PROGRAMA: “Vem pra luta cidadão” · Todos os Professores de Educação Física do Programa...
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PROGRAMA: “Vem pra luta cidadão”
SUMÁRIO Vivemos em uma sociedade com sérios problemas sociais, onde as crianças e
adolescentes vem todos os dias seus direitos serem violados. É preciso
minimizar as desigualdades sociais.
Na Europa, empresas participam efetivamente dos programas sociais aportando vultuosas doações para atender a responsabilidade empresarial para com a sociedade. No Brasil temos e exemplo do Instituto C&A, que desenvolve há mais de vinte anos projetos de inclusão social com foco na educação, tendo aportado mais de US$ 50 milhões, provenientes da matriz europeia. A melhor maneira para uma criança crescer e se desenvolver é através da
prática esportiva, por isso, nossa proposta será a promoção integral dos
direitos da criança e do adolescente na perspectiva de reestruturação social
através de Programas dos esportes olímpicos de combate: Boxe, Esgrima,
Judô, Luta Olímpica, Taekwondo. Conjuntamente com o fortalecimento familiar
e comunitário.
Os participantes do Programa serão assistidos por uma equipe de professores
de Educação Física especializados nas modalidades de combate, com
experiência em Programas sócio esportivos e detecção de talentos.
A metodologia pedagógica empregada será a dos “Jogos de Oposição”.
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As atividades do Programa se desenvolverão nas unidades da Academia Chute
Boxe de Curitiba e Região Metropolitana da Capital.
O orçamento do programa garantirá as melhores condições para que os
participantes tenham totais possibilidades de se desenvolverem como cidadãos
através do esporte.
APRESENTAÇÃO DA INSTITUIÇÃO OEC FUNDATION - Organização Esporte Cidadão
Rua: Tenente Francisco Ferreira de Souza,1540- Hauer
CEP: 81630-010 -Curitiba -Paraná- Brasil
Telefone 55 41 3278-7707
Comitê Gestor : Professor Dr. Sergio Luiz Carlos dos Santos
Professor Mestre Paul Julius Stanganelli
Professor Rudimar Fedrigo
Professor Esp. Mestre Celso Sawaf
JUSTIFICATIVA O programa tem como missão oportunizar o desenvolvimento humano, através
dos esportes de combate olímpicos, com um modelo de inclusão social de
crianças e adolescente expostas a vulnerabilidade pessoal e social,
fomentando valores de cidadania.
Os esportes de combate olímpicos possibilitam as crianças e aos adolescentes
o estabelecimento de conceitos e valores que podem contribuir para a
formação de um cidadão ético e responsável socialmente. Conceitos como
auto confiança, liderança, cooperação, solidariedade, trabalho em equipe e
qualidade de vida podem ser trabalhados no ambiente educativo proporcionado
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pelo esporte. Segundo conceito da UNESCO,2014 os esportes de combate, em
especial o Judô, foi considerado como melhor esporte educativo.
PÚBLICO ALVO
O programa “VEM PRA A LUTA CIDADÃO” está em desenvolvimento nas
Academias Chute Boxe de Curitiba e da Região Metropolitana, nos seguintes
polos:
CURITIBA REGIÃO METROPOLITANA Vilas Oficinas; Colombo;
Vila Hauer; Mandirituba;
Tatuquara São José dos Pinhais;
Sítio Cercado; Campo Largo;
Campo de Santana; Pinhais;
Beneficiando inicialmente 1000 crianças e adolescentes estudantes na faixa
etária de 9 a 16 anos de ambos os sexos, matriculados na rede pública de
ensino municipal e estadual. A população preferencial do Programa serão
crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade e risco social.
OBJETIVO GERAL Favorecer a inclusão social de crianças e adolescentes em situação de risco,
através dos esportes de combate olímpico.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS Promover e apoiar atividades que visem a proteção dos direitos das crianças e
adolescentes.
Desenvolver programa sócio-esportivo para fomentar valores de cidadania
através da pratica dos esportes de combate olímpicos: Boxe, Esgrima, Judô,
Luta Olímpica, Taekwondo.
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Fortalecer o desenvolvimento da cidadania.
Detectar talentos nos esportes de combate olímpicos.
Aperfeiçoar os talentos detectados.
METODOLOGIA Jogos de Oposição (JO),será a metodologia utilizada para o desenvolvimento
do Programa “Vem pra luta cidadão”.
Esta é uma nova proposta metodológica para o ensino dos esportes de
combate olímpicos. É preciso entender os conhecimentos advindos das
manifestações corporais relacionadas com a oposição física e intelectual
(Esportes de Combate), utilizando o lúdico, a segurança dos participantes e o
prazer de realizar as atividades.(Santos, 2012)
Todos os Professores de Educação Física do Programa são capacitados na
metodologia dos Jogos de Oposição.
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PLANO DE AÇÃO
Projeto "Vem pra Luta Cidadão" 01/06/2015 31/05/2016
Produtos Atividades Resp. Meses
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Planejamento
conceituação
teórica do
programa
OEC
estabelecimento de
parcerias
institucionais
OEC
estabelecimento de
parcerias
operacionais
OEC/CHUTE
BOXE
viabilização
financeira DOADORES
desenvolvimento
do programa
OEC/CHUTE
BOXE
Infraestrutura definição dos
polos
OEC/CHUTE
BOXE
aquisição de
materiais e
equipamentos
OEC
Recursos
Humanos
seleção,
recrutamento e
treinamento
OEC
ORÇAMENTO
RELAÇÃO DE GASTOS
BLOCO 1 DESENHO BLOCO II APLICAÇÃO BLOCO III AMPLIAÇÃO
PARALIMPIADAS
BLOCO IV AMPLIAÇÃO
ESPORTES COMBATE PERSPECTIVAS FUTURAS
Judô. Iniciação Luta olímpica. Iniciação. Boxe. Iniciação Taekwondo. Iniciação. Esgrima. Iniciação.
Seguimento dos centros educativos Formação on-line ou presencial. Pesquisa para desenvolvimento e inovação.
Iniciação: Esgrima, Judô, Luta, Taekwondo e Boxe adaptado aos participantes deficientes.
Seguimento dos centros educativos
Formação on-line ou presencial
Pesquisa para desenvolvimento e
inovação.
Iniciação: MMA, Muay Thai, Ju-Jutsu. Modalidades de
lutas autoctones. Seguimento dos centros
educativos Formação on-line ou
presencial Pesquisa para
desenvolvimento e inovação.
Centro de Excelência em para ESPORTES DE
COMBATE OLIMPICO. Desenvolvimento de
Tecnologia Social para empoderamento econômico das famílias participantes.
Projeto para o Esporte paralímpico de Esportes de
Combate.
4.816.903,00 € 10.980.840,00 € 11.777.779,00 €
Total 27.575.522,00 €
SISTEMA DE ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO Projeto "Vem pra Luta Cidadão"
Objeto de Avaliação Indicadores Meios de Verificação
Avaliação de Efetividade (Impactos e Efeitos) Desenvolvimento sócio esportivo dos participantes.
Verificação da evolução técnica. Avaliação periódica.
Verificação da evolução dos valores humanos segundo metodologia Unesco.
Avaliação periódica.
Adequação dos equipamentos solicitadas pelo programa.
Operacionalidade dos equipamentos.
Verificação in loco com teste.
Atuação do corpo técnico. Mensuração de indicadores de produtividade.
Relatório mensal.
Avaliação de Eficácia e Eficiência Promover e apoiar atividades que visem a proteção dos direitos das crianças e adolescentes.
Qualidade das atividades. Verificação in loco com teste.
Desenvolver programa sócio-esportivo para fomentar valores de cidadania através da pratica dos esportes de combateolimpicos: Boxe, Esgrima, Judô, Luta Olímpica, Taekwondo.
Evolução dos valores humanos, segundo metodologia Unesco.
Diário de atividades.
Fortalecer o desenvolvimento da cidadania.
Integração social. Entrevistas.
Detectar talentos nos esportes de combate olímpicos.
Índice técnico. Competições.
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PERSPECTIVAS FUTURAS
Centro de Excelência de Esportes de Combate Olímpíco.
Desenvolvimento e implantação de Tecnologia Social para
Empoderamento Econômico das Famílias participantes.
Projeto nos Desportos Paralímpicos relacionados com os Esportes de Combate
Olímpico.
FUNDAMENTAÇÃO TEORICA DO PROGRAMA “VEM PRA LUTA CIDADÃO”
RESUMO
Os esportes de combate, em geral, não formam parte dos conteúdos
selecionados pelo professorado de Educação Física, apesar de sua prescrição
na LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação. O problema de sua não
eleição se encontra entre outras razoes, na escassez de recursos didáticos
apropriados. E assim alcançar o fomento no número de praticantes, utilizando o
equipamento esportivo existentes, introduzir o programa “Vem pra luta cidadão”
objetivando formar atletas de rendimento, a partir desse aumento de
praticantes, desenvolvido pelos projetos sociais, aplicando a metodologia dos
Jogos de Oposição (Dos Santos,2012).
Para alcançarmos esse resultado será necessário melhorar o processo de
formação continuado dos professores de Educação Física; democratizar o
acesso às modalidades esportivas que jamais fariam parte dos currículos das
escolas públicas (Esgrima) e qualificar essa base para futuras competições de
alto rendimento.
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Inicialmente iremos ofertar os projetos sociais nas Academias Chute Boxe para
democratizar o acesso à modalidades desportivas menos conhecidas, porém
não por elas serem menos educativas e motivadoras. O trabalho se levará a
cabo no âmbito geográfico da cidade de Curitiba – PR e Região Metropolitana.
Se contará com a participação de vários professores de Educação Física
especializados nos 5 esportes de combate olímpicos. Os materiais didáticos
serão desenhados, adaptando-os ao âmbito das Academias Chute Boxe.
A recolhida dos dados se realizará através dos diários do professorado e dos
questionários dos participantes. Com eles se realizará uma análise de tipo
quantitativa e qualitativo descritiva acerca do que ocorre nos treinamentos
antes, durante e depois da aplicação do material didático ministrado.
A análise abarcará as três dimensões da aprendizagem (Delors, 1996): O
saber, sobre a aquisição de conhecimentos dos fundamentos básicos dos
esportes de combate, o saber fazer, referido às habilidades motoras
específicas dos mesmos, e o ser, que favorece o desenvolvimento de atitudes
e valores e o saber conviver em nível individual e social.
Está aproximação, em uma etapa posterior, será aplicada no âmbito
competitivo para detectar, seguir e promover talentos garimpados entre os
jovens escolares, com capacidades especiais para a prática de qualquer dos
cinco esportes, facilitando-lhes o aceso à linha do rendimento esportivo com
professores especializados, para que possam futuramente vir a participar de
equipes nacionais em macro eventos.
Dando continuidade aos aspectos técnico-tácticos e de rendimento, assim
como nos recreativos e de integração social para todos os participantes que
desejem continuar com sua prática como atividade de lazer.
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Elaborar um instrumento Didático (Home Page) para o Ensino a Distância
(EAD) das cinco modalidades de Esporte de combate para os professores
das escolas públicas do Paraná e posteriormente para outros estados da
Federação. Onde os docentes tenham acesso a Unidades Didáticas para
ministrar suas aulas dos cinco esportes de combate, com interação com
professores on line e com material didático disponibilizado na página do
projeto.
A segunda parte do projeto contemplará a elaboração do conceito “Vem Pra
Luta Cidadão”, a ser introduzido utilizando o equipamento já existente
(Chute Boxe) e realização de convênios com clubes que apresentem
excelências em um dos 5 esportes elencados.
Inicialmente alocados professores especialistas nas distintas modalidades
(Boxe, Esgrima, Judô, Luta Olímpica e Taekowdo), através de parceria com
as Federações Esportivas estaduais, os quais trabalharão em conjunto com
os professores da rede que manifestarem interesse, e nos clubes com os
técnicos das federações locais, em parceria com as mesmas.
INTRODUÇÃO
Perguntas de partida
As perguntas que se buscam no projeto são derivadas da problemática da
escassez de propostas didáticas para a introdução dos esportes de combate na
etapa de ensino fundamental e médio, para a compreensão dos professores
que não possuem experiência prévia nessas modalidades como conteúdo de
aula, utilizando material lúdico e alternativo, construído juntamente com
docentes e discentes e com uma nova metodologia de Jogos de Oposição
(JO), para fomentar o interesse dos participantes nas modalidades de esportes
de combate olímpicos.
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No Brasil atual, não existe uma política desportiva consolidada para formação
de atletas de alto nível nesses esportes, em época de vésperas de Jogos
Olímpicos, desconsiderar esportes que disputam mais de 120 medalhas (só a
Luta Olímpica disputa 72 medalhas, sendo o 3º esporte que mais ganha
medalhas em Jogos Olímpicos) é não democratizar o acesso às possibilidades
de oferecer aos jovens e adolescentes oportunidades de ascender socialmente
através do esporte de alto rendimento.
Formulamos as seguintes perguntas:
1. São ministradas aulas de esporte de combate olímpico nos centros
escolares de Curitiba e região metropolitana, nas aulas de Educação
Física?
2. No caso de que a resposta, majoritariamente seja negativa, quais são
as razoes da sua não eleição?
3. Os recursos desenhados para os esportes de combate olímpicos
facilitam os professores de EF na introdução deste conteúdo? Qual tipo
de recurso que foram desenhados e baseados em quais critérios? Nos
interessa saber se os recursos desenhados podem favorecer o processo
de ensino-aprendizagem dos ECO, nas etapas de ensino fundamental e
médio, ou, se o material está desenhado com critérios demasiado
complexos ou pouco aplicáveis para ser implantado.
4. A utilização dos recursos para a introdução dos ECO, melhora o
conhecimento dos fundamentos das modalidades nos professores e
participantes? Existe diferença significativa em função do curso onde
ministram aulas? Com essas perguntas queremos analisar se a
aplicação do material didático aporta conhecimentos ao professorado e
alunado, especialmente aos primeiros pelo fato de que possa existir uma
posterior aplicação da Unidade Didática (UD) no centro educativo.
5. O material desenhado atende as funções pedagógicas básicas ao longo
de sua aplicação para os professores da pesquisa? Esta pergunta
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pretende averiguar se os recursos materiais e didáticos cumprem com
as funções básicas de suporte dos conteúdos e possibilitam o processo
de ensino-aprendizagem.
6. Há diferenças significativas na hora de aplicar a UD segundo o gênero
do alunado? Ao realizar o estudo nos perguntamos se a aplicação do
material didático causa diferenças significativas entre homens e
mulheres.
7. O modelo anglo saxão de desenvolvimento de esportes de alto
rendimento nas escolas pode ter êxito em um programa esportivo
escolar?
8. Podemos utilizar as escolas em horários ociosos para desenvolver os
ECO, para formação de atletas de alto rendimento?
Que pretendemos com essa proposta?
Como afirmamos, os esportes de combate olímpicos são as atividades
físico-desportivas menos selecionadas pelo professorado de Educação Física,
devido às debilidades curriculares existentes na formação do professorado, a
falta de materiais curriculares adaptados às aulas e a carência de
conhecimentos na formação docente nestas especialidades (Bastida, Ros &
Ruiz, 2011).
Nossa pretensão é, por um lado, rebater essas deficiências, tanto com
argumentos, como com a própria prática, e no aspecto metodológico, tendo em
conta que o enfoque globalizado supõe uma aprendizagem com base em
conhecimentos prévios e no estabelecimento de relações entre o conhecido e o
vivido (experiências), em muitos casos o professorado carece destes
conhecimentos e é para eles que vai dirigido fundamentalmente a primeira
parte do projeto, assim como sugerir um enfoque que se possa utilizar esta
prática de ECO para aumentar o número de praticantes destas modalidades na
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idade escolar, a democratização das atividades para todos, a margem de seu
maior ou menor conhecimento da modalidade desportiva.
Os Jogos de Oposição (Dos Santos, 2012) aportam um grande número de
novidades na prática de capacidades e habilidades desportivas, que
contribuirão positivamente à criação de novos hábitos motrizes e dirigirão os
participantes para a autonomia e a responsabilidade, favorecendo a aquisição
de suas competências, e diversificando seus conhecimentos no domínio da
motricidade.
As atividades de lutas poderão assim, ser incluídas nos programas de
Educação Física (EF) escolar, extra - escolar, de iniciação desportiva e de
recreação, contribuindo desta forma à educação integral. Em um segundo
momento contribuirá para a detecção de atletas de alto rendimento nestes
esportes, facilitando o aceso democrático à sua prática e o desenvolvimento
dos ECO para formação de atletas olímpicos.
Conhecendo as ações motrizes dos esportes de combate, concluímos que são
susceptíveis de gerar mudanças nas escolas (alunos e professores), posto que
até agora contamos com aproximações e pesquisas, realizadas, de forma
unilateral, desde a ótica da motricidade, da iniciação desportiva ou da
psicologia, entretanto não existe um estudo concretizado desde um proposta
global que abarque as três dimensões: saber, saber fazer, e saber ser, do
ponto de vista do professorado e do alunado.
Também é importante dar a oportunidade de introduzir na Academia Chute
Boxe esportes de combate olímpicos que são menos conhecidos por sua
idiossincrasia própria e por isso há uma baixa participação do Brasil, nestes
esportes (Boxe, Esgrima e Luta Olímpica), em macro eventos desportivos
como são os Campeonatos mundiais e Jogos Olímpicos.
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Entendemos que o projeto, ora apresentado, poderá ser de grande relevância e
também uma importante ferramenta na construção de políticas esportivas
democráticas para o acesso a esses esportes, formando atletas de alto
rendimento com equipamento já existente, o que demandará investimentos de
baixo custo.
Marco teórico Como assinalamos nosso objetivo é a introdução dos esportes de combate no
âmbito das academias através da elaboração de materiais curriculares
adequados, com desenho metodológico de fácil compreensão por parte de
participantes e professores e havendo essa aceitação na comunidade
introduzirmos o conceito de “Vem pra luta cidadão” para a formação de atletas
de alto rendimento, contribuindo fundamentalmente com a democratização do
acesso, com a elaboração de um banco de dados que possa servir de base às
políticas desportivas no Brasil.
Para isso, partimos de duas premissas fundamentais: a não seleção destes
desportos nas programações de EF e a importância dos materiais curriculares
para sua introdução no âmbito escolar, como consequência dessas debilidades
da não oferta dos ECO, a formação de atletas de alto rendimento nesse
esporte estar restrita a clubes e academias, segmentando sua prática só para
os que podem pagar esses equipamentos (clubes e academias).
Robles (2008) situa o problema da não seleção das atividades de esportes de
combate na escola nas seguintes cinco variáveis: a) Formação acadêmica do
professorado, b) experiências e interesses do professorado, c) instalações e
materiais que dispõe o centro educativo, d) demandas e interesses do alunado
e f) escassez de propostas didáticas.
Com relação ao material, devemos distinguir entre “material curricular” e
“material didático”. Ambas expressões provem de tradições pedagógicas
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distintas, a primeira mais vinculada ao conceito anglo-saxão, da teoria do
currículo e o “que ensinar”, enquanto a segunda é própria da didática centro-
europeia o “como ensinar”, (Molina, Devis & Peiró, 2008). Os “materiais
didáticos” podem ser usados em outros contextos além do escolar: familiar,
tempo livre…, os “materiais curriculares” fazem referência ao currículo escolar
e à seus subsistemas configuradores.
Segundo Area (2009:38) “los materiales curriculares se diferencian de otros
tipos de medios y materiales porque se diseñan y se usan para cumplir
funciones vinculadas con la diseminación y desarrollo práctico de los procesos
de enseñanza y/o aprendizaje de un determinado programa o proyecto
curricular”.
Já para Zabala (1995:173), los materiales curriculares, o materiales de desarrollo curricular
son todos aquellos instrumentos y medios que proporcionan al
educador pautas y criterios para la toma de decisiones, tanto en
la planificación como en la intervención directa en el proceso de
enseñanza aprendizaje y en su evaluación.
Parcerisa, (1996) os define como qualquer tipo de material destinado a ser
utilizado pelo alunado e os dirigidos ao professorado que se relacionem
diretamente com aqueles, sempre e quando estes materiais tenham como
finalidade ajudar ao professorado em um processo de planejamento e/ou
desenvolvimento e/ou avaliação do currículo.
Usaremos o termo material curricular para nos referirmos aos elementos que
servem para planejar, desenvolver e avaliar o currículo. De acordo com
Parcerisa (1999:89) são:
…propuestas para la elaboración de proyectos educativos y
curriculares de centro; propuestas relativas a la enseñanza en
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determinadas materias o áreas,(...); propuestas para la
enseñanza a alumnos con necesidades educativas especiales;
descripciones de experiencias de innovación curricular;
materiales para el desarrollo de unidades didácticas;
evaluaciones de experiencias y de los propios materiales
curriculares, etc.
Antes, o material curricular tinha uma finalidade meramente ilustrativa e se
mostrava ao aluno como elemento de apoio à explicação do professor. Hoje em
dia, o material curricular, mais que ilustrar, tem como objeto induzir o aluno ao
trabalho, à pesquisa, ao descobrimento e à construção, adquirindo um caráter
funcional e dinâmico, aumentando as experiências do alunado, e oferecendo-
lhes a ocasião para atuar.
Martínez Bonafé, (1992) surge com duas questões sobre os materiais
curriculares: por um lado analisa o material, buscando seu potencial pedagógico
além do meramente técnico, e por outro, se interroga a si mesmo e a todos os
docentes com respeito às estratégias que se podem por em prática com um
determinado material.
Segundo Area (2002:1) «en la actualidad no es posible desarrollar una actividad educativa
sin recurrir ni apoyarse en alguno de estos materiales y medios
pedagógicos. De modo similar podemos afirmar que sin materiales
no es posible llevar a la práctica de aula un programa o proyecto de
innovación educativa».
Para Devís, Peiró, Molina, Villamón, Antolín & Roda (2001), o material na EF
adquire maior importância porque permite combinar conceitos teóricos (saber
que) com procedimentos (saber como) e inclusive atitudes (saber ser). Desta
maneira, o material deve permitir que no desenvolvimento da atividade física, o
conhecimento teórico se experimenta, aprende e vincule o aluno à prática.
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O material facilita o processo de ensino-aprendizagem já que, com ele, o aluno
adquire novas experiências e novos conceitos. O processo de aprendizagem
se logra passando, do mundo dos objetos ao mundo das representações
mentais e suas relações recíprocas, isto quer dizer, do mundo, do abstrato ao
das ideias (Greca & Moreira, 1997).
As novidades nas aulas de EF tem um papel fundamental na motivação do
alunado, e mais, se estas atividades não são habituais na programação, rompem
a rotina dos conteúdos convencionais. Ainda assim, propõem que conteúdos
inusitados sejam introduzidos nas aulas de EF, através de diferentes materiais,
aportando ao professor um meio de formação permanente e a possibilidade da
aplicação da pesquisa-ação docente (Contreras, Gil & del Valle, 2004).
Os materiais curriculares são elementos chave para o desenvolvimento do
currículo de EF e são mediadores entre o conteúdo e a prática educativa, e
servem para realizar atividades e transmitir valores e conhecimentos. Para Peiró y
Devís, (1994a), sua seleção e utilização é fundamental para dar forma
pedagógica às diferentes atividades e conteúdos, ademais de obedecer a uma
determinada opção moral e política sobre a educação, assim como uma
determinada opção cultural.
Os materiais não são elementos neutros já que a sociedade foi criando em
torno deles estereótipos muito potentes, que adquirem maior ou menor
relevância, segundo a época (por exemplo, um dardo se considera masculino e
um aro feminino). Seguindo este conceito, qualquer arma como, por exemplo, o
florete, se consideraria material masculino.
Através das atividades programadas pretendemos romper com estes
preconceitos e desenvolver ao máximo as possibilidades destes materiais,
tentando fazer desaparecer ou pelo menos diminuir as diferenças de gênero,
nível de habilidade e atitudes que se detectaram através do questionário inicial.
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Classificação do material curricular para a EF Os materiais na EF apresentam diversas classificações, como a de Hernández
Vázquez, (1990). Dentro da classificação encontramos diferentes critérios: a) o
processo de fabricação: elaborado pelos participantes ou padrão; b) a
caducidade que apresenta: material fungível ou inventariável; c) a
potencialização de percepções que os materiais exercem sobre os
participantes; d) o uso: comum ou individual; e) a adequação aos conteúdos de
ensino; f) a Genesis histórica que apresentam: material convencional ou
alternativo; g) a adequação ótima de material-disciplina.
Díaz Lucea, (1996) apresenta uma classificação em função de: a) a instalação
desportiva, b) dos materiais desportivos e c) dos utensílios necessários para
realizar a atividade; o equipamento que os participantes devem aportar à aula;
o material de suporte para o professor para facilitar sua tarefa; o material
impresso para ajudar na realização das atividades; o material complementar e
outros recursos didáticos. Para o presente projeto nos apoiamos na
classificação de Peiró y Devis, (1994) que organizam os materiais em:
materiais impressos, recursos materiais; e meios audiovisuais e informáticos.
Funções dos materiais na EF
Os materiais curriculares cumprem uma função de mediação no processo de
ensino-aprendizagem. Parcerisa, (2006:32) assinala as seguintes funções:
- Inovadora, ao introduzir um novo material no ensino.
- Motivadora, captando a atenção do alunado.
- Estruturadora da realidade.
- Configuradora do tipo de relação que o alunado mantém com os
conteúdos de aprendizagem.
- Controladora dos conteúdos a ensinar.
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- Solicitadora, ao atuar o material como guia metodológico,
organizando a ação formativa e comunicativa.
- Formativa, global ou estritamente didática.
- De depósito do método e do profissionalismo.
- De produto de consumo, que se compra.
Díaz Lucea, (1996) explica que os materiais devem cumprir umas funções
básicas de suporte dos conteúdos curriculares e devem converter-se em
elementos facilitadores das atividades de ensino-aprendizagem. Denota cinco
critérios de funcionalidade pedagógica: a) Função estritamente didática; b)
função estruturadora; c) função motivadora; d) função de suporte ao professor;
e, e) função facilitadora de aprendizagem. É importante que os participantes
possam fabricar seu próprio material. Para Jardí y Rius (1997) o material
alternativo é todo aquele que não está fabricado de maneira tradicional e que
não é possível comprar em lugares especializados. Este material pode ser
construído aproveitando materiais recicláveis e fomentando sua reutilização,
contribuindo substancialmente ao conceito de preservação do meio ambiente,
como exemplo a utilização de garrafas PET, de restos de pneus, etc.
A utilização destes materiais, de maneira diferente a seu uso cotidiano, com o
fim de que o alunado desenvolva a imaginação e criatividade, permite oferecer
atividades as quais todos partem com o mesmo nível inicial. Além de que,
reduzindo o custo, temos a possibilidade de ampliar as aulas de EF para as
modalidades que requerem materiais específicos e caros para sua prática,
como é o caso da esgrima.
Rodríguez López, (1999) apresenta outras razoes pelas quais é positivo
construir estes materiais dentro da aula de EF, entre elas as destinadas aos
estudantes, como são: o baixo custo econômico que supõe sua fabricação, sua
fácil aquisição, a estimulação de sua criatividade e imaginação, a motivação
quanto à realização de atividades que nunca poderiam acontecer com material
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convencional, a consecução dos mesmos objetivos que com o material
convencional, o trabalho com elementos próximos ao aluno, e a possibilidade
da reutilização de materiais recicláveis. Para Bautista-Vallejo, (2010), existem
vantagens quando os materiais são trazidos de casa, já que potenciam a
conexão entre ela e a instituição escolar. Para os participantes é muito
significativo a prática desportiva na sua aula de EF com material trazido de sua
casa que lhes permite personalizá-lo e dotar - lhe de uma identidade especial.
Com o professorado, acontece o mesmo principio de criatividade que acontece
com o alunado. O docente revela seu potencial criativo, buscando
constantemente novos conteúdos para incluir em suas sessões. Nesse sentido,
Peiró (2001) propõe que a inclusão da analise, uso e elaboração de materiais
alternativos faça parte da formação dos futuros docentes, como uma forma a
mais de melhorar a qualidade do ensino nas escolas.
As perspectivas propostas
Neste projeto enfocamos os ECO desde duas FASES, nas quais os três
primeiros enfoques pertencem à fase de INTRODUÇÃO e os dois últimos à
fase de APERFEIÇOAMENTO:
a) Uma perspectiva educativa
b) Uma perspectiva de democratização de seu ensino nas escolas
c) Uma perspectiva antropológica - cultural
d) Uma perspectiva desportivo - recreativa – social.
e) Uma perspectiva de Alto Rendimento Esportivo
Esta quíntupla perspectiva nos orienta para desenvolver o projeto em torno a
cinco sub - programas ou enfoques específicos.
a) As modalidades de combate desde uma perspectiva educativa
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Entender as aulas de EF como um espaço educativo que nos induz a pesquisar
quais são as condutas motoras e afetivas dos estudantes, e como estas podem
ser modificadas a partir de uma determinada ação pedagógica. Para isso,
promovemos um processo de pesquisa – ação em vários centros de ensino
fundamental e médio da cidade de Curitiba e Região Metropolitana, abrindo a
possibilidade futura, de projetar esta pesquisa à outras etapas educativas.
Subprojetos
1. Simplificar as modalidades de esportes de combate olímpicos à
práxis básica para facilitar sua introdução na escola.
2. Adaptar os ECO à instalações, espaços e materiais disponíveis nos
centros escolares.
3. Desenhar um sistema de progressão de fundamentos técnico-
tácticos básicos das diferentes modalidades.
4. Otimização das condutas motoras orientadas para a aquisição e
colocação em prática dos valores de respeito, perseverança,
responsabilidade e cooperação nas aulas de EF onde se ministre as
modalidades de combate. Educação de valores.
Subprojetos
- O Boxe. Iniciação.
- A Esgrima. Iniciação.
- O Judô. Iniciação.
- A Luta olímpica. Iniciação.
- O Taekwondo. Iniciação.
b) Uma perspectiva de democratização de seu ensino nas escolas
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As modalidades de Boxe, Esgrima, Judô, Luta Olímpica, e Taekowdo, em
geral, são praticadas nas escolas privadas, academias ou clubes, por parte da
população que pode arcar com custos extras (mensalidades, uniformes,
materiais, etc.).
Nossa proposta é oferecer nas escolas públicas, nas aulas de Educação Física
os 5 esportes de combate olímpicos, nos apropriando da nova metodologia de
ensino denominada Jogos de Oposição, e na segunda parte do trabalho,
resultado dessa pratica massiva, iniciar os 5 como esportes formais, em
atividades extra - escolares, nas Escolas de Esporte de Combate Olímpico e
nos Centros de Excelência conveniados (clubes, academias, etc.);
Subprojetos
1. Dar qualidade em todas as propostas educativas que se realizem
tanto no marco do esporte escolar como nas atividades de formação
de atletas dos ECO.
2. Facilitar que os participantes/as conheçam todos os esportes de
combate olímpicos, e todas as ofertas vinculadas ao seu entorno
sociocultural, recebendo uma formação inicial específica que
possibilite a eleição daquela atividade que mais lhes aprazam.
3. Possibilitar um amplo leque de práticas desportivas diversas que
configurem uma riqueza formativa e de cultura esportiva, importante
para a infância e adolescência.
4. Melhorar a participação e estabelecer o primeiro vínculo de contato
com os ECO, para os que tenham talento e queiram participar de
competições de alto rendimento.
c) As modalidades de combate desde uma perspectiva antropológico-cultural
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Associar os esportes de combate a um espaço antropológico-cultural implica
estudar a evolução da atividade do homem e sua produção, em relação ao
conjunto de tradições e jogos de um determinado território que esteve
submetido ao influxo das práticas desportivas modernas.
Subprojeto
• Estudo contextualizado e comparado dos jogos autóctones de
combate na Espanha e Brasil.
d) As modalidades de combate desde uma perspectiva desportivo – recreativa - social
A concepção do esporte de combate como uma possível prática desportiva em
nível extra escolar, tanto recreativa, como social, nos suscita a necessidade de
melhorar ou formar, através de uma nova perspectiva metodológica, os
especialistas desportivos, em:
1. Diagnosticar a situação desportiva e recreativa da comunidade com
a finalidade de estabelecer as atividades estratégicas a serem
propostas.
2. Adaptar as propostas dos esportes de combate olímpicos como
opção para ocupar o tempo livre dos escolares.
3. Facilitar aos jovens participantes a possibilidade de que se
incorporem às linhas de aperfeiçoamento esportivo.
4. Avaliar o impacto das atividades propostas aos jovens que
participam.
25
5. Otimização das condutas motrizes orientadas para a aquisição e
posta em prática dos valores de respeito, responsabilidade e
cooperação nas aulas onde se ministre as modalidades de combate.
Educação em valores.
e) Uma perspectiva de Rendimento desportivo
Com a possibilidade de praticar os ECO na escola pública, ampliaremos as
possibilidades de participação e de detecção daqueles participantes com
habilidades especiais, para cada uma das modalidades de esporte de combate
olímpico. Atualmente a Olimpíada escolar no Brasil é um espaço pouco
explorado e as modalidades de esportes de Combate, quase não tem
participação. O plano de desenvolvimento integral de esportes de combate no
Paraná inicialmente inclui quatro programas para cada um dos cinco esportes de
combate olímpicos, que funcionarão de maneira paralela no desenho da
proposta de detecção, seleção e desenvolvimento dos talentos desportivos.
Estes programas são:
Subprojeto a)
- Programa de captação e detecção de talento nas escolas de
ensino fundamental e médio.
- Programa de criação do “VEM PRÁ LUTA CIDADÃO”, com os
Esporte de Combate Olímpico com envolvimento das
associações de pais e mestres e a gestão de instalações
específicas.
- Programa de formação continuada de técnicos desportivos.
- Programa de qualificação esportiva de juniores (até 20 anos).
26
Subprojeto b)
- O Boxe. Desenvolvimento.
- A Esgrima. Desenvolvimento.
- O Judô. Desenvolvimento.
- A Luta olímpica. Desenvolvimento.
- O Taekwondo. Desenvolvimento.
Perspectivas integradoras
Embora tenhamos proposto de forma independente, todas as fases fazem
parte de um projeto comum e estão regidas pelos mesmos princípios e
metodologia. Não obstante, partimos do momento atual dos esportes de
combate olímpicos, tal e como chegaram até nossos dias, diferenciando dois
ramos, o educativo e o alto rendimento que, a sua vez, se separa em um ponto
de arranque de caráter social, que é regido por uma metodologia lúdico-
recreativa porém que enfoca o alto rendimento, especialmente para aqueles
participantes que se destacarem por suas potencialidades especiais nas cinco
modalidades, os ECO.
A pesquisa neste campo. Trabalhos prévios e estado da questão
Sobre as cinco razoes, assinaladas por Robles, (2008) para a não eleição dos
esportes de combate entre os conteúdos da EF escolar, foram realizadas
muitas pesquisas das quais nos apropriamos das mais significativas para
nosso trabalho:
A formação acadêmica dos professores
Viciana y Zabala, (2004) estudaram a preferência dos professores na hora de
selecionar os blocos de conteúdos da EF e concluíram que em primeiro lugar
se situava a condição física-saúde, seguido das qualidades motrizes
coordenativas e de jogos e esportes. As atividades no meio natural e a
expressão corporal foram as menos valorizadas.
27
A superioridade – em quanto a sua escolha - dos três primeiros blocos, pode
ser devido a que os docentes possuam um maior domínio destes conteúdos
(Castejón, Caro, Gamarra, Hernando, López, Nieto, Rol, Ruiz, Sánchez de la
Rosa & De la Torre, 2001), já que durante sua formação tiveram experiências,
adquirindo conhecimentos sobre elas (Matanin & Collier, 2003). Nas pesquisas
de Zabala, Viciana y Lozano, (2002) os professores de EF, em sua formação
inicial e permanente mostraram preferência pelo bloco de jogos e esportes.
Dos Santos, Oliveira, Ruiz, De Oliveira y Langa, (2011) estudaram a aplicação
da nova metodologia “Jogos de Oposição”, entre os participantes de Licenciatura
em EF da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Pretendiam conhecer, uma
vez cursada a matéria, qual era o interesse dos futuros profissionais na
aplicação dos Jogos de Oposição. A maioria dos entrevistados (73%),
considerou que os Jogos de Oposição são importantes na formação
profissional e que a disciplina lhes havia oferecido os recursos necessários para
sua futura aplicação nas escolas. Não obstante, esta visão positiva diminuía ao
responder sobre sua viabilidade e aplicabilidade na escola: 54% assinalou
necessitar de confiança suficiente para trabalhá-las nos centros educativos.
Em estudo realizado por Ruiz Sanchis, Dos Santos, Estevan y Falcó (2011)
com participantes de 4º e 5º da Licenciatura de CAFD da Universidad Católica
de Valencia, se obteve um índice de resposta positiva de 49,5% para a futura
seleção de atividades de esportes de combate na escola coincidindo dois
fatores, a formação inicial e a prática na escola: dentro da formação inicial,
cursavam disciplinas vinculadas às modalidades de luta, além de haver tido
experiências práticas em sua etapa escolar sobre alguma delas.
Experiências e interesses do professorado
Embora muitos autores (Brousse, 2001; Molina & Castarlenas, 2002; Villamón,
2011), tenham assinalado sobre a importância da inclusão dos esportes de
28
combate no currículo da EF, embasados que sua prática é uma atividade
educativa integral (González, Anguera & Iglesias, 2007), sua presença entre os
conteúdos da EF escolar na Espanha e no Brasil são escassas, a diferença do
que sucede em outros países (Theeboom & De Knop, 1999).
Na maioria dos países europeus, não são só populares como esportes
organizados e sim que, ultimamente, tem aumentado o interesse por introduzir
os esportes de combate nas aulas de EF (Estevan, Ruiz, Falcó & Ros, 2011).
No estudo sobre a prática dos esportes de luta executados com os estudantes de
CAFD de León e Valencia (Villamón et al., 2001), somente o 1,3% deles haviam
recebido aulas relacionadas com este tipo de atividades, o que respalda as
numerosas denuncias do abandono que sofrem ditas atividades no ambiente
escolar (Brousse, Villamón & Molina, 1999; Molina & et al, 2002; Ruiz, Bastida
& Ros, 2010). Villamón, Gutiérrez, Espartero y Molina (2005), realizaram um
estudo cujo objetivo era ajustar a intervenção pedagógica aos distintos níveis dos
estudantes e prever aspectos como a programação, a utilização dos
conhecimentos por parte do alunado, ou a transferência dos conhecimentos
próprios do Judô à outras modalidades de luta.
Um 49,5% manifestou haver tido experiência previa nestes esportes. Os
esportes de luta praticados (16) pelos entrevistados foram: Judô (37,81%),
Karatê (25,37%) e Taekwondo (17,91%). O 18,91% restante ficou dividido entre
13 modalidades.
Este ranking evidencia a clara tendência para as modalidades orientais
(Villamón, et al., 2005), em detrimento dos esportes de lutas ocidentais. Sem
dúvida, estes esportes, como demonstram os trabalhos de Theeboom et al.
(1999), não se praticam respeitando sua essência, senão que se transformam
ou ocidentalizam, estabelecendo claras diferenças com sua origem, não
somente de ordem técnica, porém mais profundas.
29
As modalidades de origem oriental incorporam um conceito integrador do
homem e do universo, próprio de sua filosofia. Para Dos Santos et al. (2011),
estes dados se relacionam com o número de publicações vinculadas aos
esportes de combate - somente 2,9% dos trabalhos relacionados com o âmbito
esportivo, dos quais, a maioria tem como temática principal a biomecânica do
Judô (Correia, 2010).
Demandas e interesses do alunado São os fatores mais importantes que devem nortear o planejamento (Viciana &
Requena, 2002); Zabala et al., (2002), publicaram um manifesto determinando
quem selecionava os esportes para a aula de EF na Europa. Segundo os
participantes, era o professor quem decidia em 83,11% dos casos, diante de
10,55% sendo quem escolhia os participantes e 6,33% responderam que a
decisão era conjunta. Dos esportes praticados, os participantes preferiam na
seguinte ordem: 1.Voleibol, 2.Futebol, 3.Basquete, 4.Badmintom, 5.Tênis de
Mesa, 6.Hockey e 7.Atletismo.
Os esportes mais demandados são quase exatamente os que mais se praticam
(Zabala et al., 2002); nisso influiu, obviamente, a valorização social dos
esportes que existem na sociedade, e os participantes recebem muito poucos
estímulos favoráveis aos esportes de luta, comparados com outras disciplinas
esportivas (Robles, 2008).
Carratalá y Carratalá, (1999) consideram que os pais influem como agentes de
socialização, já que existe uma grande correlação entre os interesses dos pais
com o esporte e os níveis de participação esportiva dos filhos (García Ferrando
& Llopis, 2010). Introduzir conteúdos não habituais na programação das aulas
suscita interesses nos participantes pela novidade e consequente motivação.
As atividades de esporte de combate são muito motivadoras para o alunado,
por una parte, porque não são realizadas com conteúdo tradicional dentro da
30
EF e, por outra, a luta costuma considerar-se como algo tabu, “não
recomendável”, o qual também resulta como um incentivo (Annicchiarico,
2006).
Em relação ao sexo, um estudo realizado por Mendoza, Segrera y Batista,
(1994:105) expõe que: «las chicas prefieren actividades poco agresivas y escasamente
competitivas, o en las que la competición es un reto contra sí
mismas, como el baile, los juegos (…), el atletismo o la gimnasia y
la natación. Los varones prefieren actividades más agresivas o de
riesgo, más competitivas y, (…), como el fútbol, el balonmano o el
baloncesto, la bicicleta, el tenis, el karate y el montañismo».
Existe a crença errônea de que os esportes de combate favorecem
comportamentos violentos e por isso não são selecionados nas aulas (Thabot,
1999). Brown y Johnson (2000) destacam o vínculo de união entre as artes
marciais e a não-violência, ao desenvolver experiências físicas selecionadas
cuidadosamente, porém orientadas para a esquiva, em lugar da permissão de
enfrentamentos violentos (Brown et al. 2000). Heyden, Anger, Jackson, y Ellner
(1999), destacam sua faceta utilitária.
Dos Santos et all, (2010) discutem a denominação “esportes de combate”,
“artes marciais” ou “Jogos de Oposição”? Fundamentando que na escola a
utilização do termo “Jogos de Oposição” pode erradicar o pensamento
preconceituoso de relacionar “esportes de combate” com artes de guerra
(marciais) e com violência.
Escassez de propostas didáticas Robles (2008) nos informa de que na literatura específica, as propostas
didáticas, com relação aos esportes de combate com agarre que facilitem o
31
colocar em prática os mesmos, desde um modelo educativo-formativo, são
muito escassas (Brousse & Matsumoto, 1999b; Camerino & Gutiérrez, 2011).
Assim como, a maioria delas estão dirigidas a docentes que em certa medida,
conhecem ou dominam os esportes de combate com agarre e golpes, ou que
dominam a praxiologia específica destas modalidades (Robles, 2009).
No estudo realizado por Ruiz, Bastida y Ros, (2011) se confirmou que para a
mostra participante, existe uma importante falta de materiais curriculares
adaptados ao trabalho da EF. Nos dá ideia da complexidade do problema e da
dificuldade na hora de encontrar propostas didáticas adequadas para que os
docentes trabalhem os esportes de combate na escola, sem formação previa.
As soluções para este problema passam, entre outras, pela incorporação de
novos materiais, inovadores e motivadores, que requerem novos estudos e
pesquisas.
Por todas estas razoes era difícil não escolher, como tema deste projeto, a
investigação sobre a forma de facilitar a introdução dos esportes de combate nas
aulas de EF, dando a conhecer as habilidades específicas e o desfrute destes
esportes aos participantes.
Concretizando, o presente projeto consiste no desenho e aplicação de recursos
didáticos para o trabalho específico dos esportes de combate olímpicos dentro
do âmbito escolar. Cremos que o fornecimento de diversos materiais
(impressos, áudio – visuais, etc.), desenhados com um enfoque lúdico e
pedagógico, assim como a elaboração de outros pelos próprios participantes,
com materiais recicláveis, aporta uma matriz original e pode incrementar a
motivação e interesse do professorado e alunado para estas atividades.
Em nosso projeto o papel protagonista está representado pelos materiais
curriculares ou materiais didáticos, que se encontram incluídos no próximo
parágrafo.
32
Instalações e materiais dos que dispõe a Chute Boxe Existem docentes que ministram os conteúdos esportivos em função das
instalações e dos materiais que possuem no centro educativo. Robles (2008)
destaca que: 57,6 % dos docentes estão de acordo com essa afirmação, e 25,6
% totalmente de acordo. São dados similares aos obtidos por Viciana et al.
(2004).
Segundo Castejón (2004), as instalações desportivas dos centros educativos
estão construídas para a prática de determinados esportes tradicionais como o
futebol, basquete e handebol. As normas regulamentares desenvolvem para
cada um dos desportes aspectos dimensionais, de traçado, orientação,
iluminação, pavimentos, material esportivo não pessoal, etc., que influem na
prática ativa da especialidade de que se trata.
Um aspecto importante é o da segurança. A prática físico e esportiva supõe,
em si mesma, uma atividade de risco pelos diferentes componentes que a
determinam: manejo de materiais, delimitação de espaços, idade dos
participantes, condições meteorológicas e, sobre tudo, pela velocidade de
execução como determinante mais prioritário (Latorre & Herrrador, 2003). No caso dos esportes de combate seria necessário uma instalação coberta.
Brousse et al., (1999) destacam que são poucos os centros que contam com
instalações adequadas para a prática destes esportes, embora, para algumas
modalidades (a esgrima), os materiais de prática são mais importantes que a
instalação. «Los materiales no son imprescindibles para el juego, pero sí son
muy valiosos para incrementar el interés de los alumnos por la actividad»
(Palacios, Toja & Abraldes, 2001:1).
Devemos buscar alternativas aos materiais demasiadamente sofisticados ou a
preços proibitivos, os quais podemos substituir por outros materiais ou mesmo
eles podem ser fabricados pelos próprios participantes. «Es necesario huir, en
33
la medida de lo posible, de la presión de consumo que impera en la sociedad»
(Carranza & Mora, 2003:74). Ponce, Gargallo, Lemus, Treviño, Loza, Pascual y
Fernández, (1999) concluíram que este tipo de material incrementa a motivação
dos participantes. Além do que, a reutilização de material nos permite o
desenvolvimento de outros valores como, por exemplo, a criatividade
(Rodríguez Bravo, Quintana, Lindell & Barrera, 2009), porém na hora de utilizar
material alternativo ou reutilizar o material, Rivadeneyra, (2001:4) assinala que
«en la reutilización hay que ser especialmente prudente evitando usos que
pudieran resultar peligrosos debido a las características de degradación del
material».
Na elaboração dos materiais não seguimos metodologias tradicionais mas que
recorremos, entre outros, aos meios áudio visuais e às denominadas novas
tecnologias. Considerando que os materiais curriculares não são um fim em si
mesmos, Santos Guerra (1991) denota que os meios áudio visuais e as novas
tecnologias da comunicação (TIC) não tem em si capacidade didática porém
podem ser utilizadas para estes fins.
Estes materiais, na classificação de Molina, Devis, e Peiró (2008), se
estruturam em três grupos: materiais impressos, recursos materiais e meios
áudio visuais e informáticos. Seguindo a estrutura destes autores porém,
variando os critérios, na hora de desenhar as UD de esportes de combate
olímpicos vamos organizá-los em três grupos: materiais destinados ao
professorado, materiais destinados aos participantes e materiais comuns para
o professorado e o alunado.
Dentro de cada um destes grupos, manteremos o esquema assinalado
anteriormente, ficando a classificação como se vê na seguinte tabela:
Tabela 1 Materiais destinados ao professorado e ao alunado
34
Professores a) Materiais impressos
- Guia didático
- Planilhas de sessão
- Anexos
c) Meios áudio visuais - A web
Participantes
a) Materiais impressos - Anexos
b) Recursos materiais
material fungível
- O florete
- Os óculos
Material comum a
professores e participantes
b) Recursos materiais
prática físico esportiva
- lenços, pás, coletes, balões,
bolas…
b) Recursos materiais
Instalações-equipamento
- Pátio
- Ginásio
OBJETIVOS DO PROJETO
O presente projeto parte da hipótese geral de entender que as práticas
motrizes dos esportes de combate olímpicos são suscetíveis de melhorar a
qualidade das aulas de Educação física, incorporando diversas experiências às
diferentes perspectivas existentes em nível físico e psicomotor, cognitivo,
afetivo e ético. Além de uma segunda hipóteses específica que é a dirigida à
democratização das atividades de esportes de combate olímpicos, aumentando
o número de praticantes e orientando-os aos âmbitos recreativo ou de alto
rendimento.
Nosso objetivo geral: conhecidos os fatores que influenciam na decisão dos
docentes, desenharemos e produziremos os materiais curriculares que facilitem
a seleção e aplicação destas modalidades na escola. Aplicando a modalidade,
com oportunidades democratizadas de acesso a todos participantes e alunas,
iniciaremos um processo de identificação do talento esportivo, visando detectar
35
os participantes e alunas os quais queiram desenvolver suas habilidades nos
esportes de combate olímpicos. Para ocorrer esse desenvolvimento os
selecionados irão participar de atividades de treinamento nas modalidades
escolhidas (Boxe, Esgrima, Judô, Luta Olímpica e Taekowdo). Uma vez nessas
atividades de treinamento serão direcionados para o alto rendimento, visando
competições da alta elite esportiva (Campeonatos mundiais e Jogos
Olímpicos).
Objetivos Específicos
- Conhecer a situação inicial do professorado.
- Introduzir as modalidades de esportes de combate na escola, através
de uma nova metodologia (Jogos de Oposição – JO).
- Desenhar propostas de programas de iniciação às práticas motoras
para os esportes de combate desde uma perspectiva educativa.
- Desenvolver um sistema metodológico de ensino para as
modalidades de combate, segundo a unidade motriz de lutas primaria
da modalidade.
- Desenhar Unidades Didáticas de atividades físico-esportivas para os
esportes de combate olímpicos, os materiais e espaços necessários
para sua prática adaptada ao âmbito escolar, às condições reais das
classes e conhecimentos dos docentes.
- Desenvolver produto tecnológico (web site) para qualificação dos
docentes que trabalharão com Esportes de Combate Olímpico nas
Escolas.
- Estabelecer pautas claras de intervenção para gerar situações
pedagógicas onde surjam condutas de respeito, responsabilidade,
perseverança e cooperação, tratando de favorecer a melhora da
conduta dos participantes.
- Comprovar a incidência ou a influência que tem as práticas motoras
das atividades de esportes de combate olímpicos nas aulas, como
36
um meio para enriquecer as aulas de EF em nível afetivo, social,
motor e cognitivo.
- Analisar e comparar os jogos e esportes de combate autóctones
espanhóis e brasileiros.
- Introduzir e adaptar as modalidades de esportes de combate
olímpicos específicos das distintas realidades culturais tanto no
âmbito educativo, recreativo como de alto rendimento.
- Produzir material didático para formar o professorado e que estes
possam ministrar aulas de esportes de combate olímpico nas
escolas, através da proposta de UD de «Jogos de Oposição» nas
escolas, para democratizar o acesso às praticas tidas como elitizadas
(Esgrima) objetivando a educação de valores.
- Democratizar a prática de esportes de combate olímpicos na escola
pública.
- Detectar os talentos nas 5 modalidades de esporte de combate
olímpicos e encaminhá-los para o desenvolvimento no programa
“VEM PRA LUTA CIDADÃO”.
- Desenvolver as “Vem pra luta cidadão” nas escolas como alternativa
para o desenvolvimento do esporte de alto rendimento no Paraná e
no Brasil.
- Implantar o programa “Vem pra luta cidadão” em Curitiba, para
desenvolvimento dos cinco esportes de combate olímpicos e outros
não olímpicos.
- Produzir artigos científicos, livros didáticos, publicações técnicas e
material mediático, tais como Blue Ray e DVD, para difundir as
metodologias utilizadas e socializar o conhecimento para as
comunidades científicas e sociedade civil em geral, principalmente
para os coletivos que trabalham com o desenvolvimento do esporte
nacional.
37
METODOLOGIA
ESTRUTURAÇÃO DA PESQUISA Nossa metodologia está embasada no desenvolvimento dos Esportes de
Combate Olímpicos (ECO), onde iremos mostrar o quão importante são as
lutas para o conteúdo oficial da disciplina de Educação Física, segundo os
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) (Brasil, 1988 apud Ferreira, 2006).
Esse documento não apenas mostra as lutas como um conteúdo a ser
trabalhado, como também aponta alguns caminhos para que o professor leve
essa proposta ao aluno.
Esse projeto se dará em dois momentos:
1. Pesquisa de campo nas escolas públicas e particulares da cidade
de Curitiba e região metropolitana, para desenvolver Unidades
Didáticas para o ensino dos ECO, através da nova metodologia
dos Jogos de Oposição.
2. Programa “VEM PRA LUTA CIDADÃO” para desenvolvimento dos
talentos nos ECO, detectados na fase 1 do projeto.
I. Pesquisa de campo nas escolas públicas e particulares da cidade de Curitiba
e região metropolitana, para desenvolver Unidades Didáticas para o ensino dos
ECO, através da nova metodologia dos Jogos de Oposição.
Apesar de existirem alguns argumentos que impedem que o professor estimule
essa prática dentro da sala de aula, iremos demonstrar que é possível, factível
e pertinente o desenvolvimento das atividades de luta.
Nossa pesquisa prévia (Santos, et all, 2011) detectou que:
• Falta vivência da maioria dos professores com as lutas;
• Exacerbada preocupação com a violência que as lutas possivelmente
poderiam gerar.
38
No entanto os participantes e professores necessitam uma leitura mais
aprofundada do que a fornecida pelo senso comum, as lutas não significam
violência, pelo contrario a luta nos traz educação de valores como respeito,
disciplina, perseverança entre outros, bem como tomar consciência de que o
professor não precisa saber fazer para saber ensinar.
Segundo Rondinelli, (2013) existem meios para que os professores possam
trabalhar as lutas com os participantes dentro das escolas sem tê-las praticado
antes. As unidades didáticas desenvolvidas por nossa pesquisa comprovará
que o ensino dos ECO, nas escolas, através de nossa nova metodologia
denominada Jogos de Oposição (JO), (Santos, 2012) é totalmente factível com
comprovou Santos, (2012), e assim poderemos vencer as barreiras culturais e
os pré-conceitos existentes no meio escolar, sobre o ensino das lutas nas
escolas.
Também será desenvolvido com a participação dos participantes com a
produção de materiais alternativos para a prática dos ECO, como por exemplo,
citamos um das modalidades aplicada no projeto, a esgrima, onde usamos
materiais alternativos, feitos com bastões de jornais, espaguetes de E.V.A,
espadas de fibra, óculos de proteção baratos (R$ 1,99), entre outros, que
também atendem a modalidade de Taekowndo.
Assim como, um dos objetivos dessa iniciativa é estimular a participação dos
participantes na produção de seu próprio material, e essas atividades
estimulam a motivação dos participantes desenvolvendo seus conhecimentos
de preservação de meio ambiente, acervo histórico (história das lutas
autóctones) e suas criatividades. Além de ser um material de fácil aquisição e
preços accessíveis, não apresentam nenhum risco para os participantes.
Também e
39
Estão previstos testes de avaliação física para coleta de dados e
desenvolvimento de um banco de dados, disponibilizados em nossa página
web, nos cinco esportes de combate olímpicos, onde os professores nas
escolas terão farto material para trabalhar na detecção dos talentos e posterior
encaminhamento ao programa “VEM PRÁ LUTA CIDADÃO”.
Como os esportes de combate, em sua grande maioria, trabalham em seus
treinamentos e competições capacidades físicas como a força e resistência
anaeróbica, avaliações dos aspectos biomecânicos deverão ser estudados
para melhor acompanhamento do alto desempenho. O teste de “Wingate” de
membros superiores – para braços (para que possamos analisar a força do
atleta, grau de potencia, resistência e fadiga muscular em um ergômetro –
espécie de bicicleta de braço).
Servindo como uma grande ferramenta para prescrever exercícios adequados
e necessários para o atleta além de trabalhar a especificidade do treinamento.
É claro que o projeto não se limita somente a esses testes citados, pois no
mundo da Ciência do Esporte há vários outros testes úteis que podem ser
utilizados, em nosso projeto serão utilizados testes de abrangência mais morfo-
biológica como, por exemplo, recolhimento de dados referentes à estatura,
peso, percentual de gordura, análise dos níveis de lactato ou de sangue que
objetivara verificar as respostas fisiológicas e metabólicas do atleta. Isso
certamente dará mais embasamento e suporte na busca do talento esportivo.
2. Programa “Vem pra luta cidadão” para desenvolvimento dos talentos nos ECO, detectados na fase 1 do projeto.
Criar o conceito metodológico “Programa Vem Pra Luta Cidadão”, aproveitando
o equipamento das Academias Chute Boxe, em consonância com a cultura
esportiva local para desenvolver o esporte de alto rendimento em atividades
40
extraescolares, objetivando desenvolver os talentos detectados, onde foi
utilizado o conceito de JO, para alcançar à excelência esportiva.
Buscaremos a realização de convênio com Clubes Esportivos, respeitando sua
tradição em algum dos cinco esportes de combate elencados, ou seja, como
por exemplo, o Clube Morgenau, de Curitiba, que desenvolve um excelente
trabalho na formação de atletas de judô, ou ainda o Clube Circulo Militar, que
tem histórico na formação de atletas de Esgrima. Esses clubes seriam
escolhidos para ser Centro de Excelência, por sua historia e tradição em
determinada modalidade pelas estruturas físicas. A Academia Chute Boxe que
tem excelência na formação de atletas de MMA.
Os participantes do “Programa Vem pra luta cidadão” teriam, além da
capacitação continuada acesso a intercâmbios internacionais para que assim
possamos desenvolver os ECO de maneira correta, com troca de experiências
internacionais para que possamos atingir os níveis olímpicos e mundiais. Falar
de desenvolvimento de esporte em alto rendimento sem utilizar o recurso de
intercambio é restringir a uma determinada metodologia de treinamento, sem
conhecer outras forças dos esportes em questão, em nível mundial.
Os participantes desses intercâmbios serão os pesquisadores responsáveis
pelo desenvolvimento das metodologias de treinamento, alguns bolsistas que
trabalharem diretamente com essas metodologias.
Os atletas que realmente apresentem destaque em competições nacionais,
uma vez que convocados para as seleções das modalidades viajarão com as
mesmas, cujos custos são cobertos pelas confederações dessas modalidades.
Sendo que a ideia de conhecer as principais equipes de outros países da
América Latina, América do Norte, Ásia e Europa, será o de coletar dados nos
principais campeonatos internacionais para conhecer os métodos e técnicas
41
que estão tendo êxito nessas competições, além de entrar em contato com
outras culturas e metodologias de treinamento. Os países escolhidos serão os
exponenciais em cada ECO, por exemplo, a Itália para Esgrima; o Japão para
Judô; USA para Boxe; Coréia para Taekowdo e Rússia para Luta Olímpica.
Serão realizados intercâmbios científicos com as principais universidades que
desenvolvam pesquisa nas áreas em questão, para acedermos a trabalhos
científicos e literatura adequada, pois nossa maior debilidade encontra-se na
falta de artigos científicos, livros, teses doutorais nos campos de conhecimento
em questão.
Outro item que complementará o trabalho de formação de atletas de alto
rendimento serão as clinica de verão que durante os meses de férias, os
atletas participantes do projeto serão convidados às Clinicas de Verão, que
serão ministradas por Técnicos renomados e preparadores físicos de equipes
de primeira linha. Eles irão desenvolver novas metodologias de treinamento
para atletas e professores do “VEM PRÁ LUTA CIDADÃO”.
Poderemos pensar em duas categorias de participantes:
A. Os atletas do programa, melhores qualificados por pontos, estão
automaticamente convidados.
B. Os professores do “Vem pra luta cidadão” e os professores de Educação
Física que desenvolvam as atividades de JO, nas aulas de Educação
Física, nas escolas.
Após a detecção de talentos e após o atleta já ter adquirido uma base técnica
na luta para a qual ele foi selecionado, ele se encontra apto à participar de
competições. Em um primeiro momento os atletas participarão de competições
regionais, de menor expressão, a fim de adquirir uma maior experiência em
42
competições, isso juntamente com técnicos fornecidos pelas federações
estaduais dos ECO. Em um segundo momento, após muito trabalho e técnica
aperfeiçoada, os mesmos se encontrarão apto para competir em níveis
internacionais.
Sendo de extrema importância na realização do projeto, não queimar as etapas
de desenvolvimento dos atletas, e dessa forma poder colocá-los para disputar
os campeonatos de maneira segura e confiante, onde os mesmos possam nos
trazer bons resultados.
Sendo que depois da análise e de coletarmos dos dados através dos
instrumentos acima citados poderemos ter de maneira precisa a obtenção de
resultados e elaboração das conclusões da presente pesquisa. Bem como
coletar, como prevíamos na pesquisa previamente, os resultados que se
produzem com respeito à aplicação, por parte dos professores, e à
aprendizagem e satisfação dos participantes.
A informação recolhida através da pesquisa terá uma aplicação direta na
investigação de dois doutorandos que pretendem realizar investigações nesta
linha, servindo de referência para todos aqueles que se sintam interessados
pelo tema e queiram integrar o grupo. As publicações da presente pesquisa
serão realizadas em revistas de impacto tanto do âmbito espanhol como
brasileiro. Isto se dará nas três fases da investigação.
2. “Programa Vem pra luta cidadão” para desenvolvimento dos talentos nos ECO, detectados na fase I do projeto.
Uma atividade sócio-recreativa-esportiva.
Tendo em vista as Olimpíadas Escolares que contemplam quase todos
Esportes de Combate Olímpicos, enfatizou-se nesse projeto, o apoio escolar
43
com bases sólidas para o desenvolvimento do programa. Por isso, vamos
aprofundar as ideias básicas junto às instituições estaduais do Paraná. A
organização do “Vem pra luta cidadão” parte de uma estrutura embasada nas
«Escuelas Deportivas Estatales (EEDDEE)» espanholas que se dedicam à
formação, preparação, seguimento e promoção de crianças, jovens e adultos
na esfera do esporte.
A missão das EEDDEE espanhola deve considerar um aspecto que se
abordará mais adiante relacionado com o próprio objetivo que perseguem,
adentrando-se no conceito de que elas formam, em primeiro lugar, cidadãos
com valores para servir à sociedade que os acolhe e os prepara.
Seguindo esta ordem de análise, se propõe que independentemente das
características próprias e específicas de cada uma delas e seu entorno, a
missão da “Vem pra luta cidadão” brasileira sempre deve conter acerto de
conceitos generalizados entre as quais não deverá faltar:
• A formação multifacetária e integral dos participantes em todas as
modalidades dos ECO. • A possibilidade de ascender à especialização esportiva. • A conquista de elevados resultados (qualidade) nos ECO.
Uma perspectiva de rendimento esportivo.
No “Vem pra luta cidadão” Paraná estão inclusos quatro programas para cada
esporte, que funcionarão de maneira paralela na sua implantação. Este plano é
uma analogia de outros que foram implantados na Europa com objetivos em
longo prazo, como o Plano Integral de Atividade Física e o Esporte do
Conselho Superior de Desportes (2010). Neste caso centrando-nos no aspecto
da prática para os mais jovens.
44
O caráter do sistema das instituições responsabilizadas pela formação de
novos esportistas e jovens no caminho ao alto rendimento esportivo, desprende
um enfoque sistêmico de seu funcionamento. Isto permitirá uma comunicação
entre todos os programas e, portanto, uma continuidade de seus processos,
evitando interrupções na formação avançada das crianças e de jovens atletas,
garantindo a continuidade de sua preparação, à margem das características do
lugar e contexto onde se desenvolvam.
Este enfoque de sistema permite observar que todas as partes do projeto são
interdependentes, em qualquer nível de sua estrutura e influem no resto de
seus programas. No “Vem Pra Luta Cidadão”, se dará a aplicação de um
conjunto de atividades que conformarão um programa que deve ir
encaminhando ao cumprimento da missão e dos objetivos propostos; o
desenvolvimento do processo docente-formativo, a partir do qual estes
programas devem incluir:
Atividades acadêmicas gerais: Cumprimento dos programas de ensino geral
que permita ao aluno pertencente ao programa que não perca aula, nem
reprove nas disciplinas. Esta é a garantia de continuidade de estudos nos
diferentes níveis do ensino, combatendo a evasão escolar.
Formação de especialistas: O desenvolvimento de um grupo de profissionais
de características multidisciplinares que favoreçam a importância do trabalho
na formação e desenvolvimento, aprofundando em sua formação as atitudes e
possibilidades laborais e profissionais futuras.
Especialização esportiva: Desenvolver programas de preparação do
esportista sobre a base de suas necessidades e possibilidades que lhe
facilitem a elevação constante de suas potencialidades, rendimentos e
resultados desportivos de alto nível (Mundiais e Jogos Olímpicos).
45
Programa de captação e detecção de menores nas escolas – ensino
fundamental e médio:
Consiste na introdução de participantes de ensino fundamental e médio que
realizam as Unidades Didáticas (UD) em suas escolas de algum dos ECO
(Boxe, Esgrima, Judô, Luta Olímpica e Taekwondo), à prática adaptada dos
mesmos e seus efeitos. Neste processo, progressivamente irão alcançando
níveis mais elevados de perícia, sobre a observação por parte do professorado
de Educação Física, que não possua experiência nestas modalidades
esportivas.
O modelo apresentado para Curitiba–PR, tem em conta os esportistas que não
são detectados ou selecionados, incluindo uma via de esporte federado de
segundo nível, para evitar os possíveis abandonos nas modalidades, ou como
alternativa a criação de outro itinerário esportivo com uma finalidade orientada
à recreação, dada a importância da regularidade na prática de atividade física
como assinalou repetidas vezes a Organização Mundial da Saúde (OMS),
(2004, 2007). Para que o modelo possa ser desenvolvido a longo prazo, é
indispensável a existência e coordenação dos seguintes elementos:
1º. Um modelo de iniciação esportiva escolar estruturado em etapas
e fases com uma metodologia para cada uma das modalidades, tendo em
conta as condições evolutivas das crianças. Cada uma destas etapas deve
levar em consideração as condições físicas, técnicas, psicológicas e teóricas
que deverão ser assimiladas pelos participantes.
2º. Confecção e inicio de um itinerário de desenvolvimento técnico-esportivo estruturado em níveis de aprendizagem (promoção,
desenvolvimento, aperfeiçoamento e alto nível).
Trata-se de um itinerário estruturado em níveis de aprendizagem e não
em categorias ou idades (embora estas possam ser tomadas como referência).
46
3º. Confecção de um itinerário competitivo que se desenvolva
paralelamente ao anterior. Dentro deste itinerário, se terá em conta a
celebração de competições tanto de primeiro como de segundo nível. Estas
serão realizadas, para os esportistas que não tenham sido selecionados, ou
àqueles que definitivamente abandonam o itinerário desportivo da formação
técnica. As competições devem estar adaptadas e diferenciadas em relação ao
nível de exigência de cada uma das etapas.
4º. Será necessária a escolha de uma instituição responsável em nível nacional, a organização e desenvolvimento de um modelo, para que
todos estes elementos ou âmbitos de atuação se desenvolvam de forma
coordenada (como propõe as «Escuelas Deportivas Estatales, EEDDEE»
espanholas).
Este parágrafo depende da complexidade que exista no âmbito esportivo
no Brasil. Para exemplificar: Centros de Formação Técnica classificados pelo
estado; Centros de Formação Técnica dependentes das comunidades, Plano
Nacional de Formação Técnica Desportiva; Programas Regionais e Estaduais
de Formação Técnica Desportiva; diferenças entre Confederações nacionais e
Federações locais; diferenças entre técnicos e treinadores etc. Em todo este
conglomerado de instituições, existe a figura do clube esportivo para onde
poderemos encaminhar os atletas que surjam do programa “Vem Pra Luta
Cidadão”.
O atleta, além de assistir às atividades de concentração e competição,
seguirá competindo nos Jogos Escolares/Olimpíadas Escolares por sua escola
ou clube, com um técnico especialista.
5º. Uma vez realizada a detecção, começa o desenvolvimento do talento por um «experto». Uma equipe multidisciplinar formada por técnicos
especialistas nas diferentes ciências aplicadas ao esporte desenvolverá os
47
atletas para ascender nível a nível. Haverá um tempo estipulado desde a
detecção do atleta até sua chegada à categoria de alto rendimento,
transcorrendo um período mínimo de 3/4 anos e máximo de 8 anos (período de
Jogos Olímpicos). O técnico deverá fazer o acompanhamento do atleta, com a
colaboração do coordenador de técnicos da federação a qual pertence;
desenvolver, formar e educar o esportista até sua chegada à categoria de alto
rendimento. No organograma a seguir, tentaremos dar uma ideia do modelo
integral - um misto de detecção, seleção e desenvolvimento de esportistas em
Figura 1: Itinerário de formação técnica e competição para a detecção e
desenvolvimento de talentos nos esportes de combate olímpicos - ECO no Estado do
Paraná, Brasil.
48
ATLETA
EXPERT
ITINERÁRIO TÉCNICA
ITINERARIO COMPETITIVO
ALTO NÍVEL NIVEL A
Competição 2º nível
Competiçoes 1º nível
PROMOÇÃO NÍVEL D1 e D2
DESENV. NÍVEL C
APERFEIÇOAMENTO NÍVEL B
JOGOSESCOLARES/OLÍMPIADAS ESCOLARES/JOGOS DA JUVENTUDE
Circuito Nacional Inf-Cad
Circuito Nacional/Internac.
Cad-Jun.
Campeonato Brasileiro Juniores-Seniores.
Campeonatos NAC/INT Senior.
PANAMERICANOS
FASE ESTATAL ESCOLAR
FASE TERRITORIAL ESCOLAR
“Vem Pra Luta Cidadao” Clubes Esportivos (escolas e as categorias inferiores)
EQUIPE INTERDISCIPLINAR
Expert’s
Abandono de Atletas do itinerario de TALENTO
Centros de Formação Técnica
Gestão atividades
Formação técnicos.
SISTEMA EDUCATIVO
Fundamental e Médio
Conf. Nac.
Fed. Est..
TALENTO
TRE
4
E 8 ANOS
SELEÇAO
NACIONAIS
REGIONAIS
Atividades do PLANO DE DETECÇÃO. competição-concentração
OLIMPÍADAS ESCOLARES JOGOS DA JUVENTUDE
Avaliação Plano
JOGOS OLIMPICOS
DETECÇÃO
49
A classificação por níveis representa uma mudança qualitativa importante na
maioria dos esportes, substituindo a proposta tradicional de categorias ou
idades. Outro aspecto é a competição, que deve estar adaptada a cada um
dos níveis, não só no referente a sua regulamentação, mas também quanto a
sua organização.
Objeto de estudo:
• Detectar, seguir e promover os jovens escolares com capacidades
especiais para a prática de qualquer dos cinco ECO.
• Atualizar a formação dos técnicos esportivos e árbitros que pertencem
às federações e confederações.
• Formar professores de Educação Física que pertencem ao âmbito
escolar.
• Fortalecer e consolidar o plano de formação para a criação de equipes
interdisciplinares nacionais em todas as cinco modalidades.
Objetivos a curto prazo (1 ano):
• Colocar em prática as atividades do programa: baterias de testes,
competições intra-escolares, interescolares e intermunicipais, assim
como testes de competição para avaliar a atitude dos participantes.
• Introduzir na prática das atividades do programa, os técnicos e árbitros
com uma formação contínua, adaptando o projeto às necessidades de
todos os coletivos.
• Unificar critérios em consonância com os da parte 1 do programa.
• Reunir em uma Base de Dados toda a informação dos centros escolares
onde as Unidades Didáticas dos ECO foram aplicadas como conteúdos
da Educação Física.
50
O modelo para executar essa primeira seleção de esportistas é encontrado em
outras instituições estatais como a espanhola em seu programa PROADES
(Promoción de la Actividad Deportiva Escolar), elaborado e sustentado pelo
«Consejo Superior de Deportes», que trata de promover a atividade física na
escola, com atividades esportivas adaptadas para maior acessibilidade e
compreensão das regras de competição por parte dos menores (CSD, 2009).
Com esse modelo proporemos ao Ministério da Educação que passe ao
controle das atividades de esporte escolar, sejam das competições ou da
formação de atletas no modelo do Programa “VEM PRÁ LUTA CIDADÃO”.
Neste modelo são desenvolvidas uma série de provas por modalidade
esportiva, com sua respectiva tabela de pontuação. Com normas mais flexíveis
que as contempladas nas competições oficiais, é feito um encontro entre
colégios do mesmo município, onde as crianças são selecionadas pelos
professores de Educação Física.
Tabela 2. Objetivos do ano 2016.
Objetivos gerais a alcançar pelo grupo para a presente temporada.
Objetivos para 2016
- Alcançar, com o projeto das cinco UD de âmbito escolar, ao maior número
de escolas públicas e privadas do estado de Paraná.
- Adaptar e gerir as atividades desenhadas para os níveis e categorias dos
participantes.
- Organizar as equipes interdisciplinares.
- Formar técnicos e especialistas do Programa “VEM PRÁ LUTA CIDADÃO”,
reciclar aos árbitros, juízes e mesários.
- Desenhar um plano de avaliação do projeto.
- Encaminhar os esportistas mais destacados ao programa de “Vem pra luta
cidadão” e clubes esportivos para o aumento de suas capacidades técnico-
táticas e condicionamento psicofísico.
51
- Realizar todas as atividades propostas selecionando os esportistas mais
destacados de cada esporte e encaminhando-os aos centros de formação
técnica. Os demais esportistas para as fases escolares.
- Aumentar progressivamente o volume, intensidade e densidade nos
treinamentos normais.
- Aumentar progressivamente o volume, intensidade e densidade das
atividades de formação técnica.
- Desenhar uma Base de Dados de todos os escolares participantes.
Objetivos a médio prazo (2 anos):
• Alcançar resultados positivos, de forma que se assegure a existência de
futuros membros nas equipes nacionais, consolidando a base de futuros
esportistas dos ECO.
• Promover e formar os ECO nas regiões onde que não tenham alcançado
os objetivos de curto prazo.
• Consolidar uma formação contínua dos técnicos e árbitros que favoreça
com seu trabalho o desenvolvimento nos distintos programas do plano.
• Investir em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias para nos
integrarmos no caminho do alto rendimento.
Atividades do programa de menores:
Concentração – competição:
Reunião de atletas de uma mesma modalidade em um espaço alocado junto
com os técnicos do “Vem pra luta cidadão” ou dos clubes e árbitros. Todos eles
estarão sob a supervisão da equipe interdisciplinar para cada modalidade,
formada por técnicos especialistas em ECO e seus colaboradores
(preparadores físicos, médicos, psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, etc.).
A atividade será realizada nos sábados de manhã (de 9.00 as 14.00h.)
52
Começará com uma competição buscando um sistema que ofereça maior
participação dos participantes em números (2h). Em seguida, o técnico
especialista dará uma aula individual ou fará um trabalho de treinamento com
os jovens para poder observar questões técnico-táticas; preencherá um
relatório simplificado de cada esportista e informará aos técnicos do “Vem pra
luta cidadão” junto com as anotações realizadas.
Serão realizadas atividades por região:
CURITIBA REGIÃO METROPOLITANA Vilas Oficinas; Colombo;
Vila Hauer; Mandirituba;
Tatuquara São José dos Pinhais;
Sítio Cercado; Campo Largo;
Campo de Santana; Pinhais;
Relatórios:
Os informes serão preenchidos depois de cada atividade de detecção. Terão
um formato simples (por itens). Os técnicos das EEDDEE serão informados
sobre os mesmos e será fornecido um plano de atuação.
Os relatórios de trabalho individual serão caracterizados pela divisão dos
esportistas em 3 níveis de progressão na iniciação esportiva.
a) Quadro de níveis de desenvolvimento Técnico-táctico.
53
Tabela 3. Níveis de desenvolvimento técnico-táctico.
NÍVEL 1 NÍVEL 2 NÍVEL 3
Capacidades físicas
específicas Resistência específica. Força específica.
Velocidade
específica
Habilidades motoras
específicas
Equilíbrio dinâmico.
Lateralidade.
Deslocamento.
Lançamento. Oposição
Tarefas motoras
específicas
Base de sustentação.
Apoios.
Coordenação dinâmica
geral /segmentar.
Distância.
Tempo.
Ritmo.
Lógica interna
Arbitragem.
Condutas motoras
específicas
Combates genéricos-
lúdicos
Combates técnico-
tácticos- adaptados
Combates de
competição.
Progressões
complexas
b) Provas de acesso aos níveis superiores.
Cada quatro eventos de competição – concentração, o técnico responsável da
equipe multidisciplinar acompanhado de um secretário e dois técnicos
especialistas da modalidade (pertencentes à distintas federações), efetuará um
exame de «mudança de cor».
TAREFA Complexidade cognitiva
Nivel de oposição
54
Tabela 4. Relação de cores.
AMARELO VERDE VERMELHO
Exame exercício
individual ou grupo.
Exame das ações
solicitadas pelo técnico
especialista.
Exame individual
físico.
Exame técnico-tático.
Exame combate real.
Exame escrito.
Exame individual.
Exame técnico-táctico.
Exame combate real.
Exame escrito1
o Árbitro
o Técnico
o Táctico
Tabela 5. Regiões de trabalho.
Atividade de concentração – competição.
ESPORTES LESTE CENTRO OESTE JUDÔ
Pinhais/Curitiba
Curitiba/Mandirituba
Curitiba/Pinhais
Pinhais/Curitiba
Curitiba/Colombo
São José dos
Pinhais;
Pinhais/Curitiba
Curitiba/Pinhais
Colombo/São
José dos Pinhais
TAEKWONDO
LUTA
ESGRIMA
BOXE
- Sistemas de pontuação:
A finalidade desta pontuação é formar um grupo de esportistas por zona, que
participará do Campeonato Estadual de sua categoria.
Os integrantes terão ajuda de material, roupa específica da modalidade e
assistirão grátis a uma clínica de esportes de combate no inverno de 2016.
1 Validável com o título de técnico nível 1 ou monitor das Federações e Confederações.
55
Tabela 6. Tabela de pontuação.
JJ/OE/JE COMP-
CONCENT.
CLINICA CIRCUITO
Nacional/int
Inf-cad
DETECÇAO
TALENTOS
NÍVEL 1º
FASES ESTATAIS
ESCOLARES. NÍVEL
2º
1º 32 16 8 64
Seleção de 8
melhores de
cada zona x
desporte
Continuação de
formação desportiva
escolar com
atividades e
competições
adaptadas
2º 26 13 6 52 3º 20 10 5 40 5º-8º 14 7 3 28 9º-16º 8 4 2 16 17º… 4 2 1 8
TOTAL Máx. 192
Mín. 12
Máx. 819
Mín. 162
Máx. 16
Mín. 2
Máx. 64
Mín. 8
Ajuda
Transporte Transporte
Material
Gratuidade Deslocam.
Material
esp.
Treinam.
Ambos itinerários terão conexões
contínuas para que os jovens possam
mudar seus objetivos desportivos sem
abandonar a modalidade.
∗ As competições de crianças são abertas.
∗ A competição – concentração é aberta.
∗ A clínica é aberta.
∗ Somente serão contadas as três competições com os melhores
resultados.
∗ As melhores concentrações são pontuáveis.
∗ O campeonato estadual da categoria dará pontuação dobrada.
Circuitos nacionais.
Serão selecionados pela equipe interdisciplinar e técnicos expertos das
federações os participantes das classes, infantil, cadete e júnior.
56
Clínica de inverno/verão.
Durante o mês de férias, com a atividade de ECO como centro. Existirão duas
modalidades de participantes:
• Os esportistas do programa, melhores qualificados por pontos, estão
automaticamente convidados.
• Os participantes que não consigam classificação podem participar
pagando.
A finalidade das clinicas para os atletas será a formação e promoção do ECO
com atividades desenvolvidas por especialistas convidados de outros países.
Intercâmbios internacionais.
Com equipes de menores categorias de outros países da América Latina.
Testes e re-testes.
A direção geral do Programa prestará aos atletas incluídos nos programas,
acompanhamento, revisão médica e fisioterapia periodicamente, onde serão
realizados os testes escolhidos para o programa de desenvolvimento dos
atletas de alto nível (citados na metodologia), avaliações funcionais e
avaliações antropométricas. Esta provas terão a periodicidade de no mínimo
dois meses para os atletas destacados.
Cursos de formação e reciclagem.
Serão ministrados seis cursos, sendo dois na região leste, dois no centro e dois
no oeste, fazendo coincidir com o domingo das competições – concentrações.
Sua duração será de 8h. (4h de manhã e 4h de tarde). Cada um deles será
específico de um Esporte Olímpico de Combate.
57
• Teoria e Planejamento do Treinamento (2h).
• Fundamentos de Fisiologia do Exercício (2h).
• Fundamentos didáticos - esportivos (2h).
• Bases técnico-táticas (4h).
Com os participantes dos distintos cursos se confeccionará uma Base de
Dados e se entregará material para o trabalho durante a temporada.
Amostra:
• Todos os participantes em idade escolar do estado do Paraná, e em
especial os pertencentes a categorias entre as idades de 6 a 17 anos.
• Os futuros técnicos esportivos, árbitros e clubes que pertençam às
Federações.
• Os centros educativos onde o docente ministre as UD de ECO como
conteúdo na aula de Educação Física (dotando de material,
acompanhamento e formação básica).
Nos centros educativos, se poderá propor a subvenção das Secretárias de
Educação dos Estados e do Ministério de Educação, para garantir o apoio e a
continuidade das atividades que são realizadas - como acontece em outros
países, como Espanha – onde, a resolução de 8 de março de 2011, garante
ajuda aos centros escolares que promovam a atividade física.
Critérios do programa detecção e seleção de talentos:
- Primeiro ano:
• Estar cursando ensino fundamental ou médio em escolas públicas no
Estado do Paraná.
58
• Participar das atividades desenhadas para o programa de captação e
detecção de menores com habilidades para os ECO como esportista,
técnico ou professor de EF.
• Critério subjetivo do responsável da equipe multidisciplinar de cada
modalidade em consenso com o Comitê Técnico da Federação
Esportiva das modalidades.
- Segundo ano:
• Manutenção dos primeiros critérios do primeiro ano.
• Haver participado em três competições – concentrações da atividade de
formação técnica.
• Ser selecionado pelas provas objetivas que compreendem aspectos,
físicos, técnicos e tácticos, que englobam os distintos níveis de trabalho
do Plano de Formação Técnica.
• Critério subjetivo do responsável da equipe multidisciplinar para cada
modalidade em conjunto com os responsáveis federativos.
• Aparecer no ranking de sua categoria; participar no mínimo de duas
competições.
• Haver participado do Campeonato Estatal de sua categoria. No caso das
categorias M-12, M-15 e M-17.
• Aparecer entre os oito primeiros do ranking de sua categoria em sua
região.
59
Tabela 7. Critérios de seleção.
Critérios de Seleção de esportistas para a formação do grupo de técnica.
1º. Contar com idades compreendidas entre os 12 e 16 anos, que assegure
uma projeção esportiva mínima própria de um ciclo olímpico.
2º Cumprir a normativa de regime interno da Federação desportiva
correspondente.
3º. Esgrimistas (atiradores) que se encontrem entre os 16 primeiros
classificados no Ranking Nacional de sua categoria na data de
apresentação do projeto, que estejam nas escolas da rede publica.
4º. Esgrimistas (atiradores) que se encontrem entre os 16 primeiros
classificados nos Campeonatos Nacionais de 2016.
5º. Componentes da equipe nacional, categoria menores durante o ano
2013. Serão considerados como tais os atletas que tenham sido
convocados pelas federações desportivas para torneios nacionais ou
internacionais.
6º. Será obrigatório residir e realizar os treinamentos comuns no âmbito do
Estado do Paraná durante o período que esteja planejado a formação
técnica.
60
Tabela 8. Cargos e responsabilidades:
CARGO/Nº FUNÇÕES
COORDENADOR
POR ZONA
- Supervisão de todas as áreas restantes.
- Decide em última instância lugares, datas e recursos a utilizar.
- Responsável junto a Federação e pelo Projeto.
SECRETÁRIO
POR ZONA
- Gestor dos recursos disponíveis e escolhidos antes, durante e
depois das competições.
- Responsável da área informática, recolhida de inscrições dos
responsáveis e dados estatísticos das competições.
- Responsáveis por cumprir e fazer com que se cumpra o
protocolo de competição.
- Responsável por agendar reuniões mensais de planejamento.
RESPONSÁVEL
“VEM PRA LUTA
CIDADÃO”
- Deve ser licenciado em EF e técnico esportivo especializado
nível III.
- Responsável pelo acompanhamento dos esportistas de sua
especialidade.
- Responsável pelo relatório a ser enviado pelo técnico da “Vem
Pra Luta Cidadão”.
- Responsável pela inscrição dos atletas de sua categoria
esportiva.
- Deverá participar de todos os eventos realizados.
AUXILIAR DE
RESPONSÁVEL
- Assessoria do responsável dos ECO.
- Ajuda na organização dos eventos.
- Substituir o responsável quando for necessário.
- Obtém autoridade quando o responsável não possa estar
presente.
TESOUREIRO
- Encarregado da avaliação e administração dos ingressos e
gastos de cada atividade referente ao Plano de Formação
Técnica.
61
- Ao final da temporada deverá entregar toda a documentação para
realizar a memória de trabalho por grupo de “Vem Pra Luta Cidadão”.
- Serão realizadas reuniões periódicas da equipe interdisciplinar (uma
vez/ mês) para a atualização das atividades realizadas.
Dificuldades e limitações
Na aplicação prática do projeto se pretende observar e gravar as condutas
motoras dos participantes sem alterar nem modificar as atividades planejadas.
Isto pode implicar algumas limitações, tais como: a atitude condicionada dos
participantes ao se sentirem observados, a impossibilidade de comparar com
outros grupos experimentais em situações similares ou opostas, alta rejeição,
dificuldade dos professores para realizar as observações de forma sistemática
durante a intervenção pedagógica.
Benefícios do projeto e divulgação dos resultados
Beneficiários:
- Os docentes e participantes da etapa do ensino médio que poderão
dispor de programas adaptados para o aumento da variedade de
suas aulas de EF.
- A comunidade que terá acesso democratizado às esportes não
praticados em geral por jovens e adolescentes.
- Profissionais de Ciências da Atividade Física e do Esporte,
professores especialistas em Educação Física, monitores de Lazer e
Técnicos relacionados com o âmbito educativo e recreativo.
- Doutorandos inscritos nos Departamentos de Gestão e Ciências
Aplicadas à Atividade Física que tenham embasado sua pesquisa
nesta linha.
62
- A comunidade científica no âmbito das práticas físico-desportivas e
recreativas, ao estudarem o impacto das atividades de diferentes
óticas ademais da ação motriz.
Benefícios:
- Possibilidade de introduzir modalidades pouco conhecidas dentro do
âmbito escolar, como são os ECO, sempre dentro de um enfoque
educativo.
- Ampliar a bagagem de atividades esportivas realizadas nas escolas,
inclusive sem ter formação prévia específicas nos ECO.
- A informação e formação que o professorado receberá para o
desenvolvimento de sua prática profissional ao aplicar os ECO aos
participantes.
- A possibilidade de receber formação em seus próprios centros sem
necessidade de transladar-se, através do Ensino a Distância (EAD),
o que redunda por uma parte na possibilidade de ampliação do
número de professores e centros que poderão ser beneficiados e, por
outra, com custos econômicos minimizados.
- Comunicação direta com o grupo de pesquisa através da página da
web, para resolver dúvidas ou problemas que possam surgir no
desenvolvimento da atividade.
- Fazer que os professores participem da pesquisa convertendo-se
em professores - pesquisadores, partindo de sua própria prática.
- Fomentar a pesquisa dentro do campo da atividade física e sua
posterior divulgação.
- Ampliar o horizonte educativo graças à cooperação com outro país,
seu sistema educativo, suas características e idiossincrasias, suas
necessidades e as diferentes formas de desenvolver, neste caso, a
atividade físico-esportiva educativa.
63
Capacidade formativa do projeto e da equipe solicitante
O presente projeto acolherá a pesquisadores em formação, dos quais se quer
obter a elaboração e apresentação de teses doutorais, dissertações de
Mestrado e Trabalhos de Conclusão de Curso nas universidades participantes
do projeto (UB, UCV, e UFPR), assim como a publicação de diversos artigos
em revistas especializadas de Educação e Ciências da Atividade Física e do
Esporte, tanto no âmbito espanhol como americano.
Com relação às publicações em revistas e Periódicos indexados, serão
elaborados diversos artigos, cuja finalidade será publicar nas revistas de
âmbito de estudo (Apunts, Revista Ibero-americana de Educación, Revista
Brasileira de Ciências do Esporte, Cultura, Ciência e esporte, Revista Española
de Educación Física y Deportes, Cultura y Educación.) entre outras.
64
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