Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

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Diagnóstico dos remanescentes de Mata Atlântica da cidade de Salvador, publicado em 2013.

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PROJETO MATA ATLÂNTICA SALVADOR

Diagnóstico da Vegetação do Bioma Mata Atlântica em

Salvador/BA

Edição Revisada e Ampliada

SALVADOR

2013

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©Ministério Público do Estado da Bahia. Fundação José Silveira

Qualquer parte deste relatório pode ser reproduzida desde que citada a fonte.

Ministério Público do Estado da Bahia Avenida Joana Angélica, 1312, Nazaré. Salvador – Ba. 40.050-001

Telefones: 3103-6400 www.mp.ba.gov.br

Fundação José Silveira

Ladeira do Campo, s/n, Federação. Salvador – Ba. CEP 40.210-320 Telefone: 71 3504-5702

www.fjs.org.br

Bahia. Ministério Público. Fundação José Silveira

Projeto Mata Atlântica Salvador. Diagnóstico da Vegetação do Bioma Mata Atlântica na cidade de Salvador / Ministério Público do Estado da Bahia. Fundação José Silveira. Ed. rev. e ampliada. - Salvador: [s.n], 2013.

360 p. il.

1. Mata atlântica – conservação - Salvador (Bahia) . 2. Bioma - Salvador (Bahia). II. Título.

CDir: 341.347

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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO FUNDAÇÃO JOSÉ SILVEIRA DA BAHIA

COORDENAÇÃO GERAL

Ana Luzia dos Santos Santana 5ª Promotoria de Justiça do Meio Ambiente da Capital

Antônio Sérgio dos Anjos Mendes

3ª Promotoria de Justiça do Meio Ambiente da Capital

GERENTE DO PROJETO

Rousyana Gomes de Araujo - MP/BA Coordenadora Técnica da Central de Apoio Técnico – Bióloga

Ministério Público do Estado da Bahia

EQUIPE TÉCNICA

Prof. Dr. Ardemírio Barros - UEFS Especialista em Sistemas de Informações Georreferenciadas e Processamento Digital de Imagens

Prof. Dr. Juarez Jorge Santos - UFBA

Especialista em Ecologia – Biólogo

Profª. Msc. Maria Lenise Silva Guedes - UFBA Especialista em Taxonomia Vegetal – Bióloga

Msc. Erivaldo Queiroz – SMA/Jardim Botânico

Especialista em Taxonomia Vegetal – Biólogo

Rousyana Gomes de Araujo – MP/BA Coordenadora Técnica da Central de Apoio Técnico – Bióloga

Andressa Lopes de Oliveira Passos – CIGEO/MP-BA

Especialista em Geoprocessamento – Geógrafa

Adriano Cassiano dos Santos – INEMA Especialista em Geoprocessamento – Geógrafo

Jacson Machado - INEMA

Especialista em Geoprocessamento

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Ricardo Acácio de Almeida - INEMA Especialista em Geoprocessamento – Geógrafo

Rosalvo Nascimento Alves – SUCOM

Topógrafo

Francisco Sanches Gomes Biólogo

Nid Coelho Amorim

Especialista em Gerenciamento Ambiental - Biólogo

Pedro Eduardo M. Andrade Silva - UFBA Biólogo

Rogério Moreira Cerqueira

Especialista em Gerenciamento Ambiental - Biólogo

Andrea Seixas Costa - UFBA Estagiário – Ciências Biológicas

Daniel Siqueira Campos de Oliveira- UFBA

Estagiário – Ciências Biológicas

Gustavo Ramos - UFBA Estagiário – Ciências Biológicas

Natássia Leite Matos - UFBA

Estagiário – Ciências Biológicas

Suzane Rocha Teixeira - UFBA Estagiário – Ciências Biológicas

ACOMPANHAMENTO

Cássia Brisele Soares Carvalho – ADEMI Assistente Técnico - Engenheira Florestal

Rosival Barros – ADEMI

Assistente Técnico - Engenheiro Florestal

Msc. Hailton Mello da Silva – ADEMI Assistente Técnico – Especialista em Geoprocessamento

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COLABORAÇÃO

Helayne Mota Ribeiro da Silva – FJS Coordenadora de Projetos

Maria Aparecida Braga França – FJS

Auxiliar Administrativo

APOIO

Central de Apoio Técnio do Ministério Público do Estado da Bahia

Centro Integrado de Geoinformação do Ministério Público do Estado da Bahia

Exército Brasileiro – 19º Batalhão de Caçadores

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos

Marinha do Brasil – Base Naval de Aratu

Núcleo Mata Atlântica

Polícia Militar da Bahia

Companhia de Polícia de Proteção Ambiental da Bahia

Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia

Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, Habitação e Meio Ambiente de Salvador

Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo do Município de Salvador

Superintendência de Meio Ambiente de Salvador

Jardim Botânico de Salvador

FOTOS

Rousyana Gomes de Araujo Juarez Jorge Santos Nid Coelho Amorim

Erivaldo Queiroz Francisco Sanches Gomes

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 Distribuição de frequência nos intervalos de classe de altura determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Alphaville I, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012........................................................................................................................78 Gráfico 2 Distribuição de frequência nos intervalos de classe de diâmetro a altura do peito (DAP) determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Alphaville I, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012........................................................................................78 Gráfico 3 Distribuição de frequência nos intervalos de classe de altura determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Alphaville II, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012......................................................................................................................84 Gráfico 4 Distribuição de frequência nos intervalos de classe de diâmetro a altura do peito (DAP) determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Alphaville II, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012........................................................................................84 Gráfico 5 Distribuição de frequência nos intervalos de classe de altura determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Aterro Canabrava, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012.............................................................................................................92 Gráfico 6 Distribuição de frequência nos intervalos de classe de diâmetro a altura do peito (DAP) determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Aterro Canabrava, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012..................................................................92 Gráfico 7 Distribuição de frequência nos intervalos de classe de altura determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Aterro Metropolitano Centro, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012......................................................................................100 Gráfico 8 Distribuição de frequência nos intervalos de classe de diâmetro a altura do peito (DAP) determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Aterro Metropolitano Centro, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012....................................................100 Gráfico 9 Distribuição de frequência nos intervalos de classe de altura determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da

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vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Bacian do Cobre, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012. ..................................................................................................112 Gráfico 10 Distribuição de frequência nos intervalos de classe de diâmetro a altura do peito (DAP) determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Bacia do Cobre , Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012...............................................................................112 Gráfico 11 Distribuição de frequência nos intervalos de classe de altura determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Barragem Ipitanga I, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012. ..................................................................................................120 Gráfico 12 Distribuição de frequência nos intervalos de classe de diâmetro a altura do peito (DAP) determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Barragem Ipitanga I, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012...............................................................120 Gráfico 13 Distribuição de frequência nos intervalos de classe de altura determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Barragem Ipitanga II, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012.........................................................................................................127 Gráfico 14 Distribuição de frequência nos intervalos de classe de diâmetro a altura do peito (DAP) determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Barragem Ipitanga II, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012..............................................................127 Gráfico 15 Distribuição de frequência nos intervalos de classe de altura determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Base Naval de Aratu, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012...........................................................................................................136 Gráfico 16 Distribuição de frequência nos intervalos de classe de diâmetro a altura do peito (DAP) determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Base Naval de Aratu, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012...............................................................136 Gráfico 17 Distribuição de frequência nos intervalos de classe de altura determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Greenville, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012. .............................................................................................................146 Gráfico 18 Distribuição de frequência nos intervalos de classe de diâmetro a altura do peito (DAP) determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial,

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médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Greenville, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012......................................................................................146 Gráfico 19 Distribuição de frequência nos intervalos de classe de altura determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Loteamento Biribeira, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012..........................................................................................................154 Gráfico 20 Distribuição de frequência nos intervalos de classe de diâmetro a altura do peito (DAP) determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Loteamento Biribeira, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012..............................................................154 Gráfico 21 Distribuição de frequência nos intervalos de classe de altura determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Loteamento Patamares, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012......................................................................................................161 Gráfico 22 - Distribuição de frequência nos intervalos de classe de diâmetro a altura do peito (DAP) determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Loteamento Patamares, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012..............................................................161 Gráfico 23 Distribuição de frequência nos intervalos de classe de altura determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Pedreira Aratu, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012....................................................................................................................168 Gráfico 24 Distribuição de frequência nos intervalos de classe de diâmetro a altura do peito (DAP) determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Pedreira Aratu, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012................................................................................168 Gráfico 25 Distribuição de frequência nos intervalos de classe de altura determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Pedreira Carangi, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012...................................................................................................................176 Gráfico 26 Distribuição de frequência nos intervalos de classe de diâmetro a altura do peito (DAP) determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Pedreira Carangi, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012...............................................................................176 Gráfico 27 Distribuição de frequência nos intervalos de classe de altura determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Pedreira Valéria, Salvador-BA fevereiro de 2011

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a outubro de 2012...................................................................................................................184 Gráfico 28 Distribuição de frequência nos intervalos de classe de diâmetro a altura do peito (DAP) determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Pedreira Valéria, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012..............................................................................184 Gráfico 29 Distribuição de frequência nos intervalos de classe de altura determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Posto TIC, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012...............................................................................................................191 Gráfico 30 - Distribuição de frequência nos intervalos de classe de diâmetro a altura do peito (DAP) determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Posto TIC, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012......................................................................................191 Gráfico 31 Distribuição de frequência nos intervalos de classe de altura determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Trobogy, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012......................................................................................................................200 Gráfico 32 Distribuição de frequência nos intervalos de classe de diâmetro a altura do peito (DAP) determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica.. Remanescente Trobogy, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012......................................................................................200 Gráfico 33 Distribuição de frequência nos intervalos de classe de altura determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente 19º BC, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012......................................................................................................................209 Gráfico 34 - Distribuição de frequência nos intervalos de classe de diâmetro a altura do peito (DAP) determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente 19º BC, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012......................................................................................209 Gráfico 35 Distribuição de frequência nos intervalos de classe de altura determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Valéria, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012......................................................................................................................218 Gráfico 36 - Distribuição de frequência nos intervalos de classe de diâmetro a altura do peito (DAP) determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Valéria, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012......................................................................................218

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Gráfico 37 Distribuição de frequência nos intervalos de classe de altura determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Ilha de Maré, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012......................................................................................................................227 Gráfico 38 - Distribuição de frequência nos intervalos de classe de diâmetro a altura do peito (DAP) determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Ilha de Maré, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012......................................................................................227 Gráfico 39 Distribuição de frequência nos intervalos de classe de altura determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Ilha dos Frades, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012...................................................................................................................244 Gráfico 40 - Distribuição de frequência nos intervalos de classe de diâmetro a altura do peito (DAP) determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Ilha dos Frades, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012...............................................................................244

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Localização da região de estudo...............................................................................57

Figura 2 Subdivisão das áreas dos fragmentos.......................................................................73

Figura 3 Remanescente Alphaville I, vista geral da vegetação..............................................80

Figura 4 Remanescente Alphaville I, estrato Arbóreo.............................................................80

Figura 5 Área de Influência da Avenida Luís Viana – Remanescente Alphaville I.................81

Figura 6 Remanescente Alphaville II, estrato arbóreo, interior do fragmento.........................86

Figura 7 Fragmento Alphaville II, subosque............................................................................86

Figura 8 Área de Influência da Avenida Luís Viana – Remanescente Alphaville II................87

Figura 9 Remanescente Aterro Canabrava, vista geral da vegetação.......................................95

Figura 10 Remanescente Aterro Canabrava, vegetação arbórea..............................................95

Figura 11 Área de Influência da Avenida Luís Viana – Remanescente Canabrava.................96

Figura 12 Remanescente Aterro Metropolitano Centro, vista geral da vegetação..................102

Figura 13 Remanescente Aterro Metropolitano Centro, estrato arbóreo................................102

Figura 14 Área de Influência do Rio Ipitanga, Remanescente Aterro Metropolitano Centro.103

Figura 15 Remanescente Bacia do Cobre, estrato arbóreo do interior do fragmento.............115

Figura 16 Remanescente Bacia do Cobre, detalhe do subosque.............................................115

Figura 17 Área de Influência do Subúrbio Ferroviário, remanescente Bacia do Cobre.........116

Figura 18 Remanescente Barragem de Ipitanga I, Espelho d’água com vegetação do entorno....................................................................................................................................122

Figura 19 Remanescente Barragem de Ipitanga I, estrato arbóreo, tronco de pau paraíba no interior do fragmento..............................................................................................................122

Figura 20 Área de Influência do Rio Ipitanga, Remanescente Barragem de Ipitanga I.........123

Figura 21 Remanescente Barragem do Ipitanga II, vista do espelho d’água com vegetação do entorno....................................................................................................................................129

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Figura 22 Remanescente Barragem do Ipitanga II, estrato arbóreo, interior do fragmento....129

Figura 23 Área de Influência do Rio Ipitanga, Remanescente Barra de Ipitanga II..............130

Figura 24 Remanescente Base Naval de Aratu, estrato arbóreo............................................139

Figura 25 Remanescente Base Naval de Aratu, vista do subosque ........................................139

Figura 26 Área de Influência do Subúrbio Ferrovoário, remanescente Base Naval de Aratu.140

Figura 27 Remanescente Greenville, vista geral da vegetação...............................................149

Figura 28 Remanescente Greenville, dossel...........................................................................149

Figura 29 Área de Influência da Avenida Luís Viana, Remanescente Greenville.................150

Figura 30 Remanescente Loteamento Biribeira, estrato arbóreo do interior do fragmento....156

Figura 31 Remanescente Loteamento Biribeira, dossel descontínuo......................................156

Figura 32 Área de Influência da Avenida Luís Viana, Remanescente Loteamento Biribeira..................................................................................................................................157

Figura 33 Remanescente Loteamento Patamares – Fragmento Carnaúba, estrato arbóreo do interior do fragmento..............................................................................................................163

Figura 34 Remanescente Loteamento Patamares – Fragmento Bicuíba, estrato arbóreo no interior do fragmento..............................................................................................................163

Figura 35 Área de Influência da Avenida Luís Viana, Remanescente Loteamento Patamares................................................................................................................................164

Figura 36 Remanescente Pedreira Aratu, vista de encosta alterada e da paisagem vegetacional............................................................................................................................170

Figura 37 Remanescente Pedreira Aratu, estrato arbóreo e subosque..................................170

Figura 38 Área de Influência do Rio Ipitanga, Remanescente Pedreira Aratu.....................171

Figura 39 Remanescente Pedreira Carangi , vista geral da vegetação...................................178

Figura 40 Remanescente Pedreira Carangi, estrato arbóreo e subosque................................178

Figura 41 Área de Influência do Rio Ipitanga, Remanescente Pedreira Carangi...................179

Figura 42 Remanescente Pedreira Valéria, Equipamentos de britagem da Pedreira Valéria e lagoa com vegetação arbórea no entorno................................................................................186

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Figura 43 Remanescente Pedreira Valéria, estrato arbóreo...................................................186

Figura 44 Área de Influência do Rio Ipitanga, Remanescente Pedreira Valéria...................187

Figura 45 Remanescente Posto TIC, vista parcial do fragmento...........................................193

Figura 46 Remanescente Posto TIC, rizóforos (raizes suspensas) de hemiepífitas sobre troncos.....................................................................................................................................193

Figura 47 Área de Influência da Avenida Luís Viana, Remanescente Posto TIC.................194

Figura 48 Remanescente Trobogy, vista geral da vegetação..................................................203

Figura 49 Remanescente Trobogy, estrato arbóreo.................................................................203

Figura 50 Área de Influência da Avenida Luís Viana, Remanescente Posto TIC.................204

Figura 51 Remanescente 19º, vista geral da vegetação...........................................................212

Figura 52 Remanescente 19º BC, estrato arbóreo...................................................................212

Figura 53 Área de Influência da Avenida Luís Viana, Remanescente 19º BC.......................213

Figura 54 Remanescente Valéria, estrato arbóreo...................................................................220

Figura 55 Remanescente Valéria, Subosque...........................................................................220

Figura 56 Área de Influência do Subúrbio Ferroviário, Remanescente Valéria.....................221

Figura 57 Remanescente Ilha de Maré, vista geral da vegetação...........................................229

Figura 58 Remanescente Ilha de Maré, vista do subosque.....................................................229

Figura 59 Ilha de Maré............................................................................................................230

Figura 60 Remanescente Ilha dos Frades, estrato arbóreo, interior do fragmento..................247

Figura 61 Remanescente Ilha dos Frades, detalhe do subosque.............................................247

Figura 62 Ilha dos Frades........................................................................................................248

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Características dos satélites RapidEye......................................................................61 Tabela 2 Características das imagens RapidEye ...................................................................61 Tabela 3 Correlação espacial entre as bandas das imagens RapidEye...................................63 . Tabela 4 Lista dos remanescentes florestais analisados no Projeto Mata Atlântica de Salvador, fevereiro de 2011 a outubro de 2012......................................................................................71 Tabela 5 Parâmetros amostrados nas parcelas implantadas no remanescente de Mata Atlântica Alphaville I................................................................................................................74 Tabela 6 Parâmetros fitossociológicos para as espécies presentes no remanescente de Mata Atlântica Alphaville I, Salvador, BA, ordenados segundo o índice do valor de importância (IVI) .........................................................................................................................................75 Tabela 7 Parâmetros amostrados nas parcelas implantadas no remanescente de Mata Atlântica Alphaville II..............................................................................................................82 Tabela 8 Parâmetros fitossociológicos para as espécies presentes no remanescente de Mata Atlântica Alphaville II, Salvador, BA, ordenados segundo o índice do valor de importância (IVI)..........................................................................................................................................83 Tabela 9 Parâmetros amostrados nas parcelas implantadas no remanescente de Mata Atlântica, Aterro Canabrava, Salvador, BA..............................................................................88 Tabela 10 Parâmetros fitossociológicos para as espécies presentes no remanescente de Mata Atlântica, Aterro Canabrava, Salvador, BA, ordenados segundo o índice do valor de importância (IVI)......................................................................................................................89 Tabela 11. Parâmetros amostrados nas parcelas implantadas no remanescente de Mata Atlântica do Aterro Metropolitano Centro, Salvador, BA........................................................97 Tabela 12 Parâmetros fitossociológicos para as espécies presentes no remanescente de Mata Atlântica Aterro Metropolitano Centro, Salvador, BA, ordenados segundo o índice do valor de importância (IVI). ....................................................................................................................98 Tabela 13. Parâmetros amostrados nas parcelas implantadas no remanescente de Mata Atlântica da Barragem da Bacia do Cobre, Salvador, BA......................................................104 Tabela 14. Parâmetros fitossociológicos para as espécies presentes no remanescente de Mata Atlântica da Barragem da Bacia do Cobre, Salvador, BA, ordenados segundo o índice do valor de importância (IVI)......................................................................................................107

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Tabela 15. Parâmetros amostrados nas parcelas implantadas no remanescente de Ipitanga I, Salvador, BA...........................................................................................................................117 Tabela 16 Parâmetros fitossociológicos para as espécies presentes no remanescente de Mata Atlântica Barragem de Ipitanga I, Salvador, BA, ordenados segundo o índice do valor de importância (IVI)....................................................................................................................118 Tabela 17. Parâmetros amostrados nas parcelas implantadas no remanescente de Ipitanga II, Salvador, BA..........................................................................................................................124 Tabela 18 Parâmetros fitossociológicos para as espécies presentes no remanescente de Mata Atlântica Barragem de Ipitanga II, Salvador, BA, ordenados segundo o índice do valor de importância (IVI)....................................................................................................................125 Tabela 19. Parâmetros amostrados nas parcelas implantadas no remanescente de Mata Atlântica de Base Naval de Aratu, Salvador, BA...................................................................131 Tabela 20. Parâmetros fitossociológicos para as espécies presentes no remanescente de Mata Atlântica de Base Naval de Aratu, Salvador, BA, ordenados segundo o índice do valor de importância (IVI)....................................................................................................................133 Tabela 21. Parâmetros amostrados nas parcelas implantadas no remanescente de Mata Atlântica Greenville, Salvador, BA........................................................................................141 Tabela 22 Parâmetros fitossociológicos para as espécies presentes no remanescente de Mata Atlântica Greenville, Salvador, BA, ordenados segundo o índice do valor de importância (IVI) .................................................................................................................................................143 Tabela 23. Parâmetros amostrados nas parcelas implantadas no remanescente de Mata Atlântica Loteamento Biribeira, Salvador, BA.......................................................................151 Tabela 24 Parâmetros fitossociológicos para as espécies presentes no remanescente de Mata Atlântica Loteamento Biribeira, Salvador, BA, ordenados segundo o índice do valor de importância (IVI) ...................................................................................................................152 Tabela 25. Parâmetros amostrados nas parcelas implantadas no remanescente de Mata Atlântica Loteamento Patamares, Salvador, BA.....................................................................158 Tabela 26 Parâmetros fitossociológicos para as espécies presentes no remanescente de Mata Atlântica Loteamento Patamares, Salvador, BA, ordenados segundo o índice do valor de importância (IVI)....................................................................................................................159 Tabela 27. Parâmetros amostrados nas parcelas implantadas no remanescente de Pedreira Aratu, Salvador, BA................................................................................................................165

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Tabela 28 Parâmetros fitossociológicos para as espécies presentes no remanescente de Mata Atlântica de Pedreira Aratu, Salvador, BA, ordenados segundo o índice do valor de importância (IVI)....................................................................................................................166 Tabela 29. Parâmetros amostrados nas parcelas implantadas no remanescente de Pedreira Carangi, Salvador, BA............................................................................................................172 Tabela 30 - Parâmetros fitossociológicos para as espécies presentes no remanescente de Mata Atlântica de Pedreira Carangi, Salvador, BA, ordenados segundo o índice do valor de importância (IVI)....................................................................................................................173 Tabela 31. Parâmetros amostrados nas parcelas implantadas no remanescente de Pedreira Valéria, Salvador, BA.............................................................................................................180 Tabela 32 – Parâmetros fitossociológicos para as espécies presentes no remanescente de Mata Atlântica da Pedreira Valéria, Salvador, BA, ordenados segundo o índice do valor de importância (IVI)....................................................................................................................181 Tabela 33. Parâmetros amostrados nas parcelas implantadas no remanescente de Posto TIC, Salvador, BA...........................................................................................................................188 Tabela 34 Parâmetros fitossociológicos para as espécies presentes no remanescente de Mata Atlântica do Posto TIC, Salvador, BA, ordenados segundo o índice do valor de importância (IVI)........................................................................................................................................189 Tabela 35. Parâmetros amostrados nas parcelas implantadas no remanescente de Trobogy, Salvador, BA...........................................................................................................................195 Tabela 36 Parâmetros fitossociológicos para as espécies presentes no remanescente de Mata Atlântica de Trobogy, Salvador, BA, ordenados segundo o índice do valor de importância (IVI)........................................................................................................................................197 Tabela 37. Parâmetros amostrados nas parcelas implantadas no remanescente de Mata Atlântica do 19BC, Salvador, BA...........................................................................................205 Tabela 38 Parâmetros fitissociológicos para as espécies presentes no remanescente de Mata Atlântica do 19º BC, Salvador, BA, ordenados segundo o índice do valor de importância (IVI)........................................................................................................................................206 Tabela 39. Parâmetros amostrados nas parcelas implantadas no remanescente de Mata Atlântica de Valéria, Salvador, BA.........................................................................................214 Tabela 40. Parâmetros fitossociológicos para as espécies presentes no remanescente de Mata Atlântica de Valéria, Salvador, BA, ordenados segundo o índice do valor de importância (IVI)........................................................................................................................................215

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Tabela 41. Parâmetros amostrados nas parcelas implantadas no remanescente de Mata Atlântica da Ilha de Maré, Salvador, BA................................................................................222 Tabela 42. Parâmetros fitossociológicos para as espécies presentes no remanescente de Mata Atlântica da Ilha de Maré, Salvador, BA, ordenados segundo o índice do valor de importância (IVI)........................................................................................................................................224 Tabela 43. Parâmetros amostrados nas parcelas implantadas no remanescente de Mata Atlântica da Ilha dos Frades, Salvador, BA............................................................................231 Tabela 44. Parâmetros fitossociológicos para as espécies presentes no remanescente de Mata Atlântica da Ilha dos Frades, Salvador, BA, ordenados segundo o índice do valor de importância (IVI)....................................................................................................................235 Tabela 45 – Lista de táxons (famílias, gêneros e espécies) ocorrentes no subosque dos

fragmentos de mata atlântica de Salvador. Fevereiro 2011 – outubro de 2012......................260

Tabela 46 Distribuição de frequência da biomassa espacial (standing crop) da serrapilheira do remanescente Alphaville I da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012.........................................................................................................................................269 Tabela 47 Distribuição de frequência da espessura vertical da serrapilheira do remanescente Alphaville I da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012.........................................................................................................................................269 Tabela 48 Densidades absoluta (DA) relativa (DR) frequências absoluta (FA) e relativa (FR) dos táxons (famílias, gêneros e espécies) de plantas ocorrentes no subosque do remanescente Alphaville I da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012.........................................................................................................................................270 Tabela 49 Distribuição de frequência da biomassa espacial (standing crop) da serrapilheira do remanescente Alphaville II da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012.........................................................................................................................................271 Tabela 50 Distribuição de frequência da espessura vertical da serrapilheira do remanescente Alphaville II da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012.........................................................................................................................................272 Tabela 51 Densidades absoluta (DA) relativa (DR) frequências absoluta (FA) e relativa (FR) dos táxons (famílias, gêneros e espécies) de plantas ocorrentes no subosque do remanescente Alphaville II da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012.........................................................................................................................................272 Tabela 52 Distribuição de frequência da biomassa espacial (standing crop) da serrapilheira do remanescente Aterro Canabrava da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012....................................................................................................................................274

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Tabela 53 Distribuição de frequência da espessura vertical da serrapilheira do remanescente Aterro Canabrava da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012.........................................................................................................................................274 Tabela 54 Densidades absoluta (DA) relativa (DR) frequências absoluta (FA) e relativa (FR) dos táxons (famílias, gêneros e espécies) de plantas ocorrentes no subosque do remanescente Aterro Canabrava da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012.........................................................................................................................................275 Tabela 55 Distribuição de frequência da biomassa espacial (standing crop) da serrapilheira do remanescente Aterro Metropolitano Centro da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012...................................................................................................................276 Tabela 56 Distribuição de frequência da espessura vertical da serrapilheira do remanescente Aterro Metropolitano Centro da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012.........................................................................................................................................277 Tabela 57 Densidades absoluta (DA) relativa (DR) frequências absoluta (FA) e relativa (FR) dos táxons (famílias, gêneros e espécies) de plantas ocorrentes no subosque do remanescente Aterro Metropolitano Centro da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012.........................................................................................................................................277 Tabela 58 Distribuição de frequência da biomassa espacial (standing crop) da serrapilheira do remanescente Bacia do Cobre da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012.........................................................................................................................................279 Tabela 59 Distribuição de frequência da espessura vertical da serrapilheira do remanescente Bacia do Cobre da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012.........280 Tabela 60 Densidades absoluta (DA) relativa (DR) frequências absoluta (FA) e relativa (FR) dos táxons (famílias, gêneros e espécies) de plantas ocorrentes no subosque do remanescente Bacia do Cobre da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012.........280 Tabela 61 Distribuição de frequência da biomassa espacial (standing crop) da serrapilheira do remanescente Ipitanga I da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012.........................................................................................................................................285 Tabela 62 Distribuição de frequência da espessura vertical da serrapilheira do remanescente Ipitanga I da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012.........................................................................................................................................286 Tabela 63 Densidades absoluta (DA) relativa (DR) frequências absoluta (FA) e relativa (FR) dos táxons (famílias, gêneros e espécies) de plantas ocorrentes no subosque do remanescente Ipitanga I da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012...................286

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Tabela 64 Distribuição de frequência da biomassa espacial (standing crop) da serrapilheira do remanescente Ipitanga II da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012.........................................................................................................................................288 Tabela 65 Distribuição de frequência da espessura vertical da serrapilheira do remanescente Ipitanga II da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012.................288 Tabela 66 Densidades absoluta (DA) relativa (DR) frequências absoluta (FA) e relativa (FR) dos táxons (famílias, gêneros e espécies) de plantas ocorrentes no subosque do remanescente Ipitanga II da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012.........................................................................................................................................289 Tabela 67 Distribuição de frequência da biomassa espacial (standing crop) da serrapilheira do remanescente Base Naval de Aratu da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012......................................................................................................................290 Tabela 68 Distribuição de frequência da espessura vertical da serrapilheira do remanescente Base Naval de Aratu da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012.........................................................................................................................................291 Tabela 69 Densidades absoluta (DA) relativa (DR) frequências absoluta (FA) e relativa (FR) dos táxons (famílias, gêneros e espécies) de plantas ocorrentes no subosque do remanescente Base Naval de Aratu da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012........................................................................................................................................ 291 Tabela 70 Distribuição de frequência da biomassa espacial (standing crop) da serrapilheira do remanescente Grennville da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012.........................................................................................................................................295 Tabela 71 Distribuição de frequência da espessura vertical da serrapilheira do remanescente Greenville da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012.........................................................................................................................................295 Tabela 72 Densidades absoluta (DA) relativa (DR) frequências absoluta (FA) e relativa (FR) dos táxons (famílias, gêneros e espécies) de plantas ocorrentes no subosque do remanescente Greenville da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012.................296 Tabela 73 Distribuição de frequência da biomassa espacial (standing crop) da serrapilheira do remanescente Biribeira da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012.........................................................................................................................................298 Tabela 74 Distribuição de frequência da espessura vertical da serrapilheira do remanescente Biribeira da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012....................299

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Tabela 75 Densidades absoluta (DA) relativa (DR) frequências absoluta (FA) e relativa (FR) dos táxons (famílias, gêneros e espécies) de plantas ocorrentes no subosque do remanescente Biribeira da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012....................299 Tabela 76 Distribuição de frequência da biomassa espacial (standing crop) da serrapilheira do fragmento Carnauba da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012.........................................................................................................................................301 Tabela 77 Distribuição de frequência da espessura vertical da serrapilheira do fragmento Carnauba da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012.........................................................................................................................................301 Tabela 78 Distribuição de frequência da biomassa espacial (standing crop) da serrapilheira do fragmento Bicuiba da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012.........................................................................................................................................302 Tabela 79 Distribuição de frequência da espessura vertical da serrapilheira do fragmento Bicuiba da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012.........................................................................................................................................302 Tabela 80 Distribuição de frequência da biomassa espacial (standing crop) da serrapilheira do remanescente Pedreira Aratu da mata atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012.........................................................................................................................................303 Tabela 81 Distribuição de frequência da espessura vertical da serrapilheira do remanescente Pedreira Aratu da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012.........................................................................................................................................304 Tabela 82 Densidades absoluta (DA) relativa (DR) frequências absoluta (FA) e relativa (FR) dos táxons (famílias, gêneros e espécies) de plantas ocorrentes no subosque do remanescente Pedreira Aratu da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012.........................................................................................................................................304 Tabela 83 Distribuição de frequência da biomassa espacial (standing crop) da serrapilheira do remanescente Pedreira Carangi da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012...................................................................................................................................306 Tabela 84 Distribuição de frequência da espessura vertical da serrapilheira do remanescente Pedreira Carangi da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012.........................................................................................................................................306 Tabela 85 Densidades absoluta (DA) relativa (DR) frequências absoluta (FA) e relativa (FR) dos táxons (famílias, gêneros e espécies) de plantas ocorrentes no subosque do remanescente Pedreira Carangi da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012.........................................................................................................................................307

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Tabela 86 Distribuição de frequência da biomassa espacial (standing crop) da serrapilheira do remanescente Pedreira Valéria da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012.........................................................................................................................................309 Tabela 87 Distribuição de frequência da espessura vertical da serrapilheira do remanescente Pedreira Valéria da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012.........................................................................................................................................309 Tabela 88 Densidades absoluta (DA) relativa (DR) frequências absoluta (FA) e relativa (FR) dos táxons (famílias, gêneros e espécies) de plantas ocorrentes no subosque do remanescente Pedreira Valéria da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012.........................................................................................................................................310 Tabela 89 Distribuição de frequência da biomassa espacial (standing crop) da serrapilheira do remanescente Posto TIC da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012.........................................................................................................................................311 Tabela 90 Distribuição de frequência da espessura vertical da serrapilheira do remanescente Posto TIC da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012.........................................................................................................................................312 Tabela 91 Distribuição de frequência da biomassa espacial (standing crop) da serrapilheira do remanescente Trobogy da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012.........................................................................................................................................313 Tabela 92 Distribuição de frequência da espessura vertical da serrapilheira do remanescente Trobogy da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012.........................................................................................................................................313 Tabela 93 Densidades absoluta (DA) relativa (DR) frequências absoluta (FA) e relativa (FR) dos táxons (famílias, gêneros e espécies) de plantas ocorrentes no subosque do remanescente Trobogy da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012.........................................................................................................................................314 Tabela 94 Distribuição de frequência da biomassa espacial (standing crop) da serrapilheira do remanescente 19º BC da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012.........................................................................................................................................316 Tabela 95 Distribuição de frequência da espessura vertical da serrapilheira do remanescente 19º BC da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012......................316 Tabela 96 – Distribuição de frequência da biomassa espacial (standing crop) da serrapilheira do fragmento Valéria da mata atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a Outubro de 2012.........................................................................................................................................317

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Tabela 97 - Distribuição de frequência da espessura vertical da serrapilheira do fragmento Valéria da mata atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a Outubro de 2012.......................318 Tabela 98 – Densidades absoluta (DA), relativa (DR), frequências absoluta (FA) e relativa (FR) das espécies/táxons de plantas ocorrentes no subosque do fragmento Valéria da mata atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a Outubro de 2012.................................................318 Tabela 99 – Distribuição de frequência da biomassa espacial (standing crop) da serrapilheira do fragmento Ilha de Maré da mata atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a Outubro de 2012.........................................................................................................................................321 Tabela 100 - Distribuição de frequência da espessura vertical da serrapilheira do fragmento Ilha de Maré da mata atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a Outubro de 2012..............321 Tabela 101 – Densidades absoluta (DA), relativa (DR), frequências absoluta (FA) e relativa (FR) das espécies/táxons de plantas ocorrentes no subosque do fragmento Ilha de Maré da mata atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a Outubro de 2012........................................322 Tabela 102 – Distribuição de freqüência da biomassa espacial (standing crop) da serrapilheira do fragmento Ilha dos Frades da mata atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a Outubro de 2012.........................................................................................................................................326 Tabela 103 - Distribuição de freqüência da espessura vertical da serrapilheira do fragmento Ilha dos Frades da mata atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a Outubro de 2012..........326 Tabela 104 – Densidades absoluta (DA), relativa (DR), freqüências absoluta (FA) e relativa (FR) das espécies/táxons de plantas ocorrentes no subosque do fragmento Ilha dos Frades da mata atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a Outubro de 2012........................................327

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LISTA DE SIGLAS

ADEMI Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da

Bahia

CEAT Central de Apoio Técnio do Ministério Público da Bahia

CIGEO Centro Integrado de Geoinformação do Ministério Público da Bahia

COPPA Companhia de Polícia de Proteção Ambiental

CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente

FJS Fundação José Silveira

IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

Renováveis

INEMA Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos

JBS Jardim Botânico de Salvador

MP/BA Ministério Público do Estado da Bahia

NUMA Núcleo Mata Atlântica

PMBA Polícia Militar do Estado da Bahia

SUCOM Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo do

Município de Salvador

SEDHAM Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, Habitação e Meio

Ambiente de Salvador

SEI Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia

SMA Superintendência de Meio Ambiente de Salvador

19º BC 19° Batalhão de Caçadores

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APRESENTAÇÃO

A despeito de ter sido alçada à condição de patrimônio nacional pelo legislador constituinte

brasileiro de 1988, a vegetação de Mata Atlântica continua a sofrer sérias ameaças,

especialmente aqueles fragmentos florestais situados na malha urbana, decorrentes, na

maioria das vezes, ou da falta de planejamento na ocupação territorial ou mesmo em face da

pouca importância que, historicamente, se atribui à vegetação localizada nas cidades

brasileiras.

Baseado no reconhecimento da existência de fortes e reais ataques aos remanescentes

florestais atlânticos urbanos resolveu o legislador infraconstitucional, por intermédio da Lei

11.428/2006 - Lei da Mata Atlântica, exigir de cada município inserido no bioma Mata

Atlântica a aprovação de um “Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata

Atlântica”, elaborado a partir de um amplo e profundo diagnóstico da vegetação nativa, com

vistas a não só deter a desenfreada devastação, mas também, dar início ao seu necessário

processo de recuperação e uso sustentável.

A situação da Mata Atlântica no município de Salvador, cujo território está integralmente

inserido no bioma Mata Atlântica, ostenta status de visível fragmentação e degradação,

inexistindo, até o ano de 2010, qualquer estudo ou diagnóstico sobre a qualidade e quantidade

dos fragmentos florestais no município, com densidade técnica, para subsidiar a elaboração de

instrumentos de gestão, em especial, aquele preconizado na lei federal suprarreferida.

Diante dessa situação, o Ministério Público da Bahia, por intermédio das 3.ª e 5.ª Promotorias

de Justiça do Meio Ambiente da Capital, resolveu capitanear o processo de elaboração de

estudos técnico-científicos garantidores da efetiva aplicação da Lei da Mata Atlântica no solo

soteropolitano, âmbito no qual foi produzido o presente Diagnóstico da Vegetação do Bioma

Mata Atlântica em Salvador/BA, ora entregue à sociedade.

Esse Diagnóstico, cujo parâmetro norteador foi a Resolução CONAMA n.º 05/94, foi

elaborado por equipe multidisciplinar de dedicados e competentes membros da Academia

baiana, doutores nas suas respectivas áreas de atuação, tudo coordenado pela honrada

Fundação José Silveira e apoio do Poder Público Municipal, por seus Órgãos com atuação na

“ Tentamos proteger a árvore esquecidos de que ela é que nos protege” Carlos Drummond de Andrade

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área ambiental e controle do solo urbano, do Instituto Estadual do Meio Ambiente e Recursos

Hídricos – INEMA, do Instituto Brasileiro dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, e da

Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário de Salvador – ADEMI, os

quais souberam produzir, de forma zelosa e brilhante o primeiro mapeamento dos fragmentos

florestais situados no território de uma grande capital do país.

Espera-se, portanto, que esse minucioso Diagnóstico, que contém precisas indicações sobre a

vegetação nativa do território de Salvador, incluindo as ilhas, possa se constituir em um

poderoso subsídio à elaboração do multimencionado Plano Municipal de Conservação e

Recuperação da Mata Atlântica.

A todos que participaram e contribuíram para a realização desse excepcional trabalho, o

reconhecimento mais profundo das Promotorias de Justiça do Meio Ambiente, as quais os

exaltam pelos relevantes serviços prestados, fundamentais à defesa da Mata Atlântica em

Salvador, sendo imperioso registrar um especial agradecimento à Drª Rousyana Gomes de

Araujo, Assessora Técnica Pericial deste Ministério Público, que coordenou com maestria a

execução dos trabalhos realizados, com muita dedicação, empenho e compromisso,

perseguindo, juntamente com os demais membros da equipe, o ideal de melhor servir à

sociedade.

Doravante, o Ministério Público, os Órgãos municipais, estaduais e federais encarregados da

defesa do meio ambiente, o Poder Público em geral, as Organizações Não Governamentais, e

toda a sociedade brasileira, passarão a usufruir dessa importante fonte de informações sobre a

Mata Atlântica na Cidade de Salvador.

Que seja feito, então, um excelente uso do Diagnóstico da Vegetação do Bioma Mata

Atlântica em Salvador/BA, em honra a todos aqueles que se dedicam a cumprir as normas

fixadas no melhor texto constitucional do planeta.

Ana Luzia Santana Promotora de Justiça

Sérgio Mendes Promotor de Justiça

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PORTARIA Nº 003.0.167397/2010

O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DA BAHIA, por intermédio da Quinta

Promotoria de Justiça do Meio Ambiente da Capital e da Terceira Promotoria de Justiça do

Meio Ambiente da Capital, no uso de suas atribuições que foram conferidas pelo art. 129, III,

da Constituição da República Federativa do Brasil, pelo art. 8.º, § 1º, da Lei Federal nº

7.347/85, art. 72, inciso 14, da Lei Complementar nº 11/96 e art. 21 da Resolução n.º

006/2009 do Egrégio Colégio de Procuradores do Ministério Público da Bahia,

aa)) CCoonnssiiddeerraannddoo o disposto no art. 225, caput, da Constituição Federal de 1988, o qual

dispõe que: “todos têm direito a um meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso

comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à

coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”;

b) Considerando as disposições constantes no Estatuto da Cidade que elencou dentre suas

diretrizes gerais a “a proteção, preservação e recuperação do meio ambiente natural e

construído, do patrimônio cultural, histórico, artístico, paisagístico e arqueológico” (art. 2.º,

inciso XI da Lei Federal 10.257/2001) e do Código Florestal (Lei Federal n.º 4.771/65) acerca

da manutenção das áreas de preservação permanente e dos remanescentes de vegetação

nativa, as quais devem ser observadas e incorporadas nas leis municipais, mormente quando

da concessão dos alvarás e autorizações para uso e ocupação do solo urbano;

ccc))) Considerando que a Lei Federal n.º 11.428/2006 – Lei da Mata Atlântica estabeleceu

critérios rígidos para supressão de vegetação nativa da Mata Atlântica para a implantação de

loteamentos ou edificações em áreas urbanas, vedando o corte de vegetação primária e

admitindo excepcionalmente o corte de um percentual da vegetação em estágio avançado ou

médio de regeneração, ainda assim mediante compensação destinando-se área equivalente à

desmatada para conservação;

d) Considerando o Decreto Federal n.º 6.660/2008, ao regulamentar a Lei da Mata Atlântica,

fixou o conteúdo básico do Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata

Atlântica, dentre estes o diagnóstico da vegetação nativa contendo mapeamento dos

remanescentes;

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

e) Considerando que o Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica

deverá apresentar um diagnóstico que aponte a situação da Mata Atlântica no município bem

assim indicar os fatores de risco e ameaças, apontar ações de conservação ou recuperação a

serem realizadas, além de indicar áreas para a criação de unidades de conservação públicas e

privadas, propícias ao desenvolvimento do ecoturismo, dentre outras ações;

f) Considerando que, de acordo com dados da Fundação SOS Mata Atlântica,

aproximadamente 123 milhões de pessoas vivem na área da Mata Atlântica, em 3.420

municípios, sendo que, destes, 2.928 têm suas sedes municipais dentro da área da Mata

Atlântica e que, a qualidade de vida destes quase 70% da população brasileira depende, em

grande parte, da preservação e recuperação dos remanescentes de vegetação nativa;

g) Considerando que estes remanescentes de Mata Atlântica mantêm nascentes de água,

regulando o fluxo dos mananciais que abastecem as cidades e comunidades do interior,

ajudando a regular o clima, a temperatura do solo e protegendo escarpas e encostas de morros,

sem falar na biodiversidade e beleza dessas paisagens sendo, pois, incontestável a

responsabilidade que os municípios têm para com a conservação e recuperação da vegetação

nativa da Mata Atlântica, em prol da qualidade de vida da população;

h) CCoonnssiiddeerraannddoo a publicação no sítio eletrônico do Instituto do Meio Ambiente do Estado

da Bahia - IMA, intitulado Mapeamento dos Estágios Sucessionais da Mata Atlântica no

Entorno da Av. Paralela (www.ima.ba.gov.br/index.php/diagonostico-e-estudos-ambientais)

elaborado em parceria com o Jardim Botânico de Salvador e com o Núcleo Mata Atlântica

deste Parquet, relativo a um inventário de fitofisionomia de algumas áreas do Município de

Salvador, onde se determinou o estágio de regeneração da vegetação nativa;

i) CCoonnssiiddeerraannddoo que é preciso assegurar que o Município de Salvador utilize o

estudo/diagnóstico acima referido com vistas a garantir a preservação dos remanescentes de

vegetação nativa protegida legalmente, no território da cidade, mormente quando da

concessão dos alvarás e autorizações para implantação de loteamentos ou edificações;

j) CCoonnssiiddeerraannddoo,, outrossim, que é necessário oferecer informações técnicas ambientais de

qualidade ao Conselho Municipal de Meio Ambiente – COMAM, com o fito de subsidiar a

implementação do Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica com

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

vistas a prevenir danos ambientais decorrentes de supressões e intervenções ilegais em áreas

de remanescentes da vegetação nativa da Mata Atlântica primária e secundária em estágios

médio e avançados de regeneração, existentes no âmbito do Município de Salvador;

EM RAZÃO DESSAS INFORMAÇÕES RESOLVE, ASSIM,

DETERMINAR:

Ø Instaure-se, de ofício, Procedimento de Investigação Preliminar com vistas a

desenvolver estudos técnicos científicos que garantam a efetiva aplicação dos

artigos 30 e 31 da Lei n.º 11.428/2006 – Lei da Mata Atlântica no Município

de Salvador;

Ø Autue-se o expediente, capeado pela presente portaria, registrando-se no

Sistema de Informações do Ministério Público - SIMP;

Ø Designa-se audiência com as Diretorias de Informações Ambientais do

Instituto de Meio Ambiente do Estado da Bahia – IMA e da

Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia – SEI para o

dia 30 de setembro de 2010, às 14h00, com objetivo de dar-lhes ciência da

instauração do presente procedimento e estabelecer correlato plano de

atuação;

Ø Nomeia-se Wellington Cristo Amaro, servidor do Ministério Público do

Estado da Bahia, lotado na 5.ª PJMA da Capital, para secretariar os trabalhos

neste procedimento.

Salvador, 27 de setembro de 2010.

Ana Luzia dos Santos Santana Promotora de Justiça

5.ª Promotoria do Meio Ambiente da Capital

Antonio Sérgio dos Anjos Mendes

Promotor de Justiça 3.ª Promotoria do Meio Ambiente da Capital

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

SUMÁRIO

MATA ATLÂNTICA: BREVE ANÁLISE DE SUA EXUBERÂNCIA INICIAL À

SEGREGAÇÃO EM REMANESCENTES E DA NECESSIDADE DE SUA

CONSERVAÇÃO NO MUNICÍPIO DE SALVADOR/BA................................................52

CONTEXTUALIZAÇÃO.........................................................................................................52

CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO....................................................................55

CAPÍTULO I - ABORDAGEM METODOLÓGICA DO SENSORIAMENTO

REMOTO E PROCESSAMENTO DIGITAL DE IMAGENS PARA CLASSIFICAÇÃO

DOS ESTÁGIOS SUCESSIONAIS DA VEGETAÇÃO DE MATA ATLÂNTICA EM

SALVADOR............................................................................................................................59

1.1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................59

1.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS........................................................................62

1.3 RESULTADOS...................................................................................................................65

1.4 REFERÊNCIAS..................................................................................................................66

CAPÍTULO II - COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E ESTRUTURA

FITOSSOCIOLÓGICA..........................................................................................................67

2.1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................67

2.2 METODOLOGIA...............................................................................................................69

2.3 RESULTADOS...................................................................................................................74

2.3.1 Remanescente Alphaville I............................................................................................74

2.3.2 Remanescente Alphaville II...........................................................................................82

2.3.3 Remanecente Aterro Canabrava..................................................................................88

2.3.4 Remanescente Aterro Metropolitano Centro..............................................................97

2.3.5 Remanescente Bacia do Cobre ...................................................................................104

2.3.6 Remanescente Barragem Ipitanga I...........................................................................117

2.3.7 Remanescente Barragem Ipitanga II.........................................................................124

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

2.3.8 Remanescente Base Naval de Aratu...........................................................................131

2.3.9 Remanescente Greenville............................................................................................141

2.3.10 Remanescente Loteamento Biribeira.......................................................................151

2.3.11 Remanescente Loteamento Patamares.....................................................................158

2.3.12 Remanescente Pedreira Aratu..................................................................................165

2.3.13 Remanescente Pedreira Carangi .............................................................................172

2.3.14 Remanescente Pedreira Valéria. ..............................................................................180

2.3.15 Remanescente Posto TIC...........................................................................................188

2. 3.16 Remanescente Trobogy.............................................................................................195

2. 3.17 Remanescente 19º Batalhão de Caçadores do Exército - 19° BC.........................205

2.3.18 Remanescente Valéria................................................................................................214

2.3.19 Remanescente Ilha de Maré......................................................................................222

2.3.20 Remanescente Ilha dos Frades..................................................................................231

2.4 DISCUSSÃO....................................................................................................................249

2.5 CONCLUSÃO..................................................................................................................253

2.6 REFERÊNCIAS................................................................................................................254

CAPÍTULO III - AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO DE BIOMASSA DA

SERRAPILHEIRA E COMPOSIÇÃO E ABUNDÂNCIA DA ASSOCIAÇÃO DE

PLANTAS DO SUBOSQUE................................................................................................258

3.1 INTRODUÇÃO................................................................................................................258

3.2 MATERIAL E MÉTODOS..............................................................................................259

3.3 RESULTADOS.................................................................................................................260

3.3.1 Remanescente Alphaville I..........................................................................................268

3.3.2 Remanescente Alphaville II.........................................................................................271

3.3.3 Remanecente Aterro Canabrava................................................................................273

3.3.4 Remanescente Aterro Metropolitano Centro............................................................276

3.3.5 Remanescente Bacia do Cobre....................................................................................279

3.3.6 Remanescente Barragem Ipitanga I...........................................................................285

3.3.7 Remanescente Barragem Ipitanga II ........................................................................287

Page 32: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

3.3.8 Remanescente Base Naval de Aratu...........................................................................290

3.3.9 Remanescente Greenville............................................................................................294

3.3.10 Remanescente Loteamento Biribeira.......................................................................298

3.3.11 Remanescente Loteamento Patamares.....................................................................300

3.3.11.1 Fragmento Carnaúba.............................................................................................300

3.3.11.2 Fragmento Bicuíba..................................................................................................302

3.3.12 Remanescente Pedreira Aratu..................................................................................303

3.3.13 Remanescente Pedreira Carangi .............................................................................305

3.3.14 Remanescente Pedreira Valéria. ..............................................................................308

3.3.15 Remanescente Posto TIC...........................................................................................311

3. 3.16 Remanescente Trobogy.............................................................................................312

3. 3.17 Remanescente 19º Batalhão de Caçadores do Exército - 19° BC.........................315

3.3.18 Remanecente Valéria.................................................................................................317

3.3.19 Remanescente Ilha de Maré......................................................................................320

3.3.20 Remanescente Ilha dos Frades..................................................................................325

3.4 DISCUSSÃO....................................................................................................................332

3.5 CONCLUSÃO..................................................................................................................337

3.6 REFERÊNCIAS................................................................................................................339

APÊNDICES..........................................................................................................................343

Page 33: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

52

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

MATA ATLÂNTICA: BREVE ANÁLISE DE SUA EXUBERÂNCIA INICIAL À

SEGREGAÇÃO EM REMANESCENTES E DA NECESSIDADE DE SUA

CONSERVAÇÃO NO MUNICÍPIO DE SALVADOR/BA

Rousyana Gomes de Araujo1

Andressa Lopes de Oliveira Passos2

CONTEXTUALIZAÇÃO

Mata Atlântica foi o primeiro nome dado pelos portugueses à extensa muralha verde que

separava o Oceano Atlântico das terras interiores (ROSS, 2008). Esse contínuo florestal,

tendo por referência o quadro e a conjuntura fisiográfica e ecológica do início da colonização

portuguesa, estendia-se do sudeste do Rio Grande do Norte ao sudeste de Santa Catarina,

ainda, incluíam-se as matas biodiversas da Serra Gaúcha, as florestas da região do Iguaçu e do

extremo-oeste dos planaltos paranaenses até a fronteira com o leste do Paraguai (AB’SÁBER,

2003).

Atualmente, esse contínuo de matas encontra-se reduzido e bastante fragmentado, com

aproximados 7% de sua extensão original, (Fundação SOS Mata Atlântica/INPE, 2009). Essa

situação conferiu à Mata Atlântica, no final do século passado, a condição de um dos cinco

mais importantes hotspot, ou seja, as regiões prioritárias para conservação da natureza por

serem biologicamente mais ricas, especialmente pela existência de espécies endêmicas e as

mais ameaçadas do planeta (MITTERMEIER et al, 1999).

É importante destacar que tal classificação, intensamente repetida nas publicações científicas,

amplamente propagada pelos ambientalistas e pouco apropriada no planejamento e uso dos

espaços, sobretudo os urbanos, revela em sua essência a intensa e contínua degradação do

aludido bioma. Assim sendo, a classificação de uma região enquanto hotspot de

1 Bióloga, Assessora Técnica Pericial do MP-BA, Coordenadora Técnica da CEAT-Meio Ambiente, do MP-BA.

2 Geógrafa, Especialista em Geotecnologia, Coordenadora do CIGEO/MP-BA.

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53

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

biodiversidade denota que o bioma já perdeu mais que 70% de sua cobertura original,

encontra-se sob forte ameaça, apesar da extraordinária diversidade biológica que possui, é

uma região onde os esforços para reverter os processos de perda de cobertura vegetal e

biodiversidade, além do comprometimento dos serviços ambientais essenciais para a

sobrevivência e qualidade de vida humana devem ser intensificados e integrar todos os setores

da sociedade (BENSUSAN et al., 2006).

Os impactos negativos no bioma Mata Atlântica, amplamente conhecidos, desde os diferentes

ciclos econômicos de exploração, à expansão agropecuária, à ampliação dos centros

industriais até as intensas concentração e urbanização das cidades causaram a redução drástica

de sua vegetação natural e a confinaram em remanescentes florestais, em sua maioria, com

áreas inferiores a 100 hectares (BENSUSAN et al., 2006).

Ainda, a devastação foi maior nas áreas planas da região costeira e na estreita faixa litorânea

do Nordeste, onde resta menos de 1% da floresta original (MITTERMEIER et al., 1999). No

Estado da Bahia, a Mata Atlântica de sua capital, Salvador, também esteve sujeita aos

impactos supramencionados e sua densa e exuberante vegetação primária declinou até os

atuais remanescentes secundários fragmentados, que variam de frações de um hectare na área

continental até 900 hectares em área insular, já que a extensão territorial da capital baiana

abrange tanto continente quanto ilhas.

No entanto, esse complexo vegetacional nacional, embora fragmentado, constitui ainda a

floresta pluvial atlântica, composta por numerosas e variadas formas de vida que se ordenam

em grupos estruturais e se dispõem em estratos (RIZZINI, 1997).

Essa floresta possui extraordinária diversidade de árvores, uma de suas marcas carcterísticas –

458 espécies em único hectare, nas proximidades de Itacaré, Sul da Bahia, em área

preservada, praticamente formação primária (THOMAS et al., 1998). Em adição a essa

diversidade de plantas, há pelo menos 1.360 espécies de mamíferos, anfíbios, répteis e aves

(MITTERMEIER et al., 1999). Além de inúmeros animais invertebrados (DEAN, 1996).

Page 35: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

54

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Assim sendo, impressionam os índices de diversidade biológica do bioma Mata Atlântica, que

resistem às intensas pressões e ameaças a que estão submetidos. Nesse contexto de

perturbações, resistência e resiliência, os processos de sucessão ecológica secundária são

determinantes para garantir a continuidade, mesmo que fragmentada, da floresta pluvial

atlântica. A sucessão secundária, aqui compreendida como o mecanismo pelo qual as florestas

tropicais se autorenovam, através da cicatrização de locais perturbados que ocorrem a cada

momento em diferentes pontos da mata (GOMEZ-POMPA, 1971). Esses processos de

autorenovação apresentam-se em estágios sucessionais diferenciados, com suas espécies

agrupadas em função de sua ocorrência preferencial em cada um desses estágios durante a

sucessão (BUDOWSKI, 1965).

Na Mata Atlântica, para esse mosaico de estágios sucessionais foram, na esfera legal,

definidas três grandes categorias que se baseiam em características gerais das formações

florestais, ou seja: estágio inicial, estágio médio e estágio avançado de regeneração. Assim,

com o objetivo de nortear a análise desses estágios de sucessão da Mata Atlântica para os

procedimentos de licenciamento, o Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA

estabeleceu parâmetros básicos, conceituou legalmente vegetação primária e secundária e

definiu valores mensuráveis para uniformizar a análise técnica dos elementos gerais das

formações florestais atlânticas. O detalhamento desses parâmetros, bem assim os valores

mensuráveis, tais como altura e diâmetro, para a vegetação de Mata Atlântica ao estado da

Bahia, foram definidos pela Resolução CONAMA nº 05/1994, que em conjunto com Lei

Federal nº 11.428/2006 e o Decreto nº 6.660/2008 disciplinam o uso e a proteção da

vegetação nativa do aludido bioma.

Além disso, a Lei Federal nº 11.428/2006, no artigo 38, instituiu o Plano Municipal de

Conservação e Recuperação da Mata Atlântica como instrumento de gestão para uso e

conservação da vegetação daqueles municípios incluídos no multimencionado bioma, de

acordo com o regulamentado pelo art. 43 do Decreto 6.660/2001. Assim, a fim de estimular a

elaboração e implantação do Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata

Atlântica para Salvador foi realizado o diagnóstico da vegetação desta cidade, visando

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55

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

identificar e mapear os estágios sucessionais dos remanescentes desse bioma, com base na

legislação supracitada.

CARACTERIZAÇÃO DA REGIÃO DE ESTUDO

A região de estudo é o município de Salvador, capital do estado da Bahia, localizada entre as

coordenadas UTM 537.139,06 mE, 575.452,61 mE e 8.560.896,61 mN, 8.591.270,64 mN e

possui uma superfície total aproximada de 328,542 km2 (CONDER,1989) (Figura 1).

Quanto a tipologia climática, segundo Koppen, o município de Salvador possui clima tipo Af

(tropical quente e úmido sem estação seca). Já segundo Thornthwaite e Mather, o clima é tipo

B2rA'a' (úmido), com precipitação média anual de 2098,9mm e temperatura média anual

compensada de 25,3 ºC (SEI, 1999).

Em relação aos aspectos geopedológicos, a área de estudo apresenta topografia colinosa, fácie

geológica de substrato granulítico do período pré-cambriano encimado por largo manto de

intemperismo (regolito) de grande potencial hídrico e, sobre este, solos das classes latossolos

e podzol, principalmente.

A vegetação da região analisada encontra-se inserida no domínio da Floresta Ombrófila

Densa (IBGE, 2008), todavia, hoje representada por um mosaico de remanescentes

vegetacionais alterados por processos de origem antrópica.

Diante desse cenário de fragmentação, a região de estudo foi submetida a uma avaliação

preliminar por meio da análise e interpretação de ortofotografias 2010, imagens RapydEye

2009, da Lei Municipal 7.400/2008 e suas alterações – Plano Diretor de Desenvolvimento

Urbano do município de Salvador –, especificamente o Sistema Viário, o Sistema de Áreas de

Valor Ambiental e Cultural (SAVAM) e as Regiões Administrativas (RA`s), a fim de

identificar a localização e extensão dos remanescentes de vegetação, bem como se tais

fragmentos constituem ou comportam Unidades de Conservação de Proteção Integral.

Uma vez localizados os remanescentes de vegetação, computadas suas extensões e

identificados aqueles constituintes de Unidades de Conservação de Proteção Integral, a região

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56

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

de estudo foi dividida em seis grandes áreas (Figura 2), com o objetivo de nortear, sobretudo,

espacialmente as ações de coleta de dados, processamento de informações e obtenção de

resultados realizadas pela equipe multidisciplinar executora do presente Diagnóstico.

Cabe ressaltar que não foram inclusos no presente trabalho os remanescentes que compõem as

Unidades de Conservação de Proteção Integral existentes em Salvador, a exemplo do Parque

Metropolitano de Pituaçu, Parque Joventino Silva e do Parque São Bartolomeu, uma vez que

unidades de conservação dessa natureza já possuem proteção especial, o que em tese já é

suficiente para assegurar a proteção e conservação de sua biodiversidade.

Assim, este Diagnóstico se concentrou nos remanescentes onde não há disciplinamento

especial, adicional à Lei Federal nº 11.428/2006 e ao Decreto nº 6.660/2008, para o seu uso,

especificamente as áreas privadas.

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58

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REFERÊNCIAS

AB’SÁBER, A. N. Os Domínios de Natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. São Paulo: Ateliê Editorial. 2003. BENSUSAN, N.; BARROS, A.C.; BULHÕES, B. & ARANTES, A. Biodiversidade: para comer, vestir ou passar no cabelo? São Paulo: Peirópolis. 2006. COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO DO ESTADO DA BAHIA. Sistemas de Informações Geográficas Urbanas do Estado da Bahia. Mapas Municipais, 1989. Disponível em: < http://www.informs.conder.ba.gov.br/produtos/tabelaII.1.html > Acesso em 01 out 2011. DEAN, W. A Ferro e Fogo: a história e a devastação da Mata Atlântica Brasileira. São Paulo: Companhia da Letras, 1996. FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA/INPE. Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica e ecossistemas associados no período de 2005–2008. São Paulo: Fundação SOS Mata Atlântica/INPE, 2009. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Mapa da área de aplicação da Lei n° 11.428 de 2006. Brasília: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2008. GÓMEZ-POMPA, A. Posible papel de la vegetación secundaria en la evolución de la flora tropical. Biotropica. Lawrence, 3: 125-35, 1971. ROSS, J.L.S. (org.) Geografia do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2008. SUPERINTENDÊNCIA DE ESTUDOS ECONÔMICOS E SOCIAIS DA BAHIA. Balanço Hídrico do Estado da Bahia. Salvador: SEI, 1999. 250 p. (Série Estudos e Pesquisas, 45).

THOMAS, W.W. et al. Plant endemism in two forests in southern Bahia, Brazil. Biodiversity and Conservation 7: 311-322, 1998.

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CAPÍTULO I

ABORDAGEM METODOLÓGICA DO SENSORIAMENTO REMOTO E PROCESSAMENTO DIGITAL DE IMAGENS PARA CLASSIFICAÇÃO

DOS ESTÁGIOS SUCESSIONAIS DA VEGETAÇÃO DE MATA ATLÂNTICA EM SALVADOR.

Ardemírio de Barros Silva1

1.1 INTRODUÇÃO

A Geotecnologia é a arte e a técnica de estudar a superfície, a subsuperfície e a atmosfera da

Terra e adaptar os dados e as informações às necessidades dos meios físicos, químicos e

biológicos. Fazem parte das Geotecnologias: o Processamento Digital de Imagens (PDI), a

Geoestatística e o Sistema de Informações Georreferenciadas (SIG). O SIG é usualmente

aceito como sendo uma tecnologia que possui o ferramental necessário para realizar análises

com dados e informações espaciais e portanto, oferece ao ser implementado, alternativas para

o entendimento da paisagem, da ocupação e utilização do meio físico.

A utilização de imagens de Sensoriamento Remoto vem sendo cada vez mais intensificada,

pois representa um sistema de aquisição de dados eficiente e de alta confiabilidade,

permitindo, por exemplo, a incorporação de novas visões da realidade ambiental.

De forma bem genérica, Sensoriamento Remoto pode ser definido como sendo a tecnologia

que permite a aquisição de dados sobre objetos sem contato físico com eles. Para que os dados

do Sensoriamento Remoto sejam adquiridos é necessária a utilização de sensores, que são

equipamentos capazes de coletar energia proveniente do objeto, convertê-la em sinal passível

de ser registrado e apresentá-lo em forma adequada à extração de informações. Os sensores

dos satélites captam a energia solar (sensores passivos) ou emitem energia (sensores ativos)

1 Geólogo, Doutor em Sistemas de Informações Geográficas pela Open University, professor titular da Universidade Estadual de Feira de Santana e Consultor ad hoc do CNPq, FAPESP, GEOCIENCIAS/UNESP, FLORESTA E AMBIENTE/UFRRJ, FUNDECT/MS e FINEP.

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60

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

que é refletida pelos objetos em várias faixas do espectro eletromagnético de forma

diferenciada.

O Processamento Digital de Imagens (PDI) corresponde a um conjunto de técnicas que

permite realçar determinadas características de uma imagem.

A resolução espacial de uma imagem é a menor área (polígono regular) captada por um

sensor. A resolução temporal diz respeito ao tempo que o satélite leva para imagear uma

mesma área. A resolução radiométrica está relacionada à capacidade de discriminar alvos com

pequenas diferenças de intensidade. A resolução espectral é um conceito inerente às imagens

multiespectrais de Sensoriamento Remoto, sendo definida pelo número de bandas espectrais

de um sistema sensor e pela amplitude do intervalo de comprimento de onda de cada banda.

As imagens de Sensoriamento Remoto utilizadas para avaliação da biomassa verde da cidade

de Salvador são provenientes da missão comercial denominada RapidEye, que é formada por

uma constelação de 5 micro-satélites multispectrais, lançados em 29/8/2008 em um único

foguete russo (DNEPR-1). O controle é feito pela empresa alemã RapidEye AG. O

desenvolvimento da missão ocorreu em parceria com a empresa canadense de astronáutica

MacDonald Dettwiler and Associates Ltd., que forneceu os sistemas de pré-processamento de

dados e armazenamento de imagens aos satélites. A construção foi responsabilidade da Surrey

Satellite Technology Ltd e a empresa Jena-Optronik foi a responsável pela produção das

câmeras.

Os cincos satélites RapidEye produzem conjuntos de imagens de qualquer ponto da Terra em

pouco tempo, fazendo com que ele possa ser utilizado para monitoramentos de eventos em

agricultura, florestas, governos, seguradoras, entre outras áreas de conhecimento.

Cada satélite possui seu próprio nome, sendo eles: Tachys, Mati, Trochia, Choros e Choma.

Cada um dos cinco satélites da RapidEye efetua 15 voltas em torno do planeta por dia e os

sensores a bordo dos satélites podem coletar imagens sobre a superfície da Terra ao longo de

uma faixa de 77 km de largura por até 1500 km de extensão. Estes satélites podem ser

programados para coletar imagens transversalmente à trajetória de sua órbita, e juntos

conseguem gerar aproximadamente 4,5 milhões de Km2 de imagens por dia. As características

dos satélites RapidEye são mostradas na Tabela 1:

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Tabela 1 - Características dos satélites RapidEye.

Lançamento 20/08/2008

Local de lançamento Baikonur (Kasaquistão)

Veículo lançador DNPR-1

Situação atual Ativo

Órbita Heliossincrona

Altitude 630 km

Inclinação 97,8º

Tempo de duração da órbita 96,7 minutos

Horário de passagem 11:00 hs

Período de revisita 24 horas

Tempo de vida projetado 7 anos

Fonte: EMBRAPA, 2009 (adaptado pelo autor)

As imagens RapidEye são adequadas para avaliar e analisar a biomassa verde em escala de até

1:25.000, em função da radiação radiométrica, da resolução espacial, da resolução temporal e

da resolução espectral (Tabela 2).

Tabela 2 - Características das imagens RapidEye.

Bandas espectrais

Resolução espectral

Resolução espacial

Resolução temporal

Faixa imageada

Resolução radiométrica

Azul 440-510nm

6,5 m (nadir) e 5m para ortoimagens

24 horas (off-nadir) e 5,5 dias (nadir)

77,25 km

12 bits ou 4096 níveis de cinza

Verde 520-590nm Vermelho 630-690nm Red-Edge 690-730nm Infravermelho próximo

760-880nm

Fonte: EMBRAPA, 2009

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1.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

O Processamento Digital das Imagens (PDI) derivadas dos satélites RapidEye foi

desenvolvido com a aplicação de um conjunto de técnicas matemáticas com o objetivo de

remover os vários tipos de degradações e distorções inerentes aos processos de aquisição,

transmissão e visualização das imagens coletadas, facilitando a extração de dados e

informações. Para atingir os objetivos propostos, foram elaborados os seguintes

procedimentos metodológicos:

1. Aquisição das imagens RapidEye e Ortofotos 2010 junto a SEI (Superintendência de

Estudos Econômicos e Sociais da Bahia) e Ortofotos 2006 cedidas pelo Ministério Público do

Estado da Bahia. Separação em bandas individualizadas das imagens, montagem de um

mosaico com as ortofotos e organização de um banco de dados georreferenciados com a

descrição detalhada dos metadados.

2. Seleção de aplicativos de Sistemas de Informações Georreferenciadas e Processamento

Digital de Imagens de Satélite. Os aplicativos selecionados para o Projeto foram: ArcGis,

ENVI, Global Mapper, Carta Linx, Surfer, Microsoft Office, NitroPDF, IDRISI e Autocad.

3. Definição de Projeções Cartográficas: as imagens RapidEye obtidas estão em formato

geotiff, no sistema de projeção plana Universal de Transversa de Mercator (UTM) e datum

horizontal WGS 84. As ortofotos 2006 e arquivos vetoriais dos fragmentos estavam com

sistema de projeção UTM e Datum SAD 69. O conjunto dos dados foi convertido para o

sistema de projeção UTM e Datum horizontal WGS84.

4. A correção geométrica está relacionada à reamostragem de pixeis em relação a um

determinado sistema de projeção cartográfica, tendo por função corrigir distorções de caráter

geométrico que ocorrem no momento em que a imagem é adquirida. Esse método proporciona

que a imagem não tenha distorções expressivas e possua uma boa qualidade geométrica. Das

técnicas para correção geométrica, foi utilizada a convolução cúbica, utilizando-se como

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

imagem de referência ortofotos do ano de 2010; a imagem final apresentou um erro médio

quadrático inferior a 5m.

5. Avaliação do contraste de uma imagem é realizada através da análise de seu histograma

que representa a distribuição e freqüências de pixeis. Para aplicar o realce de contraste foram

testados os algoritmos gaussiano e linear em todas as bandas. O realce linear que expande os

valores máximos e mínimos de números digitais apresentou os resultados mais satisfatórios.

6. Foram calculadas as correlações espaciais entre as bandas para, eventualmente, utilizar a

técnica de Componentes Principais. O algoritmo utilizado foi o módulo de Pearson e os

resultados estão apresentados na Tabela 3:

Tabela 3 - Correlação espacial entre as bandas das imagens RapidEye

Banda 1 Banda 2 Banda 3 Banda 4 Banda 5 Banda 1 1 0,93 0.89 0,68 0,03 Banda 2 0,93 1 0,95 0,86 0,29 Banda 3 0,89 0,95 1 0,87 0,23 Banda 4 0,68 0,86 0,87 1 0,66 Banda 5 0,03 0,29 0,23 0,66 1

Tabela criada pelo autor (SILVA, 2011)

7. Para a escolha dos tripletos para a composição colorida foram utilizados a observação

visual e o OIF (Optimum Index Factor). Este último consiste numa operação matemática que

permite identificar a composição colorida com menor repetição de dados. Para se obter o OIF

deve-se calcular a razão entre o somatório dos desvios padrões dos números digitais pelo

somatório dos coeficientes de correlação de bandas. As bandas selecionadas para a

composição colorida falsa cor foram 5, 3 e 1 nos canais vermelho, verde e azul,

respectivamente.

8. A classificação de imagens de sensoriamento remoto constitui uma ferramenta capaz de

atribuir a cada pixel da imagem determinadas características com respostas espectrais comuns

ou semelhantes. Em função dos conhecimentos prévios sobre a área, foi definida a

classificação supervisionada e como classificador a distância mínima que é baseada no

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

agrupamento “pixel a pixel”. Esta classificação é realizada mediante o cálculo da menor

distância entre o pixel a ser classificado e os valores médios obtidos das amostras treinadas,

ou seja, o método da mínima distância calcula a distância do valor da reflectância de um pixel

à média espectral do arquivo de assinaturas e atribui ao pixel a categoria com a média mais

próxima. Foram definidas as classes de estágios sucessionais avançado, médio e inicial

(Quadro 1, criado pelo autor).

Quadro 1 - Chave de Interpretação da Imagem RapidEye, RGB531.

Classes Padrão Visualização

Estágio Inicial

Cor: vermelho

Tonalidade: claro

(R178G33B25)

Estágio Médio

Cor: vermelho

Tonalidade: médio

(R207G42B40)

Estágio Avançado

Cor: vermelho

Tonalidade: escuro

(R246G41B34)

9. Para eliminar pequenos ruídos, sem borrar a imagem, preservando as informações originais

da mesma e eliminar áreas menores que 400m2, foi aplicado um filtro da moda (5x5). O filtro

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da moda atribui ao pixel que possui valor discrepante do conjunto de pixeis predominantes o

valor do pixel mais frequente.

10. Na imagem classificada foi realizada uma validação dos resultados, utilizando-se o índice

de kappa (IK) que alcançou valor acima de 0,85. O cálculo do IK foi baseado nos resultados

dos trabalhos realizados pela equipe de campo, responsável pela identificação dos estágios

sucessionias da vegetação dos remanescentes in situ. O resultado obtido significou que a

interpretação alcançou níveis muito satisfatórios.

11. Na imagem classificada foi realizada uma vetorização manual, separando-se os

remanescentes dos três estágios sucessionais (avançado, médio e inicial) tendo sido gerados

arquivos em formato “shape”.

12. Foram realizadas superposições entre ortofotos 2010 e arquivos vetoriais dos fragmentos

nos três estágios sucessionais e gravados no formato Portable Document Format (PDF).

1.3 RESULTADOS

Após executados os procedimentos metodológicos supramencionados, foi verificado que a

área de estudo, ou seja, o município de Salvador/BA, que abrange uma extensão territorial de

32.854,2 hectares, possui dentre este total, 5.249,194 hectares com vegetação de Mata

Atlântica, sendo que 42,872 % dessa vegetação encontra-se no estágio inicial, 56,205 %

encontra-se no estágio médio e 0,923 % no estágio avançado de regeneração.

Ademais, a representação cartográfica dos remanescentes analisados, com seus respctivos

estágios sucessionais, encontra-se no Apêndice A – Mapa da Classificação do Estágios

Sucessionais da Vegetação do Bioma Mata Atlântica em Salvador/BA, assim como nos

resultados do capítulo 2.

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1.4 REFERÊNCIAS

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Sistemas Orbitais de Monitoramento e Gestão Territorial – RapidEye. Disponível em: < http://www.sat.cnpm.embrapa.br/conteudo/rapideye.htm> Acesso em 01 set 2011.

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CAPÍTULO II

COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E ESTRUTURA FITOSSOCIOLÓGICA.

Maria Lenise Silva Guedes1

Juarez Jorge Santos2

Rousyana Gomes de Araujo3

Nid Coelho Amorim4

Erivaldo Queiroz5

Francisco Sanches Gomes6

2.1 INTRODUÇÃO

A floresta ombrófila densa, distribuída nos ambientes quentes e úmidos do planeta, assim

denominada por Ellenberg & Mueller-Dombois (1967), corresponde no Brasil às formações

Amazônica no norte e Atlântica nas regiões nordeste, sudeste e sul deste país. Com fisionomia

e perfil vertical da vegetação praticamente semelhante, estas duas florestas exibem a

ocorrência de 493 espécies comuns (LIMA, 1969).

A Mata Atlântica já recebeu outras denominações atribuídas ao longo do tempo por

naturalistas europeus, botânicos e geógrafos brasileiros e ainda por instituição oficial como

dríades, florestas austro-oriental, pluvial de cordilheira marítima, pluvial Montana, domínio

de mares de morros vegetados e floresta ombrófila densa. A inferência de proximidade com o

Oceano Atlântico foi determinante para o estabelecimento da denominação Mata Atlântica,

1 Bióloga, Professora Adjunta III do Instituto de Biologia-UFBA nas disciplinas Botânica Sistemática dos Vegetais Superiores e Botânica Econômica. Curadora do Herbário Alexandre Leal Costa do IBIO-UFBA.

2 Doutor em Ciências Biológicas pela USP, pesquisador associado ao Laboratório de Estudos em Anatomia de Madeiras, do Instituto de Biologia/UFBA.

3 Bióloga, Assessora Técnica Pericial do MP-BA, Coordenadora Técnica da CEAT - Meio Ambiente, do MP-BA

4 Biólogo, Especialista em Gerenciamento Ambiental pela Universidade Católica do Salvador. Atua em atividades de consultoria em meio ambiente.

5 Biólogo, Mestre em Botânica pela UFBA.

6 Biólogo, Mestrando em Ecologia e Biomonitoramento - UFBA

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portanto, como referida em livros textos Rizzini (1997) que a nomeia de Floresta Atlântica

(mata e floresta são sinônimos), Mamede et. al. (2004) e em demais pesquisas recentes.

A fisionomia da vegetação da Mata Atlântica é diferenciada a depender, principalmente, das

características climáticas que advém da altitude, relevo e também do tipo de formação

geopedológica. Em função disso, ocorrem subtipos fisionômicos, principalmente como a

Mata Atlântica Montana (das serras do Mar e da Mantiqueira), Mata Atlântica de Tabuleiros

(sul da Bahia) e a Mata Atlântica das Terras Baixas (em altitudes inferiores a 100 metros).

Dada a sua grande extensão latitudinal (6º no Rio Grande do Norte e 30º no Rio Grande do

Sul), a Mata Atlântica registra variações locais para temperatura, precipitação pluviométrica e

umidade do ar.

O conhecimento inicial sobre a Mata Atlântica é atribuído ao visitante português Gabriel

Soares de Souza, no seu Tratado Descritivo do Brasil de 1587, onde o autor relata pela

primeira vez as plantas do litoral da Bahia (SOUZA, 1938). Seguem-se outros visitantes

europeus como Spix e Martius (1975) que realizam um levantamento da flora entre 1817 e

1820. Com a inclusão de espécies de plantas da Mata Atlântica (Dríades) Martius e Eichler

(1840/1906) publicaram com o patrocínio dos imperadores do Brasil, Áustria e o rei da

Baviera, vários volumes da famosa “Flora Brasiliense”. Lutzemberg (1922) publicou a

primeira listagem de árvores da Mata Atlântica.

Na segunda metade século XX surgiram as primeiras representações cartográficas

georeferenciadas baseadas em imagem de radar, em que nas cartas temáticas de vegetação se

inclui a floresta ombrófila densa da Mata Atlântica, do também famoso Projeto Radam Brasil

(1982). Neste mesmo período, principalmente a partir da década de oitenta, se intensificaram

as pesquisas na Mata Atlântica abordando os aspectos florísticos e da estrutura

fitossociológica da vegetação.

Os trabalhos que abordam estudos de composição florística e estudos fitossociológicas são

escassos para a Mata Atlântica da Bahia. Citam-se os levantamentos realizados na mata

primária preservada da Mata da Esperança, localizada em Ilhéus/BA (Carvalho &

Amorim,1996) e de Lima e Guedes (2001) no fragmento Mata Casa Branca em Santa Cruz de

Cabrália- BA. Da mesma forma acima, para a vegetação de Mata Atlântica de Salvador ocorre

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

uma lacuna na bibliografia onde apenas aparecem a Carta de Vegetação de Salvador do

Projeto Radam Brasil (1982) e os trabalhos de Bautista et al (1994), Guedes e Santos (1997),

todos de cunho florístico e finalmente a pesquisa de Santos et al (2008) sobre a estrutura

fitossociológica do Parque de Pituaçu, em Mata Atlântica secundária.

Assim, com o objetivo de diagnosticar a vegetação e identificar, de acordo com a Resolução

CONAMA 005/1994, os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da Mata Atlântica de

Salvador, bem como fornecer as informações obtidas in situ, fundamentais para representar

cartograficamente tais estágios sucessionais, foi realizado o levantamento florístico e a análise

fitossociológica das populações de plantas dos seus fragmentos remanescentes.

2.2 METODOLOGIA

A fim de avaliar in loco a vegetação da região de estudo, ou seja, o município de

Salvador/BA, foi utilizada a divisão já estabelecida para o município neste Diagnóstico,

conforme figura 2, e identificados os remanescentes a serem vistoriados.

Essa divisão foi realizada com base nas imagens RapidEye 2009 e ortofotos 2010 da SEI, nos

Sistemas Viário e de Áreas de Valor Ambiental e Cultural do município de Salvador,

constantes da Lei Municipal 7.400/2008 - Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano.

Ademais, a divisão visou facilitar o acesso, por via terrestre e marítima, aos remanescentes

que tiveram sua vegetação examinada in situ. Além disso, nas áreas demarcadas, os

remanescentes vistoriados in loco foram denominados de acordo com a referência de sua

localização, conforme tabela 4.

Para analisar a vegetação dos remanescentes, de acordo com as definições estabelecidas pela

Resolução CONAMA n° 05/1994, especificamente identificar os estágios de regeneração, foi

realizado o levantamento florístico através do método do caminhamento, onde foi coletado

todo o material botânico fértil (florido e/ou frutificado) com o auxílio de equipamentos como

podão e tesoura de poda. Além disso, foram anotados em tabela de campo específica as

características dos indivíduos de espécies de plantas como hábito, presença de exudados do

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caule (resinas, látex, aromas), além de aspectos como textura da casca e/ou lenho, cor das

flores e tipos de frutos, quando presentes, para subsidiar a identificação do material botânico.

Para analisar a estrutura fitossociológica da vegetação, foi empregado o método das parcelas

conforme Mueller-Dombois & Ellemberg (1974), com parcelas retangulares de 10mx20m

(200m²) dispostas em transectos com distância aproximada de cem metros entre si, todas

georreferenciadas. Para a amostragem de todos os indivíduos vivos ou mortos em pé da

parcela, utilizou-se como critério de inclusão o diâmetro a altura do peito (DAP) igual ou

superior a cinco centímetros, medido no tronco a um metro e trinta do solo, com o objetivo de

incluir os indivíduos pertencentes aos estratos arbóreo e arbustivo, além da inclusão dos cipós

e palmeiras. Os indivíduos que apresentaram ramificações do tronco abaixo do DAP foram

mensurados separadamente e aqueles que registraram a ocorrência de sapopemas (raízes

tabulares) ou deformações no tronco foram medidos imediatamente acima destas. A altura dos

indivíduos foi medida com régua articulada de doze metros e para aqueles mais altos

empregou-se clinômetro óptico. Todos os indivíduos mensurados foram identificados com

plaqueta numerada permanente.

No laboratório, o material botânico coletado foi prensado e desidratado em estufa elétrica, em

seguida foi identificado com auxílio de bibliografia especializada tais como Martius

(1840/1906); Lewis, (1984); Hoehne (1940/53 e 1941); Fontella-Pereira (1984); Harley &

Mayo (1980); Mori & Boom (1981), Barbosa et. al. (1968) Lorenzi & Souza (2008), e/ou por

comparação com as coleções existentes no acervo dos herbários: Alexandre Leal Costa

(ALCB) UFBA, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, RADAM BRASIL–IBGE

(HRB). O sistema de classificação utilizado foi o APG III(Angiosperm Phylogeny Group)

2009.

Quanto ao procedimento fitossociológico, foram processados os dados estruturais dos

indivíduos amostrados conforme legislação pertinente (diâmetro do tronco e altura médios),

além da obtenção dos índices fitossociológicos absolutos e relativos como densidade,

freqüência e dominância e sintéticos como índice de valor de importância (IVI) e índice de

valor de cobertura (IVC), com emprego do programa FITOPAC (Shepherd, 1995) com

solução das fórmulas matemáticas de Mueller-Dombois & Ellemberg (1974). Também foi

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obtida a diversidade específica dos fragmentos através do índice de Shannon (H’) na base

logarítima natural segundo Pielou (1966). Os parâmetros citados acima foram utilizados para

tornar mais robustos os critérios empregados para a classificação dos estágios sucessionais.

Ainda, verificou-se se as espécies identificadas na área de estudo constavam na Lista Oficial

das Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção, anexo I da Instrução Normativa nº

6, de 23 de Setembro de 2008, do Ministério do Meio Ambiente.

Tabela 4 – Lista dos remanescentes florestais analisados no Projeto Mata Atlântica de

Salvador, fevereiro de 2011 a outubro de 2012.

Área de Influência Bairro Remanescente

Avenida Luis Viana

Patamares Alphaville I

Trobogy Alphaville II

Canabrava Aterro Canabrava

Patamares Greenville

Patamares Loteamento Biribeira

Patamares Loteamento Patamares

BR-324-Cabula Posto TIC

Trobogy Trobogy

Cabula 19° BC

Rio Ipitanga

Ipitanga Aterro Metropolitano Cento

Ipitanga Barragem Ipitanga I

Ipitanga Barragem Ipitanga II

Ipitanga Pedreira Aratu

Ipitanga Pedreira Carangi

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Área de Influência Bairro Remanescente

Valéria Pedreira Valéria

Subúrbio Ferroviário

Valéria Valéria

Pirajá Bacia do Cobre

São Tomé de Paripe Base Naval de Aratu

Ilhas Ilha de Maré Ilha de Maré

Ilha dos Frades Ilha dos Frades

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2.3 RESULTADOS

A avaliação florística e fitossociológica está registrada de forma individualizada para cada

remanescente estudado no período de fevereiro de 2011 a outubro de 2012.

2.3.1 Remanescente Alphaville I

No remanescente Alphaville I foram amostrados 178 indivíduos vivos e mortos ainda em pé

em uma área total de 0,14 ha. Das parcelas implantadas, verificou-se que as 7 estão

localizadas no estágio médio, conforme a Resolução CONAMA 005/1994 (Tabela 5).

Tabela 5. Parâmetros amostrados nas parcelas implantadas no remanescente de Mata

Atlântica Alphaville 1, Salvador, BA. Ni = número de indivíduos; TotRam = total de ramos; NSpp =

número de espécies; AltMax = altura máxima; AltMed = altura média; DAPMax = diâmetro máximo; DAPMed

= diâmetro médio; AreaBas = área basal; ER=Estágio de Regeneração.

Parcelas Ni TotRam NSpp AltMax AltMed DAPMax DAPMed AreaBas ER

1 26 29 11 25 13,92 30,24 16,93 0,46 Médio

2 22 34 11 25 14,68 110,56 17,82 2,10 Médio

3 18 20 10 30 13,78 37,88 16,55 0,51 Médio

4 38 49 19 25 12,91 55,07 17,84 1,00 Médio

5 18 23 10 25 12,31 82,76 17,35 1,51 Médio

6 28 33 13 22 13,61 33,42 16,65 0,48 Médio

7 28 31 18 35 15,06 63,03 16,66 1,00 Médio

A mata existente possui fisionomia predominantemente arbórea, com seus estratos

diferenciados, altura média de 13,75 m e DAP médio de 17,11 cm. A cobertura arbórea é

predominantemente fechada, com indivíduos emergentes atingindo cerca de 35m.

Foram registradas 25 famílias, 31 gêneros e 38 espécies incluindo lianas. No arranjo

fitossociológico (tabela 6), as espécies de maior frequência foram Eschweilera ovata,

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Himatanthus bracteatus, Schefflera morototoni e Tapirira guianensis. Com relação à

dominância absoluta destacam-se as espécies Ficus gomelleira, Pera glabrata, Simarouba

amara e Himatanthus bracteatus. As espécies com maior IVI foram: Himatanthus bracteatus,

Simarouba amara, Ficus gomelleira e Tapirira guianensis. Para esse remanescente foi

observado densidade absoluta de 1271,43 ind.ha-1 e índice de diversidade de Shannon-Wiener

de 3,123 nat.ind-1.

No tocante à distribuição de frequência em intervalos de classe de altura, foi observada a

concentração dos valores na classe >12 com 59,55% dos indivíduos (gráfico 1). Para o

diâmetro, foi observado maior ocorrência na classe 8-18 com 39,89% seguido da classe >18

com 31,46% (gráfico 2).

Esses dados corroboram com uma arquitetura vegetacional secundária, com predominância do

estágio médio de regeneração.

Tabela 6 - Parâmetros fitossociológicos para as espécies presentes no remanescente de Mata

Atlântica Alphaville I, Salvador, BA, ordenados segundo o índice do valor de importância

(IVI). Descritores quantitativos: Ni = número de indivíduos; DA = densidade absoluta (ind.ha-1); DR =

densidade relativa (%); DoA = dominância absoluta (m².ha-1); DoR = dominância relativa (%); FA = frequência

absoluta; FR = frequência relativa (%); IVI = índice do valor de importância (DR+DoR+FR); IVC = índice do

valor de cobertura (DR +DoR); AB = área basal (m².0,14 ha-1).

Espécies Ni DA DR DoA DoR FA FR IVI IVC AB

Himatanthus

bracteatus 32 228,57 17,98 4,63 9,18 85,71 6,52 33,68 27,16 0,65

Simarouba amara 8 57,14 4,49 6,39 12,66 57,14 4,35 21,50 17,15 0,89

Ficus gomelleira 5 35,71 2,81 7,05 13,98 57,14 4,35 21,14 16,79 0,99

Morto 16 114,29 8,99 2,08 4,12 100,0 7,61 20,72 13,11 0,29

Tapirira guianensis 12 85,71 6,74 3,79 7,52 71,43 5,43 19,69 14,26 0,53

Eschweilera ovata 15 107,14 8,43 1,67 3,31 85,71 6,52 18,25 11,73 0,23

Pera glabrata 3 21,43 1,69 6,99 13,85 28,57 2,17 17,71 15,54 0,98

Allophylus laevigatus 11 78,57 6,18 2,57 5,10 57,14 4,35 15,62 11,28 0,36

Elaeis guineensis 7 50,00 3,93 3,92 7,78 42,86 3,26 14,97 11,71 0,55

Schefflera 10 71,43 5,62 0,70 1,38 71,43 5,43 12,44 7,00 0,10

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Espécies Ni DA DR DoA DoR FA FR IVI IVC AB

morototoni

Attalea burretiana 4 28,57 2,25 3,01 5,97 42,86 3,26 11,47 8,21 0,42

Myrsine umbellata 3 21,43 1,69 0,75 1,48 28,57 2,17 5,34 3,16 0,10

Syagrus coronata 4 28,57 2,25 0,40 0,79 28,57 2,17 5,21 3,04 0,06

Thyrsodium

spruceanum 3 21,43 1,69 0,10 0,20 42,86 3,26 5,14 1,88 0,01

Protium

heptaphyllum 4 28,57 2,25 0,36 0,72 28,57 2,17 5,14 2,96 0,05

Vochysia lucida 1 7,14 0,56 1,70 3,37 14,29 1,09 5,02 3,93 0,24

Desconhecido 01 4 28,57 2,25 0,14 0,27 28,57 2,17 4,69 2,52 0,02

Guazuma ulmifolia 2 14,29 1,12 0,68 1,35 28,57 2,17 4,64 2,47 0,10

Hirtella sp. 3 21,43 1,69 0,23 0,46 28,57 2,17 4,32 2,14 0,03

Psychotria

carthagenensis 3 21,43 1,69 0,14 0,28 28,57 2,17 4,14 1,97 0,02

Cupania sp. 3 21,43 1,69 0,10 0,19 28,57 2,17 4,05 1,87 0,01

Inga thibaudiana 2 14,29 1,12 0,13 0,25 28,57 2,17 3,55 1,37 0,02

Allagoptera

caudescens 2 14,29 1,12 0,11 0,21 28,57 2,17 3,51 1,33 0,01

Inga laurina 2 14,29 1,12 0,06 0,13 28,57 2,17 3,42 1,25 0,01

Cipó 2 14,29 1,12 0,04 0,08 28,57 2,17 3,38 1,21 0,01

Henriettea succosa 2 14,29 1,12 0,03 0,07 28,57 2,17 3,37 1,19 <0,01

Bysronima sericea 2 14,29 1,12 0,53 1,06 14,29 1,09 3,27 2,18 0,07

Ocotea pubescens 1 7,14 0,56 0,80 1,60 14,29 1,09 3,24 2,16 0,11

Attalea salvadorensis 1 7,14 0,56 0,68 1,34 14,29 1,09 2,99 1,90 0,09

Cordia sagotii 2 14,29 1,12 0,05 0,09 14,29 1,09 2,30 1,22 0,01

Hieronyma

alchorneoides 1 7,14 0,56 0,21 0,41 14,29 1,09 2,06 0,97 0,03

Ficus sp. 1 7,14 0,56 0,12 0,24 14,29 1,09 1,89 0,80 0,02

Zanthoxylum

rhoifolium 1 7,14 0,56 0,07 0,15 14,29 1,09 1,79 0,71 0,01

Inga ciliata 1 7,14 0,56 0,06 0,12 14,29 1,09 1,77 0,68 0,01

Chaetocarpus 1 7,14 0,56 0,05 0,10 14,29 1,09 1,75 0,66 0,01

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Espécies Ni DA DR DoA DoR FA FR IVI IVC AB

echinocarpus

Myrcia silvatica 1 7,14 0,56 0,04 0,08 14,29 1,09 1,73 0,64 0,01

Swartzia apetala 1 7,14 0,56 0,03 0,05 14,29 1,09 1,70 0,61 <0,01

Guatteria sp. 1 7,14 0,56 0,03 0,05 14,29 1,09 1,70 0,61 <0,01

Pouteria ramiflora 1 7,14 0,56 0,02 0,04 14,29 1,09 1,69 0,60 <0,01

Total 178 1271,43 100 50,46 100 1314,29 100 300 200 7,06

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Gráfico 1 - Distribuição de frequência nos intervalos de classe de altura determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Alphaville I, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012.

Gráfico 2 - Distribuição de frequência nos intervalos de classe de diâmetro a altura do peito (DAP) determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente AlphavilleI, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012.

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

No estrato arbóreo, ocorreram as espécies Himatanthus bracteatus (janaúba), Simarouba

amara (pau-paraiba), Ficus gomelleira (gameleira), Tapirira guianensis (pau-pombo),

Eschweilera ovata (biriba), Pera glabrata, Allophylus laevigatus, Elaeis guineensis (dendê),

Schefflera morototoni (matatauba), Attalea burretiana (indaiá), Myrsine umbellata

(pororoca), Syagrus coronata (licuri), Protium heptaphyllum (amescla), Thyrsodium

spruceanum, Vochysia lucida (pau-de-tucano), Guazuma ulmifolia, Psychotria

carthagenensis, Inga thibaudiana (ingá), Allagoptera caudescens, Inga laurina (ingá),

Henriettea succosa, Byrsonima sericea (murici), Ocotea pubescens, Attalea salvadorensis,

Cordia sagotii, Hieronyma alchorneoides, Zanthoxylum rhoifolium, Inga ciliata,

Chaetocarpus echinocarpus, Myrcia silvatica, Swartzia apetala e Pouteria ramiflora.

No subosque encontram-se indivíduos jovens do estrato arbóreo além de indivíduos dos

gêneros, Vismia, Miconia, Clidemia, Cordia, Elaeis, Myrcia, Syagrus, Guettarda, Allophylus,

Erythroxulum e Desmoncus polyacanthos (titara). No herbáceo destacam-se Poaceae com o

gênero Olyra, Heliconia psittacorum, Stromanthe porteana, Piper spp, Scleria bracteata,

Rhynchospora cephalotes, Oeceoclades maculata e indivíduos jovens das famílias

Araliaceae, Fabaceae, Myrtaceae, Boraginaceae, Melastomataceae, Arecaceae e Sapindaceae.

Na área ocorrem poucas trepadeiras e lianas, entre elas o Lygodium volubile, Philodendron

acutatum, Philodendron bipinnatifidum, Cissus erosa, Passiflora edmundoi, Vanilla sp,

Davilla spp, Dioscorea sp, além de indivíduos das Monilófitas.

A vegetação com as características acima mencionadas ocorre na extensão de 28,178 hectares

nesse remananescente, que corresponde ao estágio médio de regeneração. Assim, a mata

existente na área de Alphaville I é um remanescente de Floresta Ombrófila Densa, Mata

Atlântica, com predominância de vegetação secundária em estágio médio de regeneração,

definido conforme a Resolução CONAMA 005/1994.

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Figura 3 - Alphaville I, Vista geral da vegetação.

Figura 4 - Remanescente Alphaville I, estrato arbóreo

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

2.3.2 Remanescente Alphaville II

No remanescente Alphaville II foram amostrados 53 indivíduos em uma área total de 0,04 ha.

Das parcelas implantadas, verificou-se que as 2 estão localizadas no estágio médio, conforme

a Resolução CONAMA 005/1994 (Tabela 7).

Tabela 7. Parâmetros amostrados nas parcelas implantadas no remanescente de Mata

Atlântica de Alphaville II, Salvador, BA. Ni = número de indivíduos; TotRam = total de ramos; NSpp =

número de espécies; AltMax = altura máxima; AltMed = altura média; DAPMax = diâmetro máximo; DAPMed

= diâmetro médio; AreaBas = área basal; ER=Estágio de Regeneração.

Parcelas Ni TotRam NSpp AltMax AltMed DAPMax DAPMed AreaBas ER

1 21 29 10 15 7,75 47,43 13,02 0,42 Médio

2 32 47 12 20 9,97 35,9 11,94 0,53 Médio

A mata existente possui fisionomia predominantemente arbórea, com seus estratos

diferenciados, altura média de 8,86 m e DAP médio de 12,48 cm. A cobertura arbórea é

predominantemente fechada, com indivíduos emergentes atingindo cerca de 15 m.

Foram registradas 14 famílias, 14 gêneros e 17 espécies. No arranjo fitossociológico (tabela

8), as espécies de maior frequência foram Tapirira guianensis, Siparuna guianensis,

Schefflera morototoni, Miconia prasina e Allophylus laevigatus. Com relação à dominância

absoluta destacam-se as espécies Tapirira guianensis, Attalea burretiana, Schefflera

morototoni e Himatanthus bracteatus. As espécies com maior IVI foram: Tapirira guianensis,

Schefflera morototoni, Miconia minutiflora, Attalea burretiana e Himatanthus bracteatus.

Para esse remanescente foi observado densidade absoluta de 1325 ind.ha-1 e índice de

diversidade de Shannon-Wiener de 2,53 nat.ind-1.

No tocante à distribuição de frequência em intervalos de classe de altura, foi observada maior

concentração dos valores na classe 5-12 com 77,36 % dos indivíduos (gráfico 3). Para o

diâmetro, a maior frequência observada na classe <8 com 45,28% respectivamente (gráfico

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

4). Esses dados corroboram com uma arquitetura vegetacional secundária, com

predominância do estágio médio de regeneração.

Tabela 8 - Parâmetros fitossociológicos para as espécies presentes no remanescente de Mata

Atlântica Alphaville II, Salvador, BA, ordenados segundo o índice do valor de importância

(IVI). Descritores quantitativos: Ni = número de indivíduos; DA = densidade absoluta (ind.ha-1); DR =

densidade relativa (%); DoA = dominância absoluta (m².ha-1); DoR = dominância relativa (%); FA = frequência

absoluta; FR = frequência relativa (%); IVI = índice do valor de importância (DR+DoR+FR); IVC = índice do

valor de cobertura (DR +DoR); AB = área basal (m².0,04 ha-1).

Espécies Ni DA DR DoA DoR FA FR IVI IVC AB

Tapirira guianensis 8 200 15,09 4,89 20,75 100 9,09 44,93 35,84 0,2

Schefflera morototoni 6 150 11,32 4,2 17,84 100 9,09 38,25 29,16 0,2

Miconia minutiflora 11 275 20,75 1,98 8,42 50 4,55 33,72 29,17 0,08

Attalea burretiana 1 25 1,89 4,42 18,75 50 4,55 25,18 20,64 0,18

Himatanthus

bracteatus 3 75 5,66 2,99 12,71 50 4,55 22,92 18,37 0,12

Siparuna guianensis 4 100 7,55 0,34 1,46 100 9,09 18,1 9,01 0,01

Protium heptaphyllum 4 100 7,55 0,92 3,89 50 4,55 15,99 11,44 0,04

Allophylus laevigatus 2 50 3,77 0,18 0,78 100 9,09 13,65 4,56 0,01

Miconia prasina 2 50 3,77 0,16 0,69 100 9,09 13,55 4,46 0,01

Luehea divaricata 2 50 3,77 1,07 4,55 50 4,55 12,87 8,32 0,04

Casearia

commersoniana 2 50 3,77 0,82 3,48 50 4,55 11,8 7,25 0,03

Inga sp. 2 50 3,77 0,43 1,84 50 4,55 10,15 5,61 0,02

Coccoloba mollis 2 50 3,77 0,22 0,94 50 4,55 9,26 4,71 0,01

Inga thibaudiana 1 25 1,89 0,65 2,77 50 4,55 9,2 4,66 0,03

Desconhecido 01 1 25 1,89 0,11 0,46 50 4,55 6,9 2,35 <0,01

Eschweilera ovata 1 25 1,89 0,09 0,37 50 4,55 6,8 2,26 <0,01

Byrsonima sericea 1 25 1,89 0,07 0,31 50 4,55 6,74 2,19 <0,01

Total 53 1325 100 23,54 100 100 1100 300 200 0,9416

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Gráfico 3 - Distribuição de frequência nos intervalos de classe de altura determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Alphaville II, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012.

Gráfico 4 - Distribuição de frequência nos intervalos de classe de diâmetro a altura do peito (DAP) determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Alphaville II, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012.

Page 66: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

No estrato arbóreo, ocorreram as espécies Tapirira guianensis (pau-pombo), Schefflera

morototoni (matatauba), Miconia minutiflora, Attalea burretiana (indaiá), Himatanthus

bracteatus (janaúba), Siparuna guianensis, Protium heptaphyllum (amescla), Allophylus

laevigatus, Miconia prasina, Luehea divaricata, Casearia commersoniana, Coccoloba mollis,

Inga thibaudiana (ingá), Eschweilera ovata (biriba) e Byrsonima sericea (murici).

No subosque encontram-se indivíduos jovens do estrato arbóreo além de Protium

heptaphyllum, Himatanthus bracteatus, Eschweilera ovata, Schefflera morototoni, Xylopia

sericea e Siparuna guianensis. No estrato herbáceo destacam-se Olyra latifolia, Heliconia

psittacorum, Piper spp, Scleria bracteata, Cordia sp, Clidemia spp, Psychotria sp e espécies

de Monilófitas. Das trapadeiras e lianas destacam-se Philodendron spp e espécies das famílias

Sapindaceae, Apocynaceae, Asteraceae, Convolvulaceae e Malpighiaceae.

A vegetação com as características acima mencionadas ocorre em toda extensão desse

remanescente 9,177 ha, que corresponde ao estágio médio de regeneração e não foram

registrados os estágios inicial e avançado. Assim, a mata existente no remanescente

Alphaville II é Floresta Ombrófila Densa, Mata Atlântica, com a vegetação secundária em

estágio médio de regeneração, definido conforme a Resolução CONAMA 005/1994.

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Figura 6 - Remanescente Alphaville II, estrato arbóreo, interior do fragmento.

Figura 7 - Remanescente Alphaville II, subosque

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

2.3.3 Remanescente Aterro Canabrava

No remanescente Aterro Canabrava foram amostrados 319 indivíduos vivos e mortos ainda

em pé, em uma área total de 0,24 ha. Das parcelas, verificou-se que 10 estão localizadas no

estágio médio e 2 no estágio avançado de regeneração, conforme a Resolução CONAMA

005/1994 (Tabela 9).

Tabela 9. Parâmetros amostrados nas parcelas implantadas no remanescente de Mata

Atlântica, Aterro Canabrava, Salvador, BA. Ni = número de indivíduos; TotRam = total de ramos;

NSpp = número de espécies; AltMax = altura máxima; AltMed = altura média; DAPMax = diâmetro máximo;

DAPMed = diâmetro médio; AreaBas = área basal; ER=Estágio de Regeneração.

Parcelas Ni TotRam NSpp AltMax AltMed DAPMax DAPMed AreaBas ER

1 34 50 10 12 4,86 16,74 5,56 0,25 Inicial

2 27 31 16 23 11,63 34,74 12,44 0,52 Médio

3 24 28 13 20 10,37 32,67 11,4 0,33 Médio

4 31 35 10 25 8,88 42,33 14,82 0,88 Médio

5 20 25 13 22 10,15 28,01 13,65 0,35 Médio

6 17 19 9 25 12,44 86,26 26,37 1,41 Avançado

7 30 38 12 17 8,22 34,7 10,95 0,42 Médio

8 38 104 6 10 4,72 17,13 6,96 0,22 Inicial

9 26 38 11 13 4,33 19,6 6,54 0,26 Inicial

10 25 29 15 32 13,36 42,34 16,09 0,73 Médio

11 31 41 12 16 9,43 34,76 12,63 0,55 Médio

12 16 19 10 18 10,75 74,48 21,79 1,16 Avançado

Page 70: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

A mata existente possui fisionomia predominantemente arbórea, com seus estratos

diferenciados, altura média de 9,12 m e DAP médio de 13,26 cm. A cobertura arbórea é

predominantemente fechada, com indivíduos emergentes atingindo cerca de 30 m.

Foram registradas 28 famílias, 37 gêneros e 43 espécies incluindo lianas. No arranjo

fitossociológico (tabela 10), as espécies de maior frequência foram Tapirira guianensis,

Himatanthus bracteatus, Henriettea succosa e Byrsonima sericea. Com relação à dominância

absoluta destacam-se as espécies Tapirira guianensis, Vochysia lucida, Himatanthus

bracteatus e Stryphnodendron pulcherrimum. Aquelas espécies com maior IVI foram:

Himatanthus bracteatus, Tapirira guianensis, Byrsonima sericea, Henriettea succosa,

Vochysia lucida, Stryphnodendron pulcherrimum, Schefflera morototoni e Simarouba amara.

Para esse remanescente foi observado densidade absoluta de 1329 ind.ha-1 e índice de

diversidade de Shannon-Wiener de 3,164 nat.ind-1.

No tocante à distribuição de frequência em intervalos de classe de altura, foi observada a

concentração dos valores na classe 5-12m com 67,40 % dos indivíduos (gráfico 5). Para o

diâmetro, foi observada distribuição relativamente uniforme nas classes <8 e 8-18 com 41,38

e 37,93 % respectivamente (gráfico 6).

Esses dados corroboram com uma arquitetura vegetacional secundária, com predominância do

estágio médio de regeneração.

Tabela 10 - Parâmetros fitossociológicos para as espécies presentes no remanescente de Mata

Atlântica Canabrava, Salvador, BA, ordenados segundo o índice do valor de importância

(IVI). Descritores quantitativos: Ni = número de indivíduos; DA = densidade absoluta (ind.ha-1); DR =

densidade relativa (%); DoA = dominância absoluta (m².ha-1); DoR = dominância relativa (%); FA = frequência

absoluta; FR = frequência relativa (%); IVI = índice do valor de importância (DR+DoR+FR)(%); IVC = índice

do valor de cobertura (DR +DoR)(%); AB = área basal (m².0,24 ha-1).

Espécies Ni DA DR DoA DoR FA FR IVI IVC AB

Himatanthus

bracteatus 54 225,00 16,93 3,79 12,51 91,67 7,97 37,47 29,44 0,91

Tapirira guianensis 33 137,50 10,34 5,01 16,55 91,67 7,97 34,92 26,89 1,20

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Espécies Ni DA DR DoA DoR FA FR IVI IVC AB

Byrsonima sericea 26 108,33 8,15 1,61 5,33 66,67 5,80 19,32 13,48 0,39

Henriettea succosa 29 120,83 9,09 0,99 3,29 66,67 5,80 18,22 12,38 0,24

Vochysia lucida 5 20,83 1,57 4,16 13,74 16,67 1,45 16,76 15,3 1,00

Morto 14 58,33 4,39 0,77 2,55 83,33 7,25 14,24 6,94 0,18

Stryphnodendron

pulcherrimum 3 12,50 0,94 3,52 11,63 16,67 1,45 14,03 12,57 0,84

Schefflera

morototoni 9 37,50 2,82 1,21 4 41,67 3,62 10,47 6,82 0,29

Simarouba amara 11 45,83 3,45 1,1 3,64 33,33 2,90 10,01 7,09 0,26

Pera glabrata 6 25,00 1,88 1,43 4,72 25,00 2,17 8,79 6,6 0,34

Eschweilera ovata 7 29,17 2,19 0,72 2,39 41,67 3,62 8,24 4,59 0,17

Protium

heptaphyllum 9 37,50 2,82 0,34 1,11 41,67 3,62 7,58 3,93 0,08

Miconia sp. 12 50,00 3,76 0,18 0,61 33,33 2,90 7,29 4,37 0,04

Erythroxylum

citrifolium 10 41,67 3,13 0,14 0,46 41,67 3,62 7,25 3,6 0,03

Attalea sp. 4 16,67 1,25 1,06 3,51 16,67 1,45 6,23 4,77 0,25

Syagrus coronata 6 25,00 1,88 0,82 2,69 16,67 1,45 6,03 4,57 0,20

Bactris ferruginea 7 29,17 2,19 0,19 0,62 33,33 2,90 5,73 2,82 0,05

Myrsine umbellata 8 33,33 2,51 0,26 0,87 25,00 2,17 5,57 3,38 0,06

Thyrsodium

spruceanum 10 41,67 3,13 0,29 0,95 16,67 1,45 5,55 4,09 0,07

Inga laurina 6 25,00 1,88 0,37 1,22 16,67 1,45 5,13 3,67 0,09

Desconhecida 01 3 12,50 0,94 0,25 0,82 25,00 2,17 3,95 1,76 0,06

Inga thibaudiana 4 16,67 1,25 0,11 0,38 25,00 2,17 3,72 1,53 0,03

Cipó 4 16,67 1,25 0,08 0,27 25,00 2,17 3,65 1,46 0,02

Myrtaceae sp. 4 16,67 1,25 0,06 0,21 25,00 2,17 3,46 2 0,01

Curatella americana 4 16,67 1,25 0,23 0,75 16,67 1,45 3,31 1,85 0,06

Desconhecida 02 2 8,33 0,63 0,37 1,23 16,67 1,45 2,67 1,21 0,09

Coccoloba mollis 3 12,50 0,94 0,08 0,27 16,67 1,45 2,66 1,2 0,02

Cordia pilosa 3 12,50 0,94 0,08 0,26 16,67 1,45 2,6 1,14 0,02

Gochnatia 3 12,50 0,94 0,06 0,2 16,67 1,45 2,55 1,09 0,01

Page 72: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Espécies Ni DA DR DoA DoR FA FR IVI IVC AB

oligocephala

Kielmeyera neglecta 3 12,50 0,94 0,05 0,15 16,67 1,45 2,51 1,05 0,01

Allophylus laevigatus 2 8,33 0,63 0,09 0,29 16,67 1,45 2,37 0,91 0,02

Psychotria

carthagenensis 2 8,33 0,63 0,08 0,25 16,67 1,45 2,34 0,88 0,02

Moldenhawera

blanchetiana 1 4,17 0,31 0,32 1,05 8,33 0,72 2,09 1,36 0,08

Siparuna guianensis 2 8,33 0,63 0,03 0,1 8,33 0,72 1,46 0,73 0,01

Cupania rugosa 1 4,17 0,31 0,11 0,37 8,33 0,72 1,41 0,68 0,03

Xylopia sericea 1 4,17 0,31 0,07 0,24 8,33 0,72 1,29 0,56 0,02

Pogonophora

schomburgkiana 1 4,17 0,31 0,06 0,2 8,33 0,72 1,24 0,51 0,01

Ficus sp. 1 4,17 0,31 0,05 0,18 8,33 0,72 1,22 0,49 0,01

Abarema

cochliacarpos 1 4,17 0,31 0,04 0,15 8,33 0,72 1,19 0,46 0,01

Clusia nemorosa 1 4,17 0,31 0,03 0,09 8,33 0,72 1,14 0,41 0,01

Miconia prasina 1 4,17 0,31 0,01 0,05 8,33 0,72 1,09 0,36 <0,01

Ocotea glomerata 1 4,17 0,31 0,01 0,04 8,33 0,72 1,09 0,36 <0,01

Guarea guidonea 1 4,17 0,31 0,01 0,04 8,33 0,72 1,08 0,35 <0,01

Brosimum lactescens 1 4,17 0,31 0,01 0,04 8,33 0,72 1,08 0,35 <0,01

Total 319 1329 100 30 100 1150 100 300 200 7,26

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Gráfico 5 - Distribuição de frequência nos intervalos de classe de altura determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Aterro Canabrava, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012.

Gráfico 6 - Distribuição de frequência nos intervalos de classe de diâmetro a altura do peito (DAP) determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Aterro Canabrava, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012.

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

No estrato arbóreo ocorreram as espécies Himatanthus bracteatus (janaúba), Tapirira

guianensis (pau-pombo), Byrsonima sericea (muricí), Henriettea succosa (mundururu),

Vochysia lucida (pau-de-tucano), Stryphnodendron pulcherrimum, Schefflera morototoni

(matataúba) e Simarouba amara (pau-paraíba), Pera glabrata (sete-capote), Eschweilera

ovata (biriba), Protium heptaphyllum (amescla), Erythroxylum citrifolium, Syagrus coronata

(licuri), Bactris ferruginea (mané-veio), Myrsine umbellata (pororoca), Thyrsodium

spruceanum (caboatã-de-leite), Inga laurina (ingá), Curatella americana (lixeira), Coccoloba

mollis, Cordia pilosa, Gochnatia oligocephala, Kielmeyera neglecta, Allophylus laevigatus

(xau-xau), Psychotria carthagenensis, Moldenhawera blanchetiana, Siparuna guianensis,

Cupania rugosa (caboatã), Xylopia sericea, Pogonophora schomburgkiana, Abarema

cochliacarpos (barbatimão), Clusia nemorosa, Ocotea glomerata (louro), Miconia prasina

(mundururu), Brosimum lactescens e Guarea guidonea.

No subosque encontram-se indivíduos jovens do estrato arbóreo além de indivíduos dos

gêneros, Vismia, Miconia, Clidemia, Cordia, Elaeis, Myrcia, Syagrus, Guettarda, Allophylus

e Erythroxylum. No estrato herbáceo destacam-se Poaceae com o gênero Olyra,

Lecythidaceae, Burseraceae, Orchidaceae (Oeceoclades), Heliconia. Entre as epífitas,

destacam-se espécies Philodendron acutatum (imbé), Philodendron bipinnatifidum, Monstera

adansonii, Bromeliaceae e representantes de Monilophytas (Lygodium volubile, Nephrolepis

cf. pendula). As trepadeiras e lianas são representadas principalmente pelas famílias

Sapindaceae, Menispermaceae, Dilleniaceae, Cucurbitaceae e Convolvulaceae.

A vegetação com as características acima mencionadas ocorre em cerca de 39,500 hectares

deste remananescente, que corresponde ao estágio médio de regeneração. Além disso, foram

identificados trechos com fisionomia herbácea/arbustiva de porte baixo, com altura média de

4,3 m e DAP médio de 6,54 cm, que corresponde ao estágio inicial de regeneração com

cobertura de cerca de 4 hectares. Ainda foram identificados trechos com a fisionomia arbórea

dominante em relação às demais, formando um dossel fechado e relativamente uniforme no

porte, com altura média de 12,44 m e DAP médio de 26,37 cm, além da ocorrência de

espécies como: Simarouba amara, Ocotea glomerata e Inga laurina que caracterizam estágio

avançado de regeneração de três trechos perfazendo uma cobertura de aproximados 0,229 ha.

Page 75: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Assim, a mata existente na área do Aterro Canabrava é um remanescente de Floresta

Ombrófila Densa, Mata Atlântica, com a vegetação secundária nos três estágios sucessionais,

definidos conforme a Resolução CONAMA 005/1994. Entretanto, há predominância da

vegetação secundária no estágio médio de regeneração.

Page 76: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Figura 9 - Remanescente Aterro Canabrava, Vista geral da vegetação.

Figura 10 - Remanescente Aterro Canabrava, Vegetação Arbórea.

Page 77: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Page 78: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

2.3.4 Remanescente Aterro Metropolitano Centro

No remanescente Aterro Metropolitano Centro foram amostrados 144 indivíduos vivos e

mortos ainda em pé, em uma área total de 0,08 ha. Das parcelas implantadas, verificou-se que

as 4 estão localizadas no estágio médio, conforme a Resolução CONAMA 005/1994 (Tabela

11).

Tabela 11. Parâmetros amostrados nas parcelas implantadas no remanescente de Mata

Atlântica do Aterro Metropolitano Centro, Salvador, BA. Ni = número de indivíduos; TotRam = total

de ramos; NSpp = número de espécies; AltMax = altura máxima; AltMed = altura média; DAPMax = diâmetro

máximo; DAPMed = diâmetro médio; AreaBas = área basal; ER=Estágio de Regeneração.

Parcelas Ni TotRam NSpp AltMax AltMed DAPMax DAPMed AreaBas ER

1 37 40 10 17 10,14 24,51 9,81 0,35 Médio

2 48 82 15 15 9,50 16,87 8,22 0,32 Médio

3 27 53 12 13 8,07 40,19 10,06 0,47 Médio

4 32 45 10 15 10,55 34,06 10,3 0,38 Médio

A mata existente possui fisionomia predominantemente arbórea, com seus estratos

diferenciados, altura média de 9,56 m e DAP médio de 9,59 cm. A cobertura arbórea é

predominantemente fechada, com indivíduos emergentes atingindo uma altura média de 17 m.

Foram registradas 18 famílias, 26 gêneros e 29 espécies incluindo lianas. No arranjo

fitossociológico (tabela 12), as espécies de maior frequência foram Tapirira guianensis e

Himatanthus bracteatus com 100% cada, seguidas de Simaba cedron, Henriettea succosa e

Byrsonima sericea com 75% cada. Com relação à dominância absoluta destacam-se as

espécies Tapirira guianensis, Attalea burretiana, Kielmeyera neglecta, Henriettea succosa e

Thyrsodium spruceanum. Aquelas espécies com maior IVI foram: Tapirira guianensis,

Thyrsodium spruceanum, Henriettea succosa, Kielmeyera neglecta e Himatanthus bracteatus.

Page 79: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

98

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Para esse remanescente foi observado densidade absoluta de 1800 ind.ha-1 e índice de

diversidade de Shannon-Wiener de 2,651 nat.ind-1.

No tocante à distribuição de frequência em intervalos de classe de altura, foi observada a

concentração dos valores na classe 5-12m com 61,11% dos indivíduos (gráfico 7). Para o

diâmetro, foi observada maior distribuição na classes <8 com 51,39% seguido da classe com

8-18 com 40,20% (gráfico 8).

Esses dados corroboram com uma arquitetura vegetacional secundária, com predominância do

estágio médio de regeneração.

Tabela 12 - Parâmetros fitossociológicos para as espécies presentes no remanescente de Mata

Atlântica Aterro Metropolitano Centro, Salvador, BA, ordenados segundo o índice do valor

de importância (IVI). Descritores quantitativos: Ni = número de indivíduos; DA = densidade absoluta

(ind.ha-1); DR = densidade relativa (%); DoA = dominância absoluta (m².ha-1); DoR = dominância relativa (%);

FA = frequência absoluta; FR = frequência relativa (%); IVI = índice do valor de importância (DR+DoR+FR)

IVC = índice do valor de cobertura (DR +DoR); AB = área basal (m².0,08 ha-1).

Espécies Ni DA DR DoA DoR FA FR IVI IVC AB

Tapirira guianensis 30 375,0 20,83 5,16 29,06 100,0 8,51 58,40 49,89 0,41

Thyrsodium

spruceanum 31 387,5 21,53 1,69 9,55 50,00 4,26 35,33 31,07 0,14

Henriettea succosa 16 200,0 11,11 1,72 9,69 75,00 6,38 27,18 20,80 0,14

Kielmeyera neglecta 9 112,5 6,25 2,00 11,28 50,00 4,26 21,79 17,53 0,16

Himatanthus

bracteatus 9 112,5 6,25 1,04 5,84 100,0 8,51 20,60 12,09 0,08

Attalea burretiana 2 25,00 1,39 2,08 11,69 50,00 4,26 17,34 13,08 0,17

Byrsonima sericea 4 50,00 2,78 1,23 6,93 75,00 6,38 16,09 9,70 0,10

Simaba cedron 3 37,50 2,08 0,10 0,59 75,00 6,38 9,06 2,67 0,01

Psychotria

carthagenensis 5 62,50 3,47 0,50 2,82 25,00 2,13 8,42 6,29 0,04

Eugenia cyclophylla 4 50,00 2,78 0,22 1,27 50,00 4,26 8,30 4,05 0,02

Jacaranda obovata 4 50,00 2,78 0,18 1,01 50,00 4,26 8,04 3,79 0,01

Curatella americana 2 25,00 1,39 0,49 2,76 25,00 2,13 6,28 4,15 0,04

Page 80: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Espécies Ni DA DR DoA DoR FA FR IVI IVC AB

Morto 3 37,50 2,08 0,16 0,88 25,00 2,13 5,09 2,96 0,01

Vismia guianensis 3 37,50 2,08 0,10 0,58 25,00 2,13 4,79 2,66 0,01

Simarouba amara 2 25,00 1,39 0,12 0,70 25,00 2,13 4,22 2,09 0,01

Eschweilera ovata 2 25,00 1,39 0,10 0,59 25,00 2,13 4,11 1,98 0,01

Myrcia splendens 2 25,00 1,39 0,07 0,37 25,00 2,13 3,89 1,76 0,01

Polyandrococos

caudescens 1 12,50 0,69 0,18 1,04 25,00 2,13 3,86 1,73 0,01

Chomelia anisomeris 1 12,50 0,69 0,10 0,55 25,00 2,13 3,38 1,25 0,01

Casearia

commersoniana 1 12,50 0,69 0,09 0,50 25,00 2,13 3,33 1,20 0,01

Protium heptaphyllum 1 12,50 0,69 0,08 0,48 25,00 2,13 3,30 1,17 0,01

Myrcia silvatica 1 12,50 0,69 0,07 0,41 25,00 2,13 3,23 1,10 0,01

Abarema filamentosa 1 12,50 0,69 0,04 0,24 25,00 2,13 3,06 0,93 <0,01

Schefflera morototoni 1 12,50 0,69 0,04 0,21 25,00 2,13 3,04 0,91 <0,01

Ficus sp. 1 12,50 0,69 0,03 0,18 25,00 2,13 3,00 0,88 <0,01

Bowdichia virgilioides 1 12,50 0,69 0,03 0,18 25,00 2,13 3,00 0,88 <0,01

Miconia holosericea 1 12,50 0,69 0,03 0,17 25,00 2,13 2,99 0,87 <0,01

Cipó 1 12,50 0,69 0,03 0,16 25,00 2,13 2,98 0,86 <0,01

Stryphnodendron

pulcherrimum 1 12,50 0,69 0,03 0,15 25,00 2,13 2,97 0,85 <0,01

Miconia prasina 1 12,50 0,69 0,02 0,13 25,00 2,13 2,95 0,82 <0,01

Total 144 1800 100 17,74 100 1175 100 300 200 1,42

Page 81: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Gráfico 7 - Distribuição de frequência nos intervalos de classe de altura determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Aterro Metropolitano Centro, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012.

Gráfico 8 - Distribuição de frequência nos intervalos de classe de diâmetro a altura do peito (DAP) determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Aterro Metropolitano Centro, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012.

Page 82: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

101

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

No estrato arbóreo, ocorreram as espécies Tapirira guianensis (pau-pombo), Thyrsodium

spruceanum, Henriettea succosa, Kielmeyera neglecta, Himatanthus bracteatus (janaúba),

Attalea burretiana (indaiá), Byrsonima sericea (murici), Simaba cedron, Psychotria

carthagenensis, Eugenia cyclophylla, Jacaranda obovata, Curatella americana (lixeira),

Vismia guianensis, Simarouba amara (pau-paraiba), Eschweilera ovata (biriba), Myrcia

splendens, Chomelia anisomeris, Casearia commersoniana, Protium heptaphyllum (amescla),

Myrcia silvatica, Abarema filamentosa, Schefflera morototoni (matataúba), Bowdichia

virgilioides (sucupira), Miconia holosericea, Stryphnodendron pulcherrimum e Miconia

prasina.

No estrato herbáceo encontram-se Olyra latifolia, Heliconia psittacorum, Oeceoclades

maculata, Stromanthe porteana, Piper spp, Scleria bracteata, Rhynchospora cephalotes e

indivíduos jovens das famílias Fabaceae, Myrtaceae, Boraginaceae, Dilleniaceae,

Melastomataceae, Arecaceae, Sapindaceae, Bromeliaceae. Dentre as trepadeiras e lianas

destacam-se espécies dos gêneros Davilla, Tetraceara, Lygodium, Serjania.

A vegetação com as características acima mencionadas ocorre na extensão aproximada de

85,154 hectares. Assim, a mata existente na área da Aterro Metropolitano Centro é um

remanescente de Floresta Ombrófila Densa, Mata Atlântica, com predominância de vegetação

secundária em estágio médio de regeneração, definido conforme a Resolução CONAMA

005/1994.

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Figura 12 - Remanescente Aterro Metropolitano Centro, Vista geral da vegetação.

Figura 13 - Remanescente Aterro Metropolitano Centro, estrato arbóreo.

Page 84: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Page 85: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

2.3.5 Remanescente da Bacia do Cobre No remanescente Bacia do Cobre foram amostrados 1541 indivíduos vivos e mortos ainda em

pé, em uma área total de 1,04 ha, distribuídos em 52 parcelas. Das parcelas implantadas,

verificou-se que 7 estão localizadas no estágio inicial, 43 no estágio médio e 2 no estágio

avançado de regeneração, conforme a Resolução CONAMA 005/1994 (Tabela 13).

Tabela 13. Parâmetros amostrados nas parcelas implantadas no remanescente de Mata

Atlântica da Barragem da Bacia do Cobre, Salvador, BA. Ni = número de indivíduos; TotRam = total

de ramos; NSpp = número de espécies; AltMax = altura máxima; AltMed = altura média; DAPMax = diâmetro

máximo; DAPMed = diâmetro médio; AreaBas = área basal; ER=Estágio de Regeneração .

Parcelas Ni TotRam NSpp AltMax AltMed DAPMax DAPMed AreaBas ER

1 14 24 7 18 8,96 37,24 11,23 0,40 Médio

2 11 28 4 11 7,09 29,55 8,84 0,25 Médio

3 27 45 10 10 4,57 16,51 6,26 0,16 Inicial

4 39 50 13 18 8,67 25,46 10,80 0,57 Médio

5 38 51 13 24 4,68 34,38 7,51 0,40 Inicial

6 31 37 13 31 10,10 57,61 10,90 0,68 Médio

7 34 35 10 30 11,31 37,08 10,72 0,49 Médio

8 33 33 14 25 11,24 38,20 11,44 0,49 Médio

9 55 61 13 30 9,46 43,72 8,48 0,48 Médio

10 39 48 18 18 8,65 28,90 9,63 0,50 Médio

11 44 49 16 18 8,32 39,79 10,38 0,56 Médio

12 26 36 14 30 11,27 69,71 13,15 0,99 Médio

13 42 44 16 30 11,22 37,24 10,08 0,48 Médio

14 23 28 13 22 7,61 56,02 11,10 0,62 Médio

15 16 25 7 25 10,28 30,72 11,45 0,44 Médio

Page 86: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Parcelas Ni TotRam NSpp AltMax AltMed DAPMax DAPMed AreaBas ER

16 36 43 15 22 10,71 34,22 10,52 0,59 Médio

17 34 36 16 28 10,34 33,10 12,35 0,65 Médio

18 16 21 4 25 12,25 58,89 14,11 0,60 Médio

19 26 27 12 25 11,60 34,70 11,82 0,41 Médio

20 28 32 12 27 12,68 44,25 12,61 0,66 Médio

21 37 50 15 25 10,47 43,29 9,11 0,57 Médio

22 25 32 13 30 12,32 40,11 11,78 0,40 Médio

23 23 27 7 32 16,00 76,08 16,05 1,38 Médio

24 17 18 11 35 18,18 54,11 14,55 0,55 Médio

25 18 20 11 38 15,33 88,81 23,50 1,58 Avançado

26 17 19 11 25 13,03 50,61 13,48 0,48 Médio

27 10 10 3 30 12,10 64,94 17,34 0,46 Médio

28 22 26 16 27 14,45 54,43 13,83 0,64 Médio

29 45 52 12 30 10,36 72,26 9,75 0,90 Médio

30 20 26 15 42 19,35 81,26 24,12 2,07 Avançado

31 38 39 22 25 12,38 31,19 10,33 0,49 Médio

32 28 35 12 34 12,62 53,16 14,28 1,15 Médio

33 23 31 13 32 16,13 55,07 16,34 1,30 Médio

34 19 20 4 32 15,89 43,29 17,51 0,67 Médio

35 22 30 12 32 16,55 42,97 14,99 0,91 Médio

36 27 33 15 30 16,19 43,10 11,50 0,51 Médio

37 17 19 5 25 16,59 42,97 16,00 0,59 Médio

38 28 34 19 30 15,43 62,71 14,80 1,15 Médio

39 30 34 14 32 13,28 39,47 11,51 0,64 Médio

Page 87: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Parcelas Ni TotRam NSpp AltMax AltMed DAPMax DAPMed AreaBas ER

40 35 40 15 30 14,14 38,20 12,49 0,73 Médio

41 32 32 6 30 14,97 71,30 17,84 1,40 Médio

42 41 47 11 15 4,74 30,88 7,62 0,32 Inicial

43 37 50 14 35 9,61 80,85 10,51 1,22 Médio

44 28 37 11 12 8,04 37,46 8,38 0,28 Médio

45 25 53 7 30 5,61 38,07 6,14 0,27 Inicial

46 34 43 14 25 9,46 49,34 10,52 0,75 Médio

47 50 59 16 21 10,45 38,52 8,12 0,50 Médio

48 50 66 10 20 5,18 39,79 7,84 0,44 Inicial

49 43 52 15 18 5,20 27,37 7,85 0,34 Inicial

50 29 36 17 15 8,28 32,47 8,12 0,27 Médio

51 32 43 15 30 8,23 45,84 8,12 0,47 Médio

52 27 91 5 15 5,85 32,32 5,38 0,30 Inicial

A mata existente possui fisionomia predominantemente arbórea, com seus estratos

diferenciados, altura média de 11,10 m e DAP médio de 11,79 cm. A cobertura arbórea é

predominantemente fechada, com indivíduos emergentes atingindo até 42 m.

Foram registradas 39 famílias botânicas, 61 gêneros e 104 espécies incluindo lianas. No

arranjo fitossociológico (tabela 14), as espécies de maior frequência foram Himatanthus

bracteatus, Tapirira guianensis, Thyrsodium spruceanum, Schefflera morototoni e Protium

heptaphyllum com freqüência absoluta superior a 50%. Com relação à dominância absoluta

destacam-se as espécies Himatanthus bracteatus, Tapirira guianensis, Artocarpus

heterophyllus, Pera glabrata e Simarouba amara em ordem decrescente. As espécies com

maior IVI foram: Himatanthus bracteatus, Tapirira guianensis, Artocarpus heterophyllus,

Simarouba amara, Thyrsodium spruceanum e Pera glabrata. Para esse remanescente foi

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107

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

observado densidade absoluta de 1.482,7 ind.ha-1 e índice de diversidade de Shannon-Wiener

de 3,39 nat.ind-1.

No tocante à distribuição de frequência em intervalos de classe de altura, foi observada maior

concentração dos valores nas classes 5-12 m com 68,01% e >12 m com 26,35% dos

indivíduos (Gráfico 9). Para o diâmetro, foi observada maior ocorrência na classe <8 cm com

51,01%, seguida pelas classes 8-18 cm com 31,99% e >18 cm com 17%(Gráfico 10).

Esses dados corroboram com uma arquitetura vegetacional secundária, com predominância do

estágio médio de regeneração.

Tabela 14. Parâmetros fitossociológicos para as espécies presentes no remanescente de Mata

Atlântica da Barragem da Bacia do Cobre, Salvador, BA, ordenados segundo o índice do valor de

importância (IVI). Descritores quantitativos: Ni = número de indivíduos; DA = densidade absoluta (ind.ha-1); DR

= densidade relativa (%); DoA = dominância absoluta (m².ha-1); DoR = dominância relativa (%); FA =

frequência absoluta; FR = frequência relativa (%); IVI = índice do valor de importância (DR+DoR+FR)(%); IVC

= índice do valor de cobertura (DR +DoR)(%); AB = área basal (m².1,04 ha-1).

Espécies Ni DA DR DoA DoR FA FR IVI IVC AB

Himatanthus bracteatus 274 263,50 17,78 3,57 10,87 84,62 7,03 35,68 28,65 3,71

Tapirira guianensis 182 175,00 11,81 3,35 10,19 75,00 6,23 28,23 22,00 3,48

Artocarpus heterophyllus 92 88,50 5,97 3,17 9,64 21,15 1,76 17,37 15,61 3,30

Morto 69 66,30 4,48 1,97 5,99 61,54 5,11 15,58 10,46 2,05

Simarouba amara 35 33,70 2,27 3,06 9,32 42,31 3,51 15,10 11,59 3,18

Pera glabrata 31 29,80 2,01 3,10 9,42 28,85 2,40 13,83 11,44 3,22

Thyrsodium spruceanum 108 103,80 7,01 0,72 2,19 55,77 4,63 13,83 9,19 0,75

Schefflera morototoni 53 51,00 3,44 1,38 4,19 53,85 4,47 12,11 7,63 1,44

Protium heptaphyllum 60 57,70 3,89 0,71 2,17 51,92 4,31 10,38 6,07 0,74

Henriettea succosa 53 51,00 3,44 0,71 2,16 40,38 3,35 8,96 5,60 0,74

Inga thibaudiana 53 51,00 3,44 0,68 2,07 34,62 2,88 8,39 5,51 0,71

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Espécies Ni DA DR DoA DoR FA FR IVI IVC AB

Cecropia pachystachya 33 31,70 2,14 0,60 1,84 23,08 1,92 5,90 3,98 0,62

Cipó 36 34,60 2,34 0,14 0,44 34,62 2,88 5,65 2,78 0,15

Vochysia riedeliana 6 5,80 0,39 1,51 4,60 7,69 0,64 5,63 4,99 1,57

Miconia prasina 39 37,50 2,53 0,18 0,55 26,92 2,24 5,32 3,08 0,19

Kielmeyera neglecta 32 30,80 2,08 0,21 0,64 30,77 2,56 5,27 2,71 0,22

Byrsonima sericea 18 17,30 1,17 0,82 2,49 19,23 1,60 5,26 3,66 0,85

Boudichia virgilioides 8 7,70 0,52 0,82 2,51 15,38 1,28 4,30 3,02 0,85

Myrcia splendens 20 19,20 1,30 0,08 0,25 28,85 2,40 3,95 1,55 0,08

Jacaranda obovata 23 22,10 1,49 0,11 0,34 23,08 1,92 3,75 1,83 0,11

Myrcia sylvatica 23 22,10 1,49 0,20 0,61 19,23 1,60 3,70 2,11 0,21

Ocotea glomerata 13 12,50 0,84 0,40 1,21 17,31 1,44 3,49 2,05 0,42

Bactris ferruginea 25 24,00 1,62 0,09 0,27 19,23 1,60 3,49 1,89 0,09

Stryphnodendron pulcherrimum

12 11,50 0,78 0,27 0,82 17,31 1,44 3,04 1,60 0,28

Sapotaceae indet1 11 10,60 0,71 0,44 1,33 11,54 0,96 3,01 2,05 0,46

Inga laurina 13 12,50 0,84 0,09 0,27 17,31 1,44 2,55 1,11 0,09

Eschweilera ovata 10 9,60 0,65 0,05 0,15 19,23 1,60 2,40 0,80 0,05

Vernonanthura diffusa 10 9,60 0,65 0,13 0,41 11,54 0,96 2,02 1,06 0,14

Syagrus botryophora 10 9,60 0,65 0,12 0,36 11,54 0,96 1,97 1,01 0,12

Simaba cedron 13 12,50 0,84 0,04 0,12 9,62 0,80 1,76 0,96 0,04

Swartzia macrostachya 1 1,00 0,06 0,50 1,52 1,92 0,16 1,74 1,58 0,52

Lacistema robustum 8 7,70 0,52 0,03 0,10 13,46 1,12 1,74 0,62 0,03

Nyctaginaceae indet1 1 1,00 0,06 0,49 1,50 1,92 0,16 1,73 1,57 0,51

Psychotria carthagenesis 7 6,70 0,45 0,07 0,20 11,54 0,96 1,61 0,65 0,07

Spondias mombin 1 1,00 0,06 0,44 1,33 1,92 0,16 1,56 1,40 0,46

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Espécies Ni DA DR DoA DoR FA FR IVI IVC AB

Guarea guidonia 8 7,70 0,52 0,11 0,33 7,69 0,64 1,49 0,85 0,11

Miconia hypoleuca 7 6,70 0,45 0,04 0,13 9,62 0,80 1,38 0,58 0,04

Guatteria pogonopus 7 6,70 0,45 0,04 0,11 9,62 0,80 1,37 0,57 0,04

Tabernaemontana salzmanii

5 4,80 0,32 0,04 0,13 9,62 0,80 1,25 0,45 0,04

Ficus mariae 5 4,80 0,32 0,03 0,10 9,62 0,80 1,23 0,43 0,03

Erythroxylum martii 5 4,80 0,32 0,02 0,05 9,62 0,80 1,18 0,38 0,02

Desconhecido 04 1 1,00 0,06 0,30 0,90 1,92 0,16 1,13 0,97 0,31

Attalea salvadorensis 3 2,90 0,19 0,19 0,58 3,85 0,32 1,10 0,78 0,20

Syagrus schizophylla 4 3,80 0,26 0,07 0,20 7,69 0,64 1,10 0,46 0,07

Miconia minutiflora 5 4,80 0,32 0,03 0,09 7,69 0,64 1,05 0,42 0,03

Cupania bracteosa 4 3,80 0,26 0,05 0,15 7,69 0,64 1,05 0,41 0,05

Vismia guianensis 4 3,80 0,26 0,02 0,08 7,69 0,64 0,97 0,34 0,02

Syagrus coronata 3 2,90 0,19 0,07 0,21 5,77 0,48 0,88 0,40 0,07

Allagoptera caudescens 4 3,80 0,26 0,04 0,14 5,77 0,48 0,87 0,40 0,04

Brosimum guianense 2 1,90 0,13 0,14 0,42 3,85 0,32 0,87 0,55 0,15

Coccoloba parimensis 4 3,80 0,26 0,02 0,06 5,77 0,48 0,80 0,32 0,02

Ocotea sp2 3 2,90 0,19 0,03 0,10 5,77 0,48 0,78 0,30 0,03

Siparuna guianensis 4 3,80 0,26 0,01 0,03 5,77 0,48 0,77 0,29 0,01

Symphonia globulifera 3 2,90 0,19 0,03 0,08 5,77 0,48 0,76 0,28 0,03

Myrsine umbellata 2 1,90 0,13 0,10 0,30 3,85 0,32 0,75 0,43 0,10

Chomelia anisomeris 3 2,90 0,19 0,02 0,05 5,77 0,48 0,72 0,24 0,02

Inga ciliata 3 2,90 0,19 0,01 0,04 5,77 0,48 0,72 0,24 0,01

Casearia commersoniana 3 2,90 0,19 0,01 0,04 5,77 0,48 0,71 0,23 0,01

Maytenus distichophylla 3 2,90 0,19 0,06 0,19 3,85 0,32 0,71 0,39 0,06

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Espécies Ni DA DR DoA DoR FA FR IVI IVC AB

Ficus gomelleira 1 1,00 0,06 0,15 0,47 1,92 0,16 0,69 0,53 0,16

Albizia sp 1 1,00 0,06 0,15 0,46 1,92 0,16 0,68 0,52 0,16

Cecropia glaziovii 4 3,80 0,26 0,08 0,25 1,92 0,16 0,67 0,51 0,08

Ficus sp1 2 1,90 0,13 0,07 0,21 3,85 0,32 0,66 0,34 0,07

Desconhecido 03 1 1,00 0,06 0,14 0,43 1,92 0,16 0,65 0,49 0,15

Ocotea sp1 3 2,90 0,19 0,02 0,06 3,85 0,32 0,57 0,25 0,02

Casearia cf. bahiensis 2 1,90 0,13 0,03 0,08 3,85 0,32 0,53 0,21 0,03

Miconia dodecandra 2 1,90 0,13 0,02 0,05 3,85 0,32 0,50 0,18 0,02

Allophylus laevigatus 2 1,90 0,13 0,02 0,05 3,85 0,32 0,50 0,18 0,02

Campomanesia dichotoma 2 1,90 0,13 0,01 0,04 3,85 0,32 0,49 0,17 0,01

Tabernaemontana flavicans 4 3,80 0,26 0,02 0,06 1,92 0,16 0,48 0,32 0,02

Cupania rugosa 2 1,90 0,13 0,01 0,02 3,85 0,32 0,47 0,15 0,01

Ficus aspanuza 2 1,90 0,13 0,00 0,01 3,85 0,32 0,46 0,14 0,00

Inga vera 1 1,00 0,06 0,07 0,21 1,92 0,16 0,44 0,28 0,07

Combretaceae 01 1 1,00 0,06 0,07 0,20 1,92 0,16 0,43 0,27 0,07

Rinorea sp 3 2,90 0,19 0,01 0,02 1,92 0,16 0,37 0,21 0,01

Anacardium occidentale 1 1,00 0,06 0,04 0,12 1,92 0,16 0,34 0,18 0,04

Zanthoxylum rhoifolium 1 1,00 0,06 0,03 0,10 1,92 0,16 0,33 0,17 0,03

Guatteria sp2 1 1,00 0,06 0,02 0,08 1,92 0,16 0,30 0,14 0,02

Desconhecido 02 1 1,00 0,06 0,02 0,05 1,92 0,16 0,28 0,12 0,02

Zanthoxyllum sp 1 1,00 0,06 0,01 0,04 1,92 0,16 0,26 0,10 0,01

Guazuma ulmifolia 1 1,00 0,06 0,01 0,04 1,92 0,16 0,26 0,10 0,01

Euphorbiaceae indet01 1 1,00 0,06 0,01 0,03 1,92 0,16 0,26 0,10 0,01

Desconhecido 05 1 1,00 0,06 0,01 0,03 1,92 0,16 0,25 0,10 0,01

Page 92: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

111

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Espécies Ni DA DR DoA DoR FA FR IVI IVC AB

Myrcia sp1 1 1,00 0,06 0,01 0,03 1,92 0,16 0,25 0,09 0,01

Maytenus sp 1 1,00 0,06 0,01 0,02 1,92 0,16 0,25 0,09 0,01

Desconhecido 01 1 1,00 0,06 0,01 0,02 1,92 0,16 0,25 0,09 0,01

Cupania racemosa 1 1,00 0,06 0,01 0,02 1,92 0,16 0,25 0,09 0,01

Brosimum sp1 1 1,00 0,06 0,01 0,02 1,92 0,16 0,25 0,09 0,01

Mangifera indica 1 1,00 0,06 0,01 0,02 1,92 0,16 0,24 0,08 0,01

Ocotea sp3 1 1,00 0,06 0,01 0,02 1,92 0,16 0,24 0,08 0,01

Parkia pendula 1 1,00 0,06 0,01 0,02 1,92 0,16 0,24 0,08 0,01

Coccoloba mollis 1 1,00 0,06 <0,01 0,02 1,92 0,16 0,24 0,08 <0,01

Inga sp1 1 1,00 0,06 <0,01 0,01 1,92 0,16 0,24 0,08 <0,01

Randia armata 1 1,00 0,06 <0,01 0,01 1,92 0,16 0,24 0,08 <0,01

Eriotheca macrophylla 1 1,00 0,06 <0,01 0,01 1,92 0,16 0,24 0,08 <0,01

Rubiaceae indet1 1 1,00 0,06 <0,01 0,01 1,92 0,16 0,24 0,08 <0,01

Gochnatia oligocephala 1 1,00 0,06 <0,01 0,01 1,92 0,16 0,23 0,07 <0,01

Myrtaceae indet1 1 1,00 0,06 <0,01 0,01 1,92 0,16 0,23 0,07 <0,01

Helicostylis tomentosa 1 1,00 0,06 <0,01 0,01 1,92 0,16 0,23 0,07 <0,01

Abarama cochliocarpus 1 1,00 0,06 <0,01 0,01 1,92 0,16 0,23 0,07 <0,01

Myrtaceae indet2 1 1,00 0,06 <0,01 0,01 1,92 0,16 0,23 0,07 <0,01

Aegiphilla cf. verticillata 1 1,00 0,06 <0,01 0,01 1,92 0,16 0,23 0,07 <0,01

Brosimum gaudichaudii 1 1,00 0,06 <0,01 0,01 1,92 0,16 0,23 0,07 <0,01

Protium spruceanum 1 1,00 0,06 <0,01 0,01 1,92 0,16 0,23 0,07 <0,01

Sapindaceae indet1 1 1,00 0,06 <0,01 0,01 1,92 0,16 0,23 0,07 <0,01

Total 1541 1482,7 100 32,8 100 1203,8 100 300 200 34,14

Page 93: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

112

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Gráfico 9 - Distribuição de frequência nos intervalos de classe de altura determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Bacia do Cobre, Salvador-BA fevereiro de 2011 a novembro de 2012.

Gráfico 10 - Distribuição de frequência nos intervalos de classe de diâmetro a altura do peito (DAP) determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Bacia do Cobre, Salvador-BA fevereiro de 2011 a novembro de 2012.

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113

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

No estrato arbóreo ocorreram as espécies Himatanthus bracteatus, Tapirira guianensis,

Artocarpus heterophyllus, Simarouba amara, Pera glabrata, Thyrsodium spruceanum,

Schefflera morototoni, Protium heptaphyllum, Henriettea succosa, Inga thibaudiana,

Cecropia pachystachya, Vochysia riedeliana, Miconia prasina, Kielmeyera neglecta,

Byrsonima sericea, Boudichia virgilioides, Myrcia splendens, Jacaranda obovata, Myrcia

sylvatica, Ocotea glomerata, Bactris ferruginea, Stryphnodendron pulcherrimum, Inga

laurina, Eschweilera ovata, Vernonanthura diffusa, Syagrus botryophora, Simaba cedron,

Swartzia macrostachya, Lacistema robustum, Psychotria carthagenesis, Spondias mombin,

Guarea guidonia, Miconia hypoleuca, Guatteria pogonopus, Tabernaemontana salzmanii,

Ficus mariae, Erythroxylum martii, Attalea salvadorensis, Syagrus schizophylla, Miconia

minutiflora, Cupania bracteosa, Vismia guianensis, Syagrus coronata, Allagoptera

caudescens, Brosimum guianense, Coccoloba parimensis, Siparuna guianensis, Symphonia

globulifera, Myrsine umbellata, Chomelia anisomeris, Inga ciliata, Casearia commersoniana,

Maytenus distichophylla, Ficus gomelleira, Albizia sp, Cecropia glaziovii, Ficus spp,

Casearia cf. bahiensis, Miconia dodecandra, Allophylus laevigatus, Campomanesia

dichotoma, Tabernaemontana flavicans, Cupania rugosa, Ficus aspanuza, Inga vera, Rinorea

sp, Anacardium occidentale, Zanthoxylum rhoifolium, Guatteria spp, Zanthoxyllum sp,

Guazuma ulmifolia, Myrcia spp, Maytenus sp, Cupania racemosa, Brosimum sp, Mangifera

indica, Ocotea spp, Parkia pendula, Coccoloba mollis, Inga spp, Randia armata, Eriotheca

macrophylla, Gochnatia oligocephala, Helicostylis tomentosa, Abarama cochliocarpus,

Aegiphilla cf. verticillata, Brosimum gaudichaudii, Protium spruceanum.

No sub-bosque ocorrem destacam-se Olyra latifolia L., Heliconia psittacorum L.f. ,

Stromanthe porteana Gris., Piper spp, Scleria bracteata Cav., Rhynchospora cephalotes (L.)

Vahl, Vanilla bahiana Hoehnem, além de plântulas e indivíduos jovens das espécies do

estrato superior. Dentre as epífitas destacaram-se Orchidaceae, Araceae, Piperaceae, vários

representes de monilófitas; e entre as trepadeiras, vale salientar os indivíduos das famílias

Smilacaceae, Cucurbitaceae, Passifloraceae, Araceae, Bignoniaceae, dentre outras.

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

A vegetação com as características acima mencionadas ocorre na extensão de 403,840

hectares nesse remananescente. Assim, a mata existente na Bacia do Cobre é um remanescente

de Floresta Ombrófila Densa, Mata Atlântica, com predominância de vegetação secundária

em estágio médio de regeneração, definido conforme a Resolução CONAMA 005/1994.

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115

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Figura 15 - Remanescente Bacia do Cobre, estrato arbóreo do interior do fragmento

Figura 16 - Remanescente Bacia do Cobre, detalhe do subosque

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116

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

2.3.6 Remanescente Barragem de Ipitanga I

No remanescente Barragem de Ipitanga I foram amostrados 95 indivíduos vivos e mortos

ainda em pé em uma área total de 0,08 ha. Das parcelas implantadas, verificou-se que as 4

estão localizadas no estágio médio, conforme a Resolução CONAMA 005/1994 (Tabela 15).

Tabela 15. Parâmetros amostrados nas parcelas implantadas no remanescente de Ipitanga I,

Salvador, BA. Ni = número de indivíduos; TotRam = total de ramos; NSpp = número de espécies; AltMax =

altura máxima; AltMed = altura média; DAPMax = diâmetro máximo; DAPMed = diâmetro médio; AreaBas =

área basal; ER=Estágio de Regeneração .

Parcelas Ni TotRam NSpp AltMax AltMed DAPMax DAPMed AreaBas ER

1 27 39 12 20 9,39 42,97 13,18 0,51 Médio

2 19 22 8 28 10,27 69,07 17,26 0,91 Médio

3 23 27 13 18 10,56 38,85 11,8 0,39 Médio

4 26 34 11 15 10,17 40,79 11,67 0,43 Médio

A mata existente possui fisionomia predominantemente arbórea, com seus estratos

diferenciados, altura média de 10,24 m e DAP médio de 13,46 cm. A cobertura arbórea é

predominantemente fechada, com indivíduos emergentes atingindo cerca de 28 m.

Foram registradas 17 famílias, 21 gêneros e 25 espécies incluindo lianas. No arranjo

fitossociológico (tabela 16), as espécies de maior frequência Himatanthus bracteatus com

100%, seguida de Tapirira guianensis e Simarouba amara com 75%. Com relação à

dominância absoluta destacam-se as espécies Bowdichia virgilioides, Tapirira guianensis,

Himatanthus bracteatus, Artocarpus heterophyllus e Schefflera morototoni. As espécies com

maior IVI foram: Himatanthus bracteatus, Tapirira guianensis, Bowdichia virgilioides e

Henriettea succosa. Para esse remanescente foi observada densidade absoluta de 1188 ind.ha-1

e índice de diversidade de Shannon-Wiener de 2,967 nat.ind-1.

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

No tocante à distribuição de frequência em intervalos de classe de altura, foi observada maior

concentração dos valores nas classe 5-12 com 52,63 % e >12 com 37,89% dos indivíduos

(gráfico 11). Para o diâmetro, foi observado distribuição uniforme nas classes <8 e 8-18 com

40,00% (gráfico 12).

Esses dados corroboram com uma arquitetura vegetacional secundária, com predominância do

estágio médio de regeneração.

Tabela 16 - Parâmetros fitossociológicos para as espécies presentes no remanescente de Mata

Atlântica Barragem de Ipitanga I, Salvador, BA, ordenados segundo o índice do valor de

importância (IVI). Descritores quantitativos: Ni = número de indivíduos; DA = densidade absoluta (ind.ha-1);

DR = densidade relativa (%); DoA = dominância absoluta (m².ha-1); DoR = dominância relativa (%); FA =

frequência absoluta; FR = frequência relativa (%); IVI = índice do valor de importância (DR+DoR+FR) IVC =

índice do valor de cobertura (DR +DoR); AB = área basal (m².0,08 ha-1).

Espécies Ni DA DR DoA DoR FA FR IVI IVC AB

Himatanthus bracteatus 12 150,00 12,63 2,67 9,60 100,00 9,09 31,32 22,23 0,21

Tapirira guianensis 9 112,50 9,47 3,94 14,15 75,00 6,82 30,44 23,62 0,32

Bowdichia virgilioides 2 25,00 2,11 6,50 23,32 50,00 4,55 29,97 25,43 0,52

Morto 7 87,50 7,37 0,92 3,32 75,00 6,82 17,51 10,69 0,07

Henriettea succosa 9 112,50 9,47 0,94 3,36 50,00 4,55 17,38 12,84 0,07

Schefflera morototoni 3 37,50 3,16 2,40 8,60 50,00 4,55 16,30 11,76 0,19

Ocotea sp. 3 37,50 3,16 2,32 8,34 50,00 4,55 16,05 11,50 0,19

Simarouba amara 4 50,00 4,21 1,21 4,35 75,00 6,82 15,38 8,56 0,10

Thyrsodium spruceanum 7 87,50 7,37 0,72 2,59 50,00 4,55 14,50 9,96 0,06

Myrsine umbellata 6 75,00 6,32 0,98 3,50 50,00 4,55 14,37 9,82 0,08

Artocarpus heterophyllus 1 12,50 1,05 2,51 9,03 25,00 2,27 12,35 10,08 0,20

Myrcia splendens 4 50,00 4,21 0,13 0,47 50,00 4,55 9,23 4,68 0,01

Cordia sagotii 5 62,50 5,26 0,43 1,55 25,00 2,27 9,09 6,82 0,03

Protium heptaphyllum 4 50,00 4,21 0,49 1,77 25,00 2,27 8,25 5,98 0,04

Cipó 3 37,50 3,16 0,09 0,33 50,00 4,55 8,03 3,49 0,01

Miconia minutiflora 2 25,00 2,11 0,10 0,36 50,00 4,55 7,01 2,47 0,01

Simaba cedron 3 37,50 3,16 0,12 0,43 25,00 2,27 5,86 3,58 0,01

Byrsonima sericea 2 25,00 2,11 0,26 0,93 25,00 2,27 5,31 3,03 0,02

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Espécies Ni DA DR DoA DoR FA FR IVI IVC AB

Attalea burretiana 1 12,50 1,05 0,52 1,85 25,00 2,27 5,18 2,90 0,04

Abarema filamentosa 2 25,00 2,11 0,06 0,22 25,00 2,27 4,60 2,33 <0,01

Curatella americana 1 12,50 1,05 0,20 0,72 25,00 2,27 4,04 1,77 0,02

Guatteria sp. 1 12,50 1,05 0,12 0,44 25,00 2,27 3,76 1,49 0,01

Cupania rugosa 1 12,50 1,05 0,07 0,24 25,00 2,27 3,57 1,29 0,01

Miconia prasina 1 12,50 1,05 0,06 0,22 25,00 2,27 3,55 1,28 <0,01

Myrcia silvatica 1 12,50 1,05 0,06 0,21 25,00 2,27 3,53 1,26 <0,01

Miconia sp. 1 12,50 1,05 0,03 0,10 25,00 2,27 3,42 1,15 <0,01

Total 95 1188 100 27,85 100 1100 100 300 200 2,23

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Gráfico 11 - Distribuição de frequência nos intervalos de classe de altura determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Barragem Ipitanga I, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012.

Gráfico 12 - Distribuição de frequência nos intervalos de classe de diâmetro a altura do peito (DAP) determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Barragem Ipitanga I, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012.

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

No estrato arbóreo ocorreram Himatanthus bracteatus (janaúba), Tapirira guianensis (pau-

pombo), Bowdichia virgiloides (sucupira), Henriettea succosa, Schefflera morototoni

(matataúba), Simarouba amara (pau-paraíba), Thyrsodium spruceanum, Myrsine umbellata

(pororoca), Artocarpus heterophyllus, Myrcia splendens, Cordia sagotii, Protium

heptaphyllum (amescla), Miconia minutiflora, Simaba cedron, Byrsonima sericea (murici),

Attalea burretiana, Abarema filamentosa, Curatella americana (lixeira), Cupania rugosa,

Miconia prasina e Myrcia silvatica.

No estrato herbáceo encontram-se Olyra latifolia, Heliconia psittacorum, Oeceoclades

maculata, Stromanthe porteana, Piper spp, Scleria bracteata, Rhynchospora cephalotes,

indivíduos jovens das famílias Fabaceae, Myrtaceae, Boraginaceae, Dilleniaceae,

Melastomataceae, Arecaceae, Sapindaceae e Bromeliaceae. Dentre as trepadeiras e lianas

destacam-se espécies dos gêneros Davilla, Tetraceara, Lygodium e Serjania.

A vegetação com as características acima mencionadas ocorre em toda extensão desse

remananescente, corresponde ao estágio médio de regeneração e não foram registrados in situ

os estágios inicial e avançado. Assim, a mata existente no remanescente situado margem

esquerda do eixo da Barragem de Ipitanga I é vegetação secundária de Floresta Ombrófila

Densa, Mata Atlântica, em estágio médio de regeneração, definido conforme a Resolução

CONAMA 005/1994.

Page 103: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

122

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Figura 18 - Remanescente Barragem de Ipitanga I, Espelho d’água com vegetação do entorno.

Figura 19 - Remanescente Barragem de Ipitanga I, Estrato arbóreo, tronco de pau paraíba no interior do fragmento.

Page 104: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

123

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

.

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124

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

2.3.7 Remanescente Barragem de Ipitanga II

No remanescente Barragem de Ipitanga II foram amostrados 96 indivíduos vivos e mortos

ainda em pé, em uma área total de 0,06 ha. Das parcelas implantadas, verificou-se que as 3

estão localizadas no estágio médio, conforme a Resolução CONAMA 005/1994 (Tabela 17).

Tabela 17. Parâmetros amostrados nas parcelas implantadas no remanescente de Ipitanga II,

Salvador, BA. Ni = número de indivíduos; TotRam = total de ramos; NSpp = número de espécies; AltMax =

altura máxima; AltMed = altura média; DAPMax = diâmetro máximo; DAPMed = diâmetro médio; AreaBas =

área basal; ER=Estágio de Regeneração

Parcelas Ni TotRam NSpp AltMax AltMed DAPMax DAPMed AreaBas ER

1 24 32 9 16 10,75 26,62 12,15 0,37 Médio

2 37 47 14 18 11,7 37,23 10,47 0,46 Médio

3 35 40 13 18 12,63 30,18 11,0 0,45 Médio

A mata existente possui fisionomia predominantemente arbórea, com seus estratos

diferenciados, altura média de 11,70 m e DAP médio de 11,20 cm. A cobertura arbórea é

predominantemente fechada, com indivíduos emergentes atingindo cerca de 15 m.

Foram registradas 18 famílias, 23 gêneros e 26 espécies. No arranjo fitossociológico (tabela

18), as espécies de maior frequência foram Tapirira guianensis, Himatanthus bracteatus,

Byrsonima sericea com 100% de frequência, seguidas de Schefflera morototoni e Pera

glabrata com 66,67%. Para os índices dominância absoluta e IVI, foram repetidos a mesma

ordem das espécies acima. Para esse remanescente foi observado densidade absoluta de 1600

ind.ha-1 e índice de diversidade de Shannon-Wiener de 2,59 nat.ind-1.

No tocante à distribuição de frequência em intervalos de classe de altura, foi observada maior

concentração dos valores nas classes >12 com 56,25% e 5-12 com 39,58 % dos indivíduos

(gráfico 13). Para o diâmetro, foi observada distribuição relativamente uniforme nas classes

<8 e 8-18 com 44,79 e 41,67% respectivamente (gráfico 14).

Page 106: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

125

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Esses dados corroboram com uma arquitetura vegetacional secundária, com predominância do

estágio médio de regeneração.

Tabela 18 - Parâmetros fitossociológicos para as espécies presentes no remanescente de Mata

Atlântica Barragem de Ipitanga II, Salvador, BA, ordenados segundo o índice do valor de

importância (IVI). Descritores quantitativos: Ni = número de indivíduos; DA = densidade absoluta (ind.ha-1);

DR = densidade relativa (%); DoA = dominância absoluta (m².ha-1); DoR = dominância relativa (%); FA =

frequência absoluta; FR = frequência relativa (%); IVI = índice do valor de importância (DR+DoR+FR); IVC =

índice do valor de cobertura (DR +DoR); AB = área basal (m².0,06 ha-1).

Espécies Ni DA DR DoA DoR FA FR IVI IVC AB

Tapirira guianensis 17 283,3 17,71 8,52 40,05 100 8,33 66,09 57,76 0,51

Byrsonima sericea 22 366,7 22,92 4,33 20,36 100 8,33 51,61 43,28 0,26

Himatanthus

bracteatus 11 183,3 11,46 2,03 9,54 100 8,33 29,33 21 0,12

Schefflera morototoni 11 183,3 11,46 1,45 6,81 66,67 5,56 23,82 18,27 0,09

Pera glabrata 5 83,3 5,21 1,28 6,04 66,67 5,56 16,8 11,25 0,08

Myrcia sp. 4 66,7 4,17 0,16 0,75 66,67 5,56 10,47 4,91 0,01

Vismia guianensis 1 16,7 1,04 0,93 4,36 33,33 2,78 8,18 5,4 0,06

Kielmeyera neglecta 1 16,7 1,04 0,61 2,85 33,33 2,78 6,66 3,89 0,04

Cecropia

pachystachya 2 33,3 2,08 0,35 1,65 33,33 2,78 6,51 3,74 0,02

Morto 2 33,3 2,08 0,12 0,57 33,33 2,78 5,43 2,66 0,01

Inga ciliata 2 33,3 2,08 0,09 0,41 33,33 2,78 5,27 2,49 0,01

Myrtaceae 01 2 33,3 2,08 0,06 0,3 33,33 2,78 5,16 2,38 <0,01

Myrcia splendens 2 33,3 2,08 0,06 0,3 33,33 2,78 5,16 2,38 <0,01

Bowdichia virgilioides 1 16,7 1,04 0,24 1,14 33,33 2,78 4,96 2,18 0,02

Eschweilera ovata 1 16,7 1,04 0,23 1,1 33,33 2,78 4,92 2,14 0,01

Simarouba amara 1 16,7 1,04 0,16 0,76 33,33 2,78 4,58 1,81 <0,01

Miconia holosericea 1 16,7 1,04 0,09 0,45 33,33 2,78 4,26 1,49 <0,01

Allophylus laevigatus 1 16,7 1,04 0,09 0,41 33,33 2,78 4,23 1,46 <0,01

Abarema

cochliacarpos 1 16,7 1,04 0,07 0,33 33,33 2,78 4,15 1,37 <0,01

Henriettea succosa 1 16,7 1,04 0,06 0,3 33,33 2,78 4,12 1,34 <0,01

Page 107: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Espécies Ni DA DR DoA DoR FA FR IVI IVC AB

Syagrus botryophora 1 16,7 1,04 0,06 0,29 33,33 2,78 4,11 1,33 <0,01

Inga sp. 1 16,7 1,04 0,06 0,27 33,33 2,78 4,09 1,32 <0,01

Gochnatia

oligocephala 1 16,7 1,04 0,05 0,24 33,33 2,78 4,06 1,28 <0,01

Coccoloba mollis 1 16,7 1,04 0,05 0,22 33,33 2,78 4,04 1,26 <0,01

Protium heptaphyllum 1 16,7 1,04 0,04 0,2 33,33 2,78 4,01 1,24 <0,01

Simaba cedron 1 16,7 1,04 0,03 0,16 33,33 2,78 3,98 1,2 <0,01

Cupania sp. 1 16,7 1,04 0,03 0,15 33,33 2,78 3,97 1,19 <0,01

Total 96 1600 100 21,27 100 1200 100 300 200 1,276

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Gráfico 13 - Distribuição de frequência nos intervalos de classe de altura determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Barragem Ipitanga II, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012.

Gráfico 14 - Distribuição de frequência nos intervalos de classe de diâmetro da altura do peito (DAP) determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Barragem Ipitanga II, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012.

Page 109: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

No estrato arbóreo ocorreram Tapirira guianensis (pau-pombo), Byrsonima sericea (murici),

Himatanthus bracteatus (janaúba), Schefflera morototoni (matataúba), Pera glabrata, Vismia

guianensis, Kielmeyera neglecta, Cecropia pachystachya, Inga ciliata, Myrcia splendens,

Bowdichia virgiloides (sucupira), Eschweilera ovata (biriba), Simarouba amara (pau-

paraíba), Miconia holosericea, Allophylus laevigatus, Abarema cochliacarpos, Henriettea

succosa, Syagrus botryophora, Gochnatia oligocephala, Coccoloba mollis, Protium

heptaphyllum (amescla), e Simaba cedron.

No subosque ocorreram Tapirira guianensis, Himatanthus bracteatus, Protium heptaphyllum,

Eschweilera ovata e Xylopia sericea. No estrato herbáceo ocorreram Heliconia psittacorum,

Olyra latifolia, Rhynchospora cephalotes, Cordia sp, além de indivíduos jovens das famílias

Fabaceae, Melastomataceae, Myrtaceae, Sapindaceae e Dilleniaceae. Dentre as trepadeiras e

lianas destacam-se espécies dos gêneros Davilla, Tetraceara, Lygodium e Serjania.

A vegetação com as características acima mencionadas ocorre em toda a extensão desse

remananescente com 24,139 hectares, que corresponde ao estágio médio de regeneração e não

foram registrados os estágios inicial e avançado. Assim, a mata existente no remanescente da

Barragem de Ipitanga II é vegetação secundária de Floresta Ombrófila Densa, Mata Atlântica,

em estágio médio de regeneração, definido conforme a Resolução CONAMA 005/1994.

Page 110: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Figura 21 - Remanescente Barragem do Ipitanga II, Vista do espelho d’água com vegetação do

entorno.

Figura 22 - Remanescente Barragem do Ipitanga II, Estrato arbóreo, interior do fragmento

Page 111: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

2.3.8 Remanescente Base Naval de Aratu

No remanescente Base Naval de Aratu foram amostrados 550 indivíduos vivos e mortos ainda

em pé, em uma área total de 0,48 ha, distribuídos em 24 parcelas. Das parcelas implantadas,

verificou-se que 20 estão localizadas no estágio médio e 4 no estágio avançado de

regeneração, conforme a Resolução CONAMA 005/1994 (Tabela 19).

Tabela 19. Parâmetros amostrados nas parcelas implantadas no remanescente de Mata

Atlântica de Base Naval de Aratu, Salvador, BA. Ni = número de indivíduos; TotRam = total de ramos;

NSpp = número de espécies; AltMax = altura máxima; AltMed = altura média; DAPMax = diâmetro máximo;

DAPMed = diâmetro médio; AB = área basal; ER=Estágio de Regeneração (baseado no DAPMed e AltMed).

Parcelas Ni TotRam NSpp AltMax AltMed DAPMax DAPMed AB ER

1 16 19 8 31,5 11,31 82,07 16,33 0,86 Médio

2 35 37 14 28 12,01 50,61 16,44 1,20 Médio

3 36 43 14 25 12,05 84,22 13,20 1,09 Médio

4 21 24 12 25 12,48 36,92 15,01 0,57 Médio

5 17 30 10 22 12,18 133,69 17,88 1,94 Médio

6 9 9 6 38 12,44 85,31 17,36 1,06 Médio

7 27 34 13 33 11,85 53,67 15,21 1,00 Médio

8 22 22 14 30 15,32 39,79 22,59 1,06 Avançado

9 16 17 8 40 11,97 45,52 17,87 0,63 Médio

10 21 27 12 40 12,86 100,27 16,20 1,29 Médio

11 24 27 14 30 13,60 124,14 20,44 2,06 Avançado

12 27 31 12 28 12,09 46,15 14,42 0,81 Médio

13 41 46 15 30 10,41 124,14 11,97 1,7 Médio

14 28 30 16 35 12,02 43,93 14,38 0,76 Médio

15 29 33 11 30 10,12 31,19 8,78 0,26 Médio

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132

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Parcelas Ni TotRam NSpp AltMax AltMed DAPMax DAPMed AB ER

16 36 52 8 38 12,01 68,44 9,70 0,83 Médio

17 34 49 11 18 10,88 28,01 11,86 0,72 Médio

18 21 22 5 15 8,50 33,42 18,00 0,88 Médio

19 22 49 7 19 10,54 31,19 12,11 0,65 Médio

20 14 28 8 17 10,93 45,07 11,54 0,45 Médio

21 20 24 9 23 11,98 55,7 17,09 0,76 Médio

22 10 14 6 17 11,00 49,04 17,89 0,4 Médio

23 12 18 7 35 17,17 66,53 21,26 0,9 Avançado

24 12 15 7 38 14,25 70,66 22,68 0,95 Avançado

A mata existente possui fisionomia predominantemente arbórea, com seus estratos

diferenciados, altura média de 12,08 m e DAP médio de 15,84 cm. A cobertura arbórea é

predominantemente fechada, com indivíduos emergentes atingindo até 40 m.

Foram registradas 55 famílias botânicas, 79 gêneros e 145 espécies incluindo lianas e a

categoria morto. No arranjo fitossociológico (tabela 20), as espécies de maior frequência

foram Protium heptaphyllum (amescla), Elaeis guianensis (dendezeiro), Coccoloba mollis,

Schefflera morototoni (matataúba), Ficus gomelleira (gameleira), Tapirira guianensis (pau-

pombo) e Guarea guidonia com freqüência absoluta superior a 40%. Para esse remanescente

foi observado densidade absoluta de 1.145,83 ind.ha-1 e índice de diversidade de Shannon-

Wiener de 3,55 nat.ind-1. Esses dados corroboram com uma arquitetura vegetacional

secundária, com predominância do estágio médio de regeneração.

No tocante à distribuição de frequência em intervalos de classe de altura, foi observada maior

concentração dos valores nas classes 5-12 m com 50,36% e >12 com 43,09% dos indivíduos

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133

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

(Gráfico 15). Para o diâmetro, foi observada maiores concentração na classe 8-18 cm com

34,36% 3 na classe >18 cm com 35,27% (Gráfico 16).

Esses dados corroboram com uma arquitetura vegetacional secundária, com predominância do

estágio médio de regeneração.

Tabela 20. Parâmetros fitossociológicos para as espécies presentes no remanescente de Mata

Atlântica de Base Naval de Aratu, Salvador, BA, ordenados segundo o índice do valor de

importância (IVI). Descritores quantitativos: Ni = número de indivíduos; DA = densidade absoluta (ind.ha-1);

DR = densidade relativa (%); DoA = dominância absoluta (m².ha-1); DoR = dominância relativa (%); FA =

frequência absoluta; FR = frequência relativa (%); IVI = índice do valor de importância (DR+DoR+FR)(%); IVC

= índice do valor de cobertura (DR +DoR)(%); AB = área basal (m².0,48 ha-1).

Espécies Ni DA DR DoA DoR FA FR IVI IVC AB

Ficus gomelleira 11 22,9 2,00 11,51 24,2 41,67 4,05 30,25 26,2 5,52

Elaeis guianensis 35 72,9 6,36 4,94 10,39 54,17 5,26 22,02 16,75 2,37

Protium heptaphyllum 49 102,1 8,91 1,14 2,4 62,5 6,07 17,38 11,31 0,55

Morto 31 64,6 5,64 1,04 2,18 66,67 6,48 14,29 7,82 0,50

Coccoloba mollis 23 47,9 4,18 2,32 4,89 50 4,86 13,93 9,07 1,11

Simarouba amara 13 27,1 2,36 3,44 7,24 37,5 3,64 13,25 9,61 1,65

Schefflera morototoni 34 70,8 6,18 1,19 2,50 45,83 4,45 13,13 8,68 0,57

Tapirira guianensis 20 41,7 3,64 1,52 3,21 41,67 4,05 10,89 6,84 0,73

Bowdichia virgilioides 16 33,3 2,91 2,23 4,68 33,33 3,24 10,83 7,59 1,07

Guarea guidonia 20 41,7 3,64 1,27 2,68 41,67 4,05 10,37 6,32 0,61

Pouteria gardneri 38 79,2 6,91 0,52 1,10 16,67 1,62 9,62 8,00 0,25

Machaerium aculeatum 26 54,2 4,73 1,52 3,19 12,5 1,21 9,13 7,92 0,73

Guazuma ulmifolia 15 31,3 2,73 1,32 2,78 33,33 3,24 8,75 5,51 0,63

Himatanthus bracteatus 21 43,8 3,82 0,97 2,05 29,17 2,83 8,70 5,86 0,47

Abarema cochliacarpus 12 25,0 2,18 1,82 3,82 16,67 1,62 7,62 6,00 0,87

Syagrus coronata 16 33,3 2,91 1,21 2,53 20,83 2,02 7,47 5,44 0,58

Cipó 14 29,2 2,55 0,14 0,29 41,67 4,05 6,89 2,84 0,07

Chomelia anisomeris 16 33,3 2,91 0,41 0,87 29,17 2,83 6,62 3,78 0,20

Spondias mombin 2 4,20 0,36 2,01 4,22 8,33 0,81 5,40 4,59 0,96

Thyrsodium 16 33,3 2,91 0,14 0,29 20,83 2,02 5,23 3,20 0,07

Page 115: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

134

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Espécies Ni DA DR DoA DoR FA FR IVI IVC AB

spruceanum

Ocotea glomerata 7 14,6 1,27 0,17 0,36 20,83 2,02 3,66 1,64 0,08

Cecropia glaziovii 4 8,3 0,73 0,57 1,21 12,5 1,21 3,15 1,93 0,27

Pera glabrata 4 8,3 0,73 0,76 1,59 8,33 0,81 3,13 2,32 0,36

Albizia pedicellaris 1 2,1 0,18 1,16 2,44 4,17 0,4 3,03 2,62 0,56

Cordia sp 7 14,6 1,27 0,4 0,85 8,33 0,81 2,93 2,12 0,19

Sapotaceae indet2 10 20,8 1,82 0,23 0,47 4,17 0,4 2,70 2,29 0,11

Cupania rugosa 6 12,5 1,09 0,37 0,77 8,33 0,81 2,67 1,86 0,18

Eschweilera ovata 5 10,4 0,91 0,05 0,12 16,67 1,62 2,64 1,02 0,02

Trema micrantha 4 8,3 0,73 0,49 1,04 8,33 0,81 2,57 1,76 0,24

Inga capitata 4 8,3 0,73 0,09 0,2 16,67 1,62 2,54 0,92 0,04

Byrsonima sericea 4 8,3 0,73 0,26 0,55 12,5 1,21 2,49 1,28 0,12

Erythroxyllum martii 6 12,5 1,09 0,1 0,21 8,33 0,81 2,11 1,30 0,05

Stryphnodendron

pulcherrimum 4 8,3 0,73 0,04 0,09 12,5 1,21 2,03 0,82 0,02

Ficus aspanuza 2 4,2 0,36 0,4 0,84 8,33 0,81 2,01 1,2 0,19

Vochysia riedeliana 3 6,3 0,55 0,1 0,2 8,33 0,81 1,56 0,75 0,05

Guatteria oligocarpa 2 4,2 0,36 0,17 0,36 8,33 0,81 1,53 0,72 0,08

Desconhecido 1 2 4,2 0,36 0,17 0,35 8,33 0,81 1,53 0,72 0,08

Ficus mariae 2 4,2 0,36 0,16 0,33 8,33 0,81 1,51 0,7 0,08

Myrsine sp 3 6,3 0,55 0,07 0,14 8,33 0,81 1,50 0,69 0,03

Henriettea succosa 3 6,3 0,55 0,04 0,09 8,33 0,81 1,45 0,64 0,02

Cecropia pachystachya 3 6,3 0,55 0,21 0,45 4,17 0,40 1,40 1,00 0,10

Xylopia sericea 3 6,3 0,55 0,02 0,04 8,33 0,81 1,40 0,59 0,01

Myrsine guianensis 2 4,2 0,36 0,1 0,2 8,33 0,81 1,38 0,57 0,05

Fabaceae indet1 3 6,3 0,55 0,18 0,38 4,17 0,40 1,33 0,93 0,09

Casearia sylvestris 2 4,2 0,36 0,04 0,08 8,33 0,81 1,26 0,45 0,02

Myrcia splendens 2 4,2 0,36 0,03 0,07 8,33 0,81 1,24 0,43 0,01

Miconia prasina 2 4,2 0,36 0,02 0,03 8,33 0,81 1,21 0,4 0,01

Guatteria sp 2 4,2 0,36 0,01 0,03 8,33 0,81 1,20 0,39 <0,01

Miconia minutiflora 2 4,2 0,36 0,01 0,02 8,33 0,81 1,19 0,38 <0,01

Polyandrococos 3 6,3 0,55 0,08 0,17 4,17 0,4 1,12 0,71 0,04

Page 116: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Espécies Ni DA DR DoA DoR FA FR IVI IVC AB

caudescens

Rubiaceae indet1 2 4,2 0,36 0,05 0,11 4,17 0,4 0,88 0,47 0,02

Cordia sagotii 2 4,2 0,36 0,04 0,08 4,17 0,4 0,84 0,44 0,02

Arecaceae indet1 1 2,1 0,18 0,11 0,23 4,17 0,4 0,82 0,42 0,05

psidium guineense 1 2,1 0,18 0,08 0,17 4,17 0,4 0,76 0,35 0,04

Kielmeyera neglecta 1 2,1 0,18 0,04 0,08 4,17 0,4 0,67 0,26 0,02

Ocotea notata 1 2,1 0,18 0,01 0,03 4,17 0,4 0,62 0,21 <0,01

Helicostylis tomentosa 1 2,1 0,18 0,01 0,02 4,17 0,4 0,61 0,21 <0,01

Mangifera indica 1 2,1 0,18 0,01 0,02 4,17 0,4 0,61 0,2 <0,01

Swartzia flaemingii 1 2,1 0,18 0,01 0,02 4,17 0,4 0,6 0,2 <0,01

Ziziphus platyphylla 1 2,1 0,18 <0,01 0,01 4,17 0,4 0,6 0,19 <0,01

Eugenia uniflora 1 2,1 0,18 <0,01 0,01 4,17 0,4 0,6 0,19 <0,01

Myrcia sylvatica 1 2,1 0,18 <0,01 0,01 4,17 0,4 0,6 0,19 <0,01

Psychotria sp 1 2,1 0,18 <0,01 0,01 4,17 0,4 0,6 0,19 <0,01

Total 550 1147 100 47,52 100 1029 100 300 200 22,81

Page 117: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

136

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Gráfico 15 - Distribuição de frequência nos intervalos de classe de altura determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Base Naval de Aratu, Salvador-BA fevereiro a novembro de 2012.

Gráfico 16 - Distribuição de frequência nos intervalos de classe de diâmetro a altura do peito (DAP) determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Base Naval de Aratu, Salvador-BA fevereiro a novembro de 2012.

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

No estrato arbóreo ocorreram as espécies Ficus gomelleira, Elaeis guianensis, Protium

heptaphyllum, Coccoloba mollis, Simarouba amara, Schefflera morototoni, Tapirira

guianensis, Bowdichia virgilioides, Guarea guidonia, Pouteria gardneri, Machaerium

aculeatum, Guazuma ulmifolia, Himatanthus bracteatus, Abarema cochliacarpus, Syagrus

coronata, Chomelia anisomeris, Spondias mombin, Thyrsodium spruceanum, Ocotea

glomerata, Cecropia glaziovii, Pera glabrata, Albizia pedicellaris, Cordia sp, Cupania

rugosa, Eschweilera ovata, Trema micrantha, Inga capitata, Byrsonima sericea,

Erythroxyllum martii, Stryphnodendron pulcherrimum, Ficus aspanuza, Vochysia riedeliana,

Guatteria oligocarpa, Ficus mariae, Myrsine sp, Henriettea succosa, Cecropia pachystachya,

Xylopia sericea, Myrsine guianensis, Casearia sylvestris, Myrcia splendens, Miconia prasina,

Guatteria sp, Miconia minutiflora, Polyandrococos caudescens, Cordia sagotii, Psidium

guineense, Kielmeyera neglecta, Ocotea notata, Helicostylis tomentosa, Mangifera indica,

Swartzia flaemingii, Ziziphus platyphylla, Eugenia uniflora, Myrcia sylvatica, Psychotria sp.

No sub-bosque destacam-se Monstera adansonii, Olyra latifolia, Protium heptaphyllum,

indivíduos jovens de Tapirira guianensis e Myrsine umbellata Mart, dentre outras. Entre as

epífitas, destacam-se espécies Philodendron acutatum Schott (imbé), Philodendron

bipinatifidum Schott, Monstera adansonii Schott. Bromeliaceae e representantes de

Monilophytas (Lygodium volubile Sw., Nephrolepis cf. pendula (Raddi) J.Sm.). As

trepadeiras e lianas pertencem, principalmente, as famílias Sapindaceae, Menispermaceae,

Dilleniaceae, Cucurbitaceae e Convolvulaceae. As herbáceas estão representadas pelas

famílias Cyperaceae, Poaceae, Marantaceae e Piperaceae.

A vegetação com as características acima mencionadas ocorre em 312,133 hectares deste

remananescente, que corresponde ao estágio médio de regeneração. Além disso, foram

identificados trechos com fisionomia arbórea dominante em relação às demais, formando um

dossel fechado e relativamente uniforme no porte, com altura média de 17,17 m e DAP médio

de 22,68 cm, além da ocorrência de espécies como: Pouteria grandiflora, Pouteria sp,

Manilkara salzmannii, Inga lauriana, Simarouba amara, Ocotea glomerata e

Stryphnodendron pulcherrimum que caracterizam o estágio avançado de regeneração de dois

trechos perfazendo uma cobertura de de 19,933 ha. Assim, a mata existente na área da Base

Page 119: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Naval de Aratu é um remanescente de Floresta Ombrófila Densa, Mata Atlântica, com a

vegetação secundária nos três estágios sucessionais, definidos conforme a Resolução

CONAMA 005/1994. Entretanto, há predomância da vegetação secundária no estágio médio

de regeneração.

Page 120: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

139

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Figura 24 - Remanescente Base Naval de Aratu, estrato arbóreo

Figura 25 - Remanescente Base Naval de Aratu, viata do subosque

Page 121: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

140

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Page 122: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

141

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

2.3.9 Remanescente Greenville

No remanescente Greenville foram amostrados 646 indivíduos vivos e mortos ainda em pé em

uma área total de 0,4 ha, distribuídas em 20 parcelas. Das parcelas implantadas, verificou-se

que 2 estão localizadas no estágio inicial, 16 no estágio médio e 2 no estágio avançado de

regeneração, conforme a Resolução CONAMA 005/1994 (Tabela 21).

Tabela 21. Parâmetros amostrados nas parcelas implantadas no remanescente de Mata

Atlântica Greenville, Salvador, BA. Ni = número de indivíduos; TotRam = total de ramos; NSpp =

número de espécies; AltMax = altura máxima; AltMed = altura média; DAPMax = diâmetro máximo; DAPMed

= diâmetro médio; AreaBas = área basal; ER=Estágio de Regeneração.

Parcelas Ni TotRam NSpp AltMax AltMed DAPMax DAPMed AreaBas ER

1 58 93 17 12 6,35 34,2 10,14 0,59 Médio

2 29 36 14 19 10,05 27,37 12,77 0,44 Médio

3 27 31 15 28 8,42 54,43 11,75 0,5 Médio

4 26 28 14 25 11,79 43,29 12,39 0,54 Médio

5 26 35 14 30 12,47 71,74 18,69 1,21 Avançado

6 34 35 14 30 11,62 30,55 12,40 0,55 Médio

7 37 62 12 25 9,81 40,74 15,65 0,99 Médio

8 38 41 14 25 11,43 47,11 12,95 0,83 Médio

9 34 37 17 23 8,85 42,02 12,11 0,61 Médio

10 37 38 12 24 11,95 47,75 14,97 0,98 Médio

11 12 16 10 20 11,25 30,88 14,27 0,24 Médio

12 52 64 22 15 7,95 35,23 11,78 0,7 Médio

13 27 43 15 15 10,19 43,01 13,17 0,77 Médio

Page 123: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

142

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Parcelas Ni TotRam NSpp AltMax AltMed DAPMax DAPMed AreaBas ER

14 50 64 22 15 4,49 27,55 7,98 0,46 Inicial

15 31 34 14 30 11,77 48,38 12,71 0,66 Médio

16 20 22 11 33,5 14,05 60,16 19,46 0,95 Avançado

17 29 32 18 25 12,24 54,75 15,95 0,85 Médio

18 26 33 3 14 10,04 30,17 12,06 0,47 Médio

19 31 50 8 6 4,71 37,56 7,26 0,33 Inicial

20 22 24 10 28,5 13,77 45,2 16,15 0,58 Médio

A mata existente possui fisionomia predominantemente arbórea, com seus estratos

diferenciados, altura média de 10,16 m e DAP médio de 13,25 cm. A cobertura arbórea é

predominantemente fechada, com indivíduos emergentes atingindo cerca de 33,50 m.

Foram registradas 31 famílias, incluindo 52 gêneros e 62 espécies incluindo lianas. No arranjo

fitossociológico (tabela 22), as espécies de maior frequência foram Himatanthus bracteatus,

Protium heptaphyllum, Tapirira guianensis, Eschweilera ovata apresentando frequência

absoluta superior a 65 % cada uma. Com relação à dominância absoluta destacam-se as

espécies Simarouba amara, Himatanthus bracteatus, Tapirira guianensis, Ficus sp e

Schefflera morototoni em ordem decrescente. Aquelas espécies com maior IVI foram:

Himatanthus bracteatus, Tapirira guianensis, Simarouba amara, Protium heptaphyllum e

Eschweilera ovata. Para esse remanescente foi observado densidade absoluta de 1615 ind.ha-1

e índice de diversidade de Shannon-Wiener de 3,481 ind.nat-1.

No tocante à distribuição de frequência em intervalos de classe de altura, foi observada a

concentração dos valores na classe 5-12 m com 58,82% seguido da classe >12 com 32,51%

dos indivíduos (gráfico 17). Para o diâmetro, a maior distribuição foi observada na classe 8-18

com 45,51% (gráfico 18).

Page 124: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

143

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Tabela 22 - Parâmetros fitossociológicos para as espécies presentes no remanescente de Mata

Atlântica Greenville, Salvador, BA, ordenados segundo o índice do valor de importância

(IVI). Descritores quantitativos: Ni = número de indivíduos; DA = densidade absoluta (ind.ha-1); DR =

densidade relativa (%); DoA = dominância absoluta (m².ha-1); DoR = dominância relativa (%); FA = frequência

absoluta; FR = frequência relativa (%); IVI = índice do valor de importância (DR+DoR+FR); IVC = índice do

valor de cobertura (DR +DoR); AB = área basal (m².0,4 ha-1).

Espécies Ni DA DR DoA DoR FA FR IVI IVC AB

Himatanthus

bracteatus 85 212,5 13,16 4,21 12,72 85,00 6,16 32,03 25,87 1,68

Tapirira guianensis 48 120,0 7,43 4,11 12,43 70,00 5,07 24,93 19,86 1,64

Simarouba amara 21 52,5 3,25 4,78 14,44 45,00 3,26 20,95 17,69 1,91

Protium

heptaphyllum 38 95,0 5,88 1,27 3,83 80,00 5,80 15,51 9,72 0,51

Eschweilera ovata 39 97,5 6,04 1,07 3,24 65,00 4,71 13,98 9,27 0,43

Morto 37 92,5 5,73 0,89 2,68 70,00 5,07 13,48 8,40 0,36

Ficus sp. 11 27,5 1,70 2,78 8,41 45,00 3,26 13,37 10,11 1,11

Syagrus schizophylla 31 77,5 4,80 0,85 2,58 50,00 3,62 11,00 7,38 0,34

Schefflera

morototoni 20 50,0 3,10 1,33 4,01 30,00 2,17 9,28 7,10 0,53

Allophylus

laevigatus 23 57,5 3,56 0,57 1,74 45,00 3,26 8,56 5,30 0,23

Myrsine umbellata 14 35,0 2,17 1,12 3,39 40,00 2,90 8,45 5,55 0,45

Cipó 22 55,0 3,41 0,18 0,54 55,00 3,99 7,93 3,94 0,07

Psychotria

carthagenensis 19 47,5 2,94 0,44 1,32 45,00 3,26 7,52 4,26 0,18

Myrtaceae 01 17 42,5 2,63 0,18 0,54 55,00 3,99 7,15 3,17 0,07

Byrsonima sericea 12 30,0 1,86 0,46 1,38 40,00 2,90 6,13 3,24 0,18

Thyrsodium

spruceanum 14 35,0 2,17 0,40 1,21 35,00 2,54 5,92 3,38 0,16

Cecropia glaziovii 19 47,5 2,94 0,81 2,44 5,00 0,36 5,75 5,38 0,32

Miconia prasina 12 30,0 1,86 0,42 1,27 30,00 2,17 5,30 3,13 0,17

Elaeis guineensis 5 12,5 0,77 1,14 3,44 15,00 1,09 5,30 4,21 0,46

Bowdichia 7 17,5 1,08 0,68 2,06 25,00 1,81 4,96 3,15 0,27

Page 125: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

144

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Espécies Ni DA DR DoA DoR FA FR IVI IVC AB

virgilioides

Maytenus

distichophylla 13 32,5 2,01 0,46 1,39 20,00 1,45 4,85 3,40 0,18

Bactris ferruginea 12 30,0 1,86 0,09 0,26 30,00 2,17 4,29 2,12 0,04

Pouteria sp. 9 22,5 1,39 0,15 0,46 30,00 2,17 4,02 1,85 0,06

Vochysia lucida 3 7,5 0,46 0,69 2,08 15,00 1,09 3,63 2,54 0,28

Cecropia

pachystachya 6 15,0 0,93 0,59 1,80 10,00 0,72 3,45 2,73 0,24

Andira fraxinifolia 6 15,0 0,93 0,27 0,83 20,00 1,45 3,21 1,76 0,11

Cupania rugosa 7 17,5 1,08 0,17 0,50 20,00 1,45 3,03 1,59 0,07

Myrcia sp. 6 15,0 0,93 0,06 0,19 25,00 1,81 2,93 1,12 0,02

Psidium sartorianum 5 12,5 0,77 0,08 0,25 25,00 1,81 2,83 1,02 0,03

Gochnatia

oligocephala 7 17,5 1,08 0,19 0,56 15,00 1,09 2,74 1,65 0,08

Chomelia anisomeris 6 15,0 0,93 0,09 0,27 20,00 1,45 2,65 1,20 0,04

Syagrus coronata 3 7,5 0,46 0,41 1,25 10,00 0,72 2,44 1,72 0,16

Syagrus botryophora 6 15,0 0,93 0,10 0,30 15,00 1,09 2,31 1,23 0,04

Henriettea succosa 5 12,5 0,77 0,12 0,36 15,00 1,09 2,22 1,13 0,05

Curatella americana 9 22,5 1,39 0,14 0,41 5,00 0,36 2,17 1,81 0,06

Inga lauriana 3 7,5 0,46 0,09 0,26 15,00 1,09 1,81 0,73 0,04

Guettarda

viburnoides 3 7,5 0,46 0,10 0,29 10,00 0,72 1,48 0,75 0,04

Hirtella glandulosa 5 12,5 0,77 0,11 0,32 5,00 0,36 1,46 1,10 0,04

Ocotea glomerata 2 5,0 0,31 0,24 0,73 5,00 0,36 1,40 1,04 0,10

Desconhecida 01 2 5,0 0,31 0,11 0,33 10,00 0,72 1,36 0,64 0,04

Clusia nemorosa 2 5,0 0,31 0,09 0,27 10,00 0,72 1,30 0,58 0,04

Clitoria

fairchildiana 3 7,5 0,46 0,12 0,36 5,00 0,36 1,19 0,83 0,05

Coccoloba mollis 2 5,0 0,31 0,04 0,11 10,00 0,72 1,14 0,42 0,02

Erythroxyllum

citrifolium 4 10,0 0,62 0,05 0,16 5,00 0,36 1,14 0,78 0,02

Swartzia apetala 2 5,0 0,31 0,02 0,07 10,00 0,72 1,10 0,38 0,01

Page 126: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

145

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Espécies Ni DA DR DoA DoR FA FR IVI IVC AB

Attalea burretiana 1 2,5 0,15 0,18 0,53 5,00 0,36 1,05 0,69 0,07

Pera glabrata 1 2,5 0,15 0,14 0,42 5,00 0,36 0,94 0,58 0,06

Chaetocarpus

echinocarpus 3 7,5 0,46 0,03 0,08 5,00 0,36 0,90 0,54 0,01

Miconia minutiflora 2 5,0 0,31 0,05 0,15 5,00 0,36 0,83 0,46 0,02

Campomanesia

dichotoma 1 2,5 0,15 0,10 0,30 5,00 0,36 0,82 0,46 0,04

Tabernaemontana

salzmannii 1 2,5 0,15 0,08 0,25 5,00 0,36 0,76 0,40 0,03

Trichilia sp. 1 2,5 0,15 0,07 0,22 5,00 0,36 0,74 0,38 0,03

Chamaecrista sp. 1 2,5 0,15 0,05 0,14 5,00 0,36 0,66 0,30 0,02

Guapira opposita 1 2,5 0,15 0,04 0,12 5,00 0,36 0,64 0,28 0,02

Chrysophyllum

rufum 1 2,5 0,15 0,03 0,08 5,00 0,36 0,60 0,24 <0,01

Cordia sagotii 1 2,5 0,15 0,02 0,06 5,00 0,36 0,57 0,21 <0,01

Stryphnodendron

pulcherrimum 1 2,5 0,15 0,02 0,05 5,00 0,36 0,57 0,21 <0,01

Myrcia splendens 1 2,5 0,15 0,01 0,03 5,00 0,36 0,55 0,18 <0,01

Xylopia sericea 1 2,5 0,15 0,01 0,02 5,00 0,36 0,54 0,18 <0,01

Eugenia sp. 1 2,5 0,15 0,01 0,02 5,00 0,36 0,54 0,18 <0,01

Pouteria grandiflora 1 2,5 0,15 0,01 0,02 5,00 0,36 0,54 0,17 <0,01

Psidium

oligospermum 1 2,5 0,15 0,01 0,02 5,00 0,36 0,53 0,17 <0,01

Abarema

cochliacarpos 1 2,5 0,15 0,01 0,02 5,00 0,36 0,53 0,17 <0,01

Total 646 1615,0 100 33,08 100 1380,0 100 300 200 13,23

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146

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Gráfico 17 - Distribuição de frequência nos intervalos de classe de altura determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Greenville, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012

Gráfico 18 - Distribuição de frequência nos intervalos de classe de diâmetro a altura do peito (DAP) determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Greenville, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012.

Page 128: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

147

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

No estrato arbóreo, ocorreram as espécies Himathanthus bracteatus (janaúba), Tapirira

guianensis (pau-pombo), Simarouba amara (pau-paraíba), Protium heptaphyllum (amescla),

Eschweilera ovata (biriba), Syagrus schizopylla (licuriroba), Schefflera morototoni

(matataúba), Allophylus laevigatus (xau-xau), Myrsine umbellata (pororoca), Psychotria

carthagenensis, Byrsonima sericea (murici), Thyrsodium spruceanum (caboatã-de-leite),

Cecropia glaziovii (imbaúba), Elaeis guineensis (dendezeiro), Miconia prasina (mundururu),

Bowdichia virgilioides (sucupira), Maytenus distichophylla, Bactris ferruginea (mané-veio),

Vochysia lucida (pau-de-tucano), Cecropia pachystachya (imbaúba), Andira fraxinifolia

(angelim), Cupania rugosa (caboatã), Psidium sartorianum, Gochnatia oligocephala,

Chomelia anisomeris, Syagrus coronata (licuri), Syagrus botryophora (pati), Henriettea

succosa (mundururu), Curatella americana (lixeira), Inga laurina (ingá), Guettarda

viburnoides (angélica), Hirtella glandulosa, Ocotea glomerata (louro) Clusia nemorosa,

Clitoria fairchildiana (sombreiro), Erythroxylum citrifolium, Coccoloba mollis, Swartzia

apetala (arruda-vermelha), Attalea burretiana (indaiá), Pera glabrata (sete-capote),

Chaetocarpus echinocarpus, Miconia minutiflora (mundururu), Campomanesia dichotoma

(guabiroba), Guapira opposita (joão-mole), Chrysophylum rufun, Stryphnodendron

pulcherrimun, Cordia sagotii, Myrcia splendens Pouteria grandiflora, Xylopia sericea,

Abarema cochliacarpos (barbatimão) e Psidium oligospermum.

No subosque encontram-se indivíduos jovens do estrato arbóreo além de indivíduos dos

gêneros, Vismia, Miconia, Clidemia, Cordia, Elaeis, Myrcia, Syagrus, Guettarda, Allophylus

e Erythroxylum nobile. No estrato herbáceo destacam-se Poaceae com o gênero Olyra,

Lecythidaceae, Burseraceae, Orchidaceae (Oeceoclades), Heliconia. Na área ocorrem poucas

lianas, entre elas o Lygodium volubile, Philodendron acutatum, Cissus erosa, Vanilla sp.,

Davilla sp, Dioscorea sp.

Entre as epífitas, destacam-se as espécies Philodendron acutatum (imbé), Philodendron

bipinatifidum, Monstera adansonii, Bromeliaceae e representantes de Monilophytas

(Lygodium volubile, Nephrolepis cf. pendula. As trepadeiras e lianas, principalmente das

famílias Sapindaceae, Menispermaceae, Dilleniaceae, Cucurbitaceae e Convolvulaceae. As

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148

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

herbáceas, poucos representates das famílias Cyperaceae, Poaceae, Marantaceae, Piperaceae

principalmente o jaborandi.

A vegetação com as características acima mencionadas ocorre em 53,665 hectares deste

remananescente, que corresponde ao estágio médio de regeneração. Além disso, foram

identificados trechos com fisionomia herbácea/arbustiva de porte baixo, com altura média de

4,71m e DAP médio de 7,26 cm, que corresponde ao estágio inicial de regeneração com

cobertura de 18,414 hectares. Ainda foram identificados trechos com a fisionomia arbórea

dominante em relação às demais, formando um dossel fechado e relativamente uniforme no

porte, com altura média de 12,5 m e DAP médio de 18,54 cm, além da ocorrência de espécies

como: Pouteria grandiflora, Pouteria sp, Manilkara salzmannii, Inga lauriana, Simarouba

amara, Ocotea glomerata e Stryphnodendron pulcherrimum que caracterizam o estágio

avançado de regeneração de dois trechos perfazendo uma cobertura de de 1,228 ha. Assim, a

mata existente na área do Greenville é um remanescente de Floresta Ombrófila Densa, Mata

Atlântica, com a vegetação secundária nos três estágios sucessionais, definidos conforme a

Resolução CONAMA 005/1994. Entretanto, há predomância da vegetação secundária no

estágio médio de regeneração.

Page 130: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

149

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Figura 27 - Remanescente Greenville, Vista geral da vegetação.

Figura 28 - Remanescente Greenville, Dossel.

Page 131: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

150

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Page 132: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

151

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

2.3.10 Remanescente Loteamento Biribeira

No remanescente Loteamento Biribeira foram amostrados 105 indivíduos vivos e mortos

ainda em pé, em uma área total de 0,08 ha. Das parcelas implantadas, verificou-se que as 4

estão localizadas no estágio médio, conforme a Resolução CONAMA 005/1994 (Tabela 23).

Tabela 23. Parâmetros amostrados nas parcelas implantadas no remanescente de Mata

Atlântica Loteamento Biribeira, Salvador, BA. Ni = número de indivíduos; TotRam = total de ramos;

NSpp = número de espécies; AltMax = altura máxima; AltMed = altura média; DAPMax = diâmetro máximo;

DAPMed = diâmetro médio; AreaBas = área basal; ER=Estágio de Regeneração.

Parcelas Ni TotRam NSpp AltMax AltMed DAPMax DAPMed AreaBas ER

1 20 22 10 24 11,59 67,8 17,71 1,13 Médio

2 21 21 11 30 12,29 32,47 15,13 0,48 Médio

3 40 47 17 30 11,99 53,48 11,55 0,7 Médio

4 24 29 15 35 12,90 68,75 17,68 0,99 Médio

A mata existente possui fisionomia predominantemente arbórea, com seus estratos

diferenciados, altura média de 12,19 m e DAP médio de 15,52 cm. A cobertura arbórea é

predominantemente fechada, com indivíduos emergentes atingindo cerca de 35 m.

Foram registradas 19 famílias, 24 gêneros e 28 espécies incluindo lianas. No arranjo

fitossociológico (tabela 24), as espécies de maior frequência foram Psychotria

carthagenensis, Myrsine umbellata, Himatanthus bracteatus e Bowdichia virgilioides ambas

com 100%. Com relação à dominância absoluta destacam-se as espécies Vochysia lucida,

Himatanthus bracteatus Bowdichia virgilioides. espécies com maior IVI foram: Vochysia

lucida, Himatanthus bracteatus Bowdichia virgilioides. Para esse remanescente foi observado

densidade absoluta de 1313 ind.ha-1 e índice de diversidade de Shannon-Wiener de 3,073

nat.ind-1.

Page 133: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

152

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

No tocante à distribuição de frequência em intervalos de classe de altura, foi observada a

concentração dos valores nas classes 5-12 com 49,52% e >12m com 44,76% dos indivíduos

(gráfico 19). Para o diâmetro, foi observado maior ocorrência na classe <8 com 39,05% e

distribuição reletivamente uniforme nas classes 8-18 e >18 com valores de 32,38 28,57%

respectivamente (gráfico 20).

Tabela 24 - Parâmetros fitossociológicos para as espécies presentes no remanescente de Mata

Atlântica Loteamento Biribeira, Salvador, BA, ordenados segundo o índice do valor de

importância (IVI). Descritores quantitativos: Ni = número de indivíduos; DA = densidade absoluta (ind.ha-1);

DR = densidade relativa (%); DoA = dominância absoluta (m².ha-1); DoR = dominância relativa (%); FA =

frequência absoluta; FR = frequência relativa (%); IVI = índice do valor de importância (DR+DoR+FR); IVC =

índice do valor de cobertura (DR +DoR); AB = área basal (m².0,08 ha-1).

Espécies Ni DA DR DoA DoR FA FR IVI IVC AB

Vochysia lucida 7 87,50 6,67 14,35 34,72 50,00 3,77 45,16 41,38 1,15

Himatanthus bracteatus 14 175,0 13,33 4,99 12,07 100,0 7,55 32,95 25,40 0,4

Morto 9 112,5 8,57 3,55 8,59 100,0 7,55 24,70 17,16 0,28

Bowdichia virgilioides 6 75,00 5,71 4,03 9,74 100,0 7,55 23,00 15,46 0,32

Myrsine umbellata 7 87,50 6,67 1,66 4,01 100,0 7,55 18,23 10,68 0,13

Psychotria

carthagenensis 6 75,00 5,71 0,70 1,69 100,0 7,55 14,95 7,40 0,06

Fabaceae 01 1 12,50 0,95 4,64 11,23 25,00 1,89 14,07 12,18 0,37

Eschweilera ovata 8 100,0 7,62 0,57 1,38 50,00 3,77 12,77 8,99 0,05

Tapirira guianensis 3 37,50 2,86 1,56 3,78 50,00 3,77 10,42 6,64 0,13

Attalea burretiana 3 37,50 2,86 1,40 3,39 50,00 3,77 10,02 6,25 0,11

Cipó 4 50,00 3,81 0,14 0,34 75,00 5,66 9,81 4,15 0,01

Byrsonima sericea 3 37,50 2,86 1,15 2,78 50,00 3,77 9,41 5,63 0,09

Henriettea succosa 3 37,50 2,86 0,29 0,70 50,00 3,77 7,33 3,56 0,02

Myrcia sp. 5 62,50 4,76 0,19 0,45 25,00 1,89 7,10 5,21 0,01

Erythroxylum citrifolium 4 50,00 3,81 0,42 1,01 25,00 1,89 6,71 4,82 0,03

Chaetocarpus

echinocarpus 2 25,00 1,90 0,10 0,25 50,00 3,77 5,93 2,15 0,01

Protium heptaphyllum 3 37,50 2,86 0,20 0,48 25,00 1,89 5,22 3,33 0,02

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153

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Espécies Ni DA DR DoA DoR FA FR IVI IVC AB

Schefflera morototoni 2 25,00 1,90 0,29 0,70 25,00 1,89 4,49 2,60 0,02

Sloanea guianensis 2 25,00 1,90 0,22 0,54 25,00 1,89 4,33 2,45 0,02

Brosimum gaudichaudii 2 25,00 1,90 0,10 0,25 25,00 1,89 4,04 2,15 0,01

Inga thibaudiana 2 25,00 1,90 0,09 0,21 25,00 1,89 4,00 2,11 0,01

Myrcia silvatica 2 25,00 1,90 0,04 0,08 25,00 1,89 3,88 1,99 <0,01

Ficus gomelleira 1 12,50 0,95 0,21 0,51 25,00 1,89 3,35 1,46 0,02

Myrtaceae 01 1 12,50 0,95 0,14 0,33 25,00 1,89 3,17 1,28 0,01

Gochnatia oligocephala 1 12,50 0,95 0,12 0,29 25,00 1,89 3,13 1,25 0,01

Psidium sp. 1 12,50 0,95 0,07 0,17 25,00 1,89 3,01 1,12 0,01

Campomanesia

dichotoma 1 12,50 0,95 0,06 0,14 25,00 1,89 2,98 1,09 <0,01

Thyrsodium spruceanum 1 12,50 0,95 0,05 0,13 25,00 1,89 2,97 1,08 <0,01

Simarouba amara 1 12,50 0,95 0,02 0,05 25,00 1,89 2,89 1,01 <0,01

Total 105 1313 100 41,33 100 1325 100 300 200 3,31

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154

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Gráfico 19 - Distribuição de frequência nos intervalos de classe de altura determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Biribeira, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012.

Gráfico 20 - Distribuição de frequência nos intervalos de classe de diâmetro a altura do peito (DAP) determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Biribeira, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012.

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155

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

No estrato arbóreo, ocorreram as espécies Vochysia lucida, Himatanthus bracteatus (janaúba),

Bowdichia virgilioides (sucupira), Myrsine umbellata (pororoca), Psychotria carthagenensis,

Eschweilera ovata (biriba), Tapirira guianensis (pau-pombo), Attalea burretiana (indaiá),

Byrsonima sericea (murici), Henriettea succosa, Erythroxylum citrifolium, Chaetocarpus

echinocarpus, Protium heptaphyllum (amescla), Schefflera morototoni (matataúba), Sloanea

guianensis, Brosimum gaudichaudii, Inga thibaudiana (ingá) Myrcia silvatica, Ficus

gomelleira, Gochnatia oligocephala, Campomanesia dichotoma, Thyrsodium spruceanum e

Simarouba amara (pau-paraíba).

No subosque encontram-se indivíduos jovens do estrato arbóreo além de indivíduos dos

gêneros, Vismia, Miconia, Clidemia, Cordia, Elaeis, Myrcia, Syagrus, Guettarda,

Allophylus,Coccoloba, Casearia, Protium, Eschweilera,Thyrsodium, Erythroxylum e

Desmoncus polyacanthos (titara). No estrato herbáceo destacam-se Poaceae com o gênero

Olyra, Orchidaceae (Oeceoclades) e Heliconia. Na área ocorrem poucas trepadeiras e lianas,

entre elas o Lygodium volubile, Philodendron acutatum, Philodendron pinnatifidum, Cissus

erosa, Passiflora edmundoi, Vanilla sp, Davilla spp, Dioscorea sp e Tetracera sp.

A vegetação com as características acima mencionadas ocorre esse remananescente na

extensão de 14,052 ha, que corresponde ao estágio médio de regeneração. Assim, a mata

existente na área do Loteamento Biribeira é um remanescente de Floresta Ombrófila Densa,

Mata Atlântica, com predominância de vegetação secundária em estágio médio de

regeneração, definido conforme a Resolução CONAMA 005/1994.

Page 137: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

156

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Figura 30 - Remanescente Loteamento Biribeira, Estrato arbóreo do interior do fragmento.

Figura 31 - Remanescente Loteamento Biribeira, Dossel descontínuo.

Page 138: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

157

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Page 139: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

158

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

2.3.11 Remanescente Loteamento Patamares

No remanescente Loteamento Patamares foram amostrados 114 indivíduos vivos e mortos

ainda em pé, em uma área total de 0,12 ha. Das parcelas implantadas, verificou-se que as 6

estão localizadas no estágio médio, conforme a Resolução CONAMA 005/1994 (Tabela 25).

Tabela 25. Parâmetros amostrados nas parcelas implantadas no remanescente de Mata

Atlântica Loteamento Patamares, Salvador, BA. Ni = número de indivíduos; TotRam = total de ramos;

NSpp = número de espécies; AltMax = altura máxima; AltMed = altura média; DAPMax = diâmetro máximo;

DAPMed = diâmetro médio; AreaBas = área basal; ER=Estágio de Regeneração.

Parcelas Ni TotRam NSpp AltMax AltMed DAPMax DAPMed AreaBas ER

1 14 15 9 20 9,63 40,43 17,13 0,76 Médio

2 22 23 11 17 7,80 53,75 17,85 0,94 Médio

3 21 24 11 15 7,52 33,98 17,69 0,60 Médio

4 22 34 8 15 8,70 35,01 17,91 0,74 Médio

5 12 17 8 15 9,21 41,7 17,72 0,55 Médio

6 23 24 10 20 9,30 64,94 17,84 0,94 Médio

A mata existente possui fisionomia predominantemente arbórea, com seus estratos

diferenciados, altura média de 8,69 m e DAP médio de 19,79 cm. A cobertura arbórea é

predominantemente fechada, com indivíduos emergentes atingindo até 20 m.

Foram registradas 18 famílias, 23 gêneros e 25 espécies. No arranjo fitossociológico (tabela

26), as espécies de maior frequência foram Tapirira guianensis, Allophylus laevigatus,

Syagrus coronata e Siparuna guianensis. Com relação à dominância absoluta destacam-se as

espécies Tapirira guianensis, Ficus gomelleira, Syagrus coronata, Elaeis guineensis e

Cecropia glaziovii. As espécies com maior IVI foram: Tapirira guianensis, Syagrus coronata,

Page 140: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

159

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Ficus gomelleira, Allophylus laevigatus e Syagrus schizophyllum. Para esse remanescente foi

observada densidade absoluta de 950 ind.ha-1 e índice de diversidade de Shannon-Wiener de

2,938 nat.ind-1.

No tocante à distribuição de frequência em intervalos de classe de altura, foi observada maior

concentração dos valores nas classe 5-12 com 44,74% e >12 com 32,46% dos indivíduos

(gráfico 21). Para o diâmetro, foi observada maior ocorrência na classe >18 com 50,00%

(gráfico 22).

Tabela 26 - Parâmetros fitossociológicos para as espécies presentes no remanescente de Mata

Atlântica Loteamento Patamares, Salvador, BA, ordenados segundo o índice do valor de

importância (IVI). Descritores quantitativos: Ni = número de indivíduos; DA = densidade absoluta (ind.ha-1);

DR = densidade relativa (%); DoA = dominância absoluta (m².ha-1); DoR = dominância relativa (%); FA =

frequência absoluta; FR = frequência relativa (%); IVI = índice do valor de importância (DR+DoR+FR) IVC =

índice do valor de cobertura (DR +DoR); AB = área basal (m².0,12 ha-1).

Espécies Ni DA DR DoA DoR FA FR IVI IVC AB

Tapirira guianensis 18 150,0 15,79 10,64 25,58 100,0 10,53 51,89 41,37 1,28

Syagrus coronata 10 83,33 8,77 4,05 9,74 66,67 7,02 25,53 18,51 0,49

Ficus gomelleira 4 33,33 3,51 6,09 14,63 50,00 5,26 23,40 18,14 0,73

Morto 8 66,67 7,02 1,98 4,76 66,67 7,02 18,80 11,78 0,24

Allophylus laevigatus 8 66,67 7,02 0,87 2,09 83,33 8,77 17,88 9,11 0,10

Syagrus schizophyllum 9 75,00 7,89 1,61 3,86 50,00 5,26 17,02 11,75 0,19

Elaeis guineensis 5 41,67 4,39 3,92 9,42 16,67 1,75 15,56 13,80 0,47

Siparuna guianensis 8 66,67 7,02 0,22 0,52 66,67 7,02 14,56 7,54 0,03

Cecropia glaziovii 5 41,67 4,39 3,22 7,74 16,67 1,75 13,88 12,12 0,39

Schefflera morototoni 6 50,00 5,26 0,95 2,27 33,33 3,51 11,05 7,54 0,11

Bowdichia virgiloides 3 25,00 2,63 1,94 4,67 33,33 3,51 10,81 7,30 0,23

Myrsine umbellata 4 33,33 3,51 1,30 3,12 33,33 3,51 10,14 6,63 0,16

Himatanthus

bracteatus 4 33,33 3,51 0,81 1,94 33,33 3,51 8,96 5,45 0,10

Stryphnodendron

pulcherrimum 2 16,67 1,75 1,92 4,60 16,67 1,75 8,11 6,36 0,23

Page 141: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Espécies Ni DA DR DoA DoR FA FR IVI IVC AB

Campomanesia

dichotoma 3 25,00 2,63 0,19 0,46 33,33 3,51 6,60 3,09 0,02

Chomelia obtusa 3 25,00 2,63 0,13 0,32 33,33 3,51 6,46 2,95 0,02

Xylopia sericea 2 16,67 1,75 0,28 0,66 33,33 3,51 5,93 2,42 0,03

Myrtaceae 2 16,67 1,75 0,13 0,31 33,33 3,51 5,57 2,06 0,02

Eschweilera ovata 2 16,67 1,75 0,04 0,09 33,33 3,51 5,35 1,84 0,00

Byrsonima sericea 2 16,67 1,75 0,38 0,91 16,67 1,75 4,42 2,67 0,05

Guazuma ulmifolia 1 8,33 0,88 0,54 1,29 16,67 1,75 3,92 2,17 0,06

Pouteria ramiflora 1 8,33 0,88 0,17 0,40 16,67 1,75 3,03 1,28 0,02

Cupania rugosa 1 8,33 0,88 0,10 0,24 16,67 1,75 2,87 1,12 0,01

Thyrsodium

spruceanum 1 8,33 0,88 0,09 0,22 16,67 1,75 2,85 1,10 0,01

Psychotria

carthagenensis 1 8,33 0,88 0,04 0,11 16,67 1,75 2,74 0,99 0,01

Miconia minutiflora 1 8,33 0,88 0,02 0,04 16,67 1,75 2,67 0,92 0,00

Total 114 950,0 100 41,62 100 950,0 100 300 200 4,99

Page 142: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

161

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Gráfico 21 - Distribuição de frequência nos intervalos de classe de altura determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Loteamento Patamares, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012.

Gráfico 22 - Distribuição de frequência nos intervalos de classe de diâmetro da altura do peito (DAP) determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Loteamento Patamares, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012.

Page 143: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

162

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

No estrato arbóreo, ocorreram as espécies Tapirira guianensis (pau-pombo), Syagrus

coronata (licurí), Ficus gomelleira (gameleira), Allophylus laevigatus, Elaeis guineensis

(dendê), Siparuna guianensis, Cecropia glaziovii, Schefflera morototoni (matataúba),

Bowdichia virgilioides (sucupira), Myrsine umbellata (pororoca), Himatanthus bracteatus

(janaúba), Stryphnodendron pulcherrimum, Campomanesia dichotoma, Chomelia obtusa,

Xylopia sericea, Eschweilera ovata (biriba), Byrsonima sericea (muricí), Guazuma ulmifolia,

Pouteria ramiflora, Cupania rugosa, Thyrsodium spruceanum, Psychotria carthagenensis e

Miconia minutiflora.

No subosque destacam-se indivíduos jovens de Bactris ferruginea (mané-veio), Siparuna

guianensis, Elaies guineensis (dendê), Mangifera indica (manga), Trema micrantha, Attalea

burretiana, Himatanthus bracteatus, Inga thibaudiana (ingá); Thyrsodium spruceanum,

Schefllera morototoni,Campomanesia dichotoma, Protium heptaphyllum, Swartzia sp, Cordia

nodosa, Desmoncus polyacanthos var polyacanthos (titara). No estrato herbáceo ocorrem

Rhynchospora cephalotes, Costus spiralis, Piper divaricatum, Stromanthes porteana,

Heliconia psittacorum, Oeceoclades maculata, além de indivíduos jovens das espécies

Eschweilera ovata, Xilopia sericea, Inga ciliata, Allophylus laevigatus e Tapirira guianensis.

Dentre as trepadeiras e lianas destacam-se as famílias Sapindaceae, Menispermaceae,

Dilleniaceae, Cucurbitaceae, Convolvulaceae e Monilophytas da família Lygodiaceae.

A vegetação com as características acima mencionadas ocorre nesse remananescente na

extensão de 11,370 hectares, que corresponde ao estágio médio de regeneração e não foram

registrados os estágios inicial e avançado. Assim, a mata existente na área de Loteamento

Patameres é um remanescente de Floresta Ombrófila Densa, Mata Atlântica, com a vegetação

secundária em estágio médio de regeneração, definido conforme a Resolução CONAMA

005/1994.

Page 144: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

163

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Figura 33 - Remanescente Loteamento Patamares – Fragmento Carnaúba,estrato arbóreo do interior do fragmento.

Figura 34 - Remanescente Loteamento Patamares – Fragmento Bicuíba, estrato arbóreo no interior do

fragmento.

Page 145: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

164

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Page 146: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

165

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

2.3.12 Remanescente Pedreira Aratu

No remanescente Pedreira Aratu foram amostrados 55 indivíduos vivos e mortos ainda em pé,

em uma área total de 0,06 ha. Das parcelas implantadas, verificou-se que as 3 estão

localizadas no estágio médio, conforme a Resolução CONAMA 005/1994 (Tabela 27).

Tabela 27. Parâmetros amostrados nas parcelas implantadas no remanescente de Pedreira

Aratu, Salvador, BA. Ni = número de indivíduos; TotRam = total de ramos; NSpp = número de espécies;

AltMax = altura máxima; AltMed = altura média; DAPMax = diâmetro máximo; DAPMed = diâmetro médio;

AreaBas = área basal; ER=Estágio de Regeneração .

Parcelas Ni TotRam NSpp AltMax AltMed DAPMax DAPMed AreaBas ER

1 17 20 9 30 12,35 63,67 17,15 0,68 Médio

2 19 22 10 34 12,79 42,54 14,56 0,49 Médio

3 19 22 12 30 12,54 43,93 15,91 0,63 Médio

A mata existente possui fisionomia predominantemente arbórea, com seus estratos

diferenciados, altura média de 12,57 m e DAP médio de 15,87 cm. A cobertura arbórea é

predominantemente fechada, com indivíduos emergentes atingindo até 34 m.

Foram registradas 13 famílias, 16 gêneros e 18 espécies incluindo lianas. No arranjo

fitossociológico (tabela 28), as espécies de maior frequência foram Henriettea succosa,

Himatanthus bracteatus, Schefflera morototoni com 9,68% cada, seguidas de Miconia

minutiflora, Inga thibaudiana, Byrsonima sericea, Tapirira guianensis, Siparuna guianensis e

Attalea salvadorensis com 6,45% cada. Com relação à dominância absoluta destacam-se as

espécies Schefflera morototoni, Bowdichia virgilioides, Attalea salvadorensis e Attalea

burretiana. Aquelas espécies com maior IVI foram: Schefflera morototoni, Himatanthus

bracteatus, Attalea salvadorensis, Bowdichia virgilioides, Henriettea succosa e Attalea

burretiana. Para esse remanescente foi observada densidade absoluta de 916,8 ind.ha-1 e

índice de diversidade de Shannon-Wiener de 2,60 nat.ind-1.

Page 147: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

166

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

No tocante à distribuição de frequência em intervalos de classe de altura, foi observada a

concentração dos valores nas classes >12m com 49,09% e 5-12 com 45,45% dos indivíduos

(gráfico 23). Para o diâmetro, foi observada maior distribuição na classe 8-18 com 40,00%

(gráfico 24).

Esses dados corroboram com uma arquitetura vegetacional secundária, com predominância do

estágio médio de regeneração.

Tabela 28 - Parâmetros fitossociológicos para as espécies presentes no remanescente de Mata

Atlântica de Pedreira Aratu, Salvador, BA, ordenados segundo o índice do valor de

importância (IVI). Descritores quantitativos: Ni = número de indivíduos; DA = densidade absoluta (ind.ha-1);

DR = densidade relativa (%); DoA = dominância absoluta (m².ha-1); DoR = dominância relativa (%); FA =

frequência absoluta; FR = frequência relativa (%); IVI = índice do valor de importância (DR+DoR+FR); IVC =

índice do valor de cobertura (DR +DoR); AB = área basal (m².0,06 ha-1).

Espécies Ni DA DR DoA DoR FA FR IVI IVC AB

Schefflera

morototoni

8 133,3 14,55 9,31 31,05 100 9,68 55,27 45,59 0,56

Himatanthus

bracteatus

12 200 21,82 1,88 6,26 100 9,68 37,75 28,07 0,11

Attalea

salvadorensis

3 50 5,45 5,07 16,9 66,67 6,45 28,8 22,35 0,30

Bowdichia

virgilioides

1 16,7 1,82 5,31 17,69 33,33 3,23 22,74 19,51 0,32

Henriettea

succosa

5 83,3 9,09 0,61 2,02 100 9,68 20,79 11,11 0,04

Attalea

burretiana

3 50 5,45 3,57 11,9 33,33 3,23 20,58 17,35 0,21

Siparuna

guianensis

4 66,7 7,27 0,18 0,6 66,67 6,45 14,33 7,88 0,01

Tapirira

guianensis

3 50 5,45 0,55 1,82 66,67 6,45 13,72 7,27 0,03

Byrsonima

sericea

2 33,3 3,64 0,74 2,47 66,67 6,45 12,56 6,11 0,04

Page 148: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

167

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Espécies Ni DA DR DoA DoR FA FR IVI IVC AB

Inga thibaudiana 2 33,3 3,64 0,65 2,17 66,67 6,45 12,26 5,8 0,03

Morta 3 50 5,45 0,58 1,93 33,33 3,23 10,61 7,38 0,03

Miconia

minutiflora

2 33,3 3,64 0,1 0,32 66,67 6,45 10,41 3,95 0,01

Xylopia sericea 1 16,7 1,82 0,63 2,1 33,33 3,23 7,15 3,92 0,04

Chrysophyllum

splendens

1 16,7 1,82 0,39 1,31 33,33 3,23 6,36 3,13 0,02

Protium

heptaphyllum

1 16,7 1,82 0,21 0,7 33,33 3,23 5,75 2,52 0,01

Ficus sp. 1 16,7 1,82 0,1 0,33 33,33 3,23 5,38 2,15 0,01

Ocotea

glomerata

1 16,7 1,82 0,06 0,21 33,33 3,23 5,26 2,03 0,01

Thyrsodium

spruceanum

1 16,7 1,82 0,03 0,11 33,33 3,23 5,16 1,93 0,01

Cipó 1 16,7 1,82 0,03 0,1 33,33 3,23 5,14 1,92 0,01

Total 55 916,8 100 30 100 1033,3 100 300 200 1,8

Page 149: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Gráfico 23 - Distribuição de frequência nos intervalos de classe de altura determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Pedreira Aratu, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012.

Gráfico 24 - Distribuição de frequência nos intervalos de classe de diâmetro a altura do peito (DAP) determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Pedreira Aratu, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012.

Page 150: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

169

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

No estrato arbóreo, ocorreram as espécies Schefflera morototoni (matataúba), Himatanthus

bracteatus (janaúba), Attalea salvadorensis, Bowdichia virgilioides (sucupira), Henriettea

succosa, Attalea burretiana (indaiá), Siparuna guianensis, Tapirira guianensis (pau-pombo),

Byrsonima sericea (murici), Inga thibaudiana (ingá), Miconia minutiflora (mundururu),

Xylopia sericea, Chrysophyllum splendens, Protium heptaphyllum (amescla), Ocotea

glomerata (louro) e Thyrsodium spruceanum.

No estrato herbáceo ocorreram Olyra latifolia, Heliconia psittacorum, Oeceoclades maculata,

Stromanthe porteana, Piper spp, Scleria bracteata, Rhynchospora cephalotes e indivíduos

jovens das famílias Fabaceae, Myrtaceae, Boraginaceae, Dilleniaceae, Melastomataceae,

Arecaceae e Sapindaceae.

A vegetação com as características acima mencionadas ocorre em toda a extensão deste

remananescente com cerca de 30,043 hectares, que corresponde ao estágio médio de

regeneração e não foram registrados os estágios inicial e avançado. Assim, a mata existente

no remanescente da Pedreira Aratu é vegetação secundária de Floresta Ombrófila Densa,

Mata Atlântica, em estágio médio de regeneração, definido conforme a Resolução CONAMA

005/1994.

Page 151: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

170

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Figura 36 - Remanescente Pedreira Aratu, Vista de encosta alterada e da paisagem vegetacional.

Figura 37 - Remanescente Pedreira Aratu, Estrato arbóreo e subosque.

Page 152: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

171

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Page 153: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

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2.3.13 Remanescente Pedreira Carangi

No remanescente Pedreira Carangi foram amostrados 196 indivíduos vivos e mortos ainda em

pé, em uma área total de 0,12 ha. Das parcelas implantadas, verificou-se que as 6 estão

localizadas no estágio médio, conforme a Resolução CONAMA 005/1994 (Tabela 29).

Tabela 29. Parâmetros amostrados nas parcelas implantadas no remanescente de Pedreira

Carangi, Salvador, BA. Ni = número de indivíduos; TotRam = total de ramos; NSpp = número de espécies;

AltMax = altura máxima; AltMed = altura média; DAPMax = diâmetro máximo; DAPMed = diâmetro médio;

AreaBas = área basal; ER=Estágio de Regeneração .

Parcelas Ni TotRam NSpp AltMax AltMed DAPMax DAPMed AreaBas ER

1 46 58 25 17 10,72 22,92 9,17 0,36 Médio

2 46 54 17 25 13,7 26,22 10,42 0,5 Médio

3 22 38 13 13 8,82 14,55 8,35 0,13 Médio

4 30 34 15 22 12,35 65,03 13,41 0,99 Médio

5 31 39 18 20 11,37 25,46 10,89 0,38 Médio

6 21 24 13 35 15,24 46,59 14,02 0,53 Médio

A mata existente possui fisionomia predominantemente arbórea, com seus estratos

diferenciados, altura média de 12,03 m e DAP médio de 11,19 cm. A cobertura arbórea é

predominantemente fechada, com indivíduos emergentes atingindo até 35 m.

Foram registradas 28 famílias, 46 gêneros e 53 espécies incluindo lianas. No arranjo

fitossociológico (tabela 30), as espécies de maior frequência foram Tapirira guianensis,

Myrcia sp, Himatanthus bracteatus com 83,33% cada, seguidas de Simarouba amara,

Byrsonima sericea e Attalea burretiana com 66,67% cada. Com relação à dominância

absoluta destacam-se as espécies Tapirira guianensis, Stryphnodendron pulcherrimum,

Attalea burretiana, Simarouba amara e Himatanthus bracteatus. Aquelas espécies com maior

IVI foram: Tapirira guianensis, Himatanthus bracteatus, Simarouba amara,

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Stryphnodendron pulcherrimum e Attalea burretiana. Para esse remanescente foi observada

densidade absoluta de 1633 ind.ha-1 e índice de diversidade de Shannon-Wiener de 3,52

nat.ind-1.

No tocante à distribuição de frequência em intervalos de classe de altura, foi observada a

concentração dos valores nas classes >12m com 53,57% e 5-12 com 44,90% dos indivíduos

(gráfico 25). Para o diâmetro, foi observada maior distribuição nas classe <8 com 47,45 e 8-

18 com 39,29% (gráfico 26).

Esses dados corroboram com uma arquitetura vegetacional secundária, com predominância do

estágio médio de regeneração.

Tabela 30 - Parâmetros fitossociológicos para as espécies presentes no remanescente de Mata

Atlântica de Pedreira Carangi, Salvador, BA, ordenados segundo o índice do valor de

importância (IVI). Descritores quantitativos: Ni = número de indivíduos; DA = densidade absoluta (ind.ha-1);

DR = densidade relativa (%); DoA = dominância absoluta (m².ha-1); DoR = dominância relativa (%); FA =

frequência absoluta; FR = frequência relativa (%); IVI = índice do valor de importância (DR+DoR+FR); IVC =

índice do valor de cobertura (DR +DoR); AB = área basal (m².0,12 ha-1).

Espécies Ni DA DR DoA DoR FA FR IVI IVC AB Tapirira guianensis

22 183,3 11,22 3,79 15,71 83,33 4,95 31,88 26,93 0,45

Himatanthus bracteatus

19 158,3 9,69 1,36 5,64 83,33 4,95 20,29 15,34 0,16

Simarouba amara 7 58,3 3,57 1,74 7,21 66,67 3,96 14,75 10,79 0,21 Stryphnodendron pulcherrimum

2 16,7 1,02 2,83 11,7 33,33 1,98 14,7 12,72 0,34

Attalea burretiana 5 41,7 2,55 1,94 8,03 66,67 3,96 14,54 10,58 0,23 Myrcia sp. 11 91,7 5,61 0,36 1,49 83,33 4,95 12,05 7,1 0,04 Morto 8 66,7 4,08 0,73 3,03 66,67 3,96 11,07 7,11 0,09 Anaxagorea sp. 11 91,7 5,61 0,57 2,38 50 2,97 10,96 7,99 0,07 Byrsonima sericea 7 58,3 3,57 0,7 2,91 66,67 3,96 10,44 6,48 0,08 Fabaceae 01 2 16,7 1,02 1,98 8,21 16,67 0,99 10,22 9,23 0,24 Henriettea succosa

9 75 4,59 0,56 2,31 50 2,97 9,87 6,9 0,07

Luehea divaricata 5 41,7 2,55 0,79 3,26 50 2,97 8,78 5,81 0,09 Psidium oligospermum

8 66,7 4,08 0,22 0,93 50 2,97 7,98 5,01 0,03

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Espécies Ni DA DR DoA DoR FA FR IVI IVC AB Buchenavia sp. 7 58,3 3,57 0,78 3,25 16,67 0,99 7,81 6,82 0,09 Eschweilera ovata 6 50 3,06 0,3 1,22 50 2,97 7,25 4,28 0,03 Abarema cochliacarpos

2 16,7 1,02 1,05 4,35 16,67 0,99 6,36 5,37 0,13

Brosimum gaudichaudii

4 33,3 2,04 0,16 0,65 50 2,97 5,66 2,69 0,02

Ficus sp. 2 16,7 1,02 0,53 2,18 33,33 1,98 5,18 3,2 0,06 Cipó 3 25 1,53 0,07 0,3 50 2,97 4,8 1,83 0,01 Miconia holosericea

3 25 1,53 0,23 0,95 33,33 1,98 4,46 2,48 0,03

Kielmeyera neglecta

3 25 1,53 0,18 0,76 33,33 1,98 4,27 2,29 0,02

Bowdichia virgilioides

2 16,7 1,02 0,28 1,16 33,33 1,98 4,16 2,18 0,03

Pera glabrata 4 33,3 2,04 0,25 1,02 16,67 0,99 4,05 3,06 0,03 Cordia pilosa 3 25 1,53 0,07 0,31 33,33 1,98 3,82 1,84 0,01 Cupania rugosa 3 25 1,53 0,07 0,29 33,33 1,98 3,8 1,82 0,01 Pogonophora schomburgkiana

2 16,7 1,02 0,1 0,42 33,33 1,98 3,42 1,44 0,01

Myrcia silvatica 2 16,7 1,02 0,04 0,16 33,33 1,98 3,16 1,18 0,01 Guapira opposita 3 25 1,53 0,1 0,4 16,67 0,99 2,92 1,93 0,01 Protium heptaphyllum

1 8,3 0,51 0,31 1,28 16,67 0,99 2,78 1,79 0,04

Pouteria grandiflora

1 8,3 0,51 0,3 1,23 16,67 0,99 2,73 1,74 0,04

Myrcia splendens 2 16,7 1,02 0,17 0,71 16,67 0,99 2,72 1,73 0,02 Cecropia glaziovii 1 8,3 0,51 0,26 1,07 16,67 0,99 2,57 1,58 0,03 Margaritaria nobilis

2 16,7 1,02 0,12 0,51 16,67 0,99 2,52 1,53 0,01

Curatella americana

2 16,7 1,02 0,12 0,5 16,67 0,99 2,51 1,52 0,01

Tibouchina candolleana

2 16,7 1,02 0,09 0,38 16,67 0,99 2,39 1,4 0,01

Inga laurina 2 16,7 1,02 0,04 0,16 16,67 0,99 2,17 1,18 0,01 Tovomita choisyana

1 8,3 0,51 0,13 0,56 16,67 0,99 2,06 1,07 0,02

Desconhecido 01 1 8,3 0,51 0,11 0,47 16,67 0,99 1,97 0,98 0,01 Inga sp. 1 8,3 0,51 0,1 0,42 16,67 0,99 1,92 0,93 0,01 Clusia nemorosa 1 8,3 0,51 0,1 0,4 16,67 0,99 1,9 0,91 0,01 Polyandrococos caudescens

1 8,3 0,51 0,08 0,32 16,67 0,99 1,82 0,83 0,01

Licania sp. 1 8,3 0,51 0,05 0,21 16,67 0,99 1,71 0,72 0,01

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Espécies Ni DA DR DoA DoR FA FR IVI IVC AB Chaetocarpus echinocarpus

1 8,3 0,51 0,05 0,2 16,67 0,99 1,7 0,71 0,01

Gochnatia oligocephala

1 8,3 0,51 0,04 0,16 16,67 0,99 1,67 0,68 0,01

Erythroxylum mucronatum

1 8,3 0,51 0,04 0,16 16,67 0,99 1,67 0,68 0,01

Inga thibaudiana 1 8,3 0,51 0,04 0,16 16,67 0,99 1,66 0,67 0,01 Casearia commersoniana

1 8,3 0,51 0,04 0,16 16,67 0,99 1,66 0,67 0,01

Vernonanthura discolor

1 8,3 0,51 0,04 0,15 16,67 0,99 1,65 0,66 0,01

Simaba cedron 1 8,3 0,51 0,04 0,15 16,67 0,99 1,65 0,66 0,01 Bactris ferruginea 1 8,3 0,51 0,03 0,1 16,67 0,99 1,6 0,61 0,01 Albizia sp. 1 8,3 0,51 0,02 0,1 16,67 0,99 1,6 0,61 0,01 Chamaecrista sp. 1 8,3 0,51 0,02 0,07 16,67 0,99 1,57 0,58 0,01 Annona sp. 1 8,3 0,51 0,02 0,07 16,67 0,99 1,57 0,58 0,01 Thyrsodium spruceanum

1 8,3 0,51 0,02 0,07 16,67 0,99 1,57 0,58 0,01

Total 196 1633 100 24,16 100 1683,41 100 300 200 2,90

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Gráfico 25 - Distribuição de frequência nos intervalos de classe de altura determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Pedreira Carangi, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012.

Gráfico 26 - Distribuição de frequência nos intervalos de classe de diâmetro da altura do peito (DAP) determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Pedreira Carangi, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012.

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

No estrato arbóreo, ocorreram as espécies Tapirira guianensis (pau-pombo), Himatanthus

bracteatus (janaúba), Simarouba amara (pau-paraíba), Stryphnodendron pulcherrimum,

Byrsonima sericea (murici), Henriettea succosa, Luehea divaricata, Psidium oligospermum,

Eschweilera ovata (biriba), Abarema cochliacarpos, Brosimum gaudichaudii, Miconia

holosericea, Kielmeyera neglecta, Bowdichia virgilioides (sucupira), Pera glabrata (sete-

capote), Cordia pilosa, Cupania rugosa, Pogonophora schomburgkiana, Myrcia silvatica,

Guapira opposita, Protium heptaphyllum (amescla), Pouteria grandiflora, Myrcia splendens,

Cecropia glaziovii, Margaritaria nobilis, Curatella americana (lixeira), Tibouchina

candolleana, Inga laurina (ingá), Tovomita choisyana, Clusia nemorosa, Polyandrococos

caudescens, Chaetocarpus echinocarpus, Gochnatia oligocephala, Erythroxylum

mucronatum, Inga thibaudiana, Casearia commersoniana, Vernonanthura discolor, Simaba

cedron, Bactris ferruginea e Thyrsodium spruceanum.

No subosque ocorreram indivíduos jovens do estrato arbóreo além de indivíduos dos gêneros,

Vismia, Miconia, Clidemia, Cordia, Elaeis, Myrcia, Syagrus, Guettarda, Allophylus. No

herbáceo destacam-se Poaceae com o gênero Olyra, Lecythidaceae, Burseraceae, Orchidaceae

(Oeceoclades) e Heliconia. Na área ocorrem poucas trepadeiras e lianas, entre elas o

Lygodium volubile, Philodendron acutatum, Cissus erosa, Vanilla sp, Davilla spp, Dioscorea

sp. , dentre outras.

A vegetação com as características acima mencionadas ocorre nesse remananescente em

232,473 ha, que corresponde ao estágio médio de regeneração. Assim, a mata existente na

área da Pedreira Carangi é um remanescente de Floresta Ombrófila Densa, Mata Atlântica,

com a vegetação secundária no estágio médio de regeneração, definido conforme a Resolução

CONAMA 005/1994.

Page 159: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Figura 39 - Remanescente Pedreira Carangi , Vista geral da vegetação.

40 - Remanescente Pedreira Carangi, Estrato arbóreo e subosque.

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

2.3.14 Remanescente Pedreira Valéria

No remanescente Pedreira Valéria foram amostrados 233 indivíduos vivos e mortos ainda em

pé, em uma área total de 0,2 ha. Das parcelas, verificou-se que 7 estão localizadas no no

estágio médio e 3 no estágio avançado de regeneração, conforme a Resolução CONAMA

005/1994 (Tabela 31).

Tabela 31. Parâmetros amostrados nas parcelas implantadas no remanescente de Pedreira

Valéria, Salvador, BA. Ni = número de indivíduos; TotRam = total de ramos; NSpp = número de espécies;

AltMax = altura máxima; AltMed = altura média; DAPMax = diâmetro máximo; DAPMed = diâmetro médio;

AreaBas = área basal; ER=Estágio de Regeneração .

Parcelas Ni TotRam NSpp AltMax AltMed DAPMax DAPMed AreaBas ER

1 23 26 5 23 11,61 71,62 16,08 0,89 Médio

2 19 23 12 25 8,82 40,43 14,68 0,52 Médio

3 22 26 8 23 13,11 35,59 19,56 0,8 Avançado

4 18 24 9 22 8,96 47,75 16,16 0,6 Médio

5 23 29 11 19 8,96 39,74 12,15 0,43 Médio

6 26 35 9 23 10,78 55,01 13,56 0,66 Médio

7 26 36 15 20 9,52 55,04 15,23 0,82 Médio

8 21 21 10 25 12,98 31,83 19,28 0,73 Avançado

9 24 28 10 23 12,74 63,34 20,16 1,18 Avançado

10 31 43 12 20 10,32 38,14 12,26 0,57 Médio

A mata existente possui fisionomia predominantemente arbórea, com seus estratos

diferenciados, altura média de 10,78 m e DAP médio de 15,90 cm. A cobertura arbórea é

predominantemente fechada, com indivíduos emergentes atingindo cerca de 26 m.

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Foram registradas 21 famílias, 28 gêneros e 32 espécies incluindo lianas. No arranjo

fitossociológico (tabela 32), as espécies de maior frequência foram Tapirira guianensis,

Himatanthus bracteatus, Schefflera morototoni, Henriettea succosa e Attalea burretiana.

Com relação à dominância absoluta destacam-se as espécies Tapirira guianensis, Attalea

burretiana, Artocarpus heterophyllus, Schefflera morototoni e Himatanthus bracteatus.

Aquelas espécies com maior IVI foram: Tapirira guianensis Attalea burretiana, Himatanthus

bracteatus, Schefflera morototoni e Artocarpus heterophyllus. Para esse remanescente foi

observada densidade absoluta de 1165 ind.ha-1 e índice de diversidade de Shannon-Wiener de

2,977 nat.ind-1.

No tocante à distribuição de frequência em intervalos de classe de altura, foi observada a

concentração dos valores nas classes 5-12 com 45,06% e >12m com 39,91% dos indivíduos

(gráfico 27). Para o diâmetro, foi observada concentração nas classes <8 e >18 com valor de

36,05% para as duas classes (gráfico 28).

Esses dados corroboram com uma arquitetura vegetacional secundária, com predominância do

estágio médio de regeneração.

Tabela 32 – Parâmetros fitossociológicos para as espécies presentes no remanescente de Mata

Atlântica da Pedreira Valéria, Salvador, BA, ordenados segundo o índice do valor de

importância (IVI). Descritores quantitativos: Ni = número de indivíduos; DA = densidade absoluta (ind.ha-1);

DR = densidade relativa (%); DoA = dominância absoluta (m².ha-1); DoR = dominância relativa (%); FA =

frequência absoluta; FR = frequência relativa (%); IVI = índice do valor de importância (DR+DoR+FR)(%); IVC

= índice do valor de cobertura (DR +DoR)(%); AB = área basal (m².0,20 ha-1).

Espécies Ni DA DR DoA DoR FA FR IVI IVC AB

Tapirira guianensis 33 165 14,16 7,44 20,66 90 8,91 43,74 34,83 1,5

Attalea burretiana 20 100 8,58 5,15 14,31 70 6,93 29,82 22,89 1,03

Himatanthus

bracteatus 21 105 9,01 2,96 8,22 80 7,92 25,16 17,24 0,59

Schefflera

morototoni 14 70 6,01 3,7 10,29 80 7,92 24,22 16,29 0,74

Morto 23 115 9,87 1,88 5,21 90 8,91 23,99 15,08 0,38

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Espécies Ni DA DR DoA DoR FA FR IVI IVC AB

Artocarpus

heterophyllus 18 90 7,73 4,39 12,21 30 2,97 22,9 19,93 0,88

Henriettea succosa 17 85 7,3 0,37 1,04 80 7,92 16,25 8,33 0,07

Inga laurina 10 50 4,29 1,5 4,17 30 2,97 11,44 8,47 0,3

Albizia polycephala 5 25 2,15 1,5 4,17 30 2,97 9,28 6,31 0,3

Siparuna guianensis 8 40 3,43 0,32 0,9 40 3,96 8,3 4,33 0,06

Simarouba amara 5 25 2,15 0,51 1,41 40 3,96 7,52 3,56 0,10

Tovomita choisyana 8 40 3,43 0,24 0,67 30 2,97 7,07 4,1 0,05

Byrsonima sericea 4 20 1,72 1,1 3,05 20 1,98 6,75 4,77 0,22

Elaeis guineensis 2 10 0,86 1,25 3,49 20 1,98 6,32 4,34 0,25

Cupania rugosa 6 30 2,58 0,08 0,23 30 2,97 5,77 2,8 0,02

Attalea

salvadorensis 4 20 1,72 0,96 2,67 10 0,99 5,37 4,38 0,19

Miconia minutiflora 6 30 2,58 0,17 0,48 20 1,98 5,04 3,06 0,03

Bowdichia

virgilioides 1 5 0,43 1,12 3,12 10 0,99 4,54 3,55 0,22

Erythroxylum

squamatum 5 25 2,15 0,14 0,38 20 1,98 4,51 2,53 0,02

Miconia holosericea 3 15 1,29 0,11 0,31 20 1,98 3,57 1,59 0,02

Ficus sp. 3 15 1,29 0,03 0,07 20 1,98 3,34 1,36 0,01

Psychotria sp. 2 10 0,86 0,04 0,12 20 1,98 2,96 0,98 0,01

Thyrsodium

spruceanum 2 10 0,86 0,03 0,08 20 1,98 2,92 0,94 0,01

Miconia prasina 2 10 0,86 0,03 0,07 20 1,98 2,91 0,93 0,01

Eschweilera ovata 1 5 0,43 0,4 1,11 10 0,99 2,52 1,53 0,08

Cecropia

pachystachya 1 5 0,43 0,25 0,7 10 0,99 2,12 1,13 0,05

Bactris ferruginea 2 10 0,86 0,09 0,24 10 0,99 2,09 1,1 0,02

Cordia pilosa 2 10 0,86 0,06 0,16 10 0,99 2,01 1,02 0,01

Pogonophora

schomburgkiana 1 5 0,43 0,07 0,2 10 0,99 1,62 0,63 0,01

Luehea divaricata 1 5 0,43 0,03 0,1 10 0,99 1,52 0,53 0,01

Page 164: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Espécies Ni DA DR DoA DoR FA FR IVI IVC AB

Cipó 1 5 0,43 0,03 0,08 10 0,99 1,5 0,5 0,01

Guatteria pogonopus 1 5 0,43 0,02 0,06 10 0,99 1,48 0,49 <0,01

Guapira opposita 1 5 0,43 0,01 0,04 10 0,99 1,46 0,47 <0,01

Total 233 1165 100 35,99 100 1010 100 300 200 7,20

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Gráfico 27 - Distribuição de frequência nos intervalos de classe de altura determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Pedreira Valéria, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012.

Gráfico 28 - Distribuição de frequência nos intervalos de classe de diâmetro à altura do peito (DAP) determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Pedreira Valéria, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012.

Page 166: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

No estrato arbóreo, ocorreram as espécies Tapirira guianensis (pau-pombo), Attalea

burretiana (indaiá), Artocarpus heterophyllus, Himatanthus bracteatus (janaúba), Schefflera

morototoni (matataúba), Inga laurina (ingá), Henriettea succosa, Albizia polycephala,

Byrsonima sericea (murici), Attalea salvadorensis, Elaeis guineensis (dendê), Siparuna

guianensis, Tovomita choisyana, Simarouba amara (pau-paraíba), Bowdichia virgilioides

(sucupira), Miconia minutiflora (mundururu), Cupania rugosa, Erythroxylum squamatum,

Miconia holosericea, Eschweilera ovata (biriba), Cecropia pachystachya (imbaúba), Bactris

ferruginea (mané-veio), Cordia pilosa, Thyrsodium spruceanum, Miconia prasina,

Pogonophora schomburgkiana, Luehea divaricata, Guatteria pogonopus e Guapira opposita.

No estrato herbáceo registraram-se Olyra latifolia, Heliconia psittacorum, Oeceoclades

maculata, Stromanthe porteana, Piper spp, Scleria bracteata, Rhynchospora cephalotes,

indivíduos jovens das famílias Fabaceae, Myrtaceae, Boraginaceae, Dilleniaceae,

Melastomataceae, Arecaceae, Sapindaceae.

A vegetação com as características acima mencionadas ocorre em aproximadamente 96,740

ha deste remananescente, que corresponde ao estágio médio de regeneração. O estágio

avançado foi registrado em 0,876 ha. Não foi registrado o estágio inicial. Assim, a mata

existente no remanescente Pedreira Valéria é Floresta Ombrófila Densa, Mata Atlântica, com

a vegetação secundária nos estágios sucessionais médio a avançado, definidos conforme a

Resolução CONAMA 005/1994. Entretanto, há predominância da vegetação secundária no

estágio médio de regeneração.

Page 167: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

186

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Figura 42 - Remanescente Pedreira Valéria, Equipamentos de britagem da pedreira Valéria e lagoa com vegetação arbórea no entorno.

Figura 43 - Remanescente Pedreira Valéria, estrato arbóreo.

Page 168: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Page 169: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

188

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

2.3.15 Remanescente Posto TIC

No remanescente Posto TIC foram amostrados 73 indivíduos vivos e mortos ainda em pé em

uma área total de 0,08 ha. Das parcelas implantadas, verificou-se que as 4 estão localizadas no

estágio médio, conforme a Resolução CONAMA 005/1994 (Tabela 33).

Tabela 33. Parâmetros amostrados nas parcelas implantadas no remanescente de Posto TIC,

Salvador, BA. Ni = número de indivíduos; TotRam = total de ramos; NSpp = número de espécies; AltMax =

altura máxima; AltMed = altura média; DAPMax = diâmetro máximo; DAPMed = diâmetro médio; AreaBas =

área basal; ER=Estágio de Regeneração .

Parcelas Ni TotRam NSpp AltMax AltMed DAPMax DAPMed AreaBas ER

1 13 18 8 15 7,72 31,19 16,12 0,78 Médio

2 12 15 7 21 10,33 95,49 17,65 1,69 Médio

3 31 34 10 20 8,79 64,62 17,88 1,21 Médio

4 17 19 6 26 10,24 91,04 17,38 1,11 Médio

A mata existente possui fisionomia predominantemente arbórea baixa, com seus estratos

diferenciados, altura média de 9,26 e DAP médio de 17,25 cm. A cobertura arbórea é

predominantemente fechada, com indivíduos emergentes atingindo cerca de 26 m.

Foram registradas 17 famílias, incluindo 18 gêneros e 19 espécies. No arranjo fitossociológico

(tabela 34), as espécies de maior frequência foram Guarea guidonia e Tapirira guianensis

ambas com 75% seguidas de Miconia minutiflora, Protium heptaphyllum, Erythroxyllum

citrifolium, Byrsonima sericea e Artocarpus heterophyllus com 50% cada. Com relação à

dominância absoluta destacam-se as espécies Artocarpus heterophyllus, Ficus pulchella,

Tapirira guianensis e Spondias mombin. Aquelas espécies com maior IVI foram: Artocarpus

heterophyllus, Tapirira guianensis, Ficus pulchella, Guarea guidonia e Schefflera

morototoni. Para esse remanescente foi observado densidade absoluta de 912,5 ind.ha-1 e

índice de diversidade de Shannon-Wiener de 2.656 nat.ind-1.

Page 170: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

No tocante à distribuição de frequência em intervalos de classe de altura, foi observada a

concentração dos valores na classe 5-12m com 61,64% (gráfico 29). Para o diâmetro, a amior

distribuição foi observada na classe 8-18 com 41,10% seguido da classe <8 com 35,62%

(gráfico 30).

Esses dados corroboram com uma arquitetura vegetacional secundária, com predominância do

estágio médio de regeneração.

Tabela 34 - Parâmetros fitossociológicos para as espécies presentes no remanescente de Mata

Atlântica do Posto TIC, Salvador, BA, ordenados segundo o índice do valor de importância

(IVI). Descritores quantitativos: Ni = número de indivíduos; DA = densidade absoluta (ind.ha-1); DR =

densidade relativa (%); DoA = dominância absoluta (m².ha-1); DoR = dominância relativa (%); FA = frequência

absoluta; FR = frequência relativa (%); IVI = índice do valor de importância (DR+DoR+FR); IVC = índice do

valor de cobertura (DR +DoR); AB = área basal (m².0,08 ha-1).

Espécies Ni DA DR DoA DoR FA FR IVI IVC AB

Artocarpus heterophyllus 13 162,5 17,81 19,44 41,10 50 6,45 65,36 58,91 1,56

Tapirira guianensis 10 125,0 13,70 7,24 15,31 75 9,68 38,69 29,01 0,58

Ficus pulchella 1 12,5 1,37 8,14 17,20 25 3,23 21,80 18,57 0,65

Guarea guidonia 5 62,5 6,85 1,35 2,86 75 9,68 19,39 9,71 0,11

Schefflera morototoni 9 112,5 12,33 1,69 3,57 25 3,23 19,13 15,90 0,14

Byrsonima sericea 7 87,5 9,59 0,77 1,63 50 6,45 17,67 11,22 0,06

Spondias mombin 2 25,0 2,74 4,72 9,98 25 3,23 15,94 12,72 0,38

Morto 3 37,5 4,11 0,88 1,87 50 6,45 12,43 5,98 0,07

Himatanthus bracteatus 3 37,5 4,11 0,81 1,71 50 6,45 12,27 5,82 0,06

Erythroxyllum

citrifolium 3 37,5 4,11 0,18 0,38 50 6,45 10,94 4,49 0,01

Protium heptaphyllum 2 25,0 2,74 0,12 0,25 50 6,45 9,44 2,99 0,01

Miconia minutiflora 2 25,0 2,74 0,06 0,12 50 6,45 9,31 2,86 0,01

Myrtaceae sp. 3 37,5 4,11 0,31 0,65 25 3,23 7,98 4,76 0,02

Curatella americana 2 25,0 2,74 0,89 1,88 25 3,23 7,85 4,62 0,07

Maytenus distichophylla 2 25,0 2,74 0,32 0,69 25 3,23 6,65 3,43 0,03

Xylopia sericea 2 25,0 2,74 0,08 0,18 25 3,23 6,14 2,92 0,01

Allophylus laevigatus 1 12,5 1,37 0,15 0,31 25 3,23 4,91 1,68 0,01

Page 171: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Espécies Ni DA DR DoA DoR FA FR IVI IVC AB

Ocotea sp. 1 12,5 1,37 0,10 0,20 25 3,23 4,80 1,57 0,01

Genipa americana 1 12,5 1,37 0,03 0,06 25 3,23 4,66 1,43 0,01

Eschweilera ovata 1 12,5 1,37 0,03 0,06 25 3,23 4,66 1,43 0,01

Total 73 912,5 100 47,30 100 775 100 300 200 3,78

Page 172: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Gráfico 29 - Distribuição de frequência nos intervalos de classe de altura determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Posto TIC, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012.

Gráfico 30 - Distribuição de frequência nos intervalos de classe de diâmetro a altura do peito (DAP) determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Posto TIC, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012.

Page 173: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

No estrato arbóreo ocorreu Artocarpus heterophyllus, Tapirira guianensis, Ficus pulchella,

Guarea guidonia, Schefflera morototoni, Byrsonima sericea, Spondias mombin, Himatanthus

bracteatus, Erythroxyllum citrifolium, Protium heptaphyllum, Miconia minutiflora, Curatella

americana, Maytenus distichophylla, Xylopia sericea, Allophylus laevigatus, Genipa

americana e Eschweilera ovata. No subosque encontram-se Cordia nodosa, Inga ciliata,

Licania sp, Miconia albicans, indivíduos jovens de Artocarpus heterophyllus e Piper spp. No

estrato herbáceo desenvolvem espécies das famílias Heliconiaceae, Poaceae (Olyra),

Orchidaceae (Oeceoclades), Rubiaceae, Cyperaceae, Commelinaceae (Tradescantia), Araceae

(Aglonema) e representantes de Monilophytas dos gêneros (Adiantum, Thelypteris, Lygodium)

e poucas trepadeiras das famílias Sapindaceae, Cucurbitaceae e Dilleniaceae.

A vegetação com as características acima mencionadas ocorre nesse remananescente em

9,465 ha, que carateriza essa área como estágio médio de regeneração conforme definido pela

Resolução CONAMA 005/1994.

Page 174: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Figura 45 - Remanescente Posto TIC, Vista parcial do fragmento.

Figura 46 - Remanescente Posto TIC, Rizóforos (raizes suspensas) de hemiepífitas sobre troncos.

Page 175: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Page 176: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

195

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

2.3.16 Remanescente Trobogy

No remanescente Trobogy foram amostrados 884 indivíduos vivos e mortos ainda em pé, em

uma área total de 0,54 ha. Das parcelas implantadas, verificou-se que 3 estão localizadas no

estágio inicial e 24 no estágio médio de regeneração, conforme a Resolução CONAMA

005/1994 (Tabela 35).

Tabela 35. Parâmetros amostrados nas parcelas implantadas no remanescente de Trobogy,

Salvador, BA. Ni = número de indivíduos; TotRam = total de ramos; NSpp = número de espécies; AltMax =

altura máxima; AltMed = altura média; DAPMax = diâmetro máximo; DAPMed = diâmetro médio; AreaBas =

área basal; ER=Estágio de Regeneração .

Parcelas Ni TotRam NSpp AltMax AltMed DAPMax DAPMed AreaBas ER

1 27 28 18 18 10,19 37,88 14,00 0,62 Médio

2 32 41 13 15 7,55 40,58 9,8 0,4 Médio

3 29 44 15 22 11,29 41,71 14,70 0,75 Médio

4 27 39 14 10 6,11 37,72 10,44 0,36 Médio

5 39 46 8 16 4,87 21,17 7,18 0,25 Inicial

6 75 104 19 7 4,27 25,39 6,58 0,43 Inicial

7 41 46 17 15 7,44 25,78 8,90 0,35 Médio

8 28 40 13 10 6,11 21,96 9,16 0,23 Médio

9 32 52 10 8 5,41 27,06 11,39 0,51 Médio

10 31 37 9 15 6,47 35,65 9,32 0,30 Médio

11 52 103 17 12 4,50 31,19 7,48 0,41 Inicial

12 37 57 14 20 9,54 30,57 9,97 0,38 Médio

13 18 37 14 23 8,97 62,39 11,70 0,48 Médio

14 22 34 11 25 11,61 54,18 14,90 0,78 Médio

15 31 38 15 15 9,71 28,85 11,84 0,42 Médio

Page 177: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

16 31 33 17 25 11,24 29,43 13,84 0,59 Médio

17 34 37 13 20 9,75 25,78 12,85 0,55 Médio

18 28 33 15 21 9,45 33,42 12,48 0,52 Médio

19 54 59 19 18 7,18 40,39 9,58 0,66 Médio

20 22 29 10 15 9,14 33,1 14,00 0,45 Médio

21 24 33 11 16 10,88 33,74 14,19 0,49 Médio

22 21 25 12 19 10,45 55,39 14,39 0,47 Médio

23 29 48 8 25 11,79 41,06 13,65 0,55 Médio

24 22 30 12 23 9,68 35,01 12,24 0,35 Médio

25 31 38 14 18 8,15 23,04 9,16 0,26 Médio

26 32 46 13 20 9,15 54,11 15,50 0,83 Médio

27 35 39 15 23 10,46 46,33 15,84 0,82 Médio

A mata existente possui fisionomia predominantemente arbórea, com seus estratos

diferenciados, altura média de 8,43 m e DAP médio de 11,67 cm. A cobertura arbórea é

predominantemente fechada, com indivíduos emergentes atingindo cerca de 26 m.

Foram registradas 36 famílias, 52 gêneros e 72 espécies incluindo lianas. No arranjo

fitossociológico (tabela 36), as espécies de maior frequência foram Tapirira guianensis,

Himatanthus bracteatus, Byrsonima sericea, Schefflera morototoni, Protium heptaphyllum e

Bowdichia virgilioides todas com frequência superior a 50%. Com relação à dominância

absoluta destacam-se as espécies Tapirira guianensis, Himatanthus bracteatus, Schefflera

morototoni e Bowdichia virgilioides. Aquelas espécies com maior IVI foram: Tapirira

guianensis, Himatanthus bracteatus, Schefflera morototoni, Byrsonima sericea, Bowdichia

virgilioides. Para esse remanescente foi observado densidade absoluta de 1638 ind.ha-1 e

índice de diversidade de Shannon-Wiener de 3,37 nat.ind-1.

Page 178: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

No tocante à distribuição de frequência em intervalos de classe de altura, foi observada a

concentração dos valores na classe 5-12m com 65,50% dos indivíduos (gráfico 31). Para o

diâmetro, foi observada maior distribuição na classe <8 com 45,59% seguida da classe 8-18

com 37,67% (gráfico 32).

Esses dados corroboram com uma arquitetura vegetacional secundária, com predominância do

estágio médio de regeneração.

Tabela 36 - Parâmetros fitossociológicos para as espécies presentes no remanescente de Mata

Atlântica de Trobogy, Salvador, BA, ordenados segundo o índice do valor de importância

(IVI). Descritores quantitativos: Ni = número de indivíduos; DA = densidade absoluta (ind.ha-1); DR =

densidade relativa (%); DoA = dominância absoluta (m².ha-1); DoR = dominância relativa (%); FA = frequência

absoluta; FR = frequência relativa (%); IVI = índice do valor de importância (DR+DoR+FR); IVC = índice do

valor de cobertura (DR +DoR); AB = área basal (m².0,54 ha-1).

Espécies Ni DA DR DoA DoR FA FR IVI IVC AB

Tapirira guianensis 159 294,4 17,99 5,98 22,79 100,0 7,36 48,13 40,77 3,23

Himatanthus bracteatus 81 150,0 9,16 2,20 8,40 85,19 6,27 23,83 17,56 1,19

Morta 73 135,2 8,26 1,61 6,15 81,48 5,99 20,40 14,41 0,87

Schefflera morototoni 56 103,7 6,33 1,88 7,18 62,96 4,63 18,15 13,52 1,02

Byrsonima sericea 51 94,4 5,77 1,38 5,27 77,78 5,72 16,76 11,04 0,75

Bowdichia virgilioides 16 29,6 1,81 1,84 7,02 51,85 3,81 12,65 8,83 0,99

Syagrus coronata 17 31,5 1,92 1,23 4,70 40,74 3,00 9,62 6,62 0,67

Henriettea succosa 35 64,8 3,96 0,37 1,41 48,15 3,54 8,91 5,37 0,20

Protium heptaphyllum 28 51,9 3,17 0,42 1,59 51,85 3,81 8,57 4,76 0,22

Syagrus schizophylla 15 27,8 1,70 0,94 3,59 29,63 2,18 7,46 5,28 0,51

Inga thibaudiana 19 35,2 2,15 0,48 1,84 37,04 2,72 6,72 3,99 0,26

Myrsine umbellata 18 33,3 2,04 0,58 2,20 29,63 2,18 6,41 4,23 0,31

Eschweilera ovata 19 35,2 2,15 0,28 1,07 33,33 2,45 5,67 3,22 0,15

Myrcia sp. 24 44,4 2,71 0,18 0,67 25,93 1,91 5,29 3,38 0,09

Stryphnodendron pulcherrimum 5 9,3 0,57 0,95 3,62 14,81 1,09 5,27 4,18 0,51

Attalea burretiana 7 13,0 0,79 0,75 2,85 22,22 1,63 5,27 3,64 0,40

Page 179: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Espécies Ni DA DR DoA DoR FA FR IVI IVC AB

Curatella americana 17 31,5 1,92 0,26 0,97 29,63 2,18 5,08 2,90 0,14

Simarouba amara 6 11,1 0,68 0,75 2,88 18,52 1,36 4,92 3,56 0,41

Vochysia lucida 17 31,5 1,92 0,53 2,02 11,11 0,82 4,77 3,95 0,29

Psychotria carthagenensis 14 25,9 1,58 0,13 0,49 29,63 2,18 4,25 2,07 0,07

Allophylus laevigatus 15 27,8 1,70 0,15 0,55 25,93 1,91 4,16 2,25 0,08

Hieronyma alchorneoides 7 13,0 0,79 0,49 1,85 14,81 1,09 3,73 2,64 0,26

Cipó 11 20,4 1,24 0,06 0,21 29,63 2,18 3,64 1,46 0,03

Myrtaceae 03 13 24,1 1,47 0,08 0,29 22,22 1,63 3,40 1,76 0,04

Cupania sp. 10 18,5 1,13 0,12 0,46 22,22 1,63 3,23 1,59 0,06

Myrcia splendens 11 20,4 1,24 0,06 0,22 22,22 1,63 3,10 1,46 0,03

Psidium sp. 11 20,4 1,24 0,08 0,30 14,81 1,09 2,63 1,54 0,04

Miconia prasina 8 14,8 0,90 0,06 0,24 18,52 1,36 2,50 1,14 0,03

Thyrsodium spruceanum 8 14,8 0,90 0,03 0,13 18,52 1,36 2,40 1,04 0,02

Coccoloba mollis 5 9,3 0,57 0,07 0,28 18,52 1,36 2,21 0,85 0,04

Eugenia sp. 6 11,1 0,68 0,02 0,09 18,52 1,36 2,13 0,77 0,01

Elaeis guineensis 1 1,9 0,11 0,45 1,70 3,70 0,27 2,09 1,81 0,24

Pera glabrata 4 7,4 0,45 0,13 0,49 14,81 1,09 2,04 0,95 0,07

Attalea salvadorensis 2 3,7 0,23 0,32 1,24 7,41 0,54 2,01 1,46 0,17

Myrtaceae 04 9 16,7 1,02 0,10 0,39 7,41 0,54 1,96 1,41 0,05

Desconhecida 01 2 3,7 0,23 0,30 1,15 7,41 0,54 1,92 1,37 0,16

Cordia sagotii 7 13,0 0,79 0,07 0,27 11,11 0,82 1,88 1,06 0,04

Myrcia silvatica 5 9,3 0,57 0,06 0,23 11,11 0,82 1,61 0,79 0,03

Miconia minutiflora 5 9,3 0,57 0,04 0,15 11,11 0,82 1,53 0,71 0,02

Casearia commersoniana 4 7,4 0,45 0,02 0,09 11,11 0,82 1,36 0,54 0,01

Myrcia guianensis 7 13,0 0,79 0,06 0,22 3,70 0,27 1,29 1,02 0,03

Desconhecido 02 5 9,3 0,57 0,12 0,45 3,70 0,27 1,29 1,01 0,06

Gochnatia oligocephala 3 5,6 0,34 0,03 0,10 11,11 0,82 1,26 0,44 0,01

Guazuma ulmifolia 2 3,7 0,23 0,17 0,65 3,70 0,27 1,15 0,88 0,09

Jacaranda obovata 3 5,6 0,34 0,04 0,13 7,41 0,54 1,02 0,47 0,02

Pilocarpus sp. 3 5,6 0,34 0,03 0,12 7,41 0,54 1,01 0,46 0,02

Page 180: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

199

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Espécies Ni DA DR DoA DoR FA FR IVI IVC AB

Inga laurina 3 5,6 0,34 0,03 0,12 7,41 0,54 1,00 0,46 0,02

Andira fraxinifolia 3 5,6 0,34 0,02 0,07 7,41 0,54 0,96 0,41 0,01

Myrtaceae 01 3 5,6 0,34 0,01 0,04 7,41 0,54 0,93 0,38 0,01

Tibouchina candolleana 2 3,7 0,23 0,03 0,10 7,41 0,54 0,87 0,33 0,01

Clusia nemorosa 2 3,7 0,23 0,02 0,08 7,41 0,54 0,85 0,30 0,01

Miconia alborufescens 2 3,7 0,23 0,01 0,04 7,41 0,54 0,81 0,27 0,01

Erythroxylum mucronatum 2 3,7 0,23 0,01 0,04 7,41 0,54 0,81 0,27 0,01

Desconhecido 03 2 3,7 0,23 0,01 0,03 7,41 0,54 0,80 0,25 0,01

Virola sp. 1 1,9 0,11 0,06 0,24 3,70 0,27 0,63 0,36 0,03

Abarema filamentosa 2 3,7 0,23 0,01 0,03 3,70 0,27 0,53 0,26 0,01

Bractis ferruginea 2 3,7 0,23 0,01 0,03 3,70 0,27 0,53 0,26 0,01

Cordia sp. 1 1,9 0,11 0,02 0,07 3,70 0,27 0,45 0,18 0,01

Annona sp. 1 1,9 0,11 0,02 0,06 3,70 0,27 0,45 0,18 0,01

Pouteria sp. 1 1,9 0,11 0,01 0,05 3,70 0,27 0,43 0,16 0,01

Calyptranthes sp. 1 1,9 0,11 0,01 0,03 3,70 0,27 0,42 0,15 0,01

Siparuna guianensis 1 1,9 0,11 0,01 0,03 3,70 0,27 0,42 0,14 0,01

Anacardium occidentale 1 1,9 0,11 0,01 0,03 3,70 0,27 0,42 0,14 0,01

Sapium glandulatum 1 1,9 0,11 0,01 0,03 3,70 0,27 0,41 0,14 0,01

Maytenus distichophylla 1 1,9 0,11 0,01 0,03 3,70 0,27 0,41 0,14 0,01

Psidium guineensis 1 1,9 0,11 0,01 0,02 3,70 0,27 0,41 0,13 0,01

Chomelia anisomeris 1 1,9 0,11 <0,01 0,02 3,70 0,27 0,40 0,13 0,01

Ficus gomelleira 1 1,9 0,11 <0,01 0,01 3,70 0,27 0,40 0,13 0,01

Myrtaceae 02 1 1,9 0,11 <0,01 0,01 3,70 0,27 0,40 0,13 0,01

Cordia pilosa 1 1,9 0,11 <0,01 0,01 3,70 0,27 0,40 0,13 0,01

Cupania rugosa 1 1,9 0,11 <0,01 0,01 3,70 0,27 0,40 0,13 0,01

Cecropia sp. 1 1,9 0,11 <0,01 0,01 3,70 0,27 0,40 0,13 0,01

Vismia guianensis 1 1,9 0,11 <0,01 0,01 3,70 0,27 0,40 0,13 0,01

Total 884 1638 100 26,2 100 1359 100 300 200 14,2

Page 181: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

200

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Gráfico 31 - Distribuição de frequência nos intervalos de classe de altura determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Trobogy, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012.

Gráfico 32 - Distribuição de frequência nos intervalos de classe de diâmetro da altura do peito (DAP) determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Trobogy, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012.

Page 182: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

201

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

No estrato arbóreo, ocorreram as espécies Tapirira guianensis (pau-pombo), Himatanthus

bracteatus (janaúba), Schefflera morototoni (matataúba), Byrsonima sericea (murici),

Bowdichia virgilioides (sucupira), Syagrus coronata (licuri), Henriettea succosa, Protium

heptaphyllum (amescla), Syagrus schizophylla (licurioba), Inga thibaudiana (ingá), Myrsine

umbellata (pororoca), Eschweilera ovata (biriba), Stryphnodendron pulcherrimum, Attalea

burretiana (indaiá), Curatella americana (lixeira), Simarouba amara (pau-paraíba), Vochysia

lucida (pau-de-tucano), Psychotria carthagenensis, Allophylus laevigatus (xau-xau),

Hieronyma alchorneoides, Myrcia splendens, Miconia prasina, Thyrsodium spruceanum,

Coccoloba mollis, Elaeis guineensis (dendê), Pera glabrata (sete-capote), Attalea

salvadorensis, Cordia sagotii, Myrcia silvatica, Miconia minutiflora (mundururu), Casearia

commersoniana, Myrcia guianensis, Gochnatia oligocephala, Guazuma ulmifolia, Jacaranda

obovata, Inga laurina (ingá), Andira fraxinifolia, Tibouchina candolleana, Clusia nemorosa,

Miconia alborufescens, Erythroxylum mucronatum, Bractis ferruginea (mané-veio), Abarema

filamentosa, Siparuna guianensis, Anacardium occidentale, Sapium glandulosum, Psidium

guineensis, Maytenus distichopylla, Vismia guianensis, Ficus gomelleira, Cupania rugosa,

Cordia pilosa e Chomelia anisomeris.

No subosque encontram-se indivíduos jovens do estrato arbóreo além de indivíduos dos

gêneros, Vismia, Miconia, Clidemia, Cordia, Elaeis, Myrcia, Syagrus, Guettarda, Allophylus,

Erythroxulum. No estrato herbáceo destacam-se Poaceae com o gênero Olyra, Lecythidaceae,

Burseraceae, Orchidaceae (Oeceoclades) e Heliconia. Na área ocorrem poucas trepadeiras e

lianas com destaque para os gêneros Lygodium, Philodendron, Cissus, Passiflora, Vanilla,

Davilla e Dioscorea.

A vegetação com as características acima mencionadas ocorre em aproximadamente 259,430

hectares deste remananescente, que corresponde ao estágio médio de regeneração. No entanto,

foram identificados trechos com fisionomia herbácea/arbustiva de porte baixo, com altura

média de 5,91 m e DAP médio de 7,06 cm, que corresponde ao estágio inicial de regeneração

com cobertura apoximada de 168,241 hectares. Assim, a mata existente na área do Trobogy é

um remanescente de Floresta Ombrófila Densa, Mata Atlântica, com a vegetação secundária

em estágios sucessionais inicial e médio, definidos conforme a Resolução CONAMA

Page 183: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

202

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

005/1994. Entretanto, há predomância da vegetação secundária no estágio médio de

regeneração.

Page 184: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

203

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Figura 48 - Remanescente Trobogy, Vista geral da vegetação.

Figura 49 - Remanescente Trobogy, estrato arbóreo.

Page 185: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

204

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Page 186: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

205

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

2.3.17 Remanescente 19º Batalhão de Caçadores do Exército - 19° BC

No remanescente 19º BC foram amostrados 305 indivíduos vivos e mortos ainda em pé, em

uma área total de 0,22 ha. Das parcelas implantadas, verificou-se que 1está localizada no

estágio inicial, 9 no estágio médio e 3 no estágio avançado de regeneração, conforme a

Resolução CONAMA 005/1994 (Tabela 37).

Tabela 37. Parâmetros amostrados nas parcelas implantadas no remanescente de Mata

Atlântica do 19BC, Salvador, BA. Ni = número de indivíduos; TotRam = total de ramos; NSpp = número

de espécies; AltMax = altura máxima; AltMed = altura média; DAPMax = diâmetro máximo; DAPMed =

diâmetro médio; AreaBas = área basal; ER=Estágio de Regeneração .

Parcelas Ni TotRam NSpp AltMax AltMed DAPMax DAPMed AreaBas ER

1 26 29 12 25 10,13 41,32 14,38 0,64 Médio

2 39 67 12 12 4,83 21,33 7,81 0,28 Inicial

3 35 39 18 25 10,13 55,52 13,20 0,78 Médio

4 22 23 10 25 9,8 37,24 14,48 0,53 Médio

5 39 40 16 30 10,87 55,07 13,91 1,01 Médio

6 21 25 9 15 8,43 25,92 11,48 0,23 Médio

7 27 30 11 18 9,2 45,2 13,62 0,64 Médio

8 32 34 11 25 9,19 92,31 17,59 1,97 Médio

9 19 21 10 14 8,92 27,22 12,95 0,32 Médio

10 20 36 9 18 10,75 38,05 17,33 0,73 Médio

11 25 25 13 25 12 56,97 18,72 1,07 Avançado

A mata existente possui fisionomia predominantemente arbórea, com seus estratos

diferenciados, altura média de 9,48 m e DAP médio de 14,16 cm. A cobertura arbórea é

predominantemente fechada, com indivíduos emergentes atingindo cerca de 30 m.

Page 187: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

206

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Foram registradas 27 famílias, incluindo 42 gêneros e 46 espécies. No arranjo fitossociológico

(tabela 38), as espécies de maior frequência foram Himatanthus bracteatus, Tapirira

guianensis, Protium heptaphyllum, Xylopia sericea e Schefflera morototoni com frequência

absoluta superior a 60 % cada uma. Com relação à dominância absoluta destacam-se as

espécies Tapirira guianensis, Spondias mombin, Simarouba amara, Tamarindus indica e

Himatanthus bracteatus em ordem decrescente. Aquelas espécies com maior IVI foram:

Tapirira guianensis, Himatanthus bracteatus, Protium heptaphyllum e Simarouba amara.

Para esse remanescente foi observada densidade absoluta de 1386,4 ind.ha-1 e índice de

diversidade de Shannon-Wiener de 3,262 nat.ind-1.

No tocante à distribuição de frequência em intervalos de classe de altura foi observada a

concentração dos valores na classe 5-12 m com 62,95% dos indivíduos (gráfico 33). Para o

diâmetro, observou-se uma distribuição uniforme entre as classes <8 e de 8-18 cm com 39,02

e 38,03% respectivamente (gráfico 34).

Esses dados corroboram com uma arquitetura vegetacional secundária, com predominância do

estágio médio de regeneração.

Tabela 38 - Parâmetros fitissociológicos para as espécies presentes no remanescente de Mata

Atlântica do19 BC, Salvador, BA, ordenados segundo o índice do valor de importância (IVI).

Descritores quantitativos: Ni = número de indivíduos; DA = densidade absoluta (ind.ha-1); DR = densidade

relativa (%); DoA = dominância absoluta (m².ha-1); DoR = dominância relativa (%); FA = frequência absoluta;

FR = frequência relativa (%); IVI = índice do valor de importância (DR+DoR+FR); IVC = índice do valor de

cobertura (DR +DoR); AB = área basal (m².0,22 ha-1).

Espécies Ni DA DR DoA DoR FA FR IVI IVC AB

Tapirira

guianensis 35 159,1 11,48 6,94 18,63 63,64 5,34 35,45 30,10 1,53

Himatanthus

bracteatus 33 150,0 10,82 2,79 7,50 72,73 6,11 24,43 18,32 0,61

Morto 20 90,9 6,56 1,74 4,68 90,91 7,63 18,87 11,24 0,38

Protium

heptaphyllum 20 90,9 6,56 0,89 2,39 63,64 5,34 14,29 8,95 0,20

Page 188: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

207

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Espécies Ni DA DR DoA DoR FA FR IVI IVC AB

Simarouba amara 4 18,2 1,31 3,02 8,10 36,36 3,05 12,46 9,41 0,66

Schefflera

morototoni 11 50,0 3,61 1,22 3,28 63,64 5,34 12,23 6,88 0,27

Xylopia sericea 15 68,2 4,92 0,72 1,94 63,64 5,34 12,20 6,85 0,16

Artocarpus

heterophyllus 17 77,3 5,57 1,26 3,39 36,36 3,05 12,02 8,97 0,28

Myrsine umbellata 17 77,3 5,57 0,96 2,58 45,45 3,82 11,98 8,16 0,21

Eschweilera ovata 10 45,5 3,28 0,86 2,32 45,45 3,82 9,41 5,60 0,19

Spondias mombin 1 4,5 0,33 3,04 8,17 9,09 0,76 9,26 8,50 0,67

Allophylus

laevigatus 12 54,5 3,93 0,49 1,33 45,45 3,82 9,08 5,26 0,11

Thyrsodium

spruceanum 12 54,5 3,93 0,68 1,81 36,36 3,05 8,80 5,75 0,15

Tamarindus indica 1 4,5 0,33 2,84 7,62 9,09 0,76 8,71 7,95 0,62

Bowdichia

virgilioides 5 22,7 1,64 1,66 4,45 18,18 1,53 7,61 6,09 0,37

Gochnatia

oligocephala 16 72,7 5,25 0,51 1,38 9,09 0,76 7,39 6,62 0,11

Ocotea sp. 3 13,6 0,98 1,66 4,46 18,18 1,53 6,97 5,45 0,37

Clusia nemorosa 9 40,9 2,95 0,48 1,29 18,18 1,53 5,76 4,24 0,11

Elaeis guineensis 3 13,6 0,98 1,13 3,05 18,18 1,53 5,56 4,03 0,25

Byrsonima sericea 6 27,3 1,97 0,18 0,48 36,36 3,05 5,50 2,45 0,04

Miconia

minutiflora 6 27,3 1,97 0,12 0,31 36,36 3,05 5,33 2,28 0,03

Myrtaceae 02 4 18,2 1,31 0,06 0,15 36,36 3,05 4,51 1,46 0,01

Ficus gomelleira 2 9,1 0,66 0,82 2,22 18,18 1,53 4,40 2,87 0,18

Henriettea succosa 5 22,7 1,64 0,18 0,49 18,18 1,53 3,66 2,13 0,04

Cordia sagotii 1 4,5 0,33 0,73 1,96 9,09 0,76 3,05 2,29 0,16

Casearia

commersoniana 3 13,6 0,98 0,11 0,30 18,18 1,53 2,81 1,29 0,02

Miconia prasina 3 13,6 0,98 0,10 0,28 18,18 1,53 2,79 1,26 0,02

Mangifera indica 2 9,1 0,66 0,20 0,53 18,18 1,53 2,72 1,19 0,04

Page 189: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

208

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Espécies Ni DA DR DoA DoR FA FR IVI IVC AB

Calyptranthes sp. 3 13,6 0,98 0,05 0,13 18,18 1,53 2,64 1,11 0,01

Psychotria

carthagenensis 3 13,6 0,98 0,04 0,11 18,18 1,53 2,62 1,10 0,01

Curatella

americana 2 9,1 0,66 0,11 0,30 18,18 1,53 2,48 0,96 0,02

Pachira glabra. 2 9,1 0,66 0,09 0,25 18,18 1,53 2,43 0,91 0,02

Andira fraxinifolia 2 9,1 0,66 0,08 0,23 18,18 1,53 2,41 0,88 0,02

Albizia

pedicellaris 1 4,5 0,33 0,45 1,22 9,09 0,76 2,31 1,55 0,10

Inga thibaudiana 2 9,1 0,66 0,21 0,56 9,09 0,76 1,98 1,21 0,05

Vismia guianensis 3 13,6 0,98 0,07 0,19 9,09 0,76 1,93 1,17 0,02

Cocos nucifera 1 4,5 0,33 0,26 0,70 9,09 0,76 1,79 1,03 0,06

Campomanesia

dichotoma 1 4,5 0,33 0,12 0,31 9,09 0,76 1,40 0,64 0,03

Eryhroxylum

citrifolia 1 4,5 0,33 0,09 0,24 9,09 0,76 1,33 0,57 0,02

Syagrus coronata 1 4,5 0,33 0,08 0,21 9,09 0,76 1,30 0,53 0,02

Lacistema

robustum 1 4,5 0,33 0,04 0,12 9,09 0,76 1,21 0,45 0,01

Zanthoxylum

rhoifolium 1 4,5 0,33 0,03 0,08 9,09 0,76 1,17 0,40 0,01

Psidium guajava 1 4,5 0,33 0,03 0,08 9,09 0,76 1,17 0,40 0,01

Abarema

filamentosa 1 4,5 0,33 0,02 0,07 9,09 0,76 1,16 0,39 0,01

Cipó 1 4,5 0,33 0,02 0,06 9,09 0,76 1,15 0,39 0,01

Eugenia sp. 1 4,5 0,33 0,02 0,06 9,09 0,76 1,15 0,38 0,01

Myrtaceae 01 1 4,5 0,33 0,01 0,02 9,09 0,76 1,11 0,35 0,01

Total 305 1386,4 100 37,23 100 1190,9 100 300 200 8,19

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Gráfico 33 - Distribuição de frequência nos intervalos de classe de altura determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente 19º BC, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012.

Gráfico 34 - Distribuição de frequência nos intervalos de classe de diâmetro da altura do peito (DAP) determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente 19º BC, Salvador-BA fevereiro de 2011 a outubro de 2012.

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

No estrato arbóreo ocorrem Tapirira guianensis (pau-pombo), Himatanthus bracteatus

(janaúba), Protium heptaphyllum (amescla), Simarouba amara (pau-paraíba), Schefflera

morototoni (matataúba), Xylopia sericea, Artocarpus heterophyllus, Myrsine umbellata

(pororoca), Eschweilera ovata (biriba), Spondias mombin, Allophylus laevigatus, Thyrsodium

spruceanum, Tamarindus indica, Bowdichia virgilioides (sucupira), Gochnatia oligocephala,

Clusia nemorosa, Elaeis guineensis (dendê), Byrsonima sericea (murici), Miconia

minutiflora, Ficus gomelleira, Henriettea succosa, Cordia sagotii, Casearia commersoniana,

Miconia prasina, Mangifera indica, Psychotria carthagenensis, Curatella americana

(lixeira), Pachira glabra, Andira fraxinifolia, Albizia pedicellaris, Inga thibaudiana (ingá),

Vismia guianensis, Cocos nucifera, Campomanesia dichotoma, Eryhroxylum citrifolia,

Syagrus coronata, Lacistema robustum, Psidium guajava, Zanthoxylum rhoifolium e Abarema

filamentosa.

O subosque está representado pelas espécies: Vismia guianensis (capianga), Miconia albicans,

Miconia minutiflora, Miconia prasina, Henriettea succosa, Clidemia spp, Syagrus coronata

(licuri), Xylopia sericea, Myrsine umbellata, Schefflera morototoni (matataúba), Curatella

americana (lixeira); Hirtella ciliata, Anacardium occidentale (cajueiro), Rhynchospora

cephalotes, Philodendron acutatum, Heliconia psittacorum. Com relação às epífitas, ocorrem

espécies das famílias Araceae, Bromeliaceae, Orchidaceae, Piperaceae, além de briófitas e

monilófitas. Dentre as lianas, ocorrem espécies da família Bignoniaceae (Bignonia sp)

Dilleniaceae (Tetracera sp), Menispermaceae (Chondrodendron sp), Malpighiaceae

(Heteropterys sp, Stigmaphyllon sp) Sapindaceae (Serjania, Paullinia).

A vegetação com as características acima mencionadas ocorre em 105,085 hectares deste

remananescente, que corresponde ao estágio médio de regeneração. No entanto, foram

identificados trechos com fisionomia herbácea/arbustiva de porte baixo, com altura média de

4,8m e DAP médio de 7,8 cm, que corresponde ao estágio inicial de regeneração com

cobertura de 25,407 hectares. Ainda, foram identificados trechos com a fisionomia arbórea

dominante em relação às demais, formando um dossel fechado e relativamente uniforme no

porte, com altura média de 12,11 m e DAP médio de 18,97 cm que corresponde ao estágio

avançado de regeneração com cobertura de 1,881 ha. Assim, a mata existente na área do 19º

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

BC é um remanescente de Floresta Ombrófila Densa, Mata Atlântica, com a vegetação

secundária nos três estágios sucessionais, definidos conforme a Resolução CONAMA

005/1994. Entretanto, há predomância da vegetação secundária no estágio médio de

regeneração.

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Figura 51 - Remanescente 19º, Vista Geral da vegetação

Figura 52 - Remanescente 19º BC, estrato arbóreo

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

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2.3.18 Remanescente Valéria

No remanescente Valéria foram amostrados 135 indivíduos vivos e mortos ainda em pé, em

uma área total de 0,14 ha, distribuídos em 7 parcelas. Das parcelas implantadas, verificou-se

que 7 estão localizadas no estágio médio, conforme a Resolução CONAMA 005/1994 (Tabela

39).

Tabela 39. Parâmetros amostrados nas parcelas implantadas no remanescente de Mata

Atlântica de Valéria, Salvador, BA. Ni = número de indivíduos; TotRam = total de ramos; NSpp =

número de espécies; AltMax = altura máxima; AltMed = altura média; DAPMax = diâmetro máximo; DAPMed

= diâmetro médio; AB = área basal; ER=Estágio de Regeneração (baseado no DAPMed e AltMed).

Parcelas Ni TotRam NSpp AltMax AltMed DAPMax DAPMed AB ER

1 12 36 8 7 5,00 12,73 8,70 0,08 Médio

2 20 23 13 22 12,37 62,38 15,05 0,96 Médio

3 15 16 12 25 10,5 55,39 13,17 0,61 Médio

4 16 20 10 30 12,54 63,66 15,71 1,16 Médio

5 29 38 14 30 11,52 44,88 13,15 0,63 Médio

6 27 35 10 20 12,28 43,61 13,69 0,53 Médio

7 16 38 4 15 9,31 33,47 12,6 0,26 Médio

A mata existente possui fisionomia predominantemente arbórea, com seus estratos

diferenciados, altura média de 10,50 m e DAP médio de 13,72 cm. A cobertura arbórea é

predominantemente fechada, com indivíduos emergentes atingindo 30 m.

Foram registradas 26 famílias botânicas, 34 gêneros e 38 espécies incluindo lianas. No arranjo

fitossociológico (tabela 40), as espécies de maior frequência foram Tapirira guianensis (pau-

pombo); Pera glabrata (tamanqueira); Himatanthus bracteatus (janaúba), Byrsonima sericea

e Schefflera morototoni com freqüência absoluta superior a 50%. Para esse remanescente foi

observado densidade absoluta de 963,6 ind.ha-1 e índice de diversidade de Shannon-Wiener de

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

3,02 nat.ind-1. Esses dados corroboram com uma arquitetura vegetacional secundária, com

predominância do estágio médio de regeneração.

No tocante à distribuição de frequência em intervalos de classe de altura, foi observada maior

concentração dos valores nas classes 5-12 m com 48,89% e >12 m com 38,52% dos

indivíduos (Gráfico 35). Para o diâmetro, foi observado maior ocorrência na classe <8 cm

com 39,26 % e distribuição relativamente uniforme entre as classes 8-18 cm e >18 cm com

31,85% e 28,89% respectivamente (Gráfico 36).

Esses dados corroboram com uma arquitetura vegetacional secundária, com predominância do

estágio médio de regeneração.

Tabela 40. Parâmetros fitossociológicos para as espécies presentes no remanescente de Mata

Atlântica de Valéria, Salvador, BA, ordenados segundo o índice do valor de importância

(IVI). Descritores quantitativos: Ni = número de indivíduos; DA = densidade absoluta (ind.ha-1); DR =

densidade relativa (%); DoA = dominância absoluta (m².ha-1); DoR = dominância relativa (%); FA = frequência

absoluta; FR = frequência relativa (%); IVI = índice do valor de importância (DR+DoR+FR)(%); IVC = índice

do valor de cobertura (DR +DoR)(%); AB = área basal (m².0,14 ha-1).

Espécies Ni DA DR DoA DoR FA FR IVI IVC AB

Tapirira

guianensis 29 207,1 21,48 7,81 25,82 100 9,86 57,16 47,31 1,09

Pera glabrata 8 57,1 5,93 5,57 18,43 57,14 5,63 29,99 24,36 0,78

Himatanthus

bracteatus 20 142,9 14,81 2,23 7,39 57,14 5,63 27,84 22,21 0,31

Simarouba amara 3 21,4 2,22 3,92 12,98 42,86 4,23 19,43 15,2 0,55

Eriotheca

macrophylla 4 28,6 2,96 2,32 7,66 42,86 4,23 14,85 10,63 0,32

Byrsonima sericea 8 57,1 5,93 0,7 2,33 57,14 5,63 13,89 8,26 0,10

Schefflera

morototoni 7 50 5,19 0,77 2,53 57,14 5,63 13,35 7,72 0,11

Morto 4 28,6 2,96 0,48 1,57 57,14 5,63 10,17 4,53 0,07

Vochysia lucida 2 14,3 1,48 1,33 4,4 28,57 2,82 8,7 5,88 0,19

Henriettea succosa 4 28,6 2,96 0,13 0,41 42,86 4,23 7,6 3,38 0,02

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Espécies Ni DA DR DoA DoR FA FR IVI IVC AB

Myrcia splendens 4 28,6 2,96 0,1 0,33 42,86 4,23 7,52 3,29 0,01

Miconia

minutiflora 6 42,9 4,44 0,25 0,84 14,29 1,41 6,69 5,28 0,04

Cecropia glaziovii 3 21,4 2,22 0,31 1,03 28,57 2,82 6,07 3,25 0,04

Bowdichia

virgilioides 1 7,1 0,74 1,13 3,74 14,29 1,41 5,89 4,48 0,16

Attalea sp 1 7,1 0,74 0,82 2,71 14,29 1,41 4,86 3,45 0,11

Cipó 2 14,3 1,48 0,04 0,12 28,57 2,82 4,42 1,6 0,01

Myrsine umbellata 1 7,1 0,74 0,57 1,88 14,29 1,41 4,03 2,62 0,08

Tovomita

choisyana 2 14,3 1,48 0,28 0,92 14,29 1,41 3,81 2,4 0,04

Miconia albicans 2 14,3 1,48 0,12 0,38 14,29 1,41 3,27 1,86 0,02

Abarema

cochliacarpos 2 14,3 1,48 0,11 0,37 14,29 1,41 3,26 1,85 0,02

Miconia prasina 2 14,3 1,48 0,11 0,36 14,29 1,41 3,25 1,84 0,02

Cupania sp 1 7,1 0,74 0,32 1,06 14,29 1,41 3,21 1,8 0,04

Cyathea

microdonta 2 14,3 1,48 0,04 0,14 14,29 1,41 3,03 1,62 0,01

Cordia sp 2 14,3 1,48 0,03 0,11 14,29 1,41 3 1,59 0,00

Clitoria

fairchildiana 1 7,1 0,74 0,22 0,72 14,29 1,41 2,87 1,47 0,03

Tabernaemontana

salzmannii 1 7,1 0,74 0,14 0,47 14,29 1,41 2,62 1,21 0,02

Chamaecrista sp 1 7,1 0,74 0,08 0,26 14,29 1,41 2,41 1,01 0,01

Thyrsodium

spruceanum 1 7,1 0,74 0,06 0,21 14,29 1,41 2,36 0,95 0,01

Arthocarpus

heterophylla 1 7,1 0,74 0,04 0,12 14,29 1,41 2,27 0,86 0,01

Psychotria

carthagenensis 1 7,1 0,74 0,03 0,11 14,29 1,41 2,26 0,85 <0,01

Allophylus

laevigatus 1 7,1 0,74 0,03 0,1 14,29 1,41 2,25 0,84 <0,01

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Espécies Ni DA DR DoA DoR FA FR IVI IVC AB

Cecropia

pachystachya 1 7,1 0,74 0,03 0,09 14,29 1,41 2,24 0,83 <0,01

Eschweilera ovata 1 7,1 0,74 0,03 0,08 14,29 1,41 2,23 0,82 <0,01

Maytenus

distichophylla 1 7,1 0,74 0,02 0,07 14,29 1,41 2,22 0,81 <0,01

Pouteria cf.

macrophylla 1 7,1 0,74 0,02 0,06 14,29 1,41 2,21 0,81 <0,01

Eugenia sp 1 7,1 0,74 0,01 0,05 14,29 1,41 2,2 0,79 <0,01

Xylopia sericea 1 7,1 0,74 0,01 0,05 14,29 1,41 2,2 0,79 <0,01

Siparuna

brasiliensis 1 7,1 0,74 0,01 0,05 14,29 1,41 2,2 0,79 <0,01

Vismia guianensis 1 7,1 0,74 0,01 0,04 14,29 1,41 2,19 0,78 <0,01

Total 135 963,6 100 30,23 100 1014,39 100 300 200 4,2322

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Gráfico 35 - Distribuição de frequência nos intervalos de classe de altura determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Valéria, Salvador-BA fevereiro de 2011a novembro de 2012.

Gráfico 36 - Distribuição de frequência nos intervalos de classe de diâmetro a altura do peito (DAP) determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Valéria, Salvador-BA fevereiro de 2011a novembro de 2012.

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

No estrato arbóreo ocorreram as espécies Tapirira guianensis, Pera glabrata, Himatanthus

bracteatus, Simarouba amara, Eriotheca macrophylla, Byrsonima sericea, Schefflera

morototoni, Vochysia lúcida, Henriettea succosa, Myrcia splendens, Miconia minutiflora,

Cecropia glaziovii, Bowdichia virgilioides, Attalea sp, Myrsine umbellate, Tovomita

choisyana, Miconia albicans, Abarema cochliacarpos, Miconia prasina, Cupania sp, Cyathea

microdonta, Cordia sp, Clitoria fairchildiana, Tabernaemontana salzmannii, Chamaecrista

sp, Thyrsodium spruceanum, Arthocarpus heterophylla, Psychotria carthagenensis,

Allophylus laevigatus, Cecropia pachystachya, Eschweilera ovata, Maytenus distichophylla,

Pouteria cf. macrophylla, Eugenia sp, Xylopia sericea, Siparuna brasiliensis e Vismia

guianensis.

No sub-bosque destacam-se indivíduos jovens do estrato arbóreo como Protium

heptaphyllum, Himatanthus bracteatus, Simarouba amara, Xylopia sericea e Myrsine

umbellata. As trepadeiras e lianas são representadas, principalmente, pelas famílias

Sapindaceae, Dilleniaceae, Fabaceae e Smilacaceae. Do componente exclusivamente

herbáceo citam-se Psychotria spp, Rhynchospora cephalotes, Clidemia spp, Heliconia

psitacorum, Scleria bracteata e Oeceoclades maculata, além de espécies da família Poaceae.

A vegetação com as características acima mencionadas ocorre na extensão de 24,389 hectares

nesse remananescente, que corresponde ao estágio médio de regeneração. Assim, a mata

existente na área de Valéria é um remanescente de Floresta Ombrófila Densa, Mata Atlântica,

com vegetação secundária em estágio médio de regeneração, definido conforme a Resolução

CONAMA 005/1994.

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Figura 54 - Remanescente Valéria, estrato arbóreo

Figura 55 - Remanescente Valéria, subosque

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

2.3.19 Ilha de Maré

No remanescente Ilha de Maré foram amostrados 410 indivíduos vivos e mortos ainda em pé,

em uma área total de 0,4 ha, distribuídos em 20 parcelas. Das parcelas implantadas, verificou-

se que 5 estão localizadas no estágio inicial e 15 no estágio médio, conforme a Resolução

CONAMA 005/1994 (Tabela 41).

Tabela 41. Parâmetros amostrados nas parcelas implantadas no remanescente de Mata Atlântica da Ilha de Maré, Salvador, BA. Ni = número de indivíduos; TotRam = total de ramos; NSpp = número de espécies; AltMax = altura máxima; AltMed = altura média; DAPMax = diâmetro máximo; DAPMed = diâmetro médio; AreaBas = área basal; ER=Estágio de Regeneração .

Parcelas Ni TotRam NSpp AltMax AltMed DAPMax DAPMed AreaBas ER

1 23 34 11 25,00 11,80 48,92 17,81 1,27 Médio

2 33 36 10 20,00 10,98 35,65 16,65 0,93 Médio

3 26 52 8 18,00 9,73 33,76 9,02 0,52 Médio

4 35 48 10 18,00 8,34 30,74 12,77 0,81 Médio

5 11 11 10 28,00 15,27 52,84 17,85 0,56 Médio

6 5 10 4 10,00 8,00 20,05 7,62 0,07 Inicial

7 14 18 8 24,00 11,50 95,49 17,83 1,17 Médio

8 21 27 10 18,00 10,33 41,14 15,63 0,70 Médio

9 18 35 13 20,00 9,33 52,17 11,87 0,62 Médio

10 26 33 12 22,00 11,60 75,64 17,24 1,20 Médio

11 14 21 8 20,00 11,64 67,80 12,57 0,59 Médio

12 21 32 11 24,00 11,33 36,24 11,36 0,51 Médio

13 25 48 10 25,00 8,94 45,37 9,44 0,65 Médio

14 28 56 9 15,00 9,43 34,67 7,61 0,38 Inicial

15 29 33 11 25,00 10,22 44,75 14,53 0,80 Médio

16 31 40 12 17,00 10,06 42,65 11,96 0,73 Médio

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Parcelas Ni TotRam NSpp AltMax AltMed DAPMax DAPMed AreaBas ER

17 25 50 6 12,00 7,36 28,65 6,68 0,22 Inicial

18 11 34 8 16,00 9,15 45,20 9,42 0,48 Médio

19 7 7 3 5,00 16,86 25,07 7,24 0,28 Inicial

20 7 10 3 5,00 14,43 28,61 7,64 0,26 Inicial

A mata existente possui fisionomia arbóreo-arbustiva, com seus estratos diferenciados, altura

média com variação de 15,27 m a 5,00 m e DAP médio de 17,71 a 7,24 cm. A cobertura

arbórea varia de aberta a fechada, com indivíduos emergentes atingindo 28 m.

Foram registradas 24 famílias botânicas, 40 gêneros e 47 espécies incluindo lianas e a

categoria morto. No arranjo fitossociológico (tabela 42), as espécies de maior frequência

foram Tapirira guianensis, Coccoloba mollis, Chomelia anisomeris e Elaeis guineensis com

freqüência absoluta superior a 50%. Com relação à dominância absoluta destacam-se as

espécies Elaeis guineensis, Tapirira guianensis, Mangifera indica, Coccoloba mollis e Ficus

clusifolia. As espécies com maior IVI foram: Tapirira guianensis, Elaeis guineensis,

Coccoloba mollis, Syagrus coronata e Chomelia anisomeris. Para esse remanescente foi

observado densidade absoluta de 1.025 ind.ha-1 e índice de diversidade de Shannon-Wiener de

3,26 nat.ind-1. Esses dados corroboram com uma arquitetura vegetacional secundária, com

predominância do estágio médio de regeneração.

No tocante à distribuição de frequência em intervalos de classe de altura, foi observada maior

concentração dos valores nas classes 5-12 m com 63,66% e >12 m com 29,27% dos

indivíduos (Gráfico 35). Para o diâmetro, foi observada maior ocorrência na classe <8 cm

com 38,54%, seguida pelas classes >18 cm e 8-18 cm com 32,68% e 28,78% respectivamente

(Gráfico 36).

Esses dados corroboram com uma arquitetura vegetacional secundária, com predominância do

estágio médio de regeneração.

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Tabela 42. Parâmetros fitossociológicos para as espécies presentes no remanescente de Mata Atlântica da Ilha de Maré, Salvador, BA, ordenados segundo o índice do valor de importância (IVI). Descritores quantitativos: Ni = número de indivíduos; DA = densidade absoluta (ind.ha-1); DR = densidade relativa (%); DoA = dominância absoluta (m².ha-1); DoR = dominância relativa (%); FA = frequência absoluta; FR = frequência relativa (%); IVI = índice do valor de importância (DR+DoR+FR)(%); IVC = índice do valor de cobertura (DR +DoR)(%); AB = área basal (m².0,40 ha-1).

Espécies Ni DA DR DoA DoR FA FR IVI IVC AB

Tapirira guianensis 47 117,5 11,46 4,64 13,70 65,00 7,34 32,50 25,16 1,856

Elaeis guineensis 29 72,5 7,07 6,01 17,74 50,00 5,65 30,47 24,82 2,404

Coccoloba mollis 44 110,0 10,73 2,60 7,67 65,00 7,34 25,75 18,40 1,04

Syagrus schizophylla 35 87,5 8,54 2,34 6,90 25,00 2,82 18,26 15,44 0,936

Chomelia anisomeris 36 90,0 8,78 0,68 2,00 55,00 6,21 16,99 10,78 0,272

Syagrus coronata 17 42,5 4,15 1,67 4,91 30,00 3,39 12,45 9,06 0,668

Machaerium aculeatum

10 25,0 2,44 1,85 5,46 40,00 4,52 12,41 7,89 0,74

Mangifera indica 4 10,0 0,98 2,76 8,13 10,00 1,13 10,24 9,11 1,104

Cecropia glaziovii 12 30,0 2,93 1,13 3,34 35,00 3,95 10,22 6,27 0,452

Guarea guidonia 18 45,0 4,39 0,43 1,27 35,00 3,95 9,62 5,66 0,172

Ficus clusifolia 3 7,5 0,73 2,35 6,92 15,00 1,69 9,35 7,66 0,94

Morto 10 25,0 2,44 0,51 1,50 45,00 5,08 9,02 3,94 0,204

Miconia minutiflora 12 30,0 2,93 0,14 0,41 35,00 3,95 7,29 3,34 0,056

Myrsine guianensis 13 32,5 3,17 0,42 1,24 25,00 2,82 7,23 4,41 0,168

Guazuma ulmifolia 8 20,0 1,95 0,64 1,88 25,00 2,82 6,66 3,83 0,256

Casearia sylvestris 11 27,5 2,68 0,12 0,35 30,00 3,39 6,42 3,03 0,048

Simaba cedron 16 40,0 3,90 0,31 0,93 5,00 0,56 5,40 4,83 0,124

Bowdichia virgilioides 5 12,5 1,22 0,46 1,35 20,00 2,26 4,82 2,56 0,184

Genipa americana 3 7,5 0,73 1,00 2,95 10,00 1,13 4,82 3,69 0,4

Erythroxylum 5 12,5 1,22 0,04 0,12 25,00 2,82 4,17 1,34 0,016

Page 206: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

225

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Espécies Ni DA DR DoA DoR FA FR IVI IVC AB

passerinum

Allophylus laevigatus 5 12,5 1,22 0,29 0,85 15,00 1,69 3,77 2,07 0,116

Inga cf. vera 3 7,5 0,73 0,33 0,99 15,00 1,69 3,41 1,72 0,132

Cipo 4 10,0 0,98 0,04 0,11 20,00 2,26 3,35 1,09 0,016

Byrsonima sericea 4 10,0 0,98 0,21 0,61 15,00 1,69 3,28 1,58 0,084

Cupania bracteosa 6 15,0 1,46 0,15 0,45 10,00 1,13 3,04 1,91 0,06

Ficus gomelleira 2 5,0 0,49 0,36 1,06 10,00 1,13 2,68 1,55 0,144

Cordia restingae 3 7,5 0,73 0,05 0,14 15,00 1,69 2,56 0,87 0,02

Protium heptaphyllum 3 7,5 0,73 0,02 0,07 15,00 1,69 2,49 0,80 0,008

Miconia prasina 5 12,5 1,22 0,04 0,13 10,00 1,13 2,48 1,35 0,016

Schinus terebinthifolius

2 5,0 0,49 0,46 1,35 5,00 0,56 2,40 1,84 0,184

Cupania rugosa 4 10,0 0,98 0,28 0,82 5,00 0,56 2,36 1,80 0,112

Eugenia astringens 4 10,0 0,98 0,05 0,15 10,00 1,13 2,25 1,12 0,02

Inga capitata 1 2,5 0,24 0,40 1,18 5,00 0,56 1,99 1,43 0,16

Myrcia tomentosa 3 7,5 0,73 0,02 0,06 10,00 1,13 1,92 0,79 0,008

Swartzia macrostachya

2 5,0 0,49 0,29 0,87 5,00 0,56 1,92 1,35 0,116

Gochnatia oligocephala

3 7,5 0,73 0,12 0,35 5,00 0,56 1,64 1,08 0,048

Cupania paniculata 3 7,5 0,73 0,06 0,18 5,00 0,56 1,47 0,91 0,024

Hirtella sp. 1 2,5 0,24 0,22 0,65 5,00 0,56 1,46 0,89 0,088

Spondias mombin 2 5,0 0,49 0,09 0,28 5,00 0,56 1,33 0,77 0,036

Myrciaria floribunda 2 5,0 0,49 0,09 0,27 5,00 0,56 1,33 0,76 0,036

Anacardium occidentale

1 2,5 0,24 0,10 0,29 5,00 0,56 1,10 0,53 0,04

Page 207: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

226

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Espécies Ni DA DR DoA DoR FA FR IVI IVC AB

Carica papaya 1 2,5 0,24 0,04 0,11 5,00 0,56 0,92 0,35 0,016

Nativo 1 2,5 0,24 0,03 0,10 5,00 0,56 0,91 0,34 0,012

Inga edulis 1 2,5 0,24 0,02 0,07 5,00 0,56 0,88 0,31 0,008

Swartzia apetala 1 2,5 0,24 0,01 0,02 5,00 0,56 0,83 0,27 0,004

Tocoyena formosa 1 2,5 0,24 0,01 0,02 5,00 0,56 0,83 0,27 0,004

Dalbergia ecastaphyllum

1 2,5 0,24 0,01 0,02 5,00 0,56 0,83 0,26 0,004

Vismia guianensis 1 2,5 0,24 0,01 0,02 5,00 0,56 0,83 0,26 0,004

Guapira pernambucensis

1 2,5 0,24 0,01 0,02 5,00 0,56 0,82 0,26 0,004

Andira nitida 1 2,5 0,24 0,00 0,01 5,00 0,56 0,82 0,26 <0,01

Total 410 1025 100 33,9 100 885 100 300 200 13,564

Page 208: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

227

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Gráfico 37 - Distribuição de frequência nos intervalos de classe de altura determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Ilha de Maré, Salvador-BA fevereiro de 2011a novembro de 2012.

Gráfico 38 - Distribuição de frequência nos intervalos de classe de diâmetro a altura do peito (DAP) determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Ilha de Maré, Salvador-BA fevereiro de 2011a novembro de 2012.

Page 209: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

228

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

No estrato arbóreo ocorreram as espécies Tapirira guianensis (pau-pombo), Elaeis guineensis

(dendezeiro), Coccoloba mollis, Syagrus schizophylla, Chomelia anisomeris, Syagrus

coronata (licuri), Machaerium aculeatum, Mangifera indica, Cecropia glaziovii, Guarea

guidonia, Ficus clusifolia, Miconia minutiflora, Myrsine guianensis, Guazuma ulmifolia,

Casearia sylvestris, Simaba cedron, Bowdichia virgilioides, Genipa americana, Erythroxylum

passerinum, Allophylus laevigatus, Inga cf. Vera (ingá), Byrsonima sericea (murici), Cupania

bracteosa, Ficus gomelleira (gameleira), Cordia restingae, Protium heptaphyllum (amescla),

Miconia prasina, Schinus terebinthifolius, Cupania rugosa, Eugenia astringens, Inga capitata

(ingá), Myrcia tomentosa, Swartzia macrostachya, Gochnatia oligocephala, Cupania

paniculata, Hirtella sp., Spondias mombin, Myrciaria floribunda, Anacardium occidentale

(cajueiro), Carica papaya, Inga edulis (ingá), Swartzia apetala, Tocoyena formosa, Dalbergia

ecastaphyllum, Vismia guianensis, Guapira pernambucensis e Andira nitida.

No sub-bosque destacam-se Syagrus schizophylla (Mart.) Glassman, Henriettea succosa

(Aubl.) DC., indivíduos jovens de Tapirira guianensis Aubl. e Myrsine umbellata Mart,

dentre outras. Entre as epífitas, destacam-se espécies Philodendron acutatum Schott (imbé),

Philodendron bipinatifidum Schott, Monstera adansonii Schott. Bromeliaceae e

representantes de Monilophytas (Lygodium volubile Sw., Nephrolepis cf. pendula (Raddi)

J.Sm.). As trepadeiras e lianas pertencem, principalmente, as famílias Sapindaceae,

Menispermaceae, Dilleniaceae, Cucurbitaceae e Convolvulaceae. As herbáceas estão

representadas pelas famílias Cyperaceae, Poaceae, Marantaceae, Piperaceae.

A vegetação com as características acima mencionadas ocorre na extensão de 227,116

hectares nesse remananescente, que corresponde aos estágios inicial e médio de regeneração.

Assim, a mata existente na Ilha de Maré é um remanescente de Floresta Ombrófila Densa,

Mata Atlântica, com vegetação secundária em nos estágios inicial e médio de regeneração,

definido conforme a Resolução CONAMA 005/1994.

Page 210: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

229

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Figura 57 - Remanescente Ilha de Maré, vista geral da vegetação.

Figura 58 - Remanescente Ilha de Maré, vista do subosque.

Page 211: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

230

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Page 212: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

231

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

2.3.20 Remanescente Ilha dos Frades

No remanescente Ilha dos Frades foram amostrados 1667 indivíduos vivos e mortos ainda em

pé, em uma área total de 1,14 ha, distribuídos em 57 parcelas. Das parcelas implantadas,

verificou-se que 7 estão localizadas no estágio inicial, 48 no estágio médio e 2 no estágio

avançado de regeneração, conforme a Resolução CONAMA 005/1994 (Tabela 43).

Tabela 43. Parâmetros amostrados nas parcelas implantadas no remanescente de Mata

Atlântica da Ilha dos Frades, Salvador, BA. Ni = número de indivíduos; TotRam = total de ramos; NSpp

= número de espécies; AltMax = altura máxima; AltMed = altura média; DAPMax = diâmetro máximo;

DAPMed = diâmetro médio; AreaBas = área basal; ER = Estágio de Regeneração.

Parcelas Ni TotRam NSpp AltMax AltMed DAPMax DAPMed AreaBas ER

1 39 44 14 43 15,88 61,43 15,67 1,36 Médio

2 31 37 7 28 11,08 42,34 10,68 0,51 Médio

3 31 51 17 25 9,15 42,34 8,48 0,47 Médio

4 36 45 16 32 14,35 53,48 12,06 0,94 Médio

5 27 47 8 27 16,22 41,70 12,33 0,83 Médio

6 27 54 12 14 7,24 40,27 7,44 0,39 Inicial

7 19 31 6 8 5,76 18,38 8,44 0,21 Médio

8 45 77 19 18 8,02 38,72 8,11 0,57 Médio

9 29 39 17 18 9,28 34,06 10,63 0,51 Médio

10 27 32 11 20 10,72 37,88 12,41 0,55 Médio

11 21 22 12 30 14,19 47,11 15,09 0,66 Médio

12 31 58 17 25 11,61 55,65 9,44 0,65 Médio

13 15 32 10 11 7,23 24,61 7,91 0,18 Inicial

Page 213: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

232

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Parcelas Ni TotRam NSpp AltMax AltMed DAPMax DAPMed AreaBas ER

14 37 66 14 11 7,20 21,37 5,74 0,19 Inicial

15 18 26 6 8 6,03 23,60 6,67 0,12 Inicial

16 27 37 15 18 8,96 35,65 10,90 0,51 Médio

17 40 44 18 32 15,20 35,85 10,40 0,59 Médio

18 38 49 21 25 15,16 46,82 10,77 0,66 Médio

19 40 54 14 22 10,49 44,56 9,48 0,70 Médio

20 65 79 15 15 8,58 26,10 7,27 0,43 Inicial

21 45 57 21 30 11,41 42,02 10,92 0,84 Médio

22 21 22 12 20 10,55 32,79 11,18 0,36 Médio

23 21 21 13 30 13,14 56,98 15,75 0,72 Médio

24 13 15 11 43 19,92 70,03 22,19 0,98 Avançado

25 26 31 9 25 13,63 39,79 11,36 0,48 Médio

26 30 34 15 30 16,68 38,20 14,28 0,78 Médio

27 23 30 12 30 16,74 65,89 14,85 1,15 Médio

28 22 33 7 16 10,43 24,19 10,08 0,32 Médio

29 35 57 12 20 10,56 26,42 8,07 0,43 Médio

30 14 17 8 34 17,53 65,89 21,09 0,91 Avançado

31 31 38 13 18 10,50 35,10 10,26 0,48 Médio

32 30 33 15 20 11,23 25,78 11,00 0,38 Médio

33 34 51 15 20 13,50 35,40 10,00 0,60 Médio

34 30 49 15 16 10,10 35,01 9,19 0,43 Médio

Page 214: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Parcelas Ni TotRam NSpp AltMax AltMed DAPMax DAPMed AreaBas ER

35 38 53 13 15 9,39 24,31 7,08 0,25 Inicial

36 35 46 12 30 12,86 55,07 10,36 0,66 Médio

37 39 54 17 26 13,13 37,24 9,89 0,71 Médio

38 46 56 19 25 13,48 31,51 9,89 0,59 Médio

39 26 35 15 35 12,35 65,25 12,50 0,93 Médio

40 26 31 12 35 13,63 71,30 11,38 0,68 Médio

41 21 26 13 37 13,67 62,07 15,68 0,88 Médio

42 52 66 16 15 8,44 32,93 7,91 0,46 Inicial

43 31 40 14 34 15,97 45,04 11,49 0,67 Médio

44 38 49 17 25 14,18 25,94 10,35 0,57 Médio

45 31 31 19 32 16,13 34,70 13,27 0,61 Médio

46 23 33 12 22 12,57 37,88 11,70 0,52 Médio

47 42 55 13 25 12,17 28,47 11,16 0,72 Médio

48 30 35 16 30 14,33 49,34 11,93 0,65 Médio

49 26 36 13 30 16,06 37,79 11,71 0,58 Médio

50 21 26 11 35 14,95 39,79 13,19 0,55 Médio

51 18 27 8 20 14,03 32,47 14,77 0,69 Médio

52 17 20 9 16 8,18 46,47 15,28 0,62 Médio

53 7 7 6 22 13,86 33,42 17,78 0,23 Médio

54 17 22 6 24 15,71 28,97 12,28 0,32 Médio

55 22 24 9 25 13,08 36,60 13,44 0,50 Médio

Page 215: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

234

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Parcelas Ni TotRam NSpp AltMax AltMed DAPMax DAPMed AreaBas ER

56 19 20 6 30 15,13 35,85 16,33 0,54 Médio

57 24 25 9 35 16,77 39,79 17,58 0,95 Médio

A mata existente possui fisionomia predominantemente arbórea, com seus estratos

diferenciados, altura média de 12,42 m e DAP médio de 11,70 cm. A cobertura arbórea é

predominantemente fechada, com indivíduos emergentes atingindo até 40 m.

Foram registradas 43 famílias botânicas, 78 gêneros e 147 espécies incluindo lianas e a

categoria morto. No arranjo fitossociológico (tabela 44), as espécies de maior frequência

foram Protium heptaphyllum, Eschweilera ovata, Himatanthus bracteatus, Tapirira

guianensis e Simarouba amara com freqüência absoluta superior a 40%. Com relação à

dominância absoluta destacam-se as espécies Tapirira guianensis, Pera glabrata, Simarouba

amara, Erioteca macrophyla e Himatanthus bracteatus em ordem decrescente. As espécies

com maior IVI foram: Eschweilera ovata, Protium heptaphyllum, Simarouba amara,

Vochysia lucida e Tapirira guianensis. Para esse remanescente foi observado densidade

absoluta de 1.462,28 ind.ha-1 e índice de diversidade de Shannon-Wiener de 3,88 nat.ind-1.

No tocante à distribuição de frequência em intervalos de classe de altura, foi observada maior

concentração dos valores nas classes 5-12 m com 54,47% e >12 m com 38,51% dos

indivíduos (Gráfico 39). Para o diâmetro, foi observada maior ocorrência na classe <8 cm

com 46,25% seguida pelas classes 8-12 cm com 35,15% e >18 cm com 18,60% (Gráfico 40).

Esses dados corroboram com uma arquitetura vegetacional secundária, com predominância do

estágio médio de regeneração

Page 216: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

235

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Tabela 44. Parâmetros fitossociológicos para as espécies presentes no remanescente de Mata

Atlântica da Ilha dos Frades, Salvador, BA, ordenados segundo o índice do valor de

importância (IVI). Descritores quantitativos: Ni = número de indivíduos; DA = densidade absoluta (ind.ha-1);

DR = densidade relativa (%); DoA = dominância absoluta (m².ha-1); DoR = dominância relativa (%); FA =

frequência absoluta; FR = frequência relativa (%); IVI = índice do valor de importância (DR+DoR+FR)(%); IVC

= índice do valor de cobertura (DR +DoR)(%); AB = área basal (m².1,14 ha-1).

Espécies Ni DA DR DoA DoR FA FR IVI IVC AB

Eschweilera ovata 171 150,0 10,26 2,43 8,23 71,93 5,6 24,09 18,49 2,77

Protium heptaphyllum 125 109,6 7,5 2,32 7,84 75,44 5,87 21,21 15,34 2,64

Simarouba amara 48 42,1 2,88 2,94 9,95 49,12 3,83 16,66 12,83 3,35

Morto 81 71,1 4,86 1,37 4,65 77,19 6,01 15,52 9,51 1,56

Tapirira guianensis 73 64 4,38 1,74 5,88 52,63 4,1 14,36 10,26 1,98

Vochysia lucida 67 58,8 4,02 2,12 7,18 33,33 2,6 13,79 11,19 2,42

Himatanthus

bracteatus 71 62,3 4,26 1,21 4,08 61,4 4,78 13,12 8,34 1,38

Kielmeyera neglecta 80 70,2 4,8 1,27 4,3 35,09 2,73 11,83 9,1 1,45

Chaetocarpus

myrsinites 81 71,1 4,86 0,65 2,19 36,84 2,87 9,92 7,05 0,74

Cipó 74 64,9 4,44 0,22 0,73 56,14 4,37 9,54 5,17 0,25

Elaeis guineensis 25 21,9 1,5 1,64 5,53 14,04 1,09 8,13 7,03 1,87

Thyrsodium

spruceanum 65 57,0 3,9 0,4 1,35 33,33 2,6 7,85 5,25 0,46

Byrsonima sericea 42 36,8 2,52 0,7 2,38 35,09 2,73 7,63 4,9 0,80

Tachigali rugosa 16 14,0 0,96 1,44 4,86 14,04 1,09 6,92 5,82 1,64

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Espécies Ni DA DR DoA DoR FA FR IVI IVC AB

Pouteria gardneri 33 28,9 1,98 0,4 1,37 24,56 1,91 5,26 3,35 0,46

Schefflera morototoni 19 16,7 1,14 0,62 2,09 17,54 1,37 4,6 3,23 0,71

Cupania rugosa 27 23,7 1,62 0,36 1,2 17,54 1,37 4,19 2,82 0,41

Bowdichia virgilioides 12 10,5 0,72 0,56 1,9 19,3 1,5 4,13 2,62 0,64

Myrcia sylvatica 22 19,3 1,32 0,09 0,29 28,07 2,19 3,8 1,61 0,10

Saccoglotis

mattogrossenssis 14 12,3 0,84 0,45 1,51 14,04 1,09 3,44 2,35 0,51

Protium

warmingianum 15 13,2 0,9 0,23 0,78 21,05 1,64 3,32 1,68 0,26

Clusia nemorosa 19 16,7 1,14 0,32 1,09 12,28 0,96 3,19 2,23 0,36

Cupania bracteosa 21 18,4 1,26 0,19 0,64 12,28 0,96 2,86 1,9 0,22

Syagrus coronata 9 7,9 0,54 0,33 1,1 12,28 0,96 2,6 1,64 0,38

Eugenia sp02 31 27,2 1,86 0,09 0,29 5,26 0,41 2,56 2,15 0,10

Miconia minutiflora 19 16,7 1,14 0,05 0,18 15,79 1,23 2,55 1,32 0,06

Henriettea succosa 15 13,2 0,9 0,07 0,25 17,54 1,37 2,52 1,15 0,08

Lecythis pisonis 7 6,1 0,42 0,39 1,33 5,26 0,41 2,16 1,75 0,44

Coccoloba mollis 12 10,5 0,72 0,14 0,49 10,53 0,82 2,03 1,21 0,16

Stryphnodendron

pulcherrimum 4 3,5 0,24 0,34 1,14 7,02 0,55 1,93 1,38 0,39

Syagrus schizophylla 11 9,6 0,66 0,16 0,55 8,77 0,68 1,9 1,21 0,18

Maytenus

distichophylla 14 12,3 0,84 0,06 0,21 10,53 0,82 1,87 1,05 0,07

Page 218: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

237

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Espécies Ni DA DR DoA DoR FA FR IVI IVC AB

Myrsine umbellata 13 11,4 0,78 0,11 0,36 8,77 0,68 1,82 1,14 0,13

Cecropia glaziovii 7 6,1 0,42 0,2 0,68 8,77 0,68 1,79 1,1 0,23

Swartzia apetala 8 7,0 0,48 0,12 0,42 10,53 0,82 1,72 0,9 0,14

Eugenia sp01 8 7,0 0,48 0,08 0,26 12,28 0,96 1,69 0,74 0,09

Guazuma ulmifolia 10 8,8 0,6 0,19 0,64 5,26 0,41 1,65 1,24 0,22

Miconia prasina 9 7,9 0,54 0,04 0,14 12,28 0,96 1,64 0,68 0,05

Pogonophora

schomburgkiana 10 8,8 0,6 0,09 0,31 8,77 0,68 1,59 0,91 0,10

Pera glabrata 6 5,3 0,36 0,15 0,52 8,77 0,68 1,56 0,88 0,17

Curatella americana 9 7,9 0,54 0,05 0,17 10,53 0,82 1,53 0,71 0,06

Licania hypoleuca 4 3,5 0,24 0,27 0,91 3,51 0,27 1,43 1,15 0,31

Pterocarpus rohrii 5 4,4 0,3 0,17 0,57 7,02 0,55 1,41 0,87 0,19

Parkia pendula 2 1,8 0,12 0,3 1 3,51 0,27 1,39 1,12 0,34

Albizia pedicellaris 1 0,9 0,06 0,35 1,18 1,75 0,14 1,38 1,24 0,40

Marlierea obversa 9 7,9 0,54 0,03 0,11 8,77 0,68 1,33 0,65 0,03

Cordia restingae 12 10,5 0,72 0,1 0,32 3,51 0,27 1,32 1,04 0,11

Psidium sp 16 14,0 0,96 0,05 0,18 1,75 0,14 1,28 1,14 0,06

Myrtaceae indet04 10 8,8 0,6 0,04 0,12 7,02 0,55 1,27 0,72 0,05

Licania octandra 6 5,3 0,36 0,09 0,31 7,02 0,55 1,21 0,67 0,10

Tabernaemontana

solanifolia 5 4,4 0,3 0,04 0,14 8,77 0,68 1,12 0,44 0,05

Page 219: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

238

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Espécies Ni DA DR DoA DoR FA FR IVI IVC AB

Tabernaemontana

salzmannii 5 4,4 0,3 0,09 0,31 5,26 0,41 1,02 0,61 0,10

Myrcia tomentosa 6 5,3 0,36 0,03 0,1 7,02 0,55 1,01 0,46 0,03

Myrcia cf. ilheosensis 8 7,0 0,48 0,08 0,25 3,51 0,27 1,01 0,73 0,09

Ocotea glomerata 4 3,5 0,24 0,12 0,41 3,51 0,27 0,92 0,65 0,14

Casearia

commersoniana 4 3,5 0,24 0,02 0,07 7,02 0,55 0,86 0,31 0,02

Siparuna guianensis 8 7,0 0,48 0,02 0,06 3,51 0,27 0,82 0,54 0,02

Abarema

cochliacarpus 6 5,3 0,36 0,03 0,1 3,51 0,27 0,74 0,46 0,03

Desconhecido 06 2 1,8 0,12 0,13 0,45 1,75 0,14 0,71 0,57 0,15

Zanthoxylum

rhoifolium 3 2,6 0,18 0,03 0,12 5,26 0,41 0,71 0,3 0,03

Jacaranda obovata 6 5,3 0,36 0,01 0,04 3,51 0,27 0,67 0,4 0,01

Xylopia sp 4 3,5 0,24 0,05 0,16 3,51 0,27 0,67 0,4 0,06

Hirtella racemosa 3 2,6 0,18 0,01 0,04 5,26 0,41 0,63 0,22 0,01

Andira fraxinifolia 2 1,8 0,12 0,06 0,21 3,51 0,27 0,61 0,33 0,07

Inga sp 2 1,8 0,12 0,06 0,21 3,51 0,27 0,6 0,33 0,07

Eugenia sp03 3 2,6 0,18 0,04 0,14 3,51 0,27 0,59 0,32 0,05

Inga laurina 2 1,8 0,12 0,06 0,19 3,51 0,27 0,58 0,31 0,07

Ficus gomelleira 1 0,9 0,06 0,11 0,37 1,75 0,14 0,57 0,43 0,13

Casearia sp 2 1,8 0,12 0,05 0,16 3,51 0,27 0,56 0,28 0,06

Page 220: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

239

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Espécies Ni DA DR DoA DoR FA FR IVI IVC AB

Caraipa densifolia 2 1,8 0,12 0,09 0,29 1,75 0,14 0,55 0,41 0,10

Roupala montana 3 2,6 0,18 0,02 0,08 3,51 0,27 0,53 0,26 0,02

Tabebuia sp 3 2,6 0,18 0,02 0,06 3,51 0,27 0,51 0,24 0,02

Calyptranthes sp 3 2,6 0,18 0,02 0,06 3,51 0,27 0,51 0,24 0,02

Blepharocalyx

salicifolius 3 2,6 0,18 0,02 0,05 3,51 0,27 0,51 0,23 0,02

Syagrus botryophora 3 2,6 0,18 0,01 0,04 3,51 0,27 0,5 0,22 0,01

Myrtaceae indet02 3 2,6 0,18 0,01 0,04 3,51 0,27 0,49 0,22 0,01

Annona sp 3 2,6 0,18 0,01 0,02 3,51 0,27 0,48 0,2 0,01

Talisia macrophylla 4 3,5 0,24 0,03 0,1 1,75 0,14 0,48 0,34 0,03

Myrtaceae indet01 4 3,5 0,24 0,02 0,07 1,75 0,14 0,45 0,31 0,02

Desconhecido 02 2 1,8 0,12 0,02 0,05 3,51 0,27 0,45 0,17 0,02

Xylopia sericea 2 1,8 0,12 0,02 0,05 3,51 0,27 0,44 0,17 0,02

Eugenia cf.

rotundifolia 2 1,8 0,12 0,01 0,03 3,51 0,27 0,43 0,15 0,01

Myrcia cf.

maximiliana 2 1,8 0,12 0,01 0,03 3,51 0,27 0,43 0,15 0,01

Vismia guianensis 2 1,8 0,12 0,01 0,03 3,51 0,27 0,43 0,15 0,01

Andira legalis 2 1,8 0,12 0,01 0,03 3,51 0,27 0,43 0,15 0,01

Eugenia tomentosa 2 1,8 0,12 0,01 0,03 3,51 0,27 0,42 0,14 0,01

Cordia nodosa 2 1,8 0,12 0,01 0,02 3,51 0,27 0,42 0,14 0,01

Cecropia 2 1,8 0,12 0,01 0,02 3,51 0,27 0,42 0,14 0,01

Page 221: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

240

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Espécies Ni DA DR DoA DoR FA FR IVI IVC AB

pachystachya

Abarema filamentosa 2 1,8 0,12 0,01 0,02 3,51 0,27 0,41 0,14 0,01

Myrtaceae indet03 4 3,5 0,24 0,01 0,04 1,75 0,14 0,41 0,28 0,01

Myrcia sp03 2 1,8 0,12 0,01 0,02 3,51 0,27 0,41 0,14 0,01

Myrcia splendens 2 1,8 0,12 <0,01 0,02 3,51 0,27 0,41 0,14 <0,01

Myrcia sp06 2 1,8 0,12 <0,01 0,01 3,51 0,27 0,41 0,13 <0,01

Cupania racemosa 2 1,8 0,12 0,03 0,11 1,75 0,14 0,37 0,23 0,03

Mangifera indica 3 2,6 0,18 0,01 0,05 1,75 0,14 0,36 0,23 0,01

Matayba guianensis 1 0,9 0,06 0,04 0,14 1,75 0,14 0,34 0,2 0,05

Desconhecido 10 1 0,9 0,06 0,03 0,11 1,75 0,14 0,3 0,17 0,03

Desconhecido 07 2 1,8 0,12 0,01 0,04 1,75 0,14 0,29 0,16 0,01

Aspidosperma

spruceanum 2 1,8 0,12 0,01 0,02 1,75 0,14 0,28 0,14 0,01

Eugenia sp05 2 1,8 0,12 0,01 0,02 1,75 0,14 0,28 0,14 0,01

Andira sp 2 1,8 0,12 0,01 0,02 1,75 0,14 0,28 0,14 0,01

Amaioua pilosa 2 1,8 0,12 0,01 0,02 1,75 0,14 0,28 0,14 0,01

Guatteria sp 1 0,9 0,06 0,02 0,08 1,75 0,14 0,28 0,14 0,02

Tovomita choisyana 1 0,9 0,06 0,02 0,08 1,75 0,14 0,28 0,14 0,02

Erythroxylum sp 2 1,8 0,12 0,01 0,02 1,75 0,14 0,28 0,14 0,01

Gochnatia

oligocephala 1 0,9 0,06 0,02 0,08 1,75 0,14 0,27 0,14 0,02

Page 222: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

241

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Espécies Ni DA DR DoA DoR FA FR IVI IVC AB

Myrcia sp01 2 1,8 0,12 <0,01 0,02 1,75 0,14 0,27 0,14 <0,01

Andira cf. vermifuga 1 0,9 0,06 0,02 0,06 1,75 0,14 0,26 0,12 0,02

Psidium bahianum 1 0,9 0,06 0,01 0,05 1,75 0,14 0,25 0,11 0,01

Tabernaemontana

flavicans 1 0,9 0,06 0,01 0,04 1,75 0,14 0,24 0,1 0,01

Myrcia sp02 1 0,9 0,06 0,01 0,03 1,75 0,14 0,23 0,09 0,01

Hirtella glandulosa 1 0,9 0,06 0,01 0,03 1,75 0,14 0,23 0,09 0,01

Trichilia elegans 1 0,9 0,06 0,01 0,03 1,75 0,14 0,22 0,09 0,01

Pouteria sp 1 0,9 0,06 0,01 0,03 1,75 0,14 0,22 0,09 0,01

Hirtella sp 1 0,9 0,06 0,01 0,03 1,75 0,14 0,22 0,09 0,01

Annona dolabripetala 1 0,9 0,06 0,01 0,02 1,75 0,14 0,22 0,08 0,01

Cupania sp 1 0,9 0,06 0,01 0,02 1,75 0,14 0,22 0,08 0,01

Desconhecido 08 1 0,9 0,06 0,01 0,02 1,75 0,14 0,22 0,08 0,01

Annona mucosa 1 0,9 0,06 0,01 0,02 1,75 0,14 0,21 0,08 0,01

Banara brasiliensis 1 0,9 0,06 <0,01 0,02 1,75 0,14 0,21 0,08 <0,01

Heisteria sp 1 0,9 0,06 <0,01 0,02 1,75 0,14 0,21 0,08 <0,01

Galleisa integrifolia 1 0,9 0,06 <0,01 0,01 1,75 0,14 0,21 0,07 <0,01

Chrysobalanaceae

indet01 1 0,9 0,06 <0,01 0,01 1,75 0,14 0,21 0,07 <0,01

Schoepfia brasiliensis 1 0,9 0,06 <0,01 0,01 1,75 0,14 0,21 0,07 <0,01

Myrcia sp05 1 0,9 0,06 <0,01 0,01 1,75 0,14 0,21 0,07 <0,01

Page 223: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

242

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Espécies Ni DA DR DoA DoR FA FR IVI IVC AB

Desconhecido 04 1 0,9 0,06 <0,01 0,01 1,75 0,14 0,21 0,07 <0,01

Desconhecido 09 1 0,9 0,06 <0,01 0,01 1,75 0,14 0,21 0,07 <0,01

Symphonia globulifera 1 0,9 0,06 <0,01 0,01 1,75 0,14 0,21 0,07 <0,01

Desconhecido 11 1 0,9 0,06 <0,01 0,01 1,75 0,14 0,21 0,07 <0,01

Desconhecido 03 1 0,9 0,06 <0,01 0,01 1,75 0,14 0,21 0,07 <0,01

Inga vera 1 0,9 0,06 <0,01 0,01 1,75 0,14 0,21 0,07 <0,01

Ouratea cf.

gigantophylla 1 0,9 0,06 <0,01 0,01 1,75 0,14 0,21 0,07 <0,01

Guarea guidonia 1 0,9 0,06 <0,01 0,01 1,75 0,14 0,21 0,07 <0,01

Cordia sp 1 0,9 0,06 <0,01 0,01 1,75 0,14 0,2 0,07 <0,01

Ocotea cf. indecora 1 0,9 0,06 <0,01 0,01 1,75 0,14 0,2 0,07 <0,01

Eugenia sp04 1 0,9 0,06 <0,01 0,01 1,75 0,14 0,2 0,07 <0,01

Ocotea sp01 1 0,9 0,06 <0,01 0,01 1,75 0,14 0,2 0,07 <0,01

Bactris ferruginea 1 0,9 0,06 <0,01 0,01 1,75 0,14 0,2 0,07 <0,01

Desconhecido 05 1 0,9 0,06 <0,01 0,01 1,75 0,14 0,2 0,07 <0,01

Miconia hypoleuca 1 0,9 0,06 <0,01 0,01 1,75 0,14 0,2 0,07 <0,01

Desconhecido 01 1 0,9 0,06 <0,01 0,01 1,75 0,14 0,2 0,07 <0,01

Licania kunthiana 1 0,9 0,06 <0,01 0,01 1,75 0,14 0,2 0,07 <0,01

Myrcia sp04 1 0,9 0,06 <0,01 0,01 1,75 0,14 0,2 0,07 <0,01

Ocotea sp02 1 0,9 0,06 <0,01 0,01 1,75 0,14 0,2 0,07 <0,01

Annonaceae indet01 1 0,9 0,06 <0,01 0,01 1,75 0,14 0,2 0,07 <0,01

Page 224: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

243

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Espécies Ni DA DR DoA DoR FA FR IVI IVC AB

Total 1667 1462,28 100 29,58 100 1284,21 100 300 200 33,72

Page 225: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

244

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Gráfico 39 - Distribuição de frequência nos intervalos de classe de altura determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Ilha dos Frades, Salvador-BA fevereiro de 2011 a novembro de 2012.

Gráfico 40 - Distribuição de frequência nos intervalos de classe de diâmetro a altura do peito (DAP) determinados pela Resolução Conama nº 05/94 para os estágios sucessionais inicial, médio e avançado da vegetação da Mata Atlântica. Remanescente Ilha dos Frades, Salvador-BA fevereiro de 2011 a novembro de 2012.

Page 226: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

245

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

No estrato arbóreo, ocorreram as espécies Eschweilera ovata (biriba), Protium heptaphyllum

(amescla), Simarouba amara (pau-paraíba), Tapirira guianensis (pau-pombo), Vochysia

lúcida, Himatanthus bracteatus (janaúba), Kielmeyera neglecta, Chaetocarpus myrsinites,

Elaeis guineensis (dendezeiro), Thyrsodium spruceanum, Byrsonima sericea (murici),

Tachigali rugosa, Pouteria gardneri, Schefflera morototoni (matataúba), Cupania rugosa,

Bowdichia virgilioides (sucupira), Myrcia sylvatica, Saccoglotis mattogrossenssis, Protium

warmingianum, Clusia nemorosa, Cupania bracteosa, Syagrus coronata (licuri), Eugenia

sp02, Miconia minutiflora, Henriettea succosa, Lecythis pisonis, Coccoloba mollis,

Stryphnodendron pulcherrimum, Syagrus schizophylla, Maytenus distichophylla, Myrsine

umbellata, Cecropia glaziovii, Swartzia apétala, Eugenia sp01, Guazuma ulmifolia, Miconia

prasina, Pogonophora schomburgkiana, Pera glabrata, Curatella americana, Licania

hypoleuca, Pterocarpus rohrii, Parkia pendula, Albizia pedicellaris, Marlierea obversa,

Cordia restingae, Psidium sp, Myrtaceae indet04, Licania octandra, Tabernaemontana

solanifolia, Tabernaemontana salzmannii, Myrcia tomentosa, Myrcia cf. ilheosensis, Ocotea

glomerata, Casearia commersoniana, Siparuna guianensis, Abarema cochliacarpus,

Zanthoxylum rhoifolium, Jacaranda obovata, Xylopia sp, Hirtella racemosa, Andira

fraxinifolia, Inga sp, Eugenia spp, Inga laurina, Ficus gomelleira (gameleira), Casearia sp,

Caraipa densifolia, Roupala Montana, Tabebuia sp, Calyptranthes sp, Blepharocalyx

salicifolius, Syagrus botryophora, Annona sp, Talisia macrophylla, Myrtaceae indet01,

Xylopia sericea, Eugenia cf. rotundifolia, Myrcia cf. maximiliana, Vismia guianensis, Andira

legalis, Eugenia tomentosa, Cordia nodosa, Cecropia pachystachya, Abarema filamentosa,

Myrcia splendens, Cupania racemosa, Mangifera indica, Matayba guianensis, ,

Aspidosperma spruceanum, Andira sp, Amaioua pilosa, Guatteria sp, Tovomita choisyana,

Erythroxylum sp, Gochnatia oligocephala, Andira cf. vermífuga, Psidium bahianum,

Tabernaemontana flavicans, Hirtella glandulosa, Trichilia elegan, Pouteria sp, Hirtella sp,

Annona dolabripetala, Cupania sp, Annona mucosa, Banara brasiliensis Heisteria sp,

Galleisa integrifólia, Schoepfia brasiliensis, Symphonia globulifera, Inga vera, Ouratea cf.

gigantophylla, Guarea guidonia, Cordia sp, Ocotea cf. indecora, Eugenia spp, Ocotea spp,

Bactris ferruginea, Miconia hypoleuca, Licania kunthiana, Myrcia spp.

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246

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

No subosque encontram-se indivíduos jovens do estrato arbóreo, principalmente, Protium

heptaphyllum (amescla). Entre as epífitas, destacam-se as espécies Monstera adansonii,

Philodendron acutatum, Philodendron bipinatifidum, além de espécies das famílias

Bromeliaceae e Orchidaceae e representantes de Monilophyta. As trepadeiras e lianas

pertencem, principalmente, as famílias Sapindaceae, Dilleniaceae (Davilla sp e Tetracera sp) ,

Bignoniaceae, Smilaceae (Smilax sp) e Fabaceae. As herbáceas estão representadas por Olyra

latifolia, Rhynchospora cephalotes, Scleria bracteata, Psychotria spp, Aphelandra sp

Heliconia psittacorum, além de outras espécies petencentes às famílias Poaceae,

Melastomataceae, Euphorbiaceae, Marantaceae, Araceae, Rutaceae, Piperaceae, Rubiaceae,

Solanaceae, Orchidaceae e representantes de Monilophyta.

A vegetação com as características acima mencionadas ocorre na extensão de 673,404

hectares nesse remananescente, que corresponde ao estágio médio de regeneração. Ainda foi

verificada a ocorrência 276,713 hectares de vegetação em estágio inicial. Assim, a mata

existente na Ilha dos Frades é um remanescente de Floresta Ombrófila Densa, Mata Atlântica,

com predominância de vegetação secundária em estágio médio de regeneração, definido

conforme a Resolução CONAMA 005/1994.

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Figura 60 - Remanescente Ilha dos Frades, estrato arbóreo, interior do fragmento.

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Figura - 61 Remanescente Ilha dos Frades, detalhe do subosque.

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2.4 DISCUSSÃO A perda do habitat tem sido apontada como o principal agente de deterioração ambiental

(STILING, 1992). Esse ônus é também responsável pelo processo de fragmentação da Mata

Atlântica. Ainda que a vegetação do município de Salvador seja de fato secundária, o

diagnóstico florístico e fitossociólogico obtido no presente estudo revela que seus

remanescentes se encontram em condição de regeneração, isso pela ocorrência comprovada

de um grande número de remanescentes em estágio médio de regeneração.

Com relação ao estudo fitossociológico, foram amostradas 270 espécies, distribuídas em 127

gêneros e 55 famílias botânicas. As famílias com ocorrência de maior número de espécies no

presente trabalho foram: Myrtaceae (39); Fabaceae (36); Moraceae (12); Annonaceae,

Arecaceae, Rubiaceae e Sapindaceae (10). Essas famílias constam de forma geral em

levantamentos florísticas e fitossociológicos realizados para as formações preservadas ou

remanescentes fragmentários da Mata Atlântica de encosta ou baixada em outros ambientes.

Desta forma, são citadas para Rio de Janeiro (HOCH et al, 1994); em floresta secundária do

município de Linhares no Espírito Santo (RIZZINI, 1994); na Mata Atlântica do estado de

Sergipe (LANDIM & SANTOS, 1996) e em Mata Atlântica preservada de encosta da região

de Jureia-Itatins em São Paulo (MAMEDE et al 2004). Para o estado da Bahia, CARVALHO

& AMORIM (1996), registraram a predominância da família Myrtaceae para região de Ilhéus.

De forma comparativa, a composição em espécie obtida a partir da amostragem

fitossociológica mostrou para a Mata Atlântica de Salvador o total de 270 espécies arbóreas

numa área amostral de 5,60 hectares, contra 432 espécies arbóreas para uma área de 2,3

hectares encontrada na Mata Atlântica preservada de encosta do estado de São Paulo

(TABARELLI & MANTOVANI, 1999). O maior valor obtido para estes autores advém do

estado de encosta preservada e da fisionomia arbórea com dossel médio de 20 metros, já que

no caso de Salvador sua vegetação encontra-se, no geral, sujeita à pressão antrópica, por

conseguinte secundária, com fisionomia arbórea média, de dossel médio de cerca de 10

metros. Os resultados de LANDIM & SANTOS (1996) para a mancha secundária da Mata

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250

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Atlântica do estado de Sergipe, também sob pressão antrópica, com registro de 206 espécies,

dentro de 70 famílias botânicas, foram inferiores aos resultados deste diagnóstico. Em trecho

de Mata Atlântica Secundária do Parque de Pituaçu em Salvador/BA, Bautista et. al. (1994)

registraram para a composição florística 222 espécies, distribuídas em 70 famílias, resultado

também inferior ao do presente diagnóstico.

No tocante à composição florística dos remanescentes, analisada de forma individualizada, os

resultados são diferentes ao longo dos fragmentos, isso principalmente, como resposta a uma

variada proximidade às fontes de ação de natureza antrópica, entretanto, é mostrada uma

tendência para o aumento desta composição para o trecho insular do município. As maiores

listagens taxonômicas são encontradas nos fragmentos Ilha dos Frades, Bacia do Cobre,

Trobogy, Greenville e Base Naval.

Quanto aos fragmentos de melhores estado de fisionomia e diversidade de espécie como Ilha

dos Frades (trecho insular) e Bacia do Cobre (trecho continental), fatores de natureza física-

espacial, como distanciamento e relevo, podem estar relacionados ao antagonismo

equilíbrio/alteração. Quanto ao primeiro, pode-se inferir a existência de uma menor pressão

antrópica frente a posição relativamente remota da metrópole Salvador, isso atuando sobre os

dois fragmentos acima. O contrário pode ter ocorrido para Ilha de Maré, de maior

proximidade a metrópole. Para o relevo, enquadrado como colinoso de vertente para Ilha dos

Frades, esse segundo fator limitou a expansão de vilarejos nesta ilha. Este ultimo aspecto tem

sido apontado como capaz de predizer maior diversidade de plantas em ambiente insular

(HAMILTON et al. 1963). Esse comportamento pode ser aplicado aos resultados encontrados

na Ilha dos Frades, em que foi registrada de forma maior a ocorrência de 57 espécies

exclusivas, contra de forma menor, 21 espécies também exclusivas no fragmento continental

Bacia do Cobre.

A relação entre o número de espécies, abundância relativa e sua área ocupada é um atributo

biótico denominado de diversidade, em que sua expressão matemática criada por Shannon-

Weaver foi baseada na Teoria da Informação (MARGALEF, 1974). A diversidade também é

um índice ecológico com expressão numérica de 1 a 4,9 que infere caráter heterogêneo nas

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251

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

escalas específica e/ou local – a diversidade alfa; de comunidade; a diversidade beta e de um

ecossistema e/ou bioma – a diversidade gama. Ao longo dos fragmentos estudados, foi

observado uma variação do índice ecológico acima de 2,53 a 3,88 nat.ind-1. Os maiores

valores foram encontrados para Ilha dos Frades (3,88 nat.ind-1), Base Naval (3,55 nat.ind-1),

Pedreira Carangi (3,52 nat.ind-1), Greenville (3,48 nat.ind-1) e Bacia do Cobre (3,39 nat.ind-1).

Estes valores se aproximam aos resultados encontrados por JARENKOW (1995) de 3,670

nat.ind-1 em Mata Atlântica de encosta do estado do Rio Grande do Sul e de 3,682 nat.ind-1

para Mata Atlântica secundária do Espírito Santo (SIMONELLY et al, 1996).

Quanto à abundância, principalmente, representada pelo IVI – que melhor expressa o papel de

representação – são apontadas as espécies Tapirira guianensis, Himatanthus bracteatus,

Simarouba amara, Schefflera morototoni, e repetidas com igual valor, Attalea burretiana,

Bowdichia virgilioides e Protium heptaphyllum. Para densidade absoluta, foi anotado para o

presente estudo uma variação de 912,5 a 1800,0 ind.ha-1, sendo os fragmentos Aterro

Metropolitano Centro, Trobogy, Pedreira Carangi, Greenville e Barragem Ipitanga II os de

maior densidade. De forma comparativa os dados dos remanescentes de Mata Atlântica de

Salvador, quando computados em valores médios (1306,13 ind.ha-1), são inferiores aos

resultados de 1526,6 ind.ha-1 encontrado para fragmento de Mata Atlântica de tabuleiro da

vizinhança de Natal/RN (CESTARO & SOARES, 2001). Ainda no Rio Grande do Norte,

OLIVEIRA et al. (2001) obtiveram a densidade absoluta total de 1026,5 ind.ha-1 em

remanescente secundário de Mata Atlântica, resultado menor que o verificado para Salvador,

neste diagnóstico.

Com relação ao efeito do sítio sobre a colonização da vegetação, foi observado frente ao

relevo colinoso de Salvador que os estandes vegetacionais, subtipos de uma formação vegetal,

encontram-se diferenciados quando se considera a vertente da colina e o topo desta, onde nas

vertentes e baixadas, devido ao maior potencial hídrico, apresentam fisionomia de porte mais

alto e menor densidade de indivíduos, e ao contrário no topo, de menor potencial hídrico e

maior luminosidade, o estande tem fisionomia mais baixa e maior densidade de indivíduos.

Esse padrão foi também registrado na Mata Atlântica de Paranaciacaba de São Paulo em que

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252

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

GOMES et al. (1996) encontraram índices fitossociológicos diferenciados, com valor de 208

ind.ha-1 na encosta (vertente) e 626 ind.ha-1 no topo do morro (colina).

As comunidades bióticas em geral se arranjam no espaço e tempo dentro de dois componentes

ecológicos fundamentais: distribuição e abundância, sendo que os fatores ambientais de

origem natural e/ou antrópica determinam e regulam os padrões de colonização e

estabilização das espécies. Nas comunidades de plantas do mundo (bioma), as populações de

espécies de plantas apresentam distribuição e abundância diferentes para as faixas de latitude

do globo. Devido à soma de vários fatores em escala macro e micro, as latitudes altas

apresentam baixa diversidade de espécies somada ao aumento dos indivíduos na população e

nas latitudes baixas ocorre o inverso nestes dois aspectos. Por conseguinte, as florestas

ombrófilas densas, localizadas na faixa intertropical, latitudes baixas, são detentoras da maior

diversidade de espécies para o ambiente continental do planeta. Nestas florestas registra-se

também a condição natural de redução do número de indivíduos na população, configurando a

categoria de espécie rara.

A respeito dessa categoria, MUELLER-DOMBOIS & ELLEMBERG (1974) citando as

classes de constância estabelecidas pelo botânico BLAUN-BLANQUET (1932), aponta

espécie rara como aquela detentora do grau I, ou seja, com até 20% do percentual de presença

para dado sitio. Nesse sentido para o presente estudo 255 espécie foram relatadas como raras,

de forma geral, para os 20 fragmentos analisados. CARVALHO & AMORIM (1996) no

levantamento florístico e fitossociológico da Mata da Esperança, campo avançado da

CEPLAC em Ilhéus/BA, apontaram cerca de 70 espécies raras em Mata Atlântica primária

preservada.

Retornando ao componente distribuição, o meio físico tem sido apontado como o principal

agente capaz de facilitar ou barrar a dispersão (propagação à distância) das espécies. As

barreiras geográficas e os fenômenos bióticos específicos são agentes capazes de limitar a

distribuição da espécie de uma região: endemismo (STILING, 1992). As espécies endêmicas

foram assim denominadas pela primeira vez pelo botânico De Candole em 1820 e como

exemplo cita-se Dalbergia nigra (Jacarandá da Bahia), endêmica da Mata Atlântica

(RIZZINI, 1997). Neste diagnóstico, foram registradas Inga pleiogyna, Moldenhawera

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

blanchetiana, espécies endêmicas da Bahia e, Attalea salvadorensis, endêmica da Região

Metropolitana de Salvador com categoria endêmica e pátria confirmadas por LORENZI

(2010). Esses endemismos de ocorrência local e/ou regional poderiam se originar dos

processos de especiação de dada espécie local de ampla dispersão, provocado por mudanças

no habitat (RIZZINI, 1997).

Processos alógenos de ação crônica de grande risco potencial à estabilidade vegetacional,

como extração seletiva e parcial dos indivíduos; eliminação de espécies; adição de espécies

nativas não clímax e exóticas subespontâneas; redução de sombreamento e sucessão

secundária, foram determinantes ao longo de cinco séculos para estabelecimento de

remanescentes sucessionais secundários da Mata Atlântica de Salvador ao momento atual. De

outra forma, processos também alógenos, porém, de ação aguda de destruição do habitat,

como fogo e formação de clareira ocorrentes ao longo do tempo, porém, bastante

evidenciados ao presente, determinam a redução drástica da área vegetada desse município.

2.5 CONCLUSÃO

O uso de metodologia múltipla de diagnóstico da vegetação envolvendo a análise de imagem

de sensoriamento remoto de ultima geração contra a avaliação da estrutura fitossociológica e

de produção vegetal se mostrou eficiente para a determinação dos estágios de sucessão dos

remanescentes da Mata Atlântica de Salvador.

A composição florística da Mata Atlântica de Salvador encontra-se representada por 55

famílias botânicas onde se incluem 127 gêneros e 270 espécies. O registro de biodiversidade

alfa no intervalo numérico de 2,53 a 3,88 nat.ind-1 somado ao inventário taxonômico obtido e

registro de alteração florestal confere estado remanescente para a atual mata atlântica de

Salvador. Componentes descritores e índices numéricos de natureza fitossociológica das

populações de plantas inferem a fisionomia arbórea para a vegetação.

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Quanto à ocorrência de espécies relacionadas ao grau de conservação, o diagnóstico obtido

revela, ainda que sob condição de vegetação secundária, a Mata Atlântica atual de Salvador

encontra-se constituída principalmente de espécies nativas com registro de endemismo, sendo

que, mesmo com a ocorrência esparsa de espécies exóticas não compromete a condição

acima.

Os maiores registros de índice de valor de importância (IVI), que sintetiza dados relativos de

densidade, frequência e dominância, foram obtidos para as espécies nativas indicadoras de

mata secundária, principalmente para Tapirira guianensis, Himatanthus bracteatus,

Simarouba amara, Schefflera morototoni. Estas, também inclusas na Resolução CONAMA nº

05/1994, como pertencentes aos gêneros mais frequentes para a floresta ombrófila densa em

estágio médio de regeneração no Estado da Bahia.

Com base no sensoriamento remoto, no processamento digital de imagens e na análise

florística e fitossociológica, verificou-se que a cobertura vegetal na cidade de Salvador, está

distribuída em remanescentes fragmentários que totalizam 5.249,194 hectares de vegetação

secundária de Mata Atlântica, sendo que desse total, 42,872 % encontram-se em estágio

inicial, 56,205 % em estágio médio e 0,923 % em estágio avançado de regeneração.

2.6 REFERÊNCIAS BAUTISTA, H. P.; PINTO, G. C. P.; GUEDES, M. L. S. e PARAGUASSU, l. Composição Florística do Campus Universitário em Pituaçu, Salvador, Bahia. In: XLV Congresso Nacional de Botânica, 1994, São Leopoldo, Rio Grande do Sul. XLV Congresso Nacional de Botânica, 1994. (Livro de resumos). BRASIL. Ministério das Minas e Energia. Secretaria Geral. Projeto RADAM BRASIL folhas SD 24-x-a Salvador; Geologia, Geomorfologia, Pedologia,Vegetação e Uso Potencial da Terra. Rio de Janeiro, 1982. 580p BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. CONAMA. Resolução nº 5, de 4 de maio de 1994. Define vegetação primária e secundária nos estágios inicial, médio e avançado de regeneração da Mata Atlântica, a fim de orientar os procedimentos de licenciamento de atividades

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

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CAPÍTULO III

AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO DE BIOMASSA DA SERRAPILHEIRA E COMPOSIÇÃO E ABUNDÂNCIA DA ASSOCIAÇÃO DE PLANTAS DO

SUBOSQUE

Juarez Jorge Santos1

Nid Coelho Amorim2

Rogério Moreira Cerqueira2

3.1 INTRODUÇÃO

Os estudos sobre a Mata Atlântica de Salvador sempre foram direcionados ao conhecimento

qualitativo da sua composição florística – listagem das espécies de plantas – inicialmente realizados

por naturalistas europeus nos séculos XVIII e XIX e posteriormente, no século XX, realizados por

Radambrasil (1983) e Guedes e Santos (1997).

Atributos de natureza quantitativa relacionados ao arranjo numérico das populações de espécies de

plantas – fitossociologia – sempre foram negligenciados para Salvador, a exceção do estudo

fitossociológico dos estratos arbóreos realizado em área protegida do parque de Pituaçú por Santos et.

al, (2008). De outra forma, estudos ligados a estrato não arbóreo da vegetação como o de andar

inferior, denominado subosque, envolvendo a produção de biomassa e ainda arranjo numérico das

plantas, nunca foram investigados em Salvador. O subosque é o estrato responsável pelo recrutamento

florestal, além de várias funções ecológicas como: manutenção, equilíbrio e conservação. Este estrato

é colonizado por espécies de plantas de diferentes padrões sucessionais como primário, secundário e

tardio.

A superfície do solo das formações vegetacionais, principalmente florestas, encontra-se recoberta por

uma camada de material orgânico cuja massa é originada pela queda dos próprios compartimentos ou

órgãos das plantas como: folhas, ramos, flores, frutos, entre outros. Essa camada, agente direto da

1 Doutor em Ciências Biológicas pela USP, pesquisador associado ao Laboratório de Estudos em Anatomia de Madeiras, do Instituto de Biologia/UFBA

2 Biólogo, Especialista em Gerenciamento Ambiental pela Universidade Católica do Salvador. Atua em atividades de consultoria em meio ambiente

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reciclagem de nutrientes da floresta, recebe várias denominações como: liter, horizonte orgânico,

foliço, folhedo, manta e serrapilheira, sendo parâmetro de determinação dos estágios de sucessão do

bioma Mata Atlântica, conforme preconiza a resolução CONAMA nº 05/1994. Ainda que esta

resolução não especifique o método de quantificação desse componente, tem-se utilizado como análise

de produção florestal a avaliação da biomassa espacial (standing crop).

Mesmo tardia, a legislação referente à conservação da Mata Atlântica tem, de certa forma,

compensado as suas perdas, sendo estas, entre outras causas, devido ao desconhecimento da sua

estrutura vegetacional. Desta forma a obtenção de uma fonte de dados específicos consubstanciados se

constituirá como subsidio a adoção de prognósticos.

Assim sendo, objetivou-se estudar a produção de biomassa da serrapilheira e a composição e

abundância da associação de espécies de plantas do subosque como subsídio à determinação de

estágios sucessionais inicial, médio e avançado do remanescentes da Mata Atlântica de Salvador

conforme Resolução CONAMA 05/94.

3.2 MATERIAL E MÉTODOS

Os procedimentos de campo foram realizados entre fevereiro de 2011 a outubro de 2012. Foram

utilizados os métodos do caminhamento e posicionamento com uso do receptor GPS para os pontos

visitados, além da análise da composição do dossel. A amostragem da serrapilheira foi realizada com

os métodos do quadrado e colheita para avaliação da biomassa e, o método pontual, para a sua

espessura, ambas em réplicas. A amostragem foi realizada concomitante e nos mesmos sítios do

estudo fitossociológico do capítulo anterior.

No laboratório empregaram-se os métodos da secagem em estufa a 80 ± 5 ºC até atingir peso

constante e o gravimétrico. A biomassa foi expressa em peso seco total do material em Kg.m-2 e a

espessura vertical, em cm. A abundância foi representada dentro de intervalos de classe e foram

considerados índices de frequência. Para o subosque, também se utilizou os métodos de caminhamento

e do quadrado aleatório (1x1m) em réplicas onde se procedeu a contagem e identificação in loco de

todos os indivíduos. A identificação das espécies de plantas foi realizada através de bibliografia

específica. Os resultados foram expressos em índices de densidade e frequência.

Page 241: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

260

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

3.3 RESULTADOS

A análise quantitativa de abundância para a serrapilheira expressa em fitomassa espacial seca

(standing crop) e as populações de espécies/táxons do subosque expressa em densidade e frequência,

estão registradas de forma isolada para todos os fragmentos estudados. Ademais, a composição de

espécies de plantas encontra-se registrada na tabela 45.

Tabela 45 – Lista de táxons (famílias, gêneros e espécies) ocorrentes no subosque dos fragmentos de

mata atlântica de Salvador. Fevereiro 2011 – outubro de 2012.

Família Espécie Nome popular

Acanthaceae Aphelandra sp afelandra

Ruellia sp ruélia

Anacardiaceae Mangifera indica L. manga

Schinus terebinthifolius Raddi aroeirinha

Spondias mombin L cajá

Tapirira guianensis Aubl. pau-pombo

Thyrsodium spruceanum Benth. caboatã

Annonaceae Annonaceae

Guatteria sp pindaiba

Unonopsis sp carrapateira

Xylopia sericea A.St.Hil. pindaíba-vermelha

Apocynaceae Apocynaceae -

Himatanthus bracteatus (A.DC.) Woodson

janaúba

Tabernaemontana sp leiteira

Araceae Anthurium pentaphyllum (Aubl.) G. Don

antúrio

Anthurium affine Schott antúrio

Page 242: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

261

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Família Espécie Nome popular

Monstera adansonii Schott ventanilla

Philodendron acutatum Schott imbé

Philodendron sp -

Philodendron bipinnatifidum Schott ex Endl.

banana-de morcego

Araliaceae Schefflera morototoni (Aubl.) Maguire et. Al

morototó

Arecaceae Allagoptera caudescens (Mart.) Kuntze

burí

Arecaceae palmeira

Attalea burretiana Bondar indaiá

Bactris ferruginea Burret mané-velho

Bactris sp palmeirinha

Desmoncus polyacanthos Mart. titára

Elaeis guineensis Jacq. dendezeiro

Syagrus coronata(Mart.) Becc licuri

Syagrus schizophylla (Mart.) Glassman

licurioba

Asparagaceae Agave sp -

Bignoniaceae Bignoniaceae 01

Bignoniaceae 02 trepadeira

Jacaranda obovata Cham. jacarandá

Boraginaceae Boraginaceae -

Cordia nodosa Lam. -

Cordia sp baba-de-boi

Bromeliaceae Bromeliaceae -

Page 243: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

262

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Família Espécie Nome popular

Hohenbergia stellata Schult. & Schult. f.

Burseraceae Protium heptaphyllum (Aubl.)Marchand

amescla

Protium macrophyllum (Kunth) Engl. amescla

Protium warmingianum March. amescla-branca

Calophyllaceae Kielmeyera neglecta Saddi pau-santo

Celastraceae Celastraceae -

Goupia sp cupiúva

Maytenus sp cafezinho

Chrysobalanaceae Chrysobalanaceae -

Hirtella sp chorão

Licania sp oití

Clusiaceae Clusia nemorosa G. Mey. camaçarí

Platonia sp landirana

Symphonia globulifera L.f pitiá

Tovoita choisyana Planch & Triana mangue-da-mata

Commelinaceae Commelina sp maria-mole

Dichorisandra hexandra (Aubl.) Hand.-Mazz

trapoeraba-azul

Convolvulaceae Ipomoea sp -

Costaceae Costus spiralis (Jacq.) Roscoe -

Cucurbitaceae Cucurbitaceae

Luffa aegyptiaca Mill.

Bucha

Cyperaceae Rhynchospora cephalotes (L.) Vahl. Capim-bolota

Page 244: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

263

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Família Espécie Nome popular

Rhynchospora sp capim bolota

Scleria bracteata Cav. tiririca

Dilleniaceae Curatella americana L. lixeira

Davilla sp -

Dilleniaceae -

Doliocarpus sp -

Tetracera sp -

Dioscoreaceae Dioscorea discolor R. Knuth -

Dioscorea sp -

Erytrhoxylaceae Erythroxylum spp erva-de-rato

Euphorbiaceae Croton sellowii Baill. -

Euphorbia sp -

Euphorbiaceae -

Fabaceae Abarema cochliacarpos (Gomes) Barneby & JW Grimes

ingarana

Abarema filamentosa (Benth.) Pittier barbatimão

Abrus precatorius L. olho-de-cabra

Aeschynomene sp carrapicho

Andira sp angelim-branco

Bauhinia sp pata-de-vaca

Centrosema virginianum (L.) Benth

feijão-bravo

Dalbergia nigra (Vell.) Allemão ex Benth.

jacaranda

Fabaceae 01 -

Fabaceae 02 trepadeira

Page 245: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

264

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Família Espécie Nome popular

Inga ciliata C. Presl ingá

Inga laurina Willd ingá

Inga spp ingá

Inga thibaudiana DC ingá

Machaerium aculeatum Raddi bico-de-pato

Stryphnodendron pulcherrimum (Willd.) Hochr.

Juerana-branca

Swartzia apetala Raddi -

Swartzia macrostachya Benth. -

Tachigali rugosa (Mart. ex Benth.) Zarucchi & Pipoly

ingá-bravo

Heliconiaceae Heliconia psittacorum L. helicônia

Heliconia sp helicônia

Humiriaceae Sacoglottis mattogrossensis Malme -

Hypericaceae Vismia guianensis (Aubl.) Choisy lacre

Lacistemataceae Lacistema robustum Schnizl. baga-de jaboti

Lauraceae Ocotea spp louro

Lecythidaceae Eschweilera ovata (Cambess.) Mart. ex Miers

biriba

Lecythis sp -

Loganiaceae Strychnos sp -

Malpighiaceae Byrsonima sericea DC. murici

Malvaceae Ceiba sp

Guazuma ulmifolia Lam. mutamba

Malvaceae -

Pavonia sp malva

Page 246: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

265

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Família Espécie Nome popular

Sida sp vassourinha

Triumfetta sp

carrapicho

Marantaceae Ischnosiphon sp -

Marantaceae -

Stromanthe porteana Griseb. -

Melastomataceae Clidemia spp -

Henriettea succosa (Aubl.)DC. munduruvu

Miconia albicans (Sw.)Triana canela-de-velho

Miconia chartacea Triana -

Miconia ciliata (Rich.) DC. -

Miconia dodecandra Cogn. -

Miconia minutiflora (Bonpl.)DC. tinteira

Miconia prasina (Sw.) DC sabiazeira

Miconia sp -

Meliaceae Cabralea sp canjerana

Guarea guidonia (L.) Sleumer bambuzinho

Menispermaceae Menispermaceae -

Monilophyta Monilophyta -

Moraceae Artocarpus heterophyllus Lam. jaqueira

Brosimum sp -

Moraceae -

Sorocea guilleminiana Gaudich. folha-de-serra

Myrtaceae Eugenia sp -

Page 247: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

266

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Família Espécie Nome popular

Myrcia silvatica (O.Berg)Kiaersk. -

Myrcia splendens (Sw.)DC. -

Myrtaceae -

Psidium sp -

Olacaceae Heisteria sp -

Orchidaceae Catasetum sp -

Oeceoclades maculata (Lindl.) Lindl. -

Orchidaceae -

Vanilla sp baunilha

Passifloraceae Passiflora sp maracujá

Peraceae Chaetocarpus echinocarpus (Baill.) Ducke

mamona-vermelha

Pera glabrata (Schott) Poepp. Ex Baill.

pau-de-tamanco

Pogonophora schomburgkiana Miers ex Benth.

coção

Piperaceae Piper aduncum L. -

Piper divaricatum G. Mey. caapeba

Piper sp caapeba

Piperaceae -

Plantaginaceae Plantaginaceae -

Poaceae Brachiaria sp capim-braquiária

Guadua angustifólia Kunth

Olyra latifolia L. -

Oplismenus hirtellus (L.) P.Beauv. -

Panicum sp -

Page 248: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

267

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Família Espécie Nome popular

Poaceae 01 -

Poaceae 02 -

Polygonaceae Coccoloba mollis Casar -

Coccoloba sp folha-de-bolo

Primulaceae Myrsine umbellata Mart. pororoca

Pteridaceae Adianthum sp 01 -

Adianthum sp 02

-

Rubiaceae Chomelia anisomeris Müll.Arg. -

Genipa americana L. genipapo

Geophila sp -

Psychotria spp -

Rubiaceae -

Ruscaceae Dracaena sp dracena

Rutaceae Ertela sp -

Zanthoxylum sp espinho-cheiroso

Salicaceae Casearia commersoniana Cambess. cafezinho

Sapindaceae Allophyllus laevigatus Radlk. xau-xau

Cupania spp caboatã

Sapindaceae trepadeira

Sapindaceae 01 -

Sapotaceae Pouteria spp -

Sapotaceae 01 -

Sapotaceae 02 -

Simaroubaceae Simaba cedron Planch. paratudo

Page 249: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

268

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Família Espécie Nome popular

Simarouba amara Aubl. pau-paraíba

Siparunaceae Siparuna guianensis Aubl. negamina

Smilacaceae Smilax sp -

Solanaceae Solanum sp 01 -

Solanum sp 02 -

Urticaceae Cecropia sp embaúba

Verbenaceae Stachytarpheta sp -

Vochysiaceae Vochysia lucida C.Presl pau-de-tucano

Indeterminada 1 - -

Indeterminada 2 - -

Indeterminada 3 - -

Plântula - -

3.3.1 Remanescente Alphaville I

Foram registrados para o remanescente Alphaville I valores médios de biomassa e espessura

vertical da serrapilheira de 0,798 ± 0,329 Kg.m-2 e 3,213 ± 1,556 cm, respectivamente. Dos

cinco intervalos de classe adotados no presente trabalho para os valores médios de biomassa,

obtiveram-se apenas índices de frequência absoluta relativa e acumulada nas três primeiras

classes, com a primeira registrando 70% para a frequência relativa (tabela 46). Já para o

atributo espessura, com a ocorrência de dados nas quatro primeiras classes, foi registrada a

frequência relativa de 60% na segunda classe (tabela 47).

Na análise de abundância do subosque do remanescente Alphaville I registraram-se vinte

famílias botânicas, vinte gêneros e vinte e oito espécies/táxons. Para a densidade absoluta foi

Page 250: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

269

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

obtida variação de 0,14 a 17,86 ind.m-2 com as espécies/táxons Piper sp, Oplismenus

hirtellus, Himatanthus bracteatus, Protium heptaphyllum e Plântula (tabela 48), apresentando

os maiores índices. Destas, Piper sp destacou-se das demais em termos de sua grande

ocorrência sendo, por conseguinte, a espécie mais densa e mais frequente do remanescente.

Tabela 46 – Distribuição de frequência da biomassa espacial (standing crop) da

serrapilheira do remanescente Alphaville I da Mata Atlânticade Salvador. Fevereiro de

2011 a outubro de 2012.

Intervalo de classe

(Kg.m-2) xi Ƒi ƒri% Fi Fri%

[0,237 - 0,955[ 0,596 21 70,00 21 70,0

[0,955 - 1,673[ 1,314 8 26,67 29 96,7

[1,673 - 2,390[ 2,031 1 3,33 30 100,0

[2,390 - 3,108[ 2,749 - - - -

[3,108 - 3,826] 3,467 - - - -

Total - 30 100 - -

xi ponto médio; ƒi frequência absoluta, ƒri% frequência relativa; Fi frequência

acumulada; Fri% frequência relativa acumulada.

Tabela 47 - Distribuição de frequência da espessura vertical da serrapilheira do

remanescente Alphaville I da Mata Atlânticade Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro

de 2012.

Intervalo de classe

(cm) xi Ƒi ƒri% Fi Fri%

[0,0 - 2,6[ 1,30 27 33,75 27 33,8

[2,6 - 5,2[ 3,90 48 60,00 75 93,8

[5,2 - 7,8[ 6,50 4 5,00 79 98,8

[7,8 - 10,4[ 9,10 1 1,25 80 100,0

[10,4 - 13,0] 11,70 - - - -

Total - 80 100 - -

Page 251: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

270

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

xi ponto médio; ƒi frequência absoluta, ƒri% frequência relativa; Fi frequência

acumulada; Fri% frequência relativa acumulada.

Tabela 48 – Densidades absoluta (DA) relativa (DR) frequências absoluta (FA) e relativa (FR)

dos táxons (famílias, gêneros e espécies) de plantas ocorrentes no subosque do remanescente

Alphaville I da Mata Atlânticade Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012.

Espécie DA DR FA FR

Piper sp 17,86 34,72 100,00 8,97

Oplismenus hirtellus 4,14 8,06 28,57 2,56

Himatanthus bracteatus 3,71 7,22 71,43 6,41

Protium heptaphyllum 3,14 6,11 85,71 7,69

Plântula 3,14 6,11 85,71 7,69

Olyra latifolia 2,57 5,00 14,29 1,28

Sapindaceae 02 2,14 4,17 85,71 7,69

Rhynchospora cephalotes 2,00 3,89 57,14 5,13

Heliconia sp 2,00 3,89 71,43 6,41

Eschweilera ovata 1,71 3,33 57,14 5,13

Philodendron acutatum 1,14 2,22 57,14 5,13

Inga cililata 1,14 2,22 57,14 5,13

Psychotria spp 1,14 2,22 14,29 1,28

Xylopia sericea 1,00 1,94 42,86 3,85

Stromanthe porteana 0,86 1,67 14,29 1,28

Elaeis gineensis 0,71 1,39 28,57 2,56

Dilleniaceae 0,57 1,11 42,86 3,85

Simarouba amara 0,57 1,11 28,57 2,56

Bignoniaceae 02 0,29 0,56 14,29 1,28

Myrtaceae 0,29 0,56 28,57 2,56

Indeterminada 3 0,29 0,56 28,57 2,56

Bactris sp 0,14 0,28 14,29 1,28

Page 252: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

271

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Espécie DA DR FA FR

Stryphnodendron pulcherrimum 0,14 0,28 14,29 1,28

Ocotea sp 0,14 0,28 14,29 1,28

Poaceae 01 0,14 0,28 14,29 1,28

Rubiaceae 0,14 0,28 14,29 1,28

Siparuna guianensis 0,14 0,28 14,29 1,28

Indeterminada 01 0,14 0,28 14,29 1,28

51,43 100,00 1114,29 100,00

3.3.2 Remanescente Alphaville II

Para o remanescente Alphaville II registraram-se valores médios de biomassa e espessura

vertical da serrapilheira de 0,851 ± 0,203 Kg.m-2 e 3,213 ± 1,556 cm, respectivamente.

Quanto à distribuição de frequência nos cinco intervalos de classe, para as duas variáveis foi

observada ocorrência apenas na primeira e segunda classe sendo 73,33% dos resultados de

biomassa representadas na primeira e 65% dos valores de espessura vertical na segunda classe

(tabelas 49 e 50). Na análise de abundância do subosque do registraram-se dezessete famílias

botânicas, dezessete gêneros e vinte espécies/táxons. A densidade absoluta variou de 0,50 a

13,50 ind.m-2 com as espécies/táxons Olyra latifólia, Protium heptaphyllum, Inga spp e Piper

sp destacando com os maiores índices (tabela 51).

Tabela 49 - Distribuição de frequência da biomassa espacial (standing crop) da

serrapilheira do remanescente Alphaville II da Mata Atlânticade Salvador. Fevereiro de

2011 a outubro de 2012.

Intervalo de classe

(Kg.m-2) xi ƒi ƒri% Fi Fri%

[0,237 - 0,955[ 0,596 11 73,33 11 73,3

[0,955 - 1,673[ 1,314 4 26,67 15 100,0

Page 253: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

272

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

[1,673 - 2,390[ 2,031 - - - -

[2,390 - 3,108[ 2,749 - - - -

[3,108 - 3,826] 3,467 - - - -

Total - 15 100 - -

xi ponto médio; ƒi frequência absoluta, ƒri% frequência relativa; Fi frequência

acumulada; Fri% frequência relativa acumulada.

Tabela 50 - Distribuição de frequência da espessura vertical da serrapilheira do

remanescente Alphaville II da Mata Atlânticade Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro

de 2012.

Intervalo de classe

(cm) xi ƒi ƒri% Fi Fri%

[0,0 - 2,6[ 1,30 7 35,00 7 35,0

[2,6 - 5,2[ 3,90 13 65,00 20 100,0

[5,2 - 7,8[ 6,50 - - - -

[7,8 - 10,4[ 9,10 - - - -

[10,4 - 13,0] 11,70 - - - -

Total - 20 100 - -

xi ponto médio; ƒi frequência absoluta, ƒri% frequência relativa; Fi frequência

acumulada; Fri% frequência relativa acumulada.

Tabela 51 - Densidades absoluta (DA) relativa (DR) frequências absoluta (FA) e relativa (FR)

dos táxons (famílias, gêneros e espécies) de plantas ocorrentes no subosque do remanescente

Alphaville II da Mata Atlânticade Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012.

Espécie DA DR FA FR

Tapirira guianensis 1,00 1,59 50,00 3,85

Xylopia sericea 3,50 5,56 100,00 7,69

Himatanthus bracteatus 3,50 5,56 100,00 7,69

Page 254: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

273

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Espécie DA DR FA FR

Philodendron acutatum 2,00 3,17 50,00 3,85

Schefflera morototoni 0,50 0,79 50,00 3,85

Cordia sp 1,00 1,59 50,00 3,85

Protium heptaphyllum 12,00 19,05 50,00 3,85

Rhynchospora cephalotes 2,00 3,17 50,00 3,85

Scleria bracteata 2,00 3,17 50,00 3,85

Dilleniaceae 1,00 1,59 50,00 3,85

Inga spp 7,00 11,11 100,00 7,69

Fabaceae 01 1,00 1,59 50,00 3,85

Eschweilera ovata 1,50 2,38 50,00 3,85

Clidemia spp 1,50 2,38 100,00 7,69

Piper sp 5,00 7,94 50,00 3,85

Olyra latifolia 13,50 21,43 100,00 7,69

Oplismenus hirtellus 0,50 0,79 50,00 3,85

Psychotria spp 1,00 1,59 50,00 3,85

Sapindaceae 02 3,00 4,76 100,00 7,69

Indeterminada 03 0,50 0,79 50,00 3,85

63,00 100,00 1300,00 100,00

3.3.3 Remanescente Aterro Canabrava

No remanescente Aterro Canabrava os valores médios de biomassa e espessura vertical da

serrapilheira foram, respectivamente, de 1,660 ± 0,679 Kg.m-2 e 6,231 ± 2,0 cm. Os

resultados para as duas variáveis foram registrados nos cinco intervalos de classe sendo mais

representativos na segunda e terceira classe com 53,73 e 20,90% para a biomassa e 42,86 e

30,61% para espessura vertical, respectivamente (tabelas 52 e 53). Para o subosque, foram

identificadas vinte e duas famílias, vinte e quatro gêneros e vinte e nove espécies/táxons. A

densidade absoluta variou de 0,02 a 2,78 ind.m-2 sendo os maiores registros observados para

Himatanthus bracteatus e Tapirira guianensis com 2,78 e 1,73 ind.m-2, respectivamente

Page 255: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

274

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

(tabela 54). Todas as demais espécies/táxons desse remanescente apresentaram densidade

absoluta inferior a 1,0 ind.m-2.

Tabela 52 - Distribuição de frequência da biomassa espacial (standing crop) da

serrapilheira do remanescente Aterro Canabrava da Mata Atlânticade Salvador.

Fevereiro de 2011 a outubro de 2012.

Intervalo de classe

(Kg.m-2) xi ƒi ƒri% Fi Fri%

[0,237 - 0,955[ 0,596 5 7,46 5 7,5

[0,955 - 1,673[ 1,314 36 53,73 41 61,2

[1,673 - 2,390[ 2,031 14 20,90 55 82,1

[2,390 - 3,108[ 2,749 10 14,93 65 97,0

[3,108 - 3,826] 3,467 2 2,99 67 100,0

Total - 67 100 - -

xi ponto médio; ƒi frequência absoluta, ƒri% frequência relativa; Fi frequência

acumulada; Fri% frequência relativa acumulada.

Tabela 53 - Distribuição de frequência da espessura vertical da serrapilheira do

remanescente Aterro Canabrava da Mata Atlânticade Salvador. Fevereiro de 2011 a

outubro de 2012.

Intervalo de classe

(cm) xi ƒi ƒri% Fi Fri%

[0,0 - 2,6[ 1,30 1 0,68 1 0,7

[2,6 - 5,2[ 3,90 63 42,86 64 43,5

[5,2 - 7,8[ 6,50 45 30,61 109 74,1

[7,8 - 10,4[ 9,10 34 23,13 143 97,3

[10,4 - 13,0] 11,70 4 2,72 147 100,0

Total - 147 100 - -

Page 256: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

275

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

xi ponto médio; ƒi frequência absoluta, ƒri% frequência relativa; Fi frequência

acumulada; Fri% frequência relativa acumulada.

Tabela 54 - Densidades absoluta (DA) relativa (DR) frequências absoluta (FA) e relativa (FR)

dos táxons (famílias, gêneros e espécies) de plantas ocorrentes no subosque do remanescente

Aterro Canabrava da Mata Atlânticade Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012.

Espécie DA DR FA FR

Tapirira guianensis 1,73 18,24 5,28 6,25

Himatanthus bracteatus 2,78 29,39 8,45 10,00

Schefflera morototoni 0,02 0,17 1,06 1,25

Bactris sp 0,05 0,51 2,11 2,50

Protium heptaphyllum 0,74 7,77 9,50 11,25

Platonia sp 0,06 0,68 2,11 2,50

Rhynchospora cephalotes 0,67 7,09 3,17 3,75

Scleria bracteata 0,82 8,61 5,28 6,25

Dilleniaceae 0,03 0,34 2,11 2,50

Erythroxylum spp 0,10 1,01 3,17 3,75

Pogonophora schomburgkiana 0,03 0,34 2,11 2,50

Abarema cochliocarpos 0,08 0,84 1,06 1,25

Inga spp 0,05 0,51 1,06 1,25

Stryphnodendron pulcherrimum 0,18 1,86 2,11 2,50

Casearia sp 0,02 0,17 1,06 1,25

Heliconia sp 0,11 1,18 2,11 2,50

Eschweilera ovata 0,35 3,72 4,22 5,00

Henriettea sp 0,13 1,35 2,11 2,50

Myrtaceae 0,13 1,35 5,28 6,25

Piper sp 0,77 8,11 1,06 1,25

Brachiaria sp 0,06 0,68 1,06 1,25

Olyra latifolia 0,06 0,68 3,17 3,75

Page 257: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

276

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Espécie DA DR FA FR

Coccoloba sp 0,11 1,18 3,17 3,75

Myrsine umbellata 0,02 0,17 1,06 1,25

Psychotria spp 0,03 0,34 2,11 2,50

Rubiaceae 0,06 0,68 2,11 2,50

Simarouba amara 0,21 2,20 4,22 5,00

Indeterminada 2 0,06 0,68 2,11 2,50

Indeterminada 3 0,02 0,17 1,06 1,25

9,47 100,00 84,46 100,00

3.3.4 Remanescente Aterro Metropolitano Centro

Os valores médios registrados para biomassa e espessura vertical da serrapilheira no

remanescente Aterro Metropolitano Centro foram, respectivamente, de 1,412 ± 0,482 Kg.m-2

e 4,4 ± 2,122 cm. A biomassa foi representada nas três primeiras classes com destaque para a

segunda, com 45,00% (tabela 55) e a espessura vertical, nas quatro primeiras classes com

maior frequência na classe II (52,50%) (tabela 56). A análise da abundância do subosque

revelou vinte e três famílias botânicas, vinte e dois gêneros e trinta e uma espécies/táxons. A

densidade absoluta variou de 0,20 a 3,40 ind.m-2. Tapirira guianensis e Himatanthus

bracteatus foram as espécies de maior abundância com 3,40 ind.m-2 sendo, H. bracteatus a

única espécie com 100% de frequência para esse remanescente (tabela 57).

Tabela 55 - Distribuição de frequência da biomassa espacial (standing crop) da

serrapilheira do remanescente Aterro Metropolitano Centro da Mata Atlântica de

Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012.

Intervalo de classe

(Kg.m-2) xi ƒi ƒri% Fi Fri%

[0,237 - 0,955[ 0,596 4 20,00 4 20,0

[0,955 - 1,673[ 1,314 9 45,00 13 65,0

Page 258: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

277

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

[1,673 - 2,390[ 2,031 7 35,00 20 100,0

[2,390 - 3,108[ 2,749 - - - -

[3,108 - 3,826] 3,467 - - - -

Total - 20 100 - -

xi ponto médio; ƒi frequência absoluta, ƒri% frequência relativa; Fi frequência

acumulada; Fri% frequência relativa acumulada.

Tabela 56 - Distribuição de frequência da espessura vertical da serrapilheira do

remanescente Aterro Metropolitano Centro da Mata Atlânticade Salvador. Fevereiro de

2011 a outubro de 2012.

Intervalo de classe

(cm) xi ƒi ƒri% Fi Fri%

[0,0 - 2,6[ 1,30 7 17,50 7 17,5

[2,6 - 5,2[ 3,90 21 52,50 28 70,0

[5,2 - 7,8[ 6,50 9 22,50 37 92,5

[7,8 - 10,4[ 9,10 3 7,50 40 100,0

[10,4 - 13,0] 11,70 - - - -

Total - 40 100 - -

xi ponto médio; ƒi frequência absoluta, ƒri% frequência relativa; Fi frequência

acumulada; Fri% frequência relativa acumulada.

Tabela 57 - Densidades absoluta (DA) relativa (DR) frequências absoluta (FA) e relativa (FR)

dos táxons (famílias, gêneros e espécies) de plantas ocorrentes no subosque do remanescente

Aterro Metropolitano Centro da Mata Atlânticade Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de

2012.

Espécie DA DR FA FR

Tapirira guianensis 3,40 12,88 60,00 5,56

Xylopia sericea 1,00 3,79 80,00 7,41

Himatanthus bracteatus 3,40 12,88 100,00 9,26

Schefflera morototoni 0,20 0,76 20,00 1,85

Page 259: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

278

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Espécie DA DR FA FR

Attalea burretiana 0,20 0,76 20,00 1,85

Bactris sp 0,20 0,76 20,00 1,85

Cordia sp 0,40 1,52 40,00 3,70

Protium heptaphyllum 0,40 1,52 40,00 3,70

Kielmeyera neglecta 0,20 0,76 20,00 1,85

Rhynchospora cephalotes 1,80 6,82 40,00 3,70

Rhynchospora sp 1,60 6,06 40,00 3,70

Scleria bracteata 0,40 1,52 20,00 1,85

Dilleniaceae 0,20 0,76 20,00 1,85

Erythroxylum spp 0,20 0,76 20,00 1,85

Abarema cochliocarpos 0,40 1,52 40,00 3,70

Dalbergia nigra 0,20 0,76 20,00 1,85

Heliconia sp 0,20 0,76 20,00 1,85

Eschweilera ovata 0,20 0,76 20,00 1,85

Clidemia spp 1,00 3,79 60,00 5,56

Henriettea sp 1,00 3,79 20,00 1,85

Myrtaceae 0,40 1,52 20,00 1,85

Oeceoclades maculata 0,20 0,76 20,00 1,85

Piper sp 0,20 0,76 20,00 1,85

Poaceae 01 3,00 11,36 40,00 3,70

Myrsine umbellata 0,40 1,52 20,00 1,85

Psychotria spp 0,20 0,76 20,00 1,85

Sapindaceae 02 0,60 2,27 40,00 3,70

Indeterminada 1 0,20 0,76 20,00 1,85

Indeterminada 2 0,40 1,52 40,00 3,70

Indeterminada 3 1,60 6,06 60,00 5,56

Plântula 2,60 9,85 60,00 5,56

26,40 100,00 1080,00 100,00

Page 260: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

279

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

3.3.5 Remanescente Bacia do Cobre

Foram registrados para o fragmento Bacia do Cobre valores médios de biomassa seca e

espessura vertical da serrapilheira de 0,940 ± 0,323 Kg.m-2 e 4,857 ± 1,248 cm

respectivamente. Quanto à distribuição de frequência nos cinco intervalos de classe adotados

no presente trabalho para os valores médios de biomassa, obtiveram-se índices de frequência

absoluta, relativa e acumulada nas cinco classes, com maior valor na segunda, registrando

56,18 % para a frequência relativa (Tabela 58). Com relação ao atributo espessura, com dados

também nas cinco classes, foi registrada a frequência relativa de 59,62%, também na segunda

classe (Tabela 59).

No estudo de abundância das populações de plantas do estrato subosque do fragmento Bacia

do Cobre, registraram-se cento e uma espécies/táxons, distribuídas em quarenta e cinco

famílias botânicas e sessenta e nove gêneros. Para a densidade absoluta média foi obtida

variação de 0,006 a 2,667 ind.m-2 com as espécies/táxons Protium heptaphyllum, Piper sp,

Poaceae 01, Himatanthus bracteatus (Tabela 60), apresentando os maiores índices. Todas as

demais espécies/táxons desse fragmento apresentaram densidade absoluta inferior a 1,0 ind.m-

2.

Tabela 58 – Distribuição de freqüência da biomassa espacial (standing crop) da serrapilheira do fragmento Bacia do Cobre da mata atlântica de Salvador. Abril – Maio, 2012.

Intervalo de classe (Kg.m-2) xi ƒi ƒri% Fi Fri%

[0,105 - 0,536[ 0,373 18,0 7,17 18,0 7,17

[0,536 - 0,967[ 0,752 141,0 56,18 159,0 63,35

[0,967 - 1,399[ 0,967 68,0 27,09 227,0 90,44

[1,399 - 1,830[ 2,314 21,0 8,37 248,0 98,80

[1,830 - 2,261] 2,961 3,0 1,20 251,0 100,00

251,0 100

Page 261: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

280

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Tabela 59 - Distribuição de freqüência da espessura vertical da serrapilheira do fragmento Bacia do Cobre da mata atlântica de Salvador. Abril – Maio, 2012.

Intervalo de classe xi ƒi ƒri% Fi Fri%

[1,6 - 3,6[ 2,600 29,00 11,15 29,00 11,15

[3,6 - 5,2[ 4,400 155,00 59,62 184,00 70,77

[5,2 - 6,8[ 6,000 60,00 23,08 244,00 93,85

[6,8 - 8,4[ 7,600 14,00 5,38 258,00 99,23

[8,4 - 10,0] 9,200 2,00 0,77 260,00 100,00

260 100

Tabela 60 – Densidades absoluta (DA), relativa (DR), freqüências absoluta (FA) e relativa (FR) das espécies/táxons de plantas ocorrentes no subosque do fragmento Bacia do Cobre da mata atlântica de Salvador. Abril – Maio 2012.

Espécie DA DR FA FR

Protium heptaphyllum 2,667 14,820 64,103 9,407

Piper sp 1,872 10,403 34,615 5,080

Poaceae 01 1,231 6,840 18,590 2,728

Himatanthus bracteatus 1,000 5,558 51,282 7,526

Plantula 0,917 5,094 20,513 3,010

Poaceae 02 0,692 3,848 7,692 1,129

Olyra latifolia 0,679 3,776 17,308 2,540

Thyrsodium spruceanum 0,596 3,313 23,718 3,481

Heliconia psittacorum 0,532 2,957 16,667 2,446

Page 262: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

281

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Rhynchospora cephalotes 0,506 2,814 10,897 1,599

Psychotria spp 0,404 2,244 22,436 3,293

Scleria bracteata 0,365 2,031 12,179 1,787

Sapindaceae 02 0,353 1,959 21,154 3,104

Erythroxylum spp 0,340 1,888 9,615 1,411

Inga spp 0,340 1,888 15,385 2,258

Indeterminada 03 0,340 1,888 17,949 2,634

Myrtaceae 0,314 1,746 21,154 3,104

Chomelia anisomeris 0,282 1,568 5,128 0,753

Cordia nodosa 0,250 1,389 17,308 2,540

Ocotea spp 0,212 1,176 7,692 1,129

Symphonia globulifera 0,199 1,104 12,179 1,787

Coccoloba sp 0,186 1,033 11,538 1,693

Tapirira guianensis 0,186 1,033 7,692 1,129

Inga laurina 0,167 0,926 7,051 1,035

Inga thibaudiana 0,167 0,926 8,974 1,317

Philodendron bipinnatifidum 0,154 0,855 11,538 1,693

Ischonosiphon sp 0,141 0,784 2,564 0,376

Indeterminada 02 0,135 0,748 7,051 1,035

Kielmeyera neglecta 0,135 0,748 10,897 1,599

Tetracera sp 0,128 0,713 8,333 1,223

Clidemia spp 0,122 0,677 8,333 1,223

Henriettea succosa 0,115 0,641 8,333 1,223

Dilleniaceae 0,103 0,570 7,051 1,035

Page 263: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

282

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Artocarpus heterophyllus 0,096 0,534 3,846 0,564

Eschweilera ovata 0,096 0,534 8,333 1,223

Vismia guianensis 0,096 0,534 3,205 0,470

Xylopia sericea 0,096 0,534 5,769 0,847

Inga ciliata 0,090 0,499 7,692 1,129

Brosimum sp 0,083 0,463 5,128 0,753

Cupania spp 0,083 0,463 6,410 0,941

Lacistema robustum 0,083 0,463 6,410 0,941

Monilophyta 0,083 0,463 5,128 0,753

Smilax sp 0,077 0,428 5,769 0,847

Sorocea guilleminiana 0,071 0,392 5,128 0,753

Fabaceae trep 0,064 0,356 3,205 0,470

Myrcia splendens 0,064 0,356 6,410 0,941

Simarouba amara 0,064 0,356 5,128 0,753

Bignoniaceae 02 0,058 0,321 4,487 0,659

Piper divaricatum 0,058 0,321 5,769 0,847

Syagrus coronata 0,058 0,321 1,923 0,282

Davilla sp 0,051 0,285 3,205 0,470

Myrcia silvatica 0,051 0,285 2,564 0,376

Dichorisandra hexandra 0,038 0,214 2,564 0,376

Miconia minutiflora 0,038 0,214 2,564 0,376

Siparuna guianensis 0,038 0,214 3,846 0,564

Casearia commersoniana 0,032 0,178 2,564 0,376

Cordia sp 0,032 0,178 2,564 0,376

Page 264: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

283

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Strychnos sp 0,032 0,178 1,282 0,188

Allagoptera caudescens 0,026 0,143 1,923 0,282

Apocynaceae 0,026 0,143 2,564 0,376

Attalea burretiana 0,026 0,143 1,923 0,282

Guarea guidonia 0,026 0,143 1,923 0,282

Swartzia macrostachya 0,026 0,143 1,282 0,188

Allophylus laevigatus 0,019 0,107 1,923 0,282

Arecaceae 0,019 0,107 1,282 0,188

Commelina sp 0,019 0,107 1,923 0,282

Miconia prasina 0,019 0,107 1,923 0,282

Myrsine umbellata 0,019 0,107 1,282 0,188

Orchidaceae 0,019 0,107 0,641 0,094

Schefflera morototoni 0,019 0,107 1,282 0,188

Abarema cochliacarpos 0,013 0,071 1,282 0,188

Byrsonima sericea 0,013 0,071 0,641 0,094

Cabralea sp 0,013 0,071 1,282 0,188

Eugenia sp 0,013 0,071 0,641 0,094

Fabaceae 01 0,013 0,071 0,641 0,094

Miconia albicans 0,013 0,071 1,282 0,188

Psidium sp 0,013 0,071 1,282 0,188

Rubiacea 0,013 0,071 1,282 0,188

Seiba sp 0,013 0,071 0,641 0,094

Tabernaemontana sp 0,013 0,071 1,282 0,188

Triumfetta sp 0,013 0,071 0,641 0,094

Page 265: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

284

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Aeschynomene sp 0,006 0,036 0,641 0,094

Andira sp 0,006 0,036 0,641 0,094

Bauhinia sp 0,006 0,036 0,641 0,094

Bromeliaceae 0,006 0,036 0,641 0,094

Coccoloba mollis 0,006 0,036 0,641 0,094

Cucurbitaceae 0,006 0,036 0,641 0,094

Euphorbiaceae 0,006 0,036 0,641 0,094

Guadua angustifolia 0,006 0,036 0,641 0,094

Hohenbergia stellata 0,006 0,036 0,641 0,094

Jacaranda obovata 0,006 0,036 0,641 0,094

Malvaceae 0,006 0,036 0,641 0,094

Moraceae 0,006 0,036 0,641 0,094

Passiflora sp 0,006 0,036 0,641 0,094

Pavonia sp 0,006 0,036 0,641 0,094

Sapotaceae 01 0,006 0,036 0,641 0,094

Schinus terebinthifolius 0,006 0,036 0,641 0,094

Simaba cedron 0,006 0,036 0,641 0,094

Stachytarpheta sp 0,006 0,036 0,641 0,094

Stromanthe porteana 0,006 0,036 0,641 0,094

Unonopsis sp 0,006 0,036 0,641 0,094

TOTAL 17,994 100,000 681,410 100,000

Page 266: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

285

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

3.3.6 Remanescente Barragem Ipitanga I

No remanescente Barragem Ipitanga I foi registrada biomassa média da serrapilheira de 1,079

± 0,391 Kg.m-2 e espessura vertical média 3,825 ± 1,107 cm. A distribuição de frequência da

biomassa foi observada nas três primeiras classes com os valores concentrados na segunda e

na primeira classe com 50,00 e 45,00%, respectivamente (tabela 61). Para a espessura

vertical, também representada nas três primeiras classes, a maior frequência foi observada na

segunda classe com 82,50% (tabela 62). Na avaliação qualitativa do subosque foram

identificadas dezenove famílias botânicas, dezessete gêneros e vinte e duas espécies/táxons

(tabela 63). A densidade absoluta apresentou variação 0,25 a 5,50 ind.m-2 com as espécies

Tapirira guianensis, Protium heptaphyllum, Himatanthus bracteatus e Scleria bracteata

apresentando os maiores índices. H. bracteatus, assim como no remanescente anterior obteve

100% de frequência.

Tabela 61 - Distribuição de frequência da biomassa espacial (standing crop) da

serrapilheira do remanescente Ipitanga I da Mata Atlânticade Salvador. Fevereiro de

2011 a outubro de 2012.

Intervalo de classe

(Kg.m-2) xi ƒi ƒri% Fi Fri%

[0,237 - 0,955[ 0,596 9 45,00 9 45,0

[0,955 - 1,673[ 1,314 10 50,00 19 95,0

[1,673 - 2,390[ 2,031 1 5,00 20 100,0

[2,390 - 3,108[ 2,749 - - - -

[3,108 - 3,826] 3,467 - - - -

Total - 20 100 - -

xi ponto médio; ƒi frequência absoluta, ƒri% frequência relativa; Fi frequência

acumulada; Fri% frequência relativa acumulada.

Page 267: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

286

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Tabela 62 - Distribuição de frequência da espessura vertical da serrapilheira do

remanescente Ipitanga I da Mata Atlânticade Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de

2012.

Intervalo de classe

(cm) xi ƒi ƒri% Fi Fri%

[0,0 - 2,6[ 1,30 3 7,50 3 7,5

[2,6 - 5,2[ 3,90 33 82,50 36 90,0

[5,2 - 7,8[ 6,50 4 10,00 40 100,0

[7,8 - 10,4[ 9,10 - - - -

[10,4 - 13,0] 11,70 - - - -

Total - 40 100 - -

xi ponto médio; ƒi frequência absoluta, ƒri% frequência relativa; Fi frequência

acumulada; Fri% frequência relativa acumulada.

Tabela 63 - Densidades absoluta (DA) relativa (DR) frequências absoluta (FA) e relativa (FR)

dos táxons (famílias, gêneros e espécies) de plantas ocorrentes no subosque do remanescente

Ipitanga I da Mata Atlânticade Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012.

Espécie DA DR FA FR

Tapirira guianensis 5,50 14,38 75,00 7,69

Xylopia sericea 1,00 2,61 50,00 5,13

Himatanthus bracteatus 4,25 11,11 100,00 10,26

Cordia sp 1,00 2,61 25,00 2,56

Protium heptaphyllum 4,50 11,76 50,00 5,13

Kielmeyera neglecta 0,25 0,65 25,00 2,56

Rhynchospora cephalotes 1,00 2,61 25,00 2,56

Scleria bracteata 4,25 11,11 50,00 5,13

Dilleniaceae 0,50 1,31 50,00 5,13

Erythroxylum spp 0,25 0,65 25,00 2,56

Inga spp 1,75 4,58 25,00 2,56

Fabaceae 01 0,25 0,65 25,00 2,56

Page 268: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

287

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Espécie DA DR FA FR

Andira sp 0,25 0,65 25,00 2,56

Heliconia sp 0,50 1,31 25,00 2,56

Myrtaceae 0,50 1,31 50,00 5,13

Artocarpus heterophyllus 0,25 0,65 25,00 2,56

Piper sp 2,50 6,54 25,00 2,56

Poaceae 01 3,00 7,84 50,00 5,13

Myrsine umbellata 0,50 1,31 50,00 5,13

Psychotria spp 2,75 7,19 75,00 7,69

Sapindaceae 02 1,25 3,27 50,00 5,13

Plântula 2,25 5,88 75,00 7,69

38,25 100,00 975,00 100,00

3.3.7 Remanescente Ipitanga II

Nesse remanescente foi obtida biomassa espacial média da serrapilheira de 1,356 ± 0,358

Kg.m-2 e média de 3,867 ± 1,106 cm para a espessura vertical. Para as duas variáveis foi

observada distribuição de frequência apenas nas três primeiras classes com 53,33%

representados na classe II para a biomassa e 80,00% na mesma classe para a espessura

vertical (tabelas 64 e 65). No subosque observaram-se dezessete famílias botânicas, quinze

gêneros e vinte espécies/táxons. A abundância das espécies/táxons variou de 0,33 a 9,67

ind.m-2 com destaque para Tapirira guianensis, Scleria bracteata e Plântula. A espécie

Tapirira guianensis, Plântula e os táxons das famílias Myrtaceae e Dilleniaceae obtiveram

frequência de 100% para o remanescente (tabela 66).

Page 269: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

288

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Tabela 64 - Distribuição de frequência da biomassa espacial (standing crop) da

serrapilheira do remanescente Ipitanga II da Mata Atlânticade Salvador. Fevereiro de

2011 a outubro de 2012.

Intervalo de classe

(Kg.m-2) xi ƒi ƒri% Fi Fri%

[0,237 - 0,955[ 0,596 3 20,00 3 20,0

[0,955 - 1,673[ 1,314 8 53,33 11 73,3

[1,673 - 2,390[ 2,031 4 26,67 15 100,0

[2,390 - 3,108[ 2,749 - - - -

[3,108 - 3,826] 3,467 - - - -

Total - 15 100 - -

xi ponto médio; ƒi frequência absoluta, ƒri% frequência relativa; Fi frequência

acumulada; Fri% frequência relativa acumulada.

Tabela 65 - Distribuição de frequência da espessura vertical da serrapilheira do

remanescente Ipitanga II da Mata Atlânticade Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de

2012.

Intervalo de classe

(cm) xi ƒi ƒri% Fi Fri%

[0,0 - 2,6[ 1,30 3 10,00 3 10,0

[2,6 - 5,2[ 3,90 24 80,00 27 90,0

[5,2 - 7,8[ 6,50 3 10,00 30 100,0

[7,8 - 10,4[ 9,10 - - - -

[10,4 - 13,0] 11,70 - - - -

Total - 30 100 - -

xi ponto médio; ƒi frequência absoluta, ƒri% frequência relativa; Fi frequência

acumulada; Fri% frequência relativa acumulada.

Page 270: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

289

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Tabela 66 - Densidades absoluta (DA) relativa (DR) frequências absoluta (FA) e relativa (FR)

dos táxons (famílias, gêneros e espécies) de plantas ocorrentes no subosque do remanescente

Ipitanga II da Mata Atlânticade Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012.

Espécie DA DR FA FR

Tapirira guianensis 9,67 21,64 100,00 9,37

Himatanthus bracteatus 0,67 1,49 33,33 3,12

Schefflera morototoni 0,67 1,49 33,33 3,12

Protium heptaphyllum 0,67 1,49 33,33 3,12

Rhynchospora cephalotes 3,00 6,72 33,33 3,12

Rhynchospora sp 1,00 2,24 33,33 3,12

Scleria bracteata 7,67 17,16 66,67 6,25

Dilleniaceae 1,67 3,73 100,00 9,37

Stryphnodendron pulcherrimum 0,67 1,49 33,33 3,12

Casearia sp 0,67 1,49 33,33 3,12

Heliconia sp 0,67 1,49 66,67 6,25

Eschweilera ovata 1,00 2,24 33,33 3,12

Byrsonima sericea 0,33 0,75 33,33 3,12

Clidemia spp 3,33 7,46 33,33 3,12

Myrtaceae 2,33 5,22 100,00 9,37

Poaceae 01 3,00 6,72 66,67 6,25

Coccoloba sp 0,67 1,49 33,33 3,12

Myrsine umbellata 0,67 1,49 33,33 3,12

Psychotria spp 0,33 0,75 33,33 3,12

Indeterminada 3 1,33 2,99 33,33 3,12

Plântula 4,67 10,45 100,00 9,37

Total 44,67 100,00 1066,67 100,00

Page 271: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

290

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

3.3.8 Remanescente Base Naval de Aratu

No fragmento Base Naval os valores médios de biomassa e espessura vertical da serrapilheira

foram 0,737 ± 0,239 Kg.m-2 e 4,979 ± 1,470 cm respectivamente. A distribuição de

frequência para a biomassa foi observada nas quatro primeiras classes com 63,33% na classe

II e, para a espessura, nas cinco classes, com 60,00% também na classe II. Na análise

qualitativa do subosque foram amostradas setenta e seis espécies/táxons distrbuídas em trinta

e sete famílias e cinquenta e dois gêneros. A densidade absoluta foi de 22,347 ind.m-2 com o

maior registro para Monstera adansonii com 8,069 ind.m-2, ou seja, 36,11% da densidade

total.

Tabela 67 – Distribuição de frequência da biomassa espacial (standing crop) da serrapilheira do fragmento Base Naval da mata atlântica de Salvador. Junho, 2012.

Intervalo de classe (Kg.m-2) xi ƒi ƒri% Fi Fri%

[0,105 - 0,536[ 0,373 25,0 20,83 25,0 20,83

[0,536 - 0,967[ 0,752 76,0 63,33 101,0 84,17

[0,967 - 1,399[ 0,967 17,0 14,17 118,0 98,33

[1,399 - 1,830[ 2,314 2,0 1,67 120,0 100,00

[1,830 - 2,261] 2,961 - - - -

120,0 100,0

Page 272: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

291

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Tabela 68 - Distribuição de frequência da espessura vertical da serrapilheira do fragmento Base Naval da mata atlântica de Salvador. Junho, 2012

Intervalo de classe xi ƒi ƒri% Fi Fri%

[1,6 - 3,6[ 2,600 13,00 10,83 13,00 10,83

[3,6 - 5,2[ 4,400 72,00 60,00 85,00 70,83

[5,2 - 6,8[ 6,000 19,00 15,83 104,00 86,67

[6,8 - 8,4[ 7,600 9,00 7,50 113,00 94,17

[8,4 - 10,0] 9,200 7,00 5,83 120,00 100,00

120 100

Tabela 69 – Densidades absoluta (DA), relativa (DR), frequências absoluta (FA) e relativa (FR) das espécies/táxons de plantas ocorrentes no subosque do fragmento Base Naval da mata atlântica de Salvador. Junho, 2012.

Espécie DA DR FA FR

Monstera adansonii 8,069 36,109 81,944 12,241

Olyra latifolia 2,347 10,503 43,056 6,432

Adianthum sp 01 1,097 4,910 27,778 4,149

Tapirira guianensis 0,944 4,226 11,111 1,660

Protium heptaphyllum 0,889 3,978 38,889 5,809

Plântula 0,875 3,915 18,056 2,697

Sapindaceae 02 0,667 2,983 27,778 4,149

Cupania spp 0,597 2,672 31,944 4,772

Rubiaceae 0,389 1,740 11,111 1,660

Myrsine umbellata 0,375 1,678 16,667 2,490

Page 273: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

292

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Poaceae 02 0,347 1,554 16,667 2,490

Ocotea spp 0,292 1,305 20,833 3,112

Heliconia psittacorum 0,222 0,994 9,722 1,452

Psychotria spp 0,222 0,994 16,667 2,490

Fabaceae 01 0,208 0,932 8,333 1,245

Xylopia sericea 0,208 0,932 11,111 1,660

Coccoloba sp 0,194 0,870 9,722 1,452

Inga ciliata 0,194 0,870 6,944 1,037

Indeterminada 02 0,167 0,746 12,500 1,867

Piper divaricatum 0,167 0,746 9,722 1,452

Rhynchospora cephalotes 0,167 0,746 4,167 0,622

Cordia sp 0,139 0,622 8,333 1,245

Himatanthus bracteatus 0,139 0,622 6,944 1,037

Malvaceae 0,139 0,622 4,167 0,622

Monilophyta 0,139 0,622 4,167 0,622

Thyrsodium spruceanum 0,139 0,622 9,722 1,452

Smilax sp 0,125 0,559 8,333 1,245

Allophylus laevigatus 0,111 0,497 6,944 1,037

Anthurium affine 0,111 0,497 11,111 1,660

Ertela sp 0,111 0,497 4,167 0,622

Scleria bracteata 0,111 0,497 4,167 0,622

Siparuna guianensis 0,111 0,497 5,556 0,830

Spondias mombin 0,111 0,497 2,778 0,415

Cordia nodosa 0,097 0,435 4,167 0,622

Page 274: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

293

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Elaeis guineensis 0,097 0,435 5,556 0,830

Guarea guidonia 0,097 0,435 8,333 1,245

Bauhinia sp 0,083 0,373 4,167 0,622

Bignoniaceae 01 0,083 0,373 2,778 0,415

Bignoniaceae 02 0,083 0,373 2,778 0,415

Erythroxylum spp 0,083 0,373 6,944 1,037

Fabaceae 02 0,083 0,373 6,944 1,037

Miconia sp 0,083 0,373 4,167 0,622

Schefflera morototoni 0,083 0,373 6,944 1,037

Stromanthe porteana 0,083 0,373 5,556 0,830

Adianthum sp 02 0,069 0,311 5,556 0,830

Miconia minutiflora 0,069 0,311 4,167 0,622

Myrcia splendens 0,069 0,311 5,556 0,830

Simarouba amara 0,069 0,311 5,556 0,830

Sorocea guilleminiana 0,069 0,311 4,167 0,622

Indeterminada 01 0,069 0,311 6,944 1,037

Coccoloba mollis 0,056 0,249 5,556 0,830

Eschweilera ovata 0,056 0,249 5,556 0,830

Machaerium aculeatum 0,056 0,249 5,556 0,830

Oeceoclades maculata 0,056 0,249 5,556 0,830

Philodendron bipinnatifidum 0,056 0,249 2,778 0,415

Anthurium pentaphyllum 0,056 0,249 5,556 0,830

Andira sp 0,042 0,186 1,389 0,207

Clidemia spp 0,042 0,186 4,167 0,622

Page 275: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

294

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Eugenia sp 0,042 0,186 1,389 0,207

Heliconia sp 0,042 0,186 1,389 0,207

Ipomea sp 0,042 0,186 4,167 0,622

Mytaceae 0,042 0,186 4,167 0,622

Poaceae 01 0,042 0,186 1,389 0,207

Indeterminada 03 0,042 0,186 1,389 0,207

Tetracera sp 0,028 0,124 2,778 0,415

Annonaceae 0,014 0,062 1,389 0,207

Casearia commersoniana 0,014 0,062 1,389 0,207

Davilla sp 0,014 0,062 1,389 0,207

Genipa americana 0,014 0,062 1,389 0,207

Henriettea succosa 0,014 0,062 1,389 0,207

Inga laurina 0,014 0,062 1,389 0,207

Inga spp 0,014 0,062 1,389 0,207

Luffa aegyptiaca 0,014 0,062 1,389 0,207

Psidium sp 0,014 0,062 1,389 0,207

Sapotaceae 0,014 0,062 1,389 0,207

Zanthoxylum sp 0,014 0,062 1,389 0,207

Total 22,347 100,000 669,444 100,000

3.3.9 Remanescente Greenville

A biomassa espacial média no remanescente Greenville foi de 1,294 ± 0,511 Kg.m-2

enquanto a espessura vertical média foi de 5,1 ± 2,085 cm. Os valores de biomassa e

espessura da serrapilheira se distribuíram em todos os intervalos de classe, sendo, a maior

Page 276: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

295

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

frequência, observada na classe II para ambas as variáveis com índices de 59,18 e 59,60%,

respectivamente (tabelas 70 e 71). O subosque foi representado por vinte e oito famílias

botânicas, trinta e quatro gêneros, quarenta e duas espécies/táxons. Os valores de densidade

absoluta variaram no intervalo de 0,05 a 10,57 ind.m-2 com maior destaque para Piper sp e

Protium heptaphyllum (tabela 72). As espécies/táxons com maior dispersão nesse

remanescente foram Piper sp, Himatanthus bracteatus e Rhynchospora cephalotes todas

registrando 61,90 % de frequência absoluta.

Tabela 70 - Distribuição de frequência da biomassa espacial (standing crop) da

serrapilheira do remanescente Grennville da Mata Atlânticade Salvador. Fevereiro de

2011 a outubro de 2012.

Intervalo de classe

(Kg.m-2) xi ƒi ƒri% Fi Fri%

[0,237 - 0,955[ 0,596 25 25,51 25 25,5

[0,955 - 1,673[ 1,314 58 59,18 83 84,7

[1,673 - 2,390[ 2,031 12 12,24 95 96,9

[2,390 - 3,108[ 2,749 2 2,04 97 99,0

[3,108 - 3,826] 3,467 1 1,02 98 100,0

Total - 98 100 - -

xi ponto médio; ƒi frequência absoluta, ƒri% frequência relativa; Fi frequência

acumulada; Fri% frequência relativa acumulada.

Tabela 71 - Distribuição de frequência da espessura vertical da serrapilheira do

remanescente Greenville da Mata Atlânticade Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de

2012.

Intervalo de classe

(cm) xi ƒi ƒri% Fi Fri%

[0,0 - 2,6[ 1,30 19 7,60 19 7,6

Page 277: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

296

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

[2,6 - 5,2[ 3,90 149 59,60 168 67,2

[5,2 - 7,8[ 6,50 51 20,40 219 87,6

[7,8 - 10,4[ 9,10 25 10,00 244 97,6

[10,4 - 13,0] 11,70 6 2,40 250 100,0

Total - 250 100 - -

xi ponto médio; ƒi frequência absoluta, ƒri% frequência relativa; Fi frequência

acumulada; Fri% frequência relativa acumulada.

Tabela 72 - Densidades absoluta (DA) relativa (DR) frequências absoluta (FA) e relativa (FR)

dos táxons (famílias, gêneros e espécies) de plantas ocorrentes no subosque do remanescente

Greenville da Mata Atlânticade Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012.

Espécie DA DR FA FR

Tapirira guianensis 0,81 1,88 33,33 3,66

Xylopia sericea 0,81 1,88 33,33 3,66

Himatanthus bracteatus 3,62 8,40 61,90 6,81

Philodendron acutatum 0,62 1,44 33,33 3,66

Philodendron sp 0,05 0,11 4,76 0,52

Bactris sp 0,76 1,77 23,81 2,62

Elaeis gineensis 0,14 0,33 14,29 1,57

Syagrus coronata 0,10 0,22 4,76 0,52

Cordia sp 0,29 0,66 23,81 2,62

Protium heptaphyllum 7,57 17,57 57,14 6,28

Goupia sp 0,10 0,22 9,52 1,05

Rhynchospora cephalotes 2,81 6,52 61,90 6,81

Scleria bracteata 0,52 1,22 14,29 1,57

Dilleniaceae 1,62 3,76 33,33 3,66

Curatella americana 0,14 0,33 9,52 1,05

Erythroxylum spp 0,67 1,55 28,57 3,14

Inga cililata 2,05 4,75 33,33 3,66

Page 278: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

297

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Espécie DA DR FA FR

Inga spp 0,10 0,22 9,52 1,05

Heliconia sp 0,81 1,88 28,57 3,14

Ocotea sp 0,10 0,22 9,52 1,05

Eschweilera ovata 0,62 1,44 33,33 3,66

Stromanthe porteana 0,71 1,66 33,33 3,66

Clidemia spp 0,67 1,55 19,05 2,09

Miconia sp 0,05 0,11 4,76 0,52

Menispermaceae 0,43 0,99 4,76 0,52

Myrtaceae 0,33 0,77 14,29 1,57

Oeceoclades maculata 0,29 0,66 9,52 1,05

Piper divaricatum 0,24 0,55 14,29 1,57

Piper sp 10,57 24,53 61,90 6,81

Brachiaria sp 0,10 0,22 4,76 0,52

Guadua angustifolia 0,14 0,33 9,52 1,05

Olyra latifolia 1,38 3,20 42,86 4,71

Coccoloba sp 0,10 0,22 4,76 0,52

Myrsine umbellata 0,05 0,11 4,76 0,52

Rubiaceae 0,33 0,77 14,29 1,57

Psychotria spp 0,48 1,10 14,29 1,57

Allophyllus laevigatus 1,43 3,31 33,33 3,66

Sapindaceae 02 0,52 1,22 14,29 1,57

Cupania sp 0,19 0,44 4,76 0,52

Simarouba amara 0,19 0,44 14,29 1,57

Siparuna guianensis 0,38 0,88 14,29 1,57

Indeterminada 03 0,24 0,55 9,52 1,05

Total 43,10 100,00 909,52 100,00

Page 279: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

298

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

3.3.10 Remanescente Loteamento Biribeira

Os valores médios de biomassa seca e espessura vertical da serrapilheira foram,

respectivamente, de 1,070 ± 0,368 Kg.m-2 e 4,625 ± 1,996 cm para esse remanescente. Os

valores de biomassa foram registrados apenas nas duas primeiras classes, com 65% na classe

II (tabela 73), enquanto para a espessura a distribuição de frequência ocorreu nas quatro

primeiras classes, havendo concentração também na classe II com 55,00% (tabela 74). Na

composição do subosque verificaram-se vinte famílias botânicas, vinte gêneros e vinte e seis

espécies/táxons. Destas, Plântula e Rhynchospora cephalotes obtiveram os maiores índices de

densidade absoluta que, por sua vez, variou de 0,25 a 11,25 ind.m-2 (tabela 75). Com relação

à frequência, Plântula, Rhynchospora cephalotes, Eschweilera ovata e Protium heptaphyllum

registraram 100%.

Tabela 73 - Distribuição de frequência da biomassa espacial (standing crop) da

serrapilheira do remanescente Biribeira da Mata Atlânticade Salvador. Fevereiro de

2011 a outubro de 2012.

Intervalo classe

(Kg.m-2) xi ƒi ƒri% Fi Fri%

[0,237 - 0,955[ 0,596 7 35,00 7 35,0

[0,955 - 1,673[ 1,314 13 65,00 20 100,0

[1,673 - 2,390[ 2,031 - - - -

[2,390 - 3,108[ 2,749 - - - -

[3,108 - 3,826] 3,467 - - - -

Total 20 100 - -

xi ponto médio; ƒi frequência absoluta, ƒri% frequência relativa; Fi frequência

acumulada; Fri% frequência relativa acumulada.

Page 280: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

299

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Tabela 74 - Distribuição de frequência da espessura vertical da serrapilheira do

remanescente Biribeira da Mata Atlânticade Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de

2012.

Intervalo de classe

(cm) xi ƒi ƒri% Fi Fri%

[0,0 - 2,6[ 1,30 5 12,50 5 12,5

[2,6 - 5,2[ 3,90 22 55,00 27 67,5

[5,2 - 7,8[ 6,50 9 22,50 36 90,0

[7,8 - 10,4[ 9,10 4 10,00 40 100,0

[10,4 - 13,0] 11,70 - - - -

Total - 40 100 - -

xi ponto médio; ƒi frequência absoluta, ƒri% frequência relativa; Fi frequência

acumulada; Fri% frequência relativa acumulada.

Tabela 75 - Densidades absoluta (DA) relativa (DR) frequências absoluta (FA) e relativa (FR)

dos táxons (famílias, gêneros e espécies) de plantas ocorrentes no subosque do remanescente

Biribeira da Mata Atlânticade Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012.

Espécie DA DR FA FR

Tapirira guianensis 0,75 1,70 50,00 4,17

Xylopia sericea 0,75 1,70 75,00 6,25

Himatanthus bracteatus 0,50 1,14 25,00 2,08

Philodendron acutatum 1,00 2,27 25,00 2,08

Schefflera morototoni 0,25 0,57 25,00 2,08

Attalea burretiana 0,25 0,57 25,00 2,08

Protium heptaphyllum 1,50 3,41 100,00 8,33

Rhynchospora cephalotes 10,25 23,30 100,00 8,33

Scleria bracteata 0,50 1,14 25,00 2,08

Dilleniaceae 0,75 1,70 50,00 4,17

Page 281: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

300

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Espécie DA DR FA FR

Erythroxylum spp 0,25 0,57 25,00 2,08

Abarema cochliocarpos 0,50 1,14 25,00 2,08

Heliconia sp 0,75 1,70 50,00 4,17

Eschweilera ovata 2,25 5,11 100,00 8,33

Clidemia spp 1,50 3,41 50,00 4,17

Henriettea sp 0,25 0,57 25,00 2,08

Myrtaceae 0,75 1,70 25,00 2,08

Piper sp 0,25 0,57 25,00 2,08

Poaceae 01 5,50 12,50 50,00 4,17

Guadua sp 0,25 0,57 25,00 2,08

Psychotria spp 2,25 5,11 75,00 6,25

Simarouba amara 0,25 0,57 25,00 2,08

Siparuna guianensis 0,50 1,14 25,00 2,08

Indeterminada 03 0,75 1,70 50,00 4,17

Monilophyta 0,25 0,57 25,00 2,08

Plântula 11,25 25,57 100,00 8,33

Total 44,00 100,00 1200,00 100,00

3.3.11 Remanescente Loteamento Patamares

3.3.11.1 Fragmento Carnaúba

Nesse fragmento obteve-se biomassa espacial média de 1,422 ± 0,512 Kg.m-2 com espessura

média de 4,8 ± 1,843 cm. As duas variáveis se distribuíram nas quatro primeiras classes com

70,59 % na classe II para a biomassa e 52,50 % na mesma classe para a espessura (tabelas 76

e 77).

Page 282: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

301

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Tabela 76 - Distribuição de frequência da biomassa espacial (standing crop) da

serrapilheira do fragmento Carnaúba da Mata Atlânticade Salvador. Fevereiro de 2011

a outubro de 2012.

Intervalo de classe

(Kg.m-2) xi ƒi ƒri% Fi Fri%

[0,237 - 0,955[ 0,596 2 11,76 2 11,8

[0,955 - 1,673[ 1,314 12 70,59 14 82,4

[1,673 - 2,390[ 2,031 2 11,76 16 94,1

[2,390 - 3,108[ 2,749 1 5,88 17 100,0

[3,108 - 3,826] 3,467 - - - -

Total - 17 100 - -

xi ponto médio; ƒi frequência absoluta, ƒri% frequência relativa; Fi frequência

acumulada; Fri% frequência relativa acumulada.

Tabela 77 - Distribuição de frequência da espessura vertical da serrapilheira do

fragmento Carnaúba da Mata Atlânticade Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de

2012.

Intervalo de classe

(cm) xi ƒi ƒri% Fi Fri%

[0,0 - 2,6[ 1,30 5 12,50 5 12,5

[2,6 - 5,2[ 3,90 21 52,50 26 65,0

[5,2 - 7,8[ 6,50 12 30,00 38 95,0

[7,8 - 10,4[ 9,10 2 5,00 40 100,0

[10,4 - 13,0] 11,70 - - - -

Total - 40 100 - -

xi ponto médio; ƒi frequência absoluta, ƒri% frequência relativa; Fi frequência

acumulada; Fri% frequência relativa acumulada.

Page 283: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

302

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

3.3.9.2 Fragmento Bicuíba

No fragmento Bicuíba a biomassa espacial média registrada foi de 1,607 ± 0,505 Kg.m-2 e

espessura vertical média de 5,0 ± 1,686 cm. A distribuição de frequência da biomassa ocorreu

nas três primeiras classes com o maior registro (50,00 %) na classe II (tabela 78). Para a

espessura, não houve registro nas classes I e V, de modo que os resultados concentraram-se na

segunda classe com 70 % (tabela 79).

Tabela 78 - Distribuição de frequência da biomassa espacial (standing crop) da

serrapilheira do fragmento Bicuiba da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a

outubro de 2012.

Intervalo de classe

(Kg.m-2) xi ƒi ƒri% Fi Fri%

[0,237 - 0,955[ 0,596 1 10,00 1 10,0

[0,955 - 1,673[ 1,314 5 50,00 6 60,0

[1,673 - 2,390[ 2,031 4 40,00 10 100,0

[2,390 - 3,108[ 2,749 - - - -

[3,108 - 3,826] 3,467 - - - -

Total - 10 100 - -

xi ponto médio; ƒi frequência absoluta, ƒri% frequência relativa; Fi frequência

acumulada; Fri% frequência relativa acumulada.

Tabela 79 - Distribuição de frequência da espessura vertical da serrapilheira do

fragmento Bicuíba da Mata Atlânticade Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012.

Intervalo de classe

(cm) xi ƒi ƒri% Fi Fri%

[0,0 - 2,6[ 1,3 - - - -

[2,6 - 5,2[ 3,9 14 70,00 14 70,0

[5,2 - 7,8[ 6,5 4 20,00 18 90,0

Page 284: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

303

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

[7,8 - 10,4[ 9,1 2 10,00 20 100,0

[10,4 - 13,0[ 11,7 - - - -

Total - 20 100 - -

xi ponto médio; ƒi frequência absoluta, ƒri% frequência relativa; Fi frequência

acumulada; Fri% frequência relativa acumulada.

3.3.12 Remanescente Pedreira Aratu

Foram observadas nesse remanescente médias de 1,299 ± 0,513 Kg.m-2 e 4,233 ± 1,612 cm,

respectivamente, para biomassa e espessura vertical da serrapilheira. A distribuição de

frequência da biomassa foi observada nas classes I a IV sendo a classe II detentora do maior

valor com 66,67 % (tabela 80). A espessura da serrapilheira distribuiu-se até a classe III e,

assim como para a biomassa a classe II, foi a mais representativa com 70,00 % da ocorrência

(tabela 81). No subosque foram relatadas vinte e uma famílias botânicas, dezenove gêneros e

vinte e sete espécies/táxons. A densidade absoluta das plantas variou de 1,18 a 4,0 ind.m-2

sendo Olyra latifólia, Piper sp, Tapirira guianensis e Plântula os táxons representativos

(tabela 82). A maior frequência foi relatada para Piper sp com 100%.

Tabela 80 - Distribuição de frequência da biomassa espacial (standing crop) da

serrapilheira do remanescente Pedreira Aratu da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro

de 2011 a outubro de 2012.

Intervalo de classe

(Kg.m-2) xi ƒi ƒri% Fi Fri%

[0,237 - 0,955[ 0,596 3 20,00 3 20,0

[0,955 - 1,673[ 1,314 10 66,67 13 86,7

[1,673 - 2,390[ 2,031 1 6,67 14 93,3

[2,390 - 3,108[ 2,749 1 6,67 15 100,0

[3,108 - 3,826] 3,467 - - - -

Page 285: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

304

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Total - 15 100 - -

xi ponto médio; ƒi frequência absoluta, ƒri% frequência relativa; Fi frequência

acumulada; Fri% frequência relativa acumulada.

Tabela 81 - Distribuição de frequência da espessura vertical da serrapilheira do

remanescente Pedreira Aratu da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a

outubro de 2012.

Intervalo de classe

(cm) xi ƒi ƒri% Fi Fri%

[0,00 - 2,60[ 1,30 3 10,00 3 10,0

[2,60 - 5,20[ 3,90 21 70,00 24 80,0

[5,20 - 7,80[ 6,50 6 20,00 30 100,0

[7,80 - 10,40[ 9,10 - - - -

[10,40 - 13,00] 11,70 - - - -

Total - 30 100 - -

xi ponto médio; ƒi frequência absoluta, ƒri% frequência relativa; Fi frequência

acumulada; Fri% frequência relativa acumulada.

Tabela 82 - Densidades absoluta (DA) relativa (DR) frequências absoluta (FA) e relativa (FR)

dos táxons (famílias, gêneros e espécies) de plantas ocorrentes no subosque do remanescente

Pedreira Aratu da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012.

Espécie DA DR FA FR

Tapirira guianensis 2,33 8,24 66,67 5,71

Xylopia sericea 1,33 4,71 66,67 5,71

Himatanthus bracteatus 1,33 4,71 66,67 5,71

Attalea burretiana 2,00 7,06 66,67 5,71

Bignoniaceae 02 0,33 1,18 33,33 2,86

Cordia sp 0,33 1,18 33,33 2,86

Page 286: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

305

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Espécie DA DR FA FR

Costus spiralis 0,33 1,18 33,33 2,86

Rhynchospora cephalotes 1,67 5,88 33,33 2,86

Dilleniaceae 1,00 3,53 33,33 2,86

Dioscorea discolor 0,67 2,35 33,33 2,86

Erythroxylum spp 1,33 4,71 33,33 2,86

Fabaceae 02 0,33 1,18 33,33 2,86

Heliconia sp 0,33 1,18 33,33 2,86

Clidemia spp 0,33 1,18 33,33 2,86

Piper divaricatum 0,33 1,18 33,33 2,86

Piper sp 3,33 11,76 100,00 8,57

Olyra latifolia 4,00 14,12 66,67 5,71

Oplismenus hirtellus 1,00 3,53 33,33 2,86

Coccoloba sp 0,33 1,18 33,33 2,86

Rubiaceae 0,33 1,18 33,33 2,86

Sapindaceae 02 0,33 1,18 33,33 2,86

Simarouba amara 0,67 2,35 33,33 2,86

Siparuna guianensis 0,67 2,35 66,67 5,71

Indeterminada 2 0,67 2,35 33,33 2,86

Indeterminada 3 0,33 1,18 33,33 2,86

Monilophyta 0,33 1,18 33,33 2,86

Plântula 2,33 8,24 33,33 2,86

Total 27,00 100,00 1166,67 100,00

3.3.13 Remanescente Pedreira Carangi

No remanescente Pedreira Carangi a biomassa média da serrapilheira foi de 0,927 ± 0,228

Kg.m-2 com espessura vertical média de 3,680 ± 1,377 cm. Os valores de biomassa foram

relatados apenas nas classes I e II sendo a primeira a de maior frequência com 53,33 % (tabela

Page 287: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

306

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

83). Para a espessura foi observada a ocorrência também na terceira classe com a maioria dos

registros na classe II com 74,00 % (tabela 84). Da avaliação quantitativa do sobosque, vinte e

uma famílias botânicas foram identificadas com vinte e um gêneros e trinta espécies/táxons.

Na investigação do senso populacional do subosque a densidade absoluta variou de 0,50 até

7,67 ind.m-2, esse último registrado para Plântula, ou seja, o táxon com maior número de

indivíduos por unidade de área para o remanescente (tabela 85).

Tabela 83 - Distribuição de frequência da biomassa espacial (standing crop) da

serrapilheira do remanescente Pedreira Carangi da Mata Atlântica de Salvador.

Fevereiro de 2011 a outubro de 2012.

Intervalo de classe

(Kg.m-2) xi ƒi ƒri% Fi Fri%

[0,237 - 0,955[ 0,596 16 53,33 16 53,3

[0,955 - 1,673[ 1,314 14 46,67 30 100,0

[1,673 - 2,390[ 2,031 - - - -

[2,390 - 3,108[ 2,749 - - - -

[3,108 - 3,826] 3,467 - - - -

Total - 30 100 - -

xi ponto médio; ƒi frequência absoluta, ƒri% frequência relativa; Fi frequência

acumulada; Fri% frequência relativa acumulada.

Tabela 84 - Distribuição de frequência da espessura vertical da serrapilheira do

remanescente Pedreira Carangi da Mata Atlânticade Salvador. Fevereiro de 2011 a

outubro de 2012.

Intervalo de classe

(cm) xi ƒi ƒri% Fi Fri%

[0,0 - 2,6[ 1,30 8 16,00 8 16,0

[2,6 - 5,2[ 3,90 37 74,00 45 90,0

[5,2 - 7,8[ 6,50 5 10,00 50 100,0

[7,8 - 10,4[ 9,10 - - - -

Page 288: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

307

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

[10,4 - 13,0] 11,70 - - - -

Total - 50 100 - -

xi ponto médio; ƒi frequência absoluta, ƒri% frequência relativa; Fi frequência

acumulada; Fri% frequência relativa acumulada.

Tabela 85 - Densidades absoluta (DA) relativa (DR) frequências absoluta (FA) e relativa (FR)

dos táxons (famílias, gêneros e espécies) de plantas ocorrentes no subosque do remanescente

Pedreira Carangi da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012.

Espécie DA DR FA FR

Tapirira guianensis 1,67 5,03 66,67 6,56

Xylopia sericea 0,33 1,01 16,67 1,64

Himatanthus bracteatus 2,83 8,54 83,33 8,20

Philodendron sp 0,33 1,01 33,33 3,28

Attalea burretiana 0,17 0,50 16,67 1,64

Bignoniaceae 02 0,17 0,50 16,67 1,64

Protium heptaphyllum 0,17 0,50 16,67 1,64

Tovomita choisyana 0,17 0,50 16,67 1,64

Rhynchospora cephalotes 1,83 5,53 50,00 4,92

Dilleniaceae 0,83 2,51 50,00 4,92

Doliocarpus sp 0,33 1,01 16,67 1,64

Abarema cochliocarpos 1,00 3,02 33,33 3,28

Inga spp 0,50 1,51 33,33 3,28

Bauhinia sp 0,17 0,50 16,67 1,64

Clidemia spp 1,17 3,52 50,00 4,92

Miconia spp 0,67 2,01 33,33 3,28

Myrtaceae 3,83 11,56 16,67 1,64

Passiflora sp 0,17 0,50 16,67 1,64

Piper divaricatum 0,33 1,01 16,67 1,64

Piper sp 0,67 2,01 33,33 3,28

Oplismenus hirtellus 0,50 1,51 16,67 1,64

Page 289: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

308

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Espécie DA DR FA FR

Rubiaceae 1,83 5,53 50,00 4,92

Psychotria spp 3,17 9,55 83,33 8,20

Allophyllus laevigatus 0,17 0,50 16,67 1,64

Simarouba amara 0,50 1,51 33,33 3,28

Solanum sp 0,17 0,50 16,67 1,64

Inderteminada 2 0,83 2,51 33,33 3,28

Indeterminada 3 0,83 2,51 66,67 6,56

Monilophyta 0,17 0,50 16,67 1,64

Plântula 7,67 23,12 50,00 4,92

Total 33,17 100,00 1016,67 100,00

3.3.14 Remanescente Pedreira Valéria

Foram registrados para esse remanescente, em valores médios, 1,005 ± 0,422 Kg.m-2 e 3,350

± 1,648 cm, respectivamente, para biomassa e espessura vertical da serrapilheira. A classe I

foi a mais freqüente com 56,00 % para a biomassa (tabela 86) e para a espessura a classe II

com 58,00 % (tabela 87). Na avaliação populacional do subosque levantaram-se vinte e três

famílias botânicas, vinte e seis gêneros e trinta e quatro espécies/táxons. A densidade absoluta

nesse remanescente variou de 0,90 a 4,40 ind.m-2 com Rhynchospora cephalotes Clidemia spp

e Tapirira guianensis regiatrando os maiores valores (tabela 88).

Page 290: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

309

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Tabela 86 - Distribuição de frequência da biomassa espacial (standing crop) da

serrapilheira do remanescente Pedreira Valéria da Mata Atlântica de Salvador.

Fevereiro de 2011 a outubro de 2012.

Intervalo de classe

(Kg.m-2) xi ƒi ƒri% Fi Fri%

[0,237 - 0,955[ 0,596 28 56,00 28 56,0

[0,955 - 1,673[ 1,314 16 32,00 44 88,0

[1,673 - 2,390[ 2,031 6 12,00 50 100,0

[2,390 - 3,108[ 2,749 - - - -

[3,108 - 3,826] 3,467 - - - -

Total - 50 100 - -

xi ponto médio; ƒi frequência absoluta, ƒri% frequência relativa; Fi frequência

acumulada; Fri% frequência relativa acumulada.

Tabela 87 - Distribuição de frequência da espessura vertical da serrapilheira do

remanescente PedreiraValéria da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a

outubro de 2012.

Intervalo de

classe xi ƒi ƒri% Fi Fri%

[0,00 - 2,60[ 1,30 32 32,00 32 32,0

[2,60 - 5,20[ 3,90 58 58,00 90 90,0

[5,20 - 7,80[ 6,50 9 9,00 99 99,0

[7,80 - 10,40[ 9,10 1 1,00 100 100,0

[10,40 - 13,00] 11,70 - - - -

Total - 100 100 - -

xi ponto médio; ƒi frequência absoluta, ƒri% frequência relativa; Fi frequência

acumulada; Fri% frequência relativa acumulada.

Page 291: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

310

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Tabela 88 - Densidades absoluta (DA) relativa (DR) frequências absoluta (FA) e relativa (FR)

dos táxons (famílias, gêneros e espécies) de plantas ocorrentes no subosque do remanescente

PedreiraValéria da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012.

Espécie DA DR FA FR

Tapirira guianensis 4,00 9,71 80,00 8,00

Xylopia sericea 0,60 1,46 60,00 6,00

Himatanthus bracteatus 1,40 3,40 50,00 5,00

Philodendron acutatum 1,40 3,40 10,00 1,00

Attalea burretiana 0,90 2,18 60,00 6,00

Elaeis gineensis 0,10 0,24 10,00 1,00

Cordia sp 0,40 0,97 10,00 1,00

Protium heptaphyllum 0,50 1,21 20,00 2,00

Tovomita choisyana 0,20 0,49 10,00 1,00

Rhynchospora cephalotes 4,40 10,68 60,00 6,00

Dilleniaceae 0,80 1,94 50,00 5,00

Erythroxylum spp 0,20 0,49 10,00 1,00

Inga cililata 0,30 0,73 10,00 1,00

Inga spp 4,60 11,17 20,00 2,00

Heliconia sp 1,60 3,88 30,00 3,00

Eschweilera ovata 0,10 0,24 10,00 1,00

Clidemia spp 4,40 10,68 40,00 4,00

Henriettea sp 0,10 0,24 10,00 1,00

Miconia spp 0,10 0,24 10,00 1,00

Vanilla sp 0,10 0,24 10,00 1,00

Piper divaricatum 0,20 0,49 10,00 1,00

Piper sp 1,40 3,40 50,00 5,00

Olyra latifolia 0,90 2,18 10,00 1,00

Oplismenus hirtellus 1,80 4,37 30,00 3,00

Myrsine umbellata 0,10 0,24 10,00 1,00

Rubiaceae 0,40 0,97 30,00 3,00

Page 292: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

311

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Espécie DA DR FA FR

Psychotria spp 0,90 2,18 60,00 6,00

Sapindaceae 02 0,40 0,97 30,00 3,00

Simarouba amara 0,30 0,73 20,00 2,00

Siparuna guianensis 0,10 0,24 10,00 1,00

Indeterminada 1 0,50 1,21 20,00 2,00

Indeterminada 2 0,10 0,24 10,00 1,00

Indeterminada 3 1,20 2,91 60,00 6,00

Plântula 6,70 16,26 80,00 8,00

Total 41,20 100,00 1000,00 100,00

3.3.15 Remanescente Posto TIC

Para o remanescente Posto TIC, a biomassa espacial apresentou média de 1,472 ± 0,612

Kg.m-2 e a espessura vertical 6,950 ± 2,253 cm. O intervalo de classe III concentrou 42,11 %

(tabela 89) da distribuição de frequência da biomassa espacial, enquanto que para a espessura

a distribuição se mostrou uniforme nas classes II, III, IV com 30,00, 32,50 e 30,00 %,

respectivamente, e menor registro na última classe (tabela 90).

Tabela 89 - Distribuição de frequência da biomassa espacial (standing crop) da

serrapilheira do remanescente Posto TIC da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de

2011 a outubro de 2012.

Intervalo de classe

(Kg.m-2) xi ƒi ƒri% Fi Fri%

[0,237 - 0,955[ 0,596 7 36,84 7 36,8

[0,955 - 1,673[ 1,314 4 21,05 11 57,9

[1,673 - 2,390[ 2,031 8 42,11 19 100,0

Page 293: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

312

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

[2,390 - 3,108[ 2,749 - - - -

[3,108 - 3,826] 3,467 - - - -

Total - 19 100 - -

xi ponto médio; ƒi frequência absoluta, ƒri% frequência relativa; Fi frequência

acumulada; Fri% frequência relativa acumulada.

Tabela 90 - Distribuição de frequência da espessura vertical da serrapilheira do

remanescente Posto TIC da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de

2012.

Intervalo de classe

(cm) xi ƒi ƒri% Fi Fri%

[0,00 - 2,60[ 1,30 - - - -

[2,60 - 5,20[ 3,90 12 30,00 12 30,0

[5,20 - 7,80[ 6,50 13 32,50 25 62,5

[7,80 - 10,40[ 9,10 12 30,00 37 92,5

[10,40 - 13,00] 11,70 3 7,50 40 100,0

Total - 40 100 - -

xi ponto médio; ƒi frequência absoluta, ƒri% frequência relativa; Fi frequência

acumulada; Fri% frequência relativa acumulada.

3.3.16 Remanescente Trobogy

Nesse remanescente os valores médios de biomassa e espessura vertical da serrapilheira foram

1,112 ± 0,501 Kg.m-2 e 3,738 ± 1,994 cm, respectivamente. Verificou-se a distribuição de

frequência em todas as classes para as duas variáveis com a biomassa mais representada na

classe I (45,19 %) e II (43,70 %) e a espessura na classe II com 56,15 % (tabelas 91 e 92). No

subosque foram identificadas trinta famílias botânicas, trinta e cinco gêneros e quarenta e sete

espécies/táxons. A densidade absoluta variou de 0,04 a 10,44 ind.m-2 com Protium

Page 294: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

313

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

heptaphyllum, Himatanthus bracteatus e Rhynchospora cephalotes constituindo as espécies

de maior densidade (tabela 93).

Tabela 91 - Distribuição de frequência da biomassa espacial (standing crop) da

serrapilheira do remanescente Trobogy da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de

2011 a outubro de 2012.

Intervalo de classe

(Kg.m-2) xi ƒi ƒri% Fi Fri%

[0,237 - 0,955[ 0,596 61 45,19 61 45,2

[0,955 - 1,673[ 1,314 59 43,70 120 88,9

[1,673 - 2,390[ 2,031 13 9,63 133 98,5

[2,390 - 3,108[ 2,749 1 0,74 134 99,3

[3,108 - 3,826] 3,467 1 0,74 135 100,0

Total - 135 100 - -

xi ponto médio; ƒi frequência absoluta, ƒri% frequência relativa; Fi frequência

acumulada; Fri% frequência relativa acumulada.

Tabela 92 - Distribuição de frequência da espessura vertical da serrapilheira do

remanescente Trobogy da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de

2012.

Intervalo de classe

(cm) xi ƒi ƒri% Fi Fri%

[0,00 - 2,60[ 1,30 71 27,31 71 27,3

[2,60 - 5,20[ 3,90 146 56,15 217 83,5

[5,20 - 7,80[ 6,50 32 12,31 249 95,8

[7,80 - 10,40[ 9,10 10 3,85 259 99,6

[10,40 - 13,00] 11,70 1 0,38 260 100,0

Total - 260 100 - -

xi ponto médio; ƒi frequência absoluta, ƒri% frequência relativa; Fi frequência

acumulada; Fri% frequência relativa acumulada.

Page 295: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

314

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Tabela 93 - Densidades absoluta (DA) relativa (DR) frequências absoluta (FA) e relativa (FR)

dos táxons (famílias, gêneros e espécies) de plantas ocorrentes no subosque do remanescente

Trobogy da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012.

Espécie DA DR FA FR

Tapirira guianensis 0,59 1,11 22,22 2,29

Xylopia sericea 0,37 0,69 22,22 2,29

Himatanthus bracteatus 7,67 14,34 81,48 8,40

Philodendron acutatum 0,30 0,55 14,81 1,53

Schefflera morototoni 0,33 0,62 7,41 0,76

Attalea burretiana 0,04 0,07 3,70 0,38

Elaeis gineensis 0,04 0,07 3,70 0,38

Syagrus coronata 0,15 0,28 3,70 0,38

Cordia sp 0,19 0,35 18,52 1,91

Protium heptaphyllum 10,44 19,53 70,37 7,25

Rhynchospora cephalotes 7,33 13,71 96,30 9,92

Scleria bracteata 4,15 7,76 62,96 6,49

Dilleniaceae 0,52 0,97 22,22 2,29

Erythroxylum spp 0,78 1,45 18,52 1,91

Pera glabrata 0,04 0,07 3,70 0,38

Inga cililata 0,15 0,28 11,11 1,15

Inga spp 0,44 0,83 25,93 2,67

Stryphnodendron pulcherrimum 0,07 0,14 7,41 0,76

Casearia sp 0,04 0,07 3,70 0,38

Heliconia sp 0,48 0,90 25,93 2,67

Eschweilera ovata 0,30 0,55 14,81 1,53

Malvaceae 0,48 0,90 7,41 0,76

Clidemia spp 2,00 3,74 51,85 5,34

Henriettea sp 0,48 0,90 18,52 1,91

Miconia spp 0,26 0,48 14,81 1,53

Myrtaceae 0,78 1,45 25,93 2,67

Page 296: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

315

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Espécie DA DR FA FR

Artocarpus heterophyllus 0,04 0,07 3,70 0,38

Catasetum sp 0,04 0,07 3,70 0,38

Vanilla sp 0,07 0,14 7,41 0,76

Piper divaricatum 0,04 0,07 3,70 0,38

Piper sp 1,78 3,32 37,04 3,82

Guadua angustifolia 0,11 0,21 11,11 1,15

Olyra latifolia 1,96 3,67 22,22 2,29

Oplismenus hirtellus 2,07 3,88 7,41 0,76

Coccoloba sp 0,11 0,21 7,41 0,76

Myrsine umbellata 1,04 1,94 25,93 2,67

Rubiaceae 0,48 0,90 18,52 1,91

Psychotria spp 0,59 1,11 29,63 3,05

Sapindaceae 01 0,96 1,80 29,63 3,05

Allophyllus laevigatus 0,56 1,04 22,22 2,29

Simarouba amara 0,04 0,07 3,70 0,38

Siparuna guianensis 0,04 0,07 3,70 0,38

Vochysia lucida 0,11 0,21 3,70 0,38

Indeterminada 2 0,11 0,21 11,11 1,15

Indeterminada 3 0,30 0,55 7,41 0,76

Monilophyta 0,15 0,28 3,70 0,38

Plântula 4,48 8,38 48,15 4,96

Total 53,48 100,00 970,37 100,00

3.3.17 Remanescente 19º BC

No remanescente 19º BC a biomassa espacial e espessura vertical apresentaram médias

respectivas 1,602 ± 0,483 Kg.m-2 e 5,140 ± 1,638 cm. A distribuição de frequência ocorreu

Page 297: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

316

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

em todos os intervalos de classe para as duas variáveis com os valores máximos registrados na

classe II de 56,67 % para a biomassa e 57,50 % para a espessura vertical (tabelas 94 e 95).

Tabela 94 - Distribuição de frequência da biomassa espacial (standing crop) da

serrapilheira do remanescente 19º BC da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de

2011 a outubro de 2012.

Intervalo de classe

(Kg.m-2) xi ƒi ƒri% Fi

[0,237 – 0,955[ 0,596 4 6,67 4

[0,955 – 1,673[ 1,314 34 56,67 38

[1,673 – 2,390[ 2,031 19 31,67 57

[2,390 – 3,108[ 2,749 2 3,33 59

[3,108 – 3,826] 3,467 1 1,67 60

Total - 60 100 -

xi ponto médio; ƒi frequência absoluta, ƒri% frequência relativa; Fi frequência

acumulada; Fri% frequência relativa acumulada.

Tabela 95 - Distribuição de frequência da espessura vertical da serrapilheira do

remanescente 19º BC da Mata Atlântica de Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de

2012.

Intervalo de classe

(cm) xi ƒi ƒri% Fi Fri%

[0,0 - 2,6[ 1,3 4 3,33 4 3,3

[2,6 - 5,2[ 3,9 69 57,50 73 60,8

[5,2 - 7,8[ 6,5 38 31,67 111 92,5

[7,8 - 10,4[ 9,1 8 6,67 119 99,2

[10,4 - 13,0] 11,7 1 0,83 120 100,0

Total - 120 100 - -

xi ponto médio; ƒi frequência absoluta, ƒri% frequência relativa; Fi frequência

acumulada; Fri% frequência relativa acumulada.

Page 298: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

317

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

3.3.18 Remanescente Valéria

Os valores médios de biomassa e espessura vertical da serrapilheira desse fragmento foram,

respectivamente, 1,083 ± 0,287 Kg.m-2 e 4,925 ± 0,783 cm. A distribuição de frequência da

biomassa foi observada nas classes II, III e IV. Para a espessura vertical, 70% foi registrada

para a classe II e, o restante, 30% na classe III. A análise do subosque revelou quarenta e uma

espécies/táxons distribuídas em vinte e quatro famílias e vinte e oito gêneros. A densidade

absoluta média foi de 28,833 ind.m-2 variando de 0,083 a 11,250 ind.m-2 sendo, o maior

registro para Protium heptaphyllum.

Tabela 96 – Distribuição de frequência da biomassa espacial (standing crop) da serrapilheira do fragmento Valéria da mata atlântica de Salvador. Junho, 2012.

Intervalo de classe (Kg.m-2) xi ƒi ƒri% Fi Fri%

[0,105 - 0,536[ 0,373 - - - -

[0,536 - 0,967[ 0,752 9,0 45,0 9,0 45,0

[0,967 - 1,399[ 0,967 8,0 40,0 17,0 85,0

[1,399 - 1,830[ 2,314 3,0 15,0 20,0 100,0

[1,830 - 2,261] 2,961 - -

20,0 100,0

Page 299: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

318

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Tabela 97 - Distribuição de frequência da espessura vertical da serrapilheira do fragmento Valéria da mata atlântica de Salvador Junho, 2012.

Intervalo de classe xi ƒi ƒri% Fi Fri%

[1,6 - 3,6[ 2,600 - - - -

[3,6 - 5,2[ 4,400 14,00 70,00 14,00 70,00

[5,2 - 6,8[ 6,000 6,00 30,00 20,00 100,00

[6,8 - 8,4[ 7,600 - - - -

[8,4 - 10,0] 9,200 - - - -

20 100

Tabela 98 – Densidades absoluta (DA), relativa (DR), frequências absoluta (FA) e relativa (FR) das espécies/táxons de plantas ocorrentes no subosque do fragmento Valéria da mata atlântica de Salvador. Junho, 2012.

Espécies DA DR FA FR

Protium heptaphyllum 11,250 39,017 75,000 8,182

Plântula 1,750 6,069 25,000 2,727

Poaceae 01 1,250 4,335 25,000 2,727

Himatanthus bracteatus 1,167 4,046 58,333 6,364

Psychotria spp 1,083 3,757 50,000 5,455

Simarouba amara 1,083 3,757 33,333 3,636

Indeterminado 03 1,083 3,757 25,000 2,727

Myrtaceae 0,833 2,890 41,667 4,545

Xylopia sericea 0,833 2,890 50,000 5,455

Rhynchospora cephalotes 0,667 2,312 33,333 3,636

Page 300: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

319

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Myrsine umbellata 0,583 2,023 25,000 2,727

Fabaceae 01 0,500 1,734 25,000 2,727

Sapindaceae 02 0,500 1,734 33,333 3,636

Clidemia spp 0,417 1,445 16,667 1,818

Coccoloba sp 0,417 1,445 16,667 1,818

Myrcia silvatica 0,417 1,445 25,000 2,727

Schefflera morototoni 0,417 1,445 25,000 2,727

Kielmeyera neglecta 0,333 1,156 25,000 2,727

Smilax sp 0,333 1,156 25,000 2,727

Dilleniaceae 0,250 0,867 25,000 2,727

Erythroxylum spp 0,250 0,867 16,667 1,818

Fabaceae 02 0,250 0,867 16,667 1,818

Heliconia psitacorum 0,250 0,867 16,667 1,818

Indeterminada 02 0,250 0,867 8,333 0,909

Ocotea spp 0,250 0,867 16,667 1,818

Scleria bracteata 0,250 0,867 16,667 1,818

Poaceae 02 0,250 0,867 8,333 0,909

Abarema filamentosa 0,167 0,578 8,333 0,909

Clusia nemorosa 0,167 0,578 8,333 0,909

Cupania sp 0,167 0,578 16,667 1,818

Davilla sp 0,167 0,578 16,667 1,818

Philodendron bipinnatifidum 0,167 0,578 16,667 1,818

Rubiaceae 0,167 0,578 16,667 1,818

Tapirira guianensis 0,167 0,578 16,667 1,818

Page 301: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

320

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Tetracera sp 0,167 0,578 8,333 0,909

Vismia guianensis 0,167 0,578 8,333 0,909

Allophylus laevigatus 0,083 0,289 8,333 0,909

Annonaceae 01 0,083 0,289 8,333 0,909

Myrcia splendens 0,083 0,289 8,333 0,909

Oeceoclades maculata 0,083 0,289 8,333 0,909

Symphonia globulifera 0,083 0,289 8,333 0,909

Total 28,833 100,000 916,667 100,000

3.3.19 Fragmento Ilha de Maré

No fragmento Ilha de Maré os valores médios de biomassa seca e espessura vertical da

serrapilheira foram de 0,609 ± 0,212 Kg.m-2 e 4,445 ± 0,953 cm respectivamente. A produção

de biomassa registrada apenas em três classes, apresentou maior resultado de frequência

relativa na segunda, com 59,00% (tabela 99). A igual forma, taxas de espessura, somente

ocorreu em três classes, com predomínio de frequência relativa na segunda, com 67,00%

(tabela 100).

Do inventário obtido para o fragmento Ilha de Maré, referente ao subosque, ocorreu 68

espécies/táxons, distribuídos em 16 famílias e 49 gêneros. A densidade absoluta média esteve

dentro da variação de < 0,001 a 6,300 ind.m-2. As maiores densidades foram observadas para

Monstera adansonii, Tapirira guianensis, Cupania spp, Sapindaceae 02, Poaceae 01 e

Psychotria spp. Os demais táxons compreenderam valores abaixo de 1,0 ind.m-2 (tabela 101).

M. adansonii foi a espécie de maiores densidade e frequência absoluta com taxas respectivas

de 6,3 ind.m-2 e 65,0 %.

Page 302: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

321

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Tabela 99 – Distribuição de frequência da biomassa espacial (standing crop) da serrapilheira do fragmento Ilha de Maré da mata atlântica de Salvador. Outubro – novembro, 2012.

Intervalo de classe (Kg.m-2) xi ƒi ƒri% Fi Fri%

[0,105 - 0,536[ 0,373 35,0 35,00 35,0 35,0

[0,536 - 0,967[ 0,752 59,0 59,00 94,0 94,0

[0,967 - 1,399[ 0,967 6,0 6,00 100,0 100,0

[1,399 - 1,830[ 2,314 0,0 0,00

[1,830 - 2,261] 2,961 0,0 0,00

100,0 100,00

Tabela 100 - Distribuição de frequência da espessura vertical da serrapilheira do fragmento Ilha de Maré da mata atlântica de Salvador. Outubro – novembro, 2012.

Intervalo de classe xi ƒi ƒri% Fi Fri%

[1,6 - 3,6[ 2,600 17,00 17,00 17,00 17,00

[3,6 - 5,2[ 4,400 67,00 67,00 84,00 84,00

[5,2 - 6,8[ 6,000 16,00 16,00 100,00 100,00

[6,8 - 8,4[ 7,600 - - - -

[8,4 - 10,0] 9,200 - - - -

100 100

Page 303: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

322

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Tabela 101 – Densidades absoluta (DA), relativa (DR), frequências absoluta (FA) e relativa (FR) das espécies/táxons de plantas ocorrentes no subosque do fragmento Ilha de Maré da mata atlântica de Salvador. Outubro – novembro, 2012.

Espécie DA DR FA FR

Monstera adansonii 6,300 30,508 65,000 10,372

Tapirira guianensis 1,900 9,201 43,333 6,915

Cupania spp 1,317 6,376 38,333 6,117

Sapindaceae 02 1,267 6,134 48,333 7,713

Poaceae 01 1,117 5,408 16,667 2,660

Psychotria spp 1,067 5,165 30,000 4,787

Scleria bracteata 0,750 3,632 20,000 3,191

Plântula 0,650 3,148 16,667 2,660

Heliconia psittacorum 0,500 2,421 20,000 3,191

Adianthum sp 01 0,333 1,614 8,333 1,330

Oeceoclades maculata 0,333 1,614 21,667 3,457

Myrtaceae 0,317 1,533 16,667 2,660

Rhynchospora cephalotes 0,300 1,453 10,000 1,596

Agave sp 0,283 1,372 3,333 0,532

Olyra latifolia 0,283 1,372 10,000 1,596

Erythroxylum spp 0,267 1,291 20,000 3,191

Myrsine umbellata 0,233 1,130 10,000 1,596

Clidemia spp 0,200 0,969 5,000 0,798

Abrus precatorius 0,183 0,888 6,667 1,064

Indeterminado 02 0,183 0,888 13,333 2,128

Piper sp 0,183 0,888 8,333 1,330

Page 304: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

323

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Espécie DA DR FA FR

Elaeis guineensis 0,167 0,807 8,333 1,330

Fabaceae 0,167 0,807 11,667 1,862

Coccoloba mollis 0,150 0,726 13,333 2,128

Fabaceae 02 0,133 0,646 8,333 1,330

Monilophyta 0,133 0,646 10,000 1,596

Clusia nemorosa 0,117 0,565 1,667 0,266

Indeterminado 03 0,117 0,565 5,000 0,798

Guarea guidonia 0,100 0,484 6,667 1,064

Protium heptaphyllum 0,100 0,484 5,000 0,798

Stromanthe porteana 0,100 0,484 3,333 0,532

Chomelia anisomeris 0,083 0,404 6,667 1,064

Sida sp 0,083 0,404 5,000 0,798

Coccoloba sp 0,067 0,323 6,667 1,064

Machaerium aculeatum 0,067 0,323 5,000 0,798

Malvaceae 0,067 0,323 3,333 0,532

Piper divaricatum 0,067 0,323 6,667 1,064

Anthurium affine 0,050 0,242 5,000 0,798

Bactris ferruginea 0,050 0,242 5,000 0,798

Cucurbitaceae 0,050 0,242 3,333 0,532

Guazuma ulmifolia 0,050 0,242 5,000 0,798

Miconia minutiflora 0,050 0,242 5,000 0,798

Philodendron acutatum 0,050 0,242 5,000 0,798

Schefflera morototoni 0,050 0,242 5,000 0,798

Page 305: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

324

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Espécie DA DR FA FR

Smilax sp 0,050 0,242 5,000 0,798

Solanum sp 0,050 0,242 5,000 0,798

Indeterminado 01 0,033 0,161 1,667 0,266

Cecropia sp 0,033 0,161 3,333 0,532

Dracaena sp 0,033 0,161 1,667 0,266

Hirtella sp 0,033 0,161 3,333 0,532

Inga spp 0,033 0,161 3,333 0,532

Miconia prasina 0,033 0,161 3,333 0,532

Piperaceae 0,033 0,161 3,333 0,532

Rubiaceae 0,033 0,161 3,333 0,532

Stryphnodendron pulcherrimum 0,033 0,161 1,667 0,266

Wedelia paludosa 0,033 0,161 1,667 0,266

Aeschynomene sp 0,017 0,081 1,667 0,266

Arecaceae 0,017 0,081 1,667 0,266

Casearia commersoniana 0,017 0,081 1,667 0,266

Centrosema virginianum 0,017 0,081 1,667 0,266

Cordia nodosa 0,017 0,081 1,667 0,266

Desmoncus polyacanthos 0,017 0,081 1,667 0,266

Ertela sp 0,017 0,081 1,667 0,266

Piper aducum 0,017 0,081 1,667 0,266

Stachytarpheta sp 0,017 0,081 1,667 0,266

Syagrus coronata 0,017 0,081 1,667 0,266

Talinum triangulare 0,017 0,081 1,667 0,266

Page 306: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

325

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Espécie DA DR FA FR

Bauhinia sp <0,001 <0,001 <0,001 <0,001

Total 20,650 100,000 626,667 100,000

3.3.20 Fragmento Ilha dos Frades

Para o fragmento Ilha dos Frades foram registrados valores médios de biomassa seca e

espessura vertical da serrapilheira de 0,716 ± 0,252 Kg.m-2 e 5,561 ± 1,250 cm

respectivamente. Na avaliação da distribuição de frequência, obteve-se para os valores médios

de biomassa índices de frequência absoluta, relativa e acumulada em quatro classes, com

maior valor na segunda, de 57,30 %, para a frequência relativa (tabela 102). Já para o

componente espessura, apresentando valores com dados nas cinco classes, foi obtida a

frequência relativa de 45,26% na segunda classe, seguida, da terceira, com 37,89% (tabela

103).

Nas populações de plantas do estrato subosque do fragmento Ilha dos Frades, registrou-se

cento e dez espécies/táxons em cinquenta e uma famílias botânicas e setenta e sete gêneros.

Do índice ecológico densidade absoluta média, obteve-se intervalo de 0,021 a 10,456 ind.m-2.

Protium heptaphyllum, Olyra latifolia, Poaceae 01 e Rhynchospora cephalotes foram os

componentes de maiores valores desta mancha vegetacional. As demais espécies/táxons,

representando 96,4% do total, registraram valores de densidade absoluta inferiores a 2,0

ind.m-2(tabela 104). A espécie Protium heptaphyllum repetiu maiores valores de densidade e

frequência absoluta.

Page 307: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

326

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Tabela 102 – Distribuição de freqüência da biomassa espacial (standing crop) da serrapilheira do fragmento Ilha dos Frades da mata atlântica de Salvador. Julho – Setembro, 2012.

Intervalo de classe (Kg.m-2) xi ƒi ƒri% Fi Fri%

[0,105 - 0,536[ 0,373 74,0 26,33 74,0 26,33

[0,536 - 0,967[ 0,752 161,0 57,30 235,0 83,63

[0,967 - 1,399[ 0,967 45,0 16,01 280,0 99,64

[1,399 - 1,830[ 2,314 1,0 0,36 281,0 100,00

[1,830 - 2,261] 2,961 - - - -

281,0 100,0

Tabela 103 - Distribuição de freqüência da espessura vertical da serrapilheira do fragmento Ilha dos Frades da mata atlântica de Salvador. Julho – Setembro, 2012.

Intervalo de classe xi ƒi ƒri% Fi Fri%

[1,6 - 3,6[ 2,600 5,00 1,75 5,00 1,75

[3,6 - 5,2[ 4,400 129,00 45,26 134,00 47,02

[5,2 - 6,8[ 6,000 108,00 37,89 242,00 84,91

[6,8 - 8,4[ 7,600 33,00 11,58 275,00 96,49

[8,4 - 10,0] 9,200 10,00 3,51 285,00 100,00

285 100

Page 308: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

327

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Tabela 104 – Densidades absoluta (DA), relativa (DR), freqüências absoluta (FA) e relativa (FR) das espécies/táxons de plantas ocorrentes no subosque do fragmento Ilha dos Frades da mata atlântica de Salvador. Julho – Setembro 2012.

Espécie DA DR FA FR

Protium heptaphyllum 10,456 23,203 65,497 9,372

Olyra latifolia 6,175 13,704 34,503 4,937

Poaceae 01 3,357 7,449 21,637 3,096

Rhynchospora cephalotes 3,322 7,371 37,427 5,356

Plântula 1,813 4,023 24,561 3,515

Scleria bracteata 1,696 3,763 21,053 3,013

Coccoloba sp 1,076 2,388 26,316 3,766

Pouteria spp 1,029 2,284 15,205 2,176

Monstera adansonii 0,830 1,843 4,678 0,669

Psychotria spp 0,830 1,843 23,392 3,347

Kielmeyera neglecta 0,713 1,583 17,544 2,510

Guatteria sp 0,690 1,531 14,035 2,008

Myrtaceae 0,667 1,479 18,713 2,678

Cupania spp 0,620 1,376 22,222 3,180

Panicum sp 0,620 1,376 5,263 0,753

Philodendron acutatum 0,596 1,324 16,959 2,427

Himatanthus bracteatus 0,585 1,298 20,468 2,929

Eschweilera ovata 0,561 1,246 20,468 2,929

Aphelandra sp 0,491 1,090 9,357 1,339

Thyrsodium spruceanum 0,374 0,831 12,281 1,757

Indeterminada 02 0,363 0,805 13,450 1,925

Page 309: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

328

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Simarouba amara 0,363 0,805 13,450 1,925

Poaceae 02 0,363 0,805 5,848 0,837

Heliconia psittacorum 0,351 0,779 8,187 1,172

Ocotea spp 0,327 0,727 8,772 1,255

Elaeis guineensis 0,292 0,649 7,018 1,004

Myrcia silvatica 0,292 0,649 10,526 1,506

Sapindaceae 02 0,292 0,649 9,942 1,423

Myrsine umbellata 0,281 0,623 5,848 0,837

Vochysia lucida 0,281 0,623 4,094 0,586

Smilax sp 0,257 0,571 8,772 1,255

Hirtella sp 0,246 0,545 9,942 1,423

Indeterminada 01 0,246 0,545 7,018 1,004

Cordia nodosa 0,199 0,441 7,602 1,088

Fabaceae 01 0,199 0,441 3,509 0,502

Sacoglottis mattogrossensis 0,199 0,441 4,094 0,586

Clidemia spp 0,175 0,389 5,263 0,753

Davilla sp 0,175 0,389 6,433 0,921

Protium warmingianum 0,164 0,363 7,018 1,004

Tapirira guianensis 0,164 0,363 5,263 0,753

Ertela sp 0,152 0,337 5,263 0,753

Miconia prasina 0,152 0,337 7,018 1,004

Dioscorea sp 0,129 0,285 5,848 0,837

Geophila sp 0,129 0,285 2,339 0,335

Schefflera morototoni 0,129 0,285 5,263 0,753

Page 310: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

329

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Casearia commersoniana 0,105 0,234 4,094 0,586

Sorocea guilleminiana 0,105 0,234 2,924 0,418

Tabernaemontana spp 0,105 0,234 2,924 0,418

Euphorbia sp 0,094 0,208 3,509 0,502

Miconia ciliata 0,094 0,208 2,924 0,418

Piper sp 0,094 0,208 1,170 0,167

Swartzia apetala 0,094 0,208 2,339 0,335

Chaetocarpus echinocarpus 0,082 0,182 2,924 0,418

Indeterminada 03 0,082 0,182 2,924 0,418

Annonaceae 01 0,070 0,156 2,339 0,335

Clusia nemorosa 0,070 0,156 1,754 0,251

Dilleniaceae 0,070 0,156 1,754 0,251

Maytenus sp 0,070 0,156 2,339 0,335

Miconia minutiflora 0,070 0,156 2,924 0,418

Myrcia splendens 0,070 0,156 2,924 0,418

Platonia sp 0,070 0,156 1,170 0,167

Marantaceae 0,058 0,130 1,170 0,167

Miconia dodecandra 0,058 0,130 1,170 0,167

Ruellia sp 0,058 0,130 0,585 0,084

Abarema filamentosa 0,047 0,104 2,339 0,335

Eugenia sp 0,047 0,104 1,754 0,251

Guazuma ulmifolia 0,047 0,104 1,170 0,167

Miconia chartacea 0,047 0,104 1,170 0,167

Philodendron bipinnatifidum 0,047 0,104 2,339 0,335

Page 311: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

330

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Simaba cedron 0,047 0,104 1,754 0,251

Swartzia macrostachya 0,047 0,104 2,339 0,335

Tetracera sp 0,047 0,104 1,754 0,251

Xylopia sericea 0,047 0,104 1,754 0,251

Abarema cochliacarpos 0,035 0,078 1,170 0,167

Byrsonima sericea 0,035 0,078 1,170 0,167

Chrysobalanaceae 0,035 0,078 1,754 0,251

Erythroxylum spp 0,035 0,078 1,170 0,167

Henriettea succosa 0,035 0,078 0,585 0,084

Oeceoclades maculata 0,035 0,078 1,754 0,251

Solanum sp 02 0,035 0,078 1,170 0,167

Andira sp 0,023 0,052 0,585 0,084

Costus spiralis 0,023 0,052 1,170 0,167

Croton sellowii 0,023 0,052 0,585 0,084

Desmoncus polyacanthos 0,023 0,052 1,170 0,167

Monilophyta 0,023 0,052 1,170 0,167

Stromanthe porteana 0,023 0,052 0,585 0,084

Syagrus schizophylla 0,023 0,052 0,585 0,084

Tachigali rugosa 0,023 0,052 1,170 0,167

Orchidaceae 0,023 0,052 1,170 0,167

Allophylus laevigatus 0,012 0,026 0,585 0,084

Arecaceae 0,012 0,026 0,585 0,084

Bactris ferruginea 0,012 0,026 0,585 0,084

Bignoniaceae 01 0,012 0,026 0,585 0,084

Page 312: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

331

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Boraginaceae 0,012 0,026 0,585 0,084

Celastraceae 0,012 0,026 0,585 0,084

Guarea guidonia 0,012 0,026 0,585 0,084

Heisteria sp 0,012 0,026 0,585 0,084

Inga spp 0,012 0,026 0,585 0,084

Lecythis sp 0,012 0,026 0,585 0,084

Licania sp 0,012 0,026 0,585 0,084

Mangifera indica 0,012 0,026 0,585 0,084

Miconia albicans 0,012 0,026 0,585 0,084

Plantaginaceae 0,012 0,026 0,585 0,084

Pogonophora schomburgkiana 0,012 0,026 0,585 0,084

Protium macrophyllum 0,012 0,026 0,585 0,084

Solanum sp 0,012 0,026 0,585 0,084

Stryphnodendron pulcherrimum 0,012 0,026 0,585 0,084

Syagrus coronata 0,012 0,026 0,585 0,084

Anthurium pentaphyllum 0,012 0,026 0,585 0,084

Guadua angustifolia 0,012 0,026 0,585 0,084

TOTAL 45,064 100,000 698,830 100,000

Page 313: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

332

Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

3. 4 DISCUSSÃO

As múltiplas causas para o crescente aumento da densidade populacional humana do

município de Salvador, com 2.675.656 habitantes segundo Censo Demográfico de 2010

(IBGE, 2011), determinou ao longo do tempo a alteração da sua vegetação de mata atlântica,

reduzindo-a a fisionomia de mosaico de fragmentos. Alguns destes estão localizados dentro

de áreas relativamente protegidas como parques estaduais municipais e ainda sítios federais.

Devido ao fato de serem inseridos no domínio da mata atlântica, esses remanescentes além de

sua conservação estabelecida pela legislação específica, encontram-se em situação de

proteção da comunidade científica internacional, pelo fato de estarem enquadrados como um

todo na mata atlântica brasileira na categoria de “hot spots”, ou sejam, regiões mais

biologicamente ricas e ameaçadas do planeta (Mittermeier et.al., 1999).

Nesse sentido, o abate seletivo e/ou parcial das populações de plantas ao longo do tempo

gerou, para Salvador, a condição de manchas remanescentes – ainda assim protegidas por lei e

resolução – reduzindo na maioria dos casos as formas de vida para duas camadas florestais: o

estrato vertical arbóreo, superior e o estrato vertical subosque, inferior e neste a camada da

serrapilheira.

Com relação à biomassa – fitomassa da serrapilheira – esse aspecto compreende uma certa

quantia de energia armazenada presente no componente biótico num dado tempo (Brewer ,

1994) e a sua avaliação espacial tem sido usada em todo o mundo como melhor forma

comparativa de conhecer a produção (standing crop) dos diferentes biomas (Odum, 1988).

Para Duvigneaud (1980), a produção de todos os componentes florestais incluindo os estratos

arbóreo, arbustivo, herbáceo (e aí a serrapilheira) de uma formação tropical úmida de folhas

grandes, representa, em peso seco, 180 ton/ha. No caso da serrapilheira, a sua avaliação,

também em massa seca, reflete o grau de riqueza do conjunto de plantas, a produção orgânica

e o estado de conservação da floresta.

Na ausência da especificação de valores de abundância da serrapilheira na legislação

pertinente, bem como, nos estudos dessa natureza para Salvador, resolveu-se levantar e obter

na literatura científica um banco de dados consistentes, aqui assumidos como paradigma ou

antecedente para diagnóstico dos estágios de sucessão. Nesse sentido, os resultados obtidos

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

por pesquisadores para formações florestais úmidas no globo apontam valores de biomassa

seca da serrapilheira dentro do intervalo de 7840 a 10200 Kg/ha na floresta ombrófila da

Colômbia, América do Sul (Jenny et. al. 1948). Em floresta tropical úmida secundária de

idade de dezoito anos do Zaire, na África Laudelout e Meyer (1954) registraram massa seca

de 12300 Kg/ha. Nye (1961) encontrou na serrapilheira acumulada de doze meses 10500

Kg/ha em floresta densa equatorial sempre verde de Gana, também na África. Na floresta

tropical úmida do parque El Verde de Porto Rico, na América Central, foi assinalada massa

seca de 598 g.m-2 (Wiegert, 1970). Considerando os valores acima em Kg.m-2, unidade

empregada no presente estudo, se obtém um valor médio de 0,936 ± 0,247 Kg.m-2 de peso

seco da serrapilheira para as florestas úmidas do globo.

Para as formações vegetacionais ombrófilas densas brasileiras, como a floresta amazônica e a

mata atlântica, são apresentados valores de biomassa seca da serrapilheira como aqueles a

seguir. Na floresta amazônica Salomão et. al. (1998) observaram para a fitomassa morta (liter

+ troncos mortos em pé e caídos) 5,3 Kg.m-2 e ainda, Rodrigues et. al. (2001) listaram 7,9

t/ha/ano em floresta primária e 9,9 t/ha/ano em floresta secundária. Na mata atlântica das

regiões, principalmente, sudeste e sul, em formação ombrófila e de restinga a esta associada

Melo et. al. (1994) mostraram a variação de 548,5 a 900,4 g/m²/ano na mata atlântica do Rio

Grande do Sul. Reissman et. al. (1994) apontaram, para a queda de serrapilheira de uma

restinga no Paraná, a variação de 5533 a 7739 Kg/ha/ano. Oliveira et. al. (1995) encontrou

para cinco estágios sucessionais da mata atlântica do Rio de Janeiro em kg/ha/ano no estágio I

o valor de 5040, estágio II 8030, III 5160, IV 5140 e V 5160. Em mata atlântica semidecídua

de São Paulo, Guimarães e Pagano, 1998) obtiveram 11394 Kg/ha/ano. Pires et. al. (1998)

estudando a mata de restinga no Paraná obtiveram a massa de 5064 ± 216 Kg/ha. Na mata

atlântica Montana, Portes et. al. (1998) encontraram 4,5 t/ha/ano. Em Santa Catarina, na

análise de biomassa em remanescente de mata atlântica, Santos (1998) observou a massa de

10554 ± 398 Kg/ha/ano e finalmente, Torres e Fonseca (1998) em sua avaliação de

serrapilheira em fragmentos de mata atlântica do Rio de Janeiro, mostraram variação de 2,78

a 3,75 t/ha, sendo que o fragmento de maior valor foi aquele de categoria intermediária de

alteração.

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Procedendo-se a igual maneira, ou seja, convertendo os valores acima para a unidade Kg.m-2,

registrou-se com a amalgação dos dados, a biomassa seca média de 0,640 ± 0,243 Kg.m-2 para

a serrapilheira das formações vegetacionais florestais úmidas brasileiras. Para o presente

diagnóstico, registraram-se média de 0,738 ± 0,693 Kg.m-2, resultado ligeiramente superior ao

obtido para as formações acima. Contudo, vale ressaltar o emprego de metodologia diversa, já

que, na maioria dos casos acima, procedeu-se somente a coleta mensal da “chuva” do material

orgânico dos estratos superiores (folhas, flores, frutos, sementes e ramos) durante um ano, não

considerando a fração em decomposição. No caso de Salvador, adotou-se avaliar o standing

crop, ou seja, a fitomassa espacial cumulativa que inclui a “chuva” do material orgânico e a

massa em decomposição, portanto, melhor opção comparativa.

Retomando os resultados dos fragmentos de mata atlântica de Salvador, os maiores registros

de fitomassa da serrapilheira ocorreram nos fragmentos Aterro Canabrava, Loteamento

Patamares - Bicuiba e 19º BC com 1,660, 1,607 e 1,602 Kg.m-2, respectivamente. Dos demais

fragmentos – onze deles – apresentaram valores acima de 1,0 Kg.m-2 e os fragmentos

AlphaVille I, Base Naval, Ilha dos Frades e Ilha de Maré registraram os menores valores com

e 0,798, 0,737, 0,716 e 0,609 Kg.m-2 respectivamente.

Com relação à espessura da serrapilheira, os valores médios variaram de 3,212 ± 1,566 cm no

fragmento Alphaville I a 6,950 ± 2,253 cm no Posto TIC. Os fragmentos com os maiores

registros de espessura média foram Posto TIC, Aterro Canabrava, Ilha dos Frades, 19 BC e

Greenville.

Á luz dos resultados obtidos e frente a sua comparação com bibliografia referida,

principalmente, para aquelas baseadas em resultados similares para standing crop, associados

aos resultados obtidos para a espessura, infere-se que coexiste a condição de abundância da

serrapilheira para todos os fragmentos avaliados da mata atlântica de Salvador, isso em

consonância com a legislação específica vigente.

Outro aspecto investigado no presente trabalho foi a avaliação da abundância das populações

de plantas do estrato subosque, ao longo dos fragmentos da mata atlântica de Salvador. A

nomenclatura botânica referente aos estratos (sinúsias) é controvertida, pelo fato de ser

baseada em vários atributos como: porte do indivíduo (altura vertical a partir do solo),

botânica estrutural, fisionomia, heterogeneidade espacial e tipologia vegetacional (Du Rietz,

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1930; Weaver e Clements, 1950; Whittaker, 1962; Mueller-Dombois e Ellemberg, 1974;

Rizzini, 1997 e Carvalho et. al., 2009).

Rizzini acima, maior autoridade botânica sobre fitogeografia do Brasil, adota para as florestas

pluviais (úmidas) do mundo, como é o caso da mata atlântica, cinco estratos: 1- árvores

emergentes, 2- árvores do andar superior (dossel), 3- árvores da submata, 4- arbustos e ervas

altas e 5- ervas baixas. O autor assume os estratos arbóreos a partir de seis metros de altura e,

os dois últimos, próximo ao solo. O arranjo vertical acima, é próprio da formação

vegetacional primária. De outra forma, para as formações secundárias ou remanescentes, o

processo de fragmentação reduz, de forma geral, o arranjo vertical para apenas dois estratos: o

arbóreo (superior) e o subosque (inferior).

De maneira geral o estrato subosque tem sido pouco estudado nos trabalhos de fitossociologia

no Brasil o que dificulta o seu conhecimento (Mantovani, 1987). As pesquisas existentes

aparecem na bibliografia, relatadas, principalmente, às regiões sul e sudeste do Brasil, na

maioria das vezes abordando conjuntamente os estratos arbustivos e herbáceo (subosque).

Citam-se nas regiões acima os trabalhos de Citadini-Zanette (1984) e Citadini-Zanette e

Baptista (1989), Cestaro et. al., (1986), Diesel e Siqueira (1991) e Muller (1999) sobre

estrutura fitossociológica, principalmente, para os estratos herbáceo-arbustivo da mata

atlântica, floresta mista de araucária, mata ripária e floresta costeira, respectivamente. No Rio

Grande do Sul. Negrelle (1995), Dorneles (1996) e Kozera et. al. (2005) estudaram a

dinâmica, estrutura do componente inferior e o estrato herbáceo-arbustivo, respectivamente,

da mata atlântica de Santa Catarina. No Paraná, Cervi et. al. (1988) e Kozera (2001)

apresentaram a contribuição de plantas herbáceas para a floresta mista de araucária e

avaliação da composição florística e fitossociológica do estrato herbáceo- arbustivo da

floresta ombrófila densa, respectivamente. Ainda, Andrade (1992) e Meira-Neto (1997)

estudaram em Minas Gerais o estrato herbáceo em floresta da Reserva Biológica Mata do

Jambreiro e florística e fitossociologia dos estratos arbóreo e herbáceo-arbustivo da mata

atlântica, também respectivamente.

Dos resultados apresentados para o estudo do subosque dos fragmentos da mata atlântica de

Salvador, baseados na análise florística das espécies/táxons, unidade taxionômica adotada,

obteve-se, de forma comparativa, para os fragmentos, a ordenação seqüencial de Ilha dos

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Frades > Bacia do Cobre > Base Naval > Ilha de Maré > Trobogy, isso para os cinco de maior

número de unidades taxionômicas.

Para a frequência relativa, que infere a proporção de repetição de ocorrência de uma espécie

sobre o conjunto das demais de um sítio, as espécies/táxons mais freqüentes para os

fragmentos de Salvador foram: Protium heptaphyllum, Himatanthus bracteatus, Tapirira

guianensis, Rhynchospora cephalotes, Xylopia sericea e Psychotria spp. Nessa sequência,

como, aliás, para as demais espécies do subosque incluem-se: as espécies exclusivas do

subosque (≤ 2,0 m de altura) e os indivíduos da unidade plântula (≤ 0,2 m) mais os indivíduos

jovens do estrato arbóreo com altura igual ou menor que 2 m.

No tocante à diversidade florística, foram registradas 185 espécies/táxons distribuídos em 125

gêneros e 65 famílias botânicas, valores significativamente superiores aos obtidos por Kozera

(2001) em remanescente de floresta ombrófila densa do Paraná. Ademais, vale ressaltar que

no caso do subosque dos remanescentes da mata atlântica de Salvador, a lista de espécies

ainda não é definitiva, haja vista a ocorrência de unidades taxionômicas indeterminadas das

Magnoliophyta (plantas fanerogâmicas, com flor) e das Monilophyta (plantas pteridófitas,

sem flor).

Estudos comparativos de fitossociologia abrangendo o arranjo vertical revelaram, que o

número de espécies do estrato herbáceo é menor do que o dos estratos arbóreos, e isso pode

estar relacionado a vários fatores de competição, maior no subosque (Coutinho, 1962) e a

redução, de cima para baixo, da luminosidade (Walter, 1971). Essa condição também deve

prevalecer para Salvador.

Para a abundância do subosque, expressa em densidade de organismos/m², no geral, as

espécies/táxons que apresentaram maior densidade foram: Protium heptaphyllum, Monstera

adansonii, Olyra latifolia, Rhynchospora cephalotes, Poaceae 01, Piper sp, Himatanthus

bracteatus, Tapirira guianensis e Scleria bracteata. De maneira comparativa os resultados

apontaram para os cinco fragmentos de maior densidade média total a sequência: AlphaVille

II > Trobogy > AlphaVille I > Ilha dos Frades > Ipitanga II, sendo que para o universo dos

fragmentos estudados a diferença entre o maior e o menor valor foi de 2,7 vezes.

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O estudo da composição e abundância dos segmentos biomassa da serrapilheira e da

associação de plantas do subosque representam uma contribuição para o diagnóstico do estado

atual em que se encontram as manchas remanescentes de Salvador. Nesse sentido, ainda que a

resolução CONAMA nº 5 de 1994 não especifique classes de abundância da serrapilheira,

pode-se inferir que este componente encontra-se abundante ao longo de todos os fragmentos

analisados quando confrontados com os resultados do presente diagnóstico e os reportados na

literatura. Da mesma forma, ainda que heterogêneos, os resultados indicam a condição de

estágio secundário mantendo a dinâmica de recrutamento e regeneração da vegetação dos

remanescentes de Salvador.

3.5 CONCLUSÃO

· A biomassa seca e a espessura vertical da serrapilheira são atributos de adoção

recomendável para estudo de diagnóstico de remanescente florestal.

· Dos remanescentes estudados na mata atlântica de Salvador, os maiores valores de

biomassa seca (Kg.m-2) da serrapilheira foram registrados para o Aterro Canabrava

(1,660), Loteamento Patamares - Bicuiba (1,607) e 19º BC (1,602), sendo o menor

valor encontrado no fragmento Ilha de Maré (0,609).

· A produção (standing crop) da serrapilheira da mata atlântica de Salvador, de forma

geral, é compatível com estágios avançados de regeneração.

· A serrapilheira esteve em grau de intensidade abundante, para todos os remanescentes

de Salvador, maior grau conforme legislação específica em vigor.

· A composição florística da associação subosque dos remanescentes da mata atlântica

de Salvador esteve representada por 185 espécies/táxons distribuídos em 125 gêneros

e 65 famílias botânicas.

· As famílias botânicas com o registro do maior número de espécies foram: Fabaceae

(19); Arecaceae e Melastomataceae (9); Malvaceae e Poaceae (6); Anacardiaceae,

Dilleniaceae, Myrtaceae e Rubiaceae (5).

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· Protium heptaphyllum, Monstera adansonii, Olyra latifolia, Rhynchospora cephalotes,

Poaceae 01, Piper sp, Himatanthus bracteatus, Tapirira guianensis e Scleria

bracteata, compreenderam as espécies/táxons de maior densidade do subosque,

incluindo principalmente as espécies nativas das formas vegetais herbácea, lenhosa,

invasora e secundária.

· Os fragmentos com registro de maior densidade média total foram: AlphaVille II >

Trobogy > AlphaVille I > Ilha dos Frades > Ipitanga II.

· Da avaliação da composição e abundância do subosque foram diagnosticados: o

estado de vegetação secundária, havendo a manutenção da função recrutamento

florestal para os remanescentes da mata atlântica de Salvador

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3.6 REFERÊNCIAS

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APÊNDICES

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Apêndice A: Classificação dos estágios sucessionais da vegetação do bioma Mata Atlântica município de Salvador-BA

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Apêndice B- Lista de espécies amostradas nos remanescentes de Mata Atlântica da cidade de Salvador. Fevereiro de 2011 a outubro de 2012.

Alphaville I = A1, Alphaville II = A2, Aterro Canabrava = C, Aterro Metropolitano Centro = AMC, Bacia do Cobre = BCO, Barragem de

Ipitanga I = I1, Barragem de Ipitanga II = I2, Base Naval de Aratu = BNA, Greenville = G, Loteamento Biribeira = LB, Loteamento Patamares =

LP, Pedreira Aratu = PA, Pedreira Carangi = PC, Pedreira Valéria = PV, Posto TIC = TIC, Trobogy = T, 19º BC = BC, Valéria = VA, Ilha de

Maré = IM, Ilha dos Frades = IF. Árvore = ar, arbusto = arb, subarbusto = subarb, epífita = ep, herbáceo = he, trepadeira = trep.

Família Espécie Localidades Hábito

Anacardiaceae Anacardium occidentale L. T,BCO,IM ar

Mangifera indica L. BC,BCO,IM,IF,BNA ar

Schinus terebinthifolius Raddi BC,G,IM arb/ar

Spondias mombin L. BC,TIC,BCO,IM ar

Tapirira guianensis Aubl.

A1,C,G,LB,AMC,I1,PA,PC,PV,

TIC,LP,T,BC,A2,I2,BCO,IM,VA, IF ,BNA ar

Thyrsodium spruceanum Benth. A1,C,G,LB,AMC,I1,PA,PC,PV,LP,T,BC,BCO,VA,IF,BNA ar

Annonaceae Anaxagorea sp PC ar

Annona dolabripetala Raddi IF ar

Annona mucosa Jacq. IF ar

Annona sp PC, T, IF ar

Annonaceae 01 IF ar

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Família Espécie Localidades Hábito

Guatteria oligocarpa Mart. BNA ar

Guatteria pogonopus Mart. A1,PV,BCO ar

Guatteria sp A1,AMC,T,IF, BCO ar

Xylopia sericea A.St.Hil. C,G,PA,TIC,LP,BC,IF,BNA ar

Xylopia sp IF ar

Apocynaceae Aspidosperma spruceanum Benth. ex Müll. Arg. IF ar

Himatanthus bracteatus (A.DC.) Woodson

A1,C,G,LB,AMC,I1,PA,PC,PV,TIC,LP,T,BC,A2,I2,BCO,VA,

IF, BNA ar

Tabernaemontana flavicans Willd. ex Roem. &

Schult. IF, BCO ar

Tabernaemontana salzmannii A.DC. G,T,BCO,VA,IF ar

Tabernaemontana solanifolia A. DC. IF ar

Araliaceae Schefflera morototoni (Aubl.) Maguire et. al A1,C,G,LB,AMC,I1,PA,PV,TIC,LP,T,BC,A2,I2,BCO,BCO,I

M,IF, VA, IF, BNA ar

Arecaceae Allagoptera caudescens (Mart.) Kuntze A1,AMC,PC, BCO, BNA ar

Attalea burretiana Bondar A1,LB,AMC,I1,PA,PC,PV,T,A2 ar

Attalea salvadorensis Glassman A1,PA, PV,T,BCO ar

Attalea sp. C ar

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Família Espécie Localidades Hábito

Bactris ferruginea Burret C,G,PC,PV,T,BCO,IF ar

Cocos nucifera L. BC ar

Elaeis guineensis Jacq. A1,G,PV,LP,T,BC,IM,IF,BNA ar

Syagrus botryophora Mart. G,LB,I2,BCO,IF ar

Syagrus coronata (Mart.) Becc A1,C,G,LP,T,BC,BCO,IM,BNA ar

Syagrus schizophylla (Mart.) Glassman G,LP,T,BCO,IM,IF ar

Asteraceae Gochnatia oligocephala (Gardner) Cabrera C,G,LB,PC,T,BC,I2,IM,IF,BCO arb/ar

Gochnatia paniculata (Less.)Cabrera AMC ar

Vernonanthura diffusa (Less.) H. Rob. BCO ar

Vernonanthura discolor (Spreng.) H.Rob T,PC,PV ar

Bignoniaceae Jacaranda obovata Cham. AMC,T,BCO,IF ar

Tabebuia sp IF ar

Cordia pilosa M.Stapf & Taroda C,PC, PV,T ar

Cordia restingae M. Stapf IM, IF ar

Cordia sagotii I. M.Johnst. A1,AMC,I1,T,BC,BNA ar

Cordia sp T,BC,IF,BNA ar

Burseraceae Protium heptaphyllum (Aubl.)Marchand A1,C,G,LB,AMC,I1,PA,PC,TIC,T,BC,A2,I2,IM,IF,BNA ar

Protium spruceanum (Benth.) Engl. BCO ar

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348

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Família Espécie Localidades Hábito

Protium warmingianum March. IF ar

Calophyllaceae Caraipa densifolia Mart. IF ar

Kielmeyera neglecta Saddi C,AMC,PC,I2,BCO,IF,BNA ar

Cannabaceae Trema micrantha (L.) Blume G ar

Caricaceae Carica papaya L. IM ar

Celastraceae Maytenus distichophylla Mart. ex Reissek A1,G,TIC,T,BCO,VA,IF ar

Maytenus sp BCO ar

Chrysobalanaceae Chrysobalanaceae 01 IF ar

Hirtella glandulosa Spreng. G,BC,IF ar

Hirtella racemosa Lam. IF ar

Hirtella sp A1,IM,IF ar

Licania hypoleuca Benth. IF ar

Licania kunthiana gancho. f. IF ar

Licania octandra (Hoffmanns. ex Roem. &

Schult.) Kuntze IF ar

Licania sp PC ar

Clusiaceae Clusia nemorosa G.Mey. C,G,PC,T,BC,IF ar

Symphonia globulifera L.f C,BCO,IF ar

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Família Espécie Localidades Hábito

Tovoita choisyana Planch & Triana PC, PV,VA,IF ar

Combretaceae Buchenavia sp PC ar

Combretaceae 01 BCO ar

Dilleniaceae Curatella americana L. C,G,LB,AMC,I1,PC,TIC,T,BC,IF ar

Erythroxylaceae Erythroxylum citrifolium A.St.Hil C,G,TIC ar

Erythroxylum martii Peyr. BCO,BNA ar

Erythroxylum mucronatum Benth. G,PC,PV,T, BC ar

Erythroxylum passerinum Mart. IM ar

Erythroxylum squamatum Sw. A1,PV,T,BC ar

Euphorbiaceae Euphorbiaceae 01 BCO ar

Sapium glandulatum (Vell.) Pax LB,T ar

Fabaceae Abarema cochliocarpos (Gomes) Barneby &

J.W.Grimes C,G,PC,I2,VA,IF,BNA ar

Abarema filamentosa (Benth.) Pitter G,AMC,I1,T,BC,IF ar

Albizia pedicellaris (DC.) L.Rico A1,PV,BC,IF ar

Albizia polycephala (Benth.)Killip ex Record PV ar

Albizia sp PC,BCO ar

Andira cf. vermifuga Mart. ex Benth. IF ar

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Família Espécie Localidades Hábito

Andira fraxinifolia Benth. G,T,BC,IF ar

Andira legalis (Vell.) Toledo IF ar

Andira nitida Mart. ex Benth. IM ar

Andira sp IF ar

Balizia pedicellaris (DC.) Barneby & J.W.

Grimes BNA ar

Bowdichia virgilioides Kunth G,LB,AMC,I1,PA,PC,PV,TIC,T,BC,I2,BCO,IM,IF,BNA ar

Chamaecrista sp G,PC,VA ar

Clitoria fairchildiana R. A. Howard G ar

Dalbergia ecastophyllum (L.) Taub. IM arb

Fabaceae 01 BNA ar

Inga capitata Desv. G, AMC,IM,BNA ar

Inga ciliata C. Presl A1, AMC,I2,BCO ar

Inga edulis Mart. PC,PV,IM ar

Inga laurina Willd A1,C,G,PC,PV,T,BCO,IF ar

Inga pleiogyna T.D.Penn. AMC ar

Inga sp PC,A2,I2,IF,BCO ar

Inga thibaudiana DC A1,C,G,LB,PA,PC,PV,T,BC,A2,BCO ar

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Família Espécie Localidades Hábito

Inga vera Willd. IF, BCO,IM ar

Machaerium aculeatum Raddi IM ar

Moldenhawera blanchetiana Tul. C ar

Parkia pendula (Willd.) Benth. T,BCO,IF ar

Pterocarpus rohrii Vahl IF ar

Stryphnodendron pulcherrimum (Willd.) Hochr. C, G, AMC, PC, LP, T, BCO, IF, BNA ar

Swartzia apetala Raddi A1, G, T, IM, IF ar

Swartzia flaemingii Raddi BNA ar

Swartzia macrostachya Benth. BCO ar

Swartzia sp G ar

Swartzia tomentosa (Willd.) DC. IM ar

Tachigali rugosa (Mart. ex Benth.) Zarucchi &

Pipoly

IF ar

Tamarindus indica L BC ar

Humiriaceae Sacoglottis mattogrossensis Malme IF ar

Hypericaceae Vismia guianensis (Aubl.) Choisy G, AMC, T, BC, I2, BCO, IM, VA, IF ar

Lacistemataceae Lacistema robustum Schnizl. PC, BCO ar

Lamiaceae Aegiphila cf. verticillata Vell. BCO ar

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Família Espécie Localidades Hábito

Lauraceae Ocotea cf. indecora (Schott) Mez IF ar

Ocotea glomerata (Nees)Mez C,G,PA,BCO,IF,BNA ar

Ocotea puberula (Rich.) Nees A1 ar

Ocotea sp 01 AMC,I1,TIC,BC,IF, BCO ar

Ocotea sp 02 IF, BCO ar

Ocotea sp 03 BCO ar

Persea americana Mill BC ar

Lecythidaceae Eschweilera ovata (Cambess.) Mart. ex Miers A1,C,G,LB,AMC,PC,PV,TIC,LP,T,BC,A2,I2,BCO,VA,IF,BN

A ar

Lecythis pisonis Cambess. IF ar

Lecythis sp PA ar

Malpighiaceae Byrsonima sericea DC. A1,C,G,LB,AMC,I1,PA,PC,PV,TIC,LP,T,BC,A2,I2,BCO,IM,

VA, IF,BNA arb/ar

Malvaceae Apeiba tibourbou Aubl. PV ar

Eriotheca macrophylla (K. Schum.) A. Robyns VA, BCO ar

Guazuma ulmifolia Lam. A1,LP,T,BCO,IM,IF,BNA ar

Luehea divaricata Mart. PC,PV,A2 ar

Pachira glabra Pasq. BC ar

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Família Espécie Localidades Hábito

Melastomataceae Henriettea succosa (Aubl.)DC. A1,C, G,LB, AMC,I1,PA,PC,T,BC,I2,BCO,VA ar

Miconia alborufescens Naudin AMC,T arb/ar

Miconia dodecandra Cogn. BCO ar

Miconia holosericea (L.) DC. AMC,PV,PC,I2 ar

Miconia hypoleuca (Benth.) Triana IF, BCO ar

Miconia minutiflora (Bonpl.)DC. G, AMC,I1,PA,PV,TIC,LP,T,BC,A2,BCO,IM,BNA arb/ar

Miconia prasina (Sw.) DC C,G,AMC,I1,PV,T,BC,A2,BCO,IM,IF,BNA ar

Miconia sp C,I1 ar

Tibouchina candolleana (Mart. ex DC.)Cogn. PC,T ar

Meliaceae Guarea guidonia (L.) Sleumer A1,C,TIC,BCO,IM,IF,BNA ar

Trichilia elegans A. Juss. IF ar

Trichilia hirta L PV ar

Trichilia sp G ar

Moraceae Artocarpus heterophyllus Lam. AMC,I1,PV,TIC,BC,BCO ar

Brosimum gaudichaudii Trécul LB,PC,BCO ar

Brosimum guianense (Aubl.) Huber BCO ar

Brosimum lactescens (S.Moore) C.C.Berg C ar

Brosimum sp BCO ar

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Família Espécie Localidades Hábito

Ficus arpazusa Casar. BNA ar

Ficus clusiifolia Schott IM ar

Ficus gomelleira Kunth & C.D.Bouché A1, LB,LP,T,BC,BCO,IM,IF,BNA ar

Ficus pulchella Schott A1, C,G,PV,TIC ar

Ficus sp 01 AMC,PC,PV,BCO ar

Ficus mariae C.C.Berg, Emygdio & Carauta BCO,BNA ar

Helicostylis tomentosa (Poepp. & Endl.) Rusby BCO,BNA ar

Myristicaceae Virola sp T ar

Myrtaceae Blepharocalyx salicifolius (Kunth) O. Berg IF ar

Calyptranthes sp BC,T,IF ar

Campomanesia dichotoma (O.Berg) Mattos G,LB,LP,T,BC,BCO ar

Eugenia astringens Cambess. IM ar

Eugenia bahiensis DC. PC ar

Eugenia cyclophylla O.Berg AMC ar

Eugenia punicifolia (Kunth.)DC. AMC ar

Eugenia sp 01 C,G,T,BC,IF ar

Eugenia sp 02 IF ar

Eugenia sp 03 IF ar

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Família Espécie Localidades Hábito

Eugenia sp 04 IF ar

Eugenia sp 05 IF ar

Eugenia tomentosa Aubl. IF ar

Eugenia cf rotundifolia (Arn.) Wight IF ar

Marlierea obversa D. Legrand IF ar

Myrcia cf. maximiliana O. Icebergue IF ar

Myrcia guianensis (Aubl.) DC. A1,T,PC ar

Myrcia ilheosensis Kiaersk. IF ar

Myrcia silvatica (O.Berg)Kiaersk. A1,LB,AMC,I1,PC,PV,T,BCO,IF ar

Myrcia sp 01 G,LB,AMC,PC,LP,T,I2,IF, BCO ar

Myrcia sp 02 IF ar

Myrcia sp 03 IF ar

Myrcia sp 04 IF ar

Myrcia sp 05 IF ar

Myrcia sp 06 IF ar

Myrcia splendens (Sw.)DC. A1,G,AMC,I1,PC,PV,T,I2,BCO,VA,IF,BNA ar

Myrcia tomentosa (Aubl.) DC. IM, IF ar

Myrciaria floribunda (H. West ex Willd.) O. IM ar

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Família Espécie Localidades Hábito

Berg

Myrtaceae ind.01 C,G,T,I2,BCO,IF ar

Myrtaceae ind.02 G,LB,T,BC,BCO,IF ar

Myrtaceae ind.03 BC,T,IF ar

Myrtaceae ind.04 T,IF ar

Psidium bahianum Landrum & Funch IF ar

Psidium guajava L. BC ar

Psidium guineensis Sw. T ar

Psidium oligospermum DC. PC ar

Psidium sartorianum(O.Berg)Nied. G, BC ar

Psidium sp A1,G,LB,T,IF ar

Syzygium cumini (L.) Skeels BC ar

Nyctaginaceae Guapira opposita (Vell.)Reitz G,PC,PC,PV,T ar

Guapira pernambucensis (Casar.) Lundell IM ar

Nyctaginaceae 01 BCO ar

Ochinaceae Ouratea cf. gigantophylla (Erhard) Engl. IF ar

Olacaceae Heisteria sp IF ar

Peraceae Chaetocarpus echinocarpus (Baill.)Ducke A1,G, LB,PC ar

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Família Espécie Localidades Hábito

Chaetocarpus myrsinites Baill. IF ar

Pera glabrata (Schott) Poepp. Ex Baill. A1, C,AMC ,PC,T,I2,BCO,VA,IF,BNA ar

Pogonophora schomburgkiana Miers ex Benth. C,PC,PV,T,IF ar

Phyllanthaceae Hieronyma alchorneoides Allemão A1,T ar

Margaritaria nobilis L.f. PC ar

Phytolacaceae Gallesia integrifolia (Spreng.) Harms IF ar

Polygonaceae Coccoloba mollis Casar C,G,AMC,T,A2,I2,BCO,IM,IF,BNA ar

Coccoloba parimensis Benth. BCO ar

Primulaceae Myrsine guianensis (Aubl.) Kuntze IM,BNA ar

Myrsine umbellata Mart. A1,C,G,LB,AMC,I1,LP,T,BC,BCO,VA,IF ar

Proteaceae Roupala montana Aubl. IF ar

Rhamnaceae Ziziphus platyphyllus Reissek BNA ar

Rubiaceae Amaioua pilosa K. Schum. IF ar

Chomelia anisomeris Müll.Arg. G,AMC,T,BCO, IM,BNA ar

Chomelia obtusa Cham.& Schltdl. LP ar

Genipa americana L. TIC,IM ar

Guettarda viburnoides Cham.& Schltdl. G ar

Psychotria carthagenensis Jacq. A1,C,G,LB,AMC,PC,LP,PV,T,BC,BCO,VA ar

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Família Espécie Localidades Hábito

Psychotria sp PV,BNA ar

Randia armata (Sw.) DC. BCO ar

Rubiaceae 01 BCO ar

Tocoyena formosa (Cham. & Schltdl.) K.Schum. IM ar

Ruscaceae Dracaena sp IM arb

Rutaceae Pilocarpus sp T ar

Zanthoxylum rhoifolium Lam. A1,BC,BCO,IF ar

Zanthoxylum sp BCO ar

Salicaceae Banara brasiliensis Benth (Schott). IF ar

Casearia cf. bahiensis Sleumer BCO ar

Casearia commersoniana Cambess. AMC,PC,T,BC, A2,BCO,IF ar

Casearia sp IF ar

Casearia sylvestris Swartz IM ar

Sapindaceae Allophylus laevigatus (Turcz.) Radlk A1,C,G,TIC,LP,T,BC,A2,I2,BCO,IM,VA ar

Cupania bracteosa Radlk. IM, IF, BCO ar

Cupania emarginata Cambess C ar

Cupania paniculata Cambess. IM ar

Cupania racemosa (Vell.) Radlk. IF, BCO ar

Page 340: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Família Espécie Localidades Hábito

Cupania rugosa Radlk. C,G,AMC,I1,PC,PV,LP,T,IM,IF,BNA ar

Cupania sp A1,T,I2,VA,IF aR

Matayba guianensis Aubl. IF ar

Spindaceae 01 BCO ar

Talisia macrophylla (Mart.) Radlk. IF ar

Sapotaceae Chrysophyllum rufum Mart. G ar

Chrysophyllum splendens Spreng PA,PC ar

Pouteria cf macrophylla (Lam.) Eyma VA ar

Pouteria gardneri (Mart. & Miq.) Baehni IF ar

Pouteria grandiflora (A.DC.) Baehni G,PC ar

Pouteria ramiflora (Mart.)Radlk. A1,LP ar

Pouteria sp G,T,IF ar

Sapotaceae 01 BCO ar

Sapotaceae 02 BNA ar

Schoepfiaceae Schoepfia brasiliensis A. DC. IF ar

Simaroubaceae Simaba cedron Planch. AMC,I1,PC,I2,BCO,IM, ar

Simarouba amara Aubl. A1,C,G,LB,AMC,I1,PC,PV,T,BC,I2,BCO,VA,IF,BNA ar

Siparunaceae Siparuna guianensis Aubl. A1,C,PA,PV,LP,T,A2,BCO,VA,IF ar

Page 341: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

Família Espécie Localidades Hábito

Urticaceae Cecropia glaziovii Snethl. G,PC,PV,LP,BCO,IM,VA,IF,BNA ar

Cecropia pachystachya Trécul C,AMC,PV,I2,BCO,IF ar

Cecropia sp. T ar

Violaceae Rinorea sp BCO ar

Vochysiaceae Vochysia lucida C.Presl A1,C,G,LB,T,VA,IF ar

Vochysia riedeliana Stafleu BCO ar

Desconhecidas Desconhecido 01 A1,C,G,PC,T,A2,BCO ar

Desconhecido 02 C,P,BCO,IF ar

Desconhecido 03 T,BCO,IF ar

Desconhecido 04 IF, BCO ar

Desconhecido 05 IF, BCO ar

Desconhecido 06 IF ar

Desconhecido 07 IF ar

Desconhecido 08 IF ar

Desconhecido 09 IF ar

Desconhecido 10 IF ar

Desconhecido 11 IF ar

Page 342: Projeto Mata Atlântica Salvador 2013

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Inquérito Civil MP/BA 003.0.167397/2010

O Projeto Mata Atlântica Salvador constitui uma ação inovadora,

de iniciativa do Ministério Público do Estado da Bahia e realizada

em parceria com a Fundação José Silveira. Seu objetivo é contribuir

diretamente para que a Mata Atlântica ainda existente na cidade de

Salvador tenha sua gestão baseada na conservação de seus atributos

naturais e na segurança jurídica para a sociedade local.

Realização