Projeto Eletromag Momentos 1
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7/26/2019 Projeto Eletromag Momentos 1
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Aluno: Guilherme Praciano Karst Caminha
Disciplina: Eletromagnetismo 1
Professor: Odilon Maroja
Mtodo dos Momentos
1.
Introduo
Na arte de resolver problemas vindos da fsica, matemtica e engenharias, percebeu-se que
possvel substituir o problema de resolver uma equao diferencial por integrao, pelo problema
equivalente de se encontrar uma funo que d o valor mnimo de uma integral. Esta classe de
problemas chamada de Problemas Variacionais. Os mtodos que nos permitem reduzir o problemade integrar uma equao diferencial ao problema variacional equivalente so chamados de Mtodos
Variacionais. Os mtodos variacionais formam uma base para o Mtodo dos Momentos, que
utilizado neste projeto, e tambm para o Mtodo dos Elementos Finitos, que largamente utilizado
em diversas reas da engenharia.
Os mtodos variacionais podem ser divididos em duas categorias: mtodos diretos e
indiretos. O mtodo direto o mtodo clssico de Rayleight-Ritz, enquanto o mtodo indireto
geralmente como mtodo dos resduos ponderados, tendo como exemplo o mtodo de Garlekin ou
mtodos de mnimos quadrados.
2.
Resduos Ponderados
O mtodo dos resduos ponderados uma tcnica de obteno de solues aproximadas
bastante genrico, no sendo limitado a uma classe especfica de problemas variacionais como
acontece noutros mtodos, como o mtodo de Rayleight-Ritz.
Considere ento a equao-operador
1Onde L qualquer operador linear,
uma funo desconhecida e g um termo fonte.
No mtodo dos resduos ponderados, a soluo da equao 1 aproximada usando funes
de expanso un:
= 2Onde os termos an so chamados de coeficientes de expanso. Ns pretendemos ento
obter
3
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Substituindo a soluo aproximada no operador resulta em um resduo R:
4No mtodo dos resduos ponderados, funes de ponderao w m, que em geral no so as
mesmas que un, so escolhidas de forma que a integral de um resduo ponderado zero:
0 5A equao 5 tambm conhecida como a definio do produto interno entre as funes w m
e R:
, 0 6Se um conjunto de funes de ponderao {wm} escolhido, e o produto interno da equao
2 tirado pra cada wm, obtemos
, = , , 1,2, , 7O sistema de equaes lineares da equao 7 pode ser colocado em uma forma matricial do
tipo
8Onde Amn= , Bm= , Xn= an. Resolvendo para [X] e subistutindo na equao
2, obtemos uma soluo aproximada para a equao 1.
O grande desafio ento escolher as funes de ponderao wm. Cada mtodo de resduos
(Garlekin, mnimos quadrados...) possui uma tcnica diferente de escolher estas funes.
3. Equaes Integrais
Uma equao integral qualquer equao envolvendo uma funo desconhecida sob umsinal de integral. Alguns exemplos de equaes integrais so as transformadas de Fourier e Laplace.
As equaes integrais lineares que so mais frequentemente estudadas caem em duas
categorias, chamadas de Fredholm e Volterra. Por exemplo, as equaes de Fredholm de primeira e
segunda categoria so, respectivamente:
, 9 , 10
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Onde um parmetro escalar ou complexo. As funes K e f e os limites a e b soconhecidos, enquanto desconhecido. A funo K conhecida como o kernel da equao integral.O parmetro muitas vezes igual a um.
As equaes de Volterra so similares, apresentando porm um limite superior de
integrao varivel. Se f(x)=0, as equaes integrais mostradas tornam-se homogneas. importante salientar que estas equaes so homogneas pois entra na equao de forma linear.Uma equao no-linear se aparecer com potncia maior que um sob o sinal de integral.Se o limite a ou b, ou o kernel K tornar-se infinito, uma equao integral dita singular. E o
kernel K(x,t) dito simtrico quando K(x,t) = K(t,x).
Intuitivamente, equaes diferenciais e equaes integrais possuem a mesma natureza. De
fato, a maioria das equaes diferenciais ordinrias podem ser expressas na forma de equaes
integrais. Porm, o contrrio nem sempre possvel. Por exemplo, se considerarmos uma equao
diferencial ordinria de primeira ordem
, , 11A equao 11 pode ser trivialmente escrita como uma equao de Volterra de segunda
categoria, bastando integr-la uma vez:
, 12Qualquer soluo da equao 12 satisfaz a equao 11 e as condies de contorno.
Uma forma bastante sistemtica de se obter uma equao integral construindo uma
funo auxiliar chamada de Funo de Green. A funo de Green o kernel da equao integral
obtido de um problema de valor de contorno, e forma a ligao entre as formulaes diferenciais e
integrais. A funo de Green tambm permite que problemas no homogneos (i.e. com termo
fonte) sejam solucionados, reduzindo-os a um problema homogneo.
Para se obter o campo causado por uma fonte distribuda atravs da tcnica da funo de
Green, ns buscamos os efeitos de cada poro elementar da fonte e somamos. Se G(r, r) o
campo no ponto de observao rcausado por uma carga pontual em r, ento o campo em rpor
uma distribuio g(r) a integral de g(r)G(r, r) sobre o domnio de rocupado pela fonte.
Consideremos ento uma equao diferencial parcial de segunda ordem dada por
13Definimos ento a funo de Green correspondente ao operador diferencial L como a
soluo para a equao no homognea de fonte pontual
, , 14Onde (r, r) a funo delta de Dirac. Por definio, esta funo dever satisfazer
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, 15Nota-se da equao 14 que a funo de Green pode ser interpretada como a soluo para o
problema de contorno dado com o termo fonte g substitudo pela funo impulso unitrio. Portanto,
G representa fisicamente a resposta do sistema linear a um impulso unitrio aplicado no ponto r=r.
A construo de uma funo de Green no espao livre correspondente a uma EDP
usualmente feita sendo a funo de Green G a soma de alguma integral da equao no
homognea LG=g e a soluo da equao homognea associada LG=0. Ou seja,
, , , 16Onde F, conhecida como a funo de Green do espao livre, ou soluo fundamental,
satisfaz
, 17E U satisfaz
0 18De forma que a superposio G=F+U satisfaa a equao 14. Alm disso, para que G=f no
contorno, necessrio que
19
Dessa forma, para o problema tridimensional
20E portanto, da equao 14, a funo de Green G((x,y,z), (x, y, z)) satisfaz
(x,y,z, x,y,z) x xy yzz 21Portanto, da equao 17, F deve satisfazer
x xy yz z 22Para qualquer r r,
1 0 23Que, integrando-se duas vezes, gera
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24Uma das propriedades da funo de Green que a sua derivada direcional possui uma
descontinuidade em r, especificada pela equao
lim 1 25Onde n a normal direcionada para fora para a esfera de raio ao redor do ponto fonte r.
Temos que
| | 26Aplicando a equao 25 na equao 24, temos
1 lim lim 4 27Ou
14 28Escolhendo B = 0 nos leva a
14 29E
14 30Onde U deve ser escolhido de forma que G satisfaa as condies de contorno.
Podemos ento, com a funo de Green para o espao livre, reescrever a forma integral daequao de Poisson
31Como
(, ) 32Ou finalmente,
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4 334. Mtodo dos Momentos
Nosso interesse com o Mtodo dos Momentos o de resolver equaes com um operadorintegral. O mtodo dos momentos um procedimento genrico para a soluo da equao 1. Este
mtodo possui este nome pois baseia-se no processo de obter-se momentos ao se multiplicar por
uma funo de ponderao apropriada e integrar, como discutido anteriormente para o caso dos
resduos ponderados. Este mtodo essencialmente o mtodo dos resduos ponderados. Portanto,
aplicvel para a soluo de equaes diferenciais e integrais.
O procedimento para a aplicao do mtodo dos momentos para resolver a equao 1
usualmente envolve quatro passos:
1.
Derivao da equao integral apropriada,
2.
Converso (discretizao) da equao integral em uma equao matricial usandofunes de expanso e funes de ponderao,
3.
Clculo dos elementos da matriz, e
4.
Soluo da matriz para obter os parmetros de interesse.
Para o problema de um fio condutor fino de raio a e comprimento L, em espao livre, e com
L >> a, mantido a um potencial V0, colocado na origem e na direo do eixo z, temos que a
formulao integral que objetiva encontrar a distribuio de cargas da equao 33 pode ser reduzida
para
4
34
Para a densidade superficial, temos 2e portanto reduzimos nossa formulao para 2
35
sabido que uma integrao pode ser reescrita como uma soma infinita de termos
infinitesimais, ou seja
= 36Ou seja, o intervalo L dividido em N unidades de comprimento . Com o fio dividido em N
unidades de comprimento igual a /, a equao 35 torna-se2 11 22 37
Como a equao 37 se aplica a todos os pontos k do fio, definimos rncomo
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| | 38E portanto reescrevemos a equao 37 como
2 1| | 2| | | | 39
Os auto-termos sero dados pela expresso:
2
40
Ou seja,
2 2 2 41
Escrevendo as equaes 39 e 41 para cada um dos N pontos do fio, obtemos um sistema
linear:
2 2
2 2| | | |
2 1| | 2 2 | |2 1| | 2| | 2
2 42
Podemos ento reescrever a equao 41 em forma matricial
43Onde
[
22 ]
| | ,
44
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2 2
1
2
Neste trabalho, para que os valores z=0 e z=L sejam obtidos pela implementao, o valor N
incrementado em dois.
Para o caso em que a = 1mm, L = 10cm, 1e N = 20, temos a seguinte aproximaopara a distribuio superficial de carga no fio:
Z RHO (1e-8)
0 0.2452
0.0048 0.1968
0.0095 0.1845
0.0143 0.1779
0.0190 0.1736
0.0238 0.1708
0.0286 0.1687
0.0333 0.1673
0.0381 0.1663
0.0429 0.1657
0.0476 0.16540.0524 0.1654
0.0571 0.1657
0.0619 0.1663
0.0667 0.1673
0.0714 0.1687
0.0762 0.1708
0.0810 0.1736
0.0857 0.1779
0.0905 0.1845
0.0952 0.1968
0.1000 0.2452
Lembrando que com o detalhe explicado anteriormente, temos ento 22 valores calculados.
Importante salientar que este apenas um detalhe de implementao, e no interfere nos
resultados.
interessante ento observar o resultado para diferentes valores de N. A imagem 1 mostra
alguns resultados.
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Figura 1Plot da soluo para diversos N
A partir da densidade superficial possvel obter a densidade linear atravs da expresso 2. Desta forma, como
=
45
Na figura 2, mostra-se o resultado da convergncia da carga total no fio em funo das N
iteraes, e na figura 3 o mesmo resultado mostrado para a capacitncia em relao ao infinito.
Figura 2Convergncia da carga total
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Figura 3Convergncia da capacitncia
5.
Anlise dos Resultados
O mtodo dos momentos demonstrou-se ser uma ferramenta poderosa para calcular
aproximaes para equaes integrais. Porm, alguns problemas ficaram muito aparentes com a
formulao e as condies de simulao adotadas, onde por exemplo, no foi tomado o devido
cuidado adicional para no se ter problemas com aproximao ponto flutuante. Devido a estes, no
possvel calcular a aproximao para valores de N muito grandes, pois isto gera grandes oscilaes
no resultado, como mostrado na figura 4.
Figura 4Oscilaes no resultado aparecem aps N=60
Como o mtodo dos momentos baseado em uma forma extremamente primitiva de
integrao numrica (basicamente uma quadratura retangular centrada no n), tentou-se utilizar
uma forma levemente melhor, que seria a quadratura trapezoidal, dada por
2 46
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Desta forma, temos, ao invs do resultado obtido na equao 36:
2
2 2 47
Com este mtodo, foi possvel obter mais estabilidade e preciso nas simulaes. A figura 5
mostra um exemplo desta estabilidade. necessrio porm salientar que este um mtodo que
requer a montagem de um sistema um pouco mais complexo, e que este mtodo provavelmente
no pode mais ser chamado de mtodo dos momentos.
Figura 5Comparao dos dois mtodos para N = 90
6. Trabalhos Futuros
Uma possibilidade alm destas, seria a de se implementar um algoritmo de quadratura maisavanado, como a regra de Sampson. Esta regra diz que
6 4 2 48Com esta regra, e dado que
49
Podemos obter a expresso
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2 6 1 42 3 3 44 5
1 4 1
+
50
Lembrando que
| | 51Desta forma, obtemos
2 6 1 42 3| | 3 44 5| |
1 4 1| +| 52
E, simplificando e agrupando termos, chegamos em uma forma geral.
12 1| | 42| | 23 1| | 1| | 44| | 25 1| | 1| | 22 1
| | 1
| |
41| | | |53
Este mtodo no foi implementado neste projeto, portanto no possvel demonstrar sua
viabilidade.
7. Apndice A Cdigo MATLAB
a = 0.001;
e0 = 8.8541e-12;v0 = 1.0;L = 0.1;
N = 50;d = L/(N+2);
A = ones(N+2, N+2);
I=0:(N+1);
Z = d*I;
% Regra de quadratura. Retangular ou trapezoidal?rect = true;
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Ann = log((d+sqrt(d*d + a*a))/(-d+sqrt(d*d + a*a)));
% Regra trapezoidalif(rect == false)
fori=1:(N+2)
forj=1:(N+2)if(i ~= j)
A(i,j) = A(i,j)*(d/(abs(Z(i)-Z(j))));else
A(i,j) = A(i,j)*Ann;
if(j > 1)A(i,j-1) = A(i,j-1)/2;
endif(j < (N+2))
A(i,j+1) = A(i,j+1)/2;endend
end
end% Quadratura retangularelse
fori=1:(N+2)forj=1:(N+2)
if(i ~= j)A(i,j) = A(i,j)*(d/abs(Z(i)-Z(j)));
else
A(i,j) = A(i,j)*Ann;endend
endend
B = (2*v0*e0/a)*ones((N+2),1);
RHO = A\B;