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Projeto CAPAZ Básico – Materiais de Armações

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Introdução

Ao assistir à aula você teve acesso ao método de leitura e de interpretação de uma

receita médica. Resgatou, também, os conhecimentos de ametropias e lentes oftálmicas

disponibilizados em aulas anteriores. A receita médica é um instrumento diário de trabalho

que traz as informações das deficiências e medidas do cliente. Cabe a você, consultor de

venda, entender, orientar e indicar os melhores produtos para suprir a necessidade visual

dele.

Relembraremos agora dados sobe a leitura e interpretação da receita médica, e

aprofundaremos o conhecimento sobre os termos nela freqüentemente usados.

RELEMBRAR, FIXAR, APROFUNDAR

Todas as receitas oftálmicas devem conter informações primordiais para a confecção

de qualquer correção óptica. Para tanto, é muito importante relacionar-se com profissionais

da área para manter essas informações sempre claras e atualizadas.

A receita óptica ou receita médica é também conhecida pela sigla RX, na qual os

oftalmologistas anotam as informações da dioptria e medidas. É um documento de extrema

importância para os controles. Nela serão transcritos os valores numéricos e abreviações

que representam o tipo de deficiência visual. O vendedor tem obrigação de conhecer todos

os termos, símbolos e siglas para que possa entender qual ametropia e oferecer a melhor

armação e a melhor lente oftálmica para a deficiência visual indicada na receita.

Nesta aula seu objetivo principal é saber:

Ler e Interpretar a Receita Óptica

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As receitas devem informar:

Dioptria esférica de longe e de perto, para o olho direito e esquerdo.

Dioptria cilíndrica de longe e de perto, para o olho direito e esquerdo.

Posição dos eixos em graus (eixo indicador da posição do astigmatismo, expresso

numericamente em graus).

Adição (em potência dióptrica).

Distância Naso Pupilar (DNP) de longe, para o olho direito e esquerdo.

Distância Naso Pupilar (DNP) de perto, para o olho direito e esquerdo.

Dioptria prismática, eixo e posição da base prismática.

OBS. No campo de observações são anotados dados diversos.

Esquema (transferidor) de posicionamento do eixo (optativo) - o desenho de um

transferidor no qual, algumas vezes, é assinalada a direção dos eixos ou das

bases prismáticas. É pouco utilizado, visto que o sistema usado hoje é o TABO.

O tipo de material sugerido (cristal, resina ou policarbonato) e tratamentos

especiais (cor, filtros e química).

As marcas das lentes, até mesmo o material e tratamentos, não costumam ser inseridas

na receita. Esta é uma atribuição do óptico, que é o negociador de preços e produtos,

diretamente junto ao cliente.

Todas as receitas aferidas na ótica devem estar registradas no livro de receitas. Elas são

fiscalizadas pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Não devem ser feitas

anotações nas receitas, salvo o carimbo no verso, indicação da página do livro em que foi

registrada, data e a assinatura do ótico responsável pela confecção dos óculos. Mesmo

assim, essas anotações são optativas e não obrigatórias. Mas é aconselhável efetuar o

registro nos livros, ou ter a cópia da receita anexada a ele. As receitas devem ser devolvidas

ao cliente após seu uso. Hoje, com a informatização, o sistema de registro se altera

periodicamente. Por isso, oriente-se sobre esse procedimento na loja em que você trabalha.

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“Recomenda-se atenção redobrada na aferição de uma receita. Muitas vezes,

surge um modelo de receita diferente para anotar as informações e pode

também haver diferentes formas para preencher os dados contidos nas

prescrições.”

Para que o óptico possa ler e interpretar corretamente uma receita óptica, deve

conhecer certos símbolos e as abreviações mais comuns, assim como:

Nomenclatura Símbolos e Abreviações

Receita Ótica RX

Olho Direito OD

Olho Esquerdo OE

Esférico Esf.

Cilíndrico Cil.

Grau (posição do eixo do astigmatismo) °

Eixo x

Dioptria Prismática D

Dioptria Esférica ou Cilíndrica DE ou DC

Distância Pupilar DP

Distância Naso Pupilar DNP

Base Prismática B.

Longe L.

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Perto P.

Poder Dióptrico Negativo -

Poder Dióptrico Positivo +

A Medir (geralmente solicitado para DNP) A.M.

Ambos os Olhos AO

Asférica Asf.

Centro Ótico CO

Distância Vértice Dv

Acuidade Visual AV

Bifocal Bif.

Altura Alt.

Equivalente sinal positivo ou lado convexo

da lente Cx

Equivalente sinal negativo ou lado côncavo

da lente Cc

Acuidade Visual Normal 20/20

Milímetro mm

Adição Ad

Nasal (direção da base prismática) N ou Int.

Prisma ∆

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Temporal (direção da base prismática) T ou Ext.

Superior (direção da base prismática) Sup.

Inferior (direção da base prismática) Inf.

Lente de Contato LC

Lente Fosca (para impedir a visão) Oclusor

Curva Base da Lente CB

Resina Orgânica CR-39 ou Org.

Policarbonato. Poli

High Light HL

Bifocal de Base Prismática Superior BPS

Bifocal de Base Prismática Inferior BPI

Bifocal de Base Prismática Central BPC

Anti-Reflexo AR

Nanômetro Nm

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O QUE É?

Dioptria Esférica e Cilíndrica

Unidade utilizada para medir a potência refrativa de uma lente. Os valores esféricos e

cilíndricos discriminados nas receitas oftálmicas estão escalonados por dioptrias de 0.25 em

0.25. Além disso, é acrescentado valor positivo (+) ou negativo (-). As dioptrias esféricas

correspondem às correções de miopia e hipermetropia, enquanto as dioptrias cilíndricas

corrigem os astigmatismos.

Apesar de o zero após a vírgula não representar valor, recomenda-se o uso de duas

casas após o preenchimento de uma dioptria para se evitar erros nas ordens de serviços.

Graus

É a unidade de medida que representa o posicionamento dos eixos das lentes

cilíndricas e das bases prismáticas. Baseando-se no sistema sexagesimal, é verificado apenas

o seu círculo superior que vai de 180º a 0º. Em acordo internacional, ficou determinado que

a posição correta é o zero partindo para o olho esquerdo do lado temporal e no direito no

lado nasal.

DNP e DP

A distância naso-pupilar, mais conhecida como DNP, é uma das medidas mais

importantes na óptica e deve ser feita, na maioria dos casos, por meio de um pupilômetro. É

de praxe explicar ao cliente que essa medida é a distância entre as pupilas em relação ao

centro do nariz. Entretanto, na realidade, a DNP mede o reflexo corneano que corresponde

ao eixo visual do olho e, com ela, é possível centrar as lentes oftálmicas nas armações.

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A Distância Pupilar, mais conhecida como DP, é a distância entre uma pupila e a

outra. Não é recomendável utilizar a DP, pois embora seja igual à soma da DNP, em grande

parte das pessoas a medida da DNP apresenta diferenças entre os olhos. Portanto, para

tomadas e medidas, deve-se usar a DNP.

A correta medição da DNP, DP e altura são fundamentais para a perfeita adaptação

dos óculos e conforto do usuário. Quando incorretas podem ocasionar qualidade visual

inferior e desconforto. Estas medidas posicionam corretamente a lente sobre a pupila do

usuário, pois é o ponto em que se situa o melhor campo de visão. Elas devem ser

obrigatoriamente tomadas para qualquer tipo de lente ou ametropia.

A imagem ilustra os pontos das medidas de DNP (distância naso pupilar)

e a altura que, neste caso, é de 18mm.

Altura

A altura de montagem é a distância entre a pupila e a borda inferior da lente.

Geralmente esta medida é tomada apenas para lentes multifocais ou bifocais, mas é

importante ser tomada em todos os casos, pois é ela que irá posicionar corretamente o

centro óptico da lente e evitará efeitos de distorção na visão, ou seja, efeitos prismáticos

indesejáveis.

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Milímetros

Milímetro é a milésima parte do metro, ela é de suma importância. Através da

ferramenta denominada escala de plástico (régua), deve-se iniciar a tomada da principal

unidade de medida usada nas óticas para a produção de óculos, também conhecida como

Tomadas de Medidas, que é usada para obter as medidas lineares de DP, DNP, alturas, aros

e pontes de armações.

Dioptria Prismática

Todo prisma, quando prescrito em receita oftálmica, deve ter a direção de sua base

determinada para que o óptico a posicione corretamente. Normalmente estas bases são

indicadas para diversas posições, interna, externa, superior ou inferior, como também para

quaisquer outras direções. Como, por exemplo, 45º, 135º, entre outros. Usadas na correção

de forias e dos estrabismos. Seu símbolo é o: ∆.

Distância de Vértice

Outro fator importante na escolha da armação é a

distância vértice, que é a distância entre a lente e o olho.

Ela deve variar entre 12 mm e 14 mm, especialmente em

altas dioptrias. Se a armação fica muito afastada dos olhos,

há alteração de grau – o míope ficará com visão

subcorrigida, e o hipermetrope, com visão supercorrigida.

Em alguns casos, em armações de plaquetas, pode-se fazer

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um ajuste, mas a maioria dos casos não permite tal adaptação.

Leitura do Poder Dióptrico das Lentes

A leitura do poder dióptrico é possível quando há uma dioptria cilíndrica na receita

óptica. Resumindo: é feita apenas quando existe a deficiência visual do astigmatismo.

A leitura se inicia por qualquer um dos meridianos principais, que passa a ser

designado como esférico. A distância dióptrica entre os dois meridianos principais será o

poder designado como “cil.”. O sinal do cil. será indicado pelo sentido da progressão, se

positivo ou negativo. Quando o sentido vai do ‘mais’ para o ‘menos’, o sinal do cil. é

negativo. E quando o sentido vai do ‘menos’ para o ‘mais’, o sinal do cil. será positivo.

Este entendimento dos valores dos meridianos principais das lentes esf./cil. ou dos

plano-cil. é importante para que o aluno se inicie na verificação do poder dióptrico das

lentes, no aparelho conhecido como lensômetro, que será apresentado mais adiante.

Ex: -5,00 -4,00 -3,00 -2,00 -1,00 0,00 +1,00 +2,00 +3,00 +4,00 +5,00

Esta lente será designada como: Esf. -5,00 cil.

+3,00 eixo 0°

Anota-se o valor esf. e o valor do cilíndrico que

corresponde à diferença de dioptria do meridiano

perpendicular (Cil. = -5,00 -2,00), por estar no sentido

positivo. Leva o sinal positivo Cil. = +3,00. Observe que

o eixo adotado sempre será o referente à leitura do

esférico, no caso, 0°.

90°

180° ou 0 º

-2,00 D

- 5,00 D

sentido positiv

o

- 5,00 D

-2,00 D

ESF. CIL.

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Ex: -5,00 -4,00 -3,00 -2,00 -1,00 0,00 +1,00 +2,00 +3,00 +4,00 +5,00

Se a leitura fosse iniciada no eixo à 90°, seria

designada como: Esf. -2,00 Cil.-3,00 eixo 90°

Neste caso o cil. tem o sentido negativo,

portanto precede o sinal (-). O eixo também muda,

pois a leitura do esf. iniciou-se em outro eixo.

Ex: -5,00 -4,00 -3,00 -2,00 -1,00 0,00 +1,00 +2,00 +3,00 +4,00 +5,00

Esta lente será designada como:

esf. +1,00 cil. -3,00 eixo a 90°

Nesta lente, nota-se que há um meridiano

negativo e outro positivo. Neste caso o valor cil.

atravessará o ponto “plano” e este valor equivalerá

à distância entre os dois meridianos principais.

O perfeito conhecimento sobre o poder dióptrico e a habilidade de ‘ler’ que ele está

passando em cada meridiano da lente, é importante para que o consultor óptico possa

dominar noções de espessura e estética dos óculos. Ensinamentos como transposição e

leitura do poder dióptrico irão formar a base para o entendimento desse fabuloso mundo da

perfeição óptica.

90°

180° ou 0 º

-2,00 D

- 5,00 D- 5,00 D

-2,00 D

ESF. CIL.

ESF. CIL.

90°

180° ou 0 º

+1,00 D

- 2,00 D-2,00 D

+1,00 D

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COMO INTERPRETAR UMA RX

Para quem nunca trabalhou com lentes, isso parece muito complexo de início, mas

não é verdade. Primeiramente, deve-se fazer uma leitura geral, depois procurar entender

cada item. Caso não haja compreensão, deve-se parar nesse item, sanar as dúvidas, para só

depois ir adiante. Logo tudo fica claro.

Existem vários modelos de receita para a prescrição de lentes oftálmicas. A escolha

de um deles e a forma de preenchimento dependem do critério pessoal de cada

oftalmologista ou profissional da área. Caberá ao consultor de venda ler corretamente.

Seguem abaixo alguns exemplos identificando a ametropia e o tipo de lente oftálmica

para ajudar no entendimento dos conceitos mostrados anteriormente:

CASO 1

Esf. Cil. Eixo DNP

PARA

LONGE

O.D. +0,50 mm

O.E. +0,25 mm

PARA

PERTO

O.D. mm

O.E. mm

Conforme a receita acima:

Como a anotação da dioptria está feita nos campos para longe, já se exclui a opção

de presbiopia. Os campos “para perto” só serão usados em casos de presbiopia, e os

campos “para longe” serão usados para identificar miopia, hipermetropia e

astigmatismo.

Identificou-se que apenas os campos esféricos estão preenchidos. Portanto, exclui-se

a opção de o cliente ter astigmatismo. Poderá ser miopia ou hipermetropia, o que irá

definir é o sinal que está à frente do número.

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Como o sinal que identifica a dioptria é +, ou seja, positiva, conforme já visto conclui-

se que se trata de um caso de hipermetropia.

Portanto, esta receita indica que o cliente tem uma hipermetropia de 0,50D no olho

direito, e uma hipermetropia de 0,25D no olho esquerdo.

Lembrando: esta deficiência é corrigida com lentes visão simples (monofocais)

esféricas positivas.

Neste caso a hipermetropia é leve, podem ser usadas lentes oftálmicas prontas em

casos de armações aro fechado.

Também é possível observar que não há orientação da DNP. Por isso, cabe ao

consultor de venda obter as medidas por intermédio do pupilômetro ou do

respectivo equipamento.

CASO 2

Observa-se que esta receita é completamente diferente da anterior:

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Deve-se verificar onde estão os campos para perto e longe; o olho direito e esquerdo

e como estão dispostos os campos das dioptrias esféricas e cilíndricas, eixos, prismas

e DP.

Em seguida aparece o “transferidor” para apontar o posicionamento do eixo. Como

no caso, não se trata de astigmatismo, este não foi usado.

Deve-se observar que as anotações foram feitas “para longe” e que apenas os

campos esféricos do olho direito e esquerdo estão preenchidos. Portanto, pode ser

miopia ou hipermetropia.

Como o sinal que identifica a dioptria é -, ou seja, negativa, conclui-se que se trata

de um caso de miopia.

Portanto, indica que o olho direito tem uma miopia de 4 dioptrias e o olho esquerdo

uma miopia de 5,25 dioptrias.

Lembrando: esta deficiência se corrige com lentes visão simples (monofocais)

esféricas negativas.

Neste caso, a miopia já é mais alta e o paciente poderá beneficiar-se de alguns

recursos como lentes oftálmicas de médio ou alto índice, tratamento antirreflexo,

entre outros.

Também neste caso, a espessura de borda da lente será o principal fator de

interferência na estética das lentes, ou seja, a borda ficará grossa e proporcionará a

sensação visual de olho pequeno.

Para evitar essa ocorrência, devem-se utilizar os recursos existentes no mercado,

como por exemplo:

o A armação deve estar bem centralizada para melhorar a espessura de borda;

o Além disso, quanto menor o aro da armação mais fina a lente. Por isso,

devem-se utilizar armações com talão alongado, pois têm o diâmetro de aro

menor;

o Deve-se optar por armações de aro fechado, no material acetato e com

curvatura da armação mais plana, pois irão esconder a espessura de borda.

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o É recomendável aplicar tratamento anti-reflexo para melhorar a qualidade

visual e estética.

o Lentes de médio índice a alto índice, dependendo do diâmetro do aro da

armação: para armações com diâmetro de aro menor podem ser indicadas

lentes de médio índice (n=1.6) ou alto índice (n=1.67 ou 1.7), conforme a

condição financeira do cliente.

Não há orientação da DNP, por isso cabe ao consultor de venda obter as medidas,

antes mesmo de escolher a armação, para que possa ter em mente o diâmetro da

lente.

CASO 3

Eis aqui mais um formato de receita na qual as dioptrias são escritas por “extenso”,

por assim dizer.

Devem ser observados os campos OD e OE. Eles se referem à visão “para longe”, pois

os campos “para perto” são substituídos por outra forma de identificar a presbiopia:

“adição”.

Como nada foi anotado na “adição”, pode-se excluir o caso de presbiopia.

É muito importante notar que há a indicação de dioptria cilíndrica (-0,50 cil.) e eixo

em ambos os olhos ( x 10° / x 170° ). Pode-se concluir que é um astigmatismo.

OD: plano esf. -0,50 cil. x 10°

OE: plano esf. -0,50 cil. x 170°

ADIÇÃO:

OBSERVAÇÕES Lentes orgânicas ou policarbonato. Medir DP

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Lembrando: já foram estudados os cinco tipos de astigmatismo, de acordo com a

leitura, nota-se que ambos os olhos apresentam astigmatismo miópico simples, pois

um meridiano é plano e o meridiano perpendicular tem 0,50D negativo, ou seja, no

caso do olho direito o esférico é plano e está no eixo de 10° e o cilíndrico é -0,50D no

eixo de 100°.

O olho direito e esquerdo apenas se diferem pelo eixo em que se encontra a dioptria

esférica e cilíndrica.

Deve-se notar que se constar da receita: P ou 0, ou simplesmente não estiver nada

marcado, isto quer dizer que essa lente é plana, sem grau.

A ametropia deve ser corrigida com lentes visão simples (monofocais), plano

cilíndricas negativas.

Neste caso, o astigmatismo é leve e podem ser usadas lentes oftálmicas prontas.

Não haverá restrições na escolha das armações. Por isso, o aro pode ser fechado,

com fio de nylon ou ballgrife, curva 6, 8 ou plana.

Podem ser observadas as considerações do médico oftalmologista quanto ao

material das lentes: orgânicas ou policarbonato.

Há orientação para o consultor de venda fazer as medidas de DP.

CASO 4

Esf. Cil. Eixo DNP

OD 0,00 -5,50 170° mm

OE -0,50 -4,50 180° mm

AD.

OBS: DIP: medir na armação

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Se esta receita vier parar nas mãos do consultor de venda, ele deve interpretá-la como:

Próximo ao caso anterior, este modelo de receita tem os campos OD e OE

representando as dioptrias “para longe” e os “para perto” -- indicados pela

abreviação AD (adição).

O campo AD está em branco, portanto está excluído o caso de presbiopia.

Como os campos cilíndricos e eixo de ambos os olhos têm anotações numéricas,

novamente se depara com um caso de astigmatismo. Entretanto, o olho direito e

esquerdo diferem quanto ao tipo de astigmatismo e respectivamente ao tipo de

lente oftálmica para correção.

O olho direito tem astigmatismo miópico simples, pois se observa que a dioptria

esférica é plana (zero) e a dioptria cilíndrica é de -5,50, e que o poder dióptrico plano

está no meridiano à 170° e -5,50 está no eixo à 80°.

É corrigida com lentes visão simples (monofocais), plano-cilíndrica negativas.

O olho esquerdo tem astigmatismo miópico composto, pois se observa que a dioptria

esférica é -0,50 e a dioptria cilíndrica é de -4,50, e que o poder dióptrico -0,50 está

no meridiano a 180° e -5,00 está no eixo à 90°.

É corrigida com lentes visão simples (monofocais), esférico cilíndrica.

Em ambas as lentes há uma dioptria mais alta em um dos meridianos, o que irá

acarretar diferença de espessura e será preciso personalizar as lentes para não

comprometer a estética. O mais indicado é oferecer lentes oftálmicas surfaçadas,

lentes médio índice, entre outros recursos:

o Pela diferença da potência dióptrica entre os dois meridianos, conclui-se que

a espessura de borda terá diferenças significativas - no lado superior e inferior

da lente a espessura de borda será mais fina, e no lado nasal e temporal será

mais grossa.

o Devem ser escolhidos corretamente a armação e o material da lente, para

que esta diferença de espessura seja neutralizada.

o Deve-se optar por lentes médio índice para ganhar na espessura.

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o Devem-se escolher armações com curvatura mais plana.

o Armações de aro fechado de acetato são as mais indicadas. O fio de nylon e

ballgrife devem ser evitados, mesmo que o cliente insista. Deve-se orientá-lo

quanto à estética dos óculos.

o Se o rosto do cliente comportar, pode-se optar por armações com altura mais

baixa (armações mais estreitas na altura) e que possibilitem a maior

centralização possível. As armações com o diâmetro de aro pequeno são uma

ótima opção.

Há orientação para o consultor de venda fazer as medidas de DNP, que é o mesmo

que DP.

TRANSPOSIÇÃO

As lentes esférico/cilíndricas e plano/cilíndricas podem ser designadas de duas

maneiras: com cilíndrico negativo ou positivo. Isto não significa que a dioptria está

diferente, mas somente que existem duas formas de leitura de uma mesma lente oftálmica.

Esta mudança é denominada de ‘transposição’, que significa a mudança na forma de

escrever de uma lente sem alterar seu verdadeiro valor de refração.

O estudo da transposição é importante para a leitura do lensômetro e para orientar

a melhor opção em armações e lentes existentes no mercado. Isso é possível, pois ao

determinar a potência dióptrica nos meridianos (eixos) já se prevêem a espessura das lentes

e a estética final do produto.

Para fazer a leitura do poder esf., cil. e quantificar o poder dióptrico, a leitura pode

ser iniciada por qualquer dos meridianos principais de uma lente. Sabe-se que o primeiro

tomado será o esf. e a diferença entre os dois meridianos principais será o cil.

Para fazer a transposição, a regra é fácil. Basta este procedimento:

Fazer a soma algébrica do esférico e cilíndrico para um novo esférico.

Repetir o poder cilíndrico e trocar o seu sinal.

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Quando o eixo é inferior a 90º acrescenta-se mais 90º, e quando é superior,

subtrai-se 90°.

Exemplos de somas algébricas:

+1,00 -2,00 0,00 +2,00 -2,00 +,050 +2,00 -1,00 +3,00 -4,00 +1,50 - 0,50 +3,00 -3,00 +3,00 -2,00 -0,50 0,00

Quatro exemplos de transposição:

Esf. +1.00 diop. ( ) Cil. +1.00 diop. eixo 180º

Esf. +2.00 diop. ( ) Cil. -1.00 diop. eixo 90º

Esf. 0.00 diop. ( ) Cil. -0.50 diop. eixo 5º

Esf. -0.50 diop. ( ) Cil. +0.50 diop eixo 95º

Esf. -2.00 diop. ( ) Cil. -1.50 diop. eixo 80º

Esf. -3.50 diop. ( ) Cil. +1.50 diop eixo 170º

Esf. -2.00 diop. ( ) Cil. +0.50 diop. eixo 30º

Esf. -1.50 diop. ( ) Cil. -0.50 diop eixo 120º

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CASO 5

Esta receita:

Deve-se observar que é o primeiro caso em que aparece anotação nos campos “para

perto”, o que sinaliza a existência de um caso de presbiopia.

Outra novidade é que não há anotação nos campos “para longe”, o que indica que a

presbiopia é pura, ou seja, não vem associada com outra ametropia como miopia e

hipermetropia.

Os campos cilíndricos estão em branco, o que aponta para a ausência de

astigmatismo.

A dioptria esférica indica que o cliente necessitará de uma lente de +1,50, em ambos

os olhos, para poder ler à distância padrão de 33 cm.

Esta presbiopia é simples e baixa, permite concluir até que seja a primeira vez que o

cliente usará óculos.

Neste caso, devem ser analisadas as necessidades e atividades de lazer e trabalho

para que se possa orientar bem este cliente. As opções que existem no mercado são:

o Lentes monofocais (visão simples) positivas prontas, dioptria +1,50 (apenas

pra perto);

o Lentes bifocais: numa mesma lente há o grau para longe e o grau para perto;

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o Lentes progressivas plana com adição de +1,50: numa mesma lente há a visão

de perto, longe e intermediária. A grande vantagem das multifocais é a

adaptação e a estética, pois não tem a película das bifocais que, conforme se

diz, ‘envelhecem’ a aparência.

o Lentes regressivas, o trabalho exige muito a visão de perto, por isso

necessitará ter campo de perto e intermediário maior do que as progressivas.

o Lentes podem ser com índices 1.49, pois o grau é fraco, e se a opção for por

lentes progressivas os campos de visão em adições mais baixas são maiores.

CASO 6

Neste caso todos os campos estão preenchidos:

o Campo “para longe”, indica um astigmatismo do tipo hipermetrópico

composto em ambos os olhos.

o Campo “para perto”, indica uma presbiopia com adição de 3,00.

Neste caso, as lentes mais indicadas são lentes multifocais ou bifocais, pois este

usuário tem dificuldade de ver tanto de longe quanto de perto. A adição 3,00 é uma

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presbiopia avançada, provavelmente já usou óculos anteriormente. Deve-se indagar

dele quais foram os óculos já utilizados, ouvir com atenção as observações que o

cliente tem sobre as últimas lentes, para, em seguida, poder sugerir as opções:

multifocais ou Bifocais (kriptok ou Ultex).

Outras orientações:

o Não indicar armações fio de nylon, pois a dioptria de perto é forte, deixará a

borda inferior espessa.

o Optar por armações de aro pequeno o suficiente para comportar a altura do

multifocal.

o Escolher armações que fiquem bem centralizadas.

o Lentes com índice 1.49 ou médio índice. Verificar qual valor agregado que

supre as necessidades do cliente, optando por: lentes de médio índice para

melhorar a espessura, lentes com melhor tecnologia e campos de visão mais

amplos, ou ambos.

o Priorizar armações com plaquetas, nos casos de lentes progressivas. Assim,

poderão ser feitos ajustes necessários.

o A tirada de medidas é importantíssima neste momento. A correta medição e

pré-ajustes da armação são fatores de qualidade para a adaptação do cliente

às novas lentes.

Observar que os valores da DP do campo de longe e de perto são 62 mm e 60 mm,

respectivamente. Entretanto, é importante tirar as DNP de longe e perto e confirmar

as medidas.

Outro detalhe é que a DP de longe e perto são diferentes. Isto é normal e ocorre

devido à convergência que os olhos fazem para focar os objetos de perto.

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Adição

Uma das operações mais comuns que o óptico vendedor precisa conhecer é o

cálculo da adição. Adição é a diferença entre o valor dióptrico de longe e perto. Esta é

sempre positiva e por isso não necessita de sinal positivo, porque seria redundante. Sua

abreviação é ”Ad.”

Para calculá-la, usam-se somente as dioptrias esféricas de longe e de perto, não se

levando em consideração os cil. e seus sinais. Pode-se dizer que a adição é um acréscimo de

uma lente positiva sobre o poder dióptrico de longe.

Quando consta o grau de perto e longe:

Quando os sinais de longe e perto são iguais, subtrai-se aritmeticamente:

Exemplo: L. esf. +2,00 e P. esf. +4,50 A adição será 2,50.

Quando o poder de longe é plano:

Exemplo: L. esf. 0,00 e P. esf. +2,50 A adição será 2,50.

Quando o poder dióptrico de perto é plano:

Exemplo: L. esf. -3,00 e P. esf. 0,00 A adição será 3,00.

Quando os sinais do esf. e cil. são diferentes, soma-se aritmeticamente:

Exemplo: L. esf. -1,50 e P. esf. +1,00 A adição será 2,50.

Quando somente consta a adição: inúmeras vezes o oftalmologista registra na

receita somente os poderes esf. cil. de longe, e para perto registra somente a adição.

Nestes casos, o óptico vendedor necessitará calcular os poderes de perto, do modo

seguinte:

RX Longe 0,00 -1,50 x 120° Adição 1,50 RX Perto +1,50 -1,50 x 120°

RX Longe +1,75 -0,50 x 170° Adição 2,00 RX Perto +3,75 -0,50 x 170°

RX Longe -3,00 -1,00 x 180° Adição 2,50 RX Perto -0,50 -1,00 x 180°

RX Longe -2,50 -0,75 x 90° Adição 2,50 RX Perto 0,00 -0,75 x 90°

RX Longe -0,50 -0,25 x 10° Adição 2,00 RX Perto +1,50 -0,25 x 10°

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Abaixo, algumas regras fundamentais:

Quando o grau esférico de longe é plano ou positivo, o de perto, obrigatoriamente

será positivo ou positivo e mais forte, respectivamente.

Quando o grau esférico de longe é negativo, o de perto, poderá ser negativo e mais

fraco, plano, ou positivo.

Os valores cilíndricos, os sinais cilíndricos e os eixos de longe e de perto serão

sempre iguais.

98% das adições prescritas são iguais para AO. Existem as exceções que são próprias

daqueles profissionais que usam demasiadamente mais um olho que outro. Também os

casos de anisometropia, em que o cliente tem um olho predominante, poderão ocorrer

adições diferentes em AO.

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FINALIZANDO

Nesta aula, você adquiriu conhecimentos importantes sobre a leitura e interpretação

das receitas ópticas. Você teve acesso a informações importantes quanto aos símbolos,

abreviaturas e significado de cada uma delas. Tornou-se apto a entender qual ametropia

está implícita nos valores numéricos representados e a se orientar quanto ao tipo de lentes

oftálmicas e armações.

Assista ao vídeo, estude os arquivos complementares e faça os testes.