Projecto FEUP Projecto Especial EQUIPA 8 “Simulação de Processos Tecnológicos”
Projecto Fábricas da INAPAL, Palmela · em marcha uma série de concursos de arqui-tectura para...
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64 Jornal Arquitectos / 230
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Fábricas da INAPAL, Palmela
FRANCISCO VIEIRA DE CAMPOS e CRISTINA GUEDES
Inapal Plásticos
A Inapal Plásticos, em Palmela, inserida nocomplexo industrial Autoeuropa, dedica-se àprodução de componentes plásticos para a in-dústria automóvel e é composta por três nú-cleos unificados pelo grande manto metálicoque uniformiza um programa com exigênciasvolumétricas diferenciadas: 1º núcleo - trêsnaves que correspondem às diferentes sec-ções de produção: Moldagem; Pintura; Módu-los; 2º núcleo – uma área social e administra-tiva com dois pisos; 3º núcleo – um edifíciotécnico autónomo.
O espaço exterior organiza-se através deuma infra-estrutura viária periférica ao con-tentor metálico que se torna na coluna verte-bral de todo o sistema produtivo da unidade,fluxos de matérias primas, movimentações eexpedições de produtos acabados, acessos di-ferenciados de funcionários aos vários núcleos.
A proposta arquitectónica tem por base adefesa do conceito formal que passa pelaconciliação entre as condicionantes urbanísti-cas, de prazos e custos, e a afinação da regramétrica que melhor disciplinasse a estruturaresistente e espacial com vista à criação delayouts abertos capazes de integrar altera-ções nos equipamentos produtivos da unida-de industrial.
As regras do projecto fundamentam-se es-sencialmente na estandardização dimensional(módulo de 7x7m), que origina uma plantarectangular com uma relação 2:1, e na adop-ção de materiais pré-fabricados e estandardi-zados para que as soluções e sistemas cons-trutivos sejam o mais possível racionalizados.
A imagem exterior da unidade industrial fi-ca definida pelas fachadas ondulantes reves-tidas com chapa metálica que tudo unifica;uma grande janela de policarbonato faz afrente do grande contentor, deixando trans-parecer a vida que nele toma lugar.
Pequenas caixas de entrada denunciam aescala gigante do objecto arquitectónico; nointerior ainda há espaço para um grande pá-tio/jardim que marca a transição entre a zonafabril e as zonas sociais.
Inapal Metal
A unidade industrial dedica-se à produção decomponentes metálicos para automóveis, in-serida no complexo industrial Autoeuropa e écomposta por dois núcleos aparentementeautónomos e de cérceas iguais: o 1º núcleocorresponde às naves industriais de armaze-namento, produção e expedição, incorporandono exterior uma grande pala para cargas edescargas; o 2º núcleo é composto por umaárea social e técnica com dois pisos.
O espaço exterior é organizado em funçãodas circulações de veículos, dos fluxos dematérias-primas e produtos acabados.
A proposta arquitectónica, para além dascondicionantes urbanísticas de prazo e custo,concentra-se na estandardização espacial, naracionalização construtiva e na utilização demateriais pré-fabricados.
A aparente rigidez estrutural permite uma grande flexibilidade do projecto, que sequer em aberto, para incorporar a complexi-dade e imprevisibilidade programática con-temporânea.
A pesquisa centra-se na “pele” do edifícioque se baseia na procura de um só materialde revestimento (chapa metálica trapezoi-dal), que se adapta e uniformiza a todas as si-tuações de projecto. O material torna-se con-ceito e síntese da solução.
Explora-se a versatilidade do materialquanto às diferentes aplicações e orienta-ções: chapas estandardizadas quando é ne-cessário encerrar, revestir e dobrar; chapacortada às fatias e fixas em forma de favo deabelha quando é necessário iluminar, som-brear e ventilar, proporcionando efeitos ines-perados de domesticação e humanização dosespaços sociais da unidade industrial.
A linguagem da obra tem por referência alinguagem das linhas curvas do automóvel. ^
Designação do projectoUnidade Industrial da INAPAL PlásticosLocalizaçãoAutoeuropa, PalmelaData do projecto Março de 2004 a Junho de 2005Data de construçãoAgosto de 2004 a Agosto 2005ArquitecturaFrancisco Vieira de CamposColaboradoresMaria Teresa Penas, Cristina Maximino, VâniaMaia, Odete Pereira, Cláudia Costa, Luís Campos,Pedro Jordão e Ricardo CardosoEspecialidadesAfassociadosEspaços ExterioresManuel Pedro MeloMobiliárioUniscalaDesign de ComunicaçãoFrancisco Providência ClienteInapal Plásticos S.A.ConstrutorConsórcio: Electrofer, Bosogol, Irmãos CavacoÁrea de construção33 771.00 m2FiscalizaçãoAfaplanFotografiaLeonardo Finotti
Designação do projectoUnidade Industrial da INAPAL metalLocalizaçãoAutoeuropa, PalmelaData do projecto Fevereiro de 2006 a Julho de 2006Data de construçãoAbril de 2006 a Agosto 2006ArquitecturaFrancisco Vieira de Campos e Cristina GuedesColaboradoresCristina Maximino, Vânia Maia, Nélson Cambão,Ana Matias, Luís Campos, Eduardo LeitãoEspecialidadesAfaconsultEspaços ExterioresManuel Pedro MeloMobiliárioUniscalaClienteInapal Metal S.A.ConstrutorEdimaranteÁrea de construção12 418.00 m2FiscalizaçãoEngexporFotografiaFG+SG – Fotografia de Arquitectura
Inapal Plásticos
Inapal Metal
66 Jornal Arquitectos / 230
Corte cc’
Corte 11’
Planta 1 – Nave de Moldação2 – Nave de Pintura3 – Nave de Módulos4 – Edifício Social5 – Edifício Técnico
Alçado Este
Inapal Plásticos
Piscinas
68 Jornal Arquitectos / 230
Inapal Metal
Corte AA’
Corte 22’
Corte 11’
Planta 1 – Edifício Social2 – Área Técnica3 – Nave4 – Nave5 – Nave 3 (a construir 2º fase)6 – Matéria-Prima7 – Expedição
Inapal Plásticos
Inapal Metal
72 Jornal Arquitectos / 230
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Piscinas-tipo, Coruña
FRANCISCO MANGADO
Com o objectivo de providenciar instalaçõesdesportivas aos pequenos aglomerados ru-rais, o Governo da Província de La Coruña pôsem marcha uma série de concursos de arqui-tectura para construir faseada e sucessiva-mente piscinas e ginásios a partir de uma sé-rie de protótipos que cada autarquia podia es-colher. Pensado como uma solução genéricapara um lugar sem características específi-cas, o modelo seleccionado pelos municípiosde Oleiros, Melide, Fene e Pobra do Carami-ñal, alude de forma indirecta à chuva comodenominador comum da paisagem galega. O projecto propõe, como traço identificador,uma cobertura convexa com a forma de umagrande caleira, e caracteriza-se pela suacompactação e capacidade de adaptação a si-tuações urbanas distintas.
Agrupados num corpo único, dois volumesde pé-direito duplo albergam respectivamen-te o ginásio e a piscina. Entre estes vazios, ocorpo correspondente à cozinha, à cafetariae ao restaurante insere-se como uma ponteaberta lateralmente aos dois espaços domi-nantes mediante aberturas que reproduzema forma do corte. Sob esta zona “gastronómi-
ca”, situada no primeiro piso, localizam-se osvestuários, a sauna e uma sala de primeirossocorros. Outras duas aberturas na parte in-ferior das fachadas laterais, constituem o se-gundo grupo de elementos invariáveis do pro-jecto, incorporando a paisagem circundanteao ginásio e à piscina, respectivamente. Damesma forma, outras janelas corridas, já naparte alta, iluminam com luz rasante o planodo tecto, sublinhando a autonomia da cober-tura em relação ao resto do edifício.
O mesmo pórtico – formado por pilares debetão e uma viga curva de madeira laminada– sustenta geometricamente a secção variá-vel da cobertura, cujo papel de plano porta-dor da água é enfatizado mediante um grandetubo de queda localizado numa das esquinasdo prisma. Contrastando com o aspecto frioda cobertura de zinco, uma pele de madeirade iroko envolve o edifício, transformando ovolume numa espécie de arca abandonadaentre as colinas galegas. Uma patine cinzentavai-se apoderando do revestimento de madei-ra, como ainda acontece com alguns posteseléctricos no campo galego, contribuindo pa-ra a fusão do edifício com a paisagem queocupa. Os arranjos exteriores, como um tape-te de empedrado e vegetação, tornam-se noúnico elemento específico de cada implanta-ção; aquilo que permitirá a adaptação desteprotótipo abstracto às condições paisagísti-cas e urbanas de cada lugar. ^
Designação do projectoPiscinas cobertas LocalizaçãoOleiros, Fene, Melide e Pobra do CaramiñalData do concurso1998Data do Projecto 1998Data de construçãoOleiros, 2001; Fene, 2002; Melide, 2002; Pobra do Caramiñal, 2004ArquitecturaFrancisco MangadoColaboradoresLaura Martínez de GereñuEspecialidadesFundações e EstruturasJesús GoñiClienteDiputación de La CoruñaÁrea de construção2.100.00 m2 / unidadeFotografiaFrancisco Mangado
74 Jornal Arquitectos / 230
75Francisco Mangado
Implantação Fene
Implantação Melido
Implantação Oleiros
Implantação Pobra do Caramiñal
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Piso 1 Piso 0
Corte longitudinal
Alçado Frontal
77Francisco Mangado
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Eco-Cabanas
BARBINI e SILVA ARQUITECTOS
O conceito Eco-Cabana nasce a partir de umprojecto desenvolvido pelos responsáveis daAgência Cascais Natura, e que visa sensibili-zar a população do concelho de Cascais paraa importância do uso sustentável de áreas depaisagem protegida, promovendo a realizaçãode actividades de escutismo, acampamentos,e a educação ambiental, na sua vertente deconservação e preservação da natureza.
Objectivo
Desenvolver uma série de protótipos deequipamentos/abrigos, modulares, de fácilexecução, construídos com materiais recicla-dos, de grande eficiência energética e auto-sustentáveis, para albergar funções diversifi-cadas desde espaços para formação, instala-ções sanitárias, locais para investigação ouquartos duplos/camaratas.
Proposta
A partir destas premissas e com o objecti-vo de sistematizar a produção e optimizar oinvestimento, desenvolvemos uma estruturamodular standard em forma de estrela detrês pontas, constituída por vigas treliçadasem madeira lamelada, que pode funcionarisoladamente ou em associação, adaptando-se ás várias necessidades de utilização e im-plantação.
Os revestimentos foram escolhidos a par-tir de materiais reciclados e recicláveis; blo-cos de aglomerado negro de cortiça, para orevestimento exterior, e placas de lâminas demadeira orientadas (OSB), para os revesti-mentos interiores e mobiliário.
De modo a minimizar o impacto destesequipamentos nos locais de implantação es-colhidos, a estrutura da Eco-Cabana estaráelevada em relação ao solo, apoiada sobre es-tacas de fundação em madeira, mantendodesta forma o solo permeável.
As Eco-Cabanas terão integrado um con-junto de sistemas de captação de energia (so-lar, eólica e cinética da água) que deverá con-ferir a cada módulo total autonomia do pontode vista energético, e que se deverá adaptaraos recursos naturais específicos, disponíveisem cada um dos locais. A gestão de consu-mos de cada unidade, bem como o acesso acada equipamento do parque, passará tam-bém pela implementação de um sistema deeco-créditos, em que se procurará incentivara economia de consumo. ^
Maqueta
Fotomontagens, interior
Designação do projectoAbrigos eco-sustentáveis “Eco-Cabanas”LocalizaçãoParques e outros locais naturais de interesse paisagísticoParque Natural Sintra/Cascais / PedraAmarela/Campo BaseData do projecto 2007ArquitecturaFlavio Barbini e Maria João Gonçalves da SilvaBarbiniColaboradoresSílvia Palhão, Pedro Dourado e Pedro EstrangeiroEspecialidadesFundações e Estruturas (consultadoria)Eng. Luís MarquesElectricidade e SustentabilidadeEng. Joaquim Lapa de GusmãoÁguas e Esgotos e sistemas de aproveitamento hídricosEng. Carlos Mercês de MeloClienteAgência Cascais NaturaCoordenação do Plano: Arq.Paisagista JoãoCardoso e Eng. Luís CapãoConstrutorCarmo Estruturas
Fotomontagens
80 Jornal Arquitectos / 230
Captação de águas pluviais para uso doméstico
Planta
Corte
Captação de energia solar para produção de electricidade e aquecimento de água
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Processo construtivoOcupação funcional / várias possibilidades
Barbini e Silva Arquitectos
82 Jornal Arquitectos / 230
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Casas-tipo WeehouseDesignação do projectoArado WeeHouseLocalizaçãoLago Pepin, Wisconsin, EUAData da construção2003 Duração 6 mesesArquitecturaAlchemy ArchitectsCustoEstimativa 50000$ (32.107,00€)Final 56000$ (35.960,00€)Área de construção336 sqft. (102,40 m2)
Designação do projectoMarfa WeeHouseLocalizaçãoMarfa, Texas, EUAData da construção2007 Duração 9 mesesArquitecturaAlchemy ArchitectsCustoEstimativa 130000$ (83.478,20€)Final 150000$ (96.321,40€)Área de construção336 sqft. (149,35 m2)
Designação do projectoYoung WeeHouseLocalizaçãoFlorence, Montana, EUAArquitecturaAlchemy ArchitectsÁrea de construção784 sqft. (348,5 m2)
FotografiaAlchemy, LCC, 2007
ALCHEMY ARCHITECTS
O sistema de pré-fabricados weeHouse® ébaseado numa estética moderna, no uso efi-ciente do espaço e na adaptação inteligentede tecnologia construtiva. Desde pequenosretiros, como as weeHouses em Arado e emMarfa, até às weeHouses com programasmaiores residenciais e comerciais, em pro-gresso um pouco por todo o país, o sistema éadaptável a uma larga escala de necessida-des. As weeHouses têm um design simplifica-do que celebra a natureza modular da suaconstrução e favorece o seu potencial simul-taneamente poético e divertido. A sistemati-zação projectual e a pré-fabricação reduzemsignificativamente os custos de construção etornam este projecto acessível a um público omais alargado possível. (texto de apresenta-ção em www.weehouses.com)
Arado
A proprietária desta weeHouse é violinis-ta, e pediu-nos uma habitação de retiro quevalorizasse mais a poesia do que a comodida-de. O custo final ficou abaixo dos 60.000 dóla-res incluindo todo o mobiliário interior, pavi-mento exterior e anexo (não existe canaliza-ção interior). Os arquitectos, usando apré-fabricação, produziram a cabana comuma equipa de quatro pessoas em dois mesesnum armazém de forma a controlarem o pro-cesso e a manterem os custos baixos (e tam-bém porque parecia ser “divertido”).
Os limites orçamentais levaram à avalia-ção das muitas suposições sobre o que deve
ser uma habitação. O resultado provou serum símbolo não-exclusivo de arquitecturaacessível para várias pessoas e tipos de pro-jecto. O sucesso deste projecto foi usado co-mo plataforma para desenvolver, produzir ecomercializar uma vasta gama de pequenascasas pré-fabricadas a custo controlado.
Young
Com cerca de 17 metros de comprimentoesta weeHouse foi inspirada na ideia do clien-te de uma casa como uma “caravana” que seestende pelo terreno. Rodeadas por vistas im-pressionantes de montanhas e planícies, assuas janelas de sacada infundem a casa napaisagem com interrupções mínimas. A casachegou ao local praticamente concluída.Osmateriais utilizados incluem revestimento emaço oxidado do tipo Container (tinta oxidanteem painéis de cimento), pavimentos e para-mentos de bambu, inoxidáveis e de cor bran-ca, armários de eucalipto IKEA, balcões desuperfície resistente, e mobiliário Kohler.
Marfa
Esta weeHouse foi instalada em 2007 numlugar remoto junto a uma colónia de artistasem West Texas. A casa serve como um simplesespaço de retiro, e é o primeiro de três móduloseventualmente a colocar aí. O módulo chegoucompleto, com interior e exterior de topo-de--gama totalmente finalizados, à excepção doselementos de acoplagem, pavimento exterior epalas de ensombramento a instalar in situ. ̂
Young Weehouse
Alchemy Architects
Arado Weehouse
Arado Weehouse
84 Jornal Arquitectos / 230
2X 3X 4X1X
weeHouse STUDIO
2X 3X 4X1X
DWDW
w/d
X weeHouse
2X 3X 4X1X
SEE
TOWER
OPTIONS
SEE
TOWER
OPTIONS
w/d
DN
DWDW
UP
DN
TOWER, LARGE
For wider lots
2X 3X 4X1X
UP
DN
W/D
2x4 weeHouse
Weehouse: combinações possiveis
Alchemy Architects
Marfa Weehouse
Marfa Weehouse
86 Jornal Arquitectos / 230
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Casas-tipo Modular System
Designação do projectoCasas tipo Modular SystemLocalização a designarData do projecto2003-2007ArquitecturaAlexandre Teixeira da silva + Miguel Ribeiro de Sousa, Arq.tos Arquiporto, Lda.ColaboradoresMarta Machado, Germano Pinheiro, Marta Silva,Raffaella Panico, Rui Silva, Joana Rodrigues eFilipe RodriguesFotografiaJoão Ferrand, Mariana Themudo e Marlene Oliveira / JFF
ALEXANDRE TEIXEIRA DA SILVA + MIGUEL RIBEIRO DE SOUSA, ARQUIPORTO ARQUITECTOS
O processo de aquisição da casa é feito atra-vés de simples etapas que permitem obter acasa desejada. A utilização do conceito da Mo-dular System permite obter com rigor e rapi-dez o controlo de custos na fase de antepro-jecto. A rapidez na escolha dos módulos, desenvolvidos arquitectónica e construtiva-mente, assim como a sua articulação, consti-tuem mais valias do conceito da Modular Sys-tem. Uma vez definida a configuração tipológi-ca, a passagem à casa construída é imediata.
A possibilidade de escolher o número demódulos funcionalmente diversos (módulocasa de banho, módulo quarto de casal, mó-
dulo pátio, módulo sala simples, módulo saladuplo módulo cozinha, varanda, etc.) con-soante as próprias necessidades na vertentedo espaço que se pretende realizar, viabiliza acriação de configurações diferentes e varia-das tendo a mesma matriz formal. A flexibili-dade do sistema permite projectar e construiredifícios com outras funções além da habita-cional, nomeadamente hotelaria, restaura-ção, espaços polivalentes e ainda ampliaçõesde edifícios existentes, apoio a estruturasdesportivas, equipamento de apoio a parquesurbanos e territoriais. As variações modula-res e os graus de liberdade do sistema dãoorigem a várias tipologias, com característi-cas diferentes segundo os elementos e mate-riais de acabamento escolhidos, o que, porsua vez, permite ajustar as casas ao ambien-te em que se inserem.
Faz parte da génese do projecto a opçãopor materiais e sistemas construtivos de altaqualidade, garantia de elevada durabilidade econforto. O impacto ambiental é reduzido de-vido à utilização de materiais naturais e reci-cláveis, ao baixo consumo energético na fasede construção e ao respeito pelo meio am-biente. Os edifícios Modular System possibili-tam ainda a utilização de energias renováveise reaproveitamento de recursos naturais co-mo a energia solar, a energia eólica, a geoter-mia ou a reutilização de águas pluviais.
Trata-se de edifícios construídos sobrele-vados do terreno, ligados a este através deapoios metálicos que permitem ajustar-se aqualquer topografia, respeitando-a e manten-do a permeabilidade do solo.
A possibilidade de acrescentar ou substi-tuir módulos pré-definidos com funções dife-rentes, torna as construções da Modular Sys-tem em edifícios “em aberto”. Ou seja, ao lon-go do tempo o sistema permite acrescentar àcasa mais módulos, ligados ao primeiro nú-cleo, obtendo-se assim uma panóplia de solu-ções modeladas pelas exigências dos donosda casa (aumento da família, necessidade decriar um escritório, armazém, etc.). ^
Casa protótipo
Casa da Caniçada, Parque Nacional do Gerês
Casa Oporto Show, Porto, 2007
89Alexandre Teixeira da silva + Miguel Ribeiro de Sousa, Arquiporto Arquitectos
Perspectivas, casas XS; M; L; XL
90 Jornal Arquitectos / 230
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Dasparkhotel, Ottensheim, Áustria
ANDREAS STRAUSS
O Dasparkhotel foi concebido e implementa-do essencialmente para ser um utensílio dehospitalidade. É construído a partir de tubosde drenagem reutilizados e muito robustos.A simplicidade do exterior envolve um interiorsurpreendentemente confortável.
Cada suite tem uma zona de pé-direito li-vre, uma cama de casal ergonomicamentepensada e optimizada, com um colchão de es-puma, iluminação natural e artificial, energiaeléctrica numa tomada de 220 volts, suficien-tes para recarregar uma câmara de filmar ouum telemóvel, cobertores de lã para o frio esacos-cama de algodão mais frescos. Por bai-xo e ao lado da cama, existem espaços de arru-mação.
Todos os outros habituais serviços de ho-telaria como instalações sanitárias, banho,mini-bar, pequeno-almoço, etc., são suporta-dos pelas infra-estruturas do espaço públicocircundante.
Ao fazer-se a reserva, recebe-se um códi-go pessoal que permite entrar na suite esco-lhida.
Mediante a utilização desse código de en-trada e durante todo o período da estadia, aporta pode ser activada a qualquer hora. Épossível deixar a bagagem ou aparelhos elec-trónicos a carregar em segurança, e gozar deuma total liberdade de movimentos.
O Dasparkhotel utiliza um sistema “pay asyou wish”. Uma noite custa aquilo que cadaum puder ou quiser pagar. As quantias deixa-das deverão suportar os custos de limpeza emanutenção, servindo também como incenti-vo à continuação do projecto.
Estes quartos de betão, simultaneamentefuncionais e confortáveis, estão abertos regu-larmente de Maio a Outubro e oferecem a hi-pótese de experimentar um lugar de uma for-ma totalmente diferente. ^
Designação do projectoDasparkhotelLocalizaçãoOttensheim, ÁustriaData do projecto 2006ArquitecturaAndreas StraussFotografiaDietmar Tollerian
Alçado frontal; planta; axonometria
Maqueta
92 Jornal Arquitectos / 230
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AJLS – ARQUITECTOS / JOÃO MENEZES DE SEQUEIRA
O propósito do concurso é o de encontrarideias inovadoras para habitação provisória dealta densidade, com o objectivo de alojar oshabitantes que tenham perdido as suas casasem resultado de uma tempestade catastróficacosteira. O período de desenvolvimento foi ini-ciado após o parecer de uma equipa técnicacontratada pela cidade de Nova Iorque. Esseparecer, no caso deste projecto, foca sobretu-do aspectos ligados aos projectos de enge-nharia (estruturas, mecânica, energia, etc.) e suas implicações arquitectónicas.
A proposta aponta para um aglomerado decasas provisórias cuja estrutura urbana é im-plantada entre a área destruída e danificada ea área consolidada, não afectada. O conceitoparte do da “cidade linear”, sendo desenvolvi-do ao longo das vias rodoviárias existentes.Esta opção procura responder às diversaspreocupações do “sponsor”, o OEM (gabinetede gestão de emergências), nomeadamente:rapidez de resposta (aquelas vias são, após osprimeiros socorros de emergência, os primei-ros espaços desimpedidos de escombros, per-mitindo o transporte e a implantação dosaglomerados); a manutenção das redes so-ciais e económicas, anteriores à catástrofe, dacomunidade deslocada; a proximidade entreas habitações provisórias e o local de recons-trução das novas moradas, permitindo à co-munidade ter parte activa no plano de recons-trução das suas casas e do seu novo espaçourbano; a possibilidade de realizar as ligações
infra-estruturais com o menor custo económi-co possível; e, finalmente, a libertação do es-paço, quer na área não afectada, quer na áreadestruída, permite menores constrangimen-tos ao desenvolvimento de reconstrução evi-tando precipitações de projecto, sempre co-muns nestas ocasiões, e facilitando a coorde-nação estratégica de recuperação do OEMpara o planeamento da área afectada.
A solução das casas provisórias é baseadaem módulos (3.00m x 3.50m, 6.00m x 3.50me 12.00m x 3.50m), agregados em tipologias(do T0 ao T4), sendo estas últimas agregadasnuma estrutura autoportante até 5 pisos (pi-so térreo + quatro). Estas últimas estruturasde aglomeração podem apresentar duas solu-ções (A e B), de acordo com a densidade po-pulacional local. A primeira é uma solução dealta densidade que implica uma estrutura decinco pisos (0 + 4). A segunda é uma estrutu-ra de baixa densidade, que proporciona umedifício de três pisos elevados, sendo o pri-meiro de um só andar e o superior é compostopor duplex. Devido à escassez de recursos du-rante o período de reconstrução (materiais,mão-de-obra e energia) as soluções de aglo-meração A e B, são pensadas como unidadescom autonomia energética e, porque se pro-cura a sua sustentabilidade, são pensadas co-mo construções pré-fabricadas com mate-riais recicláveis.
Estes últimos aspectos estão actualmenteem desenvolvimento pela equipa. ^
Designação do projectoWhat If New York City... Post-Disaster Provisional Housing. (Concurso / projecto finalista)LocalizaçãoNova Iorque, EUAData concurso2007–2008ArquitecturaAJLS – ArquitectosJoão Menezes de SequeiraColaboradoresCarina Figueiredo, Marta Moreira, Pedro FerreiraClienteOffice of Emergency Management (OEM) of New York City
Habitações provisórias de emergência, Nova Iorque
Estratégia de projecto
Módulos de habitação provisória / várias tipologias
Fotomontagem: ocupação do espaço público com os módulos de habitação provisória