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64 Jornal Arquitectos / 230 Projecto Fábricas da INAPAL, Palmela FRANCISCO VIEIRA DE CAMPOS e CRISTINA GUEDES Inapal Plásticos A Inapal Plásticos, em Palmela, inserida no complexo industrial Autoeuropa, dedica-se à produção de componentes plásticos para a in- dústria automóvel e é composta por três nú- cleos unificados pelo grande manto metálico que uniformiza um programa com exigências volumétricas diferenciadas: 1º núcleo - três naves que correspondem às diferentes sec- ções de produção: Moldagem; Pintura; Módu- los; 2º núcleo – uma área social e administra- tiva com dois pisos; 3º núcleo – um edifício técnico autónomo. O espaço exterior organiza-se através de uma infra-estrutura viária periférica ao con- tentor metálico que se torna na coluna verte- bral de todo o sistema produtivo da unidade, fluxos de matérias primas, movimentações e expedições de produtos acabados, acessos di- ferenciados de funcionários aos vários núcleos. A proposta arquitectónica tem por base a defesa do conceito formal que passa pela conciliação entre as condicionantes urbanísti- cas, de prazos e custos, e a afinação da regra métrica que melhor disciplinasse a estrutura resistente e espacial com vista à criação de layouts abertos capazes de integrar altera- ções nos equipamentos produtivos da unida- de industrial. As regras do projecto fundamentam-se es- sencialmente na estandardização dimensional (módulo de 7x7m), que origina uma planta rectangular com uma relação 2:1, e na adop- ção de materiais pré-fabricados e estandardi- zados para que as soluções e sistemas cons- trutivos sejam o mais possível racionalizados. A imagem exterior da unidade industrial fi- ca definida pelas fachadas ondulantes reves- tidas com chapa metálica que tudo unifica; uma grande janela de policarbonato faz a frente do grande contentor, deixando trans- parecer a vida que nele toma lugar. Pequenas caixas de entrada denunciam a escala gigante do objecto arquitectónico; no interior ainda há espaço para um grande pá- tio/jardim que marca a transição entre a zona fabril e as zonas sociais. Inapal Metal A unidade industrial dedica-se à produção de componentes metálicos para automóveis, in- serida no complexo industrial Autoeuropa e é composta por dois núcleos aparentemente autónomos e de cérceas iguais: o 1º núcleo corresponde às naves industriais de armaze- namento, produção e expedição, incorporando no exterior uma grande pala para cargas e descargas; o 2º núcleo é composto por uma área social e técnica com dois pisos. O espaço exterior é organizado em função das circulações de veículos, dos fluxos de matérias-primas e produtos acabados. A proposta arquitectónica, para além das condicionantes urbanísticas de prazo e custo, concentra-se na estandardização espacial, na racionalização construtiva e na utilização de materiais pré-fabricados. A aparente rigidez estrutural permite uma grande flexibilidade do projecto, que se quer em aberto, para incorporar a complexi- dade e imprevisibilidade programática con- temporânea. A pesquisa centra-se na “pele” do edifício que se baseia na procura de um só material de revestimento (chapa metálica trapezoi- dal), que se adapta e uniformiza a todas as si- tuações de projecto. O material torna-se con- ceito e síntese da solução. Explora-se a versatilidade do material quanto às diferentes aplicações e orienta- ções: chapas estandardizadas quando é ne- cessário encerrar, revestir e dobrar; chapa cortada às fatias e fixas em forma de favo de abelha quando é necessário iluminar, som- brear e ventilar, proporcionando efeitos ines- perados de domesticação e humanização dos espaços sociais da unidade industrial. A linguagem da obra tem por referência a linguagem das linhas curvas do automóvel. ^ Designação do projecto Unidade Industrial da INAPAL Plásticos Localização Autoeuropa, Palmela Data do projecto Março de 2004 a Junho de 2005 Data de construção Agosto de 2004 a Agosto 2005 Arquitectura Francisco Vieira de Campos Colaboradores Maria Teresa Penas, Cristina Maximino, Vânia Maia, Odete Pereira, Cláudia Costa, Luís Campos, Pedro Jordão e Ricardo Cardoso Especialidades Afassociados Espaços Exteriores Manuel Pedro Melo Mobiliário Uniscala Design de Comunicação Francisco Providência Cliente Inapal Plásticos S.A. Construtor Consórcio: Electrofer, Bosogol, Irmãos Cavaco Área de construção 33 771.00 m2 Fiscalização Afaplan Fotografia Leonardo Finotti Designação do projecto Unidade Industrial da INAPAL metal Localização Autoeuropa, Palmela Data do projecto Fevereiro de 2006 a Julho de 2006 Data de construção Abril de 2006 a Agosto 2006 Arquitectura Francisco Vieira de Campos e Cristina Guedes Colaboradores Cristina Maximino, Vânia Maia, Nélson Cambão, Ana Matias, Luís Campos, Eduardo Leitão Especialidades Afaconsult Espaços Exteriores Manuel Pedro Melo Mobiliário Uniscala Cliente Inapal Metal S.A. Construtor Edimarante Área de construção 12 418.00 m2 Fiscalização Engexpor Fotografia FG+SG – Fotografia de Arquitectura

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Fábricas da INAPAL, Palmela

FRANCISCO VIEIRA DE CAMPOS e CRISTINA GUEDES

Inapal Plásticos

A Inapal Plásticos, em Palmela, inserida nocomplexo industrial Autoeuropa, dedica-se àprodução de componentes plásticos para a in-dústria automóvel e é composta por três nú-cleos unificados pelo grande manto metálicoque uniformiza um programa com exigênciasvolumétricas diferenciadas: 1º núcleo - trêsnaves que correspondem às diferentes sec-ções de produção: Moldagem; Pintura; Módu-los; 2º núcleo – uma área social e administra-tiva com dois pisos; 3º núcleo – um edifíciotécnico autónomo.

O espaço exterior organiza-se através deuma infra-estrutura viária periférica ao con-tentor metálico que se torna na coluna verte-bral de todo o sistema produtivo da unidade,fluxos de matérias primas, movimentações eexpedições de produtos acabados, acessos di-ferenciados de funcionários aos vários núcleos.

A proposta arquitectónica tem por base adefesa do conceito formal que passa pelaconciliação entre as condicionantes urbanísti-cas, de prazos e custos, e a afinação da regramétrica que melhor disciplinasse a estruturaresistente e espacial com vista à criação delayouts abertos capazes de integrar altera-ções nos equipamentos produtivos da unida-de industrial.

As regras do projecto fundamentam-se es-sencialmente na estandardização dimensional(módulo de 7x7m), que origina uma plantarectangular com uma relação 2:1, e na adop-ção de materiais pré-fabricados e estandardi-zados para que as soluções e sistemas cons-trutivos sejam o mais possível racionalizados.

A imagem exterior da unidade industrial fi-ca definida pelas fachadas ondulantes reves-tidas com chapa metálica que tudo unifica;uma grande janela de policarbonato faz afrente do grande contentor, deixando trans-parecer a vida que nele toma lugar.

Pequenas caixas de entrada denunciam aescala gigante do objecto arquitectónico; nointerior ainda há espaço para um grande pá-tio/jardim que marca a transição entre a zonafabril e as zonas sociais.

Inapal Metal

A unidade industrial dedica-se à produção decomponentes metálicos para automóveis, in-serida no complexo industrial Autoeuropa e écomposta por dois núcleos aparentementeautónomos e de cérceas iguais: o 1º núcleocorresponde às naves industriais de armaze-namento, produção e expedição, incorporandono exterior uma grande pala para cargas edescargas; o 2º núcleo é composto por umaárea social e técnica com dois pisos.

O espaço exterior é organizado em funçãodas circulações de veículos, dos fluxos dematérias-primas e produtos acabados.

A proposta arquitectónica, para além dascondicionantes urbanísticas de prazo e custo,concentra-se na estandardização espacial, naracionalização construtiva e na utilização demateriais pré-fabricados.

A aparente rigidez estrutural permite uma grande flexibilidade do projecto, que sequer em aberto, para incorporar a complexi-dade e imprevisibilidade programática con-temporânea.

A pesquisa centra-se na “pele” do edifícioque se baseia na procura de um só materialde revestimento (chapa metálica trapezoi-dal), que se adapta e uniformiza a todas as si-tuações de projecto. O material torna-se con-ceito e síntese da solução.

Explora-se a versatilidade do materialquanto às diferentes aplicações e orienta-ções: chapas estandardizadas quando é ne-cessário encerrar, revestir e dobrar; chapacortada às fatias e fixas em forma de favo deabelha quando é necessário iluminar, som-brear e ventilar, proporcionando efeitos ines-perados de domesticação e humanização dosespaços sociais da unidade industrial.

A linguagem da obra tem por referência alinguagem das linhas curvas do automóvel. ^

Designação do projectoUnidade Industrial da INAPAL PlásticosLocalizaçãoAutoeuropa, PalmelaData do projecto Março de 2004 a Junho de 2005Data de construçãoAgosto de 2004 a Agosto 2005ArquitecturaFrancisco Vieira de CamposColaboradoresMaria Teresa Penas, Cristina Maximino, VâniaMaia, Odete Pereira, Cláudia Costa, Luís Campos,Pedro Jordão e Ricardo CardosoEspecialidadesAfassociadosEspaços ExterioresManuel Pedro MeloMobiliárioUniscalaDesign de ComunicaçãoFrancisco Providência ClienteInapal Plásticos S.A.ConstrutorConsórcio: Electrofer, Bosogol, Irmãos CavacoÁrea de construção33 771.00 m2FiscalizaçãoAfaplanFotografiaLeonardo Finotti

Designação do projectoUnidade Industrial da INAPAL metalLocalizaçãoAutoeuropa, PalmelaData do projecto Fevereiro de 2006 a Julho de 2006Data de construçãoAbril de 2006 a Agosto 2006ArquitecturaFrancisco Vieira de Campos e Cristina GuedesColaboradoresCristina Maximino, Vânia Maia, Nélson Cambão,Ana Matias, Luís Campos, Eduardo LeitãoEspecialidadesAfaconsultEspaços ExterioresManuel Pedro MeloMobiliárioUniscalaClienteInapal Metal S.A.ConstrutorEdimaranteÁrea de construção12 418.00 m2FiscalizaçãoEngexporFotografiaFG+SG – Fotografia de Arquitectura

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Inapal Plásticos

Inapal Metal

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Corte cc’

Corte 11’

Planta 1 – Nave de Moldação2 – Nave de Pintura3 – Nave de Módulos4 – Edifício Social5 – Edifício Técnico

Alçado Este

Inapal Plásticos

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Piscinas

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Inapal Metal

Corte AA’

Corte 22’

Corte 11’

Planta 1 – Edifício Social2 – Área Técnica3 – Nave4 – Nave5 – Nave 3 (a construir 2º fase)6 – Matéria-Prima7 – Expedição

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Piscinas-tipo, Coruña

FRANCISCO MANGADO

Com o objectivo de providenciar instalaçõesdesportivas aos pequenos aglomerados ru-rais, o Governo da Província de La Coruña pôsem marcha uma série de concursos de arqui-tectura para construir faseada e sucessiva-mente piscinas e ginásios a partir de uma sé-rie de protótipos que cada autarquia podia es-colher. Pensado como uma solução genéricapara um lugar sem características específi-cas, o modelo seleccionado pelos municípiosde Oleiros, Melide, Fene e Pobra do Carami-ñal, alude de forma indirecta à chuva comodenominador comum da paisagem galega. O projecto propõe, como traço identificador,uma cobertura convexa com a forma de umagrande caleira, e caracteriza-se pela suacompactação e capacidade de adaptação a si-tuações urbanas distintas.

Agrupados num corpo único, dois volumesde pé-direito duplo albergam respectivamen-te o ginásio e a piscina. Entre estes vazios, ocorpo correspondente à cozinha, à cafetariae ao restaurante insere-se como uma ponteaberta lateralmente aos dois espaços domi-nantes mediante aberturas que reproduzema forma do corte. Sob esta zona “gastronómi-

ca”, situada no primeiro piso, localizam-se osvestuários, a sauna e uma sala de primeirossocorros. Outras duas aberturas na parte in-ferior das fachadas laterais, constituem o se-gundo grupo de elementos invariáveis do pro-jecto, incorporando a paisagem circundanteao ginásio e à piscina, respectivamente. Damesma forma, outras janelas corridas, já naparte alta, iluminam com luz rasante o planodo tecto, sublinhando a autonomia da cober-tura em relação ao resto do edifício.

O mesmo pórtico – formado por pilares debetão e uma viga curva de madeira laminada– sustenta geometricamente a secção variá-vel da cobertura, cujo papel de plano porta-dor da água é enfatizado mediante um grandetubo de queda localizado numa das esquinasdo prisma. Contrastando com o aspecto frioda cobertura de zinco, uma pele de madeirade iroko envolve o edifício, transformando ovolume numa espécie de arca abandonadaentre as colinas galegas. Uma patine cinzentavai-se apoderando do revestimento de madei-ra, como ainda acontece com alguns posteseléctricos no campo galego, contribuindo pa-ra a fusão do edifício com a paisagem queocupa. Os arranjos exteriores, como um tape-te de empedrado e vegetação, tornam-se noúnico elemento específico de cada implanta-ção; aquilo que permitirá a adaptação desteprotótipo abstracto às condições paisagísti-cas e urbanas de cada lugar. ^

Designação do projectoPiscinas cobertas LocalizaçãoOleiros, Fene, Melide e Pobra do CaramiñalData do concurso1998Data do Projecto 1998Data de construçãoOleiros, 2001; Fene, 2002; Melide, 2002; Pobra do Caramiñal, 2004ArquitecturaFrancisco MangadoColaboradoresLaura Martínez de GereñuEspecialidadesFundações e EstruturasJesús GoñiClienteDiputación de La CoruñaÁrea de construção2.100.00 m2 / unidadeFotografiaFrancisco Mangado

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75Francisco Mangado

Implantação Fene

Implantação Melido

Implantação Oleiros

Implantação Pobra do Caramiñal

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Piso 1 Piso 0

Corte longitudinal

Alçado Frontal

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77Francisco Mangado

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Eco-Cabanas

BARBINI e SILVA ARQUITECTOS

O conceito Eco-Cabana nasce a partir de umprojecto desenvolvido pelos responsáveis daAgência Cascais Natura, e que visa sensibili-zar a população do concelho de Cascais paraa importância do uso sustentável de áreas depaisagem protegida, promovendo a realizaçãode actividades de escutismo, acampamentos,e a educação ambiental, na sua vertente deconservação e preservação da natureza.

Objectivo

Desenvolver uma série de protótipos deequipamentos/abrigos, modulares, de fácilexecução, construídos com materiais recicla-dos, de grande eficiência energética e auto-sustentáveis, para albergar funções diversifi-cadas desde espaços para formação, instala-ções sanitárias, locais para investigação ouquartos duplos/camaratas.

Proposta

A partir destas premissas e com o objecti-vo de sistematizar a produção e optimizar oinvestimento, desenvolvemos uma estruturamodular standard em forma de estrela detrês pontas, constituída por vigas treliçadasem madeira lamelada, que pode funcionarisoladamente ou em associação, adaptando-se ás várias necessidades de utilização e im-plantação.

Os revestimentos foram escolhidos a par-tir de materiais reciclados e recicláveis; blo-cos de aglomerado negro de cortiça, para orevestimento exterior, e placas de lâminas demadeira orientadas (OSB), para os revesti-mentos interiores e mobiliário.

De modo a minimizar o impacto destesequipamentos nos locais de implantação es-colhidos, a estrutura da Eco-Cabana estaráelevada em relação ao solo, apoiada sobre es-tacas de fundação em madeira, mantendodesta forma o solo permeável.

As Eco-Cabanas terão integrado um con-junto de sistemas de captação de energia (so-lar, eólica e cinética da água) que deverá con-ferir a cada módulo total autonomia do pontode vista energético, e que se deverá adaptaraos recursos naturais específicos, disponíveisem cada um dos locais. A gestão de consu-mos de cada unidade, bem como o acesso acada equipamento do parque, passará tam-bém pela implementação de um sistema deeco-créditos, em que se procurará incentivara economia de consumo. ^

Maqueta

Fotomontagens, interior

Designação do projectoAbrigos eco-sustentáveis “Eco-Cabanas”LocalizaçãoParques e outros locais naturais de interesse paisagísticoParque Natural Sintra/Cascais / PedraAmarela/Campo BaseData do projecto 2007ArquitecturaFlavio Barbini e Maria João Gonçalves da SilvaBarbiniColaboradoresSílvia Palhão, Pedro Dourado e Pedro EstrangeiroEspecialidadesFundações e Estruturas (consultadoria)Eng. Luís MarquesElectricidade e SustentabilidadeEng. Joaquim Lapa de GusmãoÁguas e Esgotos e sistemas de aproveitamento hídricosEng. Carlos Mercês de MeloClienteAgência Cascais NaturaCoordenação do Plano: Arq.Paisagista JoãoCardoso e Eng. Luís CapãoConstrutorCarmo Estruturas

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Fotomontagens

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Captação de águas pluviais para uso doméstico

Planta

Corte

Captação de energia solar para produção de electricidade e aquecimento de água

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Processo construtivoOcupação funcional / várias possibilidades

Barbini e Silva Arquitectos

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Casas-tipo WeehouseDesignação do projectoArado WeeHouseLocalizaçãoLago Pepin, Wisconsin, EUAData da construção2003 Duração 6 mesesArquitecturaAlchemy ArchitectsCustoEstimativa 50000$ (32.107,00€)Final 56000$ (35.960,00€)Área de construção336 sqft. (102,40 m2)

Designação do projectoMarfa WeeHouseLocalizaçãoMarfa, Texas, EUAData da construção2007 Duração 9 mesesArquitecturaAlchemy ArchitectsCustoEstimativa 130000$ (83.478,20€)Final 150000$ (96.321,40€)Área de construção336 sqft. (149,35 m2)

Designação do projectoYoung WeeHouseLocalizaçãoFlorence, Montana, EUAArquitecturaAlchemy ArchitectsÁrea de construção784 sqft. (348,5 m2)

FotografiaAlchemy, LCC, 2007

ALCHEMY ARCHITECTS

O sistema de pré-fabricados weeHouse® ébaseado numa estética moderna, no uso efi-ciente do espaço e na adaptação inteligentede tecnologia construtiva. Desde pequenosretiros, como as weeHouses em Arado e emMarfa, até às weeHouses com programasmaiores residenciais e comerciais, em pro-gresso um pouco por todo o país, o sistema éadaptável a uma larga escala de necessida-des. As weeHouses têm um design simplifica-do que celebra a natureza modular da suaconstrução e favorece o seu potencial simul-taneamente poético e divertido. A sistemati-zação projectual e a pré-fabricação reduzemsignificativamente os custos de construção etornam este projecto acessível a um público omais alargado possível. (texto de apresenta-ção em www.weehouses.com)

Arado

A proprietária desta weeHouse é violinis-ta, e pediu-nos uma habitação de retiro quevalorizasse mais a poesia do que a comodida-de. O custo final ficou abaixo dos 60.000 dóla-res incluindo todo o mobiliário interior, pavi-mento exterior e anexo (não existe canaliza-ção interior). Os arquitectos, usando apré-fabricação, produziram a cabana comuma equipa de quatro pessoas em dois mesesnum armazém de forma a controlarem o pro-cesso e a manterem os custos baixos (e tam-bém porque parecia ser “divertido”).

Os limites orçamentais levaram à avalia-ção das muitas suposições sobre o que deve

ser uma habitação. O resultado provou serum símbolo não-exclusivo de arquitecturaacessível para várias pessoas e tipos de pro-jecto. O sucesso deste projecto foi usado co-mo plataforma para desenvolver, produzir ecomercializar uma vasta gama de pequenascasas pré-fabricadas a custo controlado.

Young

Com cerca de 17 metros de comprimentoesta weeHouse foi inspirada na ideia do clien-te de uma casa como uma “caravana” que seestende pelo terreno. Rodeadas por vistas im-pressionantes de montanhas e planícies, assuas janelas de sacada infundem a casa napaisagem com interrupções mínimas. A casachegou ao local praticamente concluída.Osmateriais utilizados incluem revestimento emaço oxidado do tipo Container (tinta oxidanteem painéis de cimento), pavimentos e para-mentos de bambu, inoxidáveis e de cor bran-ca, armários de eucalipto IKEA, balcões desuperfície resistente, e mobiliário Kohler.

Marfa

Esta weeHouse foi instalada em 2007 numlugar remoto junto a uma colónia de artistasem West Texas. A casa serve como um simplesespaço de retiro, e é o primeiro de três móduloseventualmente a colocar aí. O módulo chegoucompleto, com interior e exterior de topo-de--gama totalmente finalizados, à excepção doselementos de acoplagem, pavimento exterior epalas de ensombramento a instalar in situ. ̂

Young Weehouse

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Alchemy Architects

Arado Weehouse

Arado Weehouse

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2X 3X 4X1X

weeHouse STUDIO

2X 3X 4X1X

DWDW

w/d

X weeHouse

2X 3X 4X1X

SEE

TOWER

OPTIONS

SEE

TOWER

OPTIONS

w/d

DN

DWDW

UP

DN

TOWER, LARGE

For wider lots

2X 3X 4X1X

UP

DN

W/D

2x4 weeHouse

Weehouse: combinações possiveis

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Alchemy Architects

Marfa Weehouse

Marfa Weehouse

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Casas-tipo Modular System

Designação do projectoCasas tipo Modular SystemLocalização a designarData do projecto2003-2007ArquitecturaAlexandre Teixeira da silva + Miguel Ribeiro de Sousa, Arq.tos Arquiporto, Lda.ColaboradoresMarta Machado, Germano Pinheiro, Marta Silva,Raffaella Panico, Rui Silva, Joana Rodrigues eFilipe RodriguesFotografiaJoão Ferrand, Mariana Themudo e Marlene Oliveira / JFF

ALEXANDRE TEIXEIRA DA SILVA + MIGUEL RIBEIRO DE SOUSA, ARQUIPORTO ARQUITECTOS

O processo de aquisição da casa é feito atra-vés de simples etapas que permitem obter acasa desejada. A utilização do conceito da Mo-dular System permite obter com rigor e rapi-dez o controlo de custos na fase de antepro-jecto. A rapidez na escolha dos módulos, desenvolvidos arquitectónica e construtiva-mente, assim como a sua articulação, consti-tuem mais valias do conceito da Modular Sys-tem. Uma vez definida a configuração tipológi-ca, a passagem à casa construída é imediata.

A possibilidade de escolher o número demódulos funcionalmente diversos (módulocasa de banho, módulo quarto de casal, mó-

dulo pátio, módulo sala simples, módulo saladuplo módulo cozinha, varanda, etc.) con-soante as próprias necessidades na vertentedo espaço que se pretende realizar, viabiliza acriação de configurações diferentes e varia-das tendo a mesma matriz formal. A flexibili-dade do sistema permite projectar e construiredifícios com outras funções além da habita-cional, nomeadamente hotelaria, restaura-ção, espaços polivalentes e ainda ampliaçõesde edifícios existentes, apoio a estruturasdesportivas, equipamento de apoio a parquesurbanos e territoriais. As variações modula-res e os graus de liberdade do sistema dãoorigem a várias tipologias, com característi-cas diferentes segundo os elementos e mate-riais de acabamento escolhidos, o que, porsua vez, permite ajustar as casas ao ambien-te em que se inserem.

Faz parte da génese do projecto a opçãopor materiais e sistemas construtivos de altaqualidade, garantia de elevada durabilidade econforto. O impacto ambiental é reduzido de-vido à utilização de materiais naturais e reci-cláveis, ao baixo consumo energético na fasede construção e ao respeito pelo meio am-biente. Os edifícios Modular System possibili-tam ainda a utilização de energias renováveise reaproveitamento de recursos naturais co-mo a energia solar, a energia eólica, a geoter-mia ou a reutilização de águas pluviais.

Trata-se de edifícios construídos sobrele-vados do terreno, ligados a este através deapoios metálicos que permitem ajustar-se aqualquer topografia, respeitando-a e manten-do a permeabilidade do solo.

A possibilidade de acrescentar ou substi-tuir módulos pré-definidos com funções dife-rentes, torna as construções da Modular Sys-tem em edifícios “em aberto”. Ou seja, ao lon-go do tempo o sistema permite acrescentar àcasa mais módulos, ligados ao primeiro nú-cleo, obtendo-se assim uma panóplia de solu-ções modeladas pelas exigências dos donosda casa (aumento da família, necessidade decriar um escritório, armazém, etc.). ^

Casa protótipo

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Casa da Caniçada, Parque Nacional do Gerês

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Casa Oporto Show, Porto, 2007

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89Alexandre Teixeira da silva + Miguel Ribeiro de Sousa, Arquiporto Arquitectos

Perspectivas, casas XS; M; L; XL

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Dasparkhotel, Ottensheim, Áustria

ANDREAS STRAUSS

O Dasparkhotel foi concebido e implementa-do essencialmente para ser um utensílio dehospitalidade. É construído a partir de tubosde drenagem reutilizados e muito robustos.A simplicidade do exterior envolve um interiorsurpreendentemente confortável.

Cada suite tem uma zona de pé-direito li-vre, uma cama de casal ergonomicamentepensada e optimizada, com um colchão de es-puma, iluminação natural e artificial, energiaeléctrica numa tomada de 220 volts, suficien-tes para recarregar uma câmara de filmar ouum telemóvel, cobertores de lã para o frio esacos-cama de algodão mais frescos. Por bai-xo e ao lado da cama, existem espaços de arru-mação.

Todos os outros habituais serviços de ho-telaria como instalações sanitárias, banho,mini-bar, pequeno-almoço, etc., são suporta-dos pelas infra-estruturas do espaço públicocircundante.

Ao fazer-se a reserva, recebe-se um códi-go pessoal que permite entrar na suite esco-lhida.

Mediante a utilização desse código de en-trada e durante todo o período da estadia, aporta pode ser activada a qualquer hora. Épossível deixar a bagagem ou aparelhos elec-trónicos a carregar em segurança, e gozar deuma total liberdade de movimentos.

O Dasparkhotel utiliza um sistema “pay asyou wish”. Uma noite custa aquilo que cadaum puder ou quiser pagar. As quantias deixa-das deverão suportar os custos de limpeza emanutenção, servindo também como incenti-vo à continuação do projecto.

Estes quartos de betão, simultaneamentefuncionais e confortáveis, estão abertos regu-larmente de Maio a Outubro e oferecem a hi-pótese de experimentar um lugar de uma for-ma totalmente diferente. ^

Designação do projectoDasparkhotelLocalizaçãoOttensheim, ÁustriaData do projecto 2006ArquitecturaAndreas StraussFotografiaDietmar Tollerian

Alçado frontal; planta; axonometria

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Maqueta

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92 Jornal Arquitectos / 230

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AJLS – ARQUITECTOS / JOÃO MENEZES DE SEQUEIRA

O propósito do concurso é o de encontrarideias inovadoras para habitação provisória dealta densidade, com o objectivo de alojar oshabitantes que tenham perdido as suas casasem resultado de uma tempestade catastróficacosteira. O período de desenvolvimento foi ini-ciado após o parecer de uma equipa técnicacontratada pela cidade de Nova Iorque. Esseparecer, no caso deste projecto, foca sobretu-do aspectos ligados aos projectos de enge-nharia (estruturas, mecânica, energia, etc.) e suas implicações arquitectónicas.

A proposta aponta para um aglomerado decasas provisórias cuja estrutura urbana é im-plantada entre a área destruída e danificada ea área consolidada, não afectada. O conceitoparte do da “cidade linear”, sendo desenvolvi-do ao longo das vias rodoviárias existentes.Esta opção procura responder às diversaspreocupações do “sponsor”, o OEM (gabinetede gestão de emergências), nomeadamente:rapidez de resposta (aquelas vias são, após osprimeiros socorros de emergência, os primei-ros espaços desimpedidos de escombros, per-mitindo o transporte e a implantação dosaglomerados); a manutenção das redes so-ciais e económicas, anteriores à catástrofe, dacomunidade deslocada; a proximidade entreas habitações provisórias e o local de recons-trução das novas moradas, permitindo à co-munidade ter parte activa no plano de recons-trução das suas casas e do seu novo espaçourbano; a possibilidade de realizar as ligações

infra-estruturais com o menor custo económi-co possível; e, finalmente, a libertação do es-paço, quer na área não afectada, quer na áreadestruída, permite menores constrangimen-tos ao desenvolvimento de reconstrução evi-tando precipitações de projecto, sempre co-muns nestas ocasiões, e facilitando a coorde-nação estratégica de recuperação do OEMpara o planeamento da área afectada.

A solução das casas provisórias é baseadaem módulos (3.00m x 3.50m, 6.00m x 3.50me 12.00m x 3.50m), agregados em tipologias(do T0 ao T4), sendo estas últimas agregadasnuma estrutura autoportante até 5 pisos (pi-so térreo + quatro). Estas últimas estruturasde aglomeração podem apresentar duas solu-ções (A e B), de acordo com a densidade po-pulacional local. A primeira é uma solução dealta densidade que implica uma estrutura decinco pisos (0 + 4). A segunda é uma estrutu-ra de baixa densidade, que proporciona umedifício de três pisos elevados, sendo o pri-meiro de um só andar e o superior é compostopor duplex. Devido à escassez de recursos du-rante o período de reconstrução (materiais,mão-de-obra e energia) as soluções de aglo-meração A e B, são pensadas como unidadescom autonomia energética e, porque se pro-cura a sua sustentabilidade, são pensadas co-mo construções pré-fabricadas com mate-riais recicláveis.

Estes últimos aspectos estão actualmenteem desenvolvimento pela equipa. ^

Designação do projectoWhat If New York City... Post-Disaster Provisional Housing. (Concurso / projecto finalista)LocalizaçãoNova Iorque, EUAData concurso2007–2008ArquitecturaAJLS – ArquitectosJoão Menezes de SequeiraColaboradoresCarina Figueiredo, Marta Moreira, Pedro FerreiraClienteOffice of Emergency Management (OEM) of New York City

Habitações provisórias de emergência, Nova Iorque

Estratégia de projecto

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Módulos de habitação provisória / várias tipologias

Fotomontagem: ocupação do espaço público com os módulos de habitação provisória