Projeto de Intervenção - Edson e Elisa

5/13/2018 Projeto de Interven o - Edson e Elisa - slidepdf.com

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ESTÁGIO SUPERVISIONADO IPROJETO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA

1 – DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

CURSO DE LICENCIATURA EM QUÍMICA UAB/IFMT

2- TÍTULO DO PROJETO

Diagnóstico e Prevenção ao Consumo de Bebidas Alcoólicas por adolescentes da EscolaMunicipal Dom Hélder Câmara

3 – ESTAGIÁRIOS ENVOLVIDOS

Edson Damasceno do Nascimento

Elisa dos Santos Cardoso

4- PÚBLICO ALVO

Alunos do 9º ano do Ensino Fundamental da Escola Municipal Dom Hélder Câmara e suas

respectivas famílias.

5 – CARGA HORÁRIA

O projeto será desenvolvido em etapas com cargas horárias diferentes entre si, mas que

juntas totalizaram 16 horas.

6 – JUSTIFICATIVA

A adolescência é caracterizada por uma fase de conflitos, de passagem da infância

para a fase adulta, onde são comuns os sentimentos de incompreensão, a inconsistência, a

necessidade de se auto afirmar e por isso, uma fase em que é muito comum iniciar o

consumo de drogas, sendo que o álcool, por ser uma droga licita, é o mais comum.

São vários os fatores que podem levar um adolescente à consumir bebidas

alcóolicas, merecendo destaque a influência familiar e a necessidade de se fazer parte de um

grupo. Muitas vezes, quando inserido em um grupo que consome bebidas alcóolicas, o

adolescente faz uso da bebida apenas para se firmar como integrante, no entanto, quando

percebe que, após o consumo, fica desinibido, desenvolto, acaba recorrendo à bebida em

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA – IFMTUNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL



outras situações, como em festas e/ou situações estressantes e/ou constrangedoras, para

melhorar sua atuação.

Outro fator que deve ser levado em conta para o aumento do consumo de bebidas

alcóolicas por adolescentes é a tolerância tanto da família quanto da sociedade, pois

enquanto a maioria das pessoas ficaria preocupada ao saber do consumo de drogas como

maconha e cocaína, considera “natural” quando um adolescente comenta que bebeu uma

cerveja ou que „ ficou de porre’ .

Cientes de que proibir o consumo de bebidas alcóolicas não é suficiente, tão pouco a

medida mais apropriada, e que educandos dos anos finas do Ensino Fundamental estão pela

fase em que se torna mais propicio o inicio ao consumo de bebidas alcoólicas, faz-se

necessário à realização de um trabalho que busque identificar tanto o consumo, quanto o

conhecimento que os mesmos têm a respeito de bebidas alcóolicas para que a partir destes

dados, se desenvolva uma campanha de alerta aos perigos do alcoolismo.

7- BASE TEÓRICA

ADOLESCÊNCIA

O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) define como adolescência o período

entre 12 e 18 anos de idade, enquanto que a OMS (Organização Mundial da Saúde)

estabelece o período entre 10 e 19 anos de idade . Este é o período de transição entre a

infância e a fase adulta, onde ocorrem não apenas mudanças físicas, mas também no campo

psicológico e social, podendo ser „dividida‟ em inicial (12 a 14 anos), média (15 aos 17

anos) e final (18 a 21 anos), sendo que está última etapa também é conhecida como juventude.

A adolescência pode ser encarada como um período em que o individuo passa por

uma crise de identidade, onde não consegue identificar o seu lugar no meio em que vive, de

modo que começa a surgir os conflitos com os familiares, tendo em vista que os conceitos

familiares nem sempre estão de acordo com os conceitos do qual agora ele faz, ou gostaria

de fazer, parte. É a idade em que se começa projetar o futuro, ter expectativas, medo de

não obter sucesso... São as primeiras paixões, problemas com a autoestima, o despertar dasexualidade.



BEBIDAS ALCÓOLICAS

Bebida alcóolica é toda bebida que contenha etanol, estando divida em dois grupos:

as destiladas e as não destiladas. Embora seja conhecida por todas as sociedades, seu

consumo pode ser considerado natural por algumas e abominado por outras, como é o caso

da sociedade islâmica.

A palavra álcool deriva do arábico al-kuhul, que refere-se a um fino pó deantimônio, produzido pela destilação do antimônio, e usado como maquiagempara os olhos. Os alquimistas medievais ampliaram o uso do termo para referir-se

a todos os produtos da destilação. (MATTOS. Dossie Técnico – Etanol.CDT/Unb, 2007. pág .9)

As bebidas não destiladas, geralmente apresentam teor alcóolico inferior ao das

bebidas destiladas e sabor decorrente de aditivos (Tabela1). No entanto, em ambos os

casos, a produção tem inicio com o processo de fermentação, um processo biológico onde o

açúcar (carboidrato) é convertido em álcool e gás carbônico. O que as diferencia é que as

destiladas, como o nome já indica, após a fermentação passam pelo processo de destilação,

onde o álcool e outros ácidos orgânicos, responsáveis pelo sabor e odor, evaporam econdensam, sendo coletados em um recipiente, produzindo uma bebida mais concentrada.

Tabela 1 – Propriedades das bebidas alcóolicas

Teoralcóolico /

ºGL

MatériaPrima

Observações

Bebidas nãodestiladas

Cerveja ~4 CevadaSabor e aroma se devem as

folhas de lúpulo.

Vinho 11 UvaAs variedades dos vinhos se

devem aos diferentes tipos deuvas.

BebidasDestiladas

Cachaça 40Cana-de-

açúcarBebida popular, amplamente

conhecida.

uísque 43Cevada ou

milho

A cor é devida aoenvelhecimento em barris de

carvalho.Disponível em: Química Nova na Escola - nº 12, novembro de 2000.



ADOLESCENTES E O CONSUMO DE BEBIDAS ALCÓOLICAS

Pesquisas comprovam que adolescente estão consumindo álcool cada vez mais

precocemente. Muitas vezes, buscando ser aceito em um grupo, o adolescente opta por

seguir suas regras, mesmo que estas sejam contrárias àquilo que lhe foi ensinado no seio

familiar. Uma das regras quebrada com extrema facilidade é a de não ingerir bebida

alcóolica. Inicialmente, ingerir bebidas alcóolicas é tido como um ritual de passagem, de

aceitação. No entanto, o adolescente percebe que ao beber fica desinibido, extrovertido, e

começa a utilizar a bebida como um auxiliar para situações desconfortáveis. Bebe para „se

soltar‟ e curtir uma festa, para se aproximar de um (a) garoto (a)... E assim, vai se tornando

um hábito, até se tornar necessário.

A família e a sociedade também contribuem para que o adolescente comece a

ingerir bebidas alcóolicas cada vez mais cedo. Muitas vezes o adolescente cresce vendo os

pais e/ou irmãos mais velhos ingerindo bebidas alcóolicas e dizendo que o fazem para

relaxar, para esquecer... A sociedade por sua vez, contribui ao achar natural o consumo de

bebidas alcóolicas, desde que com moderação, ao mostrar em diversas mídias o consumo

de álcool quase como obrigatório em eventos festivos e também em situações difíceis.

Além disso, apesar de não ser permitido por lei, bebidas alcóolicas são facilmente

compradas por adolescentes, até mesmo por que as mais consumidas (cerveja e cachaça)

são de baixo custo.

É importante compreender que o álcool é uma droga, assim como o cigarro, a

maconha, a cocaína, o ecstasy, entre outros, diferenciando-se perante a lei em licitas e

ilícitas, de modo que muitas vezes as pessoas que acham natural o consumo de bebidas

alcóolicas, abominam o uso de outros tipos de drogas. Partindo desse pressupostos, muitas

vezes tanto a família, quanto a escola, fazem „vista grossa‟ aos casos de adolescentes que já

consomem bebida alcóolica e/ou que tomam verdadeiros porres.



EFEITOS DO ÁLCOOL NO ORGANISMO

Quando ingerido, o álcool já começa ser absorvida na mucosa bucal,

posteriormente, 25% serão absorvidos pela mucosa estomacal e o restante, no intestino

delgado. Após serem absorvidas, as moléculas de etanol são transportadas pela corrente

sanguínea para os tecidos com alta concentração de água (cérebro, rins, coração e fígado).

O fígado irá „quebrar‟ 90% das moléculas de etanol, facilitando a sua eliminação, sendo

que sua velocidade de conversão é de aproximadamente uma lata de cerveja por hora. Ao

ingerir quantidades maiores de bebida alcóolica, o fígado não consegue degradar o etanol

de forma eficiente, o que causa intoxicação, ocasionado efeitos diversos nos órgãos:

No cérebro, ocorre maior liberação de serotonina, responsável por regular o prazer,

o humor e a ansiedade, causando sensação de desinibição e euforia. Também

diminui a liberação de glutamato, aumento a produção de GABA, um

neurotransmissor que faz os neurônios trabalhar menos, deixando a pessoa sem

coordenação ou autocontrole.

No estomago, o álcool provoca irritação na mucosa, dificultando a digestão e

aumentando a produção de ácido, o que causa enjoo, mal-estar e vômito.

Na hipófise, altera a produção de um hormônio que controla a absorção de líquidos

nos rins, o que acarreta aumento na produção de urina. O problema é que como a

absorção renal é afetada, juntamente com o „excesso‟ de urina também são

eliminados sais minerais essenciais para o funcionamento dos músculos, inclusive o

cardíaco, de modo que durante ou após a ingestão abusiva de álcool, a pessoa pode

apresentar alterações nos batimentos cardíacos.

Os efeitos do álcool no organismo não são determinados apenas pela quantidade

ingerida, mas depende também de fatores biológicos (os conhecidos fraco ou forte para

bebida), além de a pessoa estar com estômago vazio (acelera a absorção do etanol no

estômago).



A INFLUÊNCIA DO ÁLCOOL NA VIDA ESCOLAR

É nítida a influência do álcool na vida escolar dos adolescentes, não só no que diz

respeito à aprendizagem, mas também ao social, ao convívio com os colegas. Alguns se

tornam arredios, outros agressivos.

Os principais sintomas percebidos pelos professores são o aumento no número de

ausências, especialmente após datas festivas, a sonolência além do que é considerado

normal, o desinteresse cada vez maior e o não cumprimento de suas obrigações de aluno,

como estudo extra-classe e realização de atividades, trabalhos. No entanto, estes são apenas

os sintomas, sendo que a ingestão de bebidas alcóolicas pode diminuir a capacidade de

aprendizagem e até mesmo provocar a perda das capacidades cognitivas. O estudante acha

que a bebida de hoje não irá comprometer o seu estudo no dia seguinte, mas o cérebro

demora cerca de uma semana para se recuperar dos efeitos do álcool.

O consumo de álcool por parte de adolescentes em fase escolar pode trazer prejuízos

de forma direta e também indireta, ao passo que afeta o seu desenvolvimento psicológico, a

sua vida social, o seu comportamento. O consumo de álcool não é isento de risco,

independentemente da quantidade ingerida e muitas vezes está relacionado à episódios de

violência, acidentes de trânsito, gravidez precoce e contaminação por doenças sexualmente

transmissíveis, uma vez que estando alcoolizados, muitos „esquecem‟ do uso de

preservativos. Estes fatores, juntos ou não, podem ser desastrosos para a vida escolar de um

adolescente, com consequências graves para sua vida adulta.

O PAPEL DA ESCOLA NO COMBATE AO ALCOOLISMO

A escola não é apenas um prédio, um local utilizado para produção de

conhecimento científico. É também um espaço de troca de experiências, de convívio social,

onde os alunos começam a agir como cidadão, como agente atuante, responsável,

participativo, com direitos e deveres. A escola não está isolada da sociedade em que está

inserida, sendo, na realidade, uma miniatura da mesma.

Atualmente as escolas não estão preocupadas apenas em repassar os conhecimentosproduzidos por outras gerações, estão preocupadas em produzir conhecimento, em aprender



a como empregar esse conhecimento para o desenvolvimento da sociedade, sendo que para

isso também é necessário à formação de um cidadão consciente de seu papel, de suas

responsabilidades, que tenha iniciativa. Neste contexto, também é reponsabilidade da

escola abordar o tema alcoolismo de forma democrática, tendo em vista que repetir

campanhas do tipo „é proibido’ , ou exibindo imagens assustadoras quanto ao efeito do

álcool, não tem surtido o efeito desejado.

As escolas de Educação Básica atendem alunos na fase mais propensa ao inicio do

consumo de bebidas alcóolicas, de modo que são necessárias ações em que o aluno consiga

construir os saberes necessários sobre o álcool/alcoolismo e assim possa fazer uma análise

critica sobre o assunto para tomar decisões acertadas, seja agora, ou quando passar a fase da

experimentação, da afirmação. Proibir apenas, não basta. É preciso que o aluno desenvolva

um conhecimento critico, consciente e que ele próprio se torne um colaborar do trabalho

realizado pela escola.

8 – OBJETIVOS

Obter dados quanto ao consumo de álcool pelos alunos da EM Dom Hélder Câmara

Identificar os principais motivos que levam ao consumo de bebidas alcoólicas

Promover momentos de estudo e discussão quanto aos efeitos de álcool tanto para a

saúde quanto para o processo de ensino/aprendizagem

Envolver tanto a escola quanto a família na luta contra o alcoolismo juvenil

Promover campanha interna e externa quanto ao alcoolismo

9 – MÉTODOLOGIAO trabalho terá inicio com uma pesquisa feita junto aos educandos, onde serão

questionados quanto ao consumo de álcool por eles mesmos e/ou por membros de sua

família, assim como sobre outras questões relacionadas ao alcoolismo. A partir do

diagnóstico, serão promovidas palestras com médico e/ou psicólogo sobre os efeitos do

álcool no organismo, sendo que a mesma poderá ser realizada em dois momentos: primeiro

com os educandos e, posteriormente, com os pais, onde poderá ser incluída uma palestra

com Policial Militar a respeito da Lei Seca.

Aproveitando o tema em questão, o professor – juntamente com os estagiários –

deverá promover uma aula temática, onde serão abordados todos os temas relacionados ao

álcool, indo desde a sua produção à sua aplicação em diferentes produtos.



Após palestra e aula temática, será realizado um momento para discussão e relato de

experiências, caso necessário, a partir do qual os alunos, sob orientação do professor e dos

estagiários, elaborarão uma campanha de combate ao consumo de bebidas alcoólicas,

produzindo cartazes e panfletos para distribuição interna e externa.

10 – RECURSOS

Esses materiais serão fornecidos pela escola, pois já fazem parte do material

pedagógico disponibilizado pela unidade escolar aos seus professores. Quanto aos

computadores e impressora, serão utilizados os que fazem parte do LIED da referida escola.

Quanto às palestras, serão realizadas por voluntários, através de trabalho conjunto com a

Secretaria Municipal de Saúde e a Polícia Militar, o que já aconteceu em outras situações.

Item Quantidade Valor / unidade Valor Total

Resmas de Sulfite (500 fls) 02 R$ 13,00 R$ 26,00

Cartucho para impressão (col) 01 R$ 49,00 R$ 49,00

Cartucho para impressão (preto) 01 R$ 39,00 R$ 39,00

Recarga de cartucho colorido e preto 05 R$ 10,00 R$ 50,00

Impressora Jato de Tinta 01 ---- ----

Computador de Mesa 05 ---- ----

Cartolina 05 R$ 0,50 R$ 2,50

Papel Cartão 05 R$ 0,6 R$ 3,00

Pincel – Marcador Permanente 05 R$ 4,30 R$ 21,50

Cola branca (90 g) 01 R$ 1,60 R$ 1,60

Total: R$ 192,60

11 – LOCAL DE REALIZAÇÃO DAS ATIVIDADES

Todas as atividades serão realizadas nas dependências da EM Dom Hélder Câmara,

com exceção da distribuição de panfletos à sociedade local.



12 – CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

Atividades Março Abril MaioPesquisa/diagnóstico X

Tabulação dos dados da pesquisa X

Palestras com Profissionais da Saúde e da PM X X

Aula temática - Álcool X

Elaboração de Campanha contra alcoolismo X X

Elaboração de Cartazes e Panfletos contra o alcoolismo X X

Impressão de panfletos contra o alcoolismo X XDivulgação da campanha contra o alcoolismo X

13 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei Federal 8069 de 13/07/1990.

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ciências da Natureza. Brasília:MEC/SEF, 1997.

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ciências Naturais – Ensino de 5ª a 8ªsérie. Brasília: MEC/SEF, 1998.

CABRAL, Lidia do Rosário. Alcoolismo Juvenil. Disponível em<http://hdl.handle.net/10400.19/557 >. Acesso em 03 dez. 2011.

CALDAS, Marcus Tulio. A família e o alcoolismo. Disponível em <http://www.maxwell.lambda.ele.puc-rio.br/2536/2536.PDF>. Acesso em 02 dez. 2011.

FERREIRA, E.C.; MONTES, R. A química da produção de bebidas alcóolicas. QuímicaNova na Escola. Nº 10, novembro de 1999. Disponível em<http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc10/exper1.pdf >. Acesso em 02 dez. 2011.

GALLO, Silvio. Transversalidade e Meio Ambiente – Ciclo de Palestras sobre MeioAmbiente. Programa Conheça a Educação do Cibec/Inep – MEC/SEF/CONEA, 2001.

http://hdl.handle.net/10400.19/557

http://www.maxwell.lambda.ele.puc-rio.br/2536/2536.PDF

http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc10/exper1.pdf

http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc10/exper1.pdf

http://www.maxwell.lambda.ele.puc-rio.br/2536/2536.PDF

http://hdl.handle.net/10400.19/557

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