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2.º CICLO DO ENSINO SECUNDÁRIO GERAL PROGRAMAS DE LÍNGUA PORTUGUESA 10ª, 11ª e 12ª Classes FORMAÇÃO GERAL B3

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2.º CICLO DO ENSINO SECUNDÁRIO GERAL

P R O G R A M A S D E

LÍNGUA PORTUGUESA10ª, 11ª e 12ª Classes

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FORMAÇÃO GERAL

B3

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Ficha Técnica

TítuloProgramas de Língua Portuguesa - 10ª, 11ª e 12ª Classes

EditoraEditora Moderna, S.A.

Pré-impressão, Impressão e AcabamentoGestGráfica, S.A.

Ano / Edição / Tiragem2013 / 2.ª Edição / 2.000 Ex.

E-mail: [email protected]

© 2013 EDITORA MODERNAReservados todos os direitos. É proibida a reprodução desta obra por qualquer meio (fotocópia, offset, fotografia, etc.) sem o consentimento escrito da editora, abrangendo esta proibição o texto, as ilustrações e o arranjo gráfico. A violação destas regras será passível de procedimento judicial, de acordo com o estipulado no código dos direitos de autor.

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ÍNDICE

Introdução Geral à Disciplina no 2º Ciclo do Ensino Secundário ----------- 4

Finalidades da Disciplina de Língua Portuguesano 2º Ciclo do Ensino Secundário --------------------------------------------- 6

Objectivos Gerais da Disciplina no 2º Ciclo do Ensino Secundário --------- 7

Tipologias Textuais e Géneros Literários programados para o2º Ciclo do Ensino Secundário ------------------------------------------------- 9

10.ª Classe - Programa da Disciplina

Conteúdos Programáticos e Processos de Operacionalização -------------- 12

Autores e Obras para Leitura Obrigatória ------------------------------------ 21

11.ª Classe - Programa da Disciplina

Conteúdos Programáticos e Processos de Operacionalização -------------- 24

Autores e Obras para Leitura Obrigatória ------------------------------------ 31

12.ª Classe - Programa da Disciplina

Conteúdos Programáticos e Processos de Operacionalização -------------- 34

Autores e Obras para Leitura Obrigatória ------------------------------------ 42

Sugestões Metodológicas ------------------------------------------------------ 43

Desenvolvimento da Aprendizagem dos Diferentes Domínios da Língua -- 45

Avaliação ----------------------------------------------------------------------- 51

Bibliografia --------------------------------------------------------------------- 52

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10ª, 11ª E 12ª CLASSES

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INTRODUÇÃO GERAL À DISCIPLINA NO 2º CICLO DO ENSINO SECUNDÁRIO

Os programas de Língua Portuguesa no Currículo do 2º ciclo do Ensino Secundário, 10.ª, 11.ª e 12.ª classes resultam da necessidade de responder às indispensáveis inovações e alterações levadas a cabo no âmbito da Reforma Educativa, a esse nível. As diferentes áreas de conhecimento ou opções seleccionadas em que os programas estão subdivididos, perspectivam a formação capaz das gerações vindouras, esperando-se que contemplem os interesses e as necessidades de uma sociedade em transformação.

Para esta disciplina e a este nível, as finalidades e os objectivos estão definidos de acordo com os princípios estabelecidos na Lei de Bases do Sistema Educativo e com a natureza dos cursos a que dão acesso.

A maturidade psicológica do aluno, a evolução dos seus interesses afectivos e intelectuais, as expectativas sócio-profissionais, as exigências e desafios da vida activa comprometem, na aprendizagem e utilização da Língua Portuguesa, o seu ser, que procura ir sabendo ser e fazer, individualmente ou em grupo, a sós ou na comunidade, de modo responsável e criativo.

Sendo o aluno o sujeito e agente do processo de ensino-aprendizagem, impõe-se que lhe sejam proporcionados os meios e instrumentos que a língua lhe faculta para organizar o seu pensamento, construir a sua identidade e a sua relação com o mundo, onde se deve afirmar como ser afectuoso e interveniente, autónomo e solidário.

Esta perspectiva justifica a progressiva transferência da concepção e realização de projectos para as mãos do aluno - homem e cidadão - cuja voz, iniciativa e esforço esperam a cada passo e num clima de diálogo, o reconhecimento seguro da emancipação no processo de organizar o conhecimento e conferir sentido à realidade na linguagem em que se pensa, sente e comunica.

Através da língua à qual o homem está vinculado ele manifesta as suas diversas formas de pensar, sentir, agir e comunicar, o que implica que ela seja entendida como elemento mediador da compreensão/expressão oral e escrita, meio de conhecimento, apropriação e intervenção na realidade exterior, sistema de elementos e regras.

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PROGRAMAS DE LÍNGUA PORTUGUESA

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Compete, portanto, à disciplina de Língua Portuguesa do 2º Ciclo do Ensino Secundário, assegurar o desenvolvimento integrado das competências comunicativa e linguística, tendo em vista o melhoramento, correcção e desenvolvimento dessas mesmas competências. Mas, para além disso, a Língua Portuguesa deve facultar momentos próprios de reflexão e treino explícito, tendo em conta a sua estrutura e o seu funcionamento.

O domínio dos saberes que o conhecimento dos códigos e suas regras proporciona não altera a qualidade e eficácia dos discursos produzidos pelo aluno se não for sentido como necessidade, nem o conhecimento reflexivo da língua reconhecido como capaz de proporcionar novos e mais adequados instrumentos comunicativos. Com efeito, o desenvolvimento da competência comunicativa ficará comprometido se ao aluno não for permitido tornar-se consciente de que usa esse código com elementos e regras de funcionamento susceptíveis de assegurarem a correcção, a adequação e a eficácia do seu próprio domínio.

Mediante as áreas de conhecimento ou opções seleccionadas para o 2º Ciclo do Ensino Secundário as exigências são mais ou menos reforçadas na formação da vertente humanística na preparação geral do aluno, onde o texto literário obtém um tratamento privilegiado, entendido como acto comunicativo e enunciativo que, numa atitude de constante e graduada problematização, o aluno compreende, interpreta, contextualiza e analisa de modo a adquirir procedimentos de progressiva autonomia na leitura e na escrita intencionada.

Tendo como referência de base os programas do 1º Ciclo do Ensino Secundário, o Programa do 2º Ciclo deve configurar um todo progressivo e harmónico, cuja linha de desenvolvimento surge em continuação. O Programa deve, no entanto, privilegiar as seguintes tipologias: o Texto Expositivo, o Texto Informativo, o Texto Argumentativo e o Texto Literário.

O Texto Literário deve, obviamente, centrar-se na Literatura Angolana, com possíveis e menos alargadas expansões para outra literatura de Língua Portuguesa.

Os grandes domínios da língua devem ser feitos em permanente interacção, permitindo o desenvolvimento natural da sua aprendizagem.

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FINALIDADES DA DISCIPLINA DE LÍNGUA PORTUGUESA NO 2º CICLO DO ENSINO SECUNDÁRIO

1. Proporcionar a aquisição de métodos e técnicas que reforcem ou permitam o domínio das operações intelectuais inerentes à prática do discurso e à reflexão linguística e estético-literária.

2. Promover, através do conhecimento progressivo das potencialidades da língua, o desenvolvimento de formas de raciocínio e reflexão, com vista à integração da experiência num saber sistematizado.

3. Incutir o respeito pela língua, como língua oficial, factor de unidade nacional e de coesão internacional no espaço da comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

4. Contribuir para a identificação crítica do aluno com as manifestações e as realizações da cultura regional, nacional e universal – facultando os conhecimentos que possibilitem o diálogo intertextual com obras do passado e do presente.

5. Promover uma cultura da participação e reflexão crítica da realidade circundante que realce a responsabilidade de cada um nos processos de mudança social.

6. Desenvolver atitudes de responsabilização pessoal e social dos alunos na construção dos seus itinerários e projectos de vida, sob uma perspectiva de formação para a cidadania participada e para a aprendizagem ao longo da vida.

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PROGRAMAS DE LÍNGUA PORTUGUESA

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OBJECTIVOS GERAIS DA DISCIPLINANO 2° CICLO DO ENSINO SECUNDÁRIO

1. Desenvolver o conhecimento da Língua Portuguesa assegurando o seu uso correcto e adequado às diferentes situações de comunicação.

2. Compreender o princípio da contextualização dos discursos.

3. Realizar uma reflexão e consequente sistematização linguística, privilegiando a língua enquanto actividade (saber operativo) e enquanto saber reflexivo.

4. Compreender enunciados orais:

› Reflectir sobre a informação captada, relacionando-a com outras informações e com a sua própria experiência;

› Deduzir sentidos implícitos;

› Avaliar a intencionalidade e a eficácia comunicativa.

5. Utilizar uma expressão oral fluente, correcta e adequada a diversas situações de comunicação:

› Verbalizar com autonomia e criatividade as suas percepções sensoriais e o seu universo interior;

› Participar em distintas situações de comunicação oral, de acordo com as normas e técnicas específicas;

› Mobilizar de forma criativa os recursos expressivos linguísticos e não linguísticos.

6. Diversificar as suas experiências de leitura:

› Utilizar a leitura como fonte de informação para múltiplas finalidades;

› Perceber a leitura enquanto objectivo de confronto e/ou conciliação entre a visão do mundo do leitor;

› Desenvolver processos de análise e crítica apoiados em metalinguagens específicas;

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› Reconhecer na leitura do texto literário afinidades e contrastes entre vários espaços e géneros textuais.

7. Desenvolver a competência de interpretação pela apropriação progressiva de instrumentos linguísticos e literários.

8. Problematizar a natureza e o valor do texto literário como documento histórico-cultural.

9. Integrar as realizações linguísticas e as produções literárias mais importantes na história e na cultura nacional e lusófona.

10. Desenvolver práticas de escrita:

› Regularizar a prática da escrita através de estratégias de planificação e textualização;

› Perceber a importância das tipologias textuais enquanto estruturadoras do acto da escrita;

› Desenvolver técnicas de escrita a partir do texto e com o texto.

11. Interpretar e avaliar relações entre a linguagem verbal e os códigos de representação não verbais.

12. Realizar uma reflexão linguística e uma sistematização de conhecimentos sobre o funcionamento da língua a partir de situações de uso, em ocasiões próprias para essa reflexão e sistematização.

13. Adquirir métodos e técnicas de pesquisa, registo e tratamento de informação.

14. Desenvolver métodos e técnicas de trabalho individual, de grupo e em grupo que contribuam para a construção da própria aprendizagem, com recurso eventual a novas tecnologias.

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TIPOLOGIAS TEXTUAIS E GÉNEROS LITERÁRIOS PROGRAMADOS PARA O

2º CICLO DO ENSINO SECUNDÁRIO

No 2º Ciclo do Ensino Secundário, as Tipologias Textuais e Géneros Literários a contemplar são os seguintes:

10.ª Classe Texto InformativoTexto LíricoTexto Narrativo

11.ª Classe Texto NarrativoTexto LíricoTexto Argumentativo (introdução)

12.ª Classe Texto LíricoTexto ArgumentativoTexto Dramático

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10.ª ClassePrograma da Disciplina

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10ª, 11ª E 12ª CLASSES

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CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOSE PROCESSOS DE OPERACIONALIZAÇÃO

As tipologias textuais e os géneros literários indicados para a 10.ª classe devem incluir uma série de actividades relacionadas tanto à escrita como à leitura bem como ao funcionamento da língua, de forma aprofundada, nomeadamente:

› Construção e escrita de vários tipos de textos

• organização de ideias

• estruturação do discurso

• apresentação

› Escrita expressiva e criativa das três tipologias textuais

• temas de interesse próprio

- jornal de turma

- exposição temática

- concurso

• composição de escritos

- tema livre

- tema negociado

- tema imposto

› Escrita para aprofundamento de técnicas e modelos diversificados

• relação de textos: síntese, resumo, tomada de notas

• texto a partir do texto: análise, comentário, crítica

› Relatórios de visitas de estudo, ocorrências várias ou realização de projectos

› Elaboração de textos, reflexão sobre temas políticos, culturais, desportivos, de investigação, ligados às três tipologias textuais

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Surgindo o texto como base estruturante do ensino-aprendizagem da produção dos escritos, o mesmo deve desenvolver-se a partir de:

› Escrita sobre o texto

• realizando-o ou desenvolvendo-o

• comentando-o

• resumindo-o

• comparando-o

› Escrita a partir do texto

• discutindo a sua problemática

• integrando-o numa problemática

› Escrita com texto

• interrogando-o, modificando-o

• continuando-o, descobrindo-o

› O acto da leitura

• como fonte de informação

• como fonte de motivação e de aprendizagem das técnicas de comunicação escrita

• como técnica de comunicação escrita

• como base de interpretação e crítica

• como acto formativo em termos pessoais e sociais

• como fonte de formação estética

› Leitura de diferentes tipos de textos

› Estudo do texto literário: suas variantes e componentes

› Aprofundamento dos elementos e aspectos do texto informativo, lírico e narrativo

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Deve aprofundar-se, no texto informativo:

› Consolidação, aprofundamento e aplicação das noções aprendidas no 1.º Ciclo do Ensino Secundário sobre os princípios básicos do texto informativo

› Marcas caraterísticas deste tipo de texto

› Pontos de vista sobre a origem das informações

› Criação e recriação de mini-textos informativos, tendo em conta as suas características

› Aspectos da informação actual

› Procedimentos linguísticos a nível das regras lexicais e morfossintácticas

› Organizações discursivas

› Os registos de língua adequados a este tipo de texto

No texto lírico deve aprofundar-se:

› Consolidação e aplicação das noções aprendidas no 1.º Ciclo do Ensino Secundário e outros como:

• elementos estruturadores de sentido

• desenvolvimento temático

• recorrências

• adições

• oposições

• associações e paralelismo léxico-semânticos

› Recursos estéticos

› Ritmo:

• acentuação

• extensão de frases

• verso e estrofe (medidas)

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• repetições

• pausas

› Sonoridades:

• rima

• harmonia

• aliteração

• assonância

› Espacialização do texto

› Título ou sua ausência

› Forma poética (livre ou fixa)

No texto narrativo proceder-se-á, de forma aprofundada a:

› Consolidação, aprofundamento e aplicação das noções aprendidas no 1.º Ciclo do Ensino Secundário sobre as categorias da narrativa-personagem, acção e espaço

› Aprofundamento da noção de tempo, narrador e modos de representação

› A relação temporalidade/narratividade: tempo da história/tempo do discurso (narrativa anterior, simultânea, intercalada):

• Tempo histórico (atmosfera epocal)

• Tempo psicológico

› Funções: narrativa, ideológica, de comentário, de comunicação, de atestação

› Consequências da participação (ou não) na acção: verosimilhança, adesão, isenção…

› Narração

› Descrição: inserção no contínuo narrativo

› Composição

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10ª, 11ª E 12ª CLASSES

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› Função

› Diálogo

› Monólogo

› Monólogo interior

› Discurso indirecto livre

› Comunicação e linguagem:

• comunicação verbal

• comunicação não verbal (linguagem icónica, plástica, musical, gestual, etc.)

› Enunciação (a língua em discurso – o próprio acto de produzir um enunciado e não o texto do enunciado):

• enunciador – situa-se em relação ao seu interlocutor (numa relação de forma ou de pedido), ao mundo que o cerca (numa relação de comentários ou de discurso relatado) e em relação ao que ele próprio diz, numa relação de constatação de avaliação, de implicação, de decisão;

• modalização - testemunha a forma como o enunciador se apropria da língua para a organizar em discurso.

› Marcas linguísticas – organização de conjunto do enunciado em relação com índices verbais (verbos, advérbios e locuções adverbais, adjectivos, nomes em construções perifrásticas, frases) ou paraverbais (entoação, gestos, olhares). As particularidades da situação de comunicação testemunham uma modalidade enunciativa particular.

› Relações em interacção comunicativa:

• actos de fala directos: modalidade declarativa, interrogativa, de ordem e exclamativa;

• actos de fala indirectos: divergência entre a significação literal do enunciado e a significação que lhe é atribuída.

› Funções da linguagem:

• expressiva – relativa ao enunciador

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• apelativa – referente ao enunciatário

• fática – relativa ao enunciador e ao enunciatário

• referente – relativa ao referente

› Registo da língua – hierarquia dos usos linguísticos de acordo com as normas sociais e estéticas:

• cuidado

• corrente

• familiar

• popular

› Sistema da língua

• oposição de formas verbais (valores semânticos dos tempos verbais: estado, acontecimento, processo)

• modalizadores de enunciação

• conectores

• discurso relatado (directo, indirecto, indirecto livre)

• marcadores textuais que traduzem as relações interfrásicos

• marcadores de coesão (pronomes pessoais, demonstrativos…)

• marcadores de paráfrase (isto é, pois, assim…)

• procedimentos tipográficos (parêntesis, dois pontos…)

› Estudo do texto – organização do texto

• os períodos (fenómenos de coordenação de justaposição, de subordinação)

• as cadeias (segmentos de expressões correferenciais)

• as sequências (marcas de sequencialidade)

› Coerência textual

• externa (situa a referência no tempo e no espaço).

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10ª, 11ª E 12ª CLASSES

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• interna (co-referência – identidade de referentes ao longo do texto).

• processos de retoma (estabelecem uma continuidade dos elementos temáticos do texto).

• recorrência nominal (repetição/variação/substituição do nome).

• recorrência prenominal (substituição do nome por pronomes).

• recorrência através dos artigos (anáfora, catáfora).

• recorrência através dos demonstrativos (situa a referência externa – deícticos ou interna – anáforas).

• recorrência através dos possessivos (estabelece uma determinação entre o ser e o objecto).

• recorrência através dos numerais (determina quantitativamente o nome).

• recorrência através dos tempos verbais (tempos do mundo narrado – tempo da história – situamos os factos num tempo passado com a ajuda de expressões temporais e advérbios de tempo do mundo comentado – tempo do discurso – referem a actividade do enunciador no momento da enunciação – tempo do presente, do pretérito perfeito e do futuro).

› Conexão textual

• conectores como articuladores do discurso (conjunções, advérbios, locuções adverbiais, orações inteiras).

• relação de conexão entre orações: condições/consequências possíveis, prováveis e necessárias; causais, especiais e temporais; natureza semântica – expressão do estado de coisas.

• relação de conexão entre actos de fala – natureza pragmática – expressão de interacção comunicativa.

› Tipologia textual

• princípios de organização (macroestrutura – estrutura semântica que representa a coerência global do texto; superestrutura – estrutura formal global; microestrutura – estrutura de orações e sequências de texto que representam coerência local do texto.

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› Textos e contexto

• dependência recíproca entre texto e contexto

• relação entre estrutura textual e os elementos da situação comunicativa

• relação entre signos e quem os emprega (intencionalidade comunicativa)

› Estudo da palavra

• formação de palavras: morfemas lexicais ou lexemas e morfemas gramaticais

• base e afixos (prefixos e sufixos)

• flexão, derivação, composição

• campos semânticos, campos associativos e família de palavras

• léxico comum e léxicos especializados

• étimo: palavras cognatas, palavras divergentes e palavras convergentes

• enriquecimento do léxico: neologismos, empréstimos, estrangeirismos, onomatopeias, nominalizações (a partir do verbo ou do grupo objectivo)

• relações lexicais: sinonímia, antonímia, hiperonímia, hiponímia, homonímia, paronímia

› Contiguidade semântica – relações lexicais

• relação de hierarquia entre os elementos lexicais (hiperonímia/hiponímia) – relação todo/parte

• relação de identificação (sinónimo) – identidade referencial

• relação de oposição (antónimo) – disjunção referencial

› Estudo dos sons

• sons da língua: vogais, semivogais, consoante

› Classificação dos sons

• surdos e sonoros; orais e nasais

› Articulação

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10ª, 11ª E 12ª CLASSES

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• vocálica, consonântica

› Prosódia

• entoação, pausa, ritmo, acento (da palavra e da frase)

› Níveis de tratamento

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AUTORES E OBRAS PARA LEITURA OBRIGATóRIA

Texto Narrativo

Autor Obra

1. Agostinho Neto Náusea

2. Luandino Vieira A vida verdadeira de Domingos Xavier

3. Óscar Ribas Ecos da Minha Terra

4. Arnaldo Santos Machimbombo

5. Roderick Nehone O Ano do Cão

Texto Lírico

Autor Obra

1. Agostinho Neto Renúncia Impossível

2. Manuel Rui Monteiro Quem me dera ser ondaRegresso adiado

3. Jofre Rocha Assim se fez madrugada

4. José Luís Mendonça Quero acordar a alva

5. João Maimona Idade das palavras

Texto Informativo

O Texto Informativo confunde-se com o Texto Narrativo–Descritivo, assemelha-se ao Texto Publicitário e ao Texto Jornalístico. Sabe-se, aliás, que a publicidade e a informação, assim como a entrevista, o resumo e o reconto – são Textos Informativos. Podem, portanto, utilizar-se, nesta rubrica, todos estes tipos de textos, dos mais variados autores.

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10ª, 11ª E 12ª CLASSES

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CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOSE PROCESSOS DE OPERACIONALIZAÇÃO

Aprofundamento no estudo dos elementos e aspectos dos textos narrativos, líricos e argumentativos, relativamente à leitura, produção oral e escrita e funcionamento da língua

› Criação e apresentação de vários tipos de textos, conforme as tipologias textuais a estudar nesta classe, observando:

• organização de ideias

• estruturação do discurso

› Escrita expressiva e criativa de temas de interesse próprio, bem como composição de escritos, por exemplo:

• jornal de turma ou de escola

• exposições temáticas e concursos

› Aprofundamento de técnicas e modelos diversificados de escrita como:

• redução de textos, síntese, resumo, tomada de notas

• texto a partir do texto, análise, comentário, crítica

• ampliação de textos, atribuindo-lhes os mais variados fins

› Relatórios de visitas de estudo, ocorrências várias ou realização de projectos

› Elaboração e criação de textos narrativos, líricos, informativos e argumentativos, reflexão sobre temas políticos, culturais, desportivos ou de investigação

› Leitura de diferentes textos narrativos, líricos e argumentativos

› Leitura de textos expositivos e literários

Leitura:

• como fonte de informação

• como fonte de motivação e de aprendizagem das técnicas de comunicação escrita

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• como base de interpretação e crítica

• como acto formativo em termos pessoais e sociais

• como fonte de formação estética

No Texto Narrativo deve proceder-se à continuação da:

• consolidação, aprofundamento e aplicação das noções aprendidas no 1.º Ciclo do Ensino Secundário sobre todos os aspectos ligados ao texto narrativo

• as categorias da narrativa e aplicação das noções de tempo, narrador, modos de representação, modos de expressão, acções, momentos, etapas, sentidos, sequência, recursos expressivos e outros

• as espécies mais comuns do género narrativo, o romance, a novela, o conto

• a relação temporalidade-narratividade; tempo da história/tempo do discurso (narrativa anterior, simultânea, intercalada)

• tempo histórico (atmosfera epocal)

• tempo psicológico

• modo; voz

• narrativa ideológica, de comentário, de comunicação, de atestação

• consequências da participação (ou não) na acção; verosimilhança, adesão, isenção

• narração/descrição; inserção no contínuo narrativo, composição, função

• diálogo, monólogo, monólogo interior, discurso indirecto livre

No Texto Lírico deve continuar-se a:

• dar atenção aos elementos estruturadores de sentido deste tipo de texto; desenvolvimento temático, recorrências, adições, oposições, associações e paralelismo léxico-semântico

• rever as formas poéticas líricas; hino, salmo, ode, canção, soneto, elegia

• aprofundar recursos estéticos; ritmo; acentuação; extensão de frases, versificação; verso e estrofe (medidas); repetições; pausas

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10ª, 11ª E 12ª CLASSES

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• rever sonoridades; rima: toante, consoante, pobre, rica; harmonia; aliteração; assonância

• aprofundar espacialização do texto

• aprofundar título ou sua ausência

No texto ou sequência de tipo Argumentativo proceder-se à continuação de:

• consolidação, aprofundamento e aplicação das noções aprendidas no 1.º Ciclo do Ensino Secundário e outras

• composição e estratégia argumentativa; reconhecimento da tese (argumentos, provas, exemplos); progressão temática e discursiva; lógica dos argumentos (adição, alternativa, oposição, negação, causa/efeito, consequência); estratégias do sujeito; alusões e subentendidos; processos de influência sobre o destinatário.

Para o estudo dos textos, incluir conteúdos e dar continuidade de forma aprofundada a:

› Comunicação e linguagem

• Comunicação verbal

• Comunicação não verbal (linguagem icónica, plástica, musical, gestual, etc.)

› Enunciação (a língua em discurso – o próprio acto de produzir um enunciado e não o texto do enunciado)

• enunciador – situa-se em relação ao seu interlocutor (numa relação de forma ou de pedido), ao mundo que o cerca (numa relação de comentários ou de discurso relatado) e em relação ao que ele próprio diz, numa relação de constatação de avaliação, de implicação de decisão.

• modalização – testemunha a forma como o enunciador se apropria da língua para a organizar em discurso.

› Marcas linguísticas – organização de conjunto do enunciado em relação com índices verbais (verbos, advérbios e locuções adverbiais, adjectivos, nomes em construções perifrásticas, frases) ou paraverbais (entoação, gestos, olhares). As particularidades da situação da comunicação testemunham uma modalidade enunciativa particular.

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PROGRAMAS DE LÍNGUA PORTUGUESA

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› Relações em interacção comunicativa

• Actos de fala directos: modalidade declarativa, interrogativa, de ordem e exclamativa

• Actos de fala indirectos: divergência entre a significação literal do enunciado e a significação que lhe é atribuída

› Funções da linguagem

• expressiva – relativa ao enunciador

• apelativa – referente ao enunciatário

• fática – relativa ao enunciador e ao enunciatário

• referente – relativa ao referente

› Registo da língua – hierarquia dos usos linguísticos de acordo com as normas sociais e estéticas

• cuidado

• corrente

• familiar

• popular

› Sistema da língua

• oposição de formas verbais (valores semânticos dos tempos verbais: estado, acontecimento, processo)

• modalizadores de enunciação

• conectores

• discurso relatado (directo, indirecto, indirecto livre)

• marcadores textuais que traduzem as relações interfrásicas

• marcadores de coesão (pronomes pessoais, demonstrativos…)

• marcadores de paráfrase (isto é, pois, assim…)

• procedimentos tipográficos (parêntesis, dois pontos…)

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10ª, 11ª E 12ª CLASSES

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› Estudo do texto – organização do texto

• os períodos (fenómenos de coordenação de justaposição, de subordinação)

• as cadeias (segmentos de expressões correferenciais)

• as sequências (marcas de sequencialidade)

› Coerência textual

• externa (situa a referência no tempo e no espaço)

• interna (co-referência – identidade de referentes ao longo do texto)

• processos de retoma (estabelecem uma continuidade dos elementos temáticos do texto)

• recorrência nominal (repetição/variação/substituição do nome)

• recorrência pronominal (substituição do nome por pronomes)

• recorrência através dos artigos (anáfora, catáfora)

• recorrência através dos demonstrativos (situa a referência externa – deícticos ou interna – anáforas)

• recorrência através dos possessivos (estabelece uma determinação entre o ser e o objecto)

• recorrência através dos numerais (determina quantitativamente o nome)

• recorrência através dos tempos verbais (tempos do mundo narrado – tempo da história – situamos os factos num tempo passado com a ajuda de expressões temporais e advérbios de tempo do mundo comentado – tempo do discurso – referem a actividade do enunciador no momento da enunciação – tempo do presente, do pretérito perfeito e do futuro)

› Conexão textual

• conectores como articuladores do discurso (conjunções, advérbios, locuções adverbiais, orações inteiras)

• relação de conexão entre orações: condições/consequências possíveis, prováveis e necessárias; causais, espaciais e temporais; natureza semântica – expressão do estado de coisas

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PROGRAMAS DE LÍNGUA PORTUGUESA

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• relação de conexão entre actos de fala – natureza pragmática – expressão de interacção comunicativa

› Tipologia textual

• princípios de organização (macroestrutura – estrutura semântica que representa a coerência global do texto; superestrutura – estrutura formal global; microestrutura – estrutura de orações e sequências de texto que representam a coerência local do texto)

› Textos e contexto

• dependência recíproca entre texto e contexto

• relação entre a estrutura textual e os elementos da situação comunicativa

• relação entre signos e quem os emprega (intencionalidade comunicativa)

› Estudo da palavra

• formação de palavras: morfemas lexicais ou lexemas e morfemas gramaticais

• base e afixos (prefixos e sufixos)

• flexão, derivação, composição

• campos semânticos, campos associativos e família de palavras

• léxico comum e léxicos especializados

• étimo: palavras cognatas, palavras divergentes e palavras convergentes

• enriquecimento do léxico: neologismos, empréstimos, estrangeirismos, onomatopeias, nominalizações (a partir do verbo ou do grupo objetivo)

• relações lexicais: sinonímia, antonímia, hiperonímia, hiponímia, homonímia, paronímia

› Contiguidade semântica – relações lexicais

• relação de hierarquia entre os elementos lexicais (hiperonímia/hiponímia) – relação todo/parte

• relação de identificação (sinónimo) – identidade referencial

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10ª, 11ª E 12ª CLASSES

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• relação de oposição (antónimo) – disjunção referencial

› Estudo dos sons

• sons da língua: vogais, semivogais, consoante

› Classificação dos sons

• surdos e sonoros; orais e nasais

› Articulação

• vocálica, consonântica

› Prosódia

• entoação, pausa, ritmo, acento (da palavra e da frase)

› Níveis de tratamento

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PROGRAMAS DE LÍNGUA PORTUGUESA

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AUTORES E OBRAS PARA LEITURA OBRIGATóRIA

Texto Narrativo

Autor Obra

1. Castro Soromenho ChagasA Praga

2. António Jacinto Vovó BartolomeuEm Kiluange do GolungoPrometeuFábulas de Sanji

3. Fragata de Morais JindunguicesInkuna, minha terra

4. Isaquiel Cori Sacudidas pelo vento

5. Costa Andrade Terras de Acácias RubrasTempo Angolano em ItáliaUm conto igual a muitos

Texto Lírico

Autor Obra

1. António Jacinto Poemas

2. David Mestre Do canto à idadeO relógio de cafucôloNas barbas do bando

3. João Tala A forma dos desejos

4. José Luís Mendonça Logarítmos da alma

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10ª, 11ª E 12ª CLASSES

Texto Argumentativo (Introdução)

Autor Obra

1. José Mena Abrantes Caminhos des-encantados

2. Manuel Rui Monteiro Cinco dias depois da IndependênciaUm morto e os vivos

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12.ª ClassePrograma da Disciplina

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10ª, 11ª E 12ª CLASSES

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CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOSE PROCESSOS DE OPERACIONALIZAÇÃO

ESCRITA

› Construção de textos

• organização

• estruturação do discurso

• apresentação

› Escrita expressiva e criativa

• temas de interesse próprio

- jornal de turma

- exposição temática

- concurso

• composição de escritos

- tema livre

- tema negociado

- tema imposto

› Escrita para aprofundamento de técnicas e modelos diversificados:

• relação de textos: síntese, resumo, tomada de notas

• texto a partir do texto: análise, comentário, crítica

› Relatório de visitas de estudo, de ocorrências várias ou de realização de projectos;

› Textos expositivos, argumentativos de reflexão sobre temas suscitados por acontecimentos políticos, culturais, desportivos, de investigação realizada.

Surgindo o texto como base estruturante do ensino-aprendizagem da produção dos escritos, deve desenvolver-se a partir de:

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PROGRAMAS DE LÍNGUA PORTUGUESA

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› Escrita sobre o texto

• realizando-o ou desenvolvendo-o

• comentando-o

› Escrita a partir do texto

• discutindo a sua problemática (dissertação)

• integrando-o numa problemática

› Escrita com texto

• interrogando-o, modificando-o

• continuando-o, descobrindo-o

LEITURA

› O acto da leitura

• Como fonte de informação

• Como fonte de motivação e de aprendizagem das técnicas de comunicação escrita

• Como base de interpretação e crítica

• Como acto formativo em termos pessoais e sociais

• Como fonte de formação estética

› Os diferentes tipos de textos

• Lírico

• Argumentativo

• Dramático

› O texto lírico

› Consolidação, aprofundamento e aplicação das noções aprendidas no 1.º Ciclo do Ensino Secundário e outros como:

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10ª, 11ª E 12ª CLASSES

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› Elementos estruturadores de sentido

› Desenvolvimento temático

› Recorrências

› Adições

› Oposições

› Associações e paralelismo léxico-semânticos

› Recursos estilísticos

• acentuação

• extensão de frases

• verso e estrofe (medidas)

• repetições

• pausas

› Sonoridades

• rima

• harmonia

• aliteração

• assonância

› Espacialização do texto

› Título ou sua ausência

› Forma poética (livre ou fixa)

› O texto argumentativo

• consolidação, aprofundamento e aplicação das noções aprendidas no 1.º Ciclo do Ensino Secundário e outras

• composição e estratégia argumentativa:

- reconhecimento da tese (argumentos, provas, exemplos)

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PROGRAMAS DE LÍNGUA PORTUGUESA

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- progressão temática e discursiva

- lógica dos argumentos (adição, alternativa, oposição, negação, causa/efeito, consequência)

- estratégias do sujeito

- alusões e subentendidos

- processos de influência sobre o destinatário.

› O texto dramático

• distinção entre dramático e representação

• texto principal e texto secundário

• teatro/representação

› Qualidade da declamação (voz, timbre, expressão, ritmo)

• a mímica e a expressão corporal

• a capacidade de assumir a personagem

› Momentos determinantes da acção

• exposição, conflito, desenlace

› Coordenação e correlação das acções

• acções simultâneas

• acções passadas

• acções futuras

• caracterização do espaço cénico

• personagens

› Directa, indirecta

• discurso dramático e teatral

• linguagem e estilo

• narrativa dramática

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10ª, 11ª E 12ª CLASSES

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• os géneros de teatro de forma dramática

• tragédia, drama, tragicomédia, comédia, farsa

FUNCIONAmENTO DA LíNgUA PARA AS TIPOLOgIAS DESTA CLASSE

› Comunicação, enunciação

• comunicação verbal

• comunicação não verbal (linguagem icónica, plástica, musical, gestual, etc.)

› Enunciação (a língua em discurso – o próprio acto de produzir um enunciado e não o texto do enunciado)

• enunciador – situa-se em relação ao seu interlocutor (numa relação de forma ou de pedido), ao mundo que o cerca (numa relação de comentário ou de discurso relatado) e em relação ao que ele próprio diz, numa relação de constatação de avaliação, de implicação de decisão

• modalização – testemunha a forma como o enunciador se apropria da língua para a organizar em discurso

› Funções da linguagem

• expressiva – relativa ao enunciador

• apelativa – referente ao enunciatário

• fática – relativa ao enunciador e ao enunciatário

• referente – relativa ao referente

› Marcas linguísticas – organização de conjunto do enunciado em relação com índices verbais (verbos, advérbios e locuções adverbiais, adjectivos, nomes em construções perifrásticas, frases) ou paraverbais (entoação, gestos, olhares). As particularidades da situação de comunicação testemunham uma modalidade enunciativa particular.

› Registos da língua – hierarquia dos usos linguísticos de acordo com as normas sociais e estéticas

• cuidado

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PROGRAMAS DE LÍNGUA PORTUGUESA

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• corrente

• familiar

• popular

› Relações em interacção comunicativa

• actos de fala directos: modalidade declarativa, interrogativa, de ordem e exclamativa

• actos de fala indirectos: divergência entre a significação literal do enunciado e a significação que lhe é atribuída

› Níveis de tratamento

› Estudo dos sons

› Sons da língua: vogais, semivogais, consoante

› Classificação dos sons

• surdos e sonoros; oral e nasal

› Articulação

• vocálica, consonântica

› Prosódia

• entoação, pausa, ritmo, acento (da palavra e da frase)

• Estudo da palavra

• formação de palavras: morfemas lexicais ou lexemas e morfemas gramaticais

• base e afixos (prefixos e sufixos)

• flexão, derivação, composição

• campos semânticos, campos associativos e família de palavras

• léxico comum e léxicos especializados

• étimo: palavras cognatas, palavras divergentes e palavras convergentes

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10ª, 11ª E 12ª CLASSES

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• enriquecimento do léxico: neologismos, empréstimos, estrangeirismos, onomatopeias, nominalizações (a partir do verbo ou do grupo objectivo)

• relações lexicais: sinonímia, antonímia, hiperonímia, hiponímia, homonímia, paronímia

› Estudo do texto – organização do texto

• os períodos (fenómenos de coordenação de justaposição, de subordinação)

• as cadeias (segmentos de expressões correferenciais)

• as sequências (marcas de sequencialidade)

› Sistema da língua

• oposição de formas verbais (valores semânticos dos tempos verbais: estado, acontecimento, processo)

• modalizadores de enunciação

• conectores

• discurso relatado (directo, indirecto, indirecto livre)

• marcadores textuais que traduzem as relações interfrásicas

• marcadores de coesão (pronomes pessoais, demonstrativos…)

• marcadores de paráfrase (isto é, pois, assim…)

• procedimentos tipográficos (parêntesis, dois pontos…)

› Coerência textual

• externa (situa a referência no tempo e no espaço)

• interna (co-referência – identidade de referentes ao longo do texto)

• processos de retoma (estabelecem uma continuidade dos elementos temáticos do texto)

› Recorrência nominal (repetição/variação/substituição do nome)

› Recorrência pronominal (substituição do nome por pronomes)

› Recorrência através dos artigos (anáfora, catáfora)

› Recorrência através dos demonstrativos (situa a referência externa – deícticos ou interna – anáforas)

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PROGRAMAS DE LÍNGUA PORTUGUESA

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› Recorrência através dos possessivos (estabelece uma determinação entre o ser e o objecto)

› Recorrência através dos numerais (determina quantitativamente o nome)

› Recorrência através dos tempos verbais (tempos do mundo narrado – tempo da história – situam os factos num tempo passado com a ajuda de expressões temporais e advérbios de tempo do mundo comentado – tempo do discurso – referem a actividade do enunciador no momento da enunciação – tempos do presente, do pretérito perfeito e do futuro)

› Contiguidade semântica – relações lexicais

• relação de hierarquia entre os elementos lexicais (hiperonímia/hiponímia) – relação todo/parte

• relação de identificação (sinónimo) – identidade referencial

• relação de oposição (antónimo) – disjunção referencial

› Conexão textual

• conectores como articuladores do discurso (conjunções, advérbios, locuções adverbiais, orações inteiras)

• relação de conexão entre orações: condições/consequências possíveis, prováveis e necessárias; causais, especiais e temporais; natureza semântica – expressão do estado de coisas

• relação de conexão entre actos de fala – natureza pragamática

• expressão de interacção comunicativa.

› Tipologia textual

• princípios de organização (macroestrutura – estrutura semântica que representa a coerência global do texto; superestrutura – estrutura formal global; microestrutura – estruturas de orações e sequências de texto que representam a coerência local do texto)

› Textos e contexto

• dependência recíproca entre texto e contexto

• relação entre a estrutura textual e os elementos da situação comunicativa

• relação entre signos e quem os emprega (intencionalidade comunicativa).

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10ª, 11ª E 12ª CLASSES

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AUTORES E OBRAS PARA LEITURA OBRIGATóRIA

Texto Lírico

Autor Obra

1. Antero de Abreu Poemas

2. Cristóvão Neto Sinos d’alma

3. Roderick Nehone Génese

4. Luís Candjimbo A estrada da secura

Texto Argumentativo

Autor Obra

1. Manuel Rui Monteiro PoemasCrónica de um MujimboRio seco

2. Luís Kandjimbo Apologia de Kalitangi

3. Ricardo Manuel Figuras e Mugimbisses

4. Roberto de Carvalho Da minha Banda

Texto Dramático

Autor Obra

1. José Mena Abrantes O pássaro e a morteAna, Zé e os escravos

2. Pepetela A corda

3. Manuel Rui Monteiro Quem me dera ser onda

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SUGESTÕES METODOLóGICAS

Sendo um lugar privilegiado de desenvolvimento de competências de comunicação e expressão, a aula de Língua Portuguesa deve oferecer ao aluno oportunidades de o fazer de uma forma cada vez mais correcta e autónoma. Para isso, deverão ser promovidas estratégias e métodos de trabalho que contribuam para o desenvolvimento intelectual do aluno e, simultaneamente, para uma integração cada vez mais activa e responsável na sociedade, tornando a competência linguística como suporte de relações fortes entre Educação, Sociedade e Construção Democrática.

Os Objectivos Gerais da disciplina perspectivam um programa estratégico que não só desenvolva um uso da Língua Portuguesa cada vez mais correcto e adequado às diferentes situações de comunicação, como igualmente estimule a reflexão metalinguística, no sentido de acompanhar o saber operativo (conhecimento que se tem pela prática) com o saber reflexivo (entrar na abstracção da língua) cada vez mais profundo.

A motivação para a produção textual e a diversificação de experiências de leitura perspectivadas como grandes objectivos da disciplina, contribuem para um melhor desempenho comunicativo e expressivo nas outras disciplinas curriculares e fazem da aula de Língua Portuguesa um espaço intercultural por excelência.

O desenvolvimento do método de pesquisa, de registo e de aplicação da informação oferecem meios mais alargados de compreensão das várias matérias curriculares, funcionando como processos de auto-aprendizagem e de extensão do saber.

Igualmente, o interesse pelo Texto Argumentativo contribui para uma maior e mais crítica actividade social, permitindo um olhar mais reflexivo sobre os meios de comunicação social e a diversidade de discursos que integram.

O ensino do Texto Literário tem também um papel importante na formação ética e estética, assim como permite estimular as potencialidades criativas do aluno, motivando-o para a leitura e para a escrita.

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10ª, 11ª E 12ª CLASSES

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A aula de Língua Portuguesa, sendo um espaço de interacção de discursos, de convívio e de solidariedade, deve privilegiar o trabalho de grupo como factor de cooperação, de interajuda e partilha de saberes, de competências e de experiências.

Importante, portanto, neste nível etário, potenciar nos alunos a possibilidade de iniciativas individuais ou de grupo, tais como o trabalho de projecto que, privilegiando uma pedagogia diferenciada, rentabiliza o máximo de potencialidades de cada aluno, considerado tanto em termos individuais como em grupo. De facto, o trabalho de projecto, enquanto processo de construção do saber, é um meio dinâmico de educação, favorecendo, simultaneamente, as capacidades cognitivas, afectivas e sociais dos alunos e contribuindo para a criatividade, o espírito de investigação, a racionalização de processos e o sentido de responsabilidade.

Podendo ser aplicado a qualquer objecto de estudo, pode propiciar, neste nível de ensino, trabalhos de natureza literária ou linguística que, expostos à turma, contribuirão, certamente, para o desenvolvimento de um campo de saberes cada vez mais alargado.

Porém, não deve ser igualmente descurado o trabalho individual como factor importante de aquisição de hábitos de pesquisa, de recolha de informação, de selecção criteriosa de referenciais teóricos e da sua análise crítica.

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DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEMDOS DIFERENTES DOMÍNIOS DA LÍNGUA

COmPREENSÃO/EXPRESSÃO ORAL

No 2.º Ciclo do Ensino Secundário, deve privilegiar-se a competência e o domínio da compreensão/expressão oral, de forma a permitir ao aluno uma progressiva autonomia. Esta autonomia e integração plena no meio social e cultural, deve ser conseguida por um alargamento do saber e do conhecimento, pelo desenvolvimento de formas de exposição e argumentação, pela possibilidade de tomar medidas eficazes e adequadas às situações.

O processo de ensino-aprendizagem deve permitir a tomada de atitudes críticas e criativas na construção do discurso oral, onde o aluno aparece na situação de interlocutor, formulando o seu próprio discurso e dando espaço ao discurso do outro. A aula deve tornar-se, deste modo, não um espaço condicionado a uma só voz autoritária mas, sempre que oportuno, a um lugar de interacção e de diálogo onde o aluno crie regras de respeito pelo tempo da fala do outro e de aprendizagem de diferentes situações de interlocução (relações de autoridade, de igualdade, de construção emotiva, mas também de crítica e de intersubjectividade).

As grandes áreas de ensino-aprendizagem do discurso oral devem, assim, privilegiar os seguintes grandes campos:

1. Interacção através de: ouvir, responder, argumentar;

2. Comunicação pessoal e subjectiva, desbloqueando problemas;

3. Apropriação de conhecimentos sobre a oralidade, aprendendo técnicas específicas de formulação do discurso, onde a retórica, nas suas componentes de invenção e estruturação ou disposição pode ser um auxiliar pertinente e eficaz;

4. Papel do gesto, da voz, da movimentação do corpo como aspectos complementares da formulação do discurso.

Todos estes campos exigem, na aula de Língua Portuguesa, momentos de reflexão em que se equacionem os objectivos da comunicação, a organização da mensagem de acordo com os diferentes sectores, a avaliação da recepção (se foi incorrecta e por causa de que factores), a contextualização da fala, de forma a tornar a oralidade não um impulso, mas uma sistemática aprendizagem.

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ESCRITA

A urgência de uma pedagogia da escrita que, desde há muito, tem preocupado os professores e os especialistas, exige dos programas uma definição clara de objectivos e estratégias a desenvolver no sentido de dar a esta problemática a resposta adequada.

A escrita é uma actividade linguística e cognitiva que urge consciencializar, para que a escola possa promover, com eficácia, um programa específico do seu ensino-aprendizagem e crie mecanismos de motivação igualmente necessários.

A prática da escrita não pode abdicar de alguns aspectos que a caracterizam:

› o facto de ser uma actividade diferida

› o facto de ser passível de actividades prévias de planificação, de recolha de informação e de utilização de suportes de enquadramento definidos, entre os quais é de suprema importância o destinatário.

Sendo a escrita uma forma de comunicação, é também um meio de valorização da vida escolar, social e cultural; importa, portanto, desenvolver técnicas que estimulem o gosto pela produção de textos de diversos géneros e tipos, desenvolvendo a capacidade criativa da expressão escrita.

Como leitor e escritor, o aluno deve reconhecer a utilidade e as funções da escrita, o poder que o domínio da escrita dá, o prazer que a produção ou criação de um texto proporciona. A escrita, como actividade expressiva e criativa, constitui tarefa importante no desenvolvimento de temas de interesse dos alunos como o jornal de turma, concursos, exposições temáticas, etc., dependendo dos fins e formas que o escrito vai assumir, da situação comunicativa e dos objectivos propostos.

No 2.º Ciclo do Ensino Secundário, aprofundam-se as capacidades iniciadas nos ciclos anteriores, nomeadamente, saber sequencializar, saber explicar, saber sintetizar, saber documentar-se, apreciar criticamente, obedecendo a planos de organização específicos.

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Privilegia-se, também, para além da escrita criativa, a escrita de acordo com modelos, nomeadamente o comentário, a explicação de textos, a análise textual, a redução textual e a criação do texto a partir de outro texto ou a transformação de uma tipologia textual noutra.

Ao elaborar um comentário a um texto, deve-se ter um domínio de leitura e apreensão do sentido geral do mesmo; identificados os fundamentos em que se apoia a construção do texto, eleboram-se os questionários dos quais sairão as respostas adequadas. As exigências de uma composição estão ligadas à produção do texto que, preparado pela explicação de leitura, exige um grau elevado de domínio das várias competências de escrita; o aluno pode expor o seu ponto de vista, exprimindo-se de uma forma pessoal, desenvolvendo progressivamente a capacidade de argumentação e de exposição de um raciocínio por fases, com o consequente domínio das relações lógicas essenciais.

No processo de aprendizagem da escrita cabe, portanto, ao professor, estabelecer uma estratégia adequada para ajudar os alunos a abordar técnicas e modelos específicos; é importante a organização das ideias, a estruturação do discurso, a composição dos escritos.

A escrita deve ser praticada pelo aluno que, aos poucos, irá tendo o domínio e a consciência das fases por que tem que passar a estruturação do texto, nomeadamente, o contexto da sua produção com um pré-desenvolvimento, planificação ou concepção, o desenvolvimento propriamente dito onde a importância da memória é essencial, como base de estruturação de esquemas de conhecimentos.

A relação entre a aprendizagem da leitura e a aprendizagem da escrita é uma relação necessária. A escolha de destinatários para determinado escrito permitirá ao aluno situar a sua escrita e entender a do outro no terreno da comunicação.

Ser simultaneamente leitor e escritor implicará ser capaz de conferir importância ao facto de saber actualizar as aquisições linguísticas para produzir sentido, de questionar a coerência da produção, a suficiência da informação dada, do uso adequado do vocabulário.

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10ª, 11ª E 12ª CLASSES

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LEITURA

O aluno utiliza a leitura para várias finalidades e recolhe do texto, não só componentes emotivos e racionais, como elementos de reconhecimento de uma identidade e de ligação com os outros; um desses aspectos, no Ensino Secundário, é a leitura como fonte de informação, capaz de desenvolver capacidades gerais de interpretação, de análise e de síntese, conferindo cada vez mais significação ao que lê. Pela leitura, ele capta informação sobre o que utiliza e reflecte, apreende modelos de comunicação; dialoga consigo próprio e com outras épocas e culturas; confronta experiências, conhecimentos, argumentos e valores; descobre motivos para agir sobre si e intervir na vida da comunidade. A leitura e o estudo dos vários registos e tipologias textuais favorecem no aluno o conhecimento dos recursos expressivos, normas e convenções que ele tem que relacionar com o todo, recorrendo à informação sobre os estudos da língua e as leis dos géneros, para além da descoberta da carga afectiva e ideológica do autor, seu meio e cultura.

É necessário que, numa aula, se abordem de forma aberta, os diferentes tipos de textos, literários e não literários.

A leitura pode fazer-se de forma extensiva – quando se pretende o alargamento de horizontes da informação, a confrontação entre diversos textos e outros documentos, a exercitação de uma exposição oral ou escrita – ou de forma metódica – quando é feita através de uma análise exaustiva, implicando o estudo de todos os elementos constitutivos do universo textual e da relação que geram entre si, nomeadamente a expressão do tempo e do espaço, o vocabulário, os actos do discurso, os registos da língua, o estatuto das personagens, a construção dos períodos e parágrafos, o predomínio da narração, do diálogo, etc.

Sabendo desde o 1.º Ciclo do Ensino Secundário que as categorias do Texto Narrativo são conhecidas, nomeadamente a acção, as personagens, o tempo, o espaço e o narrador, importa aprofundar, neste Ciclo, a relação entre temporalidade – narratividade ou tempo da história – tempo do discurso, bem como a distinção entre os subgéneros narrativos como o romance, o conto, a novela, a epopeia, a crónica, a fábula, a parábola, etc.

Igualmente, neste Ciclo, deve revelar-se o Texto Lírico na medida em que recria o processo figurativo, capta mundos imaginários expressos pela linguagem metafórica, ajuda ao desenvolvimento da ética e da estética; devem-se referenciar

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algumas particularidades de subgéneros, nomeadamente o soneto, a canção, a balada, a cantiga, o epitáfio, o vilancete, etc.

No Texto Argumentativo, o aluno procura determinar a finalidade e a intenção do autor, detectando os argumentos propriamente ditos; joga com os elementos de conexão e coerência textuais, determinando os tipos de relações lógicas que permitem o desenrolar do discurso, a adição, a oposição, a causa ou causas, a consequência ou consequências; estabelece a forma de encadeamento de ideias e de conceitos conforme a progressão do texto; avalia o sucesso ou o fracasso da argumentação usada de acordo com a finalidade implícita ou explícita do discurso; reconhece a importância da construção frásica e dos recursos estilísticos utilizados.

O Texto Dramático, encarado como um jogo/espectáculo teatral, implica uma multiplicidade de linguagens, cenário, iluminação, som, objectos, vestuário, gesto, etc. O aluno dramatiza cenas ou constrói pequenas peças de teatro, tornando-se mais atento quer como leitor quer como espectador. Deverão ser referidos aspectos como acção dramática, personagens, espaço, tempo, não descurando a referência aos principais subgéneros como o auto, a comédia, o drama, a farsa, o monólogo, a moralidade, a tragédia, a tragicomédia, etc.

FUNCIONAmENTO DA LíNgUA

O ensino da Língua Portuguesa no 2.º Ciclo do Ensino Secundário surge como desenvolvimento de competências comunicativas já trazidas do Ensino Primário e do 1.º Ciclo do Ensino Secundário.

Naturalmente que, neste nível de Ensino, cabe ao professor de Língua Portuguesa encontrar contextos de aprendizagem adequados onde possa surgir o maior número de variáveis do acto comunicativo, encontradas tanto na análise do discurso oral, como na leitura e na escrita. É no texto, portanto, entendido como entidade linguística, que devem ser verificadas as potencialidades da língua, enquanto actividade instrumental, lúdica ou estética.

Assim, tendo como base os conhecimentos adquiridos nas classes anteriores, procede-se, neste ciclo, ao seu aprofundamento e sistematização relativamente:

› ao alargamento do vocabulário, com principal incidência no processo de formação de palavras e respectivo sentido conotativo e polissémico;

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› à reflexão sobre a combinação das palavras na frase, à formação e sentido dos discursos, à utilização correcta das formas verbais e combinação e concordância dos elementos sintácticos;

› à coordenação das estruturas linguísticas e semânticas para a organização e criação de um texto; à ligação lógica e a aproximação absoluta entre os elementos articuladores do discurso;

› à acentuação, à ortografia e à pontuação como regras, princípios e processos a utilizar de forma coerente e consciente.

Deve-se ainda, no 2.º Ciclo do Ensino Secundário, proceder a uma reflexão mais profunda relativamente aos vários aspectos ligados ao tratamento e apresentação de um discurso, no campo da pragmática e da enunciação, nomeadamente na descoberta das intenções do interlocutor, no tom utilizado na apresentação do enunciado, na implicação ou não do destinatário na comunicação, nos registos de língua a utilizar, na construção dos períodos e parágrafos, tendo sempre em atenção a coesão e coerências textuais.

Neste Ciclo, os alunos devem adquirir competências a nível linguístico, discursivo, comunicativo e textual, devendo ser capazes de descrever, narrar, argumentar, explicar, informar, persuadir, de forma correcta e, simultaneamente, de reconhecer os mecanismos linguísticos caraterísticos de cada tipologia ou sequência textual utilizada.

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AVALIAÇÃO

Tarefa e prática bastante complexa, pelo número de determinantes que suporta, a avaliação em Língua Portuguesa é, como em todas as outras disciplinas do currículo, uma das macro-funções cometidas ao professor.

Sendo a língua um sistema polifacetado, a Avaliação da sua aprendizagem tem de conjugar aspectos que a evidenciam como objecto (fim em si mesmo), mas também como meio de comunicação e de performance no contexto da sua situação escolar e da sua situação social.

O aluno deve ser avaliado em termos de objectivos previamente traçados e das competências que forem consideradas como determinantes do ensino a adquirir, tanto a nível da assimilação dos conteúdos programáticos, como em termos de competência linguística, comunicativa, literária, contemplando tanto a produção como a recepção dos enunciados.

A avaliação deve prever, portanto, tanto a clássica divisão em formativa e sumativa, como ter em conta não só a hetero-avaliação, como a auto-avaliação do aluno, tornando-o consciente e responsável pela sua aprendizagem.

No âmbito do ensino aprendizagem da língua, todas as actividades empreendidas implicam obrigatoriamente a intervenção do aluno (por vezes, escolha e selecção de temas e autores, planificação, prática de métodos e técnicas de pesquisa, escolha de recursos, avaliação sistemática e corrente da aprendizagem, elaboração de critérios coerentes com as características do trabalho desenvolvido).

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