Projeto Integrado II - Indústria Bandeirante v1

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TECNOLOGIA EM GESTÃO DA QUALIDADE CARLA ANDRIELI DANIEL DE SOUZA DIEGO ALVES EMERSON GOMES JOSÉ ARAÚJO SILVA LAUDENIR BERENJI JUNIOR PAULO RICARDO LOPES PAULO RICARDO DA SILVA PROJETO INTEGRADO II INDÚSTRIA BANDEIRANTE DE PLÁSTICOS GUARULHOS 2014

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Projeto Integrado Industria Bandeirante

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  • TECNOLOGIA EM GESTO DA QUALIDADE

    CARLA ANDRIELI

    DANIEL DE SOUZA

    DIEGO ALVES

    EMERSON GOMES

    JOS ARAJO SILVA

    LAUDENIR BERENJI JUNIOR

    PAULO RICARDO LOPES

    PAULO RICARDO DA SILVA

    PROJETO INTEGRADO II

    INDSTRIA BANDEIRANTE DE PLSTICOS

    GUARULHOS

    2014

  • CARLA ANDRIELI

    DANIEL DE SOUZA

    DIEGO ALVES

    EMERSON GOMES

    JOS ARAJO SILVA

    LAUDENIR BERENJI JUNIOR

    PAULO RICARDO LOPES

    PAULO RICARDO DA SILVA

    PROJETO INTEGRADO II

    INDSTRIA BANDEIRANTE DE PLSTICOS

    Trabalho de Projeto Integrado apresentado como concluso do Mdulo II do curso de Graduao Tecnolgica em Qualidade. rea de concentrao: Tecnologia Orientador: Jlio Csar Moledo

    GUARULHOS

    2014

  • O preo que se paga para conseguir o que se quer, conseguir o que se queria.

    Neil Gaiman

  • RESUMO

    A presente pesquisa teve o objetivo de indicar uma melhoria para a

    Indstria Bandeirante, fabricante de filmes plsticos para embalagem. Inicialmente o

    grupo estudou diversas ferramentas da qualidade. Em seguida foi realizada uma visita

    empresa em questo onde foi determinado que a ferramenta a ser proposta

    empresa foi o programa 5S, um programa composto de cinco etapas que visa a

    organizao e a padronizao do ambiente de trabalho. O grupo elaborou onze etapas

    para a implantao e um cronograma. A primeira etapa tem o objetivo de criar

    expectativa nos funcionrios, para conseguir que todos se comprometam com o

    programa. Est programada tambm a distribuio de brindes como forma de

    recompensa. Esse programa deve atingir a todos os funcionrios, iniciando com a alta

    direo e expandindo aos demais nveis. Dentro das etapas sugerida tambm a

    criao de um jornal interno com o objetivo de divulgar todos os assuntos do programa

    e outros temas relacionados. A empresa deve tambm criar uma mascote, de forma

    a simbolizar o programa e a nova etapa que a empresa viver. Com o 5S implantado,

    ser possvel desenvolver outras ferramentas, pois esse programa a porta de

    entrada para outras melhorias.

  • LISTA DE ILUSTAES

    Figura 1: Histograma ................................................................................................ 14

    Figura 2: Ciclo PDCA ............................................................................................... 15

    Figura 3: Exemplo de um diagrama de espinha de peixe. ....................................... 20

    Figura 4: Grfico do custo da qualidade ................................................................... 25

    Figura 5: Grfico de Controle ................................................................................... 27

    Figura 6: Ciclo de planejamento da qualidade do produto. ...................................... 31

    Figura 7: Cronograma do APQP .............................................................................. 32

    Figura 8: Certificado de submisso de pea (PSW) ................................................. 41

    Figura 9: Indstria Bandeirante ................................................................................ 44

  • LISTA DE TABELAS

    Tabela 1: Intervalos e frequncias ............................................................................ 13

    Tabela 2: Conceitos do 5S........................................................................................ 15

    Tabela 3: Perguntas para o plano de ao ............................................................... 21

    Tabela 4: Exemplo da ferramenta 5W1H .................................................................. 22

  • SUMRIO

    1. INTRODUO ......................................................................................... 10

    2. AS TCNICAS DA QUALIDADE ............................................................. 11

    2.1. Conceito de qualidade .............................................................................. 11

    2.2. Normas NBR ISO 9000 (NBR ISO 9001 e NBR ISO 9004) ...................... 12

    2.3. Histograma ............................................................................................... 13

    2.4. Programa 5S ............................................................................................ 14

    2.5. Ciclo PDCA .............................................................................................. 15

    2.5.1. Gerenciamento da melhoria e gerenciamento da rotina ........................... 17

    2.5.2. O ciclo PDCA na anlise de problemas .................................................... 17

    2.6. Diagrama de causa e efeito (diagrama de Ishikawa) ................................ 19

    2.7. Brainstorming ........................................................................................... 21

    2.8. 5W1H ....................................................................................................... 21

    2.9. Custos da qualidade ................................................................................. 22

    2.9.1. Dados e fontes ......................................................................................... 23

    2.9.2. Gerenciamento do sistema de Custo da Qualidade ................................. 23

    2.9.3. O sistema ................................................................................................. 24

    2.9.4. Relatrios ................................................................................................. 24

    2.10. Cartas de Controle ................................................................................... 25

    2.11. Capabilidade do processo ........................................................................ 27

    2.12. Estabilidade do processo ......................................................................... 28

    2.13. Conceito de probabilidade ........................................................................ 28

    2.14. Curva da banheira .................................................................................... 29

    2.15. FMEA ....................................................................................................... 30

    2.16. APQP ....................................................................................................... 31

  • 2.17. PPAP ........................................................................................................ 35

    2.17.1. Requisitos do processo ............................................................................ 36

    2.17.2. Requisitos do PPAP ................................................................................. 36

    2.17.3. Registros do projeto ................................................................................. 37

    2.17.4. Diagrama do fluxo do processo ................................................................ 37

    2.17.5. Plano de controle ...................................................................................... 38

    2.17.6. Estudo de anlise dos sistema de medio (MSA) .................................. 38

    2.17.7. Resultados Dimensionais ......................................................................... 38

    2.17.8. Estudos de iniciais do processo ............................................................... 39

    2.17.9. Documentao de Laboratrio Qualificado .............................................. 39

    2.17.10. Relatrio de Aprovao de Aparncia (RAA) ........................................... 39

    2.17.11. Amostras de Peas de Produo ............................................................. 40

    2.17.12. Amostra Padro........................................................................................ 40

    2.17.13. Auxlio de Verificao ............................................................................... 40

    2.17.14. Requisitos Especficos do Cliente ............................................................ 40

    2.17.15. Certificao de Submisso de Pea (PSW) ............................................. 40

    3. ESTUDO DE CASO ................................................................................. 42

    3.1. Outras consideraes ............................................................................... 43

    3.2. Fotos da empresa bandeirante ................................................................. 44

    3.3. Escolha da ferramenta ............................................................................. 45

    4. IMPLANTAO DO 5S ........................................................................... 46

    4.1. Criar expectativa ....................................................................................... 46

    4.2. Divulgao do programa e elaborao de concurso ................................ 46

    4.3. Multiplicadores do programa 5S ............................................................... 47

    4.4. Concluso do concurso ............................................................................ 47

    4.5. Comunicao............................................................................................ 47

    4.6. Treinamento ............................................................................................. 47

  • 4.7. Dia D ........................................................................................................ 48

    4.8. Avaliao do 5S........................................................................................ 48

    4.9. Auditorias do 5S ....................................................................................... 48

    4.10. Autodisciplina ........................................................................................... 48

    4.11. Kaizen ...................................................................................................... 49

  • 10

    1. INTRODUO

    As ferramentas da qualidade auxiliam as empresas na hora de mensurar,

    definir, analisar e propor solues para os problemas que elas podem enfrentar,

    permitindo controlar os processos e as melhorias. Essas melhorias so essenciais

    para toda empresa que deseja manter-se no mercado. Sem essa preocupao, ela

    deixa de ser competitiva.

    A empresa abordada nessa pesquisa, a Indstria Bandeirante, percebendo

    a necessidade de manter-se competitiva, est se certificando na norma ISO 9001.

    Com 150 colaboradores, ela responsvel pela fabricao de filmes plsticos

    utilizados em embalagens. Seu clima atual de mudana. No h melhor hora para a

    utilizao de outras ferramentas da qualidade, de forma a estabelecer uma nova

    cultura e mais melhorias em seus processos.

    Muitas ferramentas foram criadas para a indstria automobilstica, mas hoje

    j possvel encontrar outros segmentos utilizando-as, como hospitais, indstria

    alimentcia, txtil etc. J outras ferramentas so de aplicao geral, como o programa

    5S, que pode ser utilizado na cozinha de uma casa at uma usina nuclear. Cabe a

    empresa verificar seus processos e determinar qual a melhor ferramenta para ser

    aplicada naquele momento, sempre utilizando o to conhecido ciclo PDCA (Planejar,

    Executar, Verificar e Agir).

  • 11

    2. AS TCNICAS DA QUALIDADE

    2.1. Conceito de qualidade

    Quando se pensa no termo qualidade fica difcil determinar ou mesmo

    defini-lo pois cada indivduo teria sua prpria concepo sobre o assunto.

    Para Paladini (2007, p. 63) a questo da qualidade faz parte do dia-a-dia

    das pessoas, no se pode identificar e determinar seu significado com preciso.

    Pode-se dizer que qualidade est direta ou indiretamente ligada a

    percepo de cada pessoa, quando associada a fatores como cultura, servio,

    produto, ou seja, varia da expectativa ou necessidade de cada indivduo.

    O termo qualidade tem diversas utilizaes, por isso nem sempre pode-se

    especular objetivamente seus significados. Dependendo do contexto, qualidade

    engloba produtos em geral, ou seja, a gua, o ar que respiramos, os servios, entre

    outros.

    Utilizando-se somente dos termos produtos e servios j aparecem

    diversas definies para qualidade, tais como: o produto estar dentro das

    especificaes, valor agregado, exclusividade, custo e benefcio etc.

    Tambm existem os controles e garantias da qualidade, que so conceitos

    utilizados nas empresas de fabricao de produtos em geral e servios, onde utilizam

    normas de gesto como as ISOs 9001, 14000, TS 16949 entre outras.

    Qualidade a conformidade com os requisitos, e no bondade de um

    atendente ou elegncia do produto, pois estes so conceitos subjetivos que podem

    causar discrepncias no conceito. Devem haver exigncias claras, seno a qualidade

    torna-se sem sentido, ou algo subjetivo. Se a qualidade s for entendida pelo orador

    e cada orador pode dar-lhe um sentido diferente, ento ela no possuir uma

    determinao como um todo (MEZOMO,1994, p. 74).

  • 12

    2.2. Normas NBR ISO 9000 (NBR ISO 9001 e NBR ISO 9004)

    A famlia ISO 9000 um conjunto de normas e diretrizes internacionais para

    sistemas de gesto da qualidade, desde 1987 ela tem obtido reputao mundial como

    base para o estabelecimento desses sistemas. Diferente das outras normas, que so

    especficas para um produto, material ou processo particular, a ISO 9000 conhecida

    como uma norma genrica, ou seja, ela pode ser aplicada em qualquer tipo de

    organizao (MELLO et al., 2009, p.1).

    A ISO 9001 (Sistemas de gesto da qualidade Requisitos) e a ISO 9004

    (Gesto para o sucesso sustentado de uma organizao Uma abordagem da gesto

    da qualidade) foram projetadas para se complementarem mutualmente, entretanto,

    podem ser utilizadas separadamente. Todos os requisitos da ISO 9001 so genricos

    e pode ser aplicado a todas as organizaes, independente do seu tipo, porte, produto

    ou servio que fornecem (ABNT NBR ISO 9001, 2008, p. viii).

    Para Mello et al. (2009, p. 5), a ISO 9001 a norma para fins contratuais

    usada para avaliar a capacidade de uma organizao em atingir os requisitos dos

    clientes e os regulamentares para, assim, satisfazer esses clientes.

    Complementado essa definio, Oliveira (2003, p.63) diz que os requisitos

    especificados nessa norma destinam-se primordialmente, preveno de no-

    conformidade em todos os estgios, desde o projeto at a assistncia tcnica.

    A ISO 9004 fornece orientaes para que o sucesso sustentado seja

    atingido em qualquer organizao em um ambiente complexo, exigente e de constante

    mudana. A ISO 9004 possui um foco mais amplo que a ISO 9001. Atravs da

    melhoria contnua ela contempla as necessidades e expectativas de todas as partes

    interessadas, porm no se destina ao uso para certificao, regulamentar ou

    contratual (MELLO et al., 2009, p 5).

    A ISO 9004 destinada s organizaes que desejam implantar

    espontaneamente um sistema de gesto da qualidade. Ela envolve todas as fases:

    desde a criao do produto at a avaliao da satisfao dos clientes. O usurio dessa

    norma pode selecionar os elementos do sistema da qualidade adequados sua

    realidade empresarial, considerando requisitos do mercado, tipo de produto, processo

    de fabricao etc. (OLIVEIRA, 2003, p. 66).

  • 13

    2.3. Histograma

    O histograma uma ferramenta de anlise e representao de dados

    quantitativos, agrupados em classes de frequncia que permite distinguir a forma o

    ponto central e a variao da distribuio.

    Histograma uma ferramenta estatstica que fornece o quo frequente um

    determinado valor ou uma classe de valores ocorre em um grupo de dados.

    Representado num grfico de barras, ou seja, uma representao grfica de

    uma distribuio de frequncia. (CAUCHICK, 2006, p. 141-142).

    Mostram de maneira visual muito clara, a frequncia com que ocorre um

    determinado valor ou grupo de valores. Podem ser usados para apresentar

    tanto atributos como dados variveis e so um meio eficaz de se comunicar

    diretamente ao pessoal que opera o processo e o resultado de seus esforos.

    (OAKLAND,1994, p. 222).

    Exemplo de um histograma:

    Tabela 1: Intervalos e frequncias

    Intervalo Frequncia

    20.20 - 20.30 3

    20.30 - 20.40 4

    20.40 - 20.50 7

    20.50 - 20.60 17

    20.60 - 20.70 5

    20.70 - 20.80 3

    20.80 - 20.90 1

  • 14

    Figura 1: Histograma

    2.4. Programa 5S

    Cinco S so abreviaes de cinco palavras japonesas iniciadas com a

    letras S: Seiri, Seiton, Seiso, Seiketsu, Shitsuke, que traduzindo significam,

    respectivamente: Utilizao, Arrumao, Limpeza, Sade (Higiene) e Autodisciplina.

    Esta ferramenta da qualidade foi criada logo aps a segunda guerra mundial em um

    Japo devastado, onde havia a necessidade de construir um novo pas de mais

    qualidade, com o intuito de melhorar as condies de trabalho, e proporcionar um

    ambiente que estimulasse os colaboradores a transformar seus potencias em

    realizaes.

    Sua implementao foi aderida por vrias organizaes desde sua criao,

    por ser um mtodo relativamente simples e de custo baixo, j que parte de um

    princpio bsico j aplicado no cotidiano de vrias pessoas, que separar, organizar

    e limpar. As etapas mais trabalhosas ficam por conta da padronizao e disciplina,

    por envolver fatores educacionais e culturais (ALVES, 2009, p. 102).

    Seus benefcios se estendem a:

    Menor nmero de acidentes de trabalho

    Melhoria na qualidade de produtos e servios

    Reduo de despesas e melhor aproveitamento de matrias, j que

    sofrem com ao do tempo.

    0

    2

    4

    6

    8

    10

    12

    14

    16

    18

    20.20 -20.30

    20.30 -20.40

    20.40 -20.50

    20.50 -20.60

    20.60 -20.70

    20.70 -20.80

    20.80 -20.90

  • 15

    Maior produtividade por ter tudo mo.

    Melhoria na satisfao dos colaboradores com o trabalho

    Tabela 2: Conceitos do 5S (ALVES, 2009)

    Nome Conceito Objetivo particular

    Utilizao

    (Seiri)

    Separar o necessrio do

    desnecessrio Eliminar o que intil

    Ordenao

    (Seiton)

    Colocar cada coisa em seu

    lugar

    Organizar o espao de

    trabalho de forma eficaz

    Limpeza

    (Seiso)

    Limpar e cuidar do ambiente

    de trabalho Melhorar o nvel de limpeza

    Sade

    (Seiketsu)

    Tornar saudvel o ambiente

    de trabalho

    Prevenir o aparecimento de

    suprfluos e a desordem

    Autodisciplina

    (Shitsuke)

    Padronizar a aplicao

    dos S anteriores

    Incentivar esforos de

    aprimoramento

    2.5. Ciclo PDCA

    O ciclo PDCA (Plan, Do, Check, Act) a mais conhecida representao da

    filosofia do melhoramento contnuo, conhecido tambm como ciclo de Shewart e

    ciclo de Deming.

    Figura 2: Ciclo PDCA

  • 16

    O ciclo PDCA um mtodo gerencial composto por quatro fases que visam

    a melhoria contnua e sistemtica da organizao, so elas:

    1. Plan (planejamento): nessa fase se estabelece os objetivos e metas para

    o desenvolvimento de mtodos, procedimentos e padres. As metas normalmente

    derivam do planejamento estratgico e representam os requisitos dos clientes e

    caractersticas de produtos, servios ou processos. Os mtodos auxiliam os

    procedimentos e as orientaes tcnicas para que as metas sejam atingidas.

    2. Do (execuo): nessa fase que o treinamento para a execuo dos

    mtodos desenvolvidos aplicado, essa a fase de implementao do planejamento.

    Os dados que sero utilizados na faze de verificao sero coletados nessa fase.

    3. Check (verificao): nessa fase verificado se o planejamento foi

    alcanado, isso feito atravs da comparao entre as metas estabelecidas e os

    resultados obtidos, comparao essa que deve ser baseada em fatos e dados e nunca

    em intuies e opinies. Essa verificao feita com o auxlio de ferramentas de

    controle, tais como: cartas de controle, histogramas, folha de verificao etc.

    4. Act (agir corretivamente) essa fase tem duas alternativas, a primeira

    buscar as causas fundamentais e dessa forma prevenir, no caso de metas no

    alcanadas, a repetio dos efeitos indesejados. A segunda adotar como padro o

    planejamento na primeira fase, j que as metas foram alcanadas.

    Girar o ciclo PDCA implica em obter previsibilidade nos processos e

    aumento da competitividade organizacional. Quando os padres so obedecidos,

    ocorre a previsibilidade. Pois quando a melhoria bem sucedida, temos o mtodo

    planejado, havendo a necessidade de padroniza-lo, caso contrrio volta-se ao padro

    anterior e o PDCA gira novamente.

    Alguns autores associam a aplicao do ciclo PDCA ao gerenciamento da

    rotina e da melhoria dos processos organizacionais. Para que essa implantao

    ocorra, a alta administrao tem que estar insatisfeita com o passado e ansiosa para

    alterar o estilo de administrao, ou seja, ter coragem para mudar (AGUIAR, 2006).

  • 17

    2.5.1. Gerenciamento da melhoria e gerenciamento da rotina

    O conceito de aplicao de melhoramento contnuo pode ser dividido em

    duas partes: gerenciamento da melhoria e o gerenciamento da rotina.

    O gerenciamento da rotina tem como objetivos a sobrevivncia e o

    crescimento do negcio e de responsabilidade da alta administrao, encontra-se

    no nvel estratgico. A ideia dar o suporte necessrio para o cumprimento das

    polticas, buscando novas prticas e abandonando prticas antigas. Esse mtodo visa

    atingir os objetivos definidos atravs do desdobramento das metas nos diversos nveis

    da empresa, metas essas que devem originar-se do conhecimento das necessidades

    do cliente, dos segmentos de mercado e das novas tecnologias.

    O gerenciamento da rotina de responsabilidade dos prprios

    colaboradores e busca a eficincia organizacional, atravs da obedincia aos padres

    de trabalho, isso ocorrer a partir de quando todos os colaboradores forem treinados

    (AGUIAR, 2006).

    2.5.2. O ciclo PDCA na anlise de problemas

    O PDCA muito utilizado na anlise e soluo de problemas, para isso,

    esse mtodo gerencial deve ser dominado por todos na organizao, uma vez que

    promove o tratamento adequado de problemas, a padronizao da melhoria contnua

    e o desenvolvimento de oportunidades.

    O ciclo PDCA dividido em etapas ou passos. normalmente conhecido

    como mtodo de anlise e soluo de problemas (MASP), podendo tambm ser

    encontrado no mercado e nas literaturas diversas nominaes: MAMP (Mtodo de

    Anlise e Melhoria de Processos), ou QC Story (Quality Circle Story). Esses mtodos

    so usados pelas equipes nas resolues de problemas.

    Chama-se de problema todo resultado indesejado de um processo, sendo

    a meta o resultado desejado. Sempre que ocorre um problema, entende-se que a

    meta no foi alcanada. Um problema (efeito) pode ter diversas causas, por isso

    importante realizar a separao do efeito e da causa.

  • 18

    Ao utilizar o ciclo PDCA na anlise de problemas, de forma a evitar tomar

    decises precipitadas, a equipe de melhoria deve seguir uma metodologia estruturada

    dada pelos passos abaixo:

    Passo 1 Identificao do problema:

    Verificar o problema a ser solucionado, priorizar os temas existentes;

    Levantar as perdas e as possibilidades de ganho;

    Escolher um responsvel entre os membros da equipe, propor um

    prazo para a resoluo.

    Passo 2 Observao

    Verificar a frequncia das ocorrncias, levantar histrico e entender o

    problema;

    Observar as caractersticas no local, ambiente, instrumentos,

    confiabilidade dos padres, treinamento etc.

    Passo 3 Anlise

    Identificar e selecionar as causas mais provveis do problema.

    Passo 4 Plano de ao

    Elaborar a estratgia de ao;

    Elaborar o plano de ao.

    Passo 4 Plano de ao

    Elaborar a estratgia de ao;

    Elaborar o plano de ao.

    Passo 5 Ao

    Informar o plano de ao;

    Treinar as pessoas e conscientizar da necessidade de

    comprometimento;

    Pr em prtica as aes registrando os resultados;

    Coletar dados.

  • 19

    Passo 6 Verificao

    Comparar resultados com as metas estabelecidas;

    Verificar se o problema foi resolvido ou no. Caso os resultados

    esperados no sejam alcanados retornar ao passo 2;

    Listar os possveis efeitos secundrios.

    Passo 7 Padronizao

    Criar ou alterar o padro;

    Comunicar as alteraes internamente;

    Treinar todos os envolvidos no novo padro.

    Passo 8 Concluso

    Registrar os avanos obtidos pelo grupo;

    Verificar os possveis problemas ainda pendentes;

    Planejar a soluo das pendncias, voltando a executar o ciclo PDCA;

    Refletir sobre o trabalho, visando a melhoria contnua.

    Na execuo dos passos acima, utilizam-se vrias ferramentas: diagrama

    de causa e efeito, lista de verificao, estratificao, diagrama de Pareto,

    brainstorming, diagrama de disperso, entre outras. Por serem ferramentas simples,

    o uso das mesmas garante o entendimento do problema, permitindo a participao de

    todos na soluo do problema (AGUIAR, 2006).

    2.6. Diagrama de causa e efeito (diagrama de Ishikawa)

    Para um entendimento do controle de processo a essncia do

    gerenciamento em todos os nveis hierrquicos da empresa necessrio

    compreender a relao de causa e efeito. Toda vez que algo ocorre (efeito, fim,

    resultado) h um conjunto de causas (meios) que podem ter influenciado. De forma a

    separar as causas de seus efeitos, foi criado o diagrama espinha de peixe, ou

    diagrama de Ishikawa (CAMPOS, 2004, p. 19).

  • 20

    O diagrama de causa e efeito uma ferramenta que expande o leque de

    informaes sobre um problema ajudando a identificar corretamente suas principais

    causas. necessrio um campo de viso amplo e, portanto, deve ser desenvolvido

    em equipe. Essa equipe deve possuir envolvimento e conhecimento sobre os

    processos e o problema (ROTONDARO et al., 2008, p. 140).

    Passos para a elaborao de um diagrama de causa e efeito.

    1. Determine o problema e coloque-o dentro de um quadro do lado

    direito com uma grande seta apontando para ele, da esquerda para a

    direita.

    2. Defina os fatores principais (ramos) e ligue-os seta principal.

    Sugere-se a utilizao de alguns dos 6 Ms como fatores principais

    (ramos) de um problema, so eles: mo-de-obra, materiais,

    mquinas, mtodos, meio ambiente, medio.

    3. Em cada um dos ramos, liste as possveis causa relacionadas aos

    fatores, registrando-as como ramos menores (ROTONDARO et al.,

    2008, p. 141).

    A figura 3 demonstra um diagrama de espinha de peixe.

    Figura 3: Exemplo de um diagrama de espinha de peixe (CAMPOS, 2004, p. 20).

  • 21

    2.7. Brainstorming

    O brainstorming ferramenta da qualidade que, traduzida do ingls, resulta

    em tempestade de ideias, ou seja, dar ideias sobre a soluo de um determinado

    problema, sendo que todas ideias so vlidas.

    Para Alves (2008, p. 39), A filosofia bsica do brainstorming deixar vir

    tona todas ideias possveis sem nenhum tipo de crtica, julgamento ou inibio durante

    a exposio.

    Geralmente se renem membros de uma determinada organizao onde

    formam uma equipe multidisciplinar, o que facilita a exposio de diversas ideias

    distintas sobre um problema que j ocorreu ou um problema em potencial (OSBORN,

    1997).

    As principais vantagens do brainstorming a reduo no tempo de procura

    das causas, pois geralmente o foco a resoluo do problema. A criatividade dos

    participantes estimulada, gerando assim, na maioria dos casos, a soluo do

    problema (ALVES, 2008, p. 40).

    2.8. 5W1H

    O 5W1H uma ferramenta simples e muito til na criao e sistematizao

    de um plano de ao. Trata-se de uma forma sistemtica de se listarem as causas de

    um problema e o que necessrio fazer para eliminar tais causas, sendo assim tem-

    se (ALVES, 2008):

    Tabela 3: Perguntas para o plano de ao

    What? O que ser feito?

    Who? Quem o far?

    Where? Onde ser feito?

    When? Quando ser feito?

    Why? Por que ser feito?

    How? Como ser feito?

  • 22

    A tabela abaixo demonstra um exemplo de um plano de ao no setor de

    enfermagem. A meta nesse caso era reduzir em 50% a quebra de termmetros nas

    unidades de internao.

    Tabela 4: Exemplo da ferramenta 5W1H

    O que (What)

    Quem (Who)

    Quando (When)

    Onde (Where)

    Por que (Why)

    Como (How)

    Criar novo sistema de acondiciona

    mento de termmetros.

    Enfermeira lder

    At 30/06

    Sala de chefia de

    enfermagem

    Para reduzir a quebra de termmetros

    Reunies com

    equipe, lista de opes e escolha.

    2.9. Custos da qualidade

    O custo da qualidade a soma de tudo que gasto para atingir um nvel

    de qualidade determinado em um projeto de um produto ou servio. Para se ter um

    produto competitivo, os custos envolvidos num produto, para garantir a qualidade,

    devem ser equilibrados, pois qualquer investimento no produto reflete no valor de

    venda. Um desequilbrio nessa balana leva um produto ou servio a ter dificuldade

    de se estabelecer no mercado (OAKLAND, 1994, p.189).

    Custo da qualidade igual a outro custo qualquer que existe em um projeto,

    sendo assim deve ser planejado e administrado.

    So divididos em quatro tipos de custo:

    Custo de Preveno.

    Custo de avaliao.

    Custo de falhas internas.

    Custo de falhas externas.

    Custo de Preveno: Faz parte do incio do projeto, onde engloba a

    implementao o sistema de gerenciamento da qualidade total. Exemplo: controle,

    treinamentos e especificaes do produto ou servio.

    Custo de avaliao: o custo relacionado as auditorias e verificaes.

    Exemplo: requisitos de acordo com a especificao

  • 23

    Custo de falha interna: Todo custo que foi gerado antes do produto ter

    sido entregue. Exemplo: retrabalho e refugo.

    Custo de falha externa: So os custos dos problemas que o produto

    apresentou aps sua produo e entrega. Exemplo: reparo, devolues e garantia

    (OAKLAND, 1994, p.190).

    A determinao do custo tem que ser determinada atravs dos produtos e

    tambm com todos os departamentos envolvidos na organizao. Seja rea de

    finanas, tecnologia da informao, recursos humanos etc. Por no terem impacto na

    produo acabam no sendo mensuradas, o que se configura um erro dentro dos

    custos da qualidade.

    2.9.1. Dados e fontes

    Oakland (1994, p. 193) diz que em uma empresa necessitam-se de fontes

    para determinar o custo da qualidade. Existem relatrios que so uteis para a

    mensurao:

    Relatrios de mo de obra

    Relatrio de testes

    Relatrios de garantias

    Relatrios de salrios.

    2.9.2. Gerenciamento do sistema de Custo da Qualidade

    Conhecer bem seu processo e ter conhecimentos em contabilidade so

    essenciais para um bom gerenciamento.

    No incio do sistema importante identificar as reas ou problemas que

    esto gerando maior custo, a partir desse ponto amplia-se o sistema e define metas

    para reduo do custo.

  • 24

    importante averiguar em uma reduo de custos, se no houve a

    migrao para outra parte do processo.

    O clculo do custo da qualidade deve estar alinhado com todos os nveis

    da organizao (OAKLAND, 1994, p. 209).

    2.9.3. O sistema

    Todos tm a responsabilidade de assegurar e garantir os requisitos

    determinados e os custos associados para assegurar os requisitos dos clientes seja

    includo nos sistemas.

    Deve-se atribuir a qualidade tambm aos custos com pessoal, impostos e

    aluguel (OAKLAND, 1994, p. 210).

    2.9.4. Relatrios

    Os relatrios podem ter suas informaes codificadas, a codificao

    permite consistncia na coleta do setor ou valor (OAKLAND, 1994, p. 211).

    Os relatrios podem conter:

    Mo de obra x Custo total de falhas

    Custo total de falhas x manufatura

    Vendas x custos totais da qualidade.

    Para Cauchick (2006, p. 234), a figura apresenta um grfico da influncia

    dos custos apresentados no custo total. O ideal buscar o equilbrio econmico

    nesses custos, de forma que no exista um gasto excessivo para alcanar os

    benefcios com relao qualidade.

  • 25

    Figura 4: Grfico do custo da qualidade (CAUCHICK, 2006, p 235)

    Os Custos da qualidade devem ser apresentados de forma compreensvel

    para todos na organizao, deve-se ter o apoio da alta administrao. Criando planos

    para envolver a todos como nos crculos de qualidade.

    Este so os passos para se ter um sistema de medio e anlise do custo

    da qualidade.

    2.10. Cartas de Controle

    As cartas de controle, ou grficos de controle, podem ser definidas como

    grficos que representam e registram as tendncias de desempenho de um processo,

    em outras palavras, monitorar o comportamento do processo ao longo do tempo.

    Com isso, possvel verificar se o processo est sob controle (dentro de limites

    estabelecidos) e detectar as causas de alguma variao que possa ocorrer

    (CAUCHICK, 2006, p. 146).

    As cartas de controle oferecem muitos benefcios, entre eles est o auxlio

    para o desempenho consistente e previsvel do processo, a possibilidade de melhoria

    contnua, menor custo por unidade e maior capabilidade efetiva. Tambm se destaca

    a linguagem comum para a discusso do desempenho do processo e a oportunidade

    de distinguir as causas de variao (especiais ou comuns)

    Existem, basicamente, dois tipos de cartas de controle: as variveis e as

    de atributos. o prprio processo que determina qual tipo ser usado. Quando as

  • 26

    caractersticas do processo so distintas (passa/no passa, por exemplo) o tipo de

    carta utilizada a de atributos. Se os dados possurem uma natureza contnua

    (dimetro, espessura) o tipo utilizado o de variveis.

    As cartas mais comuns para variveis so as de mdia (x), amplitude (R),

    valores individuais (I) e de amplitude mvel (mr).

    J as cartas mais comuns para atributos so as de proporo de itens no

    conforme (P), para nmero de itens no conforme (N), nmero de no conformidade

    por unidade (C) e nmero de no conformidade por unidade (U).

    A utilizao das cartas deve ser criteriosa, implantando-as em pontos

    crticos do processo.

    A tomada de ao baseada nas cartas variveis tem critrios em relao

    s medies j nas de atributos em relao ao resultado. Sempre que possvel utilizar

    as cartas de variveis, pois elas conseguem dados mais apurados do processo do

    que as de atributos. Para a utilizao das variveis necessrio um menor nmeros

    de dados.

    No existe uma maneira nica de representar uma carta de controle, porem

    deve se ter uma escala apropriada para fcil visualizao. Nela devem-se conter

    limites superior de controle e limite inferior de controle (LSC, LIC), e uma linha central

    para ser base da distribuio da amostragem.

    Caso exista uma correlao com o momento que uma falha ocorre, pode-

    se inserir um subgrupo de tempo. (CAUCHICK, 2006).

    Outras informaes que devem ter nas cartas so em relao ao tipo de

    pea produto/servio:

    Qual operao, quem e responsvel por preencher a carta.

    O sistema de medio, subgrupo ou amostragem.

    Frequncia de medio

    Uma carta deve ter em suma:

    O que mede?

    Onde ser medido?

    Quem mede?

    Como sero medidos?

    Quantos sero medidos?

    Quando sero medidos?

  • 27

    Figura 5: Grfico de Controle (CAUCHICK, 2006, p.146)

    2.11. Capabilidade do processo

    O interesse na capabilidade do processo est crescendo, devido s

    mudanas na filosofia de controle de qualidade, sua utilizao envolve no apenas

    avaliao de processos, mas tambm a avaliao de fornecedores. A capabilidade

    tem sido definida por muitos caminhos, como resultado, muitas medidas de

    capabilidade tm sido apresentadas por diversos autores relacionados ao mbito de

    conhecimento. No entanto possvel que mesmo um processo com variabilidade

    controlvel e previsvel produza itens defeituosos. fundamental avaliar se um

    processo capaz de atender s especificaes estabelecidas a partir dos desejos e

    necessidades do cliente.

    Costa et al. (2009, p. 116) explica que a capacidade do processo a

    capacidade de produzir itens conformes, ou seja de acordo com especificaes de um

    projeto.

    Werkema (2006, p 235) explica que fundamental avaliar se um processo

    capaz de atender s especificaes e desejos de um cliente, tornando-o assim

    satisfeito, fazendo assim o uso do estudo de capabilidade ou (capacidade) do

    processo.

  • 28

    2.12. Estabilidade do processo

    Em um processo produtivo comum notar que h certa variao de um

    produto para o outro. Mesmo que pequena ela existe: em suas dimenses, peso ou

    at mesmo em sua forma. Fatores como maquina, meio ambiente, mtodos e mo de

    obra so estudados constantemente a fim de descobrir a causa raiz desta variao.

    Essa variao, em grandes escalas, pode causar prejuzos enormes para a empresa

    j que, por exemplo, um mililitro a mais de refrigerante sendo distribudo em milhares

    de garrafas ou um mililitro de detergente em cada frasco pode gerar despesas

    absurdas. Pensando nisto fica imprescindvel o controle da estabilidade do processo.

    Como o prprio nome diz a estabilidade do processo a capacidade de

    avaliar o quo estvel um processo ao longo do tempo, realizando diversos estudos,

    como os tipos de medies, as caractersticas do processo, amostragem,

    diversificando os mtodos, amostras, operadores e documentando todos os registros

    para anlise e possvel melhoria.

    Ferramentas de controle estatstico de processo so as mais comuns para

    controlar as variabilidades dos processos produtivos. Onde avalia-se e monitora-se as

    caractersticas do produto, verificando se esto dentro dos limites pr-estabelecidos

    na especificao. Essa carta de controle, como outros meios, visam identificar essas

    variabilidades do processo e agir em cima delas, garantindo assim maior

    produtividade e prevenindo que sejam feitos ajustes desnecessrios no maquinrio

    (INSTITUTO DA QUALIDADE AUTOMOTIVA, 2002, p. 145).

    2.13. Conceito de probabilidade

    A probabilidade a cincia matemtica que visa quantificar, ou mesmo

    propor resultados numricos, para a ocorrncia de eventos, de forma a enxergar as

    possibilidades de acertos, ou mesmo erros, desse determinado evento.

  • 29

    Existem diversas linhas de estudo para a utilizao da probabilidade, tais

    como as de eventos simples, onde por exemplo, pode-se quantificar a possibilidade

    de uma pessoa jogar um dado e as chances de uma das faces ficar para cima.

    Inicialmente utilizado para jogos, o conceito de probabilidade pode ser

    utilizado em diversos setores, como por exemplo fenmenos naturais, possibilidade

    de ganhar na loteria, chances de ter um filho de um determinado sexo ou gmeos,

    entre outros eventos (MEYER, 2012).

    Os benefcios da utilizao da probabilidade conhecer as chances

    potenciais, ou mesmo possibilidades, do resultado de um determinado evento, seja

    ele natural, fsico, qumico, mecnico etc. Na medida em que os estudos de

    probabilidade avanam, tendem a obter resultados mais prximos, e em alguns casos

    at precisos de diversos eventos.

    A atribuio de probabilidade origina um modelo matemtico cuja eficcia

    deve ser testada atravs de experimentos, precisamente da mesma maneira como se

    testam as teorias da fsica ou de outras cincias (MURRAY, 2004, p.10).

    2.14. Curva da banheira

    A curva da banheira utilizada para descrever as provveis falhas

    ocorridas em um processo. Ela tambm possui uma apresentao grfica das taxas

    de falhas por um item ou equipamento no decorrer de sua vida til. A Curva da

    banheira s vlida para componentes individuais.

    qualificada por trs fases: mortalidade infantil, perodo de vida til e

    envelhecimento.

    O formato da banheira a representao grfica do incio da instalao do

    equipamento ao decorrer de sua vida til. O fim da curva apresenta o envelhecimento

    do equipamento onde as falhas acontecem por falta de manuteno, desgaste e mau

    uso. A forma de preveno dessas falhas a manuteno preventiva (LAFRAIA,

    2001).

    No perodo de mortalidade infantil, as falhas so prematuras e de pouco

    afeto ao processo, sendo que suas taxas so decrescentes. As falhas ocorrem nas

  • 30

    seguintes formas: falha humana, movimentao/transporte, mo de obra

    desqualificada, amaciamento insuficiente, componente no testado e componentes

    que falharam devido a irregularidades no armazenamento.

    A vida til controlada pela taxa de falhas constantes, que ocorre diversas

    vezes ao longo da utilizao e no h muito que fazer para prevenir. As causas so:

    erro humano, defeitos bsicos, fenmenos naturais entre outros.

    O perodo de desgaste se inicia no trmino da vida til do equipamento

    como envelhecimento, desgaste, fadiga, corroso, falha mecnica, eltrica, qumica e

    hidrulica entre outras;

    Nem todos os processos seguem a ordem da curva da banheira ou tem os

    mesmos tipos de defeitos ou fases, por exemplo, o computador tem um diferencial, a

    fase mais afetada a mortalidade infantil, enquanto os erros de programao so

    corrigidos, as falhas vo desaparecendo.

    A rapidez da descoberta dos defeitos a nica forma de preveno,

    reduzindo os custos por detectar a falha no comeo. Estima-se que o custo de

    fabricao seja 30% maior quando ocorre uma m utilizao (CAUCHICK, 2006).

    2.15. FMEA

    O FMEA (Failure Mode and Effect Analysis Anlise do Modo e do Efeito

    de Falha) um mtodo de anlise que permite identificar as possveis falhas

    potenciais de produtos ou processos (industriais ou administrativos). Permite tambm

    determinar o efeito de cada falha sobre o desempenho do produto ou processo. Com

    o FMEA possvel fazer uma priorizao das falhas e identificar aes para eliminar

    ou reduzir a chance de uma falha potencial ocorrer (ROTONDARO et al., 2008, p.

    155).

    No FMEA os modos de falha de cada componente de um sistema so

    identificados e avaliados, em seguida so propostas medidas para eliminao,

    mitigao ou controle das causas e consequncias destas falhas (MORAES, 2013, p.

    326).

  • 31

    2.16. APQP

    O APQP (Advanced Product Quality Planning, ou Planejamento Avanado

    da Qualidade do Produto) uma ferramenta de planejamento da qualidade do produto

    e plano de controle, que foi desenvolvida para indstrias automobilsticas: General-

    Motors, Ford e Chrysler. Com suas diretrizes designadas para produzir um plano de

    qualidade do produto para satisfazer as necessidades do cliente (INSTITUTO DA

    QUALIDADE AUTOMOTIVA, 2008, p. 1).

    Figura 6: Ciclo de planejamento da qualidade do produto (INSTITUTO DA QUALIDADE

    AUTOMOTIVA, 2008).

    Os princpios do Planejamento da qualidade do produto so:

    Organizar equipes

    Definir abrangncia

    Definir a Comunicao

    Envolver cliente e organizao

    Aplicar princpios de engenharia simultnea

    Definir e implantar planos de controle

  • 32

    Aplicar tcnicas para soluo de problemas

    Desenvolver um planejamento robusto para o projeto.

    O APQP se divide em cinco fases para seu desenvolvimento.

    Planejamento

    Projeto e desenvolvimento do produto

    Projeto e desenvolvimento do processo

    Validao do produto e do processo

    Retroalimentao e ao corretiva

    Figura 7: Cronograma do APQP (INSTITUTO DA QUALIDADE AUTOMOTIVA, 2008)

    Cada fase do desenvolvimento do produto fornecida por entradas e

    sadas. As entradas so as informaes coletadas inicialmente no planejamento. A

    sada a anlise dessas informaes que se transformam na entrada da prxima fase.

  • 33

    APQP Fase 1 Planejamento

    Esta a fase inicial onde se atende a necessidades e expectativas do

    cliente. Tudo deve ser identificado, coletado e compreendido. Tem como algumas

    entradas:

    Pesquisas de mercado

    Histricos de garantia

    Experincia da equipe

    Plano de negcios

    Estudos de confiabilidade

    Dados do Cliente.

    APQP - Fase 2 Desenvolvimento do Produto

    o estgio do planejamento do produto ou servio, onde se define a

    viabilidade do projeto. As caractersticas de funcionamento, desempenho e o aspecto

    devem estar conformes com as expectativas e necessidades do cliente. IQA, APQP

    (2008 p.17)

    Tem como entradas:

    Objetivos mensurveis do projeto

    Cronograma do programa

    Metas de confiabilidade

    Lista preliminar de materiais

    Plano de garantia do produto

    Suporte da gerencia.

    APQP Fase 3 Desenvolvimento do Processo

    Nesta fase se discute os principais aspectos do desenvolvimento de

    manufatura. Nesta etapa o processo de planejamento depende da concluso bem

    sucedida dos estgios anteriores. Esta nova etapa idealizada para assegurar um

    desenvolvimento abrangente de sistema de manufatura efetivo. A manufatura deve

    assegurar que os requisitos, necessidades e expectativas do cliente sejam atendidos

    (INSTITUTO DA QUALIDADE AUTOMOTIVA, 2008 p. 25).

  • 34

    Algumas entradas:

    Analise de modo e efeitos de falha de projeto (DFMEA)

    Projeto de montagem e manufatura

    Planejamento e construo de Prottipo e plano de controle

    Dados matemticos

    Requisitos de novos equipamentos

    Caractersticas especiais do produto e processo

    Equipamentos de medio.

    APQP Fase 4 Validao do Produto e Processo

    Este estgio discute as caractersticas principais de validao do processo

    de manufatura atravs de uma corrida de lote piloto de produo. A equipe de

    planejamento da qualidade verifica se todos os recursos processos e fluxograma

    esto em pleno funcionamento. Tambm so realizados testes em amostras usando

    o mtodo PPAP. (INSTITUTO DA QUALIDADE AUTOMOTIVA, 2008 p. 33).

    Algumas entradas:

    Especificaes de embalagem

    Analise crtica do processo

    Fluxograma do processo

    Layout de instalaes

    FMEA de processo

    Plano da MAS

    Suporte a gerencia

    APQP Fase 5 Retroalimentao, Avaliao e Ao Corretiva

    O planejamento no acaba com a validao do processo e aprovao das

    amostras e com fornecimento. Deve ser feita uma anlise crtica sobre o planejamento

    do APQP para descobrir se a equipe obteve os resultados esperados pelo cliente se

    a confiabilidade est em alto nvel (INSTITUTO DA QUALIDADE AUTOMOTIVA, 2008

    p. 39).

  • 35

    Entradas:

    Corrida piloto de produo

    Avaliao do sistema de medio

    Aprovao de pea e produo

    Teste de validao da produo

    Avaliao da embalagem

    Plano de controle de Produo.

    Sadas:

    Variao reduzida

    Maior satisfao do cliente

    Entrega e assistncia tcnica aprimoradas

    Uso efetivo das lies aprendidas.

    O APQP foi desenvolvido para ser usado na indstria automobilstica, mas

    tambm pode ser adaptado para outros segmentos. Sua aplicao traz menor

    complexidade em um planejamento de um produto e melhor comunicao entre

    clientes e fornecedores.

    2.17. PPAP

    O PPAP (Production Part Approval Process ou Processo de Aprovao de

    Peas de Produo) um mtodo criado pela Ford, GM e Chrysler no final dos anos

    80 o qual define requisitos genricos para aprovao de peas de produo. Seu

    propsito garantir que todos os registros de projetos de engenharia e requisitos de

    especificao do cliente sejam entendidos pela organizao. O PPAP visa tambm

    garantir se o processo de manufatura tem condies para produzir um produto que

    satisfaa as exigncias diante a produo real. O PPAP est dentro do APQP

    (Planejamento avanado da qualidade do produto).

  • 36

    O PPAP pode ser aplicado em plantas internas e externas, em

    fornecedores de peas de produo ou de reposio. Geralmente para materiais a

    granel o PPAP no requerido, somente quando solicitado pelo cliente.

    A elaborao do PPAP deve ser solicitada por um representante autorizado

    pelo cliente quando se tratar de nova pea ou produto, correo de discrepncia em

    uma pea, alterao no produto ou no processo, troca de mquinas, mudana no

    layout ou troca de prestador de servios (INSTITUTO DA QUALIDADE

    AUTOMOTIVA, 2008).

    2.17.1. Requisitos do processo

    Para realizar um PPAP em peas de produo necessrio que seja

    produzido um lote de 8 horas ou 300 peas. Esses valores podem mudar caso houver

    alguma negociao prvia com o cliente.

    As peas devem ser produzidas conforme o processo foi definido: utilizando

    mquinas, instrumentos de medio e materiais. Se a produo feita por moldes

    com vrias cavidades, as peas devem ser medidas individualmente, levando em

    considerao cada cavidade ou posio. Para materiais a granel, no h

    especificao de quantidade desde que a amostra submetida represente um processo

    estvel (INSTITUTO DA QUALIDADE AUTOMOTIVA, 2008)

    2.17.2. Requisitos do PPAP

    Exige-se que 18 itens sejam seguidos e cumpridos. As peas devem

    atender a todos os requisitos do registro do projeto e especificaes do cliente,

    inclusive os que esto relacionados segurana (INSTITUTO DA QUALIDADE

    AUTOMOTIVA, 2008).

  • 37

    2.17.3. Registros do projeto

    So considerados registros do projeto:

    Registro em formato eletrnico CAD/CAM;

    Registros de medio (Dimensionamento geomtrico e tolerncias);

    Desenhos para comprovar as medies tomadas;

    Relatrios da composio ou substancia comprovando a

    compatibilidade determinada pelo cliente.

    Em peas polimricas a identificao feita com o smbolo ISO:

    Plstico, ISO 11649 ou 11629 elastomricas.

    Peas em plstico com pelo menos 100g (ISO 11469/1043-1)

    Peas elastomricas com pelo menos 200g (ISO 11469/1629)

    necessrio tambm ter todos os registros de alterao de engenharia do

    projeto e tambm as alteraes feitas pelo cliente.

    Deve-se utilizar o FMEA (Analise de modo e efeitos de falha potencial),

    para o projeto de acordo com os requisitos especificados pelo cliente (INSTITUTO DA

    QUALIDADE AUTOMOTIVA, 2008).

    2.17.4. Diagrama do fluxo do processo

    A organizao deve ter um fluxo do processo especifico que descreva as

    sequncias do processo de produo. E possuir tambm a anlise de modo e efeito

    de falha do processo (PFMEA) de acordo com os requisitos do cliente (INSTITUTO

    DA QUALIDADE AUTOMOTIVA, 2008).

  • 38

    2.17.5. Plano de controle

    necessrio definir planos de controle, ou seja, mtodos de controle do

    processo. Esses planos devem atender os requisitos especficos do cliente. Alguns

    clientes solicitam esses planos para a aprovao (INSTITUTO DA QUALIDADE

    AUTOMOTIVA, 2008).

    2.17.6. Estudo de anlise dos sistemas de medio (MSA)

    O MSA so estudos do sistema de medio, tais como repetitividade e

    reprodutibilidade (R&R), tendncias, linearidade, estudos de estabilidade de todos

    dispositivos e equipamentos de medio (INSTITUTO DA QUALIDADE

    AUTOMOTIVA, 2008).

    2.17.7. Resultados Dimensionais

    A organizao deve fornecer relatrios de medio requeridas no projeto e

    no plano de controle. Os resultados dessas medies devem indicar conformidade

    com os requisitos especificados. Qualquer alterao que surgir deve ser incorporada

    no registro do projeto (INSTITUTO DA QUALIDADE AUTOMOTIVA, 2008).

    Os registros de ensaios e desempenhos devem tambm seguir os

    parmetros especificados no registro do projeto ou plano de controle. Esses registros

    devem indicar e incluir:

    Data de teste

    Quantidade testada

    Especificaes nas quais a pea foi testada

    Resultados obtidos

    Dados do cliente e fornecedor

  • 39

    2.17.8. Estudos de iniciais do processo

    Antes de submeter ao PPAP, o processo deve ter um entendimento de

    aceitvel. O cliente tambm deve estar de acordo com esse entendimento do

    processo.

    Essa etapa feita a curto prazo, no tendo uma preocupao em avaliar o

    processo em dados atributivos. Alguns ndices de qualidade so observados no

    estudo inicial. ndices de capabilidade de desempenho tambm so apurados para se

    concluir que o processo caminha bem, antes de ser submetido ao PPAP.

    Um dos critrios para aceitao a apurao do cpk (capability study), se

    estiver acima de 1.67 o processo atual atende ao critrio, entre 1,33 a 1.67 pode ser

    aceitvel e ficando abaixo de 1,33 no atende ao critrio.

    Caso o processo no estiver atendendo aos critrios de estudo inicial,

    dever ser elaborado um plano de ao para aprovao (INSTITUTO DA QUALIDADE

    AUTOMOTIVA, 2008).

    2.17.9. Documentao de Laboratrio Qualificado

    Os testes de ensaio devem ser realizados em laboratrios qualificados

    tanto internos como externos.

    2.17.10. Relatrio de Aprovao de Aparncia (RAA)

    Caso a pea tenha algum requisito de cor, granulao ou superfcie, uma

    amostra com o formulrio RAA deve ser preenchido e enviado ao cliente.

  • 40

    2.17.11. Amostras de Peas de Produo

    A organizao deve fornecer amostras de produto como especificado pelo

    cliente.

    2.17.12. Amostra Padro

    A organizao deve ficar com uma amostra padro em seu poder. Essa

    amostra deve ter uma documentao com a data de aprovao do cliente.

    2.17.13. Auxlio de Verificao

    Ao longo do tempo, podem surgir novos meios de verificao, como

    dispositivos e gabaritos. A organizao deve documentar todas as alteraes

    realizadas. Geralmente esses auxlios de verificao no se aplicam a materiais a

    granel (INSTITUTO DA QUALIDADE AUTOMOTIVA, 2008).

    2.17.14. Requisitos Especficos do Cliente

    A organizao deve ter registros de conformidade de todos requisitos

    especficos do cliente.

    2.17.15. Certificao de Submisso de Pea (PSW)

    Ao concluir todos requisitos do PPAP, a organizao deve preencher o

    certificado de submisso de pea. Esse certificado individual para cada pea. Caso

  • 41

    haja algum acordo com o cliente, a forma de realizao do certificado pode ser

    diferente.

    No caso dos moldes com vrias cavidades / posies, essa particularidade

    deve ser preenchida no PSW.

    A organizao deve verificar todos os resultados de medies e testes,

    estes devem estar em conformidade com os requisitos do cliente e toda a

    documentao disponvel. A aprovao do certificado feita por um funcionrio

    responsvel pela organizao (INSTITUTO DA QUALIDADE AUTOMOTIVA, 2008).

    Figura 8: Certificado de submisso de pea (PSW)

  • 42

    3. ESTUDO DE CASO

    Realizou-se uma visita empresa no dia 22 de maro com o objetivo de

    conhecer seus processos e encontrar oportunidades de melhoria.

    A empresa fabrica plstico filme que utilizado em embalagens de

    produtos e tambm no segmento alimentcio. Ela conta com 150 colaboradores

    distribudos em seus diversos processos. A empresa est em processo de certificao

    da ISO 9001 onde j foi realizada a primeira auditoria pela DNV. O relatrio ainda no

    foi entregue.

    A visita teve como o nosso guia o aluno Jos Arajo que integrante de

    grupo e funcionrio da empresa no setor da qualidade. O processo foi acompanhado

    desde a produo da matria prima, que so os granulados, que so feitos a partir da

    mistura de vrios produtos qumicos. O granulado produzido enviado para as

    mquinas que produzem o plstico filme.

    Nessa primeira parte do processo, observou-se que havia muitas falhas de

    identificao de matria-prima devido falta de organizao, falta de documentao

    de processo, e outros problemas que levam a erros na fabricao dos granulados:

    mistura incorreta de componentes do plstico e processos alternativos que no esto

    documentados.

    O granulado produzido vai virar plstico filme, que tem suas propriedades

    j definidas logo na composio dos grnulos. O granulado introduzido na mquina

    por suco, aonde derretido e transformado em filme. A espessura (medida em

    mcron) definida na mquina pelo operador ou lder de produo, esse valor

    determinado pela ordem de fabricao.

    A rea onde as mquinas fabricam os plsticos a mais organizada,

    possuindo demarcaes no piso indicando as reas de armazenamento de material.

    O filme armazenado em rolos que, por sua vez, pode ser encaminhado

    outra etapa, que a gravao de logotipos conforme a necessidade do cliente. Os

    rolos tambm recebem um acabamento, onde cortado de acordo com o

    comprimento solicitado no pedido. Aps o acabamento, os rolos vo para o setor de

    embalagem aonde so pesados e embalados e montados em paletes.

    As aparas so enviadas para um setor de reciclagem, onde so

    transformadas em granulados novamente, porm de inferior qualidade. Esse

  • 43

    granulado reciclado pode se tornar outro tipo de filme, ou pode ser vendido na forma

    de grnulos para outras empresas.

    Em determinados locais, observou-se tambm o risco de acidentes graves,

    devido estrutura precria do local.

    Na parte administrativa o PCP faz a programao baseado nas

    informaes enviadas pelo departamento de vendas. As ordens de servios so

    geradas por esse setor e enviadas para o gerente de produo, s ento so

    encaminhadas para os lderes de produo.

    A empresa tambm dispe de alguns indicadores, que possuem valores

    adequados, porm o ndice de entrega est abaixo da meta.

    De incio pensou-se que havia erros na programao da produo, porm

    foi identificado que o problema no era no PCP, e sim na priorizao das entregas. A

    empresa d preferncia a alguns clientes e colocam o pedido na frente dos demais,

    ento o material que estava na expedio, que ia para um determinado cliente,

    desviado. Essa forma de agir foi determinada pela diretoria da empresa.

    Outro indicador observado foi o de aparas, que, segundo informaes,

    um ndice ainda no muito confivel. Identificou-se uma quantidade de aparas muito

    grande, porm no possvel qualifica-lo como um indicador ruim, pois os dados ainda

    no so confiveis.

    3.1. Outras consideraes

    A empresa tem capacidade para produzir 11 toneladas por dia de filme.

    O almoxarifado, manuteno, estoque de canudos dos rolos tambm

    foram visitados.

    Nos trs setores acima foi observada muita desorganizao, sem

    controle de material, risco alto de acidentes.

    Os setores de PCP, vendas e RH no estavam funcionando no dia da

    visita.

  • 44

    3.2. Fotos da empresa bandeirante

    Figura 9: Indstria Bandeirante

  • 45

    3.3. Escolha da ferramenta

    Aps visita a todos os setores da Indstria Bandeirante, verificou-se a

    necessidade de organizao em alguns locais. Esse problema foi tambm relatado

    por diversos funcionrios. Portanto, a ferramenta 5S ser utilizada como forma de

    melhoria na empresa.

    O 5S uma ferramenta de fcil aplicao mas requer o envolvimento de

    todos. Ela muda a cultura da empresa tornando o ambiente organizado, limpo e

    padronizado, melhorando a qualidade do trabalho e a sade do funcionrio. Essa

    ferramenta utilizada como passo inicial para implantao da norma ISO 9001,

    porm, como a empresa no deu ateno para esse caso e j iniciou a implantao,

    o 5S ser implantado em paralelo com a certificao.

  • 46

    4. IMPLANTAO DO 5S

    4.1. Criar expectativa

    Como primeiro passo necessrio criar expectativa aos funcionrios,

    colocando faixas na empresa com antecedncia, dando dicas que uma coisa nova

    est chegando, criando interesse e expectativa em todos.

    4.2. Divulgao do programa e elaborao de concurso

    O prximo passo divulgar o programa. Apresent-lo a todos da empresa,

    explicando a sua importncia, vantagens, custos e de como todos tm que se

    comportar para uma implantao eficaz e duradoura.

    Um concurso deve ser criado para escolher uma mascote e o nome para

    um jornal interno, para divulgar informaes do programa, como informaes gerais

    de qualidade e todo e qualquer assunto importante para empresa. Nessa etapa o

    objetivo criar um clima favorvel para incluso de uma nova cultura, mostrando que

    o programa traz benefcios, e vai ajud-los no dia a dia agregando positivamente em

    seus currculos profissionais.

    O programa deve ser divulgado de forma ampla, utilizando todos os canais

    de comunicao da empresa (e-mail, murais, faixas). importante que todos na

    empresa saibam e sejam inseridos nesse clima, enfatizando que todos so

    importantes para essa melhoria.

    Na apresentao do programa 5S a alta direo iniciar a reunio e o setor

    de qualidade explicar o programa. de suma importncia a presena de todos da

    alta direo, mostrando para todos os funcionrios que o envolvimento amplo e

    vontade da direo que o programa seja bem sucedido.

  • 47

    4.3. Multiplicadores do programa 5S

    O prximo passo definir um facilitador de cada setor. Estas pessoas sero

    os multiplicadores do programa e seus auditores. necessrio tambm, registrar em

    fotos todos os setores para ter um comparativo depois que a ferramenta for aplicada.

    4.4. Concluso do concurso

    A prxima etapa a concluso do concurso, onde o vencedor do nome do

    jornal interno premiado e a mascote definida atravs de votao.

    4.5. Comunicao

    O prximo passo a comunicao. a divulgao da data do incio dos

    treinamentos, onde todos devem ser treinados, desde o escritrio at a fbrica. Ser

    definido um Dia D, o dia da grande Limpeza.

    Nessa etapa importante distribuir camisetas e brindes fazendo aluso ao

    programa.

    4.6. Treinamento

    Essa a etapa do treinamento, que ser ministrado pelos integrantes do

    departamento da qualidade. Todos os participantes recebero certificados e brindes.

    Aqui, os facilitadores do programa tambm sero treinados.

  • 48

    4.7. Dia D

    No dia D, sero aplicados todos os sensos, com participao efetiva de

    todos da fbrica e reas administrativas. Os facilitadores ajudaro e orientaro os

    trabalhos. Ao final do dia ser feita uma confraternizao com todos para reforar a

    unio e promover sinergia.

    4.8. Avaliao do 5S

    Aqui ser avaliada a aplicao da metodologia, utilizando uma lista de

    verificao para poder mensurar os setores. O antes e o depois devem ser mostrados

    nessa etapa com o auxlio do jornal.

    4.9. Auditorias do 5S

    Auditorias devem ser feitas inicialmente todas as semanas, para garantir

    que as lies aprendidas no sejam esquecidas. Essas auditorias servem para

    garantir que o senso da autodisciplina se torne parte da cultura da empresa.

    Conforme a maturidade do programa, a frequncia de auditorias diminui,

    mas devem ser realizadas pelo menos uma vez por ms.

    4.10. Autodisciplina

    Para garantir a autodisciplina necessrio realizar reunies mensais com

    todos colaboradores, reforando a importncia de que sempre possvel melhorar.

    Devem ser mostrados os resultados da empresa como um todo e os benefcios que

    esto sendo alcanados com o 5s.

  • 49

    importante tambm parabenizar os colaboradores pelas boas prticas

    que foram criadas a partir do 5s.

    4.11. Kaizen

    Essa etapa visa a melhoria contnua, com a realizao de um treinamento

    de Kaizen, para ampliar o conhecimento de todos e agregar essa ferramenta junto ao

    5s. Um mural com as melhorias obtidas com o Kaizen deve ser criado e os melhores

    projetos devem ser premiados.

  • 50

    CONCLUSO

    Aps visita Indstria Bandeirante, verificou-se que falta maturidade no

    uso das ferramentas de qualidade. Mesmo a empresa ter a preocupao de se

    certificar na norma ISO 9001, h muitos outros pontos que podem ser melhorados,

    por exemplo, a organizao em geral, o envolvimento da alta direo, a documentao

    dos processos, o controle de entrega e o foco no cliente.

    A presente pesquisa teve o objetivo de encontrar uma melhoria na empresa

    e, dentro do grande nmero de oportunidades encontradas, foi escolhida a ferramenta

    5S como ponto de partida para outras.

    A ferramenta 5S traz grandes vantagens a qualquer setor que for aplicada.

    Pois os cinco sensos (utilizao, arrumao, limpeza, higiene e autodisciplina) so

    utilizados continuamente, mantendo o ambiente de trabalho sempre organizado e

    facilitando a execuo de qualquer tarefa.

    Descreve-se um passo a passo para a implantao, pois j houve uma

    tentativa de aplicao dessa ferramenta, porm no se obteve o envolvimento de

    todos. Com essa nova abordagem de criar expectativa nos funcionrios e distribuir

    brindes para incentivar a participao, espera-se o empenho de todos, pois valoriza o

    ambiente de trabalho e o desenvolvimento profissional do colaborador.

    De forma a garantir o funcionamento do programa, auditorias devem ser

    realizadas, isso garante a correo dos desvios logo no incio, contribuindo com o

    estabelecimento de uma nova cultura.

  • 51

    BIBLIOGRAFIA

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