizes internacionalmente reconhecidas e

de fácil implementação, conforme discutido na seção 5. Portanto, acredita-se que a

repercussão do presente trabalho implicará na tentativa de promoção do desenvolvimento

sustentável. Sobretudo, está alinhada pela busca da excelência organizacional e da melhoria

contínua das práticas adotadas em cada uma das organizações pesquisadas e daquelas que por

ventura possam adotar o modelo de gestão elaborado.

Page 194: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

193

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta pesquisa objetivou a proposição de modelo a partir das diretrizes da Global

Reporting Initiative (GRI) para implementação de sistema integrado de gestão sustentável

para a indústria de shopping centers brasileira. Tal objetivo foi alcançado com a proposta do

MSIGS Shopping Center. É válido frisar que o modelo de gestão é, dentre outras opções,

uma das possibilidades permissivas e incentivadas pelo Mestrado Profissional em

Administração, na aplicação prática de soluções a problemas identificados na realidade das

empresas e entidades, discutidas e embasadas teoricamente, contando com o rigor científico

necessário.

Para viabilizar a implementação do MSIGS Shopping Center foi desenvolvida

didaticamente composição gráfica do modelo em forma de figura e detalhamento das etapas

de maneira ilustrativa.

Como objetivo específico 1, foi proposto identificar como os shopping centers

incorporam a sustentabilidade nos seus processos de gestão. Constatou-se que a inserção da

sustentabilidade nos processos de gestão de shopping centers é resultante de conjuntos de

ações possíveis. As principais ações são: promoção de campanhas educativas, conscientização

dos funcionários, aproveitamento de suas ideias por meio da formulação de ambiente propício

para isso, envolvimento da comunidade do entorno do empreendimento, inserção no

planejamento estratégico, adotando práticas de reuso de água, otimização de recursos

disponíveis, implementação de ETE, reciclagem, seletividade do lixo e dando sua correta

destinação, economia de energia e água, melhor utilização no uso da água nas torres de

resfriamento para geração de ar-condicionado para distribuição no shopping.

O objetivo específico 2 procurou verificar como incorporar a sustentabilidade pautada

nas diretrizes da GRI, na estratégia corporativa, para obter resultados que configuram

benefício social e vantagem competitiva para os shopping centers. Dentre os resultados da

pesquisa estão o uso de alternativas limpas de energia, utilização água de reuso para suprir as

necessidades operacionais do empreendimento, reciclagem, adequação do empreendimento

em vistas à acessibilidade, envolvimento mais incisivo da comunidade nos processos de

gestão voltados ao aspecto social, relacionamento com órgãos públicos, disponibilização de

plano de benefícios, adotando medidas mitigadoras que atenuem as doenças ocupacionais e

promovam saúde e segurança no trabalho, avaliação da cadeia de fornecedores no que diz

respeito aos impactos causados ao meio ambiente, sociedade ou que viole preceitos dos

direitos humanos.

Page 195: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

194

Também buscou-se no objetivo específico 3 analisar os fatores relevantes que afetam

os compromissos com a sustentabilidade, segundo a visão dos decisores nas áreas estratégicas

dos shopping centers brasileiros. Foi evidenciado que alguns gestores consideram o fator

econômico como impeditivo para promoção da sustentabilidade, apresentando algumas

justificativas voltadas para critérios de priorização, o tempo de fundação do shopping,

procurando relacionar o quanto mais antigo o empreendimento for, maior a complexidade

para implementação de medidas e alternativas sustentáveis. Alguns outros informantes chaves

foram enfáticos em determinar o aspecto social como mais importante sobre os demais que

compõem o triple bottom line, sob a justificativa desse aspecto lidar diretamente com as

pessoas e, caso haja sua sensibilização e consciência será possível o alcance das perspectivas

econômicas e ambientais. Apenas poucos gestores posicionaram-se esclarecendo que a

sustentabilidade é possível por meio do igual tratamento e da harmonização dos aspectos

ambientais, sociais e econômicos, congruentemente com os achados de Elkington (2001), Van

Bellen (2006), Veiga (2007), Veiga e Cechin (2009), Callado (2010), Benites e Pólo (2013) e

Borges (2015).

Por fim, o último objetivo buscou propor estratégias, ferramentas e ações voltadas à

implementação de um sistema integrado de gestão sustentável, de modo a facilitar à sua

implementação e assegurar seu controle por parte dos gestores de shopping centers. Tais

ferramentas, estratégias e ações foram elucidadas na forma de indicadores do MSIGS

Shopping Center, discorrido na seção 5, além da apresentação do Quadro 28 na seção 4.8,

destinada a discussão dos resultados, o qual sugestiona o conjunto dessas ações.

Diante dos resultados discorridos no estudo e do produto final deste trabalho, o

MSIGS Shopping Center, pode-se afirmar que a proposta atende as prerrogativas de sistema

integrado de gestão, conforme reforça o estudo de Richard Júnior (2006), por envolver em seu

escopo de implementação e execução o engajamento integral dos colaboradores da

organização, da alta gestão, clientes e membros da comunidade. Por se ratar de um modelo

voltado para gestão sustentável no âmbito corporativo, a proposta consegue abarcar os sub-

aspectos da sustentabilidade através da abordagem do triple bottom line, sustentabilidade

ambiental, social e econômica (ELKINGTON, 2001; GRI, 2014).

As principais contribuições deste estudo recaem sobre a própria proposição do modelo

para gestão sustentável, o MSIGS Shopping Center, o qual, quando implementado,

apresentará diversas vantagens e contribuições para a organização, comunidade e demais

stakeholders, conforme discorrido na seção 6. Outra contribuição é a disponibilização de

informações a respeito de práticas sustentáveis em shopping centers localizados em todas as

Page 196: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

195

regiões brasileiras, bem como a percepção de sustentabilidade pelos gestores desses

empreendimentos.

Dessa forma, atesta-se que o modelo se aplica a indústria de shopping centers, objeto

de estudo do presente trabalho, onde respeitou-se sua caracterização, configuração e

especificidade técnica, estrutural e mercadológica. O modelo, ainda contribui para promoção

da sustentabilidade por tratar do fomento de boas práticas nas áreas ambiental, social e

econômica e permitir aos gestores, por meio do CSE, gerir questões relacionadas ao lixo,

resíduos, energia elétrica e de outras fontes, consumo de água, capacitação, treinamento e

desenvolvimento de funcionários, promoção de competências relacionadas à educação

ambiental e social tanto aos colaboradores internos (funcionários e lojistas) quanto externos

(clientes e comunidade), além da gestão econômica do empreendimento, o que contribuirá

conferência de vantagem competitiva.

As limitações deste estudo estão associadas ao fato do autor estar vinculado no quadro

funcional em um dos shoppings da rede da Alfa Administração e ter atuado em mais dois

outros empreendimentos da rede; ambos participantes da pesquisa. Outra limitação está

vinculada ao tamanho da amostra (44 participantes), o que compromete aferição de

conclusões numa dimensão generalizada da realidade dos shopping centers brasileiros.

Apesar dos objetivos deste estudo terem sido alcançados integralmente ao apresentar o

modelo, denotar práticas de gestão sustentável, além da percepção dos gestores acerca deste

tema, sugere-se a validação deste modelo e aplicação do estudo em amostras potencialmente

maiores, com uso de recursos e técnicas estatísticas mais robustas, de forma a contribuir a

avanços na pesquisa de forma comparativa entre shoppings de outras redes e de outros grupos

empresariais. Outra possibilidade é a inserção de outros stakeholders na pesquisa, a citar

clientes, fornecedores e lojistas, a fim de realizar amplo diagnóstico da realidade acerca da

gestão da sustentabilidade sob a interação desses agentes.

Page 197: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

196

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APÊNDICES

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216

APÊNDICE A

Roteiro de entrevista com os gestores dos shopping centers

UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA - UNOESC

MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO

Objetivo: Identificar como os shopping centers incorporam a sustentabilidade nos seus

processos de gestão.

Aluno: Gleberson de Santana dos Santos.

BLOCO A – DADOS DO RESPONDENTE: Data da entrevista:

a) Nome do entrevistado:

b) Idade:

c) Cargo:

d) Há quanto tempo atua nesse cargo no shopping:

e) Possui quanto tempo de empresa/trabalho:

f) Curso da maior titulação:

g) Quantos subordinados possui:

h) Cargo do seu superior hierárquico:

BLOCO B – DADOS DO SHOPPING CENTER

a) Nome:

b) Cidade onde está localizado:

c) Área Bruta Locável:

d) Quantas unidades comerciais estão hospedadas no shopping:

e) O empreendimento dispõe de quantas vagas de estacionamento:

f) O shopping está em operação há quantos anos:

g) Quantos colaboradores trabalham no shopping:

h) Qual o percentual de mulheres trabalham no shopping:

i) Há portadores de deficiência no quadro de funcionários?

i.I) Caso a resposta anterior tenha sido “Sim”, qual o percentual sobre o total de empregados?

j) O shopping center possui aprendiz(es) legal(is)?

k.I) Caso a resposta anterior tenha sido “Sim”, qual o percentual sobre o total de empregados?

Page 218: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

217

BLOCO C – PERCEPÇÃO DOS GESTORES DOS SHOPPING CENTERS SOBRE A

SUSTENTABILIDADE E FORMAS DE INSERI-LA NOS SEUS PROCESSOS DE

GESTÃO

1) O que o Senhor entende por Sustentabilidade?

2) Na sua percepção, de que forma é possível inserir o conceito de sustentabilidade no

processo de gestão?

BLOCO D - PRÁTICAS DE GESTÃO SUSTENTÁVEL EM SHOPPING CENTERS

1) A organização possui alguma política formal ou metas relacionadas à

sustentabilidade?

2) Quais parceiros (stakeholders) o Senhor julga mais importante para o

empreendimento? Por quê?

3) Comente quais são as práticas de gestão ambiental o shopping center possui

incorporadas no empreendimento?

4) Comente quais são as práticas de gestão de cunho social o shopping center possui

incorporadas no empreendimento?

5) O senhor já foi solicitado por clientes, fornecedores, funcionários, acionistas e/ou

entidades governamentais (stakeholders) a atender determinada demanda de cunho

ambiental ou social? Como o empreendimento respondeu a esta demanda?

6) Na sua percepção, quais práticas ambientais e sociais que o empreendimento não

possui? Seria importante tê-las para adquirir vantagem competitiva ou melhor

responder às demandas do mercado?

BLOCO E – FATORES RELEVANTES QUE AFETAM OS COMPROMISSOS COM A

SUSTENTABILIDADE, SEGUNDO A VISÃO DOS DECISORES NAS ÁREAS

ESTRATÉGICAS DOS SHOPPING CENTERS BRASILEIROS

1) Na sua percepção, quais os fatores, dentre os aspectos (1) ambientais, (2) sociais e (3)

econômicos que o senhor julga relevantes que afetam os compromissos com a

sustentabilidade?

2) O empreendimento tem projetado estratégias integradas, no campo ambiental, social e

econômico, em vistas a atender exigências legais, deliberadas ou impulsionada pela

comunidade local ou investidores? Quais?

3) Como as estratégias de marketing são formuladas e operacionalizadas? São

consideradas as dimensões regional e/ou nacional?

Page 219: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

218

BLOCO F - ESTRATÉGIAS, FERRAMENTAS E UM PROGRAMA DE AÇÕES

VOLTADAS À IMPLEMENTAÇÃO DE UM SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO

SUSTENTÁVEL, DE MODO A FACILITAR À SUA IMPLEMENTAÇÃO E

ASSEGURAR SEU CONTROLE POR PARTE DOS GESTORES DE SHOPPING

CENTERS

1) Na sua percepção, quais as estratégias empresarias o Senhor julga essenciais para (I)

maximizar lucros, (II) reduzir gastos operacionais?

2) Na sua percepção, quais as estratégias empresarias o Senhor julga essenciais para

implementação de ações voltadas ao (I) meio ambiente, (II) preservação de recursos

naturais e, portanto, não renováveis, (III) racionalização de insumos?

3) Na sua percepção, quais as estratégias empresarias o Senhor julga essenciais para

implementação de ações voltadas à (I) comunidade do entorno do empreendimento,

(II) retenção dos colaboradores, (III) para garantir e contribuir para a saúde e

segurança no trabalho, (IV) para reduzir ou mitigar as doenças ocupacionais, (V)

absenteísmo, (VI) para promover desenvolvimento de pessoal interno?

4) Na sua percepção, quais ferramentas empresarias o Senhor julga importantes para

mensurar as metas propostas e as estratégias listadas nos itens 1, 2 e 3?

Page 220: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

219

APÊNDICE B

Questionário aplicado com o responsável pela área administrativa/financeira dos

shopping centers

UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA - UNOESC

MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO

Objetivo: Identificar como os shopping centers incorporam a sustentabilidade nos seus

processos de gestão.

Aluno: Gleberson de Santana dos Santos.

BLOCO A – INDICADORES ECONÔMICOS DE SUSTENTAILIDADE

Com base nas práticas adotadas pela organização, marque com um “S” na coluna para “Sim”,

“N” na coluna para “Não” e “NA” na coluna para “Não se Aplica”.

Item Indicadores Sim Não NA

Aspecto Econômico

EC01 O shopping relata o valor econômico direto gerado e distribuído?

EC02

O shopping relata as implicações financeiras e outros riscos e

oportunidades para as atividades da organização em decorrência de

mudanças climáticas?

EC03 O shopping relata a cobertura das obrigações previstas no plano de pensão

de benefício definido da organização?

EC04

O shopping relata o valor monetário total da ajuda financeira recebida pela

organização de governos (benefícios e créditos fiscais, subsídios,

incentivos etc)?

EC05

O shopping realiza levantamento e relata a variação da proporção no

salário mais baixo, discriminado por gênero, comparado ao salário mínimo

local em unidade operacionais?

EC06

O shopping realiza levantamento e relata a proporção de membros da alta

direção contratados na comunidade local em unidades operacionais

importantes?

EC07 O shopping realiza levantamento e relata o nível de desenvolvimento de

investimentos significativos em infraestrutura e serviços apoiados?

EC08

O shopping realiza levantamento de exemplos identificados de impactos

econômicos indiretos significativos da organização, tanto positivos como

negativos?

EC09

O shopping realiza levantamento e relata o percentual do orçamento de

compras e contratos gasto de unidades operacionais importantes que é

gasto com fornecedores locais (p. ex.: percentual de produtos comprados e

serviços contratados localmente)?

Page 221: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

220

APÊNDICE C

Questionário aplicado com o responsável pela área de operações dos shopping centers

UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA - UNOESC

MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO

Objetivo: Identificar como os shopping centers incorporam a sustentabilidade nos seus

processos de gestão.

Aluno: Gleberson de Santana dos Santos.

BLOCO A – INDICADORES AMBIENTAIS DE SUSTENTAILIDADE

Com base nas práticas adotadas pela organização, marque com um “S” na coluna para “Sim”,

“N” na coluna para “Não” e “NA” na coluna para “Não se Aplica”.

Aspecto Ambiental

EN01 O shopping possui a relação de materiais utilizados operacionalmente,

discriminados por peso ou volume?

EN02 O shopping realiza levantamento e relata o percentual de materiais usados

provenientes de reciclagem?

EN03

O shopping realiza levantamento e relata o consumo total de combustíveis

oriundos de fontes não renováveis em joules ou seus múltiplos, inclusive os

tipos de combustíveis usados?

EN04 O shopping relata o consumo de energia fora da organização?

EN05 O shopping realiza levantamento e relata a taxa de intensidade energética

(combustível, eletricidade, aquecimento, aquecimento, refrigeração,

vapor)?

EN06 O shopping realiza levantamento e relata o volume das reduções de

consumo de energia obtidas diretamente em decorrência de melhorias na

conservação e eficiência, em joules ou seus múltiplos?

EN07 O shopping relata os tipos de energia incluídos nas reduções: combustível,

energia elétrica, aquecimento, refrigeração e vapor?

EN08 O shopping relata a base usada para o cálculo das reduções do consumo de

energia, como ano de referência ou linha de base, e as razões para a sua

escolha?

EN09 O shopping relata as normas, metodologias e premissas adotadas para

reduzir o consumo de energia?

EN10 O shopping relata as reduções obtidas nos requisitos de energia de produtos

e serviços vendidos durante o período coberto pelo relatório, em joules ou

seus múltiplos?

EN11 O shopping relata a base usada para o cálculo das reduções do consumo de

energia, como ano de referência ou linha de base, e as razões para a sua

escolha?

EN12 O shopping relata as normas, metodologias e premissas adotadas?

EN13

O shopping realiza levantamento e relata o volume total de água retirada

das seguintes fontes:

- Águas superficiais, incluindo áreas úmidas, rios, lagos e oceanos;

- Águas subterrâneas;

- Águas pluviais diretamente coletadas e armazenadas pela organização;

Page 222: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

221

- Efluentes de outra organização;

- Abastecimento municipal de água ou outras empresas de abastecimento

de água.

EN14 O shopping possui normas, metodologias e premissas adotadas para relatar

o volume total de água retirada das diferentes fontes?

EN15

O shopping realiza levantamento e relata o número total de fontes hídricas

significativamente afetadas pela retirada de água por tipo:

- Tamanho da fonte hídrica;

- Se a fonte é ou não designada como área protegida (nacional ou

internacionalmente);

- Valor para a biodiversidade (p. ex.: diversidade e endemismo de espécies,

número total de espécies protegidas);

- Valor ou importância da fonte hídrica para comunidades locais e povos

indígenas.

EN16 O shopping possui normas, metodologias e premissas adotadas para relatar

o número total de fontes hídricas significativamente afetadas pela retirada

de água por tipo?

EN17 O shopping realiza levantamento e relata o volume total de água reciclada e

reutilizada pela organização ou adota política e ações de reutilização de

água?

EN18 O shopping realiza levantamento e relata o volume total de água reciclada e

reutilizada como um percentual do total de água retirada da natureza?

EN19 O shopping possui normas, metodologias e premissas adotadas para

mensurar o volume total de água reciclada e reutilizada pela organização?

EN20

O shopping relata as seguintes informações para cada unidade operacional

própria, arrendada ou administrada dentro ou nas adjacências de áreas

protegidas e áreas de alto valor para a biodiversidade situadas fora de áreas

protegidas:

- Localização geográfica;

- Áreas subsuperficiais e subterrâneas próprias, arrendadas ou

administradas pela organização;

- Posição em relação à área protegida (dentro da área, nas suas adjacências

ou abrangendo partes da área protegida) ou à área de alto valor para a

biodiversidade situada fora de áreas protegidas;

- Tipo de operação (escritório, fabricação/produção ou operação extrativa);

- Tamanho da unidade operacional em km²;

- Valor para a biodiversidade caracterizado:

– Pelo atributo da área protegida ou de alto valor para a biodiversidade

situada fora da área protegida (ecossistema terrestre, de água doce ou

marinho);

– De acordo com uma listagem de status de proteção (como do Sistema

IUCN de Categorias de Gestão de Áreas Protegida67, da Convenção de

Ramsar78, da legislação nacional).

EN21

O shopping relata a natureza de impactos diretos e indiretos significativos

sobre a biodiversidade em relação a um ou mais dos seguintes aspectos:

- Construção ou uso de fábricas, minas e infraestrutura de transportes;

- Poluição (introdução de substâncias que não ocorrem naturalmente no

habitat, oriundas de fontes pontuais e não pontuais);

- Introdução de espécies invasoras, organismos nocivos e agentes

patogênicos;

- Redução de espécies;

- Conversão de habitats;

- Mudanças em processos ecológicos fora da faixa natural de variação (p.

ex.: salinidade ou mudanças no nível do lençol freático).

EN22 O shopping realiza levantamento dos impactos diretos e indiretos

significativos, tanto positivos como negativos, em relação ao seguinte:

Page 223: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

222

- Espécies afetadas;

- Extensão de áreas impactadas;

- Duração dos impactos;

- Reversibilidade ou irreversibilidade dos impactos

EN23 O shopping relata o tamanho e a localização de todas as áreas de habitat

protegido ou restaurado e se o sucesso das medidas de restauração foi

aprovado por especialistas externos independentes?

EN24 O shopping relata se há parcerias com terceiros para proteger ou restaurar

áreas de habitat diferentes daquelas nas quais a organização supervisionou

e implementou medidas de restauração ou proteção?

EN25 O shopping relata o status de cada área com base na sua condição no final

do período coberto pelo relatório?

EN26 O shopping possui e relata as normas, metodologias e premissas adotadas

para proteger e restaurar habitats?

EN27

O shopping realiza levantamento e relata o número total de espécies

incluídas na Lista Vermelha da IUCN e em listas nacionais de conservação

com habitats situados em áreas afetadas por operações da organização,

discriminadas por nível de risco de extinção

- Criticamente ameaçadas de extinção;

- Ameaçadas de extinção;

- Vulneráveis;

- Quase ameaçadas;

- Pouco preocupantes.

EN28

O shopping realiza levantamento do aspecto referente a emissões inclui

indicadores de emissões de gases de efeito estufa (GEE) e de substâncias

que destroem a camada de ozônio, NOX, SOX e de outras emissões

atmosféricas importantes?

EN29 O shopping realiza levantamento das emissões diretas de gases de efeito

estufa?

EN30

O shopping realiza levantamento e relata as emissões indiretas de gases de

efeito estufa provenientes da aquisição de energia (Escopo 2) em toneladas

métricas de CO2 equivalente, independentemente de quaisquer negociações

de GEE, como compras, vendas ou transferências de compensações ou

licenças?

EN31

O shopping realiza levantamento e relata outras emissões indiretas brutas

de GEE em toneladas métricas de CO2 equivalente, excluindo emissões

indiretas provenientes da geração de energia elétrica, aquecimento,

refrigeração e vapor comprados e consumidos pela organização?

EN32 O shopping relata a taxa da intensidade de emissões de GEE?

EN33 O shopping relata a métrica específica (o denominador do índice) escolhida

pela organização para calcular esse índice?

EN34 O shopping relata os tipos de emissões de GEE incluídos no índice de

intensidade: diretas (Escopo 1), indiretas provenientes da aquisição de

energia (Escopo 2) ou outras emissões indiretas (Escopo 3)?

EN35 O shopping relata os gases incluídos no cálculo das emissões de gases de

efeito estufa?

EN36 O shopping realiza levantamento e relata o volume de reduções de

emissões de GEE obtidas como resultado direto de iniciativas de redução

de emissões, em toneladas métricas de CO2 equivalente?

EN37 O shopping realiza levantamento e relata os gases incluídos no cálculo

(CO2, CH4, N2O, HFCs, PFCs, SF6, NF3 ou todos)?

EN38 O shopping relata o ano base ou a linha de base escolhida e as razões para

essa escolha?

EN39 O shopping relata se as reduções de emissões de GEE foram obtidas para

emissões diretas (Escopo 1), emissões indiretas provenientes da aquisição

de energia (Escopo 2) ou outras emissões indiretas (Escopo 3)?

EN40 O shopping relata a produção, importações e exportações de SDO em

toneladas de CFC-11 equivalente?

Page 224: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

223

EN41 O shopping relata as emissões de substâncias que destroem a camada de

ozônio?

EN42 O shopping relata as emissões de NOx e SOx e outras emissões

atmosféricas significativas?

EN43

O shopping realiza levantamento e relata o volume total de descartes de

água planejados e não planejadas por:

- Destinação;

- Qualidade da água, inclusive seu método de tratamento;

- Se a água foi reutilizada por outra organização.

EN44 O shopping possui e relata as normas, metodologias e premissas adotadas

para relatar o volume total de descartes de água planejados e não

planejadas?

EN45

O shopping realiza levantamento e relata o peso total de resíduos perigosos

e não perigosos para cada um dos seguintes métodos de disposição:

- Reutilização;

- Reciclagem;

- Compostagem;

- Recuperação, inclusive recuperação de energia;

- Incineração (queima de massa);

- Injeção subterrânea de resíduos;

- Aterro;

- Armazenamento no local;

- Outros (a serem especificados pela organização).

EN46

O shopping relata como o método de disposição de resíduos foi

determinado:

- Descarte direto pela organização ou por terceiros, ou ainda confirmado

diretamente pela organização;

- Informações fornecidas pela empresa contratada responsável pela

disposição de resíduos;

- Métodos padronizados adotados pela empresa contratada responsável pela

disposição de resíduos;

EN47

O shopping realiza levantamento e relata o número total e volume total de

vazamentos significativos registrados?

Localização do vazamento

* Volume do vazamento

* Material do vazamento, categorizado por:

– Vazamentos de petróleo (no solo ou em superfícies hídricas)

– Vazamentos de combustível (no solo ou em superfícies hídricas)

– Vazamentos de resíduos (no solo ou em superfícies hídricas)

– Vazamentos de produtos químicos (principalmente no solo ou em

superfícies hídricas)

– Outros vazamentos (a serem especificados pela organização)

EN48 O shopping realiza levantamento do impacto de vazamentos significativos?

EN49

O shopping relata o peso total de cada um dos seguintes resíduos ou possui

políticas para redução e controle?

- Resíduos perigosos transportados;

- Resíduos perigosos importados;

- Resíduos perigosos exportados;

- Resíduos perigosos tratados.

EN50 O shopping realiza levantamento e relata o percentual de resíduos

perigosos transportados internacionalmente?

EN51 O shopping relata os corpos d’água e habitats relacionados

significativamente afetados por descartes de água de acordo com os

critérios descritos na seção Compilação abaixo, incluindo informações

Page 225: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

224

sobre:

- Tamanho do corpo d'água e habitat relacionado;

- Se o corpo d'água e habitat relacionado é designado como área protegida

(nacional ou internacionalmente);

- Valor da biodiversidade (p. ex.: número total de espécies protegidas).

EN52 O shopping relata quantitativamente até que ponto os impactos ambientais

causados por produtos e serviços foram mitigados no decorrer do período

coberto pelo relatório?

EN53 O shopping realiza levantamento e relata o percentual de produtos e suas

embalagens recuperados para cada categoria de produto?

EN54 O shopping relata como os dados usados para compor esse indicador foram

coletados?

EN55

O shopping já sofreu multas significativas e sanções não monetárias nos

seguintes termos:

- Valor monetário total de multas significativas;

- Número total de sanções não monetárias;

- Processos movidos por meio de mecanismos de arbitragem.

EN56 O shopping realiza levantamento dos impactos ambientais significativos

decorrentes do transporte de produtos e outros bens e materiais usados nas

operações da organização, bem como do transporte de seus trabalhadores?

EN57 O shopping mensura os impactos ambientais decorrentes do transporte de

produtos, da força de trabalho da organização e de outros bens e materiais

são mitigados?

EN58 O shopping elege critérios e metodologia para determinar quais impactos

ambientais são significativos?

EN59

O shopping relaciona os gastos totais da organização com medidas de

proteção ambiental por:

- Disposição de resíduos, tratamento de emissões e custos de remediação;

- Custos de prevenção e gestão ambiental.

EN60 O shopping possui política de seleção de novos fornecedores com base em

critérios ambientais?

EN61 O shopping relatar o número de fornecedores submetidos a avaliações de

impacto ambiental?

EN61 O shopping identifica ou procura identificar os fornecedores causadores de

impactos ambientais significativos negativos reais e potenciais?

EN63 O shopping realiza o levantamento dos impactos ambientais significativos

negativos reais e potenciais identificados na cadeia de fornecedores?

EN64

O shopping relata o percentual de fornecedores identificados como

causadores de impactos ambientais significativos negativos reais e

potenciais com os quais foram acordadas melhorias em decorrência da

avaliação realizada?

EN65

O shopping relata o percentual de fornecedores identificados como

causadores de impactos ambientais significativos negativos reais e

potenciais com os quais a organização encerrou relacionamento com base

em avaliações realizadas e por que razão?

EN66 O shopping realiza levantamento do número total de queixas e reclamações

relacionadas a impactos ambientais registradas por meio de mecanismos

formais de queixas e reclamações?

EN67

Entre as queixas e reclamações identificadas, o shopping relata quantas

delas foram:

- Processadas durante o período coberto pelo relatório;

- Solucionadas durante o período coberto pelo relatório.

EN68

O shopping realiza levantamento do número total de queixas e reclamações

relacionadas a impactos ambientais registradas antes do período da

mensuração e levantamento e que foram resolvidas no decorrer desse

período?

Page 226: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

225

APÊNDICE D

Questionário aplicado com o responsável pela área de recursos humanos dos shopping

centers

UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA - UNOESC

MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO

Objetivo: Identificar como os shopping centers incorporam a sustentabilidade nos seus

processos de gestão.

Aluno: Gleberson de Santana dos Santos.

BLOCO A – INDICADORES SOCIAIS DE SUSTENTAILIDADE

Com base nas práticas adotadas pela organização, marque com um “S” na coluna para “Sim”,

“N” na coluna para “Não” e “NA” na coluna para “Não se Aplica”.

Aspecto Social

Subcategoria: Práticas Trabalhistas e Trabalho Decente

LA01 O shopping possui práticas trabalhistas baseadas em normas universais

internacionalmente reconhecidas?

LA02

O shopping relata o número total e a taxa de novas contratações de

empregados durante o período coberto pelo relatório, discriminados por

faixa etária, gênero e região?

LA03 O shopping relata o número total e a taxa de rotatividade de empregados

durante o período coberto pelo relatório, discriminados por faixa etária,

gênero e região?

LA04

O shopping concede benefícios regularmente a empregados de tempo

integral da organização, mas não a empregados temporários ou em regime

de meio período, discriminados por unidades operacionais importantes.

Esses benefícios incluem, pelo menos:

- Seguro de vida;

- Plano de saúde;

- Auxílio deficiência e invalidez;

- Licença maternidade/paternidade;

- Fundo de pensão;

- Plano de aquisição de ações;

- Outros.

LA05 O shopping relata o número total de empregados com direito a tirar licença

maternidade/paternidade, discriminado por gênero?

LA06 O shopping relata o número total de empregados que tiraram licença

maternidade/paternidade, discriminado por gênero?

LA07 O shopping relata o número total de empregados que retornaram ao

trabalho após tirar licença maternidade/paternidade, discriminado por

gênero?

LA08 O shopping relata o número total de empregados que retornaram ao

trabalho após licença maternidade/paternidade e continuaram empregados

doze meses após seu retorno ao trabalho, discriminado por gênero?

LA09 O shopping relata as taxas de retorno ao trabalho e retenção de empregados

Page 227: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

226

que tiraram licença maternidade/paternidade, discriminadas por gênero?

LA10

O shopping relata o prazo mínimo, em semanas, de notificação prévia

geralmente dado a empregados e seus representantes eleitos antes da

implementação de mudanças operacionais significativas que podem afetá-

los substancialmente?

LA11 Para os shopping centers com acordos coletivos de trabalho, o

empreendimento relata se esses acordos especificam um prazo mínimo de

notificação e incluem disposições relativas a consultas e negociações

LA12 O shopping relata em que nível cada comitê formal de saúde e segurança

constituído por empregados de diferentes categorias funcionais opera

normalmente dentro da organização?

LA13 O shopping relata o percentual do total da força de trabalho representada

em comitês formais de saúde e segurança constituídos por empregados de

diferentes níveis hierárquicos da organização?

LA14

O shopping realiza levantamento dos tipos de lesões, da taxa de lesões, da

taxa de doenças ocupacionais, dos dias perdidos, da taxa de absenteísmo e

do número de óbitos relacionados ao trabalho para o total de trabalhadores

(ou seja, empregados próprios e terceirizados), discriminados por:

- Região;

- Gênero.

LA15

O shopping possui levantamento dos tipos de lesões, da taxa de lesões, da

taxa de doenças ocupacionais, dias perdidos, da taxa de absenteísmo e dos

óbitos relacionados ao trabalho para terceiros que trabalham no local e cuja

segurança geral no ambiente de trabalho é de responsabilidade da

organização, discriminados por:

- Região;

- Gênero.

LA16 O shopping possui sistema de normas aplicado ao registro e relato de

estatísticas de acidentes?

LA17 O shopping possui trabalhadores envolvidos em atividades ocupacionais

que apresentam alta incidência ou alto risco de doenças específicas? E há

este relato?

LA18 O shopping possui e relata acordos formais (locais ou globais) com

sindicatos abordam tópicos de saúde e segurança?

LA19 O shopping relata até que ponto, em termos percentuais, os diversos

tópicos de saúde e segurança são abordados nesses acordos?

LA20

O shopping relata o número médio de horas de treinamento realizado pelos

empregados da organização durante o período de avaliação, discriminadas

por:

- Gênero;

- Categoria funcional.

LA21 O shopping possui escopo de programas implementados e a assistência

prestada para aperfeiçoar as habilidades de empregados?

LA22 O shopping possui programas de transição oferecidos para facilitar a

continuidade da empregabilidade em caso de aposentadoria ou de rescisão

de contrato de trabalho?

LA23

O shopping realiza levantamento de percentual do total de empregados,

discriminados por gênero e categoria funcional, que receberam avaliação

de desempenho e de desenvolvimento de carreira durante o período coberto

pelo relatório?

LA24

O shopping realiza levantamento de percentual de indivíduos que integram

os órgãos de governança da organização em cada uma das seguintes

categorias de diversidade:

- Gênero;

- Faixa etária: abaixo de 30 anos, de 30 a 50 anos, mais de 50 anos

- Grupos minoritários;

- Outros indicadores de diversidade, quando relevantes.

LA25 O shopping realiza levantamento de percentual de empregados por

Page 228: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

227

categoria funcional em cada uma das seguintes categorias de diversidade:

- Gênero;

- Faixa etária: abaixo de 30 anos, de 30 a 50 anos, mais de 50 anos;

- Grupos minoritários.

- Outros indicadores de diversidade, quando relevantes.

LA26

O shopping se preocupa em relatar e ter em seu controle estratégico a razão

matemática entre o salário e remuneração entre mulheres e homens em

cada categoria funcional, discriminada por unidades operacionais

importantes?

LA27 O shopping possui política de seleção de novos fornecedores a partir de

critérios relativos a práticas trabalhistas?

LA28 O shopping possui política de submeter fornecedores a avaliações de

impactos em relação às práticas trabalhistas?

LA29 O shopping faz o levantamento do número de fornecedores que geram

impactos negativos significativos reais e potenciais em relação às práticas

trabalhistas?

LA30 O shopping relata os impactos negativos significativos reais e potenciais

para as práticas trabalhistas identificados na cadeia de fornecedores?

LA31

O shopping faz o levantamento do percentual de fornecedores que geram

impactos negativos significativos reais e potenciais sobre práticas

trabalhistas com os quais melhorias foram acordadas com base em

avaliações?

LA32

O shopping realiza o levantamento do número total de queixas e

reclamações relacionadas a práticas trabalhistas protocoladas por meio de

mecanismos formais de queixas e reclamações durante o período coberto

pelo relatório?

LA33

Entre as queixas e reclamações identificadas, o shopping relata quantas

delas foram:

- Processadas durante o período coberto pelo relatório;

- Solucionadas durante o período coberto pelo relatório.

LA34 O shopping faz o levantamento do número total de queixas e reclamações

relacionadas a práticas trabalhistas protocoladas antes do período coberto

pelo relatório que foram solucionadas nesse período?

LA35 O shopping realiza relatos sobre não discriminação, igualdade de gênero,

liberdade de associação, negociação coletiva, trabalho infantil, trabalho

forçado ou análogo ao escravo e direitos dos povos indígenas e tribais?

Subcategoria: Direitos Humanos

HR01

O shopping realiza o levantamento do número total e percentual de acordos

e contratos de investimentos significativos que incluem cláusulas de

direitos humanos ou que foram submetidos a avaliação referente a direitos

humanos

HR02 O shopping relata a definição de ‘acordos de investimentos significativos’

usada pela organização?

HR03

O shopping realiza o levantamento do número total de horas dedicadas, no

período de avaliação, a treinamento em políticas de direitos humanos ou

procedimentos relacionados a aspectos dos direitos humanos relevantes

para as operações da organização?

HR04 O shopping realiza o levantamento do número total de casos de

discriminação ocorridos durante o período coberto pelo relatório?

HR05

O shopping relata a situação atual dos casos e as providências tomadas com

referência ao seguinte:

- A organização analisou o caso;

- Um plano de reparação está sendo implementado;

- O plano de reparação foi implementado e seus resultados analisados por

meio de processos rotineiros de análise da gestão interna;

- O caso não está mais sujeito a medidas corretivas.

HR06 O shopping relata operações e fornecedores em que o direito de exercer a

liberdade de associação e a negociação coletiva pode estar sendo violado

Page 229: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

228

ou estar correndo risco de violação, discriminados por:

- Tipo de operação (por exemplo, fábrica) e fornecedor;

- Países ou áreas geográficas com operações e fornecedores considerados

em situação de risco.

HR07

O shopping possui controle das operações e fornecedores que possam

apresentar riscos significativos de ocorrência de casos de:

- Trabalho infantil;

- Trabalhadores jovens expostos a trabalho perigoso.

HR08

O shopping possui controle das operações e fornecedores que possam

apresentar riscos significativos de ocorrência de casos de trabalho infantil,

discriminados por:

- Tipo de operação (por exemplo, fábrica) e fornecedor;

- Países ou áreas geográficas com operações e fornecedores considerados

em situação de risco.

HR09 O shopping possui medidas e estratégias para contribuir para a efetiva

erradicação do trabalho infantil?

HR10

O shopping possui controle das operações e fornecedores que apresentam

riscos significativos de ocorrência de casos de trabalho forçado ou análogo

ao escravo, discriminados por:

- Tipo de operação (por exemplo, fábrica) e fornecedor;

- Países ou áreas geográficas com operações e fornecedores considerados

em situação de risco.

HR11 O shopping possui medidas e estratégias para contribuir para a eliminação

de todas as formas de trabalho forçado ou análogo ao escravo?

HR12 O shopping possui levantamento do percentual do pessoal de segurança que

recebeu treinamento formal nas políticas ou procedimentos específicos de

direitos humanos da organização e sua aplicação na segurança?

HR13 As políticas do shopping que tangenciam os requisitos de treinamento

também se aplicam a empresas contratadas para fornecer pessoal de

segurança?

HR14 O shopping possui levantamento do número total e o percentual de

operações que foram submetidas a análises ou avaliações de impactos

relacionados a direitos humanos, discriminadas por país?

HR15 O shopping possui levantamento do número de fornecedores identificados

que podem gerar impactos negativos significativos reais e potenciais em

direitos humanos?

HR16 O shopping relata os impactos negativos significativos reais e potenciais

em direitos humanos identificados na cadeia de fornecedores?

HR17

O shopping possui levantamento do percentual de fornecedores

identificados que podem gerar impactos negativos significativos reais e

potenciais em direitos humanos com os quais melhorias foram acordadas

com base em avaliações?

HR18

O shopping possui levantamento do percentual de fornecedores

identificados que podem gerar impactos negativos significativos reais e

potenciais em direitos humanos com os quais os contratos foram

rescindidos com base em avaliações e os motivos dessa medida?

HR19 O shopping possui levantamento do número total de queixas e reclamações

relacionadas a impactos em direitos humanos registradas por meio de

mecanismos formais durante o período coberto pelo relatório?

HR20

Entre as queixas e reclamações identificadas, o shopping relata quantas

delas foram:

- Processadas no período coberto pelo relatório

- Solucionadas no período coberto pelo relatório

HR21 O shopping possui levantamento do número total de queixas e reclamações

relacionadas a impactos em direitos humanos registradas antes do período

coberto pelo relatório que foram solucionadas durante esse período.

HR22 O shopping avalia os impactos gerados na sociedade e em comunidades

locais?

Page 230: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

229

Subcategoria: Sociedade

SO01

O shopping possui levantamento do percentual de operações que

implementaram programas de engajamento da comunidade, de avaliação de

impactos e de desenvolvimento local, incluindo, entre outros?

SO02 O shopping avalia os impactos sociais, inclusive avaliações de impactos em

gênero, com base em processos participativos?

SO03 O shopping avalia os impactos ambientais e monitoramento contínuo?

SO04 O shopping realiza divulgação pública dos resultados de avaliações de

impactos ambientais e sociais?

SO05 O shopping realiza programas de desenvolvimento local baseados nas

necessidades de comunidades locais?

SO06 O shopping realiza engajamento de stakeholders com o devido

mapeamento dessas partes?

SO07 O shopping realiza comitês e processos de consulta ampla à comunidade

local incluindo grupos vulneráveis?

SO08 O shopping possui conselhos de trabalho, comissões de saúde e segurança

no trabalho e outras entidades representativas de trabalhadores para discutir

impactos?

SO09 O shopping possui processos formais de queixas e reclamações por parte de

comunidades locais?

SO10 O shopping relata as operações com impactos negativos significativos reais

e potenciais em comunidades locais, incluindo a localização das operações

e os impactos negativos significativos reais e potenciais das operações?

SO11 O shopping realiza levantamento do número total e percentual de operações

submetidas a avaliações de riscos relacionados à corrupção?

SO12 O shopping realiza levantamento e relata os riscos significativos

relacionados à corrupção identificados com base em avaliações de riscos?

SO13

O shopping realiza levantamento do número total e percentual de membros

do órgão de governança aos quais foram comunicadas as políticas e

procedimentos anticorrupção adotados pela organização, discriminados por

região?

SO14

O shopping realiza levantamento do número total e percentual de

empregados aos quais foram comunicadas as políticas e procedimentos

anticorrupção adotados pela organização, discriminados por categoria

funcional e região?

SO15

O shopping realiza levantamento do número total e percentual de parceiros

comerciais aos quais foram comunicadas as políticas e procedimentos

anticorrupção adotados pela organização, discriminados por tipo de

parceiro e região?

SO16 O shopping realiza levantamento do número total e percentual de membros

do órgão de governança que receberam treinamento no combate à

corrupção, discriminados por região.

SO17 O shopping realiza levantamento do número total e percentual de

empregados que receberam treinamento no combate à corrupção,

discriminados por categoria funcional e região?

SO18 O shopping realiza levantamento do número total e a natureza dos casos

confirmados de corrupção?

SO19 O shopping realiza levantamento e relata o número total de casos

confirmados em que empregados foram demitidos ou punidos por

corrupção?

SO20 O shopping realiza levantamento e relata o número total de casos

confirmados em que contratos com parceiros comerciais foram rescindidos

ou não renovados em decorrência de violações relacionadas à corrupção?

SO21

O shopping realiza levantamento e relata quaisquer processos judiciais

públicos relacionados à corrupção movidos contra a organização ou seus

empregados no período coberto pelo relatório e o resultado desses

processos?

SO22 O shopping realiza levantamento e relata o valor monetário total de

contribuições para partidos políticos e políticos em dinheiro e em espécie

Page 231: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

230

feitas pela organização direta ou indiretamente, discriminado por país e

destinatário/beneficiário?

SO23 O shopping relata como o valor monetário de contribuições em espécie foi

estimado, conforme o caso?

SO24

O shopping realiza levantamento e relata o número total de ações judiciais

pendentes ou encerradas durante o período coberto pelo relatório referentes

à concorrência desleal e a violações de leis antitruste e da regulamentação

de monopólio em que a organização tenha sido identificada como

participante?

SO25 O shopping realiza levantamento e relata os principais resultados das ações

judiciais concluídas, incluindo quaisquer decisões ou sentenças?

SO26

O shopping sofreu multas e sanções não monetárias significativas nos

seguintes termos:

- Valor monetário total de multas significativas

- Número total de sanções não monetárias

- Processos movidos por meio de mecanismos de arbitragem

SO27 O shopping relata se a organização não tiver identificado nenhum caso de

não observância de leis ou regulamentos, uma breve declaração desse fato

será suficiente?

SO28 O shopping relata o contexto em que multas significativas e sanções não

monetárias foram aplicadas?

SO29 O shopping possui políticas de seleção de novos fornecedores com base em

critérios relativos a impactos na sociedade?

SO30 O shopping relata o número de fornecedores submetidos a avaliações de

impactos na sociedade?

SO31 O shopping possui levantamento do número de fornecedores identificados

que podem gerar impactos negativos significativos reais e potenciais na

sociedade?

SO32 O shopping possui levantamento dos impactos negativos significativos

reais e potenciais para a sociedade identificados na cadeia de fornecedores?

SO33

O shopping possui levantamento do percentual de fornecedores

identificados que podem gerar impactos negativos significativos reais e

potenciais para a sociedade com os quais melhorias foram acordadas com

base em avaliações?

SO34

O shopping possui levantamento do percentual de fornecedores

identificados que podem gerar impactos negativos significativos reais e

potenciais para a sociedade com os quais contratos foram encerrados como

resultado da avaliação e a razão dessa medida?

SO35 O shopping realiza levantamento do número total de queixas e reclamações

relacionadas a impactos na sociedade registradas por meio de mecanismos

formais de queixas e reclamações durante o período coberto pelo relatório?

SO36

Entre as queixas e reclamações identificadas, o shopping relata quantas

delas foram:

- Processadas durante o período coberto pelo relatório

- Solucionadas durante o período coberto pelo relatório

SO37 O shopping possui levantamento do número total de queixas e reclamações

relacionadas a impactos na sociedade protocoladas antes do período

coberto pelo relatório que foram solucionadas nesse período?

Page 232: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

231

APÊNDICE E

Questionário aplicado com o responsável pela área de marketing dos shopping centers

UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA - UNOESC

MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO

Objetivo: Identificar como os shopping centers incorporam a sustentabilidade nos seus

processos de gestão.

Aluno: Gleberson de Santana dos Santos.

BLOCO A – INDICADORES SOCIAIS DE SUSTENTAILIDADE

Com base nas práticas adotadas pela organização, marque com um “S” na coluna para “Sim”,

“N” na coluna para “Não” e “NA” na coluna para “Não se Aplica”.

Aspecto Social

Subcategoria: Saúde e Segurança do Cliente

PR01

O shopping realiza levantamento do percentual de categorias de produtos e

serviços significativas para as quais são avaliados impactos na saúde e

segurança buscando melhorias?

PR02

O shopping realiza levantamento do número total de casos de não

conformidade com regulamentos e códigos voluntários relacionados aos

impactos gerados por produtos e serviços na saúde e segurança durante o

período coberto pelo relatório, discriminados por:

- Casos de não conformidade com regulamentos que resultaram na

aplicação de multa ou penalidade;

- Casos de não conformidade com regulamentos que resultaram em

advertência;

- Casos de não conformidade com códigos voluntários.

PR03 Relata se a organização não tiver identificado nenhum caso de não

conformidade com regulamentos e códigos voluntários, uma breve

declaração desse fato será suficiente?

PR04

Relata se as seguintes informações sobre produtos e serviços são exigidas

pelos procedimentos da organização relativos a informações e rotulagem de

produtos e serviços:

- Terceirização de componentes do produto ou serviço;

- Conteúdo, particularmente de substâncias que possam gerar impactos

ambientais ou sociais;

- Uso seguro do produto ou serviço;

- Disposição do produto e impactos ambientais/sociais.

PR05 O shopping realiza levantamento do percentual de categorias de produtos

ou serviços significativas cobertas e avaliadas pela conformidade com os

procedimentos da organização?

PR06

O shopping realiza levantamento do número total de casos de não

conformidade com regulamentos e códigos voluntários relativos a

informações e rotulagem de produtos e serviços, discriminados por:

- Casos de não conformidade com regulamentos que resultaram na

aplicação de multa ou penalidade

- Casos de não conformidade com regulamentos que resultaram em

Page 233: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

232

advertência

- Casos de não conformidade com códigos voluntários

PR07 Relata se a organização não tiver identificado nenhum caso de não

conformidade com regulamentos e códigos voluntários, uma breve

declaração desse fato será suficiente?

PR08

O shopping realiza e relata os principais resultados ou conclusões de

pesquisas de satisfação do cliente (com base em amostragens

estatisticamente relevantes), referentes a informações sobre:

- A organização como um todo;

- Uma categoria importante de produtos ou serviços;

- Locais significativos de operações.

PR09 Relata se a organização vende produtos que:

- Estão proibidos em determinados mercados;

- São objeto de questionamento de stakeholders ou de debate público.

PR10 Relata como a organização respondeu a dúvidas ou preocupações em torno

desses produtos?

PR11

O shopping realiza levantamento e relata o número total de casos de não

conformidade com regulamentos e códigos voluntários relativos a

comunicações de marketing, incluindo publicidade, promoção e

patrocínios, discriminados por:

- Casos de não conformidade com regulamentos que resultaram na

aplicação de multa ou sanção;

- Casos de não conformidade com regulamentos que resultaram em

advertência;

- Casos de não conformidade com códigos voluntários.

PR12 Relata se a organização não tiver identificado nenhum caso de não

conformidade com regulamentos e códigos voluntários, uma breve

declaração desse fato será suficiente?

PR13

O shopping realiza levantamento e relata o número total de queixas e

reclamações comprovadas relativas à violação de privacidade do cliente,

categorizadas por:

- Queixas e reclamações recebidas de partes externas e comprovadas pela

organização;

- Queixas e reclamações de agências reguladoras.

PR14 O shopping realiza levantamento e relata o número total de vazamentos,

furtos ou perdas de dados de clientes que foram identificados?

PR15 Relata se a organização não tiver identificado nenhuma queixa

comprovada, uma breve declaração desse fato será suficiente?

PR16 O shopping realiza levantamento e relata o valor monetário total de multas

significativas por não conformidade com leis e regulamentos relativos ao

fornecimento e uso de produtos e serviços?

PR17 Relata se a organização não tiver identificado nenhum caso de não

observância de leis ou regulações, uma breve declaração desse fato será

suficiente?

Page 234: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

233

APÊNDICE F

Tabulação analítica do questionário – Aspectos Ambientais

UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA - UNOESC

MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO

Aspectos Ambientais

EN Questões

Alternativas

Sim Não

Frequência

Absoluta

Frequência

Relativa

Frequência

Absoluta

Frequência

Relativa

EN01

O shopping possui a relação de materiais

utilizados operacionalmente, discriminados por

peso ou volume?

0 0,0% 44 100,0%

EN02

O shopping realiza levantamento e relata o

percentual ou quantidade de materiais usados

provenientes de reciclagem?

36 81,8% 8 18,2%

EN03

O shopping realiza levantamento e relata o

consumo total de combustíveis oriundos de

fontes não renováveis em joules ou seus

múltiplos, inclusive os tipos de combustíveis

usados?

14 31,8% 30 68,2%

EN04 O shopping relata o consumo de energia

oriunda de fora da organização? 23 52,3% 21 47,7%

EN05

O shopping realiza levantamento e relata a taxa

de intensidade energética (combustível,

eletricidade, aquecimento, aquecimento,

refrigeração, vapor)?

30 68,2% 14 31,8%

EN06

O shopping realiza levantamento e relata o

volume das reduções de consumo de energia

obtidas diretamente em decorrência de

melhorias na conservação e eficiência, em

joules ou seus múltiplos?

39 88,6% 5 11,4%

EN07

O shopping relata os tipos de energia incluídos

nas reduções: combustível, energia elétrica,

aquecimento, refrigeração e vapor?

30 68,2% 14 31,8%

EN08

O shopping relata a base usada para o cálculo

das reduções do consumo de energia, como

ano de referência ou linha de base, e as razões

para a sua escolha?

25 56,8% 19 43,2%

EN09

O shopping relata as normas, metodologias e

premissas adotadas para reduzir o consumo de

energia?

21 47,7% 23 52,3%

EN10

O shopping relata as reduções obtidas nos

requisitos de energia de produtos e serviços

vendidos durante o período coberto pelo

relatório, em joules ou seus múltiplos? 11 25,0% 33 75,0%

EN11

O shopping relata a base usada para o cálculo

das reduções do consumo de energia, como

ano de referência ou linha de base, e as razões

para a sua escolha?

25 56,8% 19 43,2%

Page 235: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

234

EN12 O shopping relata as normas, metodologias e

premissas adotadas? 21 47,7% 23 52,3%

EN13

O shopping realiza levantamento e relata o

volume total de água retirada das seguintes

fontes:

44 100,0% 0 0,0%

- Águas superficiais, incluindo áreas úmidas,

rios, lagos e oceanos;

- Águas subterrâneas;

- Águas pluviais diretamente coletadas e

armazenadas pela organização;

- Efluentes de outra organização;

- Abastecimento municipal de água ou outras

empresas de abastecimento de água.

EN14

O shopping possui normas, metodologias e

premissas adotadas para relatar o volume total

de água retirada das diferentes fontes?

42 95,5% 2 4,5%

EN15

O shopping realiza levantamento e relata o

número total de fontes hídricas

significativamente afetadas pela retirada de

água por tipo:

8 18,2% 36 81,8%

- Tamanho da fonte hídrica;

- Se a fonte é ou não designada como área

protegida (nacional ou internacionalmente);

- Valor para a biodiversidade (p. ex.:

diversidade e endemismo de espécies, número

total de espécies protegidas);

- Valor ou importância da fonte hídrica para

comunidades locais e povos indígenas.

EN16

O shopping possui normas, metodologias e

premissas adotadas para relatar o número total

de fontes hídricas significativamente afetadas

pela retirada de água por tipo?

8 18,2% 36 81,8%

EN17

O shopping realiza levantamento e relata o

volume total de água reciclada e reutilizada

pela organização ou adota política e ações de

reutilização de água?

28 63,6% 16 36,4%

EN18

O shopping realiza levantamento e relata o

volume total de água reciclada e reutilizada

como um percentual do total de água retirada

da natureza?

0 0,0% 44 100,0%

EN19

O shopping possui normas, metodologias e

premissas adotadas para mensurar o volume

total de água reciclada e reutilizada pela

organização?

13 29,5% 31 70,5%

EN20

O shopping relata as seguintes informações

para cada unidade operacional própria,

arrendada ou administrada dentro ou nas

adjacências de áreas protegidas e áreas de alto

valor para a biodiversidade situadas fora de

áreas protegidas:

4 9,1% 40 90,9% - Localização geográfica;

- Áreas subsuperficiais e subterrâneas próprias,

arrendadas ou administradas pela organização;

- Posição em relação à área protegida (dentro

da área, nas suas adjacências ou abrangendo

partes da área protegida) ou à área de alto valor

para a biodiversidade situada fora de áreas

Page 236: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

235

protegidas;

- Tipo de operação (escritório,

fabricação/produção ou operação extrativa);

- Tamanho da unidade operacional em km²;

- Valor para a biodiversidade caracterizado:

– Pelo atributo da área protegida ou de alto

valor para a biodiversidade situada fora da área

protegida (ecossistema terrestre, de água doce

ou marinho);

– De acordo com uma listagem de status de

proteção (como do Sistema IUCN de

Categorias de Gestão de Áreas Protegida67, da

Convenção de Ramsar78, da legislação

nacional).

EN21

O shopping relata a natureza de impactos

diretos e indiretos significativos sobre a

biodiversidade em relação a um ou mais dos

seguintes aspectos:

4 9,1% 40 90,9%

- Construção ou uso de fábricas, minas e

infraestrutura de transportes;

- Poluição (introdução de substâncias que não

ocorrem naturalmente no habitat, oriundas de

fontes pontuais e não pontuais);

- Introdução de espécies invasoras, organismos

nocivos e agentes patogênicos;

- Redução de espécies;

- Conversão de habitats;

- Mudanças em processos ecológicos fora da

faixa natural de variação (p. ex.: salinidade ou

mudanças no nível do lençol freático).

EN22

O shopping realiza levantamento dos impactos

diretos e indiretos significativos, tanto

positivos como negativos, em relação ao

seguinte:

0 0,0% 44 100,0% - Espécies afetadas;

- Extensão de áreas impactadas;

- Duração dos impactos;

- Reversibilidade ou irreversibilidade dos

impactos

EN23

O shopping relata o tamanho e a localização de

todas as áreas de habitat protegido ou

restaurado e se o sucesso das medidas de

restauração foi aprovado por especialistas

externos independentes?

4 9,1% 40 90,9%

EN24

O shopping relata se há parcerias com terceiros

para proteger ou restaurar áreas de habitat

diferentes daquelas nas quais a organização

supervisionou e implementou medidas de

restauração ou proteção?

4 9,1% 40 90,9%

EN25

O shopping relata o status de cada área com

base na sua condição no final do período

coberto pelo relatório?

0 0,0% 44 100,0%

EN26 O shopping possui e relata as normas,

metodologias e premissas adotadas para 0 0,0% 44 100,0%

Page 237: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

236

proteger e restaurar habitats?

EN27

O shopping realiza levantamento e relata o

número total de espécies incluídas na Lista

Vermelha da IUCN e em listas nacionais de

conservação com habitats situados em áreas

afetadas por operações da organização,

discriminadas por nível de risco de extinção

0 0,0% 44 100,0% - Criticamente ameaçadas de extinção;

- Ameaçadas de extinção;

- Vulneráveis;

- Quase ameaçadas;

- Pouco preocupantes.

EN28

O shopping realiza levantamento do aspecto

referente a emissões inclui indicadores de

emissões de gases de efeito estufa (GEE) e de

substâncias que destroem a camada de ozônio,

NOX, SOX e de outras emissões atmosféricas

importantes?

0 0,0% 44 100,0%

EN29 O shopping realiza levantamento das emissões

diretas de gases de efeito estufa? 0 0,0% 44 100,0%

EN30

O shopping realiza levantamento e relata as

emissões indiretas de gases de efeito estufa

provenientes da aquisição de energia (Escopo

2) em toneladas métricas de CO2 equivalente,

independentemente de quaisquer negociações

de GEE, como compras, vendas ou

transferências de compensações ou licenças?

0 0,0% 44 100,0%

EN31

O shopping realiza levantamento e relata

outras emissões indiretas brutas de GEE em

toneladas métricas de CO2 equivalente,

excluindo emissões indiretas provenientes da

geração de energia elétrica, aquecimento,

refrigeração e vapor comprados e consumidos

pela organização?

0 0,0% 44 100,0%

EN32 O shopping relata a taxa da intensidade de

emissões de GEE? 0 0,0% 44 100,0%

EN33

O shopping relata a métrica específica (o

denominador do índice) escolhida pela

organização para calcular esse índice?

0 0,0% 44 100,0%

EN34

O shopping relata os tipos de emissões de GEE

incluídos no índice de intensidade: diretas

(Escopo 1), indiretas provenientes da aquisição

de energia (Escopo 2) ou outras emissões

indiretas (Escopo 3)?

0 0,0% 44 100,0%

EN35 O shopping relata os gases incluídos no cálculo

das emissões de gases de efeito estufa? 0 0,0% 44 100,0%

EN36

O shopping realiza levantamento e relata o

volume de reduções de emissões de GEE

obtidas como resultado direto de iniciativas de

redução de emissões, em toneladas métricas de

CO2 equivalente?

0 0,0% 44 100,0%

EN37

O shopping realiza levantamento e relata os

gases incluídos no cálculo (CO2, CH4, N2O,

HFCs, PFCs, SF6, NF3 ou todos)?

0 0,0% 44 100,0%

EN38 O shopping relata o ano base ou a linha de

base escolhida e as razões para essa escolha? 0 0,0% 44 100,0%

Page 238: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

237

EN39

O shopping relata se as reduções de emissões

de GEE foram obtidas para emissões diretas

(Escopo 1), emissões indiretas provenientes da

aquisição de energia (Escopo 2) ou outras

emissões indiretas (Escopo 3)?

0 0,0% 44 100,0%

EN40

O shopping relata a produção, importações e

exportações de SDO em toneladas de CFC-11

equivalente?

0 0,0% 44 100,0%

EN41 O shopping relata as emissões de substâncias

que destroem a camada de ozônio? 0 0,0% 44 100,0%

EN42 O shopping relata as emissões de NOx e SOx e

outras emissões atmosféricas significativas? 0 0,0% 44 100,0%

EN43

O shopping realiza levantamento e relata o

volume total de descartes de água planejados e

não planejadas por:

31 70,5% 13 29,5% - Destinação;

- Qualidade da água, inclusive seu método de

tratamento;

- Se a água foi reutilizada por outra

organização.

EN44

O shopping possui e relata as normas,

metodologias e premissas adotadas para relatar

o volume total de descartes de água planejados

e não planejadas?

2 4,5% 42 95,5%

EN45

O shopping realiza levantamento e relata o

peso total de resíduos perigosos e não

perigosos para cada um dos seguintes métodos

de disposição:

21 47,7% 23 52,3%

- Reutilização;

- Reciclagem;

- Compostagem;

- Recuperação, inclusive recuperação de

energia;

- Incineração (queima de massa);

- Injeção subterrânea de resíduos;

- Aterro;

- Armazenamento no local;

- Outros (a serem especificados pela

organização).

EN46

O shopping relata como o método de

disposição de resíduos foi determinado:

19 43,2% 25 56,8%

- Descarte direto pela organização ou por

terceiros, ou ainda confirmado diretamente

pela organização;

- Informações fornecidas pela empresa

contratada responsável pela disposição de

resíduos;

- Métodos padronizados adotados pela empresa

contratada responsável pela disposição de

resíduos;

EN47

O shopping realiza levantamento e relata o

número total e volume total de vazamentos

significativos registrados? 0 0,0% 44 100,0%

Localização do vazamento

Page 239: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

238

* Volume do vazamento

* Material do vazamento, categorizado por:

– Vazamentos de petróleo (no solo ou em

superfícies hídricas)

– Vazamentos de combustível (no solo ou em

superfícies hídricas)

– Vazamentos de resíduos (no solo ou em

superfícies hídricas)

– Vazamentos de produtos químicos

(principalmente no solo ou em superfícies

hídricas)

– Outros vazamentos (a serem especificados

pela organização)

EN48 O shopping realiza levantamento do impacto

de vazamentos significativos? 0 0,0% 44 100,0%

EN49

O shopping relata o peso total de cada um dos

seguintes resíduos ou possui políticas para

redução e controle?

6 13,6% 38 86,4% - Resíduos perigosos transportados;

- Resíduos perigosos importados;

- Resíduos perigosos exportados;

- Resíduos perigosos tratados.

EN50

O shopping realiza levantamento e relata o

percentual de resíduos perigosos

transportados?

0 0,0% 44 100,0%

EN51

O shopping relata os corpos d’água e habitats

relacionados significativamente afetados por

descartes de água de acordo com os critérios

descritos na seção Compilação abaixo,

incluindo informações sobre:

0 0,0% 44 100,0% - Tamanho do corpo d'água e habitat

relacionado;

- Se o corpo d'água e habitat relacionado é

designado como área protegida (nacional ou

internacionalmente);

- Valor da biodiversidade (p. ex.: número total

de espécies protegidas).

EN52

O shopping relata quantitativamente até que

ponto os impactos ambientais causados por

produtos e serviços foram mitigados no

decorrer do período coberto pelo relatório?

0 0,0% 44 100,0%

EN55

O shopping já sofreu multas significativas e

sanções não monetárias nos seguintes termos:

2 4,5% 42 95,5%

- Valor monetário total de multas

significativas;

- Número total de sanções não monetárias;

- Processos movidos por meio de mecanismos

de arbitragem.

EN56

O shopping realiza levantamento dos impactos

ambientais significativos decorrentes do

transporte de produtos e outros bens e

materiais usados nas operações da

organização, bem como do transporte de seus

trabalhadores?

0 0,0% 44 100,0%

Page 240: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

239

EN57

O shopping mensura como os impactos

ambientais decorrentes do transporte de

produtos, da força de trabalho da organização e

de outros bens e materiais são mitigados?

0 0,0% 44 100,0%

EN58

O shopping elege critérios e metodologia para

determinar quais impactos ambientais são

significativos?

3 6,8% 41 93,2%

EN59

O shopping relaciona os gastos totais da

organização com medidas de proteção

ambiental por: 5 11,4% 39 88,6% - Disposição de resíduos, tratamento de

emissões e custos de remediação;

- Custos de prevenção e gestão ambiental.

EN60

O shopping possui política de seleção de novos

fornecedores com base em critérios

ambientais?

2 4,5% 42 95,5%

EN61 O shopping relata o número de fornecedores

submetidos a avaliações de impacto ambiental? 0 0,0% 44 100,0%

EN62

O shopping identifica ou procura identificar os

fornecedores causadores de impactos

ambientais significativos negativos reais e

potenciais?

15 34,1% 29 65,9%

EN63

O shopping realiza o levantamento dos

impactos ambientais significativos negativos

reais e potenciais identificados na cadeia de

fornecedores?

0 0,0% 44 100,0%

EN64

O shopping relata o percentual de fornecedores

identificados como causadores de impactos

ambientais significativos negativos reais e

potenciais com os quais foram acordadas

melhorias em decorrência da avaliação

realizada?

0 0,0% 44 100,0%

EN65

O shopping relata o percentual de fornecedores

identificados como causadores de impactos

ambientais significativos negativos reais e

potenciais com os quais a organização

encerrou relacionamento com base em

avaliações realizadas e por que razão?

0 0,0% 44 100,0%

EN66

O shopping realiza levantamento do número

total de queixas e reclamações relacionadas a

impactos ambientais registradas por meio de

mecanismos formais de queixas e

reclamações?

3 6,8% 41 93,2%

EN67

Entre as queixas e reclamações identificadas, o

shopping relata quantas delas foram:

2 4,5% 42 95,5% - Processadas durante o período coberto pelo

relatório;

- Solucionadas durante o período coberto pelo

relatório.

EN68

O shopping realiza levantamento do número

total de queixas e reclamações relacionadas a

impactos ambientais registradas antes do

período coberto pelo relatório que foram

resolvidas no decorrer desse período?

2 4,5% 42 95,5%

Page 241: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

240

APÊNDICE G

Tabulação analítica do questionário – Aspectos Sociais

UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA - UNOESC

MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO

Aspectos Sociais

Alternativas

Sim Não

Freq.

Absoluta

Freq.

Relativa

Freq.

Absoluta

Freq.

Relativa

Subcategoria: Práticas Trabalhistas e Trabalho Decente

LA01 O shopping possui práticas trabalhistas baseadas em

normas universais internacionalmente reconhecidas? 40 90,9% 4 9,1%

LA02

O shopping relata o número total e a taxa de novas

contratações de empregados durante o período coberto

pelo relatório, discriminados por faixa etária, gênero e

região?

28 63,6% 16 36,4%

LA03

O shopping relata o número total e a taxa de

rotatividade de empregados durante o período coberto

pelo relatório, discriminados por faixa etária, gênero e

região?

26 59,1% 18 40,9%

LA04

O shopping concede benefícios regularmente a

empregados de tempo integral da organização, mas

não a empregados temporários ou em regime de meio

período, discriminados por unidades operacionais

importantes, como plano de saúde, seguro de vida,

entre outros.

31 70,5% 13 29,5%

LA05

O shopping relata o número total de empregados com

direito a tirar licença maternidade/paternidade,

discriminado por gênero?

22 50,0% 22 50,0%

LA06

O shopping relata o número total de empregados que

tiraram licença maternidade/paternidade, discriminado

por gênero?

21 47,7% 23 52,3%

LA07

O shopping relata o número total de empregados que

retornaram ao trabalho após tirar licença

maternidade/paternidade, discriminado por gênero?

20 45,5% 24 54,5%

LA08

O shopping relata o número total de empregados que

retornaram ao trabalho após licença

maternidade/paternidade e continuaram empregados

doze meses após seu retorno ao trabalho, discriminado

por gênero?

3 6,8% 41 93,2%

LA09

O shopping relata as taxas de retorno ao trabalho e

retenção de empregados que tiraram licença

maternidade/paternidade, discriminadas por gênero?

3 6,8% 41 93,2%

LA10

O shopping relata o prazo mínimo, em semanas, de

notificação prévia geralmente dado a empregados e

seus representantes eleitos antes da implementação de

mudanças operacionais significativas que podem afetá-

los substancialmente?

24 54,5% 20 45,5%

Page 242: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

241

LA11

Para os shopping centers com acordos coletivos de

trabalho, o empreendimento relata se esses acordos

especificam um prazo mínimo de notificação e

incluem disposições relativas a consultas e

negociações?

24 54,5% 20 45,5%

LA12

O shopping relata em que nível cada comitê formal de

saúde e segurança constituído por empregados de

diferentes categorias funcionais opera normalmente

dentro da organização?

23 52,3% 21 47,7%

LA13

O shopping relata o percentual do total da força de

trabalho representada em comitês formais de saúde e

segurança constituídos por empregados de diferentes

níveis hierárquicos da organização?

14 31,8% 30 68,2%

LA14

O shopping realiza levantamento dos tipos de lesões,

da taxa de lesões, da taxa de doenças ocupacionais,

dos dias perdidos, da taxa de absenteísmo e do número

de óbitos relacionados ao trabalho para o total de

trabalhadores (ou seja, empregados próprios e

terceirizados)

22 50,0% 22 50,0%

LA15

O shopping possui levantamento dos tipos de lesões,

da taxa de lesões, da taxa de doenças ocupacionais,

dias perdidos, da taxa de absenteísmo e dos óbitos

relacionados ao trabalho para terceiros que trabalham

no local e cuja segurança geral no ambiente de

trabalho é de responsabilidade da organização,

discriminados por:

20 45,5% 24 54,5%

- Região;

- Gênero.

LA16 O shopping possui sistema de normas aplicado ao

registro e relato de estatísticas de acidentes? 27 61,4% 17 38,6%

LA17

O shopping possui trabalhadores envolvidos em

atividades ocupacionais que apresentam alta incidência

ou alto risco de doenças específicas? E há este relato?

25 56,8% 19 43,2%

LA18

O shopping possui e relata acordos formais (locais ou

globais) com sindicatos e abordam tópicos de saúde e

segurança?

15 34,1% 29 65,9%

LA19

O shopping relata até que ponto, em termos

percentuais, os diversos tópicos de saúde e segurança

são abordados nesses acordos?

3 6,8% 41 93,2%

LA20

O shopping relata o número médio de horas de

treinamento realizado pelos empregados da

organização durante o período de avaliação,

discriminadas por: 28 63,6% 16 36,4%

- Gênero.;

- Categoria funcional.

LA21

O shopping possui escopo de programas

implementados e a assistência prestada para

aperfeiçoar as habilidades de empregados?

39 88,6% 5 11,4%

LA22

O shopping possui programas de transição oferecidos

para facilitar a continuidade da empregabilidade em

caso de aposentadoria ou de rescisão de contrato de

trabalho?

5 11,4% 39 88,6%

Page 243: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

242

LA23

O shopping realiza levantamento de percentual do total

de empregados, discriminados por gênero e categoria

funcional, que receberam avaliação de desempenho e

de desenvolvimento de carreira durante o período

coberto pelo relatório?

25 56,8% 19 43,2%

LA24

O shopping realiza levantamento de percentual de

indivíduos que integram os órgãos de governança da

organização em cada uma das seguintes categorias de

diversidade:

7 15,9% 37 84,1% - Gênero;

- Faixa etária: abaixo de 30 anos, de 30 a 50 anos, mais

de 50 anos;

- Grupos minoritários;

- Outros indicadores de diversidade, quando

relevantes.

LA25

O shopping realiza levantamento de percentual de

empregados por categoria funcional em cada uma das

seguintes categorias de diversidade:

7 15,9% 37 84,1%

- Gênero;

- Faixa etária: abaixo de 30 anos, de 30 a 50 anos, mais

de 50 anos;

- Grupos minoritários;

- Outros indicadores de diversidade, quando

relevantes.

LA26

O shopping se preocupa em relatar e ter em seu

controle estratégico a razão matemática entre o salário

e remuneração entre mulheres e homens em cada

categoria funcional, discriminada por unidades

operacionais importantes?

5 11,4% 39 88,6%

LA27

O shopping possui política de seleção de novos

fornecedores a partir de critérios relativos a práticas

trabalhistas?

16 36,4% 28 63,6%

LA28

O shopping possui política de submeter fornecedores a

avaliações de impactos em relação às práticas

trabalhistas?

1 2,3% 43 97,7%

LA29

O shopping faz o levantamento do número de

fornecedores que geram impactos negativos

significativos reais e potenciais em relação às práticas

trabalhistas?

1 2,3% 43 97,7%

LA30

O shopping relata os impactos negativos significativos

reais e potenciais para as práticas trabalhistas

identificados na cadeia de fornecedores?

1 2,3% 43 97,7%

LA31

O shopping faz o levantamento do percentual de

fornecedores que geram impactos negativos

significativos reais e potenciais sobre práticas

trabalhistas com os quais melhorias foram acordadas

com base em avaliações?

1 2,3% 43 97,7%

LA32

O shopping realiza o levantamento do número total de

queixas e reclamações relacionadas a práticas

trabalhistas protocoladas por meio de mecanismos

formais de queixas e reclamações durante o período

coberto pelo relatório?

30 68,2% 14 31,8%

LA33

Entre as queixas e reclamações identificadas, o

shopping relata quantas delas foram:

11 25,0% 33 75,0% - Processadas durante o período coberto pelo relatório;

- Solucionadas durante o período coberto pelo

relatório.

Page 244: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

243

LA34

O shopping faz o levantamento do número total de

queixas e reclamações relacionadas a práticas

trabalhistas protocoladas antes do período coberto pelo

relatório que foram solucionadas nesse período?

0 0,0% 44 100,0%

LA35

O shopping realiza relatos sobre não discriminação,

igualdade de gênero, liberdade de associação,

negociação coletiva, trabalho infantil, trabalho forçado

ou análogo ao escravo e direitos dos povos indígenas e

tribais?

1 2,3% 43 97,7%

Subcategoria: Direitos Humanos

HR01

O shopping realiza o levantamento do número total e

percentual de acordos e contratos de investimentos

significativos que incluem cláusulas de direitos

humanos ou que foram submetidos a avaliação

referente a direitos humanos?

0 0,0% 44 100,0%

HR02 O shopping relata a definição de ‘acordos de

investimentos significativos’ usada pela organização? 0 0,0% 44 100,0%

HR03

O shopping realiza o levantamento do número total de

horas dedicadas, no período de avaliação, a

treinamento em políticas de direitos humanos ou

procedimentos relacionados a aspectos dos direitos

humanos relevantes para as operações da organização?

1 2,3% 43 97,7%

HR04

O shopping realiza o levantamento do número total de

casos de discriminação ocorridos durante o período

coberto pelo relatório?

0 0,0% 44 100,0%

HR05

O shopping relata a situação atual dos casos e as

providências tomadas com referência ao seguinte:

1 2,3% 43 97,7%

- A organização analisou o caso;

- Um plano de reparação está sendo implementado;

- O plano de reparação foi implementado e seus

resultados analisados por meio de processos rotineiros

de análise da gestão interna;

- O caso não está mais sujeito a medidas corretivas.

HR06

O shopping relata operações e fornecedores em que o

direito de exercer a liberdade de associação e a

negociação coletiva pode estar sendo violado ou estar

correndo risco de violação, discriminados por: 4 9,1% 40 90,9%

- Tipo de operação (por exemplo, fábrica) e

fornecedor;

- Países ou áreas geográficas com operações e

fornecedores considerados em situação de risco.

HR07

O shopping possui controle das operações e

fornecedores que possam apresentar riscos

significativos de ocorrência de casos de: 14 31,8% 30 68,2%

- Trabalho infantil;

- Trabalhadores jovens expostos a trabalho perigoso.

HR08

O shopping possui controle das operações e

fornecedores que possam apresentar riscos

significativos de ocorrência de casos de trabalho

infantil, discriminados por: 4 9,1% 40 90,9%

- Tipo de operação (por exemplo, fábrica) e

fornecedor;

- Países ou áreas geográficas com operações e

fornecedores considerados em situação de risco.

HR09 O shopping possui medidas e estratégias para

contribuir para a efetiva erradicação do trabalho 2 4,5% 42 95,5%

Page 245: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

244

infantil?

HR10

O shopping possui controle das operações e

fornecedores que apresentam riscos significativos de

ocorrência de casos de trabalho forçado ou análogo ao

escravo, discriminados por: 13 29,5% 31 70,5%

- Tipo de operação (por exemplo, fábrica) e

fornecedor;

- Países ou áreas geográficas com operações e

fornecedores considerados em situação de risco.

HR11

O shopping possui medidas e estratégias para

contribuir para a eliminação de todas as formas de

trabalho forçado ou análogo ao escravo?

2 4,5% 42 95,5%

HR12

O shopping possui levantamento do percentual do

pessoal de segurança que recebeu treinamento formal

nas políticas ou procedimentos específicos de direitos

humanos da organização e sua aplicação na segurança?

7 15,9% 37 84,1%

HR13

As políticas do shopping que tangenciam os requisitos

de treinamento também se aplicam a empresas

contratadas para fornecer pessoal de segurança?

7 15,9% 37 84,1%

HR14

O shopping possui levantamento do número total e o

percentual de operações que foram submetidas a

análises ou avaliações de impactos relacionados a

direitos humanos, discriminadas por país?

0 0,0% 44 100,0%

HR15

O shopping possui levantamento do número de

fornecedores identificados que podem gerar impactos

negativos significativos reais e potenciais em direitos

humanos?

2 4,5% 42 95,5%

HR16

O shopping relata os impactos negativos significativos

reais e potenciais em direitos humanos identificados na

cadeia de fornecedores?

2 4,5% 42 95,5%

HR17

O shopping possui levantamento do percentual de

fornecedores identificados que podem gerar impactos

negativos significativos reais e potenciais em direitos

humanos com os quais melhorias foram acordadas

com base em avaliações?

2 4,5% 42 95,5%

HR18

O shopping possui levantamento do percentual de

fornecedores identificados que podem gerar impactos

negativos significativos reais e potenciais em direitos

humanos com os quais os contratos foram rescindidos

com base em avaliações e os motivos dessa medida?

0 0,0% 44 100,0%

HR19

O shopping possui levantamento do número total de

queixas e reclamações relacionadas a impactos em

direitos humanos registradas por meio de mecanismos

formais durante o período coberto pelo relatório?

2 4,5% 42 95,5%

HR20

Entre as queixas e reclamações identificadas, o

shopping relata quantas delas foram:

2 4,5% 42 95,5% - Processadas no período coberto pelo relatório;

- Solucionadas no período coberto pelo relatório.

HR21

O shopping possui levantamento do número total de

queixas e reclamações relacionadas a impactos em

direitos humanos registradas antes do período coberto

pelo relatório que foram solucionadas durante esse

período?

2 4,5% 42 95,5%

HR22 O shopping avalia os impactos gerados na sociedade e

em comunidades locais? 37 84,1% 7 15,9%

Subcategoria: Sociedade

Page 246: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

245

SO01

O shopping possui levantamento do percentual de

operações que implementaram programas de

engajamento da comunidade, de avaliação de impactos

e de desenvolvimento local, incluindo, entre outros?

3 6,8% 41 93,2%

SO02

O shopping avalia os impactos sociais, inclusive

avaliações de impactos em gênero, com base em

processos participativos?

4 9,1% 40 90,9%

SO03 O shopping avalia os impactos ambientais e

monitoramento contínuo? 32 72,7% 12 27,3%

SO04 O shopping realiza divulgação pública dos resultados

de avaliações de impactos ambientais e sociais? 2 4,5% 42 95,5%

SO05

O shopping realiza programas de desenvolvimento

local baseados nas necessidades de comunidades

locais?

3 6,8% 41 93,2%

SO06 O shopping realiza engajamento de stakeholders com

o devido mapeamento dessas partes? 33 75,0% 11 25,0%

SO07

O shopping realiza comitês e processos de consulta

ampla à comunidade local incluindo grupos

vulneráveis?

10 22,7% 34 77,3%

SO08

O shopping possui conselhos de trabalho, comissões

de saúde e segurança no trabalho e outras entidades

representativas de trabalhadores para discutir

impactos?

15 34,1% 29 65,9%

SO09 O shopping possui processos formais de queixas e

reclamações por parte de comunidades locais? 18 40,9% 26 59,1%

SO10

O shopping relata as operações com impactos

negativos significativos reais e potenciais em

comunidades locais, incluindo a localização das

operações e os impactos negativos significativos reais

e potenciais das operações?

0 0,0% 44 100,0%

SO11

O shopping realiza levantamento do número total e

percentual de operações submetidas a avaliações de

riscos relacionados à corrupção?

0 0,0% 44 100,0%

SO12

O shopping realiza levantamento e relata os riscos

significativos relacionados à corrupção identificados

com base em avaliações de riscos?

0 0,0% 44 100,0%

SO13

O shopping realiza levantamento do número total e

percentual de membros do órgão de governança aos

quais foram comunicadas as políticas e procedimentos

anticorrupção adotados pela organização,

discriminados por região?

0 0,0% 44 100,0%

SO14

O shopping realiza levantamento do número total e

percentual de empregados aos quais foram

comunicadas as políticas e procedimentos

anticorrupção adotados pela organização,

discriminados por categoria funcional e região?

0 0,0% 44 100,0%

SO15

O shopping realiza levantamento do número total e

percentual de parceiros comerciais aos quais foram

comunicadas as políticas e procedimentos

anticorrupção adotados pela organização,

discriminados por tipo de parceiro e região?

0 0,0% 44 100,0%

SO16

O shopping realiza levantamento do número total e

percentual de membros do órgão de governança que

receberam treinamento no combate à corrupção,

discriminados por região.

0 0,0% 44 100,0%

SO17

O shopping realiza levantamento do número total e

percentual de empregados que receberam treinamento

no combate à corrupção, discriminados por categoria

funcional e região?

0 0,0% 44 100,0%

Page 247: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

246

SO18 O shopping realiza levantamento do número total e a

natureza dos casos confirmados de corrupção? 0 0,0% 44 100,0%

SO19

O shopping realiza levantamento e relata o número

total de casos confirmados em que empregados foram

demitidos ou punidos por corrupção?

3 6,8% 41 93,2%

SO20

O shopping realiza levantamento e relata o número

total de casos confirmados em que contratos com

parceiros comerciais foram rescindidos ou não

renovados em decorrência de violações relacionadas à

corrupção?

1 2,3% 43 97,7%

SO21

O shopping realiza levantamento e relata quaisquer

processos judiciais públicos relacionados à corrupção

movidos contra a organização ou seus empregados no

período coberto pelo relatório e o resultado desses

processos?

0 0,0% 44 100,0%

SO22

O shopping realiza levantamento e relata o valor

monetário total de contribuições para partidos políticos

e políticos em dinheiro e em espécie feitas pela

organização direta ou indiretamente, discriminado por

país e destinatário/beneficiário?

0 0,0% 44 100,0%

SO23

O shopping relata como o valor monetário de

contribuições em espécie foi estimado, conforme o

caso?

0 0,0% 44 100,0%

SO24

O shopping realiza levantamento e relata o número

total de ações judiciais pendentes ou encerradas

durante o período coberto pelo relatório referentes à

concorrência desleal e a violações de leis antitruste e

da regulamentação de monopólio em que a

organização tenha sido identificada como participante?

0 0,0% 44 100,0%

SO25

O shopping realiza levantamento e relata os principais

resultados das ações judiciais concluídas, incluindo

quaisquer decisões ou sentenças?

16 36,4% 28 63,6%

SO26

O shopping sofreu multas e sanções não monetárias

significativas nos seguintes termos:

1 2,3% 43 97,7% - Valor monetário total de multas significativas;

- Número total de sanções não monetárias;

- Processos movidos por meio de mecanismos de

arbitragem.

SO27

O shopping relata se a organização não tiver

identificado nenhum caso de não observância de leis

ou regulamentos, uma breve declaração desse fato será

suficiente?

0 0,0% 44 100,0%

SO28

O shopping relata o contexto em que multas

significativas e sanções não monetárias foram

aplicadas?

0 0,0% 44 100,0%

SO29

O shopping possui políticas de seleção de novos

fornecedores com base em critérios relativos a

impactos na sociedade?

4 9,1% 40 90,9%

SO30 O shopping relata o número de fornecedores

submetidos a avaliações de impactos na sociedade? 3 6,8% 41 93,2%

SO31

O shopping possui levantamento do número de

fornecedores identificados que podem gerar impactos

negativos significativos reais e potenciais na

sociedade?

0 0,0% 44 100,0%

SO32

O shopping possui levantamento dos impactos

negativos significativos reais e potenciais para a

sociedade identificados na cadeia de fornecedores?

0 0,0% 44 100,0%

Page 248: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

247

SO33

O shopping possui levantamento do percentual de

fornecedores identificados que podem gerar impactos

negativos significativos reais e potenciais para a

sociedade com os quais melhorias foram acordadas

com base em avaliações?

0 0,0% 44 100,0%

SO34

O shopping possui levantamento do percentual de

fornecedores identificados que podem gerar impactos

negativos significativos reais e potenciais para a

sociedade com os quais contratos foram encerrados

como resultado da avaliação e a razão dessa medida?

0 0,0% 44 100,0%

SO35

O shopping realiza levantamento de queixas e

reclamações relacionadas a impactos na sociedade

registradas por meio de mecanismos formais de

queixas e reclamações durante o período coberto pelo

relatório?

16 36,4% 28 63,6%

SO36

Entre as queixas e reclamações identificadas, o

shopping relata quantas delas foram:

2 4,5% 42 95,5% - Processadas durante o período coberto pelo relatório;

- Solucionadas durante o período coberto pelo

relatório.

SO37

O shopping possui levantamento do número total de

queixas e reclamações relacionadas a impactos na

sociedade protocoladas antes do período coberto pelo

relatório que foram solucionadas nesse período?

2 4,5% 42 95,5%

Subcategoria: Saúde e Segurança do Cliente

PR01

O shopping realiza levantamento do percentual de

categorias de produtos e serviços significativas para as

quais são avaliados impactos na saúde e segurança

buscando melhorias?

24 54,5% 20 45,5%

PR08

O shopping realiza e relata os principais resultados ou

conclusões de pesquisas de satisfação do cliente (com

base em amostragens estatisticamente relevantes),

referentes a informações sobre: 29 65,9% 15 34,1%

- A organização como um todo;

- Uma categoria importante de produtos ou serviços;

- Locais significativos de operações.

PR09

Relata se a organização vende produtos que:

8 18,2% 36 81,8% - Estão proibidos em determinados mercados;

- São objeto de questionamento de stakeholders ou de

debate público.

PR11

O shopping realiza levantamento e relata o número

total de casos de não conformidade com regulamentos

e códigos voluntários relativos a comunicações de

marketing, incluindo publicidade, promoção e

patrocínios, discriminados por: 20 45,5% 24 54,5% - Casos de não conformidade com regulamentos que

resultaram na aplicação de multa ou sanção;

- Casos de não conformidade com regulamentos que

resultaram em advertência;

- Casos de não conformidade com códigos voluntários.

PR12

Relata se a organização não tiver identificado nenhum

caso de não conformidade com regulamentos e

códigos voluntários, uma breve declaração desse fato

será suficiente?

16 36,4% 28 63,6%

Page 249: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

248

PR13

O shopping realiza levantamento e relata o número

total de queixas e reclamações comprovadas relativas à

violação de privacidade do cliente, categorizadas por: 28 63,6% 16 36,4% - Queixas e reclamações recebidas de partes externas e

comprovadas pela organização;

- Queixas e reclamações de agências reguladoras.

PR14

O shopping realiza levantamento e relata o número

total de vazamentos, furtos ou perdas de dados de

clientes que foram identificados?

25 56,8% 19 43,2%

PR15

Relata se a organização não tiver identificado

nenhuma queixa comprovada, uma breve declaração

desse fato será suficiente?

12 27,3% 32 72,7%

PR16

O shopping realiza levantamento e relata o valor

monetário total de multas significativas por não

conformidade com leis e regulamentos relativos ao

fornecimento e uso de produtos e serviços?

0 0,0% 44 100,0%

PR17

Relata se a organização não tiver identificado nenhum

caso de não observância de leis ou regulações, uma

breve declaração desse fato será suficiente?

23 52,3% 21 47,7%

Page 250: Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado ...

249

APÊNDICE F

Tabulação analítica do questionário – Aspectos Econômicos

UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA - UNOESC

MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO

Aspectos Econômicos

EC Questões

Alternativas

Sim Não

Frequência

Absoluta

Frequência

Relativa

Frequência

Absoluta

Frequência

Relativa

EC01

O shopping relata o valor econômico direto

gerado e distribuído? 44 100,0% 0 0,0%

EC02

O shopping relata as implicações financeiras

e outros riscos e oportunidades para as

atividades da organização em decorrência de

mudanças climáticas?

15 34,1% 29 65,9%

EC03

O shopping relata a cobertura das obrigações

previstas no plano de pensão de benefício

definido da organização?

7 15,9% 37 84,1%

EC04

O shopping relata o valor monetário total da

ajuda financeira recebida pela organização

de governos (benefícios e créditos fiscais,

subsídios, incentivos etc)?

3 6,8% 41 93,2%

EC05

O shopping realiza levantamento e relata a

variação da proporção no salário mais baixo,

discriminado por gênero, comparado ao

salário mínimo local em unidade

operacionais?

14 31,8% 30 68,2%

EC06

O shopping realiza levantamento e relata a

proporção de membros da alta direção

contratados na comunidade local em

unidades operacionais importantes?

4 9,1% 40 90,9%

EC07

O shopping realiza levantamento e relata o

nível de desenvolvimento de investimentos

significativos em infraestrutura e serviços

apoiados?

17 38,6% 27 61,4%

EC08

O shopping realiza levantamento de

exemplos identificados de impactos

econômicos indiretos significativos da

organização, tanto positivos como

negativos?

7 15,9% 37 84,1%

EC09

O shopping realiza levantamento e relata o

percentual do orçamento de compras e

contratos gasto de unidades operacionais

importantes que é gasto com fornecedores

locais (p. ex.: percentual de produtos

comprados e serviços contratados

localmente)?

18 40,9% 26 59,1%