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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA CENTRO DE TECNOLOGIA DE ALEGRETE CURSO DE ENGENHARIA ELTRICA OFICINA DE ELETRICIDADE E ELETRNICA II.

Projeto com CLP CLIC02 Automao de um Porto de Garagem

Relatrio Tcnico Avaliativo. Cleofe Basso Gerson Sena Professor: Ms Sidinei Ghissoni

Alegrete, 16 de Fevereiro de 2008.

ndice: 1. Objetivo 2. Metodologia 3. O Controlador Lgico Programvel 3.1. Um Breve histrico 3.2. Como Funciona o CLP 3.3. O Hardware 3.3.1. Fonte de Alimentao: 3.3.2. CPU (Central Processor Unit) ou Unidade Central de Processamento 3.3.3. Interfaces E/S (Entrada e Sada, ou do ingls I/O Input and Output) 3.3.3.1. Entradas e Sadas Analgicas 3.3.3.2. Entradas e Sadas Digitais 3.4. Programao 3.4.1. Bloco de Organizao (OB Organization Block) 3.4.2. Bloco de Programa (PB Program Block) 3.4.3. Bloco de Funes (FB Function Block) 3.4.4. Bloco de Dados (DB Data Block) 3.4.5. Bloco de Passos (SB Step Block) 3.5. O CLP CLIC02 (WEG) 4. Projeto de um Porto de Garagem com o CLIC02 4.1. Tipo de Porto 4.2. Tipo de Motor e Alimentao 4.3. Sensores Utilizados 4.5. Comando e Temporizao 4.6. Proteo para Falha Eletromecnica 4.7. Proteo para Interrupo de Energia (falha na alimentao) 4.8. Estimativa de Uso (pior caso) 4.9. Tempo de Acionamento e Abertura total 4.10. Tempo de Espera quando aberto 4.11. Potncia Consumida durante Acionamento e em Repouso 4.12. Estimativa de Auto-suficincia Energtica sob Falha de Alimentao 4.13. Projeto 4.13.1. O Motor 4.13.2. Clculos 4.13.3. Proteo 4.13.4. No-break 4.13.4. Esquema Eltrico 4.13.5. Programao 4.13.5.1. Descrio 5. Concluso 6. Bibliografia

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1. Objetivo: Fazer uma breve introduo aos controladores lgicos programveis (CLPs) e Demonstrar uma aplicao como Controlador lgico Programvel CLI02.

2. Metodologia: Encontrar as informaes necessrias em literatura tcnica e nos manuais do fabricante (WEG) do CLP CLIC02 e com base nas mesmas projetar um porto de garagem controlado pelo mesmo.

3. O Controlador Lgico Programvel (CLP): 3.1. Um Breve Histrico1 Para melhor clareza, antes precisamos entender um pouco da histria de evoluo dos processos de cho de fbrica (como chamamos o local onde fica instalado o maquinrio em si). Antes da evoluo da Era Eletrnica na indstria j existia a necessidade crescente de se automatizar os processos de fbrica. Mas naquela poca, o que as fazia era controlar esses processos por meio de grandes placas com um amontoado de rels que, a cada acionamento, executavam uma ao programada. A programao destas diversas placas era feita por meio de cabos plugveis, do mesmo modo que se fazia com as conexes telefnicas de tempos remotos. Cada configurao de cabos executava aes especficas. Todas estas placas eram presas a outra placa maior (bastidor ou rack). Desta forma, alm de uma operacionalidade muito baixa, existiam outros problemas: alto consumo de energia, difcil manuteno, modificaes de comandos dificultados e onerosos com muitas alteraes na fiao ocasionando nmero de horas paradas, alm das dificuldades em manter documentao atualizada dos esquemas de comando modificado. Com a industrializao da eletrnica, os custos diminuram, ao mesmo tempo em que a flexibilidade aumentou, permitindo a utilizao de comandos eletrnicos em larga escala. Mas alguns problemas persistiram, e quem sentia estes problemas de forma significativa era a indstria automobilstica, pois a cada ano com o lanamento de novos modelos, muitos painis eram sucateados, pois os custos para alterao eram maiores do que a instalao de novos painis. Porm, em 1968 a GM (General Motors), atravs de sua Diviso Hidromatic, preparou as especificaes detalhadas do que posteriormente denominou-se Controlador Programvel (CP). Estas especificaes retratavam as necessidades da indstria, independentemente do produto final que iria ser fabricado. Em 1969 foi instalado o primeiro CP na GM executando apenas funes de intertravamento. Historicamente os CPs tiveram a seguinte evoluo: De 1970 a 1974, em adio s funes intertravamento e seqenciamento (lgica), foram acrescentadas funes de temporizao e contagem, funes aritmticas, manipulao de dados e introduo de terminais de programao de CRT (Cathode Ray Tube). De 1975 a 1979 foram incrementados ainda maiores recursos de software que propiciaram expanses na capacidade de memria, controles analgicos de malha fechada com algoritmos PID, utilizao de estaes remotas de interfaces de E/S (Entradas e Sadas) e a comunicao com outros equipamentos inteligentes. Com os desenvolvimentos deste perodo, o CP passou a substituir o microcomputador em muitas aplicaes industriais.

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Nesta dcada atual, atravs dos enormes avanos tecnolgicos, tanto de hardware como de software, podemos dizer que o CP evoluiu para o conceito de controlador universal de processos, pois pode configurar-se para todas as necessidades de controle de processos e com custos extremamente atraentes. 3.2. Como Funciona o CLP: De modo simplista, o CLP funciona basicamente por um sistema de controle sobre processos. Para que esse controle seja correto e preciso preciso que o processo que se deseja controlar seja monitorado, papel este desempenhado por sensores. O CLP ento atua sobre o processo com base nas leituras dos sensores, por meio de atuadores. Observe a figura 1, nela possvel verificar o que foi dito:

Figura 1 Diagrama em Blocos de um Sistema de Automao.

3.3. O Hardware2: Basicamente o hardware de um CLP pode ser dividido em trs partes: 3.3.1. Fonte de Alimentao: Atualmente a maioria das fontes de CLP chaveada e apresenta uma tenso de sada nica de 24 Vcc. Ela serve para alimentar os mdulos de entrada e sada e CPU ao mesmo tempo. Esta tenso possui algumas vantagens sobre outras (como 5 Vcc, por exemplo) por poder ser facilmente regulada para tenses menores, ter uma maior imunidade a rudos eltricos e ser compatvel com o padro RS232 de comunicao. 3.3.2. CPU (Central Processor Unit) ou Unidade Central de Processamento: A CPU pode ter inmeras naturezas. Logo no inicio eram usados microcontroladores (por exemplo, o PIC da Microchp) ao invs de microprocessadores, devido ao custo-benefcio. Atualmente, com exceo de alguns pequenos CLPs, os tipos industriais utilizam microprocessadores padro IBM-PC. Muitas vezes a CPU a mesma que a de um PC, mudando apenas o aspecto construtivo. 3.3.3. Interfaces E/S (Entrada e Sada, ou do ingls I/O Input and Output): So as portas por onde entram e saem sinais do CLP. Ao trazer uma informao do mundo externo o CLP tambm precisa enviar um comando baseado nesta informao. Estas podem ser divididas em dois grupos distintos. 3.3.3.1. Entradas e Sadas Analgicas: Na maioria dos processos industriais temos grandezas do tipo analgicas, como temperatura, umidade relativa, posicionamento de eixos, entre outras. Atravs de um conversor interno analgico/ digital (A/D) o CLP pode monitorar e controlar este tipo de sinal. O fator mais importante neste caso a resoluo do mdulo A/D, pois quanto melhor o fator de amostragem maior a preciso e rapidez das "decises a serem tomadas pelo CLP. Por exemplo: Se desejo monitorar uma variao de tenso de algum sensor, que varia de 0V a 10V, e tenho um conversor A/D de 8 bits, qual ser minha resoluo para a aplicao? Primeiro: Determinar o nmero de palavras digitais que podem ser montadas (2n = 28 = 256), onde n = nmero de bits do conversor. Segundo:

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Verificar a natureza do sinal de entrada. No nosso exemplo temos 0V a 10V. Terceiro: Aplicar a frmula: , que fica Isso significa que qualquer sinal inferior a este valor no ser reconhecido pela entrada, o que faz perceber que se uma preciso maior for necessria este conversor precisa ter maior nmero de bits. Este tipo de entrada recebe sinais de dispositivos tais como termopares (temperatura), sensores de deformao mecnica (strain-gauges), sensores de umidade, sensores piezeltricos (presso mecnica), tacogeradores, potencimetros de deslocamento angular ou linear e encoders senoidais. A diferena entre as entradas e sadas analgicas est apenas ao que so ligadas e seu modo construtivo, pois nas sadas temos outro tipo de conversor, que o Digital/ Analgico (D/A). 3.3.3.2. Entradas e Sadas Digitais: Como o prprio nome j diz, estas interfaces apenas aceitam dois estados, ou seja, 0 e 1. Normalmente, como j exposto, o nvel lgico 1 (um) para o CLP significa 24 Vcc. Estas interfaces podem ser de dois tipos: ativa baixa (ou tipo N) e ativa alta (tipo P). Logicamente, para ativarmos uma entrada P devemos lig-la em 24 Vcc,e para uma entrada N 0 Vcc. Outro detalhe que deve ser observado quando falamos em interfaces digitais a sua isolao tica. Esta tcnica possui duas funes principais: eliminao de rudos eltricos e proteo do sistema de controle. Por rudo eltrico entende-se qualquer anomalia que provoque uma variao de tenso ou corrente que no consiga ser identificada corretamente pelo CLP e provoque comportamento errtico (instabilidades). Os sensores mais comuns para entrada digitais so: sensores indutivos de proximidade, chaves fim-de-curso, botoeiras, pressostatos, entre outros. Por sua vez, as cargas mais associadas s sadas digitais so: contatores, rels eletromecnicos e de estado slido (SSR), solenides, vlvulas, sonoalarmes, LEDs, lmpadas, etc.. 3.4. Programao3: Para que um CLP funcione corretamente ele precisa ser programado para desempenhar a funo que desejarmos. Isso quer dizer que ele no vem pronto de fbrica para ligar onde quisermos, preciso que se diga a ele o que fazer com as informaes que o mesmo receber atravs de suas entradas. O programa do CLP estruturado em blocos, mais precisamente em cinco blocos: 3.4.1. Bloco de Organizao (OB Organization Block): Esse o bloco que organiza toda a seqncia da automao. Todos os demais blocos esto contidos neste. Na prtica ele um programa tipo executvel (.EXE). 3.4.2. Bloco de Programa (PB Program Block): neste bloco que instalamos o software residente do CLP. Normalmente a memria deste bloco do tipo RAM (com bateria para mant-la) ou do tipo flash. 3.4.3. Bloco de Funes (FB Function Block): o bloco onde so armazenados os dados das variveis externas (temperatura, entrada e sada analgica, vazo, etc.). 3.4.4. Bloco de Dados (DB Data Block): o bloco que pode ser usado e alterado durante a execuo do programa. Os dados mais comuns a este bloco so esclarecimentos (comentrios) sobre o prprio programa, FBs, referncias, e tempos. 3.4.5. Bloco de Passos (SB Step Block): Este contm os programas grficos do CLP. neste bloco que tratamos da sinalizao do processo (sinais da Interface Homem-Mquina (IHM), Grafcet, fluxograma do processo ou da mquina). Quanto linguagem de programao usada, cada fabricante pode optar por uma, porm, a maioria segue a norma IEC 1131, que permite trs modalidades: DIC (Linguagem de Contatos ou

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LADDER), DIL (Blocos Lgicos), e LIS (Lista de Instrues). De todas as linguagens a mais empregada, por sua simplicidade e fcil, entendimento a Linguagem LADDER. Vejamos, nas Figuras 2, 3 e 4 exemplos das linguagens descritas:

Figura 2 Exemplo de Linguagem LADDER para uma Porta E.

Figura 3 Maneira como representada a Porta E na Linguagem DIL.

LD LD X0. AND X1 OUT Y0.Figura 4 Linguagem LIS (lista de instrues).

Logo abaixo so mostradas (Tabela I) algumas das instrues da linguagem LIS: Tabela I Lista Instrues LIS (bsicas). LD Carrega entrada (Ex. LD X0). LDI Carrega entrada invertida (Ex. LDI X0 = LD X0). AND Operao E. ANI Operao E com entrada invertida. OR Operao OU. ORI Operao OU com entrada invertida OUT Envia o resultado para a respectiva sada. 3.5. O CLP CLIC024: A WEG, com fbrica situada no Brasil, desenvolveu, entre muitos de seus produtos, um CLP de baixo para aplicaes simples. O mesmo denomina-se CLIC02. Este CLP do tipo modular, ou seja, se necessrio podem ser acrescentadas partes que ampliam seu poder de ao e controle, permitindo um uso em escala maior. Na figura 5 podemos ver o CLP.

Figura 5 CLP CLIC02 da WEG com um mdulo de ampliao e um modelo maior com um exemplo de aplicao.

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Na Tabela II passamos a descrever algumas das principais caractersticas deste CLP. Podemos notar que ele bem robusto e d uma gama bem variada de possveis aplicaes. No prprio Manual, fornecido pela Empresa, so citadas algumas das aplicaes para as quais o mesmo muito til: Tabela II Caractersticas do CLIC02 Controle de Sistemas de Iluminao; Comando de Portas ou Cancelas; Unidades com 10, 12 e 20 pontos de Sistemas de Energia; E/S digitais e 2 ou 4 pontos de entradas Sistemas de Refrigerao e Ar-Condicionado; analgicas (0...10 v /10bits); Sistemas de Ventilao; Mdulos de expanso de 4 entradas e 4 sadas (rel ou transistor) com alimentao Sistemas de Transporte; independente da unidade bsica, possibilitando Controle de Silos e Elevadores; diferentes tipos de tenses em uma mesma configurao; Comando de Bombas e Compressores; Sistemas de Alarme; Configurao mxima de 44 pontos de E/S; Comando de Semforos; Sistemas de Irrigao; Sadas digitais a rel (8A Carga Resistiva) ou transistor (0,5A); Entre outras. Resumo das facilidades: Alimentao em 12 Vcc, 24 Vcc ou 110 Economia de Espao; Fcil Programao; Unidades com 10 ou 20 pontos de entradas e sadas (I/O); 2 entradas Analgicas 0-10Vcc / 8 Bits (Opcional); Display LCD (4 linhas x 12 caracteres); Relgio de Tempo Real (Opcional); Sadas Digitais a Rel (10A carga resistiva); Alimentao em 24 Vcc ou 110-220Vca 50/60Hz; Visualizao de mensagem; Alterao de ajustes de blocos on-line. O programa para o CLIC02 pode ser tanto gerado por software, disponvel gratuitamente para download no site da prpria WEG (na aquisio do CLP vem um pacote que inclui tanto o software como os cabos de programao e um manual de instrues). Embora um pouco mais demorado, o CLP CLIC02, assim como muitos outros, pode ser programado diretamente por sua interface de teclado e display frontais (Figura 5). / 220 Vca (50/60 Hz); Display LCD (4 linhas x 12 caracteres); Relgio de tempo real; Duas entradas rpidas de 1 Khz; Uma sada PWM (Trem de Pulsos);

Programao em Ladder ou Blocos Lgicos; Menu em portugus e mais 6 idiomas; Memria Flash Eprom;

Comunicao em Modbus (incorporado nos modelos 20VR-D e 20VT-D); e Ethernet TCP IP (disponvel em breve); Comunicao: Profibus DP, Devicenet

Capacidade de 200 linhas de programao em Ladder ou 99 blocos lgicos de funo.

4. Projeto de um Porto de Garagem com CLP CLIC02 (WEG): No projeto de automatizao de um porto de garagem, tipo basculante, nota-se a necessidade de coletar alguns detalhes construtivos: 4.1. Tipo de Porto: O tipo de porto de garagem que ser utilizado do tipo basculante (Figura 6). Para outros tipos, a troca seria apenas de carter construtivo, que precisa ser levado em conta no projeto.Pgina

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Figura 6 Porto Basculante do Projeto.

4.2. Tipo de Motor e Alimentao: O motor do porto ser alimentado por uma rede trifsica do condomnio (380 Vca). 4.3. Sensores Utilizados: Teremos um sensor de presso, posto em uma barra horizontal emborrachada em toda base inferior da folha mvel (basculante), para evitar esmagamento ou dano a veculos. Teremos ainda um sensor de falta de energia que acionar o sistema UPS (Uninterrupted Power Supply) que alimentar o controle do porto em caso de emergncia. 4.5. Comando e Temporizao: Ns teremos a necessidade de um comando com trs botoeiras em um painel, sendo uma para abertura, uma para fechamento e uma de emergncia. Optou-se por usar uma para abrir e outra para fechar em virtude de evitarmos o pressionamento indevido durante uma operao de abertura ou fechamento (pressionando duas vezes a mesma botoeira). Todo comando e temporizao sero efetuados pelo CLP CLIC02. O funcionamento simples. Ao pressionarmos a botoeira de abertura do porto o sistema acionar imediatamente um alerta sonoro, e iniciar a abertura do mesmo. Ao pressionarmos a botoeira de fechamento o porto iniciar seu fechamento. O fechamento ser imediatamente interrompido se o boto de emergncia for acionado, revertendo o motor e abrindo novamente o porto. Em caso do sensor de presso da base tocar em algo por mais de trs segundos ocorrer o mesmo que n caso do acionamento da botoeira de emergncia. Modificaes podem ser aplicadas a qualquer instante, por isso o uso de um CLP. Mais detalhes sero vistos adiante. 4.6. Proteo para Falha Eletromecnica: Em caso de falha eletromecnica qualquer, que impossibilite o uso do CLP (componentes queimados no quadro de comando ou o prprio motor, ou ainda quebra de peas), o porto deve ter um dispositivo, tambm mecnico, que permita sua abertura manual. Este dispositivo, que bem pode ser uma trava, deve estar sinalizado, mas ser posto em local protegido contra intenes maldosas e ainda possuir um sistema de proteo (cadeado, por exemplo). 4.7. Proteo para Interrupo de Energia (falha na alimentao): Como j exposto, a proteo contra falha de energia ser compensada por um No-break, que alm de manter a vida til do CLP prolongada, ser usado para acionamento do porto em casos de emergncia desta natureza. Para este tipo de projeto tambm necessrio a coleta de algumas informaes numricas importantes, tais como: 4.8. Estimativa de Uso (pior caso): O conjunto de apartamentos possui vaga para apenas vinte automveis, por isso vamos prever uma folga de vinte e cinco carros em seu interior de uma nica vez. 4.9. Tempo de Acionamento e Abertura total: O acionamento do motor ser automtico presso na botoeira respectiva. O tempo total de abertura ou fechamento ser de vinte e cinco segundos.Pgina

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4.10. Tempo de Espera quando aberto: O tempo de espera entre um estado e outro (aberto ou fechado) depende apenas do comando dado (abrir ou fechar), mas pode vir a ser temporizado no futuro. 4.11. Potncia Consumida durante Acionamento e em Repouso: Em repouso nosso sistema tem consumo nfimo e no ser computado. Os demais clculos sero mostrados na seo apropriada deste documento. 4.12. Estimativa de Auto-suficincia Energtica sob Falha de Alimentao: O sistema Nobreak precisa ter autonomia para utilizao em pior caso, ou seja, todos os carros entram e todos saem durante o perodo de falta de energia. Considerando-se um blackout, este fator de servio pode ainda ser maior. 4.13. Projeto: 4.13.1. O Motor: Abaixo so mostradas as curvas do motor escolhido (Figuras 7 e 8).

Figura 7 Curvas caractersticas em funo da potncia disponvel e exigida do motor.

Figura 8 Curvas caractersticas em funo da rotao do motor.

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Na Figura 9 h um resumo das caractersticas do motor escolhido.

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Figura 9 Box de caractersticas do motor.

4.13.2. Clculos: A Box ao lado ir nos orientar sobre os clculos realizados para o motor. Considerando que este motor ir levar 0,5 segundos para atingir a velocidade nominal, e continue em regime, mais 20 segundos (tempo de abertura e ou fechamento do porto) Potencia consumida na partida: Motor Trifsico Alto Rendimento Plus. Caractersticas: Carcaa: 71 Potncia: 0,33 HP Freqncia: 60 Hz Plos: 4 Rotao nominal: 1710 Escorregamento: 5,00 % Tenso nominal: 220/ 380 V Corrente nominal: 1,47/ 0,851A Corrente de partida: 7,06/ 4,09A Ip/ In: 4,8 Corrente a vazio: 1,05/0,608 A Conjugado nominal: 1,40 Nm Conjugado de partida: 260 % Conjugado mximo: 310 % Categoria: N Classe de isolao: F Elevao de temperatura: 80 K Tempo de rotor bloqueado: 14 s (quente) Fator de servio: 1,15 Regime de servio: S1 Temperatura ambiente: 40 Altitude: 1000 m Proteo: IP55 Massa aproximada: 9 kg Momento de inrcia: 0,00056 kgm Nvel de rudo: 47 dB(A)

Onde: In = Corrente Nominal P = Potncia. = Rendimento do motor = Fator de Potncia (FP)

Considerando que o porto ser aberto e fechado vinte e cinco vezes (margem e pior caso), temos: Pelas curvas dos grficos, encontramos uma mdia dos valores de rendimento e fator de potncia (do instante zero at 100% da RPM nominal), para que desta forma, seja possvel estipular a potncia consumida na partida. Tempo de partida foi estipulado, e a potncia consumida em regime:

Aplicando o fator de sobra, considerando assim 25 veculos:

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Chegamos ento potncia total consumida: Neste caso foram desconsideradas potncias consumidas pelos demais componentes (contatores, CLP, sensores, etc.). 4.13.3. Proteo: Componentes para partida do motor. Um Disjuntor-Motor (0,63 - 1,0 A) Dois Contatores 7A 4.13.4. No-break: O sistema UPS utilizado deve ser capaz de manter a disponibilidade de potncia calculada pelo tempo necessrio que estipulamos para os cinqenta acionamentos. Os nobreaks convencionais, usados em escritrios, possuem caractersticas diversas das de nosso projeto. Enquanto aqueles operam com sadas monofsicas de 127 Vca, o que necessitamos de sadas trifsicas de 380 Vca. Neste caso, deve ser adquirido um equipamento do tipo industrial, que possa suprir as necessidades de potncia de nosso projeto. Vejamos: As baterias do sistema no-brek devem suportar a potncia de 742,67W por no mnimo trinta minutos. Para uma margem de segurana, vamos optar por uma hora. Para o regime de corrente da bateria, temos que:

Levando em conta consumos no calculados, vamos estipular 10A. Ou seja, uma bateria com autonomia de 10Ah (Ampres-Hora) supre perfeitamente nossas necessidades. O sistema UPS precisar de uma bateria para suprir 10Ah gerando (por inversor de freqncia) tenso trifsica de aproximadamente 380 Vca (para o motor) e ter uma sada estabilizada de 24 Vcc para o sistema do CLP. 4.13.5. Esquema Eltrico: na Figura 10 temos o exemplo de como seria o comando de nosso porto apenas por circuitos discretos (componentes normais):

Figura 10 Esquema Eltrico de Controle Tradicional.

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Agora, podemos verificar o mesmo circuito com o uso do CLIC02 (Figura 11):

Figura 11 Circuito Eltrico do Porto como o uso do CLI02.

4.13.5. Programao: A programao de nosso projeto foi executada em LADDER, e a construo simplificada da mesma pode ser vista na Figura 12:

Figura 12 Programao em LADDER para o porto com CLP CLIC02.

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Nos exemplos dados (Figuras 10, 11 e 12) temos apenas o acionamento bsico do porto. No foram agregadas outras facilidades, como por exemplo, usando um mdulo de acionamento automtico controlado por radio freqncia (controle remoto). Nesta programao (em LADDER) j foi construda a temporizao, onde o alarme (sinal sonoro) ir soar por cinco segundos antes da abertura do porto. 4.13.5.1. Descrio do Programa:

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I1 e I2 so as botoeiras de abrir e fechar (respectivamente). I3 a botoeira de emergncia, enquanto pressionada no s desligar o motor como impedir seu novo acionamento; deve, por isso, ser do tipo interruptor. Em I4 temos o sensor de presso com um contato normalmente fechado (NF) que interrompe o circuito em caso de aperto acidental. Este tambm pode ser temporizado, e dependendo do tipo escolhido, pode se calibrar sua sensibilidade. Observao: I1 e I2 devem ser interruptores do tipo um plo duas posies, para que forosamente precise se desligar (sair de uma posio) antes de ligar o reverso do motor, impedindo o acionamento dos dois ao mesmo tempo. No h perigo neste caso (pois o programa impede a ao de I1 se I2 estiver acionada, e vice-versa), apenas se poupa tempo em ter que acionar duas botoeiras e eventualmente se esquecer de desligar alguma. Isto pode tambm ser resolvido via programao LADDER diretamente no CLP CLIC02, podendo at construir com previso de que as botoeiras sejam do tipo push-botom. Enfim, as habilidades e criatividades podem ser bem exploradas neste simples projeto. Q1 e Q2 so os acionamentos da abertura e fechamento do porto (partida horria e antihorria do motor, respectivamente), e Q3 o alarme sonoro. T1 a temporizao do circuito, que pode ser variada conforme a necessidade. em I1 e I2 que podem ser acoplados mdulos com rels controladas remotamente, que por meio de um sinal curto-circuitam estas botoeiras acionando-as. Na Figura 13 pode ser observado o que foi dito:

(a) I1 acionado (sirene e abrindo)

(b) I2 acionado (sirene e fechando)

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Findo o nosso projeto melhorias podem ser agregadas em qualquer tempo.

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(c) I3 acionado (emergncia parada) (d) I4 acionado (apertou algo parada) Figura 13 O CLIC02 acionado aps a programao em LADDER

5. Concluso: Como observado no item em que tratamos do projeto em si, h muitas vantagens em se aplicar automao por meio de CLPs, mesmo fora do cho-de-fbrica. A tendncia atual a busca por maiores nveis de conforto e segurana mesmo em ambientes domsticos. A substituio de comandos totalmente manuais por microprocessados traz vantagens diversas, como por exemplo, menor mo-de-obra e custo na reconfigurao por necessidades especiais. Em se tratando de uma residncia isso j importante, e no caso da indstria ainda mais. importante que os profissionais da rea tcnica, especialmente os que lidam com automao residencial, esteja atentos s facilidades do uso de CLPs, devido s oportunidades que este mercado em expanso est trazendo. No caso dos CLPs de pequeno porte, como o CLIC02, o custo relativamente em conta quando se pensa nos transtornos que se tem com outros mtodos de controle eletromecnico e eletrnico no caso de muitos processos. Para ser ter uma idia das possibilidades, estimamos que em nosso projeto no utilizamos a metade dos recursos que este CLP pode compartilhar. 6. Bibliografia:[1] Treinamento Revendas CLPs WEG, em www.weg.com.br [2] CAPELLI, Alexandre, Mecatrnica Industrial Ed. Saber, 2002 SP 1 Edio. pp. 56-58. [3] CAPELLI, Alexandre, Mecatrnica Industrial Ed. Saber, 2002 SP 1 Edio. pp. 58-60. [4] Manual do Micro Controlador WEG 1-289 CLIC02, em www.weg.com.br

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