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PROGRAMA QUALIMAT – MANTA ASFÁLTICA

2 Vice-presidência da Área de Materiais, Tecnologia e Meio Ambiente

Diretoria Sinduscon-MG – Triênio 2012–2015

PresidenteLuiz Fernando Pires

1º Vice-presidenteAndré de Sousa Lima Campos

Vice-presidentesAdministrativo-financeiroBruno Vinícius Magalhães

Área ImobiliáriaLucas Guerra Martins

Área de Materiais, Tecnologia e Meio AmbienteGeraldo Jardim Linhares Júnior

Comunicação SocialJorge Luiz Oliveira de AlmeidaObras Industriais e PúblicasJoão Bosco Varela Cançado

Política, Relações Trabalhistas e Recursos HumanosWalter Bernardes de Castro

DiretoresÁrea Administrativa e Financeira: Rodrigo Mundim Pena Veloso

Área Imobiliária: Bráulio Franco GarciaÁrea de Materiais e Tecnologia: Cantídio Alvim Drumond

Área de Meio Ambiente: Eduardo Henrique MoreiraÁrea de Obras Industriais: Ilso José de OliveiraÁrea de Obras Públicas: José Soares Diniz Neto

Área de Política, Relações Trabalhistas e Recursos Humanos: Ricardo Catão RibeiroÁrea de Comunicação Social: Eustáquio Costa Cruz Cunha Peixoto

Programas Habitacionais: Bruno Xavier Barcelos CostaProjetos: Renato Ferreira Machado Michel

Relações Institucionais: Werner Cançado Rohlfs

Coordenador sindical Daniel Ítalo Richard Furletti

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3Vice-presidência da Área de Materiais, Tecnologia e Meio Ambiente

Sumário

MANTA ASFÁLTICA

CARTA DO PRESIDENTE.................................................................................. 5

1. OBJETIVO ................................................................................................ 7

2. MANTA ASFÁLTICA... ................................................................................. 7

3. DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA NORMATIVOS ............................................ 9

4. TERMOS E DEFINIÇÕES........................................................... ..................10

5. CARACTERÍSTICAS.................................................................................... 11

6. DESEMPENHO...........................................................................................13

7. ESPESSURAS................... .........................................................................14

8. PROPRIEDADES........................................................................................ 14

9. TIPOS DE MANTA ASFÁLTICA E SUA UTILIZAÇÃO .......................................15 9.1 Manta asfáltica com acabamento e estruturante de alumínio (isolante térmico e acústico)...................................................................... 15 9.2 Manta asfáltica com estrutura de poliéster........................................... .15 9.3 Manta asfáltica com estrutura de polietileno......................................... 16 9.4 Manta asfáltica com estrutura de fibra de vidro..................................... 16

10. TIPOS DE ACABAMENTOS SUPERFICIAL DAS MANTAS ASFÁLTICAS............ .17

11. DADOS TÉCNICOS PARA A AQUISIÇÃO QUE DEVEM CONSTAR NA ORDEM DE COMPRA............................................................................................. 18

12. VERIFICAÇÃO E ENSAIOS.......................................................................... 19 12.1 Ensaios ............................................................................................19

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13. ACEITAÇÃO E REJEIÇÃO DOS MATERIAIS ...................................................20

14. RECEBIMENTO, ARMAZENAMENTO E MANUSEIO. .......................................21

15. EXIGÊNCIAS DO PROGRAMA BRASILEIRO DE QUALIDADE E PRODUTIVIDADE DO HABITAT (PBQP-H)............................................................................... 22

16. EXECUÇÃO ...............................................................................................23 16.1 Preparação do substrato ...................................................................23 16.2 Aplicação da manta ..........................................................................23

17. PRINCIPAIS PROBLEMAS OCASIONADOS PELA UTILIZAÇÃO DA MANTA ASFÁLTICA QUE NÃO ATENDE À NORMA TÉCNICA...................................... 24

18. RESÍDUOS............................................................................................... 25

REFERÊNCIAS............................................................................................... 27

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CARTA DO PRESIDENTE

Os avanços pelos quais o setor da Construção Civil vem passando nos últimos anos são inquestionáveis, compreendendo desde a melhoria das condições de saúde e

segurança nos canteiros de obras e a crescente remuneração dos trabalhadores até as inovações tecnológicas. Neste último quesito, por exemplo, é possível constatar, em um curto período de tempo, grandes mudanças na concepção e execução dos empreendimentos, fato evidenciado pela esbeltez e flexibilidade conferidas às estruturas das edificações, além, é claro, da velocidade e das características industriais, cada vez mais presentes nos canteiros.

As obras passam a ser cartões-postais não mais pela pujança volumétrica, mas por sua leveza, arquitetura arrojada e integração com o entorno onde estão localizadas.

Há muito tempo já não são distantes do setor os termos gestão de qualidade e sustentabilidade, além do Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H) e outros programas de gestão. Estes já foram integrados ao cotidiano dos nossos canteiros.

Neste contexto, o programa Qualidade dos Materiais (QUALIMAT), do Sinduscon-MG, consolidou-se perante os construtores nesses mais de dez anos de existência e mais de quinze publicações lançadas.

A cartilha Manta asfáltica, trabalho coordenado pela Vice-Presidência de Materiais, Tecnologia e Meio Ambiente do nosso sindicato, que conta com o apoio incondicional da Comissão de Materiais e Tecnologia (COMAT), vem somar-se ao Programa QUALIMAT em um esforço para a indução ao atendimento das normas técnicas e ao aumento da qualidade, além de ser uma ferramenta de subsídio à certificação no PBQP-H no que concerne a materiais controlados.

Esperamos que esta cartilha seja bem e bastante utilizada. Então, construtores, façam bom proveito desta publicação, mais uma que o Sinduscon-MG produz, para contribuir para o desenvolvimento da Construção Civil mineira.

Luiz Fernando PiresPresidente do Sinduscon-MG

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1. OBJETIVO

Constitui objetivo do programa Qualimat estabelecer um procedimento padrão para a aquisição de materiais de construção diversos, com base em requisitos definidos e documentados, estabelecendo-se uma metodologia para especificação, inspeção, recebimento, armazenamento e manuseio. O conhecimento e a observância de procedimentos de especificação e inspeção na compra desses materiais possibilitam as seguintes vantagens:

x� Comunicação eficaz entre compradores e fornecedores, evitando-se eventuais equívocos.

x� Rastreabilidade da qualidade dos materiais, objetivando a gestão da qualidade.

x� Comparação entre diferentes fornecedores de materiais similares, possibilitando a elaboração de um cadastro de fornecedores qualificados – ou seja, não somente no atendimento de variáveis como preço e prazo de entrega, mas também com relação à conformidade dos produtos às normas técnicas existentes.

x� Indução à compra pelo desempenho e aumento da qualidade dos materiais.

x� Indução ao atendimento às normas técnicas.

x� Cumprimento da exigência de materiais controlados, objetivando a certificação no Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H).

2. MANTA ASFÁLTICA

O tipo adequado de impermeabilização a ser empregado na Construção Civil deve ser determinado segundo a solicitação imposta pelo fluido nas partes construtivas que requeiram estanqueidade. Os materiais que compõem o sistema de impermeabilização devem ser adquiridos em conformidade com os projetos básico e executivo de impermeabilização, realizados por profissional legalmente habilitado, não sendo recomendado receber, a título de cortesia, projetos feitos por fabricantes, por causa de interesses diretos em vendas.

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Define-se manta asfáltica como produto industrializado, com dimensões definidas em fábrica, normalmente 10m ou 15m de comprimento e 1,05m de largura, cuja composição tem o asfalto como elemento predominante, impermeável, pré-fabricado, obtido por calandragem, extensão ou outros processos com características definidas.

Foto: Bruno Carvalho

As mantas asfálticas compõem um sistema de impermeabilização flexível e pré-fabricado. São confeccionadas à base de asfalto modificado com polímeros e estruturantes em poliéster, fibra de vidro ou polietileno. Em geral, devido à plasticidade do produto, seu uso é indicado para áreas molhadas, conforme previsto na ABNT NBR 15575-3, lajes, reservatórios1, jardineiras, paredes de encostas, áreas frias e, especialmente, estruturas sujeitas a movimentação, vibrações, insolação e variações térmicas.

As principais funções da manta asfáltica são: garantir o atendimento à vida útil prevista em projeto; aumentar a vida útil das estruturas; impedir a corrosão das armaduras do concreto; proteger as superfícies contra umidade, manchas e fungos; e propiciar conforto, estética e salubridade ao ambiente e usuário. Deve-se analisar o impacto ambiental e de saúde ocupacional ao especificar o material.

O uso da manta asfáltica em piscinas exige um projeto especial para eliminar fissuração, queda e carbonatação nos acabamentos, patologias que têm se mostrado muito frequentes e graves.

1 Há controvérsias quanto à potabilidade da água em contato com materiais betuminosos e também quanto a sistemas de fixação mecânica nas verticais. Exigem-se certificação e projetos específicos para uso das mantas asfálticas em reservatórios.

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Podem ainda ser poliméricas, modificadas com polímeros APP (polipropileno atático) ou SBS (estireno-butadieno-estireno), cada uma com suas propriedades:

x� APP: plastomérico – resiste ao sol, com ponto de amolecimento mais elevado.

x� SBS: adesivo, eslatomérico – não pode ficar exposta ao sol.

3. DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA NORMATIVOS

QUADRO 1 – MANTA ASFÁLTICA

PRODUTO DOCUMENTOS NORMATIVOS

MANTA ASFÁLTICA

ABNT NBR 9575:2010 – estabelece as exigências e recomendações relativas à seleção e projeto de impermeabilização, para que sejam atendidos os requisitos mínimos de proteção da construção contra a passagem de fluidos, bem como os requisitos de salubridade, segurança e conforto do usuário, de forma a ser garantida a estanqueidade das partes construtivas que a requeiram.

ABNT NBR 9574:2008 – estabelece as exigências e recomendações relativas à execução de impermeabilização para que sejam atendidas as condições mínimas de proteção da construção contra a passagem de fluidos, bem como a salubridade, segurança e conforto do usuário, de forma a ser garantida a estanqueidade das partes construtivas que a requeiram, atendendo à ABNT NBR 9575.

ABNT NBR 9952:2007 – especifica os requisitos mínimos “de performance”, e necessários para a aceitação de mantas asfálticas utilizadas para impermeabilização, bem como estabelece os métodos de ensaio necessários para a verificação destes requisitos.

Fonte: Adaptado da ABNT

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Observações:

1ª) Este procedimento não cria, revisa, altera, reproduz ou transcreve as normas técnicas, mas, sim, divulga e chama a atenção para a importância do atendimento às normas vigentes.

2ª) Para adquirir normas técnicas, acesse o site www.abnt.org.br. Em Belo Horizonte, o telefone da ABNT é (31) 3226-4396.

3ª) Antes de utilizar as normas e os direcionamentos deste procedimento, verifique se os documentos e as referências citados estão em vigor.

4. TERMOS E DEFINIÇÕES

Áreas molhadas – áreas da edificação em que a condição de uso e de exposição poderá resultar na formação de lâmina de água (por exemplo, banheiro com chuveiro, área de serviço e áreas descobertas).

Áreas molháveis – áreas da edificação que recebem respingos de água decorrentes da sua condição de uso e de exposição e que não resultem na formação de lâmina de água (por exemplo, banheiro sem chuveiro, cozinhas e sacadas cobertas).

Camada de imprimação – estrato cuja função é favorecer a aderência da camada impermeável, aplicado a substrato a ser impermeabilizado.

Camada de proteção mecânica – estrato cuja função é absorver e dissipar os esforços estáticos ou dinâmicos atuantes por sobre a camada impermeável, de modo a protegê-la contra a ação deletéria destes esforços.

Camada de proteção térmica – estrato cuja função é reduzir o gradiente de temperatura atuante sobre a camada impermeável, de modo a protegê-la contra os efeito danosos do calor excessivo e da oscilação térmica frio excessivo.

Camada de transição – estrato cuja função é criar condições de aderência, separação,

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deslizamento, fixação, amortecimento ou enrijecimento superficial da camada impermeabilização e sua interface com as proteções e/ou acabamentos.

Estaqueidade – propriedade de um elemento (ou de um conjunto de componentes) de impedir a penetração ou passagem de fluidos através de si. Sua determinação está associada a uma pressão-limite de utilização (a que se relaciona com as condições de exposição do elemento fluido).

Impermeabilidade – propriedade de um produto ser impermeável aos fluidos. Sua determinação está associada a uma pressão-limite e a um tempo determinado, convencionados em ensaio específico. Estes dividem-se em: elásticos ou plásticos.

Impermeabilização – conjunto de operações e técnicas construtivas (serviços) composto por uma ou mais camadas. Tem por finalidade proteger as construções contra a ação deletéria de fluidos, vapores e umidade.

Impermeabilização flexível – conjunto de materiais ou produtos que apresentam características de flexibilidade compatíveis e aplicáveis às partes construtivas sujeitas à movimentação do elemento construtivo. Para ser caracterizada como flexível, a camada impermeável deve ser submetida a ensaio específico.

Impermeabilização rígida – conjunto de materiais ou produtos que não apresentam características de flexibilidade compatíveis e aplicáveis às partes construtivas não sujeitas à movimentação do elemento construtivo.

5. CARACTERÍSTICAS

As mantas asfálticas são classificadas, de acordo com a tração e o alongamento, em: tipo I, tipo II, tipo III e tipo IV. De acordo com a flexibilidade e a baixa temperatura, classificam-se em: tipo A, tipo B e tipo C.

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TABELA 1 – CARACTERÍSTICAS DA MANTA ASFÁLTICA QUANTO À CLASSIFICAÇÃO

ITEMTIPO

I II III IV

Espessura (mínimo) 3mm 3mm 3mm 4mm

Resistência à tração e alongamento – carga máxima (longitudinal e

transversal)

Tração (mínimo)

80N 180N 400N 550N

Alongamento (mínimo)

2% 2% 30% 35%

Absorção d’água – Variação em massa (máximo)

1,5% 1,5% 1,5% 1,5%

(1) Flexibilidade à baixa temperatura

TipoA -10°C -10°C -10°C -10°CB -5°C -5°C -5°C -5°CC 0 0 0 0

Resistência ao impacto a 0°C (mínimo) 2,45J 2,45J 4,90J 4,90JEscorrimento (mínimo) 95°C 95°C 95°C 95°C

Estabilidade dimensional (máximo) 1% 1% 1% 1%

Envelhecimento acelerado

Mantas asfálticas expostas

Os corpos-de-prova, após ensaio, não devem apresentar bolhas,

escorrimento, gretamento, separação dos constituintes, deslocamento ou

delaminação.

Mantas asfálticas

protegidas ou autoprotegidas

Flexibilidade após envelhecimento acelerado

Tipo

A 0°C 0°C 0°C 0°C

B 5°C 5°C 5°C 5°C

C 10°C 10°C 10°C 10°C

Fonte: Adaptado da norma ABNT NBR 9952:2007

(1) Este item não diz respeito à performance no frio, mas à qualidade da homogeneização da massa impermeável, ao tipo de polímero modificados e à quantidade adotada. Em geral, quanto mais baixa a temperatura, melhor a qualidade e maior a vida útil do material.

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6. DESEMPENHO

O sistema de impermeabilização deve atender às exigências de desempenho, tais como:

x� resistir às cargas estáticas e dinâmicas;x� resistir aos efeitos dos movimentos de dilatação e retração do substrato e dos

acabamentos ocasionados por variações térmicas;x� resistir à degradação ocasionada por influências climáticas, térmicas, químicas

ou biológicas decorrentes da ação da água, gases ou ar atmosférico;x� resistir às pressões hidrostáticas, de percolação, coluna d’água e umidade do

solo;x� apresentar aderência, flexibilidade, resistência e estabilidade físico-mecânica

compatíveis com as solicitações previstas em projeto; ex� apresentar vida útil compatível com as condições previstas em projeto, sendo

que quanto maior a espessura maior a vida útil.

Fonte: Adaptado da Revista Construção e Mercado - PINI

Proteção mecânica: contrapiso

Manta asfálticaPrimer

Camada separadora: Filme ou outros materiais, como geocinético simples ou composto.

RegularizaçãoLaje de concreto

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7. ESPESSURAS

As mantas têm espessuras que variam entre 2mm e 5mm, porém a norma prevê espessura mínima de 3mm. Assim, os materiais com 2mm devem ser usados apenas em impermeabilização com dupla manta.

Obs.: Para locais que receberão revestimentos, a manta deve ser coberta com argamassa de areia e cimento com traço 1:4 a 1:8 e, no mínimo, 2cm de espessura e camada de transição. Caso a proteção seja o piso acabado, o traço pode variar para 1:4, a espessura deve ser aumentada para 4cm e a execução deve respeitar as juntas de dilatação. Em locais sobre os quais transitarão veículos, é necessário executar reforço com telas galvanizadas ou soldadas. A espessura, a especificação da armação e o traço dependem da carga prevista. Em áreas verticais ou inclinadas, deve ser utilizada tela plástica ou galvanizada, que deve ser fixada mecanicamente ao topo dos rodapés.

8. PROPRIEDADES

O sistema de impermeabilização com mantas asfálticas pré-fabricadas é dos mais comuns e confiáveis, sua propriedade consiste em ser impermeável e flexível, ter boa aderência e ser de fácil trababilidade, com vida útil compatível com as edificações, e ou melhor custo beneficio para obras prediais urbanas.

Foto: Bruno Carvalho

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9. TIPOS DE MANTA ASFÁLTICA E SUA UTILIZAÇÃO

9.1 Manta asfáltica com acabamento e estruturante de alumínio (isolante térmico e acústico)

Utilizadas em lajes não transitáveis ou inclinadas em geral, telhados em geral (fibrocimento, barro, zinco, telhas ecológicas, etc), calhas e canaletas, marquises e juntas de dilatação. A manta asfáltica aluminizada dispensa a proteção mecânica (contrapiso). Quando utilizada em telhados, deve acompanhar o formato das telhas, moldando-se a elas. Propicia, ainda, isolamento por reflexão de ondas luminosas e térmicas, e amortecimento proporcional à espessura. É, também, útil na vedação da propagação do som de impacto, como chuvas em telhas metálicas. O próprio alumínio propicia o acabamento e serve como estruturante externo da manta, porém com baixa resistência a tração e rasgamento.

9.2 Manta asfáltica com estrutura de poliéster

Utilizada em lajes transitáveis planas ou inclinadas em geral, jardineiras e floreiras, muros de arrimo e paredes verticais, caixas d´água e reservatórios2, piscinas e tanques

2 Há controvérsias quanto a potabilidade da água que entra em contato com materiais betuminosos e tam-bém quanto a sistemas de fixação mecânica nas verticais. É certificação e projetos específicos para uso das mantas asfálticas em reservatórios.

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de piscicultura, pisos de estacionamento, áreas frias (banheiros, cozinhas, lavanderias, etc.), terraços e sacadas. Deve receber proteção mecânica (contrapiso), o que deve ser feito sobre base intermediária de papel Kraft, feltro asfáltico (é importante verificar o manual de instalação de cada produto) ou outro conforme o uso da área, de acordo com projeto especifico.

9.3 Manta asfáltica com estrutura de polietileno

É indicada para lajes transitáveis planas ou áreas frias (áreas de serviço, porões, banheiros, etc.), espelhos d’água, piscinas elevadas e terraços.

9.4 Manta asfáltica com estrutura de fibra de vidro

É utilizada em áreas com baixa fissuração.

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10. TIPOS DE ACABAMENTOS SUPERFICIAL DAS MANTAS ASFÁLTICAS

granular (pedriscos de ardósia ou outros);

geotêxtil (não tecidos de poliéster);

metálico (alumínio, cobre);

antiaderente (areia, pedriscos finos); e

plástico metalizado (plásticos especiais).

Foto: Bruno Carvalho

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11. DADOS TÉCNICOS PARA A AQUISIÇÃO QUE DEVEM CONSTAR NA ORDEM DE COMPRA

x� Especificação detalhada da manta (manta asfáltica, com alumínio, com poliéster ou pré-moldada de polietileno);

x� Tipo I, II, III ou IV; e A, B ou C.

x� Espessura da manta;

x� Local de utilização;

x� Tipo de acabamento superficial;

x� Largura e comprimento do rolo;

x� Quantidade, em rolo ou metros. Atenção: É necessário acrescer entre 15% e 25% a quantidade para emenda

em sobreposição e perdas que vão impermeabilizar o pé de paredes.

x� Aviso solicitando que o material esteja em conformidade com as normas técnicas.

x� Durabilidade mínima, conforme previsto na ABNT NBR 15575-1:2013, de 8 anos para mantas a serem utilizadas na impermeabilização de caixa d’água, jardineira, área externa com jardins, coberturas não acessíveis e calhas.

x� Durabilidade mínima, conforme previsto na ABNT NBR 15575-1:2013, de 20 anos para mantas a serem utilizadas na impermeabilização de áreas internas da edificação, piscinas, áreas externas com piso e áreas de coberturas acessíveis.

x� Relação de complementos, com especificação e quantidade: soluções, emulsões, adesivos, geotêxtis, isolantes, etc.

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x� Solicitação de entrega do termo de garantia da manta.

x� Solicitação de entrega do catálogo do desempenho do produto, com indicações explícitas do desempenho, conforme a ABNT NBR 15575:2013.

x� Declaração formal de que tem pleno conhecimento dos locais e condições do uso do material que fornecerá e que aprova este uso.

12. VERIFICAÇÃO E ENSAIOS

É indispensável o ensaio dos materiais em laboratórios autorizados, qualificados ou acreditados. A realização das verificações especificadas neste procedimento não isenta essa exigência e deve estar de acordo com o prescrito na NBR 9952:2007.

A realização de todos os passos deste procedimento não isenta a observação e o atendimento das normas técnicas da ABNT.

Os instrumentos de medição utilizados na execução dos ensaios devem estar devidamente aferidos.

12.1 Ensaios

x� ABNT NBR 12170:2009  – Prescreve o método para análises físicas organolépticas e químicas de água potável em contato com sistema de impermeabilização.

x� Realização dos ensaios prescritos na norma ABNT NBR 9952: 2007 – Manta asfáltica para impermeabilização, os quais são:

1 - Determinação de espessura – este ensaio descreve três métodos para determinar a espessura das mantas asfálticas, conforme o tipo de acabamento superficial;

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2 - Resistência, tração e alongamento – este método baseia-se na deformação por tração, à velocidade constante, considerando-se a medida da carga e do alongamento no instante em que a carga for máxima;

3 - Determinação de absorção d’água;4 - Flexibilidade a baixa temperatura; 5 - Resistência ao impacto; 6 - Determinação do escorrimento sob ação do calor; 7 - Determinação da estabilidade dimensional – este método baseia-se

na medida da variação permanente da dimensão do corpo de prova, livremente apoiado sobre um plano, logo depois de um ciclo de aquecimento;

8 - Envelhecimento acelerado por ação de temperatura; 9 - Estanqueidade a água – devem ser anotadas quaisquer modificações

visuais observadas nos corpos de prova após o período de envelhecimento. Os corpos de prova ensaiados à flexão, após o envelhecimento acelerado, não devem apresentar fissuras ou rompimento nas temperaturas indicadas na tabela 1; e

10 - Rasgamento – Este ensaio é para determinar a resistência na carga máxima ao rasgamento de uma manta asfáltica.

OBS.: Para pequenos lotes (até 1000m²), podem-se realizar apenas os ensaios 2, 3, 4 e 9, pois, se aprovados, provavelmente serão aprovados nos demais.

13. ACEITAÇÃO E REJEIÇÃO DOS MATERIAIS

É preciso conferir se as embalagens contêm as informações obrigatórias, como CNPJ, endereço e telefone do fabricante, além de constar as normas aplicáveis às mantas, e a etiqueta que identifique o produto, o tipo, o lote e a classificação.

Conferir se o produto e as quantidades estão em conformidade com o pedido/ordem de compra.

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As principais não conformidades são:

x� redução das dimensões;x� danificação na embalagem e no produto;x� Informações deficientes ou inexistentes, tanto na embalagem como no

corpo dos produtos;x� falta de identificação do fabricante; x� falta de dados para o rastreamento do produto (data de fabricação, lote,

etc.); ex� achatamento dos pés (pata de elefante) por armazenamento incorreto.

14. RECEBIMENTO, ARMAZENAMENTO E MANUSEIO

Verificar se na bobina de manta asfáltica constam as identificações previstas na ABNT NBR 9952:2007:

nome do fabricante;nome comercial do produto;dimensão dos rolos, em metros;tipo da manta asfáltica;espessura;número de lote e data da fabricação;numeração da bobina; e condição da armazenagem.

As mantas devem ser armazenadas em suas embalagens originais, em locais secos, abrigados do sol e da umidade e longe de contaminantes. Cuidar para que não existam objetos cortantes no ambiente. Sugere-se que seja armazenado na vertical, para melhor aproveitamento do espaço uma vez que o produto é embalado enrolado, desde que tenha um cartucho rígido no seu centro.

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15. EXIGÊNCIAS DO PROGRAMA BRASILEIRO DE QUALIDADE E PRODUTIVIDADE DO HABITAT (PBQP-H)

Requisitos complementares para o subsetor Obras de Edificações da especialidade técnica Execução de Obras do Sistema de Avaliação da Conformidade de Empresas de Serviços e Obras da Construção Civil (SiAC)

Requisitos Complementares SiAC – Execução de Obras de Edificações

Definição dos materiais controlados

A empresa construtora deve preparar uma lista própria de serviços de execução controlados que utilize e que afetem a qualidade do produto exigido pelo cliente, abrangendo, no mínimo, os serviços listados no item 1 (SiAC) – Definição dos serviços de execução controlados. Esta lista deve ser representativa dos sistemas construtivos por ela empregados em suas obras. Caso a empresa utilize serviços específicos que substituam serviços constantes da lista mínima, eles devem ser controlados.

A partir dessa lista de serviços de execução controlados, a empresa construtora deve preparar uma lista de materiais que sejam neles empregados que afetem a qualidade tanto dos serviços quanto do produto exigido pelo cliente.

A empresa deve, para o estabelecimento do planejamento da implementação do Sistema de Gestão da Qualidade (requisito 4.1 do Referencial Normativo (SiAC) – Execução de Obras), respeitar as porcentagens mínimas de evolução do número de materiais controlados estabelecido em sua lista, de acordo com o nível de certificação, conforme item 4 - Evolução do número de materiais controlados, conforme o nível de certificação.

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Evolução do número de materiais controlados, conforme nível de certificação

Devem ser controladas, no mínimo, as seguintes porcentagens de materiais da lista de materiais controlados da empresa, conforme o nível de certificação:

x� Nível “B”: 50 %;x� Nível “A”: 100 %.

Informações complementares no site do Ministério das Cidades: www4.cidades.gov.br/pbqp-h/projetos_siac.php

16. EXECUÇÃO

16.1 Preparação do substrato

O substrato deve encontrar-se firme, coeso, seco e regular, com declividade nas áreas horizontais de, no mínimo, 1% em direção aos coletores de água. Para calhas e áreas internas, é permitido o mínimo de 0,5%. Cantos devem estar em meia cana e as arestas arredondadas.

O substrato deve estar limpo, isento de corpos estranhos, restos de fôrmas, pontas de ferragem, bem como de restos de produtos desmoldantes ou impregnamtes, falhas e ninhos.

16.2 Aplicação da manta

Paralelismo das emendas, nivelamento das terminalidades nos rodapés, limpeza do campo de trabalho, refilamento das emendas, reforço de ralos e rodapés e aquecimento adequado para colagem (SBS > 125ºC e APP 145ºC) são os principais itens a serem observados.

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17. PRINCIPAIS PROBLEMAS OCASIONADOS PELA UTILIZAÇÃO DA MANTA ASFÁLTICA QUE NÃO ATENDE À NORMA TÉCNICA

O não cumprimento dos requisitos estabelecidos nas Normas Brasileiras implicará desempenho insatisfatório dos produtos ao longo de sua vida útil. As manifestações patológicas resultantes da utilização de produtos que não atendem às Normas Brasileiras estão descritas a seguir:

x� destacamento;x� infiltrações;x� delaminação das camadas da própria manta;x� gretamento da manta precocemente;x� material envelhece e vitrifica precocemente (menos de 5 anos); ex� descolamento das emendas após 1 a 2 anos de serviço.

Foto: Bruno Carvalho

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18. RESÍDUOS

A manta asfáltica pertence à Classe C conforme resolução 307 do CONAMA, ou seja, resíduo para o qual ainda não foram desenvolvidas tecnologias viáveis para sua reciclagem e/ou recuperação. Portanto, os resíduos devem ser corretamente armazenados, transportados e destinados de acordo com as normas técnicas específicas.

PROGRAMA QUALIMAT – MANTA ASFÁLTICA

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ELABORAÇÃO/REVISÃO

Eng. Roberto Matozinhos – Consultor técnico – Sinduscon-MGThayse Emannuely de Araújo Vieira – Auxiliar técnico – Sinduscon-MG

COLABORAÇÃO

Eng. Firmino Soares de Siqueira Filho – Consultor – Firmino Siqueira Consultores AssociadosArq. Tatiane Lara Lima – Consultora – Firmino Siqueira Consultores Associados Arq. Erick Nogueira dos Santos – Consultor – Firmino Siqueira Consultores AssociadosPatrícia Rodrigues de Lima – Secretária – Firmino Siqueira Consultores Associados

APROVAÇÃO

Este procedimento foi aprovado pelo vice-presidente da área de Materiais, Tecnologia e Meio Ambiente, eng. Geraldo Jardim Linhares Júnior, pelo diretor da área de Materiais e Tecnologia, eng. Cantídio Alvim Drumond, e pelo diretor da área de Meio Ambiente, eng. Eduardo Henrique Moreira, juntamente com a Comissão de Materiais e Tecnologia (COMAT) do Sinduscon-MG.

PROGRAMA QUALIMAT – MANTA ASFÁLTICA

27Vice-presidência da Área de Materiais, Tecnologia e Meio Ambiente

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 9952 – Manta asfáltica para impermeabilização. Rio de Janeiro: ABNT, 2007.

_____. NBR 9574 – Execução de impermeabilização. Rio de Janeiro: ABNT, 2008.

_____. NBR 9575 – Impermeabilização – Seleção e projeto. Rio de Janeiro: ABNT, 2010.

INSTITUTO BRASILEIRO DE IMPERMEABILIZAÇÃO – IBI <http://www.ibibrasil.org.br/index.php> Acesso em: 03 de jul. de 2013.

PROGRAMA BRASILEIRO DA QUALIDADE E PRODUTIVIDADE DO HABITAT (PBQP-H). Sistema de Avaliação da Conformidade de Empresas de Serviços e Obras da Construção Civil (SiAC): princípios e regimento. Disponível em:<http://www2.cidades.gov.br/pbqph/projetos_siac.php> Acesso em: 02 jul. 2013.

Revista Techne – <http:// www.revistatechne.com.br/engenharia-civil/72/artigo32539-1.asp> Acesso em: 22 fev. de 2013.

Revista Construção e Mercado – Editora PINI – <http://revista.construcaomercado.com.br/guia/habitacao-financiamento-imobiliario/122/artigo228031-1.asp> Acesso em: 22 fev. de 2013.

MANUAL TÉCNICO DE IMPERMEABILIZAÇÃO DE ESTRUTURAS 7ª Ed. – Vedacit

Revista Equipe de obra – Editora PINI – <http://www.equipedeobra.com.br/construcao-reforma/39/mantas-asfalticas-veja-como-calcular-a-quantidade-de-rolos-227887-1.asp> Acesso em: 03 jul. de 2013.