Projeto Pedagógico de Curso - Curitiba 2012

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 CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM LUTERIA DA UFPR 1 PROJETO PEDAGÓGICO DE CURSO CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM LUTERIA

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    CURSO SUPERIOR DETECNOLOGIA EMLUTERIA DAUFPR 1

    PROJETO PEDAGGICO DE CURSO

    CURSO SUPERIOR DETECNOLOGIA EM LUTERIA

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    Redao: Alosio Leoni Schmid

    Rodrigo Mateus Pereira

    Thiago Corra de Freitas

    Juarez Bergman Filho

    Leandro Mombach

    Igor Mottinha Fomin

    Curitiba, dezembro de 2012

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    "Embora bastante jovem se

    comparada Luteria europia, a Luteria brasileira uma arte das mais

    delicadas e promissoras - sobretudo no que diz respeito a uma inegvel

    abertura de novas perspectivas e sonoras do universo musical brasileiro"

    (Hans-Joachim Koellreutter, musiclogo)

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    1.Identificao

    Denominao do curso: Superior de Tecnologia em Luteria

    Modalidade:Educao Profissional Tecnolgica de Graduao,Presencial

    Amparo legal do cursoLDB n 9.394/1996; Parecer CNE/CES 436/2001;Resoluo CNE/CP 3/2002; Decreto 5154/04;

    Turno de Funcionamento Integral Matutino VespertinoNoturno

    Totais

    Vagas por turma 30 30

    N de turmas/semestre: 1 1

    Total de vagas anuais 30 30

    Regime de Matrcula:Semestral (com ingresso anual e oferta semestral dedisciplinas)

    Carga horria mnima 1920 horas-aula

    Prazo de integralizao dacarga horria

    TEMPO MNIMO(meses/semestre)

    TEMPO MXIMO(meses/semestre)

    36/6 60/10|

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    2.Apresentao

    O Curso Superior de Tecnologia em Luteria apresenta uma opo

    profissional indita no Brasil e na Amrica Latina. A formao em nvel

    superior abre as portas de uma carreira com caractersticas nicas

    autonomia, atendendo uma evoluo no mercado consumidor de bens e

    servios relacionados cultura, e ainda com vnculo a polticas sociais de

    incluso cultural para a cidadania que vm sendo intensificadas no Brasil

    e na Amrica Latina.

    Etimologicamente, a palavra luteria deriva de lute (Ingls) ou liuto

    (Italiano), que designa o alade, instrumento de cordas dedilhado, que na

    Idade Mdia foi introduzido no Ocidente a partir do mundo rabe

    embora a etimologia do termo em Portugus tenha sido atribuda ao

    ingls all wood(todo em madeira).

    Para Roque (2003), a luteria compreende a elaborao de instrumentos

    musicais acsticos de madeira construdos minuciosamente mo.

    Assim, o luthier o profissional que constri artesanalmente

    instrumentos de cordas, sendo os mais comuns os integrantes da famlia

    do violino (violino, viola, violoncelo e contra-baixo) e do violo (violo,

    viola, cavaco, bandolim), bem como instrumentos antigos acsticos.

    Entretanto dois autores de pocas diferentes, Ftis (1846) e Dourado

    (2004), consideram que o arteso construtor de cravos e instrumentos de

    sopro em madeira tambm so luthiers. Dourado (2004) ainda cita como

    parte da luteria a produo de guitarras e baixos eltricos.

    O projeto de curso em tela constitui inovao, em princpio, por dar pela

    primeira vez Luteria o formato de curso superior tecnolgico, com carga

    horria mnima exigida de 1920 h.

    A formao compreende carga terica significativa, de carter

    fundamental e interdisciplinar, abrangendo contedos de Matemtica,Fsica, Histria, Artes, Qumica e Administrao; no entanto, o currculo

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    desenvolve-se em direo a uma cada vez maior carga horria prtica, de

    modo a permitir a aprendizagem e o domnio das tcnicas de fabricao

    de instrumentos. Esta organizao deve promover nos estudantes o

    desenvolvimento do senso crtico, dos valores da preciso, da beleza, da

    busca de referencial cultural, da originalidade onde for cabvel e do

    profissionalismo.

    Aluno preparando seu instrumento para

    receber verniz

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    3.Justificativa

    O curso em tela vem ao encontro da demanda existente por construtores

    de instrumentos musicais, em todos os nveis - desde os instrumentos

    simples para principiantes at os instrumentos sofisticados para os

    msicos profissionais, diante dos expressivos nmeros de crescimento da

    economia da cultura no Brasil, particularmente, e no mundo.

    A conquista gradual da satisfao das necessidades bsicas (habitao,

    alimentao, sade) e intermedirias (a educao e o trabalho) pelos

    brasileiros os coloca, mais e mais, num processo de satisfazerem

    necessidades mais elevadas, atinentes ao esprito: a organizao poltica

    e a participao no mundo da cultura. Isto se manifesta no consumo de

    bens e servios relacionados arte e, no Brasil de modo notvel,

    msica. Inclui o acesso a concertos; a aquisio de mdias, o aprendizado

    das tcnicas musicais (instrumento e canto), a prtica individual e em

    grupo, e a aquisio de instrumentos e outros materiais para tanto.

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    Por outro lado, a incluso cultural se revela motivadora do

    desenvolvimento humano, trazendo sentido e interesse pela participao

    individual em programas de educao e saneamento bsico, e servindo

    de mote organizao comunitria.

    conhecido o fato de que os instrumentos destinados a principiantes

    correspondam em geral a um menor investimento, enquanto os

    instrumentos destinados a profissionais possam exigir investimento

    vrias vezes (at mesmo dezenas de vezes) maiores. . Entretanto, em

    todos os nveis necessrio um patamar de qualidade suficiente para

    permitir a prtica correspondente.

    A economia da cultura apresenta resultados notveis no Brasil,

    principalmente, na rea da msica, cuja busca seja por ouvintes como por

    artistas, realidade visvel. Enquanto no comrcio se oferece,

    inicialmente, instrumentos industrializados em grande quantidade, huma demanda reprimida por instrumentos de maior qualidade. neste

    ltimo segmento que os tecnlogos em Luteria devem atuar, indo

    associar-se aos ateliers existentes, ou abrindo ateliers prprios, onde iro

    prestar servios de construo, manuteno e restauro. Outras opes

    profissionais incluem a pesquisa, a atuao nas indstrias e tambm no

    comrcio. Na flora brasileira se encontra enorme variedade de madeiras,

    algumas ainda por explorar, e tem com esta perspectiva da agregao devalor, na forma de instrumentos, um enorme potencial exportador.

    A delicada construo da

    roseta em uma guitarra

    barroca

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    imensa a penetrao da msica popular no Brasil; a ascenso de mais e

    mais famlias categoria de consumidores da cultura dever provocar um

    aumento ainda maior na procura por violes, guitarras eltricas e

    congneres. Contudo, existem com razovel distribuio, nas maiores

    cidades, grupos dedicados formao e prtica da msica erudita. E

    nos outros pases da Amrica Latina, h pujante movimento de renovao

    da msica erudita reunindo populao (entre coralistas e instrumentistas)

    de cerca 240 mil crianas e jovens na Venezuela; 8 mil no Paraguai; cerca

    de 15 mil no Chile, e ao menos 3 mil na Argentina (informaes obtidas

    no Miniencuentro de organizadores de orquestas infantiles e juveniles en

    Latinoamerica, realizado no SODRE, em Montevidu, em abril de 2008,

    sob a coordenao do violinista e maestro Jorge Risi). Este fato deixa

    esperar-se um aumento crescente da procura por instrumentos de corda a

    arco, tambm, assim como os outros instrumentos de orquestra (sopros

    em madeira e metal, e percusso).

    De acordo com o jornal O Globo (2012), a editora Helosa Fischer, darevista VivaMsica!, mapeou 92 projetos de integrao social por meio

    da prtica orquestral no Brasil, que batizou cidadania sinfnica.Cita-se

    como base o El Sistema, da Venezuela, mas sem a centralizao

    administrativa que h l, idealizado pelo regente Jos Antonio Abreu.

    Mas, diz ela, o modelo brasileiro no centralizado numa instituio,

    como l. Somente os projetos liderados pela Sra. Fiorella Solares, viva do

    maestro David Machado (antigo colaborador de Abreu) contemplam quasemil alunos. Estes projetos tm por finalidade a cidadania e no a

    formao de msicos profissionais; no entanto, este efeito surge como

    nova perspectiva.

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    Na Luteria se trabalha a madeira

    com preciso semelhante da

    indstria mecnica

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    4.Contexto educacional

    O curso foi concebido como iniciativa pioneira, para ser aberto sob

    carter experimental por no constar no catlogo de cursos superiores

    tecnolgicos do MEC.

    Na UFPR existia at final de 2009 a Escola Tcnica, que oferecia Educao

    Tcnica. Com a criao dos Institutos Federais, houve um esvaziamento

    de diversos cursos tcnicos antigamente oferecidos na instituio.

    Permaneceram dois cursos: Tcnico em Petrleo e Tcnico-Agente de

    Sade. Por outro lado, foram propostos oito cursos superiores

    tecnolgicos, a maior parte no mbito do Programa Reuni neste ltimo

    grupo includo o presente curso de Luteria.

    A meno aos outros cursos ento criados na UFPR Produo Cnica,

    Secretariado, Negcios Imobilirios, Gesto da Qualidade, Anlise e

    Desenvolvimento de Sistemas, Gesto Pblica e Comunicao Institucional

    - ilustrativa para sublinhar o carter peculiar do Curso de Luteria. Trata-

    se, pois, de um curso em que o saber fazer prtico se destaca de forma

    concreta; a aquisio de habilidades manuais ocupa importncia

    possivelmente nunca vista nesta universidade. Isto introduz novos

    desafios, por exemplo, ao processo seletivo e avaliao do

    aproveitamento.

    Ensinando o futuro luthier a

    desenvolver seu olhar crtico

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    Por outro lado, a existncia de um curso superior em Luteria em parte

    subverte um processo de transmisso de conhecimento que, desde a

    Idade Mdia, acontece entre o mestre e seus aprendizes segundo uma

    tradio oral. Esta interao fundamental, pois est atrelada

    transmisso dos valores da Luteria, valores do trabalho artesanal em uma

    marcenaria no nvel mais refinado que se pode imaginar; no entanto, h

    uma organizao e objetivao do cabedal de conhecimento terico. A

    organizao acadmica, a infra-estrutura fsica, a presena de professores

    especializados em reas de apoio, uma boa biblioteca e um contexto de

    pesquisa cientfica diferenciam a formao de um luthierna universidade

    daquela formao mais usual nesta rea a condio de aprendiz aqui e

    l, onde se oferecer, sem previsibilidade nem aferio; um curso de curta

    durao e muitos clientes com quem se aventura em diferentes servios e

    mesmo intervenes em instrumentos. Aqui, mencione-se que o valor

    monetrio dos instrumentos musicais apresenta grande variabilidade; um

    violo montado em srie pode custar R$ 200, e um violo feito

    artesanalmente facilmente supera os R$ 2000; mas h instrumentos cujo

    valor aos proprietrios pode ser ainda bem superior. Um erro na

    interveno sobre um instrumento valioso pode acarretar significativo

    prejuzo.

    Se a Luteria trabalha com madeira bruta, ferramentas e mquinas tpicas

    da marcenaria, aplica critrios de qualidade que valem para produtos de

    alto valor agregado. A formao de luthiers no tempo de 3 anos, em meio

    perodo, um enorme desafio pedaggico. Sabe-se que o luthier ainda

    galgar um processo de aprendizagem em sua prtica profissional. Mas

    espera-se que o curso superior oferea, seno as habilidades finais, as

    referncias para um dia se chegar at ela.

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    Cada instrumento

    pronto testado e

    avaliado por um

    msico profissional

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    O curso de Luteria apresenta componentes de inovao e agregao devalor atravs do conhecimento. O estado do Paran vem h mais de

    dcada buscando dinamizar sua economia, tradicionalmente agrcola.

    diretriz apresentada pela Federao das Indstrias do Estado do Paran

    que se invista em inovao, e se desenvolva a economia do

    conhecimento. A proposta de um curso de Luteria se apresenta oportuna

    no contexto educacional regional e, novamente, do Brasil como um todo.

    4.2.1 O mercado de instrumentos musicais

    Existe um expressivo mercado interno para instrumentos musicais no

    Brasil. Est associado existncia de uma classe musical, seja ela na

    vertente popular ou erudita, sensvel qualidade dos instrumentos

    musicais, seja no violo acstico para acompanhar a voz, no cavaquinho

    ou bandolim solista de um grupo de choro ou no violino de um quarteto

    de cordas que circula o mundo.

    A MPB, cantada e instrumental, especialmente numerosa na sua

    demanda por instrumentos dedilhados.

    Apresentao de msica

    regional em Fortaleza (CE),

    2008

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    O segmento erudito, embora menos conhecido e ainda tributrio de apoio

    para seu crescimento, j no se diz pequeno: citem-se mais de cinqenta

    orquestras sinfnicas, filarmnicas ou de cmara estveis e que se

    apresentam regularmente. Como exemplos, citem-se no estado do Rio de

    Janeiro a Orquestra Sinfnica Brasileira, a Orquestra Sinfnica Nacional, a

    Orquestra Petrobrs Pr-Msica, a Orquestra do Teatro Municipal, a

    Orquestra Sinfnica da Universidade Federal Fluminense entre outras. No

    Estado de So Paulo, a OSESP, a Orquestra do Teatro Municipal de So

    Paulo, a Orquestra Filarmnica Municipal, a Orquestra Municipal de

    Campinas as orquestras dos conservatrios de Campinas, Tatu e

    Piracicaba (SP) entre outras. Na capital nacional, a orquestra Sinfnica do

    Teatro Nacional Cludio Santoro e a orquestra Sinfnica da UNB. No

    Paran, a Orquestra Sinfnica do Paran, a Camerata Antiqua de Curitiba,

    a Orquestra Filarmnica Juvenil da UFPR, Orquestra Sinfnica de Ponta

    Grossa e a Orquestra da Universidade Estadual de Londrina (PR). Na Bahia,

    a Orquestra Sinfnica da Bahia e a Orquestra Sinfnica da UFBA (BA). Na

    Paraba, a Orquestra Sinfnica da Paraba. No Amazonas, a Orquestra do

    Teatro Amazonas.. Estima-se mais de dois mil instrumentistas

    profissionais de cordas e mais de quinze mil amadores pelo Brasil.

    Concerto de Encerramento da Oficina de Msica de Curitiba, 2012

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    Os nmeros oficiais do ltimo levantamento nacional mostram que a

    indstria de instrumentos musicais empregava 2.592 pessoas, em 211

    empresas, em 2005, segundo o Sistema de Informaes e Indicadores

    Culturais 2003-2005, publicado pelo IBGE. No existe um estudo mais

    recente.

    O mercado de instrumentos musicais no Brasil alcanou um patamar de

    vendas superior a R$ 600 milhes em 2010, com crescimento perto de

    10% superior ao ano anterior, e R$ 700 milhes em 2011, segundo

    dados da Associao Brasileira de Msica Abemsica. Em 2010, mais de

    30% das vendas do segmento concentrava-se nos instrumentos de corda,

    principalmente, violes, em primeiro lugar, seguido de guitarras e

    contrabaixos, num mercado dominado pelos roqueiros brasileiros.

    Segundo a Associao Brasileira da Indstria da Msica, a expanso se

    deve a fatores como a lei que voltou a exigir o ensino da msica em todas

    as escolas do Pas a partir deste ano, e grandes shows, como o Rock in

    Rio, que estimulam o interesse dos jovens nessa rea. A Abimsica

    estima que existam 6 milhes de consumidores de equipamentos e

    nmero crescente de crianas e adolescentes (mais de 4 milhes) em

    escolas livres no Pas.

    O mercado exportador de instrumentos musicais no Brasil apresenta

    expanso, mas em escala ainda modesta. resultado de um PROJETO

    SETORIAL INTEGRADO DE PROMOO DAS EXPORTAES DE

    INSTRUMENTOS MUSICAIS DO BRASIL, apresentado em 2007 no mbito doMinistrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior como ao

    conjunta entre a Agncia Brasileira de Promoo de Exportaes e

    Investimentos (APEX) e da Associao Nacional de Fabricantes de

    Instrumentos Musicais e udio (ANAFIMA). Sobre o projeto, a APEX

    declara o objetivo de potencializar o interesse mundial pelos

    instrumentos musicais brasileiros de qualidade diferenciada e de grande

    diversidade de oferta de produtos (percusso, sopro, cordas, teclados),equipamentos e acessrios; vincular a imagem dos instrumentos musicais

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    brasileiros com a imagem da msica do Brasil, hoje reconhecida

    internacionalmente como de qualidade diferenciada, com grande

    diversidade, riqueza meldica e de grande criatividade dos seus msicos;

    articular e divulgar os instrumentos musicais, equipamentos e acessrios

    produzidos no Brasil, junto rede internacional de distribuio; e

    potencializar a produo de instrumentos musicais brasileiros como uma

    indstria limpa que utiliza matria-prima certificada (certificao da

    origem da madeira) e de alto valor agregado (chamando ateno para a

    nossa responsabilidade social)(APEX, 2010).

    O resultado deste programa foi o acrscimo de exportaes, de cerca de

    20%, em 2008 para atingir US$ 14 milhes.

    No entanto, em o saldo comercial de instrumentos musicais negativo.

    Apenas com os EUA, j verificou-se considervel dficit. Se as

    importaes dos EUA para o Brasil, em instrumentos musicais, foram em

    milhares de dlares, evoluram de US$ 26,4 milhes em 2005 para 41,8

    milhes em 2009, atingindo um valor de 0,2% do total de importaes. Jas exportaes para aquele pas caram de 3,6 milhes em 2005 para 1,8

    milhes em 2009, representando menos de 0,01% das exportaes.

    Instrumentos de corda

    de fabricao artesanal

    atingem alto valor no

    mercado internacional

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    O valor agregado em instrumentos musicais

    pertinente a comparao com o setor de movelaria. Em 2009, o Brasil

    exportou aos EUA US$ 87,0 milhes em madeira bruta e 98,6 milhes em

    mveis. Importou 7,4 milhes em troncos e madeira bruta e 19,8 milhes

    em mveis. Convm lembrar que transformar madeira em instrumentos

    musicais representa atividade que agrega dez vezes mais valor que a

    indstria moveleira, atingindo US$ 100 mil por metro cbico. Portanto,

    de importncia estratgica o desenvolvimento da indstria de

    instrumentos musicais no Brasil.

    Este fato revela uma tendncia geral da marcha do fator agregado nas

    exportaes brasileiras. Dados do Ministrio do Desenvolvimento,

    Indstria e Comrcio Exterior demonstram que, no Brasil, vm crescendo

    de 23% (2000) a 37% (2008) e 39,4% (estimativa para 2010) a exportao

    de produtos bsicos, mantendo-se constante, ao redor de 10% (estimativa

    de 14,2% em 2010) a exportao de semimanufaturados, e decrescendo

    de 60% a 47% (estimativa de 43,8% em 2010) a exportao de

    manufaturados. Uma estimativa do Ministrio mostram que em 2010, os

    setores de alta tecnologia tero sido responsveis por 7,2 % das

    exportaes; mdia-alta tecnologia, 27,9%; mdia-baixa tecnologia, 24,8%

    e baixa tecnologia, 40,1% (MDIC, 2010). Ou seja, em dez anos, o Brasil

    perdeu consideravelmente na qualidade de suas exportaes.

    O Curso de Luteria no direciona seus egressos para o mercado de

    instrumentos musicais industrializados; antes, para o mercado de

    instrumentos artesanais, de alto valor agregado. Organizaes como o

    SEBRAE e as diversas escolas de negcios do Brasil reconhecem que

    empresas (por vezes, de fundo de quintal) que insistem em tcnicas

    artesanais na produo de ladrilhos hidrulicos, ourivesarias, lojas de

    discos de vinil, marcenarias, produtores de orgnicos e, enfim,

    estabelecimentos de Luteria podem ter seu espao entre os consumidores

    (Folha de So Paulo, negcios, 18/04/2010).

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    Existem dezenas de luthiers construindo violes no Brasil, e em nmero

    ainda maior so os construtores de guitarras. Isto reflete a popularidade

    dos instrumentos. No entanto, a construo de violinos permanece uma

    raridade. importante verificar-se as iniciativas que j foram tomadas no

    Brasil para se criar escolas de Luteria que aborde tambm violinos, violas,

    violoncelos e arcos.

    Um violino Stradivarius ornamentado

    com insgnias da famlia real britnica

    A perspectiva mais ampla: a economia da cultura

    O mercado interno e externo de instrumentos musicais deve ser

    compreendido num contexto maior: a economia da cultura.Convencionou-se denominar setor cultural aquele diretamente ligado s

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    artes (seja em produo de originais como a produo seriada como de

    livros, CDs e DVDs); e setor criativo aquele que produz o equipamento

    de apoio ao setor cultural e, portanto, incluindo a construo de

    instrumentos musicais.

    Esta economia da cultura assim constituda, no mundo todo,

    movimentou US$ 1,3 trilho em 2005, cerca de trs vezes mais do que

    em 1998. Na Europa, em 2003, em percentual do PIB, atingia 2,3% na

    Itlia e na Espanha, 2,5% na Alemanha, 3% no Reino Unido e 3,4% na

    Frana. Na mdia da regio, eram 2,6% do produto interno bruto

    superando o setor de qumicos, borrachas e plsticos, ou ainda a

    produo industrial de alimentos, fumos, bebidas e da indstria txtil,

    tomadas juntas. J na Amrica Latina, projeta-se um crescimento anual

    mdio de 8,5%, com o mercado passando de US$ 40 bilhes em 2005

    para US$ 60 bilhes em 2010. No Brasil, segundo a Price Waterhouse

    Coopers, a "economia da cultura" passou de US$ 11,55 bi em 2001 para

    US$ 14,65 bi em 2005. O estudo projeta que o setor atingir a marca de

    US$ 21,92 bi em 2010, com uma taxa de crescimento anual estimada em

    8,4%, ou quase o dobro da estimativa de crescimento do PIB brasileiro.

    Se tais valores absolutos mostram o Brasil abarcando cerca de modesto

    1% do mercado mundial, os indicadores porcentuais se apresentam mais

    notveis. De acordo com o "Sistema de Informaes e Indicadores

    Culturais" (IBGE/MinC, 2006), o setor cultural e criativo respondia em

    2003 por 5,7% dos empregos formais, 6,2% do nmero de empresas, 6%do valor adicionado geral e 4,4% das despesas mdias das famlias

    brasileiras.

    Outros indicadores tambm so teis nesta anlise. Uma famlia brasileira

    gasta em mdia cerca de R$ 67,00/ms no consumo de cultura. Pesquisa

    da Fundao Joo Pinheiro aponta que o setor gera no Brasil 160 postos

    de trabalho para cada R$ 1 milho investido, mais do que a construo

    civil e o turismo, por exemplo. H, portanto, um vasto potencial a ser

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    trabalhado pelo poder pblico, pelo terceiro setor e pela iniciativa

    privada.

    A participao dos trabalhadores vinculados ao setor cultural da

    populao ocupada de 10 anos ou mais de idade, em relao ao total no

    Brasil, apresentou um percentual de 4,8%, em 2006, gerando uma

    estimativa que ultrapassa os 4,2 milhes de trabalhadores neste setor.

    Entre os trabalhadores no setor cultural, prevalece um nvel de

    escolaridade mais alto que o observado entre os ocupados no mercado de

    trabalho em geral, em que o percentual de trabalhadores com 11 anos ou

    mais de estudo (o que significa ter pelo menos o ensino mdio completo)

    era de 37,6%; J para os ocupados no setor cultural este percentual

    ultrapassou aos 55,0%. Isto sinaliza maior absoro do contingente

    populacional mais instrudo em atividades relacionadas cultura,

    principalmente nos grandes centros urbanos, onde concentram-se setores

    mais organizados de produo e disseminao de cultura do Pas,

    gerando postos de trabalho, tanto que a Regio Sudeste apresentou o

    maior percentual de pessoas com 11 anos ou mais de estudo vinculadas a

    atividades da cultura (62,0%) (SEBRAE, 2010)

    Utilizando um mtodo contbil distinto, resultados ainda mais

    expressivos foram obtidos num levantamento feito pela FIRJAN (2008),

    que aponta que a indstria criativa movimente ao redor de R$ 381,3

    bilhes no pas, o equivalente a 16,4% do Produto Interno Bruto (PIB)

    brasileiro, e emprega 35,2 milhes de pessoas. Levou-se em conta dozeatividades principais: artes visuais, publicidade, expresses culturais,

    televiso, msica, artes cnicas, filme e vdeo, mercado editorial,

    software, moda, arquitetura e design, alm do grupo de servios

    indiretos.Estas doze reas principais da cadeia criativa respondem por

    2,6% do PIB brasileiro. As atividades relacionadas a estas reas (material

    de artesanato, publicidade, instrumentos musicais, registro de marcas e

    patentes, dentro outras) equivalem a 5,4% da economia do Pas e as

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    atividades de apoio (consultoria especializada, insumos, maquinrios) a

    8,4% - assim, obtendo-se o valor total de 16,4%.

    Enfim, aplica-se ao setor de instrumentos musicais alguns comentrios

    recentes de formuladores de poltcas pblicas no Brasil (BNDES, 2007):

    (...) a economia da cultura um setor gerador de efeitos

    transversais (spillovers) em vrias outras atividades econmicas.

    Em um cenrio de disputas competitivas baseadas em ideias,

    conceitos e valores geradores de direitos de propriedade

    intelectual (marcas, patentes, direitos autorais), a integrao deaspectos culturais ao processo produtivo resulta em inovao e

    diferenciao de bens e servios que assim adquirem significados

    e caractersticas nicos, personalizados, insubstituveis, mesmo na

    presena de similares. Quanto maior o contedo cultural embutido

    na produo e na comercializao de bens e servios, maiores

    sero seu valor e sua vantagem comparativa. Em outras palavras, a

    cultura est associada inovao, diferenciao e agregaode valor. Ademais, as atividades do campo cultural so

    importantes tanto pelo ponto de vista econmico como sob o

    aspecto social. Em comparao com outros setores, apresentam

    um elevado potencial de nvel de empregos por valor investido e

    tendem a pagar melhores salrios. Geram renda, emprego, bem-

    estar, e so capazes de propiciar a incluso e coeso sociais, em

    particular de jovens e minorias. Para isso contribui sobremaneira acaracterstica intrnseca da cultura de atuar com a diversidade, o

    que tambm a fortalece como instrumento de desenvolvimento

    local e regional. Por fim, registre-se que a economia da cultura ,

    ambiental e culturalmente, um vetor de desenvolvimento

    sustentvel: no se d pelo consumo de recursos naturais, mas

    por uma combinao de criatividade, diversidade cultural e

    inovao tecnolgica; e tambm preserva para as futuras geraeso capital cultural tangvel e intangvel das sociedades.

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    Leito (2007) chama ainda a ateno para vantagens competitivas, mais

    potenciais do que realizadas, do Brasil neste setor:

    mercado interno

    polticas pblicas eficientes

    diversidade cultural

    Literatura de cordel venda

    em feira: manifestao

    tradicional da economia dacultura

    Distribuio regional das empresas do ramo

    Para se avaliar a distribuio regional de empresas do setor de

    instrumentos musicais, considere-se o exemplo da maior organizao do

    ramo, a Associao Nacional de Fabricantes de Instrumentos Musicais e

    udio - ANAFIMA, que congrega empresas voltadas para o mercado

    externo.

    A ANAFIMA rene as indstrias:

    ASK (suportes para teclados e baterias, guitarras, capas e correias,

    Trs Rios, RJ)

    Baquetas Alba (Maring, PR)

    Bends harmnicas (Ribeiro Pires, SP)

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    Berimbau ecolgico (So Paulo, SP)_

    C. Ibaez e Cia. (baquetas, Porto Alegre, RS)

    Colaneri (percusso para orquestras, So Paulo, SP);

    Contempornea (percusso, So Paulo, SP)

    Deval (tarraxas, Guarulhos, SP)

    Di Giorgio (violes, Franco da Rocha, SP)

    FZ udio (So Paulo, SP)

    Giannini (Salto, SP)

    Izzo(Cordas, So Paulo, SP)

    Liverpool(baquetas e acessrios, Jaragu do Sul, SC)

    Luen(instrumentos e peles de percusso, Cajamar, SP)

    Marcatto(baterias, Belo Horizonte, MG)

    Meteoro(amplificadores, Guarulhos, SP)

    Octagon Cymbals (percusso, So Paulo, SP)

    Odery Drums(percusso, Campinas, SP)

    Orion Cymbals(percusso, So Paulo, SP)

    Oversound(caixas acsticas, Vale do Paraba, SP)

    Raso Santo Angelo(Cabos, Guarulhos, SP)

    RMV(estantes musicais, So Paulo, SP)

    Rouxinol(cordas, Franco da Rocha, SP)

    Rozini(violes, So Paulo, SP)

    Sabra(suportes para microfones, So Paulo, SP)

    Selenium(amplificadores e auto-falantes, Nova Santa Rita, RS)

    Soft Case(estojos, So Paulo, SP)

    Solid Sound(estojos, Curitiba, PR)

    Tokai(rgos eletrnicos, So Paulo, SP)

    Weril (instrumentos de sopro em metal e clarinetes, Franco da

    Rocha, SP)

    Embora a relao da ANAFIMA no seja exaustiva, pode-se verificar quemuitos dos produtores de instrumentos musicais e udio situam-se nas

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    regies Sudeste e Sul. Este fato se mostra, mesmo que de maneira

    indireta, favorvel localizao do curso na cidade de Curitiba.

    Guitarra luminosa: criao

    de um formando do ano

    de 2011

    Escala e concentrao das empresas do ramo

    A realidade brasileira de exportaes (somados todos os produtos)

    apresenta uma enorme concentrao de capital: apenas 0,1% das

    exportaes em 2008 foram feitas por pessoas fsicas, sendo 1,2% por

    micro e pequenas empresas, 4,5% por mdias, e 94,2 por grandesempresas (MDIC, 2010).

    A construo de instrumentos musicais apresenta o potencial de atenuar

    este padro. No necessariamente segue o padro da organizao

    industrial, mas de pequenos ateliers, que comumente so ocupados por

    um nico arteso. Seu montante de exportaes pode atingir uma

    centena de milhares de dlares anuais, ou mais. Este um enorme

    incentivo para o ingresso no curso e na profisso de luthier. O capital

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    humano assume parcela fundamental na excelncia dos servios e

    produtos.

    Atelier de luteria

    A proposta de formao refinada e especializada

    No Brasil, atualssima a discusso a respeito da valorizao da formao

    tcnica e tecnolgica. Com apenas 8% de seus pblico de nvel superior

    concluindo cursos tecnolgicos, valor que contrasta com os cerca de 50%

    verificados na Europa (Braslia, 2010), a sociedade se ressente de servios

    qualificados de nvel tcnico, nos diferentes assuntos, em que se inclui a

    mecnica de automveis, enfermagem, construo civil e fabricao

    mecnica.

    A construo de instrumentos musicais ocupa, aqui, posio de destaque,

    pois se trata de ofcio tradicional e muito peculiar, para o qual no existe

    verdadeiramente alternativa industrial. Ao invs de extinta pelodesenvolvimento da indstria, a produo artesanal de instrumentos

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    musicais foi somente valorizada pelo surgimento de produtos industriais

    assemelhados: estes, mais acessveis, destinam-se introduo ao estudo

    da msica. A prtica profissional, entretanto, requer instrumentos

    qualificados.

    E mesmo em se tratando de instrumentos para iniciantes, h casos em

    que o instrumento requer apurada tcnica, como o violino e o obo. No

    recomendvel a um principiante dedicar-se ao estudo num instrumento

    de baixa qualidade. Desvios dimensionais, materiais sem caractersticas

    necessrias de robustez e dureza, imperfeies acsticas (como os tons

    de lobo) so fatores de tenso e insegurana; com o passar do tempo,

    causam vcios de tcnica musical, de soluo cada vez mais difcil. Um

    instrumento razovel nas mos de um jovem empenhado e bem

    orientado uma condio necessria para o crescimento. Quando o

    estudante atinge um nvel avanado ou se torna profissional,

    importante o acesso a diferentes possibilidades de instrumentos, de

    modo que desenvolva e explore sua sensibilidade ao timbre, encontrando

    um instrumento que torne a prtica estimulante, e no onerosa.

    Na Luteria de alta qualidade, baseada no trabalho artesanal, se renem o

    aproveitamento de matria-prima natural a madeira e o trabalho

    humano. Difere fundamentalmente da produo industrial de

    instrumentos musicais, que almeja grande volume a baixo custo.

    Na construo artesanal h uma concepo distinta, demandando aporte

    de mo-de-obra especializada, trabalha com uma baixa relao de custo ebenefcio, mas atinge patamares elevados de excelncia, personalizao e

    refinamento tcnico, considerando a no-homogeneidades do material

    (fundamentalmente, a madeira), a diversidade de preferncias individuais

    dos msicos e, ainda, imprimindo a cada pea marca do artista.

    Considera-se a madeira como material orgnico e portanto irregular,

    nenhuma pea igual outra. Ao tratar cada instrumento como obra nica,

    ocorre aqui a agregao de valor a patamares no imaginados pela

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    produo industrial. Atinge-se um padro inigualvel de qualidade. Um

    instrumento artesanal pode valer dezenas, seno centenas de vezes mais

    que um instrumento fabricado em srie. Em termos bem concretos, gaste-

    se dois meses para se construir sob encomenda um violino do agrado de

    um msico profissional de alto padro no Brasil ou fora. No ser

    incomum vender-se tal instrumento entre cinco e dez mil dlares. Hoje,

    h no poucos artesos que constroem violinos na Europa e os vendem

    por 40 mil euros. Este valor se refere pouco ao material utilizado, mas ao

    tratamento manual a ele dispensado, e que o resultado de muitos anos

    de estudo e prtica profissional.

    O curso em pauta se prope formar para a construo e restauro de

    instrumentos musicais acsticos como violinos, violas, violoncelos,

    contrabaixos, violas da gamba, violes, viola caipira, cavaquinho,

    bandolins, entre outros, e instrumentos eletrificados como guitarras e

    baixos. Egressos desta escola devero atingir um nvel de formao

    suficiente para a atuao autnoma nas diferentes regies do pas.

    Potenciais consumidores destes instrumentos esto no Brasil e no

    exterior. Estima-se no Brasil em torno de vinte mil instrumentistas de

    violinos, violas e violoncelos, e um nmero ainda superior de

    instrumentistas de cordas dedilhadas que valorizem instrumentos

    artesanais.

    Ao se considerar o mercado internacional, o volume potencial muito

    grande. Passa a vigorar o princpio da qualidade impecvel associado individualidade do artista. Inclui-se a oportunidade de aproveitar as

    madeiras nacionais mais reputadas pelos pesquisadores.

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    Raros exemplares de violinos em

    exposio no Ashmolean Museum,

    Oxford, Reino unido

    Fundamento social para a Luteria artesanal

    Somam-se aos argumentos econmicos acima apresentados (expectativas

    de crescimento para o setor de instrumentos musicais) outros que

    colocam especiais expectativas sobre a Luteria artesanal.Se o msico de alto padro no superado, tampouco igualado pela

    tecnologia eletrnica, de modo semelhante, na construo de

    instrumentos a suprema qualidade s pode resultar do trabalho manual.

    Tudo isto das mos de um nico arteso o mestre luthier ou luthier,

    conforme se priorize a origem francesa ou italiana e seus aprendizes.

    De qualquer forma, remonta Europa Medieval, portanto pr-industrial, a

    tradio da feitura manual de instrumentos. E esta origem pr-industrial

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    preserva uma caracterstica da organizao social pr-capitalista: o

    trabalhador detentor dos meios de produo. O construtor de

    instrumentos se revela raro exemplo de resistncia separao entre

    capital e trabalho.

    Ainda, acrescente-se que na tradio artesanal do construtor de

    instrumentos se preservam e cultivam valores humanos impensveis em

    dos produtos industrializados. A marca das mos do arteso (que no se

    confunda com a individualidade do artista, descomprometido da

    funcionalidade); o belo timbre (como o aroma do vinho, no descritvel

    em termos puramente numricos); a prtica investigatria; a postura

    filosfica, sempre compartilhada com os aprendizes; a predominncia das

    dimenses bem concretas da realidade sobre as dimenses virtuais,

    conferindo ao trabalho a saudvel satisfao da materialidade.

    A construo de instrumentos uma promissora oportunidade de

    encaminhamento profissional para os jovens procurando brasileiros, no

    importando sua origem social. ainda uma opo de novoencaminhamento para adultos. A escola ora proposta pede dos

    candidatos o segundo grau completo.

    O ofcio de luthierpoder atrair as pessoas para a cidadania, ajudando-as

    a rejeitar as drogas e a criminalidade. Alm de alternativa econmica,

    encontra-se potencial mpar da realizao humana e cidad na disciplina

    do ofcio, com sua imerso na esttica sonora e na condio de suporte

    para a atividade artstica, com seu apelo humanista, til sociedade damaneira mais nobre: restituindo-lhe o sentido da vida to degenerado

    pelo mecanicismo capitalista.

    Entretanto, iniciativas baseadas em cursos de curta durao apresentam

    srio risco aos profissionais. Registra-se, no Brasil, que tm sofrido

    frustrao com a profisso, com conseqncias para sua vida

    profissional, familiar e sade.

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    No Brasil, no incomum a

    reparao de instrumentos dar-se

    em condies precrias

    Histrico da proposta: origens do ensino de Luteria no Brasil

    O histrico desta iniciativa inicia com muitas trajetrias de construtores

    de instrumentos musicais, em geral imigrantes, radicados no Brasil,

    trajetrias ricas enquanto aperfeioamento individual. Entretanto, foram

    praticamente sem continuidade, pela fragilidade na estrutura educacional

    desta profisso.

    Consta que no sc. XVII e XVIII, os padres jesutas, nas suas misses,ensinavam aos indgenas a Luteria. Como foram banidos do Brasil e de

    Portugal pelo Marqus de Pombal, e destrudos seus povoados, este

    trabalho foi interrompido. Especula-se qual teria sido a herana cultural

    dos jesutas, caso no tivessem sido expulsos.

    O curso de Luteria do Conservatrio de Tatu constou por muito tempo

    como o nico oferecido gratuitamente no Brasil. Foi criado no

    Conservatrio de Tatu, em 25 de agosto de 1980, tendo como

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    professores Enzo Bertelli (nascido em 1918 em Como, Itlia, vencedor de

    uma medalha de ouro e uma de prata da Academia de Msica de Santa

    Ceclia, em Roma, por seus violinos). Hoje, o curso ministrado por Luigi

    Bertelli (seu filho) e Izaias Batista de Oliveira. O contedo terico do curso

    compreende noes de fsica, acstica e desenho e ministrado

    juntamente com a parte prtica, com durao de quatro anos, alm de um

    ano de preparatrio. Em 1983, o Conservatrio de Tatu solicitou do IPT

    (Instituto de Pesquisas Tecnolgicas) do Estado de So Paulo um estudo

    das madeiras brasileiras em substituio s europias tradicionais, com

    base na comparao das propriedades anatmicas, fsico-mecnicas e

    acsticas das madeiras. Resultou uma lista de 10 madeiras com potencial

    para substituir as importadas. Entre estas esto o Pinho do Paran, a

    Grumixava e o Pau-ferro, as quais so utilizadas para a construo dos

    primeiros violinos dos alunos. Alm das madeiras nacionais, so

    utilizadas tambm madeiras importadas, tais como o acero balcnico, o

    abeto alemo e o bano africano (CDMCC, 2006). Registre-se que Tatu

    uma cidade pequena, no interior de So Paulo. No h escola similar

    funcionando numa capital, onde mais pessoas (jovens e adultos)

    poderiam participar do processo seletivo, e a presena da escola poderia

    ser melhor aproveitada pelo meio musical.

    A Escola de Luteria da Funarte, a partir de convnio firmado com a Escola

    de Msica Villa-Lobos da Secretaria Estadual de Cultura e Desporto do Rio

    de Janeiro, iniciou atividades em maro de 1997, com 30 alunos

    atendidos. Sua formao deveria durar dois anos (MINC, 1997). Consta

    que desta escola, que trabalhou com menores cumpridores de penas,

    somente um tenha se tornado luthier.

    A Oficina Escola de Lutheria da Amaznia (Oela) foi criada em 1998 por

    Rubens Gomes para capacitar adolescentes de baixa renda na fabricao

    de instrumentos musicais de corda usando exclusivamente madeiras de

    origem certificada. Foi a primeira escola de Luteria do mundo a obter oselo verde do Conselho de Manejo Florestal (FSC, na sigla em ingls),

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    organizao no-governamental internacional que promove o manejo e a

    certificao florestal no mundo. Alm de atuar no preparo de matria

    prima, na produo semi-industrial e ainda no ensino de artesanato em

    madeira e informtica, a organizao tambm fornece aulas de educao

    ambiental, teoria musical e assistem a uma srie de palestras sobre

    drogas, sexualidade e outros temas variados (Kasahara, 2006). Apesar da

    escola manter em sua sede 60 alunos de aprendiz de luthier, em sete

    anos, 32 alunos concluram o curso bsico de lutheria. Estas informaes

    no foram confirmadas na prtica por um egresso da escola de origem

    indgena, segundo quem somente dois indivduos atuam em Luteria.

    Um projeto elaborado pela UCG (Universidade Catlica de Gois) de

    auxlio a jovens pobres de Goinia na criao de empresas e cooperativas.

    A estratgia consiste em ministrar cursos profissionalizantes e fornecer

    toda a assessoria necessria para que 40 pessoas na faixa etria dos 18

    aos 24 anos montem seu prprio negcio num dos assuntos: panificao,

    reciclagem de materiais, servios gerais, agricultura familiar, corte e

    costura e Luteria. Enfatizando o protagonismo Juvenil como alternativa

    para incluso produtiva, a iniciativa conta com recursos do Programa de

    Promoo da Incluso Produtiva de Jovens, concebido pelo Ministrio de

    Desenvolvimento Social e Combate Fome com o apoio do PNUD. As

    atividades sero dirigidas prioritariamente a jovens em situao de

    vulnerabilidade social (ALVES, 2006). No uma escola especializada em

    Luteria, mas esta seno um aspecto adicional de um projeto bastante

    abrangente.

    Uma oficina de Luteria foi criada em Aracaju (SE), na Unidade de

    Qualificao Profissional do bairro Jardim Esperana, que atende a

    comunidade local e adjacncias, ao lado de lavanderia, laboratrio de

    informtica, agncia do Banco Popular do Brasil e sala de aula do BB

    Educar - alfabetizao de adultos (ARACAJU, 2005). Tambm uma escola

    associada a estrutura recm-criada.

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    Sabe-se que nas frias do incio de 2004 uma oficina gratuita de Luteria

    (sem mais especificaes) foi oferecida em So Jos dos Campos pela

    Fundao Cultural Cassiano Ricardo (SJC, 2004). Em to breve perodo,

    no se espera muito mais que transmitir o interesse pelo assunto aos

    jovens.

    Em Pirassununga (SP), cidade em que est radicado o luthierLuciano Faria

    (especializado em rplicas de instrumentos antigos), o Fundo Municipal

    da cidade, com R$ 8 mil, montou oficina de Luteria com turmas de dez

    pessoas, com aulas duas vezes por semana, durante o ano todo. Alm de

    aprenderem a confeccionar os instrumentos, os interessados tambm

    aprendem a toc-los com uma professora do Conservatrio Municipal de

    Pirassununga (SP, 2005).

    Enfim, mantida atravs do patrocnio da Petrobrs, a Casa Talento em

    Natal (RN) atua na formao de jovens msicos desde 2000, quando foi

    criada. A Casa Talento atende alunos da rede pblica de ensino dos sete

    aos 17 anos, que aprendem os segredos da msica atravs do mtodoSuzuki - que ensina a tocar sem o auxlio de partitura (TN, 2006). A Casa

    Talento implementou em 2005 uma Oficina de Lutheria para capacitar

    jovens de 14 a 17 anos na construo e restaurao de instrumentos

    musicais como violino, viola e arco. Das 30 vagas oferecidas 10 so

    destinadas a alunos da Casa Talento Petrobrs e 20 para alunos novatos.

    O curso tem um ano de durao e conta com aulas tericas e prticas

    (MADRUGA, 2005).O fato que existe, hoje, uma grande dificuldade na Amrica Latina para

    a formao de Liutaios, devido inexistncia de centros de formao e

    treinamento, e os interessados so obrigados a partir para o exterior.

    Normalmente pases da Europa e Estados Unidos possuem as melhores

    escolas sendo as opes mais procuradas pela demanda. Enquanto isto,

    proliferam no pas cursos com propostas equivalentes a construa seu

    nico instrumento e v embora.

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    Ocorre com a Luteria no Brasil a contnua perda de profissionais de

    reconhecimento internacional, onde seus conhecimentos no so

    aproveitados. Antigos imigrantes italianos e alemes construtores como:

    Guido Pscoli, Benvenuto Pscoli, Amrico La Porta, Reinaldo Hann, Carlo

    Minelli entre outros que j se foram, levaram seus conhecimentos e ns

    novamente retornamos ao ponto de partida. Desde que a diminuio da

    imigrao europia parou de trazer para o Brasil este tipo de profissional,

    deu-se incio a nossa crescente carncia e decadncia. Apenas o

    renomado construtor e restaurador Enzo Bertelli (j falecido) deixou em

    Tatu - So Paulo uma pequena escola que no atende s necessidades

    brasileiras.

    Registre-se a atuao do mestre Leandro Mombach em Curitiba, desde

    1993, tendo se consagrado na fabricao, manuteno e restauro e

    aqui, atendendo pedidos de colecionadores de instrumentos notveis,

    como Stradivari ou Balestrieri. Segundo seu depoimento, a cada ano

    mais patente a necessidade de se estabelecer no Brasil uma escola de

    Luteria que forme profissionais plenos, primando pela abrangncia e

    qualidade da formao. Isto no se tem conseguido somente atravs da

    transmisso entre mestre e aprendiz; tampouco seria prudente ou

    possvel ao se abreviar a formao, adaptando o extenso currculo

    urgncia da demanda seja pelo lado social, da necessidade de criar

    empregos para a populao excluda, seja pelo lado dos servios a serem

    prestados aos instrumentistas. Tampouco poderia ser uma escola

    dependente a exemplo do que ocorreu no passado de um ou outro

    lder idealista, mas surgiria sob um teto capaz de garantir-lhe

    sustentabilidade, colada a uma instituio realmente consolidada na

    sociedade. Somente assim se esperaria poder criar junto s novas

    geraes o interesse pela refinada tradio da construo de

    instrumentos musicais acsticos. Torna-se fundamental para a

    preservao, pesquisa e desenvolvimento de nosso acervo instrumental, a

    criao de uma Escola Nacional de Luteria que como a agulha do

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    38 PROJETO PEDAGGICO DECURSO

    compasso, centra e orienta a confeco de um crculo perfeito

    (MOMBACH, 2006).

    Ao se dar conta destes fatos, na Universidade Federal do Paran (que j

    sedia orquestra filarmnica h cinco dcadas, alm de cursos de

    graduao e mestrado em Msica) foi surgindo a percepo da

    possibilidade de uma parceria, abrigando a nova escola e descortinando

    uma nova e especialssima frente de trabalho de repercusso social e

    artstica, alm da acadmica. A Pr-Reitoria de Extenso e Cultura da

    UFPR tomou a resoluo de elaborar o presente projeto, de modo a

    encaminhar a criao de um curso permanente em nvel tcnico (ps-

    mdio), em conformidade com os Parmetros Curriculares estabelecidos

    pelo Ministrio de Educao, que prev a construo e manuteno de

    instrumentos musicais acsticos na funo confeco e manuteno de

    equipamentos, sub-rea msica, rea de artes.

    No obtendo xito na forma de projeto cultural, a proposta foi

    encaminhada ao MEC no mbito do programa REUNI, onde obteve exitosaaprovao.

    Este novo curso de Luteria no Brasil, certamente, ser a prioridade de

    procura pelos futuros aprendizes, que no sero s de brasileiros, como

    de participantes de toda a Amrica Latina.

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    CURSO SUPERIOR DETECNOLOGIA EMLUTERIA DAUFPR 39

    A flora oferece no somente

    materiais de potencial para a

    Luteria, como tambm

    sugestivas formas

    Fundamentao cultural do ensino de Luteria

    A construo de instrumentos musicais tem caractersticas nicas para

    resistir voracidade da concorrncia. Tm como reforar elementos de

    identidade regional no uso de materiais alternativos, de especializao

    em alguns instrumentos afeitos msica regional e nacional, e da marca

    das mos, que cria valor duradouro em torno do nome de um mestre, ou

    de sua famlia ou, ainda mais desejvel, de sua regio.

    muito comum que instrumentos tradicionais de outros pases passem

    por adaptaes e modificaes estruturais para atender nossos

    compositores. Assim aconteceu com o bandolim brasileiro, a viola caipira,

    a rabeca e o cavaquinho - bastante modificados a partir de seus originais

    europeus. A confeco de instrumentos musicais por artesos brasileiros

    permitir uma nova originalidade de nossa msica.

    Aqui cumpre mencionar o exemplo do multiartista pernambucano

    Antnio Nbrega. Alm de cantor, compositor, danarino e folclorista, destacado intrprete rabeca. Afirma ser sua misso criar um pulmo

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    40 PROJETO PEDAGGICO DECURSO

    simblico para o Brasil, pas em que procura uma qualidade nica de

    msica e de dana, para recuperar sentido e relevncia na arte. O valor

    artesanal dos instrumentos acsticos guarda importante similaridade. A

    marca das mos do arteso, da pouco at a muito refinada, o diferencial

    que produz divisas, por um lado, e auto-estima pelo outro.

    Espetculo de

    fandango em Antonina-

    PR

    Resultados esperados da implementao do curso

    Com o funcionamento do curso, espera-se atingir resultados significativosde longo prazo, que so abaixo descritos.

    Espera-se a formao de construtores e restauradores de instrumentos

    para a msica antiga e moderna como; Violinos, Violas, Violoncelos,

    Contrabaixos, Violas da Gamba (de soprano a baixo), Pochettes, Alades,

    Theorbas, Violo clssico, Violo Flamenco e Violo Barroco, Violas

    Caipira, Cavaquinhos, Bandolins, e enfim guitarras e baixos eltricos,

    toda a manuteno para seus acessrios, garantindo o atendimento a

    uma demanda existente no mercado.

    Espera-se o intercmbio com outros centros de formao por novas

    tecnologias de construo e restaurao, inserindo a cidade hospedeira

    no contexto internacional da especializada arte da Luteria.

    Espera-se a experimentao de madeiras, resinas, corantes de origem

    nacional em conjunto com centros de pesquisa e universidades,acelerando o processo de descoberta de novos materiais e produtos

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    CURSO SUPERIOR DETECNOLOGIA EMLUTERIA DAUFPR 41

    aplicados construo e restaurao de acessrios e instrumentos

    musicais.

    Espera-se a criao de um centro de pesquisa em acstica para

    instrumentos musicais.

    Espera-se a criao de um peridico informativo direcionado a msicos

    profissionais, estudantes e luthiers no Brasil e exterior.

    Espera-se a formao de um centro de pesquisa e resgate da histria da

    Luteria no Brasil, desde as misses jesutas at nossos dias.

    Espera-se a criao de uma biblioteca temtica sobre restaurao, tcnica

    construtiva, histria, materiais etc.

    Espera-se a criao de uma exposio permanente dos mais diversos

    tipos de instrumentos produzidos pelos alunos, doaes e curiosidades

    de poca.

    Espera-se a formao de profissionais capacitados para a exportao de

    instrumentos musicais de alto nvel artesanal com gerao de recursospara o pas, supervalorizando nossa matria prima.

    Espera-se a total capacitao e independncia para a manuteno e

    restauro de nosso acervo instrumental.

    No rol das atividades prticas realizadas pelos alunos mais adiantados,

    espera-se ainda a restaurao dos acervos de instrumentos musicais

    existentes nos museus brasileiros, a exemplo do Museu Paranaense.

    Enfim espera-se tambm formar liutlogos, especialistas em luteria,

    mesmo que no seja construtores, mas que pesquisem a atividade.

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    42 PROJETO PEDAGGICO DECURSO

    Viela de roda: um curioso

    instrumento medieval, no

    Museu de Instrumentos

    Musicais de Markneukirchen,

    Alemanha

    5.2. Populao do ensino mdio e tcnico local

    De acordo com o IBGE, em 2008, 1155 mil pessoas freqentavam o

    ensino mdio na Regio Sul, e 1053 mil pessoas o ensino superior. No

    Paran, de acordo com o IPARDES, eram 472 mil matriculados no ensino

    mdio e 329 mil no ensino superior. No ensino tcnico, de acordo com a

    Secretaria do Estado de Educao, eram registrados 75 mil alunos.

    Formandos da primeira

    turma (2012) e seus

    instrumentos

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    CURSO SUPERIOR DETECNOLOGIA EMLUTERIA DAUFPR 43

    5.3. Poltica institucional de expanso para a rea

    tecnolgica e para o curso

    Histrico da instituio

    A Universidade Federal do Paran - UFPR, fundada em 1912, consta como

    das mais antigas universidades do Brasil. Tem fundamental participao

    na formao cultural da capital paranaense e tem se revelado, ao longo

    das dcadas, uma importante agncia de desenvolvimento do estado do

    Paran.

    Ainda mais antigo a o Colgio Progresso, que em 1914 foi doado

    UFPR e originou diversos cursos tcnicos.

    Quando da criao dos Institutos Federais, em dezembro de 2009, a UFPR

    optou por manter em sua estrutura um Setor dedicado oferta de cursos

    superiores de carter tecnolgico. Alm do curso j existente (Tecnologia

    em Anlise e Desenvolvimento de Sistemas), foram propostos outros sete

    cursos no mbito do Programa de Restruturao das universidades

    pblicas (REUNI): Tecnologia em Negcios Imobilirios; Tecnologia em

    Gesto da Qualidade; Tecnologia em Secretariado Executivo; Tecnologia

    em Comunicao Institucional; Tecnologia em Gesto Pblica, Tecnologia

    em Produo Cnica e Tecnologia em Luteria.

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    44 PROJETO PEDAGGICO DECURSO

    Plano de Desenvolvimento Institucional - PDI

    No seu PDI vigente, preparado para o quadrinio 2007-2011, a UFPR faz

    constar sua misso de fomentar, construir e disseminar o conhecimento,

    contribuindo para a formao do cidado e desenvolvimento humano

    sustentvel, e seus princpios, que so:

    Universidade pblica, gratuita, de qualidade e comprometida socialmente;

    Indissociabilidade entre Ensino, Pesquisa e Extenso;

    Liberdade na construo e autonomia na disseminao do conhecimento;

    Respeito a todas as instncias da sociedade organizada.

    Participao democrtica e representativa dos trs segmentos da

    comunidade universitria nas polticas e decises institucionais.

    No PDI 2007-2011, especificamente, l-se um objetivo e duas metas

    diretamente relacionados com a oferta de cursos superiores tecnolgicos.

    Diretriz: Expandir e Consolidar as atividades de ensino

    Objetivo: Criar e consolidar cursos tcnico-profissionalizantes, de

    Graduao e de Ps-Graduao

    Meta: Identificar o potencial dos recursos estruturais e de pessoal para

    criao de novos cursos tcnico-profissionalizantes e de Graduao

    Metas: Expandir em 10% at 2011 os cursos tcnico-profissionalizantes

    de Graduao e Ps-Graduao lato sensu nas modalidades presencial, distncia e noturno

    O Setor de Educao Profissional e Tecnolgica da UFPR

    Em 2009 foi acrescido estrutura da UFPR o Setor de Educao

    Profissional e Tecnolgica. No seu estatuto, l-se:

    Art. 2 O Setor de Educao Profissional e Tecnolgica, em sua reaespecfica de atuao, tem por objetivos:

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    CURSO SUPERIOR DETECNOLOGIA EMLUTERIA DAUFPR 45

    I. Promover a educao, o ensino, o desenvolvimento cientfico,

    profissional, tecnolgico e cultural, visando sobretudo contribuir para

    uma adequada qualidade de vida s geraes atuais e futuras.

    II. Prioritariamente, promover a formao e capacitao de recursos

    humanos, buscando o permanente desenvolvimento da vida produtiva,

    sendo responsvel, no mbito da UFPR, pelo desenvolvimento e pesquisa

    da Educao Profissional e Tecnolgica nas dimenses definidas pelo

    Artigo 39 da Lei 9394/96.

    III. Contribuir para a soluo dos problemas de interesse dacomunidade, sob a forma de cursos, estudos, eventos

    IV. Construir propostas multidisciplinares articuladamente com os

    outros setores no interesse da UFPR.

    Setor de Educao Profissional

    e Tecnolgica, antiga Escola

    Tcnica: anterior prpria

    UFPR

    5.4. Referncias bibliogrficas

    APEX. Portal Apex Brasil. Disponvel em

    http://www.apexbrasil.com.br/portal_apex/publicacao/engine.wsp?tmp.a

    rea=64&tmp.texto=3878. Acesso em 26/06/2010.

    BNDES 2009: Luciane Fernandes Gorgulho, Marcelo Goldenstein

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    46 PROJETO PEDAGGICO DECURSO

    DOURADO, Henrique Autran. Dicionrio de Termos e Expresses da

    Msica. Brasil: Editora 34. 2004.

    FTIS, Franois-Joseph. The History of Music or, How to Understand and

    Enjoy its Performance. Inglaterra: Routledge, 1846.

    Firjan: Indstria criativa movimenta R$ 381 bilhes no pas, diz Firjan

    (21/05/2008) disponvel em

    http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,MUL489883-9356,00.html,

    acesso em 26/06/2010.

    GLOBO, Orquestras sociais se multiplicam no Brasil, mudando o destino

    de jovens carentes. 15/08/2012. Disponvel em

    http://oglobo.globo.com/cultura/orquestras-sociais-se-multiplicam-no-

    brasil-mudando-destino-de-jovens-carentes-5787491. Acesso em

    16/08/2012.

    LEITO, Srgio S Leito, ECONOMIA DA CULTURA EDESENVOLVIMENTO,Revista Z Cultural, 2011. Disponvel em

    http://revistazcultural.pacc.ufrj.br/economia-da-cultura-e-

    desenvolvimento-de-sergio-sa-leitao/, Acesso em julho de 2012.

    MDIC - Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior -

    MDIC.Balana comercial brasileira: dados consolidados. 2010, janeiro-

    maro, disponvel em

    http://www.desenvolvimento.gov.br/arquivos/dwnl_1276027287.pdf,

    acesso em 26/06/2010.

    Patrcia Vieira Machado Alexandre, Gustavo Affonso Taboas de Mello, A

    economia da cultura: conceituao e dimensionamento macroeconmico

    ROQUE, Carlos. Luthiers: Artesos Musicais Brasileiros. Edio do Autor:

    So Paulo. 2003.

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    CURSO SUPERIOR DETECNOLOGIA EMLUTERIA DAUFPR 47

    6.Fundamentao terica e metodolgica

    Este curso se prope formar profissionais tecnolgicos de nvel superior,

    com a capacidade aprofundada de anlise de situaes e problemas. Este

    perfil dado, por um lado, pela fluncia dentro do mtier especfico,

    resultado de paciente treinamento prtico no atelier de Luteria - visando a

    uma imerso na cultura da profisso do luthier -mas sem abrir mo da

    sustentao acadmica. Esta dada pelo referencial da literatura

    especializada de alcance internacional e pela metodologia cientfica.

    Ainda, promovida uma insero interdisciplinar, conferida pela ampla

    base terica do curso, abrindo o dilogo com disciplinas das

    Humanidades (Artes, Antropologia e Filosofia das Cincias), das Cincias

    Exatas e Tecnologia (Desenho, Fsica, Qumica, Cincia dos Materiais,

    Botnica), subsidiando a atitude investigadora diante dos desafios

    apresentados pela prtica profissional.

    O curso se estrutura em seis semestres obrigatrios, formando umprofissional de orientao especializada, voltado produo de

    instrumentos musicais de corda, havendo a especializao em um dos

    grupos: instrumentos a arco, dedilhados acsticos ou dedilhados

    eletrificados.Trata-se em todo caso de instrumentos em madeira

    (instrumentos de corda dedilhadas e a arco - e instrumentos de sopro -

    naturais ou mecnicos).

    Observe-se os cuidados na regularidade dos compromissos acadmicos: a

    diviso em 300 horas-aula (240 horas-relgio) por semestre, resultado da

    distribuio do curso em quatro horas-aula dirias em cinco dias por

    semana, e ainda sem ultrapassar cinco disciplinas simultneas por

    semestre.

    No terceiro ano, oferecida a disciplina de Tpicos Especiais, que

    permite a incluso de contedos que se mostrarem oportunos do ponto

    de vista da atualizao, da flexibilizao curricular (permitindo a atividade

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    extensionista, promovida por exemplo no projeto Quarteto de Cordas

    UFPR, que visita regularmente escolas municipais e apresenta a crianas

    de 8 a 10 anos os instrumentos da famlia do violino, sua sonoridade e

    gama expressiva) ou ainda da incubao de novas linhas de ensino e

    pesquisa. Esta ltima possibilidade procura alicerar a atividade de

    reviso deste PPC a partir dos quatro anos de funcionamento do curso,

    tempo suficiente para se formar duas turmas de profissionais e obter

    algum retorno relativo a sua insero no mercado de trabalho.

    Luteria segundo

    os enciclopedistas

    franceses Diderot

    e dAlembert

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    CURSO SUPERIOR DETECNOLOGIA EMLUTERIA DAUFPR 49

    6.1. Procedimentos didticos

    Quanto didtica, o curso faz uso alternado entre os seguintes

    procedimentos de ensino:

    aulas expositivas e seminrios;

    aulas de laboratrio;

    atelier prtico (construo de instrumentos e de vernizes)

    visitas a orquestras, a fbricas de instrumentos e aos principais

    rgos de tubos.projetos de extenso;

    participao em congressos ou encontros similares e em eventos

    de interesse acadmico;

    projetos de pesquisa de carter prtico mas de fundamentao

    terica e interdisciplinar;

    O Curso Superior de Tecnologia em Luteria no prev a realizao do

    estgio supervisionado, dada a orientao utilizada na organizao

    curricular do curso, estruturada para o desenvolvimento das

    competncias profissionais, e em consonncia com a Resoluo CNE/CP

    3/2002, art. 4 pargrafo 3 e art. 8, inciso IV. Considere-se que as

    disciplinas de carter profissionalizante vm num crescendo desde o

    incio, at o final do currculo, ocupando parcela significativa da

    formao.

    6.2. Objetivos do curso

    Objetivo geral do curso oferecer uma formao tecnolgica amparada

    em ampla base acadmica e em dilogo com a atividade cientfica,

    capacitando, num cenrio de aproveitamento pleno, 30 pessoas por ano

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    fabricao, manuteno, anlise, diagnstico e restaurao de

    instrumentos musicais cordfonos, numa das modalidades seguintes:

    Instrumentos cordfonos dedilhados eletrificados;

    Instrumentos cordfonos dedilhados acsticos;

    Instrumentos cordfonos a arco acsticos .

    Esta especializao se d com subjacente formao geral, que inclui

    conceitos a respeito de todos estes instrumentos e ainda uma noo a

    respeito de instrumentos de sopro.

    Almeja-se com isto dar aporte significativo economia da cultura noBrasil, com a disseminao de uma alta qualidade em instrumentos

    musicais populares eruditos e o efeito indireto do desenvolvimento da

    msica instrumental, popular e erudita, com instrumentos de cada vez

    melhor qualidade; e com respeito ao mercado externo, a construo de

    uma marca de qualidade, com crescimento das exportaes.

    planejado ainda um programa de ps-graduao lato sensu associado,

    para capacitar um grupo de cerca de dez alunos, anualmente, Luteria

    tradicional em nvel intermedirio a avanado.

    Banda de msica irlandesa

    tradicional: coincidentemente, aqui

    se combinam as trs modalidades

    de instrumentos musicais

    cordfonos estudadas no curso.

    6.3. Perfil profissional

    As habilidades e competncias atribudas ao egresso do curso de

    Tecnologia em Luteria so:

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    CURSO SUPERIOR DETECNOLOGIA EMLUTERIA DAUFPR 51

    - ler e executar a representao grfica de instrumento musicais;

    - compreender textos tcnicos em um dos idiomas: ingls, italiano,

    alemo ou francs;

    - referenciar cronologicamente os instrumentos musicais e sua tcnica

    construtiva;

    - identificar e especificar materiais de Luteria;

    - executar cortes e entalhes na madeira;

    - identificar, especificar, produzir e aplicar colas e vernizes para Luteria;

    - identificar, diagnosticar e aproximar timbres musicais;

    - mensurar dimenses e caractersticas acsticas, com recursos

    mecnicos e eletrnicos;

    - referenciar instrumentos de acordo com os perodos da histria da arte;

    - referenciar instrumentos de acordo com as escolas histricas de Luteria;

    - relacionar instrumentos a tradies musicais no Brasil e na AmricaLatina;

    - aplicar os fundamentos da preservao do patrimnio cultural;

    - construir instrumentos musicais de corda, de um dos seguintes grupos:

    Instrumentos cordfonos dedilhados eletrificados;

    Instrumentos cordfonos dedilhados acsticos;

    Instrumentos cordfonos a arco acsticos;

    - gerenciar empresas de Luteria ou relacionadas.

    6.4. Projeto de orientao acadmica

    A orientao pedaggica dever ser fornecida pelo Ncelo Docente

    Estruturante do Curso, que com o apoio de outros rgos existentes na

    PROGEPE e na PROGRAD, dever auxiliar os estudantes para dirimir suas

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    dificuldades (j que a resoluo n. 37/97 CEPE, no seu Captulo XIV,

    Artigo 127, exige que as coordenaes de curso devero apresentar aos

    respectivos colegiados projeto de orientao acadmica que contemple a

    forma de acompanhamento da vida acadmica dos seus alunos"). Busca-

    se dessa forma prevenir de forma motivacional os eventos de reprovao

    e esclarecer discentes quanto aos direitos e deveres constantes do

    Estatuto e Regimento da Universidade Federal do Paran e da Resoluo

    37/97-CEPE. Incluem-se aqui situaes de cunho pessoal, em que deva

    competir instituio agilizar os prprios mecanismos preventivos e

    assistenciais, como carncias referentes a sade, aprendizado, renda

    familiar, necessidades especiais, violncia e dependncia qumica.

    6.5. Direcionamento dos estudos

    H um direcionamento dos estudos segundo a habilidade principal, a

    partir do terceiro semestre, quando cada discente deve optar entre a um

    dos trs grupos de instrumentos mencionados.No ltimo semestre se acrescenta uma carga horria de 60 horas de

    disciplinas eletivas, incluindo a disciplina de Libras (Linguagem Brasileira

    de Sinais).

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    Turma do segundo ano (2011) com seus instrumentos, j segundo as trs

    linhas previstas no Curso

    6.6. Pesquisa e extenso universitria

    A poltica de apoio s atividades de iniciao cientfica e de extenso ter

    como pressupostos a existncia de diferentes capitais humanos,

    interesses e aptides entre os alunos, que devem ser estimulados pela

    universidade. Prioritariamente, sero desenvolvidas as seguintes linhas de

    pesquisa:

    - influncia da madeira no timbre dos instrumentos eletrificados;

    - madeiras alternativas ao pau-brasil para a produo de arcos para

    violinos, violas e cellos;

    - histria dos instrumentos eletrificados no Brasil;

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    54 PROJETO PEDAGGICO DECURSO

    - histria do violino;

    - histria da rabeca brasileira;

    - escolas de ensino do violino;

    - fsica aplicada execuo violinstica

    - caracterizao fsica de componentes de violinos (cavalente, crina, breu)

    Aqui deve ser mais uma vez mencionada a fundamentao acadmica do

    curso, que procura capacitar seus alunos a procurar a informao,

    inicialmente e com alguma fluncia na literatura (de modo algum restrita

    s publicaes na lngua portuguesa, mas abrindo acesso ao que se

    publica em idiomas mais importantes para a Luteria como o ingls,

    italiano ou alemo).

    A participao em projetos de iniciao cientfica ou de extenso, como

    bolsistas ou voluntrios ao longo de um projeto com durao mnima de

    um ano, facultada aos estudantes e facilitada pela organizao da grade

    curricular num nico perodo. Estas atividades constituiro atividadesformativas, com carga horria (parcial ou total) acrescida s atividades

    formativas.

    A iniciao cientfica ser fomentada, no incio, mediante auxlio dos

    professores de outros departamentos atuantes no curso, tendo em vista a

    necessidade do estabelecimento de um ambiente de pesquisa no curso.

    Um incentivo ao estabelecimento deste ambiente dever ser encontrado

    na biblioteca do curso, a ser constituda inicialmente como um

    patrimnio intelectual a ser cada vez melhor aproveitado.

    A extenso universitria considerada importante suporte ao

    aprendizado, ao viabilizar a aplicao do esprito investigador sobre a

    realidade prtica. Inicialmente, sero buscados projetos derivados do

    Quarteto de Cordas UFPR Uma experincia educativa, j encerrado, e

    que deixa acervo de partituras, alm de doze instrumentos de corda e

    estantes, e ainda um piano eletrnico de razovel qualidade. Inteno da

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    extenso universitria ser a disseminao da msica instrumental de alta

    qualidade junto ao pblico, tornando evidente a importncia da

    excelncia artesanal. Parceiros potenciais esto nas Secretarias de

    Educao, nas esferas municipal (no restrita ao municpio de Curitiba) e

    estadual. Outras parcerias no Brasil sero objeto de uma cuidadosa

    prospeco. A extenso universitria na forma de prestao de servios

    tambm prevista, no sentido de se oferecer aos estudantes em estgio

    avanado de estudos a possibilidade de assistir a reparao e

    manuteno de instrumentos conforme demanda instituio,

    priorizando situaes de interesse social e no configurando concorrncia

    aos egressos atuantes no mercado.

    A disciplina Tpicos especiais prevista para comportar atividades de

    extenso realizadas no no formato do envolvimento de bolsistas

    dedicados, seno pelos estudantes regulares. Por exemplo, uma srie de

    visitas a escolas municipais, em que equipes da turma, por um ou dois

    meses, realize uma apresentao do curso, de seus produtos, da

    profisso; no se trata aqui do Projeto de Extenso nos moldes

    corriqueiros de ano corrido, mas enquanto ao, ou grupo de aes

    pontuais, proporcionando a referenciao prtica da atividade

    investigativa, num momento de essencial importncia na formao

    universitria. Isto vai concretizando uma iniciativa de flexibilizao

    curricular com integralizao dos crditos no currculo obrigatrio.

    Enfim, o acompanhamento de egressos, mediante manuteno decadastro eletrnico e grupo de discusso eletrnico, ter dois objetivos.

    Um deles se refere ao auxlio na colocao profissional. Outro, se refere

    necessidade de realimentao do currculo, fundamentando uma

    potencial reforma curricular to logo surja a percepo de sua

    necessidade.

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    56 PROJETO PEDAGGICO DECURSO

    MIMU Museu de InstrumentosMusicais da UFPR

    6.7. Infra-estrutura fsica

    O curso ocupa cerca de 1000 m2de rea prpria no edifcio do Centro de

    Eventos do Setor de Educao Profissional e Tecnolgica da UFPR,

    incluindo:

    espao de recepo, compartilhado (20 m2);

    trs salas de aula tericas com capacidade para 30 alunos,

    compartilhadas (20 m2);

    sala de aula de desenho e teoria, privativa (50 m2);

    ateliers de construo, privativo (80 m

    2

    );

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    CURSO SUPERIOR DETECNOLOGIA EMLUTERIA DAUFPR 57

    sala de mquinas, privativa (50 m2);

    atelier de verniz, com cabine de pintura a pistola e rea de secagem,

    privativo (30 m2);

    depsito (10 m2);

    espao de escritrio da coordenao (20 m2);

    laboratrio de acstica e de pesquisa dos professores (30 m2);

    espao de exposio permanente (90 m2);

    sanitrios, compartilhados (40 m2

    );

    espaos de circulao com guarda-volumes (40 m2).

    Em cada bancada de trabalho, compartilhada por alunos em turnos

    distintos, encontram-se conjuntos de formes e goivas, limas, grosas,

    raspilhas e plainas de marcenaria de diversos tamanhos, alm de

    paqumetros, esquadros, rguas, tesouras e serras de arco. Alm disto,

    h ferramentas manuais (alicates, martelos, chaves de boca , de fenda,

    Philips, martelos, pincis) para uso coletivo, assim como algumas

    ferramentas especializadas (entortadores trmicos, sopradores trmicos e

    gabaritos de espessura), mquinas de uso coletivo (furadeiras, serras-fita,

    parafusadeiras, serras tico-tico, tupias, serra circular e rebote).

    O curso ainda dispe de equipamentos de apoio (geladeira, forno de

    microondas, liquidificador, aparelho de som, projetor multimdia,

    aparelho de TV).O Laboratrio de acstica conta com instrumentos especializados

    (medidor Lucchi, osciloscpio, gerador de freqncia, multmetro de

    bancada).

    No depsito h materiais de consumo diversos como madeiras, papel,

    tintas, e mobilirio de escritrio (mesas, armrios com chave, mobilirio

    de informtica). H destaque para uma diversidade de resinas e corantes

    utilizados para a produo de vernizes.

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    58 PROJETO PEDAGGICO DECURSO

    Os alunos conservam seus trabalhos em andamento, assim como

    ferramentas e outros pertences em armrios individuais (guarda-

    volumes).

    H ainda um acervo de instrumentos de corda e um rgo de tubos para

    estudo.

    Disposio de ferramentas junto a cada

    bancada facilita o trabalho individual

    6.8. Bibliografia

    A bibliografia bsica para funcionamento do curso, por disciplina do

    curso, apresentada a seguir. O nmero de exemplares disponveis no

    Sistema de Bibliotecas da UFPR apresentado na terceira coluna.

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    CURSO SUPERIOR DETECNOLOGIA EMLUTERIA DAUFPR 59

    Tabela 1 - Bibliografia indicada para as disciplinas do Curso

    DISCIPLINA LIVROS

    Exem-

    plaresnaUFPR

    CARTER

    ACSTICA

    ROEDERER, J.G. Introduo fsica epsicofsica da msica. 8 bsica

    HEWITT, Paul G. Fsica Conceitual. 11 bsica

    GUIMARES, Paulo S. Minivocabulriode fsica.

    0 bsica

    GRILLO, Maria L. e PEREZ, Luiz R. Afsica na msica.

    1 bsica

    MENEZES, Flo. A acstica musical empalavras e sons. 4 bsica

    BENADE, Arthur H. Fundamentals ofmusical acoustics. 3 complementar

    VALLE, Slon do. Manual prtico deacstica. 5 complementar

    HENRIQUE, Lus L. Acstica musical. 2 complementar

    NEPOMUCENO, L.X. Acstica. 4 complementar

    PIGOLI, Tullio. Concetti di fisica. 2 complementar

    GONZALEZ, M.F. Acstica. 2 complementar

    RIGHINI, Pietro. L'acustica per il

    musicista. 1 complementar

    CONSTRUO EENTALHE I

    NENNEWITZ, I. et al. Manual detecnologia da madeira. 0 bsica

    DUDEQUE, Norton. Histria do violo. 3 bsica

    ROUILLER, Robert. Formulrio domecnico: elementos de matemticae tcnica, elementos de mquinas,tornearia, fresagem, retfica, plaina,

    broqueamento.

    3 bsica

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    DISCIPLINA LIVROS

    Exem-plaresna

    UFPR

    CARTER

    LORENZI, Harry. rvores brasileirasVol. 1.

    24 bsica

    Sesc. A histria do violo: mostra deinstrumentos musicais. 2 complementar

    GABRIELLI, R. I liutai marchigiani. 2 complementar

    PIGOLI, Tullio.Il metodo. 2 complementar

    BAINES, Anthony. The Oxfordcompanion to musical instruments. 1 complementar

    CUMPIANO, William. Guitarmaking. 1 complementar

    CONSTRUO EENTALHE II

    NENNEWITZ, I. et al. Manual detecnologia da madeira. 0 bsica

    DUDEQUE, Norton. Histria do violo. 3 bsica

    LORENZI, Harry. rvores brasileirasVol. 2.

    10 bsica

    PFEIL, Walter e PFEIL, Michelle.Estruturas de madeira.

    42 bsica

    ROUILLER, Robert. Formulrio domecnico: elementos de matemticae tcnica, elementos de mquinas,tornearia, fresagem, retfica, plaina,broqueamento.

    3 bsica

    RICHTER, Hans-Georg, BURGER, LuizaMaria. Anatomia da madeira. 24 bsica

    PIGOLI, Tullio.la traciatura. 2 complementar

    CEE, Grupo Studi Liutari. Tecnologiadel legno. 2 complementar

    HUNTER, Dave. The guitar pickuphandbook: the start of your sound. 2 complementar

    WILLIS, Alex. Step-by-step guitar

    making.

    1 complementar

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    CURSO SUPERIOR DETECNOLOGIA EMLUTERIA DAUFPR 61

    DISCIPLINA LIVROS

    Exem-plaresna

    UFPR

    CARTER

    CONSTRUO EENTALHE III

    COLLISON, Robert. ndices eindexao: guia para a indexao delivros, e colees de livros,peridicos, partituras musicais, etc.

    5 bsica

    BOYDEN, David. The history of violinplaying from its origins to 1761.

    2 bsica

    TAUBKIN, M. e DEL NERY, Angelica.Violes do Brasil. 2 bsica

    CEE. la viola i suoi formati. 2 complementar

    FABER, Toby. Stradivarius: cincoviolinos, um violoncelo e trs sculosde perfeio.

    2 complementar

    PIGOLI, Tullio. Il violino e i suoiformati. 2 complementar

    SLOANE, Irving. Costruzione dellachitarra classica. 2 complementar

    BEAMENT, James. The violinexplained. 2 complementar

    JOHNSON, Chris. The art of violinmaking. 1 complementar

    SCHWESINGER, Glad. How to buildyour own guitar. 1 complementar

    CONSTRUO EENTALHE IV

    COLLISON, Robert. ndices eindexao: guia para a indexao delivros, e colees de livros,peridicos, partituras musicais, etc.

    5 bsica

    BOYDEN, David. The history of violinplaying from its origins to 1761.

    2 bsica

    TAUBKIN, M. e DEL NERY, Angelica.Violes do Brasil. 2 bsica

    BEAMENT, Sir James. The violinexplained: components, mechanism,and sound.

    2 complementar

    CARTER, Walter. The Gibson electricguitar book. 1 complementar

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    62 PROJETO PEDAGGICO DECURSO

    DISCIPLINA LIVROS

    Exem-plaresna

    UFPR

    CARTER

    NORBURY, Ian. Fundamentals offigure carving. 1 complementar

    MONTAGU, Jeremy. Origins anddevelopment of musical instruments. 1 complementar

    PIGOLI, Tullio. Luteria ClassicaStradivariana. 1 complementar

    STOWELL, Robin. The early violin andviola. 1 complementar

    CONSTRUO EENTALHE V

    CAMPBELL, Murray. Musicalinstruments: history, technology andperformance of instruments ofWestern Music.

    1 bsica

    WAKE, Harry S. Viola making plans. 1 bsica

    RATTRAY, David. Masterpieces ofitalian violin making. 1 bsica

    BOGDANOVICH, J.S. Classical guitar

    making. 1 complementarBENEDETTO, Robert. Making anarchtop guitar. 1 complementar

    ENGLISH, Jim. Making a laminatedhollowbody electric guitar. 1 complementar

    HUNTER, Dave. The electric guitarsourcebook. 1 complementar

    CONSTRUO EENTALHE VI

    TROUGHTON, John. The mandolinmanual. 1 bsica

    REUMONT, Gerhard A.v. How toimprove the resonance condition ofmusical instruments by vibration-dedamping.

    1 bsica

    A living legacy: historic stringedinstruments at the Juilliard School. 1 bsica

    BACHMANN, Alberto. An encyclopediaof the violin. 1 complementar

    BLOT, Eric. Um secolo di liuteria

    italiana. 1 complementar

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    CURSO SUPERIOR DETECNOLOGIA EMLUTERIA DAUFPR 63

    DISCIPLINA LIVROS

    Exem-plaresna

    UFPR

    CARTER

    COURTNALL, Roy. Making masterguitars. 1 complementar

    GARTRELL, Carol. A history of thebaryton and its music. 1 complementar

    CULTURAMUSICAL

    PINTO, Inami Custodio. Fandango doParan. 6 bsica

    RIBEIRO, Wagner.Folclore musical. 6 bsica

    MARIZ, Vasco. Histria da musica noBrasil. 5 bsica

    MARCHI, Lia. Tocadores Brasil centrale Tocadores litoral sul.DVD.

    0 bsica

    MARCHI, Lia. Boi de mamo doParan.DVD.

    0 bsica

    MARCHI, Lia. Tocadores na escola.Exposio de fotos.

    0 bsica

    BUDASZ, R. Cifras de msica parasaltrio: msica de salo emParanagu e Morretes no incio dosc. XIX.

    32 complementar

    BARROSO, Gustavo. Ao som da viola. 4 complementar

    CAMPOS, Eduardo. Cantador musae viola. 4 complementar

    SIMON, George T. As grandesorquestras de jazz. 4 complementar

    AGUIAR, Carlos Roberto Zanello de.Fandango do Paran : olhares. 3 complementar

    CORRA, Roberto. A arte de pontearviola.

    3 complementar

    Braslia: IPHAN.Jongo no Sudeste. 2 complementar

    ULHOA, Marta e Ochoa, Ana Maria.Msica popular na Amrica Latina :pontos de escuta.

    2 complementar

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    CURSO SUPERIOR DETECNOLOGIA EMLUTERIA DAUFPR 65

    DISCIPLINA LIVROS

    Exem-plaresna

    UFPR

    CARTER

    TOURNEBIZE, J. Desenho e tecnologia. 2 complementar

    CARVALHO, Benjamin de A. Desenhogeomtrico. 18 complementar

    DESENHO II

    MARMO, Carlos M.B. Curso dedesenho. Volumes I e II. 15 bsica

    CHIGIR, Margarita. Curso de desenhode perspectiva exata. Volumes I, II, III,

    IV e V.

    7 bsica

    FRENCH, Thomas E.Desenho tcnico.Volumes I, II, III, IV e V. 18 bsica

    MONTENEGRO, Gildo. Desenho deprojetos: em arquitetura, projeto deproduto, comunicao visual, designde interior.

    5 complementar

    GIOVANNI, Jos R. et al. Desenhogeomtrico, 4, 1 grau. Volumes I, II, IIIe IV.

    5 complementar

    GOMES, Marcos Expedito. Desenhogeomtrico. 3 complementar

    FRENCH, Thomas E. Desenho tcnico etecnologia grfica. 18 complementar

    ROPION, R. Cotao funcional dodesenho tcnico. 2 complementar

    MAGUIRE, D.E. e SIMMONS, C.H.Desenho tcnico: problemas esolues gerais de desenho.

    2 complementar

    CUNHA, Luis Veiga da. Desenhotcnico. 5 complementar

    YOSHIDA, Amrico. Desenho tcnicode peas e mquinas. 2 complementar

    BRAGA, Theodoro. Desenho lineargeomtrico. 2 complementar

    EDUCAOMUSICAL I

    GROUT, Donald. Historia da msicaocidental. 2 bsica

    BENNETT, Roy. Uma breve histria da

    msica. 4 bsica

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    66 PROJETO PEDAGGICO DECURSO

    DISCIPLINA LIVROS

    Exem-plaresna

    UFPR

    CARTER

    MED, Bohumil. Teoria da msica. 5 bsica

    MARCHI, Lia, SAENGER, Juliana eCORREA, Ronaldo O. Correa.Tocadores - homem, terra, msica ecordas.

    0 bsica

    SCHOENBERG, Arnold. Harmonia 3 bsica

    FARIA, Nelson. Acordes, arpejos eescalas: para violo e guitarra. 3 bsica

    MARIANI, Silvana. O equilibrista dasseis cordas: mtodo de violo paracrianas.

    4 complementar

    MENANDRO, Claudio et al. A obra paraviolo de Waltel Branco. 3 complementar

    ELLENDERSEN, Atli. Parmetrosinterpretativos para a sonata paraviolino solo em l menor, BWV 1003

    de J.S.Bach.

    1 comple