Projeto Percepção - Efeito Stroop
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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
Carla Marcela Faedda
Glaucia Lima de Magalhães Theophilo
Jussara de Oliveira Betta
Sandra dos Santos Alves Gesteira
O EFEITO DA ANSIEDADE GERADO POR PALAVRAS-TABU
TESTADO ATRAVÉS DO EFEITO STROOP EMOCIONAL NO
DESEMPENHO PERCEPTIVO
NOVA IGUAÇU - RJ
2012
1
Carla Marcela Faedda
Glaucia Lima de Magalhães Theophilo
Jussara de Oliveira Betta
Sandra dos Santos Alves Gesteira
O EFEITO DA ANSIEDADE GERADO POR PALAVRAS-TABU
TESTADO ATRAVÉS DO EFEITO STROOP EMOCIONAL NO
DESEMPENHO PERCEPTIVO
Projeto de Pesquisa da disciplina de
Psicologia da Percepção lecionada pela
Prof.ª Rosana Reis Bustamante para
obtenção de nota parcial de AV2
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
NOVA IGUAÇU - RJ
2012
2
SUMÁRIO
Pág.
Nome do Projeto ...................................................................................................... 04
Problema ............................................................................................................... 04
Hipótese ................................................................................................................ 04
Justificativa ............................................................................................................ 04
Revisão de Literatura............................................................................................. 05
Atenção ....................................................................................................................... 05
Efeito Stroop ............................................................................................................... 07
Stroop Emocional ....................................................................................................... 08
Ansiedade ................................................................................................................... 08
Objetivos ............................................................................................................... 09
Metodologia ........................................................................................................... 09
Resultados.............................................................................................................. 11
Conclusão .............................................................................................................. 15
Referências ........................................................................................................... 16
Anexos .................................................................................................................... 17
ANEXOS - TABELAS - GRÁFICOS
Pág.
Tabela 01 - Gênero dos Participantes ..................................................................... 11
Gráfico 01 - Percentual do Gênero dos Participantes ........................................... 12
Tabela 02 - Tempos dos Participantes e Médias por Indivíduo e Lista ................. 12
Gráfico 02 - Comparação do Tempo Médio de Nomeação de Cores nas 04 Listas 13
Tabela 03 - Comparação da Média de Tempo na Nomeação de Cores (04 Listas)
entre pessoas com e sem incomodo em relação a palavras de cunho
sexual ....................................................................................................
14
Gráfico 03 - Comparação na Nomeação de Cores entre indivíduos com e sem
incomodo nas 04 Listas ........................................................................15
Lista 01 - Lista de Palavras Congruentes entre cores e palavras ......................... 17
Lista 02 - Lista de Palavras Incongruentes entre cores e palavras (Stroop
Clássico) .................................................................................................................18
Lista 03 - Lista de Palavras Comuns ..................................................................... 19
Lista 04 - Lista de Palavras Tabu (Cunho Sexual) ................................................ 20
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4
NOME DO PROJETO:
O EFEITO DA ANSIEDADE GERADO POR PALAVRAS-TABU TESTADO
ATRAVÉS DO EFEITO STROOP EMOCIONAL NO DESEMPENHO PERCEPTIVO
PROBLEMA:
As diferenças fisiológicas, culturais e emocionais produzem diversos efeitos
nos organismos humanos. Busca-se descobrir até que ponto existe uma
diferenciação perceptiva em relação ao efeito Stroop Emocional através de palavras
tabu, que de modo geral criam certo desconforto e ansiedade na sociedade.
HIPÓTESE:
Palavras-tabu podem gerar experiências ansiosas e aumentar o efeito Stroop
Emocional perceptivo.
JUSTIFICATIVA:
O efeito Stroop ocorre pela competição entre um processo automático (leitura)
e processos que se encontram sob o controle consciente da atenção seletiva. Assim,
palavras com conteúdo emocional (que causam desconforto, vergonha ou
ansiedade) podem interferir na atenção, produzindo variação no tempo perceptivo
dessas palavras. A tarefa de Stroop tem sido usada em diversos estudos sobre viés
atencional inclusive utilizando-se estímulos emocionais, ou seja, na investigação
experimental de fenômenos atencionais a tarefa de Stroop emocional tem se
revelado como uma importante ferramenta para a compreensão da seletividade
atencional que é acompanhada quando somos submetidos a estímulos
ameaçadores.
O objetivo deste trabalho foi investigar se a qualidade semântica da palavra
utilizada na tarefa de Stroop influenciava no tempo de nomeação de cores. Utilizou-
se uma versão da tarefa Stroop emocional onde semelhante à tarefa clássica, a
pessoa deve ignorar a palavra e nomear a cor da tinta com a qual ela esta escrita.
As palavras estímulo foram escolhidas e organizadas em 02 categorias distintas:
neutras (nome das próprias cores) e ameaçadoras, sendo estas últimas de cunho
sexual ou eliciadoras de nojo ou asco.
5
REVISÃO DA LITERATURA:
ATENÇÃO
Segundo DAVID (2005), vivemos em um ambiente em constante
transformação, que produz, a cada momento, uma sobrecarga de informações ao
aparato sensorial. A despeito disso, ficamos conscientes apenas de uma pequena
parte das mesmas. Muitos dos estímulos que chegam aos nossos órgãos dos
sentidos não são relevantes, ou mesmo são imperceptíveis. Outros, apesar de
importantes, podem ocorrer de modo simultâneo, o que dificulta nossa capacidade
de processá-los conscientemente. Para interagir de maneira coerente com o
ambiente, precisamos captar e processar de modo adequado às informações e, a
partir daí, organizar as respostas comportamentais que se façam necessárias a cada
momento. Assim, uma interação adequada entre o organismo e o ambiente depende
dessa capacidade de seleção e processamento diferenciado dos estímulos
ambientais, permitindo uma “correta” elaboração da resposta comportamental. Tais
habilidades seletivas são determinadas pela nossa capacidade atencional, que é
pré-requisito para toda e qualquer atividade mental estruturada.
DAVID (2005) afirma que uma dicotomia bastante utilizada na literatura sobre
atenção concerne ao modo como pode ocorrer a sua orientação. [...] Dizemos que a
atenção foi orientada automaticamente quando, a despeito da nossa vontade, a
atenção é atraída para um estímulo graças às características sensoriais e
perceptuais deste. Esse tipo de orientação é, portanto, determinado pela influência
de estímulos presentes no ambiente (influências externas) e, por isso, é também
chamada de exógena ou de baixo para cima. Por outro lado, a atenção voluntária
estaria associada à intenção deliberada, a uma motivação ou desejo consciente de
alocar recursos em um determinado local ou característica do estímulo. Desse
modo, essa orientação de cima para baixo ocorreria voluntariamente e seria
dependente da tarefa a ser executada ou objetivo do sujeito, sendo, portanto, guiada
por influências endógenas. O efeito Stroop ilustra um aspecto fundamental da
atenção: a habilidade de ignorar algumas características do ambiente, mas não
todas.
Em seu estudo, DOURADO (2006) demonstra que os processos cognitivos
podem ser diferenciados em termos de exigirem ou não controle consciente. Os
processos automáticos são “manipulações cognitivas que não exigem decisões
conscientes ou esforço voluntário”, ocorrem fora do conhecimento consciente e são
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relativamente rápidos. Os processos controlados são “operações cognitivas que
exigem controle e esforço consciente, as quais são executadas em uma etapa de
cada vez e consomem mais tempo para sua execução do que as operações mentais
governadas por processos automáticos”.
Ainda segundo DOURADO (2006), as quatro principais funções da atenção
são: A atenção seletiva: [...] é o processo através do qual escolhemos prestar
atenção a certos estímulos e não a outros. [...] A atenção dividida: através da qual
dividimos os nossos recursos de atenção de maneira a coordenarmos o
desempenho de mais do que uma tarefa ao mesmo tempo. [...] A vigilância: quando
em muitas ocasiões tentamos detectar se percebemos ou não um sinal num
determinado estímulo alvo de interesse. [...] A sondagem: é o processo através do
qual procuramos estímulos particulares.
Também é salientado, na mesma pesquisa de DOURADO (2006) que o
aspecto para o qual se dirige a Atenção é chamado de alvo [...]. E o elemento que,
em dado momento, constitui o objeto de nossa atenção e ocupa sempre o ponto
central do campo da consciência, é o nosso foco de atenção, portanto, a nossa
capacidade para concentrar a atividade da consciência em uma só coisa acaba,
excluindo total ou parcialmente as restantes. Entre as partes deste conjunto
composto pela consciência, subconsciente e inconsciente não é possível
estabelecer limites claros. Nesse mesmo estudo se evidencia que:
“Geralmente, a duração de um determinado foco de atenção é
breve. Existe uma passagem da atenção de uma parte da realidade para
outra e isso se dá por várias razões. De um lado, existe na atenção,
como em todos os demais processos psicológicos, uma forma de
abundância, e esta abundância tende a inibir a continuidade de atenção
em uma determinada direção, como se a pessoa estivesse
continuamente em busca de novidades perceptivas, levando a atenção a
mudar, espontaneamente, depois de um período de focalização em uma
parte da realidade. Outra razão para a passagem da atenção de uma
parte da realidade para outra é obtenção de certa organização
percentual. É difícil ou impossível, por exemplo, organizar o todo a ser
percebido com um único olhar, por isso é preciso passos sucessivos de
exploração para que cada parte ou aspecto seja fixado por sua vez.”
(DOURADO, 2006).
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Sendo assim, todos os nossos cinco sentidos podem ser ativados
conscientemente para evidenciar a atenção sobre um determinado estímulo em
detrimento de outro. Neste processo a afetividade e os aspectos emocionais do
indivíduo participam inegavelmente na direção que esta atenção tomará.
Consequentemente, podemos questionar se a experiência ansiosa também pode ser
posta neste rol de influenciadores sobre a atenção seletiva e processos perceptivos.
EFEITO STROOP
Este efeito foi descrito em 1935 por J. Ridley Stroop e tornou-se um
paradigma bastante utilizado e conhecido em psicologia cognitiva e é ampla sua
aplicação em estudos sobre atenção seletiva aos estímulos visuais. Seu trabalho
clássico, que até hoje é referência quando se pensa no processamento simultâneo
de estímulos conflitantes, oferece informações importantes sobre o funcionamento
do sistema atencional.
MONTAGNERO (2008) explicou o desenvolvimento deste teste da seguinte
forma:
“ (...) a tarefa clássica consistia em pedir aos sujeitos que
nomeassem, no menor tempo possível, a cor da tinta com que
determinadas palavras estavam grafadas. Estas palavras eram nomes
de cores como azul, amarelo, vermelho etc., e eram apresentadas em
três condições. Numa condição, a cor da tinta era igual ao nome da cor
que foi usada para grafá-la; assim, a palavra azul aparecia impressa com
tinta azul, a palavra vermelha com tinta vermelha, e assim por diante. Na
outra condição, a cor da tinta sempre era incongruente com a palavra
grafada; por exemplo, a palavra vermelha era grafada com tinta azul, ou
a palavra amarela era grafada com tinta verde. Havia ainda uma
condição-controle, em que nomes de cores eram escritos em preto.
Stroop descobriu que o sujeito tinha uma grande dificuldade em efetuar a
tarefa quando as palavras eram grafadas em cores incongruentes,
aumentando significativamente o número de erros e a latência da
resposta.”
Segundo MONTAGNERO (2008) existem algumas teorias que procuram
explicar o “efeito Stroop”. A mais conhecida delas e aceita atualmente é a do
processamento distribuído em paralelo, proposta por Cohen, Dumbar e McClelland
(1990), que postula a existência de vias ou atalhos neurais diferentes para processar
“palavras” e para processar “cores”, e que a via para palavras, devido a seu uso
8
mais frequente, é mais estruturada e, portanto mais eficiente para evocar uma
resposta. Como a tarefa consiste em ignorar essa via da palavra e falar o nome da
cor da tinta, ocorre uma interferência, pois a resposta para a palavra já foi acessada
muito antes que a resposta para cor, provocando a confusão conhecida como efeito
Stroop. [...] No entanto, esta tarefa não ficou restrita apenas aos estudos da
correlação entre a leitura e a nomeação de cores, mas vem sendo utilizada com
sucesso na investigação das teorias sobre a relação entre cognição e emoção, em
especial na relação entre a cognição e a ansiedade.
STROOP EMOCIONAL
Uma das tarefas experimentais mais utilizadas nesses esforços de estudo da
relação entre cognição e emoção é uma variante da tarefa clássica de Stroop
(1935), chamada tarefa de Stroop emocional.
Segundo MONTAGNERO (2008), na tarefa Stroop emocional, os sujeitos são
solicitados a nomear as cores nas quais foram grafadas palavras sem qualquer
valência emocional ou com valência emocional negativa. De acordo com a hipótese
de seleção de estímulos ameaçadores, ao se nomear as cores das palavras
focaliza-se a atenção na palavra-tabu (emocionalmente constrangedora) e não na
cor, dificultando a tarefa de nomeação.
Em FAVA (2009), afirmou-se que os pesquisadores que utilizaram o Stroop
Emocional para investigar o viés de atenção nos transtornos de ansiedade
esclarecem que os estímulos atraem uma quantidade desproporcional de recursos
de atenção, causando maior desgaste no processamento da informação, uma vez
que ativa as redes de conhecimento de ameaças pessoais dos indivíduos ansiosos.
ANSIEDADE
Segundo FAVA (2009), a experiência ansiosa é um resultado advindo da
percepção/interpretação de um evento como ameaçador, tanto física como
psicologicamente, que dispara uma reação do organismo, além de respostas
comportamentais de fuga ou enfrentamento. O sentimento de apreensão, tensão,
nervosismo e/ou medo, juntamente com uma resposta fisiológica de excitação
cardiovascular, digestiva, sensorial, endócrina, além do sistema musculoesquelético,
dão à ansiedade uma característica bastante peculiar.
Dentre as perspectivas que a psicologia cognitiva tem sobre o surgimento e
manutenção de quadros ansiosos, figura a hipótese de que as pessoas, num
momento de ansiedade, focalizam sua atenção em estímulos ameaçadores, ou seja,
9
ignoram vários elementos perceptíveis no campo visual e direcionam os seus
recursos de processamento para a verificação e discriminação de elementos
ameaçadores (MONTAGNERO, 2008).
O objetivo geral deste estudo é desenvolver uma lista de palavras para
construção de uma Tarefa de Stroop Emocional e avaliar se existe um viés de
atenção para estímulos percebidos como ameaçadores segundo categorias
incômodas através do uso de palavras-tabus.
Nesse estudo, palavras-tabus não são necessariamente palavras insultuosas,
algumas são até usuais e de alto índice de frequência, e o seu significado é bem
conhecido pelo falante. No entanto, sobre elas pesa um juízo social, que as
classifica de inadequadas em certos contextos conversacionais podendo gerar
algum mal estar e desconforto (SILVESTRE,2003). A presente comunicação baseia-
se numa breve sondagem de alguns tabus e eufemismos relacionados com o sexo e
o corpo, nojo e asco.
OBJETIVOS:
- Analisar a relação das experiências ansiosas e o desempenho da atenção
seletiva.
- Comparar se as palavras de cunho sexual ou desconfortáveis podem gerar
um maior atraso no efeito Stroop emocional.
METODOLOGIA:
Tempo de Duração: de 10 de abril a 31 de Maio de 2012
Local: Comunidade Local – Baixada Fluminense – Nova Iguaçu/RJ
Amostra: A amostra foi composta por 20 indivíduos com idade média
de 56,2 anos, sendo 07 (sete) do sexo masculino e 13 (treze) do sexo feminino,
residentes na comunidade.
Sujeitos: Todos tinham visão normal ou corrigida e nenhum deles havia
participado anteriormente das tarefas de nomeação de cores. Eram devidamente
alfabetizados e sem qualquer distúrbio de aprendizagem ou leitura.
Recrutamento: para o recrutamento adotou-se o procedimento
aleatório. Sendo assim, 04 acadêmicos do curso de Psicologia da Universidade
Estácio de Sá – Campus Nova Iguaçu, devidamente treinados, buscaram pessoas
de ambos os sexos, indiscriminadamente. Nos locais faziam-se a apresentação
10
do estudo e o convite a participar, salientando que se depararia com palavras que
poderiam vir a causar algum constrangimento ou ansiedade (de cunho sexual). Ao
aceitarem, os participantes assinavam o termo de consentimento livre e
esclarecido.
Material:
- Cronómetro
- Tabela de registo dos tempos de nomeação de cores das listas
apresentadas
- Foram utilizadas quatro listas diferentes, formadas por 20 palavras cada,
distribuídas em uma única coluna:
- Lista 01 - apresentava as palavras coincidentes com a cor a que estavam
escritas (por exemplo, VERDE, AZUL).
- Lista 02 - as palavras apresentadas designavam cores que não lhe eram
correspondentes (por exemplo, VERMELHO, AMARELO) - Stroop
Clássico.
- Lista 03 – as palavras eram comuns (substantivos concretos e abstratos),
sem qualquer cunho incômodo, escritas em cores diversas (por exemplo,
PEDRA, IMPORTÂNCIA, CASA, AMOR, PROFESSORA, BARCO,
FRIO).
- Lista 04 – as palavras eram tabus ou incômodas, de cunho sexual ou que
despertem nojo/ asco, escritas em cores diversas (por exemplo, PÊNIS,
IMPOTÊNCIA, CASTRAÇÃO, VAGINA, PROSTITUTA, BARATA,
FRIGIDEZ).
Procedimentos:
- Foi apresentada a cada um dos sujeitos uma 1ª lista como controle. A lista 1
consistia de palavras (nomes de cores) estavam escritas na cor
correspondente (por exemplo, VERMELHO). Foi pedido aos sujeitos que
nomeassem as cores o mais rapidamente possível e caso cometessem
algum erro deveriam corrigi-lo e continuar sem interrupções, sendo o tempo
cronometrado devidamente.
- Em seguida foi apresentada uma segunda lista, lista 2, na qual as palavras
apresentadas designavam cores que não lhe eram correspondentes (por
exemplo, VERDE). Foi pedido aos sujeitos que nomeassem as cores da
11
tinta em que as palavras estavam escritas, sem se incomodar com o
significado da palavra em si, de forma o mais rapidamente possível e caso
cometessem algum erro deveriam corrigi-lo e continuar, sem interrupções,
sendo o tempo novamente cronometrado - Stroop Clássico.
- A terceira lista, lista 3, foi apresentada contendo palavras comuns, escritas
em cores diversas (por exemplo, PEDRA, IMPORTÂNCIA, CASA, AMOR,
PROFESSORA, BARCO, FRIO). Foi pedido aos sujeitos que nomeassem
as cores o mais rapidamente possível e caso cometessem algum erro
deveriam corrigi-lo e continuar, sem interrupções, sendo o tempo
novamente cronometrado.
- A quarta lista, lista 4, foi apresentada contendo palavras que designavam
tabus, podendo gerar algum desconforto, ou ansiedade, escritas em cores
diversas (por exemplo, VAGINA, PROSTITUTA, BARATA, FRIGIDEZ,
PÊNIS, IMPOTÊNCIA, CASTRAÇÃO). Foi pedido aos sujeitos que
nomeassem as cores o mais rapidamente possível e caso cometessem
algum erro deveriam corrigi-lo e continuar, sem interrupções, sendo o tempo
novamente cronometrado.
- A lista 1 sempre foi apresentada em 1º lugar, sendo as restantes segundo a
ordem aqui apresentada.
- Após a realização do experimento foi realizada pequena entrevista com os
participantes em que eles responderam algumas questões referentes ao
incomodo que as palavras de cunho sexual poderiam gerar em cada
indivíduo.
RESULTADOS:
A idade variou entre 35 e 74 anos, sendo 07 indivíduos do sexo masculino
(35%) e 13 (65%) do sexo feminino (Tabela e Gráfico 01).
Gênero do Participante
Número de Indivíduos por
Gênero
Percentual Relativo ao
Gênero
Número de Indivíduos Incomodados com Palavras de
Cunho Sexual
Percentual do Incômodo
Masculino 07 35.0% 01 5.0%Feminino 13 65.0% 02 10.0%TOTAL 20 100% 03 15%
Tabelas 01 - Participantes por Gênero
12
35%
65%
Percentual por Sexo dos Participantes
Masculino Feminino
Gráfico 01 - Percentual por Gênero Sexual dos Participantes
Foi contabilizado o tempo médio de leitura em cada uma das listas (Tabela
02).
Participantes
Incômodo LISTA 01 LISTA 02 LISTA 03 LISTA 04 Tempo Médio
das 04 listas1 NÃO 13.27 23.21 15.32 18.19 17.502 NÃO 8.24 18.42 11.23 15.1 13.253 SIM 12.35 22.21 16.2 21.65 18.104 NÃO 11.37 30.2 15,29 18.6 15.045 NÃO 10.55 24.15 13.95 16.76 16.356 NÃO 11.23 23,45 16.36 17.34 11.237 SIM 11.97 22.96 15.11 19.35 17.358 NÃO 10.66 17.14 15.56 17,08 10.849 NÃO 9.43 14.35 13.89 16.72 13.60
10 NÃO 8.35 20.18 12.93 15.13 14.1511 NÃO 7.29 17.36 12.15 14.29 12.7712 NÃO 11.52 25.43 16.73 18.56 18.0613 NÃO 10.81 22.1 13.74 16.48 15.7814 NÃO 11.89 20.05 13,18 15.49 15.8115 NÃO 11.31 20.78 15.76 17.52 16.3416 NÃO 9.32 18.45 11.36 14.28 13.3517 NÃO 10.96 18,16 12.45 15.06 12.8218 NÃO 13.74 21.73 15.85 17.48 17.2019 NÃO 12.28 19.17 14.64 15.34 15.3620 SIM 10.28 17.23 13.72 18.81 15.01
MÉDIAS --------- 10.84 20.84 14.28 16.96 15.00Tabela 02 - Tempos dos Participantes em cada Lista e Média Aritmética por indivíduo e por Lista
.
Verificou-se, conforme os dados apresentados, que a Lista 02 (Stroop
Clássico) foi aquela em que os sujeitos demoraram mais tempo a nomear as cores,
13
enquanto que na Lista 01 os sujeitos demoraram menos tempo. Na lista 03 e 04,
apesar de não se alcançar um nível de demora tão grande quanto da lista 02, houve
algum atraso significativo (Gráfico 02).
LISTA 01 LISTA 02 LISTA 03 LISTA 04CE5660660al
CE5660660al
CE5660660al
CE5660660al
CE5660660al
CE5660660alCE5660660al
Comparação do Tempo Médio de Nomeação de Cores nas 04 Listas
Tem
po M
édio
em
Seg
undo
s
Gráfico 02 - Comparação do Tempo Médio de Nomeação de Cores nas 04 Listas
Em relação à Lista 01, a lista congruente (VERMELHO, AZUL), verificou-se
que foi onde os sujeitos da experiência nomearam mais rapidamente as cores. Isto é
justificado pelo fato de que apesar das pessoas estarem expostas a duas tarefas
diferentes (nomeação de cores e leitura), a leitura funcionou como uma vantagem na
medida em que é um processo adquirido através do treino e de vital importância no
nosso dia-a-dia. Assim, como as palavras estão de acordo com as cores, os sujeitos
não apresentam qualquer dificuldade na nomeação das cores, não sendo tidos como
estímulos conflitantes, mas sim complementares. Observou-se que na Lista 01,
constituída por nomes de cores impressos nas respectivas cores, os sujeitos
demoraram o menor tempo do que nas demais listas, média de 10,84 segundos.
A Lista 02, incongruente, constituída por nomes de cores impressos em cores
diferentes - Stroop Clássico -, foi aquela em que os indivíduos da experiência
demoraram mais tempo a fazer a nomeação. Foi um processo mais lento, porque a
leitura automática interfere com a nomeação das cores, que é um processo
controlado, consciente e voluntário, que requer atenção focada. Constatou-se que foi
na Lista 02 - Stroop Clássico, formada por palavras apresentadas com cores que
não lhe eram correspondentes (por exemplo: VERMELHO, AMARELO), que os
14
sujeitos apresentaram mais dificuldades na nomeação de cores, demorando uma
média de 20,84 segundos.
Na Lista 03, formada por palavras comuns e sem nenhum valor moral ou
ansiolítico específico, os indivíduos levaram o tempo médio de 14,28 segundos;
tempo maior que o da Lista 01(Congruente) em 3,44 segundos e menor que a Lista
02 (Stroop Clássico) em 6,56 segundos. Este efeito se dá por não haver estímulos
que auxiliem a nomeação, como no caso da Lista 01 e nem distratores, como no
caso da Lista 02.
Enquanto que na Lista 04, formadas principalmente por palavras de cunho
sexual, os indivíduos levaram o tempo médio de 16,96 segundos; tempo maior que o
da Lista 01(Congruente) em 6,12 segundos e menor que a Lista 02 (Stroop Clássico)
em 3,68 segundos. Em entrevista posterior, constatou-se que a maioria dos
indivíduos não se sentiu incomodada (85%) com as palavras apresentadas, no
entanto, no momento de nomeação das cores das mesmas, demoraram alguns
segundos a mais, demonstrando que o nível de ansiedade que essas palavras
provocam em nossa sociedade pode interferir, mesmo que de forma mínima, ou até
mesmo de forma não consciente pelo participante (Tabela e Gráfico 03).
INCÔMODO EM RELAÇÃO ÀS
PALAVRAS SEXUAIS
Média do tempo na Nomeação de Cores e Palavras
Congruentes
Média do tempo na Nomeação de
Cores de Palavras
Incongruentes (Stroop Clássico)
Média do tempo na
Nomeação de Cores de
Palavras Comuns
Média do tempo na Nomeação de
Cores de Palavras-Tabu
Indivíduos Sem Incômodos 10.72 20.85 14.13 16.40
Indivíduos Incomodados 11.53 20.80 14.42 19.94
Tabela 03 - Comparação da Média de Tempo na Nomeação de Cores (04 Listas) entre Pessoas com e sem Incômodo em relação a palavras de cunho sexual
15
Indivíduos Sem Incômodos Indivíduos Incomodados -
5.00000
10.00000
15.00000
20.00000
25.00000
10.72000 11.53000
20.85000 20.80000
14.13000 14.42000
16.40000
19.94000
Comparação na Nomeação de Cores entre Indivíduos Incomodados ou Não nas 04 Listas
Média do tempo na Nomeação de Cores e Palavras Congruentes
Média do tempo na Nomeação de Cores de Palavras Incongruentes (Stroop Clássico)
Média do tempo na Nomeação de Cores de Palavras Comuns
Média do tempo na Nomeação de Cores de Palavras-Tabu
Tem
po M
édio
por
Seg
undo
s
Gráfico 03 - Comparação na Nomeação de Cores entre Indivíduos Incomodados ou Não nas 04 Listas
CONCLUSÃO:
Os resultados mostram que o tempo para nomear cores de palavras
ameaçadoras aumenta com a ansiedade, porém não num nível tão intenso quanto
os de estímulos conflitantes presentes num Teste Stroop Clássico.
Num grupo de participantes selecionados especificamente, que apresente um
maior nível de ansiedade em relação à moralidade e sexualidade, esta relação entre
a nomeação de cores e a qualidade semântica de palavras de cunho sexual pode
gerar números mais significativos. Como esta pesquisa foi realizada com
recrutamento aleatório, é possível ter havido interferência nos resultados. Para um
resultado mais seguro e preciso é necessário maiores investigações, tanto em
grupos específicos quanto em grupos aleatórios. No entanto, os resultados aqui
encontrados confirmam, mesmo que num grau minoritário, a hipótese inicial e
apontam para a importância da qualidade semântica dos estímulos na tarefa de
Stroop Emocional.
16
REFERÊNCIAS
AMARAL, Liane Coeli do Corbellini et al . O efeito emocional das palavras-
tabu - Salão de Iniciação Científica (18: 2006: Porto Alegre). Livro de resumos. Porto
Alegre: UFRGS/PROPESQ, 2006. Resumo publicado em evento. Disponível em:
<http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/33707>. Acessos em 10 abr. 2012.
DAVID, I. P. A., Volchan, E., Menchise, C., Alfradique, I., Oliveira, L., &
Machado-Pinheiro, W. (2005). Influência de manipulações temporais sobre a
magnitude do Efeito Stroop. Arquivos Brasileiros de Psiquiatria, Neurologia e
Medicina Legal, 99, 11-17. Disponível em: < http://www.aperjrio.org.br/
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DOURADO, Filipa Saruga; PAIS, Sónia Alexandra Ferreira Pinto. A atenção e
a concentração. Universidade Autónoma de Lisboa, Luís de Camões. 2006.
Disponível em: <http://dps.ual.pt/patworks/FilipaDoura-inteligencia.htm>. Acessos
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FAVA, Débora Cristina et al . Construção e validação de tarefa de Stroop
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2012.
17
Lista 1: VERDE
PRETO
AMARELO
AZUL
PRETO
VERMELHO
AZUL
AMARELO
PRETO
VERDE
AMARELO
VERMELHO
AZUL
VERMELHO
PRETO
VERDE
AZUL
VERDE
VERMELHO
AMARELO
18
Lista 2: AMARELO
VERMELHO
VERDE
AZUL
VERDE
PRETO
VERMELHO
AZUL
VERMELHO
AMARELO
VERDE
PRETO
AMARELO
AZUL
VERMELHO
PRETO
AZUL
AMARELO
PRETO
VERDE
19
Lista 3 VAGALUME
PEDRA
IMPORTÂNCIA
VIÚVA
AMOR
CASA
MORRO
DIA
TESTE
FRIO
CARRO
SORTE
PIADA
PENEIRA
PRÉDIO
BOLSA
CACHORRO
COBERTOR
SOFÁ
VERDADE
20
Lista 4 VAGINA
PÊNIS
IMPOTÊNCIA
VULVA
VÔMITO
CASTRAÇÃO
MORTE
DOR
TESTÍCULOS
FRIGIDEZ
MASTURBAÇÃO
SOFRIMENTO
PINTO
PERERECA
TREPAR
BARATA
PROSTITUTA
PENETRAÇÃO
MASTURBAÇÃO
VERME
21