PROJETO COMUNITÁRIO PARA CONTROLE DA LEPTOSPIROSE ...
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PROJETO COMUNITRIO PARA CONTROLE DA LEPTOSPIROSE NACOMUNIDADE DO PARQUE CARLOS CHAGAS COMPLEXO DE
MANGUINHOS RIO DE JANEIRO BRASIL
Informaes Gerais Brasil, cidade do Rio de Janeiro, Estado do Rio de Janeiro.Instituio Responsvel Fundao Oswaldo Cruz FIOCRUZ / EscolaNacional de Sade Pblica ENSP / Departamento de Saneamento e SadeAmbiental DSSA / Projeto Articulado de Melhoria da Qualidade de Vida UNIVERSIDADE ABERTA Subprojeto Projeto Articulado, Progressivo,Participativo de Urbanizao, Habitao, Sade Pblica e Seguridade para umarea favelizada piloto Complexo de Manguinhos.Pessoa Responsvel Professores DCs Szachna Eliasz Cynamon & MScSimone Cynamon Cohen e.mail: [email protected];[email protected] do Projeto - Projeto Comunitrio Para Controle Da Leptospirose NaComunidade Do Parque Carlos Chagas Complexo De Manguinhos Rio DeJaneiro BrasilGerente do Projeto Professores DCs Szachna Eliasz Cynamon & MSc SimoneCynamon Cohen e.mail: [email protected]; [email protected]
Resumo do Projeto:
O Subprojeto tem como proposta a melhoria da qualidade de vida dapopulao favelada da Comunidade do Parque Carlos Chagas Complexo deManguinhos - atravs da realizao de aes integradas de SaneamentoAmbiental, Sade Coletiva e Educao Ambiental. Pesquisam-se tecnologias noconvencionais para habitao, urbanizao e saneamento ambiental e atua-se naelaborao e execuo de cursos na rea de educao ambiental para que hajaum amadurecimento da populao moradora do Complexo de Manguinhos para apreservao do meio ambiente como forma de autovalorizao do indivduo e doseu espao de habitao individual e coletivo.
O Projeto vem tendo uma relevante contribuio nas reas da sade edesenvolvimento cientfico e tecnolgico. Atravs da ao integrada e articuladade diversos rgos ligados sade pblica, saneamento ambiental, habitao eurbanizao, conseguem-se realizar, de forma participativa, aes concentradasde conscientizao sobre sade ambiental para a efetiva melhoria do espaohabitacional, ou seja, da qualidade de vida dessa populao.
Ao longo da histria, com a crise scio econmica - ambiental que noslevou ao quase caos na construo civil, o sistema informal e atcnico construiucomo nunca em reas de risco sade.
A populao favelizada foi crescendo. As favelas eram erguidas de formadesordenada e sem infra-estrutura urbana. Os barracos de latas, trapos, papelo,restos de caixotes progrediram para casas de concreto armado e alvenaria, masguardaram o estigma da anarquia e o desfiguramento urbano que dificultam ou atmesmo impossibilitam o atendimento dos servios urbanos.
mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected].fiocruz.brmailto:[email protected]
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Dando continuidade a idia inicial do projeto, a nossa inteno foi econtinua sendo amenizar esse quadro habitacional na regio de Manguinhos,melhorando a qualidade de vida da populao, gerando trabalho, fazendotreinamento, compra de materiais de construo a menor custo viabilizando amelhoria do ambiente domiciliar individual e convivncia coletiva com a assessoriatcnica adequada. Nesse projeto, obrigatoriamente participativo, o moradorcontribui no somente com seu esforo, mas com seu iderio e viso.
Em 1993, atravs do Projeto Universidade Aberta fundou-se a Cooperativados Trabalhadores do Complexo de Manguinhos COOTRAM que em 1997ampliou seus setores e criou a fabrica de blocos na regio, no interior daComunidade de Parque Carlos Chagas. Seu objetivo era de gerar renda, produzirartefatos de cimento, vender os produtos pelo menor preo de forma a ter liquidezrpida e poder ajudar os moradores da regio no processo de melhoria do quadrohabitacional e pesquisar tecnologias no convencionais na rea de habitao,urbanizao e saneamento ambiental. A fabrica de blocos foi projetada para setornar nosso centro de referncia.
Nesse momento, o sub-projeto de habitao est assumindo uma novaverso, procurando a parceria com a COOTRAM, novos direcionamentos soformados, podendo citar:1-Participao no Projeto de Desenvolvimento Local Integrado e Sustentvel doComplexo de Manguinhos - DLIS que vem a ser uma proposta de ao integradae articulada entre diferentes setores do Governo, como,FIOCRUZ/ENSP/COOTRAM/Associao de Moradores do Complexo deManguinhos/COEP/CEF/Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social-Macrofuno de Polticas Sociais (SMDS, SME, SMS, SMC, SMTb, SMH / SMEL,SMAC, Coordenadorias da Juventude e de Preveno ao Uso Indevido de Drogas,Guarda Municipal), CEHAB/CEDAE/COMLURB/LIGHT/Sub -Prefeitura daLeopoldina /Refinaria de Manguinhos /Embratel/Correios e Telgrafos/INT (entreoutros que vo se agrupando ao longo do processo). Essas aes deixam de sersetorizadas e passam a ser intersetoriais e multi - disciplinares para melhoratender a populao menos favorecida, no caso em particular, do Complexo deManguinhos.2-Anteprojeto para Viabilizao Financeira de Execuo Semi auto- financiada deHabitaes Populares Novas e Reforma de Antigas e de Lazer, Cultura e Arteatravs da Co - participao de Geraes. Visa-se a construo de 2000habitaes novas a partir de um consrcio com pagamentos em parcelas mensaisem funo da renda. Ser executada atravs de ao participativa, material deconstruo da COOTRAM e por operrios indicados pelas Associaes eMoradores. Pressupe o autofinanciamento parcial com a participao dosmoradores, das entidades estatais e de programas de ao financeira social e debancos. O Prof. Szachna Eliasz Cynamon foi o autor do Anteprojeto; nsparticipamos com a elaborao do Programa Habitacional e das reas de Esporte,Lazer e Arte.3-Criao do Centro Comunitrio de Melhoria de Habitao e Urbanizao deManguinhos. A idia desse Centro est dentro do sentido de melhorar a qualidadede vida atravs da realizao de um trabalho de ensino pesquisa - ao tendocomo princpio a aproximao e a troca entre o saber tcnico - cientfico e o saber
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popular. O Centro visa a sustentabilidade segundo a Agenda 21 Local e aPromoo da Sade. Quanto ao ensino - ao, seriam dadas aulas tericas eprticas sobre habitao, urbanizao, saneamento e educao ambientais,mostrando tcnicas convencionais ou no. Sero desenvolvidos programas a nvelprofissionalizante para meninos de rua e trabalhadores na rea de manutenocivil. Os trabalhos prticos sero realizados na forma de construo e reforma de2000 habitaes (segundo item 2). Dentro da viso da Habitao como espao depromoo da Sade, foi-se criado uma Rede Brasileira de Habitao Saudvelcom a participao da Organizao Pan-americana de Sade e outras instituiesde mbito nacional, estadual e municipal.4-Pesquisa de Tecnologia No Convencional. Tem, como metas principais, apreservao, a perpetuao e o equilbrio da biodiversidade, em consonncia como desenvolvimento sustentvel. Os materiais e tecnologias existentes mobilizamgrandes recursos em todos os sentidos. A pesquisa e estudo de viabilidade detcnicas no convencionais so fundamentais para que esses materiais possamter sua utilizao e transformao com tecnologias tais que respeitem e protejam omeio ambiente. O planejamento ambiental o preparo de aes racionaispreventivas de proteo, preservao e utilizao do meio ambiente, envolvendocustos scio - econmico e os aspectos tcnicos, sanitrios e ambientais. Agesto ambiental o instrumento de comando para execuo do planejamentoambiental. Depois de delimitadas as aes sobre o meio ambiente, devero serestabelecidos os sujeitos da ao e de que podero ser implementadas essasaes. Nesse sentido, nossa proposta aqui delineada da realizao de umprojeto para a Comunidade de Parque Carlos Chagas para o controle daLeptospirose.
Unidade Tcnica:
Escola Nacional de Sade Pblica - Departamento de Saneamento e SadeAmbiental - Projeto Articulado de Melhoria da Qualidade de Vida UNIVERSIDADE ABERTA Subprojeto Articulado, Progressivo, Participativo deUrbanizao, Habitao, Sade Pblica e Seguridade para uma rea favelizadapiloto Complexo de Manguinhos.
Custo tentativo em dlares:
Populao residente na Comunidade de Parque Carlos Chagas 4.956pessoas.Nmero de habitaes 708 residncias.Obras de melhoria habitacionais em trinta por cento das habitaes R$ 3.000,00por habitao ou US$ 750 (considerando o US$1,00 = R$ 4,00).Como so 708 habitaes 30% de 708 = 212 habitaes x R$ 3.000,00 = R$ 636.000,00 ou US$ 159.000Obras de infra-estrutura (gua, esgoto, drenagem pluvial, pavimentao, aberturade vias de acesso) e eletricidade = 0,5 X R$ 10.000,00 x 708 habitaes= R$ 3.540.000,00 ou US$ 885.000.Sendo: gua e esgoto 0,20 X R$ 3.540.000 =R$ 708.000,00 =US$ 177.000;
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Drenagem pluvial 0,10 X R$ 3.540.000,00 = R$ 354.000,00 = US$ 88.500;
Pavimentao R$ 354.000,00 = US$ 88.500; Abertura de vias de acesso R$ 354.000,00 = US$ 88.500; Dragagem dos Rios Faria Timb e Jacar R$ 1.062.000,00
= US$ 265.500; Eletrificao e telefonia R$ 708.000,00 = US$ 177.000.
Lazer R$ 250.000,00 ou US$ 62.500
Contratao de pessoal para oficina + infra-estrutura + reforma habitacional+ agentes comunitrios + professores + educador + mdico epidemiologista = 38pessoas = R$ 1.123.200,00 ou US$ 280.800 (ver detalhe pagina 19 / 20 / 28).
Equipamentos para controle de roedores = R$ 12.150,00 ou US$ 3.037,50;Uniformes, material de consumo e diversos = R$ 8630,00 ou US$ 2162,50;Material de consumo = R$ 65.150,00 ou US$ 16.287,50;
Total: US$ 1.249.787,50 + US$ 124.978,75 (10% de taxa pela administrao daCOOTRAM) = US$1.374.766,20
Prazo: Incio maro de 2003 Final maro de 2007.
Classificao do Projeto:
Dados Gerais Da Comunidade De Parque Carlos Chagas (COHEN, 1993),(COHEN, 1997):
A favela Parque Carlos Chagas se inicia com a ocupao do terreno em1941 quando, a Estrada de Ferro Leopoldina provocou a abertura da rua CarlosChagas, que viria a ser mais tarde, a rua Leopoldo Bulhes, onde a favela estlocalizada.
Essa foi uma das primeiras comunidades a formar o Complexo deManguinhos e, tambm teve como causa principal a proximidade do ento InstitutoOswaldo Cruz.
Tambm conhecida como Varginha, por estar situada em rea de vargem(mangue), esta comunidade est localizada em uma rea que antes era uma ilhano encontro dos rios Faria Timb e Jacar, mas que hoje, depois de sofrer vriosaterros, j se uniu terra firme. A rea era de propriedade da Empresa Brasileirade Correios e Telgrafos, que possua um galpo instalado em local prximo.
Contando hoje (2002) com uma populao de 4.956 habitantes, estacomunidade permanece com muitas casas localizadas nas margens do rio FariaTimb nico elemento que a separa da Fundao Oswaldo Cruz onde podemser encontradas casas at dois andares.
A proximidade desta comunidade ao rio Faria Timb, causa muitosproblemas para seus moradores. Entre eles, o da incidncia de doenas, devido
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contaminao e insalubridade causadas pelas enchentes do rio, que so muitofreqentes.
rea geogrfica:
O Complexo de Manguinhos se compe por 10 comunidades distintas, commaior ou menor grau de consolidao determinado pelo tempo de ocupao (e/ouintervenes pontuais) em cada uma delas. Assim sendo, os ncleos deocupao mais recente so os mais precrios em infra-estrutura urbana esalubridade, constitudos por casebres de papelo, chapas metlicos e pedaosde madeira. Os ncleos mais antigos so providos de maior infra-estrutura,contando com gua encanada e tendo suas construes, majoritariamente, emalvenaria.
Localizado na X Regio Administrativa da Cidade do Rio de Janeiro, oBairro de Manguinhos limita-se, ao Norte, com o Bairro de Bonsucesso, ao Sul,com os bairros de Benfica e So Cristvo, a Leste, com a Avenida Brasil e, Oeste, com os bairros de Higienpolis, Maria da Graa e Jacar, tendo comoprincipais acessos as avenidas Brasil, Democrticos, Leopoldo Bulhes e DomHlder Cmara (ou Avenida Suburbana), alm da Estao Manguinhos da Estradade Ferro da Leopoldina. O local cortado pelos rios Faria Timb, Jacar e Canaldo Cunha que desguam na Baa de Guanabara.
Implantado numa Zona Industrial, o Complexo, que no conta com reaverde ou espao de lazer para sua populao de aproximadamente 55 milhabitantes (1995), convive com indstrias altamente poluentes, como a Fbrica deSabo Portugus, a fbrica de cigarros Souza Cruz e a Refinaria de Manguinhos,aumentando a precariedade da regio no que concerne qualidade do ar, poluio dos recursos hdricos e degradao sistemtica do lugar, agravada,ainda, pelo seu adensamento progressivo.
vista geral, com a Refinaria de Manguinhos ao fundo e a Avenida Brasil esquerda
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CPH2ParqueOswaldoVilaTurismParqueJooGoulartC. HabitacionaldosVilaParqueCarlosChagaC.HabitacionalC.HabitacionalMandela de6
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A Comunidade de Parque Carlos Chagas ao Norte tm: o Rio Faria Timb,o Campus da Fundao Oswaldo Cruz e a Comunidade Parque Oswaldo Cruz(desenvolvida ao redor da FIOCRUZ); ao Sul o Rio Jacar, as Comunidades dosLoteamentos Nelson Mandela e Samora Machel e Mandela de Pedra; ao Leste oCampus da Fundao Oswaldo Cruz e o Canal do Cunha; a Oeste a RuaLeopoldo Bulhes e as Comunidades de Parque Joo Goulart e CHP2 ConjuntoHabitacional Provisrio 2; a Sudoeste as Comunidades de Vila Unio e ConjuntoHabitacional Ex- Combatentes e a Noroeste a Comunidade de Vila Turismo.
Populao:
Com uma populao de 4.956 habitantes distribuda, de acordo com a faixaetria, da seguinte maneira como mostra a Tabela 1 (COHEN, 1997):
Idade (anos) % - nmero de habitanteCrianas de 0 a 9 anos 18% = 893 habitantes
Adolescentes de 10 a 19 anos 24% = 1.189 habitantesAdultos de 20 a 49 anos 54% = 2676 habitantes
Idosos acima de 60 anos 4% = 198 habitantesTotal 100%
Observao: Percebe-se que a populao adulta se apresenta em maiorquantidade e que o nmero de crianas superior ao nmero de idosos. J aquantidade de adolescentes supera o nmero de crianas. Podemos verificar queh um nmero expressivo de pessoas em idade economicamente ativa.
Grau de instruo:
Para verificar o grau de instruo da comunidade em estudo, usou-se oseguinte critrio: o percentual de cada faixa etria foi extrado da totalidade depessoas de cada gnero tomando por base uma pesquisa com 2.627 moradores,entre os quais 1.340 eram do gnero feminino e 1.287 eram do gnero masculinocom idade a partir de cinco anos. (COHEN, 1997).
A Tabela 2 mostra (COHEN, 1997):
Faixa Etria Gnero Feminino Gnero MasculinoCrianas de 0 a 9 anos 34% 40%
Adolescentes de 10 a 19anos
6% 5%
Adultos de 20 a 49 anos 20% 20%Idosos acima de 60 anos 40% 35%
Total 100% 100%
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Observao: Nesta comunidade o ndice de analfabetismo na faixa etria que vaide 5 59 anos predominante no gnero masculino, mas acima de 60 anos opredomnio do gnero feminino com 40%, comprovando que a mulher precisalutar para ultrapassar a barreira social que a relega ao papel de procriadora eeducadora dos filhos em detrimento de seu direito a instruo e a sua capacidadeprodutiva no mercado de trabalho.
Grau de Instruo do Chefe de Famlia:
Esta pesquisa foi realizada com 496 chefes de famlia, o que representa70% do universo total que so de 708 famlias. Foram utilizadas as seguintesvariveis: S.I (Sem Instruo); 1 GI ( 1 Grau Incompleto); 1G (1 GrauCompleto); 2 G (2 Grau) e 3 G (3 Grau). (COHEN, 1997).
A Tabela 3 (COHEN, 1997) mostra o percentual do grau de instruo do grupopesquisado.
Grau de instruo %S.I. 30%
1 G.I. 55%1 G. 11%2 G. 3%3 G. 1%Total 100%
Observao: Esta comunidade possu um ndice altssimo de chefes de famliasem instruo cerca de 149 e 273 com 1 grau incompleto. Uma das justificativasplausveis para a ocorrncia desse fato seria a ausncia de um programaeducacional que contemple o ensino bsico e crie oportunidade de alfabetizaradultos. Por essa razo a Cooperativa dos Trabalhadores Autnomos doComplexo de Manguinhos criou um espao e contratou profissionais pararealizao de cursos supletivos de 1 grau e 2 grau e de alfabetizao de adultos.Estes cursos so dados a noite em salas do CIEP JK (Escola Municipal localizadano Parque Carlos Chagas).
Situao Econmica:
Esta pesquisa foi realizada com 496 chefes de famlia, o que representa70% do universo total que so de 708 famlias para verificar a Renda Familiarpredominante na Comunidade de Parque Carlos Chagas. Foram utilizadas asseguintes variveis: S.R. (Sem Renda); s.m. (1/2 salrio mnimo); 1 a 2 s.m.(1 a 2 salrios mnimos); de 2 a 3 s.m.; 3 a 5 s.m.; 5 a 10 s.m.; 10 a 15 s.m. (COHEN, 1997).A Tabela 4 (COHEN, 1997) mostra a Renda Familiar predominante naComunidade de Parque Carlos Chagas.
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Renda Familiar %S.R. 4%
s.m. 2%1 a 2 s.m. 62%2 a 3 s.m. 18%3 a 5 s.m. 9.4%5 a 10 s.m. 4%
10 a 15 s.m. 0.6%Total 100%
Observao: Conforme expressa a Tabela 4, 62% ou seja, 308 famlias nestacomunidade recebem de 1 a 2 salrios mnimos e 18% ou seja, 89 famliasrecebem de 2 a 3 salrios mnimos. Estes fatos comprovam a necessidade degerar mais oportunidades de trabalho e renda.
Condio de ocupao:
Dos 708 domiclios da favela Parque Carlos Chagas, 637 so prprios.Analisando o histrico de sua ocupao, podemos compreender perfeitamente arazo da ocorrncia desse fato. A rea desta favela era anteriormente uma reade mangue, que foi sendo aterrada pelos prprios moradores medida queprecisavam tornar o terreno apropriado para a ocupao, apesar de oficialmente,este pertencer ECT - Empresa Brasileira de Correios e Telgrafos. Os outros 71domiclios, ou seja, 10% so alugados ou cedidos, o que representa umapercentagem pequena em relao ao total de moradia de habitaes provisrias.Este fato comprova que a maioria das habitaes est fixada em carterpermanente. (COHEN, 1997).
Habitao:
Parque Carlos Chagas favela cristalizada, sendo a maioria de suas casasconstrudas com material considerado permanente: alvenaria e blocos deconcreto. (COHEN, 1997).
Existe uma grande rea de risco na favela, localizada as margens dos riosFaria Timb e Jacar, que apresentam condies de ocupao de carterprovisrio, onde muitas casas so construdas com restos de madeiras; pedaosde folhas de zinco. Contudo possvel encontrar nesta rea casas de alvenariacom dois andares, oferecendo risco de vida aos seus moradores, pois estosituadas em terreno no consolidado e que no apropriado para construo.(COHEN, 1997).
Quanto ao tipo de habitao mais freqente nesta favela, segundo dadosdo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica IBGE (Censo Demogrfico de2000) a unidade unifamiliar, no existindo prdios de apartamentos e tampoucocasas de cmodos. O nmero de pessoas por domiclio segundo o IBGE de 4pessoas, porm segundo nossos clculos este nmero de 6 a 8 pessoas.Adotamos 7 pessoas por domiclios (COHEN, 1997).
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Realizou-se a pesquisa para averiguar a condio de sade na habitao eno seu entorno atravs da Tcnica de Estudo de Caso. (COHEN, 1993).
O Estudo de Caso foi realizado na rea do Complexo de Manguinhos que temcomo delimitao geogrfica ao norte, a Av. Brasil; ao sul, a Av. Suburbana e aAv. dos Democrticos; ao leste, o Canal do Cunha e oeste, a Linha Amarela. Area cortada pelos rios Faria-Timb, Jacar e o Canal do Cunha. Os rios Faria-Timb e Jacar desembocam no Canal do Cunha que, por sua vez, se encaminhapara a Baa de Guanabara. uma regio de plancie. (COHEN, 1993).
O Estudo de Caso foi feito com base no Mtodo das Tendncias 1 ondeforam levantados casos considerado indicadores de tendncia em duas situaesdistintas: a existente em um conjunto de rea favelizada de crescimentoespontneo Parque Carlos Chagas e outra, de agrupamento de crescimentodirigido, proposto como soluo da favela pr-existente, Conjunto HabitacionalNelson Mandela, executado sob a forma de Projeto-Embrio (casa embrio). OProjeto-Embrio uma tcnica de assentamento de pessoas originrias ou no dereas faveladas, em tese, proposta interessante em resolver problemas dehabitao com baixo custo. Apropria-se de uma rea, a qual urbanizada, comlotes e ruas definidas, que recebem infra-estrutura de gua, esgoto, luz, entreoutras. Nos lotes so construdas casas embrionrias, constantes de cmodosnicos de 15,54 m2, que funcionam como quarto de dormir, sala e cozinha e maisum banheiro de 3,05m2. Em tese o sistema apresenta a vantagem daurbanizao, acesso, infra-estrutura e posse do lote. A idia bsica do projeto que o prprio morador nas reas favelizadas vai, paulatinamente, na medida desuas posses e engenho, melhorando e ampliando a casa e atendendo a umasituao j instituda. (COHEN, 1993).
O objetivo desta comparao foi analisar duas perspectivas distintas da polticahabitacional: remoo e urbanizao de habitaes inadequadas localizadas emreas de Risco Social e Tecnolgico e Ambiental. (PMRJ / SMDS, 1992).
O mtodo de avaliao atravs do Estudo de Tendncias consiste em:(CYNAMON, 1975b),(COHEN, 1993).
(a) Dividir o objeto de estudo em reas homogneas;(b) Dentro da rea homognea levantar 1,2 ou 3 unidades que sero
considerados como indicadores de tendncias, caso se repita neles,aproximadamente, o mesmo tipo de informao. Deste modo, se evitamaior despesa, se ganha tempo e os resultados podem ser consideradoscomparveis, no tema em estudo.
O Estudo de Caso foi montado a partir de um extenso trabalho de campo queconsistiu em: 1- Dividir o Parque Carlos Chagas em trs reas homogneas (ruaprincipal, becos e beira-rio); 2- Foram entrevistadas onze famlias; 3- Atendendoao aspecto consensual da diviso por extratos mais homogneos, foram visitadase entrevistadas cinco pessoas moradoras da rua Carlos Chagas, sendo trs defrente para a rua e duas de fundos (todos os cincos considerados moradores da
1 O Mtodo das Tendncias foi elaborado pelo Professor Szachna Eliasz Cynamon e apresentado no VIIICongresso Brasileiro de Engenharia Sanitria (CYNAMON, S.E.,1975B ) e descrito na Dissertao deMestrado Reabilitao de favelas, at que ponto a tecnologia empregada apropriada? (COHEN, 1993).
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rua principal), duas em beco e quatro na beira-rio; 4- No caso do ConjuntoHabitacional Nelson Mandela o critrio de estratificao foi o das mudanasefetuadas pelos moradores a partir do Projeto-Embrio; 5- Foram visitados eentrevistados doze moradores, sendo que cinco apresentavam o Projeto-Embriosem alteraes (1 andar sem expanso); quatro apresentavam o Projeto-Embrioexpandido, com cozinha (1 andar com expanso) e trs apresentavam o Projeto-Embrio com alteraes (2 andar construdo). (COHEN, 1993).
Foi elaborado um questionrio que teve como premissa bsica resgatar ahistria de vida dos moradores incluindo o lugar de origem; a situao atual e suasaspiraes, desejos e imagens de futuro. Porque to importante contar a histriade vida do morador nas etapas passada, presente e futura? Porque durante muitotempo o indivduo foi esquecido, pois se privilegiava o saber social (coletivo).Porm fazendo uma abordagem unicamente social e esquecendo o interessecoletivo comete-se um erro. A atividade humana tem por objetivo central ohomem. No se pode ter uma sociedade sadia sem indivduos sadios. E chegado o momento de resgatar o valor do indivduo. As coletividades menores e,no final da linha, os indivduos teriam que ser ouvidos naquilo que demais pertolhes interessa, do que supostamente feito em seu benefcio, como o caso dahabitao. (COHEN, 1993).
O questionrio continha questes relativa ao presente (condio atual), aopassado (condies do local de origem) e futuras (aspiraes de desejos dapopulao) com as seguintes variveis: ambientais; de aspectos fsico-geogrficosdo lugar de origem e presente; aspectos fsicos da habitao e sua proximidadeou a existncia de centros de consumo, de trabalho e de assistncia mdica eeducacional; nvel de escolaridade; aspectos econmicos; filiao; n de pessoasmoradoras da habitao; relao pessoa-cmodo; hbitos de higiene; hbitosreligiosos; relaes sociais; lazer; tipo de trabalho executado pelo informante e porseus familiares; utilizao ou no de plantas medicinais; sentimentos em relao sua habitao anterior, presente e aspiraes de mudana; aspectos desaneamento fsico da habitao; existncia ou no de equipamentos domsticos;existncias de material inflamvel em casa; criao de animais e razes porquesaiu do lugar de origem e de estar no local presente. O questionrio inclue opedido de informao sobre aspiraes para o futuro. (COHEN, 1993).
Aps a realizao das entrevistas, procuramos fazer anlises comparativasentre a situao de vida no agrupamento espontneo (Parque Carlos Chagas) e ono espontneo (Conjunto Habitacional Nelson Mandela) enfatizando aslimitaes do Projeto-Embrio. A realidade vivida pelas populaes de baixa rendaquer pelos exemplos naturais atuais (onde moram) ou pretritos (onde moraram)ou de seqncia (o que o estabelecimento oficial se props a lhes oferecer), diferente da realidade percebida por ns, tcnicos e intelectuais. (COHEN, 1993).
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O Caso do Parque Carlos Chagas (COHEN, 1993):
Baseado na Histria de Vida dos moradores do Parque CarlosChagas, onde os relatos foram montados em trs etapas: inicial, referenteao local de origem; situao presente e aspiraes e desejos futuros seconclu que elas esto sujeitas aos mesmos problemas ou tm experinciasem comum.Na fase passada (local de origem) segundo os relatos dos moradores tm:
1-H que se notar o carinho com que os entrevistados tratam os locais de origeme a nostalgia que demonstram ter;2- Ningum saiu de moto-prprio, apesar de todas as condies desfavorveis,que so consenso entre os estudiosos;3- Os valores scio-culturais dos espaos habitacionais atribudos por cada famliaeram diferentes das vises tcnicas. s dificuldades que encontram em gua,esgoto, resduo slido, no so atribudas valoraes negativas. Reclamavam dafreqncia do mau cheiro e se queixavam dos mosquitos, na fase passada, masnem tanto quanto na fase presente;4-Adoravam a quietude dos espaos livres e o contato com a natureza;5-No reclamavam das distncias percorridas e da falta de infra-estrutura,equipamentos e servios bsicos urbanos. No tinham energia eltrica nas ruasou nas casas e as ruas eram de terra batida. As casas eram abastecidas porpoos que ficavam prximos aos rios existentes no prprio terreno. As roupaseram lavadas no rio e as pessoas faziam a higiene pessoal utilizando um balde, nointerior da casa. As moradias no possuam caixas de gordura ou ralos e osesgotos secundrios eram lanados no prprio terreno. O lixo no era coletado,mas a parte orgnica era utilizada para fazer adubo e a inorgnica era queimada;6-As casas eram de estuque com estrutura de madeira e as coberturas eramtelhas cermicas. As habitaes tinham cmodos amplos, porm o banheiroficava fora da casa ao longo do terreno e era de sap com fossa seca. O piso dasconstrues era de terra batida. O clima no interior da casa era amenizado pelasrvores existentes ao seu redor. Dentro da casa utilizavam lamparina a querosenee cozinhavam em fornos a lenha. Quando a habitao tinha poucos quartos osfilhos dormiam na sala e as filhas e os pais em quartos separados;7-Suas infncias passaram subindo em rvores, acompanhando procisses,tomando banho nos rios e participando de festejos religiosos. Os familiarestrabalhavam na roa e no freqentavam escolas. s vezes, os pais contratavamprofessores que vinham ensinar em casa (aps o trabalho da roa). Os filhosajudavam os pais na venda da colheita, em feiras. As filhas iam buscar gua parasuas mes (pois no a tinham dentro de casa) para que fossem realizadas astarefas domsticas;8- O centro das cidades ficava longe e no existiam hospitais, creches e escolas.As compras de mantimentos eram feitas em quitandas e de carnes emmatadouros. As famlias eram catlicas em sua maioria, porm no freqentavama igreja com assiduidade. Tinham laos fortes de amizade com a vizinhana.Utilizavam plantas medicinais para curar doenas, pois no havia mdicosprximos;
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9- Indagados sobre a renda familiar que tinham no passado respondiam que notinham como calcular, pois dependia da colheita.10 -A razo de terem sado do lugar onde moravam era devido exausto da terrae a falta de emprego para os maridos.
Na vida presente os relatos dos moradores demonstraram:
1-As pessoas tm suas dificuldades. As queixas mais comuns so: a presena deratos, mosquitos, enchentes, invaso da polcia, insegurana em relao propriedade e em relao a manter as crianas dentro da casa. O status social que proporciona o valor material das coisas. Apontam com orgulho para pedaosde parede azulejada, piso cermico, vaso sanitrio com cor, mvel antigo, fogo,aparelho de som, televiso e rdio de ltimo modelo;2-Apesar de todas as divergncias, que mantm entre si, as pessoas guardamuma certa solidariedade com os vizinhos e as mulheres esto sempre dispostas alutar pelo bem comum;3- Os moradores so abastecidos com gua tratada, mas nem todos tmencanamento oficial. Quanto ao lixo existem diferenas na prestao de servioem relao rua principal e os becos. O caminho da COMLURB passa trsvezes por semana somente na rua principal e no passando no resto das vias. Emrelao ao esgotamento sanitrio na rua principal e nos becos existem caixas depassagem e dessas o esgoto lanado diretamente para os rios e na beira-rio oesgoto no canalizado, encaminhado atravs de valas a cu aberto para osrios. Quanto pavimentao a rua principal tem tintura asfltica, os becos tmpiso cimentado e a beira-rio tem piso de terra. Existem energia eltrica nas trsreas da favela. Algumas casas nas ruas principais apesar de ter banheiro no seuinterior, este somente tm vaso sanitrio, tendo que os moradores tomarem banhode balde. A omisso foi praticamente geral quanto aos aspectos sanitrios da casae suas implicaes no ambiente peri-domiciliar e vice-versa. As habitaes norespondem quanto segurana fsica, social e sanitria. Quanto a habitabilidadeas casas no respondem s exigncias de conforto fsico, trmico, acstico evisual. As habitaes no respondem as funes tcnicas, sanitria, fsica epsquica. Em suma, as habitaes visitadas no se mostraram espaospromotores do bem-estar fsico, mental, social e livre do medo. Sendo assim noso considerados espaos saudveis ou que tenha condies razoveis de vida. AAssociao de Moradores promove bailes, mas muitos moradores nocomparecem devido a receios de brigas;4- Os trechos so planos e os lugares facilmente inundados, nas pocas de chuvaforte (janeiro a maro);5- As habitaes em sua imensa maioria na rua principal so de alvenaria, pormna beira-rio a maioria de madeira e algumas de estuque. Nos becos a maioriadelas de estuque. As coberturas na rua principal e nos becos so de laje deconcreto. Na beira-rio as estruturas so de madeiras com telhas de cermica oude amianto;6- Os moradores mais antigos da comunidade do Parque Carlos Chagas moramali desde 1938. Ali era um mangue onde depositavam o lixo da cidade do Rio deJaneiro. Foi aterrado. Com a Estrada de Ferro Leopoldina, construiu-se a estaode Manguinhos e as pessoas vieram morar ali. Nas reas perifricas comearam a
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construir industrias e em 1960 foi aberto rua Leopoldo Bulhes. Em 1980, com ogoverno de Leonel Brizola a rua foi asfaltada. Tambm na dcada de 80 seconstruram o CIEP JK e as redes de abastecimento de gua, redes coletoras deesgotamento sanitrio e sistema de drenagem urbana. Durante cinqenta anos,aproximadamente ficaram sem infra-estrutura urbana, equipamentos e serviosbsicos urbanos. Nos rios foram-se depositando lixo e este criando lodo no fundoque impedia os fluxos das mares, causando inundaes e proliferao de doenasde veiculao hdrica. Desta forma, o ambiente outrora despoludo vai se tornandoimpactado;7- Na rua principal mora uma famlia por casa e quando os filhos se casam elesconstroem um outro andar e passam a morar com suas famlias. Na beira-rio,todos moram juntos. Os filhos quando casam passam a ter um cmodo para eles.A moradia se transforma em cmodos individuais onde se conjugam quartos, salae cozinha. O banheiro fora da unidade habitacional e coletivo para trs ouquatro famlias. O tanque de uso coletivo para as famlias, mas o fogo, ageladeira, o armrio e a cama cada famlia tem o seu. Nas casas no tem quartossuficientes, tendo os filhos que dormir na sala. Nas casas se ouve muito barulhoda rua e no existe privacidade completa;8- Os filhos estudam geralmente at o 2 grau e em alguns casos o completam.Mas na maioria dos casos no terminam o 2 grau, pois necessitam trabalhar paraajudar nas despesas de casa. Em relao educao tem escolas na rea doComplexo de Manguinhos at o 1 grau, depois os alunos vo para Ramos (bairroperto) para fazer o 2 grau. Os filhos menores freqentam creche e as filhasmaiores cuidam dos menores, enquanto suas mes fazem o servio do lar;9- No existem problemas com transportes coletivos;10- Em relao aos servios de assistncia mdica, somente existem dificuldadescom casos emergenciais, pois os tratamentos em longo prazo e atendimentosrotineiros so utilizados os servios do Centro de Sade Germano Sinval Faria;11- A renda familiar varia entre quase zero a trs salrios mnimos. As ocupaesmais freqentes so: armadores, ajudantes de pedreiro, de caminhes, decozinha, ascensoristas, autnomos, auxiliares administrativos, de enfermagem, deescritrio, de mecnico, de portaria, de produo, de servios gerais, balconistas,carpinteiros, comerciantes e comercirios, costureiras, cozinheiras e cozinheiros,copeiras, diaristas, empregadas domsticas, lavadeiras, costureiras, eletricistas,garons, mecnicos, pedreiros, pensionistas, serventes, vigias, vigilantes; (dadosda PMRJ / SMDS, 1992).12- A maioria da populao do Parque Carlos Chagas de origem do Rio deJaneiro, seguindo-se os oriundos da Paraba, Minas Gerais, Cear, Pernambuco,Rio Grande do Norte, Esprito Santo, Bahia, So Paulo, Maranho, Alagoas, Piau,Par, Paran, Mato Grosso do Sul, Sergipe, Rio Grande do Sul, Amazonas,Distrito Federal e Gois. (Dados PMRJ / SMDS, 1992);
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rea Tcnica de Interveno:
rea de Abrangncia do Projeto Comunitrio de Controle de Vetores:
O Projeto se iniciar na Comunidade de Parque Carlos Chagas esucessivamente ser realizado nas outras comunidades, at completarem atotalidade das Comunidades que compem o Complexo de Manguinhos, pois seentende que no adianta apenas fazer o controle de uma Comunidade se existemoutras prximas, totalizando um Complexo.
Desenvolvimento Institucional:
O Projeto Comunitrio para Controle da Leptospirose na Comunidade deParque Carlos Chagas Complexo de Manguinhos Rio de Janeiro Brasil foielaborado pela equipe do Projeto Universidade Aberta, Subprojeto de Habitaodo Departamento de Saneamento e Sade Ambiental Escola Nacional de SadePblica / Fundao Oswaldo Cruz.
O Projeto Universidade Aberta nasceu em 1993 por iniciativa do ProfessorSzachna Eliasz Cynamon e a implantao liderada por ele, no mbito doDepartamento e tinha como propsito realizar uma reflexo ideolgica e aoprtica, a partir do reconhecimento de uma dvida social da Fundao OswaldoCruz para com as comunidades do seu entorno e da necessidade do agir,expressiva de um processo de enfrentamento das condies subhumanas damisria instituda no pas. Desta maneira, constituiu-se, tambm, numa alternativavivel minorao e combate excluso social.
O Projeto Universidade Aberta caracterizou-se pela ao integrada esimultnea em campos distintos, abordando tpicos como gerao de trabalho erenda, habitao e sade, saneamento e salubridade, educao e cultura, visandoa integrao socioambiental e sustentabilidade.
Composio da Equipe:
Professor Doutor Szachna Eliasz Cynamon (Coordenao Geral)Engenheiro Civil, Especialista em Engenharia Sanitria e Doutor em SadePblica.
Professora Doutora Dbora Cynamon Kligerman (Coordenao: Sade e GestoAmbiental)
Engenheira Civil, Especialista em Engenharia Sanitria e Ambiental, Mestreem Planejamento Urbano e Regional e Doutora em PlanejamentoEnergtico e Ambiental.
Alcenira Ferreira Gomes (Pesquisadora) - Assistente Social eEspecialista na rea da Sade (Residncia 1 e 2).Lilia dos Santos Seabra (Pesquisadora) - Gegrafa, Especializao emEco Turismo e Mestre em Cincias Ambientais (Doutoranda emCincias Ambientais).Natanael dos Santos (Pesquisador) - Educador Artstico
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Professora MSc Simone Cynamon Cohen (Coordenao: Habitao e Sade)Arquiteta, Especialista em Engenharia Sanitria e Ambiental e Mestre emSade Pblica (Doutoranda em Sade Pblica).
Lus Cesar Perucci do Amaral - Arquiteto e Especialista emSaneamento e Controle Ambiental
Cooperao Tcnica Setores de Controle de Vetores e Manuteno Civil daCooperativa de Trabalhadores Autnomos de Manguinhos COOTRAM.Contratao de trs professores para a capacitaode agente comunitrio.Contratao de um educador ambiental.Contratao de um mdico epidemiologista.Contratao de dez agentes comunitrios emassuntos de sade, ambiente e habitao.
Habitao e sade, uma idia para a vida:
A questo da salubridade de grande interesse para o Parque CarlosChagas em decorrncia da sua proximidade com os rios Faria Timb e Jacar quea torna vulnervel s suas enchentes constantes, e insalubre em certos trechos.Dispe de alguns servios de infra-estrutura que oferecem um atendimentorazovel, amenizando um pouco as condies de insalubridade desta favela(COHEN, 1997).
O servio de abastecimento dgua, por exemplo, atende a um total de 80%dos domiclios, restando 20% . (COHEN, 1997).
Nas instalaes sanitrias segundo o IBGE (CENSO DEMOGRFICO DE2000), esta comunidade possui muitos domiclios que no esto ligados redepblica geral. Apenas 15% do total esto ligados a esta rede. Os 85% dashabitaes restantes solucionam o problema do escoamento dos esgotos com ouso de fossas spticas ou ligando-as rede de guas pluviais ou mesmodespejando-o nos rios Faria Timb e Jacar.
A estes dados vm se somar os anteriores que apontam para um problemasrio de salubridade desta favela.
O servio pblico de coleta de lixo atende, segundo o IBGE (Censodemogrfico de 2000) a 90% das casas. Os moradores das habitaes noatendidas jogam o lixo em terrenos baldios ou nos rios. Os rios que banham afavela so vitimados pelos despejos de lixo que recebem de todas ascomunidades situadas em suas margens, ao longo de seu curso.
Quanto ao servio de limpeza urbana, este executado de maneira parcialpelos prprios moradores do Parque Carlos Chagas.
O Subprojeto Articulado, Progressivo, Participativo de Urbanizao,Habitao, Sade Pblica e Seguridade para uma rea favelizada piloto Complexo de Manguinhos elaborou uma proposta que se insere no mbito dalinha de estudo associada habitao. Trata-se de uma iniciativa voltada para umprocesso de sade integral, visando a elevao da qualidade de vida atravs da
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melhoria dos espaos domiciliares e de convivncia coletiva e a realizao detrabalho de educao ambiental com crianas, adolescentes e adultos. Comometodologia utilizamos o mtodo de ensino-pesquisa-ao. Foram elaborados erealizados cursos que tratavam das reas temticas como habitao, sade,conforto ambiental, saneamento, tecnologias no convencionais e educaoambiental. No campo da pesquisa formamos banco de dados sobre tecnologia noconvencionais em habitao, urbanizao e saneamento ambiental, participandoativamente da criao da Associao Brasileira de Cincias de Materiais eTecnologias No Convencionais e de experincias realizadas em uma fbrica deblocos em Manguinhos. Como ao, atravs de um programa de desenvolvimentolocal integrado e sustentvel para Manguinhos, operacionalizamos aes demelhoria das condies de vida atravs da gerao de trabalho e renda;urbanizao de reas de risco no Complexo de Manguinhos e educao, cultura,esporte e lazer.
Como ponto de partida de aes para melhoria de habitao e urbana foiconstruda uma fbrica de blocos na Comunidade de Parque Carlos Chagas como objetivo de: gerar renda para os cooperados, produzir artefatos de cimento;vender os produtos a preo menor que o mercado de forma a ter liquidez rpida epoder ajudar aos moradores da regio, no processo de melhoria do quadrohabitacional; pesquisar tecnologias no convencionais na rea de habitao,urbanizao e saneamento ambiental; reformar as habitaes que delanecessitam para melhoria do quadro habitacional desta favela (rea de risco sade, com habitaes construdas em papel, papelo, tbuas e latas s margensdos Rios Jacar e Faria Timb).
No projeto, o favelado contribuiu no somente com seu esforo, mas comseu iderio e viso, interferindo e estando presente desde o incio do projeto atsua execuo, uso e manuteno. Projeto tecnicamente elaborado a partir da deausculta aos moradores.
Para reforma e manuteno de habitaes seria necessria a realizao detreinamento dos profissionais em segurana do trabalho, saneamento ambiental ecooperativismo.
A condio primordial de se ter sade ter um teto para cada cidado. Umteto que represente um abrigo e a construo de um lar dentro de seu designo, deacordo com seus desejos, valores e necessidades dentro de ambientes salubres,espaos tecnicamente constitudos onde os indivduos tenham a elevao daauto-estima e a realizao de seus desejos enquanto cidados e merecedores dacidadania.
A administrao seria feita pela COOTRAM, que receberia 10% do custoestimado (cerca de US$ 124.978,75) e a ao tcnica seria realizada pelo ProjetoUniversidade Aberta e pelo Centro de Cidadania CCDC (Manguinhos). Esta comunidade foi escolhida por ser uma das mais antigas da regio deManguinhos (foi formada em 1941) e para se pensar numa proposta quecontemplasse a completa reestruturao do lugar, promovendo no s a dignidadeno habitar, mas a integrao scio-cultural, a preservao, a promoo da sade ea sustentabilidade do (e no) habitat. O projeto visa a reestruturao da base fsicalocal malha urbana e sanitria. Planejou-se uma proposta de construo
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progressiva de habitaes dentro de um modelo de implantao individualizada detraado urbano.
Para o sistema de abastecimento de gua foi pensado a abertura de vias deacesso beira-rio e na rua principal, ampliando as redes de abastecimento einterligando a rede local rede pblica existente na Rua Leopoldo Bulhes.
Foi tambm pensada uma rede coletora de esgotamento sanitrio,construda afastada, mas paralelamente a rede de gua. Esta rede local tambmseria ligada a rede coletora pblica de esgotamento sanitrio localizada na RuaLeopoldo Bulhes se possvel ou com uma estao de tratamento de esgotos decusto reduzido tipo Cynamon para lanamento do efluente nos canais.
Para rede de drenagem de gua pluvial foi pensada construo decanaletas ao longo das ruas de acesso as habitaes e a dragagem dos rios FariaTimb e Jacar e a conteno das encostas dos rios.
Para o servio de coleta de lixo sero colocados lates de lixo em pontosestratgicos e ser realizada a coleta trs vezes por semana.
Os servios de energia e telefonia ficaro a cargo das concessionriaslocais, enquanto o abastecimento de gs ser por meio de botijo.
As vias coletoras tero pista de rolamento com 8 metros e contaro compasseio pblico em ambos os lados com cerca de 1,5 metros, perfazendo umacaixa de rua de 11 metros. As vias locais tero caixa de rolamento de 5 metros epasseios laterais com 1 metro, perfazendo uma caixa de rua de 7 metros. Todasas vias sero pavimentadas com bloquetes de concreto oitavados.
Como medidas de lazer foi pensado realizar obras de melhoria no CentroComunitrio e na Associao de Moradores. Pretende-se reformar a escola CIEPJK e melhorar e ampliar os equipamentos de lazer existentes com reforma devestirios existentes no CIEP JK, construo de pista de atletismo em redor daquadra de futebol, construo de dois vestirios (feminino e masculino), reformade biblioteca comunitria dentro do CIEP JK e construo de praa pblica. Seroplantados rvores e jardins, na medida do possvel ao redor do conjunto.
A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social construiu uma crechecomunitria para essa comunidade.
A execuo do projeto ser participativa, com operrios indicados pelasAssociaes de Moradores do Complexo de Manguinhos, avaliados e treinadosatravs da Cooperativa dos Trabalhadores Autnomos do Complexo deManguinhos. Os materiais utilizados sero os produzidos pela fbrica de blocos.
A alavanca do processo seria o trabalho cooperativado realizado na fbricade blocos com a instalao de equipamentos de carpinteiro, bombeiro hidrulico epedreiro, mquinas para triturao de entulhos, de confeco de blocos e outrapara bloquetes, betoneiras, vibradores e formas. A fbrica de blocos tem um mil eduzentos metros quadrados, sendo trezentos para oficina e o resto da rea paradepsito de matria prima, rea de secagem dos blocos e vigas e rea para cargae descarga do caminho.
Gerao de oportunidades de trabalho para COOTRAM:1. Oficina 2 a 4 anos - trabalho temporrio - 3 pessoas por R$
500,00 cada = R$ 1500,00 por ms = R$ 18.000,00 por ano = R$ 72.000,00 para quatro anos;
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2. Infra-estrutura 2 a 4 anos trabalho temporrio - 6 Km depavimentao 2 pessoas por R$ 500,00 cada = R$ 1.000,00 porms = R$12.000,00 por ano = R$ 48.000,00 para quatro anos;
3. Infra-estrutura 2 a 4 anos trabalho temporrio - gua, esgoto,luz 3 equipes de 3 pessoas = 9 pessoas por R$ 500,00 cada =R$ 4.500,00 por ms = R$ 54.000,00 por ano = R$ 216.000,00para quatro anos;
4. Reforma de habitaes 2 a 4 anos 3 equipes de 3 pessoassendo 1 pedreiro/pintor / 1 ajudante / 1 bombeiro/eletricista = 9pessoas = R$ 216.000,00 para quatro anos;
5. Contratao de agentes comunitrios para controle daLeptospirose trabalho temporrio de 2 a 4 anos - 10 pessoas porR$ 440,00 cada = R$ 4.400,00 por ms = R$ 52.800,00 por ano =R$ 211.200,00;
6. Contratao de professores para treinamento de agentescomunitrios trabalho temporrio - 3 pessoas por R$1.500,00cada = R$ 4.500,00 por ms = R$ 54.000,00 por ano = R$216.000,00 para quatro anos;
7. Contratao de um educador ambiental trabalho temporrio 1pessoa por R$ 1.500,00 por ms = R$ 18.000,00 por ano = R$72.000,00 por quatro anos.
8. Contratao de um mdico epidemiologista trabalho temporrio 1 pessoa por R$ 1.500,00 por ms = R$ 18.000,00 por ano = R$72.000,00 por quatro anos.
9. Total de pessoal temporrio 2 a 4 anos 38 pessoas;10. Total de custos com pessoal = R$ 1.123.200,00 ou US$ 280.800.
A questo de custos crtica e nos mostra que o sistema cooperativo podea um custo inicial de apenas 20 a 30% chegar ao produto acabado com um custofinal de 50% do que seria o custo normal para o tipo de construo. Isto no afetaao sistema imobilirio clssico ao qual a clientela em questo no tem alcance.
O projeto foi elaborado de modo a possibilitar a participao coletiva,atravs de um sistema de autofinanciamento onde, quem se inclui numa faixa derenda superior, pagaria uma prestao maior em menos tempo e, quem possuiuma renda menor pagaria uma prestao mais baixa em mais tempo. A propostateve como base, iniciativas fundamentadas na participao popular, onde algumasexperincias j consolidadas e outras de cunho inovador se articulam sdinmicas locais potencializando as chances de sucesso. Trata-se daincorporao e adaptao de mecanismos j utilizados e avaliados como oconsrcio, autoconstruo (integral e parcial), os sistemas de mutires, o estudo eaplicao de tecnologias e materiais alternativos, barateando custos e oenvolvimento de entidades pblicas e privadas.
A experincia tambm nos mostra que ter que se ter um bom uso dosistema implantado e mais para a sua preservao necessrio um bom sistemade manuteno, que depende de pessoal e de um processo educativo que deverenvolver a Escola Nacional de Sade Pblica, a COOTRAM e outras entidades.
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Proposta para realizao do controle da Leptospirose na Comunidade deParque Carlos Chagas:
Definio do Problema -
A Comunidade do Parque Carlos Chagas como foi dito anteriormente cercada por dois rios, que passam carregados de lixo. Na poca de chuvas comoacontece de dezembro a maro, esta comunidade fica sujeita a inundaes eproliferao de doenas de veiculao hdrica. infestada por ratazanas, ratos ecamundongos devido ao acumulo de lixo, ao esgoto escoado por valas negras acu aberto e a proximidade dos rios. A luta contra os roedores um desafiopermanente. Os prejuzos causados pelos roedores so grandes e vo desde acontaminao de alimentos pelos ratos e pela sua urina e fezes, levando aodesperdcio de alimentos pelo rompimento de sacarias e roeduras parciais degros. Na poca das chuvas aparecem casos de leptospirose, conseqente acontaminao das pessoas por urina de ratos que atravs das guas invademsuas casas ou mesmo na difcil passagem pelas ruas.
Os roedores tm hbitos noturnos e so ariscos, o que dificulta suaidentificao e deteco de presena pelo leigo, o que demanda algumaexperincia. A identificao ainda mais problemtica nos animais jovens dasdiferentes espcies como entre a ratazana jovem e rato de telhado ou do filhote dorato de telhado e do camundongo adulto. (MS - FUNASA, 1993).
O estudo das percepes sensorial dos roedores tem facilitado odesenvolvimento de medidas de controle mais eficazes. O olfato bastanteapurado e sensvel. Eles no estranham o odor humano. O paladar bemdesenvolvido com boa discriminao e memorizao dos diferentes gostosexperimentados. Geralmente refugam alimentos estragados. A prefernciaalimentar dos roedores pode variar de uma colnia para outra, em funo doshbitos gerados pela disponibilidade de determinados alimentos em cada territrio.A audio muito aguada e localizam com preciso a origem dos mnimosbarulhos suspeitos. So sensveis ao ultra-som, mas se adaptam aos mesmos empouco tempo. O tato extremamente desenvolvido, em particular ao nvel decertos pelos sensoriais distribudos pelo corpo e dos bigodes ou vibrissas, so degrande utilidade para o seu deslocamento no escuro, balizando as superfcieslaterais das paredes e dos obstculos. A viso talvez a sua nica fraqueza, poiseles no enxergam bem e nem distinguem cores. (MS - FUNASA, 1993).
O controle de roedores visa proteger a sade da populao contra aLeptospirose, entre outras doenas que envolvem roedores, alm de preveniracidentes e perdas econmicas. Consiste na aplicao de medidas dedesratizao (acabar com os ratos presentes) e antiratizao (proteo contra apenetrao de ratos) de uma rea determinada, com a finalidade de reduzir o nvelde infestao at obter um grau de risco mnimo aceitvel para aquela rea.Entendemos pelos princpios de saneamento que ao desratizar uma rea somenteem detrimento das demais comunidades do Complexo de Manguinhos no
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estaremos a protegendo. Por essa razo, o que se objetiva que esta comunidadeseja a primeira a se proteger e sirva de exemplo para as outras onde se farofuturos controles.Segundo PEREIRA (1985) A Leptospirose uma doena aguda, auto-limitada,resultante da infeco por leptospiras patognicos. As manifestaes clnicas vodesde as formas frutas ou inaparentes at infeces sistmicas graves, com altosndices de letalidade. A doena diretamente relacionada com o meio ambiente,revestindo-se de dois aspectos de importncia fundamental: o epidemiolgico, deinteresse em Sade Pblica e o clnico, onde ressaltam as caractersticas demorbidade e letalidade elevadas nas formas graves da doena.... Atualmente,sabe-se que as leptospiroses se constituem em problemas de Sade Pblica nomundo inteiro, pela ampla distribuio desta zoonose e pela maior incidncia nafaixa etria mais produtiva (20 a 50 anos de idade). Admite-se que a doena temmaior impacto nos pases em desenvolvimento, considerando-se ainda asdificuldades de controle, em virtude dos vnculos epidemiolgicos, sociais eeconmicos. As medidas gerais como o combate aos roedores e o saneamentobsico, so importantes e eficazes, particularmente no que se refere aleptospirose urbana. No parecem, entretanto, de muita utilidade para prevenirepidemias em outras circunstncias, tornando-se necessria a organizao deprogramas de vigilncia epidemiolgica em determinadas zonas. (FAINE,1982)...Salientamos como de importncia fundamental no traado do perfilepidemiolgico da leptospirose, as contribuies efetuadas no que se refere stentativas de isolamento da bactria, os estudos sobre as manifestaesepidmicas da doena e os estudos de prevalncia, abrangendo os casosespordicos e inquritos sorolgicos em grupos populacionais. Atravs destasinvestigaes, tem-se assinalado a presena de diversos sorovares de leptospirapatognica em nosso meio. ... No Quadro 1, apresentamos uma listagem dossorovares de leptospira descritos no Brasil, atravs do isolamento em humanos eanimais. Alguns destes sorovares so amplamente disseminados, ocorrendo emdiversas regies do mundo, outros foram considerados como novos sorovares,atravs da anlise de sua constituio antignica em laboratrios de refernciainternacional. A maior parte dos isolamentos procedente das regies Sul eSudeste do pas. Esta circunstncia deve-se ao fato de que os laboratrioscapazes de estabelecer o diagnstico etiolgico e realizar investigaes nestecampo so poucos e situam-se predominantemente nas reas mencionadas.
Segundo PEREIRA (1985) Durante os ltimos 15 anos (1970-1984), o Laboratriode Leptospirose do Instituto Oswaldo Cruz confirmou atravs de provassorolgicas 1095 casos clnicos de leptospirose humana no Estado do Rio deJaneiro. At onde se pode admitir, levando em considerao o ttulo mais alto e opareamento sorolgico, o sorovar que mais incidiu foi o icterohaemorrhagiaeseguido de um pequeno nmero de grippotyphosa e raros de canicola. Nessemesmo perodo, foram isoladas 3 cepas de leptospira que nos testes rotineiros deidentificao comportaram-se como membros do sorogrupo Icterohaemorrhagiae.Observa-se ainda, um ntido aumento do nmero de casos no vero,principalmente aps as chuvas torrenciais que so freqentes nesta poca doano. ...Quanto aos aspectos da transmissibilidade e patogenia em relao aos
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hospedeiros animais pode ocorrer no sentido horizontal por contato direto intra-especfico. Este representa o principal mecanismo de transmisso de leptospirasentre roedores, seu reservatrio universal. Ainda nesse sentido, os animais podemcontaminar-se atravs da urina dos portadores que contaminan o meio ambiente(solo mido e gua), no permetro do habitat destes animais.No sentido vertical,tm sido descritos casos de infeco atravs da placenta, que ocorrem com maisfreqncia entre os animais domsticos (bovinos, porcos e carneiros), conformemencionado por diversos autores .(BLENDEN,1976)....A circulao deleptospiras em reas urbana, rural e silvestre envolve animais domsticos,peridomiciliares e silvestres, os quais comportam-se como importantesreservatrios ou elos potenciais na cadeia epidemiolgica da leptospirose. Acadeia de infeco habitualmente conecta indivduos da mesma espcie. Observa-se, entretanto, em muitas reas enzoticas, um fenmeno de radiao, onde ainfeco se dissemina a partir do hospedeiro de manuteno, atingindo outrasespcies animais que vivem na mesma biocenose. (BABUDIERI, 1958; TURNER,1967; REILLY, HANSON & FERRIS, 1970).Os padres de endemicidade ouepidemicidade da doena no homem esto na dependncia dos animaisportadores e de elementos do meio ambiente que possibilitem a veiculao dabactria. A via de contaminao pode ser direta, atravs do contato com sangue,rgos ou urina de animais infectados, ou indireta, atravs da exposio a umambiente contaminado. A urina dos animais infectados representa o veculoprimrio pelo qual ocorre a transmisso dos animais para o homem,particularmente pela via indireta, que parece ser a mais freqente. Fatores causaisse manifestam a nvel local e o homem no constitui um elemento importante napropagao das leptospiras, apenas um hospedeiro acidental. A transmisso depessoa a pessoa, embora teoricamente possvel tida como evento raro. (SPINU& cols., 1963).
A presena de Leptospirose no Parque Carlos Chagas (Varginha):
A Professora Martha Maria Pereira (PEREIRA, 1985), pesquisadora doDepartamento de Biologia do Instituto Oswaldo Cruz da Fundao Oswaldo Cruzem sua tese de Mestrado, escolheu como rea de estudo para observar odesenvolvimento da Leptospirose em rea urbana, a Comunidade de ParqueCarlos Chagas. Segundo a Professora a escolha dessa comunidade se deve adois critrios fundamentais. O primeiro relativo as condies ambientaisfavorveis manuteno da bactria e o segundo a maior facilidade na obtenodo material. As condies relativas ao saneamento e urbanizao tornam oambiente extremamente favorvel proliferao de roedores particularmente,Rattus norvegicus. A existncia de uma fonte comum a que tem acesso roedorese animais domsticos, contribui sobremaneira para a disseminao de leptospirasa partir dos reservatrios e/ ou entre estes, sob as formas enzoticas ouepizotica. ...O contato com mais animais domsticos, a presena de roedores emabundncia, coabitando em verdadeira promiscuidade com o homem, assimcomo, a ocorrncia de inundaes freqentes representam no apenas casosisolados, mas o quotidiano da comunidade. Nos meses mais quentes do ano, porocasio de chuvas torrenciais, as guas dos rios, invadem o interior das moradias,
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trazendo srios prejuzos materiais e funcionando como veculo de disseminaode agentes infecciosos diversos..Como resultados da pesquisa realizada pela Professora Pereira (PEREIRA, 1985):
1- Em relao a populao murina foram capturados 104 roedoresperidomiciliares,no perodo de um ano, sendo 101 da espcie Rattusnorvegicus e 3 da espcie Mus musculus. Foi observado um percentual depositividade de 39,42%, quando consideradas as duas espcies e osmtodos de pesquisa direta da bactria, cultura e sorologia em conjunto.Na Tabela 1 foram mostradas as positividades em relao ao sexo e idadenos roedores do Parque Carlos Chagas 1983 (Exame Direto, Cultura eSorologia): (PEREIRA, 1985:59).
As Tabelas II, III e IV mostram a positividade em relao aos trs mtodos dediagnstico empregados onde os dados so analisados aos pares.Na Tabela II verifica-se que dentre 104 roedores estudados 37 erampositivos atravs de testes sorolgicos e 24 atravs de cultura. Entre 67que apresentavam testes sorolgicos negativos, 3 eram positivos nacultura. Dos 80 que eram negativos atravs da cultura, 16 eramsorologicamente positivos. A anlise dos dados apresentados nesta tabela,permite a rejeio da hiptese de concordncia entre a Cultura e aSorologia (p
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analisados soros de 7 ces masculinos menores do que 1 ano de idade e2 eram positivos, fazendo um percentual de 28,57% de positividade eexaminados 34 ces acima de 1 ano e observados 28 casos positivos, ouseja um percentual de 82,35%. Foram analisados soros de 8 cadelasmenores do que 1 ano e observados 3 casos positivos fazendo umpercentual de 37,50% de positividade e de 9 casos observados de cadelasacima de 1 ano 3 casos foram positivos, fazendo um percentual de 33,33%de positividade.
3- Entre os 36 soros de ces positivos, apenas 6 apresentavam anticorpospara sorovar canicola, entre estes 3 tnham ttulos de anticorpos maiselevados para este sorovar (PEREIRA, 1985: Tabela X:73).
4- Na populao humana foram examinados 259 soros e respectivosquestionrios com registro de dados de interesse epidemiolgico,constituindo uma amostra de cerca de 9,82% da populao humana doParque Carlos Chagas. Dos 259, 123 indivduos do sexo masculino e 136do sexo feminino. O maior nmero de casos examinados cerca de 37% doconjunto amostral foram de crianas na faixa de 6 a 10 anos eadolescentes de 11 a 15 anos. Dos 259 casos observados cerca de25,48% eram positivos. (PEREIRA, 1985: Tabela XII: 78).
5- Observou-se em relao a este grupo populacional um grande nmero desorovares de Leptospira implicados na resposta imunolgica comanticorpos, bem como uma grande intensidade de reaes cruzadas. Entre66 soros positivos 15 reagiram em presena do sorovaricterohaemorrhagiae e entre estes, 7 apresentaram ttulos mais altos paraeste sorovar. (PEREIRA, 1985: Tabela XV: 83).
6- A positividade em relao a histria de contato freqente com animaisconforme relatado em entrevistas individuais, observando apenas os quetinham papel relevante na cadeia epidemiolgica da leptospirose, das 259pessoas entrevistadas, 174 tinham animais domsticos em casa ouprximo. Das 259 pessoas, 205 das pessoas entrevistadas acusaram apresena de roedores em casa. Dos 66 casos positivos, apenas 6negavam a histria de contato com animais e entre os 193 casosnegativos, 19 afirmaram ausncia de contato com animais domsticose/ou peridomiciliares. Foram examinados 104 ces e observados 26 casospositivos. De 70 porcos foram observados 13 casos positivos. Dos 205ratos observados, 48 eram positivos.
7- 49,42% da populao amostral estudada assinalou a histria deinundaes freqentes, em decorrncia das cheias dos rios Faria e Jacarque invadem o interior das moradias e propiciam o contato indireto comagentes infecciosos.
8- Foram examinadas 18 crianas na faixa etria de 0 a 5 anos e observados2 evidncias de contato prvio com leptospiras. Foram examinados 95estudantes de 6 a 15 anos e observados 13 com sorologia positiva paraleptospirose. Foram observadas 67 empregadas domsticas que residiamali e trabalhavam fora e 18 eram positivas na sorologia. De 15aposentados analisados 8 eram positivos. De 24 empregados da indstriae construo civil 11 eram positivos. De 40 empregados em servios
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gerais, 14 eram positivos, perfazendo de 259 casos estudados 66 positivosou seja, cerca de 25,48%.
9- Foram estudadas 85 alquotas retiradas do meio ambiente, sendo 52 dosolo; 9 poas dgua formadas aps as chuvas e 24 alquotas das guasdos rios Faria Timb e Jacar. No exame direto foram observadasmicrorganismos com caractersticas morfolgicas e movimentocompatveis com aqueles do gnero Leptospira em 8 amostrasprovenientes do solo da regio, 7 das guas do rio Faria e 3 de poasdgua. A presena de leptospiras foi revelada atravs do cultivo, emdiferentes pontos dentro da rea, no s a partir das coletas de material dosolo e poas dgua, mas tambm das guas dos rios que banham aregio. O ndice de positividade por isolamento da bactria nas 85alquotas oriundas do meio ambiente foi de 37,64%. Das 52 de solo, 18eram culturas de Leptospira (34,61%), entre 24 de guas dos rios, 10culturas sendo 8 do rio Faria e 2 do rio Jacar (41,66%). Das 9 amostrasde poas dgua 4 propiciaram o isolamento de culturas de Leptospira(44,44%). Na anlise fsico-qumica do solo, realizada num extrato de 15 a20 cm de profundidade abaixo da superfcie revelou textura argilo-arenosa,com pH em torno de 6,7 e contedos de clcio-magnsio, alumnio, fsforoe potssio dentro dos limites suportveis pelas bactrias do gneroLeptospira. Os valores de pH das amostras de gua coletadas nasuperfcie dos rios Faria Timb, Jacar e poas dgua de chuva seencontrava em torno de 6.5 a 7.0. No foram obtidas culturas positivas emamostras com pH abaixo de 6.5.
10- No Brasil a Leptospirose uma doena emergente, controlvel em reasurbanas. Porm o nmero crescente de casos no pas nas grandescidades. Hoje (2002) existem cerca de 36 mil casos por ano no Brasil, oque demanda como prioridade a necessidade de urbanizao de reas derisco sade como so as reas favelizadas.
Medidas Gerais de Controle
Objetivos Programticos:
Em curto prazo: ao longo de um anoImplantao de um Programa Mnimo de Controle de Roedores
PMCR com aes bsicas de vigilncia, inspeo, desratizao, antiratizao,identificao dos domiclios que devam ser reformados e dos que devem serconstrudos e da necessidade de infra-estrutura urbana, atendendo principalmentes solicitaes da populao.
Em mdio prazo: de um ano a dois e meioAmpliao do PMCR com aes programadas em reas de risco,
previamente identificadas e classificadas por ordem de prioridade. Incio doprocesso de reforma e construo domiciliares e inicio do processo de
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implantao de infra-estrutura bsica urbana (gua, esgoto, drenagem, dragagem)na Comunidade de Parque Carlos Chagas.
Em longo prazo: de dois anos e meio a quatro anosElaborao do PMCR para outras comunidades do Complexo de
Manguinhos, tentando abranger a totalidade da Regio e dando continuidade aoprocesso de implantao da infra-estrutura e da reforma e construo dasresidncias.
Objetivos:Geral:
Diminuir a incidncia de casos de Leptospirose na Comunidade de ParqueCarlos Chagas.
Especficos:- Efetuar o diagnstico de situao da doena, salientando a variao
sazonal, para determinar pocas de maior impacto e para se prever amagnitude dos surtos que podero ocorrer;
- Atuar de forma a reduzir e / ou impedir a ocorrncia de novos casoshumanos, atravs da quebra de um dos elos da cadeia epidemiolgica;
- Implantar ou incrementar o sistema de Vigilncia Epidemiolgica local;- Identificar as reas de risco da doena, a fim de se priorizarem as aes
de controle;- Incrementar as aes de Educao em Sade, envolvendo a
comunidade nas medidas de preveno e controle, visando a umamudana comportamental da populao, em relao a certos hbitosque propiciam a instalao e livre proliferao de roedores;
- Divulgar os resultados obtidos aos profissionais e instituies de sadeenvolvida, visando ao direcionamento das aes e as recomendaesdecorrentes;
- Interferir nas condies de meio ambiente com finalidade de alterar osfatores predisponentes, que agem concomitantemente na ocorrncia decasos da doena, principalmente a melhoria e proteo das habitaes.
Metas Estabelecidas para o prazo de 4 anos de Vigncia do Projeto:
- Diminuio dos casos de Leptospirose na Comunidade de ParqueCarlos Chagas;
- Investigao os casos de Leptospirose ocorridos para implementardados da Vigilncia Epidemiolgica;
- Reduo da populao murina;- Capacitao de agentes comunitrios na rea de sade, habitao e
ambiente para atuarem no controle da doena nesta comunidade;- Capacitao de profissionais a atuarem na rea de sade e ambiente
para diagnstico de situao de risco e tratamento da doena;- Realizao de trabalho de Educao em Sade e Ambiente para
sensibilizao e mobilizao da populao sobre a doena e divulgao
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de formas de preveno e controle, partindo do Centro de Sade e dasEscolas.
Estratgias de alcance:
Investigao Epidemiolgica
- Busca ativa dos casos humanos da doena aps identificao de todasas fontes de informaes disponveis: Vigilncia Epidemiolgica(Secretaria Estadual de Sade); hospitais, ambulatrios e unidades deatendimento da regio como o Centro de Sade Escola Germano SinvalFaria / ENSP; Laboratrios clnicos e de Sade Pblica; ServiosRegionais de verificao de bitos e professores e populao em geral;
- Confirmao de clinico-laboratorial dos casos suspeitos;- Mapeamento geogrfico do local provvel de contgio dos casos,
indicando os locais de ocorrncia w se est ocorrendo de forma esparsaou aglomerada;
- Deteco de reas com aglomeraes de casos, associadas ou no aum fator causal comum de infeco e a uma alta infestao de roedorescontaminados;
- Tabulao, anlise e avaliao estatstica e epidemiolgica dos casosobtidos para definio e direcionamento de aes de controle.
Levantamento e cadastramento de todos os locais da rea em questoquadra a quadra, rua a rua (residncias, estabelecimentos comerciais,terrenos baldios e bueiros):
- Registrar todos os endereos enfatizando os locais com sinais deroedores e fatores que propiciem a sua instalao (presena de mato,lixo, entulho, etc...)
Desratizar os locais que apresentem infestao de roedores:
- Notificar e orientar a populao sobre a doena, o problema existente, aimportncia do rato como transmissor da doena, aes de desratizaoempregadas e medidas para se evitar a instalao de rato no local;
- Mapear e cadastrar em fichas-controle os locais com infestao;- Instalar armadilhas para capturar roedores, visando a determinar o
potencial zoontico da populao murina.
Repasse do Tratamento:
- Sero feitos tantos repasses por endereo quanto necessrios at quese reduza ou se anule a infestao de roedores;
- Reiniciar cada setor, desratizando os locais que apresentem qualquersinal de infestao;
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- Registrar nas fichas de controle o grau de infestao de cada local acada repasse realizado;
- Registrar e mapear cada caso humano que ocorra no decorrer dasatividades do projeto;
- Educao da populao a cada repasse de tratamento;- Desinfeco dos locais externos que sofreram inundaes recentes
(com hipoclorito de sdio) atravs de asperso com mquinapulverizadora costal ou motorizada.
Educao em Sade e Ambiente:
- Capacitar e reciclar profissionais e agentes comunitrios em sade eambiente: leptospirose, sua importncia e os fatores que predispem adoena; aspectos da doena a nvel domiciliar, ocupacional e de SadePblica; importncia do roedor como agente transmissor da doena aohomem; integrao dos profissionais que realizam o diagnstico e fazeminvestigao epidemiolgica dos casos; importncia do diagnstico etratamento adequado e notificao gil dos casos, seguindo o fluxoapresentado no captulo Aspectos Epidemiolgicos deste manual;importncia do profissional de sade e ambiente agindo comomultiplicador de informaes junto ao paciente e comunidade.
- Realizar trabalho contnuo e permanente de educao em sade eambiente junto populao enfatizando: a doena, sintomas clnicos,modo de transmisso, medidas de preveno e controle (principalmenteem relao ao contato com as guas de enchente e destino do lixo);noes de saneamento local e sua relao com a leptospirose, a doenaligada ocorrncia das enchentes e como minimizar o seu efeito,atravs de medidas de proteo pessoal, cuidados com alimentos e usoe tratamento de gua utilizada nas residncias ps-enchentes;esclarecimento populao (sobre o problema existente, visando abusca conjunta de solues; a competncia dos rgos de sade nasoluo do problema; os locais para encaminhamento dos casossuspeitos; as formas de participao da populao envolvida nas aesde controle da doena, principalmente em relao as medidas deantiratizao e de preveno.
Levantamento das condies ambientais predisponentes ocorrncia decasos e encaminhamento aos rgos competentes:
- Condies de saneamento de reas a serem tratadas eencaminhamento de problemas detectados as autoridades competentes;
- Intensificar a remoo e destino adequado do lixo das reas afetadas,atravs da incrementao da coleta sistemtica e/ ou uso de aterrossanitrios ou incinerao;
- Drenagem de guas paradas suspeitas de contaminao pela urina deroedores;
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- Presena de cursos de gua, canais e galerias de esgoto da rea emquesto, que necessitem limpeza e desobstruo;
- Dragagem dos rios pelos rgos competentes;- Manuteno de terrenos baldios pblicos e/ou privados livres de matos e
murados, evitando proporcionar condies a instalao de animaissinantrpicos;
- Reforma e Construo de domiclios para promover a sade dosambientes;
- Implantao de redes de infra-estrutura urbana nas vias internas dacomunidade onde no houver com auxlio de rgos competentes;
- Especial cuidado com depsitos e armazns de alimentos.
Plano de Aes Bsicas para um programa mnimo de controle deroedores a ser realizado ao longo de 4 anos de projeto:
Aes bsicas Procedimentos e estratgia RecursosVigilncia identificar focos deroedores e zoonosesassociadas como tambmcasas que precisam serreformadas ou construdas eruas que necessitam de infra-estrutura.
Estimular a populao a denunciara presena de roedores, lixo eesgoto. Realizar trabalho deeducao ambiental. Divulgar osmeios de contato com a Centro deReferncia Nacional paraZoonoses Urbanas CCZ S.Paulo/ SP e estabelecer comunicaocom reas de sade paranotificao de zoonoses murinas.
Contratao de professores eeducadores ambientais.Pessoal da COOTRAMencarregado para recebimentode denncias. Agentescomunitrios encarregados decolher informaes junto sentidades de sade.
Inspeo Confirmar e levantarcaractersticas dos focos ereas de riscos envolvidas.
Pesquisar no prprio local do focoantes e aps as aes desaneamento para avaliao eeventuais correes. Levantardados para desratizao eantiratizao.
Viatura de servio disponvel.Agentes comunitrioshabilitados para investigao.Armadilhas para captura deroedores. Convnio comlaboratrios de vigilnciaepidemiolgica devidamenteequipado e com tcnicoshabilitados.
Desratizao Eliminar osroedores nas reas de foco.
Aplicao de substncias txicasaos roedores com tcnicas emtodos adequados a cadasituao, alm da utilizao dearmadilhas ou ratoeiras,comeando os cuidadosnecessrios para evitar acidenteshumanos, especialmente paracrianas.
Viatura de servio disponvel.Agentes comunitrioshabilitados. Raticidas eequipamentos adequados suaaplicao, armadilhas,ratoeiras. Inseticidas eherbicidas.
Antiratizao Impedir oacesso de roedores nas reassensveis. Eliminar fatores deatrao e proliferao.
Orientar a populao para, emconjunto com o CCZ, identificar eeliminar fatores de atrao emanuteno de roedores.Identificar e eliminar pontos deacesso de roedores aos locais oureas sensveis. Programar aesconjuntas de saneamento do meio
Viatura de servio disponvel.Agentes comunitrioshabilitados. Elaborao defolhetos de orientao populao.
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Mtodos de Controle:
O controle de roedores na rea urbana um grande desafio e necessita detrabalho intersetorial articulado administrao municipal e estadual. necessriodispor de medidas bsicas para o controle:Medidas Legais:
- Disciplinam o acondicionamento, recolhimento e destino dosdiversos tipos de lixo existentes no Municpio, em particularos de origem alimentar;
- Regulamentam o destino de entulhos, sucatas e a limpeza deterrenos baldios;
- Normatizam o armazenamento e a distribuio dos alimentosno comrcio e demais fatores que favorecem a atrao eproliferao de roedores;
- Estabelecem multas e penalidades nos casos de infrao sleis e normas acima;
- Adequamento ao Cdigo Municipal de Edificaes preveno contra roedores.
Medidas Educativas:- Divulgao e esclarecimento das medidas legais implantadas
junto populao;- Conscientizao da comunidade sobre os perigos e riscos
sade que os roedores representam e da necessidade docontrole da populao murina;
- Obter a participao da populao na adoo das medidas deantiratizao e na cooperao com os rgos pblicos, nocontrole dos roedores.
Medidas Corretivas:
- Fiscalizao e fazer cumprir as medidas legais;- Aplicao de multas e demais penalidades em caso de
infrao. ( atribuio exclusiva do poder pblico)
Medidas de Antiratizao:
- Aplicao de obstculos visando impedir o acesso dosroedores (casas a prova de rato para evitar abrigo e alimento)e a proteo dos estabelecimentos de gneros alimentcioscontra ratos em determinadas reas ou edificaes;
- Modificao do meio ambiente no sentido de eliminar ascondies favorveis atrao e proliferao de roedores.
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Medidas de Desratizao:
- Conjunto de aes visando eliminar os roedores em reas oulocais previamente identificados.
Recursos Humanos:
Cargo / quantidade Atribuies ObservaesEquipe tcnica Responsvel Coordenadores do ProjetoUniversidade Aberta trs
-Responder pelo projeto;-Fazer cumprir as atividadesprogramadas;-Preencher fichas e relatrios;- Manter contato com apopulao durante asatividades.
Devem ter flexibilidade,criatividade, controle emonitoramento,perseverana econtatos com lideranas locais.
Encarregado ou supervisor chefe do setor de controle devetores e chefe do setor demanuteno civil da COOTRAM dois
-Responder pela equipe;- Fazer cumprir as ordens deservio;- Preencher fichas e relatrios;- Responder pelo consumo deprodutos e venenos;-Responder pelo material eequipamentos de servio;- Manter contato com apopulao durante asatividades.
Podem acumular o trabalho deINSPEO do local. Devem ternvel de instruo secundrio econhecer bem roedores e demanuteno civil. Devem terhabilidade de lideres e serelacionar bem com o pblico.
Professores vinculados aoProjeto Universidade Aberta trs
Deter o conhecimento emtodos didticos para a boatransmisso do saber;criatividade e flexibilidade;capacidade de sensibilizao emobilizao.
Deve ter nvel superior, sercomunicativos e ter contedopara transmitir.
Educador ambiental vinculadoao Projeto Universidade Aberta um
Deter o conhecimento emtodos didticos para a boatransmisso do saber;criatividade e flexibilidade;capacidade de sensibilizao emobilizao.
Deve ter nvel superior, sercomunicativos e ter contedopara transmitir.
Agentes comunitrios emassuntos de sade, ambiente ehabitao dez.
Aplicar isca com veneno contraroedores e demais dispositivosdestinados a antiratizao oudesratizao
Deve ter bons conhecimentossobre seu trabalho e dasmedidas de segurana commanipulao de venenos.
Epidemiologista vinculado aoProjeto Universidade Aberta -um
Consultoria na rea deEpidemiologia ambiental
Deve ter bons conhecimentossobre seu trabalho eexperincia em comunidadesfavelizadas.
Motorista da COOTRAM um Transportar a equipe e todomaterial de trabalho, conformeroteiro estabelecido.
Subordinado ao Supervisor.
Ser estabelecida uma equipe de agentes comunitrios contendo dez agentes.
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Recursos Materiais:
Veculo para transporte da equipe e do material de trabalho o disponvel naCOOTRAM.
Equipamentos:- Bomba polvilhadeira manual: 2 unidades / equipe sendo
uma equipe totalizando 2 unidades com custo unitrio de R$5.000,00 = R$ 10.000,00;
- Ferramentas adequadas para levantar tampas de acesso sgalerias, esgotos, etc... 1unidade por equipe totalizandouma unidade com custo unitrio de R$ 1.000,00 = R$1.000,00;
- Lanterna a pilhas 1 unidade por equipe totalizando umaunidade com custo unitrio de R$ 50,00 = R$ 50,00;
- Caixa de madeira ou ba com tampa fechada com cadeadopara transporte e guarda de veneno na viatura (60x50x30 cm) 1 unidade por equipe totalizando uma unidade com custounitrio de R$ 300,00 = R$ 300,00;
- Armadilha para capturar roedor: 4 unidades / equipetotalizando quatro com custo unitrio de R$ 100,00 = R$400,00;
- Gaiola para remoo de roedores: 4 unidades / equipetotalizando 4 com custo unitrio de R$ 100,00 = R$ 400,00.
Total: R$ 12.150,00 ou US$ 3.037,50
Uniformes e material de segurana:- Macaco de brim 2 unidades por agente por ano =10 x2= 20 x
4 anos = 80 unidades com custo unitrio de R$ 30,00 = R$2400,00;
- Capa contra chuva com capuz: 1 unidade / agente / 2 anos =10 X 2 anos = 20 unidades com custo unitrio de R$ 60,00 =R$ 1.200,00;
- Mscara respiratria contra p e aerossis: 2 unidades /equipe / ano = 2 X 4 anos = 8 unidades com custo unitrio deR$ 20,00 = R$ 160,00;
- Botas de borracha cano at o joelho: 2 pares / agente / ano =20 unidades com custo unitrio de R$ 50,00 = R$ 1.000,00;
- Botas de borracha cano longo at a coxa 1 par / equipe / 2anos = 1 unidade com custo unitrio de R$ 70,00 x 2 anos=R$ 140,00;
- Luvas de borracha: 2 pares/agente/ano = 20 unidades x 4anos = 80 unidades com custo unitrio de R$ 30,00 = R$2.400,00;
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- Capacete: 1 unidade/agente = 10 unidades com custo unitriode R$ 100,00 = R$ 1.000,00;
- Estojo de Pronto Socorro:1 unidade/ equipe = 1 unidadecom custo unitrio de R$ 50,00 = R$ 50,00;
- Sacola do tipo tira colo com pano impermevel = 10 unidadescom custo de R$ 30,00 = R$ 300,00.
Total = R$ 8650,00 ou US$ 2162,50
Material de consumo Diversos:
- Formulrios de servio / relatrio (1.000 exemplares por ano =4.000 exemplares pelos quatro anos) = R$ 400,00;
- Folhetos de orientao para populao (10.000 exemplares) =R$ R$500,00;
- Documentos de notificao e avisos (10.000 exemplares) =R$ 250,00;
- Raticida isca, granulado ou peletizado = 500 unidades = R$25.000,00;
- Raticida isca, em blocos resinados ou parafinados = 500unidades = R$25.000,00;
- Raticida p = 200 unidades = R$ 5.000,00;- Herbicidas = 300 unidades = R$ 6.000,00;- Inseticida = 300 unidades = R$ 3.000,00.
Total = R$ 65.150,00 ou US$ 16.287,50
Resultados esperados para 4 anos:
- Diminuio da incidncia de casos de Leptospirose naComunidade de Parque Carlos Chagas. Para a realizao detal resultado sero necessrios:
- Elaborao do diagnstico da situao da doena;- Implantao ou Incrementao de um sistema de vigilncia
epidemiolgica local;- Identificao de reas de risco da doena para priorizar aes
de controle;- Incrementar aes de Educao em Sade e Ambiente,
envolvendo comunidade nas medidas de preveno econtrole;
- Divulgao dos resultados obtidos aos profissionais einstituies de sade, visando o direcionamento de aes erecomendaes;
- Melhoria do quadro construdo habitacional atravs dereformas e construo de domiclios;
- Implantao de infra-estrutura bsica urbana para promover acriao de ambientes saudveis na comunidade;
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- Capacitao de agentes comunitrios e profissionais na reade sade e ambiente;
- Gerao de trabalho e renda para populao.
Indicadores para os resultados esperados:
- Nmero de casos da doena;- Identificao de reas de risco;- Nmero de domiclios infestado com foco de roedores;- Nmero de terrenos baldios;- Nmero de vias sem infra-estrutura urbana;- Nmero de palestras dados a populao para a
sensibilizao, preveno e controle;- Nmero de cursos e treinamentos dados aos profissionais e
agentes comunitrios em sade e ambiente;- Implantao ou Incrementao de um sistema de vigilncia
epidemiolgica local;- Aes de Educao em Sade e Ambiente, envolvendo
comunidade nas medidas de preveno e controle;- Resultados obtidos e desdobramentos como direcionamento
de aes e recomendaes;- Nmero de habitaes beneficiadas com reforma ou
construo;- Nmero de vias onde foram implantadas infra-estruturas
bsicas urbana para promover a criao de ambientessaudveis na comunidade;
- Nmero de agentes comunitrios e profissionais na rea desade e ambiente capacitados atravs do projeto;
- Nmero de trabalhadores beneficiados com oportunidade detrabalho e renda.
Elementos chaves e aspectos de fortalecimento do projeto e aspectos dedebilidade do projeto:
Ao iniciar suas atividades no Complexo de Manguinhos, o ProjetoUniversidade Aberta realizou um Levantamento Scio-Econmico-Educacional,contando com a participao e apoio das Associaes de Moradores. EsseLevantamento se constituiu em um Diagnstico Scio-Econmico-Educacional ecomo ao efetiva formao da Cooperativa dos Trabalhadores Autnomos deManguinhos - COOTRAM, em resposta aos 81% de desemprego na rea (ndiceapontado pelo citado diagnstico). Outras iniciativas ocorreram a partir darealizao do diagnstico como a criao de um Programa de DesenvolvimentoLocal Integrado e Sustentvel de Manguinhos (DLIS-Manguinhos). Trata-se deuma concepo que se estrutura em funo de priorizar a sustentabilidade dolugar e do meio, respeitada e reforada a hierarquizao dos problemasapontados anteriormente.
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A implementao de aes, de maneira geral, vem se balizando natentativa de estudar e viabilizar modelos participativos e sustentveis, proponentesda ao coletiva e democrtica, voltados ao exerccio de mltiplos atores e tentativa de contornar fatos e processos, face s complexidades de agentesexternos e internos, prprios de um sistema promotor de imensas desigualdades,discrepncias sociais, marginalidade e excluso.
Participao, Sustentabilidade, Desafios de uma Histriae Tentativas:
O reconhecimento da necessidade de uma sociedade mais justa lana asbases de um projeto solidrio, que deve se respaldar no entendimento dabiodiversidade e da eqidade como princpios fundamentais para garantia dasobrevivncia da espcie humana.
A convivncia mostra-se, neste complexo social de diversidade, como umaquesto fundamental, na medida que a garantia de sobrevida de um e de outroindividualmente, torna-se imprescindvel para a sobrevivncia coletiva. Assim, asade de um indispensvel para a sade de todos.
A necessidade do agir coletivo, conjunto e participativo, fundamenta asbases para uma organizao social forte e solidria, que garanta a expresso dasminorias, efetivando seus direitos e fortalecendo a integrao da diversidade e doconjunto.
Assim, adotou-se uma estratgia de atuao baseada na metodologiaensino-pesquisa-ao, visando estabelecer um processo de informao contnuo edesbloquear os curtos circuitos que existem no sistema de comunicao,estabelecendo uma troca entre o conhecimento tcnico-cientfico e o saberpopular permanentemente. O mtodo de pesquisa-ao se presta a esses tipos detrabalho. De um lado atende ao desejo acadmico de busca de solues e poroutro lado, vai tendo como resultado o benefcio imediato da populao, atuando-se assim de uma forma tica em benefcio da sociedade sem a exploraounilateral que caracterizam muitas vezes outros tipos de conduta. O processo detroca entre os campos de saber alimentado pelos projetos de pesquisa, gerandoaes concretas de melhoria da qualidade de vida e enriquecendo o processoeducativo e resgatando o valor individual e coletivo da comunidade. Talmetodologia visa, ainda, o resgate sistemtico da interlocuo entre o projeto e acomunidade, permitindo a constante avaliao das condies e dos estgiosalcanados, favorecendo a reviso das metas e dos critrios adotados atravs douso permanente dos dados de coleta e de sua reutilizao nos processospedaggicos e prticos.
A formao da cooperativa representou um grande passo em direo damelhoria da qualidade de vida em Manguinhos. Inicialmente (1994), na suacriao a COOTRAM contava com 200 cooperados. Hoje (2002) conta com 1.300cooperados, representando o aproveitamento de vinte por cento da fora ativa detrabalho da regio. Com o diagnstico foram levantadas as habilidades dosmoradores, que foram divididas em setores especficos da COOTRAM como:jardinagem / compostagem e coleta seletiva (retirando os meninos de rua e dandocursos e atividades para eles); servios gerais; manuteno civil e de
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equipamentos; controle de vetores; higienizao de bibliotecas; fbrica de tijolos;fbrica de corte e costura; fbrica de fraldas descartveis; alimentao,administrao e recursos humanos (realizao de palestras semanais com temaescolhido pelos cooperados); centro cultural Pixinguinha (orquestra infanto-juvenil, coral, dana afro-brasileira e capoeira) e telecurso 1 e 2 grau (paraalfabetizao de adultos). Existem hoje mais de 1.000 pessoas que esto na filade espera para entrarem para a COOTRAM. Com a gerao de trabalho e rendaocorreu um processo de amadurecimento coletivo das comunidades quecompunham o Complexo de Manguinhos. Foi criado um Conselho Administrativo efiscal na cooperativa composto por representantes das comunidades epesquisadores da Fundao Oswaldo Cruz. As associaes se organizamcomunitariamente e elegem prioridades e lutam junto aos rgos competentespela melhoria das condies de vida em Manguinhos.
Informaes adicionais:
Professora MSc Simone Cynamon Cohen Endereo: Rua LeopoldoBulhes nmero 1480 5 andar CEP:21.040-210 Manguinhos Rio de JaneiroRJ Brasil. Telefones (55021) 2598-2571 ou 2598 2744. E.mails:[email protected]; [email protected]
Referencias Bibliogrfica:
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