Projeto Caçapava do Sul · Figura 18: Parque Municipal Toca da Tigra. Fonte: ... Foto 18:...
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Minerao Santa Maria Ltda. Lavra de minrio metlico a cu aberto com recuperao de rea degradada
Caapava do Sul - RS
Junho, 2016
Projeto Caapava do SulEstudo de Impacto Ambiental - EIA
Volume 2 - DiagnsticoTomo 3 - Meio Socioeconmico
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Projeto Caapava do Sul
Estudo de Impacto Ambiental - EIA
Volume 2 - Diagnstico
Tomo 3 - Meio Socioeconmico
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Sumrio
1. Informaes Gerais ...................................................................................................... 12
1.1. Identificao do Empreendedor ........................................................................................12
1.2. Identificao do Empreendimento.....................................................................................12
1.3. Identificao da Empresa Consultora ...............................................................................12
1.4. Identificao da Equipe e Responsveis Tcnicos ..........................................................13
2. Diagnstico Socioeconmico ...................................................................................... 16
2.1. Procedimentos metodolgicos utilizados no Diagnstico ..............................................16
2.2. Evoluo e hierarquia dos municpios ..............................................................................18
2.2.1. Histrico de ocupao ......................................................................................................18
2.2.2. Rede de influncia das cidades ........................................................................................18
2.2.3. Minas do Camaqu ...........................................................................................................22
2.3. Caracterizao da Populao ............................................................................................25
2.3.1. Tamanho e distribuio da populao da AII ....................................................................25
2.3.2. Dinmica populacional e migrao ...................................................................................26
2.4. Estrutura e atividades econmicas ...................................................................................31
2.4.1. Setor Agropecurio ...........................................................................................................34
2.4.2. Setor Industrial e de Servios ...........................................................................................36
2.4.3. Trabalho e Renda .............................................................................................................39
2.5. Infraestrutura, Servios Pblicos e Vulnerabilidades ......................................................42
2.5.1. Sade e Assistncia social ...............................................................................................42
2.5.2. Educao ..........................................................................................................................44
2.5.3. Segurana Pblica ............................................................................................................47
2.5.4. Saneamento .....................................................................................................................51
2.5.5. Infraestrutura de Transporte e Energia .............................................................................54
2.5.6. Infraestrutura de Comunicao e Informao ...................................................................62
2.5.7. Turismo, lazer e atividades culturais .................................................................................63
2.5.8. Indicadores de Qualidade de Vida ....................................................................................68
2.6. Instituies e grupos sociais .............................................................................................71
2.6.1. Perfil dos Municpios .........................................................................................................71
2.6.2. Organizaes Sociais .......................................................................................................72
2.6.3. Populaes Tradicionais ...................................................................................................74
2.7. Populao e atividades produtivas na AID - Minas do Camaqu ....................................75
2.7.1. Caracterizao dos domiclios ..........................................................................................77
2.7.2. Caracterizao da populao residente nos domiclios .....................................................80
2.7.3. Atividades produtivas em Minas do Camaqu ..................................................................85
2.8. Populao e atividades produtivas na AID rea Rural .................................................89
2.8.1. Caracterizao dos domiclios ..........................................................................................90
2.8.2. Caracterizao da populao residente nos domiclios .....................................................93
2.8.3. Atividades produtivas nas propriedades rurais da AID. .....................................................98
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2.9. Perfil dos superficirios Populao e atividades da ADA ..........................................100
2.10. Percepo e opinies sobre o empreendimento ............................................................103
3. Arqueologia..................................................................................................................115
3.1. Introduo .........................................................................................................................115
3.2. Justificativa e Objetivos ...................................................................................................116
3.2.1. Justificativa da Pesquisa .................................................................................................116
3.2.2. Objetivos.........................................................................................................................117
3.2.3. Objetivos Especficos......................................................................................................117
3.3. Contexto arqueolgico e histrico ..................................................................................118
3.3.1. A Ocupao Humana no Rio Grande do Sul Pesquisa Arqueolgica ...........................118
3.3.2. Histria Indgena .............................................................................................................120
Pampeanos.................................................................................................................123 3.3.2.1.
Kaingang.....................................................................................................................128 3.3.2.2.
O Passado (e o Antepassado) Kaingang Atravs da Arqueologia e da Lingustica ....................129
O que foi escrito sobre os Kaingang nos sculos XVI a XX .......................................................136
Lideranas Kaingang no Sculo XIX..........................................................................................138
O Poder dos Caciques Kaingang ...............................................................................................138
Terras Kaingang Homologadas no Rio Grande do Sul ..............................................................142
Guarani .......................................................................................................................146 3.3.2.3.
Dados Etno-Arqueolgicos ........................................................................................................146
Parcialidades .............................................................................................................................153
Dados Histricos .......................................................................................................................157
3.4. Histria Colonial e Contempornea ................................................................................169
3.5. Terras Indgenas ...............................................................................................................170
3.6. Comunidades Quilombolas..............................................................................................170
3.7. Relao dos Stios Arqueolgicos Cadastrados ............................................................171
4. Referncias ..................................................................................................................173
4.1. Diagnstico socioeconmico ..........................................................................................173
4.2. Arqueologia.......................................................................................................................175
5. Coordenao do EIA/RIMA ..........................................................................................172
6. Anexos .........................................................................................................................180
7. Glossrio ......................................................................................................................208
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Lista de Figura
Figura 1: Matriz da polarizao regional. Fonte: IBGE, Regies de Influncia das Cidades, 2007. ..................................................................................................................................... 21
Figura 2: Atrativos naturais da Vila Minas do Camaqu (A: Pedra das Guaritas, Morro da Cruz e Arroio Joo Dias; B: Pedra dos Ingleses; C: Praia do Paredo). Fonte: site /fotos de Ubirajara Cruz. ..................................................................................................................................... 25
Figura 3: Taxa de crescimento da populao da AII (1991/2010) (% a.a.). .............................. 27
Figura 4: Taxa de crescimento da populao da AII (1991/2010) (% a.a.). .............................. 28
Figura 5: Pirmide etria de Caapava do Sul........................................................................ 31
Figura 6: Pirmide etria de Santana da Boa Vista ................................................................ 31
Figura 7: Estrutura setorial do PIB Municipal da AII (2012). .................................................... 33
Figura 8: Mapa de ampliao das vagas prisionais, no perodo de 2012-2015. Fonte: Secretaria do Planejamento Mobilidade e Desenvolvimento Regional. .................................................... 48
Figura 9: Mapa de viaturas da Polcia Civil, IGP e Territrios da Paz (2012-2015). Fonte: Secretaria do Planejamento Mobilidade e Desenvolvimento Regional. ................................... 49
Figura 10: Representao em recorte de mapa, dos trs trajetos existentes a partir da sede municipal de Santana da Boa Vista at Minas do Camaqu. Fonte: Trabalho de campo, ago. /2015. .................................................................................................................................... 57
Figura 11: Mapa rodovirio. Fonte: DAER, 2015. ................................................................... 58
Figura 12: Malha ferroviria concedida no Rio Grande do Sul. Fonte: ALL e Brado Logstica. . 60
Figura 13: Linhas martimas regulares do TECON Rio Grande. Fonte: TECON Rio Grande.... 60
Figura 14: Sistema eltrico regional disponvel na rea do empreendimento. ......................... 62
Figura 15: Turismo cultura e histrico de Caapava do Sul (Foto A: Forte Dom Pedro II; Foto B: Igreja Matriz; Foto C: Casa dos Ministrios). Fonte: Turismo Caapava do Sul. ...................... 64
Figura 16: Turismo ecolgico e rural de Caapava do Sul (Foto A: Guarita; Foto B: Cascata do Salso; Foto C: Gruta da Varzinha). Fonte: Turismo Caapava do Sul. .................................... 65
Figura 17: Parque Minas Outdoor na Vila Minas do Camaqu. Fonte: Minas Outdoor............. 66
Figura 18: Parque Municipal Toca da Tigra. Fonte: Prefeitura Santana da Boa Vista. ............. 68
Figura 19: Localizao da Terra Indgena Irapu (Caapava do Sul). Fonte: http://mapas2.funai.gov.br/portal_mapas/pdf/terra_indigena.pdf. ............................................ 75
Figura 20: Superficirios que compem a ADA do empreendimento. .................................... 101
Figura 21: Localizao dos Stios Arqueolgicos mais antigos do Rio Grande do Sul. Localizao das tradies Umbu e Humait no Rio Grande do Sul. Fonte: SCHMITZ, 2006, p. 28........................................................................................................................................ 119
Figura 22: Localizao das Terras Indgenas no Estado do Rio Grande do Sul. Fonte: FUNAI, 2014. ................................................................................................................................... 121
Figura 23: rea aproximada da disperso dos stios da Tradio Umbu no Rio Grande do Sul. Fonte: SOARES, KLAMT, 2005, p. 35. ................................................................................. 123
Figura 24: Formas de vasilhas da Tradio Vieira. Fonte: SCHMITZ e BROCHADO, 1966. .. 124
Figura 25: rea aproximada de disperso dos stios de tradio Vieira no Rio Grande do Sul. Fonte: SOARES, KLAMT, 2005, p. 43. ................................................................................. 125
Figura 26: Formas das cermicas Eldoradenses de Misiones, pas Argentina. Fonte: MENGHIN apud SERRANO, 1972, p. 15............................................................................................... 130
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Figura 27: Formas das cermicas J do Sul. Fonte: PROUS, 1992, p. 323. .......................... 132
Figura 28: Processo hipottico de uso e transformao de uma casa subterrnea em um stio arqueolgico. ....................................................................................................................... 134
Figura 29: Ossos no interior de uma das grutas do Perau das Cabeas. Fonte: SCHMITZ, 2002, p. 91. ......................................................................................................................... 135
Figura 30: Povoamento J Meridional no primeiro milnio de nossa era. Fonte: SCHMITZ e NOVASCO, 2013, p. 39. ...................................................................................................... 144
Figura 31: Terras Indgenas Kaingang no Estado do Rio Grande do Sul. Fonte: GOOGLE EARTH modificado por LPA/MCT/PUCRS, 2014. ................................................................. 146
Figura 32: Dirverso do Grupo Tupi e Guaranis. Posteriormente a chegada no Rio Grande do Sul dos Guaranis. Fonte: SCHMITZ, 2006, p. 58. ................................................................. 148
Figura 33: Formas e tamanhos da Cermica Guarani. Fonte: SCHMITZ, 1991, p. 327. ........ 150
Figura 34: Decoraes pintadas e plsticas da cermica Guarani. Fonte: PROUS, 1991, p. 394. ........................................................................................................................................... 151
Figura 35: rea aproximada de disperso dos stios Guarani, ou da tradio Tupi-guarani no Rio Grande do Sul. Fonte: SOARES, KLAMT, 2004, p. 49. .................................................. 152
Figura 36: rea aproximada da disperso dos stios de roa dos Guaranis, ou da Tradio Humait no Rio Grande do Sul. Fonte: SOARES, KLAMT, 2004, p. 39. ................................ 152
Figura 37: Distribuio das parcialidades etno-histricas dos Guarani, em laranja, no Rio Grande do Sul e arredores. Fonte: NIMUENDAJU, 1987. ..................................................... 154
Figura 38: Distribuio de algumas parcialidades atuais dos grupos Guaranis. Fonte: LADEIRA, 2007, p. 187. ....................................................................................................................... 154
Figura 39: Localizao aproximada das Redues do Tapes (Redues Primitivas) em relao s Redues dos Sete Povos. Fonte: ZUSE, 2009, p. 25. .................................................... 162
Figura 40: Distribuio dos 7 Povos das Misses. Fonte: LESSA, 1984, p. 114. ................... 163
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Lista de Fotos
Foto 1: Antigo hospital, atualmente posto de sade................................................................ 23
Foto 2: Igreja em Minas do Camaqu. ................................................................................... 23
Foto 3: Cine Rodeio e praa central. ...................................................................................... 24
Foto 4: Ginsio de esportes local (atualmente fechado). ........................................................ 24
Foto 5: Estao rodoviria no municpio de Caapava do Sul. ................................................ 56
Foto 6: Estao rodoviria no municpio de Santana da Boa Vista.......................................... 56
Foto 7: Transporte coletivo do municpio de Caapava do Sul para Vila de Minas do Camaqu. ............................................................................................................................................. 56
Foto 8: Transporte coletivo do municpio deSantana da Boa Vista para Vila de Minas do Camaqu. ............................................................................................................................. 56
Foto 9: A, B e C: pontes; D: acesso da RS-625 a BR-492; E: acesso Fazenda Santa Maria e F: rolamento sobre rocha. ...................................................................................................... 59
Foto 10: Domiclio tpico de Minas do Camaqu. .................................................................... 79
Foto 11: Domiclio tpico de Minas do Camaqu. .................................................................... 79
Foto 12: Domiclio tpico de Minas do Camaqu. .................................................................... 80
Foto 13: Domiclio tpico de Minas do Camaqu. .................................................................... 80
Foto 14: Domiclio tpico de Minas do Camaqu. .................................................................... 80
Foto 15: Domiclio tpico de Minas do Camaqu. .................................................................... 80
Foto 16: Estabelecimentos comerciais e de servios para atendimento em Minas do Camaqu ............................................................................................................................................. 86
Foto 17: Pousadas e servios tursticos em Minas do Camaqu. ............................................ 87
Foto 18: Estabelecimentos ao longo da RS-625. A: Posto de Combustvel; B: Restaurante junto a borracharia, C: Borracharia e D: Oficina mecnica. ............................................................. 88
Foto 19: Antigo hospital, atualmente posto de sade .............................................................. 88
Foto 20: Igreja em Minas do Camaqu................................................................................... 88
Foto 21: Ginsio de esportes local, atualmente fechado para uso. ......................................... 89
Foto 22: Ginsio de esportes local, atualmente fechado para uso. ......................................... 89
Foto 23: Cine Rodeio e praa central ..................................................................................... 89
Foto 24: Projeto Portal ........................................................................................................... 89
Foto 25: Domiclios nas propriedades rurais da AID. .............................................................. 93
Foto 26: Atividades produtivas nas propriedades rurais da AID. ........................................... 100
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Lista de Quadros
Quadro 1: Nmero de estabelecimentos de ensino da Educao Infantil, 2014....................... 45
Quadro 2: Nmero de estabelecimentos de ensino da Ensino Fundamental, 2014. ................ 45
Quadro 3: Nmero de estabelecimentos de ensino da Ensino Mdio, 2014. ........................... 45
Quadro 4: Nmero de funes docentes da Educao Infantil, 2014. ..................................... 45
Quadro 5: Nmero de funes docentes do Ensino Fundamental, 2014. ................................ 45
Quadro 6: Nmero de funes docentes do Ensino Mdio, 2014. ........................................... 45
Quadro 7: Matrcula inicial Educao Infantil, 2014. ............................................................... 46
Quadro 8: Matrcula inicial Ensino Fundamental, 2014. .......................................................... 46
Quadro 9: Matrcula inicial Ensino Mdio, 2014. ..................................................................... 46
Quadro 10: Indicadores Criminais, 2015 1 semestre. ......................................................... 50
Quadro 11: Registro de mulheres vtimas de violncia Lei Maria da Penha, 2015. ............... 50
Quadro 12: Sistema rodovirio do Rio Grande do Sul (km) ..................................................... 55
Quadro 13: Periodicidade e horrios da linha da empresa So Joo para Vila Minas do Camaqu. ............................................................................................................................. 57
Quadro 14: Nmero de veculos registrados por espcie, 2014. ............................................. 57
Quadro 15: Terminais Telefnicos, 2014. ............................................................................... 62
Quadro 16: Atendimento aos municpios da AER com cobertura de Telefonia Mvel (2014). .. 62
Quadro 17: Acesso TV por assinatura, agosto de 2015. ......................................................... 63
Quadro 18: Previso de atendimento com Banda Larga (2015). ............................................. 63
Quadro 19: Calendrio cultural de Caapava do Sul. Fonte: Prefeitura Municipal de Caapava do Sul.................................................................................................................................... 66
Quadro 20: IDHM, por dimenses, segundo municpios da AII, 2010. ..................................... 70
Quadro 21: IDHM, por dimenses, segundo municpios da AER, 2010. .................................. 70
Quadro 22: Secretarias Municipais presentes nos municpios da rea de Influncia do Projeto Caapava do Sul, 2015.......................................................................................................... 71
Quadro 23: Conselhos identificados nos municpios da rea de Influncia do Projeto Caapava do Sul, 2015. ......................................................................................................................... 72
Quadro 24: Terras Quilombolas em processo no INCRA. ....................................................... 75
Quadro 25: Renda individual mdia e pessoas que informaram a renda segundo o setor de atividade................................................................................................................................ 85
Quadro 26: Motivo da avaliao da situao do desenvolvimento do Municpio .................... 108
Quadro 27: Principais Problemas do Municpio ................................................................... 109
Quadro 28: Principais Problemas Ambientais do Municpio. ................................................. 110
Quadro 29: Percepo dos aspectos histricos positivos ou negativos relacionados com a atividade de minerao. ....................................................................................................... 110
Quadro 30: Motivao da avaliao sobre a implantao do empreendimento...................... 111
Quadro 31: Posicionamento e motivao para o posicionamento quanto ao empreendimento ........................................................................................................................................... 112
Quadro 32: Preocupaes e Potenciais Problemas do empreendimento .............................. 113
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Quadro 33: Comentrios, crticas e sugestes ao empreendimento...................................... 113
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Lista de Tabelas
Tabela 1: Populao residente por situao de domiclio (2010). ............................................ 26
Tabela 2: Taxa de urbanizao e densidade populacional na AII (1991/2010). ....................... 26
Tabela 3: Proporo (%) de pessoas de 5 anos ou mais de idade que no residiam no municpio em 31/07/2005, pela situao do domiclio e pela classe de grau de atratividade de populao migrante (2010). ................................................................................................... 30
Tabela 4: Valor Agregado Bruto (VAB) dos setores e Produto Interno Bruto (PIB) (%) (2012). 32
Tabela 5: PIB per capita (R$) e variao do PIB per capita municipal em relao ao estadual (%) (2012). ............................................................................................................................ 33
Tabela 6: Variao (%) do Produto Interno Bruto (PIB) total e setorial a preos constantes (2006/2010). .......................................................................................................................... 34
Tabela 7: Distribuio da rea e do valor da produo da lavoura temporria segundo os principais cultivos (2013). ...................................................................................................... 34
Tabela 8: rea plantada dos principais cultivos da lavoura temporria (2013). ........................ 35
Tabela 9: Valor da produo (R$ 1000) da lavoura temporria (2013). ................................... 35
Tabela 10: Rebanhos da pecuria na AII (2014)..................................................................... 36
Tabela 11: Estabelecimentos formais segundo a Seo de Atividade (CNAE 2.0) (2014). ...... 37
Tabela 12: Pessoas ocupadas segundo a Seo e Grupo de Atividade (CNAE 2.0) (2010). ... 38
Tabela 13: Renda per capita e proporo (%) da renda proveniente de rendimentos do trabalho (1991/2010). .......................................................................................................................... 40
Tabela 14: ndice de Gini e proporo (%) de pessoas extremamente pobres, pobres e vulnerveis pobreza (1991/2010). ....................................................................................... 41
Tabela 15: Grau de formalizao dos ocupados com 18 anos ou mais e taxa de desocupao da Populao Economicamente Ativa com 18 anos ou mais (2000/2010). .............................. 41
Tabela 16 Situao dos domiclios de Caapava do Sul por tipo de abastecimento de gua, 2010. ..................................................................................................................................... 51
Tabela 17: Domiclios de Caapava do Sul por tipo de esgotamento sanitrio, 2010............... 52
Tabela 18: Situao dos domiclios de Caapava do Sul por destino de lixo, 2010. ................ 53
Tabela 19: Situao dos domiclios de Santana da Boa Vista por tipo de abastecimento de gua, 2010. ........................................................................................................................... 53
Tabela 20: Domiclios de Santana da Boa Vista por existncia de banheiro ou sanitrio, 2010. ............................................................................................................................................. 54
Tabela 21: Situao dos domiclios de Santana da Boa Vista por destino de lixo, 2010. ......... 54
Tabela 22: Nmero de pessoas residentes por domiclio. ....................................................... 76
Tabela 23: Tempo de residncia da famlia entrevistada no domiclio. .................................... 77
Tabela 24: Condio de posse do domiclio. .......................................................................... 77
Tabela 25: Disponibilidade de servios no domiclio. .............................................................. 77
Tabela 26: Fonte de abastecimento de gua. ......................................................................... 78
Tabela 27: Tipo de esgotamento sanitrio dos domiclios. ...................................................... 78
Tabela 28: Destinao final do lixo domiciliar. ........................................................................ 78
Tabela 29: Disponibilidade de bens no domiclio. ................................................................... 78
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Tabela 30: Tipo de transporte coletivo que utiliza. .................................................................. 79
Tabela 31: Distncia do domiclio at o transporte coletivo. .................................................... 79
Tabela 32: Sexo das pessoas residentes nos domiclios. ....................................................... 81
Tabela 33: Idade das pessoas residentes nos domiclios........................................................ 81
Tabela 34: Famlias segundo faixas de renda familiar. ........................................................... 81
Tabela 35: Renda individual de todas as fontes das pessoas residentes nos domiclios.......... 82
Tabela 36: ltima srie escolar concluda das pessoas residentes nos domiclios. ................. 82
Tabela 37: Relao com a famlia das pessoas residentes nos domiclios. ............................. 83
Tabela 38: Condio de ocupao das pessoas residentes nos domiclios. ............................ 83
Tabela 39: Condio de ocupao das pessoas residentes nos domiclios segundo o sexo. ... 84
Tabela 40: Setor de atividade das pessoas residentes nos domiclios. ................................... 84
Tabela 41: Setor de atividade das pessoas residentes nos domiclios segundo o sexo. .......... 84
Tabela 42: Condio de trabalho das pessoas residentes nos domiclios. .............................. 85
Tabela 43: Nmero de pessoas residentes por domiclio. ....................................................... 90
Tabela 44: Tempo de residncia da famlia entrevistada no domiclio. .................................... 90
Tabela 45: Condio de posse do domiclio. .......................................................................... 90
Tabela 46: Disponibilidade de servios no domiclio. .............................................................. 91
Tabela 47: Fonte de abastecimento de gua. ......................................................................... 91
Tabela 48: Tipo de esgotamento sanitrio dos domiclios. ...................................................... 91
Tabela 49: Destinao final do lixo domiciliar. ........................................................................ 91
Tabela 50: Disponibilidade de bens no domiclio. ................................................................... 92
Tabela 51: Tipo de transporte coletivo que utiliza. .................................................................. 92
Tabela 52: Sexo das pessoas residentes nos domiclios. ....................................................... 94
Tabela 53: Idade das pessoas residentes nos domiclios........................................................ 94
Tabela 54: Famlias segundo faixas de renda familiar. ........................................................... 94
Tabela 55: Renda individual de todas as fontes das pessoas residentes nos domiclios.......... 95
Tabela 56: ltima srie escolar concluda das pessoas residentes nos domiclios. ................. 95
Tabela 57: Relao com a famlia das pessoas residentes nos domiclios. ............................. 96
Tabela 58: Condio de ocupao das pessoas residentes nos domiclios. ............................ 96
Tabela 59: Condio de ocupao das pessoas residentes nos domiclios segundo o sexo.... 96
Tabela 60: Setor de atividade das pessoas residentes nos domiclios. ................................... 97
Tabela 61: Setor de atividade das pessoas residentes nos domiclios segundo o sexo. .......... 97
Tabela 62: Renda individual mdia e pessoas que informaram a renda segundo o setor de atividade................................................................................................................................ 98
Tabela 63: Condio de trabalho das pessoas residentes nos domiclios. .............................. 98
Tabela 64: rea total das propriedades rurais entrevistadas na AID. ...................................... 98
Tabela 65: Tipo de rebanho da pecuria das propriedades rurais entrevistadas na AID. ......... 99
Tabela 66: rea com atividade pecuria das propriedades rurais entrevistadas na AID. ......... 99
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Tabela 67: Destino da produo das propriedades rurais entrevistadas na AID. ..................... 99
Tabela 68: Avaliao da situao do local onde est a propriedade. .................................... 103
Tabela 69: Motivo para esta avaliao da situao do local onde est a propriedade. .......... 104
Tabela 70: Principal problema do local onde a propriedade se encontra. .............................. 105
Tabela 71: Grau de conhecimento sobre o empreendimento. ............................................... 106
Tabela 72: Posicionamento sobre o empreendimento. ......................................................... 106
Tabela 73: Motivao para o posicionamento em relao ao empreendimento. .................... 106
Tabela 74: Aspectos negativos que o empreendimento poder ocasionar. ........................... 107
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1. INFORMAES GERAIS
1.1. Identificao do Empreendedor
Razo Social: Minerao Santa Maria Ltda.
Nmero do empreendedor: 197238
CNPJ: 10.267.829/0001-09
Endereo: Avenida Eusbio Matoso n 1375, 10 andar, Bairro Butant So Paulo/SP, CEP 05423-180.
Responsvel legal: Paul Czanne Pinto
E-mail: [email protected]
Telefone: (11) 3405 6125
Pgina da internet: www.vmetais.com.br
Direito minerrio: A atividade de explotao mineral ser realizada nas reas de Direito Mineral conformadas pelos processos n 810.125/1978, 810.126/1978, requeridos junto ao Departamento Nacional Mineral DNPM. A Poligonal Ambiental, que engloba todas as demais atividades intrnsecas ao empreendimento, atingir reas cujos Direitos Minerrios esto requeridos atravs dos processos DNPM n 810.496/1995, n 810.371/2005, n 810.919/2006, n 810.918/2008 e n 810.168/2004.
1.2. Identificao do Empreendimento
Empreendimento: Projeto Caapava do Sul (processo n 2190-05.67/14.0)
Nmero do empreendimento: 214458
Atividade: Lavra de Minrio Metlico a cu aberto e com Recuperao de rea Degradada (CODRAM 530,03)
Endereo: Estrada Passo do Cao, distando 3,9 Km do Km 18 da ERS-625, distrito de Minas do Camaqu Caapava do Sul/RS.
1.3. Identificao da Empresa Consultora
Razo Social: Geoprospec Geologia e Projetos Ambientais Ltda.
CNPJ: 89.145.973/0001-22
Inscrio Junta Comercial: 43200656550
CREA: 56.182 - D
CRBIO: 00.513-01-03
IBAMA: 204.540
Endereo: Avenida Farrapos 146, Conj. 62, Bairro Floresta Porto Alegre/RS
Telefone/Fax: (51) 3226 4456
E-mail: [email protected]
Representantes legais: Eduardo Centeno Broll Carvalho, Ivanor Antnio Sinigaglia.
mailto:[email protected]://www.vmetais.com.br/mailto:[email protected]
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1.4. Identificao da Equipe e Responsveis Tcnicos
COORDENADOR DO EIA/ RIMA
Nome: Eduardo Centeno Broll Carvalho Formao profissional: Gelogo
CPF: 969.684.430-15 Registro Profissional: CREA/RS 128.474-D
CTF IBAMA: 483.008
ART: CREA/RS 7145117
COORDENADORES TCNICOS
Nome: Daniel Arajo Formao profissional: Bilogo CPF: 971.065.340-72
Registro profissional: CRBio 041216-03
CTF IBAMA: 5.510.140
ART: CRBio 2015/01391
Nome: Ivanor Antonio Sinigaglia Formao profissional: Engenheiro Agrnomo
CPF: 615.990.930-49 Registro Profissional: CREA/RS 9.7259-D
CTF IBAMA: 100.468
ART: CREA/RS 7145206
RESPONSVEIS TCNICOS
Nome: Alexandre Pena Matos Formao profissional: Historiador CPF: 508.718.700-53
CTF IBAMA: 5.670.308
Nome: Cristiano Eidt Rovedder Formao profissional: Bilogo CPF: 993.799.960-04
Registro profissional: CRBio 053903-03D
CTF IBAMA: 599.511
ART: CRBio 2015/07194
Nome: Daniel Rodolfo Sosa Morcio Formao profissional: Engenheiro Ambiental
CPF: 959494530-34 N CREA: CREA/RS 194334
CTF IBAMA: 6.122.07
ART: 8225911
Nome: Eduardo Audibert Formao profissional: Socilogo
CPF: 423.694.440-53
CTF IBAMA: 20.511
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Nome: Franciele Zanandrea
Formao profissional: Engenheira Ambiental CPF: 012.068.440-35
N CREA: CREA/SC 119448-1
CTF IBAMA: 5.473.020
ART: 5606856-0
Nome: Gisele Kimura Formao profissional: Geloga
CPF: 157.511.318-00 N CREA: 5060634182
CTF IBAMA: 1.526.055
ART: 14201500000002624264
Nome: Gustavo Lara Canella Formao profissional: Bilogo
CPF: 012.304.970-99 Registro profissional: CRBio 069280-03D
CTF IBAMA: 2952880
ART: CRBio 2015/06071
Nome: Philipy Alexandre Pereira Weber Formao profissional: Bilogo
CPF: 002.344.731-18
Registro Profissional: CRBio 095026-03D CTF IBAMA: 5.494.136 ART: CRBio 2015/05718
Nome: Ronaldo dos Santos Padilha Formao profissional: Bilogo CPF: 454.132.900-04
Registro profissional: CRBio 25537/03D
CTF IBAMA: 1.730.716
ART: CRBio 2015/16705
EQUIPE TCNICA
Nome: Andr Lus de Andrade Rodrigues Formao profissional: Gelogo
CPF: 010.206.670-10
Registro Profissional: CREA/RS 202133
CTF IBAMA: 6.412.540
Nome: Carlos Eduardo Velho Carvalho Formao profissional: Bilogo
CPF: 803.862.020-87 Registro Profissional: CRBio 069384-03
CTF IBAMA: 4.579.548
Nome: Gustavo Simon
Formao profissional: Bilogo CPF: 008617840-73
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Registro profissional: CRBio 88848-03
CTF IBAMA: 5.858.276
Nome: Ingo Salvador Kuerten Formao profissional: Gegrafo
CPF: 804.520.190-87
Registro Profissional: CREA/RS 161.374-D
CTF IBAMA: 5.011.289
Nome: Natlia Cano Tedy Formao profissional: Biloga
CPF: 009.467.000-52 Registro Profissional: CRBio n 88.776-03-D
CTF IBAMA: n 5.031.854
EQUIPE DE APOIO
Nome: Bruna Lima
Formao profissional: Acadmica de Engenharia Ambiental
Nome: Luam Fernandes de Siqueira
Formao profissional: Assistente Tcnico - SIG
Nome: Walter Wayerbacher
Formao profissional: Acadmico de Engenharia Ambiental
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2. DIAGNSTICO SOCIOECONMICO
2.1. Procedimentos metodolgicos utilizados no Diagnstico
Para a realizao do diagnstico das reas de influncia do empreendimento, de acordo
com o Termo de Referncia do estudo, foram utilizadas fontes secundrias (pr-existentes) e
primrias (produzidas para este estudo).
O levantamento de dados secundrios constitui uma das bases do diagnstico
socioeconmico e permite delinear um quadro geral, principalmente, da rea de Influncia
Indireta (AII).
Para este relatrio foram utilizados os dados oficiais mais recentemente publicados. Tal
procedimento, contudo, no afastou a possibilidade de uso de informaes defasadas
cronologicamente, dependendo da fonte utilizada. Este o caso do Censo Agropecurio de
2006, ltimo ano disponvel, por ser a nica fonte referncia no que diz respeito a dados sobre
o perfil dos estabelecimentos agropecurios, por exemplo.
Desta forma, os dados secundrios foram utilizados basicamente para a compreenso
da dinmica socioeconmica da AII e alguns aspectos da rea de Influncia Direta (AID), no
que foi possvel estabelecer recortes dos resultados, geralmente disponibilizados em bases
municipais possibilitando apenas, portanto, estimativas a partir de propores de rea ou outro
recurso.
Para a utilizao dos dados secundrios foram observadas duas etapas fundamentais.
A primeira delas a anlise da correspondncia territorial dos municpios que integram a AII,
devido anlise dos dados municipais sempre necessitar considerar a base territorial no ano
de referncia da informao utilizada. Ao longo dos anos, novos municpios so formados a
partir de desmembramentos e emancipaes, as quais podem ter um ou mais municpios de
origem. necessrio confrontar as alteraes na base territorial com as sequncias de dados
disponveis para verificar se a comparao est se dando sobre a mesma base territorial e, por
consequncia, populacional e econmica.
A segunda consiste na reviso crtica das variveis utilizadas, com vistas verificao
de sua consistncia em relao aos propsitos da anlise, seja em termos de pertinncia de
referncia (referir-se mesma populao ou situao), seja em termos de pertinncia de
contedo (contedo precisamente descrito pela varivel). A simples nomenclatura da varivel
ou suas categorias nem sempre carregam o conjunto de informaes necessrias para sua
adequada compreenso, requerendo uma avaliao crtica da documentao sobre sua
metodologia.
Assim, observadas estas etapas preparatrias, foram organizadas as bases disponveis
que possuem as informaes necessrias para a anlise. O diagnstico do meio
socioeconmico rene diversas bases de dados, entre as quais, o Censo Demogrfico e
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Agropecurio (IBGE), o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil (PNUD), entre outras a
serem apresentadas no decorrer deste relatrio.
Por serem fontes produzidas na perspectiva do planejamento metodolgico que
orientou sua estruturao, as fontes secundrias nem sempre oferecem a informao requerida
para os estudos de diagnstico. Em vista disso, para alguns aspectos fundamentais ao
diagnstico, foram produzidas informaes em fontes primrias.
Considerando a grande extenso da AID, foi dado foco no esforo de levantamento em
fonte primria ao perfil das propriedades potencialmente afetadas pelo empreendimento,
constitudas de propriedades rurais ao longo da ERS-625, e as propriedades de Minas do
Camaqu.
As entrevistas foram realizadas com base em questionrio estruturado, com questes
fechadas (alternativas de respostas previstas) e abertas (sem previso de alternativas de
resposta), voltado a identificar as caractersticas dos domiclios, o perfil socioeconmico das
famlias residentes e os tipos de atividades produtivas desenvolvidas no local, alm de um
bloco de questes de opinio e percepo do entrevistado sobre os empreendimentos (Anexo
1).
Por se tratar de uma rea urbanizada e com caractersticas prprias, as informaes
relativas populao residente e atividades produtivas em Minas do Camaqu so tratadas
separadamente das entrevistas realizadas com pessoas residentes nas reas rurais da AID.
As informaes sobre o nmero de entrevistas e caractersticas dos entrevistados so
apresentadas nos itens respectivos. O trabalho de campo foi realizado durante os dias 15 e 22
de julho de 2015 e resultaram em 109 entrevistas efetivamente realizadas em Minas do
Camaqu (107 domiclios e dois estabelecimentos comerciais que no contavam com
domiclio) e 46 entrevistas com propriedades rurais na AID. Durante o trabalho de campo, alm
das entrevistas, foram levantadas informaes e realizados registros fotogrficos que
contriburam para a elaborao do diagnstico.
Nas sedes municipais de Caapava do Sul e Santana da Boa Vista tambm foram
realizados levantamentos a campo, junto a infraestruturas e fontes de informaes locais, bem
como entrevistas com agentes pblicos e outras instituies. Para tanto, foi utilizado roteiro
semiestruturado, com questionamentos gerais e a possibilidade de enriquecimento por parte do
entrevistado com novos temas e abordagens. As atividades in loco e entrevistas foram
realizadas entre os dias 3 e 6 de agosto de 2015, totalizando doze entrevistas, sendo oito no
municpio de Caapava do Sul e quatro em Santana da Boa Vista.
Os resultados, tanto dos levantamentos em fontes primrias, quanto em fontes
secundrias, so apresentados a seguir, sempre fazendo referncia fonte utilizada em cada
caso.
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2.2. Evoluo e hierarquia dos municpios
2.2.1. Histrico de ocupao
Conforme dados do IBGE e da Prefeitura Municipal de Caapava do Sul, a ocupao do
territrio se deu primeiramente a partir de um aldeamento charrua, que denominavam o local
de Caapa, que na lngua Tupi-Guarani significa Clareira na Mata, Fim da Estrada na Mata
e Fim da Travessia no Monte.
Posteriormente, por volta de 1777, o local foi ocupado por um acampamento militar,
resultante das lutas travadas entre portugueses e espanhis. Entretanto, o povoamento
propriamente dito, teve incio nas terras do capito Francisco de Oliveira Prto, adquiridas no
ano de 1792 de Vicente Venceslau Gomes de Carvalho, quando ento estabeleceram-se os
seguintes povoadores: Antnio dos Santos Menezes; capito Alexandre de Souza Pereira;
Antnio de Azevedo Saldanha; Antnio de Arajo e Pedro Jos de Melo.
Em 1800, foi criada a capela curada de Nossa Senhora de Assuno, a partir de ento,
houve a intensificao do povoamento e em 1831 o povoado foi elevado categoria de vila, e
categoria de Cidade em 1885, desmembrando-se dos municpios de Rio Pardo e Cachoeira do
Sul. Por sua localizao estratgica, Caapava do Sul, teve um papel importante durante a
Revoluo Farroupilha, abrigou em meados do sculo XIX um arsenal e uma guarnio do
Exrcito Imperial e foi nomeada, no perodo de 09 de janeiro de 1839 a 30 de maio de 1840,
pelo general Bento Gonalves, como a segunda Capital Farroupilha Rio-grandense.
J o municpio de Santana da Boa Vista, foi uma vila pertencente ao municpio de
Caapava do Sul, tendo sido fundada por Jacinto Incio, homem de posses e dono de
sesmaria na regio, que em 1822, doou parte de suas terras para a construo de um vilarejo
em agradecimento a uma graa recebida de Santa Ana. Santana da Boa Vista foi emancipada
politicamente em setembro de 1965 e instalada em maio de 1966.
2.2.2. Rede de influncia das cidades
Os municpios da AII mantm uma relao de origem e uma delimitao administrativa
estvel. Caapava do Sul foi instalada em 1939, juntamente com os principais municpios da
regio. Aps esta data, somente em 1965 registrou desmembramento territorial para a
instalao, em 1966, do municpio de Santana da Boa Vista. Aps esta data nenhum dos dois
municpios registrou alterao nos seus limites territoriais.
Em parte, a evoluo da diviso poltica dos municpios est associada com o grau de
centralidade e o efeito de polarizao que algumas cidades representam sobre outros
municpios. Esta anlise realizada com base em estudo do IBGE que define as Regies de
Influncia das Cidades, que atualmente encontra-se em sua 4 edio, publicada em 2007.
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Segundo metodologia do IBGE, o estudo busca identificar os centros de polarizao da rede
urbana, a dimenso da rea de influncia desses centros e os fluxos existentes entre eles.
Segundo o IBGE (2007), o estudo atual privilegia a funo gesto do territrio. Para
tanto, identificou os centros de gesto do territrio, entendidos como as cidades onde
localizam-se os diversos rgos do Estado e as sedes empresariais, o que possibilitou avaliar
os nveis de centralidade administrativa, jurdica e econmica. Para qualificar melhor o nvel de
centralidade foi verificado, tambm, a oferta de equipamentos e servios, entre as quais as
ligaes areas, os deslocamentos para internaes hospitalares, as reas de cobertura das
emissoras de televiso, a oferta de ensino superior, a diversidade de atividades comerciais e
de servios, a oferta de servios bancrios e a presena de domnios de Internet. O estudo
realizado por meio de uma pesquisa especfica, com aplicao de questionrio, e
complementada com dados secundrios.
Nos 4.625 municpios (entre os 5.564 existentes em 2007) que no foram identificados
como centros de gesto, a Rede de Agncias do IBGE respondeu a um questionrio especfico
no final de 2007, que investigou as principais ligaes de transporte regulares, em particular as
que se dirigem aos centros de gesto, e os principais destinos dos moradores locais, para
obter produtos e servios (compras, educao superior, aeroportos, servios de sade,
aquisio de insumos e destino dos produtos agropecurios).
Com base nos resultados desta pesquisa, complementada com dados secundrios, foi
construda uma hierarquia das metrpoles e centros, configurando redes de influncia regionais
que possibilitam identificar os fluxos econmicos e sociais predominantes. As reas de
influncia dos centros foram delineadas a partir da intensidade das ligaes entre as cidades,
as quais foram classificadas em cinco nveis, por sua vez subdivididos em dois ou trs
subnveis, a saber:
1. Metrpoles: Compreende os 12 principais centros urbanos do Pas, com grande
porte, fortes relacionamentos entre si e, em geral, extensa rea de influncia direta.
As metrpoles possuem trs subnveis:
a. Grande Metrpole Nacional: Representada por So Paulo, o maior conjunto
urbano do pas, com 19,5 milhes de habitantes em 2007 e no primeiro nvel
da gesto territorial.
b. Metrpole Nacional: Constituda por Rio de Janeiro e Braslia, com populao
de 11,8 milhes e 3,2 milhes em 2007, respectivamente, tambm esto no
primeiro nvel da gesto territorial, constituindo-se, juntamente com So
Paulo, em foco para centros localizados em todo o pas.
c. Metrpole: Compreendendo Manaus, Belm, Fortaleza, Recife, Salvador,
Belo Horizonte, Curitiba, Goinia e Porto Alegre, com populao variando de
1,6 (Manaus) a 5,1 milhes (Belo Horizonte) de habitantes em 2007,
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constituem o segundo nvel da gesto territorial, exceo de Manaus e
Goinia que, embora estejam no terceiro nvel da gesto territorial, tem porte
e projeo nacional que as incluem neste conjunto.
2. Capital Regional: Trata-se de 70 centros que, como as metrpoles, tambm se
relacionam com o estrato superior da rede urbana (nveis 1a e 1b), porm
apresentam capacidade de gesto no nvel imediatamente inferior ao das
metrpoles e tem rea de influncia de mbito regional, sendo referidas como
destino por grande nmero de municpios em diversas atividades. As referncias de
destino para atividades tais como compras, uso de servios de sade e educao,
entre outros, por outros municpios so denominados na metodologia como
relacionamentos. Este nvel tambm tem trs subdivises:
a. Capital regional A: Composto por 11 cidades, com medianas de 955 mil
habitantes e 487 relacionamentos.
b. Capital regional B: Formado por 20 cidades, com medianas de 435 mil
habitantes e 406 relacionamentos.
c. Capital regional C: Formado por 39 cidades com medianas de 250 mil
habitantes e 162 relacionamentos.
3. Centro sub-regional: Neste nvel so agrupados 169 centros com atividades de
gesto menos complexas (dominantemente entre os nveis 4 e 5 da gesto
territorial). Estes centros possuem rea de atuao mais reduzida e seus
relacionamentos com centros externos sua prpria rede do-se, em geral, apenas
com as trs metrpoles nacionais. Subdividem-se nos grupos:
a. Centro sub-regional A: Constitudo por 85 cidades, com medianas de 95 mil
habitantes e 112 relacionamentos.
b. Centro sub-regional B: Composto por 79 cidades, com medianas de 71 mil
habitantes e 71 relacionamentos.
4. Centro de zona: Este grupo composto por 556 cidades de menor porte e com
atuao restrita sua rea imediata, caracterizando-se por exercerem funes de
gesto elementares. Subdivide-se nos grupos:
a. Centro de zona A: Formado por 192 cidades, com medianas de 45 mil
habitantes e 49 relacionamentos. Predominam os nveis 5 e 6 da gesto
territorial (94 e 72 cidades, respectivamente), contando ainda com nove
cidades no quarto nvel e 16 no classificadas.
b. Centro de zona B: Composto por 364 cidades, com medianas de 23 mil
habitantes e 16 relacionamentos. A maior parte destas cidades (235) no
havia sido classificada como centro de gesto territorial e outras 107 estavam
no ltimo nvel.
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5. Centro local: Composto pelas demais 4.473 cidades cuja centralidade e atuao
no extrapolam os limites do seu municpio, servindo apenas aos seus habitantes.
Os centros locais geralmente possuem populao inferior a 10 mil habitantes
(mediana de 8.133 habitantes).
Os nveis e subnveis hierrquicos no se distribuem de forma homognea no territrio,
confrontando reas que contam com uma rede urbana estruturada, com a presena de nveis
encaixados e situados a intervalos regulares, e reas onde h ausncia de alguns nveis
hierrquicos intermedirios. Os nveis de centralidades calculados a partir das intensidades dos
fluxos (busca por bens e servios de informao) ou intensidade da demanda considera o total
dos fluxos e os centros ordenados pela soma dos pontos alcanados em oito nveis de
centralidade (Mximo, Muito Forte, Forte, Forte para Mdio, Mdio, Mdio para Fraco, Fraco e
Muito Fraco).
Deste modo, a rea de Influncia Indireta (AII) possui um nvel de centralidade baixa,
com atuao restrita sua rea imediata, tendo em vista ser formada pelos municpios de
Caapava do Sul, caracterizado como um Centro de Zona A, que por sua vez, polariza cinco
Centros Locais, dentre eles o municpio de Santana da Boa Vista cuja classificao limita-se a
seu prprio territrio. Observa-se portanto, que a AII exerce funes de gesto consideradas
elementares na regio, sendo os dois municpios que a compem polarizados pela Capital
Regional B Santa Maria - que possui maior capacidade de gesto e grande influncia de
mbito regional, devido a sua alta densidade demogrfica, maiores nveis de renda, estrutura
produtiva e econmica dinmica e diversificada, maior disponibilidade e qualidade no que diz
respeito a infraestrutura de sade, educao, comunicao e informao. A Figura 1 ilustra o
nvel de polarizao regional presente na AII.
Figura 1: Matriz da polarizao regional. Fonte: IBGE, Regies de Influncia das Cidades, 2007.
Metrpole Capital
Regional A
Capital Regional B
Capital Regional
C
Centro Sub-Regional A
Centro Sub-Regional B
Centro de Zona A
Centro de Zona B
Centro Local
Porto Alegre
Santa Maria Lavras do Sul
Santana da Boa Vista
Caapava
do Sul Cerro Branco
Novo Cabrais
Paraso do Sul
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2.2.3. Minas do Camaqu
Segundo levantamentos feitos por Nogueira (2012), a procedncia da explorao das
Minas do Camaqu tem como marco inicial a descoberta de rochas, pelo proprietrio das terras
e Coronel Joo Dias dos Santos Rosa, com tonalidade esverdeada em meados de 1865. A
explorao foi possvel, a partir de anlises feitas por um grupo de gelogos ingleses que
explorava uma rea mineral no municpio de Lavras do Sul e que validaram a qualidade do
cobre presente nas terras do coronel Joo Dias. A partir de ento, o local passa a chamar-se
Minas do Camaqu, em virtude da rea ser drenada pelo rio Camaqu e por um arroio que
passou a chamar-se Joo Dias.
A explorao minerria na rea foi viabilizada com o capital ingls, atravs da empresa
The Rio Grande Gold Mining Limited, durante os anos de 1870 e 1887. Neste perodo, a
infraestrutura implantada na mina era bastante rudimentar, contando apenas com vagonetes
para transporte do minrio na parte interna da mina, externamente o minrio era deslocado por
trao animal (jumento). Ainda segundo Nogueira (2012), uma nova fase de explorao
ocorreu entre as dcadas de 1889 e 1899 quando o controle das minas passou para as mos
da famlia de Joo Dias dos Santos da Rosa atravs de seu herdeiro Joo Feliciano Dias que
assumiu a responsabilidade de explorao das minas aps os problemas de sade e morte de
seu pai em 1908. Neste sentido, o historiador ressalta que apesar das recorrentes concesses
feitas pela famlia Dias para a explorao da mina, essa era readquirida nos momentos de
crise, tendo em vista o desinteresse dos investidores estrangeiros.
Nessa nova fase, a famlia fez uma concesso de explorao de minrio a empresrios
e comerciantes alemes residentes na cidade de Pelotas, que resolveram investir na
continuidade de explorao de cobre na regio. Entretanto, o empreendimento foi abandonado
pelos alemes, devido ao encarecimento dos transportes e queda do preo do cobre no
mercado internacional, resultante da explorao de novas colnias, em especial aquelas
situadas no continente africano. No obtendo o lucro almejado, os alemes intermediaram as
negociaes entre o proprietrio da mina, Joo Dias dos Santos Rosa, e investidores belgas,
atravs do seu representante e scio no Brasil da Mines de Cuivre Camaquam S.A. Deste
modo, durante o perodo de 1899 at 1908, a companhia belga promoveu as atividades
mineradoras, tornando o trabalho mais tcnico, devido introduo de novas tecnologias para
a explorao.
A partir de ento, foram abertas novas galerias subterrneas, foi construda uma usina
de concentrao de minrio e tambm uma barragem no Arroio Joo Dias, que serviria para a
instalao de uma turbina de gerao de energia eltrica. Essa nova fase, resultou na
necessidade de contratao de mais trabalhadores e intensificao das jornadas de trabalho,
visto que a extrao se desenvolvia basicamente a partir do trabalho manual. A demanda por
mo de obra, resultou na construo de casas de moradias prximas mina, tendo em vista, a
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vinda de trabalhadores da regio, como de mineiros e gelogos de outros pases. A explorao
belga encerrou-se devido queda de rendimentos para exportao, em decorrncia da
intensificao da minerao nos Estados Unidos e da descoberta de novas minas no Congo-
Belga, outro fator que contribuiu foi a falta de estrutura adequada para o escoamento da
produo, que naquele perodo era feita por meio de carregas em estradas que apresentavam
ms condies de trafegabilidade em funo de chuvas recorrentes, bem como deteriorao
das estradas existentes (MACEDO, 2006, apud NOGEIRA, 2012).
Na dcada de 1930, Minas do Camaqu foi alvo do interesse governamental, visto que
o preo do cobre havia aumentado no mercado internacional, em virtude do seu uso na
indstria blica durante a Segunda Guerra Mundial. Com isso, o governo investe fortemente na
explorao das Minas do Camaqu, sendo ento fundada a Companhia Brasileira do Cobre
(CBC), tendo como principais acionistas o Governo do Estado do Rio Grande do Sul e a
Laminao Nacional de Metais LTDA, pertencente ao Grupo Pignatari. Neste perodo, foi
implementado um processo industrial de explorao das minas, o que demandou a
implantao de uma infraestrutura urbana para atender a mo de obra produtiva das minas.
Dando ento surgimento a uma vila no entorno das Minas do Camaqu, administrada pela
prpria CBC.
O complexo mineiro instalado compreendia, alm da empresa de minerao, uma
infraestrutura urbana, muito bem planejada, composta de equipamentos pblicos e
comunitrios, tais como: estao prpria de tratamento de gua e de gerao de energia;
praa; escola; cinema; clube; hotel; hospital e igrejas, alm das casas que serviam de moradia
para os trabalhadores das minas. Atualmente, parte deste patrimnio se mantm, porm, sem
operao ou com precria manuteno (Foto 1 Foto 4).
Foto 1: Antigo hospital, atualmente posto de
sade. Foto 2: Igreja em Minas do Camaqu.
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Foto 3: Cine Rodeio e praa central. Foto 4: Ginsio de esportes local (atualmente
fechado).
O potencial econmico vislumbrado com o projeto das minas e instalao da Vila,
colocou tanto o municpio de Caapava do Sul, como a Vila Minas do Camaqu em evidncia
nacional, sendo essa ltima considerada uma potncia econmica. Sendo segundo Rodrigues
(2011, apud NOGUEIRA 2012) as Minas do Camaqu responsvel por 60% do oramento do
municpio de Caapava e da regio, trazendo grande progresso econmico e social para a
regio. Conforme Nogueira (2012), baseado em dados da Confraria dos Ex-Moradores e
Amigos das Minas do Camaqu (Cemamc), no seu auge a mina chegou a funcionar em trs
turnos de trabalho e a Vila chegou a contar com uma populao de 3.878 habitantes, sendo
37,6% de empregados e 62,4% de dependentes dos empregados.
Porm, a partir da dcada de 1970, a minerao entrou em franco declnio e o capital
financeiro da empresa no teve condies de manter constantemente os investimentos
efetuados na mina. No final de dcada de 1980, incio da dcada de 1990, o governo brasileiro
decide privatizar a CBC atravs de leiles. No entanto, a privatizao no ocorreu e um grupo
de administradores e funcionrios da CBC elaborou uma proposta para obter a concesso das
Minas do Camaqu. Dando surgimento um novo empreendimento empresarial, denominado
Bom Jardim S/A. Mas, dificuldades de produo, esgotamento das jazidas, problemas
trabalhistas, crise inflacionria e consequentemente dificuldades econmicas, acarretaram no
processo de dissoluo da empresa em 1996. No s as minas foram postas venda como
tambm a Vila, tendo em vista a desmobilizao da mo de obra no local, causando o
esvaziamento da mesma. Os moradores que l permaneceram tiveram prioridade na compra
dos imveis, e buscou-se, desde ento, desenvolver uma nova atividade na regio, o turismo,
tendo como principais atrativos as belezas naturais, em especial por estar prxima ao
complexo de rochas, denominado Pedra das Guaritas, que foi cenrio do filme Anahy de las
Misiones (Figura 2).
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Figura 2: Atrativos naturais da Vila Minas do Camaqu (A: Pedra das Guaritas, Morro da Cruz e Arroio
Joo Dias; B: Pedra dos Ingleses; C: Praia do Paredo). Fonte: site /fotos de Ubirajara Cruz.
2.3. Caracterizao da Populao
2.3.1. Tamanho e distribuio da populao da AII
A rea de Influncia Indireta (AII) composta pelos municpios Caapava do Sul, onde
est localizado o empreendimento, e Santana da Boa Vista. Ao todo eram aproximadamente
42 mil pessoas residentes nestes municpios em 2010, as quais representavam apenas 0,4%
da populao do Rio Grande do Sul naquele mesmo ano (Tabela 1).
O maior municpio da AII em populao residente Caapava do Sul, com 33,7 mil
habitantes em 2010 (80,3% da AII). O municpio de Santana da Boa Vista, por sua vez,
registrava populao de 8.242 habitantes (19,7%).
A
B C
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Tabela 1: Populao residente por situao de domiclio (2010).
Unidade territorial Urbana Rural Total
Pop. % Pop. % Pop. %
Caapava do Sul 25.410 87,2 8.280 64,7 33.690 80,3
Santana da Boa Vista 3.723 12,8 4.519 35,3 8.242 19,7
AII 29.133 100,0 12.799 100,0 41.932 100,0
Rio Grande do Sul 9.100.291 0,3 1.593.638 0,8 10.693.929 0,4
Fonte: IBGE Censo Demogrfico; PNUD Atlas do Desenvolvimento Humano.
A distribuio da populao segundo a situao de domiclio (rural ou urbana) mais
bem representada pela taxa de urbanizao, ou seja, a proporo da populao residente na
rea urbana em relao populao total do municpio.
Na AII a taxa de urbanizao em 2010 era de 69,5%, inferior do Rio Grande do Sul
(85,1%) naquele ano. A AII no havia registrado variao significativa na taxa de urbanizao
no perodo entre 1991 (53,9%) e 2000 (53,5%). No perodo recente, contudo, houve uma
elevao para a taxa indicada, porm, ainda inferior ao do conjunto dos municpios do Estado
(no Rio Grande do Sul a taxa de urbanizao era de 81,6% em 2000 e 76,6% em 1991).
Caapava do Sul registra a maior taxa de urbanizao (75,4%), sendo que at 2000 era
de 55,8%. Santana da Boa Vista ainda possui mais da metade de sua populao rural, com
taxas de urbanizao que vo de 34,0% em 1991 a 45,2% em 2010 (Tabela 2).
Tabela 2: Taxa de urbanizao e densidade populacional na AII (1991/2010).
Unidade territorial 1991 2000 2010 Hab./km2
Caapava do Sul 58,8% 55,8% 75,4% 11,06
Santana da Boa Vista 34,0% 44,3% 45,2% 5,80
AII 53,9% 53,5% 69,5% 9,39
Rio Grande do Sul 76,6% 81,6% 85,1% 37,96
Fonte: IBGE Censo Demogrfico; PNUD Atlas do Desenvolvimento Humano; IBGE Cidades.
A densidade populacional na AII baixa, tendo em vista a rea dos municpios e a
reduzida populao. A maior densidade populacional registrada em Caapava do Sul (11,06
hab/km2), seguida de Santana da Boa Vista (apenas 5,80 hab/km2). Assim, a densidade da
populao na AII de apenas 9,39 hab/km2, densidade bastante inferior do conjunto dos
municpios do Rio Grande do Sul, que de 37,96 hab./km2, caracterizando-se como uma
regio de ocupao humana pouco intensa.
2.3.2. Dinmica populacional e migrao
A taxa de crescimento da populao da AII no perodo 2000/2010 foi negativa, ou seja,
a populao total da AII registrou uma reduo de -0,3% a.a. No conjunto dos municpios do
Rio Grande do Sul, a taxa de crescimento da populao total no foi elevada (0,5% a.a. no
mesmo perodo), porm, positiva (Figura 3).
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No perodo anterior (1991/2000) a taxa de crescimento da populao dos municpios da
AII (0,1% a.a.) foi praticamente nula, sendo que a do Rio Grande do Sul foi de 1,2% a.a.,
indicando um ritmo de crescimento da populao da AII acentuadamente negativo.
Figura 3: Taxa de crescimento da populao da AII (1991/2010) (% a.a.).
Embora o resultado em termos de crescimento da populao total seja similar entre os
municpios da AII, Caapava do Sul registrou no perodo 1991/2000 reduo da populao
urbana e crescimento da populao rural, situao que se inverteu no perodo 2000/2010, com
uma taxa de crescimento negativo da populao rural de -6,0% a.a. e positivo da populao
urbana de 2,8% a.a.
Santana da Boa Vista registrou praticamente o processo inverso, com crescimento
acentuado da populao urbana no perodo 1991/2000 (3,3% a.a.) e reduo no perodo
2000/2010 (-0,3% a.a.). A populao rural do municpio, contudo, sempre registrou reduo (-
1,6% a.a. e -0,6% a.a., respectivamente), conforme apresentado na Figura 4.
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Figura 4: Taxa de crescimento da populao da AII (1991/2010) (% a.a.).
Uma avaliao preliminar dos resultados das taxas de crescimento da populao em
relao ao empreendimento, que est localizado em rea rural, indica para uma baixa
densidade de ocupao acompanhada de taxas de crescimento negativas. Este resultado
aponta para uma tendncia de menor presso do uso atual das reas afetadas pelo
empreendimento.
A dinmica populacional, que pode ser sintetizada pelo crescimento da populao, o
resultado de um processo complexo que envolve diversos fatores. O crescimento da populao
(que pode ser positivo ou negativo, ou seja, aumentar ou diminuir a populao total)
determinado, principalmente, por trs fatores: a taxa de fecundidade, a expectativa mdia de
vida e a migrao.
A taxa de fecundidade (equivalente ao nmero de filhos por mulher em idade frtil) tem
se reduzido drasticamente no perodo recente, na proporo inversa do aumento da
escolarizao das mulheres. Ou seja, quanto mais instrudas as mulheres, maior sua
capacidade de deciso sobre o nmero de filhos que deseja ter, acarretando uma grande
reduo no nmero de filhos nas famlias, reduzindo o incremento na base da pirmide etria.
O segundo fator, expectativa mdia de vida, corresponde idade mdia das pessoas
quando morrem, que est em crescimento devido ao acesso no atendimento de sade,
saneamento bsico e renda (comparativamente a duas ou trs dcadas atrs, por exemplo).
Este fator acaba incrementando o topo da pirmide etria, pelo menos at que a expectativa
mdia de vida se estabilize em seu patamar mais elevado.
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Esses dois fatores combinados resultam em uma desacelerao muito grande das
taxas de crescimento da populao, resultando em projees que apontam para que na
dcada de 2040 no Brasil ocorra a inflexo da curva de crescimento da populao total, que
passaria a diminuir (saldo de nascimentos menor que o de falecimentos).
Tais fatores incidem de forma mais ou menos homognea sobre a populao de uma
determinada regio, tendo em vista o perfil socioeconmico mdio da populao. Variaes
maiores podem ser observadas onde a infraestrutura de sade e saneamento, bem como de
ensino e nvel de renda, apresentam grandes variaes, o que, na escala da AII, no o caso,
ou seja, os municpios registram um padro similar ao regional para o seu tamanho de
populao.
Alm disso, a dinmica populacional local muito afetada pela migrao, ou seja, pelo
deslocamento de populao de um municpio para outro. Geralmente, reas deprimidas
economicamente ou com baixo dinamismo de emprego e renda tendem a expulsar populao
em direo a municpios com dinamismo econmico, com maior chance de obteno de
emprego e melhor infraestrutura de equipamentos e servios sociais. Nas regies
metropolitanas comum o deslocamento pendular, ou seja, de moradia em um municpio e
trabalho em outro por conta da proximidade e existncia de servios de transporte. Nas regies
mais interioranas, a tendncia a migrao permanente, que pode ser do grupo familiar ou,
mais comumente, de membros da famlia, geralmente mais jovens e em idade ativa, que
encontram dificuldade para se ocuparem no municpio de origem.
Os aspectos que podem interferir sobre os fatores fecundidade e longevidade (estrutura
de servios e equipamentos pblicos, dinamismo econmico local, entre outros) tendem a se
transformar em um aspecto impulsionador dos movimentos migratrios que ocorrem de acordo
com o deslocamento de investimentos em atividades produtivas (concentrao de atividade
econmica) e em equipamentos e servios pblicos. Ou seja, fecundidade, longevidade e
migrao esto imbricados de forma complexa.
Assim, o resultado em termos de dinmica demogrfica uma tendncia geral de
reduo da taxa de crescimento da populao por conta principalmente da reduo da taxa de
fecundidade, processo mais ou menos homogneo regionalmente, atenuada parcialmente e
temporariamente at se estabilizar em um patamar superior pela longevidade da populao.
Esta tendncia afetada, conjunturalmente, por assim dizer, pelos movimentos migratrios,
que esto relacionados a investimentos e oportunidades melhores ou piores em diferentes
locais.
Segundo o Censo Demogrfico de 2010 no Rio Grande do Sul 8,4% das pessoas com 5
anos ou mais de idade no residiam no municpio onde foram recenseadas em 2005, ou seja,
residiam no municpio a menos de 5 anos. Na AII essa taxa era de apenas 5,8%, menor,
portanto, que o Estado, indicando ser uma regio de baixa atratividade para migrao.
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O desempenho dos municpios da AII neste quesito muito parecido, com taxas de
pessoas com 5 anos ou mais de idade no residiam no municpio onde foram recenseadas em
2005, estas taxas so mais elevadas entre a populao urbana (6,5%) e menor entre a
populao rural (4,4%), conforme apresentado na Tabela 3.
Para permitir uma avaliao comparativa da atratividade de populao da AII, os
municpios do Rio Grande do Sul foram classificados segundo o seu Grau de Atratividade. O
Grau de Atratividade de Populao Migrante equivale a faixas de proporo de pessoas de 5
anos ou mais de idade que no residiam no municpio em 31/07/2005 sobre a populao total
de pessoas de 5 anos ou mais de idade que residiam no municpio. As faixas so: Muito baixa -
de 2,5% a 5,5%; Baixa - de 5,6% a 8,4%; Alta - de 8,5% a 11,5%; Muito alta - de 11,6% a
31,8%.
Segundo esse critrio, os municpios de maior atratividade entre 2005 e 2010 foram os
do litoral norte do Estado (Tramanda, Capo da Canoa, Xangri-l, Imb, Arroio do Sal,
Balnerio Pinhal, Cidreira) e municpios pequenos (a maior populao entre os municpios de
atratividade muito alta de 48 mil habitantes). De maneira geral, os grandes municpios do Rio
Grande do Sul esto classificados nas categorias baixa ou muito baixa atratividade, com
exceo de Caxias do Sul e alguns municpios grandes da regio metropolitana. Porto Alegre,
por exemplo, classificada como tendo baixa atratividade.
Na AII, Caapava do Sul classificada como tendo baixa atratividade para a migrao e
Santana da Boa Vista como muito baixa atratividade para migrao.
Tabela 3: Proporo (%) de pessoas de 5 anos ou mais de idade que no residiam no municpio em 31/07/2005, pela situao do domiclio e pela classe de grau de atratividade de populao migrante
(2010).
Unidade territorial Total Urbana Rural Grau de atratividade1
Caapava do Sul 5,9 6,5 4,4 Baixa
Santana da Boa Vista 5,3 6,5 4,4 Muito baixa
AII 5,8 6,5 4,4 Baixa
Rio Grande do Sul 8,4 8,6 7,2 -
Fonte: IBGE Censo Demogrfico / Grau de atratividade: o autor.
A dinmica populacional registrada na AII fica evidenciada na pirmide etria dos
municpios, as quais registram, em 2000, um processo de reduo da base pela diminuio da
proporo de crianas na populao total, refletindo-se na pirmide de 2010 por um
alargamento do topo pelo aumento da participao das pessoas mais velhas. Nas faixas
etrias de 20 a 45 anos, ou seja, abrangendo a maior parte da idade ativa da populao,
registra-se um grande encolhimento da populao, que se acentua de 2000 para 2010. O
1 O Grau de Atratividade de Populao Migrante equivale a faixas da proporo de pessoas de 5 anos ou mais de idade que no residiam no municpio em 31/07/2005 sobre a populao total de pessoas de 5 anos ou mais de idade que residiam no municpio: Muito baixa - de 2,5% a 5,5%; Baixa - de 5,6% a 8,4%; Alta - de 8,5% a 11,5%; Muito alta - de 11,6% a 31,8%.
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encolhimento destas faixas, especialmente de jovens, registra o processo de migrao seletiva
de populao em idade ativa, especialmente de entrantes no mercado de trabalho que buscam
em outros municpios melhores oportunidades de emprego e acesso a servios. O efeito desta
migrao seletiva, que em grande medida coincide com as faixas de idade reprodutiva das
mulheres, a reduo do nmero de filhos por famlia, resultando numa reduo ainda maior
da participao de crianas na base da pirmide, que se reflete nas taxas de crescimento
negativo indicadas anteriormente.
2010 2000
Figura 5: Pirmide etria de Caapava do Sul
2010 2000
Figura 6: Pirmide etria de Santana da Boa Vista
2.4. Estrutura e atividades econmicas
Os municpios da AII foram responsveis por um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 631
milhes em 2012, correspondentes a 0,2% do PIB do Rio Grande do Sul naquele ano.
A maior participao no PIB da AII registrada pelo municpio de Caapava do Sul, que
representou 83,7% do PIB da AII, enquanto Santana da Boa Vista participou com 16,3%.
Caapava do Sul participou com 95,1% do Valor Agregado Bruto (VAB) industrial e com
91,3% do valor de impostos. A participao mais significativa de Santana da Boa Vista no
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VAB agropecurio (34,1% do VAB agropecurio da AII), fazendo com que este setor
represente a maior participao no VAB estadual deste setor (0,5%).
A segunda maior participao da AII no valor do PIB do Rio Grande do Sul nos
impostos (0,4% do valor deste item no conjunto dos municpios do Estado). Esta tambm a
segunda maior participao de Santana da Boa Vista no valor agregado setorial da AII.
Tabela 4: Valor Agregado Bruto (VAB) dos setores e Produto Interno Bruto (PIB) (%) (2012).
Municpios
Ag
rop
ec
u
ria
(A)
Ind
s
tria
(B)
Se
rvi
os
(C)
Ad
m.
P
bli
ca
Imp
os
tos
(D)
PIB
(A+
B+
C+
D)
Caapava do Sul 65,9 95,1 84,2 80,2 91,3 83,7
Santana da Boa Vista 34,1 4,9 15,8 19,8 8,7 16,3
AII (R$ milho) 107,2 130,2 358,4 156,4 35,2 631,0
Rio Grande do Sul 0,5 0,2 0,2 0,4 0,1 0,2
Fonte: FEE.
Embora a AII apresente uma estrutura diversificada em todos os setores da economia, a
atividade agropecuria registra papel importante na estrutura econmica dos municpios, em
especial, de Santana da Boa Vista.
Na AII o PIB agropecurio representa 17,0% do PIB total, participao maior que a
registrada no Rio Grande do Sul (7,2%). No municpio de Santana da Boa Vista o setor
agropecurio participa com 35,7% do PIB municipal.
No municpio de Caapava do Sul, o setor industrial tem participao destacada
(23,4%), percentual muito prximo da participao deste setor no PIB do Rio Grande do Sul
(21,6%).
A estrutura econmica da AII apresentada na Figura 7, destacando a participao do
setor servios nos municpios, com percentuais muito prximos aos dos registrados para o Rio
Grande do Sul (em torno de 56%). Entretanto, o VAB da atividade de administrao pblica, o
qual j est computado no VAB de servios, apresenta uma participao bem maior que a
registrada para o Rio Grande do Sul. Na AII o VAB da administrao pblica representa
aproximadamente um quarto (24,8%) da economia dos municpios, enquanto no conjunto dos
municpios do Estado esta participao de apenas 14,2%.
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Figura 7: Estrutura setorial do PIB Municipal da AII (2012).
De maneira geral, portanto, o setor predominante na estrutura econmica dos
municpios o de servios. Contudo, o setor de servios efetivamente grande quando o
municpio um polo de servios regional ou est vinculado a uma estrutura geradora de renda
primria ou secundria. Quando a economia primria e secundria no tem dinamismo local, a
predominncia do setor de servios est vinculada a um PIB Municipal reduzido.
Na AII o PIB per capita 39,8% menor que o PIB per capita do Rio Grande do Sul
(Tabela 5). Santana da Boa Vista registra a maior distncia em relao ao PIB per capita
estadual, correspondendo a praticamente a metade deste (50,1%).
Ou seja, pela economia da AII apresentar um PIB per capita significativamente menor
que o estadual, verifica-se que a predominncia do setor de servios est associada reduzida
atividade econmica local e a uma participao maior, proporcionalmente, da atividade de
administrao pblica.
Tabela 5: PIB per capita (R$) e variao do PIB per capita municipal em relao ao estadual (%) (2012).
Unidade territorial PIB per capita (R$) PIB per capita municipal / estadual (%)
Caapava do Sul 15.753,88 -37,3%
Santana da Boa Vista 12.528,56 -50,1%
AII 15.121,29 -39,8%
Rio Grande do Sul 25.112,74 -
Fonte: FEE.
Em termos de dinmica recente, contudo, o PIB dos municpios da AII vem registrando
crescimento. Em valores constantes (descontada a inflao do perodo atravs do deflator
implcito do PIB), a AII registrou um crescimento do PIB de 18,6% no perodo entre 2006/2010,
embora o Rio Grande do Sul tenha registrado crescimento maior, de 21,0% (Tabela 6).
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A maior taxa de crescimento registrada em Santana da Boa Vista, que apresentou
desempenho econmico (23,1%) maior que o do Rio Grande do Sul, capitaneado pelo
crescimento do setor de servios (26,6%) e do setor industrial (22,0%). Caapava do Sul
registrou maior crescimento no perodo 2006/2010 no setor agropecurio (39,6%), contudo, no
setor industrial registrou taxa negativa de -5,0%.
Tabela 6: Variao (%) do Produto Interno Bruto (PIB) total e setorial a preos constantes (2006/2010).
Municpios Total Agropecurio Industrial Servios Impostos
Caapava do Sul 17,7% 39,6% -5,0% 24,7% 2,9%
Santana da Boa Vista 23,1% 19,7% 22,0% 26,6% 5,7%
AII 18,6% 32,8% -3,8% 25,0% 3,2%
Rio Grande do Sul 21,0% 13,8% 26,1% 20,4% 18,5%
Fonte: IPEADATA.
Assim, o setor agropecurio foi o que registrou maior crescimento real no perodo
2006/2010 na AII, com 32,8% (enquanto no Rio Grande do Sul o crescimento foi de apenas
13,8%). O crescimento do setor de servios tambm foi elevado na AII neste perodo,
registrando 25,0% (superior ao do Estado, que foi de 20,4%).
2.4.1. Setor Agropecurio
Na atividade agrcola da AII, o principal cultivo temporrio, em rea plantada, a soja,
com 68,0% da rea da lavoura temporria. Os outros cultivos importantes em rea plantada
so o milho (13,1%) e o arroz (11,5%). Em relao ao valor da produo, contudo, a soja
mantm sua participao (69,5%), porm ou arroz passa a representar 22,1% em detrimento
do milho, que participa com apenas 4,5% do valor da produo e dos outros cultivos, que
participam com 7,4% da rea e com apenas 3,9% do valor da produo (Tabela 7).
Caapava do Sul concentra 59,8% da rea plantada de cultivos temporrios da AII, que
foi de 36,8 mil hectares em 2013. A lavoura de soja est concentrada em Caapava do Sul
(60,0% da rea cultivada da AII), assim como a de arroz (87,0%). Santana da Boa Vista, por
sua vez, concentra a maior parte da rea de milho da AII, com 64,6% (Tabela 8).
Em funo desta distribuio das lavouras e da diferena do valor da produo,
Santana da Boa Vista acaba concentrando 35,2% do valor da produo da AII. A participao
da AII na rea plantada do Rio Grande do Sul de apenas 0,4% e no valor da produo de
apenas 0,3