Projeto Conceitual Otimizado de Embarcações Utilizando Fórmulas Empíricas

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

    MARIA EDUARDA FELIPPE CHAME

    PROJETO CONCEITUAL OTIMIZADO DE

    EMBARCAES UTILIZANDO FRMULAS

    EMPRICAS

    TRABALHO DE CONCLUSO DE CURSO

    ENGENHARIA NAVAL

    JOINVILLE, 2014

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

    MARIA EDUARDA FELIPPE CHAME

    PROJETO CONCEITUAL OTIMIZADO DE

    EMBARCAES UTILIZANDO FRMULAS

    EMPRICAS

    Orientador: Prof. Dr. Thiago Pontin Tancredi

    Apresentado para a obteno do ttulo

    de Engenheiro Naval na

    Universidade Federal de Santa Catarina

    ENGENHARIA NAVAL

    JOINVILLE, 2014

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    AGRADECIMENTOS

    A Deus por ter me dado sade e fora para superar as dificuldades.

    As trs pessoas que me incentivam a melhorar a cada dia, Olavo, Maria Antnia e Luiz Renato.

    Espero cumprir a funo de irm mais velha e ser um exemplo vocs.

    A esta universidade, seu corpo docente, direo e administrao que oportunizaram a concluso

    desta etapa de formao profissional e pessoal. Em especial os professores Alexandre Mokowski,

    Cristiano Vasconcellos Ferreira, Viviane Lilian Soethe e Hazim Ali Al-Qureshi, que de alguma forma

    contriburam para meu crescimento e proporcionaram oportunidades nicas de pesquisa e extenso.

    Tambm meu sincero agradecimento ao professor Ricardo Aurlio Quinhes por granjear minha vaga

    de estgio junto ao TPN. E ao coordenador de curso Lucas Weihmann por toda sua dedicao em

    melhorar nosso curso.

    Ao meu querido ex-diretor de centro Acires Dias, por ser minha referncia como profissional e

    pessoa.

    Ao meu orientador Thiago Pontin Tancredi, pelo suporte no pouco tempo que lhe coube, pelas

    suas correes e incentivos. Agradeo por sua imensa pacincia na orientao que tornou possvel a

    concluso desta monografia.

    Aos meus avs Maria, Nomia (em memria) e Sebastio, meus pais, Claudia e Evandro, meu

    padrasto, Daniel, e madrasta, Elaine, que no mediram esforos para que eu chegasse at esta etapa de

    minha vida. Assim como meus padrinhos Cssio e Elaine e minha tia R por me apoiarem quandonecessrio. minha segunda me, Amarilis Laurenti, obrigada por todo o aprendizado e respaldo.

    Aos colegas do centro acadmico, Barco Solar, Aerodesign e PET por contriburem para meu

    amadurecimento. Aos guerreiros que me acompanharam na aventura de organizar o 1 CONEMB, em

    especial meus grandes amigos, Amanda, Davi, Evelyne, Fabiano, Flvia, Leonardo, Marcus, Marina,

    Pedro Bundy, Pedro Paludetto, Pedro Pastorelli e Rodrigo Michels.

    Aos colegas de trabalho do TPN e IPT, em especial minha amiga Aline, meus chefes Rodolfo e

    Fujarra por toda pacincia e entenderem a dificuldade de realizar o TCC distncia, permitindo que eu

    pudesse concluir este trabalho.Por fim, agradeo a contribuio e colaborao para a concluso deste trabalho dos meus

    estimados amigos, Pedro Paludetto, Pedro Csar Sciarini e Rodrigo Michels. E a todos amigos pelo

    incentivo e pelo apoio constantes.

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    RESUMO

    O presente trabalho desenvolve um modelo de otimizao do casco utilizando o software

    Excel e a ferramenta Solver. Esse modelo multiobjetivo e busca minimizar a potncia do

    motor e maximizar a carga transportada a partir da variao das dimenses principais e dos

    atributos do hlice.

    Tambm proposto um modelo de sntese baseado no Mtodo da Raiz Cbica,

    utilizando o software MatLab, a ser empregado na fase conceitual do projeto de embarcaes

    mercantes do tipo bulk carriers, tanque, porta continer e navio de cruzeiro. Esse procedimento

    ir utilizar dados de embarcaes semelhantes que compem o banco de dados construdo para

    este trabalho.

    Como resultado do modelo de otimizao, um modelo paramtrico proposto. Esse

    prope equaes que podem ser empregadas para determinar as dimenses principais e o

    coeficiente de bloco de um navio em funo do tipo, bulk carrier, tanque ou porta continer, da

    velocidade de servio e da capacidade de carga.

    A metodologia proposta no trabalho foi aplicada em estudos de caso, cuja anlise

    permitiu apresentar uma discusso sobre o modelo e avaliar a adequao para exemplos reais.

    Palavras chaves: Projeto conceitual; Embarcaes mercantes; Otimizao.

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    ABSTRACT

    This work develops a hull optimization model using Excel software and the Solver tool.

    This model is multi-objective and seeks to minimize engine power and maximize cargo

    transported from the variation of the main dimensions and propeller attributes.

    It is also proposed a synthesis model based on the Method of Cubic Root using the

    MatLab software, to be employed in the conceptual phase of the bulk, tank, container carrier

    and cruise ship merchant vessels projects. This procedure will use data from similar vessels

    that compose the database built for this work.

    As result of the optimization model, a parametric model is proposed. This proposes

    equations that can be employed to determine the ships key dimensions and blocks coefficient

    as a function of the type bulk carrier, tank, or container carrier, of the service speed and load

    capacity.

    The proposed methodology was applied on case studies, whose analysis allowed to

    present a discussion about the model and evaluate the suitability for real-world examples.

    Key-words: Conceptual project; Merchant ships; Optimization.

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    LISTAS DE FIGURAS

    Figura 1-Etapas do processo de desenvolvimento de uma embarcaoFigura 2- Nmero deBulk carriers no mundo de 1980 a 2010Figura 3- Boca em funo do ComprimentoFigura 4 - Velocidade em funo do comprimentoFigura 5 - Coeficiente de bloco em funo do comprimentoFigura 6- Entradas do projeto conceitualFigura 7Correo do Cb: a) Bulk b) TanqueFigura 8- Interao do usurio com o modelo automtico do projeto conceitual

    Figura 9- Funo BL (L): a) Tipo A b) Tipo BFigura 10- LOA em funo do LBPFigura 11Comparao entre os mtodos para obter CmFigura 12- TEU em funo do DWTFigura 13- Variao de Rf/Rt com o n de Froude paraBulk carrierFigura 14- Variao de Rf/Rt com o n de Froude para TanqueFigura 15- Variao de Rf/Rt com o n de Froude para Porta ContainrFigura 16- Variao de Rf/Rt com o n de Froude para CruzeiroFigura 17- Polinmios Kt e KqFigura 18- Razo LBP/B: a)Bulk carrierb) Tanque c) Porta Continer d) CruzeiroFigura 19- Razo LBP/T: a)Bulk carrierb) Tanque c) Porta Continer d) CruzeiroFigura 20- Razo B/T: a)Bulk carrierb) Tanque c) Porta Continer d) CruzeiroFigura 21Grfico de eficincia para uma embarcao genricaFigura 22Resultado do modelo de otimizao do projeto conceitualFigura 23Rt em funo do DWT: a) Bulk b) Tanque c) Porta ContinerFigura 24SHP em funo do DWT: a) Bulk b) Tanque c) Porta ContinerFigura 25Deslocamento em funo do DWT: a) Bulk b) Tanque c) Porta ContinerFigura 26LBP em funo do DWT: a) Bulk b) Tanque c) Porta ContinerFigura 27B em funo do DWT: a) Bulk b) Tanque c) Porta Continer

    Figura 28T em funo do DWT: a) Bulk b) Tanque c) Porta ContinerFigura 29Cb em funo do DWT: a) Bulk b) Tanque c) Porta ContinerFigura 30Exemplo do modelo de otimizao do projeto conceitual

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    LISTAS DE TABELAS

    Tabela 1- Contratao de Navios pela Transpetro no PROMEFTabela 2- Ranking de construo naval mundial

    Tabela 3Classificao de navios graneleirosTabela 4Classificao de navios tanquesTabela 5Principais caractersticas de navios tanquesTabela 6Sntese das embarcaes semelhantesTabela 7Valores do coeficiente mTabela 8Comparao CbTabela 9Dimenses principais e custosTabela 10Variveis do modelo de otimizao multiobjetivo acopladoTabela 11Valores de Ckg

    Tabela 12Valores de KTabela 13Valores de KeoTabela 14Anlise dos parmetros do propulsorTabela 15Validao do modelo de DWT para CruzeirosTabela 16Restries do modelo de otimizao do propulsorTabela 17Variveis do modelo de otimizao do PCTabela 18Restries do modelo de otimizao do PCTabela 19Comparao das dimenses empregando o modelo de otimizaoTabela 20Comparao dos pesos empregando o modelo de otimizaoTabela 21Comparao do dimensionamento do propulsor

    Tabela 22Comparao do uso das equaes empricas

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    LISTAS DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SMBOLOS

    ANTAQ Agncia Nacional de Transportes AquaviriosAo rea do disco

    Ae rea expandidaS rea molhadaGT Arqueao brutaABENAV Associao Brasileira das Empresas de Construo NavalB BocaBmld Boca moldadaBL Borda livreT CaladoHmld Calado moldado

    Keo Coeficiente clculo do WeoCf Coeficiente da resistncia friccionalCm Coeficiente da seo mestraCWL Coeficiente de rea de flutuaoJ Coeficiente de avanoCb Coeficiente de blocoCd Coeficiente de deadweightt Coeficiente de empuxow Coeficiente de esteiraKt Coeficiente de fora propulsivaKq Coeficiente de torqueCs Coeficiente para clculo de peso em aom Coeficiente para determinar CbCp Coeficiente prismticoLWL Comprimento da linha d'aguaLBP Comprimento entre perpendicularesL Comprimento para clculo da borda livreLOA Comprimento totalCkg Constante para clculo de KG

    DWT Deadweight, W DeslocamentoDNV Det norske veritasDh Dimetro do hliceKG Distncia entre a quilha e o centro de gravidadeBM Distncia entre centro de flutuao e metacentroKM Distncia entre quilha e metacentroh Eficincia do Cascob Eficincia do hliceo Eficincia do Hlice em guas abertass Eficincia do sistema de transmissorr Eficincia rotativa relativa

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    t Eficincia totalE Empuxo EFn Nmero de FroudeFURG Fundao Universidade Federal do Rio Grande

    IPEA Instituto de Pesquisa Econmica AplicadaSOLAS International Convention for the Safety of Life at SeaIMO International maritime organization Massa especfica da guaFn Nmero de FroudeZ Nmero de psP PassoWeo Peso de equipamento e outfitWst Peso do aoWm Peso do maquinrio

    TRANSPETRO Petrobras transporte s/aPSV Platform Supply vesselD PontalPt Potncia de empuxoSHP Potncia do Motor/shaft horsepowerPe Potncia efetivaDHP ou Pd Potncia entreguePAC Programa de Acelerao do CrescimentoPROMEF Programa de Modernizao e Expanso da Frota

    PROREFAM Programa de Renovao da Frota de Embarcaes de Apoio MartimoPMBOK Project Management Body of KnowledgePC Projeto conceitualRf Resistncia friccionalRt Resistncia totalRn Nmero de Reynoldsn Rotao do HliceTEU Twenty feet equivalent unitULCC Ultra large crude carriersUFPE Universidade Federal de Pernambuco

    UFSC Universidade Federal de Santa CatarinaUFPA Universidade Federal do ParVa Velocidade de AvanoV Velocidade de servioVELm Velocidade em metrosVEL Velocidade em psVLBC Very large bulk carrierVLCC Very large crude carriers Viscosidade cinemtica

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    SUMRIO

    1. INTRODUO .................................................................................................... 12

    2. Reviso Bibliogrfica ........................................................................................... 15

    2.1. Indstria Naval Brasileira .............................................................................. 15

    2.2. Projeto Conceitual .......................................................................................... 17

    2.3. Restries de Projeto ..................................................................................... 18

    3. LEVANTAMENTO DE DADOS: Embarcaes semelhantes ............................ 19

    3.1. Bulk carriers (Graneleiros) ............................................................................ 19

    3.2. Tanques .......................................................................................................... 20

    3.3. Navio Porta Continer ................................................................................... 21

    3.4. Navios de cruzeiro ......................................................................................... 21

    3.5. Supply vessel ................................................................................................. 22

    3.6. Anlise de navios semelhantes....................................................................... 22

    4. MODELO PARA O PROJETO CONCEITUAL de embarcaes ...................... 27

    4.1. Modelo de sntese baseado no Mtodo Raiz Cbica ..................................... 27

    i. Dimenses principais ..................................................................................... 28

    ii. Coeficientes de forma .................................................................................... 29

    iii. Estabilidade .................................................................................................... 33

    4.2. Modelo de sntese baseado em Otimizao Multiobjetivo ............................ 35

    i. Variveis ........................................................................................................ 37

    ii. Atributos do Modelo: Dimenses .................................................................. 37

    iii. Atributos do Modelo: Coeficientes de forma................................................. 40

    iv. Atributos do Modelo: Estabilidade ................................................................ 40

    v. Atributos do Modelo: Estimativa do DWT .................................................... 41

    vi. Quantidade de TEUs em Navios Porta Continers....................................... 44

    vii. Atributos do Modelo: Resistncia ao avano e potncia .............................. 44

    viii. Atributos do Modelo: Integrao casco-hlice / Determinao do SHP ..... 48

    ix. Restries ....................................................................................................... 51

    4.3. Validao dos mtodos propostos no modelo de otimizao ........................ 54

    i. Validao do modelo de estimativa de DWT ................................................ 54

    ii. Modelo de otimizao da eficincia do propulsor ......................................... 55

    iii. Modelo de otimizao do projeto conceitual ................................................. 585. RESULTADOS .................................................................................................... 61

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    5.1. Modelo paramtrico para o projeto conceitual otimizado ............................. 65

    6. EXEMPLO DE APLICAO ............................................................................. 74

    7. CONCLUSO ...................................................................................................... 77

    8. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ................................................................. 78

    9. ANEXOS .............................................................................................................. 80

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    1. INTRODUO

    O moderno paradigma de engenharia est sempre buscando projetos mais eficientes,

    reduo de custos, maior confiabilidade, maior velocidade, melhor desempenho; maximizando

    lucros ou outros atributos de desempenho de interesse. A engenharia naval acompanha essa

    busca. Nos ltimos anos, os navios mercantes tem apresentado uma tendncia de aumento das

    dimenses principais buscando maximizar a capacidade de carga transportada. Como

    consequncia, o projeto estrutural, a instalao propulsora e outras etapas de projeto devem ser

    reavaliadas para se adaptar a essa tendncia.

    O projeto conceitual automtico proposto neste trabalho visa aumentar a agilidade da

    etapa conceitual do desenvolvimento de uma nova embarcao, permitindo o aprimoramento

    do projeto. Alm de contribuir para que projetistas e engenheiros, tenham uma ferramenta

    eficiente para comparar diferentes solues para o projeto conceitual de uma embarcao

    descrita por meio de suas dimenses principais e coeficientes de forma.

    Por fim, o presente trabalho visa difundir o conhecimento quanto elaborao do

    projeto conceitual de uma embarcao, visto a recente expanso de novos estaleiros e cursos

    de engenharia naval no pas, como por exemplo, os cursos da UFSC, FURG, UFPA e UFPE.

    Do ponto de vista estratgico, importante que pases em busca de competitividade

    tecnolgica detenham condies de desenvolver e aprimorar seus projetos de engenhariainternamente. O projeto bsico de embarcao uma atividade pouco realizada no Brasil, que

    tradicionalmente importa seus projetos navais de outros pases, como pode ser visto nos dados

    apresentados na Tabela 1.

    A respeito da importncia do projeto conceitual de embarcaes ser feito no Brasil, o

    diretor da Ocenica Offshore, Marcos Cueva, concedeu ao Instituto de Pesquisa Econmica

    Aplicada (IPEA) entrevista em fevereiro de 2013 onde comenta sobre a carncia de projetos

    conceituais desenvolvidos no pas e a ineficincia de se utilizar esses projetos.O que se tem hoje so projetos conceituais que vm de fora do pas e muitas vezes com

    detalhamento sendo feito no Brasil. Para um navio projetado para cabotagem, no tem sentidopegar um projeto noruegus do Mar do Norte, utiliz-lo aqui e esperar o mesmo efeito.

    (CUEVA, 2014, p. 40).

    Os dados da Petrobras Transporte (Transpetro), apresentados na Tabela 1, mostram que

    poucos navios que desfrutam do Programa de Modernizao e Expanso da Frota (PROMEF)

    encomendaram seus projetos de empresas locais.

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    Tabela 1- Contratao de Navios pela Transpetro no PROMEF

    Tipo de navio Qtd. Empresa do Projeto Pas da empresa

    Panamax 4 Projemar BrasilSuezmax CON 10 Samsung Coria

    Suezmax DP 4 IHI JapoAframax CON 5 IHI JapoAframax DP 3 IHI JapoGazeiro 8 Ghenova Espanha

    Fonte: (TRANSPETRO, 2014), adaptada pelo autor.

    O presente trabalho se insere justamente neste contexto, propondo uma metodologia

    para o desenvolvimento automtico do projeto conceitual de embarcaes mercantes. O

    escopo apresentado inclui uma reviso dos tipos de navios com grande demanda no pas, os

    requisitos do armador com maior influncia no projeto naval e as normas propostas por

    sociedades classificadoras para novas embarcaes produzidas.

    Tradicionalmente, o projeto dessas embarcaes baseia-se em um procedimento cclico

    e iterativo que utiliza formulaes empricas e semi-empricas necessrias e procedimentos

    normativos estabelecidos pelas Sociedades Classificadoras.

    Assim, um dos objetivos deste trabalho avaliar qualitativamente as diversas

    formulaes existentes visando diminuir os custos associados ao navio e reduzir a quantidade

    de iteraes feitas em um projeto conceitual de embarcaes.

    A eficincia do projeto de uma embarcao mercante, pode ser medida considerando-

    se a capacidade de carga da embarcao (DWT1) em relao ao custo de construo

    (eventualmente associados ao porte da embarcao) e ao custo operacional (eventualmente

    associado a potncia SHP exigida para a velocidade de servio).

    O modelo de projeto desenvolvido visa maximizar a capacidade de carga (DWT) e

    minimizar a potncia instalada (SHP), obtendo-se assim, projetos com a maior eficincia.

    Tradicionalmente essa abordagem feita minimizando-se a Resistncia ao Avano da

    embarcao. No entanto, o presente trabalho se diferencia por propor uma abordagem que

    inclui o projeto do propulsor no projeto conceitual da embarcao.

    importante observar que o custo operacional do navio pode ser associado ao consumo

    de combustvel e, eventualmente, pode ser reduzido aumentando a eficincia do propulsor ou

    reduzindo a resistncia ao avano do casco.

    1A rigor, o valor de DWT corresponde a capacidade de carga mais a quantidade de combustvel, leo e gua

    armazenadas na embarcao. No entanto, para os navios estudados, esses valores so pequenos quandocomparados a capacidade de carga e podem sem desconsiderados.

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    Dentro deste contexto so estudados apenas os atributos principais da embarcao e,

    por essa razo, o escopo deste trabalho no inclui o desenvolvimento do arranjo, gerao da

    superfcie do casco e apndices da embarcao, bem como eventuais anlises associadas

    fabricao,seakeeping, avaria, projeto estrutural, entre outros.

    Para realizar esse objetivo, foi desenvolvido um procedimento para o projeto conceitual

    de embarcaes, por meio de uma planilha Excel que rene as formulaes para estimativas

    iniciais das dimenses principais, coeficientes de forma e verificao da estabilidade, bem

    como restries para os coeficientes de forma, obtidas por meio do estudo de embarcaes

    semelhantes.

    O incio do trabalho conta com uma ampla reviso bibliogrfica do novo cenrio da

    construo naval no Brasil e as expectativas para a projeo de novos navios, bem como a

    caracterizao das diferentes fases do projeto de uma embarcao.

    A seguir apresenta-se o banco de dados de navios semelhantes elaborado e que contm

    as dimenses principais, deslocamento, capacidade de carga e ano de lanamento de diversos

    navios pesquisados na literatura. Os dados obtidos foram tratados eliminando eventuais

    discrepncias e descartando os dados de embarcaes com mais de 15 anos de construo.

    O quarto captulo apresenta a construo do modelo de sntese do projeto conceitual

    baseado no mtodo da raiz cbica e o modelo de otimizao multiobjetivo. Tambm neste

    captulo, este modelo validado em trs etapas: validao do modelo de estimativa de carga

    transportada, validao do modelo de otimizao da eficincia do propulsor e validao do

    modelo de otimizao do projeto conceitual.

    No captulo 5, testa-se o modelo de otimizao desenvolvido e os resultados do trabalho

    so exibidos, ou seja, as equaes que correlacionam as dimenses principais e o coeficiente

    de forma ao DWT so apresentadas.

    Por fim, um estudo de caso realizado empregando o modelo desenvolvido e as

    equaes geradas, esses so ento comparados as caractersticas de uma embarcao real e oresultado avaliado.

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    2. REVISO BIBLIOGRFICA

    2.1. I ndstri a Naval Brasil eir a

    O incio dos anos 2000 apresentou uma expanso na construo naval, que pordcadas esteve estagnada no pas. As recentes polticas pblicas e a explorao do pr-sal

    incentivaram o reaquecimento da indstria naval brasileira.

    Estudos realizados pelo IPEA (2014) apontaram alguns fatores importantes que

    contriburam para o crescimento do setor naval no Brasil.

    Em 2007, a indstria naval foi inserida nos objetivos do Programa de Acelerao doCrescimento (PAC), do governo federal, como um dos setores de maior relevncia para o

    cumprimento dos objetivos estratgicos do pas de gerao de emprego e renda. Foram

    assegurados, assim, os recursos necessrios para os investimentos em infraestrutura e para aexpanso e a modernizao dos estaleiros nacionais, uma condio indispensvel para oatendimento da demanda por navios e plataformas. (IPEA, 2014, p. 8).

    O reaquecimento da indstria naval coloca o pas em posio relevante na indstria

    naval mundial. Com 144 navios em construo, o Brasil ocupa a quarta posio no ranking

    da construo naval mundial divulgado pela Clarksons Shipping Intelligenceem maro de

    2014. importante observar que, neste ranking, o Brasil est frente de experientes e

    tradicionais construtores navais como Estados Unidos, Holanda e Noruega, como pode ser

    visto nos dados apresentado na Tabela 2.Tabela 2- Ranking de construo naval mundial

    Pas Navios em Construo

    China 2293Coria do Sul 890Japo 850Brasil 144EUA 119Filipinas 87

    Bangladesh 65Holanda 62Vietnam 61

    Noruega 60Fonte: Clarksons Shipping Intelligence, 2014, elaborada pelo autor.

    A Associao Brasileira das Empresas de Construo Naval e Offshore (ABENAV,

    2014) acredita que o mercado naval est aquecido e a expectativa de movimentar mais de

    US$ 100 bilhes at 2020, gerando mais de 40 mil empregos at 2017.

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    Como resultado deste cenrio, novos estaleiros (como o Atlntico Sul e o Rio Grande)

    esto em construo no pas para atender a essa demanda e o setor busca agora atingir nvel de

    competitividade equiparado com os seus competidores globais.

    Outra questo relevante a idade mdia da frota de navios que operam no pas. Segundo

    o anurio estatstico de 2013 da Agncia Nacional de Transportes Aquavirios (ANTAQ), essa

    idade mdia de 17,4 anos. Considerando que a vida mdia de um navio mercante de 25

    anos, existe, portanto, uma expectativa de renovao de grande parte da frota nos prximos 10

    anos.

    Uma das instituies que fomenta a indstria naval o Fundo da Marinha Mercante.

    Criado em 2004 destina-se a prover recursos para o desenvolvimento da indstria naval

    brasileira. Outro programa que incentiva a construo de navios o PROMEF que se iniciou

    em 2007 e tem como objetivo obter um ndice de nacionalizao de 70%, desenvolvendo e

    modernizando os estaleiros brasileiros.

    Por fim, o Programa de Renovao da Frota de Apoio Martimo (PROREFAM),

    objetiva reduzir a dependncia dos afretamentos de embarcaes estrangeiras, promovendo

    a construo de embarcaes no Brasil com ndice de nacionalizao de 75%. Esse programa

    prev a construo de 146 embarcaes entre 2008 e 2014, de acordo com dados de 2011 da

    superintendncia de navegao martima e de apoio.

    Um dos principais setores que propulsionaram o mercado naval foi o de leo e gs.

    A Petrobras, maior investidora na rea, afirmou em discurso realizado no incio de 2014 que

    comprar no exterior sempre que no for atendida pela indstria local, o que demonstra a

    fragilidade da indstria naval brasileira.

    Outra citao do IPEA (2014) que comprova a importncia de aumentar a quantidade

    de escritrios especializados em projetos navais no pas apresentada a seguir:

    Para atender de maneira eficiente a tais investimentos, faz-se necessria a existncia de

    empresas especializadas em engenharia de projetos navais no Brasil. Assim como em outrasreas, os servios de desenvolvimento de projetos navais demandam trabalho intelectual muitointenso, em que a experincia, a qualificao e a criatividade dos engenheiros e dos projetistastornam-se os principais ativos competitivos da empresa. Esta atividade envolve risco, uma vez

    que a responsabilidade pelas especificaes, a eficincia e a segurana do equipamentorecaem, em grande medida, sobre as empresas de projetos. (IPEA, 2014, p. 9)

    Esse novo cenrio da construo naval exige que os projetos de novas embarcaes

    sejam desenvolvidos no pas e apresentem um maior ndice de nacionalizao. Esta nova

    dcada favorvel para o desenvolvimento de novos navios e para isso preciso fomentar

    estudos na rea, qualificar a mo de obra e modernizar os estaleiros brasileiros.

  • 7/24/2019 Projeto Conceitual Otimizado de Embarcaes Utilizando Frmulas Empricas

    18/100

    2.2.

    Projeto Conceitual

    OProject Management Body of Knowledge(PMBOK, 2013) define projeto como um

    esforo empreendido para criar um produto, servio ou resultado exclusivo. No mbito da

    engenharia, projetar, entendido como uma atividade humana, intelectual e que a partir do

    atendimento das restries e necessidades, gera uma soluo utilizando como recursos a

    criatividade, experincia e conhecimento tcnico.

    O termoprojectrefere ao projeto de uma nova embarcao inclui desde a construo

    do escopo e recolhimento dos requisitos do armador at o planejamento de descarte desse

    produto. Desta forma o projeto unio de vrias atividades a serem planejadas e executadas

    com um propsito especfico de um novo produto. J o design remete a um ciclo de aes para

    melhoria de uma ou mais caractersticas do produto, por exemplo, o projeto estrutural de uma

    embarcao abrange a definio do problema, a anlise, busca, tomada de deciso, definir

    especificaes, modificar parmetros e solucionar o problema. O qual, neste exemplo, consiste

    em reduzir a quantidade de material empregado na construo do casco, satisfazendo as normas

    das Sociedades Classificadoras.

    Rozenfeld et al. (2006) defende que o custo das modificaes cada vez maior

    conforme se avana nas etapas do desenvolvimento do produto. Com base no trabalho de Gale

    (2008, p. 4), pode-se representar as fases do projeto de uma embarcao por meio dofluxograma mostrado na Figura 1.

    Figura 1-Etapas do Processo de Desenvolvimento de uma Embarcao

    Fonte: Elaborado pelo autor.

    Nota-se que o projeto conceitual uma fase inicial da concepo do produto e, portanto,decises equvocadas nessa fase, eventualmente, iro comprometer o custo final do produto.

    Por outro lado, uma concepo do produto mais adequada ir resultar em menor retrabalho ao

    decorrer das novas etapas e com isso uma economia, eventualmente, significante.

    No projeto conceitual, o projetista se depara com vrios trade-off e um grande nmero

    de combinaes dos parmetros para a determinao das caractersticas da embarcao.

    Segundo Rozenfeld et al. (2006) na fase de concepo do produto, solues de projeto so

    geradas e estudadas detalhadamente at encontrar a melhor soluo possvel que seja capaz deatender s especificaes concebidas na fase informacional.

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    Na fase informacional so recolhidos os dados do armador e definidas as restries do

    projeto. No projeto conceitual estes dados so processados, analisados e utilizados para a

    definio das caractersticas principais da embarcao a ser projetada. Tambm feito um

    estudo da viabilidade econmica que determinante para o processo de tomada de deciso do

    armador.

    O IPEA (2014) define o projeto bsico de uma embarcao como a unio de trs etapas,

    o projeto informacional, conceitual e contratual. Na metodologia proposta no presente trabalho,

    essas especificaes sero obtidas por meio de um processo iterativo visando a maximizao

    da eficincia da embarcao mercante representada por uma funo objetivo. A funo objetivo

    um conjunto de parmetros de desempenho da embarcao para os quais se deseja obter a

    melhor soluo.

    2.3. Restr ies de Projeto

    Existem diversas organizaes que fornecem aos projetistas procedimentos para o

    desenvolvimento de uma embarcao. No presente trabalho, esses procedimentos normativos

    definem as restries de projeto incorporadas ao modelo de otimizao proposto.

    AInternational Maritime Organization(IMO) uma importante organizao e auxilia

    na comunicao da navegao global. No site da IMO so listadas as responsabilidades dessaorganizao: estabelecer medidas que visam melhorar a segurana do transporte martimo

    internacional; preveno da poluio gerada por embarcaes, desenvolver regras que visam

    facilitar o trfego martimo internacional e questes legais cerca da navegao. Quando um

    governo se torna signatrio de uma conveno da IMO esse concorda em inserir tal conveno

    em sua prpria legislao. Uma das convenes da IMO de maior interesse para projeto de

    embarcao aInternational Convention for the Safety of Life at Sea (SOLAS), responsvel

    por estabelecer aspectos acerca da estrutura, da estabilidade, de mquinas, de instalaeseltricas, de meios de salvamento e de diversas outras caractersticas associadas ao projeto de

    navios.

    Tambm existem os regulamentos as Sociedades Classificadoras, responsveis por

    estabelecerem e fiscalizarem a aplicao de normas tcnicas antes, durante e depois de uma

    embarcao ser lanada. Se o armador exige um determinado certificado importante que o

    projetista siga as instrues da norma e que a construo atenda e seja supervisionada pela

    Sociedade Classificadora escolhida. Por fim, existem os regulamentos da autoridade martima

    que no caso brasileiro so emitidos pela Marinha Brasileira (NORMAM).

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    3. LEVANTAMENTO DE DADOS: EMBARCAES SEMELHANTES

    Neste trabalho ser apresentado o levantamento de dados realizado acerca do cinco

    tipos de embarcaes mercantes, cuja principal caracterstica o transporte de pessoas e cargas.

    Entre os tipos de navios considerados, destacam-se os Bulk carriers, Porta-Continers,

    Tanques, Navios de passageiros e Supply Vessel.

    3.1. Bulk carr iers (Graneleir os)

    Navios do tipo graneleiro transportam cargas secas e a granel. A principal caracterstica

    deste tipo de embarcaes a presena de grandes escotilhas (aberturas no convs) destinadas

    a movimentao das cargas nos pores.Roberts (2013) aponta um crescimento na participao de navios graneleiros no total

    da frota mercante mundial, passando de 27% em 1980 para 38% em 2010, em especial no

    perodo entre 2005 e 2010, como observado na Figura 2.

    Figura 2- Nmero deBulk carriers no mundo de 1980 a 2010

    Fonte: (Lloyd's Register of Shipping, 2011).

    Os navios graneleiros so classificados de acordo com o DWT. Na Tabela 3 so

    mostradas as caractersticas tpicas de cada uma das classes.

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    Tabela 3Classificao de navios graneleiros

    DWT [10 T] L [m]Mdio

    B [m]Mdio

    T [m]MdioMin Max

    SMALLSIZE 5 8 101 17.1 6.3

    HANDYSIZE 10 35 137 23.2 8.4HANDYMAX 35 55 175 28.0 10.5PANAMAX 60 80 227 32.2 12.3CAPESIZE 80 250 252 41.0 14.6VLBC * 250 400 309 54.0 18.6VALEMAX > 400 365 66.0 23.0

    (*) VLBC significa Very Large Bulk carrier.

    Fonte: Anpad (2013). Elaborada pelo autor.

    Segundo Rubiato et al. (2011, p. 38), o graneleiro Vale Brasil, lanado em 2011, foi o

    primeiro de uma srie chamada Chinamax ou Valemax. Essa srie possuem dimenses recordes

    para navios graneleiros. O Vale Brasil tem 365 m de comprimento, 66 m de boca, 23 m de

    calado e DWT de 400 10t.

    3.2.

    Tanques

    Os navios tanques so projetados para transportar cargas lquidas a granel. De acordo

    com Trindade (2012), a frota de tanques representa cerca de 50% da frota de navios mercantes

    mundial. A carga desse tipo de embarcao principalmente os derivados de petrleo, mas

    tambm so transportadas cargas de vinho, leos alimentares, gua entre outras. Essas

    embarcaes podem ser classificadas de acordo com a Tabela 4.

    Tabela 4Classificao de navios tanquesDWT [10 T]

    MIN MAXHANDYSIZE 15 50PANAMAX 60 80

    AFRAMAX 80 120SUEZMAX 120 170VLCC * 200 300ULCC ** >300

    (*) VLCC e (**) ULCC significam Very Large Crude Carrierse Ultra Large Crude Carriers, respectivamenteFonte: Trindade, 2012, adaptada pelo autor.

    Konovessis (2012) complementa a descrio de algumas dessas classes incluindo

    valores mdios do comprimento, boca, calado, peso morto e capacidade de carga em volume,

    mostrado na Tabela 5.

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    Tabela 5Principais caractersticas de navios tanques

    LBP

    [m]

    B

    [m]

    D

    [m]

    DWT

    [t]

    PANAMAX 219 32,2 19,8 70000

    AFRAMAX 238 43,0 21,0 105357SUEZMAX 264 48,0 23,1 158900

    VLCC 318 58,0 31,3 309000Fonte: Konovessis, 2012, adaptada pelo autor.

    Em 1992 a Marpol introduziu uma importante emenda que afeta o projeto de navios

    tanques: a obrigatoriedade do duplo casco, a fim de evitar derramamento de lquidos no mar.

    3.3. Navio Por ta Continer

    O navio porta-continer concebido para o transporte de contineres2. Embarcaes

    porta-contineres realizam transportes regulares entre portos pr-estabelecidos com velocidade

    de servio relativamente alta quando comparadas a outras embarcaes mercantes, em torno

    de 22 ns.

    importante que o projetista esteja atento a estabilidade dessa embarcao, visto que o

    convs ir abrigar carga, elevando o KG e reduzindo a estabilidade transversal da embarcao.

    O projeto estrutural tambm requer ateno, em virtude das grandes aberturas existentesno convs exigidas para a rpida movimentao dos contineres e que se estendem de

    bombordo boreste da embarcao.

    Tradicionalmente a superestrutura localizada a r, no entanto, tendncias modernas

    colocam a superestrutura mais avante, aumentando a altura das pilhas de contineres

    localizados r da superestrutura.

    3.4. Navios de cruzeiro

    Navio especializado em transporte de pessoas com opes para lazer e entretenimento.

    Esse tipo de navio oferece espaos variados para os passageiros, como piscina, quadra,

    academia, restaurante, teatro, cinema, boate, entre outros. importante ressaltar que esse tipo

    de embarcao no deve cumprir apenas o transporte do ponto inicial ao final, mas deve suprir

    as necessidades dos passageiros dentro do prprio navio durante toda a viagem.

    2Para estes h uma padronizao a qual chamada de 1 TEU para 20 ps

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    Segundo a Market Share (2014) a indstria mundial de cruzeiros estimada em US$

    37,1 bilhes em 2014, um acrscimo de 2,3% em relao a 2013. Tambm houve um aumento

    de 3% no nmero de passageiros anuais, sendo o dado atual de 21,6 milhes.

    Assim como o navio porta contineres, o navio de cruzeiro possui um KG elevado, em

    virtude do tamanho da superestrutura, exigindo uma maior ateno ao estudo da estabilidade

    transversal da embarcao.

    3.5. Suppl y vessel

    Os Supply vessel so navios imprescindveis para o suporte logstico para a produo

    de petrleo em alto mar. OPlatform supply vessel (PSV) um tipo comum de navio de apoio

    plataforma, sendo responsvel pelo transporte de leo combustvel, gua potvel, produtos

    qumicos, gua industrial, tubulaes, da costa at a plataforma, alm de s vezes retornar com

    produo at a costa.

    O crescimento da frota de PSV foi superior a 90% no perodo de 2000-2007, ou seja,

    um crescimento de 9,6% a.a. No incio de 2007 a frota era de 460 embarcaes, segundo

    relatrio do BNDES (2008).

    O comprimento caracterstico varia de 60 a 100 metros. comum que essas

    embarcaes sejam equipadas com sistema de posicionamento dinmico para facilitar aoperao e evitar colises com as plataformas.

    3.6.

    Anlise de navi os semelhantes

    Interpreta-se por navios semelhantes embarcaes que exercem a mesma funo. Ou

    seja, o banco de dados ser constitudo por cinco tipos de navios que exercem cinco atividades

    diferentes. Exemplo, navios do tipo graneleiro iro ter como funo carregar granis slidos.

    O primeiro passo para encontrar as dimenses da nova embarcao foi recolher dados

    de navios semelhantes queles propostos neste trabalho. Os dados foram recolhidos nos sites

    DNV Exchange (2014) e World-ships (2014) e da revista Significant Ships (20032007). As

    caractersticas de cada uma das embarcaes pesquisadas foram: deslocamento, porte bruto

    (DWT), arqueao bruta (GT), comprimento total (LOA), boca (B), pontal (D), calado (T),

    comprimento entre perpendiculares (LBP), comprimento da linha dgua (LWL), velocidade

    de servio (VEL), coeficiente de bloco (Cb), TEUs, n de passageiros eano de lanamento.

    Os anexos 1 a 5 trazem os valores pesquisados para os cinco tipos de embarcao, nota-se que

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    para dados no encontrados da embarcao o valor zero foi atribudo. Entretanto a anlise

    desses dados foi realizada excluindo tais valores.

    O banco de dados construdo ser utilizado ao longo deste trabalho como fonte de

    dados, fornecendo relaes tpicas entre os parmetros, valores limites e regresses empricas.

    Na Tabela 6 mostrada a anlise estatstica simplificada dos dados para uso da rotina

    desenvolvida.

    Tabela 6Sntese das embarcaes semelhantes

    Fonte: Elaborada pelo autor.

    Na tabela acima, para cada parmetro considerado, existem cinco valores estatsticos:

    o mnimo, o mximo, a mdia, o desvio padro e a quantidade de dados obtidos para o

    parmetro para cada tipo de embarcao.

    Os dados recolhidos das embarcaes semelhantes foram manipulados e grficos dedisperso foram gerados com os diversos valores de X e Y. A partir dos dados levantados,

    tentou-se estabelecer modelos de correlao lineares para cada um dos principais coeficientes

    de forma.

    Na Figura 3 mostrada a regresso que correlaciona a boca em funo do comprimento

    da embarcao para cada tipo de navio considerado. Por fim, na Figura 4 so mostradas as

    regresses que correlacionam o calado e o comprimento da embarcao.

    AnoDeslocamento

    [10 t]

    DWT [10

    t]

    GT

    [10 t]

    Loa

    [m]

    Lbp

    [m]

    Lwl

    [m]

    B

    [m]

    D

    [m]

    T

    [m]

    Vel.

    [knots]CB CD

    TEU's /

    Passageiros

    mi n 2003 0.00 26.74 17.03 169.90 170.00 152.91 23.70 13.60 9.70 13.60 0.7700 0.6633

    ma x 20 14 1 09 .8 4 2 06 .0 0 10 6.95 2 99 .92 29 4.00 2 69 .9 3 5 0.00 2 4.90 1 8.50 17 .4 0 0.88 00 0.94 01

    med 2010 56.50 69.63 43.48 207.52 195.52 186.77 33.02 18.18 12.64 14.42 0.8390 0.8055

    17.87 47.04 26.45 36.42 29.98 3 2.78 5.66 3.02 2.04 0.53 0.0255 0.0671

    qtd. 53 38 75 53 75 67 75 75 74 67 72 35 37

    mi n 2003 46.00 18.00 14.65 156.20 144.20 140.58 25.60 16.50 9.00 14.00 0.7892 0.6522

    ma x 20 13 3 64 .4 5 3 18 .3 3 16 0.78 3 33 .00 32 0.00 2 99 .7 0 6 0.00 3 1.00 2 2.63 25 .2 0 0.95 99 0.87 82

    med 2008.1429 165.95 136.06 75.25 250.71 238.20 225.64 43.16 22.72 15.04 15.50 0.8428 0 .8283

    113.51 98.71 48.97 55.52 54.35 4 9.97 1 1.13 4.52 4.04 1.75 0.0453 0.0638

    qtd. 42 38 42 42 42 39 42 42 41 38 42 35 38

    min 2000 24.39 11.50 9.83 144.10 136.10 129.69 22.00 11.20 7.30 18.70 0.6572 0.5733 1000

    ma x 20 14 1 42 .8 0 1 15 .3 2 11 3.04 3 39 .62 33 1.54 3 05 .6 6 4 8.30 2 7.50 1 5.20 27 .0 0 0.78 87 0.77 30 1 000 0

    med 20 08 71 .7 5 48 .80 42 .4 2 2 35 .13 23 2.44 2 11 .6 2 3 2.62 1 8.56 1 2.16 22 .6 5 0.70 23 0.72 36 40 21 .0 65 2

    31.41 25.70 25.77 55.29 52.87 4 9.76 6.03 4.07 1.81 2.23 0.0537 0.0711 2468.9933

    qtd. 59 11 59 59 53 47 53 59 52 46 55 8 9 46

    min 2002 6.80 1.00 11.70 113.70 99.20 102.33 20.20 5.00 16.40 0.3973 0.1471 100

    max 2014 79.50 15.00 225.28 360.00 329.89 324.00 47.00 10.00 29.60 0.6621 0.2210 5186

    med 2007 35.88 8.96 104.72 282.51 252.74 254.26 34.34 8.07 23.01 0.5674 0.1776 2889.5625

    34.40 3.67 56.82 71.60 64.74 64.44 6.89 1.29 3.17 0.1195 0.0319 1368.2898

    qtd. 20 4 20 20 20 19 20 20 20 19 4 4 16

    min 2005 2.40 1.66 1.60 57.95 54.90 52.16 14.00 5.50 4.30 10.00 0.7079 0.6185

    max 2014 4.87 5.20 5.16 93.60 86.60 84.24 21.00 9.00 7.20 16.00 0.7678 0.7031

    med 2009 3.47 3.61 3.30 78.50 71.60 70.65 17.45 7.39 6.00 12.99 0.7273 0.6643

    1.15 0.89 1.16 10.00 8.40 9.00 1.92 0.85 0.74 1.63 0.0275 0.0335

    qtd. 28 6 34 34 34 32 34 34 34 31 25 6 6

    Bulk

    carrier

    Tanque

    Porta

    container

    Cruzeiro

    Supply

    vessel

    Desvio padro

    Desvio padro

    Desvio padro

    Desvio padro

    Desvio padro

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    Figura 3- Boca em funo do Comprimento

    Fonte: Elaborada pelo autor.

    Figura 4Calado em funo do Comprimento

    Fonte: Elaborada pelo autor.

    Com base nas figuras 3 e 4, pode-se observar que algumas regresses apresentaram boa

    aderncia com os dados obtidos dos navios semelhantes, chegando a coeficientes de correlaoR acima de 85%.

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    No entanto, muitas das correlaes apresentaram baixa aderncia com os dados

    levantados, destacando-se a relao entre o calado e o comprimento dos navios Supply Vessel.

    Isto ocorre, pois os navios PSV podem, executar diferentes funes (combate a incndio,

    transporte de pessoas, posicionamento de ancoragem, reboque, transporte de carga liquida,

    transporte de carga granel, pesquisa ssmica, combate a derramamento de leo, entre outras),

    alm de apresentarem hlices que ultrapassam a linha da quilha do casco, distorcendo a relao

    entre o calado e o comprimento do navio. Alm disso, navios PSV so projetados para

    determinadas regies de operao e por isso um banco de dados mais adequado deveria

    considerar a regio de operao do navio. Por isso, esse tipo de navio ser excludo do escopo

    deste trabalho.

    Mesmo que algumas regresses tenham apresentado boa aderncia com os dadoslevantados, a variabilidade existente, sugere que a utilizao de valores mdios ou regresses

    lineares uma estratgia pouco adequada para a determinao dos coeficientes Lbp/B, Lbp/T

    e Cb mesmo nas fases iniciais do projeto de uma embarcao.

    Outra anlise importante diz respeito a velocidade de servio da embarcao. Na Figura

    4 mostrado um grfico de disperso da velocidade em funo do comprimento da

    embarcao. importante observar que essa relao est associada ao nmero de Froude, o

    qual determinante na resistncia ao avano da embarcao devido a formao de ondas. Nessecaso, uma embarcao maior pode, eventualmente, navegar a uma velocidade maior com o

    mesmo nmero de Froude.

    Figura 4 - Velocidade em funo do comprimento

    Fonte: Elaborada pelo autor.

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    A faixa de velocidade de embarcaes de cruzeiro e porta continer de 20 a 25 ns.

    J embarcaes do tipo bulk carriere tanque apresentam velocidade em torno de 15 ns.

    Na Figura 5 mostrada a variao do Cb para os tipos de embarcao estudadas em

    funo do comprimento.

    Figura 5 - Coeficiente de bloco em funo do comprimento

    Fonte: Elaborada pelo autor.

    A maioria das embarcaes analisadas esto dentro da faixa 0.7 e 0.9. Como j discutido

    um coeficiente de bloco prximo de 1 representa um maior deslocamento, consequentemente

    um aumento na quantidade de carga transportada (DWT). Apesar de poucos dados sobre o Cb

    levantados para embarcaes porta continer e cruzeiro possvel notar que essas embarcaes

    apresentam um coeficiente menor. Ainda pode incluir na discusso a caracterstica de

    embarcaes porta continer e cruzeiro apresentarem uma velocidade mais elevada que as

    demais, o que est relacionado a uma menor resistncia ao avano que pode ser alcanada com

    a reduo do coeficiente de bloco.

    0.3

    0.4

    0.5

    0.6

    0.7

    0.8

    0.9

    1

    80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340 360

    Cb

    LBP [m]

    Coeficiente de Bloco X Comprimento

    Bulk Carrier (36)

    Tanque (35)

    Porta Container (8)

    Cruzeiro (4)

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    4. MODELO PARA O PROJETO CONCEITUAL DE EMBARCAES

    4.1. Modelo de sntese baseado no Mtodo Raiz Cbica

    Neste captulo descrito o procedimento automatizado para realizao do projetoconceitual de embarcaes mercantes utilizando o Mtodo da Raiz Cbica proposto por Barrass

    (2004, p. 5). Neste mtodo o comprimento de uma nova embarcao calculado com base no

    comprimento de uma embarcao de referncia existente no banco de dados de navios

    semelhantes e que possua DWT muito prximo a aquele que se deseja projetar.

    Para efeitos prticos, considera-se que uma embarcao pode ser considerada uma

    embarcao de referncia se o DWT apresentar uma diferena inferior a 10% em relao ao

    DWT da embarcao que se deseja projetar.Para utilizar a rotina proposta preciso que esta esteja localizada na mesma pasta do

    banco de dados dos navios semelhantes. O usurio ir interagir com a rotina apresentada no

    anexo 6, definindo algumas caractersticas do projeto, as quais so mostradas na Figura 6.

    Figura 6- Entradas do projeto conceitual

    Fonte: Elaborada pelo autor.

    Bulk Carrier

    Tanque

    Porta ContainerCruzeiro

    Definir tipo de embarcao

    DWT estimado

    Velocidade de servio

    Requisitos do armador

    Valor encontrado a partir do mtodo da raiz cbica

    Clculo do LBP e LOA

    Comprimento mximo

    Calado mximo

    Boca mxima

    Restries da rota

    Definir o coeficiente de segurana da borda livre.

    Kerlen

    HSVA

    Escolha do mtodo para encontrar Cm

    Schneekluth

    Parson

    Escolha do mtodo para encontrar CWL

    Definir KG/H (Barras sugere valores entre 0.6 e 0.7)

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    A primeira entrada ir definir o tipo de embarcao a ser projetada. Ao definir essa

    varivel o arquivo em Excel ser acionado e uma matriz com os dados da embarcao do tipo

    escolhido ser criada. Caso o usurio queira adicionar novos navios, basta incluir as

    informaes da nova embarcao ao banco de dados.

    Os dados de entrada so os requisitos de projeto comumente informados pelo armador.

    J as decises a serem tomadas envolvem mtodos e coeficientes que o engenheiro deve

    escolher para a estimativa preliminar de desempenho da embarcao em projeto.

    i .

    Dimenses principais

    Barrass (2004, p. 5) propem estimar o comprimento do navio utilizando o Mtodo daRaiz Cbica, o qual mostrado na eq. (1).

    = [ ]

    (1)

    Para cada navio existente no banco de dados que esteja dentro da tolerncia de 10% emrelao ao valor do DWT requerido, a rotina calcula o comprimento do novo navio utilizando

    a eq. (1). O mesmo mtodo ser utilizado para estimar o LOA da nova embarcao, enquanto

    o LWL estimado como 90% do LOA.

    Uma vez que o comprimento esteja definido, pode-se determinar a borda livre (BL) da

    embarcao, que, segundo International Convention on Load Lines(1966, p. 60- 65) ter o

    valor mnimo determinado em funo do LBP da embarcao. H duas divises para

    embarcaes na conveno: navio tipo A e navio tipo B. O primeiro referente a tanques e osegundo aplicado as demais embarcaes mercantes.

    A borda livre determinada a distncia medida verticalmente, a meia nau, da parte

    superior da linha do convs at a parte superior da linha de carga correspondente. A conveno

    fornece valores mnimos de borda livre para comprimentos variando de 24 a 365 m com

    intervalo de 1 m.

    O usurio poder escolher um coeficiente para determinar a borda livre, sendo esse

    multiplicado pela borda livre mnima. Essa deciso poder ser tomada atravs da anlise de

    embarcaes semelhantes, da funcionalidade da embarcao ou de requisitos de projeto.

  • 7/24/2019 Projeto Conceitual Otimizado de Embarcaes Utilizando Frmulas Empricas

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    A boca e o calado da embarcao sero determinados a partir dos coeficientes de forma

    (LBP/B e LBP/H) da embarcao de referncia utilizada na determinao do LBP. Por fim o

    pontal da embarcao ser obtido somando-se o calado de projeto com a borda livre.

    Aps realizar a estimativa inicial de comprimento, boca e calado necessrio verificar

    se esses valores esto dentro das restries de projeto, as quais podem ser oriundas dos portos

    e canais pertencentes a rota de navegao da embarcao. Caso alguma restrio seja violada,

    a soluo marcada como invivel.

    i i .

    Coeficientes de forma

    O primeiro coeficiente de forma a ser determinado o coeficiente de bloco. A eq. (2)

    mostra a definio do coeficiente de bloco.C b = deslocamentodensidadeLBPBmldHmld (2)Como o deslocamento ainda no foi definido o Cb ser estimado por formulaes

    empricas propostas por dois autores, o usurio poder optar modelo que melhor se adequa ao

    projeto desenvolvido. O primeiro modelo, mostrado na eq. (3), foi proposto por Alexander

    apudBarras (2004, p. 8-9).

    Cb = 1- m VELLBP0,5 (3)A velocidade deve estar em [kt] e o comprimento em [m]. O valor do coeficiente mir

    variar com o tipo de embarcao escolhido, como mostrado na Tabela 7.

    Tabela 7Valores do coeficiente m

    Tipo m

    Bulk carriers 0.234

    Tanques (20 < DWT < 50) 0.195

    Tanques (50 < < 200) 0.182

    Porta 0.265

    Cruzeiro 0.254

    Fonte:Barras, 2004. Elaborado pelo autor.

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    Segundo Watson (1998, p.75) e Ventura (20--?, p. 9) outra frmula para estimar Cb foi

    proposta por Katsoulis para embarcaes do tipo bulk carrier, tanque e porta continer, o qual

    mostrado na eq. (4):

    Cb= 0,8217*f*LBP0,42 B-0,3072 T0,1721 VEL-0,6135 (4)O valor do coeficientefir variar de acordo com o tipo de embarcao, sendo 1.04 para

    bulk carriers, 0.99 para navios tanques e 1.00 para navios porta contineres.

    Para comparar os dois mtodos de estimativa propostos, calculou-se o Cb pelo mtodo

    de Katsoulis e pelo mtodo de Alexander para cada uma das embarcaes existentes no banco

    de dados de navios semelhantes. O erro mdio foi calculado a partir da mdia da diferena no

    valor de Cb estimado por cada um dos mtodos e o valor real de Cb da embarcao.A Tabela 8 mostra esses dados citados acima, a quantidade de Cb calculado e quantos

    foram comparados para encontrar o erro. Nota-se que a embarcao tipo cruzeiro no possui

    nenhuma informao nas colunas referentes ao mtodo Alexander, j que este no pode ser

    empregado neste tipo de navio.

    Tabela 8Comparao Cb

    Cb Katsoulis Erro Mdio Cb Alexander Erro Mdio

    QTD. QTD. QTD. QTD.

    Bulk carrier0.80 6% 0.76 11%

    43 27 44 28

    Tanque0.77 9% 0.82 4%

    38 35 39 35

    Porta Continer0.62 7% 0.59 12%

    44 6 45 6

    Cruzeiro0.62 10%

    18 4

    Fonte: Elaborada pelo autor.

    Para melhor visualizar a aderncia de ambos os mtodos mencionados, na Figura 7 so

    apresentados os grficos de disperso e equaes propostas para amenizar o erro para

    embarcaes do tipo bulk (a) e tanque (b). Os grficos foram gerados com os dados de Cb dos

    navios semelhantes e o Cb calculado por cada mtodo.

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    Figura 7Correo do Cb: a) Bulk b) Tanque

    (a)

    (b)

    Fonte: Elaborada pelo autor.

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    Como a aderncia para a frmula de correlao de Cb foi aproximadamente zero, optou-

    se por no utilizar nenhum dos mtodos acima para determinar Cb. Esse ser obtido a partir do

    Cd da embarcao e o DWT requerido pelo armador.

    O coeficiente de seo mestra (Cm) definido pela eq. (5):

    Cm= rea da SM imersaB*T

    (5)

    Para a estimativa do Cm, apresenta-se duas formulaes, ambas so funes do Cb.

    Kerlen (1970) apudVentura (20--?, p. 10) props a eq. (6) para tal estimativa.

    Cm =1,006- 0,0056Cb-3,56 (6)HSVA apudVentura (20--?, p. 11) props a eq. (7) para estimar Cm.

    Cm = 11+1-Cb3,5 (7)O coeficiente prismtico (Cp) determinado pela eq. (8).

    Cp = rea da SM imersa LWL (8)O Cp pode ser reescrito de tal forma que suas variveis sejam o Cb e Cm, como mostra

    a eq. (9).

    O coeficiente da rea de flutuao (Cwl) definido pela eq. (10).

    Cp = CbCm

    (9)

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    Cwl= rea de flutuaoLWL*B

    (10)

    As eq. (11-14) trazem formulaes para estimativa de Cwl. As trs primeiras foramsugeridas por Schneekluth apudParsons (2003, p. 16) e variam com a forma do casco, as

    equaes esto na ordem U, normal e V. Por outro lado, a ltima equao proposta por

    Parsons (2003, p. 16) e vlida apenas para bulks, tanques e porta continers.

    Cwl=0,95Cp+0,17 (1-Cp3 (11)Cwl =

    (1+2Cb)

    3 (12)

    Cwl =Cb-0,025 (13)Cwl =

    Cb

    0,471+0,551Cb (14)

    i i i .

    Estabilidade

    Por fim, o modelo ir verificar a estabilidade da embarcao. Para anlise da

    estabilidade da embarcao a altura metacntrica (GM) foi calculada e a embarcao

    considerada instvel se o valor de GM for negativo.

    Conforme pode ser visto na eq. (15), para calcular o GM, trs outros parmetros foram

    definidos: centro de carena (KB), raio metacntrico (BM), e centro de gravidade (KG), os quais

    sero estimados por meio da formulao semi-emprica descrita nesta seco.

    GM = KB + BMKG (15)

    A estimativa de KB e BM ser realizada utilizando trs autores diferentes. Segundo

    Schneekluth e Bertram (1998, p.10) as eq. (16-19) trazem modelos para as estimativas de KB

    e BM.

    KB=T 56 - 13 CbCwp (16)

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    A eq. 16 foi proposta por Normand apudSchneekluth e Bertram (1998, p.10).

    KB =T 0,9- 0,3Cm- 0,1Cb (17)A eq. 17 foi proposta Schneekluth e Bertram (1998, p.10).

    BM =(0,096+(0,89Cwp2))B

    12 T Cb (18)

    A eq. 18 foi sugerida por Normand apudSchneekluth e Bertram (1998, p.11).

    BM= 0,0372 2Cwp+13B212* T* Cb

    (19)

    A eq. 19 foi o mtodo proposto por Bauer apudSchneekluth e Bertram (1998, p.11).

    Barrass (2004, p. 43) apresenta outras equaes para clculo do KB, BM e KG, como

    mostrado nas eq. (20-23).

    KB=T 1+ CbCwp (20)BM= 0,084 Cwp2BT * Cb (21)O coeficiente da rea de linha dgua(Cwp) utilizado para os clculos de estabilidade

    pode ser estimado pela eq. (22) proposta por Schneekluth e Bertram (1998, p.11).

    Cwp=(1/3)*(1+ 2 CbCm

    0,5 ) (22)A eq. (23) funo do calado e da constante Ckg, que deve ser informada pelo usurio.

    KG=Ckg*T (23)

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    Os dados de sada calculados pela rotina desenvolvida so: deslocamento3, volume

    deslocado, LBP, LOA, LWL, B, pontal, T, Cb, Cm, Cp, Cwl, VEL, BL, viabilidade de

    comprimento, viabilidade de boca mxima, viabilidade de calado mximo, DWT, GM_Barras,

    GM_Normand e GM_ Schneekluth_Bauer.

    A Figura 8 mostra as entradas que sero solicitadas ao usurio pelo modelo automtico

    do projeto conceitual desenvolvido e descrito neste captulo.

    Figura 8- Interao do usurio com o modelo automtico do projeto conceitual

    Fonte: Elaborada pelo autor.

    Este modelo pode ser facilmente manipulado pelo usurio. Em menos de um minutos

    possvel obter as estimativas iniciais das dimenses, coeficientes de forma e estabilidade da

    embarcao para todos os navios do banco de dados que estiver dentro da faixa de DWT

    fornecida pelo usurio.

    4.2. Modelo de sntese baseado em Otimizao M ultiobjetivo

    Este captulo ir abordar o procedimento para construo do modelo de otimizao para

    o projeto conceitual de embarcaes mercantes, que busca minimizar a potncia do motor

    (SHP) ao mesmo tempo que maximiza a capacidade de carga (DWT).

    3Medido em 10 toneladas.

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    importante destacar que a minimizao da potncia do motor considera o processo de

    integrao casco-hlice, determinando, simultaneamente as dimenses principais e coeficientes

    de forma que minimizam a resistncia ao avano do caco e a geometria do propulsor com maior

    eficincia propulsiva.

    Para caracterizar o problema necessrio que a funo objetivo, variveis, parmetros

    e restries sejam definidas. A funo objetivo refere-se a um atributo de desempenho da

    embarcao para o qual deseja-se otimizar o projeto, podendo ser maximizada ou minimizada.

    A varivel definida como o parmetro de projeto que pode ser alterado com o intuito

    de solucionar a funo objetivo. Os parmetros so dados constantes do modelo ao longo de

    um processo de otimizao e as restries so os limitantes da soluo.

    A seguir sero expostos alguns parmetros de projeto empregados no problema.

    Tambm ser feita uma discusso sobre a interferncia desses sobre os custos envolvendo a

    embarcao.

    Segundo Schneekluth e Bertram (1998, p. 25) o coeficiente de bloco afeta

    significativamente a resistncia. Com isso h um conflito de projeto, j que aumentar o Cb

    significa aumentar custos operacionais e sua reduo implica em uma reduo da carga

    transportada, caracterizando de fato, um problema de otimizao multiobjectivo.

    A interferncia do Cb na resistncia exemplifica um dos vrios conflitos existentes noprojeto conceitual de embarcaes. Na Tabela 9 apresentada uma sntese da interferncia das

    dimenses principais no custo de construo e operao das embarcaes. Tambm relata a

    interferncia no deslocamento, sendo que esse importante para maximizar o DWT.

    Tabela 9Dimenses principais e custos

    Dimenso Capacidade e Custo construoCusto

    Operacional

    LEstratgia mais cara para aumentar o deslocamento

    Reduz

    Aumenta o custo de produo

    BAumenta o custo (menos significativo que aumento de L)

    Aumenta

    Contribui para um aumento de D melhorando a estabilidade

    TEstratgia mais eficaz para aumentar o deslocamento

    Reduz

    CbEstratgia com menor custo para aumentar deslocamento e

    DWTAumenta

    Fonte: Watson (1998, p. 74). Adaptada pelo autor.

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    O projetista deve considerar as limitaes impostas pela rota e os portos que o navio ir

    atracar, j que o calado, boca e comprimento sero dimensionados de tal forma a satisfazer

    essas restries. Isso pode limitar a quantidade de carga transportada ou afetar o desempenho

    hidrodinmico. H inmeras possibilidades a disposio do projetista para dimensionar um

    navio com determinado DWT, VEL e restries de rota. Neste captulo ser proposto um

    modelo de otimizao do projeto conceitual que almejam facilitar as decises de projeto.

    i . Var iveis

    Os parmetros do modelo de otimizao so o tipo de embarcao, a velocidade de

    servio e os limites de comprimento, boca e calado. O modelo ir empregar as formulaes j

    discutidas no captulo anterior para determinar coeficientes de forma e o GM da embarcao.

    Na Tabela 10 so mostradas as variveis do problema de otimizao acoplado (casco-

    hlice) utilizadas na maximizao do DWT e minimizao do SHP.

    Tabela 10Variveis do modelo de otimizao multiobjetivo acoplado

    Comprimento [m] Lbp

    Boca [m] B

    Calado [m] T

    Coeficiente de bloco Cb

    Nmero de ps Z

    Dimetro do hlice [m] DhPasso/dimetro P/D

    Fonte: Elaborada pelo autor.

    importante observar que a varivel nmero de ps precisa ser um valor inteiro. O

    tratamento da varivel para valores inteiro realizado pelo algoritmo de otimizao

    implementado no programa Excel.Essas variveis sero utilizadas para determinar os atributos da embarcao, os quais

    foram divididos em sees. Essas foram chamadas de dimenses, coeficientes de forma,

    estabilidade, caractersticas hidrodinmica, pesos e caractersticas do propulsor.

    i i . Atr ibutos do Modelo: D imenses

    Alm das dimenses definidas nas variveis de projeto, o modelo desenvolvido estima

    outras caractersticas geomtricas importantes da embarcao: borda livre (BL), pontal,

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    comprimento total (LOA) e comprimento na linha dgua (LWL), as quais sero estimadas a

    partir das variveis definidas.

    A BL ser determinada de acordo com aInternational Convention on Load Lines(1966,

    p. 60- 65). Mas para este modelo optou-se por utilizar equaes que descrevessem o

    comportamento da BL em funo do comprimento (L), as quais so mostradas na Figura 9.

    importante observar que o comprimento (L) utilizado para encontrar a borda livre

    definido como o maior valor entre 96% LOA e LBP.

    Figura 9- Funo BL (L): a) Tipo A b) Tipo B

    (a)

    (b)

    Fonte:International Convention on Load Lines(1966, p. 60- 65). Elaborada pelo autor.

    BL = -9.1335E-15x6 + 8.7927E-12x5 - 2.1438E-09x4 - 3.5052E-07x3 +

    1.9815E-04x2 - 4.3368E-03x + 2.1319E-01

    R = 1.00

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    0 50 100 150 200 250 300 350 400

    BL[m]

    Comprimento [m]

    Navio tipo B

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    Para estimar LOA em funo de LBP, empregou-se equaes lineares obtidas atravs

    dos dados das embarcaes semelhantes, as quais so mostradas na Figura 10.

    Figura 10- LOA em funo do LBP

    Fonte: Elaborada pelo autor.

    O grfico da Figura 10 apresenta a variao do LOA com LBP. Estas duas dimenses

    so muito prximas e, percebe-se que para os quatro tipos de embarcao o comportamento

    muito semelhante e uma equao, com aderncia de 99%, modela a relao entre esses

    parmetros. Os navios de cruzeiro so os que apresentam maior diferena entre esses dois

    parmetros. Dada a alta aderncia, essa equao foi incorporada diretamente no modelo de

    otimizao desenvolvido.

    O comprimento na linha dgua (LWL) determinado como 90% do LOA. E o pontal

    (D) obtido a partir de sua definio, como mostra a eq. (24).

    D= T + BL (24)

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    i i i . Atr ibutos do Modelo: Coef icientes de forma

    As formulaes utilizadas no subcaptulo 4.2 foram tambm empregadas na construo

    do modelo de otimizao para encontrar os coeficientes de forma, Cm, Cp e Cwl.

    A fim de verificar qual mtodo melhor modela a estimativa de Cm, ambos os mtodos

    foram plotados variando-se o valor de Cb. Para valores de Cb maiores que 0,61 os dois mtodos

    apresentam uma discrepncia menor que 1%, esse Cb comum para as embarcaes bulk

    carrier, tanque e porta continer. O Cm empregado ser a mdia dos dois mtodos. A Figura

    11 mostra a comparao realizada e discutida acima.

    Figura 11Comparao entre os mtodos para obter Cm

    Fonte: Elaborada pelo autor.

    O Cwl ir empregar a eq. (14) que proposta por Parsons (2003, p. 16) e foi apresentada

    no subcaptulo 4.1.3.

    iv.

    Atr ibutos do Modelo: Estabili dade

    As formulaes empregadas para encontrar GM sero as mesmas que as apresentadas

    no subcaptulo 4.3. O GM utilizado no critrio de estabilidade ser o mnimo obtido entre os

    trs mtodos.

    A constante Ckg que uma entrada do usurio no modelo anterior, neste determinada

    de acordo com o tipo de navio. A Tabela 11 mostra os valores adotados neste trabalho que

    foram determinados a partir dos valores propostos por Schneekluth e Bertram (1998, p. 150).

    0.8

    0.85

    0.9

    0.95

    1

    1.05

    1.1

    0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1 1.1 1.2

    Cm

    CbMtodo de Kerlen Mtodo HSVA

    0,61

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    Tabela 11Valores de CkgTipo Ckg

    Bulk carr ier 0.57

    Tanque 0.53Porta Continer 0.61Cruzeiro 0.7

    Fonte: Schneekluth e Bertram (1998, p. 150). Elaborada pelo autor.

    v. Atr ibutos do Modelo: Estimativa do DWT

    Watson (1998, p. 145) define DWT como a soma de toda a carga (ex. gros, leos,

    continers), passageiros e bagagens, tripulao, combustvel, gua doce e outros. O autortambm cita que comum o armador solicitar o DWT requerido, ficando o projetista

    responsvel por alocar as demais cargas, correspondentes ao LWT.

    Para determinar o deslocamento correspondente ao DWT, deve-se utilizar o

    carreamento a plena carga a qual ocorre, normalmente, na sada do porto. Nessa situao o

    navio est com a maior capacidade de combustvel e maior capacidade de carga carregada.

    Para a definio da capacidade de carga foi feita uma simplificao com o objetivo de

    expressar DWT em funo das variveis e parmetros de modelo. As eq. (2528) apresentam

    a simplificao de DWT.

    = ; , (25) ,, , (26) , , , (27) , , , , ) (28)

    Harvald e Jensen (1992) apudSchneekluth e Bertram (1998, 154) analisou dados de

    navios de carga construdos nos estaleiros dinamarqueses de 1960 a 1990 com um nmero

    substancial construdo em 1980 a 1990. A formulao sugerida por esses autores possibilita

    estimar o peso de ao (Wst) da embarcao com uma preciso de 10% (SCHNEEKLUTH;

    BERTRAM, 1998), a formulao descrita na eq. (29).

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    Wst=LBP

    B

    D C s (29)A varivel Cs da frmula acima um coeficiente que dependente da espessura da

    chapa e como esse parmetro t determinado em uma fase mais avanada do projeto, no sendoescopo do PC, um outro mtodo ser empregado.

    O outro mtodo sugerido por Watson e Gilfillan apud Parsons (2003, p. 23) e

    considera que o Wst composto por trs parcelas, peso do casco, peso da superestrutura e peso

    da casaria do convs. Para este trabalho a ltima parcela ser desconsiderada. As equaes para

    encontrar Wst so mostradas nas eq. (30 - 34)

    Wst = K* E1,36[ 1+0,5(Cb'-0,7)] t (30)Cb'= Cb+ 1-Cb[ 0,8D-T

    3T] (31)

    E=Ecasco+Esup (32)

    Ecasco=L (B+T) + 0,85L (D-T) (33)

    Esup=0,85

    LsiHsi

    (34)

    A constante K apresentada na eq. (30) ir ser determinada a partir do tipo de navio e a

    faixa do coeficiente E da eq. (32). A Tabela 12 exibe os valores de K propostos por Parsons

    (2003, p. 24).

    Tabela 12Valores de KTipo K E min E max

    Bul k carr ier 0.029 3000 15000

    Tanque 0.032 1500 40000Porta Continer 0.031 6000 13000Cruzeiro 0.038 5000 15000

    Fonte: Parsons (2003, p. 24). Elaborada pelo autor.

    A eq. (34) referente ao peso da superestrutura. As variveis comprimento da

    superestrutura (Ls) e altura da supestrutura (Hs) so determinadas pelas eq. (35) e eq. (36).

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    Hs=0,7LOA sinsin (35)Ls = 0,08 LOA(36)

    De acordo com a ABS (2014) a altura da superestrutura (Hs) deve garantir a visibilidade

    no passadio a 500 m frente da embarcao ou duas vezes o comprimento da embarcao, o

    que for menor. Adota-se neste trabalho a estimativa mais conservadora, ou seja uma

    visibilidade de 500 m independente do comprimento da embarcao. J o comprimento da

    superestrutura Ls foi definido com base em embarcaes semelhantes e pode ser estimado

    como 8% do comprimento total.

    Outra componente do peso leve da embarcao o peso do maquinrio (Wm) que inclui

    peso do motor, mquinas auxiliares, propulsor, eixo e peas. Barrass (2004, p. 30) prope umafrmula emprica, eq. (37), para estimar Wm em funo da potncia do motor, SHP [kN].

    Wm=0,075 SHP+300 t (37)Por fim, o ltimo componente de LWT o peso de equipamentos e outfits, o qual pode

    ser estimado por meio da formulao proposta por Schneekluth e Bertram (1998, p. 167 e 168),

    a qual apresentada nas eq. (38) e eq. (39). importante observar que esta formulao difere

    para cada tipo de navio atravs do coeficiente k.

    Weo,cruzeiro=0,05* [t] (38)Weo=Keo*LBP*B [t] (39)

    A Tabela 13 mostra os valores do coeficiente Keo para clculo de Weo sugeridos por

    Schneekluth e Bertram (1998, p. 167-168).

    Tabela 13Valores de KeoTipo Keo LBP

    Bul k carri er0.25 140

    Tanque0.28 150

    Porta Continer 0.38Cruzeiro 0.05

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    Fonte: Schneekluth e Bertram (1998, p. 167-168). Elaborada pelo autor.

    vi. Quantidade de TEUs em Navios Porta Continers

    Navios do tipo porta continers tem como atributo principal a quantidade de TEU

    mxima que podem transportar. Para determinar tal valor proposta uma equao linear, com

    aderncia de aproximadamente 85%, de TEU em funo de DWT. Essa equao foi obtida a

    partir dos navios do banco de dados. A Figura 12 exibe o grfico de disperso gerado e a funo

    obtida.

    Figura 12- TEU em funo do DWT

    Fonte: Elaborada pelo autor.

    vii.

    Atr ibutos do Modelo: Resistncia ao avano e potncia

    A resistncia ao avano da embarcao est diretamente relacionado ao consumo de

    combustvel e depende da forma do casco. A determinao da resistncia ao avano ainda nas

    fases conceituais do projeto importante para a determinao do peso do maquinrio, empuxo

    necessrio, potncia do motor.

    Tradicionalmente, a resistncia ao avano pode ser definida como uma funo de

    Reynolds (Rn) e Froude (Fn), como mostra as eq. (40) e eq. (41).

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    R = 12 C S V E L (40)C = f R, F (41)A componente mais significativa da resistncia total, para embarcaes de baixa

    velocidade, a resistncia friccional (Rf), que pode ser estimada na fase conceitual do projeto

    por meio da equao abaixo:

    R = 12 C S V E L (42)Como o interesse obter Rt, esse ser estimado a partir de uma funo de Rf/Rt

    variando com Fr. Para obter essa funo o mtodo proposto por Holtrop e Mennen (1978) apud

    Watson (1998, p. 179) foi empregando e a resistncia de onda (Rw) e Rf foram determinados.

    A eq. (43) mostra a formulao utilizada para encontrar Rt, nota-se que um fator de correo

    de 10% foi utilizado a fim de considerar as demais parcelas da resistncia, como a de apndices

    e de forma.

    = 1 , 1 + (43)Para encontrar a relao Rf/Rt em funo do nmero de Fr, foram utilizadas

    embarcaes do banco de dados. Para cada tipo de embarcao estudada, foram analisados trs

    navios, sendo que cada um deles foi analisado para diferentes velocidades de avano. No anexo

    7 mostrado o memorial de clculo deste processo.

    Novamente, uma regresso foi encontrada e a funo polinomial de segunda ordem que

    descreve esse comportamento foi includa no modelo de otimizao. As Figura 13-16 exibem

    os grficos gerados e as funes encontradas para a estimativa de Rf/Rt em funo do nmero

    de Froude.

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    Figura 13- Variao de Rf/Rt com o n de Froude paraBulk carrier

    Fonte: Elaborada pelo autor.

    Figura 14- Variao de Rf/Rt com o n de Froude para Tanque

    Fonte: Elaborada pelo autor.

    Rf/Rt = -47.148 Fr2 + 9.1835 Fr+ 0.4668R = 0.99

    0

    0.1

    0.2

    0.3

    0.4

    0.5

    0.6

    0.7

    0.8

    0.9

    1

    0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25

    Rf/Rt

    Froude

    Bulk Carrier

    Rf/Rt = -63.027 Fr2 + 14.288 Fr+ 0.0945R = 1.00

    0

    0.1

    0.2

    0.3

    0.4

    0.5

    0.6

    0.7

    0.8

    0.9

    1

    0.1 0.11 0.12 0.13 0.14 0.15 0.16 0.17 0.18 0.19 0.2

    Rf/Rt

    Froude

    Tanque

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    Figura 15- Variao de Rf/Rt com o n de Froude para Porta Containr

    Fonte: Elaborada pelo autor.

    Figura 16- Variao de Rf/Rt com o n de Froude para Cruzeiro

    Fonte: Elaborada pelo autor.

    Rf/Rt= -2.2431 Fr2 - 3.3291 Fr+ 1.2538

    R = 0.97

    0

    0.2

    0.4

    0.6

    0.8

    1

    1.2

    0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35

    Rf/Rt

    Froude

    Porta Container

    Rf/Rt = 3.0612 Fr2 - 4.1459 Fr+ 1.3666R = 0.86

    0

    0.1

    0.2

    0.3

    0.4

    0.5

    0.6

    0.7

    0.8

    0.9

    1

    0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35

    Rf/Rt

    Froude

    Cruzeiro

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    A estimativa do coeficiente de resistncia friccional (Cf) determinado em funo do

    nmero de Rn pelo mtodo proposto pela ITTC (1957) apudWatson (1998):

    = 0,075log2 (44)A rea molhada pode ser estimada por dois mtodos, o primeiro proposto por Holtrop

    e Mennen apudWatson (1998, p. 164), a eq. (45) mostra a formulao proposta por esse

    mtodo.

    S = L 2 T + B 0,453 + 0,4425 Cb 0,2862 Cm

    0,003467 BT + 0,3696 Cwp + 2,38 AbtCb (45)

    Outro mtodo sugerido por Taylor apudWatson (1998, p. 164):

    Sy =2,55 (46)Como as formulaes obtidas para determinar a razo Rf/Rt empregaram o mtodo

    proposto por Holtrop e Mennen, optou-se pela rea molhada proposta pelo mesmo mtodo.

    Assim a eq. (45) ser a empregada no modelo de otimizao.

    A partir da resistncia total possvel determinar a potncia efetiva (Pe). Esta representa

    a potncia necessria para vencer a resistncia do navio a uma determinada velocidade. A eq.

    (47) mostra a definio da Pe.

    P = V E L R t (47)

    A Pe um importante atributo da embarcao, j que servir de referncia para

    determinar a potncia do motor e definir os parmetros do propulsor.

    viii. Atr ibutos do Modelo: I ntegrao casco-hlice / Determinao do SHP

    Como j visto, a embarcao experimenta uma fora contrria ao seu movimento,

    resistncia ao avano, e para que avance necessrio vencer tal ao. Comumente o navio

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    emprega um hlice convencional para gerar a fora propulsiva necessria que permite o

    deslocamento da embarcao na velocidade de servio estipulada pelo armador.

    O responsvel pela propulso do hlice o motor do navio, assim se o rendimento do

    hlice, rotao e o empuxo fornecido forem determinados, pode-se estimar a potncia exigida

    do motor (SHP). A eq. (48) mostra a frmula que define SHP.

    SHP= Rt* Vmt (48)Na eq. (48) as variveis so a resistncia, velocidade no sistema mtrico (Vm) e

    eficincia total (t). A eficincia total do sistema propulsivo pode ser obtida por meio da

    multiplicao das diferente eficincias descritas nas eq. (49 - 52).

    t=bhs (49)A eq. (49) define a eficincia total.

    b=orr (50)A eficincia do hlice (b) definida de acordo com a eq. (50), a eq. (51) mostra a

    eficincia do hlice em guas abertas (o) e a eq. (52) a eficincia do casco (h).

    o= KtJ2

    Kq

    (51)

    h= 1-t1-w (52)A eficincia rotativa relativa (rr) varia de 0.95 a 1.00, de acordo com Molland (2011,

    p. 27). Para este trabalho foi fixada como 0.98, enquanto que a eficincia do sistema de

    propulso foi arbitrada como 0.97.

    Para o clculo das eficincias mostradas acima preciso definir alguns atributos, como

    o coeficiente de empuxo (t) e coeficiente de esteira (w). Esses so mostrados nas eq. (53) e eq.

    (54).

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    = T-RtT (53)w=0,81*Cb - 0,34 (54)

    Os atributos principais para o dimensionamento do hlice so, dimetro do hlice (Dh)

    o nmero de ps (Z) rea expandida (Ae) e o passo (P). Almeja-se estimar os valores de tais

    atributos para que o rendimento do hlice seja o mximo. Ao maximizar esse atributo a

    potncia do motor minimizada e com isso um menor consumo de combustvel pode ser

    alcanado.

    O dimensionamento adequado do hlice apresenta um papel importante no projeto da

    embarcao, podendo reduzir a vibrao do navio e evitar problemas de cavitao das ps.

    importante definir qual o limite tecnolgico de construo do hlice, podendo ser esse uma

    restrio adicional presente no modelo de otimizao proposto neste trabalho. A Tabela 14 traz

    um comparativo sobre a reduo e incremento de trs importantes parmetros do propulsor.

    Tabela 14Anlise dos parmetros do propulsorReduzir Aumentar

    Nmero de ps Maior a eficincia propulsiva Reduz vibrao

    Dimetro do hlice - Maior a Eficincia propulsiva

    rea Expandida/Disco Rendimento do hlice aumenta Maior carregamento aceitvel

    Fonte: Elaborada pelo autor.

    Nota-se que a o funo do coeficiente de avano J, coeficiente de fora propulsiva,

    Kt, e coeficiente de torque, Kq. Essas ltimas duas variveis podem ser determinadas atravs

    dos polinmios de Kt e Kq para a srie de Wageningen B-screw (BERNITGAS; RAY;

    KINLEY, 1981, p.4 e 5). A Figura 17 faz aluso aos polinmios. O coeficiente J ser

    determinado para o ponto de mximo da eficincia.

    Figura 17- Polinmios Kt e Kq

    Fonte: Bernitgas, Ray e Kinley (1981, p. 4)

    Esses atributos tambm podem ser escritos como funo do torque (Q) e do empuxo

    (E), como visto nas eq. (55) e eq. (56).

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    K = QnD (55)

    Kt= En2Dh4 (56)ix.

    Restr ies

    As restries associadas as razes de LBP/B, LBP/T e B/T, foram estabelecidas a partir

    dos dados das embarcaes semelhantes. Na Figura 18 so mostrados os grficos de disperso

    e os limites de LBP/B para os quatro tipos de embarcao.

    Figura 18- Razo LBP/B: a)Bulk carrierb) Tanque c) Porta Continer d) Cruzeiro

    (a) (b)

    (c) (d)

    Fonte: Elaborada pelo autor.

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    Observa-se que as embarcaes do tipo tanque apresentam os maiores valores de LBP/B

    enquanto que os navios de cruzeiros apresentam os menores valores.

    A Figura 19 mostra os limites de LBP/T para os quatro tipos de embarcao. Nota-se

    que a razo LBP/T para cruzeiros mais alta e para bulk carriera menor.

    Figura 19- Razo LBP/T: a)Bulk carrierb) Tanque c) Porta Continer d) Cruzeiro

    (a) (b)

    (c) (d)

    Fonte: Elaborada pelo autor.

    Por ltimo a razo B/T exibida na Figura 20. A qual mxima para embarcaes de

    cruzeiro e mnima para bulk carrier.

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    Figura 20- Razo B/T: a)Bulk carrierb) Tanque c) Porta Continer d) Cruzeiro

    (a) (b)

    (c) (d)

    Fonte: Elaborada pelo autor.

    Um ltimo ponto relevante para o dimensionamento do propulsor conferir se a razo

    entre rea expandida (Ae) e rea do disco (Ao) suficiente para evitar a cavitao no hlice. A

    eq. (57) proposta por Kuiper (1992) e estabelece o valor da razo para evitar esse fenmeno.

    = + 1 , 3 + 0 , 3 + 2 (57)

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    4.3.

    Val idao dos mtodos propostos no modelo de otimizao

    i.

    Val idao do modelo de estimati va de DWT

    A partir das informaes do DWT contidas no banco de dados foi possvel gerar

    intervalos com variao de 10% para 10 valores equidistantes de DWT com os limites de

    mximo e mnimo desse valor para cada tipo de embarcao. Para cada embarcao contida

    nesse intervalo os valores de L, B, T e Cb foram calculados.

    O comprimento foi determinado a partir da frmula da raiz cbica, a boca e calado

    foram obtidas igualando a razo L/B e L/T do navio base com o novo navio e o coeficiente de

    bloco foi obtido igualando o Cd do navio base com o novo navio.

    Para automatizar o processo uma rotina em MatLab foi criada para cada tipo deembarcao. A matriz resultados contm os dados da embarcao de base empregada no

    clculo e as estimativas calculadas para o novo navio. O anexo 8 apresenta uma das rotinas

    empregadas no processo, neste caso para uma embarcao tipo bulk carrier.

    Com posse de dados que descrevem as dimenses principais de embarcaes dos quatro

    tipos possvel comparar os valores de referncia com os resultados obtidos de DWT

    utilizando o modelo de otimizao multiobjectivo implementado na planilha do Excel. Para

    cada embarcao o novo DWT foi obtido e o erro em relao ao valor de referncia foicalculado utilizando a eq. (58).

    = (58)As tabelas geradas com os erros esto no anexo 9. importante observar que os dados

    obtidos apresentaram boa aderncia com o modelo desenvolvido, apresentando um erro mdio

    inferior a 5%.

    No entanto, conforme pode ser visto na Tabela 15, os resultados obtidos para os navios

    de cruzeiro apresentaram erros superiores a 160%. Esse resultado indica que o modelo

    desenvolvido no consegue prever adequadamente o comportamento do DWT para

    embarcaes de cruzeiro. Uma das possveis causas a estimativa do peso de ao da

    embarcao que afeta diretamente o peso leve (LWT). Nota-se que o LWT foi subestimado

    para todos os casos, dessa forma valores maiores de DWT foram estimados.

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    Como o resultado para navios de cruzeiro no foi satisfatrio, esse tipo de embarcao

    foi retirada do modelo de otimizao multiobjectivo desenvolvido.

    Tabela 15Validao do modelo de DWT para Cruzeiros

    Fonte: Elaborada pelo autor.

    i i . Modelo de otimi zao da eficincia do propulsor

    Neste captulo ser apresentado o desenvolvimento do modelo de otimizao do para

    determinao das caractersticas otimizadas do propulsor, o qual ir utilizar o modelo de DWT

    e as formulaes vistas no subcaptulo 5.1.

    LBP_base LB B_base B T_base T Cb_base Cb Novo DWT Erro

    264.80 268.67 32.2 32.67 8.60 8.73 0.5619 0.5619 26.62 -240%

    264.80 268.67 32.2 32.67 8.60 8.73 0.5619 0.5619 26.62 -240%

    257.59 253.08 32.207 31.64 8.02 7.88 0.6822 0.6822 22.34 -185%

    265.00 266.75 32.29 32.50 8.45 8.51 0.6375 0.6375 24.52 -213%

    LBP_base LB B_base B T_base T Cb_base Cb Novo DWT Erro

    303.21 293.95 39 37.81 8.80 8.53 0.5543 0.5543 24.94 -161%

    303.17 293.91 38.6 37.42 8.80 8.53 0.5601 0.5601 25.08 -162%

    263.50 259.64 32.2 31.73 8.63 8.50 0.7507 0.7507 29.04 -203%

    264.80 260.92 32.2 31.73 8.30 8.18 0.7762 0.7762 28.77 -201%

    LBP_base LB B_base B T_base T Cb_base Cb Novo DWT Erro

    263.500 267.845 32.200 32.731 8.500 8.640 0.820 0.820 36.137 -220%

    303.213 310.726 39.000 39.966 8.800 9.018 0.554 0.554 29.611 -162%

    303.171 310.683 38.600 39.556 8.800 9.018 0.560 0.560

    29.771 -163%

    LBP_base LB B_base B T_b