PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE CIÊNCIA E ...
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PROJETO PEDAGGICO DO CURSO DE
CINCIA E TECNOLOGIA
Bacharelado Interdisciplinar
BC&T Campus Janaba
Janaba, maro de 2014
Ministrio da Educao
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri
Janaba Minas Gerais
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UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI
REITOR
PEDRO ANGELO ALMEIDA ABREU
VICE-REITOR
DONALDO ROSA PIRES JNIOR
PR-REITOR DE GRADUAO
VALTER CARVALHO DE ANDRADE JNIOR
PR-REITOR DE PESQUISA E PS-GRADUAO
ALEXANDRE CHRISTFARO SILVA
PR-REITORA DE EXTENSO E CULTURA
ANA CATARINA PEREZ DIAS
PR-REITORA DE ADMINISTRAO
HELGA SILVA ESPIGO
PR-REITOR DE PLANEJAMENTO E ORAMENTO
JOS GERALDO DAS GRAAS
PR-REITORA DE GESTO DE PESSOAS
NINA BEATRIZ FRANA
PR-REITOR DE ASSUNTOS COMUNITRIOS E ESTUDANTIS
HERTON HELDER ROCHA PIRES
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COMISSO INSTITUDA PARA ELABORAO DO PROJETO PEDAGGICO DO
CURSO DE GRADUAO EM CINCIA E TECNOLOGIA DO CAMPUS DE JANABA
- Prof. Alexandre Christfaro Silva presidente
- Prof. Leila Moreira Bittencourt Rigueira
- Prof. Ricardo Ribeiro de vila
- Prof. Vvian Machado Benassi
- Prof. Brbara Gonalves Rocha
- Prof. Rogrio Alves Santana
- Prof. Honovan Paz Rocha
- Ana Paula Antunes de Medeiros Cunha Tcnica em Assuntos Educacionais
representante da PROGRAD
- Luciane do Divino Pereira Barroso Tcnica em Assuntos Educacionais representante da
PROGRAD
- Rosangela Aparecida Resende de Melo Rocha Tcnica em Assuntos Educacionais
representante da PROGRAD
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DADOS DE IDENTIFICAO DO CURSO
Nome do Curso: Cincia e Tecnologia
rea de Conhecimento: Cincia e Tecnologia
Grau: Bacharelado
Habilitao: Bacharel em Cincia e Tecnologia
Modalidade: Presencial
Regime de Matrcula: Semestral
Formas de Ingresso: Ingresso via Sistema de Seleo Unificada-SiSU/Exame Nacional do
Ensino Mdio ENEM, Processo Seletivo por Avaliao Seriada - SASI, Transferncia e
Obteno de Novo Ttulo.
Nmero de Vagas Oferecidas: 400 vagas anuais, sendo 200 vagas por semestre
Turno de Funcionamento: Integral
Tempo de Integralizao: mnimo 3 anos e mximo 4,5 anos
Carga Horria Total: 2.400 horas ou 2400h
Local da Oferta: Janaba (MG)
Ano de incio do Curso: 2014
ATOS LEGAIS
Aprovao da Criao do campus da UFVJM na cidade de Janaba: ATA da Sexagsima
Nona Sesso do Conselho Universitrio, realizada no dia 07/10/2011;
Ato de Criao do curso de Cincia e Tecnologia: RESOLUO N. 010 Conselho
Universitrio/UFVJM , de 06 de setembro de 2013.
BASE LEGAL DE REFERNCIA
Lei 9394/96 Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional;
RESOLUO CNE/CES n 11, de 11 de maro de 2002 - Institui Diretrizes Curriculares
Nacionais do Curso de Graduao em Engenharia;
Parecer CNE/CES n 67, de 11/03/2003 Referencial para as Diretrizes Curriculares
Nacionais DCNs dos cursos de graduao;
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Referenciais Orientadores para os Bacharelados Interdisciplinares e Similares;
Resoluo CNE/CES n 02, de 18 de junho de 2007 Dispe sobre a carga horria mnima
e procedimentos relativos integralizao e durao dos cursos de graduao, bacharelados,
na modalidade presencial;
Parecer CNE/CES n 08, de 31/01/2007 - Dispe sobre a carga horria mnima e
procedimentos relativos integralizao e durao dos cursos de graduao, bacharelados, na
modalidade presencial.
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S U M R I O
A P R E S E N T A O 07
1. JUSTIFICATIVA 10
1.1 PANORAMA CONCEITUAL 10
1.2 TENDNCIAS MUNDIAIS DA EDUCAO SUPERIOR E O 12
MOMENTO DAS IFES NO BRASIL
1.3 A UNIVERSIDADE NO CONTEXTO NACIONAL E REGIONAL 13
1.4 PRINCPIOS ORDENADORES 16
2. ASPECTOS GERAIS DA CONCEPO ACADMICA 20
3. CINCIA E TECNOLOGIA 21
3.1 LINHAS PEDAGGICAS PRINCIPAIS 22
3.2 OBJETIVOS 22
3.3 PERFIL DO EGRESSO E CAMPO DE ATUAO 23
3.4 COMPETNCIAS E HABILIDADES 26
3.5 ESTRUTURA E ORGANIZAO CURRICULAR 28
3.5.1 PROGRAMA DE APOIO ACADMICO 29
3.5.2 DISCIPLINAS OBRIGATRIAS 30
3.5.3 DISCIPLINAS COM OPO LIMITADA 31
3.5.4 DISCIPLINAS DE LIVRE ESCOLHA 31
3.6 MECANISMOS DE SELEO 38
3.7 PROPOSTA PEDAGGICA 38
3.8 AVALIAO DA APRENDIZAGEM 40
4. FORMAO PROFISSIONAL EM ENGENHARIA 41
4.1 MOBILIDADE ACADMICA 42
4.2 INGRESSO E REQUISITOS ACADMICOS GERAIS 43
5. A PESQUISA, A PS-GRADUAO E A EXTENSO 43
6. AVALIAO DO PROJETO PEDAGGICO 44
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7. EXECUO DO PROJETO 45
7.1 ESPAOS FSICOS 45
7.2 QUADRO DO PERFIL DE CONTRATAO DOS DOCENTES 46
7.3 QUADRO DE DOCENTES 46
7.4 BOLSISTAS E MONITORES 47
8. REFERNCIAS BILIBLIOGRFICAS 47
ANEXOS 49
ANEXO I: EMENTA DAS DISCIPLINAS 49
ANEXO II: QUADRO DO PERFIL DE CONTRATAO DOS DOCENTES 160
ANEXO III: QUADRO DE DOCENTES 161
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A P R E S E N T A O
Este documento apresenta o Projeto Pedaggico do curso de Cincia e Tecnologia
(BC&T), uma das grandes reas de concentrao do Bacharelado Interdisciplinar (BI), criado
pela Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) por meio da
RESOLUO N. 010 Conselho Universitrio, de 06 de setembro de 2013. O BC&T est
vinculado ao Instituto de Engenharia, Cincia e Tecnologia - IECT, campus Janaba.
O BI apresenta-se no contexto da Proposta de Expanso e Reestruturao das IFES
(REUNI), bem como das mudanas acadmicas curriculares visando proporcionar aos
acadmicos, experincias multi e interdisciplinares, formao humanstica e alta capacidade
crtica. A UFVJM est compromissada com a excelncia da qualidade do ensino, o que
demanda em investir em sua estrutura fsica e em recursos humanos, reorganizar sua estrutura
acadmico-curricular, renovar seus paradigmas de carter epistemolgico e metodolgico,
assumindo o desafio de novas formas de apropriao e construo do conhecimento.
Para construir essas mudanas, a UFVJM compromete-se com o desenvolvimento de
um amplo programa de reformulao e atualizao curricular, de modo a integrar o ensino s
atividades de pesquisa e de extenso. O foco das mudanas pretendidas est voltado para a
melhoria da graduao, oportunizando a reduo das taxas de reteno e evaso; para
implementaes de aes que repercutam na formao didtico-pedaggica do corpo docente,
de maneira que sejam incorporadas novas metodologias s atividades de ensino; para a
avaliao de experincias didtico-pedaggicas bem sucedidas; e para a institucionalizao de
polticas de melhoria da educao bsica.
A Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri pretende alcanar outras
metas no perodo de 2014-2018 tais como: minimizar as questes referentes a condies de
vida de alunos carentes na cidade de Janaba, reduzir o nmero de vagas ociosas, otimizar a
infra-estrutura e todo o universo de equipamentos, materiais de laboratrios e recursos
tecnolgicos em relao quantidade e qualidade existentes na UFVJM, ofertar currculos
flexveis de forma a integrar a graduao ps-graduao e otimizar o programa de
Mobilidade Estudantil intra e inter institucional, em carter nacional e internacional.
A proposta de expanso da UFVJM para Janaba Norte de Minas Gerais foi
aprovada pelo Conselho Universitrio CONSU, em 07/10/2011 e resultou de um amplo
debate ocorrido em todos os centros acadmicos com a participao de todos os segmentos da
comunidade universitria e da comunidade externa.
A expressiva expanso das vagas do ensino de graduao e as diversas medidas de
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reestruturao apresentadas para a melhoria da qualidade acadmica significam um grande
esforo institucional que est dirigido realizao da misso da UFVJM, onde consta-se
Produzir e disseminar o conhecimento e a inovao integrando o ensino, a pesquisa e a
extenso como propulsores do desenvolvimento regional e nacional.
, pois, nesse cenrio que surge a proposta de criao do curso de Cincia e
Tecnologia, que ser um curso superior de graduao com caractersticas no
profissionalizantes. Ter uma carga horria de 2.400 horas e perodo de integralizao
curricular de 3 anos. Ser oferecido em turno integral (manh e tarde) no campus de Janaba,
com 200 vagas por semestre, totalizando 400 vagas por ano. Constituir-se- como formao
superior de primeiro ciclo para os cursos de Engenharia Fsica, Engenharia de Minas,
Engenharia Metalrgica, Engenharia de Materiais e Qumica Industrial.
Os estudos para criao do curso de Cincia e Tecnologia foram realizados por
comisso designada atravs da Portaria n 393, de 30/03/2012. Para a implantao do campus
de Janaba foi instituda Comisso designada pelo Reitor por meio da Portaria n 1794 de
20/12/2012, presidida pelo Prof. Alexandre Christfaro Silva, Pr-Reitor de Pesquisa e Ps-
Graduao da UFVJM, tambm designado Coordenador do campus de Janaba por meio da
Portaria n 1696, de 07/12/2012.
Em seu contedo, o texto que segue contempla os itens essenciais para a estruturao
de uma proposta pedaggica: apresentao; justificativa; aspectos gerais da concepo
acadmica em Cincia e Tecnologia; formao profissional em engenharias e qumica
industrial, a pesquisa, a ps-graduao e a extenso universitria; reflexes sobre a avaliao
da aprendizagem; execuo do projeto e referncias bibliogrficas.
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1. JUSTIFICATIVA
1.1 PANORAMA CONCEITUAL
O sculo XX foi marcado por um desenvolvimento sem precedente da Cincia e da
Tecnologia, o qual primou pela busca da especializao. Tal movimento surgiu como resposta
ao conhecimento enciclopdico, ou seja, do saber de tudo sobre tudo, especialmente
contextualizado no sculo XVIII.
A partir da segunda metade do sculo XX, porm, o modelo especialista mostrou-se
limitado para conceber o conhecimento sobre questes complexas que envolviam diversas
especialidades, sem necessariamente pertencer a alguma especfica.
Mudanas tecnolgicas ampliaram expectativas da vida humana, e o conhecimento
tornou-se um fator crtico de independncia. Entretanto, as reformas educacionais ocorridas
ao longo do sculo XX ficaram aqum dos desafios e necessidades que ele prprio criou. Da
a intensificao, neste alvorecer do novo sculo, da busca de novos modelos educacionais que
preparem as pessoas para participar, seja como profissionais ou como cidados, das difceis
decises que devero conformar o futuro.
O conhecimento cientfico e tecnolgico est no mago das novas reformas
educacionais, seja pela centralidade que ele adquiriu na vida moderna, seja pelas
transformaes que vem sofrendo em decorrncia do aprofundamento da sua prpria
dinmica.
O tempo que se vive, alm disso, de grandes mudanas, de transformaes no
conhecimento, no mundo do trabalho e da instituio universitria. Por isso, um tempo que se
apresenta como um desafio criatividade, uma oportunidade de inovar, ora, isso exige um
esforo de antecipao do que ser o ensino superior tecnolgico neste sculo, de modo a
atender s exigncias do ensino superior e da universidade diante da realidade do sculo XXI.
Por isso, faz-se necessrio refletir sobre quais seriam as tendncias deste sculo, como elas
afetariam a cincia, a tecnologia, a sociedade e, especialmente, o ensino superior no mundo e
no Brasil.
Uma das tendncias a integrao do conhecimento, que seria garantida atravs da
perspectiva de agregar vrias dessas especialidades, constituindo-se assim uma nova
abordagem na busca de caminhos para o desenvolvimento cientfico. Surge, assim, a
interdisciplinaridade e a viso sistmica, em que o todo se sobressai em relao s suas partes,
apontando na direo correta da sociedade mais justa e humana.
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Em contraponto ao conhecimento cumulativo do sculo XIX, a inovao tecnolgica
constante e em ritmo acelerado altera as perspectivas profissionais. Assim sendo, o
profissional teria que renovar o seu conhecimento vrias vezes ao longo da carreira, para
enfrentar os problemas advindos de um frentico desenvolvimento tecnolgico, se quiser
manter a sua empregabilidade. Isso nos levar a uma nova tendncia, o processo contnuo de
renovao, conhecido como educao continuada. Da a nfase absoluta numa preparao
calcada em conceitos bsicos e postura cientfica, mais prxima da interdisciplinaridade,
mediada por viso humanstica abrangente e aplicada, voltada para o enfrentamento de
problemticas novas, e no num conhecimento acabado para ser aplicado em situaes
repetitivas.
Complementando, a globalizao econmica e as grandes mudanas no mundo da
produo e do trabalho, provocadas pela integrao de mercados, meios de comunicao e
transportes, e a acelerao das inovaes e mudanas tecnolgicas, vm impondo rearranjos
de empregos e de funes, num quadro de precariedade das relaes entre o trabalho e o
capital.
O prprio envelhecimento da populao mundial e brasileira, com o prolongamento da
vida economicamente ativa, exige um possvel redirecionamento de atividades profissionais
ao longo da vida e uma necessidade de maior participao cidad na soluo de problemas. A
Universidade deve estar comprometida com aes voltadas para a incluso social, que tenham
por objetivo assegurar que todos os segmentos da sociedade estejam nela representados.
No se pode deixar de mencionar ainda o desafio ecolgico que exige solues e
adequaes tecnolgicas, para prticas cada vez mais sustentveis visando ao eco-
desenvolvimento, como resultado de escassez de recursos naturais e crescimento de demanda
oriunda de padres insustentveis de consumo.
Essas tendncias levam a repensar o contedo do ensino, seus mtodos e prticas,
caracterizando-se por:
Abordar o ensino de modo interdisciplinar;
Integrar a questo de processos voltados para a inovao e que oferea aos formandos os
instrumentos para a sua compreenso e envolvimento na criao de novos produtos;
Antecipar a universalizao do uso de ferramentas informticas associadas ao ensino, bem
como de simulao de fenmenos;
Incorporar a preocupao cidad como parte da formao do estudante;
Incorporar a dimenso da integrao social, da diversidade e da convivncia pacfica entre
diferentes;
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Dialogar, criticamente, com a globalizao cultural, tecnolgica, econmica e social,
abrindo-se a novas culturas emergentes na rea tecnolgica.
1.2 TENDNCIAS MUNDIAIS DA EDUCAO SUPERIOR E O
MOMENTO DAS IFES NO BRASIL
As Universidades, em todo o mundo, passaram e passam por desafios que refletem a
acelerao das mudanas sociais, cientfico-tecnolgicas, polticas e econmicas. Muitos
pases fizeram, a partir dos anos 80, mudanas significativas e reformas universitrias que j
refletiam esse quadro de questionamento.
O descompasso entre a nova base do conhecimento e os modelos tradicionais, vem
suscitando projetos que buscam renovar e ampliar o sistema universitrio em diversos pases.
Podemos destacar a Declarao de Bolonha, acordo envolvendo 45 pases europeus para
reformular suas estruturas de formao educativa no nvel superior com o intuito de facilitar a
mobilidade estudantil e aumentar a empregabilidade dos egressos do sistema universitrio
europeu.
Eis, pois, algumas tendncias mundiais do ensino superior que, em dimenses
diversas, atingem o Brasil:
O aumento do nmero de alunos matriculados em Universidades foi meta educacional, em
dcadas anteriores, em pases desenvolvidos;
A busca de maior eficincia do sistema de ensino e, principalmente, da utilizao dos
recursos pblicos investidos na educao superior; esse fato hoje se amplia com a
colocao de novas metas de eficincia do sistema, ao mesmo tempo em que se trata de
sua reestruturao e expanso;
A integrao de sistemas regionais e a disputa por uma presena internacional, buscando
um novo modelo de Universidade, mais flexvel, mais interdisciplinar, menos
profissionalizante no seu perodo inicial, alm da preocupao com o intercmbio entre
sistemas universitrios.
As novas bases do conhecimento, calcadas na interdisciplinaridade, foram inseridas
em um momento em que as Universidades brasileiras discutiam a necessidade de ampliao
do acesso a uma parcela maior da populao de acordo com dados do Ministrio da
Educao apenas 10% dos jovens brasileiros conseguem ingressar na educao superior.
Alm da demanda por um aumento considervel de profissionais com formao superior, em
decorrncia do atual crescimento econmico do pas.
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O Brasil, portanto, situa-se entre os pases que passam por significativas mudanas no
sistema educacional superior, especialmente em nvel federal, a partir de aes do Estado. No
tocante estruturao do ensino superior de graduao, surgem novas propostas e novas
experincias, ocorrem mudanas em diversas universidades, seja na organizao do ensino, ou
na estrutura administrativa (UFABC, UFRN, UFSJ campus Alto Paraopeba, UNIFAL,
UFAc, UFVJM). As diretrizes traadas para reformular suas estruturas de formao
educativa no nvel superior parecem responder a uma grande parcela das necessidades de
adequao ao panorama que se apresenta.
Podemos destacar algumas tendncias no Brasil, entre aqueles que defendem uma
reestruturao do ensino superior e das instituies universitrias:
A defesa de uma reestruturao do ensino no sentido da crescente multidisciplinaridade e
interdisciplinaridade do conhecimento;
O reconhecimento de que o mercado de trabalho, hoje, muito fluido, com exigncias de
adaptao dos profissionais a novas funes, o que exige uma constante capacidade de
atualizao, inclusive de mudanas profissionais ao longo da vida;
A crtica escolha precoce da profisso;
A defesa de um sistema de ciclo bsico ou de bacharelado intermedirio, que anteceda
profissionalizao, ou que permita um adiamento na deciso da escolha profissional;
A crtica estrutura administrativo-acadmica das Universidades Federais, que dificultaria
a interdisciplinaridade; da novos arranjos administrativos, centrados nos fins (cursos,
projetos), e no nos meios (departamentos, unidades).
1.3 A UNIVERSIDADE NO CONTEXTO NACIONAL E REGIONAL
A busca pela excelncia em ensino e apoio comunidade regional levou a
transformao da ento Faculdade Federal de Odontologia de Diamantina (FAFEOD) em
Faculdades Federais Integradas de Diamantina (FAFEID), em 04 de outubro de 2002. Essa
excelncia impulsionou o Governo Federal a autorizar a sua transformao em Universidade
Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) em 06 de setembro de 2005.
A Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) constituda
de cinco campi, sendo: o campus I e o campus JK localizados na cidade de Diamantina / MG,
abrigando trs unidades acadmicas Faculdade de Cincias Agrrias (FCA), com trs cursos
de graduao: Engenharia Florestal, Agronomia e Zootecnia; Faculdade de Cincias
Biolgicas e da Sade, com sete cursos de graduao: Cincias Biolgicas, Educao Fsica,
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Enfermagem, Farmcia, Fisioterapia, Nutrio e Odontologia; Faculdade de Cincias Exatas e
Tecnolgicas, com dois cursos de graduao: Qumica e Sistema de Informaes; a Faculdade
Interdisciplinar em Humanidades, com oito cursos de graduao: Humanidades - BHu,
Turismo, Letras (Portugus/Ingls), Letras (Portugus/Espanhol), Pedagogia, Geografia,
Histria e Licenciatura em Educao para o Campo (PROCAMPO), e o Instituto de Cincia e
Tecnologia, com quatro cursos de graduao: Cincia e Tecnologia, Engenharia Mecnica,
Engenharia de Alimentos e Engenharia Qumica.
O campus do Mucuri, localizado na cidade de Tefilo-Otoni / MG, abriga duas
unidades acadmicas: a Faculdade de Cincias Sociais Aplicadas e Exatas, com cinco cursos
de graduao: Administrao, Cincias Contbeis, Cincias Econmicas, Matemtica e
Servio Social e o Instituto de Cincia, Engenharia e Tecnologia, com quatro cursos de
graduao: Cincia e Tecnologia, Engenharia Civil, Engenharia de Produo e Engenharia
Hdrica.
Os campi de Janaba e Una, recentemente implantados nas cidades de Janaba/MG e
Una/MG, respectivamente, comportam duas Unidades Acadmicas: Janaba - Instituto de
Engenharia, Cincia e Tecnologia (IECT) - com seis cursos j descritos anteriormente, e Una
- Instituto de Cincias Agrrias - com cinco cursos: Cincias Agrrias (BCA), Agronomia,
Engenharia Agrcola, Medicina Veterinria e Zootecnia.
Atualmente, a UFVJM oferece trs cursos de doutorado e onze cursos de mestrado
stricto sensu recomendados pela CAPES/MEC Biocombustveis, Qumica e Cincias
Fisiolgicas (mestrado e doutorado acadmico); Farmcia, Odontologia, Produo Vegetal,
Cincia Florestal, Zootecnia (mestrado acadmico); Sade, sociedade e Ambiente, Ensino em
Sade, Interdisciplinar em cincias Humanas e Gesto de Instituies Educacionais (mestrado
profissional). Os estudantes podem pleitear bolsas Institucionais, CAPES, CNPq e
FAPEMIG, entre outras. Ressalta-se que so oferecidos vrios cursos de ps-graduao Lato
sensu (especializao) distncia e presenciais como as Residncias em Fisioterapia e em
Medicina.
Vrios alunos da iniciao cientfica, com bolsas da FAPEMIG, CNPq, institucionais
(UFVJM) ou de empresas privadas, colaboram no desenvolvimento dos projetos de
dissertao dos cursos de mestrado e doutorado. Outros estudantes, no bolsistas, tambm
atuam como voluntrios nos projetos. Estes discentes de graduao tm desenvolvido seus
trabalhos de iniciao cientfica e de concluso de curso com o apoio dos docentes. Muitos
desses alunos so potenciais mestrandos e doutorandos nos programas desta IFE e de outras
instituies de ensino e pesquisa.
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Alm da iniciao cientfica, a UFVJM oferece aos estudantes de graduao
oportunidades de trabalhar em projetos de pesquisa, bolsas e mobilidade internacional por
meio dos seguintes programas: (1) Programa Jovens Talentos para Cincia voltado
insero dos alunos ingressantes no meio cientfico, tecnolgico e de inovao; (2) Programa
Cincia Sem Fronteiras promover a mobilidade internacional dos estudantes; e (3) Programa
Institucional de Iniciao em Desenvolvimento Tecnolgico e Inovao inserir os
estudantes na pesquisa tecnolgica e inovao.
A Universidade tambm participa de programas de qualificao doutoral de docentes
por meio dos programas PRODOUTORAL (CAPES), DINTER (CAPES) e PMCD
(FAPEMIG). Institucionalmente, apoia a qualificao de seus servidores por meio do
PLANQUALI.
Muitos doutores possuem a oportunidade de realizar estgio de ps-doutoramento na
UFVJM, por meio dos programas PNPD (CAPES) e PMPD (FAPEMIG).
Docentes de alto nvel e elevada produo cientfica, de vrias reas do conhecimento
so agregados ao corpo docente da UFVJM por meio do Programam PVNS (CAPES).
Foram construdos ou esto em fase de construo 10 Laboratrios Multiusurios
aprovados nos editais da FINEP, com rea construda em torno de 10 mil metros quadrados.
Os laboratrios multiusurios so equipados com equipamentos de alto valor agregado com
recursos adquiridos em editais FINEP e CAPES, dentre outros.
Estes laboratrios so gerenciados pela Pr-Reitoria de Pesquisa e Ps-Graduao/
PRPPG e tm como meta promover infraestrutura de pesquisa para os programas de ps-
graduao Stricto sensu e para os grupos emergentes de pesquisa, com potencial para a
proposio de novos programas de Ps-Graduao Stricto sensu. O parque analtico da
UFVJM encontra-se em consolidao e o campus de Janaba, por acolher cursos da rea
tecnolgica, tambm ter em curto prazo, parque analtico multiusurio capaz de prover bases
para realizao de pesquisas de ponta.
O Conselho Universitrio da UFVJM aprovou em sua 69 Sesso a Implantao do
campus de Janaba. A UFVJM realizou em 2012 duas sees publicas em Janaba, para
discutir com a comunidade local/regional as opes de oferta de cursos no novo campus.
Nestas sees participaram o Reitor, os pr-reitores de graduao e de pesquisa e ps-
graduao, docentes da UFVJM, lideranas locais/regionais, polticos e a populao. Aps
levantar as demandas da comunidade, o Reitor nomeou uma Comisso formada por diretores
e pr-reitores da UFVJM, para discutir estas demandas. A Comisso formulou uma proposta,
indicando a criao do Curso Cincia e Tecnologia como curso inicial e Engenharias de
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Minas, de Materiais, Fsica, Metalrgica e Qumica Industrial, como cursos terminais. Esta
proposta foi aprovada e publicada por meio da RESOLUO N. 010 Conselho
Universitrio, de 06 de setembro de 2013.
A Comisso verificou que todos os cursos sugeridos apresentam demanda regional,
interao com os cursos existentes na UFVJM e investimento em infra-estrutura compatvel
com os recursos previstos pelo MEC. A expanso desta Universidade, comprometida com a
excelncia da qualidade do ensino, demanda investimentos em sua estrutura fsica e em
recursos humanos, reorganizao de sua estrutura acadmico-curricular, renovao de seus
paradigmas de carter epistemolgico e metodolgico, assumindo o desafio de novas formas
de apropriao e construo do conhecimento.
A UFVJM tem como uma de suas metas a expanso dos cursos de mestrado e de
doutorado. Para tanto necessrio consolidar os cursos j existentes visando obter um
conceito maior nas prximas avaliaes da CAPES / MEC. Pretende-se ainda, buscar
convnios e associaes com outros programas e instituies para a implantao de cursos de
mestrado em rede, associao parcial ou associao temporria. Isto, at que se tenha um
corpo docente qualificado para atender s exigncias da CAPES e elaborar projetos de cursos
novos de mestrado e doutorado neste campus.
Os cursos de graduao, de ps-graduao a serem ofertados devero,
estrategicamente, buscar o equilbrio e a organizao curricular interdisciplinar das reas do
saber no sentido de promover a educao integral e se constituir num plo de referncia
acadmica comprometida com o avano do conhecimento, do desenvolvimento social e com a
soluo de problemas nacionais.
1.4 PRINCPIOS ORDENADORES
O descompasso entre as velhas estruturas e as novas necessidades est gerando
movimentos de mudana que esto renovando e ampliando os sistemas universitrios de
pases desenvolvidos e em desenvolvimento. No Brasil, a criao de novas Universidades
Federais e a ampliao de outras gera uma importante oportunidade de inovao, a qual no
pode ser ignorada.
Os Projetos Pedaggicos dos Cursos de graduao, em conformidade com as
orientaes do MEC/CNE, contemplam uma formao generalista. Entende-se que a
graduao o incio da vida acadmica, constituindo-se ferramenta inicial para estudos e
especializaes posteriores. A formao voltada para a investigao contribui para que o
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discente compreenda o processo de construo do conhecimento como um processo contnuo.
Nos cursos de graduao observa-se que, em algumas reas do conhecimento, como
cincias exatas e tecnolgicas, o percurso acadmico do discente prolongado, fazendo com
que a sua permanncia no curso atinja o tempo mximo que lhe permitido. Um dos fatores
que contribuem para essa realidade o fato de o egresso do Ensino Mdio fazer o aluno
escolher precocemente a sua profisso. Sem conhecimento de suas reais aptides e
competncias, de forma que o discente opte por um curso que no conhece. Logo, nos
primeiros perodos, o insucesso escolar e o pouco entendimento do curso desmotivam alguns
discentes, retardando a concluso dos estudos e, sob o prisma da universidade pblica, essa
situao representa um desperdcio de recursos e de oportunidades.
De um modo geral, a dificuldade de o discente fluir no curso se deve rigidez dos
currculos e ao excesso de pr-requisitos, caractersticas dos cursos marcados por uma
profissionalizao tcnica. Tambm os cursos de bacharelado, em reas bsicas, apresentam
estruturas curriculares pouco flexveis, sem oferecer abertura para outras reas do
conhecimento. Em alguns cursos, sobretudo da rea tecnolgica, as turmas do ciclo
profissionalizante so reduzidas em virtude da evaso e da reteno dos discentes nas
disciplinas bsicas. A estrutura de alguns cursos fica circunscrita aos objetivos profissionais e
ao campo de atuao especfico, dificultando a integrao entre contedos disciplinares e
nveis de formao, significando um descompasso com o ritmo das demandas sociais e de
mercado, colocadas para as instituies de ensino superior.
As mudanas profundas e rpidas nas relaes de trabalho e produo tornam os
limites profissionais cada vez mais tnues, exigindo a integrao de contedos disciplinares e
nveis de formao. Nesse contexto, no facultada ao discente a oportunidade de, durante o
percurso acadmico, fazer a sua escolha profissional.
A superao dessa fragilidade exige uma mudana na estrutura dos cursos de
graduao, permitindo que em um perodo mnimo de tempo o discente obtenha uma
formao ampla que possibilite o desenvolvimento de competncias e habilidades, necessrias
para a sua insero no processo de apreenso do conhecimento, condio necessria para
compreender as exigncias do processo de trabalho.
O curso de Cincia e Tecnologia, de natureza interdisciplinar, pode representar uma
alternativa avanada de estudos superiores que permitem reunir, em uma nica modalidade de
curso de graduao, um conjunto de caractersticas que vm sendo requeridas pelo mundo do
trabalho e pela sociedade contempornea. O curso, sem cunho profissionalizante, possibilitar
uma slida base de conhecimentos e competncias cognitivas formao do egresso, sem a
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necessidade de uma profissionalizao precoce.
Nesse contexto, este Bacharelado constitui-se em um passo importante para aumentar
as possibilidades de formao oferecidas ao discente, fundamentado na flexibilidade,
inovao e interdisciplinaridade, sem seguir o paradigma da associao estreita entre
formao superior e formao profissional1.
A proposta de criao do BC&T no algo to novo como possa parecer. Na dcada
de 60, Ansio Teixeira j refletia sobre a necessidade da reforma do ensino superior em bases
conceituais que evidenciavam a implantao de cursos de formao generalista, dissociados
da formao profissional.
Em 1999, representantes de instituies de 29 estados europeus, motivados pela
necessidade de refletir sobre o sistema de ensino superior, reuniram-se e elaboraram o
documento que ficou conhecido como Declarao de Bolonha, cujo teor indicava os objetivos
a serem alcanados no perodo de dez anos aps aquela data. Dentre eles, destaca-se a
formao em dois ciclos; a promoo da mobilidade, sobretudo no que refere ao acesso e s
oportunidades de estudo e formao; a promoo da cooperao interinstitucional dos
esquemas da mobilidade e dos programas integrados de estudo, de formao e de
investigao.
O que se pode inferir das constataes acima mencionadas que: as ideias em torno de
realizar a adequao do ensino superior s necessidades scio-culturais j vm se desenhando
ao longo dos anos e as alternativas para enfrentar as dificuldades dimensionadas no interior
das instituies j uma realidade na Europa e tambm no Brasil, a saber, nas Universidades
Federais de Braslia, UFABC, UFRN, UNIFAL, UFSJ campus Alto Paraopeba, UFBA e a
prpria UFVJM.
A UFVJM no poderia deixar de propor um novo modelo pedaggico a partir das
discusses em curso no Pas e no exterior e no seio da prpria Universidade, assentado sobre
as conquistas cientficas do sculo XX, mas voltado para a apropriao deste conhecimento
pela sociedade num contexto mais construtivo e humano. A partir de um balano do estado
dos debates, optou-se por aceitar o desafio de inovar o modelo acadmico de cursos de
graduao, de abordagens de ensino que se coadunem com os novos parmetros acadmicos.
Assim, esta proposta pretende ser uma alternativa para enfrentar as dificuldades
1 Nesse sentido temos a interpretao dada pelo Conselho Nacional de Educao, exarada no Parecer
CNE / CES n 8/2007, aprovado em 31/01/2007 e homologado pelo Ministro da Educao: A LDB, no apagar
das luzes do sculo vinte, abriu novas perspectivas para a educao superior brasileira, possibilitando a
desconexo entre a vida profissional e a formao universitria, indicando que o diploma atesta o que se
aprendeu nos estudos superiores, no ligando, necessariamente, o diploma licena profissional.
19
apresentadas anteriormente, sobretudo considerando os aspectos tradicionalmente
problemticos da formao em Cincias Exatas e Tecnolgicas, principalmente a taxa de
evaso, a especializao excessiva e a profissionalizao precoce.
nesse contexto que a UFVJM cria o curso Interdisciplinar em Cincia e Tecnologia
(BC&T) na cidade de Janaba / MG. Com durao de trs anos, o novo bacharelado confere
aos graduandos diploma que o habilita a:
Apresentar-se ao mercado de trabalho como cidado de nvel superior, dotado de viso
atualizada da dinmica cientfica e tecnolgica na sociedade moderna, bem como de base
analtico-conceitual necessria para futura profissionalizao;
Fazer um dos cursos de profissionalizao em Engenharia da UFVJM;
Candidatar-se a cursos de ps-graduao na UFVJM ou em outras IFES.
O curso de Cincia e Tecnologia a porta de entrada para um amplo conjunto de
opes profissionais, todas elas assentadas sobre o mesmo substrato terico-conceitual.
Assim, alm de contribuir para a integrao do conhecimento e justamente por isso, estaremos
conferindo maior mobilidade ao sistema de formao superior.
20
2. ASPECTOS GERAIS DA CONCEPO ACADMICA
As diretrizes acadmicas tm como base o compromisso da comunidade universitria
com a formao de indivduos capazes de uma ao interativa e responsvel na sociedade. A
velocidade com que os novos conhecimentos cientficos e tecnolgicos so gerados,
difundidos, distribudos e absorvidos pela sociedade em geral elimina das instituies
educacionais a responsabilidade exclusiva de transmissoras de informaes.
A transformao da aprendizagem em um processo autnomo e contnuo para os
egressos dos cursos torna-se uma das grandes responsabilidades de todos os nveis
educacionais e, principalmente, do ensino superior. Tal formao implica no apenas o
domnio de tecnologias de informao e comunicao, mas tambm a capacidade de
selecion-los, segundo critrios de relevncia, rigor e tica; de reorganiz-los e de produzi-los
autonomamente.
A reorganizao e flexibilizao do mundo do trabalho, trazem novas exigncias ao
processo formativo. O domnio de conhecimentos gerais passa a ter mais relevncia,
acompanhado da desvalorizao precoce da especializao rgida. O empenho em preparar
pessoas para enfrentar problemas da realidade de forma crtica e transformadora deve ser
exercitado, orientando para a formao social e integral do cidado.
Nesse contexto, o BC&T inclui uma concepo de profissionais fundamentada na
formao bsica densa e na formao profissional plena, e no nas especializaes restritivas
de atuao profissional, inovando assim, na abordagem pedaggica.
Na organizao do ensino, buscar promover por meio de atividades participativas
(palestras, debates, aulas, oficinas pedaggicas, trabalhos de campo) a conscientizao sobre
as questes-chave da sociedade atual: as novas formas de organizao social e poltica e
oportunidades profissionais, as consequncias da acelerada incorporao das conquistas
tecnolgicas na organizao social, os princpios ticos que devem estar presentes em toda
atividade humana, os riscos da degradao da qualidade do ambiente, escassez de energia,
energias sustentveis, entre outros.
Prope-se, tambm, a organizao curricular em eixos trans e interdisciplinares de
modo a favorecer a discusso das profundas alteraes pelas quais tem passado a civilizao,
refletindo sobre os valores que sustentam o mundo atual. necessrio conhecer os marcos
importantes da histria da civilizao, da cincia e da tecnologia, inclusive para dialogar com
pessoas de outras geraes e atuar internacionalmente num mundo que tende globalizao.
Enfim, espera-se que os jovens formandos sejam capazes de enfrentar novos desafios, e
21
estejam preparados para a insero social e o exerccio da cidadania.
Este Projeto enfatiza a formao crtica do estudante, contribuindo para o
desenvolvimento de um profissional apto a enfrentar os desafios do mundo moderno, com
conhecimentos bem fundamentados, que o capacitem a acompanhar a evoluo tecnolgica.
A estrutura organizacional dos contedos possibilita a execuo curricular assncrona,
buscando a superao de modelos tradicionais baseados em pr-requisitos. A arquitetura
curricular ora proposta, alm de interdisciplinar flexvel e progressiva, garantindo a
mobilidade intra e interinstitucional.
Desta forma, a proposta curricular visa:
Ampliar o currculo bsico em extenso e profundidade no que diz respeito Informtica,
Computao Cientfica, s Cincias Naturais, s Cincias de Engenharia e Matemtica;
Estruturar o currculo profissional de modo a atender as demandas das tecnologias
modernas e emergentes e incorporar contedos que permitam a insero mais rpida dos
formandos na sociedade moderna;
Incluir componentes da rea de humanidades, tais como Histria da Cincia e Gesto para
a Sustentabilidade, com o intuito de desenvolver a capacidade crtica no exerccio da
atividade profissional e da cidadania;
Estimular e desenvolver nos estudantes as habilidades de descobrir, inventar e
sistematizar, caractersticas respectivamente das Cincias Naturais, das Engenharias e das
Matemticas;
Personalizar o currculo, ainda que parcialmente, permitindo ao estudante traar a prpria
trajetria, de acordo com sua vocao e aspiraes.
A estrutura curricular composta por duas etapas de formao:
I - Formao Geral obrigatria, destinada a garantir aquisio de competncias e
habilidades que permitam a compreenso pertinente e crtica da realidade natural, social e
cultural.
II - Formao Especfica destinada a proporcionar aquisio de competncias e habilidades
que possibilitem o aprofundamento num dado campo do saber terico ou terico-prtico,
profissional disciplinar, multidisciplinar ou interdisciplinar.
Nessa perspectiva, prope-se a oferta de slida e adequada da formao bsica, a qual
possibilita uma complementao de estudos posteriormente. Entende-se que cursos bem
estruturados permitem ao egresso flexibilidade suficiente para se adaptar s novas demandas
do mercado de trabalho logo aps a concluso do curso.
22
3. CINCIA E TECNOLOGIA
3.1 LINHAS PEDAGGICAS PRINCIPAIS
As Universidades tm sido, por tradio, conservadoras e as modificaes lentas. Mas,
diante da oportunidade de mudana, necessrio que se tenha ousadia para a construo de
um modelo novo que atenda s exigncias do nosso tempo.
Assim, a proposta do BC&T fundamenta-se nos princpios declarados inicialmente:
Agregar diferentes reas do conhecimento em um mesmo ncleo, maximizando suas
interaes;
Promover uma formao integral do estudante, expondo-o aos conhecimentos cientficos,
caractersticos do estado atual da cincia, bem como a temas de origem humanstica e
social;
Promover um intenso intercmbio interdisciplinar, tanto na pesquisa como no ensino,
valorizando a concepo do estudante como sujeito de seu prprio aprendizado.
3.2 OBJETIVOS
O Curso de Cincia e Tecnologia tem como objetivos:
Promover a formao acadmica geral alicerada em teorias, metodologias e prticas que
fundamentam os processos de produo cientfica, tecnolgica, artstica, social e cultural;
Proporcionar formao fundamentada na interdisciplinaridade e no dilogo entre as reas
de conhecimento e os componentes curriculares;
Propor trajetrias formativas na perspectiva de uma alta flexibilizao curricular;
Destacar as dinmicas de inovao cientfica, tecnolgica, social e cultural, associadas ao
carter interdisciplinar dos desafios e avanos do conhecimento;
Revisar permanentemente as prticas educativas, tendo em vista o carter dinmico e
interdisciplinar da produo de conhecimentos;
Integrar prtica, pesquisa e extenso, articuladas ao currculo;
Promover a vivncia nas reas humanstica, cientfica e tecnolgica;
Viabilizar a mobilidade acadmica e intercmbio interinstitucional;
Reconhecer, validar e certificar os conhecimentos, competncias e habilidades adquiridas
em outras formaes ou contextos;
23
Estimular a iniciativa individual, a capacidade de pensamento crtico, a autonomia
intelectual, o esprito inventivo, inovador e empreendedor;
Valorizar o trabalho em equipe.
3.3 PERFIL DO EGRESSO E CAMPO DE ATUAO
A complexidade crescente dos diversos setores da vida no mbito mundial, nacional e
local, tem demandado o desenvolvimento de capacidades humanas de pensar, sentir e agir de
modo cada vez mais amplo e profundo, comprometido com as questes do entorno em que se
vive (BERBEL, 2011).
O egresso do BC&T ter uma formao generalista, crtica e reflexiva, assegurando
slida formao acadmico-cientfica, empreendedora e cidad, que lhes possibilite
desenvolver o esprito crtico, a capacidade de discernimento tico, social e poltico, bem
como enfrentar os desafios do mundo contemporneo, contribuindo para a soluo de
problemas cada vez mais complexos da vida pblica.
O profissional deve ser capaz de atuar de forma empreendedora, desenvolvendo uma
compreenso da dinmica do mercado e valorizando o papel da inovao.
Enfim, o egresso estar apto para agir com tica nas esferas profissional, acadmica e
das relaes interpessoais, tomando decises em cenrios de imprecises e incertezas.
Ao concluir o curso de Cincia e Tecnologia, o egresso poder atuar no mercado de
trabalho em rea na qual se exija o nvel de graduao superior no especificada ou em reas
no mbito do setor primrio, secundrio, tercirio ou terceiro setor.
Poder, ainda, candidatar-se a curso de ps-graduao stricto sensu na rea correlata
da formao superior concluda.
Considerando o perfil pretendido e de acordo com as competncias e habilidades a
serem desenvolvidas, o egresso poder atuar especificamente nas seguintes reas:
Empresas privadas e instituies do setor pblico (pesquisas e estudos aplicados rea,
gerenciamento intermedirio em cargos acessveis via concurso pblico);
No setor de servios em geral atendimento especializado em bancos e outras instituies
financeiras; comrcio (vendas, gerenciamento); empresas de pesquisa e apoio em cincias
e tecnologia;
Organizaes do terceiro setor (cargos intermedirios de gesto, notadamente em pesquisa
e desenvolvimento tecnolgico);
24
Atividades de pesquisa em Cincia e Tecnologia, inclusive por meio de estudos a nvel de
ps-graduao stricto sensu e/ou lato sensu;
Estudos na prpria UFVJM, optando por um dos cursos de Engenharia ou de Qumica
Industrial oferecidos, tanto no campus de Janaba quanto nos do Mucuri, e Diamantina;
Estudos em outras IFES, optando por um dos cursos oferecidos;
Seu prprio negcio em Cincia e Tecnologia.
As opes citadas acima esto mostradas no fluxograma a seguir.
25
FLUXOGRAMA:
Mercado de Trabalho
CINCIA
E
TECNOLOGIA
(BC&T)
1 ao 4 Perodos:
Formao de Base
5 ao 6 Perodos:
Formao
Especfica/Transio
CAMPUS JANABA
Engenharia Fsica
Engenharia de Minas
Engenharia Metalrgica
Engenharia de Materiais
Qumica Industrial
CAMPUS DIAMANTINA
Engenharia Mecnica
Engenharia de Alimentos
Engenharia Qumica
CAMPUS MUCURI
Engenharia Civil
Engenharia de Produo
Engenharia Hdrica
Mestrados
Doutorados
26
3.4 COMPETNCIAS E HABILIDADES
A viso de ensino por competncias vem contra a lgica dos contedos mnimos
(conhecimentos a serem aprendidos) tal como preconizava a normativa anterior s Diretrizes
Curriculares Nacionais.
A lgica dos contedos mnimos est assentada numa racionalidade tcnica, onde se
espera que, durante a graduao, os discentes sejam capazes de aprender contedos e
conhecimentos tericos para serem aplicados depois da concluso do curso. A lgica das
competncias, ao contrrio, baseia-se numa racionalidade prtica ou crtica, exigindo que a
experincia da graduao promova a articulao entre teoria e prtica possibilitada pelo
dilogo com situaes vivenciadas na realidade, bem como pelo desafio em busca da soluo
dos problemas.
A educao do futuro exige um esforo transdisciplinar que seja capaz de rejuntar
cincias e humanidades e romper com a oposio entre natureza e cultura. Morin (2004)
expe um desafio a todos os pensadores empenhados em repensar os rumos que as
instituies educacionais tero de assumir, se no quiserem sucumbir na inrcia da
fragmentao e da excessiva disciplinarizao caractersticas dessas ltimas dcadas.
Para Perrenoud (1999, 2000) competncia a capacidade de mobilizar um conjunto de
recursos cognitivos - saberes, capacidades, informaes, dentre outros - para solucionar uma
srie de situaes. A efetividade dessa lgica exige que os contedos sejam trabalhados como
meio e no como fim em si mesmo. Assim, importante que o docente entenda que os
contedos subjacentes s suas ementas devero ser meios para que os discentes desenvolvam
as competncias e habilidades necessrias, sem esquecerem que competncias tcnicas e
competncias humanas no podem estar desvinculadas.
Neste sentido, so as seguintes competncias e habilidades do curso de Cincia e
Tecnologia:
Reconhecer a rea da Cincia e Tecnologia como produto histrico e cultural, suas
relaes com outras reas de saber e de fazer e com as instncias sociais;
Conceber a produo da cincia e da tecnologia como um bem a servio da humanidade
para melhoria da qualidade de vida de todos;
Aplicar conhecimentos matemticos, cientficos e tecnolgicos para a soluo de
problemas na rea de Cincia e Tecnologia;
Conduzir ou interpretar experimentos na rea de Cincia e Tecnologia;
27
Planejar, supervisionar, elaborar e coordenar projetos de pesquisa na rea de sua
formao;
Identificar, formular e apontar possveis solues para os problemas da rea, atravs de
raciocnio interdisciplinar;
Elaborar argumentos lgicos baseados em princpios e leis fundamentais para expressar
ideias e conceitos cientficos;
Dominar as tcnicas de fazer snteses, resumos, relatrios, artigos e outras elaboraes
tericas especficas da rea;
Dominar os princpios e leis fundamentais e as teorias que compem as reas clssica e
moderna das cincias;
Avaliar criticamente o impacto social e a viabilidade econmica das iniciativas na rea de
Cincia e Tecnologia;
Dominar e utilizar tecnologias e metodologias reconhecidas na rea das cincias;
Fazer a articulao entre teoria e prtica;
Trabalhar em grupo e em equipes multidisciplinares, gerenciando projetos, coordenando
equipes e pessoas em qualquer rea que venha a se inserir profissionalmente;
Atuar acadmica e profissionalmente dentro de uma tica, que inclua a responsabilidade
social e a compreenso crtica da cincia e tecnologia como fenmeno histrico e cultural;
Comunicar-se eficientemente nas formas escrita, oral e grfica;
Realizar pesquisa bibliogrfica, identificar, localizar e referenciar fontes, segundo as
normas da ABNT;
Utilizar, de forma eficaz e responsvel a tecnologia e os equipamentos disponveis nos
laboratrios de Cincia e Tecnologia;
Desenvolver a capacidade de aprendizagem em grande grupo, caracterstica do BC&T,
respeitando as convenincias e regras para o bom aproveitamento da aprendizagem.
Ser aprendiz autnomo e distncia;
Orientar-se no seu percurso acadmico, realizando as escolhas que lhe sejam
convenientes;
Compreender que a dinmica da sociedade de informao, assim como os avanos
tecnolgicos exigem a necessidade de formao continuada e atualizao constante.
28
3.5 ESTRUTURA E ORGANIZAO CURRICULAR
A estrutura curricular do Curso de Cincia e Tecnologia compreende em mdia 6
(seis) perodos, com carga horria de 2.400 horas.
O currculo composto por um ncleo obrigatrio de disciplinas, um conjunto de
disciplinas de opo limitada e um conjunto de disciplinas de livre escolha, que permitem ao
aluno exercer e experimentar campos do conhecimento cientfico, auxiliando-o na construo
de sua trajetria acadmica.
As unidades curriculares organizam o conhecimento em seis eixos para fins didtico-
pedaggicos. Cinco so caractersticos da formao cientfica e tecnolgica e o sexto refere-se
formao humanstica indispensvel a qualquer pessoa com formao superior. Os cinco
primeiros eixos renem o conhecimento dentro de linhas que se inserem melhor na fronteira
do conhecimento cientfico e tecnolgico e respondem com maior motivao aos grandes
temas em pauta no mundo moderno.
A organizao curricular contempla os seguintes contedos:
Representao e Simulao;
Estrutura da Matria;
Processos de Transformao da Matria;
Energia;
Ciclo da Vida;
Comunicao, Linguagens, Informao e Humanidades.
A formao em Representao e Simulao introduz o estudante nos conceitos
necessrios utilizao e ao desenvolvimento de sistemas automatizados. A formao em
Estrutura da Matria desenvolve a compreenso dos vrios estados da matria e suas distintas
formas de organizao. A formao em Processos de Transformao oferece elementos para
entender as transformaes materiais de diferentes naturezas. A formao em Energia fornece
as bases para a compreenso do conceito de energia e de suas diferentes formas. A formao
em Ciclo da Vida contempla conhecimentos do ciclo biolgico e sua implicao para a
conservao da vida em diferentes ecossistemas. A formao em: Comunicao, Linguagens,
Informao, Humanidades, introduz o estudante na compreenso do universo da linguagem da
informao, seus conceitos e de procedimentos e contribui para o conhecimento dos processos
sociais, sob os aspectos econmicos, polticos, filosficos e cientficos, de modo que o
estudante situe-se e se insira como agente atuante em seu contexto.
29
esperado recuperar a funo cultural da universidade atravs da introduo de
disciplinas bsicas, comuns a todas as engenharias, que expliquem os fenmenos da natureza,
os novos conceitos de cincia, de homem e de mundo, num contexto relacional, dinmico e
criativo, capaz de proporcionar uma formao slida e verstil.
Destaca-se a unidade curricular Gesto para a sustentabilidade. Nela, os estudantes
recebem a formao em Desenvolvimento Regional e Associativismo / Cooperativismo
contribuindo para a aplicao de conhecimentos relacionados aos pilares do desenvolvimento
sustentvel e sua aplicao realidade regional com vistas cooperao e ao associativismo
para a gesto de aspectos da sustentabilidade da Universidade ou de outras organizaes
conveniadas. Entende-se que essa participao contribui para uma responsabilizao e
crescimento da cidadania dos estudantes. Ela se insere na viso de que o estudante deve
desenvolver uma conscincia eco-desenvolvimentista, de que se vive num mundo de
crescente escassez de recursos e de que as atitudes pessoal, social e organizacional, devem
estar comprometidas com a sustentabilidade.
3.5.1 PROGRAMA DE APOIO ACADMICO
Habituado ao ritmo de estudo do Ensino Mdio, quem entra na universidade e, j no
princpio, enfrenta disciplinas como Clculo, so frequentemente surpreendidos com o nvel
de dificuldade encontrado. Os alunos, em sua maioria, tm deficincias em sua formao e
por isso, demonstram dificuldade de acompanhamento, desencadeando a reprovao ou at
mesmo o abandono da disciplina.
Dessa forma, prope-se o Programa de Apoio Acadmico a rea de Matemtica, para
dar suporte s disciplinas de Clculo. Vale citar que, o Programa de Apoio no pretende
resolver todos os problemas, mas tem como um dos objetivos apresentar uma metodologia de
estudo para as disciplinas do curso superior, dado o nvel de exigncia maior e a necessidade
de autonomia do aluno.
O Programa de Apoio Acadmico prope-se a acompanhar e apoiar os estudantes em
seu desenvolvimento integral, oferecendo atividades diversificadas como cursos de pequena
durao, seminrios, aulas presenciais e aulas distncia utilizando-se da Plataforma Moodle,
tutorias realizadas de forma individual e coletivamente. Vale citar que, o Programa de Apoio
Acadmico obrigatrio a todos os alunos ingressantes ao Curso de Cincia e Tecnologia,
durante todo o primeiro semestre letivo, abordando contedos a serem definidos pelo
Colegiado de Curso, bem como a avaliao do aluno ser feita por meio de testes,
30
participao e frequncia.
3.5.2 DISCIPLINAS OBRIGATRIAS
As disciplinas obrigatrias tm como objetivo imprimir a linha pedaggica e promover
a educao integral. Os alunos devem ser expostos aos conhecimentos cientficos atuais,
compatveis com as tecnologias em uso e com os novos conceitos da cincia que modificam a
forma de ver o mundo.
As disciplinas obrigatrias, ou de formao geral, tm o objetivo de proporcionar
conhecimentos bsicos e essenciais a todas as reas das Cincias Exatas e constituem-se de:
20 disciplinas, perfazendo 79 crditos 1320 horas, 55% da carga horria do curso -,
incluindo laboratrio, experimental ou computacional;
3 disciplinas de Comunicao, Linguagens, Informao e Humanidades, perfazendo 12
crditos 180 horas, 7,5% do curso -, a serem escolhidas de um grupo de 10 disciplinas;
Atividades Complementares, totalizando 100 horas, aproximadamente 4,2% do curso;
Trabalho de Concluso de Curso (TCC) ou Projeto Dirigido, 200 horas, aproximadamente
8,3% do curso.
As atividades complementares objetivam permitir ao discente do BC&T exercitar-se
no mundo acadmico, experimentando e vivenciando as oportunidades oferecidas atravs das
reas de ensino, pesquisa e extenso. Tais atividades proporcionam ao aluno a possibilidade
de contato com profissionais e pesquisadores de diversas reas, no sentido de uma orientao
vocacional que facilite sua futura escolha de formao profissional. Correspondem a
atividades tais como: monitorias, iniciao cientfica, projetos de extenso, de treinamento
profissional, participao em congressos, palestras, grupos de estudo, atividade acadmica
distncia, vivncia profissional complementar, prticas de campo, dentre outras. Parte dessas
atividades ser oferecida objetivando a familiarizao com as reas e cursos que recebero
egressos do BC&T. Do mesmo modo que o TCC, as horas de atividades sero normatizadas
pelo Colegiado de Curso.
O Trabalho de Concluso de Curso (TCC) poder ser substitudo por um Projeto
Dirigido, oferecido ao longo dos trs anos do bacharelado correspondente atividade de
desenvolvimento de um projeto selecionado. Deve, preferivelmente, ser um projeto executado
com mnimo de dois e mximo de oito alunos. Esta atividade permite aos alunos o exerccio
prtico de soluo de problemas de um modo original e criativo, acompanhado de julgamento
31
crtico construtivo de colegas e professores. No se trata obrigatoriamente de resolver
problemas prticos apresentados pela indstria, governo ou outro setor da sociedade, embora
esta possibilidade no seja excluda, mas pode ser um determinado problema, estudo de caso
ou estudo de estado/situao, proposto pelo corpo docente encarregado de orientar esta
atividade ou por prpria sugesto dos alunos, levantamento bibliogrfico de um determinado
assunto.
3.5.3 DISCIPLINAS DE OPO LIMITADA
A partir do quinto semestre o estudante ter a possibilidade de direcionar a sua escolha
acadmica para cursos profissionais, atravs de unidades curriculares de opo limitada, com
o objetivo de permitir experimentao por parte do discente. O conjunto de unidades
curriculares de opo limitada constitudo por disciplinas especficas e disciplinas
fundamentais das reas de Engenharia. O estudante deve escolher 4 disciplinas, selecionadas
em um grupo pr-determinado, contendo 32 disciplinas, perfazendo 16 crditos 240 horas,
10% da carga horria do curso.
3.5.4 DISCIPLINAS DE LIVRE ESCOLHA
As disciplinas de livre escolha, tambm de formao especfica, buscam uma
formao mais autnoma e que contemple os reais interesses do discente. Devem cobrir as
reas de interesse do aluno e no que se refere seleo de disciplinas, esta deve ser
acompanhada pela cuidadosa orientao dos docentes. Tais disciplinas, gradativamente,
modificam seu status de formao bsica da rea pretendida, para se configurarem como
disciplinas necessrias profissionalizao do segundo ciclo. Devem ser selecionadas 6
disciplinas, escolhidas de um grupo pr-determinado contendo 78 disciplinas.
A distribuio e a carga horria das atividades acadmicas dar-se-o conforme
indicado no Quadro de Estrutura Curricular a seguir.
32
ESTRUTURA CURRICULAR
BACHARELADO EM CINCIA E TECNOLOGIA
1 PERODO LETIVO
Cdigo DISCIPLINA/ATIVIDADE Tipo T P CH Pr-Req
CTJ001 Funes de uma Varivel Pres. 5 0 75 -
CTJ002 lgebra Linear Pres. 5 0 75 -
CTJ003 Qumica Tecnolgica I Pres./Lab. 4 1 75 -
CTJ004 Introduo s Engenharias Pres. 4 0 60 -
CTJ16- Comunicao, Linguagens,
Informao e Humanidades I Pres./Dist. 4 0 60 -
Total 22 1 345
2 PERODO LETIVO
Cdigo DISCIPLINA/ATIVIDADE Tipo T P CH Pr-Req
CTJ005 Funes de vrias Variveis Pres. 5 0 75 CTJ001
CTJ006 Fenmenos Mecnicos Pres./Lab. 4 1 75 -
CTJ007 Qumica Tecnolgica II Pres./Lab. 4 1 75 -
CTJ008 Linguagens de Programao Pres./Lab. 5 0 75 -
CTJ16- Comunicao, Linguagens,
Informao e Humanidades II Pres./Dist. 4 0 60 -
Total 22 2 360
3 PERODO LETIVO
Cdigo DISCIPLINA/ATIVIDADE Tipo T P CH Pr-Req
CTJ009 Equaes Diferenciais e Integrais Pres. 4 0 60 -
CTJ010 Fenmenos Trmicos e pticos Pres./Lab. 3 1 60 -
CTJ011 Biologia Celular Pres./Lab. 3 1 60
CTJ012 Bioqumica Pres. 3 1 60 -
CTJ013 Algoritmos e Programao Pres./Lab. 5 0 75 -
CTJ16- Comunicao, Linguagens,
Informao e Humanidades III Pres./Dist. 4 0 60 -
Total 22 3 375
33
4 PERODO LETIVO
Cdigo DISCIPLINA/ATIVIDADE Tipo T P CH Pr-Req
CTJ014 Probabilidade e Estatstica Pres. 4 0 60 -
CTJ015 Fenmenos Eletromagnticos Pres./Lab. 3 1 60 -
CTJ016 Fsico-Qumica Pres./Lab. 3 1 60 -
CTJ017 Mecnica dos Fluidos Pres. 4 0 60 -
CTJ018 Desenho e Projeto para
Computador Pres./Lab 4 0 60 -
CTJ019 Microbiologia Pres./Lab. 3 1 60 CTJ011
Total 21 3 360
5 PERODO LETIVO
Cdigo DISCIPLINA/ATIVIDADE Tipo Sit CR CH Pr-Req
CTJ020 Gesto para Sustentabilidade Pres. Pres. 4 60 -
CTJ2-- Opcional Limitada I Pres. OL 4 60 -
CTJ2-- Opcional Limitada II Pres. OL 4 60 -
CTJ3-- Livre Escolha I Pres. LE 4 60 -
CTJ3-- Livre Escolha II Pres. LE 4 60 -
CTJ3-- Livre Escolha III Pres. LE 4 60 -
Total 24 360
6 PERODO LETIVO
Cdigo DISCIPLINA/ATIVIDADE Tipo Sit CR CH Pr-Req
CTJ2-- Opcional Limitada IV Pres. OL 4 60 -
CTJ2-- Opcional Limitada V Pres. OL 4 60 -
CTJ3-- Livre Escolha IV Pres. LE 4 60 -
CTJ3-- Livre Escolha V Pres. LE 4 60 -
CTJ3-- Livre Escolha VI Pres. LE 4 60 -
Total 20 300
34
LEGENDA
Situao Codificao
O Obrigatria De CTJ001 A CTJ099
OL Opo Limitada De CTJ2--
LE Livre Escolha De CTJ3--
CLIH Comunicao, Linguagens,
Informao e Humanidades II
De CTJ160 A CTJ169
OP Optativa EDF045
QUADRO RESUMO DA CARGA HORRIA
PERODO
CARGA HORRIA
DISCIPLINAS ATIVIDADES TOTAL
SEMANAL SUBTOTAL
1 25 345 0 345
2 25 360 0 360
3 24 375 0 375
4 24 360 0 360
5 24 360 0 360
6 24 300 300 330
TOTAL 2100 300 2400
Atividades
CTJ401 Atividades Complementares Ativ. O - 100 -
CTJ404 Trabalho de Concluso de Curso Ativ. O - 200 -
Total 300
TOTAL
GERAL 2400
OPTATIVA
Cdigo Tipo Sit CR CH
EDF045 Lngua Brasileira de Sinais - LIBRAS
(Disciplina Optativa Decreto 5626/2005) Pres. OL 3 45
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COMUNICAO, LINGUAGENS, INFORMAO e HUMANIDADES
Cdigo DISCIPLINA Tipo Sit CR CH
CTJ160 Ingls Instrumental Pres./Dist. OL 4 60
CTJ161 Filosofia da Linguagem e Tecnologia Pres./Dist. OL 4 60
CTJ 162 Leitura e Produo de Textos Pres./Dist. OL 4 60
CTJ163 Questes de Histria e Filosofia da Cincia Pres./Dist. OL 4 60
CTJ164 Mundo Contemporneo: Filosofia e Economia Pres./Dist. OL 4 60
CTJ165 Questes de Sociologia e Antropologia da Cincia Pres./Dist. OL 4 60
CTJ166 Fundamentos e Tcnicas de Trabalho Intelectual,
Cientfico e Tecnolgico Pres./Dist. OL 4 60
CTJ167 Ser Humano como Indivduo e em Grupos Pres./Dist. OL 4 60
CTJ168 Relaes Internacionais e Globalizao Pres./Dist. OL 4 60
CTJ169 Noes Gerais de Direito Pres./Dist. OL 4 60
OPO LIMITADA (OL)
Cdigo DISCIPLINA Tipo Sit CR CH
CTJ200 Biologia molecular Pres. OL 4 60
CTJ201 Clculo Numrico Pres. OL 4 60
CTJ202 Cincia e Tecnologia dos Materiais Pres. OL 4 60
CTJ203 Computao Numrica Pres. OL 4 60
CTJ204 Desenvolvimento de Aplicaes para WEB Pres. OL 4 60
CTJ205 Ecologia e Meio Ambiente Pres./Dist. OL 4 60
CTJ206 Economia Ecolgica e Avaliao Ambiental Pres./Dist. OL 4 60
CTJ207 Empreendedorismo Pres./Dist. OL 4 60
CTJ208 Estatstica Experimental Pres. OL 4 60
CTJ209 Fenmenos de Transferncia Pres. OL 4 60
CTJ210 Fenmenos de Transporte Pres. OL 4 60
CTJ211 Fundamentos de Mecnica Ondulatria Pres. OL 2 30
CTJ212 Fundamentos de Oscilaes, ondas e ptica Pres. OL 2 30
CTJ213 Geometria Analtica Pres. OL 4 60
CTJ214 Heursticas e Metaheursticas Pres. OL 4 60
CTJ215 Inteligncia Artificial Pres. OL 4 60
CTJ216 Mecnica Clssica Pres. OL 4 60
CTJ217 Mecnica Quntica Pres. OL 4 60
CTJ218 Mtodos Estatsticos Pres. OL 4 60
CTJ219 Microprocessadores e Microcontroladores Pres. OL 4 60
CTJ220 Programao Matemtica Pres. OL 4 60
CTJ221 Programao Orientada a Objetos Pres. OL 4 60
CTJ222 Relatividade e Fsica Quntica Pres. OL 4 60
CTJ223 Sequencias e Sries Pres. OL 4 60
CTJ224 Sociologia Industrial e do Trabalho Pres. OL 4 60
CTJ225 Soluo Numrica de Equaes Diferenciais Pres. OL 4 60
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LIVRE ESCOLHA (LE)
Cdigo DISCIPLINA Tipo Sit CR CH
CTJ300 Anlise Instrumental Pres. LE 4 60
CTJ301 Anlise Instrumental Experimental Pres. LE 2 30
CTJ302 Bioqumica Industrial Pres. LE 4 60
CTJ303 Biotecnologia Pres. LE 4 60
CTJ304 Caractersticas Microestruturais dos Materiais Pres. LE 4 60
CTJ305 Caracterizao de Materiais Pres. LE 4 60
CTJ306 Cincia e Tecnologia dos Materiais Pres. LE 4 60
CTJ307 Cincia do Solo Pres. LE 4 60
CTJ308 Comportamento Mecnico dos Materiais Pres. LE 4 60
CTJ309 Cristalografia e Difrao Pres. LE 4 60
CTJ310 Desenho Tcnico Pres. LE 4 60
CTJ311 Elementos de Mquinas Pres. LE 4 60
CTJ312 Eletromagnetismo Pres. LE 4 60
CTJ313 Eletrnica Pres. LE 4 60
CTJ314 Eletrotcnica Pres. LE 4 60
CTJ315 Ensaios de Materiais Pres. LE 4 60
CTJ316 Enzimologia Industrial Pres. LE 4 60
CTJ317 Estrutura dos Slidos Pres. LE 4 60
CTJ318 Fenmenos de Calor Pres. LE 4 60
CTJ319 Fenmenos de Transporte Experimental Lab. LE 3 45
CTJ320 Fenmenos de Transferncia Pres. LE 4 60
CTJ321 Fsica Computacional Pres./Lab. LE 4 60
CTJ322 Fsica Experimental Lab. LE 4 60
CTJ323 Fsica Moderna Experimental I Lab. LE 4 60
CTJ324 Fsica Moderna Experimental II Lab. LE 4 60
CTJ325 Flotao Pres. LE 4 60
CTJ326 Fundamentos de Mecnica Slidos e Fludos Pres. LE 1 15
CTJ327 Fundamentos de Reologia Pres. LE 4 60
CTJ328 Fundamentos de Tecnologia Mineral Pres. LE 4 60
CTJ329 Geologia do Brasil Pres. LE 4 60
CTJ330 Geologia Econmica Pres. LE 4 60
CTJ331 Geologia Geral e Estrutural Pres. LE 4 60
CTJ332 Gerao Hidrulica Pres. LE 4 60
CTJ333 Hidrulica Pres. LE 4 60
CTJ226 Tecnologia e Desenvolvimento Pres./Dist. OL 4 60
CTJ227 Termodinmica Pres. OL 4 60
CTJ228 Termodinmica Tcnica Pres. OL 4 60
CTJ229 Transformaes Bioqumicas Pres. OL 4 60
CTJ230 Varivel Complexa Pres. OL 4 60
CTJ231 Gesto Estratgica de Tecnologia de Informao Pres. OL 4 60
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CTJ334 Hidrulica Geral Pres. LE 4 60
CTJ335 Higiene e Segurana Industrial Pres. LE 2 45
CTJ336 Introduo a Engenharia Metalrgica e de
Materiais Pres. LE 4 60
CTJ337 Introduo Minerao Pres. LE 4 60
CTJ338 Introduo a Processos Qumicos Industriais Pres. LE 3 45
CTJ339 Introduo Qumica Verde Pres. LE 2 45
CTJ340 Matemtica Financeira Pres. LE 4 60
CTJ341 Materiais Cermicos Pres. LE 4 60
CTJ342 Materiais Metlicos Pres. LE 4 60
CTJ343 Materiais Polimricos Pres. LE 4 60
CTJ344 Mecnica dos Slidos Pres./Dist. OL 4 60
CTJ345 Metodologia de Projeto Pres. LE 4 60
CTJ346 Mtodos Fsicos de Anlise Pres. LE 4 60
CTJ347 Mtodos Matemticos Pres. LE 4 60
CTJ348 Mineralogia Pres. LE 4 60
CTJ349 Modelos Probabilsticos Aplicados Pres. LE 4 60
CTJ350 Noes de Metalurgia Pres. LE 4 60
CTJ351 Operaes Unitrias Pres. LE 6 90
CTJ352 Pesquisa Operacional Pres. LE 4 60
CTJ353 Petrografia Macroscpica Pres. LE 4 60
CTJ354 Planejamento Ambiental Pres./Dist. LE 4 60
CTJ355 Planejamento Industrial Pres. LE 4 60
CTJ356 Processamento de Materiais Pres. LE 4 60
CTJ357 Processamento de Materiais Cermicos Pres. LE 4 60
CTJ358 Processamento de Materiais Metlicos Pres. LE 4 60
CTJ359 Processamento de Materiais Polimricos Pres. LE 4 60
CTJ360 Qualidade na Indstria Qumica Pres. LE 2 45
CTJ361 Qumica Ambiental Pres. LE 4 60
CTJ362 Qumica Analtica e Instrumental Pres. LE 4 60
CTJ363 Qumica Analtica Qualitativa Pres. LE 4 60
CTJ364 Qumica Analtica Quantitativa Pres. LE 2 60
CTJ365 Qumica da gua Pres. LE 4 60
CTJ366 Qumica de Superfcie, Colides e
Macromolculas Pres. LE 3 45
CTJ367 Qumica Orgnica I Pres. LE 2 60
CTJ368 Qumica Orgnica II Pres. LE 4 60
CTJ369 Radioqumica Pres. LE 4 60
CTJ370 Reatores Qumicos Pres. LE 4 60
CTJ371 Sistemas Projetivos Pres. LE 4 60
CTJ372 Soldagem Pres. LE 4 60
CTJ373 Termodinmica dos Slidos Pres. LE 4 60
CTJ374 Topografia Pres. LE 4 60
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CTJ375 Transformaes de Fases Pres. LE 4 60
CTJ376 Tratamento de Efluentes Pres./Dist. LE 4 60
CTJ377 Tratamento de Minrios Pres. LE 4 60
3.6 MECANISMOS DE SELEO
Os alunos da UFVJM ingressam na Universidade, no Curso de Cincia e Tecnologia,
por meio de processo seletivo. O ingresso de estudantes dar-se- semestralmente, com
disponibilizao de 200 vagas e concentrao das aulas no turno integral (manh e tarde). Um
dos motivos dessa proposta acadmica oferecer aos estudantes a oportunidade de terem uma
formao bsica extensa e com a profundidade adequada s exigncias de um curso
universitrio. Compatibilizar esses dois componentes - extenso e profundidade - um
desafio que o corpo docente deve assumir.
Ao longo do BC&T, o estudante se prepara para ingresso nas engenharias e no curso
de qumica industrial aps a concluso do curso, bem como a possibilidade de formao
generalista.
3.7 PROPOSTAS PEDAGGICA
Antes de qualquer outra coisa, preciso que se diga que pensar a metodologia de um
curso como o BC&T um desafio que comea com a educao dos prprios docentes. Ser
necessrio rever saberes, conhecimentos, valores e posturas.
A educao constitui elemento indispensvel para a ao poltica consciente e para a
transformao social, entendida como processo que possibilita ao estudante/sujeito, em
interao permanente com o mundo do trabalho e com a sociedade, entender-se e perceber-se
como cidado transformador da realidade.
Em busca de uma educao que estimule os graduandos a encontrar solues criativas
para os desafios apresentados pela sociedade, o curso de Cincia e Tecnologia concebe a
funo institucional do ensino numa perspectiva dinmica de construo do conhecimento,
fundada na integrao teoria/prtica, na investigao e reflexo crtica sobre os problemas da
realidade, instigando a sua participao ativa, autnoma e responsvel. Assim, no processo
ensino/aprendizagem, o estudante assume a posio de sujeito, tendo o professor como um
aliado, um mediador para a sua formao.
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O Curso de Cincia e Tecnologia, visando consecuo da formao e dos objetivos
propostos neste Projeto Pedaggico, viabilizar por meio do currculo, a articulao entre o
ensino e a prtica em cincia e tecnologia.
Algumas prticas pedaggicas e metodologias de ensino devem ser privilegiadas no
sentido de reforar a formao do Bacharel em Cincia e Tecnologia, tais como:
estudos de caso e situaes-problema, relacionados aos temas da unidade curricular,
procurando estabelecer relao entre teoria e prtica;
visitas s empresas, objetivando garantir o desenvolvimento do estudante e a sua
insero no mercado;
prticas de laboratrio, reforando a contextualizao do contedo;
seminrios e debates em sala de aula, abordando temas atualizados e relevantes sua
atuao profissional;
exerccios de aplicao relacionados ao tema por meio dos quais os estudantes
exercitaro situaes reais relacionadas atividade produtiva.
Considerando a necessidade de se adotar estratgias que permitam a operacionalizao
da interdisciplinaridade, so sugeridas as seguintes aes:
1. planejar a elaborao de projetos interdisciplinares no curso;
2. organizar reunies entre os professores para discutir sobre os desafios do profissional a
ser formado pelo Curso e os problemas inerentes funo profissional estimulando a
reflexo acerca da interdisciplinaridade;
3. promover estratgias que privilegiem o trabalho da equipe docente, estimulando o
dilogo entre as reas do conhecimento e possibilitando uma viso interdisciplinar das
questes que envolvem os futuros profissionais.
4. organizar palestras com palestrantes externos UFVJM, que possam discutir temas
pertinentes ao Curso de Cincias Agrrias, promovendo a interdisciplinaridade.
A partir dessas aes so esperados os seguintes resultados:
projetos interdisciplinares a serem divulgados em eventos no meio acadmico e
empresarial que expressem a aprendizagem global e integrada dos estudantes;
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ensino problematizado que evidencie a construo das competncias pelos estudantes,
necessrias resoluo dos problemas e s tomadas de deciso inerentes ao exerccio
profissional.
A relao entre a teoria e a prtica tem a finalidade de fortalecer o conjunto de
elementos norteadores da aquisio de conhecimentos e habilidades, necessrios concepo
e a prtica da profisso, tornando o profissional ecltico, crtico e criativo para a soluo das
diversas situaes requeridas em seu campo de atuao.
Considerando a formao do Bacharel em Cincia e Tecnologia, e a necessidade de
saber fazer para melhor atender os objetivos que o perfil profissional requer, faz-se
necessrio o planejamento de atividades prticas que contemplem a maior carga horria
possvel de cada unidade curricular do Curso, segundo suas caractersticas. A dinmica de
oferta de aulas prticas para cada unidade da matriz curricular dever estar contemplada em
seu respectivo plano de ensino, sendo estas de responsabilidade do professor.
A utilizao de laboratrios didticos, de pesquisa e de produo permite a execuo
das atividades prticas previstas no plano de ensino.
Os trabalhos de pesquisa, extenso, viagens tcnicas, trabalho de concluso de curso e
atividades complementares sero indispensveis ao cumprimento das atividades prticas
programadas.
3.8 AVALIAO DA APRENDIZAGEM
Como o processo de aprendizagem ascensional e contnuo, mas no uniforme e sem
obstculos, o processo de avaliao deve estar integrado aprendizagem atravs do
acompanhamento do aprendiz em todos os momentos, como um elemento de incentivo e
motivao.
Desse modo, a avaliao deve acompanhar o processo de aprendizagem, valorizando
todas as atividades realizadas durante o perodo letivo e possibilitando o feedback contnuo,
principal meio para que o estudante possa conhecer suas dificuldades de aprendizagem em
relao ao processo de construo do conhecimento.
Com essa caracterstica, o processo avaliativo ganha uma dimenso diagnstica porque
permite verificar se a aprendizagem est sendo alcanada ou no, e o porqu; uma dimenso
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prospectiva quando oferece informaes sobre o que se fazer dali por diante para um contnuo
reiniciar do processo de aprendizagem at atingir os objetivos finais; e uma dimenso de
avaliao formativa enquanto acompanha o aprendiz durante todo o processo, e em todos os
momentos.
O processo contnuo de avaliao dever contar tambm com a auto-avaliao, que
compreende a capacidade das pessoas de se aperceberem de seu processo de aprendizagem e
serem capazes de oferecer a si mesmas as informaes necessrias para desenvolver suas
aprendizagens.
A avaliao ocorrer a partir de instrumentos diversificados, incluindo seminrios,
trabalhos de laboratrio e de campo, provas escritas e / ou orais, exerccios, relatrios, testes,
trabalhos escritos, elaborao de projetos, trabalhos prticos e outras atividades estabelecidas
pelos docentes e registradas nos planos de ensino.
Em todo processo de avaliao requer-se uma capacidade de observao e de registro
por parte do professor e, se possvel, por parte do estudante tambm. Essas observaes
precisam ser transformadas em registros que permitam ao professor ter dados concretos sobre
o desenvolvimento de cada estudante, e condies para encaminhar uma entrevista ou um
comentrio por escrito a ele, procurando orient-lo individualmente ou em grupo, de forma
concreta, objetiva e direta.
A nota ou o conceito dever simbolizar o aproveitamento que o estudante teve em todo
o seu processo de aprendizagem. Em realidade, significa valorizar todas as atividades
realizadas durante o processo, de tal forma que a prova mensal ou bimestral no seja a nica
ou a mais importante para definir a nota, pois no momento em que isso ocorrer,
automaticamente se desvalorizaro as demais atividades que so fundamentais para a
aprendizagem.
4. FORMAO PROFISSIONAL EM ENGENHARIA E QUMICA
INDUSTRIAL
Os cursos de formao de engenheiros e qumicos industriais da UFVJM, cujo tempo
mnimo para integralizao de dois anos, partem de um substrato conceitual nico,
conferido pelo Curso de Cincia e Tecnologia, permitindo que as ofertas curriculares sejam
dinmicas, adequando-se s necessidades do mercado.
Esto em estudo propostas curriculares para os seguintes cursos, decorrentes do Curso
de Cincia e Tecnologia:
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Engenharia de Minas, Engenharia Metalrgica, Engenharia de Materiais, Engenharia
Fsica e Qumica Industrial.
J existem na UFVJM, dois Bacharelados Interdisciplinares em Cincia e Tecnologia, dos
quais decorrem os seguintes cursos:
Campus de Diamantina: Engenharia de Alimentos, Engenharia Mecnica e Engenharia
Qumica;
Campus do Mucuri: Engenharia Civil, Engenharia de Produo e Engenharia Hdrica.
4.1 MOBILIDADE ACADMICA
A UFVJM procurar estabelecer convnios com outras Universidades Pblicas para
receber os seus egressos do Curso de Cincia e Tecnologia, em cursos clssicos de
Engenharia. Deve-se promover um forte intercmbio com Universidades selecionadas e de
elevado nvel acadmico. As disciplinas cursadas em outras Universidades devero ter os
crditos aproveitados, de acordo com normas internas da UFVJM.
Uma caracterstica importante do modelo proposto o estmulo mobilidade dos
estudantes nos dois sentidos, da UFVJM para outra Universidade e de outras Universidades
conveniadas para a UFVJM. No primeiro caso o fluxo deve ocorrer aps a concluso do ciclo
bsico de trs anos. Com uma formao bsica forte o aluno da UFVJM pode se dirigir a
outra Universidade onde tiver oportunidade de seguir a opo que mais lhe atrai. A UFVJM
quer tambm colocar seus estudantes nos ciclos profissionais de Universidades de prestgio.
No segundo caso, esta Instituio admitir alunos de Universidades conveniadas, no seu ciclo
profissional proporcionando uma formao no tradicional aos alunos que assim quiserem.
Desta forma, a mobilidade acadmica visa promover intercmbio entre os estudantes
de vrias universidades. Devero ser institudos mecanismos (Projetos e Acordos de
Cooperao Tcnica) para a criao da mobilidade acadmica que assegure uma poltica de
intercmbio institucional.
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4.2 INGRESSO E REQUISITOS ACADMICOS GERAIS
Os estudantes que se matriculam no Curso de Cincia e Tecnologia BC&T da
UFVJM devero conclu-lo para que possam se ingressar em alguma das carreiras de
Engenharia ou em Qumica Industrial. No fim do segundo ano do BC&T, o aluno que quiser
matricular-se em um dos cursos de Engenharia ou em Qumica Industrial dever solicitar
inscrio para o respectivo curso.
Esse processo seletivo tem como objetivo estimular um maior aproveitamento do
aluno nas disciplinas de fundamentos e favorecer uma deciso mais responsvel. Certamente,
mais amadurecido pelos conhecimentos adquiridos e convivncias experimentadas ao longo
dos dois anos, o aluno saber definir melhor sua opo. O procedimento tem tambm, a
pretenso de atuar como processo seletivo de aptido. As vivncias com projetos de pesquisa
e extenso, em nvel de iniciao cientfica, e com atividades de extenso, concretizaro as
realidades e o fazer de cada uma das engenharias, auxiliando na identificao de suas
aptides.
A escolha garantir ao discente prioridade de matrcula nas disciplinas que fazem parte
da formao escolhida. Os requisitos de disciplinas para cada carreira so estabelecidos pela
coordenao das Engenharias e da Qumica Industrial e sero publicados oportunamente.
Entretanto, todo discente do BC&T poder se matricular em qualquer disciplina do curso,
desde que possua os pr-requisitos e vaga disponvel. Disciplinas oferecidas pelos outros
cursos podem compor a estrutura curricular requerida pela carreira.
5. A PESQUISA, A PS-GRADUAO E A EXTENSO
A Instituio tem o dever de estimular essas prticas disponibilizando a infra-estrutura,
ou seja, espao fsico e equipamentos, especialmente aqueles de uso comum para o ensino de
graduao. A complementao da estrutura deve ser obtida junto aos rgos de fomento,
atravs de projetos diversos que contam com o suporte da Universidade.
As engenharias tm a particularidade da viso tecnolgica, cujo desenvolvimento pela
pesquisa e experimentao tem se revelado como essencial para a civilizao, considerando a
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maximizao da produo, reduo de custos, elaborao de novos produtos e processos e que
so traduzidos, no final, em condies de vida melhores para a populao.
Se antes, at por razes ticas, a prtica da engenharia e o desenvolvimento
tecnolgico j exigiam o respeito ao meio ambiente e a conscientizao do uso dos recursos
naturais, com o advento do sculo XXI a palavra de ordem sustentabilidade e, portanto
tornou-se no apenas congregada pesquisa tecnolgica, mas em termos, a prpria essncia
da pesquisa.
gua, energia, alimentos, produtividade, reciclagem e consumo so conjugados para a
sustentabilidade do ser humano pelo planeta, auxiliado pelo desenvolvimento de modelos
numricos, simulaes e representaes maximizadas pelos programas inter, multi e
transdisciplinares.
A expectativa de programas e linhas marcadas pelo dilogo entre reas do
conhecimento e entre a academia e a realidade social e do trabalho. A extenso deve ser
estimulada desde o incio das atividades do BC&T, como momento de integrao do ensino e
da pesquisa, reagindo s tendncias e demandas do mundo mais amplo no qual a UFVJM se
situa.
A consolidao do BC&T, das Engenharias e da Qumica Industrial culminar, mdio
prazo, com o estabelecimento de programas de ps-graduao stricto sensu o que fortalecer
o desenvolvimento da pesquisa cientfica e tecnolgica, sendo valorizada a prtica da
interdisciplinaridade.
6. AVALIAO DO PROJETO PEDAGGICO
Avaliar o Projeto Pedaggico poder ser tarefa to complexa quanto avaliao da
aprendizagem, pois tambm se estar avaliando processo e produto. E o fato que ambas as
avaliaes se completam.
A avaliao do projeto deve ser contnua. O Colegiado de Curso dever eleger
comisso para elaborar a metodologia, as estratgias e os instrumentos de avaliao do
processo e do produto do curso. A avaliao deve incluir a consulta e a participao de todos
os envolvidos. Deve indicar os avanos, as descontinuidades e os resultados de cada conselho,
devero ser motivo de reflexo e discusso entre os discentes e docentes do curso, ouvidos
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docentes de outros cursos que interagem com o BC&T na perspectiva de que sejam geradas
propostas para aprimorar os contedos, as atividades e as aes inerentes ao processo de
gesto do curso.
Muitos instrumentos j consolidados na prtica institucional podero ser reunidos na
perspectiva de provas de verificao, voltados para avaliar o processo que deve incluir
reunies pedaggicas, fruns de coordenadores, oficinas mistas de avaliao (com
representantes de todo os segmentos), discusses em grupos focais e outros. A periodicidade
dos eventos deve ser resultado da poltica de avaliao da gesto do curso em consonncia
com os programas pertinentes da Universidade.
7. EXECUO DO PROJETO
7.1 ESPAOS FSICOS
Neste tpico foram organizadas as principais ideias sobre os recursos materiais e
humanos que sero necessrios para a execuo do projeto. Apresentamos a organizao dos
aspectos de estruturao do curso, ocupao dos espaos fsicos, horrios, contratao de
docentes e seus perfis.
O BC&T ficar vinculado a uma Unidade Acadmica a ser criada para este fim. Os
docentes do curso ficaro lotados nesta Unidade, que funcionar em prdio prprio a ser
construdo, compondo as salas de aula, laboratrios e demais espaos fsicos necessrios ao
curso e aos usurios. O BC&T ter um Coordenador de curso e um Colegiado, composto por
docentes e por representantes dos cursos que utilizam o bacharelado como forma de ingresso.
O espao fsico necessrio para as atividades acadmicas e administrativas do
bacharelado ser concentrado em prdios especficos. Este prdio dever contar com
anfiteatros, salas de aula, laboratrios, salas de docentes e salas para bolsistas, monitores e
atendimento de discentes, alm de outros ambientes necessrios para o funcionamento do
curso (salas administrativas, depsitos, dentre outros ambientes).
A organizao dos docentes deve ser feita de modo a favorecer projetos comuns,
interdisciplinares. A mesma rea fsica que ocuparo, inicialmente, poder e dever ser,
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quanto possvel, comum a mais de um docente, de modo a permitir a convivncia e a
discusso de temas relevantes. Esta organizao dever possibilitar que discusses
importantes, quais aquelas relativas mudana curricular, introduo, supresso ou
modificao de disciplinas, de contedos, levando em considerao a expresso do maior
nmero possvel de pessoas envolvidas, a fim de que toda a comunidade educativa possa se
responsabilizar pelas decises tomadas e comprometer-se com sua execuo, fomentando a
base interdisciplinar do projeto.
7.2 QUADRO DO PERFIL DE CONTRATAO DOS DOCENTES
A seleo de docentes privilegiar candidatos doutores. preciso que desde o ato de
inscrio os candidatos tenham conhecimento e declarem conhecer as peculiaridades do
BC&T, entre as quais: a exigncia do trabalho interdisciplinar na busca do conhecimento que
o ensino deve propiciar; a metodologia da interatividade no ensino, o aprender fazendo, e
como tal a necessidade de o professor desenvolver programas de ensino dentro dessas
premissas; a disponibilidade para o permanente aperfeioamento pedaggico que atenda ao
objetivo do projeto acadmico; a conscincia de que, em sua avaliao no estgio probatrio
tais atitudes sero levadas em conta; conhecimento da realidade de trabalho em tempo
integral, com a