Projeto Pedagogico Do Curso de Licenciatura Em Biblioteconomia

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Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro Centro de Cincias Humanas e Sociais Escola de Biblioteconomia

PROJETO POLTICO PEDAGGICO DO CURSO DE LICENCIATURA EM BIBLIOTECONOMIA

Rio de Janeiro 20091

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

Centro de Cincias Humanas e Sociais Escola de Biblioteconomia

PROJETO POLTICO PEDAGGICO DO CURSO DE LICENCIATURA EM BIBLIOTECONOMIA

Comisso Marcos Luiz Cavalcanti de Miranda Geni Chaves Fernandes Ludmila dos Santos Guimares Maura Esandola Tavares Quinhes

Rio de Janeiro 20092

Reitora Profa. Dra. Malvina Tania Tuttman Vice-Reitor Prof. Dr. Luiz Pedro San Gil Jutuca Pr-Reitora de Graduao Profa. Dra. Loreine Hermida da Silva e Silva Diretora do Departamento de Documentao e Registro Acadmico em exerccio Pedagoga Maria de Lourdes Alencar Pr-Reitora de Ps-Graduao e Pesquisa Profa. Dra. Maria Tereza Serrano Barbosa Pr-Reitor de Extenso e Cultura Prof. Dr. Luciano Maia Pr-Reitor de Planejamento Prof. Dr. Astrio Kioshy Tanaka Pr-Reitora de Administrao Wanise Guanabara Coordenadora de Educao a Distncia Profa. Dra. Giane Moliari Amaral Serra Diretora da Biblioteca Central Bibliotecria Ms Marcia Valria Brito Costa Diretora do Departamento de Assuntos Comunitrios e Estudantis Profa. Dra. Mnica Carvalho do Valle Decano do Centro de Cincias Humanas e Sociais Prof. Dr. Luiz Cleber Gak Diretor da Escola de Biblioteconomia Prof. Dr. Marcos Luiz Cavalcanti de Miranda

Coordenador do Curso de Licenciatura em Biblioteconomia Prof. Dr. Marcos Luiz Cavalcanti de Miranda Chefe do Departamento de Didtica Profa. Dra. Carmem Sanchez Sampaio Chefe do Departamento de Estudos e Processos Biblioteconmicos Profa. Dra. Simone da Rocha Weitzel Chefe do Departamento de Estudos e Processos Museolgicos Profa. Ms. Marisa Vianna Salomo Chefe do Departamento de Filosofia e Cincias Sociais Prof. Dr. Joo Paulo Macedo e Castro Chefe do Departamento de Fundamentos da Educao Profa. Dra. Rita Maria Manso Chefe do Departamento de Histria Profa. Dra. Maria Isabel de Siqueira Chefe do Departamento de Processos Tcnico-Documentais Profa. Dra. Leila Beatriz Ribeiro Coordenao de Estgio Profa. Ms Marlia Amaral Mendes Alves Laboratrio de Biblioteconomia LABBIB Profa. Dra. Simone da Rocha Weitzel Laboratrio de Tecnologias Intelectuais LTI Prof. Ms Laffayete Souza Alvares Jnior Ncleo de Pesquisa em Ensino de Biblioteconomia Profa. Dra Suzete Moeda Mattos

Dados internacionais de Catalogao-na-Publicao (CIP)

U58

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. Escola de Biblioteconomia. Projeto poltico pedaggico do curso de licenciatura em Biblioteconomia / UNIRIO, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Centro de Ciencias Humanas e Sociais, Escola de Biblioteconomia ; comisso Marcos Luiz Cavalcanti de Miranda ... [et al.]. 2009. 138 f. : il. ; 30 cm. Bibliografia: f. 78-87. 1.Biblioteconomia Estudo e Ensino (Graduao) Brasil. 2. Biblioteconomia Formao de Professores Brasil. 3. Biblioteconomia Currculo Brasil. I. Miranda, Marcos Luiz Cavalcanti de. II. Ttulo. CDU

02:378.011.3-051

SUMRIO

1 2 3 4 5 5.1 5.2 6 7 7.1 7.1.1 7.1.2 7.1.3 7.1.4 7.1.5 7.1.6 7.2 7.3

INTRODUO HISTRICO MARCO TERICO JUSTIFICATIVA OBJETIVOS OBJETIVO GERAL OBJETIVOS ESPECFICOS PERFIL DO EGRESSO ORGANIZAO CURRICULAR COMPONENTES CURRICULARES Disciplinas Obrigatrias Disciplinas Optativas Estgios Curriculares Supervisionados Atividades Complementares Trabalho de Concluso de Curso Modalidade Semi-presencial EIXOS ARTICULADORES COMPONENTES CURRICULARES POR PERODO RECOMENDADO

4 5 20 26 29 29 29 30 32 32 33 33 33 34 34 38 39

44 48 48 48 48 48 48 49 56 58 65 78

7.4 7.5 7.6 7.7 7.8 7.9 7.10 8 9 10

CARGA HORRIA TOTAL NMERO DE CRDITOS PRAZO PARA INTEGRALIZAO NMERO DE VAGAS OFERECIDAS TURNO FORMAS DE INGRESSO EMENTAS DOS COMPONENTES CURRICULARES METODOS E PROCESSOS DE AVALIAO NCLEO DE DOCENTES ESTRUTURANTES INFRA-ESTRUTURA REFERNCIAS APNDICE A: QUADRO DOS COMPONENTES CURRICULARES PROPOSTOS APNDICE B: CARGA HORRIA TOTAL DOS COMPONENTES

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CURRICULARES APNDICE C: MATRIZ CURRICULAR APNDICE D: FLUXOGRAMA DOS COMPONENTES CURRICULARES APNDICE E: CORPO DOCENTE ANEXO A: TERMO DE COMPROMISSO DO DIRETOR DA ESCOLA ANEXO B: ATAS DOS COLEGIADOS DOS DEPARTAMENTOS DE ENSINO ANEXO C: ATA DO COLEGIADO DA ESCOLA DE BIBLIOTECONOMIA ANEXO D: ATA DO CONSELHO DO CENTRO DE CINCIAS HUMANAS E SOCIAIS

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1 INTRODUO Os estudos da Comisso para a construo do Projeto Pedaggico do Curso de Licenciatura em Biblioteconomia foram balizados pelos princpios e objetivos estabelecidos para a educao em mbito nacional, conforme Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional n 9.394, de 20 de dezembro de 1996; e pelo Plano Nacional de Educao, onde a renovao e desenvolvimento do ensino superior passam pelo importante papel das universidades pblicas, estabelecendo a necessidade de expanso de suas vagas e ensino distncia, assegurando sua autonomia, aliada avaliao permanente dos currculos. Tambm nortearam a comisso os Planos de Desenvolvimento Institucional (PDI) e o Plano Pedaggico Institucional (PPI) da UNIRIO, ambos de 2006. O primeiro, seguindo as diretrizes estabelecidas na Lei que instituiu o Sistema Nacional de Avaliao da Educao Superior SINAES , contempla a avaliao institucional, autonomia, gesto participativa com a integrao das diversas dimenses presentes na Universidade, em vista do desenvolvimento de

conhecimentos comprometidos com as necessidades da sociedade brasileira. O segundo, estabelece o perfil desejado de nossos egressos, destacando que no nos deve bastar a qualificao tcnica e o esprito de pesquisa, mas o estmulo convivncia e aceitao da diversidade que descobre o outro e pilar para o pleno desenvolvimento do estudante como pessoa integral e no apenas como profissional. Finalmente, no plano especfico da rea de Biblioteconomia, a Comisso norteou-se pelos documentos bsicos gerados a partir de uma srie de oficinas e seminrios promovidos pela ABECIN - Associao Brasileira de Educao em Cincia da Informao - para a discusso e elaborao de um projeto pedaggico nacional para rea e nas Diretrizes Curriculares Nacionais estabelecidas para o curso de Bacharelado em Biblioteconomia (Parecer CNE/CES no. 492/2001) e nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formao de Professores da Educao Bsica, em nvel superior, curso de Licenciatura, de graduao plena (Resoluo no. CNE/CP no. 1/2002). com base nestas reflexes internas e nas realizadas em interlocuo nacional, que esta Comisso vem, desde sua instalao, ampliando o debate a todo corpo docente e discente da Escola, resultando no presente Projeto Pedaggico para o Curso de Licenciatura em Biblioteconomia da UNIRIO.

2 HISTRICO A educao humanista moderna, a bem de contrapor-se estabelecida pelos critrios da escolstica, pde contar com a preservao dos textos da antiguidade e com inovaes na Europa, entre os sculos XI e XIV, na Europa na forma de escrever e apresentar textos. Eram convenes grficas organizadoras dos textos e o uso generalizado da separao entre as palavras, ao invs do uso da scriptio continua, de modo que se passa da leitura em voz alta para memorizao leitura silenciosa para interpretao1. Aos estudantes solicitava-se que lessem um maior nmero de textos, ento mais fceis de ler fato, mas cuja disponibilidade era ainda limitada. A inveno dos tipos mveis de Gutenberg possibilitaria, de um lado, a impresso de obras clssicas e de conhecimentos prticos, passados at ento oralmente2, fazendo crescer rapidamente a quantidade disponvel de textos para leitura. De outro, iria tambm atender a uma demanda reprimida e crescente por livros; nos termos de Battles "O apetite por grandes quantidades de livros j estava bastante aguado quando as prensas entraram em cena."3 De qualquer modo, at o sculo XIX esta demanda estaria circunscrita aos poucos que sabiam ler. No sculo XVI, quando o Brasil est recm descoberto, boa parcela das bibliotecas monsticas na Europa tinham se tornado urbanas. Ali os livros, presos por correntes, estavam ao dispor especialmente para leitura e consulta dos estudantes universitrios. Estas bibliotecas possuam catlogos que permitiam localizar livros inclusive em outras bibliotecas4. De 1506 a 1510 publicou-se em Portugal apenas um livro por ano, em mdia, e embora o nmero de publicaes aumentasse at o final do sculo ela ficou na mdia de 11 livros por ano durante todo aquele sculo5. Portanto, no sculo XVI no abundavam livros impressos em Portugal, que se dir no Brasil. A cultura escrita comearia aqui pelas mos de ordens religiosas, especialmente a Companhia de Jesus, responsvel pela abertura do primeiro colgio com uma biblioteca na Bahia. Iniciado por Nbrega e depois por Anchieta, a pedagogia catlica, que via nas mitologias locais um mal a ser eliminado, predominou no Brasil de 1549 at 1759, data da expulso dos jesutas. Este processo educacional de enculturao1 2

PARKES, 1998; HAMESSE, 1998, p. 124-126 BURKE, 2003, p. 22-23 3 BATTLES, 2003, p. 75 4 CAVALLO; CHARTIER, 1998, p. 23 5 CHAGAS, 2009, p. 24-26

encontrou resistncias dentro da prpria Companhia de Jesus, sendo suplantada por um plano de estudos consubstanciado na Ratio Studiorum. Segundo a Ratio, " educao cumpre moldar a existncia particular e real de cada educando essncia universal e ideal que o define enquanto ser humano."6 A partir dos jesutas se formariam pequenas bibliotecas em colgios no Rio de Janeiro e em So Paulo7 e outras localidades. Com a expulso da ordem do Brasil essas bibliotecas foram confiscadas e muitas obras foram levadas ou simplesmente perdidas. As bibliotecas mantidas, alm de algumas poucas particulares, eram agora de outras ordens religiosas como beneditinos, franciscanos e carmelitas. O Humanismo, enquanto idias e ideais opostos escolstica, seria uma profunda marca do Renascimento, afirmando a superioridade da Antiguidade grecolatina sobre o passado recente e no sculo XVII abrindo-se da razo cincia. As bibliotecas humanistas no s deviam estar repletas de obras gregas, mas se inspiravam nos modos gregos de leitura, ao ar livre ou em simpsios; deveriam ser, portanto, lugares abertos ao debate. O bibliotecrio era profundo conhecedor dos gregos e dos latinos, capaz de participar nestes debates e de enriquecer a biblioteca8. neste ambiente que Gabriel Naud, aos 27 anos, escreve o Advis pour dresser une bibliothque (1627), considerado por alguns o marco fundador da Biblioteconomia. Sua inspirao, o humanismo da razo, do debate e da erudio9. No sculo XVII, a disponibilidade de obras nestas bibliotecas particulares j excedia muito as possibilidades de algum ser capaz de domin-las10. Isto levaria ao aprimoramento de antigas e ao desenvolvimento de novas tecnologias para mapeamento de obras, chaves de localizao de assuntos etc., como enciclopdias, dicionrios, lugares-comuns11 e miscelneas, enfim, obras de referncia, que Naud recomenda a toda biblioteca humanista12. A biblioteca tanto entendida como coleo organizada de livros como compilao e coletnea de partes de obras13.

6 SAVIANI, Texto elaborado no mbito do projeto de pesquisa O espao acadmico da pedagogia no Brasil, financiado pelo CNPq, para o projeto 20 anos do Histedbr. Campinas, 25 de agosto de 2005. 7 MORAES, 1979, p. 1-3 8 GRAFTON, 2008, p. 175-176 9 REVEL, 2008, p. 223 10 BLAIR, 2008, p. 74 11 No programa humanista nas universidades, os alunos eram ensinados a manter um caderno para anotar passagens, citaes, informaes, anedotas por assunto (lugares-comuns), que fossem colhendo ao longo do tempo, de modo a poder fazer uma consulta rpida. Alguns eruditos acabariam por publicar seus cadernos. [...] essas obras [...] tornam-se, quando publicadas, resumos de bibliotecas ou bibliotecas portteis, onde os letrados podem colher o necessrio para enriquecer seus escritos (BLAIR, 2008, p. 75-77). 12 NAUD, 1627 13 CHARTIER, 1999, p. 70

No Brasil, no campo da impresso de livros, consta que o Rio de Janeiro contava com uma tipografia, instalada em 1747 por Antnio Isidoro da Fonseca, que recebeu ordens de Lisboa para fech-la no mesmo ano. Nesta poca a publicao deveria ser feita com exame prvio de censores tanto do Estado como da Igreja. A ordem de fechamento alegava que, estando em Lisboa as autoridades que davam autorizao para as publicaes, seria mais cmodo e econmico que a impresso fosse feita em Portugal14. Possivelmente a concorrncia era indesejada. interessante notar que ao comparar os levantamentos feitos por Macedo, para o sculo XVI e por Guedes, para o final do sculo XVIII, Chagas indica que os assuntos dos livros disponveis pouco diferiam e que entre 1777 e 1799, a oferta de livros ainda era pequena15. O Marqus de Pombal, seguindo a tendncia europia, realizaria uma reformulao curricular para a Universidade de Coimbra, adotando os moldes humanistas com orientaes para a cincia. Enquanto os jesutas seguiam os moldes da escolstica, as outras ordens que permaneceram no Brasil acabariam por adotar a orientao de Pombal16. Trata-se de um humanismo ilustrado, que cr que na difuso do conhecimento como meio para salvao moral do homem. Assim que o ensino de cincias comea na Bahia j em 1757. Na biblioteca do colgio podiam-se encontrar obras de Clvio, Kircher, Newton e Decartes17. "A sistemtica pedaggica introduzida pelas reformas pombalinas foi a das aulas rgias, isto , disciplinas avulsas ministradas por um professor nomeado e pago pela coroa portuguesa com recursos do subsdio literrio institudo em 1772".18 Entre o final do sculo XVIII e o incio XIX, o governo portugus iria promover a produo e o envio de livros para o Brasil. Frei Jos Mariano da Conceio Veloso um mineiro apresentara Academia Real de Cincias de Lisboa um tratado sobre botnica e um plano para publicar livros que contivessem conhecimentos teis para serem enviados ao Brasil, marca da Ilustrao. O frei recebeu para sua empreitada uma tipografia moderna, que em 1801 foi incorporada Imprensa Rgia. Foram impressos tratados sobre agricultura, manufaturas, tcnicas e artes, enviados aos governadores das provncias para venda a baixo preo, ou mesmo para serem doados aos interessados. Os resultados no foram to bons como o esperado, jMORAES, 1979, p. 61-64 S para ficarmos no exame do catlogo de livros impressos pela Impresso Rgia, temos: em 1777 um total de 3600 livros, em 1798, 27 livros e em 1799, 33 livros. CHAGAS, 2009, p. 27 16 MORAES, 1979, p. 11 17 MORAES, 1979, p. 6 18 SAVIANI, 2004, p. 6-715 14

que mesmo os poucos alfabetizados no estavam afeitos s leituras como esperavam os humanistas ilustrados europeus19. O projeto humanista europeu, em seu resgate dos clssicos, tinha como pilar uma educao indissocivel da filosofia. O pensamento humanista do sculo VIII v na educao um meio de retirar o homem das trevas da ignorncia (aluno, sem luz) causa da imoralidade e dos vcios dos trabalhadores que passam a habitar as grandes urbes. Tocqueville via na massa ignorante e sem moderao uma ameaa ao princpio da liberdade. Sem educao e "cultivo" facilmente trocavam a liberdade por bem-estar econmico (BARBERO, 2008, p. 54). Se o sculo XVIII estabelece o discurso de educao e cultura para todos, o acesso efetivo ainda restringe o "pblico" ao burgus. S nos sculos XIX e XX a educao pblica e o acesso s instituies de memria e de cultura (como a biblioteca) se efetivariam em uma tensa relao de cooperao e conflito com as demandas de formao tcnico-cientfica que atendessem s necessidades emergentes da Revoluo Industrial. No Brasil, com a vinda da corte, o Brasil recebe a Biblioteca Real aberta em 1814 alm de um nmero significativo de letrados, alguns que tambm traziam suas bibliotecas particulares. O acordo com Portugal, reconhecendo a

independncia do Brasil, previu a indenizao por bens aqui deixados, incluindo-se a Biblioteca Real, que mais tarde passaria a chamar-se Biblioteca Nacional (BN). A Imprensa Rgia seria monopolista da impresso no Brasil at 1821, quando D. Pedro regulamenta a liberdade de impresso, abrindo caminho ao aumento da produo de livros no Brasil. Com a vinda da corte o ensino tambm seria transformado, adotando-se o chamado "[...] mtodo de ensino mtuo que se tornou oficial com a aprovao da lei das escolas de primeiras letras, de 15 de outubro de 1827 [...]"20 que se constituda por monitoria de alunos mais adiantados, mas que essencialmente mantinha uma concepo mecnica do ensino. Com as demandas de formao decorrentes da revoluo industrial, adotavase um novo mtodo conhecido como lies de coisas, consolidado em material didtico produzido em escala pelas novas indstrias e de concepo universalista de contedos e mtodos.19 20

MORAES, 1979, p. 71-80 SAVIANI, p.7

Pautando-se pela centralidade da instruo (formao intelectual) pensavam a escola como uma agncia centrada no professor, cuja tarefa transmitir os conhecimentos acumulados pela humanidade segundo uma gradao lgica, cabendo aos alunos assimilar os contedos que lhes so transmitidos21.

O nmero de alfabetizados no Brasil no era grande no sculo XIX. "Durante todo perodo imperial, a taxa de analfabetos permaneceu por volta de 80% (considerando somente a populao livre)"22. Dentre os leitores havia os freqentadores das bibliotecas de colgios, bibliotecas pblicas, e, no Rio de Janeiro especialmente da BN e do Real Gabinete Portugus de Leitura. Tais leitores no so em sua maioria eruditos. Na BN, so homens jovens e as obras mais consultadas no perodo de 1853 a 1865, "[...] no revelam nenhuma erudio, o que pressuporia o conhecimento de latim, francs [...]" lnguas predominantes deste tipo de obra. O levantamento indica que 66% das obras consultadas eram escritas em Portugus, 29% em francs e 3% em latim. Havia tambm os leitores que no freqentavam as bibliotecas, mas que buscavam no comrcio livros baratos, romances de arrebatamento e mistrios, ou recheados de sangue, sexo e obscenidades23. Entretanto, seguia-se a constituio de bibliotecas para atender ao ensino. Quando o curso jurdico instalado no convento de So Francisco, na provncia de So Paulo, em 1828, a biblioteca contava com cerca de 4.000 volumes, muitos doados, outros adquiridos por seus protetores, e que foram catalogados por assunto por Jos Antnio dos Reis, o primeiro bibliotecrio de So Paulo24. Mas a proibio por Pombal de se fundarem novos conventos no Brasil, assim como a proibio do noviciato, em 1835 pelo governo imperial, fizeram minguar os conventos e, junto com eles, as bibliotecas, quase todas destrudas pelo abandono. O comrcio de livros era pequeno e realizado por casas de comrcio, como mais uma de suas mercadorias25. Mesmo no incio do sculo XX, o nmero de alfabetizados no Brasil no grande, chegando a apenas 30% da populao na dcada de 1920. Com a abolio da escravido imigraram para c muitos europeus alfabetizados. Mais tarde, observa Chagas26, isto redundou na organizao da classe trabalhadora no mbito urbano, j no incio do sculo, com reivindicaes de formao profissional e instruo pblica,21 22 23 24 25 26

SAVIANI, 2004, p. 7 DELTA LAROUSSE, 1970 CASSANO, 2006, p. 102 MORAES, 1979, p. 15 MORAES, 1979, p. 43 CHAGAS, 2009, p. 36-37

assim como criaram suas prprias bibliotecas de leitura para tomada de conscincia em suas associaes, mas que no contavam com qualquer servio bibliotecrio. No campo do ensino da biblioteconomia, o primeiro curso no pas foi o da Biblioteca Nacional, criado em 1911 e que funcionava em seus pores (onde hoje est o Auditrio Machado de Assis). o terceiro curso de biblioteconomia no mundo, depois do da cole de Chartes na Frana e do curso do Columbia College, em Nova York nos Estados Unidos. O curso da BN s se tornou efetivo em 1915 e hoje se encontra na Escola de Biblioteconomia da UNIRIO. Naquela poca constavam as seguintes matrias, cujo ensino ficava a cargo dos diretores de seo daquela biblioteca: a Bibliografia; Paleografia e Diplomtica; Iconografia e Numismtica. Este curso foi extinto em 1922 e restabelecido em 1931, estruturado em novas bases, agora com a durao de dois anos com as disciplinas: 1 ano: Bibliografia e Paleografia e Diplomtica; 2 ano: Histria Literria (aplicada Bibliografia), Iconografia e Cartografia. Caracterizava-se predominantemente pela influncia francesa:Mantinha-se ainda a base de formao de bibliotecrio de acordo com a influncia da cole des Chartes. Predominava o esprito europeu na formao do bibliotecrio atravs do Curso ministrado pela Biblioteca Nacional at 1944, pois a reforma de 1933, apenas inverteu a ordem das disciplinas: passou-se a ensinar Iconografia e Histria Literria aplicada Bibliografia no primeiro ano, e Bibliografia e Paleografia e Cartografia no segundo ano [...]27

A Revoluo Francesa havia confiscado as bibliotecas e arquivos monsticos e, anos mais tarde, instituiria cursos para formao de bibliotecrios e arquivistas afim de "construir" uma histria da Frana do ponto de vista dos revolucionrios. A ao culminou com a criao da cole de Chartes em 1821. A condio de ingresso na escola, alm dos exames, era j ser bacharel em letras. O modelo curricular erudito pouco atenderia s necessidades das bibliotecas pblicas que se expandiam no sculo XIX28. Alguma mudana na Frana s viria com o estabelecimento da cole Suprieur de Bibliothcaires, depois de muitas resistncias, fora da influncia e do controle de Chartes.29. Em meados do sculo XIX, a revoluo industrial ampliava tanto a produo como as relaes e a competio entre empresas no comrcio internacional. A indstria de papel passa a produzir em maior escala e a partir da madeira. O livro passa a ser uma mercadoria como qualquer outra que, com a crescente27 28

DIAS, 1955, p. 12-13 GALLARDO, 2001, p. 28-32 29 GALLARDO, 1981, p. 31-32

alfabetizao, pode ser produzido com economias de escala. O ensino e o acesso s bibliotecas so estendidos aos trabalhadores deixando de ser um discurso para se tornar algo efetivo. Entretanto, este ensino ter uma feio mais tcnica, aos moldes das necessidades das empresas, do que erudita, aos moldes do humanismo. A educao [...] deveria centrar-se nas mos e nos olhos, mais do que na cabea30. Solues para dar conta da demanda em grandes bibliotecas comeam a parecer. Na Gr-Bretanha ela vem pelas mos do bibliotecrio italiano Antonio Panizzi, que pensa e efetiva uma significativa mudana no catlogo da Biblioteca Britnica. De inventrio, o catlogo passa a ser um instrumento de acesso aos livros. Cria tambm marcaes que indicam suas localizaes nas estantes31. As mudanas de maior repercusso foram as realizadas nos Estados Unidos. Ali, a extenso das bibliotecas pblicas teve a dimenso do pas. Em 1876, Charles Cutter, bibliotecrio do Boston Athenaeum cria "[...] um 'catlogo dicionrio', onde se encontram, no mesmo fichrio, os nomes dos autores, os ttulos, os assuntos e o tipo de literatura [...]" como diferentes vias de acesso para a unidade do catlogo32. Melvil Dewey, que detm a fama de pragmtico racionalista, criava um sistema que resolveria um problema que, com o aumento crescente do ingresso de livros nas bibliotecas, se arrastava h anos sem soluo: intercalaes constantes nos catlogos. Seu sistema foi publicado em 1876 e conhecido como Classificao Decimal de Dewey. Utilizou, atrelado ao sistema de classificao, uma codificao decimal que permitiria que tanto um novo assunto como um novo livro pudessem encontrar seu lugar, sem perturbar a ordem estabelecida. Para formar bibliotecrios, Dewey funda em Nova York, em 1857, o Columbia College School of Library Economy, considerado o segundo curso de

Biblioteconomia no mundo, impulsionando a formao profissional naquele pas em nvel tcnico. Dewey responde s necessidades de seu tempo, de formar bibliotecrios para bibliotecas pblicas, com habilidades tcnicas e no eruditas e, portanto, com salrios menores. O bibliotecrio nos moldes humanistas, aquele que recomenda leituras, que intervm nos debates, e em suma um erudito, est em declnio em uma sociedade onde o bibliotecrio precisa atender a uma grande massa urbana, cujo letramento deriva especialmente da necessidade de deter um30 31

GALLARDO, 2001, p. 40 BATTLES, 2003, p. 132-135 32 MICKTTERICK, 2008, p. 101

saber tcnico para a produo industrial. Seria apenas na dcada de 1920 que o ensino da biblioteconomia passaria ao nvel superior nos Estados Unidos, por recomendao do Committee on Library Training American Library Association e a biblioteconomia passa de tcnica a uma carreira profissional33. Portanto, j no final do sculo XIX estavam instalados dois grandes modelos de formao para bibliotecrios: o americano, marcado pela praticidade de Dewey, e o Francs, nos moldes da cole de Chartes. dentro da influncia americana que j em 1929 estrutura-se o segundo curso do pas, no Instituto Mackenzie em So Paulo, calcado no pragmatismo e constituindo-se das seguintes matrias bsicas: Catalogao; Classificao; Referncia; Organizao. A massa trabalhadora que vai tomando as cidades a partir dos anos 1930 reivindica para si o direito aos bens pblicos, incluindo-se a educao, que at ento era privilgio de poucos. O governo Vargas estabeleceria um pacto entre o Estado e a crescente populao urbana o populismo -, iniciando o processo de acesso educao e cultura34. Desde a dcada de 1920 j emergia um movimento de renovao da educao no pas com a fundao da Associao Brasileira de Educao e a constituio das Conferncias Nacionais da Educao, no movimento chamado de Educao Nova.Em 1930 foi lanado o livro de Loureno Filho Introduo ao Estudo da Escola Nova (LOURENO FILHO, 1967) e em 1933 Ansio Teixeira publica o livro Educao progressiva: uma introduo filosofia da educao (TEIXEIRA, 1968), declaradamente filiado ao pensamento pedaggico de John Dewey.

A elite culta de So Paulo, numa efervescncia modernista, via na cultura estendida populao uma forma de aperfeioamento da sociedade, impulsionando tanto o ensino como a criao da Diviso de Bibliotecas no Departamento de Cultura35. A diviso constituiu em 1935 o curso da Prefeitura Municipal de So Paulo, deixando de existir o curso oferecido pelo Instituto Mackenzie. A princpio existia apenas a cadeira de Catalogao e Classificao, sendo criada em 1937 a disciplina Histria do Livro e no ano seguinte a cadeira de Referncia. Em 1939, este curso deixa de existir, ressurgindo em 1940 como Escola de Biblioteconomia, anexa Escola Livre de Sociologia e Poltica, hoje FESP (Fundao Escola de Sociologia e33 34 35

GALLARDO, 2001, p. 86-89 MARTIN-BARBERO, 2008, p. 285-288 MILANESI, 1986, p. 80

Poltica).36 O curso visava dar sustentao rede de bibliotecas pblicas da capital paulista37. Concedia tambm bolsas de estudo, facilitando o ingresso de estudantes de outros estados, o que iria possibilitar uma posterior descentralizao do ensino38. No Rio de Janeiro o curso da Biblioteca Nacional foi reformado. Segundo Dias39, com a reforma, a conseqncia benfica foi sua transformao, porque at ento, a rigor, s formava pessoal para a prpria Biblioteca Nacional. Com disciplinas essencialmente especializadas, os cursos eram destinados a promover uma formao bsica profissional, em princpio, til a qualquer tipo de biblioteca. Os Cursos ficaram assim constitudos: 1) Curso Fundamental de Biblioteconomia, destinado a preparar candidatos aos servios auxiliares de biblioteca, com as seguintes disciplinas: a) Organizao de Bibliotecas; b) Catalogao e Classificao; c) Bibliografia e Referncia; d) Histria do Livro e das Bibliotecas.

2) Curso Superior de Biblioteconomia, destinado a preparar os candidatos aos servios especializados e de direo de bibliotecas, com as seguintes disciplinas: Organizao e Administrao de Bibliotecas; Catalogao e Classificao; Histria da Literatura (aplicada Bibliografia); Disciplina Optativa entre as seguintes: - Noes de Paleografia e Catalogao de Manuscritos e de Livros Raros e Preciosos; - Mapotecas; - Iconografia; - Bibliotecas de Msica; - Bibliotecas Infantis e Escolares; - Bibliotecas Especializadas e Bibliotecas Universitrias; - Bibliotecas Pblicas;

36 37 38 39

DIAS, 1955 p.12-13. CHAGAS, 2009, p. 57 DIAS, 1991, p. 10 DIAS, 1955,

- Ou qualquer disciplina ou grupos de disciplinas cursadas na Faculdade Nacional de Filosofia, ou instituto congnere, sobre assuntos de interesse para a cultura do bibliotecrio.

3) Cursos Avulsos, destinados a atualizar os conhecimentos dos bibliotecrios j formados, e divulgar conhecimentos especializados de acordo com os progressos da Biblioteconomia verificados nos pases mais adiantados.40 O impulso ao ensino da biblioteconomia nos anos 1940 est especialmente associado aos estmulos da difuso da viso americana em So Paulo. Rubens Borba de Mores fora estudar biblioteconomia nos Estados Unidos no incio da dcada de 1930. As tcnicas que l aprendeu o impressionaram e, retornando ao Brasil, foi um dos protagonistas da difuso das bibliotecas pblicas na cidade de So Paulo e da criao de sua Escola de Biblioteconomia. No final dos anos 1940, com o fim da Guerra, o domnio no campo da cincia, especialmente na produo de energia nuclear, era entendido como questo de soberania. Em 1948, pesquisadores brasileiros criavam a Sociedade Brasileira para o Progresso da Cincia e em 1949 estudava-se a criao de um rgo para conduzir as pesquisas cientficas no Brasil, que se concretizou em 1951, com a criao do CNPq. Com o retorno de Vargas o nacionalismo colocou na linha de frente da poltica a implementao de indstrias de base (siderurgia, hidroeltricas, petrleo), que exigiam preparao de recursos humanos e incremento das pesquisas. Para responder a essas necessidades foram criadas na dcada dez universidades41. Os anos 1950 seriam bastante profcuos para a rea. Em 1951 realizou-se na Biblioteca Municipal de So Paulo a Conferncia sobre o Desenvolvimento dos Servios de Bibliotecas Pblicas na Amrica Latina; em 1953, o Primeiro Congresso de Bibliotecas do Distrito Federal, em Braslia e em 1954 o Primeiro Congresso Brasileiro de Biblioteconomia (e Documentao), em Recife - o CBBD42. A Portaria no. 162 do Ministrio do trabalho, de 07.10.1958, reconhecia a Biblioteconomia como profisso liberal. Para conduzir o acesso informao cientfica, em 1954 era criado o Instituto Brasileiro de Bibliografia e Documentao (IBBD), com o apoio da UNESCO, que criara o programa Unisist (Sistema Mundial de Informao Cientfica

40 41 42

DIAS, 1955 MARTINS, 2004, p. 92 CHAGAS, 2009, p.67

e Tecnolgica). Em 1955, o instituto lanaria o primeiro curso de ps-graduao especializao - na rea, o CDC - Curso Documentao Cientfica43. O impulso de industrializao se expandiria no governo de Juscelino com a instalao das montadoras de veculos no pas, a construo de estradas e de Braslia. Mas os anos 1960 foram problemticos. O governo de Jnio Quadros foi de instabilidade poltica, acabando por renunciar. Joo Goulart, por seu turno, foi deposto pelo golpe militar de 1964. O desenvolvimentismo militar colocaria a cincia e a tecnologia na ordem do dia, considerados estratgicos para a segurana nacional, mas a leitura era cerceada e em 1968 criado o Conselho Superior de Censura. Na educao, a teoria do capital humano do campo da economia iria encontrar eco a partir do governo militar, que Saviani44 chama de concepo produtivista da educao. A educao entendida como formadora de capital para o sistema produtivo, de um lado, e como propiciadora de aumento de renda pessoal, de outro. Na biblioteconomia em 1960 existiam dez cursos no pas e ao longo da dcada foram criados mais nove. O CBBD realizou trs encontros nos anos sessenta: 1961, em Curitiba, 1963, em Fortaleza e 1965 em So Paulo. Neste ltimo encontro, dentre as recomendaes estava a de melhorar o nvel das escolas e que se permitisse que os bibliotecrios j formados pudessem voltar para atualizao tcnica em Documentao. Este tipo de recomendao persistiria nos encontros seguintes45.Os bibliotecrios, que desde a dcada anterior vinham lutando pela definio de smbolos atribuidores de status para a profisso [...] tiveram no incio dos anos da dcada de 1960 dois fortes motivadores para a expanso do ensino. O primeiro foi a fixao do Currculo Mnimo do Curso o de Biblioteconomia pelo Conselho Federal de Educao (Parecer n . o 326/CFE/62) e o segundo foi a sano da Lei n . 4.084, de 30 de junho de 1962, dispondo sobre a profisso de bibliotecrio e regulamentando seu 46 exerccio .

Em 1970 estaria criado o primeiro curso de mestrado em Cincia da Informao no IBBD (atual Instituto Brasileiro de Informao em Cincia e Tecnologia - IBICT), decorrente de uma forte aproximao do Brasil com os Estados Unidos. As mudanas e demandas que se colocavam ento estavam em sintonia com outras mais distantes no espao e no tempo.43 44

MARTINS, 2004, p. 93 SAVIANI, 2004, p. 19 45 FERREIRA et al, 1979, citado por CHAGAS, 2009, p. 86 46 CHAGAS, 2009, p. 87

O ensino de pedagogia catlica no pas que ainda era hegemnico. Mas, segundo Saviani (2004, p. 14), observa-se predominncia da pedagogia nova na constituio da comisso que elaborou o projeto da lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional em 1974. A Pedagogia da Igreja se renova na associao entre o Movimento de Educao de Base (MEB) e o Movimento Paulo Freire de Educao de Adultos. Este ltimo "[...] embora autnomo em relao hierarquia da Igreja, se guiava predominantemente pela orientao catlica, recrutando a maioria de seus quadros na parcela do movimento estudantil vinculada Juventude Universitria Catlica (JUC)"47.Se o movimento escolanovista se inspira fortemente no pragmatismo, o MEB e o Movimento Paulo Freire buscam inspirao predominantemente no personalismo cristo e na fenomenologia existencial. Entretanto, pragmatismo e personalismo, assim como existencialismo e fenomenologia, so diferentes correntes filosficas que expressam diferentes manifestaes da concepo humanista moderna, situando-se, pois, em seu interior. lcito, pois, afirmar que sob a gide da concepo humanista moderna de filosofia da educao acabou por surgir tambm uma espcie de escola nova popular, como um outro aspecto do processo mais amplo de renovao da pedagogia catlica que manteve afinidades com a corrente denominada de teologia da libertao.

J na dcada dos 80 a concepo de uma pedagogia histrico-crtica faria frente concepo hegemnica. Nela a educao percebida como mediao da prtica social48. O ensino da biblioteconomia segue em direo semelhante, onde a biblioteca e unidades de informao so entendidas como mediadoras e no apenas meios, das relaes sociais e das produes de conhecimento das comunidades locais. No final da dcada de 1970 a UNIRIO, retoma as discusses do Curso Fundamental de Biblioteconomia, da Biblioteca Nacional, destinado a preparar candidatos aos servios auxiliares de biblioteca, criando o Curso de Licenciatura em Biblioteconomia, pela Resoluo no. 187, de 26 de dezembro de 1979, pelo ento Magnfico Reitor Prof. Guilherme Figueiredo, reconhecido pelo Parecer Ministerial no. 502, de 20 de dezembro de 1983 (DOU de 22/12/1983, p. 21.611). Posteriormente, em abril de 1988, fora solicitado um estudo pelo Departamento de Didtica do CCH, visando um projeto de reformulao das Licenciaturas da UNIRIO, coordenado pela Profa. Malvina Tnia Tuttman Diegues

47 SAVIANI, 48

2004, p. ??? SAVIANI, 2004, p. 26.

(atual Reitora da UNIRIO), congregando os professores de Prtica de Ensino dos cursos de Licenciatura em Artes Cnicas, Arquivologia, Biblioteconomia, Cincias Biolgicas, Enfermagem, Msica e Nutrio. poca o estudo foi realizado por necessidades de cada rea especfica, dificuldades e coerncias existentes, inclusive em termos de mercado de trabalho49. A motivao do estudo foi promover a integrao da prtica de ensino com as demais disciplinas da Licenciatura e a compatibilizao de contedos, cargas horrias e instrumentais em considerao realidade, perspectivas, necessidades e formao profissional. A Licenciatura passou a integrar o currculo do curso de Bacharelado em Biblioteconomia, a partir de 1986. (resoluo no. 507, de 10 de dezembro de 1986, podendo o aluno interessado ingressar no 6o. perodo, mediante prova de seleo e entrevista. Com carga horria de 840 horas, o currculo do curso inclua 16 disciplinas obrigatrias e 4 optativas, dentre as quais respectivamente: a) Obrigatrias: a. Estrutura e Funcionamento do Ensino de 1o. Grau b. Fundamentos Biolgicos da Educao c. Fundamentos Filosficos da Educao I d. Prtica de Ensino I e. Prtica de Ensino II f. Psicologia do Desenvolvimento g. Sociologia Educacional h. Didtica Geral i. Estatstica Aplicada Educao j. Estrutura e Funcionamento do Ensino de 2o. Grau

k. Fundamentos Filosficos da Educao II l. Psicologia da Aprendizagem m. Currculos e Programas n. Medidas e Avaliao em Educao o. Metodologia do Ensino de 1o. e 2o. Graus p. Prtica de Ensino III b) Optativas:49

(UNIRIO. Levantamento da situao da prtica de ensino de diferentes Licenciaturas. Rio de Janeiro, 1988. (Relatrio Tcnico).

a. Fundamentos da Arte Educao I b. Fundamentos da Arte Educao II c. Metodologia da Pesquisa em Educao d. Orientao Educacional e Ocupacional. Posteriormente, em abril de 1988, fora solicitado um estudo pelo Departamento de Didtica do CCH, visando um projeto de reformulao das Licenciaturas da UNIRIO, coordenado pela Profa. Malvina Tnia Tuttman Diegues (atual Reitora da UNIRIO), congregando os professores de Prtica de Ensino dos cursos de Licenciatura em Artes Cnicas, Arquivologia, Biblioteconomia, Cincias Biolgicas, Enfermagem, Msica e Nutrio. poca o estudo foi realizado por necessidades de cada rea especfica, dificuldades e coerncias existentes, inclusive em termos de mercado de trabalho50. A motivao do estudo foi promover a integrao da prtica de ensino com as demais disciplinas da Licenciatura e a compatibilizao de contedos, cargas horrias e instrumentais em considerao realidade, perspectivas, necessidades e formao profissional. Aps esta integrao o curso de Licenciatura em Biblioteconomia foi ofertado regularmente at 1991. Aps este perodo, no houve oferta em funo da falta de professores da rea de Educao, apesar dos esforos da Direo da Escola de Biblioteconomia em lutar por vagas docentes no mbito do CCH, consegui-las, mas as disciplinas do curso no serem oferecidas pelos Departamento de Didticas e Fundamentos da Educao priorizarem as Licenciaturas de outros Centros. No ano de 2006 a Magnfico Reitor da UNIRIO, em exerccio, Prof. Luiz Pedro San Gil Jutuca, designou a Comisso Executiva do Frum de Licenciaturas, pela Portaria no. 136, de 11 de maio de 2006, cujos representantes da Escola de Biblioteconomia eram os docentes Marcos Luiz Cavalcanti de Miranda, Vera Lucia Doyle Louzada de Mattos Dodebei e Ana Virgnia Teixeira da Paz Pinheiro e o discente Bernardo Machado Borba Pinto, sob a presidncia da Profa. Dayse Martins Hora. Decorridos dezoito anos de interrupo da oferta da Licenciatura o conjunto de mudanas sociais, culturais e econmicas na sociedade, motivaram o Estado e suas agncias reguladoras de ensino a promover alteraes profundas para a formao de Professores da Educao Bsica (Lei no. 9.394/96, Resoluo CNE no.(UNIRIO. Levantamento da situao da prtica de ensino de diferentes Licenciaturas. Rio de Janeiro, 1988. (Relatrio Tcnico).50

1, de 18 de fevereiro de 2002, Resoluo CNE no. 2 de 19 de dezembro de 2002, Decreto no. 5.626, de 22 de dezembro de 2005, dentre outras. Em funo das mudanas profundas na realidade social e dos novos marcos regulatrios decorrentes, a UNIRIO vm ao longo do tempo, promovendo ajustes e reformas em sua organizao administrativa, contedos e prticas de forma a atender s demandas sociais e exigncias legais. O processo de ajustes, reformas e integralizao vem incorporando novas orientaes para o campo das Licenciaturas em Biblioteconomia, demandadas, sobretudo, pelo campo educacional. A

diversidade e o novo contexto ou situao da informao e do conhecimento, na Sociedade da Informao51, motivadas pela revoluo tecnolgica, vm ampliando significativamente a demanda de servios e produtos de apoio educao e pesquisa, novos pilares desta sociedade. Assim, instituies, Governo e entidades de classe, destacadamente o MEC em seu Catlogo Nacional de Cursos Tcnicos (2009) e Conselho Federal de Biblioteconomia/Conselho Regional de

Biblioteconomia (Programa Mobilizador Biblioteca Escolar: construo de uma rede de informao para o ensino pblico), vm envidando esforos contnuos para incorporarem as crescentes complexidades da atualidade e gerar novos perfis ticos e profissionais. Neste sentido, a proposta do Curso de Licenciatura em Biblioteconomia deriva do conjunto de esforos dos diferentes atores sociais frente s mudanas e pretende promover uma formao integradora dos componentes humanos, tcnicos e profissionais necessrios s novas propostas profissionais para a formao do professor de Biblioteconomia.

51CASTELLS,

Manuel. A sociedade em rede. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1999. v. 1

3 MARCO TERICO

H uma articulao essencial das reas de Biblioteconomia e de Educao. Um projeto de educao que vise promover emancipao, liberdade, criatividade e desenvolvimento, numa convivncia produtiva com integrantes de uma complexa rede de diferenas, pressupe acesso s fontes onde se encontram os dilogos atuais, que so herdeiros daqueles que se estabeleceram no tempo, em qualquer campo do saber, e que continuaro no futuro, numa rede interpretativa. Na modernidade a educao se v, de um lado, fundada no subjetivismo, seja de cunho racionalista, seja de cunho empirista, que, se coloca o homem como produtor de seu conhecimento, por outro, tem alicerces em uma percepo individualista e a-histrica. Se as reas da Educao e da Biblioteconomia modernas tm como pilares o Humanismo, ambas seriam influenciadas pelo pragmatismo subjetivista, no final do sculo XIX e incio do XX, que aliceram as concepes tanto de John Dewey na educao como a de Melvil Dewey na Biblioteconomia. De certo modo suas concepes inovadoras de independncia e instrumentalizao esto articuladas, seja em colaborao, seja em contraposio, com as mudanas e demandas trazidas pela revoluo industrial. A demanda por formao de mo-de-obra qualificada para a indstria conduziria para uma formao restrita a elementos tcnicos profissionais e de cunho conteudista e utilitarista. A formulao de um retorno aos princpios humanistas de educao para a liberdade se fazem sentir desde da segunda metade do sculo XX, tanto no campo da filosofia da biblioteconomia como no da filosofia da educao. A incorporao dos princpios hermenuticos da construo dialgicointerpretativa dos saberes deve nortear a construo do projeto poltico pedaggico, como inovao filosfica contempornea. Para Viero; Trevisan; Conte (2004, p. 9697), contribuies como as de Rorty e Habermas tanto valorizam a vida e as prticas cotidianas, onde o conhecimento um construto interpretativo coletivo52. Entendem que o conhecimento no algo finalizado, mas estratgico, ou seja, de validade contextual e decorrente do entendimento, o que no significa unanimidade ou concordncia, mas negociaes e acordos. Tambm para a hermenutica de Gadamer.

52

Rorty e Habermas pricipiam um dilogo entre filosofias at separadas, analtica e continental (Viero; Trevisan; Conte (2004, p.97).

O processo de entendimento mtuo no pode ser considerado como um procedimento metdico que fixa um indivduo contra o outro, mas consuma-se como a dialtica de pergunta e resposta, uma dialtica que se acha aberta segundo os dois lados e que transcorre entre os dois parceiros de dilogo. Esse um processo que nunca se inicia no zero e que nunca termina com uma soma total plena. Mesmo um texto [...] que se encontra diante de ns destacad[o] seu criador, como algum que responde incansavelmente a um esforo jamais esgotvel de compreenso interpretativa e como um indivduo questionador que se contrape a um outro sempre pronto a responder. (GADAMER, 2007, p. 40).

Adotar a hermenutica como princpio pressupe que no se tem a pretenso de explicar ou ensinar algo j dado, como uma verdade permanente. "[...] uma interpretao definitiva parece ser uma contradio em si mesma. A interpretao algo que est sempre a caminho, nunca se conclui."53[...] mesmo quando se trata de um entendimento sem palavras [...] como quer que seja, precisa haver uma realizao da convivncia que s se preencha em um outro. isso que constitui a lida dos homens. Em um sentido particular, essa lida consuma-se em um dilogo, que no quer nem busca outra coisa seno compartilhar o prprio ponto de vista com o outro ou medir o prprio ponto de vista junto ao ponto de vista do outro e colocar o prprio ponto de vista prova junto resposta do outro.54.

Neste sentido, o projeto pedaggico pressupe componentes curriculares capazes de promover este dilogo interpretativo, construtor do conhecimento, que no ignora um saber que se construiu no tempo e do qual somos herdeiros numa rede temporal, mas que tanto reconstri em vista das necessidades e contextos presentes redes locais-, especialmente da realidade brasileira, como se projeta e projeta um futuro. As Diretrizes Curriculares propostas esto muito prximas de uma educao de base humanista que a UNIRIO elegeu. Visa assegurar que a formao do Licenciado se efetive no s pelo conhecimento atualizado da rea de Biblioteconomia e Educao e de seus instrumentos de trabalho, mas, prima facie, pela compreenso da natureza bio-psquico-social do homem, do ambiente natural e cultural de sua preservao, na perspectiva do aprimoramento do ser humano. Qual

53 54

GADAMER, 1983, p. 71 GADAMER, 2007, p. 38-39

seja, formar um profissional comprometido com a melhoria da qualidade de vida da sociedade, entendendo o Homem como um todo55. Um projeto pedaggico que atenda a esta formao deve ser trabalhado por professores, alunos e tendo em vista as caractersticas e necessidades do contexto social e as oportunidades do mercado de trabalho. No meramente um conjunto de disciplinas, mas componentes curriculares que devem ser flexveis para acompanhar as foras sociais e suas respectivas mudanas, com poucos prrequisitos, e onde se possibilite ao educando traar seu caminho, conforme seus talentos, curiosidades e as oportunidades que esto abertas56. As formas de aprendizagem no devem ser feitas somente da forma tradicional, mas devem privilegiar o apoio pesquisa, o uso de laboratrios, a cooperao interinstitucional nacional e internacional, estgios docncia, atividades complementares, a pesquisa e a extenso promovendo assim, o estmulo produo de conhecimento. No que tange avaliao do processo ensino-aprendizagem, por se pretender um currculo dinmico, essa avaliao deve possibilitar um planejamento diversificado, para atender s diferenas da natureza do conhecimento dos contedos dos componentes curriculares que sero trabalhados. A formao deve fundar-se na concepo de que a funo precpua de uma biblioteca, um dos principais locus de desdobramento do conhecimento da Biblioteconomia, proporcionar o livre acesso aos registros do conhecimento humano. Isto no se restringe a um carter organizador que pe ao dispor, antes uma ao deliberada, intencional, constitucional, que tem em vista o direito humano informao, s trocas e construo de conhecimentos e saberes que melhorem a vida em quaisquer de seus aspectos. No trajeto recente da Biblioteconomia, desde a dcada dos 1970, o desenvolvimento dos estudos de controle e representao documentria

redundaram em novas tcnicas, metodologias e tecnologias de padronizao para a organizao do conhecimento. Mas a funo precpua, conforme descrevem Merton, Milanese e Carvalho57, no pode ser perdida de vista.

UNIVERSIDADE DO RIO DE JANEIRO. CENTRO DE CINCIAS HUMANAS. Planejamento 1998-2002. Rio de Janeiro: UNIRIO, 1998. [36 f.]5657

55

CMARA, 1981. MERTON,1978; MILANESI, 1986; CARVALHO, 1987

A partir do final dos anos 1970, incio dos 1980, em contraposio a uma percepo tecnicista da Biblioteconomia, j se podia encontrar na literatura as primeiras reflexes que proporcionariam "[...] uma reformulao dos modelos conceituais e metodolgicos da 'recuperao de informao', deslocando a nfase do tratamento das fontes de informao e direcionando-os aos usurios"58. Desde ento, consolidaram-se teorias e mtodos voltados ao estudo de necessidades informacionais de usurios e de comunidades a serem servidas pelas bibliotecas59. Tais estudos, focalizando os usurios como sujeitos cognoscentes, ou as comunidades de prticas e os usos que fazem da informao, tratam de fornecer elementos para traar polticas de efetivo alcance no atendimento s necessidades, em bibliotecas e outras unidades de informao. Adaptveis s individualidades ou s comunidades em realidades locais, tais estudos resgatam a funo social do fazer bibliotecrio. De certo modo, parte da literatura ampla do campo da informao parece mesmo voltar-se quela funo humanista e social preconizada na literatura clssica da Biblioteconomia. Os mesmos pressupostos de autonomia e colaborao, onde a biblioteca vista como mediao norteia este projeto no mbito da formao de professores de Biblioteconomia. Professores que devem estar aptos no apenas a ensinar as teorias, mtodos e tcnicas utilizados nas Bibliotecas, mas de transmitir o seu papel no seio da sociedade. Na literatura recente, em um tempo onde o 'informacional' apresenta novas demandas de competncia ao homem contemporneo, Rios destaca inicialmente duas dimenses, [...] a primeira dizia respeito a um domnio de saberes e habilidades de diversas naturezas que permitiam a interveno prtica na realidade, e a segunda indicava uma viso crtica do alcance das aes e o compromisso com as necessidades concretas do contexto social.60 Isto no implica, entretanto, numa dicotomia, entendendo-se esta competncia como um saber bem o dever, de modo que o bem implica tanto num sentido tico como esttico, como outras duas dimenses dialgicas. Em sua dimenso poltica a Biblioteconomia o locus do estabelecimento de relaes e empreendimentos capazes de contribuir para a promoo do desenvolvimento de cidados e de comunidades, a partir do acesso informao, levando-os a participarem "[...] na construo coletiva da sociedade e ao exerccio e58 59

GONZLEZ DE GMEZ, 2002, p. 28 INGWERSEN, 1992; DERVIN, 2003, 2009; HJORLAND, 2002 60 RIOS, 2006, p. 86 citado por VITORINO, 2009, p.54

direitos e deveres"61. Por meio de sua dimenso tica, promove a integrao entre as pessoas, melhorando sua comunicao e instruo, "[...] fundada no princpio do respeito e da solidariedade, na direo da realizao de um bem coletivo" (Idem). Em sua dimenso esttica promove solues criativas, porque "[...] a sensibilidade se converte em criatividade ao ligar-se estreitamente a uma atividade social significativa [...]"62 que percebe necessidades informacionais concretas. E em sua dimenso tcnica capaz de colocar ao dispor do bem social um conjunto de instrumentos que permitem identificar, representar e disponibilizar informaes. Tais dimenses s podem criar uma real competncia informacional se articuladas, j que a dimenso tcnica isoladamente torna-se um tecnicismo; a dimenso esttica, da sensibilidade criativa, isoladamente no constri em vista de atender s necessidades sociais reais; a dimenso poltica, isoladamente, torna-se puro exerccio de poder e a dimenso tica, que d significado ao trabalho biblioteconmico, isoladamente no ter instrumentos eficazes, nem formas criativas e no abrir caminho s relaes sociais. Portanto, no se trata da justaposio de caractersticas, mas de dimenses de um nico fazer. Esses valores e dimenses, consagrados nas literaturas clssica e recente, e nas revises literrias sobre perfis profissionais, com esses e sob outros nomes, mas com as mesmas definies operacionais, constituem o conjunto de valores esperados na construo acadmica tanto do profissional bibliotecrio como no do Professor de Biblioteconomia. Tais valores podem ser difundidos a partir de um conjunto de componentes curriculares essenciais para a formao do educador no campo da Biblioteconomia. A base do conhecimento estruturado por esses componentes curriculares s pode estar alicerada nas Cincias Humanas e Sociais e na aplicao prtica daquele conhecimento ao quotidiano da Biblioteca, do Bibliotecrio e do Usurio.Eu quero saber como Deus criou o Universo. Eu no estou interessado neste ou naquele fenmeno, no espectro deste ou daquele elemento. Eu quero conhecer o Seu pensamento, o resto detalhe63.

Ora, tanto as transformaes sociais desde o perodo dos clssicos, especialmente com o papel da informao no contemporneo e as disponibilidades

61 62 63

VITORINO, 2009, p. 56 VITORINO, 2009, p. 55 EINSTEIN, citado por CASTRO, 2002

tecnolgicas atuais, colocaram Biblioteconomia aspectos para reformulaes baseadas no s na prtica, mas com a constituio de um "saber" terico biblioteconmico, produzido em uma constante relao entre transformaes sociais, prtica e teoria. A constituio deste corpus de conhecimento, sem perder de vista os valores supracitados, tem-se dado em interlocuo com as cincias sociais e humanas e com outras cincias e campos que ora tambm lidam com a informao e o documento. O crescente destaque que o fenmeno informacional adquiriu, notadamente aps a Segunda Guerra Mundial, fez surgir variados interesse sobre os modos, meios e suportes tericos e tcnicos para a informao e o documento. Isto ampliou o espectro de profissionais e pesquisadores que passaram a lidar com registros e informaes. deste novo lugar da informao que emerge um amplo leque de abordagens e de contribuies em campos como a Informtica, as Cincias da Computao, a Sociologia do Conhecimento, a Cincia da Informao, a Economia, a Administrao, dentre outros64. Estes se aliam, em cooperaes e tenses, aos conhecimentos j mais consolidados tanto de prticas profissionais como de cincias que tradicionalmente tinham por objeto ou fenmenos centrais de interesse o documento, a informao e a comunicao, como o caso da Museologia, da Arquivologia, da Comunicao Social, da Documentao e da Biblioteconomia. Se a Biblioteconomia j apresentava, pelas prprias caractersticas de seus objetos, uma vocao interdisciplinar, a ampliao de interesses e de interessados fez surgir possibilidades de intercmbios que redundaram em aperfeioamentos construtivos. Sem perder de vista suas especificidades neste ambiente tipicamente inter e multidisciplinar, a Biblioteconomia vem lapidando seu objeto de estudo j construdo, aproveitando aberturas e interlocues e incorporando elementos teis tanto em aspectos tericos como em suas metodologias. sobre a base das Cincias Humanas e Sociais, que sustentam uma formao tica e poltica do fazer bibliotecrio que se assentam a Formao do Professor de Biblioteconomia, que j h muito compem o quadro dos saberes biblioteconmicos e aquisies mais recentes como: mtodos quantitativos para construo de indicadores informacionais; lingstica documentria; novos mtodos de controle de processamentos documentais; tcnicas para construo de interfaces e modelos interativos e metodologias para o mapeamento de necessidades de informao.64

MACHLUP; MUNSFIELD, 1983

4 JUSTIFICATIVA

O curso de Licenciatura em Biblioteconomia, um curso de educao superior que atende ao disposto na Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional de 1996 Lei Federal n. 9394/96; no Decreto Federal n. 2208/97; nas Resolues CNE/CP no. 1, de 18 de fevereiro de 2002 e no. 2, de 19 de Fevereiro de 2002. As novas formas de organizao e gesto da informao, bem como o emprego de novas tecnologias e a crescente internacionalizao das relaes sociais, polticas, econmicas, estabelecem novos paradigmas, que transformam os processos de comunicao da informao. Neste contexto, as bibliotecas, centros de informao, documentao e memria, necessitam de tcnicos aptos auxiliarem e assistirem aos bibliotecrios nas atividades de processamento tcnico dos itens que iro constituir os acervos e colees, utilizando princpios e tcnicas de aquisio, tombamento, representao descritiva, representao temtica, localizao, conservao de materiais, insero de dados em bases impressas ou eletrnicas e preparo fsico dos materiais para circulao, atendimento aos usurios, dentre outras. Dados obtidos junto ao Anurio Estatstico do Brasil, editado pelo IBGE em 2008, revelam, nos prximos cinco anos, para se colocar um bacharel, ou mesmo um Tcnico em Biblioteconomia, apenas nos estabelecimentos educacionais, o pas precisaria formar alguns milhares de novos bacharis e tcnicos. Conforme estimativa baseada nas inscries profissionais nos Conselhos Regionais de Biblioteconomia, os quarenta e dois cursos de bacharelado em Biblioteconomia existentes no Brasil tm formado em torno de seiscentos bacharis por ano. Se considerarmos que, para cada bibliotecrio, h necessidade de dois tcnicos, a demanda anual destes tcnicos chega a mil e duzentos. Para assegurar a sintonia com as constantes transformaes tecnolgicas e socioculturais do mundo contemporneo, esta proposta requer permanente atualizao, contato sistemtico com recursos atualizados e prticas pedaggicas ativas e inovadoras, considerando inclusive as dimenses continentais de nosso pas. Na esfera governamental, de modo ampliado, eventuais programas voltados no mbito do MEC, da Fundao Biblioteca Nacional, das secretarias estaduais de educao e de cultura, e mesmo nas principais capitais, tm se repetido e reinventado inmeros projetos que pretendem levar a leitura e a biblioteca a cada

municpio, sem lograr xito significativo: verbas e esforos so dispendidos e poucos resultados percebidos. Preocupado tambm com estas questes o Ministrio da Educao em seu Catlogo Nacional de Cursos Tcnicos, cria o eixo tecnolgico que compreende atividades relacionadas ao planejamento, execuo, controle e avaliao de funes de apoio pedaggico e administrativo em escolas pblicas e privadas e demais instituies, considerando que so funes que tradicionalmente apiam e complementam o desenvolvimento de ao educativa intra e extra-escolar. Esses servios de apoio educacional so realizados em espaos como secretaria escolar, bibliotecas, manuteno de infra-estrutura, recreios, laboratrios, instalaes esportivas, brinquedotecas e outros espaos requeridos pela educao formal e no formal. Aliado a isso, a Secretaria Municipal de Educao do Rio de Janeiro possui um Programa Escolas do Amanh para melhorar o desempenho dos alunos de 150 Escolas com baixo IDEB, o qual apoiado pelo MEC, para o desenvolvimento deste programa ser necessrio no s o bacharel em Biblioteconomia, mas tambm o Licenciado que domine os saberes e fazeres biblioteconmicos aliados ao corpus de conhecimento didtico-pedaggico de sorte a contribuir para promoo do desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem por meio de uma educao participativa, dinmica e emancipadora de sorte a elevar o nvel de competncias e habilidades a serem desenvolvidas em crianas e adolescentes, visando formao biopsicosocial dos alunos destas escolas. Por outro lado, o Sistema Conselho Federal de Biblioteconomia/Conselhos Regionais de Biblioteconomia, lana no ano de 2009 o Programa Mobilizador Biblioteca Escolar Construo de uma Rede de Informao para o Ensino Pblico com o objetivo de contribuir efetivamente para a qualidade do ensino, no territrio nacional, que tire o Brasil de uma situao de difcil no que tange circulao da informao e do conhecimento na escola pblica, em geral, a ser alcanado pela parceria dos bacharis e licenciados em Biblioteconomia com outros profissionais da educao e os governos federal, estadual e municipal. Dentre os cursos tcnicos estabelecidos pelo MEC, encontra-se o Curso Tcnico em Biblioteconomia e para a formao deste tcnico a formao do Bacharel em Biblioteconomia insuficiente, da esta proposta da criao do Curso de Licenciatura em Biblioteconomia, para atender a formao de professores que estejam capacitados para a formao de tcnicos em Biblioteconomia. E hoje, no

Brasil, com a interrupo deste curso pela UNIRIO e pelo encerramento do Curso de Licenciatura em Biblioteconomia da Universidade do Sagrado Corao UNICOR, em Minas Gerais, nenhuma Universidade forma Licenciados em Biblioteconomia.

5 OBJETIVOS 5.1 OBJETIVO GERAL Promover uma formao discente de qualidade por meio de habilidades humanas conceituais, tcnicas e profissionais com vistas ao ensino da

Biblioteconomia para o mbito tcnico profissional.

5.2 OBJETIVOS ESPECFICOS a) Promover o desenvolvimento de habilidades e competncias necessrias e especficas ao ensino dos saberes e fazeres biblioteconmicos para a formao de auxiliares e assistentes tcnicos no mbito da Biblioteconomia; b) articular de forma sistemtica os contedos didtico-pedaggicos do campo da Biblioteconomia para a formao de docentes para o ensino tcnico; c) promover a pesquisa como princpio educativo e da aprendizagem por meio da integrao de saberes e prticas biblioteconmicas.

6 PERFIL DO EGRESSO

Os Licenciados em Biblioteconomia devero ter uma slida fundamentao dos conhecimentos da rea pedaggica, integrada de maneira orgnica com os da rea de Biblioteconomia, entendendo o processo de ensino-aprendizagem como um todo, partindo das relaes pedaggicas que estruturam o curso, a fim de atuar como um profissional consciente e responsvel e prepara-se para: a) Desempenhar o papel de catalisador do processo educativo em todas as suas dimenses, no se restringindo a ser um mero transmissor de contedos, mas um profissional atento s relaes ticas e

epistemolgicas que constituem o processo educacional; b) Desenvolver uma slida competncia profissional visando a integrao entre o campo educacional e da Biblioteconomia; c) Compreender os saberes e prticas biblioteconmicas como um processo de desenvolvimento contnuo e integrado aos diversos campos do conhecimento; d) Entender o processo ensino-aprendizagem no contexto educacional de forma dinmica, integrada e aberta; e) Construir metodologias para o ensino de prticas biblioteconmicas com vistas a formao de quadros de auxiliares tcnicos de bibliotecas, centros de documentao, de informao e de memria; de forma que desenvolvam habilidades e competncias para ensinar a aprender a aprender; f) Fortalecer as prticas de pesquisa como princpio educativo no mbito das bibliotecas, centros de documentao, de informao e de memria; g) Diagnosticar as expectativas e as necessidades dos estudantes nos diferentes nveis que compem a educao bsica e o ensino mdio, de modo a planejar, gerenciar, prescrever, ensinar, orientar, assessorar, supervisionar, controlar e avaliar projetos educacionais em

Biblioteconomia e que contemplem os princpios da interdisciplinaridade e incluso. h) Aplicar o contedo didtico-pedaggico e tcnico-profissional para a formao de auxiliares e assistentes tcnicos com atuao em bibliotecas, centros de documentao, de informao e de memria.

Desta maneira, apresentar competncias relativas compreenso do papel social da escola, ao domnio do conhecimento pedaggico e de investigao que possibilitem o aperfeioamento da prtica pedaggica e competncias referentes aos contedos especficos da Biblioteconomia, seus significados em diferentes contextos e sua articulao interdisciplinar, atuando na educao formal da Educao Infantil ao Ensino Mdio.

7 ORGANIZAO CURICULAR O curso de bacharelado, assim como todo o curso de universidades federais brasileiras, se sustenta no trip ensino-pesquisa-extenso. O ensino tem em vista o domnio dos cdigos da modernidade e s ferramentas necessrias para viver e conviver em sociedades de

informao/conhecimento por meio dos instrumentos bsicos de aprendizagem: as competncias lingsticas e as competncias cognitivas. As competncias lingsticas visam capacidade e habilidade de

comunicao ou de expresso escrita e oral e as competncias cognitivas a capacidade e a habilidade para pensar e aprender, aplicar e recuperar o que foi aprendido, continuar aprendendo, tomar decises, resolver problemas e lidar com o novo. Neste sentido os contedos bsicos da aprendizagem dizem respeito s competncias que envolvem o conhecimento cientfico, para que se trabalhe com os alunos os contedos terico-metodolgicos, tcnicos, tecnolgicos e prticos necessrios ao profissional bibliotecria e as competncias sociais para o desenvolvimento dos valores e atitudes. A pesquisa considerada uma atitude processual de investigao diante do desconhecido e dos limites que a natureza e a sociedade nos impem e como capacidade de questionamento que no admite resultados definitivos, estabelecendo a provisoriedade metdica como fonte principal de renovao cientfica, pois mais do que descoberta da realidade um dilogo inteligente com a realidade. A extenso o processo educativo, cultural e cientfico que articula o Ensino e a Pesquisa de forma indissocivel e viabiliza a relao transformadora entre Universidade e Sociedade. Este o lugar primeiro em que o bibliotecrio pode experimentar o compromisso de seu saber com a sociedade. O atual projeto tem em vista dar continuidade aos programas de extenso articulados aos eixos de pesquisa j apresentados. 7.1 COMPONENTES CURRICULARES

O curso de Licenciatura em Biblioteconomia da UNIRIO possui como componentes curriculares as disciplinas obrigatrias, as disciplinas optativas, os estgios e as atividades complementares dentro de cada eixo curricular, bem como o trabalho de concluso de curso.

7.1.1 Disciplinas Obrigatrias As disciplinas obrigatrias so componentes curriculares nucleares do mbito da Biblioteconomia e da Educao nacionais e internacionais que tratam do fornecimento basilar dos campos das cincias sociais e humanas, para compreenso cultural e bio-psico-social; de disciplinas tericas e tcnicas, prprias da Biblioteconomia e da Pedagogia e de disciplinas instrumentais, que servem de auxlio s aplicaes metodolgicas. 7.1.2 Disciplinas Optativas As disciplinas optativas so componentes curriculares que definem

conhecimentos adequados ao desempenho profissional docente em eixos curriculares, que encaminham saberes especializados para determinados espaos de realizao da atividade de formao de professores em Biblioteconomia. Para tanto, oferecem-se trs conjuntos, cada qual com 6 disciplinas optativas, que compe, cada qual, um corpo de especializao, alm de trs optativas, de livre escolha, permitindo que o prprio aluno seja sujeito do processo ensino /aprendizagem ao escolher disciplinas que permitam o seu desenvolvimento humano e profissional, caracterizando assim a flexibilizao curricular.

7.1.3 Estgios Curriculares Supervisionados Por definio entende-se como estgio curricular, o procedimento pelo qual o estudante vivencia situaes reais de vida e de trabalho, atuando em sua rea especfica junto instituio de direito pblico e privado ou na comunidade em geral por meio da prtica pedaggica. Alm de fazer integrar os componentes curriculares do curso de Licenciatura em Biblioteconomia, os estgios com 75 e 105 horas, proporcionam oportunidades de prticas ao longo do curso integrando teoria e prtica. Os estgios so desenvolvidos em diversos tipos de escolas e de suas unidades de informao: bibliotecas (escolares, especializadas, especiais, infantis, universitrias, pblicas, virtuais, etc.), centros de documentao e de informao, centros culturais, populares e de memria. ali que o aluno pode experimentar na prtica com o outro os conhecimentos apreendidos no curso. ali que o esforo

para fornecer ao aluno uma viso articulada dos componentes do curso se realiza concretamente. Os estgios so planejados, executados, acompanhados e avaliados em conformidade com a matriz curricular, programas e calendrio universitrios. A avaliao tem a dois sentidos: o primeiro de verificar sua convenincia aos nossos estudantes, evitando que se tornem mo-de-obra barata e, segundo, permitir a reflexo da adequao do currculo ao contexto de aplicao dos conhecimentos da Educao e da Biblioteconomia nas disciplinas especficas voltadas para o ensino. 7.1.4 Atividades Complementares So as atividades que agregam conhecimentos e experincias para a formao do aluno, estimulando-o prtica de estudos independentes, interdisciplinaridade e ao reconhecimento da importncia da permanente atualizao profissional, inclusive aquelas fora da universidade. Assim, privilegiam-se os estudos que possam ampliar as relaes pedaggicas ou aplicaes do conhecimento de Biblioteconomia com outras reas de conhecimento, num estmulo interdisciplinar; o aprofundamento do conhecimento em temas ou reas da Educao e Biblioteconomia; a realizao de trabalhos de pesquisa e de sistematizao, que forneam os mtodos para continuar a aprender e estimulem a continuao dos estudos na ps-graduao; o envolvimento com projetos que realizem elos entre o conhecimento e as necessidades sociais e as atividades que possam preparar o aluno para o caminho da docncia a partir do componente Seminrio de Pesquisa em Ensino de Biblioteconomia e de outras atividades de livre escolha do aluno.

7.1.5 Trabalho de Concluso No ltimo semestre do curso o aluno dever apresentar um trabalho final de curso aqui denominado Trabalho de Concluso de Curso TCC, fruto da investigao de um assunto relativo Biblioteconomia, utilizando metodologia de pesquisa sob orientao de um docente identificado com o assunto em questo. O TCC se constitui em um dos requisitos para a integralizao do curso e obteno do grau de bacharel em Biblioteconomia.

O TCC um instrumento para iniciao de pesquisa, desenvolvendo a capacidade de planejamento, de busca e relao de dados e textos, de leitura sistemtica e de preparao de relatrio com resultados. A estrutura curricular tem em vista tambm preparar o aluno para, ao longo do curso, desenvolver senso crtico e investigativo, que lhe favorecer em seu TCC e em sua vida profissional. Se as disciplinas tericas, instrumentais e metodolgicas preparam o aluno para realizar seu trabalho de concluso, no exame dos aspectos do dia a dia da sala de aula que se apontam os lugares da investigao. O que se quer capacitar o aluno a perceber nos pequenos ou grandes entraves, nos bons e maus funcionamentos das unidades de ensino, nas lacunas ou demandas aparentemente no atendidas, dentre outros, o campo de exame e aplicao dos conhecimentos aprendidos nos componentes curriculares do curso e que podem originar novas prticas pedaggicas, sugestes de melhoria, apresentao de novos aspectos. Os componentes curriculares, ao longo do curso, devero convidar o aluno para fazer o constante percurso prtica - teoria prtica, base da construo e da aplicao de conhecimentos.

7.1.6 Modalidade Semi-presencial O Curso poder ofertar at 20% da sua carga horria total na modalidade semi-presencial., conforme Portaria MEC no. 4.059, de 10 de dezembro de 2004.

7.2 EIXOS ARTICULADORES

O projeto pedaggico do curso de Licenciatura em Biblioteconomia est constitudo em 6 eixos, conforme as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formao de Professores da Educao Bsica, em nvel superior, curso de licenciatura, de graduao plena, estabelecidos no Art. 11 da Resoluo CNPE/CP no. 1, de 18 de fevereiro de 2002.

Eixo I Articulador dos Diferentes mbitos do Conhecimento Profissional. Este eixo articula os mbitos do conhecimento do Licenciado em Biblioteconomia: conhecimentos biblioteconmicos e conhecimentos educacionais. Os dois mbitos esto articulados neste projeto por quatro componentes curriculares

em Ensino-Pesquisa e Aprendizagem nas quatro grandes reas de formao em Biblioteconomia: Organizao e Administrao de Bibliotecas; Formao e Desenvolvimento de Acervos e Colees; Organizao do Conhecimento e Representao de Documentos e Recursos e Servios de Informao. Os componentes articuladores esto apresentados na figura 1, em destaque.

FUNDAMENTOS EM

EDUCAO

BIBLIOTECONOMIA

Organizao e Administrao de Bibliotecas

Formao e Desenvolvimento de Acervos e Colees

Organizao do Conhecimento e Representao de Documentos

Recursos e Servios de Informao

Ensino-Pesquisa Aprendizagem em Organizao e Administrao de Bibliotecas

Ensino-Pesquisa Aprendizagem em Formao e Desenvolvimento de Acervos e Colees

Ensino-Pesquisa Aprendizagem em Tratamento Tcnico de Documentos

Ensino-Pesquisa Aprendizagem em Recursos e Servios de Informao

Metodologia do Ensino

Didtica

Prtica de Ensino

Medidas de Avaliao

LICENCIATURA EM BIBLIOTECONOMIA

Figura 1: Eixo Articulador dos diferentes mbitos do conhecimento profissional

39

Eixo II Articulador da Integrao e Comunicao e Desenvolvimento da Autonomia Intelectual e Profissional.

Ensino

Pesquisa

Extenso

Figura 2: Integrao para autonomia intelectual e profissional

Neste eixo esto contempladas as Atividades Complementares, eleitas pelos discentes e por eles realizadas sob a superviso de um professor, onde as atividades comunitrias; culturais; de iniciao cientfica, seminrios e projetos de pesquisa; de seminrios, cursos, programas e projetos de extenso; de educao tutorial; de estgios no obrigatrios; de monitoria, de comunicaes e divulgaes cientficas; produo do conhecimento articuladas com a Prtica de Ensino Eixo III Articulador entre disciplinaridade e interdisciplinaridade. Este eixo articula os conhecimentos na Licenciatura em Biblioteconomia com grandes reas de conhecimento, a partir de disciplinas especficas. Nas figuras que se seguem, esto listadas as disciplinas das reas de Filosofia; Sociologia, Comunicao e Psicologia; Informtica; Histria, Patrimnio e Cultura;

Administrao e Estatstica, que promovem a articulao interdisciplinar com a Biblioteconomia e a Educao.

40

DISCIPLINAS ARTICULADORAS

GRANDES REAS

Educao e Filosofia Filosofia da Cincia e Tecnologia

FILOSOFIA

Introduo Psicologia Introduo s cincias Sociais Comunicao Lngua Brasileira de Sinais Teorias e Prticas Discursivas

SOCIOLOGIA, COMUNICAO E PSICOLOGIA

Informtica na Educao

INFORMTICA

Sentido e Forma da Produo Artstica Histria e Bibliografia Literrias

HISTRIA, PATRIMNIO E CULTURA ADMINISTRAO E ESTATSTICA

Administrao I Estatstica Aplicada Educao

DISCIPLINAS ESPECFICAS DE BIBLIOTECONOMIA E EDUCAO Fundamentos da Biblioteconomia Fundamentos da Bibliografia e Documentao Introduo Cincia da Informao tica Profissional Mtodos e Tcnicas de Pesquisa em Biblioteconomia Metodologia do Ensino de Biblioteconomia Organizao do Conhecimento I Organizao do Conhecimento II Sistemas de Organizao do Conhecimento Psicologia da Educao Teoria e Prtica do Servio de Referncia Educao a Distncia Estudo de Usurios e de Comunidades Tcnicas de Recuperao e Disseminao da Informao Educao Especial Formao e Desenvolvimento de Colees Tcnicas de Reproduo e Armazenamento de Documentos Educao a Distncia Organizao e Administrao de Bibliotecas Tcnicas de Recuperao e Disseminao da Informao Histria do Livro e das Bibliotecas Fontes de Informao Polticas de Preservao de Acervos Bibliogrficos Mtodos e Tcnicas de Pesquisa em Biblioteconomia Metodologia do Ensino de Biblioteconomia Estudo de Usurios e de Comunidades Organizao e Administrao de Bibliotecas Dinmica da Organizao Escolar

Quadro 1: Articulaes Interdisciplinares

41

EIXO IV Articulador da Formao Comum com a Formao Especfica O conjunto de componentes que articula a formao comum, das Cincias Humanas e Sociais, com a formao do educador em Biblioteconomia, apresenta-se por camadas articuladoras, que comeam nas disciplinas introdutrias nestas cincias, at alcanar sua aplicao no campo de Ensino da Biblioteconomia. Procura-se indicar estas camadas de articulao a partir do distanciamento fsico apresentado na figura abaixo.

Cincias Humanas

Educao e Biblioteconomia

Figura 3: Camadas articuladoras da formao comum especfica

Cincias Sociais e

Educao e Filosofia Psicologia e Educao tica Profissional Introduo Psicologia Comunicao Introduo s Cincias Sociais Metodologia de Ensino em Biblioteconomia Filosofia da Cincia e da Tecnologia Administrao I Metodologia da Pesquisa em Biblioteconomia Avaliao e Educao Organizao e Administrao de Bibliotecas Dinmica e Organizao Escolar

Eixo V Articulador dos Conhecimentos a serem Ensinados e dos Conhecimentos Filosficos, Educacionais e Pedaggicos que Fundamentam a Ao Educativa Os fundamentos filosficos, educacionais e pedaggicos, que fundamentam a ao educativa, permeiam diversos componentes curriculares. Entretanto, tais fundamentos encontram-se em destaque em cinco disciplinas: Educao e Filosofia, Didtica, Psicologia e Educao I, Avaliao e Educao e tica Profissional, que encontram sua articulao com as prticas de ensino da Biblioteconomia primeiramente com a Metodologia do Ensino da Biblioteconomia. Esta, por seu turno, apresenta sequncia em quatro disciplinas de Ensino de conhecimentos especficos nas quatro grandes reas de conhecimento da Biblioteconomia: Ensino e 42

Administrao de Bibliotecas, Ensino de Organizao do Conhecimento e Representao de Documentos, Ensino de Recursos e Servios de Informao e Ensino de Formao e Desenvolvimento de Acervos e Colees.

Educao e Filosofia Didtica Psicologia e Educao Avaliao e Educao

Ensino de Organizao e Administrao de Bibliotecas

Metodologia do Ensino da Biblioteconomia

Ensino de Organizao do Conhecimento e Representao de Documentos Ensino de Recursos e Servios de Informao Ensino de Formao e Desenvolvimento de Acervos e Colees

Figura 4: Fundamentao da ao educativa em Biblioteconomia

Eixo VI Articulador das Dimenses Tericas e Prticas Os componentes curriculares, tericos e terico-prticos, articulam-se com as prticas de Ensino da Biblioteconomia nos Estgios Supervisionados I, II, III, IV e V, onde se requer do estudante: a observao da prtica de ensino; o planejamento do ensino; a prtica do ensino e a avaliao da prtica de ensino. Tais atividades so planejadas a partir dos conhecimentos de componentes curriculares de base terica e dos mtodos de disciplinas instrumentais para sua consecuo.

43

7. 3 COMPONENTES CURRICULARES POR PERODO RECOMENDADO Cdigo Componentes CurricularesT I p o

Carga Horria

N. de Crditos

(tericos e/ou prticos)

PRIMEIRO PERODO HEB0056 FUNDAMENTOS DA BIBLIOTECONOMIA HFC0008 COMUNICAO HFE0053 EDUCAO E FILOSOFIA HFC0066 INTRODUO S CINCIAS SOCIAIS HTD0058 TEORIAS E PRTICAS DISCURSIVAS HDI6003 INFORMTICA NA EDUCAO I

1 1 1 1 1 2

60h 60h 60h 60h 60h 60h

360 h SEGUNDO PERODOHEB0055 HFC0093 HEB0027 HFE0040 FUNDAMENTOS DA BIBLIOGRAFIA E DA DOCUMENTAO FILOSOFIA DA CINCIA E DA TECNOLOGIA HISTRIA DO LIVRO E DAS BIBLIOTECAS INTRODUO PSICOLOGIA HEM0021 SENTIDO E FORMA DA PRODUO ARTSTICA I HTD0046 INTRODUO CINCIA DA INFORMAO 1 1 1 1 2 1 60h 60h 60h 60h 60h 60h 360h 60h 60h 60h 60h 60h 60h 360h 60h 60h 60h 60h 60h 60h 75h 435h

4 (T) 4 (T) 4 (T) 4 (T) 3 (2T e 1P) 3 (2T e 1P) 22 (20T e 2P) 4 (T) 4 (T) 4 (T) 4 (T) 4 (T) 4 (T) 24 (T) 4 (T) 4 (T) 3 (2T e 1P) 4 (T) 3 (2T e 1P) 4 (T) 22(20T e 2P) 3 (2T e 1P) 3 (2T e 1P) 3 (2T e 1P) 4 (T) 3 (2T e 1P) 4 (T) 3 (1T e 2P) 23(17T e 6P)

TERCEIRO PERODOHEB0017 HFC0048 HEB0073 HFE0051 HEB0013 HFE0045 ORGANIZAO DO CONHECIMENTO I ADMINISTRAO I NORMALIZAO DOCUMENTRIA PSICOLOGIA E EDUCAO REPRESENTAO DESCRITIVA I DINMICA E ORGANIZAO ESCOLAR 1 1 2 1 1 1

QUARTO PERODOHEB0051 HEB0025 HEB0026 HFE0066 HEB0014 HDI0065 HEB0029 ORGANIZAO DO CONHECIMENTO II TEORIA E PRTICA DO SERVIO DE REFERNCIA FONTES DE INFORMAO EDUCAO ESPECIAL REPRESENTAO DESCRITIVA II DIDTICA ESTGIO SUPERVISIONADO EM ENSINO DE BIBLIOTECONOMIA I 1 1 1 2 1 1 3

QUINTO PERODOHFC0031 HEB0022 HTD0031 HTD0059 HEB0012 HEB0072 HISTRIA E BIBLIOGRAFIA LITERRIAS ORGANIZAO E ADMINISTRAO DE BIBLIOTECAS TCNICAS DE RECUPERAO E DISSEMINAO DA INFORMAO TEORIAS E PRTICAS DISCURSIVAS NA ESFERA ACADMICA METODOLOGIA DO ENSINO DE BIBLIOTECONOMIA MTODOS E TCNICAS DE PESQUISA EM EDUCAO BIBLIOTECONMICA HEB0039 ESTGIO SUPERVISIONADO EM ENSINO DE BIBLIOTECONOMIA II 1 1 1 1 1 1 3 60h 60h 60h 60h 60h 60h 75h 435h 4 (T) 3 (2T e 1P) 3 (2T e 1P) 3 (2T e 1P) 3 (2T e 1P) 3 (2T e 1P) 3 (1T e 2P) 22(15T e 7P)

44

SEXTO PERODOHEB0015 HEB0070 HDI0105 HEB0074 AC HDI0142 HEB0066 HEB0042 SISTEMAS DE ORGANIZAO DO CONHECIMENTO TICA PROFISSIONAL ESTATSTICA APLICADA EDUCAO POLTICAS DE PRESERVAO DE ACERVOS BIBLIOGRFICOS SEMINRIO DE PESQUISA EM ENSINO DE BIBLIOTECONOMIA I LNGUA BRASILEIRA DE SINAIS ENSINO DE ORGANIZAO E ADMINISTRAO DE BIBLIOTECAS ESTGIO SUPERVISIONADO EM ENSINO DE BIBLIOTECONOMIA III 1 1 2 1 5 1 4 3 75h 30h 60h 60h 60h 60h 60h 75h 480h 3 (1T e 2P) 2 (T) 3 (2T e 1P) 3 (2T e 1P) 2 (P) 4 (T) 3 (2T e 1P) 3 (1T e 2P)

23(14T e 9P)3 (2T e 1P) 3 (2T e 1P) 3 (2T e 1P) 3 (2T e 1P) 3(2T e 1 P) 3 (2T e 1P) 2(1Te1P) 3 (1T e 2P)

STIMO PERODOHEB0065 ENSINO DE ORGANIZAO DO CONHECIMENTO E REPRESENTAO DE DOCUMENTOS HEB0018 FORMAO E DESENVOLVIMENTO DE COLEES HTD0055 A DE REPRODUO E ARMAZENAMENTO DE DOCUMENTOS HEB0069 ESTUDOS DE USURIOS E DE COMUNIDADES HEB0024 ENSINO DE RECURSOS E SERVIOS DE INFORMAO HEB0057 BIBLIOTECONOMIA ESCOLAR AC SEMINRIO DE PESQUISA EM ENSINO DE BIBLIOTECONOMIA II HEB0045 ESTGIO SUPERVISIONADO EM ENSINO DE BIBLIOTECONOMIA IV 4 1 1 1 4 2 5 3 60h 60h 60h 60h 60h 60h 45h 75h 480h

23(14T e 9P)3 (2T e 1P) 3 (2T e 1P) 3 (2T e 1P) 4 (T) 1P 4 (1T e 3P)

OITAVO PERODOHEB0064 ENSINO DE FORMAO E DESENVOLVIMENTO DE ACERVOS E COLEES HTD0061 REDES E SISTEMAS DE INFORMAO HDI0084 EDUCAO A DISTNCIA HFE0066 AVALIAO E EDUCAO HEB0080 TRABALHO DE CONCLUSO DE CURSO HEB0068 ESTGIO SUPERVISIONADO EM ENSINO DE BIBLIOTECONOMIA V 4 2 2 2 6 3 60h 60h 60h 60h 30h 105h 375h

18(11T e 7P)

Tipos de Componentes Curriculares: 1 Disciplina Obrigatria; 2 Disciplina Optativa; 3 Estgio; 4 Prtica de Ensino; 5 Atividade Complementar; 6- Trabalho de Concluso de Curso

Carga Horria Total 3.405 h

Crdito Total 180

COMPONENTES CURRICULARES Disciplinas Obrigatrias Disciplinas Optativas Estgio Supervisionado e Prtica de Ensino Atividades Complementares Trabalho de Concluso de Curso TotalT Terica P Prtica TT - Total

Carga Horria T P TT 1425 600 2025 300 180 480 195 450 645 75 150 225 --30 30 1995 1410 3.405

T 95 20 13 5 --133

Crditos P TT 20 115 6 26 15 28 5 10 1 1 47 180

45

OPTATIVA DO DEPARTAMENTO DE CINCIA POLTICA DCP/JCPJCP0008 INTRODUO POLTICA 60h 4 (T)

OPTATIVAS DO DEPARTAMENTO DE DIDTICA DID/HDIHDI0126 HDI0164 HDI0084 HDI0105 HDI0165 AVALIAO E EDUCAO CULTURAS AFRO-BRASILEIRAS EM SALA DE AULA EDUCAO A DISTNCIA ESTATSTICA APLICADA EDUCAO IDEOLOGIA RACIAL BRASILEIRA NA EDUCAO ESCOLAR 60h 30h 30h 60H 30 h 4 (T) 2 (T) 2 (T) 3(2T e 1P) 2 (T)

OPTATIVA DO DEPARTAMENTO DE ECOLOGIA E RECURSOS MARINHOS DER/SERSER0012 EDUCAO AMBIENTAL E CIDADANIA 45h 2 (1T e 1P) OPTATIVAS DO DEPARTAMENTO DE ESTUDOS E PROCESSOS BIBLIOTECONMICOS DEPB/ HEB HEB0017 BIBLIOTECONOMIA DIGITAL 60h 3(2T e 1P) HEB0052 BIBLIOTECONOMIA E LEITURA 60h 3(2T e 1P) HEB0053 BIBLIOTECONOMIA, EDUCAO E DIVERSIDADE 30h 2 (T) HEB0054 BIBLIOTECONOMIA, EDUCAO E SOCIEDADE 30h 2 (T) HEB0057 BIBLIOTECONOMIA ESCOLAR 60h 3(2T e 1P) HEB0058 BIBLIOTECONOMIA ESPECIAL 60h 3(2T e 1P) HEB0059 BIBLIOTECONOMIA ESPECIALIZADA 60h 3(2T e 1P) HEB0060 BIBLIOTECONOMIA INFANTO-JUVENIL 60h 3(2T e 1P) HEB0061 BIBLIOTECONOMIA PBLICA 60h 3(2T e 1P) HEB0062 BIBLIOTECONOMIA, TECNOLOGIAS E REDES SOCIAIS 60h 4 (T) HEB0063 BIBLIOTECONOMIA UNIVERSITRIA 60h 3(2T e 1P) HEB0071 FILOSOFIA DA BIBLIOTECONOMIA 60h 4 (T) HEB0082 FONTES DE INFORMAO EM EDUCAO 60h 3 (2T e1P) HEB0075 GESTO ESTRATGICA DA INFORMAO E DO CONHECIMENTO 60h 3(2T e 1P) HEB0073 NORMALIZAO DOCUMENTRIA 60h 3(2T e 1P) HEB0076 PESQUISA BIBLIOGRFICA 45 2 (1T/1P) HEB0077 REPRESENTAO DESCRITIVA III 60h 3 (2T e 1P) HEB 0078 REPRESENTAO DESCRITIVA IV 60h 3 (2T e 1P) HEB0079 REPRESENTAO DESCRITIVA V 60h 3 (2T e 1P) HEB0081 TPICOS ESPECIAIS EM BIBLIOTECONOMIA 45h 3 (T)

OPTATIVAS DO DEPARTAMENTO DE ESTUDOS E PROCESSOS MUSEOLGICOS DEPM/HEMHEM00 HEM0021 PRODUO ARTSTICA NO BRASIL SENTIDO E FORMA DA PRODUO ARTSTICA I 60h 60h 4(T) 4(T)

OPTATIVAS DO DEPARTAMENTO DE ESTUDOS JURDICOS FUNDAMENTAIS DEJF/JEJJEJ DIREITO E CIDADANIA 60h 4 (T)

OPTATIVAS DO DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA E CINCIAS SOCIAIS DFCS/HFCHFC0049 HFC0083 HFC0077 HFC0040 HFC HFC HFC0504 HFC0041 HFC0089 ADMINISTRAO II ANTROPOLOGIA CULTURAL NO BRASIL TICA FILOSOFIA DA CULTURA FILOSOFIA E INFORMAO NA CONTEMPORANEIDADE FILOSOFIA E MEMRIA INTRODUO ECONOMIA REALIDADE URBANA BRASILEIRA TPICOS ESPECIAIS EM SOCIEDADE, CULTURA E POLTICA A 60h 60h 60h 60h 60h 60h 60h 30h 60h 3 (2T e 1P) 4 (T) 4 (T) 4 (T) 4 (T) 4 (T) 4 (T) 2 (T) 4 (T)

46

HFC0090 HFC0086 HFC0087

TPICOS ESPECIAIS EM SOCIEDADE, CULTURA E POLTICA B TPICOS ESPECIAIS EM TEMAS CONTEMPORNEOS A TPICOS ESPECIAIS EM TEMAS CONTEMPORNEOS B

60h 60h 60h

4 (T) 4 (T) 4 (T)

OPTATIVAS DO DEPARTAMENTO DE FUNDAMENTOS DA EDUCAO DFE/HFEHFE0131 HFE0001 HFE0117 HFE0116 HFE HFE HFE0123 HFE0124 HFE0098 HFE0066 HFE0135 HFE0140 HHI0117 HHI0038 HHI0033 HHI0081 HHI0091 HHI0123 HHI HHI0039 HHI0045 DESENVOLVIMENTO DA CRIANA DEFICIENTE DESENVOLVIMENTO DAS RELAES INTERPESSOAIS EDUCAO AMBIENTAL EDUCAO DE PESSOAS JOVENS E ADULTAS: NECESSIDADES ESPECIAIS EDUCAO E CULTURA POPULAR EDUCAO E MEMRIA EDUCAO E SURDEZ I EDUCAO E SURDEZ II EDUCAO E TRABALHO EDUCAO ESPECIAL PSICOLOGIA DA ADOLESCNCIA PSICOLOGIA, ENVELHECIMENTO E EDUCAO HISTRIA DA FRICA HISTRIA DA AMRICA I HISTRIA DA CINCIA E DA TECNOLOGIA HISTRIA DO RIO DE JANEIRO HISTRIA DOS MOVIMENTOS SOCIAIS NO BRASIL HISTRIA E DOCUMENTO INTRODUO AOS ESTUDOS HISTRICOS65 MEMRIA, CULTURA E SOCIEDADE PATRIMNIO HISTRICO BRASILEIRO 30h 30h 30h 30h 60h 30h 30h 30h 60h 60h 30h 30h 60h 60h 60h 60h 60h 60h 60h 60h 60h 2 (T) 2 (T) 2 (T) 2 (T) 4 (T) 2 (T) 2 (T) 2 (T) 4 (T) 4 (T) 2 (T) 2 (T) 4 (T) 4 (T) 4 (T) 4 (T) 4 (T) 4 (T) 4 (T) 4 (T) 4 (T)

OPTATIVAS DO DEPARTAMENTO DE HISTRIA DH/HHI

OPTATIVAS DO DEPARTAMENTO DE INFORMTICA APLICADA DIA/TINTIN INTRODUO CINCIA DA COMPUTAO 60h 4 (T)

OPTATIVAS DO DEPARTAMENTO DE PROCESSOS TCNICO-DOCUMENTAIS DPTD/HTDHTD0057 HTD501 HTD0049 HTD0007 HTD0054 HTD0056 HTD0061 HTD0060 DISCURSO E REPRESENTAO ESPANHOL INSTRUMENTAL FUNDAMENTOS DE INGLS INSTRUMENTAL GESTO DE DOCUMENTOS INFORMAO, MEMRIA E DOCUMENTO INTRODUO LINGSTICA REDES E SISTEMAS DE INFORMAO TPICOS ESPECIAS EM CINCIA DA INFORMAO 60h 60h 60h 60h 60h 60h 60h 45h 4 (T) 3 (2T e 1P) 3 (2T e 1P) 4 (T) 4 (T) 4 (T) 3(2T e 1P) 3 (T)

OPTATIVA DO DEPARTAMENTO DE SADE DA COMUNIDADE DSC/SSCSSC0001 EDUCAO FSICA 30h 1 (P)

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Disciplina equivalente a Teoria da Histria do Curso de Graduao em Histria.

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TIPOS DE ATIVIDADES COMPLEMENTARES

CARGA HORRIA MXIMA POR ATIVIDADE/ SEMESTRE LETIVO

Disciplinas Eletivas Monitoria Participao em Projetos de Pesquisa, Ensino e/ou Extenso Produo cientfica e artstica Artigos, Captulos de Livros e/ou Livros Publicados Projeto Artstico Pedaggico Exposies (Artsticas, Cientficas e/ou Culturais) Resumo de Comunicao em Congresso Trabalho Completo publicado em Anais de Congresso (CD- ROM, impresso etc) Editorao Atividades educativas em Bibliotecas e Museus Visitas Tcnicas dirigidas Estgios curriculares no obrigatrios Participao em eventos cientficos e artsticos na rea do curso ou rea afim como ouvinte (pblico, assistente) como expositor (comunicao ou pster) e/ou intrprete (atividades artsticas) Movimento estudantil(Participao em Diretrios/Centros Acadmicos) Representao Estudantil em rgos Colegiados na UNIRIO Representao Estudantil em rgos Colegiados na UNIRIO (Colegiados, Conselhos, Cmaras, Fruns, Comisses e assemelhados)

90h 180h 90h 90h 90h 120h 120h 120h 30h 90h 40h 90h 90 h 10h 20h 30 h por semestre

30 h. por semestre

COMPONENTES CURRICULARES Disciplinas Obrigatrias Disciplinas Optativas Estgio Supervisionado e Prtica de Ensino Atividades Complementares Trabalho de Concluso de Curso Total

CHT Crditos 2025h 115 480h 26 645h 28 225h 10 30h 1 3.405 180 (134T e 46P)

7.4 CARGA HORRIA TOTAL: 3.405 horas 7.5 NMERO DE CRDITOS: 180 (133 tericos 47 prticos) 7.6 PRAZO PARA INTEGRALIZAO: Mnimo de 8 e mximo de 14 perodos 7.7 NMERO DE VAGAS OFERECIDAS: 40 vagas por semestre 80 anuais 7.8 TURNO: Noite 7.9 FORMAS DE INGRESSO Sistema nico de Acesso ao Ensino Superior Transferncia ex officio Transferncia Interna Reingresso Revinculao

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7.10 EMENTAS DOS COMPONENTES CURRICULARESCDIGO COMPONENTES CURRICULARESCARGA HORRIA CRDITOS Tipo

PRIMEIRO PERODOHEB FUNDAMENTOS DA BIBLIOTECONOMIA 60h Construo do pensamento biblioteconmico. Conceitos, princpios, teorias, leis e abrangncia da Biblioteconomia. Epistemologia da Biblioteconomia. Bibliosofia e Bibliotecosofia. Biblioteconomia e interdisciplinaridade. A Biblioteconomia e seu papel histrico como cincia. Fundamentos de poltica bibliotecria. Biblioteconomia Tradicional e Moderna. Biblioteconomia geral, especializada e especial. COMUNICAO 60h Comunicao, Informao e Tecnologias de Comunicao e Informao. Modernidade e Meios de Comunicao. Modelos Tericos da Comunicao. Contemporaneidade e Comunicao: impasses. INTRODUO S CINCIAS SOCIAIS 60h A natureza da sociedade. O surgimento da sociologia. O pensamento sociolgico clssico. Conceitos sociolgicos fundamentais de Comte, Marx, Weber e Durkheim. Abordagens contemporneas de sociedade e cultura. EDUCAO E FILOSOFIA 60h Educao e Filosofia. Educao e valores. Educao e Cultura. Educao e Ideologia. Teorias pedaggicas do perodo moderno. Teorias da Escola Tradicional do sculo XIX. Teorias pedaggicas escolanovistas. Teorias educacionais tecnicistas. Teorias educacionais crtico-reprodutivistas. TEORIAS E PRTICAS DISCURSIVAS 60h As cincias da linguagem e a(s) teoria(s) do discurso: princpios e conceitos constitutivos. O conhecimento prvio e os gneros do discurso. Plurilingismo. Gneros do discurso literrio e no literrio. A esfera do discurso acadmico. A esfera do discurso