PROGRAMA LEVANTAMENTOS GEOLÓGICOS BÁSICOS DO...

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PROGRAMA LEVANTAMENTOS GEOLÓGICOS BÁSICOS DO BRASIL COORDENAÇÃO NACIONAL DO PROGRAMA Inácio de Medeiros Delgado COORDENAÇÃO TEMÁTICA Nacional Análises Minerais Vânia N. de Araújo Mello Bases de Dados Ernesto von Sperling Biblioteca Tânia R. B. de M. Freire Editoração Afonso H. de Souza Lobo Financeira Idelmar da Cunha Barbosa Estratigrafia Augusto José Pedreira Geofísica Mário José Metelo Geologia Estrutural Geologia Econômica Geoprocessamento Geoquímica Geotectônica Hidrogeologia Litogeoquímica Metalogenia Petrologia Processamento de Dados Programa Grande Carajás Sensoriamento Remoto Treinamento Reginaldo Alves dos Santos Ódimo Francisconi Ricardo Moacyr de Vasconcellos Carlos Alberto C. Lins Atahualpa Valença Padilha Antônio de Souza Leal Emiliano Cornélio de Souza Inácio de Medeiros Delgado Luiz Carlos da Silva Gilberto G. da Vinha Orlando José B. de Araújo Sérgio M. S. Guerra Antônio José D. Rocha Regional Superintendência Regional de Belém Superindente Xafi da Silva Jorge João Gerente de Recursos Minerais Paulo Augusto da Costa Marinho Gerente de Administração e Finanças Maria da Gloria Cicalise de Souza Supervisor de Projetos Geologia Estrutural Petrografia e Petrologia Sensoriamento Remoto Geoquímica Geofísica Metalogenia Estratigrafia e Sedimentação Raimundo Geraldo Nobre Maia Orlando José Barros de Araújo Xafi da Silva Jorge João Armínio Gonçalves Vale Rômulo Simões Angélica Ruy Célio Martins José Maria de Azevedo Carvalho Raimundo Geraldo Nobre Maia FOLHA TURIAÇU/PINHEIRO Os créditos são da época da edição da folha (1995)

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PROGRAMA LEVANTAMENTOS GEOLÓGICOS BÁSICOS DO BRASIL

COORDENAÇÃO NACIONAL DO PROGRAMA

Inácio de Medeiros Delgado

COORDENAÇÃO TEMÁTICA

Nacional

Análises Minerais Vânia N. de Araújo MelloBases de Dados Ernesto von Sperling

Biblioteca Tânia R. B. de M. FreireEditoração Afonso H. de Souza LoboFinanceira Idelmar da Cunha Barbosa

Estratigrafia Augusto José PedreiraGeofísica Mário José Metelo

Geologia EstruturalGeologia Econômica

GeoprocessamentoGeoquímica

GeotectônicaHidrogeologia

LitogeoquímicaMetalogenia

PetrologiaProcessamento de DadosPrograma Grande Carajás

Sensoriamento RemotoTreinamento

Reginaldo Alves dos SantosÓdimo FrancisconiRicardo Moacyr de VasconcellosCarlos Alberto C. LinsAtahualpa Valença PadilhaAntônio de Souza LealEmiliano Cornélio de SouzaInácio de Medeiros DelgadoLuiz Carlos da SilvaGilberto G. da VinhaOrlando José B. de AraújoSérgio M. S. GuerraAntônio José D. Rocha

Regional

Superintendência Regional de Belém

Superindente Xafi da Silva Jorge JoãoGerente de Recursos Minerais Paulo Augusto da Costa Marinho

Gerente de Administração e Finanças Maria da Gloria Cicalise de SouzaSupervisor de Projetos

Geologia EstruturalPetrografia e PetrologiaSensoriamento Remoto

GeoquímicaGeofísica

MetalogeniaEstratigrafia e Sedimentação

Raimundo Geraldo Nobre MaiaOrlando José Barros de AraújoXafi da Silva Jorge JoãoArmínio Gonçalves ValeRômulo Simões AngélicaRuy Célio MartinsJosé Maria de Azevedo CarvalhoRaimundo Geraldo Nobre Maia

FOLHA TURIAÇU/PINHEIRO

Os créditos são da época da edição da folha (1995)

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Parte ICapítulo 1e 2

Parte IICapítulo 1,

1.1 e 1.2

1.3

Capítulo 2, 2.1

2.2

2.2.2.2.62.32.4

Capítulo 3

José Maria Nascimento PastanaCarlos Alberto Serra de Faria

José Maria Nascimento PastanaCarlos Alberto Serra de FariaMaria Telma Lins Faraco

José Maria Nascimento PastanaCarlos Alberto Serra de FariaJosé Maria Nascimento PastanaXafi da Silva Jorge JoãoEmiliano Cornélio de SouzaJosé Maria Nascimento PastanaCarlos Alberto Serra de FariaJosé Maria Nascimento Pastana

Ruy Célio MartinsJoão Batista Freitas de Andrade

Capítulo 44.3

Capítulo 5

Capítulo 6

Parte IIICapítulo 1

Capítulo 2

Eric dos Santos AraújoEric dos Santos Araújo

Maria Telma Lins Faraco

Abraham Serfaty

José Maria Nascimento PastanaXafi da Silva Jorge JoãoCarlos Alberto Serra de FariaRuy Célio MartinsEric dos Santos AraújoMaria Telma Lins Faraco

José Maria Nascimento PastanaRuy Célio MartinsEric dos Santos AraújoMaria Telma Lins Faraco

PROGRAMA LEVANTAMENTOS GEOLÓGICOS BÁSICOS DO BRASIL

PROJETO ESPECIAL MAPAS DE RECURSOS MINERAIS DE SOLOS E DEVEGETAÇÃO PARA A ÁREA DO PROGRAMA GRANDE CARAJÁS

SUBPROJETO RECURSOS MINERAIS

Executado pela CPRM – Serviço Geológico do BrasilSuperintendência Regional de Belém

ConsultorJoão Batista Sena Costa – UFPa

Coordenação Editorial a cargo daDivisão de Editoração Geral – DIEDIG

Departamento de Apoio Técnico – DEPAT

CRÉDITOS DE AUTORIA

Pastana, José Maria do Nascimento, org.Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil – PLGB: Turiaçu,

Folha SA.23-V-D [e] Pinheiro, Folha SA.23-Y-B. Estados do Pará e Maranhão.Escala 1:250.000 / Organizado por José Maria do Nascimento Pastana, – Bra-sília: CPRM/DIEDIG/DEPAT, 2001.

CR-ROM

Projeto especial mapas de recursos minerais de solos e de vegetação para aárea do Programa Grandes Carajás. Subprojeto Recursos Minerais.

Executado pela CPRM – Serviço Geológico do Brasil Superintendência Re-gional de Belém.

1. Geologia Econômica – Pará. 2. Geologia Econômica – Amazonas. 3. Eco-nomia Mineral – Pará. 4. Economia Mineral – Amazonas. 5. Mapeamento Geo-lógico – Amazonas. 7. Geomorfologia. 8. Metalogenia. I. CPRM – ServiçoGeológico do Brasil. II. Título

CDD 553.09811

P291

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COM PA NHIA DE PES QUI SA DE RE CUR SOS MI NE RAISSer vi ço Ge o ló gi co do Brasil

Di re tor- Pre si den te Umber to Ra i mun do Costa

Di re tor de Hi dro lo gia e Ges tão Ter ri to ri al Tha les de Qu e i roz Sampaio

Di re tor de Ge o lo gia e Re cur sos Mi ne rais Luiz Au gus to Bizzi

Di re tor de Ad mi nis tra ção e Fi nan ças Alfre do de Alme i da Pi nhe i ro Filho

Di re tor de Re la ções Ins ti tu ci o nais e Des en vol vi men to Pa u lo Anto nio Car ne i ro Dias

Che fe do De par ta men to de Ge o lo gia Car los Schobbenhaus

SU PE RIN TEN DÊN CIAS RE GI O NAIS

Su pe rin ten den te de Be lém José Armin do Pinto

Su pe rin ten den te de Belo Ho ri zon te Os val do Cas ta nhei ra

Su pe rin ten den te de Goi â nia Má rio de Car va lho

Su pe rin ten den te de Ma naus Fer nan do Pe rei ra de Car va lho

Su pe rin ten den te de Por to Ale gre Cla dis Antonio Pre sot to

Su pe rin ten den te de Re ci fe Mar ce lo Soa res Be zer ra

Su pe rin ten den te de Sal va dor José Car los Vi ei ra Gon çal ves da Sil va

Su pe rin ten den te de São Pau lo José Car los Gar cia Fer rei ra

Che fe da Re si dên cia de For ta le za Clo di o nor Car va lho de Araújo

Che fe da Re si dên cia de Por to Velho Rommel da Sil va Sousa

MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIASECRETARIA DE MINAS E METALURGIA

Mi nis tro de Esta do José Jor ge de Vas con ce los LimaSe cre tá rio Exe cu ti vo Luiz Gon za ga Le i te Pe raz zo

Se cre tá rio de Mi nas e Me ta lur gia Lu ci a no de Fre i tas Bor ges

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Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Folhas em ExecuçãoNA.19-Z Alto Rio Negro9

NA.20 Boa Vista8

SA.22-X-D Belém4

SB.22-X-B Rondon do Pará4

SC.20 Porto Velho8

SC.21-Z-A Ilha 24 de Maio1

SC.24-V-A-I Riacho Queimadas1

SD.22-Z-A Itapaci1

SD.22-Z-B Uruaçu1

SD.24-Y-B Ilhéus1

SE.22-V-A Guiratinga1

SE.23-Z-B-IV Serro1

SE.23-Z-D-I Conceição do Mato Dentro1

SF.23-Y Rio de Janeiro SW8

SG.22-X-B Itararé1

SH.22 Porto Alegre8

Folhas ImpressasBorda OesteCreporizão (Geoquímica)

NA.20-X Roraima Central9 (CD-ROM)NA.20-Y Serra Imeri1 (CD-ROM)NA.20-X-C-III Paredão1

NA.20-X-C-VI Serra do Ajarani1

NA.20-Z Caracaraí9

NB.20-Z-B-V Monte Roraima1

NB.20-Z-B-VI Monte Caburaí1

NB.20-Z-D-II Rio Quinô1

NB.20-Z-D-III Rio Cotingo1

NB.20-Z-D-V Vila Pereira1

NB.20-Z-D-VI Rio Viruquim1

NB.21-Y-A-IV Sem denominaçãoNB.21-Y-C-I Sem denominaçãoSA.20-V Rio Cuiuni1

SA.23-Z São Luís NE/SE8(CD-ROM)SA.23-Z-C Itapecuru-Mirim4

SA.22-Y-D Altamira4

SA.23-V-C Castanhal4 (CD-ROM)SA.23-V-D Turiaçu4

SA.23-V/Y São Luís SW/NW8

SA.23-X-C Cururupu4

SA.23-Y-B Pinheiro4

SA.23-Z-A São Luís4

SA.23-Y-D Santa Inês4

SA.24-Y-D-V Irauçuba3 (CD-ROM)SB.20-Z-B-VI Mutum1

SB.21-V-D Vila Mamãe Anã8(CD-ROM)SB.21-X-C Caracol8(CD-ROM)SB.21-Y-B Jacareacanga8(CD-ROM)SB-21-Z-A Vila Riozinho8(CD-ROM)SB.21-Z-C Rio Novo8 (CD-ROM)SB.22-Y-B São Félix do Xingu4

SB.22-X-C Serra Pelada4

SB.22-X-D Marabá4

SB.22-Z-A Serra dos Carajás4

SB.22-Z-B Xambioá4 (CD-ROM)SB.22-Z-C Xinguara4

SB.22-Z-C Xinguara4 (CD-ROMSB.22-Z-D Araguaína4 (CD-ROM)SB.23-V-A Açailândia4 (CD-ROM)SB.23-V-B Vitorino Freire4

SB.23-V-C Imperatriz4

SB.23-V-D Barra do Corda4

SB.23-X-A Bacabal4

SB.23-X-B Caxias1

SB.23-X-B Caxias4 (CD-ROM)SB.23-X-C Presidente Dutra4

SC.24-X Aracaju NE8 (CD-ROM)SB.24-Y Jaguaribe SW8(CD-ROM)SB.24.Z Jaguaribe SE8(CD-ROM)SB.24-V-C-III Crateús1

SB.24-V-D-V Mombaça1

SB.24-X-B/D Areia Branca/Mossoró2

SB.24-Y-B Iguatu1 (CD-ROM)SB.24-Y-B-II Catarina1

SB.24-Y-C-V Patos1 (PI)SB.24-Y-C-VI Simões1

SB.24-Z-B Caicó1

SB.24-Z-B-II Currais Novos3

SB.24-Z-B-V Jardim do Seridó3

SB.24-Z-C Serra Talhada1

SB.24-Z-C Serra Talhada1 (1999)SB.24-Z-C Serra Talhada1 (CD-ROM))SB.24-Z-C-VI Afogados da Ingazeira1

SB.24-Z-D-I Patos1 (PB)SB.24-Z-D-II Juazeirinho1

SB.24-Z-D-IV Monteiro1

SB.24-Z-D-V Sumé1

SB.25-V-C Natal2

SB.25-V-C-IV João Câmara1

SB.25-Y-C-V Limoeiro1

SC.20-V-B-V Porto Velho1

SC.20-V-C-V Abunã1

SC.20-V-C-VI Mutumparaná1

SC.20-V-D-I Jaciparaná1

SC.20-Z-C-V Paulo Saldanha1 (CD-ROM)SC.20-Z-C-VI Rio Pardo1 (CD-ROM)SC.22-X-A Redenção4 (CD-ROM)SC.22-X-B Conc. do Araguaia4 (CD-ROM)SC.23-Y-D Formosa do Rio Preto1

SC.23-X-D-IV Campo Alegre de Lourdes1

SC.23-Z-A/Y-B Curimatá/Corrente1

SC.23-Z-A/Y-B Curimatá/Corrente1 (CD-ROM)SC.23-Z-C Santa Rita de Cássica1

SC.24-V-A Paulistana1

SC.24-V-A-II Paulistana1

SC.24-V-A-III Santa Filomena1

SC.24-V-A-IV Barra do Bonito1

SC.24-V-A-V Afrânio1

SC.24-V-A-VI Riacho do Caboclo1

SC.24-V-B-IV Cristália1

SC.24-V-C Petrolina1

SC.24-V-C-III Petrolina1

SC.24-V-D Uauá2

SC.24-V-D-I Itamotinga1

SC.24-X-A Belém de S. Francisco1(CD-ROM)SC.24-X-C-V Santa Brígida1

SC.24-X-C-VI Piranhas1

SC.24-X-D-V Arapiraca1

SC.24-Y-B Senhor do Bonfim2

SC.24-Y-B-VI Euclides da Cunha3

SC.24-Y-C Jacobina2 (CD-ROM)SC.24-Y-C-V Morro do Chapéu1

SC.24-Y-D Serrinha1 (CD-ROM)SC.24-Y-D Serrinha2

SC.24-Y-D-II Gavião1

SC.24-Y-D-IV Mundo Novo1

SC.24-Y-D-V Pintadas1

SC.S4-Y-D-VI Serrinha1

SC.24-Z-A-II Jeremoabo1

SC.24-Z-A-III Carira1

SC.25-V-A-II Vitória de Santo Antão1

SD.21-Y-C-II Pontes e Lacerda1

SD.21-Z-A Rosário do Oeste2

SD.21-Z-C Cuiabá2

SD.22-X-D Porangatu2

SD.22-Z-B Uruaçu2

SD.22-Z-C Ceres2

SD.22-Z-C-II Morro Agudo1

SD.22-Z-C-V Goiás1

SD.22-Z-C-VI Itaguaru1

SD.22-Z-D Goianésia2

SD.22-Z-D-IV Jaraguá1

SD.22-Z-D-V Pirenópolis1

SD.23-X-B Ibotirama2

SD.23-X-C-V Coribe1

SD.23-X-D Bom Jesus da Lapa2

SD.23-Y-C Brasília2

SD.23-Y-D Buritis2

SD.23-Z-D-II Monte Azul3

SD.23-Z-D-IV Janaúba3

SD.23-Z-D-V Rio Pardo de Minas3

SD.24-V-A Seabra2 (CD-ROM)SD.24-V-A-I Seabra1

SD.24-V-A-II Utinga1

SD.24-V-A-V Lençóis1

SD.24-V-C Livramento do BrumadoSD.24-V-C-II Mucugê1

SD.24-Y-A Vitória da Conquista2

SD.24-Y-B-V Ibicaraí1

SD.24-Y-B-VI Itabuna1

SE.21-Y-D Corumbá1 (CD-ROM)SE.22-V-B Iporá2

SE.22-V-B Iporá1 (1999)SE.22-V-B Iporá1 (CD-ROM)SE.22-X-A São Luís de Montes Belos2

SE.22.X-A-II Sanclerlândia1(CD-ROM)SE.22-X-A-III Itaberaí1

SE.22-X-A-VI Nazário1

SE.22-X-B Goiânia2

SE.22-X-B Goiânia8 (1999)SE.22-X-B-I Nerópolis1

SE.22-X-B-II Anápolis1

SE.22-X-B-IV Goiânia1 (CD-ROM)SE.22-X-B-V Leopoldo de Bulhões1

SE.22-X-B-VI Caraíba1

SE.22-X-D Morrinhos2

SE.23-V-B São Romão2

SE.23-Z-B Guanhães2

SE.23-Z-C Belo Horizonte2

SE.23-Z-C-VI Belo Horizonte1 (CD-ROM)SE.23-Z-D Ipatinga2

SE.23-Z-D-IV Itabira1 (CD-ROM)SE.24-V-A Almenara2

SE.24-Y-C-V Baixo Guandu1

SE.24-Y-C-VI Colatina1

SF.21 Campo Grande 8 (CD-ROM)SF.21-V-B Aldeia Tomásia1 (CD-ROM)SF.21-V-D Porto Murtinho1 (CD-ROM)SF.21.X.A Aquidauana1

SF.23-V-D-V-4 São Gonçalo do Sapucaí1

SF.23-X-B-I Mariana1

SF.23-X-B-II Ponte Nova1

SF.23-X-B-IV Rio Espera1

SF.23-X-C-III Barbacena1

SF.23-X-C-VI Lima Duarte1

SF.23-X-D-I Rio Pomba1

SF.23-Y-B-II-2 Heliodora1

SF.24-V-A-II Afonso Cláudio1

SF.24-V-A-III Domingos Martins1

SF.24-V-A-V Cachoeiro de Itapemirim1

SF.24-V-A-VI Piúma1

SG.22-X-D-I Curitiba8 (CD-ROM)SG.22-Z-B Joinville2

SG.22-Z-D-I-2 BotuveráSG.22-Z-D-II-1 Brusque1

SG.22-Z-D-V Florianópolis1

SG.22-Z-D-VI Lagoa1

SH.22-V-C-IV Santa MariaSH.22-X-B-IV Criciúma1 (CD-ROM)SH.22-Y-A Cachoeira do Sul2

SH.22-Y-A Cachoeira do Sul2 (CD-ROM)SH.22-Y-C Pedro Osório1 (CD-ROM)SH.22-Y-A-I-4 Passo do Salsinho1

SH.22-Y-B Porto Alegre1

2 Geol. e Rec. Min. do E. de Sergipe (CD-ROM)

Folhas em EditoraçãoSB.22-Y-B São Félix do Xingu4

SA.23-V-D e Y-B Turiaçu/Pinheiro4

SB.22-X-D Marabá4

Geol. e Rec. Min. da Província do Tapajõs4

SC.24-Z Aracaju SW8

SC.24-Z Aracaju SE8

SB.22-Z-A Serra dos Carajás4

SB.22-X-C Serra Pelada4

1Levantamento Geológico/Geoquímico/Metalogenético nas escalas 1:500.000, 1:250.000, 1:100.000, 1:50.000; 2Mapas Metalogenéticos e de Previsão deRecursos Minerais escala 1:250.000; 3Mapas de Previsão de Recursos Hídricos Subterrâneos escala 1:100.000; 4Projeto Especial Mapas de RecursosMinerais, de Solos e de Vegetação para a Área do Programa Grande Carajás – Subprojeto Recursos Minerais; 5Levantamento geológico visando ao meioambiente; 6Levantamentos aerogeofísicos; 7Integração geológica/geoquímica de regiões metropolitanas; 8Integração geológico/metalogenética nas escalas1:500.000 e 1:250.000; 9Mapeamento Geológico/Metalogenético da Região Amazônica na escala 1:500.000.

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Folhas Concluídas

NA.20-X-B Uraricoera2

NA.21-V-A Conceição do Maú2

NA.20-X-D Boa Vista2

NA.20-Z-B- Caracaraí2

NB.20-Z-B eNB.21-Z-A Monte Roraima2

NB.20-Z-D Vila Surumu2

NB.21-Y-C Rio Maú2

NA.21-Z-B Rio Citaré2

NA.22-V-B Rio Oiapoque2

NB.22-Y-D Cabo Orange2

NA.22-V-D Lourenço2

NA.22-Y-A Serra do Tumucumaque2

NA.22-Y-B Rio Araguari2

NA.22-Y-D Macapá2

SA.21-X-B Rio Maicuru2

SA.24-Y-A Parnaíba2

SA.24-Y-B Acarau2

SA.24-Y-C Granja2

SA.24-Y-D Sobral2

SA.24-Z-C Fortaleza2

SB.22-X-C Rio Itacaiúnas2

SB.22-X-D Marabá2

SB.22-Z-A Rio Paraopebas2

SB.24-V-A Piripiri2

SB.24-V-B Quixadá2

SB.24-V-C Crateús2

SB.24-V-D Quixeramobim2

SB.24-X-A Aracati2

SB.24-X-C Morada Nova2

SB.24-Y-A Valença do Piauí2

SB.24-Y-B Iguatu2

SB.24-Y-C Picos2

SB.24-Y-D Juazeiro do Norte2

SB.24-Z-A Souza2

SB.24-Z-B Caicó2

SB.24-Z-D Patos2

SB.25-Y-A Cabedelo2

SB.25-Y-C João Pessoa2

SC.20-V-C Abunã2

SC.20-V-D Ariquemes2

SC.20-Y-B Alto Jamari2

SC.20-Y-D Serra dos Uopianes2

SC.20-Z-A Rondônia2

SC.20-Z-B Rio Branco2

SC.20-Z-C Presidente Médici2

SC.20-Z-D Pimenta Bueno2

SC.21-Z-B Vila Guarita2

SC.22-X-D Miracema do Norte2

SC.22-Z-B Porto Nacional2

SC.22-Z-D Gurupi2

SC.23-X-D São Raimundo Nonato2

SC.23-Y-C Natividade2

SC.23-Z-B Xique-Xique2

SC.23-Z-D Barra2

SC.24-V-A Paulistana2

SC.24-V-B Salgueiro2

SC.24-X-A Floresta2

SC.24-X-B Garanhuns2

SC.24-X-C Paulo Afonso2

SC.24-X-D Santana do Ipanema2

SC.24-Y-A Mirangaba2

SC.24-Z-A Jeremoabo2

SC.24-Z-B/D Aracaju/Estância2

SC.24-Z-C Tobias Barreto2

SC.25-V-A Recife2

SC.25-V-C Maceió2

SD.20-V-B Príncipe da Beira2

SD.20-X-A Pedras Negras2

SD.20-X-B Vilhena2

SD.20-X-C Ilha do Sossego2

SD.20-X-D Pimenteiras2

SD.21-Y-C Mato Grosso2

SD.21-Y-D Barra do Bugres2

SD.22-X-A Araguaçu2

SD.22-X-B Alvorada2

SD.22-X-C São Miguel do Araguaia2

SD.22-Y-D Barra do Garças2

SD.22-Z-A Mozarlândia2

SD.23-V-A Arraias2

SD.23-V-C Campos Belos2

SD.23-X-A Barreiras2

SD.23-X-C Santa Maria da Vitória2

SD.23-Y-A São João d'Aliança2

SD.23-Z-A Manga2

SD.23-Z-B Guanambi2

SD.24-V-A Seabra2

SD.24-V-B Itaberaba2

SD.24-V-D Jequié2

SD.24-X-C Jaguaribe2

SD.24-X-A Salvador2

SD.24-Y-B Ilhéus2

SD.24-Z-A Itacaré2

SD.24-Y-C Rio Pardo2

SD.24-Y-D Itapetinga2

SD.24-Z-C Canavieiras2

SE.21-V—D-V Morraria do Ínsua1

SE.21-Y-B-II Lagoa de Mandioré1

SE.21-Y-B-III Amolar1

SE.23-V-A Unaí2

SE.23-V-C Paracatu2

SE.23-V-D João Pinheiro2

SE.23-X-A Montes Claros2

SE.23-X-B Araçuaí2

SE.23-X-C Pirapora2

SE.23-X-D Capelinha2

SE.23-Y-A Patos de Minas2

SE.23-Y-B Três Marias2

SE.23-Y-C Uberaba2

SE.23-Y-D Bom Despacho2

SE.23-Z-A Curvelo2

SE.24-V-C Teófilo Otoni2

SE.24-Y-A Governador Valadares2

SE.24-Y-C Colatina2

SF.21-V-B Baía Negra2

SF.21-X-A Miranda2

SF.23-V-A-II.2 Rio São Lourensinho7

SF.23-V-A-III.1 Itanhaem7

SF.23-V-A-III.2 Mangagua7

SF.23-Y-A-V.4 Campinas7

SF.23-Y-A-VI.3 Valinhos7

SF.23-Y-C-II.2 Indaiatuba7

SF.23-Y-C-II.4 Cabreúva7

SF.23-Y-C.III.1 Jundiaí7

SF.23-Y-C-III.2 Atibaia7

SF.23-Y-C-III.3 Santana do Parnaíba7

SF.23-Y-C-III.4 Guarulhos7

SF.23-Y-C-V.2 São Roque7

SF.23-Y-C-V.4 Juquitiba7

SF.23-Y-C.VI.1 Itapecerica da Serra7

SF.23-Y-C-VI.2 São Paulo7

SF.23-Y-C-VI.3 Imbu-Guaçu7

SF.23-Y-C-VI.4 Riacho Grande7

SF.23-Y-D-I.1 Piracaia7

SF.23-Y-D-I.2 Igaratá7

SF.23-Y-D-I.3 Itaquaquecetuba7

SF.23-Y-D-I.4 Santa Isabel7

SF.23-Y-D-II.3 Jacareí7

SF.23-Y-D-IV.1 Suzano (Mauá)7

SF.23-Y-D-IV.2 Mogi das Cruzes7

SF.23-Y-D-IV.3 Santos7

SF.23-Y-D-IV.4 Bertioga7

SF.23-Y-D-V.1 Salesópolis7

SF.23-Y-D-V.2 Pico do Papagaio7

SF.23-V-A Franca2

SF.23-V-B Furnas2

SF.23-V-C Ribeirão Preto2

SF.23-V-D Varginha2

SF.23-X-A Divinópolis2

SF.23-X-B Ponte Nova2

SF.23-X-C Barbacena2

SF.23-X-D Juiz de Fora2

SF.23-Y-A Campinas2

SF.23-Y-B Guaratinguetá2

SF.23-Y-C São Paulo2

SF.23-Y-D Santos2

SG.22-X-A Telêmaco Borba2

SG.22-X-B Itararé2

SG.22-X-C Ponta Grossa2

SG.22-X-D Curitiba2

SG.23-V-C Cananéia2

SG.23-V-A Iguape2

SG.22-Z-D Florianópolis2

SH.21-Z-D Bagé2

SH.21-Z-B São Gabriel2

SH.22-X-B Criciúma2

SH.22-Y-D Pelotas2

SH.22-Z-C Mostarda2

SI.22-V-A Jaguarão2

Memória Técnica

� Mapas de serviço disponíveis para cópias heliográficas (*)� Disquetes de computador com análises químicas, petrográficas, mineralógicas etc (*)� Sistema de Informações em Recursos Naturais – SIR (**)� Bases de Dados:

GEOB e GTM – Bibliografia SIGEO – Projetos de Geologia, Geoquímica e GeofísicaMETA – Ocorrências Minerais SISON – Dados de SondagemAFLO – Descrição de Afloramento DOTE – Acervo Bibliográfico da CPRMPETR – Análises Petrográficas PROJ – Carteira de Projetos da CPRM

Locais de acesso: (*) DNPM: Brasília e Distrito Regional; (**) Brasília e Distritos Regionais e CPRM: Rio de Janeiro

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Departamento de Apoio TécnicoSabino Orlando C. Loguércio

Divisão de CartografiaPaulo Roberto Macedo Bastos

Divisão de Editoração GeralValter Alvarenga Barradas

EQUIPES DE PRODUÇÃO

Cartografia Digital

Afonso Henrique S. LoboCarlos Alberto da Silva Copolillo

Leila Maria Rosa de AlcantaraLuiz Cláudio Ferreira

Carlos Alberto Ramos Luiz Guilherme de Araújo FrazãoElcio Rosa de Lima Marco Antonio de Souza

Hélio Tomassini de O. Filho Maria Luiza PoucinhoIvan Soares dos Santos Marília Santos Salinas do RosárioIvanilde Muniz Caetano Paulo José da Costa Zilves

João Batista Silva dos SantosJoão Carlos de Souza Albuquerque

Regina de Sousa RibeiroRisonaldo Pereira da Silva

Jorge de Vasconcelos Oliveira Wilhelm Petter de Freire BernardJosé Carlos Ferreira da Silva Julimar de Araújo

José Pacheco Rabelo

Editoração

Antonio Lagarde Pedro da SilvaJean Pierre Souza Cruz Sandro José Castro

José Luiz Coelho Sergio Artur GiaquintoLaura Maria Rigoni Dias

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RESUMO

A folha Turiaçu/Pinheiro ocupa uma superfíciecom cerca de 32.000 Km2, abrangendo parte donordeste do Pará e do noroeste do Maranhão. Com-preende quatro domínios geomorfológicos, deno-minados Planície Alúvio-Coluvionar, Zona de Pla-tôs, Pediplano e Relevo Residual.

Geologicamente, pode ser compartimentada emtrês grandes províncias geotectônicas, relaciona-das ao Terreno Granito “Greenstone” do Noroestedo Maranhão, Cinturão de Cisalhamento Tentugal eBacias Sedimentares.

O Terreno Granito-"Greenstone", bem caracteri-zado na porção setentrional da área, é constituídopor pequenas faixas de rochas supra-crustais, denatureza metavulcano-sedimentar e provável ida-de Arqueana/Proterozóico Inferior (Grupo Aurizo-na), separadas por plútons de granitóides com di-mens•es batolíticas (Suíte Tromaí), mostrando, regi-onalmente, características ígneas preservadas.

O Cinturão Tentugal constitui uma extensa faixade tectonitos com orientação NW-SE, com cercade 85 Km de extensão e largura média de 35 Km, si-

tuada imediatamente a sul do terreno granito-"gre-enstone". Sua geometria interna é definida porfrações lenticulares de rochas de alto, médio e bai-xo graus metamórficos, sendo sua estruturaçãomaior constituída por dois domínios estruturais, re-presentados por sistemas imbricado e transcorren-te, incorporando, ambos, cinemática essencial-mente sinistral. Geneticamente, a evolução do cin-turão acha-se relacionada à atuação de um regimetectônico compressivo oblíquo, com movimen-tação de massa de SW para NE.

As bacias sedimentares estão representadas pordois embaciamentos do Proterozóico Médio/Superi-or, uma pequena fração de uma bacia paleozóica,além de dois grabens meso-cenozóicos.

O ouro é a principal vocação metalogenética daregião, destacando-se dezenas de depósitos ouocorrências, algumas das quais conhecidas desdeo século XVII. Podem, também, ser destacadas im-portantes ocorrências de bauxita fosforosa e mate-riais de construção, além de ilmenita, manganês eturfa.

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ABSTRACT

The Turiaçu/Pinheiro sheet, with at about32.000 Km2, comprises the northeastern and north-western part of the Pará and Maranh_o States, re-spectively. It presents four geomorphologic do-mains so-called Aluvio-Coluvionar Plain, PlateauZone, Pediplane and Residual Relief.

Geologically, it’is divided into three greatgeotectonic provinces related to the NorthwesternMaranh_o Granite-Greenstone Terrain, TentugalShear Belt And the Sedimetary Basins.

The Granite-Greenstone Terrain presents smallstrips of supracrustal rocks of the metavolcan-ic-sedimentary nature, presenting, aproximatively,an Archean/Lower Proterozoic age (ArizonaGroup), separated by granitoid batholitic plutons(Tromaí Suite) which shows, regionally, some pre-served igneous features.

The Tentugal Belt consists of a linear tectoniczone slowing a NW-SE orientation, with at about

85 km of length and 35 km of width, located in thesouth of the Granite-Greenstone Terrain. The in-ternal geometry presents lenticular rock frac-tions of high, medium and low metamorphicgrades. Genetically, the belt evolution is relatedto the oblique compressive tectonic regimewhose mass transportation on Was from SW toNE.

The Sedimetary Basins are represented by twoUpper/Middle Proterozoic basins, a small portion ofa paleozoic basin, and two meso-cenozoicgrabens.

Gold is the main metalogenetic vocation withtens of markelly deposits and occurrences,some of which known since the XVII century. Italso maybe cited the existance of importantphosphorous bauxite occurrences, as well asraw materials, ilmenite, manganese and peat oc-currences.

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APRESENTAÇÃO

Em função da reconhecida potencialidade daregião abrangida pelo Programa Grande Carajás, oGoverno brasileiro resolveu desenvolver, naquelaárea, uma ação interministerial que objetivasse,fundamentalmente, o levantamento das informa-ções necessárias à orientação de um processo deocupação racional, através do zoneamento do usoda terra. Com essa ação integrada, buscou-se ummelhor conhecimento das características socio-econômicas da região, a fim de amenizar os pro-cessos de degradação ambiental, bem como mini-mizar os riscos nas investimentos em projetos nasáreas de exploração mineral, agropecuária e flo-restal.

Dentre os vários componentes básicos dessePrograma, coube ao Ministério das Minas e Ener-gia a execução do “Projeto Especial Mapas de Re-cursos Minerais, de Solos e de Vegetação para aÁrea do Programa Grande Carajás, - SubprojetoRecursos Minerais” (figura I.1.1). O referido Sub-projeto foi inicialmente executado pelo sistema De-partamento Nacional da Produção Mineral - DNPM(hoje SEMIN)/ Companhia de Pesquisa de Recur-sos Minerais - CPRM, através de suas unidades re-gionais. Presentemente sua execução acha-se acargo unicamente da CPRM.

Os dados apresentados neste Relatório foramobtidos através do Projeto Turiaçu/Pinheiro, que éparte integrante do já mencionado Subprograma.

SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

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Figura I.1.1 – Localização da área

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Esse Projeto, executado pela Superintendência Re-gional de Belém, envolveu o mapeamento geológi-co, na escala 1:250.000, de uma área com aproxi-madamente 32.000km², localizada nas porçõesnordeste do Pará e noroeste do Maranhão, corres-pondendo às folhas SA.23-V-D (Turiaçu) eSA.23-Y-B (Pinheiro).

O presente relatório é apresentado em um volu-me, contendo o texto e os mapas geológicos e me-talogenético/previsionais, além de ilustrações di-versas. A documentação técnica restante (cartastemáticas, fichas de campo, resultados de análisesetc) poderá ser adquirida através dos arquivos daCPRM.

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Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

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ASPECTOS GERAIS DA REGIÃO

2.1 LocalizaçÃo e Acesso

A área do Programa Grande Carajás se extendepor 840.000km², abrange parte dos estados do Pará,Maranhão e Tocantins, e é limitada aproximadamentepelos paralelos de 0�00’e 9�00’S e os meridianos de42�00’ e 52�30’ WGr. Essa região compreende 68 fo-lhas na escala 1:250.000, de acordo com o corte pa-drão internacional, cada uma com formato de 01�30’x01�00’, o que corresponde a uma superfície com cer-ca de 18.000km² (figura I 2.1).

As folhas Turiaçu e Pinheiro são partes integran-tes desse programa e são consideradas, para ter-mos operacionais, formando um conjunto único,denominado Folha Turiaçu/Pinheiro. Está limitadaao norte pelo oceano Atlântico e ao sul pelo parale-lo de 03o00’S, bem como pelos meridianos de45o00’ e 46o30’ WGr, a leste e a oeste, respectiva-mente, aproximadamente na região limítrofe entreos estados do Pará e Maranhão. De acordo com asnormas da Carta Internacional ao Milionésimo, re-cebem as denominações de SA.23-V-D (Turiaçu) eSA.23-Y-B (Pinheiro) (figura I.2.2).

As principais vias de acesso são as rodoviasBR-316 (Pará/Maranhão), PA-25, MA-106 eMA-008, além das vias naturais, representadas pe-

los rios Gurupi, Maracaçumé, Turiaçu e Pericumã.(figura I.2.3).

2.2 Aspectos Socioeconômicos

Na área do Projeto destacam-se as cidades deViseu, no Estado do Pará, além de Pinheiro, Turiaçue Cândido Mendes, no Estado do Maranhão.

Viseu, situada à margem esquerda do rio Gurupi,próximo à foz, é ligada à capital do Estado atravésde rodovia asfaltada. Dispõe de rede de energiaelétrica, escolas de 1º e 2º grau, agências de ban-cos, estação repetidora de televisão e serviço detelefone interurbano.

Pinheiro é a mais importante cidade da BaixadaMaranhense e fica localizada na região dos lagosdo baixo curso do rio Pericumã, tendo na criaçãode gado sua principal fonte de recursos; conta comagências de bancos, escolas de 1º e 2º grau, esta-ção de televisão e serviço de telefone interurbano.Está ligada à rede rodoviária federal através de es-trada de rodagem pavimentada, contando, ainda,com pista de pouso para jatos comerciais.

A cidade de Turiaçu, localizada na foz do rio ho-mônimo, foi outrora importante pólo de produção

SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

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Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Figura I.2.1 – Cobertura cartográfica, na escala 1:250.000.

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SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

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Figura I.2.2 – Vias de acesso.

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de algodão e óleo de babaçu, tendo atualmentesua economia embasada na indústria pesqueira ena pecuária. É servida por um posto de serviço doBanco do Brasil, escola de 1º grau e pista de pousopara aviões bimotores.

Cândido Mendes, situada na margem do rio Ma-racaçumé, serviu nas décadas de 30 e 40 comoponto de apoio aos garimpeiros que trabalharam osdepósitos auríferos de Aurizona; atualmente, vive deuma atividade agropecuária de subsistência. Dis-põe de serviço de telefone interurbano, agência debanco e pista de pouso para pequenas aeronaves.

Outros pontos de apoio são as cidades de Caru-tapera, Luís Domingues, Godofredo Viana e SantaHelena, todas no Estado do Maranha.

2.3 Metodologia de Trabalho e AtividadesDesenvolvidas

A sistemática de execução do Projeto obede-ceu aos processos metodológicos desenvolvidospela CPRM para o seu “Programa de LevantamentoGeológicos Básicos” (PLGB), associados às técni-cas obtidas a partir da elaboração de Cartas Meta-logenéticas, para todo o território nacional. Basica-mente, constou de quatro fases, em parte integra-das: uma fase inicial, de pesquisa bibliográfica e in-terpretação de fotos aéreas convencionais, alémde imagens de satélite e radar, que se estendeu portodo o desenvolvimento do Projeto; dois períodosde atividades de campo, durante os quais foramexecutados os perfis geológicos e a amostragemgeoquímica; a fase de análises petrográficas, quí-micas e geoquímicas; e, a fase final de integração,redação e montagem deste Relatório, contendo asinformações de cunho geológico-metalogenéticomais importantes da região.

A pesquisa bibliográfica constou de três etapas:aquisição de documentação; análise da bibliogra-fia obtida; confecção de mapas com cultura geoló-gica atualizada e elaboração da lista dos recursosminerais.

A etapa de aquisição da documentação consis-tiu no levantamento completo e aquisição de todasas informações sobre a geologia e os recursos mi-nerais da região. Todo o acervo dessa documen-tação foi obtido de trabalhos anteriores, dentro doslimites da Folha ou nas regiões circunvizinhas.Constam de trabalhos de caráter regional, local, decunho genérico ou específico. Foram utilizadospara essa coleta de informações os relatórios deprojetos de mapeamento regional, teses acadêmi-

cas, boletins, artigos de periódicos, livros e qual-quer tipo de publicação que fizesse referência àregião.

Durante a etapa de aquisição de documentaçãobásica, foram consultadas as bibliotecas daCPRM/SUREG-BE, do DNPM/5º Distrito, do Centrode Geociências da Universidade Federal do Pará,do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Soci-al do Pará-IDESP e do Museu Emílio Goeldi.

Na etapa de análise bibliográfica foram efetua-dos resumos e análises críticas do acervo, além deuma listagem dos recursos minerais referenciados.

Após a coleta e a análise detalhada de toda a do-cumentação obtida foram elaborados: o mapa dacultura geológica atualizada até a época do levan-tamento (sem interpretações dos autores do pre-sente trabalho), o mapa de compilação bibliográfi-ca, o mapa de estações geológicas, o mapa geo-químico e o mapa de ocorrências minerais.

Durante a fase de fotointerpretação, obser-vou-se que a região abrangida pela Folha Turia-çu/Pinheiro compreende uma superfície arrasada esuavemente ondulada, na qual se destacam algu-mas feições de relevo mais expressivo. Essa paisa-gem, de topografia dominantemente monótona,apresenta grandes limitações à utilização do tradi-cional método das chaves, rotineiramente empre-gado nos trabalhos fotointerpretativos executadosna CPRM, principalmente quando utilizadas, ape-nas, imagens de radar e de satélite. Considerandoesse fato, assumiu grande importância na cons-trução do quadro geológico-fotointerpretativo, autilização de fotografias aéreas, as quais foram es-tudadas em detalhe, utilizando-se os critérios dita-dos pelo método de Análise Lógica e Sistemática,proposta por SOARES & FIORI (1976).

Essa metodologia consiste no estudo detalhadodo relevo e da drenagem, que constituem os princi-pais fatores para a obtenção de informações geoló-gicas, a partir de imagens fotográficas. Na análisedo relevo, efetuou-se inicialmente a foto-leitura, queconstitui um exame geral das feições morfológicas;a etapa seguinte foi o reconhecimento dos peque-nos elementos de relevo, seguindo-se o traçadosistemático dos mesmos. Foram traçados, primei-ramente, os elementos estruturais positivos (line-ações positivas), seguindo-se as lineações negati-vas, e, finalmente as lineações discretas (perpendi-culares às anteriores).

A associação desses elementos permitiu a carac-terização de diversas zonas homólogas, as quais,apoiadas pelos dados bibliográficos, ensejaram a in-dividualização de distintas unidades fotogeológicas.

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Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

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As atividades de campo consistiram, fundamen-talmente, na execução de grandes perfís geológi-cos, utilizando-se as rodovias, estradas e caminhosexistentes na região, além de alguns cursos d’águade grande porte. De fundamental importância parao entendimento do arcabouço tectono-geológicoregional foram os perfís realizados ao longo dosrios Gurupi e Maracaçumé, notadamente no primei-ro, que secciona transversalmente uma importanteprovíncia geotectônica denominada Cinturão deCisalhamento Tentugal.

Os trabalhos de campo foram realizados pelosgeólogos José Maria do Nascimento Pastana, Car-los Alberto Serra de Faria e Expedito Jorge SousaCosta, contando ainda com a participação do geó-logo Xafi da Silva Jorge João. Concomitante ao ma-peamento geológico, foi efetuada uma prospecçãogeoquímica de caráter estratégico, nos extremossudoeste da Folha SA.23-V-D (Turiaçu) e noroesteda Folha SA.23-Y-B (Pinheiro).

Durante a fase analítica, as amostras de rochaspreviamente selecionadas foram submetidas a es-tudos petrográficos, além de análises químicas egeoquímicas.

As seções delgadas foram estudadas pelos geó-logos Xafi da Silva Jorge João e Suely Serfaty, en-quanto as análises químicas e geoquímicas foramrealizadas no LAMIN e, eventualmente, nos labora-tórios da GEOSOL. Os sedimentos de corrente esolos foram submetidos às análises geoquímicas,enquanto que nos concentrados de bateia foramrealizadas análises mineralógicas (visual e semi-quantitativa).

A fase final consistiu na integração de todos osdados obtidos nas fases anteriores, culminandocom a elaboração deste Relatório.

2.4 Fisiografia

Segundo o Atlas Climatológico da Amazônia Bra-sileira (SUDAM/1984), na região predomina um cli-ma tipo Am, que é caracterizado como quente e úmi-do de monção, com precipitação excessiva durantealguns meses, o que compensa a ocorrência de umou dois meses de precipitação inferior a 60mm. Aestação mais seca vai de julho a novembro, com pe-ríodo de chuva nos demais meses, quando atinge2.500mm anuais. A variação média de temperaturasitua-se entre 26oC e 32oC, enquanto a umidade re-lativa do ar oscila entre 85 e 95%.

A rede hidrográfica é caracterizada por rios semconexão com as grandes bacias brasileiras, os

quais desaguam diretamente no oceano Atlântico.Apresentam embocaduras largas, sob forma detrombetas, o que torna evidente a relação da for-mação da costa à submergência de uma regiãodrenada por vales normais, caracterizando umacosta do tipo rias. As drenagens principais são osrios Gurupi, Maracaçumé, Turiaçu e Piriá. Em se-gundo plano, os rios Pericumã, Tromaí e Paraná;este, afluente do Turiaçu. Via de regra, são rios na-vegáveis somente por embarcações de pequenoporte, em função da presença de trechos encacho-eirados e/ou pelas pequenas profundidades queapresentam, a despeito da influência das grandesmarés que afetam esta porção da costa brasileira.

A vegetação apresenta quatro tipos principais,além daquele resultante da atividade humana, aliásbastante intensa e devastadora, nessa região, con-forme pode ser observada nas imagens de satélitetomadas em 1985. A Hiléia Amazônica ainda podeser contemplada, principalmente nas áreas de re-servas indígenas, com toda a exuberância de seustipos característicos; os babaçus, típicos das terrasmaranhenses; campos naturais, que ocorrem prin-cipalmente na região de Turiaçu e Pinheiro; e, ascoberturas vegetais dos mangues e das praias queocorrem em toda a orla Atlântica.

Com relação aos tipos de solos que ocorrem naregião , o Projeto Gurupi (COSTA et al) registrouinúmeras unidades edafológicas, ocorrendo emassociações ou individualizadas. Dentre as maisimportantes, podem ser destacadas: o LatossoloAmarelo e Vermelho/Amarelo, Podzólico Verme-lho/Amarelo, Concrecionário Laterítico, Terra RoxaEstruturada, Laterita Hidromórfica, Solos Aluviais,Solos Indiscriminados de Mangue etc.

Durante a execução dos trabalhos de campo doProjeto, foi constatada a ocorrência de extensascoberturas lateríticas, desenvolvidas sobre as di-versas unidades litoestratigráficas que ocorrem naregião.

Nas áreas de ocorrência do Grupo Gurupi (prin-cipalmente), foi observado que a alteração intem-périca da sequência metavulcano-sedimentar foiresponsável pela formação de perfís lateríticospouco evoluídos, do tipo plintito/petroplintito, co-mumente encontrados na Região Amazônica e noNordeste (segundo COSTA, 1982). Esses perfísestão caracterizados por um horizonte argiloso, decoloração vermelho-tijolo (às vezes arroxeado),com manchas amareladas e esbranquiçadas, mos-queado, denominado de “plintito”, geralmente re-coberto por um nível concrecionário ou mesmouma crosta ferruginosa, correspondendo ao “petro-

SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

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plintito”. Acima, é comum a ocorrência de um soloamarelado, areno-argiloso, possivelmente trans-portado, bem como nódulos e cocreções ferrugino-sas (“Stone-lines”) transportadas, oriundas do des-mantelamento do horizonte petroplintítico. No hori-zonte mosqueado, (plintito) são comumente obser-vadas estruturas reliquiares dos metamorfitos doGrupo Gurupi, notadamente foliações e lineações.

Esses perfís lateríticos pouco evoluídos (plinti-to/petroplintito) podem ser bem observados naregião garimpeira do Chega Tudo, na porçãooes-sudoeste da área do Projeto.

Nas áreas de predomínio dos granitóides (SuíteTromaí, Complexo Maracaçumé etc), bem comonos domínios das unidades sedimentares (for-mações Itapecuru, Barreiras etc), são comumenteobservados perfís lateríticos bem evoluídos, comseus horizontes, argiloso (na base), aluminoso eferruginoso, conforme já assinalado por COSTA(1984).

2.5 Geomorfologia

A interação dos trabalhos fotointerpretativoscom os dados obtidos no campo, permitiu relacio-nar as diversas formas de relevo existentes naregião com diferentes unidades estratigráfi-co-estruturais. A morfologia observada resulta daatuação de diversos ciclos erosivos sobre tipos lito-lógicos distintos, os quais, em função de suas: na-tureza, estrutura e composição, responderam deforma mais ou menos diferenciada aos processosdegradacionais. A intensidade de atuação dessesprocessos estabeleceu uma profunda denudaçãoem toda a região, levando à formação de uma pai-sagem em geral monótona, representada por umasuperfície pediplanizada, da qual se destacam al-gumas regiões com relevo mais expressivo.

Podem ser observadas desde paisagens total-mente planas até relevos fortemente ondulados,constituindo zonas com características morfológi-cas distintas, consideradas como domínios geo-morfológicos, assim compartimentados: PlanícieAlúvio-Coluvionar; Zona de Platôs; Pediplano; Rele-vo Residual.

A Planície Alúvio-Coluvionar constitui uma super-fície plana, horizontalizada, de baixa altitude, cons-tituída por sedimentos inconsolidados que repre-sentam as aluviões e coluviões observados naregião.

As formas aluvionares têm amplas exposiçõesno extremo-norte da área, constituindo uma típica

planície costeira, de grande extensão, o que consti-tui um dos mais belos exemplos mundiais de umaplanície costeira construída pela interação das cor-rentes de maré.

Nessa região, desenvolve-se extensa zona demangue, representada por uma área baixa e panta-nosa, sujeita à ação das marés; o mangue e a siriu-ba constituem a vegetação característica dessazona.

No interior do continente, as formas aluviona-res estão bem caracterizadas nos terraços quese desenvolvem ao longo dos flats dos principaiscursos d’água, notadamente nos baixos/médioscursos dos rios Turiaçu, Paraná e Pericumã, noflanco leste da Folha Pinheiro, bem como em al-guns trechos dos rios Gurupi e Maracaçumé, en-tre outros.

As áreas coluvionares constituem também su-perfícies planas e horizontalizadas, levemente al-çadas em relação às aluviões adjacentes, comopode ser bem observado no interflúvio Turiaçu-Pe-ricumã, onde a cobertura coluvionar é bastante ex-tensa.

A Planície Alúvio-Coluvionar é constituída por se-dimentos inconsolidados, de idade quaternária,oriundos do retrabalhamento de litologias mais an-tigas. Nas imagens de radar, está bem caracteriza-da por relevo plano e textura lisa, além de situar-senos níveis topográficos de menor expressão, den-tro da área estudada.

A Zona de Platôs tem sua ocorrência restrita àporção centro-sul da área, nas cabeceiras do rioTuriaçu. É caracterizada pela presença de peque-nas formas relíctas, com altitude ao nível dos 50m,testemunhos de uma antiga superfície de erosão,da qual restaram apenas alguns morrotes de formaalongada, de bordos abruptos e fortemente revina-dos, que se destacam da paisagem monótona dopediplano regional.

À essa unidade geomorfológica estão associadasas rochas sedimentares das formações Itapecuru(Cretáceo) e Barreiras (Terciário), sendo que COSTAet al (1975) empregaram para a mesma a denomina-ção de Superfície Barreiras, relacionando-a aos apla-inamentos do Ciclo Velhas (KING, 1956), que teriamatuado na região a partir do Terciário Superior. Umaoutra zona de ocorrência desses baixos platôs si-tua-se na porção centro-leste da Folha Pinheiro, nodivisor de água Turiaçu-Pericumã.

O Pediplano constitui uma superfície bastantedissecada, suavemente ondulada, esculpida prin-cipalmente nos metamorfitos do Complexo Mara-caçumé e nos granitóides da Suíte Intrusiva Tro-

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Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

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maí. É a unidade geomorfológica de maior repre-sentatividade na área, ocupando cerca de 70% damesma. O relevo mais característico é aquele de-senvolvido sobre as litologias do Complexo Mara-caçumé, representado por uma sucessão de mor-rotes de topo convexo, em forma de meia-laranja;nessas regiões, desenvolve-se uma densa rede dedrenagem, em geral de padrão dendrítico, local-mente controlada por fraturamentos. Os vales sãogeralmente de encostas suaves e fundo chato, comperfil em U, indicativos de um avançado estágioerosivo, que busca atingir seu nível de base.

Essa morfologia pode ser bem observada no in-terflúvio Gurupi-Maracaçumé, nos baixos/médioscursos, bem como na porção centro-norte da FolhaPinheiro, entre outros.

No domínio da Suíte Intrusiva Tromaí, predominauma morfologia muito semelhante àquela do Com-plexo Maracaçumé, possivelmente em função desuas similaridades composicionais; todavia, podeser observado que os plutonitos da Suíte Tromaíatingem cotas um pouco mais elevados, o quepode ser bem visualizado na porção central da Fo-lha Turiaçu, entre o rio homônimo e o rio Maracaçu-mé. Feições circulares podem ser por vezes obser-vadas, nesse domínio.

Nas áreas de exposição das formações Itapecu-ru e Barreiras, o Pediplano normalmente apresen-ta-se como uma superfície de aspecto rugoso nasimagens radargramétricas, em decorrência do in-tenso ravinamento ali estabelecido; essa feição écomumente observada na porção sul da área, nota-damente nos altos cursos dos rios Turiaçu e Peri-cumã; na porção oeste da Folha Turiaçu, entre osrios Gurupi e Piriá; na porção centro-norte da FolhaPinheiro , entre os rios Maracaçumé e Turiaçu; e,ainda, na porção leste da Folha Turiaçu, na mar-gem direita do rio homônimo.

Em algumas regiões o Pediplano constitui umasuperfície bastante homogênea, com textura lisanas imagens radargramétricas, drenagem espaça-da, padrão dominantemente dendrítico, podendoestar relacionado tanto aos metamorfitos do Com-plexo Maracaçumé, no médio curso dos rios Gurupie Maracaçumé, como aos clásticos da FormaçãoItapecuru, no alto Gurupi; interflúvio Maracaçumé-Paraná, médio curso; e, no baixo-médio curso do rioMaracaçumé, na porção central da Folha Turiaçu.

Sob a denominação de Relevo Residual foramagrupadas as maiores elevações topográficasexistentes na região, geralmente constituindo ser-ras estreitas e alongadas, orientadas segundoNW-SE.

Essa morfologia está mais comumente associa-da às rochas supracrustais dos grupos Gurupi eAurizona, aos sedimentos da Formação Igarapé deAreia, e, mais raramente, aos granitóides do Com-plexo Maracaçumé e da Suíte Tromaí.

A mais expressiva ocorrência dessa UnidadeGeomorfológica situa-se na porção centro-oesteda área do Projeto, entre a BR-316 e a margem es-querda do rio Gurupi, estendendo-se para SE, nointerflúvio Gurupi-Maracaçumé. Nessa região, pre-dominam rochas supracrustais do Grupo Gurupi,fortemente orientadas segundo NW-SE, constituin-do elevações estreitas e alongadas, na forma decristas, com vales bem encaixados e de perfil em V.Às vezes, essas elevações estão suportadas pormegaboudins de quartzo. A alteração intempéricalevou à formação de perfís lateríticos pouco evoluí-dos, do tipo plintito/petroplintito.

A sul da BR-316, entre essa rodovia e o rio Guru-pi, o Relevo Residual está associado à FormaçãoIgarapé de Areia, formando cristas de direçãoNW-SE, truncadas por falhamentos NE-SW. Outraszonas menores são observadas próximo ao litoral,nas serras de Pirocaua, Piriá, Tromaí e Itacupim, namargem esquerda do rio homônimo. As cotas maiselevadas situam-se ao nível dos 200m, nas serrasda margem esquerda do rio Gurupi, ficando asmais baixas ao redor dos 100m.

O Relevo Residual representa o testemunho deuma antiga superfície de erosão, horizontal a sua-vemente inclinada para norte, formada possivel-mente a partir do final do Cretáceo ao início do Ter-ciário (COSTA et al, 1975). O estabelecimento des-sa superfície está relacionado a um intenso proces-so de lixiviação, responsável pela formação de es-pessos perfís lateríticos, notadamente nas supra-crustais dos grupos Aurizona e Gurupi, conformepode ser observado nas serras de Pirocaua, Traui-ra, Itacupim e Piriá, entre outras. A presença atualde alguns remanescentes dessa paleossuperfíciepróximos ao nível do mar, parece indicativa de umbasculamento generalizado de blocos, para norte,possivelmente no final do Terciário, como conse-qüência da fase de subsidência térmica da baciade São Luís (ARANHA et al, 1990).

Na serra do Piriá, ocorre excelente exposição deum espesso perfil laterítico, apresentando o hori-zonte ferruginoso bem desenvolvido, onde o nívelde petroplintito chega a formar uma carapaça ferru-ginosa, contínua, com até 6m de espessura, reco-brindo grande parte da citada elevação; o nível deplintito é mais delgado, com espessura média de2m. Logo abaixo, ocorre o horizonte aluminoso, de

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coloração amarelada, constituído por uma camadade bauxita fosforosa, cuja espessura média é da or-dem de 4 a 5m.

Além da serra do Piriá, outras elevações que in-tegram o Relevo Residual (Pirocaua, Tromaí, Itacu-pim etc) são, também, portadoras de jazidas deoxidação, cuja origem estaria relacionada à intensalaterização, responsável pela preservação dessesremanescentes de uma antiga superfície de ero-são.

A análise do padrão de drenagem mostra que oextremo-norte da área do Projeto, correspondenteà zona litorânea, é caracterizado pela presença derios com embocaduras largas e afogadas, em for-ma de trombeta, estreitando-se abruptamente emdireção ao continente.

Essas embocaduras acham-se fortemente con-troladas segundo as direções NE-SW, NNE-SSW,N-S, NNW-SSE e E-W, em concordância com os

grandes alinhamentos estruturais, bem caracteri-zados na região.

Para o interior do continente, notadamente naporção leste da Folha Pinheiro, nas bacias dos riosPericumã e Turiaçu, podem ser observados rioscom trechos longos e retilíneos, encaixados segun-do um padrão romboédrico (N-S, NW-SE e NE-SW),alternados com trechos sinuosos ou meandrantes(anastomosados), onde é freqüente a presença delagos interligados. Esses diferentes padrões (rom-boédrico anastomosado), parecem refletir uma mo-vimentação relativa de blocos (blocos soerguidos eblocos abatidos), responsável pelo desenvolvi-mento de anomalias locais na rede de drenagem.

Esse encaixe do sistema fluvial está relacionado afeições estruturais, correspondentes às falhas nor-mais e transcorrentes, constituintes da trama estru-tural cenozóica, conforme já assinalado por COSTAet al. (1991), no litoral NE do Estado do Pará.

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GEOLOGIA REGIONAL

1.1 Evolução dos Conhecimentos

A evolução dos conhecimentos sobre a regiãosegue duas vertentes, sendo uma histórica, por-quanto escrita, e a outra sem o registro escrito, em-bora com vasta documentação de campo, tantossão os vestígios da ocupação do homem na ativida-de de garimpagem; nessa ocupação, se misturamportugueses, franceses e até chineses.

Os negros e os indios, inicialmente exploradoscomo mão-de-obra escrava, ao fugirem para o inte-rior, já mesclados, fundaram “quilombos” e mo-cambos, sendo os principais responsáveis pelasdescobertas de ouro, em toda a região. Esses mes-tiços, constituem a base étnica dos garimpeiros for-migas, que até hoje ainda resistem em anacrônicosmocambos, por toda a Amazônia.

O primeiro registro histórico sobre a região refe-re-se à presença de um bem mineral e data de1624, quando, em Lisboa, Estácio da Silveira publi-cou sua Relação das Coisas do Maranhão, na qualmencionou uma região rica em ouro e prata, naAmazônia Oriental.

Diz a história que os portugueses de Jerônimo deAlbuquerque ao surpreenderem os franceses deDaniel da La Touche, então governador do Mara-

nhão, encontraram entre os mortos ouro do Zua-rupy (Gurupi).

No século XVII, a partir de 1678, os religiosos daCompanhia de Jesus se estabeleceram como ga-rimpeiros, nas margens dos rios Gurupi e Piriá.

Em 1722, uma expedição organizada pelo go-verno do Maranhão realizou um levantamento dasminas da região de Maracu, no rio Pindaré, atual ci-dade de Viana.

No ano de 1818, o então governador-geral doPará, Conde de Vila-Flor, encumbiu o desembarga-dor Miguel Joaquim de Cerqueira e Silva, de efetuaruma viagem de exploração de Bragança a Turiaçu,a qual durou seis meses. Como resultado da via-gem, o desembargador trouxe para Belém uma pe-pita de ouro com 135g, além de 3kg do metal em pó.

Em 1853, durante uma perseguição aos quilom-bos e mocambos, nos rios Gurupi e Maracaçumé,notificou-se a presença de ouro em Montes Áureose Monte Cristo. Com base nessas informações, ogovernador do Maranhão, Eduardo Olimpio Ma-chado, criou em 1854 a Colônia Pirocaua, com 117portugueses, administrados pela Companhia Pro-gresso do Porto, além da Colônia Gurupi, dirigidapor militares. No ano seguinte, foi criada a ColôniaMaracaçumé, administrada pela Companhia Mara-

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nhense de Mineração, a qual contratou cerca de 40chineses para a extração de ouro, naquela área.

Em 1884, os mocambos fugindo dos índios uru-bús descobriram os depósitos auríferos do rio Piriá.

Em 1887, durante a construção da linha telegráfi-ca Pará-Maranhão, foram encontrados mocambei-ros estabelecidos em Itamauari, garimpando o rioCaramuji.

Em 1920, Guilherme Linde cadastrou 11 jazidasfilonianas e 22 jazidas aluvionares, no interflúvioGurupi-Piriá, no Estado do Pará.

Somente em 1936 foi realizado um trabalho de cu-nho essencialmente geológico, quando MOURA do-cumentou as primeiras citações sobre a ocorrênciade rochas pré-cambrianas nas bacias dos rios Piriá,Gurupi e Maracaçumé, destacando a existência deum conjunto de rochas de suposta idade arqueana,representado por gnaisses, granitos e anfibolitos;denominou, também, Série Gurupi, de provável ida-de algonquiana, à uma seqüência de metassedi-mentos, constituída por xistos, filitos, quartzitos, ita-biritos etc, cortados por freqüentes veios de quart-zo, por vezes auríferos. O referido autor reportou-se,ainda, à presença de rochas ígneas na região cos-teira dos estados do Pará e Maranhão.

PAIVA et al. (1937) mencionaram a presença derochas metassedimentares na bacia do rio Gurupi,quando de seu trabalho sobre o ouro daquela re-gião.

SOUZA (1938), em trabalho realizado no interflú-vio Caeté-Turiaçu, destacou o importante plutonis-mo granítico com seus produtos de diferenciação,notadamente veios de quartzo auríferos e turmaliní-feros, bem caracterizados naquela região.

BULLARD et al. (apud HURLEY, et al. 1967) reali-zaram em 1965 uma tentativa de reconstrução doscontinentes sul-americano e africano, em épocapré-deriva continental, ressaltando a existência deuma área estável muito antiga, no litoral dos esta-dos do Pará e Maranhão.

HURLEY et al. (1967) corroboraram os estudosde BULLARD et al. realizando datações radiométri-cas Rb-Sr e K-Ar em rochas da supracitada região,obtendo idades em torno de 2.000Ma. Esses mes-mos autores também efetuaram determinaçõesRb-Sr em rocha total, em amostras coletadas nasproximidades de São Luís, obtendo os mesmos li-mites de idade observados no oeste africano, apro-ximadamente 2.000Ma (ciclo Transamazônico).Esses valores foram posteriormente confirmadospor ALMARAZ & CORDANI, (1969/72), através dedeterminações K-Ar e Rb-Sr, em amostras proveni-entes do rio Gurupi.

Com base nos trabalhos anteriormente citados(notadamente naquele de HURLEY et al., 1967),ALMEIDA, em 1967, propôs a denominação Plata-forma de São Luís, para os terrenos antigos queocorrem no litoral do Pará e do Maranhão, enquantoCORDANI (1968) empregou a denominação °reaCratônica de São Luís. Segundo aqueles autores, areferida área cratônica seria contornada, ao sul, poruma faixa de dobramentos de idade brasiliana, re-presentada pelos metamorfitos do Grupo Gurupi.

FRANCISCO et al., em 1971, realizaram o primei-ro levantamento geológico de caráter regional nomeio-norte do Brasil, voltando a utilizar o termo Sé-rie Gurupi, de MOURA (op.cit), para os metamorfi-tos de baixo grau que ocorrem no rio homônimo.

Em 1975, BRITO NEVES (apud SCHOBBENHAUS,1984) realizou a primeira tentativa de regionalizaçãodo pré-cambriano nordestino, admitindo uma cone-xão do cráton de São Luís com o maciço de Granja,no litoral dos estados do Piaui e Ceará, baseado nassimilaridades litológicas, estruturais e geotectônicas,entre essas duas unidades.

COSTA et al (1975/77), também em trabalhos demapeamento geológico regional, apresentaramuma nova proposta estratigráfica, na qual os gnais-ses e migmatitos do Complexo Basal, de idade ar-queana, foram denominados de Associação Meta-mórfica Maracaçumé, enquanto que o extensomagmatismo da região litorânea do Pará e do Mara-nhão recebeu a denominação de “AssociaçãoAnorogênica Tromaí”.

ALMEIDA et al., em 1977, caracterizaram as di-versas províncias estruturais brasileiras, incluindoas rochas pré-cambrianas do norte do Brasil naProvíncia Parnaiba, relacionando-as a dois domíni-os geológicos e geocronológicos distintos, separa-dos por uma faixa de rochas “cataclásticas”.

ABREU et al., em 1980, propuseram um quadroestratigráfico evolutivo para as rochas pré-cambri-anas da região do Gurupi, considerando a atua-ção de dois eventos geotectônicos, denominadosTransamazônico e Brasiliano, respectivamente.Introduziram, também, as denominações Comple-xo Maracaçumé e Formação Tromaí, além de des-creverem, pela primeira vez, as formações Igara-pé de Areia e Viseu. Esses autores ainda designa-ram, provisoriamente, como Formação ChegaTudo, a um conjunto de “rochas verdes”, possuin-do uma foliação cataclástica pronunciada, ocor-rendo ao longo de extensa “zona de falha”, inter-pretando-a como relacionada geneticamente aoretrometamorfismo dinâmico dos tonalitos doComplexo Maracaçumé.

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Nesse mesmo ano, ABREU & HASUI, basean-do-se na análise geométrica de elementos estrutu-rais planares e lineares, separaram o Grupo Gurupiem duas unidades estruturalmente distintas, comdiferentes números de fases de deformação, deno-minando-as Formação Santa Luzia e Formação Gu-rupi, respectivamente.

Em 1984, HASUI et al. definiram a Faixa de Cisa-lhamento Tentugal, considerando-a como uma fei-ção estrutural polifásica, que marca a passagemda Faixa de Dobramentos Gurupi para o Cráton deSão Luís.

ABREU & LESQUER, em 1985, apresentaram im-portante constribuição à geologia do Cráton de SãoLuís, estabelecendo uma correlação entre os even-tos Transamazônico e Brasiliano (do lado brasilei-ro), com os ciclos Eburneano e Pan-Africano (dolado africano), respectivamente. No citado traba-lho, os autores fizeram também referência à Zonade Cisalhamento Tentugal, considerando-a, toda-via, como uma “zona de falha”, de direção NW-SE eextensão aproximada de 200km. Corroboraram asidéias de HASUI et al (op. cit), considerando a ZonaTentugal como o limite entre o Cráton de São Luís, anordeste, e uma faixa móvel brasiliana (CinturãoGurupi), a sudoeste.

Mais recentemente, em 1988, COSTA et al apre-sentaram uma breve discussão sobre os aspectoslitoestruturais da Faixa de Cisalhamento Tentugal,sugerindo que a mesma tem sua geometria internadefinida por frações lenticulares de rochas do Gru-po Gurupi e do Complexo Maracaçumé, envolvidasem um feixe de zonas de cisalhamento, orientadaspreferencialmente segundo NW-SE, as quais incor-poram movimentação essencialmente sinistral.Consideraram, também, que as mineralizações au-ríferas primárias da região estariam associadas aveios e/ou boudins de quartzo, os quais, por suavez, estariam relacionados à presença de fraturasde cisalhamento dos tipos Y ou D, P e R.

1.2 Quadro Geológico-Geotectônico

A região meio-norte do Brasil compreende partes deduas das “Províncias Estruturais Brasileiras”, caracteri-zadas por ALMEIDA et al., em 1977 (figura II.1.1).

A maior porção situa-se na “Província Costeira eMargem Continental”, enquanto que a menor parteestá contida na “Província Parnaíba”.

A primeira, de acordo com os autores supramen-cionados, é a mais nova das províncias estruturaisdo Brasil, sendo constituída pelas bacias sedimen-

tares costeiras, de idade mesocenozóica, além desuas extensões submersas na margem continental.Na região, está representada pelos grabens de SãoLuís e Bragança-Viseu, nos estados do Maranhão ePará, respectivamente.

A Província Parnaíba, segundo aqueles qutores, éconstituída essencialmente pela bacia sedimentarhomônima, de idade paleozóica, além de pequenasfrações de embasamento da Plataforma Sul-Ameri-cana, que afloram próximo ao litoral, constituindoterrenos preservados e cinturões de cisalhamento.

De uma maneira geral, a área do Projeto podeser subdividida em três grandes compartimentos,definidos a partir da integração dos dados de cam-po com a interpretação dos sensores aerogeofísi-cos, e assim denominados (figura II.1.2): - TerrenoGranito “Greenstone” do Noroeste do Maranhão.

- Cinturão de Cisalhamento Tentugal.- Bacias Sedimentares.

O Terreno Granito “Greenstone” do Noroeste doMaranhão (ou Cráton de São Luís), bem caracteri-zado na porção centro-norte da área do Projeto, nointerflúvio Piriá/Turiaçu, é constituído por pequenasfaixas de rochas supracrustais, de natureza meta-vulcano-sedimentar e provável idade Arqueana aProterozóico Inferior, separadas por granitóidesdatados do Proterozóico Inferior.

O Cinturão de Cisalhamento Tentugal, conformedefinido neste Relatório, localiza-se na porçãooes-sudoeste da área, imediatamente a sul do Ter-reno Granito “Greenstone”, substituindo a “Zona decisalhamento Tentugal” (ABREU & LESQUER,1985) ou “Faixa de Cisalhamento Tentugal”(COSTA et al., 1988), além da “Faixa de Dobramen-tos Gurupi” (ABREU & HASUY, 1984).

Compreende um conjunto de rochas de alto, mé-dio e baixo grau metamórfico, cujas idades variamdo Arqueano ao Proterozóico Inferior, intensamenteretrabalhadas tectonicamente, tendo como carac-terística comum uma pronunciada foliação miloníti-ca, de orientação geral NW-SE.

As Bacias Sedimentares estão representadas pordois embaciamentos do Proterozóico Médio/Superi-or, uma pequena fração de uma bacia paleozóica,além de dois grandes grabens mesocenozóicos.

As bacias Paleozóicas tem sua ocorrência restritaà porção centro-oeste da área, tendo sido interpre-tada como uma fração da bacia do Parnaíba, geneti-camente ligada à evolução do oceano Iapetus.

As bacias Mesocenozóicas correspondem acerca de 70% da área do Projeto, sendo constituí-

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Figura II.1.1 – Províncias Estruturais do Brasil (adaptado de Almeida et al., 1977); em detalhe, a área doprojeto, com suas respectivas Províncias Geotectônicas.

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SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

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Figura II.1.2 – Províncias geotectônicas.

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das pelas bacias de São Luís (60%) e Bragança-Vi-seu, as quais acham-se separadas por um alto es-trutural, de direção NNE-SSW.

Essas bacias representam provavéis grabens dedistensão, com direção geral NW-SE, geneticamenterelacionados à abertura do Atlântiano Equatorial, noMesozóico, durante o Evento Sul-Atlântico(SCHOBBENHAUS et al., 1984). O arcabouço estru-tural é de falhas normais planares empinadas(ARANHA et al., 1989), orientadas para NW-SE, alémde falhass normais lístricas, com suaves mergulhospara SW (ARANHA et al., 1990); estas acham-se sec-cionadas por falhas transferentes NE-SW, às vezescom movimentação dextral.

Como pode ser observado, o arcabouço tectôni-co desses embaciamentos mesocenozóicos man-tém estreitas similaridades com a estruturação pré-cambriana, caracterizando um processo de recor-rência tectônica.

1.3 Quadro Metalogenético

A discussão acerca das potencialidades metalo-genéticas das rochas na Folha Turiaçu/Pinheiro,dentro do que até então é conhecido, pode ser feitasegundo os três ambientes geotectônicos individu-alizados nessa folha: Núcleos Antigos, (TerrenoGranito Greenstone), Cinturões de Cisalhamento ePlataformas (Bacias Sedimentares).

No domínio dos Núcleos Antigos, tanto a seqüên-cia vulcano-sedimentar do tipo greenstone-belt ousimilar, (arqueo-proterozóico), como a suíte plutôni-ca ígnea, gerada em regime distensivo, no eventoTransamazônico, (Proterozóico Inferior), constituempólos de mineralização. A primeira, por encerrar vei-os de quartzo auríferos cortando xistos, filitos,cherts, quartzitos ultramafitos e BIFs, metamorfiza-dos na fácies xisto-verde, com evolução local à fáci-es anfibolito. O ouro também é concentrado em alu-viões/coluviões, originados através do intemperis-mo e erosão dessas rochas. Além desse metal, aunidade contém depósitos e ocorrências de bauxitafosforosa, desenvolvidas por alteração supergênicano pacote metavulcano-sedimentar. O plutonismodistensivo, representado pelos tonalitos/trondhjemi-tos, com subordinados granitos, granodioritos eadamelitos calcialcalinos, também contém alu-viões/coluviões e veios de quartzo auríferos. Em am-bas as unidades tectono-estratigráficas, o ouro é ex-plorado em diversas frentes de garimpo.

O domínio do Cinturão de Cisalhamento é forma-do pelas unidades tectono-estratigráficas que com-

põem o Cinturão Tentugal, caracterizadas como:gnaisses supracrustais com dominância da associ-ação de rochas quartzíticas e gnaisses aluminosos,complexo gnáissico-migmatítico (arqueano) e se-

qüências vulcano-sedimentares (Arqueano/Protero-zóico Inferior). Além desses, existem as suítes plutô-nicas metaígneas (Proterozóico Inferior). Todas es-sas rochas foram deformadas em regime compres-sivo oblíquo, quando da geração do Cinturão Tentu-gal. A seqüência vulcano-sedimentar e plutonismosão os pólos de mineralização no domínio do Cintu-rão de Cisalhamento. A primeira, representa uma se-qüência metavulcano-sedimentar do tipo greensto-ne belt, cisalhada em regime compressivo oblíquo,em sistema transcorrente, constituída de xistos, fili-tos, metadacitos, metacherts, metaultramafitos eBIFs, cortados por veios de quartzo, às vezes aurífe-ros. A segunda, é formada por tonalitos/trondhjemi-tos, granodioritos e granitos, deformados em siste-mas, imbricado e transcorrente. Essas duas unida-des são produtos retrabalhados do par granito-"gre-enstone" preservado, integrante do Núcleo Antigo.Ambas encerram significativa quantidade de garim-pos, que extraem tanto ouro primário, filoniano,como ouro secundário, concentrado em alu-viões/coluviões, e em coberturas lateríticas desen-volvidas sobre essas rochas. As demais unidadesformadoras do Cinturão de Cisalhamento, aparente-mente são estéries em mineralização.

O domínio plataformal é formado pelas seqüênciassedimentares e sub-vulcânicas não-metamórficas,sendo a mais antiga uma seqüência continental doProterozóico Médio Superior. No Siluriano, foi deposi-tada a seqüência trasicional, enquanto que no Meso-zóico teve início a deposição, em regime distensivo,da suíte subvulcânica básica Cretáceo Inferior, sobreo qual repousa a seqüência continental. Posterior-mente a esse evento, houve a sedimentação da se-qüência fluvial terciária, enquanto que uma seqüên-cia litorânea de transição e outra clástica de gravida-de (aluviões/coluviões), são os registros, respectiva-mente, do Pleistoceno e Holoceno, na área estudada.

Dentre as coberturas plataformais acima citadas,as seqüências clásticas de gravidade, representa-das pelos aluviões/coluviões quaternários, são asmais importantes sob o aspecto metalogenético,uma vez que encerram concentrações de ouro. Ascoberturas lateríticas terciárias, não cartografadas naescala do mapeamento, mas desenvolvidas princi-palmente sobre as seqüências metavulcano-sedi-mentares do Núcleo Antigo e do Cinturão de Cisalha-

mento, são também metalogeneticamente interes-santes, por conterem ouro e bauxita fosforosa.

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GEOLOGIA DA FOLHA TURIAÇU/PINHEIRO

2.1 Aspectos Gerais

A porção do meio norte que corresponde à FolhaTuriaçu/Pinheiro é constituida por rochas que vari-am, em idade, do Arqueano ao Holoceno. (figuraII.2.1)

Para um melhor entendimento do quadro geoló-gico, a referida área foi compartimentada em dife-rentes províncias geotectônicas, definidas a partirde suas características tectono-estruturais, alémdo cronoposicionamento das unidades litoestrati-gráficas que as integram.

Desta maneira, foram caracterizadas as provín-cias geotectônicas denominadas Terreno GranitoGreenstone do Noroeste do Maranhão, Cinturão deCisalhamento Tentugal e Bacias Sedimentares.

O Terreno Granito-"Greenstone" do Noroeste doMaranhão constitui um terreno que foi preservadodo intenso retrabalhamento que deu origem ao cin-turão de cisalhamento, litológicos denominadosGrupo Aurizona e Suíte Tromaí.

Grupo Aurizona é a denominação proposta paraas rochas supracrustais do terreno granito-"greens-

tone", caracterizada como fácies xisto-verde, evo-luindo localmente para anfibolito baixo. Litologica-mente acha-se representada por xisto de naturezadiversas, metacherts, filitos, quartzitos e provávelformação ferrífera, além de metamafitos/metaultra-mafitos. Essa sequência acha-se freqüentementecortada por veios de quartzo, às vezes auríferos.Suas áreas de ocorrência situam-se preferencial-mente na zona litorânea, notadamente no interflúvioPiriá/Maracaçumé.

A suíte Tromaí é constituída por granitóides comcaracterísticas ígneas bem preservadas, em es-cala regional, representando a componente “gra-nítica” do par granito-"greenstone". Tonalitos,thondhjemitos, granodioritos e granitos são as va-riedades petrográficas dominantes, caracterizan-do corpos ígneos que representam intrusões dedimensões batolíticas. As rochas dessa “suíte”possuem caráter essencialmente peraluminoso,calcioalcalinas.

Nessa seqüência, é dificil a cartografia de suasdiversas frações composicionais, na escala de tra-balho, por fatores intrísecos à própria região. Toda-

SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

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Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Figura II.2.1 – Mapa geológico.

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via, a partir da integração dos dados de campo, es-tudos petrográficos, petroquímicos e fotointerpre-tativos, além da interpretação geofísica, foi possívelsubdividir a referida “suíte” em dois tipos litológicosprincipais, os quais apresentam assinaturas própri-as nos produtos de sensoreamento remoto (nota-damente nas imagens de radar), bem como nosmapas aeromagnetométricos. Desta maneira, a Su-íte Tromaí foi subdividida em Tonalito CândidoMendes e Granito Areal, denominações tambémpropostas no presente trabalho.

Os estudos petroquímicos permitem considerara unidade Tonalito Cândido Mendes como formadaa partir de processos de fusão parcial de uma cros-ta anfibolítica, enquanto os granitos Areal seriamprodutos posteriores, gerados pela fusão dos tona-litos, em decorrência da liberação de calor após oresfriamento e cristalização desses últimos.

O Cinturão de cisalhamento Tentugal situa-se naporção noroeste da Folha Pinheiro (SA.23-Y-B) ecompreende um conjunto de rochas intensamenteretrabalhadas tectonicamente. Engloba as unida-des Kinzigito Marajupema, Complexo Maracaçu-mé, Grupo Gurupi, Granito Maria Suprema e Tonali-to Itamoari.

A unidade Kinzigito Marajupema é caracterizadapor rochas paraderivadas (cordierita-bioti-ta-muscovita xistos miloníticos), em nível da infra-estrutura, de ocorrência restrita à porção sul doCinturão. Constitui um corpo de forma lenticular,encaixado concordantemente nos gnaisses doComplexo Maracaçumé, em imbricação tectônicade baixo ângulo.

O Complexo Maracaçumé (ABREU et al., 1980) éconstituido por um conjunto de rochas de orto e pa-raderivação, metamorfizadas nas fácies anfibolitomédio e alto, migmatizadas e gnaissificadas, emescala regional. Os principais tipos litológicos sãotonalitos, trondhjemitos e granodioritos, deforma-dos regionalmente em regime de cisalhamentodúctil, em taxas compatíveis com os estágios milo-níticos a ultramilonítico; em geral, essas rochasapresentam conspícuas evidências de retrometa-morfismo.

Como parte integrante dessa província geotec-tônica destaca-se uma seqüência vulcano-sedi-mentar, metamorfizada sob condições de fáciesxisto-verde, para a qual foi mantida a já consagradadenominação Grupo Gurupi (MOURA, op. cit.). Deuma maneira geral, está representado por rochasorto e paraderivadas, retrabalhadas tectonicamen-te em decorrência da atuação de um evento cisa-lhante, em regime dominantemente dúctil.

Os tipos litológicos predominantes são os xistosquartzosos a muscovita e/ou biotita e/ou clorita, fili-tos, metacherts, metadacitos, formação ferrífera,metaultramafitos etc.

Uma outra unidade identificada e individualizadano presente Projeto, e que também faz parte do Cin-turão Tentugal, é constituída essencialmente por bi-otita-muscovita granitos miloníticos, que ocorrem in-tercalados concordantemente nos gnaisses tonalíti-cos do Complexo Maracaçumé. Representam cor-pos lenticulares, interpretados provisoriamentecomo granitos estratóides, de geração a partir da fu-são parcial em níveis profundos da crosta superior,durante a implantação do Cinturão Tentugal.

As rochas essencialmente tonalíticas, bastantefreqüentes no terreno preservado (Tonalito Cândi-do Mendes), têm o seu correspondente no CinturãoTentugal, constituindo mais uma unidade caracteri-zada neste Relatório. Tratan-se de tonalitos e trond-hjemitos intensamente retrabalhados tectonica-mente, sem evidências de migmatização, bem ca-racterizados no médio curso do rio Gurupi, nas pro-ximidades do povoado de Itamoari.

Apresentam-se profundamente modificadas tex-turalmente, como resultado da superposição de umprocesso milonítico pervasivo, cujas conseqüênci-as mais marcantes são as transformações minera-lógicas representadas pela cloritização das horn-blendas e pela sericito-epidoto-calcitização dosplagioclásios, responsáveis pela coloração esver-deada que caracteriza essa unidade, à qual é pro-posta, informalmente, a denominação Tonalito Ita-moari.

Os produtos litoestruturais do proterozóico Mé-dio Superior estão representados pelas formaçõesIgarapé de Areia e Viseu (ABREU et al., 1980), queconstituem depósitos fluviais de um sistema entre-laçado, caracterizados, por uma seqüência deconglomerados de seixos e grânulos, com interca-lações de arenitos médios a grossos, por vezes ar-cosianos, apresentando estratificações cruzadasacanaladas de pequeno porte e cruzadas tangen-ciais, indicativas de dunas subaquáticas e barras,respectivamente. O caráter arcosiano sugere umasedimentação em condições áridas a semi-áridas.

Subordinadamente, ocorrem pacotes pouco es-pessos de pelitos avermelhados, que representamprováveis depósitos de lagos rasos.

Os litótipos do Proterozóico Médio/Superioracham-se freqüentemente cortados por vênulas e ve-ios de quartzo, com possanças de até 10cm, é tam-bém comum a presença de grandes dobramentos,com o desenvolvimento de foliação plano-axial.

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As rochas paleozóicas, relacionadas ao GrupoSerra Grande Indiviso, do siluriano da bacia do Par-naíba, apresentam uma razoável área de exposi-çãos no médio/baixo curso do rio Gurupi.

Estas representadas por conglomerados polimí-ticos, com os seixos constituídos predominante-mente de quartzo e, subordinadamente, metamorfi-tos do Grupo Gurupi; ocorrem seixos facetados, àsvezes típicos “ferros de engomar”, indicativos deambiente glacial. São freqüentes os arenitos comestratificações cruzadas acanaladas de pequenoporte e cruzados tangenciais, típicas de depósitosfluviais.

Subordinadamente, ocorrem depósitos de planí-cie de maré, representados por intercalações dearenitos e folhelhos, em leitos centimétricos e métri-cos, apresentando estratos truncados e acama-mentos dos tipos flaser, Wavy e lisen, com os peli-tos mostrando laminação plano-paralela e microon-dulações do tipo “clinbing”.

Os litótipos do Mesozóico estão representadospelos raros diques básicos da suíte Laranjal. (Ju-ro-Triássico) e, principalmente, pelos clásticos daFormação Itapecuru (Cretáceo Superior).

Estes últimos, recobrem quase 2/3 da área de Pro-jeto, sendo constituídos por uma seqüência essenci-almente continental, onde ocorrem arenitos grossos aconglomeráticos, arcosianos, desorganizados oupouco estruturados; arenitos bem estruturados comestratificações cruzadas acanaladas e tangenciais;arenitos com estratificações cruzadas lobadas, for-mando corpos sigmoidais e, subordinadamente, pa-cotes pouco espessos de pelitos. São interpretadoscomo depósitos de leques aluviais, depósitos fluviaisde um sistema entrelaçado, pequenos deltas e pro-váveis lagos rasos, respectivamente.

A sedimentação cenozóica está representadapelos clásticos terciários da Formação Barreiras,que constituem depósitos fluviais de um sistemameandrante, além dos depósitos sub-recentes erecentes do Quaternário, constituiídos por pelitosde planícies de inundação e de lagos abandona-dos, além das areias de canais.

Os depósitos Pleistocênicos que ocorrem próxi-mo à região costeira, no interflúvio Turia-çu-Pericumã, estão representados por sedimentoscarbonosos com clásticos associados, constituin-do as turfeiras que, provisoriamente, estão sendorealcionadas à Unidade Pinheiro. No litoral, os de-pósitos Holocênicos estão caracterizados por peli-tos de supramaré lamosa, areias de supra-maréarenosa eólica, além de pelitos/areias de intermaréareno-lamosa.

2.2 Terreno Granito-"Greenstone" doNoroeste do Maranhão

A fração correspondente à Plataforma de SãoLuís (ALMEIDA, 1967) ou cráton de São Luís(CORDANI et al., 1968), localizada na porção se-tentrional da área, foi definida como terreno grani-to-"greenstone" do Noroeste do Maranhão, o qualrepresenta um segmento crustal sem evidênciasde retrabalhamento tectônico, em escala regional.Por outro lado, o Cinturão Tentugal, situado imedia-tamente a sul do terreno granito-"Greenstone", éconstituido por rochas que têm como característicacomum uma pronunciada foliação milonítica, orien-tada segundo NW-SE.

O limite entre essas duas províncias foi estabele-cido com base em critérios de campo (rochas pre-servadas e rochas intensamente deformadas),análises petrográficas, estudos geofísicos e fotoin-terpretativos, apresentando um trend NW-SE e tra-çado levemente sinuoso, estando bem, caracteri-zado no médio curso do rio Gurupi (logo a montantedo povoado Barreiras), na estrada que leva à re-gião garimpeira do Chega Tudo, no caminho paraMontes Áureos e, ainda, no ramal do garimpo doCedral, entre outros.

2.2.1 Arcabouço Estrutural

Esse terreno tem sua geometria geral definidapor pequenas faixas de rochas supracrustais (Gru-po Aurizona), localizadas preferencialmente próxi-mo à zona litorânea, separadas por plútons de gra-nitóides de dimensões botolíticas, relacionados àSuíte Tromaí. Os granitóides apresentam amplopredomínio geográfico, mostrando, regionalmente,características ígneas bem preservadas.

Localmente, esses dois grandes conjuntos litoló-gicos (Aurizona e Tromaí) acham-se afetados porzonas de cisalhamento discretas, de possançasmétricas, responsáveis pela geração de rochas mi-loníticas, de ocorrência restrita. Entre essas zonas,os litótipos apresentam-se sem evidências de de-formação.

Devido suas possanças reduzidas, as zonas nãoapresentam registros marcantes, nos produtos desensoreamento remoto. Todavia, a partir das orien-tações das foliações miloníticas, medidas em dife-rentes locais e em litologias variadas, observa-seque as zonas discretas não parecem seguir um“trend” preferencial, variando desde N20�E,N30�E, N50�E, N80�E, até N35�W a N80�W, commergulhos também bastante variados, desde verti-

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cais até 45�SE/45�SW. A lineação de estiramento éum outro elemento estrutural por vezes bem discer-nível, desenhada por ribbons de quartzo e ocelosde feldspatos, apresentando-se, geralmente, hori-zontalizada a subhorizontalizada.

Muito embora o volume de dados estruturais sejabastante reduzido, as observações realizadas nocontexto do terreno granito-"greenstone" permitemadmitir que as zonas de cisalhamento discretas es-tão intimamente relacionadas a sistemas transcor-rentes, compondo, provavelmente, um arranjo ra-mificado.

Quando desenvolvidas sobre os granitóides daSuíte Tromaí, as zonas de cisalhamento discretasestão bem caracterizadas por uma conspícua folia-ção milonítica, definida pela orientação dos minera-is máficos, além de cristais de quartzo estirados, re-cristalizados, às vezes contornando ocelos de feld-spato.

Localmente (JP-58), podem ser observadas mi-crobandas de cisalhamento (C), com possançasmilimétricas, oblíquas à orientação dos cristais (xis-tosidade S ou foliação de transposição); através doestudo dessas relações S-C, pôde ser definido ocaráter da movimentação cinemática, o qual é do-minantemente sinistral.

Por vezes, ao longo dos planos de foliação (C),ocorre um material de aspecto vítreo (JP-116), coracaramelada e possança máxima de 2cm, consti-tuindo um pseudotaquilito. O referido material é for-mado geralmente nos estágios finais da deforma-ção cisalhante, em regime rúptil-dúctil, a partir dafusão parcial da rocha pretérita, devido ao excessi-vo calor gerado pela fricção ao longo dos planos defraturas. Esse pseudotaquilito preenche, também,microfraturas de cisalhamento, localmente oblí-quas à foliação C, em seguida incorporadas pelamesma (C). As microfraturas são denominadas C’.

Intimamente relacionado às zonas de cisalha-mento discretas ou, pelo menos, bem mais intensoao longo das mesmas, ocorre um conspícuo pro-cesso de alteração hidrotermal, evidenciado por in-tensa sericitização e carbonitização, tanto do plagi-oclásio como da biotita. Essa transformação carac-teriza uma recorrência na mineralogia, dentro deum processo singenético relacionado à deforma-ção e ao metamorfismo, em condições de baixograu metamórfico (fácies xisto-verde), superpos-tos, localmente, às condições de crosta média (fá-cies anfibolito).

As zonas de cisalhamento discretas constituemtambém importantes metalotectos, uma vez que asprincipais mineralizações auríferas primárias do

terreno granito “greenstone” estão intimamente re-lacionadas a essas feições estruturais.

O garimpo Pedra de Fogo (JP-97), localizado pró-ximo ao litoral maranhense, na porção centro-norteda área do Projeto, constitui um exemplo típico des-sa associação. Alí, está exposto um material altera-do (saprólito), no qual ainda pode ser observada atextura do protólito Tromaí, caracterizada por cons-pícua foliação milonítica, além de uma composiçãomineralógica à base de quartzo, feldspato cauliniza-do, epidoto e clorita, essa última formada a partir daalteração da hornblenda e da biotita.

Encaixados nesse material, geralmente mais fre-qüentes nas porções com maiores taxas de defor-mação, ocorrem veios, amêndoas ou boudins dequartzo, com possanças centimétricas a decimétri-cas, cujas extensões podem ultrapassar os 10 me-tros. Esses veios ou boudins constituem o principalminério em exploração e, geralmente, acham-seconcordantes (paralelos a subparalelos) com a folia-ção (N80�W a N35�W/60�NE); todavia, foi observa-do pelo menos um veio fazendo ângulo alto (�600)com a foliação milonítica. O primeiro sistema de vei-os, poderia estar relacionado ao preenchimento defraturas de cisalhamento do tipo Y ou D, enquanto osegundo estaria relacionado às fraturas R’(?).

Um outro elemento estrutural observado no ga-rimpo Pedra de Fogo está representado por incipi-ente lineação de estiramento, orientada segundoN75�, horizontal a subhorizontal, para SE.

No domínio das rochas supracrustais, as zonasde cisalhamento discretas foram responsáveis tan-to pelo desenvolvimento de conspícua foliação mi-lonítica, como também pelo bandamento composi-cional, representado por alternância regular debandas de composição pelítica e possanças mili-métricas, com outras de composição quartzosa ouquartzo-feldspática, conforme observado em al-guns afloramentos de xistos do Grupo Aurizona.

Em nível regional, o desenvolvimento das zonasde cisalhamento discretas poderia estar relaciona-do à fase transpressiva de uma grande movimenta-ção transcorrente, ocorrida, provavelmente, noProterozóico Inferior, sincronicamente à implanta-ção do Cinturão Tentugal.

2.2.2.1 Grupo Aurizona

2.2.2.1.1 Histórico

Alguns autores que fizeram citações aos epime-tamorfitos ocorrentes no litoral dos estados do Ma-ranhão e Pará (COSTA et al., 1975/77; OLIVEIRA &

SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

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AQUINO, 1982; SANTOS & BARREIRA, 1984, entreoutros) relacionaram aquelas litologias ao GrupoGurupi, em face das suas similariedades litológi-co-estruturais.

No presente trabalho, as rochas supracrustaisque ocorrem próximo à zona litorânea são informal-mente denominadas de Grupo Aurizona, em virtu-de de apresentarem suas exposições mais signifi-cativas na região homônima. Desta maneira, os au-tores mantêm a denominação Grupo Gurupi paradesignar, exclusivamente, as rochas supracrustaisrelacionadas ao Cinturão de Cisalhamento Tentu-gal e que ocorrem nos médios cursos dos rios Piriá,Gurupi e Maracaçumé.

O Grupo Aurizona constitui uma seqüência su-pracrustal de natureza vulcano-sedimentar, cujasparagêneses são indicativas de fácies xisto-verde,localmente evoluindo para anfibolito baixo, onde ostipos litológicos dominantes são representados porxistos de naturezas diversas, filitos, metacherts,quartzitos e metaultramafitos, além de formaçãoferrífera. Toda essa seqüência acha-se comumen-te entrecortada por veios de quartzo, às vezes aurí-feros, o que empresta à unidade um significativo in-teresse metalogenético, para as mineralizaçõesauríferas primárias, há muito conhecidas na região.

Ressalta-se que as principais exposições da uni-dade foram estudadas durante a execução dosProjetos Gurupi I e II (COSTA et al., 1975/77), nota-damente aquelas situadas na parte mais externa dafaixa litorânea.

2.2.2.1.2 Distribuição Geográfica

A unidade em questão tem suas principais áreasde ocorrência restritas à zona litorânea, notadamen-te no interflúvio Tromaí/Maracaçumé, próximo à VilaAurizona, bem como a leste da cidade de Luís Do-mingues. Uma outra área de exposições situa-se noextremo-noroeste da Folha Turiaçu, no interflúvioEmboraí/Peroba/Piriá, com bons afloramentos no bai-xo curso do rio Piriá, assim como na serra homônima.Ao longo da estrada que liga a vila de Manaus à cida-de de Godofredo Viana, numa distância estimada en-tre 13 a 20km, a partir da vila de Manaus, existem al-gumas elevações estreitas e alongadas, orientadassegundo NW-SE, nas quais são observados espes-sos horizontes de plintito, cortados por veios dequartzo, provavelmente desenvolvidos sobre rochassupracrustais do Grupo Aurizona. Ocorrências seme-lhantes foram observadas nos garimpos do Caxias,Cavala e Cezarina. Em área, o Grupo Aurizona ocupauma superfície com cerca de 40km2.

Morfologicamente, constitui um relevo ondulado,representando as principais elevações (serras doPiriá, Pirocaua e Itacupim, entre outras) localizadaspróximo à faixa costeira, contrastando com o relevoarrasado das unidades adjacentes.

2.2.2.1.3 Relações de Contato

Embora de difícil visualização no campo, emface do elevado grau de intemperismo das rochassupracrustais, os contatos entre o Grupo Aurizonae os granitóides da Suíte Intrusiva Tromaí são consi-derados do tipo discordante eruptivo. Com as ro-chas sedimentares (clásticos terciários da Forma-ção Barreiras e sedimentos quaternários), são dis-cordante-litológicos, de contornos bastante irregu-lares. O traçado desses contatos, nos produtos desensoreamento remoto foi estabelecido com baseem características morfoestruturais, apoiadas pe-los dados de campo.

2.2.2.1.4 Características Litológicas

Dentre os diferentes tipos litológicos que com-põem o Grupo Aurizona destacam-se os xistos, denatureza diversa, filitos, metacherts, quartzitos emetaultramafitos, além de provável formação ferrí-fera; devido ao elevado grau de intemperismo, tor-na-se extremamente difícil a realização de estudospetrográficos na maioria dessas litologias, razãopela qual são aqui enfatizadas, principalmente,suas características mesoscópicas. Em adição,acrescenta-se que grande parte das informaçõesapresentadas são oriundas dos trabalhos executa-dos no Projeto Gurupi (COSTA et al.), em 1977.

As rochas supracrustais orto e paraderivadas,que apresentam como característica comum um as-pecto xistoso (minerais placóides orientados), fo-ram agrupadas sob a denominação de xistos. Emgeral, são de granulação fina, coloração variando decinza claro a escuro, anisotropia moderada a forte,textura lepidoblástica a granolepidoblástica, por ve-zes apresentando brilho sedoso; quando alteradas,adquirem tonalidades amareladas e avermelhadas.

Os componentes minerais, observados mesos-copicamente são: quartzo, feldspato, biotita, gra-nada e muscovita/clorita; ou, ainda, exclusivamen-te quartzo e sericita. Suas melhores exposições si-tuam-se no interflúvio Tromaí/Maracaçumé (baixoscursos), notadamente entre as vilas de Aurizona eSão José do Pirocaua.

Sobre essas litologias desenvolve-se geralmen-te um perfil laterítico pouco evoluído, do tipo plinti-

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to/petroplintito, como pode ser observado nas di-versas áreas de garimpagem, onde as rochas xis-tosas apresentam comumente uma coloração ama-relo-avermelhada.

Os xistos manganesíferos ocorrem ao longo docaminho que liga a serra do Pirocaua à vila de Auri-zona. COSTA et al. (1977) assinalaram a presençade minério de manganês próximo a Aurizona, asso-ciado às rochas xistosas, com teores de 38,35%,de Mno2, 12,55% de Mn e 4,3% de Fe2O3. O estudode seção polida em uma amostra do local(SUDENE, 1969) revelou a presença de glaucofani-ta, pirolusita, criptomelano e limonita. Ocorrênciassemelhantes foram descritas no baixo curso do rioTromaí, no caminho que vai de Luís Dominguespara a vila de Ramos, onde foi descrito um aflora-mento constituído por alternâncias de leitos de mi-nérios de manganês, de cor negra, com leitos silici-osos; a análise química revelou teores de 31,6% deMno2 e 7,1% de Fe2O3.

Durante os trabalhos de campo do Projeto, foiconstatada a presença de uma provável lente dematerial manganesífero no garimpo Pedra de Fogo(JP-97), próximo à vila de Ramos, sendo que a aná-lise calcográfica revelou a presença de pirolusita emagnetita, além de pirofilita. Esse material manga-nesífero ocorre associado a milonitos da Suíte Tro-maí, em decorrência da atuação de um processocisalhante dúctil, responsável pelo desenvolvimen-to de zonas de cisalhamento discretas.

Os sericitaxistos (cloritaxistos) foram descritosem um morro próximo às margens do rio Caitequei-ra, assim como nos igarapés da Ponta, Raimundo eAçu (COSTA et al., op. cit).

Os filitos foram identificados as proximidadesda vila São José do Pirocaua, assim como no cami-nho que liga a Mina do Mestre Antonio a Nicote; nolocal denominado Genipapo; nas serras Barreirase Peito de Moça, esta última no baixo curso do rioPiriá; no Porto do Arrozal, no rio Peroba, assimcomo no seu afluente igarapé Pindoba, entre ou-tros. Geralmente apresentam-se bastante altera-dos, em tons amarelados e avermelhados, sendocomum a presença de veios de quartzo, às vezesauríferos.

Os quartzitos são geralmente de coloração cinzaamarelada, às vezes avermelhada, constituindogrande parte dos morrotes alongados que ocorrempróximo à região costeira, notadamente na porçãocentro-norte da Folha Turiaçu; COSTA et al. (op.cit.)ressaltaram a presença de quartzito cinza escuro anegro próximo à serra do Pirocaua, na Mina doMestre Antonio, na localidade de Genipapo e no

caminho entre Ramos e Luís Domingues, assimcomo no porto de Tamixira, baixo curso do rio Piriá.

Durante os trabalhos de campo do presente Pro-jeto, pôde ser constatado que a rocha siliciosa aflo-rante em Tamixira é, na realidade, um metachert(fotomicrografia CF-143), constituído essencial-mente de quartzo, além de opacos. Exposições derocha semelhante foram identificadas próximo àserra do Piriá, como aquelas situadas às margensdo rio da Basília (JP-83), onde foram descritas ro-chas siliciosas de coloração cinza esverdeado cla-ro a creme amarelo, apresentando geodos e vênu-las de quartzo, assim como prováveis estruturas defluidização. As análises petrográficas indicaramtratar-se de metachert, constituído essencialmentede sílica microcriptocristalina, argilo-minerais, seri-cita, opacos e quartzo drusiforme.

Outra ocorrência de metachert foi descrita naprópria serra do Piriá, no interior de uma caverna lo-calizada na meia-encosta (Pedra Grande), onde arocha encontra-se bastante intemperizada, de co-loração avermelhada, às vezes em tons esverdea-dos (JP-90). Nesse afloramento, é marcante a pre-sença de uma pronunciada foliação milonítica, de-senvolvida localmente na rocha siliciosa, indicandoa existência de uma conspícua zona de cisalha-mento, cuja possança não ultrapassa 50cm. Con-forme já enfatizado anteriormente, é comum a ocor-rência de zonas de cisalhamento discretas dentrodeste domínio geotectônico.

Merece destaque o registro de um fato seme-lhante, assinalado no relatório do Projeto Gurupi(COSTA et al., 1977), onde os autores descrevemum quartzito com uma espécie de xistosidade, nobaixo curso do rio Piriá. Assim, é provável que al-guns quartzitos assinalados anteriormente, na re-gião, sejam na realidade os metacherts descritosno presente trabalho.

Como metamafito/metraultramafito podem serclassificados alguns anfibolitos descritos porCOSTA et al. (op.cit), ocorrentes na mina do Jabotie nos baixos cursos dos rios Cantagalo e Tromaí,entre outros. São rochas melanocráticas, faneríti-cas, holocristalinas e de granulação média a gros-sa, onde a estrutura isótropa decorre, possivel-mente, da posição do corte da lâmina (plano YZ).Mineralogicamente, predominam desenvolvidoscristais hipidioblásticos de anfibólio do tipo actinoli-ta tremolita, às vezes gradando para hornblendaverde, conservando, em alguns pontos, grãos relic-tos do piroxênio original. O epidoto é comum, omesmo ocorrendo com a clorita. Ilmenita, em grãosparcialmente aglomerados e com bordas de titania

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e/ou leucoxênio, é freqüente em algumas amostras.Trata-se de metamafitos formados a partir de ro-chas de composição básica/ultrabásica.

Na serra de Itacupim, na zona litorânea, entre asdesembocaduras dos rios Gurupi e Piriá, aquelesautores assinalaram a presença de rocha anfibolíti-ca com 2% de P2O5, na base de um perfil laterítico.Por outro lado, as análises geoquímicas (EE) reali-zadas em lateritos correntes próximo à serra de Ita-cupim revelaram valores elevados para Cr(5.000ppm), Ni (5.000ppm), Zn (1.000ppmm) e Ba(5.000ppm), caracterizando uma associação deelementos com afinidade básica/ultrabásica, suge-rindo a presença dessas litologias como parte inte-grante do substrato local (Grupo Aurizona).

Da mesma maneira, podem também ser consi-derados como evidências da presença de rochasbásicas/ultrabásicas (metaultramafitos) no subs-trato, os valores elevados para Va e Cr (2.000 a3.000ppm), Zn (500ppm), Ni (2.000ppm) e Mo (10 a20ppm), detectados em amostras de lateritos pro-venientes da serra de Tromaí, ao sul de Luís Domin-gues (COSTA et al., op.cit).

A confirmação dessa hipótese foi assinalada porOLIVEIRA & SCHWAB (1980), que identificaram ro-chas ultrabásicas na ilha de Itacupim, representa-das por xistos com actinolita, apatita-hornbleditos,serpentinitos e peridotitos.

Uma ocorrência de formação ferrífera foi descritano caminho que liga a vila de Ramos à cidade deLuís Domingues (porção centro-norte da Folha Turi-açu), onde aflora uma rocha constituída pela alter-nância de leitos milimétricos de quartzo e mineraisde ferro; a ocorrência situa-se no sopé de um mor-ro, na forma de matacões, tendo sido originalmentedescrita (COSTA et al., op. cit.) como itabirito.

2.2.2.1.5 Idade, origem e Correlação

Muito embora não existam datações em litologi-as específicas do Grupo Aurizona é possível esta-belecer o seu cronoposicionamento relativo, umavez que os litótipos dessa unidade acham-se meta-morfizados regionalmente na fácies xisto verde,sendo cortadas pelos granitóides da Suíte Tromaí,estes últimos com idade em torno de 2.000Ma.(HURLEY, 1967; ALMARAZ & CORDANI, 1969;COSTA et al., 1977; WANDERLEY FILHO, 1980).Dessa maneira, é possível admitir-se uma idade mí-nima do Proterozóico Inferior a Arqueano, para oGrupo Aurizona.

A composição litológica da unidade, engloban-do rochas supracrustais de natureza metavulca-

no-sedimentar, com produtos de ortoderivação apartir de protólitos de composição máfica/ultramá-fica, além de uma marcante metalogenia aurífera,parecem indicativos de que o Grupo Aurizona pos-sa representar uma seqüência do tipo greenstonebelt.

No âmbito da área do Projeto, o Grupo Aurizonaé correlacionável, temporal e espacialmente com oGrupo Gurupi, o qual representa o seu correspon-dente no terreno retrabalhado. Pode, também, sercorrelacionável com outros segmentos do tipo gre-enstone belt ocorrentes no cráton Amazônico,como a Suíte Vila Nova (JORGE JOÃO, et al., 1979)e Grupo Sapucaia (ARAÚJO & MAIA, 1991), entreoutros.

2.2.2.2 Suíte Tromaí

2.2.2.2.1 Histórico

A presença de rochas ígneas na região costeirados estados do Maranhão e Pará foi registrada ini-cialmente por MOURA, em 1936.

Em trabalhos realizados no interflúvio Cae-té-Turiaçu, em 1938, SOUZA destacou o importan-te plutonismo granítico com seus produtos de dife-renciação, notadamente veios de quartzo aurífe-ros e turmaliníferos, bem caracterizados naquelaregião.

BULLARD et al., em 1965 (apud HURLEY, et al.,1967), realizando uma tentativa de reconstruçãodos continentes sul-americano e africano, ressalta-ram a existência de uma área estável muito antiga,no litoral do Maranhão e Pará.

Em 1967, HURLEY et al., realizaram cinco deter-minações Rb-Sr em rocha total, utilizando amostrasprovenientes da bacia do rio Gurupi, obtendo ida-des próximas a 2.000Ma (razão inicial Sr 87/Sr 88igual a 0,707) para as amostras coletadas no baixocurso do referido rio, e que correspondem aos gra-nitóides relacionados, no presente trabalho, à SuíteIntrusiva Tromaí. Aqueles autores efetuaram tam-bém determinções Rb-Sr em rocha total, em amos-tras de granitóides ocorrentes nas proximidades dacidade de São Luís (MA), obtendo os mesmos limi-tes de idade observados no oeste africano, em tor-no de 2.000Ma. ALAMARAZ & CORDANI, em 1972,efetuaram datações K-Ar em amostras da mesmaregião (rio Gurupi), corroborando os resultados ob-tidos por HURLEY et al., op cit.

Com base nos trabalhos anteriormente citados,notadamente naquele de HURLEY et al., (op.cit),ALMEIDA, em 1967, porpôs a denominação “Plata-

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forma de São Luís”, para os terrenos antigos exis-tentes no litoral do Maranhão e Pará, enquantoCORDANI et al., (1968) e ALMEIDA et al., (1976)empregaram a denominação “Área Cratônica deSão Luís” ou “Cráton de São Luís”.

BRITO NEVES, em 1975, na tentativa de uma re-gionalização geotectônica do pré-cambriano doNordeste, admitiu uma conexão do Cráton de SãoLuís com o maciço de Granja, no litoral dos estadosdo Piauí e Ceará, com base nas similaridades litoló-gicas, estruturais e geotectônicas entre essas duasprovíncias.

Em trabalho de caráter regional, COSTA , et al.,em 1977, estudaram o plutono-vulcanismo ampla-mente exposto na faixa costeira dos estados doMaranhão e Pará, representado por litótipos essen-cialmente tonalíticos/graníticos, com idades em tor-no de 2.000Ma. Para os produtos desse magmatis-mo, relacionado aos estágios finais do Ciclo Tran-samazônico, aqueles autores empregaram a deno-minação “Associação Anorogênica Tromaí”, en-quanto ABREU et al., em 1980, preferiram a utiliza-ção do termo “Formação Tromaí”, correlacionan-do-a aos produtos da Orogenia Eburneana(CLIFORD, 1970), integrantes do Pré-cambriano daCosta do Marfim, no oeste africano.

Os autores do presente trabalho, baseados emdados de campo, análises petrográficas e estudospetroquímicos, consideram o extenso magmatismoocorrente na porção setentrional da área do Proje-to, constituído por intrusões granitóides, polifási-cas, de dimensões batolíticas, com o predomíniode tonalitos e trondhjemitos, além de subordinadostipos graníticos, granodioríticos e adamelíticos, ca-racterizando a unidade por um baixo índice petro-genético, com a razão K2O/Na2O inferior a 1 (um),baixo grau de diferenciação e uma linhagem domi-nantemente calcioalcalina, com as relações ternári-as CaO/Na+K/Al2O2 e Al+Na+K destacando umcaráter dominantemente peraluminoso.

Subordinadamente, em íntima associação, sãoobservadas fases extrusivas com similaridadescomposicionais, correspondendo aos equivalentesvulcânicos, de natureza dacítica a riodacítica, comocorrência muito localizada e, conseqüentemente,de difícil cartografia na escala de trabalho.

A todo esse conjunto é porposta a denominação“Suíte Tromaí”, que representa uma unidade comacentuada homogeneidade composicional e textu-ro-estrutural, marcando de forma significativa umdomínio geotectônico do tipo “Terreno Granito”Greenstone", no qual a “Suíte Tromaí” representa acomponente “granítica” do par.

Os tonalitos, trondhjemitos, granitos e granodiori-tos, exibem mesoscopicamente uma granulaçãomédia a grosseira, características eqüigranulares aineqüigranulares, coloração cinza claro a cinza es-curo, mostrando, freqüentemente, tonalidade esver-deada, como conseqüência de um processo de epi-dotização. O índice de coloração é mesótipo, sendomarcante a já citada isotropia estrutural; todavia, odesenvolvimento de zonas de cisalhamento discre-tas, que não chegam a formar grandes sistemas, éresponsável pela orientação dos minerais, originan-do tipos miloníticos, de ocorrência restrita.

Numa visualização regional, constata-se clara-mente que as maiores porções dos corpos batolíti-cos que caracterizam a Suíte Tromaí acham-se pre-servadas do retrabalhamento tectônico responsávelpela implantação do “Cinturão de CisalhamentoTentugal”; todavia, uma significativa porção, corres-pondente à extremidade de um batólito, foi envolvi-da no referido processo, dando origem à unidade“Tonalito Itamoari”, descrita em outro capítulo.

Conforme já enfatizado anteriormente, a “SuíteTromaí” é constituída fundamentalmente por tonali-tos, trondhjemitos, granitos e granodioritos, comamplo predomínio dos primeiros, sendo as demaisfrações composicionais de difícil cartografia, na es-cala do trabalho. Todavia, a partir da integraçãodos dados de campo, análises petrográficas, estu-dos petroquímicos e fotointerpretativos, foi possívelsubdividir a referida unidade em dois grandes con-juntos litológicos, os quais apresentam característi-cas próprias nos produtos de sensoreamento re-moto, notadamente em imagens radargramétricas.Desta maneira, a “Suíte Tromaí” apresenta-se, nopresente trabalho, subdividida em “Tonalito Cândi-do Mendes” e “Granito Areal”.

2.2.2.2.2 Distribuição Geográfica

A Suíte Tromaí tem ampla distribuição na porçãosetentrional da área do Projeto, notadamente nobaixo curso dos rios Gurupi e Maracaçumé, esten-dendo-se para norte, até a faixa litorânea; os limitesleste e oeste estão representados na foz dos riosTuriaçu e Piriá, respectivamente. Outra considerá-vel faixa de exposição situa-se no médio curso dorio Gurupi, entre os povoados Rua Nova e Barreira,estendendo-se para sudeste, até as nascentes dorio Maracaçumé. Em área, a Suíte Tromaí represen-ta cerca de 50% das rochas pré-cambrianas ocor-rentes na região.

O Tonalito Cândido Mendes constitui aproxima-damente 80 a 90% da porção aflorante da Suíte Tro-

SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

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maí, estando bem caracterizada no interflúvio Gu-rupi/Maracaçumé, com boas exposições nas proxi-midades da cidade de Cândido Mendes, no baixocurso do rio Maracaçumé, a partir da cachoeiraGrande, para jusante; ocorre, também, no baixocurso do rio Gurupi, a jusante da cachoeira de San-to Antonio, bem como ao longo do ramal de Mara-caçumé, próximo à confluência com o caminho queleva ao garimpo do Chega Tudo. São também ob-servadas boas exposições ao longo do ramal deMaranhãozinho, próximo ao cruzamento com a Li-nha 30 da COLONE, e, ainda, ao longo da estradaque liga as vilas de Centro Novo e Limão.

O Granito Areal está bem representado na por-ção centro-norte da Folha SA.23-V-D, constituin-do um corpo de forma aproximadamente ovala-da, com diâmetro maior (N-S) da ordem de 16kme diâmetro menor (E-W) com cerca de 10km. Suadelimitação, ainda que aproximada, só foi possí-vel devido ao relêvo proeminente, contrastandocom a paisagem monótona (suavemente ondula-da) dos terrenos tonalíticos (Tonalito CândidoMendes) adjacentes: a esse fato, somam-se umrazaoável controle de campo e uma petrografiadetalhada, além de um estudo petroquímico. Asmelhores exposições podem ser observadas nasproximidades do povoado de Areal, bem comona estrada que liga as cidades de Godofredo Via-na e Luís Domingues, notadamente nas margensdo rio Tromaí.

2.2.2.2.3 Relações de Contato

A Suíte Instrusiva Tromaí apresenta contato dis-cordante com as rochas supracrustais do GrupoAurizona. Com as unidades sedimentares (forma-ções Igarapé de Areia, Viseu, Serra Grande, Ita-pecuru e Barreiras), os contatos são do tipo dis-cordante litológico, em geral apresentando con-tornos bastante irregulares. Foram também fotoin-terpretados alguns contatos por falha, notada-mente com as unidades do Proterozóico Superior(Igarapé de Areia e Viseu). Os contatos com o To-nalito Itamoari são concordantes e gradacionais,marcando a passagem do terreno grani-to-greenstone" do Noroeste do Maranhão" para ocinturão de cisalhamento Tentugal, estando bemcaracterizados no médio curso do rio Gurupi, as-sim como ao longo dos caminhos que levam aosgarimpos do Chega Tudo, Montes Áureos e Ce-dral, entre outros. Esse limite apresenta uma dire-ção geral aproximadamente NW-SE, com um tra-çado ligeiramente sinuoso.

2.2.2.2.4 - Características Petrográficas

Mesoscopicamente, os litótipos da Suíte Tromaíapresentam granulação média a grossa, eqüigra-nulares a ineqüigranulares, coloração cinza claro acinza escuro, com freqüente tonalidade esverdea-da, como conseqüência de um intenso processode epidotização.

A assembléia mineral é dominada por plagioclá-sio, quartzo, hornblenda, clorita, biotita e epidoto,em ordem de decréscimo de abundância, apresen-tando titanita, apatita, opacos e zircão como aces-sórios mais freqüentes. Em função do processo hi-drotermal quase generalizado, é significativa a ge-ração de fases minerais secundárias, como serici-ta, clorita, epidoto e calcita.

O plagioclásio é do tipo oligoclásio, ocorre comocristais subédricos e euédricos, tem forma geral-mente tabular, exibe moderado a forte zoneamentonormal e apresenta-se intensamente alterado parasericita e/ou epidoto e/ou calcita. O quartzo seapresenta como cristais subédricos e anédricos,geralmente preservando sua forma original de cris-talização, às vezes como cristais de duas gera-ções, mostrando localmente incipientes evidênciasde tensões externas, como extinção ondulante ebandas de deformação. É marcante a ocorrênciade grãos de quartzo de cristalização tardia e locali-zação intersticial, sem significância deformacional.

O anfibólio é do tipo hornblenda verde, ocorren-do como cristais prismáticos de tendência euédri-ca, exibindo freqüentemente uma marcante altera-ção para clorita e epidoto. São cristais relativamen-te bem desenvolvidos, por vezes com teor percen-tual volumétrico significativo, cuja intensidade dealteração para clorita e epidoto está diretamente re-lacionada à intensidade da taxa deformacional, as-sim como à alteração hidrotermal, intimamente as-sociada. Em decorrência, a maior intensidade noprocesso de clorito-epidotização tem sido observa-da nos locais onde se instalaram as zonas de cisa-lhamento discretas, com geração de tipos miloníti-cos, de ocorrência localizada.

A clorita é de coloração verde intenso, ocorrendogeralmente como desenvolvidas palhetas, cuja for-mação resulta de processos de alteração da biotitamarrom-parda, com liberação adicional de grânu-los ou filmes de opacos, localizados preferencial-mente ao longo dos planos de clivagem.

O epidoto, de coloração amarelo intenso, ocorrecom cristais de dimensões variadas, sendo umafase mineral secundária, significativa, igualmenteresultante de um processo de descalcificação de

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plagioclásio. Titanita, apatita, zircão, alanita e opa-cos, são os acessórios mais freqüentes, dispersosirregularmente nessas rochas.

A relação mútua entre os grãos minerais marcaum aspecto textural hipidiomórfico granular (Fotomi-crografia CF-R-154/155), cujo padrão de contatosintergranulares é indicativo de cristalização ígneaem ambiente magma-tectônico, tipicamentepós-cinemático e/ou anorogênico. Com alguma fre-qüência, são observadas modificações textu-ro-estruturais, desorganizando a textura original,com o conseqüente desenvolvimento de feições de-formacionais compatíveis com o estádio milonítico.

O Granito Areal é constituído por rochas compo-sicionalmente ácidas, com textura granular/ineqüi-granular hipidiomórfica. Petrograficamente, foramcaracterizadas monzogranitos e sienogranitos.

Nos monzogranitos, os minerais essenciais sãoa microclina, o plagioclásio e o quartzo.

A microclina é micropertítica, subedral, apresen-tando geminação característica, tipo periclina. Oplagioclásio ocorre em cristais subédricos, altera-dos para sericita/muscovita, epidoto e calcita; porvezes, ocorre como pseudomorfos já totalmentesubstituídos, ou, ainda, com aspecto zonado, ondeos bordos se mostram límpidos e os núcleos des-calcificados; há aspectos marginais onde se identi-fica geminação polissintética paralela.

O quartzo é anedral e intersticial, com extinçãoondulante, às vezes poiquilítico. A biotita é o máficoprincipal, ocorrendo em finas palhetas, por vezesaglomeradas, alteradas total ou parcialmente paraclorita e muscovita, a qual, por sua vez, é comu-mente fibrosa.

Os minerais opacos ocorrem freqüentemente as-sociados às micas, assim como pistacita, óxidos deferro e rara alanita. O rutilo aparece como escassasinclusões sageníticas, na biotita.

Os sienogranitos apresentam como minerais es-senciais K-feldspato, quartzo e plagioclásio, enquan-to a biotita e a hornblenda constituem os minerais va-rietais, em proporções aproximadamente iguais.

O K-feldspato é do tipo microclina micropertítica,com geminação albita-periclina, ocorrendo comodesenvolvidos cristais subédricos, envolvendocristais menores de plagioclásio, que apresentamcontornos aproximadamente euédricos e formastabular e ripiforme, caracterizando estádios de me-tassomatismo potássio.

O quartzo é anedral e intersticial, com extinçãoondulante e evidências de corrosões magmáticas.O plagioclásio é o oligoclásio, com maclamento dotipo albita e incipientes argilização e sericitização.

A biotita apresenta-se como finas palhetas, co-mumente associadas à hornblenda e aos acessóri-os, sendo freqüente a ocorrência de clorita formadaàs suas expensas; a hornblenda, em seções pris-máticas e basais, mostra-se com eventual apareci-mento de macla, cujo plano é 100.

Epidoto pistacítico, titanita, opacos e apatita sãorelativamente freqüentes como acessórios, assimcomo o zircão, sendo este, todavia, bem menos fre-qüente.

À semelhança do que ocorre com as rochas doTonalito Cândido Mendes, o Granito Areal apresen-ta uma acentuada isotropia estrutural, assim comoincipientes evidências de metamorfismo/alteraçãohidrotermal (sericitização e carbonatização, tantodo plagioclásio como da biotita). Localmente, podeser também observada uma tendência à orientaçãodos grãos minerais, dando origem a uma foliaçãomilonítica.

Como parte integrante da Suíte Tromaí, foramtambém identificados vulcanitos de composiçãoácida, de localização restrita, não mapeáveis naescala de trabalho. As melhores exposições foramobservadas nas proximidades do igarapé da Rosi-lha, afluente do rio Tromaí, no local onde a estradaque liga as cidades de Godofredo Viana e Luís Do-mingues corta o referido igarapé. Também nas ca-beceiras do rio Tromaí, são conhecidas algumasocorrências de rochas vulcânicas.

Petrograficamente, foram caracterizadas comodacito, apresentando textura porfirítica, onde os fe-nocristais de plagioclásio fortemente sericitizadose epidotizados, por vezes atingindo o estádio depeseudomorfos, estão imersos em mesóstase pre-dominantemente criptocristalina, com parcial des-vitrificação, onde se acham confinados quartzo eplagioclásio, como essenciais.

O quartzo às vezes ocorre como fenocristais, fa-cetados e com evidências de corrosão magmática.A clorita ocorre como diminutas palhetas dissemi-nadas ou aglomeradas, às vezes preenchendoamígdalas com calcedônia, calcita, epidoto e pre-nhita (?); também dispersos, ocorrem titanita leuco-xenizada, calcita e opacos.

2.2.2.2.5 Idade, Origem e Correlação

As primeiras datações em rochas relacionadas àSuite Tromaí, realizadas por HURLEY et al., em1967 (Rb-Sr em rocha total), em amostras proce-dentes do baixo curso do rio Gurupi (onde predomi-nam tonalitos e trondhjemitos da Suíte Tromaí) reve-laram idades próximas a 2.000Ma. (Proterozóico

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Inferior), enquanto que as rochas do médio/altocurso apresentaram isócrona de referência comcerca de 550 a 600Ma (Proterozóico Superior).

Todavia, de acordo com os conhecimentos atua-is sobre a geologia daquela região, no médio/altocurso do rio Gurupi predominam os “granitóides”do Complexo Maracaçumé (gnaisses, migmatitos,anfibolitos etc), de provável idade arqueana.Assim, as idades em torno de 550 a 600Ma, deter-minadas pelos autores supracitados, poderiam re-fletir, apenas, a atuação de um evento tecto-no-termal no final do Proterozóico Superior, cau-sando um retrabalhamento da crosta arqueana,(Ciclo Brasiliano?).

HAMA, em 1977 (apud COSTA et al., 1977), efe-tuou datações Rb-Sr e K-Ar, para a CPRM, emamostras da “Associação Anorogênica Tromaí”,tendo obtido idades em torno de 2.076+96Ma e1.954+90 Ma, relacionando a referida unidade aomagmatismo do Ciclo Transamazônico.

WANDERLEY FILHO, em 1980, numa tentativade estabelecer o limite oeste do Cráton de SãoLuís, realizou datações em granitos peraluminosose relativamente ricos em potássio, ocorrentes emMirasselvas, no nordeste do Pará, relacionados àSuíte Tromaí, (Granito Areal). Através do métodoRb-Sr, obteve uma isócrona de quatro pontos, acu-sando uma idade de 2.047+140Ma, e razão inicial0,703+0,0042. As datações K-Ar, para minerais se-parados (muscovita e biotita), forneceram idadesque variam de 1906±92 a 2056±60Ma.

Com base nessas informações, é admissívelconsiderar a Suíte Tromaí como parte de um seg-mento cratônico cujos: emplacement, cristalizaçãoe consolidação, ocorreram por volta de 2.000Ma,relacionados ao magmatismo dos estádios finaisdo Ciclo Transamazônico, durante o regime disten-sivo atuante no Proterozóico Inferior; as idades en-tre 1.900 a 2.100Ma, podem ser relacionadas a umevento de homogeneização isotópica, naquele pe-ríodo.

As características petrográficas e petroquímicasda unidade são indicativas de cristalização ígneaem ambiente magma-tectônico, tardi a pós-cine-mático, podendo ser admitida a hipótese de umprocesso petrogenético de fusão parcial de umacrosta anfibolítica, com relativa abundância de pla-gioclásio e pequenas quantidades de granada, an-fibólio ou piroxênio, o que se depreende das fra-ções restíticas circunstancialmente identificadas,representadas por aglomerados máficos polimine-rálicos, que constituem microrresíduos ou microrre-manescente de uma crosta anfibolítica parental.

A Suíte Tromaí é correlacionável, temporal, espa-cial e litologicamente, com algumas unidades ocor-rentes no Cráton Amazônico, como a Suíte IntrusivaParauari (MELLO et al., 1980), entre outras.

2.2.2.2.6 Petroquímica

Introdução

A partir do levantamento geológico da Folha Turi-açu/Pinheiro, na escala 1:250.000, foi selecionadapara estudos litogeoquímicos uma população de20 (vinte) amostras de rochas graníticas, sendo 3(três) do Granito Areal e 17 (dezessete) do TonalitoCândido Mendes (Tabela II.2.1)

Essas amostras foram selecionadas a partir decritérios petrográficos, onde se procurou levar emconta o aspecto de não-alteração dos espécimes, afim de não prejudicar as posteriores interpretaçõespetroquímicas. Entretanto, devido à escassez dematerial, chegou-se a utilizar algumas amostras comincipientes níveis de alterações, dos tipos sericitiza-ção, cloritização, carbonatação e epidotização.

Tendo em vista a grande extensão dessas unida-des, sobretudo do Tonalito Cândido Mendes, a re-presentatividade da população é naturalmentemuito baixa e, em conseqüência, os resultados lito-geoquímicos aqui apresentados devem ser consi-derados apenas em carácter de reconhecimentopreliminar.

Procedimentos Analíticos

As amostras foram analisadas no LaboratórioCentral da CPRM-LAMIN e no Laboratório daGEOSOL, em Belo Horizonte. No primeiro, as análi-ses foram voltadas para os óxidos dos elementosmaiores (SiO2, A12O3, TiO2, CaO, MgO, FeO,Fe2O3, MnO, K2O, Na2O, P2O5, PF, e H2O-); espec-trografia óptica de emissão em valores semiquanti-tativos para 30 (trinta) elementos-padrão (Fe, Mg,Ca, Ti, Mn, Ag, As, Au, B, Ba, Be, Bi, Cd, Co, Cr, Cu,La, Mo, Nb, Ni, Pb, Sb, Sc, Sn, Sr, V, W, Y, Zn e Zr);análise quantitativa por raios-X para os elementosNb, Zr, Y e Rb.

Os detalhes dos procedimentos analíticos utili-zados podem ser encontrados no MANUAL DECONTROLE DE QUALIDADE, DO LAMIN. No Labo-ratório da GEOSOL foram processadas as análisesdos elementos de Terras-Raras (La, Ce, Nb, Sm,Gd, Dy, Ho, Er, Yb e Lu) onde utilizou-se o métododICP (Plasma de Acoplamento Indutivo), cujo deta-lhe encontra-se em DUTRA, 1984.

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SA

.23-V-D

(Turiaçu)e

SA

.23-Y-B

(Pinheiro)

–33

Tabela II.2.1 – Dados químicos do tonalíto Cândido Mendes e do Granito Areal – Parte I.

AmostrasInformações JP-57 JP-58 JP-61 JP-26B JP-42A JP-42C JP-46A JP-55 JP-73 JP-76 JP-1038 CF-155 CF-156 CF-173 CF-176 CF-196 CF-209 CF-210 CF-213 CF-219 X1 X2 A B C

SiO2 75,20 66,00 69,80 58,50 62,20 69,60 59,10 57,60 61,60 60,00 64,10 66,90 64,80 63,80 55,40 63,20 65,40 63,80 62,30 71,90 71,03 62,83 – – –

Al2O3 12,80 15,10 14,20 18,00 17,10 15,10 17,00 18,00 17,00 16,10 15,10 15,10 16,10 16,10 16,10 16,10 16,10 15,60 16,10 14,20 14,03 16,17 – – –

Fe2O3 1,20 2,10 1,40 4,00 2,90 1,50 3,00 3,90 3,20 2,80 4,10 2,70 2,80 2,40 3,00 2,80 3,70 3,20 3,40 1,20 1,50 2,09 – – –

FeO 0,19 1,30 0,53 1,70 1,80 0,98 2,80 3,00 1,80 3,50 1,90 1,00 1,20 1,70 5,00 1,20 1,80 2,50 2,10 0,63 0,71 2,03 – – –

MnO 0,05 0,05 0,05 0,09 0,09 0,09 0,09 0,10 0,06 0,09 0,06 0,15 0,06 0,08 0,17 0,08 0,06 0,08 0,12 0,05 0,05 0,09 – – –

MgO 0,33 1,20 0,63 2,00 1,70 1,00 3,00 2,50 2,00 2,80 1,70 1,50 1,70 2,00 3,30 1,30 1,30 1,80 1,30 0,33 0,62 1,85 – – –

CaO 0,98 2,10 1,40 5,00 3,60 2,00 5,50 5,90 4,60 5,60 4,20 2,50 3,60 4,30 5,80 4,40 3,90 4,70 4,60 1,30 1,46 4,21 – – –

Na2O 3,20 3,60 5,70 5,10 5,50 5,70 4,10 4,70 5,10 4,30 4,60 4,90 4,90 3,80 4,10 5,10 4,80 4,90 5,10 4,90 3,90 4,85 – – –

K2O 4,80 4,80 4,60 1,70 1,90 1,90 2,50 1,50 1,50 1,20 0,97 2,20 2,40 3,10 2,20 3,10 0,97 0,73 1,50 3,60 4,40 1,99 – – –

TiO2 0,21 0,52 0,31 0,73 0,63 0,42 0,52 0,63 0,63 0,83 0,52 0,47 0,47 0,42 0,73 0,42 0,52 0,52 0,52 0,02 0,25 0,55 – – –

P2O5 0,05 0,17 0,17 0,33 0,29 0,14 0,22 0,27 0,20 0,33 0,16 0,15 0,18 1,70 0,33 0,21 0,17 0,19 0,21 0,09 0,10 0,31 – – –

E. Traço (ppa)

Zr 270,00 353,00 137,00 8,00 147,00 42,00 8,00 8,00 8,00 8,00 8,00 8,00 8,00 8,00 8,00 8,00 52,00 65,00 96,00 196,00 273,00 36,88 144,00 168,00 136,00

Y 31,00 10,00 10,00 19,00 42,00 11,00 10,00 23,00 21,00 26,00 15,00 2,00 2,00 5,00 38,00 2,00 2,00 5,00 66,00 15,00 18,67 17,59 7,00 – 48,00

Rb 231,00 215,00 293,00 60,00 40,00 71,00 87,00 10,00 49,00 22,00 16,00 82,00 82,00 138,00 53,00 27,00 20,00 12,00 12,00 127,00 191,00 63,18 71,00 133,00 43,00

Ba 1.600,00 1.500,00 1.000,00 1,500,00 1.000,00 700,00 700,00 700,00 700,00 1.000,00 500,00 1.000,00 700,00 1.500,00 700,00 1.000,00 200,00 200,00 500,00 2.000,00 1.700,00 829,41 298,00 303,00 953,00

Sr 200,00 50,00 1.100,00 1,500,00 1.000,00 300,00 700,00 1.000,00 1.500,00 700,00 700,00 1.000,00 700,00 1.000,00 1.000,00 3.000,00 500,00 500,00 1.000,00 300,00 333,33 1.005,88 343,00 478,00 317,00

Sc 2,00 7,00 2,00 10,00 7,00 5,00 15,00 15,00 7,00 10,00 10,00 7,00 5,00 10,00 15,00 7,00 5,00 7,00 10,00 5,00 4,67 8,65 – – –

V 10,00 50,00 20,00 70,00 70,00 20,00 100,00 100,00 70,00 100,00 100,00 50,00 50,00 70,00 100,00 70,00 50,00 100,00 50,00 15,00 25,00 70,00 – 44,00 37,00

Co 2,00 7,00 5,00 15,00 15,00 7,00 20,00 20,00 15,00 30,00 20,00 20,00 15,00 15,00 30,00 15,00 10,00 20,00 15,00 2,00 3,67 16,88 17,00 – –

Cr 5,00 15,00 20,00 20,00 10,00 15,00 30,00 20,00 50,00 30,00 10,00 70,00 50,00 30,00 100,00 30,00 5,50 10,00 15,00 5,00 8,33 30,29 39,00 99,00 45,00

Ni 2,00 5,00 10,00 7,00 7,00 7,00 15,00 15,00 15,00 15,00 15,00 15,00 15,00 15,00 10,00 7,00 7,00 20,00 5,00 2,00 3,00 11,76 13,00 32,00 23,00

Ba/Rb 7,00 7,00 3,00 25,00 25,00 10,00 9,00 70,00 14,00 45,00 31,00 12,00 8,00 11,00 13,00 56,00 10,00 17,00 42,00 16,00 10,00 23,59 4,00 22,80 22,00

Rb/Sr 1,15 0,43 0,29 0,04 0,04 0,23 0,12 0,01 0,03 0,03 0,02 0,08 0,12 0,13 0,05 0,01 0,04 0,02 0,01 0,42 0,67 0,08 0,20 0,40 0,14

Sr/Ba 0,13 0,33 1,00 1,00 1,00 0,42 1,00 1,43 2,14 0,70 1,40 1,00 1,00 0,67 1,43 2,00 2,50 2,50 2,00 0,15 0,20 1,36 1,15 1,57 0,33

E. T. Raras (ppa)

La 40,07 26,10 58,93 25,62 35,76 69,04 22,06 10,63 17,84 23,37 8,76 18,39 15,84 22,03 18,25 17,61 15,78 7,88 16,18 22,06 29,41 24,59 – – –

Ce 94,73 59,11 122,06 79,73 83,10 118,80 58,01 32,19 48,71 44,58 23,21 32,48 39,76 49,14 44,73 44,34 38,36 24,92 46,11 51,76 68,53 53,68 – – –

Nd 31,67 24,30 44,79 52,69 33,92 50,61 24,55 17,79 25,98 21,82 12,66 14,27 16,64 19,19 22,02 17,93 18,89 13,31 27,52 20,06 25,34 24,92 – – –

Sm 4,76 4,32 6,44 9,41 5,45 6,97 4,15 3,42 5,24 4,78 2,61 3,31 2,61 2,93 4,18 2,86 3,92 2,65 6,53 3,97 4,35 4,40 – – –

Eu 0,66 0,94 1,47 2,29 1,46 1,13 0,99 1,01 1,38 0,98 0,81 0,64 0,77 0,72 1,10 0,87 1,13 0,79 1,45 0,71 0,77 1,23 – – –

Gd 3,39 3,12 3,67 6,04 3,36 3,72 2,65 2,55 3,78 3,48 2,19 2,64 1,71 1,86 3,11 1,86 3,08 2,17 5,59 3,00 3,17 3,12 – – –

Dy 3,07 1,91 2,11 4,90 2,74 2,23 2,19 2,39 3,59 2,66 2,27 1,87 1,30 1,44 2,88 1,40 2,73 2,24 6,58 3,06 2,68 2,59 – – –

Ho 0,62 0,57 0,39 0,96 0,55 0,40 0,44 0,48 0,70 0,50 0,44 0,35 0,26 0,28 0,58 0,29 0,54 0,45 1,36 0,63 0,61 0,55 – – –

Er 1,69 1,51 0,87 2,46 1,50 0,81 1,22 1,33 1,83 1,21 1,15 0,80 0,70 0,74 1,55 0,79 1,39 1,24 3,86 1,79 1,66 1,39 – – –

Hy 1,58 1,53 0,68 1,91 1,25 0,42 1,06 1,18 1,64 1,21 1,03 1,00 0,57 0,66 1,32 0,60 1,06 1,07 3,36 1,69 1,60 1,13 – – –

Lu 0,21 0,21 0,10 0,23 0,16 0,06 0,14 0,16 0,20 0,17 0,13 0,16 0,09 0,10 0,17 0,09 0,14 0,15 0,41 0,23 0,22 4,57 – – –

(La)n 163,82 106,71 240,92 104,74 146,20 282,26 90,19 43,46 72,94 95,54 35,81 75,18 64,76 90,07 74,61 72,00 64,51 32,33 66,15 90,19 120,24 93,08 – – –

(Yb)n 9,56 9,25 4,09 11,58 7,59 2,51 6,42 7,12 9,92 7,35 6,21 6,05 3,43 3,99 8,01 3,61 6,43 6,51 20,34 10,22 9,68 11,24 – – –

TR 182,44 123,62 242,05 186,23 169,52 254,18 117,46 73,12 110,90 104,76 35,25 75,91 80,24 99,10 99,88 88,64 87,02 56,87 118,94 108,96 138,34 118,39 – – –

TRI 171,23 113,83 232,76 167,45 158,23 245,42 108,77 64,03 97,77 94,55 47,24 68,45 74,85 93,29 89,18 82,74 76,95 48,77 96,34 97,85 127,63 105,01 – – –

TRp 10,56 8,85 7,82 16,51 9,83 7,63 7,70 8,09 11,75 9,23 7,20 6,83 4,62 5,09 9,61 5,02 8,94 7,32 21,15 10,40 9,93 9,27 – – –

TRI/Rp 16,22 12,87 29,77 10,14 16,10 32,17 14,13 7,91 8,32 10,24 6,55 10,03 16,20 18,34 9,28 16,47 8,61 6,66 4,56 9,41 12,83 12,71 – – –

dEu 0,48 0,75 0,85 0,87 0,87 0,61 0,86 1,00 0,91 0,70 1,01 0,64 1,05 0,89 0,90 1,08 0,96 0,97 0,71 0,61 0,61 1,57 – – –

(La/Yb)n 17,13 11,54 58,93 9,05 19,26 112,27 14,05 6,11 7,35 12,99 5,77 12,44 18,89 22,56 9,32 19,94 10,04 4,95 3,25 8,83 12,50 20,42 – – –

(Gd/Yb)n 1,73 1,65 4,4 2,55 2,34 7,24 2,00 1,75 1,86 2,32 1,72 2,14 2,44 2,27 1,90 2,52 2,35 1,63 1,34 1,44 1,61 2,52 – – –

Page 38: PROGRAMA LEVANTAMENTOS GEOLÓGICOS BÁSICOS DO BRASILrigeo.cprm.gov.br/jspui/bitstream/doc/3062/1/Projeto Turiaçu, Pinheiro.pdf · COM PA NHIA DE PES QUI SA DE RE CUR SOS MI NE RAIS

–34

Prog

rama

Levantamentos

Geológ

icosB

ásicosd

oB

rasil

Tabela II.2.1 – Dados químicos do tonalíto Cândido Mendes e do Granito Areal – Parte II.

AmostrasInformações JP-57 JP-58 JP-61 JP-26B JP-42A JP-42C JP-46A JP-55 JP-73 JP-76 JP-1038 CF-155 CF-156 CF-173 CF-176 CF-196 CF-209 CF-210 CF-213 CF-219 X1 X2 A B C

CIPW

q 36,66 21,53 18,21 8,73 12,96 24,19 9,75 7,29 13,72 14,67 21,58 23,00 17,54 21,79 5,06 12,35 22,65 19,52 15,47 27,01 28,40 15,80 – – –

cr 28,65 29,27 27,52 10,36 11,50 11,41 14,53 9,05 9,09 7,27 5,90 13,34 14,46 18,42 13,54 18,73 5,82 4,41 9,13 21,66 26,53 12,03 – – –

ab 27,35 31,42 48,03 44,50 47,66 49,00 35,53 40,61 44,22 37,31 40,04 42,52 42,25 32,36 36,11 44,11 41,21 42,35 44,43 42,21 33,66 41,90 – – –

an 4,58 9,60 0,00 21,86 16,34 9,15 21,40 24,08 19,53 21,62 18,20 11,71 15,13 10,30 19,81 12,15 18,49 18,81 17,10 5,96 6,71 16,22 – – –

c 0,69 0,59 0,00 0,00 0,15 0,38 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,49 0,00 2,76 0,00 0,00 0,48 0,00 0,00 0,10 0,46 0,25 – – –

hy 0,00 3,16 0,00 7,80 6,31 2,56 10,13 10,65 6,55 9,47 8,10 4,76 4,90 6,79 13,35 1,45 6,99 7,30 5,21 1,06 0,55 6,61 – – –

ac 0,00 0,00 0,70 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,05 0,04 – – –

at 0,17 0,02 0,99 3,34 3,16 2,21 3,00 3,15 3,17 3,47 3,01 2,93 2,91 2,80 3,37 2,85 2,97 2,99 3,02 1,77 0,65 2,90 – – –

il 0,40 1,02 0,60 1,43 1,23 0,81 1,01 1,22 1,23 1,62 1,02 0,92 0,91 0,80 1,44 0,82 1,00 1,01 1,02 0,04 1,15 1,06 – – –

hn 0,10 0,00 0,50 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,71 0,03 – – –

ap 0,12 0,42 0,41 0,81 0,70 0,34 0,53 0,65 0,49 0,80 0,39 0,36 0,43 4,05 0,81 0,51 0,41 0,46 0,51 0,22 0,25 0,75 – – –

P. Petroquímicos

ID 92,66 82,23 93,76 63,58 72,12 84,60 59,81 56,95 67,03 59,26 67,52 70,86 74,26 72,59 54,71 75,19 69,67 66,38 69,03 90,88 88,59 69,73 – – –

RA 0,44 0,39 0,69 0,27 0,33 0,42 0,26 0,23 0,27 0,23 0,26 0,37 0,34 0,31 0,26 0,37 0,26 0,25 0,29 0,54 0,45 0,32 – – –

FOX 0,95 0,63 0,78 0,42 0,48 0,64 0,37 0,33 0,46 0,39 0,36 0,57 0,53 0,50 0,29 0,52 0,39 0,38 0,39 0,70 0,76 0,46 – – –

IP 1,50 1,33 0,81 0,33 0,35 0,33 0,59 0,32 0,29 0,28 0,21 0,45 0,49 0,82 0,54 0,61 0,20 0,15 0,29 0,74 1,19 0,41 – – –

F 80,81 73,87 75,39 73,42 73,11 71,26 65,53 72,89 70,99 69,07 77,31 70,74 69,74 66,95 70,60 75,06 80,40 75,62 80,49 84,72 79,80 69,86 – – –

CNP 14,34 23,39 0,00 32,94 25,53 15,73 37,59 37,23 30,64 36,69 31,25 21,59 26,37 24,14 35,42 21,60 30,98 30,76 27,79 12,38 16,70 30,88 – – –

RF 52,70 58,36 63,57 86,49 84,77 83,60 79,67 87,72 87,53 89,01 90,80 80,26 79,88 69,82 80,51 75,02 91,12 93,28 87,08 68,98 60,01 81,70 – – –

A 83,34 65,68 80,98 48,23 54,78 69,54 43,33 40,76 49,70 38,41 43,31 59,02 57,39 54,08 36,42 62,03 47,30 43,95 50,54 80,65 46,55 49,96 – – –

F 13,23 24,94 14,07 37,59 32,64 21,22 36,67 42,80 35,24 42,04 43,47 28,51 29,24 30,25 44,51 28,14 42,05 42,00 39,51 16,22 18,13 33,76 – – –

M 3,44 9,38 4,95 14,19 12,58 9,15 20,00 16,35 15,06 19,55 13,22 12,47 13,37 15,67 19,08 9,83 10,66 14,02 9,95 3,13 5,32 13,31 – – –

CI 1,67 7,20 2,78 13,77 10,70 5,58 18,26 18,32 12,96 18,33 13,91 8,60 10,20 10,40 24,67 12,17 10,97 14,37 13,38 2,87 3,91 13,26 – – –

IC 4,75 12,62 0,99 26,40 19,51 11,36 28,51 30,53 24,72 28,86 22,99 14,64 19,53 13,10 29,68 22,51 21,46 24,87 24,25 7,74 8,37 20,60 – – –

PAL 1,05 1,01 0,84 0,93 0,97 1,00 0,88 0,90 0,93 0,87 0,93 1,01 0,94 0,92 0,82 0,82 1,00 0,90 0,88 0,99 1,02 0,89 – – –

PALK 0,82 0,74 1,01 0,57 0,65 0,76 0,55 0,52 0,59 0,52 0,57 0,69 0,66 0,60 0,57 0,73 0,56 0,57 0,62 0,84 0,80 0,63 – – –

Observações: X1= Média aritimética do Granito Areal;

X2 = Média aritimética do Tonalito Cândido Mendes;

A= Média de 25 amostras dos gnaisses tonalitos Antisoq (64-68 SiO2), oeste da Groenlândia seg. McGregor, 1979;

B= Média de 12 amostras dos gnaisses tonalíticos - trondhjeníticos Uivak I, com SiO2 entre 65 70%, na área de Saglek, Labrador, Collerson & Bridgwater, 1979;

C= Média de 40 ortognaisses depletados em Y do Complexo Napier, enderbyland, Antartica, seg. Shraton & Black, 1988.

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Todos os dados analíticos gerais referidos nesteitem encontram-se na Tabela 1.

Tratamento dos Dados

Com o uso de Microcomputador tipo PC 386 e apartir dos diversos programas que integram o Sis-tema GEOQUANT, VERSÃO 3.0 DA CPRM/USGSgerou-se diversas matrizes, separadamente paraos óxidos, os elementos-traço e para os elementosde terras-raras.

Os elementos de terras raras foram normalizadossegundo o padrão condrítrico CI de EVENSEN et al.,1978.

De posse das matrizes, gerou-se diagramas ter-nários e binários, parâmetros petroquímicos, nor-mais CIPW e relações interelementos.

Classificação Químico-Mineralógica das RochasGraníticas

Tomando-se por base o diagrama AN-AB-OR(figura II.2.2) com os campos classificatórios deO’CONNOR (1965) e COLEMAN (1977), consta-ta-se que de 17 (dezessete) amostras do TonalitoCândido Mendes, 12 (doze) se situam no campotonalito, 3(três) no campo Trondhjemito e 2 (duas)no campo Granito. Por seu turno, os três espéci-mes do Granito Areal estão agrupados no campoGranito.

Quando se considera a distribuição dos espéci-mes no diagrama K2O versus Na2O deMIDDLEMOST (1975) (figura II.2.3), observa-seuma certa coerência com o diagrama anterior, es-pecialmente quanto ao Tonalito Cândido Mendes.As amostras dessa unidade, novamente, em suamaioria, estão localizadas no campo Tonalito, oucampo III das rochas sódicas e, apenas três delasse deslocam para o campo Granodiorito, ou campoII das rochas potássicas. Por outro lado, os espéci-mes do Granito Areal se dispersam entre os cam-pos Adamelito e Granodiorito, respectivamente I(rochas com alto potássio) e II (rochas potássicas).

As amostras do Tonalito Cândido Mendes (CF-219e CF-173) posicionadas nos campos Granito (figuraII.2.2) e Granodiorito (figura II.2.3) de fato se desta-cam em seu grupo, pelos elevados percentuais deSiO2 (71,90 e 63,80%) bem como em K2O (3,6 e3,10%). Ainda na amostra CF-173 os valores de MgOe CaO, respectivamente 0,33 e 1,30%, estão bemabaixo daqueles propostos por BARKER (1979) paraos trondhjemitos (leucotonalitos), ou sejam MgO:4,4-4,5%. Na verdade, a classificação petrográfica

dessa amostra corresponde a um monzogranito(adamelito).

Quando o conjunto de amostras em pauta é anali-sado segundo o diagrama Rb-Ba-Sr de BOUSSELY& SOKKARY (1975), (figura II.2.4), verifica-se quequatro dos espécimes do Tonalito Cândido Mendescorrespondem a Diorito, onze são Quartzo-dioritos(que pode ser considerado como leuco-quart-zo-diorito ou trodhjemito, levando-se em conta os ín-dices de coloração entre 3-10) e apenas uma fica nolimite entre Granitos Anômalos e Granitos Normais.Coincidentemente, a amostra CF-129 do Tonalito

SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

– 35 –

Figura II.2.2 – Diagrama de Coleman (1997); os camposdos tipos de rochas foram separados por

O’Connor (1965).

Figura II.2.3 – Classificação de rochas ígneas. I - rochasde alto potássio; II - rochas potássicas; III - rochas

sódicas. Middlemast (1975).

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Cândido Mendes é a mais enriquecida em Ba, pro-vavelmente correlacionado ao seu alto conteúdo emK2O e K-feldspato. Note-se ainda que a amostraJP-61, que se distanciou bastante das outras duasda unidade Granito Areal, acha-se mais enriquecidaem Sr (à semelhança dos tonalitos) e, portanto, esta-ria aqui refletindo o seu maior conteúdo em plagio-clásio. Todo o conjunto é caracteristicamente empo-brecido em Rb, destacando-se apenas a amostraJP-57, que chega a quase 15% desse elemento.

Por fim, o diagrama multicatiônico R1R2, de LAROCHE et al., (1980) (figura II.2.5), praticamenteconfirma os resultados até então alcançados comos diagramas das figuras II.2.2 e II.2.4. Verifica-seque todo o conjunto de amostras permanece pre-dominantemente abaixo da faixa diorítica, à exce-ção das amostras CF-176, JP-55 e JP-46a, cujosvalores de SiO2 estão abaixo de 60% em peso. Defato, tais espécimes são menos diferenciados,mostrando-se os mais ricos em MgO, CaO e TiO2.

Características Composicionais

Com relação aos percentuais de SiO2, as amos-tras do Tonalito Cândido Mendes são consideradasintermediárias, com valores entre 52-66%. Exce-ções a este padrão são as amostras JP-42C(69,6%), CF-155 (66,9%) e CF-219 (71,9%). No quetange ao Granito Areal, o padrão de SiO2 permiteclassificar os seus espécimes como rochas essen-cialmente ácidas, muito embora a amostra JP-58contenha SiO2 justamente no limite de 66%.

Quanto aos percentuais de CaO, é nítida a sepa-ração entre os representantes dessas duas unida-des em pauta, já que enquanto os tonalitos são es-sencialmente ricos em CaO, os granitos, ao contrá-rio, são empobrecidos neste óxido. Entre as duasunidades, fogem à essa regra a amostra CF-219 noconjunto do Tonalito Cândido Mendes e a amostraJP-58 no conjunto do Granito Areal.

Os percentuais de MgO, por seu turno, são bas-tante distintos nas duas unidades, podendo-se ca-racterizar os tonalitos como ricos em MgO (1,0 a3,3%), enquanto os granitos são pobres (0,17 a1,2%). O valor de 1,2% registrado nos granitos é de-vido à amostra JP-58 que, na verdade, é bastanteatípica para o conjunto, pois, se de um lado ela apre-senta MgO relativamente alto, também é alto o seuvalor em K2O (4,8%), em ferro total (3,4%) e emAl2O3 (15,1%). Ainda nesse contexto, a posição daamostra CF-219 é estranha no conjunto dos tonali-

– 36 –

Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Figura II.2.4 – Diagrama Ba-Sr-Rb, segundo Boussely& Sokkary (1975).

Figura II.2.5 – Rede classificatória de rochas plutônicas,baseada nas relações R1-R2 multicatiônicas, segundoLa Roche et al. (1980). Os números 40.... 75 correspon-

dem a isolinhas de % de SiO2. R1= 4Si-11 (Na=K)-2(Fe+Ti); R2= 6Ca+2Mg+Al. Campos classificatórios:1 - gabro-norito; 2 - olivina-gabro; 3 - Monzogabro;4 - gabro-norito; 5 - monzonito; 6 - monzo-diorito;7 - diorito; 8 - quartzo-monzonito; 9 e 10 - tonalito;

11 - sienito; 12 - quartzo-sienito; 13 - granito;14 - granodiorito; 15 - alcali-granito. A áreahachurada corresponde à faixa de diorito.

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tos. O seu percentual de MgO é muito baixo (0,33%),bem como o Al2O3 (14,2%) e o ferro total (1,83%).

A alumina (Al2O3), em apenas três amostras(JP-57, JP-61 e CF-219) de um conjunto de 20 (vinte)tem percentual menor do que 15%. Também quandoanalisadas as razões Al2O3/ CaO+K2O+Na2O, obser-va-se que em todo o conjunto elas são superiores a 1,fato que nos leva a considerar estas rochas comoeminentemente Peraluminosas. Segundo a concep-ção de BARKER (1979), o conjunto de rochas do To-nalito Cândido Mendes corresponde a tonalitos-trondhjemitos ricos em Al2O3.

Assim, o caráter aluminoso das rochas em ques-tão fica também visualizado em diagramas ternáriosdos tipos CaO-(Na2O+K2O)-Al2O3 de LOISELLE &WONES (1979) (figura II.2.6) e Al-+Na-K, (figuraII.2.7). Nesse último diagrama, observa-se além doaspecto predominantemente aluminoso, o trendevolutivo dos termos mais sódicos (AB>Or) onde sesitua a maioria das rochas tonalíticas, para os termosmais potássicos (Ab<Or) e algo menos aluminosos,caracterizados pelos espécimes do Granito Areal.Nesse contexto, vale ressaltar que o comportamentoaqui observado para esse conjunto de rochas éexatamente o inverso em relação ao que JORGEJOÃO et al., (1984) observaram para as rochas gra-níticas do Adamelito Água Branca, situado na re-gião noroeste do Estado do Pará, uma vez que nes-sa região essas rochas, embora também ricas emalumínio, são sobretudo potássicas em Ab <Or.

As relações K2OxNa2O, denominadas µndicePetrogenético-IP, relacionadas na Tabela 1 e repre-

sentadas na figura II.2.8, mais uma vez corroboramo caráter eminentemente sódico do Tonalito Cândi-do Mendes e, em contrapartida, a tendência oumesmo a natureza mais potássica do Granito Areal,na qual a amostra JP-61 mais se aproxima do grupodos tonalitos, dando a impressão de tratar-se deum espécime de transição entre as duas unidades.

As relações entre os elementos ferromagnesia-nos e alcalinos, conforme representadas no diagra-ma A-F-M (figura II.2.9) indicam que as rochas emquestão são dominantemente calcioalcalinas, se-guindo também o “trend” trondhjemítico deBARKER & ARTH, (1976), representrados na mes-ma figura. Os espécimes pertencentes ao TonalitoCândido Mendes são mais ferromagnesianos doque os do Granito Areal, embora note-se alguma in-versão nessa tendência, exatamente com relaçãoàs amostras JP-61 e CF-219.

Vale ressaltar a grande similaridade encontradaentre o atual conjunto de rochas tonalíticas e os GreyGneises Amitsoq pobres em K e os GNAISSESUIVAK com sílica superior a 60%, rochas arqueanastonalíticas-trodhjemíticas, respectivamente da Gro-enlândia e do Canadá.

Na figura 2.2.10, onde se analisa exclusivamenteas relações entre K2O e Na2O chega-se a ter indica-ções de quatro espécimes da unidade tonalítica nocampo toleiítico, enquanto o restante da populaçãose expande no campo calcioalcalino. Nessa figura

SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

– 37 –

Figura II.2.6 – Diagrama (Na2O+K2O)-Al2O3-CaO(em proporções moleculares). Campos das fácies

normativas, segundo Loisele & Wones (1979).

Figura II.2.7 – Diagrama Na-Al-K mostrando separaçãopela linha que passa no ponto Na/50% e K/50%, emfunção das proporções relativas entre os feldspatos

sódicos e potássicos, bem como os campos dasfácies normativas, segundo Laisele & Wones (1979).

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os espécimes representantes do Granito Areal rece-bem um grande destaque pelos seus percentuaisem K2O, todos muito próximos a 5%, o que leva, pelomenos as amostras JP-57 e JP-58, a se localizaremno campo das rochas shoshoníticas, fato que é rele-vante quando se tem em conta que a média de K2Odo Adamelito Água Branca (JORGE JOÃO et al., opcit) é de 3,9%, com valor máximo de 4,8%.

No diagrama Q-A-P, de STRECKEISEN (1974),utilizado por LAMEYRE & BOWEN, (1982), repre-sentado na figura II.2.11, confirma-se o carátercalcioalcalino-trondhjemítico (baixo K) do TonalitoCândido Mendes, mantendo-se, assim, a sua se-

– 38 –

Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Figura II.2.8 – Diagrama K2O/Na2O (Índice Petroge-nético - IP) das amostras do Granito Areal e

Tonalito Cândido Mendes.

Figura II.2.9 – Diagrama A-F-M, com campos e trendcompilados por Barker & Arth (1976).

Figura II.2.10 – Relação K2O/Na2O, com indicaçãodos campos das séries toleiítica, calcialcalina

e shoshonítica, com os pontos das unidades GranitoAreal e Tonalito Cândido Mendes.

Figura II.2.11 – Diagrama Q-A-P de Streckeisen,Utilizado por Lameyre & Bowden (1982).

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melhança com os Grey Gneiss de Amitsoq e osGnaisses Uivak, já referidos anteriormente. O Gra-nito Areal mostra uma forte dispersão de seus trêspontos, ou seja, há indicações nos campos de gra-nitóides aluminosos de provincias alcalinas, alcali-nas-peraluminosas e no campo de granito de fusãocrustal.

Finalmente, no diagrama K-C-N, (figuraII.2.12), observa-se que os espécimes do Tonali-to Cândido Mendes, embora não formem clara-mente um “trend” tonalítico-trodhjemítico, preser-vam-se numa estreita faixa de valores N-K e altosvalores de C, enquanto os granitos da unidadeAreal tendem a se dispersar mais ao longo da li-nha N-K, além de apresentarem baixos valoresde C, o que, por seu turno, tipifica a sua naturezacalcioalcalina.

No que tange aos elementos-traço (tabela II.2.1)nota-se, em termos de médias, claras diferençasentre as duas unidades aqui estudadas. De umlado, o Granito Areal encontra-se enriquecido emelementos como Zr (x=253), Rb(x=246),Ba(x=1370) e empobrecidos em Sr (x=570),Sc(x=4), V(x=30), Co(x=5), Cr(x=13) e Ni(x=6). Porseu turno o Tonalito Cândido Mendes tem um pa-drão exatamente inverso, pois se constata enrique-cimento nos elementos Sr(x=890), Sc(x=9),V(x=70), Co(x=17), Cr(x=30), e Ni(x=63), e empo-brecimento em Zr(x=31), Rb(x=50), e Ba(x=640).

Entretanto, observando-se especificamente asamostras individuais, constatam-se certas anomali-as ou, o que seria mais correto de se pensar, certocaráter transicional-híbrido, seja no sentido do gra-nito ou do tonalito. Tal é o caso da amostra JP-61em relação ao seu alto valor de Sr, ou a amostraJP-58 em relação ao V e, de certa forma, ao Co; aamostra CF-173 em relação ao Rb e ao Ba.

Comparando-se as médias dos elementos-traçodo Granito Areal e Tonalito Cândido Mendes comaquelas dos Gnaisses Amitsoq (Groenlândia) e Ui-vak I (Labrador, Canadá) (tabela 1) constata-seque essas rochas são mais ricas em Zr, Rb e Cr, po-rém empobrecidas em V e Ni, relativamente aos to-nalitos aqui estudados. Suas relações com os gra-nitos são as mesmas estabelecidas para o GranitoAreal e o Tonalito Cândido Mendes. Ainda a títulode comparação, são colocados os valores médiosde 40 amostras de ortognaisses tonalíticos e grano-dioríticos depletados em Y, provenientes do Com-plexo Arqueano Napier da Enderbyland, Antártida,segundo SHERATON & BLACK (1980). Aqui, nova-mente, verifica-se uma forte similaridade químicados espécimes do Tonalito Cândido Mendes comessas rochas arqueanas.

Comportamento dos Elementos de TerrasRaras (ETR)

Visando investigar o comportamento dos ele-mentos de terras-raras nas duas unidade, trêsamostras do Granito Areal e 17 (dezessete) do To-nalito Cândido Mendes foram analisadas para es-tes elementos.

Com relação às amostras do Granito Areal, osdados da tabela II.2.11 e os padrões das curvasmostradas na figura II.2.13, permitem realçar os se-guintes aspectos:

a) as três curvas são enriquecidas em (ETRL)elementos de terras-raras leves (ETRL) comLa(lantânio) acima de 100xcondrito (240x condri-to); o ramo dos (ETRP) elementos de terras-raraspesadas é praticamente horizontalizado, mostran-do-se pouco acima de 10x condrito; o fracionamen-to dos ETR na amostra JP-61 é bem mais acentua-do do que nos demais espécimes;

b) as amostras JP-57 e JP-58 estão depletadasem Eu, sendo o valor maior observado na amostraJP-57, provavelmente por se tratar de um termomais diferenciado (SiO2=75,20%); a amostraJP-61, apesar de ter sílica relativamente alta, con-serva uma anomalia de Eu baixa, de apenas0,849;

SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

– 39 –

Figura II.2.12 – Diagrama K-C-N mostrando os trendsCA (alcialcalino) e TT (Tonalito-Trondjemito) e a

classificação dos granitóides, segundoCondie & Hunter (1976).

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c) o fracionamento ETRL/ETRP varia entre 8 e 30sendo maior para a amostra JP-61, chegando aatingir o valor de quase 30;

d) o somatório dos ETR varia entre 182 e 242.Os fatos observados nos ítens a-d aliados aos

padrões das curvas mostrados na figura II.2.13, in-dicam que o Granito Areal é um corpo de naturezacalcioalcalina, do tipo transicional de SHEN JILI &LIU JIAYUAN (1985), conforme mostrado na figura13, ou seja, equivalente aos tipos I de CHAPPEL &WHITE (1974) ou tipo sintaxis de XU KEQUIN et al.(1982).

A amostra JP-57, pelo seu caráter mais evoluído(ID=92) já assume característica crustal na figuraII.2.14. Por outro lado, a amostra JP-61, pelo seumais alto índice de alcalinidade (PALK= 1,011),conforme relacionado na tabela 1, é aquela commaior enriquecimento em ETRL.

O alto fracionamento que se verifica, por exemplo,na amostra JP-61, pode estar relacionado à presen-ca de granada e/ou hornblenda entre as fases resi-duais envolvidas nos processos de fusão parcial.

A figura II.2.15 nos reporta ao conjunto de curvasde ETR do Tonalito Cândido Mendes, das quais,juntamente com os dados constantes da tabela 1,podem ser relacionadas as seguintes observa-ções:

a) todo o conjunto acha-se enriquecido em ETRLcom uma ampla faixa de variação (32-282xcondrito,LaN=lantânio normalizado), gerando uma leve incli-

nação para a direita, já que o ramo do ETRP é de pou-co inclinado até mesmo horizontal, além de assumirum aspecto levemente côncavo. A amostra JP-42 as-sume o maior valor de La, compatível com seu alto ín-dice de alcalinidade (PALK=0,757);

b) do conjunto de 17 (dezessete) amostras, ape-nas três (JP- 42C, CF-155 e CF-219) apresentamvalores de anomalias de Eu maior do que 0,7, poisnas demais, essa anomalia é inexistente ou muitopouco expressiva. Essas três amostras apresen-tam os maiores percentuais de SiO2 em todo o con-junto, além, é óbvio, os maiores ID (índices de dife-renciação);

c) as relações ETRL/ETRP são amplamente va-riáveis, como se depreende da simples observa-ção do conjunto das curvas na figura 14, estandonuma faixa de 4-32, sendo o menor valor atribuídoà amostra CF-213 (que por sinal apresenta o me-nor fracionamento dos ETRP) e o maior à amostraJP-42C. Nota-se que essa faixa de valores é tam-bém observada nos gnaisses arqueanos Uivak I,embora haja casos de enriquecimento de ETRLbem mais marcantes que a situação presente;

d) os somatórios dos ETR estão na faixa de 55-254,onde o menor corresponde à amostra JP-1038 (tona-lito rico em hornblenda) e o maior a amostra JP-42C(granodiorito).

– 40 –

Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Figura II.2.13 – Diagrama dos ETR normalizados se-gundo o padrão condrito (Evensen, 1978),

para o Granito Areal.

Figura II.2.14 – Diagrama CaO x �Eu, de Shen Jili & LiuJiayuan, mostrando os campos dos Granitos Crustais(I) e Transicionais (II) para o Granito Areal e o Tona-

lito Cândido Mendes, na Folha Turiaçu/Pinheiro.

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As observações acima, bem como a análise da fi-gura II.2.14, junto com os demais dados da tabelaII.2.1, permitem concluir que o Tonalito Cândido Men-des tem somatório dos ETR semelhante àquele doGranito Areal, tratando-se, também, de rochas do tipoI (CHAPPELL & WHITE), ou granitóide de sintaxis (XUKEQUIN et al., 1982) ou ainda de transformações(SHEN JILI & LIU JIAYUAN, 1985). O seu padrão temafinidade com a série de rochas calcioalcalinas.

Ambiência Geotectônica

Os altos valores de alumina (acima de 14,5%) alia-dos aos baixos valores de Yb indicam, na concepçãode ARTH (1979), que as rochas em questão são deambiente continental. Tal constatação se confirmatambém pelos valores das razões Rb/Sr normalmentesuperiores a 0,01 como vistos na tabela II.2.1.

A figura II.2.16, que retrata o diagrama R1R2 deLA ROCHE (1980), mostra a variação dos tonalitosdesde o ambiente de colisão pré-placa, variando epredominando em ambiente de arqueamentopós-colisional, até ambiente tardi-orogênico.

Por outro lado, a similaridade geoquímica dos to-nalitos aqui estudados com aqueles gnaisses ar-queanos tipo Amitsoq, na Groenlândia, permiteconsiderá-los, provisoriamente, análogos ambien-talmente aos batólitos calcioalcalinos das Améri-cas Ocidentais, como seja, margem de placa des-trutiva convergente, em contato entre a crosta oce-anica e a continental.

Os três espécimes do Granito Areal são tipica-mente de ambiente tardi-orogênico.

Geocronologia

As rochas graníticas aqui estudadas variam deacordo com os dados plotados na figura II.2.17, aqual relaciona, segundo MARTIN (1987), os valoresnormalizados de Yb com as razões La/Yb. Como ro-chas mais antigas predominam os espécimes doTonalito Cândido Mendes, os quais coincidem como campo dos TTG arqueanos. Exceção a esta cons-tatação são as amostras JP-268, JP-73, CF-213 eCF-219, as quais se situam tipicamente no campopós-Arqueano, já que possuem valores de Ybn su-periores a 8,5. Vale observar que a amostra JP-42Cpossui o maior valor da razão (La/Ybn) igual a 112 ecorrespondentemente o mais baixo valor deYbn(2,514), sendo portanto tipicamente arqueana.Quanto ao Granito Areal, duas amostras plotam nocampo pós-arqueano, enquanto uma (JP-61) plotano campo arqueano, com alto valor da razão(La/Yb)n igual a 58,928 e Ybn igual 4,088. Aqui, ovalor da razão é transitório pois, de acordo comMARTIN (op. cit) as rochas pós-arqueanas teriamessa razão variando entre 4,5 <Ybn ã 20. Entretan-to, o autor chama a atenção para o fato de que maisimportante a considerar são os baixos valores deYbn no Arqueano, mais do que a própria razão(La/Yb)n. Os valores de (Gd/Yb)n são tambémcompatíveis com os padrões de rochas arqueanas.

SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

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Figura II.2.15 – Diagrama dos ETR normalizados segundo o padrão condrito (Evensen, 1978)para o Tonalito Cândido Mendes.

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Tomando-se por base os IP (índices petrográfi-cos K2O/Na2O) verifica-se que, de acordo comBARKER (1979), os valores do Tonalito CândidoMendes são inferiores ou próximos a 0,5, a exceçãodas amostras CF-219 e CF-173C, o que reforça ocaráter arqueano dessas rochas. Ao contrário, noGranito Areal esses índices são próximos de 1, sen-do o mais baixo (0,81) aquele referente à amostraJP-61. Nesse caso, fica também caracterizado opadrão mais jovem dessa unidade.

Metalogenia

Tratando-se de rochas do tipo TTG, classifica-das como granitos I ou de sintaxis, com anomalias,de Eu inferiores a 0,7, pode-se prever, segundo a li-nha de raciocinio de SHEN JILI & LIU JIAYUAN(1985) que as perspectivas metalogenéticas para oTonalito Cândido Mendes são para elementos quí-micos do tipo Au, Cu Mo e W. Já para os granitos daunidade Areal, com valores altos de Eu/Eu* é possí-vel alguma perspectiva para mineralizações do tipomais litófilas, como Sn, Ta, Nb e W. Entretanto, po-de-se estar diante de rochas precursoras, já quenão se nota enriquecimento nos ramos dos ETRP, oque de acordo com TAYLOR & FREYER (1982), in-dicaria a atuação de processos hidrotermais com

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Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Figura II.2.16 – Diagrama R1-R2 multicatiônico de La Roche, 1980. Os campos dos ambientes tectônicosforam baseados em Pitcher, 1982 e Harris et al., 1983. O campo entre o triângulo de linhas sólidas refere-se

a regime compressional. R1 = 4Si-11 (Na + K) - 12 (Fe + Ti); R2 = 6Ca + 2Mg + Al.

Figura II.2.17 – Diagrama (La/Yb)N versus (Yb)N mos-trando os campos tonalitos-trondhjemitos-granodioritos

(TTG) arqueanos e dos granitóides pós-arqueanos,segundo Martin (1987).

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percolação de F e CI, importantes fluídos capazesde promover as mineralizações.

Considerações Petrogenéticas

Os vários aspectos petrográficos, geológicos elitogeoquímicos arrolados neste capítulo, são rele-vantes no estabelecimento de considerações pe-trogenéticas relativas às rochas do Tonalito Cândi-do Mendes e do Granito Areal.

Assim, as seguintes considerações são sugeri-das com relação à petrogênese dessas unidades:

a) ambas são de caráter paraluminosos; b) os to-nalitos são calcio-alcalinos de baixo potássio e osgranitos são calcioalcalinos de alto potássio;

c) existem amostras de caráter transicional-híbri-do nas duas unidades, o que denota forte interaçãoentre ambas;

d) o aspecto petrográfico engloba rochas quevão de quartzo-diorito passando por trondhjemitose tonalitos, a granodioritos e adamelitos;

e) nas duas unidades predominam rochas dotipo sintaxis, equivalentes a granitos do tipo I; algu-mas amostras da unidade Tonalito Cândido Men-des junto com uma amostra da unidade GranitoAreal apresentam um certo caráter crustal;

f) os tonalitos são semelhantes aos gnaisses ar-queanos da Groenlândia e do Canadá, considera-dos típicos terrenos TTG bimodais;

g) a ampla variação no grau de fracionamento dosETR (La/Yb)n nos tonalitos, bem como os baixos va-lores de (Gd/Yb)n, envolvendo diferentes níveis dedepleção de Yb, aliado ao caráter calcioalcalino ealuminoso, permite deduzir, em analogia com outrosterrenos semelhantes e exaustivamente estudados,que tais rochas foram formadas por processos de fu-são parcial de uma infracrosta anfibolítica, com varia-das proporções de granada e situada a grandes pro-fundidades (crosta inferior); essa fusão teria ocorridoem níveis crustais cada vez mais superiores, a des-preender-se dos padrões de tendência plana que severifica nos ramos dos ETRP dos tonalitos, segundoTAYLOR & McLENNAN (1986);

h) os granitos seriam produtos posteriores e ge-rados pela fusão parcial dos tonalitos, em decor-rência da liberação de calor após o resfriamento ecristalização desses tonalitos; os granitos são maisricos em ETRL e LIL (ions litófilos grandes) e envol-vem forte fenômeno de metassotamose potássica,além de mistura de magma e fusão parcial de cros-ta continental. A anatexia (fusão parcial) aqui pro-posta é reforçada, entre outros aspectos, pelo pa-drão predominantemente plano dos ramos dos

ETRP (TAYLOR & McLENNAN, 1986) algo seme-lhante aos granitos Lochiel, póstectonicos, da re-gião de Kaapvaal, África do Sul , segundoGLIKSON & JAHN (1985);

i) o processo de formação dos tonalitos teriaocorrido em ambiente de margem de placa con-vergente, sob regime de alto grau geotérmico(30�C/km); admitir-se a participação de granada(em torno de 20%) no processo de fusão estima-seque o processo tenha ocorrido a pressões variandona faixa de 8 a 20k bar e profundidade de 25 a 66km, em razão da estabilidade da granada e do tipode material fonte.

j) A amostra JP-61, embora originalmente colo-cada na unidade Granito Areal, deve ser posiciona-da no Tonalito Cândido Mendes. Por outo lado, aamostra CF-219, tratada inicialmente como do To-nalito Cândido Mendes, tem mais afinidades com oGranito Areal. Tais recomendações estão embasa-das nos dados químicos até aqui analisados e nodendrograma da figura II.2.18, onde as amostrasdas duas unidades estão agrupadas de acordo como cluster, tendo como medida de comparação oscoeficientes de distância euclideana (DAVIS, 1973).

2.3 Cinturão de Cisalhamento Tentugal

2.3.1 Arcabouço Estrutural

Na área trabalhada, o cinturão Tentugal possuiorientação geral NW-SE, extensão aproximada de85km e largura média em torno de 35km, com lar-gura máxima de 50km. Seu limite sudeste situa-sena porção centro-sul da folha, estendendo-se paranoroeste, além dos domínios da área do Projeto.

Internamente, o referido cinturão tem sua geome-tria definida por frações lenticulares de rochas infra,meso e supracrustais, orientadas segundo NW-SE,intercaladas concordantemente com gnaisses emigmatitos que caracterizam o Complexo Maraca-çumé.

Sua estruturação maior é constituída por dois do-mínios estruturais, representados por sistemas, imbri-cado e transcorrente, com orientação geral NW-SE,conseqüência de um transporte de massas rochosasde SW para NE. Geneticamente, a evolução do cintu-rão Tentugal acha-se ligada à atuação de um regimetectônico compressivo oblíquo, responsável pelo de-senvolvimento dos dois domínios estruturais, ambosincorporando cinemática sinistral.

Os elementos estruturais identificados ao longodo Cinturão foram descritos detalhadamente por

SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

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COSTA et al. (1988), estando caracterizados porconspícuas xistosidade (s), foliação (c) e lineaçãode estiramento, além de bandas de cisalhamento,dobras em diferentes estilos e veios de quartzoboudinados.

2.3.1.1 Sistema Imbricado

Representa um dos estágios evolutivos do cintu-rão Tentugal, sendo responsável pelo imbricamen-to entre as litologias do Complexo Maracaçumé,

“Kinzigito Marajupema” e “Granito Maria Suprema”,conforme observado ao longo do perfil do rio Guru-pi, no seu médio curso (figura II.2.19).

Os dados estruturais obtidos diretamente no cam-po, notadamente nas litologias das unidades “Kinzi-gito Marajupema” e “Granito Maria Suprema”, regis-traram a presenca de uma pronunciada foliação mi-lonítica, orientada segundo um trend NW-SE e commergulhos de 30� a 50� para SW, além de conspícualineação de estiramento mergulhando para SSW,com valores entre 20� e 45�.

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Figura II.2.18 – Dendograma gerado a partir do cluster das amostras das unidades TonalitoCândido Mendes (a) Granito Areal (b).

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Nas exposições mais significativas do KinzigitoMarajupema (CF-159/160), são marcantes as evidên-cias da intensa deformação cisalhante dúctil, com odesenvolvimento de pronunciada foliação milonítica,de orientação N290) e N340), apresentando mergu-lhos de 30�SW a 50� SW; as lineações de estiramento,bastante conspícuas, mergulham para S/SW, comvalores de 20� a 45�. Essa trama estrutural caracteri-za um típico sistema de cavalgamento, responsávelpelo alçamento das rochas da infraestrutura em ní-veis crustais mais rasos, através de um arranjo imbri-cado, em decorrência da atuação de um regimecompressivo oblíquo. Alguns lanços de cavalgamen-to puderam ser cartografados, na escala de mapea-mento, sendo o mais característico aquele que apa-rece próximo ao limite sul do cinturão, colocando emcontato o Kinzigito Marajupema com os gnaisses doComplexo Maracaçumé (figura II.2.20).

Por outro lado, o sentido dos mergulhos das linea-ções de estiramento, ao longo do Kinzigito Marajupe-ma, essencialmente para SW, indica que o desloca-mento das rochas da infraestrutura ocorreu no senti-do de NE.

Em um outro afloramento de Kinzigito milonítico, nomédio-alto curso do rio Gurupi, nas proximidades doposto indígena do Canindé (CF-180), a rocha parade-rivada exibe pronunciada foliação N310�, com mergu-

lho de 60� para SW, além de conspícua lineação deestiramento mergulhando de 450, também para SW.

Nesse afloramento, observam-se dobras em dife-rentes estilos, como dobras intrafoliais e em bainha,essas últimas com dimensões decimétricas a métri-cas, bem ressaltadas pelas frações quartzosas, e cu-jos eixos guardam forte paralelismo com a lineaçãode estiramento (XY). Essa reorientação dos eixos dasdobras no sentido do eixo cinemático X, está relacio-nada à progressão da deformação não-homogênea(BELL, 1978), que provavelmente atingiu altas taxas,nessa porção do cinturão.

Localmente,ocorremvariaçõesgeométricas,comoaparecimento de feições ocelares, que representam,na realidade, dobras em bainha vistas em seção trans-versal ou subtransversal a X, mostrando seções elípti-cas ou “em olho” (QUINQUIS et al., 1978; COBBOLDand QUINQUIS, 1980).

Ainda em escala de afloramento, é marcante, porvezes, a presença de dobras intrafoliais disruptas ecom charneiras fortemente deformadas, enquantoque as relações entre as foliações S e C acham-sefortemente paralelizadas, evidenciando a intensida-de da deformação que atuou sobre essas litologias;por seu turno, a rotação de porfiroclastos, notada-mente nos tipos Kinzigíticos, indica uma movimenta-ção de massa de caráter essencialmente sinistral.

SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

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Figura II.2.19 – Perfil esquemático composto, em nível crustal, representativo do Sistema Imbricado: sistema decavalgamentos dúcteis, caracterizando um dos estágios evolutivos do Cinturão Tentugal, responsável peloimbricamento entre as litologias do Complexo Maracaçumé (1), Kinzigito Marajupema (2) e Granito Maria

Suprema (3). Na porção NE do perfil observa-se uma estrutura do tipo flor positiva, relacionada ao SistemaTranscorrente sinistral, superposto ao cavalgamento (médio curso do rio Gurupi).

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A combinação desses três fatores - assimetria dedobras intrafoliais, relações entre a xistosidade (S)e a foliação (C), além da rotação de porfiroclastos,associada à presença de foliação milonítica vertical

a subvertical e lineação de estiramento horizontal asubhorizontal, é indicativa da atuação de uma mo-vimentação direcional sinistral, superposta ao sis-tema imbricado.

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Figura II.2.20 – Elementos estruturais (foliação milonítica e lineação de estiramento) medidos ao longo doCinturão Tentugal. No canto esquerdo inferior observa-se um dos lanços de cavalgamento

identificado no cinturão (médio curso do rio Gurupi).

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As rochas do Granito Maria Suprema tambémapresentam marcantes evidências de deformaçãopor cisalhamento simples e dúctil.

Próximo ao contato com os gnaisses tonalíticosdo Complexo Maracaçumé, foi observada uma foli-ação milonítica de orientação N 350� e mergulho de60� para SW. Esses dados estruturais parecem in-dicativos da existência de um componente de ca-valgamento ao longo da faixa de ocorrência dosgranitos estratóides, o que poderia explicar o em-plaçamento dos mesmos, em arranjo imbricado,através de um regime compressivo.

Em síntese, pode-se admitir que o sistema imbri-cado acha-se relacionado a um processo de encur-tamento ou duplicação crustal, em regime tectôni-co compressivo oblíquo, caracterizado por zonasde cisalhamento, com caráter de cavalgamento,com movimentação de massa de SW para NE.

2.3.1.2. Sistema Transcorrente

Na implantação do cinturão Tentugal, a evoluçãodo regime compressivo oblíquo propiciou o desen-volvimento de um sistema transcorrente de caráteressencialmente sinistral, a fim de permitir o escapelateral das massas rochosas comprimidas.

Essa movimentação direcional está caracteriza-da por marcante foliação milonítica NW-SE, comfortes mergulhos para SW, mais raramente paraNE, além de conspícua lineação de estiramento,horizontal a suborizontal, para SE ou NW. Muito em-bora essas evidências possam ser observadaspraticamente em todas as litologias que integram ocinturão, sua melhor caracterização está impressanas rochas supracrustais do Grupo Gurupi, queocupa a porção norte desse domínio, bem comonas rochas paraderivadas, de alto grau, que consti-tuem o Kinzigito Marajupema, de ocorrência restritaà porção Sul do cinturão.

Em escala regional, o sistema transcorrente cor-responde a um feixe anastomosado de zonas de ci-salhamento verticais a subverticais, orientadas pre-ferencialmente segundo NW-SE e WNW-ESE, se-cundariamente N-S a NNE-SSW (figura II.2.21) su-perposto ao sistema imbricado. Essa estruturaçãotem também incipiente caracterização nos produ-tos de sensores aerogeofísicos, sendo responsávelpela orientação (NW-SE) das anomalias magneto-métricas, mostradas na figura II.2.22.

Em mapa, a geometria resultante está represen-tada por frações lenticulares ou sigmoidais, de di-mensões métricas a quilométricas, formadas prin-cipalmente por xistos quartzosos de orto e parade-

rivação, quartzitos, metaultramafitos, granitóides aduas micas, gnaisses tonalíticos etc, cujo arranjo,em escala regional, assemelha-se a um abanda-mento.

Esse arranjo lenticular pode também ser obser-vado nas escalas meso e micro. Em nível de aflora-mento, está bem caracterizado no porto do Chatão(EC-06), onde ocorre uma lente de tonalito miloníti-co (Tonalito Itamoari), com possança métrica, inter-calada nas rochas supracrustais do Grupo Gurupi.Também na estação JP-30, ao longo da estradaque leva ao garimpo de Montes Aureos, ocorre umbom exemplo de bandamento composicional, emescala de afloramento, envolvendo rochas do Gru-po Gurupi.

A xistosidade (S) constitui um elemento estrutu-ral com presença marcante ao longo dos litótiposenvolvidos no sistema transcorrente, notadamentena seqüência metavulcano-sedimentar, estandocaracterizada pela orientação preferencial dos mi-nerais placosos (clorita, biotita etc), contornandodiminutos grãos estirados de quartzo e feldspato,assemelhando-se a uma foliação desenvolvida emestágios avançados de transposição.

A foliação milonítica (C) é um outro elemento es-trutural bastante conspícuo, caracterizando uma fei-ção penetrativa ao longo de todo o cinturão. Geral-mente, incercepta e desloca a xistosidade (S), ge-rando uma relação (S-C) de truncamento, que foi umdos fatores preponderantes na determinação dosentido sinistral da movimentação (figura II.2.23).

A associação desses dois elementos estruturais,notadamente nas rochas miloníticas do Grupo Gu-rupi, foi responsável pela geração de prováveistectonitos SC (segundo a classificação de LISTER& SNOKE, 1984), caracterizando zonas de intensofluxo laminar não coaxial.

A lineação de estiramento, por vezes pode serbastante conspícua, como, por exemplo, na esta-ção JP-10, onde se acha formada por barras ourods de quartzo. Pode também estar presente nasfrações alongadas dos veios de quartzo ou de ro-chas quartzo-feldspáticas.

As bandas de cisalhamento e as dobras em dife-rentes estilos constituem também elementos estru-turais ligados à movimentação transcorrente. Asprimeiras, menos freqüentes, possuem dimensõescentimétricas a decimétricas e podem modificar axistosidade (S), afetando a relação S-C (figuraII.2.24). As dobras, por outro lado, são bastante fre-qüentes e podem receber classificações diversas,destacando-se dobras em bainha, em olho, intrafo-liais, em tubo, pitgmáticas etc figura II.2.25).

SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

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Figura II.2.21 – Sistema Transcorrente Sinistral, caracterizado por feixes anastomosados de zonas decisalhamento subverticais, orientadas segundo NW-SE e WNW-ESE. Nas porções central

e norte, observa-se o desenvolvimento de um provável antitético (R’) dobinário sinistral, com orientação N-S a NNE-SSW.

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Uma descrição detalhada sobre os mecanismosgeradores dessas dobras, durante a tectogêneseTentugal, foi apresentada por COSTA et al., em 1988.Os referidos autores ressaltaram a existência de umarelação direta entre as dobras intrafoliais e as dobrasem bainha, distinguindo dobras intrafoliais com char-neiras fortemente deformadas, que são isoclinais noplano X-Z e em bainha no plano X-Y, além de dobras

intrafoliais com charneiras não-deformadas. A coe-xistência de dobras intrafoliais com charneirasnão-deformadas a fortemente deformadas é indicati-va dos diversos estágios de geração de dobras, du-rante a movimentação transcorrente. As dobras emtubo possuem dimensões centimétricas a decimétri-cas e acham-se alongadas na direção da lineação deestiramento, enquanto que as dobras pitgmáticas, de

SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

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Figura II.2.22 – Anomalias magnetométricas fortemente orientadas segundo NW-SE, refletindo aestruturação regional do Cinturão Tentugal.

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dimensões centimétricas, são desenhadas por veiosde quartzo. As dobras em olho (eye folds), tambémfreqüentes, representam uma visualização das do-bras em bainha no plano Y-Z.

De acordo com COSTA et al. (op cit), “a existên-cia de dobras intrafoliais não-deformadas, dobrasem bainha, dobras em tubo e pitgmáticas eviden-cia, pelo menos, três mecanismos distintos para aformação de dobras durante a implantação do sis-tema transcorrente. As primeiras, devem ter evoluí-do a partir de heterogeneidades ou instabilidadesdentro das zonas de cisalhamento, causadas pelapresença de corpos geológicos mais competentes,como por exemplo frações quartzosas e quart-

zo-feldspáticas, ou pelo desenvolvimento da folia-ção C e de bandas de cisalhamento. O segundoconjunto se refere à variação na magnitude do cisa-lhamento através do cinturão, permitindo o apareci-mento de dobras orientadas, inicialmente, com ân-gulos inferiores a 45�, em relação a direção de esti-ramento máximo. Essas dobras foram rotacionadasem direção ao eixo principal do elipsóide de defor-mação e estiradas no incremento da deformação,adquirindo a morfologia em tubo. O terceiro conjun-to, corresponde à flambagem de veios de quartzo,orientados inicialmente com ângulos superiores a90�, em relação ao estiramento máximo” (figuraII.2.26).

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Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Figura II.2.23 – Relação entre as foliações S e C emquartzo-micaxistos. O sentido de movimentação

está indicado pelos pares de retas no ladoesquerdo da figura.

Figura II.2.24 – Bandas de cisalhamento em quartzo-sericita xistos, indicando movimentação sinistral.

Figura II.2.25 – Diferentes estilos de dobras, observados ao longo do Cinturão de Cisalhamento Tentugal.A) dobras ptigmáticas, desenhadas por veios de quartzo; B) dobras intrafoliais com linhas de

charneira fortemente deformadas, (segundo Costa et al., 1988).

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A implantação do sistema transcorrente foiacompanhada pela percolação de expressivo volu-me de fluidos, responsáveis pela geração de ma-cro e meso venulações silicosas, representadaspelos abundantes e significativos veios ou boudinsde quartzo, comumente associados às rochas su-pracrustais do Grupo Gurupi (principalmente), por-tadores, em escala regional, das conhecidas mine-ralizações auríferas da região.

Os veios de quartzo possuem possanças centi-métricas a métricas e extensões métricas a quilo-métricas, apresentando disposições variáveis emrelação a direção de estiramento máximo (NW-SE),podendo ser paralelos, subparalelos ou formar ân-gulos altos com aquela direção. No primeiro caso, omais freqüente, ocorrem sob a forma de boudins ouem estruturas pinch-and-swell, enquanto que osveios subparalelos são mais regulares ou boudina-

SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

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Figura II.2.26 Croqui esquemático progressivo de dobras ptigmáticas A) em tubo; B) em Bainha; C) segundoQuinquis & Cobbold (1978) e Coward (1984) (apud Costa et al., 1988).

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dos; os veios que formam ângulos altos com o esti-ramento máximo encontram-se geralmente de-senhando dobras pitgmáticas.

As disposições variáveis dos veios de quartzo, emrelação ao estiramento máximo, além de suas dife-rentes geometrias, são indicativas de que tais corposgeológicos podem estar relacionados ao desenvolvi-mento de fraturas de cisalhamento dos tipos Y ou D,P, R, R’ e T, durante a evolução do cinturão de cisa-lhamento Tentugal (COSTA et al., op. cit) (figuraII.2.27).

Na porção norte do cinturão, as zonas de cisa-lhamento estão caracterizadas por rochas forte-mente laminadas, com mergulhos pronunciadospara SW (subverticias), mais raramente para NE,exibindo marcante lineação de estiramento, orien-tada preferencialmente segundo NW-SE, horizontala subhorizontal para NW ou SE, compondo um pa-drão divergente, que corresponde a estruturas emflor positiva.

Essas estruturas desenvolveram-se principal-mente nos metamorfitos do Grupo Gurupi, poden-do englobar, todavia, rochas de outras unidades,como pôde ser constatado no extremo-sudeste docinturão, no alto curso do rio Maracaçumé, onde foiinterpretada uma estrutura em flor positiva com eixoNW-SE, constituída por frações lenticulares dasunidades Tonalito Itamoari e Complexo Maracaçu-mé, além do próprio Grupo Gurupi (figura II.2.28).

As modificações na geometria dos corpos ro-chosos que integram o cinturão Tentugal decorre-ram, em grande parte, da atuação da movimenta-ção transcorrente sinistral.

2.3.1.3 Relação entre os Sistemas Imbricado eTranscorrente

Conforme enfatizado no início do capítulo, a evo-lução do cinturão de cisalhamento Tentugal está in-timamente relacionada à atuação de um regimecompressivo oblíquo.

Em regimes dessa natureza, é comum a coexis-tência de sistemas imbricados e transcorrentes, osquais, via de regra, são reflexos de movimentaçõesdistintas, durante a progressão da deformação.

Ao longo do cinturão Tentugal, pôde ser obser-vado que o sistema transcorrente sinistral super-põe o sistema imbricado oblíquo, o que parece in-dicativo de um diacronismo nas movimentaçõesmaiores, durante a implantação do cinturão.

No primeiro momento, a movimentação, em bai-xo ângulo, propiciou o desenvolvimento do sistemaimbricado oblíquo, enquanto que a seguir a movi-

mentação, de carater direcional ou em alto ângulo,foi responsável pelo desenvolvimento do sistematranscorrente, com sentido sinistral.

As zonas de cisalhamento de ocorrência locali-zada e com provável movimentação dextral(NNE-SSW), interpretadas na porção centro-nortedo cinturão, bem como aquela de direção N-S,identificada imediatamente a norte do cinturão(figura II.2.21), poderiam ser interpretadas comozonas de cisalhamento secundárias transcorren-tes, rampas laterais, ou mesmo ramos antitéticos(R’) do binário sinistral maior, formadas durante aimplantação do sistema transcorrente sinistral,para aliviar os acúmulos de tensões.

Todavia, não deve ser eliminada a hipótese deuma terceira movimentação, de caráter dextral, du-rante a evolução do cinturão Tentugal.

A figura II.2.29 representa uma seção geológi-ca esquemática composta, em nível crustal, mos-trando a relação entre os sistemas imbricado etranscorrente (porção SW da figura), genetica-mente ligados à atuação de um regime compres-sivo oblíquo.

2.3.2 Descrição das Unidades

As unidades litoestratigráficas integrantes docinturão de cisalhamento Tentugal constituemum conjunto de rochas infra, meso e supracrusta-is, intensamente retrabalhadas tectonicamente(milonitizadas), ocorrendo desde litótipos gnais-sificados, orto e paraderivados, de fácies anfibo-lito a granulito, até filitos, quartzitos e xistos de na-turezas diversas, com mineralogia inerente à fáci-es xisto-verde.

O complexo Maracaçumé é considerado comouma das seqüências mais basais do cinturão,constituído por gnaisses de composição tonalíticae granodiorítica, com evidências de migmatização,deformados regionalmente em estágios miloníticoa ultramilonítico.

Em íntima associação aos gnaisses regionais,ocorre uma faixa de rochas paraderivadas, ao nívelda infraestrutura, caracterizada por cordierita-bioti-ta-muscovita xistos e mesocataquartzitos, agrupa-dos sob a denominação Kinzigito Marajupema.

A denominação Grupo Gurupi foi mantida parauma seqüência supracrustal, de natureza vulca-no-sedimentar, metamorfizada na fácies xito-ver-de e milonitizada em escala regional, sendo cons-tituída por xistos quartzosos, xistos carbonosose/ou magnesíferos, filitos, metadacitos, metaultra-mafitos etc.

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SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

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Figura II.2.27 – Relação entre os veios de quartzo e as fraturas de cisalhamento. A) esquema mostrando a orien-tação das fraturas de cisalhamento em relação ao binário principal. B) principais estilos geométricos dos veios

de quartzo e suas relações com as fraturas de cisalhamento, (segundo Costa et al., 1988).

Figura II.2.28 – Perfil esquemático composto, em nível crustal, representativo do Sistema Transcorrente:estrutura em flor positiva, envolvendo rochas do Complexo Maracaçumé (1), Grupo Gurupi

(2) e Tonalito Itamoari (3). (médio curso do rio Gurupi).

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Os biotita-muscovita granitos miloníticos, queconstituem uma megalente intercalada nos gnais-ses do Complexo Maracaçumé, são consideradoscomo formados por anatexia crustal em fase sinci-salhante ou sincolisional, recebendo a denomina-ção Granito Maria Suprema.

Os milonitos de composição essencialmente to-nalítica/trondhjemítica, sem evidências de migmati-zação, recebem a denominação Tonalito Itamoari,representando, provavelmente, o equivalente retra-balhado do Tonalito Cândido Mendes.

2.3.2.1 Complexo Maracaçumé

2.3.2.1.1 Histórico

As primeiras citações sobre a ocorrência de ro-chas consideradas de idade arqueana nas baciasdos rios Piriá, Gurupi e Maracaçumé, devem-se aMOURA (1936), que assinalou a presença de gna-isses, granitos e anfibolitos, naquela região. Poste-riormente, inúmeros autores corroboraram aquelasinformações, em geral relacionando aquele conjun-to de rochas ao Embasamento Cristalino, Comple-xo Basal ou Pré-Cambriano Indiviso.

COSTA et al, entre 1975 e 1977, realizaram o pri-meiro trabalho de mapeamento geológico em escalaregional no noroeste do Maranhão e nordeste doPará, apresentando uma nova proposta estratigráfi-ca, na qual as rochas então relacionadas ao “Cráton

de São Luís”, representadas fundamentalmente porgnaisses e migmatitos, foram denominadas de“Associação Metamórfica Maracaçumé”, de supostaidade arqueana. Essa denominação foi posterior-mente modificada por ABREU et al., (1980), os quaispreferiram a utilização do termo Complexo Maraca-çumé, para um conjunto de gnaisses e migmatitos,intimamente relacionados, de composição graníticaa tonalítica, com tipos granodioríticos associados,apresentando freqüentes encraves anfibolíticos.

No presente trabalho, é mantida a denominaçãoComplexo Maracaçumé para a unidade que repre-senta, no conjunto litoestratigráfico regional, umadas seqüências mais basais identificada e individu-alizada na porção oes-sudoeste da área do Projeto,e que corresponde à província geotectônica deno-minada cinturão de cisalhamento Tentugal.

De um modo geral, dominam tipos granitóides,exibindo taxas deformacionais compatíveis com osestádios milonítico a ultra-milonítico, sob condiçõesfaciológicas inerentes ao anfibolito médio-superior,às vezes com evidências de retrometamorfismo. Arigor, exibem características mesoscópicas de for-te anisotropia estrutural e moderada venulação, re-presentada por mobilizados pré a sintectônicos, denatureza quartzosa e/ou quartzo-feldspática. Asvariedades petrográficas dominantes são tonalitos,trondhjemitos e granodioritos migmatizados, semuma clara definição das relações genéticas e decontato entre essas variedades.

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Figura II.2.29 – Seção geológica esquemática composta, mostrando as relações entre os sistemas estruturaisdo Cinturão Tentugal a SW, e a bacia de São Luís a NE.

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Os tonalitos e os thondhjemitos apresentamuma assembléia mineral dominada por plagioclá-sio e quartzo, associada comumente à biotita, clo-ritizada ou não, além de epidoto, em variados per-centuais. Apatita, zircão, opacos e, mais raramen-te, granada, são acessórios mais freqüentes. Atextura normalmente exibida é do tipo granolepi-doblástica ineqüigranular, cujos ocelos feldspáti-cos apresentam-se rotacionados e contornadospor leitos micáceos, indicando a superposição deprocesso milonítico.

2.3.2.1.2 Distribuição Geográfica

O complexo Maracaçumé tem sua faixa de ocor-rência na porção oeste da Folha SA.23-Y-B (Pinhei-ro), notadamente no interflúvio Gurupi-Maracaçu-mé; suas melhores exposições no leito do rio Guru-pi, médio-alto curso, a partir da cachoeira Tapeua,para montante, ocupando uma faixa de direção ge-ral noroeste-sudeste, cuja largura média é da or-dem de 15 a 20km. Outra área de ocorrência, comdimensões bem mais reduzidas, situa-se nas cabe-ceiras do rio Maracaçumé, com boas exposiçõesao longo do caminho que leva ao povoado Arari-bóia. Nessa região, as rochas relacionadas aoComplexo Maracaçumé constituem um corpo lenti-cular, facilmente discernível nas imagens radargra-métricas e fotografias aéreas, intercalado nas ro-chas supracrustais do Grupo Gurupi.

2.3.2.1.3 Relações de Contato

O Complexo Maracaçumé mantém contato comas demais unidades que ocorrem ao longo do cin-turão de cisalhamento Tentugal; com o KinzigitoMarajupema, Granito Estratoide Maria Suprema eTonalito Itamoari, os contatos são concordantes ede forma aproximadamente lenticular, conformepode ser observado no mapa geológico do Projeto.Esses contatos são geralmente difíceis de seremestabelecidos com grande precisão, em face dassimilaridades composicionais e fotogeológicas en-tre os granitóides do complexo e as demais unida-des supracitadas. Com as rochas supracrustais doGrupo Gurupi, os contatos são também concordan-tes (imbricação), em geral retilíneos e de fácil deli-mitação, tanto no campo como nos produtos desensoreamento remoto, uma vez que as supracrus-tais apresentam um relevo pronunciado, com ele-vações em forma de cristas alinhadas e vales estre-itos, contrastando com o relevo suavemente ondu-lado, formando pela justaposição de morrotes com

o topo convexo, que caracteriza as áreas de ocor-rências do Complexo Maracaçumé.

2.3.2.1.4 Características Petrográficas

Essa unidade é representada por uma seqüên-cia de granitóides com instalação em níveis meso-crustais, representados essencialmente por tonali-tos, trondhjemitos e granodioritos, cuja paragêneseé indicativa de fácies metamórfica compatível coma fácies anfibolito médio a alto.

Os componentes litológicos são facilmente identi-ficados no campo, em escala mesoscópica, distin-guindo-se das demais unidades por sua heteroge-neidade composicional e estrutural, apresentandovariadas intensidades nas taxas de deformação.

A assembléia mineral é dominada por plagioclá-sio/quartzo/biotita + microclina + muscovita + epi-doto + granada + titanita/zircão/apatita e opacos,em ordem de decréscimo de abundância. O arran-jo mútuo entre os grãos minerais destaca o padrãodominantemente granolepidoblástico, com umaforte anisotropia estrutural evidenciada por uma fo-liação proto a ultramilonítica, desenvolvida em es-cala penetrativa.

Os cristais de plagioclásio são essencialmente dotipo oligoclásio, ocorrendo geralmente como ocelosxenoblásticos, globulares, rotacionados e com par-cial alteração para sericita e, mais raramente, epido-to. Em adição, podem também ocorrer em dimen-sões granulométricas reduzidas, como conseqüên-cia do processo de cominuição associado ao cisa-lhamento dúctil superposto. Nessa condição, ocor-rem como parte integrante da fração matricial, comogrãos inicialmente achatados e moderadamente es-tirados segundo uma orientação anisotrópica prefe-rencial. Às vezes, contêm inclusões de quartzo, seri-cita e biotita, exibindo um discreto desenvolvimentode geminação simples, do tipo albita, ou combinadasegundo a lei da albita-periclina.

Os cristais de quartzo ocorrem como grãos xe-noblásticos e representam a fase mineral com osmais evidentes efeitos deformacionais. A rigor,apresentam-se como agregados policristalinos,com evidências de processos de recuperação e re-cristalização sincinemática. Nos tipos submetidosàs mais altas taxas deformacionais (ultramilonitos),os cristas de quartzo exibem forte achatamento eestiramento, assumindo configuração ribonada,constituindo leitos relativamente bem individualiza-dos, realçando a foliação penetrativa.

A biotita ocorre como palhetas de dimensões va-riadas, por vezes exibindo pleocroísmo marrom-

SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

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avermelhado, sugerindo uma natureza incipiente-mente titanífera. Constituem níveis que realçam afoliação, contornando os ocelos feldspáticos ecompondo um padrão anastomótico. Localmente,ocorrem associados com palhetas de muscovita,em nítida orientação preferencial. O percentual vo-lumétrico da biotita é significativo nas variedadestonalíticas e granodioríticas, com acentuado de-créscimo nos tipos trondhjemíticos.

A microclina é uma fase feldspática potássica ex-tremamente subordinada, com incipiente desenvol-vimento sob a forma de diminutos cristais, exibindoembrionária geminação polissintética cruzada.

O epidoto é relativamente abundante, ocorrendolocalmente como cristais bem desenvolvidos, su-gerindo uma formação a partir de processos dedescalcificação do plagioclásio.

Opacos, zircão, apatita e titanita, mostram umatendência à íntima associação com palhetas de bi-otita, enquanto que a granada constitui uma fasemineral acessória, de ocorrência ocasional.

A análise dos litótipos representativos do Com-plexo Maracaçumé denuncia efeitos metamórficoscompatíveis com a fácies anfibolito, além de ummecanismo deformacional em regime de cisalha-mento dúctil, cujo retrabalhamento foi responsávelpelas transformações mineralógicas e reordena-mento estrutural da assembléia mineral.

Ao contrário das demais unidades litoestratigrá-ficas identificadas na área do Projeto, os litótipos doComplexo Maracaçumé destacam-se mesoestru-turalmente pelo intenso e extenso processo anate-xítico-migmatítico, em escala quase regional.

2.3.2.1.5 Idade, Origem e Correlação

Até o presente inexistem estudos geocronológi-cos específicos nas rochas do Complexo Maraca-çumé. Todavia, considerando que os produtos doplutono-vulcanismo transamazônico (suíte Tromaí,± 2.0000 Ma) são mais jovens do que o complexoMaracaçumé, é admissível considerar as rochas doreferido complexo como integrantes de uma crostaarqueana.

Os litótipos do Complexo Maracaçumé mostram,de forma generalizada, evidências de anatexia,com o desenvolvimento de variadas estruturas mig-matíticas, onde as frações melano e leucossomáti-cas desenham diversas configurações migmáti-cas, marcadoras de um evento geológico mais anti-go, indicativo de que o Complexo Maracaçumé po-deria representar o produto da fusão parcial deuma pretérita crosta inferior, de natureza anfibolíti-

ca, sendo, portanto, uma das unidades mais basaisde toda a seqüência litoestratigráfica identificadana área mapeada.

É correlacionável às unidades inframesocrustaisocorrentes no Cráton Amazônico, como o Comple-xo Guianense e o Complexo Xingu, entre outros.

2.3.2.2. Kinzigito Marajupema

2.3.2.2.1 Histórico

Os trabalhos anteriores não fazem nenhuma cita-ção acerca da existência de rochas paraderivadas,ao nível da infraestrutura e com parciais evidênciasde retrometamorfismo, como parte integrante docontexto arqueano do cráton de São Luís. No pre-sente trabalho, foram identificadas rochas dessa na-tureza no médio/alto curso do rio Gurupi, em íntimaassociação com as litologias do Complexo Maraca-çumé, em provável relação de imbricação tectônicade baixo ângulo. Estam representadas por Kinzigi-tos (cordierita-biotita-muscovita xistos) e me-socataquartzitos, as quais em função de suas ca-racterísticas litológico-estruturais, foram agrupadasem uma única unidade litoestratigráfica, à qual éproposta a denominação de Kinzigito Marajupema.

2.3.2.2.2 Distribuição Geográfica

O Kinzigito Marajupema está bem representadoao longo de uma faixa com direção NW-SE, afloran-te no médio/alto curso do rio Gurupi (porção cen-tro-oeste da folha SA.23-Y-B), a partir da localidadeMarajupema, até uns 2km a jusante. Em mapa,apresenta uma forma nitidamente lenticular, comcerca de 12km de comprimento e largura máximade 2km, adelgaçando-se para noroeste e sudeste,à medida em que se afasta do leito do rio; sua deli-mitação tornou-se possível depois da integraçãodos dados de campo, análises petrográficas e es-tudos fotointerpretativos detalhados. A feição mor-fológica mais característica da unidade é uma serrapronunciada que ocorre na margem esquerda dorio Gurupi, a jusante da foz do seu afluente Cora-ci-Paraná.

Outra significativa exposição situa-se à altura doposto indígena do Canindé (CF-R-180), ainda nomédio/alto Curso do rio Gurupi, formando uma ex-tensa cachoeira, onde a rocha paraderivada (kinzi-gito milonítico) exibe pronunciada foliação miloníticaN310, mergulhando 60o para SW, além de conspí-cua lineação de estiramento mergulhando 45o, tam-bém para SW. Por tratar-se de um afloramento isola-

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do, ainda que apresentando dimensões considerá-veis, não foi possível representar, na escala de tra-balho, essa outra ocorrência de rocha infracrustal.

2.3.2.2.3 Relações de Contato

O Kinzigito Marajupema encontra-se em contatocom os metamorfitos arqueanos do Complexo Mara-caçumé, constituindo um corpo lentiforme, cujos tra-ços da superfície de contato são concordantes coma estruturação regional do citado Complexo. O limitesudoeste desse contato é razoavelmente definido,uma vez que coincide com um dos lanços de caval-gamento responsável pelo alçamento das rochas dainfraestrutura em níveis crustais mais rasos.

2.3.2.2.4 Características Petrográficas

Essa unidade compreende uma seqüência demesocatametamorfitos, como um conjunto parade-rivado, ocorrendo em íntima associação e possivel-mente em estilo imbricado com o Complexo Mara-caçumé. Trata-se, em essência, de gnaisses Kinzi-gíticos e metaquartzitos muscovíticos, que porsuas características protolíticas metassedimenta-res são cartografados como uma unidade destaca-da, na área mapeada.

Os kinzigitos são representados por uma para-gênese do tipo quartzo - titanobiotita - plagioclásio -cordierita - granada - muscovita - zircão e opacos.A textura é granolepidoblástica, com superposiçãode um arranjo milonítico, emprestando uma forteanisotropia estrutural, marcada pela orientaçãopreferencial dos grãos minerais.

Essa anisotropia estrutural é marcada por cons-pícua foliação milonítica, onde a reorientação mi-neralógica e estrutural é controlada por planos decisalhamento, com incipientes efeitos retrometa-mórficos (CF-R-159).

O quartzo ocorre como cristais de dimensões eformas variadas, mostrando fortes efeitos de ten-sões internas, com destaque para extinção ondu-lante, bandas de deformação, formação desubgrãos e geração de novos grãos.

O plagioclásio é composicionalmente do tipo oli-goclásio, apresentando lamelas de geminação cur-vadas, extinção ondulante e fraca alteração parasericita. Ocorre em forma xenoblástica, comogrãos de dimensões variadas, geralmente conten-do inclusões de biotita.

O mineral micáceo dominante é a titanobiotita,geralmente contendo inclusões de zircão metamíti-co; ocorre geralmente como palhetas em agrega-

dos, contornando os grãos de quartzo e plagioclá-sio. Apresenta um forte pleocroísmo amarelo-cas-tanho a marrom-esverdeado, cujos traços dos pla-nos de clivagem mostram-se localmente recurva-dos. Cristais de granada, cujos planos de fraturaacham-se preenchidos por palhetas relativamentebem desenvolvidas de muscovita, acham-se inti-mamente associadas aos níveis titanobiotíticos,com íntima orientação preferencial.

A cordierita é uma fase mineral sempre presente,em cristais de dimensões significativas, mostrandoparcial e/ou total alteração para pinita.

Os quartzitos apresentam uma mineralogia domi-nada por cristais de quartzo, com a presença subor-dinada de diminutas palhetas de muscovita, sericitae titanobiotita. O arranjo mútuo entre os grãos mine-rais ensaia um padrão granoblástico ineqüigranular,com tendência a uma orientação do eixo cristalográ-fico, alinhando-se preferencial ou unilateralmente,marcando uma moderada anisotropia estrutural.

Os cristais de quartzo ocorrem em formas e di-mensões extremamente variadas, exibindo efeitosdeformacionais característicos de tensões internas,como extinção ondulante, bandas de deformação,contatos intergranulares suturados, processos derecuperação e rescristalização sincinemática.

As diminutas palhetas de muscovita/sericita/tita-nobiotita mostram tendência à concentração ao lon-go de planos de cisalhamento, e à orientação doeixo cristalográfico, alinhando-se preferencialmenteou unilateralmente, como discretos níveis micáceos.

Os metassedimentos exibem características de-formacionais de natureza cisalhante e dúctil, resul-tante do retrabalhamento crustal inerente à implan-tação do cinturão de cisalhamento Tentugal.

2.3.2.2.5 Idade, Origem e Correlação

A inexistência de datações radiométricas nasrochas desta unidade não permite maior precisãona determinação de sua idade. Todavia, conside-rando o seu modo de ocorrência, na forma de cor-pos lenticulares, concordantes e intimamente re-lacionados (intercalados) com os litótipos doComplexo Maracaçumé, o qual é consideradocomo de idade arqueana (COSTA, et al., 1975/77;ABREU et al., 1980), é perfeitamente admissível ocronoposicionamento do Kinzigito Marajupemano Arqueano.

A presença de Kinzigito (ou xisto à cordierita) éindicativa de uma derivação a partir de rochas sedi-mentares, submetidas às condições de Pe T ine-rentes a níveis crustais profundos (fácies granulito).

SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

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Assim, os corpos lenticulares que ocorrem encra-vados nos termos litológicos do Complexo Maraca-çumé representam pretéritas camadas de pelitose/ou psamitos, evidenciando a incipiente contribui-ção sedimentar na formação da crosta arqueana.

Por suas características geológico-estruturais, oKinzigito Marajupema poderia ser correlacionadoao Quartzito Tracajatuba (JORGE JOÃO et al.,1979), ocorrente no cráton Guianês.

2.3.2.3 Grupo Gurupi

2.3.2.3.1 Histórico

Os metamorfitos de baixo grau ocorrentes nosmédios cursos dos rios Gurupi e Piriá foram origi-nalmente denominados de Série Gurupi, porMOURA (1936), o qual destacou a presença, na-quela região, de um conjunto metassedimentar deprovável idade pré-cambriana, representado por fi-litos, micaxistos, xistos hematíticos, itacolomitos,quartzitos e itabiritos, cortados por abundantes vei-os de quartzo.

Em trabalhos posteriores, OLIVEIRA & LEO-NARDOS (1943), além de ABREU (1944) mantive-ram a mesma denominação, enquanto que FRAN-CISCO, et al., no início da década de 70 (1971) em-pregaram pela primeira vez a denominação GrupoGurupi, para a seqüência composta por filitos,quartzitos e xistos, de idade pré-cambriana.

ARANTES et al. (1972) e DAMASCENO, &SOUZA (1973) voltaram a empregar o termo SérieGurupi, enquanto COSTA, et al. (1975/77) restabe-leceram a denominação Grupo Gurupi, engloban-do na unidade as rochas supracrustais que ocor-rem na zona costeira dos estados do Pará e do Ma-ranhão e, ainda, as rochas sedimentares relaciona-das à Formação Vizeu (ABREU et al., 1980)), deprovável idade proterozóica médio/superior.

Em 1980, ABREU et al., apresentaram uma novaproposta estratigráfica para o pré-cambriano da re-gião do Gurupi, subdividindo o grupo homônimonas formações Santa Luzia e Gurupi, baseando-seem diferenças estruturais e metamórficas suposta-mente existentes entre as duas unidades. A forma-ção Santa Luzia abrangeria os xistos de diferentescomposições, inclusive aqueles que ocorrem pró-ximo à zona litorânea, enquanto à Formação Gurupiestariam relacionados os tipos litológicos de graumetamórfico mais baixo,representados por ardósi-as, filitos, metagrauvacas e quartzitos, expostos aolongo da BR-316, entre a cidade de Capanema e orio Gurupi. Nesse mesmo ano, ABREU & HASUI

mantiveram a subdivisão supramencionada, combase na análise geométrica das estruturas presen-tes nos metamorfitos, estabelecendo diferentes es-tilos e fases de deformação para as formaçõesSanta Luzia e Gurupi, relacionando-as aos eventosTransamazônico (2.000m.Ma) e Brasiliano(500m.Ma), respectivamente.

ABREU, & LESQUER, em 1985, mantiveram es-sas denominações, posicionando a Formação San-ta Luzia no Arqueano e a Formação Gurupi no Pro-terozóico Inferior, considerando esta última como oequivalente no lado brasileiro, do sistema Birrimia-no, da África.

No presente trabalho, os autores preferiram aban-donar a divisão do Grupo Gurupi em formações San-ta Luzia e Gurupi, conforme proposta por ABREU etal., (op. cit.). por entenderem que inexistem diferen-ças estruturais e metamórficas, em escala regional,que justifiquem tal separação. Assim, é mantida adenominação Grupo Gurupi, para designar o con-junto de rochas supracrustais intimamente relacio-nadas à província geotectônica denominada cintu-rão de cisalhamento Tentugal, excluindo-se, portan-to, os epimetamorfitos que ocorrem na região litorâ-nea.

De forma generalizada, compreende um con-junto de rochas orto e paraderivadas, de naturezaxistosa, englobando fundamentalmente xistosquartzosos à muscovita e/ou biotita e/ou clorita,xistos carbonosos e/ou manganesíferos (subordi-nados), filitos, metadacitos, metacherts e, subor-dinadamente, metaultramafitos, além de forma-ção ferrífera. A rigor , exibem uma textura granole-pidoblástica, com forte anisotropia estrutural, ca-racterizada por uma conspícua xistosidade, resul-tante, geralmente, da superposição de um intensi-vo e extensivo processo milonítico, em escala pe-netrativa.

Esse conjunto supracrustal apresenta-se fre-qüentemente cortado por abundantes veios dequartzo, com dimensões variando de centimétri-cas a quilométricas, sob a forma de boudins depossanças centimétricas a métricas; em geral,são paralelos a subparalelos ao trend principal daunidade, podendo, também, formar ângulos altoscom a referida direção. Esses veios de quartzo as-sumem significativa importância econômica, umavez que são portadores, em larga escala, de mine-ralizações auríferas, o que empresta ao Grupo Gu-rupi um considerável interesse metalogenético-prospectivo, notadamente com relação às minera-lizações auríferas, secularmente conhecidas naregião.

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2.3.2.3.2 Distribuição Geográfica

As rochas supracrustais do Grupo Gurupi têmsua principal área de exposição na porção NW dafolha SA.23-Y-B, (Pinheiro) no interflúvio Maracaçu-mé (alto curso) Gurupi (médio curso) Gurupi Mirim,dispostas segundo uma faixa de trend NW-SE, comextensão aproximada de 80km e largura média daordem de 2 a 3km. Suas exposições mais significa-tivas podem ser observadas nas áreas de garimpo,notadamente nas regiões garimpeiras do ChegaTudo, Serrinha, Cedral, Nadir, Montes Áureos etc,todas no interflúvio Gurupi/Maracaçumé.

Na região do Chega Tudo podem ser observadasexcelentes exposições de rochas supracrustais, nosgarimpos do Nivaldo e Antonio Satiro, entre outros.Também são freqüentes as exposições ao longo daestrada que vai do Chega Tudo para o porto do Cha-tão, na margem direita do rio Gurupi. Na estrada quevai do povoado do Limão para Montes Áureos ocor-re uma das mais representativas seqüências de ro-chas xistosas relacionadas ao Grupo Gurupi, assimcomo, ao longo dos ramais que partem do Centro doGuilherme para os garimpos do Cedral, Nadir, Arari-boia etc.

No interflúvio Gurupi/Gurupi Mirim ocorrem algu-mas exposições ao longo da estrada da Gurupi Mi-neração, notadamente no trecho que vai do “alvoGaldino” ao garimpo do Teixeira; ao longo do rioGurupi ocorrem também boas exposições de ro-chas supracrustais, notadamente entre o portoChatão e a corredeira Itapeua.

2.3.2.3.3 Relações de Contato

O Grupo Gurupi mantém contatos concordantes(imbricação) com as unidades Tonalito Itamoari eComplexo Maracaçumé. Em ambos os casos, sãocontatos em geral algo retilíneos e facilmente delimi-tados nas fotografias aéreas e/ ou imagens radargra-métricas, em face das contrastantes característicasfotogeológicas entre as rochas supracrustais e osmetamorfitos da mesoestrutura. Assim, enquanto osgranitoídes representam um domínio morfológico ar-rasado a suavemente ondulado, pediplanizado, assupracrustais constituem um relevo acidentado, for-mado por serras estreitas e alongadas, de perfil emcrista, por vezes descontínuas, dispostas segundoum trend NW-SE, coincidente com a marcante folia-ção que caracteriza essa unidade. Essas elevaçõesalternam-se com vales estreitos e profundos, bem en-caixados, geneticamente ligados à intensa deforma-ção que atingiu a unidade.

No extremo sudeste da área correspondente aocinturão de cisalhamento Tentugal, o contato entreo Grupo Gurupi e o Complexo Maracaçumé apre-senta, em escala regional, um formato aproximada-mente lenticular; em escala de afloramento, po-de-se também observar um contato dessa naturezanas proximidades do porto do Chatão (rio Gurupi),no garimpo homônimo, onde ocorre uma lente detonalito (Itamoari) intercalada nos epimetamorfitosdo Grupo Gurupi. Esses contatos entre unidadesde diferentes posições crustais, sem a existênciade descontinuidade, são característicos das zonase/ou cinturões de cisalhamento, estando relaciona-dos ao desenvolvimento de sistemas imbricados,durante a implantação dos referidos cinturões.

2.3.2.3.4 Características Petrográficas

Os xistos quartzosos, litologias predominantesna unidade, têm em comum um arranjo mútuo entreos grãos minerais, onde se destaca a presençaabundante de grãos detríticos de quartzo, algoocelares e rotacionados, ocasionalmente exibindoefeitos de tensões internas, tais como extinção on-dulante e bandas de deformação, com evoluçõeslocalizadas a cristais recuperados e recristalizadosdinamicamente. Em adição, uma massa quartzosa,microcristalina, resultante de intenso processo decominuição, é parte integrante da fração matricial.Contornando os grãos detríticos porfiroclásticos emarcando uma pervasiva foliação milonítica, dis-põem-se os leitos ou níveis de minerais placosos,em orientação preferencial, onde as palhetas exi-bem efeitos tensionais por deformação.

A muscovita é o mineral micáceo dominante, comfases biotíticas e cloríticas subordinadas, marcan-do, de um modo geral, os planos de cisalhamento.

O quartzo apresenta-se normalmente em cristaisamendoados, disposição plano-paralela a suave-mente ondulada, contornados por filmes de mine-rais placosos, caracterizando uma conspícua xisto-sidade (S), às vezes com evidências de transposi-ção. Esse marcante amendoamento chega a for-mar verdadeiros cordões quartzosos, em decor-rência da intensa milonitização. Em geral, essa xis-tosidade (ou foliação de transposição) acha-setruncada por uma foliação milonítica (C), feição pe-netrativa caracterizada pela orientação preferenci-al das micas. O estudo dessa relação S-C foi umdos importantes indicadores cinemáticos que per-mitiu determinar o sentido da movimentação princi-pal do cinturão, o qual é dominantemente sinistral;às vezes, essa relação evolui para um conspícuo

SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

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paralelismo, notadamente naquelas porções sub-metidas às maiores taxas de deformação, caracte-rizando microbandamentos de fluxo milionítico.

No garimpo do Cedral, localizado nas cabecei-ras de um dos formadores do rio Maracaçumé,pode ser observada uma das mais significativasexposições de quartzo-muscovita-clorita xisto,apresentando como característica principal umnotável desenvolvimento de cristais euhédricosde pirita, que chegam a atingir até 3cm de aresta.Texturalmente, a rocha mostra uma típica foliaçãomilonítica, desenhada pelas palhetas de muscovi-ta que se alternam com frações quartzosas, na for-ma de lentes estiradas e brudinadas, contornandoocelos de quartzo e definindo um padrão anasto-mosado; os ocelos e as frações lenticulares dequartzo acham-se rescristalizadas, sendo que aassimetria dos ocelos indica uma movimentaçãoessencialmente sinistral. Com relativa freqüência,é observada a presença de abundantes grãosopacos (pirita) ao longo dos planos de cisalha-mento e intimamente associados aos níveis micá-ceos, caracterizando uma significativa mineraliza-ção sulfetada-aurífera.

Os xistos carbonosos e/ou manganesíferos têmocorrência bastante restrita, sendo que os primei-ros podem ser observados nas proximidades doalvo Galdino (estrada da CIDAPAR), em um cortede estrada, onde ocorrem na forma de lente, inter-calada em outras litologias da unidade. Os tiposmanganesíferos têm razoável exposição no garim-po do Nivaldo (região do Chega Tudo), também naforma de lentes, intercaladas nos quartzo-micaxis-tos regionais. Uma amostra desse material, analisa-do por Espectrografia de Emissão (E.E.) apresen-tou 2.000 p.p.m de Mn, enquanto que em seção po-lida foi constatada a presença de pirolusita. Via deregra, esses tipos litológicos acham-se bastante in-temperizados, razão pela qual não foi possível arealização de seções delgadas.

Os metacherts também fazem parte da unidade,representando níveis ou leitos de precipitados quí-micos altamente silicosos, caracterizados por umamassa criptocristalina de quartzo, como agrega-dos sacaroidais, de bordas suturadas e com dife-rentes graus de recristalização sincinemática. Emrelação sincrônica com o metamorfismo do fáciesxisto-verde, processos deformacionais pouco in-tensos respondem pela instalação de incipientesplanos de cisalhamento, marcados preferencial-mente por filmes de opacos, nos quais há uma ten-dência associativa de concentrações minerais au-ro-sulfetadas.

Como caracterização litológica da unidade, me-rece igualmente destaque o conjunto ortoderivadode natureza dacítica, bem caracterizado no rio Gu-rupi, onde os fenoclastos de quartzo e plagioclásiorepresentam fenocristais reliquiares, contrastando,dimensionalmente, com uma dominante massa fun-damental criptomicrocristalina, constituída de quart-zo, feldspato e aglomerados sericíticos.

Os grãos de quartzo exibem efeitos de tensõesinternas tais como extinção ondulante e bandas dedeformação, achando-se algo rotacionados e ali-nhados cristalograficamente segundo uma direçãopreferencial. Formas piramidais relativas ao idio-morfismo original, bem como evidências de reab-sorção magmática são feições primitivas parcial-mente preservadas.

Os cristais de plagioclásio são do tipo plagioclá-sio-andesina, ocorrendo como grãos relativamentebem desenvolvidos, com incipiente alteração à se-ricita e tendência generalizada a uma orientaçãopreferencial. A massa fundamental preserva as ca-racterísticas afaníticas de microcriptocristalinida-de, inerentes à cristalização em jazimento vulcâni-co. Essas feições originais sofreram a superposi-ção de processos metamórficos e deformacionais,em regime de cisalhamento dúctil, em que sãoconspícuos os planos de cisalhamento que refor-çam a foliação milonítica. Grãos opacos acompa-nham os planos anisotrópicos, constituindo filmesdominantemente de óxido de ferro, contínuos e/ouintermitentes, por precipitação e/ou achatamentosindeformacional.

Os componentes metaultramáficos estão bemcaracterizados no ramal que parte do Centro doGuilherme para o povoado denominado Linha 80,nas proximidades deste, constituindo serras de di-mensões consideráveis. Estão representados porclorita-tremolita xistos, os quais exibem uma forteanisotropia estrutural e uma paragênese dominadapor tremolita-clorita-opacos, refletindo metamorfis-mo compatível com as condições inerentes à fáciesxisto-verde. Tremolita e clorita ocorrem em quanti-dades aproximadamente iguais, intimamente asso-ciadas e conjuntamente alinhadas segundo umaorientação preferencial que marca a foliação milo-nítica. Freqüentemente, são os grãos opacos quemostram forte achatamento e igualmente um fortealinhamento paralelo à foliação.

Os abundantes e significativos veios de quartzo,por vezes auríferos e que comumente ocorrem asso-ciados às rochas supracrustais do Grupo Gurupi,constituem macro e meso-venulações siliciosas, ge-neticamente relacionadas à intensa percolação de

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fluídos que acompanhou a inplantação do “Cinturãode Cisalhamento Tentugal”. Como destaque, merececitação a presença de quartzo turmalinífero (linha 35,cerca de 1km após o cruzamento com a estrada paraMontes Áureos, rumo SE), mostrando feições indicati-vas de intensa deformação dúctil, que o define comoultramilonítico e, também, evidências de um regimerúptil, superposto (fotomicrografia). As feições dúcte-is-rúpteis estão caracterizadas por uma notável de-formação plástica dos cristais de quartzo, os quais seapresentam como bastões alongados (ribbon), re-cristalizados e intensamente cominuídos, o que, numestágio de deformação mais evoluído, caracterizadauma foliação milonítica anastomosada. Massas deturmalina preenchem fraturas de cisalhamento emmeio à fração quartzosa, mostrando feições de defor-mação dúctil-frágil; microfraturas interceptam essasmassas de turmalina, sendo preenchidas por mine-rais opacos. Adjacentes às microfraturas, interna-mente à fração quartzosa, ocorrem minerais opacoseuhédricos e anédricos, possivelmente sulfetos re-mobilizados das massas de turmalina.

2.3.2.3.5 Idade, Origem e Correlação

Na ausência de dados geocronológicos específi-cos sobre as litologias do Grupo Gurupi, o seu cro-noposicionamento foi estabelecido com base emuma idade relativa, tendo como referência a SuíteIntrusiva Tromaí, datada em 2.000 Ma, segundo di-versos autores. Conforme proposto no presente tra-balho, a Suíte Tromaí é parte integrante do terrenogranito-"greenstone" do Noroeste do Maranhão,sendo constituída por um conjunto de rochas meso-crustais, em geral com características ígneas bempreservadas, localmente deformadas. Ao contrário,as rochas supracrustais do referido terreno, denomi-nadas Grupo Aurizona, apresentam um regionaliza-do metamorfismo na fácies xisto-verde, razão pelaqual são consideradas mais antigas do que os gra-nitóides Tromaí. Admitindo que o Grupo Gurupiconstitui, também, uma seqüência supracrustal (re-lacionada à província geotectônica denominadacinturão de cisalhamento Tentugal), espacial e tem-poralmente correlacionável ao Grupo Aurizona, éválido considerá-la com uma idade inferior ao Tro-maí (2.000 Ma), provavelmente Arqueano/Protero-zóico Inferior, retrabalhada posteriormente, durantea implantação do Cinturão Tentugal.

O amplo predomínio dos metamorfitos de ortode-rivação, tais como xistos quartzosos e metadacitos,em relação às rochas paraderivadas (xistos carbo-nosos e/ou manganesíferos), parece indicativo de

que a contribuição vulcanogênica foi superior à se-dimentação, durante a evolução da bacia Gurupi.Essa evolução, em provável regime de greentonebelt (seqüência vulcano-sedimentar, com presen-ça de ultramafitos, além de marcante metalogeniaaurífera), poderia estar relacionada a um sistematranscorrente superposto, com abertura (transten-são) e fechamento de uma bacia greenstone, no fi-nal do Arqueano ou no Proterozóico Inferior. Toda-via, os registros da provável fase transtensivaacham-se obliterados, em face das modificaçõesestruturais e mineralógicas impostas aos protólitos,conforme se depreende das análises petrográfi-cas, as quais evidenciam que a pretérita seqüênciavulcano-sedimentar sofreu profundas transforma-ções mineralógicas (sericitização, cloritização, epi-dotização etc.) sob condições térmicas inerentes àfácies xisto-verde, durante a atuação do regimecompressivo oblíquo, responsável pela implanta-ção do cinturão de cisalhamento Tentugal.

Por suas características faciológicas, litológicas,cronológicas, estruturais e metalogenéticas, o Gru-po Gurupi pode ser correlacionado ao Grupo Auri-zona, e, ainda, às seqüências supracrustais simila-res, ocorrentes no Cráton Amazônico, como porexemplo a Suíte Vila Nova, entre outras.

2.3.2.4 Granito Maria Suprema

2.3.2.4.1 Histórico

Alguns autores que estudaram anteriormente aregião (MOURA, 1936; COSTA et al., 1975/77;ABREU, et al., 1980) reportaram-se à presença derochas de composição granítica, gnaissificadas,integrando o embasamento arqueano ocorrente nointerflúvio Gurupi/Maracaçumé.

No presente trabalho, foram identificados e indi-vidualizados no médio curso do rio Gurupi, biotita-muscovita granitos miloníticos, ocorrendo na formade uma grande lente, intercalada concordamentenas litologias do Complexo Maracaçumé.

Esses granitos exibem marcantes evidências dedeformação por cisalhamento simples e apresentamuma paragênese do tipo plagioclásio - microclina -quartzo - biotita - muscovita - opacos - apatita - zircão,com destaque para a abundância de desenvolvidaspalhetas de muscovita, que realçam a anisotropia es-trutural refletida na pronunciada foliação milonítica aultramilonítica, o que dá a essas rochas, em escala deafloramento, o aspecto de verdadeiros xistos à mus-covita e biotita. A microclina apresenta-se em per-centual volumétrico significativo, exibindo formas xe-

SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

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nobláticas a hipidioblásticas, moderada a alta triclini-cidade, sendo os cristais geralmente límpidos e inal-terados. A muscovita e a biotita ocorrem em íntima as-sociação, desenhando um padrão anastomosado emarcando os planos de cisalhamento.

Neste trabalho, esses granitos estratóides inten-samente deformados são considerados, em funçãode suas características petrogenéticas e estrutura-is, como de geração a partir da fusão parcial em ní-veis profundos da crosta superior, durante a im-plantação do Cinturão de Cisalhamento Tentugal,adotando-se a denominação “Granito Maria Supre-ma”, uma vez que suas exposições mais caracte-rísticas situam-se na cachoeira homônima, no mé-dio curso do rio Gurupi.

2.3.2.4.2 Distribuição Geográfica

Os biotita-muscovita granitos ultramiloníticosque compõem a unidade têm sua área de ocorrên-cia na porção WSW da folha SA.23-Y-B, no médiocurso do rio Gurupi, com suas exposições mais sig-nificativas na cachoeira Maria Suprema.

Em mapa, a unidade apresenta uma forma niti-damente lenticular, subconcordante a concordantecom a estruturação regional do Complexo Maracaçu-mé, orientada segundo um “trend” noroeste-sudeste,com uma largura máxima da ordem de 3km, tornan-do-se gradativamente mais estreita para SE, enquan-to para NW extrapola o limite oeste da área do Projeto.Os dados de campo, aliados aos estudos petrográfi-cos e fotogeológicos detalhados, tornaram possível aindividualização desses granitóides, intimamente as-sociados às litologias do Complexo Maracaçumé.

2.3.2.4.3 Relações de Contato

O “Granito Maria Suprema” mantém relações decontato concordantes com as litologias do Comple-xo Maracaçumé, muito embora os traços dessassuperfícies não possam ser precisamente estabe-lecidos no campo. Nos produtos de sensoreamen-to remoto (fotografias aéreas e imagens radargra-métricas), os contatos foram estabelecidos comuma aproximação aceitável (considerando-se a es-cala do mapeamento), consubstanciados pelosdados de campo obtidos durante a realização doperfil geológico ao longo do rio Gurupi.

2.3.2.4.4 Características Petrográficas

Essa Unidade é representada por tipos granitói-des, volumetricamente subordinados no contexto

litológico regional,mostrando configuração lenticu-larizada e jazimento estrutural do tipo estratóide,em posicionamento conformável com a estrutura-ção regional.

Na área trabalhada, as estações geológicasCF-R-162 e CF-R-166 são representativas dessaslitologias, cuja caracterização petrográfica se des-taca pela natureza granítica a duas micas, sendomarcante a presença de biotita e muscovita.

Sienogranitos e tonalitos são as variedades pe-trográficas mais freqüentes, exibindo uma assem-bléia mineralógica do tipo feldspato - quartzo -muscovita - biotita + apatita + titanita + opacos +andaluzita + zircão.

A microclina está presente nas variedades graní-ticas e ausente nos tonalitos, ocorrendo comogrãos xenoblásticos, ligeiramente achatados e ori-entados. A geminação polissimtética cruzada é fra-camente desenvolvida e os grãos mostram um inci-piente processo de argilização, além de marcantesefeitos de tectônica rúptil superimposta, caracteri-zada por freqüentes fraturas de partição, cujos pla-nos acham-se freqüentemente preenchidos pormaterial micáceo.

O plagioclásio é do tipo albita-oligoclásio, parci-almente argilizado e sericitizado, localmente exi-bindo planos de geminação curvados e microfratu-rados por ação cataclástica, resultante de tectôni-ca rúptil superposta.

O quartzo ocorre como cristais de formas e di-mensões variadas, mostrando um forte achatamen-to e acentuado estiramento, com seu eixo cristalo-gráfico maior orientado preferencialmente segundoa foliação regional. Assume a configuração de cris-tais em ribbon, com efeitos de tensões internas ca-racterizados por extinção ondulante, bandas de de-formação, formação de subgrãos e geração de no-vos grãos por recristalização dinâmica.

A biotita e a muscovita são as fases minerais mi-cáceas freqüentemente observadas, ocorrendoem proporções variadas, com acentuada orienta-ção preferencial, realçando a foliação milonítica.Ocupam os espaços relativos aos planos de cisa-lhamento e desenham um padrão ou aspecto pisci-forme (mica “fish”), com visível extinção ondulante.

Os minerais acessórios acham-se distribuídosesporadicamente por toda a rocha.

2.3.2.4.5 Idade, Origem e Correlação

Os granitóides da unidade Maria Suprema nãosão ainda suficientemente conhecidos, notada-mente em seu aspecto geocronológico; assim, até

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o presente não foram realizadas datações em suaslitologias, que permitissem estabelecer com maiorprecisão o seu cronoposicionamento. Todavia,considerando-se um modelo de evolução crustalonde esses granitos são considerados como degeração a partir da fusão parcial de uma crosta su-perior, de idade arqueana (Complexo Maracaçu-mé), durante a implantação de um cinturão de cisa-lhamento que não retrabalhou unidades do Protero-zóico Superior, é possível admitir para essas ro-chas uma idade mínima de formação, do Protero-zóico Inferior.

Por suas características texturais e mineralógi-cas, esses granitos são indicativos de ambientemagmatectônico sincinemático a tardicinemático,onde o caráter mais potássico sugere um grau deevolução petrogenética mais avançado em relaçãoaos granitóides do Complexo Maracaçumé. Petro-graficamente, são bastante semelhantes aos leu-cogranitos sincolisionais descritos por HARRIS etal., (1987), que ocorrem no Himalaia e Hercinides(no sudoeste da Europa), e que são consideradoscomo de geração a partir da fusão parcial em níveisprofundos da crosta superior, através de zonas decisalhamento dúctil, durante a atuação do regimecompressivo responsável pela implantação doscinturões de cisalhamento, nas zonas de colisãotipo continente-continente.

Ainda de acordo com aqueles autores, dentro daclassificação do magmatismo colisional das re-giões do Himalaia e Hercinides, os granitos sinoro-gênicos ou leucogranitos estariam relacionados àsintrusões do Grupo II, constituindo corpos concor-dantes a subconcordantes, caracterizando-se pelapresença da muscovita, com ou sem biotita, sendobastante similares aos granitos do tipo “S”, na clas-sificação de CHAPPELL, & WHITE, (1974), (apendHARRIS et al., 1987).

O Granito Maria Suprema, por suas característi-cas paragenéticas e texturais, denuncia uma tipo-logia bem individualizada, onde a presença demuscovita e andaluzita são indicativas de uma pa-raderivação. Essas características, aliadas às ob-servações de campo e dentro de uma visualizaçãomegaestrutural, podem atribuir à unidade uma for-mação por anatexia crustal em fase sincisalhamen-to ou sincolisional, durante a implantação do Cintu-rão Tentugal. O aspecto lenticularizado, estratóide,a duas micas, constitui evidência de reforço à essemecanismo gerador, envolvendo como fonte térmi-ca o calor por cisalhamento (“shear heating”), comincrementos térmicos ao longo dos planos das me-gafatias cavalgantes em sistema imbricado.

Por suas características mineralógicas e texturais,além de similaridades quanto ao emplacement, oGranito Maria Suprema parece correlacionável àSuíte Plaquê, (ARAJO et al, 1989), redefinida pelosmesmos autores para Granito Estratóide Plaquê, (em1991), ocorrente na porção sul do Craton Amazônico.

2.3.2.5 Tonalito Itamoari

2.3.2.5.1 Introdução

No curso do mapeamento geológico realizadopelo Projeto, foi identificada no médio rio Gurupiuma seqüência de rochas de composição tonalíticaa trondhjemítica, intensamente retrabalhadas tec-tonicamente, sem evidências de migmatização (aocontrário das litologias do Complexo Maracaçu-mé), integrando a província geotectônica denomi-nada Cinturão de Cisalhamento Tentugal. Por suascaracterísticas texturais, estruturais e mineralógi-cas bem definidas, esses tonalitóides foram indivi-dualizados e separados cartograficamente das lito-logias do Complexo Maracaçumé, recebendo a de-nominação de Tonalito Itamoari, em virtude de suasprincipais ocorrências situarem-se nas proximida-des do povoado homônimo.

Assim, o Tonalito Itamoari representa mais umaunidade identificada e individualizada neste Proje-to, compreendendo uma seqüência de marcanteinvariabilidade composicional, estrutural e textural,com taxas deformacionais compatíveis com o está-dio milonítico. Trata-se, em essência, de tonalitos etrondhjemitos que sofreram um intenso retrabalha-mento crustal, com profunda reorganização estru-tural e significativas transformações mineralógicas,relacionadas ao evento cisalhante responsávelpela implantação do Cinturão de CisalhamentoTentugal. Constituem rochas comprovadamenteortoderivadas e, seguramente, representam osequivalentes retrabalhados dos granitóides da Suí-te Tromaí, esta última relacionada ao terreno grani-to “greenstone”, adjacente ao Cinturão Tentugal.

As transformações mineralógicas resultantesdesse retrabalhamento (cisalhamento/hidroterma-lismo) estão refletidas na cloritização das hornblen-das e na epidoto-sericitização dos plagioclásios,responsáveis pela característica coloração esver-deada que marca regionalmente esses tonalitóides.

2.3.2.5.2 Distribuição Geográfica

A principal área de ocorrência da unidade si-tua-se na porção noroeste da folha SA.23-Y-B (Pi-

SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

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nheiro), constituindo uma faixa de “trend” NW-SE,com cerca de 75km de comprimento e largura de6km, bem caracterizada nos interflúvios Maracaçu-mé/Gurupi/Gurupi Mirim. As melhores exposiçõessituam-se no médio curso do rio Gurupi, entre a vilade Itamoari e o povoado Jibóia, numa extensão de,aproximadamente, 6km ao longo do rio; os aflora-mentos são em geral de grandes dimensões, naforma de extensos lajeiros, no leito e nas margensdo rio.

Uma outra área de exposição do Tonalito Itamoa-ri está situada nas proximidades do povoado dePuçuquara, num trecho com cerca de 1,5Km de ex-tensão, ao longo do rio Gurupi, constituindo um cor-po de forma lenticular, intercalado concordante-mente nos gnaisses do Complexo Maracaçumé. Oreferido corpo dispõe-se paralelamente à orienta-ção regional das rochas gnáissicas, acunhando-separa noroeste e para sudeste; sua delimitação so-mente tornou-se possível através da integraçãodos dados de campo com os estudos petrográficose fotogeológicos de detalhe. Nessa região (nasproximidades de Puçuquara), as rochas tonalíticasapresentam, por vezes, a presença marcante dedobras pitigmáticas e intrafoliais disrúptas, indicati-vas das altas taxas de deformação a que estevesubmetida a unidade; localmente, são também ob-servados tonalitos ultramiloníticos, onde a intensi-dade da deformação está caracterizada pela pre-sença de dobras em tubo, com dimensões centi-métricas, alongadas segundo a direção da linea-ção de estiramento.

2.3.2.5.3 Relação de Contato

O Tonalito Itamoari está em contato concordan-te, de forma gradacional, com o Tonalito CândidoMendes (Suíte Intrusiva Tromaí), o qual representao seu correspondente no terreno preservado (terre-no granito-"greenstone" do Noroeste do Maranhão).O limite entre essas unidades marca, também, opróprio limite entre duas províncias geotectônicas(terreno granito greenstone/cinturão de cisalha-mento), estando bem caracterizado no médio cur-so do rio Gurupi, logo a montante do povoado Bar-reira, onde as rochas tonalíticas, preservadas, pas-sam gradativamente a tipos intensamente deforma-dos. Essa gradação pode também ser observada,embora de forma incipiente, ao longo da estradaque leva à região garimpeira do Chega Tudo, nocaminho para Montes Aureos, e, ainda, no ramalque dá acesso ao garimpo Cedral, entre outros.Esse limite foi estabelecido com base em critérios

de campo, análises petrográficas e estudos fotoge-ológicos de detalhe, possuindo um “trend” regionalNW-SE e um traçado levemente sinuoso.

Os contatos originalmente discordantes com aslitologias do Complexo Maracaçumé foram profun-damente modificados pela ação deformacional doevento cisalhante superposto, responsável pelo“colocação” dos tonalitos na forma de uma grandelente (proximidades do povoado de Puçuquara,médio rio Gurupi), intercalada concordantementenas litologias do referido Complexo.

Os contatos com as rochas supracrustais doGrupo Gurupi são concordantes (imbricação) ealgo retilíneos, facilmente discerníveis no campo enas fotografias aéreas/imagens de radar, em facedas contrastantes características litológicas e mor-fológicas entre as duas unidades.

A análise de todo o conjunto rochoso envolvidono cinturão de cisalhamento Tentugal, evidenciaque os litótipos representativos das unidades Tona-lito Itamoari e Complexo Maracaçumé edificam umpacote rochoso em arranjo imbricado, exibindo naszonas de contato características de misturaçãotectônica em nível crustal comum e, em conse-qüência, características faciológicas e deformaci-onais similares, em escala de investigação meso-microscópica.

2.3.2.5.4 Características Petrográficas

De um modo geral, os tonalitos e trondhjemitosapresentam uma assembléia mineral do tipo plagio-clásio + quartzo + hornblenda + epidoto + clorita +microclina + alanita + calcita + opacos + zircão + ti-tanita + apatita + sericita, em ordem de decréscimoem abundância. Essa paragênese estabelece umarelação mútua entre os grãos minerais do tipo grano-nematoblástica, cujas modificações texturais são re-sultantes da superposição de um pervasivo proces-so milonítico. Como conseqüência mais visível des-se processo, ocorreram transformações parciaise/ou totais, refletidas pela cloritização das hornblen-das e pela sericito-epidoto-calcitização dos plagio-clásios, resultando na marcante coloração esverde-ada que caracteriza esses litótipos, em decorrênciade uma quase generalizada epidotização.

O plagioclásio é do tipo oligoclásio-andesina,ocorrendo como grãos ocelares, xenoblásticos, ro-tacionados, mostrando freqüentemente um intensoprocesso de saussuritização, denunciando uma in-cipiente a moderada ação hidrotermal, em fasesincisalhamento. O sincronismo do par hidroterma-lismo/cisalhamento foi igualmente responsável

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pela geração de palhetas de clorita, de coloraçãoverde intenso, a partir da alteração da hornblenda,evidenciando que a rocha foi submetida a transfor-mações mineralógicas decorrentes da atuação deum retrometamorfismo, geneticamente relacionadoao processo de milonitização do evento Tentugal,atingindo a fácies xisto-verde, envolvendo reaçõesde hidratação. A clorita se associa intimamente àhornblenda verde, desenhando, ambas, uma tramade padrão anastomótico e constituindo fases mine-rais marcadoras de planos de cisalhamento. Oquartzo é uma fase mineral essencial e majoritária,ocorrendo como agregados policristalinos, recu-perados e recristalizados sob condções sincine-máticas. Com relativa freqüência, os cristais dequartzo mostram efeitos de tensões internas, exi-bindo forte cominuição e geralmente desenvolven-do formas achatadas e estiradas, de aspecto ribo-nado, com disposição paralela à foliação regional.Os cristais de microclina ocorrem em percentualvolumétrico subordinado, às vezes preservandosua localização tardia e intersticial, de caráter reli-quiar. A análise conjunta, realça a presença fre-qüente e algo significativa de cristais de epidoto,disseminados irregularmente, por vezes comogrãos bem desenvolvidos e resultantes de um in-tenso processo de descalcificação dos plagioclá-sios. Apatita, titanita, alanita, zircão e opacos, cons-tituem os acessórios mais freqüentes, esparsamen-te distribuídos por toda a rocha, e/ou constituíndoprimitivas aglomerações de natureza restítica, dila-cerados pelo processo milonítico.

2.3.2.5.5 Idade, Origem e Correlação

Conforme já enfatizado anteriormente, a unidadeTonalito Itamoari representa o equivalente retraba-lhado da Suíte Intrusia Tromaí (Tonalito CândidoMendes), a qual (Tromaí), em função de suas ca-racterísticas estruturais e petrográficas, evidenciaum ambiente magma-tectônico, tipicamentepós-cinemático e/ou anorogênico, representando acomponente granítica do “terreno granito-greens-tone do Noroeste do Maranhão”. Assim, numa visu-alização regionalizada, o Tonalito Itamoari repre-senta aquela porção do plutonismo Tromaí que foienvolvida no “Cinturão de Cisalhamento Tentugal”e deformada regionalmente, em taxas compatíveiscom o estádio milonítico. Segundo vários autores(HARLEY et al., 1967; ALMARAZ & CORDANI,1969; COSTA et al., 1977, entre outros), os granitói-des Tromaí possuem idade em torno de 2.000 Ma.,sendo que o Tonalito Itamoari sofreu um retrabalha-

mento tectônico relacionado à implantação do Cin-turão Tentugal, provavelmente no ProterozóicoInferior.

O Tonalito Itamoari parece correlacionável, tem-poralmente, a algumas unidades ocorrentes noCráton Amazônico, como por exemplo o Granodio-rito Parauari (MELO et al., 1980), entre outras.

2.3.3 Metamorfismo e Deformação

A área trabalhada exibe um conjunto litológicode idade arqueo-proterozóica, cuja caracterizaçãopetrotectônica permite individualizar domínios geo-tectônicos marcados por distinções litológicas, me-tamórficas e deformacionais. Nesse sentido, o qua-dro regional expõe um conjunto com característicade terreno do tipo granito-"greenstone", relativa-mente bem preservado dos efeitos metamórficos edeformacionais, como se depreende das observa-ções efetuadas sobre os litótipos representativosdas supracrustais do “Grupo Aurizona” e pluto-no-vulcanismo da “Suíte Intrusiva Tromaí”. A esseconjunto, é proposta a denominação “Terreno Gra-nito-Greenstone do Noroeste do Maranhão”.

Na composição litológica regionalizada é cha-mativa uma larga faixa de tectonitos ocorrentes nacontinuidade ou na extensão - para sul do TerrenoGranito-"Greenstone", em que se destaca o intensoretrabalhamento tectônico, em regime deformacio-nal não-coaxial. Diferentes unidades litológicascompõem essa faixa, marcadas por distintivas pa-ragêneses, faciologia metamórfica e intensidadedeformacional. Essas diferentes unidades rece-bem a designação formal de Kinzigito Marajupema,Complexo Maracaçumé, Grupo Gurupi, GranitoMaria Suprema e Tonalito Itamoari.

Completando a litogênese e a evolução litoestru-tural pre-cambriana, na área trabalhada, se desta-cam os produtos sedimentogênicos relacionados aum regime tectônico de natureza distensiva, comabatimentos de blocos e, conseqüentemente, aba-ciamentos controlados por tectônica rúptil.

O “Terreno Granito Greenstone do Noroeste doMaranhão”, exibe nos seus dois principais conjun-tos litológicos, as unidades Aurizona e Tromaí, con-trastes metamórficos e deformacionais entre si e,conjuntamente, mostram um padrão de ordena-mento da trama estrutural, resultante de processosmagmáticos e deposicionais estabilizados. A pre-servação das feições originais reflete a ausência dereorganização mineral inerente aos regimes tectô-nicos envolvendo cisalhamento dúctil, em escalapenetrativa.

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O Grupo Aurizona, representado por uma se-qüência supracrustal de natureza vulcano-sedi-mentar, é constituído litologicamente por xistos, fili-tos, metacherts, quartzitos e metaultramafitos, comparagênese indicativa de metamorfismo de baixograu compatível com a fácies xisto-verde baixo,evoluindo localmente para fácies anfibolito baixo,provavelmente por incrementos tectônicos nas pro-ximidades da Suíte Intrusiva Tromaí.

Nesse terreno preservado, se destaca a grandemanifestação magmática Tromaí, de natureza plu-tono-vulcânica, de dimensões batolíticas, empla-çada como polipulsações em regime tectônico dis-tensivo do Arqueano-Protrerozóico Inferior, sendoresponsável, em grande parte, pelo metamorfismoe deformação das supracrustais Aurizona que pré-datam essa manifestação.

Tonalitos, trondhjemitos, granodioritos e, maisraramente, sieno e monzogranitos, constituem asdiferentes variedades petrográficas entre os pluto-nitos. Dacitos e riodacitos são os equivalentes ex-trusivos mais freqüentemente observados, e cujaextensão, em área, não permite sua individualiza-ção como uma seqüência vulcânica, na escala detrabalho.

A rigor, os plutonitos Tromaí apresentam uma as-sociação mineralógica tipicamente granitóidica ecompatível com o nível crustal mesozonal, refletin-do uma natureza metaluminosa calcialcalina, porrefusão parcial crustal inferior, envolvendo rochasanfibolíticas como material-fonte ou parental. Fra-ções restíticas anfibolíticas e/ou aglomerados máfi-cos, em nível microscópico, assim como autóli-tos/xenólitos microgranulares de maior basicidade,em escala mesoscópica, testemunham o ultrame-tamorfismo ocorrido sobre metabasitos, em níveisinfracrustais. A ausência de deformação em escalaregionalizada, permite observar o arranjo mútuoentre os grãos minerais, relativamente bem preser-vado, obedecendo um padrão hipidiomórfico-gra-nular a tectônico por cristalização magmática emfase tardia, pós-orogênica. De um modo geral, osplutonitos e vulcanitos Tromaí, altamente preserva-dos, mantêm suas relações texturominero-estrutu-rais originais, sem mostrar efeitos significativos demetamorfismo e deformação, com destaque para aestabilização dos aspectos de isotropismo estrutu-ral e eqüigranularidade textural, com manutençãodo idiomorfismo dos grãos minerais.

Os dois conjuntos litológicos (Aurizona/Tromaí)foram afetados localmente por zonas discretas decisalhamento, dominantemente em regime direcio-nal, com geração resultado de rochas protomiloníti-

cas a miloníticas. Em decorrência, efeitos metamór-ficos e deformacionais são circunstancialmente ob-servados, com destaque para algumas transforma-ções mineralógicas superpostas à paragênese dosgronitóides Tromaí e dos epimentamorfitos Aurizo-na. Incipiente retrometamorfismo e tectônica rúptilsubseqüente e associada, facilitam uma dispersavenulação sílico-aurífera, preenchendo zonas defratura, com limitada extensão.

A porção oes-sudoeste da área mapeada se ca-racteriza por um outro domínio geotectônico, empassagem gradacional ao terreno granito-"greens-tone" (mais ao norte), onde o conjunto litológico quemarca esse domínio exibe fortes evidências de umintenso retrabalhamento crustal, metamorfizando edeformando em alta intensidade os litótipos dasunidades Aurizona e Tromaí. Em conseqüência, oedíficio litológico situado ao sul da área mostra aimpressão de uma forte linearidade mineralógi-co-estrutural, com acentuada anisotropia e reorde-namento de trama, em escala pervasiva ou pene-trativa, com direção geral NE-SE. O metamorfismoe a deformação mantmê entre si uma aparente re-lação isocronológica, e evidências de um retraba-lhamento tectônico em regime de cisalhamentodúctil, superposto às litologias do par granito-"gre-enstone". Esse domínio retrabalhado tem suas me-lhores evidências de metamorfismo e deformaçãonos afloramentos ocorrentes no médio curso do rioGurupi e recebe a denominação de Cinturão de Ci-salhamento Tentugal, envolvendo rochas infra,meso e supracrustais de idade arqueana-protero-zóica inferior. Essas rochas se encontram em íntimaassociação, numa relação de imbricamento, difi-cultando o entendimento do arranjo espacial estra-tigráfico. Contudo, no curso do mapeamento foipossível a identificação e individualização de cata-metamorfitos do tipo Kinzijito Marajupema, em ínti-ma associação geográfica aos catamesometamor-fitos do Complexo Maracaçumé, dos mesometa-morfitos designados formalmente de Granito Estra-tóide Maria Suprema e Tonalito Itamoari, além dosepimetamorfitos que constituem a seqüência vul-cano-sedimentar Gurupi. A análise regionalizadados tectonitos do cinturão Tentugal, denuncia queo conjunto litológico desse domínio foi megaestru-turado num processo de encurtamento ou duplica-ção crustal, em regime tectônico compressivo oblí-quo, onde sistemas de cavalgamento imbricadoatuam em íntimo relacionamento geográfico e ge-nético com o sistema transcorrente, em aparentemovimentação isocrônica. A posição espacial doselementos da trama estrutural indica movimenta-

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ção contracional da massa rochosa de SW paraNE, associada espaço-temporalmente a um esca-pe rochoso de caráter direcional, com sentido demovimentação sinistral.

A tectogênese Tentugal se processou em regimede cisalhamento dúctil e foi responsável pela gera-ção e desenvolvimento de uma pronunciada folia-ção anastomosada, de caráter milonítico, envol-vendo achatamento, estiramento, rotação, meta-morfismo e deformação dos componentes minera-lógicos dos diferentes litótipos que edificam o Cin-turão de Cisalhamento Tentugal.

As rochas Kinzigíticas da unidade Marajupema eos granitóides da unidade Maracaçumé apresen-tam paragêneses compatíveis às fácies granulito eanfibolito, respectivamente, com evidências mar-cantes de processo de migmatização e taxas defor-macionais variando de protomilonito a mílonito. Umintensivo e extensivo processo metamórfico-anatéti-co na mesoinfracrosta, atuante sobre peotólito meta-mafítico de natureza provavelmente anfibolítica, re-sultou na geração de tonalito-granodioritos, quemarcam a unidade Maracaçumé. Estruturas migmá-ticas e deformacionais são freqüentes e têm ocor-rência quase generalizada, à medida que se aproxi-ma do alto curso do rio Gurupi, na porção sul da áreatrabalhada. Paleossomas anfibolíticos contrastaminternamente com leucossomas graníticos, denun-ciando fusão parcial, sendo que ambas as porçõesse misturam ou se interdigitam, num padrão, desta-cados por um forte fluxo migmatítico ou deformacio-nal-milonítico, não havendo uma relação temporalmuito clara entre o metamorfismo e a deformação(fotos II.2.1a, 1b, 1c, 1d).

Ainda no domínio litológico da unidade Maraca-çumé, na porção sul da área trabalhada , os litóti-pos aflorantes ao longo do rio Gurupi mostram umacentuado estágio deformacional, compatível como padrão milonítico, exibindo frações rochosas dediferente competência, gerando estruturas intensa-mente dobradas, com configuração em bainha,com destaque para as dobras em olho “eye folds”visualizadas nos planos YZ do elipsóide de defor-mação finita (fotos II.2.2a, 2b, 2c).

A seqüência metavulcano-sedimentar Gurupi,de natureza supracrustal, mostra paragêneses ine-rentes às facies xisto-verde baixo/alto, com evidên-cias localizadas de retrogressão, em regime de ci-salhamento dúctil. Xistos miloníticos essencialmen-te micáceos constituem a variedade petrográficadominante. A paragênese muscovita + biotita + tre-molita + clorita + quartzo é indicativa de recristali-zação metamórfica epizonal, e o arranjo mútuo in-

tergranular ensaia um padrão textural lepidoblásti-co, com taxas deformacionais atingindo o estágiomilonítico, ocasionalmente exibindo metamorfismoe deformação polifásica. Considerando, contudo,que a deformação se instalou em caráter heterogê-neo e progressivo, são observados, localmente,paragêneses e arranjos texturais algo preservados,permitindo a identificação protolítica metarriodací-tica-metadacítica. A natureza ortoderivada félsicase depreende da preservação de grãos de quartzoe feldspato, mantendo seus contornos originaisalgo idiomórficos, como primitivos fenocristaisimersos em matriz vulcânica cripto a minocristalina.Como se trata de uma seqüência metavulca-no-sedimentar, são ocorrentes, em íntima associa-ção, o metavulcanitos, xistos micáceos metassedi-mentares, como se observa nas estaçõesJP-R-2PA-31-33-49 e 82A, onde a paragêneses éindicativa de uma paraderivação. Veios de quartzoleitoso, geralmente auríferos, se instalaram quandoda deformação frágil, ocupando preferencialmenteos planos de fraturas.

Os micaxistos paraderivados contêm, normal-mente, grandes cristais que contrastam dimencio-nalmente com a matriz foliada, cuja associação nãomostra claramente, nos espécimes analisados, uminter-relacionamento que denuncia a idade relativaentre o metamorfismo e a deformação. A análisemicroestrutural da relação porfiroclasto-matriz ficaprejudicada pela ausência de critérios distintivos. Arigor, algumas evidências, como a forma lenticulardos porfiroclastos exibindo sombras de pressão, eos deflexos da foliação externa (Se) contornandoos porfitoblastos que mostram rotação com sentidode movimentação sinistral, são indicativos de queos porfiroblastos são pré-tectônicos. Em adição,observações realizadas na estação JP-31 mostramalgumas feições microscópicas, onde se destacamocelos feldspáticos rotacionados imersos em ma-triz foliada miloniticamente, em padrão anastomóti-co (fotomicrografias II.2.1a, 1b, 1c, 1d) com desen-volvimento de microestruturas produzidas por me-canismo deformacional, envolvendo microbudina-ge sob condições de média coesão, com geraçãode fraturas de cisalhamento, assim como mecanis-mos de deslizamento intragranular, com o conse-qüente acúmulo de material migrado e depositadona zona de sombra. Fenoclastos de quartzo, envol-vidos na deformação cisalhante, exibem processode recuperação-recristalização com formação desubgrãos e geração de novos grãos, respectiva-mente. Os metavulcanitos ácidos (metarriodaci-to-metadacito) mostram, localmente (estação

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CF-172), texturas preservadas blastoporfiríticas(fotomicrografias II.2.2a, 2b, 2c e 2d) em que os pri-mitivos e originais fenocristais de quartzo e plagio-clásio (albita-oligoclásio) contrastam, também,com a massa fundamental microcristalina envolvi-da em uma forte anisotropia planar, materializadapor uma foliação milonítica pervasiva. Os fenocris-tais de quartzo transformados em ocelos mostrammicrobandinage com fratura por estricção, bemcomo zonas de sombra e assimetria do tipo delta,PASSCHIER & SIMPSON, 1986), em regime de mai-or deformação e indicando movimentação sinistral.Os fenocristais de plagioclásio se dispõem comseus eixos cristalográficos maiores paralelos à di-reção de movimentação cisalhante, envolvidos emrotação levógira. Durante a deformação, desenvol-veram texturas de microboudinage, com fraturaspor estricção e granulação interna para recristaliza-ção, e texturas escalonadas de cisalhamento comrotação.

Os metamorfitos do Grupo Gurupi, dominante-mente envolvidos no Sistema Transcorrente, exi-bem altíssimas taxas deformacionais, com desen-volvimento de dobras tubulares e conseqüentealta remobilização/concentração aurífera, comoacontece na localidade Chatão (foto II.2.3), entreoutras.

No curso da Tectogênese Tentugal, em fase sin-cisalhante, foram gerados granitóides em conse-qüência do calor por cisalhamento, produzido aolongo dos planos de maior movimentação das me-gafatias rochosas cavalgantes. Esses granitóides,identificados e individualizados no curso do mape-amento, foram emplaçados como corpos estratói-des e lenticularizados, em concordância com a es-truturação regional, recebendo a designação for-mal de Granito Maria Suprema. São representadospor biotita-muscovita-cordierita granitos, com vari-adas taxas deformacionais. Constituem, em essên-cia, granitos a duas micas peraluminosos, com ca-racterísticas de granitos do tipo S. A paragênese éindicativa de metamorfismo de médio grau, desen-volvido em sincronismo deformacional. O metamo-fismo e a deformação foram elaborados durante oexpessamento crustal compressivo, edificador doCinturão de Cisalhamento Tentugal.

A unidade Tromaí, afetada pela TectogêneseTentugal, sofreu profundo retrabalhamento tectôni-co, com reordenamento dos elementos da tramaestrutural, cuja postura espacial é indicativa da su-perposição de um regime tectônico compressivooblíquo, recebendo a desiguação formal, no domí-nio retrabalhado, de Tonalito Itamorai.

Em conseqüência dessa marcante remobiliza-ção, processos metamórfico-deformacionais de-nunciam reequilíbrios de fases mincialógicas com-patíveis com as condições físico-químicas reinan-tes na fácies anfibolito, associadas a uma progres-são deformacional heterogênea. A paragênese,dominada por plagioclásio-quartzo-microclina-horblenda-biotita, ocorrente no Tonalito Itamoari, ésimilar àquela encontrada no Tonalito Tromaí (Cân-dido Mendes) exibindo porém, um forte reordena-mento textural, com a implantação de uma conspí-cua e generalizada anisotropia estural. Com isso, oTonalito Itamoraí foi alvo de processos ligeiramenteretrógrados, associados à incipiente alteração hi-drotermal, reequilibrando algumas fases mineraisàs condições físico-químicas inerentes à fácies xis-to-verde, com conseqüências metalogenéticas au-ríferas de favorabilidade localizada. Esses sítiossão geralmente marcados pela atuação conjuntado processo retrogressão-hidrotermalismo, comgeração de epidoto-clorita-sericita-pulmita-calcita.

A rigor, o metamorfismo é regionalizado, man-tendo uma relação isocronológica com o processode encurtamento crustal, envolvendo uma movi-mentação contracional de baixo ângulo, em íntimorelacionamento genético e geométrico com umamovimentação direcional, de alto ângulo (fotosII.2.4a, 4b, 4c e 4d). A posição espacial dos ele-mentos da trama estrutural, a análise das estruturasdeformacionais e dos indicadores cinemáticos, de-nunciam um transporte de massa rochosa de SWpara NE, em regime de cisalhamento dúctil, comsentido de movimentação sinistral (fotos II.2.5a e5b). Os mecanismos de deformação envolvidos setraduzem, essencialmente, por deslizamentos intrae intergranulares, (fotomicrografias II.2.3a, 3b, 3c e3d), atingindo, localmente, estágios de superplasti-cidade, com geração/imigração composicional econseqüente aleitamento tectônico (Fotos II.2.5c).Nesse sentido, protomilonitos-milonitos-ultramiloni-tos estão geneticamente relacionados aos proces-sos de recuperação-recristalização dinâmica, de-senvolvidos em fase sin deformacional.

2.4 Bacias Sedimentares

2.4.1 Bacias do Proterozóico Médio/Superior

Nos trabalhos anteriores sobre a região do Guru-pi, a única tentativa de posicionar as rochas consi-deradas do Proterozóico Médio (?) em uma entidadegeotectônica foi realizada por ABREU et al., (1980),

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que consideraram as formações Igarapé de Areia eViseu como prováveis coberturas plataformais.

Neste relatório, mesmo considerando a inexis-tência de dados geocronológicos, as referidas uni-dades são cronoposicionadas no Proterozóico Mé-dio/Superior, uma vez que foram preservadas daintensa deformação cisalhante que atingiu indistin-tamente as litologias do Arqueano/ProterozóicoInferior. Por outro lado, os indicadores paleoclimáti-cos impossibilitam que sejam confundidas com aseqüência comprovadamente paleozóica (GrupoSerra Grande Indiviso), uma vez que essa foi depo-sitada em ambiente glacial (conglomerados comseixos facetados, tipo “ferro de engomar”), en-quanto as formações Igarapé de Areia e Viseu re-presentam depósitos de clima semi-árido.

Em adição, ao contrário das rochas horizontali-zadas do Paleozóico, as unidades do ProterozóicoMédio/Superior acham-se às vezes dobradas, emgrandes dobras abertas, desenvolvendo conspí-cua foliação plano-axial.

Uma vez que as formações Igarapé de Areia e Vi-seu apresentam características litológico-estrutu-rais similares, apesar de relacionadas a duas baci-as aparentemente isoladas entre si, estão sendoagrupadas, tentativamente, em uma única entida-de geotectônica, denominada informalmente “Ba-cias do Proterozóico Médio/Superior”.

2.4.1.1 Arcabouço Estrutural

As formações Igarapé de Areia e Viseu preen-chem embaciamentos aparentemente isocrônicos,geneticamente relacionados a uma tectônica dis-tensiva, responsável pelo adelgaçamento da litos-fera durante o Proterozóico Médio/Superior.

As referidas unidades, podem ser interpretadascomo produtos de um evento cuja direção de ex-tensão máxima situa-se em torno de NE-SW, res-ponsável pela implantação de pequenas bacias,estruturadas através de falhamentos normaisNW-SE e falhas de transferências NE-SW, incipien-temente caracterizadas nas imagens radargramé-tricas e conspícuas nos produtos dos sensores ae-rogeofísicos.

Essas direções principais (NW-SE e NE-SW) sãoaproximadamente concordantes com as grandesanisotropias observadas nos terrenos do Arquea-no/Proterozóico Inferior, podendo representar rea-tivações rúpteis de antigas zonas de fraqueza, for-madas em regime dúctil.

Nos domínios da Formação Igarapé de Areiaocorrem grandes dobramentos, cujos pla-

nos-axiais, aproximadamente verticalizados, orien-tam-se segundo NW-SE (�N330�), conforme pôdeser constatado no interflúvio Gurupi-Gurupi Mirim,porção centro-oeste da área do Projeto. Nessa re-gião, foram observados arenitos arcosianos(JP-98) exibindo incipiente foliação plano-axial, as-sim como uma “lineação”, resultante da interseçãoda foliação com um plano de fratura.

Ao sul da vila Igarapé de Areia (JP-99), ocorrequartzo-arenito com incipiente foliação plano-axialorientada segundo N315�/N320�/N330�, com mer-gulhos de aproximadamente 50� para NE. Nesselocal, são também observadas vênulas e veios dequartzo com até 5cm de possança, cortando osarenitos. Esses veios possuem direções principaisN310�/90�, N305�/S.V.(NE), N180�/90� etc, sendoque alguns dos mais expressivos acham-se parale-los à foliação (N315�).

Nas proximidades do povoado Boa Esperança(JP-104) ocorrem arenitos com intercalações de ní-veis conglomeráticos, apresentando foliação pla-no-axial verticalizada, orientada segundo N325�.Nesse local, foram observadas vênulas com cercade 1cm de possança, paralelas à foliação.

Nos terrenos relacionados à Formação Viseu,bem caracterizada ao longo da rodovia que liga acidade homônima ao município de Bragança, osdobramentos parecem ser menores e mais fecha-dos, com os planos-axiais mergulhando geralmen-te para sul.

As litologias que compõem a unidade, represen-tadas essencialmente por arenitos arcosianos, peli-tos e conglomerados, apresentam mergulhos for-tes para SW ou SE, variando desde 18� até 55�, ori-entadas segundo N280� a N335�, aparentementeconcordantes com a estruturação da FormaçãoIgarapé de Areia, que ocorre mais ao sul.

A Formação Viseu apresenta-se às vezes com in-cipiente foliação plano-axial, conforme pôde serconstatado nas estações JP-68/70/71/72, onde asmedidas de foliação variaram de N335�/55�SW aN70�E/43�SE.

Veios e vênulas de quartzo são também freqüen-tes (estações JP-67/70/71), apresentando possan-ças centimétricas, concordantes ou não ao acama-mento/foliação plano-axial.

Foram também observadas evidências de falha-mentos nas estações JP-67 e JP-72, sendo que ne-ssa última ocorrem desenvolvidas palhetas de hema-tita especular, em um nível de conglomerados, próxi-mo ao contato com o embasamento tonalítico, corro-borando a idéia de que os limites dessas bacias pro-terozóicas são essencialmente tectônicos.

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Em linhas gerais, é possível admitir-se que as ba-cias do Proterozóico Médio/Superior caracterizamsegmentos distensivos, moderados a fracamenteinvertidos.

2.4.1.2 Unidades Estratigráficas

Conforme enfatizado anteriormente,a ProvínciaGeotectônica do Proterozóico Médio/Superior englo-ba dois embaciamentos distintos, embora genética etemporalmente inter-relacionados, preenchidos pelasformações IgarapédeAreiaeViseu, respectivamente.

Essas denominações, propostas por ABREU etal. (1980), caracterizam seqüências dominante-mente continentais, de clima semi-árido, represen-tadas por sedimentos fortemente diagenisados ouanquimetamorfizados, constituídos por conglome-rados, arenitos arcosianos e pelitos.

2.4.1.2.1 Formação Igarapé de Areia

2.4.1.2.1.1 Histórico

ABREU et al. (1980) denominaram FormaçãoIgarapé de Areia aos arcóseos, arenitos e conglo-merados, que ocorrem ao sul da rodovia BR-316,no interflúvio Gurupi-Piriá. Os referidos autores, jáaventavam a possibilidade de uma correlação des-sa Unidade com a Formação Viseu, de ocorrênciapróximo ao litoral paraense.

Anteriormente, COSTA et al. (1975) haviam posi-cionado parte dessa seqüência no Eo-Paleozóico,sob a denominação Formação Piriá.

No presente trabalho, foi mantido o termo pro-posto por ABREU et al. (op. cit.) (mesmo conside-rando que aqueles autores não definiram uma se-ção-tipo para a unidade), para denominar uma se-qüência de arenitos arcosianos, quartzo-arenitos,conglomerados de seixos e grânulos, além de peli-tos subordinados, ocorrentes na porção cen-tro-oeste da área do Projeto.

2.4.1.2.1.2 Distribuição Geográfica

Essa unidade tem uma razoável faixa de ocorrên-cia na porção centro-oeste da área do Projeto, co-brindo uma superfície de aproximadamente, 20km2,dos quais cerca de 90% situam-se no quadrante SWda Folha Turiaçu, e o restante a NW da Folha Pinheiro.

Suas melhores exposições localizam-se nas pro-ximidades da vila de Igarapé de Areia, em um con-junto de serras pronunciadas, de perfil em forma decrista e orientação geral NW-SE. No caminho que

parte da referida vila para a comunidade dos Baixi-nhos, situada a sul, ocorrem exposições quase con-tínuas de litologias da Unidade (arenitos, com subor-dinados níveis conglomeráticos), entre 3.500m a4.000m, à partir da vila, (JP-98 a/b; JP-99; JP-100);foram também observados bons afloramentos aolongo do caminho que parte do rio Gurupi Mirim parao sítio do Zé dos Santos, em uma serra localizadapróximo ao povoado Boa Esperança (JP-104), ondeocorrem arenitos aproximadamente verticalizados,orientados segundo N325�, sendo visível a presen-ça de foliação do tipo plano-axial. Foram tambémobservadas exposições no médio curso do rio Guru-pi, bem como no ramal do Junco (JP-13/14), próximoà vila de Cajueiro.

2.4.1.2.1.3 Relações de Contato

Os contatos da Formação Igarapé de Areia comas unidades adjacentes são geralmente tectônicos,através de falhamentos orientados segundo NW-SEe NE-SW, determinados, geralmente, através de tra-balhos fotointerpretativos. Foram interpretados con-tatos com os tonalitos da Suíte Tromaí (Tonalito Ita-moari), com os clásticos paleozóicos do Grupo Ser-ra Grande Indiviso e com os sedimentos cretácicosda Formação Itapecuru. Os falhamentos de direçãoNW-SE foram interpretados como falhas normais oucavalgamentos, enquanto os de direção NE-SW fo-ram considerados como falhas de transferência.

2.4.1.2.1.4 Características Litológicas

A Formação Igarapé de Areia é constituída predo-minantemente por arenitos arcosianos, médios agrossos, conglomerados de seixos e grânulos, areni-tos finos a médios, arcosianos e, ainda, pelitos subor-dinados.

Os conglomerados de seixos e grânulos, e os areni-tos arcosianos médios a grossos, estão bem caracteri-zados a sul da vila Igarapé de Areia, ao longo do cami-nho que leva ao povoado de Baixinhos (JP-98/99/100).Os conglomerados são de arcabouço abertos, consti-tuídos por seixos e grânulos de quartzo e feldspato(subordinado), com diâmetros de até 2cm, em geralsubarredondados, suportados por matriz arenosa, fer-ruginosa (oxidada). Acham-se dispostos segundo ní-veis preferenciais, mostrando uma incipiente organi-zação do material mais grosso, com sutis evidênciasde truncamentos, relacionados a prováveis estratifica-ções cruzadas acanaladas. (JP-98)

Os arenitos arcosianos médios e grossos, es-branquiçados e avermelhados, constituem interca-

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lações ou alternâncias centimétricas com os níveisconglomeráticos, passando, localmente, a assumirpossanças métricas. Exibem, comumente, conspí-cuas estruturas sedimentares dos tipos estratifica-ção cruzada acanalada e tangencial, além de inci-piente foliação plano-axial, sendo que essa estrutu-ra tectônica é resultante dos grandes dobramentosque se desenvolveram na região.

No caminho que leva à povoação de Baixinhosocorre uma zona de campo, plana, circundada porelevações estreitas e alongadas, com perfil emcrista e desníveis da ordem de 20 a 30 metros. Ali,existem excelentes exposições de arenitos médiosa grossos, cinza claro a esbranquiçados, constituí-dos essencialmente por grãos de quartzo (comfeldspato subordinado), subarredondados a angu-losos, micacéos (JP-99/100). Apresentam-se geral-mente dispostos em grandes lentes, sendo possí-vel individualizar alguns corpos com espessura deaproximadamente 1m.

Ao longo dos estratos, são observadas magníficasestruturas sedimentares bem preservadas, notada-mente estratificações cruzadas acanaladas de pe-queno porte, cruzadas tabulares e prováveis cruza-das tangenciais; todas essas estruturas acham-sebem delineadas por níveis de minerais pesados.Uma vez que essa seqüência encontra-se fortementedobrada, em decorrência do processo de inversãoao qual estiveram submetidas as bacias do Protero-zóico Médio-Superior, não foi realizado um estudo depaleocorrentes. Uma medida isolada, sem nenhumaconsistência estatística, tomada em uma estratifica-ção cruzada tabular, indicou um valor de N325�.

Petrograficamente, os clásticos continentais daFormação Igarapé de Areia (conforme caracteriza-do nas estações (JP-99/102) são constituídos porgrãos de quartzo, feldspato potássico e plagioclá-sio, mantendo todas as características ígneas origi-nais, sugestivas de uma área-fonte essencialmentegranítica, provavelmente relacionada à Suíte Tro-maí (Tonalito Cândido Mendes).

Os grãos minerais acham-se relativamente bempreservados, com suas propriedades fisicas e óticasinalteradas, dispostos em uma textura clástica por rá-pidas, erosão e deposição, em moderado grau de se-lecionamento.

Ocasionalmente, como ocorre na estação JP-99,os grãos de feldspato estão totalmente alterados auma massa sericítica, a qual passa a constituir umafração matricial relativamente abundante.

Além da assembléia mineral dominante (quartzo,KF e plagioclásio), são freqüentes as palhetas de-tríticas de muscovita, raros cristais de zircão e tur-

malina, além de material ferruginoso, secundário,cimentando os grãos detríticos.

O conjunto de fases minerais exibe um forte em-pacotamento ou um acentuado grau de diagênese,compatível com as coberturas sedimentares deplataforma pré-cambriana.

Em termos de litofácies, os conglomerados deseixos e grânulos (com feldspato), com incipienteorganização e evidências de truncamentos, estãorelacionados às porções distais de leques aluviais.Os arenitos médios a grossos, arcosianos, com su-perfícies de estratificações cruzadas acanaladas etabulares, de pequeno e médio porte, representamdepósitos de dunas subaquáticas e barras de umsistema fluvial entrelaçado. Os subordinados peli-tos, com estratificação plano-paralela e provável la-minação ondulada, formada por “clinbing ripples”,podem ser interpretados como depósitos de lagosrasos.

Em caráter preliminar, a associação dessas lito-fácies parece indicativa de que a Formação Igara-pé de Areia foi depositada em ambiente continen-tal, tipo leques aluviais, rios entrelaçados e lagos,integrantes de um sistema desértico quente, duran-te o Proterozóico Médio/Superior.

2.4.1.2.1.5 Idade e Correlação

Na ausência de dados geocronológicos, a For-mação Igarapé de Areia é tentativamente cronopo-sicionada no Proterozóico Médio/Superior, uma vezque se acha preservada da intensa milonitizaçãoque atingiu as unidades do Arqueano/ProterozóicoInferior. Por outro lado, o caráter dominantementearcosiano é indicativo de um clima semi-árido a ári-do, durante a sua sedimentação, contrastando como clima glacial, reinante na época da sedimentaçãopaleozóica (Grupo Serra Grande Indiviso). Em adi-ção, ressalta-se o fato da Formação Igarapé deAreia apresentar fortes dobramentos, chegando adesenvolver incipiente foliação plano-axial, ao con-trário da seqüência paleozóica, essencialmentehorizontalizada.

Por suas características litológico-estruturais, écorrelacionável à Formação Viseu, que ocorre naporção setentrional da área do Projeto.

2.4.1.2.2 Formação Viseu

2.4.1.2.2.1 Histórico

Os pelitos fortemente diagenisados que ocorremna rodovia Bragança-Viseu foram considerados

SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

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como metassedimentos e relacionados ao GrupoGurupi, por COSTA et al., em 1975.

ABREU et al., em 1980, empregaram a denomi-nação Formação Viseu, para o conjunto de metare-nitos com estratificações cruzadas, contendo níve-is mais grossos, conglomeráticos, arcosianos,além de metapelitos, ocorrentes no município de Vi-seu, no nordeste do Pará. Segundo os autores, todoo conjunto apresenta fortes mergulhos para sul (50�

a 60�), exibindo dobramentos cujos eixos orien-tam-se segundo este-oeste.

Neste trabalho, foi adotada a denominação pro-posta por ABREU et al. (op. cit), para um conjuntode conglomerados, arenitos conglomeráticos, are-nitos médios a grossos, com estratificações cruza-das acanaladas e tabulares de pequeno e médioporte, além de pelitos com estratificação plano-pa-ralela, ocorrentes na rodovia Bragança-Viseu, entrea localidade denominada Curva e a cidade de Vi-seu.

2.4.1.2.2.2 Distribuição Geográfica

A Formação Viseu tem uma faixa de ocorrênciarelativamente pequena, cobrindo uma superfíciecom cerca de 4 a 5km2, localizada na porçãonor-noroeste da área do Projeto, no interflúvio Guru-pi/Piriá. Sua delimitação cartográfica, ainda que deforma aproximada, só pôde ser efetuada com o au-xílio de sensores aerogeofísicos, uma vez que essaunidade não apresenta características própriasnos produtos de sensoreamento remoto.

Suas melhores exposições foram observadas aolongo da rodovia Bragança-Viseu, numa extensãode aproximadamente 14km, entre a localidade de-nominada Curva e a cidade de Viseu. A primeira ex-posição da unidade está localizada a 16km do po-voado Curva (no sentido de Bragança para Viseu),onde ocorre um horizonte de plintito, injetado porveios de quartzo. A partir desse ponto, ocorrem vá-rias exposições em cortes de estrada, constituídaspor arenitos arcosianos, pelitos e, subordinada-mente, conglomerados.

2.4.1.2.2.3 Relações de Contato

A Formação Viseu está em contato com os tonali-tos da Suíte Tromaí e com os clásticos terciários daFormação Barreiras. São geralmente contatos tec-tônicos, determinados a partir da integração dosestudos fotointerpretativos com as interpretaçõesaerogeofísicas, estando orientados preferencial-mente segundo NW-SE e NE-SW.

Os contatos retilíneos, de direção geral NW-SE,foram interpretados como relacionados a falhasnormais ou cavalgamentos, enquanto aqueles dedireção NE-SW estariam ligados às falhas de trans-ferência. Conforme enfocado anteriormente, a For-mação Viseu parece representar o preenchimentode uma bacia estruturada segundo falhamentos,normais e de transferência, geneticamente ligadosa um processo distensivo, atuando no ProterozóicoMédio/Superior.

Pelo menos um desses contatos tectônicos pôdeser comprovado nos trabalhos de campo, justamen-te aquele que representa o limite norte da bacia. Oreferido contato está bem caracterizado na estaçãoJP-72, onde ocorrem marcantes evidências de umregime rúptil superposto aos conglomerados da For-mação Viseu, havendo, inclusive, o desenvolvimen-to de palhetas de hematita especular.

Além dos contatos tectônicos, foram interpreta-dos alguns contatos discordantes erosivos, entre aFormação Viseu e as unidades Tromaí e Barreiras.

2.4.1.2.2.4 Características Litológicas

A Formação Viseu é constituída dominantementepor conglomerados contendo intercalações de níveisareníticos, incipientemente estruturados, arenitos ar-cosianos médios a grossos, com estratificações cru-zadas acanaladas e tabulares, além de pelitos comestratificação plano-paralela. Essas rochas acham-segeralmente anquimetamorfizadas ou fortemente dia-genisadas, com acentuados mergulhos para sul, co-mumente atravessadas por veios de quartzo.

Os conglomerados são de arcabouço aberto,com seixos essencialmente de quartzo, em matrizarenosa, bastante ferruginosa, contendo intercala-ções de arenitos grossos a conglomeráticos, arco-sianos, as quais parecem ser mais freqüentes emdireção ao topo da seqüência; são comumente ob-servadas superfícies de estratificações cruzadastabulares (JP-72).

Todo o conjunto acha-se orientado segundoN70�E, com mergulhos da ordem de 40� para SE,em decorrência da suave inversão a que foi subme-tida a bacia Viseu.

Os arenitos são geralmente arcosianos, médiosa grossos, grãos subangulosos a subarredonda-dos, coloração cinza claro a amarelado, orientadossegundo N310�-330�W, com mergulhos de 50�

para SW (JP-69), injetados por vênulas e veios dequartzo, com possanças centimétricas.

São comumente observadas superfícies de es-tratificações cruzadas acanaladas e tabulares, de

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pequeno e médio porte (JP-69/70/71), sugestivasde dunas subaquáticas e barras, respectivamente.

Por vezes, podem ser observados arenitos arco-sianos médios a grossos, cinza-claros a cinza-amarelados, apresentando lentes de arenitos fino,cinza esverdeado, com estratificação cruzada aca-nalada de pequeno porte, festonada (JP-69/70).

Localmente, foram observadas prováveis estru-turas tectônicas, do tipo foliação plano-axial(JP-70), com mergulhos de até 80� para NW e, àsvezes, de 40� para SW.

Os pelitos estão bem caracterizados na estaçãoJP-68, onde ocorre um folhelho bastante alterado,de coloração avermelhada, com notável estratifica-ção plano-paralela, orientada segundo N335�, commergulhos de 55� para SW. Ao longo dos planos deestratificação desenvolveram-se minúsculos cris-tais de minerais micáceos, indicativos da acentua-da diagênese ou anquimetamorfismo que atingiuessa litologia. No local pode também ser observa-da uma provável lineação de partição (?). Esse aflo-ramento é bastante significativo, localizado em umcorte de estrada, que secciona um morro com cer-ca de 10m de altura.

Uma outra exposição de pelitos situa-se na esta-ção JP-71, onde foi observada conspícua foliaçãoplano-axial orientada segundo N70�, com mergu-lhos de 40�, para sul. Ainda nesse local, observa-seincipiente crenulação, nos pelitos.

Em termos de litofácies, os conglomerados dearcabouço aberto, contendo intercalações de are-nitos grossos a conglomeráticos, arcosianos, comestratificações cruzadas e tabulares, podem ser in-terpretados como barras longitudinais de um siste-ma fluvial entrelaçado, ou porções distais de le-ques aluviais. Os arenitos médios a grossos, arco-sianos, com superfícies de estratificações cruza-das acanaladas e tabulares, de pequeno e médioporte, são interpretados como depósito de dunassubaquáticas e barras, respectivamente, do siste-ma fluvial supramencionado. Os pelitos com mar-cantes superfícies de estratificação plano-paralela,são considerados depósitos de lagos.

A associação dessas litofácies é sugestiva deque a sedimentação da Formação Viseu ocorreuem ambiente continental, com leques aluviais (?),rios entrelaçados e lagos, em um sistema desérti-co, quente, durante o Proterozóico Médio/Superior.

2.4.1.2.2.5 Idade e Correlação

Similarmente à Formação Igarapé de Areia, con-sidera-se a Formação Viseu cronoposicionada,

tentativamente, no Proterozóico Médio/Superior,uma vez que não foi afetada pelas zonas de cisa-lhamento discretas que atingiram os granitóidesadjacentes (Suíte Tromaí), datados do ProterozóicoInferior. Por outro lado, a Formação Viseu apresen-ta-se geralmente com fortes mergulhos, localmentedobrada, às vezes exibindo foliação plano-axial,contrastando com as litologias horizontalizadas doGrupo Serra Grande Indiviso, datado do Paleozói-co (Siluriano).

Os indicadores paleoclimáticos são também su-gestivos de um clima essencialmente árido a se-mi-árido, durante a sedimentação Viseu, caracteri-zado pelo caráter arcosiano, enquanto que os sedi-mentos silurianos (Grupo Serra Grande Indiviso) fo-ram depositados em um clima dominantementeglacial.

Em face das similaridades litológico-estruturais, aFormação Viseu é perfeitamente correlacionável àFormação Igarapé de Areia, de ocorrência mais a sul.

2.4.2 Bacia Paleozóica

2.4.2.1 Arcabouço Estrutural

O arcabouço estrutural da porção paleozóica daProvíncia Parnaíba (ALMEIDA et al., op. cit.), repre-sentada pela bacia homônima, está intimamenterelacionado à evolução do oceano Iapetus, cujaabertura estendeu-se do Cambriano ao Ordovicia-no inferior, enquanto que o fechamento começouno Siluriano Superior e encerrou no Permiano.

A abertura desse oceano projetou uma série defraturas transformantes em direção à placa Gond-wânica, tendo os movimentos direcionais originadoas bacias paleozóicas do Amazonas e do Parnaíba.

A fração da bacia do Parnaíba presente na áreainvestigada, apresenta uma trama estrutural con-trolada por antigas anisotropias do embasamento,de direções principais NW-SE e NE-SW.

Os sedimentos paleozóicos foram depositadosem fossas desenvolvidas num processo distensivodominantemente NE-SW, conforme evidenciadopela distribuição dos depósitos sedimentares doGrupo Serra Grande Indiviso, com as fácies maisgrossas localizadas próximo ao Cinturão Tentugal,indicando que o Arco Ferrer esteve ativo, pelo me-nos, desde o Siluriano Inferior.

2.4.2.2 Estratigrafia

A seqüência paleozóica ocorrente na área doProjeto está representada dominantemente por

SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

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conglomerados polimíticos e arenitos com estratifi-cações cruzadas acanaladas e tabulares, além depelitos com estratificação plano-paralela, relacio-nados a depósitos de leques aluviais, sistemas flu-viais entrelaçados e ambientes transicionais a mari-nhos, respectivamente.

São depósitos de idade siluriana, correlacioná-veis ao Grupo Serra Grande, da bacia paleozóicado Parnaíba.

2.4.2.2.1 Grupo Serra Grande Indiviso

2.4.2.2.1.1 Histórico

A primeira referência às rochas sedimentarespaleozóicas do nordeste paraense foi feita porKRAATS-KOSCHLAU & HUBER, em 1900, quandode seu levantamento no rio Guamá, onde localiza-ram a presença de um “arenito quartzítico”.

GOMES & OLIVEIRA, em 1926, registraram apresença de rochas semelhantes àquelas descri-tas por KRAATS-KOSCHLAU & HUBER (op. cit), nobaixo curso do rio Capim. Nesse mesmo ano,SOMBROECK posicionou essas rochas no Eo-Pa-leozóico, sem no entanto mencionar o método utili-zado para a datação.

MOLNAR & ALMARAZ, em 1966, incluiram os su-pracitados arenitos no Paleozóico Indiviso, en-quanto FRANCISCO et al., em 1971, preferiram re-lacioná-los ao Eo-Paleozóico.

Em 1972, ARANTES & DAMASCENO et al., agru-param os arenitos e grauvacas que ocorrem naBR-316 e no rio Piriá, posicionando-os no Eo-Paleo-zóico, sendo essa a primeira tentativa de reunir es-sas rochas numa unidade formal.

No ano seguinte, DAMASCENO & SOUZA tam-bém relacionaram essas litologias ao Eo-Paleozói-co, sem designação quanto a uma unidade formal.

Em trabalho de caráter regional, COSTA et al.(1975) adotaram a denominação Formação Piriápara as rochas até então consideradas de idadeEo-paleozóica, estabelecendo, todavia, a seção-tipo de modo muito precário. As mesmas denomi-nações e idade foram mantidas por ABREU et al.,em 1980, assim como por HASUI et al., em 1984.

IGREJA, em 1985, reconheceu a presença de ro-chas relacionadas à Formação Piriá ao longo daBR-316, nas proximidades do rio Gurupi. Todavia,preferiu introduzir o termo informal “Seqüência Ca-miranga”, em alusão à toponímia pela qual é conhe-cida aquela região, sub-dividindo-a nas unidadesPacas, Alto Bonito e Santa Cruz, respectivamente.Com base em estudos paleontológicos e palinoló-

gicos, o referido autor determinou, pela primeiravez, a idade precisa dessas litologias, posicionan-do-as no Siluriano.

Observa-se, a partir da análise desse histórico, agrande dificuldade que os vários pesquisadores daregião encontraram para definir o cronoposiciona-mento dessas seqüências sedimentares. Da mes-ma maneira, em nenhum momento foi mencionadasua posição em entidade geotectônica, tendo sidosempre tratadas como “janelas do Paleozóico”.

No presente trabalho, em função das caracterís-ticas litológicas e estruturais, além do conteúdo fos-silífero, essas rochas foram incluídas na entidadegeotectônica “Bacia Paleozóica do Parnaíba”, sen-do, portanto, enquadradas em sua coluna geológi-ca. Como conseqüência, adotou-se a denomina-ção Grupo Serra Grande, representado por faciolo-gias que podem ser relacionadas às formações Ipu(conglomerados glaciais), Jaicós (depósitos fluvia-is) e Tianguá (folhelhos e arenitos marinhos), ter-mos prioritários na designação desses depósitossilurianos.

A denominação Serra Grande foi introduzida naliteratura por SMALL, em 1913 (apud MESNER &WOLDRIGE, 1964), na categoria de Série, para de-signar uma seqüência de arenitos, calcários e con-glomerados, de suposta idade carbonífera.

A partir daí, todos os autores que fizeram referên-cia à unidade (BLAKENAGEL, 1952; KAGEL, 1952;MESNER & WOLDRIGE, 1962; RODRIGUES, 1967;AGUIAR, 1971; etc) consideraram-na como “Forma-ção Serra Grande”, até que CAROZZI et al., em 1975,elevaram-na à categoria de grupo, constituído pelasformações Mirador, Jaicós, Tianguá e Itaim.

CAPUTO & LIMA, em 1984, suprimiram do referi-do grupo a Formação Mirador, por considerá-lauma unidade mais antiga, pré-ordoviciana, reintro-duzindo a “Formação Ipu” (CAMPBEL, 1947), nabase da seqüência.

Todavia, uma vez que as referidas faciologias(ou “formações”) não foram individualizadas carto-graficamente, na escala do presente mapeamento,optou-se pela utilização do termo “Grupo SerraGrande Indiviso”.

2.4.2.2.1.2 Modo de ocorrência, DistribuiçãoGeográfica e Espessura

O “Gurpo Serra Grande Indiviso” ocorre na por-ção centro-oeste da área do Projeto, cobrindo umasuperfície de aproximadamente 300km2, represen-tando menos de 1% da área total trabalhada. Suasmelhores exposições situam-se nas barrancas do

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rio Gurupi, entre a Colônia Militar e a vila MarianaVelha, bem como ao longo da BR-316, em cortesde estrada, localizados entre a vila de Alto Bonito eo posto da Polícia Rodoviária Federal, próximo àmargem esquerda do rio Gurupi. Podem tambémser observados bons afloramentos ao longo da es-trada da CIDAPAR, em pequenos cortes.

Sua espessura é da ordem de 160m, observadano poço 1-RL-1-MA (figura II.2.30), conforme traba-lhos prospectivos na bacia de São Luís.

2.4.2.2.1.3 Relações de Contato e Posiciona-mento Estratigráfico

Na região do médio Gurupi, o Grupo Serra GrandeIndiviso recobre discordantemente as rochas da Suí-te Tromaí (Tonalito Cândido Mendes) e da FormaçãoIgarapé de Areia (Proterozóico Médio/Superior), ten-do sido interpretados alguns contatos por falha, comessa última Unidade. No poço 1-RL-1-MA, o GrupoSerra Grande Indiviso sobrepõe-se a gnaisses tonalí-ticos, do Complexo Maracaçumé.

Com relação ao contato superior, o mesmo se dáatravés de uma superfície discordante, tanto comos sedimentos cretáceos da Formação Itapecuru,e/ou como os terrígenos continentais cenozóicosda Formação Barreiras.

2.4.2.2.1.4 Litofácies e Mineralogia

No Grupo Serra Grande Indiviso foram identifica-das oito litofácies, uma das quais está bem caracteri-zada na estrada da CIDAPAR, localidade Pacas (es-tações CF-146/147/148/149/150/151), enquanto ou-tra está representada na vila de Alto Bonito, (CF-153),principalmente ao longo da BR-316 e nos terraçosmais antigos do rio Gurupi. As demais, em número deseis, foram observadas em uma grande exposição namargem esquerda do rio Gurupi (CF-157), cerca de1km a jusante da vila de Mariana Velha.

A primeira litofácies, identificada como cpaa, éconstituída por um conglomerado de arcabouçoaberto, desorganizado, de natureza polimítica, comseixos, blocos e matacções de quartzo, de quartzi-tos e de metapelitos, em proporções aproximada-mente iguais (fotos II.2.6. e II.2.7). Os blocos maioresnão excedem a 30cm de diâmetro, enquanto que amatriz areno-argilosa é constituída de fragmentos lí-ticos. Essas exposições correspondem à localida-de-tipo da Unidade Pacas, de IGREJA (1985).

A segunda litofácies, denominada cpaf, bem ca-racterizada na vila de Alto Bonito (CF-153), é repre-sentada por um conglomerado composto por sei-

xos, calhaus e matacções, sustentados pelosgrãos ou de arcabouço fechado (foto II.2.8), organi-zado em estratos métricos, lenticulares (foto II.2.9),com grosseira granodecrescência ascendente. Denatureza polimítica, apresenta os seixos, matacõese calhaus, constituídos de metarenitos (?) e meta-pelitos, em alguns dos quais podem ser observa-dos veios e vênulas de quartzo. Os constituintes degranulometrias seixo e matacão são, na grandemaioria, facetados (foto II.2.10).

A 3ª litofácies, identificada como amat, é consti-tuída por arenitos de coloração esverdeada, granu-lometria média a fina, lítico, micáceo, apresentandosuperfícies de estratificações cruzadas acanala-das e tabulares, de porte médio.

A 4ª litofácies, denominada pm, é formada por pe-litos marrons e esverdeados, com estratificaçõesplano-paralelas. São freqüentes os dobramentosconvolutos, tipo estruturas “em chama”, indicativosde fluidização, associados a bolas de areia.

A 5ª litofácies, denominada afwl, está represen-tada por um arenito de coloração cinza, granulome-tria média, apresentando minúsculas intercalaçõesde pelitos. Encontram-se estratificados em superfí-cies flaser, wavy e linsen, com incipientes superfíci-es onduladas, truncadas.

A 6ª litofácies, denominada bph, é constituídapor um conglomerado polimítico ou brecha intrafor-macional, constituído basicamente por seixos demetarenito (?), em matriz de arenito fino, organiza-do em um arcabouço fechado. São freqüentes osrastos fósseis e, embora não identificados no pre-sente trabalho, são considerados muito semelhan-tes ao “Hardgrounds” observados nas FormaçõesPimenteiras e Maecuru, das bacias do Parnaíba eAmazonas, respectivamente.

A 7ª litofácies está representada por arenitos decoloração castanho claro, granulometria média a fina,apresentando superfícies de ondulações truncadas,de médio a pequeno porte, tipo “Hummocky”; essa li-tofácies recebe a denominação de amh.

A 8ª e última litofácies observada na exposiçãode Mariana Velha, embora não tão explícita comoas anteriores, está caracterizada por um arenito degranulometria média a fina, micáceo, apresentan-do superfícies de estratificação cruzada sigmoidal,recebendo a denominação de avs.

2.4.2.2.1.5 Depósitos, Ambientes, SistemasDeposicionais e Procedência

Na interpretação dos depósitos, ambientes de se-dimentação, sistemas deposicionais e origem dos

SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

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sedimentos silurianos, foram estudadas as texturas,as estruturas e a geometria dos corpos de materialsedimentar, caracterizando as diversas litofácies e,como conseqüência, os tipos de depósitos.

A associação desses depósitos levou à interpre-tação dos ambientes de sedimentação e, em de-corrência, à caracterização do sistema deposicio-nal existente no Siluriano.

Desta maneira, a litofácies cpaa, caracterizadapor conglomerados polimíticos de arcabouço aber-to, representa depósitos proximais de leques aluvi-ais glaciais ou depósitos de mourainas proximais,tendo como área-fonte os litótipos integrantes doCinturão de Cisalhamento Tentugal e do TerrenoGranito “Greenstone” do Noroeste do Maranhão.

A litofácies cpaf, constituída por conglomeradosde arcabouço fechado, organizados em lentes eexibindo grosseira granodecrescência ascenden-te, sugestiva do trabalhamento por água dos seixosfacetados, caracteriza depósitos de planície de la-vagem (“outwash plan”) da mouraina proximal su-pra-mencionada. Os grãos facetados observadosnesses depósitos têm a mesma composição da-queles que constituem as mourainas proximais, oque é indicativo de uma procedência comum paraessas litofácies, confirmando a íntima relação entreesses dois depósitos.

A litofácies amat, constituída por arenitos médiosa finos, com superfícies de estratificações cruza-das de geometrias acanaladas ou em três dimen-sões (3D) e tabulares ou em duas dimensões (2D),

representa depósitos de dunas subaquáticas ebarras, respectivamente, de rios entrelaçados. Acomposição desses arenitos mantém similaridadescom os depósitos da planície de lavagem, caracte-rizada na litofácies anterior, sugerindo depósitosfluviais distais, associados àquela planície.

A litofácies avs, composta por arenitos com super-fícies de estratificação cruzada em geometria sigmoi-dal, representa depósitos de canais de intermaré

A litofácies pm, constituída por pelitos mar-rons-esverdeados, com superfícies de estratifica-ção em arranjo plano-paralelo, com dobramentosconvolutos e bolas de areia, estreitamente associa-da aos depósitos da litofácies de intermaré, é su-gestiva de depósitos de supramaré lamosa.

A litofácies afwl, representada por arenitos comsuperfícies de estratificações dos tipos “flaser”,“wavy” e “linsen”, caracteriza depósitos de interma-ré a inframaré.

A litofácies bph, caracterizada pelo conglomera-do polimítico com hurdground, constitui os depósi-tos de barras de costa a fora.

A litofácies amh, composta por arenitos médioscom superfícies de estratificação cruzada do tipo“hummocky” está intimamente relacionada aosconglomerados da litofácies anterior (bph), consti-tuindo, também, depósitos de costa a fora, trans-portados por tempestades.

A associação das litofácies cpaa, cpaf e amat, éindicativa de que esses depósitos se formaram emambiente continental, desértico glacial.

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Figura II.2.30 – Espessura do Grupo Serra Grande na Bacia de São Luís (PETROBRAS, 1990).

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A associação das litofácies avs e pm caracterizaambientes transicionais, sujeitos à ação de marés,do mar epicontinental.

Na associação das litofácies afwl, bph e amh, es-tão englobados os depósitos marinhos.

Desta maneira, o estudo das litofácies e de suasassociações demonstra que, no Siluriano, a porçãoda placa Gondwânica na qual está contida a regiãoestudada, situava-se em um sistema glacial, próxi-mo ao Pólo Sul.

2.4.2.2.1.6 Idade, Paleontologia e Correlação

IGREJA, em 1985, em sua Tese de Mestrado,estudando os sedimentos paleozóicos que ocor-rem na BR-316, próximo ao rio Gurupi, identificouuma assembléia de microfósseis pertencentes aoSiluriano Superior, assinalando a presenca deChitinozoa e Acrhitarcha, típicos de mares peri-glaciais.

No presente trabalho, no baixo curso do rio Guru-pi (CF-157), foram encontrados rastros fósseis, dotipo Macrofósseis: Icnofósseis tipo Paschinia, estru-turas de alimentação e locomoção. Todavia, o pre-cário estado de conservação dos Icnofósseis nãopermitiu a sua identificação taxinômica e a conse-qüente datação geocronológica dos sedimentos.

2.4.3 Bacias Meso-Cenozóicas (São Luis, Bra-gança e Viseu)

2.4.3.1 Arcabouço Estrutural

A porção meso-cenozóica presente na área doProjeto está representada pelas bacias sedimenta-res de São Luís e Bragança-Viseu, que são partesintegrantes da “Província Costeira e Margem Conti-nental”, de ALMEIDA et al., (1977), cujo arcabouçoestrutural está geneticamente ligado à abertura dooceano Atlântico (ARANHA et al., 1990).

No caso particular das duas bacias supramen-cionadas, suas, origem e evoluções estão intima-mente ligadas à abertura da porção equatorial doAtlântico, quando a zona de Fratura Romanche(MARINHO & MASCLE, 1987) se projetou contra aplataforma Sul-Americana, gerando uma série debacias, relacionadas a movimentos direcionais.

As bacias de São Luís e Bragança-Viseu, portanto,representam grabens de distensão, relacionados aesses movimentos direcionais. A atual feição dessesgrabens, em conjunto, é representada por um seg-mento alongado, de direção geral NW-SE, com umaporção mais larga a SE, que corresponde à bacia de

São Luís, e um estreitamento a NW, constituindo abacia de Bragança-Viseu (figuras II.2.31 e II.2.32).

A subsidência inicial, durante o Eoalbiano, foiprovocada por esforços transtrativos, originadospor um movimento dextral entre as placas Sul-Americana e Africana. Posteriormente, durante oNeocretáceo, o evento desenvolvido mostrou umaação modificadora, quando componentes de cisa-lhamento (rúptil) e compressivas provocaram mu-danças no padrão estrutural preestabelecido (figu-ra II.2.33). No Terciário, após a última movimenta-ção mesozóica, ocorreu um basculamento genera-lizado, no sentido norte, como conseqüência dafase de subsidência térmica (ARANHA et al., 1990).

Ainda no Terciário, desenvolveram-se falhamen-tos normais de pequeno rejeito, alguns dos quaisse acham bem caracterizados em cortes de estra-da ao longo da rodovia BR-316, onde ocorrem con-tatos por falhas entre arenitos fluviais e pelitos de la-gos rasos, relacionados à Formação Itapecuru (fo-tos. II.2.11 e II.2.12).

SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

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Figura II.2.31 – Feição geral dos grabens de distensãomeso-cenozóicos, mostrando uma porção mais largaa SE (Bacia de São Luís/A) e um estreitamento a NW(Bacia de Bragança-Viseu/B) (PETROBRAS, 1990).

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Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Figura II.2.32 – Bacia Bragança-Viseu (I) e a Bacia de São Luís (II), Mapa Bouguer e Modelagen(Aranha et al., 1990).

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SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

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Figura II.2.33 – Bacia de São Luís (A) e Bragança-Viseu (B) – esquemas evolutivos durante oEo-Albiano (I) e o Neocretáceo (II) (Aranha et al., 1990).

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O quadro atual, representado basicamente peloencaixe da rede de drenagem, bem caracterizadono extremo-sudeste da área, onde o rio Pericumã eseus afluentes dispõem-se preferencialmente se-gundo N-S, NE-SW e NW-SE, reflete as tramas es-truturais pré-cambrianas e fanerozóicas. Esse mes-mo arranjo pode ser observado na zona litorânea,onde os principais rios da região, como o Gurupi, oPiriá, o Maracaçumé e o Turiaçu, apresentam suasembocaduras fortemente controladas.

2.4.3.2 Estratigrafia

A seqüência meso-cenozóica representada naárea do Projeto está constituída pelos clásticos daFormação Itapecuru, do Cretáceo Superior, pelosdepósitos fluviais da Formação Barreiras, de idadeterciária, além dos sedimentos sub-recentes e re-centes, que constituem os depósitos do Quaterná-rio (figura II.2.34).

Afora essas seqüências sedimentares, estãopresentes alguns diques básicos, de idade meso-zóica, relacionados à Suíte Intrusiva Laranjal.

2.4.3.2.1 Triássico Inferior/Cretáceo InferiorSuíte Laranjal

COSTA et al. (1975) empregaram a denomina-ção Suite Intrusiva Laranjal para as rochas básicasque ocorrem na forma de diques, no noroeste doMaranhão e nordeste do Pará. Constituem corpostabulares, com possanças métricas e extensõesquilométricas, estando orientados, preferencial-mente, segundo NNW-SSE. São representados pordiabásios de coloração verde escuro, melanocráti-cos, eqüigranulares, textura fanerítica média, cons-tituídos essencialmente por ripas de plagioclásio ecristais de anfibólio verde escuro.

Embora os estudos fotointerpretativos tenham in-dividualizado dois desses corpos na área do Proje-to, somente um pôde ser comprovado nos trabalhosde campo, estando localizado na porção WSW daFolha Turiaçu, bem caracterizado ao longo do cami-nho que liga a estrada do Patrimônio à vila de SãoJosé do Gurupi (JP-77). Nessa região, o dique bási-co acha-se encaixado nas rochas tonalíticas da Suí-te Intrusiva Tromaí (Tonalito Cândido Mendes).

Mesmo sem a realização de estudos geocrono-lógicos, COSTA et al. (op. cit.) posicionaram essesdiques básicos no Mesozóico, admitindo seu em-placement entre o Triássico Inferior e o CretáceoInferior, correlacionando-os ao Diabásio Cassipo-ré, de ampla ocorrência no cráton Guianense.

2.4.3.2.2 Cretáceo Superior FormaçãoItapecuru

2.4.3.2.2.1 Histórico

De acordo com a bibliografia, a primeira referên-cia sobre a Formação Itapecuru foi feita por LISBOA(1914), que usou o termo “Camadas Itapecuru” paraos sedimentos aflorantes nos vales dos rios Itapecu-ru e Alpargatas, ao norte da cidade de Pastos Bons,Estado do Maranhão, atribuindo-lhes idade permia-na, sem muita segurança.

PRICE (1947), em viagem de pesquisa, encontrouna ilha do Livramento, próximo a Alcântara, estadodo Maranhão, uma vértebra de dinossauro além denumerosos outros fragmentos de ossos, posicionan-do os depósitos sedimentares fluviolacustres noCretáceo.

CAMPBELL (1947) introduziu a denominaçãoFormação Serra Negra para o pacote sedimentarque ocorre estratigraficamente entre as formaçõesCodó e Barreiras, na região da Serra Negra, a sulda cidade de Grajaú, posicionando-a supostamen-te como depósitos continentais do Terciário Inferi-or, uma vez que ocorrem acima de uma discordân-cia sobre a Formação Codó, com fósseis do Cretá-ceo. Posteriormente, adotou o termo Itapecuru paraos depósitos continentais pós-Codó e pré-Pirabas.

MESNER & WOOLDRIGE (1964) utilizaram o ter-mo Itapecuru no sentido de CAMPBELL (op. cit.),admitindo uma origem muito complexa para aquelaunidade, onde estão presentes depósitos de baixa-da fluvial, planície aluvial, estuarina e deltaica. Atri-buíram idade albiana, por correlação com a Forma-ção Tutóia, da bacia de Barreirinhas.

NORTHFLEET & NEVES (1967) durante pesqui-sas realizadas na porção meridional da bacia doParnaiba, mapearam uma seção de arenitos, comcerca de 300m de espessura, estratigraficamenteacima dos derrames basálticos que consideraramcomo pertencentes à Formação Urucuia, correlaci-onando-a à Formação Itapecuru.

MOLNAR e URDININEA (1966), descreveram aFormação Itapecuru como constituída eminentemen-te de arenitos friáveis, avermelhados, calcíferos, finosa médios, com intercalações de finos leitos de folhe-lhos e argilitos róseos, depositados em ambientecontinental. Posicionaram o contato inferior comoconcordante com a Formação Codó, estando reco-berta, discordantemente, pelos sedimentos terciáriosda Formação Alter do Chão. Os referidos autores po-sicionaram a Formação Itapecuru no Cretáceo Supe-rior, com base em informações bibliográficas.

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Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

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BARBOSA et al (1966) consideraram uma equiva-lência entre as formações Urucuia e Serra Negra/Ita-pecuru, dada a similaridade de suas características.O material sedimentar foi depositado em ambientecontinental, predominantemente fluvial, com episó-dios fluviais, lacustres e, subordinadamente, eóli-cos. Representa o Cretáceo continental, na porçãocentro-oriental da América do Sul, numa época declima semi-árido. Os citados autores assumiram aidade cretácea para a Unidade, por analogias litoló-gicas, com dúvidas quanto ao intervalo, dada a au-sência de fósseis nesses depósitos continentais.Preservaram o nome Urucuia, por ter sido primeira-mente utilizado por Moraes Rego (1926).

AGUIAR (1971) utilizou o termo Itapecuru no sen-tido de CAMPBELL (op. cit.), mantendo a correla-ção Itapecuru/Urucuia. Descreveu a Unidadecomo constituída por arenitos cinza-esbranquiça-dos, esverdeados ou vermelho-marrons, com inter-calações de folhelhos cinza-esverdeados ou mar-rons, depositados no Albiano.

COSTA et al. (1975 e 1977), em trabalhos de ma-peamento geológico, adotaram o termo FormaçãoItapecuru, no sentido de Molnar & Urdíninea (op. cit).

LIMA & LEITE (1978), atribuiram à Unidade uma de-posição continental, basicamente fluvial, com sucessi-vas faixas lacustrinas e de planícies de inundações,em clima semi-árido, devido ao extensivo caráter oxi-dante dos sedimentos. Esses autores aceitaram a ida-dealbiana-cenomanianaparaaFormação Itapecuru.

GOÉS, (1981), em sua tese de mestrado, conside-rou os sedimentos Itapecuru constituídos de arenitosmédios, localmente feldspáticos e conglomeráticos,ricos em estratificações cruzadas, depositados emambientes fluvial, sob um clima quente semi-árido.

PETRI & FULFARO, em 1983, consideraram a For-mação Itapecuru como material sedimentar deposita-do em condições continentais e deltaicas, sob um cli-ma semi-árido, no intervalo de tempo entre o CretáceoInferior (Albiano) e o Cretáceo Superior (Santoniano).

SCHOBBENHAUS et al. (1984) consideraram aunidade Itapecuru no sentido de CAMPBELL (op.cit.) admitindo-o como autor da citação original. Cor-roboraram a natureza continental e transicional dossedimentos dessa formação, aceitando o Albianocomo o intervalo de tempo de sua deposição.

No presente trabalho, considera-se a FormaçãoItapecuru no sentido de CAMPBELL (op. cit.), com

SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

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Figura II.2.34 – Carta Estratigráfica do Fanerozóico.

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as adaptações progressivas resultantes do avançono entendimento dos processos que originaram es-sas rochas, além do estudo de sua constelação depaleomicroorganismos, promovidos por autoresmais recentes. Portanto, a Formação Itapecuru éconsiderada como um conjunto de arenitos de co-res variegadas, com intercalações de argilitos e sil-titos avermelhados, depositados em condiçõescontinentais e transicionais, sob um clima quente esemi-árido, entre o Cretáceo Inferior e o CretáceoSuperior, após a retirada do mar aptiano Codó.

2.4.3.2.2.2 Modo de Ocorrência, DistribuiçãoGeográfica e Espessura

A Formação Itapecuru tem ampla distribuição nafolha Turiaçu/Pinheiro, ocupando cerca de 70% daárea trabalhada, correspondendo às porções lestee central da mesma.

Suas melhores exposições estão localizadas aolongo da BR-316, em grandes cortes de estrada,assim como nas rodovias estaduais MA-006(BR-316/Pinheiro) e MA-106 (Pinheiro/Alcântara),além do rio Maracaçumé.

Com relação a sua espessura, os trabalhos execu-tados pela PETROBRAS (1990), na bacia de SãoLuís, estabeleceram valores da ordem de 2.240m, nopoço 1-RP-2-MA (figura II.2.35), no qual a referidaUnidade assenta-se discordantemente sobre a For-mação Longá.

2.4.3.2.2.3 Relações de Contato e Posiciona-mento Estratigráfico

Na área do Projeto, a Formação Itapecuru reco-bre discordantemente as litologias do ComplexoMaracaçumé, do Grupo Gurupi e da Suíte IntrusivaTromaí, tendo sido interpretados contatos tectôni-cos com a Formação Igarapé de Areia.

Nos poços 1-CG-3-MA e 2-CG-1MA (figura II 2.36)apresenta contato gradacional com a FormaçãoCodó, de idade aptiana.

Estratigraficamente, acha-se recoberta pelos se-dimentos terrígenos da Formação Barreiras e pelasedimentação quaternária.

2.4.3.2.2.4 Litofácies e Mineralogia

Nos domínios da Formação Itapecuru foramidentificadas quatro litofácies, sendo três dominan-tes e uma de ocorrência restrita.

Dentres as dominantes, destaca-se a litofáciesdenominada acacat, constituída por arenito con-

glomerático a conglomerado arenítico, arcosiano,suportado pelos grãos e em arcabouço fechado,com alguma matriz composta de areia fina e argila(foto II.2.13). Os seixos são arredondados a subar-redondados, constituídos dominantemente dequartzo, com raros seixos líticos, esses últimos for-mados principalmente de arenitos e pelitos. Apre-sentam-se organizados em superfícies de estratifi-cações cruzadas tabulares (foto II.2.14) e acanala-das de médio porte, formando um padrão festona-do (foto II.2.15). Essa litofácies está bem caracteri-zada na BR-316, nas estações CF/42/43/45/49.

A litofácies aacat é caracterizada por arenito ar-cosiano e arcóseo, de colorações rosada e aver-melhada, com pintas esbranquiçadas de caulinita,granulometria variando de fina a grossa, com grâ-nulos e pequenos seixos, apresentando superfíciesde estratificações cruzadas acanaladas (fotoII.2.16) e tabulares (foto II.2.17), de pequeno a mé-dio porte. São freqüentes as estruturas em chama,indicativas da intensa fluidização a que esteve sub-metido esse pacote sedimentar. Boas exposiçõesdessa litofácies podem ser observadas nas esta-ções CF/61/79/82/88, ao longo da rodovia MA-006,além da grande exposição da estação CF-154, emcorte de estrada ao longo da BR-316, próximo à vilade Nova Olinda.

Ainda como parte integrante das litofácies cita-das dominantes, destaca-se aquela denominadapvcr, formada por pelitos de coloração avermelha-da, apresentando estratos plano-paralelos, de es-pessuras centimétricas e apresentando lamina-ções onduladas, formadas por clinbing ripples,(fotos II.2.18 e II.2.19), observando-se, por vezes, apresença de gretas de ressecamento (foto II.2.20).Essa litofácies pode ser observada praticamenteem todos os cortes de estrada ao longo da BR-316,dentro dos limites da área do Projeto.

A litofácies de ocorrência restrita é denominadaaacs, sendo constituída por arenito arcosiano a ar-cóseo, com superfícies de estratificação cruzadaem geometria sigmoidal, formando corpos lobados,ligeiramente achatados e separados por lâminas depelitos estruturados por clinbing ripples. Na estaçãoCF-89, localizada na estrada que liga a BR-316 à ci-dade de Pinheiro (Ma-006), essa litofácies aflora demaneira exuberante (fotos II.2.21 e II.2.22).

2.4.3.2.2.5 Depósitos, Ambientes, SistemasDeposicionais e Procedência

A interpretação dos depósitos, ambientes de se-dimentação, sistemas deposicionais e origem dos

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Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

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SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

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Figura II.2.53 – Espessura da Formação Itapecuru, na Bacia de São Luís (PETROBRAS, 1990).

Figura II.2.36 – Contato gradacional entre as formações Codó e Itapecuru,na Bacia de São Luís (PETROBRAS, 1990).

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sedimentos da Formação Itapecuru baseou-se noestudo das texturas, estruturas e geometria do ma-terial sedimentar, permitindo a caracterização dasdiversas litofácies e, por conseguinte, dos diversostipos de depósitos.

A litofácies acacat, constituída por arenitos con-glomeráticos com superfícies de estratificaçõescruzadas acanaladas e tabulares de médio porte, éinterpretada como depósitos de dunas subaquáti-cas e barras de rios entrelaçados, das porções dis-tais de leques aluviais.

A litofácies aacat, caracterizada por arenitoscom superfícies de estratificações cruzadas aca-naladas e tabulares, intimamente relacionada à lito-fácies anteriormente descrita (acacat), é interpreta-da como depósito de dunas subaquáticas e barras,de um sistema fluvial entrelaçado.

A litofácies pvcr, representada por pelitos comoclinbing ripples, é interpretada como depósito delagos rasos, de caráter intermitente,

A litofácies aacs, composta por arenitos estrutu-rados em lobos sigmoidais, é interpretada comopequenos deltas, produtos da relação entre os riosentrelaçados e os lagos.

A associação dessas litofácies conduz à inter-pretação de que a Formação Itapecuru, na área doProjeto, foi depositada em ambientes continentais,tipos leques aluviais, rios e lagos, de um sistemadesértico quente, em função da posição da placaSul-Americana, durante o Cretáceo, assim comopela pequena massa d’água do jovem oceanoAtlântico (figura II.2.37). A corroborar essa asserti-va, destaca-se o caráter arcosiano dos sedimentosItapecuru, confirmando a predominância do intem-perismo físico, na área-fonte.

2.4.3.2.2.6 Idade, Conteúdo Fóssil e Correlação

PRICE, em 1947, encontrou numerosos fragmen-tos de ossos de dinossauros na ilha do Livramento,próximo a Alcântara (MA), atribuindo idade cretá-cea àqueles sedimentos fluviolacustres.

MESNER & WOLDRIGE, em 1964, consideraram aFormação Itapecuru de idade Albiana, por correla-ção com a Formação Tutóia, da bacia de Barreirinha.

KLEI & FERREIRA, em 1979, estudando a For-mação Itapecuru nas proximidades da cidade deSão Luís, identificaram uma assembléia fossilífe-ra com características estuarinas, de idade ceno-maniana.

Neste trabalho, o mapeamento regional de super-fície não possibilitou a coleta de material favorável àpreservação de fósseis, devido ao caráter extrema-

mente oxidado da exposição. Todavia, em concor-dância com os recentes estudos realizados por es-pecialistas, considera-se que a Formação Itapecurufoi depositada entre o Cretáceo Inferior e o Cretáceosuperior, após a retirada do mar aptiano Codó.

A referente Unidade é correlacionável à porção in-ferior da Formação Alter do Chão, da Bacia do Ama-zonas, e à Formação Urucuia, da bacia Sanfrancisca-na, entre outras.

2.4.3.2.3 Formação Barreiras Terciário

2.2.3.2.3.1 Histórico

A partir do século passado, a denominação Bar-reiras passou a ser empregada, indistintamente,para designar as falésias existentes ao longo do li-toral brasileiro. Posteriormente, veio a ser utilizadapara os sedimentos constituintes das referidas falé-sias, embora sem nenhuma citação relacionada àseção ou localidade-tipo.

MOURA, em 1938, estudando a geologia do Bai-xo Amazonas, denominou Formação das Barreirasaos sedimentos sobrejacentes à Formação Pira-bas, considerando-os de idade pliocênica.

OLIVEIRA & RAMOS, em 1956 (apud ROSSETI etai.,1989), empregaram a denominação FormaçãoBarreiras, enquanto que BIGARELLA & ANDRADE,

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Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Figura II.2.37 – Proposta de reconstrução continentalpara o Mesozóico. Cretáceo (133-65Ma) Indicadorespaleoclimáticos; D – Arenitos desérticos; C – Carvão;

E – Evaporitos. Adaptado de Igreja (1985).

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em 1964, preferiram o terreno Grupo Barreiras (apudCOSTA et al., 1975).

FRANCISCO et al., em 1971, admitiram que osdepósitos continentais Barreiras recobriram gradati-vamente os sedimentos marinhos Pirabas, interpre-tando os sedimentos continentais como de idademiocênica.

ARANTES et al., em 1972, preferiram utilizar o ter-mo Formação Barreiras para os sedimentos conti-nentais de idade miocênico-pleistocênica, ocorren-tes no nordeste do Pará.

O PROJETO RADAM (1973), considerou comopertencentes à Formação Barreiras, os clásticos malselecionados ocorrentes próximo ao litoral do Pará.Foram considerados de idade terciária, pela presen-ca, em sua porção inferior, do calcário fossilífero Pi-rabas, datado do Mioceno Inferior (MAURY, 1924).

COSTA et al., (1975), em trabalhos de caráter re-gional, reintroduziram a denominação Grupo Bar-reiras, para os clásticos terciários ocorrentes no li-toral dos estados do Maranhão e Pará.

KOTSCHOUBEY & TRUCKENBRODT, em 1981,reconheceram mudanças faciológicas laterais naseqüência laterito-bauxítica da região de Parago-minas, além da existência freqüente de dois hori-zontes bauxíticos distintos, exibindo um enriqueci-mento geral em gibsita, de sul para norte. Esses fa-tos os levou a reconsiderar os aspectos regionais egenéticos da cobertura laterítico-aluminosa, dentrodo contexto geológico-estrutural da área, propon-do um modelo evolutivo para as bauxitas.

COSTA, em 1984, realizou um estudo detalhado esistemático nos lateritos do nordeste do Pará e noro-este do Maranhão, indicando os principais fatoresresponsáveis pela sua gênese. O autor, após anali-sar as várias fases de desenvolvimento e formaçãodos lateritos, posicionou-os no Eoceno-Oligoceno,idade que coincide com a peneplanizaçãosul-americana, quando se formaram os lateritos doSuriname, Guiana Francesa e Paragominas.

ARAI et al., em 1988, realizaram estudos palinoló-gicos nos sedimentos Barreiras, sugerindo que suadeposição, pelo menos em parte, pode ter ocorridodurante o Mioceno. Entretanto, alertaram para a ne-cessidade de uma revisão em suas interpretações,na medida em que fossem encontradas novas ocor-rências apresentandos elevado coeficientes de ferti-lidade palinológica, e/ou frente a possíveis parâme-tros paleomagnéticos e radiométricos.

Nesse mesmo ano, FERREIRA & FRANCISCO le-varam em conta a datação bastante segura combase em macro e microfósseis (transição oligoce-no-mioceno), utilizando-a como marco nas deter-

minações das idades das demais unidades conti-nentais, que com ela se relacionam, no nordeste doPará.

ROSSETI et al., em 1989, realizaram um estudopaleoambiental e estratigráfico nos sedimentosBarreiras e pós-Barreiras, na região Bragantina,nordeste do Pará, caracterizando 13 fácies descri-tivas, nesses sedimentos.

Neste trabalho, considera-se a Formação Barrei-ras constituída por dois sistemas deposicionais,sendo um sistema continental, com leques aluviaise depósitos fluviais de rios meandrantes, além deum sistema de natureza marinha, dominado pormarés.

2.4.3.2.3.2 Modo de Ocorrência, DistribuiçãoGeográfica e Espessura

A Formação Barreiras recobre aproximadamente10% da área estudada, estando bem caracterizadano quadrante noroeste, no divisor Gurupi/Piriá, as-sim como na porção nordeste, próximo ao rio Turia-çu; uma outra faixa de ocorrência situa-se na porçãonorte, nas proximidades da cidade de Carutapera.

Suas melhores exposições foram observadas aolongo da Estrada do Patrimônio, que liga a rodoviaBR-316 à PA-25 (Bragança-Viseu), na própriaPA-25 e, também, na rodovia BR-316.

Devido a inexistência de dados de subsuperfí-cie, no âmbito da Folha Turiaçu/Pinheiro, conside-ra-se apenas a espessura máxima aflorante, obser-vada próximo à cidade de Pinheiro (CF-103), a qualé da ordem de 20m.

2.4.3.2.3.3 Relações de Contato e Posiciona-mento Estratigráfico

A Formação Barreiras recobre discordantemen-te as supracrustais do Grupo Aurizona e os plutoni-tos da Suíte Tromaí, além das rochas sedimentaresdas unidades Igarapé de Areia, Viseu, Serra Gran-de Indiviso e Itapecuru; com a Formação Viseu, fo-ram também interpretados contatos tectônicos,através de falhas normais, de direção NW-SE. Su-periormente, acha-se recoberta discordantementepelos depósitos quaternários, notadamente próxi-mo à zona litorânea.

2.4.3.2.3.4 Litofácies e Mineralogia

Como parte integrante dessa Unidade, foram ca-racterizadas nove litofácies, sendo seis de ocorrên-cia generalizada e três de ocorrência restrita.

SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

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A litofácies caa é formada por um conglomeradodesorganizado, de arcabouço aberto, cujos seixos,arredondados a subarredondados, são constituí-dos de quartzo; por vezes, são também encontra-dos fragmentos angulosos de lateritos. A matriz érepresentada por material areno-argiloso, sendoque na fração grosseira são identificados grãos dequartzo e de óxidos de ferro. Essa litofácies podeser observada, entre outras, na estação CF-01, naEstrada do Patrimônio.

A litofácies denominada acd é formada por areni-to conglomerático, desorganizado, de arcabouçoaberto, com grânulos e pequenos seixos de quartzo,com diâmetro médio de 2cm a 3cm, algo esparsosna matriz areno-argilosa, caulínica. Está bem carac-terizada nas estações JP-01 e CF-17, localizadas noramal de Maracaçumé.

A litofácies coo é constituída por um conglome-rado oligomítico organizado, de arcabouço fecha-do, apresentando seixos de quartzo imbricados,com diâmetros médios em torno de 5 cm, indicandouma direção de paleocorrente de N800; a matrizpresente é arenítica grossa. Exposições dessa lito-fácies podem ser observadas no ramal de Maraca-çumé, notadamente na estação JP-05.

A litofácies acap é caracterizada por arenitos degranulação média a fina, apresentando superfícies deestratificação cruzada acanalada de pequeno porte,com grânulos e pequenos seixos de quartzo, forman-do pavimentos. Essa litofácies pode ser observada noramal de Maranhãozinho, na estação CF-20.

A litofácies abmf corresponde a um arenito es-branquiçado, granulometria média a grosseira,com pouca matriz, muito friável e sem estruturas se-dimentares aparentes, podendo ser observada naestrada para Carutapera, na estação CF-16.

A litofácies pcv é constituída por pelitos de aspec-to maciço e corres variegadas, por vezes caulínicose/ou ricos em matéria orgânica, intimamente associ-ados à litofácies acap; está bem caracterizada nasestações CF-03/04, na Estrada do Patrimônio.

As litofácies de ocorrência restrita foram denomi-nadas de ags, acaba e pr, respectivamente.

A primeira (ags), é constituída por arenitos gros-sos e microconglomerados, constituídos por grãosde quartzo e de arenito ferruginoso, estratificadosem superfícies cruzadas sigmoidais, quando ficambem evidentes os corpos de geometria lobada.Essa litofácies pode ser observada no ramal deMaranhãozinho, na estação CF-20.

A litofácies acaba é representada por arenitosde granulação média a fina, com matriz argilosa,exibindo superfícies de estratificação cruzada

acanalada de pequeno porte, com filmes de argilaentre os sets, além de bolas de argila, formandopavimentos (fotos II.2.23 e II.2.24). Pode ser ob-servada nas proximidades da cidade de Pinheiro,em um corte de estrada no morro do Finca (CF-103).

Intimamente associada à litofácies anteriormentedescrita, ocorre a litofácies denominada pr, consti-tuída por pelitos plano-paralelos, com abundantesraízes fósseis (foto II.2.25), bastante oxidadas, comboa exposição na estação CF-103. Por vezes, essespelitos desenvolvem pequenos diápiros (fotoII.2.26).

2.4.3.2.3.5 Depósitos, Ambientes, SistemasDeposicionais e Procedência

Para a interpretação dos depósitos, ambientes,sistemas deposicionais e origem desses clásticosde idade terciária, foram estudadas as estruturas,as texturas e a geometria dos corpos sedimentares,além do conteúdo fóssil, quando presente, permi-tindo a caracterização das diferentes litofácies e ti-pos de depósitos.

Nesse sentido, a litofácies caa, representadapor conglomerado de arcabouço aberto, corres-ponde a depósitos de leques aluviais, proximais.

A litofácies acd, constituída por conglomeradooligomítico, imbricado, corresponde a depósitosde canais de rios meandrantes.

A litofácies coo, constituída de conglomeradooligomítico imbricado, corresponde a depósitos decanais de rios meandrantes.

Intimamente associados aos depósitos de canais,os arenitos com cruzadas acanaladas de pequenoporte, e que constituem a litofácies acap, são tam-bém interpretados como depósitos de canais de riosmeandrantes.

A litofácies abmf, constituída por arenito branco,muito friável, sem estruturas aparentes, poderiatambém estar relacionada a depósitos de canaisde rios meandrantes.

A litofácies pcv, caracterizada por pelitos de co-res variegadas, dada a sua relação com a litofáciesacap, é interpretada como depósito de planície deinundação de rios meandrantes.

A litofácies ags, representada por arenitos gros-sos, sigmoidais, é interpretada como depósito deturbiditos hipopicnais, que formaram pequenosdeltas desenvolvidos por rios em lagos de águadoce.

A litofácies acaba, formada por arenitos com es-tratificações cruzadas acanaladas, com filmes e

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bolas de argila, é interpretada como depósitos decanais de intermaré, denominados tidal bundle.

A litofácies pr, constituída por pelitos com restosvegetais fósseis, é interpretada como depósitos desupramaré lamosa.

A associação das litofácies caa e acd caracteri-za ambientes de leques aluviais, para esses depó-sitos.

A associação das litofácies coo, acap e abmf, éindicativa de ambientes de rios meandrantes, paraessa sedimentação.

A litofácies ags corresponde a um pequeno deltacontinental.

A associação das litofácies acaba e pr caracteri-za ambientes marinhos, influenciados por marés.

Dessa maneira, fica bem caracterizada a pre-sença de dois sistemas deposicionais, durante oTerciário, na área em estudo. (figura II.2.38). Umsistema tipicamente continental, quente e úmido,onde predominava o intemperismo químico, indica-do pela grande quantidade de argila no sistema,além da composição da fração grossa, constituídabasicamente de resistatos.

O outro sistema é de natureza marinha, domina-do por marés, caracterizado por pelitos com restosvegetais fósseis.

2.4.3.2.3.6 Idade, Conteúdo Fóssil eCorrelação

A ausência de uma seção-tipo, aliada à escassezdo material fossilífero, na Formação Barreiras, têmdificultado bastante a definição da idade dos even-tos sedimentares que originaram essa Unidade, deampla distribuição no litoral brasileiro.

No caso específico da Região Norte, no litoral doPará e do Maranhão, a Formação Barreiras está inti-mamente relacionada à plataforma carbonática Pi-rabas, de exuberante conteúdo fossilífero e comsua linha de tempo bem definida, na transição Oli-goceno-Mioceno.

Em 1971, FRANCISCO et al., admitiram que ossedimentos continentais Barreiras recobrem gra-dativamente os depósitos marinhos Pirabas, consi-derando, asssim, que os sedimentos Barreiras seri-am, pelo menos, de idade miocênica.

ARAI et al., em 1988, com base em estudos pali-nológicos em argilas de fácies de mangue, sugeri-ram que a deposição dos sedimentos Barreirasocorreu durante o Mioceno.

A Formação Barreiras é correlacionável à Forma-ção Alter do Chão (porção superior), da bacia doAmazonas.

2.4.3.2.4 Quaternário Pleistocênico - UnidadePinheiro

2.4.3.2.4.1 - Histórico

As primeiras referências à presença de umaunidade pleiítocênica na bacia de São Luis e narede drenagem afogada do rio Turiaçu foram reali-zadas por COSTA et al., em 1975, englobando are-ias mal classificadas, misturadas com argila, alémde um arenito ferruginoso, denominado grês doPará.

Em 1984, durante o desenvolvimento do Progra-ma Turfa, pela CPRM, ROBERTO et al., estudaramalgumas turfeiras localizadas no município de Pi-nheiro (MA), quando foram definidos os parâmetrosque permitiram caracterizá-las como de uso maisapropriado para a agricultura.

Nos trabalhos de campo do presente Projeto,durante a execução do perfíl geológico ao longoda rodovia que liga as cidades de Pinheiro e San-ta Helena (MA-106), foram observadas boas ex-posições de turfeiras, em cortes de estrada e es-cavações para retirada de material de revesti-mento (foto II.2.27). Considerando a extensa áreade ocorrência desses depósitos, sua condiçãode sedimentação pós-Barreiras e, ainda, sua as-sinatura própria em produtos de sensoreamentoremoto (fotos áreas convencionais e de satélite,além de imagens radargramétricas), é proposto,informalmente, o termo Unidade Pinheiro, para

SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

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Figura II.2.38 – Modelo deposicional para FormaçãoBarreiras, no nordeste do Pará e noroeste do Mara-

nhão (adaptado de Rossetti, 1988).

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esses depósitos carbonosos com seus clásticosassociados.

2.4.3.2.4.2 Distribuição Geográfica

A Unidade Pinheiro ocorre na porção centro-lesteda área estudada, notadamente no divisor de águasTuriaçu/Pericumã, na forma de manchas irregulares,ocupando menos de 1% das áreas continentais daFolha Turiaçu/Pinheiro. Compreende uma superfícieplana, sazonalmente inundada e levemente alçadaem relação às aluviões quaternárias. Nas imagens ra-dargramétricas, apresenta uma textura lisa, tonalida-de cinza médio e drenagem “em transparência”.

Suas melhores exposições foram observadas aolongo da rodovia MA-106, que liga as cidades dePinheiro e Santa Helena (CF-106/108/109/113)

2.4.3.2.4.3 Relações de Contato

A Unidade Pinheiro assenta-se discordante-mente sobre a Formação Barreiras, conforme ob-servado no perfil Pinheiro/Santa Helena. Com aFormação Itapecuru, os contatos são tambémdiscordantes.

Em adição, podem ser destacadas as marcantesdiferenças nos graus de consolidação dos depósi-tos terciários (mais compactos) e os pleistocênicos(mais friáveis), assim como nos estágios evolutivosdos perfís lateríticos.

Sobre os sedimentos pleistocênicos da UnidadePinheiro desenvolveu-se uma superfície de erosão,possivelmente correlacionável ao ciclo Paraguaçu(KING, 1956).

2.4.3.2.4.4 Litofácies e Mineralogia

Além das turfeiras, denominadas litofácies t, fo-ram identificadas mais duas litofácies, considera-das como aff e pme, respectivamente.

A litofácie aff é constituída por arenito fino, friável,coloração esbranquiçada, sem estruturação, bemcaracterizado na estação CF-113 (foto II.2.28).

A litofácies pme é composta por pelito de aspec-to maciço e coloração esverdeada, podendo serobservados restos fósseis de raízes, conforme veri-ficado na estação CF-114 (foto II.2.29).

O material carbonoso que constitui a turfeira, de-nominado litofácies t, é constituído basicamente derestos vegetais, assemelhando-se àquele que seobserva nos campos alagados atuais, estandobem caracterizado nas estações CF-106/109 (fotoII.2.30).

2.4.3.2.4.5 Depósitos, Ambientes e SistemasDeposicionais

A litofácies aff, representada por arenito fino e friá-vel, embora desestruturado, é interpretado comodepósito de dunas, formando um paleo-cordão lito-râneo.

A litofácies pme, constituída por pelito maciço,esverdeado, representa depósito de lagos rasos,sazonalmente alagados, em cujo processo foramdesenvolvidos os vegetais que deram origem aomaterial carbono das turfeiras.

A associação dessas litofácies indica um ambi-ente de sedimentação de lagos e dunas eólicas,dentro de um sistema continental litorâneo.

2.4.3.2.5 Cenozóico: Quaternário Holocênico

O quadro recente pode ser visualizado esque-maticamente na figura II.2.39, onde o bloco-diagra-ma mostra a baía de Turiaçu, formada pelo avançodo mar em direção à embocadura afogada, trom-betiforme, do rio homônimo. Na figura, estão repre-sentados todos os depósitos, ambientes e sistemasdeposicionais atuantes.

A rede instalada é do tipo meandrante, em funçãoda presença da hiléia amazônica e da vegetação decocais, desenvolvidas pelo clima quente e úmidoequatorial, responsável pelo intemperismo químicoque, por sua vez, responde pela grande quantidadede argila no sistema aquoso (figura II.2.39).

Os lagos são de água doce, rasos, interligadossazonalmente, responsáveis pela geração das tur-feiras mais recentes (figura II.2.39/6), (fotos II.2.31e II.2.32).

Pequenos deltas, do tipo pé de pássaro, podemser observados, nos locais onde os rios meandran-tes desaguam nos lagos (figura II.2.39/7).

Nessa porção do Atlântico Equatorial, a costa bra-sileira está submetida à ação de macromarés, cujaamplitude atinge até 8m. Esse fenômeno é responsá-vel pela penetração de material marinho no sistemafluvial, provocando a mistura de depósitos de riosmeandrantes com materiais transportados pelas ma-rés, gerando depósitos híbridos (figura II.2.39/4).

A ação das macromarés nas embocaduras dasprincipais drenagens da região, como os rios Piriá,Gurupi, Maracaçumé e Turiaçu, foi responsávelpelo desenvolvimento de extensos depósitos desupra-maré lamosa, na qual desenvolve-se a vege-tação típica de mangue, com suas assembléiasanimais características, representada por caran-guejos e assemelhados (figura II.2.39/3).

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SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

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Figura II.2.39 – Perfil geológico-geográfico do Quaternário (noroeste do Maranhão).

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A presença de uma estação seca e bem defini-da, no período de junho a dezembro, é responsávelpela presenca de ventos quentes e secos, quetransportam grandes quantidades de areia do marpara o continente, formando depósitos de dunaseólicas, dispostas em cordões litorâneos (figuraII.2.39/2).

A sedimentação relacionada à intermaré are-no-lamosa é também bastante expressiva, na re-gião litorânea (foto II.2.33).

A ação diária das marés, nessa região, é respon-sável pelo desenvolvimento de canais com grandemobilidade, cuja dinâmica dificulta a navegaçãopróximo à zona litorânea (foto II.2.33).

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3

GEOFÍSICA

3.1 Sistemática Adotada

A sistemática estabelecida para o tema geofísicoconsistiu na interpretação qualitativa de mapas ae-romagnéticos de campo total, gravimétrico Bou-guer e estrutural sísmico - topo do embasamento.Também executou-se uma interpretação de perfíssísmicos - sismogramas - visando correlação comas unidades geológicas e suas compartimen-tações estrutural e tectônica.

Através da análise dos mapas aeromagnéticos,pode-se caracterizar diversas feições planares,denominadas de domínios magnéticos e sinais li-neares indicativos de traços estruturais, tais como,falhas, zonas de cisalhamento e fraturas.

Quanto à interpretação dos mapas de contornosdos levantamentos terrestres, Bouguer e sísmico,forneceram dados que auxiliaram para uma melhordefinição do comportamento geométrico das prin-cipais estruturas da área do projeto. Da mesma ma-neira, fez-se uma análise do comportamento des-sas estruturas, bem como de suas característicasno empilhamento estratigráfico, através da inter-pretação dos perfís sísmicos.

3.2 Dados Utilizados

3.2.1 Aerogeofísica

Nesse tema, foram utilizados mapas magnéticosde campo total, resultantes do Projeto Ma-ranhão-Área Gurupi, executado pela PROSPECS.A. para o Instituto de Recursos Naturais (IRN) dogoverno do estado do Maranhão (1974).

Esse projeto cosistiu em um aerolevantamentodos métodos magnetométrico e gamaespectromé-trico, realizado em duas fases, sendo a primeira aonível de reconhecimento e a segunda preenchendoos espaços entre as primeiras linhas, nos locais jul-gados geofisicamente interessantes. Assim, as li-nhas de produção foram voadas na direção N-S,com 4 e 2km de espaçamentos. As linhas de con-trole foram voadas na direção E-W e a cada 27km.Foi mantida uma altura de vôo constante de 150macima da superfície do terreno.

Os seus produtos finais foram apresentados sob aforma de relatório e mapas de contorno magnético,elaborados com as isolinhas a cada 10nt, e gamaes-pectrométrico apenas com distribuição de radioele-

SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

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mentos, ambos na escala 1:100.000. Como não foipossível o acesso às fitas digitais contendo os da-dos gamaespectrométricos, para um possível repro-cessamento visando a geração de mapas de con-torno, resolveu-se desprezar esse tema na interpre-tação ora apresentada. Já os mapas magnéticos fo-ram reduzidos e interpretados na escala das folhas,1:250.000. Também pelo fato da área do levanta-mento do Projeto Maranhão não recobrir o setor lestedeste projeto (Folha Turiaçu/Pinheiro), optou-se pormostrar esse esquema, de um em relação ao outro(figura II.3.1).

3.2.2 Geofísica Terrestre

3.2.2.1 Gravimetria

Os dois mapas Bouguer utilizados, são origináriosdo Mapa Bouguer Compilado, escala 1:2.500.000,Área Amapá-Pará-Maranhão-Piauí-Ceará, daPETROBRAS-RENOR-DIREX (1969).

O primeiro, contendo a área do Brasil Setentrional,modificado por BYAMUNGU (1981), com aplicaçãode um contraste de densidade de 0.3g/cm3 entre acobertura fanerozóica e o embasamento, resultounum Mapa de Anomalia Bouguer Corrigido. Sobreesse mapa, efetuou-se uma interpretação em nível re-gional, reduzida para a escala 1/6.600.000.

O segundo, reprocessado pela PETROBRAS(1990), na escala 1:250.000, correspondente à áreadas folhas em estudo, foi reduzido para 1:1.000.000 einterpretado neste projeto.

3.2.2.2 Sísmica

A exemplo dos extensos levantamentos gravi-métricos desenvolvidos pela PETROBRAS, no setornorte-nordeste do Brasil, esse tema também é pro-veniente de igual trabalho dessa empresa, ambosno caminho da pesquisa do petróleo nos interioresdas bacias costeiras. Assim, desse métodousou-se o mapa estrutural sísmico - topo do emba-samento e perfís sismogramas, sendo que apenasum, entre esses perfís foi apresentado. Também ouso desses mapas, associados aos dados obtidosem campo, contribuíram na interpretação do qua-dro tectono-estrutural das folhas em estudo, nossetores correspondentes aos domínios das baciasBragança-Viseu e São Luís.

Como o perfil e os mapas sísmicos analisados re-fletem diretamente o arranjo geológico atravessadocom grande confiabilidade, restou ao projeto, rela-

tar esses reflexos, de tal maneira que justifiquemuma das possíveis interpretações para a área.

3.3 Interpretação e Correlação dos Dados

3.3.1 Aeromagnetometria

As ilustrações no texto deste tema apresentamsuas localizações em relação às folhas em estudo,contidas no quadro II.3.1.

Em decorrência do caráter diferenciado das fei-ções magnéticas, optou-se por apresentar uma in-terpretação geofísica e um texto explicativo, atra-vés de cinco (5) unidades, denominadas “domíniosmagnéticos” (MI, MII....MV) e “aspectos estruturaismagnéticos” (figura II.3.2).

Domínio MI

Apresenta uma textura magnética de gradientesuave, com as isodinâmicas mais ou menos lineari-zadas. Ocorre predominantemente sobre terrenossedimentares da Formação Itapecuru, na bacia de

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Quadro II.3.1

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São Luís, existentes nos setores centro, leste, su-deste e sudoeste, bem como sobre a FormaçãoBarreiras, na bacia de Bragança-Viseu, no setor no-roeste da área do projeto. Nota-se, em geral, que asisolinhas que o compõe apresentam orientaçãopara NE-SW, mostrando algumas vezes distorçõesnesse “trend” principal, devidas à influência de cor-pos sotopostos ou intrapostos, alheios aos sedi-mentos Itapecuru e Barreira, bem como aos efeitostectônicos. Na porção próxima do centro, mais pre-cisamente na serra Piranhinha, essas distorções nopadrão geral sugerem uma feição estrutural suba-florante, podendo ou não estar relacionada com oalçamento do topo do embasamento. Outras distor-ções menores podem ser observadas na parte cen-tral, ocasionadas por corpos subaflorantes de for-

ma circular. Na parte centro-noroeste, o adensa-mento das linhas de contorno mostram, através doaumento do gradiente, evidências que indicam aaproximação do topo do embasamento à superfí-cie, enquanto que sua diminuição, em outros seto-res, revela uma tendência do aprofundamento ba-sal, principalmente nas partes sudeste e sudoeste.

Domínio MII

Neste domínio as curvas de contorno apresen-tam um gradiente mais acentuado e a sua configu-ração é menos linearizada, em relação ao anterior.As isodinâncias mostram orientação predominantesegundo a direção NE-SW, no setor setentrional,sendo que em algumas partes do setor meridional,

SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

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Figura II.3.1 – Localização da cobertura aerogeofísica do Projeto Maranhãoem relação à Folha Turiaçu/Pinheiro.

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Figura II.3.2 – Mapa de interpretação magnetométrica.

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possivelmente devido a retrabalhamentos tectôni-cos e efeitos de campo magnéticos mais fortes,tendem a orientar-se para E-W.

A correlação litológico/geofísica indica paraesse domínio uma predominância das rochas quefazem parte da Suíte Intrusiva Tromaí, unidade To-nalito Itamoraí, além do Complexo Maracaçumé.

Deslocamentos de isodinâmicas revelam evi-dências de esforços tectônicos, através de falhase/ou cisalhamento nas direções NE-SW e NW-SE,em terrenos onde a geologia de superfície identifi-cou rochas das unidades acima citadas. Na partesul do mapa magnético o sistema NW-SE é o maisexpressivo e as anomalias apresentam-se com de-formações mais marcantes do que aquelas existen-tes ao norte, onde o sistema NE-SW é o dominante.

Nas partes centro-oeste e norte, onde ocorremrochas da Suíte Intrusiva Tromaí, tem-se uma faixado domínio da direção NE-SW, separando dois am-bientes de sedimentação, correspondentes às ba-cias Bragança-Viseu e São Luís, caracterizando oArco Compartimental do Gurupi, IGREJA (no pre-lo). Sua feição mostra, através de deslocamentodas isolinhas e quebra do gradiente magnético, ali-nhamentos principais na direção NE-SW, com mo-vimentação dextral, e alinhamentos secundários nadireção NW-SE.

Na porção sudoeste pode-se observar feiçõescom distorções ocasionadas pela interferência daslinhas de força do campo magnético, provenientesde rochas supracrustais máficas.

Domínio MIII

Trata-se de anomalias isoladas, exibindo fortescontraste de susceptibilidade, normalmente nasformas circular e elíptica, dos tipos máximo-mínimoou máximo-mínimo-máximo que, litologicamente,acredita-se estarem relacionados a rochas máficase/ou ultramáficas e eventualmente a outras rochasde composição intermediária, aflorantes ou não.

Nos extremos noroeste e sudeste do mapatêm-se expressivas anomalias deste domínio, possi-velmente associadas a intrusões de rochas básicas.

Domínio MIV

É caracterizado por expressivas anomalias depequeno comprimento de onda, agrupadas na for-ma de “cordão”, exibindo melhor contraste quandoem contato com a feição magnética corresponden-te aos sedimentos das formações Itapecuru, Barre-iras e Igarapé de Areia.

Litologicamente, essa feição sugere relaçãocom diques básicos ou encraves de rochas máfi-cas, aflorantes ou não. Em alguns locais, a corre-lação geológico/geofísica mostrou associaçãocom diques básicos. Assim, nas partes localizadasa oeste e noroeste do mapa (figuras II.3.3 e II.3.4,respectivamente), têm-se exemplos dessa corre-lação, onde diques básicos de direções NNE-SSWe N-S, cortam os sedimentos da Formação Igarapéde Areia e Barreiras.

Domínio MV

Apresenta-se formando feições magnéticas pla-nares, constituídas de anomalias circulares e elípti-cas. Ocorrem principalmente em terrenos de ro-chas supracrustais, estando indicativamente asso-

SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

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Figura II.3.4 – Feições magnéticas anômalas N-S asso-ciadas a diques básicos.

Figura II.3.3 – Feições magnéticas anômalas NNE-SSW associadas a diques básicos.

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ciadas às porções máficas e/ou ultramáficas e àsconcentrações ferríferas.

No quadrante sudoeste, as anomalias registramdistorções que sugerem transcorrência segundo adireção NW-SE, com movimentação sinistral. No-ta-se, também, evidências de falhas na direçãoNE-SW, mas, desta feita, indicando uma movimen-tação dextral.

Na parte centro-norte exibe feições semelhantesà do quadrante sudoeste, também sugestivamenteem associação com porções de rochas máficase/ou ultramáficas.

Denominou-se de unidade M5, às particularesfeições existentes nas partes norte e nordeste, cu-jas características magnéticas diferem deste domí-nio, apenas no tamanho do eixo e no comprimentode onda das anomalias. Litologicamente, essasfeições devem ter relações com porções máficase/ou ultramáficas de rochas supracrustais, poden-do estar sotopostas a camadas de sedimentos,ocorrentes a pouca profundidade.

Aspectos Estruturais Magnéticos

Os sinais geofísicos observados no mapa magné-tico mostram evidências de esforços tectônicos emdiversas direções. Os sistemas lineares NW-SE eNE-SW são os predominantes, podendo ser notadosprincipalmente na área cratônica e no Cinturão deCisalhamento Tentugal. Anomalias associadas a ro-chas máficas e/ou ultramáficas, apresentam-se nor-malmente deformadas e deslocadas segundoaquelas direções dos sistemas lineares. Na direçãoNW-SE resultam feições estiradas, que possivel-mente podem ser indicativas de um regime dúctil,enquanto a direção NE-SW, além de exibir feiçõesestiradas, mostra evidências de deslocamento deeixos que podem estar ligados a um regime rúptil.Na parte sudoeste, as anomalias magnéticas, quepodem estar associadas às rochas de composiçãoferromagnesianas do Grupo Gurupi, registram esti-ramentos indicativos de esforços segundo a direçãoNW-SE, com movimentação sinistral (figura II.3.5).Os trabalhos de campo constataram nessa mesmaregião, zonas de cisalhamento do “Cinturão de Cisa-lhamento Tentugal”, com esforços direcionais con-cordantes àqueles registrados pela magnetometria.

Alinhamentos, quebras de isodinâmicas e de gra-dientes, sugerem falhamentos em algumas zonas decontato entre rochas da Suíte Intrusiva Tromaí e dasbacias sedimentares Bragança/Viseu e São Luís. Naparte centro-leste tem-se um alinhamento de direçãoNE-SW, ao longo do qual ocorrem feições circulares

sugestivamente associadas a corpos de natureza in-trusiva, subaflorantes, encaixados em fraturas con-cordantes com os alinhamentos magnéticos. Na par-te centro-noroeste, outros alinhamentos de direçãoNE-SW e quebra de gradiente, mostram aproximada-mente o contato por falha entre as rochas da SuiteIntrusiva Tromaí e as unidades sedimentares da Ba-cia de São Luís. (figura II.3.6).

3.3.2 Geofísica Terrestre

3.3.2.1 Gravimetria

Para um melhor entendimento da interpretaçãogravimétrica proposta para o projeto procurou-sede antemão fazer uma análise global dos elemen-tos maiores da estruturação, revelados na porçãosetentrional do Brasil, em cuja área situa-se a FolhaTuriaçu/Pinheiro (figura II.3.7).

Através dessa análise, observa-se a caracteriza-ção de importantes padrões gravimétricos, separa-dos por alinhamentos principais e secundários. Osprincipais, caracterizam descontinuidades crustaisnas direcões NW-SE e N-S. Os secundários, trun-cam os principais e deslocam os segmentos des-ses, propiciando o surgimento de diferentes estrutu-rações, refletidas na configuração das isogals.

No extremo-oeste, observa-se forte linearidadena direção ENE-WSW, paralela ao eixo da baciaAmazônica, exibindo a norte e a sul duas anomaliasalongadas, negativa e positiva, respectivamente. Opadrão desse trecho acha-se truncado, a sul deMazagão e a oeste de Breves, onde ocorrem fortesvirgações e adensamentos dos isogals, proporcio-nando o surgimento de alinhamentos característi-cos de descontinuidade crustal.

Entre Mazagão e Afuá o comportamento gravimé-trico define anomalias semi-circulares, enquantoque a leste de Breves ocorre uma seqüência de ano-malias alongadas na direção NW-SE, revelando su-cessivos altos gravimétricos naquela direção, indi-cativos de espessamento crustal ou injeção de ro-chas densas na crosta. Essa seqüência é quebradana altura de Belém, onde surge extensa descontinui-dade, seguida de expressivos baixos, onde seus ei-xos também direcionam-se para NW-SE e podemrepresentar um afundamento crustal. Para ABREU etal. (1984), essas anomalias negativas posicio-nam-se à borda leste da fossa do Marajó.

Esse conjunto de anomalias orientadas paraNE-SW acha-se bruscamente interrompido entreBreves e Afuá e entre Baião e Bragança, através defortes virgações das isogals para a direção NE-SW,

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caracterizando dois expressivos alinhamentos, in-dicando falhamentos com rejeitos direcionais ecom evidências de movimentação sinistral, naque-le orientado entre Baião e Bragança.

Embora eventualmente persistam outras anoma-lias alongadas, positivas e negativas, entre To-mé-Açu e Bragança, estendendo-se para leste atéo limite do mapa, elas mudam de direção preferen-cial em relação às anteriores, adquirindo nesse tre-cho, orientação WNW-ESE.

O mais expressivo arcabouço tectônico dessa por-ção mostra dois conjuntos de sucessivas anomaliaspositivas, subparalelas a norte e a sul, separadas porum conjunto de anomalias negativas. Os conjuntosde anomalias positivas parecem relacionar-se ao al-çamento da crosta por cavalgamento, proporcionan-do descontinuidades. Essa compartimentação é,sem dúvida, da maior importância, pois representa aporção aflorante dos terrenos arqueoproterozóicosque incluem o Terreno Granito Greenstone do NW doMaranhão e o Cinturão de Cisalhamento Tentugal.

Por outro lado, o conjunto de anomalias negati-vas, de grandes intensidades, corresponderia aospacotes sedimentares das bacias Bragança-Vi-seu, São Luís e Barreirinhas, depositados numafase distensiva, separadas entre si, por altos estru-turais, gravimetricamente caracterizados por des-continuidades de direções N-S e NE-SW, a sudestede Bragança e São Luís, respectivamente.

Finalmente, no setor su-sudeste, entre Imperatrize Teresina, extendendo-se para norte até a altura

do paralelo 03�00’, ocorrem anomalias positivas enegativas, com grande comprimento de onda, am-plamente distribuídas, com fortes virgações dasisolinhas em todos os sentidos, mantendo todaviauma direção preferencial N-S.

Nesse trecho, a bacia do Parnaíba, encontra-se li-mitada a norte pela extensa descontinuidade E-W, ea oeste por outra descontinuidade N-S, a partir deImperatriz. O padrão gravimétrico reflete um com-portamento estrutural com blocos escalonadosaprofundando-se para leste e norte, caracterizandoporções mais deprimidas da crosta e maior espes-samento do pacote sedimentar nessas direções,culminando com a formação de três depocentros naaltura do paralelo 03�30’S e um a norte de Teresina.O alvo gravimétrico mais importante desse setor éaquele situado a norte de Impretariz, cujo comporta-mento da anomalia, caracterizada por sua intensida-de, amplitude e comprimento de onda, leva a consi-derá-la como sendo devida a um excesso de massadensa à pouca profundidade, e cujo eixo N-S dis-põe-se paralelo à borda leste do Cinturão Araguaia.

O mapa de anomalia Bouguer correspondente àfolha Turiaçu-Pinheiro, devidamente reprocessadoe ampliado pela PETROBRAS (op. cit) e, interpreta-do neste trabalho, envolve partes das bordas norte esul dos terrenos arqueoproterozóicos, assim comopartes das bacias Bragança-Viseu e São Luís (figu-ra II.3.8). Nele, as curvas isoanômalas, que foramtraçadas com intervalos de 2mGal, sofreram fortesinflexões causadas por rejeitos de blocos crustais,

SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

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Figura II.3.5 – Anomalias magnéticas indicativas deesforços para NW-SE, com movimentação sinistral.

Figura II.3.6 – Alinhamentos para NE-SW e quebrade gradientes magnéticos.

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cuja movimentação e articulação revelam trechosdeprimidos e alçados, correspondendo às anomali-as negativas e positivas respectivamente. A visãoregional desse padrão gravimétrico, reflete o arranjotectono-estrutural das folhas em questão.

A feição gravimétrica de maior destaque é aque-la que corresponde à área ocupada pela Bacia SãoLuís, extendendo-se do centro para o setor orientalda área, a noroeste de Pinheiro. É representada poruma depressão semicircular, com uma forte inten-sidade negativa, atingindo mais de 100mGal, na al-tura do paralelo 02�20’S. Suas características estãorefletindo a maior subsidência do embasamento e,conseqüentemente, na maior espessura do pacotesedimentar. O eixo central dessa anomalia inflete

para NW e para N, à medida que se aproxima dassuas bordas oeste e noroeste, marcado pela fortevirgação refletida nas linhas de contorno paraaquelas direções.

Ainda no contexto da bacia São Luís, outra mar-cante característica é observada pelo espaçamen-to entre as linhas isoanômalas, a partir da depres-são semicircular anteriormente citada, com maioradensamento para sul, sudoeste e norte, com gra-diente alcançando 2mGal/km, sugerindo um maiorângulo de escalonamento e estreitamento dos blo-cos crustais refletidos, enquanto que a noroeste eno próprio depocentro, blocos com maior larguraarticulam-se com menores desníveis e menores ân-gulos no escalonamento.

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Figura II.3.7 – Mapa de interpretação gravimétrica da porção setentrional do Brasil.

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SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

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Figura II.3.8 – Mapa de interpretação gravimétrica, Folha Turiaçu/Pinheiro.

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Outra feição negativa ocorre no setor NW da área,correspondendo à parte SE da Bacia Bragança-Vi-seu, onde o maior destaque, revelado pela gravime-tria, é também a inflexão do eixo, de sudeste paraleste, com reflexo na virgação das isogals como, aexemplo do que ocorreu na Bacia São Luís, indicarotação de blocos num processo distensivo. A sepa-ração entre esta bacia e a de São Luís dá-se pelo so-erguimento do embasamento na altura do rio Guru-pi, acima do paralelo 02�00’S. Essa passagem égravimetricamente marcada pelo surgimento de ei-xos positivos na direção NE-SW, deslocados desuas posições originais pela movimentação sinistralimposta ao substrato dessa bacia, com reflexos des-sa movimentação nas descontinuidades que as limi-tam lateralmente.

As anomalias gravimétricas positivas que ocu-pam os setores setentrional, ocidental e meridionalda área, são os reflexos da ascensão de blocoscrustais, limitando essas bacias sedimentares nosreferidos setores. Na passagem das anomalias po-sitivas para as negativas identifica-se a presençade grandes alinhamentos, caracterizando as des-continuidades que marcam o setor de maior gradi-ente gravimétrico com forte escalonamento.

3.3.2.2 Sísmica

Os diferentes padrões tectônicos, revelados nomapa estrutural sísmico-topo do embasamento, éconseqüência dos diferentes graus de detalhe nolevantamento sísmico terrestre (figura II.3.9). Dessamaneira, tanto a bacia Bragança-Viseu, represen-tada pelo seu setor sudeste, no extremo-noroesteda área, como o setor noroeste da bacia São Luís,no centro da área, apresentam menor volume de in-formações sísmicas, em nível regional, quandocomparados com o centro da bacia São Luís, nosetor sudeste da área, onde a quantidade de infor-mações sísmicas é substancialmente maior, atin-gindo nível de semidetalhe.

Os dois citados setores com menores informa-ções sísmicas, separados na altura do rio Gurupi,pelo Arco Compartimental do Gurupi (IGREJA, op.cit.), retratam um regime distensivo, controlado porum eixo NE-SW, que provocou ruptura das rochas,formando um mosaico de blocos articulados, comdiferentes formas e profundidades, numa sucessãode grabens e horsts limitados, predominantemen-te, por falhas normais de direção NW-SE e de trans-ferência na direção NE-SW. As partes mais profun-das desses setores estão situadas a norte e noroes-te da Serra Piranhinha, próximas ao flanco sudoes-

te da Bacia de São Luís, sugerindo uma forma assi-métrica para a sua configuração. Também obser-va-se a indicação de vários arqueamentos de ca-madas, com predominância de tipos sinformais.

Logo após o regime distensivo ou simultanea-mente a ele houve transcorrência, implantada aolongo dos planos das falhas de transferência que ni-tidamente deslocou as falhas normais com movi-mentação predominantemente no sentido dextral nabacia São Luís e sinistral na bacia Bragança-Viseu.

A seção sísmica SW-NE, na linha 224-RL-113(figura II.3.10), na altura da Serra Piranhinha, quecorta transversalmente a bacia São Luís revela,através do comportamento das falhas que seccio-nam blocos, estruturas com geometria em flor ne-gativa evidenciando tal movimento transcorrentecom caráter transtrativo, como observado entre asestações 750 a 1230 e 1390 a 1910, onde duasgrandes flores partem atravessando todo o pacoteMeso-Cenozóico, atingindo o embasamento agrandes profundidades. Algumas pétalas dessasflores foram registradas como falhas normais nomapa geológico (Anexo II).

Outro destaque nessa seção é o comportamentodas unidades sedimentares, acima da faixa maisescura, apresentando-se paralelas ao topo irregu-lar do embasamento, na citada faixa, mergulhandopara as mais variadas direções, de acordo com osmergulhos das superfícies dos blocos basais, su-gerindo reativações tectônicas após a deposiçãodesses sedimentos. É ainda sugestivo dessa movi-mentação as linhas de falhas existentes no emba-samento, que foram reativadas e projetaram-se nosmesmos planos para o pacote sedimentar.

Finalmente, o setor sudeste da área, correspon-dente ao centro da bacia São Luís, apresenta umcomplexo arcabouço tectono- estrutural, reveladopelo adensamento das linhas do levantamento sís-mico. Desta forma, as falhas não apresentam-secom orientação preferencial como nos setores an-teriores. Entre as mais expressivas destaca-seuma falha de gravidade, em forma de arco, mergu-lhando para sul, cujas extremidades situam-se nalinha 31-RL-235, de direção E-W, no centro dessesetor.

Outras falhas dessa natureza surgem a leste, ex-tendem-se até a borda nordeste da bacia e parecemser continuidades das falhas do setor anterior, des-locadas preferencialmente por movimento dextral,com mergulho tanto para norte como para sul. Aocentro deste setor, uma expressiva falha normal deforma ovalada, apresenta-se com mergulhos paraseu interior.

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SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

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Figura II.3.9 – Mapa estrutural sísmico-topo do embasamento.

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Zonas de cavalgamento com pequenas exten-sões surgem a sul, ao centro e a leste do setor emestudo, podendo sugerir segmentos transpressi-vos ao longo das transcorrências. Vários fecha-mentos do tipo sinformal, que ocorrem aleatoria-mente distribuídos, marcam o escalonamento en-

tre os blocos basais nesse setor. A sua parte maisprofunda situa-se a norte da cidade de Pinheiro,próximo ao flanco nordeste da bacia, coincidentecom o depocentro revelado pela gravimetria emais uma vez sugerindo padrão assimétrico paraesta bacia.

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Figura II.3.10 – Seção sísmica interpretada.

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4

PROSPECÇÃO GEOQUÍMICA

4.1 Sistemática Adotada

4.1.1 Planejamento

Foi elaborado em função de dois (02) objetivosprincipais, abrangendo as folhas SA.23 V-D-IV eSA.23 Y-B-I na escala 1:100.000. O primeiro, de ca-ráter prospectivo, constou da coleta de sedimentosde corrente e concentrados de minerais pesados,com uma densidade média de 01 amostra para 20km² de área de captação. As amostras foram previa-mente plotadas em bases cartográficas, na escala1:100.000. Além da visão regional, foi planejada arealização de perfís com amostragem de solos acada 25,00 m, em áreas comprovadamente minera-lizadas (garimpos), com o objetivo de verificar a dis-persão do ouro na região. Dois perfís foram progra-mados, sendo o primeiro (Perfil A) com uma exten-são de 03km, sobre litologias do Grupo Gurupi, noqual se encontram vários garimpos de ouro, condici-onados a um cinturão de cisalhamento (“CinturãoTentugal”). O segundo (Perfil B), com uma extensãode 7km, também em litologias do Grupo Gurupi, foirealizado próximo ao garimpo da Serrinha.

Para identificação das amostras, optou-se poruma seqüência de números a partir de 4001 para

as amostras de sedimentos de corrente, e de 4400em diante, para os concentrados de minerais pesa-dos. As replicatas foram identificadas com numera-ção a partir de 4900.

O segundo objetivo do planejamento foi verificaro impacto ambiental, em função da contaminaçãodo mercúrio, na região.

Para esssa avaliação, foram planejadas amos-tras estratégicas de sedimentos de corrente, comáreas de captação diferentes, identificadas comuma numeração de 4100 a 4105, com o objetivo deverificar o grau e a extensão da contaminação domercúrio. Além dessas amostras, foram utilizadasaquelas previstas para verificação do potencialeconômico da região.

Procurou-se estabelecer este planejamento,principalmente por tratar-se de uma área onde,além dos inúmeros garimpos, existe um plano decolonização agrícola, conhecido como COLONE(Colonização do Nordeste), implantado através doGoverno Federal, o qual pode ser prejudicado pelacontaminação de Hg nos mananciais.

Deve-se salientar que, para os dois objetivos,prospecção geoquímica e impacto ambiental, ametodologia de análises e interpretação dos resul-tados foi a mesma e será abordada oportunamente.

SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

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Ainda no planejamento, além das análises químicasdos elementos convencionais (Cu,Pb,Zn,Ni,Co,Cr),optou-se para os elementos As, Sb, e Hg.

4.1.2 Amostragem

Todos os pontos selecionados e planejados fo-ram plotados em uma base cartográfica, totalizan-do, na fase regional, 110 amostras de sedimentosde corrente e 83 amostras de concentrados de mi-nerais pesados.

As amostras de sedimentos de corrente e concen-trados de bateia foram coletadas no mesmo ponto.Foi mantido o princípio de amostragem: compostapara os sedimentos, e amostragem simples para osconcentrados de minerais pesados.

Os sedimentos de corrente foram coletados ma-nualmente, em leito ativo, normalmente abaixo donível d’água, e acondicionados em sacos plásticos;os concentrados de minerais pesados foram cole-tados preferencialmente em concentrados natura-is, com um volume inicial de 10 litros, que após obateamento forneceu cerca de 200 a 300 gramasde minerais pesados, também acondicionados emrecipientes plásticos.

As amostras replicatas foram coletadas em 11pontos, com o objetivo de testar a consistência dosdados e o controle de qualidade da amostragem.Na fase regional, as amostras foram coletadas porequipes de técnicos de nível médio. Tomou-se ocuidado, durante a amostragem dos sedimentosde corrente, de deixar uma lâmina d’água de apro-ximadamente 1cm, com o objetivo de eliminar apossibilidade de evaporação do Hg.

Para a mostragem de solo, procurou-se inicial-mente observar vários perfís, principalmente nasáreas de garimpo, constatando-se que naquelasregiões ocorre normalmente o desenvolvimento deperfís lateríticos pouco evoluídos, do tipo plinti-to/petroplintito. O horizonte de plintito, mais espes-so, caracteriza-se pela coloração avermelhada ouarroxeada, com manchas amareladas e esbranqui-çada (horizonte mosqueado), argiloso e argi-lo-aeronoso. As vezes, acha-se recoberto por umnível concrecionário ou mesmo uma crosta ferrugi-nosa, correspondendo ao nível de petroplintito; aci-ma, é comum a ocorrência de um solo amarelo,com estrutura nodular ou pisolítica, areno-argiloso,proveniente da destruição dos petroplintitos, oqual, quando autóctone, acompanha a topografia,adelgaçando-se nas partes mais altas. Em funçãodisso, optou-se pela realização da mostragem a50cm de profundidade, no horizonte plintítico, evi-

tando-se desta forma a amostragem em materialtransportado.

Embora admitindo-se que a distribuição do ouroainda não é bem conhecida nos perfís lateríticos, al-guns pesquisadores como COSTA, (1982), COLINet al. (1987) e DAVIES et al. (1988), entre outros, ad-mitem que o ouro pode formar significativas concen-trações nos horizontes de plintito e petroplintito, re-fletindo mineralizações primárias em profundidade.

4.1.3 Análises

4.1.3.1 Preparação das Amostras

Sedimentos de Corrente: as amostras foram sub-metidas à secagem natural, com o objetivo de elimi-nar a evaporação do Hg. Em seguida, foram peneira-das para a separação da fração menor que 80 mesh,que por sua vez foi pulverizada a menos de 150mesh,e acondicionadas em recipientes plásticos.

Concentrados de bateia: As amostras foram sub-metidas à secagem em estufa, a 80�C e acondicio-nadas em recipientes plásticos.

Solos: as amostras foram preparadas em duasfrações (entre 20-80 # e - 80#), com o objetivo deverificar o contraste dos resultados analíticos entreas mesmas.

4.1.3.2 Métodos Analíticos

Nas amostras de sedimentos de corrente, foramutilizados os métodos analíticos apresentados natabela II.4.1.

Nos concentrados de bateia, em algumas das 83amostras coletadas, foram inicialmente realizadasanálises qualitativas para estanho. Nas amostrasonde este teste foi positivo ou foi constatada presen-ça de ouro visível, durante o bateamento de campo,efetuou-se o quarteamento, sendo uma alíquotasubmetida à análise mineralógica semiquantitativa.

As alíquotas dos sedimentos de corrente e con-centrados de bateia foram arquivadas, para futurosestudos geoquímicos.

4.1.4 Interpretação dos Dados

Na interpretação dos dados gerados a partir dolevantamento geoquímico regional, algumas con-siderações devem ser feitas:

1 - Apenas os dados analíticos de sedimentos decorrente tiveram um tratamento discriminatório. Emfunção da geologia disponível, optou-se por apenasuma população-alvo.

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2 - Apenas a distribuição espacial das amos-tras com ouro visível foi considerada para gerarzonas anômalas, relacionadas às suas respecti-vas áreas de captação. Deve-se, ainda, conside-rar que alguns garimpos de ouro cadastradosnão coincidem com as zonas auríferas anômalas.Este fato pode ser explicado ou justificado emfunção da não-amostragem em áreas de garim-pagem, evitando, dessa forma, a coleta de con-centrados de minerais pesados em áreas “conta-minadas”.

3 - Foi utilizado o Sistema GEOQUANT para mi-crocomputadores, desenvolvido pela CPRM, a par-tir do STATPAC do USGS, para o tratamento estatís-tico dos dados analíticos.

O roteiro aplicado na interpretação dos dadosanalíticos das amostras de sedimento ativo de cor-rente obedeceu a seguinte ordem:

a. Foi inicialmente criada uma matriz binária comtodas as amostras da área e com todas as variáveis,e uma segunda com resultados de espectrografiade emissão ótica, padrão para 30 elementos, dasamostras coletadas.

b. Nas duas matrizes, foi aplicado o programaSTPSORT, para classificá-las por número de cam-po na ordem alfa-numérica crescente.

c. Em seguida, foi aplicado o programa REPLAC,que transforma os valores qualificados das matrizes

em valores definidos. Este programa foi aplicado emvirtude de duas amostras (AC - 4002 e AC-4017)apresentarem valôres para AS iguais a Ga 100ppm,isto é, acima do limite de sensibilidade do método.

d. Nas matrizes transformadas, foi então aplica-do o programa STATCOR, com o objetivo de identi-ficar os parâmetros geoquímicos.

e. Essas matrizes foram então submetidas aoprograma ADDORDEL, que suprime e/ou concate-na linhas ou colunas de matrizes em um sistema bi-nário, com o objetivo de compatibilizar apenas asamostras com informações analíticas obtidas porambos os métodos utilizados (absorção atômica eespectrografia de emissão ótica). A partir destacompatibilização, as amostras são identificadasem relação ao indicador primário (número de cam-po ascendente), sendo então iniciado o tratamentoestatístico propriamente dito;

4 - Considerando apenas uma população-alvo, foiaplicado na matriz binária o programa SUMEST, quecalcula a estatística básica das variáveis seleciona-das. A partir da aplicação do SUMEST, foi suprimidoda matriz original um percentual de valores extre-mos (altos e baixos), com o objetivo de fornecer cál-culos estatísticos mais compatíveis com a popula-ção-alvo. Foi aplicado novamente o SUMEST, paracaracterizar as amostras anômalas de primeira, se-gunda e terceira ordem. Em seguida, aplicou-se o

SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

– 105 –

Métodos Analíticos Amostras

Sedimentos de Corrente Concentrados de MineraisPesados

Solos

EE – Espectrografia de emissão, 30elementos:Fe, Mg, Co, Ti, Mn, Ag, As, Au, B,Ba, Be, Bi, Ca, Co, Cr, Cu, La, Mo,Nb, Ni, Pb, Sb, Sc, Sn, Sr, V, W, Y,Zn, Zr

AA – Espectrometria de absorçãoatômica:

HNO3 a quente (Cu, Pb, Zn, Co, Ni,Cr)

HBr + Br - AuVapor frio-Hggeração de hidretos (As)fusão com pirosulfato de potássio +MIBK (Sb)

Análise mineralógica visual (Binocu-lar) semiquantitativa

110

110

110110110

–––

83

175

175––

Tabela II.4.1 – Métodos analíticos utilizados.

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programa CORREL, que estabelece a matriz de cor-relação pelo método do momento de Pearson.

5 - Na matriz com resultados analíticos de es-pectrografia de emissão ótica foi aplicado o pro-grama PTILES1, que calcula por interpolação line-ar os percentís das variáveis previamente selecio-nadas.

4.1.5 Apresentação dos Resultados

Três produtos são liberados:1. Um texto, onde estão descritas as técnicas uti-

lizadas na amostragem, análises e interpretaçõesdos dados, os comentários sobre os resultados ob-tidos, além das conclusões e as recomendaçõespertinentes.

2. Uma carta geoquímico/mineralógica, em es-cala 1:250.000, apresentando as principais zonasgeoquímicas que delimitam bacias contíguas comamostras anômalas, e os destaques que lhes de-ram origem. Encontram-se à disposição do usuário,nos arquivos da CPRM, os Mapas de Serviço, cons-tando a localização das amostras de sedimentosde corrente e concentrados de minerais pesados,além dos resultados analíticos, de acordo com asassociações geoquímicas mais pertinentes. Assimsendo, os elementos químicos analisados foramagrupados da seguinte forma:

Absorção Atômica - Mapas de distribuição deCu-Pb-Zn/Ni-Co-Cr/As-Au/Hg, além de uma MapaIntegrado, com tôdas as zonas anômalas e desta-ques geoquímicos.

Espectrografia ãtica de Emissão - Mapas de dis-tribuição de Ti-Nb-Zr/V-Sc/B-Ba-Sr/La-Y, além deum mapa de distribuição do ouro visível, detectadodurante o bateamento dos concentrados de mine-rais pesados.

3. Um cartograma geoquímico-mineralógico in-serido no texto, para ilustrar a distribuição das prin-cipais zonas anômalas (formadas por amostrasanômalas, em bacias contíguas) e os destaquesgeoquímicos mais importantes (originados poramostras anômalas isoladas).

As diferenciações geoquímico-mineralógicasobservadas em uma Zona Anômala permitem deli-mitar Subzonas, as quais recebem, após integra-ção com dados aerogeofísicos, um grau de priori-dade para trabalhos subseqüentes, em escala dedetalhes. Essa prioridade é identificada pela letrasA e B, acopladas ao número de ordem da zona anô-mala, em função de sua maior ou menor importân-cia metalogenética.

4.2 Resultados Obtidos

4.2.1 Consistência dos Dados

Foi aplicado o programa ANO1 do sistemaGEOQUANT, que efetua análises de variância deum fator (“ONE WAY”) até dez níveis hierárquicospara uma determinada variável (elemento). No pre-sente trabalho, foram utilizados os resultados analí-ticos de dez amostras de sedimentos de corrente esuas respectivas amostras replicadas.

Este programa enquadra-se no modelo propostopor KRUNBEIN & SLACK (1956) para análise de va-riância hierárquica segundo uma direção, que per-mite a estimativa de variabilidade total resultante davariabilidade devida a efeito naturais, inerentes àscaracterísticas das bacias amostradas (área, com-posição litológica, velocidade de fluxo etc.), soma-dos aos efeitos introduzidos (erros originados naamostragem e nas análises). O teste foi aplicadocom valores reais e com valores logtransformados.

Como os elementos Ag, As, Au, Be, Bi, Cd, Mo,Sb, Sn, W e Zn, analisados por EE, apresentaramalta percentagem de dados qualificados e/ou restri-ta amplitude de valores não-qualificados, não foramutilizados no teste, O Pb e Sb, analisados por AA,também apresentaram grande quantidade de da-dos qualificados e por isso não foram considerados.

O programa ANOV1, quando aplicado aos valoresreaisemumníveldesignificânciade0,05 revelouque:

1 - Os resultados analíticos de AA, com exceçãodo Au e Hg, não apresentaram erros amostrais ouanalíticos importantes, desde que as variabilidadesentre as amostras originais e respectivas replicatasnão são significativos em relação à variabilidadeentre todas as amostras originais.

A variabilidade oscila entre décimos de porcen-tagem a 2,09%, o que confere alta confiabilidadenesses resultados para a interpretação geoquími-ca, principalmente para o Cr, Zn, Cu, Ni, Co e As;

Os resultados para Hg e Au forneceram altas por-centagens, respectivamente 51,59% e 76,1%, o quepode indicar erro na componente analítica, já quepara os outros elementos não houve este reflexo.

Analisando os dados logtransformados, con-clui-se que os elementos analisados por AA conti-nuam a apresentar variância não significativa (abai-xo de 10%), com exceção do Au e Hg.

2 - Aplicando o programa ANOV1 para os ele-mentos analisados por EE, observou-se uma altaporcentagem da variabilidade total, indicando bai-xa confiabilidade dos resultados.

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4.2.2 Correlações

Ao adotar-se apenas uma população-alvo, asassociações geoquímicas mais características es-tão apresentadas através da matriz correlação nafigura II.4.1.

Destacaram-se como principais associações:1 - Cu-Zn-Cr-Ni-Co - uma das mais consistentes,

característica da Subzona I.3.A, refletindo prova-velmente tipos litológicos de afinidade básica,apresentando nos extremos N e S da zona anômalavalores de primeira ordem para Ni-Co-Cr, individu-alizando, possivelmente, corpos de natureza bási-co-ultrabásica. A presença do Cu-Zn em toda asubzona pode ser indicativa de um terreno ondepredominam rochas intermediárias a básicas.

2 - Hg-As-Au-Cr - é característica das mineraliza-ções conhecidas na área. O Hg correlaciona-secom o Au, refletindo a atividade garimpeira da re-gião, ao mesmo tempo em que mostra uma grandecontaminação nas áreas de captação. O Cr, corre-lacionado muito positivamente com o Ni e menoscom o Au, pode indicar que a fonte original desteelemento (ouro) está relacionada com rochas de fi-liação básico-ultrabásica, das quais o ouro primá-rio teria sido remobilizado durante o evento cisa-lhante responsável pela implantação do “Cinturãode Cisalhamento Tentugal” e reconcentrado nosveios e “boudins” de quartzo, principalmente.

3 - Zr-La-Y V Be - associação de filiação graníti-ca. São pontuais e devem estar refletindo peque-nos corpos graníticos, embora o V possa estar rela-cionado a pequenos corpos básicos (diques).

4.2.3 Estimadores Geoquímicos

A partir do conjunto de elementos analisados nafase regional, os elementos analisados por AA fo-ram selecionados para a elaboração das cartasgeoquímicas. Dos elementos analisados por EE,apenas o Sc, Sr e V, por apresentarem valores maissignificativos e contíguos às àreas anômalas. Sc,La e Ba, embora tenham sido processados, apre-sentaram poucos resultados qualificados e foramconsiderados como destaques geoquímicos.

Alguns elementos, como Ag, Be e Sn, embora nãotenham sido selecionados, por apresentarem altaporcentagem de resultados qualificados, mostramvalores significativos. Por isso, os dados não-qualifi-cados desses elementos foram utilizados tambémcomo destaques geoquímicos, principalmentequando coincidem com valores anômalos para ou-tros elementos, na mesma amostra (isolada), ou são

inseridos nas associações geoquímicas que identifi-cam as zonas anômalas em que tais elementos selocalizam. Para Ag, destaca-se a amostra AC-4002(1ppm); para o Be, destaca-se o conjunto das amos-tras AC-4001, AC-4015, AC-4026 e AC-4068 (todascom 1 ppm); para o Sn, destacaram-se as amostrasTF-73, CL-56 e AC-4945, com respectivamente 50,15e 10ppm.

O Mg, Ca e Ti não foram selecionados para inter-pretação; no entanto, seus valores encontram-sena tabela para estudos comparativos.

A definição das magnitudes das anomalias levaem conta a média (G) e o desvio geométrico (DG)calculados, e obedecendo aos seguintes critérios:

- Anomalias de terceira ordem - valores abaixode G.DG;

- Anomalias de segunda ordem - valores entreG.DG e G.DG2;

- Anomalias de primeira ordem - valores acimade G.GD2.

A tabela II.4.2 reporta os limites destes três níve-is hierárquicos, que identificam as magnitudes dasamostras (estimadores geoquímicos), para os ele-mentos analisados.

SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

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Figura II.4.1 – Matriz de correlação.

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Quanto aos concentrados de minerais pesados,as amostras onde não foi detectado ouro durante aconcentração do material, ainda no campo, foramsubmetidas à observação em lupa binocular, sen-do todas selecionadas para análise mineralógicasemiquantitativa (tabela II.4.3).

4.2.4 Discussão das Anomalias

A distribuição das anomalias de primeira, segun-da e terceira ordem, para elementos que se correla-cionam positivamente (associações geoquímicastípicas) em amostras de sedimentos de corrente,acoplada ao arranjo espacial de amostras de con-centrados de minerais pesados que apresentamouro visível (“pintas”, observadas no campo ou emlupa binocular), permitiu delimitar três zonas anô-malas amplas, com predominância espacial deuma coerente associação geoquímica, que podeser subdividida em subzonas, em função do con-texto geológico ou do tipo de associação geoquími-ca: (figura II.4.2).

� Zona I - Cu-Ni-Co-Cr-As-Au-Hg;� Zona II - Ni-Co-Cu-Hg-As;� Zona III - Hg

Zona I

1 - Localização - NW da Folha SA.23-Y-B (Pinhei-ro), extendendo-se para SE;

2 - Forma - alongada no sentido NW - SE, em con-cordância com a orientação preferencial do “Cintu-rão de Cisalhamento Tentugal”

3 - Contexto Geológico - rochas supracrustais(Grupo Gurupi) e rochas mesocrustais (ComplexoMaracaçumé e Tonalito Itamoari) envolvidas no“Cinturão Tentugal”. Subordinadamente, ocorremrochas intrusivas da “Suíte Tromaí”, representadasprincipalmente por tonalitos, trondjhemitos, e Gra-nodioritos, em geral com características ígneasbem preservadas e, raramente, apresentando tiposmiloníticos, de ocorrência restrita.

4 - Contexto Geoquímico - No extremo SE, a as-sociação Au-As reflete mineralizações típicas deveios de quartzo em zonas de cisalhamento; naparte central, a presença do Hg indica uma ativida-de garimpeira bastante intensa. O Sr pode estar re-lacionado a corpos graníticos intrusivos, não detec-tados nesta região durante o mapeamento. No ex-tremo NW, a associação Cu-Zn Ni-Co-Cr, pareceestar refletindo a presença de metaultramafitos en-globados no Grupo Gurupi.

É uma zona muito ampla (cerca de 1.850km²),delimitada por valores elevados de Ni-Co-Cr-Au-Ase Hg, apresentando diferenciações geoquímicasque permitiram subdividi-la em três subzonas:

5 - Contexto Geofísico - destaca-se pelas feiçõesmagnéticas do domínio MV, que exibem anomaliascirculares e alongadas, distorcidas por esforçostectônicos com movimentação sinistral. Tais ano-malias são limitadas por feixes de alinhamentos nadireção NW-SE e são sugestivas de porções máfi-cas e/ou ultramáficas, além de prováveis concen-trações ferríferas no Grupo Gurupi.

Subzona I.1A

1 - Localização - parte centro-oeste da Folha Pi-nheiro, tendo início nas proximidades do Centro doGuilherme.

2 - Forma - alongada para sul, englobando asdrenagens do rio Maracaçumé, com uma área deaproximadamente 365km².

3 - Contexto geológico - engloba predominante-mente uma seqüência supracrustal, representada

– 108 –

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Tabela II.4.2 – Limite (ppm) dos intervalos que definem

a magnitude das amostras anômalas

(estimadores geoquímicos).

� G.GD3ª Ordem

ppm

G.GD – G.DG2

2ª Ordemppm

� G.GD2

1ª Ordemppm

Cu/AA 7 8 – 28 29

Pb/AA – 2 – 3 4

Zn/AA 15 16 – 42 43

Co/AA 5 6 – 16 17

Ni/AA 7 8 – 22 23

Cr/AA 32 33 – 119 120

Au/AA – 0.04 – 0.09 0.1

Hg/AA 0.15 0.16 – 0.20 0.3

As/AA 2. 3 – 8 9

B/EE 409 410 – 2.659 2.660

Ba/EE 369 370 – 702 703

La/EE 79 80 – 159 160

Nb/EE 7 8 – 9 10

Sc/EE 14 15 – 33 34

Sr/EE 236 237 – 426 427

V/EE 81 82 – 205 206

Y/EE 27 28 – 55 56

Zr/EE 1.667 1.665 – 3828 3.829

AA – Absorção atômicaEE – Espectrografia de emissão

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SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

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Tabela II.4.3 – Resultados de análises mineralógicas semiquantitativas.

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Figura II.4.2 – Mapa de zonas anômalas.

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por rochas orto e paraderivadas, de natureza xisto-sa, com xistos quartzosos à muscovita e/ou biotitae/ou clorita, com presença de metaultramafitos.Veios de quartzo boudinados são comumente ob-servados, cortando a seqüência. Todo conjunto en-contra-se metamorfizado em condições de fáciesxisto-verde, intensamente deformados. Subordina-damente, ocorrem rochas mesocrustais, represen-tantes das unidades Tonalito Itamorai (tonalitos mi-lonitizados) e Complexo Maracaçumé (gnaisses decomposição tonalíticas a granodiorítica, além demigmatitos).

4 - Contexto geoquímicoAnomalias de primeira ordem - As,AuAnomalias de segunda ordem - AuDestaca-se a amostra AC-4002, com 3,5ppm

para ouro, G-100ppm para As e 0,4ppm para Hg,em drenagens localizadas na margem esquerdado rio Maracaçumé, onde, nas proximidades davila conhecida como Centro do Guilherme, foi cole-tada a amostra AC-4104, anômala de segunda or-dem para Au. Tais resultados estão relacionadoscom os garimpos a montante, notadamente os ga-rimpos Cedral e Nadir.

5 - Contexto Metalogenético - grande potencialaurífero, tanto em função dos garimpos existentesna área, como pelos resultados analíticos observa-dos, com o respaldo da presença de ouro visívelnos concentrados AC-4402 AC-4403.

6 - Destaques geoquímicos:Amostra AC-4001, com 1ppm para Be; AC-4002,

com 1ppm para Ag e 100ppm para Sr.

Subzona I.2.A

1 - Localização - abrange a bacia do igarapé Ca-choeira, afluente da margem direita do rio Gurupi.

2 - Forma - alongada, na direção N-S, com apro-ximadamente 750km².

3 - Contexto geológico - rochas supracrustais doGrupo Gurupi, constituíndo uma faixa com larguramédia de 2km e extensão de 20km, na direção NWSE, além da presença de rochas mesocrustais dasunidades Tonalito Itamoari e Complexo Maracaçu-mé. No extremo-norte, ocorrem rochas da “SuíteIntrusiva Tromaí”.

4 - Contexto geoquímicoAnomalias de primeira ordem - Hg-Au,As,SrAnomalias de segunda ordem - HgOs valores mais elevados para Au encontram-se

nas amostras AC-4005 (0,9 ppm), AC-4010 (11ppm),AC-4017 (0,78ppm) e AC-4025 (0,40ppm). Além dossedimentos de corrente, foi detectado ouro visível nas

seguintes amostras de concentrados de minerais pe-sados: AC-4415; AC-4417; AC-4419; AC-4420;AC-4423 e AC-4424.

Para Hg, destacam-se as amostras AC-4018(0,92ppm) e AC-4100 (0,16ppm), sendo essa últi-ma uma amostra estratégica, pois representa umaárea de captação de 750km², refletindo valores desegunda ordem para Hg.

5 - Contexto metalogenético - potencial compro-vado para ouro, em função da presença dos garim-pos, destacando-se as regiões de Chega-Tudo,Montes Áureos e Serrinha, além da presença deouro visível em 50% das amostras de minerais pe-sados na área.

6 - Destaques geoquímicos - amostras AC-4004(5 ppm para Sc), AC-4011 (50ppm de V) e AC-4015(1ppm de Be).

Subzona I.3.A

1 - Localização - extremo NW da Folha Pinheiro,abrangendo os Fluentes da margem esquerda dorio Caramogim.

2 - Forma - alongada, na direção NW-SE, comaproximadamente 400km².

3 - Contexto geológico - predominância de su-pracrustais do Grupo Gurupi, constituído por xistosde natureza diversa, filitos e metadacitos, além demetaultramafitos. Subordinadamente, ocorrem ro-chas mesocrustais das unidade Tonalito Itamoari eComplexo Maracaçumé, este de localização restri-ta ao extremo-sul da zona anômala. A presença devalores elevados para Sr (300ppm), Ba (700ppm) eBe (1ppm), deve estar associada a possíveis cor-pos granítico (“Granito Maria Suprema”), intrudidosno Complexo Maracaçumé, conforme já detectadono médio/alto rio Gurupi.

4 - Contexto geoquímico - associação típica de li-tologias básicas e ultrabásicas.

Anomalias de primeira ordem - Ni, Co, Cr, Au, As,V, Sc

Anomalias de segunda ordem - Cu, Zn,AsAs amostras AC-4060, AC-4061, AC-4063 e

AC-4064, nas proximidades do garimpo Fogão,são anômalas de primeira ordem paraNi-Co-Cr-V-Sc, e segunda ordem para As. Essa as-sociação geoquímica caracteriza rochas de afini-dade básico-ultrabásica. Os resultados anômalospara Co atingem até 80ppm, enquanto para Ni,Cr.Ve Sc chegam até 50,210, 200 e 20ppm, respectiva-mente.

Na parte central e no extremo SE desta subzona,o comportamento dos elementos químicos é seme-

SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

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lhante, acrescentando-se uma faixa anômala deprimeira ordem para Cu, representada pelas amos-tras AC-4046 (35ppm); AC-4058 (40ppm);AC-4061 (35 ppm) e GC-4060 (50ppm). Contornan-do esses dois pólos mais básicos, ocorre uma zonaanômala de segunda ordem para Cu e Zn, delimi-tando o contôrno geográfico dessa subzona. Aco-plado aos resultados de sedimentos de corrente,foi detectado ouro visível em 13 amostras de con-centrados de bateia, das 35 coletadas.

5 - Contexto metalogenético - alto potencial aurí-fero, em função dos inúmeros garimpos distribuí-dos na região, corroborado pela presença de ourovisível nas amostras de concentrados de bateia. Aassociação Ni-Co-Cr indica a possibilidade de me-tais-base.

6 - Destaques geoquímicos - Amostras AC-4022(1ppm de Be); AC-4021 (20ppm para La e Y),GC-4042 (10ppm de Sc), AC-4045 (5000ppm deCr); AC-4065 e AC-4067 (200ppm de V e 15ppm deSc).

Zona II.B

1 - Localização - SW da Folha Turiaçu, incluindoa área abrangida pelas vilas Alto Bonito (na parteSE), Amadeu (na parte central) e Olho d’Água (noextremo NW)

2 - Forma - irregular, com aproximadamente220km².

3 - Contexto geológico - presença de conglome-rados paleozóicos (Grupo Serra Grande Indiviso)formados a partir do retrabalhamento das supra-crustais do Grupo Gurupi, na porção W da Zona. Norestante, predominam litologias relacionadas à For-mação Barreiras.

4 - Contexto geoquímico - associação básica,podendo estar relacionada aos conglomerados for-mados a partir do retrabalhamento das litologias doGrupo Gurupi.

Anomalias de primeira ordem - Ni,CoAnomalias de segunda ordem - Cu, Hg, AsA zona foi delimitada a partir de valores anôma-

los de segunda ordem para Ni e Cr, destacando-sena sua porção NW, na amostra CL-84, valores anô-malos de primeira ordem para Ni (55ppm) e Cr(87ppm). Destaca-se, também, a amostra Cl-106,com 0,43ppm para Hg, refletindo um contraste de 4x, em relação à média geométrica.

As amostras CL-84, CL-106 e CL-110, com res-pectivamente 0,20, 0,43 e 0,26ppm para Hg, foramcoletadas em áreas de captação contíguas e radia-is, refletindo a presença de garimpos de ouro em

suas nascentes. O As, embora com resultados pou-co significativos, também foi detectado na zonaanômala, na amostra CL-84 (2ppm).

5 - Contexto Geofísico - em sua porção centralestá situado o contato entre os domínios magnéti-cos MI e MII, estando também envolvida por um sis-tema de falhas na direção NW-SE. O domínio MII, émarcante nessa região, por corresponder à sepa-ração de dois ambientes de sedimentação, relati-vos às bacias Bragança-Viseu e São Luís.

6 - Contexto metalogenético - a presença de As,bem como a contaminação do Hg, parecem refletira existência de pequenos núcleos de garimpagemnessa região, como por exemplo o garimpo de VilaAmadeu, localizado a W da Zona anômala. Tais nú-cleos estão geralmente associados aos conglome-rados anteriormente mencionados.

7 - Destaques Geoquímicos - amostras CL-106(150ppm de Ba e 2000ppm de B) e CL-107(200ppm Ba, 2000ppm de B).

Zona III.B

1 - Localização - situa-se na porção centro-oesteda Folha SA.23-V-D (Turiaçu), limitada a leste pelorio Gurupi e a oeste pela rodovia PA-102 (Estradado Patrimônio).

2 - Forma - alongada no sentido E-W, com umasuperfície de aproximadamente 160Km².

3 - Contexto Geológico - O extremo SE da Zona en-globa rochas da “Suíte Intrusiva Tromaí”, constituídaprincipalmente por tonalitos, trondhjemitos, granitos egranodioritos; a referida Unidade representa o pargranítico do “Terreno Granito-greenstone do NW doMaranhão”. No restante da Zona, correspondendo acerca de 80% da mesma, ocorrem os clásticos terciá-rios da Formação Barreiras.

4 - Contexto Geoquímico - Anomalia de segundaordem - Hg

A presença do Hg nas amostras TF 063(0,37ppm), CL-062 (0,11ppm) e CL-067 (0,15ppm),coletadas em cursos d’água que drenam litologiasda unidade Tromaí, está relacionada com a conta-minação deste elemento em pequenos núcleos degarimpagem.

5 - Contexto Geofísico - inserida no domínio mag-nético MI, típico de calmarias magnéticas. Entre-tanto, destacam-se no limite leste da zona, expres-sivas anomalias agrupadas na forma de “cordão”,na direção NNE-SSW, correlacionáveis a dique derocha básica, aflorante ou não.

6 - Contexto Metalogenético - potencial secun-dário para mineralização aurífera, evidenciado pela

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contaminação do Hg em pequenos garimposabandonados.

7 - Destaques Geoquímicos - amostra CL-069(300ppm de Sr), indicativo de granitóides da “SuíteTromai”.

4.2.5 Discussão dos Perfís

Foram realizados dois perfís para a coleta deamostras de solo, com o objetivo de verificar a dis-persão do ouro em ambiente laterítico, como tam-bém dos elementos Cu, Pb, Zn, NI, Co e Cr. O pri-meiro, a partir do garimpo Chega Tudo, com umaextensão de 3km, no sentido NE-SW, e o segundopassando próximo ao garimpo da Serrinha, comuma extensão de 7km, aproximadamente no senti-do E-W. As amostras tiveram um espaçamento de25 metros e foram analisadas a cada 50 metros.

No tratamento estatístico dos resultados analíti-cos foi utilizado o Sistema GEOQUANT, com apli-cação dos programas REPLAC, SUMEST eCORREL, já descritos no ítem 4.1.4. A partir do tra-tamento, foram confeccionadas as tabelas II.4.4 eII.4.5, referentes aos perfís A e B respectivamente.

4.2.5.1 Perfíl A

Analisando a tabela II.4.4 observa-se que a fra-ção entre 20 e 80 mesh fornece resultados mais ele-vados e, conseqüentemente, maiores contrastesem relação à média geométrica.

O intervalo entre as amostras GC-700 W eGC-700 W, destaca-se para Cu, Co e Cr, com valo-res que variam, para Cu, entre 120 e 180ppm; Coentre 75 e 120ppm e Cr, entre 360 e 650ppm, suge-rindo a presença de litologias básicas, refletidasnas associações geoquímicas a partir da aplicaçãodo programa CORREL. Teores dessa ordem se re-petem nas amostras GC-1650 W (140ppm para Cu)e GC-2000 W (120ppm para Ni).

O chumbo destaca-se no intervalo entre asamostras GC-400 W e GC-500 W, e o Zinco nasamostras GC-2900 W (150ppm) e GC-2950 W(170ppm).

Com relação ao ouro, os resultados mais signifi-cativos foram detectados no intervalo entre asamostras GC-1250 W e GC-1450 W (figura II.4.3),com valores variando entre 0,20 a 0,25ppm. Essaporção do perfíl corresponde ao prolongamento,para SE, de uma área presentemente em franca ati-vidade garimpeira, (garimpo do Nivaldo), com oouro primário associado a veios de quartzo boudi-nados. A principal frente de garimpagem desta cer-

ca de 500 metros a partir do perfíl, no sentido NW,acompanhando a direção preferencial das supra-crustais do Grupo Gurupi.

Na fração - 80 mesh, os resultados são repetidosnas amostras já descritas anteriormente, destacan-do-se apenas para o Au a amostra GC-2450 W,com 0,45ppm, o maior valor registrado ao longo detodo o perfíl.

4.2.5.2 Perfil B

Na tabela, observa-se que, com exceção do Zn eCo, novamente na fração entre 20 e 80 mesh, a mé-dia dos resultados analíticos também é maior, apre-sentando contraste mais elevado em relação à mé-dia geométrica.

Nesse perfil, podem ser observados cinco inter-valos com predominância de Cu, Zn, Co e Cr, comvalores de segunda ordem. O Au não apresentouresultados significativos, razão pela qual não foielaborada uma seção esquemática.

O primeiro intervalo, entre as amostras GC-350W e GC-750 W, destaca-se para Cr, Ni e Zn, comvalores médios de 50, 36 e 85ppm, respectivamen-te. Apenas nesse intervalo foram detectados doisvalores definidos para ouro, nas amostras GC-450W (0,06ppm) e GC-600 W (0,02ppm). Ressalte-se,todavia, que no ponto GC-5750 W, localizado àsproximidades do garimpo da Serrinha, não pôdeser efetuada a coleta de solo, devido a presença donível freático.

O segundo intervalo compreende uma faixa maisampla, entre as amostras GC-700 W e GC-1650 W,com predominância de Cu, Zn, Ni e Cr, onde os valo-res para Cu encontram-se acima da média, atingin-

SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

– 113 –

Figura II.4.3 – Perfil transversal ao trend do CinturãoTentugal, na região do garimpo do Chega Tudo, mos-

trando os resultados mais expressivos para ouro(em amostras de solo), em ambiente laterítico.

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Tabela II.4.4 – Sumário estatístico do Perfil A das frações (-80mesh) e (20-80mesh).

Fração (-80mesh)

ParâmetrosEstatísticos Vmin. Vmax. G DG

Grau dedetecção

%Vmin. Vmax. G DG

Grau dedetecção

%

Ele

men

tos

Ana

lisad

os

Cu 3 200 29 1,8 100 4 180 33 1,9 100

Pb 4 12 6 1,4 27 4 17 6 1,5 100

Zn 3 180 22 2,4 100 3 170 24 2,4 100

Co 1 100 8 2,4 100 2 120 11 2,4 100

Ni 2 85 16 2,3 100 4 120 20 2,6 100

Cr 5 500 26 2,6 100 7 650 38 2,6 100

Au 0,02 0,45 0,04 2,5 24 0,02 0,25 0,03 2,3 100

Valores Anômalos (ppm)

MagnitudeElementosAnalisados

1ªOrdem

2ªOrdem

3ªOrdem

1ªOrdem

2ªOrdem

3ªOrdem

Cu � 94 52-93 � 51 � 119 68-118 � 67

Pb � 12 8-11 � 7 � 13 9-12 � 8

Zn � 127 53-126 � 52 � 138 58-137 � 57

Co � 46 19-45 � 18 � 63 26-62 � 25

Ni � 85 37-84 � 36 � 106 46-106 � 45

Cr � 175 68-174 � 67 � 257 99-256 � 98

Au � 0,25 0,1-024 � 0,09 � 0,16 0,07-0,15 � 0,06

Tabela II.4.4 – Sumário estatístico do Perfil A das frações (-80mesh) e (20-80mesh).

Fração (-80mesh)

ParâmetrosEstatísticos Vmin. Vmax. G DG

Grau dedetecção

%Vmin. Vmax. G DG

Grau dedetecção

%

Ele

men

tos

Ana

lisad

os

Cu 2 170 21 2,5 100 1 200 20 2,6 100

Pb 4 20 6 1,7 48 4 28 7 1,7 56

Zn 1 300 19 3,8 97 1 230 20 3,2 96

Co 1 116 7 3,6 82 1 275 8 3,5 89

Ni 1 124 12 3,0 77 1 132 11 2,9 84

Cr 4 496 25 2,3 100 4 500 26 2,4 99

Valores Anômalos (ppm)

MagnitudeElementosAnalisados

1ªOrdem

2ªOrdem

3ªOrdem

1ªOrdem

2ªOrdem

3ªOrdem

Cu � 131 52-130 � 51 � 135 52-134 � 51

Pb � 17 10-16 � 9 � 20 12-19 � 11

Zn � 274 72-273 � 71 � 205 64-204 � 63

Co � 91 25-90 � 24 � 98 28-97 � 27

Ni � 108 36-107 � 35 � 92 32-91 � 31

Cr � 132 57-131 � 56 � 150 62-149 � 61

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do até 152ppm na amostra GC-1600 W, fornecendoum contraste de 7,6 x a média geométrica. O Zn tam-bém encontra-se com valores acima da média, comdestaque para a amostra GC-1400 W, com 230ppm, refletindo um contraste de 11,5 x, quandocomparado com a média geométrica. O Ni desta-ca-se na amostra GC - 950 W, com 230ppm, refletin-do um dos mais altos contrastes, de 21 x a médiageométrica, enquanto que o Cr distribui-se em todoo intervalo, com valores médios de 80ppm, desta-cando-se a amostra GC-1350 W, com 180ppm.

O terceiro intervalo engloba as amostrasGC-2300 W a GC-2550 W, anômalo de segunda or-dem para Pb,Zn e Ni, com valores médios de 20ppm, 70ppm e 50ppm, respectivamente, desta-cando-se a amostra GC-2400 W com 106ppm.

O quarto intervalo situa-se entre as amostrasGC-4550 W e GC-4775 W, com valores também desegunda ordem, onde predominam os elementosPb, Zn e Ni. Finalmente, o quinto e último intervalo,também amplo, situa-se entre as amostrasGC-5100 W e GC-5850 W , apresentando uma as-sociação geoquímica semelhante ao segundo in-tervalo, refletindo prováveis litologias de rochas in-termediárias.

Como pontos isolados, destacam-se valores re-lativamente elevados para Cu nas amostrasGC-6100 W e GC-6150 W, com 102ppm e 202ppmrespectivamente.

4.3 Impacto Ambiental

O uso indiscriminado do Hg tem sido intensamen-te comentado pela imprensa, de modo preocupante.

A grande ambição do homem tem colocado emrisco a pureza da água e do ar, além da qualidadedo solo, elementos de extrema necessidade para apreservação da vida saudável e exuberante.

A contaminação dos seres vivos por agentesquímicos derivados do Hg, fatalmente, dentro deum prazo relativamente curto, refletirá nos sereshumanos, quando da grande probabilidade daocorrência de toxidade ambiental em limites inde-sejáveis.

Os metais pesados, altamente tóxicos, têm sidoresponsabilizados pelo crescimento das taxas deretardamento mental em regiões da Polônia e, parti-cularmente, pelo desastre ecológico da baía de Mi-namata, no Japão, onde a poluição por Hg marcouo quadro neurológico de pescadores intoxicadospelo consumo de peixes seriamente contaminadospor esse elemento.

A forma mais tóxica do Hg é o metil mercúrio e,segundo MILLER & AKAGI (1969) e ROGER (1979),a metilação do Hg pode ocorrer abioticamente, me-dida por concentração de óxidos orgânicos fúlvi-cos e húmicos, sendo, geralmente, acelerada emambientes ácidos (pH = 6).

No caso da garimpagem de ouro, a contamina-ção do Hg ocorre também de maneira rápida, dire-ta ou aguda. No processo de amalgamação, o ho-mem está em contato com o Hg metálico, havendouma assimilação desse elemento em sua pele, emquantidades baixas. Porém, durante o processo de“queima”, sem o devido cuidado, o vapor de Hg éinalado e diretamente captado pelos tecidos pul-monares, que podem reter índices superiores a70%. GONÇALVES (1987), através de amostras desedimentos de corrente, na região de Paracatu(MG), registrou valores de até 62,01ppm de Hg, emanálises colorimétricas.

No Brasil, em especial na Amazônia, a intensautilização do Hg em equipamentos de garimpagemvem contribuindo de forma decisiva para a conta-minação das áreas onde se processam essas ativi-dades. No âmbito do Projeto, a região compreendi-da entre os rios Maracaçumé e Gurupi (quadranteNW da Folha Pinheiro) vem sendo objeto de intensagarimpagem há, pelo menos, um século.

De certa maneira é difícil estimar a quantidadede Hg despejada no meio ambiente, como resulta-do da utilização desse elemento nos garimpos daregião. Contudo, existe uma forte correlação entreAu-As-Hg nas amostras de sedimentos de corren-te, indicando a presença desses elementos nas ba-cias dos rios Maracaçumé e Gurupi.

Na bacia do rio Maracaçumé, a já comprovadacontaminação por Hg assume proporções alar-mantes, uma vez que, naquela região, o GovernoFederal instalou recentemente um Projeto de Colo-nização Agrícola (COLONE), ocasionando umgrande incremento populacional, em decorrênciado assentamento de centenas de famílias de pe-quenos agricultores.

Como vários núcleos de garimpagem estão ins-talados dentro dos limites da área da COLONE,principalmente ao longo dos tributários do rio Mara-caçumé, os quais atravessam a referida área de co-lonização, já era previsível a contaminação por Hgna região. Assim, as análises de amostras de sedi-mentos de corrente, por absorção atômica, regis-tram até 0,4ppm de Hg (igarapé Cedral), o que re-presenta um valor situado quatro vezes acima do li-mite tolerável (em sedimentos de corrente), estabe-lecido pela Organização Mundial da Saúde. No

SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

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próprio rio Maracaçumé, uma amostra de sedimen-to de corrente coletada nas proximidades da viladenominada Centro do Guilherme, registrou um va-lor considerável de Hg, da ordem de 0,17ppm.Como agravante, deve ser destacado que a referi-da amostra representa uma bacia de captaçãocom cerca de 750km².

Convém ressaltar que grande parte da popula-ção utiliza-se das águas fluviais para consumo pró-prio, tendo também no pescado uma de suas fon-tes de alimentação. Diante deste quadro, é facil-mente presumível avaliar o alto risco de contamina-ção mercurial a que estão expostos os habitantesdaquela região.

Além da contaminação pelo Hg, um outro fatorque está contribuindo para a degradação ambien-tal é o intenso, extenso e desordenado desmata-mento, causado pela permanente retirada de ma-deiras de lei, bem como pela implantação de gran-des fazendas para a criação de gado bovino.

Uma vez que o desmatamento é realizado de for-ma desordenada, não fica preservada, sequer, avegetação que ocorre ao longo dos rios e que cons-titui a mata-galeria. Assim, durante o período de in-verno, as águas pluviais carreiam enormes quanti-dades de material terrígeno para os cursos d’água,causando o assoreamento dos mesmos. O rio Ma-racaçumé constitui um exemplo típico, pois, de umcurso d’água outrora de águas límpidas e bastantepiscoso, razoavelmente navegável, mesmo no pe-ríodo de estiagem, hoje resta apenas um rio alta-mente assoreado, com freqüentes barras fluviais,de águas turvas e poluídas, onde a pequena quan-tidade de pescado que ainda resta, encontra-se,provavelmente, contaminada pelo Hg, provenientedas regiões de garimpo.

A “morte” paulatina do rio Maracaçumé pode as-sumir conseqüências ainda mais graves, uma vezque o mesmo contribui com um considerável apor-te de nutrientes orgânicos, que são despejados di-retamente no oceano Atlântico, sendo, em parte,

um dos responsáveis pelo reconhecido potencialpesqueiro e camaroneiro do litoral maranhense.

Com relação à bacia do rio Gurupi, os valorespara Hg mostram-se mais elevados em relaçãoàqueles registrados na bacia do rio Maracaçumé.Os mais expressivos (anomalias de primeira or-dem) foram obtidos no igarapé Moça, afluente damargem esquerda, com 0,82 e 1,00ppm de Hg, ouseja, cerca de 8 a 10 vezes o limite estabelecidopela O.M.S.; na bacia do igarapé Cachoeira, aflu-ente de grande porte, pela margem direita, com va-lores entre 0,54 e 0,92ppm de Hg.

Embora não se tratando de uma região com umprojeto agrícola oficialmente implantado, a baciado Gurupi abriga, além de uma crescente popula-ção garimpeira, pequenos núcleos populacionaisque desenvolvem uma agricultura de subsistência.Pelas mesmas razões expostas anteriormente,toda essa população (garimpeiros e colonos) estásujeita ao risco de contaminação mercurial.

Torna-se necessário, portanto, a adoção urgentede medidas de proteção e/ou controle ambiental nabacia do rio Gurupi, na tentativa de impedir a repeti-ção dos fatos que levaram à quase completa conta-minação o rio Maracaçumé. Como agravante, des-taca-se o fato de o rio Gurupi possuir uma popula-ção ribeirinha bastante expressiva, incluindo a ci-dade de Viseu, sede do município homônimo.

Em Face do exposto, torna-se urgente o controledo uso do Hg em toda a região, tendo-se especialcuidado quanto aos rejeitos lançados nas drena-gens mais importantes.

Os produtores e compradores de ouro devemser orientados para não “queimar” o amálgama emlocais abertos, sem utilização de equipamentos deproteção adequados (máscaras, luvas, capelas,retortas etc.), com o objetivo de minimizar os efeitospoluidores. A emissão de Hg para a atmosfera, semutilização de um eficiente sistema de condensaçãoe filtragem dos gases efluentes, é a principal fontede poluição mercurial.

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Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

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5

METALOGENIA

5.1 Considerações Gerais

As informações aqui abordadas, acerca das mi-neralizações no âmbito da Folha Turiaçu/Pinheiro,resultam da compatibilização, integração e inter-pretação de todas as categorias de dados geológi-cos existentes, disponíveis até novembro de 1991,e obtidos durante o mapeamento da mencionadafolha. A interação desses dados a indícios geoquí-micos e geofísicos, condicionou a individualizaçãode áreas favoráveis à pesquisa mineral, em diferen-tes graus de interesse, obedecendo as normaspara elaboração da Carta Metalogenética/Previsio-nal, na escala 1:250.000, idealizadas pela Coorde-nação Nacional de Metalogenia, para o ProgramaGrande Carajás.

A Folha Turiaçu/Pinheiro, por localização e con-dições de acesso, possuem nível de conhecimentogeológico razoável, em comparação com a grandemaioria das quadrículas da Amazônia Brasileira.Ainda assim, as informações disponíveis acercadas mineralizações registradas, são insuficientespara se elaborar um esboço seguro de sua metalo-genia. No entanto, o estudo mais profundo e apro-priado nas áreas selecionadas para pesquisa mi-

neral, pode definir novas potencialidades metalo-genéticas, não previstas neste trabalho.

As considerações pertinentes a esse capítuloestão representadas nas Cartas Metalogenéti-cas/Previsionais, que acompanham o presente do-cumento. (anexos III e IV.)

5.2 Áreas Mineralizadas

Na região trabalhada, foram delimitadas nas res-pectivas cartas metalogenéticas seis áreas parapesquisa mineral, sendo cinco na Folha SA.23-V-De uma na Folha SA.23-Y-B (figura II.5.1 e tabelaII.5.1). Essas áreas estão individualizadas em trêsgraus decrescentes de favorabilidade: provável,possível e potencial.

Assim, uma área correspondendo à porção aflo-rante do Grupo Aurizona (Arqueano/ProterozóicoInferior), na parte centro-setentrional da FolhaSA.23-V-D, foi caracterizada como previsionalmen-te provável de conter mineralizações auríferas e debauxita, uma vez que agrupa sete garimpos deouro e um depósito de bauxita (figura II.5.1). No se-tor NW da Folha, existe uma outra área que encerra

SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

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rochas do Grupo Aurizona, contendo dois depósi-tos de bauxita e garimpo de ouro, igualmente ca-racterizada como provável portadora de concen-trações desses minerais.

Duas outras áreas foram individualizadas, comosusceptíveis de conter mineralizações auríferas,ambas localizadas na porção central da FolhaSA.23-V-D e relacionadas às rochas intrusivas doProterozóico Inferior, que formam a Suíte Tromaí.Uma delas envolve tanto os espécimes do TonalitoCândido Mendes como do Granito Areal, contendodez garimpos de ouro aluvionar em atividade e seisparalisados; a outra, compreende parte do TonalitoCândido Mendes e parte da Formação Itapecuru,havendo sete garimpos de ouro em atividade e umparalisado, no domínio dos tonalitos, além de setegarimpos em atividade, nas litologias relacionadasà cobertura sedimentar.

Ainda na Folha SA.23-V-D, foram delimitadasmais duas áreas consideradas potencialmente fa-voráveis a conter concentrações de ouro e bauxita,(figura II.5.1). Trata-se de porções aflorantes doGrupo Aurizona, sem registro de mineralização,mas com ambiente geotectônico favorável, emcomparação com outras áreas de ocorrência des-sa unidade.

Na Folha SA.23-Y-B, apenas uma porção, envol-vendo a quase totalidade do Cinturão Tentugal, foiconsiderada favorável, em grau possível, a contermineralizações de ouro (figura II.5.1), uma vez queagrupa trinta e nove garimpos de ouro aluvionar eprimário (em veios de quartzo).

5.2.1 Mineralizações de ouro

Dentre as mineralizações até agora conhecidasna área estudada, o ouro constitui o principal bemmineral, ainda que o status mais elevado das mine-ralizações registradas não exceda o de garimposprimário e/ou secundário, em atividade, relaciona-dos a dois ambientes geotectônicos peculiares:Cinturão de Cisalhamento Tentugal e Terreno Gra-nito - Greenstone do NW do Maranhão. Em ambos,formam acumulações secundárias em colu-viões/aluviões, solos lateríticos ou concentraçõesem veios de quartzo que cortam as unidades inte-grantes do Cinturão Tentugal, especialmente oGrupo Gurupi (Arqueano/Proterozóico Inferior).

Na Folha SA.23-V-D, foram individualizadas seisáreas favoráveis a conter mineralizações de ouro(carta metalogenética e figura II.5.1), todas situa-das na Província Aurífera NW do Maranhão e Sub-província Costeira (ARAUJO et al., 1987), em cujo

domínio aqueles autores agruparam os garimpos efrentes de trabalhos de acordo com cinco áreas deinfluência distintas: Aurizona, Luís Domingues, Go-dofredo Viana, Cândido Mendes e Turiaçu.

As áreas I, II e III são mais destacadas por en-cerrarem significativas quantidades de garimposem atividade. A área I localiza-se na porção cen-tro-setentrional da folha, nas imediações da Vilade Aurizona, correspondendo à área de exposi-ção das rochas supracrustais arqueo-proterozói-cas do Grupo Aurizona, integrante do TerrenoGranito-Greenstone do NW do Maranhão, consti-tuído de xistos de naturezas diversas, filitos, meta-cherts, quartzitos, metaultramafitos e provável for-mação ferrífera, metamorfizados em fácies xisto-verde, com evolução local à fácies anfibolito. É fre-qüente a presença de veios de quartzo, às vezesauríferos, cortando essas rochas e tornando-as in-teressantes sob o aspecto metalogenético/econô-mico.

No âmbito dessa área, existem sete garimpos deouro em atividade e um paralisado. ARAUJO et al.,em 1987, cadastraram vários barrancos com seusrespectivos equipamentos e condições de in-fra-estrutura. Assim, segundo aqueles autores, naárea de influência da vila de Aurizona operam quin-ze frentes de trabalho, pertencentes aos garimposPiaba, Barriguda, Flexal e Juiz de Fora. No garimpoPiaba, o ouro é extraído tanto de veios de quartzoque cortam as rochas do Grupo Aurizona como dedepósitos secundários, colúvio-aluvionares. Os te-ores de ouro nas cinco frentes que retiram esse me-tal de veios de quartzo variam de um mínimo de 1,2g/m3 até um máximo de 5,2g/m3. As três frentes quelavram ouro secundário mostram teor mínimo de2,577g/m3, até o máximo de 7, 688g/m3, de onde seconclui que, nesse garimpo, o ouro é mais concen-trado nos depósitos colúvios-aluvionares. No ga-rimpo Flexal, a extração do ouro, realizada em trêsfrentes, é exclusivamente proveniente de depósitossecundários. Ali, os teores são sensivelmente maisbaixos que aqueles registrados no Piaba (Araújo,1987), oscilando de um mínimo de 1,145g/m3 atéum máximo de 2,589g/m3. O garimpo Juiz de Fora,também é constituído de três frentes de trabalho,todas retirando ouro de natureza colúvio-aluvionar.Os teores dessas frentes, registrados por ARAUJOet al., (1987), são superiores aos do garimpo Flexale equivalentes aos do Piabas, variando de num mí-nimo de 4,583g/m3 a num máximo de 7,916g/m3. Ogarimpo Barriguda é o menor dessa área, possuin-do apenas uma frente de operação, a qual extraiouro secundário com teor de 5,554g/m3.

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SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

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Figura II.5.1 – Mapa das áreas mineralizadas e favoráveis à mineralização.

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A área II localiza-se na porção central da FolhaSA.23-V-D. Compreende parte da Suíte IntrusivaTromaí (Proterozóico Inferior), integrante do Terre-no granito-greenstone do NW do Maranhão, envol-vendo tanto rochas do Tonalito Cândido Mendescomo do Granito Areal (figura II.5.1). O primeiro, re-presenta cerca de 80% da porção aflorante da suí-te, essencialmente constituído por tonalito/trond-hjemito, com variedades subordinadas de granodi-oritos, adamelitos e quartzo-dioritos, enquanto queno “Granito Areal” predominam as variedades mon-zograníticas e sienograníticas. Ambos os tiposapresentam características ígneas bem preserva-das, em decorrência da pouca deformação (emque apenas localmente é observado o desenvolvi-mento de discretas zonas de cisalhamento, comgeração de milonitos) e do incipiente hidrotermalis-mo/metamorfismo.

Na área II existem registrados dez garimpos deouro em atividade e seis paralisados, além de umaocorrência de ouro aluvionar. O fato de a Suíte Tro-maí ser intrusiva nas supracrustais do Grupo Auri-zona (portadores de veios de quartzo com ouro), ede ambos integrarem o par granito-greenstone doNW do Maranhão, permite que se considere a áreacomo possível portadora de mineralização aurífera.Tal favorabilidade fica mais fortalecida pelo regis-tro, dentro da área, de zona de susceptibilidademagnética, interpretada pela geofísica como de-corrente da presença de porções máfico-ultramáfi-cas em subsuperfície, que seriam assimiladas pelaSuíte Tromaí.

Nas proximidades da cidade de Luís Dominguesforam cadastradas cinco frentes de trabalho no ga-rimpo Cavala, das quais apenas uma extrai ouro deveio de quartzo, com teor de 1,111g/m3 e uma pro-

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Tabela II.5.1 – Áreas mineralizadas ou com indícios de mineralização e respectivos

contextos geológicos da Folha Turiaçu/Pinheiro.

Áreas Indícios Diretos ouIndiretos de Mineralização Contexto Geológico

I(Folha Turiaçu) Ouro e Bauxita

Garimpos de ouro primário e em aluviões de rios que drenam os xistos de diversas natu-rezas, filitos, metacherts, quartzitos, metaultramafitos e formações ferríferas do GrupoAurizona (Arqueano-Proterozóico). A alteração supergênica dessas rochas pode resul-tar na geração de depósitos de bauxita (como o de nº 43, anexo ?????), tornando essaárea favorável ao desenvolvimento de jazimento desses minerais.

I(Folha Pinheiro) Ouro

Trinta e nove garimpos de ouro aluvionar e primário (em veios de quartzo) relacionadosàs rochas que compõem o Cinturão Tentugal (Grupo Gurupi) e partes do Complexo Ma-racaçumé, Tonalito Itamoari e Tonalito Cândido Mendes), estão assinalados nessa área.A maioria das mineralizações está associada ao Grupo Gurupi e ao Tonalito Itamoari. Oprimeiro constituído por xistos quartzosos, muscovita e/ou biotita e/ou clorita, xistosmanganesíferos e/ou carbonosos, pelitos, metadunitos, metacherts e, subordinada-mente, metaultramafitos e formações ferríferas. Essas rochas apresentam-se cortadaspor veios de quartzo auríferos e foram cisalhadas em regime compressivo oblíquo e do-mínio transcorrente. O segundo é constituído por rochas intrusivas de composição tona-lítica/trondhjemítica e granítica do Proterozóico Inferior, retrabalhada sob regime de ci-salhamento oblíquo, em domínio imbricado quando da formação do Cinturão Tentugal.Ambas as unidade encerram mineralizações auríferas de natureza primária (veios mine-ralizados) e secundária (aluvião).

II(Folha Turiaçu) Ouro

Rochas ígneas intrusivas da Suíte Tromaí (Proterozóico Inferior), envolvendo tanto os es-pécimes do Tonalito Cândido Mendes como os do Granito Areal. Essas rochas apresen-tam características ígneas bem preservadas, com incipiente deformação, hidrotermalis-mo e metamorfismo. A existência de dez garimpos de ouro aluvionar em atividade e seisparalisados permite que se considere a área favorável a esse tipo de mineralização.

III(Folha Turiaçu) Ouro

Envolve parte do Tonalito Cândido Mendes e parte da Formação Itapecuru. No primeirohá seis garimpos de ouro em atividade e um paralisado, e no segundo sete garimpos ematividades. Todos esses garimpos exploram ouro aluvionar, acumulado em aluviões derios que drenam essas unidades.

IV(Folha Turiaçu) Ouro e Bauxita

A área contém o registro de apenas um garimpo de ouro; abandonado. No entanto, éconsiderado potencialmente susceptível de encerrar jazimentos auríferos, por conter ro-chas do Grupo Aurizona que é a seqüência supracrustal metavulcano-sedimentar doterreno granito-greenstone da Folha Turiaçu. Nessa área, as rochas do Grupo Aurizonacontêm dois depósitos de bauxita. Por conseguinte, ela pode ser considerada possívelportadora de outras mineralizações desse tipo.

V e VI(Folha Turiaçu) Ouro e Bauxita Rochas do Grupo Aurizona sem registro de mineralização, mas potencialmente favorá-

veis a encerrar mineralizações de ouro e/ou bauxita.

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dução mensal de 50g. As outras quatro frentes la-vram o ouro de depósitos colúvio-aluvionares, emque nos barrancos o teor mínimo é 0,641g/m3 e omáximo 1,785g/m3, enquanto que no cascalho osteores, bem mais significativos, variam de 2,38g/m3

até 26,785g/m3. As médias dos teores nos barran-cos e nos cascalhos são, respectivamente,1,05g/m3 e 9,14g/m3. Ainda na área II, nas imedia-ções de Godofredo Viana, existem quatro garim-pos cadastrados (Jaboti, Ubim, Caxias e Rosilha: nº55, 57, 71, 72 anexo ......) com doze frentes de tra-balho (Araújo, 1987). Desses garimpos, apenas oCaxias extrai ouro de veio de quartzo (teor médiode 3,833g/m3). Nos demais, esse metal é retiradode depósitos secundários, cujos teores médios noscascalhos variam de 1,249g/m3 (garimpo Jaboti) a22,504g/m3 ( garimpo Rosilha) e nos barrancos de0,389g/m3 (garimpo Jaboti) a 5,558g/m3 (garimpoRosilha).

Deve-se ressaltar que, dentre os garimpos cadas-trados por Araújo (1987), na área II, o Cavala (nº 45,anexo .....) é o que mostra maior teor médio de ouro.Esse fato pode ser decorrente da localização domesmo, na região de contato entre a Suíte Tromaí eas rochas metavulcano-sedimentares do Grupo Au-rizona, que representa uma zona altamente suscep-tível de conter mineralizações em terrenos grani-to-greenstone, documentados pelo mundo.

A área III localiza-se na porção central da FolhaSA.23-V-D, a leste da área II (anexo ......). Envolveparte da Suíte Tromaí (pelo Tonalito Cândido Men-des) e parte da Formação Itapecuru. Na primeirahá registro de sete garimpos de ouro em atividadee um paralisado, enquanto que na Formação Ita-pecuru existem sete garimpos assinalados. Os es-tudos petrográficos na “Suíte Intrusiva Tromaí”(Capítulo 2.2.2.2.4) revelam que as litologias tantodo Tonalito Cândido Mendes como do Granito Are-al apresentam uma acentuada isotropia estrutural.No entanto, zonas de cisalhamento discretas, comgeração localizada de milonitos e cristalização declorita e epidoto são identificadas. Esse fato de-nuncia processos hidrotermais atuantes nessasrochas, que certamente influenciam na mobiliza-ção/concentração do ouro. Além disso, parte doouro ocorrente na Suíte Tromaí e acumulado emdepósitos secundários pode ser decorrente da as-similação parcial de rochas dos grupos Aurizona eGurupi (ambos seqüências supracrustais meta-vulcano-sedimentares do tipo greenstone-belt,portadores de veios de quartzo auríferos), duranteo evento magmático intrusivo, gerador daquelasuíte.

Os garimpos de ouro em aluviões que drenamáreas de exposição da Formação Itapecuru, estãolocalizados em uma zona intensamente falhada.Assim, é possível que o ouro seja proveniente de ro-chas da Suíte Tromaí, remobilizado até a superfí-cie, através de fluidos percolantes nas fraturas econcentrado em depósitos secundários.

As áreas IV, V e VI (carta metalogenética) estãosendo indicadas, respectivamente, como possíveis,potencialmente favoráveis à mineralização aurífera. Aprimeira contém apenas um garimpo de ouro; (aban-donado), enquanto que nas outras duas não há regis-tro de mineralização aurífera. No entanto, todas re-presentam terrenos de exposição do Grupo Aurizo-na, susceptíveis de conter concentração de ouro.

Na área estudada, a região mais importante sob oaspecto metalogenético-econômico é o Cinturão deCisalhamento Tentugal, localizado na porção NW daFolha SA.23-Y.B. A área caracterizada como favorá-vel a conter mineralização aurífera, nessa folha (áreaI, carta metalogenética), envolve quase que a totali-dade do citado cinturão, abrangendo toda a faixa deexposição do Grupo Gurupi (Arqueano/ProterozóicoInferior) e partes do Complexo Maracaçumé (Arque-ano), Tonalito Cândido Mendes (Proterozóico Inferi-or) e Tonalito Itamoari (Proterozóico Inferior).

O Grupo Gurupi é constituído por xistos quartzo-sos à muscovita e/ou biotita e/ou clorita, xistos man-ganesíferos e/ou carbonosos, filitos, metadacitos,metacherts e, subordinamente, metaultramafitos,além de formações ferríferas. Essas rochas apre-sentam-se cortadas por veios de quartzo, às vezesauríferos. O Complexo Maracaçumé compreendetonalitos, trondhjemitos, granodioritos e anfibolitos,intensamente migmatizados, metamorfizados e de-formados em regime de cisalhamento dúctil. O “To-nalito Cândido Mendes” representa as rochas tona-líticas/trondhjemíticas do extenso magmatismocorrespondente à “Suíte Tromaí” (Proterozóico Infe-rior), tendo como equivalente retrabalhado o Tona-lito Itamoari, em cujo domínio há cinco garimpos deouro em atividade.

As porções com maior número de mineralizaçõesregistradas são as relativas ao Grupo Gurupi e aoTonalito Itamoari. O primeiro constitui uma seqüên-cia metavulcano-sedimentar tipo greenstone-belt, eo segundo corresponde às rochas intrusivas tonalíti-cas/trondhjemíticas e graníticas do ProterozóicoInferior. Os dois conjuntos acham-se retrabalhadossob regime de cisalhamento dúctil, com alteraçãohidrotermal associada.

A área I da Folha SA.23Y-B está contida no Cintu-rão Tentugal, o qual é integrante da Província Aurí-

SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

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fera Noroeste do Estado do Maranhão e da Subpro-víncia Belt do Gurupi (ARAUJO et al., 1987). Estasubprovíncia é dividida por aqueles autores emquatro áreas de influência: Chega Tudo, Serrinha,Montes Áureos e Cedral - Centro do Guilherme.

Na região de influência do povoado Chega Tudo,o principal centro aurífero da citada província, exis-tem cadastradas catorze frentes de trabalho(ARAUJO et al., op.cit.) que formam os garimposAlto Mandiocal, Chega Tudo, Pernambuco, Estope-iro, Gurimanzal, Mata Gato e Mina da Beira. O ouroprimário, proveniente de veios de quartzo, é lavra-do em sete frentes nos garimpos Alto Mandiocal,Pernambuco, Gurimanzal, Mina da Beira e Estopei-ro. Nessa região, os teores de ouro extraído variamde um mínimo de 0,142g/m3, na frente Mina da Bei-ra, até um máximo de 4,643g/m3 na frente Estopeirosendo 1,21g/m3 a média dos teores e 5, 475g asoma da produção até 1987, (ARAUJO, 1987). Setefrentes registraram ouro secundário, cujos teoresoscilam de 0,468g/m3 até 6,874g/m3, com médiade 2,273g/m3. Por outro lado, a produção total deouro nesses depósitos, até 1987, é de 572g. Assim,na região de Chega Tudo, os depósitos colúvio-aluvionares exibem teores mais elevados que osdepósitos primários.

Ainda no Cinturão de Cisalhamento Tentugal e naProvíncia Aurífera NW do Maranhão, nove frentes degarimpos foram cadastradas por ARAUJO et al.,(1987), na área de influência do povoado Serrinha,denominadas: Serrinha, Três Irmãos, Capoeiro, Fa-zenda, Garrafa, Cajueiro e Sete Voltas. A maioriadessas frentes retira ouro de veios de quartzo quecortam o Grupo Gurupi. O mais alto teor assinalado(13,5g/m3) foi na frente Três Irmãos e o mais baixo(4,635g/m3) na frente Serrinha. Esses valores sãosignificativamente superiores aos registrados nosdepósitos colúvio-aluvionares: 2,454g/m3 (Fazen-da), 1,704g/m3 (Garrafa) 6g/m3 (Sete Voltas). De talmodo que, as médias dos teores de ouro primário esecundário são, respectivamente, 7,03g/m3 e1.69g/m3. A produção documentada por Araújo, até1987, para algumas frentes do garimpo Serrinha,também revela que a quantidade de ouro explotadodos veios de quartzo (20.000g) é bastante superioraos 105g extraídos nas frentes onde há registro daprodução colúvio-aluvionar. Ao contrário do queocorre na região de Chega Tudo, aqui o ouro é maisconcentrado em jazimentos primários. Vale ressaltarque tanto em Serrinha como em Chega Tudo, a pro-dução em grama, proveniente de veio de quartzo, ésuperior àquela registrada em aluvião/coluvião(ARAUJO et al., op. cit).

Na área de influência da vila Montes Áureos,ocorrem quatro frentes de garimpagem, em quetrês pertencem aos garimpos Monte Cristo e Mon-tes Áureos e uma ao garimpo Pica Pau. Apenasneste se extrai ouro primário de veio de quartzo, en-caixado em xistos e filitos alterados do Grupo Guru-pi, com teor de 0,666g/m3. As outras frentes queformam os demais garimpos, trabalham em depósi-tos colúvio-aluvionares, cujos teores nos cascalhosvariam de 0,284g/m3 a 3,645 g/m3 e valor médio de1,413g/m3, estando assim o ouro mais concentradonos depósitos secundários.

Das cinco frentes de trabalho na área de influên-cia de Cedral, duas exploram ouro primário comteores de 4,44g/m3 e 14,5g/m3. As outras frentesgarimpam depósitos colúvio-aluvionares, cujasconcentrações nos cascalhos variam de 1g/m3 até1,785g/m3.

A maioria dos garimpos localizados no Cinturãode Cisalhamento Tentugal, extrai ouro primário deveios de quartzo que cortam rochas do Grupo Gu-rupi e/ou de depósitos colúvio-aluvionares. No ga-rimpo Sete Voltas o ouro é retirado exclusivamentedo capeamento laterítico, localmente chamado decascalho ou “capa de raiz”, enquanto que no ga-rimpo Fazenda é extraído de depósitos colúvio-alu-vionares e de solos lateríticos.

Assim, no âmbito do Cinturão Tentugal, as con-centrações economicamente explotáveis ocorremem três tipos distintos de jazimentos:

1) veios de quartzo, preferencialmente encaixa-dos em litótipos do Grupo Gurupi, os quais, via deregra, distribuem-se por barrancos constituídos derochas alteradas. Segundo COSTA et al. (1988), osveios, quase sempre paralelos ou subparalelos àdireção da lineação de estriamento, ocorrem sobforma de megaboudins ou pinch-and-swell, os qua-is podem estar relacionados à presença de fraturasde cisalhamento.

2) depósitos colúvio-aluvionares, distribuídospreferencialmente no âmbito do Grupo Gurupi e doTonalito Itamoari, ambos representantes cisalha-dos, respectivamente, das rochas metavulca-no-sedimentares e dos granitos do terreno GranitoGreenstone. Em quase todas as frentes de garim-pagem há exploração simultânea de ouro primário(em veios de quartzo) e de ouro colúvio-aluvionar,gerado a partir de erosão e transporte das rochasdaquelas duas unidades.

3) o ouro também é extraído de material laterítico,em duas frentes de garimpo (ARAãJO et al., 1987).Pela descrição desses autores, a mineralização si-tua-se na crosta ferruginosa, em consonância com

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a concepção de COSTA (1990) para a distribuiçãodesse metal em perfís lateríticos imaturos. Assim, apesquisa deste tipo peculiar de jazimento na áreamapeada, se faz necessária, uma vez que leva aoentendimento dos processos de alteração supergê-nica e sua relação com a geração de acumulaçõesauríferas ao longo do perfil, ao mesmo tempo emque pode servir de modelo para a pesquisa dessetipo de depósito em outras regiões.

5.2.2 Mineralização de Bauxita

Cinco depósitos e cinco ocorrências estão do-cumentados na Folha SA.23-V-D, os quais servirampara caracterizar quatro áreas favoráveis à encer-rar mineralizações de bauxita nessa folha.

A área I localiza-se na porção centro/setentrionalda folha, correspondendo à área de exposição derochas supracrustais arqueoproterozóicas do Gru-po Aurizona, que constituem as metavulcânicas emetassedimentos do Terreno Granito-Greenstonedo NW do Maranhão. Então, a presença de um de-pósito de bauxita desenvolvido em perfil laterítico,por alteração supergênica de rochas daquela uni-dade, com reserva estimada de 10 a 12x106t de mi-nério, além de 14,26 % de P2O5 (BRASIL, 1976), tor-na essa área favorável ao desenvolvimento de jazi-mentos desse bem mineral.

COSTA & SÁ (1980) estudaram os fosfatos laterí-ticos da Amazônia Oriental, correlacionando-oscom as bauxitas das demais localidades da Ama-zônia, chegando à conclusão de que os mesmosintegram perfís lateríticos completos, desenvolvi-dos sobre rochas enriquecidas em fósforo.

No extremo NW da folha SA.23-V-D, também emterrenos onde afloram rochas do Grupo Aurizona,está individualizada uma área (área IV, carta metalo-genética) favorável à pesquisa de bauxita, contendodois depósitos com reservas medidas de 4,5X106 e7,5X106t de minério, respectivamente (COSTA et al.,1975 e 1977 e OLIVEIRA & AQUINO, 1982).

Os estudos feitos por OLIVEIRA & AQUINO (op.cit.) nos perfís lateríticos da região da foz do rio Piriá(Serra do Piriá, Barreiras e Ilha Peito de Moça), inse-ridos na área IV, revelaram que tais perfís são cons-tituídos por três horizontes, cujo empilhamento, dabase para o topo, é o seguinte: Horizonte Bauxítico:com gibbsita, angelitacrandalita, goethita e hemati-ta; Horizonte Caulínico: constituído de caulinita, go-ethita e hematita, com quartzo, anatásio e angelitasubordinados. Horizonte Ferruginoso: essencial-mente constituído de goethita e hematita (mais enri-quecida no topo), mas ainda contendo gibbsita,

fosfatos aluminosos, quartzo e anatásio. Dentre osperfís estudados, este horizonte está preservadoapenas na Serra do Piriá.

Ainda de acordo com aqueles autores, a diferen-ça fundamental entre as bauxitas dessa região e asde Paragominas e do Baixo Amazonas é que nasprimeiras há presença de fosfatos do grupo dacrandalita (aluminoso), enquanto que naqueles lo-cais ele está ausente. A presença de fosfatos ou degibbsita no horizonte caulínico é condicionada uni-camente por fatores físico-químicos e dependenteda maior ou menor atividade do ácido fosfórico nassoluções de intemperismo, que por sua vez são de-pendentes da quantidade de fósforo na rocha-mãe.

As áreas V e VI (carta metalogenética) embora nãomostrem qualquer registro de mineralizações de bau-xita, estão sendo consideradas potencialmente favo-ráveis a contê-las, uma vez que correspondem a ter-renos onde afloram rochas do Grupo Aurizona - o me-talotecto do referido bem mineral na folha SA.23-V-D.

5.2.3 Mineralização de Calcário

No mapa metalogenético da folha SA.23-V-D(Turiaçu) encontram-se registradas seis ocorrênci-as de calcário, todas documentadas por COSTA etal. (1975 e 1977), as quais foram por eles admitidascomo pertencentes às Formações Alcântara (Cre-táceo), Pirabas (Mioceno) e a uma unidade recentesem designação estratigráfica formal, onde os blo-cos de calcário são regionalmente chamados de ti-juco pau.

Na formação Alcântara o calcário apresenta-secomo lentes de cor creme, compactas, granulaçãofina, não exibindo macrofósseis. Das amostras des-sa unidade analisadas por COSTA et al. (1977), ape-nas duas revelaram teores de CaO ( >46%), MgO(>1,1%) e SiO2 (9,9%) interessantes para a indústriade cimento; as demais possuem teores de CaO vari-ando entre 15,8% a 27,9% e MgO indo de 13,3% a19,6%. A Formação Pirabas, essencialmente consti-tuída de calcário, contém até jazidas desse mineral,todas na região NE do Pará e fora da área do presen-te estudo. O calcário relacionado aos depósitos re-centes são duros, geralmente associados a man-gues, com afloramentos constituindo blocos, forma-dos por erosão marinha, visíveis apenas em condi-ções de maré baixa. Os baixos teores de CaO (cer-ca de 33,5%) e de MgO (4,5%), tornam essas rochasinadequadas para fabricação de cimento e comocorretivo de solo.

Essas unidades não foram mapeadas no presen-te trabalho, estando as ocorrências desse mineral

SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

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distribuídas preferencialmente na região costeira,no domínio das Aluviões Quaternárias, havendouma no contato destes com as rochas da FormaçãoBarreiras e outra no contato com o Tonalito CândidoMendes (nº 21 e 73, respectivamente - carta meta-logenética). Uma única ocorrência está cartografa-da no âmbito do Grupo Aurizona.

A ausência de informações de campo acercadessas ocorrências de calcário, durante a fase demapeamento do presente trabalho, justifica poste-riores estudos detalhados e apropriados para pos-síveis decobertas de outros depósitos desse mine-ral, melhoria do entendimento de suas relações ge-néticas e avaliação mais segura de suas potenciali-dades econômicas.

5.2.4 Mineralização de Manganês

Três ocorrências de manganês estão assinaladasna Carta Metalogenética da Folha SA.23-V-D (nº 19,46 e 78), provenientes de informações bibliográfi-cas, sendo todas de origem secundária, geradaspelo enriquecimento supergênico em metassedi-mento do Grupo Aurizona (COSTA et al. 1977).

Na escala de mapeamento do presente trabalho(1:250.000), observa-se que apenas a ocorrênciade nº 46 está relacionada às rochas do Grupo Auri-zona; as outras duas, situam-se, respectivamente,no domínio das Aluviões Quaternárias e da SuíteIntrusiva Tromaí.

De acordo com os autores citados, as análisesquímicas das ocorrências nº 19 e 78 mostram, res-pectivamente, 31,6% e 25,3% de MnO2 e 7,1% e8,3% de Fe2O3. A mineralização de nº 46 é maisenriquecida em MnO2 (38,5%) e mais empobreci-da em Fe2O3 (4,3%) relativamente às duas primei-ras. Calcofanita, pirolusita, criptomelano e limonitasão os minerais de Mn associados aos xistos doGrupo Aurizona, e detectados através de análisespetrográficas à luz refletida.

Ainda que os dados existentes acerca de teorese dimensões dessas ocorrências levem a se pensarque as mesmas sejam concentrações irrelevantes,é necessário a realização de estudos adicionais,com aplicação de metodologia apropriada, visan-do um melhor conhecimento do comportamento doMn ao longo do perfil de alteração supergênica,uma vez que o mesmo é relativamente mais con-centrado nas zonas de contato do horizonte mos-queado com o horizonte pálido (COSTA, 1990), aocontrário do ouro, que se enriquece na zona decontato dos horizontes mosqueado com o alumino-so (nos perfís maturos), ou do mosqueado com o

ferruginoso (nos perfís imaturos), e da bauxita, con-centrada no horizonte aluminoso. Assim, recomen-da-se a aplicação de técnicas de amostragem eanalíticas adequadas para avaliação real da poten-cialidade da área em termos de Mn e de seu condi-cionamento genético.

5.2.5 Mineralização de Titânio

Na Folha SA.23-V-D estão cartografadas quinzeocorrências de ilmenita, distribuídas ao longo detoda a zona costeira, formando depósitos aluviona-res secundários, originados a partir de intemperis-mo de diversas rochas.

COSTA et al. (1977) realizaram medidas cintilo-métricas nos concentrados de minerais pesados co-letados ao longo da costa do Pará e do Maranhão,constatando valores da ordem de 1.000, 1.500 e até2.000cps, considerados por eles como anômalos,por serem significativamente mais elevados que osvalores mais comuns registrados (entre 100 a 700cps). Análise mineralógica de um concentrado natu-ral, feita por esses autores, revelou 94,6% de ilmeni-ta, 4% de magnetita, 0,9% de leucoxênio, 0,3% dezircão e 0,1% de rutilo, tremolita e epidoto. Análiseem concentrado de bateia também confirmou a pre-dominância acentuada da ilmenita (94,5%), seguidapor magnetita (4,5%).

As reservas de ilmenita avaliadas por COSTA etal. (1977) situam-se em torno de 3.300.000t de mi-nério. Estas, segundo os mesmos, superiores àsmaiores reservas de ilmenita medidas no Brasilonde se tem 1.500.000t em Espírito Santo, 53.000tem Minas Gerais e 3.380t em Santa Catarina.

Apesar da considerável quantidade de minerali-zações de ilmenita, dos altos teores de minério e daelevada reserva, não estão sendo aqui indicadasáreas específicas para pesquisa desse mineral,uma vez que trata-se de minério relativamente abun-dante, cujas informações concernentes a seus as-pectos geoeconômicos já foram abordadas pelosreferidos autores. Além de que, reavaliação das po-tencialidades da região costeira, no que se refere amineral de titânio, pode ser feita concomitantementecom o mapeamento das áreas que estão sendo indi-cadas para pesquisas posteriores.

5.2.6 Mineralização de Níquel

Além de ouro, bauxita e fosfato, documentados ecaracterizados na área estudada como relaciona-dos a perfís lateríticos, há ainda um registro (nº 53)de garnierita (laterita niquelífera) na região do rio Pi-

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riá, feita por FRANCISCO et al. (1966). Ainda quetais autores não tenham formulado qualquer co-mentário genético acerca da ocorrência, limitan-do-se apenas a atribuir-lhe localização e a identida-de do coletor (Arrojado Lisboa), a presença dessemineral, gerado por alteração supergênica de ro-chas máfico-ultramáficas, possui interesse petroló-gico-metalogenético-econômico, mormente se forconsiderado o fato da nítida vocação das rochas daárea estudada desenvolverem expressivos perfíslateríticos, gerados por significativo intemperismoquímico em condições climáticas tropicais.

5.2.7 Material de Construção

Na Folha Turiaçu há quatro ocorrências assinala-das de brita. Duas correspondem às rochas graníti-cas da Suíte Tromaí (nºs 63 e 99) e duas são de areni-tos da Formação Barreiras (nºs 54 e104). Na FolhaSA.23.-Y-B (Pinheiro) as ocorrências são numerosashavendo quatro no âmbito da Formação Itapecuru(nºs 40, 47, 48 e 49),uma no contato Suíte Tromaí/For-mação. Igarapé de Areia e outra no contato Comple-xo Maracaçumé/Granito Maria Suprema (nº 19).

Três ocorrências de argilitos relacionados à Forma-ção Barreiras (nºs 108 e 109) e ao Grupo Serra GrandeIndiviso (nº 110) estão registradas, ao longo da rodoviaBR-316, na porção SW da Folha SA.23-V-D.

A importância desses materiais é que eles po-dem ser prontamente aproveitáveis na indústria daconstrução civil, principalmente se for levado emconta a facilidade de acesso e a relativa proximida-de dos grandes centros consumidores regionais(Belém e São Luís).

5.2.8 Turfa

Depósitos de turfa associadas a arenitos e a peli-tos maciços, fossilíferos, constituintes da UnidadePinheiro (Quaternário Pleistocênico), ocorrem naporção centro - oriental da Folha SA.23-Y-B (Pinhei-ro), notadamente ao longo da rodovia MA-106(Santa Helena - Pinheiro).

Os estudos de ROBERTO et al. (1984) nas turfei-ras de Pinheiro permitiram caracteriza-las comoapropriadas para a agricultura. Assim, a ocorrênciadesse material na área estudada não constituiu fa-tor determinante na proposição de áreas para tra-balhos específicos posteriores, uma vez que pes-quisa especializada já foi realizada pelos citadosautores, os quais definiram os parâmetros neces-sários na classificação do material para as diversasaplicações possíveis.

No entanto, vale ressaltar a presença das turfei-ras, sua possibilidade de utilização para fins agrí-colas e a facilidade de sua explotação.

5.3 Indícios Geoquímicos

Os resultados analíticos obtidos através da pros-pecção geoquímica regional, executada na áreaatravés de coleta sistemática de sedimentos decorrente (1 amostra/20m2) e de concentrado de mi-nerais pesados, foram submetidos a tratamento es-tatístico apropriado, conforme devidamente co-mentado no capítulo 4.

A partir de uma única população-alvo, foi estabe-lecida a distribuição das anomalias de primeira, se-gunda e terceira ordem das associações geoquími-cas típicas (elementos que correlacionam-se posi-tivamente) em amostras de sedimentos de corren-te, relacionadas ao arranjo espacial de amostras deconcentrados de minerais pesados que apresenta-ram ouro visível. Assim, foram delimitadas zonasanômalas das principais associações geoquímicasque se destacam na área.

Além disso, coletou-se amostras de solo ao lon-go de dois perfís pré-estabelecidos no Cinturão deCisalhamento Tentugal, para verificação da disper-são de Au, Cu, Pb, Zn, Ni, Co e Cr em rochas lateríti-cas. Um dos perfís tem extensão de 3km e direçãoNE-SW, a partir do garimpo Chega Tudo (nº 17). Ooutro uma extensão de 7km, direção E-W, nas ime-diações do garimpo Serrinha (nº 25). Os resultadosmais relevantes nesse estudo, foram os significati-vos teores de Au em um intervalo determinado doprimeiro perfil (0,20ppm, 0,25ppm e 0,45ppm), per-mitindo a caracterização de uma área favorávelpara esse elemento e a configuração de sua dis-persão a partir de mineralização aurífera primária(nº 15).

Ainda que nas cartas metalogenéticas estejamassinaladas todas as estações e zonas geoquimi-camente anômalas, delimitadas através do trata-mento estatístico nas amostras analisadas, aquiserão comentadas apenas as associações de ele-mentos com interesse metalogenético.

5.3.1 Indícios de Mineralização de Au e Hg

No extremo oriental da área, a oeste do rio Gurupi,mais precisamente entre os paralelos 10�30’ 20�00’S,foi detectado ouro associado a mercúrio em sedi-mentos de corrente. A correlação desses dois ele-mentos reflete a atividade garimpeira na região, e

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uma grande contaminação de mercúrio nas áreas decaptação, além da utilização do mercúrio, de maneiradesenfreada e perigosa, por parte dos garimpeiros.

Desse modo, conforme foi discutido no capítulo 4,a delimitação de zonas e estações geoquimicamen-te anômalas para Au e Hg nessa porção da área, de-corrente da detecção desses elementos em sedi-mentos de rios que drenam rochas da Suíte Tromaí,Formação Barreiras e Grupo Serra Grande Indiviso,indica um potencial secundário para mineralizaçõesauríferas, evidenciado pela contaminação do mer-cúrio em pequenos núcleos garimpeiros.

5.3.2 Indícios de Mineralização de Au

No âmbito da Folha SA.23-Y-B está delimitadauma zona geoquimicamente anômala para Au(onde este elemento mostra valores anômalos de 1ªordem), cuja área é praticamente coincidente coma do Cinturão de Cisalhamento Tentugal. Essa zonaé dividida em três subzonas, dependendo dos dife-rentes elementos a que o ouro se correlaciona posi-tivamente, formando associações definidas, taiscomo:

1) Au e As

Esta associação é observada no extremo-sul daFolha SA.23-Y-B, correspondendo a aproximada-mente 365km2. Engloba partes do Grupo Gurupi,do Tonalito Itamoarí e uma porção subordinada doComplexo Maracaçumé. Aqui foram detectadasanomalias de 1ª ordem de ouro e arsênio em sedi-mento de corrente, e anomalias de 2ª ordem paraouro em concentrado de minerais pesados.

A correlação positiva desses dois elementos ra-tifica a favorabilidade da área à mineralização au-rífera, constatada pela presença de garimpos emoperação.

2) Au-As-Hg-Sr

A configuração espacial da subzona anômalapara essa associação, abrange a porção central doCinturão Tentugal e uma pequena parte do TerrenoGranito-Greenstone, envolvendo rochas do GrupoGurupi, do Tonalito Itamoarí, do Complexo Maraca-çumé e da Suíte Intrusiva Tromaí. Nessa região, osteores mais elevados de ouro, detectados em sedi-mentos de corrente foram: 1,1ppm, 0,9ppm e0,18ppm. Além disso, em 50% das amostras de mi-nerais pesados analisadas, foi constatada a pre-sença de ouro visível.

A correlação positiva do arsênio com o ouro, rati-fica a favorabilidade da área à mineralização aurífe-ra; enquanto que a correlação com o mercúrio, re-flete a atividade garimpeira e grande contaminaçãonas áreas de captação, onde esse elemento foi de-tectado em teores significativos, chegando à or-dem de 0,92ppm.

3) Ni-Co-Cr-Au-As-V-Sc e Cu-Zn-As.

Essa associação foi detectada e espacialmentedelimitada no extremo-norte do Cinturão Tentugal,envolvendo rochas do Grupo Gurupi e do Comple-xo Maracaçumé.

Na primeira associação, os elementos exibemvalores anômalos de primeira ordem e refletem li-tótipos de natureza básico-ultrabásica, relaciona-dos ao Grupo Gurupi. A correlação positiva do Aucom Ni, Cr e Co é indicativa de uma origem a partirde rochas daquela natureza, com posterior remo-bilização e reconcentração em veios e boudins dequartzo, alojados principalmente nas rochas doGrupo Gurupi, quando da implantação do Cintu-rão Tentugal.

Já a correlação positiva entre Cu-Zn-As pode serproveniente de rochas intermediárias a básicas doTonalito Itamoarí. Além disso, valores da ordem de1ppm foram detectados nessa zona, provavelmen-te relacionados a corpos graníticos, intrusivos nasunidades ali ocorrentes. Tal fato é de interesse me-talogenético-econômico, uma vez que essas intru-sivas podem atravesar rochas básica-ultrabásicas,condicionado ambiente propício à formação de es-meralda.

A detecção de ouro em sedimento de corrente eem concentrado de minerais pesados, em teorescondizentes com anomalias de 1ª ordem, em diver-sas associações discriminadas, e a considerávelquantidade de garimpos em atividade ao longo doCinturão Tentugal, propiciou a caracterização deuma área favorável à mineralização aurífera, corres-pondente a cerca de 70% da área referida estrutura.

5.4 - Indícios Geofísicos

5.4.1 - Magnetométricos

Dentre as diversas feições detectadas e interpreta-das pela geofísica, merecem destaque a zona de sus-ceptibilidade magnética, os corpos magnéticos tabu-lares e os domínios magnéticos circulares, delimitadosna porção centro-oriental da Folha SA.23-V-D, no âm-

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bito da Suíte. Além da falha de direção geral NE-SW,que corta as Formações Barreiras e Itapecuru e a SuíteTromaí.

A zona de susceptibilidade magnética acima men-cionada está sendo admitida como decorrente dapresença de porções máfico-ultramáficas do GrupoGurupi, em subsuperfície. Enquanto que as feiçõesindividualizadas como corpos magnéticos tabulares,são consideradas reflexos de encraves de rochasmáficas e/ou diques na Suíte Intrusiva Tromaí.

Esses registros, aliados à presença de grandequantidade de garimpos no domínio da Suíte Tro-maí, ratifica a favorabilidade da área II (anexo ....) àmineralizacão aurífera, uma vez que a concen-tração do ouro em filões alojados nas rochas graní-ticas seria decorrente da assimilação/remobili-zação desse metal, quando da intrusão magmáticaem seqüências metavulcano-sedimentares máfi-co-ultramáficas, sabidamente portadoras de ouro.

Vale ressaltar a eficácia da aplicação de méto-dos magnetométricos durante o mapeamento, umavez que a caracterização de zonas magnéticas as-sume papel importante na pesquisa nessa região,na medida em que elas podem indicar, dentro docontexto geológico estudado, presença de corposmáficos-ultramáficos atravessados por magmasgraníticos, constituindo um importante mecanismofísico-químico de concentração de ouro.

A presença de ouro em aluviões de rios que dre-nam terrenos da Formação Itapecuru (Cretáceo Su-perior), sobrejante à Suíte Tromaí, na porção cen-tro-ocidental da Folha SA.23-V-D, provavelmenteseja conseqüente de sua mobilização nas rochasgraníticas dessa suíte, por fluidos ascendentes quepercolam falhas e fraturas, com posterior concen-tração em depósitos secundários superficiais. Talhipótese é condinzente com a significativa quanti-dade de falhas e fraturas nessa porção da área, ereforçada pela detecção, por magnetometria, dafalha de aproximadamente 80km de extensão e di-reção geral NE-SW, com movimentação dextral.

Esse fato, aliado à ocorrência de garimpos noâmbito da Suíte Tromaí, permitiu que a delimitaçãoda área III se estendesse a domínios da FormaçãoItapecuru, na região de contato com aquela suíte.

5.4.2 Gravimétricos

As interpretações dos dados magnetométricosacima comentados para a Folha SA.23-V-D, são per-tinentes com as informações obtidas pela gravime-tria, uma vez que a região com zona de susceptivi-dade magnética, interpretada no capítulo 3 como

decorrente da presença, em subsuperfície, de por-ções máfico-ultramáficas do Grupo Gurupi intrudi-das pela Suíte Tromaí, corresponde às zonas de al-tos gravimétricos, com valores de até 22mGal. Taisvalores, a existência de eixos gravimétricos e asconfigurações das isogals, representam anomaliaspositivas (altos gravimétricos), refletindo a ascensãode blocos crustais. Assim, é lógico se admitir quenesse setor da área, as rochas do Grupo Gurupi ouAurizona (os principais metalotectos de Au) possamestar a uma profundidade menor, em relação às zo-nas de baixos gravimétricos, sendo possível a dete-ção de concentrações de ouro primário e secundá-rio, no âmbito da Suíte Intrusiva Tromaí.

A região do Cinturão de Cisalhamento Tentugal,corresponde a uma zona de alto gravimétrico, indi-cando um espessamento do embasamento e até oafloramento das rochas arqueoproterozóicas por-tadoras de ouro (principalmente as pertencentesao Grupo Gurupi e ao Tonalito Itamoari).

Desse modo, a aplicação simultânea dos méto-dos magnetométrico e gravimétrico durante o ma-peamento, constituiu ferramenta eficaz na pesqui-sa mineral da área estudada, na medida que favo-rece as interpretações metalogenéticas acerca dasmineralizações auríferas na Suíte Tromaí, constitu-indo, assim, mais um parâmetro a ser utilizado nadelimitação de zonas potencialmente favoráveis àconcentração de ouro.

5.5 Algumas Considerações MetalogenéticasAcerca dos Diversos AmbientesGeotectônicos

A interpretação dos dados geológicos disponí-veis permitiu a caracterização de quinze unidadestectono-estratigráficas, distribuídas em três domí-nios tectônicos definidos: Plataforma, Núcleos Anti-gos e Cinturões de Cisalhamento, de acordo comas normas estabelecidas pela Coordenação Nacio-nal de Metalogenia, para a divisão tectono-estrati-gráfica das Cartas Metalogenéticas/Previsionais naescala 1:250.000 (figura II.5.2 e II.5.3). Ainda queas informações atualmente conhecidas sejam insu-ficientes para se estabelecer um panorama segurodos diversos ambientes geotectônicos aqui conce-bidos e, conseqüentemente, de suas metalogeni-as, elas permitem esboçar considerações prelimi-nares relacionadas às expectativas metalogenéti-cas nesses vários ambientes.

O domínio dos Núcleos Antigos está representa-do pelo Grupo Aurizona, distribuído pela zona litorâ-

SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

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Figura II.5.2 – Mapa tectono-geológico (legenda).

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SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

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Figura II.5.3 – Mapa tectono-geológico.

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nea, principalmente no interflúvio Tromaí-Maracaçu-mé, nas imediações da Vila de Aurizona e da cidadede Luís Domingues, bem como no interflúvio Embo-raí, Peroba, Piriá. Está aqui caracterizado como umaseqüência vulcano-sedimentar do tipo greensto-ne-belt, arqueo-proterozóica, metamorfizada na fá-cies xisto-verde com evolução local à fácies anfiboli-to. O elevado grau de alteração intempérica nessasrochas, dificultou-lhes o estudo petrográfico. Toda-via, é possível a individualização de xistos de váriasnaturezas, filitos, metacherts, quartzitos, metaultra-mafitos, além de prováveis BIFs. Vale ressaltar o fre-qüente desenvolvimento de perfís lateríticos sobreessas rochas. Tal seqüência é integrante do TerrenoGranito-Greenstone do NW do Maranhão, no domí-nio supracrustal, estando em contato discordantecom a Suíte Intrusiva Tromaí e a Formação Barreiras.Constitui importante metalotecto de ouro, uma vezque não é raro a presenca de veios de quartzo, aurí-feros, cortando esse pacote. Depósitos e ocorrênci-as de bauxita, originados através de processos su-pergênicos, quando da geração dos perfís lateríti-cos sobre as rochas, torna-as interessantes sob oaspecto metalogenético-econômico. Tanto assim,que as áreas I, IV, V e VI, consideradas favoráves àmineralização de ouro e bauxita, correspondem aterrenos dessa seqüência metavulcano-sedimentar.

Ainda no âmbito dos Núcleos Antigos, e corres-pondendo ao domínio granitóide do Terreno Grani-to-Greenstone do NW do Maranhão, ocorre a SuíteTromaí (Proterozóico Inferior), considerada uma suíteplutônica ígnea, gerada em ambiente distensivo noevento Transamazônico, e formada pelo TonalitoCândido Mendes (dTgc3) e o Granito Areal (dTgc3),intrusivos na seqüência metavulcano-sedimentar Au-rizona. Ambos os tipos apresentam caracterizaçõesígneas bem preservadas, em decorrência da poucadeformação (apenas localmente é observado o de-senvolvimento de discretas zonas de cisalhamento,com geração de milonitos) e do incipiente hidroter-malismo/metamorfismo. Essas rochas possuem sig-nificativa distribuição na área estudada, principal-mente na porção centro-setentrional da FolhaSA.23-V-D (onde elas encerram dezessete garimposem atividade e sete paralisados), com exposiçõesmodestas no setor sul-ocidental, adentrando na por-ção meridional da Folha Pinheiro. Nesta, há registrode um garimpo de ouro, abandonado, e dois em ativi-dade, de ouro secundário (nºs 50, 2 e 35), no contatoda Suíte Tromaí com o Tonalito Itamoari, e um garim-po em atividade de ouro colúvio-aluvionar na zona decontato com a Formação Itapecuru (nº 11). Assim, aexistência dessas mineralizações, aliada ao fato da

Suíte Tromaí ser intrusiva em seqüência metavulca-no-sedimentar tipo greenstone belt (Grupo Aurizona)e em supracrustais do Grupo Gurupi, ambos porta-dores de veios de quartzo auríferos, permite que aconsidere favorável a encerrar mineralizações aurífe-ras de ouro. Essa favorabilidade é ainda mais acentu-ada pelo registro de zona de susceptibilidade mag-nética no âmbito da Suíte Tromaí, interpretada pelageofísica como decorrente da presença, em subsu-perfície, de porções máfico-ultramáficas do GrupoGurupi, que seriam assimiladas e atravessadas pormagmas graníticos, condicionando a mobilização doouro daquelas rochas e posterior concentração noslitótipos daquela suíte.

O domínio dos Cinturões de Cisalhamento éconstituído por cinco unidades tectono-estratigráfi-cas distintas, integrantes do Cinturão de Cisalha-mento Tentugal, desenvolvido em regime compres-sivo oblíquo. A mais antiga está caracterizadacomo gnaisses supracrustais com dominância daassociação de rochas quartzíticas e gnaisses alu-minosos (sAgn1), representada pela unidade Kinzi-gito Marajupema (Arqueano Inferior), constituídapor cordierita-biotita-muscovita-granada-xistos equartzitos muscovíticos, estruturalmente dispostossob forma lenticular, com direção NW-SE. A relaçãode contato entre essa unidade é as demais consti-tuintes do Cinturão Tentugal se faz através de zo-nas de cisalhamento,com movimentação caval-gante oblíqua, em sistema imbricado. Não há regis-tro de qualquer ocorrência mineral relacionada aesses gnaisses.

O Complexo Maracaçumé está tectonicamentecaracterizado como Complexo Migmatítico (sAgm),inserido no Cinturão Tentugal, essencialmente cons-tituído por tonalitos, trondhjemitos, granodioritos eanfibolitos, intensamente migmatizados, metamorfi-zados e deformados em regime compressivo oblí-quo, em sistemas imbricado e transcorrente, quan-do da instalação do mencionado cinturão. Somenteuma mineralização de ouro (garimpo da Seis) estariarelacionada à essa unidade.

Ainda no domínio dos Cinturões de Cisalhamen-to existe uma seqüência vulcano-sedimentar, commetassedimentos pelíticos, psamíticos e químicosexalativos, além de expressiva contribuição de ro-chas metavulcânicas máficas e félsicas (sA/Pmv3),equivalente ao Grupo Gurupi. Corresponde a umaseqüência tipo greenstone belt, retrabalhada tecto-nicamente a taxas deformacionais de intensidadesvariadas, constituindo uma faixa de direção geralNW-SE, com 80km de extensão e largura média emtorno de 2 a 3km, no âmbito do Cinturão Tentugal.

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As rochas que compõem essa unidade apresen-tam-se freqüentemente cortadas por veios dequartzo, via de regra, sob forma de boudins parale-los ou subparalelos ao trend regional. O fato de es-ses veios não raramente serem portadores de ouro,confere a esse pacote metavulcano-sedimentarsigni f icat iva importância econômi-co-metalogenética. Tanto assim, que constitui - jun-to com o Grupo Aurizona, a Suíte Itamoari e a SuíteIntrusiva Tromaí - um dos principais metalotectosde mineralização aurífera na área estudada. As ex-posições mais significativas são observadas nosgarimpos Chega Tudo, Serrinha, Cedral, Nadir eMontes Áureos (nºs 17,25, 36, 38 e 33). Além disso,é a unidade que contém maior número de garimposde ouro primário em veios de quartzo) e/ou secun-dário (em concentrações colúvio-aluvionares e emlateritos) da Folha Pinheiro (anexo ......).

Duas Suítes Plutônicas Metaígneas estão inseri-das no domínio do Cinturão Tentugal. Uma é consti-tuída por tonalito, trondhjemito e granodiorito, e a ou-tra por granito calcialcalino, sendo ambas geradasem regime compressivo, sintectônico, evento Trans-zamazônico e equivalentes, respectivamente, doTonalito Itamoari (cTttg1) e do Granito Maria Supre-ma (cTgc1). O Tonalito Itamoari, representa - juntocom o Grupo Gurupi - as principais unidades porta-doras de ouro do Cinturão Tentugal, de tal modo queencontram-se envolvidas na área I, indicada comofavorável à ocorrência desse metal, por conter inú-meros garimpos em terrenos a eles relacionados.Por outro lado, o Granito Maria Suprema aparente-mente é estéreo em mineralizações/auríferas.

Seis são as unidades tectono-estratigráficas querepresentam as coberturas plataformais, compreen-dendo seqüências sedimentares depositadas sobregime distensivo. No Proterozóico Médio/Superiorocorreu a deposição das formações Igarapé de Are-ia e Viseu, ambas caracterizadas como seqüênciascontinentais (pPMct). A primeira distribui-se pelaporção sudoeste da Folha SA.23-V-D, adentrandopouco na Folha SA.23-Y-B, consistindo em arenitosconglomeráticos, conglomerados de seixos e grâ-nulos de quartzo e feldspato, com incipiente orienta-ção do material mais groseiro. Nesses litótipos exis-tem registradas estratificações cruzadas acamada-das e tangenciais, e grandes lentes constituídas porarenitos arcosianos. Há também depósitos de du-nas subaquáticas e barras de ambiente fluvial entre-laçado. A seqüência é cortada por vênulas e veio dequartzo e encontra-se dobrada, com os eixos dasdobras orientados segundo NW-SE, desenvolvendofoliação plano-axial. Apenas um garimpo de ouro,

abandonado, está aqui assinalado, refletindo antesinfluência dos corpos intrusivos da Suíte Tromaí ad-jacentes (de onde o ouro seria proveniente), quequalquer possível vocação aurífera dessa unidade.A Formação Viseu distribui-se em exposição relati-vamente restrita, no setor NW da Folha SA.23.Y-D,em contato discordante com o Grupo Aurizona, Suí-te Tromaí e Formação Barreiras. Consiste em con-glomerados de seixos quartzosos, distribuídos emmatriz arenosa ferruginosa, ocasionalmente compalhetas de hematita especular, além de arenitos ar-cosianos com estratificações cruzadas acanaladase tabulares, depósitos de leques aluviais e pelitosavermelhados. Esse pacote é cortado por veios dequartzo. Aparentemente é estéril em mineraliza-ções, contendo apenas dois garimpos de ouro aluvi-onar, no contato com a Suíte Tromaí (a hospedeiradesse metal).

A cobertura plataformal paleozóica é represen-tada por sedimentos depositados em regime dis-tensivo distribuídos pela porção SW da FolhaSA.23-V-D, adentrando na Folha SA.23-Y-B (pStr),e representada pelo Grupo Serra Grande Indiviso.É constituído por conglomerados polimíticos, cujosseixos são provenientes do Grupo Gurupi (ar-queoproterozóico), arenitos com estratificaçõescruzadas acamadadas e tabulares, além de pelitoscom estratificação plano-paralela, relacionados adepósitos de leques aluviais, rios entrelaçados esupramaré lamosa. Há ocorrência de argilito regis-trada ao longo da rodovia BR-316, bem como es-tações geoquímicas com teores anômalos de Au eHg, refletindo a atividade garimpeira na região e asignificativa contaminação nas áreas de captação.

O plutonismo básico do ambiente plataformal érepresentado por diques de diabásio, gerados emregime distensivo no Cretáceo Inferior (dKdk3), dedistribuição modesta (apenas dois corpos na por-ção SW da Folha SA.23-V-D, orientados segundoNNW-SSE, equivalentes à Suíte Intrusiva Laranjalde COSTA et al. (1975). Esses diques situam-se nabase das bacias de São Luís e Bragança-Viseu,cuja origem provavelmente esteja condicionada aoproceso de abertura dessas bacias. Não é conhe-cida qualquer ocorrência mineral associada a es-ses diques.

O pacote sedimentar mesocenozóico das cober-turas plataformais é constituído por quatro seqüên-cia distintas. A mais antiga (cretácea) caracteri-za-se como uma Seqüência Continental, ampla-mente distribuída pela porção centro-leste da área,ocupando cerca de 70% da mesma (pKct) e depo-sitada sob regime distensivo. Os arenitos grossei-

SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

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ros a conglomeráticos, com intercalações de argili-tos e siltitos da Formação Itapecuru, formam essaunidade tectono-estratigráfica. Sete garimpos ematividade de ouro aluvionar estão assinalados emterrenos dessa formação, na região de contato coma Suíte Tromaí. No entanto, a mineralização é aquiconsiderada proveniente das rochas intrusivas queforam fraturadas, percoladas por fluídos que carre-aram o ouro, permitindo sua concentração secun-dária em superfície. Quatro ocorrências de britaestão cartografadas em diversos pontos de expo-sição dessa unidade, tornando-a favorável a contero referido material.

Sobreposta ao pacote sedimentar acima menci-onado, ocorre uma Seqüência Fluvial (pTfl) consti-tuída por rochas da Formação Barreiras (Mioceno),distribuídas nos setores NW, NE e norte da FolhaTuriaçu, adentrando a NE da Folha Pinheiro. Sãoarenitos finos a médios, micáceo, com matriz argi-losa. Não mostram favorabilidade a qualquer bemmineral. Todavia, no divisor Gurupi-Piriá, existemestações e áreas geoquimicamente anômalas emAu e Hg, conseqüentes da contaminação, por in-tensa atividade garimpeira, em regiões adjacentes.

Duas Coberturas Superficiais, integram a porçãoplataformal na área estudada. A mais antiga é uma

Seqüência Litorânea de Transição (PQpli), ocorren-te na porção oriental da Folha SA.23-Y-B, especial-mente no interflúvio Turiaçu-Pericumã, constituídapor pelitos esverdeados, às vezes com restos deraízes fósseis, arenitos finos sem estruturação ematerial carbonoso, formadores de turfeiras, inte-grantes da Unidade Pinheiro (Pleistoceno). A pre-sença de turfa deve ser ressaltada, pela possibili-dade de sua utilização para fins agrícolas e pela fa-cilidade de sua exploração.

A Cobertura Superficial mais nova é formada pe-las aluviões holocênicas e caracterizada como umaSeqüência Clástica de Gravidade (pQhal), vislum-brada especialmente na região costeira do Pará eMaranhão, formando magníficos depósitos carto-grafados na escala 1:250.000. Além desses, exis-tem aluviões e coluviões não assinalados nessa es-cala, distribuídos por toda a área estudada. São pe-litos de planíce de inundação e de lagos de mean-dros abandonados, bem como areias de canais.Essas coberturas possuem interesse econômi-co-metalogenético, na medida em que elas contêmconcentrações auríferas secundárias, passíveis deserem explotadas como garimpos. Ocorrências deilmenita, formando jazimentos consideráveis, sãoigualmente registrados nessas coberturas.

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GEOLOGIA ECONÔMICA

6.1 Introdução

O conhecimento e a exploração dos recursos natu-rais, quando em consonância com o respeito ao meioambiente, possibilita a implantação de obras de in-fra-estrutura básica que facilitam o estabelecimentode núcleos populacionais, os quais funcionam comopólos geradores de atividades econômicas.

Na área correspondente à Folha Turiaçu/Pinheirodestaca-se, hoje, a garimpagem de ouro, a qual seconstitui na principal atividade econômica da região.O seu nível de produção é bastante variável, sendoem função, sobretudo, da descoberta de novas ocor-rências, número de pessoas ligadas ao setor e preçodo metal. A falta de controle fiscal torna impossível ex-primir números reais, em termos de produção. Em1984, o DNPM estimou para o Estado do Maranhãouma produção anual da ordem de 483kg.

Atualmente, as reservas oficiais de ouro (medida+ indicada + inferida), contidas em relatórios depesquisa apresentados ao SEMIN-MME/PA (antigoDNPM) pela Mineração das Onças S.A. totalizam4.515kg do metal.

A ilmenita ocorre principalmente em depósitossecundários, cujas reservas foram estimadas em3.300.000t (COSTA et al.).

A bauxita fosforosa é um outro bem mineralexistente na área, destacando-se os depósitos lo-calizados na ilha de Trauira (reservas em torno de11.686.00 toneladas de minério, com teor deP2O5 alcançando de 21,30% a 33,20%) e Serrado Pirocaua, com reserva medida da ordem de 10milhões de toneladas de minério, com teor médiode 11,80% de P2O5, equivalentes a 1,20 milhãode toneladas de P2O5.(Aval iação Regio-nal...1987.)

O sal marinho também exerce um papel predo-minante na econômia regional, quando se leva emconta a sua área de cristalização da ordem de89.110m2, equivalente a 6,49% da área de cristali-zação da safra salineira do Estado do Maranhão, aqual experimentou, em 1984, uma produção de 45toneladas.

A reserva inferida da turfa, registrada para a re-gião do rio Pericumã (Pinheiro e Ilha Grande) é de12.792.927t, equivalente a 5.290.144 toneladas deóleo BPF. (ARAUJO & VERÍSSIMO, 1984.)

Neste capítulo são abordadas, também, outrassubstâncias minerais, como o manganês, conchei-ros, calcário e materiais de construção.

No ítem, Principais Estatísticas, foi feita, para amaioria dos bens minerais da região, uma avalia-

SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

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ção englobando a sua posição em relação ao Brasile ao mundo, mais especificamente no que concer-ne às reservas, principais produtores, comporta-mento atual e tendências futuras.

6.2 Ouro

Na Folha Turiaçu/Pinheiro destacam-se váriosdepósitos do metal, ocupando larga extensão dasbacias dos rios Gurupi e Maracaçumé, no noroestedo Estado do Maranhão e nordeste do Estado doPará.

As ocorrências de ouro nessa região são conhe-cidas e exploradas desde o século XVII, primeira-mente pelos jesuítas (1678), os quais fundaram em1854 o embrião do que hoje corresponde aos trêsprincipais pólos de mineralização aurífera: a Colô-nia Pirocaua, a Colônia Maracaçumé e a ColôniaGurupi.

Os depósitos auríferos são classificados em pri-mários e secundários, que continuam sendo alvode processos rudimentares de garimpagem, tantono cascalho como nos veios de quartzo.

Nos depósitos de origem primária, a mineraliza-ção está associada a veios, lentes ou “boudins” dequartzo, orientados preferencialmente segundo afoliação das rochas encaixantes, em geral de natu-reza metavulcano-sedimentar, pertencentes aosgrupos Gurupi e Aurizona.

Os depósitos secundários do tipo elúvio-coluvio-nar são formados por intemperismo das rochas, se-guido de intensa lixiviação, originando um solo resi-dual, constituído por uma mistura de cascalho, arei-as e argilas. Apresentam distribuição restrita e ho-mogênea, em locais com topografia favorável, sen-do formados “in situ” ou com pouco transporte.

Os depósitos placerianos situam-se próximo aolitoral, na zona de influência das marés.

As aluviões estão distribuídas nos leitos e valesdos rios e igarapés, com o cascalho aurífero sendorecoberto por uma camada estéril, com espessuraentre 0,80m e 3,00m, a qual se encontra sobreja-cente ao “bed-rock”.

Segundo ARAUJO et al. (1987), as principais mi-neralizações auríferas da região estão relaciona-das à Província Aurifera do Noroeste do Maranhão,na qual se destacam duas zonas produtoras dometal. A primeira, situa-se no interflúvio Maracaçu-mé/Gurupi/Piriá, em seus médio/alto cursos, en-quanto que a segunda está localizada na faixa cos-teira, mais conhecida como região de GodofredoViana e Aurizona.

O acesso às áreas produtoras do metal é feito, apartir de São Luís, tomando-se a BR-135 até Miran-da e daí até Santa Inês (Via Br-222), seguindo-sepela BR-316, chegando-se às Vilas de PresidenteMédici, Encruzo, Maraçumé e Gurupi. A partir daí,prossegue-se por via terrestre, até a zona do “Belt”do Gurupi (Cinturão Tentugal), na área de influên-cia dos garimpos Chega Tudo, Serrinha, MontesÁureos e Centro do Guilherme-Cedral; o acessoaos garimpos homônimos é feito por estradas se-cundárias. O deslocamento entre os garimpos é fei-to a pé ou em animal. O referido acesso pode ser fe-ito também via rio Gurupi, até o Chatão, seguindoaté a Vila do Chega Tudo e demais garimpos.

A partir de Belém, pode-se atingir as áreas garim-peiras através da rodovia BR-316, até as vilas de Gu-rupi, Maracaçumé, Encruzo e Presidente Médici.

O acesso a Godofredo Viana é feito a partir dasvilas Maracaçumé e Gurupi (Via BR-316), atravésde estrada trafegável somente no verão, seguin-do-se então até Aurizona, a pé, em animal ou atra-vés dos rios. Na estação chuvosa, as localidadesde Godofredo Viana, Luís Domingues e CândidoMendes ficam isoladas e o percurso é somente rea-lizado através de barco, utilizando-se os rios Mara-caçumé e Gurupi.

6.2.1 Subprovíncia “Belt” do Gurupi

Ainda de acordo com ARAUJO et al. (1987), se-gundo o critério da área de influência, as ocorrênci-as (frentes/garimpos) existentes na região foramassim agrupadas: Chega Tudo, Serrinha, MontesÁureos e Cedral-Centro do Guilherme.

A área de influência Chega Tudo é a mais desta-cada na Província Aurífera Noroeste do Maranhão,tendo sido cadastradas dez ocorrências, que vãodesde o Chatão (margem do rio Gurupi) a Olinda,no igarapé homônimo. No ano de 1987, a produçãomédia mensal foi estimada em 19.100g, produzi-das por 1.845 garimpeiros.

A área de influência Serrinha se constituiu, na-quele mesmo ano, como a segunda maior produto-ra de ouro (cerca de 19kg/mês), tendo como res-ponsáveis por este índice as sete frentes ou ocor-rências circunvizinhas, com o ouro produzido sen-do vendido no garimpo da Serrinha, propriamentedito. Em 1987, existiam cerca de 500 homens ga-rimpando ouro primário no garimpo da Serrinha,com a utilização de 30 moinhos.

A área de influência Montes Áureos, com menorabrangência de ocorrências (quatro) e menor índi-ce de produção de ouro (3.850g/mês), acha-se li-

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gada à BR-316 via estradas da COLONE, sendoatingida, precariamente, somente no verão. Segun-do informações verbais, essa área esta sendo, pre-sentemente, palco de intensa garimpagem em de-pósitos primários.

A área de influência Cedral-Centro do Guilhermeé composta por uma série de ocorrências, localiza-das no alto curso do rio Maracaçumé, próximas davila Centro do Guilherme. O acesso à vila é realiza-do a partir da BR-316 (Vila Santa Teresa), pela es-trada da COLONE. A produção média mensal, ava-liada para o período, foi de 15.700g.

A tabela II.6.1 ilustra dados referentes às áreas deinfluência, frentes de serviço, localização, produçãomédia mensal, número de garimpeiros, maquinárioutilizado, consumo médio mensal estimado de mer-cúrio e, quando necessárias, observações sobre asituação das referidas frentes de serviço.

Segundo dados obtidos no SEMIN/MME - Pará(antigo DNPM), como parte integrante dessa subpro-víncia destaca-se uma superfície de 152.018,90ha,constituída por 21 Alvarás de Pesquisa, concedidospelo Ministério das Minas e Energia ± à Mineraçãodas Onças S.A.

Esse bloco de áreas, denominado Projeto Guru-pi, está situado entre os paralelos de 010�55’S e020�22’S e os meridianos 46�15’WGr e 46�30’WGr,na porção centro-oeste da área do Projeto.

As áreas dos DNPM’s 850.515/82 a 850.525/82 e850.539/82 e 850.540/82, localizadas na fazenda Pi-riá Gurupi-Mirim Ariraima, Município de Viseu, Esta-do do Pará, pertencem a uma “Joint Venture” forma-da pela PROPARÁ- Cia de Desenvolvimento Agro-Pecuário Industrial e Mineral do Estado do Pará eRTZ- Mineração Ltda de cuja associação resultou aMineração das Onças S.A. A Norberto OdebrechtS.A. também faz parte dessa associação.

Os relatórios preliminares de pesquisa apontampara as referidas áreas (à exceção daquela corres-pondente ao DNPM nº 850.524/82), as seguintesreservas de ouro: 391,76kg de reserva medida,198,26kg de reserva indicada e 2.038,32kg de re-serva inferida (tabela II.6.2).

A reserva global de ouro apresentada aoSEMIN/MME-Pará, referente ao DNPM 850.524/82(Minas Nova Sul) foi de 1.886,75kg das quais1.086,33kg em rocha intemperizada e 800,42kg emrocha fresca (tabela II.6.3).

Quanto ao aspecto jurídico, os alvarás de pesquisacorrespondentes aos DNPM’s nºs 850.516/82,850.519/82, 850.540/82 e 850.524/82, foram renova-dos por mais três anos. Os demais alváras não estãovigentes.

6.2.2 Subprovíncia Faixa Costeira

Trata-se da porção litorânea, situada no noroestedo Estado do Maranhão, composta pelos arredoresdas cidades de Luís Domingues, Godofredo Viana,Cândido Mendes e Turiaçu, além da Vila de Aurizo-na. (ARAUJO et al., 1987)

A tabela II.6.4 mostra dados sobre as áreas deinfluência, frentes de serviço, localização, produ-ção média mensal, número de garimpeiros, maqui-nário utilizado, consumo médio mensal estimadode mercúrio e observações gerais a respeito dasfrentes de serviço.

6.2.3 Principais Estatísticas

Segundo o Sumário Mineral-1991, a reservamundial de Au (medida+indicada) foi avaliada noano de 1990, em 48,5 mil toneladas métricas demetal contido, destacando-se a África do Sul com45,20% do total, seguida da União Soviética (16%),Estados Unidos (11,30%), Austrália (5,50%) e Ca-nadá (4,30%). O Brasil teve, no mesmo período,sua reserva avaliada em 1.000t de metal contido,concentrada principalmente nos estados de MinasGerais, Bahia, Goiás e Pará.

A produção mundial em 1990 foi da ordem de2.096t. A África do Sul ocupou o primeiro lugar, com28,90% do total produzido, vindo em seguida osEstados Unidos (14,10%), União Soviética(12,40%), Austrália (11,50%), Canadá (7,90%) eChina (4,5%).

Em 1990, a produção brasileira oficial foi estima-da, preliminarmente, em 98,3 toneladas, das quais29,91t atribuídas às minas e 68,90t aos garimpos,no valor global de US$1,5 bilhão. Em relação aoano anterior, houve um incremento no volume, de87,60%, contra uma retração de 6,66% no valor,calculada levando-se em conta o preço interno dometal. A contração no preço interno foi devida, prin-cipalmente, à diminuição do ágio da taxa cambialdo mercado paralelo, a qual proporcionava umsubstancial subsídio aos produtores de ouro.

No que concerne à quantidade produzida, oDNPM estima que o incremento verificado é ape-nas aparente, decorrendo somente da melhoria doregistro oficial.

O comércio exterior registrou, em 1990, a impor-tação de produtos contendo ouro, inclusive miné-rios, no valor de US$702 mil, observando-se em re-lação ao anterior uma diminuição de 81%. Quantoà exportação, verificou-se uma notável mudanca,proporcionada pelo sistema de arbitragem de

SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

– 135 –

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ouro do Banco Central, o qual utilizou o metalcomo “ativo financeiro”, sob cuja rubrica foram ar-recadados cerca de US$1,9 bilhão, resultante dasaída do país de 151,1 toneladas de ouro. Ressal-te-se que, caso fosse contabilizado normalmentena balanca comercial, o ouro teria ocupado o 3º lu-gar na pauta de exportação, perdendo apenaspara os valores registrados e atribuídos ao açúcare minério de ferro. No final, verificou-se o registrode apenas US$37,5 milhões de produtos exporta-dos contendo ouro.

6.3 Bauxita Fosforosa

Há muito se tem notícia das ocorrências de fosfa-tos de alumínio na Amazônia Oriental (Nordeste doPará e Noroeste do Maranhão), notadamente nasilhas de Trauira e Itacupim e serras de Pirocaua, Ocae Tromaí, as quais têm sido objeto de estudos.

Na Folha Turiaçu/Pinheiro destacam-se os depó-sitos de bauxita fosforosa da ilha de Trauira e Serrado Pirocaua, localizados na porção noroeste doEstado do Maranhão, nos municípios de CândidoMendes e Godofredo Viana, respectivamente.

COSTA (1978) ressaltou a importância dessesdepósitos de fosfato para a região, procedendo aestudos geológicos, mineralógicos e geoquímicos,entre outros, nas ocorrências de Jandiá, CansaPerna e Itacupim (Estado do Pará) e Trauira e Piro-caua (Estado do Maranhão). Estabeleceu que to-dos os fosfatos de alumínio e de ferro-cálcio daAmazônia Oriental, à exceção de Santa Luzia, sãode origem laterítica, a partir da rocha matriz, prima-riamente enriquecida em fósforo.

Os depósitos da ilha Trauira têm suas reservasem torno de 11.686.000 toneladas de minério, comteor de P2O5 alcançando de 21,30% a 33,20%.

A Serra do Pirocaua foi objeto de trabalhos depesquisa efetuados pela Osaki Mineração Ltda

– 136 –

Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Tabela II.6.1 – Parte I

Área deInfluência

Frente deServiço Localização

ProduçãoMédia

(g/mês)

Nº deGarimpeiros

Maquinário Utilizado ConsumoMédio deMercúrio(g/mês)

ObservaçãoChupadeira Cobra

Fumando Moinho

CH

EG

ATU

DO

Chatão 6km deChega Tudo – – – – – – Totalmente

paralisada.

Mata-Gato Vila doChatão 500 25 2 6 – 800

Perspectivafavorável,vasta áreaa sertrabalhada.

Mina daBeira

A 4km SW doChega Tudo 1.500 120 3 3 5 1.150 Idem, Mata

Gato.

Violão Grota doÍndio 500 30 – – 6 1.800

Retrabalha-mento doRejeito.

Nivaldo3km SW daVila doChega Tudo

700 20 – – 2 600 Semi-paralisada.

Chega Tudo Vila doChega Tudo 10.000 1.000 11 ident. 20 20.000

Mais de 100Barrancossendooperados.

Guarimanzel Vizinho a VilaChega Tudo 3.000 500 5 100 16 Acentuado –

Estopeiro 3km SW doChega Tudo 600 70 1 – 5 –

Desativaçãopor faltad’água.

Pernambuco7km a Lesteda VilaChega Tudo

800 100 – – 6 3.000 30 barrancosem operação

Olinda Planície dolg. Olinda 1.500 80 6 20 2 1.000 –

Total 10 – 19.100 1.845 28 129 62 28.350 –

Província Aurífera Noroeste do Estado do Maranhão. Subprovíncia Belt do Gurupi.

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SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

– 137 –

Tabela II.6.1 – Parte II

Área deInfluência

Frente deServiço

LocalizaçãoProdução

Média(g/mês)

Nº deGarimpeiros

Maquinário Utilizado ConsumoMédio deMercúrio(g/mês)

ObservaçãoChupadeira

CobraFumando

Moinho

SE

RR

INH

A

Serrinha40km SW deMaracaçumé

5.000 600 3 100 20 5.000Uso elevadode Mercúrio(1:1).

Três Irmãos4km NE daSerrinha

1.000 150 1 15 6 3.000

De 1983 a 1987foramproduzidos150kg de ouro.

CapoeiroEntre Serrinha eMontes Áureos

5.000 300 1 6 8 4.000 –

Fazenda4km SE deSerrinha

4.000 – 10 38 – 4.000Uso elevadode mercúrio

Garrafa3km NW daSerrinha

2.000 150 12 35 – – –

Cajueiro3km daSerrinha

1.000 70 1 15 3 – –

Sete Voltas5km daSerrinha

1.000 80 – 30 2 400 –

Total 7 – 19.000 �1.500 28 239 39 16.400 –

MO

NTE

UR

EO

S

Monte Áureos6km Maraca-çumé via Colone

2.000 120 14 10 – 1.400

Produção atin-giu o augequando os in-gleses atua-vam na área.

Monte CristoSopé da Serrade Monte Áureos

150 12 1 2 – –Semiparali-sada.

Pica PauA 5km daSerrinha

1.000 25 1 1 7 –Bastantepromissora.

Joga Pau500m de PicaPau

700 50 3 10 – –

Total 4 – 3.850 207 19 23 7 1.400

CE

DR

AL

–C

EN

TRO

DO

GU

ILH

ER

ME

Cedral15km NW daVI. C. do Gui-lherme

10.000 300 8 – 30 –Produziupepita de 9kg.

Sequeiro2km NW doCedral

1.500 60 – – 9 1.800 –

Mata OnçaJacaré doSequeiro

500 20 3 – – –Área derepassagem.

Areião doCedral

500m do Cedral 300 15 1 – 2 – Semiparalisada

Martinha500m do Cedralvia Colone

500 20 3 – 2 –Constantemen-te paralisada.

Trinta e Cinco13km SW daGuilherme

500 – – 10 2 – –

Caixa Prego1km do Trinta eCinco

200 8 – – 1 – –

Areião doNadir

11km SW do C.do Guilherme

2.000 150 1 5 8 –2ª maior emimportância.

Nadir9km SW do C.do Guilherme

200 4 1 – – –Semiparalisada200g/dia epepitas.

Inferninho Vila Guilherme – – – – – –Totalmenteparalisada.

Total 10 – 15.700 577 17 54 54 1.800 –

Província Aurífera Noroeste do Estado do Maranhão. Subprovíncia Belt do Gurupi.Fonte: Faixa Costeira Araújo, C.C. de et al. Projeto Ouro e Gemas, área do 10º Distrito do DNPM...DNPM/CPRM, 1987.

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com o bloqueio de uma reserva medida em tornode 10 milhões de toneladas de minério, com teormédio de 11,80% de P2O5, equivalente a 1,20milhão de toneladas de P2O5 (Avaliação Regio-nal....1987).

Devido ao grande teor em fósforo, ocorreramprojetos visando o aproveitamento industrial des-sas bauxitas em fertilizantes e suplementos minera-is. A viabilidade desses projetos encontrou obstá-culos, principalmente de ordem tecnológica.

Na Serra do Piriá, na margem esquerda do rio ho-mônimo (próximo a sua foz), ocorre uma camadade bauxita fosforosa com espessura média da or-dem de 4 a 5m, associada às rochas supracrustaisdo Grupo Aurizona. Esse depósito é periodicamen-

te lavrado pela CIBRASA, não tendo sido possívelobter informações concernentes às reservas, teo-res, produção etc.

6.3.1 Principais Estatísticas

Segundo o Sumário Mineral/1991, as reservasmundiais de fertilizantes fosfatados naturais atingi-ram, em 1990, 34,09 bilhões de toneladas, desta-cando-se o Marrocos com o maior percentual(63%), seguido dos Estados Unidos (13%), outrospaíses de economia de mercado (8,40%) e Repú-blica da África do Sul (7,40%). As reservas do Brasil(medida + indicada) foram responsáveis por 0,80%da reserva global.

– 138 –

Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Tabela II.6.2

DNPMNº

Reserva de OuroTipo de

JazimentoSituação do

AlvaráMedida Indicada Inferida

Volume (m3) (kg) Volume (m3) (kg) Volume (m3) (kg)

850.515/82 – – – – 700.000 300,00 Secundário Não Vigente

850.516/82 668.100 176,336 692.000 114,66 180.000 48,32 Secundário Renovado por 3anos (26/0191)

850.517/82 510.000 215,34 184.000 83,60 – – Secundário Não Vigente

850.518/82 – – – – 650.000 265,00 Secundário Não Vigente

850.519/82 – – – – 500.000550.000t

200,00275,00

SecundárioPrimário

Renovado por 3anos (13/01/92)

850.520/82 – – – – 400.000 150,00 Secundário Não Vigente

850.521/82 – – – – 500.000 300,00 Secundário Não Vigente

850.522/82 – – – – 500.000 300,00 Secundário Não Vigente

850.523/82 – – – – – – Secundário Não Vigente

850.525/82 – – – – – – Secundário Não Vigente

850.539/82 – – – – 500.000 200,00 Secundário Não Vigente

850.540/82 – – – – – – Secundário Renovado por 3anos (18/11/91)

Total 1.178.100 391,76 876.000 198,26 4.480.000 2,038,32 – –

Fonte: Reserva de ouro do Projeto Gurupi-Município de Viseu/PA SEMIN/MME-Pará. In: RelatóriosPreliminares de Pesquisa, Mineração das Onças S.A.

Tabela II.6.3

Tipo de Minério Densidade da Rocha(g/cm3)

Volume de MaterialMineralizado (m3)

Tonelagem de MaterialMineralizado

Teor Médio(g/t)

Reserva de Au(kg)

Em rocha intemperi-zada 2,00 229.183,78 458.367,56 2,37 1.086,33

Em rocha fresca 2,50 139.203,90 348.009,75 2,30 800,42

Total – – – – 1.886,75

Fonte: Projeto Gurupi – Reserva medida de ouro da Mina Nova Sul, Município de Viseu/ PA SEMIN-MME/Pará. In: RelatórioFinal de Pesquisa, Mineração das Onças S.A. (DNPM nº 850.524/82).

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Por outro lado, a produção mundial alcançou, nomesmo período, 166,35 milhões de toneladas, dasquais os Estados Unidos contribuíram com 27,70%,seguidos da União Soviética (23,80%), Marrocos(13,20%), China (10,80%) e outros países de eco-nomia de mercado (6,90%). A indústria brasileirade rocha fosfática produziu 2.968.000 toneladas deconcentrado fosfático (1.050.000 toneladas de

P2O5 contido), observando-se, em relação ao anoanterior, uma retração da ordem de 19%.

No que tange ao comércio exterior, observou-se ainexistência de exportações, enquanto que o valordas importações para atender às necessidade doNordeste brasileiro atingiram US$ 45,09 milhões,sendo US$10,05 milhões de concentrado fosfático eUS$ 35,04 milhões de ácido fosfórico.

SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

– 139 –

Tabela II.6.4

Área deInfluência

Frente deServiço

LocalizaçãoProdução

Média(g/mês)

Nº deGarimpeiros

Maquinário Utilizado ConsumoMédio deMercúrio(g/mês).

ObservaçãoChupadeira

CobraFumando

Moinho

LuísDomingues

Iriri-CavalaPróximo àsede munici-pal

5.000 250 30 – –Poucoutilizado.

GO

DO

FRE

DO

VIA

NA

Caixas12km SW deGodofredoViana

600 22 3 – – 1.000Semipara-lisada.

Ubim2km da VilaCaxias

2.300 80 15 – – – –

Cuvão2km da VilaCaxias

500 30 – 8 – Não utilizado –

Jabuti5km W deVila Caxias

700 60 12 – – – –

Rosinha2km S VilaPedra Fogo

1.000 50 9 – – 450 –

Cajá6km S deVila Caxias

1.100 60 11 – – – –

CândidoMendes

Socó5km deCândidoMendes

300 15 3 – – – –

Cabeças5km SW deC. Mendes

250 12 – – 2 – –

AU

RIZ

ON

A

Piaba4km S da V.Aurizona

6.000 500 35 – 30 1.750 –

Barriguda8km E de V.Aurizona

200 10 2 – – –Semipara-lisada.

Flexal7km E de V.Aurizona

300 20 3 – – Não utilizado –

Conceição6km E de V.Aurizona

100 6 1 – – Não utilizado –

Juíz de Fora2,5km a NWV. Aurizona

4.000 200 11 – 4 –Cia. Paraen-se de Min.Ltda.

Turiaçu Cocal48km a NWde Turiaçu

6.000 500 – – 30 –Únicaocorrênciavisitada.

Total Geral 15 – 28.350 1.815 135 8 60 3.200 –

Fonte: Província Aurífera – Noroeste do Estado do Maranhão. Subprovíncia Faixa Costeira Araújo, C.C. de et al.Projeto Ouro e Gemas, área do 10º Distrito do DNPM...DNPM/CPRM, 1987.

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Visando suprir o mercado interno, é prevista a im-plantação de uma série de projetos, destacando-se:

6.4 Ilmenita

COSTA et al. (op. cit.) assinalaram a presença de il-menita na área do projeto, em depósitos secundários.Cadastraram uma amostra desse bem mineral, nascabeceiras do rio Tromaí, município de Luís Domin-gues (Estado do Maranhão), cuja análise mineralógi-ca de um concentrado natural apresentou 94,6% deilmenita, 4% de magnetita, 0,9% de leucoxênio, 0,3%de Zircão, 0,1% de rutilo e 0,1% de anatásio, e a pre-sença de turmalina, estaurolita e epidoto.

Trata-se de um depósito relacionado às aluviõesdos igarapés que drenam a área em questão.

6.4.1 Principais Estatísticas

Segundo o Sumário Mineral/1991, a oferta mundialde ilmenita alcançou, em 1990, 425.233.000t, desta-cando-se como principais detentores dessas reser-vas: Noruega (21,20%), Canadá (17,20%), Austrália(15,50%), República da África do Sul (10,60%), China(9,60%) e Estados Unidos (7,50%). O Brasil tem dimi-nuta participação na formação das reservas mundia-is de ilmenita e rutilo (0,7%).

As reservas brasileiras de ilmenita e rutilo (Tio2) seencontram, principalmente, no município de Matara-ca-PB, responsável por mais de 75% do total conhe-cido. São João da Barra (RJ), Aracruz e Guarapari(ES), Porto Seguro/Prado e Alcobaça (BA), são ou-tros municípios detentores de reservas desses bensminerais. Dentro desse contexto, detacam-se, tam-bém, as reservas de ilmenita do Estado de MinasGerais, com participação de 6% do total comprova-do, até o momento, no país.

Quanto ao anatásio (média de 20%-25% de TiO2),o Brasil ocupa o primeiro lugar no “ranking” mundial,com reservas estimadas em um bilhão de toneladas.Em 1990, as reservas brasileiras localizadas princi-palmente no Estado de Minas Gerais, onde a Cia.Vale do Rio Doce detém a maior parte das conces-sões, foram avaliadas em 120 milhões de toneladasde TiO2 (teor médio de 19%).

O titânio, tem um amplo espectro de utilização, de-vido as suas propriedades de tenacidade, leveza, re-sistência à corrosão, elevado ponto de fusão, brancu-ra e alta capacidade de dispersão. Contudo, a princi-pal utilização de 95% dos concentrados dos mineraisde titânio (ilmenita e rutilo) é na produção de pigmen-tos de dióxidos de titânio, empregados nos setoresde tintas, vernizes, lacas, papel, plásticos, borrachas,cerâmicas e outros.

Devido a sua resistência às altas temperaturas (até4.000�C), o titânio é usado na confecção de peçaspara motores, e, por sua leveza, na estrutura da fuse-lagem de aviões. É também usado nas indústrias,química, naval, nuclear e bélica.

Quanto ao comércio exterior de minérios de titânio,em 1990, o valor global das importações foi deUS$94,7 milhões, dos quais US$65,6 milhões de pig-mentos de dióxidos de titânio, largamente superior aoregistrado para as exportações (US$3,19 milhões).

6.5 Sal Marinho

Os oceanos representam uma fonte inesgotável desuprimento de sal marinho, sendo fatores determi-nantes para a sua extração a vizinhança do mar, cli-ma árido e quente, baixa precipitação pluviométrica,solos impermeáveis e um regime de ventos favorávelà evaporação da água.

Na Folha Turiaçu/Pinheiro, observa-se a existênciade uma área de cristalização de 89.110m2, equiva-lente a 6,49% de área total do Estado do Maranhão(1.373.297m2), distribuída pelos municípios de Cân-dido Mendes (9.400m2), Carutapera (3.410m2), Ba-curi (38.720m2) e Turiaçu (37.580m2). (Avaliação Re-gional do... 1987)

6.5.1 Principais Estatísticas

Segundo o Sumário Mineral/1991, as reservasmundiais (medidas + indicadas) de sal marinho e salgema foram estimadas em 7.900 X 106 toneladasmétricas.

A produção mundial de sal, em 1990 atingiu 214.170.000 milhões de toneladas, apresentando comoprincipais produtores, a exemplo dos anos anteriores,os Estados Unidos com 18,20% do total, seguido pelaChina (14,70%), União Soviética (7,60%), RepúblicaFederal da Alemanha (6,70%) e Canadá (5,70%).

Nos Estados Unidos, principais produtores, a ven-da do bem mineral foi assim estimada: sal de sal-moura (47%), sal-gema (36%), sal de evaporação àvácuo (10%) e sal de evaporação solar (7%).

– 140 –

Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Projeto LocalizaçãoCapacidade em milt/ano (implantação)

Norfértil Paulista-PE210 de rocha fosfática(s/previsão).

Indústria de FosfatoCatarinense

Anitápolis-SC170 de concentradofosfático e 470 derocha fosfática (1992).

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O consumo por setores foi, no mesmo período,estimado em: Indústria Química no setor de soda ecloro (46% do total vendido), sal para degelo em ro-dovia (26%), distribuidores (10%), consumo huma-no e agricultura (6%), indústria geral (5%) tratamen-to de água (1%) e, outros (6%).

Em 1990, a produção brasileira de sal marinho foide 4.170.000 toneladas, destacando-se o Estadodo Rio Grande do Norte como principal produtor,com 87% do total produzido, seguindo-se os Esta-dos do Rio de Janeiro (4%), Ceará (3%), Maranhão(2%), Piauí e Sergipe (4%).

O comércio exterior experimentou um sensívelequilíbrio. Os valores registrados para as importa-ções e exportações foram, respectivamente, deUS$8.631.000 e US$8.912.000.

O consumo aparente cresceu cerca de 48% emrelação ao ano anterior, devido a procura por parteda indústria química, pecuária, alimentação huma-na, indústrias têxtil e farmaceutica, e prospecçãode petróleo.

Estima-se que no período de 1991/95 ocorra umelevado consumo de sal marinho nas indústrias desoda-cloro, celulose e barrilha, e que 4,5 milhõesde toneladas deverão ser utilizadas na indústriaquímica, com o sal marinho contribuindo com 2,3milhões de toneladas.

6.6 Turfa e Linhito

O Relatório Final das Etapas I e II do Projeto Pros-pecção de Turfa e Linhito no Nordeste Setentrional -1984, Ministério das Minas e Energia, convênioDNPM/CPRM, cita a região turfeira do rio Pericumã,localizada na folha SA.23-Y-B (Pinheiro).

A referida região compreende a planície de inun-dação do rio homônimo, localizada na porção noro-este do Estado do Maranhão, porção centro-lesteda área do Projeto.

A fim de realcar uma melhor caracterização dosdepósitos, a planície foi subdividida em quatro se-tores: Setor Pinheiro, Setor Ilha Grande, Setor IlhaIII e Setor Sororoca.

A tabela III.6.5 ilustra os resultados obtidos paraos setores Pinheiro e Ilha Grande, durante a realiza-ção dos trabalhos de prospecção das fases de re-conhecimento preliminar e de semidetalhe. Destemodo foram encontradas para o Setor Pinheiro umaespessura média de turfa em torno de 1,30m e umvalor máximo de 2,30m; para o capeamento, a es-pessura média é da ordem de 0,33m, atingindo o va-lor máximo de 0,80m.

O teor médio de cinzas e o poder calorífico mé-dio, da ordem de 24,8% e 4.212Cal/g, respectiva-mente, e o fato de que 72% das amostras analisa-das forneceram teores de cinzas inferiores a 35%,permitem afirmar serem as referidas turfas própriasà utilização energética.

O Setor Ilha Grande compreende as turfeiras si-tuadas na planície de inundação do médio rio Peri-cumã, as quais situam-se em “enseadas” de ra-zoável extensão, localizadas ao longo de toda aplanície.

Os setores Ilha III e Sororoca formam a planíciefluvial do rio Pericumã, a partir de Pinheiro para osul.

Segundo os referidos autores, os trabalhos dereconhecimento preliminar e ao nível de semideta-lhe efetuados nas turfeiras do rio Pericumã, seto-res Pinheiro e Ilha Grande, permitiram estabeleceruma reserva inferida da ordem de 97,64 milhõesde m3 de turfa “in natura”, equivalentes a 12,79 mi-lhões de toneladas em base seca, corresponden-tes a 5,29 milhões de toneladas de óleo BPF (tabe-la III.6.6).

Apesar desse potencial, ROBERTO (1984) invi-abiliza a sua lavra, alegando que a represa láexistente ocasiona o alagamento permanente daárea.

Durante os trabalhos de campo do Projeto, foramobservadas algumas ocorrências de material car-bonoso (turfa), com clásticos associados, ao longoda rodovia MA-106, que liga as cidade de Pinheiroe Santa Helena (fotos II.2.27 e II.2.30, Capitulo2.4.3.2.4). Essas turfeiras estão relacionadas à Uni-dade Pinheiro, com razoável faixa de exposição naporção centro-leste da folha SA.23-Y-B.

Embora não tenham sido realizados trabalhos dedetalhe nesses depósitos, é possível admitir o seupotencial, em face de suas significativas extensões eespessuras, além da proximidade de centros consu-midores (Pinheiro, Santa Helena etc..)

6.7 Materiais de Construção

Os bens minerais utilizados “in natura” na constru-ção civil, apresentam-se relativamente abundantesna natureza. Contudo, a viabilidade da explotaçãodesses jazimentos é função, sobretudo, da proximi-dade dos centros consumidores, a fim de minimizaros custos com o transporte, possibilitando a obten-ção de um preço final competitivo com as necessida-de do mercado.

SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

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6.7.1 Cascalho

COSTA et al. (1975) mencionaram ocorrênciasde cascalho, nos municípios de Santa Helena e Pi-nheiro, próximo do rio Pericumã e no rio Paruá, aflu-ente do rio Turiaçu, no Estado do Maranhão.

Durante os trabalhos de campo do presente pro-jeto foram observadas ocorrências de cascalho aolongo do ramal de Maracaçumé, que liga a BR-316ao garimpo do “Chega Tudo”. Uma das mais impor-tantes ocorrências está situada na estação JP-05,formada por uma camada de conglomerado, comcerca de 1,50m de espessura, constituída, essen-cialmente, de seixos de quartzo, com diâmetro mé-dio da ordem de 5cm.

Os conglomerados e arenitos conglomeráticos,relacionados às formações Itapecuru e Barreiras(e, em menor escala, ao Grupo Serra Grande Indivi-so), com ampla distribuição ao longo da rodovia

BR-316 e em algumas estradas secundárias, tam-bém contribuem, por vezes, com importantes de-pósitos de cascalho, apresentando larga utilizaçãona pavimentação de estradas.

6.7.2 Areia

Inúmeras ocorrências de areia foram citadas porCOSTA et al. (1975), notadamente nas bacias dosrios Turiaçu e Pericumã.

Nos trabalhos de campo do Projeto foram detec-tadas algumas ocorrências de areia nos baixos cur-sos dos rios Maracaçumé e Gurupi. Esse material égeralmente utilizado, em pequena escala, pelospróprios ribeirinhos.

Foram também observados importantes depósi-tos de areia na rodovia MA-106, constituindo a lito-fácies “aff” da Unidade Pinheiro (foto II.2.28, Capí-tulo 2.4.3.2.4).

– 142 –

Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Tabela II.6.5

SE

TOR Nº de

Furos deSonda-gem

Nº deSeções/Nº deFurospor Se-ção

Espessura deTurfa (m)

Capeamento(m)

Tipo deTurfa

TeorMédiode Cin-zas %

PoderCaloríficoMédio(Cal/g)

% dasAmostrasAnalisa-das comTeoresde Cinza(35%)

PH daTurfa

Densidade Relativa daTurfa (g/cm3)

Média Máxima Média Máxima

Estado NaturalBaseSeca

(Média)MédiaValores

Extremos

Pinheiro 40 09/A 1,30 2,30 0,33 0,80Fibrosa

aHêmica

24,80 4.212 72 >5 1,0421,01 a1,05

0,125

IlhaGrande

35 09/03 1,85 4,50 0,37 1,00 – 22,00 4.437(*) 78 5 1,047 – 0,135

Ilha III eSororoca

05 – – – – – – – – – – – –

Turfeiras da área do sistema fluvial do Rio Pericumã – Estado do Maranhão.A = aleatórios.(*) = poder calorífico superior médio.Fonte: Araújo, C.C. de, Verissimo, L.S. Projeto Prospecção de Turfa e Linhito no Nordeste Setentrional...DNPM/CPRM, 1984.

SetorEspessuraMédia (m)

Área Total(Ha)

Volume Total(m3)

DensidadeMédia emBase Seca

(g/cm3)

Teor Médiode Cinzas

(%)

PCS Médio(Cal/g)

ReservaInferida em

Base Seca (t)

Equivalênciaa Óleo BPF(toneladas)

Pinheiro 1,31 2.506,30 32.939,637 0,125 24,8 4.212,32 3.775.817 1.533.015

Ilha Grande 1,86 2.920,24 64.697,390 0,135 22,0 4.437,30 9.017.110 3.757.129

Total – 5.426,54 97.637,027 – – – 12.792.927 5.290.144

Cálculo da reserva inferida de turfa do rio Pericumã – Estado do Maranhão.Fonte: Araújo, C.C. de, Verissimo, L.S. Projeto Prospecção de Turfa e Linhito do Nordeste Setentrional...DNPM/CPRM, 1984.

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6.7.3 Argila

COSTA et al. 1975 op cit), mencionaram ocorrên-cias de argilas na rodovia PA-10 (Bragança/Viseu),rios Piriá e Gurupi, município de Viseu. Trata-se dedepósitos aluvionares, utilizados na indústria decerâmica.

No Estado do Maranhão, as argilas aluvionaresse distribuem, preferencialmente, nos baixos cur-sos dos rios Gurupi e Maracaçumé.

Na cidade de Maracaçumé, no ponto onde aBR-316 corta o rio homônimo, existe um razoávelnúmero de pequenas olarias, que produzem tijolos,telhas etc, destinados ao consumo interno.

As reservas brasileiras de argila, contidas em áre-as com Decretos de Lavra e Relatórios de PesquisaAprovados pelo DNPM totalizam, segundo o AnuárioMineral Brasileiro/1989, 2.673.472.712 toneladas,sendo 1.577.273.518 toneladas de reservas medi-das, 618.970.708 toneladas indicadas e 377.228.386toneladas inferidas. Os estados do Pará e do Mara-nhão possuem 60.277.182 e 4.339.680 toneladas dereservas globais, respectivamente.

6.7.4 Pedras Ornamentais

Os trabalhos de campo permitiram a caracteriza-ção de uma unidade constituída, essencialmente,por granitóides (Suíte Tromaí), com ampla faixa deexposição nas porções Centro-Norte e Cen-tro-Oeste da área do Projeto.

Os tipos litológicos predominantes são os tonali-tos/tronhjemitos, geralmente com tonalidade esverde-ada. Suas principais ocorrências foram localizadas aolongo dos ramais de Maracaçumé e Maranhãozinho,bem como no caminho que leva aos garimpos ChegaTudo e Cedral, entre outros, na forma de grandes blo-cos, com diâmetro por vezes superior a 2m.

Em função de suas propriedades físicas e mecâ-nicas, entre as quais massa específica, porosidadetotal, absorção de água, resistência à compressão,resistência à tração, ensaio de choque e desgastepor abrasão (AZAMBUJA et al., 1977), essas rochaspoderão ser aplicadas como pedras ornamentais(revestimentos, pavimentação e peças de mobiliá-rio), além de brita.

6.8 Calcário

Na área do Projeto, COSTA et al. (1975) registra-ram algumas ocorrências de calcário nos municípiosde Carutapera, Turiaçu e Bacuri, todos no Maranhão.

6.8.1 Principais Estatísticas

Segundo o Sumário Mineral/1991, as reservas decalcário utilizadas na indústria cimenteira sãoabundantes em todos os países.

As reservas domésticas de calcário, cujas pro-priedades permitem o seu uso na produção de ci-mento foram, em 1990, da ordem de 15 bilhões detoneladas, as quais vêm sendo pouco utilizadas,em relação às imensas necessidades de nossa po-pulação, no que se refere à infra-estrutura, habita-ção e outras obras de construção civil. Observa-se,outrossim, que as taxas de crescimento populacio-nal vêm sendo, nos últimos anos, sensivelmentemaiores do que os níveis de expansão da produçãode cimento, a qual permaneceu praticamenteconstante no período de 1985 a 1990, atingindocerca de 25 milhões de toneladas/ano.

Para se ter uma idéia do estágio negativo da polí-tica habitacional do país, verifica-se, no momento,uma redução tão grande em termos de oferta demoradias que, mesmo sendo suprimida a atual ca-pacidade ociosa da indústria cimenteira (25-30%),a produção do cimento atingiria níveis próximosàqueles de 1980.

Apesar de o governo ter incentivado a importaçãode cimento, retirando o imposto de 15%, as empre-sas interessadas têm enfrentado problemas, como oalto custo do frete e o tempo necessário para a forma-ção de consórcios que permitam a aquisição de umvolume do produto que viabilize a sua importação.

6.9 Concheiros

Os concheiros, também conhecidos como ser-mambis, são classificados em naturais e artificiais,diferenciando-se entre sí, mormente devido os pri-meiros não representarem nenhum tipo de ativida-de humana.

Os sermambis naturais são constituídos peloajuntamento de conchas mortas, nas baías e riosque desaguam no mar.

Os sermambis artificiais são formados por restosde alimentos oriundos do mar, utilizados por índiosnômades.

Na área do Projeto, COSTA et al. (1977) citamocorrências de concheiros em Vila Nova, Itacupime Ilha de Trauira (sambaquis naturais), além da pra-ia de Sardinha (sambaquis naturais).

As conchas calcárias têm aplicação na indústriado cimento, álcalis, balanceamento de rações aví-colas e como corretivo de solos.

SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

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6.10 Manganês

COSTA et al. (1977) efetuaram o cadastramento deduas ocorrências de minério de manganês no muni-cípio de Luís Domingues, mais precisamente na Minado Covão (Cabeceiras do rio Tromaí) e no caminhode Ramos (baixo curso do rio Tromaí), além de umaterceira ocorrência, no Município de Godofredo Via-na, entre a Vila de Aurizona e a serra do Pirocaua.

Trata-se de ocorrências de origem secundária,sem interesse econômico, formadas por enriqueci-mento superficial supergênico, não apresentandograndes dimensões, e, à exceção da ocorrênciaAurizona, apresentam uma baixa relação Mn/Fe,conforme ilustra a tabela II.6.7)

6.10.1 Principais Estatísticas

O minério de manganês é usado principalmentena indústria siderúrgica (95%), para a qual aindanão foi encontrado um substituto satisfatório. É con-sumido também na produção de bateriais, cerâmi-cas, ligas especiais, produtos químicos etc.

Segundo o Sumário Mineral/1991, em 1990, as re-servas mundiais de minério de manganês (medidasmais indicadas), foram situadas em 3,91 bilhões detoneladas, destacando-se a África do Sul com 2,9 bi-lhões de toneladas (equivalentes a 74,20% do total),seguida da União Soviética (12,80%), Gabão(4,60%), Austrália (4,30%), Brasil (2,30%), China(0,8%), índia (0,7%) e México (0,7%).

A produção atingiu, no mesmo período, 26,68milhões de toneladas. A União Soviética ocupou o

1º lugar, com 35,60% do total produzido, seguidada África do Sul (15,40%), Brasil e Austrália (8,60%,cada).

O Brasil, tem destinado a sua produção de mi-nério de manganês aos mercados externo e inter-no. Em 1990, as exportações atingiram 867.891 to-neladas, destacando-se a ICOMI (477.360t),CVRD (230.093t) e Urucum Mineração (125.193t).Quanto ao destino, a Europa importou 66% do to-tal, seguida da Ásia (14%) América do Sul (13%) eAmérica do Norte (7%). O volume exportado resul-tou em uma receita da ordem de US$77 milhões.

As exportações de ferroligas à base de manga-nês experimentaram, em relação ao ano anterior,um crescimento de 71,20%, atingindo 160.587t, novalor de US$81,20 milhão.

Os compostos químicos à base de minério demanganês exportados foram responsáveis pelo in-gresso de divisas no país da ordem de US$2,6 mi-lhões.

O valor global das importações (bens primários,manufaturados e compostos químicos) foi deUS$1,83 milhão, sendo observada uma notávelcontração em relação ao ano anterior, no qual o va-lor registrado foi de US$5,55 milhões.

O consumo aparente interno de minério de man-ganês foi da ordem de 1,4 milhão de toneladas,ocorrendo um crescimento de 49,80% em relação a1989. Por outro lado, o consumo aparente de ferroli-gas à base de manganês, embora tenha sofridouma retração de 23,20% em relação ao ano anteri-or, foi responsável pelo consumo interno de 67% dominério ofertado no país.

– 144 –

Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Tabela II.6.7 – Análises Químicas de Minério de Manganês.

Ocorrência MnO2 (%) Fe2O3 (%) Relação Mn: Fe Associação

Mina do Covão 25,30 8,30 3,05 Metassedimentos do Grupo Aurizona

Ramos 31,60 7,10 4,45 Metassedimentos do Grupo Aurizona

Aurizona 38,35 e 12,55 de Mn 4,30 8,92 Xistos do Grupo Aurizona

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Foto II.2.1a: CF-182 Foto II.2.1b: CF-182

Foto II.2.1c: CF-181 Foto II.2.1d: CF-165

Fotos II.2.1a, 1b, 1c e 1d – Médio-alto curso do rio Gurupi. Afloramentos do Complexo Maracaçumé.Granitóides (tonalito granodiorito) com marcantes evidências anatéticas, mostrando a íntima associaçãode paleossomas anfibolíticos com neossomas graníticos. A estrutura migmatítica é envolvida segundoum padrão de anisotropia ou fluxo deformacional, compatível com uma taxa milonítica. Esses litótipos,

que caracterizam o Complexo Maracaçumé, exibem variações composicionais e estruturais, comoheterogeneidades em escala geográfica. Uma análise comparativa com as demais unidades é

indicativa de uma unidade mais antiga e mais basal, no quadro litoestratigráfico regional.

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Foto II.2.2a: CF-180 Foto II.2.2b: CF-180

Foto II.2.2c: CF-180

Fotos II.2.2a, 2b e 2c – Médio-alto curso do rio Gurupi.Afloramentos do Complexo Maracaçumé.

Granitóides com larga variação composicional minera-lógica-estrutural, mostrando uma extrema taxa

deformacional, com geração de dobras em bainha.A visualização nos afloramentos é destacada pelaconfiguração de dobras em olho (eye folds) nos

planos paralelos a YZ do elipsóide dedeformação finita.

Fotos II.2.3Metamorfito do Grupo Gurupi (localidade Chatão)

envolvido no sistema transcorrente, exibindo extremadeformação transcorrente cisalhante em alto ângulo,

com conseqüente geração tube-like folds.

Foto II.2.3

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Fotomicrografia II.2.1a: JP-31 Fotomicrografia II.2.1b: JP-31

Fotomicrografia II.2.1c: JP-31 Fotomicrografia II.2.1d: JP-31

Fotomicrografias II.2.1a, 1b, 1c e 1d – Metassedimentos do Grupo Gurupi – Quartzo-xistos micáceos, exibindoo forte retrabalhamento deformacional, com superposição da foliação milonítica, em padrão anastomótico,gerado por estruturas planares do tipo S-C polifásica em acentuado subparalelismo. Com a implantaçãodo Cinturão de Cisalhamento Tentugal, de caráter oblíquo, os ocelos foram envolvidos na deformação,

com rotação de sentido sinistral, como se observa nas assimetrias das zonas de sombra. Fraturassincisalhamento são freqüentemente observadas. Os fenoclastos de quartzo exibem processos de

recuperação-recristalização, com formação de subgrãos.

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Fotomicrografia II.2.2a: CF-172 Fotomicrografia II.2.2b: CF-172

Fotomicrografia II.2.2c: CF-172 Fotomicrografia II.2.2d: CF-172

Fotos II.2.2a, 2b, 2c e 2d – Metavulcanitos ácidos do Grupo Gurupi. Metarriodacitos e metadacitos(Estação CF-172) com textura blastoporfirítica, onde os primitivos fenocristais de quartzo e plagioclásiocontrastam com uma matriz foliada miloniticamente. Os ocelos de quartzo mostram zonas de sombracom assimetria do tipo delta, indicativa de movimentação levógira (2A) e microboudinada com fratura

por estricção (2B). Os fenocristais de plagioclásio mostram seus eixos cristalográficos maioressubparalelizados na direção da movimentação cisalhante, desenvolvendo texturas de microboudinage,

com fraturas por extensão e granulação interna por cristalização (2C) e texturas escalonadas decisalhamento com rotação (2D).

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Foto II.2.4a: CF-160 Foto II.2.4b: CF-180

Foto II.2.4c: CF-188 Foto II.2.4d: CF-188

Fotos II.2.4a, 4b, 4c e 4d – Afloramentos do Tonalito Itamoari no médio curso do rio Gurupi – posição espacialdas litologias da Unidade Itamoari, onde se observa o regime tectônico compressivo-direcional, configurandouma natureza oblíqua. Nas fotos II.2.4a e II.2.4b, as litologias se posicionam em baixo ângulo, destacando-se,no plano XY, a lineação de estiramento com um rake aproximado de 40�. Nas fotos II.2.4c e II.2.4d, a posição

dos litótipos Itamoari é de alto ângulo, visualizando-se no plano XY do elipsóide de deformação finita a lineaçãode estiramento suborizontalizada (foto II.2.4d). O Cinturão de Cisalhamento Tentugal incorpora regimes

contracional e direcional, como movimentação oblíqua.

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Fotomicrografia II.2.3a: CF-174 Fotomicrografia II.2.3b: CF-177

Fotomicrografia II.2.3c: CF-173 Fotomicrografia II.2.3d: CF-173

Fotomicrografias II.2.3a, 3b, 3c e 3d – Tectonitos do Tonalito Itamoari. Rochas tonalíticas exibindo deformaçãoprogressiva e heterogênea, com destaque para os grãos de quartzo. Observa-se na seqüência, cristal de

quartzo xenomórfico, de cristalização tardia e intersticial, relativamente bem preservado, sofrendodeformações protomiloníticas, com geração de subgrãos e bandas de deformação. Com a progressão

deformacional, é implantado o processo de recristalização sincinemática, com geração de novos grãos.Atingindo o estádio milonítico, os grãos de quartzo assumem configuração ribbonada, com forte

achatamento e estiramento.

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Foto II.2.5a: CF-190 Foto II.2.5b: CF-189

Foto II.2.6

Fotos II.2.5a, 5b e 5c – Afloramentos do Tonalito Ita-moari, no médio curso do rio Gurupi. Os indicadorescinemáticos dos tipos S-C (5a) e assimetria de cauda(5b) mostram o sentido de movimentação sinistral doCinturão de Cisalhamento Tentugal. Em 5c, os litó-

tipos Itamoari testemunham a forte de fdeformação emestágio milonítico, envolvendo migraçãocomposicional e aleitamento tectônico.

Foto II.2.6 – Grupo Serra Grande Indiviso, litofáciescpaa – conglomerados plimíticos de arcabouçoaberto, desorganizados, constituídos por seixos,blocos e matacões de quartzo e de metamorfitos

(estrada da CIDAPAR).

Foto II.2.5c: CF-172

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Fotomicrografia II.2.7

Foto II.2.7 – Grupo Serra Grande Indiviso, litofáciescpaa – conglomerados polimíticos de arcabouçoaberto, desorganizados, constituídos por seixos,blocos e matacões de quartzo e de metamorfitos

(estrada da CIDAPAR).

Fotomicrografia II.2.8 Fotomicrografia II.2.9

Fotomicrografia II.2.10

Fotos II.2.8, IIl 2.9 e II.2.10 – Grupo Serra Grande Indivi-so cpaf – conglomerados polimíticos, constuídos por

seixos, calhaus e matacões de metamorfitos, sustenta-dos pelos grãos ou de arcabouço fechado (foto II.2.8),

organizado em estratos métricos, Ienticulares (fotoII.2.9), com granodecrescência ascendente. Os seixos

e matacões apresentam-se geralmente facetados(foto II.2.10) (Vila de Alto Bonito, BR-356 próximo ao

rio Gurupi).

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Foto II.2.11 Foto II.2.12

Fotos II.2.11 e II.2.12 – Falhamento normal de pequeno rejeito, colocando em arenitos fluviais e pelitos de lagosrasos, relacionados à Formação Itapecuru. Abaixo, um detalhe da foto anterior (rodovia BR-316).

Foto II.2.14

Foto II.2.13

Fotos II.2.13 e II.2.14 – Formação Itapecuru, litofácies acacat – arenitos conglomeráticos e conglomeradosareníticos, arcosianos, suportados pelos grãos e em arcabouço fechado, com alguma matriz, composta

de areia fina e argila (foto II.2.13). Por vezes, apresentam-se organizados em superfícies de estratificaçõescruzadas tabulares (foto II.2.14) e cruzadas acanaladas de pequeno porte,

festonadas (foto II.2.15) (rodovia BR-316).

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Foto II.2.15

Foto II.2.15 – Formação Itapecuru, litofácies acacat –arenitos conglomeráticos e conglomerados areníticos,arcosianos, suportados pelos grãos e em arcabouço

fechado, com alguma matriz, composta de areia fina eargila (foto II.2.13). Por vezes, apresentam-se organi-

zados em superfícies de estratificações cruzadastabulares (foto II.2.14) e cruzadas acanaladas de

pequeno porte, festonadas (foto II.2.15)(rodovia BR-316).

Foto II.2.17

Foto II.2.16

Fotos II,2.16 e II.2.17 – Formação Itapecuru, fácies aacat – arenitos arcosianos e arcóseos, de coloração rosadae avermelhada, com pintas esbranquiçadas de caulinita, granulometria fina a grossa, apresentando superfícies

de estratificações cruzadas acanaladas (foto II.2.16) e tabulares (foto II.2.17), de pequeno a médio porte(rodovia BR-316).

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Foto II.2.18 Foto II.2.19

Foto II.2.20

Fotos II.2.18, II.2.19 e II.2.20 – Formação Itapecuru, fá-cies pvcr – pelitos de coloração avermelhada, apre-sentando estratos plano-paralelos, de espessuras

centimétricas e apresentando laminações onduladas,formadas por climbing ripples (fotos II.2.18 e II.2.19),observando-se, às vezes, a presença de gretas de

ressecamento (foto II.2.20) (rodovia BR-316).

Foto II.2.21

Foto II.2.21 – Formação Itapecuru, litofácies aacs –arenitos arcosianos e arcóseos, apresentando super-

fícies de estratificação cruzada em geometria sig-moidal, formando corpos lobados, ligeiramente acha-

tados e separados por lâminas de pelitos estrutu-rados por climbing ripples (rodovia MA-006,

próximo à cidade de Pinheiro).

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Foto II.2.22

Foto II.2.22 – Formação Itapecuru, litofácies aacs –arenitos arcosianos e arcóseos, apresentando super-

fícies de estratificação cruzada em geometria sig-moidal, formando corpos lobados, ligeiramente acha-tados e separados por lâminas de pelitos estruturados

por climbingripples (rodovia MA-006, próximoà cidade de Pinheiro).

Foto II.2.23

Foto II.2.24

Fotos II.2.23 e II.2.24 – Formação Barreiras, litofácies acaba – arenitos médios a finos, exibindo superfícies deestratificações cruzadas acanalados de pequeno porte, com filmes de argila entre os sets, além de bolas

de argila, formando pavimentos (morro do Finca, próximo à cidade de Pinheiro).

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Foto II.2.25 Foto II.2.26

Foto II.2.25 – Formação Barreiras, fácies pr – pelitosplano-paralelos, com abundantes raízes fósseis,

bastante oxidadas (foto II.2.15). Ás vezes, os pelitosdesenvolvem pequenos diápiros (foto II.2.26)

(Morro do Finca, próximo à cidade de Pinheiro).

Foto II.2.26 – Formação Barreiras, fácies pr – pelitosplano-paralelos, com abundantes raízes fósseis,

bastante oxidadas (foto II.2.25). Às vezes, os pelitosdesenvolvem pequenos diápiros (foto II.2.26)

(Morro do Finca, próximo à cidade de Pinheiro).

Foto II.2.27

Foto II.2.27 – Unidade Pinheiro – Exposição de turfeiraem uma escavação para retirada de material de re-

vestimento, às margens da rodovia que liga ascidades de Pinheiro, Santa Helena e

Turiaçu (rodovia MA-106).

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Foto II.2.28 Foto II.2.29

Fotos II.2.28 e II.2.29 – Unidade Pinheiro, litofácies aff, pme e t – arenito fino, friável, coloração esbranquiçada,sem estruturação, correspondendo à litofácies aff (foto II.2.28); a litofácies pme (foto II.2.29) é constituída

por pelitos de aspecto maciço e coloração esverdeada, podendo ser observados restos fósseis deraízes. A litofácies t (foto II.2.30) é constituída por material carbonoso (turfa), formado basicamente

por restos vegetais, assemelhando-se àquele observado nos camposalagados atuais (rodovia MA-106).

Foto II.2.30

Foto II.2.30 – Unidade Pinheiro, litofácies aff, pme e t –arenito fino, friável, coloração esbranquiçada, semestruturação, correspondendo à litofácies aff (fotoII.2.28); a litofácies pme (foto II.2.29) é constuída

por pelitos de aspecto maciço e coloraçãoesverdeada, podendo ser observados restosfósseis de raízes. A litofácies t (foto II.2.30) é

constituída por material carbonoso (turfa), formadobasicamente por restos vegetais, assemelhando-se

a aquele observado nos camposalagados atuais (rodovia MA-106).

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Foto II.2.31 Foto II.2.32

Fotos II.2.31 e II.2.32 – Lagos rasos, de água doce, interligados sanzonalmente, responsáveis pela geraçãodas turfeiras mais recentes (baixo curso do rio Turiaçu).

Foto II.2.33

Foto II.2.33 – Sedimentação atual, relacionadaà intermaré areno-lamosa, no litoral do

Maranhão (baía de Turiaçu).

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2

RECOMENDAÇÕES

2.1 Geologia

O mapeamento geológico da Folha Turiaçu/Pi-nheiro, em escala regional, foi de fundamental im-portância para o entendimento da megaestrutura-ção de parte do nordeste do Pará e do noroeste doMaranhão. Todavia, para um maior avanço nesseconhecimento, recomenda-se a realização de tra-balhos complementares, compreendendo:

- mapeamento geológico-geofísico integrado, aonível de semidetalhe (1:100.000) e com apoio daprospecção geoquímica, nas folhas SA.23-V-D-I,SA.23-V-D-II e SA.23-Y-B-I, notadamente nos do-mínios das rochas supracrustais (grupos Aurizonae Gurupi) e dos granitóides intrusivos, em face dacomprovada vocação metalogenética aurífera des-sas rochas.

- estudos em nível de detalhe, nas regiões garim-peiras relacionadas ao cinturão Tentugal (Ce-dral/Nadir/Montes Aúreos/Serr inha/ChegaTudo/Alegre), com enfoque no controle estrutural(e/ou litológico/estrutural) das mineralizações. Énecessário um maior conhecimento do sistematranscorrente (com hidrotermalismo associado),provável controlador das mineralizações auríferas.Deverão também ser melhor conhecidas e carto-

grafadas, em escala compatível, as lentes de meta-ultramafitos identificadas na fase regional.

- ídem, com relação às regiões garimpeiras rela-cionadas ao Terreno Granito-Greenstone do Noro-este do Maranhão.

- no contexto do cinturão Tentugal (folha SA.23-Y-B-I), deverão ser melhor caracterizadas (inclusivegeoquimicamente) e cartografadas, as unidadesenvolvidas no sistema imbricado, representadaspelo kinzigito Marajupema, Granito Maria Suprema eTonalito Itamoari, além do Complexo Maracaçumé.

- mapeamento geológico-geofísico em se-midetalhe da folha SA.23-V-D-IV, visando melhorentendimento sobre as bacias do Proterozóico Mé-dio/Superior e do Paleozóico, relacionado comseus aspectos genéticos, geométricos e estrutura-is, além de seus preenchimentos.

- mapeamento litoestrutural (1:100.000) da zonacosteira, com elaboração de mapas morfoestrutu-rais ou morfotectônicos, tendo em vista futuras ocu-pações urbanas.

2.2 Geofísica

Como os dados aerogeofísicos do Projeto Mara-nhão apresentam diferentes espaçamentos entre

SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

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as linhas de vôos, sugere-se novo levantamento, vi-sando a uniformidade desse espaçamento, para2km. Os dados também devem ser reprocessados,com geração de novos mapas de contornos mag-netométricos (Campo Total), gamaespectrométri-cos (Contagem Total), radioelementos (U, Th, K) ede razões (U/Th/, U/K, Th/K), preferencialmente uti-lizando gr 250 x 250.

Os temas geofísicos não foram preliminarmenteinterpretados e nem integrados aos demais senso-res geológicos, antecedendo os trabalhos de cam-po. Doravante, para outras áreas, recomenda-sesuprir essa falha, o que por certo trará maior avançono mapeamento geológico, destacando-se a me-lhor definição de contatos entre unidades geológi-cas, revelação de zonas de falhas e de cisalhamen-to, além de outras feições estruturais de interesseno mapeamento.

Quanto ao aspecto metalogenético, são indicati-vos de mineralizações de ouro e sulfetos, as feiçõesmagnéticas dos domínios M III, IV e V, além da uni-dade M5. Também podem ser consideradas comoindicativas para ouro, partes dos domínios M III e V,bem como as zonas de falhas e de cisalhamento,que muitas vezes atuam como “traps” para essasmineralizações.

Ainda com relação a esse tema, recomenda-seutilização da magnetometria e radiometria, em per-fís terrestres, visando melhor definição das estrutu-ras geológicas contidas nas feições magnéticas,indicativas de possíveis mineralizações.

2.3 Geoquímica

Em futuros trabalhos de caráter regional, reco-menda-se uma complementação da amostragemrealizada no presente Projeto, utilizando a mesmasistemática, principalmente no domínio geotectôni-co denominado “Cinturão de Cisalhamento Tentu-gal”, o qual apresenta um alto potencial metaloge-nético, notadamente para as mineralizações aurífe-ras primárias.

Em face da comprovada contaminação por Hg,sugere-se a complementação da amostragem emtoda a área do Projeto de Colonização Agrícola(COLONE), através da coleta de sedimentos decorrente, de águas superficiais e de poços, além daanálise em peixes.

Para uma melhor avaliação e controle dos efeitosda contaminação por Hg na população de agricul-tores e garimpeiros que habitam a região, é neces-sário a realização de análises específicas, notada-mente em amostras de sangue, urina e cabelos.

Levando em consideração que na área abrangi-da pelos trabalhos de geoquímica foi detectado Hgem amostras de sedimentos de corrente, nas re-giões de garimpos e em parte da Colonização Agrí-cola do Nordeste (COLONE), com valores situadosaté dez vezes acima do limite estabelecido pelaOrganização Mundial da Saúde, recomenda-seque os orgãos federais e estaduais responsáveispelo meio ambiente e saúde pública fiquem atentospara a adoção de medidas de proteção e/ou con-trole ambiental, com o objetivo de evitar uma possí-vel catástrofe ecológica nas bacias dos rios Gurupie Maracaçumé.

Com o objetivo de controlar a contaminação doHg, recomenda-se a construção de barragens fil-trantes e de contenção de rejeitos, nas áreas maisafetadas, como por exemplo o garimpo ChegaTudo. Desta forma, o material retido nas barragenspode ser concentrado posteriormente, em equipa-mentos de concentração de minerais pesados (Aue Hg). O novo rejeito (areia e cascalho) poderá serutilizado na construção civil ou na recuperação domeio ambiente.

Para futuros trabalhos prospectivos de detalhe, vi-sando a detecção de mineralizações auríferas primá-rias nas rochas supracrustais, recomenda-se aamostragem de solos no horizonte plintítico do perfillaterítico, num espaçamento inicial da ordem de 25metros, com análise das amostras alternadas. Nos in-tervalos mais favoráveis, deverão ser analisadas asamostras seqüenciais, já coletadas (a cada 25 me-tros), complementadas por uma nova amostragem,cujo espaçamento máximo deve ser de 10 metros,com análise, então, de todas as amostras.

2.4 Metalogenia

A avaliação dos dados discutidos no capítulo 5permitiu a indicação de diversas áreas consideradasprioritárias para mapeamento e prospecção geoquí-mica na escala 1:100.000, cujas localizações, justifi-cativas de escolha, proposições de novos trabalhosetc, estão devidamente comentados na figura II.2.1.

– 152 –

Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

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SA.23-V-D (Turiaçu) e SA.23-Y-B (Pinheiro)

– 153 –

JUSTIFICATIVAFOLHA SA.23-V-D-IGEOLÓGICA – Á área contém rochas supracrustais arqueoproterozóicos tipo greenstone belt do Grupo Aurizona, constituído por xistos de naturezas diversas, filitos, metacherts, quartiztos, metautramafitos eBIFs metamorfizados em fácies xisto-verde, e localmente até a fácies anfibolito. Essas rochas estão em contato com as rochas intrusivas proterozóicas da Suíte Tromaí, com a Formação Barreiras e com asaluviõesquaternárias.Sobreas rochasgranitóidesdaSuíteTromaí, intrusivanoGrupoAurizona,hágarimposeocorrênciadeouroaluvionar.Omapeamentogeológicoeaprospecçãogeoquímicaemescala1:100.000 na referida área, estão sendo recomendados para verificação das relações espaciais/ petrogenéticas entre os diversos litótipos do Grupo Aurizona da Suíte Tromaí e entre estes e as demais unida-des ocorrentes na área.METALOGENÉTICA/ PREVISIONAL – O Grupo Aurizona é cortado por veios de quartzo às vezes auríferos; além do mais, a alteração supergênica dessas rochas pode levar à geração de perfís lateríticos ma-turos, com o desenvolvimento de depósitos de bauxita. Tanto assim que, nessa área há registro de um garimpo de ouro, abandonado, e dois depósitos de bauxita. O fato de as rochas do Grupo Aurizona en-contrarem-se atravessadas pela Suíte Tromaí (Proterozóico Inferior), favorece a remobilização do ouro nessas rochas e conseqüentes concentrações na zona de contato entre essas duas unidades, quer emdepósitos aluvionares secundários como em acumulações filonianas primárias (veios de quartzo mineralizado). O mapeamento / prospecção em escala 1:100.000 também elucidará, com maior segurança,a real potencialidade da área para geração de depósitos de bauxita.FOLHA SA.23-V-D-IIGEOLÓGICA – Na folha há exposições significativas do Grupo Aurizona (Arqueo-Proterozóico) da Suíte Tromaí (Proterozóico Inferior) e das aluviões quaternárias. O primeiro correspondendo a uma se-qüência supracrustal tipo greenstone belt, onde é freqüente a presença de veios de quartzo, auríferos. A segunda envolve tanto as rochas do Granodiorito Cândido Mendes (tonalito / trondhjemito comvariedades subordinadas de granodioritos e adamelitos) como do Granito Areal (gariedades araníticas).METALOGENÉTICA/ PREVISIONAL – No âmbito do Grupo Aurizona estão registrados seis garimpos de ouro em atividade, um paralisado e um depósito de bauxita, indicando que essa unidade é susceptívelde conter depósitos desses minerais. A Suíte Tromaí contém, na folha indicada, garimpos de ouro aluvionar, permitindo a classificação dessa unidade como favorável a encerrar mineralização aurífera. Essafavorabilidade é ainda mais acentuada pelo registro de zona de susceptibilidade magnética ocorrente na área, interpretada pela geofísica como decorrente da presença de porções máfico-ultramáficas(Grupo Aurizona, equivalente às metabásicas do Grupo Gurupi). Há necessidade de ser executado mapeamento geológico e prospecção geoquímica em escala 1:100.000, para maior conhecimento geoló-gico da área e melhor avaliação de seu potencial metalogenético.FOLHA SA.23-V-D-IVGEOLÓGICA – A folha contém partes de um batólito da Suíte Tromaí (Proterozóico Inferior), da Formação Igarapé de Areia (Proterozóico Médio/Superior), do Grupo Serra Grande (Siluriano), da Formação Ita-pecuru (Cretáceo Inferior), da Formação Barreiras (Terciário), além de algumas aluviões quaternárias às margens do rio Gurupi. Pequena exposição do Grupo Gurupi, (Arqueano / Proterozóico), integrante doCinturão de Cisalhamento Tentugal, ocorre no extremo SW da folha.METALOGENÉTICA / PREVISIONAL – Ocorrências de material de construção, como brita e argilito, estão associadas à Formação Barreiras e à Suíte Tromaí. Por outro lado, zonas geoquimicamente anôma-las para Au e Hg; Hg, Cu, Ni e para Cr, Co, Hg, Ni e As, detectadas através de análises em sedimentos de corrente, estão devidamente assinaladas. Vale ressaltar que a exposição, ainda que restrita, do Gru-po Gurupi, favorece à existência de mineralização aurífera. Desse modo, o mapeamento geológico e prospecção geoquímica mais detalhados, certamente ajudarão a caracterizar mais precisamente as di-versas unidades e definir melhor suas relações espaciais e seus potenciais metalogenéticos.FOLHA SA.23-V-D-VGEOLÓGICA – A área contém exclusivamente rochas da Suíte Intrusiva Tromaí (Proterozóico Inferior) em contato discordante com os sedimentos cretáceos da Formação Itapecuru.METALOGENÉTICA /PREVISIONAL–Dezesseisgarimposdeouroaluvionarestãodistribuídosnessaárea.Dois relacionadosàSuíteTromaíeo restanteàFormação Itapecuru.Aexistênciadessesgarimposemaluviõesderiosquedrenamestaultimaunidade,devesermelhorestudada.Épossívelqueosignificativo falhamentodaFormação Itapecurunessaárea tenhacondicionadoapercolaçãode fluídos,comremobi-lização e ascensão do ouro da Suíte Tromaí, em subsuperfície, para acumulação aluvionar. Esse quadro deve ser melhor entendido, através de mapeamento e prospecção geoquímica mais detalhados.FOLHA SA.23-Y-B-IGEOLÓGICA – Compreende quase que a totalidade do Cinturão Tentugal, envolvendo o Grupo Gurupi e partes do Complexo Maracaçumé, Tonalito Itamoari e Tonalito Cândido Mendes. A Suíte Intrusiva Tromaí(Representante do par granito - greenston) ocorre em contato com o Tonalito Itamoari no Cinturão Tentugal, com a Formação Igarapé de Areia (Proterozóico Médio / Superior), com o Grupo Serra Grande (Siluria-no)ecomaFormação Itapecuru.Omapeamentoeaprospecçãogeoquímica,naescala1:100.000,sãonecessáriosparamelhordefiniçãodasrelaçõesestruturais /petrológicasdessasdiversasunidades.METALOGENÉTICA / PREVISIONAL – Trinta e nove garimpos de ouro aluvionar e primário, associados às rochas que compôem o Cinturão de Cisalhamento Tentugal, principalmente ao Grupo Gurupi e To-nalito Itamoari, estão assinalados nessa área. Além disso, zonas de anomalias geoquímicas para Cu, Ni, Co, Cr, As; Hg, As e As, foram individualizadas, permitindo considerar o referido cinturão favorável aconter mineralização aurífera. Por conseguinte, trabalhos posteriores mais detalhados necessitam ser efetivados na área, para melhor entendimento de sua geologia e metalogenia.FOLHA SA.23-Y-B-IVGEOLÓGICA – Ainda que a quase totalidade da folha correspondente à Formação Itapecuru esteja ocupada pelas áreas indígenas Alto Turiaçu e Alto Rio Gumá; o mapeamento geológico na escala1:100.000 contribuirá para melhor definição do contato meridional daquela unidade com o Cinturão Tentugal.METALOGENÉTICA / PREVISIONAL – No extremo-sul do Cinturão de Cisalhamento Tentugal, há ocorrência de garimpos de ouro aluvionar, relacionados principalmente ao Grupo Gurupi. Há igualmente zo-nas geoquimicamente anômalas para Au e As.

Figura III.2.1 – Áreas prioritárias para mapeamento geológico e prospecção geoquímica, na escala 1:100.000.

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SÚMULA DOS DADOS DE PRODUÇÃO

1 Mapeamento Geológico

Área Estudada (km2) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32.000Caminhamento GeológicoCarro (km) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1.362Barco (km) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100A pé (km) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10Afloramentos estudados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 376Amostras coletadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 298

Ocorrências Minerais Cadastradas

No Projeto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13Através da bibliografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131

Análises de Rocha

Terras-raras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20Petrográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102Espectrograficas semiquantitativas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20Quimícas (óxidos maiores) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20Fluorescência de raios X . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

2 Geoquímica

Amostragem

Sedimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110Concentrado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83Solo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 360

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Análises de Sedimento

Absorção atômica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110Espectrografia de emissão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110

Análises de Concentrado

Mineralógica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83

Análises de Solo

Absorção atômica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 175

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Rio

Rio

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Caxias

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BAÍA DO MARACAÇUMÉ

BAÍA DE MUTUOCA

BAÍA DE TURIAÇU

OCEANO

ATLÂNTICOR

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Baía do

Baía do Tromaí

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RIO

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CARUTAPERA

LUÍS DOMINGUES

GODOFREDO VIANA

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Fernandes Belo

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Emboraí

S. Josédo Gurupi

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Estandarte

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Barão de Tromaí

Aurizona

Manaus

NovaOlinda

Curva GrandeBela Vista

Curupaiti

S.Josédo Piri

Taximira Biteus

Limondeva

Peroba

Maratauna

Alegre

VilaGracinha

Cajual

Areal

Parada Tauri

Vila Olho d’Água

Vila Amadeu

Cidapar

Zé dos Santos

Baixinhos

João dosSantos

Igarapé de Areia

Colônia Nova

Alto Bonito

BelaVista

Mariana Velha

Cantinho

Glória

Campinho

Colônia Osório

Colônia Militar

Quatro Bocas

Amapá

Açaiteua

Farol Pedra Grande

ÌlhaS. Joãozinho Ilha Irmãos

IlhaPiracau

Ponta da Praia Grande

Ilha

S.Jorge

Ilha Adeuzinho

Ponta Andrade

Ilha Mutuoca

Ponta Mansinha

Ilha Jabaroca

Ilha Malhado

Ilha Japriguar

Ilha Inglês

Pontada Mutuoca

BR-316

BR-316

ARRANJO ESPACIAL, TEMPORAL E CRUSTAL DAS UNIDADES OCORRENTES NA FOLHA TURIAÇU

COBERTURAS RECENTES

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REGIME DISTENSIVO - BACIAS / PLUTONISMO BÁSICO

REGIME DISTENSIVO - BACIAS

Tb

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A / Pla A / Plg

Plt(a)

F

Plt(cm)

REGIME COMPRESSIVO OBLÍQUO

CINTURÃO DE CISALHAMENTO TENTUGAL

SISTEMA TRANSCORENTESUÍTE GRANITÓIDE

TERRENODO NOROESTE DO MARANHÃO

“GRANITO GREENSTONE”

SEQÜÊNCIA SUPRA-CRUSTALDOMÍNIO DIRECIONAL

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REGIME DISTENSIVO - BACIAS

Relação intrusiva emregime distensivo.

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Relações discordantes entreunidades sedimentares.

Relação através de zonasde cisalhamento com movi-mentação transcorrente.

Relação entre as unidadesatravés de zonas de cisa-lhamento com movimen-tação cavalgante oblíquo.

Posição cronológicapossível.

Estrada sem pavimentação,tráfego permanente

Estrada sem pavimentação;tráfego periódico

CIDADE

Vila, povoado

Estrada pavimentada

Limite interestadual

Caminho

Curso de água permanente

Lagoa periódica

UNIDADES

COBERTURAALUVIO /

COLUVIONAR

FORMAÇÃOBARREIRAS

FORMAÇÃOITAPECURU

SUÍTELARANJAL

GRUPO SERRAGRANDEINDIVISO

FORMAÇÃOVISEU

FORMAÇÃOIGARAPÉ DE

AREIA

SUÍTETROMAÍ

GRUPOAURIZONA

GRUPOGURUPI

A / Plg

A / Pla

Plt (a)

Plt (cm)

PM / Sia

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Ml

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Tb

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PM / Sv

LITÓTIPOS / METAMORFISMO / DEFORMAÇÃO / METALOGENIA

Depósitos recentes, representados por pelitos de supramaré lamosa e areias de supramaré arenosa eólica, na região costeira.No interior do continente, estão bem representados ao longo dos principais cursos d´água, constituídos pelas areias de canaise pelitos de planícies de inundação e lagos de meandros abandonados.

Sistema continental, caracterizado por depósitos predominantemente fluvial - meandrantes, constituídos por conglomerados,arenitos com estratificações cruzadas acanaladas de pequeno porte e cruzadas tabulares, além de pelitos variegados, deplanícies de inundação; sistema marinho com influência de marés, caracterizados por arenitos de canais de intermaré (

), além de pelitos com resto de vegetais, interpretados como depósitos de supramaré lamosa.tidal

bundle

Arenitos grosseiros a conglomeráticos, arcosianos, coloração róseo clara a variegada. Em geral apresentam-sedesorganizados, podendo, localmente, ocorrer estruturas do tipo de estratificação cruzada acanalada;´prováveis lequesaluviais. Arenitos médios a grosseiros, matriz argilosa, caulínica, bem estruturados, apresentando conspícuas estratificaçõescruzadas acanaladas de pequeno porte e cruzadas tabulares, indicativas de depósitos de dunas subaquáticas e barras, de umsistema fluvial entrelaçado. Localmente ocorrem arenitos grosseiros a conglomeráticos, com estratificação cruzada lobada,formando corpos sigmoidais, provavelmente relacionados a depósitos deltaicos. Os níveis de pelitos são subordinados.

Diabásios de coloração verde escura, eqüigranulares, textura fanerítica média, constituídos essencialmente por ripas deplagioclásio e cristais de anfibólio; ocorrem na forma de corpos tabulares, com possanças métricas e extensões quilométricas,estando orientados preferenciamente segundo NNW-SSE.

Conglomerados suportados por matriz argilosa; os seixos são predominantemente de quartzo e, subordinadamente, demetamorfitos do Grupo Gurupi, com diâmetros desde 5cm até aproximadamente 50cm; ocorrem seixos facetados, às vezestípicos “ ferros de engomar”, indicativos de ambiente glacial. Arenitos com estratificações cruzadas acanaladas de pequenoporte e tabulares, típicos de ambiente fluvial entrelaçado. Intercalações de arenitos e pelitos, em leitos centimétricos a métricos,apresentando extratos truncados e acamamentos dos tipos , e , com os pelitos mostrando laminação plano-paralela e micro ondulações do tipo ; provável ambiente de planície de maré, com depósitos de intermaré areno-laminosa a inframaré com barras de plataforma.

Flaser Wavy LinsenCimbing

Conglomerados formados por seixos de quartzo imerso em matriz arenosa, às vezes apresentando palhetas de hematitaespecular; arenitos arcosianos, médios a grosseiros, cinza amarelados, com estratificações cruzadas acanaladas de pequenoporte e cruzadas tabulares; depósitos de leques aluviais, dunas subaquáticas e barras, respectivamente. Pelitosavermelhados, comprováveis truncamentos de baixo ângulo. Todo o conjunto apresenta-se cortado por vênulas e veios dequartzo, com possança de até 10cm; presença de dobramentos, com o desenvolvimento de foliação plano-axial.

Arenitos conglomeráticos, conglomerados de seixos e grânulos de quartzo e feldspato, com incipiente orientação do materialmais grosseiro e estruturas dos tipos estratificação cruzada acanalada de pequeno porte e cruzada tangencial, arenitosarcosianos, grosseiros a médios, formando grandes corpos lenticulares; pelitos muito subordinados. Depósitos de dunassubaquáticas e barras de um ambiente fluvial, do tipo entrelaçado. Presença de vênulas e veios de quartzo, com até de 5cm depossança, com eixos orientados segundo NW-SE, desenvolvimento de foliação plano-axial.

Rochas supracrustais integrantes da província geotectônica denominada “Terreno Granito do Noroeste doMaranhão”, representadas por uma seqüência vulcano-sedimentar, metamorfizada na facies xisto-verde, localmenteevoluindo para anfibolito baixo. Predominam xistos de naturezas diversas, filitos, metacherts, quartzitos, metaultramáfitos eprovável formação ferrífera. Presença freqüênte de veios de quartzo, por vezes auríferos, emprestando à Unidade umsignificativo interesse econômico.

Greenstone

Rochas supracrustais, intimamente associadas à província geotectônica denominada “Cinturão de Cisalhamento Tentugal”.Compreende uma seqüência vulcano-sedimentar, provavelmente relacionada a uma bacia , metamorfizada sobcondições de fácies xisto-verde e retrabalhada tectonicamente a taxas de deformação com intensidades variadas (proto aultramilonitos), em decorrência de um processo cisalhante, de caráter regional. Sâo rochas orto e paraderivadas, fortementeorientadas segundo NW-SE, englobando fundamentalmente xistos quartzosos à muscovita e / ou biotita e / ou clorita, xistosmagnesíferos e / ou carbonosos, filitos, metadacitos, e, subordinadamente, metaultramafitos, além de provávelformação ferrífera. Apresentam-se freqüentemente cortados por veios de quartzo, em geral “boudinados”, com extensõesmétricas a quilométricas e possanças centimétricas a métricas, portadores, em larga escala, de importantes mineralizaçõesauríferas. Morfologicamente, predomina um relevo pronunciado, com elevações em forma de cristais alinhados, com valesestreitos e profundos bem encaixados.

Greenstone

metarcherters

Extenso magmatismo bem caracterizado na porção setentrional da área do Projeto, constituído por intrusões granitóides, dedimensões batolíticas. São rochas de composição predominantemente ácida, de jazimento plutônico e “emplacement”anarogênico apresentando, em escala regional, um elevado índice de preservação, caracterizando um domínio geotectônicodo tipo terreno granito no qual a referida Suíte representa a componente granítica do par. Circunstancialmente,podem ser observados tipos miloníticos, relacionados à presença de zonas de cisalhamento discretas, de ocorrêncialocalizada. Petrograficamente, ocorre um amplo predomínio das variedades tonalíticas e trondhjemíticas, integrantes dasubunidade “Tonalito Cândido Mendes” - Plt (cm), caracterizadas por rochas de caráter peraluminoso, cálcioalcalinas de baixopotássio, provavelmente formadas a partir da fusão parcial de uma infracrosta anfibolítica. Os tipos essencialmente graníticos(sieno e monzogranitos) e passiveis de serem cartográfados, na escala de trabalho, receberam a denominação de “GranitoAreal” Plt (a), estando caracterizados por rochas peraluminosas, calcialcalinas de alto potássio, formadas a partir da fusãoparcial das rochas tonalíticas, em decorrência da liberação de calor após o resfriamento e cristalização dos tonalitos. A SuíteTromaí apresenta considerável interesse metalogenético, notadamente para as mineralizações auríferas primárias.

greenstone

PROGRAMA LEVANTAMENTOS GEOLÓGICOS BÁSICOS DO BRASILCARTA GEOLÓGICA - ESCALA 1:250.000 - ANEXO IFOLHA SA.23-V-D TURIAÇU

MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIASECRETARIA DE MINAS E METALURGIA

CPRM - SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL

CARTA GEOLÓGICAFOLHA TURIAÇU, SA. 23-V-D

ESCALA 1:250.000-CPRM,2001

43º30'

43º30'

46º30'

46º30'

45º00'

45º00'

48º00'

48º00'0º00' 0º00'

1º00' 1º00'

2º00' 2º00'

3º00' 3º00'

ARTICULAÇÃO DA FOLHA

TURIAÇU

SA.23-V-D

PINHEIRO

SA.23-Y-B

SÃO LUÍS

SA.23-Z-A

CURURUPU

SA.23-X-C

RIO CAPIM

SA.23-Y-A

CASTANHAL

SA.23-V-C

SALINÓPOLIS

SA.23-V-A

BAÍA DE EMBORAI

SA.23-V-A

Base planimétrica e tema digitalizados pela Divisão de Cartografia-DICART, a partir dafolha SA.23-V-D Turiaçu, na escala 1:250.000, 1 edição, 1 impressão, DSG, 1984.A digitalização dos dados temáticos e atualização da base planimétrica foramtransferidos, visualmente, pelos técnicos responsáveis da Superintendência Regionalde Belém - SUREG-BE, responsáveis pelos trabalhos de campo, visualmente, a partirde fotografias aéreas e imagens de satélite.Compilação e orientação na SUREG-BE: José Maria do Nascimento Pastana e MariaTelma Lins Faraco.

a a

Esta carta foi produzida em meio digital e para publicação na Internet em dezembro de2001, utilizando os mesmos dados da carta impressa em 1994, pela Divisão deCartografia-DICART/Departamento de Apoio Técnico-DEPAT/Diretoria de RelaçõesInstitucionais e Desenvolvimento - DRI.Diretor da DRI: Paulo Antônio Carneiro DiasChefe do DEPAT: Sabino Orlando C. LoguercioChefe da DICART: Paulo Roberto Macedo BastosEditoração cartográfica:Wilhelm Petter de Freire Bernard (coord.), Maria LuizaPoucinho, Luiz Guilherme de Araujo Frazão e João Batista Silva dos Santos.Digitalização: Marília Santos Salinas do Rosário (coord.) e Luiz Cláudio FerreiraRevisão: Carlos Alberto da S.Copolillo e Paulo José da Costa Zilves

CARTA GEOLÓGICAESCALA 1:250.000

PROJEÇÃO UNIVERSAL TRANSVERSA DE MERCATOR

Origem da quilometragem UTM: Equador e Meridiano Central 45º W. Gr.Acrescidas as constantes: 10.000 e 500 km, respectivamente

Datum horizontal: SAD-69 - MGDeclinação magnética do centro da folha em 1994: 19º49’W, cresce 5,7’anualmente

15 20 km1005 5

2001

Serviço Geológico do BrasilCPRM

LOCALIZAÇÃO DA FOLHA

PARÁ

AMAPÁ

48º

48º

42º

42º

54º

54º

60º

60º4º4º

0º0º

4º4º

8º8º

MARANHÃO

PIAUÍ

CE

PEMT TO

AM

OCEANOATLÂNTIC

OI. deMarajó

Autores:

Supervisor: Raimundo Geraldo Nobre Maia

oordenador nacional do PGC Orlando José B. deAraújo e

José Maria do Nascimento PastanaCarlos Alberto Serra de Faria

O Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil - PLGB / ProgramaGrande Carajás - PCG são executados pela CPRM - Serviço Geológico do Brasilatravés de suas Unidades Regionais, sob a coordenação do Departamento deGeologia- DEGEO.Esta carta foi executada pela Superintendência Regional de Belém/BE , tendosido concluído em julho de 1992, sob a coordenação regional do geólogo PauloAugusto da Costa Marinho, c

coordenação nacional do PLGB do geólogo Inácio de MedeirosDelgado.

Contato estratigráfico aproximado

Contato litológico aproximado

Contato definido pela magnetometria

Falha / fratura encoberta

Lineamento fotogeológico, podendosignificar falha ou fratura indiscri-minada

Estrutura antiforme,com mergulho doeixo indicado

Estrutura sinforme, com mergulho doeixo indicado

Diques básicos

Foliação milonítica com mergulhomedido

Lineação de estiramento com mergu-lho medido e sentido de transporteiindicado

Lineação de estiramento com sentidode transporte indicado

Mergulho de camada com valormedido

Mergulho de camada com sentidoindicado

Camada horizontalizada

Garimpo em atividade

Garimpo abandonado

Afloramento

55

30

40

M

Page 176: PROGRAMA LEVANTAMENTOS GEOLÓGICOS BÁSICOS DO BRASILrigeo.cprm.gov.br/jspui/bitstream/doc/3062/1/Projeto Turiaçu, Pinheiro.pdf · COM PA NHIA DE PES QUI SA DE RE CUR SOS MI NE RAIS

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M

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M

M

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M

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M

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Au 0,02Hg 0,14

Au 0,02Hg 0,15

Au 0,02Hg 0,07

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Au 0,22Hg 0,07

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Au 0,02Hg 0,07Au 0,22

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Hg 0,05

Hg 0,02

Hg 0,02

Au 0,02Hg 0,07

Au 0,02Hg 0,06

Au Hg

Au 0,02Hg 0,13

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Au 0,02Hg 0,05

Au 0,02Hg 0,05

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45Au

55Au 56 Au

57 Au

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70 Au

82 Au

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90 Au

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III

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91 Au

85 Au

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92 Au

86Au

75 Fe

65 Au

62 Au

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51 Au

48 Au

47Au

42Au40 Au

36 Au 37Au32 Bx

24 Bx

23Bx

19 Mn

18 Bx

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38 Bx

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67 TiZr

60 Ti Zr

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52 Ti Zr est

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99 BRT

43 Bx

63 BRT

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61 Au

79 Au78 Mn

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30 Au

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Rb/Sr

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2000

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BAÍA DO MARACAÇUMÉ

BAÍA DE MUTUOCA

BAÍA DE TURIAÇU

OCEANO

ATLÂNTICO

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GURUPI

Rio Gurupi-Mirim

Itapuriteuva

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Baía do Piracau

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Baía do Tromaí

Iririaçu

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Tucumarequara

Narativa

VISEU

CARUTAPERA

LUÍS DOMINGUES

GODOFREDO VIANA

CÂNDIDO MENDES

TURIAÇU

PA

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RA

NH

ÃO

Araí

Fernandes Belo

Itapixuna

Emboraí

S. Josédo Gurupi

Camiranga

Estandarte

Bacuri

Barão de Tromaí

Aurizona

Manaus

NovaOlinda

Curva GrandeBela Vista

Curupaiti

S.Josédo Piri

Taximira

Biteus

Limondeva

Peroba

Maratauna

Alegre

VilaGracinhaCajual

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Parada Tauri

Vila Olho d’Água

Vila Amadeu

Cidapar

Zé dos Santos

BaixinhosJoão dosSantos

Igarapé de Areia

Colônia Nova

Alto Bonito

BelaVista

Mariana Velha

Cantinho

Glória

Campinho

Colônia Osório

Colônia Militar

Quatro Bocas

Amapá

Açaiteua

Farol Pedra Grande

ÌlhaS. Joãozinho

Ilha Irmãos

IlhaPiracau

Ponta da Praia Grande

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S.Jorge

Ilha Adeuzinho

Ponta Andrade

Ilha Mutuoca

Ponta MansinhaIlha Jabaroca

Ilha Malhado

Ilha Japariguaba

Ilha Inglês

Pontada Mutuoca

BR-316

BR-316

Estrada sem pavimentação,tráfego permanente

Estrada sem pavimentação;tráfego periódico

CIDADE

Vila, povoado

Estrada pavimentada

Limite interestadual

Caminho

Curso de água permanente

Lagoa periódica

PROGRAMA LEVANTAMENTOS GEOLÓGICOS BÁSICOS DO BRASILCARTA METALOGENÉTICA / PREVISIONAL - ESCALA 1:250.000 - ANEXO IIFOLHA SA.23-V-D TURIAÇU

MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIASECRETARIA DE MINAS E METALURGIA

CPRM - SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL

CARTA METALOGENÉTICA / PREVISIONALFOLHA TURIAÇU, SA. 23-V-D

ESCALA 1:250.000-CPRM,2001

Contato concordante, limite de lente ecorpos intrusivos

Falha indiscriminada de fratura diversa

Falha encoberta

Atitude de estratificação inclinada

Atitude de foliação inclinada

Discordância

Anticlinal normal sem caimento

Sinclinal normal com caimento

30

ar / a - arenito, aluvião

ac - arenito, conglomerático

cp - conglomerado polimítico

gr/gd - granitóide anorogênico: granito, granodiorito

tl / th - granitóide anorogênico: tonalito, trondhjemito

Pequenas intrusões básicas: diabásio.

vs - seqüência metavulcano-sedimentar com emissões decomposições variadas.

ASSOCIAÇÃO DE LITÓTIPOS

ROCHAS SEDIMENTARES ROCHAS ÍGNEAS ROCHAS METAMÓRFICAS

43º30'

43º30'

46º30'

46º30'

45º00'

45º00'

48º00'

48º00'0º00' 0º00'

1º00' 1º00'

2º00' 2º00'

3º00' 3º00'

ARTICULAÇÃO DA FOLHA

TURIAÇU

SA.23-V-D

PINHEIRO

SA.23-Y-B

SÃO LUÍS

SA.23-Z-A

CURURUPU

SA.23-X-C

RIO CAPIM

SA.23-Y-A

BAÍA DE EMBORAI

SA.23-V-B

CASTANHAL

SA.23-V-C

SALINÓPOLIS

SA.23-V-A

Base planimétrica e tema digitalizados pela Divisão de Cartografia-DICART, a partir dafolha SA.23-V-D Turiaçu, na escala 1:250.000, 1 edição, 1 impressão, DSG, 1984.A digitalização dos dados temáticos e atualização da base planimétrica foramtransferidas, visualmente, pelos técnicos responsáveis da Superintendência Regionalde Belém - SUREG-BE, responsáveis pelos trabalhos de campo, visualmente, a partirde fotografias aéreas e imagens de satélite.Compilação e orientação na SUREG-BE: Jose Maria do Nascimento Pastana e MariaTelma Lins Faraco.

a a

Esta carta foi produzida em meio digital e para publicação na Internet em dezembro de2001, utilizando os mesmos dados da carta impressa, pela Divisão de Cartografia-DICART/Departamento de Apoio Técnico-DEPAT/Diretoria de Relações Institucionais eDesenvolvimento - DRI.Diretor da DRI: Paulo Antônio Carneiro DiasChefe do DEPAT: Sabino Orlando C. LoguercioChefe da DICART: Paulo Roberto Macedo BastosEditoração cartográfica:Wilhelm Peter de Freire Bernard (coord.) Maria Luiza Poucinho,Luiz Guilherme de Araujo Frazão e João Batista Silva dos Santos.Digitalização: Marília Santos Salinas do Rosário (coord.) e Luiz Cláudio FerreiraRevisão: Carlos Alberto da S.Copolillo e Paulo José da Costa ZilvesRevisão na DIEDIG: Antonio Lagarde

CARTA METALOGENÉTICA / PREVISIONALESCALA 1:250.000

PROJEÇÃO UNIVERSAL TRANSVERSA DE MERCATOR

Origem da quilometragem UTM: Equador e Meridiano Central 45º W. Gr.Acrescidas as constantes: 10.000 e 500 km, respectivamente

Datum horizontal: SAD-69 - MGDeclinação magnética do centro da folha em 1994: 19º49’W, cresce 5,7’anualmente

15 20 km1005 5

2001

Serviço Geológico do BrasilCPRM

LOCALIZAÇÃO DA FOLHA

PARÁ

AMAPÁ

48º

48º

42º

42º

54º

54º

60º

60º4º4º

0º0º

4º4º

8º8º

MARANHÃO

PIAUÍ

CE

PEMT TO

AM

OCEANOATLÂNTIC

OI. deMarajó

Autores:Metalogenia:Geoquímica:Geofísica:

oordenadornacional do PGC Orlando José B. de Araújo e

Maria Telma Lins FaracoEric dos Santos Araújo

Ruy Célio Martiins e João Batista F. de Andrade

O Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil - PLGB éexecutado pela CPRM - Serviço Geológico do Brasil através de suasUnidades Regionais, sob a coordenação do Departamento deGeologia- DEGEO.Este projeto foi executado pela Superintendência Regional deBelém/BE , tendo sido concluído em julho de 1992, sob a coordenaçãoregional do geólogo Paulo Augusto da Costa Marinho, c

coordenação nacionaldo PLGB do geólogo Inácio de Medeiros Delgado.

7778798081828384858687888990919293949596979899100101102103104105106107108109110111112113114115116

OuroManganêsOuroOuroTitânioOuroOuroOuroOuroOuroOuroOuroOuroOuroOuroOuroOuroOuroOuroOuroOuroOuroBritaOuroOuroOuroOuroBritaOuroOuroFerroArgilitoArgilitoArgilitoOuroOuroOuroOuroOuroOuro

Garimpo em AtividadeOcorrênciaGarimpo AbandonadoGarimpo em atividadeOcorrênciaGarimpo em AtividadeGarimpo em AtividadeGarimpo AbandonadoGarimpo AtividadeGarimpo AtividadeGarimpo AbandonadoGarimpo em AtividadeGarimpo em AtividadeGarimpo AbandonadoGarimpo em AtividadeGarimpo em AtividadeGarimpo em AtividadeGarimpo em AtividadeGarimpo em AtividadeGarimpo em AtividadeGarimpo em AtividadeGarimpo em AtividadeOcorrênciaGarimpo em AtividadeGarimpo em AtividadeGarimpo em AtividadeGarimpo em AtividadeOcorrênciaGarimpo em AtividadeGarimpo em AtividadeOcorrênciaOcorrênciaOcorrênciaOcorrênciaGarimpo em AtividadeGarimpo em AtividadeGarimpo em AtividadeGarimpo em AtividadeGarimpo em AtividadeGarimpo em Atividade

Ig. PimentaRio MaracaçuméCândido MendesBarão do TromaíBaía do TuriaçuRio TromaíBaía do MutuocaRio TromaíIg. UrubuquaraIg. PoçãoRio CaqueiroRio TuriaçuRio TuriaçuRio TramaíRio MaracaçuméRio MaracaçuméRio LimãoRio LimãoRio CaqueiroRio CaqueiroRioTuriaçuIlha InglêsIg.AningalRio das AntasRio TuriaçuIlha InglêsIlha InglêsRio ArirambaRio UbiráRio TuriaçuRio CurumiCamirangaCamirangaCamirangaIg. São PedroRio MacaxeiraRio MacaxeiraIg. CotiaIg. CotiaIg.Areia Branca

Rocha GraníticaRocha GraníticaRocha GraníticaRocha GraníticaSedimento AluvionarRocha GraníticaRocha GraníticaRocha GraníticaRocha GraníticaRocha GraníticaRocha GraníticaSedimentos AluvionaresSedimentos AluvionaresRocha GraníticaRocha SedimentarRocha SedimentarRocha SedimentarRocha SedimentarRocha SedimentarRocha SedimentarRocha GraníticaSedimento AluvionarRochas GraníticasRocha SedimentarSedimento AluvionarSedimento AluvionarSedimento AluvionarRocha SedimentarRocha SedimentarSedimentos AluvionaresRocha SedimentarRocha SedimentarRocha SedimentarRocha SedimentarRocha SedimentarRocha SedimentarRocha SedimentarRocha SedimentarRocha SedimentarRocha Sedimentar

LenticularNão-EspecificadaLenticularLenticularLenticularLenticularLenticularLenticularLenticularLenticularLenticularLenticularLenticularLenticularLenticularLenticularLenticularLenticularLenticularLenticularLenticularLenticularNão-EspecificadaLenticularLenticularLenticularLenticularNão-EspecificadaLenticularLenticularNão-EspecificadaEstratiformeEstratiformeEstratiformeLenticularLenticularLenticularLenticularLenticularLenticular

46

47

48

49

5051

52535455

5657

58

59606162636465666768697071

7273747576

Manganês

Ouro

Ouro

Ouro

OuroOuro

TitânioNíquelBritaOuro

OuroOuro

Ouro

TitânioTitânioOuroOuroBritaOuroOuroOuroTitânioTitânioTitânioOuroOuro

OuroCalcárioTitânioFerroOuro

Ocorrência

Garimpo em Atividade

Garimpo em Atividade

Garimpo em Atividade

Garimpo em AtividadeGarimpo em Atividade

OcorrênciaOcorrênciaOcorrênciaGarimpo em Atividade

Garimpo em AtividadeGarimpo em Atividade

Garimpo em Atividade

OcorrênciaOcorrênciaGarimpo AbandonadoGarimpo AbandonadoOcorrênciaGarimpo em AtividadeGarimpo em AtividadeGarimpo em AtividadeOcorrênciaOcorrênciaOcorrênciaGarimpo AbandonadoGarimpo em Atividade

Garimpo em AtividadeOcorrênciaOcorrênciaOcorrênciaGarimpo em Atividade

Rod.Luis DominguesGodofredo VianaJuiz de Fora

Flexal

Barriguda

Baía MaracaçuméPiaba

Baía do MutuocaRio PiriáIg.ItaporiteuaRio Jaboti

Rio IririaçuRosilha

Pedra de Fogo

Ilha da MutuocaPonta MansinhaRio TromaíRio TromaíRio TromaíRio MaracaçuméCaxiasEstandarteBaía de TuriaçuRio TromaíIlha MalhadaIg.CaranandivaUbim

CaxiasBarão de TromaíAfluente Rio TromaíRio TromaíIIg. Pimenta

Rocha Sedimentar

Rocha Metavulcano-Sedimentar

Rocha Metavulcano-Sedimentar

Sedimento Aluvionar

Sedimento AluvionarSedimento Aluvionar/veio

Sedimento AluvionarLateritoRocha SedimentarRocha Granítica

Rocha GraníticaRocha Granítica

Rocha Granítica

Sedimento AluvionarSedimento AluvionarRocha GraníticaRocha GraníticaRocha GraníticaRocha GraníticaRocha GraníticaRocha GraníticaSedimento AluvionarSedimento AluvionarSedimento AluvionarRocha GraníticaRocha Granítica

Rocha GraníticaRocha SedimentarSedimento AluvionarRocha GraníticaRocha Granítica

Mn0 - 31,6%

Tm= 3,2g/m (barranco)19,7g/m (cascalho)

Tm= 1,47g/m (barranco)3,9g/m (cascalho)

Tm= 1,8g/m (barranco)3,7g/m (cascalho)

Tm= 14,4g/m (barranco)22,7g/m (cascalho)

Tm= 0,38g/m (barranco)1,24g/m (cascalho)

Tm= 5,5g/m (barranco)1,24g/m (cascalho)

50 pintas milimétricas /40m

Tm= 5,5g/m (barranco)16,4g/m (cascalho)

Tm=3,81g/m

2

2

2

2

3

3

3

3

3

3

3

3

3

3

3

3

Estratiforme

Lenticular

Lenticular

Lenticular

LenticularLenticular

LenticularEstratiformeNão-EspecificadaLenticular

LenticularLenticular

Lenticular

LenticularLenticularLenticularLenticularNão-EspecificadaLenticularLenticularLenticularLenticularLenticularLenticularLenticularLenticular

Lentic./FilonianaNão-EspecificadaLenticularNão-EspecificadaLenticular

N deRef.

o SUBSTÂNCIAMINERAL

STATUS DAMINERALIZAÇÃO

TOPONÍMIA MORFOLOGIA ROCHA ENCAIXANTE /HOSPEDEIRA ASSOCIADA

DADOS ECONÔMICOS

1234567891011121314151617181920212223242526272829303132333435363738

3940414243

4445

TitânioTitânioCalcárioBauxitaTitânioBauxitaTitânioTitânioCalcárioEstaurolitaCalcárioBauxitaTitânioOuroTitânioTitânioTitânioBauxitaManganêsTitânioCalcárioCalcárioOuroBauxitaBauxitaBritaBauxitaOuroOuroOuroOuroBauxitaOuroOuroOuroOuroOuroBauxita

TitânioOuroFosfatoOuroBauxita

OuroOuro

Ocorrência

OcorrênciaDepósitoOcorrênciaOcorrênciaOcorrênciaOcorrênciaOcorrênciaOcorrênciaOcorrênciaDepósitoOcorrênciaOcorrênciaOcorrênciaOcorrênciaOcorrênciaOcorrênciaOcorrênciaOcorrênciaOcorrênciaOcorrênciaGarimpo em AtividadeOcorrênciaOcorrênciaOcorrênciaDepósitoGarimpo em AtividadeGarimpo AbandonadoGarimpo em AtividadeGarimpo em AtividadeOcorrênciaGarimpo em AtividadeGarimpo abandonadoGarimpo em AtividadeGarimpo em AtividadeGarimpo abandonadoDepósito

OcorrênciaGarimpo em AtividadeOcorrênciaGarimpo em AtividadeDepósito

OcorrênciaGarimpo em Atividade

OcorrênciaFarol Pedra GrandePonta Quebra RemoIg. EmboraíPonta Quebra RemoIlha São JoãozinhoRio PiriáIlha IrmãosIlha São JorgeIlha São JoãozinhoRio EmboraíFernandes BelloRio PiriáAfl. Faz. Rio GurupiBaía do IririmirimBaía do TuriaçuIlha São JorgeBaía do TromaíSerra do PirocauaSerra do PirocauaIlha AdeuzinhoCarutaperaRio IririmirimSerra do PirocauaSerra do PirocauaIlha AdeuzinhoRio GurupiRio PiriáSerra do PirocauaRio PiriáRio Gurupi e BRRio IririaçuIlha de PirocauaRio GurupiRio IririmirimRio IririaçuAurizonaRio MaracaçuméRio Maracaçumé

Baía de MaracaçuméAurizonaRio MaracaçuméRio TromaíAurizona

Rio IririraçuCavala

Ca0=16,9%,Mg0=10,5%R=5.200.00.000t

Ca0=21,5%,Mg0=9,7%

Ca0=19,6%,Mg0=12,7%R=4.500.000t

50 Pintas / 40 e

Ca0=21,5%,Mg0=9,7%

R=7.500.000t

Tm=0,1ppm

R=7=11.10 t,P 0 =23,9AI 0 =32,1

T=2g/m2

R=10a12,10 t de bx,P203=14,26%200 pintas/mTm=5,32/m (barranco)36,57g/m (cascalho)

6

6

3

3

3

2 5

2 3

Sedimento AluvionarSedimento AluvionarRocha SedimentarRocha SedimentarSedimento AluvionarRocha Metavulcano-SedimentarSedimento AluvionarSedimento AluvionarRocha SedimentarSedimento AluvionarRocha Metavulcano-SedimentarRocha Metavulcano-SedimentarSedimento AluvionarSedimento AluvionarSedimento AluvionarSedimento AluvionarSedimento AluvionarRocha SedimentarRocha SedimentarSedimento AluvionarRocha SedimentarRocha SedimentarSedimento AluvionarRocha SedimentarRocha SedimentarRocha GraníticaRocha Metavulcano-SedimentarSedimento AluvionarSedimento AluvionarRocha SedimentarSedimento AluvionarRocha SedimentarSedimento AluvionarSedimento AluvionarRocha GraníticaRocha Metavulcano-SedimentarRocha Metavulcano-SedimentarRocha Sedimentar

Sedimento AluvionarRocha Metavulcano-SedimentarRocha SedimentarRocha Metavulcano-SedimentarRocha Metavulcano-Sedimentar

Sedimento AluvionarSedimento Aluvionar

LenticularLenticularEstratiformeEstratiformeLenticularEstratiformeLenticularlenticularEstratiformeLenticularEstratiformeEstratiformeLenticularLenticularLenticularLenticularLenticularEstratiformeNão-especificadaLenticularEstratiformeEstratiformeLenticularEstratiformeEstratiformeNão-especificadaEstratiformeLenticularLenticularLenticularLenticularEstratiformeLenticularLenticularLenticularLenticularLenticularEstratiforme

LenticularLenticularEstratiformeLenticularEstratiforme

LenticularLenticular

LISTAGEM DE RECURSOS MINERAIS

CLASSE DE JAZIMENTO

ASSOCIAÇÃO MINERALÓGICA (mineral - minério sublinhado)

QUIMISMO

detrítico em pláceres de alteração superficial sedimentares e/ou associados aseqüências sedimentares

SUBSTÂNCIAS MINERAIS

MORFOLOGIA (orientada na direção dos corpos)

FeMn

Não-sublinhado: metal nativo, óxido ou hidróxido (Ex.: Au, Ti, Mn, Bx)Sublinhado simples: sulfeto (Ex.: )Fe

Ti, Zr, est, PS: , zircão, (estaurolita), (pedras semipreciosas): 1,2,7,8,15,16,17,39, 52,59,74.Ilmenita

O símbolo morfológico, quando tracejado, representa jazimento subaflorante.

Sublinhado com dois traços: silicato (Ex.: )estSublinhado duplo: carbonato (Ex.: )cc

Au, HgP

Ti, ZrBx - Bauxita

AGL - ArgilitoCC - Calcário

LTR - LateritoBRT - Brita

est - EstraurolitaPS - Pedra semipreciosa

estratiforme lenticular indeterminada ou não-conhecida

CARACTERÍSTICAS DOS JAZIMENTOS

CONVENÇÕES METALOGENÉTICAS

INDÍCIOS INDIRETOS DE MINERALIZAÇÕES

INDÍCIOS GEOQUÍMICOS

Zonas estatisticamente anômalas ou comsignificância geoquímica.

em sedimento de corrente para Cr e Co (1a. ordem),para Hg (2a ordem) e para Ni e As (3a ordem)

em sedimento de corrente paraouro (Au) e mercúrio (Hg).

INDÍCIOS GEOFÍSICOS

Corpo magnético tabular decomprimento superior a largura

Contorno de zona de suscepti-bilidade magnética (M) anômala

Anomalia magnética circularou elíptica, não modelada.

Falha detectada por magneto-metria (M), com movimentodirecional indicado

Contorno de substrato das cober-turas correspondendo a elevações(altos) indicadas pela gravimetria (G).

Contorno de substrato das coberturas, correspondento a depressões(baixos) indicadas pela gravimetria(G).

Estações AnômalasValores em ppm.

x

Cr1 Co1 Hg2 Ni3 As3

Au, Hg

M

M

MG

G

M

ll

ll

ll

ll

l l

ll

TAMANHO SITUAÇÃO ATUAL CATEGORIAS

Substância Pequeno Médio Grande Unidade

Ouro

Bauxita

10

2.106 20.106 200.10 t6

10 t3100 Au

Al O tot2 3

médio

pequeno

ativo inativo

depósitogarimpo

DADOS ECONÔMICOS

OURO

: Corresponde às rochas supracrustais arqueo-proterozóicas do GrupoAurizona, consistindo em xistos de naturezas diveras, filitos, ,quartzitos, metaultramáfitos e provável formação ferrífera, metamorfizadosem facies xistos verde, com evolução local à facies anfibolito. É freqüente apresença de veios de quartzo, às vezes auríferos, cortando essas rochas etornando-as interessantes sob aspecto metalogenético/econômico. No âmbitodessa unidade, estão registrados sete garimpos de ouro em atividade, umparalisado, além de um depósito de bauxita. O registro de todos esses dadosfaz com que a área seja considerada provável portadora de concentraçãoaurífera economicamente interessante. Além de ouro, a presença de umdepósito de bauxita (43), é sugestiva de que possíveis jazimentos desseminério possam ocorrer.

: Compreende parte da Suíte Intrusiva Tromaí (Proterozóico Inferior),envolvendo tanto as rochas do Tonalito Cândido Mendes, como as do GranitoAreal. O primeiro essencialmente constituído por tonalito / trondhjemito comvariedades subordinadas de granodioritos e adamelito, enquanto que nosegundo predominam as variedades graníticas. Ambos os tipos apresentamcaracterísticas ígneas bem preservadas, em decorrência da poucadeformação (apenas localmente é observado o desenvolvimento de discretaszonas de cisalhamento, com geração de milonitos) e do incipientehidrotermalismo/metamorfismo. Essas rochas representam um extensomagmatismo de intrusões polifásicas geradas por diversas pulsações, de talmaneira que o Granito Areal foi originado por uma pulsação tardia e distinta dageradora do Tonalito Cândido Mendes. Toda a Suíte intrusiva Tromaí éintegrante de composição granítica de “par” granito- e. A existência,no âmbito da área em questão, de dez garimpos de ouro em atividade, seisparalisados, além de uma ocorrência de ouro aluvionar, aliada ao fato dosgranitos serem intrusivos em seqüência supracrustal tipo ,que constitue o Grupo Aurizona e nas supracrustais do Grupo Gurupi, ambosportadores de veios de quartzo, auríferos (metalotectos de ouro na áreaestudada); permite que a considere possível detentora de mineralização. Essafavorabilidade é ainda mais acentuada pelo registro de zona desusceptibilidade magnética ocorrente dentro da área, interpretada pelageofísica como decorrente da presença de porções máfico-ultramáficas doGrupo Gurupi em subsuperfície, que seriam assimiladas e/ou atravessadaspela Suíte Granítica.

Envolve parte da Suíte Intrusiva Tromaí, representada pelo TonalitoCândido Mendes, e parte da Formação Itapecuru. No primeiro há registro desete garimpos de ouro em atividade e um paralisado, enquanto que naFormação Itapecuru existem sete garimpos assinalados, sendo todos ematividade. Esses garimpos e a comprovada favarabilidade das rochas da SuíteIntrusiva Tromaí à mineralização aurífera, permitem a classificação da áreacomo possível contentora de tal mineralização.

: Embora contendo o registro de apenas um garimpo abandonado deAu, a área contém rocha do Grupo Aurizona que é a seqüência supracrustalmetavulcano-sedimentar dos terrenos granito- na folha Turiaçu. Porconseguinte, potencialmente susceptível de conter ouro.

Não há registro de mineralização aurífera. Todavia, comocorrespondem a afloramentos de rochas do Grupo Aurizona, estão sendoconsiderados potenciais hospedeiros da mineralização de ouro.

BAUXITA

A presença de um depósito de bauxita (43), desennvolvido poralteração supergênica de rochas do Grupo Aurizona, com reserva estimada de10 a 12,10 t de minério, além teor de P 0 na ordem de 14,16%, tornam essaárea favorável ao desenvolvimento de jazimentos desse mineral.

: As rochas do Grupo Aurizona ocorrentes nessa área, contêm doisdepósitos de bauxita com reserva de 4,5.10 t e outro com 77,5.10 t. Isso fazcom que a área seja considerada possível portadora de outras mineralizaçãodesse tipo.

: Envolvem rochas do Grupo Aurizona, e embora não contenhamqualquer mineralização supergênica registrada, são potencialmentefavoráveis.

Área I

Área II

Área III:

Área IV

Áreas V e VI:

Área I:

Area IV

Áreas V e VI

metacherts

greenston

greenstone belt

grenstone

6

6 6

2 5

PROVÁVEL: POSSÍVEL: POTENCIAL:área de rocha hospedeira e/ouestrutura favorável, com mina,garimpo, jazida e/ou anomaliasgeoquímicas / geofísicas.

área de rocha hospedeira e/ouest ru tura favorável , comraridade de indícios, direto ouindireto, de minralizações.

ÁREAS MINERALIZADAS/PREVISIONAIS

CARACTERÍSTICAS DAS ÁREAS

área de rocha hospedeira e/ouest ru tura favorável , comgarimpo, além de depósito eocorrências minerais, indíciose/ou anomalias geoquímicas /geofísicas.

COLUNA TECTONO-ESTRATIGRÁFICA

PLATAFORMA(p) CINTURÕES OROGÊNICO (o)

CINTURÕES METAMÓRFICOS DOBRADOS

REGIME TECTÔNICO

Distensivo (d)Transcorrente (t)Compressivo ©

EVENTO BRASILIANO

EVENTO RONDONIANO

Sin-tectônico (1)Tardi-tectônico (2)Pós-tectônico (3)

ESTÁGIO TECTÔNICOSeqüências metamórficasde baixo a alto grau.

SUÍTES PLUTÔNICA E VULCÂNICASEVENTO TRANSAMAZÔNICO

(ÍGNEAS E METAÍGNEAS)

COBERTURAS PLATAFORMAIS

pQhal

pTfl

dKdK3

pKct

pStr

pPM2ct

nA/PIvs

dTgc3

SA/PImv3

dTttg3

EVENTO AROENSE

CINTURÕES DE CISALHAMENTO (s)NÚCLEOS ANTIGOS (n)

ESTÁGIO PERMÓVEL DA CROSTA

PM

PS

Seqüências sedimentares e vulcânicasnão-metamórficas ou metamórficas degrau muito baixo.

Seqüência clástica degravidade-aluvião.

Seqüênciafluvial.

Seqüênciaitransicional.

Seqüênciacontinental.

Seqüência vulcâno-sedimentar do tipo

ousimilar.greenstone belt

T o n a l i t o -Trondhjemito doregime distensi-vo pós-tectôni-co, transamazô-nico.

Seqüência vulcano-sedimentar com me-tassedimentos pelíti-cos, psamíticos e quí-micos exalativos alémde expressiva contri-buição de rochas me-tavulcânicas máficase félsicas.

Granito calcial-calino pós-tectô-nico de regimedistensivo, tran-samazônico.

Seqüênciacontinental.

Dique básico doregime distensi-vo de Cretáceoinferior.

GE

OC

RO

NO

LO

GIA

(m.a

.)

CR

ON

OE

ST

RA

TIG

RA

FIA

PZ

Q

MZ

CZ

T

0

1.000

3.200

2.600

2.600

1.900

K

TRJ

AI

AS

PI

235

570

65

Rb / Sr

2.000IDADES RADIOMÉTRICAS

convencional

+

+

+

+

+

+

+

+

+

+

+

+

+

+

+

++

+

++

+

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v v v v

PRINCIPAIS FONTES DE INFORMAÇÃO

1º00’

1º30’

2º00’45º00’45º30’46º00’46º30’

2º00’

1º30’

1º00’46º30’ 46º00’ 45º30’ 45º00’

OCEANOATLÂNTICO

+

+

+

+

+

+

+

+

v v v v

v v v v

CAMPBELL,D.F.et ali. - 1949

MESSNER, J.C &WOOLDRIGE -1964

CUNHA, F.M.B. - 1968

COSTA, J.L. et ali. - 1975

COSTA, J.L. et ali. - 1977

FRANCISCO, B.H.R.et al. - 1971 BRASIL - DNPM

ALMARAZ, J.S.U. &ROSEMBERG - 1972

9780kmN

9800

9860

9880

500

9800

9820

9840

9860

500340 380 400 420 440 460 480

340kmE 360 380 400 420 440 460 480

9820

9840

360

2 00'º2 00'º46 30'º

1 00'º

15’ 15’

30’ 30’

45’45’

46 30' W GREENWICHº1 00'º

45º00'

45 00'º46 00'º

46 00'º

15’

15’

45’

45’

30’

30’

15’

15’

Page 177: PROGRAMA LEVANTAMENTOS GEOLÓGICOS BÁSICOS DO BRASILrigeo.cprm.gov.br/jspui/bitstream/doc/3062/1/Projeto Turiaçu, Pinheiro.pdf · COM PA NHIA DE PES QUI SA DE RE CUR SOS MI NE RAIS

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Aldeia Iapu

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Santa Filomena

Maracaçumé

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Centro

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9680km N

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360 400 420 440 480

340km E 360 460 480

SEÇÃO GEOLÓGICA ESQUEMÁTICA COMPOSTA, A NÍVEL CRUSTAL

Base planimétrica e tema digitalizados pela Divisão de Cartografia-DICART, a partir dafolha SA.23-Y-B Pinheiro, na escala 1:250.000, 1 edição, 1 impressão, DSG, 1984.A digitalização dos dados temáticos e atualização da base planimétrica foramtransferidos, visualmente, pelos técnicos responsáveis da Superintendência Regionalde Belém - SUREG-BE, responsáveis pelos trabalhos de campo, visualmente, a partirde fotografias aéreas e imagens de satélite.Compilação e orientação na SUREG-BE: Jose Maria do Nascimento Pastana e MariaTelma Lins Faraco.

a a

Esta carta foi produzida em meio digital e para publicação na Internet em dezembro de2001, utilizando os mesmos dados da carta impressa em 1994, pela Divisão deCartografia-DICART/Departamento de Apoio Técnico-DEPAT/Diretoria de RelaçõesInstitucionais e Desenvolvimento - DRI.Diretor da DRI: Paulo Antônio Carneiro DiasChefe do DEPAT: Sabino Orlando C. LoguercioChefe da DICART: Paulo Roberto Macedo BastosEditoração cartográfica:Wilhelm Peter de Freire Bernard (coord.) Ivan Soares dosSantos, Afonso Lobo, Luiz Guilherme de Araujo Frazão e João Batista Silva dos Santos.Digitalização: Marília Santos Salinas do Rosário (coord.) e Luiz Cláudio FerreiraRevisão: Carlos Alberto da S.Copolillo e Paulo José da Costa Zilves

Autores:

Supervisor: Raimundo Geraldo Nobre Maia

oordenador nacional do PGC Orlando José B. de Araújo e

José Maria do Nascimento Pastana eCarlos Alberto Serra de Faria

O Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil - PLGB é executado pelaCPRM - Serviço Geológico do Brasil através de suas Unidades Regionais, sob acoordenação do Departamento de Geologia- DEGEO.Este projeto foi executado pela Superintendência Regional de Belém/BE , tendo sidoconcluído em julho de 1992, sob a coordenação regional do geólogo Paulo Augusto daCosta Marinho, ccoordenação nacional do PLGB do geólogo Inácio de Medeiros Delgado.

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REGIME DISTENSIVO - BACIAS / PLUTONISMO BÁSICO

REGIME DISTENSIVO - BACIAS

ARRANJO ESPACIAL, TEMPORAL E CRUSTAL DAS UNIDADES OCORRENTES NA FOLHA PINHEIRO

COBERTURAS RECENTES

QHo

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CARTA GEOLÓGICAFOLHA PINHEIRO - SA. 23-Y-BESCALA 1:250.000-CPRM,2001

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REGIME DISTENSIVO - BACIAS

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REGIME COMPRESSIVO OBLÍQUO

CINTURÃO DE CISALHAMENTO TENTUGAL

DOMÍNIO CAVALGANTE

SISTEMA TRANSCORRENTESISTEMA IMBRICADO

DOMÍNIO DIRECIONALSUÍTE GRANITÓIDE

TERRENODO NOROESTE DO MARANHÃO

“GRANITO GREENSTONE”

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Relação intrusiva emregime distensivo.

Relações discordantes entreunidades sedimentares.

Relação através de zonasde cisalhamento com movi-mentação transcorrente.

Relação entre as unidadesatravés de zonas de cisa-lhamento com movimen-tação cavalgante oblíqua.

Posição cronológicapossível.

Presença em doisdomínios estruturais

Passagem gradacionalentre duas provínciasgeotectônicas

Superposição entre doisdomínios estruturais

Sistema continental, caracterizado por depósitos predominantemente fluvial - meandrantes, constituídos por conglomerados,arenitos com estratificações cruzadas acanaladas de pequeno porte e cruzadas tabulares, além de pelitos variegados, deplanícies de inundação; sistema marinho com influência de marés, caracterizado por arenitos de canais de intermaré (

), além de pelitos com restos de vegetais, interpretados como depósitos de supramaré lamosa.tidal

bundle

Depósitos sub-recentes,caracterizados por pelitos maciços, esverdeados, com restos de fósseis de raízes; arenito fino,friável,esbranquiçado, desestruturado; sedimentos carbonosos, constituindo turfeiras com clásticos associados.

Depósitos recentes, representados por pelitos de supramaré lamosa e areias de supramaré arenosa eólica, na região costeira.No interior do continente, estão bem representados ao longo dos principais cursos d´água, constituídos pelas areias de canaise pelitos de planícies de inundação e lagos de meandros abandonados.

LITÓTIPOS / METAMORFISMO / DEFORMAÇÃO / METALOGENIA

Arenitos grosseiros a conglomeráticos, arcosianos, coloração róseo clara a variegada. Em geral apresentam-sedesorganizados, podendo, localmente, ocorrer estrutura do tipo estratificação cruzada acanalada;´prováveis leques aluviais.Arenitos médios a grosseiros, matriz argilosa, caulínica, bem estruturados, apresentando conspícuas estratificações cruzadasacanaladas de pequeno porte e cruzadas tabulares, indicativas de depósitos de dunas subaquáticas e barras, de um sistemafluvial entrelaçado. Localmente ocorrem arenitos grosseiros a conglomeráticos, com estratificação cruzada lobada, formandocorpos sigmoidais, provavelmente relacionados a depósitos deltaicos. Os níveis de pelitos são subordinados.

Conglomerados suportados por matrizes argilosas os seixos são predominantemente de quartzo e, subordinadamente, demetamorfitos do Grupo Gurupi, com diâmetros desde 5cm até aproximadamente 50cm; ocorrem seixos facetados, às vezestípicos “ ferros de engomar”, indicativos de ambiente glacial. Arenitos com estratificações cruzadas acanaladas de pequenoporte e tabulares, típicos de ambiente fluvial entrelaçado. Intercalações de arenitos e pelitos, em leitos centimétricos a métricos,apresentando extratos truncados e acamamentos dos tipos , e , com os pelitos mostrando laminação plano-paralela e micro ondulações do tipo ; provável ambiente de planície de maré, com depósitos de intermaré areno-lamonosa a inframaré com barras de plataforma.

Flaser Wavy LinsenCimbing

Arenitos conglomeráticos, conglomerados de seixos e grânulos de quartzo e feldspato, com incipiente orientação do materialmais grosseiro e estruturas dos tipos estratificação cruzada acanalada de pequeno porte e cruzada tangencial, arenitosarcosianos, grosseiros a médios, formando grandes corpos lenticulares; pelitos muito subordinados. Depósitos de dunassubaquáticas e barras de um ambiente fluvial, do tipo entrelaçado. Presença de vênulas e veios de quartzo, com até de 5cm depossança; cortando a seqüência; dobramentos de grandes dimensões com eixos orientados segundo NW-SE, desenvolvendofoliação plano-axial.

Sienogranitos e tonalitos intensamente deformados, apresentando conspícuas foliação milonítica e lineação de estiramento;constituem um grande corpo lentiforme, orientado segundo NW-SE e intercalados nas litologias do Complexo Maracaçumé.Apresenta abundante e desenvolvidas palhetas de muscovita, que realçam a anisotropia estrutural desses litótipos. Ascaracterísticas paragenéticas e texturo-estruturais sugerem uma formação por anatexia crustal, em fase sincolisional ousincisalhamento, onde a presença muscovita e andaluzita são indicativas, de uma paraderivação.

Tonalitos e trondhjemitos intensamente retrabalhados tectonicamente, fortemente orientados segundo NW-SE, emconcordância com as demais unidades englobadas no “Cinturão de Cisalhamento Tentugal ”A atuação de um intenso processode milonitização foi responsável por transformações mineralógicas parciais e / ou totais, caracterizadas pela cloritização dahornblenda e epidotização dos plagioclásios. Esta unidade representa o eqüivalente retrabalhado da “Suíte Tromaí”.

SUÍTETROMAÍ

FORMAÇÃOIGARAPÉ DE

AREIA

GRANITOMARIA

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GRUPO SERRAGRANDEINDIVISO

FORMAÇÃOITAPECURU

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UNIDADES

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Extenso magmatismo bem caracterizado na porção setentrional da área do Projeto, constituído por intrusões granitóides, dedimensões batolíticas. São rochas de composição predominantemente ácida, de jazimento plutônico e “emplacement”anarogênico apresentando, em escala regional, um elevado índice de preservação, caracterizando um domínio geotectônicodo tipo terreno granito no qual a referida Suíte representa a componente granítica do par. Circunstancialmente,podem ser observados tipos miloníticos, relacionados à presença de zonas de cisalhamento discretas, de ocorrêncialocalizada. Petrograficamente, ocorre um amplo predomínio das variedades tonalíticas e trondhjemíticas, integrantes dasubunidade “Tonalito Cândido Mendes” - Plt (cm), caracterizada por rochas de caráter peraluminoso, cálcioalcalinas de baixopotássio, provavelmente formadas a partir da fusão parcial de uma infracrosta anfibolítica. A Suíte Tromaí apresentaconsiderável interesse metalogenético, notadamente para as mineralizações auríferas primárias.

greenstone

Rochas supracrustais, intimamente associadas à província geotectônica denominada “Cinturão de Cisalhamento Tentugal”.Compreende uma seqüência vulcano-sedimentar, provavelmente relacionada a uma bacia , metamorfizada sobcondições de fácies xisto-verde e retrabalhada tectonicamente a taxas de deformação com intensidades variadas (proto aultramilonitos), em decorrência de um processo cisalhante, de caráter regional. Sâo rochas orto e paraderivadas, fortementeorientadas segundo NW-SE, englobando fundamentalmente xistos quartzosos à muscovita e / ou biotita e / ou clorita, xistosmanganesíferos e / ou carbonosos, filitos, metadacitos, e, subordinadamente, metaultramafitos, além de provávelformação ferrífera. Apresentam-se freqüentemente cortados por veios de quartzo, em geral “boudinados”, com extensõesmétricas a quilométricas e possanças centimétricas a métricas, portadores, em larga escala, de importantes mineralizaçõesauríferas. Morfologicamente, predomina um relevo pronunciado, com elevações em forma de cristais alinhadas, com valesestreitos e profundos bem encaixados.

Greenstone

metachertes

Rochas paraderivadas, representadas por gnaisses kinzigíticos (cordierita, biotita, muscovita-granada xistos) e metaquartzitosmuscovíticos (contitanobiotita), geralmente formando corpos lenticulares intimamente associados ás litologias do ComplexoMaracaçumé. Exibem características deformacionais de natureza cisalhante e dúctil, marcadas por cunspícuas foliaçãomilonítica e lineação de estiramento; as características paragenéticas e texturais sugerem um posicionamentomesoinfracrustal, cujo alçamento a níveis crustais mais rasos estaria relacionado a um regime tectônico compressivo denatureza oblíqua, em padrão imbricado.

Tonalitos trondhjemitos, granodioritos e anfibolitos intensamente gnaissificados e migmatizados, metamorfizados edeformados em regime de cisalhamento dúctil, com emplacamento a níveis mesocrustais. Exibem taxas deformacionaiscompatíveis com os estádios miloníticos a ultramilonítico, sob condições de facies anfibolito médio-superior, às vezes comevidências de retrometamorfismo. As caracteristicas texturais e composicionais, em escalas macro e meso, bem como oselementos da trama estrutural, são indicativos de um conspícuo retrabalhamento crustal, com diferentes níveis de anisotropia etransformações mineralógicas resultantes de uma ação cisalhante, em escala regional relacionada à implantação do "Cinturiãode Cisalhamento Tentugal". Presença de mobilizados pré e sintectônicos, de natureza quartzosa ou quartzo-feldspática.Morfologicamente, constitue um relevo suavemente ondulado, formado pela justaposição de morretes do topo convexo.

Plt (cm)

A / PlgGRUPOGURUPI

KINZIGITOMARAJUPEMA

COMPLEXOMARACAÇUMÉ

Amj

Am

CARTA GEOLÓGICAESCALA 1:250.000

PROJEÇÃO UNIVERSAL TRANSVERSA DE MERCATOR

Origem da quilometragem UTM: Equador e Meridiano Central 45º W. Gr.,acrescidas as constantes: 10.000 e 500 km, respectivamente

Datum horizontal: SAD-69 - MGDeclinação magnética do centro da folha em 1994: 19º55’W, cresce 6’anualmente

15 20 km1005 5

2001

Serviço Geológico do BrasilCPRM

LOCALIZAÇÃO DA FOLHA

PARÁ

AMAPÁ

48º

48º

42º

42º

54º

54º

60º

60º4º4º

0º0º

4º4º

8º8º

MARANHÃO

PIAUÍ

CE

PEMT TO

AM

OCEANOATLÂNTIC

OI. deMarajó

Foliação milionítica com mergulho

medido

Foliação milonítica fotointerpretada

Foliação milonítica vertical a subvertical

Lineação de estiramento horizontal asubhorizontal

Lineação de estiramento com mergulho

medido e sentido de transporte indicado

Lineação de estiramento com sentido

de transporte indicado

Camada horizontalizada

Afloramentos

Garimpo em atividade

Estrada pavimentada

Estrada sem pavimentação,tráfego permanente

Estrada sem pavimentação;tráfego periódico

Caminho

CIDADE

Vila

Outras localidade

Limite interestadual

Campo de pouso

Curso de água permanente

Lagoa periódica

Contato estratigráfico definido

Contato estratigráfico aproximado

Limíte entre o terreno Granito-Greenstone do Noroeste do Maranhãoe o Cinturão de Cisalhamento Tentugal

Sistema imbricado; lanços decavalgamento

Falha direcional, com movimentaçãoindicada

Movimentação geral (sinistral) doCinturão de Cisalhamento

Provável zona de Cisalhamentodirecional, com movimentação dextral

Feição estrutural, determinadaatravés da sísmica

Eixo de estrutura antiforme,determinada através da sísmica

Eixo de estrutura sinforme,determinada através da sísmica

Veios ou amendoas dequartzo

Estrutura circular fotointerpretada

Lineamento fotogeológico, podendosignificar falha ou fraturaindiscriminada

Traços da foliação milonítica(sistema transcorrente)

boudins

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PROGRAMA LEVANTAMENTOS GEOLÓGICOS BÁSICOS DO BRASILCARTA GEOLÓGICA - ESCALA 1:250.000 - ANEXO IFOLHA SA.23-Y-B PINHEIRO

MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIASECRETARIA DE MINAS E METALURGIA

CPRM - SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL

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A / Plg

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Plt (cm)

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Horizontal

Vertical

20km

15kmEF - Seção Sísmica, obtida a partir de sísmica de reflexão (PETROBRAS - 1990)

A / Plg Grupo GurupiSuíte TromaíPli Tonalito Itamoari

Planos de movimentação: estruturaçãomesocenozóica (regime distensivo, comtranscorrência localizadas)

Planos de movimentação: estruturaçãoPré-Cambriana (regime compressivo, oblíquo

KSi

Plms Granito Maria SupremaSedimentos da Bacia de São Luís(Formação Itapecuru)

KSi

Amj Kinzigito Marajupema Am Complexo Marocaçumé0

0

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TURIAÇUSA.23-V-D

CURURUPUSA.23-X-C

CASTANHALSA.23-V-C

4º00'4º00'

ITAPECURUMIRIM

SA.23-Z-C

SANTA INÊSSA.23-Y-D

PARAGOMINASSA.23-Y-C

SÃO LUÍSSA.23-Z-A

PINHEIROSA.23-Y-B

RIO CAPIMSA.23-Y-A

43º30'

43º30'

46º30'

46º30'

45º00'

45º00'

48º00'

48º00'1º00' 1º00'

2º00' 2º00'

3º00' 3º00'

ARTICULAÇÃO DA FOLHA

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A / Plg

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340kmE 360 460 4803°00'

2°00'46°30'W.GREENWICH

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15'

15' 30’ 15’

15’

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46°00' 45’

45’

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15’46°00'15’

th - intermediária: tonalito e trondhjemitos

30

Contato entre terreno granito-greenstone e o Cinturão de

Cisalhamento Tentugal

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Cu1, Ni1,Co1, Cr1, As2

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Au

V,Sc,Sr,Ba e La

PROGRAMA LEVANTAMENTOS GEOLÓGICOS BÁSICOS DO BRASILCARTA METALOGENÉTICA/PREVISIONAL - ESCALA 1:250.000 - ANEXO IIFOLHA SA.23-Y-B PINHEIRO

Discordância

LOCALIZAÇÃO DA FOLHA

PARÁ

AMAPÁ

48º

48º

42º

42º

54º

54º

60º

60º4º4º

0º0º

4º4º

8º8º

MARANHÃO

PIAUÍ

CE

PEMT TO

AM

OCEANOATLÂNTIC

OI. deMarajó

TAMANHO SITUAÇÃO ATUALCATEGORIA

Substância Pequeno Médio Grande Unidade

Ouro <2 20> t

pequeno inativogarimpo

DADOS ECONÔMICOS

POSSÍVEL:área de rocha hospedeira e/ou estrutura favorável, com , garimpo, além de depósito e ocorrências minerais, indícios e / ou anomaliasgeoquímicas / geofísicas.

ÁREAS MINERALIZADAS/PREVISIONAIS

LISTAGEM DE RECURSOS MINERAIS

N DEREF.

0 SUBSTÂNCIAMINERAL

STATUSDA

MINERALIZAÇÃOLOCAL MORFOLOGIA

ROCHA ENCAIXANTE/HOSPEDEIRAE/OU

ASSOCIADADADOS ECONÔMICOS

0102030405060708091011121314

15

1617

18192021

222324252627282930

313233

34

3536

37

383940414243444546474849

OuroOuroOuroBritaOuroOuroOuroOuroOuroOuroOuroBritaOuroOuro

Ouro

OuroOuro

OuroBritaOuroOuro

OuroOuroOuroOuroOuroOuroOuroOuroOuro

OuroOuroOuro

Ouro

OuroOuro

Ouro

OuroOuroBritaOuroOuroOuroOuroOuroOuroBritaBritaBrita

Garimpo AbandonadoGarimpo AbandonadoGarimpo AbandonadoOcorrênciaGarimpo em AtividadeGarimpo em AtividadeGarimpo em AtividadeGarimpo em AtividadeGarimpo em AtividadeGarimpo em AtividadeGarimpo em AtividadeOcorrênciaGarimpo em AtividadeGarimpo em Atividade

Garimpo em Atividade

Garimpo em AtividadeGarimpo em Atividade

Garimpo em AtividadeOcorrênciaGarimpo em AtividadeGarimpo em Atividade

Garimpo em AtividadeGarimpo em AtividadeGarimpo em AtividadeGarimpo em AtividadeGarimpo em AtividadeGarimpo em AtividadeGarimpo em AtividadeGarimpo em AtividadeGarimpo em Atividade

Garimpo em AtividadeGarimpo em AtividadeGarimpo em Atividade

Garimpo em Atividade

Garimpo em AtividadeGarimpo em Atividade

Garimpo em Atividade

Garimpo em AtividadeGarimpo em AtividadeOcorrênciaGarimpo AbandonadoGarimpo em AtividadeGarimpo em AtividadeGarimpo em AtividadeGarimpo em AtividadeGarimpo em AtividadeOcorrênciaOcorrênciaOcorrência

Afluente Rio GurupiAfluente Rio GurupiAfluente Rio GurupiAfluente Rio GurupiMolha SacoFogãoAfluente R. CaramugimJé GraúnaAfl. R. MaracaçuméOuro VerdeAfl. R. MaracaçuméRio GurupiItamataréChatão/Mata Gato

Mina da Beira, Violão,NivaldoRio GurupiChega Tudo

Rio GurupiRio GurupiRio GurupiEstopeiro/Pernambuco/GuarimanzalSete Voltas/CajueiroIg. JacintoRio GurupiSerrinhaFaz./Três IrmãosCapoeiro/Pica-PauRio GurupiRio GurupiMonte Cristo

Rio GurupiSequeiroMontes Áureos

Mata Onça

Rio MaracaçuméCedral/Martinha

Trinta e Cinco/ CaixaPregoNadirAreãoRio ParanapacuáInferninhoRio MaracaçuméRio MaracaçuméAldeia XainRio Paraná

fluente R. ParanáRio PericumãRio PericumãRio Turiaçu

A

LenticularLenticularLenticularNão-EspecificadaLenticularLenticularLenticularLenticularLenticularLenticularLenticularNão-EspecificadaLenticularLenticular

Filoniana

LenticularLenticular

LenticularNão-EspecificadaLenticularLenticular

LenticularLenticularLenticularFilonianaLenticularFilonianaLenticularLenticularLenticular

LenticularFilonianaLenticular

Lenticular

LenticularLenticular

Filoniana

LenticularLenticularNão-EspecificadaLenticularLenticularLenticularLenticularLenticularLenticularNão-EspecificadaNão-EspecificadaNão-EspecificadaFiloniana

Sedimento AluvionarSedimento AluvionarSedimento AluvionarArenitos ConglomeráticosSedimento AluvionarSedimento AluvionarSedimento AluvionarSedimento AluvionarSedimento AluvionarSedimento AluvionarSedimento AluvionarArenitosSedimento AluvionarSedimento Aluvionar

Veios de Quartzo

Sedimento Aluvionar

Sedimento AluvionarSienogranito e TonalitoSedimento AluvionarSedimento Aluvionar/Veio de Quartzo

Sedimento Aluvionar/Veio de QuartzoSedimento AluvionarSedimento AluvionarVeio de QuartzoAluvião / Veio de QuartzoVeio de Quartzo / XistoSedimento AluvionarSedimento AluvionarSedimento Aluvionar

Sedimento AluvionarVeio de QuartzoSedimento Aluvionar

Sedimento Aluvionar

Sedimento AluvionarVeios de Quartzo/Aluvião

Veio de Quartzo

Sedimento AluvionarSedimento AluvionarArenito ConglomeráticoSedimento AluvionarSedimento AluvionarSedimento AluvionarSedimento AluvionarSedimento AluvionarSedimento AluvionarArenito ConglomeráticoArenito ConglomeráticoArenito Conglomerático

Sedimento Aluvionar/Veio de Quartzo

CONVENÇÕES METALOGENÉTICAS

CARACTERÍSTICAS DAS ÁREAS

MORFOLOGIA (orientada na direção dos corpos)

BRT - brita

INDÍCIOS INDIRETOS DE MINERALIZAÇÕESINDÍCIOS GEOQUÍMICOS

Estações AnômalasValores em ppm

em concentrado de bateia Au.

OUROÁREA I - Envolve quase que a totalidade do Cinturão Tentugal, localizado naporção NW da Folha Pinheiro, abrangendo toda a área de exposição doGrupo Gurupi (Arqueano / Proterozóico Inferior) e parte do ComplexoMaracaçumé (Arqueano), eTonalito Itamoari ( Proterozóico Inferior). O Grupo Gurupi é constituído porxistos quartzosos à muscovita e/ou biotita e/ou clorita, xistos manganesíferose/ou carbonosos, filitos, metadacitos, e, subordinamente,metaultramáfitos além de formações ferríferas. Essas rochas apresentam-secortadas por veios de quartzo, às vezes aurífero. O Complexo Maracaçumécompreende tonalitos, trondhjemitos, granodioritos e anfibolitos intensamentemigmatizados, metamorfizados e deformados em regime de cisalhamento

dúct i l . O Tonal i to Cândido Mendes representa as rochastonalíticas/trondhjemíticas do extenso magmatismo correspondente à SuíteIntrusiva Tromaí (Proterozóico Inferior), tendo como equivalente retrabalhadoo Tonalito Itamoari, contendo cinco garimpos de ouro em atividade.Dentre as áreas consideradas favoráveis a encerrar concentrações auríferas,as porções com maior número de mineralizações registradas são as relativasao Grupo Gurupi e ao Tonalito Itamoari. O primeiro por se tratar de seqüênciametavulcano-sedimentar tipo cisalhado sob regimecompressivo oblíquo em domínio transcorrente. O segundo por corresponderàs rochas intrusivas tonalíticas/trondhjemíticas e graníticas do ProterozóicoInferior,retrabalhado sob regime de cisalhamento compressivo oblíquo, emdomínio imbricado, quando da implantação do cinturão Tentugal.

metacherts greenstone belt,

Tonalito Cândido Mendes (Proterozóico Inferior)

INDÍCIOS GEOFÍSICOS

Corpo magmático tabular de comprimento superior à largura

Em sedimento de rrente para cobre, níquel cobalto e cromo(1ª ordem) e arsênio (2ª ordem).

co

Contorno do substrato das coberturas correspondendo aelevações (altos) indicados pela gravimetria.

Contorno de zona de susceptibilidade magnética (M) anômala.

Contorno do substrato das coberturas correspondendo adepressões (baixos) indicados pela gravimetria

Zonas AnômalasZonas estatisticamente anômalas ou com significância geoquímica.

em concentrado de bateia para ouro (1ª ordem)

em sedimento de corrente para V, Sc, Sr,Ba e La.Falha detectada por sísmica (S), com movimento direcionalindicado.

Estruturas antiformal / sinformal detectadas pela sísmica(S).

Tm=0,423 g/m (barranco)0,135 g/m (cascalho)

Tm=0,342 g/m (barranco)

Tm=1,519 g/m (barranco)4,961 g/m (cascalho)

Tm=8,683 g/m (barranco)5,414 g/m (cascalho)

Tm=16 g/m (barranco)

Tm=4,635 g/mTm=15,959 g/mTm=0,666 g/m

Tm=0,078 g/m (barranco)0,312g/m (cascalho)

Tm=4,44 g/m (barranco)Tm=1,565 g/m (barranco)

3,929 g/m (cascalho)Tm=0,108 g/m (barranco)

1,000 g/m (cascalho)

Tm=15 g/m (barranco)3,285 g/m (cascalho)

Produção= 600 g/m mês

Produção= 200 g/m mêsProdução= 2 gkg mês

3

3

3

3

3

3

3

3

3

3

3

3

3

3

3

3

3

3

3

3

3

3

S e q ü ê n c i a s s e d i m e n t a r e s evulcânicas não-metamórficas oumetamórficas de grau muito baixo.

Distensivo (d)Transcorrente (t)Compressivo(c)

Sintectônico (1)Tardi-tectônico (2)Pós-tectônico

Seqüências metamórficas de baixo aalto grau.

Seqüência clástica degravidade-aluvião

Seqüência litorâneade transição.

Seqüência fluvial

Seqüência continental

Seqüência continental

Seqüência transicional

pQhal

o

65

CZ

MZ

Q

T

TRJ

K

PZ

PS

PM

PI

AS

AI

235

570

1 900

2 600

3 200

3 900

1 000

pQpli

pTfl

pKct

pStr

pPM2ct

dTttg3 cTgc1

cTttg1

sA / Pmv3

sAgm

sAgn1

COLUNA TECTONO-ESTRATIGRÁFIA

PLATAFORMA (p)

GE

OC

RO

NO

LO

GIA

(MA

)

CR

ON

OE

ST

RA

TIG

RA

FIA

CINTURÕES OROGÊNICOS (o)

CINTURÕES METAMÓRFICOS DOBRADOS

SUÍTES PLUTÔNICAS E VULCÂNICAS

(ÍGNEAS METAÍGNEAS)

ESTÁGIO TECTÔNICOREGIME TECTÔNICO

NÚCLEOS ANTIGOS (n)

ESTÁGIO PERMÓVEL DA CROSTA

ASSOCIAÇÃO DE LITÓTIPOS

ROCHAS ÍGNEAS ROCHAS METAMÓRFICASROCHAS SEDIMENTARES

EVENTO AROENSE

EVENTO BRASILIANO

EVENTO RONDONIANO

EVENTO TRANSAMAZÔNICO

CINTURÕES DE CISALHAMENTOS (s)

COBERTURAS PLATAFORMAIS

Tonalito-Trondhjemitodo regime distensivopós-tectônico.

Granito calcialcalinosintectônico do regimecompressivo.

Complexo gnáissico-migmatítico

Gnaisses supracrustais com dominânciada associação de rochas quartzíticas egnaisses aluminosos.

Tonalito-trondhjemito-granodiorito do regimec o m p r e s s i v o s i n -tectônico. Seqüência vulcano-sedimentar com

m e t a s s e d i m e n t o s p e l í t i c o s ,psamíticos e químicos exalativos alémde expressiva contribuição de rochasmetavulcânica máficas e félsicas.

ar / a - arenito e aluvião

ac - arenito conglomerático

tf - turfa

cp - conglomerado polimítico

gr / sgr - ácidas: granitos, sienogranito

tl/th - granitóide anorogênico: tonalito troondhjemito

vs - seqüência metavulcano-sedimentar comemissões de composições variadas.

gn - paragnaisses: (cordierita-biotita-muscovita-granada-xistos).

mig - migmatitos (tonalitos, trondhjemitos,granodiorítos e anfibolitos intensamentemigmatizados.

CIDADE

Vila

Outras localidades

Limite interestadual

Caminho

Campo de pouso

Curso de água permanente

Lagoa permanente

Estrada sem pavimentação,tráfego permanente

Estrada sem pavimentação;tráfego periódico

Estrada pavimentada

Atitude de foliação inclinada

Atitude de foliação vertical

Lineação de estiramento comcaimento medido

Lineação de estiramentohorizontal

Falha de cavalgamento

Falha trancorrente

Falha indiscriminada de fraturas

diversas

82

� � �Limíte de fácies litológicas e / oupetrográficas

. . . .

. . . .

+ + ++ + +

..

.

.

.

.

..

.

.

+

+

++ +

+

+

.+

++

+

+

+

2º00’

2º30’

3º00’

45º00’

45º00’

2º00’46º30’

3º00’

2º30’

46º30’ 45º30’

45º30’

46º00’

46º00’

CAMPBELL, D.F. . - 1949

MESSNER, J. C. & WOOLDRIGE-1964

CUNHA. F.M.B. - 1968

ARANTES. J.L.G. & RODRIGUES O.B.-

1964.

ALMARAZ, J.S.U. & ROSEMBERG -

1972

LIMA, E.A.M. LEITE. JF. - 1978

FRANCISCO, B.H.R. - 1971

COSTA, J.L. - 1975BRASIL - DNPM

et ali

et ali

et ali

PRINCIPAIS FONTES DE INFORMAÇÃO

Base planimétrica e tema digitalizados pela Divisão de Cartografia - DICART, apartir da folha SA.22-Y-B Pinheiro, escala 1.250.000, 1 edição, 1 impressão,DSG,1984.Dados temáticos e atualização da base planimétrica, foram transferidos pelostécnicos da SUREG/BE, responsáveis pelos trabalhos de campo, visualmente, apartir da interpretação de aerofotos, imagens de satélite e de radar.Compilação e orientação na SUREG/BE: José Maria do Nascimento Pastana eMaria Telma Lins Faraco.

a a

Esta carta foi produzida em meio digital e para publicação na Internet em dezembrode 2001, utilizando os mesmos dados da carta impressa em 1994, pela Divisão deCartografia-DICART/Departamento de Apoio Técnico-DEPAT/Diretoria deRelações Institucionais e Desenvolvimento - DRI.Diretor da DRI: Paulo Antônio Carneiro DiasChefe do DEPAT: Sabino O. LoguercioChefe da DICART: Paulo Roberto Macedo BastosEditoração Cartográfica: Wilhelm P. de F. Bernard (coord.), Leila Maria Rosa deAlcantara, Luiz Guilherme de A. Frazão e Regina de Sousa RibeiroCoordenação da digitalização: Marília S. Salinas do Rosário (coord.) e Ellcio Rosade LimaRevisão: Carlos Alberto Copolillo e Paulo José da Costa Zilves

Autores:

Coordenador Nacional do PLGB: Inácio de Medeiros Delgado.Coordenador Nacional do PGC: Orlando José Barros de Araújo.Coordenador da Superintendência Regional de Belém:Paulo Augusto da Costa Marinho.

Metalogenia:Geoquímica:Geofísica :

O Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil - PLGB, éexecutado pela CPRM - Serviço Geológico do Brasil através de suas UnidadesRegionais sob a coordenação da Divisão de Geologia - DEGEO/Diretoria deGeologia e Recursos Minerais - DGM. Esta folha foi executada pelaSuperintendência Regional de Belém- SUREG/BE.

Coordenador geral de Metalogenia: Inácio de Medeiros Delgado.

Maria Telma Lins Faraco.Eric dos Santos Araújo.Ruy Célio Martins e João Batista F. de Andrade.

TURIAÇUSA.23-V-D

CURURUPUSA.23-X-C

CASTANHALSA.23-V-C

4º00'4º00'

ITAPECURUMIRIM

SA.23-Z-C

SANTA INÊSSA.23-Y-D

PARAGOMINASSA.23-Y-C

SÃO LUÍSSA.23-Z-A

PINHEIROSA.23-Y-B

RIO CAPIMSA.23-Y-A

43º30'

43º30'

46º30'

46º30'

45º00'

45º00'

48º00'

48º00'1º00' 1º00'

2º00' 2º00'

3º00' 3º00'

ARTICULAÇÃO DA FOLHA

PROJEÇÃO UNIVERSAL TRANSVERSA DE MERCATOROrigem da quilometragem UTM: Equador e Meridiano Central 45º W.Gr.,

acrescidas as constantes: 10.000km e 500km, respectivamente.Datum horizontal: SAD-69 - MG.

Declinação magnética do centro da folha em 1994: 19º55' W, cresce 6' anualmente

ESCALA 1:250.0005 0 5 10 15 20km

2001

Serviço Geológico do BrasilCPRM

CARTA METALOGENÉTICA/PREVISIONAL

CARTA METALOGENÉTICA / PREVISIONALFOLHA PINHEIRO - SA. 23- Y-B

ESCALA 1:250.000 - CPRM - 2001MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIASECRETARIA DE MINAS E METALURGIA

CPRM - SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL

CARACTERES DOS JAZIMENTOS

lenticular filoniana

CLASSE DOS JAZIMENTOS

indeterminada ounão-conhecida

Au - ouro Au - metal nativo

SUBSTÂNCIA MINERAL QUIMISMO

Detríticos em pláceres. Filonianos-hidrotermais.

Cach.Mamuíra

Cach.Itapeva

Cach.Maria Suprema

Cach.Canindé Açu

Cach.da Algibeira

Cach.Maguari

Cach.Cicantã

Cach.Tavariza

Cach.Maraiupema

Cach.Madalena

Ig.

Moça

RIO

Ig.

Bata

lha

Fundo

Rio

Pac

oral

Rio

Rio

Veado

Rio

Gurupi

Una

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Turiaçu

Ig.

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l

Ig.

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Pompeu

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Rio

Uruaçu

Rio

Rio

Caxias

TUR

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U

Rio

Rio

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Coraci

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Rio

Bonito

Cicantan

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Mara

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Jararaca

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Rola

Rio

Santo

Antônio

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Armário

Braço

Rio

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Rio

Peixe

Macaxeira

Rio

RIO

Rio

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Rio

Paraná

RioGurupi

Rio

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Rio

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Rio

Turiaçu

SER

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PIR

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RA

NH

ÃO

BR

-316

PAR

Á

Itamauri

Maranhãozinho

AldeiaManezin

Aldeia Taboca

Aldeia Serena

Aldeia Xain

Bonfim

Leque

Cutia Fria

PINHEIRO

Urubuçu

SANTA HELENA

Centro do

Teixeira

Fogão

Jibóia

Chatão

Chega

Centro Novo

Limão

Mauro

Serrinha

Areião do

da Mata

Itamataré

Paru

Aldeia Tucano

Aldeia Iapu

Aldeia Urura Aldeia Santo AntônioNova Olinda

Alto Turi

Marmelo

Sororoca

Fortaleza

PacasCurva Grande

São Pedro

Santa Filomena

Maracaçumé

Guilherme

Zé Graúna

Bita

SacoMalha

Barreira

NivaldoTudo

João Amarante

AureosMontes

Centro

Pedro

Bom Jesus

Encruzo

PresidenteMédice

Galdino

Cedro