Programação Mar Abr Mai

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Caderno de programação do Sesc Paço da Liberdade, meses março, abril e maio de 2011.

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Documentos necessários

Comerciário em atividade:Carteira de Trabalho, último contracheque, CPF, RG e compro-vante de residência.

Comerciário aposentado, comerciário licenciado:Carteira de Trabalho com anotação, CPF, RG e comprovante de residência.

Comerciário desempregado (há menos de 12 meses):Carteira de Trabalho, CPF, RG e comprovante de residência.

Menor aprendiz:Carteira de Trabalho com anotação, CPF, RG e comprovante de residência.

Estagiários do SESC, SENAC, Federação do Comércio e empre-sas comerciais:Cópia do Termo de Compromisso de Estágio ou Carteira de Trabalho com anotação, CPF, RG e comprovante de residência.

Profissional liberal com empresa individual constituída:Última guia de recolhimento da Previdência Social, CEI (Cadas-tro Específico do INSS), CPF, RG e comprovante de residência.

Empresários do comércio e serviços:Contrato social, cartão atualizado do CNPJ, CPF, RG, GPS, GFIP e comprovante de residência.

Dependentes:Mediante apresentação de documento de identidade e outros que comprovem o parentesco ou a condição (para menores, o CPF pode ser o do titular).

São considerados dependentes:Cônjuge ou companheiro(a).Pais, tutores, madrasta, padrasto.

CARTÃO DE CLIENTE SESC PARANÁO cartão do cliente é seu passaporte para o Sesc. Com ele você terá acesso a toda a programação do Paço da Liberdade Sesc Paraná com tarifas especiais.

Podem matricular-se os empregados de empresas do comércio de bens, serviços e turismo tais como lojas, bares, restaurantes, hotéis, hospitais e consultórios particulares, escolas e faculda-des particulares, emissoras de rádio e televisão, jornais, postos de gasolina e supermercados, entre outras.

Filhos, enteados e pessoas sob guarda ou sob tutela judicial: menores de 21 anos.Inválidos de qualquer idade: filhos, enteados e pessoas sob guarda ou tutela judicial.Estudantes de nível superior até 24 anos: filhos, enteados e pessoas sob guarda ou tutela judicial (se solteiros e não exer-cendo atividade remunerada).Viúvo(a), desde que permaneça nessa condição.

Não comerciário:CPF, RG e comprovante de residência.

Comerciário, dependente, comerciante, empresário do comércio:Gratuito

Não comerciário: R$ 2,50 (individual)Valor sujeito a alteração

Caro empresário, entre em contato e solicite uma visita. O Sesc vai até sua empresa confeccionar os cartões de seus funcionários.

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Importantes pesquisadores em sociedade e cultura vêm anali-sando o comportamento das cidades, a primeira e decisiva es-fera cultural do ser humano. Pela primeira vez na história da humanidade, muito mais que a metade da população nasce, vive, ama e morre nestas aglomerações urbanas; contexto que alimenta debates que tentam organizar de forma lógica o com-portamento social diante da vida urbana. Tenta-se reencontrar um lugar para antigos paradigmas, retomam discursos já aban-donados, reciclam conceitos e buscam novas explicações e rein-venções para o cotidiano das cidades.

Nesses discursos desvela-se que há um papel determinante à cultura. “A ideia de cultura como um conjunto de iniciativas que atendem as reivindicações das diferentes linguagens e gêneros clássicos, numa visão clássica de cultura, continua necessária”, como afirma Teixeira Coelho. Mas evidencia-se também a necessidade de encontrar soluções criativas da cultura para a vida em comum na cidade.

É com esta preocupação – encontrar soluções criativas da cultu-ra para a vida urbana – que construímos as ações do Sesc Paço da Liberdade, para o período que se inicia com as “águas de março fechando o verão” até o mês de maio, que em Curitiba, costumeiramente, tem um céu imensamente azul. Destaca-se, nessa busca, a organização do Ciclo de Conferências “A inven-ção das Crenças”, que circunscreve os impactos do que se con-vencionou denominar revolução tecnocientífica na mudança e prática das crenças – entendendo por crença não só o que se concentra no âmbito das religiões, mas também de tudo quan-to concerne aos ideais políticos, aos valores morais e éticos, às novas visões de mundo e às construções imaginárias no campo das artes.

É também importante, na composição da programação do Paço da Liberdade Sesc Paraná, a exposição Luzescrita. Nela, foto-grafia e escrita de luz se encontram e se expandem a partir do encontro entre os artistas Arnaldo Antunes, Fernando Laszlo e Walter Silveira. Instalações low-tech foram concebidas pelos três artistas a partir de poemas de Arnaldo e Walter, clicados por Fernando. Nelas, a luz é utilizada para “escrever” e dar for-ma às palavras, resultando em objetos e fotos com visual high--tech.

O Paço, neste ano em que comemora dois anos de sua restau-ração e devolução do edifício à população de Curitiba, se une mais uma vez ao Festival de Curitiba, um dos principais projetos culturais do Estado que traz, em sua vigésima edição, mais de 400 peças teatrais.

Confira a programação do Sesc Paço da Liberdade e participe!

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ÁGUAS DE MARÇO TOM JOBIMO compositor completaria 84 anos no dia 25 de janeiro de 2011.

Un pas, une pierre, un chem

in qui chemine, / U

n reste de racine, c’est un peu solitaire, /

C’est un éclat de verre, c’est la vie, le soleil, / C’est la mort, le som

meil, c’est un piège entr’ouvert.

Es palo, es piedra, es el fin del camino / Es un resto de tronco, está un poquito solo /

Es un casco de vidrio, es la vida, es el sol / Es la noche, es la muerte, es un lazo, un anzuelo

A stick, a stone, it’s the end of the road / It’s the rest of a stum

p, it’s a little alone /

It’s a sliver of glass, it is life, it’s the sun / It is night, it is death, it’s a trap, it’s a gun

Un arbre m

illénaire, un noeud dans le bois, / C’est un chien qui aboie, c’est un oiseau dans l’air /

C’est un tronc qui pourrit, c’est la neige qui fond, / Le mystère profond, la prom

esse de vie

Es un árbol del campo, un nudo en la m

adera / Caingá, candela, es matita de pera. /

Es madera del viento, alud en precipicio / Es m

isterio profundo / Es el quiera o no quiera

The oak when it bloom

s, a fox in the brush / A knot in the w

ood, the song of a thrush / The

wood of the w

ind, a cliff, a fall / A scratch, a lum

p, it is nothing at all

C’est le souffle du vent au som

met des collines, / C’est une vieille ruine, le vide, le néant, /

C’est la pluie qui jacasse, c’est l’averse qui verse / Des torrents d’allégresse, ce sont les eaux de m

ars.

Es el viento soplando, el fin de la ladera / Es la viga, es el vano, la fiesta del tijeral /

Es la lluvia cayendo, la voz de la ribera / De las aguas de m

arzo, el fin del cansancio

It’s the wind blow

ing free, it’s the end of the slope / It’s a beam it’s a void, it’s a hunch,

it’s a hope / And the river bank talks of the waters of M

arch

C’est le pied qui avance, à pas sûr, à pas lent, / C’est la main qui se tend, c’est la pierre qu’on lance, /

C’est un trou dans la terre, un chemin qui chem

ine, / Un reste de racine, c’est un peu solitaire.

Es el pie, es el suelo, es marcha andariega / Pajarito en la m

ano, piedra del tira-piedras. /

Un ave en el cielo, un ave en el suelo / U

n arroyo, una fuente / Un pedazo de pan

It’s the wind blow

ing free, it’s the end of the slope / It’s a beam it’s a void, it’s a hunch, it’s

a hope / And the river bank talks of the waters of M

arch / It’s the end of the strain

Un poisson, un geste, com

me du vif argent / C’est tout ce qu’on att

end, c’est tout ce qui nous reste, /

C’est du bois, c’est un jour le bout du quai, / Un alcool trafiqué, le chem

in le plus court.

Es un pez, es un gesto / Es la plata brillando / Es luz de la mañana, un ladrillo llegando /

Es la leña, es el día, es el fin de la huella / La botella de ron, reventón caminero

The bed of the well, the end of the line / The dism

ay in the face, it’s a loss, it’s a find / A

spear, a spike, a point, a nail / A drip, a drop, the end of the tale

Un pas, un pont, un crapaud qui coasse, / C’est un chaland qui passe, c’est un bel horizon, /

C’est la saison des pluies, c’est la fonte des glaces, / Ce sont les eaux de mars, la prom

esse de vie.

Es un paso, un puente, es un sapo, una rana / Es un resto de campo en la luz de la m

añana /

Son las aguas de marzo cerrando el verano / Es la prom

esa de vida en tu corazón.

A mile, a m

ust, a thrust, a bump, / It’s a girl, it’s a rhym

e, it’s a cold, it’s the mum

ps / The plan

of the house, the body in bed / And the car that got stuck, it’s the mud, it’s the m

ud

Une pierre, un bâton, c’est Joseph et c’est Jacques, / Un serpent qui attaque, une entaille au talon,

Es una culebra, es un palo, es Juan y José / Un espino en la m

ano, es un corte en el pie

A float, a drift

, a flight, a wing / A

hawk, a quail, the prom

ise of spring / And the river bank talks of

the waters of M

arch / It’s the promise of life, it’s the joy in your heart

São as águas de março fechando o verão, / É a prom

essa de vida no teu coração

Ce sont les eaux de mars dans ton coeur tout au fond

Son las aguas de marzo cerrando el verano / La prom

esa de vida de tu corazón.

C’est le cri d’un hibou, un corps ensomm

eillé, / La voiture rouillée, c’est la boue, c’est la boue.

El proyecto de casa, es el cuerpo en la cama / Es el coche atascado, es el barro, es el barro

A truckload of bricks in the soft

morning light / The sound of a shot in the dead of the night

Une écharde, un clou, c’est la fièvre qui m

onte, / C’est un compte à bon com

pte, c’est un peu rien du tout.

Es un tarugo, un clavo / Una punta, un punto / U

na gota cayendo, Una cuenta, un cuento

A fish, a flash, a silvery glow / A fight, a bet the fange of a bow

C’est un oiseau dans l’air, un oiseau qui se pose, / Le jardin qu’on arrose, une source d’eau claire,

Es el fondo del pozo, es el fin del camino / En el rostro el disgusto, está un poquito solo.

The joy in your heart / The foot, the ground, the flesh and the bone /

The beat of the road, a slingshot’s stone

É pau, é pedra, é o fim do cam

inho / É um resto de toco, é um

pouco sozinho /

É um caco de vidro, é a vida, é o sol / É a noite, é a m

orte, é o laço, é o anzol

É peroba do campo, é o nó da m

adeira / Caingá, candeia, é o Matita Pereira /

É madeira de vento, tom

bo da ribanceira / É o mistério profundo, é o queira ou não queira

É o vento ventando, é o fim da ladeira / É a viga, é o vão, festa da cum

eeira /

É a chuva chovendo, é conversa ribeira / Das águas de m

arço, é o fim da canseira

É o pé, é o chão, é a marcha estradeira / Passarinho na m

ão, pedra de atiradeira /

É uma ave no céu, é um

a ave no chão / É um regato, é um

a fonte, é um pedaço de pão

É um peixe, é um

gesto, é uma prata brilhando / É a luz da m

anhã, é o tijolo chegando /

É a lenha, é o dia, é o fim da picada / É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada

É um passo, é um

a ponte, é um sapo, é um

a rã / É um resto de m

ato, na luz da manhã /

São as águas de março fechando o verão / É a prom

essa de vida no teu coração

É uma cobra, é um

pau, é João, é José / É um espinho na m

ão, é um corte no pé

É o projeto da casa, é o corpo na cama / É o carro enguiçado, é a lam

a, é a lama

É um estrepe, é um

prego, é uma ponta, é um

ponto / É um pingo pingando, é um

a conta, é um conto

É o fundo do poço, é o fim do cam

inho / No rosto o desgosto, é um

pouco sozinho

Waters of M

arch

Les Eaux de Mars

Águas de Marzo

Águas de Março

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MEMÓRIA50ARQUIVOS52

ARTES ELETRÔNICAS

EDUCAÇÃO06MÚSICA10INFORMAÇÃO DIGITAL

19

ARTES VISUAIS28

24

CINEMA32LITERATURA43

FESTIVAL DECURITIBA

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CALENDÁRIO56

ÍNDICE

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12/04 - A crença no espelho

A conferência coloca face a face os con-tos de Machado de Assis e de Guimarães Rosa que trazem o mesmo título, “O es-pelho”. Entre outras questões, será visto que, por oposição à corrosiva negativida-de machadiana, Guimarães Rosa propõe a experiência do vazio especular em co-tejo com modelos místicos, perseguindo, assim, caminhos metafísicos pro exece-lência

Conferencista: José Miguel Wisnik Professor de literatura na USP. Publicou Coro dos contrários – A música em tor-no da Semana de 22 e o Nacional e o popular na cultura brasileira – Música, com Ênio CEF. Lançou o Som e o sentido, teve ensaios publicados em Os sentidos da Paixão, O Olhar e Ética. Publicou ainda Sem Receita – Ensaios e Canções (Publi-folha, 2004), Veneno Remédio: O Futebol e o Brasil (Companhia das Letras, 2008) e “Machado Maxixe: O Caso Pestana” (Publifolha, 2008). Além de seus livros, ensaios e aulas, Wisnik também é com-positor e músico. Fez música para cinema (Terra Estrangeira, de Walter Salles e Da-niela Thomas), teatro (As Boas, Hamlet e Mistérios Gozozos para o Teatro Oficina, e Pentesiléias, de Daniela Thomas, dirigida por Bete Coelho) e dança (Grupo Corpo).

13/04 - Incerteza e descrença

A formulação do Princípio da Incerteza por Werner Heisenberg, em 1927, re-presentou radical ruptura não só com a cosmovisão “clássica”, baseada no me-canismo newtoniano, mas também com todo materialismo simplista. Tal princípio expressa a impossibilidade de se poder determinar simultaneamente a posição e a quantidade de movimento de uma partícula subatômica, constituindo-se na regra básica da física quântica. A confe-rência tratará, portanto, da discussão em torno da suspensão do mais antigo arti-go-de-fé da ciência, qual seja, a de que há um mundo “real” lá fora.

Conferencista: Luiz Alberto OliveiraFísico, Doutor em Cosmologia, Pesquisa-dor do Laboratório de Cosmologia Física Experimental de Altas Energias e profes-

A INVENÇÃO DAS CRENÇAS

LOCAL: Sala de AtosHORÁRIO: 19hR$ 40 (Trabalhadores do comércio, dependentes de comerciários e estudantes)R$ 80 (Usuários)

“A Invenção das Crenças é parte do projeto Cultura e Pensamento do Ministério da Cultura, que busca circunscrever alguns dos graves mo-mentos por que passa a cultura e o pensamento ocidentais a partir do que se convencionou denominar revolução tecnocientífica. Este ci-clo de conferências tratará dos efeitos dessa revolução na mudança e prática das crenças, entendendo por crença não só o que se concentra no âmbito das religiões, mas também de tudo quanto concerne aos ideais políticos, aos valores morais e éticos, às novas visões de mun-do e às construções imaginárias no campo das artes. Sabemos que a racionalidade técnica tem imperado de tal modo no mundo contem-porâneo, que já se assiste com terrível clareza o direcionamento em todos os valores. É dentro dessa perspectiva que o filósofo Adauto Novaes, concebeu este ciclo de conferências e nos convida a refletir sobre as possíveis saídas para o homem em meio a tanta tempestade: se hoje a tecnociência traz uma infinidade de fatos novos, é neces-sário ir a eles para que se faça possível sair deles com outra visão de mundo.” (Sociólogo Juca Ferreira)

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sor de história e filosofia do Centro de Pesquisas Físicas – CBPF/CNPq. Escreveu ensaios para Tempo e história, Crise da razão, O avesso da liberdade, O homem – máquina, Mutações: ensaios sobre as novas configurações do mundo e A condição humana.

14/04 - Fé e saber

A partir da atualidade do problema da “invenção das crenças” se reportar, como questão filosófica, à oposição entre fé e saber – que encontra uma versão bastante provocativa na filosofia de Friedrich Nietzsche –, a conferência busca explorar muitas das reflexões nietzschianas sobre as relações entre ciência e fé a partir das coordenadas da epistemologia da moral, da política, da religião e da estética.

Conferencista: Oswaldo Giacoia JúniorProfessor do Departamento de Filosofia da Unicamp. Doutor em filosofia com tese sobre a filosofia da cultura de Friedrich Nietzsche na Universidade Livre de Berlim, publicou, entre ou-tros livros: Os labirintos da alma (1997, Unicamp), Nietzsche como psicólogo (Unisinos, 2004) e Sonhos e pesadelos da ra-zão esclarecida (UPF Editora, 2005). Escreveu para Mutações: ensaios sobre as novas configurações do mundo e A condição humana.

15/04 - Os últimos dias de um profeta

A partir da definição de profecia como uma certeza moral, uma revelação que não admite contestação, vai-se examinar o dis-curso de tom profético do padre dominicano Giralamo Savona-rola, condenado à morte em Florença, na Itália, no ano de 1498. Para entender tal evento, mister se faz compreender como a execução de Savonarola foi precedida pela morte de sua profe-cia. Ao se retornar, assim, ao começo da modernidade e a essa experiência trágica, talvez se possam encontrar as razões que decretaram a destruição do discurso profético tradicional, sem que isso significasse o fim da presença das crenças na arena po-lítica. Savonarola pode ser visto como a passagem ou o modelo do encontro entre um regime de crença, que depende inteira-mente da confiança nos laços entre o profeta e o transcendente para existir e uma época na qual progressivamente a confiança em outros discursos destruiu o lugar da profecia religiosa tradi-cional no Ocidente.

Conferencista: Newton BignottoDoutor em filosofia pela Ècole des Hautes Ètudes em Scien-ces Sociales, Paris, e ensina filosofia política na UFMG. Além de ensaios dos livros Ética. Tempo e história, A crise da razão, A descoberta do homem e do mundo, O avesso da liberdade, Civilização e barbárie, A crise do Estado-nação, O silêncio dos intelectuais, O esquecimento da política, Mutações: ensaios sobre as novas configurações do mundo e A condição huma-na; publicou: Maquiavel republicano (Loyola, 1991), O tirano e a cidade ( Discurso Editorial, 1998), Origens do republicanismo moderno ( Editora da UFMG, 2001), Maquiavel (Zahar, 2003) e

Republicanismo e realismo: um perfil de Francesco Guicciardini (Editora da UFMG, 2006).

26/04 - A crença e o ócio

Trata-se de analisar a noção de crença em suas relações com o conceito de ilusão, conceito este que ser examinado segundo as significações de encantamento e decepção. Desiludir-se é aban-donar as ilusões e ascender à consciência e à lucidez. Este é o movimento proposto por Albert Camus para analisar o mito de Sísifo. De Don Juan a um Sísifo feliz, Camus elabora uma con-cepção do tempo e do ócio porque “são os ociosos que mudam o mundo; os outros não têm tempo algum”.

Conferencista: Olgária MatosDoutora pela Ècole des Hautes Ètudes, pelo Departamento de Filosofia da FFLCJ-USP, e professora de Filosofia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Escreveu: Rousseau: uma arqueologia da desigualdade (Mg Editores Associados, 1978), Os arcanos do inteiramente outro – a Escola de Frankfurt, a me-lancolia, a revolução (Brasiliense, 1989), A Escola de Frankfurt – sombras e luzes do Iluminismo (Moderna, 1993) e Discretas esperanças: reflexões filosóficas sobre o mundo contemporâ-neo (Nova Alexandria, 2006). Colaborou na edição brasileira de Passagens de Walter Benjamin e prefaciou Aufklãrung na Metrópole – Paris e a Via Láctea. Participou recentemente da coletânea Mutações: ensaios sobre as novas configurações do mundo e A condição humana.

27/04 - Mística e saber oculto

O valor da crença não é apreendido na associação com o que falta saber, mas sim com o que estará sempre além da explora-ção intelectual. Assim, se fosse proposto um exame das razões da crença por meio da consciência reflexiva, caminharíamos na direção do desvelamento do “saber oculto” da própria crença, o que se constituiria, por extensão, no seu desaparecimento. A partir dessas considerações, e seguindo idéias de Santo Agosti-nho e Bérgson, serão discutidas as relações entre crença e mís-tica, e entre crença e religião.

Conferencista: Franklin Leopoldo e SilvaProfessor do Departamento de Filosofia da USP. Publicou: Des-cartes , metafísica da modernidade (Moderna, 2005), Bergson: intuição e discurso filosófico (Loyola, 1994), Ética e literatura em Sartre (Unesp, 2004) e Felicidade, dos pré-socráticos aos contemporâneos (Claridade, 2007), além de ensaios nos livros A crise da razão, Tempo e história, O avesso da liberdade, Muito além do espetáculo, O silêncio dos intelectuaid, O esquecimen-to da política, Mutações: ensaios sobre as novas configurações do mundo e A condição humana.

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28/04 - Santo combate

A conferência tratará da crença na “beatificação” dos ativistas políticos de es-querda, ou seja, na pressuposição de que o militante encarnará, de uma só vez, a persona do santo e do combatente. Militantes seriam, assim, uma espécie de sacerdotes agindo em falanges. Neles, a servidão voluntária alcança o nível da perversão prolongada. E, como a causa é universal, não pode haver alegação de ordem individual que lhe oponha resistência legítima.

Conferencista: Eugênio BucciJornalista é professor doutor da Escola de Comunicação e Artes da USP. Integra o Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta (TV Cultura de São Paulo). Escre-ve quinzenalmente para o jornal O Estado de S. Paulo e para o site Observatório da Imprensa. È autor de, entre outros livros, Brasil em tempo de TV (Boitempo, 1996), Sobre ética e imprensa (Companhia das Letras, 2000) Do B (Record, 2003), Videologias (Boitempo, 2004, em parceria com Maria Rita Khel) e Em Brasília, 19 horas (Record, 2008). Foi editor da revista Teoria e Debate (de 1987 a 1991), di-retor de redação da Superinteresante (de 1994 a 1998) e da Quatro Rodas (entre 1998 e 1999), além de secretário editorial da Editora Abril (de 1996 a 2001) e presidente da Radiobrás (de 2003 a 2007). É colunista e crítico de vários jornais e revistas. Participou como ensaísta do livro A condição humana.

29/04 - Triste e sorridente metafísica

Na cultura ocidental, a existência de uma obra de arte sempre dependeu de dois vetores situados em campos complementares: o da autoridade que sacramenta e o do devoto inspirado pela fé. Esse modo de ser, graças à distância tomada pelas artes, desde a pós-modernidade, em relação aos fervores intensos que presidiam as criações modernas, adquire um tom de frivolidade, de voluntária ironia, tornando-se uma espécie de religião que não se leva muito a sério.

Conferencista: Jorge ColiProfessor titular em História da Arte e da Cultura da Unicamp. Formou-se em História da Arte e da Cultura, Arqueologia e História do Cinema na Universidade de Provença. Doutor em Estética pela USP, foi professor na França, no Japão e nos Estados Unidos. Foi também colaborador regular do jornal francês Le Mon-de. É autor de Música Final (Unicamp, 1998), A paixão segundo a ópera (Pers-pectiva, 2003) e Ponto de fuga ( Perspectiva, 2004). Traduziu para o francês Os sertões, de Euclides da Cunha e Memórias do Cárcere, de Graciliano Ramos. Jorge Coli assina a coluna Ponto de Fuga, publicada aos domingos no caderno Mais! da Folha de São Paulo.

EDUCAÇÃO PATRIMONIAL

MONITORIASAGENDADAS

INGLÊS COMERCIAL

O Projeto Educação Patrimonial apre-senta o Sesc Paço da Liberdade como um local de acesso e reconhecimento de patrimônio histórico e artístico. Tem o objetivo de desenvolver a noção de preservação e memória através de ex-periência direta com fotografia e princí-pios básicos da educação patrimonial. O conteúdo deste curso, dirigido aos alunos do ensino fundamental da rede pública é concluído na escola com exposição das fotografias realizadas pelos estudantes.Escolas que queiram realizar o projeto podem contatar-nos pelo endereço de e-mail [email protected] ou pelo telefone (41) 3234-4200.

Visitantes e escolas podem agendar visi-tas monitoradas no Paço a partir de mar-ço. A visita guiada apresenta a história do prédio, suas ocupações e interage com a atual programação dos espaços. Escolas que queiram realizar o projeto podem contatar-nos pelo endereço de e-mail [email protected] ou pelo telefone (41) 3234-4200.

Abrem em março as inscrições para as turmas de Inglês Comercial. A metodo-logia aplicada prepara o profissional para as rotinas do dia-a-dia, como atender ao telefone e informar sobre produtos. Mais informações no telefone: (41) 3234-4200.

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MÚSICA NO CAFÉ

MÚSICA NO

TANGO16 e 26/03, 18 e 28/05 - Duo Buenos Aires Tango (Bandoneón, piano)Com repertório tradicional e arranjos da obra de Astor Piazzolla, os artistas divulgam o tango e promovem maior aproximação entre argentinos e brasileiros através da música.

MÚSICA INSTRUMENTAL23 e 30/03, 20 e 27/04 - Mano a Mano Trio(Baixo, clarineta, clarone, percussão) O Trio apresenta composições próprias e obras de grandes com-positores brasileiros como Radamés Gnátalli, Paulinho da Viola, Edu Lobo. Os arranjos visam uma sonoridade inédita, especial-mente pela instrumentação.

MÚSICA MINIMALISTA06 e 30/04, 11/05 - Marcelo Torrone(Piano, viola, violão)Paço da Liberdade apresenta o concerto do pianista Marcelo Torrone, interpretando composições próprias e compositores que representam a música minimalista, como Erik Satie, Philip Glass, Wim Mertens, Michael Nyman e Yann Tiersen.

BLUES09/04, 14 e 25/05 - Kosta Matevski e Tony Caster (Baixo, violão)O concerto é uma amostra de clássicos de blues, com versões de Muddy Waters, Robert Johnson, Big Bill Broonzy, entre ou-tros compositores consagrados de delta, folk e country blues.

MÚSICA ITALIANA13/04 - Herculano Araújo (Piano, violino) Em comemoração do Ano da Itália no Brasil, Música no Café apresenta obras de grandes compositores italianos na interpre-tação do pianista Herculano Araújo.

LOCAL: Café do PaçoHORÁRIO: Quarta às 18h, sábado às 15hGRATUITO

O Núcleo de Música do Paço da Liberdade Sesc Paraná tem o objetivo de oferecer a difusão regular de toda diversidade pos-sível de formas de expressão musical – rock, pop, jazz, blues, reggae, música brasileira, de raiz, de câmara, erudita, contem-porânea, eletrônica, latina...

As ações têm sempre em vista a formação de platéias, que ob-jetiva a criação de hábitos de consumo musical, dando referên-cias ao ouvinte para julgar o que melhor atende suas necessi-dades. Fundamentado na qualidade dos produtos e serviços oferecidos, esse trabalho busca a criação do ouvinte pleno, consumidor de música por necessidade estética.

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QUARTA DAFEDERAL

O Paço da Liberdade Sesc Paraná promove concertos de música em parceria com a Orquestra Filarmônica da Universidade Fe-deral do Paraná. O projeto tem direção de Harry Crowl, Diretor Artístico da orquestra, compositor, musicólogo, professor da Escola de Música e Belas Artes do Paraná.

16/03 - Alexander Ribeiro de Lara (Piano)27/04 - Penelope White (Música francesa)25/05 - Penelope White (Música francesa)

LOCAL: Sala de AtosHORÁRIO: 12h30GRATUITO

ÓPERA CAFÉ

Curiosidades

A ópera tem dois elementos básicos: o libreto, que é o texto, e a partitura, também chamada de música, e que consiste tanto na parte vocal como na orquestral.

LibretoPara melhor apreciação e compreensão de uma ópera, é neces-sário que se leia o libreto ou resumo da peça que vai ser ence-nada. Alguns libretos são considerados medíocres, no entanto alguns são verdadeiras obras primas da literatura.

Recitativos e áriasAlgumas óperas contêm recitativos, que são cantos declama-dos e que se caracterizam pela liberdade rítmica e melódica. Os recitativos servem geralmente para transmitir ao público uma informação ou esclarecimento sobre a narrativa e são escritos em prosa.

A músicaOs cantores numa ópera são classificados de acordo com a altu-ra de sua voz. Assim, as vozes femininas são:

Soprano: Voz mais aguda. Muitas óperas tem o nome da pró-pria soprano como título (ex.: Madame Butterfly).

LOCAL: Café do PaçoDATA: 22/05HORÁRIO: 15hGRATUITO

Mezzo-Soprano: É como uma soprano, mas possui um tom de voz levemente mais grave do que a soprano. Geralmente ocupa papéis secundários, como irmã, amiga, ou às vezes até inimiga ou rival da soprano.

Contralto: Voz feminina mais grave da ópera. Geralmente ocu-pam papéis de mulheres mais velhas, porque exigem maior im-ponência.

As masculinas assim se classificam:

Tenor: É a voz mais aguda. Os papéis de maior importância são sempre destinados a eles, que em conjunto com as sopranos, formam os protagonistas da história.

Barítono: Voz intermediária entre o tenor e o baixo. Os baríto-nos são, na maioria das vezes, os vilões da história e sempre disputam a amada com o Tenor.

Baixo: Voz mais grave da ópera. Os papéis que geralmente os são dados são de pai, nobre e general, pois transmitem muito peso.

O projeto promove uma das formas mais ricas da expressão ar-tística: a Ópera.

A ópera é um gênero musical que se originou na Itália, no início do século XVII. Surgiu da necessidade de unir a arte de repre-sentar com a beleza da música. Durante séculos, a ópera contri-buiu para o aprimoramento da voz humana em função de sua beleza. O cantor de ópera necessita de, no mínimo, oito anos de estudo para o domínio vocal, além de ter boa dicção, “ouvido musical” e interpretação teatral. O projeto acontece no Café do Paço e reúne cantores interpretando trechos de óperas impor-tantes na história da música do ocidente.

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PAÇO NOESQUINA

Todos os textos que você pode encontrar sobre Marcelo Jeneci – seja mídia ou no Google – começam citando a trajetória culminante do artista até “Feito Pra Acabar”, seu primeiro disco. O currículo extenso como músico de apoio de artis-tas como Arnaldo Antunes e Chico César faz parecer que se trata de um trabalho musical feito por veterano de longa experiência no pop nacional, e não por um rapaz que ainda não chegou aos 30 anos.

Jeneci, que já tinha emplacado canções em trilhas de novelas, é autor de “Ama-do” – na voz de Vanessa da Mata – e “Longe” – gravada pelo cantor Leonardo. Mas apenas no fim de 2010 veio a encarar a frente do palco como atração prin-cipal. “Feito Pra Acabar” foi lançado em dezembro, na ultima página de 2010, quando todos os discos do ano já tinham sido ouvidos e todas as listas dos melhores já estavam fechadas. Rapidamente, o álbum tomou a dianteira e, como uma espé-cie de azarão (do qual todos já esperavam uma virada histórica), terminou o ano como um dos discos mais celebrados dos anos 2000. O álbum atualiza o cancioneiro típico de FM dos 60 e 70, com canções que revisitam o tropicalismo dos Mutantes – encontrado nos duetos com a cantora Laura Lavieri e nas guitarras de Edgar Scandurra –, o brega que deixou Odair José famoso e as flores do jardim de Roberto e Erasmo. Parcerias ilustres com Arnaldo Antunes, Chico César e José Miguel Wisnik apenas reforçam o nome de Marcelo Jeneci entre os artistas contemporâneos que merecem ser ouvidos com tempo e atenção. Ouça Quarto de dormir, Longe, Feli-cidade, Dar-te-ei, Pra sonhar, Fei-to pra acabar e, se puder, o disco todo.

MARCELO JENECI

Quem me dizDa estrada que não cabe onde terminaDa luz que cega quando te iluminaDa pergunta que emudece o coração

Quantas sãoAs dores e alegrias de uma vidaJogadas na explosão de tantas vidasVezes tudo o que não cabe no querer

Vai saberSe olhando bem no rosto do impossívelO véu, o vento, o alvo invisívelSe desvenda o que nos une ainda assim

A gente é feito pra acabarA gente é feito pra dizer que simA gente é feito pra caber no marE isso nunca vai ter fim

Ouça o álbum “Feito pra Acabar” em:http://soundcloud.com/marcelojeneci

Show Feito pra acabarMarcelo Jeneci e BandaParticipação especial: José Miguel Wisnik

LOCAL: Teatro do Sesc da EsquinaDATA: 13/04HORÁRIO: 21hR$ 10 (Trabalhadores do comércio, dependentes de comerciários e estudantes)R$ 20 (Usuários)

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CONCERTO TROPICUS INTEREMPTUSEm parceria com Goethe-Institut Curitiba, Paço da Liberdade apresenta o concerto Tropicus Interemptus, com obras do com-positor contemporâneo Harry Crowl inspiradas no tema de mu-danças climáticas.

Programa Terra Queimada (1993) para clarineta, violino, violoncelo, pianoPrismas (2002) para violino, viola, violoncelo e pianoAo fundo, o mar ardente (2008) para violino, viola e violoncelo

I. O mar onde vem explodir o odor das cidadesII. Noites serenas

Tropicus Interemptus (2010), 5 ensaios sobre mudanças climá-ticas, para flauta (+ flautim e flauta em sol), oboé (+ corne-in-glês), clarineta (+ requinta), violino, viola, violoncelo, contrabai-xo e piano (estreia mundial)

I. EmissõesII. MaresIII. GeleirasIV. Calor e chuvaV. Seca

Marcio Pimentel - Oboé, Corne-InglêsAndré Ehrlich - Clarineta, RequintaLeilah Paiva - PianoAtli Ellendersen - ViolinoFlávia Motta - ViolaFaisal Hussein - ViolonceloPablo Guiñez - ContrabaixoMárcio Steuernagel - Regência

As mudanças climáticas e a música

Desde tempos remotos, a natureza tem inspirado o homem a fazer música. Nos primórdios das civilizações, o homem sempre manteve uma relação de respeito e temor em relação ao seu entorno. Da simples imitação do som de animais e dos fenôme-nos naturais até a tentativa de organização do fenômeno sono-ro com o objetivo de reverenciar os deuses, ou tudo aquilo que para o qual não encontrava explicação, aparece nas referências mais remotas sobre a arte dos sons. A partir de sua necessidade de sobrevivência e, mais tarde, de desenvolvimento, os homens começaram a lutar para dominar e depois submeter a natureza às suas vontades.

Ao longo de quatro séculos de música documentada e cultiva-da, especialmente no ocidente, as obras que fazem referência ao tema são quase sempre laudatórias, ilustrando as belezas da paisagem, o temor diante das tempestades, dos terremo-tos e de fenômenos sobre os quais não tinha controle. Nos úl-timos 50 anos, temos assistido a uma progressiva destruição de todos, ou quase todos os ambientes naturais, em função do crescimento populacional e da demanda constante por com-bustíveis fósseis que possibilitam a manutenção da sociedade contemporânea. A música, por sua vez, foi se afastando cada vez mais de preocupações externas ao seu próprio discurso. Ao longo do séc. XX, as questões estéticas e de ruptura com esti-los das épocas anteriores tomaram conta do cenário geral. Não obstante, vários compositores ainda usaram a natureza como tema para as suas obras, mas, ainda, sempre exaltando o aspec-to da contemplação, como no caso dos brasileiros Villa-Lobos e Francisco Mignone.

A ideia de escrever música sugerida pelas mudanças climáticas ocorridas nos últimos anos me surgiu quando morava em Ouro Preto, Minas Gerais, na década de 80. Lá, compus “Aluminium Sonata”, para violino e piano, que foi uma resposta musical à corrosão observada nos monumentos históricos causada pela poluição proveniente de uma usina de alumínio. Desde então, já criei várias obras a partir de temáticas relativas à deteriora-ção do clima e do meio ambiente causados pelo homem, tais como “De Fluminibus” (2006), quatro reflexões sobre rios para orquestra de cordas, e “Ao fundo, o mar ardente” (2008), para violino, viola e violoncelo. “Tropicus Interemptus”, obra que tem sua estreia absoluta no programa, é, talvez, quase uma po-ética da destruição, mas, também, mais um alerta para o mo-mento em que vivemos.

Harry CrowlCompositor, Musicólogo e idealizador do concerto

LOCAL: Sala de AtosDATA: 17/03HORÁRIO: 19hGRATUITO

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MEMÓRIA DO CHORORoda de Choro

Paço da Liberdade promove encontro quinzenal, sempre às terças-feiras, de músicos de Curitiba que se dedicam à interpretação e pesquisa do Choro. O grupo apresenta obras de compositores consagrados (Jacob do Bandolim, Pixinguinha, Ernesto Nazareth) e de compositores atuais (Cláudio Menandro, Julião Boêmio). A Roda de Choro é dirigida pelo bandolinista Daniel Migliavacca, que conta com os músicos Lucas Miranda (cavaquinho), Lucas Melo (violão 7 cordas), Ricardo Salmazo (pandeiro).

Curso História do Choro

O Choro é visitado neste curso desde sua criação até sua mistura com jazz e outros gêneros musicais, incluindo outras alterações pelas quais tem passado. São abordados fatos políticos, culturais e sociais do Brasil e do mundo em relação ao desenvolvimento deste gênero musical. O curso é ministrado em aulas expositivas, utilizando imagens, músicas e trechos de filmes e documentários.

Ministrante: Ana Paula PetersLicenciada em História pela UFPR, Especialista em História da Música pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná (EMBAP), Mestre em Sociologia pela UFPR, Licenciada em Música pela EMBAP, doutoranda em História na UFPR.

Conteúdo:

- O princípio do choro e as bandas- O choro, a era do rádio e os “regionais”- Mudanças do choro e seu renascimento em 1970 para o grande público- O choro como entretenimento e música para teatro, no Brasil e no mundo

LOCAL: Sala de AtosDATA: 19/04, 03, 17 e 31/05HORÁRIO: 20hGRATUITO

LOCAL: Sala de ApoioDATA: 28/04 a 19/05HORÁRIO: 19hR$ 20 (Trabalhadores do comércio, dependentes de comerciários e estudantes)R$ 10 (Usuários)

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PIXINGUINHA

Considerado um dos maiores gênios da música popular brasi-leira e do mundo, Alfredo da Rocha Viana Filho – Pixinguinha, foi autor de dezenas de valsas, sambas, choros e polcas. Com-pôs orquestrações para cinema, teatro e circo, além de arranjos para intérpretes famosos como: Carmen Miranda, Francisco Al-ves e Mário Reis. Pixinguinha foi um revoluvionário no modo de compor, arranjar e executar música no Brasil. O apelido “Pizin-dim” vem da infância, era como a avó africana o chamava, que significa “menino bom”. O pai era flautista amador, e foi pela flauta que Pixinguinha começou sua ligação mais séria com a música, depois de ter aprendido um pouco de cavaquinho. Aos 14 anos já começava a fazer parte do cenário musical do Rio, tocando em orquestras, choperias, peças musicais e a participar de gravações ao lado dos irmãos Henrique e Otávio (China), que tocavam violão. Rapidamente criou fama como flautista graças aos improvisos e floreados que tirava do instrumento. Ainda ga-roto começou a compor os primeiro choros, polcas e valsas. Aos 22 anos, Pixinguinha forma o grupo Os Oito Batutas, que toca-vam na sala de espera do Cine Palais, o grupo costumava fazer mais sucesso que os próprios filmes; participaram da Semana de Arte Moderna de 22, foram para Paris, tocar ao lado de jazz bands americanas e orquestras caribenhas. Outra viagem inter-nacional que foi importante na historia do grupo foi a Buenos Aires - embora os argentinos não entendessem exatamente o que era aquela música, se encantavam com Pixinguinha.

Os conjuntos liderados por Pixinguinha tiveram grande impor-tância na história da indústria fonográfica brasileira. A Orques-tra Típica Pixinguinha-Donga, que organizou em 1928 junto com o compositor e sambista Donga, participou de várias gravações para a Parlophon, em uma época em que o sistema elétrico de gravação era novidade. Liderou também os Diabos do Céu, a Guarda Velha e a Orquestra Columbia de Pixinguinha. Nos anos 30 e 40 gravou como flautista e saxofonista diversas peças que se tornaram a base do repertório de choro, para solista e acompanhamento. Deste período podemos destacar - “Segura Ele”, “Ainda Me Recordo”, “1 x 0”, “Proezas de Solon”, “Naquele Tempo”, “Abraçando Jacaré”, “Os Oito Batutas”, “Sofres Porque Queres”, gravadas mais tarde por intérpretes de vários instru-mentos. Em 1940, indicado por Villa-Lobos, foi o responsável pela seleção dos músicos populares que participaram da céle-

bre gravação para o maestro Leopold Stokowski, que divulgou a música brasileira nos Estados Unidos. Trocou definitivamente a flauta pelo saxofone em 1946, o que, segundo alguns biógrafos, aconteceu porque Pixinguinha teria perdido a embocadura para a flauta devido a problemas de saúde. Mesmo diante desta difi-culdade Pixinguinha não parou de compor nem mesmo quando teve o primeiro enfarte, em 1964, que o obrigou a permane-cer 20 dias no hospital. Desta fase compôs músicas com títu-los que faziam referência a sua saúde , como “Fala Baixinho”, “Mais Quinze Dias”, “No Elevador”, “Mais Três Dias”, “Vou pra Casa”. Algumas músicas de Pixinguinha ganharam letra antes ou depois de sua morte, sendo a mais famosa “Carinhoso”, com-posta em 1917, gravada pela primeira vez em 1928, de forma instrumental, e cuja letra João de Barro escreveu em 1937, para gravação de Orlando Silva. Outras que ganharam letras foram “Rosa” (Otávio de Souza), “Lamento” (Vinicius de Moraes) e “Isso É Que É Viver” (Hermínio Bello de Carvalho). Pixinguinha morreu, a 17 de fevereiro de 1973, aos 75 anos de idade.

CarinhosoComposição: Pixinguinha/ Joao de Barro

Meu coração, não sei por quêBate feliz quando te vêE os meus olhos ficam sorrindoE pelas ruas vão te seguindo,Mas mesmo assim foges de mim.

Ah se tu soubessesComo sou tão carinhosoE o muito, muito que te quero.E como é sincero o meu amor,Eu sei que tu não fugirias mais de mim.

Vem, vem, vem, vem,Vem sentir o calor dos lábios meusÀ procura dos teus.Vem matar essa paixãoQue me devora o coraçãoE só assim então serei feliz,Bem feliz.

Durante os meses de programação, o Paço da Liberdade Sesc Paraná disponibiliza o in-ventário cultural do samba, que pode ser acessado através da tela de toque situada no SAC do Paço e no Centro de Informação Digital.

O projeto disponibiliza informações, curiosidades e discografia dos maiores sambistas. Os textos são dos jornalistas José de Melo e Rodrigo Browne, com ilustrações do artista plástico Marcelo Weber. Nesta agenda a homenagem é para Pixinguinha.

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NINA BECKERA cantora Nina Becker foi a “descoberta” na Orquestra Imperial, o nome desconhecido do grupo ao lado de Thalma de Freitas, Moreno Veloso e Rodrigo Amarante (Los Hermanos). Mas por esse trabalho com a Orquestra, com o 3naMassa e por seus shows solo, Nina foi premiada pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) como melhor cantora do ano de 2009 e tida pela Revista Bravo, como uma dos artistas mais influentes da nova geração da música brasileira.

O primeiro álbum da cantora só veio em 2010 – primeiro e se-gundo álbum ao mesmo tempo. “Azul” e “Vermelho” foram lan-çados juntos e mostram os dois lados da cantora: o Azul, disco de estúdio e da suavidade, e o Vermelho, disco do improviso, gravado ao vivo no estúdio. Ambos os discos foram incluídos na lista dos melhores do ano da revista Rolling Stone e em diversas publicações direcionadas à música brasileira.

O trabalho de Nina becker divide-se entre compor e reverenciar a geração que lhe faz companhia. Das 20 canções que fazem parte dos dois álbuns, metade foi escrita pela própria cantora. A outra metade leva a assinatura de nomes atuais de música brasileira, como Rômulo Fróes, Rubinho Jacobina e Nervoso.

PAÇO NOESQUINAShow Azul e VermelhoNina Becker

LOCAL: Teatro do Sesc da EsquinaDATA: 04/05HORÁRIO: 21hR$ 10 (Trabalhadores do comércio, dependentes de comerciários e estudantes)R$ 20 (Usuários)

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CONCERTO DE MÚSICA MINIMALISTAO pianista Marcelo Torrone apresenta composições próprias e releituras de compositores que representam a Música Minimalista, como Erik Satie, Philip Glass, Wim Mertens, Michael Nyman e Yann Tiersen. A proposta é levar à comunidade um panorama geral desse gênero de música muito utilizado no cinema.

Marcelo Torrone Iniciou seus estudos musicais aos quatro anos de idade com sua avó adotiva, a professora Elvira Bittencourt Estrella, em Curiti-ba. Aos seis, entrou para o Instituto de Música Raul Menssing, onde recebeu toda sua instrução clássica como pianista. Suas primeiras composições datam do ano de 1993, quando então realizou seu primeiro concerto solo no Auditório Brasílio Itibe-rê, na Secretaria de Estado e da Cultura. Foi aluno dos compositores José Penalva e Chico Mello, com os quais desenvolveu gosto e interesse pelo minimalismo, gênero musical extremamente visual e hipnótico, mas que ao mesmo tempo revela sensibilidade e matemática. Esse gênero de mú-sica é muito utilizado no cinema e na dança contemporânea.

Em 1998 e 1999 Marcelo Torrone morou em Bruxelas (Bélgica) e percorreu a França, onde realizou pesquisa sobre o composi-tor Erik Satie, tornando-se especialista em sua vida e obra.

O minimalismo é a mais forte de suas influências. Estrutura e te-oria minimalistas são a base para seu trabalho solo, assim como o que realiza com o grupo musical Wandula. Suas composições percorrem um caminho que transita entre o erudito impressio-nista (Debussy e Erik Satie), elementos brasileiros (como o cho-rinho de Chiquinha Gonzaga e Ernesto Nazareth) e principal-mente a aplicação do minimalismo nessas formas. Suas músicas são frequentemente solicitadas para compor trilhas sonoras de cinema, espetáculos de dança e peças de teatro.

LOCAL: Sala de AtosDATA: 13/05HORÁRIO: 20hR$ 5 (Trabalhadores do comércio, dependentes de comerciários e estudantes)R$ 10 (Usuários)

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O Núcleo de Informação Digital do Paço da Liberdade Sesc Para-ná dedica-se a proporcionar o contato da população com o uni-verso digital, com uma programação voltada para interação e compartilhamento de conhecimento e experiências no univer-so da internet e da Comunicação Social. Através de encontros, palestras e oficinas, o núcleo promove a discussão de diversas possibilidades de aplicações e caminhos criativos para desen-volver pesquisas, produções e trabalhos.

Além dos eventos direcionados à inclusão digital, o Núcleo é res-ponsável pelo Centro de Informação Digital – espaço destinado ao acesso à internet no Paço da Liberdade. O espaço moder-no da sala de Internet Livre divide espaço com os testemunhos arqueológicos do Mercado Municipal de Curitiba, visualizando uma conexão entre passado e futuro.

CICLO DE PALESTRAS DE COMUNI-CAÇÃO

LOCAL: Sala de AtosHORÁRIO: 19hR$ 5 (Trabalhadores do comércio, dependentes de comerciários e estudantes)R$ 10 (Usuários)

10/05 - Storyboard e Quadrinhos na Publicidade

Palestrante: Guilherme CaldasO artista plástico e quadrinista Guilherme Caldas é um dos mais requisitados ilustradores de storyboard do país. Entre seus clientes estão Folha de São Paulo, Motorola, Burger King, Uni-lever, Semp Toshiba, e outras empresas de peso no mercado brasileiro. Paralelamente ao trabalho com publicidade, Guilherme lançou o livro “Candyland” em parceria com o roteirista Olavo Rocha. A palestra aborda diferenças entre storyboard e quadrinhos na publicidade.Conheça seu trabalho em: http://www.candyland.com.br

24/05 - Cultura Digital

Palestrante: Alexandre MatiasO jornalista Alexandre Matias é editor do Link – caderno de cul-tura digital publicado toda segunda-feira, no jornal O Estado de São Paulo e atualizado diariamente no site do jornal – http://estadao.com.br/link. Ele também é responsável pelo “Trabalho Sujo” (http://www.oesquema.com.br/trabalhosujo) – um dos sites de cultura pop mais acessados da internet e um dos perfis mais influentes do Twitter (http://twitter.com/trabalhosujo).

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CURSO LIVRE LETRA E MÚSICAEM SUPORTE DIGITAL

Os espaços destinados a questões da educação musical no Brasil, como simpósios e conferências, tem sido palco, ultima-mente de discussões sobre as novas direções que estão sendo tomadas na formação do músico e na questão da introdução da música no currículo escolar. Assim, consideramos que todo o trabalho pedagógico que contemple os elementos ritmo, harmonia, melodia e letra, como o Curso Livre Letra e Música, torna-se cada vez mais imprescindível no processo do pensar a educação musical.

Letra e Música é um curso sobre a linguagem musical em seu contracanto com a sociedade. Nele, os músicos Kleiton e Kle-dir (que na década de oitenta revelaram ao cenário musical, uma outra linguagem – aquela que veio do sul – impondo uma condição inevitável para nossa escuta, a sua territorialidade) desvelam seu modo de produção. Explicam e exemplificam a construção da melodia, harmonia e ritmo e a convergência do pensamento poético, histórico-social e antropológico. Isto é, desvelam como a canção joga com os pontos de fase e defasa-gem entre a onda musical e a onda verbal.

No Centro de Informação Digital, você pode estudar os meca-nismos da composição, da harmonia, da criação musical, atra-vés de textos, exemplos, indicação de exercícios, observações sobre várias canções-exemplos.

No Laboratório de Artes Eletrônicas do Sesc Paço da Liber-dade você encontra softwares como Finale e outros, indi-cados no curso. Agende um horário pelo telefone 3234-4222 e experimente!

LOCAL: Centro de Informação DigitalGRATUITO

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INICIAÇÃO DIGITAL

OFICINA DE BLOGS

COMO UTILIZAR AS REDES SOCIAIS EM SUA ESTRATÉGIAPROFISSIONAL

Paralelamente ao Ciclo de Palestras de Comunicação, o Nú-cleo continua a oferecer uma série de encontros e oficinas dedicadas à inclusão digital e ao acesso a cultura.

Há um ano, o Paço oferece oficinas dispostas a instigar o con-vívio das pessoas com o universo virtual, porém de forma cultural. É de conhecimento de todos que as redes sociais na internet tomaram grande parte da vida do homem comum. Porém, a internet, a cada dia que passa, se mostra mais aber-ta a experiências inovadoras capazes de tornar a vida mais fácil. E a proposta do núcleo é proporcionar um bom olhar sobre estas outras possibilidades que o universo virtual pro-porciona a todos.

A Iniciação Digital é um encontro rápido de uma hora que busca tirar duvidas relacionadas a navegação na internet. Os primei-ros passos para a inclusão no universo digital como a constru-ção e a boa utilização do e-mail pessoal e como tirar maior pro-veito das ferramentas da internet.

Em um encontro de uma hora, o participante tem noções bási-cas de como utilizar redes sociais no meio profissional. Blogs, sites de relacionamentos como o Twitter, o Facebook e até mes-mo o Orkut podem auxiliar e ser um ótimo meio de direcionar e divulgar seu trabalho.

O processo de inclusão digital permite que todos tenham acesso à informação existente na internet. Porém, a criativi-dade humana vai além da simples leitura, ela também infor-ma, discute e gera conteúdo para todos. A Oficina de Blogs propõe abrir os olhos do participante para as possibilidades da utilização do blog. Durante quatro encontros, o participante ficará por dentro dessa ferramenta básica de sobrevivência na internet, atra-vés dos diferentes modos de pensar e expor ideias, gerar conteúdo e, até mesmo, ganhar dinheiro na internet.

LOCAL: Centro de Informação DigitalDATA: 16/03, 13/04 e 18/05HORÁRIO: 17hGRATUITO mediante inscrição e apresentação de carteirinha do Sesc

LOCAL: Centro de Informação DigitalDATA: 23/03, 27/04 e 25/05HORÁRIO: 17hGRATUITO mediante inscrição e apresentação de carteirinha do Sesc

LOCAL: Centro de Informação DigitalDATA: 12, 14, 19 e 26/04HORÁRIO: 18hR$ 5 (Trabalhadores do comércio, dependentes de comerciários e estudantes)R$ 10 (Usuários)

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Trabalho do artista plástico e quadrinista Guilherme CaldasGuilherme, um dos mais importantes ilustradores de storyboards, é o conferencista do Ciclo de Palestras de Comunicação e conversará com a plateia sobre os quadrinhos na publicidade.

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Ministrado pelo artista Cleverson Oliveira, o curso objetiva o aprendizado das técnicas fotográficas digitais e principalmente o desenvolvimento do olhar através da fotografia. A partir de um estudo da História da Arte e da busca de referências artís-ticas contemporâneas, cada aluno poderá buscar o aperfeiço-amento através da repetição e aprimoramento da imagem. A fotografia aqui terá o papel de ferramenta para a construção de uma identidade própria.

O curso se destina aos interessados por fotografia, tecnologia, arte, desenvolvimento criativo, além dos profissionais e estu-dantes do ramo.

O módulo básico do curso de manipulação faz uma introdução às ferramentas do Adobe PhotoShop enfatizando o tratamento de imagens: retoques, efeitos, colagens produzem realismo e criatividade. Essas ferramentas de tratamento são amplamen-te utilizadas nas publicações editoriais e no meio digital. Riven Melito é um entusiasta das tecnologias, além de cursar Gravura na EMBAP.

O curso de ilustração tem como objetivo apresentar as ferra-mentas básicas do Software Adobe Photoshop e a utilização de mesa digitalizadora (tablet) para desenho e ilustração digital. Aborda criação de grafismos, personagens, ilustrações em meio digital, finalização (arte final) e pós-produção. Preparação de ar-quivo para aplicação e impressão. Ilustrador e autor de histórias em quadrinhos, Marcelo Lopes possui domínio de diferentes técnicas artesanais e ferramentas digitais tais como Photoshop, Painter, Flash e 3D Studio Max. O curso se destina aos interessados por desenho, ilustração e tecnologia, profissionais e estudantes.

Curso Básico de Fotografia Digital Tiago Alvarez

O curso pretende ensinar o manuseio da máquina digital por completo, suas funções, propriedades e características. Haverá uma introdução teórica explicitando as diferentes vertentes fo-tográficas e alguns dos artistas mais importantes da História da Arte. O curso conta também com aulas práticas em ambiente interno e externo. Mestrando em Cinema pela UTP, Tiago Alva-rez ministrou curso de fotografias para jovens por dois anos e pretende instigar o aluno a explorar suas habilidades e criativi-dade.

FOTOGRAFIADIGITAL

MANIPULA-ÇÃODIGITAL

ILUSTRAÇÃODIGITAL

LOCAL: Laboratório de Artes EletrônicasDATA: 05/04 a 14/06 (terça-feira)HORÁRIO: 19h às 21hR$ 60/mês (Trabalhadores do comércio, dependentes de comerciários e estudantes)R$ 120/mês (Usuários)

LOCAL: Laboratório de Artes EletrônicasDATA: 12/04 a 10/05 (terça-feira)HORÁRIO: 16h às 18hR$ 60 (Trabalhadores do comércio, dependentes de comerciários e estudantes)R$ 120 (Usuários)

LOCAL: Laboratório de Artes EletrônicasDATA: 06/04 a 08/06 (quarta-feira)HORÁRIO: 16h às 18hR$ 60/mês (Trabalhadores do comércio, dependentes de comerciários e estudantes)R$ 120/mês (Usuários)

LOCAL: Laboratório de Artes EletrônicasDATA: 12/04 a 10/05 (terça-feira)HORÁRIO: 14h às 16hR$ 60 (Trabalhadores do comércio, dependentes de comerciários e estudantes)R$ 120 (Usuários)

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Com o objetivo de trabalhar o desenvolvimento de produtos de moda através do uso de técnicas contemporâneas, Hélcio Fabri propõe uma oficina dividida em três módulos: Refle-xões (moda e atualidade); Metodologias Projetuais (diversas formas de desenvolver idéias para o projeto); Práticas (cria-ção de croquis e colagens). Buscando referências em nomes da moda atuantes no cenário mundial, Hélcio trabalha com três formatos diferentes, trazendo dinamismo e agilidade ao processo criativo individual.

O curso se destina aos interessados por moda, tecnologia, design, arte, além dos profissionais e estudantes do ramo.

Gisele Onuki é graduada em dança pela FAP e mestranda em Comunicação em Linguagens pela UTP. Sua oficina apresenta o conceito de ciborgue e a teoria do corpo alterado pela tecnolo-gia. Com aulas teóricas, Gisele explora as referências históricas e contemporâneas. O objetivo final do curso é a produção de um vídeo ou ciberclip.

O curso é destinado a pesquisadores da História do Corpo e aos alunos e profissionais da área de dança.

MODA E TECNOLO-GIA

CORPO, ARTE E TECNOLO-GIA

LOCAL: Laboratório de Artes EletrônicasDATA: 07/04 a 16/06 (quinta-feira)HORÁRIO: 16h às 18hR$ 60/mês (Trabalhadores do comércio, dependentes de comerciários e estudantes)R$ 120/mês (Usuários)

LOCAL: Laboratório de Artes EletrônicasDATA: 07/04 a 12/05 (quinta-feira)HORÁRIO: 14h às 16hR$ 60 (Trabalhadores do comércio, dependentes de comerciários e estudantes)R$ 120 (Usuários)

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O curso de Videoarte ministrado pelo artista multimídia Clever-son Oliveira tem como objetivo a realização de um vídeo au-toral. Para isso, o artista busca referências na História da Arte mundial, nas novas reflexões contemporâneas, e abre espaço para o desenvolvimento pessoal criativo. O workshop desen-volvido em Nova York, já foi aplicado em diversos países para diferentes públicos e sempre obteve sucesso. Através de uma metodologia orgânica, Cleverson promove a experimentação e a busca por uma identidade própria. Essa expansão de frontei-ras artísticas se sucede através do encontro de diferentes lin-guagens e o uso das novas tecnologias como ferramentas para o aprimoramento e democratização da arte.

As oficinas disponibilizarão máquinas fotográficas individuais, além de diversas ferramentas de criação e edição de imagens, como as Tablets e o Software Adobe PhotoShop.

Ministrante: Cleverson OliveiraFormado em Artes Visuais e em História da Arte na New York University. Possui vasta experiência em fotografia e manipula-ção digital, tendo trabalhado em Nova York por 6 anos com o artista Vik Muniz. Cenógrafo e diretor de espetáculos, realizou diversas produções teatrais nacionais e internacionais. Seu cur-rículo é repleto de mostras individuais e coletivas tais como: 2010 – “Metamorphosis”, The Other Gallery (Shangai, China); 2010 – “Fronteiras: Uma jornada pelas Américas”, Museu da Fotografia (Solar do Barão); 2007 – “Amerikkka”, The artists net--work, Nova York. Seu curso de Videoarte foi realizado em Nova Iorque e também nos Emirados Árabes.

VÍDEOARTE

LOCAL: Laboratório de Artes EletrônicasDATA: 02/04 a 11/06 (sábado)HORÁRIO: 10h às 12h R$ 60/mês (Trabalhadores do comércio, dependentes de comerciários e estudantes)R$ 120/mês (Usuários)

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EXPOSIÇÃO SALA CÂNDIDO DE ABREU

Localizada no Sesc Paço da Liberdade, a Sala Cândido de Abreu presta homenagem ao primeiro prefeito eleito a assumir o Mu-nicípio de Curitiba depois da Proclamação da República.

O prefeito Cândido de Abreu tinha uma visão voltada para o progresso, que desembarcava na cidade na mesma época com a construção das estradas de ferro. Foi com esse olhar que estruturou a Prefeitura em seu segundo mandato, de 1913 a 1917, iniciando com a construção do Paço Municipal. Esteve no governo entre 1892 e 1894. Renunciou por incompatibilidade de ideias, pois seus pensamentos de modernidade não foram acompanhados.

A exposição permanente reconstitui o antigo Gabinete do Pre-feito, com os móveis e objetos que pertenceram a ele (datados do século XIX) e que hoje constituem o acervo do Museu Para-naense, estando alocados no Paço. A sua escrivaninha, poltrona e relógio tais como alguns móveis de uso cotidiano estão inclu-sos nessa sala histórica.

EXPOSIÇÃO PERMANENTELOCAL: Sala Cândido de AbreuHORÁRIO: Terça a sexta-feira das 10h às 21h, sábado das 10h às 18h, domingo das 11h às 17hGRATUITO

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LUZESCRITAPOESIAS ESCRITAS COM LUZFotografia é uma palavra que deriva do grego, photographia. Traduzida literalmente, significa “escrita de luz”, mas, para al-guns especialistas, ela também é explicada como “poesia da imagem”. Em Luzescrita, essas duas idéias se encontram e se expandem a partir do encontro entre os artistas Arnaldo An-tunes, Fernando Laszlo e Walter Silveira. Nesta exposição, são apresentadas 29 obras inéditas criadas por eles a partir de ex-periências feitas com luz e poesia desde 2002.

Instalações low-tech foram concebidas por todos os três artistas a partir de poemas de Arnaldo e Walter, clicados por Fernando. Nelas, a luz é utilizada para “escrever” e dar forma às palavras, resultando em objetos e fotos com visual high-tech. Num pro-cesso de realização quase artesanal, Fernando Laszlo deu priori-dade à fotografia analógica, fotografando as poesias a partir de experimentos com pólvora, lightpainting, projeções, lâmpadas, cartolinas e com outros tipos diversos de recursos – apesar de o resultado estético parecer ter sido feito com intervenções di-gitais.

A dialética está presente em toda a exposição. As relações entre analógico e digital, claro e escuro, abstrato e concreto, poesia e artes visuais, efêmero e eterno são exploradas na concepção dos trabalhos, tanto no seu conteúdo, quanto na forma, mas também se encontram nos sujeitos. Os três artistas profissio-nalmente não se dedicam prioritariamente às artes visuais, sendo um músico, outro diretor de TV e outro fotógrafo. As po-esias são “tiradas” rápidas e instantâneas, espécies de “haikais

brasileiros”, com forte ambiguidade e muito senso de humor. As instalações e ações são muitas vezes efêmeras – instantes eternizados no momento exato em que são fotografados.

Esta tensão se acentua pela proposta curatorial, que divide a exposição em uma “Sala Clara”, onde estão expostas as foto-grafias, e uma “Sala Escura”, que abriga os objetos e instalações de luz. A Sala Clara, toda branca e iluminada, exibe o resultado final do trabalho, que se inicia nos poemas e se materializa em fotos. Na “Sala Escura”, toda pintada de preto e ambientada para receber os objetos de luz, podem ser vistas as experiên-cias plásticas que revelam a riqueza do processo de construção dessas obras. Foram tantas maneiras diferentes de se chegar à “escrita luminosa” de cada poema, que os artistas decidiram realizar uma espécie de bula, explicando os métodos utilizados.

Ao final, como os poemas são de Arnaldo Antunes ou de Walter Silveira e as fotos foram feitas por Fernando Laszlo, o trabalho maior dos três artistas foi, justamente, conceber coletivamente a mistura que caracteriza a “hibridização” das obras. Não se tra-ta apenas da poesia ou da foto, e sim de um conceito estético. Já que todas as peças são assinadas pelos três, a autoria dos trabalhos, nesse caso, é deslocada para a reflexão sobre como transformar o poema nas imagens luminosas que vemos agora, nesta exposição.

Daniel Rangel

Curador

Arnaldo AntunesMúsico, compositor, poeta, artista visual, videomaker. O paulistano Arnaldo Antu-nes é um artista polivalente, conhecido como integrante da banda de rock Titãs e do grupo Tribalistas. Sua extensa pro-dução tem 45 discos (entre autorais, par-cerias, trilhas e com os Titãs), diversas publicações literárias – dentre elas “As coisas” e “ET EU TU”, vencedores do prê-mio Jabuti –, exposições (coletivas e indi-viduais) e festivais nacionais e internacio-nais de literatura, performance e música, atuando desde a década de 1980.

Walter SilveiraFaz parte da geração que consolidou a linguagem de vídeo, ao lado de pessoas como Fernando Meirelles, Tadeu Jungle e Marcelo Tas. Diretor de TV e artista inter-mídia, realiza projetos autorais e experi-mentais em torno do suporte eletrônico desde o final dos anos 70. Poeta, músico e videomaker, tem participado de diver-sos projetos nacionais e internacionais, como a mostra Video Links Brazil apre-sentada na Tate Moderns (Londres).

Fernando Laszlo Aprendeu a fotografar quando criança com sua família. Trabalhou como fotógra-fo do exército no início da carreira. Tem participado de vários vídeos experimen-tais, musicais, documentários e ficções – alguns deles premiados em festivais. Com extensa carreira na fotografia, tem participado de exposições nacionais e internacionais. Seus trabalhos estão em coleções importantes, como a da Pinaco-teca do Estado de São Paulo, da Galeria Espasso (Nova York) e do Banco Privado Português.

LOCAL: Espaço das ArtesDATA: 22/03 a 19/06HORÁRIO: Terça a sexta-feira das 10h às 21h, sábado das 10h às 18h, domingo das 11h às 17hGRATUITO

Com a preocupação de fazer a ponte entre as obras e o público em geral, é realizada ação educativa direcionada a diferentes públicos e faixas etárias. Contato para agendamento: 41 3234-4200.HORÁRIO: Terça a sexta-feira das 10h às 12h, quinta e sexta das 14h às 16h, sábado das 10h às 18h

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MOMENTO ITÁLIA / BRASIL

2011 está fundado como o ano da Itália no Brasil. Esta conver-gência dos dois países, em marcar um ano comemorativo, se deu pela busca por ampliar relações culturais, sociais e econô-micas e sublinhar o sentimento de simpatia e afinidade entre as duas nações.

Sesc Paço da Liberdade comemora este encontro com a realiza-ção, em suporte digital, da exposição das obras do italiano Mino Delle Site sob a ótica do futurismo italiano.

Música italiana

Em comemoração ao Ano da Itália no Brasil, o projeto Mú-sica no Café apresenta obras de grandes compositores ita-lianos. Pianista convidado: Herculano Araújo.

Confira a programação completa do projeto Música no Café na página 13.

LOCAL: Centro de Informação DigitalDATA: 12/04 a 04/05GRATUITO

LOCAL: Café do PaçoHORÁRIO: 18hDATA: 13/04GRATUITO

http://www.minodellesite.com

Quiz Futurismo

Paralelamente à exposição virtual, o Paço disponibiliza um quiz animado com perguntas sobre as obras do italiano Mino Delle Site.

MÚSICA NO

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O que é programar uma sala de cinema hoje?

Em sua primeira agenda de programação de 2011, a Cinemateca Portuguesa perguntava-se em seu catálogo “o que é programar uma cinemateca hoje?”. Além de tentar responder à celeuma que seguiu o falecimento, em 2009, de João Bénard da Costa, intelectual e crítico cujo gosto e visão de cinema imprimiram à instituição portuguesa uma das melhores programações do mundo, os novos gestores indagaram-se sobre o papel do “museu do cinema” diante da atual pulverização dos meios de produção e exibição de filmes.

O resultado é um escopo de programação que abraça desde os clássicos até os novos cinemas – uma diversi-dade que reflete o que o catálogo define como “prazer de mostrar filmes” dado num deleite impulsivo, oriun-do do cruzamento entre o ímpeto do gosto e as possibilidades práticas. Isso cria um desenho de programação um tanto desequilibrado, mas que responde mais vivamente “à alegria de, faça-se o que se fizer, ficarem sempre coisas por ver e por mostrar.”

Não queremos enxergar na argumentação dos outros uma desculpa para justificar as próprias limitações, mas apontar que a programação de cinema do Paço da Liberdade – que o leitor pode consultar neste guia – busca responder e experimentar de maneira própria os desafios de atuação de uma sala de cinema circunscrita não apenas pelo tempo, pelo “hoje”, mas também pelo espaço: Curitiba, Paraná, Brasil. A resposta a esse proble-ma é um campo minado: entre objetivos a conduzir a caminhada, há uma série de passos em falso a se evitar.

O primeiro talvez resida nas armadilhas do chamado “cinema paranaense”, expressão cercada de um ufanis-mo suspeito e associada à necessidade indiscutível de se valorizar a produção cinematográfica local. Essa de-fesa dos pinhões e das araucárias muitas vezes se confunde, infelizmente, com os dois lados de uma mesma moeda – o provincianismo bairrista – que transforma a defesa do regional no isolamento do mundo que beira a xenofobia, ou aceita, de cabeça baixa, a submissão colonizadora (sempre embutida de um complexo de inferioridade) a uma supremacia imaginada daquilo que é estrangeiro ou proveniente do eixo Rio-São Paulo.

Outra confusão é aquela que iguala a falta de visão institucional com o jargão de clichês desbotados que pautam as administrações públicas. É uma terminologia que inclui palavras como “democratização”, “inclu-são” ou “diálogo com a sociedade”, mas que tem como efeito prático a redução do programador cultural a um corretor imobiliário que agencia a ocupação do espaço público com total ausência de qualquer tipo de responsabilidade social, curatorial ou artística.

Não pode haver dialética em um vácuo de agentes culturais contentes com o silêncio relativista que permite a cada indivíduo retirar-se confortavelmente da vida pública para repetir para si seus próprios mantras e crenças pessoais, sob o eterno manto do “ponto de vista” e do “gosto que não se discute”. Ora, para haver qualquer diálogo, alguém precisa começar a falar! Isso significa propor, colocar as cartas à mesa, afirmar e dar a cara para bater.

A sala de exibição do Paço da Liberdade é aberta à comunidade. Porém isso não representa uma postura passiva em que o espaço sofre uma ocupação aleatória a parir de requisições da sociedade. A instituição tem, pelo contrário, papel propositivo, buscando fomentar seu diálogo com o público com inovações de programa-ção, repertório e curadoria. Todos os filmes merecem ser exibidos e preservados, mas a responsabilidade do Sesc Paraná é criar um contexto adequado que dê sentido a essas ações de circulação.

Valorização da cinematografia local não significa, portanto, exibição de filmes produzidos em Curitiba e no Paraná, mas a criação de um ambiente propício para apreciação e pensamento dessa produção, inserindo os filmes em contexto que cruza as referências a partir de filmografias de realizadores de outros estados, países ou momentos históricos. Permite-se assim ao público e ao cineasta local uma oportunidade de se localizar diante de um panorama cultural profundamente fragmentado.

Retomando a deixa do catálogo português, podemos afirmar que a programação de cinema dos meses de março, abril e maio do Paço da Liberdade Sesc Paraná (muito longe do porte e mesmo qualidade da institui-ção lusitana) cria, num misto de ações próprias e aquelas desenvolvidas ou recebidas da sociedade, um ema-ranhado que, com suas pontas soltas e desproporções, espera fazer, antes de tudo, seu papel de ocupação propositiva do espaço público. O calendário é composto por duas mostras do acervo CineSESC, Mostra John Cassavetes e Mostra 1959 – o

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ano mágico do cinema francês, dedicadas a figuras conhe-cidas do cinéfilo já iniciado. Em conjunto, apresentam uma visão privilegiada, embora profundamente incompleta, de um momento crepuscular do cinema moderno incipiente na França, que encontra sua contrapartida do outro lado do oceano, nos Estados Unidos de John Cassavetes, principal-mente na relação com Jean Luc Godard. Godard também é pretexto para o projeto Cinema em curso: história(s) do cine-ma, uma introdução ao cinema baseada no projeto homôni-mo desenvolvido pelo artista ao longo de dez anos.

A Sessão Cazé exibe e debate publicamente a produção dos alunos da Cinetvpr (Escola Superior Sul Americana de Ci-nema e Televisão) em sessões curadas pelos alunos com o apoio do Paço da Liberdade. Que o leitor não suspeite da credibilidade dos estudantes, pois a leva já provou a que veio com seus filmes coroados recentemente na seleção e premiação da 14ª Mostra de Tiradentes – evento que é hoje a principal arena de exibição e reflexão do cinema brasileiro.

Chegamos assim ao encontro geracional da programação que recebe, pela mostra Zoona, filmes dedicados a Valên-cio Xavier e Wilson Bueno, e ainda as estreias de Caminhão de cavalo e Rejoneo, dirigidos por Adriano Justino e Eduar-do Baggio, respectivamente. Em março, o projeto CineSESC Mostras Temáticas contempla cinco filmes de Lúcia Murat e, a partir de abril, a Mostravídeo Itaú Cultural (que em 2010 foi responsável por algumas sessões antológicas e inéditas de filmes de Stan Brkhage, Arthur Omar, Pedro Costa e Api-chatpong Weerashakatul) continua suas inquietações por meio das programações selecionadas pelos curadores João Dumans e André Costa. Por fim, o projeto Biblioteca no ci-nema, que aproxima o público do acervo de livros do Paço por meio da exibição de filmes, dedica-se a John Ford e sua realização Terra bruta.

CIRCUITO PR DE CINE-CLUBISMO

CINESESC ITINERANTE

Cineclubes são associações que reúnem apreciadores de ci-nema para fins de estudo, debates e exibição de filmes. Este caráter de ação cultural, que extrapola a mera exibição, bus-cando criar um grupo de agentes que vê no cinema alto po-tencial de transformação social por meio da arte, é historica-mente responsável pela formação de gerações de cineastas, críticos e pesquisadores. Paço da Liberdade Sesc Paraná abriga reuniões periódicas de cineclubistas paranaenses que trocam experiências e discutem formas de ação conjunta. Se você se interessa pelo cineclubismo, quer participar do Circuitopr ou tem perguntas sobre direitos autorais, acervos e filmotecas que emprestam filmes, quesitos técnicos de exibição, ou qualquer dúvida relacionada à organização e atuação de um cineclube, entre em contato pelo email [email protected] ou pelo telefone (41) 3234-4224.

O Paço oferece apoio à comunidade para realização de mostras de cinema a partir do acervo CineSESC. Em permanente colabo-ração com a Rede Cine Mais Cultura, do Ministério da Cultura, discutimos ações culturais que, construídas em diálogo com a sociedade, podem ampliar o acesso ao cinema para um público mais amplo. Escolas, universidades, cineclubes, organizações não governamentais e outras entidades que queiram realizar localmente mostras ou exibições produzidas pelo Paço podem contatar-nos pelo email [email protected] ou pelo telefone (41) 3234-4225.

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MOSTRA DE VÍDEO ZOONAMostra de filmes realizada em homenagem aos escritores Wilson Bueno (1949-2010) e Valêncio Xavier (1933-2008) – este último também cineasta que contribuiu decisivamente para a criação da Cinemateca de Curitiba. Entre filmes diretamente ligados à obra dos autores e outras produções que buscam ampliar o diálogo entre cinema e literatura, o evento tem exibição de documentários, curtas-metragens e videoartes inéditos.

LOCAL: CinePensamentoDATA: 15, 16 e 17/04GRATUITO

SESSÃO CAZÉJanela de exibição da produção universitária da Escola Superior Sul Americana de Cinema e Televisão (Cinetvpr). Organizada pelo Centro Acadêmco Zé do Caixão (Cazé) com apoio do Paço da Liberdade Sesc Paraná, a sessão apresenta, com rigor técnico e curatorial, filmes realizados pelos estudantes, buscando divul-gá-los e debatê-los diante de um público amplo. Há presença dos diretores nas sessões.

LOCAL: CinePensamentoDATA: 12/03, 30/04 e 14/05HORÁRIO: 17hGRATUITO

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CINESESC MOSTRAS TEMÁTICASCINCO VEZES LÚCIA MURAT

[Como nota para ser lida entre parênteses, para ser lida como frase ou período entre parênteses no meio de um texto porque ele é o que de fato importa – e aqui o que importa de verdade são os filmes – como sugestão, possível porta de entrada para os filmes, digamos: a monta-gem (arbitrária, não planejada, se-quer estimulada por qualquer dos filmes) do título do primeiro longametragem de Lúcia Murat com o título de seu terceiro fil-me – assim: que bom te ver viva, brava gente brasileira – pro-duz uma imagem que traz a primeiro plano um ponto essencial das diferentes questões e das diferentes formas narrativas aqui reunidas: são histórias de sobrevi-ventes narradas por uma so-brevivente. Os filmes não se reduzem a isto, mas partem daí, de pensar a nossa condição como a de um sobrevivente. A jornalis-ta em Brasília, a índia Kadiweu, a ex-presa política, a jovem que dança na Maré, o político e o favelado na Ilha Grande, o cartó--grafo português entre os guaicurus de 1778 e a jovem de classe média na favela de 2004, todos eles, sobrevivem a um desastre de proporções impossíveis de determinar, um desastre que lhes foi imposto como condição de vida. A sobrevivência se dá num espaço e tempo fechado como um parênteses. O cinema, aqui é parte do trabalho de todo o dia para romper o parênteses – uma razão a mais para saltar logo deste aqui, já muito longo, e ir direto ao que interessa e que está fora dele:] os filmes.

José Carlos Avellar

Crítico de cinema

Sobre Lúcia Murat

Jornalista, cineasta, ex-presa política durante o regime militar brasileiro, atuou nos principais veículos de imprensa, entre eles Jornal do Brasil e O Globo. Lúcia Murat nasceu no Rio de Janeiro em 1949. A partir dos 80 iniciou suas produções independentes na área do audiovisual. Sua obra é fortemente influenciada pe-las experiências vividas no período da ditadura.

LOCAL: CinePensamentoHORÁRIO: 19h (março) e 14h (maio)GRATUITOCLASSIFICAÇÃO INDICATIVA 16 anos

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01/03 e 01/05 - Que bom te ver viva (Brasil, 1989. Com Irene Ravache. 98 min. DVD)

O filme aborda a tortura durante o período de ditadura no Bra-sil, mostrando como suas vítimas sobreviveram e como enca-ram aqueles anos de violência duas décadas depois. “Que bom te ver viva” mistura os delírios e fantasias de uma personagem anônima alinhavando os depoimentos de oito ex-presas políti-cas brasileiras que viveram situações de tortura. Mais do que descrever e enumerar sevícias, o filme mostra o preço que es-sas mulheres pagaram, e ainda pagam, por terem sobrevivido lúcidas à experiência de tortura. Para diferenciar a ficção do documentário, Lúcia Murat optou por gravar os depoimentos das ex-presas políticas em vídeo, como o enquadramento se-melhante ao de retrato 3x4; filmar seu cotidiano à luz natural, representando assim a vida aparente; e usar a luz teatral, para enfocar o que está atrás da fotografia – o discurso inconsciente do monólogo da personagem de Irene Ravache.

02/03 e 08/05 - Doces poderes (Brasil, 1997. Com Marisa Orth, Sérgio Mamberti, Antônio Fagundes, Tuca Andrada. 94 min. 16 anos. DVD)

Uma jornalista chega a Brasília para assumir, durante período eleitoral, a chefia da sucursal da principal rede de TV do país. O antigo diretor irá chefiar a campanha de um jovem candidato a governador, apoiado por políticos conservadores. Muitos dos jornalistas se afastam para fazer campanha política, ganhando salários milionários. Na redação, o novo chefe de reportagem está preocupado apenas com sua carreira na televisão. A jor-nalista reencontra um deputado de esquerda, amor de ado-lescente, casado, formando um triângulo amoroso. Todos os personagens vão se deparar com situações ambíguas e etica-mente discutíveis. A reação a essas manipulações, entremeada por reencontros e desencontros afetivos, é a história de “Doces poderes”.

03/03 e 15/05 - Brava gente brasileira (Brasil, 1977. Com Diogo Infante, Floriano Peixoto, Buza Ferraz. 103min. DVD)

Pantanal, 1978. Um grupo de soldados acompanha Diogo, car-tógrafo recém chegado, enviado pela Coroa Portuguesa para fazer um levantamento topográfico da região. O grupo se en-caminha para o Forte Coimbra, que vive em guerra com os ín-dios cavaleiros, com os quais os portugueses tentam selar um acordo de paz. No caminho do forte, um batedor descobre um grupo de mulheres índias tomando banho perto do rio. Elas são estupradas pelos soldados e também por Diogo, forçado por Pedro, chefe do grupo, a participar do ato. Chegando ao Forte, Diogo é obrigado a se defrontar com esse novo mundo, a cres-cente ferocidade de Pedro, a fantasia de Antônio em encontrar minas de prata e a estranha cultura dos índios cavaleiros. 04/03 e 22/05 - Quase dois irmãos

(Brasil, 2004. Com Caco Ciocler, Flávio Bauraqui, Luis Melodia, Maria Flor. 102 min. 16 anos. DVD)

Nos anos 70, quando o país vivia sob a ditadura militar, pre-sos políticos foram levados para a Penitenciária da Ilha Grande onde se encontravam assaltantes de bancos. “Quase dois ir-mãos” mostra o conflito entre eles e o nascimento do Comando Vermelho, que mais tarde passou a dominar o tráfico de drogas no Rio de Janeiro. A história é contada através de Miguel, ex--preso político na Ilha Grande, hoje deputado federal, e Jorge, filho de um sambista que se transformou num dos líderes do Comando Vermelho. Hoje, começa um novo ciclo: a filha ado-lescente de Miguel, fascinada pelas favelas e pela transgressão, se envolve com um jovem traficante.

05/03 às 16h e 29/05 - Maré, nossa história de amor (Brasil, 2007. Com Cristina Lago, Vinícius D’Black, Babu Santana, Flávio Bauraqui. 105 min. 16 anos)

A favela da Maré, no Rio de Janeiro, é dividida pela briga pelo poder no tráfico de drogas. Analídia é a filha de um dos chefes, que está atualmente preso. Jonatha é o MC da comunidade e também irmão de Dudu, que disputa o poder com o pai de Ana-lídia. O sonho de Jonatha é gravar um CD, mas ele reluta em aceitar a proposta de Dudu para financiar sua produção, já que o dinheiro viria do tráfico. Jonatha e Analídia vivem em famílias rivais e se apaixonam ao se conheceram no grupo de dança da comunidade, coordenado por Fernanda.

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MOSTRA 1959 - O ANO MÁGICO DO CINEMA FRANCÊS

Mostra promovida pelo CineSESC em todo o país exibe cinco títulos emblemá-ticos do cinema francês de 1959. Estes filmes representam um sopro de moder-nidade ao cinema, revelando uma nova geração de realizadores que, depois das formulações teóricas de André Bazin (que havia acabado de morrer) e da influ-ência do neo realismo italiano e do cine-ma popular americano (Alfred Hitchcock, Howard Hawks, Anthony Mann), deixam a produção crítica (Godard, Chabrol e Truffaut foram redatores da Cahiers du Cinéma) para aventurar-se na realização cinematográfica e combater, também na prática, o “cinema de qualidade” francês.

LOCAL: CinePensamentoHORÁRIO: 19hGRATUITOCLASSIFICAÇÃO INDICATIVA 16 anos

11/03 - Acossado (França, 1959. Direção de Jean-Luc Godard. Com Jean-Paul Belmondo, Jean Se-berg, Daniel Boulan-

ger, Jean-Pierre Melville. PB. 90 min.)

Godard desconsiderou as formas con-vencionais ao narrar de maneira frag-mentada o destino de Michel Poiccard, um típico ladrão parisiense e admirador de Humphrey Bogart. Ele se envolve com a jovem norte americana Patrícia, que o ajudará a escapar da polícia. Roteiro de François Truffaut.

15/03 - Os incompreendidos (França, 1959. Direção de François Truffaut. Com Jean-Pierre Léaud, Robert Beauvais, Claire Maurier, Albert Remy. PB. 99 min.)

Mal amado pelos pais, o travesso adoles-cente Doinel causa problemas na escola e comete pequenos atos de delinquência em busca de atenção.

18/03 - Quem matou Leda (França, 1960. Direção de Claude Chabrol. Com Jean-Paul Belmondo, An-tonellaLualdi, Madeleine Robinson, Jacques Dacqmine. PB. 110 min.)

Neste thriller psicológico, usando com perícia flashbacks e vinhetas, Chabrol cria um perturbador enredo de infidelidade, obsessão e assassinato num vinhedo em Provença.

22/03 - Pickpocket (França, 1959. Direção de Robert Bresson. Com Ce-sar Gattegno, Dolly Scal, Jean Pelegri, Kassagi. PB. 79 min)

Inspirando-se livremente no romance “Crime e castigo” de Fiódor Dostoiévski, Bresson conta a trajetória de um batedor de carteiras chamado Michel. Acompa-nhamos os seus assaltos e sua tentativa de mudar de vida.

24/03 - Hiroshima meu amor (França/Japão, 1959. Direção de Alain Resnais. Com Emmanuelle Riva, Eiji Okada, Stella Dassas, Bernard Fresson. PB. 90 min)

Atriz francesa participa de um filme so-bre a paz gravado em Hiroshima. Ela en-volve-se com um arquiteto japonês que sobreviveu ao bombardeio atômico, mas o relacionamento torna-se evocativo de profundas memórias.

Imagens: Divulgação/Cinefrance

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LANÇAMENTO DE FILMESREJONEO E CAMINHÃO DE CAVALOImagens e poéticas no documentário

O uso predominante das imagens como elemento narrativo e estético é uma das matrizes do cinema documentário. Desde a pri-meira década do cinema, no período mudo, existiam documentários de caráter francamente imagético, especialmente aqueles configurados como visages, ou seja, apenas como olhares sobre situações cotidianas.

Mas foi na década de 1920, ainda no período mudo do cinema, que os documentários baseados em imagens ganharam força com uma vertente experimental e poética marcada por grandes documentaristas como Joris Ivens, Dziga Vertov e Walter Rutmann. Filmes como “A chuva” (Ivens), “Um homem com uma câmera” (Vertov) e “Berlim – Sinfonia da Metrópole” (Rutmann) mostraram que o trabalho de cunho realista do documentarismo poderia ser associado com uma forte característica poética.

É na singularidade do trabalho imagético em filmes documentários que encontramos a similaridade entre os filmes “Rejoneo”, de Eduardo Baggio, e “Caminhão de cavalo”, de Adriano Justino. A fotografia é um destaque dos dois trabalhos e também a edição que articula os registros fotográficos. Ambos propõem narrativas simples que se voltam para a força das imagens e para a edição minuciosa, em sua busca por uma relação estética de contrastes com a própria realidade retratada.

Além disso, ambos os documentários trabalham temáticas que envolvem a presença de animais de grande porte na nossa socie-dade – os cavalos e touros em “Rejoneo”, e as vacas, os bois e cavalos em “Caminhão de Cavalo”. Mesmo que nenhum dos filmes tenha sido pensado e elaborado com a intenção de provocar uma discussão específica sobre a convivência entre homens e animais no mundo contemporâneo, acabam por estimular esse tipo de reflexão.

“Rejoneo” é um documentário feito a partir de fotografias estáticas, que, em determinados momentos, parecem ganhar movi-mento, remetendo às experiências pré cinematográficas com foto-sequências. A narrativa envolve os espetáculos de rejoneo em uma tarde ensolarada na grande arena de touros de Valência, na Espanha. A construção baseada em imagens faz com que surjam durante o filme aspectos poéticos típicos do choque entre imagens e da forma como a edição do documentário conduz o olhar dos espectadores.

“Caminhão de cavalo” parte de um pressuposto realista – a vida e o trabalho de dois laçadores que todos os dias vão para as ruas de São Paulo recolher animais de grande porte que estão perdidos ou abandonados. Também é no contraste entre as imagens que conduzem o filme que afloram os aspectos poéticos, nos contrastes da própria situação, da cidade de grandes avenidas e prédios e que tem animais soltos pelas ruas.

Eduardo Baggio

LOCAL: CinePensamentoDATA: 25/03

Rejoneo (Eduardo Baggio, Brasil, 2010. Pesquisa de Eduardo Baggio e André Campos de Carvalho. Fotografia, edição e finalização de Eduardo Baggio)

A fascinação que os espetáculos de rejoneo geram em todo o mundo hispânico ainda é uma surpresa para muita gente e fator de revolta para outros. A beleza e a plasticidade das apre-sentações nas grandes arenas de touros encanta, extasia e, por vez, emudece.

Caminhão de cavalo (Adriano Justino, Brasil, 2010. Roteiro, pesquisa e direção de Adriano Justino. Assistência de direção de Danilo Pschera. Fotografia de Fernando Aguiar e Isaias Emi-lio. Operação de câmera de Fernando Aguiar. Fotografia still de Isaias

Emilio. Edição de Danilo Pschera. Finalização de Eduardo Baggio.)

Grandes animais soltos nas ruas de uma gigantesca cidade. Num dos maiores conglomerados urbanos da América Latina, a cidade de São Paulo, há apenas dois laçadores de animais gaba-ritados para enfrentar a captura de cavalos, bois e caprinos para o Centro de Controle de Zoonoses da Prefeitura Municipal de São Paulo.

HORÁRIO: 19h30GRATUITO

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BIBLIOTECA NO CINEMA: JOHN FORD

CINEMA EM CURSO:HISTÓRIA(S) DO CINEMA

Projeto de exibição de filmes que visa apresentar de maneira inovadora o acervo da biblioteca do Paço da Liberdade. O tema da primeira edição é o livro John Ford lançado em 2010 pelo Centro Cultural Banco do Brasil como catálogo da retrospectiva dedicada ao cineasta americano. A publicação é um compêndio de ensaios críticos inéditos em português incluindo textos de Serge Daney, João Bénard da Costa, Jacques Rancière, Tag Gallagher, Andrew Sarris, Jean Mitry, Jonathan Rosenbaum, Joseph McBride e Michael Wilmington e Lindsay Anderson, entre outros. A discussão dos escritos será ancorada pela exibição de Terra bruta. John Ford é mais conhecido pela sua obra prima Rastros de ódio, em que o herói positivo é substituído por um personagem perturbado e psicótico que busca resgatar sua sobrinha sequestrada por uma tribo indígena. Terra bruta é um retorno ao mesmo tema, mas num panorama ainda mais amplo e devastador que revela o menosprezo social e o espírito de linchamento latente nas sociedades. Apresentação de Nikola Matevski.

“A(s) História(s) do cinema são em primeiro lugar isto: o combate – de um anjo? – contra os ruídos do século, ruídos de massacres, gritos dos que são exterminados ou urros de indignação cobertos pela obscenidade do espectáculo a que o cinema se teria finalmente rendido, quando tínhamos o direito de dele esperar tudo!”

Dominique Païni

Curso de introdução a História(s) do cinema a partir da série homônima de filmes realizados por Jean Luc Godard entre 1988 e 1998. O cineasta realiza um trabalho que, duplamente, força os limites do meio com sobreposições de imagens, polifonias sonoras, imagens de arquivo, referências pictóricas, voz em off, e citações musicais enquanto estabelece uma visão pessoal e múltipla do cinema.

Ministrante: Nikola Matevski

Terra bruta(EUA, 1961. Direção de John Ford. Com James Stewart, Richard Widmark,

Shirley Jones, Linda Cristal, Andy Devine. 105 min. Cor. 16 anos. DVD)

Um oficial do exército e um xerife são convocados para recuperar homens brancos seqüestrados por uma comunidade indígena.

14h – Apresentação do livro John Ford15h15 – Exibição de Terra bruta17h – Comentário sobre o filme e debate

07/05 – 1A: Todas as histórias21/05 – 1B: Uma história só04/06 – 2A: Só o cinema + 2B: Fatal beleza 04/06 – 3A: A moeda do absoluto + 3B: Uma vaga nova18/06 – 4A: O controle do universo02/07 – 4B: Os signos entre nós

LOCAL: CinePensamentoDATA: 19/03HORÁRIO: 14hGRATUITO

LOCAL: CinePensamentoHORÁRIO: 14hGRATUITO mediante inscrição e apresentação de carteirinha do Sesc

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CINESESC MOSTRAS TEMÁTICASJOHN CASSAVETES

Paço da Liberdade apresenta, entre os dias 6 de maio e 3 de junho, cinco filmes dirigidos por John Cassavetes. Por meio de sessões comentadas dos filmes Som-bras, Faces, Uma mulher sob influência, A morte de um boomarker chinês, e Noite de estréia, o público terá acesso gratuito a uma parte significativa da obra deste realizador fundamental do cinema mo-derno. Reconhecido por suas interações livres com os atores e pela instauração, por meio do uso da câmera e da monta-gem, de um ponto de vista de testemu-nha da ação que, por sua vez, é a própria gênese criativa do filme, Cassavetes dei-xou no cinema uma marca indelével cujos rastros podem ser traçados extensamen-te na produção contemporânea.

06/05 - 19h - Palestra de abertura: Introdução à filmografia de John CassavetesMinistrante: Julien Guimarães Coelho

John Cassavetes disse uma vez que todos os seus filmes eram sobre amor. Não o ato de amar, somente, mas a pulsão inex-plicável, inevitável que é o desejo do outro, a necessidade do afeto e amor.

Mas não é o amor que nos acostumamos a ver no cinema. O amor em Cassavetes é um transbordamento de tudo o que há de doce e repulsivo nas relações afetivas, e não há um só perso-nagem em seus filmes que seja um bloco de virtudes. Por esse tratamento, as reações à sua obra são diversas. Podemos ter por “Faces” (1968), por exemplo, o desprezo de alguém que vê um bando excêntrico de adultos de classe média alta agindo como crianças descontroladas. A relação com suas persona-gens é sempre difícil, pede que esqueçamos temporariamente sobriedade e responsabilidade, essas demandas sociais diárias,

20h - Sombras (EUA, 1959. Direção de John Cassavetes. Com Ben Carruthers, Lelia Goldoni, Hugh Hurd, Anthony Ray.

PB. DVD)

Narrativa imersa no ambiente beatnik novaiorquino, gira em torno de três per-sonagens envolvidos em relacionamen-tos interraciais enquanto atendem a um seminário sobre teatro. Trilha jazzística de Charles Mingus tem momentos de im-proviso, assim como a performance dos atores.

13/05 - Faces (EUA, 1968. Direção de John Cassavetes. Com John Marley, Gena Rowlands, Lynn Carlin, Fred Draper.

PB. DVD. 130 min)

O filme acompanha a lenta desintegração de um casamento de classe média alta norteamericana. O marido envolve-se com uma garota mais jovem que conhe-ceu num bar enquanto a esposa começa uma relação com um garoto de progra-ma.

20/05 - Uma mulher sob influência (EUA, 1974. Direção de John Cassavetes. Com Peter Falk, Gena Rowlands, Fred Draper, Lady Rowlands. Cor. DVD. 146 min)

Trabalhador de um estaleiro tenta convi-ver com o desequilibrio emocional de sua

esposa, uma dona de casa psicologica-mente instável. Quando os filhos come-çam a ser atingidos pelo trauma da mãe, o marido vê-se obrigado a hospitalizá-la e assumir o controle da casa.

27/05 - A Morte de um bookmaker chinês (EUA, 1976. Direção deJohn Cassavetes. Com Ben Gazarra, Timothy Carey, SeymorCassel, Robert Phillips. Cor. 135 min)

Cosmo Vitelli é proprietário de uma bo-ate de striptease em Los Angeles. Ele fez uma alta dívida no jogo de pôquer, mas não tem dinheiro para quitá-la. Em tro-ca, a máfia exige que ele mate um book-maker chinês para saldar a dívida.

03/06 - Noite de estréia (EUA, 1977. Direção de John Cassavetes. Com John Cassavetes, Gena Ro-wlands, Ben Gazzara, Joan

Blondell. Cor. 144 min)

Geena Rowlands interpreta uma atriz em crise que teima em assumir um papel so-bre uma mulher que envelhece. Após a morte de um fã, ela entra em um rede-moinho emocional atormentador.

LOCAL: CinePensamentoHORÁRIO: 19hGRATUITOCLASSIFICAÇÃO INDICATIVA 16 anos

e que atendamos às nossas pulsões mais desagradáveis. Pede que, assistindo a essas tolices, lembremos dos momentos em que somos igualmente tolos, com nossos amigos e amantes, mas é fácil que rejeitemos identificação, porque são o que há de mais íntimo e menos cotidiano em nossas vidas. E Cassavetes pode, de fato, ser considerado sujeito pouco nobre, pouco filo-sófico, muito pouco interado do mundo em que vivia, quando pede que sejamos vulneráveis, imaturos, irresponsáveis. Que sejamos crianças.

Mas quando lidamos com o filme dessa forma, perdemos sua complexidade. Antes de mais nada, há em seu cinema a pulsão da expressão sem amarras, além de uma fina análise da mudan-ça dos papéis sociais e a crise de gênero nesses relacionamentos modernos. Sua atenção às mulheres, especialmente no rosto de

Cinema de amor

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sua esposa, Gena Rowlands, é perceptiva de uma multiplicida-de de desejos e pulsões, de uma força independente transfor-madora, tão debatidas e necessárias à época. E Cassavetes lida sempre com forças opostas, ou seja, não é fácil viver assim, em constante recusa. A luta é constante (“Sombras”, 1958), passio-nal e suicida (“Faces”), traumática (“Uma Mulher Sob Influên-cia”, 1974), e na maioria das vezes perdida (“Husbands”, 1970, e “A morte de um Bookmaker Chinês”, 1976). Quando ganha (“Minnie & Moskowitz”, 1971, e “Noite de Estréia”, 1977), ela é espinhosa e conturbada, mas recompensadora.

A impressão da improvisação

No final de “Faces”, quando já somos espectadores exaustos e desnorteados, adeptos ou não de seu universo excêntrico e histriônico, podemos reparar, a partir desse distanciamento, que em dado momento a cabeça da atriz Lynn Carlin, que jaz nos braços de Seymour Cassel, quase acerta a câmera cinema-tográfica. Falando de cinema agora, esse exemplo serve para que entendamos um pouco as prioridades do cineasta. Afinal, um filme todo mal acabado como “Faces” só pode nos arreba-tar tanto porque os inúmeros problemas de continuidade, com variações aberrantes de fotografia e som, cenas longuíssimas praticamente sem progressão narrativa – enfim, toda a dificul-dade que temos para nos livrarmos de nossas referências e nos relacionarmos com o filme como um todo –, tudo isso pare-ce, de alguma forma nova e (portanto) misteriosa, revelar ali, diante de nós, uma verdade de expressão incomum, que pulsa enlouquecidamente, o tempo todo, em tudo.

E o que diferencia seus primeiros trabalhos de um filme ingênuo amador é que John Cassavetes tinha um especial tratamento da linguagem: queria livrar seus intérpretes dos caprichos da téc-nica, do próprio aparato cinema. Rostos, olhos, vozes, gestos: é isso que importa. Não há que se confundir essa decisão radi-cal com falta de rigor. É conhecido que cada cena era ensaiada exaustivamente. Ninguém irá negar a beleza com que esses ros-tos impregnam as imagens – seja por meio de um zoom in desa-jeitado, seja pela fotografia saturada, seja pela quase abstração de alguns planos, fora de foco, demasiadamente próximos de seus rostos, que dão ao expectador uma proximidade agressiva com as personagens. Cassavetes surpreenderá também quem o julgar rapidamente um mal encenador. Seus ângulos imprová-veis (é comum objetos obstruindo o campo do olhar), quebras

de eixo, elipses espaciais e temporais, cenas que duram além do que deveriam e terminam sem mais nem menos, conseguem construir ambientes e tensões internas muito conscientemente.Quanto ao seu trabalho com os intérpretes, o que podemos destacar ainda é, além de prioridade artística, as performances em overacting (atuando demais), e a impressão de que estão improvisando tudo. Essa impressão de improvisação pode ser vista tanto como um efeito desejado quanto como um resulta-do natural dos intensos ensaios e da autenticidade dos senti-mentos ali expostos. Essa impressão ainda se estende na pró-pria estrutura do filme, seja pela apropriação dos espaços, seja pelo acabamento: as cenas de “Faces” não têm o tratamento comum de roteiro, a lapidação dramatúrgica que as diminuiria em um terço de sua duração. Como em um jogo de improviso, no qual o que vale é o excesso de material, Cassavetes esgar-çava situações ao limite. A convergência entre seus filmes e o universo do jazz é uma convergência mais que assumida pelo cineasta.

Aí que todos esses garranchos e problemas citados anterior-mente – de luz, de raccord, de som – eram nada mais que uma tentativa de buscar, sem os caprichos da qualidade técnica (do senso comum), a relação e a experiência direta, autêntica com o mistério da arte (da vida), e alcançar, pela textura e a materiali-dade da película, uma imagem que fizesse com que as atrizes e atores transcendessem a tela plana e adquirissem vida. Só não podemos nos perder no modernismo de John Cassavetes. Se a câmera e o operador aparecem refletidos numa porta de vidro em uma cena de “Faces”, não é porque o cineasta queria des-cortinar o ilusionismo narrativo/pictórico e despertar o espec-tador para o processo artístico. É, na verdade, para não perder o plano em que tinha o melhor desempenho de seu intérprete.

Os filmes de John Cassavetes eram esse espaço único onde Gena Rowlands podia ser mais Gena Rowlands, ou verdadeira-mente Gena Rowlands. E o que parece fácil, tão natural, no tra-balho dessas atrizes e atores, mas nunca encontrado senão em seus filmes, na verdade é tão difícil quanto sermos nós mesmos.Mas o que é, afinal, sermos nós mesmos? Para Cassavetes, ser vulnerável, expressar-se sem amarras, transcender o próprio meio de expressão. Essa era sua busca incansável como artista.

Julien Guimarães Coelho

MOSTRAVÍDEOITAÚCULTURAL

Mostravídeo Itaú Cultural apresenta recortes da produção audiovisual contemporânea explorando as fronteiras entre diferentes modalidades das artes. Realizada há 14 anos, a Mostravídeo é acessível ao público do Paço da Liberdade, pelo segundo ano consecutivo, entre abril e novembro de 2011, sempre às quintas-feiras, às 19h30. A programação organizada pelos curadores André Costa e João Dumans é composta por mais de 40 filmes – todos inéditos em Curitiba. Informações detalhadas em http://mostravideoitaucultural.wordpress.com.

*A sessão do dia 28 de abril será excepcionalmente realizada na Sala Groff da Cinemateca de Curitiba (R. Pres. Carlos Cavalcanti, 1174 – São Francisco)

LOCAL: CinePensamentoDATA: 07, 19, 20 e 28/04*, 05, 12, 26 e 29/05GRATUITO

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DICAS DO BANHO DE LAMAO projeto Banho de Lama, foi realizado nos anos de 2009 e 2010, no Paço da Liberdade Sesc Paraná, em marotonas de ci-nema, de oficina de produção de textos, palestras de filosofia e sociologia, língua portuguesa, tratando sempre de temas do vestibular da Universidade Federal do Paraná.

Leia nesta página o texto de Paulo Vieira Neto, professor do De-partamento de Filosofia da UFPR, sobre o filósofo francês René Descartes – leitura obrigatória para o Vestibular 2012.

Leitura obrigatória em Filosofia para o vestibular 2012 da UFPR

1. ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco – Livro I. Gama Kury, M (trad.). Nova Cultural, São Paulo, 1996. (Coleção Os Pensadores).

2. DESCARTES, R. Discurso do Método. Prado Jr., B. (trad.). Nova Cultural, São Paulo, 1987. (Coleção Os Pensadores).

3. ROUSSEAU, J. J. Discurso sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade entre os Homens. Nova Cultural, São Paulo, 1991. (Coleção Os Pensadores).

4. NIETZSCHE, F. “Sobre Verdade e Mentira no Sentido Extra-moral”. Torres Fi-lho, R. (Trad.) Em: Antologia de Textos Filosóficos. Marçal, J. (org.), SEED, Pa-raná, 2009 (pp. 530-541). Disponível em: http://www.diaadia.pr.gov.br/deb/arquivos/File/cadernos/antologia_completa.pdf.

DescartesPaulo Vieira Neto

Descartes (1596-1650) é um marco na história da filosofia. Isso porque representou a mudança de espírito e de atitude que estava em germe no século XVI e alcançou a luz do dia ao longo das diversas revoluções culturais em curso no século XVII. Por conta disso, talvez, a obra de Descartes tenha assumido o papel de tornar-se um ponto de partida para muitos – críticos e admiradores – já no século XVII.

Era obra de um cientista, cobrindo campos de interesse tão amplos quanto a física, a matemática, a medicina, mas também a moral, a arte da música e a metafísica. Além disso sua correspondência e a história de sua vida mostram um pesquisador com muitos interesses simultâ-neos e uma reputação considerável na maioria da áreas em que atua-va. A discussão cartesiana significava, o mais das vezes, a investigação de ponta a respeito do assunto em questão, quando não a descoberta mesma do tema como um problema científico relevante.

O Discurso do Método resume exemplarmente o espírito do cartesia-nismo. Ele consiste, na verdade, em uma apresentação explícita e qua-se confessional do que Descartes pretendia ser o método (isso é, um método universal) das investigações filosóficas e científicas, pelo me-nos no que diz respeito à filosofia da natureza. O Discurso, na verdade, precedia a obra filosófica e científica ela mesma, como um prefácio. Isso é importante porque a obra científico-filosófica testemunhava, em sua verdade, a favor do método.

Mas essa prova do método pelos seus efeitos não deve enganar o lei-tor. O programa cartesiano consistia em descobrir e não apenas con-firmar a verdade, de tal forma que sua descoberta fosse também sua justificativa. O ideal científico em questão – novidade cartesiana, mas também espírito de época difuso pontualmente e de forma esparsa pelas filosofias da natureza do século XVI – consistia justamente em crer no paralelo entre provar uma verdade e encontrar novas verda-des, de tal forma que a ciência, ela mesma, mostrasse uma vida interna cuja expressão era seu desenvolvimento. O método, segundo a pers-pectiva cartesiana, não consistia em mais que a captação rigorosa des-se impulso interno da verdade em progredir, do simples ao complexo, do sabido ao não sabido.

Não é preciso ir mais longe para que o leitor traga à sua mente a pro-messa da ciência contemporânea – e o imenso otimismo com o qual o século XX e o começo do XXI dedicaram a ela. Todavia, ainda que Des-cartes tenha constantemente sido lembrado como o fundador, senão o maior responsável pela ciência dos modernos e dos contemporâne-os, é de se perguntar pela diferença entre aquele ideal de saber, aquele conceito de ciência e a noção de racionalidade implicada por ele, de um lado, e, de outro, aquele de que dispomos hoje em dia. Para o bem e para mal, Descartes é lembrado como um começo, seja do desencan-tamento técnico-científico do mundo, seja como uma claridade que iluminou nossa razão e nos livrou da sombra supersticiosa do irracio-nal. Cabe investigar melhor a justiça dessa reivindicações.

O Discurso do Método não é menos apoteótico que essas lembranças. De fato, Descartes promete ali, se não a verdade inteira, pelo menos a segurança de um progresso verdadeiro, fundado em uma verdade inicial sólida e inegável. Nada menos que a esperança de um progresso indefinido do saber, ao lado da segurança absoluta de um começo irre-vogável – esse era o tamanho da promessa...

O que pode surpreender o leitor, entretanto, é que a execução desse programa seja tão pouco dogmática, tão sensata, clara, simples – e, até mesmo, modesta em seus princípios – quanto aquela que Descartes nos apresenta repetidas vezes em suas obras. Impossível também não reconhecer uma linguagem muito mais próxima de nós, vizinha e fami-liar, com a qual o autor do Discurso trata de sua vida e do mundo, dos segredos que este último ainda esconde e da forma de esclarecê-lo. Um outro grande autor, Hegel, diz que a leitura da obra de Descartes corresponde à experiência dos marinheiros, ao avistarem “terra firme”. Ainda somos capazes de experimentar essa firmeza e esse solo, sobre o qual se erigiu a modernidade. Não somos mais cartesianos. Mas a experiência de leitura de Descartes – sobretudo do Discurso, obra na qual o autor se torna próximo de nós a ponto de nos contar sua vida – ainda causa familiaridade. Talvez não haja mesmo um exemplo tão generoso a respeito do conceito de razão que vigorou entre os modernos, nem um momento no qual as fichas são depositadas com tanta coragem na mesa do saber claro e distinto.

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DIA NACIONALDO LIVRO INFANTIL18 DE ABRIL

No dia 18 de abril comemora-se o Dia Nacional do Livro Infan-til. Ele foi instituído em 2002, a fim de homenagear o escritor brasileiro José Bento Monteiro Lobato, nascido em 18 de abril de 1882. Monteiro Lobato foi o precursor da literatura infantil no Brasil, e quando morreu em 1948, deixou um grande legado editorial e didático. Foi um brasileiro que sonhou com seu país alfabetizado e mais justo; dizia: “Um país se constrói com ho-mens e livros”. Publicou mais de 20 livros infantis, sendo “O Sítio do Pica Pau Amarelo” sua obra mais conhecida.

Embora estejamos na era da informática, o livro é imprescindí-vel na formação de uma criança. É por meio da leitura que po-demos enriquecer nosso vocabulário, obter mais conhecimento e aprimorar o raciocínio.

O gosto pela leitura vem do hábito rotineiro de ler.

É preciso despertá-lo ainda na infância, e para isso, o papel dos pais é fundamental. Quando contam histórias para seu filho, além de estreitar o vínculo afetivo, ajudam no desenvolvimento psicológico e pedagógico da criança.

As histórias infantis transportam as crianças para um mundo imaginário, repleto de aventuras e sensações encantadoras, em todas as idades.

Para comemorar essa data, o Paço da Liberdade Sesc Paraná desenvolveu o Projeto Tendas Literárias, para despertar o inte-resse das crianças pela leitura. “A hora do conto” e “Oficina de Origami” completam a programação do dia.

Histórias à brasileira: o pavão misterioso e outrasAna Maria Machado

Os doze trabalhos de HérculesMonteiro LobatoConfira a Contação de Histórias às 13h

LOCAL: Praça Generoso MarquesDATA: 16/04HORÁRIO: 11hGRATUITO

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CAFÉ, LEITE QUENTE E POESIA

GRUPO DE ESTUDOSCATATAU

Este projeto coloca em evidência a poética curitibana, incenti-vando a produção literária e a narração da poesia.

O Evento existe desde 2009 e tornou o Paço da Liberdade um ponto de encontro de poetas. Até 2010, foram 36 poetas que manifestaram suas produções e leituras no Café do Paço, tra-zendo nessa arte uma linguagem de libertação e exposição de sentimentos.

A cada encontro, dois poetas são convidados. Em cada sessão, o microfone é um incentivo à expressão linguística, manifestação artística e extensão de olhares poéticos àqueles que, ao escutar, desaceleram e, ao falar, inspiram.

Convidamos todos os poetas e afins a participar dos encontros “Café, Leite Quente e Poesia” no Paço, e cultivar os versos com múltiplos sotaques curitibanos.

19/03 - Cultura x Contracultura Amarildo Anzolin & Ades Nascimento

02/04 - Eu x Outro Juliano Grus & Marcelo Sandmann

07/05 - Moral x Imoral Flavio Jacobsen & Chico Cardoso

21/05 - Concreto x Abstrato Everton Freitag & Norberto Pie

Visando aprofundar estudos e leituras de Paulo Leminski – po-eta símbolo de nossa cidade –, o Paço tem a iniciativa da for-mação de um grupo de estudos para investigar a obra do autor.

Como estímulo, a cada mês um integrante capacitado do grupo faz a mediação das conversas e alguns especialistas são convi-dados para o debate. Ao longo do ano, o projeto traz importan-tes especialistas para o esclarecimento do grupo, em bate-papo aberto ao público.

Ao final do ano, os integrantes, como contrapartida, entregarão ao Paço o produto de suas pesquisas – material que ficará dis-ponível para consulta e pesquisa a interessados.

Os encontros são quinzenais e, para maior aproveitamento, o grupo está limitado a 20 pessoas.

LOCAL: CaféHORÁRIO: 16hGRATUITO

LOCAL: Sala de AulaDATA: 03 e 17/05HORÁRIO: 19hGRATUITO mediante inscrição

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AUTORES & IDEIAS

LANÇAMENTO DE LIVROS

Mario Prata Mario Alberto Campos de Morais Prata nasceu em Uberaba (MG) em 1946. É escritor, dramaturgo, jornalista, cronista e um dos nomes mais importantes da literatura humorística brasilei-ra. Entre seus livros estão “O morto que morreu de rir”, “James Lins, o playboy que não deu certo”, “O diário de um magro”, “Filho é bom, mas dura muito”, e, mais recentemente, “Sete de paus”. Suas crônicas foram publicadas nos principais veículos brasileiros, como Época, IstoÉ e Estadão. Assina também o ro-teiro de algumas telenovelas, como “Estúpido Cupido” e “Bang Bang”.

23/03 - CinquentaLançamento da obra seguido de sessão de autógrafos

O livro “Cinquenta”, poemas de Regina Mello, foi pensado a par-tir do cinquentenário da autora em 20 de setembro de 2009. A artista/poeta convidou amigos e familiares para comemorarem seus 50 anos construindo juntos um livro vivo. Cinquenta pesso-as leram seus cinquenta poemas inéditos, todos de 2009, diante de uma câmera e diante de seus convidados, em uma grande e emocionante festa.

Papo sério: humor e literatura com Mario Prata e Paulo Caruso

Com a popularização dos programas e espetáculos de comédia stand-up e a proliferação de novos artistas no cenário brasileiro, o humor nunca esteve tão em alta no país. Na literatura, o gênero vem sendo explorado especialmente na crônica, por expoentes como Luiz Fernando Veríssimo, Xico Sá e Mario Prata. Os quadrinhos, que recentemente ganharam status na literatura brasileira, são mestres na combinação de textos e imagens humorísticos. Mas esta arte, além de divertir, também costuma gerar reflexão. É por meio do riso que, muitas vezes, abordamos temas sérios ou complicados, como a política, o medo, a vergonha. Papo sério: hu-mor e literatura, com Mario Prata e Paulo Caruso, do projeto Ciclo Autores e Idéias, vai refletir sobre esses assuntos, questionando como o humor se insere na literatura brasileira atualmente, qual o papel dos humoristas na sociedade e que habilidades o escritor precisa desenvolver para provocar o riso de seu leitor.

LOCAL: Sala de AtosDATA: 19/05HORÁRIO: 20hGRATUITO mediante retirada de ingresso no SAC

Sessão de autógrafos com Mario Prata e Paulo CarusoLOCAL: LivrariaDATA: 19/05HORÁRIO: 19h

LOCAL: LivrariaHORÁRIO: 19hGRATUITO

Paulo CarusoPaulista de 1949, é um dos principais cartunistas brasileiros. Na revista IstoÉ, assinou por 25 anos a coluna “Avenida Brasil”, com charges semanais sobre política. Como autor de histórias em quadrinhos, publicou os livros “As origens do Capitão Bandeira”, “Ecos do Ipiranga”, “As Mil e Uma Noites”, entre outros. Atual-mente publica suas charges na revista Época e desenha no pro-grama Roda Viva, na TV Cultura. “Avenida Brasil: enfim um país sério”, lançada no ano passado, é sua publicação mais recente.

Logo depois, Regina tratou de colocar os cinquenta poemas impressos em papel dando início a uma coleção muito espe-cial do Museu Nacional da Poesia Munap – museu idealizado pela artista que funciona desde 2006 com marcantes ações pela cidade. “Cinquenta” é preparado para lançar no mercado da poesia a Coleção MUNAP em parceria com a editora Anome livros. O Munap (representado por Regina Mello) e a Anome (representada por Wilmar Silva) anunciam a Coleção MUNAP no Sementes de Poesia – uma das importantes ações do Munap – em janeiro de 2010.

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Autora: Regina MelloPoeta e artista visual, graduada em Escultura pela Escola de Musica e Belas Artes do Paraná e Artes Plásticas pela Escola Guignard (UEMG). Com perfil multidisciplinar, realizou mais de quarenta exposições individuais e coletivas, com diversas técni-cas em artes visuais, no Brasil e exterior. É autora de dois livros/escultura de poesia e um individual, participa de quatro antolo-gias, livro aberto e eventos de poesia no Brasil e exterior.

30/03 - O que significa envelhecer no mundocontemporâneoLançamento da obra seguido de sessão de autógrafos

Autores:Regina Célia Celebrone LourençoPsicóloga. Doutoranda e Mestre em Distúrbios da Comunica-ção pela Universidade Tuiuti do Paraná (UTP). Especialista em Psicologia Clínica (UTP). Leciona no curso de Psicologia dessa universidade e supervisiona alunos em práticas sociais comu-nitárias. Atua em consultório e desenvolve práticas e pesquisas na temática da linguagem e do envelhecimento. É Membro do GELEP-IEL-UNICAMP.

Giselle MassiFonoaudióloga. Mestre e doutora em letras pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Atualmente é professora da gradua-ção em Fonoaudiologia e do Mestrado e Doutorado em Distúr-bios da Comunicação na Universidade Tuiuti do Paraná (UTP).Dentre as atividades que coordena, ressalta o prazer que sente no trabalho desenvolvido junto a grupos de pessoas com mais de 60 anos de idade, na Unidade de saúde da praça Ouvidor Pardinho em Curitiba.

20/04 - Noite finita

Lançamento da obra seguido de sessão de autógrafos.

“Noite finita”, livro de estreia do curitibano Jacob Galon, reúne 18 contos que, embora diferentes na temática, têm entre si algo em comum – um convite à reflexão. O leitor é levado a passear por histórias nas quais os árduos caminhos tortuosos da vida muitas vezes revelam obstáculos quase que insuperáveis. En-tretanto, duas chamas contínuas acompanham as jornadas dos personagens. O livro traz, de maneira singela, reflexões sobre a complexa simplicidade do ser humano.

Autor: Jacob Galon Nasceu, cresceu, estudou e se formou em Curitiba. Graduou--se em Letras pela Universidade Federal do Paraná, onde tomou gosto pela literatura, especialmente de língua inglesa. Tem dois romances não publicados e atualmente trabalha na composição de um terceiro, voltado ao público juvenil.

05/05 - A casa da araucária: arquitetura da madeira em CuritibaLançamento da obra seguido de sessão de autógrafos

O livro foi possível através do Mecenato Subsidiado 2008 e incentivado pela Volvo. É a visão de quatro autores sobre essa arquitetura, muito presente na paisagem urbana de nossa ci-dade. As primeira casas foram construídas no fim do século XIX e foram produzidas significativamente até a década de 1970. Hoje restam apenas alguns exemplares que resistem às pressões imobiliárias e ao que chamamos de progresso.

O livro proporciona, além do conhecimento técnico sobre o tema, um passeio pelo modo de morar e construir da Curitiba do passado, chamando atenção para a importância da conser-vação dos últimos remanescentes dessa importante arquite-tura.

Autores: Key Imaguire Júnior Doutor em História pela UFPR. Professor de Arquitetura Bra-sileira e Patrimônio Cultural do Curso de Arquitetura e Urba-nismo da UFPR de 1974 a 2010. Idealizador da Gibiteca de Curitiba.

Marialba Rocha Gaspar Imaguire Especialista em Fundamentos da Pesquisa e Ensino da História da Arte pela FAP. Autora de diversos livros, entre eles “Igrejas Ucranianas: Arquitetura da Imigração no Paraná”

Fábio Domingos Batista Mestre em Projeto e Tecnologia do Ambiente Construído pela UFSC e Especialista em Estética e Filosofia da Arte pela UFPR. Sócio do escritório Grifo Arquitetura.

Andréa Berriel Doutora em Engenharia Florestal pela UFPR, Mestre em Ar-quitetura e Professora de Projeto do curso de Arquitetura e Urbanismo desde 2001.

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Tuareg Alberto Vázquez-Figueroa

Saga de um beduíno pelo vazio do deser-to do Saara. A história incrível do Tuareg Gacel Sayad nos traz todo o espírito de honra e a vida dos povos do maior deser-to do mundo – o que é digno de, humilde-mente, reconhecermos a grandeza desse povo nômade que vive com tão pouco e, ao mesmo tempo, “o imenso” em um dos lugares mais inóspitos do planeta.

O Pacote de Poesia é uma homenagem que o Paço da Liberdade Sesc Paraná faz a grandes poetas da literatura brasileira. Pro-porciona acesso a obras poéticas de vários autores, mesclando clássicos com contemporâneos, fomentando a prática da leitura e despertando, de forma lúdica, o prazer pela poesia. Trata-se de um pacote de armazém carregado de poemas em folhas sol-tas de papel kraft.

O projeto tem o objetivo de transmitir os sentimentos profun-dos daqueles que têm nas palavras a riqueza da expressividade da língua portuguesa. Poetas que carregam no espírito a arte e a cultura como meio de sensibilizar a todos no momento de lei-tura, e que inspiram àqueles que se aventuram na arte poética.

O Pacote de Poesia pode ser retirado nos espaços do Paço da Liberdade Sesc Paraná, e também no Sesc da Esquina e Sesc Centro.

Visite nossos espaços, pegue seu Pacote e contemple a poesia.25/03 - Francisco Alvim29/04 - Emiliano Perneta27/05 - Michel Melamed

PACOTE DE POESIALOCAL: Café do PaçoHORÁRIO: 18h30GRATUITO

O prazer do texto Roland Barthes

Nesse pequeno texto, Barthes explora a dimensão estética entre escritor e leitor, evocando vários autores importantes na história da literatura para fundamentar suas reflexões. Semiologia e literatura são tratadas com profundidade e suavi-dade, como em todos os seus livros.

A Poética do Espaço Gaston Bachelard

Filosofar sobre a gaveta, o armário, a casa, o sótão, os cantos e outras coisas é matéria que só a peculiaridade de Bache-lard exerce. De forma lírica e apaixona-da, esse pensador nos provoca um novo olhar sobre a espacialidade das coisas íntimas e o universo que há entre cada uma delas.

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PÁGINA DA MEMÓRIAO espírito que habita o Paço da Liberdade

O Paço da Liberdade completa 95 anos em 2011. Dois deles dedicados ao acesso a cultura e informação de forma inova-dora, como Centro Cultural do Sesc Paraná. Em dois anos de ocupação, diversas histórias ficaram conhecidas – trazidas por pessoas que visitavam para relembrar a própria história, ou em recortes e fotos antigas que chegavam de diferentes formas em nossas mãos. Algumas lendas, outros fatos verídicos, e mesmo sem nenhuma assombração conhecida, as informações pul-savam, deixando vivo o passado – como se o passado fizesse questão de ser lembrado.

Desde 2009 havia o interesse de reunir todas essas informações para torná-las acessíveis aos visitantes e moradores de Curiti-ba. Queremos que as novas gerações conheçam melhor o que significa o tão imponente e lindo edifício do Paço da Liberdade para esta cidade. E que entendam a importância de considerar este espaço como parte de sua rotina de vida. Não só porque está no meio da cidade, mas porque por aqui o progresso e a história iniciaram uma trajetória que, em suas três ocupações, de alguma forma, se manteve presente. Mesmo nos intervalos de abandonos e restauros – que também deixaram suas marcas e também têm seu sentido.

Acompanhando cada edição da agenda de programação do Sesc Paço da Liberdade, apresentaremos as pesquisas orga-nizadas pela equipe técnica – que convive com este espaço e com sua personalidade instituída – para que possam ser leva-das para além das araucárias mais antigas. E, para reforçar o conteúdo com uma dose generosa de análise científica, tam-bém serão publicados textos dos alunos da primeira edição do curso de Iniciação em Exposição do Patrimônio Cultural, pro-movido pelo Paço em 2010. Os artigos aptos para publicação foram selecionados por especialistas da Universidade Tuiuti do Paraná, que também formam o corpo docente do curso. Toda a coletânea de textos está disponível para acesso no Centro de Informação Digital.

Conheça, colecione e transmita...

Paço Municipal, década de 1930. Foto da década de 30. Fotógrafo: João Baptista Groff. Fonte: BOSCHILIA, Roseli. Cores da Cidade. Boletim da Informativo da Casa Romário Martins, Curitiba n.110, p.37, mar.1996. Acervo: Biblioteca Pública do Paraná

Praça Generoso Marques, 1930. Fotógrafo: João Baptista Groff. Fonte: BOSCHILIA, Roseli. Cores da Cidade. Boletim Informativo da Casa Romário Martins, Curitiba n. 110, capa, mar. 1996. Acervo: Biblioteca Pública do Paraná

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Rua Barão do Rio Branco: símbolo da ordem e do progresso curitibano

Conhecida inicialmente como Rua da Liberdade, por nomeação dada pela Princesa Isabel em tributo à abolição da escravatura, em 1888, levou esse nome até meados de 1912, quando rece-beu o atual, em homenagem póstuma à memória de José Maria da Silva Paranhos Júnior – o Barão do Rio Branco.

Dentro do contexto histórico curitibano, a Rua Barão do Rio Branco teve um papel importante para o desenvolvimento da cidade. Antes mesmo de ter seu nome traçado como uma gran-de rua, seu terreno já era visado para comportar uma estação ferroviária.

Com a inauguração da estação em 1885, a rua recebe melhora-mentos e passa a abrigar uma grande quantidade de edifícios de comércio e hotelaria para atender as novas exigências da principal porta de entrada da cidade. Praças foram criadas ao redor da estação, como a Praça Eufrásio Correia, para melhor disposição do terreno pantanoso.

A rua e seu entorno foram ganhando aspectos de “rua de po-der” e progresso. Edifícios públicos foram implantados, como o Palácio do Congresso Providencial (que passou a Câmara Muni-cipal de Curitiba, em 1957), o Palácio do Governo, Garagem dos Bondes e o Mercado Municipal – onde depois foi construído o Paço Municipal (Paço da Liberdade, a partir de 1948).

Os edifícios que abrigavam os hotéis (fundamentais para re-ceber os viajantes que chegavam à cidade) e o comércio con-tribuíram para o crescimento e desenvolvimento da rua. Um pouco mais tarde, o trânsito do trecho foi realizado por meio de bondes puxados a mula, bondes elétricos e, posteriormente,

Referências

MACEDO, Rafael graça de (coord.) Rua da Liberdade. In: Boletim da Casa Rosário Martins. Ano 8. n.º54. Curitiba: Fundação Cultural de Curitiba, 1981.

OS BONDES OUTRA VEZ. Gazeta do Povo. Curitiba, 14 março, 2010.

SANTIN, Wilmar. A Curitiba de antigamente. Disponível em: HTTP://www.slideshare.net/reccomania/a-curitiba-de-antigamente-2020517. Acesso em: 04 de se-tembro de 2010.

CAVALCANTI, Elizabeth; NEVES, Maria Fernanda. Curitiba viável ao turismo. Disponível em: HTTP://www.fotosrumos.com/curitibaviavel7.htm. Acesso em: 18 de agosto de 2010.

NICOLAZZI, Fernando. A Fabricação do Sorriso: Ortodontia sicial em Curitiba na virada dos séculos XIX e XX. Disponível em: HTTP://www.klepsidra.net/klepsidra3/cidadesorriso.html. Acesso em 18 de agosto de 2010.

ônibus de pequeno e grande portes.

Sem contar com os edifícios construídos às margens, podemos afirmar que a rua foi um grande espaço de progresso para a capital. A entrada de viajantes pela estação e sua ligação com uma das passagens de saída da cidade, a Rua Riachuelo, per-mitiram sua atuação na memória e na identidade da sociedade curitibana.

Conforme o tempo foi passando, a rua foi se adequando ao de-senvolvimento da cidade, mas sem perder suas características estampadas nas antigas construções que ainda se mantém no nosso presente. A rua já não apresenta mais a relevância que tinha no passado, mas permanece na História e na memória do cidadão curitibano.

Atualmente existe a intenção de fechar a rua e readaptar os an-tigos bondes elétricos, visando a Copa de 2014.

Maureen Elina Javorski

Bacharel em História com ênfase em Patrimônio Cultural pela Universidade Tuiuti do Paraná.

Aluna do Curso de Patrimônio Cultural do Sesc Paço da Liberdade

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O Arquivo Público do Paraná foi criado pela Lei nº 33, sancio-nada pelo 1º Presidente da Província do Paraná, Conselheiro Zacarias de Góes e Vasconcellos, em 7 de abril de 1855. De-nominado “Archivo Publico Paranaense”, tinha como finalidade reunir a memória impressa e manuscrita sobre a história e ge-ografia do Paraná.

Desde sua criação, o Arquivo Público do Paraná recebeu dife-rentes denominações e pertenceu a diversas secretarias. Com a Lei nº 8.485, de 3 de junho de 1987, passou a ser denominado Departamento Estadual de Arquivo Público (DEAP), subordina-do à Secretaria de Estado da Administração – hoje Secretaria de Estado da Administração e da Previdência.

O Arquivo Público possui duas grandes frentes de atuação. Uma dedicada à memória do Poder Público, por meio da guarda de documentos públicos e privados com valor histórico. E outra dedicada a executar a administração da política relativa ao pa-trimônio documental do Estado, de modo a garantir e disponi-bilizar informações públicas, quando e onde for necessário para a transparência das ações do Estado e a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos.

Quanto à guarda e preservação de documentos históricos, o Arquivo Público conta com um acervo de aproximadamente 3.000 metros lineares de documentos impressos e manuscritos, 2.457 rolos de microfilmes, 341 mapas e plantas, entre outros. É possível encontrar documentação dos séculos XVIII, XIX e XX. Um dos documentos mais antigos é um inventário de bens de Baltazar Carrasco dos Reis – um dos primeiros povoadores de Curitiba – que data de 1697.

A missão do Arquivo Público é divulgar as fontes documentais oficiais portadoras de informações sobre a diversidade da po-pulação que constitui o Estado do Paraná. E afirmar a impor-tância de um Estado multicultural, por meio da recuperação de registros documentais que sirvam para a produção de conhe-cimento.

O acesso ao acervo histórico é livre e aberto ao público median-te preenchimento de ficha cadastral.

Luiz Fernando Lopes PereiraHistoriador e Diretor do Arquivo Público do Paraná

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O objetivo deste ciclo é ampliar a divulgação das fontes históri-cas relativas ao Estado do Paraná e fomentar a pesquisa. Busca colaborar com o fortalecimento de nossa história, ampliando também o uso das fontes sob a guarda do Arquivo Público do Paraná.

A discussão sobre Patrimônio Cultural no Brasil e a criação de institutos de preservação patrimonial das artes remontam os anos 30. No entanto, na contemporaneidade, a temática tem gerado um grande interesse. Neste sentido, o ciclo de palestras – uma parceria do Museu Alfredo Andersen, do Departamento de Artes da Universidade Federal do Paraná e do Sesc Paço da Liberdade – apresenta múltiplas leituras das artes no Paraná.

09h30 - Exibição do filme Panorama de Curitiba

(Aníbal Requião. Documentário, 35mm. 5 min. 1909)Registro histórico de Curitiba no início do século XX, são as ima-gens fílmicas mais antigas da cidade.

10h - Palestra Lima Barreto e sua ficha antropométrica: loucura, arquivos e a memória como silêncio

Palestrante: Dra. Lilia MoritzGraduada em História pela Universidade de São Paulo, Mestre em Antropologia Social pela Universidade Estadual de Cam-pinas, Doutora em Antropologia Social pela Universidade de

HISTÓRIA,MEMÓRIA E ARQUIVOSCICLO DE PALESTRAS

MUSEU E MEMÓRIA DASARTES NO PARANÁCICLO DE PALESTRAS

LOCAL: Sala de AtosDATA: 04/05GRATUITO

LOCAL: Sala de Aula, 2º andarDATA: 19 e 20/05HORÁRIO: 14h às 18hGRATUITO

São Paulo. Livre-docência em Antropologia Social pela USP. É professora titular da Universidade de São Paulo. Foi professora visitante e pesquisadora nas universidades de Leiden, Oxford, Brown e Columbia. É autora de O espetáculo das raças (Compa-nhia das Letras, 2003), As barbas do imperador (Companhia das letras, 1998), A longa viagem da biblioteca dos reis (Companhia das Letras, 2002), O livro dos livros da real biblioteca (Biblioteca Nacional/Odebrecht, 2003) e Registros Escravos (Biblioteca na-cional, 2006), entre outros.

11h - Palestra Por uma memória do arquivo

Palestrante: Dra. Ana Maria de Oliveira BurmesterGraduada em História e Mestre em História pela Universidade Federal do Paraná. Doutora em Demografia pela Universidade de Montreal (Canadá). Professora da Universidade Federal do Paraná.

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Em cartaz há 20 anos, e com apoio do Sesc Paraná desde 2005, o Festival de Curitiba apresenta peças teatrais nacionais e internacionais. É referência nacional, com uma série de estréias entre as peças em cartaz a cada ano.

Sesc Paço da Liberdade, em parceria com o Festival de Curitiba, apresenta:

A Metamorfose05/04 às 14h06/04 às 20h

A montagem de “A Metamorfose” de Franz Kafka busca transpor o conto ka-fkiano para o teatro. O drama vivido pelo protagonista Gregor Samsa é exposto na narrativa cênica e vivido pelas mulheres da casa – sua mãe e sua irmã. Aborda os conflitos gerados pela repentina mudan-ça de vida.

Diário de Um Louco08/04 às 14h09/04 às 17h10/04 às 20h

Era apenas mais um esmagado pelo sis-tema ao som de um estalo de chicote oculto imposto para nos escravizar ou libertar. – O que dizer a ele que ouviu a triste notícia? Segue o seu curso, acumu-le lucros, se farte de comidas, bebidas, ou espere em Deus? A repetição da his-tória da humanidade, trágica, cômica, heróica... Aquele que é apenas um na multidão pára e começa a refletir. Lúci-do? Disponível para as amizades? Então acorda de seu pequeno pesadelo, renun-cia a todos eles, um por um. Grita de dor e gozo, homem e animal se confundem. Se a lucidez o tocar, talvez o amaremos e poderá nos amar. E não falaremos dos nossos medos, das nossas fraquezas. Mas se o delírio maníaco sobrevier sem disci-plinas, sem lei, sem perfeição, nem gló-ria – neste tempo em que falar de coisa bonita é quase um crime –, contempla-remos a natureza e virá um outro tempo.(Montagem de Nikolai Gogol, Grupo de Teatro Mythus)

A que não se paga09/04 às 11h10/04 às 17h

No mundo atual, assistimos hipnotizados diante da televisão aos famosos reality shows e programas de auditório que es-petacularizam a vida entre notícias de acidentes, catástrofes e banalidades. É com a proposta de desconstrução dessa realidade que Mila Mariz inicia a trajetó-ria do Teatro Della Luna com o espetáculo “A Que Não se Paga”. Mistura de teatro com linguagem televisiva, ela conduz o espectador numa performance bem hu-morada e impactante sobre o discurso da mídia na sociedade. Para isso ela toma as mulheres como exemplo – desde a anti-guidade até os dias atuais –, tendo como atração do programa uma mulher secu-lar.

Persephones05/04 às 10h05/04 às 14h

O projeto Persephones é baseado no po-ema de Homero, escrito há 2.600 anos, e atualiza a trajetória da deusa grega numa linguagem contemporânea, tornando-a acessível para a platéia do nosso tempo. O foco dessa encenação é o jogo das atri-zes. Na peça, o estado das intérpretes, somado à trilha sonora e ao texto, deter-minam a intensidade da cena. A pesquisa de interpretação é construída para en-contrar no corpo um canal de expressão do estado interno da personagem.

Crisálida em Processo08/04 às 17h09/04 às 20h10/04 às 14h

“Crisálida em processo” é baseado no primeiro experimento da PequenaGran-deCia (Cenaparaumfigurino1 – selecio-nado para Quadrienal de Praga 2011). Trata-se de uma criação plástico-narrati-va, inventada a partir da concretude de objetos achados que, deslocados de suas funções utilitárias, renascem em forma de veste. A dramaturgia é criada a partir da interação entre essa assemblage, que serve como texto imagético, e a palavra, que busca corpo em contos de fadas. O universo dos contos fantásticos é extre-mamente rico em imagens simbólicas, lúdicas, que revelam muito da psique hu-mana. Tecer um vínculo entre essas duas narrativas é o principal objetivo deste projeto. O figurino é o próprio cenário, luz e adereço. As narrativas fantásticas convidam o espectador a penetrar em um universo sugerido pelos objetos – acumulados para talvez reencontrarem sua antiga vida, assim como a alma de suas histórias.

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TER 01 19h Cinema 5 Vezes Lúcia Murat: Que bom te ver viva CinePensamento p. 37

QUA 02 19h Cinema 5 Vezes Lúcia Murat: Doces poderes CinePensamento p. 37

QUI 03 19h Cinema 5 Vezes Lúcia Murat: Brava gente brasileira CinePensamento p. 37

SEX 04 19h Cinema 5 Vezes Lúcia Murat:Quase dois irmãos CinePensamento p. 37

SAB 05 16h Cinema 5 Vezes Lúcia Murat: Maré, nossa história de amor CinePensamento p. 37

SEX 11 19h Cinema Mostra 1959: Acossado CinePensamento p. 38

SAB 12 17h Cinema Sessão Cazé CinePensamento p. 35

TER 15 19h Cinema Mostra 1959: Os incompreendidos CinePensamento p. 38

QUA 16 12h30 Concerto Quarta da Federal - Alexander Ribeiro de Lara Sala de Atos p. 12

18h Show Duo Buenos Aires Tango Café p. 11

18h Oficina Iniciação digital Sala de Internet p. 22

QUI 17 19h Concerto Tropicus Interemptus Sala de Atos p. 14

SEX 18 19h Cinema Mostra 1959: Quem matou Leda CinePensamento p. 38

SAB 19 14h Cinema Biblioteca no cinema: John Ford CinePensamento p. 40

16h Encontro Café, Leite Quente e Poesia - Cultura x Contracultura Café p. 46

TER 22 19h Cinema Mostra 1959: Pickpocket CinePensamento p. 38

20h Abertura Exposição Luzescrita Espaço das Artes p. 30

QUA 23 17h Curso Como utilizar as redes sociais em sua estratégia profissional Sala de Internet p. 22

18h Show Mano a Mano Trio Café p. 11

19h Lançamento Livro Cinquenta, de Regina Mello Livraria p. 47

QUI 24 19h Cinema Mostra 1959: Hiroshima meu amor CinePensamento p. 38

SEX 25 18h30 Lançamento Pacote de Poesia - Francisco Alvim Café p. 49

19h30 Cinema Lançamento dos filmes Rejoneo e Caminhão de cavalo CinePensamento p. 39

SAB 26 15h Show Duo Buenos Aires Tango Café p. 11

QUA 30 18h Show Mano a Mano Trio Café p. 11

19h Lançamento Livro O que significa envelhecer no mundo contemporâneo Livraria p. 48

MARÇO

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SAB 02 10h Curso Videoarte Lab. Artes Eletr. p. 27

16h Encontro Café, Leite Quente e Poesia - Eu x Outro Café p. 46

TER 05 10h Peça Persephones Sala de Atos p. 55

14h Peça A metamorfose Sala de Atos p. 55

198h Curso Fotografia digital Lab. Artes Eletr. p. 25

QUA 06 14h Peça Persephones Sala de Atos p. 55

16h Curso Ilustração digital Lab. Artes Eletr. p. 25

18h Show Marcelo Torrone Café p. 11

20h Peça A metamorfose Sala de Atos p. 55

QUI 07 14h Curso Corpo, arte e tecnologia Lab. Artes Eletr. p. 26

16h Curso Moda e tecnologia Lab. Artes Eletr. p. 26

Cinema Mostravídeo Itaú Cultural CinePensamento p. 42

SEX 08 14h Peça Diário de um louco Sala de Atos p. 55

17h Peça Crisálida em processo Sala de Atos p. 55

SAB 09 10h Curso Videoarte Lab. Artes Eletr. p. 27

11h Peça A que não se paga Sala de Atos p. 55

15h Show Kosta Matevski e Tony Caster Café p. 11

17h Peça Diário de um louco Sala de Atos p. 55

20h Peça Crisálida em processo Sala de Atos p. 55

DOM 10 14h Peça Crisálida em processo Sala de Atos p. 55

17h Peça A que não se paga Sala de Atos p. 55

20h Peça Diário de um louco Sala de Atos p. 55

TER 12 14h Curso Fotografia Lab. Artes Eletr. p. 25

16h Curso Manipulação digital Lab. Artes Eletr. p. 25

18h Oficina Blog Sala de Internet p. 22

19h Curso Fotografia digital Lab. Artes Eletr. p. 25

19h Conferência A crença no espelho Sala de Atos p. 07

QUA 13 16h Curso Ilustração digital Lab. Artes Eletr. p. 25

18h Oficina Iniciação digital Sala de Internet p. 22

18h Show Herculano Araújo Café p. 11

19h Conferência Incerteza e descrença Sala de Atos p. 08

21h Show Marcelo Jeneci Esquina p. 13

QUI 14 14h Curso Corpo, arte e tecnologia Lab. Artes Eletr. p. 26

16h Curso Moda e tecnologia Lab. Artes Eletr. p. 26

18h Oficina Blog Sala de Internet p. 22

19h Conferência Fé e saber Sala de Atos p. 08

SEX 15 Cinema Mostra vídeo Zoona CinePensamento p. 35

19h Conferência Os últimos dias de um profeto Sala de Atos p. 08

ABRIL

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SAB 16 Cinema Mostra vídeo Zoona CinePensamento p. 35

10h Curso Videoarte Lab. Artes Eletr. p. 27

11h Encontro Tendas literárias Pça Generoso M. p. 45

DOM 17 Cinema Mostra vídeo Zoona CinePensamento p. 35

TER 19 18h Oficina Blog Sala de Internet p. 22

Cinema Mostravídeo Itaú Cultural CinePensamento p. 42

14h Curso Fotografia Lab. Artes Eletr. p. 25

16h Curso Manipulação digital Lab. Artes Eletr. p. 25

19h Curso Fotografia digital Lab. Artes Eletr. p. 25

20h Encontro Roda de choro e palestra Sala de Atos p. 15

QUA 20 16h Curso Ilustração digital Lab. Artes Eletr. p. 25

18h Show Mano a Mano Trio Café p. 11

19h Lançamento Livro Noite finita, de Jacob Galon Livraria p. 48

Cinema Mostravídeo Itaú Cultural CinePensamento p. 42

TER 26 14h Curso Fotografia Lab. Artes Eletr. p. 25

16h Curso Manipulação digital Lab. Artes Eletr. p. 25

18h Oficina Blog Sala de Internet p. 22

19h Curso Fotografia digital Lab. Artes Eletr. p. 25

19h Conferência A crença e o ócio Sala de Atos p. 08

QUA 27 12h30 Concerto Quarta da Federal - Penelope White Sala de Atos p. 12

16h Curso Ilustração digital Lab. Artes Eletr. p. 25

17h Curso Como utilizar as redes sociais em sua estratégia profissional Sala de Internet p. 22

18h Show Mano a Mano Trio Café p. 11

19h Conferência Mística e saber oculto Sala de Atos p. 08

QUI 28 14h Curso Corpo, arte e tecnologia Lab. Artes Eletr. p. 26

16h Curso Moda e tecnologia Lab. Artes Eletr. p. 26

Cinema Mostravídeo Itaú Cultural Cinemateca p. 42

19h Curso História do choro Sala de Apoio p. 15

19h Conferência Santo Combate Sala de Atos p. 09

SEX 29 18h30 Lançamento Pacote de Poesia - Emiliano Perneta Café p. 49

19h Conferência Triste e sorridente metafísica Sala de Atos p. 09

SAB 30 10h Curso Videoarte Lab. Artes Eletr. p. 27

15h Show Marcelo Torrone Café p. 11

17h Cinema Sessão Cazé CinePensamento p. 35

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DOM 01 14h Cinema 5 Vezes Lúcia Murat: Que bom te ver viva CinePensamento p. 37

TER 03 14h Curso Fotografia Lab. Artes Eletr. p. 25

16h Curso Manipulação digital Lab. Artes Eletr. p. 25

19h Curso Fotografia digital Lab. Artes Eletr. p. 25

19h Encontro Grupo de estudos Catatau Sala de aula p. 46

20h Encontro Roda de choro Sala de Atos p. 15

QUA 04 09h30 Ciclo História, memória e arquivos Sala de Atos p. 53

16h Curso Ilustração digital Lab. Artes Eletr. p. 25

21h Show Nina Becker Esquina p. 17

QUI 05 14h Curso Corpo, arte e tecnologia Lab. Artes Eletr. p. 26

16h Curso Moda e tecnologia Lab. Artes Eletr. p. 26

Cinema Mostravídeo Itaú Cultural CinePensamento p. 42

19h Curso História do choro Sala de Apoio p. 15

19h Lançamento Livro A casa da araucária: arquitetura da madeira em Curitiba Livraria p. 48

SEX 06 19h Palestra Introdução à filmografia de John Cassavetes CinePensamento p. 41

20h Cinema Mostra John Cassavetes: Sombras CinePensamento p. 41

SAB 07 10h Curso Videoarte Lab. Artes Eletr. p. 27

14h Curso Cinema em curso: 1A - Todas as histórias CinePensamento p. 40

16h Encontro Café, Leite Quente e Poesia - Moral x Imoral Café p. 46

DOM 08 14h Cinema 5 Vezes Lúcia Murat: Doces poderes CinePensamento p. 37

TER 10 14h Curso Fotografia Lab. Artes Eletr. p. 25

16h Curso Manipulação digital Lab. Artes Eletr. p. 25

19h Curso Fotografia digital Lab. Artes Eletr. p. 25

19h Palestra Storyboard com Guilherme Caldas Sala de Atos p. 20

QUA 11 16h Curso Ilustração digital Lab. Artes Eletr. p. 25

18h Show Marcelo Torrone Café p. 11

QUI 12 14h Curso Corpo, arte e tecnologia Lab. Artes Eletr. p. 26

16h Curso Moda e tecnologia Lab. Artes Eletr. p. 26

Cinema Mostravídeo Itaú Cultural CinePensamento p. 42

19h Curso História do choro Sala de Apoio p. 15

SEX 13 19h Cinema Mostra John Cassavetes: Faces CinePensamento p. 41

20h Concerto Marcelo Torrone - música minimalista Sala de Atos p. 18

SAB 14 10h Curso Videoarte Lab. Artes Eletr. p. 27

15h Show Kosta Matevski e Tony Caster Café p. 11

17h Cinema Sessão Cazé CinePensamento p. 35

DOM 15 14h Cinema 5 Vezes Lúcia Murat: Brava gente brasileira CinePensamento p. 37

TER 17 19h Curso Fotografia digital Lab. Artes Eletr. p. 25

19h Encontro Grupo de estudos Catatau Sala de aula p. 46

20h Encontro Roda de choro Sala de Atos p. 15

MAIO

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QUA 18 16h Curso Ilustração digital Lab. Artes Eletr. p. 25

17h Oficina Iniciação digital Sala de Internet p. 22

18h Show Duo Buenos Aires Tango Café p. 11

QUI 19 14h Palestra Museus e memória das artes no Paraná Sala de Aula p. 53

16h Curso Moda e tecnologia Lab. Artes Eletr. p. 26

19h Palestra Autores & Ideias Sala de Atos p. 47

19h Curso História do choro Sala de Apoio p. 15

SEX 20 14h Palestra Museus e memória das artes no Paraná Sala de Aula p. 53

19h Cinema Mostra John Cassavetes: Uma mulher sob influência CinePensamento p. 41

SAB 21 10h Curso Videoarte Lab. Artes Eletr. p. 27

14h Curso Cinema em curso: 1B - Uma história só CinePensamento p. 40

16h Encontro Café, Leite Quente e Poesia - Concreto x Abstratp Café p. 46

DOM 22 14h Cinema 5 Vezes Lúcia Murat: Quase dois irmãos CinePensamento p. 37

15h Concerto Ópera Café Café p. 12

TER 24 19h Curso Fotografia digital Lab. Artes Eletr. p. 25

19h Palestra Cultura digital com Alexandre Matias Sala de Atos p. 20

QUA 25 12h30 Concerto Quarta da federal - Penelope White Sala de Atos p. 12

16h Curso Ilustração digital Lab. Artes Eletr. p. 25

18h Show Kosta Matevski e Tony Caster Café p. 11

18h Curso Como utilizar as redes sociais em sua estratégia profissional Sala de Internet p. 22

QUI 26 16h Curso Moda e tecnologia Lab. Artes Eletr. p. 26

Cinema Mostravídeo Itaú Cultural CinePensamento p. 42

SEX 27 18h30 Lançamento Pacote de Poesia - Michel melamed Café p. 49

19h Cinema Mostra John Cassavetes: A morte de um bookmaker chinês CinePensamento p. 41

SAB 28 10h Curso Videoarte Lab. Artes Eletr. p. 27

15h Show Duo Buenos Aires Tango Café p. 11

DOM 29 Cinema Mostravídeo Itaú Cultural CinePensamento p. 42

14h Cinema 5 Vezes Lúcia Murat: Maré, nossa história de amor CinePensamento p. 37

TER 31 19h Curso Fotografia digital Lab. Artes Eletr. p. 25

20h Encontro Roda de choro Sala de Atos p. 15

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