Projeto Ferro Carajás S11D

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Projeto Ferro Carajás S11D Um novo impulso ao desenvolvimento sustentável do Brasil

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Projeto Ferro Carajás S11D

Um novo impulso ao desenvolvimento sustentável do Brasil

P r o j e t o F e r r o C a r a j á s s 1 1 D o P r o j e t o F e r r o C a r a j á s s 1 1 D

Projeto Ferro Carajás S11DUm novo impulso ao desenvolvimento sustentável do Brasil

4 5P r o j e t o F e r r o C a r a j á s s 1 1 D

Esta publicação da Vale tem o objetivo de apresentar

à sociedade o projeto Ferro Carajás S11D.

O projeto representa a expansão da atividade de extração e

processamento de minério de ferro no Complexo Minerador de

Carajás, em operação desde 1985. Desde então, além de produzir

o melhor minério de ferro do mundo, abastecendo o mercado

nacional e internacional, a atuação da Vale nos municípios de

Parauapebas e Canaã dos Carajás, no sudeste do Pará, proporcionou

à região Norte do Brasil um forte ciclo de desenvolvimento

econômico e social, com benefícios igualmente importantes

para a conservação do meio ambiente.

Por meio das experiências vividas em Carajás, e de projeções sobre

a expansão do complexo minerador, a Vale pretende compartilhar

com a sociedade, nesta publicação, a importância do projeto S11D

para a existência de mais um ciclo de desenvolvimento sustentável

nos estados do Pará e do Maranhão – onde se situa o Terminal

Portuário de Ponta da Madeira – e para a continuidade da inserção

do Brasil como um agente importante no mercado mundial de

minério de ferro.

Os dados quantitativos do projeto S11D aqui informados

são estimativas e devem ser considerados como tal.

Agosto de 2013

Apresentação

6

A Vale é uma mineradora global comprometida com práticas sustentáveis

em toda a cadeia do seu negócio. Presente em mais de 30 países, somos a

maior produtora mundial de minério de ferro e a segunda maior de níquel,

além de produzir cobre, manganês, ferroligas, carvão, fertilizantes e metais

do grupo da platina.

Investimos em ativos de classe mundial, capazes de criar valor ao longo dos

ciclos e que possuam vida longa, baixo custo, possibilidades de expansão e

produção de alta qualidade. O investimento da empresa também se estende

às pessoas e ao meio ambiente. Buscamos construir uma cultura organizacional

que valorize a diversidade, seja justa e inclusiva, ofereça oportunidades de

crescimento profissional e privilegie a saúde e segurança do empregado.

Além disso, a Vale se dedica a construir relações fortes e abertas nas

comunidades em que está presente e busca continuamente novas

maneiras de equilibrar o progresso humano e a proteção da natureza.

Quem somos

Parauapebas

Açailândia

Santa Inês

São Luís

Marabá

CarajásS11D

Canaã dos Carajás

Futuras instalações do Complexo Mina/Usina S11D

Instalações de apoio S11D

Expansão da Estradade Ferro Carajás

Remodelação de linhas existentes

504 km

226 km

Construção do RamalFerroviário Sudeste do Pará

101 km

Expansão do Terminal Portuário de Ponta da Madeira

Rodovia Municipal de Canaã dos Carajás

Complexo Minerador de Carajás

S11D

Estrada de Ferro Carajás

Rodovia

O Complexo Minerador de Carajás

Paulo Moreira / MMAS / Agência Vale

8 9P r o j e t o F e r r o C a r a j á s s 1 1 D o P r o j e t o F e r r o C a r a j á s s 1 1 D

O projeto Ferro Carajás S11D

Maria do Socorro / Agência Vale

10 11P r o j e t o F e r r o C a r a j á s s 1 1 D o P r o j e t o F e r r o C a r a j á s s 1 1 D

Um empreendimento de dimensões superlativas, que

representará o maior volume de investimento privado

no Brasil nesta década, promete dar um novo impulso ao

desenvolvimento econômico e social nos estados do Pará

e do Maranhão, contribuindo, ainda, para a conservação

ambiental no bioma amazônico. Esse é o projeto Ferro

Carajás S11D, que a partir de 2016, uma vez obtida a

Licença de Operação, aumentará a quantidade de minério

de ferro extraída do Complexo Minerador de Carajás,

no sudeste paraense.

A Vale chegou por lá no início da década de 1980, quando

a ideia de extrair riquezas do solo de uma área florestal

parecia inusitada. Ao longo dessas três décadas de

atuação, a operação se mostrou um sucesso, contribuindo

para a melhoria da vida da população dos arredores,

fortalecendo a economia brasileira e contendo

a transformação de áreas florestais em pastagens.

Na área ambiental, todo o cuidado é necessário

quando se está operando em meio a riquezas naturais

de valor inestimável para o Brasil e o mundo.

O compromisso da Vale com o respeito ao meio

ambiente motivou investimentos diretos em áreas

próprias e públicas, contribuindo atualmente para

a proteção de mais de 8 mil km², metade deles na

Floresta Nacional de Carajás, que cedeu apenas 3%

de sua área para o complexo minerador.

Por sua vez, a experiência da empresa em Carajás

permitiu o desenvolvimento de tecnologias produtivas e

logísticas que diminuirão muito o impacto ambiental do

futuro empreendimento, em termos de recursos naturais

utilizados e emissão de poluentes. Quando estiverem

operacionais, a mina e a usina do projeto S11D produzirão

com economia de 93% no consumo de água, 77% no

uso de combustível, possibilitando a redução de 50% na

emissão de gases de efeito estufa, quando comparado aos

métodos convencionais. A nova área de extração também

será mais eficiente no consumo de energia elétrica.

Carajás representou também uma mudança de patamar

para a economia do sudeste do Pará. Parauapebas, por

exemplo, se tornou o primeiro município em exportações no

Brasil, com o aumento na arrecadação tributária decorrente

das atividades econômicas geradas a partir da mineração,

e no número de empregos qualificados. Movimento

semelhante, embora em menor escala, ocorreu ao longo

da Estrada de Ferro Carajás e em São Luís do Maranhão, por

onde a produção de minério é embarcada para o exterior.

O projeto S11D promete um novo ciclo de desenvolvimento,

Daquela “aventura” já longínqua, iniciada com a produção

anual de um milhão de toneladas de minério de ferro e

uma usina de processamento semi-industrial, até 2012,

quando se obteve a marca de 106,8 milhões de toneladas

produzidas, a Vale viveu uma trajetória de desafios

e muito aprendizado na região.

Em primeiro lugar, aprendeu a gerir os impactos sociais

que um empreendimento desse vulto representa para os

municípios envolvidos. Ao mesmo tempo que aumenta

exponencialmente as ofertas de trabalho e o nível de renda

das pessoas, induz a ocorrência de fluxos migratórios que

podem levar problemas para uma área despreparada.

Por isso, a empresa investe no relacionamento com

as comunidades e em iniciativas de cunho social;

desenvolve programas de qualificação de mão de obra

e empreendedorismo local; e investe em infraestrutura,

por meio de parcerias com o poder público.

Benefícios econômicos, sociais e ambientais apresentados em Carajás desde 1985 atestam o potencial transformador do projeto da Vale

Um novo ciclo de desenvolvimento

Simulações do projeto Ferro Carajás S11D

12 13P r o j e t o F e r r o C a r a j á s s 1 1 D o P r o j e t o F e r r o C a r a j á s s 1 1 D

gerando 30.000 empregos nos estados do Pará e Maranhão

no pico das obras – esse número congrega todos os

trabalhadores necessários desde a implantação da usina,

passando pela expansão da ferrovia e do Terminal Portuário

de Ponta da Madeira.

Projeto estratégico para a Vale e o Brasil

Atualmente, a Vale realiza, em Carajás, a operação

simultânea de cinco minas de ferro a céu aberto.

O complexo é o maior produtor de minério de ferro

no planeta, além de possuir um produto com alto teor

de ferro (66,7%) e baixa concentração de impurezas.

O S11D fornecerá 90 milhões de toneladas métricas

de minério de ferro por ano. Quando estiver em

plena capacidade, o projeto contribuirá para que

a produção total de minério da Vale no Pará alcance

230 milhões de toneladas por ano. Em conjunto com

os demais empreendimentos previstos para a região,

S11D posicionará o sudeste do Pará em patamar de

importância equivalente à do Quadrilátero Ferrífero,

localizado em Minas Gerais.

O projeto recebeu esse nome em referência à sua

localização (corpo S11, Bloco D). O potencial mineral

do corpo S11 é de 10 bilhões de toneladas de minério

de ferro, sendo que o bloco D, isoladamente, possui

reservas provadas e prováveis de 4,24 bilhões

de toneladas métricas.

É o maior projeto da indústria de minério de ferro, sendo

estratégico para a Vale manter sua posição de liderança

no mercado global, em termos de volume, custo

e qualidade. Sua produção atenderá a demanda mundial

aquecida pelos crescentes investimentos em construção

civil, máquinas, equipamentos, aviões, celulares e outros

elementos essenciais no dia a dia que têm o minério

de ferro como ingrediente.

Resultado de cinco anos de estudos ambientais e de

engenharia, com equipes técnicas de Brasil, Canadá e

Austrália envolvidas no seu desenvolvimento, o projeto S11D

reúne todo o aprendizado da Vale na mineração em Carajás,

além de seguir a Política de Desenvolvimento Sustentável da

empresa, que está alinhada a iniciativas globais como o Pacto

das Nações Unidas, o Conselho Internacional de Mineração

e Metais (ICMM) e o Fórum Global da Sustentabilidade da

Indústria da Mineração. Um dos desdobramentos dessas

diretrizes foi a definição pela implantação da planta de

processamento e de todas as instalações industriais em áreas

de pastagem, fora da Floresta Nacional de Carajás

Serão US$ 19,67 bilhões em investimentos, sendo

US$ 8,09 bilhões na instalação da nova mina e da

usina de processamento, e o restante destinado

à infraestrutura logística.

A previsão é de que S11D entre em operação em 2016, o

que representará 3.600 postos permanentes de trabalho

Produção de minério de ferro no Complexo Minerador de Carajás (em milhões de toneladas)

*Projeção incluindo a produção estimada do S11D, de 90 milhões de toneladas por ano, quando estiver operando a plena capacidade

2018

0

230

110

1985

1

230

2012

106,8

Simulação do projeto Ferro Carajás S11D

14 15P r o j e t o F e r r o C a r a j á s s 1 1 D o P r o j e t o F e r r o C a r a j á s s 1 1 D

na região. Somente na fase de implantação, o projeto irá

gerar aproximadamente 3.100 empregos diretos e 9.800

indiretos no Pará.

O minério lavrado a céu aberto será transportado até

a usina por meio de correias. O processamento usará a

umidade natural, eliminando o uso de água nessa etapa.

O produto será então levado até a Estrada de Ferro

Carajás (EFC) por um novo ramal ferroviário, de 101

quilômetros. A EFC, por sua vez, ganhará expansão de

mais de 504 quilômetros, transportando o minério até

o Terminal Portuário de Ponta da Madeira, que também

terá sua capacidade ampliada.

Até junho de 2013, atingimos 45% de avanço físico

no empreendimento, com investimento realizado de

US$ 2,18 bilhões na construção de infraestrutura básica,

como estradas de acesso, montagem de módulos

operacionais e instalações para os empregados, compras

de equipamentos e estruturas metálicas.

Com a emissão da Licença de Instalação (LI) em julho

de 2013, o empreendimento prevê um prazo de três

anos para a sua implantação. Atenta ao potencial de

desenvolvimento local e à crescente demanda por

mão de obra qualificada, a Vale investe na capacitação

de profissionais da região, pensando não só no seu

aproveitamento no projeto, mas também em serviços

e negócios gerados a partir dele.

Perfil dos investimentos do projeto S11D

Mina e usina US$ 8,09 bilhões

Infraestrutura logística US$ 11,58 bilhões

Total US$ 19,67 bilhõesPara deixar um legado positivo nas regiões em

que atua, principalmente em áreas distantes

dos grandes centros urbanos, a Vale investe na

capacitação profissional dos moradores das

cidades onde opera, oferecendo cursos gratuitos

em parceria com instituições reconhecidas

nacionalmente. O objetivo é proporcionar o

desenvolvimento socioeconômico da comunidade

local, facilitando o acesso às oportunidades de

emprego e renda gerados pelo S11D ou por

negócios associados ao projeto, como hotelaria,

alimentação e serviços em geral.

Em 2012, o Programa de Preparação para o Mercado

de Trabalho (PPMT) capacitou 520 pessoas em

Canaã dos Carajás, um aumento de mais de 265%

em relação aos 196 alunos que concluíram o

curso no ano anterior, totalizando 716 formados.

Conduzido em parceria com o Senai (Serviço

Nacional de Aprendizagem Industrial) e o Senac

(Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial), o

programa já promoveu cinco ciclos de treinamento,

com foco nos cursos que apresentassem maior

potencial de aproveitamento dos alunos nas obras

do projeto e em atividades de apoio na região.

Ao todo, foram 37 turmas de capacitação, 14 em

2011 e outras 23 em 2012, para funções como

auxiliar de topografia, eletricista, montador de

estruturas metálicas, pedreiro, mecânico industrial,

soldador, operador de caixa e auxiliar de serviços

gerais. Também foram realizados cursos de

excelência no atendimento, técnicas de cozinha

industrial e gestão de pousadas e pequenos hotéis.

Todos os cursos contam com 160 horas-aula e

abordam temas transversais relacionados a saúde

e segurança, ética e conduta profissional

e meio ambiente.

Em levantamento realizado junto a 304 alunos

formados pelo PPMT no ano de 2012, contatou-

se que 49% dos alunos já estavam empregados

menos de um ano após terem concluído

os cursos.

O ano de 2013 também vem apresentando bons

resultados: no primeiro semestre, 232 alunos foram

formados nas funções de camareiro, cozinheiro

industrial, montador industrial e operador de

empilhadeira e, até o fim do ano, estão previstas

255 vagas em novos cursos.

Desenvolver pessoas para desenvolver o território

1 US$ = R$ 2,00

S11D Empregos gerados (estimativa)

Fase de implantação

Pico de obras Fase de operação

12.900*

30.000**

3.600***

* Empregos diretos e indiretos ** Inclui temporários*** Empregos permanentes

16 17P r o j e t o F e r r o C a r a j á s s 1 1 D o P r o j e t o F e r r o C a r a j á s s 1 1 D

2011 2012 Total Ciclos 2011/12Turma Ciclo 1 Ciclo 2 Ciclo 3 Ciclo 4 Ciclo 5

Auxiliar de topografia 2 1 3

Eletricista (predial / industrial / geral) 4 2 2 1 9

Ferreiro armador 2 2

Montador de estruturas metálicas 1 1 2

Pedreiro 1 1

Mecânico industrial 5 3 8

Soldador (geral / a arco elétrico) 2 1 3

Excelência no atendimento 1 1

Gestão de pousadas/pequenos hotéis 1 1

Técnicas de cozinha industrial 1 2 3

Operador de caixa 3 3

Auxiliar de serviços gerais 1 1

Subtotais 9 5 9 8 637

Total 14 23

2011 2012 Total Ciclos 2011/12Turmas Ciclo 1 Ciclo 2 Ciclo 3 Ciclo 4 Ciclo 5

Auxiliar de topografia 27 14 41

Eletricista (predial / industrial / geral) 69 35 64 16 184

Ferreiro armador 23 23

Montador de estruturas metálicas 13 5 18

Pedreiro 10 10

Mecânico industrial 142 33 175

Soldador (geral / a arco elétrico) 49 17 66

Excelência no atendimento 40 40

Gestão de pousadas / pequenos hotéis 25 25

Técnicas de cozinha industrial 48 46 94

Operador de caixa 32 32

Auxiliar de serviços gerais 8 8

Subtotais 132 64 255 179 86716

Total 196 520

PPMT Canaã dos Carajás — 2011/2012 — Cursos PPMT Canaã dos Carajás — 2011/2012 — Alunos formados

Paulo Moreira / MMAS / Agência Vale Paulo Moreira / MMAS / Agência Vale

18 19P r o j e t o F e r r o C a r a j á s s 1 1 D o P r o j e t o F e r r o C a r a j á s s 1 1 D

Desenvolvimento econômico

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Val

e

20 21P r o j e t o F e r r o C a r a j á s s 1 1 D D E S E N V O L V I M E N T O E C O N Ô M I C O

O projeto Ferro Carajás S11D vai injetar na economia

US$ 19,67 bilhões em investimentos, o que representa

26,2% do total de investimentos previstos até 2016 na

mineração brasileira e 42,7% do valor a ser aplicado no

segmento de minério de ferro, no mesmo período.

Regionalmente, o empreendimento impulsionará um

novo ciclo de desenvolvimento, ao contribuir para a

expansão da cadeia produtiva dos estados do Pará e do

Maranhão, com efeitos multiplicadores sobre a renda,

o mercado de trabalho, a arrecadação tributária e o

ambiente de negócios em geral. A confiança do sucesso

da iniciativa tem como base o aprendizado de mais

de 30 anos de atuação da empresa na região Norte.

Com a implantação do projeto S11D, a Vale terá

reforçada sua posição de líder global no mercado de

mineração. O empreendimento determinará a melhoria

da infraestrutura ferroviária e portuária regional, com

repercussões positivas para a eficiência logística e

a competitividade do sistema produtivo nacional.

Quando entrar em operação plena, a partir de 2016, o

empreendimento produzirá 90 milhões de toneladas de

minério de ferro por ano, volume pouco menor que a

produção atual da mina de Carajás, atingida após duas

décadas de operação.

O impacto no comércio exterior é, de fato, uma boa

medida da importância do S11D para a economia

do Brasil. O minério de ferro representou, em 2012, 80%

das vendas de minério brasileiras, atingindo um valor

de US$ 31 bilhões, nada menos que 12,78% do total das

exportações brasileiras. A Vale foi responsável por cerca

de 80% dessas vendas. A região Norte, isoladamente,

participou com 29,7% nas exportações do produto.

Novo empreendimento da Vale em Canaã dos Carajás induzirá o desenvolvimento regional no Pará e no Maranhão, além de contribuir para o equilíbrio da balança comercial brasileira

Mais riquezas para compartilhar

Investimentos diversificados

A região de Carajás é uma das maiores províncias minerais

do mundo, contendo grandes depósitos de minério de

ferro, manganês, cobre, níquel e ouro. A dinamização da

economia regional é um dos principais e mais visíveis

impactos positivos do projeto S11D, tanto na área em

que serão instaladas a mina e a usina, no estado do Pará,

como no porto que embarcará o minério para o exterior,

localizado no Maranhão, e ao longo do trecho da Estrada

de Ferro Carajás, que atravessa esses dois estados.

Dos US$ 19,67 bilhões orçados em investimentos,

a maior parte (US$ 11,58 bilhões) será aplicada na logística

(ferrovia e porto), sendo o restante destinado à mina

e à usina. Até junho de 2013, US$ 2,18 bilhões já

haviam sido efetivamente investidos na construção

de infraestrutura básica, como estradas de acesso

e instalações para empregados.

Para que o S11D entre em operação, além dos

investimentos na mina e na usina, a Vale ainda construirá

uma infraestrutura associada dedicada ao escoamento

da produção. Essa infraestrutura inclui a construção de

um ramal ferroviário no sudeste do Pará, ligando a usina

de processamento do minério à Estrada de Ferro Carajás,

além da expansão da própria ferrovia e do Terminal

Portuário de Ponta da Madeira, em São Luís (MA).

Uma nova rodovia, com 43 quilômetros de extensão,

já foi entregue. Ligando a zona rural ao centro urbano,

a Rodovia Municipal de Canaã dos Carajás foi inaugurada

em maio de 2013, com a realização de uma Corrida

de Integração, aberta à comunidade e aos trabalhadores

do projeto. A competição movimentou a cidade

com provas de 5 e 10 quilômetros, nas categorias

feminina e masculina.

Os valores aplicados em logística e tecnologia vão

garantir mais do que eficiência, crescimento

e sustentabilidade das operações: vão melhorar

a competitividade do país como um todo.

Dario Zalis / Agência Vale

22 23P r o j e t o F e r r o C a r a j á s s 1 1 D

O empreendimento S11D materializará o

aprendizado de mais de 30 anos de contribuição

da Vale para o desenvolvimento da região Norte,

apostando alto em seu potencial minerador.

No município de Parauapebas, no Pará, está

localizada a Província Mineral de Carajás, a maior

produtora de minério de ferro em operação do

planeta. Carajás engloba cinco minas da Vale

a céu aberto: N4E, N4W, N5E, N5W e N5S.

Também sai do Pará a maior linha férrea de

passageiros do Brasil, a Estrada de Ferro Carajás,

com 892 quilômetros de extensão, passando por

25 municípios até chegar a São Luís do Maranhão.

O trem de passageiros transporta cerca de 1.100

pessoas por viagem entre os dois estados.

Pelo mesmo trajeto, segue o maior trem de carga

do mundo, com 330 vagões, que, além do minério

de ferro, transporta manganês, ferro-gusa, cobre

e outros tipos de carga, como soja e combustível.

As atividades da Vale colocaram Parauapebas

(PA) em primeiro lugar no ranking dos municípios

exportadores. Segundo estatísticas oficiais do

Ministério do Desenvolvimento, Indústria e

Comércio Exterior (MDIC), Parauapebas exportou,

em 2012, US$ 8,798 bilhões, seguida de Anchieta

(ES), com US$ 3,230 bilhões; Nova Lima (MG),

US$ 2,831 bilhões; Vitória (ES), US$ 3,153 bilhões;

e São Gonçalo do Rio Abaixo (MG), com US$ 1,900

bilhões. Juntos, esses municípios somaram um

saldo de US$ 19,912 bilhões, mais que o superávit

comercial do país no ano (US$ 19,438 bilhões).

Transformação em mais de três décadas

de atuação da Vale na região

Paulo Moreira / MMAS / Agência Vale

D E S E N V O L V I M E N T O E C O N Ô M I C O

24 25P r o j e t o F e r r o C a r a j á s s 1 1 D o P r o j e t o F e r r o C a r a j á s s 1 1 D

Proteção ambiental

Paulo Moreira / MMAS / Agência Vale

26 27P r o j e t o F e r r o C a r a j á s s 1 1 D P R O T E Ç Ã O A M B I E N T A L

Diferentemente do que muitos pensam, a mineração

pode contribuir para a proteção ambiental. Isso é o que

demonstra a atuação da Vale no sudeste do Pará. Desde

que iniciou a extração de minério de ferro na região, em

1985, a empresa ajuda a preservar 400 mil hectares de

mata nativa, na Floresta Nacional de Carajás e outras áreas

do bioma amazônico, em parceria com o Instituto Chico

Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Além disso, a empresa mantém um viveiro, com capacidade

para produzir 1,2 milhão de mudas de 300 espécies

da Floresta Amazônica, com o objetivo de recompor

a vegetação de cerca de 10 mil hectares de terras

no entorno da Floresta Nacional de Carajás.

Ano a ano, a Vale também evoluiu no desenvolvimento

de tecnologias e sistemas de gestão que a levaram a

possuir, hoje, uma operação de menor impacto. E toda essa

experiência de mais de 30 anos está reunida no projeto

S11D, um empreendimento cuidadosamente planejado

para atingir a excelência operacional.

A Floresta Nacional de Carajás (Flona Carajás), que abriga

minas da Vale de ferro, manganês e cobre e abrigará

também o S11D, é uma Unidade de Conservação

criada em 1998 por decreto presidencial, e prevê, entre

outros objetivos, a “exploração sustentável dos recursos

naturais”, como a extração mineral. As operações da

Vale na Flona Carajás ocupam somente 3% da área da

floresta, de aproximadamente 4.120 km2. Além disso,

o apoio da Vale foi fundamental para evitar que a

pecuária e a atividade de madeireiras avançassem sobre

a cobertura vegetal. As imagens aéreas mostram um

cenário dominado por pastagens e áreas desmatadas

fora dos limites do Mosaico de Unidades de Conservação

da Região de Carajás.

Outras quatro áreas adjacentes, que totalizam

4.559,5 km2, compõem junto com a Flona Carajás

Passado, presente e futuro

A experiência de mais de 30 anos está reunida no projeto S11D, um empreendimento cuidadosamente planejado para atingir a excelência operacional

Imagens de satélite do Mosaico de Unidades de Conservação da região de Carajás

1985

2010

INPE - Instituto Nacional de Pesquisas EspaciaisSatélite Landsat 5

Satélite Landsat 5INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

Reserva Biológica do Tapirapé

Floresta Nacional do Tapirapé-Aquiri

Floresta Nacional de Carajás

A área marcada em amarelo

no mapa mostra os 8.679 Km²

do Mosaico das Unidades

de Conservação da região

de Carajás. As atividades da

Vale ocupam apenas 3% da

área da Floresta Nacional

de Carajás. A Vale ajuda a

proteger as unidades que

compõem o Mosaico em

parceria com o ICMBio.

A comparação das

imagens de satélite de

1985 e 2010 mostra a

importância do trabalho

de proteção na região de

Carajás para a preservação

da Floresta Amazônica.

Floresta Nacional do Itacaiúnas

Área de Proteção Ambiental do Igarapé do Gelado

área de floresta

área antropizada/desmatada

28 29P r o j e t o F e r r o C a r a j á s s 1 1 D

o Mosaico de Unidades de Conservação da Região de

Carajás. Esse mosaico é protegido pela parceria entre Vale

e ICMBio, que realiza atividades de fiscalização, pesquisa,

prevenção e combate a incêndios e educação ambiental.

Há, ainda, os projetos do Fundo Vale para o Desenvolvimento

Sustentável, um fundo de cooperação que atua em parceria

com organizações socioambientais e que contribui para a

conservação da Amazônia. Entre as iniciativas, destacam-se

o monitoramento contínuo do desmatamento em 100%

da Amazônia brasileira e o apoio a instituições que cuidam

de 63% das áreas protegidas no estado do Pará.

Essa participação da Vale na conservação do bioma

amazônico é apenas uma amostra do que a empresa

faz globalmente, pois está presente em diversas

regiões do mundo protegendo significativas reservas

de florestas naturais.

A empresa protege ou colabora com a proteção de

uma área 3,5 vezes maior do que a ocupada por suas

operações globais, totalizando 13,7 mil km2 de áreas

naturais. Em 2012, a Vale investiu US$ 1,025 bilhão

em proteção e conservação ambiental, em linha com

o valor investido no ano anterior.

Soluções inovadoras

No projeto S11D, a preocupação em diminuir os impactos

ambientais começa na localização escolhida para a usina

de processamento do minério de ferro. Será em uma área

já antropizada (com interferência do ser humano) e fora

da Floresta Nacional de Carajás.

Com o mesmo objetivo, de minimizar o impacto na floresta,

70% do ramal ferroviário que levará a produção até a

Estrada de Ferro Carajás também serão construídos em área

de pastagem. No trecho que passa dentro dos limites da

unidade de conservação, serão construídos um túnel e uma

ponte para evitar impactos diretos na vegetação e na fauna,

com investimento adicional de R$ 200 milhões.

Uma vez em operação, o projeto S11D seguirá diversos

procedimentos que visam minimizar os impactos

ambientais negativos.

Seguindo um compromisso estratégico da Vale de “reduzir a

demanda de água nas operações, por meio de tecnologias

novas ou correntes”, o processamento do minério será a

umidade natural, possibilitando a redução de 93% do consumo

de água em relação ao processo convencional, que requer uso

intensivo do recurso. A técnica também elimina a geração de

rejeitos com o máximo de aproveitamento do minério, pois

as partículas mais finas, que seriam descartadas no método

tradicional, misturam-se ao produto final. Além disso, 86% da

água captada nas instalações da Vale serão reutilizados.

Outro compromisso é o de reduzir em 5% as emissões

de gases de efeito estufa projetadas para 2020. Três

medidas contribuirão para a meta. A de maior impacto

é a adoção do sistema Truckless no transporte do minério

da mina para a usina. No lugar dos 100 caminhões

77%

93%

50%

18 mil MW

Redução do impacto ambiental*

de redução no uso de combustível

de redução no consumo de água utilizada no processamento do minério

de redução na emissão

de gases de efeito estufa

*Comparação da tecnologia de processamento a umidade natural, utilizada no S11D, em relação aos métodos convencionais

de energia elétrica

economizados por ano

Lucas Pupo/Agência Vale

P R O T E Ç Ã O A M B I E N T A L

30 31P r o j e t o F e r r o C a r a j á s s 1 1 D

fora-de-estrada que seriam necessários para esta tarefa, uma

estrutura composta de escavadeiras e britadores móveis

irá extrair o minério de ferro e alimentar 37 quilômetros

de correias transportadoras, que levarão o produto até a

usina de processamento. A substituição, além de diminuir a

quantidade de resíduos, como pneus, filtros e lubrificantes,

permitirá a redução de 77% do consumo de combustível.

Se comparados aos sistemas convencionais, o Truckless

e o processamento do minério a umidade natural

possibilitarão reduzir em 50% as emissões de gases de

efeito estufa ou 130 mil toneladas de CO2 equivalentes

por ano. Por sua vez, os principais equipamentos do

S11D serão movidos a energia elétrica. Somente tratores

de esteiras, motoniveladoras e outros equipamentos

auxiliares continuarão consumindo diesel.

Mosaico de Unidades de Conservação da Região de Carajás - composição

Por suas condições naturais, a Floresta Nacional de

Carajás é uma região que apresenta dificuldades no

combate e na detecção de focos de incêndios. Ciente

disso, o projeto S11D está investindo em um sistema

de monitoramento capaz de identificar estes focos

em até 5 minutos, tempo médio em que, segundo

estudos, a fumaça alcança o topo das árvores.

Instalado em parceria com o Instituto Chico Mendes

de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o Sistema

Forest Fire Finder faz a localização precisa do foco do

incêndio, fornecendo instantaneamente coordenadas

geográficas, imagens e dados atmosféricos, como

temperatura, umidade, direção e velocidade

dos ventos, pressão atmosférica e precipitação

pluviométrica. O sistema também indica o melhor

acesso ao local onde há fogo, possibilitando que as

equipes de combate cheguem ao foco do incêndio na

fase inicial da combustão, reduzindo seus impactos.

Os usuários do sistema têm acesso às informações

em tempo real, 24 horas por dia, por meio de um

site criado especificamente para essa finalidade e

que pode ser acessado em computadores, telefones

celulares e aparelhos móveis instalados nos interiores

de veículos. A detecção de incêndios é feita por meio

de uma unidade de varredura, equipada com uma

câmera ótica com lentes de longo alcance e que

podem realizar rotação horizontal de 360o e vertical

de 45o a 90o.

O Sistema Forest Fire Finder integra-se ao Programa de

Prevenção e Combate a Incêndios Florestais na região

da Província Mineral de Carajás, mantido pela Vale

em parceria com o ICMBio. O programa contempla

diversas iniciativas, como, por exemplo, a realização

de campanhas de prevenção junto às comunidades

próximas a áreas de proteção ambiental, realizadas

no período seco, entre junho e novembro.

Tecnologia revolucionária para detecção de incêndios florestais

Dario Zalis / Agência Vale João Marcos Rosa / Agência Vale

P R O T E Ç Ã O A M B I E N T A L

UnidadeÁrea (km2)

Floresta Nacional de Carajás 4.119,5

Floresta Nacional do Tapirapé-Aquiri 1.900,0

Floresta Nacional do Itacaiúnas 1.414,0

Reserva Biológica do Tapirapé 1.030,0

Área de Proteção Ambiental do Igarapé do Gelado

216,0

Total 8.679,5

Rogé

rio R

eis

/ Tyb

a / A

gênc

ia V

ale

Benefícios sociais

34 35P r o j e t o F e r r o C a r a j á s s 1 1 D B E N E F Í C I O S S O C I A I S

+ 0,8 alto desenvolvimento 0,6 - 0,8 desenvolvimento moderado 0,4 - 0,6 desenvolvimento regular - 0,4 baixo desenvolvimento

2000 2006 2010

Desde que o Complexo Minerador de Carajás começou a

ser implantado, na década de 1980, a região sudeste do

estado do Pará vivenciou um período de forte crescimento

populacional e econômico. A expressiva geração de renda

e emprego atraiu muitos trabalhadores de fora, o que

causou uma pressão sobre os serviços públicos e a oferta

de habitação, entre outros efeitos.

Ciente desses impactos, a Vale vem contribuindo para a

melhoria da infraestrutura e estreitando o relacionamento

com as comunidades, de forma a identificar as

necessidades e o potencial de cada território.

O impacto de grandes projetos de mineração no

desenvolvimento socioeconômico das localidades que os

recebem é visível nos dados apresentados pelo Índice Firjan

de Desenvolvimento Municipal (IFDM), um estudo anual que

acompanha a evolução de todos os 5.565 municípios brasileiros

em três segmentos: emprego e renda, educação e saúde.

No topo do ranking IFDM 2012 (ano-base 2010) relativo ao

Estado Pará, estão três municípios que possuem negócios

da Vale. Parauapebas vem em primeiro lugar, à frente

da capital Belém; Ourilândia do Norte ocupa a terceira

posição; e Canaã dos Carajás desponta no quarto lugar,

antes mesmo de iniciar a operação do projeto S11D.

Nos três segmentos considerados, os índices dos três

municípios mineradores são superiores à média estadual.

A comparação entre os dados de 2000 e 2010 revela que

Parauapebas, Ourilândia do Norte e Canaã dos Carajás

apresentaram evolução rápida em emprego, renda,

educação e saúde.

No quesito educação, em particular, Parauapebas

apresentou uma escalada, na última década, em seu

índice de desenvolvimento. Essa evolução foi atestada,

também, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(IBGE). Segundo o Censo 2010 do órgão, o índice de

analfabetismo no município caiu pela metade em relação

ao aferido pelo Censo 2000, passando de 16,3% a 8,1%.

Considerando apenas a geração de riquezas, é possível

constatar, também, a diferença dos municípios que

abrigam projetos de mineração para os demais. O salário

médio na fase de operação chega a ser cinco vezes

superior ao salário médio que prevalecia na economia

formal. Segundo o Censo 2010, os dois maiores PIB per

capita do Estado, em 2008, eram, respectivamente, Canaã

dos Carajás (R$ 48.639,03) e Parauapebas (R$ 45.225,41).

Com o projeto S11D, a Vale acredita que os benefícios

serão ainda maiores. Parte do contingente de profissionais

previstos para trabalhar nas fases de implantação e

operação do projeto já vem sendo beneficiada pelos

investimentos permanentes da Vale em formação de

mão de obra e capacitação da força produtiva local. São

oferecidos cursos de ajudante de eletricista, pintor predial,

mecânico montador, armador e ferreiro armador, ajudante

de obras, carpinteiro, pedreiro e outros.

Para acomodar os empregados que trabalharão na

implantação do projeto, além da infraestrutura da rede

de hotelaria existente em Canaã dos Carajás, serão

construídos três grandes alojamentos. Um deles foi

construído nas Instalações de Apoio da Vale no Sudeste

do Pará, a seis quilômetros da cidade de Canaã, com

Diálogo com as comunidades, respeito às culturas tradicionais e estudos de diagnóstico formam a base da atuação social da Vale na região de Carajás

Para deixar um legado positivo

0,5065

0,6502

0,6459

0,6538

0,6628

0,8048

Evolução no IFDM

Estado do Pará Parauapebas Ourilândia do Norte Canaã dos Carajás

Geral Geral Geral GeralEducação Educação Educação EducaçãoSaúde Saúde Saúde SaúdeEmpregoe renda

Empregoe renda

Empregoe renda

Empregoe renda

0,4

0,35

0,30

0,45

0,40

0,65

0,55

0,75

0,80

0,50

0,70

0,60

0,85

0,90

0,5051 0,4957 0,5169

0,40620,4281

0,36790,3945 0,3750

0,60520,5702

0,7592 0,8193

0,48190,5492

0,3969

0,3383

0,5899

0,70380,6132

0,6292

0,52910,6355

0,6291

0,6393

0,5052

0,8931

0,8768

0,6880

0,6277

0,7974

0,7464 0,7192

0,6041

0,69430,67940,7165

0,6312

0,8130

0,6939

0,6024

0,5998

0,6116

36 37P r o j e t o F e r r o C a r a j á s s 1 1 D

capacidade para atender até 3.500 empregados. Os outros

dois alojamentos estão sendo construídos próximos à

futura usina do empreendimento, a aproximadamente

50 quilômetros de Canaã. Os alojamentos terão áreas de

administração, lavanderia, cozinha, refeitório, treinamento,

centro comercial, área de lazer e centro ecumênico.

Informações qualificadas orientam as ações sociais

O conhecimento do território e a identificação dos

impactos gerados por empreendimentos, como o projeto

S11D, subsidiam o planejamento das ações sociais da Vale.

Em 2012, foi estruturado o Modelo de Issues e

Stakeholders (em livre tradução para o português: Modelo

de Acompanhamento de Temas Sensíveis gerados pelas

Partes Interessadas), que integra informações de projetos

e de operações já existentes, possibilitando o tratamento

mais eficaz de questões sociais ligadas a diferentes

empreendimentos localizados em um mesmo território.

O modelo lança mão de aspectos evidenciados no diálogo

com as comunidades, nos estudos socioeconômicos,

na gestão das demandas e nos planos de ação social

conduzidos pela empresa.

As práticas de engajamento vêm sendo aprimoradas,

desde 2012, com a implantação de processos estruturados

e permanentes de diálogo social. O objetivo é promover o

compartilhamento de informações, o entendimento mútuo

e a cooperação entre as partes, criando condições para

que a empresa considere as expectativas e os interesses

das comunidades em suas decisões.

A Vale também produz estudos socioeconômicos de

diversas regiões onde atua, incluindo o sudeste do

Pará. Esses estudos abrangem temas como demografia,

educação, saúde, infraestrutura e serviços públicos, e

somam-se aos estudos ambientais exigidos nos processos

de licenciamento ambiental dos empreendimentos,

permitindo uma visão amplificada do contexto territorial.

A partir do conhecimento da realidade local, as equipes

utilizam a Ferramenta de Gestão de Demandas, lançada

em 2012, para tratar as manifestações das comunidades

e elaboram os Planos Plurianuais de Ações Sociais. Com

duração de cinco anos, os PPAs são o principal instrumento

de gestão dos dispêndios sociais da Vale, que, em 2012,

totalizaram US$ 317,2 milhões.

A atuação do Programa Voluntários Vale complementa

o trabalho social, por meio de ações de educação, esporte

e lazer, socorro a vítimas de desastres, campanhas de

conscientização ambiental, oficinas de reciclagem

de materiais e outras atividades.

O programa conta com cinco comitês no Pará, que

coordenaram 22 ações em 2012. Em Parauapebas, foram

plantadas mil mudas de árvores nativas na Vila Palmares

Sul, localizada na área de influência da Estrada de Ferro

Carajás. No mesmo município, o projeto Xadrez nas

Escolas estimulou alunos da rede pública municipal

no aprendizado de matérias lógicas, como a matemática,

nas quais apresentavam baixo rendimento. Já em Marabá,

os empregados arrecadaram meia tonelada de alimentos,

que foram entregues pelo comitê de voluntários ao Espaço

de Acolhimento Provisório da cidade.

Parcerias para o desenvolvimento urbano

O desenvolvimento urbano pressupõe a atuação

compartilhada entre os diversos atores sociais – empresas

privadas, governos e sociedade. Várias iniciativas vêm

sendo desenvolvidas com o objetivo de promover o

aperfeiçoamento das gestões municipais, qualificar a

participação social da comunidade e fortalecer as redes

de promoção e proteção social.

Entre elas, estão as ações de apoio aos Planos Locais de

Habitação de Interesse Social (PLHIS) de Canaã dos Carajás

e a elaboração do diagnóstico do setor habitacional de

Parauapebas, que irá orientar os PLHIS do município.

Em 2012, foram realizadas quatro oficinas sobre política

urbana e habitacional nas duas cidades, que capacitaram

219 pessoas, entre representantes do governo,

conselheiros municipais, lideranças comunitárias

e de associações locais.

O enfrentamento da exploração sexual infantil

também é prioridade, na área de desenvolvimento

urbano, o fortalecimento do sistema de garantia dos

direitos da criança e do adolescente nas cidades sob

influência da Vale – um fenômeno social complexo

e que precisa ser enfrentado pela união de todos

os setores: governo, empresas e comunidade.

Nos municípios de Ourilândia do Norte, Marabá,

Parauapebas e Canaã dos Carajás, representantes locais

participaram do mapeamento das redes de proteção

social que integram o sistema.

No Espaço de Convivência do projeto S11D,

palestras sobre Doenças Sexualmente Transmissíveis

e Aids contribuíram para disseminar informações

sobre a prevenção das doenças e sobre o enfrentamento

da exploração sexual de crianças e adolescentes,

entre moradores de Canaã dos Carajás, caminhoneiros

prestadores de serviço e empregados da Vale

e de empresas contratadas para a construção

do empreendimento.

Outra iniciativa com este foco é o programa Novas

Alianças, que visa ao fortalecimento da gestão pública

por meio da estruturação de conselhos voltados

ao Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do

Adolescente, bem como a colaboração com a gestão

das políticas de infância e a conexão entre redes e

organizações. Em 2012, o programa contribuiu para a

formação de 294 conselheiros da infância e adolescência

e conselheiros tutelares, beneficiando, indiretamente,

342.790 crianças e adolescentes do Pará e do Maranhão.

B E N E F Í C I O S S O C I A I S

André Vieira / Agência Vale

38 39P r o j e t o F e r r o C a r a j á s s 1 1 D

Valorização da cultura indígena

A Vale mantém diálogo amplo, permanente e estruturado

com os povos indígenas e as comunidades tradicionais

próximas às suas operações e projetos. Dessa forma,

procura estabelecer um processo contínuo de

engajamento para uma melhor gestão de impactos

socioculturais, econômicos e ambientais gerados pelos

seus empreendimentos.

A empresa firma acordos e adota uma visão integrada

de desenvolvimento destas comunidades a longo prazo,

buscando solucionar conflitos e manter um convívio positivo.

No Brasil, há acordos com 14 povos distribuídos em cinco

Terras Indígenas nos estados do Pará, Maranhão e Minas Gerais.

A Vale também apoia o fortalecimento institucional e

a capacitação em gestão dos povos indígenas e das

comunidades tradicionais parceiras, além de promover

treinamentos para empregados e terceirizados que

trabalham nos projetos, com o objetivo de compartilhar as

boas práticas de convivência com comunidades indígenas.

No Pará, uma das iniciativas realizadas em 2012 foi um

intercâmbio cultural entre representantes do projeto Salobo

e os Xikrin do Cateté, no período de coleta da castanha,

que acontece na Floresta Nacional de Tapirapé-Aquiri, nas

proximidades do empreendimento. Atendendo às solicitações

dos indígenas, a Vale também disponibilizou infraestrutura de

apoio ao acampamento, atendimento médico de emergência,

ligações telefônicas e melhoria de acessos aos castanhais.

Em 2012, ações desse tipo beneficiaram, no Brasil,

mais de 12 mil indígenas, de várias etnias.

Cultura, lazer, conveniência e cidadania também

fazem parte do S11D. O projeto conta com Espaços

de Convivência idealizados para promover a

integração entre empregados de empresas

prestadoras de serviços, incentivar práticas

saudáveis e facilitar o dia a dia do trabalhador,

por meio da oferta de produtos e serviços.

Inaugurado em 2012, o primeiro Espaço de

Convivência conta com duas quadras poliesportivas,

um campo de areia e dois campos gramados, que

podem ser utilizados para jogos de futebol, vôlei,

handebol e outras modalidades e onde são sediados

campeonatos organizados pela administração.

Para quem prefere uma boa leitura, a opção

é a biblioteca. Aberta diariamente, inclusive

nos fins de semana e feriados, o ambiente conta

com sala de leitura, serviço de empréstimo

e acervo de 1.500 livros – muitos deles doados

pelos próprios empregados.

Além dos equipamentos esportivos e culturais,

os Espaços de Convivência disponibilizam serviços

e produtos, que podem ser adquiridos por

empregados e contratados, em lojas de diversos

segmentos: acesso a internet, vestuário, artigos

de conveniência, salão de beleza e lanchonete.

Os lojistas receberam apoio técnico e participaram

de rodadas de negócios, com a participação da

Associação Comercial Industrial e Agropastoril

de Canaã dos Carajás – Aciacca, em que puderam

conhecer mais de perto o empreendimento e

trocar conhecimento.

Os Espaços de Convivência funcionam ainda

como disseminadores de informações relacionadas

a saúde e cidadania, envolvendo empregados

e representantes da comunidade em ações

como, por exemplo, palestras sobre prevenção

de Doenças Sexualmente Transmissíveis

(DSTs) e Aids.

Muito além da operação

B E N E F Í C I O S S O C I A I S

Paulo Moreira / MMAS / Agência Vale

40 41P r o j e t o F e r r o C a r a j á s s 1 1 D o P r o j e t o F e r r o C a r a j á s s 1 1 DPaulo Moreira / MMAS / Agência Vale

Inovação e tecnologia

42 43P r o j e t o F e r r o C a r a j á s s 1 1 D

A experiência na atuação de mais de três décadas da

Vale em Carajás, aliada ao uso de tecnologias de ponta

e sistemas produtivos eficientes, fazem do projeto S11D

o que há de mais próximo da excelência operacional

em extração e processamento de minério de ferro.

Suas inovações garantem, ao mesmo tempo, um menor

impacto ao meio ambiente e às comunidades de

seu entorno, e competitividade frente aos concorrentes

de mercado.

Como em outras minas do Complexo Minerador de

Carajás, S11D é uma mina de lavra a céu aberto. Este

sistema foi definido em função da geometria e disposição

do corpo mineral, que permitem utilizar um método

de lavra de menor custo e com melhores condições de

trabalho, reduzindo eventuais riscos aos trabalhadores.

A operação de lavra da mina será realizada por um

sistema que utiliza tecnologia In-Pit Crushing and

na emissão de particulados e na geração de resíduos,

como pneus, filtros e lubrificantes. Além disso, permitirá

que a usina seja construída em uma área de pastagem,

fora da área ocupada por floresta.

O processamento do minério do S11D, por sua

vez, também seguirá uma metodologia inovadora

desenvolvida pela Vale, que torna viável o peneiramento

à umidade natural. Essa tecnologia, que já é empregada

com sucesso, em menor escala, no Complexo Minerador

de Carajás na Serra Norte, permitirá a redução de 93% do

consumo de água em relação ao processo convencional,

o equivalente ao abastecimento anual de uma cidade

com mais de 400 mil habitantes (19,7 milhões de m3).

Com a adoção da tecnologia, haverá, ainda, redução no

consumo de energia elétrica em 18 mil MW ao ano. Outro

diferencial é a eliminação de barragem de rejeitos, o que

minimiza a intervenção em ambientes nativos.

Se comparados aos sistemas convencionais, o Truckless e o

processamento do minério a umidade natural possibilitarão

reduzir em 50% as emissões de gases de efeito estufa

ou 118 mil toneladas de CO2 equivalentes por ano.

Todos os gases de efeito estufa incorporados ao escopo

do inventário de emissões foram convertidos em

toneladas de gás carbônico equivalente (tCO2e) de

acordo com os potenciais de aquecimento global (PAG)

específicos. Os cálculos foram feitos de acordo com

a metodologia do GHG Protocol.

Conveying e é conhecido como Truckless, definido durante

um trabalho de três anos de planejamento, realizado no

período de 2006 a 2009, e que vem sendo aprimorado

constantemente nos estudos e projetos de detalhamento.

Se o S11D seguisse a linha de uma mineração

convencional, seriam necessários 100 caminhões

fora-de-estrada para a operação da mina.

Uma vez extraído do subsolo, o minério de ferro será

coletado por escavadeiras e depositado em britadores

móveis. Na sequência, esses equipamentos alimentam

as correias transportadoras, que levam o produto até a

usina de processamento. No total, serão 37 quilômetros

de correias distribuídas no espaço ocupado pela mina,

incluindo ramais que vão se conectar ao tronco principal,

a ser estendido por 9,5 quilômetros até a usina.

Com o uso desta tecnologia, o sistema proporcionará

significativa redução no consumo de óleo diesel,

Projeto S11D reúne as principais inovações tecnológicas e processuais desenvolvidas pela Vale nos últimos anos

A busca da excelência operacional

I N O V A Ç Ã O E T E C N O L O G I A

Dar

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alis

/ A

gênc

ia V

ale

44 45P r o j e t o F e r r o C a r a j á s s 1 1 D

Sistema avançado de automação e controle

A eficiência da fase de implantação também estará

presente após o início das atividades do projeto. Isso

porque o S11D será integrado ao restante do Complexo

Minerador de Carajás, permitindo um maior fluxo de

informações operacionais entre as unidades.

O projeto também incorpora as mais modernas práticas

em automação e controle, com ganhos significativos no

uso de seus ativos. Entre eles, pode-se destacar a gestão

mais eficiente dos recursos energéticos, com o uso de

dispositivos inteligentes que adequam o suprimento de

matéria-prima de acordo com as demandas do processo.

A rede de automação controla todas as variáveis

envolvidas, desativando equipamentos e pontos de

consumo não necessários em situações de pouca demanda

ou carga. Além disso, utiliza inversores de frequência,

em substituição aos acoplamentos convencionais,

o que aumenta ainda mais o rendimento energético.

Mais segurança para os trabalhadores

S11D terá a primeira usina totalmente construída em

módulos. Britadores, peneiras e outros equipamentos serão

montados numa grande estrutura metálica para formar

a planta industrial, como se fosse um quebra-cabeça gigante.

A tecnologia é relativamente comum no segmento de

petróleo e gás, mas não na mineração. Para utilizá-la, a Vale

incorporou o conhecimento adquirido em empreendimentos

anteriores, como o de Brucutu e Conceição, em Minas Gerais,

considerando aspectos técnicos, ambientais e de segurança.

A modularização é uma opção mais segura para os

trabalhadores, pois permite a melhor distribuição de

pessoal no tempo e um maior controle do canteiro de

montagem. Além disso, os módulos são construídos

fora do local da obra, sendo testados antes de serem

transportados para o local definitivo, onde serão

conectados e operados. O sistema ainda possibilita a

redução do tempo de implantação do empreendimento,

já que a montagem dos módulos é feita simultaneamente

aos serviços de terraplanagem e de construção das

vias de acesso.

Ao todo, 109 módulos irão compor o projeto, incluindo

estruturas de britagem e peneiramento; pátios de

regularização, estocagem e carregamento; e instalações

administrativas. A previsão é de que o processo de

montagem esteja concluído até outubro de 2014.

Ole

gário

Rei

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/ A

gênc

ia V

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I N O V A Ç Ã O E T E C N O L O G I A

Ganhos ambientais e econômicos com o peneiramento a umidade natural

Nas plantas convencionais de via úmida, é

necessário que toda a água já utilizada no processo

seja direcionada para as barragens de rejeito, pois

ela contém uma fração de sólidos. Esse tipo de

planta requer o uso intensivo de equipamentos

(hidrociclones, espessadores e filtros) e de estações

de bombeamento, com grande consumo de

energia, além de não permitir o aproveitamento

de parte do material processado.

No S11D, o processo de peneiramento à

umidade natural dispensará não somente

o uso destes equipamentos, como também

a formação de barragens, permitindo o

aproveitamento de 100% do material. Desta

forma, as reservas minerais do S11D serão

integralmente aproveitadas, agregando maior

valor ao Patrimônio Mineral, sem a produção de

rejeitos ou a criação de áreas impactadas pelas

barragens de contenção.

46 47P r o j e t o F e r r o C a r a j á s s 1 1 D

• Amontagemdosprimeirosmódulosfoifeitacom

material importado da China, um dos principais

clientes da Vale. No início do processo, dois

especialistas do país estiveram em Canaã dos

Carajás para acompanhar o trabalho, que utiliza

mão de obra 100% brasileira. Em termos gerais,

35% dos equipamentos e estruturas compradas

pelo S11D são importadas, sendo os outros 65%

são provenientes de Minas Gerais e São Paulo.

• AestruturacompletadeS11Dterá67miltoneladas

de aço. Isoladamente, cada módulo pode pesar de

25 a 1.200 toneladas e exige um estudo específico

de engenharia para que possa ser transportado.

Os mais pesados são os da unidade de britagem.

• Osmódulossãoconstruídosdeitadosedepois

verticalizados, ou seja, são suspensos e colocados

em pé, quando então é feita a montagem

eletromecânica. As peças que compõem os

módulos são identificadas por cores: cinza para

os itens estruturais; laranja para as partes móveis;

amarelo para os componentes de segurança e de

proteção contra quedas; e lilás para as peças de

reforço, que serão retiradas após o transporte.

• Oprimeiromóduloconcluído,emdezembro

de 2012, foi o 212M010, que fará parte da usina

de processamento. Ele abrigará silos, chutes,

equipamentos de processamento e componentes

elétricos e hidráulicos completos.

• Odeslocamentodosmóduloséfeitopelo

Transportador Modular Autopropelido (SPMT –

Self-Propelled Modular Trailer). O equipamento

possui suspensão hidráulica para garantir o

nivelamento lateral e longitudinal em terrenos

irregulares, distribuindo melhor o peso da carga

sobre seus eixos e, assim, reduzindo o impacto

sobre as vias por onde passa. A operação é

controlada à distância, por um comando do tipo

joystick, similar ao de um videogame.

• ParatransportaroprimeiromódulodoS11D,em

junho de 2013, foi organizada uma grande operação,

que envolveu diversas áreas da Vale, órgãos

municipais e comunidade. O módulo de 570,2

toneladas percorreu os 43 quilômetros da Rodovia

Municipal de Canaã dos Carajás em uma operação

que durou cerca de 65 horas, ao longo de quatro

dias, e envolveu 31 profissionais diretamente.

Seis curiosidades sobre o sistema de módulos

I N O V A Ç Ã O E T E C N O L O G I A

Paulo Moreira / MMAS / Agência Vale

www.vale.com Este material foi produzido pela Diretoria de Comunicação Corporativa.