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COLÉGIO ESTADUAL CASTELO BRANCO –      ENSINO MÉDIO E PROFISSIONALIZANTE  Rua: Fernando Ferrari, nº 356      Fone-fax: 46 3526 1426.                         Cep: 85580-000 – Itapejara D' Oeste PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO ITAPEJARA D’OESTE - PARANÁ

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COLÉGIO ESTADUAL CASTELO BRANCO –      ENSINO MÉDIO E PROFISSIONALIZANTE Rua: Fernando Ferrari, nº 356      Fone­fax: 46 3526 1426.                        Cep: 85580­000 – Itapejara D' Oeste

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

ITAPEJARA D’OESTE ­ PARANÁ

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NOVEMBRO ­ 2010

SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO..............................................................................................................

1.1 Identificação do Estabelecimento.....................................................................................................1.2 Aspectos Históricos da Escola..........................................................................................................1.3 Condições Físicas e Materiais..........................................................................................................1.4 Ofertas de Cursos e Turmas..............................................................................................................1.5 Caracterização da População............................................................................................................

2 OBJETIVO GERAL............................................................................................................

2.1 Objetivos Específicos..........................................................................................................

3 MARCO SITUACIONAL...................................................................................................3.1 Descrição da Realidade Brasileira, do Estado, do Município e da Escola......................................3.2 Analise das Contradições e Conflitos presentes na prática docente: reflexão teórica-prática.....................................................................................................................................................

4 MARCO CONCEITUAL....................................................................................................

4.1 Concepção de Sociedade.....................................................................................................4.2 Concepção de Homem........................................................................................................4.3 Concepção de Conhecimento..............................................................................................4.4 Concepção de Educação e Escola.......................................................................................4.6 Concepção de Ensino- Aprendizagem................................................................................4.7 Concepção de Cidadania.....................................................................................................4.8 Concepção de Trabalho.......................................................................................................4.9 Concepção de Tecnologia...................................................................................................4.10 Concepção de Ciência.......................................................................................................4.11 Concepção de Inclusão......................................................................................................4.12 Concepção de Avaliação...................................................................................................4.13 Gestão Participativa..........................................................................................................4.14 Gestão de Serviços de Apoio, Recursos físicos e financeiros...........................................4.15 Plano de Formação Continuada dos Professores..............................................................4.16 O Currículo da Escola Pública..........................................................................................4.17 Matriz Curricular...............................................................................................................4.18 Reflexões Sobre o Trabalho Pedagógico..........................................................................4.19 Pedagogia Progressista......................................................................................................4.20 O Educador Progressista...................................................................................................4.21 Tendência Histórico-Crítica..............................................................................................4.22 O que a Escola Pretende do Ponto de Vista Pedagógico..................................................4.23 Reflexão Sobre o Trabalho Pedagógico............................................................................4.24 Desafios Educacionais Contemporâneos..........................................................................4.25 Educação Inclusiva............................................................................................................

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4.26 Diversidade Cultura-Afro..................................................................................................

5 MARCO OPERACIONAL.................................................................................................

5.1 Redimensionamento da Organização do Trabalho Pedagógico..........................................5.2 A Atuação Pedagógica na Escola........................................................................................

5.3 Plano de Ação.....................................................................................................................5.4 Programa Viva Escola.........................................................................................................5.5 A Gestão Escolar – Papel Específico de Cada Segmento da Comunidade Escolar.......................................................................................................................................5.6 Diretrizes para a Avaliação do Desempenho do Pessoal Docente e Não- Docente, do Currículo, das Atividades Extracurriculares e do Projeto Político Pedagógico................................................................................................................................5.7 Intenção de Acompanhamento aos Egressos......................................................................5.8 Práticas Avaliativas.............................................................................................................5.9 Recuperação Paralela..........................................................................................................5.10 Progressão Parcial.............................................................................................................5.11 Conselho de Classe...........................................................................................................5.12 Considerações Finais.........................................................................................................

6 PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR.....................................................

6.1 Apresentação.......................................................................................................

7 PROPOSTA CURRICULAR DAS DISCIPLINAS DO ENSINO MÉDIO...........

7.1 Disciplina de Física – Ensino Médio.................................................................................7.2 Disciplina de Biologia – Ensino Médio.............................................................................7.3 Disciplina de Educação Física – Ensino Médio................................................................. 7.4 Disciplina de Sociologia – Ensino Médio..........................................................................7.5 Disciplina de Filosofia – Ensino Médio.............................................................................7.6 Disciplina de Língua Portuguesa e Literatura – Ensino Médio..........................................7.7 Disciplina de Arte – Ensino Médio....................................................................................7.8 Disciplina de Matemática – Ensino Médio........................................................................7.9 Disciplina de História – Ensino Médio............................................................................... 7.10 Disciplina de Química – Ensino Médio ...........................................................................7.11 Disciplina de Língua Estrangeira Moderna – Inglês – Ensino Médio..............................7.12 Disciplina de Geografia – Ensino Médio..........................................................................7.13 Técnico em secretariado....................................................................................................

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7.14 Técnico em Administração...............................................................................................

APRESENTAÇÃO

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A nova proposta da LDB, citada através das deliberações 007/99, 003/99, 005/97

Parecer 04/98, Estatuto da Criança e do Adolescente e Currículo Básico propõem a

reestruturação do Projeto Político Pedagógico.

A reestruturação do PPP do Colégio Estadual Castelo Branco - EM se deu de forma

gradativa e coletiva em vários momentos do ano, sempre norteada pelas exigências da LDB

e pelas Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná. Foram realizadas reuniões,

questionários, discussões, conversas, debates, das quais surgiram pareceres, idéias,

sugestões e críticas.

Quando se fala em projeto se pensa logo em futuro.

Todo projeto supõe ruptura com o presente e promessa para o futuro. Projetar significa tentar quebrar um estado confortável para arriscar-se, atravessar um período de instabilidade em função de promessa que cada projeto contém de estado melhor do que o presente. Um projeto educativo pode ser tomado como promessa frente determinadas rupturas. As promessas tornam visíveis os campos de ação possível, comprometendo seus atores e autores. (Veiga, 2001, p. 18)

Com esse compromisso de trabalho formado é que se deu a preparação e elaboração

deste trabalho que norteará as nossas ações.

As dificuldades a serem superadas são muitas, pois sabemos que construir no papel

uma identidade escolar é uma tarefa árdua. Não se pode perder de vista o objetivo de uma

escola que é formar cidadãos críticos, autônomos, participativos, e para isso é necessário

orientar as teorias e as ações educacionais no princípio de reflexão constante. Desta

maneira, construir uma identidade significa ter autonomia, flexibilidade.

Neste documento deve constar a organização efetiva de todo o trabalho escolar, as

finalidades da escola, a estrutura organizacional, o currículo, o tempo escolar, o processo de

decisão, os projetos, as relações de trabalho e o processo de avaliação.

A construção coletiva do PPP alarga as possibilidades de se avançar e atingir um

nível de qualidade na educação, deixando para trás algumas práticas e conceitos defasados

no presente.

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O Projeto Político Pedagógico constitui–se num processo democrático de tomada de decisões, com o objetivo de organizar o trabalho pedagógico, no sentido de trabalhar conflitos na busca de superar relações competitivas, corporativas e autoritárias, diminuindo a fragmentação escolar. É construído com o envolvimento de todos, pela discussão, análise e posicionamento, e se organiza a nível pedagógico e político. Político, porque intencionados a formação de um determinado tipo de homem, escola e sociedade, sendo necessária a interferência nesta direção, comprometendo – nos com a concretização desta intencionalidade.Pedagógico porque efetivamos estas concepções através da ação educativa, que deve nos remeter a uma reflexão sobre a relação do homem no mundo e com o mundo e a explicação destes determinantes. Por ser um projeto, não está pronto e acabado, uma vez que supõe uma busca constante de alternativas viáveis à efetivação do trabalho pedagógico, exigindo uma atitude de pesquisa e reflexão sobre a realidade cultural do aluno, da escola e das práticas educativas numa perspectiva não excludente.” (Proposta Curricular de Santa Catarina: Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio, edição 1998)

Seguindo este pensamento, temos neste primeiro momento o esboço, da verdadeira

reestruturação que queremos que aconteça nos próximos anos na educação. Sabendo-se que

a construção deste instrumento de planejamento e de suma importância para que a escola

atinja seus objetivos, por isso o melhor caminho é o planejamento participativo. Tendo isso

em vista procuramos reunir o maior número possível de membros da comunidade escolar

para que o objetivo de socializar a construção do saber realmente aconteça.

Como ponto de partida para essa construção, nos perguntamos: O que queremos

alcançar com esse planejamento? Quais são nossos objetivos na escola? Que tipo de

publico queremos alcançar? E que mudanças pretendemos na sociedade na qual estamos

inseridos.

A partir disso, o PPP é o instrumento que organiza o currículo escolar o qual se

legitima no Regimento Escolar e se expressa no Plano de Trabalho Docente. São, portanto,

alguns dos documentos que fundamentam, organizam e orientam o trabalho pedagógico.

Buscando uma gestão democrática, onde a comunidade escolar, constituída por seus

sujeitos, determinantes e determinados, pelas questões sociais, econômicas, políticas,

culturais, geográficas, locais, históricas visam em conjunto socializar o conhecimento, ou

seja, democratizá-lo.

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IDENTIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO

Este estabelecimento de ensino denomina-se Colégio Estadual Castelo Branco –

Ensino Médio, localizado à Rua Fernando Ferrari, n.º 356, telefone: (46) 3526-1426, CEP

85.580-000, na cidade e Município de Itapejara D’Oeste, Estado do Paraná, do NRE de

Pato Branco, e é mantido pelo Poder Público Estadual e administrado pela Secretaria de

Estado da Educação, oferta o Ensino Médio regular na organização por Blocos de

Disciplinas Semestrais, observando a legislação e as normas especificamente aplicáveis. O

Ato Oficial de Autorização de Funcionamento deste Estabelecimento é a Resolução

2865/81 de 29/12/81, e o Ato de Reconhecimento é a Resolução 852/83 de 15/04/83. O Ato

Oficial de Reconhecimento do Ensino Médio é a Resolução nº 2743/02 de 08/08/02.

Oferta também Formação de Docentes da Educação Infantil e anos Iniciais do

Ensino Fundamental, em nível Médio, na Modalidade Normal, como descentralização do

Colégio Estadual Arnaldo Busato – EFMNP.

ASPECTOS HISTÓRICOS DA ESCOLA

Em 1969, na quadra 35, com frente à Rua Salgado Filho, a Prefeitura Municipal de

Itapejara D’Oeste em convênio com a FUNDEPAR, construiu um prédio de madeira, com

seis salas de aula.

Em caráter provisório foi nomeado para responder pela direção o professor Arlindo

Alebrant, Resolução n.º 92.233/69 de 22/10/69.

Em 1970, pelo Decreto n.º 17.867, foi criado o Grupo Escolar “Marechal Humberto

de Alencar Castelo Branco” do Município de Itapejara D’Oeste/Pr – Ensino Primário,

conforme Diário Oficial n.º 256, de 08/01/70.

Em 1971, pelo decreto n.º 21.858, de 11/02/70, foi criado o Colégio Comercial

Estadual de Itapejara D’Oeste – Ensino de 2º Grau, com Habilitação Técnica de

Contabilidade, tendo como primeiro Diretor Professor Rui Maziero Dalmolin. Era situado à

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Rua Rui Barbosa, s/n - Centro - Itapejara D’ Oeste, PR, onde funcionou até o final do ano

letivo de l975. No início de l976, foi transferido para a Rua Fernando Ferrari, s/n – Centro

onde funcionava o Grupo Escolar Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco.

Iniciou em 1970, o curso com 61 alunos e em 1972 concluíram 24 alunos.

Em 1975, iniciou-se a construção do prédio em alvenaria, em convênio com a

FUNDEPAR e Prefeitura Municipal de Itapejara D’Oeste/Pr.

Em 1976, foi inaugurado o primeiro bloco, com seis salas de aula.

Em 1977, foi concluído o segundo bloco onde funcionava a parte administrativa,

biblioteca, sanitários e uma área de recreação.

Em l979, foi dado início à reorganização do Ensino de acordo com a Lei n.º.

5.692/71.

Em 1980, deu-se a implantação gradativa das Habilitações Básico em Saúde e

Básico em Comércio, pelo Parecer n.º630/79. Esses cursos foram autorizados a funcionar

pela Resolução n.º1964/82 de 22/07/82, reconhecidos pela Resolução n.º 852/83 de

15/04/83, tendo como Diretor o professor Celito Mattos.

Em 1980, iniciaram o Curso Básico em Saúde com 70 alunos e, em 1982, 16 alunos

concluíram o Curso.

Em 1980, 37 alunos iniciaram o Curso Básico em Comércio e, em 1982, 7 alunos

concluíram o Curso.

Em l981, pela Resolução n.º. 2.865/81 de 29/12/81, o Estabelecimento passou a

denominar-se Escola Castelo Branco – Ensino de 1º Grau, pertencendo ao Complexo

Escolar Padre Marcelino Champagnat – Ensino de 1º Grau. Pela Resolução 1964/82, o

Complexo passou a denominar-se Complexo Escolar Padre Marcelino Champagnat –

Ensino de 1º e 2º Graus, com integração no Complexo do Colégio Marechal Humberto de

Alencar Castelo Branco – Ensino de 2º Grau, sendo que este Colégio e a Escola Castelo

Branco – Ensino de 1º Grau passaram a formar uma unidade escolar com a denominação:

Colégio Estadual Castelo Branco – Ensino de 1º e 2º Graus.

Em 1983, pela Resolução 2424/84 de 04/05/84, com implantação gradativa, foi

autorizado o Curso Propedêutico, em nível de 2º grau. No mesmo ano teve início a cessação

gradativa dos Cursos Básicos em Saúde e Comércio. O Curso Propedêutico ficou

reconhecido pela Resolução n.º 4095/85 de 22/08/85.

Em 1983 iniciaram o Curso Propedêutico 60 alunos e em 1985, 8 alunos concluíram

o Curso.

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A partir de 1988, o Curso Propedêutico passou a denominar-se Educação Geral,

com alterações na grade curricular e implantação simultânea (Parecer 732/87).

Em 1989, com nova alteração da grade curricular Parecer 448/89, o nome passa a

ser Educação Geral - Preparação Universal.

Em 1988 iniciaram o Curso Educação Geral – Preparação Universal, 90 alunos e 31

alunos concluíram o Curso em 1990.

Em 1986, pela Resolução n.º 260/86 de 16/01/86 ficou autorizado a funcionar o

Curso Magistério, com implantação gradativa, reconhecido pela Res. N.º 217/89. Iniciaram

o Curso 45 alunos e 23 concluíram em 1988.

Em 1991, com a reformulação do Plano de Estudos, a SEED-PR implanta

gradativamente, a habilitação Magistério com duração de quatro anos, Parecer n.º 625/90.

Em 1991, 23 alunos iniciaram o curso Magistério – 4 anos e 4 alunas concluíram.

A partir de 1992, com a municipalização do ensino, cessaram, em caráter definitivo,

as atividades escolares relativas ao Ensino das quatro primeiras séries do 1º Grau, sendo

que, desde então, este Estabelecimento de Ensino passa a ofertar somente o Ensino de 2o

Grau, com os cursos de Educação Geral – Preparação Universal e Habilitação Magistério.

Este Estabelecimento de Ensino passou a denominar-se: Colégio Estadual Castelo Branco –

Ensino de 2o Grau.

Em 1996, por exigência da SEED-PR foi aderido ao PROEM, com a Res. N.º

4394/96, que determinou a cessação gradativa dos cursos de Magistério.

Em 1997, começa a reformulação do ensino de acordo com a Nova LDB, Lei n.º

9394/96. E em 1998, o Colégio Estadual Castelo Branco – Ensino de 2o Grau, passa a

denominar-se Colégio Estadual Castelo Branco - Ensino Médio. Neste ano, de acordo com

a Lei 9394/96, Parecer 15/98 e Resolução 03/98, é elaborada a proposta curricular do Curso

de Ensino Médio, que é implantada gradativamente a partir de 1999, com a cessação

gradativa do Curso de Educação Geral – Preparação Universal.

Iniciou-se em 1999, o curso de Ensino Médio com 374 alunos tendo sua conclusão

no ano de 2001.

Em 1996, iniciou a cessação gradativa do curso de Magistério. Em 1998, com o

Programa Expansão Melhoria e Inovação no Ensino Médio do Paraná – PROEM foi

construído, em convênio entre SEED e APM do Colégio Castelo Branco, tendo como

coordenadores na execução do projeto a diretora da escola Odila Salete Debona Biesek e o

presidente da APM, Sr. José Constantino, mais um bloco de alvenaria, onde funciona o

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Laboratório de Informática e Biblioteca. Foi feito também uma reforma geral nos dois

blocos, adequação dos ambientes e construção da quadra de esporte polivalente.

Em 1999, encerra-se definitivamente o Curso Profissionalizante de Magistério com a

formatura de 16 alunas.

Em 2002, um projeto em parceria com a Prefeitura Municipal, possibilitou a

cobertura da quadra de esportes.

No ano de 2007, através da Resolução nº3828/07 tem a renovação de

reconhecimento expedida pela SEED.

No ano de 2008 preocupados com a evasão e repetência no Ensino Médio,

principalmente do noturno, uma comissão formada por representantes da SEED, de NRES,

diretores APP e CEE, reuniram-se para tomada de decisões. Como subsidio foi usado

documentos enviados pelos educadores, resultado de estudos e discussões nas Escolas,

onde textos traziam questões para serem respondidas pelo coletivo da escola sobre as

possibilidades da inovação do Ensino Médio noturno. Estas respostas foram sistematizadas

e tabuladas servindo de subsidio para a nova proposta. E assim implantou-se no Estado do

Paraná o Ensino Médio Regular na organização por Blocos de disciplinas semestrais.

O Colégio Estadual Castelo Branco - Ensino Médio optou pelo Ensino Médio

Regular na organização por Blocos de Disciplinas Semestrais, e terá uma Matriz única de

implantação simultânea.

As disciplinas da matriz curricular estarão organizadas anualmente em dois Blocos

de Disciplinas Semestrais ofertados concomitantemente.

A carga horária anual da disciplina ficará concentrada em um semestre, garantindo o

número de aulas da matriz curricular, pois os blocos de disciplinas são ofertados de forma

concomitante nos dois semestres.

Cada Bloco de disciplinas devera ser cumprido em, no mínimo 100 dias letivos,

previstos no calendário escolar.

A matricula será semestral e obedecerá ao disposto na Deliberação nº09/01 – CEE.

O aluno terá garantia de continuidade de seus estudos quando concluir cada um dos blocos

de disciplinas.

A conclusão da série ocorrerá quando o aluno cumprir dos dois blocos de disciplinas

ofertados em cada série. Quando a conclusão da série ocorrer no 1º semestre do ano letivo,

o aluno poderá realizar a matricula na série seguinte, no 2º semestre do mesmo ano letivo.

Diretores que atuaram neste estabelecimento desde sua implantação:

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- Arlindo Alebrant - Resolução n.º 92.233/69 de 22/10/69

- Dejanira Alebrant - Resolução nº 282/76 de 13/02/76

- Celito Mattos - Resolução n.º 406/77

- Resolução n.º 348/80

- Resolução n.º 2689/83

- Eronita Maria Pastro Batista Vieira - Resolução n.º 5601/85 - 31/12/85

- Rui Maziero Dalmolin - Portaria n.º 466/71 - 02/02/71

- Resolução n.º 4882/87

- Portaria n.º 1078/88 - 01/02/88

- Verônica Strelow Matos - Resolução n.º 3423/89 - 02/01/90

- Resolução n.º 04393/93

- Roseli Teresinha Alves Biesek - Resolução n.º 02727/94 - 20/06/94

- Cleides Teresinha Fries Galvan - Resolução n.º 4016/94

- Resolução n.º 04693/96

- Odila Salete Debona Biesek - Resolução n.º 4.292/97 - D.O.E 20/01/98

- Seila Maria de Oliveira Dariva - Resolução nº 3069/2001- D. O. E. 31/01/02

- Seila Maria de Oliveira Dariva - Resolução nº 4254/2003 - D. O. E. 23/01/04

- Seila Maria de Oliveira Dariva - Resolução nº 58/2006 - D. O. E. 16/01/06

- Katia Biezus - Resolução nº 5909/2008 - D.O.E.24/12/2008

CONDIÇÕES FÍSICAS E MATERIAIS

Espaço físico

O Colégio Estadual Castelo Branco - Ensino Médio conta hoje com uma área

construída de 1.233m². São salas de aula, laboratório de Ciências, laboratório de

Informática, Biblioteca, sala dos professores, cozinha, secretaria, sala da Equipe

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Pedagógica e sala da Direção, banheiros, almoxarifado e quadra esportiva coberta. Conta

ainda com saguão coberto e possui uma área livre.

OFERTA DE CURSOS E TURMAS

Atualmente o Colégio funciona em três turnos – manhã, tarde e noite, e oferta o

Curso de Ensino Médio Regular por Blocos de Disciplinas semestrais e Curso de Formação

de Docentes da Educação Infantil e anos Iniciais do Ensino Fundamental, em nível Médio,

na Modalidade Normal. São 618 alunos no total.

No período da manhã, o Colégio disponibiliza de 8 turmas, divididas em dois Bloco;

Bloco1(um) oferece que as seguintes disciplinas, Biologia, Educação Física, Filosofia,

História, Língua Estrangeira Moderna, Língua Portuguesa. E o Bloco 2 (dois) que oferece

as seguintes disciplinas: Arte, Física, Geografia, Matemática, Sociologia, Química. O

Colégio disponibiliza aos alunos duas turmas de 1ª série, sendo, uma turma do Bloco 1(um)

e uma turma do Bloco 2(dois), três turmas de 2ª série sendo duas turmas do Bloco 1(um) e

uma turma do Bloco 2(dois) e três de 3ª série sendo uma turma do Bloco 1(um) e duas

turmas do Bloco 2(dois). O Colégio conta com 261 alunos devidamente matriculados neste

período.

O colégio disponibiliza ainda no período da tarde de duas turmas de 1ª série sendo

uma turma no bloco 1 (um) e outra turma no bloco 2 (dois), e duas turmas do curso de

Formação de Docentes da Educação Infantil e anos Iniciais do Ensino Fundamental, em

nível Médio, na Modalidade Normal, sendo uma turma de 1ª série com 31 alunos

matriculados e uma de 2ª série com 16 alunos matriculados. Sua implantação é gradativa e

segue a seguinte grade curricular: Base Nacional Comum: Língua Portuguesa e Literatura;

Arte; Educação Física; Matemática; Biologia; História; Geografia; Filosofia. Na Formação

Especifica: Fundamentos Históricos da Educação, Fundamentos Psicológicos da Educação,

Organização do Trabalho Pedagógico; Pratica de Formação (Estagio Supervisionado). Este

curso é profissionalizante e tem duração de quatro anos.

No período noturno, há 140 alunos matriculados, divididos em seis turmas. Duas

turmas de 1ª série, sendo, uma turma do Bloco 1(um) e uma turma do Bloco 2(dois), duas

de 2ª série, sendo, uma turma do Bloco 1(um) e uma turma do Bloco 2(dois) e duas de 3ª

série sendo, uma turma do Bloco 1(um) e uma turma do Bloco 2(dois).

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Oferta também no período noturno uma turma de Formação de Docentes da

Educação Infantil e anos Iniciais do Ensino Fundamental, em nível Médio, na Modalidade

Normal, com 16 alunos matriculados, uma tele sala do curso profissionalizante de

Secretariado - EAD do E-TEC-BRASIL, em parceria com a UTFPR, com duração de dois

anos, distribuídos em 8 horas semanais (4 horas presencial e 4 horas de laboratório), uma

turma de CELEM/Espanhol com 38 alunos matriculados e uma tele sala do curso

profissionalizante de Técnico em Administração - EAD do E-TEC-BRASIL, em parceria

com a UTFPR, com duração de 2 anos, distribuídos em 8 horas semanais (4 horas

presenciais e 4 horas de laboratório). (Ver quantidade d alunos matriculados)

Oferta ainda no período vespertino, sala de CAEDV (Centro de Atendimento

Especial de Deficientes Visuais/ com 16 h/a semanais, com 7 (sete) alunos matriculados

que são atendidos por professor especializado. E tendo como conteúdos trabalhados: AVAS

(Atividade da Vida Autônomo e Social), OM ( Orientação e Mobilidade), Braille, Sorobã,

Reeducação Visual e Trabalho Itinerante.

Os serviços educacionais ofertados para seus alunos têm base nos seguintes

princípios, emanados das Constituição Federal e Estadual e da Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional, Lei n.º 9394/96, de 20 de dezembro de 1996:

I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a

arte e o saber;

III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas;

IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância;

V - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;

VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;

VII - valorização do profissional da educação escolar;

VIII - gestão democrática do ensino público;

IX - garantia do padrão de qualidade;

X - valorização da experiência extra-escolar;

XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais. (Art. 2º)

O Ensino Médio Regular por Blocos de Disciplinas Semestrais, com

duração mínima de 3 anos: tem por finalidades:

I - a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino

fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;

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II - a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar

aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições

de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores;

III - O aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação

ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico;

IV - A compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos

produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina;

O Curso de Formação de Docentes da Educação Infantil e anos Iniciais do Ensino

Fundamental, em nível Médio, na Modalidade Normal com duração de 4 anos: tem

por finalidades:

I.– O “fazer e saber sobre o fazer” deverão ser elementos integrados ao processo de

formação dos alunos;

II.– Os saberes disciplinares não poderá ser independente dos saberes profissionais;

III.– Ao ensinar as disciplinas, os docentes deverão ter presente o compromisso com

aqueles conhecimentos, no sentido de que eles serão ensinados pelos futuros

professores das crianças de 0 a 10 anos de idade;

IV.– Os alunos deverão estar comprometidos com o processo de aprendizagem

porque estão se preparando para um trabalho especial que é a educação de

crianças;

V.– O núcleo fundamental da formação do professor pressupõe o domínio dos

conteúdos que serão objeto do processo ensino-aprendizagem e o domínio das

formas através das quais se realiza este processo.

O currículo deste Estabelecimento de Ensino foi elaborado observando o que

determina o Art. 36 da Lei 9394/96:

I – destaca a educação tecnológica básica, a compreensão do significado da ciência,

das letras e das artes; o processo histórico de transformação da sociedade e da cultura; a

língua portuguesa como instrumento de comunicação, acesso ao conhecimento e exercício

da cidadania;

II – adota metodologias de ensino e de avaliação que estimulam a iniciativa dos

estudantes;

III – inclui uma Língua Estrangeira Moderna como disciplina obrigatória;

Os conteúdos, as metodologias e as formas de avaliação são organizados de tal

forma que, ao final do Ensino Médio Regular na organização por Blocos de Disciplinas

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Semestrais, e do Curso de Formação de Docentes da Educação Infantil e anos Iniciais do

Ensino Fundamental, em nível Médio, na Modalidade Normal o educando demonstre:

I – domínio dos princípios científicos e tecnológicos que presidem a produção

moderna;

II – conhecimento das formas contemporâneas de linguagem;

III – domínio dos conhecimentos de Filosofia e Sociologia necessária ao exercício

da cidadania.

IV – O Curso de Formação de Docentes da Educação Infantil e anos Iniciais do

Ensino Fundamental, em nível Médio, na Modalidade Normal possui a carga horária

de 800 horas, e atende a Del. 010/99 do CEE;

V – Respeito à dignidade aos direitos das crianças, considerados suas diferenças,

sociais, econômicas, culturais, étnicas, religiosas;

VI – Direito das crianças de brincar, como forma particular de expressão,

pensamento, interação e comunidade infantil;

VII – Acesso das crianças aos bens socioculturais disponíveis ampliando o

desenvolvimento das capacidades relativas à expressão, à comunicação à integração

social, ao pensamento, à ética e a à estética;

VII – Socialização das crianças por meio de sua participação e inserção nas mais

diversificadas pratica e sociais, sem discriminação de espécie alguma;

VIII – Atendimento aos cuidados especiais associados à sobrevivência e ao

desenvolvimento de sua identidade;

IX – reconhecer que o conhecimento não se espelha na realidade, mas é resultado

ser desenvolvido no saber fazer próprio dos educadores e do educando;

A história do Colégio Estadual Castelo Branco – Ensino Médio é uma história de

luta, pois, desde sua criação vem enfrentando dificuldades quanto à falta de profissionais

em algumas áreas, a falta de recursos financeiros e materiais, entre outras.

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CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO

A região na qual se localiza o município de Itapejara D’Oeste/Pr é

predominantemente agrícola. Aproximadamente 50% dos alunos provém da área agrícola

ou são filhos de agricultores. Muitos moram fora da zona urbana, mas se locomovem

diariamente para trabalhar. Trabalham em fábricas de massas, jeans ou no Frigorífico local.

Os alunos, na grande maioria, se encontram na idade e série compatíveis, com faixa

etária entre 14 à 20 anos, poucos são aqueles que voltam a estudar depois de alguns anos

parados. São jovens, alegres e ativos totalizando 505 alunos matriculados, sendo que destes,

130 alunos utilizam-se de transporte escolar.

Grande parte dos alunos que freqüentam o Colégio Estadual Castelo Branco –

Ensino Médio apresentam dificuldades sócio-econômicas, com índices culturais e sociais

satisfatórios em relação ao nível nacional.

Não existe em nosso meio, diferenças acentuadas quanto à cultura e religião.

Predomina o Cristianismo, Igreja Católica.

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OBJETIVOS

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OBJETIVO GERAL

Garantir aos alunos o acesso e a permanência numa escola pública de qualidade

social, empenhada em criar condições materiais (objetivas e subjetivas), para a

compreensão e o discernimento de suas interações, com o mundo, interferindo e interagindo

nas relações sociais de produção em benefício do coletivo, na perspectiva das classes

populares.

O Ensino Médio Regular por Blocos de Disciplinas Semestrais e o Curso de

Formação de Docentes da Educação Infantil e anos Iniciais do Ensino Fundamental, em

nível Médio, na Modalidade Normal tem como principal objetivo proporcionar ao aluno

condições básicas para ter acesso ao saber sistematizado e historicamente acumulado,

necessários ao processo de tomada de consciência, à emancipação e à formação do cidadão,

permitindo assim, que o mesmo tenha condições de ser um cidadão critico podendo

participar ativamente na sociedade em que está inserido exercendo sua cidadania.

É pela via da escola que os sujeitos terão acesso ao conhecimento e a cultura

produzida historicamente, é por meio deles que esses sujeitos podem se entender como

parte determinante da historia.

A educação pública, em qualquer uma de suas esferas, federal, estadual ou

municipal, é regida por normas, parâmetros e currículos. No Estado do Paraná, nas

escolas públicas estaduais, são utilizados como documentos norteadores as Diretrizes

Curriculares da Educação Básica do Paraná. Estas são destinadas a apontar ao professor, à

equipe pedagógica e aos profissionais da educação luzes e também caminhos a seguir sobre

o fazer escolar, as disciplinas, os conteúdos, os materiais, enfim, oferecer modelos, eixos,

rumos para trabalho na escola. As DCE’s tem a finalidade de nortear o trabalho do

educador em sala de aula e garantir a apropriação do conhecimento pelos educandos. Os

princípios democráticos que fundamentaram a construção destas solicitam dos professores,

o engajamento para uma contínua reflexão sobre este documento, para que sua participação

crítica, constante e transformadora efetive um currículo dinâmico e democrático.

De acordo com a LDB 9394/96 as finalidades do Ensino Médio Regular em

Blocos de Disciplinas Semestrais e Curso de Formação de Docentes da Educação

Infantil e anos Iniciais do Ensino Fundamental, em nível Médio, na Modalidade

Normal são:

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•Consolidar e aprofundar o que foi aprendido no ensino fundamental;

•Formar sujeitos críticos e instrumentaliza-los para agir de forma consciente

sobre sua pratica social no sentido de cumprir e fazer cumprir os seus

direitos;

•Aprimorar o aluno como pessoa humana, através da formação ética, da

independência intelectual e do pensamento crítico;

•Propiciar a compreensão dos fundamentos da ciência e da técnica,

relacionando a teoria e a prática em cada disciplina;

•Preparar os futuros docentes para compreenderem o sentido da práxis, o

que significa dizer que a dimensão política torna-se a chave para a

compreensão do saber e do fazer educativo;

•Compreender a atividade humana numa dimensão crítica e consciente;

•Reconhecer que o conhecimento é o núcleo fundamental da práxis

pedagógica do professor.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

•1. Possibilitar ao educando o acesso ao conhecimento historicamente acumulado

permitindo que o mesmo tenha consciência do seu papel na sociedade em que

está inserido.

•2. Assegurar à todos a oportunidade de consolidação e aprofundamento dos

conhecimentos adquiridos nos níveis anteriores.

•3. Promover o desenvolvimento dos indivíduos envolvidos no processo de

educação de forma ampla e irrestrita, no mais pleno sentido da palavra.

•4. Oportunizar o exercício da cidadania, reforçando sempre os valores pregados

pela instituição: Responsabilidade, Igualdade, Justiça, Respeito e

Solidariedade.

•5. Construir um ambiente de trabalho e aprendizado baseado na superação das

desigualdades e no respeito ao ser humano e suas capacidades tão diversas.

•6. Criar um ambiente de reflexão e busca de aprimoramento constante em todas as

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áreas de trabalho e conhecimento.

•7. Buscar incessantemente melhorar a qualidade do ensino público respeitado as

normas vigentes.

•8. Integrar escola, família e comunidade, conscientizando sempre da importância

de lutar juntos pela melhoria da educação.

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MARCO

SITUACIONAL

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DESCRIÇÃO DA REALIDADE BRASILEIRA, DO ESTADO, DO

MUNICÍPIO E DA ESCOLA.

A sociedade atual vive processo de mudanças. É uma sociedade em crise, que busca

alternativas de desenvolvimento e crescimento econômico. O modelo capitalista existente, a

globalização, as políticas neoliberais provocam a desigualdade social, a má distribuição de

renda, promovendo a competitividade, o individualismo, o materialismo, e

consequentemente gera a pobreza (econômica, educacional, social, cultural). A dificuldade

de organização e união limita a luta pelos direitos fundamentais. Havendo necessidade de

se investir em Educação, despertar para a ação crítica e liderança.

Nos últimos anos o estado está investindo mais em políticas públicas e educacionais

contemplando a diversidade e visando a inclusão, tentando democratizar o ensino através

de cotas distribuídas para negros, índios e escolas públicas. A princípio são emergenciais,

mas não ideais, necessitando, portanto em longo prazo serem repensadas.

Em relação ao estado do Paraná, suas políticas públicas educacionais se diferenciam

pela valorização do profissional através de lutas coletivas, desenvolvem demais ações da

LDB 9394/96, porém a luta da educação continua por mudanças reais na sociedade.

Quanto ao aspecto social e cultural, a população constitui-se diversas etnias,

apresentando diversidades culturais e religiosas. As tradições específicas são restritas a

determinadas regiões, havendo no geral uma mistura devido à hegemonia das raças. Está

havendo modificação nos valores e costumes. Com a revolução urbana o aumento das

cidades e de habitantes acelera as desigualdades sociais e o problema da exclusão social, o

qual se concentra nas cidades como ocorre no resto do país necessitando de novos

paradigmas para enfrentar tal situação.

No que se refere à economia, o estado do Paraná encontra-se em fase de

industrialização, predominando ainda como base desta o setor agropecuário.

Em nível do Município de Itapejara D’Oeste, predomina na economia pequenas

propriedades com produção diversificada: agricultura, agropecuária, criação de aves,

ampliação de indústrias, agroindústrias e cooperativas.

Quanto à educação de Pré a 4ª série, esta é municipalizada e atende a maior parte da

clientela nesta faixa etária. Todos têm acesso à educação básica no ensino fundamental de

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primeira fase, atendendo todas as exigências da lei. As séries finais do Ensino Fundamental

são ofertadas nas escolas estaduais Irmão Isidoro Dumont e Carlos Gomes. O Colégio

Estadual Castelo Branco é o único no município a ofertar o Ensino Médio, disponibilizando

também os cursos de Formação de Docentes, CELEM (Centro de Estudos de Línguas

Estrangeiras Modernas/ Espanhol), E-TEC-BRASIL (Técnico em Secretariado e Técnico

em Administração) e CAEDV (Centro de Atendimento especial de Deficientes Visuais).

Para garantir o acesso daqueles que não tiveram oportunidade de estudar na fase escolar, o

município ofereça o sistema EJA.

ITAPEJARA D`OESTE

Descrição,Valor,Unidade

População estimada,11270,pessoas

Área da unidade territorial,25408,Km²

Eleitorado,7191,Eleitores

PIB per capita,12033,Reais

Matrícula - Ensino fundamental - 2009,1557,Matrículas

Matrícula - Ensino médio - 2009,454,Matrículas

Docentes - Ensino fundamental - 2009,85,Docentes

Docentes - Ensino médio - 2009,28,Docentes

Estabelecimentos de Saúde SUS,8,estabelecimentos

Nascidos vivos - registrados - lugar do registro,122,pessoas

Receitas orçamentárias realizadas - Correntes,1577559411,Reais

Despesas orçamentárias realizadas - Correntes,1158861188,Reais

Valor do Fundo de Participação dos Municípios - FPM,649456327,Reais

Número de unidades locais,353,Unidades

Pessoal ocupado total,2145,Pessoas

Fonte:IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

Recomendo pesquisar no site do IBGE = www.ibge.gov.br - cidades

O município é de base econômica agrícola e somada a atual realidade sócio-

econômica brasileira, a comunidade agrícola é a que mais vem sentindo os reflexos desta

situação, em razão disso, os nossos alunos estão se tornando cada vez mais carentes de

tudo.

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Nos primórdios de nossa escola, a clientela era formada de 10% alunos da zona

rural e 90% da zona urbana. Hoje, em virtude do transporte escolar e da necessidade do

estudo como uma alternativa para melhor padrão de vida, o estudante vê no estudo uma

porta aberta para uma vida melhor, isso cresceu tanto que hoje conseguimos 45% dos

jovens vindos do meio rural. Dos 55% dos alunos do meio urbano, 35% vêm da periferia.

O nível sócio-econômico e cultural de 45% de nossos alunos é regular e de 55% é

baixo. Quanto à religião 93,5% pertencem a religião Católica e 6,5% são de outras religiões

predominando a Evangélica.

Os principais problemas enfrentados pela maioria dos nossos alunos são a falta de

trabalho, falta de saneamento básico, falta de estímulo, família desestruturada, carência de

afetividade, falta de leitura, lazer.

O ensino recebido nas séries iniciais, da grande parte destes alunos, é muito fraco.

Faltam os conhecimentos básicos.

A colonização de Itapejara D´Oeste começou a despontar timidamente como

realidade no cenário nacional no final da década de 30, intensificada principalmente pelas

migrações de agricultores gaúchos e catarinenses, sendo a grande maioria descendentes de

imigrantes europeus, que escolheram esse local, que tinha seu primeiro nome oficial como

“Chá da Gralha”, sendo subordinada ao distrito da Coxilia Rica para desbravarem e

fixarem suas raízes. Posteriormente os moradores decidiram por mudar o estranho nome

inicial do lugarejo para Tapejara, sendo mudado logo em seguida para Itapejara, que

significa pedregulho ou caminho das pedras, sendo acrescentado em 1951 o termo D

´Oeste.

Desta forma, Itapejara D´Oeste foi descrevendo a sua trajetória ao longo dos anos,

sendo apelidada de Capital do Progresso. Atualmente Itapejara D´Oeste conta com uma

população total de aproximadamente 9.222 habitantes, distribuídos em cerca de 2.500

domicílios, assumindo nessa região do estado o 21º lugar em número de pessoas, tendo o

maior índice de crescimento demográfico regional: 0,7%. A realidade local é constituída

por um povo de classe média baixa, onde todos trabalham para a sobrevivência e um

possível progresso, cultivando o espírito de solidariedade.

A economia do município de Itapejara D´Oeste está baseada essencialmente na

produção agrícola, pecuária de leiteira de pequeno porte, e avicultura de corte dando inicio

a industrialização.

A agricultura produz milho, soja, feijão, trigo, além de outros em menor escala e

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produzidos para a própria subsistência.

Itapejara D´Oeste se destaca com médio produtor de aves de corte, integrado ao

grupo Sadia de Francisco Beltrão e Dois Vizinhos e agora com um abatedouro de aves no

próprio município do grupo Anhambi, também possui mercado no ramo de massas

atendendo todo o Sul do Brasil.

A suinocultura foi o sustentáculo da economia do município anos atrás e

continua sendo uma das atividades do nosso pequeno agricultor não de primeira ordem,

mas permitindo uma diversificação no meio rural, assim com a pecuária de leite que

garante uma renda mais uma alternativa de renda aos pequenos agricultores.

1. Promover a educação integral da criança e do adolescente.

2. Ministrar a educação básica sem distinção de cor, sexo, convicção religiosa ou classe

social dos educandos, observadas a legislação e as normas especificamente aplicáveis.

3. Proporcionar ambiente de convivência harmônica baseada no respeito mútuo em

todos os níveis do ambiente escolar.

4. Propiciar o desenvolvimento das potencialidades espirituais, cognitivas, perceptivo-

motoras, afetivas e culturais.

5. Oferecer ao educando a formação necessária para o exercício consciente e ético da

cidadania e da competente atividade profissional a ser escolhida, promovendo a

compreensão recíproca dos direitos e deveres dos participantes da comunidade

educativa e a valorização do respeito, da dignidade e das liberdades fundamentais do

ser humano.

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ANÁLISE DAS CONTRADIÇÕES E CONFLITOS PRESENTES NA PRÁTICA

DOCENTE: REFLEXÃO TEÓRICO-PRÁTICA

Realidade que temos e a que pretendemos:

A situação encontrada em nossa escola não condiz com os ideais de grandes

educadores, famílias e profissionais da educação.

A realidade que temos:

- Novas constituições familiares;

- Individualismo;

- Interesses capitalistas;

- Baixa auto-estima;

- Desmotivação.

A sociedade é mediadora do saber e da educação presente no trabalho concreto dos

homens, que criam novas possibilidades de cultura e de agir social a partir das condições

geridas pelo processo de transformação da base econômica.

Segundo Demerval Saviani, o entendimento do modo como funciona a sociedade

não pode se limitar às aparências. É necessário compreender as leis que regem o

desenvolvimento da sociedade. Obviamente que não se trata aqui de leis naturais, mas sim

de leis históricas, ou seja, de leis que se constituem historicamente.

Que tipo de sociedade deixa como legado estes 15 anos de hegemonia ideológica do Neoliberalismo? Uma sociedade heterogenia e fragmentada, marcada por profunda desigualdade de todo o tipo – classe, etnia, gêneros, religião etc. – que foram exarcebadas com a aplicação das políticas neoliberais. Uma sociedade dos “dois terços” ou uma sociedade “com duas velocidades” como costuma ser denominada na Europa, porque há um amplo setor social, um terço excluído e fatalmente condenado à marginalidade e que não pode ser “reconvertido” em termos laborais, nem inserir-se nos mercados de trabalho formais dos capitais desenvolvidos. Atílio Boron (1986)

Essa crescente fragmentação do social que potencializaram as políticas

conservadoras foi por sua vez reforçada pelo excepcional avanço tecnológico e científico e

seu impacto sobre o paradigma produtivo contemporâneo.

Inês B. de Oliveira diz que uma sociedade democrática não é, portanto, aquela na

qual os governantes são eleitos pelo voto. A democracia pressupõe uma possibilidade de

participação do conjunto dos membros da sociedade em todos os processos decisórios que

dizem respeito à sua vida (em casa, na escola, no bairro, etc.).

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Raul Pont no texto sobre democracia representativa e democracia participativa

conclui que nossa convicção funda-se no processo histórico que nos ensina que não há

verdades eternas e absolutas nas relações entre sociedade e o Estado e que estas se fazem e

se refazem pelo protagonismo dos seres sociais e que a busca de uma democracia

substantiva, participante, regida por princípios éticos de liberdade e igualdade social,

continua sendo um horizonte histórico, em suma, nossa utopia para a humanidade.

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MARCO

CONCEITUAL

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CONCEPÇÃO DE SOCIEDADE

As evidentes mudanças cientifico-tecnologicas, econômicas, sociais, políticas e

culturais ocorridas no mundo contemporâneo têm influenciado direta e indiretamente a

organização da sociedade que concretamente reflete em seus processos educacionais.

Em sincronia com essas mudanças, que já vem de outrora, a organização da

educação mediada por essas relações refletiu, em contextos históricos diferentes, formas de

desenvolvimento, gestão pedagógica e administrativa, buscando referências nos mais

variados espaços de composição social.

Diante disso, o próprio sentido da escola, sua função social e a natureza do trabalho educativo são questionados. E enquanto docentes, aparecemos sem iniciativa, “arredados ou deslocados pela força arroladora dos fatos, pela vertiginosa sucessão de acontecimentos que tornaram obsoletos os conteúdos e as praticas educativas.” (Péres Gómes, 1998).

E para que isso não aconteça é que precisamos entender claramente em que tipo de sociedade estamos inseridos.

Para Severino (1998), a sociedade é um agrupamento tecido por uma série de

relações diferenciadas e diferenciadoras. É configurada pelas experiências individuais do

homem, havendo uma interdependência em todas as formas da atividade humana,

desenvolvendo relações, instaurando estruturas sociais, instituições sociais e produzindo

bens, garantindo a base econômica e é o jeito especifico do homem realizar sua humildade,

sendo que:

“A sociedade configura todas as experiências individuais do homem, transmite-lhe

resumidamente todos os conhecimentos adquiridos no passado do grupo e recolhe as

contribuições que o poder de cada indivíduo engendra e que oferece a sua comunidade.

Nesse sentido a sociedade cria o homem para si”. (Pinto, 1994).

A sociedade é mediadora do saber e da educação presente no trabalho concreto dos

homens, que criam novas possibilidades de cultura e de agir social a partir das condições

geridas pelo processo de transformação da base econômica.

Segundo Demerval Saviani, o entendimento do modo como funciona a sociedade

não pode se limitar à aparência. É necessário compreender as leis que regem o

desenvolvimento da sociedade. Obviamente que não se trata aqui de leis naturais, mas sim

de leis históricas, ou seja, de leis que se constituem historicamente.

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Atílio Boron (1986) questiona que tipo de sociedade deixa como legado estes 15

anos de hegemonia ideológica do Neoliberalismo? Uma sociedade heterogênia e

fragmentada, marcada por profunda desigualdade de todo o tipo – classe etnia gêneros,

religião etc. – que foram exarcebadas com a aplicação das políticas neoliberais. Uma

sociedade dos “dois terços” ou uma sociedade “com duas velocidades” como costuma ser

denominada na Europa, porque há um amplo setor social, um terço excluído e fatalmente

condenado à marginalidade e que não pode ser “reconvertido” em termos laborais, nem se

inserir nos mercados de trabalho formais dos capitais desenvolvidos. Essa crescente

fragmentação do social que potencializaram as políticas conservadoras foi por sua vez

reforçada pelo excepcional avanço tecnológico e cientifico e seu impacto sobre o

paradigma produtivo contemporâneo.

Inês B. de Oliveira diz que uma sociedade democrática não é, portanto, aquela na

qual os governantes são eleitos pelo voto. A democracia pressupõe uma possibilidade de

participação do conjunto dos membros da sociedade em todos os processos decisórios que

dizem respeito à sua vida (em casa, na escola, no bairro, etc.).

Raul Pont no texto sobre democracia representativa e democracia participativa

conclui que nossa convicção funda-se no processo histórico que nos ensina que não há

verdades eternas e absolutas nas relações entre sociedade e o Estado e que estas se fazem e

se refazem pelo protagonismo dos seres sociais e que a busca de uma democracia

substantiva, participante, regida por princípios éticos de liberdade e igualdade social,

continua sendo um horizonte histórico, em suma, nossa utopia para a humanidade.

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CONCEPÇÃO DE HOMEM

O homem é um ser natural, tridimensional e bio-psico-social. Ele age na natureza

transformando-a segundo suas necessidades e para além delas. Nesse processo de

transformação, ele envolve múltiplas relações em determinado momento histórico, assim,

acumula experiências e em decorrência destas, ele produz conhecimentos. Sua ação é

intencional e planejada, mediada pelo trabalho, produzindo bens materiais e não-materiais

que são apropriados de diferentes formas pelo homem, conforme Saviani (1992):

“O homem necessita produzir continuamente sua própria existência. Para tanto,

em lugar de se adaptar a natureza, ele tem que adaptar a natureza a si, isto é,

transformá-la pelo trabalho.’

Considerando o homem um ser social, que atua e interfere na sociedade, que se

encontra com o outro nas relações familiares, comunitárias, produtivas e também na

organização política, garantindo assim sua participação ativa e criativa nas diversas esferas

da sociedade. O homem, como sujeito de sua história, segundo Santoro:

(...) é aquele que na sua convivência coletiva compreende suas condições existenciais transcende-as e reorganiza-as, superando a condição de objeto, caminhando na direção de sua emancipação participante da história coletiva compreende suas condições existenciais transcende-as e reorganiza-as superando a condição de objeto caminhando na direção de sua emancipação participante da história coletiva.

Partindo do pressuposto que o homem constitui-se um ser histórico, faz-se

necessário compreendê-lo em suas relações inerentes a natureza humana. O homem é, antes

de tudo, um ser de vontade, um ser que se pronuncia sobre a realidade.

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CONCEPÇÃO DE CONHECIMENTO

Conhecimento é uma atividade humana que busca explicar as relações entre os

homens e a natureza. Desta forma, o conhecimento é produzido nas relações sociais

mediadas pelo trabalho, haja vista ser por meio do trabalho que compreendemos a função

social da escola, nos mantém vivos, produzimos a riqueza e a nossa própria existência,

sendo assim as escolas capacitam ou podem capacitar jovens a adquirirem o conhecimento

que para maioria deles não pode ser adquirido em casa e na sua comunidade e para os

adultos em seu local de trabalho.

Na sociedade, o homem não se apropria da produção material de seu trabalho e nem

dos conhecimentos produzidos nestas relações porque o trabalhador não domina as formas

de produção e sistematização do conhecimento. Segundo Marx e Engels

a classe que tem à disposição os modos de produção material controla concomitante os meios de produção intelectual, de sorte que, por essa razão geralmente as idéias que carecem desses meios ficam subordinadas a ela (Frigotto,1993.)

Assim sendo, o conhecimento humano adquire diferentes formas: censo comum,

científico, teológico e estético, pressupondo diferentes concepções, muitas vezes

antagônicas que o homem tem sobre si, sobre o mundo e sobre o conhecimento.

O conhecimento pressupõe as concepções de homem, de mundo e das condições

sociais que o geram configurando as dinâmicas históricas que representam as necessidades

do homem a cada momento, implicando necessariamente nova forma de ver a realidade,

novo modo de atuação para obtenção do conhecimento, mudando, portanto a forma de

interferir na realidade. Essa interferência traz conseqüências para a escola, cabendo a ela

garantir a socialização do conhecimento que foi expropriado do trabalho nas suas relações.

E, conforme Veiga, um passo para isso é a construção coletiva do projeto político da escola.

“O conhecimento escolar é dinâmico e não uma mera simplificação do

conhecimento científico, que se adequaria à faixa e aos interesses dos alunos”. Dessa

forma, o conhecimento escolar é resultado de fatos, conceitos, e generalizações, sendo,

portanto, o objeto de trabalho do professor.

O conhecimento não ocorre individualmente. Ele acontece no social gerando

mudanças internas e externas no cidadão e nas relações sociais, tendo sempre uma

intencionalidade.

A Pedagogia Histórico-Crítica defende a síntese entre qualidade-quantidade, o

trabalho com conhecimentos significativos, o uso de métodos mais adequados que

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estimulem a iniciativa dos alunos e professores, e que levem em conta os interesses e

necessidades dos alunos, além de seus ritmos de aprendizagem. Enfim, deve-se facilitar

ao máximo o processo transmissão-assimilação, permitindo a construção de

conhecimentos significativos.

CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO E ESCOLA

Sendo a educação uma prática social, uma atividade específica dos homens,

situando-os dentro da história – ela não muda o mundo, mas o mundo pode ser mudado

pela sua ação na sociedade e nas suas relações de trabalho.

Na opinião de Saviani (1992, p.19), “educação é um fenômeno próprio dos seres

humanos, significa afirmar que ela é, ao mesmo tempo, uma exigência do e para o processo

de trabalho. Bem como é ela própria, um processo de trabalho”.

Segundo Pinto (1994) a educação é um processo histórico de criação do homem

para a sociedade e simultaneamente de modificação da sociedade para benefício do homem.

Vista como processo de desenvolvimento da natureza humana, a educação tem suas

finalidades voltadas para o aperfeiçoamento do homem que dela necessita para constituir e

transformar a realidade.

Considerando a educação em sentido lato, podemos afirmar que ela envolve todas

as instâncias sociais. Uma delas é a escola, que tem como função social garantir o acesso a

todos os saberes científicos produzidos pela humanidade. Nereide Saviani afirma que "a

ciência merece lugar destacado no ensino como meio de cognição e enquanto objeto de

conhecimento", ou seja, ao mesmo tempo em que eleva o nível de pensamento dos

estudantes, permite-lhes o conhecimento da realidade, ampliando sua capacidade de

descobrir, criar, criticar, transformar a realidade. É o local onde o aluno deve se sentir feliz,

alegre, criar responsabilidade para viver e conviver se tornar um cidadão, construindo uma

nova sociedade, através das relações sociais e solidárias. A escola deve dar condições para

que a criança tenha uma formação humana, e sua função é garantir educação aos estudantes

para se tornarem autores e senhores de suas vidas, para que eles possam decidir, pensar e

tornar-se livres, responsáveis, autônomos e emancipados.

Pensar numa educação emancipadora, que busca a transformação da realidade, o

conhecimento deve ser visto como um processo, como produção; é a construção do saber.

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Se o objeto do trabalho pedagógico é o conhecimento como construção, a função e o

objetivo do ato pedagógico é a ampliação do saber dos educandos sobre determinada

realidade. O “conteúdo”, as informações ou o saber “historicamente acumulado pela

humanidade” devem ser trabalhados (e não “assimilados”) no ato pedagógico. No confronto

entre o saber da humanidade, o educando amplia o seu saber, e constrói capacidades e

aptidões sociais, afetivas e cognitivas. O importante é que o estudante compreenda o

contexto, construa seu dizer e desenvolva seu raciocínio lógico e criativo para participar

ativamente da vida social. O ato pedagógico centrado no conhecimento como construção é,

por exigência, interativo, interpessoal, participativo e democrático. Nessa concepção

emancipadora, a aprendizagem na escola busca a transformação da realidade, o

conhecimento passa a ser fruto de uma construção coletiva, e, assim, o professor é mais do

que um mero "ensinante", e o processo ensino aprendizagem adquire movimento de troca

mútua. É a dialética da sala de aula. Nessa percepção, como Paulo Freire tão bem desvelou,

o processo de ensino-aprendizagem é uma seta de mão dupla: de um lado, o professor

ensina e aprende e, de outro, o estudante aprende e ensina, num processo dialético, isto é,

permeado de contradições e de mediações.

Todo conhecimento, na medida em que se constitui num sistema de significação, é

cultural. Além disso, como sistema de significação, “todo conhecimento está estreitamente

vinculado com relações de poder”. (TOMASTADEU, 1999). Toda a organização

curricular, por sua natureza e especificidade precisa completar várias dimensões da ação

humana, entre elas a concepção de cultura. “Na escola em sua prática, há necessidade da

consciência de tais diversidades culturais, especialmente da sua função de trabalhar as

culturas populares de forma a levá-los à produção de uma cultura erudita, como afirma

Saviani”, a mediação da escola, instituição especializada para operar a passagem do saber

espontâneo ao saber sistematizado, da cultura popular à cultural erudita; assume um papel

político fundamental. (SAVIANI, apud, Frigotto,1994 p, 189).

Respeitando a diversidade cultural e valorizando a cultura popular e erudita, cabe a

escola aproveitar essa diversidade existente para fazer dela um espaço motivador aberto e

democrático.

O século XXI traz profundas marcas das desigualdades sociais que se expressam

através da miséria, calamidades sociais, na fome que aflige milhões de seres humanos e na

grande riqueza de poucos.

A escola ocupa um lugar de destaque no contexto das instituições capazes de

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contribuir para mudar essa realidade. Por isso, deve-se trabalhar a reflexão, a investigação e

as possibilidades de mudanças, a partir de temas contemporâneos que geram impactos na

qualidade de vida das pessoas: a promoção da saúde; a ética como princípio das relações

sociais; a cidadania como base no conhecimento de direitos sociais; o usufruto ambiental, a

defesa da vida, como garantia da condição humana; a pluralidade cultural do gênero

humano, os impactos sociais advindos da tecnologia.

Esses são apenas alguns temas, entre tantos outros possíveis de reflexão, debate e

ação na consolidação de uma qualidade social de vida para todos. Todavia, são temas que

precisam ser traduzidos para uma linguagem discursiva que garantam a todos os

freqüentadores da escola o amplo acesso e domínio das questões que abordam. Assim,

trata-se de uma garantia de direitos a cidadania.

A escola, como instituição social, que tem como função a democratização dos

conhecimentos produzidos historicamente pela humanidade, é um espaço de mediação

entre sujeito e sociedade. Compreender a escola como mediação significa entender o

conhecimento como fonte para efetivação de um processo de emancipação humana e, logo,

de transformação social. O que implica em ver o papel político da escola atrelado ao seu

papel pedagógico e, mais dimensionar a prática pedagógica, em todas suas características e

determinantes com intencionalidade e coerência, o que transparece um compromisso

político ao garantir que o processo de ensino aprendizagem esteja a serviço da mudança

necessária.

Contudo, a escola tem assumido um papel que não pertence a ela, tendo a obrigação

de resolver os problemas econômicos, sociais, ambientais, de transito, de saúde, de

violência, entre tantos outros que não são de sua alçada, problemas esses, que não foram

criados por ela, mas que nela desembocam. Com isso, a escola acaba se ocupando de uma

função que não é especificamente sua, correndo risco de não dar conta de realizar seu papel

por essência que é o de ensinar. As famílias estão se isentando cada vez mais da educação

dos filhos onerando assim o trabalho da escola, para a qual está sendo delegada grande

parte da responsabilidade sobre os filhos, com isso ocorre uma sobrecarga no ambiente

escolar, tornando o trabalho um tanto ineficiente.

O papel da escola é mediar o conhecimento entre o aluno e a realidade, se

preocupando com a formação de habilidades e convicções, tornando os alunos críticos e

portadores de opinião, ou seja, os pontos de partida e chegada apontam sempre à mesma

direção e o processo educativo é sempre a prática social.

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CONCEPÇÃO DE ENSINO-APRENDIZAGEM

É preciso que no processo de ensino-aprendizagem haja uma mudança, que consiste

em ter uma visão dialética/pedagógica, ou seja, que o educador e o educando sejam uma via

de mão dupla, onde todos ensinam e todos aprendem, numa construção coletiva do

conhecimento.

Ao se tratar de uma escola em que o educador apenas transmite o conhecimento, o

objetivo se restringe apenas à manutenção da realidade, já que é o educador é que detém o

conhecimento e o transmite.

Como a dialética/pedagógica já se instalou e o objetivo da atual proposta educativa

brasileira é de transformação histórica através do resgate de valores culturais, políticos,

sociais e científicos.

A Secretaria de Estado da Educação do Paraná, através das DCEs, propõe que o

currículo da educação básica ofereça, ao estudante a formação necessária para o

enfrentamento com vista a transformação da realidade social econômica e política do seu

tempo.

Essa ambição remete as reflexões de Gramsci em sua defesa de educação na qual o

espaço de conhecimento, na escola, deveria equivaler a idéia de atelier-biblioteca-oficina,

em favor de uma formação, a um só tempo, humanista e tecnológica. A produção científica,

as manifestações artísticas e o legado filosófico da humanidade, como dimensões para as

diversas disciplinas do currículo, possibilitam o trabalho pedagógico que aponte na direção

da totalidade do conhecimento e sua relação com o cotidiano.

Com isso, entende-se a escola com o espaço do confronto e diálogo entre os

conhecimentos sistematizados e os conhecimentos do cotidiano popular. Essas são as fontes

sócios- históricos do conhecimento em sua complexidade. O conhecimento científico

através do tempo foi se desvinculando do pensamento teocêntrico e os saberes necessários

para explicar o mundo ficaram a cargo do ser humano, quem implicaria a natureza por meio

de leis, princípios, teorias, sempre na busca de uma verdade expressa pelo método

cientifico.

A dimensão filosófica do conhecimento não desapareceu como desenvolvimento da

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razão cientifica. Ambos caminharam no século XX, quando se observou a emergência dos

métodos próprios para as ciências humanas, que se emanciparam as ciências naturais.

Assim, as dimensões filosóficas e cientificas transformaram a concepção de ciências ao

incluírem o elemento da interpretação ou significação que os sujeitos dão as suas ações – o

homem torna-se, ao mesmo tempo objeto e sujeito do conhecimento.

São as dimensões filosóficas e humanas do conhecimento que possibilitam aos

cientistas perguntar sobre as implicações de sua produção cientifica. Assim, pensamento

científico e filosófico constituem dimensões do conhecimento que não se confundem, mas

não se devem separar.

A Pedagogia-Historico-Critica nasceu das necessidades postas pelas praticas de

muitos educadores, pois as pedagogias tradicional, nova e tecnicista não apresentavam

caracteristicas historicizadoras; faltava-lhes a consciência dos condicionantes históricos

sociais da educação (SAVIANI,2007), portanto e na realidade escolar que se realiza essa

proposta pedagógica. Esta pedagogia tem por objetivo resgatar a importância da escola, a

reorganização do processo educativo, ressaltando o saber sistematizado, a partir do qual se

define a especificidade do saber escolar.

A Pedagogia-Historico-Critica tem grande relevância para e educação brasileira,

pois evidencia em seu método diferenciado de trabalho, especificando-se por passos que

são imprescindíveis para o desenvolvimento do educando: Pratica Social Inicial;

Problematização; Instrumentalização; Catarse e Pratica Social Final. Esse método de ensino

visa estimular a atividade e a iniciativa do professor; favorecer o dialogo dos alunos entre si

e com o professor, valorizando a cultura acumulada historicamnete, levar em conta o

interesse dos alunos, os ritmos de aprendizagem e o desenvolvimento psicologico, sem

perder de vista a sistematização lógica dos conhecimentos, sua ordenação e graduação para

efeitos do processo de transmissão-assimilação dos conteúdos cognitivos.

Os fundamentos que embasam essa teoria são: a interpretação da realidade; a visão

de mundo; a pratica articulada a teoria; a materialidade e a concreticidade. O professor deve

superar o senso comum que está arraigado no ambiente educacional, terá que fazer uma

reflexão teórica para chegar a consciência filosófica, partindo do conhecimento da realidade

empírica da educação; e por meio de estudos de teoria, movimento de pensamento,

abstrações; chegar a realidade concreta da educação, realidade educacional plenamente

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compreendida.

Sendo assim, o ensino e aprendizagem tem como finalidade a formação humana

completa numa perspectiva histórica, de superação das necessidades em busca da

emancipação plena (RIBEIRO, 2001).

A partir disso, a nossa escola se propõem a realizar as mudanças necessárias para

que, ao fim, seja satisfatório, ver a formação de cidadãos capazes e críticos, para isso possui

uma postura metodológica que envolve um relacionamento forte, afetivo com o aluno,

numa ação em que o grupo está compromissado com a construção do conhecimento e com

o professor que divide essa construção em seu contato com eles. A aula é um momento em

que a problematização criada gera inquietação, e esta, desencadeia o questionamento:

experimentando, ampliando as informações e sistematizando os seus conhecimentos.

“Para a Pedagogia Histórico-Crítica, a educação é o ato de produzir, direta e intencionalmente, em cada indivíduo singular, a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos homens.”(SAVIANI, 2005)

CONCEPÇÃO DE CIDADANIA

A cidadania é um processo histórico-social que capacita a massa humana a forjar

condições de consciência pessoal e social e de reconhecimento desse processo em termos

de direitos e deveres. A realização se faz através de lutas contra as discriminações, da

abolição de barreiras segregativas entre indivíduos e contra as opressões e os tratamentos

desiguais, ou seja, pela extensão das mesmas condições de acesso às políticas públicas e

participação de todos nas tomadas de decisões. É condição essencial de cidadania,

reconhecer que a emancipação depende fundamentalmente do interessado, uma vez que

quando a desigualdade é somente confrontada na arena pública, reina a tutela sobre a

sociedade, fazendo-a dependente dos serviços públicos. No entanto ser ou estar interessado

não dispensa apoio, pois os serviços são sempre necessários e instrumentais.

A construção da cidadania e de uma cultura baseada em direitos sociais e políticos

constituem, hoje, um dos problemas mais cruciais para o processo de democratização do

Brasil. Aí estão envolvidas questões não apenas de fatores sociais, capazes de criação de

esferas públicas e democráticas. Os cidadãos, numa democracia não apenas são titulares de

direitos estabelecidos, existindo possibilidade de expansão, de criação de novos direitos. "O

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processo não se dá num vazio; a cidadania exige instituições, mediações e comportamentos

próprios, constituindo-se na criação de espaços sociais de luta e na definição de instituições

permanentes para a expressão política”.

A escola é a instituição de projetos educacionais. È uma instância articuladora e

mediadora de dois projetos; o político da sociedade vigente e o pessoal dos sujeitos

envolvidos na educação. São nesses projetos que se consideram a formação da cidadania

como fundamental para a consolidação democrática. A gestão democrática supõe práticas

escolares democráticas que preparem para a cidadania, e se assim não for, o discurso é

vazio.

O grande desafio histórico é dar condições ao povo brasileiro de se tornar cidadão

consciente, organizado e participativo do processo de construção político social e cultural.

Aprender a ser cidadão e cidadã é, entre outras coisas, aprender a agir com respeito,

solidariedade, responsabilidade, justiça, não-violência; aprender a usar o diálogo nas mais

diferentes situações e comprometer-se com o que acontece na vida coletiva da comunidade

e do País. Esses valores e essas atitudes precisam ser aprendidos e desenvolvidos pelos

estudantes e, portanto, podem e devem ser ensinados na escola.

CONCEPÇÃO DE TRABALHO

O trabalho é uma atividade que está “na base de todas as relações humanas, condicionando e determinando a vida. É (...) uma atividade humana intencional que envolve forma de organização, objetivando a produção dos bens necessários à vida” (Andery, 1998).

Nesta perspectiva, o trabalho é entendido como ação intencional, assim, o homem

em suas relações sociais, dentro da sociedade capitalista, produz bens. Porém, é preciso

compreender que o trabalho não acontece de forma tranquila, estando sobrecarregado pelas

relações de poder.

Quando produz bens, estes são classificados em matéria ou não matérias. Os bens

materiais são produzidos para posterior consumo, gerando o comércio. Já nos bens não

materiais como a produção e o consumo, acontece simultaneamente no trabalho educativo o

fazer e o pensar. Esses se entrelaçam dialeticamente e é nesta dimensão que está posto a

formação do homem.

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Ao consideramos o trabalho uma práxis humana, é importante o entendimento de

que o processo educativo é um trabalho não material, uma atividade intencional que

envolve formas de organização necessárias para a formação do ser humano.

O conhecimento como construção histórica é matéria-prima (objeto de estudo) do

professor e do aluno, que indagando sobre o mesmo irá produzir novos conhecimentos,

dando-lhes condições de entender o viver, propondo modificações para a sociedade em que

vive, permitindo “ao cidadão-produtor chegar ao domínio intelectual do técnico e das

formas de organização social sendo, portanto, capaz de criar soluções originais para

problemas novos que exigem criatividade, a partir do domínio do

conhecimento”(kuenzer,1985).

Na verdade, todo sistema educacional se estrutura a partir da questão do trabalho, pois o trabalho é a base da existência humana, e os homens se caracterizam como tais na medida em que produzem sua própria existência, a partir de suas necessidades. Trabalhar é agir sobre a natureza, agir sobre a realidade, transformando-a em função dos objetivos, das necessidades humanas. A sociedade se estrutura em função da maneira pela qual se organiza o processo de produção da existência humana, o processo de trabalho.

(Saviani, 1986, p. 14)

CONCEPÇÃO DE TECNOLOGIA

Sobre tecnologia, Noble assinala que se criou uma redoma falaciosa em torno do

verdadeiro propósito e natureza da mesma. Segundo o autor,

esta é vista como se tivesse vida própria, independente das intenções sociais, poder e privilégio. Examinamos a tecnologia como se fosse algo que mudasse constantemente, e que constantemente, provocasse alterações profundas na vida das escolas. Decerto que isto é parcialmente verdade. No entanto, se nos debruçarmos sobre o que tem vindo a mudar podemos incorrer no erro de não questionar quais as relações que permanecem inalteradas. Dentre estas, as mais importantes são as desigualdades econômicas e culturais que dominam a nossa sociedade (Noble,1934).

Segundo Cristina Gomes Machado (2002), o processo educativo há de se resolver

capaz de sistematizar a tendência à inovação solicitando o papel criador do homem. É

preciso implementar no sistema educacional, uma pedagogia mediante a qual não apenas se

reforma o ensinamento, mas que também se facilite a aprendizagem.

A tecnologia tem um impacto significativo não só na produção de bens e serviços,

mas também no conjunto de relações sociais e nos padrões culturais e vigentes.

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A LDB, Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9394/96, ao propor a formação

tecnológica como eixo do currículo assume, segundo KURGER (2000), a concepção que

aponta como a síntese, entre o conhecimento geral e o específico, determina novas formas

de colecionar, organizar e tratar metodologicamente os conteúdos.

A tecnologia deve ser entendida como uma ferramenta sofisticada e alternativa no

contexto educacional, pois a mesma pode contribuir para o aumento das desigualdades, ou

para inserção social se vista como uma forma de estabelecer mediações entre o aluno e o

conhecimento em todas as áreas.

Para Paraskeva (2001), “Urge pois, continuar a lutar pela escolarização como um

bem público contra a domesticação política que tem inflamado o debate educativo

contribuindo para a educação em geral e o currículo”.

CONCEPÇÃO DE CIÊNCIA

A ciência nasce da necessidade de explicar os fatos observados de forma

sistematizada utilizando métodos.

Para Andery (1980), “a ciência é uma das formas do conhecimento produzido pelo

homem no decorrer de sua história. Portanto, a ciência também é determinada pelas

necessidades materiais do homem em cada momento histórico, ao mesmo tempo em que

nela interfere”.

Dependendo de como se concebe o mundo, o homem e o conhecimento será a

concepção da ciência.

No decorrer da história, a ciência está sempre presente para produzir ou transformar.

Na sociedade capitalista o conhecimento científico é produzido de forma desigual,

estando a serviço de interesses políticos, econômicos e sociais do processo histórico, não

atingindo a totalidade da população.

A escola tem a função social de garantir o acesso de todos aos saberes científicos

produzidos pela humanidade. Nereide Saviani afirma que “a ciência merece lugar destacado

no ensino como meio de cognição e enquanto objeto de conhecimento”, ou seja, ao mesmo

tempo em que eleva o nível de pensamento dos estudantes, permite-lhes o conhecimento da

realidade, o que é indispensável para que não apenas conheçam e saibam interpretar o

mundo em que vivem, mas com isso saibam nele atuar e transformá-lo.

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CONCEPÇÃO DE INCLUSÃO

Quanto a inclusão, o grande desafio é de criar mecanismos que permitam aos

alunos, com necessidades especiais, se integrarem com sucesso educacionalmente,

socialmente e emocionalmente com seus colegas e professores . É preciso que a escola

tenha profissional qualificado e específico para dar suporte, acompanhamento e orientação

ao próprio educando. A inclusão educacional para efetivar-se necessita do suporte da

Educação Especial, incluindo a implantação e /ou implementação de uma rede de apoio tais

como: psicólogo, fonoaudiólogo, psicopedagogo.

No espaço físico do colégio é necessário realizar adaptações, de rampas no pátio

que dá acesso aos corredores e às salas de aulas, banheiros. Sabemos que é necessário para

atender a deficiência física, visual e auditiva onde todas merecem um projeto especial para

lidar com a inclusão, mas estes seriam os casos que necessitam do acompanhamento

profissional já que no Paraná, a Deliberação nº 02/03 - CEE fixa normas para a educação

Especial, na modalidade básica, no contexto inclusivo, preferencialmente.

São destacados, no conhecimento dos professores e equipe pedagógica, que a

terminologia necessidades educacionais especiais pode ser atribuída a diferentes grupos de

educandos, desde aqueles que apresentam deficiências permanentes até aqueles que, por

razões diversas, fracassam em seu processo de aprendizagem escolar. A inclusão desses

alunos é destacada através do trabalho pedagógico que os professores realizam em sala de

aula, destacando certas habilidades e valorizando o educando independentemente de sua

classe social, etnia, raça, religião etc.

Para incluir um aluno com características diferenciadas criamos

mecanismos que permitam, com sucesso, que ele se integre educacionalmente,

socialmente e emocionalmente com seus amigos de sala e professores e com os

objetos do conhecimento da cultura. Promovendo dessa forma um processo de

inclusão responsável e cidadã.

O Projeto Político Pedagógico é um instrumento necessário para a ação e

transformação da e na escola. Para tanto, deve promover a ação coletiva voltada para a

inclusão e diversidade, possibilitando assim a formação de pessoas criticas capazes de

mobilizarem-se na sociedade de forma a garantir o reconhecimento de sua cidadania.

A elaboração de um PPP inclusivo deve assegurar educação escolar que propicie

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respostas educacionais a todos os alunos inclusive aqueles que apresentam Deficiência,

Transtornos Globais do Desenvolvimento e Altas Habilidades, atendidos pela Educação

Especial. Os alunos com necessidades educacionais especiais devem ser inseridos,

preferencialmente, na escola regular com o currículo adaptado para atender as suas

necessidades individuais e as necessidades gerais da classe. A rede regular de ensino deve

prever a rede de apoio à inclusão, no espaço físico da escola ou em espaços o mais próximo

possível da mesma, onde o aluno receba o atendimento educacional especializado, sempre

que necessário.

No PPP, também que deve estar contempladas as populações que são vitimas de

discriminação, tais como, os indígenas, os afro-descendentes, quilombolas, homossexuais,

jovens, adultos e idosos analfabetos, entre tantos outros que sofrem com a discriminação da

sociedade. É obrigação da escola, garantir no PPP e nas suas ações diárias a inclusão destes.

Fazer valer o direito à educação para todos não se limita a cumprir o que está na lei ou aplicá-la, sumariamente, às situações discriminadoras. O assunto merece um entendimento mais profundo da questão de justiça. A escola justa e desejável para todos não se sustenta unicamente no foto de os homens serem iguais e nascerem iguais. Para Bobbio, a igualdade natural não tem um significado unívoco, mas tantos quantas forem as respostas às questões “Igualdade entre quem? Igualdade em que?”. A extensão desse valor, portanto, precisa ser considerada, para não entendermos que todos os homens sejam iguais em tudo! (MANTOAN, 2006, pág.16)

Conforme o decreto nº 3298, de 20 de dezembro de 1999, artigo 24, parágrafo 1º.

Estende-se um processo educacional definido em uma proposta pedagógica assegurando

um conjunto de recursos e serviços educacionais especiais organizadas institucionalmente

para complementar, suplementar, em alguns casos, substituir os serviços educacionais

comuns, de modo a garantir a educação escolar e promover o desenvolvimento das

potencialidades dos educandos que apresentam necessidades especiais, em todos os níveis,

etapas e modalidades da educação (Mazzotta).

CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO

A Lei nº 9394/96 – LDB determina a recuperação paralela, a progressão parcial e a

obrigatoriedade dos profissionais da educação em participar da elaboração da proposta

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pedagógica da escola.

Frente a esses novos desafios educativos, introduzidos com a LDB, a função da

escola muda e a prática pedagógica passa a ver professor e aluno como parceiros no

processo ensino-aprendizagem.

De acordo com Vasconcelos, 1994, “A avaliação escolar é, antes de tudo, uma

questão política, ou seja, está relacionada ao poder, aos objetivos, as finalidades, aos

interesses que estão em jogo no trabalho educativo. A avaliação deve acompanhar a

aprendizagem do aluno e diagnosticar as causas que interferem no processo de forma

positiva ou negativa e, a partir do diagnostico, reorientar as ações que compõe o trabalho

pedagógico”.

Sendo assim, pode-se dizer que a avaliação é parte integrante do planejamento do

processo de ensino-aprendizagem e apresenta três funções:

1- Função Diagnóstica

Deve investigar o conhecimento prévio e as experiências que o aluno já tem, bem

como os pré-requisitos básicos para a aquisição de um novo saber. Permite ainda identificar

progressos e dificuldades de alunos e professores diante do objetivo proposto.

2- Função Formativa

Tem por finalidade maior propiciar ao professor e ao aluno uma retomada dos

objetivos durante o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem. Deve dar chance

aos envolvidos (professor / aluno) de correção nas falhas, esclarecimentos de dúvidas e

estímulo para a continuação do trabalho. Proporciona também ao professor informações

sobre o desenvolvimento do trabalho, se os métodos e os materiais usados são adequados,

comunicação maior com o educando e adequação da linguagem utilizada.

3- Função Somativa

Esta função tem o propósito de oferecer subsídios para o registro das informações

referentes ao desenvolvimento do aluno.

Como a função somativa da avaliação visa proporcionar uma medida que poderá ser

expressa em números, nota ou conceito sobre o desempenho do educando, a mesma deve

acontecer ao final de cada bimestre ou ainda no final do ano letivo, por ocasião do

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Conselho de Classe, visto que esta avaliação é que tornará o diálogo mais objetivo entre os

professores.

Esse tipo de avaliação considerará tudo aquilo que foi observado na função

diagnóstica e formativa. Portanto, é preciso que fique bem claro que provas, testes,

trabalhos e pesquisas são instrumentos utilizados na avaliação para se obter informações e

estabelecer medidas não podendo ser identificados como PROCESSO DE AVALIAÇÃO.

4 - Função qualitativa

É aconselhável que o docente utilize durante o processo de avaliação, nas suas

diversas funções, vários instrumentos diferentes, porque alguns alunos apresentam uma

maior dificuldade com este ou aquele instrumento.

Podemos concluir que a avaliação é apenas mais um componente do processo

ensino-aprendizagem, que tem como propósito recolher informações que possam

possibilitar uma co-relação entre os dados obtidos e os objetivos propostos, a fim de que o

docente possa verificar o desenvolvimento do aluno em relação ao trabalho executado,

orientando-o para as etapas seguintes.

A Instituição adota o sistema de avaliação previsto pela Lei 9394/96.

Partindo disso, quanto maior for a amostragem, mais perfeita é a avaliação. Todos

os recursos disponíveis devem ser utilizados para a obtenção dos dados.

A avaliação deve ser constante e contínua; as verificações podem ser informais ou

não, trabalhos, exercícios, seminários, debates, dinâmicas, observação, estudo de caso,

aplicação de provas, pesquisas dirigidas e outras. É importante também que o aluno

conheça suas dificuldades para poder afirmar seus acertos. Isso garante a eficácia da

avaliação.

As técnicas e instrumentos selecionados para avaliar devem, também, estar

adequados aos métodos e procedimentos usados no ensino.

O professor terá liberdade em sua disciplina para escolher os instrumentos de

avaliação e se a média, dentro da sua matéria, será feita de forma somatória ou aritmética,

porém o docente deve ter registrado em seu controle, no mínimo, três avaliações de cada

aluno.

Uma vez que a avaliação envolve, tanto a aprendizagem significativa do aluno

quanto a avaliação da própria ação do professor, é possível estabelecer uma relação a partir

da própria reorganização do conselho de classe, a qual deve ter como princípios básicos, a

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autoavaliação do professor, a qual consiste na tomada de consciência da sua própria ação,

de suas limitações e acertos; a autoavaliação da equipe pedagógica, que, ao fazer uma

analise da sua atuação e sobre as reais condições de trabalho que a escola oferece, busca

ajudar os professores a superar as dificuldades apresentadas, reorganizando o trabalho

pedagógico; a analise pedagógica das turmas, a qual não pode ser superficial, restringindo-

se a características como indisciplina e desinteresse. É necessário levar em conta os vários

fatores que influenciam positiva ou negativamente a aprendizagem dos alunos, tais como

seu contexto de vida, a metodologia utilizada pelo professor, os instrumentos de avaliação,

as relações que se estabeleceram em sala de aula entre outros.

O ato de avaliar não pode ser entendido como um momento final do processo em

que se verifica o que o aluno alcançou. A questão não está, portanto, em tentar uniformizar

o comportamento do aluno, mas em criar condições de aprendizagem que permitam

a ele, qualquer que seja seu nível, evoluir na construção de seu conhecimento.

A avaliação tem um significado muito profundo, à medida que oportuniza a todos os

envolvidos no processo educativo momentos de reflexão sobre a própria prática. Através

dela, direciona o trabalho, privilegiando o aluno como um todo, como um ser social com

suas necessidades próprias e também possuidor de experiências que devem ser valorizadas

na escola. Devem ser oportunizados aos alunos os conhecimentos historicamente

acumulados pela humanidade.

Nesse sentido, faz-se necessário redimensionar a prática de avaliação no contexto

escolar. Então, não só o aluno, mas o professor e todos os envolvidos na prática pedagógica

podem, através dela, refletir sobre sua própria evolução na construção do conhecimento.

O educador deve ter, portanto, um conhecimento mais aprofundado da realidade na

qual vai atuar, para que o seu trabalho seja dinâmico, criativo, inovador. Assim, colabora

para um sistema de avaliação mais justo que não exclua o aluno do processo de ensino-

aprendizagem, mas o inclua como um ser crítico, ativo e participante dos momentos de

transformação da sociedade.

CRITÉRIOS DE ORGANIZAÇÃO INTERNA DA ESCOLA

Sendo função da escola formar o cidadão, assegurando ao educando permanente

acesso à apropriação do conhecimento sistematizado, ela precisa, para que isso aconteça,

organizar-se de forma a possibilitar um ambiente que propicie aprendizagens significativas

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e convivência democrática, constituindo assim, um espaço favorável à plena formação do

estudante.

Nesse sentido, dentre as várias opções para a organização da escola propostas pela

LDB 9394/96, este estabelecimento de ensino adota o regime de seriação anual

contemplando carga horária mínima anual de oitocentas horas, distribuídas para um mínimo

de duzentos dias de efetivo trabalho escolar e /ou semestral com no mínimo 100 dias

letivos.

O desenvolvimento de atividades escolares, tanto de natureza teórica como prática

não se faz necessário que sejam desenvolvidas apenas em sala de aula.

Atividades relacionadas a leituras, pesquisas, trabalhos em grupos, consoantes com

o meio ambiente e com artefatos culturais e artísticos poderão ser desenvolvidas em locais

diferentes e, desde que exigida a frequência e estando sob a responsabilidade de professores

habilitados, serão consideradas atividades escolares.

GESTÃO PARTICIPATIVA

O colégio visa realizar o planejamento, o desenvolvimento e a avaliação das ações

escolares de forma participativa, organizada e permanente, envolvendo professores,

funcionários, pais e alunos, Conselho Escolar e APMF. Pretende também realizar ações em

parceria com a comunidade, outras escolas e instituições. Além disso, busca mobilizar os

pais para participarem efetivamente das ações que contribuem para a saúde, a

autodisciplina dos alunos, a segurança e a qualidade de suas condições físicas e materiais,

bem como estimular e apoiar a organização dos alunos para que atuem em ações conjuntas,

solidárias, cooperativas e comunitárias.

GESTÃO DE SERVIÇOS DE APOIO, RECURSOS FÍSICOS E FINANCEIROS.

Os serviços de documentação escolar e organizações como APMF, CONSELHO

ESCOLAR E GRÊMIO ESTUDANTIL deverão estar sempre atualizados e

regulamentados. Todo material didático disponível como: vídeo, TV, retro projetor,

laboratórios, aparelho de som, rádio, quadra polivalente, mesas de pingue pongue, deverão

ser utilizadas para melhor aprendizagem e cidadania. Todos os anos haverá um projeto de

cidadania visando despertar no educando o exercício de cidadania como: conservação,

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higiene, limpeza e manutenção do patrimônio, instalações e equipamentos. A APMF, o

Conselho Escolar, o Grêmio Estudantil devem contribuir com o caixa escolar na

complementação dos recursos financeiros. As limitações físicas muitas vezes são superadas

junto à comunidade como: Prefeitura, a Igreja Matriz, e outros para atender a proposta do

projeto político pedagógico.

Há uma preocupação constante com os resultados obtidos em função de assegurar o

acesso, a permanência e o êxito escolar. O colégio nos últimos anos vem se preocupando

com a participação coletiva. Visa obter bons resultados com uma participação eficiente de

professores, funcionários, pais, alunos e comunidade nas diferentes atividades

desenvolvidas no ambiente escolar e fora dele. As metas e os objetivos traçados no PPP nos

últimos anos têm atingido as expectativas em sua maioria, deixando a desejar na parte de

evasão e repetência. O trabalho de acompanhamento e gerência de acesso, permanência,

aprovação e aproveitamento escolar vêm sendo acompanhados rigorosamente. Os

resultados deste trabalho de acompanhamento deverão ser analisados constantemente.

Nos últimos anos o colégio registrou avanços significativos de eficiência e eficácia

no uso de recursos físicos como: a construção de mais um bloco onde funciona o

laboratório de informática e biblioteca escolar, a aquisição de uma rede de computadores,

reforma geral nos dois blocos antigos, bem como na quadra de esportes, aquisição de

material de apoio pedagógico e de utilidades em geral.

PLANO DE FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES

Segundo a LDB, deve-se valorizar o profissional da educação, assegurando-lhe

“aperfeiçoamento profissional continuado”.

Atualmente vivemos com uma realidade bem diferente daquela vivida pelos

professores em tempos acadêmicos, por isso, o professor precisa aperfeiçoar-se

continuamente para poder repassar essa aprendizagem a seus alunos.

A escola é um local privilegiado para a formação continuada, onde serão

promovidos cursos de capacitação em equipe dentro do horário de trabalho. As tarefas de

formação permanente deverão ser reconhecidas para com isso, estimular o desenvolvimento

de projetos pessoais de estudo e trabalho.

A escola deve planejar as atividades de acordo com as necessidades de seus

profissionais com formas variadas como:

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- grupos de estudos;

- elaboração de projetos;

- troca de experiências com Colégios que tenham as mesmas características;

A formação continuada vem de encontro ao fato de que na sociedade do

conhecimento e no mundo de trabalho será preciso achar formas de continuar aprendendo

sempre, sendo a escola o lugar para continuar aprendendo e se desenvolver

profissionalmente.

A formação continuada será realizada, principalmente, por meio da oferta de projetos

propostos pela Secretaria de Estado da Educação – SEED, a partir de suas unidades, após

amplo processo de discussão com as unidades envolvidas. Estes projetos poderão ser

realizados por meio de:

- Cursos e eventos descentralizados geograficamente, de forma a atender as demandas

locais, sem necessidade de grandes deslocamentos;

- Grupos de formação continuada de, no máximo 50 professores, de forma a possibilitar um

maior envolvimento pessoal e facilitar a exploração de problemas pedagógicos específicos

dos cursistas;

- Eventos para um número maior de docentes e profissionais, somente para atividades de

caráter informativo ou que exijam, pela especificidade do tema, a reunião de grupos

maiores;

- Cursos de formação continuada, preferencialmente presencial, especialmente para as

formações de diretrizes curriculares e das políticas centrais adotadas pelas SEED;

- Cursos de formação em serviço, de caráter semi-presenciais, para atendimento aos

projetos de parceria com outras Secretarias, com a utilização de materiais impressos ou por

meio do uso de multimídias, garantindo o monitoramento direto e rígido por tutores e

garantindo uma implantação gradativa, só ampliada após numa primeira fase de

implantação, ou seja, acompanhados de um processo de avaliação contínuo;

- Grupos de estudos, com coordenação específica de profissionais responsáveis pelas

diretrizes, acompanhamento e avaliação da proposta, cujos resultados parciais e/ou finais

deverão apresentar a produção resultante dos trabalhos executados;

- Pouco tempo para leitura e aperfeiçoamento;

Poderão ser ofertados igualmente cursos, eventos, seminários e projetos advindos de

proposta dos NRE, das Escolas da Rede Estadual e do Sindicato das Categorias

Profissionais, em parceria com a SEED;

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O CURRÍCULO DA ESCOLA PÚBLICA

O currículo deve ser entendido como instrumento de compreensão do mundo, de

transformação social e de cunho político-pedagógico, ou seja, a cultura e o saber da

comunidade fazem parte da vida do estudante a ponto de constituírem a educação com a

qual ele chega à escola. Falar em conhecimento, cultura e educação são também refletir

sobre qual a concepção de currículo dentro da nova proposta que iremos trabalhar. O

currículo deverá ser descrito como um projeto educacional planejado e desenvolvido a

partir de uma seleção da cultura e das experiências das quais se deseja que as novas

gerações participem, a fim de socializá-las e capacitá-las para ser cidadãos solidários,

responsáveis e democráticos. Toda instituição escolar quer estimular e ajudar os alunos a

compreender e comprometer-se com a experiência acumulada pela humanidade e, mais

concretamente, com a sociedade na qual vivem.

A postura metodológica da proposta que iremos trabalhar, permite que se

fundamente a pratica docente em conteúdos estruturantes de acordo com as Diretrizes

Curriculares do Ensino Médio.

Segundo Santomé,

O currículo deve visar o preparo do alunado para a

cidadania crítica e ativa, para serem membros

solidários democráticos de uma sociedade similar.

Para isso, a Seleção de conteúdos curriculares deve

promover a construção de conhecimentos ,

atitudes,valores e normas necessárias a uma

cidadania consciente. Trata-se de favorecer uma

reconstrução reflexiva e crítica da realidade,

tomando como ponto de s teorias, os conceitos, os

procedimentos, os costumes, existem nessa

comunidade. Para isso á que se prestar atenção não

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só nos conteúdos curriculares, mas, também, nas

estratégias de ensino e aprendizagem, bem como

nos procedimentos de avaliação empregados.

Alguns princípios que poderão embasar nossas reflexões na construção curricular

são os seguintes:

0- propiciar ferramentas teóricas e práticas, através dos conteúdos das diversas áreas

do conhecimento, que capacitem não apenas s educandos como também os demais sujeitos

escolares;

1- respeitar e incentivar a liberdade de pensamento, a discussão, capacidade

argumentativa, o gosto e o reconhecimento da importância do debate no interior da escola;

2- organizar os programas através de conteúdos socialmente significativos,

permitindo compreender a dinâmica e as relações existentes entre os diversos aspectos da

realidade, numa interpretação dialética;

3- criar o entendimento sobre a necessidade de estudo permanente e de formação

contínua e atualizada - o gosto e hábito de pesquisar e de aprender - para desenvolver

autonomia intelectual e superar a dependência das informações das elaborações da

dominação cultural burguesa;

4- permitir aos sujeitos escolares conhecerem e vivenciarem as manifestações

populares, compreendendo as relações de interdependência entre as culturas e sem

qualificar uma delas como superior;

5- possibilitar a prática da solidariedade, respeitando incentivando a diversidade

cultural;

6- incentivar a auto-organização dos sujeitos escolares, trabalhando a participação

coletiva nos processos de estudo;

7- assegurar as alegrias do presente (e não apenas pensar nas promessas do futuro),

pois, quando a escola consegue proporcionar o prazer de se aprender no momento atual, as

crianças e os jovens irão pressentir o prazer de aprender sempre.

Temas Sociais Contemporâneos:

8- inserção dos conteúdos de História e Cultura Afro-Brasileira africana que estão

publicados nos cadernos temáticos enviados pela Secretaria de Estado da Educação do

Paraná deverá contemplar os currículos escolares das disciplinas do EnsinoFundamental

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deste estabelecimento como indica a Lei 10.639,de 9 de janeiro de 2003 que altera a LDB

9394/96, para incluir no currículo oficial da Rede de ensino a obrigatoriedade da temática

"História e Cultura Afro-Brasileira", nos seguintes artigos: 26A, 79A e 79B;

9- inserção do conteúdo de História do Paraná na disciplina de história e Geografia

e o Paraná para o Ensino Fundamental.

Tomando por base as características fundamentais do educador e do educando,

como seres humanos e como sujeitos da práxis pedagógica, verificamos que o papel do

educador está em criar condições para que o educando aprenda e se desenvolva, de forma

ativa, inteligível e sistemática.

O educador como direcionador da práxis pedagógica escolar, deverá, no seu

trabalho docente, estar atento a todos os elementos necessários para que o educando

efetivamente aprenda e se desenvolva, articulando recursos didáticos pedagógicos

facilitadores da aprendizagem.

O currículo passa ideologias e a escola precisa identificar e desvelar os componentes

ideológicos do conhecimento escolar.

[...] o currículo como conjunto de conhecimentos ou matérias a serem superadas pelo aluno dentrode um ciclo – nível educativo ou modalidade de ensino é a acepção mais clássica e desenvolvida;o currículo como programa de atividades planejadas, devidamente sequencializadas, ordenadasmetodologicamente tal como se mostram num manual ou num guia do professor; o currículo,também foi entendido, às vezes, como resultados pretendidos de aprendizagem; o currículocomo concretização do plano reprodutor para a escola de determinada sociedade, contendoconhecimentos, valores e atitudes; o currículo como experiência recriada nos alunos por meio daqual podem desenvolver-se; o currículo como tarefa e habilidade a serem dominadas como é o casoda formação profissional; o currículo como programa que proporciona conteúdos e valores paraque os alunos melhorem a sociedade em relação à reconstrução social da mesma. (SACRISTAN,

2000, p. 14)

A concepção de currículo inclui, portanto, desde aspectos básicos que envolvem os

fundamentos filosóficos e sócio- políticos da educação até os marcos teóricos e referenciais

técnicos e tecnológicos que a concretizam na sala de aula.

Relaciona princípios e operacionalização teórica, prática, planejamento e ação. O

currículo expressa uma cultura e não pode ser separado do contexto social. A organização

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curricular deve estabelecer uma relação aberta e inter-relacionar-se em torno de uma idéia

integradora que visa reduzir o isolamento entre as diferentes disciplinas curriculares,

procurando agrupá-las num todo, mais amplo.

Ex: Cada conteúdo deixa de ter significado por si só para assumir uma importância

relativa e passar a ter uma função bem determinada e explícita dentro do todo que faz parte.

Através do currículo oculto está implícito o controle social: visão do mundo, as normas

e os valores dominantes, através do material e livros didáticos, ao mesmo tempo que

mantém desigualdade sócio-econômica e cultural.

A nossa escola se propõe à adoção de um currículo aberto e propostas diversificadas

em lugar de uma concepção uniforme e homogeinizadora do currículo; a flexibilidade

quanto a organização e ao funcionamento da escola para atender a demanda diversificada

dos alunos; possibilidade de professores especializados, incluir sala de apoio e de recursos

para favorecer o processo educacional.

Essa concepção coloca em destaque a adequação curricular como um elemento

dinâmico para uma educação para todos e sua viabilização para os alunos com necessidade

educacional especial: não se fixar no que de especial possa ter a educação dos alunos, mas

flexibilizar a prática educacional para atender a todos e propiciar a progressão em função de

suas possibilidades e diferenças individuais.

Da nossa clientela 40% é oriunda da zona rural, portanto, fazem-se necessário uma

política educacional voltada as suas necessidades. Exemplo: músicas, danças, tecnologias.

Isto possibilita uma criação de uma identidade do aluno e ajuda a compreender o mundo e

transformá-lo.

O processo de ensino-aprendizagem deverá sempre respeitar os diferentes níveis de

conhecimento que o aluno traz consigo a escola. Tais conhecimentos exprimem o que

podemos chamar de identidade cultural do aluno ligada, evidentemente, ao conceito

sociológico de classe. O educador deve considerar essa "leitura do mundo" inicial que o

aluno traz consigo, ou melhor, em si. Ele forjou-a no contexto do seu lar, de seu bairro, de

sua cidade, marcando-a fortemente com sua origem social. (FREIRE & CAMPOS,

1991,p.5)

Por isso a importância do professor manter-se sempre atualizado através das

capacitações oferecidas tanto pelos órgãos governamentais com os grupos de estudos que

acontecem na escola.

,

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MATRIZ CURRICULAR

A Matriz Curricular é parte importante de um Projeto Político-Pedagógico. Sua

construção deve ser entendida não somente como enumeração de disciplinas, mas como

ponto de referência para o questionamento de temas relevantes que propiciem ao educando

um amadurecimento pessoal e motivador em sua vida fora do ambiente escolar.

Sua sustentação depende não apenas do fiel cumprimento da legislação vigente, mas

também de um bom planejamento no desenvolvimento de habilidades intelectuais e

práticas. A distribuição das disciplinas da Matriz Curricular, dentro do Projeto Político-

Pedagógico de uma escola, deve levar em conta a maneira como as disciplinas se

relacionam entre si, e a função dessas relações para se chegar ao objetivo proposto.

A Matriz Curricular deste estabelecimento de Ensino Médio é composta de 25

horas-aula semanais em cada Bloco em ambos os turnos. E a Matriz Curricular do Curso

de Formação de Docentes da Educação Infantil e anos Iniciais do Ensino Fundamental, em

nível Médio, na Modalidade Normal é composta de Base Nacional Comum, Parte

Diversificada e a Formação especifica.

A divisão da Matriz Curricular, em Base Nacional Comum e Parte Diversificada,

atende às exigências legais e não exime nenhuma das disciplinas da Matriz de contemplar

os conteúdos referentes ao Artigo 26 da Lei nº 9394/96.

Apesar de termos optado pela organização curricular por disciplina gostaríamos de

esclarecer que “por disciplina”, não significa que o trabalho na realidade se dará no âmbito

fragmentado de cada uma, pois sabemos que a realidade não é disciplinar, mas para

podermos dar conta de sua complexidade, dividimos o conhecimento desta forma, porém

para que o conhecimento sobre o mundo, se transforme em conhecimento do mundo, isto é,

em competência para compreender, prever, extrapolar, agir, mudar, manter, é preciso

reintegrar as disciplinas num conhecimento não fragmentado, por isso, criaremos um

mecanismo didático – pedagógico para conhecermos os fenômenos do universo integrado,

inter-relacionado e dinâmico.

A proposta curricular incluirá processos de ensino voltados para relação com as

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comunidades (local, regional, planetário) visando a interação entre o ensino.

NRE : PATO BRANCO MUNICÍPIO : ITAPEJARA D’OESTE

ESTABELECIMENTO : COL. ESTADUAL CASTELO BRANCO – EM

ENTIDADE MANTENEDORA : GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ

CURSO : ENSINO MÉDIO EM BLOCO TURNO : DIURNO E NOTURNO

ANO DE IMPLANTAÇÃO : 2009 simultânea MÓDULO : 40 SEMANAS

DISCIPLINAS 1ª SÉRIE 2ª SÉRIE 3ª SÉRIEARTE 04 04 04FÍSICA 04 04 04GEOGRAFIA 04 04 04MATEMÁTICA 06 06 06SOCIOLOGIA 03 03 03QUÍMICA 04 04 04TOTAL SEMANAL 25 25 25

BIOLOGIA 04 04 04EDUCAÇÃO FÍSICA 04 04 04FILOSOFIA 03 04 04HISTÓRIA 04 06 06L.E.M. 04 03 03LÍNGUA PORTUGUESA 06 04 04TOTAL SEMANAL 25 25 25

CURSO : DE FORMAÇÃO DE DOCENTES DA EDUCAÇÃO INFANTIL E DOS

INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL EM NÍVEL MÉDIO, NA MODALIDADE

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NORMAL TURNO : DIURNO E NOTURNO

ANO DE IMPLANTAÇÃO : 2009 MÓDULO : 40 SEMANAS

CARGA HORARIA TOTAL: 4.8000 /a

DISCIPLINAS 1ª 2ª 3ª 4ª H. A.LÍNGUA PORTUGUESA 04 03 02 03 480ARTE 02 067EDUCAÇÃO FÍSICA 02 02 02 02 267MATEMÁTICA 03 02 04 02 366FÍSICA 03 02 167QUÍMICA 02 02 133BIOLOGIA 02 02 133HISTÓRIA 02 02 133GEOGRAFIA 02 02 133SOCIOLOGIA 02 067FILOSOFIA 02 067

SUB – TOTAL 19 15 13 11 1934P D LINGUA ESTRANGUEIRA MODERNA 02 02 133

SUB – TOTAL 02 02 133

FUND. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO 02 067FUND. FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO 02 067FUND. SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO 02 067FUND. PSICOLÓGICOS DA EDUC. 02 067FUND. HIST. E POL. EDUC. INFANTIL 02 067CONCEP. NORTEA. DA EDUC. ESPECIAL 02 067TRABALHO PEDAG. NA EDC. INFANTIL 02 02 133ORG. TRABALHO PEDAGÓGICO 02 02 133LITERATURA INFANTIL 02 067MET. DO ENS. DE PORT. E ALFAB. 02 02 133MET. DO ENS. DE MATEMÁTICA 02 067MET. DO ENS. DE HISTÓRIA 02 067MET. DO ENS. DE GEOGRAFIA 02 067MET. DO ENS. CIÊNCIAS 02 067MET. DO ENS. ARTE 02 067MET. DO ENS. EDUCAÇÃO FÍSICA 02 067

06 10 10 12 152925 25 25 25 4000

PRATICA DE FORMAÇÃO (EST. SUPER.) 05 05 05 05TOTAL 30 30 30 30 800TOTAL GERAL 4800

Nota : Matriz Curricular de acordo com a LDBEN nº 93994/96

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* O idioma será definido pelo Estabelecimento de Ensino.

Data de emissão : 24 de Janeiro de 2009.

PEDAGOGIA PROGRESSISTA

O termo “progressista” foi empregado por Georges Snyders. É utilizado para

designar as tendências que, partindo de uma análise crítica das realidades sociais, sustentam

implicitamente as finalidades sociopolíticas da educação. Como, por óbvio, uma pedagogia

progressista não tem como se institucionalizar numa sociedade capitalista, ela deve ser

considerada principalmente um instrumento de luta, ao lado de outras práticas sociais.

A Escola é condicionada politicamente e culturalmente pelos aspectos sociais, mas

contraditoriamente existe nela um espaço que aponta a possibilidade de transformação

social.

A educação possibilita a compreensão da realidade histórico-social e explicita o

papel do sujeito construtor/ transformador dessa mesma realidade.

Teoria crítica

- Sustenta a finalidade sócio-política da educação.

- Instrumento de luta de professores ao lado de outras práticas sociais.

Tendência progressista libertadora

A Pedagogia Libertadora está diretamente associada ao método de alfabetização de

adultos, de PAULO FREIRE.

Ela nasce nos anos 60 e é devedora de três correntes de pensamento muito presentes

nessa época: o escolanovismo, que predominava nos meios pedagógicos desde o início da

década de 50, o nacional-desenvolvimentismo, defensor de industrialização e do

nacionalismo como fatores de progresso e prosperidade, que assume corpo no pós-Guerra

(no Brasil, especialmente, através do trabalho do ISEB – Instituto Superior de Estudos

Brasileiros (criado em 1955) e o pensamento social da esquerda católica (solidarismo

cristão).

A Pedagogia Libertadora afirma que o homem é “sujeito da história” e que o

autoritarismo e o paternalismo, típicos de nossa tradição colonial-escravista, impedem que

o povo explicite essa vocação de sujeito. Daí a necessidade de “libertar o povo” do silêncio

imposto pelas classes dominantes. Cabia à Pedagogia forjar uma nova mentalidade,

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trabalhando para a “conscientização do homem brasileiro”, frente aos problemas concretos,

e engajá-lo na luta política.

De acordo com a Pedagogia Libertadora, educação e escola colaboram para

prolongar a situação de mutismo do povo. A escola – autoritária, burocratizada e

anacrônica – é incapaz de colocar-se ao lado dos oprimidos. Daí a crítica de Paulo Freire

com relação a uma educação verbalismo, baseada na memorização e impregnada de “ranço

bacharelesco (livresco)” pregando uma “educação voltada para a vida”.

Procurando identificar-se com aqueles “sem voz e sem vez” na sociedade, mas que

também “produzem cultura”, a Educação Libertadora busca uma educação comprometida

com os problemas da comunidade – ponto de partida e de chegada da educação. Por isso,

defender a tese de um ensino regionalizado, comunitário, ligado aos costumes e à cultura do

local de vida da população a ser educada.

Além disso, a Pedagogia Libertadora pronunciava-se contra a “manipulação dos

meios de comunicação de massa”, propondo a “desalienação do povo” através de uma

“pedagogia do diálogo”, baseada na horizontalidade entre educador e educando. É o que

Paulo Freire denomina de “diálogo amoroso” – o “encontro de homens que se amam e

desejam transformar o mundo”. O diálogo deve partir das situações vividas pelo educando,

problematizando-as e levando a uma “visão crítica” da sua realidade – processo

denominado “conscientização”.

A Pedagogia Libertadora classifica a educação convencional como uma “educação

bancária”, porque baseada numa “ideologia de opressão”, que considera o aluno como

alguém destituído de qualquer saber e, por isto, mero depósito dos dogmas ditados pelo

professor.

A “educação bancária” era resumida em alguns princípios:

- o professor ensina, os alunos são ensinados;

- o professor sabe, os alunos não sabem;

- o professor fala, os alunos escutam;

- o professor escolhe, os alunos submetem-se;

- o professor trabalha, os alunos têm a ilusão que trabalham;

- o professor detém autoridade, os alunos obedecem;

- o professor é sujeito, os alunos são objeto.

Para a Pedagogia Libertadora, o ato educativo é um ato político e o educador deve

ser um “humanista revolucionário”, colocando sua ação político-pedagógica a serviço da

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transformação da sociedade e da criação do “homem novo”.

A Pedagogia Libertadora guarda em suas formulações teóricas a marca forte do

pensamento social cristão, fundamentado na doutrina social da Igreja, especialmente a

partir das encíclicas Mater et Magistra (1961) e Pacem in Terris (1962) de João XXIII,

além da vinculação com os movimentos ligados à igreja progressista, com a Ação Popular

(AP) que unia cristãos e socialistas num trabalho comum na busca da “construção de um

novo país”, movimento interrompido com o golpe militar de março de 1964.

Papel da escola

- prefere falar em educação “não-formal”;

- trata a educação tradicional como “bancária”, porque visa apenas depositar informações

sobre o aluno;

- tanto a educação tradicional quanto a renovada são vistas como domesticadoras, porque

não contribuem para desvelar a realidade da opressão;

- a educação libertadora questiona concretamente as relações dos homens (entre si e com a

natureza) visando uma transformação;

- é uma educação crítica.

Conteúdos de ensino

- os “temas geradores” são extraídos da problematização da prática de vida dos educandos;

- o importante não é a transmissão de conteúdos específicos, mas despertar uma nova

relação com a experiência vivida;

- a transmissão de conteúdos estruturados a partir de fora é considerada como “invasão

cultural”ou “depósito de informação”, porque não emerge do saber popular;

- é uma pedagogia de caráter essencialmente político e politizador.

Métodos

- fundamenta-se na relação de diálogo, que é aquela em que os sujeitos do ato de conhecer

se encontram mediatizados pelo objeto a ser conhecido;

- a forma de trabalho educativo é o “grupo de discussão”, que define o conteúdo e a

dinâmica das atividades;

- professor e alunos devem caminhar “juntos”;

- os métodos de “codificação-decodificação” e “problematização da situação” permitem ao

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estudante um esforço de compreensão do vivido, até alcançar um nível mais crítico do

conhecimento da realidade, com base na experiência da prática social;

− dispensa programa estruturado, trabalhos escritos, aulas expositivas, verificação direta

da aprendizagem, insistindo na avaliação da prática vivenciada no grupo e na auto-

avaliação.

Relacionamento professor-aluno

- no diálogo, a relação é horizontal, desaparecendo a dicotomia educador X educando, para

dar lugar ao educando-educador e ao educador-educando;

- elimina-se toda relação baseada na autoridade: é uma “não-diretividade”, não no sentido

da não-interferência (Rogers) mas, de uma presença que garante ao grupo a condição de

“dizer sua palavra”.

Pressupostos de aprendizagem

- a motivação dá-se a partir da codificação de uma situação-problema, da qual se toma

distância, para analisá-la criticamente;

- aprender é um ato de conhecimento da realidade concreta (situação real vivida pelo

educando) e somente tem sentido, se resulta de uma aproximação crítica da realidade;

- o aprendido não decorre da memorização ou da imposição, mas do nível crítico do

conhecimento, ao qual se chega pelo processo de compreensão, reflexão e crítica.

Manifestações na prática escolar

- seu inspirador é Paulo Freire;

- grande influência sobre os movimentos populares e no que se denomina de “educação

popular”;

- muito disseminada na educação de adultos e nos processos de educação popular em geral.

O EDUCADOR PROGRESSISTA

O educador que desenvolve uma prática educativa progressista tem um ideal a

alcançar.

- Ele é comprometido politicamente com a socialização do conhecimento científico

e cultural;

- Busca sua competência técnico-pedagógica;

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- Tem consciência de sua historicidade;

- Sabe ser mediador ou facilitador entre as experiências trazidas pelos alunos e o

conteúdo de ensino;

- Busca a superação do imperialismo pedagógico (escola tradicional) da crença na

impossibilidade de que o professor possa ensinar alguma coisa (escola nova) e da

negação da necessidade do professor (escola tecnicista);

- Acredita na recuperação do perfil do professor como de fundamental

importância para auxiliar o aluno a se apropriar dos conteúdos;

- Sabe que sua autoridade, firmada na competência e no compromisso, se constrói

numa relação democrática;

- Não se envergonha nem se omite de sua autoridade, muito menos a utiliza como

instrumento arbitrário de dominação e poder;

- Assume o papel de desestabilizador, ou seja, desencadeia situações de

desequilíbrio de forma desafiar os alunos para que estes busquem nova equilibração.

Segundo Paulo Freire, o educador deve ter: bom senso, postura não

autoritária,coragem de lutar pela defesa da justiça e enfrentar o conflito, tolerância,

respeito,disciplina, interior, integridade ética, luta contra preconceitos , capacidade de

decisão, segurança, competência profissional, clareza, política e alegria de viver.

Para os alunos, o bom professor é aquele que ouve, respeita sua individualidade,

tem pulso para manter a disciplina, chama a atenção quando necessário,tem bom humor ,

sabe tolerar brincadeiras ,tem conhecimento , criatividade inteligência e alegria ,não

humilha os alunos nem pratica atos de grosseria, sete prazer em dar aulas , tem boa

vontade em esclarecer dúvidas e paciência para ensinar, mostrar os erros ao aluno e o

ensina a aprender.

Em função disso, é preciso começar pela modificação da relação destes futuros

professores com seus atuais mestres, recebendo uma formação adequada, crítica e

comprometida , em prol de uma educação libertadora respeitando a individualidade.

TENDÊNCIA HISTÓRICO-CRÍTICA

Manifestações de prática pedagógica escolar no Brasil

- Marco teórico 1970;

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- A prática pedagógica propõe uma interação entre conteúdo e realidade concreta,

visando a transformação da sociedade (ação-compreensão-ação);

- Enfoque no conteúdo como produção histórico-social de todos os homens;

- Superação das visões não-críticas e crítico-reprodutivistas da educação.

Pressupostos teóricos

- Defende a escola como socializadora dos conhecimentos e saberes universais;

- A ação educativa pressupõe uma articulação entre o ato político e o ato

pedagógico;

- Interação professor-aluno-conhecimento e contexto histórico-social;

- A intersubjetividade é medida pela competência do professor em situações

objetivas;

- A interação social é o elemento de compreensão e intervenção na prática social

mediada pelo conteúdo;

- Concepção dialética da história (movimento e transformação);

- Pressupõe a práxis educativa que se revela numa prática fundamentada

teoricamente;

- A natureza e especificidade da educação referem-se ao trabalho não-material, que

na escola pública não se subordina ao capital;

- A tarefa desta pedagogia em relação à educação escolar implica:

a) Identificação das formas mais desenvolvidas em que se expressa o saber objetivo

produzido historicamente, reconhecendo as condições de sua produção e compreendendo as

suas principais manifestações, bem como as tendências atuais de transformação;

b) Conversão do saber objetivo em saber escolar de modo a torná-lo assimilável

pelos alunos das camadas populares no espaço e tempo escolares;

c) Provimento dos meios necessários para que os alunos não apenas assimilem o

saber objetivo enquanto resultado, mas apreendam o processo de sua produção, bem como

as tendências de sua transformação.

Representantes ou teóricos

- Demerval Saviani, Jamil Cury, Gaudêncio Frigotto, Luiz Carlos de Freitas, Acácia

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Zeneida Kuenzer, José Carlos Libâneo (Pedagogia Crítico-Social dos Conteúdos);

− Influências de autores internacionais como: Marx, Gramsci, G. Snyders, M. Manacorda,

Makarenko, Suchodoiski.

Psicologia

- Corrente sócio-histórica: Vigotski, Lúria, Leontiev e Wallon.

Filosofia

- Materialismo Histórico-dialético.

Papel da escola

- Valorização da escola como espaço social responsável pela humanidade

(Clássicos), permanentemente reavaliados face às realidades sociais;

- Socialização do saber elaborado às camadas populares, entendendo a apropriação

crítica e histórica do conhecimento enquanto instrumento de compreensão da realidade

social e atuação crítica e democrática para a transformação desta realidade.

Conteúdos de ensino

- Conteúdos culturais universais incorporados pela humanidade (clássicos),

permanentemente reavaliados fase às realidades sociais;

- Conteúdos indispensáveis à compreensão da prática social: revelam a realidade

concreta de forma crítica e explicitam as possibilidades de atuação dos sujeitos no processo

de transformação desta realidade.

Função da avaliação

- A avaliação tem como função de:

- Prática emancipadora;

- Função diagnóstica (permanente e contínua) meio de obter informações

necessárias sobre o desenvolvimento da prática pedagógica para a intervenção/

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reformulação desta prática e dos processos de aprendizagem;

- Pressupõe tomada de decisão;

- O aluno toma conhecimento dos resultados de sua aprendizagem e organiza-se

para as mudanças necessárias.

Relação professor-aluno

- Relação interativa entre professor e aluno, em que ambos são sujeitos ativos;

- Professor e aluno são seres concretos (sócio-históricos), situados numa classe

social síntese de múltiplas determinações;

- Professor – autoridade competente, direciona o processo pedagógico; interfere e

cria condições necessárias à apropriação do conhecimento, enquanto especificidade da

relação pedagógica.

Método da prática social

1. Prática Social (ponto de partida):

- Perceber e denotar: identificar o objeto e da aprendizagem e lhe dar significação;

- O aluno tem uma visão sincrética (mecânica, desorganizada, nebulosa, de senso

comum) a respeito do conteúdo;

- É comum a professores e alunos, já que sentem e sabem a prática social em nível

sincrético, mas ambos encontram-se em momentos diferentes (o professor domina o

conteúdo, enquanto o aluno não o domina), por isto o professor realiza uma síntese

precária;

2. Problematização:

- Instruir e conotar;

- Momento para detectar as questões que precisam ser resolvidas no âmbito da

prática social e, em consequência, que conhecimentos são necessários a serem

dominados;

- Prever os futuros problemas e limites (juízos de valor ou de qualidade), bem como

identificar os tipos de conhecimentos e técnicas necessários à solução desses

problemas.

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3. Instrumentalização:

- Apropriação pelas camadas populares das ferramentas culturais necessárias à luta

social para superar a condição de exploração em que vivem;

4. Catarse (categoria gramsciana):

- Raciocinar e criticar;

- Incorporação dos instrumentos culturais, transformados em elementos ativos de

transformação social;

- Elaboração superior da estrutura em superestrutura na consciência dos homens;

- Passagem da ação para a conscientização.

5. Prática Social (ponto de chegada):

- Retorno à pratica social, com o saber concreto pensado para atuar e transformar as

relações de produção que impedem a construção de uma sociedade igualitária;

- A compreensão sincrética dos alunos no ponto de partida é agora elevada ao nível

sintético;

- Visão sintética (elaborada, sistematizada, explicita, orgânica, compreendida);

- Reduz-se a precariedade da síntese do professor (fragmentação) no ponto de

partida para uma compreensão mais orgânica no ponto de chegada – visão de

totalidade;

- O conceito é o ponto de chegada;

- A educação propõe-se a serviço da referida transformação das relações de

produções.

Como ensinar:

A estratégia de ensinar é através discussão, debates, leituras, aulas

expositivas – dialogadas, trabalhos individuais e em grupos, com elaboração de

sínteses integradoras.

Método de ensino da Tendência Histórico-Crítica

Método da Prática Social:

- Decorre das relações estabelecidas entre conteúdos – método e concepção de

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mundo;

- Confronta os saberes trazidos pelo aluno com o saber elaborado – concepção

científica/ filosófica da realidade social.

- Incorpora a dialética como teoria de compreensão da realidade e como método de

intervenção nesta realidade.

- Fundamenta-se no materialismo histórico, ciência que estuda os métodos de

produção como: recursos, ideologia, poder e lucro.

- A relação de indissociabilidade entre forma e conteúdo pressupõe a socialização

do saber produzido pelo homem.

- Os fins a serem atingidos é que determina os métodos e processos de ensino-

aprendizagem.

- Busca coerência com os fundamentos da pedagogia entendida como processo

através do qual o homem se humaniza (inclusão do indivíduo).

- A prática é fundamento do critério de verdade e da finalidade da teoria.

- Incorpora o procedimento histórico como determinante da totalidade social (visão

do mundo de homem de educação e de escola).

- É na meditação entre o pensamento e o objeto (enquanto o pensamento busca

apropriar-se do objeto), quem desenvolve este método é:

- Piaget (desenvolvimento Cognitivo).

- Vigotski (desenvolvimento da Mente).

O QUE A ESCOLA PRETENDE DO PONTO DE VISTA POLÍTICO

PEDAGÓGICO

Quem é o pedagogo? Qual o seu papel na escola?

A resposta a estas questões estão diretamente vinculadas às lutas sociais

particularmente pela democratização do acesso, da permanência e das relações do poder na

escola . Scheibe (1999), faz uma reflexão sobre este tema apontando aspectos históricos e

um resgate das lutas mais recentes pela definição da identidade e da formação do pedagogo

no contexto da construção da escola pública de qualidade para todos.

O trabalho pedagógico é compreendido como ato educativo coletivo, intencional,

planejado, permeado de sólida formação teórico-prática tornando-o capaz de articular,

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mediar as atividades educativas voltadas para a formação humana e não somente para o

mercado de trabalho.

O pedagogo não deve ser reduzido a mero instrumentador ou técnico, deve agir,

intervir, lançar novos desafios, contribuir com a construção de novos conhecimentos e

práticas libertadoras, na construção da escola pública, democrática e de qualidade.

Ser pedagogo ou pedagoga implica na consciência do que somos e do que

desejamos, questionando a nós mesmos, a organização da escola e o “sistema educacional”.

Na assunção de que não há construção isolada de um projeto de escola, de educação e de

sociedade.

É trabalho coletivo permanente, que exige participação, construção, superação,

diálogo. Cabe ao pedagogo e à pedagoga fomentar a organização de espaços na escola, para

o debate, para organizar o trabalho pedagógico, definindo em conjunto: horários,

metodologias, atividades extra-curriculares, o currículo, questões disciplinares, avaliação,

relação com a comunidade, ampliando espaço de participação da mesma nas decisões

pedagógicas da escola. Participar do Conselho Escolar subsidiando teórica e

metodologicamente as reflexões e decisões sobre o trabalho pedagógico escolar.

Incentivar e propiciar a participação dos alunos nos diversos momentos e órgãos

colegiados da escola.

Coordenar a elaboração coletiva e criar condições para a participação dos

profissionais da escola e comunidade na construção do projeto político pedagógico.

Na escola temos pessoas que desempenham diferentes funções, todos de suma

importância para o desenvolvimento do trabalho pedagógico, precisamos exercitar o difícil

aprendizado de que é na diferença que se faz o todo, onde não há superiores e inferiores,

mas trabalhadores e trabalhadores da educação construindo uma escola pública a cada dia

mais humana, democrática e de qualidade.

REFLEXÃO SOBRE O TRABALHO PEDAGÓGICO

O movimento de democratização e qualificação da educação é um amplo e

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complexo processo, que tem como meta a mudança da prática em sala de aula e na escola.

Neste, a equipe diretiva tem um importante papel, dada sua influência na criação de um

clima organizacional favorável.

Tendo em vista o papel de referência que a equipe diretiva desempenha, podemos

dizer que o desenvolvimento de práticas democráticas no interior da escola, vai depender de

uma nova postura a ser assumida por todos.

Para favorecer a mudança da prática pedagógica, basicamente o papel da equipe de

direção é criar um clima de confiança pautado numa ética libertadora e no autêntico

diálogo.

Ao nos questionarmos sobre o trabalho da equipe pedagógica, constatamos muitas

dificuldades que vêm prejudicando a qualidade do mesmo.

Entre as principais, podemos citar:

•grande parte do tempo do Pedagogo está sendo dispensado para orientação dos

alunos – disciplina e indisciplina – restando então, para a parte pedagógica um

pequeno espaço;

•muitos professores estão dando mais ênfase aos conteúdos na prática de suas aulas

e as metodologias diferenciadas estão sendo pouco contempladas;

• falta de espaço físico adequado, para redimensionar as práticas pedagógicas;

•em nossa clientela predomina o nível sócio – econômico- cultural médio-baixo, e

uma desestrutura familiar muito acentuada, dificultando a aprendizagem.

•percebe-se que o trabalho dos pais em tempo integral está deixando os mesmos

omissos quanto à orientação dos filhos e estão tendo dificuldades em pôr limites

nos mesmos;

•parte de nossos alunos do período noturno trabalha durante todo o dia e já chegam

na escola cansados, desmotivados e com pouco ânimo de participarem das aulas.

DESAFIOS EDUCACIONAIS CONTEMPORÂNEOS

Coordenação de Desafios Educacionais Contemporâneos - CDEC foi instituída em

2007, na Secretaria de Estado da Educação do Paraná, sendo então vinculada ao recém

criado Departamento da Diversidade. Inicialmente com o objetivo de propiciar formação

continuada aos profissionais da educação, bem como produção de material de apoio

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didático-pedagógico, rapidamente agregou demandas da extinta Assessoria de Relações

Externas e Interinstitucionais - AREI. Atualmente vinculada à Diretoria de Políticas e

Programas Educacionais, atende as demandas de Educação Ambiental, Educação em/para

Direitos Humanos, Educação Fiscal, Enfrentamento à Violência na Escola, Prevenção ao

Uso Indevido de Drogas, bem como o Programa Atitude da SECJ. Até 2008, respondia

também pelos encaminhamentos referentes a História e Cultura Afro-Brasileira e Africana

e a Sexualidade, hoje vinculadas ao Departamento da Diversidade.

Desafios Educacionais Contemporâneos são demandas que possuem uma historicidade, por vezes fruto das contradições da sociedade capitalista, outras vezes oriundas dos anseios dos movimentos sociais e, por isso, prementes na sociedade contemporânea. São de relevância para a comunidade escolar, pois estão presentes nas experiências, práticas, representações e identidades de educandos e educadores.

A conceituação acima se fez necessária ainda em 2007 - quando da criação da CDEC -

como opção aos denominados Temas Sociais Contemporâneos, bem como aos seus

encaminhamentos, então vigentes nas escolas da rede pública estadual. Tal entendimento se

pautava no desdobramento dos PCNs, em especial dos denominados Temas Transversais.

Buscando oferecer um suporte às escolas para o enfrentamento destas questões, a

CDEC concentrou seus trabalhos em três eixos: formação continuada dos profissionais da

educação, produção de material de apoio didático-pedagógico e ações interinstitucionais.

Com este enfoque, busca-se subsidiar os educadores, valorizar o conhecimento

historicamente construído e se contrapor ao conhecimento pautado em valores e

subjetividades pessoais, em competências e habilidades.

Apesar do esforço da CDEC, bem como da SEED como um todo, ainda há em nossa

rede propostas vinculadas à pedagogia de projetos, que veem nos desafios educacionais

contemporâneos um sentido utilitarista, fragmentário e superficial de conhecimento.

Entre outros fatores, isso se dá em virtude:

- de uma prática pedagógica consolidada a pelo menos uma década em nossas escolas

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(tomamos aqui como referência os PCNs, em especial os Temas Transversais);

- da existência de projetos e programas criados em âmbito nacional - alguns frutos de

convênios e parcerias - que também são desenvolvidos em nossa rede (muitos deles

orientados por uma legislação de apoio, isto é “engessados”);

- de projetos, em especial propostos por empresas privadas, que adentram em nossas

escolas (projetos que na maioria das vezes não passam por uma análise dos técnicos

pedagógicos da SEED).

Tal constatação se deu no diagnóstico realizado pela Coordenação de Gestão Escolar

quando da aferição dos dados da semana pedagógica de julho de 2008, como outrora já

havia sido constatado pela CDEC em seus trabalhos.

Muitas controvérsias e equívocos também são percebidos quando buscamos novos

referenciais e categorias de análise, isso, evidentemente, para darmos conta das

especificidades concernentes a alguns dos desafios educacionais contemporâneos. A

situação da exclusão social, historicamente construída em nosso país em relação à

população afrodescendente é um exemplo e se explica na interseção entre a pertencimento

étnico-racial e a estruturação de uma sociedade de classes. Uma não exclui a outra, ambas

se complementam.

Visando superar estas dificuldades, a CDEC tem, nesses dois anos de existência,

propiciado aos profissionais da educação da rede estadual, momentos de formação

continuada por meio dos grupos de estudos, simpósios, oficinas, conferências, encontros,

fóruns, entre outros, bem como trabalhado na produção de materiais de apoio didático-

pedagógico, a exemplo da Série Cadernos dos Desafios Educacionais Contemporâneos, a

ser lançado em 2009.

A CDEC tem buscado ainda uma intermediação entre as diferentes instituições

governamentais, movimentos sociais e escolas, acompanhado reuniões e discussões

interinstitucionais, por exemplo junto aos Conselhos Estaduais (CEDCA, CEMA,

CONEAD), além de produzir, sistematizar e publicar trabalhos e pesquisas - algumas

relativamente recentes no campo da educação, como as relacionadas à questão das drogas e

da violência - com vistas à construção de um suporte às escolas: teórico, conceitual ou

institucional no sentido amplo, tendo como documento orientador da abordagem

pedagógica, as Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica do Estado do

Paraná.

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Assim, inserida nos conteúdos das diferentes disciplinas do currículo, contempladas

neste Projeto Político-Pedagógico, muito além de uma simples pedagogia de projetos

(pautada por ações esporádicas e pontuais), a abordagem pedagógica desses assuntos, a

partir dos conteúdos escolares e da apropriação dos conhecimentos sistematizados, visa

propiciar o resgate da função social da escola.

EDUCAÇÃO INCLUSIVA

A Educação Inclusiva é atualmente um dos maiores desafios do sistema educacional.

Criados na década de 70, os pressupostos da Educação Inclusiva fundamentam vários

programas e projetos da educação.

Os resultados do Censo Escolar da Educação Básica de 2008 apontam um crescimento

significativo nas matrículas da educação especial nas classes comuns do ensino regular. O

índice de matriculados passou de 46,8% do total de alunos com deficiência, em 2007, para

54% no ano passado.

Esse crescimento é reflexo da política implementada pelo Ministério da Educação, que

inclui programas de implantação de salas de recursos multifuncionais, de adequação de

prédios escolares para a acessibilidade, de formação continuada de professores e do

Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social (BPC) na escola, além do

programa Educação Inclusiva: Direito à Diversidade. O propósito do programa é estimular

a formação de gestores e educadores para a criação de sistemas educacionais inclusivos.

Em 2008, foi lançada a política nacional de educação especial na perspectiva da

educação inclusiva e aprovada, por meio de emenda constitucional, a convenção da ONU

sobre os direitos das pessoas com deficiência. De acordo com a convenção, devem ser

assegurados sistemas educacionais inclusivos em todos os níveis. O Decreto nº 6.571, de 17

de setembro de 2008 dispõe sobre o atendimento educacional especializado.

Visando à eliminação de barreiras que impedem a escola de se abrir,

incondicionalmente às diferenças. Tecemos algumas considerações sobre a formação inicial

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e continuada dos professores para o ensino inclusivo e definimos o especial na educação do

especial da educação, distinguindo, respectivamente, as ações de inserção parcial e total de

alunos com e sem deficiências nas escolas de ensino regular.

A inclusão é uma possibilidade que se abre para o aperfeiçoamento da educação escolar

e para o benefício de todos os alunos com e sem deficiência. Depende, contudo, de uma

disponibilidade interna para enfrentar as inovações e essa condição não é comum aos

sistemas educacionais e aos professores em geral.

De fato, pensamos que sabemos tudo e geralmente fugimos do que desafia a nossa

competência de ensinar. Queremos que os alunos se acomodem também e que se contentem

de terem aprendido o velho - aquilo que nós sabemos e lhes ensinamos.

No entanto, o mistério do aprender e a aventura do conhecimento, se de um lado nos

fazem humildes com relação ao que não sabemos do novo – os alunos que nos chegam, em

cada turma, de outro, valorizam a nossa profissão de ensinar, pois decifrar esses misteriosos

seres e incutir-lhes o prazer de descobrir, de reinventar o mundo é tarefa relevante e

indispensável.

Ensinar é marcar um encontro com o Outro e a inclusão escolar provoca, basicamente,

uma mudança de atitude diante do Outro, esse que não é mais um indivíduo qualquer, com

o qual topamos simplesmente na nossa existência e/ou com o qual convivemos um certo

tempo de nossas vidas. Mas alguém que é essencial para a nossa constituição como pessoa

e como profissional e que nos mostra os nossos limites e nos faz ir além.

Cumprir o dever de incluir todos os individuos na escola supõe, portanto, considerações

que extrapolam a simples inovação educacional e que implicam o reconhecimento de que o

outro é sempre e implacavelmente diferente, pois a diferença é o que existe, a igualdade é

inventada e a valorização das diferenças impulsiona o progresso educacional.

Essas premissas assinalam a complexidade do processo inclusivo e nos dão margem

para relatar, a seguir, como temos percebido e contornado as barreiras que se interpõem

entre a escola conservadora, que não se pauta pelo princípio de valorização das diferenças

entre os aprendizes e a outra, inclusiva, que o exalta e proclama.

Esses obstáculos e como os temos contornado, quais são, no nosso entender, os motivos

pelos quais a inclusão não consegue ainda se configurar na educação brasileira, como uma

proposta que verdadeiramente corresponde a uma luta por uma escola que não discrimina,

não rejeita nenhum aluno e que só assim consegue ser justa e para todos.

Em primeiro lugar é preciso insistir no fato de que a escola tradicional não da conta das

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condições necessárias às mudanças propostas por uma educação aberta às diferenças. Ela

não foi concebida para atender à diversidade dos alunos e têm uma estrutura rígida e

seletiva no que diz respeito à aceitação e à permanência de alunos que não preenchem as

expectativas acadêmicas clássicas, centradas na instrução e na reprodução de conteúdos

curriculares.

A sustentação de um projeto escolar inclusivo implica necessariamente mudanças nas

propostas educacionais da maioria de nossas escolas e em uma organização curricular

idealizada e executada pelos seus professores, diretor, pais, alunos, e todos os que se

interessam pela educação na comunidade em que a escola se insere.

As propostas educacionais que dão conta de uma concepção inclusiva de ensino

refletem o que é próprio do meio físico, social, cultural em que a escola se localiza e são

elaboradas a partir de um estudo das características desse meio. Embora mais difíceis de

serem concretizadas, elas não são utópicas, e demandam inúmeras ações, que são descritas

e estruturadas no plano político pedagógico da escola.

Instaura-se uma nova lógica organizacional, em que o processo escolar não fica

limitado exclusivamente aos avanços cognitivos dos alunos e em que o tempo escolar é

valorizado e entendido como uma etapa da vida do educando, concorrendo para a formação

de sua personalidade como um todo.

Para reverter o processo educacional excludente das nossas escolas entendemos que o

papel da escola deve ser revisto, de modo que a instituição passe a se dedicar

essencialmente à formação de sujeitos éticos, políticos, justos, cooperativos, autônomos. A

verdade é que não há mais tempo a perder para tornar nossos alunos mais humanos e

capazes de acompanhar a velocidade do desenvolvimento do saber científico e tecnológico

dos nosso dias.

Outra barreira que precisa ser transposta e que merece especial atenção no quadro de

mudanças sugerido pelo ensino inclusivo diz respeito à inadequação de métodos e técnicas

do ensino tradicional, baseados na transmissão de conhecimentos e na individualização das

tarefas de aprendizagem.

A abertura das escolas às diferenças tem a ver com uma revolução nos processos de

ensino e de aprendizagem, pois o que se propõe é o rompimento das fronteiras entre as

disciplinas, ou melhor, entre o saber e a realidade; a multiplicidade e integração de saberes

e das redes de conhecimento que daí se formam; a transversalidade das áreas curriculares e

a autonomia intelectual do aluno, que é autor do conhecimento e que por isso imprime valor

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ao que constrói individual e coletivamente, nas salas de aulas.

Para a maioria dos profissionais que atuam em nossas escolas hoje, é difícil entender a

possibilidade de se fazer inclusão total. Essa resistência é aceitável e compreensível, diante

do modelo pedagógico-organizacional conservador que vigora na maioria de nossas

escolas. Ninguém se arrisca a acolher a idéia de ministrar um ensino inclusivo em uma sala

de aula de cadeiras enfileiradas, livro didático aberto na mesma página, uma só tarefa na

lousa e uma só resposta válida e esperada nas provas.

Na maneira tradicional de ensinar, a competição entre os alunos e a homogeneização

das respostas e de comportamentos esperados, a transmissão do conhecimento, o pavor de

errar impedem alunos e professores de contemplar as diferenças e de reconhecer a riqueza

que elas aportam ao desenvolvimento dos processos educativos, dentro e fora da escola.

Sabemos que a cooperação cria laços muito fortes entre os alunos e propicia interações

que encorajam os menos habilitados. É esperado que um aluno seja tutorado naturalmente

por outro colega que tem mais facilidade em uma dada disciplina curricular, por exemplo.

Esse apoio espontâneo é mais um meio de fazer com que a turma reconheça as diferenças e

perceba que cada um tem as suas habilidades, talentos, competências e dificuldades para

abordar um ou outro conteúdo do leque das disciplinas escolares.

Em nossos projetos de transformação da escola, verificamos que há uma minoria de

professores, diretores, especialistas, pais que já têm claro que a inclusão total é possível,

porque tiveram experiências que lhes demonstraram essa possibilidade; outros estão em

busca dessa certeza e se empenham por encontrá-la, em suas aulas, nos cursos e nos grupos

de estudos que freqüentam. Há, infelizmente, os que tentam, porém não conseguem se

libertar de preconceitos e de hábitos enraizados, que não lhes permitem fazer uma releitura

de suas atuações, à luz de novos propósitos e procedimentos educacionais.

Uma das reações mais comuns é afirmar que não estão preparados para enfrentar as

diferenças, na escola, na sala de aula. Esse motivo é aventado quando surgem quaisquer

problemas de aprendizagem nas turmas e até mesmo quando eles existem, concretamente.

O motivo também aparece quando a escola têm de resolver casos de indisciplina, enfim,

quando nos deparam com uma situação diferente, que foge ao usual nas suas turmas. Essas

preocupações são reais e devem ser consideradas, mas, na maioria das vezes, referem-se a

problemas rotineiros, que se agigantam, pela insegurança, pelo medo de enfrentar o novo.

O apoio imediato aos professores é muito importante nesses momentos, para que esses

problemas sejam encarados em suas devidas dimensões e para que se desfaça o mito de que

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são os conhecimentos sobre as deficiências, e outros, correlatos que lhes faltam e lhes

trarão alívio e competência para resolver essas situações- problema.

Temos proposto que essa ajuda parta de outros colegas mais experientes e mesmo de

pessoas que compõem o grupo de trabalho pedagógico das escolas: diretor, especialistas.

Mas, muita atenção, pois o apoio atuará no sentido de resolver situações pontuais,

provocando discussões, questionamentos e definindo o posicionamento do professor diante

do ocorrido.

O apoio não se limita a definir se um aluno tem capacidade ou não de aprender, só para

descarregar as tensões do professor, ou mesmo para tirar-lhe a responsabilidade de ensinar

os que têm dificuldade de aprender. Soluções desencorajantes e inibidoras da capacidade de

o professor criar novas maneiras de ensinar têm sido definitivamente abolidas, pois elas

estabelecem antecipadamente o que é impossível de se prever, ou seja, o que um aluno

consegue assimilar de um conteúdo escolar, em um dada situação de aprendizagem.

Todos os alunos sejam suas dificuldades e incapacidades reais ou circunstanciais,

físicas ou intelectuais, sociais, têm a mesma necessidade de serem aceitos, compreendidos e

respeitados em seus diferentes estilos e maneiras de aprender e quanto ao tempo, interesse e

possibilidades de ampliar e de aprofundar conhecimentos, em qualquer nível escolar.

São descabidos, portanto, a pretensão e o direito de estabelecer e de controlar, de fora, a

construção do conhecimento, por mais que possamos confiar em nossa experiência e

formação pedagógicas.

É inegável a existência de diferenças entre níveis de compreensão, amplitude e

profundidade do conhecimento acessíveis a diferentes sujeitos.

Discordamos do caráter especial e da validade de métodos de ensino escolar para

pessoas com deficiência. Mas é imprescindível que se ponham à disposição de alunos que

têm necessidades específicas recursos como o sistema braille para cegos, as próteses de

todos os tipos para garantir maior e melhor acessibilidade aos deficientes físicos, e

sensoriais, técnicas e instrumental de mobilidade e de comunicação alternativa/

aumentativa, conhecimento da Língua de Sinais e outros.

Sejam quais forem as limitações do aluno, adaptar currículos, facilitar tarefas e diminuir

o alcance dos objetivos educacionais, concorrem para que rebaixemos o nível de nossas

expectativas com relação à potencialidade desse para enfrentar uma tarefa mais complexa,

diferente. Ninguém sabe, de antemão, o que uma pessoa é capaz de captar de uma situação,

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de um objeto, de um momento educacional.

Cada ser humano é um enigma, um mistério, como nos lembra Larrosa (1999). A

tendência de nos anteciparmos ao que o aluno é capaz de realizar e de aprender, a partir de

um dada atividade escolar, previamente adaptada, precisa ser substituída por um sentimento

de confiança no que cada um consegue produzir, quando intrinsecamente motivado e pela

valorização do que foi produzido, independentemente do nível do resultado alcançado.

A presença de professores especialmente destacados para acompanhar o aluno com

deficiência nas atividades de sala de aula, servindo como apoio ou mesmo respondendo

diretamente pela inserção desse aluno no meio escolar, é uma alternativa de inserção que

vem sendo freqüentemente utilizada pelos sistemas organizacionais de ensino em todo o

mundo. Ao nosso ver, essa alternativa constitui mais uma barreira à inclusão, pois é uma

solução que exclui, que segrega e desqualifica o professor responsável pela turma e que o

acomoda, não provocando mudanças na sua maneira de atuar, uma vez que as necessidades

educativas do aluno com deficiência estão sendo supridas pelo educador especializado.

Infelizmente, muitos sistemas entendem que essa solução é valida em fases

intermediárias de implantação do ensino inclusivo, considerando a presença dos professores

de apoio e até mesmo as classes especiais sediadas em escolas regulares, como degraus

necessários para se chegar à inclusão.

Gostaríamos mais uma vez de ressaltar que a inclusão é uma consequência da

transformação do ensino regular, do aprimoramento de suas práticas. Todo atendimento

segregado, seja ele provisório ou definitivo, parcial ou integral, deriva do paradigma

educacional em que se fundamenta a educação especial, ou seja, de um sistema

organizacional que admite a exclusão, parcial ou total do aluno deficiente e o trânsito deste

do ensino regular para o especial ou vice-versa – "sistema de cascata.

Para sermos coerentes com a inclusão, não podemos adotar saídas que são próprias do

"sistema de cascata", sob pena de cairmos em contradições e de descaracterizarmos os

fundamentos e fins da inclusão.

A avaliação do desempenho escolar também precisa sofrer mudanças para se ajustar

às características de um ensino para todos. Esta é uma barreira bastante difícil de ser

transposta, porque a avaliação tem sido um instrumento de poder da escola.

É evidente que os sistemas escolares que avaliam comparativamente os seus alunos

e que se apóiam em tarefas predefinidas e aplicadas exclusivamente para contabilizar o que

o aluno aprendeu dos conteúdos curriculares, constituem um grande obstáculo à

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concretização dos objetivos da inclusão escolar.

Na concepção inclusiva, avaliamos a aprendizagem pelo percurso do aluno no

decorrer do tempo de um ciclo de formação e de desenvolvimento. Levamos em conta o

que ele é capaz de fazer para ultrapassar suas dificuldades, construir conhecimentos, tratar

informações, organizar seu trabalho e participar ativamente da vida escolar. Consideramos

o sucesso do aluno a partir dos seus avanços em todos os aspectos do seus

desenvolvimento. Esse progresso é registrado em um dossier, que constitui a vida escolar

desse aluno.

Nesse contexto, o tempo de aprender é o tempo de cada aluno; o que importa é o

registro fiel do aproveitamento dos alunos, que vai sendo conhecido pelos professores do

aluno. Professores e alunos se auto-avaliam rotineiramente, acompanham e compartilham o

desenrolar dos processos de ensino e de aprendizagem, regulando-os e monitorando-os,

passo a passo.

O "especial", adjetivando os programas, projetos, planos de ação voltados para o

ensino escolar de pessoas com deficiência tem ainda um peso muito forte nas propostas e

políticas educacionais. Contribui para que os alunos, professores, sistemas, escolas, idéias,

legislação se dividam nas modalidades regular e especial.

Essa dicotomia não procede quando se trata de uma educação que não exclui, não

discrimina.

Fundir essas duas modalidades de ensino desestabiliza a educação especial e a

regular. A educação especial se protege, ao mostrar-se temerosa por uma mudança radical

da escola e ao apoderar-se da inclusão como um assunto de competência. O ensino regular

se omite em relação à inclusão, para evitar uma revisão de suas práticas e a sua

transformação geral, entendendo que a inclusão é um problema do ensino especial e

reforçando o interesse deste de encampar a inclusão e apoderar-se dessa ameaça à sua

continuidade e valorização nos sistemas educacionais vigentes.

O especial na educação tem a ver com a justaposição do ensino especial ao regular,

ou seja, com o inchaço deste, pelo carreamento de profissionais, recursos, métodos,

técnicas da educação especial às escolas regulares. Esta justaposição já existe há muito

tempo e ela sustenta o modelo organizacional da integração escolar, na qual o aluno tem de

se adequar ao ensino regular para cursá-lo e o staff do ensino especial vai lhe servir para

esse fim.

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O que define o especial da educação não é a dicotomização e a fragmentação dos

sistemas escolares em modalidades diferentes, mas a capacidade de a escola atender às

diferenças nas salas de aula, sem discriminar, sem trabalhar à parte com alguns alunos, sem

currículos, atividades, avaliação adaptados.

O especial da educação tem a ver com a inclusão total, incondicional de todos os

alunos às escolas de seu bairro e ultrapassa o grupo dos alunos com deficiência,

englobando-os, certamente. O especial da educação não diz respeito apenas à inserção de

alunos com deficiência, mas é condição para se reverter a situação vergonhosa da escola

brasileira, hoje, marcada pelo fracasso e pela evasão de uma parte significativa dos seus

alunos. Em outras palavras, o especial da educação descentra os problemas relativos à

inserção dos alunos com deficiência e combate o que produz a exclusão em nossas escolas.

Quantos alunos estão desmotivados, infelizes, marginalizados pelo insucesso e privações

constantes e pela baixa auto-estima resultante da exclusão escolar e da sociedade – alunos

que são vítimas de seus pais, de seus professores e, sobretudo, por viverem em condições

de pobreza social e cultural. Esses alunos são sobejamente conhecidos das escolas, por

múltiplas repetências, expulsões, evasões e por não se enquadrarem no protótipo da

educação formal.

Na ótica do especial na educação, os professores têm como opções de formação: as

Habilitações dos Cursos de Pedagogia, os cursos de pós-graduação lato sensu, a formação

continuada oferecida pelas redes de ensino, os cursos oferecidos por clínicas e instituições

especializadas em alunos e pessoas com deficiência.

Essas alternativas de formação vigentes não se destinam a capacitar professores para

uma escola aberta às diferenças e para incluir os excluídos da escola, pois não lhes incutem

a idéia do especial da educação, que redireciona objetivos e práticas de ensino, pelo

reconhecimento e valorização das diferenças. São alternativas que continuam a dividir, a

separar, a fragmentar o que a escola deve unir, fundir, para se fortalecer e tornar-se

incondicionalmente inclusiva, cônscia de seus deveres e dos preceitos constitucionais que

garantem a todos os cidadãos brasileiros uma escola sem preconceitos, que não discrimina,

sob qualquer pretexto – Art.3º parágrafo IV do Título I da Constituição da República

Federativa do Brasil.

A formação única para todos os educadores reforçaria a tão esperada fusão entre a

educação especial e a regular, nos sistemas escolares. Inspirados nos projetos que visam

uma educação de qualidade para todos, a formação inicial dos educadores eliminaria, em

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grande parte, as reações negativas dos professores do ensino regular, diante dos alunos com

deficiência.

Quanto à formação continuada, os professores teriam garantido um tempo de estudo

nas escolas e em seus horários de trabalho para: discutir entre si as sua práticas e trocar

experiências; atualizar conhecimentos; dirimir dúvidas; esclarecer situações de sala de aula

e cooperativa e coletivamente delinear teorias próprias para explicar como ensinam e como

as crianças aprendem em suas escolas. Essa modalidade de formação em serviço inclui

também uma auto-formação, porque exige do professor um esforço individual de

atualização profissional.

O ensino dicotomizado em regular e especial, define mundos diferentes dentro das

escolas e dos cursos de formação de professores. Essa divisão perpetua a idéia de que o

ensino de alunos com deficiência e com dificuldades de aprendizagem exige conhecimentos

e experiência que não estão à altura dos professores regulares. Há mesmo um exagero em

tudo o que se relaciona à educação especial, que desqualifica o ensino regular e os

professores que não terem a habilidade de ensinar essa clientela.

Temos, portanto, de recuperar, urgentemente, a confiança que os professores do

ensino regular possam ensinar todos os alunos, sem exceção, por entenderem que não há

alunos que aprendem diferente, mas diferentemente.

Avaliar as necessidades e buscar respostas educativas para solucionar problemas de

desempenho escolar dos alunos e de aperfeiçoamento da formação dos profissionais de

educação é mais do que uma revisão dos limites que separam as modalidades regular e

especial de ensino escolar. Envolve novos valores e atitudes pessoais e profissionais, que se

chocam com a cultura tradicional das escolas, inclusive com a nossa maneira de conceber

as pessoas excluídas.

Quando um sistema de ensino regular não está em condições de atender às

necessidades de todos os seus alunos não pode se propor, ingenuamente, a incluir os

excluídos, pois estes são exatamente os alunos que ela não dá ou não deu conta de educar !

A garantia do direito da educação em escolas que não excluem as pessoas sob

nenhum pretexto é um sinal de desenvolvimento comunitário e de elevação de seus valores

e atitudes, princípios e ideais.

Sabemos que é possível, urgente e indispensável mudar a educação, com novos

paradigmas, preceitos, ferramentas, tecnologias e que o momento é de abandonar as

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soluções paliativas e enfrentar seriamente e com obstinação essa mudança.

DIVERSIDADE CULTURA-AFRO

Enquanto o negro brasileiro não tiver acesso ao conhecimento da história de si próprio, a escravidão cultural se manterá no País.

(João José Reis, 1993, p. 189)

Apesar da renovação teórico-metodológica da História nos últimos anos, o conteúdo

programático dessa disciplina na escola fundamental tem primado por uma visão

monocultural e eurocêntrica de nosso passado. Inicia-se o estudo da chamada “História do

Brasil” a partir da chegada dos portugueses, ignorando-se a presença indígena anterior ao

processo de conquista e colonização. Exalta-se o papel do colonizador português como

desbravador e único responsável pela ocupação de nosso território. Oculta-se, no entanto, o

genocídio e etnocídio praticados contra as populações indígenas no Brasil: eram cerca de 5

milhões à época do chamado “descobrimento”hoje não passam de 350 mil índios. Os

africanos, que aportaram em nosso território na condição de escravos, são vistos como

mercadoria e objeto nas mãos de seus proprietários.

Nega-se ao negro a participação na construção da história e da cultura brasileiras,

embora tenha sido ele a mão-de-obra predominante na produção da riqueza nacional,

trabalhando na cultura canavieira, na extração aurífera, no desenvolvimento da pecuária e

no cultivo do café, em diferentes momentos de nosso processo histórico.

Quando se trata de abordar a cultura dessas minorias, ela é vista de forma

folclorizada e pitoresca, como mero legado deixado por índios e negros, mas dando-se ao

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europeu a condição de portador de uma “cultura superior e civilizada”.

Currículos e manuais didáticos que silenciam e chegam até a omitir a condição de

sujeitos históricos às populações negras e ameríndias têm contribuído para elevar os índices

de evasão e repetência de crianças provenientes dos estratos sociais mais pobres. A grande

maioria adentra nos quadros escolares e sai precocemente sem concluir seus estudos por

não se identificarem com uma escola moldada ainda nos padrões eurocêntricos, que não

valoriza a diversidade étnico-cultural de nossa formação.

Pesquisa já realizada pela Fundação Carlos Chagas (1987) têm demonstrado o

quanto nossa escola ainda não aprendeu a conviver com a diversidade cultural e a lidar com

crianças e adolescentes dos setores subalternos da sociedade. Os dados revelam que a

criança negra apresenta índices de evasão e repetência maiores do que os apresentados

pelas brancas. A razão disso tudo, segundo a pesquisa, era devido aos seguintes fatores:

conteúdo eurocêntrico do currículo escolar e dos livros didáticos e programas educativos,

aliados ao comportamento diferenciado do corpo docente das escolas diante de crianças

negras e brancas.

De acordo com o IBGE (Censo de 1991), os afrodescendentes representam 45,3%

da população brasileira. No entanto, as estatísticas educacionais revelam a desigualdade de

oportunidade no que diz respeito ao acesso e permanência de negros e brancos no contexto

do sistema público de ensino. Por exemplo, enquanto o analfabetismo atinge cerca de 8,3%

de brancos, 20% de negros são analfabetos. Apenas 2% de jovens negros têm acesso ao

ensino superior, contra 98% de brancos.

A partir do final dos anos 70 do século XX, novos atores sociais na cena política,

protagonizados pelos movimentos populares, sobretudo os ligados ao gênero e à etnia,

passaram a reivindicar uma maior participação e reconhecimento de seus direitos de

cidadania. Entre esses movimentos sociais, podemos indicar o movimento indigenista, que

reivindica, do governo, a demarcação das terras indígenas e o direito à sua própria cultura, e

os movimentos de consciência negra, que lutam, em todo o país, contra qualquer forma de

preconceito e discriminação racial, bem como pelo direito à diferença, pautada no estudo e

valorização de aspectos da cultura afro-brasileira.

É nesse contexto que se insere a questão relativa à valorização da diversidade

étnico-cultural de nossa formação no sistema educacional brasileiro, no qual desponta a

inserção de temáticas e conteúdos programáticos sobre a história da África e do negro em

nosso país.

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Consideramos, pois, de fundamental importância a inclusão do ensino de história da

África no currículo da educação básica, por saber que a instituição escolar tem um papel

fundamental no combate ao preconceito e à discriminação, porque participa na formulação

de atitudes e valores essenciais à formação da cidadania de nossos educandos.

Ensino de história e diversidade cultural: desafios e possibilidades Somente o

conhecimento da história da África e do negro poderá contribuir para se desfazer os

preconceitos e estereótipos ligados ao segmento afro-brasileiro, além de contribuir para o

resgate da auto-estima de milhares de crianças e jovens que se vêem marginalizado por uma

escola de padrões eurocêntricos, que nega a pluralidade étnico-cultural de nossa formação.

O ensino de história e cultura afro-brasileira e africana: parâmetros normativos A Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), ratificando posição da Constituição

Federal de 1988, determina que “o ensino da História do Brasil levará em conta as

contribuições das diferentes etnias para a formação do povo brasileiro, especialmente das

matrizes indígena, africana e européia” (art. 26, § 4º).

Por sua vez, o Ministério da Educação (MEC), em cumprimento ao dispositivo

constitucional assente no art. 210 de nossa Carta Magna1 e sensível à necessidade de uma

mudança curricular face à emergência de temas sociais relevantes para a compreensão da

sociedade contemporânea, elaborou para o ensino fundamental, os Parâmetros Curriculares

Nacionais (PCN).

A grande inovação dessa nova proposta é a existência de temas transversais que

deverão perpassar as diferentes disciplinas curriculares (Língua Portuguesa, Matemática,

História, Geografia, Ciências e Artes) e permitir, com isso, a interdisciplinaridade no ensino

fundamental. Os temas transversais são Convívios Sociais e Ética, Pluralidade Cultural,

Meio Ambiente, Orientação Sexual, Saúde, Trabalho e Consumo.

Após ter sido discutido com as secretarias de educação de estados e municípios e

com especialistas de diversas áreas do conhecimento, os PCN foram aprovados pela

Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação (CNE), devendo os

mesmos se constituírem em referência nacional para que os sistemas de ensino estaduais e

municipais possam adequá-lo à sua realidade educacional.

Reconhecendo a necessidade de uma educação multicultural, criou se, no âmbito

dos PCN, como tema transversal a permear as diferentes disciplinas curriculares, o estudo

da Pluralidade Cultural. Segundo o Documento do MEC, a temática da Pluralidade Cultural

diz respeito ao conhecimento e à valorização das características étnicas e culturais dos

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diferentes grupos sociais que convivem no território nacional, às desigualdades

socioeconômicas e à crítica às relações sociais discriminatórias e excludentes que

permeiam a sociedade brasileira, oferecendo ao aluno a possibilidade de conhecer o Brasil

como um país complexo, multifacetado e algumas vezes paradoxal.

Esse mesmo documento do MEC coloca como um dos objetivos gerais do ensino

fundamental o conhecimento e a valorização da pluralidade do patrimônio sociocultural do

país, bem como aspectos socioculturais de outros povos e nações, devendo alunos e

professores posicionar-se contra quaisquer formas de discriminação baseada em diferenças

culturais, de classe social, de sexo, de etnia ou outras características individuais e sociais.

Além dos PCN, dispomos das diretrizes curriculares elaboradas pelo CNE para o

ensino fundamental e médio. Recentemente, esse órgão normativo e consultivo do MEC

instituiu, com base em excelente parecer da conselheira Petronilha Beatriz Gonçalves e

Silva, as diretrizes curriculares nacionais para a educação das relações étnico-raciais e para

o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana.

Ainda no âmbito das políticas públicas governamentais, podemos citar o “Programa

Nacional de Direitos Humanos”, elaborado pelo Ministério da Justiça na gestão do

presidente Fernando Henrique Cardoso e que previa, entre uma série de ações para as

populações negras no Brasil, o estímulo à “elaboração de livros didáticos que enfatizem a

história e as lutas do povo negro na construção do nosso País, eliminando estereótipos e

discriminações”(Brasil, 1996, p. 31).

Mais recentemente, por ocasião do início do Governo Lula, foi sancionada a Lei nº

10.639, de 9 de janeiro de 2003, que “altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que

estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da

rede de ensino a obrigatoriedade da temática ‘História e Cultura Afro-Brasileira’, e dá

outras providências”. A partir desta lei, tornou-se obrigatório no currículo escolar da

educação básica o “estudo da História da África e dos africanos, a luta dos negros no Brasil,

a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a

contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do

Brasil” (art. 26-A, § 1º).

Por se tratar de uma temática interdisciplinar e não uma disciplina específica, a lei

determina que os conteúdos referentes à história e cultura. Ensino de história e diversidade

cultural: desafios e possibilidades afro-brasileiros sejam trabalhados no contexto de todo o

currículo escolar, especialmente no âmbito das disciplinas de Educação Artística, Literatura

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e História do Brasil.

Um ponto importante que é pouco discutido no âmbito dessa nova legislação é que a

mesma reconheceu a relevância de uma data histórica já consagrada pelo movimento negro

em nosso país e que agora passa a integrar o calendário escolar. Estamos nos referindo ao

dia 20 de novembro, em que se comemora o “Dia Nacional da Consciência Negra”, em

alusão à morte do líder negro Zumbi dos Palmares. Excelente oportunidade para os

professores trabalharem as múltiplas formas de resistência do negro à escravidão que lhe

foi imposta e que se materializou na formação de inúmeros quilombos no decorrer de nossa

história.

Esta Lei representa um avanço ao possibilitar a construção de um multiculturalismo

crítico na escola brasileira, ao tempo em que reconhece uma luta histórica do movimento

negro em nosso país, cuja bandeira de luta consistia em incluir no currículo escolar o estudo

da temática “história e cultura afro-brasileira”. Por outro lado, não podemos esquecer que

muito ainda precisa ser feito para que a Lei não se torne letra-morta e venha contribuir, de

fato, para uma educação multicultural.

Um dos gargalos do sistema educacional brasileiro reside na qualificação do corpo

docente na sua grande maioria, precisam estar habilitados a trabalhar com essa nova

temática curricular. Sugere-se, para tanto, um esforço por parte dos órgãos governamentais

ligados à área de promoção da igualdade racial, no sentido de oferecer, em parceria com as

instâncias educacionais, cursos de extensão sobre a história da África e de cultura afro

brasileira, bem como a publicação de material didático-pedagógico que possa dar suporte

técnico a atuação desses docentes no desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem.

Entretanto, consideramos que não basta apenas introduzir o estudo dessa disciplina

no currículo desses cursos. Há que se pensar, também, na formação de profissionais em

nível de pós-graduação (mestrado e doutorado) na temática dos estudos afro-brasileiros, a

fim de contribuir com avanços na pesquisa científica dessa área.

As instituições de fomento à pesquisa (CAPES, CNPq, FINEP, FAPESP, entre

outras) poderiam incentivar essa formação mediante criação de bolsas de estudos e

intercâmbios culturais com centros de pesquisa de países africanos. Ainda hoje, apesar da

renovação da historiografia brasileira nos últimos anos, os livros didáticos existentes no

mercado editorial não contemplam a riqueza da diversidade étnico-cultural de nosso país,

cuja matriz afro-brasileira merece ser ressaltada para que, de fato, tenhamos uma escola

plural e democrática, que permita o acesso e permanência do afro descendentes no sistema

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educacional brasileiro.

Com a promulgação da Lei nº 10.693, de 2003, espera-se que a escola assuma

realmente o seu papel social de valorização e de difusão da cultura e da pluralidade de

nossa formação étnica. Moacir Gadotti, educador brasileiro comprometido com educação

popular e comunitária, propõe uma educação multicultural, como estratégia de educação

para todos, capaz de reduzir os elevados índices de evasão e de repetência dos segmentos

menos favorecidos da sociedade brasileira, na sua maioria constituídos por pobres, negros e

mestiços. Considera ele que uma das tendências do mundo contemporâneo é o

multiculturalismo, que deve se traduzir no respeito e valorização das diferenças

socioculturais.

No atual mundo de economia globalizada, ao contrário do que se previa, houve um

revigoramento e uma valorização das culturas regionais e a afirmação de identidades

étnico-culturais latentes que, nessa nova “aldeia global”, encontra espaço para a defesa de

seu direito à diferença e reconhecimento da alteridade.

Ensino de história e diversidade cultural: desafios e possibilidades A par de toda valorização às culturas das minorias sociais, muito pouco se fala das etnias na escola brasileira. Só muito recentemente, por pressão dos movimentos sociais, é que a questão da pluralidade culturalvem encontrando certa ressonância no ambiente escolar.

Gadotti (1992)A diversidade cultural é a riqueza da humanidade. Para cumprir sua tarefa

humanista, a escola precisa mostrar aos alunos que existem outras culturas além da sua.

Por isso, a escola tem que ser local como ponto de partida, mas tem que ser

internacional e intercultural, como ponto de chegada. (...) Escola autônoma significa escola

curiosa, ousada, buscando dialogar com todas as culturas e concepções de mundo.

Pluralismo não significa ecletismo, um conjunto amorfo de retalhos culturais. Significa,

sobretudo diálogo com todas as culturas, a partir de uma cultura que se abre às demais.

Consideramos, portanto, que um longo caminho ainda precisa ser percorrido para

que a escola seja, de fato, um instrumento de afirmação de uma identidade pluricultural. O

ensino de história, ao priorizar a construção da identidade nacional, tem sido bastante

omisso no tocante à valorização das culturas das minorias étnicas. Constatamos também,

que a falta de conhecimento das peculiaridades e das especificidades regionais, em um país

de continentais dimensões, bem como dos elementos referenciais das culturas silenciadas

de índios, negros e imigrantes nos currículos escolares têm contribuído para a formação de

preconceitos e estereótipos por parte dos próprios brasileiros. Isso em nada contribui para a

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Construção de uma sociedade democrática que todos almejamos, onde as diferenças raciais

e culturais não se constituam em motivo de discriminação social, mas sim em instrumento

possibilitador da construção de uma nova identidade nacional, assentada no pluralismo

cultural.

Precisamos, pois, propiciar, por meio do ensino, o conhecimento de nossa

diversidade cultural e pluralidade étnica, bem como a necessária informação sobre os bens

culturais de nosso rico e multifacetado patrimônio histórico. Só assim estaremos

contribuindo para a construção de uma escola plural e cidadã e formando cidadãos

brasileiros cônscios de seu papel como sujeitos históricos e como agentes de transformação

social.

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MARCO

OPERACIONAL

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REDIMENSIONAMENTO DA ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO

Diante das dificuldades constatadas que vêm prejudicando a qualidade do trabalho

pedagógico na escola, apontamos algumas intervenções possíveis para superá-las, tais

como:

•Dar maior ênfase à formação continuada dos professores, estudando junto com eles

textos sobre disciplina e indisciplina, buscando formas adequadas de enfrentar o

problema;

•Reorganizar a Hora Atividade dispensando um tempo maior para a pesquisa de

novas metodologias e um feedback com o pedagogo;

•Reunir-se com os professores quando necessário para dialogar, trocar ideias,

experiências e intervenções pedagógicas;

•Acompanhar o planejamento dos professores e sua execução;

•Incentivar os professores a cobrarem atividades extra-classe dos alunos;

•Conscientizar a comunidade escolar e órgãos governamentais para a grande

necessidade de ampliação e construção de novas escolas;

•Executar o programa do FICA, o programa Mobilização para a Inclusão Escolar e a

Valorização da vida, Nenhuma Criança/Adolescente fora da escola;

•Reuniões, encontros com a família para orientar e dar subsídios que venham

contribuir com educação.

A ATUAÇÃO PEDAGÓGICA NA ESCOLA

Empenhem-se no domínio das formas que possam garantir às camadas populares o ingresso na cultura letrada, vale dizer, a apropriação dos conhecimentos sistematizados. E, no interior das escolas, lembrem-se sempre de que o papel próprio de vocês será provê-las de uma organização tal que cada criança, cada educando, em especial aquele das camadas trabalhadoras, não veja frustrada a sua aspiração de assimilar os conhecimentos metódicos, incorporando-os como instrumento irreversível a partir do qual será possível conferir uma nova qualidade às lutas no seio da sociedade.

Dermeval Saviani

A ação pedagógica tem como principal movimento articular o processo pedagógico

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no âmbito escolar, de modo que os objetivos educacionais estabelecidos no Projeto

Político-Pedagógico da Escola sejam alcançados.

Temos, portanto, que destacar a equipe pedagógica da escola como um núcleo

fundamental para a comunidade educativa na medida em que, o papel por ela exercido

compreende relevante responsabilidade sócio-cultural.

Uma equipe pedagógica competente é a que, deve dominar as formas, os

procedimentos, os métodos através dos quais levará toda a escola a atingir o domínio do

patrimônio cultural acumulado pela humanidade, enfatizando que a qualidade da educação

pública se concretizara com profissionalismo e com comprometimento político-pedagógico.

Dentro do movimento atuante da Equipe Pedagógica ressaltamos algumas ações que

se constituem molas propulsoras da qualidade de ensino publico, as quais ressaltamos a

seguir:

1.Abrir espaços para a participação dos profissionais da escola e comunidade na

construção do projeto político pedagógico;

2.Organizar o trabalho pedagógico na Escola;

3.Planejar atividades e projetos para recuperação de estudos;

4.Organizar a hora atividade do professor;

5.Refletir sobre o processo de ensino e aprendizagem;

6.Programar as propostas curriculares da escola de acordo com as políticas

educacionais da SEED/PR e com as Diretrizes Curriculares Nacionais e

Diretrizes Curriculares Estaduais;

7.Elaborar projetos de intervenção na escola para melhora do processo educativo;

8. Assessorar o professor no planejamento, acompanhando os conteúdos e

transposição didática em consonância com os objetivos expressos no P.P.P.:

9.Planejar com o coletivo da escola a intervenção nos problemas levantados pelo

conselho de classe;

10.Coordenar a escolha e aquisição de materiais e equipamentos de uso didático–

pedagógicos, assessorando o professor na seleção de recursos didáticos para o

ensino e aprendizagem dos conteúdos escolares;

11.Elaborar o projeto de formação continuada dos profissionais da escola para o

aprimoramento teórico-metodológico, na forma de trocas de experiências,

estudos sistemáticos e oficinas;

12.Desenvolver projetos envolvendo a escola e comunidade de modo a ampliar o

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espaço de participação da comunidade nas decisões pedagógicas da escola;

13.Promover reuniões de caráter formativo e informativo com pais e educadores;

14. Trazer palestras s tais como: educação sexual, drogas na adolescência, relação

pai e filho na adolescência, que ajudem os pais ou responsáveis a

compreenderem melhor seus filhos;

A consolidação do trabalho coletivo na escola reflete todo o processo intencional de

busca do rompimento com as velhas e arcaicas metodologias do fazer pedagógico,

instaurando um processo flexível e democrático em consonância com os avanços

científicos e tecnológicos do nosso tempo materializando o desejo de um trabalho coletivo

e competente.

PLANO DE AÇÃO - GESTÃO 2009/2011

. Diretora : Katia Aparecida da Rosa Biezus

Vice- Diretora: Marilde Oldoni

Equipe Pedagógica : Helena Lucini Gnoatto

Ivânia Piva Mazur

Rosangela Zwicker

Danieli Rafain

Andréia Antunes Alves.

Meta Geral - Contribuir para uma escola pública mais democrática e solidária, de

qualidade, através do desenvolvimento de um processo que proporcione uma gestão escolar

estratégica e amplamente participativa.

Metas Específicas:

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- Criar uma proposta metodológica aplicável em nossa escola para o desenvolvimento de

processos participativos de decisão e implementação no Projeto Político Pedagógico;

- Mobilizar alunos, professores, funcionários, pais e lideranças da comunidade em torno de

uma única meta: tornar a nossa escola cada vez melhor;

- A partir das experiências já aplicadas e avaliadas, criar ou reformular metodologias;

- Reafirmar o compromisso com a educação pública, gratuita e de qualidade, com a

disseminação dos valores democráticos e a promoção da cidadania;

- Incentivar e desenvolver projetos que integrem escola e comunidade e acrescentem aos

nossos alunos experiências inovadoras e possibilitem o ingresso dos mesmos no mercado

de trabalho local ou regional;

- Diminuir o índice de evasão e repetência;

- Promover a integração entre alunos, professores, funcionários e pais;

- Batalhar por melhores condições estruturais, para atender a nossa clientela;

- Garantir o cumprimento de todas as leis e normas que regem o Sistema Educacional do

nosso estado.

Princípios Orientadores

Este Plano de Ação tem como referenciais os pressupostos evidenciados por todos

os normativos que regulamentam a LDB e outras leis que regem o Sistema de Educação

Nacional ou Estadual, sustentando-se num conjunto de princípios e valores que são

enumerados a seguir:

- Não exclusão: entendido no sentido de criar oportunidades diferenciadas e caminhos

diversos que conduzam ao sucesso educativo dos alunos, independentemente dos seus

estilos cognitivos, suas situações sócio – econômicas ou dificuldades de aprendizagem;

- Cidadania e participação democrática: encarando cada indivíduo da comunidade

escolar como um ser ativo e capaz de intervir de forma responsável, solidária e crítica, na

escola e no meio que o envolve, bem como no desenvolvimento de valores tais como a

liberdade, a solidariedade e a justiça;

- Integração, no respeito pela diferença: promovendo a efetiva igualdade de direitos e

de oportunidades, independentemente da classe social, religião e demais opções de cada

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individuo;

- O saber: promovendo o desenvolvimento da curiosidade intelectual, o gosto pelo

trabalho, pelo estudo, pela investigação, não se limitando apenas pelo currículo escolar ou

pelas cercas da escola;

- Qualidade educativa: traduzida numa otimização dos recursos disponíveis, tendo em vista que a

estrutura física e humana tem um grande impacto no resultado da aprendizagem.

Tipos de formação continuada:

1Reuniões Técnicas

2Cursos de Atualização – de 16 a 39 horas/aula

3Cursos de Proficiência – de 40 a 120 horas/aula

4Programas de Acompanhamento da Prática Docente – de 120 a 180 horas/aula

5Grupos de Estudos em Rede

6Proinfo

7DEB -

8DET

9Projeto Folhas

10Jornada Pedagógica

11OAC

12Cursos de Pós-Graduação

•Cursos de Aperfeiçoamento – acima de 180 horas/aula

•Cursos de Especialização – acima de 360 horas/aula

13- Cursos de Mestrado - PDE

Todas as atividades propostas dentro do plano de formação continuada dos professores

e troca de experiências obedece a um calendário previamente estabelecido no início de cada

ano pela Secretaria de Educação do Paraná.

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PROGRAMA VIVA ESCOLA:

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O Programa Viva a Escola visa a expansão de atividades pedagógicas realizadas na escola

como complementação curricular, vinculadas ao Projeto Político Pedagógico, a fim de

atender às especificidades da formação do aluno e de sua realidade.

•O Programa Viva Escola segue as orientações da Resolução nº 3683/2008 da

SEED e a Instrução nº 017/08.

•As Atividades Pedagógicas de Complementação Curricular têm os seguintes

objetivos:

•Dar condições para que os profissionais da educação, os educandos da Rede

Pública Estadual e a comunidade escolar, desenvolvam diferentes atividades

pedagógicas no estabelecimento de ensino no qual estão vinculados, além do

turno escolar;

•Viabilizar o acesso, permanência e participação dos educandos em atividades

pedagógicas de seu interesse;

•Possibilitar aos educandos maior integração na comunidade escolar, fazendo a

interação com colegas, professores e comunidade.

•O Programa compreende quatro núcleos de conhecimento:

•Expressivo-Corporal: esportes, jogos, brinquedos e brincadeiras, ginástica, lutas,

teatros, danças;

•Científico-Cultural: história e memória, cultura regional, atividades literárias, artes

visuais, músicas, investigação científica, divulgação científica e mídias;

•Apoio à Aprendizagem: Centro de Línguas Estrangeiras Modernas; Sala de Apoio

à Aprendizagem; Ciclo de Básico de Alfabetização; Sala de Recursos; Sala de

Apoio da Educação Escolar Indígena;

•Integração Comunidade e Escola: Fórum de estudos e Discussões; Preparatório

para o Vestibular.

e nas atividades educativas.

Ações Eixos organizadores

Responsável Cronograma Avaliação

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-Promover encontros de integração entre as instâncias colegiadas- Apoiar integralmente as ações destes grupos-Trabalhar em conjunto com a comunidade- Articular para que todos tenham voz e vez de participar

Gestão Democrática

- Membros da APMF, Conselho Escolar, Grêmio Est. Monitores de Classe, Direção e Equipe Pedagógica.

Durante o ano todo, no período de dois anos.

A avaliação será feita pelo próprio grupo de acordo com as atividades desenvolvidas e os resultados obtidos

-Reuniões pedagógicas periódicas- Acompanhamento da hora – atividade-Planejamento baseado nas necessidades locais- Formação de grupos de estudos de Professores e de alunos-Programa Viva Escola- Reunião periódica de pais ou entrevistas individuais com a Equipe para acompanhamento dos educandos

Proposta Pedagógica

Direção, Equipe Pedagógica, professores.

-Uma reunião pedagógica a cada bimestre- Reunião para grupo de estudos, pelo menos uma vez por mês.- Reunião de pais, uma por Semestre e atendimento individual ou familiar sempre que preciso.

Será feita a avaliação com base nos resultados obtidos, será feita pelos pais e alunos através de questionários esporádicos.

- Divulgação dos seminários, encontros e simpósios oferecidos pelo estado.- Promoção de palestras e encontros de formação- Incentivo a leitura com a ampliação da biblioteca do professor- Promoção de pequenas viagens de pesquisa e integração- Visitas às instituições de ensino Superior

Formação Continuada

Equipe Pedagógica e Direção

-Conforme calendário do estado- Palestras formativas, uma a cada semestre.- Incentivo à leitura, durante todo o ano letivo.- Uma viagem durante o ano- Uma ou duas visitas às Instituições por ano

A avaliação será feita de forma aberta pelo envolvidos nas reuniões pedagógicas, duas vezes ao ano, uma no primeiro e outra no segundo semestre de cada ano.

- Ampliação da Biblioteca- Acabamento da quadra esportiva- Construção de mais salas de aula para atender a clientela do diurno- Construção de uma sala

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auditória.- Construção de laboratório de Ciências Biológicas- Ampliação do espaço de lazer- Pintura do Colégio- Ampliação do espaço para lanche (aquisição de mesas, bancos e outros)- Aquisição de microscópio, aparelhagem de som e outros que se fizerem necessário.- Adequação de um espaço para cantina- Refazer a rede elétrica e o telhado- Reforma e manutenção das carteiras - Aquisição de material esportivo

Qualificação dos Equipamentos e Espaços

Direção, APMF e Grêmio Estudantil.

Durante os três anos- A avaliação será feita de acordo com os progressos que a escola for conseguindo

- Promoção da Semana de Arte Moderna com todas as séries- Projetos paralelos como: Jogos promovidos pelo Grêmio, - Projeto Melhorando sua escola- Semana de oficinas trabalhando temas escolhido pelos alunos- Sessões culturais- Promoções para angariar fundos para melhorias na escola-Projeto Profissões-Participação em eventos da comunidade local

Especificidades Locais

Direção, APMF e Grêmio Estudantil, Comunidade.

Durante todo (Não são datas fixas, pois precisam se adequar ao calendário Escolar e local)

A avaliação é feita, na maioria das vezes pelo próprio público, com base nos resultados obtidos e até no sucesso alcançado nos eventos.

A GESTÃO ESCOLAR – PAPEL ESPECÍFICO DE CADA SEGMENTO DA

COMUNIDADE ESCOLAR

É um processo que rege o funcionamento da Escola, compreendendo tomada de

decisão, planejamento, execução, acompanhamento e avaliação das questões

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administrativas e pedagógicas, buscando o envolvimento de toda a comunidade escolar.

A Gestão Escolar, como decorrência do princípio constitucional da democracia e

colegiabilidade, terá como órgão máximo de Direção o Conselho Escolar.

Conforme o Regimento Escolar:

Compete ao Diretor:

Convocar, elaborar, submeter, analisar, propor, coordenar, supervisionar, cumprir a

legislação em vigor, comunicando ao Conselho Escolar, APMF, as reuniões, encontros,

grupos de estudos e outros eventos. É compromisso de o diretor zelar pelo patrimônio

publico.

Compete à Equipe Pedagógica:

Elaborar, assessorar, orientar, analisar, coordenar, participar sempre que convocado,

de cursos, seminários, reuniões, encontros, grupos de estudos, também acompanhar o

processo de ensino, plano de recuperação e implantação de projetos de enriquecimento

curricular.

Compete ao corpo docente:

Elaborar a proposta pedagógica, escolha de livros didáticos, desenvolver atividades

de sala de aula e proceder ao processo de avaliação, participar de encontros, reuniões,

grupos de estudos, cursos, cumprir e fazer cumprir os horários e calendário escolar.

Compete à Equipe Administrativa:

É o suporte do funcionamento de todos os setores da Escola, proporcionando

condições para que os mesmos cumpram suas reais funções.

Compete à Equipe de Serviços Gerais:

Serviços de manutenção, preservação, segurança e merenda escolar. Compõem os

serviços gerais: merendeiras e auxiliares de limpeza, a estes funcionários compete

preparar, servir, limpar, conservar e manter em ordem as instalações escolares além de

providenciar os materiais e produtos necessários.

PAPEL DAS INSTÂNCIAS COLEGIADAS DA ESCOLA

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Conceito

Podemos considerar que a Escola é uma Instituição na medida em que a

concebemos. Como a organização das relações sociais entre os indivíduos dos diferentes

segmentos ou então, como o conjunto de normas e orientações que regem esta organização.

Nossa Escola está estruturada pelo Conselho Escolar, Conselho de Classe, Associação de

Pais, Mestres e Funcionários e o Grêmio Estudantil.

Conselho Escolar

É um espaço de debates e decisões, é o órgão máximo de decisão no interior da

Escola. Possibilita a delegação de responsabilidades e o envolvimento de diversos

segmentos da sociedade tornando uma escola democrática.

Conselho de Classe

Instância colegiada de avaliação permanente. Avaliar é efetivar oportunidade de

ação e reflexão.

Uma avaliação eficiente consiste em rever as relações pedagógicas alternativas e

contribuir para alterar a própria organização do trabalho pedagógico. O Conselho de Classe

guarda em si a possibilidade de articular os diversos segmentos da Escola e tem por

objetivo o processo de ensino (deverá ser o momento de avaliação de todos: professores,

diretor, pedagogos, funcionários, alunos e a busca de novas metodologias).

Associação de Pais, Mestres e Funcionários

Espaços de decisões democráticas. Tem por finalidade a colaboração no

aprimoramento da educação e na integração Família-Escola-Comunidade. Tem a função,

também, de sustentadora jurídica das verbas públicas recebidas e aplicadas pela Escola.

A participação dos pais no cotidiano, em cumplicidade com a administração, faz

com que a Escola se torne autônoma.

Gadotti afirma que uma escola pública “deve ser controlada pela comunidade, cujas

decisões a ela caibam e não sejam entregues aos devaneios e ao lirismo tecnológico dos

planejadores”. Ex: Mesmo as escolas que atendem as classes menos favorecidas.

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Grêmio Estudantil

A organização estudantil é a instância onde se cultiva gradativamente o interesse

do aluno além da sala de aula. O Grêmio Estudantil é escolhido pelo voto direto e secreto.

O processo de eleição deve ser precedido de discussões, debates, confronto de idéias e

explanação de programas, gerando um saudável hábito de reflexão e participação política,

visando um amadurecimento dos estudantes frente a sua própria problemática.

O Grêmio Estudantil é o elo de ligação com a direção e a equipe técnica da Escola e

a Comunidade. É uma instância autônoma, mas não independente.

RECURSOS QUE O ESCOLA DISPÕE PARA REALIZAR SEU PROJETO

Nossa escola dispõe de recursos financeiros advindos do Fundo Rotativo, o qual é

um instrumento, criado por Lei, para viabilizar, com maior agilidade, repasse de recursos

financeiros aos Estabelecimentos de Ensino da Rede Estadual, destinados à manutenção e

outras despesas relacionadas com a atividade educacional.

Os Estabelecimentos de Ensino receberão recursos com base no número de alunos

matriculados, valor linear e outros indicadores educacionais e sociais. Além dos critérios

mencionados, a SEED poderá repassar recursos utilizando-se de outras variáveis,

dependendo do tipo da oferta de ensino e das atividades desenvolvidas pelos

Estabelecimentos de Ensino.

Os recursos destinados às escolas, através da Cota Normal do Programa, somente

poderão ser aplicados em despesas de Manutenção. As despesas em Investimentos

deverão ser previamente solicitadas pelos gestores(as) e autorizadas pela SEED, mediante a

liberação de recursos via Cota Suplementar.

Este Estabelecimento de ensino conta também, com a possibilidade de colaboração

do Grêmio Estudantil e de recursos da APMF os quais, de acordo com o Estatuto da

APMF, poderão ser provenientes de:

IContribuição voluntária dos integrantes;

IIAuxílios, subvenções e doações eventualmente concedidos pelos poderes públicos e

pessoas físicas ou jurídicas;

IIICampanhas e promoções diversas em conformidade com a legislação vigente;

IVJuros bancários e correções monetárias provenientes de aplicações em Caderneta de

Poupança e/ou Conta Corrente;

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VInvestimentos e operações monetárias previamente autorizadas pelo Conselho

Deliberativo e Fiscal e o Conselho Escolar;

VIRecursos auferidos a partir da celebração de convênios e contratos, administrativos e

civis, com pessoas de direito público e privado, observando-se a legislação em

vigor;

VIIExploração da Cantina Comercial, respeitando-se a legislação específica.

Além disso, há também a contribuição social voluntária, a qual é fixada em

reunião de Diretoria, Conselho Deliberativo e Fiscal e Conselho Escolar, com a

maioria de seus membros, no final do ano letivo. Tal contribuição não poderá

ultrapassar anualmente a 10% do salário nacional vigente. É fixada por família,

independente do número de filhos matriculados na Unidade Escolar, por professores

e funcionários.

Essa contribuição social voluntária poderá ser moeda corrente ou outras

formas de arrecadação, tais como: materiais de consumo, de expediente e serviços.

É de suma importância ressaltar que os recursos que a escola efetivamente

recebe são os que provêm do fundo rotativo, os outros citados são eventuais.

CRITÉRIOS PARA ELABORAÇÃO DO CALENDÁRIO ESCOLAR,

HORÁRIOS LETIVOS E NÃO LETIVOS

O tempo Escolar é um dos elementos constitutivos da organização do trabalho

pedagógico.

O calendário escolar ordena o tempo: determina o início e o fim do ano, prevendo

os dias letivos, as férias, períodos escolares em que o ano se divide, os feriados cívicos,

religiosos, as datas reservadas à avaliação, os processos para reuniões pedagógicas,

Conselhos de Classe, cursos e outras atividades.

O horário escolar que fixa o número de horas por semana e que varia em razão das

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disciplinas constante na Matriz Curricular estipula também o número de aulas por

professor.

O calendário escolar é feito a partir de um modelo apresentado pela Secretaria de

Educação do Paraná, com início e término do ano letivo determinados. Há certa

flexibilidade nas datas comemorativas do município e na agenda de reuniões pedagógicas e

Conselhos de Classe de cada escola, que são decididos coletivamente com professores,

funcionários e membros da APMF sempre que possível.

Os horários das aulas, a organização das disciplinas ministradas e da hora atividade

fazem parte da organização interna de cada instituição e fica a cargo da Direção e ou

Equipe Pedagógica de cada escola organizar. Os horários não letivos são apresentados em

forma de projetos e dependem da disponibilidade do professor, dos funcionários e do

próprio aluno.

O trabalho escolar em clima de cooperação entre todos, visa à promoção e inclusão

de condições favoráveis a doação, a execução, a avaliação e ao aperfeiçoamento das

estratégias educacionais no uso do espaço físico do horário e do calendário escolar.

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COLÉGIO ESTADUAL CASTELO BRANCO E. M. - ITAPEJARA D' OESTE – PR.

Anexo da Resolução N º 3587/09 – GS/SEED

CALENDÁRIO ESCOLAR – 2010 – MANHÃ

Considerados como dias letivos: Formação Continuada (06 dias); Replanejamento (01 dia); Reuniões Pedagógicas (03 dias) – Delib. 02/02-CEE

Janeiro Fevereiro Março

D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T

1 2 1 2 3 4 5 6 1 2

3 4 5 6 7 8 9 7 8 9 10 11 12 13 15 7 8 9 10

10 11 12 13 14 15 16 14 15 16 17 18 19 20 dias 14 15 16 17

17 18 19 20 21 22 23 21 22 23 24 25 26 27 21 22 23 24

24 25 26 27 28 29 30 28 28 29 30 3131

1 Dia Mundial da Paz 16 Carnaval

Abril Maio Junho

D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T

1 2 3 1 1

4 5 6 7 8 9 10 20 2 3 4 5 6 7 8 21 6 7 8

11 12 13 14 15 16 17 dias 9 10 11 12 13 14 15 dias 13 14 15 16

18 19 20 21 22 23 24 16 17 18 19 20 21 22 20 21 22 23

25 26 27 28 29 30 23 24 25 26 27 28 29 27 28 29 30

30 31

2 Paixão 1 Dia do Trabalho 3 Corpus Christi

21 Tiradentes 8 OBMEP – 1ª fase

Julho Agosto Setembro

D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T

1 2 3 12 1 2 3 4 5 6 7

4 5 6 7 8 9 10 dias 8 9 10 11 12 13 14 15 5 6 7

11 12 13 14 15 16 17 15 16 17 18 19 20 21 dias 12 13 14 15

18 19 20 21 22 23 24 22 23 24 25 26 27 28 19 20 21 22

25 26 27 28 29 30 31 29 30 31 26 27 28 29

7 Independência 11 OBMEP – 2ª fase

Outubro Novembro Dezembro

D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T

1 2 1 2 3 4 5 6

3 4 5 6 7 8 9 19 7 8 9 10 11 12 13 20 5 6 7

10 11 12 13 14 15 16 dias 14 15 16 17 18 19 20 dias 12 13 14 15

17 18 19 20 21 22 23 21 22 23 24 25 26 27 19 20 21 22

24 25 26 27 28 29 30 28 29 30 26 27 28 29

31

12 N. S. Aparecida 2 Finados19 Emancipação Política do PR

11 Dia do Professor 15 Proclamação da República 25 Natal20 Dia Nacional da Consciência Negra 14 feriado Municipal

Férias Discentes Férias/Recessos/Docente

Feriado Municipal 1 dia janeiro 31 janeiro / férias

NRE Itinerante 2 dias fevereiro 7 julho/agost./reces.

Dias letivos 202 julho/agosto 28 dez/reces.

Total 202 dezembro 9

Total 75 Total

Início/Término

Planejamento e Replanejamento Formação Continuada

Início/Término do Bloco Fera Com Ciência/ semana cultural

Conselho de Classe e Reunião Ped. Concomitante

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CRITÉRIOS PARA ORGANIZAÇÃO E UTILIZAÇÃO DOS ESPAÇOS

EDUCATIVOS

Quanto à organização e à utilização dos espaços educativos a escola parte do

princípio que todos que fazem parte dela são responsáveis e têm o direito de fazer uso das

instalações escolares desde que cumpram as regras estabelecidas pela escola, como: zelar

pelo patrimônio público, cuidar da higiene, cumprir os horários estabelecidos.

Dispomos, além das salas de aula, dos seguintes espaços educativos: quadra de

esportes coberta, biblioteca, saguão, laboratório de informática e laboratório de Ciências.

Estes espaços são utilizados para reuniões, palestras, Conselhos de Classe, gincanas e

demais atividades pedagógicas, recreativas e culturais.

A organização e a utilização destes espaços são feitas de forma democrática, ou

seja, em comum acordo entre direção, professores, equipe pedagógica e funcionários.

CRITÉRIOS PARA ORGANIZAÇÃO DE TURMAS E DISTRIBUIÇÃO POR

PROFESSOR EM RAZÃO DE ESPECIFICIDADES

As turmas são organizadas de acordo com as matrículas recebidas, dentro do período

matutino ou noturno conforme solicitado pelo próprio aluno quando de maior ou pelos pais

e responsáveis quando o aluno for menor de idade. As turmas são mistas seguindo a média

exigida de alunos por sala. Não é dado aos alunos, o direito de escolher a turma por

entendermos que todos são iguais.

A distribuição de aulas é feita pelo representante do Núcleo Regional de Ensino, o

Documentador Escolar, de preferência com a presença dos diretores das escolas e os

professores de cada área. Esta distribuição obedece a uma classificação prévia feita pela

Secretaria de Educação, que primeiro distribui as aulas aos professores classificados em

cada estabelecimento e depois no Município.

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DIRETRIZES PARA A AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DO PESSOAL

DOCENTE E NÃO DOCENTE; DO CURRÍCULO, DAS ATIVIDADES EXTRA-

CURRICULARES E DO PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO

A avaliação do pessoal docente será realizada através de observação diária e através

do acompanhamento por fichas de intervenções pedagógicas tanto positivas quanto

negativas. Além disso, será realizada a auto avaliação com toda a comunidade escolar.

Semestralmente haverá reunião com o Conselho Escolar para avaliar o PPP,

observando o que está e o que não está sendo cumprido e se há necessidade de alterações.

A avaliação do P.P.P. numa visão crítica, parte da necessidade de conhecer uma

realidade escolar, busca explicar e compreender criticamente as causas e existência de

problemas, suas soluções e propõe as alternativas. O P.P.P. não é algo estanque

desvinculado dos aspectos políticos e sociais. Avaliar o P.P.P. é avaliar os resultados da

própria organização de trabalho pedagógico. Avaliação é um ato dinâmico que qualifica e

oferece subsídio ao P.P.P.

INTENÇÃO DE ACOMPANHAMENTO AOS EGRESSOS

Quando constatada a ausência de alunos na sala de aula e não há a apresentação de

atestado médico ou em casos que não há informações por parte dos familiares dos mesmos

à escola, como primeira providência a ser tomada, faz-se uma sondagem com colegas, para

enviar recados. Caso a família não se faça presente na escola é feito o contato por telefone

ou por escrito, enviado através de amigos da família. Não acontecendo a volta do menor,

solicita-se a intervenção do Conselho Escolar.

PRÁTICAS AVALIATIVAS

A avaliação é amplamente discutida em todos os segmentos da escola. Nos últimos

anos, estes segmentos buscam redefinir ou readequar o seu papel e a sua função social. Este

Projeto Político Pedagógico está sendo elaborado para nortear as práticas educativas e,

consequentemente, a avaliação.

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A escola que desejamos, dentro da pedagogia preocupada com a transformação social

efetiva, e não mais com a conservação, repensa todo o processo de aprendizagem em sala

de aula. A razão de esta última existir é o aluno, e cabe aos educadores, refletir se o respeito

aos alunos em relação ao conhecimento leva em consideração quem são eles, de onde

vieram em que contexto está inserido. Diante disso, tentaremos trazer para a sala de aula

um novo sentido.

A nossa prática pedagógica e a prática de avaliação devem superar o autoritarismo, o

conteudismo, a punição, estabelecendo uma nova perspectiva para o processo de

aprendizagem e de avaliação educacional, marcado pela autonomia do educando e pela

participação do mesmo na sociedade de forma democrática.

Na perspectiva dessas novas práticas, teremos, na sala de aula, um professor

mediador entre o sujeito e o objeto do conhecimento, trabalhando de forma que, a partir dos

conteúdos, dos conhecimentos apropriados pelos alunos, eles possam compreender a

realidade, atuar na sociedade em que vivem e transformá-la.

Nesse processo de avaliação, o professor deve conhecer muito bem os seus alunos,

seus avanços e dificuldades, o próprio aluno também deve aprender a se avaliar e descobrir

o que é preciso mudar para garantir melhor desempenho.

É importante que os educandos façam a reflexão sobre seus relacionamentos e

comportamentos, de forma a alterar as regras quando necessário, para que todos alcancem

os objetivos estabelecidos de forma coletiva.

O professor, para acompanhar o desenvolvimento de cada um, deverá registrar

continuamente as considerações sobre a turma toda e sobre cada um dos alunos, a partir das

atividades desenvolvidas durante todo o trabalho pedagógico. Tomando como parâmetros

os critérios formais da aprendizagem, deve observar: o nível de aprendizagem relacionado

ao conhecimento; o interesse e a iniciativa dos mesmos para a leitura, o estudo, a pesquisa;

a qualidade do conteúdo produzido e da linguagem utilizada; a sistematização e ordenação

das partes, relacionadas à produção individual; a qualidade da elaboração em conjunto com

outros colegas, a capacidade crítica, a criatividade, a capacidade de reconstrução própria e

de relacionar os conteúdos das diversas áreas do conhecimento. As considerações e

opiniões dos próprios educandos deverão também ser analisadas pelo professor.

Não se pode esquecer que nesse processo de avaliação, o professor também deve se

avaliar, refletindo sobre o seu próprio trabalho, verificando seus procedimentos e, quando

necessário, re-estruturando sua prática pedagógica.

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Depois de todas estas reflexões a Comunidade Escolar chegou a um consenso de

que a avaliação em nossa escola deve ser: Diagnóstica, formativa, somativa, qualitativa,

com prevalência na qualitativa. A nota do trimestre pode ser resultante de somatória ou

média aritmética dependendo do professor e do prévio acordo com a turma. Cada disciplina

deve ter registrado pelo menos três notas.

RECUPERAÇÃO PARALELA

Entende-se por recuperação paralela o processo de ensino e aprendizagem que

viabiliza novas oportunidades ao educando e ao educador que não alcançarem seus

objetivos poderem rever sua caminhada na produção/apropriação dos conceitos.

A recuperação paralela realizar-se-á, após cada instrumento avaliativo, durante o

trimestre letivo para todos os educandos ou para os alunos que não atingiram os objetivos

propostos.

O educando terá direito somente a 01 (uma) avaliação de recuperação paralela após

cada instrumento avaliativo, onde deverá prevalecer o resultado da avaliação em que o

educando obtiver melhor apropriação/produção dos conceitos.

A escola adotará como instrumentos avaliativos para recuperação paralela:

seminários, provas, pesquisas, módulos de exercícios e trabalhos, recortes de revistas e

jornais, sendo aconselhável a revisão de conteúdos antes de aplicar qualquer tipo de

instrumento, tornando lúdico os conteúdos, chamando a atenção e inovando.

Conforme prevê a LDB – Del. 007/99, estudos paralelos de recuperação, consistem

em momentos planejados e articulados ao andamento dos estudos no cotidiano da sala de

aula.

PROGRESSÃO PARCIAL

Atendendo ao disposto na Deliberação nº 05/98 e 006/96 do CEE e na Instrução

Normativa nº 008/97 da Superintendência de Educação da SEED, este Estabelecimento

aderiu à oferta da Progressão Parcial ou Matrícula com Dependência desde o ano letivo de

2001.

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A Progressão Parcial ou Matrícula com Dependência é aquela por meio da qual ao

aluno, reprovado em até uma disciplinas da série ou período, é permitido cursar a série ou

período subsequente concomitantemente às disciplinas nas quais reprovou, desde que

preservada a sequencia curricular.

No regime por Dependência, o aluno maior de idade ou o pai responsável pelo aluno

menor de idade poderá optar por cursar apenas as disciplinas nas quais estiver em

dependência.

O regime por Dependência exige, para aprovação, a frequência prevista em lei e o

aproveitamento determinado pelo Regimento Escolar.

No regime com dependência deverá ser considerada para aprovação a frequência

equivalente a 75% e o aproveitamento previsto no Regimento, ou seja, nunca inferior a

média de 6,0 (anual) de acordo com o Estabelecimento de Ensino em consonância com a

Lei de Diretrizes e Bases, em vigor.

A critério do Estabelecimento de Ensino a disciplina em dependência poderá ser

cumprida através do Plano Especial de Estudos, desde que:

a) A oferta do Plano Especial de Estudo tenha seu projeto analisado pela Equipe

Pedagógica e aprovado pela Direção da Escola.

b) As atividades poderão envolver: módulos, pesquisas, aulas regulares, atividades

extraclasse nunca excluindo as provas bimestrais e exames finais, caso for necessário.

c) Os critérios de aprovação, aqui regulamentados deverão obter a opção de:

•compromisso do aluno

•compromisso do professor

•compromisso da escola

•compromisso escola/professor/aluno

d) As verificações do rendimento escolar obedecerão aos critérios legais de acordo

com a Lei nº 9394/96, Art. 24, V, a, b, c, e, dando ênfase a:

•Avaliação contínua e cumulativa;

•Possibilidades de aceleração de estudos;

•Obrigatoriedade de estudos de recuperação para o caso de baixo rendimento

escolar;

e) Sua execução, observada as necessidades de horário compatível, carga horária,

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docente disponíveis, avaliação articulada aos parâmetros legais e acompanhada pelo

Núcleo Regional de Educação.

O certificado de conclusão do curso somente poderá ser expedido após a aprovação

pelo aluno, na(s) disciplina(s) sob regime de Dependência.

CONSELHO DE CLASSE

Antes da realização do Conselho de Classe, a equipe pedagógica realizará com os

alunos de cada turma um pré-conselho com o intuito de constatar os avanços, a

participação, o interesse, o comprometimento e as dificuldades dos mesmos em relação às

disciplinas e às metodologias.

Assim, durante o Conselho de Classe com os professores, o pedagogo estará

embasado para as intervenções pedagógicas que se fizerem necessárias. Além disso, será

enfatizada a formação continuada de professores através da disponibilidade de textos ou

vídeos para informação ou discussão.

Com isso, pretende-se que o foco do Conselho de Classe deixe de ser voltado

apenas para o aluno/nota para direcionar-se à avaliação de todo o processo educativo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os fundamentos estabelecidos neste documento serão os indicadores do rumo para a

intervenção pedagógica praticada nesta Escola.

Com ele busca-se responder às exigências da sociedade que se caracterizam pelo

dinamismo de suas transformações em todos os níveis: social, político, tecnológico e ético.

A partir das Diretrizes Curriculares, constatamos que o planejamento deve adaptar-

se aos alunos e não os alunos adaptarem-se ao planejamento.

A estética de sensibilidade, a política de igualdade e a ética da identidade vão ser

trabalhados juntamente com os valores escolhidos.

A avaliação vai ser contínua e de qualidade com recuperação paralela durante o

semestre.

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ANEXOS