Projeto de Recuperação FINAL 2ª Série EM · Projeto de Recuperação FINAL ... subordinada...

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Projeto de Recuperação FINAL2ª Série EM PORTUGUÊS Objetivo: Proporcionar ao aluno a oportunidade de rever os conteúdos trabalhados durante o semestre nos quais apresentou dificuldade e que servirão como pré-requisitos para os conteúdos que serão trabalhados no próximo ano. Como estudar (estratégia): O aluno deverá refazer os exercícios dados em sala e realizar a lista de exercícios. Deverá, também, refazer as provas aplicadas como forma de rever o conteúdo de maneira prática e assistir as vídeoaulas dos assuntos indicados. O conteúdo descrito abaixo será avaliado por meio de: 1 prova com 20 questões (valor:10,0) Português 1 - Gramática Matéria a ser estudada (conteúdo): 3 11 Regência Verbal 4 13 A Coordenação 4 14 Orações Coordenadas 5 16 Orações subordinadas substantivas e reduzidas 5 17 Orações subordinadas adjetivas e reduzidas 5 18 Funções sintáticas do pronome relativo 5 19 Orações subordinadas adverbiais e reduzidas Lista de Exercícios 1. Assinale a alternativa que analisa corretamente as orações destacadas no período. Tia Matilda, que era a mais renitente das tias, decidiu que eles ficariam no casarão, 1 2 quando Violeta se casasse. 3

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Projeto de Recuperação FINAL– 2ª Série EM

PORTUGUÊS

Objetivo: Proporcionar ao aluno a oportunidade de rever os conteúdos trabalhados durante o semestre nos quais apresentou dificuldade e que servirão como pré-requisitos para os conteúdos que serão trabalhados no próximo ano.

Como estudar (estratégia):

O aluno deverá refazer os exercícios dados em sala e realizar a lista de exercícios. Deverá, também, refazer as provas aplicadas como forma de rever o conteúdo de maneira prática e assistir as vídeoaulas dos assuntos indicados.

O conteúdo descrito abaixo será avaliado por meio de:

1 prova com 20 questões (valor:10,0)

Português 1 - Gramática

Matéria a ser estudada (conteúdo):

3 11 Regência Verbal

4 13 A Coordenação

4 14 Orações Coordenadas

5 16 Orações subordinadas substantivas e reduzidas

5 17 Orações subordinadas adjetivas e reduzidas

5 18 Funções sintáticas do pronome relativo

5 19 Orações subordinadas adverbiais e reduzidas

Lista de Exercícios 1. Assinale a alternativa que analisa corretamente as orações destacadas no período. Tia Matilda, que era a mais renitente das tias, decidiu que eles ficariam no casarão, 1 2 quando Violeta se casasse. 3

Projeto de Recuperação FINAL– 2ª Série EM As orações 1, 2 e 3 têm, respectivamente, valor de: a) substantivo, adjetivo, advérbio b) substantivo, advérbio, adjetivo c) adjetivo, substantivo, advérbio d) advérbio, adjetivo, substantivo e) adjetivo, substantivo, substantivo 2. Desapareceu a dor / de que tanto reclamava. O pronome relativo destacado exerce a função sintática de a) Sujeito b) Objeto direto c) Objeto indireto d) Complemento nominal e) Agente da passiva

3. Considere a palavra destacada neste período: “E há poetas míopes que pensam que é o arrebol”. Ela introduz, respectivamente, orações: a) subordinada substantiva completiva nominal e subordinada substantiva objetiva direta. b) subordinada substantiva objetiva direta e subordinada substantiva predicativa. c) subordinada adjetiva restritiva e subordinada adjetiva explicativa. d) subordinada substantiva predicativa e subordinada substantiva objetiva direta. e) subordinada adjetiva restritiva e subordinada substantiva objetiva direta.

4.

O que é afirmado no trecho anterior pode ser visto em: a) "Os políticos brasileiros, que defendem os interesses do povo, merecem nosso voto." "Os políticos brasileiros que defendem os interesses do povo merecem nosso voto." b) "Enquanto houvesse um motivo para lutar, retiraria forças não se sabe de onde." "Enquanto houvesse um motivo para lutar retiraria forças não se sabe de onde." c) "Queria que, a cada ano que passasse, minha saudade diminuísse." "Queria que a cada ano que passasse minha saudade diminuísse." d) "Fritava em óleo cru, porque queria lembrar as boas noites na cozinha do restaurante." "Fritava em óleo cru porque queria lembrar as boas noites na cozinha do restaurante." e) "Ontem, assim que retornei à minha cidade natal, visitei meus melhores amigos." "Ontem assim que retornei à minha cidade natal visitei meus melhores amigos."

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Ela disse-me assim

Lupicínio Rodrigues

Ela disse-me assim Tenha pena de mim, vá embora!

Vais me prejudicar Ele pode chegar, está na hora!

E eu não tinha motivo nenhum

Para me recusar, Mas aos beijos caí em seus braços

E pedi pra ficar.

Sabe o que se passou Ele nos encontrou, e agora? Ela sofre somente porque Foi fazer o que eu quis.

E o remorso está me torturando Por ter feito a loucura que fiz.

Por um simples prazer, fui fazer Meu amor infeliz.

Samba-canção gravado por José Bispo dos Santos, o Jamelão. Continental, 1959.

5. O conectivo e pode introduzir diversas relações lógico-semânticas. Na canção anterior, esse conectivo predomina introduzindo a relação de: a) adversidade ou oposição. b) adição. c) disjunção argumentativa. d) justificativa. e) consequência.

6. No período “Tudo muda, tudo passa, a arte permanece”, a oração destacada tem, em relação às anteriores, valor a) aditivo. b) adversativo. c) alternativo. d) conclusivo. e) explicativo.

7. Os filhos de Ana eram bons, uma coisa verdadeira e sumarenta. Cresciam, tomavam banho, exigiam para si, malcriados, instantes cada vez mais completos. A cozinha era enfim espaçosa, o fogão enguiçado dava estouros. O calor era forte no apartamento que estavam aos poucos pagando. Mas o vento batendo nas cortinas que ela mesma cortara lembrava-lhe que se quisesse podia parar e enxugar a testa, olhando o calmo horizonte. Como um lavrador. Ela plantara as sementes que tinha na mão, não outras, mas essas apenas.

LISPECTOR, C. Laços de família. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

A autora emprega por duas vezes o conectivo mas no fragmento apresentado. Observando aspectos da organização, estruturação e funcionalidade dos elementos que articulam o texto, o conectivo mas a) expressa o mesmo conteúdo nas duas situações em que aparece no texto. b) quebra a fluidez do texto e prejudica a compreensão, se usado no início da frase. c) ocupa posição fixa, sendo inadequado seu uso na abertura da frase. d) contém uma ideia de sequência temporal que direciona a conclusão do leitor. e) assume funções discursivas distintas nos dois contextos de uso.

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8. “Ele pensava numa nova edição do seu romance pela mesma editora: “NÃO, PODERIA, POIS, TER RESCINDIDO O CONTRATO COM ELA.” A oração destacada classifica-se como a) subordinada adverbial final. b) subordinada adverbial consecutiva. c) subordinada adverbial condicional. d) coordenada assindética explicativa. e) coordenada sindética conclusiva.

9. Assinale a alternativa que contém uma coordenativa conclusiva: a. Sérgio foi bom filho; logo será um bom pai. b. Os meninos ora brigavam, ora brincavam. c. Jaime trabalha depressa, contudo produz pouco. d. Os cães mordem, não por maldade, mas por precisarem viver. e. Adão comeu a maçã, e nossos dentes até hoje doem.

10. Considerando-se a relação lógica existente entre os dois segmentos dos provérbios adiante citados, o espaço pontilhado NÃO poderá ser corretamente preenchido pela conjunção mas, apenas em:

a) Morre o homem, (…) fica a fama.

b) Reino com novo rei (…) povo com nova lei.

c) Por fora bela viola, (…) por dentro pão bolorento.

d) Amigos, amigos! (…) negócios à parte.

e) A palavra é de prata, (…) o silêncio é de ouro.

11. Suponha que dois jornais publiquem, num determinado dia, o seguinte: Jornal A: Os índios que estavam nus não puderam entrar no Congresso. Jornal B: Os índios, que estavam nus, não puderam entrar no Congresso. Pergunta-se: a) Os dois publicaram a mesma notícia? Explique. ___________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ b) Classifique as orações destacadas nos períodos. ___________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________

Projeto de Recuperação FINAL– 2ª Série EM 12. Quanto ao período “Digo-vos que as lágrimas eram verdadeiras” (Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis): a) Indique a função sintática das palavras destacadas. ___________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ b) Transcreva uma oração subordinada e indique sua função sintática em relação à principal. ___________________________________________________________________________________

13. Comentário:

Considere as duas frases:

(1) Os papagaios aspiravam o ar puro das montanhas

(2) Os papagaios aspiravam ao ar puro das montanhas

O que você vai fazer:

a) Construindo textos coesos e coerentes, explique a diferença de sentido entre

a frase (1) e a frase (2).

Sentido da frase

(1):____________________________________________________________________________

(2) Sentido da frase

_____________________________________________________________________________

b) Indique a razão pela qual a frase (1) é diferente da frase (2):

___________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ 14. Observe os períodos adiante, diferentes quanto à pontuação.·. - Adoeci logo; não me tratei. - Adoeci; logo não me tratei. a) Diga qual é a classificação morfológica da palavra logo em cada uma das aparições acima. ___________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________

Projeto de Recuperação FINAL– 2ª Série EM b) Leia as frases a seguir: I. A secretária falou do gerente. II. A secretária falou junto com o gerente Que ideia a preposição e a locução prepositiva destacadas traduzem? ___________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ 15. I. Mandou, chegou. (Slogan publicitário de uma empresa de serviço de encomenda expressa) II Vim, vi, venci. (Tradução de uma frase latina, atribuída ao general e cônsul romano Júlio César) a) A ordem dos verbos, nas duas frases, é aleatória ou é determinada por algum fator específico? Explique. ___________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ b) Transcreva essas frases, unindo as orações que compõem cada uma delas mediante o emprego das conjunções adequadas à relação de sentido que nelas se estabelece. ___________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________

16. a) Preencha os espaços com as conjunções coordenativas adequadas: 1. Correu demais, ____________ caiu. 2. Dormiu mal, ______________ os sonhos não o deixaram em paz. 3. A matéria perece, ____________ a alma é imortal. 4. Leu o livro, ___________ é capaz de descrever as personagens com detalhes. 5. Guarde seus pertences, ___________ podem servir mais tarde. b) Observe o período abaixo e responda às questões que o seguem: Os operários fizeram todo o trabalho, e não receberam o pagamento. I. Qual o valor da conjunção e? ___________________________________________________________________________________

Projeto de Recuperação FINAL– 2ª Série EM II. Reescreva o período iniciando-o por Embora. __________________________________________________________________________________

17. A mensagem não é nada sem um receptor disposto a entendê-la, por mais pungentes que sejam as vítimas. (ref. 2) Reescreva o trecho acima, substituindo o conectivo da parte sublinhada por outro de mesmo sentido e fazendo as adaptações necessárias. Em seguida, aponte o sentido estabelecido pelo conectivo empregado. ___________________________________________________________________________________

18. . Observe o fragmento:

“Era no tempo que ainda os portugueses não haviam sido por uma tempestade empurrados para a terra de Santa Cruz.”

É possível acrescentar aí uma preposição. Transcreva o fragmento, mas inclua essa preposição.

___________________________________________________________________________________

19. Transforme os versos a seguir em um período composto de modo que apresente duas orações desenvolvidas: uma ADJETIVA e uma ADVERBIAL. Faça as modificações necessárias. Eu sou um cara Cansado de correr na direção contrária Sem pódio de chegada ou beijo de namorada ___________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ 20. Desenvolva e classifique as orações reduzidas abaixo:

a) Vim, para organizar a festa. __________________________________________________________________________________

b) Andando na chuva, você ficará doente.

__________________________________________________________________________________

c) Ele afirmou desconhecer a origem do dinheiro.

__________________________________________________________________________________

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Português 2 - LITERATURA

Matéria a ser estudada (conteúdo):

VOLUME CAPÍTULO ASSUNTO

4 12 Geração de 30 – Prosa: Jorge Amado

4 13 Geração de 30 – Prosa: Graciliano Ramos

5 15 Geração de 30 – Poesia: Cecília Meireles e Vinicius de Moraes

5 16 Geração de 30 – Poesia: Carlos Drummond de Andrade

5 17 Geração de 45 – Clarice Lispector

5 18 Geração de 45 – Prosa Guimarães Rosa

5 19 Geração de 45 – João Cabral de Melo Neto

6 20 Concretismo

- Livro obrigatório: “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos.

- Contos: “Amor”, de clarice Lispector; e “A hora e vez de Augusto Matraga”, de Guimarães Rosa.

LISTA DE EXERCÍCIOS PARA ESTUDAR

1. O romance “Capitães da Areia”, de Jorge Amado, é um documento sobre a vida dos meninos de rua de Salvador. A sua primeira edição (1937) foi apreendida e queimada em praça pública pouco depois de implantada a ditadura de Getúlio Vargas. No trecho a seguir, o narrador nos conta como Pedro Bala, aos quinze anos, assumiu a liderança de um grupo que dormia num velho armazém abandonado do cais do porto. É aqui também que mora o chefe dos Capitães da Areia: Pedro Bala. Desde cedo foi chamado assim, desde seus cinco anos. Hoje tem quinze anos. Há dez que vagabundeia nas ruas da Bahia. Nunca soube de sua mãe, seu pai morrera de um balaço. Ele ficou sozinho e empregou anos em conhecer a cidade. Hoje sabe de todas as suas ruas e de todos os seus becos. Não há venda, quitanda, botequim que ele não conheça. Quando se incorporou aos Capitães da Areia (o cais recém-construído atraiu para suas areias todas as crianças abandonadas da cidade) o chefe era Raimundo, o Caboclo, mulato avermelhado e forte. Não durou muito na chefia o caboclo Raimundo. Pedro Bala era muito mais ativo, sabia planejar os trabalhos, sabia tratar com os outros, trazia nos olhos e na voz a autoridade de chefe. Um dia brigaram. A desgraça de Raimundo foi puxar uma navalha e cortar o rosto de Pedro, um talho que ficou para o resto da vida. Os outros se meteram e como Pedro estava desarmado deram razão a ele e ficaram esperando a revanche, que não tardou. Uma noite, quando Raimundo quis surrar Barandão, Pedro tomou as dores do negrinho e rolaram na luta mais sensacional a que as areias do cais jamais assistiram. Raimundo era mais alto e mais velho. Porém Pedro Bala, o cabelo loiro voando, a cicatriz vermelha no rosto, era de uma agilidade espantosa e desde esse dia Raimundo deixou não só a chefia dos Capitães da areia, como o próprio areal. Engajou tempos depois num navio. Todos reconheceram os direitos de Pedro Bala à chefia, e foi dessa época que a cidade começou a ouvir falar nos Capitães da areia, crianças abandonadas que viviam do furto.

Jorge Amado, Capitães da Areia, 50a ed. Rio de Janeiro: Record, 1980, P. 26/7.

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a) Pela leitura do texto, pode-se concluir que o romance pretende denunciar que tipo de problema? b) Relacione o romance à segunda fase do Modernismo brasileiro.

AS QUESTÕES 2 E 3 REFEREM-SE AO LIVRO “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos.

2. Uma personagem constantemente mencionada em Vidas Secas é Seu Tomás da Bolandeira. Homem letrado, é tido como um exemplo de “sabedoria” por Fabiano, que muitas vezes o vê como um modelo. a) Cite um episódio do romance em que fica evidente a dificuldade de expressão de Fabiano, na presença de

pessoas que julga superiores. b) Como o episódio escolhido por você exemplifica a relação, percebida por Fabiano, entre um uso mais “difícil”

da linguagem e o poder exercido por determinadas pessoas? 3. De acordo com a leitura da obra “Vidas Secas”, responda: a) Qual importância Baleia tem na obra que Graciliano Ramos dedica-lhe um capítulo? b) Por que Graciliano não dá nome aos meninos, chama-os de Menino mais velho e Menino mais novo? 4.

A ROSA DE HIROSHIMA Pensem nas crianças Mudas telepáticas Pensem nas meninas Cegas inexatas Pensem nas mulheres Rotas alteradas Pensem nas feridas Como rosas cálidas Mas oh não se esqueçam

Da rosa da rosa Da rosa de Hiroshima A rosa hereditária A rosa radioativa Estúpida e inválida A rosa com cirrose A antirrosa atômica Sem cor sem perfume Sem rosa sem nada.

MORAES, Vinicius de. Nova antologia poética. São Paulo: Companhia das Letras, 2008, p. 147.

a) Explique o sentido do neologismo “antirrosa”, considerando o contexto histórico. b) O crítico literário Ezra Pound estabeleceu como um dos aspectos do poema a fanopeia, isto é, a capacidade de construção visual da imagem. No poema de Vinicius de Moraes, qual a imagem construída?

5. Leia os trechos do poema “O amor bate na aorta”, de Carlos Drummond de Andrade.

Cantiga de amor sem eira nem beira, vira o mundo de cabeça para baixo, suspende a saia das mulheres, tira os óculos dos homens, o amor, seja como for, é o amor. (...)

O amor bate na porta o amor bate na aorta, fui abrir e me constipei. Cardíaco e melancólico, o amor ronca na horta entre pés de laranjeira entre uvas meio verdes e desejos já maduros.

Entre uvas meio verdes, meu amor, não te atormentes. Certos ácidos adoçam a boca murcha dos velhos e quando os dentes não mordem e quando os braços não prendem o amor faz uma cócega o amor desenha uma curva propõe uma geometria. Amor é bicho instruído. (...)

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a) Que interpretação pode-se atribuir ao título do poema? b) É possível afirmar que o amor, tal como é desenvolvido no poema de Drummond, é essencialmente romântico? Justifique sua resposta. 6.

Poema da necessidade É preciso casar João, é preciso suportar Antônio, é preciso odiar Melquíades, é preciso substituir nós todos. É preciso salvar o país, é preciso crer em Deus, é preciso pagar as dívidas, é preciso comprar um rádio, é preciso esquecer fulana.

É preciso estudar volapuque*, é preciso estar sempre bêbedo, é preciso ler Baudelaire, é preciso colher as flores de que rezam velhos autores. É preciso viver com os homens, é preciso não assassiná-los, é preciso ter mãos pálidas e anunciar o FIM DO MUNDO. *Língua auxiliar de comunicação internacional, lançada em 1879 pelo alemão Mons. Johann M. Schleyer. (Dic. Aurélio, 1986)

O poema acima foi retirado da obra Sentimento do Mundo, de Carlos Drummond de Andrade, publicada pela primeira vez no ano de 1940. a) Por que é possível afirmar que o título é uma síntese do poema? b) No texto, a figura de linguagem usada de forma intensa no início dos versos é a anáfora: repetição que ocorre no início dos versos, em sequência. Explique a intenção do autor ao utilizá-la.

7. O casal de pretos, que moravam junto com ele, era quem mandava e desmandava na casa, não trabalhando um nada e vivendo no estadão. Mas, ele, tinham-no visto mourejar até dentro da noite de Deus, quando havia luar claro.

Nos domingos, tinha o seu gosto de tomar descanso: batendo mato, o dia inteiro, sem sossego, sem espingarda nenhuma e nem nenhuma arma para caçar; e, de tardinha, fazendo parte com as velhas corocas que rezavam o terço ou os meses dos santos. Mas fugia às léguas de viola ou sanfona, ou de qualquer outra qualidade de música que escuma tristezas no coração.

(ROSA, João Guimarães. “A hora e vez de Augusto Matraga”. In: Sagarana. Rio de Janeiro: Ed. Nova

Fronteira, 1984, p. 359.)

a) Identifique o casal de pretos que vive junto com o protagonista da narrativa. b) Explique o comportamento do protagonista no trecho acima, confrontando-o com sua trajetória de vida. 8.

— Pois então… — e Nhô Augusto riu, como quem vai contar uma grande anedota — …Pois então, meu amigo seu Joãozinho Bem-Bem, é fácil… Mas tem que passar primeiro por riba de eu defunto…

Joãozinho Bem-Bem se sentia preso a Nhô Augusto por uma simpatia poderosa, e ele nesse ponto era bem-assistido, sabendo prever a viragem dos climas e conhecendo por instinto as grandes coisas. Mas Teófilo Sussuarana era bronco excessivamente bronco, e caminhou para cima de Nhô Augusto. Na sua voz:

- Êpa! Nomopadrofilhospritossantamêin! Avança, cambada de filhos-da-mãe, que chegou minha vez! ... E a casa matraqueou que nem panela de assar pipocas, escurecida à fumaça dos tiros, com os cabras

saltando e miando de maracajás, e Nhô Augusto gritando qual um demônio preso e pulando como dez demônios soltos.

- O gostosura de fim-de-mundo!...

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a) Uma das principais características da obra de Guimarães Rosa é sua linguagem artificiosamente inventada (neologismos), que serve de instrumento adequado para sua narração. Transcreva uma expressão do texto apresentado em que esse tipo de “invenção” ocorre.

b) Por que Nhô Augusto, que se considera amigo de Joãozinho Bem-Bem, duelou com ele?

9.

Tecendo a manhã

Um galo sozinho não tece uma manhã: ele precisará sempre de outros galos. De um que apanhe esse grito que ele e o lance a outro; de um outro galo que apanhe o grito de um galo antes e o lance a outro; e de outros galos que com muitos outros galos se cruzem os fios de sol de seus gritos de galo, para que a manhã, desde uma teia tênue, se vá tecendo, entre todos os galos.

E se encorpando em tela, entre todos, se erguendo tenda, onde entrem todos, se entretendendo para todos, no toldo (a manhã) que plana livre de armação. A manhã, toldo de um tecido tão aéreo que, tecido, se eleva por si: luz balão. (A Educação pela Pedra)

Nesse poema, João Cabral de Melo Neto cria a imagem da manhã que surge. Essa imagem é construída, num primeiro nível, a partir de duas palavras: galo e grito. a) Explique a escolha dessas palavras. b) Os gritos dos galos se associam a quê na primeira estrofe (primeira coluna)?

10.

TEXTO 1

TEXTO 2

a) Ambos os textos foram escritos durante um mesmo período literário chamado Concretismo. Indique duas características em comum. b) Em relação ao primeiro texto, qual é a temática?

O trecho abaixo é o final de Vidas Secas, de Graciliano Ramos. Leia-o com atenção e responda às questões 11 e 12:

Fabiano ouviu os sonhos da mulher, deslumbrado, relaxou os músculos, e o saco da comida escorregou-lhe no ombro. Aprumou-se, deu um puxão à carga. A conversa de Sinhá Vitória servira muito: haviam caminhado léguas quase sem sentir. De repente veio a fraqueza. Devia ser fome. Fabiano ergueu a cabeça, piscou os olhos por baixo da aba negra e queimada do chapéu de couro. Meio dia, pouco mais ou menos. Baixou os olhos encandeados, procurou descobrir na planície uma sombra ou sinal de água. Estava realmente com um buraco no estômago. Endireitou o saco de novo e, para conservá-lo em equilíbrio, andou pendido, um ombro alto, outro baixo. O otimismo de Sinhá Vitória já não lhe fazia mossa. Ela ainda se agarrava a fantasias. Coitada. Armar semelhantes planos, assim bamba, o peso do baú e da cabeça enterrando-lhe o pescoço no corpo.

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(...) Se achassem água ali por perto, beberiam muito, sairiam cheios, arrastando os pés. Fabiano comunicou

isto a Sinhá Vitória e indicou uma depressão do terreno. Era um bebedouro, não era? Sinhá Vitória estirou o beiço, indecisa, e Fabiano afirmou o que havia perguntado. Então ele não conhecia aquelas paragens? Estava a falar variedades? Se a mulher tivesse concordado, Fabiano arrefeceria, pois lhe faltava convicção; como Sinhá Vitória tinha dúvidas, Fabiano exaltava-se, procurava incutir-lhe coragem. Inventava o bebedouro, descrevia-o, mentia sem saber que estava mentindo. E Sinhá Vitória excitava-se, transmitia-lhe esperanças. Andavam por lugares conhecidos. Qual era o emprego de Fabiano? Tratar de bichos, explorar os arredores, no lombo de um cavalo. E ele explorava tudo. Para lá dos montes afastados havia outro mundo, um mundo temeroso; mas para cá, na planície, tinha de cor plantas e animais, buracos e pedras.

(...) E andavam para o Sul, metidos naquele sonho. Uma cidade grande, cheia de pessoas fortes. Os meninos

em escolas, aprendendo coisas difíceis e necessárias. Eles dois velhinhos, acabando-se como uns cachorros, inúteis, acabando-se como Baleia. Que iriam fazer? Retardaram-se temerosos. Chegariam a uma terra desconhecida e civilizada, ficariam presos nela. E o sertão continuaria a mandar gente para lá. O sertão mandaria para a cidade homens fortes, brutos, como Fabiano, Sinhá Vitória e os dois meninos. 11. Segundo o contexto, as duas regiões geográficas delineadas definem: (A) a solidariedade da população das cidades do Sul, que acolheria os flagelados da seca. (B) os contrastes socioeconômicos e as profundas desigualdades sociais brasileiras. (C) a conciliação entre litoral e interior brasileiros, possibilitando a construção de um futuro mais próspero para o país. (D) a oposição entre os tipos sociais urbanos. (E) a necessidade de valorizar a cultura do sertanejo, que não poderia perder sua identidade ao migrar para os grandes centros urbanos. 12. No primeiro parágrafo, o otimismo de Sinhá Vitória a torna aos olhos do marido uma coitada: Ela ainda se agarrava a fantasias. Coitada. Armar semelhantes planos, assim bamba, o peso do baú e da cabeça enterrando-lhe o pescoço no corpo. Respeitando o contexto, Fabiano assim julga a mulher porque: (A) seu otimismo contrasta com seu sofrimento, que a tornara uma mulher frágil e pouco preparada para resistir às agruras da vida. (B) ele é um bruto e não tem sensibilidade para compreender o universo feminino. (C) ele conhece a impossibilidade de a família mudar de condição socioeconômica e, portanto, de Sinhá Vitória realizar seus sonhos. (D) ele reconhece que os filhos tornaram extremamente sofrida a vida de Sinhá Vitória. (E) ele sabe que os sonhos impedem que a realidade se transforme, pois alienam o indivíduo em um mundo de fantasias. 13. Para responder à questão, leia o texto que segue.

Pouco a pouco uma vida nova, ainda confusa, se foi esboçando. Acomodar-se-iam num sítio pequeno, o que parecia difícil a Fabiano, criado solto no mato. Cultivariam um pedaço de terra. Mudar-se-iam depois para uma cidade, e os meninos freqüentariam escolas, seriam diferentes deles. Sinhá Vitória esquentava-se. Fabiano ria (...) Não sentia a espingarda, o saco, as pedras miúdas que lhe entravam nas alpercatas, o cheiro de carniças que empestavam o caminho. As palavras de sinhá Vitória encantavam-no. Iriam para diante, alcançariam uma terra desconhecida. Fabiano estava contente e acreditava nessa terra, porque não sabia como ela era. Repetia docilmente as palavras de Sinhá Vitória, as palavras que sinhá Vitória murmurava porque tinha confiança nele. E andavam para o sul, metidos naquele sonho. I. A espingarda, o saco, as pedras miúdas, o cheiro de carniça sugerem a hostilidade da vida nordestina.

Projeto de Recuperação FINAL– 2ª Série EM II. A mulher se entusiasma na defesa de seu ponto de vista. III. Fabiano está fisicamente amortecido neste ponto da trajetória. IV. Apesar de todo o sofrimento que a vida lhes traz, o casal ainda luta por uma existência mais digna. Pela análise das afirmativas, conclui-se que estão corretas A) a I e a II, apenas. B) a I e a III, apenas. C) a II e a IV, apenas. D) a III e a IV, apenas. E) a I, a II, a III e a IV. 14. Sobre a prosa da Segunda Geração Modernista é errado afirmar que: a) não manteve o radicalismo e o experimentalismo dos vanguardistas. b) apresenta interesse por temas nacionais e busca uma linguagem mais brasileira; c) denunciava os problemas sociais que afligiam o Brasil; d) a maioria dos grandes escritores do período pertencia ao ciclo regionalista nordestino; e) é marcada pela evasão dos problemas sociais e propunha uma literatura neutra, sem outro compromisso que não com ela mesma. 15. “A cidade está alegre, cheia de sol. Os dias da Bahia parecem dias de festa, pensa Pedro Bala, que se sente invadido também pela alegria. Assovia com força, bate risonhamente no ombro de Professor. E os dois riem, e logo a risada se transforma em gargalhada. No entanto, não têm mais que uns poucos níqueis no bolso, vão vestidos de farrapos, não sabem o que comerão. Mas estão cheios da beleza do dia e da liberdade de andar pelas ruas da cidade. E vão rindo sem ter do que, Pedro Bala com o braço passado no ombro de Professor. De onde estão podem ver o Mercado e o cais dos saveiros e mesmo o velho trapiche onde dormem.” É correto afirmar que esse fragmento foi extraído do romance: a) “O quinze”, de Raquel de Queiroz. b) “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos. c) “Capitães da areia”, de Jorge Amado. d) “Fogo Morto”, de José Lins do Rego. e) “A cidade e as Serras”, de Eça de Queirós. 16. A partir do texto da questão anterior, identifique a alternativa que contém a característica correta em relação à análise da obra e à sua inclusão na ficção regionalista dos anos 30. a) Valorização do espaço urbano e das relações de poder. b) Ênfase em aspectos graciosos da paisagem nordestina. c) Utilização de linguagem predominantemente metafórica e rebuscada, o que torna os textos de difícil compreensão. d) Atitude crítica e comprometida frente à realidade social. e) Opção preferencial por personagens pertencentes à classe dominante. 17. A produção literária entre os anos de 1930 e 1945 costuma ser chamada de “segunda fase do modernismo”. A propósito dessa fase, pode-se afirmar que: I - representa um aprimoramento e um amadurecimento das conquistas da geração de 1922. II - rompe com a pesquisa estética iniciada na década anterior. III - revela, no registro de alguns poetas, o misticismo e a religiosidade. IV - apresenta, como tendência preponderante, a sintonia com as transformações sociais do período. Estão corretas apenas as afirmativas: a) I, III e IV

Projeto de Recuperação FINAL– 2ª Série EM b) I, II e IV c) I, II e III d) II e IV e) II, III e IV 18. O poema “Legado” integra a primeira parte do livro Claro enigma (1951), a que o autor denominou “Entre lobo e cão”. Legado Que lembrança darei ao país que me deu tudo que lembro e sei, tudo quanto senti? Na noite do sem-fim, breve o tempo esqueceu minha incerta medalha, e a meu nome se ri. E mereço esperar mais do que os outros, eu? Tu não me enganas, mundo, e não te engano a ti. Esses monstros atuais, não os cativa Orfeu, a vagar, taciturno, entre o talvez e o se. Não deixarei de mim nenhum canto radioso, uma voz matinal palpitando na bruma e que arranque de alguém seu mais secreto espinho. De tudo quanto foi meu passo caprichoso na vida, restará, pois o resto se esfuma, uma pedra que havia em meio do caminho. ANDRADE, Carlos Drummond de. Claro enigma. São Paulo: Companhia das Letras, 2012, p. 19. A partir da leitura, assinale a alternativa incorreta: a) O poema instaura diálogo com as poéticas clássicas, uma vez que é construído em forma de soneto e possui rimas. b) Se anos antes Drummond havia escrito “no meio do caminho tinha uma pedra”, no verso final de “Legado” observa-se que o autor é mais formal no último verso. c) O poema “Legado” tematiza a identidade pessoal, negando a preocupação com a referência nacional. d) O poema “Legado” tematiza, por meio da metalinguagem, aquilo que a poesia de Drummond deixará como lembrança. e) Nos dois últimos tercetos, o eu lírico avalia o que restará de sua poesia não é uma voz grandiosa e reveladora de sensações. 19.

de sol a sol soldado

de sal a sal salgado

de sova a sova sovado

de suco a suco sugado

de sono a sono sonado

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sangrado de sangue a sangue

(Haroldo de Campos)

O poema concretista, acima indicado, apresenta as seguintes inovações no campo verbal e visual: a) abolição do verso tradicional; desintegração do sistema em seus morfemas; a palavra dá lugar ao símbolo gráfico. b) apresentação de um ideograma; uso de estrangeirismos, esfacelamento da linguagem. c) ausência de sinais de pontuação; uso intensivo de certos fonemas; jogos sonoros e uso de justaposição. d) uso construtivo dos espaços brancos; neologismo; separação dos sufixos e dos prefixos; uso de versos alexandrinos. e) apresentação de trocadilhos; uso de termos plurilinguísticos; desintegração da palavra e emprego de símbolos gráficos. 20. Sabemos que a poesia concreta adota, entre outros procedimentos, a valorização do poema no espaço branco da página. Com apoio das artes gráficas, os textos ganham em expressividade visual. Baseado neste comentário, leia o poema de Arnaldo Antunes, como foi originalmente editado, e responda ao que se pede: Esse poema pode ser enquadrado nos parâmetros da Poesia Concreta devido: a) à disposição espacial das palavras. b) à temática complexa que aborda as dificuldades concretas do ofício de escritor. c) a sua total ausência de sentido. d) ao seu caráter pessimista e melancólico. e) à repetição das palavras “pensa” e “nunca”.