Projeto Arte e Manha na escrita de autoria
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AUTORES: ALUNOS 4º ANO- 2015ILUSTRADOR: PEDRO HENRIQUE SIMÃO
ARTE E MANHANA ESCRITA DE AUTORIA
DEDICATÓRIA:
Aos alunos do 4º ano que tanto se dedicaram e aos pais pelo incentivo...
O CEGO QUE NÃO ERA BOBO
Era uma vez um cego que andava mendigando de porta em porta para
sobreviver. Muito prudente, do pouco que ganhava ainda conseguia
economizar algumas moedas, que enterrava nos fundos de sua casinha, junto
à raiz de um carvalho.
Um dia, seu vizinho percebeu que ele escondia ali alguma coisa.
Sorrateiro, à noite, o espertalhão foi até lá, cavou a terra e roubou as moedas.
Dali a uns dias, quando o cego voltou ao local para acrescentar uma
moeda ao seu tesouro, descobriu o furto. Indignado, quis gritar, mas controlou-
se; de nada adiantaria lamentar-se. Em vez disso, voltou para casa e começou
a pensar numa maneira de recuperar seu dinheiro. Desconfiou de que o ladrão
só poderia ser o vizinho e armou um plano para enganá-lo.
Alguns dias depois de tanto pensar o cego resolveu executar seu plano.
Ao cair da tarde foi até a casa do vizinho e começou a dizer o quanto era
solitário, triste e que não tinha ninguém para conversar, e aproveitou para
dizer que se o vizinho deixasse ele poderia ajudar com o jantar já que era
ótimo cozinheiro e assim jantariam juntos.
O vizinho sem saber o que o outro planejava, ficou com pena e aceitou a
ajuda, isso por que também além esfomeado também era preguiçoso.
Sem saber o que iriam cozinhar, o cego propôs fazer uma sopa que
segundo ele era de tradição familiar.
Quando a sopa estava quase pronta o cego fingiu cortar-se com a faca e
pediu para o vizinho um curativo, enquanto o vizinho foi buscar, o cego
aproveitou para colocar algumas ervas que causavam sonolência no prato do
vizinho.
Ao voltar com o curativo o cego convidou-o para iniciarem o jantar, pois
já estava tudo pronto.
Durante o jantar o vizinho começou a ficar sonolento e logo caiu num
sono profundo.
O cego que não era bobo, aproveitou para procurar suas moedas e
encontrou-as embaixo da cama.
Quando o vizinho acordou, foi rapidamente ao quarto e percebeu que as
moedas não estavam mais lá e o cego também não.
Versão de final coletiva pelos alunos do 4º ano.
O CEGO QUE NÃO ERA BOBOVersão original.
Era uma vez um cego que andava mendigando de porta em porta para
sobreviver. Muito prudente, do pouco que ganhava ainda conseguia
economizar algumas moedas, que enterrava nos fundos de sua casinha,
junto à raiz de um carvalho.
Um dia, seu vizinho percebeu que ele escondia ali alguma coisa.
Sorrateiro, à noite, o espertalhão foi até lá, cavou a terra e roubou as
moedas.
Dali a uns dias, quando o cego voltou ao local para acrescentar uma
moeda ao seu tesouro, descobriu o furto. Indignado, quis gritar, mas
controlou-se; de nada adiantaria lamentar-se. Em vez disso, voltou para
casa e começou a pensar numa maneira de recuperar seu dinheiro.
Desconfiou de que o ladrão só poderia ser o vizinho e armou um plano para
enganá-lo.
Na manhã seguinte, procurou-o dizendo assim:
- Caro vizinho, estou numa grande dúvida e pensei que você
poderia aconselhar-me. Acontece que hoje fiquei sabendo que herdei de
uma velha tia uma fortuna em moedas de ouro. Eu tenho um esconderijo
secreto onde guardo minhas economias, mas não sei se lá é um lugar
seguro, a salvo de ladrões. Você não acha que talvez fosse melhor entregar
essa fortuna para o vigário da aldeia guardar?
Os olhos do vizinho piscaram de cobiça. E já pensando em pôr as mãos
em todo o tesouro, assegurou ao cego que o melhor seria guardar tudo junto
no esconderijo, com certeza um lugar muito seguro, sim!
O cego agradeceu o conselho e partiu para a aldeia, dizendo que ia
buscar a herança. Sem perder tempo, o vigarista recolocou o que furtara no
buraco ao pé da árvore; cobriu tudo com terra e foi embora.
Dali a pouco o cego voltou e, conforme esperava, encontrou no lugar
de sempre as suas preciosas moedas.
À noite, quando o vizinho ladrão retornou, só encontrou ao pé do
carvalho um buraco vazio, tão vazio quanto sua pobre cabeça de tolo...
O BICHO FOLHARAL
(Versão de Câmara Cascudo para o conto “O rei da folhagem”)
Cansada de ser enganada pela Raposa e de não poder segurá-la, a Onça
resolveu atraí-la à sua furna. Fez para esse efeito correr a notícia de que
tinha morrido e deitou-se no meio da sua caverna, fingindo-se de cadáver.
Todos os bichos vieram olhar o seu corpo, contentíssimos. A Raposa
também veio, mas prudentemente de longe. E, por trás de outros animais
gritou:
[...]
Minha avó, quando morreu, espirrou três vezes. Espirrar é o sinal
verdadeiro da morte.
A Onça, para mostrar que estava morta de verdade, espirrou três vezes.
A Raposa fugiu, às gargalhadas.
Furiosa, a Onça resolveu apanhá-la ao beber água. Havia seca no sertão
e somente uma cacimba ao pé duma serra tinha ainda um pouco de água.
Todos os animais selvagens eram obrigados a beber ali. A Onça ficou à
espera da adversária, junto da cacimba, dia e noite.
Nunca a Raposa curtiu tanta sede. Ao fim de três dias já não aguentava
mais. Resolveu ir beber, usando duma astúcia qualquer.
Quer saber o final produzido pelas duplas:
Beatriz Martins e Eduardo, vá para a pág. 5
Pedro Argentão e Vinícius Crisp, vá para a pág. 6
Pedro Simão e Matheus Daniel, vá para a pág. 7
João Vitor e Nicolas, vá para a pág.8
Ana Carolina e Elis, vá para a pág.9
João Carlos, João Gabriel e Vitor Ferro, vá para a pág.10
Beatriz Lima e Luize, vá para a pág. 11
Giulia e Isabella , vá para a pág 12
Ana Clara e Elisa, vá para a pág. 13
Gabriel Sales e Vinícius Costa, vá para a pág. 14
Glória e Vitória, vá para a pág. 15
Ana Carolina e Júlia, vá para a pag. 16
.
[...]
A raposa ficou pensando até que encontrou um ótimo plano para enganar a onça e
resolveu colocá-lo em ação.
Como estava com muita sede decidiu logo executar seu plano e saiu a procura de as
coisas que ia precisar.
Após muito andar a raposa achou uma colmeia, retirou todo seu mel e passou por todo seu
corpo, então rolou no meio de folhas secas.
Em seguida com seu disfarce já pronto, foi para a cacimba.
Ao chegar, passou pela onça sem medo algum, a onça desconfiada foi logo perguntando:
- Que bicho é você?
- Sou o bicho folharal, não me conheces – perguntou a raposa disfarçada.
Nunca te vi pelas redondezas!
- Sou nova por aqui!
A onça desconfiada ficou observando, mas liberou o animal para tomar agua.
A raposa que estava com muita sede foi diretamente para a cacimba e bebe água como se
fosse a última vez, depois de matar a sede foi embora e nunca mais foi vista.
A onça como não descobriu a arte da raposa ficou mais uns dias e de tanto esperar
desistiu e foi embora feliz pois tinha certeza que a raposa tinha morrido.
Beatriz Martins e Eduardo
[...]
A raposa depois de muito pensar, encontrou uma colmeia, ela extraiu o mel e
passou pelo seu corpo e depois se rolou em uma pilha de folhas secas.
Logo depois foi até a cacimba beber água, a onça desconfiada perguntou:
- Como você se chama?
- Sou o Bicho Folharal. Respondeu a raposa.
A onça liberou a bicho tomar água, só depois foi descobrir que era a própria raposa.
Então teve que se declarar vencida mais uma vez.
Pedro Argentão e Vinícius Crisp
[...]
Depois disso, passou por perto de uma árvore, percebeu que ela ainda não estava totalmente
seca então retirou toda sua seiva e passou pelo seu corpo e ainda rolou no chão cheio de folhas
secas. Pensando em assustar a todos os animais, principalmente a onça, planejou chamar
atenção e aproveitar para beber água.
A raposa, aproveitando seu disfarce, foi até a cacimba, todos os animais estranharam, pois
nunca tinham visto um animal daquele tipo. Todos os animais deixaram a raposa passar para
beber água, muito ansiosa, bebeu água se engasgar. E a onça ficou só observando.
Saindo da cacimba a onça, que não aguentava mais de curiosidade foi até o bicho
desconhecido e perguntou-lhe:
- Você é novo aqui?
- Sim sou, mas eu não vim aqui só para beber água. Disse a raposa esperta.
Então para que veio. Quis saber a onça.
- Vim para te comer!!! Gritou o bicho Folharal.
A onça com medo do estranho correu sem parar. A raposa muito feliz, pois, seu plano havia
dado certo, começou a dançar e pular de tanta alegria e nem percebeu que as folhas que
cobriam seu corpo começaram a cair, então os animais descobriram que a onça fora enganada
novamente.
A coitada da onça nunca mais voltou e os animais puderam ter paz novamente.
Pedro Simão e Matheus Daniel
[...]
A raposa encontrou uma colmeia no caminho e no exato momento teve uma ideia de
retirar o mel e passar pelo seu corpo e rolar em várias folhas secas que estavam caídas no chão
disfarçando-se assim de bicho folharal.
Depois de um tempo colocou seu plano em ação, começou a enganar a onça fingindo ser
sua amiga.
Depois de horas de conversa a onça achou que o tal bicho era mesmo seu amigo, de modo
que nem se importou quando ele foi á cacimba beber água.
Depois de muito esperar pela raposa a onça concluiu que a raposa só podia ter morrido de
sede, então ficou tranquila e resolveu ir embora caçar em outro canto do sertão.
Com isso a raposa pode tirar seu disfarce de bicho folharal e beber mais água
tranquilamente.
João Vitor e Nicolas
[...]
A raposa começou a andar procurando uma solução, quando de repente esbarrou numa
colmeia e foi picada por algumas abelhas. Ela ficou com tanta raiva que quebrou a colmeia.
Então o mel caiu completamente nela, como não conseguia enxergar por causa do mel,
escorregou e rolou morro abaixo passando por cima de folhas secas.
Foi daí que teve uma luz, aproveitar aquele disfarce para enganar a onça. Foi até a
cacimba para beber água. Quando a onça saiu de seu esconderijo se deparou com aquela figura
horrorosa, foi logo perguntando desconfiada:
- Que bicho é você?
- Sou bicho Folharal, uma espécie rara de animal! Respondeu a raposa.
-Sem querer a raposa esguichou água em si mesma e umas folhas de seu rosto caíram na
cacimba, mas rapidamente a esperta conseguiu recoloca-las e matar sua sede.
A onça ouviu boatos estranhos de outros animais que falavam que ela tinha sido enganada
novamente pela raposa. Furiosa, a onça resolveu ir embora para nunca mais voltar.
Ana Carolina e Elis.
[...]
Então como a raposa estava com sede, resolveu armar um plano para poder beber água.
Assim andando pelo sertão, encontrou uma colmeia, retirou todo mel e espalhou pelo seu
corpo inteiro, com o corpo grudento, resolveu rolas nas folhas secas.
A raposa com tudo aquilo que fez, acabou se parecendo com um animal desconhecido. Com
o plano em mãos resolveu chamar um amigo que considerava ter muita lealdade.
Assim eles foram beber água. Quando chegaram à cacimba, depararam-se com uma enorme
figura, era a onça, procurando a raposa para pegá-la.
Neste momento o amigo da raposa começou a puxar papo com a dona onça, enquanto a
raposa disfarçada aproveitou para beber água.
A onça quando viu o desconhecido tomando água quis saber quem era. O amigo da raposa
explicou que aquela figura nada mais era que o bicho folharal.
Quando a raposa terminou de beber a água, foram embora comemorando a vitória. Já a onça
ficou sabendo pelos outros animais que fora enganada mais uma vez pela raposa, furiosa, decidiu
ir embora e dizem que nunca mais foi vista.
João Carlos, João Gabriel e Vitor Ferro
[...]
A raposa saiu andando e pensando num plano, quando no caminho se deparou
com uma colmeia, retirou todo o mel que tinha nela e passou por todo seu corpo neste
momento avistou várias folhas secas, rolou por cima delas ficando toda coberta.
Aproveitando o disfarce foi até a cacimba tomar água.
Chegando lá, deu de cara com a onça que foi logo perguntando:
- Quem é você?
- Sou o bicho folharal! Sou novo aqui nas redondezas.
Mesmo desconfiada a onça deixou o animal tomar água.
A raposa se esbaldou de tanto beber e foi embora feliz da vida.
Já a onça cansou de esperar a raposa, como ela não apareceu, resolveu ir
embora para alegria de todos os animais.
Beatriz Lima e Luize.
[...]
A raposa ficou pensando em uma estratégia para enganar a onça, quando de repente
avistou uma colmeia, fez vários furos e com o mel que escorreu, passou em todo seu corpo,
depois rolou em um monte de folhas secas que ficaram grudados aos seus pêlos cobrindo-a por
inteiro.
Desse modo resolveu tomar água, certa de que ninguém a reconheceria.
Mal chegou a cacimba, deu de cara com a onça que foi logo perguntando:
- Quem é você?
- Sou o bicho Folharal, sou aqui das redondezas. Mentiu a raposa.
- Então pode beber. Disse a onça sem perceber.
A raposa meteu o focinho deliciando-se. A onça desconfiada perguntou:
- Quanta sede folharal!
A raposa nem ligou e de tanta sede que estava sentindo, acabou esquecendo que o mel
podia derreter, assim várias folhas caíram. E a onça descobriu que o estranho animal não
passava da raposa disfarçada e ficou furiosa, mas não adiantou nada pois a raposa já estava
longe.
Giulia e Isabella
[...]
A raposa começou a andar, quando no caminho avistou uma colmeia o qual rapidamente
elaborou seu plano. Agarrou-a e com delicadeza pegou boa parte do mel e espalhou por todo seu
corpo, deixando descoberto apenas os olhos e a boca, depois foi até uma pilha de folhas secas
que havia encontrado e rolou sobre todas e foi para a cacimba.
Chegando lá, foi recebida pela onça que aguardava como nunca a raposa e foi logo
perguntando.
- Quem é você? Nunca te vi por aqui. Completou a onça.
- eu sou novo, quase nunca venho aqui. Meu nome é bicho folharal
A onça que não estava desconfiada, deixou a raposa beber água. Rapidamente ela bebeu,
matou a sede e saiu caminhando e cantarolando como se nada tivesse acontecido.
E a onça depois de um tempo, percebeu que fora enganada pela raposa novamente.
Ana Clara e Elisa
[...]
Após muito pensar a raposa encontrou uma colmeia, retirou boa parte do mel e passou
por todo seu corpo e em seguida rolou sobre as folhas secas que estavam caídas no chão.
Com esse disfarce, aproveitou e foi beber água.
Quando chegou á cacimba, se deparou com a onça á sua frente, e ela desconfiada
perguntou:
- Quem é você?
- Sou o bicho Folharal, vim tomar um pouco de água. Respondeu a raposa.
A onça caiu na conversa do animal e deixou que ele bebesse a água.
A raposa contente por ter enganado a onça novamente, foi embora e nunca mais foi vista.
E a onça infeliz ficou se sentindo derrotada.
Gabriel Sales e Vinícius Costa
[...]
A raposa bolou um plano na cabeça, avistou uma colmeia, retirou todo o mel, passou pelo
seu corpo e rolou sobre algumas folhas que se encontravam caídas e foi a até a cacimba para
beber água.
A onça desconfiada, perguntou:
- Quem é você?
- Sou bicho Folharal. Respondeu a raposa
- De onde você veio?
- Vim do outro lado do sertão.
A onça mesmo desconfiada, deixou o animal beber água.
A raposa matou a sede foi embora.
A onça cansada de esperar pela raposa resolveu ir embora, muito aborrecida pois
percebeu que tinha sido enganada novamente.
Glória e Vitória
[...]
A raposa saiu pelo sertão caminhando e pensando, quando de repente deu de frente com
uma colmeia, no mesmo instante, teve uma luz sobre o que deveria fazer. Retirou todo o mel e
se lambuzou, em seguida rolou sobre umas folhas secas que estavam caídas ali mesmo e foi
correndo aproveitar o disfarce.
Chegando á cacimba certa de que ninguém a reconheceria, foi logo bebendo água.
A onça desconfiada, só olhava de longe, até que foi chegando mais perto e perguntou:
- Que bicho és tu tão sedento?
A raposa sem olhar para a onça apenas respondeu.
Sou bicho Folharal.
A onça ficou parada esperando o animal terminar de tomar água.
Quando terminou saiu em disparada. E a onça só de pensar que fora enganada
novamente nem se deu o trabalho de ir atrás da raposa.
Ana Carolina e Júlia
O BICHO FOLHARAL
(Versão de Câmara Cascudo para o conto “O rei da folhagem”)
Cansada de ser enganada pela Raposa e de não poder segurá-la, a Onça resolveu atraí-la à sua
furna. Fez para esse efeito correr a notícia de que tinha morrido e deitou-se no meio da sua
caverna, fingindo-se de cadáver. Todos os bichos vieram olhar o seu corpo, contentíssimos. A
Raposa também veio, mas prudentemente de longe. E, por trás de outros animais gritou:
Minha avó, quando morreu, espirrou três vezes. Espirrar é o sinal verdadeiro da morte.
A Onça, para mostrar que estava morta de verdade, espirrou três vezes. A Raposa fugiu, às
gargalhadas.
Furiosa, a Onça resolveu apanhá-la ao beber água. Havia seca no sertão e somente uma
cacimba ao pé duma serra tinha ainda um pouco de água. Todos os animais selvagens eram
obrigados a beber ali. A Onça ficou à espera da adversária, junto da cacimba, dia e noite.
Nunca a Raposa curtiu tanta sede. Ao fim de três dias já não aguentava mais. Resolveu ir beber,
usando duma astúcia qualquer. Achou um cortiço de abelhas, furou-o e com o mel que dele
escorreu untou todo o seu corpo. Depois, espojou-se num monte de folhas secas, que se
pregaram aos seus pêlos e cobriram-na toda.
Ao lusco-fusco, foi à cacimba. A Onça olhou-a bem e perguntou-lhe:
- Que bicho és tu que eu não conheço, que eu nunca vi?
Respondeu cinicamente:
- Sou o bicho Folharal.
- Podes beber.
Desceu a rampa do bebedouro, meteu-se n'água, sorvendo-a com delícia, e a Onça lá em
cima, desconfiada, vendo-a beber demais, como quem trazia sede de vários dias, murmurava:
- Quanto bebes, Folharal!
Mas a água amoleceu o mel e as folhas foram caindo às porções. Quando fartara as
entranhas ressequidas, a última folha caiu, a Onça reconheceu a inimiga esperta e pulou
ferozmente sobre ela, mas a Raposa conseguiu fugir.
(CASCUDO, Luís da Câmara. Contos Tradicionais do Brasil. São Paulo (SP): Global, 2004; p.207.)